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Direito civil VI Aula 5: Da herança Jacente e da petição de herança Apresentação Nesta aula, abordaremos o conceito e as principais características da herança jacente. Veremos, ainda, os direitos do herdeiro que por alguma razão não recebeu sua parte da herança mas, por meio da petição de herança, poderá fazê-lo – um mecanismo jurídico para que o herdeiro possa pleitear a restituição da herança. Objetivos Compreender o conceito de herança jacente; Apontar as hipóteses que tornam uma herança jacente; Descrever o conceito e os requisitos necessários para que um herdeiro possa pleitear a restituição da herança por meio da petição de herança. Da Herança Jacente Como estudado nas aulas anteriores, a principal função do Direito das Sucessões é possibilitar e traçar regras para a transferência do patrimônio do de cujus aos seus herdeiros. Entretanto, se o falecido não deixou herdeiros, o patrimônio será destinado ao Poder Público e, dependendo da localização dos bens, passará para a titularidade do Distrito Federal, do Município ou mesmo da União. Vejamos, a seguir, importantes considerações de Tartuce (2019) sobre esse tema e como Gagliano e Pamplina Filho (2019) conceituam a herança jacente. Clique nos botões para ver as informações. O objetivo do Direito das Sucessões é destinar os bens do falecido aos seus herdeiros. Entretanto, pode ocorrer que o de cujus não tenha deixado herdeiros, prevendo o art. 1.844 do CC que, não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessível, ou tendo eles renunciado à herança, esta se devolve ao Município ou ao Distrito Federal, se localizada nas respectivas circunscrições, ou à União, quando situada em território federal. Antes do destino �nal de tais bens vagos, que são devolvidos ao Estado, a lei consagra uma série de procedimentos, surgindo os conceitos de herança jacente e vacante que, do mesmo modo, constituem conjuntos de bens a formar um ente despersonalizado. Frise-se que, ao �nal do processo, o Estado não é herdeiro, mas um sucessor irregular, não estando sujeito ao direito de saisine. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, �carão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância. Trata-se da perpetuação da herança jacente, prevista no art. 1.819 do CC, que tem clara feição provisória, pois objetiva ao �nal a vacância da herança. TARTUCE, 2019 Herança Jacente - Tartuce Pode-se conceituar herança jacente como aquela em que o falecido não deixou testamento ou herdeiros notoriamente conhecidos. A herança literalmente “jaz” enquanto não se apresentam herdeiros para reclamá-la, ignorando-se quem seja, do ponto de vista ideal, o novo titular do patrimônio deixado. GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2019 Herança Jacente - Gagliano e Pamplona A seguir, destacamos o primeiro dispositivo legal que trata da herança jacente, o Art. 1.819 do Código Civil de 2002 (CC/2002): Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, �carão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância. (BRASIL, 2002.) A natureza jurídica da herança jacente Sobre esse assunto, ensina a doutrina mais atualizada que tal acervo de bens constitui massa patrimonial, sem personalidade jurídica, ou seja, um ente despersonalizado. Entretanto, mesmo não possuindo personalidade jurídica, o Direito Processual Civil atribui à herança jacente a possibilidade de demandar e ser demandada em juízo, nos termos do Art. 75, VI, do Código de Processo Civil de 2015. Por sua vez, Gagliano e Pamplona Filho (2019) buscam na autorizada doutrina de Gonçalves (2019) esta excelente explicação sobre a natureza jurídica da herança jacente: “Releva salientar que a herança jacente distingue-se do espólio, malgrado tenham em comum a ausência de personalidade. No espólio, os herdeiros legítimos ou testamentários são conhecidos. Compreende os bens deixados pelo falecido, desde a abertura da sucessão até a partilha. Pode aumentar com os rendimentos que produza, ou diminuir em razão de ônus ou deteriorações. A noção de herança jacente, todavia, é a de uma sucessão sem dono atual. É o estado da herança que não se sabe se será adida ou repudiada.” GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2019. Como visto, a principal diferença entre a herança jacente e o espólio reside no fato de que, em relação ao espólio, há o conhecimento do(s) herdeiro(s) do acervo de bens deixado pelo