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Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 1 www.apostilasmetodo.com.br Sumário LÍNGUA PORTUGUESA ........................................................................................................ 4 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. Semântica: sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia. Polissemia (denotação e conotação). ..................................................................................................... 5 Domínio da Ortografia Oficial ............................................................................................. 48 Emprego da Acentuação Gráfica ......................................................................................... 55 Domínio dos mecanismos de coesão textual. Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e outros elementos de sequenciação textual. ...... 61 Emprego/correlação de tempos e modos verbais. .............................................................. 65 Correspondência oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República): aspectos gerais da redação oficial; finalidade dos expedientes oficiais; adequação da linguagem ao tipo de documento; adequação do formato do texto ao gênero. ................. 75 Concordância verbal e nominal, regência verbal e nominal, acento indicativo de crase .... 99 Classes de palavras e seu funcionamento no texto; Processos de formação de palavra ... 119 Pontuação e Acentuação gráfica...................................................................................... 208 Sintaxe de concordância e regência. ................................................................................. 220 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA ................................................................................... 251 Código de ética do Servidor Público (Decreto Federal nº 1.171, de 22 de junho de 1194).. .......................................................................................................................................... 251 Regime Jurídico Único (Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990) .................................... 257 Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Federal (Lei n° 9.784, de 29 de janeiro de 1999). .......................................................................................................... 337 Questões ........................................................................................................................... 354 Lei n° 11.892, de 29 de dezembro de 2008: 1. Seção II - Das Finalidades e Características dos Institutos Federais; 2. Seção III - Dos Objetivos dos Institutos Federais; 3. Seção IV - Da Estrutura Organizacional dos Institutos Federais.............................................................. 356 Estruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (Lei nº 11.091, de 12 de janeiro de 2005). .................................................................................... 361 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 371 Raciocínio Lógico: Estruturas lógicas básicas: Proposições e Conectivos; Implicão e equivalência lógicas; Regras de dedução. ......................................................................... 372 Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 2 www.apostilasmetodo.com.br Aritmética básica e relação de ordem nos inteiros ........................................................... 410 Noções básicas de conjuntos ............................................................................................. 416 Análise combinatória ........................................................................................................ 425 Noçõees de Informática: Conhecimentos básicos de informática (Hardware e software) 440 Sistema operacional de computadores (Windows) ........................................................... 455 Linux .................................................................................................................................. 482 Software livre e proprietários. .......................................................................................... 491 Organização e gerenciamento de informações, arquivos e pastas ................................... 493 Editores de texto ............................................................................................................... 496 Planilhas eletrônicas ......................................................................................................... 541 Editor de apresentação eletrônica de slide ....................................................................... 574 Gerenciador de banco de dados ........................................................................................ 582 Internet e intranet ............................................................................................................. 591 E-mail ................................................................................................................................ 601 Conhecimentos básicos de segurança da informação ....................................................... 610 Dispositivos de armazenamento ....................................................................................... 623 Noções de Administração: Administração: Conceito, Objetivo, Princípios Básicos e Funções .......................................................................................................................................... 625 Tipos de organização. Teoria Geral dos Sistemas ............................................................. 629 Gestão de Pessoas ............................................................................................................. 634 Noções de Planejamento estratégico; Administração da Qualidade ................................ 649 Noções de Arquivo ............................................................................................................ 653 Ética e Responsabilidade Social. ....................................................................................... 695 Noções Básicas de Legislação: Normas Constitucionais sobre Administração Pública e servidores públicos (Constituição Federal/88, com suas alterações) ................................ 697 Licitações e Contratos (Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e suas alterações) ............. 711 Noções de Direito Administrativo: Princípios .................................................................... 735 Atos Administrativos ......................................................................................................... 739 Servidores públicos............................................................................................................ 749 Administração Pública; Ética no serviço público. .............................................................. 769 Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 4 www.apostilasmetodo.com.br LÍNGUA PORTUGUESA Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 5 www.apostilasmetodo.com.br Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. Semântica: sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia. Polissemia (denotação e conotação). Texto, Contexto e Elementos Paratextuais Você já se perguntou o que é, de fato, um texto? Geralmente, entendemos o texto como um conjunto de frases, ou seja, algo que foi feito para ser lido. Mas a definição de texto não é tão simples quanto parece. Imagine, por exemplo, que você está lendo um livro e, de repente, encontra em uma página qualquer um papel com a palavra “madeira”. Ora, certamente você ficará intrigado ou simplesmente não daráimportância a isso. Agora, vamos imaginar outra situação: você está no meio de uma floresta e ouve alguém gritar: “Madeira!”. Bem, se você pretende preservar sua vida, sua reação imediata é sair correndo. Isso acontece porque a situação em que você se encontra levou-o a interpretar o grito como um sinal de alerta. A partir desses exemplos simples, podemos chegar a algumas conclusões importantes: 1º - os textos não são apenas escritos, eles também podem ser orais; 2º - os textos não são simples amontoados de palavras ou frases, ou seja, eles precisam fazer sentido. Na segunda situação, uma única palavra foi capaz de transmitir uma mensagem de sentido completo, por isso ela pode ser considerada um texto. Mas o que leva um texto a fazer sentido? Existem elementos que nos ajudam a interpretar os textos que estão a nossa volta, mas para que se possa compreender bem um texto é necessário identificar o contexto (social, cultural, estético, político) no qual ele está inserido. O contexto pode ser explícito, quando é expresso por palavras (o texto em que se encontra a frase ou a frase em que se encontra a palavra), ou implícito, quando está embutido na situação em que o texto é produzido. Logo, a simples mudança de contexto faz com que a palavra “madeira” seja interpretada de maneiras diferentes. Na primeira situação, embora a palavra esteja dentro de um livro, ela está totalmente fora decontexto, por isso não produz sentido algum. Para deixar ainda mais claro, numa frase o que seria o contexto e qual importância dele. Observe o seguinte enunciado: “Que belo dia!” Sem se levar em conta o contexto, não se pode explicar o sentido desta frase. Poderia se imaginar que ela poderia se referir a um dia agradável, que a rotina flui sem imprevistos, ou poderia ter sido dita por alguém que ganhou na loteria. Não se sabe a que contexto se refere, se a um dia de sol após um período chuvoso ou se é um dia de chuva após meses de sol escaldante. Como não foi apresentada a situação em que esse enunciado foi proferido, há várias possibilidades de sentido nesta frase. Observe o texto abaixo retirado de um site de notícias: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 6 www.apostilasmetodo.com.br Por Bernardo Caram,G1, Brasília 11/12/2016 “Delator da Odebrecht cita doações não declaradas a mais de 30 políticos Em informações prestadas ao Ministério Público Federal (MPF) para a assinatura de acordo de delação premiada, o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho apresentou valores repassados a políticos com a finalidade de obter vantagens para a empreiteira. O depoimento, que veio a público na sextafeira (9), traz nomes, valores, circunstâncias e motivação dos repasses. Parte dos recursos foi paga por meio de doações eleitorais oficiais, mas também há registro de propina e de caixa 2. Em alguns casos, como o dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL), o dinheiro era entregue a uma pessoa, mas serviria para abastecer um grupo dentro do partido. Em outros casos, não é possível identificar se a doação foi oficial. Cláudio atuava na relação da Odebrecht com o Congresso Nacional. Segundo ele, alguns pagamentos eram feitos para garantir aaprovação de projetos de interesse da empreiteira. ” Para compreendermos melhor sobre a informação retratada no texto é necessário que estejamos atentos a situação política do nosso país. Conhecimento de mundo Ao longo de sua vida, o leitor adquire conhecimentos utilizados durante a leitura dos extos. O leitor constrói o sentido do texto quando articula diferentes níveis de conhecimento, entre eles o conhecimento de mundo. Esse tipo de conhecimento costuma ser adquirido informalmente, através de nossas experiências pessoais e convívio em sociedade. Ativar seu conhecimento de mundo no momento certo pode ser útil tanto para salvar sua vida no meio da floresta ou para resolver questões de concursos. Agora observe a seguinte imagem: O texto é uma propaganda de um adoçante que tem o seguinte mote: “Mude sua embalagem”. A propaganda utiliza recursos “verbais” e “não verbais”. Os recursos verbais referem-se à palavra “açúcar”, escrita no saco, e ao slogan “mude sua embalagem”. O conteúdo verbal da propaganda é reforçado pela parte não verbal, ou seja, a imagem do saco de açúcar semelhante a uma barriga gorda, que contrasta com a imagem do adoçante no canto inferior, bem fininho. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 7 www.apostilasmetodo.com.br Textos verbais e visuais Até aqui, vimos que os textos podem ser orais ou escritos. Mas essa noção precisa ser ampliada, pois há textos que não contam com o auxílio da palavra, seja ela escrita ou oral. É o caso, por exemplo, da fotografia e da pintura. Dizemos, então, que há textos verbais e visuais. Há ainda textos que utilizam os dois recursos, como no exemplo anterior, assim também como os filmes, que usam imagens, diálogos e legendas. Então, chegamos a conceito de texto mais ampliado e consistente: todo enunciado que faz sentido para um determinado grupo em uma determinada situação. No concurso, essa noção mais moderna de texto é a que vale. Em resumo temos que: Texto: Tomando como definição de texto a de Costa Val (1999:3), para quem “texto é uma ocorrência linguística, falada ou escrita, de qualquer extensão, dotado de unidades sócio comunicativa semântica e formal”. Contexto: O contexto situacional é formado por informações que estão fora do texto, sejam elas históricas, geográficas, sociológicas, literárias. Ele é essencial para uma leitura mais eficaz, aproximando o interlocutor/leitor do sentido que o locutor/escritor quis imprimir ao texto. Além do texto e do contexto temos ainda os elementos paratextuais. A sabedoria popular diz que não devemos “julgar um livro pela capa”. Isso acontece porque muitas vezes a capa de um livro acaba despertando ou não nosso interesse pelo texto. Porém, quando abrimos um livro, podemos nos deparar com outros elementos, como contracapa, biografia do autor, prefácio, dedicatória, índice, notas de rodapé, citações, posfácio e ilustrações. Esses elementos que margeiam o texto são chamados de elementos paratextuais. Portanto, paratextos são elementos que estão para além do texto, ou seja, informações que acompanham uma obra. Como podem motivar a aquisição e a leitura livros, os elementos paratextuais são muito privilegiados pela indústria editorial. De todos os elementos paratextuais, o mais importante é o título, pois funciona como uma espécie de “slogan” do texto, ou seja, algo que faça com que o leitor “compre” suas ideias. Alguns especialistas já chegaram a sugerir que o título não é relevante para a leitura de um texto, mas não é bem assim. Um título adequado pode direcionar a compreensão do texto, ajudando o leitor a criar expectativas de leitura. Em alguns casos, o título fornece pistas importantes para que o leitor levante hipóteses sobre o que vai ler. Por exemplo, diante de um título como “Conheça as angiospermas”, o leitor espera ler um texto que trará explicações sobre as angiospermas, seus tipos e exemplares na natureza. Com a ajuda de outros elementos paratextuais, como a ilustração de uma flor, o leitor poderá imaginar que se trata de plantas. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 8 www.apostilasmetodo.com.br A partir do título desses livros é possível especular qual será o enredo da história. Sobre o título “A culpa é das estrelas” de John Green, é possível imaginar que se trata de uma história romântica já que o título parece fazer alusão a expressão “escrito nas estrelas”, já o segundo título “ Para todos os amores errados” de Clarissa Corrêa, podemos interpretar que a história apesar de uma história romântica vai tratar mais especificamente de desilusões amorosas. Todos esses apontamentos sãoapenas suposições feitas a partir do título. Definições e concepções de leitura: as essências O tema Leitura Segundo Orlandi (2000:7), o termo leitura é polissêmico, isto é, permiti distinguir vários sentidos. Podemos 8ubst.8-lo, em sua acepção mais ampla, como atribuição de sentidos, tanto em relação à linguagem escrita como em relação à linguagem oral. Qualquer expressão linguística, de qualquer natureza, permite uma leitura. Leitura também pode significar concepção, e é nesse sentido que o termo é usado quando falamos em leitura de mundo, isto é, quando usamos a palavra leitura para refletir o conhecimento de cada leitor, considerando-se ou não sua escolaridade. No sentido acadêmico – mais restrito -, leitura pode significar a construção das bases teóricas metodológicas que permitem chegar a um texto: são várias as leituras de Rubem Alves, ou de um texto de Paulo Freire. Em um sentido ainda mais específico, o termo leitura pode ser entendido como estrita aprendizagem formal, quando se vincula leitura e alfabetização. Uma reflexão mais aprofundada sobre leitura nos permite concluir que o leitor precisa recorrer a estratégias que lhe permitam alcançar o sentido do texto. Além disso, devemos lembrar que há diferentes modos de leitura, em relação direta com a vida intelectual do leitor, isto é, com sua maneira de estabelecer os sentidos daquilo que lê. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 9 www.apostilasmetodo.com.br Leitura e sentido As palavras significam o que o grupo social convencionou que elas devem significar, mas a comunicação exige muito mais que apenas usar e aceitar passivamente significados preestabelecidos. Ler, então, é mais que decifrar: ler é ser capaz de atribuir um significado ao texto, partindo do próprio texto, de modo que cada leitor consiga relacioná-lo a todos outros textos significativos, seja capaz de reconhecer o tipo de leitura que o autor pretendia, e possa, depois, dono da própria vontade, entregar- se à leitura ou rejeitá-la. Para que tudo isso aconteça, é preciso que autor e leitor interajam ao longo de um texto. Ao autor cabe delinear o caminho percorrido durante a produção do texto, direcionando o efeito de sentido desejado e a intenção comunicativa pretendida; ao leitor compete ler, reler, analisar, comparar, fazer inferências, ativar conhecimentos. Todo leitor, ao ler um texto, deve participar da produção de leitura desse texto. Para isso, deve construir, através do que passaremos a chamar de pistas textuais que o próprio texto fornece, um sentido para ele (o texto) – mas somente o sentido que o próprio texto autorizar. Procurar essas pistas faz parte do processo de leitura, porque é a partir delas que o autor formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões. Agora, pedimos que você coloque em ordem, numerando de 1 a 4, as diferentes etapas de participação do leitor na produção de leitura de um texto. ( ) construção de sentido autorizado pelo texto ( ) identificação de pistas textuais ( ) aceitação ou rejeição de conclusões ( ) formulação e reformulação de hipóteses Esperamos que Você tenha respondido que o leitor procura, em primeiro lugar, pistas textuais; em seguida, constrói, por meio dessas peitas, um sentido autorizado pelo próprio texto; depois, de posse dessas pistas, formula e reformula hipóteses, para, finalmente, aceitar ou rejeitar conclusões. Informações implícitas Muitos candidatos se perguntam como melhorar sua capacidade de interpretação dos textos. Primeiramente, é preciso ter em mente que um texto é formado por informações explícitas e implícitas. As informações explícitas são aquelas manifestadas pelo autor no próprio texto. As informações implícitas não são manifestadas pelo autor no texto, mas podem ser subentendidas. Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura eficiente, é preciso ir além do que foi dito, ou seja, ler nas entrelinhas. A partir de elementos presentes no texto, é possível ao leitor recuperar as informações implícitas, para que possa, efetivamente, chegar a produção de sentido. Por isso, o leitor precisa estabelecer relações dos mais diversos tipos do texto e o contexto, de forma a interpretar adequadamente o enunciado. Por exemplo, observe este enunciado: - Patrícia parou de tomar refrigerante. A informação explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A informação implícita é “Patrícia tomava refrigerante antes”. Agora, veja este outro exemplo: -Felizmente, Patrícia parou de tomar refrigerante. A informação Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 10 www.apostilasmetodo.com.br explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A palavra “felizmente” indica que o falante tem uma opinião positiva sobre o fato – essa é a informação implícita. Com esses exemplos, mostramos como podemos inferir informações a partir de um texto. Fazer uma inferência significa concluir alguma coisa a partir de outra já conhecida. Nos vestibulares, fazer inferências é uma habilidade fundamental para a interpretação adequada dos textos e dos enunciados. A seguir, veremos dois tipos de informações que podem ser inferidas: as pressupostas e as subentendidas. Pressupostos. Uma informação é considerada pressuposta quando um enunciado depende dela para fazer sentido. Considere, por exemplo, a seguinte pergunta: “Quando Patrícia voltará para casa?”. Esse enunciado só faz sentido se considerarmos que Patrícia saiu de casa, ao menos temporariamente – essa é a informação pressuposta. Caso Patrícia se encontre em casa, o pressuposto não é válido, o que torna o enunciado sem sentido. Repare que as informações pressupostas estão marcadas através de palavras e expressões presentes no próprio enunciado e resultam de um raciocínio lógico. Portanto, no enunciado “Patrícia ainda não voltou para casa”, a palavra “ainda” indica que a volta de Patrícia para casa é dada como certa pelo falante. Subentendidos Ao contrário das informações pressupostas, as informações subentendidas não são marcadas no próprio enunciado, são apenas sugeridas, ou seja, podem ser entendidas como insinuações. O uso de subentendidos faz com que o enunciador se esconda atrás de uma afirmação, pois não quer se comprometer com ela. Por isso, dizemos que os subentendidos são de responsabilidade do receptor, enquanto os pressupostos são partilhados por enunciadores e receptores. Em nosso cotidiano, somos cercados por informações subentendidas. A publicidade, por exemplo, parte de hábitos e pensamentos da sociedade para criar subentendidos. Já a piada é um gênero textual cuja interpretação depende a quebra de subentendidos. Observemos como isso é verdadeiro e deve acontecer em todos os atos de leitura, dos mais simples aos mais complexos. Considere a manchete do Caderno de Esporte do jornal O Liberal, de 24.08.2003: “PAPÃO PROCURA O CAMINHO DA VITÓRIA” Essa manchete esportiva, uma simples e curta frase declarativa, interpretada adequadamente, desencadeia uma série de relações entre ela e o leitor, a partir de uma informação explícita de que alguém, no caso, um clube de futebol, procura uma forma de vencer. Estabelecidas essas relações, o leitor encontra outros sentidos além do que foi explicitado. A primeira dessas relações, que se estabelece entre texto e contexto, leva à compreensão de que, para vencer, é preciso uma tática de jogo, uma estratégia, sentido latente na metáfora caminho da vitória. A segunda, linguística por natureza, requer que o leitor reconheça o valor do artigo definido o: ele permite entender que o caminho existe, que é um preciso e determinado caminho, que só ele conduzirá à vitória. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 11 www.apostilasmetodo.com.br A segunda, linguística por natureza, requer que o leitor reconheça o valor do artigo definido o: ele permite entender que o caminho existe, que é umpreciso e determinado caminho, que só ele conduzirá à vitória. A terceira, ainda no âmbito da linguagem, está centrada no significado de procura. Quem procura é porque perdeu ou porque nunca teve. No caso do clube paraense ele conhecia bem o caminho da vitória, porém, no dia em que a manchete foi produzida, não conhecia mais. A quarta novamente uma relação entre texto e contexto, cumplicidade entre autor e leitor,indica que o clube já não vencia há algum tempo. Finalmente a quinta relação por meio da qual o autor também busca a adesão do leitor, descortina a crítica ao clube que vinha vencendo seguidamente, enchia a sua torcida de orgulho e parara de vencer. Uma sutil ironia sem dúvida. Um ouvinte/leitor eficiente precisa captar não apenas as informações explícitas (postas, dadas, expressas), como também as que estão implícitas, pois, se ele não tiver essa habilidade, passará por cima de significados importantes, ou – o que é mais grave – concordará com ideias ou ponto de vista que talvez rejeitasse se os percebesse. Por que utilizamos sentidos implícitos? Em todo grupo social, há um conjunto de tabu linguísticos. Isso não significa apenas a existência de palavras que, em certas circunstancias, não podem ou não devem ser pronunciadas (os palavrões, por exemplo), mas também a de temas proibidos e protegidos por uma espécie de “lei do silêncio”. Um ditado popular traduz plenamente essa restrição: “não se fala em corda em casa de enforcado”. Esses tabus linguísticos também se fazem presente em relação a determinada informações que uma pessoa não pode ou não deve dar, não porque elas sejam proibidas, mas porque o ato de expressá-las constituiria uma atitude repreensível ou comprometedora. Além dos tabus linguísticos um outro motivo para o uso de sentidos implícitos é que toda declaração explícita pode tornar-se temas de discussões. O que é dito pode ser contradito, de modo que não se poderia anunciar uma opinião ou um desejo sem, ao mesmo tempo, expô-lo às eventuais objeções dos interlocutores. Julgue você mesmo: no dia 01.02.2003, um deputado federal reeleito em resposta ao repórter do Jornal Nacional, que referia aos erros desse parlamentar no mandato anterior, respondeu: “a gente não comete os mesmos erros, porque há tantos erros novos para serem cometidos...”. Como Você observou o parlamentar admite que continuará errando apenas não pretende repetir erros já cometidos, o que é muito grave, porque o repórter se referia a erros prejudiciais ao povo que o elegeu. Quando se lê, considera-se não apenas o que está dito, mas também o que está implícito, isto é, aquilo que não está dito, mas que também significando. E o que não está dito pode ser de várias naturezas: a) O que não está dito, mas que de certa forma, sustenta o que está dito; b) O que está suposto para que se entenda o que está dito; c) O sentido que se opõe àquilo que está dito; d) Outras maneiras de se dizer o que se disse. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 12 www.apostilasmetodo.com.br Em época de forte repressão, a livre manifestação do pensamento, o direto de contestar e de se denunciar se materializam por meio de sentidos implícitos. Foi o que aconteceu no período da ditadura militar no Brasil. Atento a isso, leia o excerto abaixo, do poemacanção de Chico Buarque, datado de 1984, para aprofundar seu conhecimento sobre sentidos implícitos. (...) Num tempo Página triste da nossa história Passagem desbotada na memória Das nossas novas gerações Dormia A nossa pátria-mãe tão distraída Sem perceber que era subtraída Em tenebrosas transações. (...) Esperamos que você tenha percebido que os quatro primeiros versos significam o período da ditadura militar, entre 1964 e o limiar da década de 80 do século XX, e que os quatro últimos denunciam a intensa corrupção ocorrida no referido período. Por isso, tem sido cada vez mais frequente o cuidado de “medirmos as palavras”, para evitarmos os perigos que advêm dos sentidos literais ou explícitos da língua. O recurso que se tem mostrado mais frequente e eficaz parece ser simplesmente o uso dos sentidos implícitos, que conseguem expressar aquilo que queremos dizer, mas sem que corramos o risco de ser responsabilizados por aquilo que dizemos. Não é por acaso que, muitas vezes, pessoas de destaque no grupo social, ao falarem, o fazem de forma tão opaca e incompreensível que seu discurso acarreta lacunas no entendimento de seus interlocutores. Condições De Textualidade Para que uma sequência de enunciados seja reconhecida como texto, é preciso que ela forme um todo significativo, nas circunstancias de uso em que os enunciados ocorrem. É sobre as condições de textualidade, ou seja, aquelas que permitem que você avalie a qualidade do que lê e do que escreve. A primeira dessas condições é alcançada com a coerência, isto é, o fator responsável pela unidade de sentido; a segunda é a coesão,que permite a harmoniosa articulação entre os diferentes constituintes do texto. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 13 www.apostilasmetodo.com.br Textualidade Chama-se textualidade ou tecitura ao conjunto de propriedades que qualquer manifestação linguística deve possuir para que não seja apenas uma simples sequência de palavras ou frases. Contemplamos dois, dentre os fatores responsável pela textualidade de qualquer discurso, juntamente os que envolvem os componentes conceitual e linguístico. Componentes conceitual e linguístico Um texto deve apresentar um conjunto de propriedades decorrentes da relação entre as partes que o compõem, de tal modo que, ao final, essa relação resulte em uma unidade de sentido e estabeleça uma ligação – nem sempre aparente – entre essas partes. No primeiro caso, manifesta-se a coerência; no segundo a coesão. Coerência A coerência ou conectividade conceitual é a interdependência semântica entre os elementos constituintes de um texto, isto é, a relação entre as partes desse texto e que resulta em unidade de sentido. A coerência decorre da continuidade do sentido, do compromisso entre as partes que formam a macroestrutura (estrutura semântica global do texto) e está ligada à compreensão, possibilidade de Interpretação do que dizemos, escrevemos, ouvimos ou lemos. Para que a coerência se realize, há três propriedades fundamentais – continuidade ou repetição, não- contradição e progressão – que serão desenvolvidas a seguir. A relação entre o texto e o contexto, entendido este como a unidade maior em que a unidade menor está inserida, é relevante para a depressão das relações do sentido que compõem a globalidade do texto. Elas devem obedecer a condições cognitivas gerais, satisfazendo às relações lógico-semânticas entre estados e coisas, como por exemplo, relações de ordenação temporal, relações de casualidade – entre outras. Essas relações podem se manifestar pelo vocabulário, pela combinação dos tempos verbais, pela ordem de apresentação de conteúdo, pela adequação dos campos semânticos. No texto abaixo, queremos mostrar-lhe como se constrói o sentido de um texto a partir de uma ideia- chave. Acompanhe com atenção e, ao final, você constatará que, num texto, tudo significa. Dentro do planalto: Fome de reforma “João Pedro Stédile está afinado com o governo petista. Na semana passada, o líder do MST andou pelos corredores do Planalto como se fosse um velho conhecido do austero prédio. Jotapê tenta convencer o governo de que R$ 1 bilhão, previsto no Orçamento para o Incra, é pouco para tocar a reforma agrária. Quer abocanhar parte do capital internacional destinado ao projeto Fome Zero. Reforma agrária, diz, é a maneira mais eficaz de combate à fome.” ( Época – 03.02.2003 – p.8). Observe que, nesse texto, há uma idéia-chave: João Pedro Stédile. Essa idéiachave, embora não esteja expressa no título nem no subtítulo, é uma espéciede “primeiro ponto” para o ato de “tecer o texto”. Ela se repete, quer representar por vocábulos diferentes (João Pedro Stédile / o líder do MST / um velho conhecido / jotapê), quer representada pelo apagamento do vocábulo que a poderia expressar. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 14 www.apostilasmetodo.com.br Essa mesma ideia-chave é responsável pelas formas verbais em 3ª pessoa do singular (está afinado/ andou/ fosse/ tentar convencer/ quer/ diz). Além disso, o seu conhecimento prévio permite que você identifique a relação de afinidade entre João Pedro Stédile e governo petista, assim como entre João Pedro Stédile / governo petista e entre corredores do Planalto / austero prédio / o governo / fome zero /combate à fome. A coerência conceitual – macroestrutura ou estrutura semântica – é um dos requisitos fundamentais para construção de qualquer texto, quer ele seja literário, jornalístico, científico, jurídico, acadêmico, quer seja uma conversão espontânea. Coesão A coesão pode ser entendida como o modo pelo qual frases ou partes delas se combinam para assegurar o desenvolvimento textual, ou seja, é o modo como as palavras estão ligadas entre si, dentro de uma sequência, a fim de criar uma relação semântica entre um elemento do texto e outro elemento que é fundamental para sua interpretação. A coesão – isto é, a articulação – será eficaz quando estabelecer não apenas a ligação de uma ideia a outra, mas também que tipo de relação específica se institui a partir desse recurso. A coesão é marcada linguisticamente quando, para isso, empregamos nomes, conjunções, pronomes relativos, preposições, advérbios, locuções adverbiais, elementos de transição adequados. Não há dúvida de que a coesão marcada por elementos linguísticos contribui para conferir coerência ao texto. Tais elementos, no entanto, não são nem suficientes nem imprescindíveis para garantila. É perfeitamente possível haver textos coerentes que não apresentam elementos coesivos, como no parágrafo a seguir, extraído de uma reportagem sobre Di Cavalcanti. “Nas vacas magras, ia de cerveja a cachaça. Nunca bêbado. Tinha um poder enorme sobre o copo. Bebia, depois deitava, lia, relaxava..” (Veja – julho/1997). As quatro orações do período estão separadas por ponto. Embora não haja conectores gramaticais explícitos, é fácil perceber de que modo essas orações se combinam para formar uma sequência, pois é fácil recuperar os elementos coesivos que não foram expressos. Nada impediria que o autor da matéria tivesse escrito o texto assim: Nas vacas magras, ia de cerveja a cachaça, porém nunca ficava bêbado, pois tinha um poder enorme sobre o corpo, isto é, bebia, depois deitava, lia e relaxava… A coesão pode ser estabelecida por elementos que fazem o texto progredir a partir da conexão por eles operacionalizada. Esses conectores estabelecem uma relação semântica de acordo com o sentido que expressam. É pela coesão que se estabelece o nexo entre as partes de um texto. As relações coesivas realizam-se por meio de um léxico da língua e suas marcas são fixadas principalmente por elementos da natureza gramatical (pronomes, conjunções, preposições, formas verbais), elementos da natureza lexical (sinônimos, antônimos, repetições) e por mecanismos sintáticos (subordinação, coordenação, ordenação dos vocábulos, das orações). A coesão, como elemento responsável pela textualidade, diz respeito a todos os processos de referenciarão ou segmentação que asseguram ou tornam recuperável uma ligação linguística significativa entre os elementos que ocorrem na superfície textual. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 15 www.apostilasmetodo.com.br Intertextualidade Assunto comum em provas de concursos, a intertextualidade acontece quando um texto retoma uma parte ou a totalidade de outro texto – o texto fonte. Geralmente, os textos fontes são aqueles considerados fundamentais em uma determinada cultura. No exemplo dado, compositores brasileiros contemporâneos retomam um dos textos mais reverenciados da literatura portuguesa. Nos anos 90, Pedro Luis e Fernanda Abreu lançaram a canção “Tudo vale a pena”, cujo refrão diz o seguinte: “Tudo vale a pena, sua alma não é pequena”. O mote, na verdade, faz referência ao famoso poema “Mar português” (1934), do poeta Fernando Pessoa: Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. Como podemos ver, temos dois textos que, apesar de distantes no tempo e no espaço, dialogam entre si. A intertextualidade é exatamente essa relação, uma forma de diálogo entre dois ou mais textos. É importante considerar que a intertextualidade pode ocorrer entre textos de mesma natureza ou de naturezas diferentes. Como é um conceito amplo e passível de classificações, a intertextualidade pode ser classificada em dois tipos principais: intertextualidade explícita e intertextualidade implícita. Na intertextualidade explícita ocorre a citação da fonte do intertexto, encontrada principalmente nas citações, nos resumos, resenhas e traduções, além de estar presente também em diversos anúncios publicitários. Nesse caso, dizemos que a intertextualidade se localiza na superfície do texto, pois alguns elementos nos são fornecidos para que identifiquemos o texto fonte. Observe um exemplo: A intertextualidade, quando explícita, fornece ao leitor diversos elementos que o remetem ao texto fonte. No anúncio publicitário utilizado no exemplo, há uma forte referência ao texto fonte, facilmente identificada pelo leitor através dos elementos fornecidos pela linguagem verbal e pela linguagem não verbal. A composição do anúncio nos transporta imediatamente para o filme “Tropa de Elite”, do cineasta José Padilha, e isso só é possível em razão do forte apelo popular da produção, que ganhou grande projeção em nossa sociedade. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 16 www.apostilasmetodo.com.br Já a intertextualidade implícita ocorre de maneira diferente, pois não há citação expressa da fonte, fazendo com que o leitor busque na memória os sentidos do texto. Geralmente está inserida nos textos do tipo paródia ou do tipo paráfrase, ganhando espaço também na publicidade. Observe o exemplo: No anúncio há um elemento verbal que permite a retomada do texto fonte, mas essa inferência depende de um conhecimento prévio do leitor: se ele não souber que há uma referência à música “Mania de você”, da cantora Rita Lee, provavelmente o texto não será compreendido em sua totalidade. Portanto, a intertextualidade é um elemento muito importante para a constituição de sentidos do texto, colaborando em muito para a coerência textual ao reforçar a ideia de que a competência linguística não depende apenas do conhecimento do código linguístico, mas também do conhecimento das relações intertextuais. A seguir, veremos vários exemplos de intertextualidade, seja em forma de citação, paródia ou paráfrase. Citação Esse procedimento intertextual acontece quando um texto reproduz outro texto ou parte dele. Para sinalizar que houve a reprodução de outro texto, são utilizados alguns marcadores, como as aspas. Dessa forma, o texto deixa claro que o trecho ou o texto citado foi tirado de outra fonte, como no exemplo. A compreensão adequada de um intertexto depende, naturalmente, do conhecimento do texto fonte. Vejamos o outro exemplo abaixo. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 17 www.apostilasmetodo.com.br No exemplo dado, a propaganda buscou inspiração no texto bíblico “Do pó vieste e ao pó voltarás”, marcando sua reprodução por meio de aspas. Paródia A paródia consiste em uma subversão ao texto fonte, recriando-o de maneira satírica ou crítica. Dizendo de outra maneira,a paródia ironiza o texto original e inverte seu sentido. “Canção do exílio” (1847) é um dos textos mais parodiados da cultura brasileira, exercendo sua influência por várias gerações. Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Agora, leia parte da paródia composta pelo humorista e apresentador Jô Soares: Minha Dinda tem cascatas Onde canta o curió Não permita Deus que eu tenha De voltar pra Maceió. Minha Dinda tem coqueiros Da Ilha de Marajó As aves, aqui, gorjeiam Não fazem cocoricó. No poema de Gonçalves Dias, do final do século XIX, o eu lírico deseja cantar a saudade que sente de sua terra natal, o Brasil, enfatizando seus encantos e belezas naturais. O texto de Jô Soares, do final do século XX, desconstrói o sentido do texto original, já que o eu lírico quer distância da terra natal, pois prefere as mordomias da Casa da Dinda, como ficou conhecida a residência oficial do Presidente da República na época, Fernando Collor de Mello. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 18 www.apostilasmetodo.com.br Através da paródia, Jô Soares faz uma crítica aos escândalos de corrupção do governo, que culminaram no processo de “impeachment” do presidente. Paráfrase Fazer uma paráfrase significa reproduzir as ideias de um texto, só que utilizando outras palavras, dentro de uma nova montagem. É o recurso intertextual que se faz presente, por exemplo, em resumos, atas e relatórios, que fazem parte do nosso cotidiano Veja um exemplo de paráfrase da tão parodiada “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias: Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a “Canção do Exílio”. Como era mesmo a “Canção do Exílio”? Eu tão esquecido de minha terra... Ai terra que palmeiras onde canta o sabiá Perceba que o poema “Europa, França e Bahia”, de Carlos Drummond de Andrade, estabelece um diálogo com o texto de Gonçalves Dias, mas não tem uma intenção satírica – é uma paráfrase. Citação do discurso (direto, indireto, modalização em discurso segundo, ilha textual). Quando o enunciador precisa citar, em seu discurso, um texto (falado ou escrito) de outrem, pode recorrer a alguns mecanismos linguísticos, como a modalização em discurso segundo, o discurso direto, o discurso indireto e a ilha textual. MODALIZAÇÃO EM DISCURSO SEGUNDO É o modo mais simples e mais direto para o enunciador mostrar que não é responsável por um determinado discurso: apenas indica que está se apoiando em um texto alheio. Para tanto, o enunciador utiliza-se de determinadas marcas linguísticas, como as apresentadas em destaque nos exemplos abaixo. Ex.: Para a antropóloga americana Margaret Mead, a monogamia é o mais difícil dos arranjos maritais. Ex.: Uma dieta rica em vegetais, segundo dizem, reduz a chance de se ter vários tipos de câncer. Ex.: O que falta aos governos latino-americanos é profissionalismo e inteligência política, conforme Caetano Veloso. Ex.: A adolescência, de acordo com fontes bem informadas, começa cada vez mais cedo e termina cada vez mais tarde. DISCURSO DIRETO Nesse tipo de citação, o enunciador se exime de qualquer responsabilidade, por isso, ele reproduz literalmente as falas citadas, ou seja, o discurso apresenta-se às vezes como a exata reprodução das palavras do enunciador citado. Ex.: “Um indivíduo faminto tende a salivar muito mais diante de um prato de comida do que alguém com menos fome”, afirma a fisiologista Sara Shammah Lagnado, da Universidade de São Paulo (USP). Marcas do discurso direto a) O discurso direto vem introduzido por um verbo que anuncia a fala citada. Tais verbos são denominados de dizer (dizer, responder, retrucar, afirmar, falar, entre outros) e podem ser colocados Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 19 www.apostilasmetodo.com.br antes do discurso direto, em oração intercalada, no interior do discurso direto ou no final do discurso direto. Ex.: O professor esclarece: “Os jovens levam a sério o mundo dos super-heróis, mas não completamente”. Ex.: – Farei uma farra daquelas – disse o candidato – quando eu passar no vestibular. Ex.: – Por que o senhor bebe? – perguntou a repórter. – Eu bebo porque é líquido. Se fosse sólido, eu comeria – respondeu malcriado o alcoólatra. b) A fala citada aparece nitidamente separada por elementos tipográficos como as aspas, travessões, dois-pontos e itálico. Ex.: A mulher perguntou ao marido: – Você bebeu? Ex.: A mulher perguntou ao marido: “Você bebeu?” Ex.: A mulher perguntou ao marido: Você bebeu? A opção pelo discurso direto geralmente está ligada ao gênero do discurso ou às estratégias do enunciador de cada texto. Ao escolher esse modo de citação, o enunciador, pode estar, particularmente, querendo: • Criar imagem de autenticidade do que reproduziu, indicando que as palavras relatadas são realmente proferidas; • distanciar-se: seja porque o enunciador quer explicitar, por intermédio do discurso direto, sua adesão respeitosa ao dito, fazendo ver o desnível entre palavras prestigiosas, irretocáveis e as suas próprias palavras (citação de autoridade); seja porque não adere ao que é dito; • mostra-se objetivo; caracterizar a fala relatada, imprimindo-lhe marcas de oralidade espontânea, de regionalismos ou até de cacoetes linguísticos (recurso muito utilizado em gêneros literários). 3. DISCURSO INDIRETO É o modo de citação do discurso alheio em que o enunciador tem uma diversidade de maneiras para traduzir as falas citadas, uma vez que ele se utiliza de suas próprias palavras para reproduzir a fala do outro. Ex.: O carnavalesco disse que os traficantes não mandam no samba. Marcas do discurso indireto da mesma forma do discurso direto, vem também introduzido por um verbo de dizer; ao contrário do discurso direto, a fala citada é introduzida por meio de uma partícula introdutória: que ou se. A escolha do discurso indireto está também ligada ao gênero textual e às estratégias do enunciador em cada texto. A imprensa popular, por exemplo, prefere o discurso direto ao indireto. Para um público leitor popular, o jornalista privilegia a citação direta. É como se o leitor estivesse presente na situação. Para um leitor mais instruído, o jornalista constrói um enunciado que fale à inteligência desse público e atrás desse enunciado ele (o jornalista) se apaga. Por isso, nesse caso, haverá mais recorrência ao discurso indireto, às ilhas textuais e á modalização em discurso segundo. ILHA TEXTUAL Ilha textual ou ilha enunciativa é uma forma híbrida de citação. Considere os exemplos seguintes: Ex.: Vera disse aos prantos que tinha flagrado o marido “papando a empregada”. Ex.: O ladrão confessou que tinha roubado para “19ubs as fome dos bruguelo”. Ex.: Segundo o Presidente da República, “é necessário que cada posto de gasolina seje fiscalizado”. O enunciador de cada um dos grupos acima isolou em itálico e entre aspas um fragmento que, ao mesmo tempo, ele utiliza e menciona, emprega Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 20 www.apostilasmetodo.com.br e cita. Apesar de o fragmento possuir a estrutura do discurso indireto ou da modalização em discurso segundo, há neles algumas palavras que são atribuídas aos enunciadores citados. Aqui a ilha é indicada pelas aspas e pelo itálico. É o procedimento mais frequente na imprensa. Pode-se também encontrar somente as aspas ou somente o itálico. Nesse tipo de citação, as marcas tipográficas permitem verificar que essa parte do texto não é assumida pelo enunciador. Tipologia Textual: Tipos e Gêneros Sempre cai nas provas o assunto “Tipologia textual” (Tipos textuais) mas muita gente confunde com “Gêneros Textuais” (gêneros discursivos). Querem dizer a mesma coisa? Não. Estas são duas classificações que recebem os textos que produzimos a longo de nossa vida, seja na formaoral ou escrita. Sendo que a primeira leva em consideração estruturas específicas de cada tipo, ou seja, seguem regras gramaticais, algo mais formal. Já a segunda preocupa-se não em classificar um texto por regras, mas sim levando em consideração a finalidade do texto; o papel dos interlocutores; a situação de comunicação. São inúmeros os gêneros textuais: Piada, conto, romance, texto de opinião, carta do leitor, noticia, biografia, seminário, palestras, etc O que é tipologia textual? Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de acordo com as regras gramaticais, dependendo de suas características. São as classificações mais clássicas de um texto: A narração, a descrição, a dissertação (expositiva e argumentativa), a injunção, a predição e a conversacional. Narração Modalidade em que um narrador, participante ou não, conta um fato, real ou fictício, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano. É o tipo predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc. Descrição Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Significa “criar” com palavras a imagem do objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto se Pega. É um tipo textual que se agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros textuais. Tem predominância em gêneros como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 21 www.apostilasmetodo.com.br Dissertação Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo. Dissertação-Exposição Apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico. Apresenta informações sobre assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O texto expositivo apenas expõe ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex: aula, resumo, textos científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc. Dissertação-Argumentação Um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou um ponto de vista do autor. O texto, além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo. Caracteriza-se pela progressão lógica de ideias. Geralmente utiliza linguagem denotativa. É tipo predominante em: sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica, editorial de jornais e revistas. Injunção / Instrucional Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.). OBS1: Muitos estudiosos do assunto listam apenas os tipos acima. Alguns outros consideram que existe também o tipo predição. Predição Caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a qual ainda está por ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões meteorológicas, previsões escatológicas/apocalípticas. OBS2: Alguns estudiosos listam também o tipo Dialogal, ou Conversacional. Entretanto, esse nada mais é que o tipo narrativo aplicado em certos contextos, pois toda conversação envolve personagens, um momento temporal (não necessariamente explícito), um espaço (real ou virtual), um enredo (assunto da conversa) e um narrador, aquele que relata a conversa. Dialogal / Conversacional Caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante nos gêneros: entrevista, conversa telefônica, chat, etc. Gêneros textuais Os Gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos. Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com características comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam em Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 22 www.apostilasmetodo.com.br nossa sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Exemplos: Carta Quando se trata de “carta aberta” ou “carta ao leitor”, tende a ser do tipo dissertativoargumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se trata de “carta pessoal”, a presença de aspectos narrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é mais comum. No caso da “carta denúncia”, em que há o relato de um fato que o autor sente necessidade de o expor ao seu público, os tipos narrativos e dissertativoexpositivo são mais utilizados. Observe o exemplo de uma carta ao leitor logo abaixo: Carta ao leitor Nunca te vi, mas sempre te amei Por: Martha San Juan França (Diretora de redação) De todas as tarefas que fazem parte da rotina de redação de Galileu, a mais prazerosa certamente é ler as cartas dos leitores. Os fãs da revista são de fato especiais e suas cartas traduzem isso. São criativos, curiosos, observadores e não deixam passar nada. Fazem perguntas tão difíceis quanto imprevisíveis. Querem saber de tudo: do monstro do Lago Ness ao Projeto Genoma Humano. E não se contentam com respostas pela metade. Ler as dúvidas que aparecem nas cartas, os comentários sobre as reportagens passadas e as sugestões de futuras é gratificante para qualquer jornalista. Ainda mais para nós, jornalistas de Galileu, que adoramos um bom desafio. Felizmente, a revista conta com uma arma secreta para satisfazer tantas pessoas exigentes. Vou 22ubst.2222s-la agora: Luiz Francisco Senne, nosso secretário de produção, professor de português, roqueiro, colecionador de discos de vinil e livros usados, e responsável pelo atendimento aos leitores. Kiko, como é muito mais conhecido, sabe também driblar as angústias dos nossos jovens amigos em apuros. Muitos pedem ajuda a Galileu quando recebem dos professores uma tarefa complicada e não sabem a quem recorrer. Kiko responde delicada, mas firmemente: não dá para fazer o trabalho escolar no lugar do aluno (é festa agora?). Mas simpatiza com o drama de leitores como este cuja mensagem é reproduzida acima: “Vocês não poderiam dar uma dica de como ir bem numa prova de física porque o meu cérebro está cansado?” Atendendo ao apelo levado aos repórteres por Kiko, Galileu oferece a seus leitores a matéria “Os cientistas alertam: não deveríamos existir”, do editor Marcelo Ferroni. Ela mostra que a física pode ser criativa em vez de uma aula chata. Quer ver? Propaganda É um gênero textual dissertativo expositivo onde há a o intuito de propagar informações sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes, mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo. Observe na imagem abaixo: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 23 www.apostilasmetodo.com.brBula de remédio Trata-se de um gênero textual descritivo, dissertativo expositivo e injuntivo que tem por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento, como no exemplo a seguir. Receita É um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e o preparo destes, além disso, com verbos no imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções. Observe na imagem a seguir: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 24 www.apostilasmetodo.com.br Reportagem É um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem tem, por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta. “Mercado Central de Macapá poderá reabrir em março, prevê prefeitura” Lojistas reclamam de transtornos durante demora nas obras de reformas. Prefeitura informou que ponto turístico é ampliado e revitalizado. Em obras desde novembro de 2015, o Mercado Central de Macapá deverá reabrir em março, prevê a prefeitura. O local é um dos principais pontos turísticos da capital e reúne diversos pontos de vendas de comidas típicas e artesanatos. Essa é a terceira data reabertura. A primeira foi anunciada para maio de 2016 e a segunda para setembro do mesmo ano. A obra foi orçada em aproximadamente R$ 2 milhões. O investimento é financiado pelo Programa Calha Norte, do Governo Federal, por meio de emenda parlamentar, e terá espaços com acessibilidade para pessoas com deficiência, segundo a prefeitura. A Secretaria Municipal de Obras (Semob) informou além da pintura, consertos na rede elétrica e hidráulica e substituição do telhado, novos espaços serão implantados no local, como a ampliação da área para lanchonetes, banheiros e a montagem de um palco para atrações culturais. A última reforma aconteceu em 2013, quando o prédio completou 60 anos de criação. ” História em quadrinhos É um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos quadros através de diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação. Observe o exemplo abaixo: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 25 www.apostilasmetodo.com.br Charge É um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual, em sua grande maioria. Poema Trabalho elaborado e estruturado em versos. Além dos versos, pode ser estruturado em estrofes. Rimas e métrica também podem fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético. Dependendo de sua estrutura, pode receber classificações específicas, como haicai, soneto, epopeia, poema figurado, dramático, etc. Em geral, a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais frequentes neste gênero. Importante também é a distinção entre poema e poesia. Poesia é o conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem, ou seja, tudo o que toca e comove pode ser considerado como poético. Assim, quando se aplica a poesia ao gênero poema, resulta-se em um Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 26 www.apostilasmetodo.com.br poema poético, quando aplicada à prosa, resulta-se na prosa poética (até mesmo uma peça ou um filme podem ser assim considerados). Veja o exemplo de um poema poético, em Poema da purificação de Carlos Drummond De Andrade: Poema da purificação Depois de tantos combates o anjo bom matou o anjo mau e jogou seu corpo no rio As água ficaram tintas de um sangue que não descorava e os peixes todos morreram. Mas uma luz que ninguém soube dizer de onde tinha vindo apareceu para clarear o mundo, e outro anjo pensou a ferida do anjo batalhador. Veja o exemplo de uma prosa poética, em um trecho da obra Iracema de José de Alencar: “O guerreiro sem a esposa é como a árvore sem 26ubst. nem 26ubst.: nunca ela verá o fruto; o guerreiro sem amigo é como a árvore solitária que o vento açouta no meio do campo: o fruto dela nunca amadurece”. Funções da Linguagem Para que serve a linguagem? Sabemos que a linguagem é uma das formas de apreensão e de comunicação das coisas do mundo. O ser humano, ao viver em conjunto, utiliza vários códigos para representar o que pensa, o que sente, o que quer, o que faz. Sendo assim, o que conseguimos expressar e comunicar através da linguagem? Para que ela funciona? O estudo das funções da linguagem depende de seus fatores principais. Destacamos cada um deles em particular: Emissor – quem fala ou transmite uma mensagem a alguém Receptor – (ou interlocutor) – quem recebe a mensagem Mensagem – a informação ou o texto transmitido pelo emissor Código – o sistema de sinais que permite acompreensão da mensagem Referente – o contexto ou o assunto da mensagem Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 27 www.apostilasmetodo.com.br Partindo desses elementos, o linguista russo Roman Jakobson elaborou seus estudos acerca das funções da linguagem para a análise e produção de textos. Em todo processo de comunicação, a linguagem é expressa de acord com a função que se deseja enfatizar. A multiplicidade da linguagem pode ser sintetizada em seis funções ou finalidades básicas. Veja a seguir: Função emotiva ou expressiva Na função emotiva (ou expressiva), 27ubst.2727sse a linguagem do emissor que expressa sentimentos, emoções, avaliações centradas no ”eu” do seu mundo interior. Predomina nas cartas pessoais, na poesia confessional, nas resenhas críticas ou nas canções sentimentais, assim prevalece o uso da 1ª pessoa. Como no poema a seguir: Carlos Drummond de Andrade: Sentimento do mundo Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo, mas estou cheio de escravos, minhas lembranças escorrem e o corpo transige na confluência do amor. Quando me levantar, o céu estará morto e saqueado, eu mesmo estarei morto, morto meu desejo, morto o pântano sem acordes. Os camaradas não disseram que havia uma guerra e era necessário trazer fogo e alimento. Sinto-me disperso, anterior a fronteiras, humildemente vos peço que me perdoeis. Quando os corpos passarem, eu ficarei sozinho Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 28 www.apostilasmetodo.com.br desfiando a recordação do sineiro, da viúva e do microscopista que habitavam a barraca e não foram encontrados ao amanhecer esse amanhecer mais noite que a noite. O poema que você acabou de ler é de autoria de um de nossos maiores poetas, Carlos Drummond de Andrade, e ilustra bem a função da linguagem sobre a qual falaremos neste artigo. No poema, que integra o livro “Sentimento do mundo”, Drummond posiciona-se em relação ao tema que está abordando, expressando seus sentimentos e impressões pessoais. Essas características são próprias da função emotiva da linguagem. Função Apelativa ou Conativa O objetivo da transmissão da mensagem é persuadir ou convencer o receptor. Os textos publicitários apresentam essa finalidade: influenciar o comportamento do leitor, 28ubst.28-lo com uma mensagem persuasiva. Normalmente, empregam-se verbos no Modo Imperativo, como pronomes e verbos na 2ª ou 3ª pessoas. A publicidade dialoga com seu público-alvo através da linguagem empregada, variando de acordo com o tipo de público que pretende atingir. Função Poética Quando a mensagem é elaborada de forma inovadora, utilizando combinações sonoras ou rítmicas, jogos de imagem ou de ideias. Desenvolve o sentido conotativo das palavras. Predomina na poesia, mas pode ser encontrada em determinadas formas jornalísticas. Por exemplo: Serenata sintética – Cassiano Ricardo Rua torta Lua morta Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 29 www.apostilasmetodo.com.brTua porta. Função Fática A intenção é iniciar um contato através de cumprimentos com uma abordagem coloquial – objetiva e rápida. Em textos escritos, têm muita importância os recursos gráficos. A função fática tem o objetivo de fazer a manutenção do canal de comunicação. Como exemplo: Função Metalinguística Esta função refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio código. É a poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. As gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem. Exemplo: Vitória Substantivo feminino 1. Ato ou efeito de sair-se vencedor, de triunfar sobre um inimigo, competidor ou antagonista; triunfo. 2. Êxito, triunfo, sucesso alcançado. Função Referencial Transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados concretos, fatos e circunstâncias. É a linguagem característica das notícias de jornal, do discurso científico e de qualquer exposição deconceitos. Coloca em evidência o referente, ou seja, o assunto ao qual a mensagem se refere. Observe a notícia publicada pelo G1-Amapá: “Protesto contra estrutura precária de escola do Amapá viraliza na internet” Estudantes publicaram fotos nas redes sociais em pontos críticos do prédio. Escola estadual Tiradentes foi selecionada para modelo de ensino integral Uniformizados, estudantes da escola estadual Tiradentes publicaram fotos nas redes sociais em pontos críticos do prédio, que se encontra em situação precária, segundo eles. O protesto é para chamar a atenção sobre a implantação, diante dos problemas, do modelo de ensino em tempo integral, confirmado para 2017 no Amapá. A Secretaria de Estado da Educação (SEED) destacou que uma equipe de implantação do programa de Educação em Tempo Integral (ETI) realizou uma série de visitas às escolas que terão a nova modalidade Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 30 www.apostilasmetodo.com.br de ensino e devem receber reformas. A SEED ressaltou que está aberta ao diálogo com a comunidade escolar. As fotos foram publicadas na página do grêmio estudantil da escola e alcançaram até o momento mais de 2 mil compartilhamentos. Nas imagens, os alunos seguram cartazes com dizeres sobre a situação do espaço, na visão de cada aluno, e alertas sobre perigos. ” Figuras da Linguagem Figuras de Linguagem são recursos especiais usados para dar maior ênfase à comunicação. Elas são classificadas em: Figuras de Palavras Figuras de Pensamento Figuras de Sintaxe Figuras de Som Figuras de Palavras As Figuras de Palavras são recursos utilizados para produzir maior expressividade à comunicação. Elas consistem na substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja por uma associação, uma comparação, uma similaridade. Metáfora A metáfora consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende entre elas certas semelhanças. Obs.: toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, em que o elemento comparativo não aparece. Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. Metonímia A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Observe os exemplos abaixo: a) Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.) b) Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes da cruz. (Não te afastes da religião.) Catacrese Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, tomase outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 31 www.apostilasmetodo.com.br “asa da xícara” “batata da perna” “maçã do rosto” “pé da mesa” “braço da cadeira” “coroa do abacaxi” Perífrase Trata-se de uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou. Veja o exemplo: A Cidade Maravilhosa ( Rio de Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo. Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de antonomásia. Exemplos: a) O Divino Mestre (Jesus Cristo) passou a vida praticando o bem. b) O Poeta dos Escravos (Castro Alves) morreu muito jovem. c) Poeta da Vila (Noel Rosa) compôs lindas canções. Sinestesia Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Exemplos: a) Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (Grito = auditivo; áspero = tátil) b) No silêncio negro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (Silêncio = auditivo; negro = visual) Figuras de Pensamento As figuras de pensamento trabalham com a combinação de ideias, pensamentos. Dentre as figuras de pensamento, as mais comuns são: Antítese Consiste na utilização de dois termos que contrastam entre si. Ocorre quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. O contraste que se estabelece serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada dos mesmos. Observe os exemplos: a) “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa) b) O corpo é grande e a alma é pequena. c) “Quando um muro separa, uma ponte une.” d) “Desceu aos pântanos com os tapires; subiu aos Andes com os condores.” (Castro Alves) e) Felicidade e tristeza tomaram conta de sua alma. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 32 www.apostilasmetodo.com.br Paradoxo Consiste numa proposição aparentemente absurda, resultante da união de ideias contraditórias. Veja o exemplo: a) Na reunião, o funcionário afirmou que o operário quanto mais trabalha mais tem dificuldades econômicas. Eufemismo Consiste em empregar uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera, desagradável ou chocante. Exemplos: a) Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor. (Morreu) b) O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (Roubou) c) Fernando faltou com a verdade. (Mentiu) Ironia Consiste em dizer o contrário do que se pretende ou em satirizar, questionar certo tipo de pensamento com a intenção de ridicularizá- lo, ou ainda em ressaltar algum aspecto passível de crítica. A ironia deve ser muito bem construída para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emissor. Veja os exemplos abaixo: a) Como você foi bem na última prova, não tirou nem a nota mínima! b) Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que estão por perto. Hipérbole É a expressão intencionalmente exagerada com o intuito de realçar uma ideia. Exemplos: a) Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. b) “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac) Prosopopeia ou Personificação Consiste em atribuir ações ou qualidades de seres animados a seres inanimados, ou características humanas a seres não humanos. Observe os exemplos: a) As pedras andam vagarosamente. B) O vento fazia promessas suaves a quem o escutasse. Apóstrofe Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa personificada, de acordo com o objetivo do discurso que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidência com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Exemplos: a) Moça, que fazes aí parada? b) “PaiNosso, que estais no céu...” c) Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 33 www.apostilasmetodo.com.br “Liberdade, Liberdade, Abre as asas sobre nós, Das lutas, na tempestade, Dá que ouçamos tua voz...” (Osório Duque Estrada) Gradação Consiste em dispor as ideias por meio de palavras, sinônimas ou não, em ordem crescente ou decrescente. Quando a progressão é ascendente, temos o clímax; quando é descendente, o anticlímax. Observe este exemplo: Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana com seus olhos claros e brincalhões... O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos olhos de Joana. Para chegar a esse detalhe, ele se refere ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decrescente de intensidade. Outros exemplos: a) “Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu amor”. (Olavo Bilac) b) “O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se.” (Padre Antônio Vieira). Figuras de Sintaxe As Figuras de Sintaxe ou Figuras de Construção são utilizadas para modificar um período, ou seja, interferem na estrutura gramatical da frase, com o intuito de oferecer maior expressividade ao texto. Assim, as figuras de sintaxe operam de diversas maneiras na frase, seja na inversão, repetição ou na omissão dos termos. Elipse Consiste na omissão de um ou mais termos numa oração que podem ser facilmente identificados, tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto. Exemplos: a) Regina estava atrasada. Preferiu ir direto para o trabalho. (Ela, Regina, preferiu ir direto para o trabalho, pois estava atrasada.) b) As rosas florescem em maio, as margaridas em agosto. (As margaridas florescem em agosto.) Zeugma Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita a omissão de um termo já mencionado anteriormente. Exemplos: a) Ele gosta de geografia; eu, de português. B) Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só móveis modernos. Silepse Na silepse há concordância da ideia e não do termo utilizado. São classificadas em: Silepse de Gênero, quando ocorre discordância entre os gêneros (feminino e masculino); Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 34 www.apostilasmetodo.com.br Silepse de Número, quando ocorre discordância entre o singular e o plural; Silepse de Pessoa, quando ocorre discordância entre o sujeito, que aparece na terceira pessoa, e o verbo, que surge na primeira pessoa do plural. Exemplos: São Paulo é suja. (silepse de gênero) Um bando (singular) de mulheres (plural) gritavam assustadas. (silepse de número) Todos os atletas (terceira pessoa) estamos (primeira pessoa do plural) preparados para o jogo. (silepse de pessoa). Hipérbato ou Inversão O hipérbato é caraterizado pela inversão da ordem direta dos termos da oração, segundo a construção sintática usual da língua (sujeito + predicado + complemento). Exemplo: Triste estava Manuela. (Neste caso, o estado do sujeito surge antes do nome “Manuela”, que na construção sintática usual seria: Manuela estava triste). Assíndeto Síndeto corresponde a uma conjunção coordenativa utilizada para unir termos nas orações coordenadas. Feita essa observação, a figura de pensamento assíndeto é caracterizada pela ausência de conjunções. Exemplo: Daiana comprou uvas para comer, (e) limões para fazer suco. Polissíndeto Ao contrário do assíndeto, o polissíndeto é caracterizado pela repetição da conjunção coordenativa (conectivo). Exemplo: Dolores brigava, e gritava, e falava. Anáfora A anáfora é a repetição de termos no começo das frases, muito utilizada pelos escritores na construção dos versos a fim de dar maior ênfase à ideia. Exemplo: Se eu amasse, se eu chorasse, se eu perdoasse. (A repetição do termo “se” enfatiza a condicionalidade que o emissor do discurso quer propor). Anacoluto O anacoluto altera a sequência lógica da estrutura da frase por meio de uma pausa no discurso. Exemplo: Esses políticos de hoje, não se pode confiar. (Numa sequência lógica, teríamos: “Esses políticos de hoje não são confiáveis” ou Não se pode confiar nesses políticos de hoje.) Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 35 www.apostilasmetodo.com.br Pleonasmo Repetição enfática ou redundância de um termo que soa “desnecessário” no discurso, o qual pode ser utilizado intencionalmente (pleonasmo literário) como figura de linguagem, ou por desconhecimento das normas gramaticais (pleonasmo vicioso), nesse caso um vício de linguagem. Exemplo: A noite escura da Amazônia. (Note que a noite já pressupõe escuridão.) Figuras de Som As Figuras de Som ou de Harmonia correspondem a uma categoria das figuras de linguagem associadas à sonoridade. Elas valorizam a expressividade do texto, por meio da sonoridade, ou seja, da repetição de sons. Aliteração Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro significativo. Exemplos: a) Três pratos de trigo para três tigres tristes. b) O rato roeu a roupa do rei de Roma. Assonância Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. Exemplos: “Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.” Onomatopeia Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade. Exemplos: a) Os sinos faziam blem, blem, blem, blem. b) Miau, miau. (Som emitido pelo gato). Variação Linguística É um fenômeno que acontece com a língua e pode ser compreendida por intermédio das variações históricas e regionais. Em um mesmo país, com um único idioma oficial, a língua pode sofrer diversas alterações feitas por seus falantes. Como não é um sistema fechado e imutável, a língua portuguesa ganha diferentes nuances. O português que é falado no Nordeste do Brasil pode ser diferente do português falado no Sul do país. Claro que um idioma nos une, mas as variações podem ser consideráveis e justificadas de acordo com a comunidade na qual se manifesta. Observe a imagem a seguir: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 36 www.apostilasmetodo.com.br As variações acontecem porque o princípio fundamental da língua é a comunicação, então é compreensível que seus falantes façam rearranjos de acordo com suas necessidades comunicativas. Os diferentes falares devem ser considerados como variações, e não como erros. Quando tratamos as variações como erro, incorremos no preconceito linguístico que associa, erroneamente, a língua ao status. No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se: Fatores regionais É possível notar a diferença do português falado por um habitante da região nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no uso da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado. Fatores culturais O grau de escolarização e a formação cultural de um indivíduo também são fatores que colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa que não teve acesso à escola. Fatores contextuais Nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos encontramos: quando conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos discursando em uma solenidade de formatura. Fatores profissionais O exercício de algumas atividades requer odomínio de certas formas de língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e da informática, biólogos,médicos, linguistas e outros especialistas. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 37 www.apostilasmetodo.com.br Fatores naturais O uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta. As diferentes variações linguísticas De acordo com esses fatores podemos classificar as variações da seguinte forma: Variações diafásicas São as variações que se dão em função do contexto comunicativo, isto é, a ocasião determina o modo como falaremos com o nosso interlocutor, podendo ser formal ou informal. Variações históricas A língua é dinâmica e sofre transformações ao longo do tempo. Um exemplo de variação histórica é a questão da ortografia: a palavra “farmácia” já foi escrita com “ph” (pharmácia). A palavra “você”, que tem origem etimológica na expressão de tratamento de deferência “vossa mercê” e que setransformou sucessivamente em “vossemecê”,“vosmecê”, “vancê”, até chegar na que utilizamos hoje que é, muitas vezes (principalmente na Internet), abreviado para “vc”. Variações diatópicas Representam as variações que ocorrem pelas diferenças regionais. As variações regionais, denominados dialetos, são as variações referentes a diferentes regiões geográficas, de acordo com a cultura local. Um exemplo deste tipo de variação é a palavra “mandioca” que, em certos lugares, recebe outras denominações, como “macaxeira” e “aipim”. Nesta modalidade também estão os sotaques, ligados às marcas orais da linguagem. Variações diastráticas São as variações ocorridas em razão da convivência entre os grupos sociais. As gírias, os jargões e o linguajar caipira são exemplos desta modalidade de variação linguística. É uma variação social e pertence a um grupo específico de pessoas. As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os policiais, cantores de rap, surfistas, estudantes, jornalistas, entre outros. Já os jargões estão relacionados com as áreas profissionais, caracterizando um linguajar técnico. Como exemplo, podemos citar os profissionais da Medicina, os advogados, os profissionais da Informática, dentre outros. Reescrita de frases: substituição, deslocamento e paralelismo Para fazer uma reescrita de frases e parágrafos de um texto, nós devemos ter muita atenção na gramática, ou seja, nos erros de pontuação, concordância verbal e nominal, regência verbal e nominal, o uso da crase e a colocação pronominal. Uma troca de posição da vírgula, por exemplo, pode alterar o sentido da frase. http://materiasparaconcursos.com.br/2018/06/04/pontuacao/ http://materiasparaconcursos.com.br/2018/07/11/concordancia-verbal-e-nominal/ http://materiasparaconcursos.com.br/2018/08/21/regencia-verbal-e-nominal/ http://materiasparaconcursos.com.br/2018/08/21/regencia-verbal-e-nominal/ http://materiasparaconcursos.com.br/2018/06/06/emprego-do-sinal-indicativo-de-crase/ http://materiasparaconcursos.com.br/2018/06/25/colocacao-pronominal/ Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 38 www.apostilasmetodo.com.br As frases reescritas devem manter a informação essencial do texto utilizando vocabulários e expressões do texto original e a ordem das palavras para que o texto mantenha seu sentido. Deve-se prestar a atenção na ordem das palavras para que o texto não mude de sentido. Devemos também prestar atenção no tempo verbal A Reescrita pode ser feita através de substituição de palavras ou de trechos de textos utilizando: Sinônimos, antônimos, locução verbal, verbos por substantivos e vice-versa, voz verbal, conectivos de mesmo valor semântico: Sinônimos: palavras que possuem significados iguais ou semelhantes Ex.: Aquele carro está com problema Aquele automóvel está com defeito. Antônimos: palavras que possuem significados diferentes, ou seja, significados opostos Ex.: O homem estava bravo O sujeito não estava tranquilo Locução verbal: É a união de verbos com a função de apenas um. Ex.: Vou ler este livro para meu filho Lerei este livro para meu filho Verbo por substantivo e vice-versa: Você transforma uma oração verbal em oração nominal ou vice-versa. Caminhar = caminho Resolver = resolução Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 39 www.apostilasmetodo.com.br Trabalhar = trabalho Estudar = estudos Beijar = beijo Ex.: O trabalho é essencial para a vida Trabalhar é essencial para a vida Voz verbal: A voz assumida pelo verbo indica se o sujeito é agente ou paciente da ação. Ex.: Eu vi a mulher no supermercado A mulher foi vista por mim no supermercado Conectivos com mesmo valor semântico Os conectivos como conjunção, preposição e advérbio ajudam a dar sentido às orações. Conectivos de adição: Além disso, ainda mais, também, e… Conectivos de certeza: Por certo, certamente, com certeza… Conectivos de condição: Caso, eventualmente, se. Conectivos de conclusão: Em suma, em conclusão, enfim… Conectivos de tempo: Enfim, logo, então, logo depois, logo após… Dentre outros conectivos. Ex.: Por certo, eu vencerei esta partida. Certamente, eu vencerei esta partida. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 40 www.apostilasmetodo.com.br QUESTÕES DE CONCURSOS 01. (Fuvest – Primeira Fase) A civilização “pós-moderna” culminou em um progresso inegável, que não foi percebido antecipadamente, em sua inteireza. Ao mesmo tempo, sob o “mau uso” da ciência, da tecnologia e da capacidade de invenção nos precipitou na miséria moral inexorável. Os que condenam a ciência, a tecnologia e a invenção criativa por essa miséria ignoram os desafios que explodiram com o capitalismo monopolista de sua terceira fase. Em páginas secas premonitórias, E. Mandel1 apontara tais riscos. O “livre jogo do mercado” (que não é e nunca foi “livre”) rasgou o ventre das vítimas: milhões de seres humanos nos países ricos e uma carrada maior de milhões nos países pobres. O centro acabou fabricando a sua periferia intrínseca e apossou-se, como não sucedeu nem sob o regime colonial direto, das outras periferias externas, que abrangem quase todo o “resto do mundo”. 1: Ernest Ezra Mandel (1923-1995): economista e militante político belga. O emprego de aspas em uma dada expressão pode servir, inclusive, para indicar que ela I. foi utilizada pelo autor com algum tipo de restrição; II. pertence ao jargão de uma determinada área do conhecimento; III. contém sentido pejorativo, não assumido pelo autor. Considere as seguintes ocorrências de emprego de aspas presentes no texto: A. “pós-moderna” (L. 1); B. “mau uso” (L. 2); C. “livre jogo do mercado” (L.6); D. “livre” (L. 7); E. “resto do mundo” (L. 9). As modalidades I, II e III de uso de aspas, elencadas acima, verificam-se, respectivamente, em a) A, C e E b) B, C e D c) C, D e E d) A, B e E e) B, D e A 02. (Enem – Segundo Dia) “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guarani e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil. Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e até Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 41 www.apostilasmetodo.com.br ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas facetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito será digitalizada. História Viva, n.° 99, 2011. Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que a) a digitalização dos textos é importante para que os leitores possamcompreender seus romances. b) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma vasta obra literária com temática atemporal. c) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua importância para a história do Brasil Imperial. d) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da memória linguística e da identidade nacional. e) o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua temática indianista. 03. (Enem – Segundo Dia) A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à aplicação do domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali. Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra? CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado, In: Cadernos de Letras da UF F, n.° 36, 2008. Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado). Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que: a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica. b) os estudo clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua. c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma. d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos. e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística. http://www.uff/ Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 42 www.apostilasmetodo.com.br 04. (UERJ) “Todo abacate é verde. O incrível Hulk é verde. O incrível Hulk é um abacate.” Todo argumento pode se tornar um sofisma: um raciocínio errado ou inadequado que nos leva a conclusões falsas ou improcedentes. O último parágrafo do texto é um exemplo de sofisma, considerando que, da constatação de que todo abacate é verde, não se pode deduzir que só os abacates têm cor verde. Esse é o tipo de sofisma que adota o seguinte procedimento: a) enumeração incorreta b) generalização invertida c) representação imprecisa d) exemplificação inconsistente 05. (ETEC ) “Em um mundo marcado por conflitos em diferentes regiões, as operações de manutenção da paz das Nações Unidas são a expressão mais visível do compromisso solidário da comunidade internacional com a promoção da paz e da segurança. Embora não estejam expressamente mencionadas na Carta da ONU, elas funcionam como instrumento para assegurar a presença dessa organização em áreas conflagradas, de modo a incentivar as partes em conflito a superar suas disputas por meio pacífico – razão pela qual não devem ser vistas como forma de intervenção armada.” Acesso em: 26.08.2016. Adaptado. Historicamente, o Brasil envia soldados para participar de operações de paz. Em 2004, foi criada pelo Conselho de Segurança da ONU a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah). De acordo com o texto, essa missão foi criada para: a) restabelecer a segurança e normalidade institucional do Haiti após sucessivos episódios de turbulência política e de violência, que marcaram esse país no início do século XXI. b) atacar os garimpos ilegais de diamantes no interior do Haiti, que usavam mão de obra infantil nas minas onde esse minério é encontrado. c) combater o narcotráfico comandado pelo Cartel de Medelin, que a partir do Haiti distribuía drogas para todos os países da América Latina. d) acabar com os problemas ambientais crônicos no Haiti, pois esse país era o principal responsável pela poluição ambiental no Caribe. e) extinguir a rede de trabalho escravo existente no Haiti, que utilizava esse tipo de mão de obra nas plantações de soja e trigo. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 43 www.apostilasmetodo.com.br 06 (Fatec – 1º Semestre – Prova) Leia o texto para responder às questões. O labirinto dos manuais Há alguns meses troquei meu celular. Um modelo lindo, pequeno, prático. Segundo a vendedora, era capaz de tudo e mais um pouco. Fotografava, fazia vídeos, recebia e-mails e até servia para telefonar. Abri o manual, entusiasmado. “Agora eu aprendo”, decidi, folheando as 49 páginas. Já na primeira, tentei executar as funções. Duas horas depois, eu estava prestes a roer o aparelho. O manual tentava prever todas as possibilidades. Virou um labirinto de instruções! Na semana seguinte, tentei baixar o som da campainha. Só aumentava. Buscava o vibracall, não achava. Era só alguém me chamar e todo mundo em torno saía correndo, pensando que era o alarme de incêndio! Quem me salvou foi um motorista de táxi. — Manual só confunde – disse didaticamente. – Dá uma de curioso. Insisti e finalmente descobri que estava no vibracall há meses! O único problema é que agora não consigo botar a campainha de volta! Atualmente, estou de computador novo. Fiz o que toda pessoa minuciosa faria. Comprei um livro. Na capa, a promessa: “Rápido e fácil” – um guia prático, simples e colorido! Resolvi: “Vou seguir cada instrução, página por página. Do que adianta ter um supercomputador se não sei usá-lo?”. Quando cheguei à página 20, minha cabeça latejava. O livro tem 342! Cada vez que olho, dá vontade de chorar! Não seria melhor gastar o tempo relendo Guerra e Paz*? Tudo foi criado para simplificar. Mas até o microndas ficou difícil. A não ser que eu queira fazer pipoca, que possui sua tecla própria. Mas não posso me alimentar só de pipoca! Ainda se emagrecesse... E o fax com secretária eletrônica? O anterior era simples. Eu apertava um botão e apagava as mensagens. O atual exige que eu toque em um, depois em outro para confirmar, e de novo no primeiro! Outro dia, a luzinha estava piscando. Tentei ouvir a mensagem. A secretária disparou todas as mensagens, desde o início do ano! Eu sei que para a garotada que está aí tudo parece muito simples. Mas o mundo é para todos, não é? Talvez alguém dê aulas para entender manuais! Ou o jeito seria aprender só aquilo de que tenho realmente necessidade, e não usar todas as funções. É o que a maioria das pessoas acaba fazendo! (Walcyr Carrasco, Veja SP, 19.09.2007. Adaptado) 1) Livro do escritor russo Liev Tolstói. Com mais de mil páginas e centenas de personagens, é considerada uma das maiores obras da história da literatura. Pelos comentários feitos pelo narrador, pode-se concluir corretamente que a) a leitura de obras-primas da literatura é atividade mais produtiva do que utilizar celulares e computadores. b) os manuais cujas diversas instruções os usuários não conseguem compreender e pôr em prática são improdutivos. c) a vendedora foi convincente, pois o narrador comprou o celular, embora duvidasse das qualidades prometidas pelo aparelho. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 44 www.apostilasmetodo.com.br d) o manual sobre computadores, ao contrário de outros do gênero, cumpria a promessa assumida nos dizeresimpressos na capa. e) os jovens deveriam ensinar computação aos mais velhos, pois, dessa forma, estes últimos entenderiam as funções básicas do equipamento. 2) Analise as afirmações sobre trechos do texto e assinale a correta. a) Em – Há alguns meses, troquei meu celular. –, o verbo haver indica tempo decorrido e pode ser substituído, corretamente, por Fazem. b) Em – Fotografava, fazia vídeos, recebia e-mails e até servia para telefonar. –, o termo em destaque expressa a ideia de exclusão. c) Em – Virou um labirinto de instruções! –, o termo em destaque foi empregado em sentido figurado, indicando confusão, incompreensibilidade. d) Em – Fiz o que toda pessoa minuciosa faria. –, o termo em destaque pode ser substituído, corretamente e sem alteração do sentido do texto, por limitada. e) Em – Mas não posso me alimentar só de pipoca! –, a conjunção em destaque expressa a ideia de comparação. 07. (Fuvest – Primeira Fase) A essência da teoria democrática é a supressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou na crença de que os conflitos e problemas humanos – econômicos, políticos, ou sociais – são solucionáveis pela educação, isto é, pela cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida. Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em termos que os tornem acessíveis a todos. (Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.) No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo “chamadas” indica que o autor a) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise crítica da sociedade. b) considera utópicos os objetivos dessas ciências. c) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ciências sociais”. d) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências. e) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 45 www.apostilasmetodo.com.br 08. (Unesp – 1ª fase) Texto 1 Porque morrer é uma ou outra destas duas coisas: ou o morto não tem absolutamente nenhuma existência, nenhuma consciência do que quer que seja, ou, como se diz, a morte é precisamente uma mudança de existência e, para a alma, uma migração deste lugar para um outro. Se, de fato, não há sensação alguma, mas é como um sono, a morte seria um maravilhoso presente. […] Se, ao contrário, a morte é como uma passagem deste para outro lugar, e, se é verdade o que se diz que lá se encontram todos os mortos, qual o bem que poderia existir, ó juízes, maior do que este? Porque, se chegarmos ao Hades, libertando-nos destes que se vangloriam serem juízes, havemos de encontrar os verdadeiros juízes, os quais nos diria que fazem justiça acolá: Monos e Radamante, Éaco e Triptolemo, e tantos outros deuses e semideuses que foram justos na vida; seria então essa viagem uma viagem de se fazer pouco caso? Que preço não seríeis capazes de pagar, para conversar com Orfeu, Museu, Hesíodo e Homero? (Platão. Apologia de Sócrates, 2000.) Texto 2 Ninguém sabe quando será seu último passeio, mas agora é possível se despedir em grande estilo. Uma 300C Touring, a versão perua do sedã de luxo da Chrysler, foi transformada no primeiro carro funerário customizado da América Latina. A mudança levou sete meses, custou R$ 160 mil e deixou o carro com oito metros de comprimento e 2 340 kg, três metros e 540 kg além da original. O Funeral Car 300C tem luzes piscantes na já imponente dianteira e enormes rodas, de aro 22, com direito a pequenos caixões estilizados nos raios. Bandeiras nas pontas do capô, como nos carros de diplomatas, dão um toque refinado. Com o chassi mais longo, o banco traseiro foi mantido para familiares acompanharem o cortejo dentro do carro. No encosto dos dianteiros, telas exibem mensagens de conforto. O carro faz parte de um pacote de cerimonial fúnebre que inclui, além do cortejo no Funeral Car 300C, serviços como violinistas e revoada de pombas brancas no enterro. (Funeral tunado. Folha de S.Paulo, 28.02.2010.) Confrontando o conteúdo dos dois textos, pode-se afirmar que: a) embora os dois textos transmitam concepções divergentes acerca da morte, eles tratam de visões concernentes à mesma época, a saber, a sociedade atual. b) sob o ponto de vista filosófico, não há diferenças qualitativas entre uma e outra concepção sobre a morte. c) os comentários do texto grego sobre a morte são coerentes com uma filosofia de forte valorização do corpo em detrimento da alma, e do mundo sensível sobre o mundo inteligível. d) o texto de Platão evidencia uma cultura monoteísta, enquanto que o segundo é politeísta. e) enquanto no primeiro texto transparece a dignidade metafísica da morte, no segundo sugere-se a conversão do funeral em espetáculo da sociedade de consumo. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 46 www.apostilasmetodo.com.br 09. (Enem) Adolescentes: mais altos, gordos e preguiçosos A oferta de produtos industrializados e a falta de tempo têm sua parcela de responsabilidade no aumento da silhueta dos jovens. “Os nossos hábitos alimentares, de modo geral, mudaram muito”, observa Vivian Ellinger, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), no Rio de Janeiro. Pesquisas mostram que, aqui no Brasil, estamos exagerando no sal e no açúcar, além de tomar pouco leite e comer menos frutas e feijão. Outro pecado, velho conhecido de quem exibe excesso de gordura por causa da gula, surge como marca da nova geração: a preguiça. “Cem por cento das meninas que participam do Programa não praticavam nenhum esporte”, revela a psicóloga Cristina Freire, que monitora o desenvolvimento emocional das voluntárias. Você provavelmente já sabe quais são as consequências de uma rotina sedentária e cheia de gordura. “E não é novidade que os obesos têm uma sobrevida menor”, acredita Claudia Cozer, endocrinologista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Mas, se há cinco anos os estudos projetavam um futuro sombrio para os jovens, no cenário atual as doenças que viriam na velhice já são parte da rotina deles. “Os adolescentes já estão sofrendo com hipertensão e diabete”, exemplifica Claudia. DESGUALDO, P. Revista Saúde. Disponível em: http://saude.abril.com.br. Acesso em: 28 jul. 2012 (adaptado). Sobre a relação entre os hábitos da população adolescente e as suas condições de saúde, as informações apresentadas no texto indicam que a) a falta de atividade física somada a uma alimentação nutricionalmente desequilibrada constituem fatores relacionados ao aparecimento de doenças crônicas entre os adolescentes. b) a diminuição do consumo de alimentos fontes de carboidratos combinada com um maior consumo de alimentos ricos em proteínas contribuíram para o aumento da obesidade entre os adolescentes. c) a maior participação dos alimentos industrializados e gordurosos na dieta da população adolescente tem tornado escasso o consumo de sais e açúcares, o que prejudica o equilíbrio metabólico. d) a ocorrência de casos de hipertensão e diabetes entre os adolescentes advém das condições de alimentação, enquanto que na população adulta os fatores hereditários são preponderantes. e) a prática regular de atividade física é um importante fator de controle da diabetes entre a população adolescente, por provocar um constante aumento da pressão arterial sistólica. http://saude/ Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 47 www.apostilasmetodo.com.br 10. (UERJ) A última fala da tirinha causa um estranhamento, porque assinala a ausência de um elemento fundamental para a instalação de um tribunal: a existência de alguém que estejasendo acusado. Essa fala sugere o seguinte ponto de vista do autor em relação aos usuários da internet: a) proferem vereditos fictícios sem que haja legitimidade do processo b) configuram julgamentos vazios ainda que existam crimes comprovados c) emitem juízos sobre os outros mas não se veem na posição de acusados d) apressam-se em opiniões superficiais mesmo que possuam dados concretos GABARITO 1. Alternativa A: (A, C e E.) 2. Alternativa D: a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da memória linguística e da identidade nacional. 3. Alternativa E: os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística. 4 Alternativa B: generalização invertida. 5 Alternativa A: restabelecer a segurança e normalidade institucional do Haiti após sucessivos episódios de turbulência política e de violência, que marcaram esse país no início do século XXI. 6 Alternativa B: os manuais cujas diversas instruções os usuários não conseguem compreender e pôr em prática são improdutivos. Alternativa c: Em – Virou um labirinto de instruções! –, o termo em destaque foi empregado em sentido figurado, indcando confusão, incompreensibilidade. 7 Alternativa E: utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”. 8 Alternativa E: enquanto no primeiro texto transparece a dignidade metafísica da morte, no segundo sugere-se a conversão do funeral em espetáculo da sociedade de consumo. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 48 www.apostilasmetodo.com.br 9 Alternativa A: a falta de atividade física somada a uma alimentação nutricionalmente desequilibrada constituem fatores relacionados ao aparecimento de doenças crônicas entre os adolescentes. 10 Alternativa C: emitem juízos sobre os outros mas não se veem na posição de acusados. Domínio da Ortografia Oficial Ortografia A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são grafados segundo acordos ortográficos. A maneira mais simples, prática e objetiva de aprender ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, em alguns casos, há necessidade de conhecimento de etimologia (origem da palavra). Regras ortográficas O fonema s S e não C/Ç palavras substantivadas derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir - sensível / consentir – consensual SS e não C e Ç nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / comprometer - compromisso / submeter – submissão. *quando o prefixo termina com vogal que se junta com a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé- trico / re + surgir – ressurgir. *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exemplos: ficasse, falasse. C ou Ç e não S e SS • vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar. • vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju- çara, caçula, cachaça, cacique. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 49 www.apostilasmetodo.com.br • sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,esperança, carapuça, dentuço. • nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / deter - detenção / ater - atenção / reter – retenção. • após ditongos: foice, coice, traição. • palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r): • marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção. O fonema z S e não Z • sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa. • sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamorfose. • formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, quiseste. • nomes derivados de verbos com radicais terminados em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa / difundir – difusão. • diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho. • após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. • verbos derivados de nomes cujo radical termina com“s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar. Z e não S • sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo: macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. • sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de origem não termine com s): final - finalizar / concreto – concretizar. • consoante de ligação se o radical não terminar com “s”: pé + inho - pezinho / café + al - cafezal Exceção: lápis + inho – lapisinho. O fonema j G e não J • palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, gesso. • estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. • terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge.Exceção: pajem. • terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, litígio, relógio, refúgio. • verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, mugir. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 50 www.apostilasmetodo.com.br • depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, surgir. • depois da letra “a”, desde que não seja radical terminado com j: ágil, agente. J e não G • palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. • palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia,manjerona. • palavras terminadas com aje: ultraje. O fonema ch X e não CH • palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, xucro. • palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagartixa. • depois de ditongo: frouxo, feixe. • depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. Exceção: quando a palavra de origem não derive de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente) CH e não X • palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi, • mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha. As letras “e” e “i” • Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com “i”, só o ditongo interno cãibra. • Verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui, contribui. * Atenção para as palavras que mudam de sentido quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé), pião (brinquedo). * Dica: - Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à ortografia de uma palavra, há a possibilidade de consultar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), elaborado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de referência até mesmo para a criação de dicionários, pois traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na Internet, o endereço é www.academia.org.br. Informações importantes - Formas variantes são formas duplas ou múltiplas, equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/relampar/relampadar. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 51 www.apostilasmetodo.com.br - Os símbolos das unidades de medida são escritos sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plural, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km, 120km/h.Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. - Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min, 14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e quatro segundos). - O símbolo do real antecede o número sem espaço: R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra vertical ($) Hífen O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presidente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos (ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). Uso do hífen que continua depois da Reforma Ortográfica: 1. Em palavras compostas por justaposição que formam uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem para formarem um novo significado: tio-avô, porto-alegrense, luso- brasileiro, tenente-coronel, segunda- -feira, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro- ministro, azul-escuro. 2. Em palavras compostas por espécies botânicas e zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem- me-quer, abóbora- menina, erva-doce, feijão-verde. 3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém e sem: além-mar, recém-nascido, sem- número, recém-casado. 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algumas exceções continuam por já estarem consagradas pelo uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-demeia, água-de- colônia, queima-roupa, deus-dará. 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte RioNiterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, etc. 6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super- quando associados com outro termo que é iniciado por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, ex-presidente, vice-governador, vice- prefeito. 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós- graduação, etc. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 52 www.apostilasmetodo.com.br 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. 10. Nas formações em que o prefixo tem como segundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, super-homem. 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro -ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc. ** O hífen é suprimido quando para formar outros termos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar. Lembre-se: ao separar palavras na translineação (mudança de linha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti- inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas). Não se emprega o hífen: 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo termo inicia- se em “r” ou “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antirreligioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia, microrradiografia, etc. 2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoescola, infraestrutura, etc. 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: desumano, inábil, desabilitar, etc. 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobriga- ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc. 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedista, etc. 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfeito, benquerer, benquerido, etc. - Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas correspondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte, não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado, pressuposto, propor. - Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccioso, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-humano, super-realista, alto-mar. - Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma, antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante, ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 53 www.apostilasmetodo.com.br Questões 1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que todas as palavras estão corretas: A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. B) supracitado – semi-novo – telesserviço. C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. D) contrarregra – autopista – semi-aberto. E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. 1-) Correção: A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hidroelétrica, ultrassom D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraestrutura RESPOSTA: “A”. 2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que todas as palavras estão corretas: A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. B) supracitado – semi-novo – telesserviço. C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. D) contrarregra – autopista – semi-aberto. E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. 2-) Correção: A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 54 www.apostilasmetodo.com.br C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hidroelétrica, ultrassom D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraestrutura RESPOSTA: “A”. 3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ UFAL/2014) Armandinho, personagem do cartunista Alexandre Beck, sabe perfeitamente empregar os parônimos “cestas” “sestas” e “sextas”. Quanto ao emprego de parônimos, dadas as frases abaixo, I. O cidadão se dirigia para sua _____________ eleitoral. II. A zona eleitoral ficava ___________ 200 metros de um posto policial. III. O condutor do automóvel __________ a lei seca. IV. Foi encontrada uma __________ soma de dinheiro no carro. V. O policial anunciou o __________ delito. Assinale a alternativa cujos vocábulos preenchem corretamente as lacunas das frases. A) seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante. B) seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante. C) sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante. D) seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante. E) sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 55 www.apostilasmetodo.com.br 3-) Correção: Questão que envolve ortografia. I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor) II. A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de um posto policial. (= aproximadamente) III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca. (relacione com infrator) IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro no carro. (de grande vulto, volumoso) V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione com “pego no flagra”) Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante RESPOSTA: “D”. Emprego da Acentuação Gráfica Quanto à acentuação, observamos que algumas palavras têm acento gráfico e outrasnão; na pronúncia, ora se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por isso, vamos às regras! Regras básicas – Acentuação tônica A acentuação tônica está relacionada à intensidade com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas. De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como: Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju – papel Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus. Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente: são os chamados monossílabos. Os acentos acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras representam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público. Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos). acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: tâmara – Atlântico – pêsames – supôs . Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 56 www.apostilasmetodo.com.br acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles trema ( ̈ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülleriano (de Müller) til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã Regras fundamentais Palavras oxítonas: Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém. Esta regra também é aplicada aos seguintes casos: - Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há - Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo Paroxítonas: Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: - i, is: táxi – lápis – júri - us, um, uns: vírus – álbuns – fórum - l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps - ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos - ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”: água – pônei – mágoa – memória ** Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Repare que esta palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização! Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 57 www.apostilasmetodo.com.br Regras especiais: Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas. Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são acentuados: dói, escarcéu. Acento Diferencial Representam os acentos gráficos que, pelas regras de acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras e/ou tempos verbais. Por exemplo: Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indicativo do mesmo verbo). Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas: terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada, mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se, para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição. Os demais casos de acento diferencial não são mais utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substantivo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramaticais são definidos pelo contexto. Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro “para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de finalidade). ** Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui? Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 58 www.apostilasmetodo.com.br Regra do Hiato: Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a segunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís. Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz. Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i- nha, ven-to-i-nha. Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba. Observação importante: Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas): ** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. Repare: 1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você. 2-) Elza lê bem! / Todas leem bem! 3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os garotos deem o recado! 4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 59 www.apostilasmetodo.com.br Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à tarde! As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não serão mais acentuadas: Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo vir) A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm Questões 1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO) Assinale a alternativa que contém duas palavras acentuadas conforme a mesma regra. (A) “Hambúrgueres” e “repórter”. (B) “Inacreditáveis” e “repórter”. (C) “Índice” e “dólares”. (D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”. (E) “Atribuídos” e “índice”. Comentários: (A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = paroxítona (B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paroxítona (C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxítona (D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra do hiato (E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparoxítona RESPOSTA: “B”. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 60 www.apostilasmetodo.com.br 2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – FUNDATEC) Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação gráfica. I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’ seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua portuguesa. II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vários’ e ‘país’ não é a mesma. III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente. IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em situação de uso, quanto à flexão de número. Quais estão corretas? A) Apenas I e III. B) Apenas II e IV. C) Apenas I, II e IV. D) Apenas II, III e IV. E) I, II, III e IV. Comentários: I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’ seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão verbos (correta) II. A regra que explica a acentuaçãodas palavras ‘vá- rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona terminada em ditongo; país é a regra do hiato (correta) III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta. IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em situação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é utilizado para a terceira pessoa do plural (correta) RESPOSTA: “C”. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 61 www.apostilasmetodo.com.br Domínio dos mecanismos de coesão textual. Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e outros elementos de sequenciação textual. Mecanismos de coesão textual Dentro de um texto são usadas palavras que se relacionam para dar sentido a ele. Esta relação entre as palavras que é feita através de preposições, conjunções, pronomes, advérbios e locuções verbais é chamado de coesão textual. A coesão textual trata a articulação entre as partes do texto. É a articulação entre as palavras, períodos e parágrafos. Falar em coesão é falar em endófora e exófora. Endófora: Expressão que faz referência a algo que está dentro do texto. Ex.: Eu vi o João hoje. Ele estava sentado lá na praça. Ele é uma expressão endófora porque está se referindo a outra parte do texto. Exófora: Expressão que faz referência a algo que está fora do texto, ou seja, não está no mesmo texto. Ex.: Você vai se arrepender de ter feito aquilo. Aquilo é uma expressão exófora, por que está se referindo a algo que está fora do texto. Existem vários elementos (coesão) que ajudam para ter uma coesão textual. Tipos de coesão Coesão referencial (referenciação/referência) É quando um termo é substituído, referindo-se a um outro elemento do texto Muitas vezes no decorrer de um texto repetimos várias vezes uma palavra, deixando o texto sem coesão. Os elementos de referenciação tem como objetivo evitar esta repetição de termos que já foram ditos no texto. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 62 www.apostilasmetodo.com.br A referenciação ocorre quando acontece o fenômeno endófora, que é dividida por meio de dois movimentos, anáfora (retrospectivo) e catáfora (progressivo) Anáfora: expressão que retoma uma ideia anteriormente expressa (retrospectivo). É quando um termo que já foi dito é recuperado. Ex.: João não quis jogar ontem. Criticá-lo agora, só piora a situação. O “lo” retoma “João” A indústria automobilística não cresceu em 2019. Mas apesar disso, ela está otimista para 2020. “Ela” retoma “indústria automobilística”. Catáfora: expressão que faz referência a um termo que será citado posteriormente no texto, ou sejam antecipa uma expressão posterior do texto. Exs.: Só desejamos isto: aumento salarial! “Isto” só é recuperado depois de verificar a expressão “aumento salarial” que aparece posteriormente no texto. Coesão por substituição Baseia-se na substituição de um nome (pessoa, objeto e etc…), verbo ou partes do texto por palavras ou expressão que tenha sentido aproximado, evitando a repetição. A coesão por substituição emprega palavras e expressões que retomam termos por meio da anáfora. Ex.: O Papa Francisco visitou o Brasil em 2013. Sua santidade acenou aos fiéis na praia de Copacabana. “Papa Francisco” foi substituído por “Sua santidade” Outro exemplo é substituir Rio de Janeiro por capital carioca. Na substituição também pode ser usadas palavras que retomam outras já faladas, mas dando uma nova definição a ela sem que exista uma relação total com esta palavra. Ex.: Minha mãe pediu uma pizza de calabresa e eu pedi uma de salaminho. Coesão por Conjunção Estabelece relação entre os elementos do texto através de conjunções. Ele estava fraco porque não se alimentou direito. (causa) Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 63 www.apostilasmetodo.com.br Ele estava fraco, mas, mesmo assim, terminou a partida (adversidades) Coesão por elipse Ocorre quando elemento do texto é omitido (retirado) em algum dos contextos em que deveria ocorrer, sem comprometer a clareza das ideias e assim evitando a repetição. Ex.: – João vai comprar a bicicleta? – Sim! Omitiu o sujeito João, mas o texto continuou com clareza. Cristina está fazendo o café e, ao mesmo tempo, assiste ao filme Se não tivesse omitido Cristina na segunda expressão ficaria assim: Cristina está fazendo café e, ao mesmo tempo, Cristina assiste ao filme. Coesão Lexical: Coesão lexical por repetição (reiteração) Emprega palavras repetidas com o objetivo de realçar ou reforçar uma ideia. Pode ser usado a mesma palavra, sinônimos, antônimos, hiperônimos ou expressões nominais definidas Ex.: Questionar não é duvidar, questionar é querer saber mais! Paris, a cidade-luz, continua linda. Coesão lexical por substituição: Substitui termos por outro sem perder o sentido. Pode ser usado sinônimo, antônimo ou hiperônimo. Ex.: O seu cavalo é muito bonito. Onde você comprou este equino? Coesão sequencial Para a coesão sequencial, são usados conjunções, conectivos e expressões que dão continuidade aos assuntos e ligam as orações para que possam ser articuladas e relacionadas. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 64 www.apostilasmetodo.com.br A coesão textual usa expressões que são responsáveis pela coesão sequencial nos textos. Adição/inclusão: Além disso, também, até; é certo que… Oposição: Todavia, mas, porém… Afirmação/igualdade: Na verdade, realmente… Exclusão: Senão, apenas, exceto… Enumeração: A princípio, em… Explicação: Como vimos, portanto, isto é, por exemplo… Conclusão: Por fim, finalmente, em última análise… Continuação: No geral, por sua vez… Coesão textual: Conectores principais Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 65 www.apostilasmetodo.com.br Emprego/correlação de tempos e modos verbais. Emprego de tempos verbais: Seria o tempo verbal, ou seja, se o verbo indica algo que já realizou, está realizando ou se ainda realizará. Temos três tempos verbais: Passado ou pretérito, presente e futuro. Pretérito ou passado: Aconteceu antes do instante que se fala. Ex.: Ontem fui à academia mais cedo. Presente: Acontece no instante da fala Ex.: Eu treino nesta academia Futuro: Acontecerá depois do instante da fala. Ex.: Irei à academia daqui umas duas horas O pretérito pode ser: Pretérito perfeito: O fato passado foi concluído totalmente Ex.: Ele estudou toda a matéria hoje de manhã. Pretérito imperfeito: O fato passado não foi concluído totalmente. Ex.: Ele conversava muito durante a aula. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 66 www.apostilasmetodo.com.br Pretérito mais-que-perfeito: O fato passado é anterior a outro fato também passado e terminado. Ex.: Quando eu cheguei na festa, ele já tinha saído O futuro pode ser: Futuro do presente: O fato acontece após o momento da fala, mas já terminado antes de outro fato futuro. Ex.: Quando sua mãe chegar, eu contarei tudo para ela. Futuro do pretérito: Um fato futuro que pode ocorrer depois de um fato passado. Ex.: Se eu tivesse os livros, estudaria nas férias. Emprego de modos verbais: Indicativo – mostra uma certeza. A pessoa que fala é precisa sobre o fato. Ex.: Eu gosto de feijoada. Subjuntivo – Mostra incerteza. A pessoa fala mostra dúvida sobre o fato Ex.: Talvez eu viaje no final de semana. Imperativo – mostra uma atitude de ordem ou solicitação Ex.: Não jogue bola agora. NÃO PERCA!! APOSTILA IBAMA 2021 https://www.novaconcursos.com.br/apostila/ibama-pdf-tecnico-ambiental?acc=e17fd08cb4fe1270d4e0495766131f05 Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 67 www.apostilasmetodo.com.br APOSTILA CONCURSO PM-AL 2021 IMPERDÍVEL APOSTILA OPÇÃO IBAMA 2021 Formas nominais do verbo: O verbo pode terfunções de nomes (nominais), como substantivo, adjetivo e advérbio. Infinitivo impessoal (não flexiona o verbo): dá significado ao verbo de modo indefinido e vago. Ele deve ser usado em locuções verbais, sem sujeito definido, com sentido imperativo e etc.. Ex.: É preciso amar Infinitivo pessoal (flexiona o verbo): Ele deve ser usado com sujeito definido, quando desejar determinar o sujeito, quando o sujeito da segunda oração for diferente e quando uma ação for correspondente. Eu pedi para as crianças lerem mais. 1ª pessoa do singular: sem desinências (eu) estudar (1ª conjugação) aprender (2ª conjugação) partir (3ª conjugação) 2ª pessoa do singular: Radical + ES (tu) estudar + es aprenderes partires 3ª pessoa do singular: sem desinências (eles) estudar aprender https://www.apostilasopcao.com.br/apostila/pm-am-pdf-soldado-policia-militar-masculino-feminino?afiliado=13148 https://www.apostilasopcao.com.br/apostila/ibama-pdf-tecnico-ambiental?afiliado=13148 Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 68 www.apostilasmetodo.com.br partir 1ª pessoa do plural: Radical + MOS (nós) estudar + mos aprendermos partirmos 2ª pessoa do plural: Radical + DES (vós) estudar + des aprenderdes partirdes 3ª pessoa do plural: Radical + EM (eles) estudar + em aprenderem partirem Gerúndio: pode servir como adjetivo ou advérbio. A ação está acontecendo no momento que se fala. Ex.: eu estou falando com você Na escola havia meninos vendendo picolés (função de adjetivo) Quando estava saindo de casa, vi um carro branco. (função de advérbio). Particípio: Resultado de uma ação que terminou, podendo flexionar em gênero número e grau. È usado na formação dos tempos compostos. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 69 www.apostilasmetodo.com.br O João tem dormido cedo nas últimas semanas. Pontuação Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor a coesão e a coerência textual, além de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Um texto escrito adquire diferentes significados quando pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação depende, em certos momentos, da intenção do autor do discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente relacionados ao contexto e ao interlocutor. Principais funções dos sinais de pontuação Ponto (.) 1- Indica o término do discurso ou de parte dele, encerrando o período. 2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Companhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de período, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo: Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e não “etc..”) 3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do ponto, assim como após o nome do autor de uma citação: Haverá eleições em outubro O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) 4- Os números que identificam o ano não utilizam ponto nem devem ter espaço a separá-los, bem como os números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. Ponto e Vírgula ( ; ) 1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA). 2- Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, montanhas, frio e cobertor. 