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Formação em Linguagens e suas Tecnologias UNIDADE II – Competências gerais da BNCC e competências específicas da Área de Linguagens no Ensino Médio: subsídios para a Formação Geral Básica Nesta segunda unidade, o objetivo é apresentar as competências gerais da BNCC e as competências específicas da área de Linguagens, com vistas à prática pedagógica. Questões-chave Quais são as competências da BNCC e como aplicá-las na sala de aula no contexto do Novo Ensino Médio? 2.1 Competências gerais da BNCC Como vimos na Unidade I, os currículos do Novo Ensino Médio são compostos, indissociavelmente, pela formação geral básica e pelos itinerários formativos. A formação geral básica, no que lhe concerne, é composta por competências e habilidades previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e articuladas como um todo também indissociável, enriquecidas pelo contexto histórico, econômico, social, ambiental, cultural local, sendo organizada por áreas de conhecimento e com vistas ao mundo do trabalho e da prática social. Nesta Unidade, vamos tratar das competências gerais da BNCC e das competências e habilidades que se aplicam mais especificamente à área de Linguagens e suas tecnologias, para que você, professor, tenha a oportunidade de aperfeiçoar suas práticas pedagógicas visando adequá-las à nova configuração do Ensino Médio. Para iniciar esse trajeto, cabe ressaltar que, na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. Ao definir essas competências, a BNCC reconhece que a “educação deve afirmar valores e estimular ações que contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a mais humana, socialmente justa e, também, voltada para a preservação da natureza” (BRASIL, 2013). Vamos, então, observar, no infográfico a seguir, as 10 competências gerais estabelecidas pela BNCC: Fonte:http://ctj.thomas.org.br/makerspace/a-intersecao-entre-o-maker- centered-learning-e-a-base-nacional-comum-curricular-bncc/ Uma pergunta que pode surgir ao professor é: Como ensinar as competências? http://ctj.thomas.org.br/makerspace/a-intersecao-entre-o-maker-centered-learning-e-a-base-nacional-comum-curricular-bncc/ http://ctj.thomas.org.br/makerspace/a-intersecao-entre-o-maker-centered-learning-e-a-base-nacional-comum-curricular-bncc/ É importante assinalar que a ideia proposta pela BNCC não é a de planejar uma aula específica sobre essas competências ou transformá-las em componente curricular, em conteúdo a ser ensinado, mas sim de articular a sua aprendizagem à de outras habilidades relacionadas às áreas do conhecimento. Como se pode observar, algumas dessas competências estão relacionadas ao desenvolvimento socioemocional, e este, para que efetivamente aconteça, deve estar incorporado ao cotidiano escolar, permeando disciplinas e ações. O desafio, portanto, é complexo, pois impacta não apenas os currículos, mas nos processos de ensino e aprendizagem, gestão, formação de professores e avaliação. Desse modo, as 10 competências gerais da BNCC são elementos fundamentais para a arquitetura dos diferentes currículos. Neles, os estudantes devem ser desafiados, em seus respectivos contextos, a se tornarem protagonistas de seus processos formativos. É importante não perder de vista que, na BNCC, cada área do conhecimento possui competências específicas que visam mobilizar, articular e integrar conhecimentos, habilidades, atitudes e valores. Relacionadas a cada uma dessas competências, são descritas habilidades a serem desenvolvidas ao longo de cada etapa de ensino. Antes de passar às competências específicas de nossa área de conhecimento, vamos nos aprofundar um pouco mais nas competências gerais da BNCC. Para tanto, realize a atividade 1 desta unidade 2.2 As competências no Ensino Médio No que tange ao Ensino Médio, além de habilidades específicas de Língua Portuguesa e Matemática – únicos componentes obrigatórios durante os três anos –, foram definidas habilidades específicas para as áreas das Linguagens e suas tecnologias, Matemática e suas tecnologias, Ciências da Natureza e suas tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Para atender às alterações propostas pelo Novo Ensino Médio, impôs-se a necessidade de reestruturação dos currículos estaduais e distrital, e a ampliação progressiva da carga horária da última etapa da educação básica. Um dos objetivos dessa mudança é tornar os currículos do Ensino Médio mais flexíveis, com maior amplitude de escolha por parte dos estudantes e de adequação às suas demandas, em observância, entre outros aspectos, às competências gerais da BNCC. Deste modo, o Novo Ensino Médio prevê a (re)elaboração de uma Proposta Curricular por cada um dos 26 estados da federação e do Distrito Federal. Os entes federados, por sua vez, apresentam autonomia na (re)elaboração curricular amparada pela Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB, n.º 9.394/96). Segundo a LDB, art. 10, os Estados ficam incumbidos de elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus municípios. Até a presente data (agosto de 2021), apenas o Distrito Federal e nove estados da federação finalizaram suas propostas (a saber: Amapá, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo), totalizando, portanto, 10 currículos de referências para o Ensino Médio já aprovados e homologados em território nacional. 2.3 Competências específicas de Linguagens e suas tecnologias no Ensino Médio Tendo em vista os pressupostos da BNCC, os currículos para o Ensino Médio se organizam por áreas do conhecimento, não com o objetivo de excluir componentes curriculares, mas, sim, de fortalecer as relações entre eles e a contextualização para intervenção na realidade. Entre as finalidades desta organização curricular, está a de proporcionar um trabalho integrado e cooperativo dos professores. Assim, a BNCC propõe, para a área de Linguagens e suas Tecnologias no Ensino Médio, a consolidação e a ampliação das aprendizagens previstas na BNCC do Ensino Fundamental nos componentes Língua Portuguesa, Arte, Educação Física e Língua Inglesa. Em alguns dos currículos estaduais já elaborados e aprovados, encontramos interessantes aprofundamentos e proposições quanto à efetivação dos pressupostos da BNCC para a área de Linguagens. No Currículo Referência de Minas Gerais, por exemplo, é enfatizado o objetivo essencial da área de Linguagens e Suas Tecnologias, como sendo o de “propiciar aos estudantes condições para se tornarem capazes de: dialogar e criar entendimento mútuo; compreender