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Prévia do material em texto

Título original: Frequency — The Power of Personal Vibration.
Copyright © 2009 Penney Peirce.
Publicado mediante acordo com a editora original, Atria Books / Beyond Words, uma divisão da Simon
& Schuster, Inc.
Copyright da edição brasileira © 2011 Editora Pensamento-Cultrix Ltda.
Texto de acordo com as novas regras ortográficas da língua portuguesa.
1ª edição 2011.
6ª reimpressão 2018.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou usada de qualquer
forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópias, gravações ou sistema de
armazenamento em banco de dados, sem permissão por escrito, exceto nos casos de trechos curtos
citados em resenhas críticas ou artigos de revistas.
A Editora Cultrix não se responsabiliza por eventuais mudanças ocorridas nos endereços convencionais
ou eletrônicos citados neste livro.
Coordenação editorial: Denise de C. Rocha Delela e Roseli de S. Ferraz
Preparação de originais: Maria Sylvia Correa
Diagramação: Fama Editoração Eletrônica
Produção de ebook: S2 Books
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Peirce, Penney
Frequência vibracional : as nove fases da transformação pessoal para utilizar todo o
potencial da energia interior / Penney Peirce ; prefácio de Michael Bernard Beckwith ;
tradução Marta Rosas. — 1. ed. — São Paulo : Cultrix, 2011.
 
ISBN 978-85-316-1131-5
1. Desenvolvimento pessoal 2. Energia vital 3. Vibração I. Beckwith, Michael Bernard.
II. Título.
 
11-05273
CDD-131.2
Índices para catálogo sistemático: 
1. Frequência vibracional : Energização : Ciências ocultas 131.2
1ª Edição digital 2019 
eISBN: 978-85-316-1559-7
http://www.s2books.com.br
Direitos de tradução para o Brasil
adquiridos com exclusividade pela
EDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA.
Rua Dr. Mário Vicente, 368 — 04270-000 — São Paulo, SP
Fone: (11) 2066-9000 — Fax: (11) 2066-9008
E-mail: atendimento@editoracultrix.com.br
http://www.editoracultrix.com.br
que se reserva a propriedade literária desta tradução.
Foi feito o depósito legal.
mailto:atendimento%40editoracultrix.com.br?subject=
http://www.editoracultrix.com.br
A todos que vivem o mais penoso sofrimento,
que se sentem presos e sem esperança,
que acham que a vida não tem sentido e parece absolutamente cruel —
há um lugar no centro de cada momento,
disponível agora,
onde a liberdade e a verdade compassiva aguardam 
para receber-nos de volta ao lar.
Sumário
Capa
Folha de rosto
Créditos
Agradecimentos
Prefácio
Ao leitor
Buscando a frequência
1. Nossa transformação é como a da fênix
2. Vivendo entre as frequências
3. Conscientizando-se de hábitos emocionais
4. Libertando-se de vibrações negativas
5. Sentindo a frequência original
6. “Intuindo” a vida com sensibilidade consciente
7. Dominando a ressonância nos relacionamentos
8. E encontrando as melhores soluções, opções e planos
9. Criando uma vida de alta frequência
10. Rumo à transparência
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Glossário
A
Agradecimentos
lgumas pessoas foram-me especialmente úteis na criação deste
livro. Rod McDaniel sugeriu vários termos importantes, como
“frequência original”, que me alinharam e abriram imediata e
drasticamente para novas percepções e informações. Sou-lhe grata também
pela esclarecedora crítica ao manuscrito e por algumas de suas belas
traduções de Rainer Maria Rilke. Outros leram pacientemente o primeiro
rascunho e também me propiciaram grandes revelações. Sou muito grata a
Darryl Lundahl, Cameron Hogan, Pam Kramer, Henry Smiley, Anne Lewis,
Barbara Haury, Anthony Wright, Jim White e Joan Charles. Sou
profundamente grata também a minha mãe, Skip Eby, e a minha irmã, Paula
Peirce, pelo interesse, pelos “testes da realidade” e pelo apoio leal, mesmo
que nem sempre saibam direito do que estou falando. Agradeço ainda a Chris
Lenz e Karen Malik, do The Monroe Institute, pelas contribuições precisas.
Trabalhar com Cynthia Black e a equipe da Beyond Words Publishing foi
uma doce experiência. Elas já haviam apostado em mim há muito tempo,
quando publicaram The Intuitive Way, e estou feliz por estarmos juntas
novamente. Ambas são sofisticadas e acolhedoras, e Cindy representou um
verdadeiro apoio para mim, à medida que comecei a entrar nesse novo
território. Além de alegre, Marie Hix tem sido de uma solicitude infalível,
sempre “amarrando” os fios desse projeto. Eu não poderia desejar uma
editora mais talentosa, experiente e atenciosa que Julie Steigerwaldt.
Agradeço também a Lindsay Brown, Sara Blum, Devon Smith e Bill
Brunson.
Finalmente, sou grata a Michael Bernard Beckwith por dar-se ao trabalho
de escrever um prefácio tão maravilhoso.
Prefácio
Olivro que você tem nas mãos não é matéria inerte, simples papel sobre o
qual se espalhou tinta numa determinada fonte e formato. A verdade é mais
— muito mais — profunda do que aquilo que os olhos físicos veem, as mãos
tocam e a mente traduz. Ela tem que ver, antes de mais nada, com o que
colocou este livro em seu campo eletromagnético: uma ressonância
energética entre você e a mensagem de sabedoria contida em suas páginas.
Esse campo energético é o que Penney Peirce identifica como sua
“frequência original”, ou a vibração de sua energia pessoal. As palavras
destas páginas também vibram numa frequência energética específica,
originada na existência que dá vida e mantém a Inteligência cósmica, e
podem transmitir-lhe sua graça e força. Quando Penney descrever a dança
extática do Espírito e da Matéria, você ficará ansioso para conhecer as etapas
de suas nove fases de transformação pessoal para poder participar dessa
celebração.
As comunidades científicas do mundo concordam em que a energia abarca
todas as coisas e que os sistemas de energia são conscientes. A terra gira,
dizem-nos, dentro de um campo eletromagnético infinito. Tudo participa
dessa energia giratória, oscilante, vibrante. É curioso que consideremos a
energia cósmica como algo que está fora, crepitando em algum lugar remoto
além da terra em que pisamos. A verdade é que essa mesma energia está
presente aqui, em nossa existência como eu individual e presente em todos os
lugares da atmosfera em que vivemos. Somos seres espaciais que vivem e se
movem de um modo que afeta energeticamente cada canto do cosmos.
Portanto, quando lidamos com o tema das frequências energéticas, não se
trata de uma “coisa” misteriosa que vibra lá na estratosfera, mas sim
diretamente em nosso espaço interior individual. O paleontólogo e padre
jesuíta Pierre Teilhard de Chardin referia-se a esse espaço interior como
nossa “interioridade”, palavra que cunhou em decorrência de sua relação
intuitiva com o mundo natural, uma cosmologia que ele via como uma
progressão energética que está em constante evolução rumo à complexidade
material e à consciência.
Chardin pagou caro por suas teorias: sua obra foi proibida pelo Vaticano, e
ele passou a ser malvisto em seu país de origem, a França, de modo que se
mudou para a China e, depois, para Nova York. Uma prova de nosso
progresso evolucionário é o fato de hoje gente como Penney Peirce ter
liberdade para divulgar abertamente os resultados de suas explorações
interiores no laboratório da consciência sem censuras nem condenações
religiosas ou governamentais. Os avanços do século XXI na compreensão da
relação entre corpo, mente e espírito e de nossa interconexão com o cosmos
mudaram nossas opiniões e nos abriram à percepção da inteligência nata da
Terra. A humanidade evoluiu em sua compreensão e, por isso, está muito
mais consciente da relação energética — ou melhor, unidade — com nossa
mãe Terra e de que precisamos viver em harmonia com as leis energéticas
invisíveis que subjazem a toda a vida. Penney criou algo que prefiro chamar
de “modelo energético”. Trata-se de um modelo que oferece meios hábeis,
aplicações práticas para nossa vida cotidiana e aspectos mais profundos
daquilo que significa ser um ser espiritual que tem uma encarnação humana.
A descrição detalhada que Penney faz do sistemahindu de energias dos
chakras pode nos proporcionar um meio de purificar nosso campo energético,
de liberar energia coagulada. Aplicando antigas verdades como essa aos
desafios da vida moderna, poderemos passar da Era da Informação à Era da
Intuição, na qual o consciente coletivo se coloca cada vez mais à vontade
diante de nossa capacidade inata de sintonizar a frequência mais alta de um
“eu expandido”, que chamo de Eu Autêntico.
Suas brilhantes escalas de vibrações do dia a dia descrevem do início ao
fim o modo como influenciamos nosso corpo, nossas emoções e nossos
pensamentos ao longo do dia. Juntamente com seus nove estágios de
transformação, podemos aplicar capacidades que nos ajudam a entrar em
sintonia com a frequência energética de nossa atual vibração e, em seguida,
acelerar para atingir frequências de oitavas superiores. Penney sem dúvida
está empenhada em transmitir seu conhecimento de maneira impecável e
generosamente compartilha com seus leitores uma profunda compreensão de
nossa anatomia energética. Ela apresenta de maneira irrefutável o fato de
termos não só a capacidade, como também a responsabilidade de calibrar e
recalibrar nossa “frequência original” para viver nosso propósito sublime.
Que estimulante é constatar que a aplicação da energia intuitiva não está
reservada apenas aos médiuns ou místicos! Ela é uma faculdade que todos
nós possuímos e usamos, consciente ou inconscientemente, em graus
variáveis, a depender de nosso desenvolvimento individual. Penney nos dá
esta boa-nova: praticando os exercícios que ela nos ensina, poderemos
desenvolver conscientemente nossa faculdade intuitiva e assim extrair energia
do manancial original de percepção, intuição e inspiração: da própria Fonte
da Vida que temos dentro de nós e ao nosso redor.
O cultivo e a aplicação conscientes da energia do pensamento são agentes
poderosíssimos de transformação pessoal. Eles fizeram Carl Jung descrever
assim uma experiência que teve aos 12 anos de idade: “De repente, tive a
experiência avassaladora de acabar de sair de uma densa nuvem. Soube
naquele mesmo instante: agora sou eu mesmo! Era como se um muro de
neblina se erguesse às minhas costas e, atrás desse muro, ainda não houvesse
um ‘eu’. Mas naquele momento eu subitamente me encontrei. Antes eu
também existira, mas tudo simplesmente havia me acontecido. Agora eu fazia
acontecer”.
Quando despertarmos para nossa verdadeira natureza como seres
energéticos e mergulhamos nossa interioridade para dar início à exploração
consciente do mistério da consciência, vamos “fazer acontecer”. Ainda há
aqueles que consideram a reflexão pessoal, a contemplação, a meditação e
outras práticas interiores uma espécie de absorção condescendente.
Entretanto, estudos clínicos e avanços revolucionários em diversas disciplinas
da ciência moderna continuam a fornecer provas empíricas de que as práticas
espirituais sem dúvida alteram as frequências energéticas do praticante. A
ciência — seja ela baseada na física clássica ou física quântica— está
revelando o que os gigantes espirituais de todas as épocas e tradições nos
dizem desde o início dos tempos: somos seres energéticos luminosos, dotados
de inteligência criadora e plenamente equipados para participar do impulso
evolucionário do universo de modo consciente e nos realizar por inteiro.
Em Frequência Vibracional, Penney Peirce alia com inteligência e
compaixão ensinamentos precisos, experiências pessoais, seu trabalho com os
clientes e hábeis métodos para que possamos nivelar por cima nossa
frequência original e elevar não só a nossa própria vida, mas também a vida
em todo o cosmos. O remédio que ela nos propõe é energético e
excelentíssimo, de aplicação universal nos tempos em que vivemos.
Michael Bernard Beckwith, 
autor de Spiritual Liberation
V
Ao leitor
A convergência entre o misticismo e a nova física 
nos levou ao limiar de nossa natureza humana. 
Mais à frente jaz algo que está 
literalmente além da nossa linguagem.
Michael Talbot
ocê sem dúvida percebeu que vivemos numa época caótica, porém
assustadoramente poderosa. Assim como os animais inquietos
pressentem um terremoto iminente, talvez você pressinta que uma
grande mudança está em fermentação. É difícil deixar de notar que tudo hoje
em dia é tão volátil quanto água fervente. O lado bom é que essa volatilidade
nos obriga a reorganizar-nos e experimentar-nos de um modo inteiramente
novo: menos como corpos físicos sólidos, separados por um espaço vazio, e
mais como seres energeticamente vibracionais, que vivem em
interdependência com outros seres vibracionais num mundo em constante
vibração.
Estamos ficando cada vez mais conscientes da energia interior e exterior,
de suas características e dos princípios conforme os quais ela funciona: fre-
quência, vibração, ressonância, ondas, oscilações, ciclos, oitavas e espectros.
Estamos descobrindo que esses conceitos estão no cerne das mais novas
técnicas para saber, fazer e ter seja o que for. Em outras palavras, sua
vibração pessoal — a frequência da energia que você traz a cada momento
em seu corpo, suas emoções e sua mente — é o recurso mais importante que
você tem para criar e viver sua vida ideal. Se a frequência de sua energia é
alta, rápida e cristalina, a vida se desenrola sem esforço e em sintonia com
seu destino. Já uma frequência mais baixa, mais lenta e mais distorcida
produz uma vida de obstáculos e decepções.
Frequências em alta!
Há certas coisas essenciais a entender agora: (1) você está sendo afetado por
um processo evolucionário que avança com base em estágios específicos, e
isso faz a frequência energética de seu corpo, das suas emoções e da sua
mente acelerar-se, (2) como a frequência ascendente de sua energia é paralela
a seu nível de percepção, você está gradualmente se tornando mais
consciente, sensível, visionário, empático e amoroso e (3) o maior desafio
dos próximos anos será trabalhar com sua sensibilidade, manter sua vibração
pessoal cristalina e aprender a usar “princípios de frequência” para viver bem
nos tempos que virão.
As pessoas que têm sensibilidade aos reinos invisíveis — e eu me
considero uma delas — já intuíram há muito que a frequência sutil de nosso
corpo e da própria terra está em ascensão a um ritmo constante. Isso
inicialmente mexe conosco, fazendo com que nos sintamos incomodados sem
saber por quê. Então o mundo exterior se acelera e parece cada vez mais
intenso ou até mesmo caótico. Por fim, nós nos ajustamos ao novo nível de
energia, mais alto, e nossa percepção aumenta igualmente. Sabíamos
instintivamente que o aumento da energia viria numa série de ondas,
elevando nossa conscientização até a uma mudança de percepção, na qual
nossa noção do eu evoluiria da identidade baseada na separação, no medo e
no ego para outra identidade, baseada na inter-relação, no amor e na alma.
Pressentíamos que, àquela frequência elevada, nosso mundo funcionaria de
acordo com princípios novos, mais elegantes e eficientes.
Nosso estilo e nosso modo de pensar sofreram uma revolução… Vemos com
outros olhos, ouvimos com outros ouvidos e pensamos com outros
pensamentos que não os que anteriormente usávamos.
Thomas Paine
Essa mudança está em andamento e parece evidente à maior parte da
sociedade, enquanto tentamos agir num clima em que tudo está aumentando,
desde o volume de dados que precisamos digerir até o número de horas que
precisamos permanecer acordados para dar conta do trabalho e o tsunami de
negativismo que começa a parecer normal. Só permanecer centrado hoje em
dia já é uma tarefa que intimida! Estamos saindo da Era da Informação para
entrar na Era da Intuição, que traz consigo nada menos que uma grande
transformação no modo como percebemos a realidade. Agora as questões
são: como aprender as regras desse mundo vibracional expandido e cultivar
as habilidades relativas à energia e à consciência que nos ajudarão a agir
nele? Como estabilizar nossa nova percepção, identidade e comportamento
enquanto nosso modo anterior de viver está em seus últimos estertores?
Asfrequências estão clamando pela sua atenção?
Como muita gente, talvez você esteja reagindo à frequência mais acelerada da
vida tentando ajustar o estado de sua própria energia de diversas formas —
tanto saudáveis quanto prejudiciais —, na tentativa de encontrar equilíbrio,
segurança e alívio do stress. Ou então pode estar buscando avidamente pistas
para prosperar neste mundo agitado de complexidade impenetrável. As
respostas não estão em truques ou engenhocas e geringonças nem em meios
eletrônicos de processar mais dados. A verdade simples é que a passagem à
Era da Intuição diz respeito ao que você pode saber e fazer com a energia e
como desenvolver uma sensibilidade efetiva, expandida.
Talvez você tenha escolhido este livro porque gostaria de deter a espiral de
quedas emocionais que impede que sua vida vá para a frente. Talvez você se
sinta esgotado por pessoas perturbadas e reativas ou deprimidas e apáticas.
Talvez sinta-se subjugado por estímulos incessantes e não queira continuar a
sentir-se como se estivesse anestesiado ou hiperativo. Talvez sinta-se confuso
pelo excesso de informações sutis, não verbais, que captou de outras pessoas,
dos noticiários, do futuro e dos fatos de sua vida. Você quer entender, mas
não sabe dizer exatamente o que o está afetando.
Talvez você queira reaver sua natureza espiritual sensível, que se perdeu
em meio a interesses acadêmicos, administrativos ou materialistas. Sua mente
analítica pode ter-lhe trazido sucesso na profissão, mas talvez seja necessário
ser loucamente inovador, motivar as pessoas e revolucionar sistemas que
parecem dinossauros. Você fez progressos compreendendo a “lei da atração”
e quer conhecer melhor os novos princípios de nossa realidade emergente?
Está tentando encontrar o equilíbrio certo entre a vontade e a confiança para
criar sua vida?
Caso se sinta quase paralisado diante do desafio de purificar-se ou mudar
rapidamente, não se preocupe. Tudo está acontecendo no tempo certo, e nós
estamos nesse processo juntos, todos aprendendo a ajustar-nos ao fato de as
frequências mais altas de percepção serem a norma. Estamos saindo de um
mundo onde aprendemos a usar a esperteza e a força de vontade para suprir
lacunas imaginadas entre nós e os outros — e aquilo que desejamos — para
outro mundo em que não há lacunas a suprir, onde o amor, o apoio, a
materialização fácil dos resultados e a liberdade estão ao alcance da mão.
A verdade é que nossos melhores momentos têm maior probabilidade de
ocorrer quando estamos nos sentindo profundamente incomodados, infelizes
ou insatisfeitos. Pois apenas nesses momentos é que, impelidos pelo
desconforto, nós nos inclinamos a sair da rotina e a começar a buscar modos
diferentes ou respostas mais verdadeiras.
M. Scott Peck
Sua frequência mais alta pode ser normal
Tenho absoluta certeza de que você, sozinho, pode livrar-se da casca que o
separa de uma experiência sublime do Eu e de uma vida muito melhor. Você
não precisa ter gurus nem ser catapultado a experiências sobrenaturais por
fatos drásticos — está se tornando um ser de frequência tão alta aqui mesmo,
em seu corpo físico, que aquilo que antes era metafísico, transpessoal e
paranormal agora é quase banal. Algumas das peças que faltam a uma visão
mais ampla do conjunto estão aflorando à sua consciência, e essa nova
compreensão facilita-nos a todos atingir o “ponto crítico” que conduzirá à Era
da Intuição.
Muitas das pessoas com quem eu falo estão prestes a entender que nós
nunca deixamos o Lar — a experiência do “céu” — e que, ao mesmo tempo,
temos sonhado o Sonho mais impressionante e cativante, chamado “vida na
Terra”. Para despertar completamente do sonho, você precisará ter uma
experiência cotidiana da alma, do seu estado de frequência mais alta, que
aceite como normal. Essa experiência é, entre outras coisas, uma experiência
de empatia e compaixão, na qual um sentimento de alta qualidade o
transporta através e além da sedução do sofrimento, das limitações da lógica
e da obscura hipnose do mundo. Você tem de sentir-se digno do amor, amado
e amante, até nas próprias células, para poder apreender a verdade de sua
identidade iluminada, conhecer a unidade e acostumar-se a um modo
expandido de viver. Sendo conscientemente sensível às informações sutis
codificadas em frequências de energia, você fará o caminho mais rápido para
chegar à experiência desse estado prenhe de certeza do amor e da alma.
Para descobrir as informações e a experiência armazenadas em nossas
vibrações mais refinadas, estamos empreendendo um movimento
evolucionário para “baixo”, de nossa visão impetuosa da vida para o
conhecimento de nosso corpo. Entretanto, como deparamos com a emoção
quando fazemos isso — e como a emoção às vezes catalisa confusão,
resistência e pânico, além de alçar-nos a um sublime transe místico, nós
tendemos a evitá-la. Evitando a emoção, criamos uma lacuna onde não
experimentamos todo o nosso eu. Escrevi Frequência Vibracional para
ajudá-lo a transpor as últimas barreiras que o separam do despertar pleno e da
sensação real da experiência do eu expandido que será seu estado normal na
Era da Intuição.
Há mais além da Lei da Atração
Nos últimos anos, surgiu uma série de livros e DVDs que serviram como uma
“trilha de migalhas”, ajudando-nos a encontrar o caminho nesta época
estimulante. Eles popularizaram ideias metafísicas e científicas de ponta de
um modo que prendeu o coração e a imaginação do público. Entre eles estão
O Caminho do Guerreiro Pacífico, [ 1 ] A Profecia Celestina, The Intuitive
Way [O Caminho da Intuição], The Field [O Campo], Quem Somos Nós?,
Hado – Mensagens Ocultas na Água, [ 2 ] O Código da Vinci, The Law of
Attraction [A Lei da Atração]e The Secret [O Segredo]. Essas e outras obras
ajudaram-nos a esclarecer o que sentíamos acontecer nos reinos invisíveis e
estimularam-nos a cultivar habilidades rudimentares no trabalho com a
energia e a percepção interior.
Ao mesmo tempo, graças ao caráter introdutório do material, à ampla gama
de tópicos interconectados apresentados em tão pouco tempo e ao clima de
medo no mundo, o conteúdo foi mal interpretado de várias maneiras. Eu
comparo isso à disposição dos pontos e números de um desenho do tipo
“ligue os pontos” — depois que ele é feito, você ainda precisa conectar os
pontos para que o esqueleto do elemento apareça e você possa preenchê-lo
com suas preferências artísticas, com seus lápis de cor ou aquarelas favoritos.
Escrevi Frequência Vibracional para ajudá-lo a completar o desenho.
Quero auxiliar seu processo de transformação
Um dos efeitos secundários de minha prática com a intuição foram as visões.
A partir de meados dos anos 1970, comecei a ter muitas sobre o que está
acontecendo nos bastidores do mundo de hoje, em que tudo parece estar se
intensificando. Reconheci logo que estávamos vivendo o início de uma
transformação pessoal de um tipo que não se via em milhares de anos e talvez
nunca em nível global. Na década de 1980, comecei a fazer palestras sobre
esse processo de aumento de frequência com títulos como “Previsões e
futuras tendências”, “A percepção holográfica e o novo paradigma” e
“Eliminando a lacuna entre o eu e a alma”. Nessas ocasiões, eu delineava os
componentes do processo de transformação e, depois, o pessoal que estava na
plateia costumava me dizer: “Isso me ajuda a ter uma compreensão mais
ampla do que estou vivendo. Antes de saber que o processo tem um propósito
sublime e um desfecho positivo, estava confuso/amedrontado/deprimido”.
Talvez uma transformação interior radical e a chegada a um novo nível de
consciência sejam a única verdadeira esperança que temos na atual crise
global provocada pela preponderância do paradigma mecanicista ocidental.
Stanislav Grof
Portanto, quero ajudá-lo a compreender esse processo semi-invisível que
está influenciando você, para que possa atravessar suas fases com fluência.
Quero indicar-lhe técnicas que permitem transformar a emoção bloqueada
numa delicada sensibilidade de modo que você possa decifrar as mensagens
contidas nosinúmeros estados vibracionais. Quero que você se saia bem, que
seja mais fácil decidir viver de sua vibração pessoal mais elevada e natural,
que é a que corresponde à sua própria alma. Quero que você saiba como
voltar a centrar-se nela quando as vibrações inferiores de outras pessoas o
puxarem para baixo. Existe uma maneira de tornar-se um “sensitivo”
saudável e saber trabalhar com a sua vibração pessoal é uma grande força.
Um diário torna seu crescimento mais consciente
Manter um diário é um meio infalível de acompanhar seu processo de
crescimento. Com ele, você poderá documentar o que acontece à medida que
penetra nesse corpo de informações. Ao longo dos capítulos deste livro, você
encontrará diversos exercícios simples que o ajudarão a praticar os conceitos
que estou propondo. Procure fazê-los e escrever sobre os seus resultados. A
que revelações você chegou? Que dificuldades ou surpresas você encontrou?
Você pode tentar a escrita direta, deixando que o texto emane de seu
âmago e que as palavras fluam espontaneamente sem censura. Comece
fazendo uma pergunta que funcione como um ímã para atrair uma resposta da
parte mais profunda de sua consciência. Deixe que as primeiras palavras
venham; elas atrairão as seguintes. Não pense adiante nem tente adivinhar ou
criticar o que está sendo dito. Se alguma palavra estranha vier-lhe à mente,
escreva-a. O que deve acontecer em seguida simplesmente acontecerá. Para
manter o fluxo, é melhor não ler o que escreveu antes de terminar. Você
ficará surpreso com o frescor e a precisão daquilo que escreverá.
Para conhecer uma coisa, mergulhe nela como a pena na tinta; deixe que ela a
escreva com suas próprias palavras.
Elizabeth Ayres
Ao fim de cada capítulo, sua percepção pode
mudar!
Ao fim de cada capítulo, incluí um trecho de escrita direta oriundo de minha
frequência original — meu eu nuclear ou vibração anímica — no momento
de tranquilidade de um estado de percepção superior. A voz das mensagens é
apenas a voz simples de nossa unidade, uma voz a que todos igualmente
temos acesso; não se trata de nenhuma entidade recebida. Quando escrevi
esses trechos mais inspirados, nem minha personalidade nem minha voz
normal na escrita ocupavam a linha de frente. As palavras surgiram como a
descrição mais simples e direta de sensações — ou realidades — mais
profundas que se revelavam à medida que eu escrevia. Nelas pouco se perde,
e cada oração tem o poder de transportá-lo. Decidi incluir essas mensagens
por diversas razões:
 
1. Elas constituem um exemplo do tipo de orientação sábia e centrada que o
seu eu interior pode acessar quando você está muito tranquilo e sensitivo.
Com sorte, a leitura das mensagens o estimulará a tentar encontrar uma
fonte própria e clara de direcionamento e respostas.
2. Quero que você veja que a comunicação que provém do coração e da
alma de qualquer um de nós — ao contrário das opiniões cacófonas de
nossa mente, que não para de mudar — tem um apelo universal e contém
verdades universais.
3. As mensagens oferecem insights sinceros que muitas vezes ampliam o
sentido dos pontos desenvolvidos em cada capítulo. Como faz a poesia,
quando comparada à prosa ou à escrita técnica, as mensagens levam-no
além da lógica pura e simples, permitindo-lhe ver que nem todo saber
precisa encaixar-se em compartimentos ligados para fazer sentido.
4. Quero que você sinta o contraste entre a compreensão de cada capítulo
com o lado esquerdo do cérebro — que é analítico e gosta de andar
rápido — e a sensação de mudar intencionalmente para um ritmo mais
lento, para que você possa intuir sentidos mais profundos, menos
intelectuais e mais pessoais com sua “mente intuitiva do coração”.
Vivendo essa mudança da superfície para o âmago, da “velha” percepção
lógica linear a que estamos tão acostumados para o saber experiencial
“novo”, imediato, que esses trechos exigem, você começará a entender
como entrar no modo altamente vibracional, instantâneo e transformado
de conhecer o mundo que estou descrevendo em Frequência Vibracional.
 
Se ler estas mensagens muito mais lenta e deliberadamente do que em geral
faria, lê-las em voz alta para si mesmo ou fechar os olhos e escutá-las na
leitura de outra pessoa, você perceberá que elas têm um ritmo e uma vibração
diferentes das dos textos comuns. Talvez elas lhe pareçam piegas — e até
mesmo New Age (ou Nova Era) — se você as ler com espírito demasiado
rápido ou tangencial. Porém, se desacelerar e conseguir “ficar com” elas e
senti-las no próprio corpo, elas assumirão uma dimensão maior e o abrirão
para novas realidades. Às vezes, deixar uma frase ou oração na mente por
mais alguns momentos que de hábito faz surgir um sentido oculto. Essa é
uma pequeníssima demonstração de quanto a realidade parece e se faz sentir
diferente quando percebida só pela mente e quando percebida a partir da
unidade entre mente, coração e corpo.
Você pode saltar estas mensagens da frequência original ou usá-las para
praticar a entrada em sua própria frequência original (que descrevo
detalhadamente no Capítulo 5). Talvez você prefira ler todas elas de uma vez
quando chegar ao fim; na verdade, não importa. O interessante seria observar
sua reação à mudança de ritmo, vibração e foco que as mensagens provocam.
Caso se sinta, por exemplo, irritado — ou aliviado — ao ler alguma, isso
pode ser uma pista sobre seu progresso nas transições fundamentais de seu
próprio processo de evolução pessoal.
Usar a intuição contribui 
para que você vivencie mais
À medida que você ingerir e digerir o material contido em Frequência
Vibracional, será útil prestar atenção à sua intuição. A intuição é uma
percepção direta e imparcial que provém da unificação de partes
fragmentadas de sua consciência — seu corpo, suas emoções, sua mente e
seu espírito — e surge quando você está concentrado no momento presente,
alerta porém não tenso, ligado a seu corpo e seus sentimentos, não usando da
força de vontade e sentindo-se simples e aberto. A intuição pode se expressar,
a partir de diferentes níveis do cérebro, como atração ou repulsa instintiva,
como impressões de um dos cinco sentidos ou como um súbito lampejo de
compreensão acerca de um sentido, sistema, visão ou padrão de informação
complexo. Como disse eu em The Intuitive Way, “Nossa intuição é um
catalisador do nosso aperfeiçoamento e realização pessoais porque, quando se
trata de promover mudanças profundas e duradouras na vida pessoal, só a
experiência subjetiva, e não os fatos, é que registramos como real”.
Quando você faz pausas na leitura e divaga um pouco, podem lhe ocorrer
insights intuitivos. Quando você está vivendo no mundo lá fora, podem surgir
experiências que se relacionam com o capítulo que está lendo. E quando diz
aquele “a-ha” intuitivo que equivale a um “Eureca!”, a informação ganha
ainda mais realidade aos seus olhos. Muitas vezes, você terá de sentir ou
pressentir como uma coisa funciona para entender plenamente os conceitos
apresentados. Enquanto desenvolve sua sensibilidade, será sua intuição que
lhe trará revelações sobre os significados das vibrações que você percebe. A
intuição é uma porta que revela uma realidade superior e uma experiência
mais clara do Divino. E, no final, é sua interpretação subjetiva daquilo que
sua intuição lhe traz que libera ou inibe sua capacidade de agir e crescer.
D
Buscando a frequência
A ideia de que o universo invisível é mais real que o visível de fato nunca foi
tão amplamente aceita pelos cientistas quanto neste século climático. Só que
ela está longe de ser nova para filósofos e visionários porque, não
esqueçamos, Aristóteles chamava a vida de “espírito que permeia a matéria”,
conceito que todas as grandes religiões endossariam com ardor [...] a filosofia
do misticismo surge como eminentemente razoável [...] a recém-percebida
realidade do mundo não material, de campos que influenciam, de ondas que
transmitem, de mentes que permeiam.
Guy Murchie
esde o início dos anos 1970 estou profundamente envolvida no
desenvolvimento da intuição e interesso-me poraquilo que os
budistas chamam de percepção hábil (basicamente, saber como usar
a mente para sanar o sofrimento). Meu entusiasmo pela intuição e pelos
mistérios que a ela se relacionam nunca decresceu e, por meio de seu estudo,
encontrei verdades unificadoras semelhantes em todas as religiões e
caminhos espirituais, além de muitos segredos para maximizar um fluxo mais
fácil na vida. Tem sido parte de minha prática da intuição trabalhar com a
“arte de questionar” — inquirir regularmente o que sei para ver se esse saber
se dissipa ou evolui para algo mais abrangente, específico ou totalmente
diferente. Houve momentos em que um interesse — como a reencarnação e o
conhecimento de minhas vidas passadas, que constituiu grande parte de
minha visão de mundo durante muitos anos — cresceu até tornar-se algo tão
grande e impessoal que não teve mais o mesmo sentido ou importância, e eu
parei de concentrar-me tanto nele. Sempre é surpreendente ficarmos muito
fascinados com alguma coisa e depois muito indiferentes. Porém aprendi que
a intuição é mais precisa quando continuamos honestos e flexíveis.
Apesar de minha prática de questionar, não havia me ocorrido que poderia
haver outro estágio além do desenvolvimento da intuição, uma habilidade
mais específica que pudesse nos levar mais longe em termos de nosso
potencial humano. Há pouco tempo, ocorreu-me que eu havia não só me
tornado intuitiva, mas também, por intermédio de minha prática do
aconselhamento e da assistência social, desenvolvido sensibilidade empática
a vibrações, texturas de energia, frequências da consciência e padrões de
emoção, crença e finalidade entremeados. E que trabalhar com tudo isso seria
a etapa seguinte.
Estamos todos evoluindo para 
um aumento da sensibilidade
Todos nascemos sensíveis e empáticos, mas por falta de reconhecimento e
treinamento, essa capacidade muitas vezes se fecha ou é posta numa
prateleira “para uso em data posterior”. É uma sorte que a minha esteja ativa.
Agradeço a minha mãe por ter plantado cedo em mim as sementes da
sensibilidade; costumávamos esperar no carro enquanto meu pai dava uma
passadinha no escritório em Chicago aos sábados. Para passar o tempo,
brincávamos de adivinhar o que as pessoas estavam pensando. Líamos a
mente dos transeuntes e criávamos para eles vidas imaginárias. Para
disciplinar-me, ela geralmente invocava a Regra de Ouro, dizendo: “Como
você se sentiria se estivesse no lugar dessa pessoa e alguém lhe fizesse
isso?”. Eu interpretava a pergunta literalmente e me transportava, pela
imaginação, à realidade do amigo injustiçado. Estava aprendendo a “intuir”
as pessoas.
Quando comecei a trabalhar profissionalmente com a intuição, ali pelos 20
anos, as informações vinham predominantemente através dos sentidos
interiores da visão e da audição, e eram rápidas e impessoais. Logo minha
intuição passou a ser mais tátil, voltada para as sensações: aquilo que os
metafísicos chamam de “clarissenciência”, o sentido espiritual do tato.
Percebi que estava sentindo as pessoas com todo o meu corpo, e não só com a
cabeça, e que estava pessoalmente muito mais ligada, embora o
processamento fosse mais lento. Comecei a me sentir do mesmo modo que
meus clientes se sentiam. Eu olhava para um cliente cujo rosto estava
contorcido e sentia meu próprio rosto assumir exatamente aquele padrão
muscular. Em poucos instantes, conhecia a repulsa com que ele convivia. Se
eu me sentasse diante de uma cliente que tinha o peito e os ombros
encolhidos, sentia em mim sua postura interior, o que me levava a
compreender a razão pela qual ela se sentia triste ou derrotada.
Somos como ilhas do mar: 
separadas na superfície, mas ligadas nas profundezas.
William James
Enquanto fazia as leituras, muitas vezes eu sentia os sintomas físicos,
digamos, da angina ou do tornozelo quebrado do cliente, ouvia música se ele
tivesse vocação para música ou sentia o cheiro das flores ou do mar se ele se
voltasse para os odores. Às vezes, eu sentia uma textura energética como se
fosse lixa, ou cinzas ou seda e, por fim, percebi que era assim que a outra
pessoa estava sentindo a realidade dela. Comecei a chamar esse fenômeno de
“impressão direta”. Achei que isso é que era ser impressionável, só que num
nível muito sutil, como se a informação e o sentimento estivessem de fato
sendo impressos em mim. Também aprendi a não deixar que esse modo de
saber representasse uma desvantagem, pois assim que me concentrava
novamente em meu próprio corpo e em minha alegria nata, eu voltava a meu
eu normal, relativamente bem equilibrado.
Todo o mundo exterior e suas formas 
são uma característica do mundo interior.
Jacob Böhme
Há alguns anos, recebi para consulta uma mulher que havia sofrido abuso
físico e sexual na infância. Eu ignorava o fato, e ela estava tensa e taciturna.
Eu não tinha experiência suficiente para reconhecer ali o fenômeno que isso
havia então se tornado. E quando ela se sentou com hostilidade na cadeira em
frente à minha, com os braços bem cruzados, agindo como se não quisesse
estar ali, eu me senti intimidada e amedrontada e, em seguida, zangada.
Porém, recorri à gentileza profissional e comecei a fazer a leitura. À medida
que ia penetrando nas camadas defensivas dela, descobri o abuso e senti o
quanto ela estava ferida e vulnerável. Percebi que tinha captado os
sentimentos dela alguns minutos antes; ela é que estava intimidada e tinha
medo e raiva. Então, quando senti o amor que ela guardava sob tudo, fui
invadida por uma compaixão pelo que ela havia corajosamente enfrentado.
Contei-lhe como eu sentia seu verdadeiro eu, e ela rompeu em soluços.
Entendi então que ela havia inconscientemente mimetizado as emoções de
seu agressor (uma forma negativa de empatia ou sensibilidade corporal) e
estava pondo para fora os mesmos traços que ele lhe havia mostrado, só que
de um modo diferente. Pensei: “Quantas pessoas reagiram a essa mulher
como eu quase fiz, refletindo-lhe a falta de carinho, a rejeição, a raiva e a
rudeza, e reforçando sua ferida?”. Aprendi com ela uma lição valiosa sobre a
relação entre o que eu sinto e o que as pessoas a meu redor estão sentindo.
Somos como diapasões: copiamos as ressonâncias que “tocamos”
energeticamente.
Quero frisar que esse aprofundar da orientação principalmente visual-
mental para um modo mais voltado para a sensação e, por fim, para uma
ultrassensibilidade voltada para o corpo ainda mais profunda foi o caminho
que minhas capacidades tomaram para se desenvolver, e que esse caminho
não é melhor que nenhum outro. Certas pessoas conseguem permanecer mais
distantes, trabalhando com a parte superior do cérebro, ou recebem
informações por meio de um único sentido preferencial, como a audição.
Meu caminho através dos níveis do cérebro até a fusão com o corpo tem sido
meu professor, levando-me gradualmente direto aos princípios da vibração
pessoal que tanto desejo mostrar com este livro.
“Intuindo” a vida, será possível 
aprender muita coisa
Já fiz dezenas de milhares de leituras de vida particular e profissional.
Durante as sessões, relaxo até adquirir uma identidade pessoal suave, menos
definida, e me expando até abarcar mais espaço e tempo, elevando a
frequência de meu corpo, minhas emoções e minha mente até um nível
superior. À medida que me concentro na pessoa e procuro fazer com que a
frequência de minha energia corresponda à dela, conscientizo-me de uma
porção igualmente expandida dessa pessoa, um campo de informações que
contém o potencial dela. Na verdade, eu me fundo a ela ou a intuo. Essas
informações energéticas então vêm à tona em mim como se eu fosse ela e,
imediatamente, descubro um padrão complexo que inclui seus desejos
terrenos, intenções anímicas, permissões, bloqueios, lições de vida, talentos e
qual será a provável sensação quando ela atingir seu potencial. Sei isso por
meio de meus próprios sentimentos e sensações corporais. O desafio então é
articular esse corpo de informações numa sequência lógica que possa ser
entendida pela outra pessoa. Muitas vezes já constatei que, nessesníveis mais
profundos, é impossível que nós de fato estejamos separados dos outros.
Muita coisa é compartilhada. No entanto, paradoxalmente, somos todos
únicos. Como tudo isso funciona realmente confunde a mente!
Às vezes sinto como se estivesse espalhado na paisagem e dentro das coisas e
vivo eu mesmo em cada árvore, no quebrar das ondas, nas nuvens e animais
que vêm e vão, no suceder das estações.
Carl Jung
O mesmo processo de intuir pode ser usado para compreender
profundamente qualquer coisa: uma dinâmica familiar, uma planta doente,
uma empresa, uma tendência de mercado, um país. Sei que isso é uma
habilidade que todos estamos desenvolvendo. Na verdade, a sensibilidade que
nasce da capacidade de entrar em comunhão com a vida é o nosso meio mais
normal de conhecer as coisas. Quando conhecemos e interagimos por
intermédio de vibração expandida, de nível superior, o resultado é sempre
compreensão, apreço e compaixão. Estou contando essas coisas porque talvez
você, leitor, também possa conhecer outras pessoas de maneiras inexplicáveis
ou sinta um aumento da sensibilidade que o encha de informações e
percepções que não tem certeza de que são suas ou não. Quero tranquilizá-lo
de que sua sensibilidade pode tornar-se um trunfo incomparável para viver
neste mundo, fazer negócios ou alcançar a sabedoria. Além de aprofundar seu
saber, o trabalho com a força de sua vibração pessoal pode ajudá-lo a dissipar
seus medos e a ser mais amoroso, a promover uma verdadeira estabilidade,
ter relacionamentos melhores, tornar manifesta a vida que você precisa e quer
e acelerar seu crescimento espiritual.
Como este livro me sugeriu seu título
Adoro a sincronicidade porque as experiências de alinhamento são divertidas
e reconfortantes, e elas chamam-me a atenção para a ação de uma força
superior que coordena a vida. Embora a ciência nos diga que a coincidência é
normal 20% do tempo, continuo prestando atenção a prenúncios e sinais. No
caso da criação deste livro, recebi um sinal que foi direto ao meu coração e
demonstrou os princípios sobre os quais escreveria.
Meu pai morava sozinho na Flórida, a quase 2 mil quilômetros de mim, e
tinha muitas emoções conflitantes escondidas por trás de uma fachada
estoica. Ele nunca demonstrava muita efusão nem gostava de conversar sobre
o que realmente importava — por medo de perder o controle e virar um bobo
chorão, acho eu —, de modo que sempre me sentia um pouco tensa quando
estávamos juntos. Em 2000, ele morreu de repente, sentado em sua poltrona
após o jantar: seu coração parou. Um vizinho o descobriu quatro dias depois.
Mal pude acreditar que não tinha percebido que isso poderia acontecer, que
não tinha telefonado ou feito uma visita a ele antes. Talvez ele não quisesse
que ninguém interferisse na sua tranquila passagem e tenha impedido que eu
visse sua morte. Mas, mesmo assim, continuei me sentindo mal por não ter
estado lá com ele.
No dia em que ele morreu, eu estava escrevendo um livro sobre sonhos e
não conseguia me concentrar. Deixava o computador a todo momento e
andava pela casa, parando e olhando para o nada. O que eu estaria tentando
fazer? Por que meu fluxo criativo estava bloqueado? No início da tarde
resolvi desistir, sair um pouco e ir ao cinema. Eu não sabia o que estava em
cartaz, mas cheguei a tempo de assistir à sessão de um filme chamado Alta
Frequência, com Dennis Quaid e Jim Caviezel. Nesse filme, um filho
descobre que, graças a estranhas condições atmosféricas, pode falar com o
pai, já morto, por meio de seu rádio de ondas curtas. Comunicando-se desse
modo — encontrando uma frequência comum que atravessa tempo e
dimensões —, eles solucionam mistérios, curam antigas feridas e criam um
futuro melhor, no qual o pai não morre tão cedo. Calculei que estava
assistindo a esse filme enquanto meu próprio pai morria, e isso foi o mais
perto que cheguei de estar ao lado dele nesse momento. Desde então, esse
filme tem para mim uma carga emocional especialmente forte.
Corte para o presente. Estou esquematizando umas ideias para este livro, e
minha mente está cheia de possibilidades em termos de coesão, estrutura e
oportunidade. Como o chamarei? Encho as páginas de um caderno com uma
variedade de frases inteligentes e subtítulos que as modificam quando minha
mão — por si só — escreve FREQUÊNCIA, assim mesmo, em maiúsculas. Fiquei
encarando a palavra. Senti meu pai muito perto, ouvi sua risada, como se
estivesse esperando que eu entendesse a graça de uma de suas inúmeras
brincadeiras. Pensei: “Hum, talvez seja bom. Certo, talvez seja bom mesmo!
Não, é simples demais. Não, é o nome de um filme. Mas, sim, na verdade tem
a vibração certa”. Estremeci, parei um instante e percebi que havia acabado
de vivenciar a mesma frequência comum, que atravessa as dimensões entre a
vida e a assim chamada “morte”, que os personagens vivenciaram no filme. E
meu pai estava desfrutando imensamente das camadas de significados. Eu
havia acabado de vivenciar a força e a magia da frequência.
Não se pergunte do que o mundo precisa; pergunte-se que faz você despertar.
Então vá e acorde, pois o que o mundo precisa é de gente desperta.
Harold Whitman
Escrever este livro foi, por si só, um aprendizado para mim. Eu achava que
sabia sobre vibração e sensibilidade quando comecei, mas as informações e
insights que me vieram espontaneamente no curso da escrita foram muitas
vezes avassaladores. Foi muito divertido penetrar nesse corpo de
conhecimento e transformá-lo em palavras; na verdade, quanto mais o
explorava, mais alegre eu ficava. As visões e a compreensão da realidade
vindoura a que cheguei não são nem um pouco terríveis; são boas e
brilhantes. Dou-lhe as boas-vindas nesta fascinante investigação dos
potenciais que estão pacientemente aguardando dentro de você o momento de
ver a luz. O momento é este, e espero que você o desfrute ao máximo.
 