3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos, decreto de lei, etc. Ir ao supermercado; Pegar as crianças na escola; Caminhada na praia; Reunião com amigos. Dois pontos (:) Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 70 www.apostilasmetodo.com.br 1- Antes de uma citação Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: 2- Antes de um aposto Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite. 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a rotina de sempre. 4- Em frases de estilo direto Maria perguntou: - Por que você não toma uma decisão? Ponto de Exclamação (!) 1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, súplica, etc. Sim! Claro que eu quero me casar com você! 2- Depois de interjeições ou vocativos Ai! Que susto! João! Há quanto tempo! Ponto de Interrogação (?) Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo) Reticências (...) 1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis, canetas, cadernos... 2- Indica interrupção violenta da frase. “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!” 3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este mal... pega doutor? 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa, depois, o coração falar... Vírgula (,) Não se usa vírgula: * separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se diretamente entre si: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 71 www.apostilasmetodo.com.br Usa-se a vírgula: - Para marcar intercalação: a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, vem caindo de preço. b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos. c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão dos lucros altos. - Para marcar inversão: a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas. b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de 1982. - Para separar entre si elementos coordenados (dispostos em enumeração): Era um garoto de 15 anos, alto, magro. A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais. - Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco. - Para isolar: - o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito caótico. - o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. Observações: - Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expressão latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria dispensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. Precedido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. - As perguntas que denotam surpresa podem ter combinados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você falou isso para ela?! - Temos, ainda, sinais distintivos: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 72 www.apostilasmetodo.com.br 1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), separação de siglas (IOF/UPC); 2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção aos parênteses, principalmente na matemática; 3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um nome que não se quer mencionar. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 73 www.apostilasmetodo.com.br Questões 1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação está correta em: A) Hagar disse, que não iria. B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bifes e lagostas, aos vizinhos. C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas: para Hagar e Helga D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Hagar à Helga. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pelos Stevensens, para jantar bifes e lagostas. Comentários: A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre verbo e seu complemento (objeto)B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bifes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e seu complemento (objeto) C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas para Hagar e Helga. D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Hagar à Helga. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pelos Stevensens, para jantar bifes e lagostas. RESPOSTA: “E”. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 74 www.apostilasmetodo.com.br 2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRABALHO – CESPE) A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”. ( ) CERTO ( ) ERRADO Comentários: Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predicado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado entre pontuações. Exemplos: O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os meninos, ansiosos (2), chegaram! RESPOSTA: “CERTO”. 3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB) Em apenas uma das opções a vírgula foi corretamente empregada. Assinale-a. A) No dia seguinte, estavam todos cansados. B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas. C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas perplexas. D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fundamental. E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em pequena parte do território. Comentários: A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se separa sujeito do predicado (o sujeito está no final). C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas perplexas = não se separa sujeito do predicado. D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fundamental = não se separa sujeito do predicado. E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em pequena parte do território. = não se separa sujeito do predicado RESPOSTA: “A” Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 75 www.apostilasmetodo.com.br Correspondência oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República): aspectos gerais da redação oficial; finalidade dos expedientes oficiais; adequação da linguagem ao tipo de documento; adequação do formato do texto ao gênero. Conceito Entende-se por Redação Oficial o conjunto de normas e práticas que devem reger a emissão dos atos normativos e comunicações do poder público, entre seus diversos organismos ou nas relações dos órgãos públicos com as entidades e os cidadãos. A Redação Oficial inscreve‑se na confluência de dois universos distintos: a forma rege‑se pelas ciências da linguagem (morfologia, sintaxe, semântica, estilística etc.); o conteúdo submete‑se aos princípios jurídico‑administrativos impostos à União, aos Estados e aos Municípios, nas esferas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Pertencente ao campo da linguagem escrita, a Redação Oficial deve ter as qualidades e características exigidas do texto escrito destinado à comunicação impessoal, objetiva, clara, correta e eficaz. Por ser “oficial”, expressão verbal dos atos do poder público, essa modalidade de redação ou de texto subordina‑se aos princípios constitucionais e administrativos aplicáveis a todos os atos da administração pública, conforme estabelece o artigo 37 da Constituição Federal: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eifciência ( ... )”. A forma e o conteúdo da Redação Oficial devem convergir na produção dos textos dessa natureza, razão pela qual, muitas vezes, não há como separar uma do outro. Indicam‑se, a seguir, alguns pressupostos de como devem ser redigidos os textos oficiais. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 76 www.apostilasmetodo.com.br Padrão culto do idioma A redação oficial deve observar o padrão culto do idioma quanto ao léxico (seleção vocabular), à sintaxe (estrutura gramatical das orações) e à morfologia (ortografa, acentuação gráfica etc.). Por padrão culto do idioma deve‑se entender a língua referendada pelos bons gramáticos e pelo uso nas situações formais de comunicação. Devem‑se excluir da Redação Oficial a erudição minuciosa e os preciosismos vocabulares que criam entraves inúteis à compreensão do significado. Não faz sentido usar “perfunctório” em lugar de “superficial” ou “doesto” em vez de “acusação” ou “calúnia”. São descabidos também as citações em língua estrangeira e os latinismos, tão ao gosto da linguagem forense. Os manuais de Redação Oficial, que vários órgãos têm feito publicar, são unânimes em desaconselhar a utilização de certas formas sacramentais, protocolares e de anacronismos que ainda se leem em documentos oficiais, como: “No dia 20 de maio, do ano de 2011 do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo”, que permanecem nos registros cartorários antigos. Não cabem também, nos textos oficiais, coloquialismos, neologismos, regionalismos, bordões da fala e da linguagem oral, bem como as abreviações e imagens sígnicas comuns na comunicação eletrônica. Diferentemente dos textos escolares, epistolares, jornalísticos ou artísticos, a Redação Oficial não visa ao efeito estético nem à originalidade. Ao contrário, impõe uniformidade, sobriedade, clareza, objetividade, no sentido de se obter a maior compreensão possível com o mínimo de recursos expressivos necessários. Portarias lavradas sob forma poética, sentenças e despachos escritos em versos rimados pertencem ao “folclore” jurídico‑administrativo e são prática inaceitáveis nos textos oficiais. São também inaceitáveis nos textos oficiais os vícios de linguagem, provocados por descuido ou ignorância, que constituem desvios das normas da língua‑padrão. Enumeram‑se, a seguir, alguns desses vícios: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 77 www.apostilasmetodo.com.br - Barbarismos: São desvios: ‑ da ortografa: “advinhar” em vez de adivinhar; “excessão” em vez de exceção. ‑ da pronúncia: “rúbrica” em vez de rubrica. ‑ da morfologia: “interviu” em vez de interveio. ‑ da semântica: desapercebido (sem recursos) em vez de despercebido (não percebido, sem ser notado). ‑ pela utilização de estrangeirismos: galicismo (do francês): “mise‑en‑scène” em vez de encenação; anglicismo (do inglês): “delivery” em vez de entrega em domicílio. - Arcaísmos: Utilização de palavras ou expressões ana‑ crônicas, fora de uso. Ex.: “asinha” em vez de ligeira, de pressa. - Neologismos: Palavras novas que, apesar de forma das de acordo com o sistema morfológico da língua, ainda não foram incorporadas pelo idioma. Ex.: “imexível” em vez de imóvel, que não se pode mexer; “talqualmente” em vez de igualmente. - Solecismos: São os erros de sintaxe e podem ser: ‑ de concordância: “sobrou” muitas vagas em vez de sobraram. ‑ de regência: os comerciantes visam apenas “o lucro” em vez de ao lucro. ‑ de colocação: “não tratava‑se” de um problema sério em vez de não se tratava. - Ambiguidade: Duplo sentido não intencional. Ex.: O desconhecido falou‑me de sua mãe. (Mãe de quem? Do desconhecido? Do interlocutor?) - Cacófato: Som desagradável, resultante da junção de duas ou mais palavras da cadeia da frase. Ex.: Darei um prêmio por cada eleitor que votar em mim (por cada e porcada). - Pleonasmo: Informação desnecessariamente redundante. Exemplos: As pessoas pobres, que não têm dinheiro, vivem na miséria; os moralistas, que se preocupam com a moral, vivem vigiando as outras pessoas. A Redação Oficial supõe, como receptor, um operador linguístico dotado de um repertório vocabular e de uma articulação verbal minimamente compatíveis com o registro médio da linguagem.Nesse sentido, deve ser um texto neutro, sem facilitações que intentem suprir as deficiências cognitivas de leitores precariamente alfabetizados. Como exceção, citam‑se as campanhas e comunicados destinados a públicos específicos, que fazem uma aproximação com o registro linguístico do público‑alvo. Mas esse é um campo que Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 78 www.apostilasmetodo.com.br refoge aos objetivos deste material, para se inserir nos domínios e técnicas da propaganda e da persuasão. Se o texto oficial não pode e não deve baixar ao nível de compreensão de leitores precariamente equipados quanto à linguagem, fica evidente o falo de que a alfabetização e a capacidade de apreensão de enunciados são condições inerentes à cidadania. Ninguém é verdadeiramente cidadão se não consegue ler e compreender o que leu. O domínio do idioma é equipamento indispensável à vida em sociedade. Impessoalidade e Objetividade Ainda que possam ser subscritos por um ente público (funcionário, servidor etc.), os textos oficiais são expressão do poder público e é em nome dele que o emissor se comunica, sempre nos termos da lei e sobre atos nela fundamentados. Não cabe na Redação Oficial, portanto, a presença do “eu” enunciador, de suas impressões subjetivas, sentimentos ou opiniões. Mesmo quando o agente público manifesta‑se em primeira pessoa, em formas verbais comuns como: declaro, resolvo, determino, nomeio, exonero etc., é nos termos da lei que ele o faz e é em função do cargo que exerce que se identifica e se manifesta. O que interessa é aquilo que se comunica, é o conteúdo, o objeto da informação. A impessoalidade contribui para a necessária padronização, reduzindo a variabilidade da linguagem a certos padrões, sem o que cada texto seria suscetível de inúmeras interpretações. Por isso, a Redação Oficial não admite adjetivação. O adjetivo, ao qualificar, exprime opinião e evidencia um juízo de valor pessoal do emissor. São inaceitáveis também a pontuação expressiva, que amplia a significação (! ... ), ou o emprego de interjeições (Oh! Ah!), que funcionam como índices do envolvimento emocional do redator com aquilo que está escrevendo. Se nos trabalhos artísticos, jornalísticos e escolares o estilo individual é estimulado e serve como diferencial das qualidades autorais, a função pública impõe a despersonalização do sujeito, do agente público que emite a comunicação. São inadmissíveis, portanto, as marcas individualizadoras, as ousadias estilísticas, a linguagem metafórica ou a elíptica e alusiva. A Redação Oficial prima pela denotação, pela sintaxe clara e pela economia vocabular, ainda que essa regularidade imponha certa “monotonia burocrática” ao discurso. Reafirma‑se que a intermediação entre o emissor e o receptor nas Redações Oficiais é o código linguístico, dentro do padrão culto do idioma; uma linguagem “neutra”, referendada pelas gramáticas, dicionários e pelo uso em situações formais, acima das diferenças individuais, regionais, de classes sociais e de níveis de escolaridade. Formalidade e Padronização Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 79 www.apostilasmetodo.com.br As comunicações oficiais impõem um tratamento polido e respeitoso. Na tradição ibero‑americana, afeita a títulos e a tratamentos reverentes, a autoridade pública revela sua posição hierárquica por meio de formas e de pronomes de tratamento sacramentais. “Excelentíssimo”, “Ilustríssimo”, “Meritíssimo”, “Reverendíssimo” são vocativos que, em algumas instâncias do poder, tornaram‑se inevitáveis. Entenda‑se que essa solenidade tem por consideração o cargo, a função pública, e não a pessoa de seu exercente. Vale lembrar que os pronomes de tratamento são obrigatoriamente regidos pela terceira pessoa. São erros muito comuns construções como “Vossa Excelência sois bondoso(a)”; o correto é “Vossa Excelência é bondoso(a)”. A utilização da segunda pessoa do plural (vós), com que os textos oficiais procuravam revestir‑se de um tom solene e cerimonioso no passado, é hoje incomum, anacrônica e pedante, salvo em algumas peças oratórias envolvendo tribunais ou juízes, herdeiras, no Brasil, da tradição retórica de Rui Barbosa e seus seguidores. Outro aspecto das formalidades requeridas na Redação Oficial é a necessidade prática de padronização dos expedientes. Assim, as prescrições quanto à diagramação, espaçamento, caracteres tipográfcos etc., os modelos inevitáveis de ofício, requerimento, memorando, aviso e outros, além de facilitar a legibilidade, servem para agilizar o andamento burocrático, os despachos e o arquivamento. É também por essa razão que quase todos os órgãos públicos editam manuais com os modelos dos expedientes que integram sua rotina burocrática. A Presidência da República, a Câmara dos Deputados, o Senado, os Tribunais Superiores, enfim, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário têm os próprios ritos na elaboração dos textos e documentos que lhes são pertinentes. Concisão e Clareza Houve um tempo em que escrever bem era escrever “difícil”. Períodos longos, subordinações sucessivas, vocábulos raros, inversões sintáticas, adjetivação intensiva, enumerações, gradações, repetições enfáticas já foram considerados virtudes estilísticas. Atualmente, a velocidade que se impõe a tudo o que se faz, inclusive ao escrever e ao ler, tornou esses recursos quase sempre obsoletos. Hoje, a concisão, a economia vocabular, a precisão lexical, ou seja, a eficácia do discurso, são pressupostos não só da Redação Oficial, mas da própria literatura. Basta observar o estilo “enxuto” de Graciliano Ramos, de Carlos Drummond de Andrade, de João Cabral de Melo Neto, de Dalton Trevisan, mestres da linguagem altamente concentrada. Não têm mais sentido os imensos “prolegômenos” e “exórdios” que se repetiam como ladainhas nos textos oficiais, como o exemplo risível e caricato que segue: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 80 www.apostilasmetodo.com.br “Preliminarmente, antes de mais nada, indispensável se faz que nos valhamos do ensejo para congratularmo‑nos com Vossa Excelência pela oportunidade da medida proposta à apreciação de seus nobres pares. Mas, quem sou eu, humilde servidor público, para abordar questões de tamanha complexidade, a respeito das quais divergem os hermeneutas e exegetas. Entrementes, numa análise ainda que perfunctória das causas primeiras, que fundamentaram a proposição tempestivamente encaminhada por Vossa Excelência, indispensável se faz uma abordagem preliminar dos antecedentes imediatos, posto que estes antecedentes necessariamente antecedem os consequentes”. Observe que absolutamente nada foi dito ou informado. As Comunicações Oficiais. A redação das comunicações oficiais obedece a preceitos de objetividade, concisão, clareza, impessoalidade, formalidade, padronização e correção gramatical. Além dessas, há outras características comuns à comunicação oficial, como o emprego de pronomes de tratamento, o tipo de fecho (encerramento) de uma correspondência e a forma de identificação do signatário, conforme define o Manual de Redação da Presidência da República. Outros órgãos e instituições do poder público também possuem manual de redação próprio, como a Câmara dos Deputados, o Senado Federal, o Ministério das Relações Exteriores, diversos governos estaduais, órgãos do Judiciário etc. Pronomes de Tratamento A regra diz que toda comunicação oficial deve ser formal e polida, isto é, ajustada não apenas às normas gramaticais, como também às normas de educação e corte‑ sia. Para isso, é fundamental o emprego de pronomes de tratamento, que devem ser utilizados de forma correta, de acordo com o destinatário e as regras gramaticais. Embora os pronomes de tratamento se refiram à segunda pessoa (Vossa Excelência, Vossa Senhoria), a concordância é feita em terceira pessoa.Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 81 www.apostilasmetodo.com.br Concordância verbal: Vossa Senhoria falou muito bem. Vossa Excelência vai esclarecer o tema. Vossa Majestade sabe que respeitamos sua opinião. Concordância pronominal: Pronomes de tratamento concordam com pronomes possessivos na terceira pessoa. Vossa Excelência escolheu seu candidato. (e não “vosso...”) Concordância nominal: Os adjetivos devem concordar com o sexo da pessoa a que se refere o pronome de tratamento. Vossa Excelência ficou confuso. (para homem) Vossa Excelência ficou confusa. (para mulher) Vossa Senhoria está ocupado. (para homem) Vossa Senhoria está ocupada. (para mulher) Sua Excelência ‑ de quem se fala (ele/ela). Vossa Excelência ‑ com quem se fala (você) Emprego dos Pronomes de Tratamento As normas a seguir fazem parte do Manual de Redação da Presidência da República. Vossa Excelência: É o tratamento empregado para as seguintes autoridades: ‑ Do Poder Executivo - Presidente da República; Vice‑presidente da República; Ministros de Estado; Governadores e vice‑governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários‑executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais. ‑ Do Poder Legislativo - Deputados Federais e Senadores; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. ‑ Do Poder Judiciário - Ministros dos Tribunais Superiores; Membros de Tribunais; Juízes; Auditores da Justiça Militar. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 82 www.apostilasmetodo.com.br Vocativos O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos chefes de poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. As demais autoridades devem ser tratadas com o vocativo Senhor ou Senhora, seguido do respectivo cargo: Senhor Senador / Senhora Senadora; Senhor Juiz/ Senhora Juíza; Senhor Ministro / Senhora Ministra; Senhor Governador / Senhora Governadora. Endereçamento De acordo com o Manual de Redação da Presidência, no envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, deve ter a seguinte forma: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado da Justiça 70064‑900 ‑ Brasília. DF A Sua Excelência o Senhor Senador Fulano de Tal Senado Federal 70165‑900 ‑ Brasília. DF A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Juiz de Direito da l0ª Vara Cível Rua ABC, nº 123 01010‑000 ‑ São Paulo. SP Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 83 www.apostilasmetodo.com.br Conforme o Manual de Redação da Presidência, “em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD) às autoridades na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida evocação”. Vossa Senhoria: É o pronome de tratamento empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é: Senhor Fulano de Tal / Senhora Fulana de Tal. No envelope, deve constar do endereçamento: Ao Senhor Fulano de Tal Rua ABC, nº 123 70123‑000 – Curitiba.PR Conforme o Manual de Redação da Presidência, em comunicações oficiais “fica dispensado o emprego do superlativo Ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. O Manual também esclarece que “doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico”. Por isso, recomenda‑se empregá‑lo apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham concluído curso de doutorado. No entanto, ressalva‑se que “é costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina”. Vossa Magnificência: É o pronome de tratamento dirigido a reitores de universidade. Corresponde‑lhe o vocativo: Magnífico Reitor. Vossa Santidade: É o pronome de tratamento empregado em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo cor‑ respondente é: Santíssimo Padre. Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima: São os pronomes empregados em comunicações dirigidas a cardeais. Os vocativos correspondentes são: Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal. Nas comunicações oficiais para as demais autoridades eclesiásticas são usados: Vossa Excelência Reverendíssima (para arcebispos e bispos); Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima (para monsenhores, cônegos e superiores religiosos); Vossa Reverência (para sacerdotes, clérigos e demais religiosos). Fechos para Comunicações De acordo com o Manual da Presidência, o fecho das comunicações oficiais “possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário”, ou seja, o fecho é a maneira de quem expede a comunicação despedir‑se de seu destinatário. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 84 www.apostilasmetodo.com.br Até 1991, quando foi publicada a primeira edição do atual Manual de Redação da Presidência da República, havia 15 padrões de fechos para comunicações oficiais. O Manual simplificou a lista e reduziu‑os a apenas dois para todas as modalidades de comunicação oficial. São eles: Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive o presidente da República. Atenciosamente: para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior. “Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atenderem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores”, diz o Manual de Redação da Presidência da República. A utilização dos fechos “Respeitosamente” e “Atenciosamente” é recomendada para os mesmos casos pelo Manual de Redação da Câmara dos Deputados e por outros manuais oficiais. Já os fechos para as cartas particulares ou informais ficam a critério do remetente, com preferência para a expressão “Cordialmente”, para encerrar a correspondência de forma polida e sucinta. Identificação do Signatário Conforme o Manual de Redação da Presidência do República, com exceção das comunicações assinadas pelo presidente da República, em todas as comunicações oficiais devem constar o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte: (espaço para assinatura) Nome Chefe da Secretaria‑Geral da Presidência da República (espaço para assinatura) Nome Ministro de Estado da Justiça “Para evitar equívocos, recomenda‑se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho”, alerta o Manual. Padrões e Modelos O Padrão Ofício Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 85 www.apostilasmetodo.com.br O Manual de Redação da Presidência da República lista três tipos de expediente que, embora tenham finalidades diferentes, possuem formas semelhantes: Ofício, Aviso e Memorando. A diagramação proposta para esses expedientes é denominada padrão ofício. O Ofício, o Aviso e o Memorando devem conter as seguintes partes: - Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede. Exemplos: Of. 123/2002‑MME Aviso 123/2002‑SG Mem. 123/2002‑MF - Local e data. Devem vir por extenso com alinhamento à direita. Exemplo: Brasília, 20 de maio de 2011 - Assunto. Resumo do teor do documento. Exemplos: Assunto: Produtividade do órgão em 2010. Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores. -Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação. No caso do ofício, deve ser incluído também o endereço. - Texto. Nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura: Introdução: que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre‑me informar que”, empregue a forma direta; Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; Conclusão: em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendada sobre o assunto. Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos. Quando se tratar de mero encaminhamento de documentos, a estrutura deve ser a seguinte: Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 86 www.apostilasmetodo.com.br comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula: “Em resposta ao Aviso nº 112, de 10 de fevereiro de 2011, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 2010, do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do servidor Fulano de Tal.” ou “Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do telegrama nº 112, de 11 de fevereiro de 2011, do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.” Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento. ‑ Fecho. ‑ Assinatura. ‑ Identificação do Signatário Forma de Diagramação Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte forma de apresentação: ‑ deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; ‑ para símbolos não existentes na fonte Times New Roman, poder‑se‑ão utilizar as fontes symbol e Wíngdings; ‑ é obrigatório constar a partir da segunda página o número da página; ‑ os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem espelho”); ‑ o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda; ‑ o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo 3,0 cm de largura; ‑ o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 87 www.apostilasmetodo.com.br ‑ deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco; ‑ não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento; ‑ a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e ilustrações; ‑ todos os tipos de documento do padrão ofício devem ser impressos em papel de tamanho A‑4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm; ‑ deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto; ‑ dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos; ‑ para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do documento + palavras‑chave do conteúdo. Exemplo: “Of. 123 ‑ relatório produtividade ano 2010” Aviso e Ofício (Comunicação Externa) São modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particulares. Quanto a sua forma, Aviso e Ofício seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário, seguido de vírgula. Exemplos: Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Senhora Ministra, Senhor Chefe de Gabinete, Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente: ‑ nome do órgão ou setor; ‑ endereço postal; Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 88 www.apostilasmetodo.com.br ‑ telefone e endereço de correio eletrônico. Obs: Modelo no final da matéria. Memorando ou Comunicação Interna O Memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata‑se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes etc. a serem adotados por determinado setor do serviço público. Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar‑se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior transparência a tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no memorando. Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Exemplos: Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos. Obs: Modelo no final da matéria. Exposição de Motivos É o expediente dirigido ao presidente da República ou ao vice‑presidente para: ‑ informá‑lo de determinado assunto; ‑ propor alguma medida; ou ‑ submeter a sua consideração projeto de ato normativo. Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial. Formalmente a exposição de motivos tem a apresentação do padrão ofício. De acordo com sua finalidade, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 89 www.apostilasmetodo.com.br caráter exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo. No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício. Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada ou a que lhe apresente projetode ato normativo, embora sigam também a estrutura do padrão ofício, além de outros comentários julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar: ‑ na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medida ou do ato normativo proposto; ‑ no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e eventuais alternativas existentes para equacioná‑lo; ‑ na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte modelo previsto no Anexo II do Decreto nº 4.1760, de 28 de março de 2010. Anexo à exposição de motivos do (indicar nome do Ministério ou órgão equivalente) nº ______, de ____ de ______________ de 201_. ‑ Síntese do problema ou da situação que reclama providências; ‑ Soluções e providências contidas no ato normativo ou na medida proposta; ‑ Alternativas existentes às medidas propostas. Mencionar: ‑ se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; ‑ se há projetos sobre a matéria no Legislativo; ‑ outras possibilidades de resolução do problema. ‑ Custos. Mencionar: ‑ se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orçamentária anual; se não, quais as alternativas para custeá‑la; ‑ se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orçamentária anual; se não, quais as alternativas para custeá‑la; Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 90 www.apostilasmetodo.com.br ‑ valor a ser despendido em moeda corrente; ‑ Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente se o ato proposto for medida provisória ou projeto de lei que deva tramitar em regime de urgência). Mencionar: ‑ se o problema configura calamidade pública; ‑ por que é indispensável a vigência imediata; ‑ se se trata de problema cuja causa ou agravamento não tenham sido previstos; ‑ se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já prevista. ‑ Impacto sobre o meio ambiente (somente que o ato ou medida proposta possa vir a tê‑lo) ‑ Alterações propostas. Texto atual, Texto proposto; ‑ Síntese do parecer do órgão jurídico. Com base em avaliação do ato normativo ou da medida proposta à luz das questões levantadas no item 10.4.3. A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acarretar, a critério da Subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o exame ou se reformule a proposta. O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de motivos que proponham a adoção de alguma medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade: ‑ permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver; ‑ ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do problema e dos defeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Executivo (v. 10.4.3.) ‑ conferir perfeita transparência aos atos propostos. Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo, o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam‑se e formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação profunda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá o problema. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 91 www.apostilasmetodo.com.br Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (nomeação, promoção, ascenção, transferência, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exoneração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é necessário o encaminhamento do formulário de anexo à exposição de motivos. Ressalte‑se que: ‑ a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico não dispensa o encaminhamento do parecer completo; ‑ o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos comentários a serem alí incluídos. Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a atenção aos requisitos básicos da Redação Oficial (clareza, concisão, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou em parte. Mensagem É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e da Nação. Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação final. Telegrama Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda comunicação ofcial expedida por meio de telegrafa, telex etc. Por se tratar de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir‑se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, também em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação deve pautar‑se pela concisão. Não há padrão rígido, devendo‑se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 92 www.apostilasmetodo.com.br Obs: Modelo no final da matéria. Fax O fax (forma abreviada já consagrada de fac‑símile) é uma forma de comunicação que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há premência, quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela via e na forma de praxe. Se necessário o arquivamento, deve‑se fazê‑lo com cópia xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapidamente. Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes. É conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha de rosto, isto é, de pequeno formulário com os dados de identificação da mensagem a ser enviada. Correio Eletrônico O correio eletrônico (“e‑mail”), por seu baixo custo e celeridade, transformou‑se na principal forma de comunicação para transmissão de documentos. Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve‑se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do destinatário quanto do remetente.Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo. Sempre que disponível, deve‑se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento. Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa ser aceita como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei. Apostila É o aditamento que se faz a um documento com o objetivo de retificação, atualização, esclarecimento ou fixar vantagens, evitando‑se assim a expedição de um novo título ou documento. Estrutura: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 93 www.apostilasmetodo.com.br ‑ Título: APOSTILA, centralizado. ‑ Texto: exposição sucinta da retificação, esclarecimento, atualização ou fixação da vantagem, com a menção, se for o caso, onde o documento foi publicado. ‑ Local e data. ‑ Assinatura: nome e função ou cargo da autoridade que constatou a necessidade de efetuar a apostila. Não deve receber numeração, sendo que, em caso de documento arquivado, a apostila deve ser feita abaixo dos textos ou no verso do documento. Em caso de publicação do ato administrativo originário, a apostila deve ser publicada com a menção expressa do ato, número, dia, página e no mesmo meio de comunicação oficial no qual o ato administrativo foi originalmente publicado, a fim de que se preserve a data de validade. Ata É o instrumento utilizado para o registro expositivo dos fatos e deliberações ocorridos em uma reunião, sessão ou assembleia. Estrutura: ‑ Título ‑ ATA. Em se tratando de atas elaboradas sequencialmente, indicar o respectivo número da reunião ou sessão, em caixa‑alta. ‑ Texto, incluindo: Preâmbulo ‑ registro da situação espacial e temporal e participantes; Registro dos assuntos abordados e de suas decisões, com indicação das personalidades envolvidas, se for o caso; Fecho ‑ termo de encerramento com indicação, se necessário, do redator, do horário de encerramento, de convocação de nova reunião etc. A ATA será assinada e/ou rubricada por todos os presentes à reunião ou apenas pelo presidente e relator, dependendo das exigências regimentais do órgão. A fim de se evitarem rasuras nas atas manuscritas, deve‑se, em caso de erro, utilizar o termo “digo”, seguido da informação correta a ser registrada. No caso de omissão de informações ou de erros constatados após a redação, usa‑se a expressão “Em tempo” ao final da ATA, com o registro das informações corretas. Carta É a forma de correspondência emitida por particular, ou autoridade com objetivo particular, não se confundindo com o memorando (correspondência interna) ou o ofício (correspondência externa), nos quais a autoridade que assina expressa uma opinião ou dá uma informação não sua, mas, sim, do órgão pelo qual responde. Em grande parte dos casos Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 94 www.apostilasmetodo.com.br da correspondência enviada por deputados, deve‑se usar a carta, não o memorando ou ofício, por estar o parlamentar emitindo parecer, opinião ou informação de sua responsabilidade, e não especificamente da Câmara dos Deputados. O parlamentar deverá assinar memorando ou ofício apenas como titular de função oficial específica (presidente de comissão ou membro da Mesa, por exemplo). Estrutura: ‑ Local e data. ‑ Endereçamento, com forma de tratamento, destinatário, cargo e endereço. ‑ Vocativo. ‑ Texto. ‑ Fecho. ‑ Assinatura: nome e, quando necessário, função ou cargo. Se o gabinete usar cartas com frequência, poderá numerá‑las. Nesse caso, a numeração poderá apoiar‑se no padrão básico de diagramação. O fecho da carta segue, em geral, o padrão da correspondência oficial, mas outros fechos podem ser usados, a exemplo de “Cordialmente”, quando se deseja indicar relação de proximidade ou igualdade de posição entre os correspondentes. Declaração É o documento em que se informa, sob responsabilidade, algo sobre pessoa ou acontecimento. Estrutura: ‑ Título: DECLARAÇÃO, centralizado. ‑ Texto: exposição do fato ou situação declarada, com finalidade, nome do interessado em destaque (em maiúsculas) e sua relação com a Câmara nos casos mais formais. ‑ Local e data. ‑ Assinatura: nome da pessoa que declara e, no caso de autoridade, função ou cargo. A declaração documenta uma informação prestada por autoridade ou particular. No caso de autoridade, a comprovação do fato ou o conhecimento da situação declarada deve serem razão do cargo que ocupa ou da função que exerce. Declarações que possuam características específicas podem receber uma qualificação, a exemplo da “declaração funcional”. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 95 www.apostilasmetodo.com.br Despacho É o pronunciamento de autoridade administrativa em petição que lhe é dirigida, ou ato relativo ao andamento do processo. Pode ter caráter decisório ou apenas de expediente. Estrutura: ‑ Nome do órgão principal e secundário. ‑ Número do processo. ‑ Data. ‑ Texto. ‑ Assinatura e função ou cargo da autoridade. O despacho pode constituir‑se de uma palavra, de uma expressão ou de um texto mais longo. Ordem de Serviço É o instrumento que encerra orientações detalhadas e/ ou pontuais para a execução de serviços por órgãos subordinados da Administração. Estrutura: ‑ Título: ORDEM DE SERVIÇO, numeração e data. ‑ Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade que expede o ato (em maiúsculas) e citação da legislação pertinente ou por força das prerrogativas do cargo, seguida da palavra “resolve”. ‑ Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido em itens, incisos, alíneas etc. ‑ Assinatura: nome da autoridade competente e indicação da função. A Ordem de Serviço se assemelha à Portaria, porém possui caráter mais específico e detalhista. Objetiva, essencialmente, a otimização e a racionalização de serviços. Parecer É a opinião fundamentada, emitida em nome pessoal ou de órgão administrativo, sobre tema que lhe haja sido submetido para análise e competente pronunciamento. Visa fornecer subsídios para tomada de decisão. Estrutura: ‑ Número de ordem (quando necessário). ‑ Número do processo de origem. ‑ Ementa (resumo do assunto). Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 96 www.apostilasmetodo.com.br ‑ Texto, compreendendo: Histórico ou relatório (introdução); Parecer (desenvolvimento com razões e justificativas); Fecho opinativo (conclusão). ‑ Local e data. ‑ Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista. Além do Parecer Administrativo, acima conceituado, existe o Parecer Legislativo, que é uma proposição, e, como tal, definido no art. 126 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. O desenvolvimento do parecer pode ser dividido em tantos itens (e estes intitulados) quantos bastem ao parecerista para o fim de melhor organizar o assunto, imprimindo‑lhe clareza e didatismo. Portaria É o ato administrativo pelo qual a autoridade estabelece regras, baixa instruções para aplicação de leis ou trata da organização e do funcionamento de serviços dentro de sua esfera de competência. Estrutura: ‑ Título: PORTARIA, numeração e data. ‑ Ementa: síntese do assunto. ‑ Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade que expede o ato e citação da legislação pertinente, seguida da palavra “resolve”. ‑ Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido em artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens. ‑ Assinatura: nome da autoridade competente e indicação do cargo. Certas portarias contêm considerandos, com as razões que justificam o ato. Neste caso, a palavra “resolve”vem depois deles. A ementa justifica-se em portarias de natureza normativa. Em portarias de matéria rotineira, como nos casos de nomeação e exoneração, por exemplo, suprime‑se a ementa. Relatório É o relato expositivo, detalhado ou não, do funcionamento de uma instituição, do exercício de atividades ou acerca do desenvolvimento de serviços específicos num determinado período. Estrutura: ‑ Título ‑ RELATÓRIO ou RELATÓRIO DE... Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 97 www.apostilasmetodo.com.br ‑ Texto ‑ registro em tópicos das principais atividades desenvolvidas, podendo ser indicados os resultados parciais e totais, com destaque, se for o caso, para os aspectos positivos e negativos do período abrangido. O cronograma de trabalho a ser desenvolvido, os quadros, os dados estatísticos e as tabelas poderão ser apresentados como anexos. ‑ Local e data. ‑ Assinatura e função ou cargo do(s) funcionário(s) relator(es). No caso de Relatório de Viagem, aconselha‑se registrar uma descrição sucinta da participação do servidor no evento (seminário, curso, missão oficial e outras), indicando o período e o trecho compreendido. Sempre que possível, o Relatório de Viagem deverá ser elaborado com vistas ao aproveitamento efetivo das informações tratadas no evento para os trabalhos legislativos e administrativos da Casa. Quanto à elaboração de Relatório de Atividades, deve‑se atentar para os seguintes procedimentos: ‑ abster‑se de transcrever a competência formal das unidades administrativas já descritas nas normas internas; ‑ relatar apenas as principais atividades do órgão; ‑ evitar o detalhamento excessivo das tarefas executadas pelas unidades administrativas que lhe são subordinadas; ‑ priorizar a apresentação de dados agregados, grandes metas realizadas e problemas abrangentes que foram solucionados; ‑ destacar propostas que não puderam ser concretizadas, identificando as causas e indicando as prioridades para os próximos anos; ‑ gerar um relatório final consolidado, limitado, se possível, ao máximo de dez páginas para o conjunto da Diretoria, Departamento ou unidade equivalente. Requerimento (Petição) É o instrumento por meio do qual o interessado requer a uma autoridade administrativa um direito do qual se julga detentor. Estrutura: ‑ Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou seja, da autoridade competente. ‑ Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do requerente (grafado em letras maiúsculas) e respectiva qualificação: nacionalidade, estado civil, profissão, documento de identidade, idade (se maior de 60 anos, para fins de preferência na tramitação do processo, segundo a Lei 10.741/03), e domicílio (caso o requerente seja servidor da Câmara dos Deputados, Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 98 www.apostilasmetodo.com.br precedendo à qualificação civil deve ser colocado o número do registro funcional e a lotação); Exposição do pedido, de preferência indicando os fundamentos legais do requerimento e os elementos probatórios de natureza fática. ‑ Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”. ‑ Local e data. ‑ Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo. Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação, rei‑ vindicação ou manifestação, o documento utilizado será um abaixo‑assinado, com estrutura semelhante à do requerimento, devendo haver identificação das assinaturas. A Constituição Federal assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder (art. 51, XXXIV, “a”), sendo que o exercício desse direito se instrumentaliza por meio de requerimento. No que concerne especificamente aos servi‑ dores públicos, a lei que institui o Regime único estabelece que o requerimento deve ser dirigido à autoridade competente para decidi‑lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente (Lei nº 8.112/90, art. 105). Protocolo O registro de protocolo (ou simplesmente “o protocolo“) é o livro (ou, mais atualmente, o suporte informático) em que são transcritos progressivamente os documentos e os atos em entrada e em saída de um sujeito ou entidade (público ou privado). Este registro, se obedecerem a normas legais, têm fé pública, ou seja, tem valor probatório em casos de controvérsia jurídica. O termo protocolo tem um significado bastante amplo, identificando-se diretamente com o próprio procedimento. Por extensão de sentido, “protocolo” significa também um trâmite a ser seguido para alcançar determinado objetivo (“seguir o protocolo”). A gestão do protocolo é normalmente confiada a uma repartição determinada, que recebe o material documentário do sujeito que o produz em saída e em entrada e os anota num registro (atualmente em programas informáticos), atribuindo-lhes um número e também uma posição de arquivo de acordo com suas características. O registro tem quatro elementos necessários e obrigatórios: ‑ Número progressivo. ‑ Data de recebimento ou de saída. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 99 www.apostilasmetodo.com.br ‑ Remetente ou destinatário. ‑ Registro, ou seja, breve resumo do conteúdo da correspondência Concordância verbal e nominal, regência verbal e nominal, acento indicativo de crase Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome (regência nominal) e seus complementos. Regência Verbal = Termo Regente: VERBO A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência, o que corresponde à diversidade de significados que estesverbos podem adquirir dependendo do contexto em que forem empregados. A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, contentar. A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agrado ou prazer”, satisfazer. Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agradar a alguém”. Saiba que: O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também nominal). As preposições são capazes de modificar completamente o sentido daquilo que está sendo dito. Cheguei ao metrô. Cheguei no metrô. No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A voluntária distribuía leite às crianças. A voluntária distribuía leite com as crianças. Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (objeto indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto (objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial). Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases distintas. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 100 www.apostilasmetodo.com.br 1-) Verbos Intransitivos Os verbos intransitivos não possuem complemento. É importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. - Chegar, Ir Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino ou direção são: a, para. - Comparecer O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a. Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último jogo. 2-) Verbos Transitivos Diretos Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuamcomo objetos diretos. Esses pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos. São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o verbo amar: Amo aquele rapaz. / Amo-o. Amo aquela moça. / Amo-a. Amam aquele rapaz. / Amam-no. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais): Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira) Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 101 www.apostilasmetodo.com.br Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor) 3-) Verbos Transitivos Indiretos Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: - Consistir - Tem complemento introduzido pela preposição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para todos. - Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos introduzidos pela preposição “a”: Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Eles desobedeceram às leis do trânsito. - Responder - Tem complemento introduzido pela preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a quem” ou “ao que” se responde. Respondi ao meu patrão. Respondemos às perguntas. Respondeu-lhe à altura. Observação: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica: O questionário foi respondido corretamente. Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. - Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos introduzidos pela preposição “com”. Antipatizo com aquela apresentadora. Simpatizo com os que condenam os políticos que governam para uma minoria privilegiada. 4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 102 www.apostilasmetodo.com.br - O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular cuidado: Agradeci o presente. / Agradeci-o. Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. Paguei minhas contas. / Paguei-as. Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes Informar - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. Informe os novos preços aos clientes. Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos preços) - Na utilização de pronomes como complementos, veja as construções: Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre eles) Observação: a mesma regência do verbo informar é usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. Comparar Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança. Pedir Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente naforma de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 103 www.apostilasmetodo.com.br Saiba que: - A construção “pedir para”, muito comum na linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver subentendida. Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz uma oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). Preferir Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto introduzido pela preposição “a”: Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. Prefiro trem a ônibus. Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre). Mudança de Transitividade - Mudança de Significado Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade, apresentam mudança de significado. O conhecimento das diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico muito importante, pois além de permitir a correta interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão: AGRADAR - Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar, fazer as vontades de. Sempre agrada o filho quando. Aquele comerciante agrada os clientes. - Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela preposição “a”. O cantor não agradou aos presentes. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 104 www.apostilasmetodo.com.br O cantor não lhes agradou. *O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: O cantor desagradou à plateia. ASPIRAR - Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) - Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspirávamos a ele) * Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela) ASSISTIR - Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assistência a, auxiliar. As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. As empresas de saúde negam-se a assisti-los. - Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar presente, caber, pertencer. Assistimos ao documentário. Não assisti às últimas sessões. Essa lei assiste ao inquilino. *No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa conturbada cidade. CHAMAR - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a atenção ou a presença de. Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá chamá-la. Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicionado ou não. A torcida chamou o jogador mercenário. A torcida chamou ao jogador mercenário. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 105 www.apostilasmetodo.com.brA torcida chamou o jogador de mercenário. A torcida chamou ao jogador de mercenário. - Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal: Como você se chama? Eu me chamo José. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 106 www.apostilasmetodo.com.br CUSTAR - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Frutas e verduras não deveriam custar muito. - No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração reduzida de infinitivo. *A Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa: Custei para entender o problema. = Forma correta: Custou-me entender o problema. IMPLICAR - Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes implicavam um firme propósito. b) ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar: Uma ação implica reação. - Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões econômicas. * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem não trabalhasse arduamente. NAMORAR - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois anos. OBEDECER - DESOBEDECER - Sempre transitivo indireto: Todos obedeceram às regras. Ninguém desobedece às leis. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 107 www.apostilasmetodo.com.br *Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. PROCEDER - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo. As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las. Você procede muito mal. - Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela preposição “a”) é transitivo indireto. O avião procede de Maceió. Procedeu-se aos exames. O delegado procederá ao inquérito. QUERER - Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar. Querem melhor atendimento. Queremos um país melhor. - Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar: Quero muito aos meus amigos. VISAR - Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar. O homem visou o alvo. O gerente não quis visar o cheque. - No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. O ensino deve sempre visar ao progresso social. Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público. ESQUECER – LEMBRAR - Lembrar algo – esquecer algo Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 108 www.apostilasmetodo.com.br - Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal) No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro. No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto, transitivos indiretos: - Ele se esqueceu do caderno. - Eu me esqueci da chave. - Eles se esqueceram da prova. - Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu. Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes. Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento) Lembrou-me a festa. (vir à lembrança) Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=momentos é sujeito) SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR - São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”: Não simpatizei com os jurados. Simpatizei com os alunos. Importante: A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a preposição “a”: Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel. Cláudia desceu ao segundo andar. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua. Regência Nominal É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 109 www.apostilasmetodo.com.br obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja: Obedecer a algo/ a alguém. Obediente a algo/ a alguém. Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será completiva nominal (subordinada substantiva). Questões 1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta da língua quanto à regência verbal. A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. B) Eu esqueci do seu nome. C) Você assistiu à cena toda? D) Ele chegou na oficina pela manhã. E) Sempre obedeço as leis de trânsito. Comentários: A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro viajar de ônibus a dirigir B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu nome C) Você assistiu à cena toda? = correta D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à oficina pela manhã E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obedeço às leis de trânsito RESPOSTA: “C”. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 110 www.apostilasmetodo.com.br 2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o seguinte trecho para responder à questão. A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imunológica melhor a essa medida, similar _______________ . A alternativa que completa, corretamente, o texto é: (A) das mulheres (B) às mulheres (C) com das mulheres (D) à das mulheres (E) ao das mulheres Comentários: Similar significa igual; sua regência equivale à da palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (subentendido: resposta imunológica) das mulheres. RESPOSTA: “D”. Concordância Verbal e Nominal Concordância verbal consiste na harmonia estabelecida entre o sujeito (considerando número e pessoa) e o verbo empregado. Exemplos: Eu amo quando as folhas caem no outono. Elas amam quando as folhas caem no outono. Lúcia e Rodrigo entraram na livraria. Concordância nominal: acontece quando existe a harmonia em gênero (feminino ou masculino) e número (singular ou plural) entre o substantivo e o adjetivo atribuído a ele. Exemplos: O menino estudioso passou na prova. Os meninos estudiosos passaram na prova. A menina estudiosa passou na prova. As meninas estudiosas passaram na prova. A regra de ouro com relação à concordância nominal é a de que, um adjetivo, quando caracteriza apenas um substantivo, concorda em gênero e número com esse substantivo. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 111 www.apostilasmetodo.com.br Ainda que a regra acima seja predominante, também é possível que ocorra a concordância nominal entre um pronome ou numeral substantivo assim como outros termos da oração que possuem relação com ele, tais como particípios, artigos, numerais adjetivos e pronomes adjetivos. Dúvidas específicas sobre concordância verbal Ainda que o conteúdo de concordânciaverbal e nominal pareça um assunto simples, são várias as ocasiões em que surgem dúvidas e é sobre elas que vamos falar a seguir. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 112 www.apostilasmetodo.com.br Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes. O verbo vai para o plural e deve concordar com a pessoa, conforme ordem de prioridade. Exemplo: Maurício e eu conseguimos comprar um carro. Neste caso, a primeira pessoa do singular tem prioridade. Passando para o plural, ela equivale a nós (nós conseguimos comprar um carro). Sujeitos ligados por ou. Os verbos que são ligados por “ou” devem ir para o plural nos casos em que a ação fizer referência a todos os elementos do sujeito. Exemplos: Balas ou chocolates desagradam a menina. Quando o “ou” é usado com a finalidade de retificação, o verbo deve concordar com o último elemento. Maria ou Ana ganhará mais tempo. Já quando o verbo é aplicado a somente um dos elementos, ele deve ficar no singular. Indicações de datas. Há duas variações, sendo que em uma delas o verbo deve concordar com a palavra “dia”. Exemplos: Hoje são 2 de novembro. Hoje é dia 2 de novembro. Sujeitos formados por sinônimos Nessa situação, o verbo pode ir para o plural ou também ficar no singular, concordando com o núcleo que estiver mais próximo. Exemplos: Eficácia e agilidade destacaram aquela empresa. Eficácia e agilidade destacou aquela empresa. Verbos impessoais: O verbo sempre deve ser conjugado na terceira pessoa do singular. Exemplos: Havia muitos pratos naquela mesa. Houve dois anos sem mudanças. Sujeitos ligados por com: O verbo vai para o plural quando é semelhante à ligação “e”. Exemplo: A atriz com seus convidados chegaram às 7 horas. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 113 www.apostilasmetodo.com.br Entretanto, quando o com representa a ideia de “em companhia de”, o verbo deve concordar com o antecedente e o segmento “com” é grafado entre vírgulas: Exemplo: A pintora, com todas as ajudantes, decidiu mudar a data do evento. Sujeito formado por palavras em enumeração e graduação: o verbo pode flexionar para o plural e também concordar com o núcleo que estiver mais próximo. Exemplos: Um mês, um ano, uma vida de poder não supriu a saúde. Um mês, um ano, uma vida de poder não supriram a saúde. Pronome relativo quem: o verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular como também pode concordar com o antecedente do pronome quem. Exemplos: Fui eu quem falou. Fui eu quem falei. Sujeito seguido por tudo, nada, ninguém, nenhum, cada um Em todos esses casos o verbo fica no singular. Exemplo: João, Bruna, Henrique, ninguém o convenceu de mudar a atitude. Pronome relativo que O verbo deve concordar com o antecedente do pronome que. Exemplos: Fui eu que levou. Foi ele que levou. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 114 www.apostilasmetodo.com.br Sujeitos ligados por nem. O verbo deve ir para o plural. Exemplo: Nem frio nem chuva são bem recebidos na cidade. Locuções é muito, é pouco, é mais de, é menos de. No caso dessas locuções que se referem a peso, preço e quantidade, o verbo deve ficar sempre no singular. Exemplo: Cinco vezes é muito. Partícula “se.” Quando a palavra se indica indeterminação do sujeito, o verbo é conjugado na terceira pessoa do singular. Exemplo: Respeita-se a todos. Já quando a palavra se é utilizada na voz passiva, o verbo é conjugado com o sujeito da oração. Exemplos: Construiu-se uma empresa. Construíram-se novas empresas. Expressões mais de, menos de, cerca de. De forma geral, o verbo concorda com o numeral. Exemplos: Mais de uma senhora quis trocar os produtos. Mais de três pessoas chegaram. Quando a expressão mais de é repetida indicando reciprocidade, o verbo deve ir para o plural. Exemplo: Mais de uma aluna se abraçaram. Sujeitos ligados por “não só, mas também”, “tanto, quanto”, “não só, como.” Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 115 www.apostilasmetodo.com.br O verbo pode ir para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo. Exemplos: Tanto Pedro como Rebeca participaram da exposição. Tanto Pedro como Rebeca participou da exposição. Sujeito coletivo. Geralmente o verbo fica no singular. Exemplo: A multidão ultrapassou o cercado. Nos casos em que o coletivo estiver especificado, é possível que o verbo seja conjugado no singular ou no plural. Exemplos: A multidão de pessoas ultrapassou o cercado. A multidão de pessoas ultrapassaram o cercado. Verbos dar, soar, bater + hora(s) O verbo sempre concorda com o sujeito. Exemplos: Soaram três horas. Deu uma hora que espero. Expressão “um dos que.” O verbo pode ser conjugado no singular e também no plural. Exemplos: Ele foi um dos que mais contribuiu. Ele foi um dos que mais contribuíram. Sujeitos ligados por como, assim como, bem como O verbo é conjugado no plural. Exemplo: O talento, assim como a confiança, fizeram dela uma mulher valente. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 116 www.apostilasmetodo.com.br Coletivos partitivos (“grande número de”, “a maioria de”, “a maior parte de”.) O verbo pode ser conjugado no singular ou no plural Exemplos: Grande número dos participantes se retirou. Grande número dos participantes se retiraram. Dúvidas específicas sobre concordância nominal: Substantivos e um adjetivo Quando há mais de um substantivo e somente um adjetivo, há duas maneiras de fazer a concordância: A – Nas situações em que o adjetivo vem antes dos substantivos, o adjetivo precisa concordar com o substantivo que está mais próximo. Exemplo: Linda menina e bebê. B – Quando o adjetivo vem após os substantivos, o adjetivo precisa concordar com o substantivo que está mais próximo ou com todos os substantivos, neste caso, prevalece o masculino. Exemplos: Vocabulário e pronúncia perfeita. Pronúncia e vocabulário perfeito. Vocabulário e pronúncia perfeitos. Pronúncia e vocabulário perfeitos. Adjetivos e um substantivo Nos casos em que existe mais do que um adjetivo para um substantivo, os adjetivos precisam concordar com gênero e número com o substantivo. Exemplo: Amava comida gordurosa e temperada. QUESTÕES Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 117 www.apostilasmetodo.com.br 1. (CESCEM–SP) Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores. Hoje, só ___ ervas daninhas. a) fazem, havia, existe b) fazem, havia, existe c) fazem, haviam, existem d) faz, havia, existem e) faz, havia, existe Gabarito: alternativa d. Comentários: O verbo fazer impessoal (que indica tempo) sempre é conjugado na 3.ª pessoa do singular: Faz anos. O mesmo acontece com o verbo haver impessoal (que indica tempo ou que tem o sentido de "existir"): Havia (existia) neste local árvores e flores. O verbo existir, por sua vez, não é impessoal. Por esse motivo, ele deve concordar com o sujeito: Só existem ervas daninhas. 2. (Cesgranrio) Tendo em vista as regras de concordância, assinale a opção em que a forma verbal está errada: a) Existem na atualidade diferentes tipos de inseticidas prejudiciais à saúde do homem. b) Podem provocar sérias lesões hepáticas, os defensivos agrícolas à base de DDT. c) Faltam aos países subdesenvolvidos uma legislação mais rigorosa sobre os agrotóxicos. d) Persistem por muito tempo no meio ambiente os efeitos nocivos dos inseticidas clorados. e) Possuem elevado grau de toxidade os defensivos do tipo fosforado. GABARITO Alternativa c: Correção: Falta aos países subdesenvolvidos uma legislação mais rigorosa sobre os agrotóxicos. O verbo deve concordar com o sujeito. É mais fácil semudarmos a ordem da oração: Falta uma legislação mais rigorosa sobre os agrotóxicos aos países subdesenvolvidos. Mude a ordem das orações restantes: a) Existem diferentes tipos de inseticidas prejudiciais à saúde do homem na atualidade . b) Os defensivos agrícolas à base de DDT podem provocar sérias lesões hepáticas. d) Os efeitos nocivos dos inseticidas clorados persistem por muito tempo no meio ambiente. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 118 www.apostilasmetodo.com.br e) Os defensivos do tipo fosforado possuem elevado grau de toxidade . 3. (Fatec) Assinale a alternativa que completa corretamente as frases. ___ , entre analistas políticos, que, se o governo ___ essa política salarial e se o empresariado não ___ as perdas salariais ___ sérios problemas estruturais a serem resolvidos, e, quando os sindicatos ___ , estará instalado o caos total. a) Comentam-se; manter; repor; haverão; intervierem. b) Comenta-se; mantiver; repuser; haverão; intervirem. c) Comenta-se; mantesse; repuser; haverão; intervierem. d) Comenta-se; mantiver; repuser; haverá; intervierem. e) Comentam-se; manter; repor; haverá; intervirem. Gabarito: Alternativa d: A partícula "se" é índice de indeterminação do sujeito. Neste caso, o verbo deve ficar na 3.º pessoa do singular: Comenta-se. O verbo manter está na 3.ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo, cuja forma é mantiver: Se o governo mantiver. O mesmo acontece com o verbo repor, que na 3.ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo fica repuser. Se o empresariado não repuser. O verbo verbo haver impessoal (neste caso, com o sentido de "existir") sempre é conjugado na 3.ª pessoa do singular: Haverá sérios problemas. O verbo intervir está na 3.ª pessoa do plural do futuro do subjuntivo, cuja forma é intervierem: Quando os sindicatos intervierem. 4. (FCC) A ocorrência de interferências ___ -nos a concluir que ___ uma relação profunda entre homem e sociedade que os ___ mutuamente dependentes. a) leva, existe, torna b) levam, existe, tornam c) levam, existem, tornam d) levam, existem, torna e) leva, existem, tornam GABARITO: Alternativa a: O verbo está concordando com o sujeito: A ocorrência leva. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 119 www.apostilasmetodo.com.br O verbo existir também deve concordar com o sujeito: Uma relação profunda existe. O mesmo acontece com o verbo "tornar", concorda com o sujeito: Uma relação que torna homens e mulheres ... 5. (FGV) Nas questões abaixo, ocorrem espaços vazios. Para preenchê-los, escolha um dos seguintes verbos: fazer, transpor, deter, ir. Utilize a forma verbal mais adequada. a) Se ___ dias frios no inverno, talvez as coisas fossem diferentes. b) Quando o cavalo ___ todos os obstáculos, a corrida terminará. c) Se o cavalo ___ mais facilmente os obstáculos, alcançaria com mais folga a linha de chegada. d) Se a equipe econômica não se ___ nos aspectos regionais e considerar os aspectos globais, a possibilidade de solução será maior. e) Caso ela ___ ao jogo amanhã, deverá pagar antecipadamente o ingresso. 6. (CESGRANRIO) Há concordância nominal inadequada em: a) clima e terras desconhecidas; b) clima e terra desconhecidos; c) terras e clima desconhecidas; d) terras e clima desconhecido; e) terras e clima desconhecidos. GABARITO: Letra C: Na frase 'terras e clima desconhecidas', o adjetivo 'desconhecidas' está concordando com o sujeito feminino plural 'terras' apenas. De acordo com a regra, quando o sujeito é composto, o adjetivo deve concordar com o substantivo masculino, se houver. Classes de palavras e seu funcionamento no texto; Processos de formação de palavra Em linguística, Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou período. A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais. São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição. Estrutura e formação das palavras Estudar a estrutura é conhecer os elementos formadores das palavras. Assim, compreendemos melhor o significado de cada uma delas. Observe os exemplos abaixo: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 120 www.apostilasmetodo.com.br A análise destes exemplos mostra-nos que as palavras podem ser divididas em unidades menores, a que damos o nome de elementos mórficos ou morfemas. Vamos analisar a palavra "cachorrinhas": Nessa palavra observamos facilmente a existência de quatro elementos. São eles: cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja, aquele que contém o significado. inh - indica que a palavra é um diminutivo a - indica que a palavra é feminina s - indica que a palavra se encontra no plural Morfemas são unidades mínimas de caráter significativo. Obs.: existem palavras que não comportam divisão em unidades menores, tais como: mar, sol, lua, etc. São elementos mórficos: 1) Raiz, radical, tema: elementos básicos e significativos 2) Afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temática: elementos modificadores da significação dos primeiros 3) Vogal de ligação, consoante de ligação: elementos de ligação ou eufônicos. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 121 www.apostilasmetodo.com.br Raiz Raiz é o elemento originário e irredutível em que se concentra a significação das palavras, consideradas do ângulo histórico. É a raiz que encerra o sentido geral, comum às palavras da mesma família etimológica. Observe o exemplo: Raiz: noc [Latim nocere = prejudicar] tem a significação geral de causar dano, e a ela se prendem, pela origem comum, as palavras nocivo, nocividade, inocente, inocentar, inócuo, etc. Obs.: uma raiz pode sofrer alterações. Veja o exemplo: at-o at-or at-ivo aç-ão ac-ionar Radical Observe o seguinte grupo de palavras: livr- o livr- inho livr- eiro livr- eco Você reparou que há um elemento comum nesse grupo? Você reparou que o elemento livr serve de base para o significado? Esse elemento é chamado de radical (ou semantema). Radical é o elemento básico e significativo das palavras, consideradas sob o aspecto gramatical e prático. É encontrado através do despojo dos elementos secundários (quando houver) da palavra. Por exemplo: cert-o cert-eza in-cert-eza Afixos Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 122 www.apostilasmetodo.com.br Afixos são elementos secundários (geralmente sem vida autônoma) que se agregam a um radical ou tema para formar palavras derivadas. Sabemos que o acréscimo do morfema "-mente", por exemplo, cria uma nova palavra a partir de "certo": certamente, advérbio de modo. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas "a-" e "-ar" à forma "cert-" cria o verbo acertar. Observe que a- e -ar são morfemas capazes de operar mudança de classe gramatical na palavra a que são anexados. Quando são colocados antes do radical, como acontece com "a-", os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como "-ar", surgem depois do radical, os afixos são chamados de sufixos. Veja os exemplos: Desinências Desinências são os elementos terminais indicativos das flexões das palavras. Existem dois tipos de desinências: nominais e verbais. Desinências Nominais Indicam as flexões de gênero (masculino e feminino) e de número (singular e plural) dos nomes. Exemplos: alun-o aluno-s alun-a aluna-s Observação: só podemos falar em desinências nominais de gêneros e de números em palavras que admitem tais flexões, como nos exemplos acima. Em palavras como mesa, tribo, telefonema, por exemplo, não temos desinência nominal de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos desinência nominal de número.Desinências Verbais Indicam as flexões de número e pessoa e de modo e tempo dos verbos. Exemplos: compr-o compra-s compra-mos Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 123 www.apostilasmetodo.com.br compra-is compra-m compra-va compra-va-s A desinência "-o", presente em "am-o", é uma desinência número-pessoal, pois indica que o verbo está na primeira pessoa do singular; "-va", de "ama-va", é desinência modo-temporal: caracteriza uma forma verbal do pretérito imperfeito do indicativo, na 1ª conjugação. Vogal Temática Vogal Temática é a vogal que se junta ao radical, preparando-o para receber as desinências. Nos verbos, distinguem-se três vogais temáticas: A, E e I. Vogal A Caracteriza os verbos da 1ª conjugação. Exemplos: buscar, buscavas, etc. Vogal E Caracteriza os verbos da 2ª conjugação. Exemplos: romper, rompemos, etc. Vogal I Caracteriza os verbos da 3ª conjugação. Exemplos: proibir, proibirá, etc. Tema Tema é o grupo formado pelo radical mais vogal temática. Nos verbos citados acima, os temas são: busca-, rompe-, proibi- Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 124 www.apostilasmetodo.com.br Vogais e Consoantes de Ligação As vogais e consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a pronúncia de uma determinada palavra. Exemplo: parisiense paris = radical ense = sufixo vogal de ligação = i Outros exemplos: gas-ô-metro alv-i-negro tecn-o-cracia pau-l-ada cafe-t-eira cha-l-eira inset-i-cida pe-z-inho pobre-t-ão Formação das Palavras Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a derivação e a composição. A diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo de derivação, partimos sempre de um único radical, enquanto no processo de composição sempre haverá mais de um radical. Derivação Derivação é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, chamada derivada, a partir de outra já existente, chamada primitiva. Observe o quadro abaixo: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 125 www.apostilasmetodo.com.br Observamos que "mar" e "terra" não se formam de nenhuma outra palavra, mas, ao contrário, possibilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas. Tipos de Derivação Derivação Prefixal ou Prefixação Resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado. Veja os exemplos: crer- descrer ler- reler capaz- incapaz Derivação Sufixal ou Sufixação Resulta de acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado ou mudança de classe gramatical. Por exemplo: alfabetização No exemplo acima, o sufixo -ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este, por sua vez, já é derivado do substantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar. A derivação sufixal pode ser: a) Nominal, formando substantivos e adjetivos. Por exemplo: papel - papelaria riso - risonho b) Verbal, formando verbos. Por exemplo: atual - atualizar c) Adverbial, formando advérbios de modo. Por exemplo: feliz - felizmente Derivação Prefixal e Sufixal Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo não simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Exemplos: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 126 www.apostilasmetodo.com.br Note que a presença de apenas um desses afixos é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua existem as palavras "desleal", "lealdade" e "infeliz", "felizmente". Derivação Parassintética ou Parassíntese Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Considere, por exemplo, o adjetivo "triste". Do radical "trist-" formamos o verbo entristecer pela junção simultânea do prefixo "en-" e do sufixo "-ecer". Note que a presença de apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua não existem as palavras "entriste", nem "tristecer". Exemplos: Dica: para estabelecer a diferença entre derivação prefixal e sufixal e parassintética, basta retirar o prefixo ou sufixo da palavra na qual se tem dúvida. Feito isso, observe se a palavra que sobrou existe; caso isso aconteça, será derivação prefixal e sufixal. Caso contrário, será derivação parassintética. Derivação Regressiva Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução. Exemplos: comprar (verbo) compra (substantivo) beijar (verbo) beijo (substantivo) Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 127 www.apostilasmetodo.com.br Por derivação regressiva, formam-se basicamente substantivos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome de substantivos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os exemplos de palavras formadas por derivação regressiva. Veja: o portuga (de português) o boteco (de botequim) o comuna (de comunista) Ou ainda: agito (de agitar) amasso (de amassar) chego (de chegar) Obs.: o processo normal é criar um verbo a partir de um substantivo. Na derivação regressiva, a língua procede em sentido inverso: forma o substantivo a partir do verbo. Derivação Imprópria A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo: 1) Os adjetivos passam a substantivos. Por exemplo: Os bons serão contemplados. 2) Os particípios passam a substantivos ou adjetivos. Por exemplo: Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso. 3) Os infinitivos passam a substantivos. Por exemplo: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 128 www.apostilasmetodo.com.br O andar de Roberta era fascinante. O badalar dos sinos soou na cidadezinha. 4) Os substantivos passam a adjetivos. Por exemplo: O funcionário fantasma foi despedido. O menino prodígio resolveu o problema. 5) Os adjetivos passam a advérbios. Por exemplo: Falei baixo para que ninguém escutasse. 