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Outra dimensão existente no que tange à produção envolve as denomi-
nadas “produção empurrada” e “produção puxada”. Na primeira, a produção 
ocorre com base em previsões de demanda e, ao final, havendo a formação de 
estoque de produtos acabados, procura-se vendê-los. Na realidade, o conceito 
de “empurrar” acontece em todos os elos da cadeia produtiva: compramos 
matéria-prima e “empurramos” para a fábrica. Em seguida, “empurramos” 
a matéria-prima para a área da produção, produzindo os produtos que são, 
então, “empurrados” para os estoques da fábrica e, dali, são novamente “em-
purrados” para os distribuidores e, em seguida, “empurrados” para as lojas. 
Essa é a modalidade que encontramos, por exemplo, nos produtos que você 
vê nas lojas de departamentos: fogões, geladeiras, etc. Esses produtos foram 
produzidos antes de alguém pensar em comprá-los.
Na modalidade de produção empurrada temos MTS (do inglês make to 
stock: produzir para estoque) e, como o regime é sempre o de empurrar, há 
normalmente formação de estoques intermediários. Por exemplo, ao empur-
rarmos a matéria-prima, é comum que ela fique esperando a disponibilidade 
de máquinas e equipamentos para as operações de produção, da mesma forma 
que os produtos ficam estocados nas lojas, esperando pelos consumidores 
para serem comprados.
Outra modalidade é a ATO (do inglês assemble to order: montar conforme 
pedido), em que os materiais são “empurrados”, mas não o produto final, ou 
seja, temos tudo o que é necessário para concluir o produto final, mas só o 
fazemos quando há um pedido do cliente. Por exemplo, os sanduíches em uma 
lanchonete: o dono não deixa os sanduíches preparados à espera dos pedidos. 
Eles são preparados (montados) no momento em que o cliente faz o pedido, 
diferentemente dos sanduíches que encontramos prontos em alguns locais: 
lacrados e refrigerados, prontos para consumo.
Temos, ainda, a produção “puxada”, na qual a demanda é que comanda os 
passos e o ritmo da produção. Nesse caso, em que temos a modalidade MTO 
(do inglês make to order: produzir conforme pedido), adquire-se os insumos, 
produz-se e entregam-se os produtos somente a partir dos pedidos feitos pelos 
clientes. Nesse caso, obviamente, não há a formação de estoques intermedi-
ários, pois tudo é produzido estritamente conforme a necessidade. Produtos 
específicos, feitos por encomenda, personalizados, bem como produtos de 
referentes a pedidos de exportação, em que demandas específicas de cada 
país promovem a fabricação diferenciada são exemplos de produção puxada.
Em casos específicos, em que a empresa precisa atender demandas espe-
cíficas não só de fabricação, mas do próprio desenvolvimento (criação) do 
Administração da produção176
produto ou serviço demandado pelo cliente, temos a caracterização do ETO 
(do inglês engineering to order: engenharia conforme pedido).
As dimensões que caracterizam a produção sob encomenda, puxada, por 
não gerarem excessos de material, ou seja, acúmulo de estoques, são usual-
mente bastante rápidas e com perdas e desperdícios muito reduzidos, consti-
tuindo o que usualmente é chamado de produção enxuta.
Leia sobre o conceito de pensamento enxuto, que engloba a produção enxuta, no site 
do Lean Institute Brasil: http://www.lean.org.br/.
Outra dimensão, de alguma forma relacionada às demais, diz respeito ao 
planejamento e controle da produção em termos de prazo:
Longo prazo ainda que tenhamos uma previsão de demanda, ela é agre-
gada, ou seja, não diferencia produto a produto, trabalhando com totalizações. 
Por exemplo, uma lanchonete vai fazer seu planejamento estimando o aten-
dimento de 1.000 clientes por semana, os quais pedirão sanduíches, pizzas, 
refrigerantes, sucos, etc., sobre os quais temos, também, uma mera estimativa 
de distribuição de pedidos. Ainda que de forma macro, tal planejamento ser-
virá para definirmos espaços de atendimento e de estocagem de ingredientes, 
quantidade de caixas registradoras, espaço para circulação e para produção 
dos lanches, quantidade de funcionários, etc.
Médio prazo aqui já desagregamos a demanda por tipo de item (quanti-
dade prevista de cada um deles), servindo de base para definirmos os insumos 
a serem adquiridos para atender a cada produto, na quantidade esperada. Por 
exemplo, a demanda prevista de hambúrguer e de cheesebúrgueres vai nos 
nortear na quantidade a ser adquirida de pães para ambos e, também, na quan-
tidade de queijo necessária para os cheesebúrgueres, algo que não era possível 
na demanda agregada.
Curto prazo relacionada ao dia a dia, nas demandas que surgem a cada 
momento com a chegada e atendimento dos clientes em nossa lanchonete. 
Nesse caso, o ciclo de planejamento, execução e controle é muito rápido, por 
conta da variedade de pedidos e a frequência com que ocorrem.
A Figura 4 dá uma visão geral de tais dimensões, bem como da inter-re-
lação entre as diferentes atividades de planejamento e controle da produção.
177Natureza do planejamento e controle da produção

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