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INTRODUÇÃO
Caro aluno, seja muito bem-vindo!
Nesta aula, você estudará: divisão da cavidade abdominal e órgãos que compõem cada região (hipogástrica,
hiper e monogástrica); indicações de radiogra�a abdominal, tomogra�a abdominal e emergências
(persistência do arco aórtico direito, dilatação e torção gástrica, enterite, intussuscepção, corpos estranhos);
sistema geniturinário (anatomia do sistema geniturinário, técnicas radiográ�cas simples e contrastadas,
posicionamento, patologias e emergências do sistema geniturinário de machos e fêmeas, hernia perineal,
cálculos, neoplasias, ruptura de bexiga, patologias radiográ�cas do sistema reprodutor, contagem de fetos,
alterações da próstata).
Prepare-se, pois essas são informações muito importantes para sua carreira pro�ssional. Bons estudos.
Aula 1
RADIODIAGNÓSTICO DA CAVIDADE ABDOMINAL
Nesta aula, você estudará: divisão da cavidade abdominal e órgãos que compõem cada região ;
indicações de radiogra�a abdominal, tomogra�a abdominal e emergências; sistema geniturinário .
14 minutos
RADIODIAGNÓSTICO DA CAVIDADE ABDOMINAL
 Aula 1 - Radiodiagnóstico da cavidade abdominal
 Aula 2 - Indicações para radiogra�a abdominal
 Aula 3 - Radiodiagnóstico da cavidade torácica 
 Aula 4 - Radiodiagnóstico da cavidade torácica
 Aula 5 - Revisão da unidade
 Referências
77 minutos
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INTRODUÇÃO À RADIOGRAFIA DO ABDOME
A cavidade abdominal é a maior cavidade do corpo, sendo separada da cavidade torácica pelo diafragma e se
ligando caudalmente à cavidade pélvica. A cavidade possui um formato ovoide e comprido lateralmente,
tendo seu diâmetro dorsoventral maior na primeira vértebra lombar, com o transversal próximo à pelve
(GETTY, 2008).
A região abdominal comporta a maior parte dos órgãos digestivos e urinários, também armazenando órgãos
reprodutivos/genitais internos que, em casos de gestação, ainda vão dar espaço aos fetos (GETTY, 2008).
Na clínica de pequenos animais, a radiogra�a da região abdominal é uma das mais solicitadas na rotina da
radiologia veterinária, com exceção dos equinos que, quando realizam esses exames, �cam restritos apenas à
avaliação do aspecto cranioventral ou ventral da região abdominal, para posterior veri�cação da presença do
acúmulo de areia (sablose) ou presença de enterólitos (THRALL, 2014).
Em equinos de porte pequeno, como os pôneis, toda a região abdominal pode ser radiografada, tendo a
avaliação parcialmente comprometida pela di�culdade de individualização dos órgãos, já que a quantidade de
gordura tende a ser diminuída (di�cultando o contraste e consequente avaliação) e devido ao fato de a
cavidade abdominal ser bastante preenchida pelo trato gastrointestinal do animal (THRALL, 2014).
Como em qualquer outro exame, a avaliação do estado/comportamento do paciente vai esboçar a
necessidade de contenção física, química e até mesmo se existe ou não necessidade de jejum do animal para
a realização do exame, com a �nalidade de garantir uma imagem de qualidade superior e,
consequentemente, melhor e mais con�ável para interpretação (THRALL, 2014).
Na realização de exames radiográ�cos do abdome, as projeções mais utilizadas são as laterais e a projeção
ventrodorsal. Para a realização da projeção lateral, o ideal é colocar o paciente em decúbito lateral direito,
estendendo os membros traseiros caudalmente. A colimação deve ser feita com o ponto de referência cranial
aos três espaços intercostais à frente do xifoide, indo até o ponto mais caudal, usando como base o trocanter
maior do fêmur. Ainda levando em consideração a aquisição de uma imagem de qualidade, devemos
radiografar o abdome no momento exato do pico expiratório, fazendo também o uso de materiais
radiotransparentes para que consigamos manter o esterno e o processo espinhoso dorsal em um plano
paralelo à mesa. Na projeção ventrodorsal, a janela de colimação segue o mesmo padrão de referência para a
porção cranial e caudal, utilizada na projeção lateral, mas tomando o cuidado de posicionar o paciente para
que o esterno e as vértebras �quem sobrepostos em um plano perpendicular à mesa (HAN; HURD, 2007). 
Figura 1 | Projeção ventrodorsal do abdome
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Fonte: Han e Hurd (2007).
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TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS EM CÃES E GATOS
A nomenclatura utilizada para as projeções laterais do abdome foram abreviadas para informar o lado no qual
o paciente está repousando na mesa de exames (ex.: lado direito do animal em contato direto com a mesa –
projeção laterolateral direita). Em uma avaliação minuciosa da cavidade abdominal, quando o assunto é a
avaliação para uma possível pesquisa de pequenas massas, investigação de cálculos uretrais e quando existe
a necessidade de um exame contrastado, o tutor deve ser orientado pelo médico veterinário responsável para
realizar um jejum prévio nesse paciente, lembrando também que a administração de enema pode ser
realizada antes do exame abdominal (THRALL, 2014).
Devemos tomar um extremo cuidado em paciente com suspeita de obstrução, já que a utilização de enema
pode alterar o padrão gasoso e �uido do intestino, função importantíssima para um diagnóstico radiográ�co
de obstrução intestinal preciso (THRALL, 2014).
Sabendo que por, ser um exame que gera uma imagem bidimensional e que, na maioria das vezes, duas
projeções são su�cientes, é ideal que façamos um mínimo de três incidências em um exame radiográ�co
abdominal. No exame pela projeção laterolateral esquerda, existe a presença do gás duodenal que pode ser
utilizado como contraste, considerando a presença do gás duodenal na projeção laterolateral direita em
quantidade reduzida. Quanto à projeção dorsoventral, não é comumente realizada (sendo usual para
utilização em paciente instável ou que não poder ser colocado em posição ventrodorsal - projeção de eleição
na grande maioria das vezes -, mas sabendo que o diagnóstico mais preciso é feito está na projeção lateral)
(THRALL, 2014).
Já em casos de suspeita ou avaliação de cálculos uretrais, as projeções laterais esquerda e direita devem ser
somadas com mais uma projeção lateral que deve ser realizada com a tração cranial dos membros pélvicos
(apenas quando existe a suspeita, pois retira a sobreposição dos membros pélvicos), permitindo, assim, a
visualização e avaliação mais precisa da região do arco isquiático e do osso peniano (THRALL, 2014).
É importante saber que, devido à anatomia do animal, o piloro irá se apresentar com radiopacidade diferente
quando comparamos uma projeção lateral com a outra devido aos tecidos moles na projeção lateral direita e
maior concentração de gás na lateral esquerda (a depender também do tipo de conteúdo gástrico) (THRALL,
2014).
Figura 2 | Ilustração do efeito da gravidade gás/�uido no decúbito lateral direito e lateral esquerdo. P – Piloro, F – Fundo.
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Fonte: Thrall (2019). 