6) Palavras invariáveis passam a substantivos. Por exemplo: Não entendo o porquê disso tudo. 7) Substantivos próprios tornam-se comuns. Por exemplo: Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente) Observação: os processos de derivação vistos anteriormente fazem parte da Morfologia porque implicam alterações na forma das palavras. No entanto, a derivação imprópria lida basicamente com seu significado, o que acaba caracterizando um processo semântico. Por essa razão, entendemos o motivo pelo qual é denominada "imprópria". Composição é o processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos, apresentados a seguir. Composição por Justaposição Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética. Exemplos: passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor. Obs.: em "girassol" houve uma alteração na grafia (acréscimo de um "s") justamente para manter inalterada a sonoridade da palavra. Composição por Aglutinação Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus elementos fonéticos. Exemplos: embora (em boa hora) fidalgo (filho de algo - referindo-se à família nobre) hidrelétrico (hidro + elétrico) planalto (plano alto) Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 129 www.apostilasmetodo.com.br Obs.: ao aglutinarem-se, os componentes subordinam-se a um só acento tônico, o do último componente. Redução Algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida. Observe: auto - por automóvel cine - por cinema micro - por microcomputador Zé - por José Como exemplo de redução ou simplificação de palavras, podemser citadas também as siglas, muito frequentes na comunicação atual. Hibridismo Ocorre hibridismo na palavra em cuja formação entram elementos de línguas diferentes. Por exemplo: auto (grego) + móvel (latim) Onomatopeia Numerosas palavras devem sua origem a uma tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os ruídos da natureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzem aproximadamente os sons e as vozes dos seres. Exemplos: miau, zum-zum, piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc. Prefixos Os prefixos são morfemas que se colocam antes dos radicais, basicamente a fim de modificar- lhes o sentido; raramente esses morfemas produzem mudança de classe gramatical. Os prefixos ocorrentes em palavras portuguesas se originam do latim e do grego, línguas em que funcionavam como preposições ou advérbios, logo, como vocábulos autônomos. Alguns prefixos foram pouco ou nada produtivos em português. Outros, por sua vez, tiveram grande utilidade na formação de novas palavras. Veja os exemplos: a- , contra- , des- , em- (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- , anti- Prefixos de Origem Grega a-, an-: Afastamento, privação, negação, insuficiência, carência. Exemplos: anônimo, amoral, ateu, afônico ana-: Inversão, mudança, repetição. Exemplos: analogia, análise, anagrama, anacrônico Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 130 www.apostilasmetodo.com.br anfi-: Em redor, em torno, de um e outro lado, duplicidade. anfiteatro, anfíbio, anfibologia anti-: Oposição, ação contrária. antídoto, antipatia, antagonista, antítese apo-: Afastamento, separação. apoteose, apóstolo, apocalipse, apologia arqui-, arce-: Superioridade hierárquica, primazia, excesso. Exemplos: arquiduque, arquétipo, arcebispo, arquimilionário cata-: Movimento de cima para baixo. cataplasma, catálogo, catarata di-: Duplicidade. dissílabo, ditongo, dilema dia- : Movimento através de, afastamento. diálogo, diagonal, diafragma, diagrama dis-: Dificuldade, privação. dispneia, disenteria, dispepsia, disfasia ec-, ex-, exo-, ecto-: Movimento para fora. Exemplos: eclipse, êxodo, ectoderma, exorcismo en-, em-, e-: Posição interior, movimento para dentro. encéfalo, embrião, elipse, entusiasmo endo-: Movimento para dentro. endovenoso, endocarpo, endosmose epi-: Posição superior, movimento para. epiderme, epílogo, epidemia, epitáfio eu-: Excelência, perfeição, bondade. eufemismo, euforia, eucaristia, eufonia hemi-: Metade, meio. hemisfério, hemistíquio, hemiplégico hiper-: Posição superior, excesso. hipertensão, hipérbole, hipertrofia hipo-: Posição inferior, escassez. hipocrisia, hipótese, hipodérmico meta-: Mudança, sucessão. metamorfose, metáfora, metacarpo para-: Proximidade, semelhança, intensidade. Exemplos: paralelo, parasita, paradoxo, paradigma peri- : Movimento ou posição em torno de. periferia, peripécia, período, periscópio pro-: Posição em frente, anterioridade. prólogo, prognóstico, profeta, programa pros-: Adjunção, em adição a. prosélito, prosódia proto-: Início, começo, anterioridade. proto-história, protótipo, protomártir poli-: Multiplicidade. polissílabo, polissíndeto, politeísmo sin-, sim-: Simultaneidade, companhia. Exemplos: síntese, sinfonia, simpatia, sinopse tele-: Distância, afastamento. televisão, telepatia, telégrafo Prefixos de origem latina Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 131 www.apostilasmetodo.com.br a-, ab-, abs- : Afastamento, separação. Exemplos: aversão, abuso, abstinência, abstração a-, ad-: Aproximação, movimento para junto. Exemplos: adjunto,advogado, advir, aposto ante-: Anterioridade, procedência. Exemplos: antebraço, antessala, anteontem, antever ambi-: Duplicidade. ambidestro, ambiente, ambiguidade, ambivalente ben(e)-, bem- : Bem, excelência de fato ou ação. Exemplos: benefício, bendito bis-, bi-: Repetição, duas vezes. Exemplos: bisneto, bimestral, bisavô, biscoito circu(m)-: Movimento em torno. circunferência, circunscrito, circulação cis-: Posição aquém. Exemplos: cisalpino, cisplatino, cisandino co-, con-, com-: Companhia, concomitância. Exemplos: colégio, cooperativa, condutor contra-: Oposição. Exemplos: contrapeso, contrapor, contradizer de-: Movimento de cima para baixo, separação, negação. Exemplos: decapitar, decair, depor de(s)-, di(s)-: Negação, ação contrária, separação. Exemplos: desventura, discórdia, discussão e-, es-, ex-: Movimento para fora. Exemplos: excêntrico, evasão, exportação, expelir en-, em-, in-: Movimento para dentro, passagem para um estado ou forma, revestimento. imergir, enterrar, embeber, injetar, importar extra-: Posição exterior, excesso. Exemplos: extradição, extraordinário, extraviar i-, in-, im-: Sentido contrário, privação, negação. Exemplos: ilegal, impossível, improdutivo inter-, entre-: Posição intermediária. Exemplos: internacional, interplanetário intra-: Posição interior. intramuscular, intravenoso, intraverbal intro-: Movimento para dentro. introduzir, introvertido, introspectivo justa-: Posição ao lado. justapor, justalinear ob-, o-: Posição em frente, oposição. Exemplos: obstruir, ofuscar, ocupar, obstáculo per-: Movimento através. percorrer, perplexo, perfurar, perverter pos-: Posterioridade. pospor, posterior, pós-graduado pre-: Anterioridade . prefácio, prever, prefixo, preliminar pro-: Movimento para frente. progresso, promover, prosseguir, projeção re-: Repetição, reciprocidade. rever, reduzir, rebater, reatar retro-: Movimento para trás. retrospectiva, retrocesso, retroagir, retrógrado Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 132 www.apostilasmetodo.com.br so-, sob-, sub-, su-: Movimento de baixo para cima, inferioridade. soterrar, sobpor, subestimar super-, supra-, sobre-: Posição superior, excesso. Exemplos: supercílio, supérfluo soto-, sota- : Posição inferior. Exemplos: soto-mestre, sota-voga, soto-pôr trans-, tras-, tres-, tra-: Movimento para além, movimento através. Exemplos: transatlântico, tresnoitar, tradição ultra-: Posição além do limite, excesso. Exemplos: ultrapassar, ultrarromantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta vice-, vis-: Em lugar de. Exemplos: vice-presidente, visconde, vice-almirante Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 133 www.apostilasmetodo.com.br Sufixos Sufixos são elementos (isoladamente insignificativos) que, acrescentados a um radical, formam nova palavra. Sua principal característica é a mudança de classe gramatical que geralmente opera. Dessa forma, podemos utilizar o significado de um verbo num contexto em que se deve usar um substantivo, por exemplo. Como o sufixo é colocado depois do radical, a ele são incorporadas as desinências que indicam as flexões das palavras variáveis. Existem dois grupos de sufixos formadores de substantivos extremamente importantes para o funcionamento da língua. São os que formam nomes de ação e os que formam nomes de agente. Sufixos que formam nomes de agente -ário(a) - secretário -eiro(a) - ferreiro -ista - manobrista -or - lutador -nte - feirante Além dos sufixos acima, tem-se: -aria - churrascaria -ário - herbanário -eiro - açucareiro -il - covil -or - corredor -tério - cemitério -tório - dormitório Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 134 www.apostilasmetodo.com.br Sufixos que formam nomes indicadores de abundância, aglomeração, coleção -aço - ricaço -ada - papelada -agem - folhagem -al - capinzal -ame - gentame -ario(a) - casario, infantaria -edo - arvoredo -eria - correria -io - mulherio -ume - negrume Sufixos que formam nomes técnicos usados na ciência Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas filosóficas, sistemas políticos -ismo budismo kantismo comunismo Radicais Gregos O conhecimento dos radicais gregos é de indiscutível importância para a exatacompreensão e fácil memorização de inúmeras palavras. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 135 www.apostilasmetodo.com.br Apresentamos a seguir duas relações de radicais gregos. A primeira agrupa os elementos formadores que normalmente são colocados no início dos compostos, a segunda agrupa aqueles que costumam surgir na parte final. Radicais que atuam como primeiro elemento Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 136 www.apostilasmetodo.com.br Radicais que atuam como segundo elemento Radicais Latinos Apresentamos a seguir duas relações de radicais latinos. A primeira agrupa os elementos formadores que normalmente são colocados no início dos compostos, a segunda agrupa aqueles que costumam surgir na parte final. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 137 www.apostilasmetodo.com.br Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 138 www.apostilasmetodo.com.br Morfologia (4.1-Estrutura e Formação de Palavras; 4.2-Classes de Palavras) Substantivo Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos também nomeiam: - lugares: Alemanha, Porto Alegre... - sentimentos: raiva, amor... - estados: alegria, tristeza... - qualidades: honestidade, sinceridade... - ações: corrida, pescaria... Morfossintaxe do substantivo Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar como núcleo do complemento nominal ou do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas funções são desempenhadas por grupos de palavras. Classificação dos Substantivos Substantivos Comuns e Próprios Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em oposição aos bairros). Qualquer "povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas" será chamada cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma genérica. Por exemplo: cidade, menino, homem, mulher, país, cachorro. Veja agora este outro exemplo: Estamos voando para Barcelona. O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie cidade. Esse substantivo é próprio. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 139 www.apostilasmetodo.com.br Substantivo Próprio é aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma particular. Por exemplo: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. Substantivos Concretos e Abstratos Exemplos: LÂMPADA, MALA. Os substantivos lâmpada e mala designam seres com existência própria, que são independentes de outros seres. São assim, substantivos concretos. Substantivo Concreto é aquele que designa o ser que existe, independentemente de outros seres. Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo real e do mundo imaginário. Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília, etc. Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d'água, fantasma, etc. Observe agora: Beleza exposta Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual. O substantivo beleza designa uma qualidade. Substantivo Abstrato é aquele que designa seres que dependem de outros para se manifestar ou existir. Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato. Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem os quais não podem existir. Por exemplo: vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). Substantivos Coletivos Observe os exemplos: Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra abelha, mais outra abelha. Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra abelha... Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 140 www.apostilasmetodo.com.br No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural. No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular (enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie (abelhas). O substantivo enxame é um substantivo coletivo. Substantivo Coletivo é o substantivo comum que, mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma espécie. Lista de substantivos coletivos abelha - enxame, cortiço, colmeia; abutre - bando; acompanhante - comitiva, cortejo, séquito; alho - (quando entrelaçados) réstia, enfiada, cambada; aluno - classe; amigo - (quando em assembleia) tertúlia; bala - saraiva, saraivada; bandoleiro - caterva, corja, horda, malta, súcia, turba; bêbado - corja, súcia, farândola; cabelo - (em geral) chumaço, guedelha, madeixa, (conforme a separação) marrafa, trança; cabo - cordame, cordoalha, enxárcia; cabra - fato, malhada, rebanho; Formação dos Substantivos Substantivos Simples e Compostos Observe a definição: Chuva: subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra. O substantivo chuva é formado por um único elemento ou radical. É um substantivo simples. Substantivo Simples é aquele formado por um único elemento. Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 141 www.apostilasmetodo.com.br Substantivo Composto é aquele formado por dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo. Substantivos Primitivos e Derivados Veja: Meu limão meu limoeiro, meu pé de jacarandá... O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de nenhum outro dentro de língua portuguesa. Substantivo Primitivo é aquele que não deriva de nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir da palavra limão. Substantivo Derivado é aquele que se origina de outra palavra. Flexão dos Substantivos O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo, pode sofrer variações para indicar: Plural: meninos Feminino: menina Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho Flexão de Gênero Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes: O velho e o mar Um Natal inesquecível Os reis da praia Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas: A história sem fim Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 142 www.apostilasmetodo.com.br Uma cidade sem passado As tartarugas ninjas Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o masculino e outra para o feminino. Observe: gato- gata homem - mulher poeta - poetisa prefeito - prefeita Substantivos Uniformes são aqueles que apresentam uma única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o feminino. Classificam-se em: Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos. Por exemplo: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea. Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas. Por exemplo: a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo. Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por meio do artigo. Por exemplo: o colega e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista. Saiba que: - Substantivos de origem grega terminados em -ema ou - oma são masculinos. Por exemplo: o axioma, o fonema, o poema, o sistema, o sintoma, o teorema. - Existem certos substantivos que, variando de gênero, variam em seu significado. Por exemplo: o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora) o capital (dinheiro) e a capital (cidade) Formação do Feminino dos Substantivos Biformes a) Regra: troca-se a terminação -o por -a. Por exemplo: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 143 www.apostilasmetodo.com.br aluno - aluna b) Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao masculino. Por exemplo: freguês - freguesa c) Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três formas: - troca-se -ão por -oa. Por exemplo: patrão - patroa - troca-se -ão por -ã. Por exemplo: campeão - campeã -troca-se -ão por ona. Por exemplo: solteirão - solteirona Exceções: barão - baronesa ladrão- ladra sultão – sultana d) Substantivos terminados em -or: - acrescenta-se -a ao masculino. Por exemplo: doutor - doutora - troca-se -or por -triz: imperador - imperatriz e) Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: f) Substantivos que formam o feminino trocando o -e final por -a: elefante - elefanta g) Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e no feminino: bode - cabra boi - vaca Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 144 www.apostilasmetodo.com.br h) Substantivos que formam o feminino de maneira especial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores: czar - czarina réu – ré Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Epicenos Observe: Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar o masculino e o feminino. Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea. Por exemplo: a cobra A cobra macho picou o marinheiro. A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Sobrecomuns Entregue as crianças à natureza. A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: A criança chorona chamava-se João. A criança chorona chamava-se Maria. Outros substantivos sobrecomuns: a criatura João é uma boa criatura. Maria é uma boa criatura. o cônjuge O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de Marcela faleceu. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 145 www.apostilasmetodo.com.br Comuns de Dois Gêneros: Observe a manchete: Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. O restante da notícia nos informa que se trata de um homem. A distinção de gênero pode ser feita através da análise do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo. Exemplos: o colega - a colega o imigrante - a imigrante um jovem - uma jovem artista famoso - artista famosa repórter francês - repórter francesa Flexão de Número do Substantivo Em português, há dois números gramaticais: O singular, que indica um ser ou um grupo de seres; O plural, que indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica do plural é o s final. Plural dos Substantivos Simples a) Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e n fazem o plural pelo acréscimo de s. Por exemplo: pai - pais ímã - ímãs hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon - cânones. b) Os substantivos terminados em m fazem o plural em ns. Por exemplo: homem - homens. c) Os substantivos terminados em r e z fazem o plural pelo acréscimo de es. Por exemplo: revólver - revólveres Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 146 www.apostilasmetodo.com.br raiz - raízes Atenção: O plural de caráter é caracteres. d) Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se no plural, trocando o l por is. Por exemplo: quintal - quintais caracol - caracóis hotel - hotéis Exceções: mal e males, cônsul e cônsules. e) Os substantivos terminados em il fazem o plural de duas maneiras: - Quando oxítonos, em is. Por exemplo: canil - canis - Quando paroxítonos, em eis. Por exemplo: míssil - mísseis. Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). f) Os substantivos terminados em s fazem o plural de duas maneiras: - Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo de es. Por exemplo: ás - ases retrós - retroses - Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis. Por exemplo: o lápis - os lápis o ônibus - os ônibus. g) Os substantivos terminados em ão fazem o plural de três maneiras. - substituindo o -ão por -ões: Por exemplo: ação - ações - substituindo o -ão por -ães: Por exemplo: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 147 www.apostilasmetodo.com.br cão - cães - substituindo o -ão por -ãos: Por exemplo: grão - grãos h) Os substantivos terminados em x ficam invariáveis. Por exemplo: o látex - os látex Plural dos Substantivos Compostos A formação do plural dos substantivos compostos depende da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se como os substantivos simples: aguardente e aguardentes girassol e girassóis pontapé e pontapés malmequer e malmequeres Para pluralizar os substantivos compostos cujos elementos são ligados por hífen, observe as orientações a seguir: a) Quando as duas palavras forem substantivos, pode-se optar por colocar apenas o primeiro elemento ou ambos no plural: palavra-chave = palavras-chave ou palavras-chaves couve-flor = couves-flor ou couves-flores bomba-relógio = bombas-relógio ou bombas-relógios peixe-espada = peixes-espada ou peixes-espadas b) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de: substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras c) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados de: verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 148 www.apostilasmetodo.com.br palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-falantes palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos d) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de: substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-colônia e águas-de-colônia substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor e cavalos-vapor e) Permanecem invariáveis, quando formados de: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas f) Casos Especiais o louva-a-deus e os louva-a-deus o bem-te-vie os bem-te-vis o bem-me-quer e os bem-me-queres o joão-ninguém e os joões-ninguém Flexão de Grau do Substantivo Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em: Grau Normal Indica um ser de tamanho considerado normal Por exemplo: casa. Grau Aumentativo Indica o aumento do tamanho do ser. Classifica-se em: Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande. Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de aumento. Por exemplo: casarão. Grau Diminutivo Indica a diminuição do tamanho do ser. Pode ser: Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 149 www.apostilasmetodo.com.br Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de diminuição. Por exemplo: casinha. Artigo Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número dos substantivos. Classificação dos Artigos Artigos Definidos Determinam os substantivos de maneira precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu comprei o carro. Artigos Indefinidos Determinam os substantivos de maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu comprei um carro. Combinação dos Artigos É muito presente a combinação dos artigos definidos e indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a forma assumida por essas combinações: - As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida por crase. - As formas pelo(s)/pela(s) resultam da combinação dos artigos definidos com a forma per, equivalente a por. Adjetivo Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um substantivo. Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos que além de expressar uma qualidade, ela pode ser "encaixada diretamente" ao lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa bondosa. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 150 www.apostilasmetodo.com.br Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo. Morfossintaxe do Adjetivo: O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto). Classificação do Adjetivo Explicativo: exprime qualidade própria do ser. Por exemplo: neve fria. Restritivo: exprime qualidade que não é própria do ser. Por exemplo: fruta madura. Formação do Adjetivo Quanto à formação, o adjetivo pode ser: Adjetivo simples: Formado por um só radical. Por exemplo: brasileiro, escuro, magro, cômico. Adjetivo composto: Formado por mais de um radical. Por exemplo: luso-brasileiro, castanho-escuro, amarelo-canário. Adjetivo primitivo: É aquele que dá origem a outros adjetivos. Por exemplo: belo, bom, feliz, puro. Adjetivo derivado: É aquele que deriva de substantivos, verbos ou até mesmo de outro adjetivo. Por exemplo: belíssimo, bondoso, magrelo. Adjetivo Pátrio Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe alguns deles. Estados e cidades do Brasil Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 151 www.apostilasmetodo.com.br Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 152 www.apostilasmetodo.com.br Adjetivo Pátrio Composto Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita. Observe alguns exemplos: Locução Adjetiva Locução = reunião de palavras. Sempre que são necessárias duas ou mais palavras para contar a mesma coisa, tem-se locução. Às vezes, uma preposição + substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locução Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo.) Por exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio (paixão desenfreada). Observe outros exemplos: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 153 www.apostilasmetodo.com.br Obs.: nem toda locução adjetiva possui um adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por exemplo: Vi as alunas da 5ª série. O muro de tijolos caiu. Flexão dos adjetivos O adjetivo varia em gênero, número e grau. Gênero dos Adjetivos Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos, classificam-se em: Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa, mau e má, judeu e judia. Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento. Por exemplo: o moço norte-americano, a moça norte-americana. Exceção: surdo-mudo e surda-muda. Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz. Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença político-social. Número dos Adjetivos Plural dos adjetivos simples Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 154 www.apostilasmetodo.com.br Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos simples. Por exemplo: mau e maus feliz e felizes ruim e ruins boa e boas Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra cinza é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então invariável. Por exemplo: camisas cinza, ternos cinza. Veja outros exemplos: Motos vinho (mas: motos verdes) Paredes musgo (mas: paredes brancas). Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). Adjetivo Composto Adjetivo composto é aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra rosa é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Por exemplo: Camisas rosa-claro. Ternos rosa-claro. Olhos verde-claros. Calças azul-escuras e camisas verde-mar. Telhados marrom-café e paredes verde-claras. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 155 www.apostilasmetodo.com.br Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis. - Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm os dois elementos flexionados. Grau do Adjetivo Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a intensidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o comparativo e o superlativo. Comparativo Nesse grau, comparam-se a mesma característica atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais características atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade, de superioridade ou de inferioridade. Observe os exemplos abaixo: 1) Sou tão alto como você. Comparativo De Igualdade No comparativo de igualdade, o segundo termo da comparação é introduzido pelas palavrascomo, quanto ou quão. 2) Sou mais alto (do) que você. Comparativo De Superioridade Analítico No comparativo de superioridade analítico, entre os dois substantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a "mais...do que" ou "mais...que". 3) O Sol é maior (do) que a Terra. Comparativo De Superioridade Sintético Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: bom-melhor pequeno-menor mau-pior alto-superior grande-maior baixo-inferior Adjetivos comparativos Observe que: a) As formas menor e pior são comparativos de superioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente. b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar as formas analíticas mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno. Por exemplo: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 156 www.apostilasmetodo.com.br Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois elementos. Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas qualidades de um mesmo elemento. 4) Sou menos alto (do) que você. Comparativo De Inferioridade Sou menos passivo (do) que tolerante. Superlativo O superlativo expressa qualidades num grau muito elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades: Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se nas formas: Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O secretário é muito inteligente. Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo. Observe alguns superlativos sintéticos: benéfico beneficentíssimo bom boníssimo ou ótimo célebre celebérrimo comum comuníssimo cruel crudelíssimo difícil dificílimo doce dulcíssimo fácil facílimo fiel fidelíssimo frágil fragílimo frio friíssimo ou frigidíssimo humilde humílimo jovem juveníssimo livre libérrimo magnífico magnificentíssimo Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 157 www.apostilasmetodo.com.br magro macérrimo ou magríssimo manso mansuetíssimo mau péssimo nobre nobilíssimo pequeno mínimo pobre paupérrimo ou pobríssimo preguiçoso pigérrimo próspero prospérrimo sábio sapientíssimo sagrado sacratíssimo Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação pode ser: De Superioridade: Clara é a mais bela da sala. De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala. Note bem: 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., antepostos ao adjetivo. 2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob duas formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma popular é constituída do radical do adjetivo português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. 3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo, necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável hiato i-í. Numeral Numeral é a palavra que indica os seres em termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada sequência. Exemplos: Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. [quatro: numeral = atributo numérico de "ingresso"] Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 158 www.apostilasmetodo.com.br Eu quero café duplo, e você? ...[duplo: numeral = atributo numérico de "café"] A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor! ...[primeira: numeral = situa o ser "pessoa" na sequência de "fila"] Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais, mas sim de algarismos. Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena. Classificação dos Numerais Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico. Por exemplo: um, dois, cem mil, etc. Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. Por exemplo: primeiro, segundo, centésimo, etc. Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão dos seres. Por exemplo: meio, terço, dois quintos, etc. Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada. Por exemplo: dobro, triplo, quíntuplo, etc. Coletivos: se referem ao conjunto de algo, indicando o número exato de seres que compõem esse conjunto. Por exemplo: dezena, dúzia, milheiro, etc. Leitura dos Numerais Separando os números em centenas, de trás para frente, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa- se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção e. Por exemplo: 1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte e seis. 45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte. Flexão dos numerais Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 159 www.apostilasmetodo.com.br Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, etc. variam em número: milhões, bilhões, trilhões, etc. Os demais cardinais são invariáveis. Os numerais ordinais variam em gênero e número: primeiro segundo milésimo primeira segunda milésima primeiros segundos milésimos primeiras segundas milésimas Numerais multiplicativos Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas. Por exemplo: Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo de produção. Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número. Por exemplo: Teve de tomar doses triplas do medicamento. Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. Observe: um terço/dois terços uma terça parte duas terças partes Os numerais coletivos flexionam-se em número. Veja: uma dúzia um milheiro duas dúzias dois milheiros É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido. É o que ocorre em frases como: Me empresta duzentinho... É artigo de primeiríssima qualidade! O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol) Emprego dos Numerais Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 160 www.apostilasmetodo.com.br Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam- se os ordinais até décimo e a partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo: Ordinais Cardinais João Paulo II (segundo) D. Pedro II (segundo) Ato II (segundo) Século VIII (oitavo) Canto IX (nono) Tomo XV (quinze) Luís XVI (dezesseis) Capítulo XX (vinte) Século XX (vinte) João XXIII (vinte e três) Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante: Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez) Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um) Ambos/ambas são considerados numerais. Significam "um e outro", "os dois" (ou "umae outra", "as duas") e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Por exemplo: Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos agora participam das atividades comunitárias de seu bairro. Obs.: a forma "ambos os dois" é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo. Pronome Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele se refere, ou ainda, que acompanha o nome qualificando-o de alguma forma. Exemplos: A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos! Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 161 www.apostilasmetodo.com.br [substituição do nome] A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita! [referência ao nome] Essa moça morava nos meus sonhos! [qualificação do nome] Grande parte dos pronomes não possuem significados fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a referência exata daquilo que está sendo colocado por meio dos pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes têm por função principal apontar para as pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes apresentam uma forma específica para cada pessoa do discurso. Exemplos: Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. [minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala] Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? [tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala] A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. [dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala] Em termos morfológicos, os pronomes são palavras variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência através do pronome seja coerente em termos de gênero e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Exemplos: [Fala-se de Roberta] Ele quer participar do desfile da nossa escola neste ano. [nossa: pronome que qualifica "escola" = concordância adequada] [neste: pronome que determina "ano" = concordância adequada] [ele: pronome que faz referência à "Roberta" = concordância inadequada] Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 162 www.apostilasmetodo.com.br Pronomes Pessoais São aqueles que substituem os substantivos, indicando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve assume os pronomes eu ou nós, usa os pronomes tu, vós, você ou vocês para designar a quem se dirige e ele, ela, eles ou elas para fazer referência à pessoa ou às pessoas de quem fala. Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso oblíquo. Pronome Reto Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito. Por exemplo: Nós lhe ofertamos flores. Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim configurado: - 1ª pessoa do singular: eu - 2ª pessoa do singular: tu - 3ª pessoa do singular: ele, ela - 1ª pessoa do plural: nós - 2ª pessoa do plural: vós - 3ª pessoa do plural: eles, elas Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como complementos verbais na língua- padrão. Frases como "Vi ele na rua" , "Encontrei ela na praça", "Trouxeram eu até aqui", comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspondentes: "Vi-o na rua", "Encontrei-a na praça", "Trouxeram-me até aqui". Obs.: frequentemente observamos a omissão do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas verbais marcam, através de suas desinências, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto. Por exemplo: Fizemos boa viagem. (Nós) Pronome Oblíquo Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença, exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou indireto) ou complemento nominal. Por exemplo: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 163 www.apostilasmetodo.com.br Ofertaram-nos flores. (objeto indireto) Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função diversa que eles desempenham na oração: pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento da oração. Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos. Pronome Oblíquo Átono São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica fraca. Por exemplo: Ele me deu um presente. O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado: - 1ª pessoa do singular (eu): me - 2ª pessoa do singular (tu): te - 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, o, a, lhe - 1ª pessoa do plural (nós): nos - 2ª pessoa do plural (vós): vos - 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, os, as, lhes Observações: O lhe é o único pronome oblíquo átono que já se apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união entre o pronome o ou a e preposição a ou para. Por acompanhar diretamente uma preposição, o pronome lhe exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Os pronomes me, te, se, nos e vos podem tanto ser objetos diretos como objetos indiretos. Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como objetos diretos. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 164 www.apostilasmetodo.com.br Pronome Oblíquo Tônico Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte. O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim configurado: - 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 165 www.apostilasmetodo.com.br - 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo - 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela - 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco - 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco - 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas - Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. - As preposições essenciais introduzem sempre pronomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os pronomes costumam ser usados desta forma: Não há mais nada entre mim e ti. Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. Não há nenhuma acusação contra mim. Não vá sem mim. - A combinação da preposição "com" e alguns pronomes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de companhia. Por exemplo: Ele carregava o documento consigo. - As formas "conosco" e "convosco" são substituídas por "com nós" e "com vós" quando os pronomes pessoais são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum numeral. Por exemplo: Você terá de viajar com nós todos. Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias. Ele disse que iria com nós três. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 166 www.apostilasmetodo.com.br Pronome Reflexivo Sãopronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo verbo. O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado: - 1ª pessoa do singular (eu): me, mim. Por exemplo: Eu não me vanglorio disso. Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi. - 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.Por exemplo: Assim tu teprejudicas. Conhece a ti mesmo. - 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.Por exemplo: Guilherme já se preparou. Ela deu a si um presente. Antônio conversou consigo mesmo. - 1ª pessoa do plural (nós): nos.Por exemplo: Lavamo-nos no rio. - 2ª pessoa do plural (vós): vos.Por exemplo: Vós vos beneficiastes com a esta conquista. Por exemplo: - 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. Por exemplo: Eles se conheceram. Elas deram a si um dia de folga A Segunda Pessoa Indireta A chamada segunda pessoa indireta se manifesta quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso interlocutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento, que podem ser observados no quadro seguinte: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 167 www.apostilasmetodo.com.br Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. "O senhor" e "a senhora" são empregados no tratamento cerimonioso; "você" e "vocês", no tratamento familiar. Você e vocês são largamente empregados no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente, em outras, é muito pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou literária. Observações: a) Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de tratamento que possuem "Vossa (s)" são empregados em relação à pessoa com quem falamos. Por exemplo: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro. Emprega-se "Sua (s)" quando se fala a respeito da pessoa. Por exemplo: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com propriedade. - Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa. b) 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento se dirijam à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar na 3ª pessoa. Por exemplo: Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. c) Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 168 www.apostilasmetodo.com.br por exemplo, se começamos a chamar alguém de "você", não poderemos usar "te" ou "teu". O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa. Por exemplo: Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado) Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto) Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (correto) Pronomes Possessivos São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída). Por exemplo: Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular) Observe o quadro: Note que: A forma do possessivo depende da pessoa gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com o objeto possuído.Por exemplo: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento difícil. Observações: 1 - A forma seu não é um possessivo quando resultar da alteração fonética da palavra senhor. Por exemplo: Muito obrigado, seu José. 2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Podem ter outros empregos, como: a) indicar afetividade. Por exemplo: Não faça isso, minha filha. b) indicar cálculo aproximado.Por exemplo: Ele já deve ter seus 40 anos. c) atribuir valor indefinido ao substantivo. Por exemplo: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 169 www.apostilasmetodo.com.br Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. 3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o pronome possessivo fica na 3ª pessoa. Por exemplo: Vossa Excelência trouxe sua mensagem? 4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo concorda com o mais próximo. Por exemplo: Trouxe-me seus livros e anotações. 