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E S C R I T O P O R :
M A T H E U S C A M P O S A L I N E G U A R I E N T O P R I S C I L A X A V I E R H E R M I N I A A M O R I M
F E R N A N D A C A R M O N A C A R L A M E I R E L E S S A N D R A V A L A D Ã O N A I A R A F L A U Z I N O 
O MAU
COMPOR
TAMENTO
O QUE É? DE ONDE VEM? COMO LIDAR?
E S C R I T O P O R :
M A T H E U S C A M P O S 
A L I N E G U A R I E N T O 
P R I S C I L A X A V I E R 
H E R M I N I A A M O R I M
F E R N A N D A C A R M O N A 
C A R L A M E I R E L E S 
S A N D R A V A L A D Ã O 
N A I A R A F L A U Z I N O 
C A P A E E D I Ç Ã O :
M A T H E U S C A M P O S 
ESTE EBOOK FOI ELABORADO POR PROFISSIONAIS DEFENSORES
DA INFÂNCIA DA FORMAÇÃO EM ATUAÇÃO CONSCIENTE 
PELA ESCOLA DA EDUCAÇÃO POSITIVA.
SUMÁRIO
O QUE É MAU COMPORTAMENTO?
O significado do termo e 
a visão da sociedade hoje.
A neurociência explica 
Orientações para lidar 
com o comportamento
desafiador 
INTRODUÇÃO
Você está no caminho certo.
Saindo do raso.
POR QUE ACONTECE?
COMO LIDAR?
CONCLUSÃO
04
05
07
14
18
INTRODUÇÃO
VOCÊ ESTÁ NO CAMINHO CERTO
04
Querido leitor,
Se você chegou aqui é provável que o "mau comportamento'' seja um
desafio para você assim como para muitos adultos.
Este ebook foi elaborado com embasamento em neurociência
desconstruindo a visão do senso comum sobre “mau comportamento” e
revelando o que ele realmente é e o que ele pode comunicar.
Esperamos de todo coração que você obtenha aqui o esclarecimento
que busca e aprenda a conduzir de forma respeitosa, pois acreditamos
na Educação Positiva como caminho para relações saudáveis.
Boa leitura!
 
O QUE É O MAU
COMPORTAMENTO?
A ORIGEM DO TERMO E 
A VISÃO DA SOCIEDADE HOJE 
 Vamos falar sobre “mau comportamento” infantil? 
 
O Google traz a seguinte definição: 
 "O mesmo que má conduta, atuação ruim. Termo muito usado para se referir ao
comportamento das crianças." 
O que é um “mau comportamento” infantil para você?
 Seria falta de educação, grosserias, desobediência, agressividade sem
motivo, ação ruim, falta de limites, estupidez, pirraça, ação fora do
padrão, maldade infantil, desrespeito, invadir o direito do outro, birras,
bater, morder, indisciplina? 
 Essas foram algumas das 199 respostas que recebemos para essa
pergunta, em um formulário compartilhado em grupos de mães,
famílias e amigos no WhatsApp. Quando perguntamos: "Por que você
acha que as crianças se comportam dessa maneira", as repostas foram:
"Para chamar a atenção; reflexo de agressividade; por culpa dos pais;
porque não foram educadas; pelo caráter da criança; falta de educação
da família"... dentre outras no mesmo sentido.
 No formulário respondido apenas 3 respostas apontavam que o
comportamento era uma forma de comunicação de necessidades
infantis não atendidas. 
 Tanto a definição trazida pelo Google como a maioria das respostas
dos formulários nos revelam que há um entendimento equivocado da
sociedade a respeito do comportamento das crianças. Revelam-nos
também que há um desconhecimento geral sobre o desenvolvimento
físico, neurológico e emocional infantil.
 
05
 A origem do termo “mau comportamento” vem de crenças do século
XIX – XX. Acreditava-se que a criança nascia com uma alma maléfica
(demoníaca) e por isso deveria ser salva por um adulto. Por incrível que
pareça, esta crença segue até os dias atuais reforçando a ideia de que o
comportamento é malicioso, egoísta e mal intencionado para
manipular o adulto (como foi observado no questionário citado acima). 
