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400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
SUMÁRIO 
 
Língua Portuguesa: 
 
1. Compreensão, interpretação e inferências de textos. 
2. Tipologia e Gêneros textuais. 
3. Variação Linguística. 
4. O processo de comunicação e as funções da linguagem. 
5. Relações semântico-lexicais, como metáfora, metonímia, antonímia, sinonímia, 
hiperonímia, hiponímia, reiteração, comparação, redundância e outras. 
6. Norma ortográfica. 
7. Morfossintaxe das classes de palavras: substantivo, adjetivo, artigo, pronome, 
advérbio, preposição, conjunção, interjeição, numerais e os seus respectivos 
empregos. 
8. Verbo. 
9. Concordância verbal e nominal. 
10. Regência nominal e verbal. 
11. Coesão e Coerência textuais. 
12. Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou 
parágrafos (período simples e período composto por coordenação e subordinação). 
13. Pontuação. 
14. Funções do “que” e do “se”. 
15. Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos. 
16. Formação de palavras. 
17. Uso da Crase. 
 
Raciocínio Lógico e matemático: 
 
1. Estruturas lógicas. 
2. Lógica de argumentação. 
3. Diagramas lógicos. 
4. Teoria de conjuntos: conjuntos numéricos, números naturais, inteiros, racionais e 
reais. 
5. Relações, Equações de 1º e 2º graus, sistemas. 
6. Inequações do 1º e do 2º grau. 
7. Funções do 1º grau e do 2º grau e sua representação gráfica. 
8. Matrizes e Determinantes. 
9. Sistemas Lineares. 
10. Análise Combinatória. 
11. Geometria espacial. 
12. Geometria de sólidos. 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Geografia e História Geral do Brasil 
 
Geografia e História Geral do Espírito Santo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Língua Portuguesa: 
 
1. Compreensão, interpretação e inferências de textos. 
 
1- AOCP 
 
“O serviço social é um direito do cidadão, assim como a educação e a saúde”. A respeito 
dessa consideração, assinale a alternativa correta: 
A) O serviço social dá direito também à educação e à saúde. 
B) Os direitos do cidadão devem ser assegurados pelo serviço social. 
C) O serviço social, a educação e a saúde são direitos do cidadão. 
D) A educação e a saúde são serviços sociais. 
 
2- AOCP 
 
Altos e baixos na política 
(Milton Santos) 
 
 É pelo menos insólita a insistência dos nossos círculos oficiais em querer separar, de modo 
absoluto, o que é político do que não é. Assim, toda a ação sindical, toda reclamação da igreja, 
em suma, todo movimento social, ao postular mudanças, é criticado como inadequado e até 
mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que chamam de política. Ao contrário, as 
atividades dos lobbies e as exigências de reforma do Estado feitas pelas empresas não são tidas 
como atividades políticas. Essa parcialidade é tanto mais gritante quando todos sabemos que o 
essencial na produção da política do Estado tem como atores principais as grandes empresas, 
cabendo aos políticos propriamente ditos e ao aparelho do Estado um papel de figurantes 
secundários, quando não de meros porta– vozes. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 A política se caracteriza como exercício de uma ação ou defesa de uma ideia destinada a mudar 
o curso da história. No mundo da globalização, onde a técnica e o discurso são dados obrigatórios 
das atividades hegemônicas, o induzimento à política é exponencial. O mundo da técnica 
cientificizada é também o mundo das regras, de cujo uso adequado depende da maior ou menor 
eficácia dos instrumentos disponíveis. [...] 
(Folha de São Paulo, 1/10/2000) 
No texto, o emprego da primeira pessoa do discurso cumpre um importante papel 
argumentativo uma vez que: 
A) indica tratar–se do posicionamento singular do autor. 
B) mostra a imparcialidade na abordagem do autor. 
C) promove uma aproximação entre o autor e o leitor. 
D) apresenta a concordância integral do leitor com o autor. 
E) aumenta o nível de formalidade no trato do tema. 
 
3- AOCP 
 
Leia o texto abaixo para responder à questão. 
 
Guerra de narrativas (adaptado) 
 Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira ou de frente à telinha, passamos 
a uma dimensão em que é tênue a fronteira entre o real e o imaginário, o território dos mitos, as 
sutis engrenagens do nosso modelo social. Esse ritual repete-se há pelo menos 50 mil anos. E, 
como é da natureza do que é fundamental, histórias são simples. Todas têm começo, meio e fim; 
personagens e protagonistas; um cenário e um tempo. E mais: toda trama possui um narrador, 
alguém que escolhe que causo contar, onde o enredo começa e onde termina, o que entra e o 
que sai. Esse narrador nem sempre é visível, não há como apontar o autor de um mito ou do que 
entendemos como senso comum. 
 Repetimos a balela do descobrimento da América sem pensar que aqui já viviam pessoas antes 
da invasão europeia. Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colaboração, histórias 
determinam e influenciam o comportamento social. Se repetimos a narrativa de opressão, 
perpetuamos sua essência. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 A habilidade narrativa determina quem tem voz. A tensão entre grupos em disputa pela narrativa 
é tão velha quanto a linguagem. Religiões e impérios sempre espalharam suas falas e disputaram 
a atenção. Identificar essas narrativas e a quem servem é o caminho para delimitar quem nos fala 
e inferir o que nos isola ou ajuda a colaborar. 
 Não existe narrador isento. Por mais cuidadoso que seja, cada um carrega seu conjunto de 
valores e é perpassado pelos julgamentos e assunções que vêm com a cultura do grupo. Mesmo 
que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre parte de sua visão de 
mundo. 
 https://vidasimples.co/conviver/guerra-de-narrativas/ 
De acordo com o sentido do texto, leia as afirmativas abaixo. I. O narrador do senso comum 
é a voz que personifica o narrador invisível, cujo interesse narrativo é desmotivado de intenções 
políticas e econômicas, já que assim como o narrador mítico ele não se mostra visível. II. A ideia 
de que a América foi descoberta pelos europeus faz parte de uma narrativa eurocêntrica que 
desconsidera os nativos do continente americano como sujeitos que já haviam descoberto esse 
espaço geográfico. III. A disputa pela narrativa pode ser considerada uma guerra ideológica, que 
movimenta interesses políticos há milhares de anos. Assinale a alternativa correta 
A) Apenas a afirmativa I está correta. 
B) Apenas a afirmativa II está correta. 
C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
D) Apenas a afirmativa III está correta. 
 
 
4- AOCP 
 
Leia o texto abaixo para responder à questão. 
 
Guerra de narrativas (adaptado) 
 Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira ou de frente à telinha, passamos 
a uma dimensão em que é tênue a fronteira entre o real e o imaginário, o território dos mitos, as 
sutis engrenagens do nosso modelo social. Esse ritual repete-se há pelo menos 50 mil anos. E, 
como é da natureza do que é fundamental, histórias são simples. Todas têm começo, meio e fim; 
personagens e protagonistas; um cenário e um tempo. E mais: toda trama possui um narrador, 
alguém que escolhe que causo contar, onde o enredo começa e onde termina, o que entra e o 
que sai. Esse narrador nem sempre é visível, não há como apontar o autor de um mito ou do que 
entendemos como senso comum. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Repetimos a balela do descobrimento da América sem pensar que aqui já viviam pessoas antes 
da invasão europeia. Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colaboração, histórias 
determinam e influenciam o comportamento social. Se repetimos a narrativa de opressão, 
perpetuamos sua essência. 
 A habilidade narrativa determina quem tem voz. A tensão entre grupos em disputa pela narrativaé tão velha quanto a linguagem. Religiões e impérios sempre espalharam suas falas e disputaram 
a atenção. Identificar essas narrativas e a quem servem é o caminho para delimitar quem nos fala 
e inferir o que nos isola ou ajuda a colaborar. 
 Não existe narrador isento. Por mais cuidadoso que seja, cada um carrega seu conjunto de 
valores e é perpassado pelos julgamentos e assunções que vêm com a cultura do grupo. Mesmo 
que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre parte de sua visão de 
mundo. 
 https://vidasimples.co/conviver/guerra-de-narrativas/ 
 
Assinale a alternativa correta, de acordo com o texto. 
A) No primeiro período do texto, o autor cria, por meio do paralelismo, uma associação entre a 
época em que sentávamos ao redor das fogueiras para tratar daquilo que é real e a época em 
que sentamos em frente à televisão para viver o imaginário. 
B) A simplicidade das narrativas contrapõe-se àquilo que há de fundamental nas histórias, uma 
vez que nem sempre o narrador é fácil de ser identificado no texto. 
C) A influência da linguagem e das narrativas é preponderante para a libertação ou perpetuação 
da opressão. 
D) A neutralidade da narrativa só é possível quando o cuidado com os valores adotados pelo 
grupo do qual faz parte revelam sua própria visão de mundo. 
 
5- AOCP 
 
Antigamente a vida era outra aqui neste lugar onde o rio, dando areia, cobra-d’água inocente, e 
indo ao mar, dividia o campo em que os filhos de portugueses e da escravatura pisaram. 
 Couro de pé roçando pele de flor. Mangas engordando, bambuzais rebentando vento, uma 
lagoa, um lago, um laguinho, amendoeiras, pés de jamelão e o bosque de Eucaliptos. Tudo isso 
do lado de lá. Do lado de cá, os morrinhos, casarões mal-assombrados, as hortas de Portugal 
Pequeno e boiada pra lá e pra cá na paz de quem não sabe da morte. 
 Em diagonal, os braços do rio, desprendidos lá pela Taquara, cortavam o campo: o direito ao 
meio; o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas e sobre o qual está a ponte por onde escoa 
o tráfego da principal rua do bairro, na parte de baixo. E, como o bom braço ao rio volta, o rio 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
totalmente abraçado, ia ziguezagueando água, esse forasteiro que viaja parado, levando íris 
soltas em seu leito, deixando o coração bater em pedras, doando mililitros para os corpos que o 
ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem sabia que todo 
rio nasce para morrer um dia. 
 Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de terra, 
gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legumes e 
verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos domingos, 
jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias. 
 [...] 
 Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras herdadas. 
Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional, mas não 
que as obras estavam para começar em tão pouco tempo. 
 
(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo. 
Companhia das Letras, 2002. p.15) 
O modo pelo qual o rio é caracterizado, no terceiro parágrafo, revela uma escolha no uso 
da linguagem que é, nessa passagem, marcadamente: 
A) irônica. 
B) simbólica. 
C) pejorativa. 
D) objetiva. 
E) humorística. 
 
6- AOCP 
 
Para responder a questão, leia o fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfose, de 
Franz Kafka. 
 
 Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao menos, não com a mesma 
intensidade –, embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com as 
necessidades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa e a 
alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a 
família, de bom grado, recebia. Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa e, como ela, 
ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia tocar violino com muita graça, ele tinha 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
planos de enviá-la para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos extras 
que isso acarretaria. Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem viajar, 
sempre mencionava o projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), 
enquanto os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia. Contudo, Gregor pensava 
muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal. 
 
 Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua cabeça, enquanto ele escutava 
as conversas, colado à porta. De vez em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se, apoiando 
pesadamente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois sabia que qualquer ruído 
era ouvido na sala e fazia com que todos se calassem. “Novamente aprontando alguma coisa”, 
dizia o pai instantes depois, certamente olhando para a porta. Passado algum tempo, eles 
continuavam a trocar palavras entre si. 
 
 Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja porque há 
tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender –, e Gregor, 
com satisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que haviam sofrido, restava-
lhes algum capital, que, se não era muito, ao menos tinha crescido nos últimos anos por conta 
dos rendimentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor entregava (retinha 
apenas uma pequeníssima parte) não era gasto integralmente, e pouco a pouco ampliava o 
montante economizado. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, contente 
com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que aquele dinheiro poderia ter 
paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele 
constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente. 
 
(KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Lourival Holt Albuquerque. São Paulo: Abril, 2010, p.40-
41) 
Considerando o modo como as ideias foram estruturadas no texto, pode-se compreender 
como os fatos são apresentados ao leitor através do narrador. Nota-se uma sequência na 
qual: 
A) O primeiro parágrafo prioriza a descrição do espaço físico em que a história se passa, 
enquanto os seguintes destacam os personagens. 
B) O primeiro parágrafo apresenta, exclusivamente, os pensamentos do pai; o segundo, os da 
irmã e o terceiro, os da mãe. 
C) Os dois primeiros parágrafos revelam desejos e expectativas que seriam concretizadas e 
descritas apenas no terceiro parágrafo. 
D) O primeiro parágrafo corresponde às lembranças de um passado e os parágrafos seguintes 
revelam, ao leitor, situações do presente. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
E) O último parágrafo está centrado em projeções futuras e não apresenta episódios que se 
refiram ao passado. 
 
7- AOCP 
Variação linguística – a língua em movimento 
(Luana Castro Alves Perez) 
 
 A variação linguística é um fenômeno que acontece com a língua e pode ser compreendida 
através das variações históricas e regionais. Em um mesmo país, com um único idioma oficial, a 
língua pode sofrer diversas alterações feitas por seus falantes. Como não é um sistema fechado 
e imutável, a língua portuguesa ganha diferentes nuances. O português que é falado no Nordeste 
do Brasil pode ser diferente do português falado no Sul do país. Claro que um idioma nos une, 
mas as variações podem ser consideráveis. 
 As variações acontecem porque o princípio fundamental da língua é a comunicação, então é 
compreensível que seus falantes façam rearranjos de acordo com suas necessidades 
comunicativas. Os diferentes falares devem ser considerados como variações, e não como erros. 
Quando tratamos as variações como erro, incorremos no preconceito linguístico que associa, 
erroneamente, a língua ao status.O português falado em algumas cidades do interior do estado 
de São Paulo, por exemplo, pode ganhar o estigma pejorativo de incorreto ou inculto, mas, na 
verdade, essas diferenças enriquecem esse patrimônio cultural que é a nossa língua 
portuguesa.[...] 
(Disponível: http://www.portugues.com.br/redacao/variacao-linguistica-linguamovimento.html. 
Acesso em 20/01/2015) 
Em “Os diferentes falares devem ser considerados como variações” (2º§), o emprego do 
termo em destaque gerou um efeito expressivo à medida que sugere a seguinte 
interpretação 
A) a pluralidade de manifestações escritas na língua. 
B) a reafirmação de um modo correto no emprego da língua. 
C) a aceitação de variantes orais de um mesmo idioma. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
D) a necessidade de outros idiomas para ampliar a comunicação. 
8- AOCP 
 
Leia a entrevista do autor da expressão “imigrantes digitais” para responder à questão. 
(Texto Adaptado) 
PATRICIA GOMES 
 
Folha - Como o senhor define nativos e imigrantes digitais? 
Marc Prensky - Nativos digitais são aqueles que cresceram cercados por tecnologias digitais. Para 
eles, a tecnologia analógica do século 20 – como câmeras de vídeo, telefones com fio, informação 
não conectada (livros, por exemplo), internet discada – é velha. Os nativos digitais cresceram com 
a tecnologia digital e usaram isso brincando, por isso não têm medo dela, a veem como uma 
aliada. Já os imigrantes digitais são os que chegaram à tecnologia digital mais tarde na vida e, 
por isso, precisaram se adaptar. 
 
Um imigrante digital consegue ensinar um nativo digital? 
Depende do que você entende por "ensinar". Se você quer saber se os mais velhos podem 
orientar os mais novos, fazendo as perguntas certas, a resposta é "sim". Se você quer saber se 
os jovens vão ouvir os mais velhos falar sobre coisas que não acham importantes, a resposta é 
"não". A educação precisa ser menos sobre o sentido de contar, e mais sobre partilhar, aprender 
junto. 
 
A tecnologia mudou as relações na sala de aula? 
Em cada lugar há um efeito diferente. Em alguns casos, reforçou as relações, conectou 
professores e alunos isolados. Em outros, trouxe medo, desconfiança, desrespeito mútuo. Por 
exemplo, um professor pode pensar que os alunos têm a concentração de um inseto. Os alunos 
podem pensar que os professores são analfabetos digitais. É quase impossível o aprendizado 
ocorrer em circunstâncias assim. O que a gente precisa é de respeito mútuo entre professores e 
estudantes. 
 
O papel dos professores mudou em comparação com o das décadas de 80 e 90? 
Sim. O papel do professor está mudando gradualmente. Está deixando de ser apenas o de 
transmissor de conteúdo, disciplinador e juiz da sala de aula para se tornar o de treinador, guia, 
parceiro. A maioria dos professores está em algum lugar no meio; poucos são parceiros de 
verdade. 
 
E continua mudando? 
Sim. E precisa continuar mudando se os professores quiserem ajudar os alunos do século 21 a 
aprender. Alguns acham que a pedagogia vai mudar automaticamente, assim que os "nativos 
digitais" se tornarem professores. Eu discordo. Há pressões forçando os professores novos a 
adotar métodos antigos. Nós precisamos fazer um grande esforço de mudança. Primeiro, mudar 
a forma como nós ensinamos – nossas pedagogias. Depois, mudar a tecnologia que nos dá 
suporte.Finalmente, mudar o que nós ensinamos – nosso currículo – para estarmos em acordo 
com o contexto e as necessidades do século 21. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
De acordo com a leitura atenta da entrevista, assinale a alternativa correta. 
A) O gênero entrevista é marcado pelo caráter dialógico, em que uma das partes orienta o 
desenvolvimento do texto a partir de perguntas, por isso, como notamos no texto, nesse gênero 
predominam as sequências injuntivas e narrativas. 
B) Na resposta à primeira pergunta, Marc Prensky explica dois importantes conceitos, nomeados 
de forma metafórica com palavras presentes no campo semântico dos estudos geográficos. 
C) A educação entre as décadas de 80 e 90 vivenciou uma grande transformação, 
principalmente, na atuação do professor em sala de aula, que se transformou de uma figura 
arbitrária para uma figura parceira. 
D) Para que haja uma transformação na educação, para o entrevistado, é necessário que 
estejamos tentos às demandas no nosso século e, para isso, é fundamental que o currículo 
esteja de acordo com essas necessidades em um trabalho contínuo de conciliação com antigos 
métodos de ensino. 
9. AOCP 
O texto a seguir refere-se à questão. 
 
Oi, Chico! 
 
Clarice Lispector 
 
 Oh, Chico Buarque, pois não é que recebi uma carta de uma cidade do Rio Grande do Sul, 
Santa Maria, a respeito de você e de mim? É o seguinte: a moça me lê num jornal de Porto Alegre. 
E, muito jovem, diz que sente grande afinidade comigo, que eu escrevo exatamente como ela 
sente. Mas que sua maior afinidade comigo vem do fato de eu ter escrito sobre você, Chico. Diz: 
"Eu, como você, tenho uma inclinação enorme por ele. Achava eu que esta inclinação (que é 
motivo de troça de meus amigos) era um pouco de infantilismo meu, talvez uma regressão à 
infância, mas lendo seus bilhetes descobri que não, que a razão é justamente conforme suas 
palavras: ser ele altamente gostável e possuir candura. Você também tem candura, que se 
percebe ao ler uma só linha sua." Ela, Chico, não entendeu que você não é meu ídolo; eu não 
tenho ídolos. Você para mim é um rapaz de ouro, cheio de talento e bondade. Inclusive fico 
simplesmente feliz em ouvir quinhentas vezes em seguida "A banda", e um dia desse dancei com 
um de meus filhos. Mas é só, meu caro amigo. [...] Olhe, moça simpática, sua carta é um amor, e 
tenho certeza de que Chico ia gostar de você, é impossível não. Pois se Chico tem candura, e 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
você acha que também tenho, você, minha amiguinha, é mil vezes mais cândida do que nós. 
Mando-lhe um beijo e tenho certeza de que Chico lhe manda outro beijo ― não, não desmaie. [...] 
 
(Texto publicado originalmente no Jornal do Brasil, de 23/03/1968 e, posteriormente, no livro 
Todas as crônicas, de 2018. 
Adaptado de: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/15396/oichico). Acesso em: 14 ma. 2021.) 
A partir da leitura do texto, é correto afirmar que 
A) ele pertence ao gênero carta do leitor, uma vez que a moça de Santa Maria é leitora de 
Clarice Lispector e escreve uma carta para ela. 
B) nele predomina a função referencial da linguagem, centrada no assunto, como pode ser 
comprovado pelo fato de ter sido produzido por uma escritora de literatura. 
C) tanto a moça de Santa Maria quanto Clarice têm uma inclinação idolátrica por Chico Buarque. 
D) ele possui três interlocutores, sendo dois explícitos: Chico Buarque e a moça de Santa Maria. 
E) a moça de Santa Maria diz se identificar com Clarice porque ambas possuem candura. 
 
10. AOCP 
O texto a seguir refere-se à questão. 
COMO DEFINIR OBJETIVOS QUANDO NÃO SABEMOS O QUE QUEREMOS 
 Somos estimulados a sonhar, a buscar objetivos e a nos orientar em direção ao que desejamos. 
Às vezes, o problema é que não sabemos o que queremos. É o que tenho observado em muitas 
pessoas, até em mim mesma. A dúvida aparece quando terminamos uma etapa, como concluir 
alguns estudos ou finalizar um trabalho. Também surge quando estamos cansados de uma 
determinada situação, quando temos de nos reinventar devido às circunstâncias ou quando nos 
deparamos com um fracasso ou um contratempo. [...] Um pequeno exercício de reflexão pode nos 
ajudar a recuperar sonhos e a definir objetivos que nos animem. Vejamos algumas dicas práticas. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Primeiro, não devemos confundir nossos sonhos com fantasias. Um sonho é um projeto que 
nos anima, como estudar algo novo, comprar um carro ou ter um filho. Pode ser mais ou menos 
ambicioso, mas nos impulsiona a nos esforçar para conseguir realizá-lo.Já uma fantasia é algo 
que vive em nossa mente, que gostamos de imaginar, mas que, no fundo, sabemos que nunca 
vamos dedicar muita energia para alcançá-lo. [...] Dar a volta ao mundo, viver nas ilhas 
paradisíacas do Pacífico ou se tornar diretor de cinema em Hollywood poderiam ser alguns 
exemplos. Aprender a diferenciar os sonhos das fantasias nos faz ser honestos conosco mesmos 
e nos alivia da pressão de conseguir estas últimas, das quais, insistimos, não necessitamos. 
 [...] Quando não sabemos o que queremos ou não temos um sonho claro, podemos fazer várias 
coisas. Por um lado, podemos recuperar sonhos do passado como forma de inspiração. A 
adolescência é uma época muito frutífera de ideias. Valeria a pena lembrar do que gostávamos 
ou o que nos animava. O objetivo não é realizar os sonhos ao pé da letra. Talvez tenham ficado 
um pouco desatualizados ou, simplesmente, sejam impossíveis de alcançar, como se queríamos 
ser astronautas e agora temos 40 anos. Os velhos sonhos atuam como faróis, não são cartas de 
navegação, daí a importância de recuperá-los. Retomando o exemplo anterior do astronauta, 
obtemos informações sobre nós mesmos. Com esse exercício simples, lembramos que 
gostávamos de aventuras ou de estudar as estrelas. Dessa forma, podemos nos matricular em 
um curso de astronomia, comprar um telescópio ou acessar os recursos da NASA para conhecer 
mais a respeito. E você, o que gostava de fazer quando era mais jovem? O que pode extrair 
daquilo? 
 Outra forma de nos orientarmos é pensar naquilo que não queremos. Talvez este exercício não 
seja tão atraente quanto imaginar a si mesmo no futuro, mas é um passo válido. O que eu quero 
parar de fazer? Pode ser no âmbito pessoal ou profissional, como evitar me irritar por alguma 
coisa, não continuar neste trabalho ou manter uma amizade. 
 Quando estamos em uma dúvida profunda sobre o que fazer ou quais são nossos sonhos, temos 
outra opção: refletir sobre com quem gostaríamos de parecer, mesmo que seja um personagem 
de ficção. Mais uma vez, isso funciona como farol, mas volta a nos dar pistas sobre nós mesmos. 
Com este exercício, podemos tirar conclusões que nos ajudem a aterrissar na realidade e a definir 
objetivos concretos. 
Quanto aos elementos de coesão empregados no texto, assinale a alternativa 
INCORRETA. 
A) Em, “Primeiro, não devemos confundir nossos sonhos com fantasias.”, o termo em destaque 
contribui para a ordenação do texto. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
B) Em “Já uma fantasia é algo que vive em nossa mente [...]”, o termo em destaque sinaliza um 
contraste entre sonho e fantasia. 
C) Em “[...] o problema é que não sabemos o que queremos.”, o termo em destaque se refere à 
ação de buscar objetivos, mencionada no período anterior, a qual é vista pela autora como algo 
negativo. 
D) Em “Talvez este exercício não seja tão atraente [...]”, o termo em destaque retoma a 
informação “pensar naquilo que não queremos”. 
E) Em “Mais uma vez, isso funciona como farol [...]”, o termo em destaque faz referência ao 
excerto “[...] refletir sobre com quem gostaríamos de parecer [...]”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
GABARITO 
 
1. C 
2. C 
3. C 
4. C 
5. B 
6. D 
7. C 
8. B 
9. D 
10. C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
2. Tipologia e Gêneros textuais. 
 
1- AOCP 
 
Alternativa 
 
 Envelhecer é chato, mas consolemo‐ nos: a alternativa é pior. Ninguém que eu conheça morreu 
e voltou para contar como é estar morto, mas o consenso geral é que existir é muito melhor do 
que não existir. Há dúvidas, claro. Muitos acreditam que com a morte se vai desta vida para outra 
melhor, inclusive mais barata, além de eterna. Só descobriremos quando chegarmos lá. Enquanto 
isso vamos envelhecendo com a dignidade possível, sem nenhuma vontade de experimentar a 
alternativa. 
 Mas há casos em que a alternativa para as coisas como estão é conhecida. Já passamos pela 
alternativa e sabemos muito bem como ela é. Por exemplo: a alternativa de um país sem políticos, 
ou com políticos cerceados por um poder mais alto e armado. Tivemos vinte anos desta alternativa 
e quem tem saudade dela precisa ser constantemente lembrado de como foi. Não havia 
corrupção? Havia, sim, não havia era investigação pra valer. Havia prepotência, havia censura à 
imprensa, havia a Presidência passando de general para general sem consulta popular, repressão 
criminosa à divergência, uma política econômica subserviente a um “milagre” econômico 
enganador. Quem viveu naquele tempo lembra que as ordens do dia nos quartéis eram lidas e 
divulgadas como éditos papais para orientar os fiéis sobre o “pensamento militar”, que decidia 
nossas vidas. 
 Ao contrário da morte, de uma ditadura se volta, preferencialmente com uma lição aprendida. 
E, para garantir‐ se que a alternativa não se repita, é preciso cuidar para não desmoralizar demais 
a política e os políticos, que seja. Melhor uma democracia imperfeita do que uma ordem falsa, 
mas incontestável. Da próxima vez que desesperar dos nossos políticos, portanto, e que alguma 
notícia de Brasília lhe enojar, ou você concluir que o país estaria melhor sem esses dirigentes e 
representantes que só representam seus interesses, e seus bolsos, respire fundo e pense na 
alternativa. 
 Sequer pensar que a alternativa seria preferível – como tem gente pensando – equivale a um 
suicídio cívico. Para mudar isso aí, prefira a vida – e o voto. 
 
(Adaptado. Veríssimo, O Globo, 30/6/2013) 
Após a leitura do texto devemos classificá‐ lo como predominantemente 
A) informativo 
B) narrativo 
C) descritivo 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
D) didático 
E) argumentativo 
 
2- AOCP 
DOCE 
 Lembrasse antes quanto tempo gastaria na beira do fogão mexendo o doce de abóbora e Maria 
talvez nem tivesse começado. Mas não é assim que funciona, a coisa vem de trás pra frente: 
primeiro o gosto no fundo da lembrança, na garganta, daí a saliva na língua. Depois, o cheiro de 
algo que nem recordava parece que está aqui, dentro das narinas. Os ingredientes, todos 
comprados, a panela na mão. Só na hora de mexer o doce é que a gente lembra, com esse misto 
de cansaço e tristeza, que o doce é feito de mexer o doce. É feito do braço girando, girando, o 
outro braço solto escorado na anca, o peso do corpo passando da perna de cá pra de lá. 
 O doce já começado é doce inteiro na imaginação, não tem volta. E Maria nunca foi de voltar 
atrás, mesmo com o que era bom só na primeira mordida e depois deixava um retrogosto amargo 
– na boca ou no jeito de olhar. Maria que nem puxa-puxa, presa às escolhas e caminhos e ao que 
por vezes não foi tão escolha quanto foi acaso. 
 Bem que às vezes queria ser pássaro solto, escolher caminhos. A cozinha fica pequena da falta 
que voar livre faz, as paredes suam. Tudo o que é sonho vai evaporando do seu corpo, a pele fica 
grossa, dura. O açúcar carameliza angústias. E Maria pensa se não seria melhor ter virado 
cambalhota por sobre um ou outro acontecimento, em vez de vivê-los todinhos. 
 O marido mesmo. Ela cansava de topar com ele encostado no sofá, vendo TV. Ia de um canal 
para o outro, como se não estivesse ali. Queria que estivesse. Que contasse uma bobagem que 
aconteceu no trabalho ou na rua, que atentasse ao gosto novo no doce que ela fez, “cê colocou 
coco?”, “que cheiro diferente, que foi que cê botou aí?”, qualquer coisa. Qualquer coisa que fizesse 
com que os dois parecessem vivos, que parecessem ligados, nem que pelo diferente do hoje no 
doce sempre igual. 
 Tomasse uma atitude agora, talvez a coisa toda desembrulhasse diferente. Ela botaria uma 
roupa bonita e dançaria pela casa, pintaria a cara toda faceira e vibrante e mostraria para ele que 
ainda era mulher, poxa vida, ainda sou bem mulher! [...] 
 Também podia ir embora, pegar as meninas e as próprias coisase voltar para a casa da mãe. 
Ou podia queimar esse doce, derrubar panela, fazer escândalo. Pedir tenência, uma mudança, 
alguma coisa que mostrasse que ainda estava viva, viva! Vibrante como esse corde-laranja 
borbulhando na panela. [...] 
PRETTI, Thays. A mulher que ri. São Paulo: Editora Patuá, 2019. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
O texto pertence à tipologia narrativa. Qual das seguintes alternativas apresenta uma 
característica que pode fundamentar essa afirmação? 
A) O título do texto é formal e objetivo. 
B) A partir de argumentos, como o fato de o marido não dar a devida atenção à Maria, defende-
se a tese de que ela está infeliz no casamento. 
C) O texto apresenta uma linguagem poética e sentimental. 
D) Discorre-se sobre um tema atual e cotidiano. 
E) O texto possui uma personagem principal. 
3- AOCP 
 
Entre os textos abaixo, aquele em que predomina a exposição, e NÃO a argumentação, é: 
A) “Como todos sentem ou pressentem, vivemos hoje uma grave e profunda crise, que se 
manifesta em todos os setores da vida social e, portanto, na língua também”; 
B) “Não há dúvida de que todos os seres humanos têm direito à cultura, mas é incerto que a 
visita a museus seja a melhor maneira de garantir-lhes essa participação”; 
C) “O ato de escrever é distinto do ato de falar. Sem dúvida, o grau de distanciamento se mede 
pela natureza da elocução”; 
D) “Alguns jogos de futebol no Brasil mostram claramente a necessidade absoluta de renovação 
para que possamos atingir o nível desse esporte já praticado em outros países”; 
E) “Telel Hamã era uma cidade em ascensão durante a Idade do Bronze. Ela estava localizada 
próxima ao mar Morto, no Oriente Médio, e era dez vezes maior que Jerusalém na época”. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
4- AOCP 
 
Um livro didático mostra o seguinte texto: “O sangue é um tecido formado por dois 
componentes: o plasma e as células sanguíneas. O volume total do sangue é de, 
aproximadamente, 5 dm3 nos homens e 4,5 dm3 nas mulheres. Existem três tipos de células 
sanguíneas: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.” 
O tipo de texto a que pertence esse segmento é: 
A) descrição técnica; 
B) narrativa didática; 
C) exposição histórica; 
D) notícia jornalística; 
E) argumentação científica. 
5- AOCP 
 
Nos enunciados abaixo, pode-se observar a presença de diferentes tipologias textuais como 
base dos gêneros materializados nas sequências enunciativas. Numere os parênteses conforme 
o código de cada tipologia. 
( ) 1 - --- Não; é casada. --- Com quem? --- Com um estancieiro do Rio grande. --- Chama-se? --- 
Ele? Fonseca, ela, Maria Cora. --- O marido não veio com ela? --- Está no Rio Grande. (ASSIS, 
Machado de Assis.Maria Cora.) 
 
( ) 2 - Ao acertar os seis números na loteria, Paulo foi para casa, entrou calado no quarto e 
dormiu. 
( ) 3 - Incorpore em sua vida quatro sentimentos positivos: a compaixão, a generosidade, a 
alegria e o otimismo. 
( ) 4 - No meu ponto de vista, a mulher ideal deve ter como características físicas o cabelo liso, 
pele macia, olhos claros, nariz fino. Ser amiga, compreensiva e, acima de tudo, ser fiel. (ALVES, 
André, Escola. Estadual Pereira Barreto. Texto adaptado.) 
( ) 5 - As palavras mal empregadas podem ter efeitos mais negativos do que os traumas físicos. 
 
( 1 ) narrativa; ( 2 ) dialogal; ( 3 ) argumentativa; ( 4 ) injuntiva; ( 5 ) descritiva. 
 
Está correta a alternativa: 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
A) 1 - 2 - 3 - 4 - 5. 
B) 1 - 3 - 2 - 4 - 5. 
C) 2 - 1 - 4 - 5 - 3. 
D) 4 - 3 - 2 - 5 - 1. 
6- AOCP 
 
TEXTO 
 
LÍNGUA 
 
Esta Língua é como um elástico 
Que espicharam pelo mundo. 
 
No início era tensa, de tão clássica. 
Com o tempo, se foi amaciando, 
foi-se tornando romântica, 
incorporando os termos nativos 
E amolecendo nas folhas de bananeira 
As expressões mais sisudas. 
Um elástico que já não se pode 
Mais trocar, de tão gasto; 
Nem se arrebenta mais, de tão forte. 
 
Um elástico assim como é a vida 
Que nunca volta ao ponto de partida. 
(TELES, Gilberto Mendonça. Falavra. 
Lisboa: Dinalivro, 1989, p. 95-96.) 
A seleção lexical na construção de um texto obedece, sobretudo, a critérios relacionados ao 
gênero, aos seus propósitos comunicativos, à sua unidade semântica. Assim, considere a leitura 
do texto “Língua”, analise as afirmações abaixo e marque a alternativa correta. 
I - O texto “Língua” pertence ao gênero textual poético e as sequências de base são a 
argumentativa e a expositiva. II - O texto em análise tem como propósito, somente, causar 
emoção estética no leitor. III - O tema do referido texto explora aspectos do objeto histórico-
social “língua”. 
Está correta a alternativa: 
A) I. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
B) II. 
C) III. 
D) I e III. 
7- AOCP 
 
Texto para responder à questão. 
 Iphan restaura o Forte de Coimbra 
 
Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/noticias>. 
 Acesso em: 29 ago. 2021, com adaptações. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Com relação à estrutura, à organização e à tipologia textual, assinale a alternativa correta. 
A) Segundo o parágrafo introdutório do texto, a posse do histórico Forte de Coimbra e do Forte 
Real Príncipe da Beira por portugueses e espanhóis é concomitante e ocorre em meados do 
século 18. 
B) O primeiro parágrafo estrutura-se por meio de linguagem injuntiva, pois pretende convencer o 
leitor de que a restauração do Forte de Coimbra é imprescindível para a memória da arquitetura 
de Mato Grosso do Sul. 
C) A seleção vocabular do título e dos três parágrafos compõe organização textual, com 
introdução, desenvolvimento e conclusão, que apresenta opinião acerca da relevância entre 
patrimônio, cultura e arquitetura. 
D) Os três parágrafos são informativos e compõem um texto cujo título sintetiza a intenção de 
instruir de forma simples e objetiva. 
E) O segundo parágrafo do texto é narrativo e apresenta a história do Forte de Coimbra. 
8- AOCP 
 
O texto seguinte servirá de base para responder à questão. 
 
O Cavalo Descontente 
Era uma vez um cavalo que, em pleno inverno, desejava o regresso da primavera. De fato, ainda 
que agora descansasse tranquilamente no estábulo, via-se obrigado a comer palha seca. 
- Ah, como sinto saudades de comer a erva fresca que nasce na primavera! dizia o pobre animal. 
A primavera chegou e o cavalo teve sua erva fresca, mas começou a trabalhar bastante porque 
era época da colheita. 
- Quando chegará o verão? Já estou farto de passar o dia inteiro puxando o arado! lamentava-se 
o cavalo. 
Chegou o verão, mas o trabalho aumentou e o calor tornou-se muito forte. 
- Oh, o outono! Estou ansioso pela chegada do outono! Dizia mais uma vez o cavalo, convencido 
de que naquela estação terminariam seus males. 
Mas no outono teve que carregar lenha para que seu dono estivesse preparado para enfrentar o 
inverno. E o cavalo não parava de queixar-se e de sofrer. 
Quando o inverno chegou novamente, e o cavalo pode finalmente descansar, compreendeu que 
tinha sido fantasioso tentar fugir do momento presente e refugiar-se na quimera do futuro. 
Esta não é a melhor forma de encarar a realidade da vida e do trabalho. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
É melhor descobrir o que a vida tem de bom momento a momento, vivendo o presente da melhor 
forma possível. 
Fonte: O Livro das virtudes para crianças. Willim J. Bennett 
/https://www.contandohistorias.com.br/html/ contandohistorias.html 
O texto é predominantemente: 
A) Injuntivo. 
B) Descritivo. 
C) Narrativo. 
D) Expositivo. 
9. AOCP 
Psicologia do espaço: as implicações da arquitetura no comportamento humano 
Visto que seres humanos passam a maior parte de suas vidas em ambientes fechados, não nos 
surpreende o fato de que determinadas características do espaço construído têm um impacto 
significativo em nosso comportamento psíquico. Condições de iluminação, de escala e proporção 
assim como os materiais e suas texturas sãocaracterísticas espaciais que emitem informações 
para nossos sentidos, afetando a maneira como nos relacionamos com o espaço, produzindo um 
sem fim de sensações e reações. 
Determinadas características do espaço construído são capazes de induzir sensações de 
tranquilidade e segurança nas pessoas, de fazer com que se sintam bem e relaxadas ou até de 
aumentar a concentração e a produtividade dos usuários em seu ambiente de trabalho. 
Independente de qual sejam as sensações que nos provocam, não se pode negar que as 
características dos espaços em que vivemos – ou trabalhamos – desempenham um papel 
fundamental na maneira como as pessoas se sentem e como elas se relacionam com o espaço. 
No entanto, pessoas foram sendo empilhadas em caixas para servir um sistema de produção em 
massa destinado a alimentar uma sociedade faminta pelo consumismo. De fato, o empilhamento, 
ou verticalização, é um fenômeno que surgiu em resposta à Revolução Industrial e ao 
consequente aumento exponencial das pessoas que, em busca de ofertas de emprego, 
começaram a abarrotar cidades completamente despreparadas para absorver tal contingente 
humano. As unidades habitacionais se tornaram mais compactas para que os edifícios pudessem 
acomodar um número cada vez maior de habitantes. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
“As características dos espaços que projetamos são capazes de induzir determinados tipos de 
comportamento nas pessoas”, diz a psicóloga ambiental e designer de interiores Migette Kaup. 
Por exemplo, projetos que incorporam noções de equilíbrio, proporção, simetria e ritmo são 
capazes de provocar uma sensação de tranquilidade e harmonia. As cores, por sua vez, também 
são capazes de provocar sensações de conforto ou estimular a comunicação entre as pessoas. 
A luz é um universo em si e depende muito da tipologia de espaço de que estamos falando. Uma 
luz suave sugere um espaço mais introspectivo, enquanto uma luz mais intensa caracteriza um 
espaço mais extrovertido. Para a psicóloga, a iluminação natural abundante é um excelente 
estímulo à produtividade e ao bem estar físico e mental das pessoas. 
Por outro lado, determinadas características espaciais provocam ansiedade, outras estimulam 
uma sensação de equilíbrio e serenidade. Acontece que nem sempre somos conscientes de 
nossas reações e acabamos agindo sem saber porquê. Irving Weiner, professor de psicologia 
ambiental do Massasoit Community College de Middleborough, Massachusetts, afirma que 
“muitas dessas características ambientais não podem ser vistas ou apreendidas por nossos 
sentidos, mas, ainda assim, são capazes de influenciar diretamente o nosso comportamento ou 
humor”. 
A citação ao discurso do professor de psicologia Irving Weiner, utilizada no último 
parágrafo do texto, contribui para a construção de um texto 
A) narrativo. 
B) argumentativo. 
C) injuntivo. 
D) subjetivo. 
E) dialogado. 
10. AOCP 
 
TEXTO 1 
A CRIAÇÃO DO MUNDO 
(Revista e diminuída) 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 
E no princípio era o verbo 
depois o advérbio e o composto 
veio então a raiz quadrada 
povoar de teoremas as águas 
do cérebro 
como toda ciência – e muita, mas 
muita paciência – criou 
toda matéria que há 
separando a geografia o 
mar da terra 
lá pela hora do recreio 
veio a arte e a história 
dar seus palpites 
e foi depois da sétima aula 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
que o Professor descansou 
não sem antes passar dois 
mil anos de lição de casa 
para que todos aprendessem 
um pouco de tudo que há no mundo 
e não levasse bomba no fim do ano. 
(Ulisses Tavares, Viva a poesia, 1997, p. 48). 
TEXTO 2 
O melhor de Calvin Bill Watterson 
.Com base na tipologia textual e tendo em vista a estrutura e a finalidade textual, o Texto 
2 classifica-se como, predominantemente, 
A) narrativo. 
B) injuntivo. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
C) dissertativo. 
D) descritivo. 
E) explicativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
GABARITO 
 
1. E 
2. E 
3. E 
4. A 
5. C 
6. D 
7. D 
8. C 
9. B 
10. C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
3. Variação Linguística. 
 
1. AOCP 
 
BEM PERTO DE LEO 
 Christophe Honoré 
Capítulo I 
 
 Marcelinho. Era assim que eles me chamavam. 
 Pra mim, se eles me chamassem de Marcelo também tava bom, só que eles têm essa mania, 
já estou com mais de dez anos mas não adianta. Se acostumaram. Querem ser bonzinhos comigo. 
Ou rir da minha cara. Sei lá, uma mistura danada de boas intenções que deve me deixar 
incrivelmente legal aos olhos deles. 
 Marcelinho. Até que eu gosto. Fico mais diferenciado dos meus três irmãos. Dá pra perceber 
muito bem que eu sou o irmão mais moço, o caçulinha, o “queridinho da vovó”, como diz a vovó. 
 Três irmãos. 
 Grandes, mas grandes pra valer. Tipo caras que saíram do colégio há décadas. Só que os três 
continuam morando lá em casa. 
 Tristão: 21. 
 Leo: 19. 
 Pedrinho: 17. Não teve erro. Tipo relógio. Um filho de dois em dois anos, sempre em fevereiro. 
Pinta fevereiro, paf, filho! 
 Quando pergunto a minha mãe por que razão exatamente eu cheguei com: 
(17 - 2) 
 - 10 
 5 
 cinco anos de atraso, ela olha pra mim como se eu estivesse querendo que ela me explicasse 
a existência do mundo. Em geral ela faz uma festinha na minha bochecha com uma das mãos e 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
me dá um tapinha na testa com a outra e ao mesmo tempo fala baixinho: “Não se preocupe, meu 
coração, vai passar”. 
 Eu não me preocupo, mas sei lá, quando me dizem esse tipo de coisa fico todo arrepiado, a 
impressão que eu tenho é de que estão me escondendo um segredo de Estado. 
 É por isso que em geral não tenho coragem de insistir. Fico pensando que se eles, os meus 
pais, resolveram esperar cinco anos, a explicação só pode ser uma coisa bem ruim. Mas deixa 
pra lá, o que importa é que afinal eles se decidiram. Se não tivessem se decidido eu ia continuar 
sei lá onde, esperando que alguém se lembrasse de mim pra poder sair. [....] 
Adaptado de: HONORÉ, Chistophe. Bem perto de Leo. Tradução de Heloisa Jahn. São Paulo: 
Companhia das Letras, 1998. p. 7-8. 
Assinale a alternativa em que a linguagem é utilizada de maneira mais informal. 
A) “Pra mim, se eles me chamassem de Marcelo também tava bom [...]”. 
B) “É por isso que em geral não tenho coragem de insistir.”. 
C) “Fico pensando que se eles, os meus pais, resolveram esperar cinco anos, a explicação só 
pode ser uma coisa bem ruim.”. 
D) “Não se preocupe, meu coração, vai passar.”. 
E) “Quando pergunto a minha mãe por que razão exatamente eu cheguei com cinco anos de 
atraso, ela olha pra mim como se eu estivesse querendo que ela me explicasse a existência do 
mundo.”. 
 
2. AOCP 
 
“O último baobá”, conheça a lenda africana 
sobre o renascimento da esperança 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Ninguém acreditava mais nas antigas lendas. Os narradores que se sentavam embaixo do 
baobá a desemaranhar longas histórias, protegidos pelas estrelas, já tinham partido quando a 
areia chegou. 
 As palavras estavam caladas. 
 Ninguém mais acreditava em um céu protetor. África era um enorme lençol amarelo. A 
areia, grão a grão, tinha construído um grande deserto. Interminável. Ninguém percebeu, ou 
ninguém quis se dar conta. 
 A desolação chegou em silêncio. Aconteceu quando os glaciais se esvaneceram em uma 
queixa interminável, quando os ursos e as baleias se converteram em recordação, quando as 
águias perderam o rumo. 
 O céu, cansado da torpeza da humanidade, se refugiou em outro céu, mais distante. Fugiu. 
Não podia mais proteger a terra. 
 O velho tinha visto as pessoas partirem, os mais jovens em direção ao norte, os mais fracos 
emdireção à escuridão. 
 Sentiu uma nostalgia distante o invadir lentamente. O velho narrador, embaixo do último 
baobá, contou uma lenda antiga. 
 Nela, falava do nascimento das estrelas, da luz, do mundo… Mas não havia ninguém mais 
disposto a escutar um velho prosador. Olhou em torno, procurando algum ouvido. África, rio 
amarelo, estava rodeada de silêncio. Buscou uma estrela perdida, no céu só havia escuridão. 
 O velho apoiou as costas cansadas no tronco dolorido do baobá. Casca com casca. Pele 
rachada, alma dolorida. 
 A árvore da vida estremeceu. O vento dava rajadas contra a areia carbonizada. Tinha que 
partir. Sabia que tudo se acabava. O último baobá e a última voz da África iriam embora juntos. 
Abriu o punho. Trêmulo, contemplou a semente diminuta que havia guardado tanto tempo. A 
semente da esperança. 
 Olhou a árvore. Era o momento. Não se pode atrasar a retirada. 
 Separou a areia até chegar à terra. Virou a mão e, pela linha da vida, girou a semente até 
encontrar um sulco. 
 O baobá havia aberto a casca e do oculto coração brotou a água milagrosa. A árvore era a 
vida. 
 O velho voltou a fazer crescer baobás grandiosos como gigantes que beijavam as nuvens. 
Agora, sobre os escritórios, nos telhados, sobre as avenidas e os trens; nos beirais, sobre 
comércios, bancos e ministérios crescem trepadeiras coloridas. Embaixo delas, está escondida a 
destruição como uma lembrança dolorosa. 
 
 
Adaptado de https://www.revistapazes.com/o-ultimo-baobaconheca-a-lenda-africana-sobre-o-
renascimento-da-esperanca/ 
Em relação à linguagem empregada no texto, é correto afirmar que 
A) predomina-se uma variante linguística regional, já que a história se passa na África. 
B) a linguagem é coloquial, apresentando marcas linguísticas comuns à fala cotidiana e desvios 
gramaticais. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
C) a linguagem é formal, com função referencial. Preocupa-se apenas em apresentar 
informações. 
D) a função da linguagem do texto é emotiva, já que se usa a primeira pessoa para que o 
narrador conte sua história. 
E) a linguagem é predominantemente formal, seguindo as normais gramaticais. Apresenta-se, 
também, um certo grau de lirismo, com a presença de figuras de linguagem. 
 
