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Biomecânica e cinesiologia dos mmss Profª. Natália Gonçalves BIBLIOGRAFIA BÁSICA HALL, S. J. Biomecânica básica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. HAMILL, J.; KNUTZEN, K. M. Bases biomecânicas do movimento humano. São Paulo: Manole, 2012. O’SULIVVAN, S.B. Fisioterapia. Avaliação e tratamento. 5º Edição. Manole, 2010. SOCCO, I. C..Cinesiologia e biomecânica básica dos complexos articulares. Guanabara Koogan, 2013. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR FROYD, R.T. Manual de cinesiologia estrutural. Manole, 16º Ed., 2011. Complexo articular do ombro GRAUS DE LIBERDADE 4 CINTURA ESCAPULAR 5 A região do ombro é um complexo de: 20 músculos, 3 articulações ósseas 2 articulações fisiológicas funcionais que permitem uma maior mobilidade entre todas as regiões encontrados no corpo humano. 5 Articulações 6 ARTICULAÇÕES: 1.Articulação acromioclavicular 2. Articulação esternoclavicular 3. Articulação glenoumeral . ARTICULAÇÕES FUNCIONAIS: 1.Articulação Subdeltóidea 2. Articulação Escápulotorácica. 1. ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR Formada : extremidade acromial da clavícula e a borda medial do acrômio. Classificação: Sinovial Tipo : Plana Elementos de reforço e estabilização: Cápsula articular, Disco articular Ligamentos: Acromioclavicular, Coracoclavicular :trapezoide e conóide Movimentos deslizantes entre os ossos. FUNÇÕES: Manter contato da clavícula com a escápula durante o inicio da elevação de MS. Aumentar a amplitude de rotação da escápula no final da elevação de MS. 7 2. ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR Formada pela extremidade esternal na clavícula e o manúbrio do esterno. Conecta o membro superior ao esqueleto axial Classificação: Sinovial Tipo : Selar Elementos de reforço e estabilização: Cápsula articular e Disco articular Ligamentos: Esternoclavicular anterior e posterior / Costoclavicular. FUNÇÃO: Dobradiça para o movimento. 8 3. ARTICULAÇÃO GLENOUMERAL Formada pela união da cabeça esférica do úmero com a cavidade glenóide da escápula. Classificação: Sinovial Tipo: Enartrodial Elementos de reforço e estabilização: Cápsula articular; Cartilagem articular e Lábio glenoidal Ligamentos: Anterior: Glenoumerais – Superior, medial e inferior / Superior: Coracoumeral FUNÇÃO: Mover o úmero, deslizamento articular e manter o contato articular. 9 4.ARTICULAÇÃO SUBDELTÓIDEA/ BURSOACROMIAL É uma Articulação Fisiológica – Funcional. Abaixo do deltoide e acima do supraespinhoso FUNÇÃO: Absorver o impacto na adução e abdução. 10 5. ARTICULAÇÃO ESCÁPULOTORÁCICA É uma Articulação Fisiológica – Funcional. Tipo : Deslizante A escápula apoia se sobre o músculo Serrátil anterior e Subescapular. Fornece base móvel para o úmero e aumenta a amplitude de movimento do braço. Dos 180º de Flexão e Abdução do ombro : 120º é da Art. Glenoumeral e 60º Art. Escápulotorácica = Ritmo escapular. FUNÇÃO: A escápula desliza sobre o gradil torácico, permitindo as amplitudes de movimento. 11 MOVIMENTOS DA ESCÁPULA ELEVAÇÃO – é realizada pelos músculos trapézio parte ascendente, levantador da escápula e romboides, com a articulação acromioclavicular movendo-se superiormente em aproximadamente 60º. DEPRESSÃO – é realizada pelos músculos trapézio parte descendente e peitoral menor, a partir de uma posição de repouso é possível alcançar de 5 a 10º de depressão, esse movimento é importante na estabilização da escápula e elevação do corpo ao usar muletas, esse movimento eleva o tronco em até 15 cm. PROTRAÇÃO – é realizada pelo músculo serrátil anterior, com as margens mediais movendo para longe da linha média em até 15 cm, esse movimento também é chamado de abdução da escápula. RETRAÇÃO/ADUÇÃO ESCAPULAR – é músculos trapézio parte transversa e romboides. ROTAÇÃO LATERAL: músculos trapézio parte ascendente e descendente e serrátil anterior (fibras inferiores), através de forças conjugadas ou conjugação de forças que é definida pela contração dos músculos em direções opostas para a realização do mesmo movimento, o trapézio contrai nas direções superior e inferior e medial com o serrátil anterior, alcançando 60º com a abdução ou flexão completa do ombro. ROTAÇÃO MEDIAL – é realizada pelos músculos levantador da escápula, romboides e peitoral menor, constituindo outro exemplo de forças conjugadas, o levantador contrai na direção superior, o peitoral menor na direção inferior e o romboides na direção medial RITMO ESCÁPULOUMERAL Contribuições das articulações no movimento de ABDUÇÃO. ARTICULAÇÃO GLENOUMERAL – Realiza o movimento até 30º, em