 Esta é uma visão totalmente adultocêntrica, ou seja, a prioridade é
atender às necessidades do adulto. E, com isto, a criança deixa de ser
vista. Portanto, podemos concluir que esse olhar está intimamente
ligado à necessidade de aprovação social do adulto em exercer seu
controle sobre a criança.
 Este olhar, inclusive, é reforçado pelos Behavioristas, que acreditam
que todos os comportamentos são resultados de experiências e
condicionamentos. Ou seja, acreditam que uma criança pode ser
consertada observando somente o se comportamento e condicionando-
a. Pesquisas na área da neurociência já esclareceram que o "mau
comportamento" da criança é uma forma de comunicação. Não só as
crianças, como também os adultos, demonstram, por meio do
comportamento, sentimentos e necessidades não atendidas. 
 O comportamento é a forma, o recurso que a criança tem para
demonstrar, de acordo com sua fase de desenvolvimento, que há
necessidades físicas e/ou emocionais não atendidas. Ou seja, o
comportamento é um pedido de ajuda, um pedido de socorro. A birra,
por exemplo, é o comportamento da criança em resposta a uma forte
frustração. A neurociência comprova que essa reação à frustração é
puramente biológica, saudável e natural. Assim como o bocejo revela
cansaço (necessidade física) a birra revela frustração (sentimento que
vem da emoção raiva).
 Agora que você compreendeu que o "mau comportamento" da criança
é a sua forma de comunicar (pedir socorro) que algo não está bem.
Deve estar se perguntando o que fazer então diante de um
comportamento desafiador de uma criança? Como decifrar o
sentimento ou a necessidade por trás do comportamento? 
 A seguir vamos apresentar o que a neurociência revela sobre o “mau
comportamento” infantil, porque acontece, o que está por trás do “mau
comportamento,” e como lidar. 
06
Corpo físico: pode manifestar necessidades básicas como fome ou
sede, dor crônica, problemas intestinais (constipação ou diarréia),
sono.
Sensações: incômodo ao processamento dos sons e estímulos,
toques, ao que é visto, cheiros, sabores e movimentos percebidos. 
Pensamentos/ Sentimentos: interpretações do cérebro infantil. Por
exemplo: sou menos amada que minha irmã, me sinto sozinho.
 A neurociência é o campo científico que estuda o funcionamento do
Sistema Nervoso, que tem a função de coordenar e regular as atividades
corporais. O principal órgão deste sistema, para que possamos
compreender o comportamento infantil, é o Cérebro, do qual faz parte
o Córtex Pré-frontal, (localizado na área frontal do cérebro) região
responsável pela regulação emocional, controle racional de
comportamentos.
 Um fato curioso e extremamente importante é que o Córtex Pré-
Frontal é uma das regiões cerebrais de desenvolvimento mais lento. Ele
começa a se desenvolver por volta de 4 anos. E, diferente do que
acreditava-se, ele não termina o seu desenvolvimento na infância. A
neurociência comprova que ele só estará completamente desenvolvido
por volta de 25 a 28 anos, ou seja, somente por volta desta idade
acontece a maturidade cerebral. Portanto, interpretar o comportamento
infantil como mau, intencional ou malicioso, vai contra a verdadeira
biologia do corpo humano, a natureza humana e a ciência. O cérebro 
 da criança ainda é imaturo e cada criança tem o seu ritmo a partir das
experiências que tem. 
 Uma ótima analogia para compreender o mau comportamento é
imaginar um iceberg. A ponta dele representa o comportamento
infantil (o que é visto e incomoda o adulto) e a parte submersa
representa as necessidades não atendidas da criança. A principal
composição do iceberg, embaixo da água, sugere necessidades e
sentimentos manifestados pela criança:
 Quando passamos a enxergar o comportamento com um olhar
respeitoso, entendemos que comportamento é comunicação, e todo 
 “mau comportamento” é visto como um pedido à uma necessidade não
atendida. 
POR QUE
ACONTECE?