3. AOCP 
 
A fundadora da Cia de Talentos escreveu esta 
carta às novas gerações 
Sofia Esteves, fundadora da Cia. de Talentos 
e consultora de carreira há 30 anos , tem algo 
a dizer para os jovens 
 
 Por Sofia Esteves, presidente do Conselho do Grupo Cia. 
de Talentos - Publicado em 23 set 2019, 12h00 
 
 
 São Paulo – Eu sou apaixonada por talentos e pela força que os jovens têm em desbravar 
novos caminhos, trazendo mudanças e inovação ao mercado de trabalho. 
 Todos os anos a Cia de Talentos se empenha em coletar dados na ‘Pesquisa Carreira dos 
Sonhos’, em que conversamos com milhares de jovens da América Latina para compreender suas 
necessidades e então levar essas questões às empresas para que se organizem novamente. A 
pesquisa desse ano, com a participação de mais de 75 mil jovens profissionais do Brasil, constatou 
o que há algum tempo vem sendo anunciado. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 As novas gerações desejam um ambiente de trabalho flexível, em que podem confiar em seus 
gestores, jornadas de trabalho remotas, transparência da alta liderança sobre o financeiro e sobre 
as ações das empresas, além de mais oportunidades de desenvolvimento e, principalmente, de 
mais tempo para viverem suas vidas pessoais. Esses não são desejos apenas dos jovens. 
Profissionais de todas as idades estão em busca de uma vida mais saudável, não é mesmo? 
 O mercado está começando a investir em construir times diversos nas empresas, aproveitando 
o que cada geração, gênero e vivência social têm de diferente, construindo visões estratégicas 
mais amplas, e dentro desse olhar, estão também os jovens talentos. Sendo assim, suas 
necessidades deixaram de ser regalias e estão se transformando em visões estratégicas das 
empresas, que buscam reter esses talentos em seus times. 
 As revoluções que os jovens trazem vão afetar o mercado de trabalho. Vocês têm muito a 
contribuir, mas é necessário fazer uma revolução gentil. Tudo o que hoje vocês criticam foi 
construído com muito empenho pelos profissionais das gerações anteriores. Tragam inovação, 
boas ideias, questões construtivas para que o novo mostre que o antigo precisa mudar, mas não 
se apeguem à ideia de que são os únicos que conhecem o caminho e que precisam derrubar tudo 
que foi construído. 
 Paciência. Esse valor não representa submissão e nem conformismo, muito menos 
comodismo. Paciência é inteligência emocional. Construam novos caminhos com humildade. Se 
permitam aprender com os profissionais mais experientes e não se percam em julgamentos. 
 Pois é, o segredo está em diferentes gerações colaborarem para construírem o novo em 
parceria, oferecendo o que cada uma tem de melhor e dessa forma agilizarem as mudanças 
necessárias para que a experiência e a inovação caminhem juntas, resultando em progresso. 
Dessa forma, todos ganham. 
 
 Disponível em:https://exame.abril.com.br/carreira/fundadora-da-cia-de-talentos-escreve-esta-
carta-as-novas-geracoes/ . Acesso em: 22 out. 2019 
Sobre variação linguística, relacione as colunas e assinale a alternativa com a sequência 
correta. 
 
1. Variação geográfica. 
2. Variação histórica. 
3. Variação social. 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
( ) É percebida segundo os grupos (ou classes) envolvidos, tal como uma conversa entre 
um orador jurídico e um morador de rua. 
( ) São exemplos: Vossa Mercê – você; Em boa hora – embora, expressões que foram 
mudando ao longo do tempo. 
( ) Pode ser chamada também de regionalismo. 
A) 2 - 1 - 3. 
B) 3 - 2 -1. 
C) 1 - 3 - 2. 
D) 2 - 3 -1. 
 
4. AOCP 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 
No trecho “Esse toco aí?”, sobre a palavra em destaque podemos afirmar que: 
 
I- Assim como “aipim”, “macaxeira” e “mandioca”, esta também é uma marca linguística que 
pode denotar regionalismo. 
II- Diferentemente das expressões “aipim”, “macaxeira” e “mandioca”, esta não pode ser 
considerada uma marca linguística de regionalismo. 
III- Toda a frase poderia ser substituída por “Essa ramagem aí?”, sem o prejuízo do efeito de 
sentido pretendido no texto em questão. 
IV- A frase denota a expressão de surpresa da personagem ao descobrir que “esse toco” se 
tratava da mesma planta a qual mencionara no primeiro quadrinho. 
 
Está(ão) CORRETO(s) apenas o(s) item(s): 
 
A) I, IV. 
 
B) II. 
 
C) I. 
 
D) I, III, IV. 
 
E) I, III. 
 
5. AOCP 
 
A lenda da borboleta azul 
 
 
 Há uma lenda oriental que conta a história de um homem que se tornou viúvo há muitos 
anos e só precisava cuidar de suas duas filhas. 
 As duas garotas eram muito peculiares, inteligentes e sempre muito ansiosas para aprender. 
Elas continuamente sobrecarregaram seu pai com perguntas para satisfazer seu desejo de 
conhecimento. Às vezes o pai sabia responder às suas perguntas de alguma maneira, às vezes 
achava difícil encontrar uma resposta apropriada para as duas garotas. 
 Como ele podia ver o quanto inquietas eram suas filhas, decidiu enviá-las em um feriado para 
viver com um velho sábio que vivia no topo de uma montanha e aprender com ele. Este homem 
sábio era capaz de responder a todas as perguntas que as meninas lhe perguntassem, sem 
dúvida. 
 As duas irmãs, no entanto, decidiram testar o sábio de uma maneira maliciosa, para medir 
sua verdadeira sabedoria. Certa noite, começaram as duas a inventar um plano: fazer ao sábio 
uma pergunta que ele não poderia responder. 
 “Como podemos atrair o sábio para a armadilha? Que pergunta podemos lhe fazer que ele 
não será capaz de responder? ”A irmã mais nova perguntou à irmã mais velha. 
 “Espere aqui, eu vou te mostrarimediatamente”, respondeu a mais velha das duas. 
 A irmã mais velha foi para a floresta e voltou dentro de uma hora. Ela segurava a saia como 
uma bolsa e guardava algo nela. “O que você tem aí?”, Perguntou a irmã mais nova. 
 A irmã mais velha colocou a mão na saia e mostrou à menina uma linda borboleta azul. 
 “Ela é tão linda”! O que você vai fazer com isso? 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 “Esta será a nossa ferramenta para fazer ao sábio a nossa pergunta da armadilha. Nós vamos 
procurá-lo e eu vou segurar essa borboleta na minha mão o tempo todo. Então pergunto ao sábio 
se a borboleta que tenho em minhas mãos está viva ou morta. Se o sábio disser que a borboleta 
ainda está viva, aperto minha mão para matar a borboleta. Se ele disser que a borboleta está 
morta, vou libertá-la. Por isso, não importa que tipo de resposta ele dê, sempre será errada. 
 A irmã mais nova ficou empolgada com a proposta de sua irmã, e assim ambas foram a procura 
do velho sábio. 
 “Oh sábio”, disse a irmã mais velha. “Você poderia nos dizer se a borboleta que eu seguro 
minhas mãos está viva ou morta?” 
 Ao que o homem sábio, com um sorriso travesso no rosto, respondeu: “Isso depende de você, 
ela está em suas mãos.” 
 Nosso presente e nosso futuro estão completamente em nossas próprias mãos. Portanto, 
nunca devemos culpar ninguém pelas coisas que dão errado em nossas próprias vidas. Quando 
perdemos algo ou quando apenas encontramos algo, somos sempre os responsáveis. 
 A borboleta azul representa nossas vidas. Cabe a nós determinar o que queremos fazer com 
essa vida. 
 
 
Disponível em: <https://www.revistapazes.com/a-lenda-da-borboleta 
-azul/>. Acesso em: 01 de out. de 2018. 
Sobre a linguagem do texto, é correto afirmar que 
A) usa-se uma linguagem informal, por se tratar basicamente de diálogos no decorrer do texto. 
B) a utilização da 1ª pessoa do plural (nós), em “Portanto, nunca devemos culpar ninguém pelas 
coisas que dão errado em nossas próprias vidas.”, é o que torna a linguagem do texto mais 
pessoal e informal. 
C) o texto possui uma linguagem simples, apresentando poucos desvios à Norma Culta da 
Língua Portuguesa. 
D) a utilização de aspas nas falas dos personagens é uma característica da variação informal da 
linguagem. 
E) a linguagem do texto é erudita, extremamente formal e rebuscada, seguindo fielmente a 
Norma Padrão da Língua Portuguesa. 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
6. AOCP 
 
A fundadora da Cia de Talentos escreveu esta 
carta às novas gerações 
 
 
Sofia Esteves, fundadora da Cia. de Talentos 
e consultora de carreira há 30 anos , tem algo 
a dizer para os jovens 
 
 
Por Sofia Esteves, presidente do Conselho do Grupo 
Cia. de Talentos - Publicado em 23 set 2019, 12h00 
 
 São Paulo – Eu sou apaixonada por talentos e pela força que os jovens têm em desbravar 
novos caminhos, trazendo mudanças e inovação ao mercado de trabalho. 
 Todos os anos a Cia de Talentos se empenha em coletar dados na ‘Pesquisa Carreira dos 
Sonhos’, em que conversamos com milhares de jovens da América Latina para compreender suas 
necessidades e então levar essas questões às empresas para que se organizem novamente. A 
pesquisa desse ano, com a participação de mais de 75 mil jovens profissionais do Brasil, constatou 
o que há algum tempo vem sendo anunciado. 
 As novas gerações desejam um ambiente de trabalho flexível, em que podem confiar em 
seus gestores, jornadas de trabalho remotas, transparência da alta liderança sobre o financeiro e 
sobre as ações das empresas, além de mais oportunidades de desenvolvimento e, principalmente, 
de mais tempo para viverem suas vidas pessoais. Esses não são desejos apenas dos jovens. 
Profissionais de todas as idades estão em busca de uma vida mais saudável, não é mesmo? 
 O mercado está começando a investir em construir times diversos nas empresas, 
aproveitando o que cada geração, gênero e vivência social têm de diferente, construindo visões 
estratégicas mais amplas, e dentro desse olhar, estão também os jovens talentos. Sendo assim, 
suas necessidades deixaram de ser regalias e estão se transformando em visões estratégicas 
das empresas, que buscam reter esses talentos em seus times. 
 As revoluções que os jovens trazem vão afetar o mercado de trabalho. Vocês têm muito a 
contribuir, mas é necessário fazer uma revolução gentil. Tudo o que hoje vocês criticam foi 
construído com muito empenho pelos profissionais das gerações anteriores. Tragam inovação, 
boas ideias, questões construtivas para que o novo mostre que o antigo precisa mudar, mas não 
se apeguem à ideia de que são os únicos que conhecem o caminho e que precisam derrubar tudo 
que foi construído. 
 Paciência. Esse valor não representa submissão e nem conformismo, muito menos 
comodismo. Paciência é inteligência emocional. Construam novos caminhos com humildade. Se 
permitam aprender com os profissionais mais experientes e não se percam em julgamentos. 
 Pois é, o segredo está em diferentes gerações colaborarem para construírem o novo em 
parceria, oferecendo o que cada uma tem de melhor e dessa forma agilizarem as mudanças 
necessárias para que a experiência e a inovação caminhem juntas, resultando em progresso. 
Dessa forma, todos ganham. 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Disponível em: <https://exame.abril.com.br/carreira/fundadora-da-cia-detalentos-escreve-esta-
carta-as-novas-geracoes/>. Acesso em: 22 out. 
2019. 
 
Sobre variação linguística, relacione as colunas e assinale a alternativa com a sequência 
correta. 
 
1. Variação geográfica. 
2. Variação histórica. 
3. Variação social. 
 
( ) É percebida segundo os grupos (ou classes) envolvidos, tal como uma conversa entre 
um orador jurídico e um morador de rua. 
( ) São exemplos: Vossa Mercê – você; Em boa hora – embora, expressões que foram 
mudando ao longo do tempo. 
( ) Pode ser chamada também de regionalismo. 
A) 2 – 1 – 3. 
B) 3 – 2 – 1. 
C) 1 – 3 – 2. 
D) 2 – 3 – 1. 
7. AOCP 
 
 Cachorrinhos quase humanos 
 Clara Braga 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Observei que ultimamente o termo “pais de pets” tem se popularizado e eu acho isso muito 
legal! Eu mesma me considero mãe de pet, tenho uma cadelinha linda, que é uma companheira 
da família, principalmente do meu filho. 
 Mas, uma coisa me preocupou em relação a algumas pessoas com quem conversei nos 
últimos dias. Não foi uma ou duas, foram algumas várias pessoas que compartilharam do mesmo 
pensamento. Todas disseram que decidiram ter um cachorro ou um gato para ver se levavam jeito 
para serem pais e, então, decidirem se teriam ou não filhos humanos! 
 Lembrei-me do dia que minha cadelinha chegou em casa: coloquei água, ração, deixei um 
brinquedinho à disposição e fui trabalhar. Então, lembrei-me de quando meu filho chegou: choro 
de 3 em 3 horas, peito rachado por causa da amamentação, pacotes e mais pacotes de fraldas e, 
para sair de casa, parecia que estávamos de mudança. Lembrei-me das cólicas que minha cadela 
nunca teve, das febres altas e viroses que ela nunca experimentou, dos quilos de roupas golfadas 
que nunca precisei lavar dela e dos banhos que são apenas semanais e não diários! 
 A gente ama os pets como se fossem filhos, eles são da família, aparecem nas fotos de natal, 
têm seu próprio book, dormem na nossa cama, estão sempre do nosso lado, se ficam doentes, a 
gente sofre, mas mesmo doentes não dão o trabalho que uma criança dá! 
 Comparar as situações é injusto até com o pet, já que ele também não sabe se está preparado 
para a chegada de um mini humano. Só o pet sabe o que é ter seu rabo puxado constantemente, 
ver seu pote de água sendo virado, ver brinquedos espalhados no chão e não poder brincar, enfim, 
apostoque eles também têm suas dúvidas! 
 E sabe quem mais tem dúvida? Quem já é pai e mãe, pois eles sabem que tudo que funcionou 
com um pode não funcionar com o segundo, então bate o pânico de novo! Ou seja, nada se 
compara a ter um filho, nem ter um filho! 
 Verdade seja dita, nós nunca estamos preparados, contudo damos um jeito. Depois de um dia 
difícil, segurar seu filho no colo, ganhar um beijo e um sorriso, faz você entender todo o resto. Não 
te faz esquecer, não te deixa menos cansado, não faz você levantar e sair cantando e dançando 
como se estivesse em um musical, mas faz você entender, principalmente se junto você tiver seu 
pet pronto para também ganhar e dar carinho para todo mundo. 
 
Adaptado de: http//www.cronicadodia.com.br/2019/12/cachorrinhos-quase-humanos-clara-
braga.html. Acesso em: 10 dez. 2019. 
A variante linguística empregada na maior parte no texto é 
A) formal, pois não há desvios em relação à norma culta da Língua Portuguesa. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
B) informal, pois a linguagem é descontraída, dado que a autora aborda sua própria experiência 
de vida. 
C) formal, já que há o uso de termos rebuscados e complexos, que não se aproximam da fala do 
dia a dia das pessoas. 
D) informal, tendo em vista que se aproxima muito da fala cotidiana da maioria das pessoas. 
 
8. AOCP 
 
Universitários em fim de semestre: sobreviventes 
Ruth Manus 
 Surtados, sem dormir, sem tempo para nada, mas vivos. 
 
 Tá certo que eu sou mais uma dentre uma espécie chamada “professor”, que semi morre 
todo final de ano. Mas do sofrimento dos professores ninguém duvida. Estamos até um pouco 
na moda, vira e mexe aparecem posts fofos a nosso respeito, com ursinhos, imagens de pôr do 
sol e tudo mais. 
 Mas, sejamos justos, do drama dos universitários ninguém fala. 
 Tento ser durona com meus alunos, mando parar com o mimimi do fim do semestre, mas 
acabo sempre admitindo, ainda que não conte para eles, que os coitadinhos estão mesmo 
lascados. 
 Eu me lembro bem: segundo ano da faculdade, prova oral de processo civil e previdenciário 
no mesmo dia. Fatídico dia em que o termo “gastrite” saiu das bulas de remédios e foi parar na 
minha barriga pela primeira vez. 
 Gastrite, torcicolo, enxaqueca, dor nas costas, aftas, espinhas monstruosas. Universitário em 
época de prova é o sonho de toda farmácia e o pesadelo de todo plano de saúde. 
 Homens não fazem a barba, mulheres não depilam a perna. Suspeito, às vezes, que até do 
banho eles acabem esquecendo. Mas em nome do conhecimento, tá tudo liberado. 
 Universitários no fim do ano ficam completamente xaropes. Erram o dia da prova, estudam 
a matéria errada, vão fazer exame de matéria na qual passaram direito, esquecem caneta, 
esquecem a mochila, esquecem o nome do professor, quando não esquecem o próprio nome. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Por alguns dias, essas criaturas chegam ao ponto de passar mais tempo atualizando o portal 
para tentar verificar as notas (taca-lhe pau no F5) do que no facebook, no whatsapp e no 
instagram. Juntos. 
 E entre novembro e dezembro, quando chego para dar aula antes das 8 da manhã ou ainda 
estou na faculdade depois das 22 (pois é…), tenho a sensação de estar em um episódio de The 
Walking Dead. Alunos com aspecto moribundo perambulam pelos corredores como se não 
houvesse esperança, pensando seriamente em devorar cérebros de professores para ver se 
facilita na hora da prova. 
 E se o aluno estiver precisando de meio pontinho e encontrar o professor na cantina, pode 
aparecer o Caio Castro, a Ísis Valverde, o Ashton Kutcher ou a Megan Fox, que eles NÃO saem 
de lá. Oferecem um café, compram sonho de valsa, elogiam a roupa, tudo na maior sinceridade. 
Como diria Tim Maia, vale tudo. 
 E não podemos esquecer da interminável angústia das faltas. “Professor, o sistema está 
marcando 26 faltas, mas eu juuuuuro que só faltei 3 vezes. Não sei o que houve.”. Clássico. 
Esses sistemas são mesmo uns canalhas. 
 Mas dentre os surtados, o Prêmio Nobel do Surto Acadêmico vai para os que vão defender 
o TCC. Esses já nem se recordam que existe um negócio chamado “vida”. Passam na frente da 
banca de jornal e já têm dor de barriga só de pensar na palavra “banca”. O vocabulário se 
resume a: capa dura, capítulo, rodapé, orientador, espiral e pânico. Não tem água com açúcar, 
suco de maracujá ou calmante que resolva. O único remédio para essa dor é um composto de 
8 letras: a + p + r + o + v + a + d + o. Mas, falando sério, não é fácil mesmo. Tem que ter 
muita força de vontade e compromisso. Provas, trabalhos, fichamentos, estágio, emprego, 
trânsito, ônibus, metrô, chuvaradas no fim da tarde, correria para evitar atrasos, chororô para 
justificar atrasos. Tem um ou outro fanfarrão, mas a maioria dá duro mesmo. 
 Tem conta pra pagar; casa para arrumar; relatório para entregar; filho para cuidar. Desses 
alunos que têm filho, por sinal, sou fã incondicional. 
 Não vou dizer para vocês que quando se formarem melhora. Seria mentira. As 
responsabilidades crescem em uma proporção bem incompatível com a progressão do salário; 
as horas de sono não aumentam e ainda tem uma pós, um mestrado e um futuro te esperando. 
 Mas posso dizer: vale a pena. Segurem a onda, força na peruca, inspira, respira, não pira. Já 
já o Natal tá aí. E uma hora o diploma também chega. Talvez vocês já não tenham cabelos, as 
unhas estejam completamente roídas, as olheiras tenham cor de berinjela e a miopia alcance 8 
graus em cada olho, mas acreditem gatinhos, vocês chegam lá. Palavra de quem chegou (com 
algum cabelo, alguns dentes e alguma sanidade, até que se prove o contrário ) 
Fonte: http://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/ruth-manus/universitarios-em-fim-de-semestre-
sobreviventes/ 
Assinale a alternativa correta quanto à linguagem do texto. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
A) O texto apresenta linguagem conotativa, a qual preza pela norma culta padrão, sem desvios 
gramaticais e sem linguagem figurada. 
B) O texto apresenta linguagem técnica, destinada apenas aos professores. 
C) O texto apresenta estilo de linguagem figurada, com pontuação diferente do convencional e 
uso de termos coloquiais, por exemplo. 
D) O texto apresenta linguagem formal, acessível somente aos conhecedores de um vocabulário 
complexo. 
E) O texto apresenta linguagem denotativa, a qual preza pela norma culta padrão, sem desvios 
gramaticais e sem linguagem figurada. 
9. AOCP 
Oi, Chico! 
Clarice Lispector 
 
 Oh, Chico Buarque, pois não é que recebi uma carta de uma cidade do Rio Grande do Sul, 
Santa Maria, a respeito de você e de mim? É o seguinte: a moça me lê num jornal de Porto Alegre. 
E, muito jovem, diz que sente grande afinidade comigo, que eu escrevo exatamente como ela 
sente. Mas que sua maior afinidade comigo vem do fato de eu ter escrito sobre você, Chico. Diz: 
"Eu, como você, tenho uma inclinação enorme por ele. Achava eu que esta inclinação (que é 
motivo de troça de meus amigos) era um pouco de infantilismo meu, talvez uma regressão à 
infância, mas lendo seus bilhetes descobri que não, que a razão é justamente conforme suas 
palavras: ser ele altamente gostável e possuir candura. Você também tem candura, que se 
percebe ao ler uma só linha sua." Ela, Chico, não entendeu que você não é meu ídolo; eu não 
tenho ídolos. Você para mim é um rapaz de ouro, cheio de talento e bondade. Inclusive fico 
simplesmente feliz em ouvir quinhentas vezes em seguida "A banda", e um dia desse dancei com 
um de meus filhos. Mas é só, meu caro amigo. [...] Olhe, moça simpática, sua carta é um amor, e 
tenho certeza de que Chico ia gostar de você, é impossível não. Pois se Chico tem candura, e 
você acha que também tenho, você, minha amiguinha, é mil vezes mais cândida do que nós. 
Mando-lhe um beijo e tenho certeza de que Chico lhe manda outro beijo ― não, não desmaie. [...](Texto publicado originalmente no Jornal do Brasil, de 23/03/1968 e, posteriormente, no livro 
Todas as crônicas, de 2018. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Adaptado de: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/15396/oi-chico). Acesso em: 14 ma. 2021.) 
Sobre o excerto “Achava eu que esta inclinação (que é motivo de troça de meus amigos) 
era um pouco de infantilismo meu [...]”, assinale a alternativa correta. 
A) A inversão da posição canônica de sujeito e verbo confere ao excerto um maior grau de 
informalidade. 
B) O termo “troça” é um termo típico da variedade informal do português brasileiro, sendo a 
forma feminina do substantivo “troço” e possuindo o mesmo significado que ele. 
C) O substantivo “infantilismo” é derivado de um adjetivo com o acréscimo do sufixo “-ismo”, 
assim como os substantivos “charlatanismo” e “civismo”. 
D) Os parênteses poderiam ser suprimidos sem que isso causasse mudança sintática ou 
semântica ao excerto. 
E) A oração entre parênteses completa sintaticamente o substantivo “inclinação”, sendo, 
portanto, uma oração adjetiva restritiva. 
 
10. AOCP 
 
Cachorrinhos quase humanos 
 Clara Braga 
 
 Observei que ultimamente o termo “pais de pets” tem se popularizado e eu acho isso muito 
legal! Eu mesma me considero mãe de pet, tenho uma cadelinha linda, que é uma companheira 
da família, principalmente do meu filho. 
 Mas, uma coisa me preocupou em relação a algumas pessoas com quem conversei nos 
últimos dias. Não foi uma ou duas, foram algumas várias pessoas que compartilharam do mesmo 
pensamento. Todas disseram que decidiram ter um cachorro ou um gato para ver se levavam jeito 
para serem pais e, então, decidirem se teriam ou não filhos humanos! 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Lembrei-me do dia que minha cadelinha chegou em casa: coloquei água, ração, deixei um 
brinquedinho à disposição e fui trabalhar. Então, lembrei-me de quando meu filho chegou: choro 
de 3 em 3 horas, peito rachado por causa da amamentação, pacotes e mais pacotes de fraldas e, 
para sair de casa, parecia que estávamos de mudança. Lembrei-me das cólicas que minha cadela 
nunca teve, das febres altas e viroses que ela nunca experimentou, dos quilos de roupas golfadas 
que nunca precisei lavar dela e dos banhos que são apenas semanais e não diários! 
 A gente ama os pets como se fossem filhos, eles são da família, aparecem nas fotos de natal, 
têm seu próprio book, dormem na nossa cama, estão sempre do nosso lado, se ficam doentes, a 
gente sofre, mas mesmo doentes não dão o trabalho que uma criança dá! 
 Comparar as situações é injusto até com o pet, já que ele também não sabe se está preparado 
para a chegada de um mini humano. Só o pet sabe o que é ter seu rabo puxado constantemente, 
ver seu pote de água sendo virado, ver brinquedos espalhados no chão e não poder brincar, enfim, 
aposto que eles também têm suas dúvidas! 
 E sabe quem mais tem dúvida? Quem já é pai e mãe, pois eles sabem que tudo que funcionou 
com um pode não funcionar com o segundo, então bate o pânico de novo! Ou seja, nada se 
compara a ter um filho, nem ter um filho! 
 Verdade seja dita, nós nunca estamos preparados, contudo damos um jeito. Depois de um dia 
difícil, segurar seu filho no colo, ganhar um beijo e um sorriso, faz você entender todo o resto. Não 
te faz esquecer, não te deixa menos cansado, não faz você levantar e sair cantando e dançando 
como se estivesse em um musical, mas faz você entender, principalmente se junto você tiver seu 
pet pronto para também ganhar e dar carinho para todo mundo. 
 
Adaptado de: http//www.cronicadodia.com.br/2019/12/cachorrinhos-quase-humanos-clara-
braga.html. Acesso em: 10 dez. 2019. 
Considerando a função, a estrutura e a linguagem do texto apresentando, é correto 
afirmar que 
A) é um relato, já que a autora conta sua experiência com filhos e animais de estimação. 
B) é uma crônica, na qual se parte de um tema banal, ter um pet, para propor uma reflexão 
sobre o comportamento dos pais em relação à comparação entre ter um filho e ter animais de 
estimação. 
C) é um artigo de opinião, visto que a função do texto é persuadir os leitores a aceitarem que 
filhos e pets não devem ser tratados da mesma maneira. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
D) é uma notícia, com o intuito de informar a população sobre uma nova denominação para 
quem tem animais de estimação, “pais de pet”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
GABARITO 
 
1. A 
2. E 
3. B 
4. D 
5. C 
6. B 
7. A 
8. C 
9. C 
10. B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
4. O processo de comunicação e as funções da linguagem. 
 
1. AOCP 
 
Oi, Chico! 
Clarice Lispector 
 
 Oh, Chico Buarque, pois não é que recebi uma carta de uma cidade do Rio Grande do Sul, 
Santa Maria, a respeito de você e de mim? É o seguinte: a moça me lê num jornal de Porto Alegre. 
E, muito jovem, diz que sente grande afinidade comigo, que eu escrevo exatamente como ela 
sente. Mas que sua maior afinidade comigo vem do fato de eu ter escrito sobre você, Chico. Diz: 
"Eu, como você, tenho uma inclinação enorme por ele. Achava eu que esta inclinação (que é 
motivo de troça de meus amigos) era um pouco de infantilismo meu, talvez uma regressão à 
infância, mas lendo seus bilhetes descobri que não, que a razão é justamente conforme suas 
palavras: ser ele altamente gostável e possuir candura. Você também tem candura, que se 
percebe ao ler uma só linha sua." Ela, Chico, não entendeu que você não é meu ídolo; eu não 
tenho ídolos. Você para mim é um rapaz de ouro, cheio de talento e bondade. Inclusive fico 
simplesmente feliz em ouvir quinhentas vezes em seguida "A banda", e um dia desse dancei com 
um de meus filhos. Mas é só, meu caro amigo. [...] Olhe, moça simpática, sua carta é um amor, e 
tenho certeza de que Chico ia gostar de você, é impossível não. Pois se Chico tem candura, e 
você acha que também tenho, você, minha amiguinha, é mil vezes mais cândida do que nós. 
Mando-lhe um beijo e tenho certeza de que Chico lhe manda outro beijo ― não, não desmaie. [...] 
(Texto publicado originalmente no Jornal do Brasil, de 23/03/1968 e, posteriormente, no livro 
Todas as crônicas, de 2018. 
Adaptado de: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/15396/oi-chico). Acesso em: 14 ma. 2021.) 
A partir da leitura do texto, é correto afirmar que 
A) ele pertence ao gênero carta do leitor, uma vez que a moça de Santa Maria é leitora de 
Clarice Lispector e escreve uma carta para ela. 
B) nele predomina a função referencial da linguagem, centrada no assunto, como pode ser 
comprovado pelo fato de ter sido produzido por uma escritora de literatura. 
C) tanto a moça de Santa Maria quanto Clarice têm uma inclinação idolátrica por Chico Buarque. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
D) ele possui três interlocutores, sendo dois explícitos: Chico Buarque e a moça de Santa Maria. 
E) a moça de Santa Maria diz se identificar com Clarice porque ambas possuem candura. 
 
2. AOCP 
 
Leia os textos que seguem para responder à questão. 
 
Texto I 
 
Disponível em: ihttps://www.plural.jor.br/charges/bennet/benett-370/ Acesso em: 20 mai. 2021. 
 
Texto II 
O Bicho, 
de Manuel Bandeira (1947) 
Vi ontem um bicho 
Na imundície do pátio 
Catando comida entre os detritos. 
 
Quando achava alguma coisa, 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Não examinava nem cheirava: 
Engolia com voracidade. 
 
O bicho não era um cão, 
Não era um gato, 
Não era um rato. 
 
O bicho, meu Deus, era um homem. 
Disponível em: https://www.culturagenial.com/poema-o-bicho-manuel-bandeira/ Acesso em: 20 
mai. 2021 
 
Texto III 
O direito à alimentação adequada e as 
restrições decorrentes da pandemia 
Por Delcy Alex LinharesA pandemia da Covid-19 impôs a formulação de políticas públicas voltadas para o 
estabelecimento de “comunidades seguras”, cujo princípio geral orientador, trazido pela carta de 
Otawa da OMS, desde 1976, para o mundo, as nações, as regiões e até mesmo as comunidades 
é “a necessidade de encorajar a ajuda recíproca – cada um a cuidar de si próprio, do outro, da 
comunidade e do meio-ambiente natural”. 
Voltou-se a discutir o conceito de “populações vulneráveis”, sob a ótica da saúde e da assistência 
social, debate que começou no início dos anos 1980, com os estudos sobre a AIDS, que agora 
foi revisitado em razão do perfil das pessoas atingidas e das variáveis socioeconômicas que 
surgiram com o isolamento social imposto pela pandemia. 
No Brasil, medidas restritivas de liberdades individuais, tais como: quarentena, isolamento social, 
adoção de protocolos sanitários; e, até mesmo fechamento de fronteiras, foram autorizadas pela 
Lei 13.979/2020 e passaram a ser exigidas por meio de regras, editadas em todo o país, pelas 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
várias esferas de governo. Tais medidas têm o potencial de colocar em risco a continuidade do 
abastecimento de alimentos no país. 
O direito à alimentação adequada 
A Declaração Universal do Direitos do Homem, em seu artigo 3°, reconhece que: “todo indivíduo 
tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”; e, no art. 25°. 1, prevê que “toda a pessoa 
tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, 
principalmente quanto à alimentação 
[...]”. 
Por sua vez, o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais das Nações 
Unidas, de 1966, estabelece, em seu art. 11, o “direito de todos de usufruir de um padrão de vida 
adequado para si mesmo e sua família, incluindo moradia, vestuário e alimentação adequados, e 
à melhoria contínua das condições de vida”. 
Não é por outro motivo que o Protocolo de San Salvador reconhece expressamente, no seu art. 
12, o direito à alimentação e o relaciona com a produção, abastecimento e distribuição de 
alimentos. 
Por fim, o direito à alimentação adequada foi detalhado no Comentário Geral nº 12 do Comitê de 
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, de 
1999 [...]. 
O abastecimento de alimentos impacta muito mais que nossa dieta. A produção de alimentos traz 
inegáveis consequências para o meio ambiente, gera reflexos nas concentrações populacionais 
e afeta movimentos migratórios de natureza econômica. No entanto, as pessoas têm o direito a 
ter alimentos saudáveis e culturalmente adequados, produzidos e distribuídos por métodos 
sustentáveis, bem como o direito de definir seus próprios sistemas alimentares, o que é chamado 
de "soberania alimentar". 
Assim, a competência comum, para organizar a atividade de abastecimento de alimentos, não 
pode ser exercida de maneira que coloque em risco o direito à alimentação adequada da 
população. Deve haver uma cooperação mútua para assegurar a manutenção da atividade em 
todo o país, porque esta se destina ao atendimento de necessidades inadiáveis da sociedade; e, 
se não for mantida, coloca em perigo a soberania alimentar de toda a população. [...] 
O problema é tão sério que, provocado pelo Conselho Federal da O.A.B., na ADPF 672/DF, o 
Supremo Tribunal Federal, por intermédio do ministro Alexandre de Moraes, se posicionou [...] e, 
ao fim, concedeu-se parcialmente a medida cautelar para: 
“RECONHENDO E ASSEGURANDO O EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA CONCORRENTE DOS 
GOVERNOS ESTADUAIS E DISTRITAL E SUPLEMENTAR DOS GOVERNOS MUNICIPAIS, 
cada qual no exercício de suas atribuições e no âmbito de seus respectivos territórios, para a 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
adoção ou manutenção de medidas restritivas legalmente permitidas durante a pandemia, tais 
como, a imposição de distanciamento/isolamento social, quarentena, suspensão de atividades de 
ensino, restrições de comércio, atividades culturais e à circulação de pessoas, entre outras; 
INDEPENDENTEMENTE DE SUPERVENIÊNCIA DE ATO FEDERAL EM SENTIDO 
CONTRÁRIO, sem prejuízo da COMPETÊNCIA GERAL DA UNIÃO para estabelecer medidas 
restritivas em todo o território nacional, caso entenda necessário.” 
A decisão reputou constitucional a adoção de medidas restritivas de liberdades por parte de entes 
federativos subnacionais, da mesma forma que se reconheceu a competência comum destes para 
a organização do abastecimento alimentar. 
[...] Por fim, mesmo que a pandemia da Covid-19 faça com que o estado democrático de direito 
seja testado ao limite de suas instituições, a constituição ainda se mostra capaz de unir a 
sociedade e incentivar a colaboração mútua, de todos, não só para proteger o direito à saúde, 
mas também para assegurar a alimentação adequada. 
Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-abr-26/direito-pos-graduacao-direito-
alimentacao-restricoes-decorrentes-pandemia Acesso em: 20 de maio de 2021. 
A função da linguagem predominante no texto III é 
A) conativa, pois procura convencer os leitores a buscarem seus direitos, sobretudo em se 
tratando do direito à alimentação adequada. 
B) metalinguística, pois dá destaque à linguagem jurídica empregada no texto. 
C) referencial, uma vez que se dedica a informar o leitor, sobretudo, com relação ao direito à 
alimentação adequada no cenário pandêmico. 
D) emotiva, já que o autor evidencia sua visão sobre o direito à alimentação adequada. 
E) fática, pois se centra na comunicação entre autor e leitor, principal interessado em termos de 
conhecimento sobre direitos constitucionais. 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
3. AOCP 
 
Assinale a alternativa em que há expressão com função fática da linguagem. 
A) 
B) Tenho Tanto Sentimento Tenho tanto sentimento Que é frequente persuadir-me De que sou 
sentimental, Mas reconheço, ao medir-me, Que tudo isso é pensamento, Que não senti afinal. 
(...) 
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro" 
C) “Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido acabado.” 
D) 
E) “Não deixe para depois. Compre já seu carro novo!” 
4. AOCP 
 
Ao estabelecer as relações entre fatores constitutivos da comunicação e suas funções, 
Jakobson (autor que postula as funções básicas da linguagem) alerta para o fato de que 
cada mensagem verbal apresenta uma diversidade de funções e que é a predominância 
de uma ou de outra que determina a estrutura verbal, e não a sua exclusividade. Qual dos 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
seguintes fatores constitutivos da comunicação encontra-se adequadamente relacionado 
à sua função? 
A) Destinatário > função emotiva. 
B) Remetente > função fática. 
C) Contato > função emotiva 
D) Código > função metalinguística. 
E) Contexto > função metalinguística. 
5. AOCP 
Gregório de Matos Guerra: o Boca do Inferno 
 
 Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador (BA) e morreu em Recife (PE). Estudou 
no colégio dos jesuítas e formou-se em Direito em Coimbra (Portugal). Recebeu o apelido 
de Boca do Inferno, graças a sua irreverente obra satírica. Gregório de Matos firmou-se 
como o primeiro poeta brasileiro: cultivou a poesia lírica, satírica, erótica e religiosa. O que 
se conhece de sua obra é fruto de inúmeras pesquisas, pois Gregório não publicou seus 
poemas em vida. Por essa razão, há dúvidas quanto à autenticidade de muitos textos que 
lhe são atribuídos. 
 O poeta religioso - A preocupação religiosa do escritor revela-se no grande número de 
textos que tratam do tema da salvação espiritual do homem (...). 
 O poeta satírico – O Boca do Inferno é amplamente conhecido por suas críticas à 
situação econômica da Bahia, especialmente de Salvador, graças à expansão econômica 
chegando a fazer, inclusive, uma crítica ao então governador da Bahia Antonio Luis da 
Camara Coutinho. Além disso, suas críticas à Igreja e a religiosidade presente naquele 
momento. Essa atitude de subversãopor meio das palavras rendeu-lhe o apelido de “Boca 
do Inferno”, por satirizar seus desafetos. 
 O poeta lírico - Em sua produção lírica, Gregório de Matos se mostra um poeta 
angustiado em face à vida, à religião e ao amor. Na poesia lírico-amorosa, o poeta revela 
sua amada, uma mulher bela que é constantemente comparada aos elementos da natureza. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Além disso, ao mesmo tempo que o amor desperta os desejos corporais, o poeta é 
assaltado pela culpa e pela angústia do pecado. 
 O poeta erótico - Também alcunhado de profano, o poeta exalta a sensualidade e a 
volúpia das amantes que conquistou na Bahia, além dos escândalos sexuais envolvendo 
os conventos da cidade. 
Texto adaptado. Fonte: http://www.soliteratura.com.br/bar-roco/barroco06.php 
A função da linguagem exercida no texto é a 
A) metalinguística. 
B) emotiva. 
C) referencial. 
D) fática. 
E) conativa. 
6. AOCP 
Gregório de Matos Guerra: o Boca do Inferno 
 
 Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador (BA) e morreu em Recife (PE). Estudou 
no colégio dos jesuítas e formou-se em Direito em Coimbra (Portugal). Recebeu o apelido 
de Boca do Inferno, graças a sua irreverente obra satírica. Gregório de Matos firmou-se 
como o primeiro poeta brasileiro: cultivou a poesia lírica, satírica, erótica e religiosa. O que 
se conhece de sua obra é fruto de inúmeras pesquisas, pois Gregório não publicou seus 
poemas em vida. Por essa razão, há dúvidas quanto à autenticidade de muitos textos que 
lhe são atribuídos. 
 O poeta religioso - A preocupação religiosa do escritor revela-se no grande número de 
textos que tratam do tema da salvação espiritual do homem (...). 
 O poeta satírico – O Boca do Inferno é amplamente conhecido por suas críticas à 
situação econômica da Bahia, especialmente de Salvador, graças à expansão econômica 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
chegando a fazer, inclusive, uma crítica ao então governador da Bahia Antonio Luis da 
Camara Coutinho. Além disso, suas críticas à Igreja e a religiosidade presente naquele 
momento. Essa atitude de subversão por meio das palavras rendeu-lhe o apelido de “Boca 
do Inferno”, por satirizar seus desafetos. 
 O poeta lírico - Em sua produção lírica, Gregório de Matos se mostra um poeta 
angustiado em face à vida, à religião e ao amor. Na poesia lírico-amorosa, o poeta revela 
sua amada, uma mulher bela que é constantemente comparada aos elementos da natureza. 
Além disso, ao mesmo tempo que o amor desperta os desejos corporais, o poeta é 
assaltado pela culpa e pela angústia do pecado. 
 O poeta erótico - Também alcunhado de profano, o poeta exalta a sensualidade e a 
volúpia das amantes que conquistou na Bahia, além dos escândalos sexuais envolvendo 
os conventos da cidade. 
Texto adaptado. Fonte: http://www.soliteratura.com.br/bar-roco/barroco06.php 
Com relação à função da linguagem exercida no texto, assinale a alternativa correta. 
A) O objetivo do autor do texto é transmitir suas emoções e anseios. A realidade é transmitida 
sob o ponto de vista do emissor, a mensagem é subjetiva e centrada no emitente. 
B) O objetivo é o de influenciar, convencer o receptor de alguma coisa por meio de uma ordem. 
C) A pontuação (ponto de exclamação, interrogação e reticências) é uma característica da 
função da linguagem exercida nesse tipo de texto. Essa função é comum também em poemas 
ou narrativas de teor dramático ou romântico. 
D) A função da linguagem do texto é a mesma exercida em textos publicitários e em discursos 
políticos ou de autoridade. O objetivo dessa função é estabelecer uma relação com o emissor, 
um contato para verificar se a mensagem está sendo transmitida. 
E) A função da linguagem é de transmitir uma informação objetiva, expor dados de modo 
objetivo, não fazer comentários e transmitir impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, 
não há possibilidades de outra interpretação além da que está exposta. 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
7. AOCP 
TEXTO 
 
Considerando as funções da linguagem, qual função se destaca nesse anúncio? 
A) Emotiva, marcada pela comoção ao tratar de um tema delicado como a exploração sexual 
infantil. 
B) Metalinguística, com valorização do código responsável pela expressão da mensagem. 
C) Conativa, com o uso de recursos persuasivos voltados ao enunciatário da mensagem. 
D) Fática, utilizada para expressar ideias de modo evasivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
8. AOCP 
TEXTO IV 
 
 No início dos anos 80, a humanidade teve que se adequar às novas posturas em nome de um 
mercado globalizado. Agora, acomoda-se aos critérios do mundo digitalizado para não se excluir 
da dança orquestrada pelos artífices da vida virtual. São regras e comportamentos assentados 
sem plebiscitos ou referendos. [...] 
 Deste modo, as pessoas adentram no universo da informática, em cujo seguimento, de forma 
instigadora, vende-se a ideia de facilitação, de encurtamento de distâncias, e de inclusão social 
[…]. No caminho desses trilhos virtuais se estabelecem dependências, e as pessoas, apesar dos 
inúmeros amigos em suas redes sociais, estão sozinhas ao final de cada acesso e bate-papos. 
Essas certificam pesarosas, enfim, que as telas de computadores ou de celulares não lhes 
proporcionam aquilo que apenas outro humano poderia ceder-lhes, a exemplo do calor e afeição. 
 No modus vivendi da pressa e do estresse, enquanto marco da nova era, abre-se o leque para 
temáticas que vão desde os meandros da informática até a implantação de chips em humanos, 
sem embargo das nuvens que acondicionam informações digitais. 
 O diálogo, agora, se esvazia na perspectiva de humanos. Há um monólogo estabelecido com 
robôs ou inteligências artificiais, que vicejam superar homens, antes de servi-los, apesar da 
evidente colisão com o princípio da automação que recomenda que a máquina jamais supere 
humanos. Constata-se, todavia, que o contrário dessa premissa vai se assentando, na medida em 
que pais de família, superados por computadores, estão expostos na vala do desemprego. Nesse 
sentido, atesta-se a estruturação de uma sociedade de excluídos numa época que tanto se 
propugna por ações inclusivas. […] 
FILHO, Zilmar Wolney Aires. Fragmentos. Disponível em: 
<https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10633/Rastros-de-uma-nova-era-inteligencias-
artificiais-reproducoes-assistidas-vidas-virtuais-chips-na-pele-e-fisica-quantica>. Acesso em: 18 
jun. 2019. 
Quanto ao Texto IV, no que diz respeito aos elementos da comunicação e às funções da 
linguagem, assinale a alternativa correta. 
A) A função poética é predominante, devido às metáforas utilizadas ao longo de todo o texto. 
B) A função emotiva não está presente no texto, pois, para isso ocorrer, ele deveria estar escrito 
na 1ª pessoa do singular 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
C) No texto, predomina a função emotiva, visto que a escolha vocabular é feita de modo a 
evidenciar o ponto de vista do emissor do texto. 
D) No texto, predomina a função referencial, visto que é utilizada a 3ª pessoa do discurso de 
modo a colocar em evidência o referente, ou seja, o assunto das inteligências artificiais. 
E) No texto, predomina a função apelativa, pois há diversas marcas linguísticas que comprovam 
que o propósito comunicativo do texto é convencer o leitor. 
 
9. AOCP 
Médicos do Reino Unido recomendam cuidar 
de plantas para tratar depressão 
 
Por Rafael Battaglia 
Publicado em 09 set. 2019 
 
 
 Cuidar de uma horta, por menor que ela seja, às vezes não é tão simples. É preciso escolher 
o local certo, a quantidade exata de adubo, tomar cuidado para não regar demais e por aí vai. 
Mas (com o perdão do trocadilho) pode render bons frutos: as plantas que você cultiva no sítio, 
no jardim ou mesmo no seu apartamento podem ajudar no tratamento da depressão. 
 Recentemente, a revista Fast Company mostrou que médicos doCornbrook Medical 
Practice, uma clínica médica em Manchester, no Reino Unido, começaram a sugerir a prática da 
jardinagem para pacientes que sofrem de depressão e ansiedade. A recomendação vem da ideia 
de que o contato com a natureza (mesmo que seja apenas um vaso de planta), pode fazer bem à 
saúde. 
 Na clínica Cornbrook, há um jardim que os pacientes podem frequentar e, ainda, convidar 
amigos e familiares para ajudar a plantar ervas como a hortelã e a erva-cidreira. O projeto é uma 
parceria com a ONG Sow the City (algo como “Semeie a Cidade”, em português), que trabalha 
em conjunto com hospitais, escolas, prefeituras e empresas para desenvolver ações como jardins 
comunitários, pesquisas sobre agricultura urbana, iniciativas sustentáveis, entre outras. 
 Ecoterapia 
 Trocar remédios por sementes parece uma novidade, mas a Sow the City já desenvolve 
projetos na área da saúde há alguns anos. É o caso do programa “Hospital Beds”, que construiu 
canteiros na área externa de um hospital de Manchester para pacientes com doenças mentais. O 
objetivo é aumentar o tempo ao ar livre deles e estimular a socialização. “Há evidências de que 
pessoas socialmente isoladas têm piores resultados no tratamento”, disse à Fast Company Jon 
Ross, diretor da ONG. 
 Ao realizar uma ação, a Soy the City trabalha em conjunto com os médicos para definir qual 
tipo de terapia será o mais adequado para o lugar. Depois, os profissionais recebem treinamento 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
em jardinagem para que eles possam orientar os pacientes. As plantas prescritas são fáceis de 
cuidar. 
 [...] Aimee Gee, que trabalha na Mind, organização sobre saúde mental, disse ao The 
Guardian que os efeitos da ecoterapia vêm de uma junção de fatores: a atividade física, o convívio 
social e a melhora no humor que o contato próximo com a natureza oferece. 
 Não mora perto de um jardim comunitário? Cultivar plantas dentro de casa pode ser uma boa 
opção – até a Nasa já falou sobre isso. A agência espacial norte-americana financiou parte da 
pesquisa do cientista ambiental Bill Wolverton, cujos trabalhos mostram que as plantinhas 
melhoram a qualidade do ar. Se você desistiu da jardinagem depois de deixar sua suculenta 
morrer, talvez seja hora de dar uma segunda chance. 
 
 
Disponível em: <https://super.abril.com.br/saude/medicos-do-reino-unido-recomendam-cuidar-
de-plantas-para-tratar-depressao/>. Acesso em: 03 out. 2019. 
 
