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BIOMECÂNICA AULA 2 Profª Tatiane Calve 2 INTRODUÇÃO O corpo é formado por três tipos de tecidos musculares: o estriado cardíaco, o estriado esquelético e o liso. Os tecidos musculares têm por função realizar movimentos respiratórios, movimentação do sangue, alimentos e urina em cada sistema, além do aquecimento do corpo, estabilização postural e movimentação do corpo. A seguir, serão abordadas as características dos três tipos de tecido muscular indicados, entretanto será enfatizado o tecido muscular esquelético, o qual é utilizado, entre outras funções, para a realização dos movimentos. CONVERSA INICIAL O tecido muscular é a principal máquina para a produção de força dentro de nosso corpo. Ele é capaz de transformar uma reação química em força mecânica e, dessa forma, permitir que toda e qualquer forma de movimento possa acontecer. Além disso, o tecido estriado esquelético permite um controle preciso de todas as suas ações, garantindo que tenhamos a capacidade de controlar todo tipo de movimento. Esse tecido apresenta também algumas características mecânicas que determinam parcialmente sua forma de ação e é altamente adaptável aos estresses que lhe são impostos. Desse modo, os músculos são capazes de modificar sua forma, tornando- se cada vez mais eficientes na realização das tarefas para as quais ele está sendo utilizado. Compreendendo esse fenômeno de adaptação praticamente constante, o profissional de educação física pode escolher os estímulos corretos e, dessa maneira, induzir as respostas musculares desejadas. Assim, a escolha do tipo de treinamento se faz de acordo com os objetivos a serem alcançados. Neste texto serão abordados os seguintes temas: • Morfologia e tipos de contrações; • Características mecânicas do tecido muscular; • Respostas musculares ao treinamento resistido; • Respostas musculares aos exercícios de alongamento; • Outros aspectos mecânicos do tecido muscular. 3 TEMA 1 – MORFOLOGIA E TIPOS DE CONTRAÇÕES Existem três tipos de tecidos musculares: o estriado esquelético, o estriado cardíaco e o liso (Figura 1). Abordamos, neste texto, os três tipos de tecido, enfatizando o comportamento e as características do tecido estriado esquelético, que possui como principal diferença a capacidade de ser voluntariamente controlado. O músculo esquelético é o tecido muscular em maior abundância no corpo humano. Ele possui várias funções, como a produção de movimento, proteção dos órgãos internos, depósito de energia e amenizador de estresses articulares. Além disso, é o tipo de tecido muscular objeto de estudo da biomecânica. A estrutura que serve de base para seu funcionamento é microscópica e composta por pequenos filamentos proteicos, capazes de utilizar a energia fornecida por moléculas ricas em energia para produzir tensão mecânica (contração). Essas contrações podem gerar ou impedir movimentos, permitindo, assim, que possamos acelerar ou frear os diferentes segmentos corporais durante uma atividade física. Figura 1 – Representação dos tecidos muscular esquelético, muscular cardíaco e muscular liso Fonte: DRP8/Shutterstock. 4 1.1. Tecido muscular liso O tecido muscular liso, também denominado de tecido muscular visceral, não possui estrias e é de contração involuntária. Esse tecido é encontrado nas paredes dos órgãos ocos. 1.2 Tecido estriado cardíaco O músculo cardíaco é estriado como o esquelético. Entretanto é de contração involuntária, como o tecido muscular liso. Outra característica singular do tecido muscular cardíaco é sua contração rítmica. Para manter os batimentos cardíacos ritmados, há um conjunto de células modificadas, denominadas de nó sinotrial (marca-passo), que envia sinais elétricos à musculatura cardíaca para que haja a contração muscular (Tortora; Grabowski, 2002). O coração é formado por quatro camadas com funções distintas, sendo elas o endocárdio, miocárdio, pericárdio e epicárdio (Tortora; Grabowski, 2002). O principal músculo do coração é o miocárdio, representado a seguir na figura 2. Essa camada muscular do coração é a mais espessa e tem a função de bombear o sangue para todo o corpo. Figura 2 – Representação do tecido muscular cardíaco Crédito: Elias Dahlke. 