A NEUROCIÊNCIA EXPLICA 
07
08
O QUE O ADULTO VÊ:
MAU COMPORTAMENTO 
MEDO
INSEGURANÇA
FOME
SONO
CANSAÇO
“
"NÃO ME SINTO
IMPORTANTE”
O QUE REALMENTE PODE SER:
“ME SINTO
INCAPAZ” 
“NAO ME SINTO
RESPEITADO”
“NÃO ME SINTO
AMADO”
AGRESSIVIDADE
PALAVRÕES
BIRRAS
DESOBEDIÊNCIA
QUESTIONAMENTOS
GRITOS 
AGITAÇÃO
MORDIDAS
"NÃO ME SINTO VISTO"
IMATURIDADE NEUROLÓGICA
"NÃO ME SINTO OUVIDO""
09
 
 Você já ouviu falar do nosso "radar" de ameaça? Todo ser humano
tem um radar de ameaça chamado Neurocepção, (Porges, 2004) é um o
estado de vigilânciacontínua do cérebro e do corpo diante da ameaça
do ambiente. Nosso subconsciente mantém o tempo todo esse estado
de alerta sobre segurança ou necessidade de ação para se salvar de uma
ameaça. É como se nosso sistema nervoso rastreasse o tempo todo o
nosso ambiente para garantir segurança.
 Se uma criança, mesmo que de forma equivocada, se sente ameaçada,
seu corpo/mente irão conduzir para respostas de defesa de acordo com
o grau da ameaça. Aqui é essencial dizer que a forma como o adulto se
comporta diante dessa criança pode aumentar ou reduzir essa sensação
de ameaça. Por exemplo, se o adulto serra os dentes, intensifica o tom
da voz, faz movimentos mais rápidos, o sistema nervoso infantil
automaticamente identifica ameaça e inicia suas respostas para se
defender. Se garantimos para a criança que ela está segura,
automaticamente essa criança deixará de se defender.
 Cada indivíduo carrega sua própria Neurocepção, uma situação que
pode não parecer ameaçadora para uma criança pode ser muito
ameaçadora para outra.
 Memórias intrínsecas traumáticas desencadeiam uma sensibilidade aumentada para
ativar a Neurocepção de risco, desencadeando na criança respostas corporais mais
intensas (Exemplo: estresse tóxico pré-natal e perinatal). Essas crianças carregam em si
a mensagem de que estão em ameaça mesmo quando o ambiente está seguro. 
 Na nossa sociedade, quando as crianças se sentem ameaçadas reagem a 
essa sensação apresentando comportamentos desafiadores, que são
vistos pelos adultos como 'mau comportamento' e por isso são punidas,
negligenciadas, agredidas fisicamente e emocionalmente. Diante disso,
as crianças se sentem incapazes e não aceitas pela sociedade, 
 promovendo a intensificação do comportamento. 
 Em muitos casos, estas crianças são diagnosticadas como transtorno de
déficit de atenção e hiperatividade e são medicalizadas. Elas não deixam
de precisar de um olhar mais atencioso, mas são anestesiadas quando o
pedem.
O RADAR DE AMEAÇA
 
 O nosso Sistema Nervoso Autônomo é responsável pelas respostas
corpóreas de acordo com a nossa percepção do mundo. Veja a imagem
a baixo:
ZONAS DE ATIVAÇÃO
10
 Para entender melhor sobre o comportamento do ser humano a autora
Mona Delahooke sugere a divisão didática do Sistema Nervoso
Autônomo em 3 zonas:
11
Zona Verde - representa o Nervo
Vago Ventral que é responsável pela
socialização, engajamento social,
habilidade de se relacionar com os
outros. É ativado quando a criança
recebe contato físico, fornecendo a
sensação de segurança, amor e
conforto. Manifesta através da
curiosidade, espontaneidade, face
sorridente, sem tensão muscular,
correndo, brincando e pulando.
Zona Vermelha - representa nosso
Sistema Nervoso Simpático que é
ativado rapidamente quando nosso
radar (Neurocepção) detecta algum
tipo de ameaça (parte submersa do
iceberg). O sistema quando ativado
prepara a criança para lutar ou fugir,
aumentando a força dos músculos,
intensificando gritos, choros,
agressividade(mordidas, empurrões).