falecido, o que não ocorre com a herança jacente. Como bem explicado na citação de Gonçalves (2019), trata-se de “uma sucessão sem dono atual”. Procedimento para a declaração da vacância da herança Incialmente, podemos veri�car que o Código Civil, em seu Art. 1.820, estabelece que, praticadas as diligências de arrecadação, sem que se tenha conhecimento de algum herdeiro, serão publicados editais, na forma da lei processual, para que, após um ano da publicação do primeiro edital, seja a herança declarada jacente. Vejamos o referido dispositivo: Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante. (BRASIL, 2002.) Pois bem, passaremos agora a tratar das regras e diretrizes estabelecidas pela legislação processual sobre o procedimento de declaração de vacância da herança, disposto nos Arts. 738 e seguintes do CPC/2015. Clique nos botões para ver as informações. Estabelece o Art. 738 do CPC que é competente para a apreciação do processo de declaração de vacância da herança o juízo do último domicílio do falecido. Primeira regra O Art. 739 do CPC estabelece que a herança �cará sob a guarda de um curador, até que apareça algum herdeiro ou até que seja declarada vacante, incumbindo ao curador: representar a herança em juízo ou fora dele, com intervenção do Ministério Público; ter em boa guarda e conservação os bens arrecadados e promover a arrecadação de outros porventura existentes; executar as medidas conservatórias dos direitos da herança; apresentar mensalmente ao juiz balancete da receita e da despesa; prestar contas ao �nal de sua gestão. Segunda regra Após a arrecadação dos bens deixados pelo falecido, será expedido edital a ser publicado na internet, no portal do Tribunal de Justiça do local competente para processar a declaração da vacância da herança e, ainda, na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, nos termos do Art. 741 do CPC: Art. 741. Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que será publicado na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 3 (três) meses, ou, não havendo sítio, no órgão o�cial e na imprensa da comarca, por 3 (três) vezes com intervalos de 1 (um) mês, para que os sucessores do falecido venham a habilitar-se no prazo de 6 (seis) meses contado da primeira publicação. (BRASIL, 2015.) Terceira regra Se, a qualquer momento, veri�car-se o surgimento de sucessor ou de testamenteiro, o processo de declaração de vacância da herança irá converter-se em inventário, nos termos do § 3º do Art. 741 do CPC: “Julgada a habilitação do herdeiro, reconhecida a qualidade do testamenteiro ou provada a identidade do cônjuge ou companheiro, a arrecadação converter-se-á em inventário”. Pode-se admitir que tipo de alienação dos bens que compõe a herança jacente? E quais as condições para isso? Nos termos do Art. 742 do CPC, será autorizada a alienação: de bens móveis, se forem de conservação difícil ou dispendiosa; de semoventes, quando não empregados na exploração de alguma indústria;de títulos e papéis de crédito, havendo fundado receio de depreciação; de ações de sociedade quando, reclamada a integralização, não dispuser a herança de dinheiro para o pagamento; de bens imóveis: 1. se ameaçarem ruína, não convindo a reparação; 2. se estiverem hipotecados e vencer-se a dívida, não havendo dinheiro para o pagamento. Quarta regra TEXPor �m, transcorrido 1 ano da primeira publicação do edital e não havendo herdeiro habilitado nem habilitação pendente, será a herança declarada vacante, nos termos do Art. 743 do CPC. TO Atenção Transitada em julgado a sentença que declarou a vacância, só poderão reclamar o seu direito por ação direta o cônjuge, o companheiro, os herdeiros e os credores. Os Direitos dos Credores do Falecido Questão interessante trata dos direitos dos credores do falecido. Como receberão seus créditos? Encontramos a solução no Art. 1.821 do CC/2002, que assim dispõe: Art. 1.821. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas reconhecidas, nos limites das forças da herança. (BRASIL, 2002.) Logo, mesmo o falecido não deixando herdeiros, mas deixando patrimônio, este responderá pelas dívidas por ele contraídas. Assim, para os credores será indiferente se o devedor falecido possuía herdeiros ou não. De qualquer forma, por uma questão de segurança jurídica, o acervo de bens deixado servirá de garantia para os credores do autor da herança. Prazo para a Habilitação de Eventuais Herdeiros O Art. 1.822 do CC/2002 estabelece o prazo de 5 anos, contados da abertura da sucessão, para que os herdeiros se habilitem. Transcorrido esse prazo, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, ou serão incorporados ao domínio da União se estiverem situados em território federal: Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal. Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais �carão excluídos da sucessão. (BRASIL, 2002.) Da Herança Vacante Tema que guarda relação com o que estudamos se refere à herança vacante. O que seria, então, a herança vacante? O Art. 1.823 do CC/2002 estabelece que, “quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta desde logo declarada vacante”. Dessa forma, temos que a herança vacante é tratada como um sucedâneo da noção de herança jacente. Nas palavras de Gagliano e Pamplona Filho (2019): “De fato, considera-se vacante a herança que não teve qualquer habilitação de herdeiro, seja por ser desconhecido, seja porque aqueles de que se têm notícias a ela renunciaram. Assim, a lógica era somente considerar vacante a herança após o reconhecimento da sua jacência. A inovação é bem-vinda. A ideia é, literalmente, economizar tempo. ” GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2019. Da Petição de Herança | Petitio Hereditatis Por meio da ação de petição de herança, estabelece o Art. 1.824 que o herdeiro pode demandar o reconhecimento de seu direito sucessório, a �m de obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem a possua, mesmo que esse possuidor seja também um herdeiro. Vejamos o disposto no citado artigo: Art. 1.824. O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua. (BRASIL, 2002.) Sobre esse interessante assunto, vejamos os ensinamentos de Tartuce (2019): “Como inovação, o CC/2002 trata da ação de petição de herança (petitio hereditatis), que é a demanda que visa a incluir um herdeiro na herança mesmo após a sua divisão. Conforme explicam Jones Figueirêdo Alves e Mário Luiz Delgado, trata-se de uma ação real, eis que, por força do art. 80, II, do CC, o direito à sucessão aberta constitui um imóvel por determinação legal. Estabelece o art. 1.824 da codi�cação material privada que pode o herdeiro, em ação de petição de herança, demandar o reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua. (.)” TARTUCE, 2019. Como visto acima, pela petição de herança, um herdeiro prejudicado em seu direito de herança (porque não participou do inventário nem da partilha de bens) poderá pleitear judicialmente o patrimônio ao qual faz jus. Novamente nos socorremos nas lições de Tartuce (2019), com seus esclarecedores exemplos. Vejamos uma das situações mais comuns que envolvem a petição de herança: “É o caso de um �lho não reconhecido que pretende o seu reconhecimento posterior e inclusão na herança. A ação de petição de herança, ainda que exercida por um só dos herdeiros, poderá compreender todos os bens hereditários (Art. 1.825 do CC). Isso porque a herança, antes da partilha, constitui um bem indivisível, por força do outrora estudado Art. 1.791 da Lei Geral Privada. Em havendo a citada devolução, o possuidor da herança está obrigado à restituição dos bens do acervo, sendo �xada a sua responsabilidade segundo a sua posse, se de boa ou má-fé (Art. 1.826, caput, do CC). A partir da citação na ação de petição de herança, a responsabilidade do herdeiro possuidor será aferida de acordo com as regras concernentes à posse de má-fé e à mora (Art. 1.826, parágrafo único, do CC).” TARTUCE, 2019. Da abrangência da ação de herança Quais bens podem ser pleiteados por meio da petição de herança? O Art. 1.825 do Código Civil é claro ao estabelecer que a petição de herança poderá contemplar todos os bens do acervo hereditário, conforme podemos ler a seguir: Art. 1.825. A ação de petição de herança, ainda que exercida por um só dos herdeiros, poderá compreender todos os bens hereditários. (BRASIL, 2002.) Dos efeitos e da responsabilidade advindos da ação de petição de herança O Código Civil é cristalino ao estabelecer que os herdeiros que receberam a herança a ser pleiteada por meio da petição de herança serão responsáveis pelos bens em sua posse, nos termos do Art. 1.826 do CC/2002 1 Exemplo https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon848/aula5.html?brand=estacio https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon848/aula5.html?brand=estacio Jonathas Evangelista, rico empresário do ramo imobiliário, falece deixando vasto