5 1.3 Tecido estriado esquelético O tecido muscular estriado esquelético é encontrado em maior quantidade no corpo humano e é o responsável pelos movimentos realizados de maneira voluntária. Os movimentos dos seguimentos corporais ocorrem devido aos músculos esqueléticos estarem ligados aos ossos. Além da realização de movimentos precisos e coordenados, o músculo esquelético também é responsável pelo controle postural, por gerar calor e reservar energia, estocando glicogênio (Souza, 2018). A unidade funcional do tecido muscular estriado esquelético é o sarcômero (Figura 3), que é constituído por grupo de miolifamentos de proteínas, sendo eles a actina, a miosina e a tinina (Tortora; Grabowski, 2002). Além dos filamentos proteicos de actina, a miosina e a tinina, as células musculares estriadas esqueléticas possuem a linha Z e a banda H. A linha Z é uma linha transversal escura que se localiza no centro da banda I e a banda H é uma linha clara localizada no centro da banda A (Tortora; Grabowski, 2002). Figura 3 – Representação de um sarcômero 6 Fonte: Vectormine/Shutterstock. A actina é um filamento fino e contrátil; a miosina, um filamento contrátil espesso, e juntas formam a banda A, faixa escura dos filamentos transversais do músculo estriado esquelético. Intercalados com as faixas escuras (Bandas A), estão as faixas claras ou banda I, formadas somente por filamentos de actina. Os filamentos de actina e miosina formam as pontes cruzadas, devido à conexão com o sarcômero. Quando há formação das pontes cruzadas, há quebra de adenosina trifosfato (ATP), de alta energia, fazendo com que haja movimentação da estrutura (Souza, 2018) e, consequentemente, ocorra a contração muscular. Figura 4 – Organização dos filamentos de actina e miosina Fonte: Blamb/Shutterstock. 1.4 Tipos de contração do tecido muscular estriado esquelético Para a realização das suas funções, o tecido muscular estriado esquelético possui três propriedades específicas: 7 • Excitabilidade/Irritabilidade – capacidade do músculo em reagir a estímulos neurais; • Contratilidade – capacidade de diminuir seu tamanho, encurtar; • Elasticidade – capacidade de retornar ao tamanho (relaxado) após contração ou distensão. Com base nessas propriedades, serão indicados, a seguir, tipos de contrações musculares: • Contração isocinética – controle da velocidade e ângulo do movimento articular; • Contração isométrica – contração em que não há movimento da articulação; • Contração isotônica – contração com movimento articular. • Concêntrica – movimento contra a ação da gravidade; • Excêntrica – movimento a favor da ação da gravidade. Os tipos de contração muscular podem ser visualizados nas imagens a seguir (Figura 5): Figura 5 – Tipos de contração muscular Fonte: Vectormine/Shutterstock. 8 TEMA 2 – CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS DO TECIDO MUSCULAR Além dos diferentes tipos de contração muscular, indicados anteriormente, a velocidade, o comprimento e a temperatura são fatores que interferem na capacidade de geração de força do músculo (Souza, 2018). Assim, podemos considerar que os músculos não têm a mesma capacidade de produção de tensão ao longo de sua amplitude de movimento. Além disso, os tecidos passivos (fáscias, tendões, ligamentos, cápsulas articulares) também são importantes na produção de força, pois são responsáveis pelo acúmulo e pela liberação de energia elástica, fundamentais para o aumento da eficiência em atividades dinâmicas.Souza (2018, p. 67) indica que: Existe um comprimento “ótimo” que [...] equivale a um tamanho de sarcômero ao redor de 2,2 µm (micrômetros). Ao redor desse comprimento, a maior parte das ligações entre as moléculas de actina e miosina poderão ser feitas, e a produção de força muscular será máxima. Nesse comprimento ótimo, o músculo gasta menos energia para produzir mais força, proporcionando maior eficiência energética e mecânica. Na aplicação prática, podemos afirmar que, durante a fase excêntrica do movimento, há um esforço menor que na fase concêntrica. Isso ocorre porque na fase concêntrica a energia utilizada vem da movimentação das cabeças de miosina em cada uma das pontes cruzadas. Já na contração excêntrica, há contribuição também da resistência passiva, ou seja, sem gasto energético. Com as repetições, durante a realização de um exercício resistido, podemos observar que a dificuldade na execução do movimento irá aumentar e a velocidade na realização da ação irá diminuir. Com auxílio, há a possibilidade da realização