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Aspectos multiprofissionais das 
práticas integrativas e 
complementares
Apresentação
Desde o início da história da humanidade, buscava-se por tratamentos para as mais diversas 
enfermidades. Muito antes dos modernos tratamentos atuais, de se conhecer os avanços genéticos 
e genômicos e de se dominar a medicina nuclear, as doenças eram curadas de forma empírica. No 
Ocidente, chás e ervas eram os remédios e no Oriente o conhecimento milenar das terapias 
orientais era a alternativa de tratamentos disponível e permitia uma melhor sobrevida naquele 
contexto. Com as descobertas científicas, esse conhecimento empírico perdeu espaço e passou por 
um momento de negação. No entanto, com a ampliação do conceito de saúde, após a Segunda 
Guerra Mundial e o reconhecimento da saúde enquanto um direito social do ser humano, que deve 
ser visto de forma integral, há a retomada de tratamentos antes esquecidos e que agora são 
complementares à ciência, para garantir o acesso universal à saúde.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá sobre as práticas complementares e integrativas. 
Aqui, serão apresentados os principais conceitos e definições pertinentes a essa temática e você 
conseguirá reconhecer as principais terapias complementares reconhecidas atualmente e aprenderá 
como aplicar esse conhecimento na prática. Faremos uma discussão histórico-cultural sobre as 
práticas integrativas, trazendo os aspectos ético-legais que envolvem esse cuidado, com um 
enfoque na assistência multiprofissional.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Analisar as práticas integrativas e complementares (PICs) sob o âmbito cultural e científico.•
Identificar as PICs no rol multiprofissional de atividades em saúde.•
Descrever os aspectos legais da prática multiprofissional das PICs.•
Infográfico
As 5 primeiras PICs a serem incorporadas ao SUS em 2006 foram a acupuntura, a fitoterapia, a 
homeopatia, a medicina antroposófica e o termalismo; seu uso já está incorporado e bem-aceito 
pela população, daí a urgência para que os profissionais da equipe multiprofissional de saúde se 
apropriem desse conhecimento. A maioria dos conselhos de classe é clara e direciona os 
profissionais, no entanto, assim como acontece com outros temas da área da saúde, o 
posicionamento por parte de alguns conselhos permanece controverso. Por exemplo, o Conselho 
Federal de Medicina, que regulamenta o exercício da acupuntura e homeopatia como práticas 
médicas, questiona a eficácia e a comprovação científica de outras PICs, como: aromaterapia, 
apiterapia, bioenergética e constelação familiar.
Neste Infográfico, você conhecerá as definições da principais práticas integrativas e 
complementares previstas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do 
Sistema Único de Saúde (SUS).
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/df2d9b23-aeda-4418-adca-531fe6db8063/ebd33b55-07de-43a6-9fd6-ca4f5aa729cf.png
Conteúdo do livro
As práticas integrativas e complementares estão muito recentemente sendo incorporadas à saúde 
pública, para melhorar o cuidado e atender às necessidades de saúde da população. As PICs, além 
de promoverem saúde e prevenirem doenças, contribuem significativamente com a redução dos 
custos em saúde, uma vez que se mostram em terapias mais econômicas e efetivas, especialmente 
no tratamento de condições crônicas. No entanto, para a efetiva incorporação dessa tecnologia de 
saúde pelos serviços, é urgente que os profissionais se incorporem desse conhecimento e consigam 
aplicá-lo em sua realidade local.
No capítulo Aspectos multiprofissionais das práticas integrativas e complementares, base teórica 
desta Unidade de Aprendizagem, você poderá aprofundar seu conhecimento sobre as práticas 
integrativas e complementares. Você experienciará a construção histórico-cultural dessa temática, 
entenderá como se dá o trabalho multiprofissional em saúde e saberá mais sobre os aspectos ético-
legais que permeiam o uso e aplicação das PICs.
Boa leitura.
PRÁTICAS 
INTEGRATIVAS E 
COMPLEMENTARES 
EM SAÚDE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Analisar as práticas integrativas e complementares sob o âmbito cultural 
e científico.
 > Identificar as práticas integrativas e complementares no rol multiprofissional 
de atividades em saúde.
 > Descrever os aspectos legais da prática multiprofissional das práticas in-
tegrativas e complementares.
Introdução
Neste capítulo, você vai conhecer um pouco mais sobre as práticas integrativas 
e complementares (PICs). Atualmente as PICs estão sendo incorporadas em ao 
nosso sistema de saúde – Sistema Único de Saúde (SUS), como métodos eficazes de 
promover saúde e tratar doenças e agravos na população. O uso das PICs, apesar 
de algumas delas serem técnicas milenares, tem ganho popularidade e com a sua 
eficácia comprovada, tem contribuído com resultados positivos na saúde pública, 
tanto no que tange os aspectos assistenciais do cuidado, bem como no aspecto 
financeiro e orçamentário do setor saúde. 
Aspectos 
multiprofissionais das 
práticas integrativas 
e complementares
Mariana Firmino Daré
Daí vem aumentando a importância que os profissionais de saúde dominem as 
PICs e integrem esses métodos a sua prática clínico assistencial. Nesse sentindo, 
iremos explorar um pouco mais o contraponto cultural e científico do uso das 
PICs, além de sua aplicabilidade multiprofissional nos serviços de saúde e por 
fim, abordaremos a temática em seu aspecto ético legal previsto pelos conselhos 
de classe profissionais. 
Cultura versus ciência
Antes de falarmos das PICs em si, é importante iniciarmos um resgate histó-
rico e uma retomada dos conceitos fundamentais. Primeiramente, é preciso 
entender que a definição de saúde se ampliou e, com isso, ampliam-se também 
as necessidades de saúde da população.
Após a Segunda Guerra Mundial, com a criação da Organização das 
Nações Unidas (ONU) e seu órgão específico de saúde, a Organização 
Mundial de Saúde (OMS), surgiu um novo e ampliado conceito sobre saúde: não 
mais um mero estado de ausência de doença, mas um estado de pleno bem-estar 
biopsicossocial. Dessa forma, o estado de saúde é visto para além do bem-estar 
físico do indivíduo, contemplando também seu aspecto emocional, mental, 
espiritual e suas relações com a comunidade e o contexto em que está inserido.