INTERPRETAÇÃO DO EXAME DE ABDOME 
O útero normal e não gravídico não é visualizado por meio de radiogra�a. Pode-se lançar mão do exame de
raio X para con�rmar a gestação, ter uma estimativa do número de fetos presentes e, até certo ponto,
veri�car a ocorrência de distocias (THRALL, 2014).
O correto diagnóstico da prenhez só pode ser realizado a partir da mineralização do esqueleto fetal, que
ocorre a partir dos 38 dias de gestação das gatas e dos 43 dias nas cadelas. Pelo conhecimento dessa
mineralização nas diferentes estruturas fetais, pode-se também estimar a data provável de parto. Por
exemplo, sabe-se que os dentes dosfetos aparecem nas radiogra�as entre 3-8 dias pré-parto na espécie
canina (THRALL, 2014).
A radiogra�a abdominal nas fêmeas gestantes também permite quanti�car o tamanho da ninhada, por
identi�cação e contagem de crânios e colunas vertebrais. Esse número é menos preciso quando se tem
ninhadas muito numerosas, devendo ser realizado o exame em duas projeções: latero-lateral e ventro-dorsal,
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salientando-se que, quanto mais mineralizado estiver o esqueleto do feto, mais preciso será o exame (THRALL,
2014).
A radiogra�a não possibilita avaliar a viabilidade fetal, pois trata-se de uma avaliação estática, na qual não se
pode veri�car os movimentos do feto nem os batimentos cardíacos (o que seria possível, por exemplo,
realizando-se um exame ultrassonográ�co). Porém, fetos mortos, a depender do tempo passado desde a sua
morte e do estado de putrefação podem, às vezes, ser encontrados devido à presença de gás dentro do feto
ou ao redor dele, ou quando se veri�ca fetos muito menores em relação aos demais da ninhada e quando há
sobreposição por excesso de curvatura ou colapso dos ossos do feto (THRALL, 2014).
A causa de uma distocia (di�culdade de parir) pode ser veri�cada também por radiogra�a se essa causa for,
por exemplo, um �lhote localizado transversalmente em relação ao canal de parto, um �lhote apresentando
gigantismo em relação ao tamanho da mãe ou até mesmo uma fratura pélvica na fêmea, que impeça os
�lhotes de nascerem (THRALL, 2014).
A piometra é uma doença que provoca acúmulo de líquido, geralmente pus, no lúmen uterino. A depender da
abertura ou não da cérvix, grandes quantidades de líquido podem estar presentes, tornando o útero visível
como estruturas tubulares (seus cornos) com opacidade homogênea, próximas à bexiga e ao cólon (HAFEZ;
HAFEZ, 2004).
Figura 3 | Radiogra�a gestacional com identi�cação de distocia em ovino da raça Santa Inês
Fonte: acervo do autor.
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Além de exames gestacionais, são realizados também: investigação de urólitos (radiopacos: oxalato de cálcio e
estruvita), pesquisa de corpo estranho, pesquisa de metástase, obstrução, torção gástrica, avaliação de
fecaloma, entre outros.
Figura 4 | Fecaloma em felino macho de aproximadamente 10 meses de idade
Fonte: acervo do autor.
VÍDEO RESUMO
Daremos início à nossa primeira videoaula da Unidade 3, no qual abordaremos os principais assuntos
trabalhados na aula 10.
Neste vídeo, vamos debater a divisão da cavidade abdominal e órgãos que compõem cada região; indicações
de radiogra�a abdominal; sistema geniturinário (anatomia do sistema geniturinário, técnicas radiográ�cas
simples e contrastadas, posicionamento, patologias e emergências do sistema geniturinário de machos e
fêmeas, hérnia perineal, cálculos, neoplasias, ruptura de bexiga, patologias radiográ�cas do sistema
reprodutor, contagem de fetos, alterações da próstata).
 Saiba mais
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Caro aluno,
Para complementar seu conhecimento, indico a leitura do artigo: Diagnóstico da gestação em gatas.
Esse artigo apresenta os principais métodos disponíveis e mais frequentemente utilizados para o
diagnóstico de gestação na espécie felina.
INTRODUÇÃO
Caro aluno, nesta aula, você poderá degustar de informações sobre: radiogra�a simples, radiogra�a
contrastada; tipos de contraste usados em animais domésticos; técnicas para utilização do meio de contraste.
Durante o exame radiográ�co, o técnico ou tecnólogo responsável pela realização do exame deve conhecer os
diferentes contrastes e também onde e quando podem ser utilizados/indicados. 
Vamos estudar sobre a obtenção de imagens radiográ�cas com qualidade, posicionamento e situações em
que devemos optar pela realização de um exame de imagem contrastado. Será que eu tenho sempre que
realizar uma radiogra�a? Por quê?
Vamos aos estudos.
RADIOGRAFIAS SIMPLES E CONTRASTADAS
As radiogra�as simples possuem contraste natural entre as estruturas em estudo. O contraste radiográ�co é a
diferença de densidade entre as áreas adjacentes da imagem radiográ�ca (HAN; HURD, 2007), que variam
entre branco e preto, sendo as estruturas brancas chamadas de radiopacas (metais, ossos) e as negras de
radiolucentes (ar). Radiogra�as com longa escala de contraste possuem vários graus de cinza e poucas
sombras brancas e pretas; já nas radiogra�as com baixa escala de contraste, o contrário é observado (poucas
sombras cinzas e destaque de sombras pretas e brancas). A densidade do material radiografado é um fator
determinante sobre como uma estrutura se apresentará na radiogra�a (HAN; HURD, 2007; THRALL, 2010).
Aula 2
INDICAÇÕES PARA RADIOGRAFIA ABDOMINAL
Nesta aula, você poderá degustar de informações sobre: radiogra�a simples, radiogra�a contrastada;
tipos de contraste usados em animais domésticos; técnicas para utilização do meio de contraste.
15 minutos
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http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/v35n4/pag385-392.pdf
De acordo com a densidade e o número atômico, o material tem maior ou menor habilidade de absorver os
raios X, variando em uma escala de cinzas em que estruturas radiopacas são mais brancas (ossos) e tecidos
radiolucentes se apresentam mais negros (ar). A espessura da região a ser radiografada também in�uencia na
absorção dos raios X, uma vez que estruturas mais espessas absorvem mais raios X do que as menos
espessas. A densidade do objeto, o sombreamento e contraste do �lme e o nível de kVp in�uenciam
diretamente na quantidade de contraste radiográ�co. Esse contraste pode se estender ou se encurtar de
acordo com a regulação do kVp; assim, quanto mais alto o kVp, mais longa será a escala de contraste (HAN;
HURD, 2007; THRALL, 2010).
Apesar de as radiogra�as simples serem amplamente utilizadas, no abdome há pouco contraste natural entre
as estruturas, sendo necessária a utilização de substâncias para avaliar os órgãos presentes na cavidade
abdominal. Os meios de contraste são mais utilizados nos sistemas digestório e urinário, porém, frente à
necessidade de avaliação de outras estruturas (como medula espinhal, glândulas salivares, entre outros),
convém também utilizar desse método. Para o estudo contrastado são necessárias várias imagens, logo, são
importantes que se façam radiogra�as de inspeção antes da administração de um agente de contraste,
considerando que o diagnóstico pode ser obtido através da radiogra�a simples sem a necessidade de
administração de agente de contraste e de diversas exposições do paciente à radiação (HUDSON et al., 2003;
ANDRADE, 2007).