Penney Peirce 
Condado de Marin, Califórnia
T
1
NOSSA TRANSFORMAÇÃO 
É COMO A DA FÊNIX
Em cada ser vivo, há uma parte que quer se transformar nela mesma: o
girino, no sapo; a crisálida, na borboleta; o ser humano fragmentado, num ser
pleno. Isso é espiritualidade.
Ellen Bass
alvez você já tenha se sentido como se fosse um balão que está sendo
inflado com gás hélio. Ele fica cada vez maior, expandindo-se até
ficar imenso, e o gás continua entrando... Pare um minuto para tomar
consciência de tudo o que interessa, agrada e chateia. Depois inclua todas as
inovações, fatos novos e cotidianos, sensacionalismos e curiosidades que
existem no mundo. Em seguida, acrescente todas as opiniões, queixas,
hipocrisias, tragédias, dramas e medos. Sinta tudo isso dentro de você,
querendo ser conhecido, tentando romper os limites da tênue membrana que
mantém a existência de nossa realidade. Quanto espaço ainda existe ali?
Quanta pressão você consegue aguentar até que a sua realidade exploda?
Deve haver outro modo menos limitado de saber das coisas! Felizmente,
estamos no meio de um processo evolucionário cujo resultado final será
novos tipos de percepção, identidade e realidade totalmente livres de
restrições.
Existe uma boa razão para nos sentirmos 
animados e pressionados
Caso você queira entender plenamente a realidade energética emergente e sua
alta frequência e ilimitada percepção, é bom saber que há uma boa razão para
nos sentirmos abalados, ultrassensíveis ou desorientados. A realidade da Era
da Intuição será o resultado de um processo gradual, porém razoavelmente
rápido, de transformação pessoal e social. Ele pode nos expor a uma
experiência emocional e energeticamente muito difícil, mas no fim nos levará
a um destino impressionante que iremos adorar. E — sim — há um conjunto
de instruções que nos ajudarão a chegar lá. É crucial entender o processo de
transformação como um todo, caso não queiramos saltar de uma tendência
popular no pensamento para a última técnica energética e, nisso, perder de
vista componentes-chave que podem tornar essa experiência mais tranquila,
rápida e integrada.
Neste capítulo, quero fazer um resumo da jornadade transformação em que
embarcamos, para que você possa ter uma referência do que está acontecendo
conosco e com o mundo. Nos capítulos subsequentes, mergulharemos na
exploração da força da vibração pessoal para percorrer os estágios do
processo de transformação, para que você aprenda a desenvolver uma
sensibilidade saudável e consciente que beneficie tanto os outros quanto você
mesmo.
Estamos numa fase de transição entre uma era e outra, 
quando tudo é possível.
Václav Havel
Já faz anos que ouvimos falar de mudança de paradigma, salto quântico,
nova ordem mundial, ponto de virada, nova era e realidade holográfica no
mundo da física, dos negócios, da espiritualidade e até da política. Mesmo
Guerra nas Estrelas deu-nos uma imagem poderosa do “salto para o
hiperespaço”. Thomas Kuhn popularizou o conceito de mudança de
paradigma em 1962, definindo a evolução como “uma série de interlúdios
pacíficos pontuados por revoluções intelectualmente violentas” na qual “uma
visão conceitual do mundo é substituída por outra”. Então, basicamente, a
mudança de paradigma implica uma mudança em nossa forma de pensar a
vida que acarreta, por sua vez, uma mudança de comportamento. Lembremos
de como os avanços na agricultura mudaram as sociedades primitivas,
baseadas na coleta e na caça. Ou de como a invenção da imprensa libertou-
nos do domínio da igreja e da Idade das Trevas. O mesmo vale para os
computadores pessoais e a Internet, que tanto nos ajudaram a deixar de ser
isolados e locais para nos tornar cidadãos globais interconectados. Por mais
significativos que tenham sido, esses avanços situam-se no âmbito da
mudança. Acredito que o que está acontecendo hoje é mais que mudança;
estamos vivendo uma época de transformação. Qual é a diferença?
Mudança + Próxima dimensão = Transformação
Imagine uma mesa de jantar com copos, pratos e talheres, travessas de
comida, bebidas e um arranjo decorativo no centro. Agora misture essa
arrumação: coloque o saleiro dentro de uma taça de vinho, os guardanapos
sobre os pratos, a comida na toalha da mesa, em vez de nas travessas, quebre
a saladeira em pedaços e vire o arranjo de centro de cabeça para baixo.
Pronto! Temos mudança. Rearrumamos as coisas que existiam, criando novas
formas e relações, mas todas elas continuam existindo em cima da mesa em
tempo e espaço. Além disso, ainda há a percepção de que essas coisas estão
separadas umas das outras, sólidas e inertes.
Transformação, metamorfose ou transmutação é algo completamente
diferente. Essas palavras implicam uma mudança alquímica na natureza
básica de alguma coisa, a passagem de um estado de energia para outro, uma
mudança espantosa que ocorre miraculosamente, como se num passe de
mágica. A lenda da fênix exemplifica essa “morte” do eu comum pelo fogo
que transmuta e purifica (crescimento espiritual) e seu “renascimento” das
cinzas como uma criatura do ouro (luz e amor). Em nosso exemplo da mesa
de jantar, a água poderia passar para o estado gasoso e dar a impressão de ter
desaparecido, ou a mesa inteira poderia transmutar-se numa experiência de
seu sentido sublime — abundância ou amor entre os membros de uma família
— e deixar inteiramente de ser uma coisa física.
Estamos prestes a viver 
uma grande mudança de identidade
Imagine um ponto único flutuando no espaço e você é esse ponto. A vida não
tem dimensão nem movimento, e você praticamente não tem nenhuma noção
do eu. Agora imagine uma série de pontos que se reúnem como as contas de
um colar, até que seja atingida uma misteriosa massa crítica de percepção e
nasça uma nova realidade, chamada “a linha”. Você se funde inteiramente a
esse mundo novo, esquecendo sua identidade de ponto. Você se torna uma
“linha”. Você tem um eu expandido e vive num mundo de novas regras: há
um movimento oscilante de ida e vinda. Você é muito mais livre do que
quando era um ponto.
Quando minha identidade muda, a realidade
simultaneamente muda. 
Quando a realidade muda, minha identidade
simultaneamente muda.
Agora veja se consegue sentir o que ocorre quando uma série de linhas se
reúne e se acumula numa dimensão antes desconhecida, precipitando um
novo estado de percepção chamado “o plano”. Você esquece sua identidade
de linha; agora pode movimentar-se não só em duas, mas sim em quatro
direções, para qualquer lugar e até em curvas. A vida como “plano” lhe dá
muito mais opções, e você mal consegue lembrar seu antigo eu limitado.
Em seguida, tente sentir o que ocorre quando uma série de planos se reúne,
se empilha e se expande em uma outra dimensão, catalisando a realidade do
“cubo” tridimensional. Você esquece sua identidade de plano porque agora se
abriu para algo que parece um sem-fim de espaço e possibilidade. Seu mundo
contém tempo, espaço e matéria: objetos finitos e espaço vazio, um mundo
exterior e um mundo interior, passado, presente e futuro, e uma ideia de eu
baseada no que outros seres refletem para você. Isso lhe parece familiar? Esse
mundo “cúbico” tridimensional é onde vivemos agora, quem pensamos que
somos e o que definimos como normal.
Eis-nos aqui, seres tridimensionais um tanto insatisfeitos e extremamente
empolgados, aproximando-nos do momento do próximo salto evolucionário.
O que poderia transformar o mundo e nossa noção do eu? Provavelmente não
terá muita relação com computadores que funcionem em menos tempo nem
com viagens pelo espaço em espaçonaves tridimensionais. A transformação
de nosso mundo ocorrerá quando a dimensão seguinte em grandeza, a quarta,
integrar-se à realidade de nosso “cubo”. Podemos pensar na quarta dimensão
como o reino da alma, do espírito — mais uma experiência que um lugar —,
no qual tudo existe simultaneamente num campo unificado de energia e
percepção, onde tudo contém tudo o mais, tudo é conhecido e o “amor” é a
substância primária da qual tudo se cria.
Como será a realidade quando a terceira e a quarta dimensões se mescla-
rem? Aqui vai uma dica: não nos interessaremos pelo pensamento linear de
causa e efeito nem por formas angulares. Pensaremos em espirais, e a vida se
processará em ondas oscilantes. Pensaremos nos fractais e hologramas como
a base da consciência; não se pensará em distância, passado nem futuro. Na
nova realidade, a alma será a força suprema, a consciência da interpenetração
dos reinos visíveis e invisíveis será a coisa mais valiosa e tudo será possível.
Profecia inca sobre a próxima Idade do Ouro
No livro The Tenth Insight: An Experiential Guide, James Redfield e
Carol Adrienne citam Elizabeth Jenkins, diretora da Wiraqocha
Foundation: “Os profetas dos Andes, homens e mulheres santos, dizem
que o período entre 1993 e 2012 é crítico para a evolução da consciência
humana. Atingimos o ponto que eles chamam de ‘Era do Nosso
Reencontro com Nós Mesmos’. Os povos andinos acreditam que nós
faremos a transição do terceiro para o quarto nível de percepção durante
essa fase. O desafio consiste em livrar-nos dos medos coletivos e
reunirmos energia espiritual suficiente para que toda a humanidade possa
passar à consciência de quarto nível”.
Willaru Huayta, um mensageiro espiritual inca do Peru, afirma: “Os
filhos do Sol existem desde tempos imemoriais — desde a última Idade
do Ouro. Assim como o ano tem quatro estações, as quatro grandes eras
cósmicas se sucedem. Após a Idade do Ouro, veio a da Prata. Em
seguida, a do Bronze e, por fim, a do Ferro, que é a era atual, a qual
consiste nos últimos mil anos. Esta era metálica tem uma forte
característica materialista e tem sido uma era de trevas, já que as pessoas
se renderam ao egoísmo, usando as forças da Mãe Natureza de um modo
negativo. Trata-se de uma época de guerras, fria como o metal. [...]
Como um longo inverno, a Idade do Ferro está chegando ao fim agora.
Como a primavera, a nova Idade do Ouro está anunciando-se no mundo
inteiro.
“Precisamos voltar a conviver com a Natureza para chegar à
iluminação, para reconhecer as leis cósmicas e ver nosso corpo como um
templo. Cada ser humano é um Templo Sagrado. O altar desse templo é o
coração. O fogo do amor, um reflexoda luz maior, arde nesse altar. Essa
luz interior deve ser reconhecida, cuidada e venerada. Essa é a religião
dos filhos do Sol.”
É possível compreender a transformação 
— eis aqui a minissérie
Ao longo de vários anos de trabalho num plano nuclear, anímico, com as
pessoas, individualmente e em grupo, e de tentativas de compreender o
rápido crescimento interior que elas vivem, fui elaborando uma descrição
extremamente detalhada do processo da transformação. Para simplificar,
optei por dividi-lo aqui em nove fases. Porém, esse processo é bem fluido e
orgânico, e muitas vezes as fases misturam-se umas com as outras. Você
reconhecerá se já viveu total ou parcialmente cada estágio, ou se já tem
muitos ou apenas alguns dos sintomas que descrevo. Talvez você tenha
passado depressa por uma fase e ficado tempo extra em outra ou tenha ido e
vindo entre duas ou três fases durante um certo tempo. É possível inclusive
achar que já tinha concluído o processo e, de repente, perceber que foi
afetado por uma nova onda de energia de frequência ainda mais alta, e agora
percorrer o processo outra vez para acessar mais de sua alma — só que, desta
vez, com muito mais facilidade. O tempo que se leva para atravessar uma
fase não é fixo; o seu processo será seu exclusivamente, e as partes que têm
importância especial para você serão destacadas. Por fim, todos viverão o
processo da transformação porque ele está afetando todo o planeta. Quanto
mais consciente e proativo você for, mais fácil e rápido você passará pela
experiência.
Não importa que você não vá rápido, contanto que não pare.
Confúcio
Conhecer a lógica da progressão dos estágios nos ajuda a entender a vida e
os fatos. Devemos observar que cada etapa flui naturalmente para a seguinte,
e em cada uma temos uma opção: resistir à mudança ou confiar em que esse
fluxo nos levará a uma vida melhor. Se tentarmos contê-lo para manter o
antigo nível de conforto, atrasaremos o progresso, reforçando nosso medo e
criando tensão e agitação desnecessárias. Se tivermos certeza de que uma
lucidez superior dirige o fluxo e que o certo é viver as experiências de que
precisamos, a frequência de nosso corpo, de nossas emoções e de nossa
mente se elevará, permitindo que obtenhamos os benefícios de cada fase.
Agora, vamos familiarizar-nos com os nove estágios do processo de
transformação e analisar os possíveis sintomas com que cada um deles pode
manifestar-se em nossa vida e na sociedade. As primeiras fases do processo
dizem respeito à depuração de tudo aquilo que interfere na expressão da alma
e na experiência do amor ou os bloqueia. Isso significa que geralmente as
pessoas ficam incomodadas porque têm de encarar o medo e as coisas que
antes negavam. Felizmente, essas fases não duram para sempre! Há um
momento de virada, mais ou menos na metade do processo, quando a luz
irrompe e sentimos um profundo alívio. Depois disso, todos os sintomas
importunos desaparecem, e começamos a desabrochar como uma flor,
vivendo o nosso destino com alegria. O processo de transformação começa
quando:
1. O espírito se funde ao corpo, às emoções e à mente
O mundo físico, tridimensional, que julgamos ser a realidade começa a reagir
ao influxo de uma energia de alta frequência, como o aroma delicioso de
biscoitos assando no forno pode despertar uma criança que está dormindo. A
quarta dimensão, o nível de percepção que vem logo em seguida, está se
revelando. Alguns dizem que isso é decorrente de eventos cósmicos distantes
ou da passagem de um “campo de plasma” de energia cósmica por nossa
parte da Via Láctea. Qualquer que seja a causa, à medida que a frequência da
energia superior dessa dimensão mais espiritual “cair” e começar a permear
nossa vida, despertaremos e reagiremos, ansiando pelo mistério e “elevando”
a nossa própria frequência.
 
Estou animado e sei que a vida não é só isso! Quero algo melhor!
 
Percebemos que os limites entre o céu e a terra estão ficando mais tênues,
tornando-nos mais leves, acelerando a percepção e dando-nos a sensação de
que algo importante está à espera por trás de uma cortina. Tem início um
processo de interpenetração, que vem em ondas que gradualmente se
intensificam até a fusão final da terceira e da quarta dimensões. Enquanto
eleva os níveis de consciência e sensibilidade, vislumbramos o que está por
vir.
Um dos sintomas desse primeiro estágio é a ênfase na unidade entre mente
e corpo que vemos na psicologia, na medicina integrada, no atletismo e em
práticas espirituais como o yoga e a meditação. Quando mente e corpo
tornam-se um, o espírito — ou alma — se revela e, de repente, sabemos que
era ele que estava em tudo o tempo todo. Temos uma revelação do que
realmente é estar em um corpo como nosso corpo e da consciência de cada
célula. Então, imediatamente sabemos qual a reação instintiva do corpo a
qualquer situação e por quê. Entendemos que tudo o que é físico de algum
modo é consciente.
Podemos ficar interessados em frequentar grupos religiosos ou espirituais,
em espiritualizar aquilo que é mundano, em ter mais consciência, em
desenvolver a intuição, em sonhar intencionalmente, em descobrir um
propósito da nossa vida e a nos ligar a reinos “sobrenaturais” por meio de
círculos em plantações, orbes, mediunidade, misticismo religioso ou
experiências de quase-morte. Podemos também explorar as bases sob a
superfície da vida por meio da física, da astronomia, da microbiologia, da
oceanografia e da pesquisa genética ou nos interessar por lugares com
poderes energéticos ou segredos ocultos — coisas como antigos mistérios,
novos remédios, espécies extintas, elos perdidos na cadeia da vida ou
“civilizações” intraterrestres.
Muita gente começa agora a sentir a decantação de uma nova energia,
varando a densidade da consciência da massa. Essa energia impele o espírito
a encontrar liberdade de expressão e amplifica a voz do coração. Essa nova
energia planetária induz as pessoas a pensar mais no coração e seus
potenciais em todas as questões humanas.
Doc Childre
2. A frequência da vida aumenta de todos os modos,
em toda parte
À medida que a frequência espiritual penetra o mundo físico — que inclui
tanto o planeta quanto o próprio corpo —, ela satura também a mente e as
emoções. O corpo se acelera para adaptar-se à vibração mais alta, o que a
princípio perturba o nível de conforto. A energia de alta frequência ativa
emoções não só positivas, como também negativas, o que nos torna mais
consciente delas.
O coração pode bater mais forte ou em descompasso. É possível que
sintamos ondas de calor, não só porque o corpo está mais quente e mais
vibrante, mas também porque os sentimentos estão mais hiperestimulados,
expondo-nos a altos e baixos drásticos, além de descargas emocionais
imprevisíveis. É possível que fiquemos excepcionalmente sensíveis e
elétricos, como se expostos a uma pressão que não cedesse nunca. Veremos
nosso processo de “aquecimento” em paralelo ao aquecimento global. A
partir daí, será fácil ficar intolerante aos ruídos, às multidões, aos alérgenos, a
certos alimentos ou à mídia.
 
Sinto-me nervoso e inseguro. Tudo me incomoda. Meu corpo dói.
Estou cansado, mas não consigo dormir. Quero o que quero JÁ!
 
Haverá quem não consiga manter a concentração por períodos prolongados,
perca a memória de curto prazo e a motivação ou se sinta desorientado.
Fisicamente, talvez se sinta exausto, fique mais doente ou tenha mais dores
que de hábito. Além disso, talvez se sinta hiperativo, impaciente, irritável e
incapaz de relaxar. A insônia é comum, intercalada por fases de sono pesado.
Muita gente se refugia na própria mente, apegando-se à familiaridade da
lógica e ao desejo de acesso ilimitado à informação. É fácil tornar-se escravo
da gratificação imediata. Pode-se tentar fugir de um corpo incômodo ficando
distraído ou vivendo no mundo da fantasia, não se importando com os
problemas nem com a vida dos outros ou preocupando-se obsessivamente.
Pode haver um aumento das disfunções do corpo por “hiperatividade” da
frequência superior, como cânceres, vírus,febres, infecções, dermatoses,
alergias, ADHD (transtorno do déficit de atenção/hiperatividade) e distúrbios
nervosos.
Os efeitos positivos dessa fase, se deixarmos que a energia de alta
frequência flua e que o corpo se ajuste naturalmente, são uma maior
vitalidade e resistência, além de uma maior consciência, o que implica não
apenas sentimentos de frequência mais alta (amor, generosidade, felicidade,
entusiasmo), como também pensamentos e motivações de frequência mais
alta (inovação, criatividade, inspiração, perdão, serviço, cura). Então
ansiamos por saber mais, explorar os mistérios e vivenciar a alma.
Entendemos como o amor e o pensamento positivo podem curar e queremos
limpar o nosso corpo (perder peso, desintoxicar, rejuvenescer, exercitar, agir
com consciência e habilidade).
3. O subconsciente pessoal-coletivo se esvazia
À medida que a taxa vibratória das emoções e do corpo físico aumenta, os
bloqueios subconscientes — que são emoções de baixa frequência baseadas
no medo — não podem mais continuar armazenados e reprimidos. Não pode
haver baixas frequências num campo de percepção e energia de alta
frequência. Os bloqueios reagem como milho de pipoca ao calor: eles
explodem, saem dos seus esconderijos e vão para o seu consciente. E quando
isso acontece, as lembranças reprimidas vêm à tona e surgem dramas e
traumas pessoais, promovendo a reconstituição inconsciente de antigas
crenças na limitação e na negatividade. Enfrentamos a vergonha, o pesar, o
terror, o ódio e os cantos escuros da psique. É preciso empreender a jornada
do herói pelo mundo subterrâneo, penetrando o subconsciente e o
desconhecido para encontrar a compreensão. Naturalmente, isso provoca
muita resistência, e é preciso coragem. Nesse momento, é bom saber que
existem métodos comprovados para ir adiante; essa fase não dura para
sempre, e as coisas que estão aflorando não são o que somos.
O pessimismo e o pavor tendem a aumentar. Os sonhos e fantasias podem
tornar-se bastante intensos, até mesmo violentos e terríveis, e tudo o que
imaginarmos de pior pode acontecer. Sentimos que as coisas que estavam em
equilíbrio estão se desestabilizando, temos ansiedade e ataques de pânico, e
que vamos enlouquecer ou estamos sofrendo de algum distúrbio de
personalidade. Escândalos, tabus, abusos e esqueletos no armário vêm a
público. Sigilo e privacidade são coisas do passado. Talvez aconteçam
explosões — aneurismas, raiva no trânsito, abusos domésticos, atos de terror
e erupções vulcânicas — quando a tampa da panela de pressão for aberta. Ou
podem surgir dores crônicas à medida que as lembranças de abusos penosos
vierem à tona.
 
Estou aflito e tenho medo. A vida é intensa demais e não dá trégua.
Meus piores receios estão ganhando forma. Não consigo me controlar!
 
À medida que o subconsciente se abre como a caixa de Pandora,
observamos um aumento do pensamento dualístico, que só aceita uma
possibilidade ou outra. A crença no medo baseia-se na polaridade. Por
exemplo, “Se eu falar, serei punido, então devo ficar calado”. Vemos nesse
ponto muitas polaridades e as crenças e emoções que a elas se prendem: bom-
mau, dentro-fora, preto-branco, masculino-feminino, jovem-velho,
inteligente-burro, bonito-feio, vencedor-perdedor, vida-morte. Descobrimos
quanta força de vontade é necessária para manter os opostos separados, pois a
energia acelerada quer juntá-los para que fluam um para o outro e se
transformem um no outro, como no fluxo em forma de 8 do símbolo de yin-
yang. Quando isso acontece, vivenciamos o lado sombra a que tanto
resistíamos. Então, quando o fluxo da energia nos levar para o lado luz,
veremos como o escuro e o claro, em seus aspectos positivos, na verdade
levam energia um para o outro. Porém, inicialmente, a pressão do movimento
ressalta os bloqueios ao fluxo em forma de 8 — seus preconceitos, fixações e
resistências — que possam existir em nós.
Evidentemente, é mais fácil ver as fixações inconscientes quando
aparecerem nos outros e pensar que elas só existem neles: “Eu tenho de ficar
calado, de modo que você está agindo mal ao falar tanto e precisar de tanta
atenção”. Não conseguimos tolerar e queremos rejeitar as pessoas e as coisas
que achamos diferentes — em aparência, caráter, inteligência, capacidade ou
nível de energia. Talvez alguém se sinta intimidado, traído ou com inveja. É
possível que julguemos e culpemos a nós mesmos e aos demais, enredando-
nos numa cilada sem fim de polaridades como melhor-pior, atrativo-
repulsivo, agressivo-defensivo ou possessivo-desapegado.
Há um aumento da contestação, dos palavrões, das situações de
contraposição de “nós” a “eles” e da condenação. Os relacionamentos,
principalmente os que se baseiam na falta de honestidade e de comunicação,
têm problemas, atingem impasses e rompem-se pela culpa, pela crítica ou
pela recusa em mudar. Pode-se enfrentar um divórcio, conflito judicial,
problemas com vizinhos, divergências familiares ou fixação em encontrar a
alma gêmea perfeita. Essas coisas tornam-se mais visíveis: crimes por algum
tipo de intolerância, tortura, voyeurismo, indulgência em relação a tabus,
reality shows na TV, programas de detecção de crimes e perícias policiais,
críticas políticas partidárias, talk-shows com apresentadores cáusticos e
psicoterapia. Pode haver aumento dos males relacionados ao pânico e ao
caos, como a asma, a esquizofrenia, os distúrbios bipolares e fronteiriços e a
epilepsia.
O resultado positivo dessa fase, se deixarmos que a energia de frequência
mais alta flua e abordarmos com paciência e amor as situações que surgirem,
é que aprenderemos que não podemos evitar as polaridades de que não
gostamos, devendo permitir que todas as opções façam parte da vida.
Adotamos o conceito do “espelhamento”, segundo o qual o que está em um
de alguma forma também está no outro e vice-versa. Aprendemos a admitir
ambos os lados de qualquer polaridade, a ver como eles alimentam um ao
outro e a sentir como receber energia e informação de partes rejeitadas de nós
mesmos. Adquirimos uma maior conscientização acerca de “gatilhos”
emocionais que antes eram inconscientes.
Mesmo que você viva 100 anos, o tempo na verdade é curto. Então por que
não aproveitá-lo para viver esse processo de evolução, abrir a mente e o
coração, entrar em contato com a sua verdadeira natureza — em vez de
esmerar-se cada vez mais em fixar, agarrar, congelar, fechar?
Pema Chödrön
4. Você reforça suas trincheiras e fortalezas, resiste e
volta a reprimir
Justo quando parecia que íamos nos livrar do medo que guardamos há tantos
anos e curar de uma vez por todas as feridas emocionais, o ego — aquele
aspecto da mente que se baseia no medo e na autoproteção — aparece e grita:
“Eu não quero morrer!”. Ele luta para preservar os velhos modos difíceis,
porém familiares, e recusa-se veementemente a ceder o controle e confiar.
Mergulhamos nos velhos recursos da sobrevivência, seja lutando ou fugindo,
mas esses são comportamentos cuja eficácia começa a falhar.
 
Eu não preciso mudar!
Estou no meu próprio mundo e não estou errado!
 
Sendo batalhadora, a pessoa consegue comprar uma opulenta mansão ou
um carro que mais parece um tanque para sentir-se grande e invulnerável,
enfrentar o mundo com sistemas fixos de crenças e vício implacável no
trabalho ou toma litros de café bem forte. Pode defender a sua própria
personalidade, seu individualismo inflexível e seu patriotismo, tornando-se
mais arrogante, presunçosa, narcisista, furiosa ou até violenta. Talvez queira
ser famosa, poderosa ou rica, ostentar a opulência ou fazer cirurgia plástica.
Pode ser que busque segurança controlando o ambiente e as pessoas e,
quando perceber que não pode controlar tudo, talvez assuma uma atitude
rígida, cínica e sarcástica ou adote como lema a apatia e o desrespeito, agindo
como se fosse bacana fazer coisas impróprias, descorteses e amorais quando
bem entender. As estruturas patriarcais de poder, como o governo, as forças
armadas, o comércio e a religião, desesperada e engenhosamente influenciam
as pessoas e mantêmo controle por meio da sedução, da hipnose, de mentiras
deslavadas e da ampliação do medo.
 
As pessoas estão me deixando louco. Por que não somem de uma vez?
Sinto-me preso num conflito.
 
Se a pessoa for do tipo que evita os conflitos, pode tornar a reprimir as
ideias ameaçadoras, resistir à mudança, ansiar por segurança ou refugiar-se
num lar aconchegante, perfeitamente decorado e dotado de uma televisão
gigante ou no relacionamento com seus pais ou substitutos autoritários desses
pais. Talvez coma mais ou menos, engorde comendo alimentos calóricos que
aliviam a ansiedade ou fique anoréxica e anestesie-se com áudio e vídeo
injetados diretamente na cabeça por meio de engenhocas minúsculas. Talvez
finja que não há nenhum problema adotando uma persona alegre ou fuja para
uma nostalgia do passado, futuras tendências, fantasias de outros mundos ou
até apresente traços suicidas. Pode ser que ache que não tem mais nada a
fazer na terra e queira juntar-se a anjos ou extraterrestres. Acontece um
aumento das enfermidades ligadas à pouca atividade e à resistência, como
transtorno obsessivo-compulsivo, derrame, distúrbios ósseos, artrite, falência
de órgãos, dependência, depressão, diversos tipos de paralisia e síndromes de
exaustão.
O resultado positivo dessa fase é que a pessoa provavelmente terá avanços
repentinos em todas as áreas da vida, inclusive revelações que podem ajudá-
la a curar suas feridas. Os problemas decorrentes de uma infância difícil
podem até desaparecer, o isolamento pode dar lugar à cooperação abnegada e
as coisas que antes a faziam reagir com veemência agora mal a incomodam.
Ela vê através do caos em que os outros estão presos, não se deixa levar pela
sedução e descobre o próprio rumo com mais lucidez.
5. As antigas estruturas se desmancham e vão
abaixo
Mas não podemos resistir indefinidamente ao inevitável. Quando vive a
morte do ego no nível pessoal e social, muita gente entra em pânico, achando
que é o fim do mundo. No entanto, não é isso — é apenas a cobra que troca
de pele. O que realmente está acontecendo é que a maneira como nos
identificamos está mudando: estamos trocando uma noção limitada do eu por
outra bastante expandida. Se agirmos de modo a nos isolar, nos proteger,
controlar ou atacar, provocaremos repercussões negativas imediatas. Nesse
momento, vale a pena recorrer a um amigo, terapeuta, pastor, guru, programa
de ajuda ou aos anjos.
 
Preciso mudar porque nada está dando certo.
Tenho de ceder. Não sei quem sou!
 
À medida que aprendemos a depurar o passado baseado no medo, muitas
coisas que antes considerávamos importantes e tornavam a vida significativa
se tornam inúteis, até mesmo chatas, e nós as abandonamos. Os
relacionamentos que se baseiam na codependência acabam. Os antigos
métodos deixam de produzir resultados. Velhos hábitos morrem, e antigas
instituições perdem a eficácia e entram em colapso. Percebemos mais
mentiras, descrença, histórias vazias, oportunidades monótonas, gente sem
talento, arte sem arte e tentativas patéticas de encobrir fraquezas pessoais.
Talvez sintamos repulsa. As mais caras ideias, convicções e visão de mundo
não resistirão a um exame mais profundo. Ficaremos fartos de ouvir-nos
recitar a litania da nossa própria história e nos sentiremos restringidos por ela.
Caso nos apeguemos a pessoas, posses materiais, situações, ideias ou
hábitos, seremos obrigados a abrir mão deles. É possível que venhamos a
sofrer perdas financeiras drásticas, abramos falência ou percamos emprego,
casa, amigos, animais de estimação ou familiares. Talvez nesse momento
haja mais mortes em nossa vida que nunca. Os bem traçados planos podem
vir a mudar por circunstâncias além de nosso controle. Do mesmo modo,
todas as situações em que a sociedade age egoisticamente — políticos
dominadores, executivos que ganham fortunas, cultos a celebridades
privilegiadas ou proteção da igreja a padres pedófilos — devem acabar para
dar lugar a novos comportamentos de alta frequência.
Quando o superior flui para o inferior, 
transforma a natureza do inferior na do superior.
Mestre Eckhart
Quando as velhas formas começarem a dissolver-se, talvez sintamos
desilusão. Talvez nos restem poucas certezas quanto ao que somos, àquilo em
que podemos confiar ou à razão por estarmos aqui. Se os limites ficarem
indistintos, ficaremos expostos a invasões, seja de germes, parasitas,
alérgenos, amigos dominadores, ladrões, terroristas e entidades não físicas. É
possível que nos vejamos obrigados a parar, talvez sofrendo uma queda, um
acidente ou lesão. O corpo pode ficar suscetível a males relacionados à perda
do controle, como desmaios, diarreia, Parkinson, Alzheimer ou esclerose
múltipla. Outras questões que podem vir à tona são: quebras de bolsas de
valores, figuras públicas que caem em desgraça, teoria do caos, buracos
negros, morte e vida após a morte, Armagedon, reencarnação, transformação,
a jornada do herói, monstros e criaturas alheias a este mundo, fantasmas,
anjos, perdão, jejum e cura espiritual.
Como resultado positivo dessa fase, se renunciarmos às coisas de que não
precisamos, veremos que as regras exteriores não são tão necessárias, que
seremos dirigidos por algo íntimo e viveremos conforme princípios
universais de ordem e harmonia natural. Começaremos a orientar-nos sem
esforço por uma sabedoria própria, mais sublime. O fracasso das antigas
estruturas é o meio natural que a vida tem de nos preparar para um novo eu.
6. Você para, desiste e se entrega a um eu mais
verdadeiro
Finalmente chegamos a um ponto em que não precisamos mais lutar nem
brigar. Nada está funcionando. Talvez cheguemos ao fundo do poço ou um
momento misterioso de esclarecimento nos sacuda, revelando-nos a verdade
simples. Atingimos inteiramente o momento presente, a salvo de um ego
controlador. Não mais conseguimos fazer as coisas que antes funcionavam
muito bem e experimentamos pela primeira vez a verdadeira sensação da
vibração da alma: simplicidade, amplidão, quietude, liberdade e paz. Porém,
quando tivermos o primeiro contato com esse estado, podemos confundi-lo
com vazio. A mente talvez entre em pânico e pule fora, voltando à ocupação
e a ideias e comportamentos confortáveis. À medida que simplesmente
aceitarmos as coisas, sentiremos a profundidade do próprio ser, numa
experiência que se transforma em alívio, gratidão e, por fim, regozijo. De
repente, sabemos quem somos com todo o corpo! Entregamo-nos,
encontramos um centro verdadeiro, e a sensação é maravilhosa! Ego? Quem
precisa disso? Ficamos bem — ótimos, na verdade — simplesmente como
somos. Chegamos ao “fim do progresso”. Fazer mais não é a solução.
Então entramos num período de muito pouca motivação. A sensação é a de
estar no limbo; queremos ficar a sós ou em contato com a natureza, ou
questionamos metas e tudo o que fizemos até o momento, pois temos a
impressão de que nada é interessante ou adequado. Mas não nos sentimos
vítimas: temos uma atitude muito mais neutra, como se fôssemos um cientista
que observa uma forma estranha de vida. Concentramo-nos em aceitar-nos e
aceitar os outros e a vida incondicionalmente, procurando seguir a corrente e
confiar em tudo. Esse momento é de amadurecimento, quando nos
impregnamos da frequência da alma e recebemos sinais claros, apesar de
sutis, diretamente do seu âmago. Vale então a pena entrar mais no próprio
corpo, ativar a percepção sensorial e artística, apreciar a beleza e os prazeres
simples e agir de uma maneira que permita o envolvimento inocente de uma
criança.
 
Quando eu cedo, sinto-me bem! Sinto meu verdadeiro eu em toda parte e
o adoro! Na verdade, prefiro-o a qualquer outro e, a partir de agora,
recuso-me a sacrificar esta experiência seja pelo que for.
 
Nessa imobilidade relativa, percebemos que as prioridades, sistemas de
crença e moléculas estão se reorganizando: estamos nos “reenergizando”.
Reconhecemos os últimos resquícios do que não é verdadeiro na vida e
decidimos não participar do mundo senão com autenticidade. Talvez fique
óbvio que não nos encaixamos bemno resto da sociedade, mas devemos
resistir à pressão para retomar antigos hábitos.
É essencial encontrar uma “sensação autêntica” da alma — uma expe-
riência de uma frequência original ou vibração pessoal mais alta — para que
possamos sempre selecioná-la e recentrarmo-nos nela sempre que derivarmos
demais e ficarmos confusos. Falaremos mais a respeito disso e discutiremos
como fazê-lo no Capítulo 5. À medida que essa experiência de estar “em casa
no centro” se tornar rotineira, poderemos preferir o novo eu e a nova
realidade — esse é o momento crucial de virada em que escolhemos
intencionalmente quem desejamos ser e em que tipo de mundo desejamos
viver. Interessamo-nos por temas como o poder do momento presente, a lei
da atração, a meditação, a autenticidade, a alma, a prece, as dádivas, a
renovação, a busca da visão e todas as formas de prática espiritual.
O resultado positivo dessa fase é que, quando fazemos essa opção, a maré
vira e a vida, a saúde e a felicidade aumentam tremendamente. É perceptível
quanto nos sentimos física e emocionalmente melhor e como é mais fácil ser
criativo e bem-sucedido. Ficamos receptivos à percepção, lembramos de
verdades sobre nós mesmos há muito esquecidas e adquirimos uma profunda
compreensão, em geral de uma só vez. Trata-se apenas de praticar o novo
hábito de permanecer nessa frequência original e administrar o nível de
energia e percepção.
Os métodos do Criador agem por meio da mudança e da transformação, para
que cada coisa receba sua verdadeira natureza e destino e entre em acordo
permanente com a Grande Harmonia: é isso que vinga e persevera.
Alexander Pope
7. Você ressurge no mundo como uma fênix
Após o grande momento de virada da fase 6, não há mais perturbações a
nossa energia e percepção. A partir daí, o percurso é só “para cima”! Parte da
identificação com a vibração da alma é que a percepção muda do antigo para
o novo eu, e a vida se torna diferente. Agora, não é mais necessário usar de
força de vontade para que a vida funcione: dá para ver que está tudo
funcionando perfeitamente. Entendemos que estamos interligados a tudo e a
todos num estado de apoio e entrosamento, e que a vida nos ajuda a fazer e
ter tudo aquilo de que precisamos. Passamos a nos interessar pela realização
pessoal e pela responsabilidade por nós mesmos, “enchendo-nos de nós
próprios” no melhor sentido, e queremos uma criação inovadora do corpo,
mente e alma em conjunto.
 
Lembro-me da razão para estar aqui e quero tratar de cumpri-la! Estou
empolgado com meu destino! Consigo manter minha nova frequência,
mesmo quando as pessoas estão vibrando num nível inferior.
 
Quando encontramos pessoas que ainda não fizeram a transição, não temos
medo de que elas ajam como um balde de água fia e nos levem para baixo.
Em vez disso, assumimos o papel do mestre, curador ou mentor e usamos a
frequência mais alta para o bem de todos. Estamos confiantes, otimistas,
entusiasmados e inspirados. A inovação se faz sentir em toda parte. Estamos
motivados a reconhecer o nosso destino, a nos comprometer com ele e vivê-
lo, empenhando-nos em buscar o trabalho e a expressão pessoal para os quais
fomos criados, respeitando as tendências profundas presentes desde que
nascemos e eliminando todas as motivações motrizes para encontrar sem
esforço uma expressão natural. Agora uma das maiores prioridades será
desenvolver a intuição, manter o coração aberto e flexível e descobrir os
novos e surpreendentes rumos, locais e benfeitores que surgem quando o
medo está ausente. Receberemos apoio, mensagens, oportunidades e
milagres, e nos sentiremos dignos e estimulados.
A motivação mais verdadeira não é atingir metas, mas sim ser
multifacetado e viver tão entregue ao fluxo que poderemos até
metamorfosear-nos — ou seja, nos transformar em algo radicalmente
diferente — se a vida quiser nos levar a um outro rumo. Realizar metas torna-
se mais fácil e divertido, e o conceito de tempo muda completamente
enquanto passado e futuro desaparecem num presente cada vez mais
expandido.
Transformar significa literalmente ir além da sua forma.
Wayne Dyer
8. A experiência dos relacionamentos, da família e dos
grupos sofre uma revolução
Sentimos quanto o consciente individual e o consciente coletivo se inter-
penetram e sabemos que somos tanto um eu pessoal (eu) quanto um eu
coletivo (nós). Vemos como as pessoas afetam a vida umas das outras.
Queremos então ser responsáveis por nossos pensamentos e atos para ser
gentil com os outros. Não é mais preciso lembrar-se de praticar a Regra de
Ouro porque não praticá-la é penoso.
 
Posso usar o conhecimento de minha nova frequência para 
expandir meus relacionamentos exponencialmente! 
Os outros gostam de me ajudar, e eu, de ajudá-los!
 
Ficamos mais tolerantes e humanitários. Vemos semelhanças entre as
pessoas e consideramos as diferenças interessantes e valiosas. Agimos de
modo cooperativo por uma questão de companheirismo e afinidade, vemos
seus relacionamentos como aspectos de nós mesmos e conseguimos dar e
receber livremente conforme o fluxo. Isso tem um efeito tão profundo sobre a
noção de abundância e do que nos cabe que nos liberta e nos torna mais
imaginativos, criativos e produtivos, pois sabemos que contamos com ajuda e
que as pessoas também precisam de nossa ajuda.
Chegamos a uma nova compreensão da energia yin/receptiva e
yang/dinâmica e dos hemisférios direito e esquerdo do cérebro. Equilibramo-
nos, desenvolvendo igualmente o lado receptivo-intuitivo-fundamental e o
lado ativo-concentrado-criador, para que a percepção seja mais fluida,
criativa e sempre renovada. À medida que vamos compreendendo o
equilíbrio da percepção e energia yin e yang, traçamos paralelos entre essas
qualidades e as dinâmicas de gênero masculino-feminino nos
relacionamentos. Chegamos a uma nova percepção do que é possível nos
relacionamentos entre duas pessoas intimamente equilibradas, além de ver
novas possibilidades de comportamento para ambos os gêneros.
Saudação maia: “In La’kech” (pronúncia: ain la kesh). 
Em tradução literal, “Sou outro você”.
 
Ficamos mais calmos e compassivos no que se refere à formação e ao
término de relacionamentos, já que percebemos os desígnios das almas para
aproximar-se e separar-se. Muitas vezes nos sentiremos aturdidos pela
simples magnificência do amor. É possível que percebamos uma ampliação
das definições de casamento, família, trabalho em equipe, organizações e até
política internacional. Além de colaboração, polinização cruzada,
compartilhamento, troca de papéis e mudança na motivação do lucro, ocorre
uma proliferação de novas redes e parcerias e uma rápida globalização.
Sem esforço, somos autênticos e, ao mesmo tempo, podemos trabalhar com
a mente grupal fundida em qualquer equipe para chegar a respostas,
inovações e experiências sociais alegres de alta frequência, mais complexas e
completas. Aprendemos a modular a frequência pessoal conforme a de outras
pessoas, grupos, lugares, épocas e dimensões de percepção, aumentando
tremendamente a compreensão e sabedoria. Assim, podemos nos lançar a um
contato real com seres não físicos, conselhos espirituais, um grupo anímico e
pessoas que já morreram. Tornamo-nos exímios em habilidades antes
consideradas próprias de uma consciência paranormal ou sobrenatural que
exigem superação da distância e ressonância, como telepatia, teletransporte,
clarividência, cura espiritual e psicocinese (capacidade de mover objetos com
a ação da mente).
9. A iluminação se baseia em cada partícula da
matéria
Com a criação conjunta e a colaboração inspirada vêm a gratidão ilimitada e
a sabedoria compartilhada. O amor passa a ser realmente entendido como a
força da natureza que é coerente em todo o cosmos e capaz de realizar
milagres. Quando ajudar os outros é como preferimos usar a liberdade, todos
sentem um grande estímulo.
 
Sinto-me livre e sem limites! Posso ir e vir pelo tempo, espaço 
e até além se quiser. Posso criar qualquer coisa 
e saber qualquer coisa instantaneamente!
 
Pessoalmente, tomamos medidaspara agir sobre os impulsos do destino e
ficamos felizes como uma criança ao atingir resultados com base na
sabedoria da alma. Quando estamos no momento, no coração, no corpo e
ligado a todo o conhecimento, energia, recursos e colaboradores, entendemos
a força do campo unificado na materialização de suas visões. Descobrimos
como o processo de criação-materialização funciona e sentimos o campo
unificado como uma extensão do próprio corpo. Já que o mundo exterior não
está separado de nós, as visões, metas, recursos e resultados — aquilo que
costumava estar no futuro ou em outro lugar — estão no momento conosco e,
assim, podem se materializar e desmaterializar conforme o pensamento. A
vida não é só rápida; ela é instantânea. No entanto, não nos sentimos
pressionados. Sabemos trabalhar calmamente com o sistema de filtragem
natural do momento presente e as lentes do corpo e da mente consciente.
Vemos que o destino evolui com base na interconexão com outras almas e
seus destinos e descobrimos novas formas de planejar e atingir metas num
mundo fluido. O nascimento e a morte perdem o sentido e deixam de ser
grandes sinais de pontuação na vida; temos a experiência de ir e vir quando
queremos por meio da ascensão e descensão. O corpo torna-se muito mais
leve e transparente, e vivemos o céu na terra.
Experimente isto!
Onde você está nesse processo?
Analise cada estágio do processo de transformação e tome notas em seu
diário em relação aos seguintes aspectos:
Quais dos sintomas de cada estágio você teve?
Como você abreviou o processo ou resistiu a ele em cada estágio? Que
repercussões você observou?
Como você se rendeu ao fluxo e cooperou com ele em cada estágio? Que
benefícios você colheu?
Qual o máximo a que você chegou até agora no processo?
De que modo você acha que pode estar impedindo sua própria passagem
para a fase seguinte de crescimento?
Em que ponto do processo de transformação estão as pessoas com quem
você se relaciona mais de perto? Sabendo disso, de que modo você acha
que pode entendê-las melhor e ser mais compassivo com elas?
De que modo você vê as diversas fases do processo de transformação se
manifestarem em fatos da atualidade ou no cenário mundial?
A transformação pessoal pode ter e tem efeitos globais. À medida que vamos
em frente, o mundo faz o mesmo, pois o mundo somos nós. A revolução que
salvará o mundo será, em última análise, uma revolução pessoal.
Marianne Williamson
Só para recapitular...
Você está começando a ver a vida como energia e percepção. Isso o deixa
ultrassensível e consciente da vibração, pois você está prestes a tornar-se uma
pessoa de alta frequência, a transformar sua personalidade e seu corpo
relativamente denso em nada menos que sua alma, inteiramente saturada em
tempo, espaço e matéria. Juntamente com tudo e todo mundo que há neste
planeta, você está evoluindo ao longo de nove fases de crescimento
destinadas a conseguir elevar sua vibração à quarta dimensão — onde o
espírito e a matéria se fundem — sem para isso precisar morrer. A princípio,
esse processo pode levá-lo a sentir-se desorientado, receoso ou incomodado.
Mas, se esforçar-se conscientemente para aperfeiçoar sua sensibilidade e
escolher a vibração de sua alma, você flutuará pelo processo de
transformação como uma folha levada pela correnteza de um rio que sabe
para onde está indo. As fases são:
 
1. O espírito se funde ao corpo, às emoções e à mente
2. A frequência da vida aumenta de todos os modos, em toda parte
3. O subconsciente pessoal-coletivo se esvazia
4. Você reforça suas trincheiras e fortalezas, resiste e volta a reprimir
5. As antigas estruturas se desmancham e vão abaixo
6. Você para, desiste e se entrega a seu eu mais verdadeiro
7. Você ressurge no mundo como uma fênix
8. A experiência dos relacionamentos, da família e dos grupos sofre uma
revolução
9. A iluminação se baseia em cada partícula da matéria
Mensagem da frequência original
Como explico na seção Ao leitor, incluí estes trechos inspiradores ao fim de
cada capítulo para que você troque sua forma normal, rápida, de leitura por
uma experiência direta de um tipo mais profundo. Por meio dessas
mensagens, você pode mudar intencionalmente sua vibração pessoal.
A mensagem da página seguinte destina-se a transportá-lo a uma forma de
conhecer o mundo que se aproxima daquela com que você experimentará a
vida na Era da Intuição. Para entrar na mensagem da frequência original,
basta adotar um ritmo mais lento, menos apressado. Inspire e expire
lentamente uma vez e fique o mais calmo e imóvel que puder. Deixe que sua
mente fique suave e receptiva. Abra sua intuição e prepare-se para intuir a
linguagem. Veja se consegue experimentar as sensações e realidades mais
profundas que ganham vida à medida que você ler.
Sua experiência pode ganhar uma maior dimensão, a depender da atenção
que você investir nas frases. Concentre-se em poucas palavras de cada vez,
faça uma pausa nos sinais de pontuação e “fique com” a inteligência que está
dando a mensagem — ao vivo, agora mesmo — a você. Você pode dizer as
palavras em voz alta ou fechar os olhos e escutá-las na leitura de outra pessoa
para ver que efeito têm sobre você.
COMECE ESTANDO PRESENTE
Só seja: neste exato lugar, neste exato momento. Escute o silêncio. Sinta o alívio. Não existe outro
lugar, nenhum lugar para ir. Você está cercado por uma vastidão, e esse espaço é: consciência. Ela se
infiltra em você — é sua própria presença refinada, seu próximo nível do eu, a presença do Divino. A
consciência contém tudo o que você já conheceu, foi e será, e tudo o que todas as pessoas foram e
serão. Você está centrado no coração aberto do Amor, em um vasto campo de Verdade. Aqui você é
verdadeiro; aqui você nasce continuamente. Não há nada que você tenha que fazer. Sinta como a
consciência onisciente, oniamorosa, oniapoiadora o envolve. Ela jamais o abandonará. Você está em
segurança.
Aqui você tem energia e imaginação infinitas. Se surgir um pensamento, ele não é seu — você só
está se apercebendo das coisas que estão flutuando ao redor e, se elas forem interessantes, você as
detém por um instante. Você pode identificar-se com elas, deixá-las ir ou insuflar-lhes energia, dar-lhes
forma e depois deixá-las ir. Não há nada certo a fazer, só criatividade, só diversão — é apenas sua alma
se expressando. Portanto, entre no momento, seja maleável. Deixe que as realidades venham e vão. Sua
energia e consciência irradiam através e além de sua pele, não param de sair, e você não termina;
simplesmente descobre diferentes tipos e padrões de conhecer. Quando os inclui em si e mescla-se a
eles, você se vê de novas maneiras. Você está em todas as coisas e todas as coisas estão em você. Tudo
o que se quiser dar a conhecer ou criar simplesmente aparece em você como uma ideia ou se expressa
por seu intermédio como um ato. Você não pode fazer nada acontecer: tudo está acontecendo.
Quando deixar essa experiência e o momento, você se sentirá separado do resto da vida. E ficará
triste, pois estará sentindo falta de si mesmo. Você sentirá falta da experiência da expressão de sua
própria alma por meio de seu corpo, iluminando-o, dando-lhe vida e alegria — a simples alegria de ser.
Você tampouco verá o eu que ama nos outros, e vai sofrer. Enquanto isso, no centro de tudo, no centro
da consciência que permeia o mundo inteiro, sempre existe: aquilo que você busca. Lá está sua
resposta: a tudo, dada livremente, só esperando que você volte a ela. Nesse momento: a resposta, a
resposta certa para você, neste exato momento.
V
2
VIVENDO ENTRE 
AS FREQUÊNCIAS
O universo é mais como música do que como matéria.
Donald Hatch Andrews
ocê já imaginou, enquanto está dirigindo seu carro ou tomando um
café, quantas ondas e vibrações invisíveis estão se entrecruzando
pelo espaço a seu redor? Você tem consciência dos programas de
rádio e conversas telefônicas que zunem por seus ouvidos sem ser
detectados? Ou dos campos de “poluição” eletromagnética que encontrou
hoje? E que dizer das dores físicas e disposições emocionaisdas pessoas que
nos cercam? Tanto movimento e informação invisíveis são transmitidos!
Outro dia, deixei a mesa do computador depois de escrever por horas e,
quando fui até a cozinha, senti o momento exato em que saí do campo
eletromagnético do computador, que se estendia por quase três metros. Eu
nunca tinha percebido isso antes. A vibração da cozinha já era mais tranquila.
Porém, quando saí para o jardim pela porta dos fundos, a vibração era ainda
mais suave e relaxante. Percebi, depois de ter passado a maior parte do dia no
campo de força do computador, que havia desenvolvido uma espécie de
coerência com aquela vibração sutil, irritável mesmo — tão diferente do tom
mais refinado do meu corpo. E percebi imediatamente por que tinha tido tanta
dificuldade em pegar no sono desde o mês anterior até aquele momento.
Sentir as ondas e classificar 
as vibrações são as próximas grandes habilidades
À medida que nos tornarmos mais sensíveis, provavelmente também
começaremos a sentir os campos de eletricidade e magnetismo, a discriminar
novas energias que perturbam ou acalmam, ou a perceber que o estranho a
seu lado está prestes a se casar ou a ficar doente. E o mais importante é que
podemos receber essas informações diretamente das frequências: não é
preciso rádio. Essa sensibilidade direta e ampliada é uma capacidade
relativamente nova que está surgindo, sem nenhuma preparação ou
treinamento prévio. Ela pode nos desorientar quando percebemos que
estamos começando a saber coisas que não sabíamos que podíamos saber. Na
verdade, não sabemos direito como estamos fazendo isso.
Brevemente, conseguiremos captar muito mais influências sutis na vida.
Sentiremos os campos de vibração em que entramos e saíamos,
distinguiremos os que são saudáveis dos que são prejudiciais e saberemos
quando as pessoas estão sendo sinceras ou não. Sentiremos a “onda de um
acontecimento” começando a nos afetar antes que ele ocorra e quando uma
onda de energia mudar de frequência e precisamos nos adaptar para continuar
sintonizados. O corpo nos dirá quando uma coisa não vai dar certo, quando
uma orientação bater à nossa porta ou quando surgirem problemas a distância
e alguém precisar de ajuda. Com a ampliação da sensibilidade, será possível
classificar as vibrações que vêm de várias fontes para saber quais são
verdadeiras e processáveis, além de irradiar vibrações intencionais para
atingir metas específicas.
Deve haver quem já faça muitas dessas coisas sem percepção consciente,
mas trabalhar intencionalmente, de maneira detalhada, com os princípios das
ondas, ciclos, espectros e campos será uma grande parte de um novo conjunto
de habilidades. Cultivaremos a capacidade de sentir o que a energia está
fazendo e de sermos fluidos o bastante para nos adaptar a fluxos e ritmos
mutáveis sem perder o centro. Sempre é importante primeiro aprender as
variáveis do jogo que se está jogando, depois dominar as jogadas e, por fim,
soltar-se para jogar da melhor maneira possível. Neste caso, por
pretendermos nos tornar peritos em energia e consciência, precisamos nos
familiarizar com os tipos de frequência que estão fora e dentro de nós, já que
eles constituem as variáveis de nosso jogo.
O mundo não para nunca; até mesmo seu silêncio ressoa eternamente com as
mesmas notas, em vibrações que nos escapam ao ouvido.
Albert Camus
Quando contei a um colega que trabalha com líderes do governo, do mundo
corporativo e da inovação que estava escrevendo um livro, ele disse: “Espero
que você não use o termo ‘vibrações’ a torto e a direito, como se fosse uma
espécie de jargão da Nova Era. Parece que atualmente ninguém está
fundamentando as ideias na realidade física”. Levei isso a sério, de modo
que, neste capítulo, quero fazer um resumo das mais importantes vibrações e
espectros “reais” de energia que nos afetam — não porque tenhamos de virar
físico ou engenheiro elétrico, mas porque desejo que nos imaginemos e
sintamos como se fôssemos um ser poroso, vibracional, fundido num vasto
campo de vibrações. Não somos blocos sólidos de rocha num planeta, mas
sim um agrupamento de energias que penetram e são penetradas por milhões
de outras energias. Também é preciso entender que as energias físicas, como
o espectro eletromagnético, o som e o calor, têm paralelos num espectro de
consciência superior, que contém diferentes frequências de percepção. Nos
capítulos subsequentes, aprenderemos a trabalhar com os princípios das
ondas e campos para nos tornarmos mais conscientemente sensíveis, mas
agora nos voltaremos para o mar de frequências em que vivemos. Enquanto
faço uma colagem rápida de alguns dos domínios de frequências, será
possível ver de que modo eles se encaixam e se sobrepõem, como nos afetam,
como podemos ser mais sensíveis a eles ou como desenvolvê-los e usá-los
para criar uma vida mais plena.
Fora de você, o mundo está vibrando
Albert Einstein deu-nos uma grande verdade: E = mc². Lembro-me
perfeitamente do momento em que li isso numa aula de física quando era
criança — a ideia de que a massa ou matéria poderia de fato ser energia
muito lenta, compactada, armazenada; de que matéria e energia eram versões
uma da outra. Foi uma leitura que fez minha mente apitar como um jogo de
fliperama ao marcar pontos. Uma rocha é energia, um biscoito é energia, um
pedaço de lenha na lareira é energia, meu corpo é energia, eu sou energia!
Tudo está se movendo em diferentes velocidades, e a matéria pode se
converter em formas mais ou menos ativas de energia — a água, em vapor ou
gelo, por exemplo. Então, em que eu poderia converter-me?
Na escola, aprendemos que no interior de objetos aparentemente sólidos
existem universos de moléculas e partículas atômicas que vibram, giram e
orbitam. E dentro dessas partículas há partículas subatômicas ainda menores.
Agora, a mecânica quântica revela que essas minúsculas partículas de matéria
são também ondas de energia, que tanto a matéria quanto a energia podem
funcionar como partícula ou onda. Em outras palavras, os dois estados, como
indicou Einstein, de fato transformam-se um no outro. E, além disso, se
procuramos uma partícula, a partícula-onda (wavicle ou entidade quântica
como, por exemplo, um fóton, elétron ou nêutron) torna-se uma partícula; se
procuramos uma onda, ela torna-se uma onda. Primeiro, isso aponta para o
fato de não estarmos separados do mundo que observamos e definimos como
fora de nós. A percepção determina a forma da realidade.
Um átomo não é uma coisa.
Werner Heisenberg
Segundo, energia e matéria não existem juntas na realidade, mas sim só em
probabilidade. Se medirmos a posição de uma partícula, não podemos
determinar seu momentum e, se encontrarmos seu movimento de onda, a
posição se torna imprecisa. Assim, as entidades quânticas são mais coisas que
poderiam ser ou acontecer que coisas que são. O resultado é que uma
entidade quântica existe em múltiplas realidades possíveis, chamadas de
superposições. Assim que é feita uma observação ou medição, a superposição
torna-se uma realidade de fato, ou seja, a função de onda “colapsa”. O muito
se torna um. Qualquer momento dado contém futuros ilimitados que podem
tornar-se reais. A realidade que ocorre é aquela a que prestamos atenção.
Agora, eis aqui o inesperado: conforme a teoria dos muitos mundos da
física, nosso mundo se divide, no plano quântico, em inúmeros mundos reais,
desconhecidos um do outro, nos quais uma onda, em vez de colapsar ou con-
densar-se numa determinada forma, evolui, abraçando todas as possibilidades
que tem em si. Todas as realidades e desfechos existem simultaneamente,
mas não interferem um com o outro. Isso dá uma certa base ao conceito
metafísico de vidas passadas e vidas paralelas, segundo o qual, para
qualquer curso de ação que escolhamos, existem dezenas de outros “nós”
vivendo diferentes versões de nossa alma. Tudo isso nos leva a pensar: por
que pensamos que somos tão sólidos e finitos, que os milagres são
impossíveis ou que a mudança radical é alheia à nossa natureza essencial?
A nova fórmula da física descreve osseres humanos como seres paradoxais
que possuem dois aspectos complementares: apresentam propriedades de
objetos newtonianos e também campos infinitos de consciência.
Stanislav Grof
Vivemos num mundo de ondas
Das partículas-ondas nucleares da matéria ao nascer e ao pôr do sol, às fre-
quências invisíveis que transportam informações, o mundo à nossa volta
oscila, balançando-se para dentro e para fora, para diante e para trás. Talvez,
quando vemos a vida como um aglomerado de partículas, ela se congele em
matéria e fato sólidos, e quando a vemos como uma série de ondas, ela se
dissolva num oceano de energia e potencial. Agora a vemos e, no instante
seguinte, não a vemos mais até que — surpresa! — ela aparece novamente.
Certamente, a ciência nos baseou na realidade de que nosso mundo físico
exterior é vibracional (ou seja, composto por um amplo espectro de energias,
algumas das quais percebemos, mas que são, em sua maioria,
imperceptíveis). Sabemos que a energia se move em ondas, que estas podem
ter uma ampla gama de amplitudes (intensidades) e frequências
(velocidades), o que lhes confere características e comportamentos únicos.
Sabemos também que as ondas de energia viajam por intermédio de um meio,
ou campo, como o ar, a água ou até mesmo a percepção.
Nosso espectro eletromagnético, a medição de uma das quatro forças
básicas da física (eletromagnética, fraca, forte e gravitacional), contém ondas
de 100 mil quilômetros até ondas que são uma fração do tamanho de um
átomo. Nossa linguagem mal consegue descrevê-lo; esboçamos uma frágil
tentativa — assim como poderíamos descrever o tamanho de nosso café com
leite, rotulando as faixas de frequência apenas do espectro das ondas de rádio
como extremamente baixas, superbaixas, ultrabaixas, muito baixas, baixas,
médias, altas, muito altas, ultra-altas, superaltas e extremamente altas. Na
verdade, a radiação eletromagnética pode ser dividida em oitavas — assim
como as ondas sonoras —, o que dá um total de 81 oitavas.
O extremo de baixa frequência do espectro vai das ondas de rádio, micro-
ondas, radiação de tera-hertz (raios T), radiação infravermelha, espectro da
luz visível, radiação ultravioleta e raios x até, finalmente, aos raios gama.
Para quem não está muito familiarizado com a função de todas essas
vibrações, aqui vão algumas informações interessantes.
As ondas de rádio são usadas para transmissão de dados via televisão,
rádio, rádio de micro-ondas, telefones celulares, imagens por ressonância
magnética e redes sem fio.
As micro-ondas podem fazer certas moléculas dos líquidos absorverem
energia e se aquecerem, como no caso dos fornos de micro-ondas, enquanto
as micro-ondas de baixa intensidade são usadas nas tecnologias Wi-Fi.
A radiação de tera-hertz é usada na criação de imagens e nas
comunicações, principalmente pelas Forças Armadas, já que pode penetrar
numa ampla gama de materiais não condutores.
 