Zona Azul - representa o Sistema
Nervoso Parassimpático (Nervo
Vago Dorsal) que é ativado com a
intenção de poupar energia para
sobrevivência e responde com
congelamento. A criança se torna
hipoativa, perde seu brilho no olhar
e curiosidade, se movimenta menos,
fica silenciosa ou fala baixo e atende
a tudo que o adulto solicita sem
questionar.
 Toda sensação de ameaça ativa a zona vermelha que libera hormônios
estressores desencadeando uma série de respostas fisiológicas no corpo
da criança com objetivo de buscar segurança para sobreviver ao meio. 
 Para a interrupção dessas respostas, o cérebro humano utiliza-se do
centro inibitório localizado no córtex pré frontal, ainda não
desenvolvido no cérebro infantil. Por esse motivo, é impossível uma
criança inibir um comportamento desafiador diante de uma ordem ou
por condicionamento. A falsa sensação de que violências (gritos,
desprezo, chantagem, punição, agressões físicas, ameaças, premiações)
“resolvem” acontece porque o corpo dessa criança diante do medo
entra em congelamento (zona azul). Isso não significa que essa criança
deixou de precisar, significa que ela desistiu de buscar auxílio. Todas as
vezes que o sistema simpático (vermelho) não consegue trazer essa
criança para zona verde (de segurança), esse sistema perde a esperança
ou se cansa (poupa energia) e então veremos um sistema de resposta
totalmente desligado.
12
BRINCA
SE MOVIMENTA
VIVE O PRESENTE COMPAIXÃO
ESPONTANEIDADECURIOSIDADE
HONESTO
FUGA
PREOCUPAÇÃO 
MEDO
ANSIEDADE
IRRITAÇÃO
RAIVA
INFELIZ VERGONHA
NÃO QUESTIONA
QUIETO
DEPRESSÃO
ISOLAMENTO
SEM EXPRESSÃO
LUTA E FUGA
PANICÔ FRUSTAÇÃO
SE
G
U
R
A
N
Ç
A
ES
TÍ
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U
LO
\ 
A
M
EA
Ç
A
ENGAJAMENTO SOCIAL
CONGELAMENTO
DESA
TIV
A
ÇÃ
O
ACOLHIMENTO
 Importante frisar que a criança não aprende diante de situações
ameaçadoras pois o córtex pré-frontal, além de imaturo, fica inativo.
Isso acontece porque pensar quando é necessário agir demandaria
muito tempo e seria uma ameaça maior a vida. 
 As criança que permanecem congeladas (zona azul), ao contrário do
que se acredita, não estão se “comportando bem"ou sendo “boazinhas”,
”tímidas” ou “comportadas” como a sociedade adultocêntrica idealiza e
elogia. O que acontece é que esse corpo imaturo infantil passa a não
lutar mais para que suas necessidades sejam atendidas. Essa situação
precisa de intervenção imediata e intensificada porque seu sistema
interno permanece desorganizado e desequilibrado do ponto de vista
físico, biológico e emocional resultando em diversas consequências
negativas ao longo da vida.
 Todo ser humano flutua entre as zonas verde (segurança), vermelha
(ameaça) e azul (congelamento) durante o dia. Mas um ponto de
atenção é quando as crianças permanecem por um período maior na
zona azul ou vermelha.
LENTES DO ADULTO
13
 Muitos comportamentos são identificados pelos pais como
inadequados, porém fazem parte da fase de desenvolvimento da
infância. Por exemplo, é esperado que uma criança de 1 ano jogue
alimentos pelo chão ou que a criança de 2 anos apresente uma explosão
emocional. Outro ponto a ser considerado, é que quando a memória
intrínseca do adulto traz dores a qual ele vivenciou na infância, um
comportamento simples da criança pode incomodá-lo de uma forma
intensa. Isso acontece porque aquele comportamento desencadeia uma
neurocepção de ameaça por uma memória anterior, e o adulto passa
para a zona vermelha e passa a ver o próprio filho como ameaça. Por
exemplo: esse adulto que brincava gritando na sua infância sempre
recebia castigos e/ou violência física. Hoje seu corpo reage a gritos
interpretando como ameaça, então o brincar do filho começa a ser
visto como mau comportamento. 