 
O excerto “Mas (com o perdão do trocadilho) pode render bons frutos [...]” revela a 
utilização de uma função da linguagem que prioriza 
 
A) o referente, visto que se destaca o assunto abordado no texto. 
B) a mensagem, pois são destacados o jogo com as palavras e a ambiguidade de sentido. 
C) o canal, porque a ênfase da comunicação está no contato estabelecido com o leitor. 
D) o emissor, visto que a expressão utilizada demonstra a opinião do autor sobre a jardinagem. 
 
10. AOCP 
Aplicativo detecta problemas de visão em 
crianças a partir de fotos 
 
Por Guilherme Eler 
Publicado em 03 out. 2019 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Graças aos smartphones, qualquer pessoa hoje carrega uma máquina fotográfica 
potente no bolso. [...] Pais orgulhosos vão postar até 1.300 fotos de seus pequenos nas redes 
sociais até que eles completem 13 anos, segundo um estudo britânico. Mas, para além de registrar 
os primeiros passos dos filhotes, imagens amadoras também podem revelar aspectos importantes 
da saúde das crianças. 
 É nisso que aposta o aplicativo CRADLE (berço, em inglês, mas também a sigla para 
“detector de leucocoria assistido por computador”), ou White Eye Detector, desenvolvido por 
pesquisadores americanos. Chama-se de “leucocoria” um tipo de reflexo anormal na pupila, 
comumente detectado em crianças. O que os criadores da ideia acreditam é que fotos de celular 
podem ser uma forma simples de se captar sinais do tipo – e diagnosticar problemas de visão 
logo no começo da vida. [...] Um artigo científico inédito que avaliou o seu funcionamento e eficácia 
foi publicado na revista Science Advances na última quarta-feira (2). 
 Assim como fotos com flash às vezes deixam quem posa de olhos vermelhos, doenças na 
vista (como retinoblastoma ou catarata, por exemplo) fazem os bebês saírem na foto com a pupila 
esbranquiçada. […] Sabendo que olhos esbranquiçados indicam problemas na visão, o algoritmo 
busca, então, detectar pixels de cor branca nas imagens. Quando os tais pixels aparecem na 
região da foto onde estão os olhos dos pequenos, a inteligência artificial acusa a chance de 
doenças na vista. 
 Mas como a ferramenta consegue entender isso? A resposta está na tecnologia de 
aprendizado da máquina. Ela consiste em apresentar milhares de fotos de bebês saudáveis e 
doentes para treinar o algoritmo – até que ele aprenda a identificar, por tentativa e erro, se há 
problema ou não na imagem. […] A inteligência artificial conseguiu diagnosticar problemas nos 
olhos de 16, uma eficácia de 80%. 
 […] Ainda que o aplicativo ofereça uma análise refinada, os pesquisadores destacam que 
o seu trabalho não substitui um diagnóstico médico de verdade. A ferramenta serviria mais como 
um ponto de partida: um teste preliminar que indica que algo não está como deveria, e precisa 
ser alvo de uma avaliação profissional. 
 No Brasil, o exame mais famoso do gênero é o “teste do olhinho” – realizado ainda na 
maternidade e obrigatório na rede pública de saúde. Ainda que pareça simples, apontar uma 
lanterninha para o rosto dos bebês pode revelar um amplo espectro de problemas oftalmológicos, 
da catarata ao câncer. 
 
Disponível em: <https://super.abril.com.br/saude/aplicativo-detectaproblemas-de-visao-em-
criancas-usando-fotos/>. Acesso em: 05 out.2019. 
Com base no texto de apoio, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a 
seguir e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
( ) Trata-se de um texto de divulgação científica que usa a menção a pesquisas científicas 
como estratégia argumentativa e persuasiva. 
( ) O texto caracteriza-se como um artigo de opinião em que a função emotiva da 
linguagem sobressai por meio de adjetivos com função qualificadora, como em “olhos 
esbranquiçados” e “bebês saudáveis”. 
( ) No excerto “CRADLE (berço, em inglês, mas também a sigla para “detector de 
leucocoria assistido por computador”)”, o elemento da comunicação evidenciado é o 
código, estratégia comum a textos que buscam a precisão informativa. 
A) F – V – V. 
B) V – F – V. 
C) V – V – V. 
D) V – F – F. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
GABARITO 
 
1.D 
2. C 
3. A 
4. D 
5. C 
6. E 
7. C 
8. C 
9. B 
10. B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
5. Relações semântico-lexicais, como metáfora, metonímia, 
antonímia, sinonímia, hiperonímia, hiponímia, reiteração, 
comparação, redundância e outras. 
 
1. AOCP 
 
Borderline: o transtorno que faz pessoas irem do "céu ao inferno" em horas 
Tatiana Pronin 
 
Uma alegria contagiante pode se transformar em tristeza profunda em um piscar de olhos porque 
alguém "pisou na bola". O amor intenso vira ódio profundo, porque a atitude foi interpretada como 
traição; o sentimento sai de controle e se traduz em gritos, palavrões e até socos. E, então, bate 
uma culpa enorme e o medo de ser abandonado, como sempre. Dá vontade de se cortar, de beber 
e até de morrer, porque a dor, o vazio e a raiva de si mesmo são insuportáveis. As emoções e 
comportamentos exaltados podem dar uma ideia do que vive alguém com transtorno de 
personalidade borderline (ou "limítrofe"). 
Reconhecido como um dos transtornos mais lesivos, leva a episódios de automutilação, abuso de 
substâncias e agressões físicas. Além disso, cerca de 10% dos pacientescometem suicídio. Além 
da montanha-russa emocional e da dificuldade em controlar os impulsos, o borderline tende a 
enxergar a si mesmo e aos outros na base do "tudo ou nada", o que torna as relações familiares, 
amorosas, de amizade e até mesmo a com o médico ou terapeuta extremamente desgastantes. 
Muitos comportamentos do "border" (apelido usado pelos especialistas) lembram os de um jovem 
rebelde sem tolerância à frustração. Mas, enquanto um adolescente problemático pode melhorar 
com o tempo ou depois de uma boa terapia, o adulto com o transtorno parece alguém cujo lado 
afetivo não amadurece nunca. 
Ainda que seja inteligente, talentoso e brilhante no que faz, reage como uma criança ao se 
relacionar com os outros e com as próprias emoções — o que os psicanalistas chamam de "ego 
imaturo". Em muitos casos, o transtorno fica camuflado entre outros, como o bipolar, a depressão 
e o uso abusivo de álcool, remédios e drogas ilícitas. 
De forma resumida, um transtorno de personalidade pode ser descrito como um jeito de ser, de 
sentir, se perceber e se relacionar com os outros que foge do padrão considerado "normal" ou 
saudável. Ou seja, causa sofrimento para a própria pessoa e/ou para os outros. Enquadrar um 
indivíduo em uma categoria não é fácil — cada pessoa é um universo, com características 
próprias. [...] 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres, mas estudos sugerem que a incidência 
seja igual em ambos os sexos. O que acontece é que elas tendem a pedir mais socorro, enquanto 
os homens são mais propensos a se meter em encrencas, ir para a cadeira ou até morrer mais 
precocemente por causa de comportamentos de risco. Quase sempre o transtorno é identificado 
em adultos jovens e os sintomas tendem a se tornar atenuados com o passar da idade. 
Transtornos de personalidade são diferentes de transtornos mentais (como depressão, 
ansiedade, transtorno bipolar, psicose etc.), embora seja difícil para leigos e desafiante até para 
especialistas fazer essa distinção, já que sobreposições ou comorbidades (existência de duas ou 
mais condições ao mesmo tempo) são muito frequentes. Não é raro que o borderline desenvolva 
transtorno bipolar, depressão, transtornos alimentares (em especial a bulimia), estresse pós-
traumático, déficit de atenção/hiperatividade e transtorno por abuso de substâncias, entre outros. 
[...] 
O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade mais intensos no início da vida adulta. Há 
situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações porque o 
paciente coloca sua própria vida ou a dos outros em risco. Por volta dos 40 ou 50 anos, a maioria 
dos "borders" melhora bastante, probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no 
tratamento. [...] 
A personalidade envolve não só aspectos herdados, mas também aprendidos, por isso a melhora 
é possível, ainda que seja difícil de acreditar no início. Se a psicoterapia é importante para ajudar 
o bipolar a identificar uma virada e evitar perdas, no transtorno de personalidade ela é o carro-
chefe do tratamento. [...] 
Medicamentos ajudam a aliviar os sintomas depressivos, a agressividade e o perfeccionismo 
exagerado, e são ainda mais importantes quando existe um transtorno mental associado. Os 
fármacos mais utilizados são os antidepressivos (flluoxetina, escitalopram, venlafaxina etc.), os 
estabilizadores de humor (lítio, lamotrigina, ácido valproico etc.), os antipsicóticos (olanzapina, 
risperidona, quietiapina etc.) e, em situações pontuais, sedativos ou remédios para dormir 
(clonazepan, diazepan, alprazolan etc.). Esses últimos costumam ser até solicitados pelos 
pacientes, mas devem ser evitados ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, 
assim como o álcool, além de causarem dependência. [...] 
 
Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/04/16/borderline-a-
doenca-que-faz-10-dos-diagnosticados-cometerem-suicidio.htm. Acesso em: 04 jan. 2021. 
Ainda em relação ao trecho “Esses últimos costumam ser até solicitados pelos pacientes, 
mas devem ser evitados ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, 
assim como o álcool, além de causarem dependência.”, os verbos destacados retomam a 
expressão “Esses últimos” e fazem referência a ela por meio de 
A) sujeito elíptico, em que se oculta um termo já de conhecimento do leitor. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
B) zeugma, em que se oculta um termo, independente de ter sido mencionado antes ou não. 
C) coesão por anáfora, em que se usa um elemento para anunciar outro, ainda não mencionado 
no texto. 
D) coesão por catáfora, em que se usa um elemento para recuperar outro, já mencionado no 
texto. 
E) referenciação nominal, em que se emprega um nome para recuperar um termo anterior. 
 
2. AOCP 
Ética Profissional: o que é e qual a sua importância 
 
A ética profissional é um dos critérios mais valorizados no mercado de trabalho. Ter uma boa 
conduta no ambiente de trabalho pode ser o passaporte para uma carreira de sucesso. Mas afinal, 
o que define uma boa ética profissional e qual sua importância? Acompanhe! 
A vida em sociedade, que preza e respeita o bem-estar do outro, requer alguns comportamentos 
que estão associados à conduta ética de cada indivíduo. A ética profissional é composta pelos 
padrões e valores da sociedade e do ambiente de trabalho que a pessoa convive. 
No meio corporativo, a ética profissional traz maior produtividade e integração dos colaboradores 
e, para o profissional, ela agrega credibilidade, confiança e respeito ao trabalho. 
Contudo, há ainda muitas dúvidas acerca do que é ética, por isso, antes de falar sobre ética 
profissional, é importante entender um pouco sobre o que é ética e qual é a diferença entre ética 
e moral. Confira: 
O que é ética? 
A palavra Ética é derivada do grego e apresenta uma transliteração de duas grafias distintas, 
êthos que significa “hábito”, “costumes” e ethos que significa “morada”, “abrigo protetor”. 
Dessa raiz semântica, podemos definir ética como uma estrutura global, que representa a casa, 
feita de paredes, vigas e alicerces que representam os costumes. Assim, se esses costumes se 
perderem, a estrutura enfraquece e a casa é destruída. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Em uma visão mais abrangente e contemporânea, podemos definir ética como um conjunto de 
valores e princípios que orientam o comportamento de um indivíduo dentro da sociedade. A ética 
está relacionada ao caráter, uma conduta genuinamente humana e enraizada, que vêm de dentro 
para fora. 
Embora “ética” e “moral” sejam palavras usadas, muitas vezes, de maneira similar, ambas 
possuem significados distintos. A moral é regida por leis, regras, padrões e normas que são 
adquiridos por meio da educação, do âmbito social, familiar e cultural, ou seja, algo que vem de 
fora para dentro. 
Para o filósofo alemão Hegel, a moral apresenta duas vertentes, a moral subjetiva associada ao 
cumprimento de dever por vontade e a moral objetiva que é a obediência de leis e normas 
impostas pelo meio. 
No entanto, ética e moral caminham juntas, uma vez que a moral se submete a um valor ético. 
Dessa forma, uma ética individual, quando enraizada na sociedade, passa a ter um valor social 
que é instituído como uma lei moral. 
A ética profissional é o conjunto de valores, normas e condutas que conduzem e conscientizam 
as atitudes e o comportamento de um profissional na organização. 
Além da experiência e autonomia em sua área de atuação, o profissional que apresenta uma 
conduta ética conquista mais respeito, credibilidade, confiança e reconhecimento de seus 
superiores e de seus colegas de trabalho. 
A conduta ética também contribui para o andamento dos processos internos, aumento de 
produtividade, realização de metas e a melhora dos relacionamentos interpessoais e do clima 
organizacional. 
Quando profissionais prezam por valorese princípios éticos como gentileza, temperança, amizade 
e paciência, existem bons relacionamentos, mais autonomia, satisfação, proatividade e inovação. 
Para isso, é conveniente que se tenha um código de conduta ética, para orientar o comportamento 
de seus colaboradores de acordo com as normas e postura da organização. 
[...] 
Cultivar a ética profissional no ambiente de trabalho traz benefícios e vantagens a todos, uma vez 
que ela proporciona crescimento a todos os envolvidos. 
 
Adaptado de: https://www.sbcoaching.com.br/etica-profissionalimportancia/. 
Acesso em: 10 mai. 2021. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
“Dessa raiz semântica, podemos definir ética como uma estrutura global, que representa 
a casa, feita de paredes, vigas e alicerces que representam os costumes. Assim, se esses 
costumes se perderem, a estrutura enfraquece e a casa é destruída.”. Nesse trecho, há 
uma 
A) metonímia. 
B) perífrase. 
C) hipérbole. 
D) símile. 
E) catacrese. 
 
3. AOCP 
O texto a seguir refere-se à questão. 
 
COMO DEFINIR OBJETIVOS QUANDO NÃO SABEMOS O QUE QUEREMOS 
 
Pilar Jericó - 11 MAI 2021 
 
 Somos estimulados a sonhar, a buscar objetivos e a nos orientar em direção ao que desejamos. 
Às vezes, o problema é que não sabemos o que queremos. É o que tenho observado em muitas 
pessoas, até em mim mesma. A dúvida aparece quando terminamos uma etapa, como concluir 
alguns estudos ou finalizar um trabalho. Também surge quando estamos cansados de uma 
determinada situação, quando temos de nos reinventar devido às circunstâncias ou quando nos 
deparamos com um fracasso ou um contratempo. [...] Um pequeno exercício de reflexão pode nos 
ajudar a recuperar sonhos e a definir objetivos que nos animem. Vejamos algumas dicas práticas. 
 Primeiro, não devemos confundir nossos sonhos com fantasias. Um sonho é um projeto que 
nos anima, como estudar algo novo, comprar um carro ou ter um filho. Pode ser mais ou menos 
ambicioso, mas nos impulsiona a nos esforçar para conseguir realizá-lo. Já uma fantasia é algo 
que vive em nossa mente, que gostamos de imaginar, mas que, no fundo, sabemos que nunca 
vamos dedicar muita energia para alcançá-lo. [...] Dar a volta ao mundo, viver nas ilhas 
paradisíacas do Pacífico ou se tornar diretor de cinema em Hollywood poderiam ser alguns 
exemplos. Aprender a diferenciar os sonhos das fantasias nos faz ser honestos conosco mesmos 
e nos alivia da pressão de conseguir estas últimas, das quais, insistimos, não necessitamos. 
 [...] Quando não sabemos o que queremos ou não temos um sonho claro, podemos fazer várias 
coisas. Por um lado, podemos recuperar sonhos do passado como forma de inspiração. A 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
adolescência é uma época muito frutífera de ideias. Valeria a pena lembrar do que gostávamos 
ou o que nos animava. O objetivo não é realizar os sonhos ao pé da letra. Talvez tenham ficado 
um pouco desatualizados ou, simplesmente, sejam impossíveis de alcançar, como se queríamos 
ser astronautas e agora temos 40 anos. Os velhos sonhos atuam como faróis, não são cartas de 
navegação, daí a importância de recuperá-los. Retomando o exemplo anterior do astronauta, 
obtemos informações sobre nós mesmos. Com esse exercício simples, lembramos que 
gostávamos de aventuras ou de estudar as estrelas. Dessa forma, podemos nos matricular em 
um curso de astronomia, comprar um telescópio ou acessar os recursos da NASA para conhecer 
mais a respeito. E você, o que gostava de fazer quando era mais jovem? O que pode extrair 
daquilo? 
 Outra forma de nos orientarmos é pensar naquilo que não queremos. Talvez este exercício não 
seja tão atraente quanto imaginar a si mesmo no futuro, mas é um passo válido. O que eu quero 
parar de fazer? Pode ser no âmbito pessoal ou profissional, como evitar me irritar por alguma 
coisa, não continuar neste trabalho ou manter uma amizade. 
 Quando estamos em uma dúvida profunda sobre o que fazer ou quais são nossos sonhos, temos 
outra opção: refletir sobre com quem gostaríamos de parecer, mesmo que seja um personagem 
de ficção. Mais uma vez, isso funciona como farol, mas volta a nos dar pistas sobre nós mesmos. 
Com este exercício, podemos tirar conclusões que nos ajudem a aterrissar na realidade e a definir 
objetivos concretos. 
 
Adaptado de: https://brasil.elpais.com/estilo/2021-05-11/ 
comodefinir-objetivos-quando-nao-sabemos-o-que-queremos.html. 
Acesso em: 14 mai. 2021. 
Quais são as figuras de linguagem presentes nos excertos “Os velhos sonhos atuam 
como faróis [...]” e “[os velhos sonhos] não são cartas de navegação [...]”, 
respectivamente? 
A) Comparação e metáfora. 
B) Metáfora e comparação. 
C) Analogia e metonímia. 
D) Metáfora e símile. 
E) Símile e comparação. 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
4. AOCP 
 
Psicologia do espaço: as implicações da arquitetura no comportamento humano 
Visto que seres humanos passam a maior parte de suas vidas em ambientes fechados, não nos 
surpreende o fato de que determinadas características do espaço construído têm um impacto 
significativo em nosso comportamento psíquico. Condições de iluminação, de escala e proporção 
assim como os materiais e suas texturas são características espaciais que emitem informações 
para nossos sentidos, afetando a maneira como nos relacionamos com o espaço, produzindo um 
sem fim de sensações e reações. 
Determinadas características do espaço construído são capazes de induzir sensações de 
tranquilidade e segurança nas pessoas, de fazer com que se sintam bem e relaxadas ou até de 
aumentar a concentração e a produtividade dos usuários em seu ambiente de trabalho. 
Independente de qual sejam as sensações que nos provocam, não se pode negar que as 
características dos espaços em que vivemos – ou trabalhamos – desempenham um papel 
fundamental na maneira como as pessoas se sentem e como elas se relacionam com o espaço. 
No entanto, pessoas foram sendo empilhadas em caixas para servir um sistema de produção em 
massa destinado a alimentar uma sociedade faminta pelo consumismo. De fato, o empilhamento, 
ou verticalização, é um fenômeno que surgiu em resposta à Revolução Industrial e ao 
consequente aumento exponencial das pessoas que, em busca de ofertas de emprego, 
começaram a abarrotar cidades completamente despreparadas para absorver tal contingente 
humano. As unidades habitacionais se tornaram mais compactas para que os edifícios pudessem 
acomodar um número cada vez maior de habitantes. 
“As características dos espaços que projetamos são capazes de induzir determinados tipos de 
comportamento nas pessoas”, diz a psicóloga ambiental e designer de interiores Migette Kaup. 
Por exemplo, projetos que incorporam noções de equilíbrio, proporção, simetria e ritmo são 
capazes de provocar uma sensação de tranquilidade e harmonia. As cores, por sua vez, também 
são capazes de provocar sensações de conforto ou estimular a comunicação entre as pessoas. 
A luz é um universo em si e depende muito da tipologia de espaço de que estamos falando. Uma 
luz suave sugere um espaço mais introspectivo, enquanto uma luz mais intensa caracteriza um 
espaço mais extrovertido. Para a psicóloga, a iluminação natural abundante é um excelente 
estímulo à produtividade e ao bem estar físico e mental das pessoas. 
Por outro lado, determinadas características espaciais provocam ansiedade, outras estimulam 
uma sensação de equilíbrio e serenidade. Acontece que nem sempre somos conscientes de 
nossas reações e acabamos agindo sem saber porquê. Irving Weiner, professor de psicologia 
ambiental do Massasoit Community College de Middleborough, Massachusetts, afirma que 
“muitas dessas características ambientais não podem ser vistas ou apreendidas por nossos 
sentidos, mas, ainda assim, são capazes de influenciar diretamente o nosso comportamento ou 
humor”. 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Adaptado de: <https://www.archdaily.com.br/br/936143/psicologiado-espaco-as-implicacoes-da-arquitetura-no-comportamentohumano>. Acesso em: 09 jul. 2020. 
Em “O sistema de produção em massa é destinado a alimentar uma sociedade faminta 
pelo consumismo.”, as palavras em destaque estão sendo utilizadas para indicar uma 
figura de linguagem denominada 
A) eufemismo. 
B) hipérbole. 
C) antítese. 
D) personificação. 
E) onomatopeia. 
 
5. AOCP 
Como Criamos Significados Na Linguagem Cotidiana? 
Lilian Ferrari 
 É comum, nos dias atuais, ouvirmos expressões como “maratonar um seriado”, “combater fake 
news” ou “bloquear um contato no WhatsApp”. E embora não tenhamos nenhuma dificuldade em 
produzir ou compreender essas expressões, nem sempre nos damos conta de que esses usos, 
como tantos outros em nossa linguagem cotidiana, não são literais, mas sim metafóricos. Isso 
porque tudo o que nos foi ensinado sobre metáforas faz com que pensemos que só é possível 
encontrá-las em textos elaborados, produzidos por especialistas que têm uma habilidade especial 
no manejo da linguagem, tais como escritores, poetas e afins. 
 A verdade, entretanto, é que as metáforas ocorrem na linguagem como reflexo do nosso 
pensamento. Somos capazes de pensar metaforicamente e, por isso, também falamos 
metaforicamente. E se é assim, faz sentido que não apenas os textos literários, mas também a 
nossa linguagem cotidiana seja permeada de metáforas. 
 Mas como são esses processos de pensamento? Por que, afinal de contas, temos a habilidade 
de pensar metaforicamente? A resposta é relativamente simples, e tem a ver com o fato de que 
temos que lidar com ideias que não fazem parte de nossa experiência corporal mais direta. Se 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
aquilo que podemos ver, ouvir, provar, cheirar ou tocar é acessível à nossa compreensão, o 
mesmo não acontece quando se trata de uma ideia abstrata como, por exemplo, o tempo. Embora 
tenhamos que lidar com o tempo em nosso cotidiano – acordamos cedo para trabalhar, tomamos 
remédios com hora marcada, etc. –, o tempo não é diretamente captável por nossos sentidos. 
Diferentemente de casas, árvores, carros, livros e tudo o que faz parte de nossa experiência direta, 
o conceito de tempo é abstrato. E, por isso, para pensarmos sobre o tempo fica mais fácil usar a 
estratégia de “traduzi-lo” para algo mais familiar. Essa espécie de tradução é justamente a 
metáfora, que nos permite tratar conceitos abstratos de forma mais concreta. 
 No caso do tempo, uma das possibilidades é pensar no tempo como se fosse espaço, e mais 
especificamente, como se fosse um local. Nesse caso, assim como podemos falar que estamos 
em um determinado lugar (ex. “Estamos na praça”), podemos nos referir a um período de tempo 
usando a mesma ideia de local (ex. “Estamos na primavera”). [...] 
Adaptado de: <http://www.roseta.org.br/pt/2020/05/29/comocriamos-significados-na-linguagem-
cotidiana>. Acesso em: 13 jul. 2020. 
A partir da leitura do texto, é correto afirmar que 
A) há outros domínios, além do tempo, em que a metáfora se aplica. 
B) o tempo é algo tangível, já que sentimos seus efeitos no nosso corpo quando envelhecemos. 
C) pensamos metaforicamente porque, em português, existe a figura de linguagem “metáfora”. 
D) criamos significados na língua a partir de termos estrangeiros, como “fake news” e 
“WhatsApp”. 
E) o uso da linguagem metafórica prejudica a intercomunicação nas situações cotidianas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
6. AOCP 
Oi, Chico! 
Clarice Lispector 
 
 Oh, Chico Buarque, pois não é que recebi uma carta de uma cidade do Rio Grande do Sul, 
Santa Maria, a respeito de você e de mim? É o seguinte: a moça me lê num jornal de Porto Alegre. 
E, muito jovem, diz que sente grande afinidade comigo, que eu escrevo exatamente como ela 
sente. Mas que sua maior afinidade comigo vem do fato de eu ter escrito sobre você, Chico. Diz: 
"Eu, como você, tenho uma inclinação enorme por ele. Achava eu que esta inclinação (que é 
motivo de troça de meus amigos) era um pouco de infantilismo meu, talvez uma regressão à 
infância, mas lendo seus bilhetes descobri que não, que a razão é justamente conforme suas 
palavras: ser ele altamente gostável e possuir candura. Você também tem candura, que se 
percebe ao ler uma só linha sua." Ela, Chico, não entendeu que você não é meu ídolo; eu não 
tenho ídolos. Você para mim é um rapaz de ouro, cheio de talento e bondade. Inclusive fico 
simplesmente feliz em ouvir quinhentas vezes em seguida "A banda", e um dia desse dancei com 
um de meus filhos. Mas é só, meu caro amigo. [...] Olhe, moça simpática, sua carta é um amor, e 
tenho certeza de que Chico ia gostar de você, é impossível não. Pois se Chico tem candura, e 
você acha que também tenho, você, minha amiguinha, é mil vezes mais cândida do que nós. 
Mando-lhe um beijo e tenho certeza de que Chico lhe manda outro beijo ― não, não desmaie. [...] 
(Texto publicado originalmente no Jornal do Brasil, de 23/03/1968 e, posteriormente, no livro 
Todas as crônicas, de 2018. 
Adaptado de: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/15396/oi-chico). Acesso em: 14 ma. 2021.) 
Qual é a figura de linguagem presente nos excertos “Inclusive fico simplesmente feliz em 
ouvir quinhentas vezes em seguida ‘A banda’ [...]” e “[...] você, minha amiguinha, é mil 
vezes mais cândida do que nós.”? 
A) Hipérbole. 
B) Eufemismo. 
C) Metáfora. 
D) Pleonasmo. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
E) Gradação. 
7. AOCP 
 
COMO DEFINIR OBJETIVOS QUANDO NÃO SABEMOS O QUE QUEREMOS 
Pilar Jericó - 11 MAI 2021 
 
 Somos estimulados a sonhar, a buscar objetivos e a nos orientar em direção ao que desejamos. 
Às vezes, o problema é que não sabemos o que queremos. É o que tenho observado em muitas 
pessoas, até em mim mesma. A dúvida aparece quando terminamos uma etapa, como concluir 
alguns estudos ou finalizar um trabalho. Também surge quando estamos cansados de uma 
determinada situação, quando temos de nos reinventar devido às circunstâncias ou quando nos 
deparamos com um fracasso ou um contratempo. [...] Um pequeno exercício de reflexão pode nos 
ajudar a recuperar sonhos e a definir objetivos que nos animem. Vejamos algumas dicas práticas. 
 Primeiro, não devemos confundir nossos sonhos com fantasias. Um sonho é um projeto que 
nos anima, como estudar algo novo, comprar um carro ou ter um filho. Pode ser mais ou menos 
ambicioso, mas nos impulsiona a nos esforçar para conseguir realizá-lo. Já uma fantasia é algo 
que vive em nossa mente, que gostamos de imaginar, mas que, no fundo, sabemos que nunca 
vamos dedicar muita energia para alcançá-lo. [...] Dar a volta ao mundo, viver nas ilhas 
paradisíacas do Pacífico ou se tornar diretor de cinema em Hollywood poderiam ser alguns 
exemplos. Aprender a diferenciar os sonhos das fantasias nos faz ser honestos conosco mesmos 
e nos alivia da pressão de conseguir estas últimas, das quais, insistimos, não necessitamos. 
 [...] Quando não sabemos o que queremos ou não temos um sonho claro, podemos fazer várias 
coisas. Por um lado, podemos recuperar sonhos do passado como forma de inspiração. A 
adolescência é uma época muito frutífera de ideias. Valeria a pena lembrar do que gostávamos 
ou o que nos animava. O objetivo não é realizar os sonhos ao pé da letra. Talvez tenham ficado 
um pouco desatualizados ou, simplesmente, sejam impossíveis de alcançar, como se queríamos 
ser astronautas e agora temos 40 anos. Os velhos sonhos atuam como faróis, não são cartas de 
navegação, daí a importância de recuperá-los. Retomando o exemplo anterior do astronauta, 
obtemos informações sobre nós mesmos. Com esse exercício simples, lembramos que 
gostávamos de aventuras ou de estudar as estrelas. Dessa forma, podemos nos matricular em 
um curso de astronomia, comprar um telescópio ou acessar os recursos da NASA para conhecer 
mais a respeito. E você, o que gostava de fazer quando era mais jovem? O que pode extrair 
daquilo? 
 Outra formade nos orientarmos é pensar naquilo que não queremos. Talvez este exercício não 
seja tão atraente quanto imaginar a si mesmo no futuro, mas é um passo válido. O que eu quero 
parar de fazer? Pode ser no âmbito pessoal ou profissional, como evitar me irritar por alguma 
coisa, não continuar neste trabalho ou manter uma amizade. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Quando estamos em uma dúvida profunda sobre o que fazer ou quais são nossos sonhos, 
temos outra opção: refletir sobre com quem gostaríamos de parecer, mesmo que seja um 
personagem de ficção. Mais uma vez, isso funciona como farol, mas volta a nos dar pistas sobre 
nós mesmos. Com este exercício, podemos tirar conclusões que nos ajudem a aterrissar na 
realidade e a definir objetivos concretos. 
Adaptado de: https://brasil.elpais.com/estilo/2021-05-11/como-definir-objetivos-quando-nao-
sabemos-o-que-queremos.html. Acesso em: 14 mai. 2021. 
Quais são as figuras de linguagem presentes nos excertos “Os velhos sonhos atuam 
como faróis [...]” e “[os velhos sonhos] não são cartas de navegação [...]”, 
respectivamente? 
A) Comparação e metáfora. 
B) Metáfora e comparação. 
C) Analogia e metonímia. 
D) Metáfora e símile. 
E) Símile e comparação. 
 
8. AOCP 
Consumo Consciente 
Helio Mattar 
 
A adoção de processos sustentáveis é uma questão não de escolha, mas de sobrevivência. Não 
desta ou daquela empresa, mas da vida de todos os indivíduos do planeta. Portanto, é 
imprescindível que os valores da sustentabilidade sejam incorporados a marcas, bens, serviços e 
aos pequenos atos do cotidiano. Pesquisas realizadas ao longo de dez anos de trabalho para 
conscientizar a população das formas mais racionais e sustentáveis de consumir comprovam que 
quem investe em sustentabilidade ganha também na preferência do consumidor. Afinal, 65% dos 
chamados formadores de opinião discutem o comportamento ético socioambiental de empresas, 
assim como 41% da população brasileira, segundo a Pesquisa Responsabilidade Social das 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Empresas - Percepção do Consumidor Brasileiro, realizada pelo Instituto Akatu e pelo Instituto 
Ethos, em dezembro de 2010. Hoje, dois em cada cinco brasileiros já topam pagar um pouco mais 
por uma marca que seja mais sustentável. 
As empresas obviamente precisam de lucros, mas os interesses empresariais devem ir muito além 
da esfera monetária e focar, principalmente, uma sociedade melhor para todos. E cada membro 
dessa sociedade sustentável deve necessariamente superar o consumismo para assentar bases 
mais no durável e menos no descartável, mais no virtual e menos no físico, mais no público ou no 
compartilhado e menos no individual, mais no uso que na posse, mais no renovável que no fóssil, 
mais na cooperação que na competição. 
As corporações e a propaganda podem contribuir fortemente como indutoras desse novo estilo 
de vida ao estimular a imaginação e a projeção de um futuro sustentável e desejável e ao investir 
em meios para alcançar esse futuro: inovação de processos, de produtos e de comportamentos, 
reforço de novos valores da sustentabilidade e articulação, pressão, parceria por novas políticas 
públicas para novos projetos, com variados e novos agentes. 
Hoje, as mudanças já vêm ocorrendo e, com um atributo muito simples, é possível acelerar na 
direção da sustentabilidade: comunicação clara e transparente. Do rótulo à campanha na TV. O 
consumidor precisa de informações sobre os impactos ambientais e sociais de seu consumo para 
que possa exercer escolhas conscientes. Dando informação confiável, a corporação não só 
destaca seu produto e melhora a cadeia produtiva, mas também aumenta o protagonismo do 
consumidor. Mostra respeito por ele e diz "você é nosso parceiro rumo à sociedade sustentável". 
Essa é a arma mais eficaz a ser posta a serviço da sociedade. Quanto mais marcas e agências 
de publicidade o fizerem, mais contribuirão para uma vida melhor para todos, hoje e no futuro. 
Helio Mattar, 63, PhD em engenharia industrial, é diretor-presidente do Instituto Akatu, ONG que 
trabalha há dez anos pelo consumo consciente. 
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/topofmind/2011/10/996028-opiniao-consumo-
consciente.shtml Acesso em: 04 dez. 2020. 
Analise o período que segue. “Essa é a arma mais eficaz a ser posta a serviço da 
sociedade.”. Sobre esse período, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma 
a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta. 
( ) Para entendimento de tal período, os termos empregados devem ser lidos em sentido 
denotativo. ( ) O autor propõe ao leitor uma leitura metafórica do período. ( ) Há uma 
comparação entre uma “arma”, combativa, e uma suposta ação sustentável e 
transparente por parte de empresas. ( ) O termo “arma”, nesse trecho, é lido como 
recurso, meio, expediente de ação. ( ) Por seu teor altamente letal, o termo “arma”, nesse 
trecho, subjaz um sentido negativo. 
A) V – V – V – F – F. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
B) F – F – F – V – V. 
C) F – V – V – V – F. 
D) V – F – F – V – V. 
E) F – V – V – F – F. 
 
9. AOCP 
 
“Estamos Enlouquecendo Nossas Crianças! Estímulos Demais... Concentração de 
Menos” 31 Maio 2015 em Bem-Estar, filhos 
 
 Vivemos tempos frenéticos. A cada década que passa o modo de vida de 10 anos atrás 
parece ficar mais distante: 10 anos viraram 30, e logo teremos a sensação de ter se passado 
50 anos a cada 5. E o mundo infantil foi atingido em cheio por essas mudanças: já não se 
educa (ou brinca, alimenta, veste, entretêm, cuida, consola, protege, ampara e satisfaz) 
crianças como antigamente! 
 O iPad, por exemplo, já é companheiro imprescindível nas refeições de milhares de 
crianças. Em muitas casas a(s) TV(s) fica(m) ligada(s) o tempo todo na programação infantil 
– naqueles canais cujo volume aumenta consideravelmente durante os comerciais – 
mesmo quando elas estão comendo com o iPad à mesa. 
 Muitas e muitas crianças têm atividades extracurriculares pelo menos três vezes por 
semana, algumas somam mais de 50 horas semanais de atividades, entre escola, cursos, 
esportes e reforços escolares. 
 Existe em quase todas as casas uma profusão de brinquedos, aparelhos, recursos e 
pessoas disponíveis o tempo todo para garantir que a criança “aprenda coisas” e não 
“morra de tédio”. As préescolas têm o mesmo método de ensino dos cursos pré-
vestibulares. 
 Tudo está sendo feito para que, no final, possamos ocupar, aproveitar, espremer, sugar, 
potencializar, otimizar e, finalmente, capitalizar todo o tempo disponível para impor às 
nossas crianças uma preparação praticamente militar, visando seu “sucesso”. O ar nas 
casas onde essa preocupação é latente chega a ser denso, tamanha a pressão que as 
crianças sofrem por desenvolver uma boa competitividade. Porém, o excesso de estímulos 
sonoros, visuais, físicos e informativos impedem que a criança organize seus pensamentos 
e atitudes, de verdade: fica tudo muito confuso e nebuloso, e as próprias informações se 
misturam fazendo com que a criança mal saiba descrever o que acabou de ouvir, ver ou 
fazer 
 Além disso, aptidões que devem ser estimuladas estão sendo deixadas de lado: Crianças 
não sabem conversar. Não olham nos olhos de seus interlocutores. Não conseguem focar 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
em uma brincadeira ou atividade de cada vez (na verdade a maioria sequer sabe brincar 
sem a orientação de um adulto!). Não conseguem ler um livro, por menor que seja. Não 
aceitam regras. Não sabem o que é autoridade. Pior e principalmente: não sabem esperar. 
Todas essas qualidades são fundamentais na construção de um ser humano íntegro, 
independente e pleno, e devem ser aprendidas em casa, em suas rotinas. 
 Precisamos pausar. Parar e olhar em volta. Colocar a mão na consciência, tirá-la um 
pouco da carteira, do telefone e do volante: estamos enlouquecendo nossas crianças, e as 
estamos impedindo de entendere saber lidar com seus tempos, seus desejos, suas 
qualidades e talentos. Estamos roubando o tempo precioso que nossos filhos tanto 
precisam para processar a quantidade enorme de informações e estímulos que nós e o 
mundo estamos lhes dando. 
 Calma, gente. Muita calma. Não corramos para cima da criança com um iPad na mão a 
cada vez que ela reclama ou achamos que ela está sofrendo de “tédio”. Não obriguemos a 
babá a ter um repertório mágico, que nem mesmo palhaços profissionais têm, para manter 
a criança entretida o tempo todo. O “tédio” nada mais é que a oportunidade de estarmos 
em contato conosco, de estimular o pensamento, a fantasia e a concentração. 
 Sugiro que leiamos todos, pais ou não, “O Ócio Criativo” de Domenico di Masi, para que 
entendamos a importância do uso consciente do nosso tempo. 
 E já que resvalamos o assunto para a leitura: nossas crianças não lêem mais. Muitos 
livros infantis estão disponíveis para tablets e iPads, cuja resposta é imediata ao menor 
estímulo e descaracteriza a principal função do livro: parar para ler, para fazer a mente 
respirar, aprender a juntar uma palavra com outra, paulatinamente formando frases e 
sentenças, e, finalmente, concluir um raciocínio ou uma estória. 
 Cerquem suas crianças de livros e leiam com elas, por amor. Deixem que se esparramem 
em almofadas e façam sua imaginação voar! 
 
(Fonte: http://www.saudecuriosa.com.br/estamos-enlouquecendo-nossas-criancas-
estimulos-demais-concentracao-de-menos/) 
Nas frases: “Vivemos tempos frenéticos”, “Precisamos pausar”, entre outras, podemos 
observar qual figura de linguagem? 
A) Silepse de pessoa. 
B) Perífrase. 
C) Elipse. 
D) Pleonasmo. 
E) Eufemismo. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 
10. AOCP 
TEXTO 1 
 
O que galáxias distantes dizem sobre a evolução do Universo 
Observar galáxias distantes nos ajuda a montar o quebra-cabeça do Universo: quanto mais longe 
enxergamos, mais ao passado voltamos 
 
Seria legal se pudéssemos passar um filminho revelando a história das galáxias e ver também 
como era a Via Láctea no passado. Mas, como não podemos, temos que observar as galáxias 
distantes e tentar montar o quebra-cabeça de como esses astros fantásticos evoluem. 
O telescópio espacial Hubble é peça-chave para desvendar essa história. Com ele, conseguimos 
captar a luz com mais nitidez, já que ela não sofre interferência da atmosfera, mas mesmo assim 
temos que deixá-lo aberto por muito tempo para obter a luz fraquinha das galáxias distantes. 
Em 1995, o ex-diretor do Hubble, Bob Williams, fez a primeira imagem das profundezas do 
Universo exatamente assim. A equipe do Hubble escolheu uma região do céu sem nenhuma 
estrela brilhante por perto para garantir que não interferisse na imagem das galáxias de fundo. E 
deixou o Hubble aberto durante dez dias captando a luz da mesma região. Uma região do céu 
que parecia totalmente vazia mostrou uma imagem incrível cravejada de galáxias. 
O Universo é como se fosse uma “máquina do tempo”: quanto mais longe enxergamos, mais ao 
passado voltamos. Se vemos uma galáxia a 1 bilhão de anos-luz de nós, significa que a sua luz 
levou 1 bilhão de anos atravessando o espaço para chegar até aqui. Ou seja, estamos vendo a 
galáxia como ela era há 1 bilhão de anos, no passado, e não como ela é agora. 
Desde a imagem histórica feita pelo Hubble, já tivemos muitas outras das profundezas do 
Universo. E elas revelam que as galáxias mais longínquas parecem bem pequenas por causa da 
distância, como era de se esperar, mas descobrimos também que elas são realmente menores e 
não possuem formatos bem definidos. Isso significa que elas crescem e se transformam com o 
tempo. 
A galáxia mais distante já observada é a GN-z11, que está a 13,4 bilhões de anos-luz de nós! Ou 
seja, estamos vendo como ela era quando o Universo tinha apenas 400 milhões de anos. Ela fica 
na constelação de Ursa Maior e parece um pontinho vermelho na imagem do Hubble. 
Essas galáxias muito distantes estão se afastando aceleradamente de nós, por isso vemos sua 
luz sempre mais avermelhada do que deveria ser. Porém, nem os olhos humanos nem o Hubble 
conseguem captar o extremo da luz vermelha que precisamos obter para ver mais além. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Por isso, necessitamos de instrumentos como o telescópio James Webb. Ele captará luz 
infravermelha e enxergará ainda mais longe que o Hubble. Seu lançamento está previsto para 
2021, segundo a Nasa, e estamos muito empolgadas com a enxurrada de novas peças para 
ajudar a solucionar nosso quebra-cabeça galáctico. 
Fonte: Adaptado de: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2020/01/o-que-
galaxias-distantes-dizem-sobre-evolucao-do-universo.html. Acesso em: 19 jan. 2020. 
No trecho "Uma região do céu que parecia totalmente vazia mostrou uma imagem incrível 
cravejada de galáxias”, do Texto 1, utiliza-se a figura de linguagem 
A) comparação. 
B) metonímia. 
C) metáfora. 
D) sinestesia. 
E) sinédoque. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
GABARITO 
 
1. A 
2. D 
3. A 
4. D 
5. A 
6. A 
7. A 
8. C 
9. C 
10. C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
6. Norma ortográfica. 
 
1- AOCP 
 
Leia o texto abaixo para responder à questão. 
 
Guerra de narrativas (adaptado) 
 
 Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira ou de frente à telinha, passamos 
a uma dimensão em que é tênue a fronteira entre o real e o imaginário, o território dos mitos, as 
sutis engrenagens do nosso modelo social. Esse ritual repete-se há pelo menos 50 mil anos. E, 
como é da natureza do que é fundamental, histórias são simples. Todas têm começo, meio e fim; 
personagens e protagonistas; um cenário e um tempo. E mais: toda trama possui um narrador, 
alguém que escolhe que causo contar, onde o enredo começa e onde termina, o que entra e o 
que sai. Esse narrador nem sempre é visível, não há como apontar o autor de um mito ou do que 
entendemos como senso comum. 
 Repetimos a balela do descobrimento da América sem pensar que aqui já viviam pessoas antes 
da invasão europeia. Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colaboração, histórias 
determinam e influenciam o comportamento social. Se repetimos a narrativa de opressão, 
perpetuamos sua essência. 
 A habilidade narrativa determina quem tem voz. A tensão entre grupos em disputa pela narrativa 
é tão velha quanto a linguagem. Religiões e impérios sempre espalharam suas falas e disputaram 
a atenção. Identificar essas narrativas e a quem servem é o caminho para delimitar quem nos fala 
e inferir o que nos isola ou ajuda a colaborar. 
 Não existe narrador isento. Por mais cuidadoso que seja, cada um carrega seu conjunto de 
valores e é perpassado pelos julgamentos e assunções que vêm com a cultura do grupo. Mesmo 
que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre parte de sua visão de 
mundo. 
 https://vidasimples.co/conviver/guerra-de-narrativas/ 
Em relação às regras de acentuação gráfica da Língua Portuguesa, assinale a alternativa 
incorreta. 
A) O verbo “ter” é acentuado, no trecho “Todas têm começo”, para concordar com o sujeito que 
está na terceira pessoa do plural. 
B) No trecho “alguém que escolhe que causo contar”, a palavra acentuada em destaque recebe 
acento, pois é uma palavra oxítona terminada em “em”. 
C) A palavra “já” é acentuada no trecho “aqui já viviam”, pois é um monossílabo tônico terminado 
em “a”. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
D) No trecho “Religiões e impérios sempre espalharam”, a palavra “impérios” é acentuada pois é 
uma paroxítona terminada em “os”. 
 
2- AOCP 
 
Leia o texto “Como o conceito tradicional de masculinidade afeta os meninos?” dos 
escritores Tory Oliveira e Paula Calçade, para responder à questão a seguir. 
 
Como o conceito tradicional de masculinidade afeta os meninos? (adaptado) 
 
Deixar de dizerque ama um amigo, não poder abraçar quem se gosta, esconder seus sentimentos 
e não poder chorar. Para muitos meninos, essas são algumas das regras não escritas das 
masculinidades. Nascido dos debates sobre gênero, o conceito de masculinidades abarca as 
regras sociais delimitadas aos homens para que eles construam sua maneira de agir consigo, 
com o outro e com a sociedade. Muito cedo se aprende que a pena para quem não seguir um 
código estrito, que define a masculinidade, é ser visto como “menos homem”, associado à 
feminilidade, e, assim, estar vulnerável à violência e ao bullying dos pares. 
 
 Segundo Marcelo Hailer, pesquisador do Núcleo Inanna de Pesquisas sobre Sexualidades, 
Feminismos, Gêneros e Diferenças, da PUC-SP, “A narrativa social valoriza homens brancos, 
heterossexuais, fortes, com condições econômicas favoráveis”. Para o pesquisador, a escola 
pode ser um campo de cobranças dessa performance masculina. A ausência de discussões sobre 
o impacto disso para meninos e meninas pode resultar em violência dentro do ambiente escolar. 
“Enquanto não houver debate nas escolas, esses valores vão continuar resultando em violência 
física e psicológica, porque não há outras alternativas para essas crianças lidarem com as 
angústias e dúvidas em outros lugares também”. 
 
 “A maneira como os garotos são criados faz com que aprendam a esconder os sentimentos por 
trás de uma máscara de masculinidade” afirma o psicólogo americano William Pollack no 
documentário “A Máscara em Que Você Vive” (2015). Disponível atualmente na Netflix, o filme 
introduz o debate sobre masculinidades de maneira acessível, mostrando como essa construção 
rígida do que é ser homem impacta a vida, a educação e a saúde de meninos. “Os homens têm 
dificuldade de expressar aquilo que sentem. Em geral, isso se dá por meio da violência: quando 
está triste, com raiva, quando sente medo ou insegurança, em todos esses aspectos, a violência 
é uma fuga muito grande. Temos uma dificuldade de entender os sentimentos e de lidar com eles 
de maneira não violenta”, explica Caio César Santos, professor de Geografia, youtuber e 
pesquisador de masculinidades desde 2015. 
 
(Fonte: Nova Escola) 
Leia atentamente o texto acima e, de acordo com a Gramática Normativa da Língua 
Portuguesa, analise as afirmativas e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F). 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
( ) Na expressão “Muito cedo se aprende”, é correto dizer que há dois advérbios: um se liga ao 
verbo “aprender”, modificando-o e outro se liga ao advérbio “cedo”, intensificando-lhe o sentido. 
( ) Se, no trecho “associado à feminilidade”, substituíssemos a palavra “feminilidade” pela palavra 
“masculinidade”, esse trecho deveria ser reescrito como “associado a masculinidade”, sem o 
acento grave, indicador de crase, já que se trata de palavra masculina. 
( ) O uso do acento gráfico no trecho “Os homens têm dificuldade” justifica-se pela mesma razão 
do que o uso na palavra “também”, ou seja, são oxítonas terminadas em “em”. 
( ) No trecho “geral, isso se dá por meio da violência”, a palavra destacada é um pronome 
demonstrativo que tem função anafórica, já que retoma uma ideia já enunciada no texto. 
 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo. 
A) V, F, F, V. 
B) F, V, V, V. 
C) V, V, V, F. 
D) F, F, F, F. 
 