o outro; se expressar; debater ideias de maneira crítica, baseando-se no respeito e na ética, com consideração de diferentes perspectivas e valores culturais; de valer-se de diferentes linguagens e mídias, em diferentes processos de interação, com uso crítico de ferramentas digitais. Além disso, busca aperfeiçoar a capacidade dos estudantes de elaborar e avaliar metas e construir seus projetos de vida e de profissões, para exercer proativamente seus variados papéis sociais, conhecendo seus direitos e deveres como cidadãos, e agindo por meio das linguagens em favor deles e da transformação social”. Nessa mesma direção, a Proposta Curricular do Ensino Médio da Paraíba, prevê que os estudantes “desenvolvam competências e habilidades que lhes possibilitem mobilizar e articular conhecimentos desses componentes simultaneamente às dimensões socioemocionais, em situações de aprendizagem que lhes sejam significativas e relevantespara sua formação integral”. No Currículo Paulista – Etapa Ensino Médio, o ensino e a aprendizagem das Linguagens, propõe “uma formação voltada a possibilitar a participação plena dos jovens nas diferentes práticas socioculturais que envolvem o uso das linguagens”. Considerando os aspectos citados no slide anterior, são priorizados cinco campos de atuação social para a proposta de práticas de linguagem. Veja quais são eles: O campo da vida pessoal organiza-se de modo a possibilitar uma reflexão sobre as condições que cercam a vida contemporânea e a condição juvenil no Brasil e no mundo e sobre temas e questões que afetam os jovens. As experiências, análises críticas e aprendizagens propostas neste campo podem se constituir como suporte para os processos de construção de identidade e de projetos de vida, por meio do mapeamento e do resgate de trajetórias, interesses, afinidades, antipatias, angústias, temores, etc., que possibilitam uma ampliação de referências e experiências culturais diversas e do conhecimento sobre si. O campo das práticas de estudo e pesquisa abrange a pesquisa, recepção, apreciação, análise, aplicação e produção de discursos/textos expositivos, analíticos e argumentativos, que circulam tanto na esfera escolar como na acadêmica e de pesquisa, assim como no jornalismo de divulgação científica. O domínio desse campo é fundamental para ampliar a reflexão sobre as linguagens, contribuir para a construção do conhecimento científico e para aprender a aprender. O campo jornalístico-midiático refere-se aos discursos/textos da mídia informativa (impressa, televisiva, radiofônica e digital) e ao discurso publicitário. Sua exploração permite construir uma consciência crítica e seletiva em relação à produção e circulação de informações, posicionamentos e induções ao consumo O campo de atuação na vida pública contempla os discursos/textos normativos, legais e jurídicos que regulam a convivência em sociedade, assim como discursos/textos propositivos e reivindicatórios (petições, manifestos, etc.). Sua exploração permite ao estudante refletir e participar na vida pública, pautando-se pela ética. O campo artístico-literário abrange o espaço de circulação das manifestações artísticas em geral, contribuindo para a construção da apreciação estética, significativa para a constituição de identidades, a vivência de processos criativos, o reconhecimento da diversidade e da multiculturalidade e a expressão de sentimentos e emoções. Possibilita ao estudante, portanto, reconhecer, valorizar, fruir e produzir tais manifestações, com base em critérios estéticos e no exercício da sensibilidade. Essa estrutura também é utilizada no Currículo de Referência de Mato Grosso do Sul — Ensino Médio para a área de Linguagens e suas Tecnologias. O referido documento apresenta um Organizador Curricular, que corresponde a um quadro composto por cinco (05) colunas contendo: eixo temático (campo de atuação social), habilidades, componente curricular, objeto de conhecimento e sugestões didáticas, os quais indicam os saberes que devem ser aprofundados com os estudantes, por meio de competências e habilidades, em cada componente curricular da área de conhecimento no respectivo ano, no sentido de dar respaldo pedagógico aos professores. Diante dessas e de outras propostas encontradas nos diferentes currículos para o Ensino Médio, vimos ser variadas as formas de se organizar as competências, as habilidades e os objetos de conhecimento: As competências, as habilidades e os objetos de conhecimento podem ser organizados por conceitos estruturantes, temas integrados, situações problemas, situações de aprendizagem e unidades temáticas. É recomendado que sejam organizados em uma escala de complexidade e integralidade e partindo dos conhecimentos gerais para os específicos. Nessa organização, os objetos de conhecimento são as expressões dos componentes curriculares que, em conjunto, potencializam o desenvolvimento das habilidades e competências das áreas do conhecimento. Antes de passarmos ao detalhamento das competências específicas da área de Linguagens, assista ao vídeo produzido pela Secretaria de Estado de Educação de Goiás, intitulado “Competências e habilidades na perspectiva da BNCC”: São sete as competências específicas da área do conhecimento de Linguagens e suas Tecnologias para o Ensino Médio. Veja quais são elas: 1 Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo. 2 Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação e combatendo preconceitos de qualquer natureza. 3 Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global. 4 Compreender as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, cultural, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo suas variedades e vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e coletivas, bem como agindo no enfrentamento de preconceitos de qualquer natureza 5 Compreender os processos de produção e negociação de sentidos nas práticas corporais, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expressão de valores e identidades, em uma perspectiva 6 Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais, considerando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções autorais individuais e coletivas, exercendo protagonismo de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas. democrática e de respeito à diversidade. 