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Prévia do material em texto

Thomas E. Trask 
David A. Womac 
 
 
Digitalizado : Karmitta 
Semeadores da Palavra 
Revisado: Escriba Digital 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma 
chamada ao 
despertamento 
espiritual 
 
 
Todos os direitos reservados. Copyright © 1997 para a língua portuguesa da Casa 
Publicadora das Assembleias de Deus. 
 
 
Título do original em inglês: Back lo the Altar Gospel Publishing House 
Springfieid,Missouri, USA Primeira edição em inglês: 1994 
Tradução: Leclerc Victer Caitano 
Capa: Hudson Silva 
 
 
 
 269 - Avivamento 
 Trask, Thomas E. & Womack, David A. TRAd De volta para o 
Altar.../ Thomas E. Trask & David A. Womack 
1ª ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 
1997. p. 184. cm. 14x21. 
ISBN 85-263-0100-4 
1. Avivamento Espiritual 
CDD 
269 - Avivamento Espiritual 
 
 
 
Casa Publicadora das Assembleias de Deus 
Caixa Postal 331 
20001-970, Rio de Janeiro, RJ, Brasil 
1ª edição/1997 
 
Índice 
 
Prefácio..........................................................................................................5 
1 Desperta, Tu que Dormes....................................................................9 
2 Chamada ao Avivamento..................................................................19 
3 Chamada ao Arrependimento ........................................................31 
4 O Poder Pentecostal e a Igreja...........................................................45 
5 Avivamentos na Bíblia......................................................................60 
6 Redescobrindo o Pentecoste..............................................................71 
7 O que Significa Ser Pentecostal........................................................86 
8 Retorno à Santidade..........................................................................97 
9 Ser Igreja e Viver como Igreja........................................................106 
10 O Louvor e Adoração......................................................................118 
11 Assim Diz o Senhor.........................................................................129 
12 Onde Começa o Avivamento..........................................................146 
13 Chamada Pentecostal ao Altar.........................................................157 
 
 
 
 
 
 
Prefácio 
 
 
Esta obra que propaga uma chamada ao avivamento espiritual foi 
escrita em poucos meses. Entretanto, sua preparação veio através de 
décadas de experiências de dois pregadores das assembléias de Deus. 
Um grande número de pessoas, entre irmãos e líderes, contribuíram 
grandemente para a elaboração deste livro. 
Todo aquele que sempre conheceu as maravilhas do fogo pentecos-
tal não poderá jamais estar satisfeito com o fenecer das brasas do aviva- 
mento. 
Nosso propósito não é retornar ao início do século XX, mas salientar nossa 
associação à mesma fonte de poder, da qual brotou o avivamento de nossos 
antepassados — o Cristianismo originário da Igreja do Novo Testamento. 
Nos parágrafos que se seguem, falaremos sobre cada uma destas associa- 
ções separadamente, e nos demais, de forma globalizada. 
Thomas E. Trask: 
Este livro é o resultado da conscientização que Deus tem gerado em nossos 
corações, sobre a obra do Espírito Santo, e pode ser resumido em duas 
palavras: necessidade e desejo. 
 
 
 
 
 
 
 
A primeira tarefa do Espírito Santo na vida do crente é fazer com que 
ele seja capaz de perceber a sua grande necessidade de Deus. Com o 
fracasso do mundo em atender às necessidades básicas do homem, é mais 
do que imperativo que a Igreja se levante para ser um hospital que salve 
vidas, leve cura aos doentes e proporcione conforto aos feridos. O aviva- 
mento trará vida e sensibilidade à Igreja. O Espírito Santo nos levará a 
tomar posse das oportunidades dadas por Deus ao ministério. Olhos que se 
encontram fechados serão abertos, e todos os cristãos verão e sentirão 
como Cristo. Além disso, estaremos cumprindo suas ordenanças, no 
tocante à obra e plenitude do Espírito. 
Mas é também tarefa do Espírito Santo colocar desejo e fome de 
mais e mais do Senhor em nossos corações. 
Ao contemplarmos as necessidades do mundo e nossa total 
incapacidade para satisfazê-las, perceberemos então a nossa completa 
dependência de Deus! 
Isto nos motivará a correr para Ele, com um ardente anseio pelo 
poder capacitador do Espírito Santo. Este desejo nos dará fome da presença 
e da palavra de Deus e também da plenitude de seu Espírito, que será 
satisfeita somente através da oração. As Escrituras declaram que "Sião 
esteve de parto e já deu à luz" (Is 66.8). Cremos que Deus já está criando, 
dentro dos corações de líderes e membros das Assembleias de Deus, algo 
gerado pelo Espírito, que causará o avivamento e o estabelecimento do seu 
reino. 
David A. Womack: 
Alguns anos atrás, voltei à velha fazenda onde passei parte da minha 
infância. Tudo havia mudado. As cabras com as quais brincava já não 
estavam mais lá. No lugar onde havia uma pequena casa de dois como dos, 
com dois chiqueirinhos e um celeiro com feno, outra casa havia sido 
construída, pois a primeira fora totalmente consumida por um incêndio. Os 
castores haviam represado o riacho onde eu costumava pescar e tomar bons 
banhos; e o pior, todas as trilhas e caminhos que eu havia feito pela fazenda 
estavam cobertos pelo mato. Vários dias de verões escaldantes e rigorosos 
invernos destruíram todas as evidências de que eu estive lá! 
Enfrentamos hoje um problema similar nas Assembleias de Deus. Os 
antigos caminhos se foram e poucos se lembram onde começaram, como 
foram usados e em que direção. Com o passar das gerações, não podemos 
depender de memórias longínquas do antigo Movimento Pentecostal, mas 
precisamos experimentar um novo avivamento espiritual para o século 
XXI! 
O objetivo deste livro não é apontar erros, mas encontrar soluções. 
Avivamento é sobrevivência. Não implica em retornar ao passado, mas sim 
ao avivamento original do Novo Testamento, marca registrada do 
cristianismo apostólico nascido no dia de Pentecostes. 
Deixe-me fazer uma tentativa, para que o leitor compreenda como 
cheguei a trabalhar com Thomas neste livro. 
Há um velho ditado dos indígenas de Burkina Faso, Oeste da África, 
que diz: "A pedra que se misturou com os feijões entrou na panela!" Rego- 
zijo-me pelo fato de estar sob a liderança desses dedicados homens de 
Deus. Homens que foram chamados para conduzir um avivamento: o 
superintendente geral das Assembleias de Deus nos Estados Unidos, pastor 
Thomas E. Trask; o assistente geral, pastor Charles T. Crabtree; o secretá- 
rio geral, pastor George O. Wood; e o tesoureiro geral, pastor James K. 
Bridges. 
Por todo o livro, identificarei as minhas narrativas, as de Thomas E. 
Trask e a de outros líderes. Entretanto, o leitor deve reconhecer que o livro 
em sua totalidade foi desenvolvido com grande esforço, cooperação, muitos 
diálogos fervorosos e momentos de grande sensibilidade e unção divina. 
Essas podem ser as nossas palavras, mas cremos que tudo o que realizamos 
foi pela vontade e ordem de Deus. 
Como contribuição ao nosso trabalho, o livro inclui notas de oficiais, 
ministros e muitos outros, que, com os autores, escreveram especificamente 
para este projeto, os quais serão identificados pelo autor, conforme forem 
sendo citados. 
Não houve nenhuma tentativa de apresentarmos o avivamento sob o 
ponto de vista subjetivo. Na verdade, tornou-se muito claro para nós que o 
tema despertamento espiritual veio ao encontro da atual necessidade de um 
Movimento Pentecostal. Muitos leitores irão sugerir outras passagens 
bíblicas que poderíamos ter usado. No entanto, nossa pretensão é que este 
livro se adapte completamente à nova onda de intensa renovação, de 
pregações ungidas e de escritores inspirados através de nosso movimento, a 
fim de trazer todos dejoelhos perante o Senhor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
Desperta, Tu que Dormes! 
 
Desde crianças, temos ouvido o velho comentário: "O que esta igreja 
precisa não é apenas de um despertamento, mas de uma ressurreição!" Na 
verdade, isto faz uma pequena diferença de como identificamos a condição 
da igreja. Para pessoas comissionadas a levar o Evangelho a todo o mundo, 
o fato de a igreja estar doente, adormecida ou "morta" é apenas uma leve 
consequência pelo fato de a incumbência divina não estar sendo cumprida. 
Se a igreja está doente, temos um poderoso remédio, infinitamente capaz de 
nos abençoar com uma vida nova. Se a igreja dorme, ao invés de estar 
trabalhando, precisamos chamá-la a um despertamento. Se a igreja está 
morta, precisamos lembrá-la da visão do profeta Ezequiel sobre o vale de 
ossos secos. 
Ossos Secos (Ez 37.1-14) 
Uma das características típicas de uma pregação pentecostal é o fato 
de sempre usarmos histórias bíblicas, contextualizando-as às nossas vidas. 
E isso não é apenas uma aproximação alegórica das Escrituras para crermos 
firmemente que são legítimas. Mas é a razão pela qual vemos um 
significado especial nas histórias, além de seu valor secular. 
Durante o cativeiro de Israel na Babilônia, no século VI A.C, o 
Espírito do Senhor levou o profeta Ezequiel a um vale que estava cheio de 
ossos secos e perguntou: "Poderão viver esses ossos?" 
Ezequiel compreendeu que aqueles ossos representavam a condição 
espiritual do povo de Deus, e não viu nenhum motivo para sentir-se 
animado. Mas respondeu: "Senhor Jeová, tu o sabes". 
Ezequiel pensou que sua tarefa seria juntar todos aqueles ossos e dar-
lhes um enterro decente. Mas Deus tinha planos diferentes. Ele nunca 
desiste do seu povo. Deus disse: "Profetiza sobre estes ossos e dize-lhes: 
Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor". Não havia programação, nem 
anúncios, nem homenageados e muito menos música ambiente ao fundo. 
Deus determinou: "Pregue!" A resposta para o problema da sequidão foi 
pregar com poder, para que muitos mortos levantassem. Ossos secos 
podem reviver. Se ministrarmos a Palavra com poder e autoridade, muitos 
se levantarão! 
Deus declarou: "Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis... e 
sabereis que eu sou o Senhor". 
Ezequiel escreveu: "Então profetizei como se me deu ordem. E 
houve um ruído, enquanto eu profetizava; e eis que se fez um reboliço e os 
ossos se juntaram, cada osso ao seu osso". Músculos e nervos vieram sobre 
os ossos, e estendeu-se a pele sobre eles. Você crê nisso? Então Deus disse: 
"Profetiza ao Espírito... assim diz o Senhor..." 
Ezequiel sabia que o Espírito estava associado com o sopro de Deus. 
A palavra do hebraico para espírito é ruach, que também significa "fôlego" 
ou "vento". Ezequiel levantou-se diante daqueles ossos secos e profetizou 
ao vento. E "então o espírito entrou neles e viveram, e se puseram em pé, 
um exército grande em extremo". 
Hoje, nem as necessidades nem as soluções mudaram. A cura de 
Deus para uma igreja "morta" ainda é pregar! Aliás, mais que isso — 
profetizar! Ezequiel não entregou àqueles ossos um sermão de três partes 
acerca de sua teologia sobre a morte. Ele simplesmente ouviu a voz de 
Deus e entregou a Palavra do Senhor. Ele falou com autoridade e 
experiência: "Assim diz o Senhor..." 
Não houve nenhum movimento da parte dos ossos pela manutenção 
da vida, nenhuma organização, nenhum pedido de socorro! O Espírito do 
Senhor levou Ezequiel ao vale de ossos secos e lhe disse crer no impossí- 
vel, para proclamar a Palavra de Deus a um povo desconjuntado e 
corrompido e ver toda uma nação se levantar com vida novamente. 
Observemos que Deus ordenou: "Profetiza!" E Ezequiel obedeceu. 
Por mais que lhe parecesse impossível ou uma total perda de tempo, ele 
agarrou-se racionalmente à sua nova experiência com Deus e cumpriu sua 
ordem diante de todas as evidências que apontavam aquelas pessoas como 
mortas. 
E, quando Ezequiel cumpriu a sua parte, Deus fez a dEle. Não era 
responsabilidade do profeta realizar o milagre, mas pregar a Palavra de 
Deus àquela multidão que parecia indiferente. Só então Deus realizou o 
grande milagre sobre todos aqueles ossos. Ezequiel correspondeu a Deus, e 
o Senhor, à sua obediência. Ele profetizou ao vento. Podemos imaginar sua 
capa esvoaçando, os braços estendidos para os céus, declarando outra vez: 
"Assim diz o Senhor Jeová..." E foi assim que Deus concedeu nova vida 
àquela nação morta. 
Agora responda-. De que precisamos hoje, de um despertamento ou 
de uma ressurreição? Na verdade não faz diferença. Nosso Deus pode curar 
enfermidades, libertar vidas da depressão e ressuscitar os mortos com a 
mesma aplicação de seu tremendo poder. Ouvimos vários termos para o 
que precisamos: despertamento, restauração, revitalização, renovação, 
rejuvenescimento etc. Mas são apenas palavras. Precisamos apenas do que 
Ezequiel possuía: a inspiração e o frescor de seu encontro diário com o 
Espírito de Deus! 
Então levante-se! Não fique aí sentado lamentando a dispersão do 
povo e seu esquecimento. Precisamos de um avivamento de palavras 
proféticas que declarem: "Assim diz o Senhor Jeová". 
Poderíamos pensar que a igreja raramente se levantaria numa época 
como esta, ao final do poderoso século do avivamento pentecostal e 
começo do novo milênio. As profecias sobre a breve volta do Senhor Jesus 
estão se espalhando por todo o mundo, o qual já percebe que alguma coisa 
está para acontecer. O movimento que se iniciou em uma sala em Topeka, 
Kansas, em 1901, multiplicou-se e alcançou a impressionante marca de 
milhões de cristãos em mais de 130 países — e justamente quando estamos 
prontos para nos lançarmos ao desafio final, começamos a hesitar e 
tropeçar em nossos próprios pés. 
Analisemos a raiz do problema. No início do século XX, o 
Movimento Pentecostal nasceu de uma grande explosão do poder 
espiritual, enquanto a igreja redescobria o genuíno batismo no Espírito 
Santo do cristianismo pentecostal apostólico do Novo Testamento. Mas a 
novidade daquela experiência desgastou-se. Estamos tentando combater 
nossa guerra espiritual com armaduras de uma geração diferente. Com o 
passar dos anos, a intensidade espiritual daquele avivamento vem se 
diluindo, e estamos nos tornando semelhantes aos membros de muitas 
igrejas de onde o nosso povo fugiu ou dispersou-se. 
Estaria tudo errado? É claro que não! Somos uma grande igreja com 
um futuro promissor. Em muitos aspectos, crescemos e amadurecemos. 
Estamos posicionados no alto, juntamente com todas as igrejas que podem 
ser classificadas como nós. Somos populares, aplicados e equilibrados. E, 
ainda, quando olhamos para o alto e medimos nosso sucesso — pela 
relação entre a quantidade de grãos que ainda ficaram nos campos e os que 
armazenamos em nossos celeiros — o embaraço diminui. O nosso 
problema é que, quando tínhamos oportunidade de enviar uma grande 
comissão, começamos a perder a visão e a fechar nossos olhos espirituais. 
O dicionário define o sono como uma "condição natural de descanso 
do corpo e da mente que ocorre regularmente, durante algum pensamento 
ou movimento". Talvez seja essa realmente a nossa condição. 
A Filha de jairo (Lc 8.26 - 9.2) 
Esta é outra passagem bíblica que ilustra muito bem a nossa situação 
difícil e sua única solução. Jesus havia acabado de se confrontar com um 
homem endemoninhado, da terra dos gadarenos, e enviara todos os seus 
demonios a uma manada de porcos (Lc 8.26-39). Os fazendeiros judeus, 
proibidos de comer os porcos, comprometeram-se em fornecer porcos para 
alimentar a guarnição romana que estava estacionada a leste das montanhas 
sobre o mar da Galileia. No entanto, ninguém se atreveu a queixar-se 
quando os porcos se precipitaram no mar e morreram afogados. 
Jesus falou ao homem: "Torna para tua casa, e conta quão grandes 
coisas te fezDeus". As pessoas ficaram tão assustadas com aquele 
fenômeno espiritual, que suplicaram a Jesus que as deixasse e não fizesse 
mais sinais ou maravilhas entre eles. Eis a misteriosa reação de pessoas 
religiosas, que por alguma razão inexplicável preferem adoração sem 
milagres, sermões sem o poder do Espírito Santo e orações sem respostas 
eloquentes. Assim, exceto por razões sociais, por que alguém atentaria para 
uma igreja onde nada de sobrenatural acontece, orações nunca são 
respondidas e expressões de louvor nunca são ouvidas pela cura ou 
libertação de alguém? 
Seguindo seu caminho, Jesus estava retornando pela estrada de 
Cafanaum, quando Jairo, príncipe da sinagoga, veio encontrá-lo. Aquele 
líder religioso prostrou-se aos pés de Jesus, rogando-lhe "que entrasse em 
sua casa; porque tinha uma filha única quase de doze anos, que estava à 
morte". 
Passando através da multidão, no caminho da casa de Jairo, uma 
mulher que tinha um fluxo de sangue há 12 anos, aproximou-se e tocou em 
Jesus, sendo instantaneamente curada. Jesus disse: "Alguém me tocou, 
porque bem conheci que de mim saiu virtude". Muitos pastores, missioná- 
rios e evangelistas têm testemunhado a restauração física através de seus 
ministérios de cura. A imposição de mãos é, obviamente, muito mais que 
um simples ritual ou ato de obediência; é a transferência do poder que 
ocasiona a cura quando a pessoa está doente. 
Enquanto Jesus dizia à mulher curada: "A tua fé te salvou", um 
homem da sinagoga chegou informando: "A tua filha já está morta". Era a 
avaliação humana das condições da menina — estava morta; tudo acabado; 
tudo terminado! 
Lucas escreve: "Porém..." Quão importante é esta palavra para 
mostrar como a fé contradiz os fatos! "Jesus, porém, ouvindo-o respondeu-
lhe dizendo: Crê somente, e será salva". Ponha a fraqueza de lado, tenha fé 
e encontre a firmeza das promessas de Deus. 
Algum tempo se passou, e, quando Jesus retomou o caminho para a 
casa de Jairo, os instrumentistas e a multidão em alvoroço já haviam 
iniciado o funeral (Mt 9.23). Ninguém tinha dúvidas de que a menina 
estava morta. Jesus deixou entrar no quarto onde se encontrava a menina, 
somente Pedro, Tiago, João e os pais dela. Todos estavam chorando, mas 
Jesus disse: "Não choreis; não está morta, mas dorme" (Lc 8.52). Riram-se 
dEle, sabendo que ela estava morta; mas Ele, to-mando-a pela mão, 
ordenou: "Levanta-te, menina. E o seu espírito voltou". E Jesus mandou 
que lhe dessem de comer. 
Esta história aconteceu realmente e foi registrada em três dos quatro 
evangelhos (Mt 9.18-26, Mc 5.22-43; Lc 8.41-56). Contém princípios fan- 
tásticos que podem ser aplicados igualmente em muitas áreas de nossa vida 
e na da igreja. 
Em primeiro lugar, Jesus foi cercado por uma curiosa mas incontável 
multidão, não muito diferente das pessoas que hoje atraímos às nossas 
igrejas. Mas Jesus reduziu toda aquela multidão a apenas 12 discípulos e 
aos parentes imediatos da menina; e depois, restringiu mais ainda, 
permitindo apenas a presença de Pedro, Tiago, João e dos pais da menina 
no quarto onde se encontrava morta. 
Não fazia nenhuma diferença para Jesus se aquela menina precisava 
de um avivamento ou de ressurreição. O problema não estava na menina 
morta, mas na multidão incrédula que aceitava a morte como uma 
fatalidade, um ponto final, escarnecendo de qualquer sugestão contrária. 
Jesus precisou colocar os descrentes para fora antes de começar o processo 
milagroso da ressurreição. Lucas relata: "Seu espírito voltou, e ela logo se 
levantou" (Lc 8.55). Será que o Senhor terá de colocar alguns de nós para 
fora antes que possa fazer alguns milagres e avivar a sua igreja? Como a 
filha de Jairo, precisamos ter o nosso espírito de volta! 
Não é uma coincidência: logo após este acontecimento, Jesus, 
"convocando os seus doze discípulos, deu-lhes autoridade e poder sobre 
todos os demônios, e para curarem enfermidades; e enviou-os a pregar o 
reino de Deus, e a curar os enfermos" (Lc 9.1,2). Essa ainda é ordenança 
dada à igreja! Como, então, podemos ousar ser cristãos conservadores 
diante do exemplo do ministério de Jesus e de suas instruções aos 
discípulos? O mundo não pode ser vencido por cristãos que se detêm 
quietos, com as mãos abaixadas! A evangelização mundial requer olhos 
bem abertos, intimidade com a presença e o poder de Jesus Cristo para 
salvar, curar e libertar! 
Não encontramos ilustração melhor para a história de nossa igreja, 
neste fim de segundo milenio, que a ressurreição da filha de Jairo. Nossa 
igreja está "amortecida", e sabemos disto. Nossos antepassados (as antigas 
gerações) não podem mais nos ajudar. Nossos líderes não podem agir 
sozinhos, e são, na verdade, muitas vezes eleitos por igrejas conservadoras 
que não querem perder o controle. Aquele famoso grupo social dos que "se 
vestem para o Senhor" não pode fazer acontecer um avivamento. A verdade 
é que só Jesus Cristo pode ressuscitar os mortos, levantar as igrejas e 
restaurá-las à vida plena. Só com Jesus Cristo uma igreja poderá ir adiante 
com poder renovado (força dinâmica) e autoridade (permissão para usar 
essa força) para anunciar o Evangelho, controlar o mal, amarrar o diabo e 
trazer cura à nossa terra! 
Os acontecimentos no vale de ossos secos e na casa de Jairo 
resumem exatamente o assunto deste livro. O avivamento não pode 
começar através da multidão, da igreja ou de um grupo seleto de pessoas, 
mas sim quando alguém pede socorro a Jesus e convida-o a entrar em sua 
casa. Aí então, Jesus — SOZINHO — poderá fazer um milagre que 
reavivará a igreja para uma novidade de vida. 
E a questão passa a ser: Jesus quer que sejamos avivados? Veja que 
interessante: o fator determinante na história de Jairo não foi uma decisão 
soberana vinda do Céu, mas a resposta divina ao choro de um Pai que cria 
em Jesus! E Ele responde ao nosso pedido de socorro. E, se precisarmos de 
ajuda para nos levantarmos da morte, o momento é agora! 
A história toda começou com Jairo pedindo a Jesus para curar sua 
filha. Todo avivamento começa com um pedido, frequentemente com jejum 
e uma oração! Em sua primeira semana no trabalho, o superintendente 
geral Thomas E. Trask escreveu aos líderes das Assembleias de Deus: 
"Convoquem a igreja para orar e jejuar. Através da oração, abriremos as 
portas para nos o avivamento que virá". 
Teria Alguém Colocado o Relógio para Despertar? (Ef 5) 
Após convocar todos os cristãos para serem "imitadores de Deus 
como filhos amados" (5.1) e exortá-los ao amor e à santidade pessoal, 
Paulo escreve: "Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre 
os mortos, e Cristo te esclarecerá" (5.14). É disto que precisamos: despertar 
de um profundo sono espiritual e levantar dentre os mortos! Não faz 
nenhuma diferença a circunstância em que nos encontramos, tampouco se 
estamos espiritualmente adormecidos ou mortos. Precisamos nos levantar e 
caminhar para a luz. 
A Palavra de Deus funciona como um verdadeiro despertador para 
nós! Veja o que ela diz sobre o nosso sono espiritual. Em Juízes 5.12, 
lemos: "Desperta, desperta Débora; desperta, desperta, entoa um cântico; 
levanta-te Baraque, e leva presos a teus prisioneiros". Era tempo de Israel 
se levantar para a batalha, mas seus líderes tinham de se levantar primeiro. 
Agora veja Salmos 17.15: "Quanto a mim, contemplarei a tua face na 
justiça; satisfar-me-ei da tua semelhança quando acordar". Precisamos ser 
semelhantes a Jesus. 
E, para aqueles que confiam em estruturas e imagem pública, brada o 
profeta Habacuque: "Ai daquele que diz ao pau: Acorda! e à pedra muda: 
Desperta! Pode isto ensinar? Eis que está coberto de ouro e de prata, mas 
no meio dele não há espírito algum" (He 2.19). Em poucas palavras 
podemos dizer que estes são restos de uma igreja materialista que precisa 
desesperadamente de um avivamento espiritual. 
Paulo escreve, em Romanos 13.11: "Eisto digo, conhecendo o tempo 
que é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora 
mais perto de nós do que quando aceitamos a fé". Se já naquela época os 
pentecostais aguardavam pela vinda em breve do Senhor Jesus Cristo, 
agora devemos estar muito mais atentos a esse abençoado evento! 
Veja agora 1 Coríntios 15.34: "Vigiai justamente e não pequeis; 
porque alguns ainda não têm o conhecimento de Deus: digo-o para 
vergonha vossa". Sim, é vergonhoso que estejamos nos afastando de Deus 
e com as portas fechadas para o mundo! 
Em Efésios 5, Paulo adverte: "Pelo que diz: Desperta, tu que dormes, 
e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá". Ele também chama 
os cristãos a serem "seguidores de Deus", e acrescenta: "Andai em amor". 
E ainda: "Mas a prostituição, e toda impureza ou avareza, nem ainda se 
nomeie entre vós como convém a santos; nem torpezas, nem parvoíces, 
nem chocarrices, que não convêm; mas antes ações de graças". Imoralidade 
sexual, estilo de vida impuro e idolatria não têm "herança no reino de 
Cristo e de Deus". E, sobre as pessoas que cometem esses pecados, Paulo 
aconselha a igreja: "Não sejais seus companheiros". 
A igreja precisa ser justa, santa e estar separada do mundo para a glória de 
Deus. Sobre isto, Paulo ordena: "E não vos embriagueis com vinho, em que 
há contenda, mas enchei-vos do Espírito" (Ef 5.18). O apóstolo, obviamen- 
te, fala da responsabilidade dos cristãos em estarem "embriagados" do 
Espírito Santo, assim como as pessoas se embriagam com vinho! Podemos 
recordar o dia de Pentecostes, quando uma multidão viu os sinais e o som 
de pessoas sendo cheias do Espírito Santo e pensou que os 120 estavam 
cheios de vinho (At 2.15). Essas passagens nos mostram o que Deus espera 
de nossos cultos. Muitas outras passagens em Efésios descrevem o serviço 
da igreja. Por exemplo: "Falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos 
espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor em vosso coração; dando 
sempre graças por tudo ao nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor 
Jesus Cristo" (Ef 5.19,20). 
Paulo prossegue, no restante do livro de Efésios, comparando 
também o relacionamento entre Cristo e sua Igreja à relação entre marido e 
mulher. Certamente este é um relacionamento baseado na emoção, no amor 
e na paixão. Paulo afirma, na mesma passagem: "Grande é este mistério; 
digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja". Não há indicação nas 
Escrituras de que o Senhor deseje uma igreja reservada e conservadora. 
Pelo contrário, em sua igreja, Ele espera uma explosão de emoções, 
demonstradas no seu amor por Ele e compaixão pelas almas. Tentemos 
identificar em nossas igrejas os elementos inerentes à sociedade e às 
tradições históricas, pois não há lugar numa igreja pentecostal para a 
religiosidade e suas práticas não-bíblicas. 
Dormindo na Presença de Deus (Lc 9-28-36) 
Um dos mais inquietantes versículos da Bíblia é Lucas 9.32-. "E 
Pedro e os que estavam com ele estavam carregados de sono; e, quando 
despertaram, viram a sua glória". 
É uma cena inacreditável: Jesus foi orar e levou consigo os 
discípulos mais chegados ao topo do monte da Transfiguração, "e, estando 
ele orando, transfigurou-se a aparência do seu rosto, e as suas vestes 
ficaram brancas e mui resplandecentes, e eis que estavam falando com ele 
dois varões, que eram Moisés e Elias, os quais apareceram com glória". E o 
que faziam os futuros líderes cristãos? Dormiam no exato momento em que 
o Senhor manifestava-se em sua glória. 
Não é essa nossa condição hoje? Como é possível um movimento 
que se espalhou tão rapidamente pelo mundo achar-se em tão terríveis 
condições, que não consiga acrescentar em 12 meses de trabalho uma única 
pessoa aos cultos de domingo? 
A chave para o avivamento está na oração. Quando eles retornaram 
do monte da Transfiguração, no dia seguinte, encontraram um menino 
oprimido por possessão demoníaca. E Jesus disse: "Esta casta de demônios 
não se expulsa senão pela oração e pelo jejum" (Mt 17.21). A 
Gloria no topo da montanha era maravilhosa, mas eles ainda precisa-
vam orar e jejuar para enfrentar o mal. Charles G. Finney disse: "A ação é a 
ligação essencial para uma sucessão de fatos que levam ao avivamento". 
Vamos apenas levantar, esfregar o olhos, espantar o sono, olhar para 
glória de Deus e uma vez mais entrar em jejum e oração. Estamos 
precisando de um novo despertamento espiritual nas Assembleias de Deus! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
Chamada ao Avivamento 
 
A primeira pessoa com quem falei sobre este livro foi o pastor Trask, 
em uma sala da Assembleia de Deus Central em Springfield, Missouri. Ele 
acabara de ser eleito superintendente geral, no Concílio Geral de 
Mineápolis, em agosto de 1993, retornando a Springfield depois de uma 
ausência de 15 anos, para trabalhar na Gospel Publishing House, sob a 
coordenação geral de Joseph W. Kilpatrick. No início de setembro, num 
domingo de manhã, tivemos um culto tão abençoado que o pastor Philip 
Wannenmacher não pregou à congregação, mas continuou o louvor e 
deixou fluir as manifestações dos dons do Espírito Santo. Naquele dia, 
soubemos que este livro era uma ordenança de Deus. 
Sendo assim, entrevistei o pastor Thomas E. Trask logo após sua 
mudança e início do novo trabalho, em dezembro de 1993. Nos próximos 
dois capítulos, quero que você ouça uma verdadeira chamada ao 
avivamento Pelo superintendente geral das Assembleias de Deus nos 
Estados Unidos. 
David A. Womack: Ouvi sobre sua campanha por um avivamento. O que 
ativou este interesse? 
"Thomas E. Trask: Quando visitei os concílios distritais e alguns 
seminários para líderes, o Senhor revelou-me a necessidade de uma nova 
vitalidade em seus seguidores. Nos dias que se seguiram, a Assembleia de 
Deus deu lugar à pessoa e ao trabalho do Espírito Santo-, quando agimos 
desta forma, experimentamos crescimento. 
Depois compartilhei minhas experiências com Charles Crabtree: 
"Charles, precisamos de uma santa convocação, pela qual nós, e também a 
igreja pentecostal, venhamos em unidade reconhecer nossa necessidade de 
Deus e pedir perdão por nossas falhas". Somente então Deus abençoará 
com seu Espírito. No domingo anterior ao Concílio Geral de Portland, mais 
ou menos pelas quatro da manhã, o Espírito Santo acordou-me e disse: 
"Quero que você elabore uma proposta, que se chamará uma santa 
convocação". Apresentei a proposta ao superintendente geral G. Raymond 
Carlson, que a leu diante da assembleia. Esta, de forma unânime e 
entusiasmada, concordou. (Depois chamamos àquela reunião "Assembleia 
Sagrada"). Minha preocupação e desejo profundo é que nós, como 
seguidores, retornemos à total direção e dependência do Espírito Santo. 
Womack: O Senhor tem dito que o fundamental em um avivamento é a 
salvação das almas. Um avivamento poderoso nas Assembleias de Deus 
aumentará a nossa responsabilidade nos campos missionários? 
Trask: Realmente acredito nisso. Deus tem abençoado tremendamente o 
trabalho evangelístico, devido à nossa ênfase à pessoa e obra do Espírito 
Santo. Quando dermos espaço para o Senhor atuar, Ele trará para frente o 
que está em seu coração. E, esse é o motivo pelo qual temos missões nas 
Assembleias de Deus, enquadrando-a na vanguarda do Evangelho mundial. 
E se as Assembleias de Deus não atentarem e se prepararem para isso, 
estarão em uma situação difícil. 
Womack: O Senhor cresceu em um lar pentecostal? 
Trask: Tive o privilégio de crescer em um lar de pregadores da 
Assembleia de Deus. Minha mãe e meu pai, Waldo e Beatrice Trask, já não 
trabalham como antes, mas o seu ministério continua ativo. Meu pai era 
comerciante e açougueiro quando encontrou a Cristo. Após sua conversão, 
logo tornou-se diácono na Assembleia de Deus local, até o Senhor chamá-
lo para o serviço no Reino de Deus. Ele nunca teve o privilégio de cursar 
um seminário, mas dependiatotalmente da Palavra de Deus e vivia no 
Espírito. 
Womack: O Senhor disse que Deus chamou seu pai para o serviço no 
Reino de Deus. Como podemos saber se Deus está falando conosco? 
Trask: Somos seres espirituais. Creio que, como seres espirituais, podemos 
viver em comunhão com Deus e conhecer a voz do Espírito. Veja, se 
escolhi ao Senhor e o fiz parte da minha vida, logo posso aprender a ouvir 
sua voz. Sou um forte defensor dessa ideia, mas hoje em dia não se fala 
muito sobre isso. 
Não há nenhum mistério para se conhecer a vontade do Senhor. 
Provérbios 3.5,6 diz: "Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te 
estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus 
caminhos e ele endireitará as tuas veredas". Se eu confiar no Senhor de 
todo o meu coração, Ele endireitará as minhas veredas. E fará isso através 
da voz do Espírito. Costumo dizer que Deus confirma sua presença em nós 
de três formas: testifica em nós pela Palavra, pelas circunstâncias e pelo 
Espírito. 
Womack: Atualmente, o Senhor ouve a voz do Senhor? 
Trask: Sim. Sempre ouvimos dizer, que após duas pessoas permanecerem 
casadas por muito tempo, começam a se parecer e a agir da mesma forma. 
Bem, é esse tipo de relacionamento que temos com o Senhor através de seu 
Espírito. Se vivo na Palavra e no Espírito, então sou sensível à vontade do 
Espírito. E há um recuo nesse relacionamento quando faço alguma coisa 
que entristece o Espírito de Deus. Acredito que os crentes espirituais 
devem ser cuidadosos em não entristecer o Espírito Santo. Minha plena 
aliança com Ele se estabelece através da comunhão, oração e estudo da 
Palavra, o que me torna mais sensível à sua vontade. 
Fui criado nestes moldes. Posso dizer que sou um grande 
privilegiado por ter vivido em um lar onde tanto meu pai quanto minha mãe 
dependiam totalmente de Deus. Eles são de um tempo em que líderes não 
tinham seguro social, plano de saúde ou aposentadoria; e a maioria dos 
pastores não tinha sequer um bom salário. Somos totalmente gratos a Deus 
pelos benefícios que hoje conquistamos, mas precisamos voltar aos grandes 
ministérios que dependiam totalmente de Deus. Através de suas vidas, nos 
ensinaram que precisamos orar para sermos dependentes de Deus. Não 
pretendo jamais ir por outros caminhos. Não me preocupo em ser o melhor, 
mas nossa dependência deve estar no Espírito Santo. 
Womack: O Senhor ouve a voz do Espírito Santo claramente, com 
palavras? 
Trask: Não em palavras, mas em espírito. O Espírito testifica com o nosso 
espírito. Em Atos 15.28, vemos: "Na verdade, pareceu bem ao Espírito 
Santo e a nós". Creio que quando o Espírito Santo testifica em nossos 
corações há um sentimento profundo de certeza e satisfação; quando algo 
está errado, há o sentimento de incerteza e insatisfação. E essa comunhão 
certamente não está restrita aos que possuem ministérios, mas é possível a 
todo o que tiver o Espírito de Deus. João escreveu: "Quem tem ouvidos 
ouça o que o Espírito diz às igrejas" (Ap 2.7). Veja, o Espírito está falando! 
E um problema de sintonia: nossa "antena" precisa ser bem sintonizada 
para captar a mensagem que está vindo do Espírito Santo às igrejas. 
Tive o privilégio de crescer frequentando a escola dominical e os 
acampamentos de mocidade. E lembro-me das experiências com Deus nas 
horas de culto. Uma de minhas grandes experiências com Deus aconteceu 
no acampamento bíblico Lake Geneva, em Minnesota. Jamais me 
esquecerei, porque Deus falou comigo profundamente. Eu havia acabado 
de me formar na North Central Bible College, e comecei logo a trabalhar 
em uma igreja nova. Um homem de negócios me havia feito uma excelente 
oferta de emprego, na área secular, enquanto a igreja não podia pagar nada. 
Aquela oferta me balançou. Nunca esquecerei aquela experiência com 
Deus enquanto viver, porque naquela noite deixei todas as minhas 
ansiedades no altar do Senhor e nunca mais voltei atrás. Eu reconheci o 
chamado do Senhor. 
Womack: O senhor se sente realizado, como quem alcançou um alvo, por 
ser o superintendente geral das Assembleias de Deus? 
Trask: Absolutamente! Isso jamais passou pela minha cabeça e eu vou lhe 
dizer por quê. Primeiramente, não acredito que Deus se agrade de pessoas 
que procuram cargos. A chave é querer a sua vontade. Jesus disse: 
"Todavia não se faça a minha vontade, mas a tua" (Lc 22.42). Jesus vivia 
com o ardente desejo de fazer a vontade do Pai. Como cristãos, precisamos 
desejar viver sempre na vontade de Deus e encher as nossas vidas com os 
seus propósitos. Deus não se impressiona com títulos. O ministério de Jesus 
não era feito de títulos, mas de compromisso! Serviço! Sou um servo de 
Jesus Cristo. Se Ele deseja que eu atue como pastor, sinto-me feliz por ser 
um pastor e amo pastorear! Era feliz como superintendente distrital. 
Quando Deus me chamou para ser o tesoureiro geral, fiquei satisfeito e, 
sendo assim, nunca me frustei. Aceitei o cargo de tesoureiro geral porque 
esta era a vontade de Deus para a minha vida. Não precisamos lutar. 
Precisamos apenas dizer: "Senhor, quero fazer a tua vontade". 
Womack: O senhor tem servido a Jesus toda a sua vida? 
Trask: Aceitei a Jesus quando era menino, mas só comecei nos caminhos 
do Senhor quando me tornei calouro da North Central Bible College. Foi 
meu pai quem me colocou no instituto bíblico. Ele era presbítero, e eu 
andava "meio" à toa. Ele me disse: "Vou colocá-lo numa escola bíblica; 
talvez consigam dar um jeito em você". Pois foi exatamente o que 
aconteceu. Quando me lembro disso, fico comovido. 
Houve um mover de Deus na escola, que nos envolveu. Simplis- 
mente, as classes foram todas abaladas. Deus movia-se soberanamente 
através do corpo estudantil e durante dias pude ver alunos e professores 
servindo diante do Senhor. Durante todo o tempo permanecíamos na 
presença de Deus, e vidas foram transformadas. Sei que ainda menino 
recebi a salvação em minha igreja local e fui batizado no Espírito em um 
acampamento de jovens, mas foi o avivamento no instituto bíblico — e o 
suprimento com o Espírito Santo — que mudou minha vida. Por isso creio 
que as pessoas que tiveram uma experiência com Deus quando jovens 
precisam de uma nova experiência com Ele e uma verdadeira renovação do 
Espírito Santo, para que cresçam e alcancem maturidade. Nossa 
experiência necessita de renovações constantes e novas porções do Espírito 
Santo. 
Womack: O senhor acredita que derramamentos do Espírito Santo podem 
ocorrer nas escolas bíblicas hoje? 
Trask: Naturalmente! Recentemente falei a presidentes de colégios para 
deixarem Deus mover-se, porque sei o que pode acontecer com nossas 
escolas se houver um derramamento do Espírito Santo: os estudantes se 
tornarão pregadores pentecostais. 
Womack: Ao nos propormos buscar um novo avivamento nas Assembleias 
de Deus, qual deve ser a nossa preocupação quanto às igrejas locais? 
Trask: Uma de minhas maiores preocupações é com o altar nas igrejas, 
aquela área entre o púlpito e os primeiros bancos (este espaço têm sido 
totalmente preenchido por instrumentos, músicos, cantores, corais, 
conjuntos etc). É ali que a conversão tem o seu lugar. No "altar" as pessoas 
se encontram com Deus, e vidas são mudadas. Aprecio a adoração que 
Deus tem trazido às igrejas, e isso é realmente necessário. Mas a adoração 
nunca deve tomar o lugar da Palavra ou do altar. Estou preocupado, pois 
acho que temos direcionado nossa atenção à adoração e esquecido da 
ministração da Palavra. Nada pode substituir a Palavra. Precisamos levar as 
pessoas de volta à Palavra, pois ela nos deixa preparados para o altar. 
Adoração sim, mas também a Palavra e entrega da vida ao Espírito Santo. 
Assim, Deus poderá atuar totalmente e completar a obra que iniciou no 
começo da reunião. 
Na igreja Brightmoor Tabernacle, em Detroit, éramos fortes na 
ênfase da Palavra de Deus, pois dávamos destaque a ela. Aquela igrejade 
duas mil pessoas nunca se limitava ao tempo de duração do culto. Pregasse 
eu por 45 minutos ou uma hora, para eles era um tempo curto. E, no 
domingo à noite, voltavam às centenas. Eles amavam a Palavra e conse- 
quentemente a igreja tinha uma fé viva, milagres e curas ocorriam e 
pessoas eram salvas. Durante anos, este foi o perfil dessa igreja. 
A Palavra precisa ir adiante na pregação, e assim deve ser concedida 
para completar o propósito para o qual foi enviada. Não consigo ver outros 
elementos tão necessários como a adoração e a Palavra. A adoração é boa, 
mas precisamos dar mais ênfase à Palavra de Deus em quanto é tempo, 
para que a obra do Espírito Santo seja completa. FOI isto que trouxe minha 
atenção à necessidade de um avivamento em nossas igrejas. 
Womack: Como o senhor pretende ir ao encontro dessas necessidades na 
Assembleia de Deus? 
Trask: Não creio que os problemas internos das Assembleias de Deus 
sejam tão complexos. Quando experimentarmos o mover soberano do 
Espírito Santo — um despertamento espiritual na Assembleia de Deus — 
as consequências imediatas do avivamento (como a manifestação dos dons 
e a revelação dos frutos do Espírito) irão cuidar de todas as necessidades. 
Deixe-me dar um exemplo. Jesus disse: "Mas recebereis a virtude do 
Espírito Santo que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas" (At 1.8). 
Ele está falando de caráter e estilo de vida. Na verdade, não erramos 
ensinando sobre santidade, se o estilo de vida da igreja está sendo 
modelado pelo Espírito Santo. Igualmente, não é errado falar de uma vida 
cheia do Espírito Santo, através de doutrinas e comportamentos. Realmente 
não estou interessado em ensinar sobre santidade, mas em deixar que o 
Espírito Santo traga esta convicção! Porque uma igreja cheia do Espírito 
terá o estilo de vida que agrada ao Senhor. 
Inevitavelmente, o evangelismo acontecerá, porque somos testemu- 
nhas vivas. Surgirá naturalmente, porque as pessoas hão de querer 
demonstrar o que Jesus está fazendo nos seus corações. Não creio que 
possam existir pessoas que têm comunhão com o Senhor Jesus e ao mesmo 
tempo não se preocupam com as almas perdidas. 
Womack: Não querendo ser impertinente, há algo que eu gostaria de 
Perguntar. Esta chamada para um despertamento espiritual é apenas um 
tema temporário, que depois trará consigo novos temas, ou podemos ter a 
certeza de que este será o tema principal de sua administração? 
Trask: O que eu disse em minha posse repetirei: não descansarei enquanto 
não ver um soberano mover do Espírito Santo nas Assembleias de Deus! E 
isto nada tem a ver com "popularizar" a igreja, pois digo-lhe que a maioria 
das coisas que realizamos ontem já não serão tão populares amanhã. Há um 
grupo de pessoas que acha mais fácil realizar e dirigir programações do que 
orar. Você realmente precisa ter programações, organização, direção e um 
calendário de eventos; não tenho nada contra isso. Porém, a não ser que 
esses eventos "respirem" o Espírito Santo e estejam por Ele ungidos, 
estarão condenados a se tornar programações totalmente sem importância, 
vazias. 
Alguns dirão que minha chamada ao despertamento espiritual é 
somente um tema da moda. Mas digo a você que estou confiante, pois 
aqueles que conhecem um verdadeiro despertamento do Espírito e sabem o 
que fazer dirão: "Estamos com você, irmão Trask. Nós também cremos!" 
Eles já experimentaram a frustração dos "congressos de avivamento". 
Imagino que esteja chegando o tempo de as pessoas saberem que o 
despertamento, a meu ver, não é apenas mais um modismo. Ele é 
absolutamente necessário às Assembleias de Deus. Eu já me preocupava 
com este despertamento espiritual muito antes de Mineápolis. E, quando 
olho para trás, vejo que não houve nenhuma razão especial para a minha 
eleição a tesoureiro ou superintendente; tudo foi providência de Deus, que 
deseja o despertamento! Isso não está no meu coração, mas no coração 
dEle. E simplesmente uma questão de nos alinharmos à sua vontade. Por 
isso não há problema algum quando algumas pessoas se levantam das 
sombras para serem meros espectadores. 
Womack: Nós temos um número muito grande e diversificado de igrejas 
em nossa denominação. Quando ocorrer o despertamento, não reagirão de 
formas diferentes? 
Trask: Não me preocupo com a reação das igrejas ou o método utilizado 
por Deus, desde que, dure o que durar, possamos alcançar os mesmos 
objetivos: ver o nome do Senhor Jesus Cristo glorificado e vidas 
transformadas. Tenho a plena consciência de que nem todas as nossas 
igrejas enveredaram pelo caminho do pecado, permitindo em sua 
comunhão pessoas que ainda não experimentaram uma real mudança de 
vida. O discipulado sempre exige uma mudança no estilo de vida. As 
igrejas podem agir com estratégias diferentes, mas o resultado deve ser o 
mesmo: cristãos vivendo efetivamente para Jesus Cristo e almas sendo 
salvas! 
Wotnack: O mundo inteiro sabe que não somos a igreja que melhor adapta 
cultural, social ou economicamente à sociedade. Sendo assim como conse- 
guimos alcançar tantas camadas da sociedade? 
Trask: Você sabe o que é isso? É a obra do Espírito Santo! Não é a 
denominação ou a estrutura, mas a pessoa e obra do Espírito Santo! Ele 
sabe que existe uma porta de entrada para todo coração. Se lhe pedirmos 
que nos ajude a encontrar essa porta, Ele nos ajudará a alcançar pessoas de 
diferentes níveis sociais. O Espírito sabe como convencer cada pessoa a 
Jesus Cristo. Nosso Senhor é um Deus que possui muitas alternativas. 
Wotnack: Alguém me disse que tais ideias representam um retorno ao 
passado. Isso é verdade? E, se for, o que o senhor pretende reviver? 
Trask: A história da Igreja nos mostra que toda vez que uma organização 
nasceu após a divisão de sua missão original, não demorou a chegar ao fim 
e tornar-se objeto de escárnio. Mas as Assembleias de Deus foram 
levantadas por uma voz pentecostal. Tenho enorme respeito e amor pelas 
igrejas evangélicas, porém somos mais que evangélicos: somos 
pentecostais! Lembro-me do tempo em que nosso crescimento foi tão 
grande que o Evangelho tornou-se uma força real no mundo. Naquela 
época, permitíamos que o Espírito Santo nos guiasse, revestisse e 
impelisse. E, se você chama isso de retornar ao passado, ou retornar ao que 
é "velho", então é exatamente o que estou fazendo. Estou voltando à força 
impulsionadora do Evangelho! E devemos ministrar isso através da pessoa 
e obra do Espírito Santo, porque para isso fomos chamados. 
Wotnack: No dicionário, encontramos as seguintes definições para a 
palavra "avivamento": 1) ato ou instante de despertamento; renovação da 
atenção ou interesse por alguma coisa; nova apresentação ou reedição de 
alguma coisa; período de renovação pelo interesse religioso; encontros 
evangelísticos de alto nível emocional ou uma série de encontros; 2) 
restauração de força, validade e efeito. É disso que o senhor está falando? 
Trask: Acredito que o avivamento envolva tudo isso, mas eu gostaria que a 
terminologia usada para a igreja fosse "despertamento espiritual". Quero 
ver um avivamento como o que Deus pretende realizar; um despertamento 
que englobe um estilo de vida agradável ao Senhor; onde o Espírito Santo 
queira atuar domingo após domingo em nossas igrejas locais, onde Deus 
atue soberanamente na comunidade. Acredito que o Espírito Santo paira 
sobre a comunidade, pois pode atravessar paredes e portas fechadas quando 
a igreja está orando, como tenho visto acontecer. E, quando as outras 
igrejas começarem a perceber o que Deus está fazendo, também se ligarão 
a Ele, a fim de levar pessoas ao encontro de Jesus Cristo. 
Da mesma forma, um despertamento de almas gera vitalidade e novo 
nascimento no corpo da igreja, trazendo a vida do Espírito Santo para o 
meio dela. Muitas vezes, o despertamento só produz efeitos emocionais, 
porém não deve ser assim. Já assisti a cultos onde o mover deDeus sempre 
atuava em silêncio, e de repente alguém se levantava e começava a dizer o 
que se andava fazendo de errado. Mas também assisti a cultos onde Deus 
só se fazia presente através de exuberantes momentos de louvor e adoração. 
Ora, recuso-me a colocar Deus dentro de um tabuleiro e moldá-lo sempre 
do mesmo jeito! É um grande erro achar que Deus atua sempre da mesma 
forma. Fico pensando em quando Jesus atuava; ninguém podia prever nada. 
Era a obra do Espírito. Jesus entrava nas casas, Deus atuava soberanamente 
sobre as pessoas e um grande avivamento ocorria. As igrejas que 
permaneceram alertas e atentas ao mover do Espírito Santo souberam 
exatamente como lidar com os mais jovens, e assim seus membros têm 
manifestado a vida de Cristo. 
Tenho notado muita ênfase à cura divina e à restauração espiritual, 
mas o nosso Senhor é um Deus de tantas possibilidades que, sinceramente, 
não faço a menor ideia de como Ele fará para nos trazer um grande 
avivamento. É como se andássemos nas pontas dos pés, flutuando. Eu 
sempre pergunto quando oro: "Deus, o que o Senhor vai fazer, e onde 
acontecerá?" Porque o que desejo é estar no centro quando o avivamento 
chegar! Desejo que as Assembleias de Deus sejam abundantes no Senhor e 
possam dizer: "O que quiseres fazer, faze-o em nós! Deixa-nos desfrutar da 
tua presença". 
Womack: O que o senhor tem certeza que ocorrerá neste avivamento? 
Trask: O mundo terá uma grande fome de Deus, e haverá um enorme 
desejo de buscar ao Senhor em cada um dos membros da igreja. E o 
resultado será o evangelismo e a salvação de muitas pessoas. Jesus disse: 
"E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim" (Jo 12 32). 
Muitos milagres acontecerão, porque esta batalha pertence totalmente ao 
Espírito Santo. Você pode até não ser tão eficiente, mas o Espírito pelejará 
e realizará verdadeiros milagres. Haverá muitas curas e aonde quer que 
você for verá a unidade com a vontade de Deus e a certeza de que enfim 
estaremos habitando nos lugares celestiais. E o mais importante: quando o 
avivamento acontecer, todas as atenções estarão voltadas para a pessoa de 
Jesus Cristo. 
O despertamento no espírito do homem é provocado por fome e 
desejo de Deus. Se você deseja a Jesus, quererá estar sempre na Casa de 
Deus. E, se ir à igreja não fazia parte da sua rotina, passará a fazer. Esta é a 
razão pela qual as igrejas estão tendo grande dificuldade em atender às 
pessoas aos domingos. Mas quando Deus está operando, não precisamos 
nos preocupar se elas virão ou não à igreja. Estarão lá, porque hão de 
querer estar! No avivamento, o doce frescor da presença de Deus envolve 
toda a atmosfera da igreja. 
Womack: Quando falamos em retornar ao passado, não estamos falando 
em retornar à formação das Assembleias de Deus de 1914, estamos? O que 
o senhor quer dizer com retornar ao que é "velho"? 
Trask: Quero dizer que precisamos voltar à Igreja Primitiva! Acredito que, 
se as Assembleias de Deus observarem o modelo da Igreja Primitiva, 
encontrarão a chave. A Igreja Primitiva possuía os melhores ingredientes. 
Eu pastoreava uma igreja onde algumas pessoas costumavam vir a mim 
dizendo: "Irmão Trask, será que não deveríamos nos desligar de nossa 
denominação?" Então eu lhes respondia com o que as Escrituras dizem a 
respeito da Igreja Primitiva: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e 
na comunhão, e no partir do pão, e nas orações" (At 2:42). Esses são os 
ingredientes indispensáveis à igreja local, para que ela venha a se tornar um 
corpo saudável de cristãos. Se esses ingredientes estiverem na igreja, creio 
que não precisamos sair dela. Mas se a Palavra de Deus não está sendo 
ensinada, então estamos com um grande problema de sobrevivência 
espiritual. Agora, se as pessoas desejam sair da igreja para sobreviver, não 
é problema de Deus trancar a porta, mas da igreja, que precisa viver em 
comunhão constante com o Senhor Jesus Cristo. A Igreja Primitiva é o 
modelo que deve ser seguido pelas Assembleias de Deus. 
Womack: O avivamento depende exclusivamente de um mover 
condicionado a tempos e épocas, ou Deus está sempre pronto para atuar, 
esperando apenas por uma sinalização nossa neste sentido? 
Trask: Fiquei muito feliz com esta pergunta, porque creio que este é um 
ponto fundamental. Acredito que há um equilíbrio neste ponto. Em 
primeiro lugar, é o Espírito Santo quem nos ajuda a reconhecer nossas 
necessidades e a nos aproximarmos de Deus! Ele disse: "Chegai-vos a 
Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e vós de duplo 
ânimo, purificai o coração" (Tg 4.8). A palavra de Deus é acionada ao 
mesmo tempo que Deus usa homens para chamar o povo para Ele. Da 
mesma forma, uma liderança que foi levantada por Deus e trabalha sob o 
seu comando estará sempre se preocupando em levar as ovelhas a um 
avivamento. É responsabilidade da liderança estar atenta ao Cabeça da 
igreja, porque Cristo está sempre pronto a revelar-se a ela. Sendo assim, há 
tempos de grandes avivamentos e operações sobrenaturais do mover de 
Deus; mas é preciso haver constante oração e busca pelos avivamentos. 
Não acredito que de tempos em tempos devamos ser movidos por 
avivamentos. A igreja pode e deve viver em espírito de avivamento! 
Womack: Existem coisas nas Assembleias de Deus que precisam mudar 
antes que o avivamento ocorra? 
Trask: Uma coisa que Deus requer é a santidade, nada poderá substituí-la. 
Sempre fomos reconhecidos como uma igreja santa, e clamo ao Senhor 
para que jamais percamos esta identidade. Deveríamos desejar sempre tal 
vida com Deus porque, afinal, sem santidade ninguém verá o Senhor! (Hb 
12.14). E uma de minhas preocupações está em que permaneçamos como 
um povo santo. Porém há um ponto: santidade não pode ser ensinada, ela 
deve nascer de dentro para fora, como fruto de um relacionamento íntimo 
com Deus. Se quero me aproximar de Deus, afasto-me do mundo, não 
participo de suas atividades nem me misturo com ele. Começo então a 
dirigir minha vida de tal forma, que todas as minhas atitudes busquem 
agradar a Deus e produzir santidade — que significa um estilo de vida que 
agrada a Deus. Penso que isto sim deveria ser ensinado, praticado e vivido 
como testemunho na igreja . 
Observei em meus pais que tudo o quanto pregavam no púlpito 
também viviam do lado de fora da igreja. Suas vidas não eram uma 
contradição. Da mesma forma que eles, o que prego é exatamente o que 
vivo! Diferente de hoje, quando vemos pessoas ensinando coisas no 
domingo e agindo diferente na segunda-feira. Você não pode andar com o 
Senhor no domingo e correr atrás do diabo o resto da semana! 
Womack: Algumas pessoas têm dito que o verdadeiro avivamento precisa 
criar raízes, ou logo se deteriorará em campanhas promocionais sem efeito 
algum. E, ainda, avivamentos na Bíblia começam sempre nas lideranças. O 
que o senhor pode dizer sobre isso? 
Trask: Esteja certo de que Deus levanta os líderes. Posso apontar-lhe 
vários líderes bem "estabelecidos" que dizem: "Irmão Trask, reconhecemos 
que Deus está falando conosco sobre a necessidade de um avivamento". 
Então creio que as duas coisas estão acontecendo: lideranças nacionais e 
internacionais estão se mobilizando, e o Espírito está testificando em 
nossos corações que o movimento vem do Senhor. 
Womack: Se as lideranças são essenciais em um avivamento, o que 
costumam dizer sobre a responsabilidade de nossos pastores? 
Trask: Estão completamente apavoradas. Afinal, o pastor, sendo o líder, 
deve pastorear as ovelhas, assumindo a responsabilidade de guiá-las à água, 
a fim de tratá-las para Deus. Não podemos esquecer que o rebanho nunca 
será mais espiritual que o pastor. 
Womack: Irmão Trask, obrigado pelo favor que o senhor prestou aos 
nossos leitores. Tenho certeza de que, a partir de agora, muitos estarão 
orando com o senhor pelo avivamento. Em nossa próxima entrevista, 
aremos sobre o papel do arrependimentono avivamento. 
 