Nesse sentido, a medicina oriental e a medicina ocidental convergem para 
compreender que o ser humano possui necessidades complexas, não delimi-
tadas a aspectos orgânicos, e que precisam ser equilibradas e harmonizadas 
entre si, numa perspectiva de integralidade. 
Para a medicina científica moderna, isso é um pouco mais teórico. Apesar 
de compreender, aceitar e ansiar por esse conceito de saúde ampliado, na 
prática ainda estamos presos a um modelo de saúde focado na doença e 
sua fisiopatologia. Esse modelo oferece uma assistência extremamente 
fragmentada e individualizada, dificultando a compreensão do todo. 
Já em um modelo assistencial complementar, admite-se que é necessária 
uma maneira mais abrangente de se tratar o processo saúde–doença. Nesse 
modelo, o cuidado assume dimensões mais amplas que os procedimentos 
médicos comuns, indo além do físico, biológico e orgânico, para então assu-
mir e considerar os aspectos sociais, culturais e emocionais dos indivíduos, 
exigindo uma abordagem multidisciplinar.
Aspectos multiprofissionais das práticas integrativas e complementares2
Sob esse prisma, os usuários estão inseridos e implicados no processo 
saúde–doença e, por isso, têm suas necessidades de saúde mais facilmente re-
conhecidas, acolhidas e satisfeitas em sua integralidade. As PICs representam, 
desse modo, uma vantagem, pois abrangem métodos não medicamentosos, 
voltados ao autocuidado, que privilegiam a escuta acolhedora, o vínculo e a 
integração com o meio ambiente e a comunidade. 
Em contraponto a isso, a medicina ocidental tradicional re presenta pro-
blemas ao SUS, seja pela difi culdade de acesso dos usuários aos serviços 
de saúde ou pelos altos custos para tratar ou paliar. Além disso, em muitos 
casos os medicamentos alopáticos têm sua eficácia limitada ou comportam 
efeitos adversos.
Dentre os benefícios do uso das PICs, destacam-se: redução da medi-
calização, empoderamento e responsabilização dos usuários, redução da 
frequência de transtornos mentais comuns, baixo custo, possibilidade de 
minimizar efeitos colaterais na promoção de saúde e promoção do autocuidado 
(BRASIL, 2012). Entre os principais problemas tratados estão: transtornos 
mentais, relações sociais, psicossomáticos, insônia e doenças crônicas. As 
potencialidades e fragilidades citadas nos estudos merecem mais atenção 
por parte da academia e dos gestores da área da saúde.
Em sua primeira publicação, a Política Nacional de Práticas Integrativas 
e Complementares (PNPIC) incluía cinco práticas. Atualmente, encontram-se 
inseridos 29 tipos de práticas, que vão desde medicina tradicional chinesa 
até constelação familiar. O Quadro 1 apresenta a evolução de ingressos de 
novas práticas no SUS ao longo do tempo.
Quadro 1. A incorporação das PICs no SUS ao longo do tempo
2006 — 5 PICs no SUS
2017 — mais 14 
PICs no SUS 
2018 — mais 10 
PICs no SUS
Acupuntura Arteterapia Apiterapia
Homeopatia Ayurveda Aromaterapia
Fitoterapia Biodança Bioenergética
Antroposofia Dança circular Constelação familiar
Termalismo Meditação Cromoterapia
Musicoterapia Geoterapia
(Continua)
Aspectos multiprofissionais das práticas integrativas e complementares 3
2006 — 5 PICs no SUS
2017 — mais 14 
PICs no SUS 
2018 — mais 10 
PICs no SUS
Naturopatia Hipnoterapia
Osteopatia Imposição de mãos
Quiropraxia Ozonioterapia
Reflexoterapia Terapia de florais
Reiki
Shantala
Terapia comunitária 
integrativa
Ioga
Cabe apontar que, dentre os métodos contemplados na PNPIC, existem 
não apena práticas individuais, mas também recursos coletivos. Os recursos 
coletivos são especialmente interessantes para apoiar as abordagens mais 
complexas e abrir espaços para discussões, socialização e quebra de pa-
radigmas, construindo saúde com participação dos usuários.
Além disso, Aguiar, Kanan e Masiero (2019, documento on-line) apontam 
que as seguintes atividades grupais são bastante utilizadas e efetivas, apesar 
de não estarem elencadas no rol de métodos contemplados pelo SUS: “[...] 
acompanhamento complementar à saúde: grupos de suporte mútuo; cuida-
dores de Alzheimer; tenda do conto; grupo de prosa com mulheres; grupo 
de bordadeiras; grupo de idosos; grupo de caminhadas; grupo de terapia 
e arte; grupos de contação de histó rias”. Além disso, há destaque também 
para a oração a Deus e a busca de benzedei ras, que são apontadas como 
estratégias popularmente utilizadas para o autocuidado, como complemento 
da assistência em saúde (AGUIAR; KANAN; MASIERO, 2019).
Nesse ponto é de extrema importância sinalizar que as PICs se caracterizam 
realmente como métodos complementares, ao invés de alternativos, ou seja, 
devem caminhar junto com os tratamentos alopáticos como um importante 
aliado que concorrem para o mesmo fim. Assumir que as PICs possam isola-
damente dar conta de tratamentos e cuidados para questões complexas de 
saúde é uma postura retrógada, que representa um retrocesso à ciência. Na 
verdade, essa postura inclusive fortalece grupos que se opõem ao uso das PICs, 
(Continuação)
Aspectos multiprofissionais das práticas integrativas e complementares4
com a justificativa de que representariam um abandono da ciência moderna. 
Longe disso, as PICs são uma excelente representação da cientifização do 
conhecimento empírico popular, a junção da cultura com a pesquisa. Assim, 
nesse âmbito a prática baseada em evidências deve ser estimulada, aceita 
e ampliada para que agregue benefícios. Os profissionais que exercem esse 
modelo de cuidado ofertam alternativas diferentes de promoção da saúde 
e renovam o entendimento atual, que tende especialmente à medicalização 
e aos procedimentos invasivos.
As PICs possuem alta eficácia no tratamento de sintomas como 
ansiedade e contribuem para a manutenção da saúde mental. Durante 
a pandemia da Covid-19, para muitos se tornou desafiador lidar com o isolamento 
social, gerando, além da ansiedade, também estresse e insônia. 
A Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) está desenvolvendo uma pesquisa para 
saber “Qual tem sido o papel das PICs na mudança da rotina causada pela 
pandemia?”. Para mais informações, busque pelo termo “PICCovid” na internet 
e você facilmente encontrará a notícia no site oficial da FioCruz, onde também 
poderá responder ao questionário e participar da pesquisa. 