patrimônio e apenas três �lhos: Roberto, Fernando e Ricardo. Logo após o falecimento de Jonathas, seus três �lhos instauraram o processo de inventário e procederam com a partilha dos bens deixados por seu pai. Entretanto, após a partilha, os citados herdeiros são procurados por Felipe, que alega também ser �lho de Jonathas. Pois bem, após o reconhecimento de paternidade, que comprovou ser Felipe de fato �lho de Jonathas, este terá o direito de pleitear a sua parte na herança de seu pai, bens estes que já se encontram na posse dos seus irmãos. Nesse caso, até a citação da petição de herança, Roberto, Fernando e Ricardo – em relação aos bens recebidos pela herança de Jonathas – serão considerados possuidores de boa-fé. Após a citação, serão considerados possuidores de má-fé. Como se resolve a questão do herdeiro que, ao pleitear os bens pela petição de herança, descobre que estes estão em poder de terceiros? Para solucionar essa questão, o CC/2002 trouxe a regra do Art. 1.827, que permite ao herdeiro prejudicado demandar os bens, mesmo que estejam em poder de terceiros. Vejamos: Art. 1.827. O herdeiro pode demandar os bens da herança, mesmo em poder de terceiros, sem prejuízo da responsabilidade do possuidor originário pelo valor dos bens alienados. Parágrafo único. São e�cazes as alienações feitas, a título oneroso, pelo herdeiro aparente a terceiro de boa-fé.(BRASIL, 2002.) Prazo prescricional da ação de petição de herança É cediço na doutrina e na jurisprudência que a ação de investigação de paternidade é imprescritível, mas a ação de petição de herança não. Inclusive este é o entendimento já sumulado pelo Supremo Tribunal Federal: Súmula 149 do STF: “É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de petição de herança”. (STF, 2011.) Inicialmente, é necessário ressaltar que o prazo prescricional da petição é de 10 anos, por força do disposto no Art. 205 do CC/2002: “A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja �xado prazo menor”. Pois bem, uma vez esclarecido o prazo prescricional da petição de herança, outra dúvida surge: qual seria termo inicial deste prazo? Ou seja, quando esse prazo de 10 anos começaria a correr? Conforme veremos a seguir, a terceira Turma do STJ já se manifestou a respeito do termo inicial do prazo prescricional da ação de petição de herança no seu Informativo 583 .2 https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon848/aula5.html?brand=estacio https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon848/aula5.html?brand=estacio Exemplo Se o herdeiro que pleiteia sua parte na herança não tiver sua paternidade reconhecida no momento do falecimento do autor da herança, apenas após o trânsito em julgado da ação de reconhecimento/investigação de paternidade terá início o prazo prescricional de 10 anos. Isso simplesmente porque, “a teor do que dispõe o Art. 189 do CC, a �uência do prazo prescricional, mais propriamente no tocante ao direito de ação, somente surge quando há violação do direito subjetivo alegado. Assim, conforme entendimento doutrinário, não há que se falar em petição de herança enquanto não se der a con�rmação da paternidade”. Atividade 1. (Prefeitura de Criciúma – Advogado 2016) Assinale a alternativa correta sobre a herança jacente: a) Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais, os Municípios, o Distrito Federal e a União ficarão excluídos da sucessão. b) Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança ficarão sob a guarda e administração do Município em que se localizarem. c) Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante. d) Decorridos cinco anos da abertura da sucessão provisória, os bens arrecadados passarão ao domínio do Estado em que se localizarem ou serão incorporados ao domínio da União quando situados no Distrito Federal. e) Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, esta será, desde logo, declarada vacante e entregue ao patrimônio e à administração da União. 2. (Analista jurídico – SEAD-AP 2018) Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, inexistindo outros herdeiros, será esta desde logo declarada: a) Jacente. b) Vacante. c) Jacente e vacante, nessa ordem. d) Vacante e jacente, nessa ordem. 