3- AOCP 
 
Leia os enunciados abaixo: 
 
“Os jovens rapazes ________ muita energia porque comem muito _______.” 
“Não adianta! Eles ______ que estão fazendo tudo corretamente, porém, o __________ nunca 
fica pronto no prazo pedido.” 
 
Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas: 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
A) Tem, dendê; crêem, protótipo. 
B) Têm, dende; crêem, prototipo. 
C) Tem, dende; creem, prototipo. 
D) Têm, dendê; creem, protótipo. 
 
4- AOCP 
 
Segundo Cereja & Cochar (2009, p.73), Ortografa “[...] é o conjunto de regras 
estabelecidas pela gramática normativa que ensina a grafa correta das palavras.” Isto 
posto, leia atentamente as alternativas abaixo e assinale a incorreta: 
A) Isto está acontecendo há anos; 
B) Você não vai dizer o porquê de sua decisão? 
C) Defnitivamente, você é um mal elemento. 
D) A janela meio aberta deixava o vento da noite adentrar no apartamento. 
 
5- AOCP 
 
Com base na leitura atenta de trechos do texto a seguir, responda a questão a seguir. 
 
14 de JUNHO ...Está chovendo. Eu não posso ir catar papel. O dia que chove eu sou mendiga. 
Já ando mesmo trapuda e suja. Já uso uniforme dos indigentes. E hoje é sábado. Os favelados 
são considerados mendigos. Vou aproveitar a deixa. A Vera não vai sair comigo porque está 
chovendo. (...) Ageitei um guarda-chuva velho que achei no lixo e saí. Fui no Frigorifico, ganhei 
uns ossos. Já serve. Faço sopa. Já que a barriga não fica vazia, tentei viver com ar. Comecei 
desmaiar. Então resolvi trabalhar porque eu não quero desistir da vida. 
 Quero ver como é que eu vou morrer. Ninguem deve alimentar a ideia de suicidio. Mas hoje 
em dia os que vivem até chegar a hora da morte, é um heroi. Porque quem não é forte desanima. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 ...Vi uma senhora reclamar que ganhou só ossos no Frigorifico e que os ossos estavam 
limpos. - E eu que gosto tanto de carne. 
 Fiquei nervosa ouvindo a mulher lamentar-se porque é duro a gente vir ao mundo e não 
poder nem comer. Pelo que observo, Deus é o rei dos sabios. Ele pois os homens e os animais 
no mundo. Mas os animais quem lhes alimenta é a Natureza porque se os animais fossem 
alimentados igual aos homens, havia de sofrer muito. Eu penso isto, porque quando eu não tenho 
nada para comer, invejo o animais. 
 ...Enquanto eu esperava na fila para ganhar bolachas ia ouvindo as mulheres lamentar-se 
outra mulher reclamava que passou numa casa e pediu uma esmola. A dona da casa mandou 
esperar (...) A mulher continuou dizendo que a dona da casa surgiu com um embrulho e deu-lhe. 
Ela não quiz abrir o embrulho perto das colegas, com receio que elas pedissem. Começou pensar. 
Será um pedaço de queijo? Será carne? Quando ela chegou em casa, a primeira coisa que fez, 
foi desfazer o embrulho porque a curiosidade é amiga das mulheres. Quando desfez o embrulho 
viu que eram ratos mortos. 
 Tem pessoas que zombam dos que pedem. [...] Mas os mendigos já estão habituados a 
ganhar as bolachas todos os sabados. 
 Não ganhei bolacha e fui na feira, catar verduras. Encontrei com a dona Maria do José Bento 
e começamos a falar sobre o custo de vida. 
 
 
Ref. JESUS, Carolina Maria. Quarto de Despejo, diário de uma favelada. São Paulo, Editora 
Ática, 2001 [1960], 8ª Edição, pg. 55-56. 
Leia atentamente as alternativas abaixo e assinale a alternativa de acordo com as regras 
gramaticais da Língua Portuguesa que possui a justificativa incorreta. 
A) O trecho “Já uso uniforme dos indigentes. E hoje é sábado. Os favelados são considerados 
mendigos. Vou aproveitar a deixa.” é composto por quatro períodos simples. 
B) No trecho “Ninguem deve alimentar a ideia de suicidio”, as palavras destacadas não 
obedecem às regras de acentuação, pois deveriam receber acento gráfico, já que “ninguém” é 
uma oxítona terminada em “em” e “suicídio” é uma proparoxítona. 
C) No trecho “Ela não quiz abrir o embrulho perto das colegas” a palavra destacada não está 
grafada de acordo com a regra ortográfica da Língua Portuguesa. 
D) No trecho “Mas hoje em dia os que vivem até chegar a hora da morte, é um heroi.” os termos 
destacados apresentam um erro de concordância verbal, pois o verbo “ser” não está flexionado 
corretamente com o seu sujeito “os”. 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
6- AOCP 
 
Para responder à questão, leia com atenção partes do artigo escrito por Luciana Alvarez 
sobre a educação a distância. 
 
A discussão sobre ensino a distância na educação básica 
(adaptado)As formas como a tecnologia deve ser usada na educação básica atiçam polêmicas que 
parecem longe de terminar. Recentemente, o Conselho Nacional de Educação estudou uma 
proposta para estabelecer um limite da carga horária da etapa do ensino médio que poderia ser 
oferecida a distância (EAD). [...] 
 Betina von Staa, responsável pelo CensoEad.Br da Associação Brasileira de Educação a 
Distância (Abed), é uma das vozes a criticar com veemência esse tipo de regulamentação. “No 
ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialogar. Iniciativas para 
estudar de casa só devem ser cogitadas em casos de necessidade absoluta e para alunos mais 
velhos, do EJA (educação de jovens e adultos)”, afirma. Ela, contudo, é uma entusiasta do uso da 
tecnologia na escola. “O modelo que precisamos adotar é o híbrido, usando o suporte que faça 
sentido para cada ação, sem tentar separar o que é presencial e o que é a distância.” 
 Segundo Betina, o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20% 
da carga horária em EAD, foi extremamente prejudicial para o ensino presencial, que acabou 
estagnado. Ela teme que o ensino médio siga pelo mesmo caminho. [...] 
 “Tecnologia educacional a gente usa de acordo com a situação, caso a caso. Não se pode 
colocar todo mundo na frente de uma tela, porque não funciona. Mas tampouco existe um número 
mágico do quanto de estudo pode ser feito em casa”, diz Betina. [...] Mas, se o objetivo é apenas 
decorar conceitos e regras, basta um aplicativo e o estudante pode ficar em casa mesmo, ironiza. 
“Mas não é isso que a gente quer”, diz em seguida. [...] Em compensação, um projeto colaborativo 
de geografa pode ganhar mais diversidade se, por meio da tecnologia, envolver estudantes de 
várias partes do país. 
 
 
Fonte: Revista Educação, por Luciana Alvarez 
De acordo com a leitura atenta do artigo anterior e com a Gramática Normativa da Língua 
Portuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta. 
 
I. No trecho “No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a 
dialogar.”, a acentuação do verbo destacado tem a função de indicar que ele está no plural, 
concordando com o sujeito composto pelos núcleos “ensino médio” e “escola”. 
II. No trecho “o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20% da 
carga horária em EAD,” a expressão destacada é classificada como Oração Subordinada 
Adjetiva Explicativa. 
III. No trecho “foi extremamente prejudicial para o ensino presencial”, a expressão destacada é 
classificada sintaticamente como Objeto Indireto. 
IV. No trecho “se, por meio da tecnologia, envolver estudantes de várias partes do país.”, o 
termo destacado é uma Conjunção Subordinativa Condicional. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
A) Apenas as afirmativas I e II estão corretas 
B) Apenas as afirmativas I e III estão corretas 
C) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas 
D) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas 
 
7- AOCP 
 
Leia com atenção a reportagem abaixo para responder à questão. 
 
 Adaptado 
 A terceira edição da pesquisa Nossa Escola em (Re)Construção ouviu estudantes dos ensinos 
fundamental e médio e mostrou que 64% deles "consideram importante" ter psicólogo na escola 
para atendê-los. 
 Os jovens querem profissionais de psicologia na escola "tanto no apoio para lidar com 
sentimentos, quanto para orientar sobre o que venham a fazer no futuro". 
 "Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do futuro deles", 
destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de apoio a 
educadores, que também esteve à frente da pesquisa. 
 A atuação permanente de psicólogos nas escolas está prevista em projeto de lei (PL) aprovado 
pelo Congresso Nacional. 
 A pesquisa ouviu 258.680 estudantes, de 11 a 21 anos, de todo o Brasil. A maior participação 
na pesquisa foi de estudantes da Região Sudeste (63,5%). A maioria passou a maior parte da 
vida escolar em escolas públicas (93,4%), tinha de 15 a 17 anos (58%), é formada de meninas 
(52%) e se define de cor parda (42%). 
Fonte: https://www.metrojornal.com.br/foco/2019/11/30/maioriaestudantes-psicologo-
escolas.html 
Assinale a alternativa em que todas as palavras estão acentuadas corretamente. 
A) açaí, impár, música. 
B) essêncialmente, caráter, neurônios. 
C) necessário, projéto, específico. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
D) despértam, até, médicos. 
E) saúdam, privilégio, herói. 
8- AOCP 
 
Quanto às regras de ortografia, assinale a alternativa em que há uma palavra grafada 
incorretamente. 
A) super-homem, sobrenatural, cosseno. 
B) cooperador, coexistente, agroindustrial. 
C) anti-inflacionário, pan-americano, autoescola. 
D) girassol, hiper-ativo, recém-casado. 
9. AOCP 
As comunidades invisíveis do Brasil 
 
 
 Muito se fala das desigualdades do país ou de como isso afeta nossa educação. Estudos têm 
apontado para as diversas desigualdades na educação brasileira, tais como entre os setores mais 
pobres e os mais ricos, entre a população branca e a população negra ou a indígena. Também 
não podemos esquecer as desigualdades socioespaciais, expressas pelo contraste entre as 
zonas rural e urbana e entre as regiões norte e nordeste e as demais regiões do país e, até 
mesmo, as que ocorrem dentro de uma mesma cidade ou região e muitas vezes não constam nos 
indicadores educacionais nacionais. 
 Nesta semana, visitei algumas comunidades ribeirinhas na Amazônia. Situadas ao longo dos 
rios Sucunduri e Acari, elas vivem em um quase completo estado de isolamento, rompido apenas 
quando uma pequena construção de madeira indica que ali funciona uma sala de aula. No entanto, 
até meados de abril, data da minha visita, o ano letivo ainda não tinha começado por lá. Ou seja, 
os alunos do ensino fundamental 1 e da educação de jovens e adultos (EJA) já perderam 
praticamente dois meses de aula este ano. 
 O esquecimento dessas populações isoladas faz com que muitas vezes elas não sejam 
contempladas por políticas públicas que atuam junto a outras minorias (como os quilombolas ou 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
indígenas). Frequentemente, a única ajuda que elas recebem vem de projetos de organizações 
da sociedade civil. Este é o caso do projeto Doutores das Águas. Criado em 2011, ele tem o 
objetivo de realizar mutirões de saúde e educação para as pessoas que vivem em pequenos 
núcleos na floresta amazônica. Para os Doutores, uma das melhores formas de preservar a 
Amazônia e garantir a sua sustentabilidade é proporcionar condições para que as comunidades 
que habitam a região possam viver na floresta com mais recursos e mais dignidade. O trabalho 
se dá por meio da construção de laços de confiança alcançados pela escuta, respeito e 
continuidade das ações do projeto. 
 O sucesso alcançado por essa iniciativa parece mostrar que existem caminhos possíveis para 
superar o isolamento de comunidades tidas como invisíveis. No entanto, não podemos nos 
conformar com ações feitas apenas pela sociedade civil. A defesa de uma educação de qualidade 
para todos implica alcançar os meios para que esses programas sejam combinados a políticas 
públicas, caminhando para um país menos desigual. 
 
 
(Maria Alice Setubal, para Uol Educação. ADAPTADO. Disponível em educação.uol.com.br) 
Assinale a alternativa correta. 
A) Em “[...] O sucesso alcançado por essas iniciativas parece mostrar que existem caminhos 
possíveis [...]”, o verbo “parece” deve ser flexionado no plural, já que ele concorda com o termo 
“iniciativas”. Assim, ficaria: “[...] O sucesso alcançado por essas iniciativas parecem mostrar que 
existem caminhos possíveis [...]”. 
B) Em “[...] existem caminhos possíveis para superar o isolamento de comunidades [...]”, o verbo 
“existem” pode ficar no singular, já que não há sujeito explícito. Assim,a frase ficaria: “[...] existe 
caminhos possíveis para superar o isolamento de comunidades [...]”. 
C) Em “[...] a única ajuda que elas recebem vem de projetos de organizações da sociedade civil. 
[...]”, o verbo “vem” deveria receber acento circunflexo, indicando o plural, uma vez que ele deve 
concordar com o pronome “elas”. Assim, a frase ficaria: “[...] a única ajuda que elas recebem 
vêm de projetos de organizações da sociedade civil. [...]”. 
D) Em “[...] o ano letivo ainda não tinha começado por lá [...]”, o verbo “tinha” pode ser trocado 
por “havia” sem prejuízo de sentido. Assim, ficaria: “[...] o ano letivo ainda não havia começado 
por lá [...]”. 
E) Em “[...] Muito se fala das desigualdades do país [...]”, o verbo “fala” pode ser flexionado no 
plural, concordando com o termo “desigualdades”. Assim, ficaria: “[...] Muito se falam das 
desigualdades do país [...]”. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 
10. AOCP 
Perder peso em qualquer idade faz bem ao coração 
De acordo com novo estudo, benefício ocorre mesmo se indivíduo 
continua com excesso de peso 
 
 Uma extensa pesquisa publicada nesta quarta-feira, 21/05/2014, ressaltou que perder 
peso oferece benefícios a longo prazo à saúde cardiovascular independentemente da idade 
ou sexo do indivíduo. Além disso, pela primeira vez um estudo mostrou que emagrecer 
surte esse efeito positivo mesmo se uma pessoa continua com excesso de peso – como, 
por exemplo, se ela deixa de ter obesidade e passa a apresentar sobrepeso. 
 Os resultados também mostraram que quanto mais tempo uma pessoa vive com excesso 
de gordura acumulada no corpo, maior o seu risco de sofrer problemas associados à 
função cardiovascular, como hipertensão e diabetes tipo 2. 
 O estudo, publicado na revista The Lancet Diabetes & Endocrinology, se baseou nos 
dados de cerca de 1.200 britânicos que participaram de uma pesquisa nacional. Eles foram 
acompanhados desde o nascimento, em março de 1946, e durante mais de 60 anos. 
 Os especialistas classificaram os participantes como tendo um peso normal, sobrepeso 
ou obesidade em diversas fases de suas vidas: na infância e quando completaram 36, 43, 
53 e 60 anos de idade. Quando os indivíduos tinham entre 60 e 64 anos, os pesquisadores 
estabeleceram o risco cardiovascular de cada um. Para isso, usaram medidas como a 
espessura da parede de suas artérias. Depois, a equipe comparou o risco cardiovascular 
entre pessoas que haviam perdido peso ao longo da vida com o restante. 
 “Nosso estudo é único porque acompanhou as pessoas durante muito tempo, o que nos 
permitiu observar o real efeito da perda de peso e redução da gordura corporal”, diz John 
Deanfield, pesquisador da Universidade College London, na Grã-Bretanha, e coordenador 
da pesquisa. “Nossos resultados apoiam estratégias de saúde pública e mudanças no 
estilo de vida que ajudam indivíduos que estão acima do peso a emagrecer em qualquer 
idade.” 
 Dentre as opções à dieta para emagrecer estão: 
 Acupuntura 
 Uma pesquisa, publicada no fim de 2013, mostrou que a acupuntura auricular, que se 
baseia na ideia de que a orelha representa todas as partes do corpo humano, pode ser 
aliada na perda de peso. O estudo selecionou 91 pessoas com sobrepeso e as dividiu em 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
três grupos: aquelas que foram tratadas com agulhas em cinco pontos específicos da 
orelha (como os relacionados ao baço, ao estômago e ao apetite), as tratadas com agulha 
em um ponto da orelha associado ao apetite e as submetidas a um procedimento falso. 
Após dois meses de tratamento, o índice de massa corporal (IMC) dos voluntários do 
primeiro grupo caiu 6,1%, em média, e os do segundo 5,7%. Não houve redução no IMC dos 
participantes do grupo do placebo. 
 Sono reparador 
 Não são poucas as pesquisas científicas que comprovam que um sono ruim e o excesso 
de peso andam juntos. Um estudo americano, publicado em 2013, concluiu que a privação 
do sono tem efeito duplo no cérebro: estimular a região que controla a motivação para 
comer diante de um alimento gorduroso e reduzir a atividade na área responsável por medir 
as consequências de uma ação e tomar decisões de forma racional. Em outras palavras, o 
cérebro de quem dorme mal tem mais vontade de consumir batata frita e não consegue 
rejeitar esse tipo de comida. Outra pesquisa mostrou que uma má noite de sono, além de 
aumentar o cansaço (o que diminui as chances de uma pessoa trocar o sofá pelo exercício), 
reduz o potencial de queima calórica do organismo. 
Adaptado de http://veja.abril.com.br/noticia/saude/perder-peso-em-qualquer-idade-faz-
bem-ao-coracao 
Assinale a alternativa em que as duas palavras apresentadas foram acentuadas seguindo 
a mesma regra. 
A) Também – artérias. 
B) Consequência – estratégia. 
C) Cérebro – saúde. 
D) Público – sofá. 
E) Função – britânicos. 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
GABARITO 
 
1. D 
2. A 
3. D 
4. C 
5. B 
6. C 
7. E 
8. D 
9. D 
10. B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
7. Morfossintaxe das classes de palavras: substantivo, 
adjetivo, artigo, pronome, advérbio, preposição, conjunção, 
interjeição, numerais e os seus respectivos empregos. 
 
1. AOCP 
 
Leia o texto apresentado a seguir: 
 
Conheça a história do Cristo Redentor, da idealização à sua construção 
 
Inaugurada em 12 de outubro de 1931, a estátua foi erguida com auxílio da população. Neste 
"Quer Que Eu Desenhe?", conheça o passado de um dos maiores símbolos do país. 
 
Bernardo França e Tiemi Osato 
12 out. 2021 
 
Há 90 anos, era inaugurada uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno. Em 12 de outubro de 
1931, peregrinos do mundo inteiro se dirigiram para onde hoje é o Parque Nacional da Tijuca, no 
Rio de Janeiro, e viram, pela primeira vez, o monumento do Cristo Redentor. 
A estátua começou a ser idealizada em meados do século 19, quando o padre francês Pierre 
Marie Boss exercia suas atividades em uma igreja com vista para o Monte Corcovado. A ideia 
de erguer um monumento religioso foi resgatada em 1888 pela princesa Isabel. 
Após a assinatura da Lei Áurea, abolicionistas sugeriram homenagear a princesa com uma 
escultura no alto do Corcovado. Paroquiana do padre Boss e apelidada de “redentora”, ela 
negou a proposta e sugeriu uma imagem do Sagrado Coração de Jesus, para ela o verdadeiro 
redentor. 
Embora tenha sido promulgado um decreto para viabilizar o monumento, a proclamação da 
República e a separação entre Igreja e Estado, em 1889, interromperam os planos. O projeto só 
saiu do papel em 1921, com os preparativos para a comemoração do centenário da 
Independência. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Com altura de um prédio de 13 andares, a maior parte da estátua foi construída no Brasil, no 
estilo art déco. As 50 peças da face e as oito das mãos foram moldadas em Paris e vieram para 
cá como um quebra-cabeça, com cada parte numerada para ser montada em solo brasileiro. 
O Cristo é feito de concreto armado, revestido com pedra-sabão. Sua construção engajou a 
população tanto na arrecadação de fundos quanto no processo de montagem dos mosaicos que 
o constituem. E assim nasceu um dos maiores símbolos do país. 
 
Disponível em: . Acesso em: 19 out. 2021. 
Considerando os usos de elementos gramaticais e os sentidos produzidos no texto, 
assinale a alternativa correta. 
A) No trecho: “Embora tenha sido promulgado um decreto para viabilizar o monumento, a 
proclamação da República e a separação entre Igreja e Estado, em 1889, interromperam os 
planos.”, a conjunção causal destacada expressa o seguinte motivo: mesmo com autorizações, 
houve impeditivos para a construção do monumento. 
B) No trecho: “Embora tenha sido promulgado um decreto para viabilizar o monumento, a 
proclamação da República e a separação entre Igreja e Estado, em 1889, interromperam os 
planos.”, a conjunção concessiva destacada expressa o fatode que, mesmo com autorizações, 
houve impeditivos para a construção do monumento. 
C) No trecho: “Embora tenha sido promulgado um decreto para viabilizar o monumento, a 
proclamação da República e a separação entre Igreja e Estado, em 1889, interromperam os 
planos.”, a conjunção temporal destacada expressa que, na circunstância de tempo 
apresentada, houve impeditivos para a construção do monumento. 
D) No trecho: “Após a assinatura da Lei Áurea, abolicionistas sugeriram homenagear a princesa 
com uma escultura no alto do Corcovado.”, o advérbio destacado expressa a circunstância na 
qual ocorreu a inspiração para a construção do Cristo Redentor. 
E) No trecho: “Após a assinatura da Lei Áurea, abolicionistas sugeriram homenagear a princesa 
com uma escultura no alto do Corcovado.”, a conjunção temporal destacada expressa a ordem 
dos fatos ocorridos na construção do Cristo Redentor 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
2. AOCP 
 
Leia a tirinha apresentada a seguir: 
 
Considerando o trecho da tirinha: “Enfim... a hipocrisia”, assinale a alternativa correta. 
A) O advérbio de tempo “enfim” expressa a conclusão à qual chega a personagem que fala no 
último quadrinho: embora negue, a outra personagem julga as pessoas. 
B) A conjunção final “enfim” expressa a conclusão à qual chega a personagem que fala no último 
quadrinho: embora negue, a outra personagem julga as pessoas. 
C) O advérbio de modo “enfim” expressa a conclusão à qual chega a personagem que fala no 
último quadrinho: embora negue, a outra personagem julga as pessoas. 
D) O advérbio de tempo “enfim” expressa a conclusão à qual chega a personagem que fala no 
último quadrinho: todos os seres humanos julgam uns aos outros. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
E) A conjunção final “enfim” expressa a conclusão à qual chega a personagem que fala no último 
quadrinho: todos os seres humanos julgam uns aos outros. 
 
3. AOCP 
 
Borderline: o transtorno que faz pessoas irem do "céu ao inferno" em horas 
 
Tatiana Pronin 
 
Uma alegria contagiante pode se transformar em tristeza profunda em um piscar de olhos porque 
alguém "pisou na bola". O amor intenso vira ódio profundo, porque a atitude foi interpretada como 
traição; o sentimento sai de controle e se traduz em gritos, palavrões e até socos. E, então, bate 
uma culpa enorme e o medo de ser abandonado, como sempre. Dá vontade de se cortar, de beber 
e até de morrer, porque a dor, o vazio e a raiva de si mesmo são insuportáveis. As emoções e 
comportamentos exaltados podem dar uma ideia do que vive alguém com transtorno de 
personalidade borderline (ou "limítrofe"). 
Reconhecido como um dos transtornos mais lesivos, leva a episódios de automutilação, abuso de 
substâncias e agressões físicas. Além disso, cerca de 10% dos pacientes cometem suicídio. Além 
da montanha-russa emocional e da dificuldade em controlar os impulsos, o borderline tende a 
enxergar a si mesmo e aos outros na base do "tudo ou nada", o que torna as relações familiares, 
amorosas, de amizade e até mesmo a com o médico ou terapeuta extremamente desgastantes. 
Muitos comportamentos do "border" (apelido usado pelos especialistas) lembram os de um jovem 
rebelde sem tolerância à frustração. Mas, enquanto um adolescente problemático pode melhorar 
com o tempo ou depois de uma boa terapia, o adulto com o transtorno parece alguém cujo lado 
afetivo não amadurece nunca. 
Ainda que seja inteligente, talentoso e brilhante no que faz, reage como uma criança ao se 
relacionar com os outros e com as próprias emoções — o que os psicanalistas chamam de "ego 
imaturo". Em muitos casos, o transtorno fica camuflado entre outros, como o bipolar, a depressão 
e o uso abusivo de álcool, remédios e drogas ilícitas. 
De forma resumida, um transtorno de personalidade pode ser descrito como um jeito de ser, de 
sentir, se perceber e se relacionar com os outros que foge do padrão considerado "normal" ou 
saudável. Ou seja, causa sofrimento para a própria pessoa e/ou para os outros. Enquadrar um 
indivíduo em uma categoria não é fácil — cada pessoa é um universo, com características 
próprias. [...] 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres, mas estudos sugerem que a incidência 
seja igual em ambos os sexos. O que acontece é que elas tendem a pedir mais socorro, enquanto 
os homens são mais propensos a se meter em encrencas, ir para a cadeira ou até morrer mais 
precocemente por causa de comportamentos de risco. Quase sempre o transtorno é identificado 
em adultos jovens e os sintomas tendem a se tornar atenuados com o passar da idade. 
Transtornos de personalidade são diferentes de transtornos mentais (como depressão, 
ansiedade, transtorno bipolar, psicose etc.), embora seja difícil para leigos e desafiante até para 
especialistas fazer essa distinção, já que sobreposições ou comorbidades (existência de duas ou 
mais condições ao mesmo tempo) são muito frequentes. Não é raro que o borderline desenvolva 
transtorno bipolar, depressão, transtornos alimentares (em especial a bulimia), estresse pós-
traumático, déficit de atenção/hiperatividade e transtorno por abuso de substâncias, entre outros. 
[...] 
O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade mais intensos no início da vida adulta. Há 
situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações porque o 
paciente coloca sua própria vida ou a dos outros em risco. Por volta dos 40 ou 50 anos, a maioria 
dos "borders" melhora bastante, probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no 
tratamento. [...] 
Medicamentos ajudam a aliviar os sintomas depressivos, a agressividade e o perfeccionismo 
exagerado, e são ainda mais importantes quando existe um transtorno mental associado. Os 
fármacos mais utilizados são os antidepressivos (flluoxetina, escitalopram, venlafaxina etc.), os 
estabilizadores de humor (lítio, lamotrigina, ácido valproico etc.), os antipsicóticos (olanzapina, 
risperidona, quietiapina etc.) e, em situações pontuais, sedativos ou remédios para dormir 
(clonazepan, diazepan, alprazolan etc.). Esses últimos costumam ser até solicitados pelos 
pacientes, mas devem ser evitados ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, 
assim como o álcool, além de causarem dependência. [...] 
 
Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/04/16/borderline-a-
doenca-que-faz-10-dos-diagnosticados-cometerem-suicidio.htm. Acesso em: 04 jan. 2021. 
 
Analise o trecho que segue. 
“Medicamentos ajudam a aliviar os sintomas depressivos, a agressividade e o 
perfeccionismo exagerado, e são ainda mais importantes quando existe um transtorno 
mental associado. Os fármacos mais utilizados são os antidepressivos (flluoxetina, 
escitalopram, venlafaxina etc), os estabilizadores de humor (lítio, lamotrigina, ácido 
valproico etc), os antipsicóticos (olanzapina, risperidona, quietiapina etc) e, em situações 
pontuais, sedativos ou remédios para dormir (clonazepan, diazepan, alprazolan etc). 
Esses últimos costumam ser até solicitados pelos pacientes, mas devem ser evitados ao 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, assim como o álcool, além de 
causarem dependência. [...]”. 
Em relação, sobretudo, aos componentes destacados nesse segmento do texto, é correto 
afirmar que 
A) o verbo “são” em destaque tem como sujeito os elementos “os sintomas depressivos, a 
agressividade e o perfeccionismo exagerado”. 
B) a conjunção “quando”, tradicionalmente indicadora de tempo, em certos contextos, pode 
também expressar valor de condição, como ocorre nesse caso. 
C) o uso de “antidepressivos”, em destaque, exemplifica um caso de substantivo transformado 
em adjetivo. 
D) a preposição “para” expressa a relação lógico-semântica de causa. 
E) o pronome demonstrativo “esses” retoma os medicamentos “clonazepan, diazepan, 
alprazolan” e poderia ser substituídopor “estes” sem nenhum dano gramatical. 
 
4. AOCP 
Como Criamos Significados Na Linguagem Cotidiana? 
Lilian Ferrari 
 É comum, nos dias atuais, ouvirmos expressões como “maratonar um seriado”, “combater fake 
news” ou “bloquear um contato no WhatsApp”. E embora não tenhamos nenhuma dificuldade em 
produzir ou compreender essas expressões, nem sempre nos damos conta de que esses usos, 
como tantos outros em nossa linguagem cotidiana, não são literais, mas sim metafóricos. Isso 
porque tudo o que nos foi ensinado sobre metáforas faz com que pensemos que só é possível 
encontrá-las em textos elaborados, produzidos por especialistas que têm uma habilidade especial 
no manejo da linguagem, tais como escritores, poetas e afins. 
 A verdade, entretanto, é que as metáforas ocorrem na linguagem como reflexo do nosso 
pensamento. Somos capazes de pensar metaforicamente e, por isso, também falamos 
metaforicamente. E se é assim, faz sentido que não apenas os textos literários, mas também a 
nossa linguagem cotidiana seja permeada de metáforas. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Mas como são esses processos de pensamento? Por que, afinal de contas, temos a habilidade 
de pensar metaforicamente? A resposta é relativamente simples, e tem a ver com o fato de que 
temos que lidar com ideias que não fazem parte de nossa experiência corporal mais direta. Se 
aquilo que podemos ver, ouvir, provar, cheirar ou tocar é acessível à nossa compreensão, o 
mesmo não acontece quando se trata de uma ideia abstrata como, por exemplo, o tempo. Embora 
tenhamos que lidar com o tempo em nosso cotidiano – acordamos cedo para trabalhar, tomamos 
remédios com hora marcada, etc. –, o tempo não é diretamente captável por nossos sentidos. 
Diferentemente de casas, árvores, carros, livros e tudo o que faz parte de nossa experiência direta, 
o conceito de tempo é abstrato. E, por isso, para pensarmos sobre o tempo fica mais fácil usar a 
estratégia de “traduzi-lo” para algo mais familiar. Essa espécie de tradução é justamente a 
metáfora, que nos permite tratar conceitos abstratos de forma mais concreta. 
 No caso do tempo, uma das possibilidades é pensar no tempo como se fosse espaço, e mais 
especificamente, como se fosse um local. Nesse caso, assim como podemos falar que estamos 
em um determinado lugar (ex. “Estamos na praça”), podemos nos referir a um período de tempo 
usando a mesma ideia de local (ex. “Estamos na primavera”). [...] 
 
Adaptado de: <http://www.roseta.org.br/pt/2020/05/29/comocriamos-significados-na-linguagem-
cotidiana>. Acesso em: 13 jul. 2020. 
Sobre os termos “metaforicamente”, “relativamente”, “diferentemente”, “diretamente”, 
“justamente” e “especificamente”, assinale a alternativa INCORRETA. 
A) Todos são formados a partir de um adjetivo flexionado no gênero feminino. 
B) Todos são palavras derivadas. 
C) Todos são formados a partir da adição de um sufixo. 
D) Todos são palavras polissílabas, isto é, com quatro ou mais sílabas. 
E) Todos são advérbios. 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
5. AOCP 
A SUA SUPERDESENVOLVIDA HABILIDADE DE LER MENTES 
Renato Caruso Vieira 
 Você é encarregado de conduzir uma reunião com quatro diretores de filiais da sua empresa: a 
Srª A., o Sr. B., a Srª C. e o Sr. D. Dirigindo-se à sala de reuniões, você é saída, ainda no corredor, 
por um de seus assessores, com quem trava o seguinte diálogo: 
 Você: — Todos os diretores chegaram? 
 Assessor: — Alguns chegaram. 
 Adentrando a sala, você avista, já acomodados e preparados, a Srª A., o Sr. B., a Srª C. e o Sr. 
D. Confuso, você interpela discretamente o assessor: 
 — Por que você disse alguns que dos diretores anteriores chegado se todos eles já chegaram? 
 — Tudo o que eu disse foi que alguns dos diretores chegados chegados. A Srª A. e o Sr. B são 
alguns dos diretores e eles chegaram. Portanto, eu falei a verdade. 
 Apesar de reconhecer uma consistência lógica irretocável da justificativa, você dificilmente 
absolveria seu assessor da culpa de ter feito mau uso da linguagem. [...] 
 A correta interpretação de uma sentença proferida por um falante depende da habilidade de 
reconhecimento das intenções que ele pretendeu comunicar com aquela escolha de palavras. E 
a escolha de palavras do falante depende da avaliação que ele faz da habilidade do ouvinte de 
reconhecer as intenções comunicadas por ele. Assim, a culpa pelo mau uso da linguagem que 
atribuímos ao assessor, na narração ilustrativa que introduziu este texto, adveio de sua 
incapacidade de reconhecer a indução à inferência de “somente alguns [diretores chegaram], mas 
não todos” provocada pela escolha de palavras que fez naquele contexto particular. 
 [...] Podemos identificar as interações conversacionais como constantes exercícios de 
metarrepresentação (representação mental da representação mental do outro) sustentados pela 
superdesenvolvida habilidade humana de “leitura de mentes” [...]. 
 A “leitura de mentes”, que conceitualmente se confunde com a capacidade de reconhecimento 
das intenções alheias, é uma adaptação humana com participação em todas as grandes 
conquistas evolutivas da nossa espécie em termos de cognição social. Não se observa no reino 
animal capacidade comparável à humana de comunicação, de cooperação, de compartilhamento 
de informações, de negociação. [...] 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Adaptado de: <http://www.roseta.org.br/pt/2020/03/16/a-suasuperdesenvolvida-habilidade-de-
ler-mentes/>. Acesso em 13 jul.2020. 
Assinale a alternativa correta a respeito do excerto “A 'leitura de mentes', que 
conceitualmente se confunde com a capacidade de reconhecimento das intenções 
alheias, é uma adaptação humana [...]”. 
A) As aspas são utilizadas para indicar que a expressão é uma gíria. 
B) É possível depreender, a partir do excerto, que o conceito de “leitura de mentes” é confuso 
até mesmo para os estudiosos da linguagem. 
C) O adjetivo “humana” poderia ser substituído por “dos seres humanos” sem que isso alterasse 
o sentido do excerto. 
D) Sintaticamente, uma expressão “capacidade de reconhecimento das intenções alheias” é o 
sujeito do verbo “é”. 
E) Em “uma adaptação humana”, as três palavras concordam em gênero, mas não em número. 
 
6. AOCP 
Como Criamos Significados Na Linguagem Cotidiana? 
Lilian Ferrari 
 É comum, nos dias atuais, ouvirmos expressões como “maratonar um seriado”, “combater fake 
news” ou “bloquear um contato no WhatsApp”. E embora não tenhamos nenhuma dificuldade em 
produzir ou compreender essas expressões, nem sempre nos damos conta de que esses usos, 
como tantos outros em nossa linguagem cotidiana, não são literais, mas sim metafóricos. Isso 
porque tudo o que nos foi ensinado sobre metáforas faz com que pensemos que só é possível 
encontrá-las em textos elaborados, produzidos por especialistas que têm uma habilidade especial 
no manejo da linguagem, tais como escritores, poetas e afins. 
 A verdade, entretanto, é que as metáforas ocorrem na linguagem como reflexo do nosso 
pensamento. Somos capazes de pensar metaforicamente e, por isso, também falamos 
metaforicamente. E se é assim, faz sentido que não apenas os textos literários, mas também a 
nossa linguagem cotidiana seja permeada de metáforas. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Mas como são esses processos de pensamento? Por que, afinal de contas, temos a habilidade 
de pensar metaforicamente? A resposta é relativamente simples, e tem a ver com o fato de que 
temos que lidar com ideias que não fazem parte de nossa experiência corporal mais direta. Se 
aquilo que podemos ver, ouvir, provar, cheirar ou tocar é acessível à nossa compreensão, o 
mesmo não acontece quando se trata de uma ideia abstrata como, por exemplo, o tempo. Embora 
tenhamos que lidar com o tempo em nosso cotidiano – acordamos cedo para trabalhar, tomamos 
remédios com hora marcada, etc. –, o tempo não é diretamente captável por nossos sentidos.Diferentemente de casas, árvores, carros, livros e tudo o que faz parte de nossa experiência direta, 
o conceito de tempo é abstrato. E, por isso, para pensarmos sobre o tempo fica mais fácil usar a 
estratégia de “traduzi-lo” para algo mais familiar. Essa espécie de tradução é justamente a 
metáfora, que nos permite tratar conceitos abstratos de forma mais concreta. 
 No caso do tempo, uma das possibilidades é pensar no tempo como se fosse espaço, e mais 
especificamente, como se fosse um local. Nesse caso, assim como podemos falar que estamos 
em um determinado lugar (ex. “Estamos na praça”), podemos nos referir a um período de tempo 
usando a mesma ideia de local (ex. “Estamos na primavera”). [...] 
Adaptado de: <http://www.roseta.org.br/pt/2020/05/29/comocriamos-significados-na-linguagem-
cotidiana>. Acesso em: 13 jul. 2020. 
Em relação ao excerto “Mas como são esses processos de pensamento? Por que, afinal 
de contas, temos a habilidade de pensar metaforicamente?”, assinale a alternativa 
correta. 
A) “Mas” expressa uma relação de contraste entre as duas perguntas. 
B) A expressão “afinal de contas” está inadequada. A forma adequada é “ao final das contas”. 
C) As perguntas são feitas com vistas ao recebimento de uma resposta dos leitores. 
D) “Metaforicamente” modifica o verbo “pensar”. 
E) Não é possível identificar o sujeito do verbo “temos”. 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
7. AOCP 
 
COMO DEFINIR OBJETIVOS QUANDO NÃO SABEMOS O QUE QUEREMOS 
Pilar Jericó - 11 MAI 2021 
 
 Somos estimulados a sonhar, a buscar objetivos e a nos orientar em direção ao que desejamos. 
Às vezes, o problema é que não sabemos o que queremos. É o que tenho observado em muitas 
pessoas, até em mim mesma. A dúvida aparece quando terminamos uma etapa, como concluir 
alguns estudos ou finalizar um trabalho. Também surge quando estamos cansados de uma 
determinada situação, quando temos de nos reinventar devido às circunstâncias ou quando nos 
deparamos com um fracasso ou um contratempo. [...] Um pequeno exercício de reflexão pode nos 
ajudar a recuperar sonhos e a definir objetivos que nos animem. Vejamos algumas dicas práticas. 
 Primeiro, não devemos confundir nossos sonhos com fantasias. Um sonho é um projeto que 
nos anima, como estudar algo novo, comprar um carro ou ter um filho. Pode ser mais ou menos 
ambicioso, mas nos impulsiona a nos esforçar para conseguir realizá-lo. Já uma fantasia é algo 
que vive em nossa mente, que gostamos de imaginar, mas que, no fundo, sabemos que nunca 
vamos dedicar muita energia para alcançá-lo. [...] Dar a volta ao mundo, viver nas ilhas 
paradisíacas do Pacífico ou se tornar diretor de cinema em Hollywood poderiam ser alguns 
exemplos. Aprender a diferenciar os sonhos das fantasias nos faz ser honestos conosco mesmos 
e nos alivia da pressão de conseguir estas últimas, das quais, insistimos, não necessitamos. 
 [...] Quando não sabemos o que queremos ou não temos um sonho claro, podemos fazer várias 
coisas. Por um lado, podemos recuperar sonhos do passado como forma de inspiração. A 
adolescência é uma época muito frutífera de ideias. Valeria a pena lembrar do que gostávamos 
ou o que nos animava. O objetivo não é realizar os sonhos ao pé da letra. Talvez tenham ficado 
um pouco desatualizados ou, simplesmente, sejam impossíveis de alcançar, como se queríamos 
ser astronautas e agora temos 40 anos. Os velhos sonhos atuam como faróis, não são cartas de 
navegação, daí a importância de recuperá-los. Retomando o exemplo anterior do astronauta, 
obtemos informações sobre nós mesmos. Com esse exercício simples, lembramos que 
gostávamos de aventuras ou de estudar as estrelas. Dessa forma, podemos nos matricular em 
um curso de astronomia, comprar um telescópio ou acessar os recursos da NASA para conhecer 
mais a respeito. E você, o que gostava de fazer quando era mais jovem? O que pode extrair 
daquilo? 
 Outra forma de nos orientarmos é pensar naquilo que não queremos. Talvez este exercício não 
seja tão atraente quanto imaginar a si mesmo no futuro, mas é um passo válido. O que eu quero 
parar de fazer? Pode ser no âmbito pessoal ou profissional, como evitar me irritar por alguma 
coisa, não continuar neste trabalho ou manter uma amizade. 
 Quando estamos em uma dúvida profunda sobre o que fazer ou quais são nossos sonhos, 
temos outra opção: refletir sobre com quem gostaríamos de parecer, mesmo que seja um 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
personagem de ficção. Mais uma vez, isso funciona como farol, mas volta a nos dar pistas sobre 
nós mesmos. Com este exercício, podemos tirar conclusões que nos ajudem a aterrissar na 
realidade e a definir objetivos concretos. 
Adaptado de: https://brasil.elpais.com/estilo/2021-05-11/como-definir-objetivos-quando-nao-
sabemos-o-que-queremos.html. Acesso em: 14 mai. 2021. 
A respeito das seguintes expressões destacadas, assinale a alternativa correta. 
A) Em “Às vezes, o problema é que não sabemos o que queremos.”, a expressão em destaque é 
um advérbio de frequência. 
B) Em “Também surge quando estamos cansados de uma determinada situação [...]”, a 
expressão em destaque é uma conjunção aditiva. 
C) Em “Dessa forma, podemos nos matricular em um curso de astronomia [...]”, a expressão em 
destaque funciona como um advérbio de modo. 
D) Em “Os velhos sonhos atuam como faróis, não são cartas de navegação, daí a importância 
de recuperá-los.”, a expressão em destaque atua como uma conjunção consecutiva. 
E) Em “Talvez este exercício não seja tão atraente quanto imaginar a si mesmo no futuro [...]”, a 
expressão em destaque tem caráter interjetivo. 
 
8. AOCP 
Borderline: o transtorno que faz pessoas irem 
do "céu ao inferno" em horas 
Tatiana Pronin 
Uma alegria contagiante pode se transformar em tristeza profunda em um piscar de olhos porque 
alguém "pisou na bola". O amor intenso vira ódio profundo, porque a atitude foi interpretada como 
traição; o sentimento sai de controle e se traduz em gritos, palavrões e até socos. E, então, bate 
uma culpa enorme e o medo de ser abandonado, como sempre. Dá vontade de se cortar, de beber 
e até de morrer, porque a dor, o vazio e a raiva de si mesmo são insuportáveis. As emoções e 
comportamentos exaltados podem dar uma ideia do que vive alguém com transtorno de 
personalidade borderline (ou "limítrofe"). 
 Reconhecido como um dos transtornos mais lesivos, leva a episódios de automutilação, abuso 
de substâncias e agressões físicas. Além disso, cerca de 10% dos pacientes cometem suicídio. 
Além da montanha-russa emocional e da dificuldade em controlar os impulsos, o borderline tende 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
a enxergar a si mesmo e aos outros na base do "tudo ou nada", o que torna as relações familiares, 
amorosas, de amizade e até mesmo a com o médico ou terapeuta extremamente desgastantes. 
Muitos comportamentos do "border" (apelido usado pelos especialistas) lembram os de um jovem 
rebelde sem tolerância à frustração. Mas, enquanto um adolescente problemático pode melhorar 
com o tempo ou depois de uma boa terapia, o adulto com o transtorno parece alguém cujo lado 
afetivo não amadurece nunca. 
Ainda que seja inteligente, talentoso e brilhante no que faz, reage como uma criança ao se 
relacionar com os outros e com as próprias emoções — o que os psicanalistas chamam de "ego 
imaturo". Em muitos casos, o transtorno fica camuflado entre outros, como o bipolar, a depressão 
e o uso abusivo de álcool, remédios e drogas ilícitas. 
De forma resumida, um transtorno de personalidade pode ser descrito como um jeito de ser, de 
sentir, se perceber e se relacionar com os outros que foge do padrão considerado "normal" ou 
saudável. Ou seja, causa sofrimento para a própria pessoa e/ou para os outros. Enquadrar um 
indivíduo em uma categoria não é fácil — cada pessoa é um universo, com características 
próprias. [...] 
O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres,mas estudos sugerem que a incidência 
seja igual em ambos os sexos. O que acontece é que elas tendem a pedir mais socorro, enquanto 
os homens são mais propensos a se meter em encrencas, ir para a cadeira ou até morrer mais 
precocemente por causa de comportamentos de risco. Quase sempre o transtorno é identificado 
em adultos jovens e os sintomas tendem a se tornar atenuados com o passar da idade. 
Transtornos de personalidade são diferentes de transtornos mentais (como depressão, 
ansiedade, transtorno bipolar, psicose etc.), embora seja difícil para leigos e desafiante até para 
especialistas fazer essa distinção, já que sobreposições ou comorbidades (existência de duas ou 
mais condições ao mesmo tempo) são muito frequentes. Não é raro que o borderline desenvolva 
transtorno bipolar, depressão, transtornos alimentares (em especial a bulimia), estresse pós-
traumático, déficit de atenção/hiperatividade e transtorno por abuso de substâncias, entre outros. 
[...] 
O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade mais intensos no início da vida adulta. Há 
situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações porque o 
paciente coloca sua própria vida ou a dos outros em risco. Por volta dos 40 ou 50 anos, a maioria 
dos "borders" melhora bastante, probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no 
tratamento. [...] 
 A personalidade envolve não só aspectos herdados, mas também aprendidos, por isso a melhora 
é possível, ainda que seja difícil de acreditar no início. Se a psicoterapia é importante para ajudar 
o bipolar a identificar uma virada e evitar perdas, no transtorno de personalidade ela é o carro-
chefe do tratamento. [...] 
Medicamentos ajudam a aliviar os sintomas depressivos, a agressividade e o perfeccionismo 
exagerado, e são ainda mais importantes quando existe um transtorno mental associado. Os 
fármacos mais utilizados são os antidepressivos (flluoxetina, escitalopram, venlafaxina etc.), os 
estabilizadores de humor (lítio, lamotrigina, ácido valproico etc.), os antipsicóticos (olanzapina, 
risperidona, quietiapina etc.) e, em situações pontuais, sedativos ou remédios para dormir 
(clonazepan, diazepan, alprazolan etc.). Esses últimos costumam ser até solicitados pelos 
pacientes, mas devem ser evitados ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, 
assim como o álcool, além de causarem dependência. [...] 
Disponível em: 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/04/16/borderlinea-doenca-que-faz-10-
dos-diagnosticados-cometerem-suicidio.htm. Acesso em: 04 jan. 2021. 
Analise o trecho que segue. “Medicamentos ajudam a aliviar os sintomas depressivos, a 
agressividade e o perfeccionismo exagerado, e são ainda mais importantes quando existe 
um transtorno mental associado. Os fármacos mais utilizados são os antidepressivos 
(flluoxetina, escitalopram, venlafaxina etc), os estabilizadores de humor (lítio, lamotrigina, 
ácido valproico etc), os antipsicóticos (olanzapina, risperidona, quietiapina etc) e, em 
situações pontuais, sedativos ou remédios para dormir (clonazepan, diazepan, alprazolan 
etc). Esses últimos costumam ser até solicitados pelos pacientes, mas devem ser 
evitados ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, assim como o 
álcool, além de causarem dependência. [...]”. Em relação, sobretudo, aos componentes 
destacados nesse segmento do texto, é correto afirmar que 
A) o verbo “são” em destaque tem como sujeito os elementos “os sintomas depressivos, a 
agressividade e o perfeccionismo exagerado”. 
B) a conjunção “quando”, tradicionalmente indicadora de tempo, em certos contextos, pode 
também expressar valor de condição, como ocorre nesse caso. 
C) o uso de “antidepressivos”, em destaque, exemplifica um caso de substantivo transformado 
em adjetivo. 
D) a preposição “para” expressa a relação lógico-semântica de causa. 
E) o pronome demonstrativo “esses” retoma os medicamentos “clonazepan, diazepan, 
alprazolan” e poderia ser substituído por “estes” sem nenhum dano gramatical. 
 