As PICs na saúde multidisciplinar
Aguiar, Kanan e Masiero (2019) citam uma pesquisa realizada em Minas Ge-
rais com usuários do serviço de saúde pública, em que observou-se que a 
maioria dos entre vistados aceitaria o uso de PICs caso fossem ofertadas. 
Outro estudo também citado por Aguiar, Kanan e Masiero (2019) identificou 
que há aceitação dos profissionais quanto à imple mentação das PICs na rede 
pública de saúde, mesmo que haja uma pequena parcela de pro fissionais que 
expressa desconfiança acerca dessa proposta.
Assim, pode-se considerar que as PICs são bem aceitas e consensuais 
entre a maioria dos profissionais de saúde. Porém, dado ao caráter integral 
e holístico das PICs, é urgente e necessário a ampliação dos conceitos de 
trabalho em equipe. Na abordagem alopática, o trabalho em equipe pode 
funcionar quando há um conjunto de pessoas trabalhando em prol de um 
objetivo comum, mesmo sem partilharem necessariamente o mesmo espaço, 
sem assumirem uma relação próxima ou sem necessariamente interporem 
suas ações. Nesse âmbito, o trabalho em equipe não envolve a interação e a 
incorporação de diferentes disciplinas ou formações.
Aspectos multiprofissionais das práticas integrativas e complementares 5
Um avanço dentro da medicina convencional seria o trabalho multidis-
ciplinar, o qual relaciona-se com o trabalho em equipes constituídas por 
profissionais de diferentes formações, mas nesse caso necessariamente com 
uma inter-relação entre os membros. Por vezes, o trabalho multiprofissional 
se caracteriza por diferentes disciplinas atuando em um mesmo espaço, com 
limitada ou nenhuma interação.
Já na perspectiva do trabalho interprofissional, os atores estão implicados 
no processo de forma interposta, compartilhando os mesmos objetivos, 
desenvolvendo uma identidade comum a todos em busca de um cuidado 
integral e considerando a complexidade e o dinamismo das necessidades de 
saúdo do indivíduo e sua comunidade. No trabalho interprofissional, todos 
os sujeitos implicados são considerados coprodutores das ações em saúde 
(Figura 1) (BARROS; SPADACIO; COSTA, 2018).
Figura 1. Representação gráfica dos conceitos de trabalho em equipe, trabalho multiprofis-
sional e trabalho interprofissional.
Dessa forma, a integração entre a equipe de saúde — seja para o trabalho 
multiprofissional ou interprofissional — na concretização das PICs ainda é 
um desafio a ser superado. Esses desafios devem ser superados pela dinâ-
mica cotidiana de cada um dos profissionais de saúde (BARROS; SPADACIO; 
COSTA, 2018).
Nascimento e Oliveira (2017) estudaram dados que exemplificam a parti-
cipação de profissionais de saúde de diferentes categorias e formações nas 
PICs. Apesar de congregar 10 categorias profissionais, as PICs são utilizadas 
sobretudo pelos agentes comunitários em saúde, categoria que está mais 
próxima a população. Destaca-se a necessidade de que as PICs ainda venham 
a ser apropriadas pelos demais profissionais, para então avançarmos para a 
superação dos desafios impostos para a integração do trabalho em equipe. O 
Quadro 2, a seguir, reproduz as contagens obtidas no estudo de Nascimento 
e Oliveira (2017).
Aspectos multiprofissionais das práticas integrativas e complementares6Quadro 2. Profissionais de saúde Inseridos nas PICs nos serviços de atenção 
básica
Categoria Número de profissionais atuantes
Agente comunitário de saúde 16
Enfermeiro 9
Educador físico 8
Médico 7
Nutricionista 4
Psicólogo 3
Auxiliar de enfermagem 3
Dentista 3
Farmacêutico 2
Fonoaudiólogo 1
Total 56
Fonte: Adaptado de Nascimento e Oliveira (2017).
Nesse sentido, alguns aspectos são suscitados por Barros, Spadacio e Costa 
(2018) a fim de superar os desafios para um trabalho multi/interprofissional. 
Primeiramente, urge identificar nas equipes pontos para se trabalhar na cons-
trução de uma nova lógica no agir profissional e na maneira como o cuidado 
assistencial é prestado. É imperativo para o trabalho multiprofissional que 
os profissionais que compõem a equipe estejam alinhados com uma filosofia 
de cuidado integral, na qual é necessário um esforço acima da sua formação 
acadêmica formal. Além disso é preciso que os profissionais que trabalham 
nessa nova perspectiva desenvolvam competências colaborativas que agre-
guem interação ao trabalho individual e hierarquizado dos serviços de saúde.
Sabe-se que mudanças no padrão de comportamento e pensamento são 
complexas e exigem dedicação e tempo, pois os profissionais que compõem as 
equipes de saúde não foram formados na lógica do holismo, da integralidade 
e do trabalho colaborativo. Vale lembrar que ainda há o predomínio da lógica 
do poder dos profissionais de nível superior sobre os profissionais de nível 
médio e de poder da categoria médica sobre as demais categorias (BARROS; 
SPADACIO; COSTA, 2018).
Aspectos multiprofissionais das práticas integrativas e complementares 7
No entanto, a incorporação das PICs nos serviços de saúde, por seu ca-
ráter que transcende o trabalho em equipe e favorece o olhar global sobre 
o indivíduo, as coletividades e o processo saúde–doença, torna oportuno 
e necessária a superação desse desafio e permite que avancemos para o 
trabalho interprofissional.
PICs: uma questão legal
As PICs estão contempladas pelo SUS desde a década de 1980, principalmente 
em virtude do relatório da VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986. Con-
tudo, sua ampliação no SUS ocorreu por meio da Portaria nº 971, de 2006, em 
que foi estabelecida a PNPIC.
Porém, além de legitimar as PICs no SUS, a PNPIC legitimou também seu 
uso por profissionais não médicos. Assim, frente ao crescente incentivo 
para a ampliação da oferta das PICs no SUS, sua implementação na esfera 
multiprofissional requer clareza quanto aos aspectos éticos e legais que 
permeiam o tema.