Para a realização de estudos contrastados existem agentes de contraste positivo e agentes de contraste
negativo. Os agentes de contraste positivo são dotados de elementos com alto número atômico, logo,
apresentam-se radiopacos na imagem, absorvem muito os raios X, e os meios mais utilizados são o sulfato de
bário e iodetos orgânicos (iodetos iônicos e iodetos não iônicos). Agentes de contraste negativo possuem
baixo número atômico, portanto, aparecem radiolucentes na imagem �nal, e os meios mais comuns são o ar e
dióxido de carbono. Existem ainda procedimentos de duplo contraste, em que são utilizados ambos os meios
de contraste (positivo e negativo) (HUDSON et al., 2003; ANDRADE, 2007).
Figura 1 | Pirâmide invertida de radiodensidade no exame radiográ�co
Fonte: elaborada pelo autor.
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TIPOS DE CONTRASTE NOS ANIMAIS DOMÉSTICOSO estudo radiográ�co contrastado tem como objetivo contornar um órgão ou sistema em meio aos tecidos
moles que o circundam, determinando posição, tamanho, formato e função de um órgão. Nos estudos de
contraste existem meios de contraste positivo e meios de contraste negativo e cada um deles possui seu
melhor desempenho na avaliação de estruturas especí�cas (HAN; HURD, 2007).
Os meios de contraste positivo (MCP) têm número atômico elevado, e os principais utilizados são bário, iodo
orgânico iônico e iodo orgânico não iônico. O bário (sulfato de bário) é geralmente utilizado para estudos do
trato gastrointestinal, tem menor custo quando comparado aos Iodetos orgânicos, não possui absorção ou
diluição e fornece um bom revestimento da mucosa, no entanto, não é indicado que se utilize esse meio em
suspeitas de ruptura ou laceração do sistema digestório, pois o composto é prejudicial para a cavidade
peritoneal, causando um processo in�amatório granulomatoso quando em contato com o peritônio (HAN;
HURD, 2007; HUDSON et al., 2003).
O iodo orgânico iônico é hidrossolúvel e pode se apresentar na forma oral ou intravenosa. A forma oral se
caracteriza pela solução de diatrizoato de meglumina e diatrizoato de sódio. É utilizado para estudos em que
se tem a suspeita de perfuração do trato gastrointestinal e geralmente possui trânsito rápido, porém, sua
hipertonicidade faz com que os �uidos sejam atraídos para o lúmen do intestino, não sendo indicada a sua
utilização em animais desidratados para evitar o agravamento da hipovolemia do animal. A forma intravenosa
é preparada com combinações da mesma maneira que a forma oral e pode também ser infundida dentro dos
órgãos ocos, não sendo indicada no uso da avaliação de medula, pois desencadeia irritação no sistema
nervoso central (HUDSON et al., 2003; ANJOS; RIBEIRO; AIRES, 2020).
O iodo orgânico não iônico não é hipertônico, desse modo não contribui para a desidratação do paciente e
pode ser utilizado para mielogra�a (exames da medula espinhal), sendo aplicado no espaço subaracnóideo.
Os principais agentes são o ioexol, iopamidol e o iodixanol. Esses compostos possuem poucos efeitos
adversos, porém não revestem a mucosa adequadamente e seu valor comercial pode ser até 10 vezes mais
alto quando comparado ao iodo orgânico iônico (HUDSON et al., 2003; RAUSCH et al.,2009).
Os agentes de contraste negativo mais utilizados são o ar, oxigênio e o dióxido de carbono, que possuem
baixa densidade e se apresentam radiolucentes na imagem �nal. O oxigênio e o dióxido de carbono são
compostos extremamente solúveis. É imprescindível atentar para não in�ar excessivamente órgãos, como
vesícula urinária, com esses gases, pois podem levar a uma lesão ulcerativa, causando a ruptura do órgão e
subsequente parada cardíaca. Para procedimentos de duplo contraste é indicado que primeiro se adicione o
agente de contraste negativo e, em seguida, o agente de contraste positivo, desse modo evitando a formação
de bolhas de ar que podem in�uenciar na avaliação e diagnóstico (HAN; HURD, 2007; HUDSON et al., 2003;
ANJOS; RIBEIRO; AIRES, 2020)
Figura 2 | Radiogra�a abdominal de um canino com suspeita de ingestão de corpo estranho (sendo observado corpo estranho metálico
em topogra�a de estômago)
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Fonte: acervo do autor.
TÉCNICAS DE UTILIZAÇÃO DE CONTRASTE 
A maior utilização dos meios de contraste é feita nos estudos do trato gastrointestinal, portanto, esse texto
refere-se às técnicas de contraste utilizadas para a avaliação desse sistema. A esofagogra�a ou esofagograma
é comumente utilizada para avaliar a conformação, identi�cação de corpos estranhos, massas esofágicas e
para avaliação de megaesôfago. Esse tipo de exame é indicado quando o paciente apresenta disfagia e
regurgitação (sinal clínico característico de megaesôfago). Para a avaliação esofágica utiliza-se o meio de
contraste positivo sulfato de bário em pasta ou oferecido em “sanduíches” (alimento enlatado misturado com
bário), sendo que, ao ser oferecido para o animal, a radiogra�a deve ser feita imediatamente nas projeções
torácicas lateral e ventrodorsal. É importante que a administração do agente seja feita de forma lenta para
evitar a aspiração do conteúdo. É possível lançar mão de ambos os métodos (pasta de bário e, em seguida,
“sanduíche”) para se obter informações adicionais (HAN; HURD, 2007; HUDSON et al., 2003).
No exame radiográ�co contrastado do estômago e do intestino delgado, é necessário jejum sólido de 24 horas
e jejum hídrico de, pelo menos, uma hora para que se possa avaliar corretamente. É possível também utilizar
enema uma ou duas horas antes do exame, auxiliando na eliminação do ar e líquido presentes no cólon. O
principal exame é o de trânsito gastrointestinal, que tem como agente de escolha a suspensão de bário. É
indicado para pacientes que apresentam vômito, massas abdominais, lesões de parede, deslocamento de
órgãos e para avaliação da função do trânsito gastrointestinal. A administração do agente pode ser feita de
forma oral ou através de um tubo gástrico e a dose deve ser a quantidade necessária para distender o
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estômago. Caso haja suspeita de perfuração do estômago ou intestino, é indicado o uso de iodeto orgânico
solúvel em água. Não é indicado que se façam as projeções com contraste antes da realização das radiogra�as
simples (HUDSON et al., 2003; ANJOS; RIBEIRO; AIRES, 2020).
Para avaliação, é necessário que se continue o exame até o esvaziamento completo do estômago, alcançando
o cólon. Em cães, faz-se radiogra�as sequenciadas durante a primeira hora, fazendo-se o primeiro exame
imediatamente após a administração do contraste, o segundo após quinze minutos, o terceiro após trinta
minutos, o seguinte após uma hora, dando seguimento fazendo radiogra�as a cada uma hora nas projeções
lateral e ventrodorsal do abdome. A radiogra�a �nal, após dezoito a vinte e quatro horas, pode ser útil para o
diagnóstico. Na gastrogra�a é comum lançar mão de exames de duplo contraste para melhor avaliação de
ulcerações e presença de massas na mucosa, porém é possível realizar com contraste negativo
(pneumogastogra�a), contraste positivo, duplo contraste com segmento do trato gastrointestinal e sem
seguimento do trato gastrointestinal (HAN; HURD, 2007; HUDSON et al., 2003; RAUSCH et al.,2009).