9. AOCP 
BELEZA 
 
 A beleza está nos olhos da dona Maria Francisca. Há alguns dias, ela não estava tão bela. 
Deitada na maca, com suplemento de oxigênio em suas narinas, sua fala ainda cansada e 
intercortada, buscava me deixar feliz dizendo que estava melhorando. Mesmo no seu pior 
dia, olhava-me com seus marejados e dizia: só um pouco de falta de ar. Em alguns dias, 
por preceitos que ultrapassam qualquer lógica natural da vida, ela melhorou. Respirava 
agora por conta própria. Enchia o peito e agora dizia com fôlego: estou ótima, graças ao 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
senhor e a Deus! Mais belas que sua face agora corada estavam naquele momento as 
lágrimas que desciam de seus olhos. Mais belas estavam sua fé e força de vontade. Minha 
função foi cumprida, mas meu esforço foi recompensado. Não há beleza maior que a 
gratidão mais sincera. 
Texto adaptado. Fonte: https://www.passeidireto.com/arquivo/19626867/ exercicio-de-comu-e-
expressao-questoes-objetivas-de-g1 
Para a construção de um texto, é necessária a junção de fatores referentes tanto aos 
aspectos formais como as relações sintático-semânticas, quanto às relações entre o texto 
e os elementos que o circundam: falante, ouvinte, situação pragmática. Assinale a 
alternativa correta quanto ao que se afirma a respeito dos mecanismos sintático-
semânticos mencionados ou em destaque nas expressões a seguir retiradas do texto. 
A) Somente verbos conjugados, no particípio ou adjetivos podem fazer referência a um sujeito. 
Pronomes, em geral, não exercem essa função, como os que se encontram em destaque em: 
“Deitada na maca, com suplemento de oxigênio em suas narinas, sua fala, ainda cansada e 
intercortada, buscava me deixar feliz dizendo que estava melhorando”. 
B) O adjetivo “belas”, em “Mais belas”, duas vezes utilizado no texto, remete ao mesmo 
referente. 
C) O termo “beleza” é um adjetivo algumas vezes expresso no texto e que se refere a uma 
característica própria da dona Maria Francisca. 
D) Todos os recursos utilizados no texto para se referir à dona Maria Francisca se apresentaram 
em forma de nominalização. 
E) Em “Enchia o peito e agora dizia com fôlego: estou ótima, graças ao senhor e a Deus!”, 
apesar de as pessoas verbais serem diferentes (terceira pessoa, terceira pessoa e primeira 
pessoa respectivamente), trata-se do mesmo referente, ou seja, da dona Maria Francisca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
10. AOCP 
 
Dinheiro lidera os motivos de brigas entre casais no País 
 
Quando o orçamento está curto, conversar com frequência sobre o assunto é uma boa 
saída para você sentir que está no controle da situação 
 Mesmo quando as finanças vão bem, dinheiro é o principal motivo de briga entre casais. 
Se as contas andam apertadas, então, o terreno é propício para que ambos descontem suas 
ansiedades um no outro. Mas, com um pouquinho de esforço, dá pra lidar com essa parte 
chata da vida a dois e barrar as brigas antes mesmo que elas comecem. Em primeiro lugar, 
é importante que o casal fale a mesma língua quando se trata de dinheiro (na próxima 
página, montamos um teste para vocês avaliarem se estão mesmo alinhados). Pesquisa 
mundial feita recentemente mostrou que 72% dos casais se preocupam com os gastos do 
parceiro. Se um se sacrifica para economizar, e o outro torra a grana, problemas à vista. 
 Quando o orçamento está curto, conversar com frequência sobre o assunto é uma boa 
saída para você sentir que está no controle da situação. Só fique esperto para bater este 
papo no momento certo. “Nunca tente conversar se você estiver muito estressado com 
suas contas”, sugere o consultor financeiro Jill Gianola. Em vez disso, procure uma hora 
em que os dois estejam calmos e sem distração. 
 É importante que o casal esteja alinhado nas decisões de com o quê gastar, como 
economizare quanto investir. Se apenas um exerce controle sobre as finanças, o outro 
pode acabar se sentindo excluído e impotente. É bacana que vocês decidam juntos quem 
paga o quê – e como. A renda de vocês é unificada ou cada um tem sua conta separada no 
banco? Vocês consultam um ao outro antes de fazer uma aquisição que comprometa o 
orçamento da casa? Quem é o responsável pelas contas? Se vocês estão se entendendo 
do jeito que está, ótimo. Mas, de qualquer forma, a regra de ouro pra não rolar estresse é 
não esconder do parceiro nenhum tipo de gasto. 
 Brigas sobre dinheiro são um dos principais motivos que levam um casal ao divórcio. Se 
você e seu companheiro não conseguem falar sobre o assunto sem que isso vire um pé de 
guerra, e isso está colocando seu relacionamento em risco, pense em procurar ajuda. Um 
consultor financeiro pode dar dicas de como administrar as finanças, enquanto uma terapia 
de casal pode ajudar os dois a resolverem certas diferenças. O segredo é conversar, ter 
comprometimento e não culpar o outro por fatores que estão fora de seu controle. 
Pensamento positivo: se vocês souberem lidar com problemas financeiros, isso significa 
que terão jogo de cintura para enfrentar outras situações difíceis – e sairão dessa 
fortalecidos. 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Texto adaptado – Fonte: http://www.meionorte.com/noticias/jornais-e-revistas/dinheiro-
lidera-os-motivos-de-brigas-entre-casais-no -pais-86284.html 
Em “isso significa que terão jogo de cintura para enfrentar outras situações difíceis...”, 
morfologicamente, as palavras em destaque são, respectivamente, 
A) pronome, substantivo 
B) conjunção, adjetivo. 
C) numeral, substantivo. 
D) pronome, adjetivo. 
E) adjetivo, pronome. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
GABARITO 
 
1. B 
2. A 
3. B 
4. A 
5. C 
6. D 
7. D 
8. B 
9. E 
10. D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
8. Verbo. 
 
1. AOCP 
 
O surpreendente efeito da positividade tóxica na saúde mental 
Lucía Blasco 
Pode parecer contraditório, mas a positividade pode ser tóxica. 
 
"Qualquer tentativa de escapar do negativo — evitá-lo, sufocá-lo ou silenciá-lo — falha. Evitar o 
sofrimento é uma forma de sofrimento", escreveu o escritor americano Mark Manson em seu livro 
A Arte Sutil de Ligar o Foda-se. É precisamente nisso que consiste a positividade tóxica ou 
positivismo extremo: impor a nós mesmos — ou aos outros — uma atitude falsamente positiva, 
generalizar um estado feliz e otimista seja qual for a situação, silenciar nossas emoções 
"negativas" ou as dos outros. (...) 
O psicólogo da saúde Antonio Rodellar, especialista em transtornos de ansiedade e hipnose 
clínica, prefere falar em "emoções desreguladas" do que "negativas". "A paleta de cores 
emocionais engloba emoções desreguladas, como tristeza, frustração, raiva, ansiedade ou 
inveja. Não podemos ignorar que, como seres humanos, temos aquela gama de emoções que 
têm uma utilidade e que nos dão informações sobre o que acontece no nosso meio e no nosso 
corpo", explica Rodellar à BBC News Mundo. 
Para a terapeuta e psicóloga britânica Sally Baker, "o problema com a positividade tóxica é que 
ela é uma negação de todos os aspectos emocionais que sentimos diante de qualquer situação 
que nos represente um desafio." "É desonesto em relação a quem somos permitir-nos apenas 
expressões positivas", diz Baker. (...) “Nós nos escondemos atrás da positividade para manter 
outras pessoas longe de uma imagem que nos mostra imperfeitos." (...) "Quando ignoramos 
nossas emoções negativas, nosso corpo aumenta o volume para chamar nossa atenção para 
esse problema. Suprimir as emoções nos esgota mental e fisicamente. Não é saudável e não é 
sustentável a longo prazo", diz a terapeuta. (...) 
Teresa Gutiérrez, psicopedagoga e especialista em neuropsicologia, considera que "o positivismo 
tóxico tem consequências psicológicas e psiquiátricas mais graves do que a depressão". "Pode 
levar a uma vida irreal que prejudica nossa saúde mental. Tanto positivismo não é positivo para 
ninguém. Se não houver frustração e fracasso, não aprendemos a desenvolver em nossas vidas", 
disse ele à BBC Mundo. 
O positivismo tóxico está na moda? Baker pensa que sim e atribui isso às redes sociais, "que nos 
obrigam a comparar nossas vidas com as vidas perfeitas que vemos online". (...) "Se houvesse 
mais honestidade sobre as vulnerabilidades, nos sentiríamos mais livres para experimentar todos 
os tipos de emoções. Somos humanos e devemos nos permitir sentir todo o espectro de emoções. 
É ok não estar bem. Não podemos ser positivos o tempo todo." 
Gutiérrez acredita que houve um aumento do positivismo tóxico "nos últimos anos", mas 
principalmente durante a pandemia. (...) "Todas as emoções são como ondas: ganham 
intensidade e depois descem e tornam-se espuma, até desaparecer aos poucos. O problema é 
quando não as queremos sentir porque nos tornamos mais dóceis perante uma 'onda' que se 
aproxima". (...) 
 Stephanie Preston, professora de psicologia da Universidade de Michigan, nos EUA, acredita que 
a melhor maneira de validar as emoções é "apenas ouvi-las". "Quando alguém compartilha 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
sentimentos negativos com você, em vez de correr para fazer essa pessoa se sentir melhor ou 
pensar mais positivamente ("Tudo vai ficar bem"), tente levar um segundo para refletir sobre seu 
desconforto ou medo e faça o possível para ouvir", aconselha a especialista. (...) 
Como aplicar isso na prática? Em vez de dizer "não pense nisso, seja positivo", diga "me diz o 
que você está sentindo, eu te escuto". Em vez de falar "poderia ser pior", diga "sinto muito que 
está passando por isso". Em vez de "não se preocupe, seja feliz", diga "estou aqui para você". (...) 
"Tudo bem olhar para o copo meio cheio, mas aceitando que pode haver situações em que o 
copo está meio vazio e, a partir daí, assumir a responsabilidade de como construímos nossas 
vidas". 
Para Baker, o que devemos lembrar é que "todas as nossas emoções são autênticas e reais, e 
todas elas são válidas". 
 
Adaptado de: https://www.bbc.com/portuguese/geral-55278174. 
Acesso em: 28 dez. 2021. 
Considerando seu conhecimento acerca do uso dos tempos e dos modos verbais, 
informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa 
com a sequência correta. 
 
( ) No trecho “Se não houver frustração e fracasso, não aprendemos a desenvolver em 
nossas vidas”, os verbos em destaque foram empregados na forma nominal do infinitivo. 
( ) No trecho “Se não houver frustração e fracasso, não aprendemos a desenvolver em 
nossas vidas”, “houver” indica possibilidade, enquanto “aprendemos” indica certeza. 
( ) Em “Se houvesse mais honestidade sobre as vulnerabilidades, nos sentiríamos mais 
livres para experimentar todos os tipos de emoções.”, os verbos destacados foram 
empregados no modo subjuntivo, indicando uma hipótese. 
( ) Na sentença “(...) ‘não se preocupe, seja feliz’, diga ‘estou aqui para você’.”, os verbos 
destacados foram empregados no modo imperativo, apresentando uma orientação, 
conselho. 
( ) Na sentença “(...) ‘não se preocupe, seja feliz’, diga ‘estou aqui para você’.”, o verbo em 
destaque foi empregado no presente do indicativo. 
A) F – V – F – F – V. 
B) V – V – F – V – F. 
C) V – F – V – F – V. 
D) F – F – V – V – F. 
E) F – V – F – V – V. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 
2. AOCP 
COMO DEFINIR OBJETIVOS QUANDO NÃO SABEMOS O QUE QUEREMOS 
Pilar Jericó - 11 MAI 2021 
 
 Somos estimulados a sonhar, a buscar objetivos e a nos orientar em direção ao que desejamos. 
Às vezes, o problema é que não sabemos o que queremos. É o que tenho observado em muitas 
pessoas, até em mim mesma. A dúvida aparece quando terminamos uma etapa, como concluir 
alguns estudos ou finalizar um trabalho. Também surge quando estamos cansadosde uma 
determinada situação, quando temos de nos reinventar devido às circunstâncias ou quando nos 
deparamos com um fracasso ou um contratempo. [...] Um pequeno exercício de reflexão pode nos 
ajudar a recuperar sonhos e a definir objetivos que nos animem. Vejamos algumas dicas práticas. 
 Primeiro, não devemos confundir nossos sonhos com fantasias. Um sonho é um projeto que 
nos anima, como estudar algo novo, comprar um carro ou ter um filho. Pode ser mais ou menos 
ambicioso, mas nos impulsiona a nos esforçar para conseguir realizá-lo. Já uma fantasia é algo 
que vive em nossa mente, que gostamos de imaginar, mas que, no fundo, sabemos que nunca 
vamos dedicar muita energia para alcançá-lo. [...] Dar a volta ao mundo, viver nas ilhas 
paradisíacas do Pacífico ou se tornar diretor de cinema em Hollywood poderiam ser alguns 
exemplos. Aprender a diferenciar os sonhos das fantasias nos faz ser honestos conosco mesmos 
e nos alivia da pressão de conseguir estas últimas, das quais, insistimos, não necessitamos. 
 [...] Quando não sabemos o que queremos ou não temos um sonho claro, podemos fazer várias 
coisas. Por um lado, podemos recuperar sonhos do passado como forma de inspiração. A 
adolescência é uma época muito frutífera de ideias. Valeria a pena lembrar do que gostávamos 
ou o que nos animava. O objetivo não é realizar os sonhos ao pé da letra. Talvez tenham ficado 
um pouco desatualizados ou, simplesmente, sejam impossíveis de alcançar, como se queríamos 
ser astronautas e agora temos 40 anos. Os velhos sonhos atuam como faróis, não são cartas de 
navegação, daí a importância de recuperá-los. Retomando o exemplo anterior do astronauta, 
obtemos informações sobre nós mesmos. Com esse exercício simples, lembramos que 
gostávamos de aventuras ou de estudar as estrelas. Dessa forma, podemos nos matricular em 
um curso de astronomia, comprar um telescópio ou acessar os recursos da NASA para conhecer 
mais a respeito. E você, o que gostava de fazer quando era mais jovem? O que pode extrair 
daquilo? 
 Outra forma de nos orientarmos é pensar naquilo que não queremos. Talvez este exercício não 
seja tão atraente quanto imaginar a si mesmo no futuro, mas é um passo válido. O que eu quero 
parar de fazer? Pode ser no âmbito pessoal ou profissional, como evitar me irritar por alguma 
coisa, não continuar neste trabalho ou manter uma amizade. 
 Quando estamos em uma dúvida profunda sobre o que fazer ou quais são nossos sonhos, 
temos outra opção: refletir sobre com quem gostaríamos de parecer, mesmo que seja um 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
personagem de ficção. Mais uma vez, isso funciona como farol, mas volta a nos dar pistas sobre 
nós mesmos. Com este exercício, podemos tirar conclusões que nos ajudem a aterrissar na 
realidade e a definir objetivos concretos. 
Adaptado de: https://brasil.elpais.com/estilo/2021-05-11/como-definir-objetivos-quando-nao-
sabemos-o-que-queremos.html. Acesso em: 14 mai. 2021. 
Assinale a alternativa em que os verbos em destaque NÃO formam uma locução verbal. 
A) “É o que tenho observado em muitas pessoas [...]”. 
B) “[...] não devemos confundir nossos sonhos com fantasias”. 
C) “Pode ser mais ou menos ambicioso [...]”. 
D) “Aprender a diferenciar os sonhos das fantasias nos faz ser honestos conosco mesmos [...]”. 
E) “Talvez tenham ficado um pouco desatualizados [...]”. 
 
3. AOCP 
 
Leia os textos que seguem para responder à questão. 
 
Texto I 
 
Disponível em: ihttps://www.plural.jor.br/charges/bennet/benett-370/ Acesso em: 20 mai. 2021. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 
Texto II 
O Bicho, 
de Manuel Bandeira (1947) 
Vi ontem um bicho 
Na imundície do pátio 
Catando comida entre os detritos. 
 
Quando achava alguma coisa, 
Não examinava nem cheirava: 
Engolia com voracidade. 
 
O bicho não era um cão, 
Não era um gato, 
Não era um rato. 
 
O bicho, meu Deus, era um homem. 
Disponível em: https://www.culturagenial.com/poema-o-bicho-manuel-bandeira/ Acesso em: 20 
mai. 2021 
 
Texto III 
O direito à alimentação adequada e as 
restrições decorrentes da pandemia 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Por Delcy Alex Linhares 
 
A pandemia da Covid-19 impôs a formulação de políticas públicas voltadas para o 
estabelecimento de “comunidades seguras”, cujo princípio geral orientador, trazido pela carta de 
Otawa da OMS, desde 1976, para o mundo, as nações, as regiões e até mesmo as comunidades 
é “a necessidade de encorajar a ajuda recíproca – cada um a cuidar de si próprio, do outro, da 
comunidade e do meio-ambiente natural”. 
Voltou-se a discutir o conceito de “populações vulneráveis”, sob a ótica da saúde e da assistência 
social, debate que começou no início dos anos 1980, com os estudos sobre a AIDS, que agora 
foi revisitado em razão do perfil das pessoas atingidas e das variáveis socioeconômicas que 
surgiram com o isolamento social imposto pela pandemia. 
No Brasil, medidas restritivas de liberdades individuais, tais como: quarentena, isolamento social, 
adoção de protocolos sanitários; e, até mesmo fechamento de fronteiras, foram autorizadas pela 
Lei 13.979/2020 e passaram a ser exigidas por meio de regras, editadas em todo o país, pelas 
várias esferas de governo. Tais medidas têm o potencial de colocar em risco a continuidade do 
abastecimento de alimentos no país. 
O direito à alimentação adequada 
A Declaração Universal do Direitos do Homem, em seu artigo 3°, reconhece que: “todo indivíduo 
tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”; e, no art. 25°. 1, prevê que “toda a pessoa 
tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, 
principalmente quanto à alimentação 
[...]”. 
Por sua vez, o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais das Nações 
Unidas, de 1966, estabelece, em seu art. 11, o “direito de todos de usufruir de um padrão de vida 
adequado para si mesmo e sua família, incluindo moradia, vestuário e alimentação adequados, e 
à melhoria contínua das condições de vida”. 
Não é por outro motivo que o Protocolo de San Salvador reconhece expressamente, no seu art. 
12, o direito à alimentação e o relaciona com a produção, abastecimento e distribuição de 
alimentos. 
Por fim, o direito à alimentação adequada foi detalhado no Comentário Geral nº 12 do Comitê de 
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, de 
1999 [...]. 
O abastecimento de alimentos impacta muito mais que nossa dieta. A produção de alimentos traz 
inegáveis consequências para o meio ambiente, gera reflexos nas concentrações populacionais 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
e afeta movimentos migratórios de natureza econômica. No entanto, as pessoas têm o direito a 
ter alimentos saudáveis e culturalmente adequados, produzidos e distribuídos por métodos 
sustentáveis, bem como o direito de definir seus próprios sistemas alimentares, o que é chamado 
de "soberania alimentar". 
Assim, a competência comum, para organizar a atividade de abastecimento de alimentos, não 
pode ser exercida de maneira que coloque em risco o direito à alimentação adequada da 
população. Deve haver uma cooperação mútua para assegurar a manutenção da atividade em 
todo o país, porque esta se destina ao atendimento de necessidades inadiáveis da sociedade; e, 
se não for mantida, coloca em perigo a soberania alimentar de toda a população. [...] 
O problema é tão sério que, provocado pelo Conselho Federal da O.A.B., na ADPF 672/DF, o 
Supremo Tribunal Federal, por intermédio do ministro Alexandre de Moraes, se posicionou [...] e, 
ao fim, concedeu-se parcialmente a medida cautelar para: 
“RECONHENDO E ASSEGURANDO O EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA CONCORRENTE DOS 
GOVERNOS ESTADUAIS E DISTRITAL E SUPLEMENTAR DOS GOVERNOS MUNICIPAIS, 
cada qual no exercício de suas atribuições e no âmbito de seus respectivos territórios, para a 
adoção ou manutenção de medidas restritivaslegalmente permitidas durante a pandemia, tais 
como, a imposição de distanciamento/isolamento social, quarentena, suspensão de atividades de 
ensino, restrições de comércio, atividades culturais e à circulação de pessoas, entre outras; 
INDEPENDENTEMENTE DE SUPERVENIÊNCIA DE ATO FEDERAL EM SENTIDO 
CONTRÁRIO, sem prejuízo da COMPETÊNCIA GERAL DA UNIÃO para estabelecer medidas 
restritivas em todo o território nacional, caso entenda necessário.” 
A decisão reputou constitucional a adoção de medidas restritivas de liberdades por parte de entes 
federativos subnacionais, da mesma forma que se reconheceu a competência comum destes para 
a organização do abastecimento alimentar. 
[...] Por fim, mesmo que a pandemia da Covid-19 faça com que o estado democrático de direito 
seja testado ao limite de suas instituições, a constituição ainda se mostra capaz de unir a 
sociedade e incentivar a colaboração mútua, de todos, não só para proteger o direito à saúde, 
mas também para assegurar a alimentação adequada. 
Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-abr-26/direito-pos-graduacao-direito-
alimentacao-restricoes-decorrentes-pandemia Acesso em: 20 de maio de 2021. 
Leia os excertos que seguem, extraídos do texto III, e analise as respectivas reescritas 
propostas para eles. 
 
I. “[...] a formulação de políticas públicas voltadas para o estabelecimento de‘comunidades 
seguras’.”- “[...] a formulação de políticas públicas voltadas ao estabelecimento 
de‘comunidades seguras’.” 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
II. “Voltou-se a discutir o conceito de‘populações vulneráveis’, [...]”.- “Se voltou a discutir 
o conceito de‘populações vulneráveis’, [...]”. 
III. “[...] toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente [...]”.- “[...] toda a pessoa 
têm direito a um nível de vida suficiente [...]”. 
IV. “Por fim, o direito à alimentação adequada foi detalhado no Comentário Geral nº 12 [...]”.- 
“Por fim, no Comentário Geral nº 12, detalhou-se o direito à alimentação adequada [...]”. 
 
O sentido e a correção gramatical dos excertos foram devidamente mantidos apenas em 
A) I e II. 
B) III e IV. 
C) II e III. 
D) I e IV. 
E) II e IV. 
 
4. AOCP 
 
Plantas tóxicas: lindas e perigosas 
 
O hábito de cultivar plantas em jardins dentro e fora de casa cresceu durante os meses de 
pandemia de covid-19. As espécies escolhidas são as mais variadas, indo de flores a ervas 
aromáticas, de plantas ornamentais a árvores frutíferas. Entretanto, além de tornarem os 
ambientes mais bonitos e os pratos mais aromáticos, as plantas possuem características químicas 
que podem fazer com que sejam tóxicas para pessoas e animais. 
Segundo afirma a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Brasil, a cada dez casos de intoxicação 
por plantas, seis ocorrem em crianças com menos de 10 anos de idade, mas as vítimas de 
envenenamento por plantas não são apenas crianças. Animais domésticos, adultos e até mesmo 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
animais de fazenda podem ser expostos a esse tipo de acidente. Ou seja, a convivência com 
plantas potencialmente tóxicas requer cuidados preventivos. 
Conhecer quais são as espécies potencialmente venenosas deve ser o primeiro passo para 
prevenção de intoxicações. Ainda segundo a Fiocruz, as campeãs de acidentes no Brasil são 
comigo-ninguém-pode, bico-de-papagaio, espirradeira, taioba-brava, tinhorão, chapéu-de-
Napoleão, coroa-de-Cristo, saia-branca etc. Saber identificar essas plantas é essencial no caso 
de um acidente. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fiocruz possuem 
informação sobre a identificação dessas plantas em seus sites. 
Para a prevenção e para a resposta aos acidentes também é importante conhecer quais são as 
reações causadas pelo contato com plantas venenosas. As respostas do organismo ao contato 
com as substâncias venenosas são diversas e podem depender de fatores como a idade e 
tamanho do paciente, questões de saúde (como a presença de alergias) e o tempo e via de 
exposição ao agente tóxico. 
Segundo o Centro de Intoxicações da Califórnia, as plantas tóxicas podem ser classificadas em 
cinco graus de perigo: 
• Nível 1: pertencem ao nível 1 as plantas que causam apenas uma reação alérgica na pele, 
(vermelhidão, coceira, bolhas etc.); 
• Nível 2a: estão as espécies que, por meio do contato de sua seiva com as mucosas, incluindo a 
boca, ocasionam dor e irritação. O quadro pode se agravar, com a presença de problemas 
respiratórios; 
• Nível 2b: engloba as plantas que possuem oxalato de cálcio em sua seiva. Elas são responsáveis 
por causar reações tardias nos rins, náuseas, vômitos e diarreias (pertence a esse grupo, por 
exemplo, a campeã de intoxicações comigo-ninguém-pode); 
• Nível 3: nesse nível estão as espécies que, se ingeridas, causam reações moderadas, como 
náusea, vômito e diarreia, mas não oferecem risco de vida; 
• Nível 4: aquelas que podem levar à morte. Sua ingestão pode afetar os rins, o coração, o fígado 
e o cérebro e requer atendimento médico imediato. 
Em caso de acidentes com plantas, contate o centro de intoxicações mais próximo. 
 
Texto adaptado de:<https://drauziovarella.uol.com.br/toxicologia/plantas-toxicas-linda-se-
perigosas/> . Acesso em: 03 nov. 2020. 
Assinale a alternativa correta. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
A) O “que” destacado no excerto “Nível 2b: engloba as plantas que possuem oxalato de cálcio 
em sua seiva.” é uma conjunção que introduz uma oração subordinada. 
B) No trecho “As espécies escolhidas são as mais variadas, indo de flores a ervas aromáticas 
[...]”, há uma oração reduzida com valor adjetivo. 
C) O “se” destacado no excerto “O quadro pode se agravar, com a presença de problemas 
respiratórios.” é uma conjunção subordinativa introduzindo uma oração condicional. 
D) Na oração “Em caso de acidentes com plantas, contate o centro de intoxicações mais 
próximo.”, o termo em destaque é um adjunto adverbial que indica lugar. 
E) Na locução verbal “podem fazer”, encontrada no trecho “[...] as plantas possuem 
características químicas que podem fazer com que sejam tóxicas para pessoas e animais.”, o 
verbo “podem” é o principal e o verbo “fazer” é o auxiliar. 
 
5. AOCP 
Entrevista com Maria Silvia Bolguese e Ricardo Moreno 
 
Maria Silvia Bolguese, psicanalista e membro do Departamento de Psicanálise do Instituto 
Sedes Sapientiae 
 
CULT – O que é a depressão? 
Maria Silvia Bolguese – Em relação à psicanálise, quero destacar que a depressão pode ser 
compreendida considerando-se um espectro que vai desde os estados depressivos considerados 
normais, ou seja, reações de recolhimento do sujeito frente a dificuldades da vida, por um lado, 
ou angústias e desequilíbrios advindos de instabilidades internas; até as manifestações 
melancólicas graves, que impedem, inibem as possibilidades do existir. 
 
CULT – Por que a depressão pode ser considerada um sintoma social? 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Maria Silvia Bolguese – Sujeitos deprimidos e medicados são os sujeitos conformados à lógica 
dominante, que visam apenas a partir de si mesmos corrigir seu mal-estar. A passividade 
contemporânea em relação às condições sociais e políticas é decorrência dessa ideologia da 
culpabilização e responsabilização dos sujeitos. Claro está que os estados depressivos graves e 
melancólicos devem ser tratados pelo que produzem de sofrimento a seus portadores, mas não 
se pode deixar de considerar em nenhum caso as condições de vida a que esses mesmos sujeitos 
estão submetidos. 
 
Ricardo Moreno, psiquiatra e coordenador do Programa de Transtornos Afetivos do 
Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPQ) 
CULT – Sob o ponto de vista da psiquiatria, o que é a depressão? 
Ricardo Moreno – Depressão é uma doença que tem como base uma disfunção química do 
cérebro, ou seja, os sistemas de neurotransmissão são comprometidos. Ela se caracteriza por 
uma série de sinais e sintomas. Ela tende a recorrerao longo da vida e tem uma série de prejuízos 
em vários níveis. Depressão não é tristeza, não é uma reação emocional a um evento qualquer. 
 
CULT – A depressão pode ser motivada por fatores sociais? 
Ricardo Moreno – Não. Isso é uma coisa que se fala há muito tempo, principalmente algumas 
vertentes interpretativas, mas a depressão não pode ser causada por fatores sociais. O que nós 
sabemos das causas da depressão: primeiro, há uma causa genética – 40% dos pacientes com 
depressão têm um fator genético envolvido. Mas não é somente o componente genético, tem de 
haver um componente psicossocial e psicológico. O que se sabe é que indivíduos que têm 
predisposição a ter depressão, quando submetidos a estresse, físico ou psicológico, podem ou 
não desenvolver a doença, dependendo da vulnerabilidade genética que eles têm e a capacidade 
psicológica de lidar com o estresse. 
 
Adaptado de: https://revistacult.uol.com.br/home/entrevista__trashed/. Acesso em: 14 jan 2021. 
Assinale a alternativa correta sobre o excerto “Isso é uma coisa que se fala há muito 
tempo [...]”. 
A) Ao utilizar a expressão “se fala”, o entrevistado se exime da obrigação de explicitar qual o 
agente que executa a ação de falar. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
B) O pronome demonstrativo “isso” retoma um referente que está fora do texto e próximo da 
pessoa a quem se fala (o entrevistador) e não da pessoa que fala (o entrevistado). 
C) A expressão “há muito tempo” poderia ser substituída por “muito tempo atraz”, sem que isso 
infringisse qualquer norma gramatical. 
D) A substituição de “se fala” por “fala-se” causaria um prejuízo semântico ao excerto. 
E) A utilização do verbo “fala” no presente do indicativo sinaliza uma ação que ocorre 
simultaneamente ao momento em que o entrevistado profere sua resposta. 
6. AOCP 
Bauman: Para que a utopia renasça é preciso confiar no potencial humano 
 
Dennis de Oliveira 
 
 Zygmunt Bauman é um dos pensadores contemporâneos que mais têm produzido obras que 
refletem os tempos contemporâneos. Nascido na Polônia em 1925, o sociólogo tem um histórico 
de vida que passa pela ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial, pela ativa militância 
em prol da construção do socialismo no seu país sob a direta influência da extinta União Soviética 
e pela crise e desmoronamento do regime socialista. Atualmente, vive na Inglaterra, em tempo de 
grande mobilidade de populações na Europa. Professor emérito de sociologia da Universidade de 
Leeds, Bauman propõe o conceito de “modernidade líquida” para definir o presente, em vez do já 
batido termo “pós-modernidade”, que, segundo ele, virou mais um qualificativo ideológico. 
 Bauman define modernidade líquida como um momento em que a sociabilidade humana 
experimenta uma transformação que pode ser sintetizada nos seguintes processos: a 
metamorfose do cidadão, sujeito de direitos, em indivíduo em busca de afirmação no espaço 
social; a passagem de estruturas de solidariedade coletiva para as de disputa e competição; o 
enfraquecimento dos sistemas de proteção estatal às intempéries da vida, gerando um 
permanente ambiente de incerteza; a colocação da responsabilidade por eventuais fracassos no 
plano individual; o fim da perspectiva do planejamento a longo prazo; e o divórcio e a iminente 
apartação total entre poder e política. A seguir, a íntegra da entrevista concedida pelo sociólogo 
à revista CULT. 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 CULT – Na obra Tempos líquidos, o senhor afirma que o poder está fora da esfera da 
política e há uma decadência da atividade do planejamento a longo prazo. Entendo isso 
como produto da crise das grandes narrativas, particularmente após a queda dos regimes 
do Leste Europeu. Diante disso, é possível pensar ainda em um resgate da utopia? 
 
 Zygmunt Bauman – Para que a utopia nasça, é preciso duas condições. A primeira é a forte 
sensação (ainda que difusa e inarticulada) de que o mundo não está funcionando adequadamente 
e deve ter seus fundamentos revistos para que se reajuste. A segunda condição é a existência de 
uma confiança no potencial humano à altura da tarefa de reformar o mundo, a crença de que “nós, 
seres humanos, podemos fazê-lo”, crença esta articulada com a racionalidade capaz de perceber 
o que está errado com o mundo, saber o que precisa ser modificado, quais são os pontos 
problemáticos, e ter força e coragem para extirpá-los. Em suma, potencializar a força do mundo 
para o atendimento das necessidades humanas existentes ou que possam vir a existir. 
 
Adaptado de: https://revistacult.uol.com.br/home/entrevista-zygmunt-bauman/>. Acesso em: 14 
jan. 2021. 
A respeito do item em destaque em “Zygmunt Bauman é um dos pensadores 
contemporâneos que mais têm produzido obras [...]”, assinale a alternativa correta. 
A) Ele estabelece concordância com o núcleo do sujeito “um dos pensadores contemporâneos”. 
B) Ele está conjugado no modo subjuntivo, indicando a incerteza do autor quanto ao número 
exato de obras escritas por Bauman. 
C) Ele integra uma oração sem sujeito, como em “Tem um cachorro muito bravo no quintal do 
vizinho”. 
D) Ele está sendo utilizado com o mesmo sentido que em “João tem muitos livros em sua casa”. 
E) Ele faz parte de uma locução verbal, indicando uma ação contínua que se prolonga até o 
presente. 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
7. AOCP 
 
‘Plano contra crise hídrica é como seguro: para não usar’, diz secretário 
 
Documento prevê a implantação de rodízio em situações de emergência. Governo de SP 
apresentou plano nesta quinta-feira, com 5 meses de atraso. 
 O secretário estadual de Recursos Hídricos, Benedito Braga, comparou o plano de 
contingência contra a crise hídrica em São Paulo com um seguro: “estamos fazendo para 
não usar”, afirmou. O documento, obtido com exclusividade pelo G1 na semana passada, 
foi apresentado oficialmente, com cinco meses de atraso, nesta quinta-feira (19). Na 
reunião estavam presentes representantes de prefeituras da região metropolitana e 
entidades. 
 Braga afirmou que o plano demorou para ser apresentado porque foi um trabalho 
integrado entre o estado paulista, municípios, sociedade civil e universidades. 
“Obviamente em uma região tão complexa como a região metropolitana de São Paulo, o 
levantamento de dados é muito demorado, não é muito simples”, disse o secretário. 
 O plano de contingência vai orientar como o poder público, companhias e sociedade civil 
devem agir no caso de seca ou de desabastecimento de água para a população. O 
documento também prevê a implantação de rodízio – cortes sistemáticos na distribuição – 
em situações de emergência. De acordo com o secretário de Recursos Hídricos, a Grande 
São Paulo está, atualmente, em estado de atenção. 
 Três níveis de ações O plano de contingência, divulgado com exclusividade pelo G1 na 
semana passada, considera ações em três níveis (veja abaixo). 
 Atualmente, segundo o governo estadual, a Grande São Paulo está no nível 2 - Alerta 
porque os reservatórios ainda estão com níveis baixos. O secretário de Recursos Hídricos 
garante, no entanto, que todas as medidas necessárias para essa situação já foram 
tomadas. 
 “O Cantareira ainda está no volume morto. O Alto Tietê está com 15% da capacidade. 
Entretanto, nós estamos no processo de redução de pressão a noite, e assim por diante. 
Essa é uma característica de redução na demanda quando a perspectiva de oferta ainda é 
baixa. Porém não está ainda em uma situação tão complicada que você não consiga o nível 
dos reservatórios estáveis”, completou. 
 Níveis e ações 
 NÍVEL 1 - ATENÇÃO: deverá ser adotado quando houver sinais de estiagem prolongada, 
quando então passa a existir uma situação de risco elevado de não ser atendida a demanda 
de água. 
 NÍVEL 2 - ALERTA: será adotado quando a situação dos sistemas de abastecimento 
chegar a níveis críticos, podendo comprometer a curtoprazo o atendimento à demanda de 
abastecimento de água. O risco de não atendimento é elevado. 
 “Isso quer dizer que, mesmo se você estiver fazendo tudo isso e o nível dos reservatórios 
continuar caindo, aí seria necessário acionar o nível de emergência. Porque seria 
necessário não só reduzir a pressão mas cortar água mesmo, para que a gente não ficasse 
dependendo só da água do rio”, explicou o secretário de Recursos Hídricos, Benedito 
Braga. 
 NÍVEL 3 - EMERGÊNCIA: será adotado quando for eminente o não atendimento da 
demanda, uma vez que um ou mais sistemas de abastecimento estejam sob elevado risco 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
de esvaziamento crítico, comprometendo o abastecimento de parte da população com grau 
de severidade significativo. 
 Neste nível (emergência) serão feitos cortes sistemáticos no abastecimento de água de 
modo a evitar o colapso total de um ou mais sistemas produtores de água potável. Em caso 
de emergência, quando a possibilidade do rodízio existe, o plano prevê ações como a 
restrição de água potável para atividades industriais de grande impacto e atividades de 
irrigação. 
 Caberá à Sabesp, à Secretaria de Recursos Hídricos e às prefeituras a operação de 
abastecimento em pontos prioritários e a requisição, se necessário, de poços outorgados 
para a distribuição de água à população em pontos de apoio. [...]. Retirado e adaptado de: 
 
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/11/ governo-de-sp-apresenta-plano-contra-
crise-hidrica-com-5-meses-de -atraso.html. Acesso em: 09 dez. 2015. 
Em “[...] Isso quer dizer que, mesmo se você estiver fazendo tudo isso e o nível dos 
reservatórios continuar caindo, aí seria necessário acionar o nível de emergência [...]” os 
verbos em destaque estão 
A) ambos no modo imperativo. 
B) ambos no modo indicativo. 
C) respectivamente no modo subjuntivo e no imperativo. 
D) respectivamente no modo subjuntivo e no indicativo. 
E) ambos no modo subjuntivo. 
8. AOCP 
 
“Estamos Enlouquecendo Nossas Crianças! Estímulos Demais... Concentração de 
Menos” 31 Maio 2015 em Bem-Estar, filhos 
 
 Vivemos tempos frenéticos. A cada década que passa o modo de vida de 10 anos atrás 
parece ficar mais distante: 10 anos viraram 30, e logo teremos a sensação de ter se passado 
50 anos a cada 5. E o mundo infantil foi atingido em cheio por essas mudanças: já não se 
educa (ou brinca, alimenta, veste, entretêm, cuida, consola, protege, ampara e satisfaz) 
crianças como antigamente! 
 O iPad, por exemplo, já é companheiro imprescindível nas refeições de milhares de 
crianças. Em muitas casas a(s) TV(s) fica(m) ligada(s) o tempo todo na programação infantil 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
– naqueles canais cujo volume aumenta consideravelmente durante os comerciais – 
mesmo quando elas estão comendo com o iPad à mesa. 
 Muitas e muitas crianças têm atividades extracurriculares pelo menos três vezes por 
semana, algumas somam mais de 50 horas semanais de atividades, entre escola, cursos, 
esportes e reforços escolares. 
 Existe em quase todas as casas uma profusão de brinquedos, aparelhos, recursos e 
pessoas disponíveis o tempo todo para garantir que a criança “aprenda coisas” e não 
“morra de tédio”. As préescolas têm o mesmo método de ensino dos cursos pré-
vestibulares. 
 Tudo está sendo feito para que, no final, possamos ocupar, aproveitar, espremer, sugar, 
potencializar, otimizar e, finalmente, capitalizar todo o tempo disponível para impor às 
nossas crianças uma preparação praticamente militar, visando seu “sucesso”. O ar nas 
casas onde essa preocupação é latente chega a ser denso, tamanha a pressão que as 
crianças sofrem por desenvolver uma boa competitividade. Porém, o excesso de estímulos 
sonoros, visuais, físicos e informativos impedem que a criança organize seus pensamentos 
e atitudes, de verdade: fica tudo muito confuso e nebuloso, e as próprias informações se 
misturam fazendo com que a criança mal saiba descrever o que acabou de ouvir, ver ou 
fazer 
 Além disso, aptidões que devem ser estimuladas estão sendo deixadas de lado: Crianças 
não sabem conversar. Não olham nos olhos de seus interlocutores. Não conseguem focar 
em uma brincadeira ou atividade de cada vez (na verdade a maioria sequer sabe brincar 
sem a orientação de um adulto!). Não conseguem ler um livro, por menor que seja. Não 
aceitam regras. Não sabem o que é autoridade. Pior e principalmente: não sabem esperar. 
Todas essas qualidades são fundamentais na construção de um ser humano íntegro, 
independente e pleno, e devem ser aprendidas em casa, em suas rotinas. 
 Precisamos pausar. Parar e olhar em volta. Colocar a mão na consciência, tirá-la um 
pouco da carteira, do telefone e do volante: estamos enlouquecendo nossas crianças, e as 
estamos impedindo de entender e saber lidar com seus tempos, seus desejos, suas 
qualidades e talentos. Estamos roubando o tempo precioso que nossos filhos tanto 
precisam para processar a quantidade enorme de informações e estímulos que nós e o 
mundo estamos lhes dando. 
 Calma, gente. Muita calma. Não corramos para cima da criança com um iPad na mão a 
cada vez que ela reclama ou achamos que ela está sofrendo de “tédio”. Não obriguemos a 
babá a ter um repertório mágico, que nem mesmo palhaços profissionais têm, para manter 
a criança entretida o tempo todo. O “tédio” nada mais é que a oportunidade de estarmos 
em contato conosco, de estimular o pensamento, a fantasia e a concentração. 
 Sugiro que leiamos todos, pais ou não, “O Ócio Criativo” de Domenico di Masi, para que 
entendamos a importância do uso consciente do nosso tempo. 
 E já que resvalamos o assunto para a leitura: nossas crianças não lêem mais. Muitos 
livros infantis estão disponíveis para tablets e iPads, cuja resposta é imediata ao menor 
estímulo e descaracteriza a principal função do livro: parar para ler, para fazer a mente 
respirar, aprender a juntar uma palavra com outra, paulatinamente formando frases e 
sentenças, e, finalmente, concluir um raciocínio ou uma estória. 
 Cerquem suas crianças de livros e leiam com elas, por amor. Deixem que se esparramem 
em almofadas e façam sua imaginação voar! 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
(Fonte: http://www.saudecuriosa.com.br/estamos-enlouquecendo-nossas-criancas-
estimulos-demais-concentracao-de-menos/) 
O texto se apresenta, quase integralmente, na primeira pessoa do plural. Quem seria o 
“nós” ao qual o texto se refere? 
A) Seria todas as crianças da atualidade. 
B) Seria os pais e/ou cuidadores das crianças. 
C) Seria somente os professores e/ou educadores das crianças. 
D) Seria as pessoas que comercializam produtos infantis. 
E) Seria apenas crianças que usam iPads. 
9. AOCP 
 
As populações ribeirinhas são povos que vivem nas beiras dos rios e geralmente são 
extremamente pobres. As atividades desempenhadas são o artesanato e a agricultura e muitos 
povos sobreviviam e sobrevivem da pesca artesanal, da caça, do roçado e do extrativismo. Por 
conta dos aspectos geográficos do país, é na Amazônia que está a maior parte dessa população. 
Além das populações nativas, somam-se a esta categoria descendentes de migrantes do 
Nordeste do país. 
 Na segunda metade do século XIX, muitos nordestinos deixaram sua terra natal e seguiram 
para a Amazônia atrás dos empregos oferecidos nas empresas que atuavam no ciclo da extração 
do látex das árvores conhecidas como seringueiras.. A ausência de políticas públicas que 
tratassem da desmobilização desse contingente de trabalhadores fez com que eles se 
espalhassem ao longo dos rios da floresta amazônica. 
 Por residirem em um ambiente onde a força da natureza se faz presente, os ribeirinhos 
aprenderam a viver em um meio repleto de limitações e desafios impostos pelo rio e pela floresta. 
As casas, em sua maioria, são de palafita, feitas em madeira sobre troncos e pilares. Esse tipo de 
construção tambémé usado para deixar as casas “mais altas” para evitar que sejam invadidas 
pelas águas durante as enchentes. 
 É no rio que os ribeirinhos executam uma das principais atividades que lhes proporciona fonte 
de renda e de sobrevivência: a pesca. A plantação de milho e mandioca, a produção de farinha e 
a coleta da castanha e do açaí também ocupam lugar de destaque nas atividades agrícolas das 
comunidades ribeirinhas. As relações comerciais são praticadas, na maioria das vezes, sob a 
forma de escambo entre comunidades vizinhas e, quando há excedente, este é vendido no centro 
urbano mais próximo. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 A relação diferenciada com a natureza faz dos ribeirinhos grandes detentores de 
conhecimentos sobre aspectos da fauna e da flora da floresta; o uso de plantas medicinais; o ritmo 
e o caminho das águas; os sons da mata; as épocas da terra. Esse convívio alimenta a cultura e 
os saberes transmitidos de pai para filho, contudo as comunidades ribeirinhas convivem com o 
isolamento econômico e social. 
 Como afirmam os moradores, viver na condição ribeirinha requer espírito de comunhão e 
solidariedade. Nas comunidades ribeirinhas, convive-se com o isolamento econômico e social, 
sempre à margem de uma série de políticas públicas e mecanismos de controle da qualidade de 
vida. Como os ribeirinhos contam com poucos serviços públicos, eles sofrem com doenças, falta 
de educação e de assistência social. 
 O Decreto nº 6.040, de 07 de fevereiro de 2007, reconheceu a existência dos povos e 
comunidades tradicionais, dentre os quais estão os ribeirinhos, instituindo uma política nacional 
voltada para as necessidades específicas desses povos, a Política Nacional de Desenvolvimento 
dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT). 
 
 
(Texto adaptado de 
<http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&id=1053:ribeirinhos
>) 
Assinale a alternativa em que o verbo em destaque está flexionado no pretérito perfeito do modo 
indicativo. 
A) “[...] As populações ribeirinhas são povos que vivem nas beiras dos rios [...]” 
B) “[...] muitos povos sobreviviam e sobrevivem da pesca artesanal, da caça, do roçado e do 
extrativismo [...]” 
C) “[...] A ausência de políticas públicas que tratassem da desmobilização desse contingente de 
trabalhadores fez com que eles se espalhassem ao longo dos rios da floresta amazônica. [...]” 
D) “[...] Por residirem em um ambiente onde a força da natureza se faz presente, os ribeirinhos 
aprenderam a viver em um meio repleto de limitações.[...]” 
E) “[...] O Decreto nº 6.040, de 07 de fevereiro de 2007, reconheceu a existência dos povos e 
comunidades tradicionais, dentre os quais estão os ribeirinhos [...]” 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
10. AOCP 
 
Leia o texto a seguir e a partir de seus conhecimentos sobre gêneros textuais e tipologias 
textuais, responda à questão. 
 A tipologia textual, diferentemente do que acontece com os gêneros textuais, apresenta 
propriedades linguísticas intrínsecas, como o vocabulário, relações lógicas, tempos verbais, 
construções frasais e outras características que definem os gêneros. Estes, por sua vez, surgem 
do dinamismo das relações sociocomunicativas e da necessidade dos falantes em um dado 
contexto cultural, enquanto os tipos já estão definidos, prontos para receberem os diversos 
gêneros em sua estrutura. 
Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/tipos-textuais-estrutura-
discurso.htm . Acesso em 04 fev. 2020. 
 
1) 
 
 
2) Pizza Italiana 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 
 
3) 
 
Os textos pertencem a um quadro maior de gêneros que são os textos instrucionais. 
Assinale a alternativa correta sobre o que se afirma a respeito deles. 
A) Os três textos (1, 2 e 3) pertencem ao mesmo gênero. 
B) O texto 1 pertence ao gênero bula; o texto 2 pertence ao gênero manual de instrução e o 
texto 3 pertence ao gênero receita. 
C) Todos os textos (1, 2 e 3) servem para auxiliar o leitor na realização de ações. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
D) Prevalecem nos textos (1, 2 e 3) os verbos no tempo pretérito perfeito. 
E) Apenas o texto 3 utiliza os verbos no imperativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
GABARITO 
 
1. E 
2. D 
3. D 
4. B 
5. A 
6. E 
7. D 
8. B 
9. E 
10. C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
9. Concordância verbal e nominal. 
 