 
3 
 
Chamada ao 
Arrependimento 
 
Poucos dias após nossa primeira entrevista, estive novamente no 
escritório do superintendente geral, localizado no terceiro andar do edifício 
central das Assembleias de Deus nos Estados Unidos. Do lado de fora da 
sala e lá embaixo no salão central, estavam outros oficiais e ministros da 
igreja. Na sala de conferências, com sua enorme mesa de reuniões, bem à 
minha frente, sentou-se o pastor Thomas E. Trask. Liguei meu gravador e 
continuei minha entrevista exatamente do ponto em que paramos da última 
vez. 
David A. Womack: O senhor falou sobre a assustadora responsabilidade 
dos pastores. De quem é a responsabilidade do avivamento? 
Thomas E. Trask: Como na Bíblia, acredito que a responsabilidade pelo 
avivamento é de toda a igreja, mas também dos líderes. Quando Deus 
levantava homens, eles se tornavam porta-vozes do Senhor a fim de chamar 
todo o povo ao arrependimento. Os líderes devem ditar o ritmo e o tom do 
avivamento. 
womack: Quando o avivamento começar, o que o senhor acha que 
acontecerá com as nossas igrejas? 
Trask: Em primeiro lugar, a presença de Deus será tão gloriosa Os cultos 
que os não-salvos compreenderão sua posição e serão convencidos do 
pecado. Esta convicção também virá para os cristãos que estiverem 
falhando. Quando o avivamento acontecer, seremos mais sensíveis ao 
pecado, à nossa tarefa como cristãos e à nossa omissão — não que 
pequemos deliberadamente, mas reconheceremos nossas falhas. Nos 
tornaremos cuidadosos em nossa vida devocional para não negligenciarmos 
a leitura da Palavra de Deus e nos dedicarmos mais à oração. Estaremos 
atentos ao que fazemos de errado. Quando o avivamento vier, nossa 
sensibilidade estará mais aguçada para ouvir a voz do Espírito Santo, que 
nos ensinará a cuidar de nossas prioridades e assumir novas 
responsabilidades. Isto é avivamento: o total controle e domínio do Espírito 
Santo em nossas vidas e corações. A leitura e estudo da Palavra, 
devocionais diários, oração, altar familiar e igreja tornam-se prioridade 
para nós. Tais procedimentos nos levam a um estilo de vida que é 
agradável a Deus. 
Womack: O senhor costuma pregar em diversas igrejas. Quais as 
principais características de uma igreja restaurada? 
Trask: Existe uma presença de vida. Um dos fatores mais importantes do 
Evangelho está no fato de que temos tido vitalidade e vida abundante. E 
não estou falando simplesmente de lindos corais que cantam com alegria, 
mas de uma atmosfera regida pelo poder de Jesus Cristo. Quando os não-
salvos vêm à igreja, eles sentem muito calor humano e o amor abundante 
de Jesus Cristo. A vida que há na presença de Cristo afeta o louvor, a 
oração, as ofertas, a ministração da Palavra de Deus, a bênção apostólica e 
as intercessões. 
E com a vitalidade vem a fé! E fé é vida! Há uma expectativa e 
antecipação, uma plena e maravilhosa convicção de que alguma coisa vai 
acontecer a cada culto. Jesus disse: "Porque onde estiverem dois ou três 
reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles" (Mt 18.20). Quando 
uma comunidade tem a certeza de que a presença de Jesus está ali, todos 
ficam na expectativa de que algo acontecerá. Milagres, coisas 
sobrenaturais, situações extraordinárias, tudo o que ocorre é comandado 
por Deus, e não por homens. Observe que às vezes podemos planejar os 
cultos de nossa igreja e deixar Deus de fora. Precisamos programá-los, mas 
primeiramente é necessário nos abrirmos para Deus. Muitas vezes, chamo 
as pessoas para que venham receber a oração durante o louvor, porque 
sentimos no ar a palpável presença de Deus naquele momento. 
Womack: O senhor sempre dá muita ênfase à necessidade do altar e tem 
dito que a ministração no altar tem sido esquecida na maioria de nossas 
igrejas. O que gostaria de dizer sobre isso? 
Trask: No Antigo Testamento, o altar era o principal lugar do 
Tabernáculo. Acredito que hoje o altar deva ser também o lugar central na 
igreja e, na verdade, o principal em nossas vidas e lares. Cresci num lar 
onde um altar de adoração ao Senhor era erguido todos os dias. Costumo 
orar todos os dias pela manhã, com meu filho, que tem um ótimo 
desempenho nos estudos, antes de ele ir para escola. É assim que as pessoas 
conhecem ao Senhor. Este é o projeto de Deus. 
Acredito que o altar seja o lugar principal nas igrejas pentecostais, 
pois nele Deus se encontra com as pessoas e a obra do Espírito Santo é 
realizada. Então, se dá o clímax de tudo que Deus tem preparado nos 
nossos corações para realizar a sua obra. O altar dará a vitória que Deus 
deseja realizar. 
Sou um forte defensor do altar na casa de Deus. Nas igrejas onde os 
pastores o enfatizam, seu aconselhamento e cuidado é mais eficiente, 
porque o Espírito Santo pode realizar mais na vida de todos. E assim, na 
maioria das vezes, são convertidos ao Senhor tanto a natureza quanto o 
caráter e o espírito. Quando é realizado o trabalho do Espírito Santo, 
muitos problemas são resolvidos. 
Womack: Os pastores devem ter o altar como o principal objetivo a ser 
alcançado? 
Trask: Sim. O evangelista Kenneth Schmidt, que foi participante da nossa 
comunhão, homem muito usado por Deus, me disse: "Nunca inicio um 
culto sem que antes faça planos para o altar e o que desejo em ver ali 
realizado durante o culto. Se não acontecer saberei que falhei nalgum 
ponto."Jamais me esqueci disso, e hoje sei a diferença entre que eu espero e 
o que Deus deseja realizar. 
Womack: Curas, libertações, falar em outras línguas e manifestações dos 
dons do Espírito Santo: todos estes são elementos indispensáveis a um 
avivamento pentecostal? 
Trask: Sinceramente, não creio que se possa ter um avivamento verdadeiro 
sem a presença desses fenomenos! Afinal, representam evidências claras da 
presença do Espírito Santo. "E estes sinais seguirão aos que crerem: em 
meu nome expulsarão os demonios; falarão novas línguas" (Mc 16.17). Se 
você crê na Palavra, verá essas manifestações. Alguns querem os sinais 
sem ao menos crer em Deus ou viver com fé, quando o exigido é 
exatamente o contrário! Você crê para depois ver os sinais. Não haverá um 
real avivamento do Espírito Santo sem todas estas evidências. O nosso 
Deus é sobrenatural; um Deus de milagres. 
Womack: Em alguns cultos pentecostais, esses sinais não são levados a 
extremos? 
Trask: É exatamente neste ponto que entra a responsabilidade dos nossos 
líderes. Creio que Deus sempre dá aos seus líderes senso e percepção 
suficientes para que percebam o que é equilibrado e o que não é — se são 
manifestações do Espírito ou da carne. É responsabilidade das lideranças 
estabelecer os limites. Sempre gosto de dizer que o rio do Espírito Santo 
tem suas margens! As lideranças devem saber manter a direção e a 
sabedoria de Deus para que as correntes fluam na igreja dentro dos limites 
propostos. A Palavra de Deus estabeleceu os nossos limites. Nunca somos 
direcionados ou impulsionados a dizer: "Olhe, eu não sei se isso é de 
Deus". Pelo contrário, a Bíblia diz: "O mesmo Espírito testifica com o 
nosso espírito..." (Rm 8.16). 
Womack: Mas temos toda uma nova geração de pregadores e seminaristas 
que nunca aprenderam como exercitar esse controle ou dominar 
espiritualmente as atuações do Espírito... 
Trask: Bem, este é um fator interno crítico dentro do Evangelho. É 
necessário que desempenhemos este papel a fim de que nossos jovens 
líderes entendam que esse controle pode ser exercido sem repressão. Temo 
pelo que tem acontecido hoje, pois penso que temos adotado um caminho 
"mais seguro", não permitindo as muitas manifestações espirituais 
Entretanto, fazendo assim, temos privado a igreja da edificação que elas 
proporcionam. 
Em 1 Coríntios 14, lemos que as manifestações do Espírito Santo 
existem para a edificação do corpo de Cristo. Creio que, quando Deus 
projetou e concedeu os dons à igreja, o fez para que fossem utilizados.Se 
isso não for permitido, como poderá o corpo de Cristo ser edificado? Além 
disso, são essas práticas que diferenciam as igrejas pentecostais das demais 
evangélicas. Cremos nas manifestações dos dons do Espírito Se as igrejas 
pentecostais não permitirem a manifestação dos dons, então pergunto se 
somos realmente pentecostais. 
Womack: Tenho ouvido dizer que o Pentecoste tem um preço. Para que 
haja avivamento, deve existir primeiro arrependimento? 
Trask: Sim, e vou lhe dizer por quê, Porque é bíblico! No livro de 
Apocalipse, lemos que o Espírito fala às sete igrejas, que hoje representam 
as nossas igrejas. Repetidas vezes lemos: "Arrepende-te!" Sempre 
utilizamos estas palavras para pessoas não-salvas, mas aqui o Espírito está 
falando às igrejas, dizendo que todos nós devemos nos arrepender, por 
sermos propensos ao fracasso e a olhar para as pequenas coisas. Precisamos 
deixar o velho homem. O arrependimento nos leva de volta à comunhão e 
ao arrependimento. Precisamos dizer ao Senhor: "Perdoa-nos por nossa 
frieza, indiferença e falta de cuidado". João escreveu: "Se confessarmos os 
nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos 
purificar de toda a injustiça" (1 Jo 1.9). Isto é arrependimento: abandonar 
os pecados da carne, os pecados do espírito, de omissão e intromissão. 
Arrependimento é um processo de purificação. 
O olho é um instrumento maravilhoso. No momento em que um 
pouquinho de sujeira penetra no olho, logo surge um rio de lágrimas 
causado pela irritação. E que fazemos logo? Lavamos o olho e retiramos a 
impureza. A Palavra diz que o sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo 
pecado. Por viver no mundo contaminado, vim a ser contaminado, e por 
isso necessito que meu espírito, alma e corpo sejam limpos, Só Jesus Cristo 
pode fazer isso. Então reconheço a minha necessidade e digo: "Senhor, eu 
me arrependo; perdoa-me". 
Womack: Há diferença entre o arrependimento individual e o 
arrependimento coletivo? 
Trask: Creio que o arrependimento deve começar dentro de cada um de 
nós. Agora, como igreja — o coletivo — precisamos pedir a Deus perdão 
por nossa dependência dos sucessos do passado. Temos nos tornado 
orgulhosos de nossas próprias realizações — sucessos que só aconteceram 
porque Deus nos abençoou. Deus não divide sua glória com ninguém. Se 
há uma coisa que Deus não suporta é o orgulho. Como comunidade, 
precisamos ter o cuidado de nunca tomar o crédito de algo que Deus tenha 
feito... ou está fazendo. Precisamos nos arrepender dizendo: "Deus, temos 
errado como denominação, como comunidade, como Assembleia de Deus; 
temos sido orgulhosos, auto-suficientes e arrogantes. Perdoa-nos, Senhor!" 
Womack: Como podemos convencer cristãos adormecidos e negligentes 
da necessidade de arrependimento? 
Trask: Bem, em primeiro lugar precisamos voltar a pregar a Palavra de 
Deus. Posso martelar verdades nas pessoas sem realizar nada, mas posso 
pregar a Palavra de Deus ungida com o Espírito Santo, e ela se tornará um 
verdadeiro martelo. Tenho por convicção, que precisamos voltar à Palavra. 
A ministração de uma Palavra pentecostal não pode ser concretizada 
em vinte minutos, no sermão de domingo. Este é um dos grandes perigos 
que tenho detectado nas Assembleias de Deus: reservamos 45 minutos para 
a adoração e apenas 15 para a Palavra! Deveríamos ter 15 minutos para a 
adoração e 45 para a Palavra. Afinal, a fé vem pela Palavra: "De sorte que a 
fé é pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus" (Rm 10.17). A fé vem por 
obra do Espírito Santo através da Palavra de Deus. 
E, quanto mais estudo a Palavra, mais ela se torna viva dentro de mim. 
Então devemos deixar o Espírito operar através da Palavra, porque se tudo 
o que realizarmos for baseado em emoções, quando nosso povo atravessar 
momentos de verdadeiras crises não terá nenhum fundamento, nem onde se 
segurar. Mas quando a Palavra de Deus é objeto de equilíbrio, temos uma 
igreja madura. Esse é o nosso desafio. 
Womack: Quando encorajamos as pessoas à confissão e ao 
arrependimento, não estaremos abrindo uma porta às péssimas lembranças 
e maus pensamentos? 
Trask: Não me preocupo com as lembranças negativas, porque se há um 
extremo de um lado, do outro também há. Elas são boas para fazermos 
avaliações e buscarmos o equilíbrio e a moderação. Só precisamos tomar o 
cuidado de não permitir que o ceticismo venha invadir a fé e matar de vez o 
que Deus está tentando fazer. 
Womack: A concepção bíblica de um arrependimento com saco, pó e 
cinza traria consigo a ideia de que fomos liberados, ou melhor, libertos das 
coisas materiais que nos aprisionam diante de um avivamento? 
Trask: Não creio que exista algo errado com a igreja que possui bens 
materiais. As bênçãos materiais e espirituais vêm do Senhor. Quando os 
bens materiais possuem a igreja, aí sim ela está com grandes problemas! 
No entanto, devo admitir que para algumas pessoas isso é muito difícil. 
Quando começam a adquirir muitas bênçãos materiais, perdem a noção de 
prioridade nas coisas concernentes ao Reino de Deus. E o mesmo pode 
acontecer com a igreja. Os cristãos devem compreender que tanto a 
mordomia de determinadas coisas quanto a posse de outras nos são dadas 
pelo Senhor; não são nossas, apenas estão sob nossa responsabilidade. 
Womack: Se conseguirmos obter nas Assembleias de Deus uma resposta 
em larga escala a esta chamada ao arrependimento, o que acontecerá em 
seguida? 
Trask: Logo após o arrependimento, virá uma grande fome e um intenso 
desejo pela presença de Deus. Observe que as promessas de Deus estão 
condicionadas: "E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se 
humilhar e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus 
caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus Pecados, e sararei 
a sua terra" (2 Cr 7.14). Todas as promessas de Deus dependem da nossa 
humilhação e busca pelo Senhor, das nossas ações e do arrependimento 
pelos nossos maus caminhos. Se fizermos todas estas coisas,"... então 
eu...", diz o Senhor. Se verdadeiramente atentarmos para o processo de 
santificação produzido pelo arrependimento, realmente poderemos esperar 
algo de Deus em nossas vidas. Mas é preciso entender bem: 
arrependimento implica em estilo de vida, e não apenas em um pedido de 
perdão por causa da consciência pesada; porque é como tenho dito: o 
mundo todo está contaminado pelo pecado, e nos tornamos impuros pelo 
simples fato de estarmos em contato com ele! Mas a partir do momento que 
caminhamos em direção ao Senhor, o nosso espírito começa a se abrir para 
as coisas de Deus, estudamos sua palavra e contemplamos a sua face, 
começamos a ter a mão de Deus atuando sobre a nossa vida. 
Womack: Algumas das bases do Movimento Pentecostal foram firmadas 
por A. B. Simpsom e o Movimento da Santidade. Ainda fazemos parte 
daquele movimento? 
Trask: Nós somos o próprio movimento! Porque sem santidade ninguém 
verá o Senhor! Hoje creio piamente que a santidade e o crescimento nela 
estão diretamente ligados à comunhão com Deus. Meu relacionamento com 
o Senhor Jesus Cristo é determinado pelo meu modelo de vida. Somos uma 
igreja solidamente firmada no estilo de vida cristão, no trabalhar e viver 
para Cristo. E por isso, em Atos 1.8, Jesus diz: "Mas recebereis a virtude do 
Espírito Santo, que há de vir sobre vós, e ser-me-eis testemunhas..." Somos 
testemunhas de Cristo! Devemos viver abundantemente como Ele viveu — 
em santidade. E, quanto mais unidos a Ele, mais representaremos sua vida. 
Não teremos mais aquele terrível problema de não poder fazer isso ou 
aquilo. Teremos ultrapassado todos os limites e, falando muito 
francamente, através dos anos temos perdido gerações inteiras porque 
fomos muito "certinhos" em nossos dogmas e com as nossas proibições. A 
cada dia que passa, aumenta a minha certeza de que o "não pode" será 
substituído pelo nosso "não queremos". Não iremos mais desejarfazer nada 
que desagrade ao Senhor. Não é mais uma questão de não poder. Não 
pecarei mais porque tenho comunhão com o Senhor Jesus Cristo. O 
avivamento produzirá um povo santo. 
Womack: Tenho ouvido que cremos em duas coisas: santificação 
progressiva e santificação instantânea, ou seja, somos purificados no 
momento da conversão. Mas precisamos aprender a viver uma vida cristã. 
Será que algumas vezes temos exigido muito dos novos-convertidos? 
Trask: Há alguns anos, era obrigatório o velho cartão de membro. Ele 
significava que se você fizesse "isso" ou "aquilo", poderia ser um membro 
das Assembleias de Deus. Na verdade, teorizávamos a santidade. Havia 
pessoas que desejavam fazer parte de nossa igreja, mas ainda não tinham 
um relacionamento forte com o Senhor para tanto. Deus ainda precisava 
modificar sua natureza e seu caráter. 
Deixe-me dar um exemplo: o cigarro. Um homem foi salvo pelo 
Senhor Jesus e deseja profundamente mudar a sua vida e deixar o hábito de 
fumar; mas ainda que tente com todas as suas forças, o vício é tão forte 
quanto ele, e por isso sozinho não consegue deixar o cigarro. E o que 
fazemos? Puxamos do bolso um lindo cartão de membro e o colocamos 
bem debaixo do seu nariz logo após ele ter sido salvo, dizendo:" Se você 
quer ser um membro da Assembleia de Deus, tem de parar de fumar!" Uma 
terrível responsabilidade. Precisamos entender que Deus, e não a igreja, 
liberta as pessoas! E — a parte maravilhosa — é o Espírito Santo quem 
produz as convicções sem que precisemos sair por aí dizendo o que o 
crente pode ou não fazer. Porque quando o Espírito Santo produz as 
convicções, os cristão começam a viver pelo Espírito Santo. E o resultado 
final é um mesmo padrão para toda a igreja. 
Womack: E não há muitas coisas que as pessoas que nasceram de novo, os 
cristãos espirituais, não podem fazer? 
Trask: Ao contrário, há muitas coisas que elas podem fazer! Deixe-me dar 
um exemplo: eu não creio que uma pessoa nascida de novo e repleta do 
Espírito Santo queira olhar pornografia. Essa pessoa não esta agradando ao 
Senhor, porque a pornografia é um fruto da carne produzido pela lascívia. 
Há alguns anos, não estava tão em evidência nem era tão viável como hoje. 
Raramente enfrentávamos o problema da pornografia; pois na verdade não 
a relacionávamos entre as nossas prioridades. Se tivéssemos agido assim e 
atacado o problema, então teríamos quebrado com antecedência as 
estratégias e invenções do inimigo. Falhamos em não estabelecer 
prioridades para fazer a obra do Espírito Santo. 
Sim, haverá claras evidências de uma santa separação na igreja 
avivada. Quando as pessoas tiverem um verdadeiro encontro com Jesus e 
começarem a ter uma nova vida nEle, você ouvirá que elas se afastaram de 
determinadas coisas — não porque a igreja as proibiu, mas porque não 
desejam fazê-lo. 
Womack: Não é verdade também que, quando o avivamento chegar, 
muitas das coisas que parecem não ser erradas podem tornar-se verdadeiros 
problemas? 
Trask: Olhamos para as coisas não com os nossos olhos carnais, mas com 
os do Espírito Santo. Esta é uma grande e maravilhosa verdade, porque 
quando Deus remover as limitações, começaremos a enxergar através da 
ótica do Espírito e colocaremos nossas prioridades nos locais adequados. É 
por isso que Tiago, escrevendo sobre a oração, diz: "O homem de coração 
dobre é inconstante em todos os seus caminhos" (Tg 1.8). E acrescenta: 
"Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos 
deleites" (Tg 4.3). Isto significa que podemos orar dentro da vontade de 
Deus ou para que ela seja consumada em nós. Isso também é uma grande 
verdade para o estilo de vida de uma pessoa. Quando experimentamos um 
avivamento em nosso espírito, atendermos às prioridades estabelecidas por 
Deus, e não pela igreja, o que implicará na transformação de nossas vidas. 
Womack: O que o senhor diria a um pastor que deseja um grande 
avivamento em sua igreja? 
Trask: O avivamento não acontece sem oração, por isso a primeira coisa 
que lhe diria era que estabelecesse um ministério de intercessão atuante na 
igreja. Há muitos tipos de ministérios de intercessão, porém quando o 
assunto é especificamente o avivamento, precisamos começar do zero, com 
orações específicas por ele. Realmente encorajaria o pastor a levar seu 
rebanho à oração e também a estabelecer dias específicos para a prática do 
jejum. Sou um forte defensor do jejum. As igrejas de hoje não têm usado 
este benefício como no passado, porque estamos sempre mais propensos 
aos deleites e desejos da carne. No entanto, há na Palavra uma forte 
admoestação ao jejum. Jejuar, orar e esperar em Deus — já não somos tão 
bons nisso como antes. Estamos mentalmetne tão acostumados com os fast-
foods, que às vezes desejamos que Deus leve os pratos embora! Ou que 
sejamos tão abençoados, ponto de recebermos tudo de Deus sem que haja 
necessidade de um esforço maior da nossa parte! 
Eu encorajaria o pastor a ministrar sobre avivamento, a fim de 
encontrar respostas para questões importantes sobre o seu significado A 
maioria das pessoas em nossas igrejas não tem a menor ideia sobre o que 
estamos falando! Não estou me referindo a encontros de avivamento, mas a 
um grande e novo despertamento espiritual! Vamos deixar crescer dentro 
de nós um grande avivamento como resultado do entrosamento do Espírito 
com a fé e o desejo da presença de Deus. 
Inclusive, começaria falando ao povo sobre os grandes avivamentos 
que têm acontecido hoje. Movimentos que geram fome de Deus em nossos 
corações. Falaria das experiências de grande avivamento em algum país da 
América do Sul. Recentemente, sentei-me para conversar com o 
superintendente das Assembleias de Deus em Cuba, que contou-nos como 
Deus quadruplicou os resultados obtidos na Década da Colheita em seu 
país, nos primeiros três anos. Movimento? Não, avivamento! Eu disse a 
ele: "Ore conosco, e os ventos do avivamento soprarão e agitarão as águas, 
vindo sobre a nossa nação através da América!" 
As Escrituras admoestam: "Lembra-te pois donde caíste, e 
arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, eu brevemente a ti 
virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres" (Ap 2.5). 
O Senhor diz: "Lembre-se, arrependa-se, retorne!" 
Womack: Dar prioridade à oração e ao clamor não é um propósito superior 
ao do jejum? 
Trask: Através do jejum, aprendemos a não manipular o Senhor. Isso deve 
ser bem entendido. Não devemos manipular Deus com as nossas orações, 
mas caminhar em direção à sua vontade. Precisamos entender que o jejum é 
para a nossa disciplina e o nosso bem. 
O que o Senhor gostaria de dizer àqueles que estão nas lideranças 
das Assembleias de Deus? 
Trask: Creio que os líderes devem sempre ser exemplos, impondo a ordem 
na casa de Deus. E é por isso que Deus coloca pessoas na liderança. O meu 
primeiro desejo é que possamos ver um soberano mover do Espírito de 
Deus, a começar por aqui, no edifício central das Assembleias de Deus. E 
assim acontecendo, que cresçamos através da comunhão. Precisamos 
urgentemente de um avivamento! 
Nossa eficácia é medida pelo quanto somos espirituais, e não por 
quantos recursos, equipamentos, luxo ou sabedoria humana dispomos. Os 
resultados são apurados de acordo com a capacidade que temos de 
obedecer e amar ao Senhor. 
Womack: O que o senhor tem a dizer para os nossos evangelistas? 
Trask: Quero dizer aos evangelistas: "Amados, vão para suas igrejas com 
novas revelações de Deus e creiam que Ele vai usá-los no ministério 
apostólico". Esse é o objetivo dos evangelistas: sacudir as igrejas! Porém 
não conseguirão fazer nada se continuarem a pregar sempre os mesmos 
sermões. Cada igreja local é um corpo em particular, com necessidades 
específicas. Deus sabe como quebrantar os seus rebanhos e sacudi-los. Se 
você utilizar a mesma fórmula e a mesma receita em todo lugar, seutrabalho será mera repetição. Para uma nova sacudida, a Palavra de Deus 
precisa ser entregue com revelações recentes, a fim de produzir frescor em 
nossos corações. 
Se os evangelistas direcionarem a igreja para orar, crerem que Deus 
faz e opera milagres, clamarem a Deus por uma fresca e nova mensagem 
do Espírito Santo para o rebanho, buscando a operação dos dons do 
Espírito Santo, o avivamento alcançará o seu lugar. Os evangelistas devem 
ser responsabilizados pelo que foi perdido e orar pelo que se foi. 
Há alguns anos, quando eu exercia o meu ministério pastoral, havia 
em minha igreja evangelistas que queriam sair durante o dia e conduzir 
pessoas à igreja. Existia responsabilidade e preocupação em seus corações. 
Os evangelistas precisam deixar que a compaixão de Deus encha os seus 
corações e suas vidas. 
Womack: O que o senhor gostaria de dizer aos institutos bíblicos? 
Trask: dito aos nossos diretores de institutos: "Por favor, ajude-nos a 
enfatizar entre os alunos que os nossos institutos são pentecostais". Não 
estou sugerindo que ensinem apenas doutrinas pentecostais; refiro-me à 
experiência e prática. Nossos professores devem ser verdadeiros modelos 
de vidas pentecostais! 
Eu estava ensinando a Palavra em um dos nossos institutos, quando 
fiz uma pergunta: "Quantos de vocês já participaram de um verdadeiro 
avivamento — não encontros de avivamento, mas o real e poderoso mover 
do Espírito Santo?" Era uma classe onde cerca de quarenta estudantes se 
preparavam para o ministério, e apenas sete levantaram a mão. Você 
reconhece o que isso significa? Estamos formando ministros que não têm a 
mínima ideia do que significa um avivamento espiritual! Na verdade, o que 
faz com que meu coração clame pelo avivamento é exatamente o fato de ter 
participado de um verdadeiro, quando estava no instituto bíblico. 
Womack: O senhor tem dito que um avivamento mudou completamente a 
sua vida no instituto bíblico. O senhor experimentou avivamento em outros 
lugares? 
Trask: Experimentamos um verdadeiro avivamento em Vicksburg, 
Michigan. Pertencíamos a uma pequena comunidade de setecentas pessoas, 
e nossa igreja possuía apenas vinte membros. Então o superintendente 
distrital disse: "Quando você chegar lá, então saberá se deve ficar ou 
correr!" Era um daqueles lugares "difíceis". No entanto, Deus falou aos 
nossos corações que aquele era o lugar onde deveríamos exercer os nossos 
ministérios. Começamos então a orar, e direcionamos as pessoas à oração. 
Deus trouxe um grande mover do Espirito Santo que balançou aquela 
comunidade, e 250 pessoas foram acrescentadas à igreja! 
Experimentamos também um verdadeiro avivamento em Viscksburg, 
Michigan . A igreja, com cerca de 150 membros, tinha acabado de passar 
por uma divisão. Todas as pessoas estavam deprimidas e totalmente 
atordoadas. Então eu disse: "Não estamos aqui para nos preocupar com o 
que algumas pessoas têm feito; estamos aqui porque cremos em Deus e no 
mover do seu Espírito Santo". Assisti a um poderoso mover do Espírito e 
pude contemplar a nuvem da glória do Senhor cobrindo todo o vale de 
Vicksburg. É muito gratificante ver, semana após semana, durante anos, 
pessoas sendo salvas, curadas e batizadas no Espírito Santo. 
Também experimentei um grande avivamento no Brightmoor 
Tabernacleem, uma de nossas igrejas históricas, em meu último ministério. 
Eu era o superintendente no distrito de Michigan, e quando surgiu a 
necessidade lutei com Deus insistentemente para que pudesse ter a certeza 
se deveria sair e retornar ao meu ministério pastoral. Minha proposta foi a 
seguinte-. "Vou para Brightmoor Tabernacle; mas só irei se for isto mesmo 
o que tu queres que eu faça. Só deixo a superintendência se comprovares 
meu chamado com um avivamento". 
Eu não estava procurando status. Apenas não estava realmente 
programado para tal direção. Algumas pessoas acham muito confortável 
ficar sempre em evidência e mudar de vez em quando, de ministério em 
ministério, semana após outra. No entanto, nunca veem pessoas sendo 
salvas ou algo realmente espiritual acontecer! Eu conhecia aquela igreja, 
ela havia se dividido e decrescido numericamente, estava realmente se 
destruindo, e eu não queria fazer parte daquilo. Mas Deus assegurou-me 
que, se eu fosse obediente e submisso à sua voz, nos enviaria um 
avivamento. E como o Senhor é fiel! Cumpriu sua palavra e enviou-nos a 
sua glória. A igreja começou a crescer, passou de novecentos membros 
para 2.200 em poucos anos. Ela se fortaleceu, e diariamente pessoas 
passaram a ser salvas, batizadas no Espírito Santo e curadas. Isso é 
maravilhoso! 
Por isso sei o que Deus é capaz de fazer e posso afirmar que não 
haverá uma Assembleia de Deus sequer sem avivamento, se o seu pastor, 
juntamente com todo o povo, confiar e obedecer às admoestações da 
Palavra de Deus! Esta é a formula certa para o avivamento! 
Womack: Na verdade, muitos de nós foram levantados com a certeza de 
que o Espírito do avivamento é altamente essencial para o sucesso de uma 
igreja genuinamente pentecostal! 
Trask: Sim! É nisso que acredito! Creio que o que aconteceu em todas 
estas igrejas locais deve acontecer também em todas as Assembleias de 
Deus . Fomos levantados em um grande mover do Espírito Santo, e por 
termos saído da nossa posição começamos a morrer. Precisamos entender 
que nossa igreja nasceu de um poderoso mover do Espírito Santo e 
precisamos permanecer neste mover. Nós mudamos de posição, mas Deus 
continua sendo o mesmo ontem, hoje e eternamente! 
Womack: Exatamente como as igrejas onde o senhor já pastoreou, eu 
rambém tenho visto outras igrejas passando por grande avivamento, como 
as Assembleias de Deus em Bogotá, na Colômbia, e a Assembleia de Deus 
de San José, Califórnia. No entanto, o número de igrejas avivadas ainda é 
muito pequeno. Não estamos precisando de um mover espiritual que abale 
e envolva a nossa igreja em todos os lugares? 
Trask: É exatamente isso o que Deus está fazendo e continuará a fazer. Os 
avivamentos que estão ocorrendo em todo o mundo são evidências plenas 
do que estou lhe dizendo. O profeta Elias perguntou: "Você está vendo 
alguma chuva?" E, depois de olhar sete vezes, o seu moço voltou e disse: 
"Eis que se levanta do mar uma nuvem pequena como a palma da mão de 
um homem" (1 Rs 18.44). Um grande avivamento está para acontecer sobre 
toda a Terra... 
Womack: Pastor Trask, muito obrigado por ter nos falado sobre sua visão 
de um grande avivamento nas Assembleias de Deus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
O Poder 
Pentecostal e a Igreja 
 