7 Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as dimensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de produzir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas e de aprender a aprender nos campos da ciência, cultura, trabalho, informação e vida pessoal e coletiva. Saiba Mais O material “Área de Linguagens na BNCC” faz uma síntese dos aspectos mais importantes definidos pela BNCC para cada um dos componentes da área de Linguagens (Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Artes e Educação Física). Leia o texto e assista aos vídeos, buscando identificar as particularidades de cada componente e as possibilidades de convergências entre eles com vistas à proposta interdisciplinar da BNCC. Você pode acessá-lo através do link, a seguir: https://movimentopelabase.org.br/acontece/area-de-linguagens-na-bncc/ Introdução: família, base da sociedade 1 (EM13LGG101) Compreender e analisar processos de produção e circulação de discursos, nas diferentes linguagens, para fazer escolhas fundamentadas em função de interesses pessoais e coletivos. 2 (EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentesmídias como forma de ampliar suas possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade. 3 (EM13LGG103) Analisar, de maneira cada vez mais aprofundada, o funcionamento das linguagens, para interpretar e produzir criticamente discursos em textos de diversas semioses. https://movimentopelabase.org.br/acontece/area-de-linguagens-na-bncc/ 4 (EM13LGG104) Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social. 5 (EM13LGG105) Analisar e experimentar diversos processos de remidiação de produções multissemióticas, multimídia e transmídia, como forma de fomentar diferentes modos de participação e intervenção social. 6 (EM13LGG202) Analisar interesses, relações de poder e perspectivas de mundo nos discursos das diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e verbais), para compreender o modo como circulam, constituem-se e (re)produzem significação e ideologias. 7 (EM13LGG203) Analisar os diálogos e conflitos entre diversidades e os processos de disputa por legitimidade nas práticas de linguagem e suas produções (artísticas, corporais e verbais), presentes na cultura local e em outras culturas. 8 (EM13LGG204) Negociar sentidos e produzir entendimento mútuo, nas diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais), com vistas ao interesse comum pautado em princípios e valores de equidade assentados na democracia e nos Direitos Humanos. 9 (EM13LGG301) Participar de processos de produção individual e colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais), levando em conta seus funcionamentos, para produzir sentidos em diferentes contextos. 10 (EM13LGG302) Compreender e posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação. 11 (EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões manifestados, para negociar e sustentar posições, formular propostas, e intervir e tomar decisões democraticamente sustentadas, que levem em conta o bem comum e os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global. 12 (EM13LGG304) Mapear e criar, por meio de práticas de linguagem, possibilidades de atuação social, política, artística e cultural para enfrentar desafios contemporâneos, discutindo seus princípios e objetivos de maneira crítica, criativa, solidária e ética. 13 (EM13LGG401) Analisar textos de modo a caracterizar as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso. 14 (EM13LGG402) Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de língua adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do discurso, respeitando os usos das línguas por esse(s) interlocutor(es) e combatendo situações de preconceito linguístico. 15 (EM13LGG403) Fazer uso do inglês como língua do mundo global, levando em conta a multiplicidade e variedade de usos, usuários e funções dessa língua no mundo contemporâneo. 16 (EM13LGG501) Selecionar e utilizar movimentos corporais de forma consciente e intencional para interagir socialmente em práticas da cultura corporal, de modo a estabelecer relações construtivas, éticas e de respeito às diferenças. 17 (EM13LGG502) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder subjacentes às práticas e discursos verbais e imagéticos na apreciação e produção das práticas da cultura corporal de movimento. 18 (EM13LGG503) Praticar, significar e valorizar a cultura corporal de movimento como forma de autoconhecimento, autocuidado e construção de laços sociais em seus projetos de vida. 19 (EM13LGG601) Apropriar-se do patrimônio artístico e da cultura corporal de movimento de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua diversidade, bem como os processos de disputa por legitimidade. 20 (EM13LGG602) Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade. 21 (EM13LGG603) Expressar-se e atuar em processos criativos que integrem diferentes linguagens artísticas e referências estéticas e culturais, recorrendo a conhecimentos de naturezas diversas (artísticos, históricos, sociais e políticos) e experiências individuais e coletivas. 22 (EM13LGG604) Relacionar as práticas artísticas e da cultura corporal do movimento às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica e econômica. 23 (EM13LGG701) Explorar tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC), compreendendo seus princípios e funcionalidades, e mobilizá-las de modo ético, responsável e adequado a práticas de linguagem em diferentes contextos. 24 (EM13LGG702) Avaliar o impacto das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) na formação do sujeito e em suas práticas sociais, para fazer uso crítico dessa mídia em práticas de seleção, compreensão e produção de discursos em ambiente digital. 25 (EM13LGG703) Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais. 26 (EM13LGG704) Apropriar-se criticamente de processos de pesquisa e busca de informação, por meio de ferramentas e dos novos formatos de produção e distribuição do conhecimento na cultura de rede. 2.4 O trabalho articulado entre os componentes da área de linguagens No novo cenário que se desenha para o Ensino Médio, voltado para a formação de um indivíduo crítico, competente e comprometido consigo mesmo, com o outro e com a natureza, é importante que se faça presente uma educação que busca produzir sentidos, estimulando a compreensão da realidade que extrapola as barreiras disciplinares. Os diversos saberes, atrelados aos contextos de sua produção, situados no tempo e no espaço, precisam integrar-se sob a perspectiva da interdisciplinaridade, promovendo a articulação entre os componentes de área para demonstrar que diferentes conhecimentos subsidiam a construção de outros, numa integração contínua de conhecimentos, em que se