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LAZER, EDUCAÇÃO 
FÍSICA E 
DESENVOLVIMENTO 
HUMANO
AULA 3
ABERTURA 
Olá!
O esporte vem sendo utilizado ao longo do tempo de diversas formas, desde propaganda 
política em tempos de ditadura a aliado no combate à violência, na promoção da saúde e na 
formação de atletas. Além de aumentar as possibilidades de prática (profissional e não 
profissional), esse fenômeno passou a sofrer um processo de mercantilização, e as 
modalidades de esporte mais praticadas se relacionam diretamente à cultura esportiva em que 
se inserem.
É dever do Estado assegurar o direito constitucional de acesso às atividades esportivas e de 
lazer a toda a população, independentemente da condição socioeconômica ou da necessidade 
especial de qualquer natureza ou faixa etária. Políticas públicas efetivas desenvolvem e 
emancipam essas atividades para a comunidade usufruí-las, aumentando a qualidade de vida. 
Nesta aula, você vai conhecer mais sobre o esporte profissional e amador no Brasil. Além 
disso, vai compreender por que é importante criar políticas públicas de incentivo para a 
população ter acesso ao esporte e ao lazer e suas possibilidades.
Bons estudos.
Políticas 
públicas de 
esporte e lazer 
no Brasil
REFERENCIAL TEÓRICO
Políticas públicas desenvolvem o esporte com projetos que possibilitam sua prática e 
acesso, alcançando o maior número de pessoas possível e efetivando uma melhor 
qualidade de vida para todas as camadas sociais.
Com programas de incentivo ao esporte, as pessoas não precisam se deslocar tanto nem 
gastar muito dinheiro para praticar atividades físicas, e assim a adesão é maior. O efeito 
disso é uma sociedade mais saudável, que desfruta mais dos benefícios das atividades 
físicas no dia a dia.
No capítulo "Políticas públicas de esporte e lazer no Brasil", base teórica desta aula, 
compreenda como as políticas públicas que incentivam o esporte e o lazer contribuem 
com diversas possibilidades de desenvolvimento do esporte entre diferentes parcelas da 
população. Por fim, conheça o esporte em duas vertentes: profissional e amador. 
Ao final deste estudo, você será capaz de:
• Reconhecer a situação do esporte profissional e amador no Brasil.
• Identificar o papel das políticas de incentivo ao esporte.
• Descrever possibilidades de incentivo ao esporte e ao lazer pela legislação brasileira.
Boa leitura.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Reconhecer a situação do esporte profissional e amador no Brasil.
 > Identificar o papel das políticas de incentivo ao esporte.
 > Descrever possibilidades de incentivo ao esporte e ao lazer a partir da 
legislação brasileira.
Introdução
O esporte vem se convertendo em um elemento central no desenvolvimento 
das sociedades modernas. De fato, recebe uma atenção crescente junto às 
políticas públicas e ao meio científico-acadêmico. Ele tem disputas e regras 
próprias dentro da estrutura social, e uma dessas disputas internas, isto é, 
dentro do próprio esporte, é a distinção entre amadorismo e profissionalismo. 
As políticas públicas de incentivo ao esporte visam a garantir direitos sociais, 
buscando progressivamente reduzir as desigualdades. Todavia, mais do que ofe-
recer programas e atividades, uma política pública precisa criar condições para 
que o lazer passe a ser um valor indispensável na vida das pessoas, mudando 
sua qualidade de vida e fazendo-as buscar esse direito junto ao poder público.
Neste capítulo, vamos explicar como as políticas públicas relacionadas ao 
esporte são fundamentais para o acesso e o desenvolvimento de diferentes 
modalidades, em diferentes populações de esporte e lazer. Além disso, des-
creveremos como se constitui o esporte amador e profissional no Brasil.
Políticas públicas 
de esporte e 
lazer no Brasil
Vanessa Dias Possamai
Esporte profissional e amador no Brasil 
O esporte que conhecemos hoje surgiu a partir dos processos sociopolíticos 
que a Inglaterra vivenciou nos séculos XVII e XVIII (LE GOFF; TRUONG, 2006; 
ROWE; GILMOUR, 2009). Composto por organizações esportivas, regras e um 
corpo técnico, surgiu com a modernidade. Diante disso, a sistematização 
do esporte moderno está relacionada aos países europeus, instituída pela 
padronização das manifestações esportivas por meio de regulamentações 
que determinaram sua institucionalização. 