É verdade que as pessoas apenas religiosas, ao invés de cristãos 
verdadeiros, encontram grande dificuldade em manter um alto nível de 
intensidade espiritual. Consequentemente — já que o movimento cresce — 
uma revelação que se inicia com uma chama de glória e não é renovada 
acaba murchando, até alcançar um nível popular de devoção espiritual tão 
baixo que, com o passar das gerações, perde-se o senso de maravilha e a 
singeleza do propósito. 
Então, como Deus consegue manter a chama pentecostal viva por 
gerações inteiras? Aqui está o ponto. Precisamos compreender esta solene 
verdade: a morte e a ressurreição são aspectos de nossa religião. Vejamos 
uma coisa: os filhos de Israel que murmuraram diante das águas amargas 
de Mara foram os mesmos que mais tarde experimentaram a glória de Deus 
no monte Sinai. Os israelitas assustados que fugiram em meio aos perigos 
na Terra Prometida foram os mesmos guerreiros vitoriosos de olhares 
brilhantes que atravessaram o Jordão em terra seca e milagrosamente 
derrotaram Jericó! Nem todos Conseguem entender os caminhos do 
Senhor, mas em todas as épocas Deus levanta homens que cumprem a sua 
vontade. Ele mesmo provienciará o avivamento, e todos os que estiverem 
atentos à voz de Deus alcançarão em seu nome numa nova chama de glória. 
Coloquemos desta maneira: se o Senhor retardara sua vinda, então 
no século XXI teremos um povo que proclamará verdadeiramente o 
Evangelho. A questão não é se acontecerá ou não o avivamento, mas se 
faremos parte dele! Deus não está em crise; nós estamos passando por ela - 
indecisos e sem saber se dedicaremos as nossas vidas ao avivamento 
pentecostal ou se voltaremos a agir como pessoas perdidas, andando 
devagar e envolvidas apenas com compromissos menores. 
Donald Gee, um dos primeiros escritores e palestrantes pentecostais, 
disse: "Uma das coisas que tenho visto nos movimentos de avivamento 
mais modernos é a grande tendência que existe em manter-se a igreja 'feliz'. 
Os evangelistas modernos sempre querem manter todos sorrindo e 
cantando, e o tema geral parece ser: 'Todos estão alegres com Jesus?' Eles 
treinam suas igrejas direitinho, e automaticamente todos respondem: 
'Amém!' No entanto, se conheço bem a Palavra, um grande avivamento 
sempre se inicia por pessoas não conformadas à situação que estão 
vivendo. Os poderosos avivamentos que ocorreram nos dias de nossos pais 
costumavam fazer a igreja chorar ao invés de rir! Temo pelo fato de 
podermos estar vivendo um cristianismo muito superficial". 
As pessoas costumam cultivar a ideia de que um avivamento 
corresponde a uma série de encontros entusiásticos. O verdadeiro 
avivamento, no entanto, deixa uma impressão duradoura em cada indivíduo 
e também sobre a igreja. Ele não é um mero estado da mente, mas uma 
qualidade de relacionamento individual com Deus. 
Em uma das mais claras fórmulas para um avivamento, nas 
Escrituras, Tiago disse: "Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele 
fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, 
pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti as vossas 
misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso 
gozo, em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará" (Tg 
4.7-10). 
Este é um princípio muito simples: se nos submetermos a Deus e 
resistirmos ao diabo, o Senhor irá se aproximar de nós e o inimigo manterá 
distância. Por outro lado, se nos rendermos ao diabo e resistirmos a Deus, o 
inimigo se aproximará de nós e Deus afastará. Sendo assim, o Senhor 
chamou-nos todos para que deixemos os nossos pecados e o nosso duplo 
ânimo, lavemos as mãos e purifiquemos os nossos corações. Nosso sorriso 
deve con-verter-se em pranto e o nosso gozo em tristeza. Devemos nos 
humilhar. Somente assim Deus nos reavivará. E, quando formos tentados a 
ceder, assim como os não-crentes, precisaremos nos lembrar que Tiago 
escreveu palavras de grande consolo aos cristãos "irmãos" (Tg 1.2; 2.1; 
3.10). 
Tanto a história quanto a beleza residem nos olhos do observador. 
Nas páginas seguintes, veremos um sumário da história da igreja 
pentecostal. Veremos logo a diferença, nos pontos de vista deste sumário, 
para a maioria dos livros de história da Igreja, porque todos os outros foram 
escritos sem a vantagem da experiência e perspectiva pentecostais. É assim 
que os pentecostais veem a história: a igreja perdeu o essencial para manter 
a agressividade evangelística, e não deixou ainda a sua marca neste século. 
E essa perda certamente inclui a experiência do batismo no Espírito Santo e 
o falar em outras línguas. Mas isso não é tudo: o batismo representa um 
santo retorno às convicções, experiências, práticas e prioridades do 
Cristianismo do Novo Testamento estabelecido por Jesus e ensinado por 
seus apóstolos. E a coisa mais importante que pode acontecer com um 
verdadeiro cristão pentecostal é a manutenção de um profundo sentimento 
de respeito pelo Cristianismo original vivido pelos primeiros cristãos e que 
nos foi concedido pelo Novo Testamento. 
Algumas pessoas dirão que esquecemos de alguma coisa, outras, que 
fomos longe demais, mas a intenção desta sinopse é mostrar apenas 
algumas tendências gerais que demonstram a nossa grande necessidade de 
receber uma unção fresca do Espírito Santo de Deus, a afim de que 
possamos reviver outra vez. Não estamos questionando aqui a organização 
da igreja, sua administração, suas programações ou funções sociais; pois 
sabemos que, em todas as gerações, ela tem se estruturado para influenciar 
pessoas, atingir seus objetivos e adaptar seus Métodos, a fim de alcançar 
vidas de sua época e cultura. Questionamos especificamente a 
espiritualidade da igreja, sua justiça e dedicação ao Senhor e à sua santa 
Palavra. 
Nossas Raízes Pentecostais 
O Movimento Pentecostal não teve o seu início no século XX, mas 
no dia de Pentecostes — aproximadamente em 30 d.C. — quando 120 
cristãos "foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras 
línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem" (At 2.4). 
Logo após a primeira convocação ao altar de Deus, três mil pessoas 
aceitaram a Jesus Cristo como seu Salvador. Pedro disse: "Arrependei-vos, 
e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos 
pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo" (At 2.38). Todos aqueles 
três mil foram salvos, batizados nas águas e batizados com o Espírito Santo 
no dia de Pentecostes. Daquele dia em diante a Igreja multiplicou-se, 
chegando a ultrapassar os limites do Império Romano. No entanto, com o 
tempo e as novas gerações, surgiram problemas que levaram a Igreja a 
perder o seu primeiro amor (Ap 2.4). 
E o que levou a Igreja pós-apostólica a perder sua natureza 
pentecostal? Consideremos algumas coisas essenciais: em primeiro lugar, a 
Igreja se dispersou. Levava muito tempo para que um cristão fora da 
Gálacia lesse a carta do apóstolo Paulo aos gálatas, da mesma maneira que 
os cristãos da Ásia Menor custaram a conhecer o que o apóstolo escrevera 
aos romanos. Pouquíssimos cristãos tiveram o privilégio de ler mais que 
um dos quatro evangelhos e, provavelmente, a maioria sequer teve a 
oportunidade de conhecer qualquer livro do Novo Testamento. A 
deterioração da fé foi inevitável, e o Cristianismo se espalhou. Quando o 
Novo Testamento finalmente foi registrado e tornou-se conhecido, a Igreja 
estava longe de ser o que era no princípio. 
Em segundo lugar, o transporte naquela época era muito lento, e a 
comunicação entre as igrejas, quase impossível. Em consequência, a Igreja 
acabou adotando linhas diferentes de pensamento. Assim, surgiram 
diversas igrejas como a Arménia, a Síria, a Ortodoxa Grega, a Católica 
Romana e outras. A dispersão sem planejamento ou avaliação mais 
profunda das lideranças da época acabou sendo altamente prejudicial ao 
corpo de Cristo. 
A chamada Era das Trevas realmente correspondeu ao nome, pois a 
Palavra tornou-se inacessível às pessoas comuns, ficando restrita a homens 
isolados em monastérios e bibliotecas. Apenas em meados do século XV, 
quando Gutemberg inventou a imprensa, as pessoas passaram a ter livre 
acesso à Palavra de Deus, podendo estudá-la e conhecê-lo Surgiram os 
primeiros exemplares em latim. Mais tarde, Lutero traduziu a Bíblia para o 
alemão, William Tyndale para o inglês e outras traduções surgiram por 
toda a Europa. O ressurgimento da Palavra gerou uma verdadeira revolução 
em todo o mundo, conhecida como Reforma Protestante, porque a Igreja 
daqueles dias tinha unidade e se parecia com a Igreja Primitiva. Depois que 
a Bíblia retornou às mãos das pessoas, a Igreja recuperou passo a passo sua 
identidade bíblica, originalmente cristã. 
Já na segunda metade do século XIX, as igrejas começaram a 
enfatizar a necessidade de estabelecer a diferença entre desejar e viver uma 
vida cristã. A. B. Simpson foi um dos mais importantes e conhecidos 
líderes dessa época, conhecida como Movimento da Santidade. Alguns 
historiadores evangélicos incluem nesse movimento Dwight L Moody e 
Charles G. Finney — e a maioria desses irmãos deixaram as linhas de 
pensamento que tendiam à teologia liberal, chamada modernismo. Dentro 
do movimento, o interesse pelaobra do Espírito Santo, como acontecia no 
Novo Testamento, foi crescendo rapidamente. 
Em um pequeno instituto bíblico em Topeka, Kansas, um grupo de 
estudantes que não foram para casa no Natal buscaram a Deus em oração, 
clamando durante dez dias, exatamente como os primeiros cristãos no dia 
de Pentecostes. Dez dias depois, em meio às comemorações do Ano Novo 
de 1901, todos foram cheios do Espírito Santo e falaram em outras línguas, 
como no dia de Pentecostes. Aquela forte explosão de poder espiritual 
dinâmico não pôde ficar restrita àquele instituto bíblico e logo espalhou-se 
pela cidade de Kansas e por outras cidades: No início de 1906, na rua 
Azusa, em Los Angeles, aconteceu um maravilhoso mover do Espírito de 
Deus que acabou levando ao conhecimento de todo o mundo a existência 
de um novo movimento P entecostal. A maioria das igrejas pentecostais 
surgiram do avivamento daquela rua 
Charles T. Crabtree, assistente geral da Superintendência das 
Assembléias de Deus dos Estados Unidos, escreveu em seu livro 
pentecostal priority "Após o primeiro derramamento espiritual em Topeka, 
kansas o fenomeno pentecostal deu início a uma verdadeira reação em 
cadeia. A história registra que, nas primeiras décadas do século XX, 
surgiram poderosos ministérios, milagres e intensa perseguição. Havia 
unidade e compartilhavam-se os bens. A intercessão e a oração eram 
constantes, implicando em comunhão. Houve uma repetição da história da 
Igreja Primitiva registrada no livro de Atos: 'O Senhor acrescentava à igreja 
aqueles que se haviam de salvar'". 
A maior parte das religiões de todo o mundo rejeitaram os novos 
pentecostais e os expulsaram de sua comunhão. Alguns dos cristãos que 
pertenciam ao Movimento da Santidade declararam que o falar em línguas 
era do diabo, e as pessoas que não conseguiam entender o poder do Espírito 
chamavam os pentecostais de "santos barulhentos" — um termo que 
realmente nunca levamos a mal, porém recordamos com temor. Muitas 
pessoas foram atraídas pelas nossas reuniões e encontraram a salvação, o 
batismo no Espírito Santo, respostas milagrosas às orações e fervorosa 
comunhão. Alguns abandonaram a luz confusa de igrejas espiritualmente 
frias, e outros, sem congregação, foram salvos da escuridão do pecado em 
resposta ao ardente evangelismo. Todos aqueles que realmente conheciam 
bem a Palavra associaram-se ao movimento que se identificava com o 
Cristianismo original. 
Em abril de 1914, o Concílio Geral das Assembleias de Deus foi 
fundado em Hot Springs, Arkansas — foi estabelecido nesse local, por se 
tratar de um grande centro urbano de fácil acesso. Sua chamada ficou bem 
definida logo no texto de abertura daquele encontro: "Durante muitos anos, 
Deus tem levado os homens a se voltarem para o evangelho pleno 
apostólico, padrão de experiências e doutrinas". Nunca pensamos sequer 
em melhorar aquela definição, porque entendemos que o Movimento 
Pentecostal é realmente o retorno ao Evangelho pleno, original, apostólico; 
o cristianismo pentecostal não é o movimento mais "educado", mas o 
centro do Cristianismo. 
Sobre isso George O. Wood, secretário geral das Assembleias de 
Deus, diz: O profeta Joel falou-nos sobre as chuvas têmpora e serôdia 
012.23)-As chuvas têmporas de outubro e novembro amaciavam o solo de 
tal maneira, que sementes podiam ser plantadas com extrema facilidade. 
Mas as chuvas serôdias de abril também eram necessárias, pois tratavam o 
solo, faziam frutificar as sementes e mantinham o solo úmido o bastante 
para resistir às estiagens do verão. As chuvas serôdias eram diretamente 
responsáveis pelos frutos nos tempos de seca. 
Olhando para o início do século XX, podemos ver as chuvas 
temporãs de Topeka, Kansas, rua Azusa, em Los Angeles, e Hot Springs, 
em Arkansas. Todo esse mover foi na verdade uma grande chuva que 
amaciou o solo e plantou a semente para a grande colheita dos últimos dias. 
E hoje, estão diante de nós o fim deste século e a grande conclusão deste 
milénio. O Espírito Santo está a me dizer: "A rua Azusa foi apenas uma 
chuvinha, comparada com o que ainda tenho reservado para vocês nos 
próximos dias". Uma grande seca está para acontecer. Por isso é necessário 
que haja chuva! 
O Pentecoste, como festa do Antigo Testamento ou ensino do Novo, 
está diretamente relacionado à seca. Nós aspiramos a um novo Pentecoste 
em nossos corações, não apenas porque desejamos ter uma vida interior 
com Deus mais ativa. A experiência do Pentecoste não pode jamais ser 
separada do seu principal objetivo: preencher o que está vazio, completar o 
que está seco. Deus derramou o seu Espírito Santo porque, mesmo na seca, 
a terra pode frutificar. Com o avivamento surgem os poderosos 
evangelismos. Afinal, não pode haver um forte avivamento se apenas a 
igreja é restaurada, pois uma igreja avivada resulta em uma comunidade 
alcançada pelo Evangelho. 
Com o ressurgimento da igreja neotestamentária, nossos 
antepassados pentecostais começaram a ver os mesmos resultados que a 
Igreja Primitiva. Muitas pessoas começaram a ser salvas, curadas de 
enfermidades e libertas da opressão do inimigo, passando a ser totalmente 
guiadas pelo Espírito Santo. A adoração era ungida e animada, seus 
corações respiravam o louvor, a ministração da Palavra era fervorosa, 
poderosa e eficiente e, quando as pessoas vinham, rendendo-se ao Senhor 
diante do altar, aconteciam fenomenos que não ocorriam desde que a Igreja 
Primitiva. O batismo no Espírito Santo e a sua evidência do falar em 
línguas verdadeiramente revolucionaram a igreja, restaurando assim o 
conceito de evangelismo como algo diretamente voltado para o mundo. Na 
segunda reunião do Concílio Geral das Assembleias de Deus, Lemuel C. 
Hall estabeleceu uma resolução convocando a todos Para para o maior 
evangelismo que o mundo jamais viu". 
A principal motivação da igreja do século XX ao despertamento foi 
Expectativa pela volta do Senhor Jesus Cristo. Crendo profundamente nas 
profecias bíblicas que anunciam o arrebatamento da Igreja seguido pelo 
derramamento da ira divina sobre todo o mundo, os primeiros cristãos 
pentecostais trataram de espalhar o Evangelho da maneira mais rápida que 
puderam. O poder pentecostal, combinado à urgência das visões proféticas, 
criou uma força extrema que impulsionou o início do movimento. 
Ocorriam muitas reuniões de oração — o tempo do culto nas igrejas não 
era desperdiçado com anúncios e propagandas. Multidões passaram a 
encher a igreja aos domingos. Os sermões tinham uma sequência lógica e 
duravam no mínimo 45 minutos. E as ministrações sobre as vidas que 
vinham diante do altar prosseguiam noite adentro. 
Problemas no Paraíso 
Entretanto, com o tempo vieram os problemas. O povo, que vivia 
longe dos limites humanos da emoção e intuição, começou a encarar fortes 
tentações em diversas áreas da vida. Então a igreja começou a correr o 
risco constante de confundir a emoção com a revelação do Espírito e a 
substituir as santas tradições de um comportamento legitimamente santo 
por práticas e costumes humanos. Como resultado, até hoje se dá mais 
atenção às experiências humanas que às revelações do Espírito de Deus. 
No entanto, Deus nos tem conduzido em vitória através dos anos. Na 
verdade, hoje preferimos negociar com o que estamos habituados e 
permanecer com as fracas brasas das nossas frias mas prósperas igrejas do 
que clamar pelo "vento do Espírito Santo". 
Quando voltaremos a agir como antes, numa época onde crescíamos 
rapidamente na mais alta atmosfera espiritual do Evangelho pleno, onde as 
pessoas eram direcionadas com autoridade, permaneciam num ambiente de 
santa devoção, confiavam nas manifestações espirituais e viviam no 
Espírito de tal maneira, que verdadeiras multidões eram atraídas? E claro 
que, em função do nosso grande entusiasmo, em várias ocasiões fomos 
longe demais no que tange à emoção. Mas determinados extremos podemser o preço a ser pago para que ocorra um grande avivamento. Em outras 
palavras, dificilmente haverá avivamento sem que se ultrapassem alguns 
limites de comportamento e ideias. 
Na década de 1920, as Assembleias de Deus começaram a se 
organizar melhor. Surgiram institutos bíblicos que passaram a treinar os 
ministros. Missionários foram enviados por todo o mundo, e pessoas tanto 
o que deveria ser maravilhoso tornou-se um problema; nosso crescimento 
acelerado começou a gerar inúmeras dificuldades para a Igreja. Como ela 
tornou-se mais popular, estava mais apta, possuindo melhores condições 
para começar a definir questões bíblicas, comportamento cristão e 
doutrinas espirituais. Muitas coisas começaram a fluir de maneira negativa, 
contribuindo para uma eventual decadência e dispersão. 
Outro fator que muito contribuiu para um lento mas constante 
declínio da igreja foi o nível de formação de nossas lideranças. No início, a 
maioria de nossos pastores eram homens treinados em seus ministérios, 
batizados com o Espírito Santo, oriundos de outras denominações. 
Infelizmente, alguns de nossos líderes concluíram, de forma errada, que um 
bom nível de formação para nossos pastores levaria à deterioração do 
ministério. Acreditavam que muita preparação teológica e o enriqueci- 
mento de detalhes nos sermões eram contribuições humanas. Acreditavam 
que a "inspiração" para a ministração deveria vir somente do Senhor. E, 
para dar respaldo a este pensamento, utilizaram o seguinte texto: "Abre 
bem a tua boca, e ta encherei" (SI 81.10). 
Como resultado, a maioria dos líderes passaram a assumir seus 
ministérios tendo pouquíssima formação e, por não possuírem uma base 
bíblica essencial, passaram a enfatizar apenas coisas superficiais como 
"usos e costumes", preocupando-se mais com questões culturais do que 
com o legítimo comportamento moral cristão. Não devemos esquecer, 
entretanto, que muitos desses líderes não só foram os responsáveis por 
inúmeras conversões, mas também estabeleceram os ensinamentos de 
nossa igreja com grande cuidado e sabedoria! 
Através" dos anos, eles aprenderam que Deus não derrama sua 
mensagem através do pregador, como água em um funil, mas capacita 
naturalmente com unção seus obreiros, para exercerem seu ministério na 
casa de Deus com conhecimento experiência e preparação. E perceberam 
também que esta unção não é derramada sobre a vida dos líderes apenas 
quando pregam ou oram pelas ovelhas, mas adquirida com o tempo, 
durante toda a vida, de acordo com o estilo de vida que escolherem adotar 
— em sua vida particular, no púlpito, em sua personalidade e nas horas que 
dedicam à preparação da Palavra e à adoração. Pagamos um alto preço 
porque falhamos em compreender o verdadeiro sentido da unção espiritual. 
Achávamos que um ministério podia ser poderoso, mas não nos 
dedicávamos à Palavra e dávamos mais valor à aparência externa que aos 
princípios interiores de vida cristã. 
Desafios à Nossa Fé 
Agora não há mais a necessidade de falar sobre detalhes históricos. 
Os problemas que encaramos no passado foram consequências naturais de 
um grande avivamento, e no próximo voltaremos a enfrentá-los. Quando o 
avivamento chegar, nosso entusiasmo será renovado, e nossas emoções, 
restauradas. Surgirá uma nova geração de "fanáticos com os olhos 
inflamados" como Paulo, Pedro e Estevão — homens que deram suas vidas 
pelo Reino de Deus (isso inclui o fato de que nós queremos ser como eles!). 
Nosso desafio será manter o movimento pautado na Palavra de Deus. 
Quando falamos em avivamento, não estamos sugerindo simplesmente uma 
fórmula para métodos humanos de reforma das estruturas e organizações. 
Estamos chorando diante do Senhor para que se volte para as nossas vidas e 
restaure-nos à sua vontade e aos seus caminhos! Não temos a menor ideia 
de como Deus trará ou de como será o avivamento. A única coisa que 
podemos fazer é levantar as nossas vozes e dizer: "Reina sobre nós, 
Senhor!" 
Uma das tentações de Jesus consistia em colocar o poder do Pai à 
prova quando foi colocado sobre o pináculo do Templo. O diabo queria que 
Jesus fizesse uma verdadeira exibição de sua confiança em Deus e uma 
demonstração de seu poder milagroso. Hoje vemos o mesmo tipo de 
tentação nas grandes concentrações de cura, libertação e poder de Deus. 
Sempre existiram homens e mulheres de Deus sinceros, que verdadeira- 
mente realizavam poderosas campanhas com manifestação do poder de 
Deus. Mas o sucesso levou alguns, por outros motivos, a emularem. O que 
normalmente se pretendia, que os milagres de Deus acompanhassem o 
processo de cura e vitória da alma, era muitas vezes exibido como um show 
para mérito próprio-Marcos 16.15-18 diz que os sinais e os milagres 
seguirão aos que creram e a todos quantos forem pelo mundo anunciando o 
Evangelho. Biblicamente, as curas divinas sempre estão próximas o 
bastante daqueles que anunciam o Evangelho. Mas devemos tomar cuidado 
quanto a isso, pois é preciso estar atento com relação à curta distância que 
separa a verdade do exibicionismo, ou então estaremos correndo o grande 
risco de sacrificar toda uma multidão já evangelizada, convertida e 
abençoada por Deus através de curas e libertações. E, frequentemente, 
ainda temos aprendido tristes lições relacionadas às coisas íntimas de Deus 
sem estar verdadeiramente pregando o Evangelho. Desde as antigas 
cruzadas de cura divina até a moderna televisão, tem sido esta a nossa pior 
área, pois temos tentado mostrar a força do poder de Deus, colocando à 
mostra, indignamente, as santas manifestações da sua glória. Tais abusos da 
nossa parte têm provocado terríveis consequências: muitos dos nossos 
pastores têm se desviado do caminho da verdade por causa dos "milagres". 
O derramamento do Espírito Santo na igreja, através das chuvas 
serôdias, também tem representado um grande desafio para todos nós. 
Muitos líderes, apesar de todas as nossas recomendações, têm levado as 
manifestações dos dons do Espírito Santo a extremos. Ironicamente, nosso 
maior problema com as chuvas serôdias vieram depois que conversamos 
com os nossos líderes e resolvemos avaliar o que ensinam e praticam. 
Temos nos desviado totalmente do caminho verdadeiro quanto às 
manifestações dos dons do Espírito Santo. 
Uma outra mistura de desafios e bênçãos é o Movimento 
Carismático. Temos uma boa ideia do que está acontecendo, quando 
percebemos as velhas linhas de comportamento de denominações antigas 
mesclarem-se ao alto crescimento espiritual surgido no Movimento 
Pentecostal, no início do século. Ao mesmo tempo, há uma grande 
diferença entre ser pentecostal e ser carismático. Os pentecostais podem ser 
amados carismáticos, mas os carismáticos não são necessariamente 
pentecostais. Ser carismático significa identificar-se com uma renovação de 
fé e aceitar os dons carismáticos do Espírito Santo que nos foram 
apresentados em 1 Coríntios 12.1-11. 
Ser pentecostal significa identificar-se com o nascimento da igreja 
no dia de Pentecostes; inclua-se a isso uma vida de unidade e comunhão na 
Casa de Deus, ser batizado com o Espírito Santo e perseverar na doutrina 
apostólica. O Movimento Pentecostal refere-se a todos os aspectos da 
igreja, enquanto o Movimento Carismático envolve apenas alguns deles. 
E ainda, o Movimento Pentecostal exige o exercício da sabedoria 
onde é importante saber esperar pela obra do Espírito Santo no coração das 
pessoas, convencendo-as da sua atuação. Os primeiros cristãos carismáticos 
já tentaram permanecer em suas antigas denominações mas com o passar 
do tempo ficaram insatisfeitos, optando por formar suas próprias igrejas. 
Foi aí que experimentaram muitos dos extremismos que conhecemos no 
início da igreja pentecostal. 
Nosso relacionamento com o Movimento Carismático produziu em 
nossas vidas três problemas que resultaram em efeitos impressionantes. 
Primeiro, nos afastamos totalmentedeles, e nos mantemos isolados, longe 
da influência de qualquer um de seus adeptos. Dois homens nos 
convidaram a ministrar a Palavra para os carismáticos, Donald Gee e David 
duPlessis—ambos poderiam ter sido líderes em seu tempo. (Hoje creio que 
falhamos em não termos aceitado ministrar aos carismáticos, o que pode ter 
trazido consequências graves para o nosso crescimento). 
Em segundo lugar, as Assembleias de Deus eram, nos Estados 
Unidos, a denominação que mais rápido crescia na década de 1980. Nosso 
crescimento acentuou-se ainda mais, pelo fato de muitos carismáticos 
começarem a participar de nossos cultos. Nosso crescimento deu-se 
também porque os nossos novos convertidos aumentaram de modo 
gigantesco, enquanto nosso crescimento interno diminuiu. Eis aí outro erro: 
precisamos aprender a distinguir evangelismo primário (alcançar outras 
pessoas para Jesus), secundário (alcançar os nossos filhos para Jesus) e 
alternativo (alcançar outros cristãos). 
O terceiro problema surgido por causa de nosso relacionamento com 
os carismáticos deve-se à dificuldade de identificar esse movimento. Um 
dos seus aspectos fundamentais está no avivamento causado pela liberda- 
de no louvor. Foi maravilhosa e providencial para as nossas vidas uma 
nova ênfase quanto a esta necessidade. No entanto, alguns de nossos 
pastores abandonaram o estilo de adoração pentecostal, trocando-o pelos 
métodos carismáticos, socialmente mais aceitáveis. Como exemplo, 
podemos perceber que o louvor carismático possui uma quantidade enorme 
de pessoas em atividade, enquanto os petencostais enfocam mais a 
ministração do altar— arrependimento e retauração — com plena mudança 
de vida. (Falaremos mais sobre a adoração pentecostal.) 
As pessoas que receberam o Espírito Santo normalmente têm 
problemas em compreender o que Deus lhes está falando; nisso reside outro 
desafio. A Primeira Guerra Mundial veio a ser o que primeiro interpretá- 
vamos como a chegada do juízo de Deus através da grande tribulação. No 
início da década de 1930, muitos cristãos acreditavam que Jesus voltaria 
em 1936, vindo logo em seguida a ira de Deus, o Anticristo e o 
Armagedom. Entretanto, Jesus não voltou, e a Segunda Guerra Mundial fez 
renascer no coração da igreja as mesmas falsas expectativas. Recentemente, 
muitos de nós viram as profecias se cum¬prirem na Guerra do Golfo, mas 
esta também chegou ao fim. Enquanto não surgem outros grandes eventos, 
como a separação da União Soviética, nossos profetas permanecem 
estranhamente calados. 
Temos insistido em tentar identificar o Anticristo ou mesmo 
descobrir as épocas certas para o cumprimento das Escrituras, quando o 
que precisamos é reconhecer que a maior profecia se cumprindo em nossos 
tempos é a de Mateus 24.14: "E será pregado este Evangelho do reino por 
todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim". O 
"fim" ao qual Jesus se refere nesta passagem está indicado nos versículos 
30 e 31 — o fim desta era, marcado pelo arrebatamento da Igreja, e logo 
depois ocorrerá o julgamento de todos os povos da terra, no dia do Juízo — 
o mesmo cenário que podemos traçar no livro de Apocalipse. 
Consideremos outra tradução literal de Mateus 24.14: "E as boas 
novas do reino de Deus serão anunciadas e proclamadas por toda a terra 
para testemunho em todos os grupos sociais; e então o fim será 
enevitável".1 De acordo com Jesus, a igreja deve cumprir o seu papel na 
grande comissão de pregar o Evangelho a "toda criatura" (Mc 16.15). como 
podemos ver a igreja não estará em decadência no fim e tampouco 
derrotada, mas completará o seu chamado com grande entusiasmo e 
sucesso — através de um último e grande avivamento! 
Temos sentido o chamado profético à Igreja para que se levante e 
realize o propósito para o qual foi convocada. Deus tem falado constante- 
mente por seu Espírito, e muitas profecias têm sido entregues em nossa 
igreja. O tempo está chegando ao fim, Jesus está voltando e por isso 
devemos fazer duas coisas-, nos prepararmos como cristãos e proclamar as 
boas novas do Evangelho de Jesus Cristo. 
O que Fazer? 
Um século de vida do povo pentecostal produziu uma igreja enorme 
com uma estrutura grande e complicada, que precisa escolher entre 
permanecer assim ou tornar-se como os judeus reunidos naquela manhã do 
dia de Pentecostes. 
Lá pelas nove horas, os ventos do Espírito Santo começaram a 
sacudi-los, e línguas estranhas foram derramadas sobre todos eles 
diretamente dos Céus. E 120 pessoas foram cheias do Espírito Santo" e 
falaram em outras línguas. Pedro fez a primeira grande pregação 
pentecostal sem nenhuma anotação, e, no final do sermão, uma multidão de 
três mil pessoas composta por religiosos altamente tradicionais foi 
transformada em fervorosos cristãos, prontos a entregarem suas vidas por 
Jesus Cristo. 
Podemos escolher! Deus pode nos quebrar através das nossas 
tradições e rotinas, revivendo-nos! Mas a questão é: O que devemos fazer? 
A resposta é tão simples e rudimentar, que você ficará maravilhado 
por ter de ler todas essas páginas para chegar ao ponto, achando impossível 
que seja só isso, sem que Deus exija algum esforço a mais. Entretanto, se o 
avivamento dependesse do nosso esforço, provavelmente já o teríamos 
feito. Por que então não aceitamos e simplesmente seguimos os planos de 
Deus? 
Você está pronto? Pois aí está: a única coisa que devemos fazer e 
viver em unidade e juntos perseverarmos nas orações e súplicas! 
Dez dias antes do Pentecoste, os discípulos estavam reunidos no 
cenáculo. Em Atos 10.13,14, Lucas relaciona os discípulos que ali estavam 
(menos Judas Iscariotes). Diz também que se reuniram "com mulheres, 
entrando com elas Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele e "todos eles 
permaneciam unanimes em oração e súplica". Em poucos dias, outros 
chegaram e o número cresceu para 120 pessoas, que passaram a reunir-se 
no Templo, até que dez dias mais tarde todos foram cheios do Espírito 
Santo e começaram a falar em outras línguas conforme o Espírito lhes 
concedia que falassem" (At 2.4). A solução é simples. Então faça isso! R. 
A. Torrey diz: Creio que posso dar a "receita" que trará o avivamento em 
uma igreja, comunidade ou cidade sobre a terra. Primeiro, pegue um grupo 
de cristãos (não são necessários muitos) que tenham uma forte e plena 
experiência com Deus em suas vidas. Isso é o essencial. Se não for assim, 
posso afirmar que não irá acontecer nada. 
Depois, coloque-os em unidade com um grupo de oração e diga-lhes 
que clamem a Deus por um avivamento; que com orações e súplicas peçam 
que Deus abra os Céus e derrame o seu Espírito. 
Finalmente, coloque-os à disposição de Deus para que o Senhor 
possa usá-los da maneira como desejar, até que estejam prontos para 
conduzir outras pessoas à vitória em Cristo. E isso é tudo que, com certeza, 
trará o avivamento para qualquer igreja ou comunidade. Tenho dado esta 
receita ao redor do mundo. E, em todos os lugares, Deus tem sacudido 
igrejas e comunidades. Esta receita sempre deu certo, na verdade, não 
falha! 
Tradução de David A. Womak 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Avivamentos na Bíblia 
A palavra "avivamento" não aparece na Bíblia, no entanto, a Palavra 
de Deus constantemente apresenta os termos "restaurar", "restauração", 
"reviver", "reviveu" e "revivendo". No Novo Testamento, o termo 
"reviveu" aparece duas vezes, em Romanos 7.9 e 14.9 ("tornou a viver", 
ARC). Não houve avivamentos no Novo Testamento, porque a experiência 
dos primeiros cristãos foi algo inteiramente novo, jamais conhecido antes 
do dia de Pentecostes. Apenas no fim do primeiro século houve sinais de 
que alguns cristãos abandonaram o seu primeiro amor (Ap 2.4), mas não há 
nenhuma indicação de que tenham se arrependido e se reavivado. 
Sempre que os filhos de Israel se desviavam da verdade, no Antigo 
testamento, Deus fazia emprimeiro lugar um chamado ao arrependimento 
através das mensagens de seus profetas. Na maioria dos casos nem o povo 
ou seus líderes ouviam tais mensageiros, continuando em sua vida de 
pecado até experimentarem a ira de Deus e seu julgamento. Só então os 
profetas eram respeitados. 
Precisamos reconhecer que os avivamentos na Bíblia só ocorreram 
quando o despertamento espiritual iniciou-se no coração dos líderes! E aqui 
repousa toda a importância deste chamado ao arrependimento: muito que 
os homens de Deus têm profetizado e declarado que precisamos nos 
arrepender e clamar pela presença de Deus, mas agora esta palavra de 
restauração está vindo diretamente dos líderes de nossa igreja. O 
superintendente geral das Assembleias de Deus nos Estados Unidos, 
Thomas E. Trask, iniciou um trabalho de avivamento em todas as 
Assembleias de Deus, recebendo apoio e encorajamento de seus 
companheiros de ministério: o assistente geral da superintendência Charles 
T. Crabtree, o secretário geral George O. Wood, o tesoureiro geral James T. 
Bridges e todos os outros líderes e auxiliares. Esses homens de Deus 
receberam esta palavra diretamente do Céu e, se verdadeiramente nos 
arrependermos dos nossos pecados e nos voltarmos para Deus, eles 
direcionarão o Corpo para um novo avivamento. Em seu escritório, durante 
a inauguração da sede nacional das Assembleias de Deus nos Estados 
Unidos, em 18 de novembro de 1993, o superintendente geral Trask disse: 
"Prometo não descansar e nem me conformar com um possível crescimento 
numérico enquanto as Assembleias de Deus não experimentarem um 
soberano mover do Espírito Santo, que acabe por abalar com um grande 
avivamento todas as igrejas que pertençam ao glorioso corpo de Cristo". 
Que não haja nenhuma dúvida quanto a isto: um grande avivamento 
espiritual acontecerá quando todos os nossos líderes, desde o superin-
tendente geral até os pastores das igrejas locais, dobrarem os seus joelhos 
em arrependimento diante do Senhor e partirem para uma direção onde 
seguirão apenas os caminhos de Deus, e não mais os dos homens. E, uma 
vez ocorrendo um despertamento, os membros de nossas igrejas estarão 
fazendo parte do próximo e grandioso avivamento espiritual. 
Um Princípio Espiritual para o Avivamento 
Agora que já definimos biblicamente como os avivamentos 
espirituais se iniciam, vejamos exemplos práticos através da Palavra. Os 
muitos homens de Deus que a história do Antigo Testamento nos apresenta 
na verdade começaram a ser abençoados quando Abraão conheceu ao 
Senhor. E assim, Jeová tem se apresentado constantemente como o Deus de 
Abraão, Isaque e Jacó — aquEle que direciona líderes e assim influencia e 
abençoa gerações inteiras. 
Quando os filhos de Israel deixaram o Egito, após tantos anos de 
servidão Deus preparou um homem para liderá-los. Enquanto uma o inteira 
clamava por ajuda, Deus revelava-se a Moisés do meio da ardente. Se não 
houvesse um homem que falasse com Deus e fizesse exatamente o que o 
Senhor desejava, certamente o êxodo não teria acontecido, ninguém teria 
atravessado o mar Vermelho e jamais teria ocorrido uma experiência como 
a glória do Senhor no monte Sinai. 
Josué, que conduziu o povo de Deus à Terra Prometida, reuniu todos 
os anciãos de Israel, os cabeças, os juízes e os oficiais 0s 24.1) e declarou 
que o desafio de viver para Deus tinha de começar em seu coração e em sua 
família: "Escolhei hoje a quem sirvais... eu e a minha casa serviremos ao 
Senhor" (Js 24.15). Então todo o povo respondeu: "Serviremos ao Senhor, 
nosso Deus, e obedeceremos à sua voz" (Js 24.24). Depois que os líderes 
fazem a sua escolha, todos seguem pelo mesmo caminho! 
O Avivamento durante o Reinado de Josias 
Podemos ver o mesmo tipo de avivamento durante o reinado do rei 
Josias em Judá (2 Rs 22 e 23,; 2 Cr 34 e 35). Já que estamos estudando 
todos os tipos de avivamento na Bíblia, devemos considerar estas 
passagens como excelentes exemplos e trazê-las como aplicações práticas 
aos nossos dias. 
Era uma época de grande corrupção moral e negligência espiritual 
em Jerusalém e por toda Judá, pois a maioria dos filhos de Israel havia 
deixado o Senhor e passado a adorar outros deuses como Baal, Astarote e 
ate mesmo todo o "exército dos céus" (2 Rs 23.4). Baal era o deus do 
sucesso, da prosperidade e da abundância. Astarote, o "ídolo do bosque ou 
"poste-ídolo", era a deusa da fertilidade, do amor e da sexualidade Exército 
dos céus" era um conceito religioso da região da Mesopotâmia, que dizia 
que o Sol, a Lua e as estrelas eram manifestações de deuses que 
direcionavam a Terra e influenciavam a vida dos homens. Os deuses 
pagãos, exatamente como nos dias de hoje, exerciam grande influência 
espiritual e geravam uma constante busca por prosperidade, um desejo 
ardente pela sensualidade e muita superstição - o que hoje chamamos 
esoterismo e Nova Era. Se você tem alguma dúvida, basta assistir os 
comerciais de TV à noite e observar como esses deuses ainda dominam e 
influenciam as pessoas em quase todas as áreas de suas vidas. 
Enquanto isso, no Templo, o serviço ao Senhor virara comércio 
como nos dias de hoje, quando temos encontrado sermões superproduzidos 
e pedidos de ofertas que mais parecem cobrança de impostos; havia um 
descaso com a Palavra de Deus. Ninguém lia a Palavra dada por intermédio 
de Moisés (2 Cr 34.14), e durante muito tempo as pessoas comuns 
desconheceram totalmente a sua existência, E o mais grave, mesmo sem 
Deus e sua Palavra, a adoração no Templo sucedia-se em um nível muito 
superficial. 
Além disso, os compartimentos do Templo eram todos feitos de 
prata, numa evidência clara de que o povo gostava de estar ali. O Templo 
não representava nenhuma espécie de "ameaça", sua existência não 
indicava que deveria haver uma mudança em suas vidas. Frequentá-lo fazia 
parte do status. 
Essa é uma questão grave que precisamos encarar: as igrejas 
conseguem existir sem a presença de Deus e muitas já se encontram nesta 
situação! Um monte de igrejas por aí, ministérios inteiros, têm verdadeiro 
pavor das manifestações sobrenaturais que ocorrem quando Deus trabalha 
no meio da igreja. Por isso preferem continuar vivendo uma vida de 
religiosidade e simbolismo ao invés de entregarem suas vidas ao Senhor. 
Se toda igreja que tem como símbolo uma cruz verdadeiramente tivesse um 
compromisso com a cruz de Cristo, e se toda igreja que possui a figura de 
uma pomba em seu templo realmente tivesse manifestações do Espírito 
Santo, poderíamos ter um verdadeiro avivamento agora! 
E, para piorar muito mais a situação, os templos que deveriam ser 
santificados vêm sendo profanados com altares a Baal (prosperidade), 
Astarote (sensualidade) e todos os "exércitos dos céus" (superstição). Os 
líderes têm se guiado por suas próprias mentes e não veem problema algum 
em conduzir eles mesmos suas ovelhas à adoração, de acordo com seus 
próprios desejos. A maioria dos cultos nas igrejas esta sob a 
responsabilidade de homens, e não de Deus. 
Uma Igreja que se autodenomina pentecostal tem como slogan: Para 
pessoas de todos os credos". O sentimento de unidade pode trazer 
benefícios para a igreja, mas quando permitimos que o mundo Entre 
demais nela — e nas nossas vidas, contrariando a Palavra que diz serem 
nossos corpos templos do Espírito Santo (1 Co 6.19) — estamos 
contaminando e profanando a santa habitação de Deus. O grande perigo da 
sociabilização da igreja é que o contato constante entre cristãos e membros 
de outras religiões pode acabar gerando compromissos e desejos comuns. 
Logo essas influências começam a transformar-se em atitudes e ações; os 
cristãos começam então a perceber apenas pequenas diferenças entre as 
igrejas. Quando a nossa adoração adequar-se a qualquer tipo de igreja, 
perderemos nossa identidade adquirida através de uma experiência 
particular e individual com Deus e acabaremos afundando na areiamovediça da religiosidade. O apóstolo Paulo escreve às igrejas.- "Tendo 
aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te" (2 Tm 
3.5). 
Além disso, em total descaso com sua riqueza, o Templo estava se 
acabando. As paredes estavam deterioradas, e os trabalhadores estavam 
indo embora. Onde não existe o amor a Deus, com certeza não haverá 
nenhum zelo ou cuidado pela sua Casa. Geralmente, demonstramos o que 
estamos pensando e sentindo sobre Deus através do cuidado que temos com 
sua igreja — o templo, a instituição e o rebanho. 
Hoje temos prédios supermodernos, estruturados e organizados, 
estamos repletos de um sentimento de prosperidade porque nossos templos 
estão cheios de pessoas satisfeitas, e os nossos cofres, abarrotados de 
dízimos e ofertas, podemos, ao mesmo tempo, se temos negligenciado ao 
Senhor e sua Palavra, estar com as paredes da nossa igreja espiritual se 
deteriorando. 
No entanto, em meio a este universo de problemas, surgiu o rei 
Josias, que "fez o que era reto perante o Senhor" (2 Rs 22.2). E, exatamente 
como nos outros avivamentos, o despertamento espiritual de Judá começou 
a liderança. Tudo começou quando o rei Josias soube do péssimo estado de 
conservação em que se encontrava o Templo. Quando o rei tomou 
conhecimento do tesouro que havia na Casa de Deus, enviou seu escrivão 
pessoal, Safa, a Hilquias, o sumo sacerdote, a fim de que pegasse o 
dinheiro e pagasse os trabalhadores para que iniciassem o processo de 
restauração. E os carpinteiros edificadores e pedreiros eram tão honestos 
que "se não fez conta do dinheiro que se lhes entregara nas suas mãos, 
porquanto procediam com fidelidade" (2 Rs 22.7). O avivamento começa 
com renovado interesse pela Casa de Deus com pessoas sinceras e 
honestas. 
Então uma coisa maravilhosa aconteceu! Durante a limpeza e 
restauração das salas e compartimentos do Templo, foi encontrado o livro 
da Lei — o texto original dado a Moisés! Oh, que mudança não aconteceria 
em nossas igrejas se redescobríssemos a Palavra de Deus! Hoje, os nossos 
ministros pregam sobre Deus, religião, necessidades dos homens — mas 
quão raramente apresentam a Palavra viva ou choram, dizendo: "Assim diz 
o Senhor"! 
O grande sacerdote Hilquias entregou as escrituras a Safa, que 
rapidamente retornou para casa e as leu. Quantos avivamentos em todo o 
mundo têm começado com a leitura da Palavra de Deus! Quando Safa 
apareceu diante do rei a fim de entregar-lhe outro relatório, contou a Josias 
sobre a descoberta e leu as Escrituras. Após ouvir as palavras do livro da 
Lei, o rei rasgou as suas vestes e convocou Hilquias e os outros sacerdotes 
a que buscassem ao Senhor pelo rei, pelo povo e por toda Judá. Eles não 
sabiam como fazer aquilo, pois falar diretamente com Deus nunca fora 
parte das suas funções ministeriais. Por isso foram ter com a profetisa 
Hulda, que consultou ao Senhor. Eles ouviram sobre a ira de Deus e 
entregaram a mensagem ao rei Josias e ao povo de Judá. Como sempre, 
mesmo nos piores momentos, sempre há pessoas que sabem como falar 
com Deus. Está comprovado que não pode haver avivamento sem que haja 
oração eficaz. Tiago 5.16 diz: "Confessai as vossas culpas uns aos outros e 
orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode 
muito em seus efeitos". 
Através da profetisa Hulda, Deus disse ao rei Josias: "Porquanto o 
teu coração se enterneceu, e te humilhaste perante o Senhor- rasgaste as 
tuas vestes, e chorastes perante mim, também eu te ouvi, diz o Senhor" (2 
Rs 22.19). Este foi o segredo do avivamento nos tempos do rei Josias. Ele 
não apenas redescobriu a Palavra de Deus no Templo, mas também 
enterneceu seu coração e passou a viver uma nova vida. Ele humilhou-se 
perante o Senhor e rasgou as suas vestes ais em sinal de verdadeiro 
arrependimento e contrição (muito mais que uma emocional e fria religião). 
Quando Josias teve estas atitudes e mudou suas ações, então o Senhor o 
ouviu. 
Josias convocou todo o povo de Judá, grandes e pequenos, sacerdotes 
e profetas, e leu-lhes "todas as palavras do livro do concerto, que se achou 
na Casa do Senhor" (2 Rs 23.2). O rei se pôs em pé junto à coluna e fez 
uma aliança entre o Senhor e o povo, "para andarem com o Senhor, e 
guardarem os seus mandamentos, e os seus testemunhos, e os seus 
estatutos, com todo o coração e com toda a alma, confirmando as palavras 
deste concerto, que estavam escritas naquele livro" (2 Rs 23.3). E todo o 
povo se colocou de pé e assumiu essa aliança. 
É isto o que precisa acontecer em todas as igrejas — arrependimento, 
oração e um direcionamento de todas as pessoas a uma nova aliança com 
Deus. Não há outro caminho para o avivamento. Ficar de pé junto à coluna 
equivale hoje a ajoelhar-se no altar de Deus - a manifestação viva da glória 
divina. Se todas as pessoas em nossas igrejas se ajoelhassem hoje perante o 
altar e restaurassem também suas alianças, o avivamento começaria já! 
Não é preciso citar os detalhes dos efeitos do avivamento em Judá. 
Os resultados começaram a aparecer quando o sumo sacerdote Hilquias, os 
outros sacerdotes e os guardas das portas colocaram para fora do Templo 
todos os utensílios que se haviam feito para aqueles deuses e os queimaram 
fora de Jerusalém. E é assim também que o nosso avivamento começará — 
quando nossos pastores, auxiliares e membros expurgarem de nossas 
igrejas os falsos deuses! Aprenda um pouco com a santa indignação do 
Senhor Jesus, vendo como expulsou do templo a todos os que vendiam e 
compravam e derrubou as mesas Os cambistas e as cadeiras dos que 
vendiam pombas: "Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração. 
Mas vós a tendes convertido em covil de ladrões" (Mt 21.13). 
Josias purificou toda a terra de Judá, destruiu os altares e baniu do 
reino toda a idolatria. O que aconteceria no Brasil se os nossos líderes 
nacionais seguissem este exemplo ? 
O Avivamento de Esdras 
Podemos ver outro importante avivamento nos capítulos 9 e 10 do livro de 
Esdras. Esta passagem em especial é menos entendida, porque implica em 
separação e consagração, ou seja, em santidade. Movimentos e ensinos que 
falem sobre santidade não são muito populares, a não ser em tempos de 
avivamento. No entanto, é importante ressaltar que a rejeição aos padrões 
de santidade e vida com Deus pode ser a principal causa da diminuição e 
esfriamento dos movimentos por avivamento. 
Numa demonstração de total descaso para com o avivamento promovido 
pelo rei Josias, o povo de Israel, logo após a sua morte, não hesitou e 
retornou às práticas idólatras e aos pecados. Em todo avivamento haverá 
quem realmente se arrependa e deseje uma nova vida de comunhão com o 
Pai, mas sempre existirão outros - talvez a maioria - que se envolveram no 
avivamento, mas não se arrependeram e, consequentemente, não terão 
profundas experiências com Deus. Tais pessoas mudam logo seu modo de 
vida assim que o entusiasmo pelo avivamento passa ou os líderes são 
trocados. Então, por cometer o pecado gravíssimo de rejeitar a gloriosa 
misericórdia de Deus, passam a viver numa condição pior que a anterior. A 
influência maligna é muito grande, e as chamas do avivamento se apagam. 
E, com o retorno à mentira e à imoralidade, a condenação é inevitável pelo 
cumprimento das profecias com relação ao descaso e negligência. 
Como julgamento de Deus, os babilônios conquistaram Judá, 
destruindo Jerusalém, o Templo e levando cativo o povo. 
Sempre ouvimos falar que o cativeiro na Babilônia durou setenta 
anos, mas na verdade quase ninguém conseguiu viver tanto. Apenas cerca 
de dez por cento do povo conseguiu sobreviver e retornar a Jerusalém. Foi 
o que sobrou do Israel disperso. 
Babilônia caiu diante dos medos e persas, e foi exatamente durante o 
império persa que os judeus sobreviventes puderam retornar a Jerusalém e 
assim reerguer o Templo e restaurar as muralhas da cidade. E o livrode 
Esdras nos fala do retorno do povo sob a liderança de Zorobabel. Mas, 
preste atenção, exatamente como Israel hoje, o povo retornou à sua terra, 
mas não se voltou para Deus. Tendo vivido em terra pagã, os judeus 
acabaram por absorver muito de sua idolatria trazenndo-a consigo. Muitos 
homens, e até alguns líderes de Israel, casaram-se com "mulheres 
estranhas" porque, no retorno à Palestina, Misturaram-se com os povos que 
habitavam aquela região. E o pior, fizeram aliança com "as abominações" 
(Ed 9.1). 
Esdras, "escriba hábil na Lei de Moisés" (Ed 7.6), havia "preparado o 
seu coração para buscar a Lei do Senhor e para cumpri-la, e para ensinar 
em Israel os seus estatutos e os seus direitos" (Ed 7.10). Quando ele e 
outros judeus que voltaram para Israel no segundo tempo chegaram em 
Jerusalém, ficaram aterrorizados com a terrível situação espiritual dos 
judeus da primeira leva. Alguns dos príncipes de Israel se queixaram com 
eles: "O povo de Israel, e os sacerdotes, e os levitas, não se têm separado 
dos povos destas terras, seguindo as abominações dos cananeus, dos heteus, 
dos farizeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos moabitas, dos egípcios e dos 
amorreus" (Ed 9.1). E, ainda hoje, temos estes verdadeiros parasitas entre 
nós! 
A necessidade de separação do mundo ainda é um sério problema 
entre nós. O apóstolo João escreve: "Não ameis o mundo, nem o que no 
mundo há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele" (1 Jo 
2.15). O apóstolo Paulo pergunta: "Que sociedade tem a justiça com a 
injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?" (2 Co 6.14). E ele 
mesmo lembra a exortação do profeta Isaías: "Saí do meio deles... diz o 
Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei" (2 Co 6.17). 
Separar-se do pecado é uma condição inegociável para que haja um 
verdadeiro avivamento. 
Quando Esdras ouviu todas aquelas reclamações, rasgou as suas estes 
e o seu manto, arrancou os cabelos da cabeça e da barba e sentou-se 
atônito. Então se juntaram a Esdras "todos os que tremiam das palavras do 
Deus de Israel, por causa da transgressão". Então Esdras se pôs de joelhos, 
estendeu as mãos para os céus e disse: "Meu Deus! Estou confuso e 
envergonhado, para levantar a ti a minha face, meu Deus; porque as nossas 
iniquidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa cresceu 
até aos céus!" (Ed 9.6). 
Esdras continua a sua oração: "E, agora, por um pequeno momento 
se nos fez graça da parte do Senhor, nosso Deus, para nos deixar alguns 
que escapem e para dar-nos uma estabilidade no seu santo lugar; para nos 
alumiar os olhos... e para nos dar um pouco de vida na nossa servidão" (Ed 
9.8). Deus, em sua graça, demonstrou misericórdia para com o seu povo 
que havia sido liberto e retornara do cativeiro. E para revivê-los, concedeu-
lhes três coisas. 
Primeiro, "estabilidade no seu santo lugar". Imagine uma estaca onde 
os fazendeiros prendem animais grandes, como um cavalo de raça, e assim 
transmitem confiança e tranquilidade aos seus protegidos. Essa é a ideia. O 
povo de Deus está tranquilo e seguro em um lugar fixo como uma grande 
estaca. Deus colocou limites, e assim não podemos nos afastar dEle. Em 
segundo lugar, lhes "alumiou os olhos". Experimente um dia, comparar a 
expressão de cristãos que foram restaurados com a dos que não foram. 
Você entenderá exatamente o que Esdras quis dizer. E, em terceiro lugar, 
Deus lhes concedeu "um pouco de vida" — antes de o povo se arrepender. 
Um pequeno avivamento não é suficiente. Se temos fracos sinais de vida 
hoje, também os tínhamos quando vivíamos em pecado. O que nós 
precisamos é de um grande mover de Deus, que traga luz aos nossos 
corações e à igreja. 
"E orando Esdras assim, e fazendo esta confissão, e chorando, e 
prostrando-se diante da Casa de Deus, ajuntou-se a ele de Israel uma mui 
grande congregação de homens, mulheres e crianças, porque o povo 
chorava com grande choro" (Ed 10.1). Quando o líder se arrepende, todo o 
povo o acompanha. 
Através de um homem, Secanias, o povo disse a Esdras: "Temos 
transgredido contra o nosso Deus e casamos com mulheres estranhas do 
povo da terra, mas, no tocante a isso, ainda há esperança para Israel. Agora, 
pois, façamos concerto com o nosso Deus" (Ed 10.2,3). Secanias disse 
mais: "Levanta-te, porque te pertence este negócio, e nós seremos contigo; 
esforça-te e faze assim" (Ed 10.4). Então Esdras se levantou na autoridade 
do Senhor, e "pão não comeu, e água não bebeu , porque pranteava por 
causa daquele problema. 
Era inverno, e as grandes chuvas frias caíam sobre Jerusalém quando 
Esdras reuniu todo o povo na praça da Casa de Deus, dizendo: "Vos tendes 
transgredido e casastes com mulheres estranhas, multiplicando o delito de 
Israel. Agora, pois, fazei confissão ao Senhor, Deus de vossos pais, e fazei 
a sua vontade; apartai-vos dos povos das terras e das mulheres estranhas" 
(Ed 10.10,11). E toda a congregação respondeu em alta voz: "Conforme as 
tuas palavras, nos convém fazer" (Ed 10.12). E nos dias que se seguiram, 
todos os que se arrependeram cumpriram suas promessas e se purificaram 
com sacrifícios. Os que não se arrependeram, porém, tiveram os seus bens 
totalmente destruídos e foram separados da congregação (Ed 10.8). 
Com a restauração dos judeus, o caminho começou a ser preparado 
para a vinda do Messias, que nasceu em Belém da Judeia, na família do rei 
Davi. O avivamento de Esdras foi urna peça fundamental para que Deus 
pudesse tornar possível a vinda de Jesus ao mundo. 
Em um artigo intitulado "O que Significa Avivamento", James K. 
Bridges, superintendente do distrito norte do Texas e nosso atual 
tesoureiro, escreve: "As Assembleias de Deus nasceram no fogo do 
avivamento - um avivamento que envolvia oração, confissão, comunhão, 
uma vida poderosa no Espírito Santo e obediência à Palavra de Deus". 
O importante aqui é perceber que, em todos os casos, o avivamento 
começou com o povo Deus seguindo a unção espiritual de seus líderes, 
culminando com a restauração de sua aliança com Deus. As mesmas coisas 
que geraram um grande avivamento no tempo do rei Josias e de Esdras 
produziram o avivamento pentecostal do início deste século. E, com 
certeza, essas mesmas coisas serão indispensáveis para que um grande 
despertamento espiritual aconteça entre nós. 
Como já temos dito, essa indiscutível aproximação entre o 
movimento pentecostal e as lições bíblicas não causará nenhuma surpresa 
às pessoas que vivem um Evangelho pleno e foram levantadas por Deus 
com palavras desse tipo. No entanto, é importante deixar bem o que não 
estamos afirmando que estas passagens foram escritas para serem aplicadas 
à realidade, mas são textos que apresentam verdades e princípios que 
podem perfeitamente nos guiar no mundo moderno. O rei Josias certamente 
não pensava em nós quando chamou Judá ao arrependimento. Mas, desde 
que obteve sucesso, podemos aprender com ele e aplicar seus princípios 
para que o avivamento possa vir sobre nós hoje. 
As pessoas acreditam que o sacerdote Hilquias tenha encontrado o 
Pentateuco, os 5 primeiros livros da Bíblia. Outros pensam que se tratavam 
apenas do livro de Deuteronômio ou uma porção dele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Redescobrindo 
o Pentecostes 
 