Figura 3 | Esofagogra�a em canino
Fonte: Han e Hurd (2007). 
VÍDEO RESUMO
Caro aluno,
Nesta videoaula, iniciaremos falando sobre radiogra�a simples e radiogra�a contrastada; na sequência,
veremos os meios de contraste que podem ser utilizados; ao �nal, veremos as técnicas de utilização do
contraste e os cuidados na administração, além de discutir o tempo entre as imagens a serem realizadas.
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 Saiba mais
Para complementar e aprimorar seus conhecimentos, além de ser útil para tirar alguma possível dúvida,
recomendo a leitura do artigo: Megaesôfago em cães. 
O material vai discorrer principalmente sobre a importância do exame radiográ�co para diagnosticar o
megaesôfago. 
INTRODUÇÃO
Caro aluno
Nesta aula, você aprenderá sobre o sistema cardiovascular, medidas utilizadas para a avaliação do tamanho
do coração e patologias, área cardíaca normal e aumentada. Dando sequência, veremos o sistema
respiratório, �ndando a aula comentando emergências (pneumotórax, hemotórax, hidrotórax, hérnia
diafragmática) e discutindo sobre os achados radiográ�cos normais decorrentes principalmente da idade do
animal e técnicas para driblar os desa�os das diferentes comorbidades.
Tudo isso e muito mais, nós veremos no decorrer desta aula.
SISTEMA CARDIOVASCULAR
Ascardiopatias congênitas e adquiridas são alterações cardiológicas encontradas frequentemente na clínica
de pequenos animais. A escolha do protocolo terapêutico é direcionada de acordo com cada caso,
necessitando de uma avaliação por completo da função e conformação do coração. A radiogra�a torácica
apresenta-se como um exame complementar fundamental para determinar a fase de desenvolvimento da
condição do animal. Apesar de muito utilizada, a avaliação radiográ�ca pode ser considerada complexa, pois o
coração muda de tamanho e forma a cada contração, além de que o aspecto da silhueta cardíaca se altera de
acordo com o posicionamento radiográ�co (THRALL, 2014).
As incidências utilizadas para avaliação do coração são as laterais direita e esquerda, ventrodorsal e
dorsoventral. Ao fazer a avaliação, é necessário ter em mente que a silhueta cardíaca não se restringe ao
tecido do coração. O pericárdio e qualquer �uido ou tecido que se encontra no espaço pericárdico ou no
Aula 3
RADIODIAGNÓSTICO DA CAVIDADE TORÁCICA 
Nesta aula, você aprenderá sobre o sistema cardiovascular, medidas utilizadas para a avaliação do
tamanho do coração e patologias, área cardíaca normal e aumentada.
14 minutos
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https://periodicos.pucpr.br/cienciaanimal/article/view/10880/10277
mediastino adjacente ao coração irão, juntamente com o coração, formar a silhueta, contribuindo, assim, para
o tamanho e forma total da silhueta cardíaca. No entanto, a conformação cardíaca e sua apresentação nas
radiogra�as variam de acordo com a espécie e a raça, podendo haver variações no tamanho do coração
(THRALL, 2014). 
Em 1995, Buchanan e Bücheler desenvolveram um método de avaliação da silhueta cardíaca mensurando o
tamanho cardíaco a partir das vértebras torácicas. Esse sistema denomina-se VHS (Vertebral Heart Size), ou
seja, escala vertebral do coração. Assim, em projeção lateral, medem-se os comprimentos dos eixos curto e
longo do coração e, em seguida, são comparados ao comprimento dos corpos vertebrais dorsais ao coração,
iniciando na parte mais cranial da quarta vértebra torácica (T4), a �m de quanti�car o tamanho do coração.
Para a medição do eixo longo, traça-se uma linha da carina da traqueia até o ápice do coração. A medição do
eixo curto é a linha traçada da base da veia cava caudal até seu ponto paralelo. Posteriormente, soma-se o
valor do eixo longo e do eixo curto, obtendo, assim, o valor médio do VHS (THRALL, 2014; INAMASSU, 2011).
Valores médios do VHS em cães (INAMASSU, 2011):
Geral: 9,7 ± 0,5 v
Beagles: 10,5 ± 0,4v
Boxer: 11,6 ± 0,8v
Pastor Alemão: 9,7 ± 0,7v
Shih-tzus: 9,3 ± 0,5v
É importante lembrar que o exame radiográ�co não é uma modalidade sensível nem especí�ca para a
avaliação do coração, a menos que haja anormalidades cardíacas pronunciadas. Portanto, a radiogra�a
cardíaca deve ser reservada como exame de triagem para avaliar anormalidades cardíacas consideradas
importantes, como forma de avaliação da circulação pulmonar associada à função cardíaca, obtenção de
alguma pista associada à ocorrência de descompensação cardíaca e para avaliar a resposta à terapia (THRALL,
2014)
Figura 1 | Projeção laterolateral do tórax – Demonstração da técnica de VHS
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Fonte: acervo do autor.
RADIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
O coração é um órgão muito importante do corpo, geralmente avaliado primeiro nas radiogra�as de tórax, já
que doenças cardíacas, na maioria das vezes, podem causar alterações pulmonares secundárias (o inverso é
mais raro). Um dos métodos para identi�cação do aumento focal das câmaras cardíacas em pequenos
animais (cães e gatos) é o método do relógio. Esse método é realizado da seguinte forma: analogia do relógio
em projeção lateral e em projeção dorsoventral ou ventrodorsal (O’BRIEN, 2003).
Vista em imagem laterolateral:
12-3h – Átrio esquerdo
3-6h – Ventrículo esquerdo
6-9h – Ventrículo direito
9-12h – Átrio direito, arco aórtico e tronco da pulmonar
Vista em projeção dorsoventral ou ventrodorsal:
11-1h – Arco aórtico
1-2h – Artéria pulmonar principal
12-3h – Átrio esquerdo
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3-6h – Ventrículo esquerdo
6-9h – Ventrículo direito
9-11h – Átrio direito
É claro que, para uma avaliação com precisão e qualidade, devemos realizar o mínimo de duas incidências
para avaliação dos dois átrios e dos dois ventrículos (O’BRIEN, 2003).
Em felinos, várias tentativas são realizadas para encontrar um objetivo de mensuração cardíaca, trazendo
alguns exemplos utilizados em felinos, como: (O’BRIEN, 2003).
Na projeção lateral, o ideal é que o coração não ultrapasse na largura o tamanho referente a dois
espaços intercostais e, na altura, é ideal que tenha menos de 70% da altura do tórax, tomando sempre
cuidado com pacientes geriátricos (pois podem apresentar uma horizontalização do coração).