dá um diálogo entre campos do saber, a despeito dos componentes curriculares aos quais estejam ligados. Assim sendo, compreende-se que as estratégias pedagógicas, enquanto atividades planejadas para alavancar o desempenho dos estudantes, devem priorizar temáticas que atendam à construção da identidade, à leitura crítica de mundo e à promoção de ações voltadas para o bem comum numa perspectiva inter e transdisciplinar. Nesse sentido, o foco da área de Linguagens e suas Tecnologias no Ensino Médio está na ampliação da autonomia, do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens (verbais, corporais e artísticas); na identificação e na crítica aos diferentes usos das linguagens, explicitando seu poder no estabelecimento de relações; na apreciação e na participação em diversas manifestações artísticas e culturais; e no uso criativo das diversas mídias. (BRASIL, 2018). Importa ressaltar que os sentidos produzidos pela linguagem, representados por palavras, imagens, sons, gestos e movimentos materializam-se em cada componente curricular, estando todos os diferentes campos da atividade humana ligados ao uso da linguagem. Entendemos, então, ser esse o elo entre os componentes curriculares da área − Arte, Educação Física, Língua Inglesa e Língua Portuguesa. Componentes curriculares da área de linguagens Os componentes curriculares da área em debate são responsáveis por ampliar as habilidades no uso das diversas formas de linguagens. A seguir, vamos falar sobre o tratamento dado pela BNCC a cada um deles,e como essa abordagem se traduz nas práticas pedagógicas. O componente Arte na BNCC está centrado nas linguagens das artes visuais, dança, música, teatro e artes integradas, contribuindo para o desenvolvimento da autonomia criativa e expressiva dos estudantes, por meio da conexão entre racionalidade, sensibilidade, intuição e ludicidade. Ela é, também, propulsora da ampliação do conhecimento do sujeito relacionado a si, ao outro e ao mundo. É na aprendizagem, na pesquisa e no fazer artístico que as percepções e compreensões do mundo se ampliam no âmbito da sensibilidade e se interconectam, permitindo aos sujeitos estarem abertos às percepções e experiências, por meio da capacidade de imaginar e ressignificar os cotidianos e rotinas. Nessa perspectiva, o trabalho com as linguagens artísticas deve contemplar aspectos corporais, gestuais, teatrais, visuais, espaciais e sonoros, possibilitando aos estudantes explorar, de forma interconectada, as especificidades das Artes Visuais, do Audiovisual, da Dança, da Música e do Teatro. Esses processos criativos devem permitir incorporar estudo, pesquisa e referências estéticas, poéticas, sociais, culturais e políticas, para criar relações entre sujeitos e seus modos de olhar para si e para o mundo. Eles são, portanto, capazes de gerar processos de transformação, crescimento e reelaboração de poéticas individuais e coletivas. No decorrer desses processos, os estudantes podem também relacionar, de forma crítica e problematizadora, os modos como as manifestações artísticas e culturais se apresentam na contemporaneidade, estabelecendo relações entre arte, mídia, mercado e consumo. Podem, assim, aprimorar sua capacidade de elaboração de análises em relação às produções estéticas que observam/vivenciam e criam. Assim, o trabalho com a Arte no Ensino Médio deve promover o cruzamento de culturas e saberes, possibilitando aos estudantes o acesso e a interação com as distintas manifestações culturais populares presentes na sua comunidade. O mesmo deve ocorrer com outras manifestações presentes nos centros culturais, museus e outros espaços, de modo a garantir o exercício da crítica, da apreciação e da fruição de exposições, concertos, apresentações musicais e de dança, filmes, peças de teatro, poemas e obras literárias, entre outros. O componente Educação Física tem como objetivo principal promover ao estudante a apropriação crítica da cultura corporal, sendo esta o conjunto de sentidos e significados das práticas corporais construídas historicamente. Para tal apropriação crítica, a escola deve oferecer condições para que o estudante não apenas conheça os sentidos e significados nas práticas corporais, mas também construa e reconstrua, contribuindo para uma aprendizagem significativa e com foco no aluno. Exatamente devido a esse conjunto de sentidos e significados, símbolos e signos, a Educação Física Escolar faz parte da grande Área de Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias. Ou seja, o homem é produtor de textos não verbais, através da linguagem das práticas corporais (BRASIL, 1997). Além disso, toda produção cultural humana se traduz em movimento, sendo este intrínseco à cultura. Diferentemente de outras épocas da educação brasileira, na Base Nacional Comum Curricular e no Referencial Curricular Amapaense para o Ensino Médio, a Educação Física tem como foco a formação integral do estudante, contribuindo para a aprendizagem das competências gerais da BNCC, desenvolvendo habilidades por meio dos objetos de conhecimento relacionados às práticas corporais. Sendo assim, a BNCC propõe que as aulas de Educação Física no Ensino Médio devem aprofundar a reflexão sobre as práticas corporais através não somente de vivências, mas também pela reflexão sobre a própria prática, atribuindo a elas valores e sentidos para a apropriação e uso crítico e consciente para a vida. Desse modo, deve-se buscar promover experiências pedagógicas que permitam aos estudantes reconhecerem o significado da cultura corporal por meio da sua prática contemporânea e histórica, do estudo e da pesquisa de textos científicos, jornalísticos, jurídicos e normativos, além da apreciação de manifestações artísticas. O componente Língua Inglesa propicia a criação de novas formas de interação e participação dos alunos em um mundo social cada vez mais globalizado, em que fronteiras entre países e interesses pessoais, locais, regionais, nacionais e transnacionais podem possibilitar a todos o acesso aos saberes linguísticos e ampliar as possibilidades de interação e mobilidade. E nesse caráter formativo, proposto desde o Ensino Fundamental, em que se inscreve a aprendizagem do inglês em uma perspectiva de educação linguística, consciente e crítica na etapa do Ensino Médio, segundo as orientações e aprendizagens essenciais definidas na BNCC desta etapa. (BRASIL, 2018) Assim, a Língua Inglesa, cujo estudo é obrigatório no Ensino Médio (LDB, Art. 35-A, § 4º), continua a ser compreendida como língua de caráter