Onda de baixa frequência
Onda de alta frequência
As ondas eletromagnéticas de baixa frequência têm comprimento
de onda longo e baixa energia, ao passo que as ondas
eletromagnéticas de alta frequência têm comprimento de onda
curto e alta energia.
 
A radiação infravermelha é usada na astronomia e nas tecnologias de
visão noturna/imagens térmicas, já que os objetos quentes têm forte radiação
nessa faixa.
O espectro da luz visível (arco-íris) é a faixa em que o Sol e as estrelas
emitem a maior parte de sua radiação, a qual corresponde ao nosso mundo da
visão — embora os pássaros, insetos, peixes, répteis e alguns mamíferos,
como os morcegos, possam ver a luz ultravioleta.
A radiação ultravioleta tem alto índice de energia e pode romper ligações
químicas, tornando as moléculas excepcionalmente reativas ou ionizando-as.
A queimadura de sol, por exemplo, é causada pelas perturbações que a
radiação UV provoca sobre as células da pele.
Os raios X atravessam a maioria das substâncias, o que os torna úteis na
medicina e na indústria, como na radiografia e na cristalografia. Eles também
são emitidos por estrelas e nebulosas e, portanto, são usados na astronomia e
na física de alta energia.
Os raios gama são produzidos pela interação de partículas subatômicas e
na verdade são fótons de alta energia. Eles têm grande poder de penetração e
podem causar graves danos quando absorvidos por células vivas.
Eis aqui como se apresenta o espectro eletromagnético em sua totalidade:
O espectro eletromagnético
As energias físicas do espectro eletromagnético que conhecemos
vão das ondas de rádio aos raios gama. Apenas uma parte ínfima é
perceptível por nós por meio dos sentidos.
 
Além disso, existem duas outras vibrações não relacionadas ao espectro
eletromagnético com as quais lidamos no dia a dia.
O som, curiosamente, não é uma parte audível da faixa de frequência das
ondas de rádio. O som consiste em uma série de ondas de compressão que
viajam pela matéria, criadas pela vibração para diante e para trás de um
objeto, como um alto-falante. As ondas são percebidas quando fazem um
detector — como o tímpano — vibrar. Todo som cujo tom ouvimos como
grave ou agudo é composto de ondas regulares, espaçadas de maneira
uniforme, de moléculas de ar ou água.
A temperatura também não está relacionada ao espectro eletromagnético.
O calor que um objeto tem é determinado pela velocidade com que suas
moléculas se movem, o que, por sua vez, depende de quanta energia existe
em seu sistema. Mesmo os objetos muito frios têm alguma energia térmica
porque seus átomos continuam em movimento.
Conhecer a mecânica da onda é conhecer todo o segredo da Natureza.
Walter Russell
A própria Terra está vibrando
Outras vibrações exteriores a nós vêm da própria Terra. Há indícios cada vez
maiores de que as vibrações dentro do “corpo” da Terra influenciam o nosso
corpo. É notório que a fertilidade de várias espécies está programada para
coordenar-se com as estações, as marés e os ciclos de luz e escuridão, que na
verdade são vibrações, ou ciclos de onda lentos. O dr. Joseph Kirschvink, do
California Institute of Technology, descobriu que as abelhas, as aves
migratórias, os pombos-correio, as baleias e até os seres humanos são capazes
de sintetizar cristais de magnetita, um mineral fortemente magnético, em seu
tecido cerebral. Esses cristais, que tanto reagem aos campos magnéticos da
Terra, podem agir como bússolas internas. Na verdade, os cristais
encontrados no tecido cerebral humano são extremamente semelhantes aos
cristais que certas bactérias usam para distinguir acima de abaixo. Kirschvink
afirma que as baleias usam um sistema sensorial magnético, com base nos
ângulos e na intensidade de campos magnéticos do fundo do oceano como
mapas, e tendem a encalhar quando há alguma anomalia geomagnética. A
maneira como nós podemos estar vinculados a mudanças nos campos
magnéticos da Terra por meio da magnetita de nosso tecido cerebral ainda
não foi demonstrada.
Gregg Braden, ex-projetista de sistemas de computador e geólogo, fez
pesquisas fascinantes sobre os ciclos geofísicos da Terra, que têm se repetido
ao longo da história e sido descritos por culturas anteriores à nossa. Braden
estudou a frequência ressonante básica da Terra, chamada de ressonância de
Schumann, ou RS. Segundo ele, há décadas o valor medido era de 7,8 ciclos
por segundo, o qual se pensava ser uma constante. Relatórios recentes
mostram que agora a taxa é de 8,6 e está aumentando. Braden afirma ainda
que, enquanto a “frequência cardíaca” da Terra está subindo, seu campo
magnético está caindo. Segundo alguns pesquisadores, o campo perdeu
metade de sua intensidade nos últimos 4 mil anos, e isso pode implicar uma
situação que leve a uma mudança nos polos magnéticos. Atualmente há
relatórios de anomalias magnéticas, captadas por bússolas, que variam entre
15 e 20 graus de desvio do norte magnético. Braden, que liga as mudanças de
frequência da Terra a nossa própria vibração celular e a mudanças de DNA
talvez evolucionárias, diz que, com o campo magnético mais fraco e a
frequência de base mais rápida, os velhospadrões emocionais e mentais
ficam menos fechados, permitindo-nos acesso mais fácil a estados superiores
de consciência. Ele afirma que, como a Terra, nós estamos nos acelerando
rumo a uma mudança de energia e de percepção.
Não temos de ir a lugar nenhum. Estamos vivendo numa câmara de iniciação
global, com a ocorrência dessas condições geofísicas numa escala mundial.
É como se a própria Terra estivesse 
nos preparando para o próximo estágio da evolução.
Gregg Braden
Dentro de você também há um mundo de vibração
Então, não apenas vivemos num mundo que oscila entre forma e não forma,
em que inúmeras realidades potenciais estão evoluindo simultaneamente,
tudo vibra e ondas de energia viajam em todas as direções, mas também
estamos vibrando dentro do corpo, no microcosmo da vida pessoal. Se nos
concentrarmos no interior de nosso corpo, o que percebemos? O que está se
movendo? A primeira oscilação é a onda da respiração: inspirando ar puro,
transferindo o oxigênio dos pulmões para o sangue, transferindo o dióxido de
carbono e as impurezas do sangue para os pulmões e para fora com a
expiração. Em seguida, talvez percebamos que o coração está bombeando o
sangue para fora, pelas artérias, e para dentro, pelas veias, para fora e para
dentro, para fora e para dentro. Mais concentrados, e a vibração alta seguinte
que encontraremos é o zumbido elétrico do cérebro e nervos, à medida que as
cargas vão sendo transmitidas pelas sinapses. É possível que a sintamos como
um formigamento.
À medida que nos aprofundarmos, descobriremos até mesmo a vibração
mais sutil dos neurotransmissores e processos bioquímicos enquanto
trabalham nas células. Abaixo disso, será possível sentir a vibração das
próprias células. Abaixo da vibração celular, talvez sintamos a vibração das
moléculas e átomos e, finalmente, as “entidades quânticas”. Ao imaginar essa
descida pelas vibrações até o âmago do corpo, passaremos da baixa
frequência (respiração e coração) à alta frequência (moléculas e átomos). Ao
entrar num átomo e ser atraído até a última partícula, provavelmente
sentiremos que ela vai se transformando misteriosamente numa onda de
energia, libertando-nos de tempo e espaço. Nessa liberação, haverá uma
experiência que a física ainda não pode descrever. É o que acontece quando a
energia se torna percepção.
Experimente isto! 
Viagem pelas vibrações de seu corpo
1. Sente-se confortavelmente, com a palma das mãos sobre as coxas, a
cabeça reta e a respiração regular. Concentre-se inteiramente no
momento presente e dentro de sua pele. O que você percebe? O que está
se movendo? Talvez seja uma espécie de transbordamento, balançando,
contorcendo-se, zunindo ou zumbindo. Acompanhe a vitalidade e a
atividade de seu corpo enquanto ele cuida de se manter vivo. Sinta o
quanto é grato por seu corpo e pela vida.
2. Em seguida, observe o ciclo de sua respiração. Acompanhe esse trajeto
do ar desde a entrada, ao levar ar puro para os pulmões e quando o ar sai
lentamente, retirando as impurezas de seu corpo. Ao final da expiração,
sinta-o fluir novamente para dentro. Acompanhe o movimento da onda,
fundindo-se com o fluxo, deixando que ele ocorra sem esforço.
3. Em seguida, preste atenção ao bater de seu coração e à frequência nos
diversos locais de seu corpo. A vibração é um pouco mais rápida que a
da sua respiração. Funda-se com sua pulsação cardíaca, sentindo o
coração bombear e liberar o sangue.
4. Em seguida, sinta o zumbido elétrico de seus nervos. Essa vibração é
ainda mais rápida e de frequência mais alta que a da sua pulsação
cardíaca. Perscrute seu corpo, observando o formigamento em toda parte.
5. À medida que for se aprofundando, veja se consegue sentir a vibração
dos neurotransmissores e processos bioquímicos de seu corpo, enquanto
importantes químicos e nutrientes são levados para dentro e para fora de
suas células.
6. Agora concentre-se na vibração de um bloco de células de qualquer parte
de seu corpo. Imagine que o vê ao microscópio. Você consegue senti-los
balançar-se com sua sutil vibração? Detenha-se em uma única célula.
7. Deixe-se levar até chegar a uma das moléculas que compõem essa célula.
Aqui você perceberá uma vibração extremamente refinada, que é a de um
dos elementos básicos que a compõem, como o hidrogênio ou o carbono.
8. Em seguida, desça pela molécula até chegar a um átomo e sinta a
impressionante força vital que ele contém em si. Você está chegando a
uma vibração muito rápida, de alta frequência.
9. Finalmente, deixe-se levar até uma das “entidades quânticas”, as
minúsculas partículas-ondas que existem dentro do átomo. Enquanto vai
descendo até essa última partícula, perceba quando ela misteriosamente
se abrir ou ceder, transformando-se numa onda de energia e consciência e
libertando-o de tempo e espaço.
10. Agora você está flutuando num lugar muito tranquilo onde não há movi-
mento algum: você se espalhou e está em toda parte. Tudo é possível.
Tudo é conhecido e cognoscível. Tudo o que você pode fazer é ser. E, à
medida que for, você absorverá a nova orientação, as instruções e os
roteiros energéticos de que precisa. Você se torna mais cheio e pesado e
volta à realidade como uma nova entidade quântica, uma nova partícula
no tempo e no espaço.
11. Comece a viajar em sentido contrário pelas vibrações, das frequências
mais altas e rápidas para as mais baixas e lentas — átomo, molécula,
célula, ritmos bioquímicos, nervos, pulsação cardíaca e respiração — até
voltar, rejuvenescido com uma nova força vital e um novo senso de
propósito.
O cérebro tem ondas
O cérebro é um órgão eletroquímico cuja eletricidade é medida em ondas
cerebrais. Existem quatro categorias de ondas cerebrais, que vão das mais
lentas às mais rápidas. É interessante observar que as ondas cerebrais mais
rápidas correspondem à percepção de frequência mais baixa, ao passo que as
mais lentas correlacionam-se à percepção expandida, de frequência mais alta.
Beta (13-40 Hz, ou ciclos por segundo) — As ondas Beta, as mais rápidas,
estão associadas ao estado de alerta da vigília, quando o cérebro está desperto
e engajado na atividade mental. Quando lemos na cama antes de dormir,
provavelmente estamos em frequência beta baixa. Quanto mais intensa a
atividade e o estado de alerta — quando sentimos medo, raiva, fome ou
surpresa, por exemplo —, mais rápida a frequência.
Alfa (8-13 Hz) — As ondas Alfa são mais lentas e aparecem quando
estamos relaxados, mas não sonolentos, num estado de alerta sem esforço.
Elas são encontradas durante estados de tranquilidade, como os da meditação
leve, reflexão, devaneio, biofeedback e integração corpo-mente, hipnose leve,
visualização criativa, processos artísticos e intuitivos, contato com a natureza,
descanso e exercício.
Teta (4-8 Hz) — As ondas Teta são muito mais lentas e estão associadas à
sonolência, ao primeiro estágio do sono, ao sonho, a níveis mais profundos de
meditação, à imaginação e à criatividade inspiradas, à rememoração avançada
e a estados místicos de percepção intuitiva. A sensação que elas provocam é a
de um transe, como quando dirigimos numa rodovia ou tomamos uma longa
ducha, perdemos a noção do tempo e talvez percebamos que ideias ou visões
fluem livremente.
Delta (1/2- 4 Hz) — As ondas Delta, muito lentas, são encontradas no sono
profundo. Elas estão associadas ao sonambulismo e ao falar durante o sono,
bem como ao transe profundo e aos processos de autocura.
Beta
Alfa
Teta
Delta
O cérebro tem quatro frequências básicas de consciência. 
Em cada nível de vibração, agimos de maneira distinta; essas fases
se evidenciam durante o ciclo de sono.
À noite, passamos por diversas fases de sono. No estágio inicial, as ondas
cerebrais vão se desacelerando do estado beta até o estado alfa, mais
relaxado, quando cenas imaginativas podem passar pela mente. Os músculos
relaxam, e os batimentos cardíacos, a pressão sanguínea e a temperatura
caem. Em seguida, as ondas cerebrais se desaceleram até atingir o nível teta.
Aí já estamos num sono leve, caracterizado por muitas explosõesde atividade
cerebral. A maioria dos sonhos acontece durante um estado chamado de sono
REM (rapid eye movement, ou movimento rápido dos olhos). Durante o sono
REM, as ondas cerebrais ultrapassam a frequência teta, incluindo
temporariamente uma mistura de frequências mais rápidas e próximas do
estado da vigília. Se despertarmos durante esse período, lembraremos com
facilidade os sonhos. Na última fase, suas ondas cerebrais tornam-se ainda
mais lentas, atingindo o estado delta, quando dormimos um sono profundo e
sem sonhos. Se despertarmos, nos sentiremos confusos e perdidos,
resistiremos a despertar inteiramente e voltaremos a dormir quase de
imediato. É interessante observar que os padrões de vibração elétrica do
coração têm praticamente a mesma faixa que as ondas cerebrais delta.
As ondas cerebrais correspondem 
a níveis de percepção
Agora, quero dar um salto que a ciência ainda não deu, mas que é bem
evidente para os praticantes das disciplinas que unem corpo, mente e espírito:
afirmar que as frequências de energia da matéria têm frequências de
consciência que lhe correspondem. Vemos isso surgir no treinamento de
biofeedback, quando diferentes ondas cerebrais produzem experiências e
modos de saber únicos. Quando nos familiarizamos com os estados de
consciência resultantes das diversas atividades das ondas cerebrais, é possível
perceber que as rápidas ondas beta correspondem à consciência superficial da
realidade cotidiana e à mente “linear”. Quanto mais hiperestimulada e
contraída estiver a mente, menor o alcance da percepção. Alguns dizem que o
ego é uma função desse nível de consciência. A pesquisa do biofeedback
indica que, à medida que as ondas cerebrais se desaceleram até o estado alfa,
ficamos menos preocupados, mais abertos e conscientes de tipos sutis de
informação. Temos acesso a regiões mais profundas de memória, simbolismo
e insight. Na verdade, aí voltamo-nos para o que foi suprimido e guardado no
subconsciente sem o pavor que é comum no estado normal da vigília.
À medida que as ondas cerebrais se desaceleram até o estado teta,
encontramos compreensão sobre a natureza do verdadeiro eu. O ego começa
a “morrer” e a ser substituído pela percepção da alma. Já se demonstrou que,
quando a mente se volta para dentro e se concentra na reflexão pessoal e em
processos interiores, as ondas cerebrais passam de beta a alfa e a teta,
principalmente se os estímulos externos forem excluídos. As pessoas que
meditam costumam entrar em estados teta profundos e relatam que sentem
unidade dentro de si e com todos os outros seres. É uma ironia que, do ponto
de vista da consciência normal da vigília, os estados mais profundos
pareçam-se com o sono e o transe e, no entanto, quando nos tornamos
conscientes dentro deles, uma percepção muito mais expansiva se desperte.
A entrada no estado delta promove experiências de estar fora do corpo; sua
sensação de eu se expande até tornar-se coletiva e universal. Não há tempo
nem espaço, e podemos entrar com facilidade em outras dimensões de
percepção. Não é fácil atingir esses estados profundos enquanto se está alerta
e consciente, já que o nível delta nos leva a uma percepção unificada, não
individualizada que é avassaladora para o ego — e cair no sono em vez de
explorar a experiência geralmente é uma “fuga” cômoda. Poderíamos ver a
realidade delta como aquela que a física descreve como a realidade quântica
de muitos mundos, na qual todos os mundos paralelos coexistem e evoluem
simultaneamente.
Nossa consciência normal da vigília — a consciência racional, como a
chamamos — não é senão um tipo especial de consciência, enquanto à sua
volta, dela separadas pela mais tênue das telas, estão formas potenciais de
consciência inteiramente diferentes.
William James
Alguns fatos interessantes veem-me à mente aqui. Pesquisadores descobriram
que o cérebro das pessoas que sofrem de ADHD funciona principalmente no
nível teta. Elas progridem quando treinadas por meio do biofeedback a
desenvolver o estado beta. A maioria de nós fica superestimulada com esse
estado (principalmente com a intensificação da Era da Informação) e tenta
desacelerar e agir mais a partir do estado alfa, enquanto as crianças
hiperativas, por exemplo, na verdade tentam acelerar, viver no próprio corpo,
lidar com a realidade cotidiana e pensar de forma direta e lógica. Talvez elas
estejam naturalmente sintonizadas com estados superiores da consciência e,
como o ET (o extraterrestre), precisem aprender a agir na atmosfera mental e
emocional da Terra.
Segundo, descobriu-se que, quando funciona nas frequências mais lentas de
alfa, teta e delta, o cérebro produz mais hormônios e neuropeptídios
benéficos, como as endorfinas, a serotonina, a acetilcolina e a vasopressina,
que ajudam a aliviar o stress e a dor e aumentar a aprendizagem e a memória.
Será que a perda da memória e o mal de Alzheimer — que estão associados a
baixos níveis de acetilcolina — estariam de algum modo relacionados ao
excesso de consciência beta e à falta de desenvolvimento da percepção mais
expandida que corresponde às ondas cerebrais alfa, teta e delta?
Como a energia, a consciência 
tem um espectro próprio
Vimos como as ondas cerebrais se ligam a diferentes níveis de percepção,
mas será que não poderíamos decompor ainda mais detalhadamente os tipos
de percepção inerentes a cada frequência de onda? Christopher Lenz trabalha
há muito tempo como facilitador do treinamento de sincronização das ondas
cerebrais para expansão da consciência do Monroe Institute, na Virgínia, que
utiliza padrões sonoros e tem efeitos drásticos sobre as ondas cerebrais e os
estados da consciência. Ele descreveu-me os níveis de percepção,
principalmente aqueles que ocorrem nos estados teta e delta, que foram
constatados e definidos pelos participantes do treinamento ao longo dos anos.
Nesse treinamento, os participantes são transportados, por frequências
específicas de acordes e batidas que mudam continuamente e são
transmitidos por fones de ouvido estereofônicos, de estados ordinários a
estados não ordinários de consciência. Eles partem do relaxamento profundo,
depois se expandem além da percepção sensorial e, em seguida, vão além do
tempo e do espaço e entram num estado que os leva a realidades não físicas.
Segundo relata Lenz, para entender isso melhor, o instituto invocou uma
entidade não física chamada Miranon que delineou para ele um espectro geral
da percepção, que divide a consciência em 49 níveis e 7 oitavas. Os
participantes do treinamento visitaram então a maior parte desses níveis e
criaram relatórios, no intuito de formar um consenso com base no que haviam
experimentado em comum.
No sistema de Miranon, os níveis de 1 a 7 pertencem à consciência do
mundo vegetal. Os níveis de 8 a 14 correspondem ao reino animal. Os níveis
de 15 a 21 relacionam-se aos tipos de percepção do reino humano. Lenz
afirmou que várias pessoas descobriram que as frequências humanas são mais
ou menos paralelas às funções dos sete chakras, os centros ou vórtices de
energia do corpo. Podemos pensar os chakras como pontos nos quais energias
superiores se transferem para o mundo físico por meio de uma energia ou
corpo de luz intermediários, compostos de uma energia sutil muitas vezes
chamada de chi ou energia etérica. Em geral:
O nível 15 correlaciona-se ao primeiro chakra, na base da coluna, que se
relaciona à sobrevivência e à resistência, à vontade de viver, à manutenção da
energia vital e sua circulação, mantendo-nos ligados à Terra e suprindo-nos
com a energia nuclear desta.
O nível 16 corresponde ao segundo chakra, na parte inferior do abdômen,
que se relaciona à empatia e à capacidade de sentir emoções e campos de
energia. Ele nos ajuda a relacionar-nos uns com os outros e com o mundo,
influencia a sensualidade, o desejo, a fome e a sexualidade e promove
impulsos criadores e reprodutores.
O nível 17 conecta-se ao terceiro chakra, no plexo solar, que se relaciona à
vontade e ao poder pessoal, ao autocontrole, ao controle sobre o mundo
exterior e as reações deatração-repulsa e lutar ou fugir diante dos estímulos
recebidos.
O nível 18 relaciona-se ao quarto chakra, o centro do coração, que se
relaciona à interconexão de nossos eus físico e não físico, ao equilíbrio da
vida alinhada com princípios universais e à compreensão perfeita de nossa
inter-relação com os outros e com a natureza. Ele promove compaixão,
confiança e empatia refinada.
O nível 19 corresponde ao quinto chakra, o da garganta, que se relaciona à
transição da vontade pessoal para uma vontade superior, à fé, ao contato com
fontes superiores de orientação e informação, à expressão pessoal inspirada e
à comunicação autêntica.
 
O sistema dos chakras
 
O nível 20 correlaciona-se ao sexto chakra, ou terceiro olho, na região
central da testa, que se relaciona à capacidade de ver através da forma as
dinâmicas e padrões de energia subjacentes que nos ligam a experiências não
físicas do eu. Ele nos abre a intuição, a imaginação, a criatividade inspirada e
a percepção aguçada.
O nível 21 corresponde ao sétimo chakra, o da coroa, que se relaciona à
transição de nossa identidade do ego individual para a alma, ligando-nos às
fontes mais sublimes de orientação, à compreensão cósmica e à interconexão
com todas as outras almas e o universo. Ele é muitas vezes vivido como um
ponto de encontro com seres não físicos.
Existem percepções além do reino humano
Lenz continuou, descrevendo os níveis de 22 a 28, o reino que se situa além
da percepção humana normal e está relacionado em grande parte às
experiências após a morte. A meu ver, esses são níveis particularmente
interessantes, já que constituem um mapeamento de reinos que tanto eu
quanto muitos outros clarividentes e místicos já visitamos em estados
alterados de percepção.
O nível 22 correlaciona-se a realidades oníricas de nível superior, à
demência, ao delírio e a estados de anestesia. Ele se verifica em pacientes em
coma, podendo ser usado para se estabelecer contato com eles. Além disso, é
o nível em que os mortos que não acreditam numa vida além-túmulo podem
“dormir” por tempo indefinido.
O nível 23 está associado às pessoas que tinham medo da morte e não
sabem que morreram ou que não conseguem superar uma ideia ou emoção
limitadora após a morte. Isso é típico de suicidas, dependentes ou pessoas que
morrem com altos níveis de resistência, amargura ou pesar.
Os níveis 24, 25 e 26 relacionam-se a crenças e expectativas fixas nos
conceitos que as pessoas têm com relação a como será a vida além-túmulo.
Por exemplo, quando as pessoas creem que soarão trombetas ao chegar ao
céu, elas as ouvirão. Ou, se acreditarem numa figura religiosa, elas a
encontrarão. Os níveis relacionam-se ainda a sistemas de crença e visões de
mundo rígidas que as pessoas têm com relação ao modo como a vida na terra
funciona. Se a família tiver importância primordial, elas permanecerão em
seus padrões de família após a morte. Se o poder ou a liberdade sexual forem
importantes, elas continuarão a agir com base nisso. Lenz afirma que as
pessoas podem permanecer nesses níveis por muito tempo — séculos, na
verdade — até descobrirem outras possibilidades com a ajuda de guias.
O nível 27 é um reino conhecido como “o Parque”. Ele é um tipo de centro
de recepção para onde a maioria das pessoas vai após a morte. Para muitas,
ele parece um parque imenso, verde e tranquilo, com árvores e gramados
maravilhosos. Aqui, as pessoas reencontram entes queridos já mortos,
trabalham com guias para entender o que estavam aprendendo na vida, vão
para um centro de rejuvenescimento para recobrar a energia, examinam suas
possíveis vidas futuras, estudam na vasta biblioteca dos Registros Akáshicos,
onde a memória planetária é armazenada, ou simplesmente relaxam e
brincam até estarem prontas a seguir em frente. Alguns são treinados como
guias e operários de resgate, aprendendo a voltar a níveis inferiores para
elevar as almas “perdidas” até um estado em que possam ir adiante sozinhas.
O nível 28 é um estado mais abstrato que constitui a última associação com
a condição humana, às vezes chamado de “sétimo céu”. Aqui, onde residem
as almas não reencarnadas que estão integrando toda a sua vida, as pessoas
entram em contato com altos mestres, salvadores e profetas.
Segundo Lenz, as três oitavas seguintes não estão bem documentadas.
Porém os níveis 34 e 35 são chamados “a área da Reunião”, onde
encontramos inteligências impessoais extremamente elevadas que se
reuniram perto da Terra para testemunhar dois importantes eventos que aqui
ocorrerão simultaneamente, algo que eles consideram uma raridade. Elas
querem ajudar-nos. Entretanto, esses eventos não foram claramente
delineados pelos que atingiram esses níveis de percepção. O nível 49
relaciona-se ao funcionamento subjacente da astronomia e à compreensão dos
grandes mistérios do cosmos e das galáxias.
Oxalá você esteja começando a vislumbrar os muitos espectros de energia e
percepção que se interpenetram tanto em sua realidade exterior quanto na
interior. A descrição dos níveis de percepção do Monroe Institute é apenas
uma de muitas hierarquias da consciência. Quase toda religião e sistema
metafísico tem uma versão própria do que existe a descobrir em nossos
estados mais lentos e profundos de ondas cerebrais. A história registra
pioneiros que exploraram estados superiores de energia e percepção,
mapeando o território com os filtros de suas próprias culturas. Porém, apesar
de pequenas diferenças, há uma grande semelhança entre os diversos
modelos. Você também conseguirá, por fim, elevar intencionalmente sua
frequência a níveis em que o conhecimento de dimensão superior parecerá
normal.
O cosmos é a ordenação do número. A percepção é a imagem da forma
contida no potencial do número.
Robert Lawlor
Que estado de percepção corresponde a 214?
Lembro-me de um sonho que tive há muitos anos: eu estava sendo
interrogada pelo que me pareciam horas por uma banca de examinadores
espirituais, como se estivesse fazendo uma prova oral de um curso avançado.
Eles me perguntavam: “Que sensação física corresponde a 129?” “Coceira!”,
respondia eu. “Que emoção corresponde a 214?” “Pesar!”, respondia eu.
“Que estado físico está correlacionado à 13?” “Paralisia!”, respondia eu.
“Que estado mental corresponde a 525?” “Entusiasmo!”, respondia eu.
Acordei com a sensação de ter dentro de mim uma escala de gradações
milimetricamente diferenciadas, como se eu fosse feita de camadas de papel
finíssimo empilhadas em todas as direções.
Depois, comecei a estudar numerologia e, depois de trabalhar muitos anos
com as combinações de números resultantes da data de nascimento de um
cliente, descobri que os números de fato correspondem a estados de
percepção, lições de vida, traços de personalidade e determinados tipos de
acontecimentos. Os números são frequências. E toda frequência revela um
mundo ou realidade que tem um tipo próprio de conhecimento e regras
próprias de funcionamento. Sintonizando a sensibilidade com diferentes
números, é possível descobrir novos mundos de informação e treinar uma
habilidade energética básica: atravessar as escalas.
Experimente isto! 
Reinos de vibrações numéricas
1. Sente-se confortavelmente, com a palma das mãos sobre as coxas, a
cabeça reta e a respiração regular. Concentre-se inteiramente no
momento presente e dentro de sua pele.
2. Imagine que está num elevador de vidro parado no térreo e, através da
porta, você vê na parede um grande número 1. Você está em sua
realidade cotidiana normal.
3. Observe que esse elevador vai do 1º ao 9º andar. Você vai passar pelos
diversos andares até chegar a um que gostaria de conhecer.
4. Feche os olhos e conte para si mesmo, bem lentamente, prestando
atenção a qualquer atração, por mais leve que seja, por um determinado
número: 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 -7 - 8 - 9 e, de volta, 9 - 8 -7- 6 - 5 - 4 - 3 - 2
-1. Em seguida, repita os números em ordem crescente. Veja se consegue
sentir as diferentes vibrações ao percorrer os números. Finalmente, você
se sentirá intuitivamente atraído por um determinadonúmero. O elevador
vai parar no andar que corresponde a ele. Quando a porta se abrir, saia.
5. Aqui há um novo mundo que ressoa com o número que você escolheu.
Sinta a vibração e ajuste-se a ela. Trata-se de uma frequência de que você
precisa para seu corpo, suas emoções ou sua mente, e que contém um
tipo específico de energia e sabedoria, podendo facilitar-lhe a aquisição
de aptidões e capacidades de que talvez necessite. Ande um pouco — o
que você vê, ouve, cheira ou sente? Que emoções e sentimentos são
mobilizados? Procure absorver tudo o mais que puder. Em que você
começou a pensar? Ocorre-lhe alguma revelação acerca de algo que você
tenha de fazer?
6. Agora um guia vem recebê-lo. Ele é um porta-voz desse nível e lhe dará
informações e conselhos de que você precisa. Deixe que essas
informações fluam em sua imaginação. Se quiser escrever usando a
técnica da escrita direta descrita em Ao leitor, continue concentrado e,
sem pressa, comece a escrever qualquer orientação que lhe venha à
mente.
7. Quando tiver recebido o suficiente, agradeça ao guia e volte ao elevador.
Se quiser, vá para outro nível e repita o processo lá ou volte à sua
consciência normal da vigília, no nível 1, sentindo os graus de vibração
nesse percurso.
O corpo, as emoções e os pensamentos 
influenciam a frequência
A realidade cotidiana apresenta-nos mais uma gama de vibrações, que são
aquelas que se relacionam ao estado do corpo físico, das emoções e dos
pensamentos. Num dia comum, subimos e descemos livremente as escalas do
conforto-desconforto, da ação-inação, da alegria-desprazer e da lógica--
inspiração, para citar apenas algumas. O quadro a seguir dá uma impressão
geral da ampla gama de vibrações que podemos experimentar. As colunas
não correspondem umas às outras horizontalmente.
Eis aqui um exemplo de como as vibrações pessoais podem mudar no
decorrer de um dia: uma pessoa acorda animada para começar a trabalhar
numa escultura que imaginou e está ávida pela experiência tátil. Vai logo
responder aos e-mails e aí o computador pifa, deixando-a frustrada. Sente
raiva. Então um amigo telefona e a convida para jantar no fim de semana,
fazendo-a pender para a gratidão. Começa a trabalhar na escultura e, sem
querer, se fere com um cinzel. Seu corpo sente dor e a mão lateja pelo resto
do dia. Isso acaba distraindo-a, e ela se sente esgotada.
As escalas de vibrações do dia a dia
ALTA 
FREQUÊNCIA CORPO SENTIDOS EMOÇÕES PENSAMENTOS
rápida/expansiva 
/alma/amor
Presença 
integral Comunhão Amor/Empatia
Sabedoria/
Unidade
 Saúde perfeita
Experiência 
direta Generosidade
Conhecimento 
direto
 Momento de alegria Ultrassensibilidade
Regozijo/ 
Gratidão Inspiração/Insight
 Flexibilidade Intuição Entusiasmo Criatividade fluida
 Reatividade Clarividência Desejo/ Motivação
Descoberta/ 
Exploração
 Conforto/Repouso Clariaudiência Prazer
Receptividade/
abertura
 Exaustão Clarissenciência Sinceridade Tédio/Impaciência
 Tensão/Stress Visão
Satisfação/
Confiança
Distração/
Ausência
 Dores periódicas Audição Decepção Projeção/Culpa
 Dores crônicas Tato Frustração Lógica/Prova
 Dependência Paladar Dúvida/Insegurança
Convicções/
Jogos de controle
 Doença/Enfermidade Olfato Medo/Pânico Obsessão
 Trauma/Lesão
Atração/ 
Repulsão
Ódio/Raiva/
Recusa Subjugação
BAIXA 
FREQUÊNCIA
Perda de 
função
Instinto 
visceral
Culpa/ 
Vergonha Psicose/Neurose
lenta/densa/
ego/medo
Paralisia/
Coma
Reação 
subconsciente
Depressão/
Apatia Traços suicidas
 