Na projeção ventrodorsal ou dorso ventral, deve apresentar metade da largura torácica (cuidado
principalmente com pacientes obesos), a largura também não deve ser superior a 4 vértebras
(geralmente quando superior e causando o arredondamento da silhueta cardíaca, deve ser observado
com mais cautela, pois já levantam suspeitas).
O diagnóstico radiológico para avaliação do aumento cardíaco é baseado no tamanho, formato, posição
(lembrando da horizontalização que pode existir em pacientes geriátricos) e no deslocamento de estruturas
vizinhas. As doenças cardíacas podem se manifestar de diferentes formas, como: efusão pleural, efusão
pericárdica, ascite, hepatomegalia, alteração vascular e alteração no parênquima pulmonar (KEALY;
MCALLISTER, 2005).
Quando as alterações do contorno cardíaco são muito sucintas, existe uma certa di�culdade na avaliação e,
consequentemente, no fechamento de um diagnóstico. Geralmente, o aumento de tamanho cardíaco está
relacionado com a hipertro�a do músculo cardíaco ou dilatação cardíaca, mas, em um exame de radiogra�a, a
dilatação cardíaca só pode ser diferenciada da hipertro�a do músculo cardíaco através de um exame
contrastado chamado angiocardiogra�a (KEALY; MCALLISTER, 2005).
Também podemos encontrar a microcardia, que nada mais é do que a diminuição do tamanho do coração,
que pode ser causada pela diminuição do volume sanguíneo circulante ou pela insu�ciência do córtex da
adrenal (KEALY; MCALLISTER, 2005).
Figura 2 | Projeção dorsoventral do tórax com observação de cardiomegalia acentuada
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Fonte: Kealy e McAllister (2005).
EMERGÊNCIAS (PNEUMOTÓRAX, HEMOTÓRAX, HIDROTÓRAX, HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA) 
Neste bloco de aplicação, falaremos sobre o exame radiográ�co em afecções emergenciais que acometem a
cavidade torácica dos cães e gatos. 
As hérnias diafragmáticas são frequentemente veri�cadas nos exames radiográ�cos dos animais,
principalmente naqueles que sofreram algum tipo de trauma. De�ne-se como hérnia diafragmática a
penetração de órgãos abdominais para a cavidade torácica, através do diafragma. As hérnias de diafragma
podem ser classi�cadas em: traumáticas, peritoneopericárdica, peritoneopleural, hérnia de hiato e
secundárias a defeitos congênitos. O tipo mais comum é a traumática, que ocorre devido a um trauma que
produza um grande e rápido aumento de pressão sobre o abdômen, forçando o gradiente de pressão
pleuroperitoneal, que resulta em ruptura do diafragma e projeção das vísceras abdominais para o tórax
(O’BRIEN, 2003).
Frequentemente os pacientes acometidos por hérnia diafragmática apresentam respiração difícil, sons
cardíacos reduzidos, vômitos e dor. A con�rmaçãorápida do diagnóstico é essencial para o prognóstico
favorável do paciente e a radiogra�a trará, além desse diagnóstico, informações adicionais, como a
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localização, extensão da laceração diafragmática e conteúdo. O ideal é que se realize a radiogra�a do paciente
nas projeções latero-lateral (L/L) e ventro-dorsal (V/D), mas, algumas vezes, o animal chega para o técnico em
uma situação tão grave que o exame precisa ser realizado em estação, para não causar piora no quadro
(O’BRIEN, 2003).
Os órgãos mais envolvidos nas herniações de diafragma são o fígado, o estômago, o omento, o intestino
delgado e o baço. Consequentemente, os sinais radiográ�cos mais comuns são a presença dessas vísceras no
tórax, perda total ou parcial do contorno e assimetria do diafragma, presença de efusão e deslocamento dos
órgãos abdominais e torácicos (O’BRIEN, 2003).
Outro tipo de hérnia diafragmática que pode ser encontrada nos exames de raio X é a perioneopericárdica,
que normalmente não produz sinais clínicos tão acentuados quanto as traumáticas. Ela ocorre quando os
órgãos abdominais herniam para o pericárdio por meio de hiato de origem congênita. As vísceras visualizadas
radiogra�camente normalmente se colocam caudais ou laterais ao coração (O’BRIEN, 2003).
O edema pulmonar é uma outra patologia emergencial frequente. Ele é causado pelo acúmulo anormal de
líquido intersticial e nos alvéolos pulmonares. Nesses casos, o padrão radiológico pode ser intersticial, alveolar
ou misto. Na região próxima ao hilo, há alterações difusas e simétricas, produzindo lesões com padrão em
borboleta. As �ssuras interlobares são mais facilmente visualizadas e o padrão pode se alterar rapidamente. A
hemorragia pulmonar é comumente associadas a traumas. O padrão radiográ�co encontrado é similar ao
encontrado no edema, mas podem aparecer manchas por in�ltração sanguínea e achados relacionados ao
trauma, como fraturas nas costelas, por exemplo (KEALY; MCALLISTER, 2005).
As neoplasias pulmonares, principalmente decorrentes de metástase, são relativamente comuns em cães e
gatos. Sempre que há suspeita de metástase, os exames radiográ�cos devem ser realizados nas projeções
ventro-dorsal e latero-lateral direito e esquerdo, pois as lesões podem ser bem diminutas. Uma neoplasia
pulmonar primária pode aparecer como uma opacidade nodular maior e isolada. Nesses casos, pode-se ainda
veri�car um padrão intersticial difuso e pode haver calci�cação. Já a metástase tem padrão intersticial e
nódulos opacos múltiplos nítidos (O’BRIEN, 2003).
Figura 3 | Projeção laterolateral do tórax – hérnia diafragmática peritoneopericárdica.
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Fonte: Thrall (2019). 
VÍDEO RESUMO
Dando início à nossa videoaula, iremos debater sobre a divisão da cavidade torácica e os posicionamentos;
avaliação da radiogra�a; anatomia radiográ�ca normal do tórax e visualização de alterações.
 Saiba mais
Caro aluno,
Para complementar e aprimorar seus conhecimentos, recomendo a leitura do artigo: Avaliação
radiográ�ca da silhueta cardíaca pelo método de mensuração VHS (vertebral heart size) em cães da raça
Poodle clinicamente normais.
O material teve como objetivo determinar o valor de VHS (vertebral heart size) em cães da raça Poodle,
amplamente difundida em nosso meio, através do método de mensuração proposto por Buchanan e
Bücheler.
Aula 4
RADIODIAGNÓSTICO DA CAVIDADE TORÁCICA
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INTRODUÇÃO
Caro aluno
Nesta aula, você verá as informações sobre posicionamento para realização do exame radiográ�co na região
torácica; na sequência, veremos a avaliação da radiogra�a e como devemos ser sistemáticos durante esse
processo; �ndando a aula., veremos comentários sobre anatomia radiográ�ca normal do tórax e a
visualização de alterações, discutindo os achados radiográ�cos normais decorrentes principalmente da idade
do animal e as técnicas para driblar os desa�os em paciente obesos.
Bons estudos.