O esporte contemporâneo difere na natureza e na finalidade das práticas 
corporais não sistemáticas realizadas na Antiguidade e nos jogos populares 
(MASCARENHAS, 2009). As principais diferenças estão relacionadas à ética do 
jogador, às regras e à configuração da partida (DUNNING, 2010). Por um lado, 
é utilizado como estratégia de educação, controle físico e preparação de li-
deranças; por outro lado, como forma de controle da transferência de classes 
populares. Sua essência e sistematização foram estabelecidas pela primeira 
vez no Reino Unido e rapidamente expandidas para outros países (MELO, 2008).
Duas esferas compõem o esporte por meio de suas manifestações: 
o sentido da prática e a modalidade da prática. O sentindo da prática diz a 
respeito às razões da prática e aos valores por ela transmitidos. Já o significado 
da prática vem das condições sociais, culturais e históricas dos indivíduos 
relevantes que influenciam o conceito de atividades por meio do “efeito de 
apropriação” (BOURDIEU, 1990). 
Por ser um fenômeno de comunicação e renovação cultural, o esporte 
decorre das características de seus praticantes, por isso difunde 
valores e, portanto, contribui para a formação do homem. Esses valores são 
diferenciados com base na consciência prática. Por exemplo, a atividade de 
comunicar isolamento, comparação objetiva e competição é diferente da ativi-
dade de comunicar tolerância, autoestima e cooperação. Essa diferença ocorre 
entre esportes de alto rendimento e esportes de lazer. 
O esporte de alto desempenho é baseado na comparação direta e na 
análise objetiva do desempenho, e é alcançado por meio da apreciação dos 
resultados. Essas características indicam uma prática que busca a melhoria 
contínua do desempenho esportivo e atlético, exigindo grande dedicação dos 
praticantes, condições estruturais e materiais de treinamento que constituam 
o ambiente profissional (BRACHT, 2003). 
Políticas públicas de esporte e lazer no Brasil2
Como o ambiente profissional envolve não só o interesse pela vitória, 
mas também a busca por lucros financeiros, para facilitar sua compreensão 
e seu consumo, é necessária uma incorporação cultural universal das prá-
ticas, por meio da homogeneização de regras e normas do esporte de alto 
rendimento. Esse processo é denominado mundialização do esporte (GEBARA, 
2002) e promove certa hegemonia cultural, facilitando a difusão dos valores 
próprios. Deve-se destacar, principalmente, o racionalismo, a quantificação, 
a burocratização e a igualdade de chances.
 Devido às características apontadas, os valores transmitidos pelo esporte 
de alto rendimento são (BRACHT, 2003; KUNZ, 1994):
 � sobrepujança ao adversário;
 � segregação;
 � comparações objetivas;
 � busca por melhor rendimento e vitória;
 � representação;
 � supervalorização do vencedor;
 � desvalorização do perdedor;
 � comércio e consumo do esporte;
 � disciplina;
 � racionalidade técnica;
 � concorrência.
Assim, indivíduos que aceitam o alto rendimento como a única forma de 
manifestação do esporte, ao incorporarem seus valores, pautam-se na vitória 
e na sobrepujança ao adversário como o ponto central da prática esportiva 
(MARQUES; GUTIERREZ; ALMEIDA, 2011). 
Já o esporte como atividade de lazer não é homogêneo e se caracteriza 
pelo não profissionalismo. Nele, encontram-se tanto práticas que derivam 
do alto rendimento quanto outras, que dele divergem em relação ao sentido 
das ações (STIGGER; SILVEIRA, 2004). Essas práticas se expandem de manei-
ras diferentes, expressando o valor dominante do esporte profissional ou 
da reconstrução esportiva por meio dos desejos dos praticantes (ALMEIDA; 
GUTIERREZ, 2004). 
Políticas públicas de esporte e lazer no Brasil3
Lazer, conforme Dumazedier (1976), um dos primeiros autores a definir 
o termo, trata-se de um conjunto de ocupações às quais as pessoas 
podem se entregar de livre vontade, seja para repousar ou para se divertir. 