A pessoa para um pouco, faz algumas tarefas domésticas e se entedia.
Então decide não trabalhar e liga a televisão. Embora goste do estímulo
visual de um belo filme, fica agitada com a rápida sucessão de comerciais
barulhentos. É hora de ir para a cama. Mas, quando tenta pegar no sono,
preocupa-se com dinheiro e em ser boa o bastante naquilo que faz. Aí
percebe que está agitada demais para dormir, então lê um livro que transporta
seus pensamentos para questões mais espirituais. Isso a acalma, e ela resolve
meditar, o que a tranquiliza. Agora que se sente em paz e novamente em
contato com o maravilhoso e talentoso eu artista, é fácil pegar no sono. Os
sonhos são dinâmicos e criativos.
Experimente isto! 
Acompanhe suas vibrações diárias
Pense em seu dia até o momento. Com que disposição física, emocional e
mental você saudou o dia?
Como você passou pelas frequências à medida que o dia foi avançando?
Em que estados você está vivendo agora?
Quando relembra um dia típico, nota algum padrão nos estados de
energia que você tende a repetir sem perceber? Qual é sua vibração
típica: no início da manhã, no meio da manhã, no início da tarde, no fim
da tarde, no início da noite e na hora de dormir?
Pense em sua semana. Quais as vibrações predominantes em que você
viveu?
Em que níveis de frequência você andou sonhando ultimamente?
Você possui uma vibração pessoal só sua
Já que a própria vida oscila entre forma e não forma, e sua mente se alterna
entre a consciência e a inconsciência, quando se trata da experiência
cotidiana, é normal ir e vir entre um extremo a outro da escala de frequências
do corpo-emoção-mente. Muita gente com quem converso está tentando
encontrar um meio permanente de continuar “no que é bom”, ficar feliz o
tempo todo e nunca se desviar de seus propósitos. Mas nós somos seres
vibratórios e passamos por nossas experiências em virtude da natureza da
vida, que é como uma onda. Como todo mundo, você tem um vibração
pessoal própria — e ela muda, a depender do que você estiver pensando,
sentindo e fazendo. É importante saber que você pode influenciá-la. Pode
deixar que sua vibração pessoal corresponda à sopa caótica de frequências do
mundo e ficar se sentindo atirado de um lado para o outro ou definir como
quer se sentir. Quando decide sintonizar com a frequência de sua alma, sua
vibração pessoal estabiliza-se em sua “frequência original”, que discutiremos
detalhadamente no capítulo 5. É possível que você ainda suba e desça um
pouco, mas é bem mais fácil manter a lucidez quando você sabe concentrar-
se intencionalmente em sua vibração pessoal. Mas como é exatamente sua
vibração pessoal e de que modo ela funciona?
1. A vibração pessoal é a vibração geral que emana de uma pessoa num
determinado momento. Essa frequência é uma mescla de quaisquer dos
diversos estados contraídos ou expandidos do corpo, das emoções e dos
pensamentos descritos no quadro anterior. Ela naturalmente oscila. Num
determinado instante, é possível sentir uma mistura de dor física, vitimização
emocional e subjugação mental. No instante seguinte, talvez estejamos
envolvidos num movimento físico fluido que provoca prazer emocional e
interesse pela exploração. Se estivermos irritados, poderemos fazer uso de
algum instinto visceral e reagir, e se estivermos calmos e felizes, podemos ter
insights extremamente intuitivos.
2. A vibração de um aspecto da compleição emocional e física de uma
pessoa afeta as vibrações dos demais aspectos. Caso alguém tenha estado
deprimido por algum tempo, o emocional pode fazer a imaginação definhar e
deixar os pensamentos mais desesperançados e negativos. A falta de fervor e
entusiasmo também pode deixar o corpo mais estagnado e indolente. Por
outro lado, se movimentamos o corpo regularmente, andando ou dançando,
por exemplo, as emoções serão espontâneas e os pensamentos também se
tornarão mais fluidos. O melhor disso tudo é que é possível melhorar a
vibração pessoal geral melhorando uma parte dessa compleição — basta
aumentar a escala até o ponto que traz maior bem-estar. Por exemplo, se
estamos exaustos, a solução será buscar o conforto e descansar. Se estamos
frustrados, devemos mudar para a satisfação. Se estamos obcecados,
experimentemos analisar as crenças mais profundas. Devemos começar por
qualquer parte, e o resto virá em seguida.
Toda mudança no estado fisiológico é acompanhada por uma mudança
apropriada, consciente ou inconsciente, no estado mental-emocional 
e, por sua vez, toda mudança no estado mental-emocional, 
consciente ou inconsciente, é acompanhadapor uma mudança 
apropriada no estado fisiológico.
Elmer Green
3. A vibração pessoal é afetada pelas vibrações do mundo e das outras
pessoas. Já que os corpos ressoam como diapasões, podemos entrar em
contato com uma pessoa negativa e nervosa, ou prática e tranquila, e seu
corpo copiar o dela. Imaginemos que alguém esteja caminhando alegremente
e uma amiga o procure para dizer que está com um problema por culpa sua.
Será fácil pegar a vibração dela e começar a culpá-la por alguma coisa que
ela tenha feito. Num piscar de olhos, a pessoa se sentirá nervosa e esgotada.
Ou talvez já acorde cansada e fique ainda mais sem ânimo durante seu
monótono trajeto para o trabalho com trânsito pesado. Seu cérebro não quer
trabalhar até que um colega entra em sua sala animadíssimo, com grandes
novidades. A energia dele é alegre e motivada. Logo a pessoa está com uma
disposição de espírito criativa e se torna extremamente produtiva.
Certas pessoas são “para cima”, já outras são “para baixo”. Os lugares, do
mesmo modo, têm vibrações — um restaurante pode nos dar “calafrios”
enquanto outro nos deixa seguros e aconchegados. Algumas cidades
estimulam a criatividade e a sociabilidade, ao passo que outras nos isolam e
nos fazem sentir-nos sem esperança. É possível ser aquele que “define o tom”
para os demais numa determinada situação, pois nossa vibração pessoal afeta
as pessoas tão prontamente quanto a delas nos afeta.
4. A vibração pessoal é gerada dentro de nós por opções nossas.
Realmente, como queremos nos sentir só depende de nós. Existe uma
vibração natural — a frequência original — que é o modo como a alma
sente, aquela frequência leve e maravilhosa como a que os bebês irradiam.
Ela vai sendo coberta com entulho emocional e mental à medida que
vivemos. Podemos descobri-la e brilhar sempre que quisermos. Uma das
opções, geralmente bem inconsciente, é chamar atenção e se sentir bem com
isso, identificando-nos como uma vítima, agindo como injustiçados ou como
se estivéssemos errados. Essa opção inconsciente nos faz agir com uma baixa
vibração pessoal. Enquanto adotarmos essas ideias, permitiremos que
pessoas, lugares e fatos de vibração mais baixa que a nossa nos levem para
baixo. Ou atribuiremos aos que naturalmente têm vibração alta a
responsabilidade de nos fazer sentir melhor.
5. Quanto mais deixarmos que a alma se encarregue da vida, melhor se
tornará a vibração pessoal. Quando a vibração pessoal decorre de uma
forma de pensar estreita, de emoções negativas ou de necessidade de
controlar a si mesmo e ao mundo, não é possível ter um bom momento aqui
na terra! À medida que avançamos no processo de transformação, essas
crenças e sentimentos contraídos afloram do subconsciente para ser
depurados, e uma nova percepção, baseada na sabedoria expansiva e amorosa
da alma, se abrirá.
Nos capítulos seguintes, investigaremos com mais profundidade como
desenvolver uma sensibilidade saudável e manter a vibração pessoal num
nível que otimize o modo de agir na vida, trazendo sucesso e permitindo que
sejamos naturalmente alegres e prazerosamente ocupados.
A maior revolução de nossa geração é a dos seres humanos — que, mudando
suas atitudes mentais interiores, podem mudar os aspectos exteriores de suas
vidas.
Marilyn Ferguson
Só para recapitular...
Você está cercado por muitas vibrações de energia do mundo exterior, das 81
oitavas das frequências eletromagnéticas e das vibrações do som e do calor
até a ressonância de Schumann e as partículas-ondas básicas da matéria.
Algumas são perceptíveis aos sentidos, porém a maioria, não. Em seu mundo
interior, você vive por meio de ondas vibrantes de energia e consciência,
desde os ciclos da respiração e da pulsação cardíaca até as ondas cerebrais
elétricas. Nos níveis das ondas cerebrais há uma variedade de percepções,
desde os sete tipos de consciência dos chakras até a percepção de
experiências após a morte e de outras dimensões. Com sua sensibilidade, é
possível atravessar as escalas de frequência e descobrir novos mundos e
novos conhecimentos em cada frequência.
Sua vibração pessoal ou estado de energia é uma mescla das frequências
contraídas ou expandidas de seu corpo, suas emoções e seus pensamentos
num determinado momento. Quanto mais deixar sua alma brilhar através de
você, mais alta será sua vibração pessoal. Sua vibração pessoal é afetada
pelas vibrações de outras pessoas e pelas vibrações do mundo. Entretanto, em
última análise, como você quer se sentir é uma opção sua.
Mensagem da frequência original
Como explico na seção Ao leitor, incluí estes trechos inspiradores ao fim de
cada capítulo para que você troque sua forma normal, rápida, de leitura por
uma experiência direta de um tipo mais profundo. Por meio dessas
mensagens, é possível mudar intencionalmente sua vibração pessoal.
A mensagem abaixo destina-se a transportá-lo a uma forma de conhecer o
mundo que se aproxima daquela com que você experimentará a vida na Era
da Intuição. Para entrar na mensagem da frequência original, basta adotar um
ritmo mais lento, menos apressado. Inspire e expire lentamente uma vez e
fique o mais calmo e imóvel que puder. Deixe que sua mente fique suave e
receptiva. Abra sua intuição e prepare-se para intuir a linguagem. Veja se
consegue experimentar as sensações e realidades mais profundas que ganham
vida à medida que você ler.
Sua experiência pode ganhar uma maior dimensão, a depender da atenção
que você investir nas frases. Concentre-se em poucas palavras de cada vez,
faça uma pausa nos sinais de pontuação e “fique com” a inteligência que está
dando a mensagem — ao vivo, agora mesmo — a você. Você pode dizer as
palavras em voz alta ou fechar os olhos e escutá-las na leitura de outra pessoa
para ver que efeito têm sobre você.
FLUINDO SUAVEMENTE ATRAVÉS DAS
VIBRAÇÕES
Escute o mundo: os sons transportam-se das fontes até os ouvidos. Os cães viram a cabeça em direção
aos intrusos, os golfinhos movem-se em cardumes, a música derrama-se dos instrumentos, as histórias
fluem da boca dos professores. Escute: insetos zunem, o trovão retumba, a mãe sussurra para o filho, o
esforço provoca um gemido, a derrota — como a vitória —, um grito. Escute as camadas de vibração,
sinta-as tangíveis, causando-lhe uma impressão, fazendo-o ressoar.
Você é o vento: agora brisa, agora lufada, agora tempestade. Você é a luz: agora branca, agora arco-
íris, agora negra, agora límpida e transparente. Você é a onda da vida: indo, vindo, enchendo-se como
um balão até plenitudes desconhecidas, desaparecendo em minúsculos orifícios desconhecidos. Você
quer e não quer parar. Você acha que o balanço é você. Você sabe que o balanço não é você todo.
Sob as vibrações da superfície, algo convida: algo renovador, algo sumamente eficaz, algo
perturbador a princípio. Sob as ondas está a quietude onde o movimento se torna mais lento. Não há
necessidade de falar: pense uma coisa para alguém, e essa pessoa pensará isso também. Imagine um
presente na mão de um amigo e ele está aqui, sem a comoção da criação. Saber e prescindir de tantas
ondas. Vê como é tranquilo, como é fácil? Quanto mais tranquilo você estiver, com mais rapidez e
precisão sua intenção se traduzirá.
Sob esse lugar de tradução tranquila, outro lugar. Não há movimento algum. Eis aqui algo puro:
percepção, silêncio, paz profunda, amor que permeia e liberta, compreensão total que supera e liberta a
mente. Não há direcionalidade, não há força, não há necessidade. Todos os atos da criação começam e
terminam aqui. Aqui você aprende tornando-se o universo. A qualquer momento, é possível descer em
frequência até a imobilidade. Suas partes se unificam. O tempo para e você pensa: lá não há nada.
Então, de repente, uma “gargalhada” o explode em pedacinhos que vibram novamente: tudo está aqui!
Você sai da pureza para sentir uma nova motivação e escolher uma nova vibração para fluir até algum
lugar diferente e conhecer a sua alegria até que a imobilidade torne a chamá-lo.
O estado mais profundo é o mais elevado; o mais calmo é o mais acelerado. Os sentimentosmais
íntimos, amorosos e ligados são os mais eficazes. O amor é a frequência mais motivadora e criativa que
há. A verdade é o amor que percorre sua mente. A harmonia é a ressonância do amor, coordenando e
sintonizando todas as vibrações da vida. Você, a mente, ama as vibrações porque a Mente é feita de
vibrações. No entanto, você, a alma, ama a imobilidade porque a Alma é feita de presença indivisível e
amor inamovível. Farte-se com o banquete de frequências, digira-o em silêncio, use sua presença para
criar com as frequências e aprecie sua criação em silêncio.
R
3
CONSCIENTIZANDO-SE 
DE HÁBITOS EMOCIONAIS
As emoções não são “ruins”. Nas raízes de nossas emoções estão energias
primais que podem ser usadas frutiferamente. Com efeito, [...] a energia da
iluminação provém das mesmas origens naturais que dão lugar a nossas
paixões e emoções cotidianas.
James H. Austin, médico
ecentemente, aconselhei uma adolescente que estava interessada na
intuição. Apesar dos piercings nos lábios e da sombra preta, os olhos
de Megan resplandeciam de beleza e sua mente era incrivelmente
aberta. Ela deu de ombros quando lhe perguntei que tipo de perguntas tinha,
mas, na metade da sessão, pensou em uma coisa. “Às vezes, tenho uma
sensação súbita de que tudo vai dar errado, como se o que é bom fosse se
estragar. O que provoca isso? Porque sempre tenho medo de que meu
namorado esteja namorando outras garotas — só que ele não está — e acho
que estou prejudicando nosso relacionamento.”
Intuí seu corpo e percebi o local, no plexo solar dela, onde uma sensação
súbita de pavor, aparentemente vinda do nada, costumava atingi-la. Atrelada
a essa sensação, vi uma vaga imagem do pai dela. Então perguntei-lhe se o
pai havia abandonado a ela e à mãe. “Sim, quando eu era pequena”,
respondeu ela. Senti como seu corpo havia reagido àquela contração original
de medo, aquela sensação confusa de abandono e consternação pela dúvida
de poder ter de algum modo feito o pai ir embora. Era como se uma parte de
sua mente que antes não precisava estar a postos tivesse então sido
despertada, uma parte que dali em diante ficaria de olho nas situações em que
alguma surpresa devastadora parecida pudesse acontecer. E o que essa parte
estava dizendo era: “Nunca serei pega de surpresa novamente!”.
Percebi que a tendência natural de Megan era confiar e querer amar e que,
quando o fazia, seu subconsciente relaxava. Então, de repente, ele se
lembrava: “Existe algo de familiar nessa situação — você pode ser
abandonada: Tome cuidado!”. E, do nada, se retraía. Em vez de perceber que
estava revivendo uma experiência do passado, Megan estava projetando a
ansiedade em quem estivesse por perto, pois já havia perdido vários amigos e
um namorado por causa disso. Trabalhei com ela para ajudá-la a entender que
seu corpo estava ultrassensível e alerta, que ele simplesmente estava fixado
naquele primeiro choque e que ela poderia facilmente reprogramar essa
reação, principalmente por ser ainda jovem e estar muito próxima da
experiência original — ou seja, não tinha passado por mais vinte perdas
semelhantes por causa da revalidação que a mente vigilante dava à contração
original, como é o caso de muitos adultos.
Você nasceu — e ainda é — sensível às vibrações
Como Megan, entramos nesta vida inteiramente abertos e confiantes,
esperando alegria e livre troca de amor nutriz. Certamente, todos somos
empáticos e sensíveis às vibrações quando nascemos. Em Evolution’s End, [ 3
] Joseph Chilton Pearce descreve de que modo o embrião, poucos dias após a
concepção, forma um bloco de células vibrantes que se tornam o novo
coração. Essas células parecem ser sensíveis ao som e sintonizam a pulsação
cardíaca e a respiração da mãe, que aparentemente são necessárias à posterior
formação da cabeça do bebê. O estado emocional da mãe e qualquer padrão
repetitivo de comportamento são gravados no feto por meio dos hormônios e
do tom de voz dela. Depois que o bebê nasce, quando seu corpo ainda está
carregado de hormônios suprarrenais, o instinto da mãe — e do pai também
— é carregar o recém-nascido do lado esquerdo de seu corpo, perto do
coração. O coração dos pais estimula o do bebê, ativando assim a mente
cerebral e tranquilizando a criança de que está em segurança. É notório que a
gravação de uma pulsação cardíaca pode reduzir entre 40 e 50% o choro dos
bebês.
Pearce descreve também como os recém-nascidos continuam vivendo num
mundo sutil, ligados quase que completamente ao corpo da mãe. Ele diz:
“Quando a esfera sutil dela se sobrepõe à do bebê, ocorre uma comunicação
muito importante. Essa comunicação sutil pode estar abaixo do nível de
percepção da mãe, mas é o único nível de percepção inteiramente ativo no
bebê”. Então, a capacidade de intuir de coração para coração — de filho para
mãe e de mãe para filho — é o nosso método original de crescimento e
sobrevivência.
No livro Emotional Intelligence, Daniel Goleman descreve como os bebês
e as crianças pequenas costumam demonstrar uns para os outros laços
empáticos: “Praticamente desde o dia em que nascem, os bebês ficam
perturbados quando ouvem outro bebê chorando […] e reagem a uma
perturbação sentida por aqueles que estão em torno deles como se esse
incômodo estivesse acontecendo neles próprios, chorando ao verem que outra
criança está chorando”. As crianças muitas vezes imitam a aflição que veem
em outra criança. Por exemplo, quando outra criança fere um dedo, um bebê
de 1 ano pode pôr o próprio dedo na boca para ver se dói também. Além
disso, ele pode dar ao outro bebê um brinquedo ou afagar-lhe a cabeça
quando ele chora. Segundo Goleman, quando têm um pouco mais de idade,
as crianças começam a entender que a aflição de uma pessoa está relacionada
à sua situação na vida, podendo sentir solidariedade por todo um grupo, como
os pobres ou os excluídos. Ao que parece, a empatia e a sensibilidade
vibracional são tendências humanas fundamentais cujas origens remontam ao
útero.
Todos precisamos aprender a ouvir uns aos outros com compreensão e
compaixão, para poder escutar aquilo que o outro está sentindo.
Thich Nhat Hanh
Em seu livro The Highly Sensitive Person, a psicóloga Elaine Aron afirma
que os adultos “extremamente sensíveis” compõem aproximadamente entre
15 e 20% da população. Essas são pessoas que percebem coisas que os outros
não observam, têm profunda compreensão de qualquer ambiente e seus prob-
lemas e potenciais, e geralmente precisam de mais tempo e espaço para
processar o que absorvem. As pessoas extremamente sensíveis ficam
facilmente superestimuladas a níveis penosos e paralisantes. Além disso,
muitas vezes são naturalmente introvertidas, intuitivas, visionárias e
envolvidas com sua vida anímica e espiritual. Segundo Carl Jung, as pessoas
extremamente sensíveis são mais influenciadas pelo inconsciente, que lhes dá
acesso a informações importantes que podem conter revelações proféticas.
Conforme a pesquisa de Aron, o tipo “moderadamente sensível” compõe
30% dos entrevistados. Ela afirma que os restantes 50% julgam não ser
sensíveis ou “nem um pouco sensíveis”.
Talvez fôssemos mais empáticos e conscientemente sensíveis se nossa
cultura não fosse tão analítica, materialista e competitiva. Talvez, em parte,
tenhamos sido treinados para não ser assim: nossas escolas priorizam a
capacidade matemática e informática em detrimento da arte e da literatura, e
o esporte, em detrimento da apreciação da dança e da música. Mas, aí, as
feridas precoces das famílias problemáticas, como no caso de Megan, podem
nos fechar e obrigar-nos a viver só na cabeça, adotando compensações, ou
mesmo a viver fora do corpo, em estados dissociativos. No entanto, dadas as
nossas raízes puramente vibracionais, parece inacreditável que possamos
tornar-nos insensíveis ao conhecimento de outras pessoas por meio da
vibração e da ressonância, especialmente agora que as frequências dentro e
fora de nós estão se acelerando. Suspeito que hoje em dia um percentual
muito maior de pessoas esteja entrando na categoria das Pessoas
ExtremamenteSensíveis, à medida que o estoicismo desmorona e os hábitos
emocionais prejudiciais que cultivamos para nos proteger — como as
dependências, a reclusão e a agressividade, para citar alguns — deixam de
funcionar.
As mulheres são mais sensíveis que os homens?
Elaine Aron descobriu que, ao atingir a idade escolar, a maioria das pessoas
extremamente sensíveis havia se tornado introvertida, mas as meninas tinham
mais liberdade para exprimir a emoção e podiam até perder o controle ou
ficar indefesas, ao passo que os meninos tinham de ser mais estoicos para
sobreviver. Daniel Goleman resume o papel do gênero na capacidade
emocional e empática quando diz: “ [...] há bem mais semelhanças que
diferenças. Alguns homens são tão empáticos quanto a mulher de maior
sensibilidade interpessoal, enquanto algumas mulheres têm tanta capacidade
de suportar o stress quanto o homem de maior resistência emocional. Na
verdade, em média, quando se examina a pontuação geral de homens e
mulheres, os pontos fortes e fracos se equivalem, de modo que, em termos do
total de inteligência emocional, não há diferenças entre os sexos”.
É comum presumir-se que as mulheres sejam mais intuitivas que os
homens. É verdade que, pelo fato de terem mais fibras conectando os dois
hemisférios do cérebro, as mulheres têm um modo de perceber mais bilateral,
ou seja, elas percebem ambos os lados de uma só vez. Os homens tendem a
perceber unilateralmente, um lado de cada vez. Por isso, as mulheres acham
difícil sentir-se separadas do ambiente e das outras pessoas. E, por meio
dessa afinidade, elas recebem muitas informações sutis. Os homens podem
ser tão intuitivos quanto elas, mas precisam fazer uma opção consciente por
entrar num modo intuitivo, já que a percepção compartimentalizada é mais
natural neles. Talvez essa diferença tenha relação igualmente com nossas
tendências naturais à sensibilidade.
Quanto você é sensível?
Tanto quanto pude observar, somos todos igualmente sensíveis ou não esta-
ríamos vivos. Alguém tem ideia de quantas vezes instintivamente evitou o
perigo ou as situações que não lhe convinham e de quantas vezes com
precisão escolheu aquilo que o favorecia? Claro, cometemos erros, mas
porque somos sensíveis aprendemos com eles. Eu prefiro reenquadrar a
sensibilidade de tal modo que, em vez de classificar-nos como extremamente
sensíveis, moderadamente sensíveis ou insensíveis, possamos pensar em
graus de consciência acerca de nossa sensibilidade. Nossa sensibilidade está
sempre trabalhando, embora estejamos relativamente conscientes ou
inconscientes disso.
Todas as grandes descobertas são feitas por homens cujos sentimentos 
vão na frente dos pensamentos.
Rev. Charles H. Parkhurst
Muitos de nós somos sensíveis inconscientes ou desapercebidos, captando
grandes volumes de ideias e informações subliminares que permanecem logo
abaixo da superfície do consciente sem saber o que estamos fazendo. Quando
isso acontece, sentimos a pressão daquilo que quer dar-se a conhecer, e isso
pode nos subjugar ou paralisar, deixando-nos irritáveis e suscetíveis,
aparentemente sem nenhuma razão.
Alguns de nós somos sensíveis conscientes, capazes de identificar e usar os
dados sutis que recebemos sentindo o mundo à nossa volta, sem repercussões
negativas. Percebemos a informação, o tempo, a ação e a palavra certa, e
somos bem-sucedidos na vida diária.
Outros ainda estão se tornando sensíveis extremamente conscientes: são
aqueles que atuam muito bem no mundo, com altos níveis de sensibilidade, e
também intuem dimensões espirituais para ganhar sabedoria, interagir com
seres não físicos e intencionalmente materializar criações baseadas na alma.
Você provavelmente é uma mistura dessas três categorias: inconsciente de
certas sensibilidades, alerta e intencional diante de outras e, às vezes,
aventurando-se por novos territórios mais complexos. Se atentar para quanto
sua percepção aumentou e para quanto você recorreu à sua sensibilidade às
vibrações para agir, é provável que descubra que usa essa capacidade com
muita frequência.
Experimente isto! 
Como você sente a sensibilidade?
1. Descreva em seu diário os componentes de três experiências positivas ou
negativas que teve nas quais a sensibilidade tenha sido o modo
predominante de saber, agir ou comunicar. Por exemplo: “Pedi desculpas
a Sue porque senti o quanto ela ficou magoada com meu comentário”,
“Assisti a um documentário sobre a morte dos ursos polares e não
consegui fazer mais nada o resto do dia” ou “Eu podia adivinhar que
aquela reunião ia degringolar numa sessão de fofoca”. Como você se
sentiu antes e depois, física e emocionalmente? Como foi que você
percebeu como estava se sentindo? Como as pessoas reagiram?
2. Descreva os componentes de três experiências nas quais as pessoas
tenham sido sensíveis ou insensíveis diante de você ou de um terceiro.
Como isso o afetou exatamente?
3. Esta semana, preste muita atenção às situações em que poderia ser mais
sensível e abra sua percepção emocional e corporal para descobrir como
poderia saber mais, contribuir mais ou ajudar os outros a sentir-se mais
aceitos e compreendidos. Observe como se sente depois de aplicar uma
sensibilidade mais aguçada numa situação prática.
Existem hábitos emocionais saudáveis 
e hábitos emocionais prejudiciais
Desde o instante do nascimento, começamos a desenvolver um sistema
subliminar para intuir o caminho na vida. Dependendo da recepção que
tivemos, nosso corpinho extremamente sensível aprendeu a permanecer
aberto e radiante ou a contrair-se para se proteger. Com o tempo, essas
reações se cristalizaram em regras tácitas de sobrevivência. Elas passaram a
ser hábitos emocionais que nos mantinham vivos e, ao mesmo tempo,
permitiam que a alma brilhasse o máximo que a mente infantil julgava
seguro.
Alguns desses hábitos são saudáveis, como introverter-nos para ver o que
nos parece certo em cada situação ou copiar os padrões personificados por
aqueles com quem queremos aprender. Porém, muitos dos hábitos
emocionais que desenvolvemos eram nocivos, destinados a proteger-nos ou
reforçar percepções equivocadas da mente infantil acerca da natureza inóspita
do mundo. Há quem tenha aprendido a “deixar o corpo” e tornar-se insensível
à dor terrível de ver os pais brigarem ou agredi-lo. Há quem tenha se tornado
ultrassensível aos surtos de depressão de uma mãe entristecida, no intuito de
fundir-se a ela e alegrá-la para que ela continuasse a cuidar dele. Hoje esses
hábitos emocionais são uma segunda natureza, e os que são prejudiciais
mantêm a vibração pessoal baixa e agem como obstáculos à transformação.
Para descobrir como, o que e quanto você se permite sentir, exploremos
alguns de seus hábitos emocionais. Os que são saudáveis ajudam-no a acessar
informações, tomar boas decisões e melhorar seus relacionamentos. Já
aqueles que são prejudiciais apontam para fluxos de energia bloqueados e
feridas emocionais subjacentes, mostrando onde você pode desenvolver uma
nova sensibilidade mais saudável.
Pesquisa da sensibilidade vibracional
Esta pesquisa destina-se a ajudá-lo a entender seus hábitos emocionais.
Apesar de haver uma classificação, no final a pontuação não será
considerada. Classifique as declarações a seguir de 1 a 10, sendo que 10
indica alta incidência ou maior verdade. Analise seus resultados tentando
detectar seu padrão específico de sensibilidade e suas ideias acerca de tornar-
se mais sensível.
Alta pontuação = hábitos emocionais saudáveis
1. Confio no que dizem meus instintos viscerais acerca de novas pessoas e
ideias. ______
2. Percebo facilmente o que é verdade e o que é mentira. ______
3. Detecto imediatamente o estado de espírito das pessoas. ______
4. Confio em minhas próprias ideias e orientação. ______
5. Estou certo de que posso materializar e ter tudo aquilo que desejo.
______
6. Tenho certeza de que minhas emoções me dão informações úteis. ______
7. Percebo imediatamente quando há vibrações positivas ou negativas nos
lugares em que entro. ______
8. Sinto seres não físicos, campos deenergia e a alma das pessoas. ______
9. Geralmente sei o que os outros estão pensando. ______
10. Sei o momento certo de agir. ______
11. Capto informações vibracionais quando estou com disposição neutra ou
solícita. ______
12. Quando estou superestimulado, crio mais espaço e volto a centrar-me em
mim mesmo. ______
Alta pontuação = hábitos emocionais prejudiciais
1. Fico incomodado com meu próprio sofrimento e com o sofrimento dos
outros. ______
2. Tenho pouca tolerância a leituras ou programas sobre violência. ______
3. Fico incomodado com o caos e com os estímulos intensos. ______
4. Fico esgotado quando tenho coisas demais para fazer de uma só vez.
______
5. Mostrar minhas emoções leva as pessoas a não confiarem em mim.
______
6. Tomar decisões com base em sentimentos leva ao fracasso. ______
7. O excesso de exposição aos noticiários ou ao público em geral me
paralisa. ______
8. Quando estou superestimulado, fujo para dependências ou “atividades
bobas”. ______
9. Capto informações vibracionais quando estou com disposição defensiva
ou crítica. ______
10. Se fosse mais sensível, eu não conseguiria agir direito no mundo. ______
11. Se fosse mais sensível, eu poderia enlouquecer ou ter problemas mentais.
______
12. Se fosse mais sensível, eu poderia ficar gravemente enfermo. ______
 
Depois de examinar suas respostas, talvez você perceba que há
determinadas áreas em que praticamente se esquece do que sente ou é
bastante ligado em como se sente. Você descobrirá se tem muita ou pouca
tolerância a estímulos vibracionais, se cede facilmente ou não à percepção
negativa ou se suas convicções facilitam ou dificultam a expansão de sua
sensibilidade. Essas são boas informações — não é que sejam certas ou
erradas, mas constituem um ponto de partida para começar a ser mais inten-
cional com sua percepção. Talvez você queira escrever sobre seu atual
padrão. Quando o medo mais o influencia? O que você poderia fazer para
tornar seus hábitos prejudiciais mais saudáveis? Em que situações já
consegue confiar nas informações vibracionais e usá-las? Em que situações
gostaria de cultivar hábitos emocionais mais saudáveis?
Como os hábitos emocionais se desenvolvem
Façamos uma pequena viagem no tempo até aquele momento logo depois do
nascimento, quando ainda agíamos como um organismo empático e sensível
às vibrações, antes de aprender as palavras e criar camadas de explicações,
identidades e mecanismos de superação. Vivíamos em fusão com o ambiente
e, como um golfinho, usávamos uma espécie própria de sonar, aprendendo a
agir com base no que se expandia sem limite mundo afora e no que voltava
até nós. Éramos como um pequeno sol, que irradiava luz clara, amor e alegria
para todos os que quisessem aproveitar esse calor. Enquanto esse amor
incondicional atingia pais e outras pessoas importantes à nossa volta, sempre
que eles mantivessem a capacidade de amar e de sentir empatia, esse sonar
funcionava e a realidade era reforçada e, talvez, até ampliada. A verdade da
alma estava ali, naquela sensação específica, que poderia mesmo chamar-se
prazer. Uma infância sadia é marcada por esse tipo de reforço da alma.
Mas sempre que os pais e os outros aprendiam a ter medo, a fechar o
coração, a desconfiar ou a rejeitar a alegria, o sonar nos enviava sinais.
Talvez o pai tenha restringido o espírito brincalhão quando era criança
porque os pais dele eram severos e, inconscientemente, ele assumiu o rigor e
a convicção de que toda criança precisa de disciplina. Quando nossa alegria
ilimitada depara com as convicções rígidas e as emoções “endurecidas” dele,
não conseguimos nos sentir como nós mesmos. Em vez disso, percebemos
que há algo de errado, mas não sabemos o bastante para detectar o quê.
Quando isso acontece pela primeira vez, esse efeito ricochete produz em nós,
o organismo, uma estranha sensação de desorientação e falta de realidade. Aí
está uma coisa que é “não eu”, que é mais lenta, densa, cortante e sombria do
que aquilo que somos. Aí está o começo da experiência de um mundo
exterior, de separação da vida, de medo e ego. Essas são sensações alheias
que se parecem com a dor.
Nós, o organismo, possuímos um dispositivo de economia de energia e
procuramos amor para nos sustentar. Descobrimos que a energia não
ricocheteia de uma maneira incômoda caso adaptemos o comportamento às
convicções e às posturas corporais inconscientes de nosso pai. Nós o
imitamos e deixamos de nos exprimir quando não conseguimos transpor essa
barreira. Ninguém se expandirá em criatividade se for punido por isso.
Deixamos de ser afetuosos se isso deixar um pai rígido e pouco à vontade.
Deixamos de irradiar afetividade do peito ou olhos se os olhos da mãe não
forem receptivos ou se o coração do pai for duro. Aprendemos a nos calar
porque assim a mãe fica mais relaxada, a andar como o pai porque isso
funciona como uma reafirmação para ele ou a fazer gracinhas porque os
momentos de riso são melhores que as ausências dos pais viciados em
trabalho.
Aprendemos a deixar essa energia fluir por onde ela pode fluir e
resignamo-nos a ficar sem movimento em muitas áreas. Confundimos a
concordância com as convicções, vieses emocionais e posturas corporais dos
pais com amor. Se não é possível o reforço da alma, aceitamos o que houver,
ainda que sejam só migalhas, para sobreviver. Se alguém encontrar abusos
absolutos, a intensa reação de contração do organismo pode atrofiar o
crescimento físico e espiritual. Desse modo têm origem os primeiros hábitos
emocionais. O corpo fica de um certo modo, a pessoa emite apenas um certo
tipo de energia e intensidade e permite apenas que uma parte de um eu total
irradie sem monitoramento. Definimo-nos como esse tipo de pessoa e
achamos que a vida funciona de acordo com essas regras.
Deixamos de viver a experiência do Espírito porque nosso mundo interior
está entulhado de antigos traumas. [...] À medida que começamos a limpar
esse entulho, a energia do amor e da luz divina começa a fluir por nosso ser.
Rev. Thomas Keating
Agora é hora de reverter o dano
Quanto mais tivermos nos adaptado, inconscientemente, a viver em
circunstâncias limitadas, com amor condicional e aceitação parcial, maior a
probabilidade de sentir-nos subjugados pelos novos e mais rápidos estímulos
vibracionais. Essas novas energias parecem estranhas. Vivemos estímulos
que não combinam com o padrão de um sonar original e são interpretados
como errados e ameaçadores, uma negação de nosso eu e uma anestesia para
a mente, do mesmo modo que foram classificados os primeiros ricocheteios
do sonar do bebê. Enquanto estamos sendo bombardeados com as frequências
rápidas de hoje, lá no fundo, o subconsciente está dizendo: “Hã? Isso não tem
sentido!”, e nos sentimos confusos e consternados ou, para nos preservar,
rejeitamos as frequências que recebemos.
Lembremos como ocorrem os primeiros estágios do processo de
transformação. À medida que a energia do corpo se acelera, os bloqueios sub-
conscientes de baixa frequência — que estão estreitamente vinculados às
primeiras concessões, renúncias e sensações de perda do amor — não podem
mais continuar suprimidos. Eles vêm à tona e tornam-se conscientes.
Podemos analisar as decisões e percepções equivocadas e antiquadas e mudá-
las. Acomodar-nos às frequências mais rápidas, ajustar as ideias acerca de
quanto amor podemos ser e dar e nos livrar dos hábitos emocionais
contraídos são a principal tarefa agora. Porém não se consegue desaprender
velhos hábitos e cultivar novos da noite para o dia — é preciso paciência,
repetição e compaixão. É preciso estar disposto a isso. Na verdade, volta-se à
abertura que conhecemos quando bebê e à reafirmação da alma como o eu
legítimo. Então teremos consciência de quem somos e da razão por que
estamos aqui.
À medida que for identificando os hábitos emocionais baseados no medo,
perceberemos que, em alguns casos, eles derivam de uma decisão fóbica do
tipo fugir e evitar; em outros, de uma decisão contrafóbica do tipo lutar e
controlar.
Hábitos emocionais prejudiciais 
baseadosna decisão de “fugir”
Eis aqui alguns hábitos emocionais prejudiciais baseados numa decisão
subconsciente de fugir e evitar:
Literalmente deixamos a sala, o relacionamento, o emprego ou o país, ou
pulamos fora da conversa, do corpo e da vida. Abandonamo-nos e aos
outros. Na pior das hipóteses, a personalidade se divide e se dissocia.
Sentimo-nos desorientados, perdidos, deprimidos, desmotivados e
apáticos. Acontecem lapsos e perda de memória.
Distraímo-nos e nos anestesiamos criando dependências: de álcool,
drogas, comida, sexo, exercício, televisão, trabalho, compras,
preocupações, vida social ou Internet, para citar algumas.
Vivemos em outras realidades que não a nossa ou glamorizamos outros
lugares e épocas, celebridades, heróis, seres e reinos não físicos ou suas
vidas passadas.
Num relacionamento com outra pessoa, fazemos qualquer coisa para não
a desagradar, desenvolvendo uma relação de codependência na qual
praticamente vivemos a vida do outro, em total fusão com ele, nos
perdendo e terminando por nos sentirmos dominados.
Envolvemo-nos numa situação exagerada, maior que a própria realidade,
que nos monopoliza a mente e constitui uma grande desculpa para não ter
de sentir alguma coisa: ficamos doentes, sofrendo, incapacitados,
deprimidos, envergonhados, falidos, feridos, num relacionamento
abusivo ou temos de cuidar de um negócio ou um parente que está mal,
ou de reformar uma casa problemática.
Sentimo-nos desamparados e indefesos, não temos limites pessoais,
noção de individualidade, preferências nem liberdade e aos poucos nos
esgotamos, exaurimos e paralisamos. Queixamo-nos, nos sentimos
azarados, inventamos desculpas, estamos sempre de mau humor e somos
atormentados por ciclos negativos que sempre se repetem.
Somos dominados pela ansiedade e por ataques de pânico que, com o
tempo, corroem a saúde física.
Sempre que sentimos uma emoção extrema — seja raiva, mágoa, desespero
ou até mesmo êxtase — e agimos com base nela, não pode haver lucidez. Os
sentimentos estão aqui para ser sentidos. A verdadeira ação ou inação deve
provir daquilo que está sob todos os sentimentos. [...] 
No âmago da questão, no âmago de qualquer emoção, 
por mais horrenda que seja, há paz.
Gangaji
Hábitos emocionais prejudiciais 
baseados na decisão de “lutar”
Eis aqui alguns hábitos emocionais prejudiciais baseados numa decisão
subconsciente de lutar e controlar:
Projetamos culpa, raiva, ódio e violência nos outros quando não
queremos sentir alguma coisa. Agredimos quem ameaça a maneira como
queremos que a nossa realidade funcione.
Transformamo-nos em solucionadores de problemas e tentamos consertar
tudo o que nos incomoda para fazer o mundo exterior funcionar de
acordo com as nossas preferências.
Lançamo-nos à ação como aquele que resgata, salva ou cura, projetando
nossas ideias acerca de quanto os outros devem estar felizes e saudáveis
com o processo de crescimento deles.
Tentamos influenciar ou controlar as pessoas pelo charme, sedução, falsa
humildade, artimanha, negociação, manipulação ou força.
Procuramos aprender e fazer mais, lendo vorazmente, fazendo semi-
nários, trabalhando horas extras ou nos oferecendo como voluntário em
atividades extracurriculares e filantrópicas.
Ficamos presos em conflitos e posições polarizadas que não se resolvem.
Discutimos, criticamos, brigamos e queremos rejeitar ou punir as
pessoas.
Convencemo-nos a gostar de realidades de abnegação com que achamos
que temos de conviver. Na verdade, para nos sentir no controle, podemos
até dizer aos outros que as escolhemos ou criamos intencionalmente.
Tornamo-nos teimosos e resistentes, estoicos e imutáveis. Não mudamos,
não escutamos ninguém, não participamos de nada.
Por outro lado, eis aqui alguns 
hábitos emocionais saudáveis
Caso sejamos abertos ou estejamos desenvolvendo ativamente a capacidade
de perceber o mundo conscientemente, poderemos reconhecer — ou desejar
desenvolver — alguns destes hábitos emocionais saudáveis:
Sentimos, pensamos e agimos, sem nos julgar nem sacrificar, de acordo
com um senso interior natural de ética e harmonia. Deixamos que os
outros sintam, pensem e ajam como quiserem, sem precisar que eles
sacrifiquem a própria autenticidade por nossa causa.
Percebemos conscientemente as frequências de outras pessoas, lugares e
situações, e não mudamos para combinar com elas, principalmente se
forem mais baixas que a nossa.
Nós nos fundimos com outras frequências (de pessoas, lugares e situa-
ções) intencionalmente, para ativar novas ideias e conhecimentos, e
depois voltamos a nós e verificamos como — ou se — queremos
implementar as novas informações.
Mantemos uma percepção aberta e centrada no momento presente,
receptivos aos sinais sutis que vêm do corpo. Permanecendo centrados e
alertas, não temos necessidade de separar-nos do mundo nem de nos
defender dele: simplesmente ajustamos a frequência para a vibração que
mais nos nutrir ou divertir em qualquer momento dado.
Refugiamo-nos em nós mesmos, não para deixar de sentir alguma coisa,
mas sim para saber o que nos convém em cada situação e para descobrir
as nossas próprias ideias. Descobrimos as mensagens e revelações de
cada sentimento, vendo toda sensação e toda percepção como úteis.
Somos confiantes e gostamos da nossa própria companhia, de modo que
não precisamos impressionar os outros; a sensação de estar à vontade que
isso promove facilita uma maior lucidez. Temos a segurança de saber o
que é preciso saber quando necessário. Compartilhamos energia e
percepção com as pessoas com facilidade.
Podemos experimentar uma gama de sensações, das mais contraídas às
mais expandidas, sabendo que a vida é isso. Até mesmo as tensões
contêm energia e informações úteis.
Sabemos que a vida e a mente naturalmente oscilam, de modo que
sabemos aceitar as próprias polaridades e as dos outros, além de mudar
frequentemente enquanto penetramos em nosso âmago para atingir
estabilidade.
Sabemos que a experiência depende de nós mesmos e das próprias
opções. Sabemos que, ajustando as frequências que permeiam o corpo, as
emoções e os pensamentos, conseguimos mudar nossa realidade e criar
ou destruir “o estofo da vida”.
Ficamos motivados a ter uma relação viva com o mundo e nos
entregamos totalmente às descobertas e à criatividade. Aceitamos que
somos, nós e o mundo, feitos de muitas dimensões e frequências de
percepção e temos acesso a todas elas.
Como transformar hábitos emocionais 
prejudiciais em sensibilidade consciente
Comparando os hábitos emocionais prejudiciais aos que são saudáveis,
conseguiremos definir algumas metas em termos de sensibilidade. Primeiro, é
preciso identificar o que não está funcionando, compreender
compassivamente por que estamos presos a esses padrões disfuncionais para
poder perdoar tanto aos outros quanto a nós mesmos e, por fim, definir
métodos novos e melhores que possam substituir os antigos padrões. A etapa
seguinte é tentar flagrar-nos quando estivermos em meio a um padrão nocivo
— sem usar outro hábito emocional prejudicial para lidar com a situação. Se
deixamos uma amiga falando sozinha porque ela não concordou conosco, não
devemos tomar uma cerveja para nos acalmar. Em vez disso, experimentemos
um hábito emocional saudável, como voltar a nos centrar e intuir a realidade
dessa amiga para tentar compreendê-la.
Não devemos nos criticar nem nos castigar. Em vez disso, podemos dizer:
“Ih, lá vou eu de novo, me isolar das multidões enlouquecidas” ou “Sei que
quero culpar minha companheira porque ela não estava alerta o bastante para
o que eu queria”. Devemos apenas prestar atenção ao que aconteceu, registrar
e pensar um pouco. Aprender a suspender o hábito emocional prejudicial, a
deixar a mente ficar “relaxada” como um músculo inerte e sentir plenamente
tudo o que o corpo estiver sentindo sem tentar mudar nada. Se não nos
sentimos muito à vontade, fiquemos com essa sensação desagradável por
mais trinta segundos do que teríamos ficado antes. Sejamos um observador.
Tomemos consciência de hábitos inconscientes, como maneira de fazer
algumacoisa com eles.
A ansiedade é a experiência do crescimento em si. [...] A ansiedade negada
nos deixa doentes; a que é encarada de frente e vivida até o fim se converte
em alegria, segurança, força, equilíbrio e caráter.
A fórmula prática é: vá aonde a dor estiver.
Peter Koestenbaum
Ao prestar atenção e “conviver” com a experiência um tanto
constrangedora de controlar ou evitar, nos damos uma abertura, uma ligeira
pausa. Nesse intervalo, há a oportunidade de optar por uma alternativa. Há
algum meio mais positivo de perceber o que realmente está acontecendo? Há
algum hábito emocional saudável que gostaríamos de adotar? Em vez de
explodir com a pessoa que tem interesses diferentes dos nossos, que tal
escrever em um diário sobre as experiências da infância que se relacionam
com essa por meio de um fio comum? Que tal sentir as tensões do corpo e
liberá-las com yoga ou tai chi? Ao eliminar um hábito prejudicial, devemos
substituí-lo conscientemente por outro saudável. Vale a pena inclusive dizer
em voz alta: “Está vendo, Eu? “Agora estou fazendo isso DESTA maneira!”
Experimente isto!
Pratique um hábito emocional saudável
Na próxima vez que você se pegar optando por uma reação de lutar ou
fugir a energias intensas ou situações que simbolizam feridas do passado,
observe qual é o hábito emocional prejudicial. Interrompa o que estava
fazendo, mesmo que na metade do caminho. Descreva para si mesmo o
que sente: “Estou ansioso porque vou me atrasar e, se as pessoas
pensarem mal de mim, vão estragar minhas chances de sucesso com
elas”.
Imagine como vai se sentir e o que poderia acontecer se você continuasse
com o hábito prejudicial. Nesse caso, você pode ficar nervoso a ponto de
ter um ataque de pânico, se perder, sofrer um acidente ou ficar tão
descabelado correndo para o compromisso que acabe causando uma
impressão ainda pior e afaste a todos. Opte por mudar de estratégia.
Respire! Volte ao momento presente e a seu corpo e relaxe. Repasse a
lista de hábitos emocionais saudáveis acima e escolha um. Transforme-o
numa afirmação, como, por exemplo, “Sei que minha experiência
depende de mim mesmo e de minhas próprias opções”. Simplesmente
concentre-se nisso, sintonize sua sensibilidade com a sensação de ser
assim e veja como sua experiência da situação muda quando você põe
isso em prática.
Em outro momento, escolha uma das sugestões de hábitos emocionais
saudáveis da lista acima e pratique-a um dia inteiro. Mais uma vez,
transforme-o numa afirmação: “Deixo que os outros sintam, pensem e
ajam como quiserem, sem precisar que eles sacrifiquem a própria
autenticidade por minha causa”. De que modo isso melhora sua
sensibilidade?
Os benefícios de sermos 
conscientemente sensíveis às vibrações
A capacidade intuitiva e a lucidez aumentam. Você toma boas decisões.
A capacidade de criação e inovação aumenta. Você consegue
materializar facilmente o que precisa e usar o que recebe.
Você coopera prontamente com as pessoas e extrai o melhor delas.
Adquire uma profunda percepção dos sofrimentos e motivações das
pessoas e do que elas precisam para crescer e curar-se. Pode oferecer aos
outros a ajuda, os conselhos ou a compreensão de que precisam.
A capacidade de intuir a dinâmica interna de qualquer coisa lhe fornece
dados e percepção que lhe propiciam uma vantagem para encontrar a
felicidade e o sucesso em seus relacionamentos, na vida pessoal e no
trabalho.
É possível diluir a sensação de separação e isolamento, compreendendo
como tudo na vida é ligado e interdependente. Isso o ajudará a sentir a
alma das coisas e a tornar-se mais iluminado espiritualmente.
Não é preciso uma crise 
para desenvolver sensibilidade consciente!
Daniel fora presidente de um banco por quase toda a sua vida profissional, e
tinha um estilo de vida luxuoso. Era inteligente e ágil, um grande
solucionador de problemas, um gênio do marketing e um líder bom, que não
abusava do poder. Quando se aposentou, todos ficaram tristes. Por um tempo,
ele viajou e assumiu cargos em diversos conselhos de diretoria, mas sabia que
a vida não era só aquilo. Ele se tornou inquieto e nervoso e então mergulhou
num estudo da espiritualidade e da metafísica com a habitual confiança,
tratando-o como um problema a ser resolvido. Visitou locais sagrados e
energizados do mundo inteiro, riscando-os um por um de sua lista. Estudou
com bons mestres, leu centenas de livros e praticou yoga. Então teve um
enfarte. Enquanto se recuperava, perguntava-se como aquilo podia ter
acontecido com ele, já que sua mente supostamente estivera “no lugar certo”
e ele fizera “todas as coisas certas”.
Tivemos várias sessões para encontrar a origem do problema, e uma das
primeiras coisas que vieram à tona foi o fato de Daniel estar aplicando a força
da mente e sua capacidade de solucionar problemas a questões que não
podiam ser descobertas ou vividas dessa maneira. Quanto mais ele usava a
mente e sua forte determinação, mais a experiência que buscava o frustrava.
A ideia do vazio que estava enfrentando após uma carreira tão ilustre era
aterrorizante. Ele não poderia aplicar a excelência como a conhecera e atingir
sua meta; na verdade, não poderia sequer entender o que era essa meta, pois
se tratava de um estado do ser e desafiava definições. A resposta estava bem
diante dele; seu coração piscara como uma luz de emergência vermelha,
gritando: “Ei! Diminua a velocidade. Preste atenção em mim. Eu sou a
resposta! Sinta-me. Sinta o que eu sinto. Apenas SEJA por um momento”.
Saber com o coração e experimentar “ser” não eram experiências familiares
para Daniel, que antes as associara à fragilidade emocional e a decisões
erradas. Enquanto trabalhávamos em sua aprendizagem de dar uma pausa a
sua mente empreendedora e entrar no próprio corpo e no momento, Daniel
percebeu que havia desenvolvido diversos hábitos emocionais prejudiciais
que o haviam mantido relativamente inconsciente e insensível a reinos
inteiros de possíveis experiências. Ele aprendera a ser um vencedor desde
criança: tinha sido um bom atleta e um ótimo aluno para agradar ao pai, que
não gostava de ver fraquezas em si mesmo nem em ninguém que estivesse
por perto. Daniel fizera isso tão bem que internalizara essas características
como sua principal identidade. Havia parado de irradiar a energia de seu
coração porque os pais não a reconheciam como real, e o resultado foi que ela
ricocheteou. Ele não tinha percebido quanto seu coração sofria por não ter
sido aceito e por ter se contraído. O enfarte fora uma grande liberação de
energia — na verdade, era sua alma dizendo: “É hora de corrigir esta situação
debilitante e começar a se exprimir plenamente. Não há nada de errado com
sua mente, mas agora ela deve obedecer aos sábios ditames de seu coração”.
Quando tinha emoções mais fortes em sua época de presidente do banco,
Daniel as suprimia e descartava, distraindo-se com várias dependências:
trabalho, vinhos, carros e viagens. Com exceção do gosto pelas descargas de
adrenalina, ele saíra do corpo e vivia na cabeça, de modo que alguns de seus
hábitos emocionais prejudiciais decorriam da decisão de fugir para evitar as
informações provenientes de sua sensibilidade. Os hábitos emocionais
prejudiciais que vinham da decisão de lutar eram: (1) fingir que gostava da
realidade que se resignara a ter, mesmo que, no fundo, sentisse falta do calor,
da intuição, da arte e da espiritualidade que antes isolara, e (2) ficar
invulnerável tornando-se um líder proativo, um solucionador de problemas e
um expert.
Com o tempo, Daniel aprendeu a voltar a atenção para o corpo, a centrar-se
no coração e a perceber o que estava sentindo em cada momento. Suas
opções vinham dessas percepções; ele parou de se definir e deixou a vida e as
pessoas terem mais impacto — principalmente do ponto de vista emocional
— sobre ele. Desse modo, ele reverteu um padrão de toda a vida e abriu-se
para uma realidade expandida. Vários anos depois, ele atingiu tal ponto na
experiência de contato com reinos espirituais superiores e seres não físicos
que começou a atuar comoguia e conselheiro espiritual para quem precisasse
do mesmo tipo de transformação que ele vivera. Conhecendo-o antes, quem
jamais pensaria que ele tinha em si essa nova capacidade? Toda a excelência
de que ele é capaz agora está a serviço do coração, por meio da empatia e da
compaixão pelas pessoas. Trata-se de um reequilíbrio natural e de uma
consequência de quem ele realmente é.
Os momentos de virada anunciam-se por meio de inúmeros sintomas vagos:
uma profunda inquietude, um anseio sem nome, um tédio inexplicável, a
sensação de estar preso.
Gloria Karpinski
O desenvolvimento de hábitos emocionais saudáveis e sensibilidade
consciente não exige uma crise, a não ser que sejamos extremamente
resistentes à mudança. Caso comecemos a perceber e a confiar mais em
percepções sutis, vendo quanto elas se relacionam a uma vida melhor e mais
gratificante, nós nos abrimos gradualmente, como uma flor que desabrocha
ao novo calor da primavera.
Vale a pena descobrir as percepções equivocadas
ocultas
Atrás de cada hábito emocional prejudicial há uma percepção equivocada
acerca do real funcionamento da energia e da percepção. Lembremos que,
quando o hábito foi originalmente estabelecido, nem sequer entendíamos a
linguagem e não tínhamos nenhum conceito mental; tudo era visceral,
instintivo e voltado para a sobrevivência. O cérebro reptiliano e a natureza
animal nos mantinham vivos. Talvez não haja outra maneira de atravessar a
infância. É absolutamente normal que, ao atingir a maturidade,
reconsideremos esses antigos padrões e os depuremos para sermos um ser de
luz e amor que realmente somos. Agora é hora de intuir a percepção
equivocada da mente infantil subjacente a cada hábito. Quando
compassivamente detectamos a lógica estranha e a razão pela qual criamos o
hábito, fica bem mais fácil deixá-lo aos poucos e até rir dele.
Por exemplo, no início deste capítulo, mencionei Megan, abandonada pelo
pai quando criança. Sem poder entender as razões por trás dos atos dele, o
corpo dela se contraiu em meio à confusão e ao choque da perda, enquanto
sua mente infantil chegava às seguintes conclusões: “Os homens de quem
gosto me abandonam”, “A culpa foi minha porque não sou boa o bastante” e
“Não conto com a ajuda da energia masculina, portanto terei de fazer tudo
sozinha”. Ela se distraiu da percepção dessas coisas por intermédio do
prejudicial hábito emocional de bancar a rebelde e durona. Entretanto, apesar
de seus esforços para evitar o abandono, seus namorados de fato tendiam a
deixá-la, ela realmente sentia que estava fazendo alguma coisa errada e sabia
que estava sendo excessivamente independente. Se descobrir suas antigas
percepções equivocadas, Megan poderá reverter o padrão e ter um casamento
que lhe dê apoio e uma carreira gratificante, se quiser.
Em sua situação, Daniel se tornou o forte, o competente, o infalível para
não perder o amor do pai. Já que o coração do pai estava fechado, aprovação
e concordância eram o máximo que Daniel poderia obter em termos de amor.
Os hábitos emocionais prejudiciais dele consistiam em distrair-se e ser
estoico. As percepções equivocadas subjacentes feitas por sua mente infantil
eram: “Os homens não demonstram amor nem ternura”, “O sucesso é
necessário à sobrevivência” e “Sou bom e estou a salvo porque sou
inteligente”. Se prosseguirmos, encontraremos sob essas percepções
equivocadas outra percepção equivocada básica, comum a quase todas as
pessoas: “Este mundo é um lugar em que tenho de sacrificar meu verdadeiro
eu e sofrer por isso. A experiência de estar vivo é uma experiência de
sofrimento”.
O interessante é que, ao se transformar, Daniel reverteu todas as suas
percepções equivocadas originais. Os homens demonstram, sim, amor e
ternura; isso é uma de suas grandes alegrias. O sucesso material não é
necessário à sobrevivência; o que é necessário é ter um objetivo e expressar-
se com autenticidade. Sou bom e estou a salvo, não porque sou inteligente,
mas porque estou sendo eu mesmo. Este mundo só será um lugar de sacrifício
e sofrimento se eu disser que é.
Eis aqui alguns exemplos de outras percepções equivocadas básicas sobre a
vida:
O mundo, com sua loucura e crueldade, é maior do que eu. Diante dele,
sou impotente.
Se sentir o que os outros sofrem, sentirei minha própria dor. Se isso
acontecer, morrerei ao sentir a imensidão desse sofrimento.
Preciso evitar que as pessoas sofram, senão elas me abandonarão e eu
morrerei. Ninguém me quer, portanto não tenho nenhum sentido ou
valor.
Preciso permanecer invisível, senão serei castigado; quando me mostro,
sou ferido.
Experimente isto! 
Reverta suas percepções equivocadas básicas
Intua seus hábitos emocionais prejudiciais para tentar descobrir as
percepções equivocadas básicas que você criou quando era criança.
Escreva-as como se fossem afirmações. Talvez você perceba de que
modo essas afirmações se desenrolaram em sua vida.
Inverta cada uma delas para que a verdade seja o contrário. Escreva-as
como se fossem afirmações positivas. Não se esqueça de incluir: “Este
mundo só será um lugar de sacrifício e sofrimento se eu disser que é”.
Concentre-se em sentir cada afirmação positiva como se fosse sua nova
verdade, tantas vezes por dia quantas se lembrar de fazer. Observe como
seus impulsos, motivações, ideias e atitudes mudam.
Só para recapitular...
Você nasceu empático e sensível às vibrações; foi assim que seu coração e
seu corpo se formaram e assim você aprendeu a fazer parte do mundo. Seu
estado natural é a sensibilidade, mas talvez você tenha mais ou menos
consciência disso. Você pode ser alguém sensível inconsciente, alguém
sensível consciente ou alguém sensível extremamente consciente. Talvez
tenha desenvolvido hábitos emocionais prejudiciais — que distorceram sua
sensibilidade, mas o ajudaram a sobreviver — quando era pequeno e não
verbal. Você desenvolveu esses hábitos do mesmo modo que os golfinhos
usam o sonar: irradiava as qualidades de sua alma e, quando estas
correspondiam às de seus pais, você sentia a si mesmo e se sentia aceito.
Quando não havia essa correspondência — devido ao medo de seus pais — a
energia ricocheteava, deixando-o confuso e trazendo-lhe a sensação do
sofrimento. Você aprendeu a corresponder às vibrações de medo de seus pais
para obter aprovação ou concordância: um fraco substituto do amor.
Você tem hábitos emocionais tanto saudáveis quanto prejudiciais. Os
prejudiciais atrapalham seu processo de transformação porque o mantêm con-
traído pelo medo ou pela parcialidade. Os hábitos emocionais prejudiciais se
baseiam na decisão de fugir e evitar ou de lutar e controlar. A frequência da
energia dos dias de hoje, cada vez mais alta, acelera o afloramento de suas
“feridas” subconscientes e torna urgente a depuração das percepções
equivocadas subjacentes feitas por sua mente infantil antes de você
compreender que era responsável pela própria experiência. É possível
transformar os hábitos emocionais prejudiciais em sensibilidade consciente
flagrando-se numa reação, convivendo com a experiência e experimentando,
em seu lugar, um hábito emocional saudável.
Mensagem da frequência original
Como explico na seção Ao leitor, incluí estes trechos inspiradores ao fim de
cada capítulo para que você troque sua forma normal, rápida, de leitura por
uma experiência direta de um tipo mais profundo. Por meio dessas
mensagens, é possível mudar intencionalmente sua vibração pessoal.
A mensagem abaixo destina-se a transportá-lo a uma forma de conhecer o
mundo que se aproxima daquela com que você experimentará a vida na Era
da Intuição. Para entrar na mensagem da frequência original, basta adotar um
ritmo mais lento, menos apressado. Inspire e expire lentamente uma vez e
fique o mais calmo e imóvel que puder. Deixe que sua mente fique suave e
receptiva. Abra sua intuição e prepare-se para intuir a linguagem. Veja se
consegue experimentar as sensações e realidades mais profundas que ganham
vida à medida que você ler.
Sua experiência pode ganhar uma maior dimensão, a depender da atenção
que você investirnas frases. Concentre-se em poucas palavras de cada vez,
faça uma pausa nos sinais de pontuação e “fique com” a inteligência que está
dando a mensagem — ao vivo, agora mesmo — a você. Você pode dizer as
palavras em voz alta ou fechar os olhos e escutá-las na leitura de outra pessoa
para ver que efeito têm sobre você.
ACABANDO COM O SOFRIMENTO EM SI MESMO
O sofrimento, mesmo a grande dor física e a perda emocional, se desvanece quando você para de olhar
para ele e procurar por ele. Ele desaparece quando você para de concordar com ele ou lutar contra ele.
Ele some quando você para de basear sua identidade nele. Nos reinos mais sublimes, não há
sofrimento, não há vítimas, salvadores, líderes nem seguidores, não há ricos nem pobres, não há aqui
nem não aqui. Em frequências superiores, você conhece a força de ser. Ser revela presença, e a
presença revela a percepção divina que de tudo cuida a partir de dentro. A percepção divina revela o
amor como a natureza básica imutável do eu e da vida. A qualquer momento, você pode Ser. Você
pode procurar e sentir a presença; espere o surpreendente retorno ao amor que você jamais deixou. Não
há sofrimento no amor, só na separação do amor, e a sensação de separação é a opção de sofrer.
Nos reinos mais sublimes, seu eu é nosso eu e o Eu, e o Eu é uma experiência comum de presença
amorosa. Se você acha que não é o Eu único ou que os outros não são o Eu único, que ele pode ser
perdido, então você sofre. Pensar “neles”, num espaço intermediário ou num vácuo, cria uma lacuna
artificial porque não há nada fora de você, nenhum estranho, nada alheio, nenhum lugar para onde essa
presença possa fugir para criar um vazio. Assim que você finge que existe uma lacuna no continuum da
presença, cria sofrimento, que é dúvida e medo, que é separação, que é loucura. Ele só existe na mente.
No instante em que você refamiliariza o mundo, fundindo-o novamente consigo mesmo, a lacuna se
desvanece e a presença indivisível reaparece. De um ângulo, você se vê como um eu pequeno, finito e
trêmulo; de outro, como um eu ilimitado, radiante e cada vez mais expansivo.
Às vezes você sente dor, que é a resistência à contração natural. Porém você não precisa sofrer.
Relaxe e siga com a onda. Às vezes as pessoas que sofrem ocorrem “dentro do espaço de você”, em seu
mundo. Isso quer dizer que você ainda contempla a possibilidade da realidade do sofrimento. Fique
com elas por inteiro, por um momento puro. Não acredite nelas, não as negue, não as imite — só
permita a experiência. Sinta a presença nelas, deixe-as sentir sua presença, ofereça-a como a presença
do Eu único e deixe-as fundir-se quanto quiserem com sua oferta. À medida que a presença se torna
consciente, surge uma calma certeza e elas relembram seu verdadeiro eu. Elas conseguem livrar-se do
sofrimento, e isso o liberta também. À medida que a lembrança do amor ocorre, há cura instantânea,
mudanças positivas repentinas e transformação pessoal — neles e em você. Toda dissolução da ilusão
do não amor apaga o sofrimento para todos nós. A cada colapso das lacunas criadas pela mente, o
sofrimento se dissolve, como uma nuvem no profundo azul do céu.
C
4
LIBERTANDO-SE DE 
VIBRAÇÕES NEGATIVAS
A aceitação plena e jovial do pior em nós mesmos talvez seja o único meio
infalível de transformá-lo.
Henry Miller
laudia entrou na reunião com um cliente em potencial e
imediatamente começou a suar, apesar de estar sentindo frio. “Estou
captando alguma vibração ruim”, pensou ela. Então empurrou as
sensações para o fundo da mente e preparou-se para sua apresentação.
Quando começou a falar, percebeu que alguém da equipe desse possível
cliente estava debruçado na direção de um colega, sussurrando alguma coisa
com expressão de menosprezo. O segundo homem ergueu a cabeça para ela
com olhar vazio e, em seguida, olhou para seu calendário eletrônico. De
repente, Claudia se sentiu julgada e pouco à vontade. Já acanhada, perguntou-
se o que poderia haver de errado com ela. Não era uma mulher atraente? Com
sua força de vontade, tentou reduzir a ansiedade e fez a apresentação mais
inteligente e encantadora que pôde. Depois, olhando em torno da mesa de
reunião, viu seus colegas assumirem o controle, agindo como se fossem seus
superiores, acrescentando informações que ela desconhecia. Haviam-lhe
roubado a cena. Agora Claudia sentia um nó na boca do estômago. Sentia-se
num tanque cheio de tubarões.
No resto do dia, sentiu-se desprezível e não conseguiu se concentrar. E, à
noite, não conseguiu dormir, imaginando críticas e situações negativas. “Eu
devia ter usado meu conjunto vermelho.” “Preciso ser mais divertida.”
“Alguma coisa terrível vai me acontecer.” No dia seguinte, como suspeitava,
foi chamada à sala do chefe e demitida. Ele disse que seu desempenho estava
aquém do desejado e que ela não se dava muito bem com os colegas.
Enquanto saía, Claudia pensou que a reunião do dia anterior certamente tinha
sido uma arapuca: queriam diminuí-la para poder demiti-la. Sua mente dava
voltas, revendo momentos em que fora usada e desrespeitada, conjurando um
futuro limitado em que encontrar outro emprego seria difícil, sendo obrigada
a aceitar cargos degradantes e terminando uma mulher velha e desiludida
como sua mãe. Em seguida, tomou-se de fúria contra os colegas, que
conseguiam manipular as circunstâncias com tanta facilidade conforme seus
próprios fins.
Após semanas com essa disposição negativa — e diversas entrevistas de
emprego fracassadas —, Claudia pegou uma gripe que não passava. Agora
não poderia continuar procurando emprego e, à medida que o tempo ia
passando, suas economias iam minguando, o que a deixava ainda mais
apavorada. Ela não poderia ir a um psicólogo e nem mesmo fazer uma
massagem porque não tinha dinheiro. E não estava causando uma boa
impressão quando saía à procura de trabalho porque estava emitindo uma
energia tão forte de “carência” que ninguém a queria por perto. Isso piorou
sua depressão, e ela acabou entrando em parafuso. Claudia estava presa —
tão presa que sua mente não conseguia ver nenhuma saída. Ela não parava de
rebobinar a fita do quanto estava perdida, de que não sabia o que fazer e,
assim, ia se enterrando cada vez mais: Precisava fazer alguma coisa! Mas
tudo o que tentara tinha dado errado. Mas precisava fazer alguma coisa! Mas
já tinha tentado tudo. Mas precisava fazer alguma coisa! Mas não tinha
dinheiro para fazer nada. Mas...
Como você fica preso? Vamos contar as maneiras!
A queda em parafuso de Claudia nos parece familiar? Alguém alguma vez já
entrou nesse tipo de situação aparentemente inescapável? Nesse caso,
provavelmente ativou todos os hábitos emocionais prejudiciais e baixou
gradualmente a vibração pessoal até a paralisia, a apatia ou mesmo o suicídio.
Quando a frequência cai e parece ter parado, é difícil ver como as coisas
poderiam mudar e lembrar que somos uma alma sem limites, dona de um
destino fabuloso que somos muito capazes de materializar. Mas de que modo
as condições paralisantes ocorrem? Vamos examinar a dinâmica interna do
estar preso em vibrações negativas e os meios de reverter os padrões para que
possamos nos livrar mais depressa desses períodos de tempo realmente
perdido.
Você só aprendeu as lições daqueles que o admiravam, eram gentis com você
e lhe cediam o lugar? Não aprendeu as lições daqueles que [...] o
confrontaram [...] ou disputaram a passagem com você?
Walt Whitman
Há muitas experiências aparentemente inócuas que podem nos chocar ou
amedrontar num nível profundo sem que percebamos, e isso pode nos levar a
fugir e retrair. Os dois homens que julgaram Claudia sem dizer uma palavra a
amedrontaram num nível subliminar, levando-a da vibração alta da avidez e
do entusiasmo à vibração mais baixa, contraída, da insegurança em questão
de segundos. Quando temos experiências negativas, a vibração pessoal tende
naturalmente a cair, e nos sentimos “mau”. E quando a frequência é baixa,
tendemos a ter mais experiências negativas, o que leva a uma vibração
pessoal ainda mais negativa, como ocorreucom Claudia, que descambou da
decepção e da frustração para a hostilidade e o desespero.
Acrescentemos a isso a propensão da mente para definir e rotular as
experiências como “ruins”, “erradas” ou “sofridas” e a associar a identidade a
esses rótulos. Então somos “maus”, “errados” ou “sofredores”. Isso não tem
graça nenhuma, de modo que usamos a força de vontade para resistir a essa
experiência ou para fugir dela, e o fluxo da vida cessa. A vibração pessoal
baixa bloqueia a realidade da alma, e sofremos com a falta de movimento de
onda. Eis aqui sete maneiras pelas quais podemos ficar presos.
1. Um ciclo de crescimento acabou, mas ainda não percebemos e
continuamos presos a ele. Acabamos de criar alguma coisa, desenvolvemos
novas habilidades, aprendemos algumas lições, e a vibração está passando a
um novo nível. Mas, como Claudia, não percebemos que acabou e que
devemos encerrar esse capítulo da vida. Talvez por excesso de lealdade, não
tenhamos percebido que estamos entediados ou não tenhamos usado a
imaginação para criar uma realidade melhor. Caso não captemos a mensagem
de que o trabalho já acabou, a vida se encarregará disso e seremos demitidos,
como Claudia, ou obrigados a sair porque a mãe caiu doente ou a empresa do
marido o transferiu. Se não reconhecemos a depressão — ou ponto inferior
— da onda e resolver acompanhá-lo, não será difícil sentir que a vida nos está
rejeitando ou que fracassamos. Se usarmos esses finais para nos recriminar,
nos sentir pouco amados ou cairmos de cabeça no vazio, vamos entrar em
parafuso como Claudia. Todo ciclo natural de criação exige a materialização
de uma ideia em forma e sua desmaterialização para criar um espaço limpo,
novo, ou uma tela em branco. Esquecemos que criamos forma, depois espaço,
depois forma, depois espaço. Esquecemos quanto o espaço é necessário e
prazeroso.
2. Não usamos o que recebemos ou queremos mais do que podemos
usar. É comum estar fora de sincronia com o ciclo natural de crescimento,
dizendo que aquilo que recebemos não é o que queríamos, tentando forçar
algum acontecimento antes da hora ou mantendo algo numa forma que quer
se dissipar. O que temos num dado momento é aquilo em que andamos
pensando e nos concentrando, consciente ou inconscientemente, nos últimos
dias, semanas e meses. Ao reclamar de uma situação atual, invalidamos o
funcionamento perfeito do processo de materialização, o que “interrompe” a
onda vital ou fluxo natural.
A vida emerge de uma vibração pessoal. Portanto, se as experiências
estiverem sendo problemáticas com muita frequência, é possível que
ultimamente tenhamos nos impregnado de emoções e pensamentos negativos,
e os obstáculos estejam aí como lembrete. Provavelmente precisamos elevar a
vibração concentrando-nos nas coisas que amamos e no modo como
preferimos nos sentir. Devemos nos perguntar: Que pensamentos ou hábitos
emocionais habituais promoveram esses resultados? O que estou mostrando a
mim mesmo? Usando aquilo que criamos, é possível concluir
conscientemente um ciclo de criação e abrir espaço para que surja outro.
Além disso, podemos bloquear o fluxo vital e ficar presos querendo mais do
que precisamos para aprender uma próxima lição de vida. Criar demais
significa apenas que teremos de nos livrar de algumas coisas, e isso
desperdiça tempo e energia.
3. Uma experiência deflagra a lembrança de outra experiência
negativa semelhante. Quando a vida provoca uma lembrança triste, saímos
do fluxo em que nos encontramos e nos “teletransportamos” para o passado
penoso. O subconsciente reage automaticamente com um hábito emocional
prejudicial que imita a maneira como lidamos com a experiência original.
Recusamo-nos a sentir o que está aflorando e nos entregamos a
comportamentos de lutar ou fugir que nos impedem de confiar em nós
mesmos ou nos outros e/ou de receber orientação importante. Além disso,
podemos nos sentir subjugados, hiperativos, defensivos, distraídos,
desorientados, deprimidos ou vítimas. É possível que paralisemos por culpa,
punição, controle ou teimosia. No caso de Claudia, a demissão mobilizou a
lembrança da mãe — cujo alcoolismo arruinou uma promissora carreira de
cantora —, e Claudia ficou obcecada com o medo irrealista de que algo
parecido pudesse acontecer com ela.
4. Falamos do que não existe, do que ainda não aconteceu, do que
talvez nunca possa ser, do que não gostamos, do que não fazemos ou de
quem não somos. Quando a mente se concentra em descrever realidades
vazias ou não existentes, na verdade não estamos materializando nada. Além
disso, abandonamos o fluxo da vida, e ele não pode prosseguir sem a
presença consciente. Para sentir alguma coisa real e, portanto, ter motivação e
ação, o consciente deve estar centrado no corpo e perceber por meio dele, que
é o nosso filtro da realidade. Quando a comunicação intrapessoal descreve
uma realidade negativa ou não existente, o corpo não consegue apreendê-la
porque os corpos existem no tempo e no espaço. O corpo se prepara para agir
com base numa ideia brilhante, por exemplo, até que a gente diga: “Não sou
inteligente!” O mesmo acontece quando dizemos: “Quero ganhar mais
dinheiro, mas não sei como”. Então nossa consciência do corpo sente a
mesma espécie de consternação que sentiu quando era bebê e o amor não
encontrou resposta ao voltar até nós. Hã? Ele não consegue compreender o
conceito de negatividade e não existência e, enquanto ele luta para entender o
que deve fazer, ficamos presos.
Quando falamos de vazio e não existência, criamos em nós e em nosso
mundo um buraco ou uma lacuna imaginária. Essa lacuna é um lugar onde
fingimos não conhecer ou experimentar a alma. A falta de segurança é uma
dessas lacunas, do mesmo modo que fingir ignorância, temer perdas ou
dificuldades, ou evitar experiências diretas que envolvam corpo, emoção,
mente e alma. As lacunas dão-nos a ilusão de impossibilidade, o que
desestimula a expressão pessoal e retarda o movimento da onda vital.
5. Projetamos a mente e a energia na vida de outras pessoas, em outros
lugares e épocas e em realidades fictícias. Assim como falar sobre o que
não existe, projetar-se para fora do aqui e agora, em outros lugares e épocas,
também nos alija do corpo e do próprio processo. O consciente fica em outro
lugar e não pode receber percepção, instrução e amor da alma — os quais
fluem até nós por meio do corpo — porque não estamos “nele”. Como
“ninguém está em casa” para receber orientação superior, o subconsciente
ganhará o controle e reagirá automaticamente às situações como fazia no
passado. Ficamos reativos, em vez de receptivos, o que mobiliza muitos dos
hábitos emocionais prejudiciais, como disse antes. O que funcionava no
passado não funciona necessariamente na situação de hoje. Além disso, saber
o que é preciso na vida de outra pessoa não significa que o mesmo seja bom
para nós. Não vivendo no nosso corpo nem na nossa vida, adiamos nosso
crescimento e acabamos nos sentindo presos.
6. Apegamo-nos a criações, hábitos, definições e identidade e ficamos
em uma espécie de “padrão de espera”. Pode ser que estejamos nos
apegando a convicções ou posses para ter segurança, nos controlando para
não expressar nossa verdade ou amor, ou nos excedendo, controlando as
pessoas ao nosso redor com a exposição de um tema. Talvez estejamos nos
apegando a uma promessa ou compromisso que assumimos no passado e que
já não tem importância ou a um ressentimento, rancor ou injustiça. Talvez
evitemos mudar, prendendo o fôlego, à espera de que algo aconteça ou deixe
de acontecer, ou cerceando-nos para não nos expressar de maneira muito
evidente. Sempre que contraímos a energia e tentamos pausar ou parar uma
onda, desaceleramos o próprio fluxo e baixamos a frequência, o que o leva a
perder oportunidades. Além disso, ficamos esgotados ao tentar represar o rio.
Quando se agravam, os padrões de espera transformam-se em obsessões e
fixações.
7. Ficamos esgotados pelo excesso de negatividade, conflito e
obstinação. Talvez tenhamos tanto stress que não consigamos dormir. Pode
ser que soframosde uma dependência grave ou de dores crônicas. É possível
que estejamos lutando para não nos deixar intimidar ou tentar evitar um
fracasso. Quanto mais nos dissipamos, menos motivados ficamos e menos
energia temos para a imaginação positiva. Quando nossa percepção está
embotada, as emoções tornam-se apáticas e o corpo torna-se letárgico.
Criamos um problema insolúvel e ficamos temporariamente incapacitados de
nos mover.
Nunca foi tão fácil nos libertar
Apesar das lutas e dificuldades, lembremos que estamos flutuando num rio
que corre para um destino certo: conhecer a nós mesmos como nossa alma.
Estamos naquela parte do processo de transformação em que velhos hábitos
emocionais prejudiciais e medos de baixa frequência afloram e querem sair.
Estamos vivendo a reação a isso, ou seja, queremos voltar a suprimir o
desconforto e o sofrimento por meio de métodos como lutar ou fugir. Porém,
a luta contra o sofrimento e o medo do vazio nos esgota e, por fim, entramos
na fase em que vemos com clareza que os velhos hábitos e formas já
perderam sua utilidade.
 