INTRODUÇÃO A RADIOGRAFIA DO TÓRAX
A radiogra�a torácica é muito utilizada na rotina da clínica médica de pequenos animais. Para que se obtenha
uma imagem de qualidade é preciso obedecer a alguns princípios básicos. Para a avaliação meticulosa do
tórax é indicado que se faça, pelo menos, duas incidências, entretanto, existem situações clínicas em que a
abordagem de duas ou mais incidências é inadequada. Para avaliação simples do tórax, as incidências
indicadas são latero-lateral direita, latero-lateral esquerda, ventrodorsal e dorsoventral. A utilização das
projeções laterais direita e esquerda, juntamente com a VD ou DV possibilitam a análise mais detalhada do
caso, auxiliando no diagnóstico (THRALL, 2014).
Na imagem radiográ�ca, é importante que toda a cavidade torácica esteja incluída, sendo que o seu campo de
visualização deve se estender da parte mais cranial, à entrada do tórax, a alguns centímetros, caudalmente à
última costela (THRALL, 2014).
A radiogra�a deve ser feita no pico de inspiração para que haja mais contraste natural entre as estruturas. O
posicionamento lateral deverá ser feito com os membros dianteiros estendidos cranialmente, deste modo,
evitando a sobreposição do músculo tríceps sobre a área mais cranial do pulmão. Em posição ventrodorsal, os
membros dianteiros devem ser estendidos cranialmente e é ideal que o esterno e as vértebras se
sobreponham em um plano perpendicular à mesa. A projeção dorsoventral é útil para avaliar o pneumotórax,
e a técnica de sobreposição deve ser a mesma utilizada na projeção VD (HAN; HURD, 2007).
De modo geral, o coração se apresenta ligeiramente arredondado e com seu ápice mais elevado na projeção
lateral esquerda quando comparado à projeção lateral direita. O diafragma, que apresenta dois pilares, na
projeção lateral esquerda apresenta os pilares divergindo um do outro, porém, na projeção lateral direita,
encontram-se paralelos. Uma apresentação clínica comum no momento das radiogra�as torácicas é a
atelectasia em decúbito, uma vez que o lado do tórax que está em contato com a mesa sofre uma compressão
Nesta aula, você verá as informações sobre posicionamento para realização do exame radiográ�co na
região torácica.
15 minutos
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no pulmão correspondente, causando uma sobreposição do pulmão livre, que aparece mais in�ado na
radiogra�a. Esse aumento unilateral pode levar a uma interpretação errônea de doença pulmonar (THRALL,
2014).
Ao colocar o animal em decúbito lateral, o pulmão colapsa por conta de efeitos do coração que comprimem o
pulmão, deslocamento cranial do lado correspondente do diafragma e menor movimentação da caixa torácica
devido à compressão. A avaliação do tamanho dos vasos pulmonares faz parte da interpretação das
radiogra�as do tórax. Como base, utiliza-se o tamanho da artéria e da veia pulmonar. Ao identi�car esses
vasos, compara-se o tamanho da artéria pulmonar do lobo cranial direito com o tamanho da veia pulmonar
do lobo cranial direito, de preferência sem a sobreposição de outros vasos. Geralmente, não é possível avaliar
os vasos pulmonares do lobo cranial esquerdo de maneira precisa nas projeções laterais direita e esquerda
por se localizarem mais dorsalmente no tórax e apresentarem sobreposição por outros vasos (THRALL, 2014).
Figura 1 | Projeção laterolateral do tórax
Fonte:Han e Hurd (2007). 
ACHADOS RADIOGRÁFICOS NO EXAME DE TÓRAX
O valor diagnóstico de uma radiogra�a é muito mais dependente do posicionamento do que de qualquer
outro fator. Para conseguir imagens de boa qualidade, devemos cumprir os seguintes critérios: remover
coleiras, correntes, retirar bandagens, limpeza de sujeiras, evitar água e sangue. Após a realização desses
passos, identi�que se a contenção física é su�ciente ou veja a necessidade do uso de fármacos para a
realização da contenção química. Faça também a utilização de materiais que vão auxiliar o posicionamento do
paciente, podendo ser utilizados: corda, �ta, isopor, saco de areia, calhas de madeira ou espuma, utilizados
para reduzir a exposição à radiação, tanto para os funcionários do setor quanto para os tutores (O’BRIEN,
2003).
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Para uma imagem de excelência, devemos utilizar uma técnica mantendo o equilíbrio entre o KVp e mAs
(trabalhando uma técnica de alto KVp e baixo mAs). A baixa do mAs é utilizada para diminuir o tempo de
realização do exame e consequentemente reduzir a interferência do movimento respiratório; e a elevação do
KVp é possível porque o tórax apresenta alto contraste natural, suportando, assim, a elevação do KVp
(O’BRIEN, 2003).
A normalidade abrange todas as variações decorrentes de idade, sexo, condição corporal e raça. Então, o
conhecimento da normalidade é indispensável para o diagnóstico de possíveis estruturas acometidas e lesões.
Então, quando vamos realizar o exame radiográ�co de pacientes geriátricos, devemos ter o conhecimento de
que esses animais podem apresentar o aumento da opacidade dos campos pulmonares e que isso pode ser
causado pela mineralização distró�ca das paredes dos brônquios ou também em função da �brose pulmonar
desses animais. Também podem apresentar calci�cação da junção costocondral, na maioria das vezes, muito
chamativa (considerada apenas um achado radiográ�co e mais comum em cães), calci�cação da cartilagem
costal, espondilite deformante (formação óssea lisa com extensão desde a face articular de um corpo
vertebral até a face articular da vértebra vizinha, podendo estar associada a degeneração do anel �broso do
disco intervertebral, mas, quando isolada, pode ser classi�cada como um achado acidental) e pode ser
observado o aumento do diâmetro das �ssuras pleurais por conta da �brose pulmonar, podendo mimetizar
um derrame pleural (O’BRIEN, 2003).
Animais obesos também merecem uma atenção especial (já começando com o aumento de KVp em 10% a
15% quando comparado a um exame de um paciente não obeso), já que o peso da gordura na parede torácica
di�culta a amplitude do movimento respiratório e a gordura abdominal vai limitar a movimentação do
diafragma, deixando o pulmão com um aspecto menor e mimetizando uma possível cardiomegalia. Também o
aumento da gordura na região de mediastino, pode mimetizar a presença de massa ou massas no exame
(O’BRIEN, 2003).
Na avaliação radiográ�ca do sistema respiratório, podem ser encontradas alterações, como: deslocamento de
traqueia, colapso traqueal, ruptura de traqueia, hipoplasia, neoplasia, calci�cação, obstrução e traqueíte, que
são os principais achados relacionados à traqueia. Já no pulmão propriamente dito, podemos encontrar:
bronquite, bronquiectasia, padrões pulmonares anormais (alveolar, intersticial, bronquial, vascular e misto),
pneumonia, atelectasia, edema pulmonar, hemorragia, torção de lobo e hérnia diafragmática podem ser
encontrados (KEALY; MCALLISTER, 2005).
Figura 2 | Radiogra�a laterolateral do tórax com visualização de órgãos abdominais na cavidade torácica – hérnia diafragmática
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Fonte: Kealy e McAllister (2005). 