Visa à recreação e ao entretenimento, ou mesmo visando a desenvolver sua 
informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou 
sua livre capacidade criadora após se desocupar das obrigações profissionais, 
familiares ou sociais.
O esporte como lazer, na forma ressignificada, transmite valores como a 
autovalorização e o reconhecimento de capacidades individuais (KUNZ, 1994; 
OLIVEIRA, 2002). Impacta positivamente a autoimagem e os conceitos de vida, 
proporcionando vivência coletiva, desempenho social, prazer na vivência 
esportiva que nada tem a ver com a insatisfação dos demais participantes, 
resistência à transcendência e vontade de cooperar, ênfase no jogo e coope-
ração, sem competição. Além disso, há uma mudança no conceito de prática 
esportiva, pois os participantes não seguem as regras (o que acontecerá 
nos esportes de alto rendimento e levará ao isolamento e à comparação das 
habilidades pessoais), mas uma atividade que é moldada para atender aos 
objetivos, às expectativas e às capacidades dos participantes. 
O processo é realizado por meio da adaptação ao ambiente, às regras e aos 
materiais envolvidos na prática, bem como à forma como o grupo de prática 
ou o iniciador da atividade conduz a atividade. Além da experiência, os valores 
veiculados também são destacados por meio da comunicação e da busca de 
consenso no grupo, possibilitando a participação do maior número de pes-
soas e criando um ambiente propício à integração interpessoal. Essa relação 
preza pelo comportamento de construir o próprio esporte de uma nova forma, 
transformando a prática esportiva e privilegiando a integração interpessoal e 
o comportamento cooperativo (MARQUES; GUTIERREZ; ALMEIDA, 2011).
A segunda manifestação do esporte está relacionada às diversas modali-
dades esportivas que se caracterizam por regras e normas de ação próprias 
e compõem universos diferentes. As modalidades esportivas são formas de 
disputa autônomas quanto a suas determinações legais e, em alguns casos, 
a sua história. Muitas delas têm entidades reguladoras próprias (federações, 
associações, confederações e ligas) que normatizam a prática. Exemplos de 
modalidades esportivas incluem o futebol, o boxe, a natação e o badminton. 
Políticas públicas de esporte e lazer no Brasil4
Qualquer prática esportiva se expressa por meio de um sentido (uma razão 
de ser, transmitindo valores) e de determinada modalidade (mesmo que as 
regras adotadas sejam adaptadas em relação às formalizadas por entidades 
normativas da modalidade em questão ou criadas pelos praticantes). Porém, 
não existem vários tipos de esportes, mas várias formas de manifestação do 
fenômeno esporte. Ao se referir a uma determinada modalidade esportiva, 
não é possível mencioná-la como um esporte, mas como parte dele. A mesma 
modalidade pode ser tratada sob valores, contextos e sentidos diferen-
tes, embora mantendo suas características específicas (CAPELA; TAVARES, 
2014). E um mesmo sentido pode ser adotado para diferentes modalidades. 
Por exemplo, é possível jogar vôlei sob normas do alto rendimento ou entre 
amigos, em um clube, como lazer. Da mesma forma, a natação pode se ex-
pressar por meio de uma competição federada com árbitros profissionais, 
bem como na piscina de um clube em um final de semana.
De qualquer forma, é necessário que o sentido adotado para a prática 
esportiva seja adequado ao ambiente onde ela ocorre e que seus valores 
sejam transmitidos de forma consciente pelos participantes e promotores 
da atividade. A Figura 1 ilustra a composição das formas de manifestação do 
esporte quanto ao sentido da prática.
Figura 1. Formas de manifestação do esporte quanto ao sentido da prática.
Fonte: Adaptada de Marques, Almeida e Gutierrez (2007).
ESPORTE
ALTO RENDIMENTO LAZER
ALTO RENDIMENTO RESSIGNIFICADO
Fenômeno sociocultural com diversas formas de manifestação
Ambiente profissional Ambiente amador
Normas formais do
alto rendimento,
num ambiente
não profissional.