1- AOCP 
 
Texto 
 
 No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma de 
conciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcionário-
autoridade e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de ambas 
as partes são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em comum banal 
(torcer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual ambos 
passaram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação da relação 
pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela situação 
poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica do “jeitinho”. 
Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o que também pode 
ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato, quando se deseja 
utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato de força que no Brasil 
é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se busca uma igualdade 
simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão, mas uma hierarquização 
inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não pode” do funcionário, 
encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe com quem você está 
falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe com quem está falando?” 
são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmonioso de resolver a disputa; o 
outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O “jeitinho” tem muito de cantada, 
de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma mulher encontra um homem e 
ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a forma que o encontro deverá 
assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma um estilo em que a autoridade 
é reafirmada , mas com a indicação de que o sistema é escalonado e não tem uma finalidade 
muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais alta, a quem se poderá recorrer. 
E assim as cartas são lançadas. 
1. (DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem 
2. e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil?. Rio de Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, 
(Adaptado) . 
Em “Há sempre outra autoridade, ainda mais alta,”, o emprego do singular na forma 
verbal em destaque deve-se: 
A) à impessoalidade do verbo “haver” no contexto. 
B) à concordância entre o verbo e o sujeito “autoridade”. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
C) ao emprego do advérbio sempre com sentido atemporal. 
D) ao sujeito desinencial subentendido pelo verbo “haver”. 
2- AOCP 
 
Assinale a alternativa que não apresenta problema de concordância. 
A) O porteiro deixou claro, ao abordar os jovens, os incômodos que eles estavam causando. 
B) Houve moradores que não se importaram com o grupo de jovens. 
C) Ergueu-se altas grades no muro. 
D) Fazem dias que os jovens não se reúnem na frente do edifício. 
3- AOCP 
 
Texto 
Uma Vela para Dario 
 (Dalton Trevisan) 
 Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, 
diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-
se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, 
moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de 
ataque. 
 Ele reclina-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O 
rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abre-lhe o paletó, o 
colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, Dario rouqueja feio, bolhas de espuma 
surgiram no canto da boca. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Cada pessoa que chega ergue-se na ponta dos pés, não o pode ver. Os moradores da rua 
conversam de uma porta à outra, as crianças de pijama acodem à janela. O senhor gordo repete 
que Dario sentou-se na calçada, soprando a fumaça do cachimbo, encostava o guarda-chuva na 
parede. Mas não se vê guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado. 
 A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. Um grupo o arrasta para o táxi da 
esquina. Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem pagaria a corrida? Concordam 
chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à parede - não tem os sapatos nem 
o alfinete de pérola na gravata. 
 Alguém informa da farmácia na outra rua. Não carregam Dario além da esquina; a farmácia é 
no fim do quarteirão e, além do mais, muito peso. É largado na porta de uma peixaria. Enxame de 
moscas lhe cobre o rosto, sem que faça um gesto para espantá-las. 
 Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o incidente e, agora, comendo e 
bebendo, gozam as delícias da noite. Dario em sossego e torto no degrau da peixaria, sem o 
relógio de pulso. 
 Um terceiro sugere lhe examinem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e 
alinhados sobre a camisa branca. Ficam sabendo do nome, idade; sinal de nascença. O endereço 
na carteira é de outra cidade. 
 Registra-se correria de uns duzentos curiosos que, a essa hora, ocupam toda a rua e as 
calçadas: era a polícia. O carro negro investe a multidão. Várias pessoas tropeçam no corpo de 
Dario, pisoteado dezessete vezes. 
 O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá- lo — os bolsos vazios. Resta na mão 
esquerda a aliança de ouro, que ele próprio quando vivo - só destacava molhando no sabonete. 
A polícia decide chamar o rabecão. 
 A última boca repete — Ele morreu, ele morreu. A gente começa a se dispersar. Dario levou 
duas horas para morrer, ninguém acreditava estivesse no fim. Agora, aos que alcançam vê-lo, 
todo o ar de um defunto. 
 Um senhor piedoso dobra o paletó de Dario para lhe apoiar a cabeça. Cruza as mãos no peito. 
Não consegue fechar olho nem boca, onde a espuma sumiu. Apenas um homem morto e a 
multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias. Na janela alguns moradores com almofadas 
para descansar os cotovelos. 
 Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acende ao lado do cadáver. Parece 
morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva. 
 Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá está Dario à espera do rabecão. A 
cabeça agora na pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de vela apaga-se às 
primeiras gotas da chuva, que volta a cair. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Considere o fragmento abaixo para responder à questão seguinte. 
“Apenas um homem morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias.” (12°§) 
 
Em função da necessidade de concordância do verbo com o sujeito a que se refere, pode-
se afirmar o seguinte sobre o sujeito da forma “espalha” é: 
A) composto tendo “homem” e “multidão” como núcleos. 
B) indeterminado e sem referência gramatical explícita. 
C) simples e representado pela construção “a multidão”. 
D) desinencial marcado pela terceira pessoa. 
 
4- AOCP 
 
Considere as orações abaixo. 
I. Prescreveu-se vários medicamentos. 
II. Trata-se de doenças graves. 
A concordância está correta em 
A) somente I 
B) somente II 
C) I e II 
D) nenhuma 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 
5- AOCP 
 
Considere as orações abaixo. 
I. É necessário calma. 
II. Conhecemos lugares o mais lindos possível. 
A concordância está correta em 
A) somente I 
B) somente II 
C) I e II 
D) nenhuma 
6- AOCP 
 
Texto 
 Crise de Identidade 
 Foi na semana passada. No Leblon. Como todo mundo sabe — será que ainda sabe? —, o 
Leblon não é a minha praia. Sou copacabanense. Pra mim, o Leblon fica além-fronteiras. Sou 
sempre um visitante em suas ruas. Olho para o bairro com olhos de turista, admirado com suas 
madames que almoçam fora, com os que se divertem na Rua Dias Ferreira e, principalmente, com 
a crença da quase totalidade de seus moradores de que o pão e o presunto foram inventados no 
Talho Capixaba. Nunca estou no Leblon por acaso. Dessa vez, estava indo ao dentista. Mas mudei 
de assunto e estou perdendo o fio da meada. Como estava dizendo, foi na semana passada. No 
Leblon. la ao dentista. Mal pisei na calçada do quarteirão a que me dirigia quando, na outra 
esquina, uma senhora me acenou. Bonita, cabelos brancos, esguia, bem vestida, ela veio se 
aproximando. Abriu um sorriso. Me conquistou. Já bem perto, abriu os braços. Parecia uma fã. 
Correspondi, dei-lhe um abraço e ela gritou entusiasmada: “Artur da Távola!” 
 Passei 23 anos ininterruptos escrevendo uma coluna que, em alguns momentos, era publicada 
três vezes por semana. Faz oito meses que parei. E já estão me confundindo com Artur da Távola? 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Não que essa confusão não seja envaidecedora. Sempre fui fã dos textos do Távola. Mas ele já 
não está entre nós há oito anos! Prefiro não ter o talento do mestre, mas continuar vivo. Vivo, pelo 
menos, eu posso continuar tentando alcançar o seu estilo. 
 Será que colunista afastado é colunista morto? Será que oito meses fora do jornal é tempo 
bastante para deixar de habitar a lista de colunistas que o leitor tem na cabeça? Outro dia mesmo, 
dessa vez em Copacabana, em meio a compras num mercado de produtos hortifrutigranjeiros, 
outra velhinha se aproximou. Disse que me lia sempre (ela não se deu conta de que eu não estava 
escrevendo), que se identificava com as minhas histórias, e que minha coluna era a primeira coisa 
que buscava no jornal às sextas-feiras. Bem que eu tentei dizer que nunca escrevi às sextas, mas 
ela me interrompeu e acrescentou que gostava sobretudo quando eu falava do Botafogo. Ela 
gostava mesmo de outro Arthur, o Dapieve. Deixei-a na ilusão de que tinha se encontrado com o 
ídolo. Pra que discutir com madame? E, depois, pensa bem, é muita ingenuidade da leitora 
imaginar que o Dapieve estaria fazendo compras num mercado de produtos hortifrutigranjeiros. 
 Talvez não tenha sido a minha ausência o motivo do esquecimento do leitor. Nesses 23 anos, 
por mais assíduo que tenha sido nas páginas do jornal, sempre fui confundido com o Zuenir, o 
Veríssimo, o Arnaldo... só não me lembro de terem me confundido com a Cora. E olha que eu 
também já tive os meus gatos. Talvez a culpa seja minha e eu nunca tenha conseguido criar, nos 
meus textos, uma personalidade que levasse o leitor a me identificar nas ruas. 
 Deve acontecer algo assim com a minha voz também. De vez em quando, pego um táxi e, 
logo após dizer ao motorista meu destino, ele me responde com alegria: “O senhor é o Cony, não 
é? Ouço o senhor todo dia na CBN”. Eu confirmo e vou em frente. Ainda não desisti do plano de 
andar com uns livros do Cony na mochila para dar edições autografadas aos motoristas da cidade. 
Só não decidi ainda se eu mesmo autografo ou peço pro Cony autografar. 
 As vezes, desconfio que tenha transferido essa crise de identidade para os que me cercam. 
É muito comum encontrar algum admirador que me conhece da televisão. “Não deixo de ver o 
senhor no programa da Andréa Beltrão.” Ou “o senhor não está mais no programa da Maria 
Padilha?” Adiantaeu dizer que o programa é da Maria Beltrão? 
 Isso tudo é pra dizer que, antes que me esqueçam definitivamente, retomo esta coluna, agora 
só aos domingos, na esperança de um dia o leitor me identificar, saber que eu sou eu. É fácil. Não 
falo de gatos, não torço pelo Botafogo, não vejo a confusão em Ipanema da minha janela, não 
analiso a conjuntura política, nunca escrevi um livro de mistério. Sou o outro, aquele outro, aquele 
que fala de amenidades, pega no pé do prefeito, vê novelas... lembra? Aquele que organiza a 
eleição da Mala do Ano, já fez o concurso do Zum de Besouro e teve uma ou duas brigas com o 
Caetano. Ainda não lembrou? Então esquece tudo isso. Eu prefiro ser identificado como aquele 
que tem muita honra em estar em página próxima aos textos do Zuenir, do Veríssimo, do Nelson 
Motta, do Cacá, da Cora, do Dapieve, dos Arnaldos, do Agualusa... São muitos colunistas 
talentosos. Sou só mais um. Aquele com menos talento, o que todo mundo confunde com os 
outros, mas que não cabe em si de satisfação em ter a oportunidade de voltar a se encontrar 
semanalmente com o leitor. Crônica é diálogo. Não,basta eu escrever. Tem que ter você aí do 
outro lado para ler. É um prazer reencontrá-lo. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Ou ninguém leu e eu estou falando sozinho? 
 (Artur Xexéo) 
Considere o segundo parágrafo do texto, transcrito a seguir, para responder à questão. 
“Passei 23 anos ininterruptos escrevendo uma coluna que, em alguns momentos, era publicada 
três vezes por semana. Faz oito meses que parei. E já estão me confundindo com Artur da Távola? 
Não que essa confusão não seja envaidecedora. Sempre fui fã dos textos do Távola. Mas ele já 
não está entre nós há oito anos! Prefiro não ter o talento do mestre, mas continuar vivo. Vivo, pelo 
menos, eu posso continuar tentando alcançar o seu estilo." 
 
Assinale a opção cuja concordância verbal seja equivalente a que aparece em “Faz oito 
meses que parei”: 
A) Ao longo da vida, fazemos muitas coisas de que nos arrependemos. 
B) Todos haviam chegado cedo. 
C) Havia pessoas demais na festa. 
D) Todos se fizeram presentes na festa. 
E) A mãe faz tudo o que ela quer. 
 
7- AOCP 
Leia as alternativas abaixo e assinale a que não apresenta erro de concordância: 
A) O médico e o Engenheiro assistiriam todos os funcionários da empresa. 
B) O médico e o Engenheiro assistiriam a todos os funcionários da empresa. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
C) Os funcionários da empresa assistiram todos os vídeos, a fim de aprender mais sobre o 
assunto. 
D) Os funcionários da empresa assistiram os vídeos, a fim de aprender mais sobre o assunto. 
8- AOCP 
Considere o segundo parágrafo do texto, transcrito a seguir, para responder à questão 
“Passei 23 anos ininterruptos escrevendo uma coluna que, em alguns momentos, era publicada 
três vezes por semana. Faz oito meses que parei. E já estão me confundindo com Artur da Távola? 
Não que essa confusão não seja envaidecedora. Sempre fui fã dos textos do Távola. Mas ele já 
não está entre nós há oito anos! Prefiro não ter o talento do mestre, mas continuar vivo. Vivo, pelo 
menos, eu posso continuar tentando alcançar o seu estilo. ” 
Assinale a opção cuja concordância verbal seja equivalente a que aparece em “Faz oito 
meses que parei”: 
A) Ao longo da vida, fazemos muitas coisas de que nos arrependemos. 
B) Todos haviam chegado cedo. 
C) Havia pessoas demais na festa. 
D) Todos se fizeram presentes na festa. 
E) A mãe faz tudo o que ela quer. 
9. AOCP 
 
 Texto 1 
 Automedicação pode causar sérios danos à saúde 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Hábito pode inibir eficácia dos medicamentos, causar efeitos colaterais nocivos e 
causar a morte A automedicação pode trazer consequências graves à saúde, como reações 
alérgicas e dependência. Além disso, de acordo com o Ministério da Saúde, o hábito pode 
aumentar a resistência de micro-organismos e inibir a eficácia dos remédios. 
 Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos cinco anos, quase 60 mil casos de 
internações por automedicação foram registrados no Brasil. 
 O estudante Stuart Figueredo, por exemplo, tem bronquite asmática e compra os 
medicamentos sem receita médica para tratar a doença. Ele conta que já percebeu os 
efeitos da automedicação. “Eu compro bombinha, inalador, para melhorar da asma, e já 
tem tanto tempo que eu faço essa automedicação que às vezes o remédio não surte tanto 
efeito. Já tiveram algumas situações em que o uso da bombinha ou então do inalador, da 
nebulização, não surtiu efeito que eu precisava. Eu precisava de verdade ir no hospital e 
fazer o tratamento correto para que eu pudesse sarar daquele sintoma”, conta. 
 Segundo o ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos 
Gadelha, optar pela automedicação pode trazer consequências graves para a saúde. “Pode 
matar, os excessos de medicamentos ou às vezes o uso prolongado de um medicamento. 
Os efeitos colaterais, os efeitos adversos. Basta ler as bulas, vocês vão ver que todos os 
medicamentos, eles podem ter efeitos adversos. O uso indevido de medicamentos, ele 
pode piorar a qualidade de vida em vez de melhorar a qualidade de vida se ele for utilizado 
inadequadamente”, reforça. 
(Adaptado de http://www.brasil.gov.br/saude/2014/08/automedicacao -pode-causar-serios-
danos-a-saude) 
Assinale a alternativa correta a respeito do texto 1. 
A) Em “[...]o hábito pode aumentar a resistência de micro-organismos e inibir a eficácia dos 
remédios [...]”, há omissão do verbo “pode” imediatamente antes do verbo “inibir”. 
B) Em “[...] vocês vão ver que todos os medicamentos, eles podem ter efeitos adversos [...]”, o 
verbo em destaque está flexionado no futuro do presente do modo indicativo. 
C) Em “[...]Já tiveram algumas situações em que o uso da bombinha ou então do inalador, da 
nebulização, não surtiu efeito que eu precisava. [...]”, o verbo em destaque deveria estar no 
plural para concordar com o sujeito composto cujos núcleos são “bombinha”, “inalador” e 
“nebulização”. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
D) Em “[...]Já tiveram algumas situações [...]”, o verbo em destaque pode ser trocado pelo verbo 
“haver”, o qual deve ser flexionado no plural para concordar com “algumas situações”. Assim, a 
frase ficaria: “Já houveram algumas situações”. 
E) Em “[...]O estudante Stuart Figueredo, por exemplo, [...] compra os medicamentos sem receita 
médica para tratar a doença [...]”, o verbo em destaque deveria estar no plural para concordar 
com o sujeito “medicamentos”. 
 
10. AOCP 
 
 Considerações sobre a loucura 
 Ferreira Gullar 
 
 Ouço frequentemente pessoas opinarem sobre tratamento psiquiátrico sem na verdade 
conhecerem o problema. É bacana ser contra internação. Por isso mesmo traçam um 
retrato equivocado de como os pacientes eram tratados no passado em manicômios 
infernais por médicos que só pensavam em torturá-los com choques elétricos, camisas de 
força e metê-los em solitárias. 
 Por isso mesmo exaltam o movimento antimanicomial, que se opõe à internação dos 
doentes mentais. Segundo eles, os pacientes são metidos em hospitais psiquiátricos 
porque a família quer se ver livre deles. Só pode fazer tal afirmação quem nunca teve que 
conviver com um doente mental e, por isso, ignora o tormento que tal situação pode 
implicar. 
 Nada mais doloroso para uma mãe ou um pai do que ter de admitir que seu filho é 
esquizofrênico e ser, por isso, obrigado a interná-lo. Há certamente pais que se negam a 
fazê-lo, mas ao custo de ser por ele agredido ou vê-lo por fim à própria vida, jogando-se da 
janela do apartamento. 
 Como aquelas pessoas não enfrentamtais situações, inventam que os hospitais 
psiquiátricos, ainda hoje, são locais de tortura. Ignoram que as clínicas atuais, em sua 
maioria, graças aos remédios neuroléticos, nada têm dos manicômios do passado. 
 Recentemente, num desses programas de televisão, ouvi pessoas afirmarem que o 
verdadeiro tratamento psiquiátrico foi inventado pela médica Nise da Silveira, que curava 
os doentes com atividades artísticas. Trata-se de um equívoco. A terapia ocupacional, 
artística ou não, jamais curou algum doente. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Trata-se, graças a Nise, de uma ocupação que lhe dá prazer e, por mantê-lo ocupado, 
alivia-lhe as tensões psíquicas. Quando o doente é, apesar de louco, um artista talentoso, 
como Emygdio de Barros ou Arthur Bispo do Rosário, realiza-se artisticamente e encontra 
assim um modo de ser feliz. 
 Graças à atividade dos internados no Centro Psiquiátrico Nacional, do Engenho de 
Dentro, no Estado do Rio, criou-se o Museu de Imagens do Inconsciente, que muito 
contribuiu para o reconhecimento do valor estético dos artistas doentes mentais. Mas é 
bom entender que não é a loucura que torna alguém artista; de fato, ele é artístico apesar 
de louco. 
 Tanto isso é verdade que, das dezenas de pacientes que trabalharam no ateliê do Centro 
Psiquiátrico, apenas quatro ou cinco criaram obras de arte. Deve-se reconhecer, também, 
que conforme a personalidade de cada um seu estado mental compõe a expressão estética 
que produz. 
 No tal programa de TV, alguém afirmou que, graças a Nise da Silveira, o tratamento 
psiquiátrico tornou-se o que é hoje. Não é verdade, isso se deve à invenção dos remédios 
neurolépticos que possibilitam o controle do surto psíquico. 
 É também graças a essa medicação que as internações se tornaram menos frequentes 
e, quando necessárias, duram pouco tempo – o tempo necessário ao controle do surto por 
medicação mais forte. Superada a crise, o paciente volta para casa e continua tomando as 
doses necessárias à manutenção da estabilidade mental. 
 Não pretendo com esses argumentos diminuir a extraordinária contribuição dada pela 
médica Nise da Silveira ao tratamento dos doentes mentais no Brasil. Fui amigo dela e 
acompanhei de perto, juntamente com Mário Pedrosa, o seu trabalho no Centro 
Psiquiátrico Nacional. 
 Uma das qualidades dela era o seu afeto pelas pessoas e particularmente pelo doente 
mental. Eis um exemplo: como o Natal se aproximava, ela perguntou aos pacientes o que 
queriam de presente. Emygdio respondeu: um guarda-chuva. 
 Como dentro do hospital naturalmente não chovia, ela concluiu que ele queria ir embora 
para casa. E era. Ela providenciou para que levasse consigo tinta e tela, a fim de que não 
parasse de pintar. 
 Ele se foi, mas, passado algum tempo, alguém toca a campainha do gabinete da médica. 
Ela abre a porta, era o Emygdio, de paletó, gravata e maleta na mão. “Voltei para continuar 
pintando, porque lá em casa não dava pé.” E ficou pintando ali até completar 80 anos, 
quando, por lei, teve que deixar o hospital e ir para um abrigo de idosos, onde morreu anos 
depois. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/2016/02/174 1258-
consideracoes-sobre-a-loucura.shtml) 
Em relação à concordância verbal, assinale a alternativa em que o verbo em destaque 
está corretamente conjugado. 
A) Precisa-se de médicos que compreendam as diferenças das doenças mentais. 
B) Estuda-se novos modos de tratamento psiquiátrico para pacientes em estágio avançado. 
C) Necessitam-se de métodos de internação que visem ao atendimento personalizado. 
D) Constata-se diferentes formas de avaliar o paciente com doenças mentais. 
E) Obedecem-se aos critérios determinados por lei sobre a organização do hospital psiquiátrico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
GABARITO 
 
1. A 
2. B 
3. C 
4. B 
5. C 
6. C 
7. A 
8. C 
9. A 
10. A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
10. Regência nominal e verbal. 
 
1- AOCP 
 
Para responder a questão, leia o fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfose, de 
Franz Kafka. 
 
 Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao menos, não com a mesma 
intensidade –, embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com as 
necessidades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa e a 
alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a 
família, de bom grado, recebia. Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa e, como ela, 
ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia tocar violino com muita graça, ele tinha 
planos de enviá-la para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos extras 
que isso acarretaria. Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem viajar, 
sempre mencionava o projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), 
enquanto os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia. Contudo, Gregor pensava 
muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal. 
 
 Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua cabeça, enquanto ele escutava 
as conversas, colado à porta. De vez em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se, apoiando 
pesadamente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois sabia que qualquer ruído 
era ouvido na sala e fazia com que todos se calassem. “Novamente aprontando alguma coisa”, 
dizia o pai instantes depois, certamente olhando para a porta. Passado algum tempo, eles 
continuavam a trocar palavras entre si. 
 
 Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja porque há 
tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender –, e Gregor, 
com satisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que haviam sofrido, restava-
lhes algum capital, que, se não era muito, ao menos tinha crescido nos últimos anos por conta 
dos rendimentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor entregava (retinha 
apenas uma pequeníssima parte) não era gasto integralmente, e pouco a pouco ampliava o 
montante economizado. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, contente 
com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que aquele dinheiro poderia ter 
paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele 
constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente. 
 
(KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Lourival Holt Albuquerque. São Paulo: Abril, 2010, p.40-
41) 
O pronome destacado, em “a despeito da desgraça que haviam sofrido, restava-lhes 
algum capital” (3º§), foi empregado em função: 
A) de uma relação com a regência verbal. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
B) da adequação ao gênero do referente. 
C) da concordância com o verbo “restar”. 
D) do seu sentido de indefinição contextual. 
E) de sua referência à primeira pessoa do discurso. 
 
2- AOCP 
 
Leia o texto abaixo de Leandro Karnal para responder a seguinte questão. 
A perfeição (adaptado) 
 
O susto de reencontrar alguém que não vemos há anos é o impacto do tempo. O desmanche 
alheio incomoda? Claro que não, apenas o nosso refletido na hipótese de estarmos também 
daquele jeito. Há momentos nos quais o salto para o abismo do fim parece mais dramático: 
especialmente entre 35 e 55. (...) 
Agatha Christie deu um lindo argumento para todos nós que envelhecemos. Na sua 
Autobiografia, narra que a solução de um casamento feliz está em imitar o segundo casamento 
da autora: contrair núpcias com um arqueólogo (no caso, Max Mallowan), pois, quanto mais 
velha ela ficava, mais o marido se apaixonava. Talvez o mesmo indicativo para homens e 
mulheres estivesse na busca degeriatras, restauradores, historiadores, egiptólogos ou, no 
limite, tanatologistas. 
Envelhecer é complexo, a opção é mais desafiadora. O célebre historiador israelense Yuval 
Harari prevê que a geração alpha (nascidos no século em curso) chegará, no mínimo, a 120 
anos se obtiver cuidados básicos. O Brasil envelhece demograficamente e nós poderíamos ser 
chamados de vanguarda do novo processo. Dizem que Nelson Rodrigues aconselhava aos 
jovens que envelhecessem, como o melhor indicador do caminho a seguir. Não precisamos do 
conselho pois o tempo é ceifador inevitável. (...) 
Como em toda peça teatral, o descer das cortinas pode ser a deixa para um aplauso caloroso ou 
um silêncio constrangedor, quando não vaia estrondosa. É sabedoria que o tempo ensina, ao 
retirar nossa certeza com o processo de aprendizado. Hoje começa mais um dia e mais uma 
etapa possível. Hoje é um dia diferente de todos. Você, tendo 16 ou 76, será mais velho amanhã 
e terá um dia a menos de vida. Hoje é o dia. Jovens, velhos e adjacentes: é preciso ter 
esperança. 
Leia com atenção o trecho “O Brasil envelhece demograficamente e nós poderíamos ser 
chamados de vanguarda do novo processo” e, de acordo com a Gramática Normativa da Língua 
Portuguesa, assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas do 
excerto abaixo. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
De acordo com a sintaxe a palavra “demograficamente” é classificada como _____, esse termo 
modifica o verbo “envelhece” que é um verbo _____. 
A) Adjunto Adnominal / Transitivo. 
B) Advérbio de modo / de ligação. 
C) Adjunto Adverbial / Intransitivo. 
D) Advérbio de modo / Transitivo. 
 
3- AOCP 
 
Texto I Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição 
linguística. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso 
garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um dos 
melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma coleção de 
fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma língua, por 
outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate, uma 
coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças, 
instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas 
piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o 
mundo.[...] 
Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofundada e 
sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus que, 
além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desarrumado”, 
contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação a um contexto 
culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros textos. [...] A 
conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada diretamente a 
um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada segmento da 
língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões variadas. Pelo 
menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as ouvimos 
muitas vezes. (POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, 
v.30, n.176, out. 2001) 
No trecho “Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate, uma 
coleção de piadas fornecerá excelente pista:”, a preposição em destaque ocorre em função de 
uma exigência de regência. Dentre as frases abaixo, assinale aquela em se verifica um ERRO 
no emprego do termo regido em destaque. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
A) O supervisor chamou todos os funcionários. 
B) O adiamento do evento implicará em corte de verbas. 
C) Eles não se esqueceram da data da audiência. 
D) Os candidatos visavam a um resultado eficiente. 
E) Perdoaram aos agressores. 
4- AOCP 
 
Para responder a questão , leia com atenção a tira abaixo de “Hagar, o Horrível” do 
cartunista Dik Browne. 
 
De acordo com a leitura atenta da tira acima e com a Gramática Normativa da Língua 
Portuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta. 
 
I. No primeiro balão do primeiro quadrinho, na expressão entre aspas, a expressão “você” é 
classificada sintaticamente como um vocativo, pois refere-se diretamente ao interlocutor. 
II. O verbo “dar” no segundo balão é um Verbo Transitivo Direto e Indireto. 
III. A oração “Quando eu nasci” deve ser classificada como uma Oração Adjetiva Restritiva. 
IV. A expressão “duas semanas depois”, no segundo quadrinho, é um Adjunto Adverbial. 
A) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas. 
B) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
D) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. 
5- AOCP 
 
Se na regência verbal o termo regente é o verbo, na regência nominal é o nome, seja ele 
substantivo, adjetivo ou advérbio. Considerando a variedade padrão da língua, assinale a 
alternativa INCORRETA. 
A) ‘A informação deve ser acessível a todas as pessoas’ 
B) ‘Roberto está muito ávido de comprar sua casa’ 
C) ‘Ele está intolerante ao acontecido’ 
D) ‘Mariana tornou-se uma erudita em música clássica’ 
E) ‘Isto foi essencial para o bom resultado final’ 
6- AOCP 
 
Nas línguas, a regência verbal ocorre quando o termo regente é um verbo (Cereja & Cochar, 
2009). Entretanto, há verbos que admitem mais de uma regência. Considerando-se a variedade 
padrão da língua, assinale a alternativa CORRETA. 
A) Os atletas aspiravam o ar da montanha (VTD/OD) // O vereador recém eleito aspirava a um 
alto cargo (VTI/OI) 
B) Perdoei os inimigos. (VTD/OD) // Perdoei à dívida. (VTI/ OI) 
C) Visou ao alvo e atirou (VTI/OI) // Aquele homem sem escrúpulos só visava uma posição de 
destaque. (VTD/ OD) 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
D) Felipe desobedeceu seu superior. (VTD/OD) // O rapaz desobedeceu às leis de trânsito. 
(VTI/OI) 
E) A mãe agradava ao flho choroso. (VTI/OI) // Suas palavras agradaram o público. (VTD/OD) 
7- AOCP 
 
Texto I 
Conceitos da vida cotidiana 
 A metáfora é, para a maioria das pessoas, um recurso da imaginação poética e um ornamento 
retórico – é mais uma questão de linguagem extraordinária do que de linguagem ordinária. Mais 
do que isso, a metáfora é usualmente vista como uma característica restrita à linguagem, uma 
questão mais de palavras do que de pensamento ou ação. Por essa razão, a maioria das pessoas 
acha que pode viver perfeitamente bem sem a metáfora. Nós descobrimos, ao contrário, que a 
metáfora está infiltrada na vida cotidiana, não somente na linguagem, mas também no 
pensamento e na ação. Nosso sistema conceptual ordinário, em termos do qual não só pensamos, 
mas também agimos, é fundamentalmente metafórico por natureza. Os conceitos que 
governam nosso pensamento não são meras questões do intelecto. Eles governam também a 
nossa atividade cotidiana até nos detalhes mais triviais. Eles estruturam o que percebemos, a 
maneira como nos comportamos no mundo e o modo como nos relacionamos com outras 
pessoas. Tal sistema conceptual desempenha, portanto, um papel central na definição de nossa 
realidade cotidiana. 
 Para dar uma ideia de como um conceito pode ser metafórico e estruturar uma atividade 
cotidiana, comecemos pelo conceito de DISCUSSÃO e pela metáfora conceitual DISCUSSÃO É 
GUERRA. Essa metáfora está presente em nossa linguagem cotidiana numa grande variedade 
de expressões: 
 Seus argumentos são indefensáveis. 
 Ele atacou todos os pontos da minha argumentação. 
 É importante perceber que não somente falamos sobre discussão em termos de guerra. 
Podemos realmente ganhar ou perder uma discussão. Vemos as pessoascom quem discutimos 
como um adversário. Atacamos suas posições e defendemos as nossas. Planejamos e usamos 
estratégias. Se achamos uma posição indefensável, podemos abandoná-la e colocar-nos numa 
linha de ataque. Muitas das coisas que fazemos numa discussão são parcialmente estruturadas 
pelo conceito de guerra. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Esse é um exemplo do que queremos dizer quando afirmamos que um conceito metafórico 
estrutura (pelo menos parcialmente) o que fazemos quando discutimos, assim como a maneira 
pela qual compreendemos o que fazemos. 
(LAKOFF, G. & JOHNSON, M. Texto adaptado de Metáforas da vida 
cotidiana. Campinas: Mercado de Letras; São Paulo: Educ, 2002, p. 45-47.) 
Em “Vemos as pessoas com quem discutimos como um adversário” (6º§), nota-se uma 
adequação de regência verbal em relação à norma. Desse modo, assinale a alternativa em 
que, na reescritura, NÃO se registra tal adequação. 
A) Não vemos as pessoas de quem gostamos como um adversário. 
B) Vemos as pessoas de quem não nos lembramos como um adversário. 
C) Vemos as pessoas de quem nos referimos como um adversário 
D) Vemos as pessoas que não nos ajudaram como um adversário. 
E) Vemos as pessoas a quem nos dirigimos como um adversário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
8- AOCP 
 
Leia o cartaz de uma propaganda de combate ao mosquito da dengue e responda a 
questão a seguir. 
 
 
A partir da leitura atenta da propaganda apresentada e da gramática normativa, analise as 
afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta. 
 
I. O gênero publicitário, como exemplifica a propaganda apresentada, sempre tem a intenção de 
vender um produto, convencer um consumidor a comprá-lo. 
II. O verbo “matar” está conjugado no modo Imperativo. 
III. A oração “Se você tiver febre alta com dor de cabeça” é uma Oração Coordenada Explicativa 
IV. No trecho “Mobilize sua família e seus vizinhos” o termo destacado, sintaticamente, é um 
verbo transitivo direto. 
A) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
B) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. 
C) Apenas a afirmativa II está correta. 
D) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. 
E) Apenas a afirmativa IV está correta 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
9. AOCP 
 
Considerando as regras de regência, assinale a alternativa em que ocorreu um erro 
quanto ao uso do termo destacado. 
A) Os pacientes chegavam no hospital obrigados. 
B) Muitas vezes, não sabiam os motivos pelos quais estavam lá. 
C) Eles necessitavam sempre da ajuda de todos. 
D) Muitos pacientes implicavam com o tratamento. 
E) O tratamento com atividades artísticas nem sempre agradava a todos. 
 
10. AOCP 
 
POR QUE VOCÊ TAMBÉM DEVE IR AO CINEMA (E A OUTROS PROGRAMAS) SOZINHO 
 Não tenha medo da solidão 
 Você costuma ir ao cinema sozinho? E a shows? Que tal um jantar em um restaurante 
– mas #foreveralone? Existem aqueles que responderiam sim, sem hesitar. Agora há outras 
pessoas que entram em pânico só de pensar em se sentar em meio a gente que, ao 
contrário delas, estão acompanhadas. 
 Mas uma pesquisa publicada no Journal of Consumer Research sugere que todas essas 
pessoas que acham que se sentiriam constrangidas jantando ou indo ao cinema sozinhas 
podem estar erradas. Estaríamos simplesmente perdendo a oportunidade de fazer uma 
atividade legal por medo. 
 A pesquisa, feita por cientistas das universidades de Maryland e Georgetown, reuniu 
dados em cinco experimentos. Quatro deles foram questionários em que voluntários 
deveriam responder se preferiam fazer determinadas atividades sozinhos ou em grupos e 
o quinto foi uma tentativa real de tirar as pessoas de sua zona de conforto. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Os resultados mostraram que pessoas preferem fazer atividades práticas sozinhas e 
atividades hedônicas (as voltadas ao prazer e à diversão) acompanhadas. O motivo, quase 
unanimidade, é o medo de que outras pessoas achem, ao ver alguém sozinho no cinema, 
por exemplo, que essa pessoa não tem amigos para acompanhá-la. 
 Mas a boa notícia (além do fato de que essa preocupação não tem nada a ver) é que 
existem formas de fazer as pessoas se sentirem mais confortáveis ao realizar uma atividade 
hedônica sozinhas. A pesquisa apontou que pessoas se sentiam menos desconfortáveis 
em estar sozinhas em um café, por exemplo, se estivessem lendo um livro – o que dá a 
ilusão de um propósito a elas. 
 Isso soa bobo, convenhamos, até para quem tem medo de ser visto sozinho. Afinal, por 
que outra pessoa se importaria com alguém sem companhia em um café/jantar/cinema? E 
por que o livro ou o jornal ou a revista [...] magicamente protegeria desse julgamento? [...] 
Então na última parte da pesquisa, os cientistas tentaram entender melhor esse 
mecanismo. Estudantes foram separados em pequenos grupos, ou sozinhos, e foram 
encarregados de visitar uma galeria de arte por 10 minutos. 
 Os participantes deveriam dizer, antes, o quanto achavam que se divertiriam e, depois 
da visita, dar uma nota para a experiência. Como esperado, pessoas que estavam sozinhas 
disseram ter expectativas menores para a visita, mas o resultado final foi bem diferente das 
previsões. Tanto as pessoas em grupo quanto as desacompanhadas tiveram experiências 
similares na galeria, mostrando que, apesar das expectativas baixas, é possível, sim, se 
divertir sozinho. 
 Agora os cientistas querem analisar a recepção de pessoas que veem outras sozinhas. 
Será que o julgamento realmente acontece? 
De qualquer forma, os pesquisadores acham importante ressaltar que esse medo de 
“parecer sem amigos” deve ser superado mesmo por quem realmente tem poucos amigos. 
Afinal, sair é uma forma de conhecer pessoas – e de não entrar em um ciclo vicioso de não 
sair por não ter amigos e não fazer amigos por não sair de casa. 
Adaptado de:<http://revistagalileu.globo.com/Life-Hacks/noticia/2015/07/por-que-voce-tambem-
deve-ir-ao-cinema-e-outros-programas-
sozinho.htmlutm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=post>. Acesso em: 17 
out. 2016. 
Em relação à regência dos termos ou expressões retirados do texto, assinale a alternativa 
correta. 
A) Em “[...] as voltadas ao prazer e à diversão [...]”, há uma inadequação gramatical, pois o 
termo destacado deveria receber o acento indicativo de crase. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
B) Em “[...] até para quem tem medo de ser visto sozinho [...]”, é possível substituir a palavra em 
destaque por “à”, sem causar prejuízo gramatical ou semântico ao excerto. 
C) Em “[...] dar uma nota para a experiência [...]”, a expressão destacada pode ser substituída 
por “à”, sem causar prejuízo gramatical ou semântico ao excerto. 
D) Em “Tanto as pessoas em grupo quanto as desacompanhadas tiveram experiências similares 
na galeria [...]”, o termo destacado deveria receber o acento indicativo de crase, visto que forma 
uma expressão correlata. 
E) Em “[...] as voltadas ao prazer e à diversão [...]”, justifica-se o emprego da crase, pois o termo 
destacado funciona como objeto indireto do verbo apresentado anteriormente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
GABARITO 
 
1. A 
2. C 
3. B 
4. B 
5. C 
6. A 
7. C 
8. E 
9. A 
10. C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
11. Coesão e Coerência textuais. 
 
1. AOCP 
 
Borderline: o transtorno que faz pessoas irem do "céu ao inferno" em horas 
 
Tatiana Pronin 
 
Uma alegria contagiante pode se transformar em tristeza profunda em um piscar de olhos porque 
alguém "pisou na bola". O amor intenso vira ódio profundo, porque a atitude foi interpretada como 
traição; o sentimento sai de controle e se traduz em gritos, palavrões e até socos. E, então, bate 
uma culpa enorme e o medode ser abandonado, como sempre. Dá vontade de se cortar, de beber 
e até de morrer, porque a dor, o vazio e a raiva de si mesmo são insuportáveis. As emoções e 
comportamentos exaltados podem dar uma ideia do que vive alguém com transtorno de 
personalidade borderline (ou "limítrofe"). 
Reconhecido como um dos transtornos mais lesivos, leva a episódios de automutilação, abuso de 
substâncias e agressões físicas. Além disso, cerca de 10% dos pacientes cometem suicídio. Além 
da montanha-russa emocional e da dificuldade em controlar os impulsos, o borderline tende a 
enxergar a si mesmo e aos outros na base do "tudo ou nada", o que torna as relações familiares, 
amorosas, de amizade e até mesmo a com o médico ou terapeuta extremamente desgastantes. 
Muitos comportamentos do "border" (apelido usado pelos especialistas) lembram os de um jovem 
rebelde sem tolerância à frustração. Mas, enquanto um adolescente problemático pode melhorar 
com o tempo ou depois de uma boa terapia, o adulto com o transtorno parece alguém cujo lado 
afetivo não amadurece nunca. 
Ainda que seja inteligente, talentoso e brilhante no que faz, reage como uma criança ao se 
relacionar com os outros e com as próprias emoções — o que os psicanalistas chamam de "ego 
imaturo". Em muitos casos, o transtorno fica camuflado entre outros, como o bipolar, a depressão 
e o uso abusivo de álcool, remédios e drogas ilícitas. 
De forma resumida, um transtorno de personalidade pode ser descrito como um jeito de ser, de 
sentir, se perceber e se relacionar com os outros que foge do padrão considerado "normal" ou 
saudável. Ou seja, causa sofrimento para a própria pessoa e/ou para os outros. Enquadrar um 
indivíduo em uma categoria não é fácil — cada pessoa é um universo, com características 
próprias. [...] 
O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres, mas estudos sugerem que a incidência 
seja igual em ambos os sexos. O que acontece é que elas tendem a pedir mais socorro, enquanto 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
os homens são mais propensos a se meter em encrencas, ir para a cadeira ou até morrer mais 
precocemente por causa de comportamentos de risco. Quase sempre o transtorno é identificado 
em adultos jovens e os sintomas tendem a se tornar atenuados com o passar da idade. 
Transtornos de personalidade são diferentes de transtornos mentais (como depressão, 
ansiedade, transtorno bipolar, psicose etc.), embora seja difícil para leigos e desafiante até para 
especialistas fazer essa distinção, já que sobreposições ou comorbidades (existência de duas ou 
mais condições ao mesmo tempo) são muito frequentes. Não é raro que o borderline desenvolva 
transtorno bipolar, depressão, transtornos alimentares (em especial a bulimia), estresse pós-
traumático, déficit de atenção/hiperatividade e transtorno por abuso de substâncias, entre outros. 
[...] 
O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade mais intensos no início da vida adulta. Há 
situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações porque o 
paciente coloca sua própria vida ou a dos outros em risco. Por volta dos 40 ou 50 anos, a maioria 
dos "borders" melhora bastante, probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no 
tratamento. [...] 
Medicamentos ajudam a aliviar os sintomas depressivos, a agressividade e o perfeccionismo 
exagerado, e são ainda mais importantes quando existe um transtorno mental associado. Os 
fármacos mais utilizados são os antidepressivos (flluoxetina, escitalopram, venlafaxina etc.), os 
estabilizadores de humor (lítio, lamotrigina, ácido valproico etc.), os antipsicóticos (olanzapina, 
risperidona, quietiapina etc.) e, em situações pontuais, sedativos ou remédios para dormir 
(clonazepan, diazepan, alprazolan etc.). Esses últimos costumam ser até solicitados pelos 
pacientes, mas devem ser evitados ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, 
assim como o álcool, além de causarem dependência. [...] 
 
Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/04/16/borderline-a-
doenca-que-faz-10-dos-diagnosticados-cometerem-suicidio.htm. Acesso em: 04 jan. 2021. 
 
Considerando o trecho que segue, a respeito dos elementos de coesão e suas 
respectivas relações lógico-semânticas, analise as assertivas e assinale a alternativa que 
aponta a(s) correta(s). 
“A personalidade envolve não só aspectos herdados, mas também aprendidos, por isso a 
melhora é possível, ainda que seja difícil de acreditar no início. Se a psicoterapia é 
importante para ajudar o bipolar a identificar uma virada e evitar perdas, no transtorno de 
personalidade ela é o carro-chefe do tratamento. [...]”. 
I. Não haveria prejuízo de sintaxe nem de efeito de sentido caso a expressão correlativa 
“não só/mas também” fosse, nesse contexto, substituída pela conjunção, igualmente 
aditiva, “e”. II. Em vez de “não só/mas também”, poder-se-ia usar, nessa situação, a 
locução também correlativa “tanto/quanto”, embora esta expresse valor de comparação e 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
não de adição. III. A expressão “ainda que” tem valor de concessão e poderia ser 
substituída, nesse caso, por “embora”. 
A) Apenas I. 
B) Apenas II. 
C) Apenas I e II. 
D) Apenas II e III. 
E) I, II e III. 
 
2. AOCP 
A SUA SUPERDESENVOLVIDA HABILIDADE DE LER MENTES 
Renato Caruso Vieira 
 Você é encarregado de conduzir uma reunião com quatro diretores de filiais da sua empresa: a 
Srª A., o Sr. B., a Srª C. e o Sr. D. Dirigindo-se à sala de reuniões, você é saída, ainda no corredor, 
por um de seus assessores, com quem trava o seguinte diálogo: 
 Você: — Todos os diretores chegaram? 
 Assessor: — Alguns chegaram. 
 Adentrando a sala, você avista, já acomodados e preparados, a Srª A., o Sr. B., a Srª C. e o Sr. 
D. Confuso, você interpela discretamente o assessor: 
 — Por que você disse alguns que dos diretores anteriores chegado se todos eles já chegaram? 
 — Tudo o que eu disse foi que alguns dos diretores chegados chegados. A Srª A. e o Sr. B são 
alguns dos diretores e eles chegaram. Portanto, eu falei a verdade. 
 Apesar de reconhecer uma consistência lógica irretocável da justificativa, você dificilmente 
absolveria seu assessor da culpa de ter feito mau uso da linguagem. [...] 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 A correta interpretação de uma sentença proferida por um falante depende da habilidade de 
reconhecimento das intenções que ele pretendeu comunicar com aquela escolha de palavras. E 
a escolha de palavras do falante depende da avaliação que ele faz da habilidade do ouvinte de 
reconhecer as intenções comunicadas por ele. Assim, a culpa pelo mau uso da linguagem que 
atribuímos ao assessor, na narração ilustrativa que introduziu este texto, adveio de sua 
incapacidade de reconhecer a indução à inferência de “somente alguns [diretores chegaram], mas 
não todos” provocada pela escolha de palavras que fez naquele contexto particular. 
 [...] Podemos identificar as interações conversacionais como constantes exercícios de 
metarrepresentação (representação mental da representação mental do outro) sustentados pela 
superdesenvolvida habilidade humana de “leitura de mentes” [...]. 
 A “leitura de mentes”, que conceitualmente se confunde com a capacidade de reconhecimento 
das intenções alheias, é uma adaptação humana com participação em todas as grandes 
conquistas evolutivas da nossa espécie em termos de cognição social. Não se observa no reino 
animal capacidade comparável à humana de comunicação, de cooperação, de compartilhamento 
de informações, de negociação. [...] 
 