5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos átonos assumem valor de possessivo. Por exemplo: Vou seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.) Pronomes Demonstrativos Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, tempo ou discurso. No espaço: Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro está perto da pessoa que fala. Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que fala. Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo. Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação ao destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade. Exemplos: Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade destinatária). Reafirmamos a disposição desta universidade em participar no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que envia a mensagem). Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 170 www.apostilasmetodo.com.br No tempo: Este ano está sendo bom para nós. O pronome este refere-se ao ano presente. Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse refere-se a um passado próximo. Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se referindo a um passado distante. Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou invariáveis, observe: Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s). Invariáveis: isto, isso, aquilo. - Também aparecem como pronomes demonstrativos: o (s), a (s): quando estiverem antecedendo o que e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo. Por exemplo: Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que te indiquei.) mesmo (s), mesma (s): Por exemplo: Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem. próprio (s), própria (s): Por exemplo: Os próprios alunos resolveram o problema. semelhante (s): Por exemplo: Não compre semelhante livro. tal, tais: Por exemplo: Tal era a solução para o problema. Note que: a) Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em construções redundantes, com finalidade expressiva, para salientar algum termo anterior. Por exemplo: Manuela, essa é que dera em cheio casando com o José Afonso. Desfrutar das belezas brasileiras, isso é que é sorte! Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 171 www.apostilasmetodo.com.br b) O pronome demonstrativo neutro o pode representar um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que aparece, geralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto. Por exemplo: O casamento seria um desastre. Todos o pressentiam. c)Para evitar a repetição de um verbo anteriormente expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer, chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes de). Por exemplo: Ninguém teve coragem de falar antes que ela o fizesse. Diz-se corretamente: Não sei que fazer. Ou: Não sei o que fazer. Mas: Tenho muito que fazer. (E não: Tenho muito o que fazer.) d) Em frases como a seguinte, este refere-se à pessoa mencionada em último lugar, aquele à mencionada em primeiro lugar. Por exemplo: O referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos: aquele casado, solteiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado.] e) O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica. Por exemplo: A menina foi a tal que ameaçou o professor? f) Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, disso, nisso, no, etc. Por exemplo: Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo) Pronomes Indefinidos São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade indeterminada. Por exemplo: Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-plantadas. Não é difícil perceber que "alguém" indica uma pessoa de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano que seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em: Pronomes Indefinidos Substantivos Assumem o lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 172 www.apostilasmetodo.com.br São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo. Por exemplo: Algo o incomoda? Quem avisa amigo é. Pronomes Indefinidos Adjetivos Qualificam um ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). Por exemplo: Cada povo tem seus costumes. Certas pessoas exercem várias profissões. Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pronomes indefinidos adjetivos: algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. Por exemplo: Poucos vieram para o passeio. Poucos alunos vieram para o passeio. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e invariáveis. Observe o quadro: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 173 www.apostilasmetodo.com.br São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc. Por exemplo: Cada um escolheu o vinho desejado. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 174 www.apostilasmetodo.com.br Pronomes Relativos São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as orações subordinadas adjetivas. Por exemplo: O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros. (que afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = oração subordinada adjetiva). O pronome relativo "que" refere-se à palavra "sistema" e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra "sistema" é antecedente do pronome relativo "que". Os pronomes relativos "que" e "qual" podem ser antecedidos pelos pronomes demonstrativos "o", "a", "os", "as" (quando esses equivalerem a "isto", "isso", "aquele(s)", "aquela(s)", "aquilo".). Por exemplo: Não sei o que você está querendo dizer. Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expresso. Por exemplo: Quem casa, quer casa. Observe o quadro abaixo: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 175 www.apostilasmetodo.com.br Note que: a) O pronome "que" é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído por "o qual", "a qual", "os quais", "as quais" quando seu antecedente for um substantivo. Por exemplo: O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual) Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais) As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais) b) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para verificar se palavras como "que", "quem", "onde" (que podem ter várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições. Por exemplo: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado. (O uso de "que" neste caso geraria ambiguidade.) Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (Não se poderia usar "que" depois de "sobre".) c) O relativo "que" às vezes equivale a "o que", "coisa que" e se refere a uma oração. Por exemplo: Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural. Obs.: os pronomes relativos podem vir precedidos de preposição de acordo com a regência verbal dos verbos da oração. Por exemplo: Havia condições com que não concordávamos. (concordar com) Havia condições de que desconfiávamos. (desconfiar de) d) O pronome "cujo" não concorda com o seu antecedente, mas com o consequente. Equivale a "do qual", "da qual", "dos quais", "das quais". Por exemplo Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 176 www.apostilasmetodo.com.br e) "Quanto" é pronome relativo quando tem por antecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo: Por exemplo: f) O pronome "quem" refere-se a pessoas e vem sempre precedido de preposição. Por exemplo: g) "Onde", como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar. Por exemplo: A casa onde morava foi assaltada. h) Na indicação de tempo, deve-se empregar "quando" ou "em que". Por exemplo: Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no exterior. i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras: - como (= pelo qual) Por exemplo: Não me parece correto o modo como você agiu semana passada. - quando (= em que) Por exemplo: Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame. j) Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa só frase. Por exemplo: O futebol é um esporte. O povo gosta muito deste esporte. O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 177 www.apostilasmetodo.com.br k) Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo "que". Por exemplo: A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria, (que) fumava. Pronomes Interrogativos São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem-se à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações). Por exemplo: Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço. Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas preferes. Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos passageiros desembarcaram. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 178 www.apostilasmetodo.com.br Pronomes Substantivos e Pronomes Adjetivos Pronomes Substantivos são aqueles que substituem um substantivo ao qual se referem. Por exemplo: Nem tudo está perdido. (Nem todos os bens estão perdidos.)Aquilo me deixou alegre. Obs.: ao assumir para si as características do nome que substitui, o pronome seguirá todas as demais concordâncias (gênero - número - pessoa do discurso - marca de sujeito inanimado - marca de situação no espaço). Pronomes Adjetivos são aqueles que acompanham o substantivo com o qual se relacionam, juntando-lhe uma característica. Por exemplo: Este moço é meu irmão. Alguma coisa me deixou alegre. Observação: a classificação dos pronomes em substantivos ou adjetivos não exclui sua classificação específica. Por exemplo: Muita gente não me entende. (muita = pronome adjetivo indefinido). Trouxe o meu ingresso e o teu. (meu = pronome adjetivo possessivo / teu = pronome substantivo possessivo) Conjunção Além da preposição, há outra palavra também invariável que, na frase, é usada como elemento de ligação: a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavra de mesma função em uma oração: O concurso será realizado nas cidades de Campinas e São Paulo. A prova não será fácil, por isso estou estudando muito. Morfossintaxe da Conjunção As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem propriamente uma função sintática: são conectivos. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 179 www.apostilasmetodo.com.br Classificação da Conjunção De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção depende da existência do outro. Veja: Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo. Podemos separá-las por ponto: Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo. Temos acima um exemplo de conjunção (e, consequentemente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”. Já em: Espero que eu seja aprovada no concurso! Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração principal): Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal). Conjunções Coordenativas São aquelas que ligam orações de sentido completo e independente ou termos da oração que têm a mesma função gramatical. Subdividem-se em: 1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não), não só... mas também, não só... como também, bem como, não só... mas ainda. A sua pesquisa é clara e objetiva. Não só dança, mas também canta. 2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, expressando ideia de contraste ou compensação. São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante. Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. 3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez. Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 180 www.apostilasmetodo.com.br 4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim. Marta estava bem preparada para o teste, portanto não ficou nervosa. Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. 5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. Não demore, que o filme já vai começar. Falei muito, pois não gosto do silêncio! Conjunções Subordinativas São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas dependente da outra. A oração dependente, introduzida pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de oração subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado quando ela chegou. O baile já tinha começado: oração principal quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) ela chegou: oração subordinada As conjunções subordinativas subdividem-se em integrantes e adverbiais: 1. Integrantes - Indicam que a oração subordinada por elas introduzida completa ou integra o sentido da principal. Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja, as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se. Quero que você volte. (Quero sua volta) 2. Adverbiais - Indicam que a oração subordinada exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acordo com a circunstância que expressam, classificam-se em: a) Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como (= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc. Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios. b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto, etc. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 181 www.apostilasmetodo.com.br Embora fosse tarde, fomos visitá-lo. c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc. Se precisar de minha ajuda, telefone-me. ** Dica: você deve ter percebido que a conjunção condicional “se” também é conjunção integrante. A diferença é clara ao ler as orações que são introduzidas por ela. Acima, ela nos dá a ideia da condição para que recebamos um telefonema (se for preciso ajuda). Já na oração: Não sei se farei o concurso... Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: o verbo da oração principal (sei) pede complemento (objeto direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”). Portanto, a oração em destaque exerce a função de objeto direto da oração principal, sendo classificada como oração subordinada substantiva objetiva direta. d) Conformativas: introduzem uma oração que exprime a conformidade de um fato com outro. São elas: conforme, como (= conforme), segundo, consoante, etc. O passeio ocorreu como havíamos planejado. e) Finais: introduzem uma oração que expressa a finalidade ou o objetivo com que se realiza a oração principal. São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que), que, etc. Toque o sinal para que todos entrem no salão. f) Proporcionais: introduzem uma oração que expressa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais), quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto menos... (menos), etc. O preço fica mais caro à medida que os produtos escasseiam. * Observação: são incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida que e na medida em que. g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc. A briga começou assim que saímos da festa. h) Comparativas: introduzem uma oração que expressa ideia de comparação com referência à oração principal. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 182 www.apostilasmetodo.com.br São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com menos ou mais),etc. O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que (tendo como antecedente na oração principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do exame. Atenção: Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contexto. O bom relacionamento entre as conjunções de um texto garante a perfeita estruturação de suas frases e parágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteúdo. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se pode chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o conjunto das relações que garantem a coesão do enunciado. O sucesso desse conjunto de relações depende do conhecimento do valor relacional das conjunções, uma vez que estas interferem semanticamente no enunciado. Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às conjunções tanto na leitura como na produção de textos. Nos textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expressão de circunstâncias fundamentais à condução da história, como as noções de tempo, finalidade, causa e consequência. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes a linha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso das exposições e argumentações construídas por meio de contrastes e oposições, que implicam o uso das adversativas e concessivas. Verbo Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); ocorrência (nascer); desejo (querer). O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus possíveis significados. Observe que palavras como corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 183 www.apostilasmetodo.com.br verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos possuem. Estrutura das Formas Verbais Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes elementos: a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-) b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (falar) 2ª - Vogal Temática - E - (vender) 3ª - Vogal Temática - I - (partir) c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: falávamos (indica o pretérito imperfeito do indicativo.) falasse (indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) d) Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a pessoa do discurso (1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural). Por exemplo: falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) falavam(indica a 3ª pessoa do plural.) Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados (compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal "e", apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc. Formas Rizotônicas e Arrizotônicas Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos. Classificação dos Verbos Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 184 www.apostilasmetodo.com.br Classificam-se em: a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical. Por exemplo: canto cantei cantarei cantava cantasse b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências. Por exemplo: faço fiz farei fizesse c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais. Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os principais verbos impessoais são: a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais). Por exemplo: Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam) Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão) Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz) b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo). Por exemplo: Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil. Era primavera quando a conheci. Estava frio naquele dia. c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, "Amanheci mal- Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 185 www.apostilasmetodo.com.br humorado", usa-se o verbo "amanhecer" em sentido figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal. Por exemplo: Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu) Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos) Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu) d) São impessoais, ainda: 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo. Ex.: Já passa das seis. 2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência. Ex.: Basta de tolices. Chega de blasfêmias. 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais. 4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de "ser possível". Por exemplo: Não deu para chegar mais cedo. Dá para me arrumar uns trocados? Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas do singular e do plural. Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais, como: bramar (tigre) bramir (crocodilo) cacarejar (galinha) coaxar (sapo) cricrilar (grilo) Os principais verbos unipessoais são: 1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.). Observe os exemplos: Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante) Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover) É preciso que chova. (Sujeito: que chova) Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 186 www.apostilasmetodo.com.br 2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que. Observe os exemplos: Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar) Vai para dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia) Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais. Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo: verbo falir Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que provavelmente causaria problemas de interpretação em certos contextos. Por exemplo: verbo computar Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas verbaisrepudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e a popularização da informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas. d) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular). Observe: e) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 187 www.apostilasmetodo.com.br - Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal (aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver. Conjugação dos Verbos Auxiliares SER - Modo Indicativo Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 188 www.apostilasmetodo.com.br Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 189 www.apostilasmetodo.com.br Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 190 www.apostilasmetodo.com.br g) Pronominais São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja: 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá. A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes): Eu me arrependo Tu te arrependes Ele se arrepende Nós nos arrependemos Vós vos arrependeis Eles se arrependem 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto representado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 191 www.apostilasmetodo.com.br A reflexibilidade se diz acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: Maria penteou-me. Observações: 1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função sintática. 2- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo: Eu me feri. --- Eu (sujeito)-1ª pessoa do singular me (objeto direto) - 1ª pessoa do singular Modos Verbais Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato. Em português, existem três modos: Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo: Eu sempre estudo. Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por exemplo: Talvez eu estude amanhã. Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por exemplo: Estuda agora, menino. Formas Nominais Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe: a) Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substantivo. Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta) É indispensável combater a corrupção. (= combate à) O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo: É preciso ler este livro. Era preciso ter lido este livro. b) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 192 www.apostilasmetodo.com.br 2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres (tu) 1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós) 2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós) 3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles) Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação. c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo: Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio) Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo) Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta, uma ação concluída. Por exemplo: Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro. d) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos saíram. Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida para representar a escola. Tempos Verbais Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja: 1. Tempos do Indicativo Presente - Expressa um fato atual. Por exemplo: Eu estudo neste colégio. Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente terminado. Por exemplo: Ele estudava as lições quando foi interrompido. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 193 www.apostilasmetodo.com.br Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado. Por exemplo: Ele estudou as lições ontem à noite. Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve início no passado e que pode se prolongar até o momento atual. Por exemplo: Tenho estudado muito para os exames. Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado. Por exemplo: Ele já tinha estudado as lições quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples) Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual. Por exemplo: Ele estudará as lições amanhã. Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve ocorrer posteriormente a um momento atual, mas já terminado antes de outro fato futuro. Por exemplo: Antes de bater o sinal, os alunos já terão terminado o teste. Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado. Por exemplo: Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias. Futuro do Pretérito (composto)- Enuncia um fato que poderia ter ocorrido posteriormente a um determinado fato passado. Por exemplo: Se eu tivesse ganhado esse dinheiro, teria viajado nas férias. Tempos do Subjuntivo Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual. Por exemplo: É conveniente que estudes para o exame. Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido. Por exemplo: Eu esperava que ele vencesse o jogo. Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 194 www.apostilasmetodo.com.br Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente terminado num momento passado. Por exemplo: Embora tenha estudado bastante, não passou no teste. Pretérito Mais-Que-Perfeito (composto) - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado. Por exemplo: Embora o teste já tivesse começado, alguns alunos puderam entrar na sala de exames. Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Por exemplo: Quando ele vier à loja, levará as encomendas. Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja, levará as encomendas. Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior ao momento atual mas já terminado antes de outro fato futuro. Por exemplo: Quando ele tiver saído do hospital, nós o visitaremos. Formação dos Tempos Simples Quanto à formação dos tempos simples, estes dividem-se em primitivos e derivados. Primitivos: Presente do indicativo Pretérito perfeito do indicativo Infinitivo impessoal Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 195 www.apostilasmetodo.com.br Derivados do Presente do Indicativo: Presente do subjuntivo Imperativo afirmativo Imperativo negativo Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo: Pretérito mais-que-perfeito do indicativo Pretérito imperfeito do subjuntivo Futuro do subjuntivo Derivados do Infinitivo Impessoal: Futuro do presente do indicativo Futuro do pretérito do indicativo Imperfeito do indicativo Gerúndio Particípio Tempos Primitivos Pretérito Perfeito do Indicativo O pretérito perfeito do indicativo é marcado basicamente pela desinência pessoal. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 196 www.apostilasmetodo.com.br Infinitivo Impessoal Tempos Derivados do Presente do Indicativo Presente do Subjuntivo Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação). Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 197 www.apostilasmetodo.com.br Imperativo Imperativo Afirmativo ou Positivo Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do plural (vós) eliminando-se o "S" final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja: Imperativo Negativo Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo. Observações: - No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês. - O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós). Tempos Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 198 www.apostilasmetodo.com.br Pretérito mais-que-perfeito Para formar o pretérito mais-que-perfeito do indicativo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal - RA mais a desinência de número e pessoa correspondente. Existem gramáticos que afirmam que este tempo origina-se da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito (cantaram/venderam/partiram), mediante a supressão do m final e acréscimo da desinência de número e pessoa. Ou simplesmente: tema + {-ra, -ras, -ra, -ramos, -reis, -ram (1ª, 2ª e 3ª conj.) Observe o quadro: Futuro do Subjuntivo Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa correspondente. Outros gramáticos afirmam que este tempo origina-se da terceira pessoa do pretérito perfeito (cantaram/venderam/partiram) mediante a supressão do -am final e acréscimo da desinência de número e pessoa. Ou simplesmente: tema + { -r, -res, -r, -rmos, -rdes, -rem (1ª, 2ª e 3ª conj.) Observe o quadro: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 199 www.apostilasmetodo.com.br Atenção: Sempre que tivermos dúvidas sobre a conjugação do futuro do subjuntivo, bastar-nos-á verificar a 3ª p. p. do pretérito perfeito. Se formos confrontar o futuro do subjuntivo com o infinitivo pessoal, notaremos haver igualdade de forma para muitos verbos, o que não ocorre sempre. O verbo fazer, por exemplo, conjuga-se no infinitivo pessoal: fazer, fazeres, fazer, fazermos, fazerdes, fazerem; mas no futuro do subjuntivo veremos as formas: quando eu fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem, pois este tempo se origina da 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo. Tempos Derivados do Infinitivo Impessoal Futuro do Presente do Indicativo Infinitivo Impessoal + { -ei, -ás, -á, -emos, -eis, -ão (1ª,2ª e 3ª conj.) } Veja: Futuro do Pretérito do Indicativo Infinitivo Impessoal + { -ia, -ias, -ia, -íamos, -íeis, -iam (1ª, 2ª e 3ª conj.) Veja: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 200 www.apostilasmetodo.com.br Infinitivo Pessoal Infinitivo Impessoal + { -es (2ª pessoa do singular), -mos (1ª pessoa do plural), -des (2ª pessoa do plural), -em ( 3ª pessoa do plural) (1ª, 2ª e 3ª conj.) Questões sobre Verbo 1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é: A) Houveram eleições em outros países este ano. B) Se eu vir você por aí, acabou. C) Tinha chego atrasado vinte minutos. D) Fazem três anos que não tiro férias. E) Esse homem possue muitos bens. Comentários: A) Houveram eleições em outros países este ano = houve C) Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha chegado D) Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos E) Esse homem possue muitos bens = possui RESPOSTA: “B”. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 201 www.apostilasmetodo.com.br 2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACAFE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e modos indicados entre parênteses, fazendo a devida concordância. • O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - preté- rito perfeito do indicativo) • Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do indicativo) • Representantes do PCRT somente serão aceitos na composição da chapa quando se _________ de criticar a atual diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo) A sequência correta, de cima para baixo, é: A-) interveio - entretinham - abstiverem B-) interviu - entretiveram - absterem C-) intervém - entreteram - abstêm D-) interviera - entretêm - abstiverem E-) intervirá - entretenham – abstiveram Comentários: O verbo “intervir” deve ser conjugado como o verbo “vir”. Este, no pretérito perfeitodo Indicativo fica “veio”, portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que ele não deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa B. Como não há outro item com a mesma opção, chegamos à resposta rapidamente! RESPOSTA: “A”. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 202 www.apostilasmetodo.com.br 3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir. Já __________ alguns anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos smartphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos para associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso prolongado desses aparelhos, e _________ alertado os pais para que avaliem a necessidade de estabelecer limites aos seus filhos. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com: (A) faz … haver … têm (B) fazem … haver … tem (C) faz … haverem … têm (D) fazem … haverem … têm (E) faz … haverem … tem Comentários: Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos smartphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas acreditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos para associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso prolongado desses aparelhos, e TÊM (concorda com o termo “os especialistas”) alertado os pais para que avaliem a necessidade de estabelecer limites aos seus filhos. Temos: faz, haver, têm. RESPOSTA: “A”. Locuções Verbais Outro tipo de conjugação composta - também chamada conjugação perifrástica - são as locuções verbais, constituídas de verbos auxiliares mais gerúndio ou infinitivo. São conjuntos de verbos que, numa frase, desempenham papel equivalente ao de um verbo único. Nessas locuções, o último verbo, chamado principal, surge sempre numa de suas formas nominais; as flexões de tempo, modo, número e pessoa ocorrem nos verbos auxiliares. Observe os exemplos: Estou lendo o jornal. Marta veio correndo: o noivo acabara de chegar. Ninguém poderá sair antes do término da sessão. A língua portuguesa apresenta uma grande variedade dessas locuções, conseguindo exprimir por meio delas os mais variados matizes de significado. Ser (estar, em algumas construções) é Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 203 www.apostilasmetodo.com.br usado nas locuções verbais que exprimem a voz passiva analítica do verbo. Poder e dever são auxiliares que exprimem a potencialidade ou a necessidade de que determinado processo se realize ou não. Veja: Pode ocorrer algo inesperado durante a festa. Deve ocorrer algo inesperado durante a festa. Outro auxiliar importante é querer, que exprime vontade, desejo. Por exemplo: Quero ver você hoje. Também são largamente usados como auxiliares: começar a, deixar de, voltar a, continuar a, pôr-se a, ir, vir e estar, todos ligados à noção de aspecto verbal. Vozes do Verbo Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. São três as vozes verbais: a) Ativa: quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo. Por exemplo: b) Passiva: quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo. Por exemplo: c) Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação. Por exemplo: O menino feriu-se. Obs.: não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade. Por exemplo: Os lutadores feriram-se. (um ao outro) Formação da Voz Passiva A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético. 1- Voz Passiva Analítica Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 204 www.apostilasmetodo.com.br A escola será pintada. O trabalho é feito por ele. Obs. : o agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a construção com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada de soldados. - Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja explícito na frase. Por exemplo: A exposição será aberta amanhã. - A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é invariável. Observe a transformação das frases seguintes: Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo) O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) - Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. Observe a transformação da frase seguinte: O vento ia levando as folhas. (gerúndio) As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Obs.: é menos frequente a construção da voz passiva analítica com outros verbos que podem eventualmente funcionar como auxiliares. Por exemplo: A moça ficou marcada pela doença. 2- Voz Passiva Sintética A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo na 3ª pessoa, seguido do pronome apassivador SE. Por exemplo: Abriram-se as inscrições para o concurso. Destruiu-se o velho prédio da escola. Obs.: o agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética. Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 205 www.apostilasmetodo.com.br Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o sentido da frase. Por exemplo: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa passará a agente da passiva e o verbo ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo. Observe mais exemplos: Os mestres têm constantemente aconselhado os alunos. Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos mestres. Eu o acompanharei. Ele será acompanhado por mim. Obs.: quando o sujeito da voz ativa for indeterminado, não haverá complemento agente na passiva. Por exemplo: Prejudicaram-me. Fui prejudicado. Saiba que: 1) Aos verbos que não são ativos nem passivos ou reflexivos, são chamados neutros. Por exemplo: O vinho é bom. Aqui chove muito. 2) Há formas passivas com sentido ativo. Por exemplo: É chegada a hora. (= Chegou a hora.) Eu ainda não era nascido. (= Eu ainda não tinha nascido.) És um homem lido e viajado. (= que leu e viajou) 3) Inversamente, usamos formas ativas com sentido passivo. Por exemplo: Há coisas difíceis de entender. (= serem entendidas) Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 206 www.apostilasmetodo.com.br Mandou-o lançar na prisão. (= ser lançado) 4) Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o sujeito é paciente. Por exemplo: Chamo-me Luís. Batizei-me na Igreja do Carmo. Operou-se de hérnia. Vacinaram-se contra a gripe. QUESTÕES 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/- adaptada) A frase “que foi trazida pelo instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a: (A) que o instituto Endeavor traz; (B) que o instituto Endeavor trouxe; (C) trazida pelo instituto Endeavor; (D) que é trazida pelo instituto Endeavor; (E) que traz o instituto Endeavor. Comentários: Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa teremos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tempo verbal no pretérito – assim como na passiva). RESPOSTA: “B”. 2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/- adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal: A) consideravam. B) consideram. C) considerem. D) considerarão. E) considerariam. Apostila ConcursoIFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 207 www.apostilasmetodo.com.br Comentários - É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então na ativa teremos UM: muitos o consideram o maior maratonista de todos os tempos. RESPOSTA: “B”. 3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal resultante deverá ser (A) terei glosado (B) seria glosada (C) haverá de ser glosada (D) será glosada (E) terá sido glosada Comentários: “vou glosar uma observação de Machado de Assis” – “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na passiva: uma observação de Machado de Assis será glosada por mim. RESPOSTA: “D”. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 208 www.apostilasmetodo.com.br Pontuação e Acentuação gráfica Pontuação Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor a coesão e a coerência textual, além de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Um texto escrito adquire diferentes significados quando pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação depende, em certos momentos, da intenção do autor do discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente relacionados ao contexto e ao interlocutor. Principais funções dos sinais de pontuação Ponto (.) 1- Indica o término do discurso ou de parte dele, encerrando o período. 2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Companhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de período, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo: Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e não “etc..”) 3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do ponto, assim como após o nome do autor de uma citação: Haverá eleições em outubro O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) 4- Os números que identificam o ano não utilizam ponto nem devem ter espaço a separá-los, bem como os números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. Ponto e Vírgula ( ; ) 1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA). 2- Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, montanhas, frio e cobertor. 3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos, decreto de lei, etc. Ir ao supermercado; Pegar as crianças na escola; Caminhada na praia; Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 209 www.apostilasmetodo.com.br Reunião com amigos. Dois pontos (:) 1- Antes de uma citação Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: 2- Antes de um aposto Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite. 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a rotina de sempre. 4- Em frases de estilo direto Maria perguntou: - Por que você não toma uma decisão? Ponto de Exclamação (!) 1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, súplica, etc. Sim! Claro que eu quero me casar com você! 2- Depois de interjeições ou vocativos Ai! Que susto! João! Há quanto tempo! Ponto de Interrogação (?) Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo) Reticências (...) 1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis, canetas, cadernos... 2- Indica interrupção violenta da frase. “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!” 3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este mal... pega doutor? 