 
Por milhares de anos havia sido um grande mistério para a 
humanidade a maneira como os antigos egípcios produziam os papiros. 
Sabe-se que os egípcios utilizavam uma grande planta aquática chamada 
cyperus papyrus na preparação de todo material de escrita, mas não tinham 
a menor ideia de como repetir o processo. Recentemente, os egípcios 
redescobriram o processo e agora estão fazendo novos papiros próximos do 
que havia, originados de plantas quase pré-históricas que foram 
preservadas. Retornando ao método original, os egípcios começaram a 
obter resultados também originais. 
Algo muito semelhante aconteceu com o cristianismooriginal. Os leitores 
da Bíblia sabem que houve uma vez um cristianismo, muito diferente do 
que encontramos nas igrejas hoje. No início deste século, homens — 
espiritualmente famintos — estudiosos da Bíblia, descobriram o batismo no 
Espírito Santo, a peça que faltava no avivamento do Cristianismo autêntico. 
E, quando retornaram aos métodos - todos originais, começaram a obter 
resultados diferentes. 
Pense nisto: quando comecei a escrever este livro, decorriam exatamente 
oito anos desde que nossos pais organizaram a Igreja Assembleia de Deus 
de Hot Springs, Arkansas, e 93 anos desde que DEUS começou a mover o 
seu Espírito em Topeka. Temos ainda em nossas igrejas pessoas que eram 
bebes ou crianças pequenas quando todos esses eventos aconteceram, mas 
não temos ninguém que possa lembrar o que aconteceu. Pessoas idosas 
hoje eram crianças recém-nascidas nas décadas de 1920 e 1930. E essas 
crianças poderiam ter tido outras crianças nas décadas de 1940 e 1950, que 
com certeza viriam a se tornar nossos jovens ministros. Seus filhos 
nasceram nas décadas de 1980 e 1990 e estão começando a produzir uma 
nova geração de ministros para o século XXI... o novo milênio. 
Alguns álbuns de família mostram mais de quatro gerações em uma 
única fotografia. Ali podemos ver as crianças, os pais, avós, bisavós, mas a 
fotografia raramente mostra os tetravôs. No entanto, não somos capazes de 
lembrar totalmente nossa primeira infância, e essas lembranças tendem a 
diminuir com a idade. Pesquisas apontam que as pessoas com mais de 
noventa anos já começam a perder a memória dos oitenta anos. Talvez por 
isso a maioria das denominações evangélicas comecem a perder o fôlego 
depois dos oitenta anos, pois esse é o limite da nossa memória... 
Muitos de nós, no entanto, creem que as Assembleias de Deus 
podem perfeitamente quebrar esse padrão. Apesar de nossos problemas 
atuais, cremos que temos achado a fonte da juventude. O Movimento 
Pentecostal redescobriu a fórmula original do dia de Pentecostes. Tornamo-
nos, de maneira muito significativa, diferentes das outras igrejas. Cremos 
profundamente em nosso "manual de instruções", o Novo Testamento, que 
passará às gerações futuras. Porque podemos até ter perdido a memória, 
mas Deus jamais. Este não é um avivamento baseado na igreja do início do 
século XX; este é o avivamento da Igreja Primitiva, a Igreja do Deus vivo 
— o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o único que nunca interrompeu o seu 
trabalho através das gerações. 
Entretanto, para que tenhamos um novo avivamento, como a Igreja 
Primitiva apostólica, ou seja, o cristianismo pentecostal, precisamos 
pesquisar as Escrituras e encontrar o que é exatamente necessário para um 
avivamento. 
Que Grande Dia! 
O dia de Pentecostes (cerca de 30 d.C.) mudou o mundo, p 
representou o nascimento da Igreja. Naquele dia, milhares de judeus 
religiosos de todo o Império Romano estavam em Jerusalém para celebrar a 
Festa da Colheita, de acordo com a Lei. Nos tempos mais antigos "o dia das 
primícias", como era chamado, era uma festa de agricultores na época da 
colheita. No primeiro século, porém, o seu significado mudou. Se 
pudéssemos perguntar a Pedro, Tiago e João por que tantas pessoas 
estavam no Templo naquele dia, eles responderam por causa da Festa das 
Primícias, de acordo com a Lei que Moisés recebeu no monte Sinai (Êx 
34.22; Lv 23.17-20; Dt 16.9,10). 
Veja o que está escrito em Êxodo 19.18,19: "E todo o monte Sinai 
fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a sua fumaça 
subiu como fumaça de um forno, e todo o monte tremia grandemente. E o 
sonido da buzina ia crescendo em grande maneira; Moisés falava, e Deus 
lhe respondia em voz alta". 
Agora que sabemos o que eles estavam celebrando, imaginemos a 
cena do Templo, onde uma multidão estava em devoção ante a abertura do 
pátio. Haviam passado apenas sete semanas desde que Cristo fora morto, e 
muitos que criam nEle viram a promessa do Messias ser crucificada junto 
com Ele. Mas havia fortes rumores de que Jesus havia se levantado do 
túmulo. O apóstolo Paulo conta que cerca de quinhentas pessoas viram 
Jesus depois de sua morte e ressurreição (2 Co 16.6). 
Diante de tudo isso, ocorria uma comoção em uma área do Templo 
chamada porta de Salomão. Lucas descreve a situação em Atos 2.1-4: 
"Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo 
lugar; e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e 
impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas 
por eles línguas repartidas, como que de fogo, as Quais pousaram sobre 
cada um deles. E todos foram cheios do Espírito santo e começaram a falar 
em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem". 
Assim como o fogo e o fumo do Monte Sinai envolveram o povo de Israel 
quando o Senhor deu-lhes sua Lei, os 120 reunidos ouviram o som de um 
"vento veemente e tempestuoso", e "foram vistas por eles línguas 
repartidas, como que de fogo . Assim, verdadeiramente as instruções de 
Deus a Moisés sobre a festa da Colheita — relatadas no festival do dia de 
Pentecostes — marcaram o início do Cristianismo com a colheita de almas, 
quando três mil pessoas se converteram para Jesus Cristo. Como numa 
nova "versão" do poder divino no monte Sinai, onde Moisés falava e Deus 
lhe respondia em voz alta, os 120 começaram a falar em outras línguas 
conforme o Espírito Santo lhes permitia que falassem. 
Israel se afastou de Deus em alto grau, não guardou os seus ensinos e 
assim despertou a ira do Senhor. Muitos ensinamentos da Lei foram 
totalmente alterados pela religião, causando muitas perdas, inclusive a da 
proteção e do amor de Deus. O mesmo pode ser dito do Cristianismo 
original. Existe somente uma Igreja verdadeira, estabelecida por Jesus e 
perpetuada por seus primeiros discípulos. Muitos ensinamentos do 
Cristianismo original foram alterados, e são a principal causa da 
deterioração da fé e outras perdas, inclusive a das bênçãos de Deus. 
Preparação para o Pentecoste 
O Movimento Pentecostal, que despertou a Igreja no início deste 
século, descobriu que ao voltarmos ao Cristianismo original do Novo 
Testamento, obtemos os mesmos resultados que a Igreja Primitiva. Os que 
foram despertados por essa verdade receberam o Espírito Santo e falaram 
em outras línguas, exatamente como os primeiros cristãos. Ocorreu então, a 
renovação de seu entendimento, no que diz respeito à morte e ressurreição 
do Senhor Jesus e uma certeza plena quanto à sua promessa de uma 
segunda vinda. Pecadores foram salvos, e a Igreja passou a crescer mais e 
mais, dia após dia. Pessoas eram curadas, libertas e milagrosamente 
protegidas. O louvor era animado e poderoso, e algo de sobrenatural 
sempre acontecia em suas reuniões de oração e adoração. 
A questão é saber como alcançar esse tipo de cristianismo hoje. Para 
isso, levantemos os seguintes tópicos: 
1) Nós realmente abriríamos mão de nossas tradições e controles, para 
entregar tudo o que temos ao Espírito Santo a fim de que Ele manifeste em 
nossas vidas os seus milagres e surpreendentes caminhos? 
2) Estaríamos dispostos a expor nossas vidas a Deus e nos arrepender der 
dos nossos pecados? 
3) Teríamos a coragem de dar liberdade ao povo para que tenha 
experiências novas e espontâneas com o Espírito Santo, sem restrições 
sociais ou religiosas? Em quantas de nossas igrejas os brados e gritos de 
louvor são considerados um problema? 
4) Quantos de nós estariam dispostos a clamar — arrepender-se, jejuar e 
orar, com orações, súplicas e intercessões? 
Algumas das pessoas presentes no cenáculo (At 1.13) estiveram com 
Jesus em seu ministério. Ouviram falar de seus ensinamentos e viram seus 
milagres. Anos mais tarde, João escreveu: "O que era desde o princípio, o 
que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos 
tocaram na Palavra da vida... o que vimos e ouvimos,isso vos anunciamos, 
para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o 
Pai e com seu Filho Jesus Cristo" (1 Jo 1.1-3). João, de maneira muito 
clara, coloca sua experiência no Cristianismo como um modelo para nossa 
comunhão nos dias atuais. 
Os discípulos de Jesus presenciaram sua morte e ressurreição. A cruz 
e o túmulo vazio realmente mudaram as suas vidas. Então, quando 
receberam a grande comissão, partiram e espalharam o Evangelho sobre 
toda a terra, logo após a ascensão de Jesus e as palavras dos anjos, que 
disseram: "Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, 
que entre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu 
o vistes ir" (At 1.11). Suas experiências com Jesus Cristo ainda estavam 
bem frescas em suas mentes, e assim se juntaram para que, em unidade, 
pudessem orar e clamar pela presença de Deus. Orar significa conversar 
com Deus através de palavras, e suplicar é elevar o coração a Deus através 
das emoções. Como os dois lados de uma moeda, fé e sentimentos são dois 
elementos inseparáveis a vida cristã. Tanto o desejo de orar ardentemente 
como o de suplicar a Deus são pré-requisitos para uma experiência 
pentecostal. 
Para termos um real e pleno avivamento pentecostal, necessitamos a 
mesma preparação dos apóstolos: 
1) ter a personalidade influenciada e envolvida com Jesus Cristo, 
absorvendo completamente os seus ensinamentos nos evangelhos; 
2) experimentar a vergonha e a dor da cruz; 
3) testemunhar a poderosa ressurreição de Jesus Cristo; 
4) proclamar que Cristo ascendeu aos Céus e intercede por nós diante 
do trono de Deus; 
5) estar envolvido e em comunhão com a unidade da igreja; 
6) unir-se a outros em oração e súplicas; 
7) aceitar as manifestações sobrenaturais do Espírito Santo quando 
elas ocorrerem. 
Muitos falam de avivamento, mas, quando ele chega, ficam com 
medo de participar. Temos treinado e permanecido nas linhas de frente e, 
como curiosos espectadores, temos percebido que, como povo de Deus, 
ainda não estamos preparados para a vulnerabilidade de um envolvimento 
espiritual. Observamos mais que desfrutamos. Somos mais espectadores 
que participantes. A decisão de participar da adoração e não apenas assistir 
os outros serem abençoados é a maior barreira a ser rompida, se somos 
pessoas que pretendem um avivamento pessoal e em unidade com a Igreja. 
Queremos deixar bem claro que o que pretendemos não é apenas um 
intenso e forte estado emocional. Entretanto, sem esse envolvimento jamais 
o grande avivamento acontecerá. Não temos condições para tanto, mas 
Cristo sim. As condições devem seguir a experiência. O avivamento 
representa um forte e vivo relacionamento na comunhão com Cristo e sua 
Igreja em testemunho para o mundo. 
Características Pentecostais 
A expressão "perseveravam unanimemente" aparece cinco vezes nos 
cinco primeiros capítulos do livro de Atos, o que enfatiza sua grande 
importância para que haja um despertamento espiritual. 
Glen D. Cole, pastor da Capital Christian Center, em Sacramento, 
Califórnia, e presbítero executivo das Assembleias de Deus, comenta: 
Um dos grandes fundamentos do avivamento ocorrido em Atos 2 
está em "perseveravam unanimemente". O apóstolo Paulo suplica aos 
coríntios: "Digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós 
dissensões; antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e um mesmo 
parecer" (1 Co 1.10). A força do Cristianismo está na unidade! Com muita 
clareza, 2 Coríntios 12.20 mostra-nos a importância de sermos muitos 
membros em um só Corpo. 
O primeiro grupo em atividade na Igreja Primitiva permaneceu 
durante um longo tempo em súplicas e orações. A primeira condição da 
Igreja foi de plena unidade, ou seja, perseveravam unanimemente. A 
primeira experiência espiritual da Igreja Primitiva foi o batismo no Espirito 
Santo. E a primeira atitude espiritual da Igreja foi a de falar em outras 
línguas - ou seja, línguas que não conheciam e jamais haviam estudado. 
Muitos dos presentes confirmaram a origem daqueles sons: eram suas 
próprias línguas, a linguagem de seus países: "Como pois os ouvimos, cada 
um, na nossa própria língua em que somos nascidos?" (At 2.8). Tão 
poderosa foi aquela experiência e tão "perdidos no Espírito" ficaram os 
cristãos, que a primeira impressão que as outras pessoas tiveram foi a de 
que todos estavam bêbados. Creio que isto pode nos dar uma ideia do que 
podemos esperar de uma igreja verdadeira e cheia do Espírito Santo! 
A experiência de falar em outras línguas é um grande milagre. E este 
é um argumento indiscutível. Afinal, é impossível falarmos uma língua que 
nunca aprendemos. E mais, tem sido grande, muito grande, o número de 
casos de pessoas de outros países que declaram categoricamente ter ouvido, 
através de pessoas que falavam em outras línguas, seus idiomas de origem. 
A evidência do falar em outras línguas é uma prova incontestável que o 
Senhor nos deu sobre o Espírito Santo. Ela não pode ser imitada ou 
falsificada. 
Os primeiros cristãos que foram cheios do Espírito Santo falaram em 
outras línguas sobre as maravilhosas obras de Deus (At 2:11 E, quando se 
aperceberam e olharam em volta, viram uma multidão de não-salvos. Então 
pararam de falar em outras línguas e começaram a ministrar a Palavra com 
poder e autoridade, numa linguagem comum a todos. Essa característica de 
voltar da experiência espiritual em prol do evangelismo é o cerne do 
Pentecostalismo .Pedro convocou as pessoas para o altar, e três mil 
foram salvas, a Palavra Pentencostal" sempre produz no coração das 
pessoas uma resposta rápida, que com certeza frutificará no futuro. Depois 
de serem batizados nas águas, todos os novos-cristãos receberam a 
experiência do batismo no Espírito Santo, da mesma forma que o primeiro 
grupo (At 2.38). 
Algo de sobrenatural acontecia todas as vezes que os cristãos do 
Novo Testamento se reuniam. Poderosas libertações, curas e alguns 
milagres. Mensagens tremendas e ungidas pelo Espírito Santo. E não 
podemos deixar de falar de suas próprias vidas, pois não há maior milagre 
que a salvação da alma com a transformação do pecado em santidade. Esse 
é um aspecto importantíssimo, que algumas igrejas de hoje perderam 
porque trocaram a glória de Deus por símbolos abstratos. Temos realizado 
verdadeiros encontros sobre Jesus, e não com Ele. Jesus disse: "Porque 
onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio 
deles" (Mt 18.20). Então é possível desfrutar experiências sobrenaturais em 
todas as nossas reuniões! 
Podemos viajar pelo livro de Atos dos Apóstolos e observar, caso por 
caso, todas as experiências sobrenaturais que acompanharam a Igreja com 
poder e autoridade - curas milagrosas, expulsão de demônios e muito mais. 
Tais sinais e maravilhas são resultados normais do nível de envolvimento 
espiritual da Igreja. E tudo aconteceu porque dois elementos atuaram 
juntos: a expectativa pelo sobrenatural e, acima de tudo, a evangelização. 
Às vezes nos questionamos, querendo saber por que bons cristãos sofrem e 
ficam doentes. Pois bem, não deveria ser assim. Um estudo do Novo 
Testamento nos mostra a forte conexão entre pregar o Evangelho e 
presenciar milagres; entre evangelizar e ver o sobrenatural. A cura divina 
não nos foi entregue para substituir o bom senso e os cuidados médicos! A 
cura divina é um verdadeiro suporte para a pregação do Evangelho. 
Após dizer aos discípulos que fossem pregar o Evangelho, Jesus 
disse: "E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome expulsarão os 
demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem 
alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum, e imporão as mãos sobre 
os enfermos e os curarão" (Mc 16.17,18). Em resposta, os primeiros 
cristãos "tendo partido, pregaram por todas as partes cooperando com eles 
o Senhor e confirmando a Palavra com os sinais que se seguiram" (Mc16.20). Os milagres ocorrem sempre no contexto de vidas vitoriosas. 
Adicione a isso uma expectativa de ver os milagres e eles acontecerão! A fé 
é uma necessidade constante na vida cristã, mas é muito mais fácil crer no 
impossível quando existe uma atmosfera avivamento pentecostal! 
A Evidência Física Inicial 
Depois de tudo isso, é importante explicar a todos os que estudam a 
Palavra que não devem misturar as coisas. Alguns estudiosos afirmam que 
livro de Atos não deve ser usado como base doutrinária, pois trata-se 
apenas de uma narrativa. Isto é errado! Em primeiro lugar, porque "toda 
Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, 
para corrigir, para instruir em justiça, para que todo homem de Deus seja 
perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra" (2 Tm 3.16). Sim, o 
apóstolo Paulo estava falando do Antigo Testamento, mas uma das 
primeiras e básicas convicções da fé cristã é a de que o Novo Testamento 
faz parte das Escrituras e deve ser aceito como Palavra de Deus. 
Em segundo lugar, tais estudiosos estão errados porque a maioria dos 
livros da Bíblia são narrativas e fazem parte de "toda Escritura". 
Realmente, o livro de Atos é uma narrativa histórica, e isto só aumenta a 
sua credibilidade. Os evangelhos também são narrativas. Será que os 
ensinamentos de Jesus também não podem ser utilizados como base 
doutrinária? 
A terceira razão que comprova o erro dessas críticas reside no fato de 
que, pensando-se assim, a Bíblia toda ficaria invalidada. Se aceitarmos o 
julgamento de que as narrativas não servem, então deixaremos o livro de 
Salmos, porque é poesia; os profetas, porque são profecias; as epístolas, 
porque são cartas particulares; e até o Apocalipse, porque não foi revelado! 
O que tentam fazer é remover nossas evidências, pois o falar em 
línguas e uma prova física do batismo no Espírito Santo. Coloquemo-nos 
numa posição pentecostal, racional e inteligente para entender tudo na 
lógica Eis a Igreja Primitiva é um modelo para a Igreja de todas as épocas 
primeira coisa que os cristãos fizeram, depois que foram cheios do Espírito 
Santo: "Começaram a falar em outras línguas, forme o Espírito lhes 
concedia que falassem" (At 2.4). Logo, a primeira coisa que faremos 
quando formos cheios do Espírito Santo será falar em outras línguas. 
Dizemos que o falar em outras línguas é a primeira evidência física do 
batismo no Espírito Santo porque foi a primeira coisa que aconteceu 
quando a Igreja Primitiva ficou cheia do Espírito. É racionalmente física 
porque é algo definido e particular realizado pelos cristãos. Algumas 
pessoas questionam isso, dizendo que foi uma experiência exclusiva dos 
discípulos. No entanto, para utilizar este argumento, seria preciso 
acrescentar o termo "eles" ao texto. Mas Atos 2.4 não deixa nenhum espaço 
para tais inserções. Naturalmente, existem outras evidências do batismo no 
Espírito Santo, mas não precedem o falar em outras línguas. Não podemos 
negar também experiências espirituais na vida das pessoas, porém, da 
mesma forma, elas não podem chamar suas experiências subjetivas de 
batismo no Espírito Santo, se não se parecem com Atos 2.4. Esse é o 
padrão original, e não deve ser mudado. 
Jesus deparou-se com duas correntes praticantes do judaísmo: os 
fariseus, legalistas que não aliviavam ninguém quanto ao obedecer a Lei, 
colocando cargas ainda mais pesadas, e os saduceus, liberais que não 
acreditavam em muita coisa, inclusive na ressurreição, vida após a morte e 
existência de anjos. Hoje, ainda encontramos legalistas e liberais que, além 
de não cooperarem, contribuem para a destruição da nossa fé. E é por isso 
que podemos afirmar: Sim! O livro de Atos pode continuar e permanecerá 
sendo usado como base doutrinária. 
Os Dons do Espírito Santo 
Em 2 Coríntios 12.1-10, o apóstolo alista os nove dons do Espírito 
Santo. Depois, falando de como é importante que venhamos a conhecer tais 
coisas, Paulo diz que essas manifestações sobrenaturais não provêm de 
diferentes espíritos, como creem os idólatras, mas de um único Espírito. Os 
dons não residem nas pessoas, mas manifestam-se através da operação do 
Espírito Santo na vida delas. Não é correto dizer: "Tenho o dom da cura". É 
melhor dizer que toda a Igreja possui o dom da cura, que se manifesta 
através da operação do Espírito Santo na vida daqueles que têm uma fé 
mais produtiva nesta área. Entretanto não podemos deixar de admitir que, 
se uma pessoa foi usada pelo Espírito Santo na manifestação de um 
determinado dom espírito para esta mesma pessoa é muito mais fácil 
ministrar da mesma forma e revelar o mesmo dom em outras situações. E, 
todo cristão deveria estar apto para manifestar os dons do Espírito Santo de 
acordo com as necessidades do corpo de Cristo. 
Paulo declara: "Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um 
para que e for útil" (1 Co 12.7). É isso mesmo! Os dons do Espírito Santo 
se manifestam através das pessoas, mas devem servir a toda a igreja! Em 1 
Coríntios 14, somos informados de que a maior parte deles devem ser 
utilizados durante a ministração no Corpo. E, para tornar ainda mais claro, 
Paulo escreve: "Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e 
a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo 
Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro, a 
operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir 
os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das 
línguas" (1 Co 12.8-10). 
Basta que se leia esta passagem e a lista de dons espirituais para causar 
problemas em muitas igrejas hoje. Muitos falam em um Deus todo-
poderoso, mas quando Ele ameaça fazer alguma coisa realmente poderosa, 
logo entram em choque e se escondem, pois se consideram muito fracas. 
Uma igreja verdadeiramente pentecostal não somente crerá em tais 
ocorrências como também ensinará suas ovelhas a buscarem os dons e 
praticá-los de acordo com as necessidades. 
Podemos dividir os dons do Espírito Santo em três categorias 
básicas, com três dons cada: dons de conhecimento, dons de poder e dons 
de expressão: 
Dons de conhecimento Palavra da sabedoria 
Palavra da ciência 
Discernimento de espíritos 
Dons de poder Fé 
Dons de cura 
Operação de maravilhas 
 
Dons de expressão Profecia 
Variedade de línguas 
Interpretação de línguas 
 
A palavra da sabedoria ocupa o primeiro lugar da lista porque é 
necessária à operação e utilização de todos os outros dons. Por exemplo: 
uma pessoa pode ter recebido uma profecia de Deus, mas é o dom da 
sabedoria que decidirá quando entregar a mensagem. E, quando vários dons 
estão atuando, a palavra da sabedoria é o termômetro que controla a todos. 
Quando nos pegamos totalmente envolvidos com o Espírito Santo e vemos 
que várias coisas estão acontecendo por nosso intermédio, porém fugindo 
do controle da nossa mente, então a palavra da sabedoria nos auxiliará para 
que aprendamos a colocar tudo em ordem. 
A palavra da ciência envolve a revelação de um determinado assunto, 
milagrosamente, sem conhecimento prévio. O Espírito Santo revela 
informações importantíssimas aos cristãos, de forma particular, em 
momentos de alto envolvimento espiritual, como por exemplo quando 
oramos ou pregamos. Tenha-se muito cuidado com sua aplicação. Algumas 
pessoas usam muito mal este dom. Dizem: "Tenho uma palavra do Senhor 
para você!" 
Uma das diferenças básicas no relacionamento entre o homem e 
Deus, no Antigo e no Novo Testamento, está justamente no fato de hoje 
não precisarmos mais consultar profetas ou videntes para receber uma 
palavra de Deus. Temos acesso direto ao trono de Deus. O Espírito Santo 
pode falar de muitas maneiras e até usar outras pessoas para confirmar a 
vontade do Pai para nossas vidas, mas Ele sempre falará pessoalmenteconosco. Esse é o maior propósito do batismo no Espírito Santo. 
Os dons de conhecimento são chamados "palavra..." porque são para 
ocasiões específicas. As pessoas usadas para manifestá-los podem não 
fazê-lo sempre. Nenhum dos dons espirituais implica em dizer que há uma 
constância na operação, mas operam em situações particulares. 
O dom de discernimento de espíritos, também chamado apenas dom 
de discernimento, tem a função de indicar ao cristão o que está acontecendo 
no mundo espiritual. É difícil distinguir entre este dom e a palavra da 
ciência, mas de modo geral, podemos considerar o dom da palavra da 
ciência uma revelação dos fatos, e o discernimento, uma revelação do que 
está acontecendo espiritualmente. Podemos dizer que a palavra da ciência 
opera no mundo físico e mental, enquanto o discernimento relata a 
atividade espiritual. De forma alguma deve ser utilizado em benefício 
próprio, mexericos, calúnias ou para simular um nível espiritual "superior". 
Pelo contrário, é um dom que normalmente se manifesta quando 
demonstramos carinho, respeito, humilhação e compaixão. 
Os dons da fé, curas e operação de maravilhas sobrepõem-se aos 
outros e, em muitos casos, atuam em conjunto. Há momentos em que o 
Espírito Santo concede a cristãos ungidos uma nova porção de fé para que 
possam realizar a sua vontade. As Escrituras não mencionam o dom de 
cura, mas dons de cura, porque Deus trabalha de muitas maneiras para que 
haja a cura na vida de uma pessoa: instantaneamente, progressivamente ou 
através de outras formas como um tratamento médico. Curas imediatas 
serão mais constantes em tempos de avivamento. A operação de maravilhas 
difere das curas nos efeitos. Uma cura é um milagre. Paulo chamou este 
dom, literalmente, de "realização de operações poderosas". É um dom que 
cobre grande parte do que acontece nas reuniões pentecostais. 
Os dons de expressão são identificados com mais facilidade porque 
são falados e, assim, mais óbvios para todos, enquanto que os outros dons 
podem estar atuando no meio da igreja sem que as pessoas sequer 
percebam. O dom de profecia é uma revelação direta e profunda do Espírito 
Santo. A pessoa pode exercer este dom no meio da igreja em voz alta - 
mais uma vez, valendo-se do dom da palavra da sabedoria. Na maioria das 
vezes, o dom de profecia é exercido através de uma pregação ungida pelo 
Espírito. Muitos sermões são excelentes, baseados na Bíblia e muito bem 
preparados. Mas a profecia é a palavra entregue por homens que se 
colocam diante de uma necessidade imediata da igreja e ministram uma 
palavra de Deus que, para outras pessoas, seria impossível sequer imaginar. 
Os dons de variedades de línguas e interpretação sempre devem 
trabalhar juntos. O dom de variedade de línguas produz no cristão a 
capacidade de falar em uma língua que nunca ouviu. Algumas pessoas 
costumam fazer uma série de sons estranhos, mas que jamais serão uma 
linguagem real; esse é um milagre que não pode ser falsificado. Este dom 
de variedade de línguas, difere do falar em línguas que a maioria dos 
cristãos pratica, porque é para toda a igreja e deve ser interpretado como 
uma mensagem do Senhor. E, como as profecias, deve ser acompanhado do 
dom da palavra da sabedoria. Já o dom de interpretação de línguas pode 
atuar através da mesma pessoa, mas certamente terá mais crédito se uma 
outra interpretá-lo. Alguns cristãos acreditam que o dom de profecia é uma 
combinação do dom de variedade e o de interpretação de línguas. Em 
alguns casos, pode até ser verdade, mas estes dons são identificados com 
mais facilidade que os outros. Já no dom de profecia, Deus pode falar 
através da pessoa tudo o que quiser, e jamais identificaremos a origem de 
todo aquele conteúdo. 
Você deve estar notando que estamos falando há um bom tempo 
sobre as manifestações do Espírito Santo. Sabe por quê? Porque a operação 
dos dons do Espírito Santo são fundamentais para que venha o avivamento. 
Um novo despertamento ocorre quando estamos envolvidos pela 
manifestação dos dons espirituais durante o culto. E o pastor que realmente 
deseja um avivamento precisa tornar-se espiritualmente alerta e aprender a 
lidar sozinho com os dons do Espírito Santo, antes que manifestações 
espirituais venham a ocorrer e interrompam os cultos e programações. 
Quando ambos, pastor e rebanho, estão no Espírito, entendemos a 
admoestação de Paulo: "Mas faça-se tudo decentemente e com ordem" (1 
Co 14.40). 
O Fruto do Espírito 
Há muita confusão no Movimento Pentecostal quanto ao fruto do 
Espírito Santo apresentado em Gálatas 5-22: "Mas o fruto do Espírito é: 
caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e 
temperança". A confusão está aqui. Alguns cristãos acreditam que, se este é 
o fruto do Espírito Santo, então o receberam quando foram batizados no 
Espírito Santo. Isto é um erro que podemos constatar facilmente nos versos 
seguintes: "E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões 
e concupiscências". Eis a resposta — o fruto é para as pessoas que foram 
salvas e vivem conscientemente vidas santificadas. 
Os dons do Espírito Santo se manifestam em ocasiões específicas, 
enquanto que o fruto começa a transparecer quando os cristãos entram em 
processo de crescimento e amadurecimento. Naturalmente, devemos 
lembrar que, na época do Novo Testamento, os cristãos nascidos de novo 
foram batizados no Espírito Santo. E, se estamos entrando em um 
verdadeiro processo de avivamento, precisamos aprender a separar as 
coisas. 
Há uma certa similaridade entre os nove dons espirituais e os nove 
frutos do Espírito Santo. Assim como o dom da palavra da sabedoria é 
necessário à operação dos demais dons, da mesma forma o fruto espiritual 
do amor é necessário a todos os outros. Além de ser necessário em toda 
vida cristã, naturalmente. 
Ao mesmo tempo, há também uma grande diferença entre as duas 
relações. Os dons podem operar em determinadas pessoas ou lugares. Todo 
cristão, porém, deve crescer em todo o fruto do Espírito. 
A grande verdade é que quando o Espírito Santo encontrar lugar para 
atuar em nossas vidas, não precisaremos mais produzir seu fruto por nossos 
próprios esforços ou clamar para que nos use com seus dons. Os frutos e os 
dons do Espírito Santo se manifestarão de forma espontânea em uma igreja 
em processo de avivamento. Precisamos obter nossas experiências 
pentecostais, da mesma forma que a Igreja Primitiva as recebeu - através de 
uma vida em comunhão com Cristo, oração e súplicas, e vivendo em 
unidade na Casa de Deus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
O que Significa 
Ser Pentecostal 
 