de mais algumas repetições, pois é possível executar o movimento na fase excêntrica. Entretanto, a ocorrência sucessiva dessas dificuldades gera a fadiga muscular, fazendo com que o indivíduo não seja mais capaz de realizar lesões. Outro aspecto importante é a influência da posição das articulações adjacentes na execução de alguns movimentos biarticulares, o que é denominado de insuficiência ativa e passiva (Souza, 2018). A insuficiência ativa é a dificuldade em realizar o movimento de uma biarticulação, decorrente do 9 encurtamento dos sarcômeros dos músculos que estão sendo utilizados, dificultando a produção de tensão. A insuficiência ativa, por sua vez, ocorre quando “a origem e a inserção do muscular são tão próximas (encurtamento do músculo) que ele perde a capacidade de vencer a carga e continuar o movimento” (Souza, 2018, p. 72). Vale lembrar que essa dificuldade não é decorrente da falta de mobilidade dos grupos musculares que estão sendo utilizados. Já a insuficiência passiva ocorre quando a capacidade da articulação envolvimento do movimento é diminuída devido ao alongamento do músculo recrutado. Nesse caso, a falta de flexibilidade pode interferir na execução dos movimentos. Assim sendo, compreender o funcionamento das estruturas microscópicas do músculo e como ele pode interferir nas características mecânicas da execução dos movimentos é importante para compreensão do processo de treinamento. TEMA 3 – RESPOSTAS MUSCULARES AO TREINAMENTO RESISTIDO O tecido muscular é altamente adaptável e, por esse motivo, responde muito bem aos estresses impostos pelos exercícios resistidos e com pesos, sendo que, durante o processo de treinamento, é capaz de melhorar sua condição para responder de maneira mais eficiente a um novo estresse. Assim, podemos considerar que o músculo sofre adaptações, são mudanças estruturais e funcionais que ocorrem em todo organismo, decorrentes da prática regular de exercícios físicos (Weineck, 1989). As adaptações podem ser agudas ou crônicas (Kura; Tourinho, 2011): • Adaptações agudas – ocorrem imediatamente ou em até 72 horas após a prática do exercício; • Adaptações crônicas – alterações morfofuncionais do organismo treinado. Essa adaptação envolve características neurais, de controle voluntário do movimento e morfológicas, que envolvem a constituição, a forma e o volume do tecido. Apesar de mais rápidas, as adaptações neurais (ou neuromusculares) são mais evidentes em indivíduos destreinados e acabam se encerrando de maneira mais breve. 10 Em seguida, podemos visualizar adaptações na forma do tecido, principalmente mudanças de volume, conhecidas como hipertrofia (aumento no tamanho da célula) e hiperplasia (aumento na quantidade de células), como exemplificado na Figura 6. Além dessas alterações, ocorre o aumento da velocidade de ativação das unidades motoras, alteração na composição corporal e dos diferentes sistemas, que são as adaptações crônicas do organismo. Essas adaptações na musculação ocorrem de maneira quase simultânea. O nível de aptidão inicial, a idade, o sexo, a experiência com exercícios e mais uma série de características e aspectos podem influenciar na velocidade das mudanças. Figura 6 – Hipertrofia e hiperplasia celular Fonte: Hipertrofia..., S.d. Com o treinamento resistido, ao longo das primeiras 6 a 8 semanas (Souza, 2018), é possível verificar alterações na coordenação e controle do movimento (maior recrutamento de neurônios motores e plasticidade neural), além de aumento de força muscular. Posteriormente, com o treinamento sistematizado, é possível observar (Figura 7) que há modificação na capacidade de recrutamento de fibras musculares, assim como o aumento no tamanho das fibras (hipertrofia), proporcionando maior força total produzida. Assim, a hipertrofia irá aumentar a área de secção transversa, ou seja, aumento do volume total do tecido. Com a hipertrofia, é observado também o aumento da capacidade de contração, força e resistência musculares (Souza, 2018). 