global, utilizando-se da multiplicidade e variedade de usos, usuários e funções na contemporaneidade, permitindo, portanto, aos estudantes ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade, explorar as culturas digitais, aprofundar estudos e pesquisas, ampliar os projetos de vida e as perspectivas em relação à sua vida pessoal e profissional. Nessa concepção, esse componente permite entender a língua como um fenômeno marcado pela heterogeneidade e variedade de registros, dialetos, estilizações e usos bem variados, fazendo com que o estudante respeite todas essas diferenças, posicione-se criticamente diante de diversas visões de mundo e interaja com grupos multilíngues e multiculturais. A BNCC do Ensino Médio traz como proposta para o ensino da Língua Inglesa que seu status mude de língua estrangeira para língua franca, ou seja, é a língua que diversas pessoas, que falam idiomas diferentes, adotam para a comunicação entre si. Nesse sentido, a BNCC legitima o Inglês, não só como a língua falada em países como nos Estados Unidos ou na Inglaterra, mas como uma oportunidade de acesso ao mundo globalizado. Com esse conhecimento, todos os jovens e crianças têm a possibilidade de exercer a cidadania e ampliar suas possibilidades de interação nos mais diversos contextos. Através da perspectiva de língua franca, o Inglês deixa de ser apenas dos falantes nativos (para os quais é ensinada como língua materna), e passa a ser uma língua que varia, nos diferentes contextos, trazendo uma visão de educação linguística voltada para a interculturalidade, desvinculada da noção de posse de um ou outro território. Deste modo, a língua inglesa não é mais aquela do “estrangeiro”, oriundo de países hegemônicos, cujos falantes servem de modelo a ser seguido, nem tampouco se trata de uma variante da língua inglesa. Nessa perspectiva, são acolhidos e legitimados os usos que dela fazem falantes espalhados no mundo inteiro, com diferentes repertórios linguísticos e culturais, o que possibilita, por exemplo, questionar a visão de que o único inglês “correto” – e a ser ensinado – é aquele falado por estadunidenses ou britânicos (BNCC, 2018) O componente Língua Portuguesa é o único que tem suas competências e habilidades específicas descritas na BNCC. Esse componente, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio, deve estar presente em todos os anos do Ensino Médio e também nos itinerários formativos.As habilidades específicas do componente Língua Portuguesa são responsáveis pela integração efetiva com os demais componentes da área, promovendo aos estudantes experiências significativas na utilização das práticas de linguagem em diferentes mídias e gêneros textuais dentro dos cinco campos de atuação social propiciando o desenvolvimentode práticas cidadãs, culturais e sociais em seus estudos. A BNCC propõe que os estudantes possam vivenciar experiências práticas de linguagem em diferentes mídias (impressa, digital, analógica), situadas em campos de atuação social diversos, vinculados com o enriquecimento cultural próprio, as práticas cidadãs, o trabalho e a continuação dos estudos. (BRASIL, 2018) Partindo deste pressuposto, a Língua Portuguesa integrada aos demais componentes da área, deve levar aos discentes um ensino em que as aprendizagens estejam voltadas às diversas práticas de linguagens e seus contextos de produção/recriação, a maneira de inter-relação entre os sujeitos e a relação destes com as várias formas de desenvolver o ato de comunicar, expressar valores, perceber e analisar ideologias, tomar atitudes éticas e saber lidar com sentimentos. Desse modo, é preciso trabalhar com os componentes da área de forma interdisciplinar assegurando direitos linguísticos aos diferentes povos e grupos sociais brasileiros. Para tanto, é previsto que os estudantes desenvolvam competências e habilidades que lhes possibilitem mobilizar e articular conhecimentos desses componentes simultaneamente às dimensões socioemocionais, em situação de aprendizagem que lhes sejam significativas e relevantes para sua formação integral. A BNCC, no que tange à Língua Portuguesa, divide as práticas de linguagem em quatro categorias: leitura, escuta, produção de textos (orais, escritos, multissemióticos) e análise linguística/semiótica. As Práticas de Leitura e Escrita ampliam o repertório do aluno, garantindo-lhe ter acesso à leitura e produção dos chamados textos multissemióticos, ou seja, textos que extrapolam a ideia da escrita, incorporando elementos de diversas mídias e linguagens. As Práticas de Oralidade enquadram-se na concepção de textos multissemióticos, sendo possível considerar podcasts, textos teatrais, debates, jogos argumentativos, vídeos e produções nos quais a voz do aluno seja respeitada, de forma protagonista e reflexiva. O Eixo da Análise Linguística/Semiótica durante o processo de leitura e produção de textos (orais, escritos e multissemióticos) requer procedimentos de análise e avaliação cognitiva na observação das materialidades dos textos e seus efeitos. Em consonância com o que diz a BNCC, de que a semiose é um sistema de signos em sua organização própria, é possível explorar a diversidade de linguagens, promovendo reflexões que envolvam o exercício de análise de elementos discursivos, composicionais e formais de enunciados nas diferentes semioses visuais (imagens estáticas e em movimento), sonoras (música, ruídos, sonoridades), verbais (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita) e corporais (gestuais, cênicas, danças). Os elementos e páginas textuais trazem consigo não apenas a linguagem verbal escrita, como também recursos visuais. Partindo-se dessa premissa, há um universo de elementos imagéticos e visuais que corroboram na geração de determinados efeitos de sentido, como a seleção das cores empregadas em um dado texto, a seleção da letra, do formato, da cor e outros, proporcionados pela disseminação da tecnologia. Dessa forma, novas modalidades vão surgindo e o texto passa a assumir um caráter multimodal. Assim, o trabalho com essas práticas contemporâneas de linguagem na escola assume maior importância no Ensino Médio, tendo em vista os novos letramentos, multiletramentos e as práticas de cultura digital, que permitem ao estudante desenvolver habilidades nas diversas linguagens. Nesse sentido, a BNCC procura contemplar a cultura digital, diferentes linguagens e diferentes letramentos, desde aqueles basicamente lineares, com baixo nível de hipertextualidade, até aqueles que envolvem a hipermídia. (BRASIL, 