Por toda parte e em todas as igrejas, existe hoje um consenso. Todos 
concordam que não temos praticado o Pentecoste na mesma proporção em 
que o temos usado. Podemos não conhecer totalmente o coração dos nossos 
antepassados, mas estamos cientes de que perdemos o essencial no que diz 
respeito a sermos pessoas repletas dos propósitos divinos. 
É tempo de levar todo o nosso povo de volta ao Senhor, a fim de 
buscar um novo avivamento pentecostal e insistir no verdadeiro 
Cristianismo, o do Novo Testamento, que foi ensinado por Jesus e entregue 
às outras gerações pelos apóstolos. 
O Preço do Pentecoste 
No dia de Pentecostes, quando todos observaram a primeira mani-
festação poderosa do Espírito Santo, perguntaram: "Que quer isto dizer?" E 
Pedro respondeu: "Isto é o que foi dito pelo profeta Joel". E começou a 
citar Joel 2.28-32, dizendo que Deus derramaria o seu Espírito sobre toda a 
carie, e os filhos e as filhas profetizariam, e os jovens teriam visões, e os 
velhos teriam sonhos. Pedro mostrou que sinais e maravilhas 
acompanhariam estas coisas, a fim de que o povo de Deus pudesse 
proclamara salvação por todo o mundo. 
A igreja pentecostal não foi projetada para ser um ramo do 
Cristianismo, mas o tronco da árvore.Pedro mostrou que o Espírito Santo 
seria derramado sobre todos, sem exceção, independente de nível social ou 
idade. E disse também que tal promessa seria para todos os salvos, 
invocadores do nome do Senhor. Ora, o que percebemos aqui? Que cada 
igreja deveria ser pentecostal! 
Estamos perdendo nossas convicções. Hoje estamos mais 
esclarecidos, abrindo as nossas mentes e nos comprometendo com todos. 
Nossos antepassados pentecostais costumavam dizer que viviam o 
Evangelho pleno porque, se algo não era bom para alguns, então não servia 
para ninguém. Eles realmente acreditavam que os cristãos que não fossem 
pentecostais tanto na fé como no trato estavam completamente errados. 
Ao concluir a primeira pregação pentecostal, Pedro diz: "Arrependei-
vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão 
dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos 
diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe; a tantos 
quantos Deus, nosso Senhor, chamar" (At 2.38,39). 
Este é o preço do Pentecoste: uma vida de comunhão e prática com 
Jesus Cristo e sua Palavra. Tudo que não seja pleno na comunhão do 
Espírito Santo é como se fosse abominação ao Senhor. Precisamos dedicar 
por completo ao Senhor todas as nossas forças, todo o nosso coração, nossa 
alma e mente. 
Como Ser Pentecostal 
Vamos esclarecer o que significa ser pentecostal. Nossa definição 
deve ser cristalina como a água do rio que corre diante do trono de Deus e 
tão simples que qualquer pessoa em qualquer lugar possa entendê-la e 
segui-la. 
Aqui está: cristãos pentecostais são todos aqueles que creem em 
Jesus e no seu Evangelho, que compartilham da mesma fé, experiência e 
prática, tendo como prioridade ser como a Igreja Primitiva, que nasceu no 
dia de Pentecostes — similar à que nos descreve o Novo Testamento. 
E pode ser ainda mais simples. O verdadeiro Cristianismo é o 
entecostal. No Novo Testamento, encontramos as nossas convicções, 
experiências, práticas e prioridades. A Bíblia é o nosso manual, e a Igreja 
Primitiva, o nosso modelo. 
Paradigma Pentecostal 
Paradigma é um exemplo a ser seguido, um modelo, um padrão a ser 
respeitado. É exatamente o que a Igreja Primitiva representa para nós. O 
primeiro modelo pode ser adaptado a diferentes culturas e ordens sociais, 
mas a fé, as experiências, as práticas e prioridades continuam sendo as 
mesmas. 
Por exemplo, todas as pessoas que forem cheias do Espírito Santo 
certamente falarão em outras línguas conforme o Espírito lhes conceda que 
falem (Àt 2.4). Falar em outras línguas não é apenas um sinal do batismo 
no Espírito Santo, mas uma verdadeira evidência física de que o batismo já 
ocorreu. Essa experiência será a mesma em todos os lugares, nos variados 
estilos, nas línguas nativas, com as pessoas em pé, sentadas ou prostradas. 
Fácil adaptação a novas linguagens e culturas também é uma das 
características da Igreja Primitiva. 
Fica então a pergunta-. Quais os conceitos básicos que jamais devem 
mudar? 
Crentes Pentecostais 
Não é necessário que se faça uma descrição plena da Igreja Primitiva 
ou da doutrina apostólica. Apenas é suficiente dizer, que na Igreja Primitiva 
os crentes "perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no 
partir do pão, e nas orações" (At 2.42). Entendemos assim que o que 
começou com a Igreja Primitiva continuou por toda a história da Igreja. 
Somos uma igreja que pretende viver repetindo crenças cristãs e atos 
de adoração, mas as doutrinas básicas da Igreja Primitiva são vitais para 
nós. As doutrinas dos apóstolos não foram escritas por eles, mas a Igrejado 
segundo século ainda preservava os conceitos originais e os ensinamentos 
tos básicos aprendidos pelos primeiros discípulos. Veja esta tradução de um 
texto grego muito antigo: 
Creio em um Deus que é Pai Todo-poderoso, Criador dos céus e da 
terra, e em Jesus Cristo, seu único filho, nosso Senhor, que nos concedeu o 
seu Espírito Santo, nascido da virgem Maria, julgado por Pilatos, foi 
crucificado, morreu e foi sepultado. Ele desceu ao inferno e ao terceiro dia 
ressuscitou, e se assentou à destra de Deus Pai Todo-poderoso, de onde virá 
para julgar a todos, vivos e mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja, 
na comunhão dos santos, no perdão dos pecados, na ressurreição do corpo e 
na vida eterna. Amém. 
É claro que, quando lemos "a santa Igreja", entendemos que se refere 
a Igreja de Jesus Cristo em todas as épocas e em todos os lugares. O termo 
"a comunhão dos santos" foi uma adição posterior ao Credo dos Apóstolos, 
e devemos entender que ele se refere à comunhão que, em todas as épocas, 
enquanto nascerem, viverem e morrerem cristãos, levará os santos a viver 
com Cristo nos Céus. 
Esses eram os conceitos básicos da Igreja Primitiva, que os cristãos 
aprenderam dos apóstolos. E são ainda as doutrinas básicas do Cristianismo 
verdadeiro em todos os lugares. Quando dizemos que cremos no Espírito 
Santo, isto inclui todo o Novo Testamento, inclusive as palavras do Espírito 
que nos levaram a Jesus Cristo, convencendo-nos dos pecados, nos 
conduziram ao Senhor, fizeram com que sentíssemos a santa e gloriosa 
presença de Deus, nos deram novas línguas, envol-vendo-nos em unidade, 
ministraram às nossas vidas através dos dons espirituais e nos guiaram às 
muitas portas celestiais! 
A doutrina apostólica está basicamente centralizada na vida, morte, 
ressurreição e volta do Senhor Jesus Cristo. Esse é efetivamente o conceito 
que chamamos de evvanggélion — Evangelho, ou Boas Novas. Havia 
também o que eles chamavam kêrugma, a ministração da Palavra pelos 
apóstolos. A terceira fonte de doutrina eram os escritos deixados pelos 
apóstolos e outros irmãos da Igreja Primitiva. E, finalmente, as escrituras 
referentes ao Antigo Testamento, que todos aceitavam como inspiradas por 
Deus. Hoje, temos tudo isso na Bíblia, uma fonte inesgotável de conceitos e 
padrões de conduta. O apóstolo Paulo escreve aos gálatas-. "Mas, ainda que 
nós mesmos ou anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já 
vos tenho anunciado, seja anátema" (GJ 1.8). 
Experiência Pentecostal 
Muitos pentecostais aceitam apenas quatro doutrinas fundamentais- 
salvação, batismo no Espírito Santo, cura divina e a volta de Jesus. 
Realmente são eventos espirituais, por serem baseados na doutrina 
apostólica . Mas a fé precede a experiência. Eles não falam de outros 
elementos teológicos essenciais como a natureza de Deus e a interação da 
Bíblia- E também não mencionam aspectos comuns, que produzem fé 
suficiente para que as experiências aconteçam, ao povo de Deus. Não falam 
do batismo nas águas, da Santa Ceia, das orações respondidas da unção 
espiritual, dos sinais e maravilhas ou da expulsão dos demônios — tudo 
vital e comum na Igreja Primitiva. 
O povo pentecostal tem sido conduzido sempre por suas experiências. No 
dia de Pentecostes, Pedro disse: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja 
batizado... para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo" 
(At 2.38). Isto envolve todas as experiências. 
As pessoas mo são salvas meramente por se juntarem à igreja ou 
aceitarem suas doutrinas, mas porque se arrependem dos seus pecados e 
aceitam a Jesus Cristo como seu salvador e Senhor. A salvação é uma 
experiência única que ocorre em um momento e lugar particular, trazendo 
consigo outras experiências que, da mesma forma, estão bem definidas: o 
batismo nas águas e o batismo no Espírito Santo. 
Havia uma clara relação entre a Páscoa e o Pentecoste. O dia de 
Pentecostes ocorria cinquenta dias após a Páscoa e representava uma 
celebração pelas primícias, segundo a Lei entregue no monte Sinai (a 
abertura da estação destinada à colheita). Daí "pentecoste", palavra grega 
que significa "cinquenta". E, como Deus fez cair fogo dos céus e fumo 
quando entregou a sua Lei sobre o monte, da mesma forma enviou um 
poderosovento e línguas de fogo sobre o Templo, no monte, quando 
desceu o Espírito Santo. 
No dia de Pentecoste, todos foram cheios do Espírito Santo e raiaram 
em outras línguas (At 2.4), por isso cremos que Deus preparou aquela 
experiência para todos os cristãos. 
Em muitas ocasiões, a Igreja Primitiva experimentou sinais e 
maravilhas, curas divinas, libertações milagrosas e a expulsão de demônios 
após Jesus conceder a Grande Comissão: "Ide por todo o mundo e pregai o 
Evangelho a toda a criatura" (Mc 16.15). E Jesus continua: "E estes sinais 
seguirão aos que crerem: em meu nome expulsarão os demônios; falarão 
novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa 
mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos 
e os curarão" (Mc 16.17,18). Alguns escritos de Marcos não contêm esta 
passagem. No entanto, não há nenhuma dúvida de que esta Palavra foi dada 
em uma época onde as pessoas ouviram diretamente o que Jesus disse. Eles 
esquecem que é comum, nos escritos muito antigos, perderem-se as 
primeiras e as últimas páginas. E além do mais, esta passagem foi escrita 
com o mesmo vocabulário e estilo do restante do Evangelho de Marcos. 
Mas esta Palavra não ensina que devemos sair por aí procurando 
demônios para expulsar. Porém, quando a necessidade surgir, devemos 
estar prontos para fazê-lo na autoridade do nome de Jesus Cristo. E, quanto 
mais andarmos na luz, maior será o nosso confronto com as forças das 
trevas. 
Jesus disse que os cristãos falariam em novas línguas. Esse deve ser 
o sinal do verdadeiro Cristianismo. Se não existissem outras passagens na 
Palavra indicando o falar em línguas, estas palavras de Jesus seriam 
suficientes. 
Quanto a colocar as mãos sobre serpentes e beber coisas mortíferas, 
Jesus estava prometendo uma proteção sobrenatural para quando 
precisássemos encarar perigos naturais ou ameaças humanas... enquanto 
cumpríssemos o mandamento de levar adiante a Grande Comissão.1 
Finalmente, a cura pela imposição de mãos deve ser uma prática 
constante no Cristianismo. A cura de doenças foi uma prática proeminente 
durante o ministério de Jesus e também no de seus primeiros discípulos e 
deve continuar a ser notável em nossos ministérios hoje! Se Jesus nos 
mostrou repetidas vezes que as curas divinas eram um verdadeiro suporte 
ao seu ministério, como pretenderíamos sucesso deixando de lado tais 
práticas? Em quantas de nossas igrejas os pastores têm o costume de impor 
as mãos sobre os enfermos? 
• Sim, a Igreja Primitiva vivia da orientação divina e de suas experiências 
com Deus, e os cristãos pentecostais precisam continuar a viver desta 
forma em nossos dias. As pessoas necessitam de salvação, porque precisam 
ser cheias do Espírito Santo e falar em outras línguas, não somente porque 
fizeram um círculo de amizades em nossas igrejas, nem tampouco por 
identificarem-se com elas. Precisam ser curadas, não apenas aconselhadas e 
ensinadas a conviver com suas deficiências e problemas. E algumas delas 
precisam ser libertas da opressão de demônios. 
Práticas Pentecostais 
Nosso Senhor estabeleceu duas ordenanças à Igreja.- o batismo nas 
águas e a Ceia do Senhor. O batismo nas águas deve seguir o arrependi- 
mento como um cerimonial; o mergulho nas águas é uma identificação 
pessoal com a morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo, "batizando-as 
em nome do Pai, e do filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19). A Ceia 
representa a mesa do Senhor, onde todos os cristãos identificam-se com o 
corpo partido de Jesus e o seu sangue derramado. Jesus disse: "Fazei isto 
em memória de mim" (Lc 22.19). Não devemos apenas experimentar tais 
práticas, mas realmente aplicá-las com toda pureza e adoração. 
Todas as práticas apostólicas eram constantes na Igreja Primitiva: 
1. Eles perseveravam unânimes. "E, perseverando unânimes todos os dias 
no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza 
de coração, louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os 
dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar" (At 
2.46,47). O apóstolo Paulo diz: "Não deixando a nossa congregação como é 
costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros" (Hb 10.25). As 
reuniões nas igrejas primitivas eram intensas e constantes, as necessidades 
do povo eram atendidas pelo poder de Deus, através de milagres, e a 
Palavra era ministrada com autoridade. 
2. Eles permaneciam em orações e súplicas. Aqui temos a base de ensino 
para a manutenção da genuína oração pentecostal. Orar significa falar com 
Deus. Quando os discípulos pediram a Jesus que os ensinasse a orar, Ele 
disse: "Pai nosso que estás nos céus..." (Mt 6.9). Por outro lado, suplicar 
significa humilhar-se e clamar. É preciso agir com intensidade emocional e 
posicionamento. Orar e suplicar significa colocar-se diante do Senhor com 
humildade e devoção. Esta é a forma de oração tipicamente pentecostal. 
3. Eles pregavam. Pedro pregou às autoridades de Israel, no dia de 
Pentecostes e na casa de Cornélio. Estêvão pregou aos gregos conhecidos 
como "sinagoga dos libertinos". Paulo pregou por todos os lugares onde 
passou. E as pregações, na maioria das vezes, falavam a respeito das 
Escrituras e suas aplicações práticas ao cotidiano — um estilo de vida que é 
revivido pelas pregações pentecostais, hoje. 
4. Eles faziam convocações ao altar. Os sermões dos apóstolos sempre 
conclamavam os ouvintes a praticarem a Palavra com arrependimento, 
batismo nas águas e batismo no Espírito Santo (At 2.38). As pregações 
sempre produziam resultados. Era só aplicar os sermões, chamar o povo à 
ação e dar oportunidade para que respondessem. Na Igreja Primitiva não 
havia santuários, púlpitos ou palcos. Em suas reuniões havia arrependi- 
mento de pecados, pessoas eram batizadas e experimentavam o vento e o 
fogo do Espírito Santo. Elas eram cheias de unção, falavam em outras 
línguas, sentiam o local no qual se reuniam se agitar, confrontavam o 
pecado e a decepção e recebiam a direção de Deus para suas vidas. As 
reuniões dos cristãos eram eventos dinâmicos de pessoas cheias do Espírito 
que aguardavam as coisas sobrenaturais acontecerem. Em todos os casos 
onde a Bíblia cita o falar em outras línguas, havia cristãos reunidos. E era 
assim que "acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar" 
(At 2.47). 
5. Eles praticavam o batismo nas águas e a Ceia. Praticavam com muita fé 
estas ordenanças. Todos os cristãos eram batizados e, assim, participavam 
da comunhão regularmente. Nós, pentecostais, temos sido na maioria das 
vezes altamente informais em nossa adoração. Precisamos encarar com 
mais seriedade o batismo e a Ceia, dando-lhes um tratamento mais 
apropriado e o respeito que tais cerimônias merecem. 
6. Eles criam em curas e na expulsão dos demônios. Os primeiros cristãos 
davam muita ênfase aos milagres. Com muita propriedade, o Espírito Santo 
sempre atraía pessoas para ouvir as mensagens, e, na maioria dos casos, os 
cristãos acreditavam nos milagres por misericórdia ou porque a situação 
pedia um sinal sobrenatural. Pedro e João disseram ao homem à porta do 
Templo: "Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda" (At 
3.6). Note que não oraram pelo homem doente, simplesmente falaram a 
ele! Mais tarde, oraram ao Senhor: "... enquanto estendes a mão para curar, 
e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho Jesus" 
(At 4.30). Tão grandiosas eram as manifestações do poder de Deus que 
"transportavam os enfermos para as ruas e os punham em leitos e em 
camilhas, para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, 
cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas concorria muita 
gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos 
imundos, os quais todos eram curados" (At 5.15,16). 
Prioridades Pentecostais 
A primeira instrução transmitida à Igreja Primitiva foi a deque 
deveriam ser cheios do Espírito Santo. Jesus disse aos seus apóstolos: "Eis 
que vos envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, 
até que do alto sejais revestidos de poder" (Lc 24.49). Eles não deveriam 
sair da cidade enquanto não fossem batizados no Espírito Santo. 
Outra prioridade era a oração. As orações apostólicas eram sempre 
acompanhadas por uma outra palavra: "súplicas", ou "jejum". Enquanto se 
preparavam para o Pentecoste, os primeiros cristãos permaneciam em 
"orações e súplicas" (At 1.14). Os primeiros cristãos "perseveravam na 
doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações" 
(At 2.42). Atos 13.2 conta que na igreja em Antioquia os cristãos 
permaneciam "servindo... ao Senhor e jejuando" (At 13.2). Diante disso, 
não há como separar o poder pentecostal das orações, súplicas e jejuns! 
Mas existia uma prioridade que era a maior de todas (e por isso eles 
se preparavam tanto): pregar o Evangelho. Jesus disse: "Recebereis a 
virtude do Espírito Santo que há de vir sobre vós; e ser-me-eis minhas 
testemunhas" (At 1.8). 
E, quanto mais nos parecermos com a Igreja Primitiva, mais 
precisaremos fazer esta escolha. Nossa primeira prioridade deve ser a 
salvação das almas perdidas. Da mesma forma que no dia de Pentecostes, 
quando os discípulos falavam em outras línguas, Pedro contemplou a 
multidão e, em aramaico comum, pregou o Evangelho. E três mil pessoas 
aceitaram a Jesus como Senhor e Salvador. 
Há uma outra prioridade para a igreja que não podemos esquecer: a 
volta do Senhor Jesus Cristo. A Igreja Primitiva já dava a devida 
importância a este assunto. Paulo disse: "Nós, os que ficarmos vivos, 
seremos arrebatados" (1 Ts 4.17). Mas Cristo não veio em sua época. 
Aparentemente não tinham ideia de quantos eram, e muito menos a noção 
exata do que significava pregar o Evangelho a toda criatura. A Igreja 
Primitiva não conseguia imaginar que ainda sobreviriam tantos séculos ou 
que alguma geração fosse capaz de rejeitar o Pentecoste natural que lhes 
fora dado com poder e autoridade. 
Um Avivamento Pentecostal 
Não existe um meio-termo entre ser pentecostal e viver em outras 
formas de cristianismo. Devemos ter cuidado com tudo o que é diferente, 
pois não há opções bíblicas apenas "próximas" do modelo original. Ou 
somos pentecostais ou não somos. 
Não devemos dar ouvidos aos críticos, estudiosos e pessoas confusas 
que vêm constantemente falar-nos sobre a fé pentecostal, como também 
devemos nos afastar das fraudes e abusos, que escarnecem do poder 
pentecostal, tentando deturpar o que devemos ser e fazer. Não devemos nos 
envolver com tais pessoas. Estes são os tempos trabalhosos aos quais o 
apóstolo Paulo se referiu; pessoas que, "tendo aparência de piedade, mas 
negando a eficácia dela" (2 Tm 35)-Existe apenas um único Cristianismo, 
que foi vivido pela igreja pente¬costal apostólica. 
Há muito tempo a Igreja vem se aproximando da sociedade, e seus 
padrões começam a fundir-se com os do mundo. Chegou a hora de ambos 
se desassociarem. Nunca nos defrontamos com uma necessidade tão grande 
de avivamento, restauração e revoluções radicais para Jesus Cristo. 
Não há nada sequer parecido com o ser pentecostal. Se você deseja 
tornar-se um cristão pentecostal, faça-o de coração e integralmente. Não 
adote apenas o estilo de vida pentecostal, mas prove também do seu poder. 
Dê liberdade ao Espírito Santo para atuar em sua vida, e todas as pessoas 
no seu raio de ação responderão a sua voz e serão salvas! A participação de 
toda a Igreja é altamente necessária ao culto pentecostal. 
Não podemos acordar de manhã e dizer: "Hoje eu vou me tornar um 
pentecostal". Porque é mais que uma escolha, é um acontecimento! 
Somente uma forte experiência com o Espírito Santo nos torna 
pentecostais. Precisamos de um avivamento! 
Em seu sermão "Uma Chamada ao Avivamento", o superintendente 
geral do distrito de Oklahoma, Armon Newburn, arrebatou nossos 
corações: 
O que é avivamento? E o mais poderoso despertamento espiritual 
que o povo de Deus pode experimentar. Ele reconduz todos os corações ao 
Senhor e estabelece a vontade de Deus em nossas vidas. E, nessa volta ao 
Senhor, o Pai produzirá um povo santificado, separado e completamente 
obediente à Palavra de Deus. E essa obediência à vontade e à Palavra de 
Deus produzirá a Igreja verdadeira, que a seu tempo estará participando de 
uma colheita de almas que receberam a Cristo por seu precioso sangue. 
No fim do século passado e início deste, Deus enviou-nos um 
maravilhoso avivamento pentecostal que sacudiu e mudou o mundo. E 
agora quer fechar este século com outro, para que a Igreja comece o novo 
milênio com uma grande visitação do Espírito Santo! 
Como missionário na Colômbia, David Womak foi curado 
completamente de envenenamento em três ocasiões, e todos os cristãos da 
Colômbia estavam certos de que isso aconteceria mais vezes. Algumas das 
pessoas responsáveis pelos envenenamentos, ao ver que não davam 
nenhum resultado, converteram-se ao Senhor e testemunham esses fatos 
nas Igrejas até hoje. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
Retomo à Santidade 
 
Há um assunto que tem sido um verdadeiro problema para o povo 
pentecostal, e tão complicado é citá-lo que temos constantemente hesitado 
em falar nele. Ficamos constrangidos quando ouvimos pregações a esse 
respeito e, ao lermos sobre isto, não nos detemos. Este assunto é a 
santidade, e só nos interessamos por ele quando acompanhado por outro: 
justiça. 
Talvez isto aconteça por pensarmos que nossa origem no Movimento 
da Santidade nos isenta de falarmos no assunto. No entanto, isso é um erro 
terrível! O Movimento Pentecostal não é uma ramificação do Movimento 
da Santidade, porém mais propriamente o seu natural e lógico cumpri- 
mento. Uma ênfase à santidade era necessária antes que o Espírito Santo 
fosse derramado sobre a Igreja, e será necessária outra vez para que um 
novo despertamento espiritual aconteça! 
Havíamos planejado chamar este capítulo "O Avivamento da 
Justiça", acreditando serem santidade e justiça sinônimos em nosso 
contexto. Mas, pesquisando a Palavra de Deus em oração e abrindo os 
nossos corações, descobrimos uma grande diferença entre os dois termos. 
No Novo Testamento, eles trazem consigo dois diferentes conceitos. Lucas 
175 fala de "santidade e justiça perante ele, todos os dias da nossa vida"; 
Romanos 6.19, de "justiça para a santificação". E, em Efésios 4.24, 
Paulo escreve: "E vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, 
é criado em verdadeira justiça e santidade". Parece-nos, assim, muito claro 
que justiça e santidade são conceitos bíblicos e originalmente diferentes no 
grego. Na verdade, a justiça é uma necessidade precursora da santidade. 
Por outro lado, no Novo Testamento, "santidade" e "santificação" são 
diferentes traduções do mesmo termo grego (hagiasmós, derivado do termo 
hagiós, "puro") e significam a mesma coisa. Para ser santo, ou santificado, 
é preciso estar "cerimonialmente", ou "moralmente", limpo, colocando-se à 
parte todas as coisas impuras. 
Naturalmente, um dos motivos de nossos problemas com a 
santificação reside no fato de que os nossos primeiros pentecostais e a 
maioria dos nossos irmãos do Movimento Pentecostal cometeram um 
grande erro, pensando ser a santificação algo como uma segunda e 
definitiva obra de graça, como se o sangue de Jesus fosse insuficiente na 
salvação para trazer morte ao velho homem e vida ao novo. Além disso, 
eles justificavam tal ideia, dizendo que sua natureza pecaminosa fora 
arrancada, não sendo compatível com o seu testemunho. Era humilhante 
submeter-se a um estilo de vida santificado e uma verdadeira arrogância 
pensar que não se podia pecar. Quando, na verdade, reconhecer a nossa 
vulnerabilidade e as nossas fraquezas é a maior força motriz da santidade. 
Outra palavra relacionadaa ela é "santo", que normalmente aplicamos às 
pessoas que vivem uma vida santa. Existe um grande número de palavras 
similares: "santificar", "purificação", "pureza", "justo", "justificação" e 
"equidade"; todas se referindo à justiça e à santidade. 
O Cantinho da Santidade 
Não há nada de extraordinário no fato de muitos de nós não 
sabermos o que significa a santidade, porque toda a nossa comunidade tem 
falhado em mantê-la. O dicionário define santidade como a "qualidade de 
quem é santo; pureza" ou "título utilizado pelo papa"; e, para santo, diz.- 
"Alguém associado com o poder divino ou com pessoas religiosas e suas 
tradições". Estas interpretações estão corretas e podem ser utilizadas dessa 
maneira. Mas nossas definições populares não fazem menção a Deus, nem 
se aproximam do significado das palavras gregas e hebraicas traduzidas em 
nossas Bíblias. 
No Antigo Testamento, a palavra hebraica utilizada para santidade é 
qôdesh, que veio de qâdash: "aquele que é santo, separado, dedicado ao 
serviço do Senhor". Paul S. Rees diz algo interessante: "A ideia original 
desta palavra, vista de um ângulo religioso, é de separação e consagração: 
separação de tudo o que é comum ou impuro; consagração ao que é divino, 
sagrado e puro". Desta forma, santidade sempre envolve separação — 
afastar-se completamente do mundo e aproximar-se totalmente de Deus. 
Um exemplo que mais facilmente expressa tamanha santidade é o das 
vasilhas que ficavam no Templo. Uma vez no Templo, eram consagradas 
ao serviço religioso e não podiam mais ser profanadas, ou seja, não teriam 
nenhum contato com o mundo exterior. 
As palavras "santo" e "santidade" aparecem mais de 830 vezes no 
Antigo Testamento. Isaías, por exemplo, escreveu: "E ali haverá alto 
caminho, um caminho que se chamará O Caminho Santo; o imundo não 
passará por ele" (Is 35.8). Outro texto que fala sobre santidade está em 1 
Crônicas 16.29: "Dai ao Senhor a glória de seu nome; trazei presentes e 
vinde perante ele; adorai ao Senhor na beleza da sua santidade" 
Como já vimos, no Novo Testamento a palavra "santidade" é 
hagiasmós, que também pode ser traduzida como "santificação". Também 
já vimos que "santo", significa hágios (puro). Paulo escreveu em Romanos 
6.22: "Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o 
vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna"; 2 Coríntios 7.1: 
"Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a 
imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de 
Deus"; 1 Tessalonicenses 3.13: "Para confortar o vosso coração para que 
sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de 
nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos"; e 1 Tessalonicenses 
4.7: "Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a 
santificação". Hebreus 12.10 diz que somos "participantes da sua 
santidade", e assim podemos ver em todos estes textos a estreita relação 
entre santidade e ser limpo e santo, quanto a esta questão não devem existir 
quaisquer dúvidas. Muitas passagens bíblicas, entre admoestações e 
mandamentos, falam de santidade, de modo que não podemos ignorar o 
assunto. Para quem afirma que a santificação era para o tempo da Lei, Deus 
diz: "Porque eu, o Senhor, não mudo" (Ml 3.6). As expectativas de Deus 
quanto ao estilo de vida do homem - em santidade - não mudam, sejam 
quais forem às culturas, épocas ou condições. 
Como uma luz que brilha na escuridão, a Igreja hoje deve retornar ao 
ensino bíblico da santidade, respeitando e vivendo o que diz a Palavra: 
"Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o 
Senhor" (Hb 12.14). Não podemos continuar a pendurar nossa santidade no 
armário e trazê-la para fora aos domingos quando vamos à igreja, como se 
ela fosse algum tipo de roupa dominical. 
É necessário haver um choro pela santidade para que possa vir o 
avivamento. 
Tão maçante quanto o tema da santidade é o tópico sobre o 
"arrependimento", que se encontra estreitamente amarrado a ela. Você está 
enjoado? Acha isso legalismo? Pois bem, esse é o único caminho para a 
santidade! 
Podemos ver a estreita relação entre santidade e arrependimento no 
ministério de João Batista, que precedeu a vinda de Jesus Cristo, clamando: 
"Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus" (Mt 3.2). João 
Batista veio exatamente como disse o profeta Isaías: "Voz do que clama no 
deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas" (Mt 
3.3). João Batista não se vestia e nem comia como a maior parte das 
pessoas; agia de forma bem diferente, em nome do Senhor - uma ideia que 
não era estranha aos cristãos avivados do início deste século. Acho que 
ficaríamos chocados se João Batista aparecesse hoje na televisão ou em 
nossos institutos bíblicos, pregando o seu severo estilo de vida!1 
O primeiro passo para a santidade é o arrependimento, e, para que 
tenhamos um eficiente e verdadeiro arrependimento, precisamos criar na 
igreja um novo interesse pela oração. Examinemos o ótimo exemplo da 
vida do profeta Isaías. 
Isaías era um grande profeta e já havia sido maravilhosamente usado 
pelo Senhor. No entanto, quando se viu na presença do Deus Todo-
poderoso, arrependeu-se de seus pecados e confessou ser um homem de 
lábios impuros e de habitar no meio de um povo de lábios impuros! A 
presença de Deus é a própria santidade! Observemos, passo a passo, como 
se deu o processo de santificação do profeta, em Isaías 6.1-8: 
1. Ele viu o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono. Uma 
constante e renovada comunhão com Deus produzirá um crescente 
conhecimento e consciência de sua santidade e glória; veremos como o 
Senhor é grande e santo. Quando usamos a expressão "santidade" 
relacionada a Deus, estamos dizendo que o Senhor está totalmente separado 
de tudo o que é comum e impuro. 
2. Ele experimentou a adoração ao Senhor. "Santo, santo, santo é o Senhor 
dos Exércitos" (Is 6.3). Note que a palavra "santo" é a maior expressão de 
adoração que se pode usar quando se louva ao Senhor! Note também que, 
através do louvor, nos aproximamos de Deus. Salmos 22.3 diz.- "Porém tu 
és santo, o que habita entre os louvores de Israel". Isaías ouviu os serafins 
louvando ao Senhor e viu toda a casa se enchendo de fumaça. Aleluia! 
Coisas sobrenaturais acontecem na pre¬sença de Deus! Devemos ter 
sempre em nossos corações a expectativa das coisas sobrenaturais que 
acontecem quando adoramos ao Senhor — curas, mensagens proféticas, 
línguas e interpretações, sermões ungidos e salvação. 
3- Isaias sentiu-se, com suas impurezas, culpado na presença de Deus. 
Arrependeu-se quando teve uma visão de seu estado espiritual, pois na 
presença de Deus, tornou-se consciente de seus pecados e precisou se 
arrepender, tão grande é a necessidade de arrependimento, na qual se inclui 
todos os cristãos, em todos os níveis e ministérios, porque "todos pecaram e 
destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23). Sim! Somos justificados 
Pela fé (Rm 3.24), mas a fé precisa ser refletida na Palavra, nossas atitudes 
precisam corresponder a nossa fé. A verdade é que quanto mais nos 
aproximamos de Deus, mais precisamos nos conscientizar dos nossos 
pecados, aos quais estamos ligados (atitudes erradas); omissão (deixamos 
de fazer o que é correto); falta de comprometimento (irresponsabilidade 
com o propósito divino). 
4. A solução para Isaías era o altar! Um dos serafins voou, trazendo na 
mão uma brasa viva que tirara do altar com uma tenaz, e com a brasa tocou 
os lábios do profeta. Depois disse: "Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua 
iniquidade foi tirada, e purificado o teu pecado" (Is 6.7). Aquele era o altar 
de incenso, hoje perpetuado pelas "orações incessantes" de que falou o 
apóstolo Paulo (Rm 1.9; 1 Ts 2.13; 2 Tm 1.3; cf. Ap 8.3). 
Deus pode falar conosco de muitas maneiras e em muitos lugares, 
mas os cristãos pentecostaistêm um encontro marcado com o Senhor todos 
os dias, no altar de oração, onde encontram fogo vivo e perdão. Isaías 
também fez outra coisa: confessou publicamente os seus pecados. Existe 
algo de muito importante na confissão pública - e confissão pública aqui 
não significa expor pessoas publicamente envergonhando-as, mas significa 
ajoelhar-se perante o Senhor. A santidade resulta da confissão: sentimos o 
peso (culpa pelo pecado), em seguida vem o arrependimento 
(reconhecemos que pecamos e confessamos ao Senhor) e o pedido de 
perdão (Deus nunca rejeita um coração quebrantado e contrito). Conhecer 
ao Senhor implica em tornar-se como Ele, adotando um estilo de vida 
santificado e uma adoração segundo a beleza da sua santidade. 
5. Somente após o arrependimento Isaías pôde cumprir sua missão. O 
Senhor perguntou: "A quem enviarei, e quem há de ir por nós?" (Is 6.8), e o 
agora santificado Isaías respondeu: "Eis-me aqui, envia-me a mim". E 
depois escreveu mais 61 capítulos de seu livro, incluindo a maioria das 
profecias do Antigo Testamento sobre Jesus! Não podemos trabalhar para 
Deus se não nos tornarmos como Ele. 
Esse é o centro de nossa identidade cristã. O apóstolo Pedro diz: 
"Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de 
propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele 
que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pe 2.9) -
Precisamos ser um povo santo, separado e completamente dedicado à obra 
do nosso Senhor. Isto não tem acontecido. Apesar de alguns cristãos fiéis 
estarem vivendo como um povo particular de Deus, a maioria dos 
pentecostais tem vivido como um povo apenas particular. 
Quanto mais o povo de Deus se dedicar ao Senhor, buscando a sua 
presença em oração, mais terá uma conduta restauradora seguida de 
completo arrependimento e plena pureza. Então, quando realmente 
entrarmos em um novo momento de santidade, o avivamento, enquanto 
transcorre, nos encontrará quebrantados. Essa foi, na verdade, uma 
antecipação da sequência que o superintendente geral Trask e o presbítero 
executivo chamaram anteriormente de "Assembleia Sagrada"; uma reunião 
de todos os líderes das igrejas para buscarem ao Senhor em oração, jejum e 
arrependimento. Esta ideia está baseada em Joel 2.15: "Tocai a buzina em 
Sião, santificai um jejum, proclamai um dia de proibição [assembleia 
solene, ARA]". No entanto, devemos divulgar tal admoestação 
rigorosamente para não nos esquecermos que o povo de Judá não ouviu o 
profeta Joel. Em espírito de rejeição e insubmissão — que na verdade 
demonstra uma falta de identificação com o Senhor — eles não tocaram a 
trombeta, nem fizeram uma assembleia solene, vindo então o inimigo e 
levando-os cativos para a Babilônia. 
E as Assembleias de Deus não estão diferentes de Joel. Na verdade, 
hoje encaram os mesmos problemas que o profeta enfrentou ao convocar o 
povo ao arrependimento. A diferença é que estamos tocando a trombeta e 
temos convocado toda a igreja para que, no mover do vento do Espírito, se 
arrependa. Esperamos positivamente que o avivamento traga resultados. 
Em Ezequiel 47.1-12, o profeta vê águas que saem de sob o limiar do 
Templo e fluem por toda terra seca e sedenta, restaurando a saúde do solo e 
fazendo nascer todo tipo de alimento e plantas. No começo, as águas 
batiam nos tornozelos de Ezequiel, depois alcançavam os seus joelhos, 
mais tarde já estavam na cintura, até chegar ao ponto de cobrir a cabeça e 
ninguém mais poder atravessar. O rio dos rios corre díretamente do Santo 
dos Santos sobre a Igreja. E nenhum avivamento, em nenhuma época, será 
parecido com o que há de vir sobre nós. 
Caminhos de Justiça 
Se justiça e santidade não são a mesma coisa, então precisamos 
aprender a discernir entre as duas. O dicionário diz que justiça significa 
Moralmente alto; justo". Então consideremos alguns pontos. Santidade 
significa separação, e justiça, "moralmente alto; justo". Enquanto a 
santidade fala de consagração e da separação para Deus, ou seja, uma 
influência do caráter divino, a justiça fala de um estado humano de 
comportamento. Justiça significa 'ser justo; equidade", ou melhor' "fazer 
aquilo que é certo". 
David Broughton Knox escreve que "justiça" é a tradução direta do 
hebraico tsedâkâh e do grego dikaiosúnê: "Originalmente, estas palavras 
significam uma vida conforme as normas. E, biblicamente falando estas 
normas estão baseadas em uma vida segundo o caráter de Deus". E sobre a 
palavra "certo" ele comenta: "No Novo Testamento, a palavra-chave é 
dikáios, que significa "de cima", também traduzida algumas vezes como 
"justo" e "alto". 
O que podemos observar, então? Que santidade significa separar-se 
do mundo e unir-se a Deus e justiça é a qualidade do cristão em sua relação 
com o próximo. Isso não deveria ser novidade para nós. Afinal, quando 
Jesus foi questionado sobre qual seria o maior dos mandamentos, 
respondeu: "Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a 
tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande 
mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo 
como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os 
profetas" (Mt 22.37-40). 
Santidade e justiça — relacionar-se com Deus e com os outros — 
significa cumprir integralmente a Palavra de Deus. 
Há muitos textos sobre justiça, nas Escrituras: 
"Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça; eu me satisfarei 
da tua semelhança quando acordar" (SI 17.15). 
"Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça por amor 
do seu nome" (SI 23.3). 
"Semeai para vós em justiça, ceifai segundo a misericórdia; lavrai o 
campo de lavoura; porque é tempo de buscar o Senhor, até que venha, e 
chova a justiça sobre vós" (Os 10.12). 
"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles 
serão fartos" (Mt 5.6). 
"Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas 
coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6.33). 
"Vigiai justamente e não pequeis; porque alguns ainda não têm o 
conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa" (1 Co 15.34). 
“E essas palavra foram escritas à "igreja de Deus que está em 
Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os 
que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor 
deles e nosso" (1 Co 1.2). 
"E vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em 
verdadeira justiça e santidade" (Ef 4.24). 
"Toda escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para 
redarguir, para corrigir, para instruir em justiça" (2 Tm 3.16). 
Viver em justiça significa ter um estilo de vida no qual agimos 
corretamente com relação a Deus e ao próximo, ou seja, segundo o caráter 
de Deus. Direcionado a Ele e ao próximo. A justiça é uma necessidade na 
vida de todo cristão; sua separação do mundo e dedicação ao Senhor é um 
pleno sinal de unidade com o Pai. Se há sinais de injustiça entre nós, então 
é hora de parar e retornar aos princípios do nosso justo Deus. 
Que Faremos? 
No fim do sermão de Pedro, no dia de Pentecostes, as pessoas 
compungiram-se em seu coração. Todos sentiram o peso do pecado, e ali a 
Palavra alcançou o exato momento do altar — onde as pessoas estavam 
prontas para entregar-se a Cristo. Da mesma forma, atingimos esse ponto e 
também perguntamos como os ouvintes de Pedro: "Que faremos?" (At 
2.37). 
E, como já foi dito, se necessitamos de uma palavra de sabedoria, 
saiba que esta é uma palavra de conhecimento. Minha definição favorita 
para "conhecimento" é "saber o que fazer". Não conseguiremos viver em 
santidade apenas por tentar ser melhores ou mais poderosos. Somente o 
conseguiremos se tivermos um real encontro com Deus. Os cristãos do 
princípio deste século tinham uma certa dificuldade em entender isso. Por 
isso sua mente tomou-se legalista e levou-os a um caminho de escravidão, 
ao invés de à liberdadeno Espírito Santo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Ser Igreja e VIVER 
como Igreja 
 