decorrência da ação dos músculos deltoide e supraespinhoso. ARTICULAÇÃO ESCÁPULOTORÁCICA - Realiza o movimento a partir de 90º a 150º, através de uma rotação superior em função dos músculos serrátil, trapézio superior e inferior. Os últimos 30º, de 150 à 180 ocorrem pela participação da coluna, através de uma inclinação da mesma, caso seja unilateral, ou através de uma hiperlordotização, caso seja bilateral. Art. GLENOUMERAL Art. ESCÁPULOTORÁCICA MOVIMENTOS DA CLAVÍCULA 18 Os movimentos da clavícula são em decorrência dos movimentos escapulares de: elevação, depressão, protração e retração, respectivamente. A ROTAÇÃO da clavícula ocorre quando o úmero é elevado e a escápula roda para cima, isoladamente não se obtém esse movimento voluntariamente. A partir da posição em repouso a PROTRAÇÃO da articulação esternoclavicular é de aproximadamente 30º e a RETRAÇÃO também de 30º. A rotação é de aproximadamente 45º ocorrendo após o ombro ser abduzido ou fletido a 90º e é também indispensável para rotação da escápula para cima. MOVIMENTOS REALIZADOS PELO OMBRO Flexão – ocorre no plano sagital, esse movimento é realizado pelos músculos deltoide (parte clavicular), coracobraquial, bíceps braquial (cabeça longa), e peitoral maior ( parte clavicular), este tendo ação como flexor até 60º, depois desse grau o músculo perde sua linha de ação vertical que o garante realizar a flexão. ADM = 180º . Para isso além desses músculos conta com o ritmo escapuloumeral, que entra em ação a partir dos 30º, que é a rotação para cima da escápula em 1º para cada 2º de flexão, através dos músculos escapulotorácicos trapézio (fibras superiores e inferiores) e serrátil anterior (fibras inferiores). 19 Extensão –ocorre no plano sagital, esse movimento é realizado pelos músculos deltoide (parte espinhal), latíssimo do dorso, redondo maior, tríceps braquial (cabeça longa), peitoral maior (parte esternal), este tendo ação quando o braço estiver a 90º, a extensão é descrita como o retorno à posição anatômica, correspondendo a 0º. Hiperextensão – ocorre no plano sagital, esse movimento é realizado pelos músculos latíssimo do dorso e deltoide (parte espinhal), a partir da posição anatômica é possível alcançar 45º. 20 Abdução – ocorre no plano frontal, esse movimento é realizado pelos músculos supra espinhoso e deltoide, sendo que nos primeiros 90º o supra espinhoso tem um maior torque, a partir de 90º o deltoide se torna mais ativo, com o supra espinhoso desempenhando um papel de estabilizador da cabeça do úmero. Para alcançar a ADM de 180º é necessário além desses músculos o ritmo escapuloumeral, este entrando em ação a partir dos 30º, realizando uma rotação da escápula para cima em 1º para cada 2º de abdução este movimento é realizada pelos músculos trapézio (fibras superiores e inferiores) e serrátil anterior (fibras inferiores), e o infra espinhoso o subescapular e o redondo menor neutralizam o deslocamento superior produzido pelas fibras médias do deltoide. 21 Adução – ocorre no plano frontal, esse movimento é realizado pelos músculos peitoral maior, latíssimo do dorso e redondo maior, a adução é classificada como o retorno à posição anatômica ou neutra, pode continuar além da posição neutra em até 75º de hiperadução, auxiliado pela rotação para baixo da escápula através dos músculoslevantador da escápula, romboides e peitoral menor. 22 Rotação medial – ocorre no plano transverso, esse movimento é realizado pelos músculos subescapular, peitoral maior, deltoide (fibras clavicular), latíssimo do dorso e redondo maior, a partir da posição neutra é possível alcançar 45º de ADM. Rotação lateral – ocorre no plano transverso, esse movimento é realizado pelos músculos infra espinhoso, redondo menor e deltoide (parte espinhal), a partir da posição neutra é possível alcançar 45º de ADM . 23 Abdução horizontal – ocorre no plano transverso, esse movimento é realizado pelos músculos deltoide (parte espinhal), infra espinhoso e redondo menor esse movimento acontece com o ombro a 90º de abdução e é possível alcançar aproximadamente 30º de ADM. Adução horizontal – ocorre no plano transverso, esse movimento é realizado pelos músculos peitoral maior e deltoide (parte clavicular), esse movimento acontece com o ombro a 90º de abdução e é possível alcançar aproximadamente 120º de ADM. 24 Circundunção – é descrita coma a junção de todos os movimentos realizados pelo ombro. 