Adaptação da
prática às intenções,
necessidades e
possibilidades dos
participantes.
Políticas públicas de esporte e lazer no Brasil 5
Atualmente, nota-se que algumas manifestações se transformaram em 
lucrativo produto de consumo no mercado do esporte e lazer no país, ma-
nipuladas pelo processo de mercadorização de bens culturais. A cultura 
brasileira também está relacionada à alta procura, por exemplo, pelo futebol 
que foi disponibilizado para a comercialização e deturpação dos sentidos/
significados que os norteiam como arte, esporte e lazer, campos de conhe-
cimento teorizados pela educação física e que podem ser refletidos pelos 
profissionais dessa área também por esse viés, ao se pensar em políticas 
públicas de esporte e lazer. 
O esporte como amador e profissional 
O amadorismo e o profissionalismo nos esportes estão relacionados às inten-
cionalidades subjacentes a essas práticas, que são atribuídas pelos indivíduos 
durante o processo de esportivização. De forma geral, o primeiro enfatiza 
a perspectiva de lazer, tendo no prazer e no divertimento seus principais 
objetivos, enquanto o segundo enfatiza a perspectiva do trabalho, tendo na 
busca de resultados e em um meio de sobrevivência seus objetivos principais. 
Segundo Stigger (2002), antigamente o esporte dividido como amador e 
profissional tinha distintos sentidos: um estava relacionado ao refúgio das 
classes superiores inglesas (amadorismo) e o outro estava relacionado a 
classes mais baixas, que necessitavam compensar o que deixavam de ganhar 
quando a ele se dedicavam. A crise entre amadorismo e profissionalismo, 
ocorrida em vários esportes, é uma das chaves para a compreensão do pro-
cesso de democratização dessa prática, inicialmente reservada a amadores, 
mas posteriormente democratizada e transformada em espetáculo de massa. 
Segundo Kasznar e Graça Filho (2002), o esporte amador é considerado a 
base do esporte de um país, pois é a partir dele que surge o esporte profis-
sional. As crianças, os adolescentes ou os adultos que praticam o esporte, 
seja na escola, no meio social ou visando ao alto rendimento (sem remune-
ração), pertencem ao esporte amador. Assim, o esporte profissional depende 
diretamente do amador, tendo em vista que, para que uma atleta se torne 
profissional, ele depende de seu próprio empenho (KASZNAR; GRAÇA FILHO, 
2002). Todavia, visando à profissionalização, o desenvolvimento de atletas 
amadores depende de diversos fatores, como infraestrutura, orientação e 
suporte adequados (TOLEDO, 2005). 
Políticas públicas de esporte e lazer no Brasil6
O Brasil, segundo a Constituição de 1988, é um país de moderado desen-
volvimento econômico, de modo que grande parte dos recursos públicos 
é alocada para outras áreas que não educação, esporte e cultura (BRASIL, 
2001). Diante disso, antigamente, o esporte amador necessitava de apoio 
de instituições privadas, como clubes, academias e instituições privadas de 
ensino, para se desenvolver, tornando-se somente restrito às classes média 
e alta, que conseguiam arcar com as mensalidades. Atualmente, porém, já é 
observado um aumento da promoção dessa prática em instituições públicas, 
organizações não governamentais ONGs, entre outros espaços que incentivam 
a prática do esporte amador (STAREPRAVO, 2021). 
Entretanto, hoje ainda é difícil distinguir o atleta profissional do amador, 
independentemente do tipo de modalidade. Por exemplo, não basta um 
jogador participar de um campeonato em que se aplicam as regras oficiais 
da modalidade: informações sobre a entidade promotora da disputa, idade 
dos jogadores, frequência dos treinos, obrigação de seguir as orientações 
dos dirigentes e o momento do sacrifício do atleta são os elementos básicos 
que determinam sua condição (SOUZA; VAZ; SOARES,2008).
O esporte é um universo amplo, uma totalidade com várias formas de 
manifestações, e por isso seu entendimento não pode ser reduzido a uma 
única forma de expressão; é preciso considerar seus diferentes contextos 
(STIGGER, 2002). Isto é, o esporte se expressa, primeiramente, de acordo 
com o sentido que lhe é dado e sob as regras da modalidade esportiva em 
questão. Afirmações deterministas como “esporte é saúde”, “esporte não é 
saúde”, “esporte é segregação”, “esporte é integração” são insuficientes, pois 
qualquer ação esportiva tem que ser contextualizada. 