O antigo mundo é lento devido à separação, às lacunas e ao medo.
O novo mundo é rápido devido à interconexão. Quando nos
aproximamos da unidade, a vida é mais instantânea.
Ela se pauta por novas regras, baseadas na velocidade 
do momento presente.
 
Muitas partes de nossa vida e nossa ideologia se dissolvem. Ficamos mais
dispostos a nos entregar e ver o que acontece porque estamos cansados.
Quando renunciamos à luta e encontramos a paz, vislumbramos uma nova
realidade, o que nos motiva a prosseguir. Entretanto, ainda podemos tropeçar
em alguns degraus, de modo que precisamos saber que podemos nos libertar
facilmente da negatividade sempre que percebermos que voltamos a cair nela.
Eis aqui duas ideias reconfortantes.
Primeiro, já que a vibração pessoal está evoluindo para uma frequência
mais alta, assim como a do planeta e a de todo mundo, simplesmente não
conseguiremos ficar presos tanto tempo quanto antes. Quando nos sentirmos
presos ou recearmos um término, lembremo-nos de que existimos dentro de
uma onda vital, e que a vida sempre está em movimento. As ondas têm
cristas altas e depressões fundas — a sensação de prisão é apenas a indicação
de uma virada iminente em nossa onda. Nada para na verdade; com certeza
um momentum constante nos moverá repetidamente e cada vez mais rápido,
por altos e baixos e começos e fins. Quanto mais nos entregarmos à
correnteza e sentirmos que tudo e todos estão de algum modo no mesmo
fluxo, mais fáceis serão as viradas.
Segundo, como o processo de aceleração está agindo sobre nós, depurar
os medos e bloqueios inconscientes será muito mais rápido que de hábito.
Antes nós íamos para a terapia, falávamos sobre nossos problemas por anos a
fio e tínhamos descargas emocionais catárticas. Agora o processo terapêutico
pode ocorrer muito mais depressa. Ao entrar no momento presente, em um
espaço novo onde abrimos mão das feridas de nossa história pessoal e, em
seu lugar, escolhemos a realidade da alma, a cura é vista como uma opção
renovada pela alma e a libertação de uma falsa realidade. A cura ou
“recuperação” está no momento presente, e não no futuro. Assim, não requer
um processo linear tão longo para que retornemos ao que temos de melhor.
Quando menos esperarmos, nossa história de sofrimento perde o sentido e
desaparece. Investigaremos mais detidamente esse processo de centramento
no capítulo 5. Até lá, há inúmeras maneiras de permanecer no fluxo, livre da
negatividade.
Quando deixamos de pensar principalmente em nós mesmos e em nossa
autopreservação, sofremos uma transformação verdadeiramente 
heroica da consciência.
Joseph Campbell
Liberte-se cooperando com as ondas
Visto que, a despeito dos obstáculos, as ondas vão aonde querem, é melhor
não ficar na frente delas. Na verdade, vale mais a pena pensar em nós
mesmos como a própria onda, e não como o objeto inamovível em seu
caminho. Somos um ser vibracional em meio a um mar de vibrações.
Precisamos dominar a arte de fundir-nos e alinhar-nos com a dinâmica em
constante mudança da energia viva. E isso significa que precisamos aprender
uma maneira totalmente nova de usar a força de vontade, pois é a obstinação
que tantas vezes nos faz agir como paredes.
Aprenda a usar bem a força de vontade. Se for como eu, você
provavelmente interiorizou, na juventude, as vozes de inúmeras figuras de
autoridade que agora o lembram daquilo que “deve” fazer. Lembro-me
particularmente de ter ouvido “Deus ajuda a quem se ajuda” e de quanto me
custou entender o conceito, pois parecia-me que, se eu me ajudasse, não
precisaria de Deus. Seja como for, essa ideia colocou-me num caminho de
autossuficiência que me fazia recorrer a uma vontade férrea para que as
coisas acontecessem. Eu usava minha vontade para projetar e manter minhas
intenções, para ser diligente e disciplinada, para não desistir quando as coisas
se complicavam. “Querer é poder” — essa foi outra lição de moral que ficou
gravada. Depois de anos mantendo meu sucesso por meio de força de vontade
concentrada e inquebrantável, eu estava exausta. Não queria fazer mais nada.
Estava farta de todas as vozes que me diziam o que fazer. Foi então que
percebi que havia um “bom uso da vontade”.
 
Sair da negatividade e da prisão é muitas vezes uma questão, não de
exercer a velha e imperiosa força de vontade, mas sim de “escolher o que
está escolhendo você”.
 
Força de vontade não é resistir, forçar nem controlar — é escolher. E existem
apenas duas opções básicas: sentir-se expansivo, amoroso e ligado às altas
vibrações da alma — literalmente, ser a alma — ou sentir-se contraído,
temeroso e imerso nas vibrações baixas do sofrimento — não ser a alma. Se
optarmos por nos sentir só e separados, presumiremos que precisamos fazer
tudo sozinhos, controlando a nós mesmos e ao mundo, como eu fiz por
muitos anos. Se optarmos por nos sentir ligados à vida, pouco vamos precisar
desse velho tipo de força de vontade, pois descobriremos que conceitos como
fluxo e sincronicidade tomam seu lugar.
Quando estivermos presos, não teremos de conceber deliberadamente toda
uma estratégia para mudar as coisas nem imaginar como a nova fase será —
basta suspender o antigo padrão de baixa frequência. Devemos usar a força
de vontade para escolher estar com o que existe. Imagine que a mente é um
músculo e deve ficar “relaxado”. Diga: “Ahhhhhhh” e faça uma careta!
Curiosamente, descobri que isso ajuda a bloquear a mente superocupada, que
acha que a solução é controlar as coisas. No espaço tranquilo da permissão, é
possível perceber facilmente o que a onda quer fazer. Será que chegamos a
um fim que ainda não reconhecemos? Há alguma nova inspiração batendo à
porta para tornar-se consciente e ganhar forma?
Siga o fluxo; ele sabe aonde ir. Nós oscilamos da forma à energia, desta a
uma nova forma e novamente à energia. Em um a cada dois milissegundos —
ou minutos, ou dias; a medida de tempo que se quiser — temos uma nova
oportunidade. As ondas da vida nos ajudam a nos entregar e abrir espaço
novo, a encontrar novas fascinações e motivações e começar de novo. Basta
confiar na sabedoria e no plano que estão por trás do fluxo de energia e seguir
com o rio vital na direção em que ele vai. Nas corredeiras, ele se enfurece;
outras vezes, desaparece no subsolo para depois reaparecer fluindo
placidamente. Às vezes, estamos sendo; às vezes, fazendo; às vezes, tendo.
A vida é um processo de tornar-se, uma mistura de estados pelos quais temos
de passar. As pessoas falham quando querem eleger um estado e nele
permanecer. Isso é uma espécie de morte.
Anaïs Nin
Reconheça as cristas e as depressões (começos e fins). Aprendi — depois
de me torturar e finalmente resolver que não gosto de ser torturada — que,
como trabalhadora autônoma, meu fluxo de trabalho é paralelo às minhas
necessidades mais íntimas. Antes eu pensava que a vida estava
caprichosamente “botando para quebrar” em cima de mim, mas no fim vi que
havia outro princípio em ação. Se eu estivesse numa fase intensade trabalho
com os clientes, por exemplo, e começasse a reclamar que o horário cheio era
um problema, a verdade era que estava pronta para entrar numa fase de mais
folga, com algum tempo meu, no qual eu poderia processar insights, me
recompor e gestar novos projetos. Aí o telefone não tocava ou o trabalho que
eu tentara arrumar não dava certo, e eu tinha meu tempo de sossego.
Geralmente eu não reconhecia nisso uma necessidade pessoal; achava que
estava sendo castigada com esse “declínio” e transformava a dádiva que era
esse tempo meu num problema. “O que há de errado comigo? Será que não
estão gostando do meu trabalho? Eu tenho de ganhar mais dinheiro!”,
resmungava. Se ficasse me queixando, o “espaço” seria mais demorado. Se,
em vez disso, eu agradecesse pela oportunidade de me renovar, visse o que
tinha aprendido e percebesse que agora estava ávida de gente, comunicação e
estímulos externos, o ciclo mudava com facilidade e em poucos dias — às
vezes, horas — surgiam novas oportunidades.
Entrar em harmonia com uma onda requer domínio das viradas, tanto na
crista quanto na depressão, vendo que estamos prestes a receber o que
precisamos em seguida, em vez de pensar que estamos saindo de um
problema (hiperatividade, por exemplo) para entrar em outro (subatividade).
As viradas estão onde podemos perceber as dádivas que recebemos e as
lições que aprendemos, de modo que gratidão e otimismo são particularmente
úteis nesses momentos. O momento da virada na crista é quando atingimos a
visão mais materialista e extrovertida da vida, quando a materialização se
completa e nos sentimos bem-sucedidos, “nas alturas”. Nos termos da física,
a onda se tornou a partícula.
Talvez o momento mais difícil seja quando a onda vira na depressão —
quando ficamos entediados, sentimos como se as coisas estivessem sumindo,
precisamos de espaço e temos de abrir mão do sentido e do que for antiquado
para voltar a Ser. Para a física, é aqui que a partícula se torna a onda. Passar
da depressão à crista parece ser a parte divertida, pois envolve entusiasmo,
motivação e consecução de metas. Mas abrir mão de formas velhas, relaxar,
sonhar com mil realidades imaginárias e rejuvenescer são coisas igualmente
prazerosas. A resistência crônica aos momentos de virada de uma onda pode
causar mudanças drásticas excessivas, como crises e traumas.
Para que a cura emocional surta efeito, precisamos entrar plenamente em tudo
aquilo que não foi processado e ir até o fim, até que a energia acumulada se
esgote do problema. Aí ele acaba, nunca mais voltando a exigir sua atenção
ou energia psíquica.
Jacquelyne Small
Estimule a fluidez sempre que encontrar estagnação e percepção
congelada. Devemos ficar atentos aos padrões de espera. Se estivermos
retendo as ideias, experimentemos puxar mais conversas e compartilhar mais
com os outros. Se estivermos sedentários demais, já para a esteira! Se
estivermos nos apegando a um amor por não querer ficar só, devemos “cuidar
da vida” e cultivar novos interesses. Se o pai idoso está fixado em assistir
televisão o dia inteiro e reclama por não ter nenhum amigo, podemos levá-lo
a uma piscina municipal para nadar um pouco. Se a família entrou na rotina,
podemos redistribuir as tarefas e responsabilidades ou mudar a mobília de
lugar. Se estivermos nos sentindo demasiado analíticos ou verbais,
experimentemos mudar para uma parte diferente do cérebro: façamos uma
caminhada orientada por seu “cérebro reptiliano”, deixando que o corpo
decida se vamos virar à esquerda ou correr sem razão. Mergulhemos em
nossos sentidos: experimentemos sentir o cheiro das coisas durante uma hora.
 
Forçar ou “evitar” alguma coisa é indicação de falta de harmonia com o
fluxo e de alguma informação essencial.
 
Observemos os hábitos mentais também. Fazemos muitos pronunciamentos
e afirmações declarativas? Categorizamos as pessoas com base nas primeiras
impressões? Rotulamos as experiências e restringimos rápida e
compulsivamente os sentidos dizendo: “Isso é exatamente assim”? Sempre
que definimos e rotulamos alguma coisa, ela para de se mover e tem menos
chance de evoluir criativamente. Se dissermos “Estou zangado”, perdemos as
nuances de uma percepção corporal e sensibilidade sutil. Em vez disso,
continuemos fluidos e descrevendo a experiência: “Meu estômago está
contraído; estou frustrada porque meu marido não prestou atenção ao que eu
disse. Agora sinto um nó na garganta, como se não pudesse expressar minhas
necessidades e ideias, e isso me dá medo, me dá até vontade de chorar”. É
interessante ver se somos capazes de viver sem tanta definição ou tornar as
definições mais fluidas e provisórias. Se somos capazes de experimentar a
vida diretamente. Por outro lado, se costumamos dizer “Não sei”, podemos
analisar de que modo isso também interrompe a onda de nossa expressão
pessoal e crescimento.
Experimente isto! 
O que você está fazendo?
Descreva a que você está se apegando, como e por quê.
Descreva o que você está imobilizando, a que está resistindo, se está
controlando para não fazer alguma coisa, o que está evitando, o que
realmente quer e por quê.
Descreva como você está se excedendo na tentativa de controlar seu
mundo e as pessoas — sendo o expert, o centro das atenções ou falando
demais — e por quê.
Descreva como você está se apegando a uma antiga promessa, regra ou
compromisso que pode já não ter importância e por quê.
Descreva como você rotulou suas experiências e de que modo, nesse
caso, pode descobrir novas possibilidades.
 
Deixe que as ondas passem através de você. As ondas passam conti-
nuamente através de você e do campo de energia e consciência de que você é
parte. Há ondas que trazem novas frequências de energia e informação. Essas
mesmas ondas espalham energia e informação para longe quando passam por
você. As ondas dos acontecimentos costumam atingi-lo antes dos próprios
acontecimentos, como o relâmpago chega antes do trovão. Por exemplo, você
pode estar dirigindo numa estrada e perceber que os carros estão se
comportando de maneira assistemática ou reduzindo a velocidade — adiante,
descobre que houve um acidente. As ondulações do acidente estão se
irradiando por todas as direções e, à medida que começam a sentir que houve
uma perturbação, as pessoas agem de maneira também perturbada. Lembro-
me de uma ocasião, anos atrás, quando o vulcão St. Helens entrou em
erupção. Eu morava no norte da Califórnia e comecei a sentir uma raiva e
uma irritação anormais — fiquei “à beira de um ataque de nervos” pelo
menos uma semana antes. Assim que a erupção ocorreu, eu me acalmei.
É comum tentarmos inconscientemente parar uma onda quando ela está
passando por nós para examiná-la e descobrir de que se trata. Se a onda de
um acontecimento lhe trouxer informações sobre um vulcão ou um acidente,
é provável que você reaja energeticamente com agitação nervosa. Sua mente
não consegue interpretar a informação energética e, muitas vezes,
equivocadamente acha que a perturbação é em você. Acho que estou
extraordinariamente irritada, quando na verdade o que está prestes a explodir
é um vulcão! Acho que vou morrer, quando na verdade quem está morrendo
é um amigo. Estou injustificadamente triste, quando na verdade são as
vítimas e sobreviventes de um ataque terrorista iminente que estão prestes a
ser arrasadas. Você não precisa parar uma onda para entender as informações
codificadas nela; se a deixar passar através de você, ela fará o download
dessas informações em você enquanto passa. Basta perguntar-se
regularmente: “Percebo que estou me sentindo (triste, perturbado, alegre e
assim por diante) sem razão. Por que estou percebendo isso? Assim, você não
terá a distorção desnecessária de pensar que algo está errado com você.
Equalize a ênfase entre as áreas física, emocional, mental e espiritual
de sua vida. Imagine uma onda de criatividade que vem da alta frequência de
sua alma, trazendo um novo padrão para sua vida, descendo pelas oitavas de
sua percepção: da espiritual à mental, desta à emocional e ao reino físico e
depois irradiandonovamente para fora. Se esses níveis de sua percepção esti-
verem igualmente desenvolvidos, a onda passará através de você com um
ritmo constante e uniforme, descarregando seu conteúdo em você sem
esforço. Você terá sorte, um fluir fácil e equilíbrio harmonioso com a vida.
Mas se, por exemplo, você tiver evitado sua realidade emocional em favor de
uma vida de lógica, regras e conceitos abstratos, seu nível mental será “mais
largo” por ter sido enfatizado demais. O nível emocional parecerá “mais
estreito” por ter sido enfatizado de menos. A onda terá de ajustar sua
frequência à faixa mais larga, superdesenvolvida, da percepção mental e
depois reajustar-se à faixa emocional, mais estreita, subdesenvolvida, para
depois alargar-se novamente no nível físico. O movimento torna-se abrupto e
dissonante, e o processo de sua vida refletirá isso com obstáculos diversos:
talvez você tenha dificuldade em concluir seus projetos e encontrar
motivação ou sinta pressão indevida ou paralisia emocional. Quando você se
desenvolve igualmente em corpo, emoção, mente e espírito, as ondas fluem
através de você ritmicamente e seu benefício será o maior.
Experimente isto!
Quais as áreas de sua vida que precisam ser
equalizadas?
1. Imagine um termômetro com marcações de 1 a 100 na lateral. Peça a seu
eu interior que faça uma leitura de quanto você está usando cada uma das
seguintes partes de sua percepção, sendo que 100 é o valor máximo.
2. Até onde você se desenvolveu e quanto tem usado sua percepção
espiritual? E sua percepção mental? E sua percepção dos sentimentos e
da sensibilidade sutil? E seu instinto físico e sua percepção corporal?
3. Depois de ver as percentagens relativas, liste entre três e cinco maneiras
de promover o desenvolvimento e o uso das áreas subativas para que
todas as partes de sua percepção se igualem.
A elevação de sua frequência 
o liberta das vibrações negativas
Você pode ficar preso a vibrações negativas quando não sente a presença de
sua alma nem sua união com a vida. Algo atrapalha — medo, mentiras ou
percepções equivocadas — ou você experimenta fragmentação e espaço
vazio. Cada “pedaço” de sua alma que você deixa de experimentar baixa sua
frequência. Cada vez que divide sua percepção em fragmentos — o que
indica que você experimenta separação —, sua vibração se torna mais lenta.
Quando sua vibração pessoal está presa a uma frequência baixa, você tende a
recair em hábitos emocionais prejudiciais, pensamento negativo e indolência
física.
Elevar sua frequência — algo que sempre o liberta da negatividade e da
inação — significa relaxar para criar tempo e espaço para experimentar mais
sua alma. Para fazer isso, basta sorrir ou imaginar uma escala, como um
termômetro, e aumentar sua energia em 10%. Ou então visualizar uma
realidade melhor, uma cor mais viva ou um ato de gentileza aleatório e
exaltante. Você pode optar por sentir-se mais tolerante e generoso, por
exemplo. Pode fazer algo que vinha resistindo a fazer ou participar de sua
vida com mais interesse e atenção. Tentar aumentar e controlar a frequência
de sua vibração pessoal por meio da força de vontade só provocará
hiperatividade, stress e por fim um colapso. Sua frequência sobe a seu alto
nível intrínseco quando você limpa o entulho mental e emocional e para de
bloqueá-la. Quando nada a atrapalha, a lucidez e o calor de sua alma
transparecem facilmente.
Experimente isto!
Eleve sua vibração respirando profunda e lentamente
Há muito se sabe que o oxigênio aumenta a frequência do corpo. Além disso,
a energia percorre os músculos mais lentamente quando eles estão retesados,
de modo que relaxar o corpo e respirar profundamente são coisas essenciais
para elevar sua vibração. A respiração superficial, restrita à parte superior do
tórax, é indício de ansiedade.
1. Sente-se e mantenha as costas retas, sentindo-se respaldado, e deixe seus
músculos ficarem soltos, à vontade. Interrompa seu diálogo interior e
escute seu silêncio. Fique imóvel, sinta as variações sutis de seu corpo e
concentre-se na ideia de que o oxigênio do ar vai dar uma supercarga em
seu sangue e fazer seu corpo se sentir supervivo. Faça sua respiração
ficar silenciosa, muito lenta, contínua e uniforme, para que pareça
curvar-se sem pausas ao fim da expiração e da inspiração.
2. Inspire para preencher todas as cavidades possíveis, dos sinos ao baixo
ventre. Quando achar que os pulmões estão cheios, inspire um pouco
mais, preenchendo cada reentrância. Imagine que sua caixa torácica se
expande além da capacidade normal.
3. Expire deixando as costelas caírem lentamente, encolhendo os músculos
abdominais e comprimindo o diafragma até “espremer” para fora todo o
ar.
4. Continue, contando de um a dez, um número ao inspirar, outro ao
expirar. Pense apenas nesse número. Se outros se intrometerem, pare e
comece novamente. Faça isso durante vinte minutos.
A desobstrução de seu campo pessoal 
de energia eleva sua frequência
Sua luz brilha através de uma peneira, e você é o resultado da quantidade de
luz que consegue atravessá-la. Imagine que você é cercado por camadas
esféricas concêntricas, como uma cebola. As camadas que estão mais perto
de você contêm informações físicas, as que estão além contêm informações
emocionais, em seguida vêm as informações acerca de seus padrões de
raciocínio e, mais longe, as que estão além contêm informações sobre sua
alma e seu propósito na vida. Estas são como oitavas de sua percepção. No
nível da alma, não há medo nem bloqueio — só luz límpida, clara e
compassiva, um tipo de luz que os praticantes da meditação costumam
visualizar para ter a sensação da percepção pura. Porém nas camadas físicas,
emocionais e mentais, você encontrará disfunções físicas, sentimentos
congelados e ideias fixas decorrentes de experiências do passado em que
você ficou confuso e receoso. Esses padrões contraídos são como sombras:
lugares imóveis em que você não experimenta sua própria verdade e amor.
Além disso, você encontrará buracos e lacunas em que está fragmentado ou
evita alguma coisa, os quais também funcionam como bloqueios.
Quando acalma a mente, você não oferece pensamento algum; quando faz
isso, você não oferece resistência alguma; quando não ativa nenhum
pensamento resistente, a vibração de seu Ser é alta, rápida e pura.
Abraham/Esther Hicks
Imagine agora que sua alma está projetando sabedoria, intenção e energia
ao longo das oitavas para criar sua vida, seu corpo e sua personalidade. -
Devido a todas as sombras, ou lugares sólidos, e às lacunas vazadas no
campo de quem você é, apenas uma certa percentagem de sua totalidade
consegue passar, do mesmo modo que a luz só consegue atravessar uma
peneira pelas aberturas. Sempre que houver uma sombra ou lacuna nas
dimensões superiores, haverá uma contração ou lugar inconsciente
correspondente em seu corpo e sua vida. A lembrança de um trauma
emocional e as crenças que se desenvolveram em torno dele lançarão uma
sombra no corpo, causando talvez dores crônicas, doenças ou lesões num
local que corresponda à ferida original. Por exemplo, se uma pessoa tiver
sido espancada com frequência, seja numa vida passada ou na infância, a
lembrança da dor, dos machucados ou ossos quebrados permanecerá em seu
“corpo energético”, que é mais sutil que o físico, e depois a sombra ou
energia contraída poderá facilmente causar o surgimento de dores crônicas de
origem desconhecida exatamente na área — como o rosto — em que a raiva e
o ódio foram antes descarregados de modo tão violento e doloroso.
Quando você se cura por entender e liberar as crenças e emoções presas, os
pontos escuros de seu campo se desvanecem, permitindo que mais da límpida
luz de sua alma possa fluir. Aqui na Terra, sua frequência aumenta, você se
torna mais sábio e mais amoroso, seu corpo se cura e sua vida melhora.
Portanto, com a simples depuração dos sentimentos e pensamentos que
bloqueiam a alma — seus hábitos emocionais prejudiciais —, sua vibração
pessoal naturalmente se eleva.
Alguns dos bloqueadores mais comuns da alma são os hábitosemocionais
prejudiciais que abordamos anteriormente: agir como vítima ou dominador,
projetar culpa, ser teimoso e obstinado, salvar as pessoas e querer ser salvo e
evitar a realidade por meio de distrações, procrastinações e adiamentos. Além
disso, acrescentem-se: invejar as pessoas, atacar/brigar, queixar-se e usar
linguagem negativa (não posso, odeio) ou feia (críticas destrutivas, fofocas) e
imaginar as piores situações possíveis. A monja budista Pema Chödrön
chama esses comportamentos reativos de “estar fisgado”, como o do peixe
que morde a isca.
Toda vez que você reverte um desses anzóis ou comportamentos e o
substitui por um hábito emocional saudável, toda vez que desiste de resistir e
apenas é com o que é, você permite que mais da límpida luz de sua alma o
energize. E toda vez a presença revela conhecimentos importantes, reforça a
visão compassiva e o ajuda a saber o que fazer em seguida. Quando tira o
rótulo de alguma coisa ou retira a energia investida numa definição ou ideia
fixa, você acaba com outra sombra e mais luz límpida flui em sua vida. O
mesmo se aplica quando você decide “dar uma enxugada” nas coisas e comer
alimentos saudáveis, perder o excesso de peso e parar de fumar ou poluir seu
corpo com dependências.
Outra categoria de bloqueadores da alma tem que ver com ideias, crenças e
visões de mundo que você inconscientemente adotou para sobreviver em seus
primeiros anos. Eles podem não ter nada em comum com quem você
realmente é nem com o que veio fazer aqui. A origem dessas capas está em
sua fase de familiarização com seu sonar, quando você se adaptou
inconscientemente às estruturas de crenças e posturas corporais de seus pais.
Talvez sua capa lhe diga que você precisa ser polido e humilde quando na
verdade está pronto para tornar-se um destemido jornalista. Essas ideias são
como cobertores molhados que pesam e levam-no para baixo, fazendo-o agir
de maneiras que já superou e não lhe servem mais. Como essas ideias não são
suas, você poderia imaginar-se devolvendo-as às pessoas a quem pertencem
de direito ou vendo-as dissipar-se ou volatilizar-se de seu campo de energia.
Você pode reconhecer essas ideias herdadas porque elas são precedidas pela
palavra “deveria” ou, quando as enuncia, você ouve o eco da voz de alguém.
Seu passado não é seu potencial. A qualquer momento é possível 
liberar o futuro. [...] Em última análise, no fundo nós sabemos 
que o outro lado de todo medo é a liberdade.
Marilyn Ferguson
Experimente isto!
Retire as capas das pessoas
Liste os costumes e valores pelos quais se pauta, inclusive os negativos
que você justifica. Quais deles vieram de sua mãe? E do seu pai? Você
reconhece alguma ideia que lhe pareça antiquada ou não se aplique a
você? Nesse caso, devolva-os a quem os deu a você ou deixe que se
dissipem.
Liste os hábitos e crenças que você mantém em relação a dinheiro,
trabalho, relacionamento, educação dos filhos, saúde, envelhecimento,
religião, política e morte. De onde você tirou essas ideias? Você precisa
delas? Experimente suspendê-las uma por uma. Sinta como seria deixar
que cada área lhe ensinasse espontaneamente como ser e o que fazer, em
vez de ter uma regra ou opinião fixa. De que modo cada área poderia
mudar ou expandir-se?
 