As diretrizes e ações da PNPIC, recentemente reformuladas e ampliadas 
pelas Resoluções nº 145 e 849, de 2017, e pela Resolução nº 702, de 2018, 
estão alicerçadas por políticas nacionais, como a da Atenção Básica (AB), de 
promoção da saúde e de humanização. Nesse sentido, o Quadro 3 traz um 
breve respaldo legal para a atuação dos profissionais de saúde nas PICs. 
Quadro 3. Lista de regulamentações que oferecem respaldo legal para 
prática de PICs por parte de cada profissão
Categoria 
profissional Regulamentação
Enfermagem Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) nº 581, de 
2018, reconhece 12 PICs como especialidades do enfermeiro.
Medicina O Conselho Federal de Medicina (CFM), em seu parecer 4/92, 
reconhece a acupuntura e a fitoterapia. No entanto, em parecer 
36/2008 emitido pela regional baiana aponta que terapia holística, 
antroposofia, osteopatia, massoterapia e reflexologia podal não 
são atividades médicas.
Farmácia O Conselho Federal de Farmácia (CFF), nas Resoluções nº 572, de 
2013, e nº 611, de 2015, reconhece seis práticas como especialidades 
do farmacêutico. Já a Portaria nº 1.988, de 2018, atualiza os procedi-
mentos e serviço especializado de PICs.
(Continua)
Aspectos multiprofissionais das práticas integrativas e complementares8
Categoria 
profissional Regulamentação
Fisioterapia O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CFFITO), 
na resolução nº 380, de 2010, regulamenta o uso pelo fisioterapeuta 
das PICs.
Psicologia O Tribunal Regional Federal da Primeira Região anulou a Resolução 
do Conselho Federal de Psicologia (CFP) 005/2002, que dispunha 
sobre a prática da acupuntura pelo psicólogo. Até o momento, não 
há posicionamento específico por parte do CFP relativo à utilização, 
por profissionais de psicologia, de tal prática.
Azevedo et al. (2019) destacam que, especificamente na enfermagem, a acu-
puntura pode ser considerada uma tecnologia de cuidado a ser aplicada ao 
conjunto de intervenções terapêuticas dos enfermeiros, em seus diversos campos 
de atuação. Esse reconhecimento iniciou em 2008, quando o Cofen regulamentou 
a atividade de acupuntura e a considerou como especialidade do enfermeiro. 
Além disso, atualmente as terapias holísticas e complementares são 
reafirmadas como especialidade do enfermeiro por meio da Resolução Cofen 
nº 581, de 2018, garantindo a segurança e o respaldo desse profissional para 
atuação nesse cenário, bem como para desenvolver pesquisas na área das 
PICs em geral (AZEVEDO et al., 2019).
Em 2009, o Conselho Nacional de Saúde recomendou à Agência Nacional 
de Saúde Suplementar que as operadoras de saúde que oferecem serviços de 
acupuntura incluíssem no seu quadro de profissionais credenciados aqueles 
de nível superior com especialidade em acupuntura, incluindo os enfermeiros 
(AZEVEDO et al., 2019). Também em 2012, o Conselho advertiu os gestores e pres-
tadores de serviços de saúde que atentassem para o caráter multiprofissional 
das PICs em todos os níveis da rede assistencial, bem como na implementação 
de políticas ou programas de saúde referentes a elas. Aos conselhos estaduais 
e municipais de saúde, recomendou que adotassem providências oportunas 
para cumprir a política nacional, a fim de divulgar o caráter multiprofissional 
da acupuntura e expandir seu acesso (AZEVEDO et al., 2019).
O cenário da legalidade das PICs permanece controverso, mas os conse-
lhos de classe, em especial o Cofen, permanecem firmes no apoio à atuação 
dos profissionais não médicos nas PICs, entendendo que esse é um ponto 
crucial para a efetiva incorporação e avanço das PICs no SUS, beneficiando 
os usuários de saúde, proporcionando acesso e garantindo atendimento de 
qualidade e resolutividade das necessidades de saúde.
(Continuação)
Aspectos multiprofissionais das práticas integrativas e complementares 9
Referências
AGUIAR, J.; KANAN, L. A.; MASIERO, A. V. Práticas integrativas e complementares na 
atenção básica em saúde: um estudo bibliométrico da produção brasileira. Saúde em 
Debate, v. 43, n. 123, p. 1205–1218, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-
1104201912318. Acesso em: 4 dez. 2020.
AZEVEDO, C. et al. Práticas integrativas e complementares no âmbito da enferma-
gem: aspectos legais e panorama acadêmico-assistencial. Escola Anna Nery, v. 23, n. 
2, e20180389, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2018-0389. 
Acesso em: 4 dez. 2020.
BARROS, N. F. de; SPADACIO, C.; COSTA, M. V. da. Trabalho interprofissional e as práticas 
integrativas e complementares no contexto da atenção primária à saúde: potenciais 
e desafios. Saúde em Debate, v. 42, nesp. 1, p. 163–173, 2018. Disponível em: https://
doi.org/10.1590/0103-11042018s111. Acesso em: 4 dez. 2020. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Aten-
ção Básica. Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia 
na Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/praticas_integrativas_complementares_plantas_me-
dicinais_cab31.pdf. Acesso em: 4 dez. 2020.
NASCIMENTO, C. C. S.; OLIVEIRA, C. M. Educação permanente e serviço social: aponta-
mentos sobre a formação profissional. Temporalis, n. 31, p. 133-166, 2017.. Disponível 
em: http://portaldepublicacoes.ufes.br/temporalis/article/view/12321. Acesso em: 4 
dez. 2020. 
Leituras recomendadas
SARAIVA, A. M.; FERREIRAFILHA, M. de O.; DIAS, M. D. As práticas integrativas como forma 
de complementaridade ao modelo biomédico: concepções de cuidadoras. Revista de 
Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, v. 3, p. 155–163, 2011. Disponível em: https://
www.redalyc.org/pdf/5057/505750891019.pdf. Acesso em: 4 dez. 2020.