O papel das políticas de incentivo 
ao esporte 
O esporte e o lazer no Brasil ganharam ênfase nas últimas décadas do século 
XX e nas primeiras décadas do século XXI por sua constituição histórica, seu 
reconhecimento social e, sobretudo, pelos valores culturais que emanam, 
acrescidos de formação ética para a cidadania. Com a promulgação da Cons-
tituição Federal de 1988, o esporte passou a figurar como um direito social. 
Além de ser garantido pelo texto constitucional, deve ser assegurado aos 
cidadãos brasileiros por meio de uma ação ativa (positiva) do poder pú-
blico, cuja representação está centrada na figura do gestor público, ou seja, 
no exercício de sua função (PINTOS, 2018).
Políticas públicas de esporte e lazer no Brasil 7
No que diz respeito às políticas públicas de esporte e lazer, o padrão 
histórico dominante é seletivo, fragmentado, excludente e setorizado. Mais 
recentemente, o poder público começou a desenvolver uma ação direta para 
a garantia dos direitos ao esporte e lazer, especialmente a garantia de lazer, 
quebrando com a tutela do Estado sobre o esporte brasileiro. A garantia dos 
direitos sociais, buscando a redução progressiva das desigualdades, torna-se 
um investimento garantido pelo Estado, o setor estatal não governamental 
e o setor corporativo. O compromisso compartilhado envolveu, pelo Estado, 
a regulamentação do lazer e da prestação de condições mínimas para a 
acessibilidade do lazer; por entidades não governamentais e corporativas, 
o desenvolvimento de políticas, programas e projetos de lazer; para comuni-
dades e famílias, o dever de participar e colaborar com as ações desenvolvidas 
pelos diferentes setores (PINTO, 2008).
Diversos fatores fazem o Brasil não ser somente reconhecido como o país 
do futebol, mas como o país de todos os esportes, valorizando as políticas 
públicas de esporte e lazer por meio da qualificação e do acesso aos espaços 
públicos, bem como garantindo programas sistemáticos. É possível fazer 
todos praticarem esporte nas escolas, nas ruas, nas praças, nas fábricas, 
no campo, em casa, em todos os lugares. Ganhar campeonatos e medalhas, 
em diferentes modalidades, poderá ser consequência disso, mas o objetivo 
central será formar cidadãos e cidadãs críticos e conscientes. Para que haja 
uma maior valorização e aumente o interesse da população no esporte e 
no lazer, é necessário que o Estado (esferas federal, estadual e municipal), 
a escola, a empresa, a entidade de classe, a ONG e, em especial, as entida-
des gestoras do esporte e lazer entendam seu papel. A atuação e como vão 
atender a sociedade é algo que deve ser pensando por todos (MARQUES; 
GUTIERREZ; ALMEIDA, 2011).
 Atualmente, nota-se uma fragilização das condições de vida da maioria 
da população brasileira, que, destituída de seus direitos, obedece às normas 
e aos valores impostos pelos modelos econômicos. É por essa razão que 
programas, projetos e ações sociais devem ser valorizados, com a intenção 
de minimizar os efeitos da conjuntura apontada e, quiçá, superá-los. Nesse 
sentindo, o esporte, para ser desenvolvido, necessita de incentivos públicos 
e privados, em que a maioria dos recursos públicos é destinada ao desenvol-
vimento do esporte educacional, social e não profissional. Os investimentos 
privados estão voltados para o esporte de rendimento e profissional, mas 
há entidades educacionais e esportivas privadas que também fomentam o 
esporte educacional e social (CUNHA et al., 2010).
Políticas públicas de esporte e lazer no Brasil8
Diante disso, são elementos fundamentais para que ocorram maior en-
volvimento e maior permanência no esporte de crianças e adolescentes em 
programas e projetos (PINTOS, 2018): 
 � acessibilidade à diversidade de experiências nos campos do lazer e 
do esporte;
 � exercício da cidadania;
 � prioridade de acesso às pessoas em situação de vulnerabilidade social;
 � articulação do lazer e do esporte com outras esferas sociais, sobretudo 
com o trabalho;
 � percepção do potencial educativo de todas as ações no campo do 
lazer e do esporte; 
 � consideração da dimensão lúdica e da diversidade.