Caso você esteja preso a hábitos que promovem ignorância, privação,
desamparo, distração, falta de autoestima ou queixas, só há uma coisa que
preenche esse tipo de lacuna: presença, a misericórdia que tudo permeia e a
tudo subjaz. Centre-se, encha-se dessa presença e terá “presença de espírito”
para contrabalançar seus hábitos emocionais prejudiciais. Em vez de dizer
“Não sei”, experimente dizer “O que já sei sobre isso?”. Quando se pegar
dizendo a um amigo “Não sou bom dançarino”, contemple a ideia de ser
capaz de mover-se de maneira interessante, única ou criativa. Como seria
tornar sua versão do que é ser dançarino uma parte de sua vida? Caso se
pegue repetindo a fita da falta de dinheiro, experimente dizer a si mesmo:
“Tempo! Até agora, tive o bastante para continuar vivo e viver num certo
nível. Estou bem. Posso mudar minhas circunstâncias sempre que tiver
interesse. Estou interessado nisso agora? O que tenho vontade de criar?”.
Você é o autor de sua própria história. Você misteriosamente recebeu o
incrível dom da vida e, ao mesmo tempo, tem livre-arbítrio para escolher sua
atitude, estado de espírito e nível de atividade. Não há força ou razão no
mundo que possa impedi-lo de ser tudo o que você é, se assim quiser.
Não há como apressar um rio. Quando você chega nele, entra no ritmo da
água, e esse ritmo o prende a um fluxo que é mais antigo que a vida neste
planeta. A aceitação desse ritmo, mesmo que por um só dia, nos muda, nos
lembra outros ritmos além do som do bater do nosso coração.
Jeff Rennicke
Só para recapitular...
Ficar preso na negatividade decorre de quatro coisas: baixa vibração pessoal,
uso impróprio da força de vontade, ausência de harmonia com as ondas e
ciclos e falta de presença integral e consciente em cada momento. Sua
vibração pessoal cai quando você depara com o medo e tenta lidar com ele
por meio de um hábito emocional prejudicial, algum dos métodos de lutar ou
fugir. É fácil ficar preso quando sua vibração pessoal cai porque as baixas
frequências causam mais experiências negativas. Se tentar parar uma onda ou
forçar seu movimento de acordo com sua força de vontade, você causará
repercussões e distorções no fluxo de sua vida. Se você tentar abandonar sua
experiência ou concentrar-se em realidades negativas ou vazias, a falta de
presença causará distorções e obstáculos.
O bom uso da força de vontade consiste em não forçar, controlar nem
resistir, mas sim escolher (1) uma vibração mais alta, (2) a sintonia com o
movimento da onda em que você está (“seguir conforme o fluxo”) e (3) a
convivência com (“ficar com”) o que quer que esteja acontecendo no
momento, no intuito de instilar mais presença em cada situação para que a
sabedoria de sua alma se revele. Dissipando os pensamentos que bloqueiam a
alma e as camadas de pensamento herdadas que não convêm àquilo que você
é, você cria mais espaço aberto para que sua luz límpida flua pelo seu corpo e
sua vida. Isso não requer força — sua frequência sobe naturalmente quando
entregue a si própria. Hoje é mais fácil libertar-se das vibrações negativas
porque a frequência ascendente de seu corpo e da Terra dificulta a
possibilidade de você ficar preso muito tempo. Além disso, depurar o medo é
muito mais instantâneo.
Mensagem da frequência original
Como explico na seção Ao leitor, incluí estes trechos inspiradores ao fim de
cada capítulo para que você troque sua forma normal, rápida, de leitura por
uma experiência direta de um tipo mais profundo. Por meio dessas
mensagens, é possível mudar intencionalmente sua vibração pessoal.
A mensagem abaixo destina-se a transportá-lo a uma forma de conhecer o
mundo que se aproxima daquela com que você experimentará a vida na Era
da Intuição. Para entrar na mensagem da frequência original, basta adotar um
ritmo mais lento, menos apressado. Inspire e expire lentamente uma vez e
fique o mais calmo e imóvel que puder. Deixe que sua mente fique suave e
receptiva. Abra sua intuição e prepare-se para intuir a linguagem. Veja se
consegue experimentar as sensações e realidades mais profundas que ganham
vida à medida que você ler.
Sua experiência pode ganhar uma maior dimensão, a depender da atenção
que você investir nas frases. Concentre-se em poucas palavras de cada vez,
faça uma pausa nos sinais de pontuação e “fique com” a inteligência que está
dando a mensagem — ao vivo, agora mesmo — a você. Você pode dizer as
palavras em voz alta ou fechar os olhos e escutá-las na leitura de outra pessoa
para ver que efeito têm sobre você.
TORNE-SE TRANSPARENTE E POROSO
Imagine que você se vê como luz e energia. Parte de você — aquela que conhece e pratica as muitas
formas do amor — resplandece com a límpida transparência do diamante. Outras partes — aquelas em
que você se apega ao medo e ao passado, não vivenciandoseu verdadeiro eu — parecem estar
embaçadas, nebulosas, densas e opacas. Nesses lugares contraídos, vivem como sombras as formas-
pensamento, a energia que flui livremente do campo unificado do universo fica presa em depressões,
redemoinhos e sumidouros, e isso influencia sua experiência de si mesmo e de todos os demais, visto
que o obriga a ver tudo através desse filtro irregular e borrado. Vendo através dessas lentes escurecidas,
você sente dor, limitação, falta e emoções negativas, podendo facilmente achar que as sombras estão
nos outros.
A boa notícia é que você está num processo de tornar-se totalmente transparente. Ser transparente
significa não guardar nada consigo, liberar inteiramente o ego, ser adaptável e maleável, poroso e
permeável. Significa viver sem necessidade de identidade ou história fixa, sem limitação, crenças,
medos nem comportamento reacionário. Quando se entrega e sente fé e confiança, você se torna mais
transparente. Sempre que você para de ser defensivo, arrogante, agressivo, dogmático ou competitivo,
aumenta as chances de que sua luz límpida emane de você. Toda vez que se permite ser fluido e
flexível, permanecendo plenamente no momento sem expectativas nem projeções no futuro ou no
passado, você aumenta sua capacidade de receber tudo.
Há energia e consciência tremendas — muito além de tudo o que você possa imaginar agora —
flutuando livremente no Campo. Se você tiver ideias pequenas ou se contrair de dúvida e negatividade
diante da sua percepção e expressão pessoais expandidas, a energia não poderá circular por você.
Quando isso não acontece, você não pode saber o que ela sabe. Ela não pode lhe ensinar nada. Não
pode ajudá-lo a criar. Quando a energia de um campo se intensifica — algo que está acontecendo com
o campo da Terra agora —, você, como parte desse campo, também se intensifica. Se você se apegar,
se controlar ou resistir, sua opacidade bloqueará as ondas e você logo começará a tremer — como um
cão sacode a água do corpo após nadar — para afastar a energia presa e embotada, limpar seus
caminhos energéticos e estabelecer uma sintonia confortável e harmoniosa com o campo em que vive.
Enquanto ainda tiver negatividade e contração — ou opacidade —, você sofrerá e terá problemas.
Quanto mais transparente se tornar, menos perturbações terá pela frente. Quando uma energia intensa
flui por uma pessoa transparente, produz uma sensação exaltada de divindade, entusiasmo e luz.
Concentre a atenção na imagem da luz límpida e sinta sua resplandecente claridade dentro de você e a
seu redor; imagine-a estendendo-se ao infinito. Com sua intrínseca sabedoria amorosa, essa luz
impregna cada partícula, onda e ser; o vazio é uma ilusão. Sintonize o tom cristalino do sino da
transparência, que vibra através de todo tempo e espaço; torne-se sua intensa pureza. Coloque-o dentro
de você. Deixe que ele absorva e dissolva as sombras em sua maravilhosa presença. O total
esclarecimento vem com a total liberação e aceitação de tudo o que é.
L
5
SENTINDO A 
FREQUÊNCIA ORIGINAL
Fazendo de meu braço travesseiro, realmente gosto de 
mim sob a lua enevoada.
Yosa Buson
isa, que se recupera de um tratamento de câncer, contou-me que
estava lendo na cama quando percebeu que seu corpo estava
vibrando, não com a ansiedade estressante nem ou zumbido elétrico
que tantas vezes a atormentaram durante seu processo de cura, mas sim de
êxtase. Seu corpo entrara em êxtase! Não havia razão para isso; ele
simplesmente entrara em êxtase. Ela direcionou sua percepção para aquele
estado único de sensibilidade, fundindo-se com a energia tranquila e feliz, e
simplesmente desfrutou daquilo que seu corpo estava fazendo — por conta
própria. “Que força terapêutica tremenda é esta!”, pensou ela. “Como podem
o câncer, uma sinusite ou mesmo um arranhão existir numa realidade tão
extasiante? Se meu corpo sabe fazer isso, como é que fiquei doente, para
começo de conversa?” Naquela noite, ela descobriu que amava a própria
energia, que a “verdadeira Lisa” tinha algo de muito belo e nutritivo que lhe
dava vontade de deleitar-se consigo mesma, de sentir para sempre a própria
essência. Ela me disse que naquela noite ficou acordada horas a fio, entregue
à sensação da comunhão de seu corpo consigo mesmo. Segundo relatou, esse
estado foi tão memorável que ela pode facilmente recriá-lo sempre que pensa
nele.
Você também tem uma vibração impressionante assim dentro de si — uma
ressonância que transmite o amor, a verdade, a abundância e o regozijo da
alma. Ela borbulha em suas “entidades quânticas”, serpenteando por suas
células e tecidos para encher o espaço ao seu redor. Ela está sempre ali e
mantém a coerência infalivelmente. Ela é a frequência original, a vibração da
alma que se expressa por meio do nosso corpo. Eu a chamo de frequência
original porque a experiência que ela transmite é o que há de mais próximo
do céu na terra que podemos almejar. Nossa frequência original funciona
como uma bússola: quando sintonizamos essa vibração pessoal — que flutua
diariamente — com essa essencialíssima energia de frequência naturalmente
alta, a vida se estabiliza e se desenrola com sorte, sentido e satisfação.
Quando nos centramos em nossa frequência original, como Lisa, nos
sentimos fantásticos e amamos tanto a vida e a nós mesmos que ficamos sem
saber como conseguíamos viver de qualquer outra maneira. As ideias e
respostas que provêm de sua frequência original são sempre certas e
promovem a expressão de sua alma. Realmente, é um tanto chocante pensar
que podemos perder nossa frequência original em meio ao rebuliço da vida,
mas isso acontece frequentemente. Às vezes, como no caso de Lisa, essa
frequência original se impõe espontaneamente. Porém, o mais comum é
precisarmos procurá-la, convidá-la e fundirmo-nos com ela. Aprender a
encontrar nossa frequência original, entregarmo-nos a ela e compartilhá-la é o
segredo para transformar a vida e entrar na Era da Intuição.
Devemos começar a nos ver como uma alma com um corpo, em vez de um
corpo com uma alma.
Wayne Dyer
Você chegou a um momento mágico de virada
Vimos depurando nossos hábitos emocionais prejudiciais e aprendendo a
elevar a frequência de nossa vibração pessoal. À medida que atingimos o
crescendo dessa fase de depuração do processo de transformação, a vida pode
tornar-se intensa, caótica e, às vezes, sem solução. O que é velho não
funciona; talvez nos sintamos sacrificados, sem imaginação e incapazes de
seguir em frente. Mudamos a ênfase apenas o bastante para ver com amor,
em vez de medo, a antiga realidade se desestabilizar e a nova realidade da
alma começar a raiar. Nesse momento, a vida pode funcionar mal e talvez
tenhamos de abrir mão de metas, posses, pessoas ou partes de nosso estilo de
vida. Talvez percamos aspectos inteiros de nossa identidade, da motivação,
do rumo e dos hábitos confortáveis. É importante não recair em mais reações
de lutar ou fugir. O que na verdade está acontecendo é que a alma está
dizendo: “Você não é mais esse velho eu limitado. É hora de descobrir quem
você realmente é e o que pode fazer”. É aí que a fênix ateia fogo a si mesma e
misteriosamente se transforma em ouro. É aí que deparamos com a escolha
de quem realmente desejamos ser.
Não tenha medo do estranhamento que sente. O futuro precisa entrar muito
antes de acontecer. Espere apenas o nascimento, a hora da nova lucidez.
Rainer Maria Rilke
O que achamos de nossa nova identidade? Será que deveríamos ser como
nosso herói preferido? Não devemos nos preocupar — não precisaremos
imitar ninguém porque essa nova identidade será só nossa e se encaixará com
perfeição. Só que não a encontraremos fora de nós mesmos. A resposta está
codificada em nossa frequência original e, se vivermos nela, essa nova
identidade se desenrolará como uma folha nova. Enquanto o mundo exterior
racha e desmorona, interiormente nos reconstruímos e nos renovamos. A
infraestrutura interior invisível está quase pronta. O momento mágico de
virada no processo de transformação ocorre quando paramos de prestar
atençãoao antigo mundo, com todo o entulho e movimento frenético, e nos
concentramos inteiramente em como a alma pode recriar tudo. O desafio aqui
é que, desse ponto de vista — dentro do movimento frenético — parece que,
se pararmos ou cedermos, perderemos tudo, cairemos num vazio e talvez
fracassemos e morramos. Evidentemente, esse é o ponto de vista louco e
desesperado do ego, não o da alma. Quando parece que estamos diante do
vazio, na verdade estamos prestes a reencontrar-nos, e de uma maneira nova e
melhor.
É hora de relaxar e entregar-se
Compassivamente, a vida nos dá um elo de conexão, uma fase entre o velho e
o novo. Como um navio atravessando o canal do Panamá, também
passaremos pelas “eclusas” da consciência, passando gradualmente de um
nível inferior para um superior. Para viver esse período, tudo o que temos que
fazer é relaxar. Não é preciso saber tudo o que o futuro será nem como a
transformação vai funcionar. É possível expirar, preocupar-se menos com as
circunstâncias externas e parar de fazer qualquer tipo de pressão. Não
devemos a ninguém uma descrição das preferências e antipatias, sucessos e
fracassos ou planos para o futuro. Podemos ser como um cão ou gato:
perfeitamente reais, perfeitamente felizes e perfeitamente indefinidos. Somos
uma força misteriosa que olha através de dois olhos líquidos e belos e se
irradia de um corpo que vibra feliz. Podemos ser nós mesmos sem manter um
ego. Não vamos simplesmente fazer “Puf!” e desaparecer se nos entregarmos.
Certamente enfrentaremos momentos, quando os términos se avizinharem,
em que o ego acionará vários tipos de artimanhas para manter-se no controle.
A ideia de fazer uma pausa e “deixar os campos ficarem inativos” por algum
tempo suscita protestos como: “Mas eu não posso parar! Se não fizer tal
coisa, ficarei só”, “Tenho contas a pagar e gente que depende de mim” e
“Desse jeito, vou mergulhar de cabeça sem saber nadar”. O ego nos con-
vencerá a voltar para um antigo emprego, que já não aguentamos, só por
segurança ou a adotar a vítima sofredora e sem controle como nova
identidade. O ego sempre pintará a entrega como uma situação em preto e
branco na qual ambas as opções trazem sofrimento: “Ou me sacrifico fazendo
algo que já não é certo para mim ou sacrifico tudo o que tenho caindo no
vazio”.
 
Entregar-se é simplesmente uma volta ao Ser. 
Quando bem feito, é centramento.
 
Entregar-se não é sacrificar-se nem gerar inatividade; é simplesmente
voltar ao Ser. É a mudança de um foco impositivo na ação e nos resultados
para um estado mais suave e intuitivo no qual você “fica com” o que está
com você no momento, percebendo-o e apreciando-o. É passar do ruído ao
silêncio. Quando bem feito, entregar-se é centrar-se e sempre leva a sua
frequência original.
Quando você para e se entrega, isso não
significa uma perda
Para passar à fase de repouso e amadurecimento entre o velho e o novo, não é
preciso parar tudo — e também não é preciso demorar muito. É preciso sentir
a pureza da pausa — algo que pode ocorrer em instantes, num dia ou numa
semana. A alma só precisa da oportunidade de emergir num espaço limpo
para começar a impregnar a vida a ponto de podermos de fato senti-la. Não
adianta parar e dizer com impaciência: “Quanto tempo isso vai demorar?”
Margaret desenvolveu recentemente uma doença que requer muitos cuida-
dos; seus pais morreram pouco tempo atrás, deixando-a encarregada do
espólio; não há mais comunicação em seu casamento; ela abandonou sua arte
porque não tem mais onde pintar e suas incursões no terreno da cura não
estão atraindo muitos clientes. Ela se sente presa e deprimida; quer uma
mudança, mas não sabe por onde começar. Sua casa é cheia de objetos de
arte, fetiches e coleções incríveis. Mas são tantas coisas que é difícil mantê-
las limpas, e está tudo coberto de pó. Seu jardim está maltratado, infestado de
ratos, e os vizinhos derrubaram a cerca do terreno dela e não fazem nem
menção de querer consertá-la. A vida dela está confusa porque seu ego está
tentando evitar entregar-se e enfrentar um medo subconsciente. Ela esqueceu
sua frequência original na complexidade de sua vida. Quando nos sentimos
cheios e entulhados, muitas vezes é porque não estamos inteiramente “em”
nós e então os outros invadem esse espaço para tentar “nos encontrar”.
Sugeri a Margaret que, primeiro, procurasse tirar de si a pressão, fazendo
uma pausa no seu diálogo interior, que repetia variações de: não posso,
preciso e devo. Na serenidade, ela reencontraria seu eu generoso, divertido e
criativo, abriria algum espaço, veria o que poderia surgir desse lugar mais
agradável e faria apenas essas coisas durante algum tempo. Na verdade, ela
poderia imaginar-se como um colchão de espuma (daqueles que têm
“memória”) voltando lentamente à sua verdadeira forma. Sugeri também que
ela esvaziasse uma sala e ficasse com a amplidão e as paredes vazias, visse
quais os sentimentos e problemas subconscientes que viriam à tona e, só
depois, decidisse que objetos traria de volta. “Mas eu não tenho onde guardar
mais nada; a garagem já está cheia de caixas.” Nossa conversa terminou sem
que ela entendesse bem o que eu tinha dito, já que não havia uma relação
direta com seus problemas concretos.
Ela me telefonou vários dias depois para dizer que estava ansiosa e não
conseguia dormir. Ficou evidente que seu ego havia transformado minhas
sugestões anteriores em obrigações, e que ela se sentia injustiçada. Margaret
me “ouvira” negar a ideia de que ela na verdade queria trabalhar com cura, e
não com arte, ideia que tinha levado a sério depois que outros terapeutas lhe
disseram que ela “teria que” ser uma agente de cura. E tinha ideias
específicas quanto àquilo com que uma pessoa que trabalha com a cura
deveria parecer-se, com base nos agentes de cura que vira. Aí estava um
problema cuja significação tinha sido em grande parte escondida por outros
problemas que ela descrevera. Sob a questão de ser uma agente de cura estava
a verdadeira questão: Margaret não estava se concedendo o direito de fazer o
que ela queria. Ela havia vivido de acordo com os exemplos e vereditos de
outras pessoas, tomando conta dos outros e sendo desprendida, em vez de
celebrar sua originalidade de uma maneira “egoísta”. Ela se sentia lesada e
sacrificada e pairava diante de um medo primal da aniquilação se parasse de
colocar os outros em primeiro lugar.
Sugeri mais uma vez que ela desistisse das imagens e ideias do que sua
vida deveria ser, voltasse a “só ser” e agisse espontaneamente a partir dali,
concedendo-se o direito de dar vazão a suas novas curiosidades e desejos um
de cada vez. Então sua própria forma de ser uma agente da cura surgiria, se
quisesse surgir, e poderia se basear na arte, no ensino e na música — as
coisas pelas quais ela sempre se interessara. Mas, primeiro, ela precisava
parar com seu antigo padrão e voltar a sua frequência original.
Quando crio com o coração, quase tudo funciona; 
quando crio com a cabeça, quase nada.
Marc Chagall
É difícil entender que um avanço possa ter relação com Ser quando se está
em meio ao impulso que busca ação e resultados. As soluções aparentemente
precisam relacionar-se mais com fazer e ter: Se eu tivesse outros vizinhos. Se
eu ganhasse mais dinheiro. Se eu conseguisse ter clientes suficientes. O ego
quer um plano estratégico completo, dividido em dez etapas bem definidas,
para ser concluído em uma semana. Entretanto, se não colocarmos o ego em
“pausa”, a magia da alma não pode acontecer. A frequência original aflorará
assim que pararmos de prestar atenção ao que não vibrar em harmonia com o
eu mais infantil, alegre e curioso. Começaremos a senti-la assim que
voltarmos o pensamento para qualidades próprias da alma. Ela estará à espera
quando pararmos. Ela está no silêncio e nos encontrará na metade do
caminho quando formos em sua direção.
Quando e como entrar na frequência original
Encontrar a frequência original realmente é o grande momento de virada no
processo de transformação. Este é um dos segredos mais bem guardados na
vida:quando uma pessoa acha que está caindo no vazio, na verdade está
voltando a si — aquilo que acha que vai estar vazio na verdade está cheio;
quando para o velho, o novo imediatamente começa. É quando o pânico e a
complexidade atingem o ápice, quando se está usando de força de vontade
para controlar a si e à vida, que diversas coisas precisam acontecer:
1. Devemos apertar o botão de pausa e suspender o diálogo interior. Sair do
estado mental que anuncia “Tenho um problema” a passar a sentir o
menor indício de prazer que detectarmos.
2. Devemos entrar mais fundo no corpo, acalmarmo-nos, escutar o silêncio,
irradiar a energia para fora e ocupar mais espaço. Estamos em casa.
3. Devemos nos concentrar em qualidades da alma, como alegria,
sinceridade, inocência e criatividade espirituosa. Procurar e sentir a
vibração nuclear — a frequência original — que existe desde que éramos
um bebê radiante. Pensar naquele eu que amamos: o modo como nos
sentimos quando estamos amorosos, felizes e generosos. Mergulhar no
prazer do próprio ser. Deixar que a frequência original impregne cada
parte de nosso corpo, emoções e mente.
4. Quando estivermos plenos de frequência original, imaginemos que ela
seja um tom. Na imaginação, “entremos em consonância com o tom do
próprio diapasão” e deixemos que as ondulações da frequência original
se irradiem por nós e pelo campo que nos cerca. Ofereçamos ao mundo
livremente.
5. Imaginemos que a frequência original está se reprogramando e treinando
novamente nossas células enquanto desfrutamos dessa experiência.
Quando algo de novo e autêntico surgir do espaço aberto e tranquilo, será
algo que combina com nossa frequência original. Independentemente de
ser uma emoção relacionada a questões mais profundas, uma curiosidade,
ideia, oportunidade ou pessoa, aceitemos esse convite e dediquemo-nos
inteiramente a ela.
 
No caso de Margaret, centrar-se na frequência original poderia facilmente
trazer-lhe soluções para as preocupações mundanas. Mas esse não é apenas
mais um período comum de prisão e inação; é uma oportunidade de entregar-
se e renascer. Ela está bem no meio da transformação de uma antiga realidade
e identidade em uma vida nova e ilimitada. Isso também é verdade no seu
caso, pois este é o momento da transformação na Terra, quando é possível
desfazer-se de todos os hábitos restritivos. Se encararmos as épocas de crise
como oportunidades de promover melhorias permanentes, só faltará imaginar
o que é possível e optar por “correr atrás” da concretização.
Há ocasiões em que precisamos abrir espaço 
uma, duas, três vezes...
Às vezes — talvez por causa da nossa teimosa identificação com o sacrifício
e o sofrimento —, a sequência anterior precisa ser repetida várias vezes para
que uma nova realidade baseada na alma se instaure. Certa feita, pedi a um
brilhante astrólogo que fizesse uma leitura de meu mapa, e ele fez diversas
declarações categóricas e definitivas acerca de meu futuro, entre as quais:
“Sua mãe morrerá neste outono” e “Você jamais se casará e, caso o faça, será
um casamento infeliz”. Voltei para casa em choque e fiquei tão mal que
acabei chorando. Resolvi meditar para acalmar-me e, na meditação, tive uma
visão: o futuro alarmante que ele descrevera se espalhava à minha frente até
perder-se na distância, saindo de mim como uma grade de linhas de neon
verde que ondulavam suavemente num fundo negro, como os modelos
geralmente são mostrados na computação gráfica. Os acontecimentos
negativos brilhavam em diversos nódulos. Percebi que, só em contemplar
aquilo, estava investindo energia na visão e aumentando sua força vital,
contribuindo assim para que aquela realidade se tornasse fato. Quanta perda
de tempo!
Naquele momento, toda a grade de linhas — meu potencial futuro — girou
meio grau e desapareceu completamente! Agora só havia um aveludado
espaço negro estendendo-se até o infinito, servindo de apoio para mim. Ele
era perfeitamente silencioso e tranquilo. Girei meio grau outra vez, e as
linhas, com seu potencial negativo, reapareceram. Voltei a girar meio grau, e
novamente — espaço. Permaneci com a experiência do espaço sem fim, que
era muito mais agradável que o futuro terrível que fora jogado em cima de
mim como um balde de água fria. Certamente era um pouco estranho não ter
futuro, não ter um “plano”, mas percebi que aquela sensação estranha na
verdade era liberdade! Vi que jamais havia sentido liberdade antes, embora
sempre tivesse lutado por ela, e que, se tentasse criar meu futuro com minha
mente limitada, ele acabaria sendo uma coisa medíocre. Eu sabia que minha
vida surgiria do negror aveludado sem limites se eu permanecesse no prazer,
com uma expectativa positiva e fé na bondade.
Assim, nos meses seguintes, sempre que percebia que estava na “grade
verde”, tendo pensamentos negativos, girava aquele meio grau e deixava que
meus planos e minhas capas — inclusive os positivos — voltassem a
dissolver-se no espaço. Praticava ser ampla, em vez de entulhada. Minha mãe
não morreu naquele outono; na verdade, ela se curou milagrosamente de um
câncer que apareceu de repente e até hoje, muitos anos depois, ainda é uma
das pessoas mais positivas e vitais que conheço. Eu logo me recuperei das
feridas de antigos relacionamentos, visitei países que nunca pensei conhecer e
minha criatividade seguiu novos rumos. E o mais importante: estava em paz.
Saber o que você prefere — em vez de dizer humildemente “amém” ao que o
mundo lhe diz que prefira — é manter sua alma viva.
Robert Louis Stevenson
Você amadurece naturalmente como a fruta na
árvore
Aconchegados na frequência original, temos uma experiência muito precisa e
clara de “estar com” a vida como ela é, e nisso está a verdade simples que nos
liberta. Conscientizamo-nos de que estamos refeitos, que uma parte mais
profunda está explorando todas as superposições — ou múltiplas opções de
realidade — de que dispomos no estado ondiforme, instituindo novas
experiências, mas a mente não precisa saber disso. As formas de nossa vida
podem ou não se dissolver quando desviamos a atenção delas, a depender de
a alma as exigir ou não. Elas podem se dissolver e reaparecer depois, numa
versão atualizada. A questão é que precisamos de nós mesmos; as formas se
resolverão sozinhas. Às vezes, basta um mergulho momentâneo no lago da
alma; em outras, são necessários alguns dias de inatividade — e até alguns
meses ou anos de busca um tanto sem rumo. Às vezes, só precisamos parar
de gerar estática negativa e ligar-nos mais profundamente ao que temos. A
vida nunca para completamente.
Eu achava que os frutos de meu novo limoeiro-anão seriam sempre verdes
e duros. Mas, como num passe de mágica, na estação certa, os limões ficaram
redondos e sumarentos, e a polpa ficou mais macia. Não posso apressar sua
maturação; eles estão usando o tempo a que têm direito, cumprindo seu
potencial como só eles sabem. Com a frequência original, não é preciso força
de vontade para ir em frente. Se acompanharmos o fluxo de nossa onda,
libertando-nos do que o ego diz serem as únicas opções e mantivermos
presença integral, esse momento de amadurecimento a princípio parecerá
alívio. Então nos sentimos plenos, como uma criança. Perderemos a noção do
tempo, tendo simultaneamente o prazer de uma coisa que se prepara para
nascer. Podemos perceber que a hora do nascimento ainda não chegou, mas
que, quando isso acontecer, será maravilhoso. Há uma confiança em que a
alma faça um grande trabalho, fornecendo o que é preciso. Finalmente,
quando menos esperamos, o fruto se solta da árvore e surge uma surpresa:
uma grande ideia, plano, oportunidade ou ato instintivo, um fato ou pessoa
útil.
Seu potencial é ilimitado
Quando contemplamos a ideia de renovação, vale a pena lembrar que,
à medida que crescemos e libertamos o ego da necessidade de uma iden-
tidade especial, ficaremos mais livres para utilizar o manancial de
conhecimento e experiência de todas as vidas já vividas na Terra, todas
as experiências que as almas têm em outras dimensões e todas as
“superposições”possíveis da realidade quântica. A identidade — e,
portanto, a criatividade — de fato é ilimitada: o que volta depois da
entrega pode ser um milagre, algo com que talvez não consigamos nem
sonhar agora. Devemos manter vivas a imaginação e a fé infantil, pois
assim é que reconheceremos o que quer tornar-se realidade.
_____
Descubra qual a sensação de estar em seu corpo
Como eu disse antes, para descobrir a frequência original, é preciso
concentrar-se inteiramente no corpo, fundir-se com ele e sentir o que
realmente está acontecendo. A razão é que a alma — e, assim, a frequência
original — está impregnada em todo o corpo e, se a mente não estiver nele
também, não reconheceremos conscientemente a sensação de “alma”.
Portanto, ela não terá realidade. Porém há um problema, que se deve à
tendência de o corpo ressoar, como um diapasão, e mudar a própria vibração
conforme as frequências do ambiente. Embora sempre esteja presente, a alta
frequência original da alma pode ficar temporariamente camuflada por
diversas vibrações baixas, como as da preocupação, pânico, inveja, raiva ou
exaustão mental.
Quando a vibração do corpo fica caótica pelo excesso de vibrações
distrativas da superfície, a mente tende a saltar e projetar-se em outros
lugares e épocas ou simplesmente se desorienta e nos “dá um branco”.
Quando há estímulos demais ou as vibrações são baixas e negativas — como
quando não fazemos o que amamos, ficamos presos a hábitos emocionais
prejudiciais, doentes ou com dor, ou poluímos o organismo com drogas e
alimentos nocivos —, o corpo simplesmente deixa de ser um lugar
confortável. Todo mundo provavelmente identifica quando alguém está “fora
do corpo”, com aquele olhar vago de “não há ninguém em casa”, quando
parece reagir automaticamente ou faz as coisas por fazer, sem envolver-se
plenamente. Quando as pessoas estão fora do corpo, não dá para senti-las e
talvez isso gere ansiedade: “O que esse cara vai fazer agora? Parece que esse
carro está sem motorista!”. Não é raro sairmos de nosso corpo.
Experimentemos sorrir e olhar no olho do caixa na próxima vez que formos
ao mercado e vejamos como ele volta ao corpo e entra em contato.
Então, qual a verdadeira sensação de “estar no corpo”? Quase todos nós
achamos que “temos” um corpo, que ele está em algum lugar abaixo de nós
fazendo alguma coisa — fazendo o coração bater, bombeando sangue,
digerindo a comida. Mas estar realmente no corpo a ponto de tornar-se esse
corpo e conhecer o mundo desse ponto de vista é outra coisa. Quando
estamos no corpo como corpo, somos como um animal — estamos no mesmo
nível que a vida, temos dela uma experiência direta e com o mundo, uma
relação viva. Reagimos imediatamente às situações, sem uma pausa para
analisar nem comparar, e nos colocamos sincera e plenamente em cada ato.
Ficamos tão dentro do momento que podemos expandir-nos e contrair-nos
instantaneamente, ir para a direita ou para a esquerda e ajustar o nível de
energia para adaptar-nos perfeitamente às circunstâncias. Algumas pessoas
chamam isso de “estar em sintonia consigo mesmo” ou “estar em forma”.
Quando estamos inteiramente no próprio corpo, os olhos brilham,
comunicamo-nos instantaneamente, somos de todo convincentes e, se
também estivermos em nossa frequência original, o corpo transmite às
pessoas uma sensação de segurança, cura e confiabilidade.
Nunca somos mais profunda e essencialmente 
nós mesmos do que quando estamos imóveis.
Eckhart Tolle
Acalme o corpo para sentir a frequência original
Quando nos concentramos em nosso corpo e fazemos do centro do aqui e
agora a sua morada, às vezes percebemos uma vibração superficial, como um
zumbido desagradável, se estivermos sentindo ansiedade ou dor, ou se a
mente e as emoções estiverem aceleradas. À medida que nos fundimos ainda
mais com o corpo, talvez encontremos mais vibrações superficiais, com
texturas energéticas ásperas como lixas, pegajosas como cera, secas como
cinzas, frias e úmidas como argila ou irritantes como um choque elétrico.
Prossigamos, buscando detectar vibrações ainda mais sutis. Mesmo que
pareça que não vamos conseguir sentir nada, mergulhemos mais fundo e
continuemos atentos. Descobriremos que os nervos estão formigando e que as
células estão vibrando. O corpo está tratando de se manter saudável. Se
prestarmos mais atenção, poderemos até ouvir o tom feliz e saudável do
corpo.
Acalmar deliberadamente o corpo nos ajuda a contornar mais depressa as
vibrações superficiais distorcidas. Muitas vezes, isso é apenas uma questão
de sair da percepção verbal, analítica e linear do hemisfério esquerdo do
cérebro. Passando ao hemisfério direito e à percepção artística, intuitiva e
voltada para a beleza, a energia se torna mais suave e se abre. Ela é mais
relaxante. Às vezes também acalmamos o corpo e elevamos a vibração
pessoal quando realizamos movimentos contínuos, ritmados: andando,
correndo, fazendo tai chi, nadando ou pedalando. Além disso, realizar atos
repetitivos — como balançar-se, dar tapinhas no corpo, respirar
conscientemente, recitar mantras, remar ou tocar tambor — também funciona
como calmante.
Experimente isto! 
Entre ainda mais fundo em seu corpo
Neste exato momento você tem uma oportunidade de Ser. Concentre-se no
interior de sua pele e esqueça que existem coisas como passado e futuro. Isso,
bem aqui, é fascinante.
 
1. Diga a si mesmo: “Neste momento e neste corpo, estou 100% presente”.
Sinta o que isso significa e alinhe-se com essa afirmação.
2. Baixe o volume de seus pensamentos como se ajustasse o volume de um
rádio. Logo você escutará o transbordamento do corpo, que pode soar
como um sino, um ruído branco ou um zumbido estável. Imagine algo
mais profundo por trás ou através do zumbido do corpo. Entre no silêncio
de seu âmago, que está ali sempre, a despeito de qualquer ruído físico.
3. Imagine-se no centro de sua cabeça, olhando para fora por trás dos
próprios olhos. Nesse ponto mais central existe um diamante minúsculo e
brilhante, que emite uma luz transparente que se irradia por seu cérebro,
deixando a mente num estado neutro de observação.
4. Imagine-se olhando para fora de dentro desse diamante. Ele pode
percorrer seu corpo como um minúsculo disco voador. Deixe que ele voe
até sua garganta e pare lá. Veja o mundo desse ponto — sua cabeça está
acima de você agora. Em seguida, voe até o meio de seu peito, perto do
coração, e pare lá. Olhe para o mundo. Parte do corpo está acima e parte
está abaixo de você. Você está centrado no meio.
5. Agora, voe para a base da coluna e pare lá. Veja o mundo desse ponto.
Você está bem mais perto da energia da terra, a mente do cérebro está
bem acima, e o corpo entende outros corpos diretamente, sem precisar da
linguagem.
6. Experimente voar para diversos lugares de seu corpo e sentir as vibrações
do arco do pé, do joelho, da ponta do dedo indicador, da base da língua,
do centro de uma vértebra, do coração, do diafragma. À medida que for
assumindo esses diferentes pontos de vista, você perceberá que vê o
mundo de uma determinada maneira, que há um certo tipo de percepção
inerente a cada lugar. Alguns deles são incrivelmente silenciosos e
sábios.
7. Volte ao centro de sua cabeça, abra os olhos e caminhe um pouco,
prestando atenção ao ambiente da seguinte maneira: perceba apenas
cores, formas, texturas, temperaturas, odores e ruídos. Não rotule nada;
apenas permaneça na experiência direta, fluindo de uma impressão a
outra, como faria um animal.
8. Mais tarde, experimente fazer uma atividade que priorize um ou dois de
seus sentidos: ponha música para tocar e dance na sala, faça uma bebida
com frutas frescas e beba-a lentamente. Observe o prazer de seu corpo e
atente para como ele se sente exatamente.
O coração é a chave da frequência original
Talvez a maneira mais calmante de descobrir a frequência original seja ativar
a percepção do coração e dar atenção amorosa ao corpo e à situação à mão.
Um meio rápido de fazer isso é deixar que a vida seja como é, optar por
encontrar a sanidade da alma em uma experiência imediatae lembrar-nos de
como gostamos de nos sentir quando estamos no máximo da generosidade,
gentileza e desprendimento. Seja assim diante do momento e de tudo o que
ele abarca. De algum modo, tudo está em perfeita ordem; deixe que a
finalidade se revele a você. Seja receptivo.
A frequência original e o campo 
eletromagnético do seu coração
Num artigo publicado na edição do inverno de 2005 da revista SHIFT,
do Institute of Noetic Sciences, Rollin McCraty, Raymond Trevor e Dan
Tomasino falaram do campo do coração em nosso corpo. Eles afirmaram
que o “coração gera o campo eletromagnético rítmico mais forte e
extenso do corpo”. A amplitude desse campo é sessenta vezes maior que
o do cérebro, e ele permeia cada célula e pode ser detectado a metros de
distância do corpo. “As emoções negativas, como a raiva e a frustração,
estão associadas a um padrão irregular, desordenado e incoerente dos
ritmos cardíacos.” As emoções positivas correlacionam-se a um padrão
regular e coerente. Além disso, quando mantidas por algum tempo, as
“emoções positivas aparentemente dão origem a um modo de agir
característico, que chamamos de coerência psicofisiológica”. Esse modo
se caracteriza por uma “maior eficiência e harmonia na atividade e nas
interações dos sistemas do corpo”, bem como por uma “redução do
diálogo mental interior, menor percepção do stress, maior equilíbrio
emocional e maior lucidez mental, discernimento intuitivo e desempenho
cognitivo”. Tem sentido pensar que quando as vibrações do coração são
“coerentes”, o corpo, a mente, as emoções e a alma estão em harmonia
ou, talvez, em oitavas da mesma frequência — sua frequência original.
 
 
Já vi que acontece algo impressionante com as pessoas quando o coração se
abre: os olhos crescem e brilham, elas sorriem sem acanhamento (como dizia
minha irmã caçula, “Socorro! Não consigo parar de sorrir!”), a compreensão
inunda sua mente e o terceiro olho — o chakra, ou centro de energia, da
fronte — se abre, trazendo visões e insights repentinos. Se tratar com ternura
e compaixão o medo que faz seu corpo tremer ou as contrações que causam a
dor que sente — e se, além disso, conseguir falar com seu corpo como falaria
com o filho que caiu de sua primeira bicicleta grande —, você entrará no
campo do coração. É essa vibração específica, que os budistas geralmente
chamam de “dignidade centrada”, que o ajudará a discernir sua frequência
original.
Experimente isto! 
Intua o corpo para sentir sua vibração pessoal
Esta semana, pelo menos uma vez por dia, centre-se: concentre-se no interior
de sua pele, no ponto eletromagnético central que está em seu cérebro, e seja
receptivo a tudo o que perceber.
Intua seus tecidos, órgãos, ossos e células. Que sensação a vibração
provoca? Há alguma vibração superficial que lhe parece hiperativa ou
subativa? Descreva-a em seu diário com adjetivos baseados nos sentidos:
qual o som que ela tem? Com que se parece? Qual a sensação cinestésica
que ela provoca? Que sabor tem? Qual o seu odor? Há alguma emoção
que você naturalmente associaria à vibração?
Sinta além de todas as vibrações superficiais indo aos lugares mais
recônditos de seu corpo e à frequência nuclear de seu coração. Que
sensação essa vibração estável provoca? Descreva-a em seu diário com
adjetivos baseados nos sentidos: Qual o som que ela tem? Com que se
parece? Qual a sensação cinestésica que ela provoca? Que sabor tem?
Qual o seu odor? Há alguma emoção que você naturalmente associaria à
vibração?
Com o tempo, detecte suas formas habituais de encobrir sua frequência
original com vibrações superficiais e veja se consegue pegar-se
“desafinando”. Então, treine render-se novamente a seu âmago. Não
busque uma mudança de forma; apenas desfrute de Ser.
Sua frequência original não é 
tão “alta” quanto “real”
É verdade que sua frequência original é muito alta, mas seria um erro pensar
que você pode chegar a ela aumentando sua vibração ou “tentando” ter um
tom alto. Se usar da vontade para tentar ter ou ser alguma coisa, significa que,
no fundo, você acha que ainda não a tem ou não é naturalmente desse jeito,
que há uma distância a percorrer ou um obstáculo a vencer. Quanto mais
você tentar, mais estridente e frágil ficará sua vibração e mais longe você
ficará de sua frequência original naturalmente alta. Você não precisa gerar
sua frequência original; ela sempre se irradia livremente. Basta entregar-se a
ela. Quanto mais honesto for, mais fácil será você continuar sintonizado com
seu eu mais verdadeiro. Sua vibração pessoal pode variar de minuto a
minuto, mas a meta é mantê-la em sintonia com sua frequência original para
que, por fim, ela se torne sua frequência original.
Como Lisa, é possível reconhecer a frequência original por meio de uma
qualidade própria da alma, como êxtase, alegria, generosidade, doçura,
regozijo, sinceridade, dignidade ou disposição para rir e se envolver. Ou por
uma textura de energia cuja sensação é como seda, manteiga macia,
diamante, ar das montanhas ou água corrente. É possível senti-la de um modo
quando em silêncio ou meditando e de outro quando em ação. Às vezes você
consegue concentrar-se em sua frequência original por meio de um processo
que consiste em contrastar os antigos estados de frequências mais lentas —
que você presumia que eram normais — com estados mais elevados — de
que talvez só se lembre vagamente. O objetivo é tirar uma foto do estado de
sua frequência original com detalhes táteis, para que você não perca a noção
dele. Você precisa de um sentimento confiável em que possa voltar a centrar-
se quando perder o equilíbrio por causa de pessoas agitadas ou feridas,
quando fugir de seu corpo graças a experiências que lhe façam lembrar de
traumas do passado ou quando estiver aturdido pelo excesso de opções.
Precisamos ficar imóveis e continuar em movimento/em outra intensidade
[...]
T. S. Eliot
Qual é a pior resolução que você consegue
imaginar?
Imagine-se num estado mental em que está preocupado com problemas e
questões problemáticas. Talvez outras pessoas o estejam incomodando e
distraindo ou você esteja consumido demais para raciocinar com clareza.
Talvez você esteja preocupado com um fracasso ou com a saúde de uma
pessoa querida. Há um estado de espírito em que todos nós caímos que
promove ansiedade e agitação. Veja se é capaz de provocá-lo e senti-lo
temporariamente.
Experimente isto! 
Liste suas preocupações negativas
1. Com base em seu “estado de preocupação”, liste as coisas que se
enquadrarem nas seguintes categorias:
Que problemas você está tentando resolver?
Que questões você está trabalhando em seu processo pessoal de
crescimento psicológico e espiritual? Que feridas antigas estão vindo à
tona?
O que, em relação ao ambiente e a outras pessoas, o tem incomodado
ultimamente?
Com quem você está preocupado e por quê?
O que o está amedrontando ou provocando sua ansiedade?
O que gera caos em sua vida agora?
O que você fisicamente precisa e deseja agora que não está obtendo?
De que você se sente emocionalmente privado?
A que você está resistindo? Onde está o conflito em sua vida?
Que coisas o fazem sentir-se contraído quando pensa nelas?
De que modo você se sente preso? De que modo você se sente
subjugado?
Em que parte de sua vida você acha que algo é injusto?
2. Amplificando e lembrando as situações específicas em que sua vibração
pessoal se retrai e as preocupações ou densidades se acumulam, é
possível perceber facilmente seu estado de ser de baixa vibração, algo
que gosto de chamar de “antiga realidade”. Em seguida, escolha alguns
dos itens que relacionou acima e escreva sobre as sensações específicas
que detecta em seu corpo quando sintoniza vibrações negativas. Sinta a
realidade.
3. A partir do estado de tensão e ansiedade que você criou ao listar e sentir
as condições que o restringem, projete sua vida no futuro e faça um
quadro com a pior resolução que consegue imaginar. O que pode
acontecer se tudo der errado, você tiver azar e ninguém o ajudar?
Imagine tudo em detalhes e tire uma foto mental para poder recordardepois. Então expire e relaxe.
 
Esticando o elástico de seu estilingue para trás ao máximo, quando o soltar,
você irá o mais longe possível em sua realidade positiva. A questão aqui é
reconhecer conscientemente quanto a realidade negativa é terrível e
identificar as sensações específicas do corpo que acompanham esse estado
vibratório. Talvez você note um aperto na garganta ou no peito, uma
sensação de frio e suor ou uma tendência a hiperventilar. Talvez se sinta
pesado e escuro por dentro ou queira explodir como uma bomba atômica e
acabar com tudo à sua volta. Essas tendências estão relacionadas a seus
métodos de gerenciamento inconsciente do stress.
Qual o melhor cenário que você consegue imaginar?
Agora mudemos de marcha e pensemos nas coisas que você aprecia ou
gostaria de fazer pelos outros. Talvez você esteja sonhando com a viagem
que fará nas férias, uma peça que vai assistir ou um projeto criativo que está
prestes a iniciar. Talvez você esteja feliz por um amigo que teve muita sorte.
Há um estado de espírito — bastante contrário ao anterior — em que todos
nós caímos que promove entusiasmo e fluxo. Provoque-o e sinta-o.
Experimente isto! 
Liste suas experiências positivas
1. Com base em seu “estado feliz”, liste reações às seguintes categorias: À
medida que entra em contato com lembranças e experiências, sinta seu
corpo abandonar qualquer resquício de contração deixado pelo exercício
anterior e entrar numa ressonância que desperta facilmente as qualidades
de sua alma. Recorde uma ou mais experiências em que:
Seus instintos o levaram a uma grande decisão.
Uma oportunidade fabulosa lhe caiu no colo ou alguém foi
incrivelmente generoso com você.
Você conheceu pessoas especiais que eram como almas gêmeas suas.
Você foi generoso sem se preocupar com retribuição ou
agradecimento.
Você ouviu informações e verdades importantes que o animaram a
voltar a crescer.
Você estava tranquilo, satisfeito, grato e em paz, com a sensação de
que “tudo estava bem”.
Você teve uma visão que conseguiu tornar realidade de acordo seus
próprios padrões.
Sua imaginação fluiu e você, magicamente, teve ideias maravilhosas e
originais.
Você viveu uma fase de sincronicidade, sorte, fluxo e cooperação por
parte de pessoas talentosas.
Você recebeu exatamente o que precisava sem ter de pedir nada.
Seu bom humor era tanto que ninguém conseguiria arruiná-lo.
Você estava com um animal especial ou num lugar especial, na
natureza, sentindo-se ligado à vida e talvez a uma sensação do Divino.
2. Amplificando e lembrando as situações específicas em que sua vibração
pessoal se expande, quando a sorte e os sucessos se acumulam para gerar
maiores possibilidades, é possível facilmente identificar e sentir sua
frequência original e a “nova realidade”. Em seguida, escolha alguns dos
itens que relacionou acima e escreva sobre as sensações específicas que
detecta em seu corpo quando sintoniza vibrações positivas. Sinta a
realidade.
3. A partir do estado de entusiasmo e centramento que você criou ao listar e
sentir as experiências positivas que teve, projete sua vida no futuro e faça
um quadro com a melhor resolução que consegue imaginar do ponto de
vista que tem hoje — o que pode acontecer se tudo correr bem, você tiver
muita sorte, todos o ajudarem e todas as qualidades positivas
aumentarem naturalmente e suas capacidades se ampliarem? Imagine
tudo em detalhes e tire uma foto mental para poder recordar depois.
Então expire e relaxe.
 
Mais uma vez, a questão é reconhecer conscientemente quanto a realidade
positiva é maravilhosa e exaltante e identificar as sensações específicas do
corpo que acompanham esse estado de alta vibração. Talvez você perceba um
calor que se irradia, uma sensação de alívio, energia borbulhando, uma
expansão de seu campo energético ou uma vontade de sorrir ou brilhar.
Talvez você se sinta cheio de generosidade, amor e ternura. Talvez você se
sinta excitado, como um cavalo de corrida prestes a entrar na raia.
Experimente isto! 
Passe livremente de um estado a outro
Agora você tem dois estados de ser bem definidos pelos quais pode optar. É
como a briga de dois oponentes por um prêmio. De um lado, o ilusório estado
vibratório “infernal”, que o enrola para não sentir sua alma! Do outro, a
verdadeira frequência original do céu, que revela quem você é. Você tem
oscilado aleatoriamente entre as duas, sendo primeiro uma e depois a outra,
mas agora é hora de assumir a responsabilidade por sua oscilação. Assim,
você não ficará tempo demais no mundo do medo nem sofrerá
desnecessariamente.
1. De seu atual ponto de vista — que é o de quem acaba de estar em sua
frequência original —, experimente passar para o lado oposto e voltar a
fundir-se com o estado de contração e sacrifício da pior resolução
possível. Relembre sua lista de problemas e preocupações e mergulhe
novamente nesse estado de ser. Observe a sensação provocada.
2. Agora relaxe e volte à sua frequência original. Reveja sua lista de
experiências positivas e entre em outro estado de espírito, sintonizando
com essas vibrações mais altas. Observe como se sente e quais as
mudanças em seu corpo.
3. Agora volte à vibração contraída e entre em sintonia com ela, funda-se
com ela e torne-se essa vibração. Observe a sensação provocada em seu
corpo. Ele gosta desse estado?
4. Agora volte à sua frequência original. Sinta a cordialidade, o
relaxamento, a naturalidade, a fluidez, a permissão. Seu corpo gosta
desse estado?
 
Depois de oscilar entre os extremos da pior e da melhor resolução possível,
você perceberá que voltar ao estado mais denso, contraído, dá um certo
trabalho. Depois de algumas vezes, seu corpo provavelmente perguntará:
“Mas eu tenho de fazer isso?” Não é fácil se fechar e manter esse nível de
contração e falsidade, mas é evidente que fazemos isso o tempo todo. Por
outro lado, você vê como as coisas funcionam sem esforço quando está em
seu estado de melhor resolução possível, em sintonia com sua frequência
original.
Cabe a você escolher como quer se sentir
Está esperando a hora em que vai se sentir bem? Todo dia, nas pequenas e
nas grandes situações, temos a opção de estar retraídos e ansiosos ou em casa,
no centro. Cabe a nós decidir como queremos nos sentir e quem desejamos
ser. Ninguém conseguirá criar condições para nosso bem-estar se não
decidirmos por ele. Chega um momento na vida de todo mundo em que
simplesmente temos de decidir ficar bem, sentir-nos saudáveis e não esperar
que as situações melhorem ou que os problemas se resolvam. A vida é curta,
então devemos aproveitá-la. E desfrutar cada momento, um de cada vez, não
é tão difícil assim.
É aqui que temos de ser brutalmente honestos e fazer-nos certas perguntas
devastadoras, humilhantes e, apesar de tudo, libertadoras. Estou sofrendo
para punir alguém? Estou atrasando meu crescimento por querer
obstinadamente que as pessoas me deem segurança ou façam as coisas por
mim? Estou hesitando em viver uma vida boa porque não quero admitir que
cometi um erro? Estou mantendo meu sofrimento por preguiça de pensar em
alguma coisa melhor? Tenho orgulho de mim mesmo? E a maior de todas as
perguntas é: estou disposto a renunciar ao velho, transformar-me e saber
como é bom quando não estou no controle?
Enquanto pensa nas respostas a essas perguntas, observe quais são as suas
desculpas. Como você explica a falta de coragem para si mesmo e para os
outros? Nós todos temos justificativas para não viver plenamente. No
entanto, cada vez que você recita as suas, num nível profundo gera uma
vergonha que dificulta a entrega.
Vale a pena lembrar que este mesmo corpo que está sentado aqui agora, [...]
com suas dores e prazeres [...] é exatamente o que precisamos para ser
plenamente humanos, plenamente despertos e plenamente vivos.
Pema Chödrön
Analise sua vida e veja a quem ou a que deu o poder de tirá-lo do santuário
de sua frequência original. O que você deixou tornar-se mais importante que
sua paz interior? A negatividade da política? Uma doença, um chefe louco,
motoristas grosseiros, os cãesdo vizinho que não param de latir, um irmão
alcoólatra ou a falta de um bilhete de agradecimento? Se quiser continuar
adentrando sua nova vida de alta frequência, você terá que tomar de volta o
poder que deu a todas essas coisas. Isso significa que, quando elas surgirem,
você as deixa de lado e, em vez de sua “frequência irritada”, prefere sua
frequência original. Você se volta para as nuances da influência positiva de
sua frequência original sobre seu corpo, suas emoções e sua mente.
À medida que for se convencendo a viver em sua frequência original e a
voltar a ela assim que perceber que se afastou, você pode fazer a si mesmo
algumas declarações que o ajudem a lembrar-se de que a realidade de sua fre-
quência original é a única realidade, como: Vou parar de passar minhas dores
e sofrimentos para os outros. Não farei nem direi nada que faça as pessoas
sofrerem física, emocional ou mentalmente. Não pensarei nada, seja a meu
próprio respeito ou a respeito de outrem, que reduza nosso potencial ou nossa
magnificência. Buscarei as boas razões em minha experiência. Serei
compassivamente honesto. Confiarei e agirei com base em minha alma em
todos os momentos. Quando escolhe intencionalmente sua frequência
original, você não está fazendo outra coisa senão catalisar sua própria
iluminação e a de todos os demais.
Seu corpo de luz límpida está no comando
Para encontrar-se e manter sua frequência quando está num contexto pouco
familiar, é importante lembrar-se de quem você é. Você é um ser ilimitado
que é feito de consciência e energia e está ligado a tudo o que é por meio de
um campo unificado que coordena e regula com perfeição o fluxo da criação.
Sua substância básica é a luz. Quando comecei a fazer leituras intuitivas de
vida para outras pessoas, ensinaram-me a dizer em silêncio a meus clientes:
“A luz em mim conhece e ama a luz em você”. Sentindo a verdade disso,
criava-se imediatamente uma sintonia importante. Ao longo dos anos, passei
a ver a energia da alma das pessoas como uma luz límpida e transparente. Ela
não retém nada, não tem bloqueios e, de um modo brilhante, é pura e clara. A
meditação a seguir o ajudará a reencontrar sua frequência original quando a
perder. Com a prática, você aprenderá a fazê-la em instantes: antes de uma
reunião, quando estiver fazendo uma palestra ou até quando estiver dirigindo.
Experimente isto! 
Ative seu corpo de luz límpida
1. Acalme-se, centre-se em seu corpo, fique 100% no momento presente e
crie paz e receptividade. Relembre sua lista de experiências positivas.
2. Imagine que seu corpo de luz límpida aparece por trás de suas costas.
Esse corpo é igual a você, só que é feito de luz pura e transparente e não
tem feridas nem bloqueios. Seu corpo de luz irradia sabedoria, amor,
harmonia e conhecimento da abundância. Ele dá um passo à frente e põe
as mãos em seus ombros.
3. Com a imaginação, sinta a vibração mais alta de seu corpo de luz; dê-lhe
as boas-vindas e sintonize a frequência. Enquanto o faz, seu corpo de luz
entra em você, fundindo-se com você perfeita e facilmente.
4. Ele corresponde perfeitamente ao seu corpo físico; cada parte sua
corresponde a sua contraparte física: o coração de luz funde-se com o
coração físico, as células de luz correspondem às células físicas, o
cérebro de luz junta-se ao cérebro físico. Sem pressa, perscrute as várias
partes de seu corpo enquanto esse processo se verifica.
5. Entregue-se ao corpo de luz quando ele assumir o controle, dizendo:
“Você sabe administrar este cérebro, este coração, estes pulmões, estas
mãos, esta voz. Mostre-me como. Sei que você me renovará,
reorganizará e ensinará”. Caia em sua própria luz e sinta-se amparado.
6. Uma coisa estranha acontece: enquanto deixa seu corpo de luz límpida
ganhar o controle para guiá-lo, você atinge um ponto de saturação em
que “reage” e percebe que é o corpo de luz límpida. Sua identidade
muda. Ao ouvir a voz do corpo de luz límpida dando-lhe orientação, você
percebe que é a sua voz. Talvez você diga: “Agora estou aqui e sei o que
é real”.
7. Deixe que a luz límpida impregne não apenas cada célula, como também
suas emoções, sentimentos e pensamentos. Deixe que ela atue sobre seu
cérebro e seu corpo, dissolvendo as sombras, preenchendo as lacunas,
aperfeiçoando todos os seus sistemas, apagando dúvidas e preocupações,
abrindo novos caminhos e reprogramando você com frequências
atualizadas. Continue no silêncio.
8. Agora “entre em consonância com o diapasão” da vibração de seu corpo
de luz límpida e deixe que as ondas de sua luz e de seu tom original
ondulem através de cada espaço de seu corpo e saiam por sua pele para o
espaço ao seu redor. Deixe-a expandir-se até o universo, se quiser. À
medida que se expande, sua luz límpida se junta à luz límpida da
presença que encontra em todos os lugares. No centro da luz, você
consegue escutar ou sentir o tom eterno e indestrutível, ou frequência
original, de sua alma.
 