TELESI JÚNIOR, E. Práticas integrativas e complementares em saúde, uma nova eficácia 
para o SUS. Estudos Avançados, v. 30, n. 86, p. 99–112, 2016. Disponível em: https://doi.
org/10.1590/S0103-40142016.00100007. Acesso em: 4 dez. 2020.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Aspectos multiprofissionais das práticas integrativas e complementares10
Dica do professor
É importante entender as responsabilidades institucionais de cada esfera do governo (município, 
estado e federação), de acordo com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares 
(PNPIC). Com isso, é possível compreender melhor como as ações podem ser implantadas nos 
serviços de saúde e de quem efetivamente é a responsabilidade por cada uma delas; ou ainda, de 
quem se deve cobrar, para que aconteçam as melhorias necessárias à assistência à saúde da 
população. Na constituição do SUS, ficam estabelecidas as responsabilidades das três esferas do 
governo. Ou seja, existe apenas um sistema em todo o território nacional, que serve para todos 
aqueles que aqui residem, e é responsabilidade dos diferentes níveis do governo cuidar para que 
tudo funcione — cada um com as suas atribuições.
Nesta Dica do Professor, você entenderá melhor as atribuições de cada esfera na PNPIC.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/1cb8db9e7b8b500d443e27b87cbb31b3
Exercícios
1) A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares incorpora ao SUS alguns 
métodos que podem ser utilizados para tratamento de prevenção de doenças. Assinale a 
alternativa com a definição correta para o método citado:
A) Termalismo ou crenoterapia é a terapia que utiliza a aplicação de cores para equilibrar os 
pontos energéticos.
B) Acupuntura é a aplicação de finas agulhas em pontos energéticos do corpo.
C) A fitoterapia é o tratamento feito a partir da menor fração possível para se tratar as doenças.
D) A homeopatia é o tratamento que utiliza plantas e seus extratos para tratar doenças.
E) A medicina antroposófica considera o meio em que o homem vive para justificar seu processo 
de adoecimento.
2) A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares é muito importante e 
representa um avanço político e uma conquista social no âmbito da saúde pública. Sobre a 
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, afirma-se que:
I. É uma norma extensa e rígida, elaborada pela unidade federativa, que deve ser seguida por 
todos.
II. É um guia de orientação construído conjuntamente pela Federação com a participação 
dos estados e municípios.
III. A primeira política foi escrita em 2006 e atualizada em 2015 e 2018, com o objetivo de 
apoiar a implantação das Práticas Integrativas e Complementares no SUS, incorporando 29 
práticas.
Entre as afirmativas acima, pode-se dizer que:
A) apenas a I está correta.
B) apenas a II está correta.
C) apenas a III está correta.
D) I e II estão corretas.
E) II e III estão corretas.
3) O uso de plantas e ervas é extremamente popular e, historicamente, aparece no tratamento 
de doenças. No entanto, quando se fala do uso dessas plantas e ervas enquanto prática 
integrativa e complementar de saúde, há definições específicas que descrevem o uso 
enquanto método. Pensando nisso, considere as seguintes afirmações:
Se:
Fitoterapia é o tratamento à base de plantas e homeopatia é a terapia a partir da menor 
porção para tratar.
Então:
A homeopatia é obrigatoriamente um tratamento fitoterápico.
Assinale a alternativa correta.
A) A relação entre as frases está integralmente correta.
B) A relação entre as frases está integramente equivocada.
C) A relação entre as frases está parcialmente correta, pois homeopatia não é sinônimo de 
fitoterapia.
D) A relação entre as frases está parcialmente correta, pois o conceito de fitoterapia está errado.
E) A relação entre as frases está parcialmente correta, pois o conceito de homeopatia está 
errado.
4) Dentro dos princípios organizativos do SUS, a regionalização e a descentralização se 
materializam na divisão das três esferas do governo (federal, estadual e municipal) e isso é 
importante para que as ações em saúde cheguem de forma mais efetiva para atender às mais 
diversas necessidades de saúde da população. No que se refere à responsabilidade 
institucional definida na PNPIC para cada uma das esferas do governo, está correto afirmar 
que:
A) existem responsabilidades que são comuns às esferas federal, estadual e municipal.
B) a responsabilidade da esfera federal é unicamente deliberar sobre as demais esferas e fazer 
cumprir as obrigatoriedades das esferas estadual e municipal.
C) a responsabilidade da esfera municipal está restrita a um papel executivo para implantar as 
ações estabelecidas pelo gestor federal e estadual.
D) a responsabilidade estadual é um papel articulador entre o município e a federação, não 
tendo responsabilidade deliberativa e autônoma.
E) a responsabilidade de cada esfera se relaciona às questões financeiras e orçamentárias, e não 
deliberativas ou executivas.
5) Para uma prática mais integral, faz-se necessário o envolvimento conjunto de profissionais 
da saúde com uma formação diversa. Com relação à atuação multiprofissional no uso e 
aplicação das PICs, é correto afirmar que:
A) as PICs não estão citadas nas regulamentações profissionais dos conselhos de classe.
B) o CONFEN é o único conselho de classe que prevê as PICs na atuação do enfermeiro.
C) o CFM desaprova o uso das PICs no SUS.
D) as PICs estão previstas nos conselhos de classe da enfermagem, fisioterapia, terapia 
ocupacional e medicina, nesta última com restrições.
E) a regulamentação dos conselhos de classe é completamente indiferente, uma vez que as PICs 
estão previstas pelo SUS.
Na prática
As práticas integrativas e complementares estão sendo incorporadas aos serviços de saúde e têm 
apresentado excelentes resultados quando comparadas aos tratamentos convencionais isolados, 
principalmente em condições crônicas de saúde. A abordagem multidisciplinar favorece que o 
sujeito seja visto integralmente, isto é, em sua dimensão biológica, emocional, espiritual e social. 
Dessa forma, quando aliada a outras terapias (sejam terapias convencionais ou complementares) e 
com uma abordagem multiprofissional, a qualidade e os efeitos do cuidado em saúde à pessoa são 
positivamente notados e mais estáveis.
Confira, Na Prática, um exemplo da implantação das práticas integrativas e complementares em um 
serviço de saúde e como elas podem melhorar a assistência à população.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
PICs | O que são?
Neste vídeo, você encontrará informações atuais sobre as PICs e conhecerá a experiência de 
implantação das PICs no Rio Grande do Sul.
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Você sabe o que são práticas integrativas e complementares em 
saúde?
Neste vídeo, há a explicaçãode uma especialista na área sobre como o PNPICs é implementada nos 
dias atuais, trazendo uma discussão e um ponto de vista crítico sobre o uso dessas práticas no SUS, 
sob a experiência da Universidade Federal do Ceará.
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Práticas integrativas e complementares na atenção primária à 
saúde brasileira
Este artigo científico apresenta um olhar crítico e discute as PICs e seus problemas e desafios na 
atenção primária a saúde brasileira.