2018). Em relação à literatura, a leitura do texto literário, que ocupa o centro do trabalho no Ensino Fundamental, deve permanecer nuclear também no Ensino Médio. Por força de certa simplificação didática, as biografias de autores, as características de épocas, os resumos e outros gêneros artísticos substitutivos, como o cinema e as histórias em quadrinhos, têm relegado o texto literário a um plano secundário do ensino. Assim, é importante não só (re)colocá-lo como ponto de partida para o trabalho com a literatura, como intensificar seu convívio com os estudantes. Para além da simples apresentação cronológica e histórica, o desenvolvimento da prática de leitura de obras literárias, em seus diversos gêneros textuais, visa promover a formação do leitor-fruidor, pela imersão dos estudantes no mundo criativo da literatura ao longo de todas as etapas do ensino fundamental, assegurando o desenvolvimento de um olhar crítico sobre o contexto de produção, recepção e circulação de discursos literários e a apreensão de sentidos para o exercício do diálogo cultural. É desse pressuposto que a área de Linguagens no Ensino Médio deve mediar as aprendizagens dos jovens e juventudes que nasceram num tempo de transformações científicas e que presenciam o avanço da cultura digital nas diferentes esferas da sociedade contemporânea. Assim, as novas leituras e comportamentos leitores, o processo de autoria, a compreensão do ser/estar no mundo continua exigindo dos sujeitos que vivem e fazem educação: repensar posturas de práxis pedagógicas sobre o próprio fazer pedagógico do ato de ensinar, mediar conhecimento. O diálogo entre os componentes da área de Linguagens O ponto de partida para que Arte, Educação Física, Língua Inglesa e Língua Portuguesa não se tornem meros instrumentos disciplinares com conhecimentos estanques e sem significados na vida do jovem e das juventudes da nova era implica pensar a educação das juventudes de forma que a dimensão crítico-reflexiva sobre o saber ensinado nas escolas esteja constantemente em prática. Assim, a área de Linguagens, como propulsora de estudos e reflexões sobre os campos de atuação e suas práticas de usos e criação, deve apresentar diálogos, discursos, gêneros de discursos, textos orais, escritos e audiovisuais, novos formas de leitura e compreensão de textos multimídias, transmídias com contextos articulados e inter-relacionados. Veja, a seguir, algumas sugestões didáticas para os componentes curriculares da área de linguagens (a serem articuladas aos campos de atuação, às habilidades e aos objetos de conhecimento estabelecidos pelos currículos estaduais em relação à área): Arte • Investigação e análise da arte africana, sua origem e características, bem como sua influência na formação da cultura e do folclore brasileiro, contrastando e ressignificando as diferentes visões de mundo que cada grupo traz em si e em suas manifestações artísticas e sociais. Atividades relacionadas: produção de máscara, escultura, pintura, dança e/ou música, para vivenciar a cultura africana, com respeito ao uso das linguagens artísticas, sem preconceitos e limitações de gostos pessoais, expressando ideias e atuando nos mais diversos contextos da vida social. • Pesquisa sobre as diversas culturas dos povos Maias, Incas e Astecas, no período Pré-Colombiano, utilizando diferentes tecnologias, bem como recursos digitais, para acesso e apreciação das práticas e dos repertórios artísticos desses povos antigos, de modo reflexivo, ético e responsável. Atividades relacionadas: produção de seminários, retomando os conhecimentos referentes a esse gênero, para compartilhamento das informações sobre as principais características socioculturais desses povos. • Investigação sobre o Renascimento e os patamares da Renascença Europeia, das pinturas, dos principais artistas, escultores e da importância da arquitetura renascentista para o mundo. Questionamentos e análise relacionados à valorização temporal da arte, por meio de instrumentos diversos, para a formação de julgamentoséticos, estéticos e políticos nas produções artísticas e culturais. Atividades relacionadas: valendo-se das linguagens artísticas, criar e/ou reconstruir artes digitais inspiradas nas obras renascentistas e ou desenhos, grafites, histórias em quadrinhos, tirinhas, charges, seminários, dentre outros, contrastando com a atualidade e valorizando a produção criativa. • Pesquisa sobre a Música no Brasil e a Música Popular Brasileira (MPB), os compositores, músicos e intérpretes que se destacaram no país, no final do século XIX e no decorrer do século XX. Identificação das diferentes fontes sonoras convencionais (instrumentos musicais) e não convencionais (movimentos com o corpo e objetos que podem produzir sons) usadas nessas composições. Atividades relacionadas: criação de videoclipes com músicas produzidas, por meio de percussão corporal, a fim de transformar o corpo em instrumentos musicais e/ou usando as novas tecnologias digitais, para criar efeitos sonoros. É possível, ainda, elaborar paródias, seminários, apresentações, dentre outros, explorando as habilidades musicais de cada estudante, mediante a experimentação, desenvolvendo a organização, determinação, responsabilidade e o trabalho em conjunto. Educação Física • Pesquisa, em diferentes mídias, sobre o conceito de lazer e sua garantia nas práticas inclusivas, como um direito de todos, em seu período de ociosidade, bem como dos tipos de lazer ofertados na comunidade e fora dela (clubes, praças ao ar livre, espaços abertos ou fechados ao público). Atividades relacionadas: discussão sobre os espaços disponíveis, em âmbito local e/ou regional, para o entretenimento a partir de atividades esportivas; organização de cronograma para ações recreativas em ambiente escolar, a fim de vivenciar momentos de lazer que poderão ser, posteriormente, compartilhados em ambiente familiar, desenvolvendo o entusiasmo e praticando a iniciativa social como indivíduo protagonista de sua aprendizagem. • Investigação da realidade acerca das práticas da linguagem corporal, para compreensão crítica de diferentes pontos de vista sobre temas controversos, de relevância social das modalidades esportivas. Uso significativo das diversas linguagens em várias mídias e semioses que levem em consideração a abordagem sobre ações discriminatórias no esporte. Atividades relacionadas: promoção de um festival audiovisual com encenações de situações de preconceitos, relacionadas ao mundo do esporte, fomentando a empatia e o respeito e combatendo