Após um culto de domingo à noite, carregado de uma atmosfera de 
adoração e entusiasmo no qual muitas almas foram salvas, dois jovens 
receberam o batismo no Espírito Santo e falaram em outras línguas e vários 
irmãos foram curados de doenças diversas. Um homem totalmente 
quebrantado, com lágrimas nos olhos, procurou o pastor e disse-lhe: 
"Pastor, tivemos uma igreja de verdade esta noite!" 
O povo pentecostal acredita que alguém pode ter um encontro com o 
Senhor, mas é tido como sobrenatural o mover do Espírito Santo no meio 
da igreja. No entanto, para que possamos verdadeiramente ser e viver como 
igreja, precisamos de um poderoso mover do Espírito Santo. 
O que Acontecerá no Próximo Encontro? 
Vejamos uma das características mais dramáticas dos cristãos pen-
tecostais. Chegamos no ponto onde estamos aptos a discordar das outras 
pessoas, por isso temos questionado tanto. Um percentual de nossas igrejas, 
que ao longo de um caminho de celebração e bênçãos foram envolvidas por 
um grande ambiente festivo, esqueceu-se de como conduzir suas reuniões. 
Algumas pararam de experimentar o mover do Espírito, porque seus 
pastores passaram a privar as ovelhas de experiências espirituais, deixando 
de ensiná-las a lidar com o Espírito Santo. Muitos já têm entendido e se 
conscientizado de que cultos onde o mover do Espírito Santo é muito forte 
só são possíveis quando vemos a liderança de Deus no trabalho, operando 
no Espírito e conduzindo a igreja a uma resposta ativa para Deus! 
Você já ouviu falar em Michelangelo Buonarroti? Ele foi um dos 
maiores pintores da história mundial, destacando-se dos demais na última 
fase do Renascimento.1 Em uma de suas obras mais famosas, pintou nas 
paredes da Capela Sistina o dedo de Deus tocando o dedo de Adão. Agora 
tente imaginar esta cena em um culto pentecostal. Algo poderoso acontece 
quando conseguimos alcançar tamanha dimensão e então "tocamos" o 
Senhor, especialmente quando conseguimos compreendê-lo e responder à 
sua voz. 
No final do livro de Ezequiel, o profeta é arrebatado e vê uma cidade 
com 12 portas — a mesma que João chama Nova Jerusalém — e, no centro 
da cidade, está a presença de Deus, dai chamar-se Jeová-Samá - "O Senhor 
está ali" (Ez 48.35). Deus estava no meio do seu povo para tocá-los e ser 
tocado por eles. Jesus disse: por-que onde estiverem dois ou três reunidos 
em meu nome, ai estou eu no meio deles" (Mt 18.20). Vemos assim que 
uma igreja cheia do Espírito Santo, ou seja, em comunhão com o Senhor 
(tocando-o constantemente) é condição fundamental para cultos fervoroso, 
ungidos. 
Em 1932, o escritor pentecostal Donald Gee registrou: 
Fico um pouco preocupado quando vejo pessoas agindo com u temor 
exagerado... — um temor que abafa a liberalidade do Espírito restringe as 
emoções a rápidas expressões faciais. Elas têm igrejas sos ticadas, com 
lindos carpetes, belos órgãos e grandes corais. Mas você sabe o que eu 
espero sinceramente? Espero que Deus coloque carvão em suas fornalhas e 
agite a vida deles! E não digo isso porque gosto de agitações, mas porque 
tenho sentido que a manifestação poder sobrenatural do Espírito Santo está 
diminuindo em muitos lugares. Tenho ido a reuniões onde cristãos nunca 
falaram em línguas interpretaram, onde nunca ouviram a manifestação do 
dom de profecia onde as reuniões são controladas pelo relógio e as pessoas 
sempre sabem o que acontecerá no próximo encontro. 
Algumas pessoas nos vêem como crentes fanáticos que mantêm o 
estilo altamente emocional de Moody, Finney e outros pregadores que 
conduziram igrejas com características de reavivamento. Evidentemente, 
muito do que realizamos hoje é um reflexo das tradições que adquirimos 
desses homens de Deus. No entanto, o entusiasmo no louvor e na adoração 
de nossos cultos e programações não reside em tradições, mas na 
experiência dos cristãos de agora. Hoje, as pessoas são realmente curadas, 
convertidas e transformadas em nossas reuniões. E por que isso acontece? 
Porque, se temos a certeza de que Deus é poderoso para vir ao encontro de 
nossas necessidades, então o Espírito Santo flui e tudo acontece 
naturalmente. Deus tem respondido poderosamente a todos aqueles que o 
buscam! 
Cremos que Deus trabalha ativamente em nossos assuntos humanos, 
conhece a nossa personalidade, tem um propósito para cada um de nós e 
com certeza sustentará os nossos ministérios com manifestações 
sobrenaturais. Como ter toda essa certeza? Basta olhar para as Escrituras e 
ver como se processa a atuação divina. Em Marcos 16.15-18, por exemplo, 
Jesus comissionou os discípulos a pregarem o Evangelho a toda criatura, 
em todos os lugares. E o que fez em seguida? Prometeu nos dar suporte no 
exercício do ministério. Em seu nome expulsaríamos demônios, falaríamos 
em outras línguas, pegaríamos em serpentes; e, se bebêssemos alguma 
coisa mortífera, nada aconteceria; e, se impuséssemos as mãos sobre os 
enfermos, ficariam curados! Quando os pentecostais redescobrirem o 
verdadeiro Cristianismo, conseguirão ver resultados semelhantes aos que 
estão registrados no Novo Testamento. 
Os Ministérios da Igreja 
Ir à igreja é muito mais que um simples encontro social com os 
amigos ou fazer reuniões de estudo bíblico a fim de aprender os Principais 
valores da vida cristã. Na verdade, significa encontrar-se com Deus, através 
de Jesus Cristo, na unção do Espírito Santo. 
As Assembleias de Deus sofreram sérias mudanças na década de 
1960. Algumas pessoas chegaram a considerar que havíamos perdido 
totalmente o rumo do nosso ministério, mas o que estava acontecendo era 
uma distorção dos princípios básicos da igreja. Estávamos trabalhando com 
definições inadequadas sobre a igreja e sua missão. Fizemos então uma 
auto-avaliação detalhada, que culminou em 1968, com o Concílio sobre 
Evangelismo em St. Louis, Missouri, onde acabamos por acrescentar novas 
definições à nossa Declaração de Verdades Fundamentais. 
O que aconteceu conosco foi impressionante, uma daquelas 
revelações do tipo "por que não vimos isso antes?" A nova definição de 
missão foi simples, mas revolucionou as nossas vidas e guiou-nos por um 
novo período de crescimento. Antes de 1968, se alguém me perguntasse 
qual era o propósito da igreja, eu responderia: "Evangelizar". Não há nada 
de errado nesta definição singela, mas ela acabou ficando muito pequena 
para os grandes propósitos da igreja. 
A nova definição, elegante em sua simplicidade e clara em seu 
significado, veio estabelecer três grandes missões para a igreja: 
1. O Ministério ao Senhor 
2. O Ministério à igreja 
3. O Ministério ao mundo 
Esse é um conceito que pode ser muito bem ilustrado através 
da cruz: o ponto mais alto aponta para Deus, os braços apontam para 
a igreja, enquanto toda a base está cravada no mundo. Outra maneira 
de ilustrar é separando o ministério em três atitudes práticas: 
adoração, comunhão e discipulado. 
Hoje, parece que não temos conseguido manter o equilíbrio entre 
esses três elementos. Praticamente não há mais diferença entre a nossa 
adoração e a de outras igrejas evangélicas. Provavelmente porque estamos 
tendo com Deus as mesmas experiências que os outros, buscando um 
crescimento individualizado. Temos enfatizado um desenvolvimentno 
interno, embora exista pouca comunhão entre as várias congregações. 
Quanto ao discipulado, falamos sobre isso, mas vivemos o pior momento 
discipular em nossa história. A maioria de nossos planos evangelísticos 
estão baseados em evangelistas e missionários. E o pior e que temos a 
plena convicção de que fizemos a nossa parte, pelo simples fato de darmos 
suporte a esses ministérios! Muitos do nosso meio não dão mais atenção 
quando um evangelista ou missionário está falando! O culto pentecostal é 
apenas um pequeno aspecto da vida total da igreja.E, porque Deus se faz 
presente em nosso meio nos cultos, frequentemente pessoas são afetadas 
emocionalmente. Precisamos entender que estar diante do altar de Deus, 
adorá-lo na beleza da sua santidade e sentir a sua presença não é problema 
para nós, mas talvez nossa única esperança. O avivamento é a nossa própria 
sobrevivência! As pessoas que entram na presença de Deus e são cheias do 
Espírito Santo devem ser as mesmas que ensinam na escola dominical, 
trabalham em seus ministérios, ensinam as crianças, cantam nos corais, 
limpam a igreja, preparam comida etc. A igreja inteira deve ser ungida e 
estar totalmente envolvida com o trabalho e o ensino! 
O povo pentecostal não consiste de sonhadores andando com a 
cabeça nas nuvens. É um grupo de pessoas que vive aqui na Terra, pessoas 
extremamente práticas, que acreditam que Deus ainda está ativo nas vidas 
de pessoas comuns. O povo verdadeiramente pentecostal é coerente, claro e 
objetivo. Olhe em volta e veja os cultos abençoados, as grandes igrejas, a 
grande quantidade de institutos bíblicos e seus programas missionários. 
Esse é o verdadeiro povo pentecostal! Com as mãos levantadas, joelhos no 
chão, coração quebrantado, postura de adoração e total dedicação na Casa 
de Deus. Um velho ditado diz: "Criado no Céu, ruim na Terra". Mas este 
não se aplica ao povo pentecostal. O que se aplica a nós é o seguinte: 
"Criado no Céu, muito melhor na Terra". O verdadeiro povo de Deus é 
capaz de transformar o mundo inteiro com a presença de Deus! 
Você já deve ter observado que algumas pessoas gostam muito de 
atuar no altar—pregando, louvando, ministrando — mas não apresentam o 
mesmo interesse pelos outros trabalhos da igreja. E deve ter ouvido 
também que Jesus disse que seríamos suas testemunhas (At 1.8). A Bíblia 
diz que, quando os 120 foram cheios do Espírito Santo, no dia de 
Pentecostes, falaram em línguas e glorificaram ao Senhor. Mas veja: 
quando viram a multidão sedenta de Deus, pararam de falar em línguas e 
começaram a pregar o Evangelho! 
Se você é um daqueles que ainda não experimentou "ser igreja", 
então daqui para a frente falaremos sobre isso. Mas saiba que o nosso 
objetivo aqui não é criticar, mas apresentar-lhe um modelo a ser seguido: o 
modelo necessário de igreja ao Reino de Deus para que o avivamento 
venha com poder e autoridade. 
Um Culto Pentecostal 
As igrejas de hoje apresentam tantas variações, que se torna quase 
impossível descrever um culto típico. Na mesma cidade onde existe uma 
igreja para as classes média e alta, há uma igreja para as classes baixa e 
pobre. E algumas igrejas específicas ministram apenas a determinados 
grupos étnicos. As igrejas podem ser sofisticadas ou populares, todas são 
diferentes. Em consequência, cada uma tem o seu próprio fluir. A vida de 
seus membros muda constantemente, assim como sua vida espiritual está 
sempre se alterando. Algumas igrejas, inclusive, gostam de dizer que são 
igrejas "de fogo"! Como T. C. Cunningham gostava de dizer: "Algumas 
igrejas estão tão secas, que acabam se constituindo em uma verdadeira 
ameaça". 
E o pior de tudo é que essas igrejas se parecem com igrejas 
pentecostais. Algumas começam o culto com aquilo que chamam 
"ministério de música", conduzindo a igreja ao louvor. Depois vêm os 
anúncios, as ofertas, alguma música especial e finalmente o sermão. É claro 
que você irá dizer: "Mas, tudo o que foi dito representa exatamente o que 
acontece em todos os lugares!" Sim, tem razão. Mas a diferença do culto 
pentecostal não está naquilo que se faz, mas em como se faz! O louvor 
pentecostal é entusiasmado, cheio de unção e pode ser acompanhado de 
palmas e adoração espontânea. Muitas igrejas utilizam apenas piano ou 
órgão, mas pode haver desde bateria até uma orquestra completa. Com a 
evolução da tecnologia, chegou-se aos sintetizadores eletrônicos e 
playbacks. Mas haja sempre nos corações o cuidado de não diminuir, com a 
tecnologia, a espontaneidade e sinceridade no louvor. 
Às músicas dos hinários — onde encontram-se nossas tradicionais 
canções de adoração ao Senhor — têm-se acrescentado hinos menores, que 
alguns chamam de "corinhos" e que algumas vezes tornam-se a maior 
característica musical da igreja. Nossa distinção pentecostal nesta área 
também está se perdendo, pois já seguem o mesmo caminho das outras, 
com sons iguais, projeções de transparências etc. 
Durante a repetição dos louvores ocorre a adoração espontânea, onde 
a igreja entra na presença de Deus com expressões de louvor. A música na 
igreja é utilizada para a adoração ao Senhor! Ela tem o objetivo de 
engrandecer a Jesus, mas também provê outros benefícios. A música na 
Casa de Deus não deve, de forma alguma, ter as mesmas melodias, ritmos 
e, pasmem, às vezes as letras do mundo! Nenhuma estratégia de agitação 
mundana deve ser incorporada à adoração. Hoje, as músicas do mundo têm 
seus objetivos próprios: agradar as multidões, promover espetáculos e 
comercialização, isto quando não há também envolvimento místico. A 
música na Casa de Deus, cantada em uma igreja pentecostal, não deve ser 
assim! Ela deve envolver toda a comunidade; deve ser utilizada para a 
edificação do Corpo; deve ser parte do culto de adoração! A música, 
durante a adoração, traz unidade de pensamento e de fé ao corpo de Cristo. 
E, como já dissemos, a música na Casa de Deus tem o objetivo de 
engrandecer a Jesus, mas pode ter outras aplicações. Uma vez que a 
maioria das nossas músicas são bastante específicas, elas têm a capacidade 
de atrair multidões a Jesus. Nossa música é uma poderosa ferramenta no 
evangelismo. E isso acaba gerando a possibilidade de que todos possam 
louvar ao Senhor. Pessoas de diferentes culturas produzem diferentes 
canções. No interior dos Estados Unidos prevalece o estilo pentecostal 
europeu, com músicas mais suaves, clássicas, um piano ou um órgão e um 
coral. Na cidade, existe uma conscientização mais contemporânea; o louvor 
é mais alegre e criativo, com bateria, teclado, vocalistas, baixo e percussão 
e corais cantando o que chamam de música da alma. Não podemos deixar 
de falar também das igrejas do interior que já adquiriram uma mentalidade 
contemporânea, nem das igrejas em colônias espanholas, japonesas, alemãs 
etc. Todas têm o seu louvor em sua própria língua, numa adaptação de sua 
cultura ao Movimento Pentecostal. Isto começou com o dia de Pentecostes 
e continua aonde quer que ao Espírito Santo seja dada a permissão para 
interagir com a igreja. E essa é uma das razões pelas quais continuamos a 
ter sucesso na evangelização mundial. 
O alto nível de participação entusiástica continua durante a oração. O 
povo pentecostal normalmente ora em grupo, onde as pessoas clamam em 
voz alta; orações só têm início quando termina o louvor congregacional. 
Isso pode confundir e assustar as pessoas que normalmente não estão 
acostumadas a orar em voz alta. Às vezes, durante a oração ou louvor, as 
pessoas levantam as mãos, expressando fisicamente adoração e 
reconhecimento à autoridade e glória de Jesus Cristo. Essa é uma expressão 
física de louvor! 
Alguns pastores têm tentado diminuir os anúncios, mas, às vezes, 
torna-se inevitável. E ainda temos os momentos de dízimos e ofertas, onde 
a Casa de Deus é abastecida, assim como todo o ministério de missões 
mundiais. Algumas igrejas aplaudem quando se faz menção à contribuição. 
A Música e Sua Mensagem 
Houve uma época em que a nossa música era mais característica que 
hoje, os cristãos escreviam suas próprias canções, acompanhados de piano 
ou violão. Elas não eram muito profissionais, mas expressavam toda a sua 
fé e vida com Deus. Hoje, com a popularização da música evangélica, isso 
está mudando. Já existe mais individualidade técnica e há uma divulgação 
em massa, tanto no rádio como na televisão. A qualidade da música é 
infinitamente melhor, mas algo íntimo está se perdendo. O que nos deixa 
contenteé o fato de que, em muitos lugares, alguns músicos cristãos se têm 
juntado à igreja em adoração. Algo que também apreciamos é o louvor 
congregacional à capela: somente vozes louvando ao Senhor, sem 
instrumentos ou vibrações no santuário. É o que chamamos hallelujah 
breakdown - brados de aleluia muito bem distribuídos! 
Um outro traço característico que distingue bem o pentecostal - a não 
ser que ele esteja ensinando, louvando ou pregando - é o fato de que uma 
mesma pessoa pode trazer uma profecia, falar em outras línguas e 
interpretá-las. Os pentecostais adoram ao Senhor em meio às manifestações 
do Espírito Santo. É claro que existem abusos e exageros, mas aqueles 
realmente cheios do Espírito sabem quando é Deus quem está realmente 
falando. É profundamente lamentável o fato de que alguns de nossos 
pastores - por sentirem medo ou não saberem como lidar com o Espírito — 
desmotivam suas ovelhas a adorar em línguas e exercer os dons espirituais 
na igreja. Afinal, onde eles esperam que os dons do Espírito Santo se 
manifestem? O culto é um verdadeiro encontro com o Deus vivo! 
Mensagem Ungida 
Falemos agora das pregações. O que é uma mensagem ungida? 
Chamamos "mensagem ungida" toda palavra ministrada à igreja por 
pessoas altamente inspiradas por Deus e cuja unção é indiscutível. A 
palavra ministrada por Pedro no dia de Pentecostes é um exemplo típico: 
Pedro falou à multidão, no dia de Pentecostes, depois de haver orado 
durante dez dias — com uma igreja que vivia em unidade — e de ter sido 
batizado no Espírito Santo, ter falado em línguas e exposto a Palavra com 
grande sabedoria! Precisamos de um avivamento como este na vida dos 
nossos pregadores! 
A maioria dos pregadores, no início, dedicavam um bom tempo de 
suas vidas em oração e depois subiam no púlpito com apenas algumas 
anotações que os ajudariam a dar sequência a suas mensagens. Então, 
debaixo da soberana unção do Espírito Santo, estavam prontos para manter 
um profundo relacionamento com Deus e com todos os seus ouvintes. A 
presença de Deus era tremenda. A pregação era um evento sobrenatural. 
Muitos dos pregadores atuais, infelizmente, centralizam suas 
mensagens nos aspectos mais egoístas da vida humana; uma verdadeira 
reflexão sobre a geração atual. Sim, devemos ter compaixão pelos que 
sofrem, porém, além da leitura sobre os aspectos da natureza humana ou 
uma sessão de aconselhamento público, elas precisam ouvir mais da 
Palavra de Deus e menos dos livros de psicologia! O apóstolo Paulo 
aconselha Timóteo: "Conjuro-te... que pregues a palavra, instes a tempo e 
fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e 
doutrina" (2 Tm 4.2). Salmos 107 90 diz: "Enviou a sua Palavra, e os sarou, 
e os livrou da sua destruição". 
Uma mensagem ungida é a que vem direto do coração de Deus. 
Pregar com unção é algo muito sério. Homens mentirosos têm vindo até 
nós com "aparência de piedade, mas negando a eficácia dela" (2 Tm 3-5). 
Todo grande pregador que tenha uma vida plena diante de Deus sofre a 
tentação de exibir à igreja conhecimentos além do que têm ouvido de Deus. 
Quando caem em tal tentação, acabam trocando a unção da Palavra de 
Deus e sua autoridade pelos conhecimentos pessoais. Pessoas espirituais 
sabem quando alguém está ultrapassando os limites e impondo os próprios 
conhecimentos. Quando isto acontece — as palavras transformam-se em 
verdadeiras simulações emocionais - está na hora de buscar um novo 
avivamento do Espírito Santo! 
Ouvimos em muitos lugares sermões enormes, que parecem não ter 
fim. E tem-se a impressão de que vão aumentando à medida que as pessoas 
resolvem ir embora para suas casas antes do tempo. Tais sermões poderiam 
ser bem menores, mas cheios de unção e objetividade! Quando o pregador 
está realmente ungido pelo Espírito Santo ninguém deseja ir embora ou 
tenta interrompê-lo com apenas trinta minutos de mensagem. 
Normalmente, temos limites para nossa tolerância. No entanto, em uma 
igreja avivada, os sermões geralmente são longos por causa da grande 
unção espiritual que trazem sobre si. Em uma igreja verdadeiramente 
pentecostal, as pessoas estão sempre prontas para ouvir a Palavra de Deus. 
A Convocação para o Altar 
A grande diferença entre uma igreja pentecostal e as outras igrejas 
está exatamente no que acontece após a ministração da Palavra. Quando 
pensamos que o culto acabou e que todos irão para casa, o pastor faz uma 
convocação para o altar, chamando as pessoas para que venham à frente. 
Cremos que a salvação é a maior bênção para uma vida, por isso a chamada 
para o altar deve começar com todos aqueles que desejam aceitar a Jesus 
Cristo como seu salvador. 
Se num domingo de manhã, por exemplo, o culto termina com um 
poderoso apelo à salvação, na reunião noturna a chamada para o altar 
poderá ser feita antes do previsto. O ministro poderá convidar toda a igreja 
para vir até o altar, onde todos se ajoelharão e levantarão, em unidade, um 
grande clamor a Deus. O pastor ou outros poderão orar pelos doentes e 
acreditar que serão curados. Os cristãos poderão ficar cheios do Espírito 
Santo, falando em outras línguas. Haverá profecias ou mensagens em 
outras línguas com interpretações. E o Espírito irá mover-se. Isso é 
avivamento! O Movimento Pentecostal espalhar-se-á por todo o mundo, 
mas tudo começa no altar. 
Mesmo a igreja mais avivada do mundo precisa ter um momento em 
que as pessoas possam ajoelhar-se e clamar a Deus no altar. Todos 
precisam do altar — o lugar onde se intercede pelas famílias, se unge com 
óleo e todos podem prostrar-se perante o Senhor. Agora responda: práticas 
como estas são estranhas em nossas igrejas hoje? Sem o altar, elas estarão 
de fora do grande avivamento espiritual que virá. 
Se não há, na sua igreja, um local em frente ao púlpito para as 
pessoas, gostaria de sugerir mudanças radicais na programação dos seus 
cultos. Aumente seu altar! Separe um tempo para ele! 
No Antigo Testamento, havia dois tipos de altar: o do sacrifício, 
como um lugar de salvação, e o do incenso, como um lugar de adoração e 
louvor ao Senhor. O nosso altar de sacrifícios é a cruz de Jesus Cristo, que 
foi pendurado no madeiro como último e perfeito sacrifício. Já sobre o 
nosso altar de incenso, Jesus nos ensina, em Mateus 5.23,24: "Portanto, se 
trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem 
alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai 
reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua 
oferta". O Senhor nos mostrou que o altar é muito mais que um simples 
lugar de sacrifícios. É um local onde se estabelecem alianças e pode-se 
conversar com Deus. Vejamos Apocalipse 8.3. Um anjo chega diante do 
Senhor, "tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o 
pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante 
do trono". Algumas igrejas têm ensinado que o altar é o próprio púlpito da 
igreja. Esse não é o conceito correto. O altar verdadeiro está diante do 
púlpito, no lugar em frente à Palavra de Deus. Ali está o altar. 
Algumas igrejas costumam ter música durante a ministração no altar. 
Ao término da oração, as pessoas voltam ao seus lugares cantando. Na 
verdade, essa é uma ideia bíblica. Salmos 43.4 diz: "Então, irei ao altar de 
Deus, do Deus que é a minha grande alegria, e com harpa te louvarei, ó 
Deus, Deus meu". Este é o altar! Isso é avivamento! 
A igreja pentecostal que ignora o altar não ministra a cura através da 
imposição de mãos e não ouve a voz de Deus através de mensagens 
proféticas, línguas estranhas e interpretações está longe de ser pentecostal! 
Nós podemos lançar mão de muitas estratégias para que as pessoas venham 
à igreja. No entanto, as manifestações espirituais são um forte sinal de 
crescimento e unção divina. Se por acaso sua igreja está perdendo o poder 
espiritual, dobre os seusjoelhos e clame por um toque de Deus em seu 
ministério! 
Um Assunto para Pensar 
Há tempos vem crescendo o número de pastores que adotam um 
momento de oração antes dos cultos na Casa de Deus. Outros preferem que 
esse momento seja após a pregação da Palavra, com o propósito de instruir, 
inspirar e incentivar a fé dos cristãos. 
Sobre isso, o tesoureiro geral James K. Bridges escreve: 
Tenho andado muito preocupado com essa nova prática adotada por 
muitos pastores das Assembleias de Deus. Eles têm feito a chamada para o 
altar antes da ministração da Palavra de Deus. E o que me preocupa é o 
momento em que eles praticam esse ato. Tenho visto o crescimento dessa 
tendência, onde a Palavra, depois, é entregue sem clima, sem vontade. E o 
pior: alguns pastores já nem fazem apelo ao povo de Deus após a 
mensagem! 
É uma verdadeira tragédia quando um pastor começa a achar que sua 
mensagem é suficiente para produzir libertação e edificação. Esta não é a 
intenção do Espírito Santo, pois a Palavra deve ser um meio para um fim. 
A mensagem do Evangelho, após ser entregue, precisa de uma resposta 
clara de quem a ouve! E o altar é um componente vital para a conclusão da 
mensagem. 
Quando as pessoas sentem que já tiveram sua resposta no altar de 
Deus, a pregação perde o sentido para elas. 
Meu pedido é que esses pastores deixem o apelo ao altar para depois 
de uma pregação ungida por Deus! Deixem o tempo do altar irrestrito; 
utilizem os diáconos, se desejarem, para ajudá-los na oração; mas é 
necessária a influência da mensagem pregada. 
Tenho visto poucas pessoas sendo batizadas no Espírito Santo ou 
salvas no altar, hoje em dia. Precisamos retornar à ministração mais 
substanciosa, com tempo necessário para um real encontro com Deus, de 
modo que as pessoas possam responder sinceramente ao clamor da Palavra 
e ao mover do Espírito Santo. Isso é um culto pentecostal! 
O culto pentecostal é um grande encontro entre Jesus Cristo e sua 
noiva, a Igreja. E torna-se emocionante quando sabemos que Ele está ali. 
Se orarmos em alta voz, nos quebrantarmos em lágrimas de alegria ou de 
arrependimento pelos pecados, se agirmos distintamente, conscientes do 
mover do Espírito santo, então faremos bem mais em qualquer lugar. Se 
acaso gritamos "Aleluia!" ou falamos em outras línguas, não estamos 
vivendo segundo velhas tradições, mas respondendo sincera e 
espontaneamente à presença verdadeira, real e pessoal do Senhor! 
E esse é o fator mais importante em um culto pentecostal: Deus está 
ali! 
'O Renascimento foi uma explosão cultural que marcou a Europa de 1330 a 
1530, tendo como centro irradiador a Itália. (N.T.) 
 
 
 
 
 
 
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O Louvor e Adoração 
 
O Movimento Pentecostal possui muitas características distintas. 
Dentre elas, a que mais se destaca é nosso estilo de adoração, que atrai um 
grande número de pessoas às igrejas. Nosso louvor animado, nossos 
cantores ungidos, intercessores, corais, vocalistas e músicos — além das 
ferventes ministrações da Palavra — fazem nossa igreja diferente das 
demais. 
Os visitantes costumam dizer que as nossas mãos estão sempre 
ocupadas em fazer alguma coisa - ora estão erguidas durante o louvor, ora 
acenam em aprovação a um testemunho poderoso, ora sinalizam adoração e 
reverência ao Senhor. Não podemos deixar de falar também sobre cura 
através da imposição de mãos. 
Certa vez, uma senhora pentecostal e sua amiga carismática 
iniciaram uma discussão sobre a maneira correta de levantar as mãos diante 
do Senhor. A pentecostal levantava suas mãos com as palmas para baixo, e 
a carismática, com as palmas para cima. Por último, a carismática disse: 
"Quando você coloca as palmas das mãos para baixo, está apenas 
abençoando as pessoas, mas não está recebendo nada de Deus. Quando 
você coloca as palmas das mãos para cima, você está sendo diretamente 
abençoado por Deus!" Esse é um dos conceitos que precisam mudar. Ela 
está errada. Não há nenhuma relação entre a posição das mãos e o que se 
esta recebendo no coração. Tudo é mero simbolismo O levantar das mãos é 
um ato de adoração e reverência perante senhor; uma prática comum entre 
o povo pentecostal. 
A Igreja Primitiva teria seguido a prática judaica d.e colocar as mãos, 
com as palmas para cima. Durante um bom tempo, as pessoas costumavam 
orar com as mãos no peito. Já os monges europeus criaram a tradicional 
postura de oração com as palmas das mãos coladas tal como as criança 
costumam orar antes de dormir. Mais tarde, os cristãos adquiriram o 
costume de orar com as mãos unidas com todo os dedos cruzados e os 
punhos juntos, sempre posicionadas abaixo do queixo. Hoje ainda vemos 
todas essas formas em nossos cultos de adoração. Mas a posição mais 
comum é a de mãos levantadas Não há duvidas de que a real preocupação 
de Deus e com o coração de seus Filhos, não importando assim a posição 
como adoram ao Senhor. 
A adoração ao Senhor é uma questão extremamente íntima e muito 
pessoal. Algumas pessoas expressam seu louvor a Deus publicamente e de 
forma muito clara, enquanto outros consideram seu relacionamento com o 
Pai tão pessoal que preferem ,isolar,e dos que estão a sua volta naquele 
momento. Alguns cristãos cheios do Espírito Santo manifestam sua 
adoração ao Senhor em silêncio, numa plena demonstração de temor e 
contemplação. Na verdade, é isso que nos Faz acreditar os pentecostais 
realmente foram chamados para servir diante do altar de Deus com toda 
liberdade. As formas de adoração variam segundo individualidade de cada 
um. Seja por altos clamores, brados de adoração, sentimentos de louvor, ou 
silencio os pentecostais estão diante do Senhor com sincero coração de 
adoradores. Ma total diversidade , Deus estabeleceu a unidade. 
Só há uma coisa em comum entre todos os pentecostais e suas 
igrejas: o louvor é pleno! Adoramos ao Senhor tanto com a voz quanto com 
o corpo levantamos as mãos nos curvamos e nos prostramos diante do 
Senhor. 
Analisemos agora, através da Palavra, cada uma dessas demonstra- 
ções de adoração. 
Corpo, Alma e Espírito 
Sempre que falamos sobre louvor e adoração precisamos em 
primeiro lugar distinguir entre o que é bíblico, cultural, social e local - 
posturas adotadas por homens em todos os tempos e em todos os lugares. A 
primeira postura que percebemos é a impressionante capacidade do povo 
pentecostal de conviver e trabalhar com pessoas de diferentes classes 
sociais, culturas e padrões de vida. Isto já é um grande passo para a unidade 
e a razão, porque todo envolvimento na adoração, seja físico ou emocional, 
é o mesmo entre todos os pentecostais. 
Vejamos agora alguns princípios importantes para uma melhor 
compreensão da adoração ao Senhor. Génesis 2.7 diz: "E formou o Senhor 
Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e 
o homem foi feito alma vivente". Quando Deus criou o homem, utilizou o 
pó da terra (físico) e então deu-lhe o fôlego de vida (espírito).1 Somos 
corpo e espírito! Somos seres espirituais e físicos. E foi quando Deus 
combinou esses dois elementos, e somente quando os combinou, que o 
homem passou a ser alma vivente; ou seja, sua alma viveu! A alma não é 
uma "entidade" espiritual, mas resulta da combinação da matéria com o 
espírito. Deus nos fez seres materiais e terrenos e colocou em nossos 
corações o sopro da vida; o seu próprio fôlego. Por isso a nossa alma viveu! 
Agora somos formados por três elementos: corpo, alma e espírito. É isso 
que os cientistas estudam: a nossa alma — nossas emoções, personalidade, 
sentimentos etc. Essa é a razão de conseguirmos adorar a Deus; porque Ele 
é trino. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Também nós somos criaturas 
trinas; somos físicos (corpo), espirituais (espírito) e psicológicos (alma). 
Veja o que Jesus disse: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu 
coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento". Percebe agora? 
Aquiestá novamente a ordem que vimos anteriormente. A adoração 
envolve os três elementos da natureza humana! Em passagens similares, 
como Marcos 12.30 e Lucas 10.27, vemos as mesmas colocações, 
reforçadas com ênfase às expressões físicas de adoração. 
Sendo assim, se somos seres espirituais, físicos e emocionais, então a 
nossa adoração deve ser espiritual, física e emocional. A adoração física 
(corpo) envolve tudo o que está ao nosso alcance em um momento de 
celebração e ministração ao Senhor. Adoramos com palmas, dizendo: 
"Amém!" ou "Aleluia!" - ajoelhados diante do altar de Deus ou dançando 
com espontaneidade no Espírito Santo! A adoração emocional (alma) 
envolve todos os sentimentos humanos e pode ser feita de muitas maneiras. 
Cantando, chorando, rindo etc. Às vezes algumas pessoas perdem o senso 
de seus limites e acabam entrando por caminhos unicamente psicológicos. 
Isso não é bom, daí ser necessário o dom de discernimento espiritual. 
Todos precisam saber até onde podem ir ou não; todos precisam conhecer 
os limites entre as emoções e a adoração com as emoções! E, finalmente, a 
adoração espiritual (espírito) envolve a relação de íntima comunhão entre o 
nosso espírito e o Espírito de Deus. E é nesse momento que ocorrem as 
manifestações do Espírito Santo: as pessoas têm visões, profetizam, 
interpretam; elas ficam "envolvidas pelo Espírito". E, quando há uma 
experiência muito forte e realmente divina, ocorrem até arrebatamentos 
espirituais, onde algumas pessoas nem se lembram do que aconteceu. Nem 
tudo conseguimos entender, mas temos visto os benefícios práticos na vida 
de muitas pessoas. 
De maneira geral, há uma grande responsabilidade sobre a vida de 
todos aqueles envolvidos com adoração na Casa de Deus. Eles precisam ser 
sinceros, consagrados e dirigidos por Deus. A Palavra de Deus apresenta 
excelentes regras a serem seguidas por todos os que ministram na Casa de 
Deus, nos capítulos 12 a 14 de 1 Coríntios. A adoração é o máximo da 
presença de Deus. E é exatamente em uma atmosfera de alta intensidade 
espiritual e de muitas experiências no Espírito Santo que as coisas vão 
acontecer. O ministro tem a responsabilidade de conduzir o povo em 
adoração e gratidão ao Pai. O povo pentecostal pode ter um louvor bastante 
alegre, no entanto o objetivo principal da adoração está centralizado na 
gratidão e no reconhecimento da autoridade soberana de Deus. Triste é 
perceber que, com o passar das gerações, muitos de nossos pastores têm 
conduzido os cultos sem nenhuma participação pessoal na ministração 
entre a igreja e o Pai. Como verdadeiras garrafas de vidro, eles contêm a 
unção divina, conduzem o povo à adoração, mas não permitem um contato 
direto da igreja com o Pai. Limitam o desejo natural das pessoas pelo Pai e 
impedem a atuação natural do Espírito Santo de Deus. 
A verdadeira adoração pentecostal envolve toda a pessoa — corpo, 
alma e espírito. Nós cremos no acesso direto ao Pai e em suas respostas 
claras para as nossas vidas; damos total liberdade a Deus; não nos 
prendemos a nada. E essa atitude da nossa parte é que tem produzido as 
maravilhas de Deus, com manifestações inacreditáveis e inesperadas! Com 
certeza, a maior parte do nosso sucesso deve-se à liberdade ilimitada que 
damos ao Espírito Santo, com inteireza de coração e inclinação total da 
mente. 
E, se queremos reviver o Cristianismo original, precisamos ter uma 
vida de adoração com corpo, alma e espírito. Você pode perguntar: "Mas 
toda esta liberdade não pode ser perigosa?" Sim, e por isso precisamos estar 
prevenidos. Entretanto, a nossa sobrevivência depende de uma adoração 
sincera, em plena espiritualidade, motivação interior e honesta humildade. 
Há também o perigo da manipulação espiritual feita por determinados 
líderes, que se aproveitam da vulnerabilidade que reside no coração das 
pessoas que adoram ao Senhor, pois estas ficam mais sensíveis. E, por essa 
razão, mais do nunca muitos de nossos líderes têm gemido diante do 
Senhor, a fim de que suas igrejas se voltem totalmente para Deus. A 
adoração pentecostal exige, por tudo isso, uma relação muito íntima entre a 
igreja e o Senhor. Isaías disse: "Porque assim diz o Alto e o Sublime, que 
habita na eternidade e cujo nome é santo: Em um alto e santo lugar habito e 
também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos 
abatidos e para vivificar o coração dos contritos" (Is 57.15). 
Agora preste atenção nestas passagens bíblicas sobre o louvor: 
Salmos 9.11: "Cantai louvores ao Senhor, que habita em Sião; 
anunciai entre os povos os seus feitos". 
Salmos 22.3: "Porém tu és santo, o que habitas entre os louvores de 
Israel". 
Salmos 108.3: "Louvar-te-ei entre os povos, Senhor, e a ti cantarei 
salmos entre as nações". 
1 Pedro 2.9: "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a 
nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que 
vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz". 
A adoração pentecostal é coletiva e expressiva, sendo demonstrada 
de forma total: fisicamente, emocionalmente e espiritualmente. Em uma 
igreja tradicional, a adoração tende a ser religiosa e quieta. Já em uma 
igreja onde há o avivamento, é espontânea e cheia de expressões físicas 
com corpo e a voz. E isso não foi ensinado; são atitudes naturais que 
vieram com os novos cristãos. 
Existe Diferença? 
Uma das frases mais comuns nas igrejas pentecostais é "louvor e 
adoração". Duas palavras aplicadas constantemente como sinônimos de 
adoração ao Senhor. Na igreja do início deste século, a adoração era 
pessoal e individual; estava totalmente ligada às experiências da salvação, 
batismo no Espírito Santo, libertação, cura etc. O falar em línguas estranhas 
sempre caracterizou esta adoração espiritual, desde o dia de Pentecostes, 
quando se viram línguas repartidas sobre cada um dos discípulos de Jesus. 
Hoje, no entanto, a maioria das reuniões de adoração é feita em 
grupos. Uma verdadeira multidão é capaz de adorar ao Senhor em unidade. 
A adoração é conduzida por equipes de ministros, e todos adoram juntos. 
Não há nada de errado nisso, no entanto, precisamos também voltar a 
pratica de ajoelhar-se perante o altar e adorar a Deus individualmente. 
Temos dado muito valor ao coletivo e estamos esquecendo o individual. 
Não podemos nos esquecer jamais de que cada um de nós é um templo do 
Espírito Santo (1 Co 6.19) e que ministramos perante o Senhor (Ap 1.6). 
Cristãos cheios do Espírito Santo adoram ir à igreja, e normalmente o 
fazem três vezes por semana. A Bíblia diz: "Não deixando a nossa 
congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos 
outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia" (Hb 
10.25). Ou seja, quanto mais se aproxima a segunda vinda do Senhor, mais 
deveríamos ir a igreja. A adoração em grupo é vital para a vida do cristão! 
E, ainda nesse contexto, não devemos esquecer da grande importância da 
adoração individual. Cada um de nós deve levar o seu louvor sincero a 
Deus com gratidão e alegria! Em uma igreja verdadeiramente pentecostal, 
os líderes que conduzem o rebanho dão grande ênfase às experiências 
individuais com Deus. 
O estudo do louvor e da adoração na Palavra pode ter resultados 
surpreendentes. Em primeiro lugar, descobriremos que louvor e adoração 
não são sinônimos e têm aplicações distintas. Em segundo lugar, veremos 
que existem uma infinidade de palavras gregas e hebraicas para os dois 
termos. Em terceiro lugar, comprovaremos o que foi dito por que todas as 
traduções, tanto do grego como do hebraico, apontam para um louvor trino, 
com corpo, alma e espírito. 
Vamos por partes. Vejamos a palavra "louvor". Só no Antigo 
Testamento temos sete palavras hebraicas que indicam louvor. Yâdâb, que 
significa "levantar as mãos em adoração"; hillúwi, que significa "celebrar, 
regozijar"; tehillâh, que significa "hino"; hâlal, quesignifica "limpar" ou 
"brilhar"; zâmar, que significa "unir os dedos e tocar um instrumento"; e 
shâbach, que significa "glorificar". Note que todas estas palavras são físicas 
e musicais. Então, louvor é uma demonstração plena do corpo e da alma! 
No Novo Testamento temos outras seis palavras para louvor: ainos, 
que significa "louvai a Deus", e a forma do verbo "louvar" era ainéo; dóxa, 
de onde vem "doxologia", também é traduzida por "louvor" ou "glória" 
(vindo do verbo dokéo - "pensar", "parecer', "surgir"); e humnéõ, que 
significa "cantar um hino de louvor". Agora temos um consenso: tanto o 
Antigo quanto o Novo Testamento nos conduzem à ideia do louvor com 
música. 
Vemos assim que toda forma de louvor bíblico está diretamente 
relacionada à expressão e à voz. Os adoradores ministravam ao Senhor com 
desenvoltura e música. Mas precisamos também não esquecer que todas 
essas expressões de louvor eram acompanhadas pelo levantar de mãos, 
ajoelhar-se, prostrar-se e outras posturas. Biblicamente, todo esforço é 
pequeno quando falamos em adorar e engrandecer ao Deus de Israel. 
A ideia bíblica de adoração também caminha pelas mesmas linhas do 
louvor. No entanto, é muito mais física que musical. Por exemplo: no 
Antigo Testamento temos a palavra shâchâh, que significa "prostrar-se 
perante o Senhor em reconhecimento". O profeta Daniel utilizou uma 
forma aramaica ao invés de uma hebraica, mas com significado 
semelhante: sâgad, que significa "prostrar-se perante o Senhor em 
homenagem". 
Já a adoração no Novo Testamento tem uma palavra principal: 
proskunéõ, que significa "prostrar-se e beijar os pés em adoração"; "colocar 
o rosto no chão, em reverência". Outra palavra é sébomai, que significa 
"demonstrar reverência ou adoração". No Império Romano, o título 
sebastós ("venerável") era utilizado pelo imperador. A palavra dóxa às 
vezes também era traduzida como "adoração". 
O que percebemos, então? Que a adoração bíblica, assim como o 
louvor, envolvia tanto o corpo como a mente! Então, por que alguns 
cristãos têm criticado e algumas vezes ridicularizado o louvor com 
liberdade física, emocional e vocal na Casa de Deus? Na verdade, eles 
ainda não perceberam que esse tipo de louvor e adoração é muito mais 
bíblico que suas análises ou críticas. É próprio da raça humana divertir-se 
com o que não entende. Quanto mais conhecermos o que a Bíblia diz sobre 
adoração, mais compreenderemos e desejaremos tudo o que acontece em 
um culto pentecostal! 
Louvor e Adoração: Solução para a Igreja 
Glen D. Cole, pastor do Capital Christian Center, em Sacramento, 
Califórnia, e presbítero executivo das Assembleias de Deus, escreve sobre 
o louvor e a adoração: 
Quando as igrejas estiverem fracassando, a solução é o louvor e a 
adoração. Quando vidas estiverem definhando, a adoração e o louvor hão 
de ser a solução; atitudes de louvor e adoração levam todas as atenções do 
culto para o Senhor! No momento em que uma pessoa não age em unidade 
na adoração, podemos perceber uma verdadeira divisão em potencial 
surgindo. Isso não é motivo para tristeza nem para destruição, mas uma 
nova motivação para buscarmos de Deus suas "chuvas de bênçãos". 
Salmos 67.3 declara: "Louvem-te a ti, ó Deus, os povos; louvem-te 
os povos todos". O que podemos traduzir naturalmente como: 
Louvem-te todos os jovens! Louvem-te todos os velhos! Louvem-te 
todas as crianças! Louve-te toda a igreja! 
Não teria Deus nos dado o dom de línguas para que as utilizemos na 
adoração coletiva? Todos precisamos colaborar isso em mente: O Espírito 
quer participar de nossa adoração. Quando as pessoas deixarem de ser 
expectadores e passarem a participar, então o Espírito envolverá todo o 
Corpo! 
A Bíblia ensina muitas maneiras pelas quais podemos louvar ao 
Senhor e gerar avivamento entre nós: 
1. Cantando "Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele tez maravilhas, 
a sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a vitória" (SI 98.1). 
2. Dançando diante do Senhor-"Tornaste o meu pranto [dança]; tiraste o 
meu cilício e me cingiste de alegria (SI 0.11). 
3. De joelhos - "ó, vinde, adoremos e prostremo-nos! Ajoelhemos diante do 
Senhor que nos criou (SI 95.0). 
4. Levantando as mãos - Assim, eu te bendirei, ao teu nome levantarei as 
minhas mãos (Sal 47.1). 
5. Aplaudindo - "Aplaudi com as mãos, todos os povos; cantai a Deus com 
voz de triunfo" (SI 47.1). 
6. Com instrumentos - louvai-o com o som de trombeta; louvai-o com o 
saltério e a harpa com louvores como sonoros; louvai-o com címbalos 
altissonantes. fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor! (SI 150.3-6). 
7. Com júbilo - "Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes; da 
terra; dai, brados de alegria, regozijai-vos e canta, louvores (SI 98.4). 
8. Com celebração - "Mas alegrem-se todos que confiam em ti exultem 
eternamente, porquanto tu os defendes; e em ti se gloriem os que amam o 
teu nome (SI 5.11)- 
9. Cantando em espírito — "Que farei, pois? Orarei com o espírito também 
orarei com o entendimento; cantarei com o espírito também cantarei com o 
entendimento" (1 Co 14.15). 
10. Ofertando — "Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome- trazendo 
oferendas e entrai nos seus átrios" (SI 96.8); "Portanto, assim em tudo sois 
abundantes na fé, e na palavra, e na ciência, e em toda diligência, e em 
vossa caridade para conosco, assim também abundeis nessa graça" (1 Co 
8.7). 
A passagem importante para a nossa aplicação é Salmos 34.2,3- "A 
minha alma se gloriará no Senhor; os mansos o ouvirão e se alegrarão 
Engrandecei ao Senhor comigo, e juntos exaltemos o seu nome". 
Muitas coisas estão sujeitas a atores, cantores, atletas, personalidades 
famosas etc. 
Às vezes o mundo inteiro fica a seus pés. E, se tudo isso acontece a 
eles, imagine o que pode acontecer conosco! Você já parou para pensar no 
que Deus pode fazer conosco se tivermos uma vida de total adoração e 
entrega a Ele? 
Uma Visão Própria do Avivamento 
Moody, em seu sermão "Avivamento", de 1899, disse: 
Não tenho medo do entusiasmo de algumas pessoas. Esse momento 
tem gerado um grande interesse das pessoas, e todos têm dito: "Isso é 
sensacionalismo! Isso é sensacionalismo!" Mas posso dizer que às vezes 
sinto como se tivéssemos parado no tempo, na realidade... Não há nada a 
temer, como um marinheiro em um nevoeiro denso; ele não teme porque 
está preparado, ainda que um verdadeiro temporal esteja por perto! Temos 
muitos nevoeiros na igreja, mas vamos sair deles! Utilizaremos pregadores 
que saibam enfrentar o nevoeiro, pois com certeza dirão: "Eu não estou 
puxando as multidões. Obrigado Senhor; eu não sou sensacionalista!" 
Moody também disse: 
Não há excitamento ou sensacionalismo no cemitério — pelo menos 
não onde ficam os homens mentirosos; no entanto, creio que haver grande 
agitação na manhã da ressurreição. Onde existe vida, sempre haverá 
movimento. 
É claro, não podemos deixar de reconhecer que há excessos, 
sensacionalismo e auto-realização em nome da adoração pentecostal. No 
entanto, nada disso é tão problemático quanto a indiferença, a frieza e o 
ódio Alguns questionam: Por que precisamos ser tão ardentes? Devemos 
ser tão espirituais e ao mesmo tempo amar a Jesus Cristo com controle e 
contrição. Mas devemos chorar pela cruz de Cristo, regozijarmo-nos 
porque sua ressurreição, louvá-lo por sua glória e aguardar ansiosos a sua 
volta... 
No entanto, quando estamos em um culto ao Senhor, sentimos algo 
que ultrapassa os sentidos humanos — a gloriosa presença do Espírito 
Santo nos corações e no templo. A única atitude racional que podemos 
tomar é a de chorar perante Ele e, de joelhos dobrados, prostrar-nos perante 
a sua glória. Comparar tal sensação com mero excitamento é a mesma coisa 
que comparar o amor à paixão. Somos fascinados por Jesus, lutamos contra 
as potestades por Ele e caminhamos pelos caminhos da sua Palavra porque 
sabemos que Ele nos ama. Quandoouvimos Jesus, somos atingidos em 
cheio por cada Palavra de sua boca e nos comportamos de forma que só os 
que o amam podem entender. Isso é um culto pentecostal! 
O povo pentecostal redescobriu o segredo da Igreja Primitiva: o 
verdadeiro Cristianismo significa uma experiência plena com Deus. Nas 
outras religiões, as pessoas procuram por Deus; no Cristianismo, Deus 
procura as pessoas! Tudo é uma grande experiência com Deus: a salvação, 
o batismo nas águas, a comunhão, o batismo no Espírito Santo, o falar em 
línguas, as curas, a libertação. Deus está sempre conosco, ensinando-nos e 
falando a nós. E, quando sua presença é mais poderosa, podemos expressar 
nosso louvor com brados de alegria, com louvor livre e pleno e o levantar 
das mãos em adoração. 
Na igreja do início deste século as pessoas eram tão impressionadas 
pela presença de Deus que não podiam ficar paradas diante do Senhor . 
Elas eram levadas a criar coisas, como "a marcha de Jericó", a caminhada 
em volta da igreja com grande louvor e brados de guerra. Os Pentecostais 
tem sido bem-sucedidos e cheios do Espírito a medida que respondem 
espontaneamente ao Senhor. 
Queremos preveni-lo: quando o novo avivamento chegar trás consigo 
grande entusiasmo e incontrolável emoção. Enquanto à água estiver fria, 
haverá pouco movimento na panela. Quando começar ferver, irá borbulhar 
e fazer barulho! Jovens serão levantados pelo Senhor no altar fervente da 
oração, e uma nova geração de líderes e pastores pentecostais se levantará! 
O fogo no altar se tornará incontrolável e alcançará todas as pessoas! 
Será assim em todas as igrejas? É melhor não tentarmos fazer 
previsões precipitadas. Cada igreja tem suas características e um 
relacionamento pessoal entre o povo e o pastor. Não queremos determinar 
nada, muito menos definir o que Deus irá fazer. O avivamento não está 
condicionado às lágrimas que derramamos, mas ao número de almas que 
necessitam encontrar Jesus. Crescimento não é sinal de avivamento, mas 
sim um grande número de almas se convertendo pelo poder de Jesus Cristo, 
recebendo o Espírito Santo. 
Tanto rúach, no hebraico, quanto pneuma, no grego, significam 
"sopro", "fôlego "vento" do Espírito Santo. Podemos ver um bom exemplo 
disso na conversa entre Jesus e Nicodemos: "O vento assopra onde quer, e 
ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, para onde vai; assim é todo 
aquele que é nascido do Espírito" (Jo 3.8). 
O que significa a expressão "dançando com espontaneidade no 
Espírito Santo . Significa expressar o louvor a Deus com todo o corpo em 
alegria e regozijo. Tal expressão espontânea e nunca sensual. Normalmente 
ocorre nos momentos em que a presença de Deus é mais intensa. É sempre 
uma expressão de louvor, não tem nenhuma relação com coreografia, que 
normalmente são carnais e não têm lugar no corpo de Cristo. 
 