Viver em sua frequência original torna sua percepção mais clara. À medida
que você se acalma e se centra mais, as pessoas que o rodeiam podem estar
chegando às partes anteriores, mais caóticas do processo de transformação.
Talvez você se sinta tentado a fundir-se com os que estão sofrendo para
ajudá-los. É provável que você seja tirado de seu centro e jogado em
frequências inferiores cem vezes por dia. Você terá de ser extremamente
gentil consigo mesmo, mas, ao mesmo tempo, disciplinado para “escolher
mais uma vez”. À medida que for se acostumando a viver em sua frequência
original, talvez as pessoas o procurem para descobrir que “qualidade
especial” é essa que você tem.
Cameron, que é consultor administrativo e praticante de artes marciais,
descreveu como a firma em que trabalha, que fora fundada por dois
visionários, foi comprada recentemente por uma grande empresa de
tecnologia. O novo diretor-geral é impessoal, detesta gerentes e deixa de
transmitir informações importantes. O resultado é que ninguém mais sabe
como acompanhar o próprio desempenho, definir metas e resolver problemas.
A empresa deixou de ser um lugar maravilhoso para se trabalhar e
transformou-se num verdadeiro hospício. Com seu conhecimento dos fluxos
e estados de energia, Cam observou a mudança e os padrões que estão
ocorrendo sob a superfície. Ele disse que não tem nenhum subordinado no
trabalho. Mas, como é geralmente centrado e calmo e deixa o coração aberto
nas situações problemáticas, as pessoas o estão procurando para se orientar, e
boa parte de seu tempo está sendo consumida na ajuda aos colegas.
É interessante ver que as pessoas reagem à realidade energética interior:
Cam não é o líder do grupo, mas sua energia é a mais confiável. Porém ele
também está se sentindo acuado, já que todos os dias está cercado por um
campo de energia caótica. Ele acha que vale a pena continuar mais um tempo
nesse emprego porque está praticando manter sua frequência original — mais
ou menos como pratica o aikido —, mas também acha que está
desperdiçando seu talento nos “jogos de energia” que estão ocorrendo lá. Ele
prevê que, em algum momento do futuro próximo, vai acabar encontrando
outra situação na qual as pessoas estejam mais na sintonia em que ele está.
O privilégio da vida é ser quem você é.
Joseph Campbell
Só para recapitular...
Você atingiu um grande momento de virada, no qual está pronto para abrir
mão da antiga realidade baseada no medo e adotar a realidade baseada na
alma. Para tanto, você precisa parar, estar presente no corpo e encontrar sua
frequência original, a vibração de sua alma que se expressa através de seu
corpo. Seu ego e sua força de vontade não podem controlar tudo. É hora de
“só ser” e “ficar com” a vida como ela é. Entregando-se, você passará a um
estado de plenitude no qual sente que algo de autêntico está amadurecendo
dentro de você, embora não possa apressar esse amadurecimento. Na hora
certa — e quando você menos esperar —, soluções perfeitas e novas ideias
surgirão espontaneamente, trazidas pelo entusiasmo, confiança e expectativa
positiva de sua frequênciaoriginal. Entrando mais fundo em seu corpo,
acalmando-o, abrindo espaço e eliminando sempre o entulho, você
conseguirá evitar mais depressa as vibrações distrativas da superfície.
Você não encontrará sua frequência original aumentando a vibração para
um nível artificialmente alto, mas sim sendo honesto e verdadeiro a cada
momento e deixando que sua energia se irradie naturalmente, sem
interferências. É possível encontrar sua frequência original abrindo o coração
e praticando a misericórdia. Além disso, vale a pena comparar o que você
sente serem as piores resoluções com aquelas que seriam as melhores,
oscilando do estado de maior retração ao estado mais aberto e fluido. Assim,
poderá identificar o estado de sua frequência original e voltar a ele quando
perder o equilíbrio por causa de vibrações inferiores. É preciso ser honesto
consigo mesmo e determinar quem você quer ser e como quer se sentir.
Ninguém pode fazer isso por você, e há muitas desculpas e mecanismos de
retardamento que precisam ser eliminados.
Mensagem da frequência original
Como explico na seção Ao leitor, incluí estes trechos inspiradores ao fim de
cada capítulo para que você troque sua forma normal, rápida, de leitura por
uma experiência direta de um tipo mais profundo. Por meio dessas
mensagens, é possível mudar intencionalmente sua vibração pessoal.
A mensagem abaixo destina-se a transportá-lo a uma forma de conhecer o
mundo que se aproxima daquela com que você experimentará a vida na Era
da Intuição. Para entrar na mensagem da frequência original, basta adotar um
ritmo mais lento, menos apressado. Inspire e expire lentamente uma vez e
fique o mais calmo e imóvel que puder. Deixe que sua mente fique suave e
receptiva. Abra sua intuição e prepare-se para intuir a linguagem. Veja se
consegue experimentar as sensações e realidades mais profundas que ganham
vida à medida que você ler.
Sua experiência pode ganhar uma maior dimensão, a depender da atenção
que você investir nas frases. Concentre-se em poucas palavras de cada vez,
faça uma pausa nos sinais de pontuação e “fique com” a inteligência que está
dando a mensagem — ao vivo, agora mesmo — a você. Você pode dizer as
palavras em voz alta ou fechar os olhos e escutá-las na leitura de outra pessoa
para ver que efeito têm sobre você.
FUNDA-SE COM O CAMPO DO CORAÇÃO
Em toda parte à sua volta: sinta o repousante veludo negro-azulado do espaço profundo. Ele o ampara
do mesmo modo que o céu ampara as estrelas. Flutuando no centro, confiando inteiramente no silêncio
envolvente, você está sendo criado momento a momento pela força de uma Presença sábia que jamais o
abandona. Sua dádiva da atenção amorosa e constante é a dádiva da vida, a dádiva do eu e a essência do
Coração. A surpresa é: dentro de seu próprio coração, a Presença que cria e vive em cada coração. E
você é a Presença que vive dentro do grande Coração.
Imagine: seus relacionamentos, seu trabalho, suas posses — tudo se dissolve. Você não precisa de
comida, água, dinheiro nem aprovação. Você não tem nenhuma meta, nenhuma necessidade, nem
sequer um corpo. Tudo o que é sólido e lento se transforma em transparência. Você não tem convicção,
certo ou errado, memória, crescimento, erro, nada a comunicar. O que resta é uma vibração de luz clara,
uma onda de amor. Você é um coração que brilha, flutua, pulsa. É isso que você é, o que você sabe e
como sabe.
Agora veja, no campo do cosmos: cada estrela brilhante é um coração feito de luz e de Presença. E
veja também, no campo da Terra: cada estrela brilhante é o coração de um ser que vive ou viveu. Uma
é o líder mundial corrompido pelo poder, outra, a mãe que sente fome, outra, seu filho que está
morrendo, outra, o mestre ascensionado, outra, a garçonete do almoço, outra, o soldado que não voltará
para casa, outra, o anjo que o guarda, outra, seu bichinho de estimação que morreu. E veja, mais perto,
no campo do corpo: cada ponto brilhante é um minúsculo ser celular, um microcoração que emite e
capta luz, transmite amor, um pouco de poeira mágica dando forma à vida.
Quando você vê a estrela distante como um coração, ela o vê como uma estrela distante com um
coração. Quando você vê o coração imortal da vida na criança que está morrendo, ela celebra com
gratidão seu coração eterno. Quando você vê a célula leal como um coração imortal, ela o vê como sua
ampliação. Essas linhas de reconhecimento são os fios vibrantes do amor que ligam o cosmos
consciente; esses fios da atenção entretecem-nos no campo de um coração que brilha e ressoa; esses
filamentos de energia são reconhecimento de nossa unidade. Imagine e sinta a imensidão da rede de
corações e linhas de corações do campo do coração. Imagine o tom estável, refinado, que dá vida e gera
amor reverberando através dele. Esse é o som de “casa”.
Imagine: todos os corações olham para você e o conhecem. Receba incondicionalmente a atenção
amorosa e passe-a adiante ao atentar conscientemente para os outros. Receba e dê, receber e dar. A luz
do coração banha-o e você cresce cada vez mais; você lembra de seu eu, então as ondas continuam,
transbordando, cascateando e ondulando pelo espaço. Agora mais amor do coração chega a você.
Receber e dar, receber e dar. O Coração está batendo no campo do coração, lembrando-lhe, a cada
onda, a Presença em nós que nos ampara a todos.
C
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“INTUINDO” A VIDA COM 
SENSIBILIDADE CONSCIENTE
Os líderes inovadores que trabalham nos reinos invisíveis atuam com base em
suas percepções subjetivas das organizações ou situações. [...] Esses líderes
trabalham com o subconsciente invisível para prever o caos iminente. [...]
Eles conseguem transformar o caos em criatividade e respaldar as
inquantificáveis mudanças no pensamento que precisam transpirar para que
ocorra uma mudança transformadora.
Karen Buckley e Joan Stuffy
omo a fênix que acaba de levantar-se das cinzas, estamos diante da
perspectiva de voltar ao mundo e aprender a ajustar-nos a uma nova
realidade “normal”, na qual podem acontecer coisas surpreendentes.
É possível que, de agora em diante, vivenciemos com frequência a sincronici-
dade e a telepatia, tomemos atitudes corretas antes de perceber
conscientemente o que precisa ser feito, conheçamos as coisas sem percorrer
os canais habituais e nos baseemos nos altos e baixos da energia sutil para
determinar um rumo. Talvez estejamos muito mais sensíveis que antes e nos
perguntemos como aproveitar esse novo e relativamente desconhecido poder
de percepção.
A sensibilidade é a capacidade de discernir sentimento e sensação física e
emocional. E, à medida que ela aumenta, podemos captar informações não
verbais por meio de seus cinco sentidos e de ínfimas variações de expansão,
contração e movimento de seu corpo. A sensibilidade consciente — que
estamos prestes a explorar e desenvolver — é a capacidade de perceber
imediatamente estímulos sutis e informações não verbais de fontes físicas ou
não e de discernir o sentido enquanto ele se processa. À medida que ficamos
mais hábeis em aumentar a capacidade de saber diretamente por intermédio
da vibração, a vida apresentará muitas melhoras e esse novo poder de
percepção pode ser usado para coisas que nunca imaginamos possíveis.
Porém, talvez alguém se faça algumas perguntas bem básicas: Como posso
entrosar-me com o mundo? Como agir para saber o que é significativo?
“Intuir” é a nova regra de entrosamento
O entrosamento com o mundo é um novo tipo de proposta. Não se trata tanto
de ambição, de chamar atenção, de conquistar nem de fazer acordos diretos
quanto de intuir como chegar a uma experiência comum com pessoas,
objetos, máquinas, processos e acontecimentos. Os principais métodos para
conduzir-nos, saber e agir serão a experiência direta (sensibilidade
consciente), o conhecimento direto (intuição), a comunicação direta
(telepatia) e o amor direto (alta empatia), todos eles funções da frequência
original e do momento presente.
Eis aqui como começar: devemos nos centrar em nossa frequência original
e, então, estender intencionalmente o sentido da percepção360 graus em
torno de nosso corpo e além dele. Ao fazê-lo, abarcaremos coisas, algumas
das quais em particular. Então devemos intuir tudo o que percebermos. Intuir
é usar a sensibilidade para penetrar em algo, fundir-se com ele e tornar-se ele
por um breve instante. Quando intuímos alguma coisa, além de familiar, ela
se torna parte nossa, e começamos de imediato a conhecê-la. É um pouco
como representar o papel das coisas que estamos observando.
Além de meu corpo, minhas veias são invisíveis.
Antonio Porchia
Digamos que alguém se expanda e perceba o sofá, que o intua. Fundindo-se
com o sofá, tornando-se ele por um breve instante e reconhecendo seu tipo
próprio de consciência, fica sabendo por experiência própria que ele quer
espuma nova. Então a pessoa se expande um pouco mais e percebe a árvore
que está do outro lado da janela. Intui a árvore e, ficando em seu lugar e
vivendo sua vida por um momento, descobre que ela está sendo comprimida
por outra árvore e quer mais luz. Depois, se expande e percebe o ônibus na
rua da cidade; em seguida, o grupo que se encontra na prefeitura, os vales ou
montanhas a algumas horas de distância e assim por diante. Tudo aquilo que
intuímos nos revela sua natureza interior. Isso acontece por uma espécie de
osmose, quando nos tornamos e “ficamos com” aquilo. Intuindo o mundo que
nos cerca, sentimos uma maior relação com tudo.
Conhecendo nossa frequência original e vivendo nela, nós a definimos
como referência para comparação com outras espécies de frequência. Depois
que intuímos o sofá ou a árvore e experimentamos suas vibrações e pontos de
vista, podemos facilmente voltar ao centro e lembrar novamente da própria
frequência. Após comparar conscientemente as vibrações, a etapa seguinte é
usar o estado — que está sempre mudando — do corpo e a vibração pessoal
como barômetro daquilo que está acontecendo ao nosso redor. Devemos nos
lembrar de que o corpo é como um diapasão que muda facilmente de
ressonância conforme o ambiente. Quando encontramos alguém muito
efusivo, por exemplo, também nos animamos. O corpo registra dados com
base no estado vibratório de outra pessoa. Mas quando voltamos a centrar-
nos em nossa frequência original, de repente sabemos se essa pessoa está
assim porque é um gênio que teve uma grande ideia ou um bipolar que
precisa de medicação. O corpo se torna um veículo para receber informações
vibracionais, e a frequência original nos ajuda a decifrá-las.
Às vezes recebemos informações vibracionais sem perceber que estávamos
observando alguma coisa. De repente, sentimos muita vontade de ligar para
uma irmã e acabamos descobrindo que ela está vivendo uma crise no trabalho
e precisa de sugestões. Como o corpo está sempre de sobreaviso para
possíveis riscos, podemos captar vibrações negativas perdidas que não são
particularmente relevantes num dado momento, mas podem causar-nos stress
indevido. Por exemplo, talvez você note que está preocupado sem nenhuma
razão. Quando volta a centrar-se em sua frequência original, percebe que
ficou tenso de manhã porque os motoristas no trajeto para o trabalho
pareciam extraordinariamente irritados. Como esse não é um risco imediato,
você pode deixar o insight de lado e relaxar. Quando trabalhamos com a
sensibilidade, é importante continuarmos em sintonia com a frequência
original e perguntar-nos muitas vezes ao longo do dia: “O que estou
percebendo? O que já sei a respeito disso? Essa informação é útil e
apropriada para mim agora?”. Devemos criar o hábito de verificar, ouvir o
corpo e atentar para comunicações sensoriais importantes, do mesmo modo
que lemos o e-mail e jogamos fora um spam. Tornando conscientes as
informações vibracionais, limpamos a “tela” e minimizamos a negatividade e
as distrações desnecessárias, além de aumentar pouco a pouco a sensibilidade
consciente.
A sensibilidade consciente ajuda a conhecer 
as coisas por experiência própria
Quando renunciamos às ideias preconcebidas, voltamos a atenção e a
sensibilidade para uma coisa, a intuímos e ficamos com ela — principalmente
com verdadeiro desejo de conhecê-la e apreciá-la —, um conhecimento
impressionante se revela. Intuindo e fundindo-se temporariamente com a vida
e o ponto de vista místico de uma pessoa, um animal, uma planta, um lugar,
um problema ou uma situação, vamos conhecer os segredos que cada um
deles guarda por meio de experiência direta e conhecimento direto. Intuindo
uma planta saberemos se ela precisa de água ou fertilizante porque
sentiremos que nós também precisamos de água ou fertilizante. Intuindo um
animal de estimação saberemos se ele quer passear porque nós sentimos
vontade de passear. Intuindo um lugar saberemos se ele tem água ou
depósitos de minérios no subsolo porque sentiremos esses recursos como
parte de nosso corpo. Intuindo um problema saberemos se ele naturalmente
quer tomar um certo rumo porque nós sentimos vontade de seguir um rumo
sem restrições. Intuindo um amigo saberemos se ele precisa desabafar alguma
coisa para tornar a abrir o coração porque nosso coração está apertado e nós
queremos conversar.
Saberemos dizer sim ou não com base em quanto nos sentimos à vontade
diante da situação. Quando, prestando um pouco mais de atenção, intuímos
um processo ou situação, recebemos camadas de dados acerca de como as
coisas provavelmente se desenrolarão porque tudo contém em si toda a
própria história se nela penetramos o bastante. Intuir a vida é como fazer o
dever de casa antes de pôr mãos à obra. Só depois disso é que podemos usar a
mente estratégica para investigar e implementar as revelações colhidas. Ainda
será preciso conferir os canhotos do talão de cheques e analisar dados, mas o
raciocínio lógico e organizacional será mais usado para a implementação.
Até acumular mais experiência com a sensibilidade, basta intuir um
caminho nas opções triviais do dia a dia. Mesmo que em breve precisemos
tomar decisões importantes ou estejamos nos sentindo pressionados, não nos
precipitemos para não nos sobrecarregar. O primeiro passo para uma grande
decisão é uma pequena decisão. Devemos perceber se queremos ovos ou
aveia no café da manhã. Depois devemos sentir qual o momento certo para
sair de casa para um compromisso. Em seguida, qual o telefonema que
devemos dar primeiro. Façamos essas opções conscientemente, observando
como o fluxo de energia quer nos direcionar e o que nos dá a sensação que
mais se harmoniza com a frequência original. Quando chegarmos às opções
importantes, já conseguiremos recolher os insights de que precisamos por
meio da leitura das vibrações ao redor e em nosso íntimo.
Mesmo que por anos nossas tentativas de atenção não pareçam 
dar resultado, um dia uma luz que é proporcionalmente 
exata a elas inundará a alma.
Simone Weil
Por intermédio da experiência direta, que é sentir e perceber sem o
comentário da mente, captaremos impressões que podem parecer simplistas,
mas que estão carregadas de sentido. Por exemplo, suponhamos que sejamos
entrevistados para três empregos. Qual deles é o melhor? O corpo reage à
primeira entrevista sentindo frio e à segunda, sentindo sonolência. Mas, na
terceira, sentimos perfume de flores e nos mostramos excepcionalmente bem
articulados. Intuitivamente gostamos da terceira opção porque nos dá uma
sensação de naturalidade e boas-vindas. Quando a entrevista acaba e
entramos no carro, estamos um pouco tristes por deixar o local. É possível
que sejam necessárias mais pesquisas, porém podemos confiar nessas
impressões; o corpo não mente.
É possível estar com um cliente e telepaticamente escutar a própria voz
interior reclamar de não estar sendo ouvido — até, de repente, perceber que
isso é o que o cliente está pensando. Imediatamente perguntamos: “Estou lhe
ouvindo bem? Haverá algo que eu talvez tenha entendido mal?”.
Descobriremos que a alta empatia — a sensação de amar a luz das pessoas e,
por isso, sentir-se perto delas — nos ajuda a saber exatamente do que os
outros precisam, antes mesmo de eles próprios o saberem. Dá para saber, sem
razão nenhuma para isso,que é hora de a família mudar a dieta e os hábitos
alimentares ou que um amigo está se sentindo só e precisa sair para se
divertir um pouco.
Experimente isto! 
Intua um objeto, máquina ou planta
1. Escolha um objeto. Concentre-se nele. Mantenha a percepção aberta a
todas as impressões desse objeto. Dê vida a esse objeto e guie-se pela
curiosidade para conhecê-lo, do mesmo modo que faria com um novo
amigo. Comece com o sentido da visão e examine sua aparência. Em
seguida, passe para o sentido do tato e — sem chegar a tocar de fato o
objeto — expanda seu corpo de luz além do físico, deixando que ele se
torne um campo de energia maleável e que parte dele vá, como uma
nuvem, até o objeto e o envolva. Imagine que seus olhos estão nessa
nuvem. Imagine que se aproxima muito — quase no nível molecular —
do objeto para que suas partículas de luz possam entrar nas partículas de
luz dele. Seu ponto de vista está bem perto da própria matéria do objeto.
2. Flua para dentro dele com sua energia e percepção. Cumprimente a
consciência do objeto e peça-lhe permissão para compartilhar seu espaço
durante algum tempo, a fim de poder conhecê-lo. Ao fundir-se com ele,
sensações, impressões e revelações serão transmitidas instantaneamente
para seu corpo e sua mente. Continue relaxado e curioso. Você pode
receber impressões sobre a história, o tempo de vida, o potencial, o
significado simbólico, os pontos fortes e fracos da estrutura e as
necessidades desse objeto.
3. Tome nota de tudo mentalmente. Irradie uma vibração de apreço e amor
pelo objeto, expressando gratidão por sua existência. Então retire-se dele,
volte inteiramente oara o seu corpo e analise o que percebeu e aprendeu.
Experimente isto! 
Intua um animal ou outra pessoa
1. Escolha um animal ou uma pessoa, presente ou distante, e realize o
mesmo processo acima, não se esquecendo de pedir-lhe permissão para
compartilhar seu espaço e conhecê-lo. De uma criatura viva, você poderá
receber impressões relativas à saúde, hábitos e necessidades emocionais,
talentos e desejos, fluxo ou represamento da energia, padrões de
raciocínio e destino dela.
2. Antes de retirar seu corpo de luz, agradeça ao corpo e à alma desse ser
irradiando gratidão e a energia de seu coração e transmitindo-lhe a ideia
de que você está feliz por ele estar vivo. Volte para o seu corpo e analise
o que percebeu e aprendeu.
Intuir a vida cria intimidade e dedicação
Quando alguém intui a vida, aprende a dar mais importância a tudo — e tudo
com que se importa lhe retribui. Ao encontrar algo que a mente rotula como
“não eu” — como a mesa da cozinha —, se não nos apressamos a rotular
como “mesa de cozinha” (o que a mantém “só na cabeça” e separado dela)
—, nós a experimentaremos diretamente como um tipo de energia que é parte
de nós porque existe em um campo pessoal. O campo pessoal é a energia
sutil que há dentro e em torno do corpo físico e que contém a percepção
mental, emocional, espiritual. Tudo o que percebemos imediatamente se torna
parte do campo pessoal e, portanto, parte de nós. Assim, se intuímos e nos
fundimos com a forma do objeto que permanecerá inominado, teremos
percepções que se originam no ponto de vista dele. Sentiremos sua força
vital, sua harmonia, sua beleza, seu amor, sua integridade e sua saúde.
Saberemos como é ser madeira ou aço, por exemplo, ou ter quatro pernas ou
quinas agudas ou arredondadas. Forjamos um vínculo com algo que antes era
estranho, mesmo que se trate de um objeto ou de uma máquina. Costumo tirar
regularmente um tempo para intuir e amar meu carro, meu computador,
minha máquina de lavar e meu secador, e posso jurar que minhas máquinas
olham por mim e, por isso, raramente quebram. Elas me enviam
pensamentos: “Por favor, limpe o filtro”, “Preciso de uma troca de óleo”,
“Logo vou quebrar, portanto não me leve em sua viagem”.
Quando realmente estamos despertos para a vida dos nossos sentidos —
quando realmente estamos vendo como nossos olhos animais e ouvindo com
nossos ouvidos animais —, nós descobrimos que nada no mundo que nos
cerca é sentido diretamente como um objeto passivo ou inanimado. Cada
coisa, cada entidade, recebe nosso olhar com seus próprios segredos.
David Abram
Aprendendo a fundir-se conscientemente com as pessoas e as coisas,
reduzimos o controle do ego e ampliamos nossa identidade. Assim que a
percepção se funde com outra coisa, deixa de haver separação e há uma
mescla. Deixamos a personalidade distinta de um instante antes. Então
podemos falar como uma mesa de cozinha consciente. Por fim, vamos nos
sentir tão ligados à vida que, se quisermos, conseguiremos sentir os
sentimentos e sensações das pessoas e pensar os pensamentos delas. Com o
tempo, isso nos ensinará muitíssimo sobre o companheirismo e o consciente
coletivo, que discutiremos mais detalhadamente no capítulo 10.
O que aprendi com um afogamento no Japão
Essa lição de comunhão me foi demonstrada dramaticamente durante uma de
minhas visitas ao Japão. Eu estivera fazendo leituras detalhadas de vida para
os clientes todos os dias, sem intervalo, e agora estava diante de uma faixa de
pedestres. Era a hora do almoço. Havia um grupo grande — umas cinquenta
pessoas — esperando ao meu lado e outro grupo, de tamanho semelhante, no
lado oposto da rua. A luz ficou verde, e os dois grupos se cruzaram com
fluidez, como dois grandes cardumes. Por ser a única loura na multidão, eu
chamava a atenção de uma maneira sutil. Ninguém olhava diretamente para
mim, as pessoas mal me tocavam, mas estavam me intuindo com curiosidade,
como se minhas entranhas fossem um livro aberto. Após semanas desse tipo
de invasão e, para completar, um contato diário e profundo com o
subconsciente japonês — o qual, segundo descobri, estava cheio de ideias de
autossacrifício as mais variadas —, eu comecei a sentir o desgaste.
Tive uma febre e me sentia subjugada, tinha dificuldade de respirar e estava
prestes a desmaiar. Já não sabia se conseguiria manter minha realidade e meu
espaço pessoal. Uma noite, sozinha no quarto do hotel, me senti inundar pelas
imagens das multidões e todas as histórias de todos os clientes que vira e tive
a sensação de estar me afogando. Uma “mão” saiu do chão e me puxou.
Numa visão que só durou alguns segundos, senti que estava me afogando
num mar de energia aquosa. Eu morri para minha velha realidade norte-
americana, individualista, e “ressuscitei” numa nova realidade. Estava
totalmente submersa, nadando num oceano de percepção fluida em que tudo
e todos estavam interconectados. Depois, vim a saber que muitas culturas
asiáticas consideram isso normal.
Eu podia estender-me para fora desse mar de sensação sem o deixar, como
uma onda que começa a se formar, e assumir diferentes formas: podia ser eu
mesma, um cliente, uma pessoa que vira na rua ou uma árvore. Quando
crescia dentro de outras pessoas, eu as conhecia como se fosse elas. Então
voltava a relaxar no oceano de energia. De repente, entendi a realidade
japonesa de dentro dela. A partir daquele dia, não me senti mais invadida
porque já não me sentia contida. Minha temperatura voltou ao normal e me
senti ligada a todos os que vi e feliz por eles. Eles eram como minha família,
e eu via que, nessa realidade interior, todos sabiam uns dos outros e cuidavam
de proteger-se mutuamente porque o sofrimento de um afetava o resto. E é
por isso que os japoneses dão tanta prioridade a não ferir a suscetibilidade
alheia — todos ficam magoados quando um é ridicularizado ou não se sente à
vontade. Essa experiência me mudou completamente. Ela demonstrou uma
verdade sobre a interconexão humana que hoje começa a ser vivida por todo
mundo, não apenas os asiáticos, e constitui uma grande parte de nossa futura
realidade.
Quando você começa a usar sentidos que negligenciou, sua recompensa é ver
o mundo com olhos inteiramente novos.
Barbara Sher
Confie em seu Observador Interior e 
siga o caminho de maior ressonância
Parte de um bom trabalho com a sensibilidade consciente consiste em
aprender a distinguir entre o que a alma quer que percebamose coisas que
não são particularmente úteis. Dentro de cada um há uma força — podemos
chamá-la de Observador Interior, Revelador, Espírito Santo; existem muitos
nomes para ela. É a força da alma que orienta a atenção para perceber coisas
que nos ajudem a aprender lições de vida e a nos expressar com
autenticidade. Eu conheço minha irmã, nós crescemos na mesma casa, com
os mesmos pais, mas nossa lembrança das experiências da infância me faz rir
dos mundos tão diferentes que nós aparentemente ocupamos. É óbvio que
nossos Observadores Interiores nos faziam perceber coisas inteiramente
opostas. Ela achava que a política de nossa mãe em relação à comida, que
consistia em fazer-nos comer pelo menos um pouco — ou uma “porção para
não fazer desfeita” — de cada tipo de alimento que tivéssemos no prato, era
problemática, ao passo que eu a considerava justa. Minha irmã hoje é uma
nutricionista doutorada, e eu como praticamente qualquer coisa.
Podemos confiar em nosso Observador Interior e na sequência de coisas
que ele nos faz notar. O segredo é aprofundar o envolvimento com aquilo que
percebemos, perguntando a ele: “Por que estou notando essa pessoa?”, “O
que devo fazer com essa percepção?”. Talvez, enquanto está no aeroporto,
você perceba uma pessoa que tem uma deficiência. Por quê? Ela pode estar
demonstrando um tipo de coragem que você deve aplicar na sua vida.
Também podemos negociar com nosso Observador Interior. Se estiver
preocupado com a possibilidade de um acidente de carro, por exemplo, em
vez de viver num estado paranoico, peça-lhe: “Se houver risco real de um
acidente iminente, por favor me conscientize dele para que eu possa evitá-lo.
Se houver outras ameaças que não forem importantes para mim, não me
informe a respeito delas. Só preciso das informações com as quais puder
fazer alguma coisa!”. O segredo então é relaxar e confiar em sua
sensibilidade consciente e seu Observador Interior.
Ao nos conduzir por meio da sensibilidade e da vibração, devemos escolher
pessoas e oportunidades que nos pareçam muito acolhedoras e ressoem em
harmonia com nossa frequência original. É possível distinguir pessoas,
oportunidades, lugares e respostas que façam conosco uma “bela música”.
Algumas pessoas e situações podem ressoar no mesmo tom que nossa
frequência original — digamos, dó central — e outras podem estar uma
oitava acima ou abaixo dessa — digamos, dó alto ou dó baixo. Outras podem
ressoar em dó central, mas ter um timbre diferente. Um violino tocado em dó
central não soa igual a uma tuba tocada nesse mesmo tom, mas os dois
podem soar maravilhosamente bem juntos. Quando encontrarmos pessoas,
ideias e oportunidades que sejam dissonantes de nossa frequência original,
não devemos nos envolver com elas — ou, se não pudermos evitar, que seja o
mais perifericamente possível.
Todos percebemos. Somos uma percepção; 
não somos objetos; não temos solidez alguma. Somos ilimitados.
Don Juan/Carlos Castañeda
À medida que pensar em envolver-se com novas pessoas e experiências,
vale a pena considerar estes “testes da realidade”. Pergunte-se:
 
1. Esta opção está na mesma sintonia que eu? Ela está uma oitava acima ou
abaixo da sua frequência original? Ela está em harmonia comigo?
2. Enquanto imagino a possível interação, existe cooperação, comunicação
fácil, apoio e benefício mútuos? O fluxo é natural? Sinto-me melhor por
causa do meu envolvimento? Esta opção me ajuda a ser ainda mais
sensível, empático e perceptivo ou terei de ficar atento para não me
fechar?
3. Será preciso que eu eduque, apoie, converta, lute ou faça mais do que me
cabe para que esta opção tenha sucesso? Terei que sacrificar-me de
algum modo?
4. O que eu aprenderia contribuindo com meu envolvimento e deixando-me
afetar por ele?
Não há nada de errado em dizer “não” a ofertas tentadoras. Quanto menos
nos envolvermos com vibrações dissonantes — ainda que elas sejam apenas
um pouco dissonantes, mais energia e criatividade autêntica teremos. Talvez,
antes tenhamos conseguido suportar um emprego que nos esgota, mas agora
teremos a sensação de sufocamento. Devemos definir o próprio tom.
Convidando as pessoas a juntar-se a nós numa frequência mais alta, estará
contribuindo para dar mais credibilidade ao modo de ser da nova Era da
Intuição.
Atualize sua realidade para que corresponda 
à sua frequência original
Aprendemos a manter uma vibração pessoal em sintonia com nossa
frequência original, reiterando a opção de nos sentir como gostamos. Agora,
enquanto nos expandimos para abarcar mais do mundo, ainda mantendo a
frequência original, perceberemos muitas situações que parecem pré-
históricas e chatas, processos lentos que se arrastam e pessoas que não
avançaram tanto. Talvez nos sintamos fora de sincronia com o modo como as
coisas sempre foram ou com amigos, familiares, parceiros, clientes ou sócios,
deixando de entrar em ressonância com eles. Talvez nos cansemos da
maneira primitiva, inconsciente ou inescrupulosa que as pessoas têm de fazer
as coisas.
Não faz muito, duas empresárias, ambas espiritualmente sábias e
experientes, contaram-me histórias parecidas. Uma está encarregada de um
projeto ecológico de urbanização imobiliária, levantando financiamentos
imensos, administrando sócios emocionalmente imprevisíveis e resolvendo
problemas intermináveis com os proprietários da cidade e vizinhos, enquanto
faz de tudo para não sucumbir à pressão para abandonar a visão espiritual
original do projeto por conveniência. Houve ondas de sucesso seguidas por
revezes. No momento, ela está diante da perspectiva de um novo sócio
capitalista que está forçando sua saída do projeto, basicamente roubando-o de
quem tem a visão que lhe serviu de base. Apesar da prática de permanecer em
sua frequência original, ela está à beira da falência, com o corpo esgotado
pelo excesso de adrenalina e diante do ponto da virada, quando terá de
entregar-se e voltar a centrar-se — mais uma vez.
A outra empresária entrou num processo semelhante com a empresa que
tinha. Quando o mercado desandou, a empresa não pôde pagar as contas.
Todos ficaram furiosos com ela, que engordou, ficou deprimida e foi procurar
um advogado especializado em falências. Então, um belo dia, ocorreu-lhe que
bem poderia parar de se preocupar — afinal, de que estava adiantando?
Pouco depois, um de seus produtos caiu no interesse do público e vendeu
bem nacional e internacionalmente. A maré virou. Ela se entregara e entrara
novamente em contato com sua frequência original, e a vida começou a
reaparecer de uma forma nova e mais encantadora. Então recobrou a saúde,
perdeu peso e pagou suas dívidas, e sua pequena empresa foi comprada por
uma empresa famosa. Ali ela está à frente de uma divisão própria e tem
liberdade para produzir as coisas que mais quiser. Agora sua intuição está
mais aguçada do que nunca. Ela detectou o potencial de outro produto que
teve ainda mais sucesso que o primeiro. Então os novos sócios maquinaram
uma jogada para ficar com o produto e retirá-la dos lucros futuros.
Essas duas mulheres estão aprendendo uma lição parecida. Ambas se
dedicaram a empreendimentos ambiciosos que as inspiravam espiritualmente.
Ambas haviam decidido, talvez inconscientemente, expandir-se depressa e,
para atingir esse fim, optaram por associar-se a gente que ganhava dinheiro
por meio do glamour, da celebridade e da arte de aparentar ser melhor do que
os outros. Criando a partir de sua alta frequência original, elas viveram
momentos em que os resultados foram mágicos. Então, escolhendo sócios
cuja vibração na verdade era bem mais baixa que a delas, puderam ver como
o medo e o ego — a “antiga realidade” — pode arruinar uma coisa boa. As
duas agora precisam restabelecer sua frequência original e escolher sócios e
oportunidades que ressoem em harmonia com elas. Elas estão num processo
de arrumação da frequência.
Os três níveis de seu cérebro
A voz de nosso eu original muitas vezes é abafada, subjugada 
e até sufocada pelas vozes das expectativas alheias. A língua 
do eu original é a do coração.
JuliaCameron
Encha seu mundo de sua frequência original
Talvez estejamos num ponto semelhante, em que fazemos experiências com
as vibrações e observamos seu efeito sobre a vida e o sucesso. Já podemos ter
constatado os resultados mágicos que essa frequência original pode criar e os
obstáculos e fracassos que as oportunidades e os relacionamentos dissonantes
podem precipitar. Talvez agora precisemos deixar que essa frequência seja a
base de tudo na vida, de saber que a realidade pode ser fluida e cheia de
alegria em todas as áreas. Enquanto não aceitarmos a harmonia como um
modo de vida, ainda continuaremos atraindo gente que questione ou negue
nossa realidade. Enquanto ficarmos parcialmente “limpos” e parcialmente
entregues a velhos hábitos emocionais prejudiciais, a vida terá uma mistura
de pessoas da “antiga realidade”, baseada no medo, e da “nova realidade”,
baseada na alma.
Talvez você esteja num ponto semelhante ao de Cameron, do capítulo
anterior, quando dedicou às situações mais energia do que o necessário. Ou
talvez tenha “aguentado” pessoas difíceis, estabilizando-as com sua energia e
tentando manter-se estável para poder fazer tudo de novo no dia seguinte. À
medida que sentir sua capacidade se expandir e perceber que não precisa
sacrificar nenhuma parte de sua expressão pessoal pelo sucesso, verá que
pode imaginar “entrar em consonância com o tom de seu diapasão” e irradiar
a vibração de sua frequência original por todo o campo que o cerca para que
ela seja a frequência que organiza o seu mundo. Quanto mais aceitar que isso
é possível e pode tornar-se realidade, mais você verá as pessoas e situações
de sua vida entrarem em ressonância com sua frequência original. E então a
vida milagrosamente melhora. Você logo verá que não precisa baixar sua
própria vibração para estar no mundo — é igualmente fácil criar uma
realidade bem-sucedida com sua frequência original e ter amigos e colegas
que o compreendam e apoiem.
Experimente isto!
Intua um local energizado
Usando sua sensibilidade consciente para encontrar lugares cuja energia
ressoe conforme sua frequência original, você poderá maximizar seu nível de
energia e saúde, aumentar sua lucidez e até acelerar seu crescimento.
1. Centre-se e acalme seu corpo. Comece onde quer que esteja: em casa, no
jardim, no escritório, no mercado ou numa trilha. Sinta a energia inerente
ao ponto em que pisa. Ela vem diretamente do centro da terra para dentro
de seus pés e seu corpo e enche o espaço a seu redor. Agora mexa-se
lentamente, explorando esse espaço. Deixe que seu corpo encontre um
lugar onde queira parar. Sinta a energia dele. O que é que ela tem de
interessante?
2. Deixe que seu corpo se mova novamente e pare. Sinta a energia.
Continue fazendo isso até chegar ao ponto mais magnético, à energia
mais alta que puder encontrar. Sinta a diferença entre esse lugar e os
demais. Inspire toda a energia desse lugar que seu corpo desejar e
transmita seu amor à terra e a ele.
3. Experimente isso num restaurante para saber onde quer sentar ou quando
estiver ao ar livre, na natureza, arrumando os móveis ou plantando um
jardim — onde quer caminhar? Onde cada acessório ou planta quer ficar?
Descubra o local de sua casa que transmite a quietude mais profunda e
use-o para meditar. Encontre uma árvore antiga, especial, que o ajude a
pensar com clareza quando você se encosta nela.
Use os três níveis de seu cérebro 
para refinar sua sensibilidade
Conforme indica o diagrama a seguir, o cérebro tem três níveis, cada um dos
quais tem uma percepção distinta. Eles são como uma escala ou escada de
percepção que se pode subir e descer. A parte superior — o neocórtex, com
seus hemisférios esquerdo e direito — processa a percepção abstrata e
conceitual. O hemisfério esquerdo rege o raciocínio analítico e a linguagem, e
o direito coordena o reconhecimento de padrões, a intuição e a criatividade. O
mesencéfalo, o nível da percepção sensorial, ajuda-nos a sentir-nos ligados ao
mundo por meio da semelhança e do afeto. A parte inferior — o cérebro
reptiliano — volta-se para a sobrevivência e percebe por meio de reações
instintivas de atração-repulsa e lutar ou fugir. Ele é responsável pela
motivação e pela experiência direta. Já que os dados do corpo são
transmitidos pela coluna, o cérebro reptiliano é o ponto em que as
informações primeiro se tornam conscientes. Elas então assumem uma
dimensão extra no mesencéfalo, quando os sentidos as amplificam e
repassam para a parte superior do cérebro, onde ganham sentido e tradução
na linguagem e se tornam parte de um padrão mais amplo de conhecimento.
Se tiver sempre em mente a imagem da escada, você conseguirá subir e
descer os degraus com fluência, passando facilmente da sensibilidade
corporal à intuição e ao sentido e reconhecimento de padrões.
Para enfatizar a sensibilidade, descemos a escada rumo ao saber do corpo.
Para enfatizar a percepção abstrata, subimos. Se passarmos o dia inteiro
trabalhando com o hemisfério esquerdo, podemos ficar saturados de palavras
e ondas beta, o que pode trazer stress e nervosismo. Se imaginarmos que
vamos para o hemisfério direito e descemos para o mesencéfalo — onde
vivenciamos a intuição, os sentidos, as semelhanças e o afeto —,
conseguiremos passar às ondas alfa e teta, que são mais lentas, e aliviar a
tensão. (Lembremos que as ondas delta ocorrem principalmente durante o
sono profundo.) Se descermos ainda mais — até o cérebro reptiliano, onde
são vividos os instintos e há uma relação direta com o ambiente —,
conseguiremos afastar qualquer possível resquício de stress. “Descendo” pelo
cérebro, entramos mais fundo no corpo e nos acalmamos. Quando estamos
calmos e estabilizados, é mais fácil sentir a existência de uma frequência
original em todos os níveis do cérebro e corpo.
Tipos de sensibilidade dos três níveis do cérebro
Reconhecimento inicial 
CÉREBRO REPTILIANO
Sentidos e sentimentos 
MESENCÉFALO
Sensibilidade mais refinada 
NEOCÓRTEX
“vibrações” sutis 
nervosismo/estômago 
olfato/sentido interior 
do olfato 
sentido racional 
flashes de compreensão 
apreensão repentina de 
embrulhado 
instinto visceral 
atração/repulsão 
expansão/contração 
ressonância/dissonância
paladar/sentido interior 
do paladar 
tato/clarissenciência 
audição/clariaudiência 
visão/clarividência 
empatia/comunhão
padrões 
misticismo 
percepção de seres 
não físicos 
percepção de campos 
unificados 
consciente coletivo
 