25 25 Graus de movimento 26 Amplitudes de movimentos - goniometria MOVIMENTO GRAUS FLEXÃO 180º EXTENSÃO 40º a 60º ABDUÇÃO 180º ADUÇÃO 45º ABDUÇÃO HORIZONTAL 45º ADUÇÃO HORIZONTAL 135º ROTAÇÃO INTERNA 70º a 90º ROTAÇÃO EXTERNA 80º a 90º MANGUITO ROTADOR Tem como função principal manter a cabeça do úmero na cavidade glenóide quando o úmero se movimenta garantindo a estabilização da articulação do ombro; Reforçar a cápsula articular; Resistir ativamente aos deslocamentos indesejáveis da cabeça do úmero em direção anterior, posterior e superior. 28 O M. Supra-espinhoso impede os deslocamentos superiores e pressiona a cabeça do úmero para dentro M. Infra-espinhoso e o M. Redondo menor impedem os deslocamentos anteriores e pressiona a cabeça do úmero para dentro e para baixo, O M. Subescapular impede os deslocamentos posterior da cabeça do úmero além de pressiona-la para dentro e para baixo 28 SUPRA ESPINHOSO Inserção Medial: Fossa supra-espinhal – escápula; Inserção Lateral: Faceta superior do tubérculo maior do úmero; Inervação: Nervo Supra-escapular (C5 e C6); Ação: Abdução do braço. INFRA ESPINHOSO Inserção Medial: Fossa infra-espinhal da escápula; Inserção Lateral: Faceta média do tubérculo maior do úmero; Inervação: Nervo Supra-escapular (C5 e C6); Ação: Rotação lateral do braço. 29 REDONDO MENOR Inserção Medial: 2/3 superior da borda lateral da escápula; Inserção Lateral: Faceta inferior do tubérculo maior do úmero; Inervação: Nervo Axilar (C5 e C6); Ação: Rotação lateral e adução do braço. SUBESCAPULAR Inserção Medial: Fossa subescapular; Inserção Lateral: Tubérculo menor; Inervação: Nervo Subescapular Superior e Inferior - Fascículo posterior (C5 e C6); Ação: Rotação medial e adução do braço. 30 -> BIOMECÂNICA DO OMBRO https://www.youtube.com/watch?v=oXVl5kSekak -> MOVIMENTOS ESCAPULARES https://www.youtube.com/watch?v=APOEkqViCOg Complexo da Articulação do cotovelo O Cotovelo é composto por 3 ossos: Estrutura ligamentar Um conjunto de ligamentos ao redor de uma articulação formam a CÁPSULA ARTICULAR, formando uma bolsa firme ao redor da articulação, mantendo o líquido sinovial e estabilidade. Estruturas ósseas: Tróclea do úmero e Olécrano da ulna. Movimentos : Flexão =145° ativa e 160° passiva Extensão = 0-5° Estruturas ósseas: Cóndilo lateral do úmero e fóvea da cabeça do rádio. Movimentos : Flexão = 145° ativa e 160° passiva) Extensão = 0-5° Pronação =80° Supinação = 90° Estrutura óssea: cabeça do rádio e incisura radial da ulna Movimentos: pronação e supinação ARTICULAÇÃO RADIOULNAR DISTAL Ocorre entre a cabeça ulna e a incisura do ulnar do rádio. Classificação: Sinovial Tipo: Trocóide (Movimento exclusivo de rotação); Movimento: Supinação 90º e 90º na Pronação. O rádio rola e desliza em relação à ulna. Bíceps Braquial Braquiorradial Tríceps Ancôneo Pronador Redondo Pronador Quadrado Supinador Ações musculares e movimentos articulares INCIDÊNCIA:11% para homens adultos, 14% para mulheres adultas e 6% para crianças. VALGO FISIOLÓGICO DO COTOVELO Em extensão de cotovelo e em rotação lateral de m.s. = rotação lateral de ombro + supinação. Em cadeia fechada em pronação ou flexão: há rotação lateral mas não ocorre supinação, logo não aparece o valgo fisiológico. Raízes nervosas São responsáveis por levar os sinais (ordens) do SNC aos músculos do braço para realizar os diversos movimentos. Possuem raízes sensitivas: toque, dor e temperatura. Algumas patologias do cotovelo são patologias dos nervos. Cada um destes nervos passam por túneis que os protegem na região do cotovelo. Os movimentos constantes de flexão e extensão pode levar a irritação e/ou compressão destes, gerando dor e fraqueza. Síndrome do túnel do carpo É uma neuropatia resultante da compressão do nervo mediano no canal do carpo. Causas L.E.R. (Lesão do Esforço Repetitivo), gerada por movimentos repetitivos como digitar ou tocar instrumentos musicais. Existem também causas traumáticas (quedas e fraturas), inflamatórias (artrite reumatóide), hormonais e medicamentosas. Tumores também estão entre as possíveis causas da síndrome. Sintomas PARESTESIA Teste de Phalen: integridade do nervo mediano e síndrome do túnel do carpo. Flexionar punhos , encostando dorso das mãos e manter por 60 segundos. CORRELAÇÃO CLÍNICA image2.png image3.jpeg image4.jpeg image5.gif image6.jpeg image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png image14.png image15.png image16.png image17.png image18.png image19.jpeg image20.jpeg image21.jpeg image22.png image23.png image24.png image25.png image26.png image27.png image28.png image29.png image30.png image31.png image32.jpeg image33.png image34.jpeg image35.jpg image36.jpg image37.jpg image38.jpg image39.jpeg image40.png image41.jpeg image42.png image43.png image44.png image45.png image46.png image47.png image48.gif image49.jpeg