discursos discriminatórios. Problematização, a partir de questionamentos sobre os prós e contras do uso de videogames no desenvolvimento cognitivo e motor; uso das tecnologias como ferramentas pedagógicas e inclusivas, de modo que, nesse processo, compreenda-se o significado da gamificação, com curiosidade para aprender e estímulo à imaginação criativa. Atividades relacionadas: análise dos tipos de habilidades motoras executadas, dos seus benefícios e malefícios, e orientação quanto à postura adequada, visando à produção autoral de manuais ergonômicos. • Pesquisa e reflexão sobre os aspectos fisiológicos para compreensão e apropriação dos princípios relativos à manutenção da saúde e ao corpo. Atividades relacionadas: selecionar e praticar atividades físicas variadas, observando as alterações fisiológicas ocorridas no corpo; produzir material, como, por exemplo, um e-book, a respeito dos processos fisiológicos observados − respiração, circulação, digestão, dentre outros −, de forma colaborativa, estimulando a criatividade e o engajamento com o outro. Língua inglesa • Leitura e discussão de textos em língua inglesa, veiculados em diferentes suportes de comunicação, como jornais e revistas, pertinentes à faixa etária que tratem dos Temas Transversais Contemporâneos: consumo, trabalho e/ou violência no meio juvenil. Verificação da veracidade dos fatos, nos canais de comunicação, reconhecendo o que são realmente fatos ou fake news e desenvolvendo a autogestão e a amabilidade. Atividades relacionadas: produção de textos multimodais (tirinhas, charges, HQs, memes e/ou gifs), por meio de aplicativos, desenhos e/ou outros recursos digitais. Reflexão, ampliação e prática das competências linguísticas na criação de manchetes jornalísticas, com ênfase nos quantifiers (much, many, few, little, a lot of, some and any) e tempos verbais no presente. • Apropriação de elementos de obras ou textos, observando as características de cada gênero textual, bem como os termos neles utilizados, enfatizando o uso do verbo modal - Would para fazer um convite, um pedido ou oferecer algo a alguém. Atividades relacionadas: leitura de textos clássicos e contemporâneos, com temas abrangentes da Cultura Pop, para criação de fanfics, com apresentação de versões finais diferentes e/ou comparação de personagens, incentivando a imaginação criativa e a curiosidade para aprender. • Utilização de filmes ou documentários que tenham como foco temas sobre questões multiculturais, científicas e/ou tecnológicas, de meio ambiente e sustentabilidade, para gerar discussões, produções escritas, encenação de diálogos, etc., visando à ampliação do vocabulário, ao desenvolvimento da pronúncia (speaking) e à compreensão auditiva (listening), para fortalecer a empatia e o entusiasmo. Atividades relacionadas: elaboração de ações didáticas que possibilitem a produção textual, a aplicação dos conhecimentos gramaticais necessários às produções e a análise coletiva ou, ainda, a troca dos textos para serem revisados, tendo como base um parâmetro de correção pré-definido pelo grupo. • Leitura de textos que privilegiem o uso da linguagem não-verbal ou multimodal (cartoons, HQs, charges), nos quais os recursos linguístico- discursivos possam ser empregados, obedecendo a uma gradação de complexidade cognitiva, à pronúncia adequada das palavras em língua inglesa, para aprimorar a fluência do idioma e favorecer a comunicação. Atividades relacionadas: produção colaborativa de texto oral ou escrito em podcasts, vídeos e demais recursos tecnológicos, além de charges e/ou textos jornalísticos opinativos em inglês, visando promover a discussão e a reflexão sobre a sociedade atual, a cidadania, bem como ação e intervenção na comunidade escolar. Língua portuguesa • Abordagem de Temas Transversais Contemporâneos de interesse local e global, por meio de pesquisa bibliográfica, problematização e análise de situações de conflitos, preconceitos e ideologias, materializados nos discursos veiculados em mídias diversas. Leitura e análise de situações comunicativas de uso formal e informal da língua, em que sejam apresentadas, de forma oral e escrita, as variantes linguísticas. Problematização e investigação de discursos que atribuem a algumas variantes da língua a condição de prestígio ou desqualificação, com foco na adequação dos níveis de linguagem. Atividades relacionadas: produção escrita de textos informativos, notícias, telejornais, documentários, editoriais, fotodenúncias, fotorreportagens, oportunizando a vivência do papel de repórter, analista crítico e editorialista, relacionando-a aos aspectos linguísticos voltados aos usos notacionais da língua padrão. Socialização das referidas produções com a comunidade escolar interna e externa, em redes sociais, jornal da escola e/ou da cidade, expressando as opiniões e os pontos de vista, com organização, segurança e respeito. • Análise da intertextualidade intergêneros (hibridização decorrente da mistura de gênero), no meio virtual, tendo em vista a estrutura textual, finalidade, intencionalidade, o público-alvo, os recursos visuais e linguísticos, conteúdos temáticos, dentre outros, que possibilitam a identificação dos gêneros, observando que estes, assim como a linguagem,são dinâmicos, por isso, podem sofrer alterações ao longo dos anos. Atividades relacionadas: produção colaborativa de um gênero textual, aliando, por exemplo, elementos próprios do gênero poesia ao gênero anúncio publicitário, em ambientes digitais, com o propósito de melhorar a comunicação com o interlocutor e permitir que este interprete, adequadamente, todas as informações. Nesta ação, é possível o desenvolvimento da curiosidade para aprender, da imaginação criativa e do interesse artístico, promovendo a abertura a novas experiências estéticas, culturais e intelectuais. • Pesquisa sobre os empréstimos linguísticos no cotidiano dos brasileiros, objetivando a reflexão sobre seu uso em charges, fotos, figuras, dentre outros. Seleção de anglicismos, para discussão relacionada à pronúncia e contribuição de palavras e expressões advindas do inglês nos discursos, bem como adaptações de vocábulos desse idioma para a língua portuguesa. Atividades relacionadas: produção de artigos de opinião, de forma crítica e colaborativa, que comprovem a necessidade ou não do emprego de estrangeirismos na Língua Portuguesa, com defesa de ponto de vista sustentado por argumentos que expressam a ideologia dos integrantes do grupo. • Investigação sobre a estrutura de gêneros híbridos, a