 Você já percebeu que quando acordamos irritados, tristes ou com
medo a criança manifesta mais comportamentos desafiadores? Isso
acontece porque a criança é capaz de manifestar pelo adulto aquilo que
ele reprime e de captar toda linguagem corporal (que revelam emoções)
de uma forma muito precisa devido a fusão emocional com o cuidador
principal. Diante dessa captação ela se sente insegura e manifesta
através de comportamentos desafiadores.
 E agora? O que fazer?
“Se estamos com a impressão de que elas não estão cooperando, ou é porque
cooperaram muito por muito tempo ou porque sua integridade foi ferida.” 
(Jesper Juul)
Agora que entendemos que todo comportamento é uma comunicação, é
notório que punir e/ou interromper uma criança por seu
comportamento desafiador é totalmente ineficaz. O fato do
comportamento ser interrompido não significa que houve aprendizado,
pois não existe aprendizagem quando a zona vermelha (luta e fuga) está
ativada. 
“Nós não podemos machucar fisicamente nossas crianças ou restringir suas liberdades
pessoais ou sociais com consciência limpa. É este o motivo pelo qual nos utilizamos
destas justificativas familiares: "é para o seu próprio bem!"; "você compreenderá isso
quando crescer!"; "você tem que aprender a se adaptar!";"dói em mim mais do que dói
em você!; "se você não ouvir,teremos que ficar martelando isso em você!"
(Jesper Juul)
O ideal é que o cuidador principal se torne um verdadeiro detetive para
desvendar o que há por trás do comportamento desafiador. Algumas
indagações que podem ser usadas para essa investigação são: Quais
necessidades dela não estão sendo atendidas? Estamos tendo momentos
juntas? Ela quer se sentir pertencente? Ser ouvida? Está imitando um
comportamento dos pais? Está se sentindo insegura? Está com sono,
fome? Ou a soma dessas coisas? Houve mudança no dia a dia da criança?
Está expressando algo que reprimo em mim?
Para facilitar a compreensão, vamos fazer uma analogia a um copo
d’água. Se esse copo finaliza o dia vazio, é necessário que ele seja
preenchido de alguma forma. A criança da mesma forma busca que suas
necessidades sejam atendidas da maneira que ela consegue de acordo
com seu desenvolvimento infantil. 
COMO LIDAR?
ORIENTAÇÕES PARA LIDAR 
COM O COMPORTAMENTO DESAFIADOR 
14
15
 A conexão é a base que fundamenta as relações humanas. Ela vai muito
além da presença física, precisamos estar emocionalmente disponíveis
para se vincular ao outro. E isso significa: escuta ativa, validação de
sentimentos, toque, olho no olho, tom de voz suave, interesse genuíno.
 O grande equivoco de nós adultos é pensar que é preciso resolver o
problema da criança pra que ela se acalme, mas não existe resolução
antes da conexão a não ser que a criança esteja em situação de perigo.
"Somos todos pais imperfeitos. E tudo bem, pois nossos filhos não precisam de
perfeição, e sim de conexão''. L.R Knost.
 Veja na próxima página uma orientação de condução respeitosa diante
de um comportamento desafiador da criança ilustrado pelo jogo da
Amarelinha.
PROTEÇÃO
PROXIMIDADE
PASSATEMPO 
PREVISIBILIDADE
A criança precisa sentir que está
em segurança para ser quem é.
É muito além de rotinas, é a
criança saber que sempre vai
encontrar em seus pais o mesmo
acolhimento emocional que
precisa para suprir suas
necessidades, mesmo em seus
piores momentos.
Não é apenas presença física, mas
presença emocional. 
Brincar é uma necessidade da
criança. Ela precisa desses
momentos de movimentos. E
esses momentos com a
participação dos pais contribui
para o seu desenvolvimento.