INTERPRETAÇÃO DO EXAME DE ABDOME
Quando se está avaliando radiogra�camente os pulmões, o padrão das lesões que aparecem na imagem
realizada ajudará enormemente na interpretação dos exames e no diagnóstico. O padrão vascular aparece
quando há uma alteração na aparência dos vasos sanguíneos por resultado de alterações no interior do
próprio vaso, podendo acometer os vasos pulmonares de várias maneiras. A importância de um
reconhecimento assertivo de uma alteração em um padrão vascular vai limitar o leque de diagnósticos e
facilitar que se faça uma correlação entre alterações visualizadas e processos patológicos básicos causadores
(KEALY; MCALLISTER, 2005).
Em geral, no padrão alveolar, temos opacidade em penugens ou aspecto de folha, áreas de opacidade
aumentada que se difundem, as �ssuras interlobares vão se tornar visíveis e é notada a presença de
broncogramas aéreos. Já o padrão intersticial possui marcação em linhas não vasculares, perda na claridade
do contorno dos vasos e regiões com opacidades nodulares. No padrão bronquial, vai existir a área de
in�ltração peribronquial, o padrão bronquial das paredes vai se apresentar espesso, pode haver calci�cação
de cartilagens e também poderá apresentar nas radiogra�as padrões em trilhos de trem ou donuts. Já o
padrão vascular pode apresentar tanto hipervascularização como a hipovascularização, vasos tortuosos e
dilatados e veias pulmonares proeminentes. Por �m, temos o padrão misto, podendo ser caracterizado
quando apresentar mais de duas características de ambos os padrões discutidos anteriormente (KEALY;
MCALLISTER, 2005).
A pneumonia pode ser classi�cada como: broncopneumonia (doença que afeta principalmente as partes
pendentes dos pulmões no lobo médio e cranial), pneumonia intersticial (aumento da opacidade generalizada
do pulmão, pelo aumento da opacidade e volume aéreo reduzido), pneumonia fúngica (respondem
principalmente com padrão intersticial, apresentando comumente opacidades nodulares de tamanhos
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diferente e, por isso, podem apresentar similaridade com quadros de metástase), pneumonia parasitária
(frequentemente se desenvolve secundariamente a uma infecção parasitária que podem ser causada por:
Diro�lária immitis, Toxoplasmose, Aleurostrongilose, Paragonimíase e Filaroide Hirthi, pneumonia por corpo
estranho (pneumonia por aspiração de água e partículas maiores na região pendente dos lobos pulmonares,
apresentando padrões pulmonares alveolar e misto) (KEALY; MCALLISTER, 2005).
Apesar de ser bem menos comum do que as lesões e doenças descritas acima, precisamos falar ainda sobre a
torção pulmonar. É uma patologia relatada tanto em cães quanto em gatos e acomete principalmente o lobo
médio direito. Radiogra�camente, apresenta-se como uma efusão pleural, ou seja, líquido circundando o lobo
afetado. Caso a imagem gere dúvidas, deve-se alterar a posição do animal examinado e repetir o exame –
quando se tratar realmente de torção pulmonar, não haverá alteração na posição da efusão. O médico
veterinário assistente poderá remover o líquido por punção intratorácica e, apesar de promover um maior
conforto do paciente, deve-se repetir mais uma vez o exame radiográ�co para veri�car ausência do líquido
pleural. Porém, o lobo pulmonar permanecerá sem se in�ar, se encontrado mais líquido (KEALY; MCALLISTER,
2005).
Figura 3 | Radiogra�a laterolateral de felino com observação de estruturas nodulares na região de tórax
Fonte: acervo do autor.
VÍDEO RESUMO
Neste vídeo vamos debater sobre a divisão da cavidade torácica, os posicionamentos; a avaliação da
radiogra�a; a anatomia radiográ�ca normal do tórax e a visualização de alterações.
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 Saiba mais
Caro aluno,
Para complementar seus conhecimentos, além de ser útil para retirar alguma possível dúvida,recomendo a leitura do artigo: A importância do exame radiográ�co torácico na abordagem de animais
portadores de neoplasias.
O material tem o objetivo de avaliar a importância do exame radiográ�co torácico em cães e gatos com
neoplasias de diversas origens e localizações.
AVALIAÇÃO DA CAVIDADE ABDOMINAL, CAVIDADE TORÁCICA, TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO E
ALTERAÇÕES/ACHADOS RADIOGRÁFICOS.
O exame radiográ�co é, sem dúvida, uma das mais importantes ferramentas para ajudar no diagnóstico e na
pesquisa de inúmeras infecções nas cavidades torácicas, abdominais e pélvica (PINTO, 2007). 
O exame radiológico da cavidade abdominal costuma ser bastante realizado na medicina veterinária de
pequenos animais, pois permite avaliar e diagnosticar uma série de patologias relativamente comuns nesses
animais (THRALL, 2014). 
O raio X nos permite, por exemplo, diferenciar uma dilatação gástrica, afecção na qual há apenas uma
distensão gástrica aguda por gás, da dilatação-gástrica-vólvulo, na qual, além da distensão gasosa, veri�ca-se
também alteração no posicionamento do estômago. Os exames devem ser realizados preferencialmente nas
posições dorsoventral e laterolateral direita, pois esse posicionamento permite o preenchimento do piloro
com ar, que permite a sua localização e identi�cação. Além disso, se houver gás livre no abdômen, é provável
que tenha havido ruptura gástrica e, demonstra-se, nesse caso, pior prognóstico e procedimentos
emergenciais necessários (FOSSUM, 2015). 
Estudos radiológicos do trato gastrointestinal podem exigir exames mais especí�cos e, para isso, podemos
lançar mão dos contrastes. Os estudos do trânsito nesses segmentos são realizados após a administração de
sulfato de bário ao paciente e radiogra�as sequenciadas que, a depender do tamanho do paciente e do que se
Aula 5
REVISÃO DA UNIDADE
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quer avaliar, podem acontecer até 24 horas após seu início (HAN; HURD, 2007). 
A radiogra�a abdominal também é altamente recomendada para a con�rmação e a quanti�cação da prenhez,
embora não seja possível veri�car a viabilidade desses fetos. O exame de imagem radiológica também
permite o diagnóstico da causa da distocia, pois permite a identi�cação postural dos �lhotes em relação ao
canal de parto e alterações patológicas da pelve materna (THRALL, 2014). 
O exame radiográ�co do tórax é essencial durante a avaliação de pacientes com neoplasias, pois permite a
identi�cação e o diagnóstico de tumores primários e também de metástase pulmonar, além de facilitar a
localização e a coleta de amostras de material para exames citológicos ou histopatológicos (SOAVE et al.,
2008). 
Afecções cardíacas necessitam de avaliações radiológicas para seu correto diagnóstico, prognóstico e
alinhamento do tratamento, pois algumas doenças cursam com aumento da silhueta cardíaca, deslocamento
de áreas do coração e dos grandes vasos, que podem causar repercussões circulatórias e respiratórias (HAN;
HURD, 2007). 
As lesões traumáticas são resultado de forças mecânicas aplicadas sobre estruturas e cavidades, como o
abdômen e o tórax, que contêm órgãos vitais. Os traumas normalmente acontecem de maneira inesperada e
se transformam rapidamente em situações emergenciais, como hérnias diafragmáticas, por exemplo, que em
muito pouco tempo levam o paciente a um risco de morte, por isso os exames de imagem são extremamente
importantes nesses casos (SOAVE et al., 2008). 