11 Figura 7 – Hipertrofia muscular Crédito: Elias Dahlke. TEMA 4 – RESPOSTAS MUSCULARES AOS EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO Não são somente os exercícios resistidos, com pesos, que podem fornecer estímulo para modificações musculares. Os exercícios de alongamento ou treinamento de flexibilidade também produzem tensão suficiente para causar modificações morfológicas e funcionais no organismo. As alterações causadas nas células musculares, por meio do treinamento com alongamento, seguem os mesmos princípios de adaptações que os oferecidos pelo treinamento resistido. O que vai determinar o maior ou menor ganho de flexibilidade, força ou resistência, será a intensidade e o tempo de aplicação dos estímulos. Para aplicar o treinamento de flexibilidade, é necessário ter conhecimento sobre as propriedades neurofisiológicos dos músculos. Entre essas e outras propriedades, três estruturas são importantes na aplicação do treinamento da flexibilidade como o fuso muscular, o órgão tendinoso de Golgi (OTG) e mecanorreceptores articulares (Franken, 2010). • Fuso muscular – receptor constituído de fibras musculares especiais, como as fibras intrafusais, terminações sensório motoras presentes nos músculos, tendões e sistema vestibular (Alter, 1999). Durante o alongamento, há excitações neuromotora do fuso muscular, que envia informações ao sistema nervoso central (feedback) sobre as características musculares em cada momento da ação (Guyton; Hall, 12 2017). Cabe ressaltar que temos dois fusos musculares: os primários, influenciados pela mudança no comprimento da fibra muscular, criando uma resposta dinâmica, e os fusos secundários, os quais sofrem influência do comprimento da fibra muscular, ou seja, quando há o estiramento do músculo, o reflexo do fuso muscular faz com que haja encurtamento do mesmo; • Órgão tendinoso de Golgi (OTG) – é um mecanorreceptor sensível à contração muscular, ou seja, o objetivo do OTG é controlar o estiramento excessivo do músculo, evitando lesões; • Mecanorreceptores articulares – esses receptores presentes nas articulações sinoviais possuem a capacidade de perceber as forças mecânicas nas articulações, captando informações sobre a pressão de alongamento e a distensão dos músculos, tensões e ligamentos (Alter, 1999). As modificações indicadas anteriormente são causadas por alterações do comprimento linear do músculo, o que altera sua capacidade de produzir tensão em diferentes pontos da capacidade articular de movimento e permite maior amplitude total ao redor das articulações envolvidas. No entanto, não se limite a imaginar que essa maior flexibilidade é importante exclusivamente em atividades esportivas, ou que esses exercícios têm função de apenasampliar tal condição. As adaptações musculares induzidas pelos alongamentos influenciam diretamente na qualidade de vida e na funcionalidade, principalmente de indivíduos sexagenários, e permitem a execução de tarefas diárias, com menor esforço e sem auxílio externo. Vale lembrar que, durante o processo de envelhecimento e também em pessoas sedentárias, há uma tendência da flexibilidade ser reduzida. De maneira prática, para realização do treinamento de flexibilidade podemos citar cinco tipos de alongamento, nos quais são utilizados os componentes citados anteriormente: 1. Alongamento dinâmico – é realizado logo após o período de aquecimento, indicado para ganho de flexibilidade, maior mobilidade e amplitude na execução de gestos esportivos; 2. Alongamento estático – é aquele indicado para reabilitação músculo articular e é o mais comum, realizado na posição estática; 13 3. Alongamento com facilitação neuromuscular – é realizado de maneira passiva, com auxílio de outra pessoa, a qual segura o seguimento que está sendo alongado. Além disso, quem está executando o alongamento, faz força contrária ao auxiliar, que faz a resistência do movimento. Em seguida, a pessoa que está sendo alongada faz o relaxamento e é empurrada, para que aumenta a amplitude do alongamento; 4. Alongamento passivo – é o alongamento realizado com auxílio de uma pessoa ou um acessório, como uma faixa, por exemplo; 5. Alongamento específico – é aquele utilizado para aumentar a amplitude de movimento de um seguimento específico ou de seguimentos específicos, principalmente relacionados aos gestos esportivos de devem ser realizados com maior amplitude. TEMA 5 – OUTROS ASPECTOS MECÂNICOS DO TECIDO MUSCULAR Existem ainda outras características do tecido muscular que são importantes de serem abordadas, como a elasticidade e a viscosidade. Um material é considerado elástico quando capaz de se deformar e retornar ao estado inicial quando a carga exercida sobre eles é retirada (Souza, 2018). A elasticidade muscular