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https://www.youtube.com/embed/JyBKD0Zrq78
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Práticas integrativas e complementares na atenção básica em 
saúde: um estudo bibliométrico da produção brasileira
Neste artigo científico, você poderá conhecer um pouco mais sobre a produção científica dos 
últimos 10 anos no Brasil sobre as PICs. O que se sabe? O que é feito? Para onde se vai? O que 
falta?
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http://publica.sagah.com.br/publicador/objects/attachment/1203330610/ArtigoPICs.pdf?v=1083151772�������
http://publica.sagah.com.br/publicador/objects/attachment/968773582/pt.pdf?v=786055222
Terapia tradicional chinesa
Apresentação
As terapias tradicionais chinesas (TTC) são um conjunto de técnicas terapêuticas milenares que se 
baseiam nos conceitos da relação Yin-Yang, da circulação de energia entre os meridianos do corpo e 
da teoria dos cinco elementos para compreender os processos de adoecimento e realizar 
intervenções. Dentre as terapias, a mais difundida na cultura Ocidental é a acupuntura. Porém, 
você verá que as TTC vão muito além e englobam técnicas como moxabustão, tuiná, fitoterapia 
chinesa e outras.
Nesta Unidade de Aprendizagem, portanto, você conhecerá o histórico das terapias tradicionais 
chinesas, as suas bases científicas e técnicas e os benefícios que podem trazer aos pacientes. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a historicidade e a atemporalidade das terapias orientais.•
Explicar técnicas pertencentes à terapia tradicional chinesa.•
Relacionar terapias específicas às necessidades terapêuticas do paciente.•
Infográfico
As terapias tradicionais chinesas são técnicas milenares, criadas cerca de 5.000 anos atrás. Durante 
esse tempo, passaram por períodos de evolução, estagnação e proibição da sua prática. Com isso, 
várias técnicas diferentes foram desenvolvidas, aprimoradas e, posteriormente, trazidas e 
incorporadas ao cotidiano de cuidado ocidental. 
Neste Infográfico, você verá um resumo das principais TTC.
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Conteúdo do livro
As terapias tradicionais chinesas, também conhecidas como medicina tradicional chinesa, consistem 
em um conjunto de técnicas milenares cujo objetivo é a promoção e a restauração da saúde dos 
indivíduos. Para a tradição chinesa, a ausência de saúde é muito menos uma desordem orgânica e 
muito mais um desequilíbrio energético. Acreditam em energias como o Qi e o Yin-Yang, que fluem 
nos organismos e, se desequilibradas, dão origem aos processos de adoecimento. O enfoque das 
terapias, portanto, é reestabelecer o equilíbrio energético e, assim, aliviar sintomas e manifestações 
de adoecimento.
A introdução das terapias tradicionais chinesas nas práticas de saúde ocidentais aumentou o 
número de possibilidades de tratamento, tornando maior a autonomia e o protagonismo dos 
pacientes no processo de cuidado em saúde. 
No capítulo Terapia tradicional chinesa, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você verá as 
origens históricas das terapias tradicionais chinesas, o início da sua interação com o Ocidente e 
seus fundamentos, tipos de terapias e benefícios.
Boa leitura.
PRÁTICAS 
INTEGRATIVAS E 
COMPLEMENTARES 
EM SAÚDE 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Reconhecer a historicidade e a atemporalidade das terapias orientais.
 > Explicar técnicas pertencentes à terapia tradicional chinesa.
 > Relacionar terapias específicas às necessidades terapêuticas do paciente.
Introdução
Terapias tradicionais chinesas (TTC) abrangem técnicas terapêuticas criadas na 
China há quase cinco milênios. Desde sua criação, passaram por períodos de 
grande valorização e desenvolvimento, e até mesmo por momentos de estag-
nação e questionamento do seu valor. Durante quase toda sua história, foram 
mantidas exclusivamente em território chinês. Suas origens estão ligadas à 
filosofia chinesa e à forma como ela encara o corpo humano e sua definição. Para 
as TTC, menos importa a anatomia e mais a forma como a energia vital circula no 
organismo e como esse interage com o ambiente. Suas técnicas visam equilibrar 
energeticamente o organismo do indivíduo tratado e, assim, minimizar sintomas 
e manifestações.
Neste capítulo, você vai conhecer a origem histórica das TTC. Também vai 
entender quais são as suas principais técnicas e como se deu sua inserção no 
Ocidente. Por fim, verá aplicações dessas terapias e seus benefícios para os 
pacientes. 
Terapia tradicional 
chinesa
Tainá Nazareth da Silva Castro
Origens e sua inserção na sociedade 
contemporânea
As relações saúde–doença da forma como entendidas nas práticas de saúde 
ocidentais são apenas uma das formas de se enxergar o funcionamento do 
corpo humano e seus processos de adoecimento. Estudando as origens 
históricas das práticas de cuidado em saúde, percebemos as mais diversas 
formas de pensamento. Porém, com a globalização e fusão de saberes, pas-
saram a integrar a medicina ocidental como conhecida atualmente. A Grécia, 
por exemplo, que é tida como o berço das práticas de saúde ocidentais, 
praticava no período anterior ao nascimento de Hipócrates (460 a.C.—377 a.C.) 
— conhecido como o pai da medicina moderna — ritos de cura baseados 
no poder de deuses e semideuses presentes em sua cultura. Na Itália, em 
contrapartida ao movimento de entender a saúde de forma racional, os 
processos de adoecimento eram tratados com base em saberes populares, 
religiosos e folclóricos. Ao avaliar as origens das terapias características de 
cada região e povo, é nítida a semelhança nas suas raízes mística, religiosa 
e popular (FRÓIO, 2006).
No que diz respeito às TTC, é perceptível que se mantiveram como técnicas 
mais próximas do tradicional e com menor influência do saber ocidental. 
Dentre as terapias consideradas naturais e não medicamentosas, são as que 
possuem, até hoje, maior divulgação e cada vez mais respeito dentro das prá-
ticas de saúde. Suas origens são muito antigas e, de acordo com os registros 
históricos, as técnicas sofreram pouca ou nenhuma influência das práticas 
ocidentais até meados do século XIX (CONTATORE; TESSER; BARROS, 2018). 