Adaptado de: <http://www.roseta.org.br/pt/2020/03/16/a-suasuperdesenvolvida-habilidade-de-
ler-mentes/>. Acesso em 13 jul.2020. 
A respeito dos itens destacados em “Por que você disse que alguns dos diretores haviam 
chegado se todos eles já chegaram?”, assinale a alternativa correta. 
A) Ambos têm uma mesma função no excerto. 
B) “Se” indica queo sujeito da oração “todos eles já chegaram” é indeterminado. 
C) “Que” é uma conjunção que introduz o complemento do verbo “disse”. 
D) “Que” é um pronome relativo que se refere ao termo “disse”. 
E) “Que” poderia ser substituído por “quando” sem que isso alterasse o sentido do excerto. 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
3. AOCP 
 
COMO DEFINIR OBJETIVOS QUANDO NÃO SABEMOS O QUE QUEREMOS 
Pilar Jericó - 11 MAI 2021 
 
 Somos estimulados a sonhar, a buscar objetivos e a nos orientar em direção ao que desejamos. 
Às vezes, o problema é que não sabemos o que queremos. É o que tenho observado em muitas 
pessoas, até em mim mesma. A dúvida aparece quando terminamos uma etapa, como concluir 
alguns estudos ou finalizar um trabalho. Também surge quando estamos cansados de uma 
determinada situação, quando temos de nos reinventar devido às circunstâncias ou quando nos 
deparamos com um fracasso ou um contratempo. [...] Um pequeno exercício de reflexão pode nos 
ajudar a recuperar sonhos e a definir objetivos que nos animem. Vejamos algumas dicas práticas. 
 Primeiro, não devemos confundir nossos sonhos com fantasias. Um sonho é um projeto que 
nos anima, como estudar algo novo, comprar um carro ou ter um filho. Pode ser mais ou menos 
ambicioso, mas nos impulsiona a nos esforçar para conseguir realizá-lo. Já uma fantasia é algo 
que vive em nossa mente, que gostamos de imaginar, mas que, no fundo, sabemos que nunca 
vamos dedicar muita energia para alcançá-lo. [...] Dar a volta ao mundo, viver nas ilhas 
paradisíacas do Pacífico ou se tornar diretor de cinema em Hollywood poderiam ser alguns 
exemplos. Aprender a diferenciar os sonhos das fantasias nos faz ser honestos conosco mesmos 
e nos alivia da pressão de conseguir estas últimas, das quais, insistimos, não necessitamos. 
 [...] Quando não sabemos o que queremos ou não temos um sonho claro, podemos fazer várias 
coisas. Por um lado, podemos recuperar sonhos do passado como forma de inspiração. A 
adolescência é uma época muito frutífera de ideias. Valeria a pena lembrar do que gostávamos 
ou o que nos animava. O objetivo não é realizar os sonhos ao pé da letra. Talvez tenham ficado 
um pouco desatualizados ou, simplesmente, sejam impossíveis de alcançar, como se queríamos 
ser astronautas e agora temos 40 anos. Os velhos sonhos atuam como faróis, não são cartas de 
navegação, daí a importância de recuperá-los. Retomando o exemplo anterior do astronauta, 
obtemos informações sobre nós mesmos. Com esse exercício simples, lembramos que 
gostávamos de aventuras ou de estudar as estrelas. Dessa forma, podemos nos matricular em 
um curso de astronomia, comprar um telescópio ou acessar os recursos da NASA para conhecer 
mais a respeito. E você, o que gostava de fazer quando era mais jovem? O que pode extrair 
daquilo? 
 Outra forma de nos orientarmos é pensar naquilo que não queremos. Talvez este exercício não 
seja tão atraente quanto imaginar a si mesmo no futuro, mas é um passo válido. O que eu quero 
parar de fazer? Pode ser no âmbito pessoal ou profissional, como evitar me irritar por alguma 
coisa, não continuar neste trabalho ou manter uma amizade. 
 Quando estamos em uma dúvida profunda sobre o que fazer ou quais são nossos sonhos, 
temos outra opção: refletir sobre com quem gostaríamos de parecer, mesmo que seja um 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
personagem de ficção. Mais uma vez, isso funciona como farol, mas volta a nos dar pistas sobre 
nós mesmos. Com este exercício, podemos tirar conclusões que nos ajudem a aterrissar na 
realidade e a definir objetivos concretos. 
Adaptado de: https://brasil.elpais.com/estilo/2021-05-11/como-definir-objetivos-quando-nao-
sabemos-o-que-queremos.html. Acesso em: 14 mai. 2021. 
Quanto aos elementos de coesão empregados no texto, assinale a alternativa 
INCORRETA. 
A) Em, “Primeiro, não devemos confundir nossos sonhos com fantasias.”, o termo em destaque 
contribui para a ordenação do texto. 
B) Em “Já uma fantasia é algo que vive em nossa mente [...]”, o termo em destaque sinaliza um 
contraste entre sonho e fantasia. 
C) Em “[...] o problema é que não sabemos o que queremos.”, o termo em destaque se refere à 
ação de buscar objetivos, mencionada no período anterior, a qual é vista pela autora como algo 
negativo. 
D) Em “Talvez este exercício não seja tão atraente [...]”, o termo em destaque retoma a 
informação “pensar naquilo que não queremos”. 
E) Em “Mais uma vez, isso funciona como farol [...]”, o termo em destaque faz referência ao 
excerto “[...] refletir sobre com quem gostaríamos de parecer [...]”. 
 
 
4. AOCP 
 
Entrevista com Maria Silvia Bolguese e Ricardo Moreno 
 
Maria Silvia Bolguese, psicanalista e membro do Departamento de Psicanálise do Instituto 
Sedes Sapientiae 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
CULT – O que é a depressão? 
Maria Silvia Bolguese – Em relação à psicanálise, quero destacar que a depressão pode ser 
compreendida considerando-se um espectro que vai desde os estados depressivos considerados 
normais, ou seja, reações de recolhimento do sujeito frente a dificuldades da vida, por um lado, 
ou angústias e desequilíbrios advindos de instabilidades internas; até as manifestações 
melancólicas graves, que impedem, inibem as possibilidades do existir. 
 
CULT – Por que a depressão pode ser considerada um sintoma social? 
Maria Silvia Bolguese – Sujeitos deprimidos e medicados são os sujeitos conformados à lógica 
dominante, que visam apenas a partir de si mesmos corrigir seu mal-estar. A passividade 
contemporânea em relação às condições sociais e políticas é decorrência dessa ideologia da 
culpabilização e responsabilização dos sujeitos. Claro está que os estados depressivos graves e 
melancólicos devem ser tratados pelo que produzem de sofrimento a seus portadores, mas não 
se pode deixar de considerar em nenhum caso as condições de vida a que esses mesmos sujeitos 
estão submetidos. 
 
Ricardo Moreno, psiquiatra e coordenador do Programa de Transtornos Afetivos do 
Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPQ) 
CULT – Sob o ponto de vista da psiquiatria, o que é a depressão? 
Ricardo Moreno – Depressão é uma doença que tem como base uma disfunção química do 
cérebro, ou seja, os sistemas de neurotransmissão são comprometidos. Ela se caracteriza por 
uma série de sinais e sintomas. Ela tende a recorrer ao longo da vida e tem uma série de prejuízos 
em vários níveis. Depressão não é tristeza, não é uma reação emocional a um evento qualquer. 
 
CULT – A depressão pode ser motivada por fatores sociais? 
Ricardo Moreno – Não. Isso é uma coisa que se fala há muito tempo, principalmente algumas 
vertentes interpretativas, mas a depressão não pode ser causada por fatores sociais. O que nós 
sabemos das causas da depressão: primeiro, há uma causa genética – 40% dos pacientes com 
depressão têm um fator genético envolvido. Mas não é somente o componente genético, tem de 
haver um componente psicossocial e psicológico. O que se sabe é que indivíduos que têm 
predisposição a ter depressão, quando submetidos a estresse, físico ou psicológico, podem ou 
não desenvolver a doença, dependendo da vulnerabilidade genética que eles têm e a capacidade 
psicológica de lidar com o estresse. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 
Adaptado de: https://revistacult.uol.com.br/home/entrevista__trashed/. Acesso em: 14 jan 2021. 
Assinale a alternativa que apresenta, entre parênteses, uma reescrita gramatical e 
semanticamente adequada para a pergunta apresentada. 
A) Por que a depressão pode ser considerada um sintoma social? (A depressão pode ser 
considerada um sintoma social por que?). 
B) Por que a depressão pode ser considerada um sintoma social? (Por que a depressão pode se 
considerar um sintoma social?). 
C) Sob o ponto de vista da psiquiatria, o que é a depressão? (Pelo viés da psiquiatria, qual é a 
definição de depressão?). 
D) Sob o ponto de vistada psiquiatria, o que é a depressão? (Através do olhar da psiquiatria, a 
depressão é o que?). 
E) A depressão pode ser motivada por fatores sociais? (É possível que a depressão seja 
consequência de fatores individuais?). 
 
5. AOCP 
 
Zuenir Ventura: Não podemos reduzir o mundo a 140 toques 
Wilker Sousa 
 
 Notícias produzidas em tempo real na tentativa de apreender um mundo complexo cujas 
fronteiras, em face do universo digital, há muito desapareceram. Lidar com tecnologias que 
ampliam o acesso à informação e ao mesmo tempo restringem a notícia a textos exíguos. Essas 
são algumas das questões que vêm à tona quando se propõe discutir a atividade jornalística 
contemporânea. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Na tarde do último sábado (29), esse foi o tema do debate Cena Contemporânea – O jornalismo 
dos Primeiros 10 anos do século 21, presente no XIII Fenart (Festival Nacional de Arte), realizado 
em João Pessoa. 
 Ao longo de três horas, os jornalistas Marcela Sitônio, Jô Mazarollo e Gonzaga Rodrigues (da 
imprensa local) juntamente com o jornalista e escritor mineiro Zuenir Ventura analisaram os 
impactos das tecnologias recentes no cotidiano do jornalista e em que medida suscitam novas 
maneiras de se pensar e de se fazer jornalismo. Ao final do debate, Zuenir Ventura concedeu 
entrevista à CULT, leia a seguir. 
 
CULT – Em tempos de twitter e da avalanche de informações a que o indivíduo é submetido, 
ainda há público leitor para grandes reportagens? 
 
 Zuenir Ventura – Eu acho tudo isso melhor do que não escrever e melhor do que não ler, 
mesmo sabendo da precariedade do texto. É melhor porque você se habitua a ler e amanhã lerá 
outras coisas. Recentemente, li sobre o episódio de um jovem que mal sabia escrever e começou 
a ficar isolado de sua turma porque todo mundo se comunicava via e-mail. Ele ficou desesperado 
e aprendeu a escrever para passar e-mails para os colegas da turma. Então, é melhor assim do 
que se não houvesse nada. Mas é claro que isso não pode ser um processo pernicioso, ou seja, 
a gente não pode reduzir o mundo a 140 toques. Tem coisa que pode ser escrita em 140 toques, 
outras não. Eu também acho que a grande reportagem não é necessariamente uma reportagem 
grande, mas apenas há assuntos que necessitam de mais espaço, de mais tempo, de mais 
apuração, ou seja, a diferença de uma matéria está em como foi feita a pesquisa, a apuração, o 
trabalho com o texto. Por que as matérias de jornalismo literário são melhores? Porque se tem 
mais tempo para trabalhar, mais espaço e isso exige uma qualidade maior na feitura do texto. 
 
Adaptado de: https://revistacult.uol.com.br/home/o-jornalismo-do-seculo-21/. 
Acesso em: 16 jan. 2021. 
Quanto aos mecanismos de coesão textual empregados no texto, assinale a alternativa 
correta. 
A) Em “Notícias produzidas em tempo real na tentativa de apreender um mundo complexo cujas 
fronteiras, em face do universo digital, há muito desapareceram.”, o termo em destaque se 
refere à expressão “um mundo complexo”. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
B) Em “Então, é melhor assim do que se não houvesse nada. Mas é claro que isso não pode ser 
um processo pernicioso [...]”, o item em destaque sinaliza uma relação de adição entre os 
períodos. 
C) Em “[...] esse foi o tema do debate Cena Contemporânea [...]”, o referente do item em 
destaque é a expressão “Cena Contemporânea”. 
D) O referente do item destacado em “Ele ficou desesperado e aprendeu a escrever [...]” não é 
explicitado no texto. 
E) Em “Então, é melhor assim do que se não houvesse nada.”, o item destacado tem o mesmo 
sentido que em “Saí de casa e só então me lembrei de que não tinha trancado a porta.”. 
 
6. AOCP 
Bauman: Para que a utopia renasça é preciso confiar no potencial humano 
 
Dennis de Oliveira 
 
 Zygmunt Bauman é um dos pensadores contemporâneos que mais têm produzido obras que 
refletem os tempos contemporâneos. Nascido na Polônia em 1925, o sociólogo tem um histórico 
de vida que passa pela ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial, pela ativa militância 
em prol da construção do socialismo no seu país sob a direta influência da extinta União Soviética 
e pela crise e desmoronamento do regime socialista. Atualmente, vive na Inglaterra, em tempo de 
grande mobilidade de populações na Europa. Professor emérito de sociologia da Universidade de 
Leeds, Bauman propõe o conceito de “modernidade líquida” para definir o presente, em vez do já 
batido termo “pós-modernidade”, que, segundo ele, virou mais um qualificativo ideológico. 
 Bauman define modernidade líquida como um momento em que a sociabilidade humana 
experimenta uma transformação que pode ser sintetizada nos seguintes processos: a 
metamorfose do cidadão, sujeito de direitos, em indivíduo em busca de afirmação no espaço 
social; a passagem de estruturas de solidariedade coletiva para as de disputa e competição; o 
enfraquecimento dos sistemas de proteção estatal às intempéries da vida, gerando um 
permanente ambiente de incerteza; a colocação da responsabilidade por eventuais fracassos no 
plano individual; o fim da perspectiva do planejamento a longo prazo; e o divórcio e a iminente 
apartação total entre poder e política. A seguir, a íntegra da entrevista concedida pelo sociólogo 
à revista CULT. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 
 CULT – Na obra Tempos líquidos, o senhor afirma que o poder está fora da esfera da 
política e há uma decadência da atividade do planejamento a longo prazo. Entendo isso 
como produto da crise das grandes narrativas, particularmente após a queda dos regimes 
do Leste Europeu. Diante disso, é possível pensar ainda em um resgate da utopia? 
 
 Zygmunt Bauman – Para que a utopia nasça, é preciso duas condições. A primeira é a forte 
sensação (ainda que difusa e inarticulada) de que o mundo não está funcionando adequadamente 
e deve ter seus fundamentos revistos para que se reajuste. A segunda condição é a existência de 
uma confiança no potencial humano à altura da tarefa de reformar o mundo, a crença de que “nós, 
seres humanos, podemos fazê-lo”, crença esta articulada com a racionalidade capaz de perceber 
o que está errado com o mundo, saber o que precisa ser modificado, quais são os pontos 
problemáticos, e ter força e coragem para extirpá-los. Em suma, potencializar a força do mundo 
para o atendimento das necessidades humanas existentes ou que possam vir a existir. 
 
Adaptado de: https://revistacult.uol.com.br/home/entrevista-zygmunt-bauman/>. Acesso em: 14 
jan. 2021. 
Quanto aos mecanismos de coesão textual empregados no último parágrafo do texto, 
assinale a alternativa correta. 
A) A utilização das expressões “a primeira” e “a segunda”, no início do segundo e do terceiro 
período, respectivamente, sinaliza que tais períodos apresentam uma ordenação lógica, não 
podendo ser invertidos. 
B) A expressão “em suma” é utilizada para adicionar um novo argumento ao parágrafo, podendo 
ser substituída por “além disso”. 
C) Em “[...] quais são os pontos problemáticos, e ter força e coragem para extirpá-los [...]”, o 
pronome átono retoma a expressão em destaque, podendo ser substituído adequadamente por 
“eles”. 
D) Em “[...] a crença de que ‘nós, seres humanos, podemos fazê-lo’, crença esta articulada com 
a racionalidade [...]”, o pronome em destaque poderia ser substituído por “a qual”, sem que isso 
causasse prejuízo sintático ou semântico ao período. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
E) Em “[...] o mundo não está funcionando adequadamente e deve ter seus fundamentos 
revistos [...]”, a elipse do sujeito de “deve ter” causa ambiguidade ao excerto. 
 
 
7. AOCP 
Borderline: o transtorno que faz pessoas irem 
do "céu ao inferno" em horas 
Tatiana Pronin 
Uma alegria contagiante pode se transformar em tristeza profunda em um piscar de olhos porque 
alguém "pisou na bola". O amor intenso vira ódio profundo, porque a atitude foiinterpretada como 
traição; o sentimento sai de controle e se traduz em gritos, palavrões e até socos. E, então, bate 
uma culpa enorme e o medo de ser abandonado, como sempre. Dá vontade de se cortar, de beber 
e até de morrer, porque a dor, o vazio e a raiva de si mesmo são insuportáveis. As emoções e 
comportamentos exaltados podem dar uma ideia do que vive alguém com transtorno de 
personalidade borderline (ou "limítrofe"). 
 Reconhecido como um dos transtornos mais lesivos, leva a episódios de automutilação, abuso 
de substâncias e agressões físicas. Além disso, cerca de 10% dos pacientes cometem suicídio. 
Além da montanha-russa emocional e da dificuldade em controlar os impulsos, o borderline tende 
a enxergar a si mesmo e aos outros na base do "tudo ou nada", o que torna as relações familiares, 
amorosas, de amizade e até mesmo a com o médico ou terapeuta extremamente desgastantes. 
Muitos comportamentos do "border" (apelido usado pelos especialistas) lembram os de um jovem 
rebelde sem tolerância à frustração. Mas, enquanto um adolescente problemático pode melhorar 
com o tempo ou depois de uma boa terapia, o adulto com o transtorno parece alguém cujo lado 
afetivo não amadurece nunca. 
Ainda que seja inteligente, talentoso e brilhante no que faz, reage como uma criança ao se 
relacionar com os outros e com as próprias emoções — o que os psicanalistas chamam de "ego 
imaturo". Em muitos casos, o transtorno fica camuflado entre outros, como o bipolar, a depressão 
e o uso abusivo de álcool, remédios e drogas ilícitas. 
De forma resumida, um transtorno de personalidade pode ser descrito como um jeito de ser, de 
sentir, se perceber e se relacionar com os outros que foge do padrão considerado "normal" ou 
saudável. Ou seja, causa sofrimento para a própria pessoa e/ou para os outros. Enquadrar um 
indivíduo em uma categoria não é fácil — cada pessoa é um universo, com características 
próprias. [...] 
O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres, mas estudos sugerem que a incidência 
seja igual em ambos os sexos. O que acontece é que elas tendem a pedir mais socorro, enquanto 
os homens são mais propensos a se meter em encrencas, ir para a cadeira ou até morrer mais 
precocemente por causa de comportamentos de risco. Quase sempre o transtorno é identificado 
em adultos jovens e os sintomas tendem a se tornar atenuados com o passar da idade. 
Transtornos de personalidade são diferentes de transtornos mentais (como depressão, 
ansiedade, transtorno bipolar, psicose etc.), embora seja difícil para leigos e desafiante até para 
especialistas fazer essa distinção, já que sobreposições ou comorbidades (existência de duas ou 
mais condições ao mesmo tempo) são muito frequentes. Não é raro que o borderline desenvolva 
transtorno bipolar, depressão, transtornos alimentares (em especial a bulimia), estresse pós-
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
traumático, déficit de atenção/hiperatividade e transtorno por abuso de substâncias, entre outros. 
[...] 
O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade mais intensos no início da vida adulta. Há 
situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações porque o 
paciente coloca sua própria vida ou a dos outros em risco. Por volta dos 40 ou 50 anos, a maioria 
dos "borders" melhora bastante, probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no 
tratamento. [...] 
 A personalidade envolve não só aspectos herdados, mas também aprendidos, por isso a melhora 
é possível, ainda que seja difícil de acreditar no início. Se a psicoterapia é importante para ajudar 
o bipolar a identificar uma virada e evitar perdas, no transtorno de personalidade ela é o carro-
chefe do tratamento. [...] 
Medicamentos ajudam a aliviar os sintomas depressivos, a agressividade e o perfeccionismo 
exagerado, e são ainda mais importantes quando existe um transtorno mental associado. Os 
fármacos mais utilizados são os antidepressivos (flluoxetina, escitalopram, venlafaxina etc.), os 
estabilizadores de humor (lítio, lamotrigina, ácido valproico etc.), os antipsicóticos (olanzapina, 
risperidona, quietiapina etc.) e, em situações pontuais, sedativos ou remédios para dormir 
(clonazepan, diazepan, alprazolan etc.). Esses últimos costumam ser até solicitados pelos 
pacientes, mas devem ser evitados ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, 
assim como o álcool, além de causarem dependência. [...] 
Disponível em: 
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/04/16/borderlinea-doenca-que-faz-10-
dos-diagnosticados-cometerem-suicidio.htm. Acesso em: 04 jan. 2021. 
Ainda em relação ao trecho “Esses últimos costumam ser até solicitados pelos pacientes, 
mas devem ser evitados ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, 
assim como o álcool, além de causarem dependência.”, os verbos destacados retomam a 
expressão “Esses últimos” e fazem referência a ela por meio de 
A) sujeito elíptico, em que se oculta um termo já de conhecimento do leitor. 
B) zeugma, em que se oculta um termo, independente de ter sido mencionado antes ou não. 
C) coesão por anáfora, em que se usa um elemento para anunciar outro, ainda não mencionado 
no texto. 
D) coesão por catáfora, em que se usa um elemento para recuperar outro, já mencionado no 
texto. 
E) referenciação nominal, em que se emprega um nome para recuperar um termo anterior. 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 
8. AOCP 
Gregório de Matos Guerra: o Boca do Inferno 
 
 Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador (BA) e morreu em Recife (PE). Estudou 
no colégio dos jesuítas e formou-se em Direito em Coimbra (Portugal). Recebeu o apelido 
de Boca do Inferno, graças a sua irreverente obra satírica. Gregório de Matos firmou-se 
como o primeiro poeta brasileiro: cultivou a poesia lírica, satírica, erótica e religiosa. O que 
se conhece de sua obra é fruto de inúmeras pesquisas, pois Gregório não publicou seus 
poemas em vida. Por essa razão, há dúvidas quanto à autenticidade de muitos textos que 
lhe são atribuídos. 
 O poeta religioso - A preocupação religiosa do escritor revela-se no grande número de 
textos que tratam do tema da salvação espiritual do homem (...). 
 O poeta satírico – O Boca do Inferno é amplamente conhecido por suas críticas à 
situação econômica da Bahia, especialmente de Salvador, graças à expansão econômica 
chegando a fazer, inclusive, uma crítica ao então governador da Bahia Antonio Luis da 
Camara Coutinho. Além disso, suas críticas à Igreja e a religiosidade presente naquele 
momento. Essa atitude de subversão por meio das palavras rendeu-lhe o apelido de “Boca 
do Inferno”, por satirizar seus desafetos. 
 O poeta lírico - Em sua produção lírica, Gregório de Matos se mostra um poeta 
angustiado em face à vida, à religião e ao amor. Na poesia lírico-amorosa, o poeta revela 
sua amada, uma mulher bela que é constantemente comparada aos elementos da natureza. 
Além disso, ao mesmo tempo que o amor desperta os desejos corporais, o poeta é 
assaltado pela culpa e pela angústia do pecado. 
 O poeta erótico - Também alcunhado de profano, o poeta exalta a sensualidade e a 
volúpia das amantes que conquistou na Bahia, além dos escândalos sexuais envolvendo 
os conventos da cidade. 
Texto adaptado. Fonte: http://www.soliteratura.com.br/bar-roco/barroco06.php 
Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma a respeito da expressão em 
destaque em “O poeta erótico - Também alcunhado de profano, o poeta exalta a 
sensualidade e a volúpia das amantes que conquistou na Bahia, além dos escândalos 
sexuais envolvendo os conventos da cidade”. 
A) Esse termo significa “o que está no âmbito do sagrado”. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
B) Termo criado para designar o poeta conforme uma de suas características, atribuindo-lhe 
valor específico. 
C) Designação utilizada com função específica de retomar o referente anteriormente citado. 
D) Termo que faz partede uma locução adjetiva: “de profano”. 
E) É um adjunto adnominal com função de caracterizar o termo antecedente. 
 
9. AOCP 
 
Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma a respeito de coesão e coerência. 
A) Para que um texto tenha o seu sentido completo, ou seja, transmita a mensagem pretendida, 
não é necessário que ele esteja coerente, basta ser coeso. 
B) A coerência trata da conexão formal e harmoniosa entre partes do texto, permite a sequência 
lógico-semântica e a progressão do texto. 
C) A coesão é a relação lógica entre as ideias, possibilitando que umas complementem as 
outras, não se contradigam e formem um todo significativo. 
D) Referências e reiterações, conectores, substituições lexicais e correlação dos verbos (coesão 
temporal e aspectual) são todos mecanismos de coesão. 
E) Fragmentos de textos que falam de assuntos diferentes, e que não se relacionam entre si, 
acabam tornando o texto coerente. 
10. AOCP 
Sedentarismo é a maior causa de problemas de saúde no Brasil 
 São Paulo - Após uma semana de divulgação da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, 
organizada pelo IBGE, especialistas afirmam que os dados mais preocupantes são reflexos 
de um mal que é cada vez mais comum entre os brasileiros: o sedentarismo. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 “O que mais chama a atenção nesse estudo é o baixo índice da prática de exercícios 
físicos pelo brasileiro. São inúmeras as justificativas para não fazer atividade física”, 
comentou o médico esportivo Gustavo Magliocca. 
 “Há um risco iminente para a saúde pública, uma vez que a falta de atividades físicas 
agrava o cenário de doenças crônicas e cardiovasculares no país. Essa realidade é 
alarmante”, avaliou. 
 Segundo a PNS, as doenças crônicas - associadas ao excesso de peso, ao baixo 
consumo de verduras e frutas e ao sedentarismo - respondem por mais de 70% das causas 
de morte no Brasil. 
 Em relação ao estilo de vida, o relatório teve o objetivo de captar a intensidade e a 
duração média da realização de exercícios físicos ou esportes em pessoas com mais de 18 
anos, dividindo a prática em lazer, trabalho, deslocamento e atividades domésticas. 
 Com isso, dois grupos foram identificados: um de pessoas ativas, que praticam mais de 
150 minutos de exercícios por semana, e o outro de pessoas insuficientemente ativas, que 
praticam menos do que isso. 
 A proporção de adultos insuficientemente ativos foi de 46% da amostra, e os ativos se 
dividiram em 22,5% de pessoas que praticam atividades no lazer, 14% no trabalho, 31,9% 
no deslocamento e 12,1% nas atividades domésticas. 
 De acordo com Magliocca, a pesquisa reforça a necessidade da prática de atividade 
física, que deve ser estimulada por políticas públicas. 
 “O governo tem que incentivar a prática de atividade física por meio de ações que 
estimulem a população, começando pelas crianças nas escolas, onde, por exemplo, a 
disciplina de educação física já não é mais obrigatória em alguns estados.” 
 Para ele, o sedentarismo começa na infância e é uma questão cultural. 
 “Temos que mudar alguns paradigmas, senão esses dados só irão justificar o aumento 
das doenças crônicas daqui a dez anos”. 
 Como solução, o médico é enfático em propor atividades simples, como dar 10 mil 
passos por dia. 
 “As pessoas precisam entender que se elas derem 10 mil passos por dia, elas deixam de 
ser sedentárias. Se ficassem mais ativas no trabalho ou optassem por uma caminhada em 
família, ajudaria muito a sair dessa condição”, recomendou. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Ele também associa o desinteresse do brasileiro pela atividade física à falta de ambientes 
públicos próprios ou adaptados para a prática de exercícios, o que seria uma função de 
parques e praças. 
 Outro ponto importante para a melhora do estilo de vida do brasileiro é a questão 
alimentar. 
 Para a nutricionista Desiree Coelho, a pesquisa não registrou muitas novidades sobre o 
comportamento nutricional da população, e o sedentarismo e a falta de informação sobre 
hábitos saudáveis se destacaram como os pilares para a mudança de hábitos. 
 “Em um país com oferta de grande variedade de frutas, há um consumo muito baixo 
desses alimentos; e ainda há o desconhecimento do brasileiro em relação a sua própria 
saúde”, avaliou Desiree. 
 Segundo a especialista, a grande urgência é tratar o sedentarismo e buscar uma 
alimentação equilibrada. 
 “É preciso atrair a atenção das pessoas para esses temas, que podem impactar a 
expectativa de vida da população e a mudança para uma vida mais saudável e ativa”, 
concluiu. 
 
Fonte: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/sedentarismo-e-a-maior-causa-de-
problemas-de-saude-no-brasil 
Em “De acordo com Magliocca, a pesquisa reforça a necessidade da prática de atividade 
física, que deve ser estimulada por políticas públicas.”, o termo em destaque remete 
A) a “Magliocca”. 
B) à “pesquisa”. 
C) à “necessidade da prática de atividade física”. 
D) à “prática de atividade física”. 
E) à “física”. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
GABARITO 
 
1. D 
2. C 
3. C 
4. C 
5. A 
6. A 
7. A 
8. B 
9. D 
10. D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
12. Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas 
entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e 
período composto por coordenação e subordinação). 
 
1. AOCP 
 
 Pessoa que já serviu na polícia secreta de Londres e de New York tem anunciado nos nossos 
diários que oferece os seus préstimos para descobrir coisas furtadas ou perdidas. Não publica o 
nome; prova de que é realmente um ex-secreta* inglês ou americano. A primeira ideia do ex-
secreta local seria imprimir o nome, com indicação da residência. Não há ofício que não traga 
louros, e os louros fizeram-se para os olhos dos homens. Não tenho perdido nada, nem por furto, 
nem por outra via; deixo de recorrer aos préstimos do anunciante, mas aproveito esta coluna para 
recomendá-los aos meus amigos e leitores. 
 
 Pois que a fortuna trouxe às nossas plagas um perfeito conhecedor do ofício, erro é não 
aproveitá-lo. Não se perdem somente objetos: perdem-se também vidas, nem sempre se sabe 
quem é que as leva. Ora, conquanto não se achem as vidas perdidas, importa conhecer as causas 
da perda, quando escapam à ação da lei ou da autoridade. Não foi assassínio, mas suicídio, o 
dessa Ambrosina Cananeia, que deixou a vida esta semana. Era uma pobre mulher trabalhadeira, 
com dois filhos adolescentes e mãe valetudinária**; morava nos fundos de uma estalagem da rua 
da Providência. O filho era empregado, a filha aprendia a fazer flores... Não sei se te lembras do 
acontecimento: tais são os casos de sangue destes dias que é natural vir o fastio e ir-se a 
memória. Pois fica lembrado. 
 
 A causa do suicídio não foi a pobreza, ainda que a pessoa fosse pobre. Nem desprezo de 
homem, nem ciúmes. A carta deixada dizia em começo: “Vou dar-te a última prova de amizade... 
É impossível mais tolerar a vida por tua causa; deixando eu de existir, você deixa de sofrer.” Você 
é uma mocinha de dezesseis anos, vizinha, dizem que bonita, amiga da morta. Segundo a carta, 
a mocinha era castigada por motivo daquela afeição, tudo de mistura com um casamento que lhe 
queriam impor. 
 
 O que é único, é esta amiga que se mata para que a outra não padeça. A outra era diariamente 
espancada, quase todos os vizinhos o sabiam pelos gritos e pelo pranto da vítima − “tudo por 
causa da nova amizade”. Não podendo atalhar o mal da amiga, Ambrosina buscou um veneno, 
meteu no seio as cartas da amiga e acabou com a vida em cinco minutos. “Adeus, Matilde; recebe 
o meu último suspiro”. 
 
 Os tempos, desde a antiguidade, têm ouvido suspiros desses, mas não são últimos. Que a 
morte de uma trouxesse a da outra, voluntária e terrível, não seria comum, mas confirmaria a 
amizade.As afeições grandes podem não suportar a viuvez. Quem eu quisera ouvir sobre isto era 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
o ex-secreta de Londres e de New York, onde a polícia pode ser que penetre além do delito e 
suas provas, e passeie na alma da gente, como tu, por tua casa. 
 
 * secreta: agente secreto. 
** valetudinário: que ou o que é de constituição física débil, doentia, sempre sujeito a 
enfermidades. 
 
(Adaptado de: ASSIS, Machado de. Crônicas escolhidas. São Paulo: Companhia das Letras, 
2013) 
Em Ora, conquanto não se achem as vidas perdidas, importa conhecer as causas da perda, 
quando escapam à ação da lei ou da autoridade. (2° parágrafo), a oração sublinhada expressa, 
em relação à oração que a sucede, ideia de 
A) proporção. 
B) concessão. 
C) condição. 
D) consequência. 
E) causa. 
2. AOCP 
 
 Em um planeta em aquecimento, o calor se revela uma espécie de nova prova de fogo para os 
atletas. É o que aponta um estudo inédito produzido pelo Observatório do Clima, que coletou 
dados de pesquisas sobre o tema ao redor do mundo. 
 Nosso corpo funciona de forma diferente de acordo com as mudanças no habitat. Como explica 
o estudo do Observatório do Clima, a temperatura central do corpo em repouso é de 37 °C e 
aumenta para 38,5 °C a 75% de esforço durante o exercício. Esse valor não aumenta devido aos 
mecanismos de termorregulação, sem os quais a temperatura central do organismo subiria 1°C a 
cada cinco minutos de exercício intenso. 
 Nesse sentido, o calor excessivo prejudica o corpo de duas formas: facilitando a desidratação 
em condições de baixa umidade relativa do ar e impedindo que o corpo dissipe calor em condições 
de alta umidade relativa. Nos dois casos, no limite o corpo entra em choque, incapaz de regular a 
temperatura interna, um quadro que pode ser fatal a um atleta. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Ao levar a um maior desgaste físico dos atletas, o calor também afeta o rendimento, o que torna 
mais difícil a superação de recordes. Segundo o estudo, na maratona, por exemplo, não há 
registro de recorde em locais com temperaturas acima de 12 ºC em qualquer trecho dos 42,195 
km do percurso oficial da prova olímpica. 
(Adaptado de: http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/aquecimento-global-a-nova-
prova-de-fogo-para-o-esporte) 
Nosso corpo funciona de forma diferente de acordo com as mudanças no habitat. (2° parágrafo) 
 
Sem prejuízo para a correção e a lógica, o segmento sublinhado acima pode ser substituído por 
A) como 
B) devido 
C) consoante 
D) apesar de 
E) em relação 
3. AOCP 
 
 Será que a internet está a matar a democracia? Vyacheslav W. Polonski, um acadêmico da 
Universidade de Oxford, faz essa pergunta na revista Newsweek. E oferece argumentos a respeito 
que desaguam em águas tenebrosas. 
 A internet oferece palco político para os mais motivados (e despreparados). Antigamente, o 
cidadão revoltado podia ter as suas opiniões sobre os assuntos do mundo. Mas, tirando o boteco, 
ou o bairro, ou até o jornal do bairro, essas opiniões nasciam e morriam no anonimato. 
 Hoje, é possível arregimentar dezenas, ou centenas, ou milhares de "seguidores" que 
rapidamente espalham a mensagem por dezenas, ou centenas, ou milhares de novos 
"seguidores". Quanto mais radical a mensagem, maior será o sucesso cibernauta. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Mas a internet não é apenas um paraíso para os politicamente motivados (e despreparados). 
Ela tende a radicalizar qualquer opinião sobre qualquer assunto. 
 A ideia de que as redes sociais são uma espécie de "ágora moderna", onde existem discussões 
mais flexíveis e pluralistas, não passa de uma fantasia. A internet não cria debate. Ela cria 
trincheiras entre exércitos inimigos. 
(Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. Disponível em: 
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2016/08/1801611) 
A ideia de que as redes sociais são uma espécie de "ágora moderna", onde existem discussões 
mais flexíveis e pluralistas ... (último parágrafo) 
O elemento sublinhado na frase acima exerce a mesma função sintática que o sublinhado em: 
A)... as suas opiniões sobre os assuntos do mundo. 
B) Ela cria trincheiras entre exércitos inimigos. 
C) A internet oferece palco político para os mais motivados... 
D)... essas opiniões nasciam e morriam no anonimato. 
E)... não passa de uma fantasia. 
4. AOCP 
 
 A maioria das pessoas pensa que vai se aposentar cedo e desfrutar da vida, mas um estudo 
sugere que estamos fadados a nos aposentar cada vez mais tarde se quisermos manter um 
padrão de vida razoável. 
 Em 2009, pesquisadores publicaram um estudo na revista Lancet e afirmaram que metade das 
pessoas nascidas após o ano 2000 vai viver mais de 100 anos e três quartos vão comemorar seus 
75 anos. 
 Até 2007 acreditávamos que a expectativa de vida das pessoas não passaria de 85 anos. Foi 
quando os japoneses ultrapassaram a expectativa para 86 anos. Na verdade, a expectativa de 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
vida nos países desenvolvidos sobe linearmente desde 1840, indicando que ainda não atingimos 
um limite para o tempo de vida máximo para um ser humano. 
 No início do século XX, as melhorias no controle das doenças infecciosas promoveram um 
aumento na sobrevida dos humanos, principalmente das crianças. E, depois da Segunda Guerra 
Mundial, os avanços da medicina no tratamento das enfermidades cardiovasculares e do câncer 
promoveram um ganho para os adultos. Em 1950, a chance de alguém sobreviver dos 80 aos 90 
anos era de 10%; atualmente excede os 50%. 
 O que agora vai promover uma sobrevida mais longa e com mais qualidade será a mudança de 
hábitos. A Dinamarca era em 1950 um dos países com a mais longa expectativa de vida. Porém, 
em 1980 havia despencado para a 20a posição, devido ao tabagismo. 
 O controle da ingestão de sal e açúcar, e a redução dos vícios como cigarro e álcool, além de 
atividade física, vão determinar uma nova onda do aumento de expectativa de vida. A própria 
qualidade de vida, medida por anos de saúde plena, deve mudar para melhor nas próximas 
décadas. 
 O próximo problema a ser enfrentado é a falta de dinheiro para as últimas décadas de vida: 
estamos nos aposentando muito cedo e o que juntamos não será o suficiente. Precisamos guardar 
10% do salário anual e nos aposentar aos 80 anos para que a independência econômica 
acompanhe a independência física na aposentadoria. 
 Os pesquisadores propõem que a idade de aposentadoria seja alongada e que os sexagenários 
mudem seu raciocínio: em vez de pensar na aposentadoria, que passem a mirar uma promoção. 
(Adaptado de: TUMA, Rogério. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/revista/911/o-
contribuinte-secular) 
... estamos fadados a nos aposentar cada vez mais tarde se quisermos manter um padrão de vida 
razoável. (1° parágrafo) 
 
Sem prejuízo da correção e da coerência, o segmento sublinhado acima pode ser substituído 
por 
A) caso queiramos 
B) na hipótese de quisemos 
C) como queríamos 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
D) pelo fato de querermos 
E) apesar de querermos 
5. AOCP 
 
 A maioria das pessoas pensa que vai se aposentar cedo e desfrutar da vida, mas um estudo 
sugere que estamos fadados a nos aposentar cada vez mais tarde se quisermos manter um 
padrão de vida razoável. 
 Em 2009, pesquisadores publicaram um estudo na revista Lancet e afirmaram que metade das 
pessoas nascidas após o ano 2000 vai viver mais de 100 anos e três quartos vão comemorar seus 
75 anos. 
 Até 2007 acreditávamos que a expectativa de vida das pessoas não passaria de 85 anos. Foi 
quando os japoneses ultrapassaram a expectativa para 86 anos. Na verdade, a expectativa de 
vida nos países desenvolvidos sobe linearmente desde 1840, indicando que ainda não atingimos 
um limite para o tempo de vida máximo para um ser humano. 
 No início do século XX, as melhorias no controle dasdoenças infecciosas promoveram um 
aumento na sobrevida dos humanos, principalmente das crianças. E, depois da Segunda Guerra 
Mundial, os avanços da medicina no tratamento das enfermidades cardiovasculares e do câncer 
promoveram um ganho para os adultos. Em 1950, a chance de alguém sobreviver dos 80 aos 90 
anos era de 10%; atualmente excede os 50%. 
 O que agora vai promover uma sobrevida mais longa e com mais qualidade será a mudança de 
hábitos. A Dinamarca era em 1950 um dos países com a mais longa expectativa de vida. Porém, 
em 1980 havia despencado para a 20a posição, devido ao tabagismo. 
 O controle da ingestão de sal e açúcar, e a redução dos vícios como cigarro e álcool, além de 
atividade física, vão determinar uma nova onda do aumento de expectativa de vida. A própria 
qualidade de vida, medida por anos de saúde plena, deve mudar para melhor nas próximas 
décadas. 
 O próximo problema a ser enfrentado é a falta de dinheiro para as últimas décadas de vida: 
estamos nos aposentando muito cedo e o que juntamos não será o suficiente. Precisamos guardar 
10% do salário anual e nos aposentar aos 80 anos para que a independência econômica 
acompanhe a independência física na aposentadoria. 
 Os pesquisadores propõem que a idade de aposentadoria seja alongada e que os sexagenários 
mudem seu raciocínio: em vez de pensar na aposentadoria, que passem a mirar uma promoção. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
(Adaptado de: TUMA, Rogério. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/revista/911/o-
contribuinte-secular) 
Porém, em 1980 havia despencado para a 20a posição... (5º parágrafo) 
 
Sem prejuízo da correção e do sentido, e sem que nenhuma outra modificação seja feita na frase, 
o elemento sublinhado acima pode ser substituído por 
A) Ainda que 
B) Porquanto 
C) Embora 
D) No entanto 
E) Visto que 
6. AOCP 
 
 
 Com as agravantes do desmatamento e do aquecimento global, a seca na Amazônia ganha 
alguns contornos de novidade que se dissipam no longo curso da história da região. De acordo 
com o meteorologista Pedro Dias, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a atual 
redução das chuvas se encaixa no padrão de ciclos observado na Amazônia no último século. É 
o que os técnicos chamam de “variabilidade decadal do Oceano Pacífico”, que impacta o Atlântico. 
 Os regimes de chuvas ao norte e ao sul do Rio Amazonas se têm alternado, em ciclos de três 
décadas, ao longo de 120 anos. Nos anos 40, 50 e 60 choveu menos na Amazônia. Nas três 
décadas seguintes, as chuvas aumentaram. Agora, no início do século XXI, a região pode estar 
começando um novo ciclo de 10% a 15% a menos de chuva, assim como aconteceu no início do 
século XX. “Nos últimos 100 a 120 anos, os ciclos têm sido bastante regulares”, diz. 
 Coincidentemente, as variações possivelmente causadas pelo efeito estufa também são da 
ordem de 10% a 15%. “Há um consenso de que o aumento do efeito estufa já tem uma magnitude 
comparável à da variação natural”, registra Pedro Dias. Assim, o que poderia acontecer, falando 
grosseiramente, é que a variação causada por esse efeito venha se somar à variação natural, 
duplicando o impacto sobre o ambiente. O meteorologista salienta, em qualquer caso, que se trata 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
de variações médias ao longo de três décadas, e não de ano a ano, quando o comportamento 
pode ser bem diferente. 
 Numa escala ainda maior de tempo, a atual seca se torna mais relativa. Entre 5 mil e 3 mil anos 
atrás, onde hoje existe floresta, havia grandes extensões de savana, característica de regiões 
com longos períodos de seca. Também há registros de grandes variações nas chuvas e de 
períodos em que os rios baixaram, causando mudanças significativas na fauna e na flora, lembra 
Virgílio Viana, Secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas. 
 “Esta é a maior seca com internet e cobertura em tempo real”, ironiza Elpídio Gomes Filho, 
Superintendente da Administração das Hidrovias da Amazônia Ocidental (Ahimoc). Adaptados a 
grandes variações de profundidade dos rios entre os períodos de chuva e de estiagem, os portos 
da Amazônia têm um sistema de braços flutuantes – inventado pelos ingleses – que sobem e 
descem, acompanhando a superfície da água. 
 “Os rios sobem 14 metros durante 6 meses e descem 14 metros durante 6 meses, de forma 
previsível, milenar e regularmente”, assegura Elpídio. 
 
(Adaptado de Lourival Sant’Anna, O Estado de S. Paulo, 16 de outubro de 2005, A 13). 
Aponta-se no texto relação de causa e conseqüência entre os segmentos: 
A) Com as agravantes do desmatamento e do aquecimento global, / a seca na Amazônia ganha 
alguns contornos de novidade... 
B)... a atual redução das chuvas se encaixa / no padrão de ciclos observado na Amazônia no 
último século. 
C) Os regimes de chuvas ao norte e ao sul do Rio Amazonas / se têm alternado, em ciclos de 
três décadas, ao longo de 120 anos. 
D)... a região pode estar começando um novo ciclo de 10% a 15% a menos de chuva, / assim 
como aconteceu no início do século XX. 
E)... que se trata de variações médias ao longo de três décadas, e não de ano a ano, / quando o 
comportamento pode ser bem diferente. 
7. AOCP 
 O cerrado, vegetação seca que cobre o estado de Goiás, é considerado o segundo maior bioma 
brasileiro. Ao viajar pelo estado, chama a atenção quando se vê em um pasto imenso, lá no meio, 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
a coloração viva do ipê. Entretanto, essa vegetação vem sofrendo com o avanço das 
monoculturas. 
 Professor de agronomia da Universidade Federal de Goiás, Wilson Mozena acredita que esse 
cenário de preocupação ambiental vem mudando, principalmente com projetos como o Programa 
Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. 
 Para o professor, a monocultura é a maior vilã da terra. O pesquisador explica que os sistemas 
de integração e de plantio direto promovem benefícios vitais para o solo. O esquema de plantio 
em que se varia o tipo de planta, colocando, por exemplo, milho junto com eucalipto, auxilia tanto 
no “sequestro” do carbono como na manutenção de uma terra fértil. “Nesse sistema, junto com o 
milho, planta-se a semente da forrageira [planta usada para alimentar o gado]. O milho nasce e 
essa planta fica na sombra até quando o milho é colhido para o gado pastar, explica. 
 Já o sequestro do carbono contribui para diminuir a emissão de gases de efeito estufa. Quando 
a terra é arada os restos são incorporados e os micro-organismos que decompõem esses restos 
morrem sem alimento e o carbono vai para a atmosfera. “Quando se deixam nutrientes no solo, 
os micro- -organismos aumentam para decompor os nutrientes e ficam na terra se alimentando. 
O carbono permanece com eles, não subindo para a atmosfera”. 
 
(Adaptado de: MARCELINO, Sarah Teófilo. “Fazenda em Goiás mantém a esperança da 
preservação do cerrado”. Disponível em: http://sustentabilidade.estadao.com.br. Acessado 
em: 25/09/14) 
Já o sequestro do carbono contribui para diminuir a emissão... 
O elemento que, no contexto, exerce a mesma função sintática que o grifado acima está 
também grifado em: 
A) Ao viajar pelo estado... 
B) O cerrado, vegetação seca que cobre o estado de Goiás... 
C)... quando se vê em um pasto imenso, lá no meio, a coloração viva do ipê. 
D)... essa vegetação vem sofrendo com o avanço das monoculturas. 
E) Para o professor, a monocultura é a maior vilã da terra. 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
8. AOCP 
 
 O conceito de indústria cultural foi criado por Adorno e Horkheimer, dois dos principais 
integrantes da Escola de Frankfurt. Em seu livro de 1947, Dialética do esclarecimento, eles 
conceberam o conceito a fim de pensar a questão da cultura no capitalismo recente. Na época, 
estavam impactados pela experiência no país cuja indústria cultural era a mais avançada, os 
Estados Unidos, local onde os dois pensadores alemãesrefugiaram-se durante a Segunda 
Guerra. 
 Segundo os autores, a cultura contemporânea estaria submetida ao poder do capital, 
constituindo-se num sistema que englobaria o rádio, o cinema, as revistas e outros meios − como 
a televisão, a novidade daquele momento −, que tenderia a conferir a todos os produtos culturais 
um formato semelhante, padronizado, num mundo em que tudo se transformava em mercadoria 
descartável, até mesmo a arte, que assim se desqualificaria como tal. Surgiria uma cultura de 
massas que não precisaria mais se apresentar como arte, pois seria caracterizada como um 
negócio de produção em série de mercadorias culturais de baixa qualidade. Não que a cultura de 
massa fosse necessariamente igual para todos os estratos sociais; haveria tipos diferentes de 
produtos de massa para cada nível socioeconômico, conforme indicações de pesquisas de 
mercado. O controle sobre os consumidores seria mediado pela diversão, cuja repetição de 
fórmulas faria dela um prolongamento do trabalho no capitalismo tardio. 
 Muito já se polemizou acerca dessa análise, que tenderia a estreitar demais o campo de 
possibilidades de mudança em sociedades compostas por consumidores supostamente 
resignados. O próprio Adorno chegou a matizá-la depois. Mas o conceito passou a ser muito 
utilizado, até mesmo por quem diverge de sua formulação original. Poucos hoje discordariam de 
que o mundo todo passa pelo "filtro da indústria cultural", no sentido de que se pode constatar a 
existência de uma vasta produção de mercadorias culturais por setores especializados da 
indústria. 
 Feita a constatação da amplitude alcançada pela indústria cultural contemporânea, são várias 
as possibilidades de interpretá-la. Há estudos que enfatizam o caráter alienante das consciências 
imposto pela lógica capitalista no âmbito da cultura, a difundir padrões culturais hegemônicos. 
Outros frisam o aspecto da recepção do espectador, que poderia interpretar criativamente − e não 
de modo resignado − as mensagens que lhe seriam passadas, ademais, de modo não unívoco, 
mas com multiplicidades possíveis de sentido. 
 
(RIDENTI, Marcelo. Indústria cultural: da era do rádio à era da informática no Brasil. In: 
Agenda brasileira. São Paulo: Cia das Letras, 2011, p. 292 a 301) 
Considerando-se o contexto, mantêm-se a correção e o sentido original substituindo-se 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
A) conforme por "como demonstra" (2º parágrafo). 
B) ademais por “em demasia” (4º parágrafo). 
C) a fim de por “para” (1º parágrafo). 
D) acerca por "quanto a" (3º parágrafo). 
E) pois por “por que” (2º parágrafo). 
9. AOCP 
O texto a seguir refere-se à questão. 
 
Oi, Chico! 
 