A legislação de incentivo ao esporte pode contribuir para o desenvolvi-
mento e acesso às práticas esportivas da população em geral por meio de 
políticas públicas que vão além de desenvolver programas esportivos para a 
sociedade. Para que sejam colocadas em prática essas políticas, é preciso que 
ocorra um mapeamento do espaço social onde serão desenvolvidas a fim de 
compreender a intersubjetividade dos agentes envolvidos: o Estado, sujeito 
ativo da política pública, e a sociedade, destinatária da política esportiva 
(STAREPRAVO; SOUZA; MARCHI JUNIOR, 2011). 
Por outro lado, é preciso que essas políticas públicas sejam acompanhadas 
a fim de verificar sua efetivação e seus efeitos na sociedade. Deve-se, então, 
analisar o sentindo da norma ou do decreto que lhes deu origem e verificar 
que estejam sendo garantidas na prática para a população. Com isso, avaliar 
política pública é tarefa que permite não apenas revelar as contradições 
existentes entre as determinações legais e a operacionalização das ações 
e dos programas governamentais, mas também combater o desperdício e 
canalizar recursos públicos para projetos mais eficientes (ATHAYDE; MASCA-
RENHAS; SALVADOR, 2015). 
Políticas públicas de esporte e lazer no Brasil 9
O controle social aparece inscrito na Constituição de 1988 com o 
sentido de participação da população na elaboração, implementação, 
fiscalização e avaliação dos resultados alcançados pelas políticas públicas. Para 
isso, precisa ser tratado como um processo contínuo e em permanente cons-
trução. A avaliação das políticas públicas deve ser um instrumento de atuação 
do Estado e da sociedade em conjunto. Nesse processo, a participação popular 
tanto na avaliação quanto na formulação das políticas públicas de esporte e 
lazer é fundamental para reverter o enfraquecimento do esporte como direito 
social constitucionalmente tutelado (WERLE, 2010).
A história do esporte e do lazer acompanha a história da sociedade e, 
no caso do Brasil e do esporte, conta com forte presença do Estado brasi-
leiro em suas questões. Além dos aspectos legais ocorridos no século XX, 
o processo de urbanização vivido pela sociedade brasileira no mesmo período 
criou necessidades e levou a população a reivindicar, junto aos governantes, 
políticas públicas de esporte e lazer (PINTOS, 2018). A participação popular 
das políticas públicas de esporte e lazer visa a (MELO, 2008): 
 � priorizar a participação ativa da população;
 � valorizar as manifestações esportivas de nossa cultura, buscando 
ampliá-las qualitativamente;
 � efetivar a apropriação de sua prática, de sua assistência e de seu 
conhecimento; 
 � garantir o esforço de mobilização, organização e capacitação da po-
pulação em busca da cogestão entre grupos comunitários e o poder 
público, na prática de lazer e, consequentemente, da autonomia.
Todavia, é importante ressaltar que, apesar dos avanços que vêm ocor-
rendo na área do esporte e lazer, nos anos recentes o Brasil tem prezado 
mais fortemente pelo esporte de alto rendimento, tendência desencadeada 
pela Copa do Mundo de 2014 e pelos Jogos Olímpicos de 2016, ambos mega-
eventos esportivos realizados no país. O papel do Estado, apesar de apontar 
para todos os três âmbitos de desenvolvimento do esporte, tem direcio-
nado esforços e políticasapenas para o de rendimento. Mais precisamente, 
se observarmos as políticas implementadas visando à captação de verbas 
para o desenvolvimento de projetos e equipes esportivas, visualizaremos 
leis que embasam o referido argumento (BONALUME, 2011). 