A história das TTC mescla-se à história política da própria China, atra-
vessando períodos de menor expressão e até mesmo de proibição de suas 
práticas. Os governos chineses são conhecidos como dinastias, ou seja, 
momentos de dominação política exercida por uma família ou grupo. Cada 
dinastia trouxe uma forma diferente de entender as práticas terapêuticas tra-
dicionais e a influência das práticas ocidentais sobre elas. O ano de 2838 a.c., 
durante o Reino Xia, é relatado como o de criação das TTC por Cheng Nong 
(FRÓIO, 2006). 
Passados milênios, até o ano de 1644, durante a Dinastia Manchú, as TTC 
se desenvolveram e incorporaram novas práticas e conhecimentos cada vez 
mais amplos sobre as ervas terapêuticas. A partir disso, as práticas de saúde 
ocidentais passaram a ser inseridas na China mais amplamente, levando a 
uma estagnação das terapias tradicionais em detrimento da apropriação 
Terapia tradicional chinesa2
dos saberes ocidentais.O exercício das terapias tradicionais chegou a ser 
proibido no ano de 1822, mas, por ser a China um país de grande extensão 
territorial, elas continuaram a ser praticadas, principalmente em áreas rurais 
e comunidades afastadas dos grandes centros. 
A partir daí, porém, as terapias tradicionais passaram a ser cada vez menos 
prestigiadas e até mesmo vistas como ineficazes e enganadoras. Em 1929, 
durante a Era Guomindang, o governo fez uma tentativa de banir as terapias 
tradicionais, o que não obteve sucesso, devido aos protestos da população. 
Finalmente, em 1949, foi instituída a República Popular da China e, com ela, as 
TTC foram enfim reconhecidas e formalizadas. Os profissionais tradicionais 
foram estimulados a intercambiar saberes com o Ocidente, tornando as duas 
linhas de pensamento integradas e complementares (FRÓIO, 2016).
A integração entre as terapias tradicionais e as práticas ocidentais levou 
a um rigor científico cada vez mais expressivo na documentação das antigas 
práticas chinesas. Em 1955, por exemplo, a acupuntura, a moxabustão e a 
fitoterapia chinesa foram reconhecidas como técnicas independentes e 
pertencentes ao universo amplo das TTC. O avanço da sistematização das prá-
ticas tradicionais e seu estudo à luz das abordagens científicas da sociedade 
contemporânea trouxe, cada vez mais, uma aproximação dos profissionais de 
saúde ocidentais e gerou mais visibilidade e maior aplicação das práticas fora 
do território chinês. As terapias tradicionais atingiram, portanto, o patamar 
de ciência, sendo entendidas como uma forma diferente e complementar 
de enxergar o processo saúde–doença. Assim, atualmente, temos as TTC 
convivendo com as práticas de saúde ocidentais de forma harmônica. Ao 
mesmo tempo, os profissionais de saúde têm a liberdade de utilizar as duas 
abordagens de forma paralela. 
No Brasil, a inserção das TTC converge com o movimento da contracultura 
e da valorização de um novo estilo de vida em meados dos anos 1960 (CINTRA; 
PEREIRA, 2012). Já na década de 1980, com a mudança no modelo de atenção 
à saúde no país e o advento do Sistema Único de Saúde (SUS), as terapias 
tradicionais passaram a ser legitimadas e reconhecidas. Tal legitimação fez 
parte de um movimento maior de alteração na forma como se fazia saúde no 
país, dando espaço a um conceito ampliado, que entende saúde como algo 
muito além da ausência de doença. Porém, foi apenas por meio da Portaria 
Nº 971, de 3 de maio de 2006, que o Ministério da Saúde instituiu a Política 
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPIC) e 
reconheceu, no âmbito do SUS, a oferta de terapias tradicionais. A portaria 
reconhece, dentre as TTC, a acupuntura e: 
Terapia tradicional chinesa 3
[...] práticas corporais (lian gong, chi gong, tui-na, tai chi chuan); práticas mentais 
(meditação); orientação alimentar; e o uso de plantas medicinais (fitoterapia tra-
dicional chinesa), relacionadas à prevenção de agravos e de doenças, a promoção 
e à recuperação da saúde (BRASIL, 2006, documento on-line).
As terapias tradicionais, portanto, estão disponíveis no SUS e como política 
pública de saúde, extrapolando a oferta por serviços privados. 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece as práticas 
tradicionais e sua importância. Em 2002, publicou um documento 
intitulado “Estratégia da OMS sobre Medicina Tradicional 2002–2005”, no qual 
são listadas as principais práticas reconhecidas. No documento, também são 
reforçadas as estratégias para valorização das técnicas tradicionais no sentido 
amplo, respeitando a pluralidade de saberes e práticas ao redor do mundo. As 
terapias tradicionais chinesas recebem destaque no documento pois possuem 
o reconhecimento das práticas manuais, de acupuntura, espirituais e corporais 
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2002).
Fundamentos e técnicas das TTC
Para compreender as TTC, é necessário conhecer seus fundamentos. Dife-
rentemente das práticas de saúde ocidentais, que se baseiam no estudo das 
patologias, as TTC possuem bases filosóficas e não tão ligadas à fisiologia 
organicista. Para os terapeutas tradicionais, o corpo humano é um grande fluxo 
de energia que flui em canais denominados meridianos. A saúde individual, por 
sua vez, está relacionada ao equilíbrio entre a dicotomia yin–yang, duas forças 
opostas, a dualidade presente no organismo e que precisa estar balanceada 
na relação dos indivíduos com a natureza. Os desarranjos nos organismos, ou 
seja, as manifestações sintomáticas, são na verdade desequilíbrios no fluxo 
dessas energias opostas. De acordo com Cintra e Pereira (2012), o yang é o 
aspecto da energia que representa a produção de calor, ou seja, o aumento 
de atividades e expansão; o yin, por sua vez, é a energia que produz o frio, o 
repouso, a escuridão. O objetivo das TTC, portanto, é equilibrar o fluxo das 
energias yin–yang e as relações do indivíduo com os cinco elementos da 
natureza para reestabelecer o equilíbrio orgânico. 
Mas, então, como são feitos os diagnósticos e indicações terapêuticas 
de acordo com as TTC? Na tradição chinesa, compreende-se por doença 
o desequilíbrio de energia que se manifesta como sinais e sintomas das 
síndromes energéticas. 