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa, depois, o coração falar... Vírgula (,) Não se usa vírgula: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 210 www.apostilasmetodo.com.br * separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se diretamente entre si: Usa-se a vírgula: - Para marcar intercalação: a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, vem caindo de preço. b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos. c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão dos lucros altos. - Para marcar inversão: a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas. b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma. c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de 1982. - Para separar entre si elementos coordenados (dispostos em enumeração): Era um garoto de 15 anos, alto, magro. A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais. - Para marcar elipse (omissão) do verbo: Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco. - Para isolar: - o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito caótico. - o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 211 www.apostilasmetodo.com.br Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 212 www.apostilasmetodo.com.br Observações: - Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expressão latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria dispensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. Precedido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. - As perguntas que denotam surpresa podem ter combinados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você falou isso para ela?! - Temos, ainda, sinais distintivos: 1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), separação de siglas (IOF/UPC); 2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção aos parênteses, principalmente na matemática; 3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um nome que não se quer mencionar. Questões 1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação está correta em: A) Hagar disse, que não iria. B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bifes e lagostas, aos vizinhos. C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas: para Hagar e Helga Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 213 www.apostilasmetodo.com.br D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Hagar à Helga. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pelos Stevensens, para jantar bifes e lagostas. Comentários: A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre verbo e seu complemento (objeto) B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bifes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e seu complemento (objeto) C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas para Hagar e Helga. D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Hagar à Helga. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pelos Stevensens, para jantar bifes e lagostas. RESPOSTA: “E”. 2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRABALHO – CESPE) A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas alcoólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula logo após a palavra “vinhos”. ( ) CERTO ( ) ERRADO Comentários: Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predicado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo do sujeito (2),ou algum termo que requeira estar separado entre pontuações. Exemplos: O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os meninos, ansiosos (2), chegaram! RESPOSTA: “CERTO”. 3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB) Em apenas uma das opções a vírgula foi corretamente empregada. Assinale-a. A) No dia seguinte, estavam todos cansados. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 214 www.apostilasmetodo.com.br B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas. C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas perplexas. D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fundamental. E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em pequena parte do território. Comentários: A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se separa sujeito do predicado (o sujeito está no final). C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas perplexas = não se separa sujeito do predicado. D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fundamental = não se separa sujeito do predicado. E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em pequena parte do território. = não se separa sujeito do predicado RESPOSTA: “A” Acentuação gráfica Quanto à acentuação, observamos que algumas palavras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por isso, vamos às regras! Regras básicas – Acentuação tônica A acentuação tônica está relacionada à intensidade com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas. De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas como: Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju – papel Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sapato – passível Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 215 www.apostilasmetodo.com.br Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente: são os chamados monossílabos. Os acentos acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”, “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras representam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público. Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos). acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: tâmara – Atlântico – pêsames – supôs . acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles trema ( ̈ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülleriano (de Müller) til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais nasais: oração – melão – órgão – ímã Regras fundamentais Palavras oxítonas: Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) – Belém. Esta regra também é aplicada aos seguintes casos: - Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há - Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo Paroxítonas: Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: - i, is: táxi – lápis – júri - us, um, uns: vírus – álbuns – fórum - l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps - ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos - ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”: água – pônei – mágoa – memória Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 216 www.apostilasmetodo.com.br ** Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Repare que esta palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização! Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 217 www.apostilasmetodo.com.br Regras especiais: Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas. Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são acentuados: dói, escarcéu. Acento Diferencial Representam os acentos gráficos que, pelas regras de acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras e/ou tempos verbais. Por exemplo: Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indicativo do mesmo verbo). Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas: terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada, mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se, para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição. Os demais casos de acento diferencial não são mais utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substantivo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramaticais são definidos pelo contexto. Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro “para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de finalidade). ** Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui? Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 218 www.apostilasmetodo.com.br Regra do Hiato: Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a segunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís. Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz, sa-ir, ju-iz. Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i- nha, ven-to-i-nha. Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba. Observação importante: Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas): ** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. Repare: 1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você. 2-) Elza lê bem! / Todas leem bem! 3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que os garotos deem o recado! 4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 219 www.apostilasmetodo.com.br Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à tarde! As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não serão mais acentuadas: Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo vir) A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm Questões 1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO) Assinale a alternativa que contém duas palavras acentuadas conforme a mesma regra. (A) “Hambúrgueres” e “repórter”. (B) “Inacreditáveis”e “repórter”. (C) “Índice” e “dólares”. (D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”. (E) “Atribuídos” e “índice”. Comentários: (A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = paroxítona (B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paroxítona (C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxítona (D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra do hiato (E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparoxítona RESPOSTA: “B”. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 220 www.apostilasmetodo.com.br 2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – FUNDATEC) Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação gráfica. I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’ seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua portuguesa. II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vários’ e ‘país’ não é a mesma. III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente. IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em situação de uso, quanto à flexão de número. Quais estão corretas? A) Apenas I e III. B) Apenas II e IV. C) Apenas I, II e IV. D) Apenas II, III e IV. E) I, II, III e IV. Comentários: I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’ seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão verbos (correta) II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá- rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona terminada em ditongo; país é a regra do hiato (correta) III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta. IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em situação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é utilizado para a terceira pessoa do plural (correta) RESPOSTA: “C”. Sintaxe de concordância e regência. Colocação Pronominal Colocação Pronominal trata da correta colocação dos pronomes oblíquos átonos na frase. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 221 www.apostilasmetodo.com.br * Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: OBlíquo = OBjeto! Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja rigorosamente seguida, algumas normas devem ser observadas na linguagem escrita. Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A próclise é usada: 1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome para antes do verbo. São elas: a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, jamais, etc.: Não se desespere! b) Advérbios: Agora se negam a depor. c) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem tudo! d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se esforçou. e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportunidade. f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem lhe disse isso? 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto se ofendem! 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas): Que Deus o ajude. 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome reto ou sujeito expresso: Eu lhe entregarei o material amanhã. Tu sabes cantar? Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do verbo. A mesóclise é usada: Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contanto que esses verbos não estejam precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos: Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no mundo. Repare que o pronome está “no meio” do verbo “realizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma palavra que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja: Não se realizará... Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia nessa viagem. (Com presença de palavra que justifique o uso de pró- clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanharia nessa viagem). Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem possíveis: 1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo: Quando eu avisar, silenciem-se todos. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 222 www.apostilasmetodo.com.br 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não era minha intenção machucá-la. 3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se inicia período com pronome oblíquo). Vou-me embora agora mesmo. Levanto-me às 6h. 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo no concurso, mudo-me hoje mesmo! 5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a proposta fazendo-se de desentendida. Colocação pronominal nas locuções verbais - após verbo no particípio = pronome depois do verbo auxiliar (e não depois do particípio): Tenho me deliciado com a leitura! Eu tenho me deliciado com a leitura! Eu me tenho deliciado com a leitura! - não convém usar hífen nos tempos compostos e nas locuções verbais: Vamos nos unir! Iremos nos manifestar. - quando há um fator para próclise nos tempos compostos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar (e não: “não nos vamos preocupar”). Observações importantes: Emprego de o, a, os, as 1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os pronomes: o, a, os, as não se alteram. Chame-o agora. Deixei-a mais tranquila. 2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: (Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. (Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. 3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, nos, nas. Chamem-no agora. Põe-na sobre a mesa. * Dica: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 223 www.apostilasmetodo.com.br Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa “antes”! Pronome antes do verbo! Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em Inglês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo! Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo Pronome Oblíquo – função de objeto Repare que o pronome está “no meio” do verbo “realizará”: realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma palavra que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja: Não se realizará... Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia nessa viagem. (Com presença de palavra que justifique o uso de pró- clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanharia nessa viagem). Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem possíveis: 1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo: Quando eu avisar, silenciem-se todos. 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não era minha intenção machucá-la. 3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se inicia período com pronome oblíquo). Vou-me embora agora mesmo. Levanto-me às 6h. 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo no concurso, mudo-me hoje mesmo! 5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a proposta fazendo-se de desentendida. Colocação pronominal nas locuções verbais - após verbo no particípio = pronome depois do verbo auxiliar (e não depois do particípio): Tenho me deliciado com a leitura! Eu tenho me deliciado com a leitura! Eu me tenho deliciado com a leitura! - não convém usar hífen nos tempos compostos e nas locuções verbais: Vamos nos unir! Iremos nos manifestar. - quando há um fator para próclise nos tempos compostos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar (e não: “não nos vamos preocupar”). Observações importantes: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 224 www.apostilasmetodo.com.br Emprego de o, a, os, as 1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, ospronomes: o, a, os, as não se alteram. Chame-o agora. Deixei-a mais tranquila. 2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: (Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. (Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. 3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, nos, nas. Chamem-no agora. Põe-na sobre a mesa. * Dica: Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa “antes”! Pronome antes do verbo! Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em Inglês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo! Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo Pronome Oblíquo – função de objeto Questões 1-) (IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISAS – ADMINISTRAÇÃO - CESGRANRIO/2014) Em “Há políticas que reconhecem a informalidade”, ao substituir o termo destacado por um pronome, de acordo com a norma-padrão da língua, o trecho assume a formulação apresentada em: A) Há políticas que a reconhecem. B) Há políticas que reconhecem-a. C) Há políticas que reconhecem-na. D) Há políticas que reconhecem ela. E) Há políticas que lhe reconhecem. Comentários: Primeiramente identifiquemos se temos objeto direto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informalidade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto. Como temos a presença do “que” – independente de sua função no período (pronome relativo, no caso!) – a regra pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a reconhecem. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 225 www.apostilasmetodo.com.br RESPOSTA: “A”. 2-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente foi realizada de modo INCORRETO em: (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os (C) para fazer a dragagem = para fazê-la (D) que desviava a água = que lhe desviava (E) supriam a necessidade = supriam-na Comentários: (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = correta (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta (C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta (D) que desviava a água = que lhe desviava = que a desviava (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta RESPOSTA: “D”. 3-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) “cruzando os desertos do oeste da China − que contornam a Índia − adotam complexas providências Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos grifados acima foram corretamente substituídos por um pronome, respectivamente, em: (A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as (B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam (C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes (D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas (E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam Comentários: Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao objeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar o quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B” e “D”. Ao iniciarmos um parágrafo (já que no enunciado temos uma oração assim) devemos usar ênclise: (cruzando-os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá para substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar a próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto (adotam quem ou o quê?), chegando à Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 226 www.apostilasmetodo.com.br resposta: adotamnas (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pronome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: jklM – N!). RESPOSTA: “D”. Concordância nominal e verbal; Regência nominal e verbal Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome (regência nominal) e seus complementos. Regência Verbal = Termo Regente: VERBO A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência, o que corresponde à diversidade de significados que estesverbos podem adquirir dependendo do contexto em que forem empregados. A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, contentar. A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agrado ou prazer”, satisfazer. Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agradar a alguém”. Saiba que: O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também nominal). As preposições são capazes de modificar completamente o sentido daquilo que está sendo dito. Cheguei ao metrô. Cheguei no metrô. No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A voluntária distribuía leite às crianças. A voluntária distribuía leite com as crianças. Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (objeto indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto (objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial). Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases distintas. 1-) Verbos Intransitivos Os verbos intransitivos não possuem complemento. É importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. - Chegar, Ir Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 227 www.apostilasmetodo.com.br Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino ou direção são: a, para. - Comparecer O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a. Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último jogo. 2-) Verbos Transitivos Diretos Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos. São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o verbo amar: Amo aquele rapaz. / Amo-o. Amo aquela moça. / Amo-a. Amam aquele rapaz. / Amam-no. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la. Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais): Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira) Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor) 3-) Verbos Transitivos Indiretos Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos transitivos Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 228 www.apostilasmetodo.com.br indiretos. Com os objetosindiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: - Consistir - Tem complemento introduzido pela preposição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para todos. - Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos introduzidos pela preposição “a”: Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Eles desobedeceram às leis do trânsito. - Responder - Tem complemento introduzido pela preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a quem” ou “ao que” se responde. Respondi ao meu patrão. Respondemos às perguntas. Respondeu-lhe à altura. Observação: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica: O questionário foi respondido corretamente. Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. - Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos introduzidos pela preposição “com”. Antipatizo com aquela apresentadora. Simpatizo com os que condenam os políticos que governam para uma minoria privilegiada. 4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. - O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular cuidado: Agradeci o presente. / Agradeci-o. Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 229 www.apostilasmetodo.com.br Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. Paguei minhas contas. / Paguei-as. Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes Informar - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. Informe os novos preços aos clientes. Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos preços) - Na utilização de pronomes como complementos, veja as construções: Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre eles) Observação: a mesma regência do verbo informar é usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. Comparar Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança. Pedir Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente naforma de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa. Saiba que: - A construção “pedir para”, muito comum na linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver subentendida. Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz uma oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa). Preferir Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto introduzido pela preposição “a”: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 230 www.apostilasmetodo.com.br Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. Prefiro trem a ônibus. Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre). Mudança de Transitividade - Mudança de Significado Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade, apresentam mudança de significado. O conhecimento das diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico muito importante, pois além de permitir a correta interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão: AGRADAR - Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar, fazer as vontades de. Sempre agrada o filho quando. Aquele comerciante agrada os clientes. - Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela preposição “a”. O cantor não agradou aos presentes. O cantor não lhes agradou. *O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: O cantor desagradou à plateia. ASPIRAR - Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) - Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspirávamos a ele) * Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela) ASSISTIR - Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assistência a, auxiliar. As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. As empresas de saúde negam-se a assisti-los. - Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar presente, caber, pertencer. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 231 www.apostilasmetodo.com.br Assistimos ao documentário. Não assisti às últimas sessões. Essa lei assiste ao inquilino. *No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa conturbada cidade. CHAMAR - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a atenção ou a presença de. Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá chamá-la. Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicionado ou não. A torcida chamou o jogador mercenário. A torcida chamou ao jogador mercenário. A torcida chamou o jogador de mercenário. A torcida chamou ao jogador de mercenário. - Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal: Como você se chama? Eu me chamo José. CUSTAR - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Frutas e verduras não deveriam custar muito. - No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração reduzida de infinitivo. *A Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa: Custei para entender o problema. = Forma correta: Custou-me entender o problema. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 232 www.apostilasmetodo.com.br IMPLICAR - Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes implicavam um firme propósito. b) ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar: Uma ação implica reação. - Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões econômicas. * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem não trabalhasse arduamente. NAMORAR - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois anos. OBEDECER - DESOBEDECER - Sempre transitivo indireto: Todos obedeceram às regras. Ninguém desobedece às leis. *Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 233 www.apostilasmetodo.com.br PROCEDER - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimento,ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo. As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las. Você procede muito mal. - Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela preposição “a”) é transitivo indireto. O avião procede de Maceió. Procedeu-se aos exames. O delegado procederá ao inquérito. QUERER - Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar. Querem melhor atendimento. Queremos um país melhor. - Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar: Quero muito aos meus amigos. VISAR - Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar. O homem visou o alvo. O gerente não quis visar o cheque. - No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. O ensino deve sempre visar ao progresso social. Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público. ESQUECER – LEMBRAR - Lembrar algo – esquecer algo - Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal) No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro. No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto, transitivos indiretos: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 234 www.apostilasmetodo.com.br - Ele se esqueceu do caderno. - Eu me esqueci da chave. - Eles se esqueceram da prova. - Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu. Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes. Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento) Lembrou-me a festa. (vir à lembrança) Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=momentos é sujeito) SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR - São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”: Não simpatizei com os jurados. Simpatizei com os alunos. Importante: A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a preposição “a”: Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel. Cláudia desceu ao segundo andar. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua. Regência Nominal É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja: Obedecer a algo/ a alguém. Obediente a algo/ a alguém. Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será completiva nominal (subordinada substantiva). Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 235 www.apostilasmetodo.com.br Questões 1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta da língua quanto à regência verbal. A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. B) Eu esqueci do seu nome. C) Você assistiu à cena toda? D) Ele chegou na oficina pela manhã. E) Sempre obedeço as leis de trânsito. Comentários: A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro viajar de ônibus a dirigir B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu nome C) Você assistiu à cena toda? = correta D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à oficina pela manhã E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obedeço às leis de trânsito RESPOSTA: “C”. 2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o seguinte trecho para responder à questão. A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imunológica melhor a essa medida, similar _______________ . A alternativa que completa, corretamente, o texto é: (A) das mulheres (B) às mulheres Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 236 www.apostilasmetodo.com.br (C) com das mulheres (D) à das mulheres (E) ao das mulheres Comentários: Similar significa igual; sua regência equivale à da palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (subentendido: resposta imunológica) das mulheres. RESPOSTA: “D”. Concordância Verbal e Nominal Concordância verbal consiste na harmonia estabelecida entre o sujeito (considerando número e pessoa) e o verbo empregado. Exemplos: Eu amo quando as folhas caem no outono. Elas amam quando as folhas caem no outono. Lúcia e Rodrigo entraram na livraria. Concordância nominal: acontece quando existe a harmonia em gênero (feminino ou masculino) e número (singular ou plural) entre o substantivo e o adjetivo atribuído a ele. Exemplos: O menino estudioso passou na prova. Os meninos estudiosos passaram na prova. A menina estudiosa passou na prova. As meninas estudiosas passaram na prova. A regra de ouro com relação à concordância nominal é a de que, um adjetivo, quando caracteriza apenas um substantivo, concorda em gênero e número com esse substantivo. Ainda que a regra acima seja predominante, também é possível que ocorra a concordância nominal entre um pronome ou numeral substantivo assim como outros termos da oração que possuem relação com ele, tais como particípios, artigos, numerais adjetivos e pronomes adjetivos. Dúvidas específicas sobre concordância verbal Ainda que o conteúdo de concordância verbal e nominal pareça um assunto simples, são várias as ocasiões em que surgem dúvidas e é sobre elas que vamos falar a seguir. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 237 www.apostilasmetodo.com.br Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes. O verbo vai para o plural e deve concordar com a pessoa, conforme ordem de prioridade. Exemplo: Maurício e eu conseguimos comprar um carro. Neste caso, a primeira pessoa do singular tem prioridade. Passando para o plural, ela equivale a nós (nós conseguimos comprar um carro). Sujeitos ligados por ou. Os verbos que são ligados por “ou” devem ir para o plural nos casos em que a ação fizer referência a todos os elementos do sujeito. Exemplos: Balas ou chocolates desagradam a menina. Quando o “ou” é usado com a finalidade de retificação, o verbo deve concordar com o último elemento. Maria ou Ana ganhará mais tempo. Já quando o verbo é aplicado a somente um dos elementos, ele deve ficar no singular. Indicações de datas. Há duas variações, sendo que em uma delas o verbo deve concordar com a palavra “dia”. Exemplos: Hoje são 2 de novembro. Hoje é dia 2 de novembro. Sujeitos formados por sinônimos Nessa situação, o verbo pode ir para o plural ou também ficar no singular, concordando com o núcleo que estiver mais próximo. Exemplos: Eficácia e agilidade destacaram aquela empresa. Eficácia e agilidade destacou aquela empresa. Verbos impessoais: O verbo sempre deve ser conjugado na terceira pessoa do singular. Exemplos: Havia muitos pratos naquela mesa. Houve dois anos sem mudanças. Sujeitos ligados por com: O verbo vai para o plural quando é semelhante à ligação “e”. Exemplo: A atriz com seus convidados chegaram às 7 horas. Entretanto, quando o com representa a ideia de “em companhia de”, o verbo deve concordar com o antecedente e o segmento “com” é grafado entrevírgulas: Exemplo: A pintora, com todas as ajudantes, decidiu mudar a data do evento. Sujeito formado por palavras em enumeração e graduação: o verbo pode flexionar para o plural e também concordar com o núcleo que estiver mais próximo. Exemplos: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 238 www.apostilasmetodo.com.br Um mês, um ano, uma vida de poder não supriu a saúde. Um mês, um ano, uma vida de poder não supriram a saúde. Pronome relativo quem: o verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular como também pode concordar com o antecedente do pronome quem. Exemplos: Fui eu quem falou. Fui eu quem falei. Sujeito seguido por tudo, nada, ninguém, nenhum, cada um Em todos esses casos o verbo fica no singular. Exemplo: João, Bruna, Henrique, ninguém o convenceu de mudar a atitude. Pronome relativo que O verbo deve concordar com o antecedente do pronome que. Exemplos: Fui eu que levou. Foi ele que levou. Sujeitos ligados por nem. O verbo deve ir para o plural. Exemplo: Nem frio nem chuva são bem recebidos na cidade. Locuções é muito, é pouco, é mais de, é menos de. No caso dessas locuções que se referem a peso, preço e quantidade, o verbo deve ficar sempre no singular. Exemplo: Cinco vezes é muito. Partícula “se.” Quando a palavra se indica indeterminação do sujeito, o verbo é conjugado na terceira pessoa do singular. Exemplo: Respeita-se a todos. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 239 www.apostilasmetodo.com.br Já quando a palavra se é utilizada na voz passiva, o verbo é conjugado com o sujeito da oração. Exemplos: Construiu-se uma empresa. Construíram-se novas empresas. Expressões mais de, menos de, cerca de. De forma geral, o verbo concorda com o numeral. Exemplos: Mais de uma senhora quis trocar os produtos. Mais de três pessoas chegaram. Quando a expressão mais de é repetida indicando reciprocidade, o verbo deve ir para o plural. Exemplo: Mais de uma aluna se abraçaram. Sujeitos ligados por “não só, mas também”, “tanto, quanto”, “não só, como.” O verbo pode ir para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo. Exemplos: Tanto Pedro como Rebeca participaram da exposição. Tanto Pedro como Rebeca participou da exposição. Sujeito coletivo. Geralmente o verbo fica no singular. Exemplo: A multidão ultrapassou o cercado. Nos casos em que o coletivo estiver especificado, é possível que o verbo seja conjugado no singular ou no plural. Exemplos: A multidão de pessoas ultrapassou o cercado. A multidão de pessoas ultrapassaram o cercado. Verbos dar, soar, bater + hora(s) O verbo sempre concorda com o sujeito. Exemplos: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 240 www.apostilasmetodo.com.br Soaram três horas. Deu uma hora que espero. Expressão “um dos que.” O verbo pode ser conjugado no singular e também no plural. Exemplos: Ele foi um dos que mais contribuiu. Ele foi um dos que mais contribuíram. Sujeitos ligados por como, assim como, bem como O verbo é conjugado no plural. Exemplo: O talento, assim como a confiança, fizeram dela uma mulher valente. Coletivos partitivos (“grande número de”, “a maioria de”, “a maior parte de”.) O verbo pode ser conjugado no singular ou no plural Exemplos: Grande número dos participantes se retirou. Grande número dos participantes se retiraram. Dúvidas específicas sobre concordância nominal: Substantivos e um adjetivo Quando há mais de um substantivo e somente um adjetivo, há duas maneiras de fazer a concordância: A – Nas situações em que o adjetivo vem antes dos substantivos, o adjetivo precisa concordar com o substantivo que está mais próximo. Exemplo: Linda menina e bebê. B – Quando o adjetivo vem após os substantivos, o adjetivo precisa concordar com o substantivo que está mais próximo ou com todos os substantivos, neste caso, prevalece o masculino. Exemplos: Vocabulário e pronúncia perfeita. Pronúncia e vocabulário perfeito. Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 241 www.apostilasmetodo.com.br Vocabulário e pronúncia perfeitos. Pronúncia e vocabulário perfeitos. Adjetivos e um substantivo Nos casos em que existe mais do que um adjetivo para um substantivo, os adjetivos precisam concordar com gênero e número com o substantivo. Exemplo: Amava comida gordurosa e temperada. QUESTÕES 1. (CESCEM–SP) Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores. Hoje, só ___ ervas daninhas. a) fazem, havia, existe b) fazem, havia, existe c) fazem, haviam, existem d) faz, havia, existem e) faz, havia, existe Gabarito: alternativa d. Comentários: O verbo fazer impessoal (que indica tempo) sempre é conjugado na 3.ª pessoa do singular: Faz anos. O mesmo acontece com o verbo haver impessoal (que indica tempo ou que tem o sentido de "existir"): Havia (existia) neste local árvores e flores. O verbo existir, por sua vez, não é impessoal. Por esse motivo, ele deve concordar com o sujeito: Só existem ervas daninhas. 2. (Cesgranrio) Tendo em vista as regras de concordância, assinale a opção em que a forma verbal está errada: a) Existem na atualidade diferentes tipos de inseticidas prejudiciais à saúde do homem. b) Podem provocar sérias lesões hepáticas, os defensivos agrícolas à base de DDT. c) Faltam aos países subdesenvolvidos uma legislação mais rigorosa sobre os agrotóxicos. d) Persistem por muito tempo no meio ambiente os efeitos nocivos dos inseticidas clorados. e) Possuem elevado grau de toxidade os defensivos do tipo fosforado. GABARITO Alternativa c: Apostila Concurso IFPA 2021 ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO 242 www.apostilasmetodo.com.br Correção: Falta aos países subdesenvolvidos uma legislação mais rigorosa sobre os agrotóxicos. O verbo deve concordar com o sujeito. É mais fácil se mudarmos a ordem da oração: Falta uma legislação mais rigorosa sobre os agrotóxicos aos países subdesenvolvidos. Mude a ordem das orações restantes: a) Existem diferentes tipos de inseticidas prejudiciais à saúde do homem na atualidade . b) Os defensivos agrícolas à base de DDT podem provocar sérias lesões hepáticas. d) Os efeitos nocivos dos inseticidas clorados persistem por muito tempo no meio ambiente. e) Os defensivos do tipo fosforado possuem elevado grau de toxidade . 3. (Fatec) Assinale a alternativa que completa corretamente as frases. ___ , entre analistas políticos, que, se o governo ___ essa política salarial e se o empresariado não ___ as perdas salariais ___ sérios problemas estruturais a serem resolvidos, e, quando os sindicatos ___ , estará instalado o caos total. a) Comentam-se; manter; repor; haverão; intervierem. b) Comenta-se; mantiver; repuser; haverão; intervirem. c) Comenta-se; mantesse; repuser; haverão; intervierem. d) Comenta-se; mantiver; repuser; haverá; intervierem. e) Comentam-se; manter; repor; haverá; intervirem. Gabarito: Alternativa d: A partícula "se" é índice de indeterminação do sujeito. Neste caso, o verbo deve ficar na 3.º pessoa do singular: Comenta-se. O verbo manter está na 3.ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo, cuja forma é mantiver: Se o governo mantiver. O mesmo acontece com o verbo repor, que na 3.ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo fica repuser. Se o empresariado não repuser. O verbo verbo haver impessoal (neste caso, com o sentido de "existir") sempre é conjugado na 3.ª pessoa do singular: Haverá sérios problemas. O verbo intervir está na 3.ª pessoa do plural do futuro do subjuntivo, cuja forma é intervierem: Quando os sindicatos intervierem. 4. (FCC) A ocorrência de interferências ___ -nos a concluir que ___ uma relação profunda entre homem e sociedade que os ___ mutuamente dependentes.