Políticas públicas de esporte e lazer no Brasil10
Possibilidades de incentivo ao esporte e 
ao lazer a partir da legislação brasileira 
A falta de acesso universal e igualitário às práticas de esporte e lazer nos 
municípios brasileiros é um problema social. Diante desse cenário, Melo (2008) 
sugere que a reflexão sobre esporte e lazer parta do princípio de que são 
práticas imersas e articuladas com um conjunto de valores, normas, hábitos e 
formas de viver, que são dinâmicas e, por vezes, conflituosas. Políticas públicas 
precisam criar, estruturar e gestar democraticamente sistemas complexos de 
esporte que direcionam o funcionamento das entidades esportivas, aproxi-
mando e relacionando as manifestações esportivas (educacional, de lazer e 
de alto-rendimento) e fomentando a prática esportiva com a estruturação 
e manutenção de espaços, a aquisição e conservação de equipamentos e a 
elaboração e execução de programas esportivos para todos. O objetivo é 
garantir os direitos do cidadão e atender às demandas da população brasi-
leira, conforme consta nas leis brasileiras e na compreensão do conceito de 
política pública (CAPELA; TAVARES, 2014).
A Constituição Federal de 1988 introduziu os princípios de organização 
política que permitiram avançar para um modelo mais universalista e iguali-
tário, fortalecendo as políticas sociais (BRASIL, 1988). As alterações realizadas 
na Constituição indicaram para uma maior responsabilidade dos municípios 
em relação à formulação e implementação de políticas sociais, embora sem 
anunciar claramente que meios serão para isso utilizados. No contexto do 
esporte e do lazer, identifica-se que a Constituição Federal de 1988 é o marco 
da ampliação desses direitos, pois, até então, não havia registro claro na 
legislação que expressasse esse entendimento (STAREPRAVO, 2009). 
Apesar de o esporte ser reconhecido como um direito humano, nem sempre 
é considerado prioridade, tornando-se um direito muitas vezes esquecido 
(FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA, 2011). Seu potencial como 
ferramenta para o desenvolvimento sustentável do ser humano ainda precisa 
ser plenamente assimilado pelo Estado e pela sociedade. Dessa maneira, 
o envolvimento de todos os setores da sociedade no desenvolvimento do 
esporte é um rico objeto de análise de políticas públicas. 
Nesse sentido, o orçamento público como ferramenta de análise de políti-
cas públicas tem grande importância para as sociedades contemporâneas, pois 
é instrumento que codifica as escolhas alocativas em valores, consequência 
de um processo de negociação entre os poderes constituídos (SILVA; SANTOS; 
AVILA, 2013). De fato, trata-se de um vetor interpretativo da sociedade polí-
Políticas públicas de esporte e lazer no Brasil 11
tica, uma vez que indica quais serão os setores beneficiados com os gastos 
e investimentos previstos (ATHAYDE; MASCARENHAS; SALVADOR, 2015).
Por meio do esporte, seja educacional ou de rendimento, as políticas 
públicas têm acontecido em articulação a outras esferas do poder público, 
o que não desprivilegia o lazer, mas, pelo contrário, o tematiza como suporte 
operacional, a exemplo das políticas focadas nos megaeventos, que tendem 
a deixar, como legado, as estruturas físicas e a prática esportiva como meio 
de promoção do lazer. As políticas públicas de esporte e lazer no Brasil têm 
rumado na direção de considerar o lazer como uma prática transformadora, 
no sentido de promover a autonomia dos sujeitos por meio de atividades de 
convivência social e de renovação e transmissão cultural (MARIANO; MAR-
CELLINO, 2010). 
Atualmente, há uma tendência a reduzir as desigualdades de acesso a 
atividades esportivas e de lazer, bem como maior abertura por agências 
governamentais, participação social no processo de tomada de decisão e 
diminuição da ocorrência de políticas. É importante ter em mente que a legis-
lação brasileira colabora de determinada maneira, desde uma imagem, uma 
vez que estabelece esporte e lazer como direitos e deveres dos cidadãos. Isso 
caracterizou as principais ações em esportes e lazer no país, e esse modelo de 
políticas públicas é constantemente transformado (EL TASSA; LOVATO, 2014).