propicia ao tecido maior economia, principalmente em exercícios dinâmicos e com maior velocidade, pois permite a reutilização de energia. No tecido muscular, os filamentos de titina, as pontes cruzadas de actina e miosina e a água presentes são componentes que auxiliam na capacidade elástica do músculo. Já a viscosidade é a necessidade que o tecido muscular possui de se deformar quando submetido a determinadas cargas. O tempo para que a imposição de uma força seja capaz de deformar o músculo é um fator importante dessa característica mecânica do músculo. Essa característica é fundamental para a manutenção relativamente estável da forma muscular. Quando o músculo é exposto a forças externas, as deformações podem ser prioritariamente elásticas (transientes) ou plásticas (definitivas), e entender essa diferença é fundamental para a prescrição adequada de exercícios em diferentes intensidade e frequências. Além desses aspectos, a deformação do tecido muscular depende diretamente da capacidade do músculo em ser 14 flexionado e, como indicado anteriormente, do tempo sob o qual o músculo é exposto a uma determinada carga. Quando a carga for excessiva ou o músculo for exposto à carga por muito tempo, o tecido pode sofrer microlesões (deformações do sarcômero), impossibilitando ao músculo retornar ao tamanho original (Souza, 2018). NA PRÁTICA Para prescrever exercícios de maneira consciente e eficiente, é fundamental conhecermos a constituição muscular e como cada um de seus componentes influencia na produção de força durante a realização de atividades físicas. Isso nos permite fazer inferências sobre como a atividade impõe estresses ao músculo e como esses estresses produzirão diferentes tipos de adaptações. Desse modo, podemos escolher, entre a enorme gama de exercícios e atividades existentes, aqueles que mais se adequam aos objetivos desejados pelo indivíduo, permitindo a construção de eficientes rotinas de trabalho muscular. Quanto maior for o entendimento a respeito da organização, do funcionamento e das características mecânicas do tecido muscular, maior é a capacidade de escolhermos, de maneira adequada, as estratégias (tipo de exercício, intensidade, volume, frequência etc.) a serem utilizadas com esse propósito. FINALIZANDO Deve haver muito cuidado com a prescrição baseada exclusivamente em experiências profissionais e pessoais. A orientação para a prática de exercícios deve ocorrer, sempre, fundamentada em uma base teórica sólida e que sustente a ação profissional. Não estamos aqui menosprezando a importância da experiência prática, mas essa só tem valor se sustentada em conceitos teóricos claros. Durante a aula, foram indicados os mecanismos de contração muscular e de flexibilidade, assim como as estruturas envolvidas em ambas as condições. Entre os conceitos abordados durante o texto, o conhecimento sobre o comportamento mecânico do tecido muscular é um dos mais importantes e serve 15 como base para o entendimento das respostas musculares ao estresse, permitindo a escolha das atividades mais adequadas aos objetivos inicialmente traçados. 16 REFERÊNCIAS ALTER, M.J. Ciência da flexibilidade. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999. BANDY, W. D.; SANDERS, B. Exercício terapêutico: técnicas para intervenção. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. FRANKEN, M. Flexibilidade: aspectos fisiológicos e fatores limitantes. EF Deportes, S.d. Disponível em: <https://www.efdeportes.com/efd148/flexibilidade-aspectos-fisiologicos-e- fatores-limitantes.htm>. Acesso em: 3 set. 2021. GUYTON, A. C.; HALL J. E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. HIPERTROFIA muscular. Webquest, S.d. Disponível em: <http://www.webquest.uff.br/pdf/musc.htm>. Acesso em: 3 set. 2021. KURA, G. G.; TOURINHO FILHO, H. Adaptações agudas e crônicas dos exercícios resistidos no sistema cardiovascular. EF Deportes, Buenos Aires, ano 15, n. 153, fevereiro, 2011. Disponível em: <https://www.efdeportes.com/efd153/adaptacoes-agudas-e-cronicas-dos- exercicios-resistidos.htm>. Acesso em: 3 set. 2021. SOUZA, R. M. Biomecânica: aspectos históricos e conceituais. Curitiba: InterSaberes, 2018. TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. G. Princípios de anatomia e fisiologia. Rio de Janeiro: Guababara Koogan, 2002. WEINECK, J. Manual de treinamento esportivo. 2. ed. Barueri/SP: Manole, 1989.