Figura 1 | Corpo estranho com radiopacidade de metal em topogra�a de estômago
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Fonte: acervo do autor.
REVISÃO DA UNIDADE
Nesta videoaula, abordaremos os principais assuntos trabalhados na Unidade 3.
Daremos início com a divisão da cavidade abdominal e órgãos que compõem cada região; indicações de
radiogra�a abdominal, tomogra�a abdominal e emergências; sistema geniturinário. Na sequência,
abordaremos as técnicas radiográ�cas: radiogra�a simples, radiogra�a contrastada; tipos de contraste usados
em animais domésticos; técnicas para utilização do meio de contraste e �nalizaremos com o sistema
cardiovascular; sistema respiratório; emergências e posicionamento; avaliação da radiogra�a; anatomia
radiográ�ca normal do tórax e visualização de alterações.
ESTUDO DE CASO
Para que possamos reforçar e ampliar o seu aprendizado nesta unidade, veremos uma situação-problema
rotineira, na qual você terá que re�etir e utilizar todo o seu conhecimento e habilidade na resolução.
Vamos lá? 
Agora é a hora de você, aluno, colocar em prática tudo o que aprendeu até aqui. 
Nós já falamos que os acidentes decorrentes de trauma, como atropelamentos, quedas, brigas e mordidas de
outros animais, entre outros, podem causar algumas afecções importantes e emergenciais aos animais
domésticos. Nesses casos, os exames de imagem são essenciais para o diagnóstico e para nortear o
tratamento.
Deu entrada no Hospital Veterinário um animal da espécie canina, do sexo feminino, sem raça de�nida, de 4
anos de idade, castrada e com histórico de ter sido atropelada há cerca de 2 horas. A paciente apresentava
muita dor à manipulação, sua respiração estava ofegante e difícil e havia sangue saindo pela narina direita e
boca. O médico veterinário veri�cou que os sons cardíacos estavam abafados do lado direito, as mucosas da
cadela estavam cianóticas (azuladas) e a temperatura corporal estava normal. Pelo histórico que a tutora
revelou e pelos sinais clínicos apresentados pelo animal, o médico veterinário suspeitou de hérnia
diafragmática.
De acordo com os seus conhecimentos como tecnólogo em radiologia, como você poderá auxiliar nesse
diagnóstico? Quais projeções devem ser avaliadas? Caso a suspeita do médico veterinário se con�rme, o que
deverá ser visualizado nas imagens radiográ�cas? O sangramento nasal não se relaciona a hérnia
diafragmática? O que pode ter causado esse achado clínico? E o que você buscaria encontrar na imagem
radiográ�ca que pudesse con�rmar esse novo achado?
Com o seu conhecimento sobre o posicionamento correto do animal, anatomia básica e prática na radiologia
veterinária, podemos a�rmar que o exame radiográ�co é o exame de eleição para con�rmar a suspeita de
hérnia diafragmática que veio com a solicitação do médico veterinário responsável pelo primeiro atendimento
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do paciente que sofreu o acidente?
 Re�ita
Para que você traga a solução mais acertada para a situação-problema apresentada anteriormente,
sugiro que você re�ita sobre o que aprendemos nesta unidade, como se estivesse vivenciando o
momento no qual o paciente chega ao hospital veterinário. O caso clínico apresentado acima acontece
rotineiramente em clínicas e hospitais que oferecem diagnóstico por imagem para animais e você precisa
estar preparado. Muitos animais resgatados após acidentes chegam nas clínicas politraumatizados e,
muitas vezes, isso di�culta o posicionamento e avaliação assertiva do quadro.
Lembre-se de tudo o que já estudamos juntos no decorrer desta unidade, sobre posicionamento,
contenção, planos e eixos e tipos de fratura mais comuns nessa espécie animal. Tenha em mente que,
além das habilidades técnicas que estamos desenvolvendo aqui, manter a calma, o equilíbrio e a empatia
trarão sempre os melhores resultados, seja na resolução deste exercício ou, na sua atuação real. 
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
Para consolidar seu aprendizado nesta unidade, vamos agora resolver o problema da cadelinha que chegou
acidentada ao hospital, evitando que o animal sofra ainda mais com o quadro de dor apresentado. A paciente
foiatropelada há mais ou menos 2 horas e encaminhada ao hospital veterinário mais próximo. Para isso, você
terá que utilizar todo o seu conhecimento e habilidade para conseguir gerar uma imagem de excelente
qualidade, que consequentemente trará um diagnóstico preciso.
Você está pronto? Vamos começar?
Sabemos que se trata de um paciente que vai ser sedado (paciente politraumatizado e apresentando muita
dor ao posicionamento, di�cultando o exame solicitado) para a realização do procedimento e também
conhecemos as técnicas e aparatos que podem ser utilizados para ajudar no posicionamento do paciente. 
É recomendado que um médico veterinário anestesiologista realize o procedimento de contenção química,
pois sabemos que anestésicos injetáveis e inalatórios são rotineiramente usados nos procedimentos de
diagnóstico por imagem. A pré-medicação consiste na administração de tranquilizantes, sedativos, opioides
ou a combinação desses medicamentos. Todas essas drogas auxiliam na contenção do animal, reduzindo seu
estresse e diminuindo a dose de indução e anestésico inalatório utilizado. Escolher o medicamento mais
adequado para o paciente pode ser uma tarefa desa�adora. A decisão deve ser tomada de acordo não apenas
com o estado de saúde do paciente, mas também com o temperamento e a espécie animal, a duração média
do procedimento e a preferência pessoal (BEDNARSKI, 2015). 
Após a realização da contenção química, podemos ainda fazer uso da contenção física para melhor posicionar
o paciente, buscando um manejo mais cuidadoso, delicado e breve. Para isso, podemos também utilizar
alguns artifícios para aquisição de uma imagem radiográ�ca de excelência, utilizando saco de areia, esponjas e
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isopor para melhor posicionar o paciente, tentando colocar o tórax do animal paralelo à mesa, o máximo
possível, tirando os problemas de sobreposição e desnivelamentos causados pela anatomia do paciente.
Para realizar a imagem do paciente que deu entrada no hospital veterinário, o pro�ssional radiologista deve
trabalhar com, no mínimo, duas incidências com um ângulo de 90º de relação entre as duas. As projeções
laterolateral esquerda, laterolateral direita, ventrodorsal e dorsoventral da região do tórax podem ser
escolhidas para a aquisição da imagem.
Ao término do exame, foi constatada a presença de órgãos da cavidade abdominal no interior da cavidade
torácica, fechando a suspeita clínica de hérnia diafragmática, além da observação de costelas fraturadas e
contusão pulmonar.
Observação: caso a hérnia diafragmática não aparecesse na radiogra�a, ela não deveria ser descartada, já que
o exame radiográ�co é um exame estático e, com o posicionamento correto do paciente, os órgãos podem
voltar para a cavidade abdominal, mimetizando a ausência do quadro. Se isso acontecer, deve ser
recomendado um exame dinâmico ,como a ultrassonogra�a. 
RESUMO VISUAL
Esquema Ilustrativo da Unidade 3 | Radiodiagnóstico da cavidade abdominal
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Fonte: elaborado pelo autor.
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REFERÊNCIAS
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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.
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