 Para a abertura das instituições públicas de participação social, essa 
forma de ação, se não for fortalecida, pode abrir espaços para políticas de 
saúde e mercados, bem como pode contribuir para a crescente desigualdade 
de acesso a atividades esportivas e de lazer. A participação social em políticas 
públicas e de lazer e sua aplicação em nível nacional por meio do sistema 
nacional de esportes e lazer e de conferências esportivas nacionais podem ser 
consideradas termos políticos no país, uma vez que reforçam a democracia, 
facilitam o acesso à população e endereçam as necessidades das pessoas, 
com um impacto significativo na percepção da qualidade de vida (EL TASSA; 
LOVATO, 2014).
Diversas são as possibilidades de incentivo ao esporte que podem ser 
aplicadas em diferentes setores. Alguns desses projetos não são mais de-
senvolvidos, mas outros ainda estão em execução, a exemplo do Programa 
Esporte e Lazer da Cidade (PELC), que possibilita o acesso ao esporte de 
forma recreativa. 
Políticas públicas de esporte e lazer no Brasil12
O PELC, além de proporcionar a prática de atividades físicas, jogos 
e brincadeiras que envolvam todas as faixas etárias e, inclusive, 
as pessoas com deficiência, estimula a convivência social, a formação de ges-
tores e de lideranças comunitárias, e fomenta a pesquisa e a socialização do 
conhecimento, contribuindo para que o esporte e o lazer sejam tratados como 
políticas públicas e direito de todos (EL TASSA; LOVATO, 2014). 
 No Brasil, o esporte ainda é pouco valorizado e explorado pelas iniciativas 
públicas e privadas. O investimento no esporte pode ser uma possibilidade de 
crescimento econômico para o país, mas, para que isso ocorra, é preciso ter 
pessoas competentes envolvidas. O indicado é ter um profissional da área de 
gestão esportiva ou que tenha o mínimo de conhecimento para desenvolver 
as estratégias adequadas. Além disso, é preciso, no lugar de criar leis de 
incentivo ao esporte e a projetos olímpicos e de fornecer bolsas aos atletas, 
preocupar-se com o esporte não profissional a nível escolar, investindo em 
infraestrutura adequada e em profissionais de educação física especializados 
(STAREPRAVO, 2009).
Por fim, o esporte gera muitos benefícios tanto na saúde física quanto 
na saúde mental, independentemente da modalidade. Quando o esporte 
é praticado por prazer, ou seja, como lazer, sem obrigação, é considerado 
amador. Já o esporte como uma ocupação especializada, visando à vitória, 
é considerado profissional. Diante disso, o esporte pode ser praticado como 
um hobby ou visando à profissionalização e, consequentemente, à competição 
(obedecendo a regras e horários, por exemplo), a ponto de o atleta aplicar 
regras e novos hábitos em seu dia a dia. 
Embora se perceba um considerável avanço em relação aos incentivos 
ao lazer e ao esporte, tem-se, de outra parte, uma carência de programas 
e ações governamentais que sigam nessa direção. As políticas de incentivo 
são importantes para envolver uma comunidade em ações positivas, e é 
preciso empreender mais do que programas e projetos na área do esporte 
de rendimento, investindo, também, em políticas voltadas a grandes centros 
populacionais, que se encontram em situação de risco social e sem acesso 
às práticas de esporte e lazer.
Políticas públicas de esporte e lazer no Brasil 13
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Políticas públicas de esporte e lazer no Brasil16
PORTFÓLIO
O esporte amador (ou não profissional) é identificado pela liberdade da prática esportiva e 
pela inexistência de contrato formal de trabalho entre o atleta e uma entidade desportiva. A 
implementação de sistemas de gestão esportiva potencializa o esporte amador como um todo.
Suponhamos que você seja dono de uma escola de esportes 
de areia com times (duplas e coletivos) de diferentes modalidades, como handebol, volêi e 
futevôlei. Você quer expandir essas práticas e unir as várias equipes que atuam na cidade.
Sendo assim, responda:
a) Quais estratégias você utilizaria?
b) Quais são os benefícios de um sistema de gestão?
PESQUISA
Saiba mais sobre o Programa Segundo Tempo
https://www.youtube.com/watch?v=D3fTkHf5dFU
Assista a este vídeo sobre o Programa Segundo Tempo (da Lei de Incentivo 
ao Esporte) e suas ações para desenvolver o esporte na comunidade.
N

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