11 
 
Assim Diz o Senhor 
 
David A. Wormack: 
Eu e o pastor Thomas E. Trask começamos a falar sobre este livro 
logo após a sua eleição a superintendente geral das Assembleias de Deus 
nos Estados Unidos. Antes da sua posse, já falávamos sobre este assunto. 
Na realidade, Trask sempre foi, é e será um homem firme no propósito de 
buscar um grande avivamento do Espírito Santo. Cresci no meio de pessoas 
que falavam o tempo todo sobre avivamento. O mais incrível para mim é 
que eu jamais poderia imaginar ouvir novamente sobre este assunto de 
forma tão clara através do líder de nossa denominação. Lembro-me da 
primeira vez que ouvi o pastor Trask falando sobre avivamento. Seus olhos 
brilhavam enquanto falava. A Bíblia era a única sustentação da sua fé. 
Muitos poderiam achar que se tratava de um novo movimento, 
temporário. Mas, com o passar dos meses, o pastor Trask assumiu seu 
cargo e iniciou uma forte campanha pelo avivamento. Em nenhum 
momento esmoreceu. O culto no templo central das Assembleias de 
Deus passou a se iniciar com pontualidade, e todos os obreiros 
começaram a responder pelo chamado de Deus. Passou a ser prática 
constante a unção com óleo. O avivamento realmente começou... em 
Springfield, Missouri! 
E, como as nossas conversas passaram a ser constantes, também d 
forma constante o pastor Trask abria a Bíblia e lia sempre para mim a 
seguinte palavra: "Assim veio a mim a palavra do Senhor, dizendo..." (Jr 
1.4). Foi por isso que, em meio às nossas anotações, reservei o espaço para 
um capítulo chamado: "Assim diz o Senhor". E pedi a ele que escrevesse 
sobre este assunto tão importante. Praticamente tudo o que está registrado 
neste livro nasceu de conversas sobre avivamento. No entanto, este capítulo 
nasceu no coração de nosso líder. Como se lhe viesse a palavra do Senhor 
acerca de um grande avivamento nas Assembleias de Deus! Posso ver o 
pastor Trask folheando sua Bíblia até chegar ao livro de Jeremias... 
Thomas E. Trask: 
Em sua mensagem a Israel, através do profeta Jeremias, Deus sempre 
fez questão de mostrar o pecado do povo, identificando-o como um 
adultério espiritual. Em Mateus 19.7,8, Jesus pergunta: Então, por que 
mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la? Disse-lhes ele: 
Moisés, por causa da dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa 
mulher; mas, ao princípio, não foi assim". É a dureza do coração que leva 
alguém a cometer o adultério espiritual. 
Jeremias foi levantado pelo Senhor a fim de dizer a Israel que 
voltasse ao seu Deus, e, no capítulo 3 de seu livro, vemos com grande 
clareza o objetivo de seu ministério, quando várias vezes diz a Israel: 
"Volta". O povo havia deixado o Senhor, mas Deus não abandonara o seu 
povo. 
A primeira consequência visível do adultério espiritual de Israel foi a 
total poluição da terra. Israel passou a viver num estado de total miséria e 
tristeza. Exatamente o mesmo retrato do mundo de hoje. Quando perdemos 
os nossos valores espirituais e abandonamos o Senhor, caímos em miséria e 
deixamos toda a nossa sorte perder-se em destruição. Jeremias 3.2 diz: 
"Levanta os olhos aos altos e vê; onde não te prostituíste? Nos caminhos te 
assentavas para eles, como o árabe no deserto; assim, manchaste a terra 
com as tuas devassidões e com a tu malícia". Esta foi uma das grandes 
admoestações divinas através a seus profetas. 
Em Jeremias 3.1, Deus diz: "Se um homem despedir sua mulher, e 
ela se ausentar dele e se ajuntar a outro homem, porventura, tornará a ela 
mais? Não se poluiria de todo aquela terra? Ora, tu te maculaste com 
muitos amantes; mas, ainda assim, torna para mim, diz o Senhor". Deus 
está falando sobre o adultério espiritual de Israel. O povo deixara o Senhor, 
mas Ele insiste: "Torna para mim". 
A segunda consequência do adultério espiritual de Israel foi a 
interrupção das chuvas. Veja o que diz Jeremias 3.3: "Pelo que foram 
retidas as chuvas, e não houve chuva tardia; contudo tens a testa de uma 
prostituta e não queres ter vergonha". Que constatação terrível! Não haverá 
mais chuva nos lugares onde as pessoas deixarem o Senhor. A alma 
começa a secar e então o homem espiritual morre. A sequidão de Israel era 
resultado da indiferença, falta de zelo, abandono e total ausência de temor 
para com a voz de Deus. Devemos tomar muito cuidado com as nossas 
igrejas de hoje. Corremos o sério risco de secar totalmente devido à 
cessação das chuvas. Deus não nos abençoará enquanto estivermos 
contaminados e impuros ou enquanto não houver santidade e justiça. 
Somente um povo santo pode contemplar ao Senhor e viver constantemente 
diante de sua santidade. 
A terceira consequência do adultério espiritual de Israel foi a terrível 
obstinação de seus corações. Podemos ver isso no versículo 3: "E não 
queres ter vergonha". A teimosia é uma iniquidade terrível; ela é 
comparada à idolatria (1 Sm 15.23). Alguns dizem: "Sigo o meu próprio 
caminho. A vida é minha, faço como quiser!" Precisamos deixar esse 
caminho; é um limite muito perigoso! Se entregamos as nossas vidas a 
Jesus,casamos com Ele. Fomos comprados por alto preço e pertencemos a 
Jesus! 
A quarta consequência do adultério espiritual de Israel foi a terrível 
constatação do versículo 3: "E não queres ter vergonha". As pessoas do 
mundo hoje vivem uma vida sem restrições ou limites, pecando aberta e 
conscientemente. O pecado cheira mal; o cheiro ruim já chegou nas narinas 
de Deus! Ele não irá tolerar este tipo de coisa! E a igreja precisa estar 
atenta ela não pode se deixar levar pelo pecado. A igreja não Pode 
participar do que é errado; ela precisa estar separada! O povo de Deus 
precisa manter-se puro, precisa ser diferente. Quantas vezes temos 
colocado músicas mundanas na igreja? Quantas vezes temos permitido 
danças mundanas na igreja? Temos contaminado o nosso povo. Deus não 
está satisfeito com nosso procedimento. 
Israel estava se afundando em seus próprios pecados, e Deus 
providenciou um meio de chamar o seu povo ao arrependimento usando o 
profeta Jeremias para dizer: "Ao menos desde agora não me invocarás, 
dizendo: Pai meu, tu és o guia da minha mocidade?" (Jr 3.4) Deus estava 
preocupado, e queria mostrar que Israel necessitava de seus cuidados como 
Guia e Pai. Veja ainda o que diz a Bíblia: "Tendo aparência de piedade, 
mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te" (2 Tm 3-5). As pessoas têm 
se desviado dos propósitos iniciais de Deus e ainda criticam os puros que 
andam perante o Senhor. 
Em Jeremias 3.6, Deus pergunta ao profeta: "Viste, porventura, o que 
fez a rebelde Israel? Ela foi-se a todo monte alto e debaixo de toda árvore 
verde e ali andou prostituindo-se". O povo de Israel estava dando mais 
importância à criatura que ao Criador, oferecendo sacrifícios a ídolos e 
desviando-se da verdade. Eles rejeitaram a Deus e ao seu amor. 
No versículo 7, lamenta o coração de Deus: "Depois que fez tudo 
isto..." Deus, em seu amor, misericórdia, longanimidade, bondade e paz, 
chama a sua Igreja hoje, como fez a Israel: "Volta para mim..." 
Tragicamente, o texto continua: "... mas não voltou". 
No entanto, veja o que Deus diz nos versículos 10-12: "E, contudo, 
nem por tudo isso voltou para mim a sua aleivosa irmã Judá com sincero 
coração, mas falsamente, diz o Senhor. E o Senhor me disse: Já a rebelde 
Israel justificou mais a sua alma do que a aleivosa Judá. Vai, pois, e 
apregoa estas palavras para a banda do Norte, e dize: Volta, o rebelde 
Israel, diz o Senhor, e não farei cair a minha ira sobre vos; porque benigno 
sou, diz o Senhor, e não conservarei para sempre a minha ira". Que 
promessa maravilhosa! Apesar de nossas falhas, da fraqueza, frieza, 
arrogância e esquecimento, Deus não se esquece de nós! 
Este livro é uma verdadeira súplica à igreja de nossos dias. Precisa 
mos retornar a Deus com todo o nosso coração e todo o nosso 
entendimento! Jeremias 3.8 diz: "E, quando pôr causa de tudo isso, por ter 
cometido adultério, a rebelde Israel despedi e lhe dei o seu libelo de 
divórcio, vi que a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu; mas foi-se e também 
ela mesma se prostituiu". Quando os pecados do mundo começam a invadir 
a igreja, passamos a viver sob efeitos muito negativos Não podemos viver 
sob nossa própria vontade. O pecado atinge a todos: crianças, pais e toda a 
igreja. Deus nos tem chamado para que reconheçamos a atuação vital do 
Espírito Santo. Ele não admitirá adultério espiritual. O Senhor quer que 
voltemos para Ele. 
Os Processos de Deus 
Depois de identificar os erros e convocar Israel ao arrependimento, o 
Senhor começou a falar sobre uma série de processos pelos quais a nação 
deveria passar. Antes, porém, fez-lhe tremendas promessas. 
Em Jeremias 3.12, Deus diz-. "Vai, pois, e apregoa estas palavras 
para a banda do Norte, e dize: Volta, ó rebelde Israel, diz o Senhor, e não 
farei cair a minha ira sobre vós-, porque benigno sou, diz o Senhor, e não 
conservarei para sempre a minha ira". A primeira promessa de Deus era 
retirar a sua ira, caso o povo retornasse para Ele. Hebreus 10.31 revela: 
"Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo". Seria isso uma 
incoerência? De forma alguma! Temos de reconhecer que Deus é, ao 
mesmo tempo, misericordioso e justo. Precisamos decidir: ou fica¬mos na 
igreja, ou ficamos no mundo. Pecado é pecado! E todo pecado levará o 
homem à morte! 
A segunda promessa está no versículo 14: "Convertei-vos, ó filhos 
rebeldes, diz o Senhor; porque eu vos desposarei e vos tomarei... e vos 
levarei a Sião". Se retornarmos para o Senhor, sua ira será removida e 
seremos levados para Sião. E o que é Sião? Sião é um lugar de vitória, 
celebração, beleza e glória! 
A terceira promessa de Deus está no versículo 15; "E vos darei 
pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência e com 
inteligência". Precisamos ter, nas Assembleias de Deus, pastores segundo o 
coração de Deus! Homens que em seus corações pensem como Ele, ouçam 
a sua voz e vivam para o povo dEle. Precisamos de Pastores cheios do 
conhecimento divino! Precisamos de pastores que ministrem a Palavra de 
Deus! 
A quarta promessa encontra-se no versículo 18: "Naqueles dia andará 
a casa de Judá com a casa de Israel; e virão, juntas, da terra drí Norte, para 
a terra que dei em herança a vossos pais". Eles deveriam caminhar juntos! 
A Bíblia pergunta: "Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?" 
(Am 3.3). E em Jeremias 3.14 lemos: "Eu vos desposarei..." Mesmo se 
cometermos adultério espiritual, não é intenção de Deus divorciar-se! Ele 
nos salvou e comprou com o sangue de Jesus Cristo, por isso tem o direito 
de manter-nos consigo: "Ora, aquele que é poderoso para vos guardar de 
tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis com alegria, perante a sua glória, 
ao único Deus, Salvador nosso, por Jesus Cristo, nosso Senhor, seja glória 
e majestade, domínio e poder antes de todos os séculos, agora e para todo o 
sempre. Amém" (Jd 24,25). A promessa de Deus está direcionada a toda a 
Igreja, basta que atuemos com unidade: "Também vos digo que, se dois de 
vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes 
será feito por meu Pai, que está nos céus" (Mt 18.19) 
Ainda há uma outra promessa, em Jeremias 3.18. Deus promete levar 
Israel "para a terra que dei em herança a vossos pais". Deus tem uma 
herança para o seu povo, a Igreja. Entretanto, estamos vivendo longe de 
seus propósitos e promessas! Deus não falha! Nossas atitudes, como o 
adultério, a indiferença e a frieza, nos têm afastado do coração de Deus. Se 
retornarmos para o Senhor, Ele nos dará o que prometeu! 
Mas ainda existe outra promessa: "Voltai, ó filhos rebeldes, eu 
curarei as vossas rebeliões". Nesse momento, Jeremias não se contém e 
exclama: "Eis-nos aqui, vimos a ti; porque tu és o Senhor, nosso Deus" (Jr 
3.22). O nosso Deus é um Deus de juízo, mas é também e acima de tudo 
misericordioso. Podemos contar com o próprio Deus para retornar a Ele. Se 
Jeremias clamasse hoje, seguiríamos a sua voz? 
Na verdade, estamos na mesma condição do povo de Israel — temos 
pecado, adorando a outros deuses e nos afastando do Pai. E o mais 
lamentável é que há pessoas dizendo que os melhores dias de nossa igreja 
se foram! Ora, isso não vem ao caso; Deus é Deus de restauração! Ele e 
poderoso para nos conduzir ao nosso lugar original! Em Jeremias 3.12 
lemos: "Vai, pois, e apregoa estas palavras para a banda do Norte, e dize 
Volta, ó rebelde Israel, diz o Senhor, e não farei cair a minha ira sobre vos, 
porque benigno sou, diz o Senhor, e não conservarei para sempre a minha 
ira e também em Lamentações 3-22,23: "As misericórdias do Senhor... não 
têm fim- Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade". 
Em Jeremias 3-14, Deus diz: "Eu vos desposarei". E no versículo 22: 
"Voltai, ó filhos rebeldes, eu curarei as vossas rebeliões". Vejamos ainda 
Jeremias 4.2: "Vive o Senhor, na verdade, no juízo e na justiça; e nele se 
bendirão as nações e nele se gloriarão". O diabo faráde tudo para nos 
convencer do contrário. Mas não devemos ouvi-lo, porque o inimigo veio 
para destruir. Precisamos ouvir a voz de Deus e inclinar nossos corações às 
suas verdades! Jeremias 17.10 diz: "Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, 
eu provo os pensamentos". 
O Processo de Humilhação 
O primeiro passo para a restauração é a cura do nosso orgulho, 
através do processo de humilhação. Jeremias 13.15 diz: "Escutai, e inclinai 
os ouvidos; não vos ensoberbeçais; porque o Senhor falou". E Deus 
promete, em 2 Crónicas 7.14: "E se o meu povo, que se chama pelo meu 
nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus 
maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e 
sararei a sua terra". Se aceitarmos suas condições, as promessas de Deus 
estarão ao nosso dispor. A igreja não pode fazer nenhum movimento em 
direção a Deus sem que Ele primeiro venha em direção a ela! O Senhor 
deseja restabelecer seu relacionamento conosco! 
Tiago 4.6 e 1 Pedro 5-5 nos mostram que Deus resiste aos soberbos, 
mas dá graça aos humildes. Em Provérbios 28.13, lemos: "O que encobre 
as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa 
alcançará misericórdia". E 1 João 1.9 diz: "Se confessarmos os nossos 
pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de 
toda injustiça". O primeiro passo para restauração é o reconhecimento do 
pecado. Precisamos admitir que deixamos o primeiro amor, falhando 
perante o Senhor. 
O Processo de Confissão 
O segundo passo para a restauração é a confissão dos nossos 
pecados. A confissão é o início de um processo de limpeza, pois o pecado 
representa a total rebelião contra Deus e sua vontade. Mesmo que um dia 
tenhamos sido sensíveis a Deus, se pecamos nos é preciso abrir os corações 
e ouvir a sua voz. 
Quando o filho pródigo retornou a casa, disse ao seu pai' "pai pequei, 
pequei contra o céu e perante ti" (Lc 15.18). Essa também deveria será 
nossa postura hoje! Tiago 5.16 diz: "Confessai as vossas culpas uns aos 
outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo 
pode muito em seus efeitos". Para que haja a restauração, precisamos 
confessar nossas falhas, pecados e transgressões! Jeremias 6. 26 assim 
expõe: "O filha do meu povo, cingi-te de cilício e revolve-te na cinza; 
pranteia como por um filho único, pranto de amarguras; porque presto virá 
o destruidor sobre nós". Precisamos nos humilhar, reconhecer que pecamos 
e pedir o socorro do nosso Deus! 
Em Josué 7.20, Acã confessa: "Verdadeiramente pequei contra o 
Senhor, Deus de Israel, e fiz assim e assim". Em 1 Samuel 15.24, Saul 
admite a sua culpa: "Pequei, porquanto tenho traspassado o dito do 
Senhor". Sem confissão não há como Deus estabelecer justiça no meio do 
seu povo. Em 2 Samuel 12.13, Davi confessa ao profeta Nata: "Pequei 
contra o Senhor". E, em Marcos 1.5, vemos que todos precisam confessar 
suas falhas: "E toda a província da Judeia e todos os habitantes de 
Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, 
confessando os seus pecados". A confissão é o início do processo de 
limpeza do coração e da alma. 
Em Jeremias 15.5,6, Deus diz: "Porque quem se compadeceria de ti, 
ó Jerusalém? Ou quem se entristeceria por ti? Ou quem se desviaria a 
perguntar pela tua paz? Tu me deixaste, diz o Senhor, voltaste para trás; por 
isso, estenderei a minha mão contra ti e te destruirei; estou cansado de me 
arrepender". 
A confissão acaba com a cegueira que vimos acima, levando ao 
reconhecimento dos pecados. Há pessoas que só confessam seus pecados 
depois de totalmente presas por seus delitos. Mas devemos confessar por 
convicção do Espírito Santo. É o Espírito que atua nos convecendo, como 
diz a Palavra: "E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da 
justiça, e do juízo" (Jo 16.8). A confissão é um resultado do normal após o 
toque de Deus no coração. É uma experiência maravilhosa: o coração, a 
alma e a mente ficam limpos. 
O arrependimento é uma verdadeira declaração de rejeição ao 
pecado. O verdadeiro arrependimento implica em renúncia aos pecados 
Deus disse ao seu povo: "Tu me deixaste, diz o Senhor, voltaste para trás; 
por isso, estenderei a minha mão contra ti e te destruirei; estou cansado de 
me arrepender". Por que Deus fez esta declaração? Porque Israel estava se 
arrependendo sem deixar os seus pecados! Israel só se arrependia quando 
precisava de Deus; depois retornava aos seus pecados. Não é esse o 
verdadeiro arrependimento! 
Paulo escreve em 2 Coríntios 7.10: "Porque a tristeza segundo Deus 
opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas 
a tristeza do mundo opera a morte". Essa é a tristeza que leva à salvação e à 
purificação! É o que Deus espera de nossas vidas! Jesus disse a um homem 
a quem havia curado.- "Eis que já estás são; não peques mais, para que te 
não suceda alguma coisa pior". O mestre também falou à mulher adúltera: 
"Vai-te e não peques mais" (Jo 8.11). Deus quer arrependimento que mude 
para sempre a nossa má conduta. 
A Bíblia ensina: "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura 
é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17). 
Quando encontramos Jesus Cristo, há uma mudança radical! 
Precisamos entender: se não nos arrependemos de nossos pecados, 
corremos o risco de sofrermos graves consequências. Provérbios 29.1 diz: 
"O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será 
quebrantado de repente sem que haja cura". Deus disse a Israel: "Estou 
cansado..." Deus estava indignado porque Israel não mudara de verdade! O 
arrependimento havia se tornado um ritual religioso. Isso é muito perigoso, 
porque a confissão não tem valor algum se não houver arrependimento! 
Paulo escreve, em Gálatas 2.21: "Não aniquilo a graça de Deus; porque, se 
a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde". Ou seja, se 
fomos libertados de nossos pecados, não podemos mais nos submeter a 
eles. Quando Pedro negou a Jesus chorou amargamente" (Lc 22.62). Esse é 
o sentimento que deve nos tocar todas as vezes que negarmos a Jesus em 
função dos nossos pecados. O fato é que, uma vez em Cristo, não podemos 
mais voltar à prática do pecado. Esse é o verdadeiro arrependimento. 
Pedro chorou largamente, uma atitude bem diferente da de Judas, que não 
abandonou os seus pecados. E a consequência da falta de arrependimento 
foi a morte (Mt 27.3-5). 
O Processo de Restauração 
Todo processo de restauração é marcado por submissão, rendição e 
obediência. Não nos esqueçamos disto. Observemos a mensagem do 
profeta Jeremias. 
Em Jeremias 18.3,4, o profeta utiliza seis palavras muito importantes 
durante a narração da visão do vaso e do oleiro: "ele", "obra" "rodas", 
"vaso", "quebrou" e "bem". "Ele", é Deus, aquEle que está ocupado 
trabalhando, nos modelando,, fazendo conosco conforme parece bem aos 
seus olhos, exatamente como o barro nas mãos do oleiro. Deus tem planos 
para as nossas vidas, e, para colocá-los em execução, é preciso estarmos em 
total submissão à sua vontade Se permitirmos que Deus trabalhe, Ele 
poderá fazer o barro informe transformar-se em um lindo vaso. Podemos 
confiar em suas mãos; Deus é o Mestre dos oleiros! O apóstolo Paulo 
testemunha essa impressionante capacidade de Deus em Filipenses 2.13: 
"Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo 
a sua boa vontade". 
A segunda palavra é "obra". Devemos conscientizar-nos de que com 
Deus não há certezas. Não há como programar a atuação de Deus! Ele.é 
surpreendente. Tratando-se de vidas, está sempre pronto a investir tempo, 
amor, energia, paciência, poder e quaisquer outros recursos, como Ele 
mesmo diz, em Gênesis 1.26: "Façamos o homem à nossa imagem, 
conforme a nossa semelhança". Depois, Deus descansou no sétimo dia (Gn 
2.2), mas o Espírito Santo continua o trabalho que umdia Deus iniciou. 
Suas mãos estão sobre nós, trabalhando em nossas vidas, através de nós e 
sobre a sua Igreja. Acompanhar o seu povo e o seu prazer. Ele é um grande 
projetista e sabe exatamente como transformar barro em belos vasos. 
A terceira palavra é "rodas". Elas representam o constante aprender 
pelo qual passamos, todas as intervenções divinas que produzem 
edificação. Veja o que diz Filipenses 1.12: "E quero, irmãos, que saibais 
que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito 
evangelho". Mas lembre-se: as "rodas" da vida — nossas experiências — 
podem nos edificar ou destruir! "E sabemos que todas as coisas contribuem 
juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são 
chamados por seu decreto" (Rm 8.28). Nossas experiências devem 
contribuir para o crescimento do Reino de Deus. 
A quarta palavra é "vaso", ou seja, uma peça para armazenamento. 
Deus está fabricando vasos de honra! Costumamos cantar uma canção que 
diz: "Quero ser um vaso de honra em tuas mãos". Deus tem colocado 
muitas coisas de valor em seus vasos. Deus nos comprou, não com prata ou 
com ouro, mas com o precioso sangue de Jesus! Por isso o vaso foi feito 
para ser bom. Porque ele é caro, muito caro! E Deus não usa vasos velhos; 
Ele utiliza apenas os novos, vasos que estejam em perfeito estado e sejam 
fortes o suficiente para guardar todos os utensílios de Deus! E esse é o 
trabalho do Espírito Santo: fazer de nossas vidas vasos de honra, colocando 
dentro deles a gloriosa presença de Jesus Cristo! Somos verdadeiras obras 
de arte. Estamos em exposição para que o mundo veja nossa beleza e nosso 
valor em Jesus. Não se coloca um quadro de Rembrandt (que costuma valer 
mais de seis milhões de dólares) no quartinho das ferramentas! Seria um 
absurdo! Obras de arte devem ficar expostas em museus e galerias de arte 
para que todos possam admirá-las. Bem, Deus está construindo um grande 
vaso para colocar todas os seus tesouros, mas, por enquanto, "temos... esse 
tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e 
não de nós" (2 Co 4.7). 
A quinta palavra é "quebrou", que representa a nossa tola insistência 
em voltar aos velhos erros. Há uma soberania em Deus que não 
entendemos. Todos podemos viver uma vida totalmente livre. No entanto, 
não podemos esquecer que o pecado estraga o vaso. E o pior e que Deus 
está sempre lidando com vasos quebrados, não desiste, Pois é muito 
paciente. 
De acordo com Jeremias 18, esse é o propósito das circunstâncias na 
vida; moldar-nos com um verdadeiro vaso nas mãos do oleiro! Mas, em 
Jeremias 19.11, lemos que Deus quebrará o vaso que não der frutos para o 
seu Reino! No entanto, podemos ser quebrados também para restauração, 
como diz a Escritura: "Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; 
a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus" (SI 51.17) 
A sexta e última palavra é "bem". Os propósitos divinos estão 
firmados sob um único aspecto: Deus quer o nosso bem, não lhe 
interessando produzir peças ruins! Ele quer o nosso bem, e tem todas as 
condições para quebrar-nos quando achar que a nossa forma se estragou. 
Precisamos dar ao Senhor a chance de atuar em nossas vidas com total 
liberdade, a fim de produzir excelentes vasos individuais e também uma 
igreja sadia. 
O Processo de Renovação 
Analisemos bem este processo. O avivamento começa dentro do 
coração e afeta toda a nossa vida, resultando em uma vida de vitórias e 
alegrias em Deus, na qual as pessoas gozam das promessas do Pai 
integralmente. A Igreja de Jesus Cristo começou a viver pela força que 
adquiriu nas alianças e promessas de Deus, e agora nós somos os 
privilegiados! Deus fez uma aliança com Israel: este seria o seu povo, e 
Ele, o Deus da nação. Deus tem cumprido suas alianças! 
Em Hebreus 8.6, aprendemos que Jesus estabeleceu uma aliança 
superior, entre Deus e a sua Igreja. Precisamos apenas conhecer o coração 
de Deus e todas as suas promessas! Salmos 103-17,18, diz: "Mas a 
misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade sobre aqueles que o 
temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos, sobre aqueles que 
guardam o seu concerto e sobre os que se lembram dos seus mandamentos 
para os cumprirem". No mesmo salmo lemos: "Misericordioso e piedoso é 
o Senhor; longânimo e grande em benignidade. Não repreenderá 
perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira. Não nos tratou 
segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas 
iniquidades" (vv. 8-10). 
Deus não atua contra a sua Igreja, mas deseja que ela viva sob sua 
proteção e suas bênçãos. Ele quer restaurar a alegria da salvação na igreja e 
ouvir as suas orações. Em Jeremias 29.12, Ele diz: "Então me invocareis, e 
ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei". Isto significa que, se obedecermos 
ao Senhor, ele responderá as nossas orações. Em Mateus 7.11, Jesus 
afirma: "Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, 
quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?" 
Isto é oração! Isto é petição! 
Deus quer manter todas as alianças que estabeleceu com sua Igreja. 
Ele quer abençoá-la e fazê-la prosperar, restituindo-lhe tudo o que o diabo 
tomou com o pecado, como declara em Joel 2.25: "E restituir-vos-ei os 
anos que foram consumidos pelo gafanhoto, e a locusta, e o pulgão, e a 
oruga". Ele é Deus de restauração e deseja cumprir suas promessas. 
Jeremias 29.13 estabelece: "E buscar-me-eis e me achareis quando 
me buscardes de todo o vosso coração". Deus será achado por todos os que 
o buscarem. Tiago 4.8 revela: "Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. 
Limpai as mãos, pecadores-, e, vós de duplo ânimo, purificai o coração". 
Deve ser nossa a iniciativa de nos aproximarmos de Deus! E, repetimos, 
Ele será achado por todos os que o buscarem! Essa é uma promessa 
maravilhosa! Deus é acessível e disponível, como afirma Jeremias 29.14: 
"E serei achado de vós, diz o Senhor, e farei voltar os vossos cativos, e 
congregar-vos-ei de todas as nações e de todos os lugares para onde vos 
lancei, diz o Senhor, e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos 
transportei". O inimigo tem feito muitos males ao homem, mas através da 
Igreja Deus há de restaurar todas as coisas! 
Em Jeremias 30, o Senhor dá-nos uma última promessa sobre o 
processo de restauração e a obra do Espírito Santo em nossas vidas. No 
versículo 17, está escrito: "Porque restaurarei a tua saúde e sararei as tuas 
chagas, diz o Senhor". Precisamos que os rios de Deus jorrem pela igreja 
hoje. As pessoas precisam ser curadas, porque a cura faz parte da aliança 
divina. Em Êxodo 15.26, Deus diz: "Eu sou o Senhor, que te sara". Este é 
um atributo de Deus e por isso deve ser uma realidade nas nossas vidas. 
Ainda em Jeremias 30, o Senhor faz uma série de promessas. O 
versículo 19 diz: "E sairá deles o louvor e a voz de júbilo; e multiplicá-los-
ei, e não serão diminuídos; e glorificá-los-ei, e não serão humilhados". 
Deus quer que haja louvor e ação de graças, ao invés de murmuração e 
queixas. Instrui-nos ainda a Palavra: "E vós, com alegria, tirareis águas das 
fontes da salvação" (Is 12.3). Ao invés de escassez, Deus promete 
multiplicação, assim como Jesus multiplicou os pães e os peixes. A igreja 
precisa ser grande no Espírito, em número e nas coisas de Deus. Não faz 
parte dos planos de Deus uma igreja derrotada e infeliz. Seus planos são 
para um a igreja vitoriosa. 
Em Jeremias 30.20, Deus diz: "E seus filhos serão como na 
antiguidade, e a sua congregação será confirmada perante o meu rosto; e 
punirei todos os seus opressores". Esse é o plano de Deus para as nossas 
vidas! 
E, em Jeremias 17.7,8, o Senhor declara: "Bendito o varão que confia 
no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. Porque será como a árvore 
plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não 
receia quando vem o calor, mas a sua folhafica verde; e, no ano de 
sequidão, não se afadiga nem deixa de dar fruto". Somos o povo da aliança 
de Deus! O avivamento espiritual irá renovar as nossas vidas! 
O Processo de Edificação 
O Senhor falou sobre uma série de processos pelos quais Israel 
deveria passar: era preciso que se humilhasse perante o Senhor e 
confessasse os pecados. E assim, iniciariam os processos de restauração e 
de avivamento. 
E, havendo restauração e avivamento, alguns ingredientes, que se 
revelam nesta aliança que descobrimos em Jeremias 31, passam a ser 
adicionados. 
Quando Jesus disse que edificaria a sua Igreja e que as portas do 
inferno não prevaleceriam contra ela (Mt 16.18), não fez esta promessa por 
acaso, mas apenas confirmou a Palavra. Em Jeremias 31.4, o Senhor 
afirma: "Ainda te edificarei, e serás edificada, ó virgem de Israel! Ainda 
serás adornada com os teus adufes e sairás com o coro dos que dançam". O 
Senhor, agora, edificaria o seu povo. O diabo veio com toda a força para 
demolir o edifício em construção, que era a Igreja, no entanto o Senhor 
declarou: "As portas do inferno não prevalecerão contra ela". 
Deus disse que iria adornar a sua noiva, a Igreja, com o seu Espírito 
Santo e com vestes de justiça. É assim que Deus edifica sua Igreja: com sua 
paz, sua santidade, seu caráter, sua forma, sua beleza e sua fragrância. O 
Senhor declara: "Ainda plantarás vinhas nos montes de Samaria; os 
plantadores plantarão e comerão dos frutos" (Jr 31.5). Em Jeremias 31.20, 
Deus fala a respeito de Israel: "Ainda me lembro dele solicitamente".1 O 
coração de Deus está inteiramente voltado à sua Igreja. 
Jeremias 31.6 diz: "Porque haverá um dia em que gritarão os vigias 
sobre o nome de Efraim: Levantai-vos, e subamos a Sião, ao Senhor, nosso 
Deus". Já ouvimos hoje este clamor dos corações dos vigias que se 
levantam e caminham em direção a Sião. Deus está conduzindo seu povo a 
uma posição de firmeza! Invoquemos ao Senhor! Busquemos ao Senhor! E, 
seja qual for o lugar onde se ouvir esse clamor, haverá um grande mover do 
Espírito Santo, que diz a todos nós: "Voltemos à casa do Senhor!" 
Demonstrando sua grande preocupação com os processos de 
restauração, avivamento e renovação, a Palavra em Jeremias 31.9 diz: 
"Virão com choro, e com súplicas os levarei; guiá-los-ei aos ribeiros de 
águas, por caminho direito, em que não tropeçarão". Que promessa 
maravilhosa! Por esse caminho direito, vejo a divina fonte de rios de águas 
que vêm do Senhor. Ele nos conduz por caminhos de vida, como diz o 
salmista Davi: "Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não 
temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me 
consolam" (SI 23.4). O Senhor nos guia e conduz, em qualquer lugar. 
Deus declara: "Sou um pai para Israel, e Efraim [outro nome dado a 
Israel] é o meu primogênito" (Jr 31.9). Deus é o nosso pai, aquele que nos 
assiste: "Se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, 
quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?" 
(Lc 11.13). 
Escreve o profeta Jeremias: "Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e 
anunciai-a nas ilhas de longe, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o 
congregará e o guardará, como o pastor, ao seu rebanho" (Jr 31.10). Deus 
está totalmente voltado para a sua Igreja. Ele está sempre cuidando das 
ovelhas do seu rebanho. Ele disse que as congregaria, guardaria e cuidaria 
delas. 
E esse é o trabalho do Espírito Santo! Deus promete, em Jeremias 
31.14: "E saciarei a alma dos sacerdotes de gordura, e o meu povo se 
fartará dos meus bens, diz o Senhor". Oh, isto é maravilhoso, um grande 
motivo de regozijo no Senhor. "Hão de vir, e exultarão na altura de Sião, e 
correrão aos bens do Senhor: o trigo, e o mosto, e o azeite, e os cordeiros, e 
os bezerros, e a sua alma será como um jardim regado, e nunca mais 
andarão tristes" (v. 12). Esse é o tremendo suprimento que temos recebido 
do Senhor através da gloriosa presença e comunhão do Espírito Santo em 
nossos corações. 
E, como resultado da restauração que o avivamento produz, diz o 
versículo 16: "Assim diz o Senhor: Reprime a voz do choro, e as lágrimas 
de teus olhos, porque há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor; pois 
eles voltarão da terra do inimigo". O Senhor tem prometido recompensa ao 
nosso trabalho. E isto produz esperança, ao invés de desânimo; fé, ao invés 
de falta de coragem e descrença. "E há esperança, no derradeiro fim, para 
os teus descendentes, diz o Senhor (v. 17). Há dias em que tudo parece 
pronto a desmoronar, mas ainda há esperança. 
Jeremias declara, no versículo 19: "Na verdade que, depois que me 
converti, tive arrependimento; e, depois que me conheci [tive instrução]..." 
É exatamente o que acontece na igreja: somos instruídos através da voz do 
Espírito Santo: "E os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás 
de ti, dizendo: Este é o caminho; andai nele, sem vos desviardes nem para a 
direita nem para a esquerda" (Is 30.21). 
E diz Deus, em Jeremias 31.22: "Até quando andarás errante, ó filha 
rebelde? Porque o Senhor criou uma coisa nova na terra..." Este é o 
trabalho do Espírito Santo. Há um novo vento soprando, o vento do 
Espírito Santo de Deus! "Porque satisfiz a alma cansada, e toda a alma 
entristecida saciei". Esta é mais uma das promessas de Deus para as nossas 
vidas. 
No capítulo 32, encontramos preso o profeta Jeremias, quando a 
Palavra de Deus veio ao seu coração. E por todo o livro de Jeremias vemos 
expressões tais como: "E veio a Palavra do Senhor a Jeremias"; "Assim diz 
o Senhor". Tinha de ser a Palavra do Senhor. E hoje Ele está nos falando da 
mesma maneira através da sua Palavra. Estejam os nossos ouvidos atentos 
à voz do Senhor. 
O tio de Jeremias, Hananel, foi ao profeta e ofereceu-lhe uma 
possessão da família, um campo em Anatote: "Compra para ti a minha 
herdade que está em Anatote, pois tens o direito de resgate para comprá-la" 
(v. 7). Temos o direito de resgate! Deus nos deu o direito de reivindicar 
suas promessas e andar sob seu cuidado e provisão. Isso não é presunção. É 
um direito concedido por Deus à Igreja. 
E, quando Deus começar a realizar todas as suas promessas, veremos 
o quanto Ele é bom para nós. Se vivemos longe de nossos privilégios e 
direitos, é porque falhamos em viver a Palavra e reivindicar a provisão que 
o Senhor nos tem prometido. O Senhor passará sobre a Terra e fará com 
que a Igreja experimente uma vez mais as suas bênçãos. 
O Último Processo 
Achamos nossa habitação espiritual em Jeremias 32.17: "Ah! Senhor 
Jeová! Eis que tu fizeste os céus e a terra com o teu grande poder e com o 
teu braço estendido! Não te é maravilhosa demais coisa alguma". 
Esse é o lugar em que a igreja deve viver. Nada é demasiado difícil 
ao Deus que ela serve! O versículo 27 diz: "Eis que eu sou o Senhor, o 
Deus de toda a carne. Acaso, seria qualquer coisa maravilhosa demais para 
mim?" 
E podemos ouvir de novo: "Eu sou o Senhor!" Deus colocou o seu 
nome, e sobre ele todas as suas promessas. Veja o que promete no versículo 
37: "Eu os congregarei de todas as terras..." No versículo 38: "E eles serão 
o meu povo, e eu serei o seu Deus". No versículo 39: "E lhes darei um 
mesmo coração, e um mesmo caminho, para que me temam todos os dias, 
para seu bem e bem de seus filhos, depois deles". No versículo 40: "E farei 
com eles um concerto eterno, que não se desviará deles, para lhes fazer 
bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de 
mim". Finalmente, no versículo 41: "E alegrar-me-ei por causa deles, 
fazendo-lhes o bem". 
Oh, que tremenda promessa o Senhor tem dado à sua Igreja hoje! 
Creiamos, pois, no seu avivamento e restauração. Creiamos no grande 
avivamento dos últimos dias, que o Espírito Santo está derramando sobre 
as Assembleias de Deus. Veja-o pela fé. Quero que olhe para o Senhor e 
confie. Ele é o Deus onipotente,que reina para sempre. Louvado seja o 
nome do Senhor! 
O livro de Jeremias, que começa comparando Israel a uma mulher, 
não mantém esta mesma linha todo o tempo. Alguns estudos mostram que 
o nome de Israel, dado às tribos do Norte, foi muitas vezes considerado 
feminino, e o nome Efraim, masculino. O texto de Jeremias 31 trabalha 
com essas duas imagens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Onde Começa 
O Avivamento 
 