BUSCAR
SOLUÇÃO 
CO-REGULAÇÃO
CONEXÃO
IDENTIFICAR
EMOÇÕES
16
Ajudar a criança a entender e
nomear o que ela está
sentindo naquele momento
como raiva, medo, tristeza ou
alegria.
Buscar junto à criança uma solução
de forma respeitosa, amorosa e
acolhedora. 
Como já foi dito, por causa do seu
cérebro imaturo a criança não
consegue se regular sozinha, por
isso precisa de alguém com o
cérebro maduro, no caso um
adulto, que lhe ajude a entender e
passar por sua explosão
emocional, e assim voltar para o
seu equilíbrio emocional.
A comunicação
acontece quando a
criança se sente
segura para
expressar
livremente sobre o
que sente, pensa e
necessita.
COMUNICAÇÃO 
A conexão acontece quando
existe disponibilidade genuína do
adulto, olho no olho, escuta ativa,
tom de voz suave, quando não
expresso julgamento e demonstro
presença.
17
 Quando o adulto questiona: “Por que eu não consigo reagir bem, mesmo
sabendo o que eu deveria fazer, o que é melhor?”. Respire e dê um passo para trás,
provavelmente a resposta está na sua história de vida e nos novos aprendizados
que você precisa trazer (gatilhos da sua memória intrínseca). 
 Em muitos casos estes gatilhos produzem respostas corporais muito intensas e
automáticas. Para esse tipo de resposta é necessário entender que se trata da
resposta reflexo (corpo-mente), a mesma que acontece na primeira infância:
primeiro ocorre a ação e depois a consciência do que aconteceu. E para
interrompê-las é muito além do querer, o corpo precisa ser trabalhado para que o
mundo deixe de ser ameaça. 
 Uma das terapias que possui este tipo de abordagem é a terapia somática. Ambas
além do autoconhecimento, fortalecem mensagens corporais de que a vivência
passada não é uma ameaça. 
 Uma forma de promover a regulação emocional durante o comportamento
desafiador da criança é a estratégia de respiração juntos, respirar lento com a
criança encostada no nosso corpo, respirar alto ou bater palmas em um ritmo
lento.
 A partir do 7 anos, se esta criança recebeu de forma efetiva co-regulação, a
resposta intencional (mente-corpo) começa se desenvolver. Através da mente a
criança começa a ter a capacidade de controlar suas ações. E assim, possíveis
estratégias de co-regulação seriam frases como: “está tudo bem”, “está tudo
certo”, “você pode ficar tranquila”, “você está segura”, “você está protegida”, isso
faz com que a respiração e o batimento cardíaco desacelerem. 
 Crianças que tem a sua conexão mente-corpo compreendida, se tornam mais
resilientes, tolerantes, além de ficarem menos sensíveis a estímulos do ambiente. 
 Muitos adultos ainda não passaram por esse processo, não desenvolveram essa
habilidade e permanecem no corpo-mente. Precisamos entender que o
comportamento infantil nunca é pessoal a nós, e sim algo para nós, como um
pedido, porque somos seus cuidadores, as pessoas em quem eles confiam para
guiá-los na vida.
SE OS DESAFIOS PERMANECEM 
18
A abordagem, interpretação e condução do mau comportamento pela
educação tradicional é rasa e ineficaz por ser repleta de crenças
limitantes. Esta abordagem violenta a infância, indo totalmente ao
contrário da biologia humana. Por isso a desmistificação de crenças e
uma condução mais respeitosa é urgente, principalmente na infância. 
Afinal, a Neurociência também comprova que os primeiros anos de vida
são fundamentais em nosso desenvolvimento físico, emocional,
psíquico. Todas as vezes que vamos contra a própria natureza humana, o
nosso corpo busca o equilíbrio. E a busca constante desse equilíbrio, sem
o apoio de um adulto protetor, resulta em desregulação interna e
consequentemente em em doenças físicas e mentais ao longo da vida.