Para ativar a sensibilidade mais sutil, convém fechar os olhos e manter-se
abaixo do sentido da visão, já que a visão e sua contraparte interior, a
clarividência, estão estreitamente relacionadas ao neocórtex e nos
transportam quase instantaneamente para a linguagem, o sentido e os
conceitos. Para desenvolver a sensibilidade, devemos permanecer em fusão
com o corpo. Experimentemos ouvir os sons — dentro de nós e ao redor,
perto e longe, baixos e altos. Então façamos uma transição sutil que nos
permita “ouvir” os sons que estão abaixo dos sons audíveis. Talvez
escutemos mensagens dos órgãos, a voz de um amigo ou as plantas. É preciso
ter cuidado para não derivar por tangentes, já que a clariaudiência está
vinculada à voz interior e pode nos levar a um excesso de comunicação
intrapessoal e de volta à parte superior do cérebro.
Remedia-se o problema descendo abaixo do som, numa transição para a
percepção tátil. De olhos fechados, sintamos o que há ao redor e dentro de
nós com base na temperatura e nas texturas. Talvez seja possível sentir que a
cabeça está mais quente que os pés, que há diferenças de temperatura no ar
ou que um tecido tem pequenos nós. Passemos ao sentido interior do tato — a
clarissenciência — e recebamos impressões. A energia tem uma textura?
Como é a energia do ambiente em que estamos: estagnada, elétrica ou
acolhedora? Agora experimentemos juntar os sentidos da audição e do tato.
Procuremos sentir a impressão física que o tique-taque do relógio ou a
campanhia do telefone causam no corpo. Ainda de olhos fechados, vamos
detectar os odores em volta. Quanto maistranquilo estivermos, mais odores
sutis perceberemos, como o de uma folha fria de papel em branco e o de
outra que acaba de sair de uma impressora aquecida. Usando o sentido
interior do olfato, é possível receber impressões sobre o cheiro da saúde do
corpo ou da possível solução para um problema. O mesmo pode ser feito com
o paladar, sentindo que uma situação é doce ou amarga, por exemplo.
Estou convencido de que há correntes universais de Pensamento Divino
vibrando no éter em toda parte e de que qualquer um que consiga sentir essas
vibrações se inspira.
Richard Wagner
Sintonizando percepções sutis e descendo a escada em direção aos sentidos
instintivos (veja o quadro com as escalas de vibrações do dia a dia no
capítulo 2), desenvolveremos a sensibilidade consciente. A sensibilidade nos
traz informações sobre outros corpos, objetos, lugares, acontecimentos,
tendências, épocas e processos, inclusive os do futuro próximo. É possível, de
repente, entender a natureza de coisas como feridas emocionais e cura,
motivações, padrões complexos de pensamento por trás de comportamentos e
resultados e, por fim, também os estados emocionais iluminados — como o
êxtase, o regozijo e a felicidade — e o funcionamento de dimensões
superiores da percepção.
Experimente isto! 
Intua investimentos financeiros
Caso esteja pensando em comprar ou vender ações e fundos mútuos ou em
fazer outros investimentos, pegue um papel e faça uma lista com suas opções.
Sente-se em silêncio e olhe para ela. Concentre-se no primeiro item: você
deve vender ou manter esse fundo mútuo? Intua-o com seu sentido expandido
do tato. Que impressões você recebe? A vibração é alta, irregular ou dá a
impressão de solidez e realidade a longo prazo? Você sente uma ferroada,
uma picada ou alguma sensação de afundamento ou vazio? Essa opção o
torna feliz, apático, receoso, contraído, entusiasmado ou inconsciente? É
possível, inclusive, fundir-se inteiramente como o fundo mútuo, tornar-se ele
e falar como ele, transmitindo a si mesmo uma mensagem. Anote suas
impressões ao lado dessa opção. Passe à opção seguinte, e faça assim com
todas. Quando acabar, procure fazer algumas pesquisas, ouvir o que os outros
estão dizendo e verificar se há alguma base para suas percepções. Então tome
uma posição.
Quanto antes você souber, 
mais a sua sensibilidade lhe servirá
Quanto tempo leva para reconhecer informações não verbais transmitidas por
vibrações? Quanto antes registrarmos e decifrarmos uma impressão, mais
conscientemente sensível nos tornaremos. Você poderia começar
conscientizando-se das coisas que de fato percebe com rapidez e facilidade.
Como a maioria das pessoas, você é mais sensível ao que considera
importante ou fascinante. Se os medos e preocupações predominarem, é
possível ser hiperalerta a tudo o que ameaçar o bem-estar físico, a segurança
financeira ou o casamento. Por outro lado, se assumimos um compromisso
com o crescimento, talvez percebamos coisas positivas que nos ajudem a
expandir-nos, como uma frase que amplia a compreensão, uma necessidade
urgente de tomar um pouco de sol ou um novo tema de estudo que leve a uma
maior exploração.
Em seguida, você poderia estimular sua curiosidade para saber o que seu
corpo está captando durante o dia e em que impressões ou informações sutis
você está baseando muitas de suas decisões de conduta mais rápidas. Por que
você de repente parou o trabalho e resolveu sair para cumprir algumas
tarefas? Por que retornou uma ligação antes de outra? Por que foi ríspido com
alguém que normalmente trata com gentileza? Por último, veja se consegue
ampliar sua sensibilidade para conscientizar-se de variáveis ou forças ocultas
que podem afetar você ou seus entes queridos. Percebendo aquilo que você
está percebendo, você simplificará o circuito que vai da informação à ação
apropriada.
Quando o corpo capta as informações não verbais do ambiente como
vibração, essa vibração se intensificará se não a reconhecemos
conscientemente e não agirmos com base nela. Há momentos em que ficamos
temporariamente insensíveis por estar demais no lado esquerdo do cérebro,
adotar um tipo de foco por muito tempo ou estar fora do corpo. Mas a alma
está falando conosco — e, se a informação for importante, não vai parar de
pressionar até que recebamos a mensagem. Digamos que alguém fique tenso
no trabalho e, ao chegar em casa, esteja de mau humor. Talvez tenha passado
por cima dos primeiros sinais que lhe indicavam que não pode render muito
com uma carga de trabalho descomunal ou que ficar tempo demais sob luz
fluorescente não é saudável. Já que não entendeu imediatamente a mensagem
nem fez nada para aliviar as preocupações do corpo, a pressão foi crescendo
até chegar à beira de uma enxaqueca.
Quando não registramos as primeiras pequenas ondas de expansão e
contração, as informações vão se tornando mais “agudas” e insistentes. A
princípio, o corpo sussurra, depois limpa a garganta, bate à porta, esmurra-a
feito louco e, por fim, liga a luz vermelha de emergência e a sirene. Pequenas
contrações vão se transformando gradualmente em tensões, dores, dores
crônicas, doenças e paralisias até que finalmente ocorrem traumas e
acidentes. Sob cada dor e cada trauma, há uma mensagem não escutada da
alma e do corpo. Portanto, captar logo as informações sutis por meio da
sensibilidade consciente pode poupar-lhe muito sofrimento e preocupação!
Experimente isto! 
A que você tem mais e menos sensibilidade?
Conscientizar-se das seguintes categorias de experiências pode ajudá-lo a ser
mais conscientemente sensível ao que você está sentindo.
Liste as coisas que “o tiram do sério”, aquelas que o deixam
descontrolado.
Liste coisas que o amedrontam profundamente, produzindo ansiedade.
Liste coisas que quer aprender e que pode encontrar personificadas em
outras pessoas.
Liste coisas que as pessoas notam ou sentem às quais você
aparentemente é insensível.
Liste maneiras pelas quais você associa seus cinco sentidos a sensações
de prazer e beleza.
Diga quanto tempo você leva para perceber as tensões, dores ou
pequenos males de seu corpo.
A que você é sensível no ambiente (luz, umidade, cor, alimentos, feiura,
temperatura, ruído, altitude etc.)?
Diga como você poderia perceber as informações não verbais do
ambiente com mais antecedência.
Quais de seus sentidos são os que mais predominam? Quais você gostaria
de desenvolver mais?
A vibração sutil dos sinais de verdade e ansiedade
Você é extremamente sensível à verdade e à mentira, à segurança e ao perigo.
Quando uma informação é registrada em seu cérebro reptiliano, assume duas
formas: sim e não. Você reconhece essas pistas por meio de sensações
instintivas de expansão ou contração, de energia que circula ou não circula.
Devemos tomar cuidado para não descartar essas sensações como meras
idiossincrasias do corpo: elas constituem um sistema todo particular de
discernimento de sensibilidade consciente! Quando consideramos uma ação
ou opção como apropriada, segura, verdadeira e legítima, a energia que se faz
sentir é expansiva: talvez sintamos a energia aumentar, tornando-se ativa ou
vital, ou talvez sintamos calor, vertigem, entusiasmo e nervosismo. Essas
reações são os sinais de verdade, que podem ser sentidos em várias partes do
corpo. Algumas pessoas têm uma sensação de calor que se espalha pelo peito.
Outras sentem a energia borbulhar da parte inferior do diafragma para o
peito, a garganta e os olhos, que podem encher-se de lágrimas. Outras tantas
sentem o sangue correr para o pescoço e o rosto, fazendo-as corar, ou a
energia subir pela coluna ou descer pelos braços, dando-lhes arrepios
elétricos. E outras ainda relatam estalos e sons ocos, como se alguma coisa se
alinhasse e voltasse a seu devido lugar.
Quando consideramos uma ação ou opção como insegura, imprópria, falsa
e injusta, recebemos um sinal de ansiedade. É possível que sintamos a
energia cair, fugir, tornar-se mais sombria ou contrair-se. Talvez sintamos
frio ou um vazio na boca do estômago. Talvez repugnância, peso, depressão
ou umsentimento de estar “petrificado”. Em vez de corar, podemos ficar
lívidos ou sentir-nos cinzentos ou azuis. Talvez alguém sinta dor ou tenha
literalmente uma experiência “de arrepiar os cabelos”. Entre os sinais mais
comuns de ansiedade estão: náusea ou dor no estômago, dor no pescoço,
aperto no peito, dor de cabeça e uma sensação como um nó ou um soco no
plexo solar.
Um de meus alunos fez um exercício para utilizar conjuntamente o olfato e
os sinais de verdade e ansiedade para resolver um problema. Ele tinha três
possibilidades. Quando imaginava cada solução e o odor que poderia ter, a
primeira cheirava a bife grelhado; a segunda, a terra; e a terceira, a laranja
cortada. Por qual delas sentia mais atração? Ele disse que seu corpo gostava
de todas elas. Quando lhe pedi que sentisse os estados emocionais ou o tipo
de energia que cada uma poderia promover, ele preferiu imediatamente a
possibilidade que cheirava a laranja porque gostava da animada sensação de
movimento que lhe transmitia. As outras duas pareciam-lhe bem, porém
entediantes.
Se alguém entrar numa casa e tiver um arrepio que não tenha relação com a
temperatura ambiente, o que isso pode significar? Talvez tenha havido um
falecimento recente nessa casa, talvez ela seja mal-assombrada, seus
ocupantes podem ter tido uma discussão feia, pode-se estar prestes a ter um
azar ou dissabor por causa da permanência nela ou talvez ela lembre uma
experiência negativa do passado que precisa ser entendida e depurada. Se o
coração dispara quando somos apresentados a alguém que pode vir a ser um
sócio no trabalho, isso significa que encontramos uma alma gêmea ou que
devemos, por precaução, perscrutar a frequência original para ver se essa
pessoa não é um “perigo oculto”? Se alguém precisa dar um telefonema, mas
fica adiando o momento de pegar o telefone, quer dizer que há alguma coisa
na relação com a pessoa que deve ser esclarecida ou que falta algum dado que
poderia mudar aquilo que será dito? Esse é o tipo de coisa a que devemos
prestar atenção e a cuja decodificação devemos nos dedicar.
Você está na beira da praia e vê que as ondas jogaram na areia um chapéu
velho, uma caixa velha, um sapato e um peixe morto. Você diz: “Acaso,
bobagem!” A mente chinesa pergunta: “O que significa o fato de essas coisas
estarem juntas?”
Carl Jung
É possível aplicar a sensibilidade ao trabalho
David, que é consultor administrativo e recrutador de RH na região de San
Francisco, diz que, quando começou a incluir o recrutamento em sua prática
de consultoria, disseram-lhe que teria de telefonar para pelo menos cinquenta
desconhecidos por dia. Só que ele estava começando a praticar uma filosofia
segundo a qual tudo na vida é inter-relacionado e cooperativo, de modo que,
quando iniciou sua nova prática, David virou sua mesa em direção ao leste
para poder sentir a maior parte dos Estados Unidos. Toda manhã ele se
sentava à sua mesa, fechava os olhos e conectava-se a todo o país. Ele
visualizava e sentia milhares de pontos luminosos salpicando a terra,
espalhados ao longo de todo o percurso em direção à costa leste. Cada ponto
luminoso era uma pessoa ligada por um fio de luz a ele, sentado à sua mesa.
Em seguida, ele revia as listagens de empregos para sentir quais os tipos de
pessoas que precisava. Então alegremente enviava os pedidos pelas linhas de
luz, como se estivesse fazendo soar uma sineta para convidar as pessoas a
virem. Ele via que certos pontos luminosos iam inchando e ficando maiores.
Aí abandonava a imagem e, satisfeito, voltava-se para sua lista de
“chamadas a fazer”. O nome que primeiro saltasse da página para seu campo
de visão era o que ele chamava. Em pouco tempo, David estava tendo um
sucesso fenomenal. Os colegas não entendiam por que ele tinha tanta sorte.
Em vez de cinquenta telefonemas por dia, ele fazia dez — só que eram os dez
telefonemas certos. A maioria dos cargos preenchidos por ele se compunha
de gente que ligava do nada ou de sugestões. Seus clientes gostavam de sua
naturalidade e da facilidade com que as coisas aconteciam quando ele estava
envolvido.
Vários dentre meus clientes que são CEOs e empresários bem-sucedidos
contam histórias semelhantes de utilização de métodos heterodoxos baseados
na sensibilidade. Peter, que chegara a um alto cargo na administração de uma
firma de investimentos, disse-me que, quando assumiu um departamento
enorme, ganhou uma sala toda de vidro, na qual não conseguia ficar. Ela o
isolava dos outros, e a única maneira que ele tinha de saber que estratégias
criar e implementar era andando e falando com as pessoas. Muitas vezes, ele
só conversava sobre as famílias ou os planos que as pessoas tinham para as
férias. Ele percebeu que seu corpo captava informações que não eram
verbalizadas; esse conhecimento se fundia numa visão geral e, quando
voltava para sua “cela”, os planos surgiam sem esforço. Ele se sentia à
vontade em seu papel, contanto que pudesse “passear”.
O corpo é um barômetro do que 
está acontecendo ao redor
Já perdi a conta do número de vezes em que isto aconteceu: sintonizo meu
corpo para ver o que estou vivenciando, tentando recapturar um movimento
de consciência e energia para poder escrever a respeito em minha circular ou
contar numa aula. Posso estar sentindo frustração e pânico ou ondas de alívio
inexplicável. Posso perceber que avancei para um novo nível de percepção.
Quando falo dessas percepções, recebo um monte de respostas — muito mais
do que a estatística provavelmente preveria — dizendo: “A mesma coisa
aconteceu comigo!”
Uma empresária que conheço entrou nos escritórios de sua firma um dia,
sentou a sua mesa e sentiu que alguma coisa vaga a incomodava. Ela
permaneceu com a sensação algum tempo e deixou-a aflorar. O que lhe veio
não era uma boa notícia, mas foi útil. Ela percebeu que seus funcionários
estavam entediados. Que horror! Ela havia criado uma empresa e condições
de trabalho que não motivavam as pessoas a dar o melhor de si. O que
poderia fazer? Ela continuou mais um pouco com a sensação e teve outra
revelação: ela mesma estava entediada! As repercussões dessa constatação a
deixaram impressionada — era incrível que ela, sua empresa e seus
empregados estivessem tão estreitamente ligados que uma mudança em sua
atitude afetasse, como uma onda, todo o local. Em momentos assim, nos
perguntamos: “O que veio primeiro, o ovo ou a galinha?” Será que, num
nível vibracional, telepático, seu tédio contagiava os empregados ou estes
estavam irradiando uma energia que a afetava? Ou será que todo o sistema
estava reagindo ao mesmo tempo a mudanças de energia no ambiente? A
resposta é D, todas as alternativas acima.
Cuide de seu corpo com fidelidade constante. A alma só tem esses olhos para
ver e, se eles estiverem embaçados, todo o mundo se obnubilará.
Johann Wolfgang von Goethe
Philip foi casado algum tempo com uma mulher que tinha um problema
com a raiva e costumava descarregar nele pelos motivos mais bobos. No
início do relacionamento, os ataques de fúria dela o pegavam de surpresa, e
ele sentia o peito e o plexo solar se contraírem de repente, como se tivessem
recebido um golpe de verdade. Ele tentava deixar passar, esperar que a
tempestade amainasse e não pagar na mesma moeda, mas seu corpo não
conseguia reagir sem dor. Depois de um ano disso, ele notou que seu corpo
começava a dar sinais de ansiedade e nervosismo logo antes de uma das
violentas explosões dela. Era quase como se o corpo sentisse o cheiro do
“ozônio” que se acumulava no ambiente a seu redor ou captasse um tipo de
tensão extremamente sutil. E, assim, o corpo de Philip tornou-se um
barômetro confiável do clima emocional instável do relacionamento,
prevendo com exatidão — muitas vezes com horas de antecedência — o
início do ciclo de raiva da mulher.
O corpo pode saber coisas em outros tempos e
espaços
Experiências assim não são nem um pouco raras. As pessoas costumam dizer,
em reação a uma crise, à morte de uma pessoa querida ou mesmo a uma
reviravolta feliz, “Eu sabia. Senti que isso ia acontecer”. Seu corporegistra
informações, não apenas sobre seus relacionamentos e o ambiente imediato,
como também sobre o que está por acontecer, pois as ondas de vibração
trazem constantemente dados sutis. Talvez as “entidades quânticas” do
padrão de conhecimento de um acontecimento distante ou futuro se
dissolvam em ondas e reapareçam em nosso corpo como impressões quando
se tornam partículas novamente, ignorando por completo tempo e espaço.
No campo unificado, a distância não importa; o tempo não conta. O
conhecimento é imediato e está em toda parte ao mesmo tempo. Pensemos no
corpo como a lente mais importante do universo para nós. Meu corpo é a
lente mais importante do universo para mim. O que acontece no campo maior
que diz respeito aos interesses da alma é filtrado pelo campo pessoal e ganha
foco na lente do corpo, onde pode ser reconhecido conscientemente como se
estivéssemos olhando para uma bola de cristal. Esse processo se intensifica e
se acelera cem vezes mais quando intencionalmente buscamos insight ou
orientação.
É fácil receber impressões de realidades ressonantes
Se eu me sobrepuser a você porque compartilhamos lições de vida e
sequências de crescimento semelhantes, nossas realidades estarão em
ressonância. Será fácil conhecer você pelo que eu estou pensando, e as
emoções e anseios que você sente pelo que eu estou sentindo. Temos um
campo energético comum. De modo bastante análogo, você verá que as
pessoas que compartilham de um ambiente físico muitas vezes têm lições
semelhantes. As pessoas que trabalham numa empresa que exige dos
funcionários muitas horas extras estão, de algum modo, diante do problema
do autossacrifício. As pessoas que vivem num país controlado por um ditador
estão, de algum modo, tendo que aprender sua própria autoridade e
autenticidade. Queremos entender as tendências políticas de nosso país?
Olhemos para o que está acontecendo em nossa energia, nas emoções e
pensamentos. Quais são os nossos problemas? Qual o máximo a que
chegamos em crescimento?
As realidades imaginadas também são ressonantes ou dissonantes, e seu
corpo lhe dirá precisamente se um possível futuro é viável ou não. Queremos
saber como seria trabalhar com um novo sócio ou investir em um imóvel? O
corpo terá uma reação imediata à realidade futura que imaginarmos.
Queremos saber como um processo transcorrerá? Basta imaginá-lo e ou
corpo “lerá” o padrão do fluxo geral dos acontecimentos, expandindo-se e
contraindo-se conforme os prováveis avanços e obstáculos.
Experimente isto! 
Intua as vibrações dissonantes ou ressonantes
1. Selecione três pessoas que você conhece. Imagine que o corpo de cada
uma está irradiando sua vibração pessoal para o seu corpo. Quando
encontra a sua e começa a passar através de você, essa vibração entra
facilmente em sincronia com a sua ou não? Ela está de algum modo
“apagada”? Imagine sua vibração pessoal, concentrada em sua frequência
original, se irradiando em direção a elas e perpassando-as. Ela ressoa
facilmente? A pessoa se adapta para harmonizar-se com você? Ou há
alguma dissonância, mesmo que pequena? Agora experimente fazer a
mesma coisa com um amigo querido e sinta a diferença.
2. Pense em três lugares nos quais você gostaria de passar as férias. Imagine
seu corpo em cada experiência. Perscrute os sinais e a vibração dele para
descobrir quanto ele entra em ressonância ou dissonância com cada um
desses lugares.
3. Pense em três tarefas que você precisa fazer. Imagine seu corpo fazendo
cada uma. Perscrute em seu corpo qual a tarefa que tem mais
ressonância, seja por corresponder a sua frequência original, por estar na
lista de “urgências” do universo ou por oferecer-lhe aquilo que você
primeiro precisa. Classifique-as conforme a prioridade de seu corpo.
Experimente isto! 
Descreva sensações sutis
Descreva as seguintes sensações sutis ou diga como e onde as reconhece em
seu corpo:
Como você se sente quando alguma coisa está tentando dar-se a
conhecer?
Como você se sente quando passa por cima de uma intuição?
Como você se sente quando passa de uma visão pessoal a uma visão de
mundo coletiva?
Como você se sente quando alguma coisa está prestes a dar errado?
Como você se sente quando alguma coisa está prestes a dar muito certo?
Como você se sente quando está captando informações do corpo de outra
pessoa?
Como você se sente quando reconhece em algo um “sinal” ou símbolo de
alguma coisa?
Como você se sente quando está recebendo uma onda de energia que
contém dados?
Algumas dicas para tornar-se 
mais conscientemente sensível
Quando se trabalha com energia e percepção, conhecer mais alguns dos
princípios essenciais de frequência pode ajudá-lo a decifrar os dados
codificados nas ondas e vibrações.
 
1.
Há um bom uso da vontade quando se intui algo. Quando expandir
sua atenção pelo campo à sua volta para conhecer com a sensibilidade,
não “force” nada. Simplesmente permaneça aberto, maleável, curioso e
expansivo. Receba tudo o que quiser vir. Atente para o que seu
Observador Interior quiser lhe mostrar. Sua tarefa é expandir-se e deixar-
se impressionar. Se você olhar nos olhos de alguém, por exemplo, não
force sua entrada, senão acabará não vendo nada. Deixe que seus olhos
fiquem relaxados e receptivos, pois assim receberá um fluxo contínuo de
informações.
2.
Há uma diferença entre intuir “indo até” alguma coisa e intuir
incluindo alguma coisa. Se sua visão de mundo se basear na separação,
você perceberá que está “indo até” outra pessoa, ideia, acontecimento ou
processo para intuí-lo e terá uma imagem linear dessa “conexão”. Você
está vencendo uma distância, e isso exige força de vontade, além de
promover a ideia de que precisa deixar seu próprio centro para encontrar
o que quer. Quando faz isso, você precisa recentrar-se após cada
incursão. Caso se flagre conhecendo as coisas desse modo, não deixe de
voltar a si mesmo e de perguntar-se: “O que eu penso disso? Isso
funciona para mim? Qual é minha versão disso?” Se não voltar a seu
próprio centro, você pode sair por uma tangente, ficar vivendo na
realidade do outro ou sentir-se esgotado.
 
Lembre-se que você sempre está no centro de seu campo pessoal e que
pode simplesmente expandir esse campo de percepção para incluir a coisa
que deseja entender. Você nunca precisa sair de sua “casa” nem de sua
frequência original. Seu campo sentirá por você. Assim, será mais fácil
fundir-se com aquilo que deseja entender, senti-lo como um aspecto de si
mesmo, manter o coração aberto e conhecer por comunhão consciente.
 
3.
É um erro achar que só você sente uma determinada coisa. Quando
você divide com todos a responsabilidade por conhecer as coisas, surgem
do campo respostas (e perguntas) magicamente, quando você precisa
delas. Você verá que todos são mensageiros do grande Eu único e
unificado. Todos os corpos — inclusive os dos animais, pássaros, insetos
e plantas — podem transmitir informações vibracionais.
4.
Você recebe aquilo que precisa saber — para fazer o que precisa
fazer — no momento presente. Há boas razões para que você talvez
não consiga ir muito longe em sua intuição do futuro. Você percebe o
que é importante, e as coisas são importantes porque você está
aprendendo uma lição relacionada às percepções. Você recebe informa-
ções à medida que precisa delas. Assim que usa as informações e integra
a experiência que elas se destinam a propiciar, você magnetiza a ideia e a
experiência seguintes. Talvez você não consiga conhecer o que jaz muito
adiante ou talvez suas intuições sobre o futuro se revelem imprecisas por
estar ignorando uma percepção importante bem debaixo de seu nariz.
Você terá uma visão mais ampla se integrar e usar percepções que se
enfileiram, como aviões que aguardam a ordem de pousar.
5.
A sensibilidade se fortalece com confiança e validação. Se entrar em
acordo com sua alma e seu corpo para confiar nas informações sutis
trazidas pelas vibrações, para perceber pistas que indiquem que há uma
mensagem aguardando o momento de ser transmitida, para decifrar o
sentido das mensagens não verbais, para usaras informações com o fim
de tornar-se uma pessoa melhor e para validar todo o processo
regularmente, você vai otimizar sua sensibilidade consciente. Quando seu
corpo lhe mandar uma mensagem por meio da sensibilidade, agradeça-
lhe em voz alta, e abrace-o ou acaricie-o com afeto. O corpo adora input
sensorial!
6.
As emoções são sinais exagerados de sensibilidade.
Independentemente de suas emoções serem expansivas e agradáveis ou
retraídas e desagradáveis, você provavelmente ignorou pistas anteriores,
mais sutis da sensibilidade e, agora, a energia se intensificou para chamar
sua atenção. Suas emoções contêm informações que o orientam para o
que sua alma deseja e para as lições de vida para as quais precisa atentar.
Qualidades de uma pessoa conscientemente sensível
 Uma pessoa conscientemente sensível:
tem um senso nítido de seu eu e uma personalidade maleável;
fica à vontade sendo um Eu e um Nós, sendo uma partícula, uma onda e
um campo de percepção;
entra no que conhece, funde-se com ele e torna-se ele;
é profundamente dedicada e neutra e faz do estado empático o Mestre;
percebe a realidade impessoal exterrior como uma realidade pessoal
interior;
tem certeza de que o conhecimento subjetivo se equipara à realidade
objetiva;
sabe que o corpo físico é consciente e alerta;
usa sua vibração pessoal para catalisar o que precisa;
trabalha com a energia universal para criar e curar;
cura restabelecendo a unidade e o amor e eliminando a dúvida;
cura os demais curando-se a si mesma, sabendo que dentro dela há
outros;
sente o movimento e a opção “certos” e suas opções são “extremamente
confortáveis”;
sofre quando não está em harmonia com a vida e quando está com gente
que se sente separada e isolada.
Só para recapitular...
É possível entrosar-se com as experiências e levar a vida usando a
sensibilidade para intuir o mundo conscientemente. Para tanto, você vai
percorrendo um caminho no ambiente em que vive, incluindo as pessoas,
objetos, situações, processos e acontecimentos que encontra e fundindo-se
com eles. Em vez de relacionar-se com eles, você entra num estado de
comunhão consciente e os conhece como aspectos de si mesmo, de dentro de
você. Isso promove o cuidado e a compaixão. Agora é importante você
imaginar que “entra em consonância com o tom de seu diapasão” e irradia a
vibração de sua frequência original por todo o campo que o cerca para que ela
seja a frequência que organiza toda a sua realidade. Isso significa que talvez
seja necessário fazer uma certa faxina e organização para reafirmar a
vibração que escolher como a base de seus relacionamentos, seu trabalho e
sua expressão pessoal.
Todos nós podemos manifestar as propriedades de um campo de consciência
que transcende o espaço, o tempo e a causalidade linear.
Stanislav Grof
Sua lucidez aumentará à medida que você for se desligando das vibrações
dissonantes e do autossacrifício. Você sabe o que funciona com você
sentindo o que está em harmonia com sua vibração pessoal,
independentemente de isso ter um timbre diferente ou estar uma oitava acima
ou abaixo da sua frequência original. Você interpreta os dados sutis
codificados nas ondas e vibrações com base em como o seu corpo reage: seja
por intermédio de um sinal de verdade (expansão) ou de um sinal de
ansiedade (contração), isto é, por intermédio de informações sensoriais
agradáveis ou desagradáveis. Quanto mais cedo você captar as informações,
menos elas se acumularão até atingir níveis estressantes. Seu corpo é o
barômetro do que está acontecendo a seu redor e até do futuro próximo. É
natural compartilhar diretamente o conhecimento por meio de vibrações com
as pessoas cuja frequência for semelhante à sua.
Mensagem da frequência original
Como explico na seção Ao leitor, incluí estes trechos inspiradores ao fim de
cada capítulo para que você troque sua forma normal, rápida, de leitura por
uma experiência direta de um tipo mais profundo. Por meio dessas
mensagens, é possível mudar intencionalmente sua vibração pessoal.
A mensagem abaixo destina-se a transportá-lo a uma forma de conhecer o
mundo que se aproxima daquela com que você experimentará a vida na Era
da Intuição. Para entrar na mensagem da frequência original, basta adotar um
ritmo mais lento, menos apressado. Inspire e expire lentamente uma vez e
fique o mais calmo e imóvel que puder. Deixe que sua mente fique suave e
receptiva. Abra sua intuição e prepare-se para intuir a linguagem. Veja se
consegue experimentar as sensações e realidades mais profundas que ganham
vida à medida que você ler.
Sua experiência pode ganhar uma maior dimensão, a depender da atenção
que você investir nas frases. Concentre-se em poucas palavras de cada vez,
faça uma pausa nos sinais de pontuação e “fique com” a inteligência que está
dando a mensagem — ao vivo, agora mesmo — a você. Você pode dizer as
palavras em voz alta ou fechar os olhos e escutá-las na leitura de outra pessoa
para ver que efeito têm sobre você.
ENTRE EM SINTONIA COM 
A SENSAÇÃO MAIS VERDADEIRA
Você é muito mais ilimitado, privilegiado e provido do que pensa! Tudo está ao alcance de suas mãos,
esperando sua permissão para acontecer. Todo o conhecimento está à espera apenas de sua curiosidade
para revelar-se. O campo vivo de presença em que você reside e do qual é feito é sensível ao desejo de
um único átomo; ele reage e muda e se abre para suas mais ínfimas necessidades. Fluindo com a
disposição dele, você poderá sentir facilmente a naturalidade e o prazer de servir. Sim, você está
descobrindo os benefícios de uma sensibilidade consciente e refinada e da ressonância harmoniosa.
Está descobrindo o quanto ela contribui para que você viva bem e acesse a espiral ascendente da
sabedoria. Mas aonde, de fato, leva a comunhão consciente? Por meio do conhecimento compartilhado,
do sentimento compartilhado e da motivação compartilhada, ela o leva a uma experiência do Nós, à
verdade de seu Pertencimento. Sua comunhão com as formas de vida que são suas irmãs mostra-lhe o
desprendimento do mundo. Olhe ao seu redor e veja os detalhes simples, intua as motivações dos
objetos. Por que eles existem? Não há senão um verdadeiro sentimento: a generosidade.
O café o recebe, e você percebe e sente o esmalte vermelho brilhando nas unhas dos felizes dedos do
pé da mulher — as sandálias os exibem — e o celular do homem, que vive para ligá-lo aos outros, que
está empurrando o ombro contra o pescoço para ficar com as mãos livres e poder pegar o dinheiro, que
vai para onde ele quiser que vá, de bom grado, sem nunca ter um lugar fixo. As pernas gordas do bebê
gostam de provocar seu sorriso, penduradas no antebraço aconchegante do pai. A lâmina redonda de
granito, polida para tornar-se o tampo de uma mesa, apoia muitos braços, xícaras, livros e pãezinhos, e
viveu pacientemente como montanha até ser arrancada da família para ir para a sua cidade, mostrar suas
manchas verdes e negras tão belas e homogêneas. Você consegue sentir o amor da caneta às marcas que
faz, a mão com dedos que se alegram por saber pressioná-la para criar formas de letras, ao transmitir
motivos vindos do cérebro pelo pescoço, ombro, braço e punho ao papel que espera. Ele vem de uma
árvore que cresceu no Oregon e viveu uma vida não muito longa — para que você pudesse trazer seus
pensamentos, essas coisas efêmeras, a este mundo que se ama tanto que a única coisa que sabe fazer é
Dar.
S
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DOMINANDO A RESSONÂNCIA
NOS RELACIONAMENTOS
A profunda sensação de contato e aconchego que é evocada pela experiência
do “lar” e pela presença de alguém que vem de nosso lar, ou com quem
criamos um lar, reflete uma espécie de correspondência, uma ressonância
generalizada entre o que está dentro de nós e o que está fora de nós, entre o
passado e o presente, entre o que nós fomos, o que nós somos e o que nós
queremos ser.
Stephen A. Mitchell
e estiver lendo este livro de modo contínuo, você perceberá que
avançamos alguns estágios no processo de transformação. Primeiro,
chegamos a uma ideia geral das frequências e do modo como sua
percepçãoestá se acelerando. Em seguida, vimos o que poderia bloquear ou
distorcer sua sensibilidade e como evitar isso. Depois, nós nos concentramos
em encontrar sua frequência original e nos dedicamos a desenvolver sua
sensibilidade consciente. Agora passaremos a outra fase: vamos aplicar os
princípios da sensibilidade e da frequência a algumas áreas importantes da
vida. A primeira delas é a dos relacionamentos, pois parece que tudo o que
fazemos — até a meditação — se baseia na relação. Além da relação com
pessoas e animais, temos relação com tudo: com nosso dinheiro, nosso carro,
nosso corpo e com o Divino.
Ter relacionamentos pessoais maravilhosos — daqueles que poderíamos
classificar até como almas gêmeas ou família espiritual — é o mais idealista
de nossos sonhos. O que pode ser mais gratificante do que estar em sintonia
com alguém? Ou trabalhar juntos em harmonia, adivinhando as necessidades
um do outro? É um regozijo primal auxiliar na cura de alguém ou oferecer
ajuda quando ela é necessária. Mas nossos relacionamentos cotidianos
também podem deixar-nos péssimos, trazendo-nos as mais difíceis
tribulações e traumas. O que fazer? Como tudo mais, os relacionamentos são
vibracionais, de modo que saber trabalhar com os princípios da frequência
pode transformar interações problemáticas em verdadeiras dádivas do
espírito.
Quem povoa o seu mundo?
Olhe à sua volta. Que tipo de gente são seus amigos, colegas de trabalho e
pessoas mais íntimas? Se você tiver sorte, eles são confiáveis, afetuosos e
atenciosos. Têm tempo para você e querem o melhor para você. Eles fazem
tantas concessões pelo relacionamento quanto você mesmo faz, além de ser
flexíveis, comunicativos, produtivos e solícitos. Por outro lado, você pode
estar cercado de pessoas que são vítimas magoadas, sanguessugas, cruéis,
pouco comunicativas ou dominadoras passivo-agressivas.
Há uma razão para que seu mundo tenha as pessoas que tem. Todos os
relacionamentos, mesmo os que parecem difíceis, são dádivas da alma para
nos ajudar a encontrar bloqueios, talentos e novos rumos que não poderíamos
descobrir sozinhos. Algumas pessoas podem compartilhar nossos interesses e
reafirmar nossos talentos, ajudando-nos a cultivar a confiança. Outras são
catalisadoras que nos ajudam a aprender lições de vida. Outras nos
apresentam a novas ideias e potenciais. Outras ainda podem estar conosco
simplesmente pela alegria, porque as almas gostam de estar juntas. Os
relacionamentos problemáticos existem para nos ajudar a nos libertar de
hábitos emocionais prejudiciais.
O amor é nosso verdadeiro destino. Não descobrimos o sentido da vida
sozinhos — nós o descobrimos com alguém.
Thomas Merton
Os relacionamentos são um caminho 
para a transformação
Os relacionamentos aceleram o processo de transformação porque nos
ajudam a nos ver — tanto os traços positivos quanto os bloqueios — mais
rápida e claramente. É difícil evitar a emergência de questões nucleares e o
crescimento no ambiente energeticamente amplificado que decorre da
combinação dos campos vibratórios de duas pessoas. Nessa ressonância
intensificada, é possível depurar mais depressa os hábitos emocionais
prejudiciais e descobrir novos aspectos de identidade — o que, por sua vez,
nos expande. Logo nos vemos como um ser muito maior, mais complexo. Os
efeitos do amor e do medo nos são imediatamente telegrafados nos
relacionamentos, de modo que é fácil testar bem depressa o que funciona e o
que não funciona quando se trata de levar mais alma para a vida. E os
relacionamentos nos impelem para além da ideia de que só nós temos certos
problemas, de que só nós temos certo potencial — o que contribui para que
cultivemos a empatia. Vemos que tudo aquilo que vivemos pode ser vivido
por todos e vice-versa — e isso nos dá força.
Se nosso ego tivesse a última palavra, ficaríamos presos à visão limitada
que afirma: “Eu sou eu, você é você e nunca nos igualaremos!”. Só que
estamos nos transformando agora, e isso significa que podemos nos ver como
seres vibratórios feitos de energia e saber que nós e os demais são campos de
percepção que se interpenetram. Podemos realmente entender que todos
compartilhamos tudo, sabemos uns dos outros, apoiamos reciprocamente
nossa existência e evoluímos em conjunto, jamais sozinhos. Embora pareça
complexa, agora também é possível sentir a elegância da simplicidade de
nossa inter-relação: na essência, todas as nossas frequências originais acabam
por fundir-se em uma só frequência original. Todos vibramos conforme a fre-
quência universal do amor.
Quando intuímos um relacionamento, percebemos que pertencemos a um
único campo relacional que contém a mescla das histórias, talentos e
potenciais de ambas as pessoas. Esse campo se torna uma espécie de guia
para ambas as pessoas — e assim que conseguimos fundir-nos com ele,
somos capazes de aceitar a sabedoria e as características naturais do
relacionamento, suas lições de vida e seu destino como parte da vida.
Portanto, além de conhecer-nos como um indivíduo, estamos a caminho de
conhecer-nos como a consciência do relacionamento; começa a ocorrer-nos
que somos tanto um eu individual quanto um eu coletivo. Por fim, à medida
que aprendemos a incluir mais gente em nosso manancial de
relacionamentos, atravessamos as escalas da identidade, nos sentindo um
indivíduo, um relacionamento, uma família, uma organização, uma nação, a
humanidade e assim até as dimensões superiores não físicas, quando todos
participam de um estado unificado e o Eu se torna Percepção pura.
A frequência das pessoas 
de sua vida combina com a sua
Independentemente de nossos relacionamentos fluírem em sincronia perfeita
ou serem emocionalmente perturbadores, a razão é sempre o fato de a outra
pessoa ter um padrão de frequência semelhante ao seu. A frequência das
pessoas que estão em nosso mundo combina com a nossa. Se alguém aparece
na vida de uma pessoa e seu Observador Interior a percebe, existe uma
vibração pessoal comum. Se ela acontecer no mundo dessa pessoa, a pessoa
acontece no dela. Criam-se mutuamente para um fim comum. Evidentemente,
ninguém é idêntico a ninguém, mas ambos têm frequências parecidas.
Quando se reúnem, seus campos pessoais se fundem e nasce o campo de um
relacionamento. Esse campo então dá origem a sua experiência como dupla,
dando-lhes recursos comuns, como energia, sabedoria de experiências
passadas e acesso a novos talentos. Graças a isso, é possível saber coisas que
o outro sabe por osmose. É interessante que as pessoas que possuem padrões
vibratórios extremamente diferentes e pouco em comum não ocorram nas
realidades uma da outra.
Nós não atraímos o que queremos, mas sim o que somos.
James Lane Allen
Esse processo de correspondência costuma gerar confusão porque (1) pode
ser consciente ou inconsciente e (2) os parceiros muitas vezes põem para fora
lados opostos da mesma questão e não veem o problema mais profundo que
têm em comum. É ótimo constatar que nos parecemos com as pessoas a quem
admiramos, mas talvez não seja fácil admitir que temos algo em comum com
as pessoas que nos irritam ou intimidam. Em todo relacionamento, a cada
momento, a voz do campo do relacionamento aborda um tema em ambas as
pessoas. Se um dos parceiros precisa viajar a trabalho e ficar fora durante um
mês e o outro se queixa de estar sendo abandonado, a verdade é que ambos
precisam de espaço e independência. Se os parceiros discordam, cada um
precisa perceber que o outro está expressando preocupações que importam a
ambos. Não é possível falar com o parceiro de coisas que só dizem respeito a
ele; cada observação sobre o outro é uma observação sobre ambos. Descobrir
as mensagens que vêm do campo do relacionamento e reconhecer as questões
comuns da parceria, sejam positivas ou negativas, são boa parte daquilo que é
usar os relacionamentos para a transformação.
Descubra como e por que você 
se conecta com outros seres humanos
Para que os relacionamentos evoluam para um nível mais alto e para que
valorizemos uns aos outros como devemos, precisamos entender o grandeamor que subjaz às razões por que nos conectamos e a dinâmica energética
do modo como nos conectamos. A popular lei da atração afirma que “igual
atrai igual”. Mas, então, há um antigo ditado que diz: “Os opostos se atraem”.
Sejamos mais precisos acerca do que acontece energeticamente para originar
os relacionamentos. Estabelecemos a frequência de um campo pessoal, a
energia que enche o espaço ao nosso redor; ela é a radiância da vibração
pessoal. Ela pode ser uma vibração baixa ou a alta vibração de nossa
frequência original. Seja como for, as pessoas que têm frequência semelhante
simplesmente surgem ou aparecem em nosso campo e voltam a dissolver-se
nele, em resposta a uma necessidade ou curiosidade mútua. Evidentemente,
aparecemos no campo delas do mesmo modo. Analisaremos mais
detalhadamente a dinâmica mais profunda da “atração” no capítulo 9. Mas,
por enquanto, vamos pensar na atração como um tipo de frequência em
comum.
Nós na verdade não atraímos as pessoas como um ímã atrai limalhas de
ferro. Quando as almas têm ressonância natural, elas simplesmente aparecem
uma para a outra. Quando a ressonância muda, elas desaparecem. Os
relacionamentos sempre se criam e se dissolvem mutuamente. Uma pessoa
pode intencionalmente tentar atrair alguém, fazer uma lista de desejos e
aplicar estratégias diversas, mas é provável que esteja pensando em fazê-lo
porque sua alma quer, e isso já está em andamento nos reinos interiores.
Podemos ter certeza de que se nossa alma quiser que alguém apareça, isso vai
acontecer. Se estiver na hora de encontrarmos o parceiro de vida ou de o
número de clientes de uma empresa aumentar, as almas cuidarão disso. E,
sim, nos livrar dos hábitos emocionais prejudiciais, reconhecer os desejos e
usar um foco mental-emocional alinhado contribui para simplificar o
processo de materialização. Mas o inverso também é verdade: se a alma não
precisar de uma conexão, não há afirmação positiva que a faça acontecer.
Centenas de caminhos pelo mundo são mais fáceis que o amor. 
Mas quem quer mais facilidade?
Mary Oliver
Se sentimos muita atração ou animação por uma pessoa — não importa que
ela seja amante, mestre ou um novo amigo —, é porque os dois querem
realmente eliminar bloqueios e reafirmar semelhanças. Nós achamos que,
quando a frequência de alguém corresponde a nossas metas e a nossas boas
qualidades, trata-se de um caso em que “igual atrai igual”. Porém, quando a
frequência de alguém corresponde às nossas vibrações negativas reprimidas
ou quando essa pessoa põe para fora o outro lado de uma polaridade na qual
estamos presos, pensamos que a questão é de “atração de opostos”. Muitas
vezes, o forte magnetismo sexual “animal” dos primeiros estágios de um
romance é causado pela adrenalina: na verdade, os parceiros estão
amedrontando um ao outro porque cada um representa inconscientemente a
pessoa que magoou o outro no passado.
Antes, se dizia que uma pessoa hiperativa poderia atrair seu oposto, alguém
que tivesse a solidez e a imobilidade de uma rocha, e que cada um faria sua
parte — a metade da polaridade — e equilibraria o outro. Hoje ambos
precisamos ser equilibrados interiormente — capazes tanto de atividade e
tranquilidade — para transformar nossos relacionamentos. Se nos sentimos
atraídos pelo dinamismo de um amor, provavelmente estamos prontos para
expandir nossa expressão pessoal. Caso alguém se ligue na generosidade de
um líder diante dos menos favorecidos, pode estar curando a mágoa por uma
negligência do passado. Nos relacionamentos abusivos, ambas as partes são
vítimas e dominadoras. As almas estão dramatizando um padrão para torná-lo
consciente, a fim de poder saná-lo e reabrir seus corações.
Experimente isto! 
Prepare-se para receber as pessoas que deseja
1. Caso esteja pensando em encontrar novas pessoas de uma vibração mais
alta ou esteja preparado para um novo parceiro de vida, um novo sócio
ou mais clientes no trabalho, é sinal de que sua alma está começando a
orquestrar uma nova fase de crescimento. Se estiver pensando nessas
coisas, é porque elas estão dando os primeiros passos para tornar-se
realidade. Você não tem que fazê-las acontecer — basta relaxar e deixá-
las fluir.
2. Intua as características que definem o tipo de relacionamento(s) que você
deseja. Como flui a energia? Como funciona a sensibilidade mútua?
Quanto o processo de comunicação é sincero e fácil? Quanta alegria
sentem os dois corpos quando estão juntos? Imagine tudo isso com a
maior riqueza possível de detalhes táteis e sensoriais. Certifique-se de
que a vibração — ou tônica — do relacionamento de fato é seu novo
nível de vibração: é o que você está estabelecendo como a frequência
unificadora de seu campo pessoal mais atualizado. Seja quem for, a
pessoa (ou pessoas) coincide com essa frequência e está pronta a tomá-la
como sua nova realidade também. Relaxe e convide-a a aparecer,
sabendo que isso está se tornando um fato. Espere com alegria.
3. Agora irradie ativamente a frequência de seu novo nível de vibração.
Você pode, inclusive, imaginar que acima de sua cabeça existe um farol
que projeta uma luz incessantemente, transmitindo sua frequência a todos
os lugares, dia e noite. Ele está aí para tranquilizar você de que as pessoas
o encontrarão rapidamente e, uma vez ativado, continuará irradiando e
transmitindo a energia para fora, mantendo clara a vibração de seu campo
pessoal.
Quando seus relacionamentos 
ressoam com o medo...
O medo subconsciente pode ressoar por seu campo e dar ensejo a pessoas
movidas pelo medo com a mesma facilidade com que sua frequência original
pode materializar almas gêmeas afetuosas. Quando compartilham percepções
equivocadas e hábitos emocionais prejudiciais, as pessoas sanam o equívoco
de seus hábitos entrando em contato com outras que têm as mesmas
contrações subjacentes. Você não está sendo castigado por ter gente
problemática em sua vida; está ganhando uma oportunidade de transformar-
se rapidamente.
Os relacionamentos podem perder a harmonia de muitas maneiras; os egos
temerosos podem azedar a interação, provocar sofrimentos e separar as
pessoas. Se as duas estão retraídas quando estão a sós, o padrão se amplifica
até chegar a um ponto em que se torna palpável quando elas estão juntas. E aí
é comum que ambas resistam, projetando o que não querem ver uma na outra
e dando margem à culpa, à punição e à rejeição. Caso esteja envolvido em
relacionamentos problemáticos, a razão pode ser qualquer uma das seguintes:
 
1. Ambos estão adotando subconscientemente os padrões emocionais
não verbais do “sonar” da infância no que se refere ao modo como os
pais agiam um com o outro e com eles, tomando esses padrões como
instruções aplicáveis a todos os relacionamentos. Ligamos o piloto
automático e reagimos sem perceber o que é verdadeiro no presente.
Nossa alma nos traz pessoas que têm o mesmo padrão subjacente e se
alternam conosco no papel de vítima ou de dominador. A mãe era cruel
com o pai, e a pessoa acabou se tornando a queridinha dele. Agora não
pestaneja em roubar os homens das outras ou elas, os seus. Ou a mãe
sufocava o filho com um amor carente porque o pai não tinha tempo para
ela. Agora esse filho não consegue assumir um compromisso com mulher
nenhuma ou, se faz, elas o dominam ou não podem assumir um
compromisso com ele. Ou então um dos pais morreu ou foi embora
quando a pessoa era criança e agora ela sente raiva dos parceiros quando
percebe que eles precisam ter seu próprio espaço, os deixa ou é
abandonado por eles.
2. Ambos estão fixados numa postura emocional ou mental que
interfere com a plena expressão da alma. A alma de uma pessoa lhe
traz alguém que repete ou questiona os pontos de vista de um modo que a
ajuda a vê-los. Ela se especializou numa visão científica e agora a usa
para explicar tudo o que acontece em seu mundo — e então encontra
alguém que acha que a ciência é limitada e que ser artístico e deixar as
coisas correrem é melhor. Ou transformou sua casa e jardim num belo
refúgio do caos do mundo; aí seus novos vizinhos fazem umbarulho
louco, fumam sem parar no pátio e estacionam carros caindo aos pedaços
na sua porta. Ou alguém quase morreu afogado num acidente de barco
quando era criança, e sua alma lhe traz uma pessoa que ama a praia,
adora velejar e nadar.
3. Um dos dois ou ambos têm karma (coisas não resolvidas do passado).
Uma pessoa fez alguma coisa num passado longínquo que deseja reparar
e entender. Ou entra num relacionamento que lhe permite representar
inconscientemente uma situação em que agiu com avareza, mas agora
quer ser generoso. Ou permite que outra pessoa repare com ela um delito
do passado. Em outra vida ou na infância, uma pessoa roubou o patrão;
agora seu pai a exclui do testamento. Numa outra época, uma pessoa
morreu jovem, deixando a companheira sozinha com filhos pequenos.
Agora, em vez de abandonar sua difícil parceira, fica e lida com ela e
com seus enteados problemáticos por muito mais tempo do que qualquer
pessoa em “sã” consciência ficaria. Um relacionamento kármico a
princípio é automático e hipnótico. Depois ele costuma dar a impressão
de que estamos num túnel: não conseguimos sair antes de chegar ao outro
lado. Nós o escolhemos, queremos continuar com ele, só que não é tão
gratificante quanto parecia. Quando ele acaba, balançamos a cabeça e nos
perguntamos: “Mas, afinal, o que foi que deu em mim?”.
O encontro de duas personalidades é como o contato entre duas substâncias
químicas: quando acontece alguma reação, ambas se transformam.
Carl Jung
Quando seus relacionamentos mudam e terminam...
Assim como dois campos pessoais que vibram da mesma forma criam os
relacionamentos, estes mudam e muitas vezes terminam quando a vibração
do campo de um dos participantes muda. Se a vibração de um campo mudar
— como poderia depois de um avanço espiritual — certas pessoas não
poderão mais acontecer nesse campo e, a menos que elas tenham um avanço
equiparável, provavelmente desaparecerão. Podemos não dar muita
importância a isso dizendo: “Eles são uns chatos” ou “Por alguma razão,
deixaram de gostar de mim”. Alguns amigos vão embora e outros surgem do
nada. Quando um período kármico termina, a vibração do campo de uma das
pessoas também muda instantaneamente, precipitando uma mudança súbita
na forma do relacionamento.
Meus pais mantiveram um casamento cheio de polarização e problemas de
comunicação. Nenhum dos dois estava particularmente feliz, mas o
relacionamento tinha uma característica de karma, pois eles reparavam coisas
um no outro simplesmente ficando juntos. Eu sempre senti que meu pai
precisava ser leal a minha mãe e lhe dar muita liberdade, e que ela tinha de
aceitar isso, perdoá-lo e ser generosa com ele. Embora fosse um casamento
muito tenso, acho que eles conseguiram um trabalho bastante bom até que,
depois de 49 anos de convivência, minha mãe de repente resolveu se separar
— aos 72 anos de idade! Não pude deixar de pensar: “Mas… depois de 49
anos? Por que agora?!” Porém já vi muito isso em meu trabalho — quando
termina para a alma, está terminado. Não há como explicar por que tanto
tempo; talvez, para a alma, isso seja insignificante. Algum limite invisível é
atingido, e uma das pessoas sai da sintonia e da ressonância com o antigo
padrão de vibração. Nesse momento, a realidade muda rapidamente para
ambas. Em geral, aquela que sai avança depressa rumo a seu destino. A ironia
é que a outra pessoa tomou simultaneamente a mesma decisão de seguir em
frente, só que não percebe isso conscientemente e muitas vezes se sente
vítima.
Depois de trabalhar anos com a mulher, Ravi começou a seguir um
caminho espiritual: foi à Índia trabalhar com um guru, fez leituras sobre
metafísica e nova física e ficou empolgado com o pensamento de vanguarda.
A mulher continuou tradicional, com valores firmemente fixados na família,
na segurança material e na cultura indiana. Embora respeitasse essas coisas,
Ravi precisava ir além para descobrir uma nova identidade. “Se minha
mulher se interessasse por pelo menos algumas dessas coisas, talvez eu
pudesse continuar tendo algo em comum com ela!”, resmungava ele. Mas ela
achava que o foco espiritual dele era bobagem. A programação da cultura o
mantinha preso a um papel, ao passo que sua frequência original o estava
levando por um novo rumo, transformando-o num novo tipo de pessoa. A
certa altura, ele não conseguiu mais suportar a divisão interrior e deu entrada
no divórcio, deixando toda a família perturbada e adquirindo uma fama nada
invejável. O preço que teve de pagar pela evolução foi alto, mas ele viu
claramente que se não fizesse a mudança, ia morrer. Todos estamos
evoluindo, e o reconhecimento dessas marcas de crescimento muitas vezes se
evidencia mais na maneira como nossos relacionamentos — sejam pessoais
ou profissionais — evoluem ou ficam estagnados.
Quando a onda de uma das pessoas perde a sincronia com a do parceiro e
entra numa frequência mais alta, isso é sentido de imediato. Se o
relacionamento tiver sido relativamente inconsciente, a pessoa que foi
“deixada para trás” pode ficar com raiva e tentar culpar, punir ou controlar a
outra para forçá-la a voltar ao velho e cômodo padrão ou até agredi-la
fisicamente. Se estiverem habituados a permanecer em sua frequência
original, os parceiros terão uma chance muito melhor de evoluir juntos. Eles
podem trazer o mau alinhamento para a consciência falando sobre ele.
“Alguma coisa está diferente; algo mudou entre nós. O que é? Será que os
termos de nosso contrato original — nossos sonhos e objetivos — estão
mudando? O que você quer agora? O que eu quero agora? Podemos ocupar
juntos um novo campo que irradie uma vibração mais alta? Podemos
renegociar e deixar nosso relacionamento se adaptar e expressar alguma
forma nova que queira aparecer a partir da nossa nova vibração?”
Se um casamento, uma família, uma amizade ou uma relação comercial for
fluida, afetiva e honesta, será possível ajustar sua forma de maneira pacífica.
Se os desígnios das almas perderem o alinhamento, o relacionamento pode se
tornar outra coisa, assumindo uma forma que seja apropriada: passar de um
casamento a uma amizade, por exemplo. Ou as pessoas podem facilmente
afastar-se, com gratidão, para realidades totalmente diferentes. Realmente já
não há nenhuma necessidade de se ficar arrasado nem furioso por causa do
fim de um relacionamento, tendo em vista que ambas as almas estão sempre
envolvidas em determinar a forma do relacionamento.
Quando você resiste a ficar só...
Se alguém foi rejeitado ou terminou um relacionamento, talvez se veja num
período a sós, de volta ao palco do processo de transformação no qual deve
deixar algumas coisas de lado, ficar sossegado e deixar que sua frequência
original ressurja, trazendo novas ideias, motivações e contatos. Lacey é uma
mulher sofisticada e charmosa que estava acostumada a relacionamentos com
homens que cuidavam de todas as suas necessidades. Se um relacionamento
terminasse, ela nunca tinha problemas para encontrar outro homem. Porém, à
medida que sua própria frequência aumentou, esse comportamento parou de
funcionar. Ela não conseguia mais encontrar um homem que lhe conviesse.
Na verdade, sua alma estava lhe mostrando um padrão subjacente de
bloqueio emocional que precisava ser sanado para que ela pudesse expressar
livremente sua grande criatividade, que antes fora canalizada para levar os
homens a fazer as coisas por ela. Para ela, ficar só era uma tortura da qual se
queixava muito. Lacey estava obcecada por um novo relacionamento. Mas
envolveu-se num grupo de mulheres e, por meio desse grupo, aprendeu a
meditar. Depois começou a frequentar um templo da assim chamada igreja da
União. Aos poucos ela se acalmou e permitiu-se “só ser”. Esqueceu sua
obsessão o suficiente para entrar num curso de pintura, descobriu que
adorava pintar, e um novo talento começou a surgir. Não muito tempo depois,
conheceu por meio da igreja um homem completamente diferente, que era um
parceiro em pé de igualdade e defendia a expressão de sua alma.
Estar só não significa que não tenhamos um relacionamento.

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