Clarice Lispector 
 
 Oh, Chico Buarque, pois não é que recebi uma carta de uma cidade do Rio Grande do Sul, 
Santa Maria, a respeito de você e de mim? É o seguinte: a moça me lê num jornal de Porto Alegre. 
E, muito jovem, diz que sente grande afinidade comigo, que eu escrevo exatamente como ela 
sente. Mas que sua maior afinidade comigo vem do fato de eu ter escrito sobre você, Chico. Diz: 
"Eu, como você, tenho uma inclinação enorme por ele. Achava eu que esta inclinação (que é 
motivo de troça de meus amigos) era um pouco de infantilismo meu, talvez uma regressão à 
infância, mas lendo seus bilhetes descobri que não, que a razão é justamente conforme suas 
palavras: ser ele altamente gostável e possuir candura. Você também tem candura, que se 
percebe ao ler uma só linha sua." Ela, Chico, não entendeu que você não é meu ídolo; eu não 
tenho ídolos. Você para mim é um rapaz de ouro, cheio de talento e bondade. Inclusive fico 
simplesmente feliz em ouvir quinhentas vezes em seguida "A banda", e um dia desse dancei com 
um de meus filhos. Mas é só, meu caro amigo. [...] Olhe, moça simpática, sua carta é um amor, e 
tenho certeza de que Chico ia gostar de você, é impossível não. Pois se Chico tem candura, e 
você acha que também tenho, você, minha amiguinha, é mil vezes mais cândida do que nós. 
Mando-lhe um beijo e tenho certeza de que Chico lhe manda outro beijo ― não, não desmaie. [...] 
 
(Texto publicado originalmente no Jornal do Brasil, de 23/03/1968 e, posteriormente, no livro 
Todas as crônicas, de 2018. 
Adaptado de: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/15396/oichico). Acesso em: 14 ma. 2021.) 
 
Assinale a alternativa em que a expressão destacada NÃO é um vocativo. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
A“Oh, Chico Buarque, pois não é que recebi uma carta [...]”. 
B“Ela, Chico, não entendeu que você não é meu ídolo [...]”. 
C“Olhe, moça simpática, sua carta é um amor [...]”. 
D“Mas é só, meu caro amigo.”. 
E“Pois se Chico tem candura, e você acha que também tenho, você, minha amiguinha, é mil 
vezes mais cândida do que nós.”. 
10. AOCP 
O texto a seguir refere-se à questão. 
COMO DEFINIR OBJETIVOS QUANDO NÃO SABEMOS O QUE QUEREMOS 
 Somos estimulados a sonhar, a buscar objetivos e a nos orientar em direção ao que desejamos. 
Às vezes, o problema é que não sabemos o que queremos. É o que tenho observado em muitas 
pessoas, até em mim mesma. A dúvida aparece quando terminamos uma etapa, como concluir 
alguns estudos ou finalizar um trabalho. Também surge quando estamos cansados de uma 
determinada situação, quando temos de nos reinventar devido às circunstâncias ou quando nos 
deparamos com um fracasso ou um contratempo. [...] Um pequeno exercício de reflexão pode nos 
ajudar a recuperar sonhos e a definir objetivos que nos animem. Vejamos algumas dicas práticas. 
 Primeiro, não devemos confundir nossos sonhos com fantasias. Um sonho é um projeto que 
nos anima, como estudar algo novo, comprar um carro ou ter um filho. Pode ser mais ou menos 
ambicioso, mas nos impulsiona a nos esforçar para conseguir realizá-lo. Já uma fantasia é algo 
que vive em nossa mente, que gostamos de imaginar, mas que, no fundo, sabemos que nunca 
vamos dedicar muita energia para alcançá-lo. [...] Dar a volta ao mundo, viver nas ilhas 
paradisíacas do Pacífico ou se tornar diretor de cinema em Hollywood poderiam ser alguns 
exemplos. Aprender a diferenciar os sonhos das fantasias nos faz ser honestos conosco mesmos 
e nos alivia da pressão de conseguir estas últimas, das quais, insistimos, não necessitamos. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 [...] Quando não sabemos o que queremos ou não temos um sonho claro, podemos fazer várias 
coisas. Por um lado, podemos recuperar sonhos do passado como forma de inspiração. A 
adolescência é uma época muito frutífera de ideias. Valeria a pena lembrar do que gostávamos 
ou o que nos animava. O objetivo não é realizar os sonhos ao pé da letra. Talvez tenham ficado 
um pouco desatualizados ou, simplesmente, sejam impossíveis de alcançar, como se queríamos 
ser astronautas e agora temos 40 anos. Os velhos sonhos atuam como faróis, não são cartas de 
navegação, daí a importância de recuperá-los. Retomando o exemplo anterior do astronauta, 
obtemos informações sobre nós mesmos. Com esse exercício simples, lembramos que 
gostávamos de aventuras ou de estudar as estrelas. Dessa forma, podemos nos matricular em 
um curso de astronomia, comprar um telescópio ou acessar os recursos da NASA para conhecer 
mais a respeito. E você, o que gostava de fazer quando era mais jovem? O que pode extrair 
daquilo? 
 Outra forma de nos orientarmos é pensar naquilo que não queremos. Talvez este exercício não 
seja tão atraente quanto imaginar a si mesmo no futuro, mas é um passo válido. O que eu quero 
parar de fazer? Pode ser no âmbito pessoal ou profissional, como evitar me irritar por alguma 
coisa, não continuar neste trabalho ou manter uma amizade. 
 Quando estamos em uma dúvida profunda sobre o que fazer ou quais são nossos sonhos, temos 
outra opção: refletir sobre com quem gostaríamos de parecer, mesmo que seja um personagem 
de ficção. Mais uma vez, isso funciona como farol, mas volta a nos dar pistas sobre nós mesmos. 
Com esteexercício, podemos tirar conclusões que nos ajudem a aterrissar na realidade e a definir 
objetivos concretos. 
Sobre os recursos linguísticos utilizados na estruturação do texto, assinale a alternativa 
correta. 
A) Os exemplos fornecidos pela autora têm a finalidade de comprovar seus argumentos em 
defesa das vantagens em se ter sonhos e objetivos. 
B) O uso frequente da primeira pessoa do plural contribui para o alto grau de formalidade do 
texto. 
C) As perguntas feitas no texto estabelecem um diálogo com o leitor, com o fim de fazê-lo refletir 
e buscar respostas para os questionamentos propostos. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
D) O texto apresenta a seguinte estrutura: introdução, em que o tema central é contextualizado; 
desenvolvimento, em que são dados argumentos para a defesa da tese; conclusão, em que as 
informações principais são retomadas resumidamente. 
E) O texto é construído majoritariamente por períodos simples, com o intuito de tornar a leitura 
mais fluida e de fácil compreensão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
GABARITO 
 
1. B 
2. C 
3. C 
4. A 
5. D 
6. A 
7. C 
8. C 
9. E 
10. C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
13. Pontuação. 
 
1- AOCP 
 
Para responder a questão, leia o fragmento do texto abaixo do romance A Metamorfose, de 
Franz Kafka. 
 
 Aqueles foram bons tempos, mas que não se repetiram – ao menos, não com a mesma 
intensidade –, embora, de toda forma, Gregor ganhasse o suficiente para arcar sozinho com as 
necessidades domésticas. À medida que tudo isso foi se tornando costumeiro, a surpresa e a 
alegria inicial arrefeceram e, assim, Gregor entregava o dinheiro com prazer espontâneo e a 
família, de bom grado, recebia. Apenas a irmã permanecia mais próxima e afetuosa e, como ela, 
ao contrário de Gregor, era amante da música e sabia tocar violino com muita graça, ele tinha 
planos de enviá-la para o Conservatório no ano seguinte, sem importar-se com os gastos extras 
que isso acarretaria. Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem viajar, 
sempre mencionava o projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), 
enquanto os pais demonstravam não aprovar nem um pouco a ideia. Contudo, Gregor pensava 
muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal. 
 
 Todos esses pensamentos, agora inúteis, fervilhavam em sua cabeça, enquanto ele escutava 
as conversas, colado à porta. De vez em quando o cansaço obrigava-o a desligar-se, apoiando 
pesadamente a cabeça na porta, mas logo recuperava a prontidão, pois sabia que qualquer ruído 
era ouvido na sala e fazia com que todos se calassem. “Novamente aprontando alguma coisa”, 
dizia o pai instantes depois, certamente olhando para a porta. Passado algum tempo, eles 
continuavam a trocar palavras entre si. 
 
 Na conversa sobre as finanças da família, o pai redundava nas explicações – seja porque há 
tempos não se ocupava disso, seja porque a mãe tinha dificuldades para entender –, e Gregor, 
com satisfação, tomou conhecimento de que, a despeito da desgraça que haviam sofrido, restava-
lhes algum capital, que, se não era muito, ao menos tinha crescido nos últimos anos por conta 
dos rendimentos de juros acumulados. Além disso, o dinheiro que Gregor entregava (retinha 
apenas uma pequeníssima parte) não era gasto integralmente, e pouco a pouco ampliava o 
montante economizado. De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, contente 
com a inesperada provisão feita pelo pai. Era verdade que aquele dinheiro poderia ter 
paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele 
constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente. 
 
(KAFKA, Franz. A Metamorfose. Trad. Lourival Holt Albuquerque. São Paulo: Abril, 2010, p.40-
41) 
Na passagem “De onde estava, ele aprovou, com a cabeça, o procedimento, contente com 
a inesperada provisão feita pelo pai.” (3º§), ao se observar o emprego das vírgulas antes e 
depois da expressão em destaque, conclui-se que foram usadas para: 
A) indicar o caráter explicativo do aposto. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
B) isolar um termo deslocado na oração. 
C) sinalizar a antecipação de uma oração. 
D) explicitar uma enumeração de termos. 
E) destacar o sentido figurado dos vocábulos. 
 
2- AOCP 
Minhas 
maturidade 
Circunspecção, siso, prudência. 
(Mario Prata) 
 
 É o que o homem pensa durante anos, enquanto envelhece. Já está perto dos 50 e a 
pergunta ainda martela. Um dia ele vai amadurecer. 
 Quando um homem descobre que não é necessário escovar os dentes com tanta rapidez, 
tenha certeza, ele virou um homem maduro. Só sendo mesmo muito imaturo para escovar os 
dentes com tanta pressa. 
 E o amarrar do sapato pode ser mais tranquilo, arrumandose uma posição menos incômoda, 
acertando as pontas. 
 [...] 
 Não sente culpa de nada. Mas, se sente, sofre como nunca. Mas já é capaz de assistir à 
sessão da tarde sem a culpa a lhe desviar a atenção. 
 É um homem mais bonito, não resta a menor dúvida. 
 Homem maduro não bebe, vai à praia. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 Não malha: a malhação denota toda a imaturidade de quem a faz. Curtir o corpo é 
ligeiramente imaturo. 
 Nada como a maturidade para perceber que os intelectuais de esquerda estão, fnalmente, 
acabando. Restam uns cinco. 
 Sorri tranquilo quando pensa que a pressa é coisa daqueles imaturos. 
 O homem maduro gosta de mulheres imaturas. Fazer o quê? 
 Muda muito de opinião. Essa coisa de ter sempre a mesma opinião, ele já foi assim. 
 [...] 
 Se ninguém segurar, é capaz do homem maduro fcar com mania de apagar as luzes da casa. 
 O homem maduro faz palavras cruzadas! 
 Se você observar bem, ele começa a implicar com horários. 
 A maturidade faz com que ele não possa mais fazer algumas coisas. Se pega pensando: sou 
um homem maduro. Um homem maduro não pode fazer isso. 
 O homem maduro começa, pouco a pouco, a se irritar com as pessoas imaturas. 
 Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir inveja dos imaturos. 
 Será que os imaturos são mais felizes?, pensa, enquanto começa a escovar os dentes 
depressa, mais depressa, mais depressa ainda. 
 O homem maduro é de uma imaturidade a toda prova. 
 Meu Deus, o que será de nós, os maduros? 
“Depois de um tempo, percebe que está começando é a sentir 
inveja dos imaturos.” (17º§) 
 
O emprego da vírgula justifca-se por: 
A) isolar uma oração subordinada adverbial. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
B) marcar a presença de um aposto explicativo. 
C) separar orações coordenadas assindéticas. 
D) indicar a presença de um vocativo. 
E) acompanhar um termo deslocado da ordem direta. 
3- AOCP 
 
Leia o texto abaixo para responder à questão. 
 
Estudo associa câncer de mama a sedentarismo e alimentação. 
 
 Pesquisa desenvolvida por meio do mestrado em Ciências da Saúde na Amazônia Ocidental, 
da Ufac, pretende avaliar a relação entre sedentarismo, nutrição e aparecimento de câncer de 
mama em mulheres com mais de 40 anos no Estado do Acre. O estudo é conduzido pelas 
mestrandas Carina Hechenberger e Ramyla Brilhante, com orientação do professor Miguel Junior 
Sordi Bortolini. 
 O projeto de pesquisa “Avaliação do Nível de Atividade Física, Estado Nutricional e Qualidade 
de Vida de Mulheres Atendidas no Centro de Controle em Oncologia do Acre (Cecon)” foi 
apresentado ao programa em 2018; atualmente, se encontra na fase de coleta de dados, através 
da aplicação de questionários a usuárias do serviço de saúde. “São 13 tipos diferentes de câncer 
altamente influenciados pelo sedentarismo; destes, o que sofre maior impacto é o de mama”, 
destaca Miguel Bortolini. “Se você é uma pessoa ativa, a probabilidadede desenvolver câncer de 
mama reduz drasticamente.” 
 Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é a segunda neoplasia mais 
comum em todo o mundo, com 1,7 milhões de casos. A estimativa é que para o biênio 2018-2019, 
somente no Brasil, 60 mil novos casos entre mulheres sejam confirmados para cada ano — um 
risco estimado de 57 casos a cada 100 mil brasileiras. “Fatores genético hereditários são 
responsáveis por até 10% desses casos de câncer de mama. Os comportamentais e ambientais, 
como alimentação e atividade física, respondem por até 30% dos casos”, enfatiza Carina 
Hechenberger.[...] 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 A relação entre inatividade física e sedentarismo com pacientes do Cecon vai ser analisada a 
partir de universo mínimo de 360 mulheres, conforme indicadores sociodemográficos, histórico 
familiar, nutricional e de qualidade de vida. Tudo a partir de questionários referendados 
internacionalmente. O objetivo é investigar se, pelo nível elevado da população com sobrepeso e 
obesidade no Acre, há também uma maior influência de diagnóstico positivo para esse tipo de 
câncer.[...] 
 Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regulares com 
mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental. “Para evitar o câncer de 
mama, é necessário realizar de 150 a 300 minutos de exercícios moderados por semana ou de 
75 a 150 minutos de exercícios vigorosos por semana”, recomenda. “Além disso, é bom realizar 
duas sessões por semana de exercícios resistidos, como musculação; não se deve esperar a 
doença se podemos preveni-la.” 
(Fonte: UFAC) 
Observe o trecho a seguir: “Pesquisa desenvolvida por meio do mestrado em Ciências da 
Saúde na Amazônia Ocidental, da Ufac, pretende avaliar a relação entre sedentarismo, 
nutrição e aparecimento de câncer de mama em mulheres com mais de 40 anos, no 
Estado do Acre.” Assinale a alternativa que apresenta corretamente um fragmento que 
utilizou a mesma regra para o uso de vírgulas da expressão em destaque. 
A) [...] conforme indicadores sociodemográficos, histórico-familiar, nutricional e de qualidade[...]. 
B) [...] para o biênio 2018-2019, somente no Brasil, 60 mil novos casos entre mulheres sejam 
confirmados para cada ano. 
C) Para evitar o câncer de mama, é necessário realizar de 150 a 300 minutos de exercícios 
moderados[...]. 
D) Avaliação do Nível de Atividade Física, Estado Nutricional e Qualidade de Vida de Mulheres 
Atendidas [...]. 
4- AOCP 
 
Liberada, Marcha da Maconha deve começar no sábado 
 
Liberada ontem por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a legalidade 
de passeatas sobre drogas como livre manifestação do pensamento - e não apologia ao crime - 
, a Marcha da Maconha estará presente na Marcha Nacional da Liberdade, passeata que deve 
reunir milhares de pessoas em 40 cidades do País no sábado. Em São Paulo, a partir das 14h, o 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
palco será a Avenida Paulista. Grupos em prol da legalização do consumo de drogas lideram a 
manifestação. Ela foi criada por causa da repressão policial à Marcha da Maconha no dia 21 de 
maio. Eles declaram, no entanto, que não formam uma Marcha da Maconha reeditada, porque a 
pauta também tem reivindicações de ciclistas, músicos, homossexuais e minorias e exige a 
liberdade de expressão. Integrantes da Marcha da Maconha prometem exibir cartazes e 
cânticos para levar o debate sobre as políticas públicas de drogas às ruas. 
Considere as afirmações que seguem. 
I. A expressão colocada entre travessões (“e não apologia ao crime”) tem como função destacar 
o embasamento da decisão judicial. II. O termo “apologia” pode ser substituído, sem alteração 
de sentido, por “reivindicação”. 
Está correto o que se afirma em: 
A) somente I 
B) somente II 
C) I e II 
D) Nenhuma 
 
5- AOCP 
 
Os dias lindos (Carlos Drummond de Andrade) [...] Acontece em abril nessa curva do mês 
que descamba para a segunda metade. Os boletins meteorológicos não se lembraram de 
anunciá-lo em linguagem especial. Nenhuma autoridade, munida de organismo publicitário, tirou 
partido do acontecimento. Discretos, silenciosos, chegaram os dias lindos. E aboliram, sem 
providências drásticas, o estatuto do calor. A temperatura ficou amena, conduzindo à revisão do 
vestuário. Protege-se um tudo-nada o corpo, que vivia por aí exposto e suado, bufando contra 
os excessos da natureza. Sob esse mínimo de agasalho, a pele contente recebe a visita dos 
dias lindos. A cor. Redescobrimos o azul-correto, o azul azul, que há meses se despedaçara 
em manchas cinzentas no branco sujo do espaço. O azul reconstituiu-se na luz filtrada, 
decantada, que lava também os matizes empobrecidos das coisas naturais e das fábricas. A cor 
é mais cor, na pureza deste ar que ousa desafiar os vapores, emanações e fuligens da era 
tecnológica. E o raio de sol benevolente, pousando no objeto, tem alguma coisa de carícia. O 
ar. Ficou mais leve, ou nós é que nos tornamos menos pesadões, movendo-nos com 
desembaraço, quando, antes, andar era uma tarefa dividida entre o sacrifício e o tédio? Tornou-
se quase voluptuoso andar pelo gosto de andar, captando os sinais inconfundíveis da presença 
de dias lindos. Foi certamente num dia como este que Cecília Meireles escreveu: “A doçura 
maior da vida flui na luz do sol, quando se está em silêncio. Até os urubus são belos, no largo 
círculo dos dias sossegados.” Porque a primeira consequência da combinação de azul e leveza 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
de ar é o sossego que baixa sobre nosso estoque de problemas. Eles não deixam de existir. 
Mas fica mais fácil carregá-los. 
 
A presença das aspas, no último parágrafo do texto, é mais bem justificada por: 
A) representar o discurso direto. 
B) indicar um conteúdo irônico. 
C) dar ênfase à ideia apresentada. 
D) representar uma citação. 
6- AOCP 
 
Analise o uso de pontuação nos enunciados abaixo e assinale a alternativa correta. 
I. Neste sábado (20) mais de 67 mil pessoas, foram imunizadas no Dia D de vacinação contra o 
sarampo em São Paulo. A campanha segue até agosto com a meta de imunizar cerca de 3 
milhões de jovens. 
(G1. acesso 22/07/2019) 
II. De início, a missão estava prevista para o dia 15 de julho, na ilha de Sriharikota, na costa da 
Baía de Bengala, mas acabou sendo adiada por problemas técnicos que não foram oficialmente 
revelados. 
(Sputniknews, acesso 22/07/2019) 
III. Após 20 reduções, a estimativa do mercado financeiro de economia subiu. É o que mostra o 
boletim Focus, resultado de pesquisa a instituições financeiras, feita pelo BC (Banco Central) e 
divulgada, às segundas-feiras, pela internet. 
(R7,acesso 22/07/2019) 
IV. Em 1938 Orson Welles, provocou pânico nos Estados Unidos com a transmissão radiofônica 
de sua dramatização de “A guerra dos mundos”, do escritor britânico H.G.Wells que conta a 
invasão da Terra por marcianos. 
(O Globo, acesso 21/07/2019) 
A) Apenas as afirmativas II e III estão corretas 
B) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas 
C) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas 
7- AOCP 
 
Texto 
 
 O amor acaba(Paulo Mendes Campos) 
 
 O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e 
silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; 
de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga 
no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, 
depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das 
mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos 
de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos 
braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre 
frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela 
pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as 
mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da 
irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas 
ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias 
empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da 
simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; 
no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, 
abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em 
apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que 
desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir 
e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na 
barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto 
conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se 
dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em 
São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, 
e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que 
começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e 
diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; 
no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no 
longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois 
que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes 
não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando 
sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora 
melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou 
articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração 
excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor 
acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba. 
 
A pontuação, no texto, cumpre um papel expressivo e delimita sua estrutura sintática. Nesse 
sentido, é correto afirmar que o texto apresenta: 
A) apenas duas orações absolutas. 
B) dois períodos compostos. 
C) apenas uma frase nominal. 
D) um período simples e um composto. 
E) mais de dois períodos simples. 
8- AOCP 
 
Considere o texto compartilhado em redes sociais e as afirmações abaixo. 
 
 
 
I. A pontuação está de acordo com a norma culta. 
II. Há uniformidade no tratamento do interlocutor, tratado apenas na segunda pessoa do 
singular. 
 
Está correto que se afirma em 
A) somente I. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
B) somente II. 
C) I e II. 
D) nenhuma. 
9. AOCP 
 
COMO DEFINIR OBJETIVOS QUANDO NÃO SABEMOS O QUE QUEREMOS 
Pilar Jericó - 11 MAI 2021 
 
 Somos estimulados a sonhar, a buscar objetivos e a nos orientar em direção ao que desejamos. 
Às vezes, o problema é que não sabemos o que queremos. É o que tenho observado em muitas 
pessoas, até em mim mesma. A dúvida aparece quando terminamos uma etapa, como concluir 
alguns estudos ou finalizar um trabalho. Também surge quando estamos cansados de uma 
determinada situação, quando temos de nos reinventar devido às circunstâncias ou quando nos 
deparamos com um fracasso ou um contratempo. [...] Um pequeno exercício de reflexão pode nos 
ajudar a recuperar sonhos e a definir objetivos que nos animem. Vejamos algumas dicas práticas. 
 Primeiro, não devemos confundir nossos sonhos com fantasias. Um sonho é um projeto que 
nos anima, como estudar algo novo, comprar um carro ou ter um filho. Pode ser mais ou menos 
ambicioso, mas nos impulsiona a nos esforçar para conseguir realizá-lo. Já uma fantasia é algo 
que vive em nossa mente, que gostamos de imaginar, mas que, no fundo, sabemos que nunca 
vamos dedicar muita energia para alcançá-lo. [...] Dar a volta ao mundo, viver nas ilhas 
paradisíacas do Pacífico ou se tornar diretor de cinema em Hollywood poderiam ser alguns 
exemplos. Aprender a diferenciar os sonhos das fantasias nos faz ser honestos conosco mesmos 
e nos alivia da pressão de conseguir estas últimas, das quais, insistimos, não necessitamos. 
 [...] Quando não sabemos o que queremos ou não temos um sonho claro, podemos fazer várias 
coisas. Por um lado, podemos recuperar sonhos do passado como forma de inspiração. A 
adolescência é uma época muito frutífera de ideias. Valeria a pena lembrar do que gostávamos 
ou o que nos animava. O objetivo não é realizar os sonhos ao pé da letra. Talvez tenham ficado 
um pouco desatualizados ou, simplesmente, sejam impossíveis de alcançar, como se queríamos 
ser astronautas e agora temos 40 anos. Os velhos sonhos atuam como faróis, não são cartas de 
navegação, daí a importância de recuperá-los. Retomando o exemplo anterior do astronauta, 
obtemos informações sobre nós mesmos. Com esse exercício simples, lembramos que 
gostávamos de aventuras ou de estudar as estrelas. Dessa forma, podemos nos matricular em 
um curso de astronomia, comprar um telescópio ou acessar os recursos da NASA para conhecer 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
mais a respeito. E você, o que gostava de fazer quando era mais jovem? O que pode extrair 
daquilo? 
 Outra forma de nos orientarmos é pensar naquilo que não queremos. Talvez este exercício não 
seja tão atraente quanto imaginar a si mesmo no futuro, mas é um passo válido. O que eu quero 
parar de fazer? Pode ser no âmbito pessoal ou profissional, como evitar me irritar por alguma 
coisa, não continuar neste trabalho ou manter uma amizade. 
 Quando estamos em uma dúvida profunda sobre o que fazer ou quais são nossos sonhos, 
temos outra opção: refletir sobre com quem gostaríamos de parecer, mesmo que seja um 
personagem de ficção. Mais uma vez, isso funciona como farol, mas volta a nos dar pistas sobre 
nós mesmos. Com este exercício, podemos tirar conclusões que nos ajudem a aterrissar na 
realidade e a definir objetivos concretos. 
Adaptado de: https://brasil.elpais.com/estilo/2021-05-11/como-definir-objetivos-quando-nao-
sabemos-o-que-queremos.html. Acesso em: 14 mai. 2021. 
Sobre a utilização da vírgula nos seguintes excertos, assinale a alternativa correta. 
A) Em “Pode ser mais ou menos ambicioso, mas nos impulsiona [...]”, a vírgula separa uma 
oração principal de uma oração subordinada. 
B) Em “Já uma fantasia é algo que vive em nossa mente, que gostamos de imaginar [...]”, a 
vírgula poderia ser omitida sem que isso causasse prejuízo sintático aoexcerto. 
C) Em “Talvez tenham ficado um pouco desatualizados ou, simplesmente, sejam impossíveis de 
alcançar [...]”, o uso das vírgulas é obrigatório. 
D) Em “Somos estimulados a sonhar, a buscar objetivos [...]”, a vírgula separa duas orações de 
mesmo estatuto sintático. 
E) Em “[...] nos alivia da pressão de conseguir estas últimas, das quais [...] não necessitamos.”, a 
vírgula indica que a oração adjetiva é restritiva, não explicativa. 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
10. AOCP 
 As populações ribeirinhas são povos que vivem nas beiras dos rios e geralmente são 
extremamente pobres. As atividades desempenhadas são o artesanato e a agricultura e muitos 
povos sobreviviam e sobrevivem da pesca artesanal, da caça, do roçado e do extrativismo. Por 
conta dos aspectos geográficos do país, é na Amazônia que está a maior parte dessa população. 
Além das populações nativas, somam-se a esta categoria descendentes de migrantes do 
Nordeste do país. 
 Na segunda metade do século XIX, muitos nordestinos deixaram sua terra natal e seguiram 
para a Amazônia atrás dos empregos oferecidos nas empresas que atuavam no ciclo da extração 
do látex das árvores conhecidas como seringueiras.. A ausência de políticas públicas que 
tratassem da desmobilização desse contingente de trabalhadores fez com que eles se 
espalhassem ao longo dos rios da floresta amazônica. 
 Por residirem em um ambiente onde a força da natureza se faz presente, os ribeirinhos 
aprenderam a viver em um meio repleto de limitações e desafios impostos pelo rio e pela floresta. 
As casas, em sua maioria, são de palafita, feitas em madeira sobre troncos e pilares. Esse tipo de 
construção também é usado para deixar as casas “mais altas” para evitar que sejam invadidas 
pelas águas durante as enchentes. 
 É no rio que os ribeirinhos executam uma das principais atividades que lhes proporciona fonte 
de renda e de sobrevivência: a pesca. A plantação de milho e mandioca, a produção de farinha e 
a coleta da castanha e do açaí também ocupam lugar de destaque nas atividades agrícolas das 
comunidades ribeirinhas. As relações comerciais são praticadas, na maioria das vezes, sob a 
forma de escambo entre comunidades vizinhas e, quando há excedente, este é vendido no centro 
urbano mais próximo. 
 A relação diferenciada com a natureza faz dos ribeirinhos grandes detentores de 
conhecimentos sobre aspectos da fauna e da flora da floresta; o uso de plantas medicinais; o ritmo 
e o caminho das águas; os sons da mata; as épocas da terra. Esse convívio alimenta a cultura e 
os saberes transmitidos de pai para filho, contudo as comunidades ribeirinhas convivem com o 
isolamento econômico e social. 
 Como afirmam os moradores, viver na condição ribeirinha requer espírito de comunhão e 
solidariedade. Nas comunidades ribeirinhas, convive-se com o isolamento econômico e social, 
sempre à margem de uma série de políticas públicas e mecanismos de controle da qualidade de 
vida. Como os ribeirinhos contam com poucos serviços públicos, eles sofrem com doenças, falta 
de educação e de assistência social. 
 O Decreto nº 6.040, de 07 de fevereiro de 2007, reconheceu a existência dos povos e 
comunidades tradicionais, dentre os quais estão os ribeirinhos, instituindo uma política nacional 
voltada para as necessidades específicas desses povos, a Política Nacional de Desenvolvimento 
dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT). 
 
 
(Texto adaptado de 
<http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&id=1053:ribeirinhos
>) 
Assinale a alternativa correta. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
A) Em “[...] É no rio que os ribeirinhos executam uma das principais atividades que lhes 
proporciona fonte de renda e de sobrevivência: a pesca.[...]”, os dois pontos são utilizados para 
apresentar um discurso direto. 
B) Em “[...] A plantação de milho e mandioca, a produção de farinha e a coleta da castanha e do 
açaí também ocupam lugar de destaque nas atividades agrícolas das comunidades 
ribeirinhas.[...]”, a vírgula é utilizada para separar o verbo de seu complemento. 
C) Em “[...] A relação diferenciada com a natureza faz dos ribeirinhos grandes detentores de 
conhecimentos sobre aspectos da fauna e da flora da floresta; o uso de plantas medicinais; o 
ritmo e o caminho das águas; os sons da mata; as épocas da terra.[...]”, o sinal de ponto e 
vírgula é utilizado para acrescentar um aposto explicativo ao termo “fauna e flora da floresta”. 
D) Em “[...] As casas, em sua maioria, são de palafita, feitas em madeira sobre troncos e pilares. 
Esse tipo de construção também é usado para deixar as casas ‘mais altas’ [...]”, o termo “mais 
altas” está entre aspas para marcar um discurso direto. 
E) Em “[...] Na segunda metade do século XIX, muitos nordestinos deixaram sua terra natal e 
seguiram para a Amazônia atrás dos empregos [...]”, a vírgula é utilizada para isolar um adjunto 
adverbial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
GABARITO 
 
1. B 
2. E 
3. A 
4. A 
5. A 
6. A 
7. D 
8. D 
9. D 
10. E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
14. Funções do “que” e do “se”. 
 
1. AOCP 
 
Leia o texto. 
Marcela 
Gastei trinta dias para ir do Rocio Grande ao coração de Marcela, não já cavalgando o corcel do 
cego desejo, mas o asno da paciência, a um tempo manhoso e teimoso. (…) 
Teve duas fases a nossa paixão, ou ligação, ou qualquer outro nome, que eu de nomes não curo; 
teve a fase consular e a fase imperial. Na primeira, que foi curta, regemos o Xavier e eu, sem que 
ele jamais acreditasse dividir comigo o governo de Roma; mas, quando a credulidade não pôde 
resistir à evidência, o Xavier depôs as insígnias, e eu concentrei todos os poderes na minha mão: 
foi a fase cesariana. Era o meu universo; mas, ai triste! não o era de graça. Foi-me preciso coligir 
dinheiro, multiplicá-lo, inventá-lo. Primeiro explorei as larguezas de meu pai; ele dava-me tudo o 
que lhe pedia, sem repreensão, sem demora, sem frieza; dizia a todos que eu era rapaz e que ele 
o fora também. Mas a tal extremo chegou o abuso, que ele restringiu um pouco as franquezas, 
depois mais, depois mais. Então recorri a minha mãe, e induzi-a a desviar alguma cousa (sic), 
que me dava às escondidas. Era pouco; lancei mão de um recurso último: entrei a sacar sobre a 
herança de meu pai, a assinar obrigações, que devia resgatar um dia com usura. Machado de 
Assis. 
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Excerto. 
Assinale a alternativa correta. 
A) A frase “Teve duas fases a nossa paixão” está na ordem indireta: (predicado + sujeito). 
B) Na frase: “não o era de graça”, em seu contexto, o pronome “o” refere-se diretamente ao 
amor de Marcela, retronando essa palavra. 
C) Na frase: “ele dava-me tudo o que lhe pedia”, há exemplo claro de que o sujeito precisa 
concordar com seu objeto. 
D) Na frase: “e induzi-a a desviar alguma cousa (sic), que me dava às escondidas”, a palavra 
“que” é um elemento coesivo com valor de causa. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
E) Em: “mas o asno da paciência”, a palavra “mas” tem valor aditivo. 
2. AOCP 
 
Assinale a alternativa que corresponde à classificação CORRETA do elemento em 
destaque a seguir: 
“Pedro Henrique queria muito saber se Laura iria à formatura.” 
A) Conjunção subordinativa integrante. 
B) Pronome reflexivo. 
C) Partícula apassivadora. 
D) Índice de indeterminação do sujeito. 
3. AOCP 
 
Texto CG1A1-I 
 
 
 Um problema no estudo da violência é sua relação com a racionalidade. Os atos violentos 
mais graves, praticados com requintes de crueldade, são vistos pela mídia e pela opinião pública 
como atos irracionais. Ora, se a violência é irracional, não é por ser obra de um ser desprovido de 
razão, mas por ser, paradoxalmente, o produto de uma razão perigosamente racional. É o que 
ocorre quando certos mecanismos racionais, comoa simplificação, que reduz tudo a um único 
princípio explicativo, e a polarização, que vê a realidade como feita unicamente de elementos 
antagônicos e irreconciliáveis, deixam o indivíduo sem alternativas. Esses mecanismos traduzem 
a racionalidade de uma razão incapaz de lidar com os antagonismos, as diferenças e a 
diversidade. 
 
 Portanto, o problema que levanta a violência é muito menos o da irracionalidade do que o de 
uma racionalidade repleta de “razões” para não se deter diante de limites estabelecidos pela 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
própria razão humana. É a razão que, amplificando os conflitos, reduzindo as alternativas ao 
impasse e superdimensionando os defeitos dos outros, cria os cenários em que florescem as 
ideologias legitimadoras da violência. Em outras palavras, o problema da violência está 
intimamente ligado ao problema das relações sociais, em que a existência do outro aparece como 
ameaça real ou imaginária. O que mais espanta na violência, quando ela é razão de espanto, é a 
sua dramaturgia, a exposição da crueldade ao estado puro. É, pois, o caráter aparentemente 
absurdo dessa dramaturgia que confere à violência o status de irracionalidade. No entanto, as 
razões dessa irracionalidade raramente são explicitadas e, frequentemente, deixam de existir 
quando o recipiente de atos violentos é o “inimigo”. 
 
Angel Pino. Violência, educação e sociedade: um olhar sobre o Brasil contemporâneo. In: 
Educ. Soc., Campinas, v. 28, n. 100, p. 763-785, out./2007 (com adaptações). 
Com relação aos aspectos linguísticos do texto CG1A1-I, julgue os itens a seguir. 
 
I No quarto período do primeiro parágrafo, tanto o trecho “que reduz tudo a um único princípio 
explicativo” quanto o trecho “que vê a realidade como feita unicamente de elementos 
antagônicos e irreconciliáveis” consistem em orações explicativas. 
II Caso o trecho “É a razão que” (segundo período do segundo parágrafo) fosse substituído por 
A razão, seria mantida a correção gramatical do texto. 
III No trecho “É, pois, o caráter aparentemente absurdo dessa dramaturgia que confere à 
violência o status de irracionalidade”, o termo “que” é uma forma pronominal cujo referente é 
“dramaturgia”. 
IV No trecho “O que mais espanta na violência, quando ela é razão de espanto, é a sua 
dramaturgia, a exposição da crueldade ao estado puro”, o termo “que” introduz oração adverbial 
comparativa. 
 
Estão certos apenas os itens 
A) I e II. 
B) I e III. 
C) III e IV. 
D) I, II e IV. 
E) II, III e IV. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
4. AOCP 
 
Leia o texto. 
 
(…) era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após 
outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns 
cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas 
para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, 
suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não 
molhar o pelo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as 
ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não 
descansavam, era um subir e fechar a cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se 
demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou as saias; as crianças não se davam 
ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo no capinzal dos fundos, por trás da estalagem ou 
no recanto das hortas. 
 
Aluísio Azevedo. O cortiço – fragmento 
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ). 
 
( ) No texto, a aglomeração de homens e mulheres gerava uma algazarra que aumentava 
gradativamente. 
( ) A expressão “ali mesmo no capinzal dos fundos” completa o sentido do substantivo 
“despachar-se”. 
( ) O primeiro “que” do texto substitui a palavra “água” imediatamente anterior a ele. 
( ) Em: “para não as molhar”, a palavra “as” retoma a palavra “saia”. 
( ) Na frase: “prender as saias” temos um exemplo claro de verbo ligado a seu objeto de forma 
direta. 
 
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo. 
A) V • F • V • F • V 
B) V • F • F • V • V 
C) F • V • V • F • V 
D) F • V • F • V • F 
E) F • F • V • V • F 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
 
5. AOCP 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Considerando os excertos “[...] que cobrem 70% do planeta [...]” (linha 8) e “[...] que absorve um 
terço do gás carbônico produzido pela atividade humana [...]” (linha 9- 10), analise as afirmativas 
a seguir, sobre as duas ocorrências do termo “que”. 
 
I. A primeira ocorrência do termo “que” retoma a palavra “águas” (linha 8), estabelecendo uma 
relação de restrição. 
II. A primeira ocorrência do termo “que” trata-se de um conector e introduz uma condição em 
relação à informação antecedente. 
III. A segunda ocorrência do termo “que” retoma a palavra “imensidão” (linha 9), estabelecendo 
uma relação de explicação. 
IV. A segunda ocorrência do termo “que” caracteriza-se por indicar uma advertência que pode ser 
ignorada. 
V. O termo “que”, em ambas as ocorrências, é um elemento referencial que retoma os nomes que 
o antecedem. 
 
É CORRETO o que se afirma em 
A) II e V, apenas. 
B) IV e V, apenas. 
C) III, IV e V, apenas. 
D) I, II e III, apenas. 
E) I, III e V, apenas. 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
6. AOCP 
A Outra Noite 
 
 Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá 
como aqui. Quando vinha para casa, de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e 
contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens 
feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma 
paisagem irreal. 
 Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-
se para mim: 
 - O senhor vai me desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas tem mesmo luar lá 
em cima? 
 Confirmei: sim, acima da nossa noite preta , enlamaçada e torpe havia uma outra – pura, 
perfeita e linda . 
 - Mas, que coisa... 
 Ele chegou a por a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou 
guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa. 
 - Ora, sim senhor... 
 E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse uma “boa noite” e um “muito obrigado ao 
senhor” tão sinceros, tão veementes como se eu lhe tivesse feito um presente de rei. 
(BRAGA, Rubem. A outra noite. In: PARA gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 1979.) 
A palavra destacada em “... e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram...” exerce a 
função sintática de: 
A) adjunto adnominal 
B) complemento nominal 
C) objeto direto 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
D) sujeito 
7. AOCP 
 
Torne-se um lago! 
 
O velho mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água 
e bebesse. 
- Qual é o gosto? - perguntou o Mestre. 
- Ruim - disse o aprendiz. 
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago. 
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago, então o Mestre disse: 
- Beba um pouco dessa água. 
Enquanto a água escorria pelo queixo do jovem, o Mestre perguntou: 
- Qual é o gosto? 
- Bom! - disse o rapaz. 
O Mestre, então, sentou-se ao lado do jovem, pegou sua mão e disse: 
- A dor na vida de uma pessoa é inevitável. Mas, o sabor da dor depende de onde a colocamos. 
Então, quando você sofrer, a única coisa que você deve fazer é aumentar a percepção das coisas 
boas que você tem na vida. 
Deixe de ser copo e torne-se um lago. 
http://espacovidaeplenitude.com.br/encantamento-cura_para_as_dores_da_alma/ 
No trecho, "...é aumentar a percepçãodas coisas boas QUE você tem na vida." A palavra 
destacada, no contexto em que está empregada, é classificada gramaticalmente como: 
A) Conjunção Coordenativa Explicativa. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
B) Conjunção Subordinativa Integrante. 
C) Conjunção Coordenativa Conclusiva. 
D) Pronome Relativo. 
8. AOCP 
Texto CG1A1-I 
 
 Prática já adotada pela população de países asiáticos para se proteger de doenças respiratórias 
transmitidas principalmente no inverno, o uso de máscaras se mostrou um instrumento eficaz na 
prevenção ao novo coronavírus; no entanto, crianças pequenas não devem usá-las. Especialistas 
lembram que, para quem tem menos de dois anos de idade, o uso de máscara facial pode dificultar 
a respiração e até aumentar o risco de asfixia. 
 “O sufocamento é o principal risco. Não somente crianças menores de dois anos, mas também 
crianças com doenças pulmonares, como asmáticos em crise, ou crianças com distúrbios 
neurológicos não devem usar máscaras”, afirmam infectologistas. 
 
Renata Okumura. O Estado de São Paulo. 28/5/2020 (com adaptações). 
Com relação aos aspectos linguísticos do primeiro período do texto CG1A1-I, é correto afirmar 
que o termo “se”, 
A) no trecho “se proteger”, remete ao termo “Prática”. 
B) no trecho “se mostrou”, tem como referente o termo “instrumento”. 
C) em ambas as ocorrências, pode, sem prejuízo da correção gramatical do texto, ser deslocado 
para imediatamente após a forma verbal, escrevendo-se, respectivamente, proteger-se e 
mostrou-se. 
D) em ambas as ocorrências, pode ser suprimido sem prejuízo dos sentidos e da correção 
gramatical do texto. 
E) em ambas as ocorrências, expressa a noção de reciprocidade. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
9. AOCP 
 
O texto seguinte servirá de base para responder à questão. 
Nesta quinta-feira, dia 9, ____14h, a Secretaria da Família (Pró-família) faz a doação de mais de 
50 produtos, entre bonecas de panos e naninhas (travesseirinhos), ____ integrantes do Clube de 
Mãe da Hermann Barthel, na Associação de Moradores da Rua Hermann Barthel, no bairro Velha 
Central. 
 
O objetivo é de contemplar as crianças em situação de vulnerabilidade social e que residem na 
região com os produtos doados. De acordo com a Pró-família, o próprio Clube de Mãe do local 
fará a entrega ____ população, em um evento programado para ser realizado já no sábado, dia 
11, ____ 16h. 
 
A confecção das bonecas de pano contou com a participação de idosas assistidas pela Pró-
família, incluindo integrantes de Clubes de Mães e voluntárias da comunidade. Além de ajudar 
quem precisa de atenção, tem como objetivo também de resgatar ____ tradição cultural da 
confecção de bonecas de pano, que foram feitas totalmente com materiais recicláveis doados por 
empresas parceiras. [...] 
 
 
Disponível em: https://www.blumenau.sc.gov.br/secretarias/fundacao-pro-familia/ pro-
familia/secretaria-da-famailia-faz-doaacaao-de-bonecas-de-pano-ao-clubede-maae-da-hermann-
barthel17 Acesso em: 07/dez/2021. [adaptado] 
Em: "...que foram feitas totalmente com materiais recicláveis doados por empresas parceiras.", 
as palavras destacadas são, respectivamente: 
A) Conjunção - verbo. 
B) Advérbio - advérbio. 
C) Pronome relativo - preposição. 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
D) Preposição - preposição. 
E) Substantivo - verbo. 
10. AOCP 
Texto I 
Um alerta contemporâneo 
O planeta nunca foi o mesmo. Ao longo do tempo, temos passado ao largo dessa questão, como 
se ela não nos importasse para entendermos melhor onde estamos. E o que enfrentamos, a cada 
momento, para existir. Um simples dado ignorado sobre o planeta pode nos revelar alguma coisa 
fundamental sobre nós mesmos. Talvez esse simples dado, sobre a existência do que não 
conhecemos, nos explique o que não conseguimos explicar até agora. 
O calor excessivo na Europa, as cheias no continente asiático, as recentes chuvas de inverno 
durante o nosso verão devem ser mais uma reação da natureza ao que temos feito de errado no 
mundo. Cada fenômeno desses é um gesto de nossos parceiros para nos chamar a atenção para 
o que deve estar errado. Ou, então, uma simples declaração de guerra, sei lá de que tipo. 
Quando nossos erros se concluem antes de um desastre final, nossos parceiros deixam para lá, 
esperam que desvendemos o fracasso de nossas más ideias. Outro dia, um daqueles príncipes 
do Oriente Médio ofereceu ao Brasil fazer parte da Opep, a organização dos países exportadores 
de petróleo. Deve ter feito o convite porque quase ninguém mais quer saber da Opep, por causa 
das novas fontes de energia. Ninguém está mais a fim de gastar fortunas na exploração de 
petróleo, quando o mundo desenvolve e já usa novas fontes limpas de energia, como a eólica e 
a solar. 
O novo coronavírus é um sinal desse confronto entre o que foi vantagem no passado e hoje não 
é mais. É uma formação natural de um mundo que ainda não conhecemos, equivalente ao que 
foi a Gripe Espanhola, no final da Primeira Guerra Mundial. Um alerta contemporâneo. 
No dia 11 de novembro de 1918, era assinado o tratado de paz que encerrava a Grande Guerra. 
Com mais de 16 milhões de vítimas e histórias de arrepiar qualquer um de tanta violência e 
crueldade, essa guerra seria responsável por um número de mortes que acabou sendo pequeno 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
perto de outra tragédia simultânea: a chamada Gripe Espanhola, que muitos acreditam ter 
interrompido de 30 a 50 milhões de vidas, em todos os continentes. Curiosamente, como o 
coronavírus, a trágica epidemia não era uma gripe, mas o resultado do surgimento e multiplicação 
de um vírus até então desconhecido. 
Segundo historiadores da época, apesar do nome da epidemia, o vírus tinha sido trazido da costa 
leste americana para a Europa, pelos combatentes dos Estados Unidos, que haviam entrado na 
guerra em abril de 1918. Da Europa, os navios americanos e os de seus aliados o levaram para 
o resto do mundo, chegando ao Rio de Janeiro no mês de setembro daquele ano, num navio 
britânico que deixou aqui a gripe que não era gripe espalhada entre as meninas da Praça Mauá. 
E elas a transmitiram ao resto da cidade, onde a epidemia atingiu 600 mil habitantes, mais da 
metade da população. Como no caso do coronavírus, os que praticavam viagens transcontinentais 
eram os responsáveis por espalhar o vírus fatal pelo mundo afora. 
O coronavírus, como a Gripe Espanhola, é uma espécie de resistência da natureza às nossas 
barbaridades. Uma resistência que ajudamos a se tornar de caráter global, graças ao progresso 
e ao poder, como se fôssemos estimulados por forças que não compreendemos, nem somos 
capazes de enfrentar. É claro que o coronavírus nos faz mal; por isso devemos combatê-lo. Mas, 
sempre lembrando que ele vem de um mundo ao qual também pertencemos e ao qual devemos 
atenção e respeito, até conhecê-lo melhor. 
Cacá Diegues. In: O Globo. 16/03/2020. [Adaptado] 
Em “nos chamar a atenção para o que deve estar errado” (segundo parágrafo), o pronome 
relativo em destaque funciona como sujeito da oração que inicia. Exerce essa mesma função 
sintática o que em: 
A) tratado de paz que encerrava a Grande Guerra 
B) o que não conseguimos explicar até agora 
C) ao que temos feito de errado no mundo 
D) um mundo que ainda não conhecemos 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
GABARITO 
 
1. A 
2. A 
3. A 
4. B 
5. E 
6. D 
7. D 
8. C 
9. C 
10. A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
15. Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros 
vocálicos e consonantais e dígrafos. 
 
1 - AOCP 
 
 
400 QUESTÕES AOCP – PM/ES 
Sobre as relações entre fonemas e grafias de palavras do texto, assinale a alternativa correta. 
A) “Diferenças” e “cognitivas” são palavras que não apresentam dígrafos. 
B) “Processamento” e “complexo” possuem, em ambas, dígrafos consonantais e vocálicos. 
C) Em “Tóxicas” e “sozinhas”, o número de fonemas

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