3. (Prefeitura de Maricá – Procurador do Município 2018) De acordo com o Código Civil, a herança vacante passará ao domínio do município, mesmo que compareça herdeiro habilitado, decorridos: a) dez anos da declaração de vacância. b) cinco anos da declaração de vacância. d) três anos da declaração de vacância. e) cinco anos da abertura da sucessão. e) ALTERNATIVA 4. (MPE – Promotor de Justiça 2014) Assinale a alternativa INCORRETA: a) A petição de herança é ação real, e o termo inicial da prescrição é a abertura da sucessão. b) O regime de bens pode ser modificado mediante pedido fundamentado de ambos os cônjuges por meio de autorização judicial que acolha a procedência das razões invocadas, ressalvados os direitos de terceiros. c) Os atos emulativos praticados pelo proprietário caracterizam os direitos de usar (ius utendi), gozar (jus fruendi) e dispor (ius abutendi), salvo quando ofensivos à função socioambiental da propriedade. d) A incapacidade superveniente do testador não invalida o testamento. 5. Em relação à ação de petição de herança, assinale a a�rmativa correta: a) Possui o prazo prescricional de 10 anos, por força da regra geral do Art. 205 do Código Civil. b) Possui o prazo prescricional de 5 anos. c) Trata-se de ação imprescritível, eis que versa sobre o estado da pessoa natural. d) Possui o prazo prescricional de 3 anos. Notas Art. 1.826 do CC/2002 1 Art. 1.826. O possuidor da herança está obrigado à restituição dos bens do acervo, �xando-se-lhe a responsabilidade segundo a sua posse, observado o disposto nos arts. 1.214 a 1.222. Parágrafo único. A partir da citação, a responsabilidade do possuidor se há de aferir pelas regras concernentes à posse de má- fé e à mora. (BRASIL, 2002.) Informativo 583 2 DIREITO CIVIL. TERMO INICIAL DO PRAZO PRESCRICIONAL DA AÇÃO DE PETIÇÃO DE HERANÇA EM RECONHECIMENTO PÓSTUMO DE PATERNIDADE. Na hipótese em que ação de investigação de paternidade post mortem tenha sido ajuizada após o trânsito em julgado da decisão de partilha de bens deixados pelo de cujus, o termo inicial do prazo prescricional para o ajuizamento de ação de petição de herança é a data do trânsito em julgado da decisão que reconheceu a paternidade, e não o trânsito em julgado da sentença que julgou a ação de inventário. A petição de herança, objeto dos arts. 1.824 a 1.828 do CC, é ação a ser proposta por herdeiro para o reconhecimento de direito sucessório ou a restituição da universalidade de bens ou de quota ideal da herança da qual não participou. Trata-se de ação fundamental para que um herdeiro preterido possa reivindicar a totalidade ou parte do acervo hereditário, sendo movida em desfavor do detentor da herança, de modo que seja promovida nova partilha dos bens. A teor do que dispõe o art. 189 do CC, a �uência do prazo prescricional, mais propriamente no tocante ao direito de ação, somente surge quando há violação do direito subjetivo alegado. Assim, conforme entendimento doutrinário, não há falar em petição de herança enquanto não se der a con�rmação da paternidade. Dessa forma, conclui-se que o termo inicial para o ajuizamento da ação de petição de herança é a data do trânsito em julgado da ação de investigação de paternidade, quando, em síntese, con�rma-se a condição de herdeiro. REsp 1.475.759-DF, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 17/5/2016, DJe 20/5/2016. (STJ, 2016.) Referências BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. – Código Civil Brasileiro. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm. Acesso em: 04 abr. 2019. ______. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 04 abr. 2019. javascript:void(0); javascript:void(0); FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: contratos. Volume 4. 9. ed. Salvador: JusPodivm, 2019. GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil: Contratos. Volume 4. TOMOS I e II. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Direito das Sucessões. Volume 7. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. TARTUCE, Flavio. Manual de Direito Civil. Volume Único. 9. ed. São Paulo: Método, 2019. Próxima aula O conceito de sucessão legítima; Os legitimados à sucessão legítima. Explore mais Leitura de artigo jurídico publicado no portal do Consultor Jurídico (Conjur), de autoria de Carlos Eduardo Elias de oliveira. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-fev-05/carlos-oliveira-inicio-prescricao-acao-peticao-heranca. Leitura de notícia publicada no portal Migalhas, sobre herança jacente. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI248686,21048- Heranca+jacente+e+ultima+opcao+em+caso+de+clausula+testamentaria. javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0);