partir de variados textos, observando, por exemplo, as reflexões e digressões líricas, humorísticas, sociais e políticas contidas na crônica que contempla o jornalismo e a literatura. Atividades relacionadas: criação autoral de blogs e/ou fanpages, com temas atuais relacionados à comunidade escolar, a fim de servir como intervenção social, utilizando os recursos da língua e as ferramentas que permitam a publicação gratuita em sites, com ética e responsabilidade. RESUMINDO Pensar em um Ensino Médio estruturado para os estudantes de hoje é, principalmente, evidenciá-los como protagonistas desse novo modelo. Para isso, na interação com as diversas linguagens, é importante: • ouvir os(as) estudantes, assumindo-se uma escuta sensível para uma postura de compreensão de que podem contribuir de forma ativa na construção do cotidiano escolar; • desenvolver planejamentos que partam de suas problemáticas reais, do mundo e daquilo que pensam sobre o mundo; • realizar proposições com linguagens nas quais se definem os modos de fazer linguagem; • fazer com que as proposições elaboradas por meio das linguagens nos espaços da escola ganhem sentido no espaço social para além dela; • proporcionar tempos de partilha com estudantes, professores e comunidade; • compreender que conhecimento, vivência e experiência são conceitos diferenciados e podem ser aprofundados na relação com as linguagens; • valorizar as identidades culturais; • considerar as diversidades em seus aspectos sociais, culturais, ambientais, de gênero, de etnias, políticos e econômicos no processo de construção e organização do trabalho pedagógico; • compreender que o erro é parte do processo de aprendizagem com as linguagens, pois possibilita a compreensão de que existem diversas verdades; • repensar as rotinas, os tempos e os espaços da escola para que as linguagens possam ser manifestadas no contexto escolar de maneira livre; e • descobrir outras formas de organização das escolas, novos arranjos de conhecimentos e formas de ensinar mais consoantes com as concepções de mundo dos sujeitos e com os desafios do século XXI na relação com as linguagens e as suas tecnologias. Vimos que os princípios que devem nortear o Ensino Médio são a educação emancipatória e o protagonismo juvenil, sempre tendo em vista a discussão de temas contemporâneos e a articulação com etapas anteriores do processo de ensino. Nessa proposta, o Ensino Médio torna-se um momento escolar mais atraente, engajador e significativo para os estudantes. Para tanto, a escola deve compreender que os jovens necessitam ser considerados em suas múltiplas dimensões, com especificidades próprias, mas que se encontram articuladas com uma multiplicidade de atravessamentos sociais e culturais. A noção ampliada e plural de juventudes significa, portanto, entender as culturas juvenis em sua singularidade. Considerar que há muitas juventudes implica organizar uma escola que acolha as diversidades, promovendo, de modo intencional e permanente, o respeito à pessoa humana e aos seus direitos. Considerações finais Parabéns! Você chegou ao final do módulo 1 da Formação em Linguagens e suas Tecnologias! Especialistas consideram que um ponto forte da BNCC está no desenvolvimento de competências, com habilidades que articulam a aquisição de conhecimentos. As habilidades dizem aquilo que os alunos são capazes de fazer, em vez de simplesmente destacar os conhecimentos e a compreensão que se espera que eles adquiram. Esse pressuposto está presente também na proposta do Novo Ensino Médio e nas formulações curriculares dele oriundas. A Formação Geral Básica é a parte comum do currículo onde todos os estudantes terão acesso aos conhecimentos essenciais para a sua formação integral, tendo sido construída a partir da BNCC. Este Módulo 1 parte de um curso de aperfeiçoamento de professores com foco na BNCC e no Novo Ensino Médio, e tratou da Formação Geral relacionada à área de Linguagens e suas tecnologias, buscando subsidiar professores para a implementação de novas práticas pedagógicas. Em continuidade, o Módulo 2 tratará dos Itinerários Formativos e seus Eixos Estruturantes. Entre os currículos estaduais já reformulados e homologados, é possível perceber que as proposições avançaram sobremaneira no quesito da flexibilidade dos conteúdos e na promoção do protagonismo juvenil. Além disso, puderam ser observadas preocupações específicas com a questão da diversidade e das especificidades regionais, aproximando os currículos da realidade dos estudantes de cada estado. Outro aspecto de destaque foi a observância do diálogo entre as áreas, não mais vistas como conteúdos estanques e, sim, como conhecimentos que se integram, se atravessam e promovem a inserção social e a postura cidadã do estudante. Esperamos que você tenha aproveitado o conteúdo estudado. Se quiser aprofundar ainda mais seus estudos, veja a lista de referências no próximo slide. Referências RASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em 12 ago. 2021. BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em 12 ago. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB n.º 5, de 04 de maio de 2011. Define Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&ali as=8016- pceb005-11&category_slug=maio-2011-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 12 ago. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília/DF, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base. Acesso em: 12 ago. 2021. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=8016-%20pceb005-11&category_slug=maio-2011-pdf&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=8016-%20pceb005-11&category_slug=maio-2011-pdf&Itemid=30192 http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. Guia de Implementação do Novo Ensino Médio. 2019. Disponível em: http://novoensinomedio.mec.gov.br/resources/downloads/pdf/Guia.pdf. Acesso em: 12 ago. 2021. http://novoensinomedio.mec.gov.br/resources/downloads/pdf/Guia.pdfUNIDADE II – Competências gerais da BNCC e competências específicas da Área de Linguagens no Ensino Médio: subsídios para a Formação Geral Básica 2.1 Competências gerais da BNCC 2.2 As competências no Ensino Médio 2.3 Competências específicas de Linguagens e suas tecnologias no Ensino Médio Introdução: família, base da sociedade 2.4 O trabalho articulado entre os componentes da área de linguagens Componentes curriculares da área de linguagens O diálogo entre os componentes da área de Linguagens Arte Educação Física Língua inglesa Língua portuguesa Considerações finais