 "Descontrolar-se por causa do comportamento de uma criança equivale a entregar na
mão dela o controle remoto das nossas reações." (Isabelle Filliozat)
Ao invés de enxergar as crianças como problemas que possamos vê-las
em sua plenitude: genuínas, curiosas, espontâneas e amorosas. 
Ampliar nossa visão é um chamado para a verdadeira conexão com
nossas crianças e com nós mesmos. Enquanto permanecemos no raso
deixamos de nos relacionar com o que há de mais puro do universo
infantil. 
SAINDO DO RASO 
CONCLUSÃO
OS ESCRITORES
MATHEUS CAMPOS
Tocantinense, trabalha como missionário
de forma voluntária e em tempo integral
na JOCUM (Jovens Com Uma Missão), em
Curitiba - PR.
Educador Parental, Conselheiro Infantil e
graduando em Pedagogia.
ALINE GUARIENTO
Paulistana, casada, mãe da Isabela e do
Rafael. Educadora Parental, farmacêutica
e graduanda em Psicologia. 
@foiomatheus
PRISCILA XAVIER
Mineira de origem mas reside na Flórida
(USA). Mãe do Mateus e do Benício.
Educadora Parental, Médica Pediatra, pós
graduada em Pediatria Integrativa e
membro do Comitê de Pediatria
Consórcio Acadêmico Brasileiro de
Medicina Integrativa (CABSIN). 
HERMINIA AMORIM
Capixaba, casada, mãe da Laura 
e do Caio. Educadora Parental e
Administradora.
@alinehguariento
@transformandopais
@drapriscilaxavierpediatra
(existe um link clicavél em cada @ que leva direto para o perfil de cada autor)
http://www.instagram.com/foiomatheus
https://www.instagram.com/alinehguariento/
https://www.instagram.com/transformandopais/
https://www.instagram.com/drapriscilaxavierpediatra/
FERNANDA CARMONA
Mineirinha, casada, mãe da Luiza, 
Isabela e Anna.
Educadora Parental e Comunicologa.
CARLA MEIRELES
Capixaba, casada, mãe do Miguel 
e da Mariana.
Educadora Parental e
Pedagoga/Psicopedagoga.
@fecarmonamentora
SANDRA VALADÃO
Mineira, casada, mãe de Lucas e Davi.
Educadora Parental e servidora pública.
NAIARA FLAUZINO 
Mineira, casada, mãe da Elisa.
Educadora Parental e Administradora. 
@carlameirelespedagoga
@naiaraflauzino
@sandroca2127
OS ESCRITORES
https://www.instagram.com/fecarmonamentora/
https://www.instagram.com/carlameirelespedagoga/https://www.instagram.com/naiaraflauzino/
https://www.instagram.com/sandroca2127/
BIBLIOGRAFIAS
Siegel, D. J., Bryson, T. P., & Zanon, C. (2015). O cérebro da criança.
New York, 2011;
Stephen W. Porges and Deb Dana, eds., Clinical Applications of the
Polyvagal Theory: The Emergence of Polyvagal -Informed Therapies.
Stephen W. Porges. “Neuroception: A subconscious System for
Detection Threats and safety”. 2009
Porges SW. The polyvagal theory: new insights into adaptive reactions
of the autonomic nervous system. Cleve Clin J Med. 2009;
Gerhardt, Sue. Por que o amor é importante: como o afeto molda o
cérebro do bebê - 2. ed. - Porto Alegre: Artmed, 2017;
Delahooke, Mona. Brain-Body Parenting. Eau Claire. 2022;
Nelsen, J., & Ruz, N. Disciplina positiva. Empresas Ruz S.A. de C.V.
(Granica). 2001;
Delahooke, Mona. Beyond Behaviors: Using Brain Science and
Compassion to Understand and Solve Children’s Behavioral Challenges.
Eau Claire, WI: 2018; 
Juul, Jesper. Sua Criança Competente. Editora Novo Século, 2002;
Siegel, Daniel J. Parentalidade consciente: como o autoconhecimento
nos ajuda a criar nossos filho; tradução Thaís Costa- São Paulo: nVersos,
2020;

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