A história de Sansão tem um impacto profundo nas pessoas que 
desejam um avivamento do Espírito Santo. É como se estivéssemos 
olhando por um espelho e vendo as nossas próprias falhas. 
De início, vemos Sansão como a esperança da nação de Israel. Ele 
representa um verdadeiro avivamento do Espírito Santo, sacudindo o povo 
através do ser humano. Sim, Sansão foi um homem separado para Deus, 
carregava sobre si a marca dEle, representada através de atitudes que 
produziam santidade. Ele vivia em santidade porque tinha um 
relacionamento com Deus. 
Mas Sansão sofria de uma terrível doença, uma verdadeira moléstia 
que assola o homem através de todas as gerações: não conseguia manter os 
olhos afastados do mundo! Ele tinha plena convicção de que tudo o que 
fazia era resultado da obra de Deus em sua vida. No entanto, falhou de 
maneira terrível quando se deixou envolver por Dalila. Ele falhou em olhar 
ao seu redor, entregou seu ministério, teve seus cabelos cortados por Dalila 
e todo o seu poder foi reduzido à escravidão. 
E importante observar: quando este fato terrível ocorreu, Sansão já 
não falava mais em Deus! Pois entre Juízes 13.24 e 16.20, Sansão dizia 
apenas "eu", "meu", "a mim"; isto ocorreu 37 vezes. No início de sua vida 
"o menino cresceu, e o Senhor o abençoou" (Jz 13.24), mas na época em 
que estava encantado por Dalila, "ele não sabia que já o Senhor se tinha 
retirado dele" (Jz 16.20). Sansão confiava em seus sinais exteriores de 
santidade, brincando com a imoralidade e a tentação, como se nada pudesse 
derrubá-lo. Ele se colocou publicamente contra todo mundo, contando que 
sua vida com Deus duraria para sempre, enquanto olhava para as filhas dos 
filisteus (Jz 14.1) e coabitava com prostitutas (Jz 16.1). Até que, 
finalmente, se afeiçoou a Dalila (Jz 16.4). 
Satisfação própria e abnegação se opõem, uma anula a outra. Não 
podemos atuar no nome do Senhor e ao mesmo tempo estar na companhia 
de Dalila. O mundo não pode nos obrigar ao pecado, mas tenta nos tornar 
ineficientes atingindo nossas vidas em áreas mais fragilizadas. 
Sansão estava satisfeito consigo mesmo e obtendo prazer com Dalila 
no momento exato em que o seu poder havia acabado. A Bíblia diz que "ele 
não sabia que já o Senhor se tinha retirado dele" (Jz 16.20). Ele só 
lembrou-se de Deus quando estava em apuros, então "clamou ao Senhor 
Deus e disse: Senhor Jeová, peço-te que te lembres de mim e esforça-me 
agora, só esta vez, ó Deus" (Jz 16.28). Mas sua motivação não estava 
baseada no desejo de cumprir a vontade Deus. O que ele queria era vingar-
se dos filisteus: "Só esta vez, ó Deus, para que de uma vez me vingue dos 
filisteus, pelos meus dois olhos" (Jz 16.28). Sim, Deus o ouviu e lhe deu 
mais uma vitória. Mas como teria sido melhor se Sansão nunca houvesse 
pecado, se tivesse posto os seus- olhos em Deus, ao invés de ficar olhando 
para Dalila! Jamais teria perdido a visão. A perda da visão é um dos 
trágicos resultados para quem esquece de Deus e olha para o mundo! 
E aqui estamos nós, no final do século XX, à beira do novo milênio, 
nossa visão escurecendo e nossa força minguando. Conhecemos a 
santidade e o poder de Deus, mas estamos com as nossas portas abertas 
para o mundo. E mais uma vez estamos clamando: "Senhor, abençoa-nos 
mais uma vez". Se Deus nos ouvir e nos conduzir através de um novo 
avivamento, precisaremos ter vida moral e santidade elevadas. E, 
principalmente, precisamos parar de olhar para o mundo e de tentar 
satisfazer o nosso ego e a nossa carne! 
Para o que Estamos Olhando? 
Seria um grande erro se resolvêssemos determinar o que Deus 
deveria fazer. 0 avivamento deve ser uma demonstração da total soberania 
de Deus sobre nosso dinheiro, talentos e poder. Somos muito técnicos, e 
nos consideramos bons naquilo que fazemos. Podemos olhar para o nosso 
crescimento lento, analisar todas as nossas estratégias e métodos e procurar 
soluções práticas para retomar o desenvolvimento e a edificação. No 
entanto, Deus olha para os nossos corações e vê o nosso real estado 
espiritual. 
Temos um exemplo dessa situação em Oséias 6.1-3: "Vinde, e 
tornemos para o Senhor, porque ele despedaçou e nos sarará; fez a ferida e 
a ligará. Depois de dois dias, nos dará a vida; ao terceiro dia, nos 
ressuscitará, e viveremos diante dele. Conheçamos e prossigamos em 
conhecer o Senhor: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a 
chuva, como chuva serôdia que rega a terra". 
Muitos pastores têm utilizado esta passagem, porque contém belas 
frases sobre o retorno ao Senhor, cura e avivamento. No entanto, esperam 
que Deus faça tudo isso em três dias de campanha! 
Será que ninguém leu o resto da passagem? Deus não está satisfeito 
com nossas "campanhas" de avivamento! No versículo 4, Ele pergunta: 
"Que te farei?... Porque a vossa beneficência é como a nuvem da manhã e 
como o orvalho da madrugada, que cedo passa". Três dias de campanha 
não poderão reavivar-nos! Nossa espiritualidade vem e se vai rapidamente, 
como o orvalho da madrugada. Nossas atitudes têm variado entre rápidas 
chuvas espirituais e longos períodos de seca, onde mais provocamos a ira 
de Deus que o seu prazer. "Por isso, os abati pelos profetas; pela palavra da 
minha boca os matei; e os teus juízos sairão como a luz" (v. 5). 
Então, o que Deus quer que façamos? Ele nos diz claramente, através 
do profeta Oséias: "Quero misericórdia e não sacrifício; e o conhecimento 
de Deus, mais do que holocaustos" (v. 6). O verdadeiro avivamento não 
será passageiro como a manhã ou como o orvalho! O verdadeiro 
avivamento produzirá grandes mudanças em nosso interior! Deus quer 
"misericórdia" (atitudes elevadas uns para com os outros) e "conhecimento 
de Deus" (conhecendo-o e amando-o verdadeiramente). Isto é muito mais 
importante que nossas tradições e avivamentos periódicos! O verdadeiro 
avivamento fará com que nos tornemos uma igreja real. Levaremos a carga 
uns dos outros e seremos pessoas famintas da presença de Deus. 
Se estamos fisicamente vivos, podemos abrir os olhos e ver o mundo 
ao nosso redor. Agora, isso acontece quando somos apenas pessoas 
normais. E, como pessoas espiritualmente vivas, podemos ver o que 
acontece no mundo espiritual. Reconhecendo que Deus está presente e 
atuante no coração da igreja, os crentes vivem sempre na expectativa de 
que algo sobrenatural irá acontecer! Isto explica o nosso entusiasmo, nosso 
louvor com liberalidade, as libertações, as curas e o poder de Deus. 
Temos teorizado demais a palavra "avivamento", e tantas são as 
reuniões, que temos esquecido o significado real do termo. Realizamos os 
nossos encontros espirituais e ali celebramos, cantamos, adoramos e 
vivemos momentos de grande regozijo espiritual que duram semanas, até 
que as brasas diminuam e finalmente desapareçam! O que precisamos é de 
um verdadeiro despertamento espiritual! Não apenas por algumas semanas, 
mas que dure todos os dias e siga até o século XXI! Não podemos mais nos 
contentar com o calor passageiro de congressos e encontros, como se 
tomássemos uma xícara de café. Precisamos beber das permanentes fontes 
de águas vivas que jorram do coração do Senhor Jesus! 
A Restauração do Primeiro Amor 
Como já vimos, a Igreja Primitiva não precisava de um avivamento 
porque estava vivendo as primeiras experiências. No entanto, com o passar 
dos anos, a igreja começou a defrontar-se com as mesmas dificuldades com 
que hoje nos defrontamos. Quando João escreveu o livro de Apocalipse,a 
maioria dos discípulos já morrera e, das pessoas vivas, pouquíssimas havia 
que conheceram Jesus pessoalmente. E esse é o nosso maior problema: 
com o passar das gerações, vamos perdendo a visão e os propósitos 
originais. 
O melhor exemplo bíblico desses problemas está em Apocalipse 2.4, 
quando o Senhor diz à igreja em Éfeso, em cerca de 95 d.C: 
"Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade 
[amor]". Que triste comentário sobre uma igreja antes avivada, que iniciara 
o seu ministério com manifestações de dons espirituais e espalhara o 
Evangelho por praticamente toda a Ásia Menor! (At 19.10). 
"Primeiro amor" lembra o relacionamento entre os jovens. Quando 
uma garota chama a atenção de um rapaz, ela passa a ser para ele a coisa 
mais importante do mundo. Esse mesmo amor gera o casamento. Uma 
jornalista chamada Helen Rowland comenta: "Quando uma moça se casa, 
ela está na verdade trocando a atenção de todos os homens pela de um 
homem só". 
Assim também entre os cristãos. Ouvimos a história da cruz, e nos 
inclinamos para Jesus Cristo. Ficamos realmente impressionados com seu 
amor! O problema é que acabamos nos acostumando com a presença dEle e 
perdendo a expectativa pelo sobrenatural. 
O Senhor nos dá a solução através do declínio espiritual de Éfeso: 
"Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te, e pratica as primeiras obras; 
quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não 
te arrependeres" (Ap 2.5). Para que o avivamento viesse sobre a igreja de 
Éfeso, era-lhe necessário lembrar, arrepender-se e voltar, O mesmo 
precisamos fazer hoje! Precisamos lembrar de onde caímos, arrepender-nos 
de nossas falhas e retornar ao que éramos. Deus não está satisfeito com a 
nossa condição atual, por isso diz: "Tenho algo contra ti". 
O que É Necessário para Nossa Restauração? 
Donald G.Bloesh, em The crisis ofPiety, declara: 
O que precisamos hoje é de uma renovação devocional que envolva 
uma vida plena com o Senhor, uma reforma espiritual que abranja toda a 
estrutura e a vida da igreja. E uma autêntica renovação representa um novo 
derramamento do Espírito Santo. O Espírito Santo é único que pode 
capacitar-nos a orar e pregar com poder e convicção. É o Espírito que nos 
habilita e conduz no exercício de nosso ministério no Reino de Deus. É o 
Espírito que dá sentido a nossa fé e a direciona, no tempo certo, ao lugar 
certo. Um avivamento nos fará redescobrir o papel do Espírito Santo na fé 
e prática cristã. 
O caminho do despertamento espiritual passa por um renovo na 
devoção, oração, meditação e fé, para o total distanciamento dos interesses 
mundanos. Uma vida restaurada exige urgência na separação de tudo o que 
é mundano e faz com que toda a nossa atenção esteja voltada exclusiva- 
mente para Deus. 
O problema em um despertamento espiritual está no fato de que não 
podemos despertar a nós mesmos. Alguém precisa nos acordar; alguém 
precisa tocar o alarme! Deus falou através do profeta Joel: "Tocai a buzina 
em Sião e clamai em alta voz no monte da minha santidade"(Jl 2.1). E 
também por intermédio de Jeremias: "Tocai a trombeta na terra! gritai em 
alta voz" (Jr 4.5). 
Tivemos grandes líderes no passado, todos com aspectos e 
características de suas épocas. Mas agora, para encarar toda a problemática 
dos nossos dias, precisamos de novas lideranças! Nossos antepassados 
cumpriram o seu papel. Precisamos de novos homens que tenham 
experimentado um avivamento, para que possam conduzir a igreja de 
nossos dias a atender um grande chamado de Deus! 
Dois anos antes de sua eleição, o pastor Trask escreveu ao 
presbitério: "Parece evidente para nós que, em nossa igreja, Deus está 
desejando um avivamento com fogo do Espírito Santo. É imperativo que 
levemos esta chama". 
George O. Wood escreve: 
Olhando para o início deste século, podemos ver as primeiras chamas 
em Topeka, Kansas; Azusa Street, em Los Angeles; Hot Springs, Arkansas. 
Essa foi a semente lançada para a grande e última colheita. Agora, estamos 
no final do século e do milénio. Tenho ouvido contentemente do Espírito 
Santo: "Azusa Street foi apenas um chuvisco, comparado com o que tenho 
planejado para a minha igreja nos últimos dias". 
Receita para o Avivamento 
Para fazermos qualquer coisa, precisamos de uma receita que nos 
indique os ingredientes e a maneira de fazer. Assim ocorre também com o 
avivamento. Precisamos combinar vários ingredientes e saber como fazer 
(o que exige domínio da temperatura e do tempo de preparo!). E hoje, 
cremos que todos os ingredientes para um avivamento estão presentes nas 
Assembleias de Deus, por isso estamos às portas de um novo 
despertamento espiritual em nossa denominação. 
Há uma receita para o avivamento? Claro que sim! Mas não basta 
estudarmos os ingredientes necessários ao avivamento, como se 
relacionássemos farinha e açúcar para um bolo. Se os descrevemos, 
fazemos isso porque é necessário. O Espírito de Deus tem nos desafiado a 
assumir a posição de um povo que deseja ardentemente o avivamento. Os 
ingredientes necessários ao avivamento são, em quase tudo, muito 
semelhantes ao relacionamento entre marido e mulher, já citado. 
Examinemos, então, os diversos ingredientes necessários ao 
avivamento. 
Em primeiro lugar, precisamos desejar o avivamento, isto é, alcançar 
o estado em que somos totalmente de Deus e o seguimos em todos os 
sentidos a fim de que as nossas vidas sejam restauradas. É como o amor. 
Não é preciso estabelecê-lo; é natural em nossas vidas. O avivamento, 
assim como o amor, representa o desejo ardente por um relacionamento 
mais forte. O avivamento, como o amor, resulta de um relacionamento. 
Mas também não podemos esquecer de que é necessário que nossas mentes 
estejam abertas ao mover de Deus. Precisamos ser sensíveis à sua voz e aos 
seus desígnios. Precisamos estar abertos e atentos para quando o 
avivamento chegar. 
Em segundo lugar, precisamos conhecer a Deus. O avivamento não é 
um cheiro, ou uma fragrância que se espalha no ar. Ele surge com o 
convívio; é uma resposta afirmativa de nossa personalidade a uma chamada 
da personalidade de Deus em nossas vidas. O avivamento é um verdadeiro 
relacionamento de amor com Jesus Cristo. E, como o amor, começa e 
habita no coração. 
Veja o que diz um artigo da revista Power: 
“vez alguns jornalistas vieram de Londres e nos anunciaram, em 
primeira mão, os maravilhosos acontecimentos de um grande avivamento 
às vésperas da virada deste século. Um deles contou-nos uma História 
engraçada sobre um jornalista que, interessado pelo Movimento Pentecos-
tal, perguntou a um policial onde poderia encontrar o avivamento. Conta-se 
que o policial olhou fixamente para o repórter e, com os olhos brilhando, 
colocou a mão sobre o peito, no lugar do coração e respondeu: "Está aqui! 
O avivamento está aqui, bem embaixo deste uniforme!” 
Não precisamos de um avivamento planejado, feito com as nossas 
próprias forças, mas de pessoas que amam ao Senhor Jesus! Quando a 
nossa mente estiver cheia dos pensamentos de Deus, quando nossos 
corações saltarem de alegria ao ouvi-lo e deixarmos todos os nossos outros 
interesses para servi-lo, desejando estar com Ele e agradá-lo, então o 
avivamento virá! 
Você já viu uma noiva feia e malvestida? Nunca! Nem todo mundo 
nasce bonito, mas deixe o amor invadir o coração e observe os resultados! 
A expressão do rosto muda, o andar fica diferente, a personalidade torna-se 
mais sensível, a pessoa torna-se mais terna e o brilho nos olhos diz: "Estou 
amando!" O amor desperta os sentimentos, produz um relacionamento de 
alta intensidade, unindo vidas para sempre através do casamento. 
O mesmo acontecerá quando nos entregarmos por amor a Jesus. Nós 
somos a sua noiva, e Ele, o nosso Amado. O amor nos unirá, e breve o 
nosso casamento estará se realizando quando Jesus Cristo voltar. Ele ama a 
sua Igreja e logo voltará parabuscá-la, "para a apresentar a si mesmo igreja 
gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e 
irrepreensível" (Ef 5.27). 
E essa expectativa que envolve o amor de um casal está totalmente 
relacionada ao avivamento. É uma transformação pessoal, um sentimento 
verdadeiro de vida que só existe no coração de pessoas que estão amando 
de verdade. Cada cristão reavivado irá ler a Palavra de Deus, desfrutando 
de cada letra como se fossem declarações de amor. Cristão reavivados 
desejarão estar na igreja em todos os cultos, celebrando em oração e 
aguardando com ansiedade a ministração da Palavra de Deus. 
Consequentemente, ninguém desejará saber de nada que não envolva Jesus 
Cristo. Tudo que disserem ou conversarem, culminará em um ensinamento 
de Jesus ou em alguma coisa que Ele disse. Isso é avivamento, que não 
pode ser definido sem que se fale de amor. 
O problema reside em como chegar a esse estado de avivamento, ao 
despertamento espiritual. Pois, da mesma forma que não se pode amar 
apenas por ter lido um livro de psicologia, ninguém irá conhecer o 
avivamento pela simples leitura deste livro. O avivamento não é um passe 
de mágica. Ninguém pode chegar e dizer: "Atenção: um, dois, três... 
avivamento!" Não é assim que acontece nas nossas vidas! Se você quiser 
conhecer o avivamento, precisará conhecer Jesus! Você não o alcançará se 
apenas tentar ser avivado. No entanto, quando você olhar nos olhos de 
Jesus, será cativado por sua maneira de olhar e então irá amá-lo. E o amor 
por Jesus fará com que deseje o avivamento em sua vida. Você anseiará 
estar repleto de Deus, envolvido por sua glória. E, quando isso acontecer, 
será avivamento! 
E foi isso que os cristãos de Éfeso perderam: o primeiro sentimento 
por Jesus. Eles perderam o primeiro amor. E o único remédio divino para 
tal problema é lembrar, arrepender-se e retornar. 
Eis o ponto crucial de nossas necessidades: como recuperar o amor 
por Jesus? Bem, já dissemos que a receita para o avivamento não é tão 
simples como a de um bolo. Mas nem tudo está perdido! Há um caminho 
que nos leva direto ao amor, caminho esse que o homem natural rejeita e os 
demônios combatem com muito ódio. É tão simples que qualquer cristão 
recém-convertido pode responder com plena convicção e eficácia. 
Encontramos esse caminho em Tiago 4.7-10: "Sujeitai-vos, pois, a Deus; 
resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a 
vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o coração. 
Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em 
pranto, e o vosso gozo, em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, e ele 
vos exaltará". 
Esse é o grande segredo do avivamento! 
1. O avivamento começa com nossa total submissão aos caminhos e 
à vontade de Deus, Precisamos abrir os nossos corações a Deus e submeter 
as nossas vidas a um processo de cura. Como no amor, ou escolhemos a 
vida a dois ou continuamos sozinhos. 
2. Quando você se entrega ao amor de Deus, rejeita todas as outras 
paixões. O avivamento nunca virá se houver em nossos corações a intenção 
de retornar ao pecado. Por isso deve haver arrependimento, confissão de 
pecados e rejeição ao mundo. Se o pecado voltar, rejeite-o. Jesus Cristo 
quer o seu coração, a sua alma e o seu entendimento. Ele não dividirá você 
com ninguém. 
3. Quando você voltar ao primeiro amor, permaneça perto de Deus. 
E, quando fizer isso, Ele ficará perto de você, pois existe uma relação de 
amor íntimo. E esse relacionamento pode vir de diversas maneiras: 1) lendo 
a Palavra de Deus; 2) dedicando um bom tempo para buscar a sua face em 
oração; 3) adorando ao Senhor e buscando sua presença e poder. 
4. Por mais estranho que possa parecer, o amor restaurado produz 
inquietação, pela grande mudança no estilo de vida. No início, o 
avivamento produzirá grande alegria e regozijo. No entanto, só será 
perfeito quando atingir todas as áreas de sua vida, todas as imperfeições, 
falhas e brechas. Você se sentirá tão estranho que lhe parecerá não estar 
preparado para a ocasião ou que está sujo. E então começará a imaginar 
que precisa fazer alguma coisa quanto a isso, e bem rápido. Você não ficará 
sossegado enquanto não resolver todas essas questões. Tiago diz para 
limparmos as nossas mãos e lavarmos o nosso coração de todas as 
impurezas. Precisamos nos arrepender e retornar de onde paramos. 
Precisamos voltar à fonte da salvação e ter os nossos pecados lavados pelo 
sangue de Jesus! Exatamente como o Senhor disse aos efésios: lembrar, 
arrepender-se e retornar. 
5. Quando você estiver limpo, e contemplar o Senhor na beleza da 
sua santidade, o avivamento virá. Limpo dos pecados, você entrará no 
regozijo do Senhor. Irá encontrar-se cada vez mais envolvido pelo amor de 
Deus, e então o Senhor o levantará! 
6. Você encontrará outras pessoas que tiveram as mesmas 
experiências, e então todos clamarão pelo avivamento. Se você é pastor, 
levará sua igreja a orar e jejuar. Pois quando cada crente é avivado, toda a 
igreja é avivada. Pecadores sentir-se-ão atraídos pelos cultos e se 
converterão por causa da forte presença do Espírito Santo no seio da igreja. 
7. Quando a igreja estiver avivada, pessoas serão influenciadas, 
outras igrejas serão despertadas e o avivamento irá alcançar toda a face 
da Terra. 
Creio não haver mais dúvidas de que o avivamento tem início no 
coração de todos os cristãos que lembrarem de Deus, se arrependerem e 
retornarem ao Senhor. Este é o grande plano: retornar ao primeiro amor por 
Jesus! Isso é avivamento! É estimulante pensar como será esse grande e 
novo avivamento! Na verdade, ele já começou no coração do povo de Deus 
espalhado em toda a América e por todo o mundo. 
Quando Acontecerá o Avivamento? 
Charles G. Finney, evangelista usado de muitas formas pelo Senhor, 
escreve em Revivais of Religion que há oito sinais que identificam um 
avivamento: 
1. Quando Deus indica que está prestes a enviar um avivamento, a 
fim de restaurar sua igreja. 
2. Quando a maldade dos ímpios se agravar de tal modo que possa 
ameaçar os cristãos. 
3. Quando os cristãos começam a ter um mesmo espírito de clamor 
pelo avivamento. 
4. Quando a atenção dos líderes começa a se voltar para o 
avivamento, e em seu coração começa a crescer uma grande 
responsabilidade pelas almas perdidas. 
5. Quando os cristãos começam a confessar seus pecados uns aos 
outros. 
6. Quando os cristãos não medem mais esforços para alcançá-lo e 
começam a buscá-lo com grande vontade. 
7. Quando existe uma grande necessidade de despertamento na 
igreja. 
Muitos avivamentos têm começado no coração de um único cristão. 
Thomas DeCourcy Ryner escreve: 
O mundo inteiro ainda sente a influência do grande avivamento 
ocorrido no País de Gales, no início deste século. Mas poucas pessoas 
lembram como esse avivamento realmente começou. 
Um encontro de cristãos estava acontecendo em uma cidade de 
Gales, quando uma tímida menina levantou-se. Ela estava tão nervosa que 
só conseguia dizer uma coisa: "Oh, eu te amo Jesus!" Depois ela sentou-se. 
Deus utilizou aquele testemunho para seus propósitos divinos. Então, o 
Espírito Santo foi derramado sobre todas as pessoas que participavam 
daquela reunião. Logo a unção espalhou-se por toda a igreja; e em seguida 
por todo o país! E isso que logo veremos acontecer por todo o mundo. 
Deus, faça isso de novo! 
 
 
 
 
 
13 
 
Chamada Pentecostal 
ao Altar 
 
Sempre chega o momento, no culto Pentecostal, em que o pregador 
diz: "Curvem as suas cabeças e fechem os seus olhos", cujo propósito não é 
tanto para a meditação espiritual da igreja, mas para que as pessoas 
cheguem a um momento de reflexão e aceitem a Jesus Cristo como seu 
Salvador; aquEle que salva, cura e transforma. Uma verdadeira decisão por 
Cristo. 
Essa é a chamada ao altar. 
Esse livro inteiro é uma mensagem pentecostal. Soba unção do 
Senhor, trouxemos até você a sua poderosa mensagem que foi forte em 
nossos corações. E agora é a sua grande chance; você pode responder a este 
chamado do Senhor Jesus, tendo a certeza de que nada parecido com isso 
foi escrito antes. Essa é uma mensagem do coração de Deus, direto ao seu 
coração. 
• Você deseja um despertamento em sua vida e nas Assembleias de 
Deus? 
• Podemos contar com você, quando o avivamento vier, atuando com 
todo o seu coração, alma, força e entendimento? 
• Você se juntará a nós em um grande clamor, com oração e jejum, por 
um derramamento do Espírito Santo em toda a América? 
• Você buscará ao Senhor para que a glória dEle encha a sua vida e 
assim esteja santificado e justificado? 
• Você viverá em unidade com seus irmãos, em sua igreja local, sendo 
ativo no serviço do altar, e estará disposto a orar até que chegue o 
avivamento? 
• Se você é pastor, buscará estar mais próximo de Deus e conduzirá 
sua igreja para um avivamento pentecostal com um estilo de vida cristão, 
ministração da Palavra, chamada ao altar e evangelismo? 
• Se você é pastor ou evangelista itinerante, buscará ao Senhor para ter 
mais unção e assim poder levar o avivamento às igrejas ao seu redor? 
• Se você é um mestre — ensinando na igreja ou em institutos bíblicos 
— e está unido a este despertamento, ensinará aos seus alunos os 
fundamentos de um estilo de vida pentecostal, a fim de que possa ser 
levantada toda uma geração de ministros e pregadores cheios do Espírito 
Santo? 
• Você se juntará a nós em um único clamor, dizendo que não 
descansará enquanto o avivamento não vier? 
Se você respondeu afirmativamente às questões acima, seja bem-
vindo à nova geração de "guerreiros de oração"! Isto não é um nome de um 
programa de televisão. É o que veremos acontecer! O Senhor já está em 
posição de batalha, e irá ungir e abençoar a todos os que atenderem à sua 
voz e se levantarem diante deste grande avivamento! 
Ás vezes, as chamadas ao altar têm efeito limitado porque 
normalmente as pessoas não têm a menor ideia do que fazer a seguir. Por 
isso, nas próximas páginas, tentaremos fazer com que você conheça a 
personalidade de Deus e o que Ele quer que você seja e faça. 
Primeiro, falemos a você individualmente para que, sendo um 
voluntário ou ministro, possa relacionar-se pessoal e intimamente com 
Deus. Mais tarde, nos dirigiremos aos ministros. O avivamento é o nosso 
grande alvo. Mas primeiro, faremos com que os cristãos se tornem 
individualmente alertas e espirituais, para que amem ao Senhor e desejem 
um longo derramamento do Espírito Santo. 
Cristãos Avivados 
Três passagens na Bíblia ensinarão você como buscar por um pessoal 
e pleno avivamento espiritual: 2 Crônicas 7.14, Tiago 4.7-10 e Apocalipse 
2.1-5- 
A primeira passagem está no Antigo Testamento: "E se o meu povo, 
que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e 
se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e 
perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra" (2 Cr 7.14). 
Esse texto não deixa nenhuma dúvida sobre o que realmente 
precisamos fazer. Um verdadeiro avivamento deve começar pelo 
arrependimento e pela humilhação. O Senhor deve ser o centro das nossas 
vidas. Tudo o mais deve esperar ou ser retirado. Você verá os resultados 
quando colocar Deus em primeiro lugar. O resto será secundário e nada 
mais tomará conta de sua vida. Você deve expor sua vida diante do Senhor, 
deixar o orgulho e humilhar-se. Jesus disse: "Se alguém quiser vir após 
mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me" (Mt 
16.24). 
E, depois que você faz uma entrega total e adota um estilo de vida 
cristã, passa a ter condições de clamar ao Senhor. A oração é o elemento 
mais importante em um avivamento. E não estamos falando de pequenas 
orações, como as que fazemos para abrir o culto. Estamos falando de gastar 
tempo diante do Senhor, pedindo-lhe que envie a sua glória sobre nós. Em 
1 Timóteo 2.1, Paulo refere-se às "orações, intercessões e ações de graças 
por todos os homens". São diferentes tipos de oração, elementos 
fundamentais em um clamor a Deus. Deixe suas emoções fluírem e diga o 
que você sente peio Senhor Jesus! Tenha misericórdia, interceda pelas 
outras pessoas e louve a Deus. Mais tarde, você verá que sua comunhão 
com o Pai é tamanha, que chegará ao ponto de poder ouvir a sua voz. 
A Bíblia fala também sobre oração e jejum. Alguns têm 
testemunhado curas e bênçãos através deste. Jejuar não inclui apenas a 
abstenção, requer também uma entrega total ao Senhor. Alguns deixam até 
de ouvir rádio e ver televisão. 
E assim, logo você estará falando com Deus. Algumas pessoas 
sentem em seu coração confirmações ou negativas de Deus. Outras ouvem 
a sua voz. Alguns têm visões, e outros, não. Deus atua de diferentes 
maneiras com o seu povo. O certo é que, quanto mais buscarmos ao 
Senhor, melhor nos relacionaremos com Ele. Hebreus 5.14 diz: "Mas o 
mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm 
os sentidos exercitados para discernir..." E, finalmente, precisamos nos 
converter de nossos maus caminhos. Você pode perguntar: "Que maus 
caminhos?" A verdade é que temos nos acostumado tanto com eles, que já 
nem percebemos o que é certo ou errado. Quando surgiu a TV, os cristãos 
mudavam de canal diante de um simples comercial de cerveja! E hoje? O 
que está entrando em sua casa? Temos aceitado a invasão da impiedade, ou 
simplesmente a ignoramos. Ser ímpio é concordar com a impiedade e agir 
de acordo com ela. Precisamos ter um estilo de vida completamente cristão. 
Hoje, é isso que faz a diferença. 
Como é possível um cristão adorar a Cristo na igreja e depois, em 
casa, encher o coração de violência e imoralidade? Isso é uma contradição! 
Não podemos pregar uma coisa no domingo e agir diferente na segunda-
feira! Se você deseja algo a mais de Deus terá de cortar tudo isso! 
Se você deseja tornar-se em um grande guerreiro no avivamento, 
então arrependa-se, confesse, ore, busque a face do Senhor e deixe os seus 
maus caminhos. Saiba que Deus ouvirá você, perdoará os seus pecados e 
lhe trará cura ao corpo, alma e espírito. 
Consideremos a segunda passagem, Tiago 4.7-10, onde lemos sobre 
submeter-se a Deus, resistir ao diabo e colocar-se à disposição do Pai com 
mãos limpas, corações puros e sentimento de contrição. Tudo aqui nos leva 
para longe do mundo, a uma santidade que não está baseada no legalismo, 
mas no poder da escolha! Jesus afirma claramente: "Ninguém pode servir a 
dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará um 
e desprezará o outro" (Mt 6.24). E João ratifica: "Não ameis o mundo, nem 
o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele" 
(1 Jo 2.15). 
E a terceira passagem é Apocalipse 2.1-5, onde o Senhor nos alerta: 
"Arrepende-te ..." O arrependimento é fundamental para o avivamento. 
Se você ainda não foi batizado no Espírito Santo, com o falar em 
outras línguas, como em Atos 2.4, faça dessa experiência sua maior 
prioridade. Jesus não permitiu que os seus discípulos ministrassem a 
ninguém sem que antes recebessem "a promessa do Pai". Depois que 
estiver cheio do Espírito, procure orar em línguas de vez em quando. A 
Bíblia diz, em 1 Coríntios 14.4, que isso o edificará. Peça a Deus que use 
você através de ministérios e manifestações do dons espirituais (1 Co 12.1-
11). 
Poderíamos falar muito mais sobre nossa responsabilidade em um 
avivamento e o seu alcance. Mas, quando o avivamento chegar, o Espírito 
Santo irá guiá-lo em toda a verdade (Jo 16.13). 
Ministros Avivados 
Pode parecer contradição dizermos que precisamos de avivamento 
quando estamos em plena atividade. No entanto, cremos que precisamos de 
algo mais de Deus em nossas vidas. Muitos de nossos ministros nunca 
experimentaram um avivamento do Senhor. Muitos foram levantados emsuas igrejas e nunca aprenderam a lidar com o Espírito Santo. Muitos até 
receberam o avivamento, mas falham em compreender que ele não deve ser 
temporário, mas permanente. O avivamento de Topeka, em 1901, estendeu-
se por um tempo, assim como o de 1906, na rua Azusa, que durou até 1910. 
No entanto, foi apenas o início e não todo o mover do Espírito. Não 
estamos clamando a Deus por um pequeno avivamento, mas por um mover 
espiritual para o século XXI! 
Alguns pastores já compreenderam a necessidade de um grande 
avivamento, mas não querem pagar o preço! Deus pode fazer de nós um 
grande exército, se realmente alcançarmos o seu coração e dia e noite nos 
dedicarmos integralmente a Ele. Então será forte o avivamento em nossas 
igrejas e alcançará o mundo. 
Todos os nossos ministros, pastores, evangelistas, professores, 
missionários, músicos e administradores, precisam envolver-se plenamente 
com este grande avivamento, conduzindo a igreja no Espírito Santo. 
E é exatamente por causa desta grande responsabilidade que 
dedicamos aos pastores as próximas palavras. 
Pastor, podemos contar com a sua vida e sua igreja neste 
avivamento? Então você precisará primeiro ter uma vida avivada. 
Passe um tempo a sós com Deus. Encontre um lugar tranquilo e sinta 
a presença do Pai. (Quando o pastor Trask estava em Detroit, havia um 
local tranquilo onde ele se recolhia para orar. Da mesma forma quando eu 
era pastor em San José, tinha um lugar especial para encontrar-me com o 
Senhor. Creio que, não fossem aquelas experiências, dificilmente estaria 
escrevendo este livro.) Não é um momento de batalha espiritual, mas de 
descanso em Deus. 
Os primeiros 15 minutos são terríveis. Leva tempo até a alma 
acalmar-se diante do Senhor. Muitos não conseguem orar durante um bom 
tempo. Se você quiser parar, leia a Palavra em meditação espiritual. Deixe-
a falar ao seu coração. Deixe o Espírito fluir dentro de você. 
Depois ore! Nós, pregadores, geralmente anulamos nossas vidas em 
função dos outros. Passamos mais tempo encorajando as pessoas do que 
adorando a Deus. E isso tudo acontece quando, às vezes, precisamos chorar 
diante de Deus e dizer: "Abba Pai" 
Pregador, sua espiritualidade virá de Jesus, no momento em que 
ninguém estiver olhando. Precisamos entrar na presença de Deus como 
crianças que precisam de seu pai. Jesus disse: "Qualquer que não receber o 
reino de Deus como uma criança não entrará nele" (Mt 18.17). 
Se estivéssemos na igreja agora, o órgão estaria louvando ao Senhor 
enquanto você o adorava. Deixe o Pai celestial tomá-lo em seus braços. 
Esqueça seus problemas e ansiedades. "O Deus eterno te seja por habitação, 
e por baixo de ti estejam os braços eternos; e ele lance o inimigo de diante 
de ti" (Dt 33.27). 
Fale em outras línguas! Louve ao Senhor! Pense: você está avivado 
por Deus! A Bíblia diz: "Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, 
tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe 
ganância, nas de ânimo pronto" (1 Pe 5.2). Não seja pastor apenas porque 
tem de ser, mas por desejar ser! Não seja líder por dinheiro, mas por 
possuir um chamado de Deus. A palavra "pronto" significa "erguido pelo 
espírito". Quando você entra na presença de Deus desta forma, está 
caminhando como Moisés diante do monte Sinai. 
E, quando você estiver avivado em seu espírito, há sete passos a 
seguir para que o avivamento venha sobre sua igreja: 
1. Ore. É muito difícil começar um avivamento sem que se pague o 
preço por ele, o caminho da cruz. Precisamos ter uma forte experiência 
com Deus, proveniente de Jesus Cristo. Ele disse: "Eu sou o caminho, e a 
verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim". Somente através 
da oração Deus poderá guiar-nos ao arrependimento e ao avivamento. Um 
dia, as Assembleias de Deus tiveram a "Assembleia Sagrada", um marco na 
história do avivamento. Faça algo parecido. Motive sua igreja a buscar o 
Senhor. 
2. Tenha cultos avivados aos domingos. Pessoas serão curadas e 
libertas, pecados serão perdoados e milagres acontecerão. Se Jesus 
necessitava dos sinais C maravilhas para suporte de seu ministério, por que 
achar que podemos substituir o poder de Deus por outra coisa? 
3. Pregue a Palavra sob uma poderosa unção. Crucifique sua velha 
natureza e deixe o caráter de Cristo encher a sua vida. Pregue sempre como 
se fosse a primeira vez. Uma antiga história escocesa conta-nos sobre a 
vida do rei Robert the Bruce. Quando ele morreu, o povo escocês manteve 
todas as suas palavras no coração. E conta a história que, em uma batalha 
contra a Inglaterra, os soldados da Escócia repetiam uns para os outros: 
"Vamos no coração de Bruce". E assim chegaram à vitória. Pastor, ponha o 
seu coração na batalha; lute no coração de Jesus Cristo. A partir do 
momento em que todos os nossos pastores agirem dessa maneira, veremos 
um avivamento como jamais presenciamos. 
4. Chame o povo ao altar. Se Deus inspirou a sua mensagem, Ele 
também quer que você ofereça ao povo uma oportunidade, para que 
respondam ao clamor do Espírito Santo. Chame os pecadores ao 
arrependimento no altar, enquanto a igreja ora e intercede por suas vidas. 
Paulo escreve: "Não extingais o Espírito" (1 Ts 5.17). Precisamos dar 
oportunidades às pessoas, para que conheçam ao Senhor. E então elas serão 
batizadas no Espírito Santo, curadas, libertas e receberão uma nova-
motivação para a vida cristã. Ore pelas necessidades do povo; ministre a 
unção com óleo aos doentes e, quando necessário, expulse demônios. Não 
deixe tamanha tarefa nas mãos de qualquer pessoa. A unção divina está 
sobre o ministro da Palavra. Você precisa exercitar o ministério do altar. 
Onde o Senhor estiver, espere sempre por algo sobrenatural! 
5. Permita que os dons do Espírito Santo se manifestem no culto. 
Lembre-se sempre de que "a manifestação do Espírito é dada a cada um 
para o que for útil" (1 Co 12.7). E o Espírito Santo quem atua no coração 
das pessoas para benefício do corpo de Cristo! 1 Coríntios 14 diz que o 
dom de línguas, sem a interpretação, edifica a pessoa individualmente, 
enquanto que a profecia edifica toda a igreja. 
 6. Mantenha o Corpo avivado. Em uma igreja avivada, muitas coisas 
acontecem. Nem todos os cultos serão entusiasmados e cheios de alegria. 
Procure sempre reavaliar o culto e mantenha a chama acesa! O pastor deve 
estar em constante comunicação com o Senhor, para saber sobre o que 
pregar e como conduzir a adoração na igreja. 
7. Busque a salvação das almas. Se o avivamento não está 
produzindo salvação, então alguma coisa está errada! Coloque-se em 
oração e questione o Senhor sobre o que fazer para que almas sejam salvas. 
Procure ficar tranquilo, porque nem todos os resultados são imediatos. Mas 
insista na pregação da cruz de Cristo. Você verá que muitos jovens 
corresponderão ao chamado de Deus! 
As pessoas têm dito que há um grande avivamento no ar! Se isto 
significa que há uma grande expectativa pelo que Deus vai fazer, então é 
verdade! Mas é muito importante não esquecer: o avivamento não é uma 
atmosfera; é um verdadeiro relacionamento com Jesus, através do Espírito 
Santo. 
Deus tem manifestado sua presença por todas as igrejas, de forma 
maravilhosa, através do louvor sincero e da adoração. Mas a maioria das 
nossas igrejas ainda tem uma expectativa pequena sobre o que Deus pode 
fazer e ainda mantêm suas portas fechadas. E é por isso que clamamos pelo 
avivamento — porque cremos que Deus responderá! 
O avivamento já começou! Precisamos abrir nosso coração a Deus e 
as portas de nossa igreja às almas sedentas de salvação! 
Rode, abra a porta! (At 12.16).

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