Terapia tradicional chinesa4
Os exames físicos para diagnóstico baseiam-se na avaliação da 
língua, unhas e dedos, cabelo e palpação do pulso. Além disso, são 
investigados os padrões de apetite, paladar, eliminações fisiológicas e até 
mesmo estado emocional, atividade sexual, hábitos alimentares e histórico 
sociocultural (CINTRA; PEREIRA, 2012). 
A partir da anamnese realizada e dos desconfortos relatados, os desarran-
jos energéticos são mapeados com o elemento da natureza relacionado. Como 
exemplo, pode-se citar o metal, um dos cinco elementos da natureza, e que 
está diretamente relacionado, de acordo com a tradição chinesa, à pele, aos 
pulmões e aos intestinos. No Quadro 1, você pode ver um resumo dos cinco 
elementos e a quais órgãos, vísceras e sentimentos eles estão interligados. 
Quadro 1. As relações entre os cinco elementos da natureza e as manifes-
tações orgânicas
Madeira Fogo Terra Metal Água
Sabor Ácido Amargo Doce Picante Salgado
Cor Verde Vermelho Amarelo Branco Preto
Energia 
celeste
Vento Calor Umidade Secura Frio
Evolução Nascimento Crescimento Transformação Declínio Estagnação/
morte
Estações Primavera Verão Fim de verão Outono Inverno
Órgãos Fígado Coração Baço Pulmão Rins
Vísceras Vesícula 
biliar
Intestino 
delgado
Estômago Intestino 
grosso
Bexiga
Sentidos Olhos Língua Boca Nariz Orelhas
Camada do 
corpo
Tendões Vasos Músculos 
(carne)
Pele e 
pelo
Osso
Sentimentos Raiva Alegria Reflexão Tristeza Medo
Fonte: Adaptado de Souza ([201-). 
O objetivo de qualquer uma das TTC é reestabelecer o equilíbrio energético 
no organismo do indivíduo atendido. Para tal, é necessário conhecer, além dos 
Terapia tradicional chinesa 5
elementos e suas relações com o yin–yang, o fluxo existente no organismo e 
seus meridianos relacionados a cada manifestação de sintomas. Na Figura 1, 
são ilustrados os cinco elementos e seus movimentos.
Figura 1. Os cinco movimentos energéticos.
Fonte: Tabela Prática dos 5 Elementos (2011, documento on-line).
Na Figura 2, estão ilustrados os meridianos, ou canais de energia do corpo 
humano. Tais canais são os condutores do fluxo yin–yang no organismo do 
indivíduo. Ao longo dos meridianos, existem pontos conhecidos como pon-
tos de acupuntura. Esses pontos e sua estimulação consistem em uma das 
principais técnicas dentro das TTC. 
Terapia tradicional chinesa6
Figura 2. Meridianos, ou canais de energia.
Fonte: Meridianos ([201-]).
Porém, as TTC vão muito além da estimulação dos pontos de acu-
puntura. Suas técnicas são divididas em corporais (lian gong e tai chi 
chuan), mentais (meditação, dietoterapia e fitoterapia chinesa), terapias 
manuais (tui-na) e terapias espirituais (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 
2002). Nos próximos tópicos, examinaremos mais a fundo as principais 
TTCaplicadas no Brasil. 
Lian gong 
O lian gong (pronúncia correta lian kun) é uma das terapias corporais dentre 
as TTC. Sua criação é mais recente, datando do ano de 1974, e é fruto da 
interseção entre a tradição chinesa e as práticas ocidentais modernas. Seu 
criador foi Zhuang Yuan Ming, médico ortopedista. Segundo Cordeiro (2015, 
p. 22), a técnica consiste em uma série de exercícios sistematizados a partir 
da junção entre “[...] movimentos adaptados das artes marciais, do dao-in 
Terapia tradicional chinesa 7
(ginástica terapêutica chinesa), do tui-na (massagem terapêutica), do tu na 
gong (técnica de respiração)” e a prática clínica do ortopedista. No Brasil, 
o lian gong foi inserido em 1987 e regulamentado em 2006 como prática 
integrativa e complementar no SUS. 
A técnica é dividida em três partes com 18 exercícios, resultantes de com-
binações feitas com os 54 exercícios descritos. Todos os exercícios utilizam os 
princípios de uma movimentação corporal com ritmo específico, com objetivo 
de promover alongamento e força nas articulações. Envolve movimentos 
contínuos, porém suaves. 
Tai chi chuan
Foi originalmente criado como uma arte marcial. Após a percepção dos seus 
benefícios para o corpo, começou a ser adotado como atividade física. Se 
assemelha ao lian gong por seus exercícios serem de execução lenta. Po-
rém, são muito mais vigorosos e, portanto, o tai chi chuan é considerada 
uma atividade física aeróbica de moderada intensidade. Baseia-se em uma 
combinação de exercícios físicos, técnicas de respiração e relaxamento e é, 
por isso, considerada uma das TTC (KASAI et al., 2010).
Tui-na
Essa é a técnica de massagem da TTC, que trabalha o corpo junto com a 
energia. Suas bases são o trabalho dos fluxos de energia vital (qi) ao longo 
dos meridianos energéticos. Utiliza o toque com variações de intensidade de 
moderado a vigoroso, podendo ter como instrumentos as mãos, cotovelos, 
antebraços e joelhos. 
A massagem tui-na é praticada no exterior do corpo, produzindo efeitos no seu 
interior, contribuindo para a desobstrução dos condutos, promovendo a circulação 
da energia e do sangue, que regula as funções dos órgãos internos e lubrifica os 
tendões e ossos, permite prevenir e tratar algumas patologias e melhorar o bem-
-estar físico e psicológico da pessoa (IHA et al., 2019).
Moxabustão e ventosaterapia
A moxabustão é uma das formas de terapia por meio dos pontos de acupun-
tura. Utiliza a queima de moxas, ou pequenos buquês, de artemísia e trata 
por meio do calor terapêutico. Pode ser utilizada isolada ou como técnica 
auxiliar da acupuntura. 
Terapia tradicional chinesa8
A ventosaterapia é outra forma de estimulação dos pontos de acupuntura. 
Sua técnica utiliza ventosas, ou seja, pequenas cúpulas de acrílico ou vidro 
que produzem sucção terapêutica e uma estimulação vigorosa dos pontos 
desejados. Em geral, é utilizada isolada ou acompanhada de outras técnicas 
de massoterapia (WEGNER, 2013).
Fitoterapia chinesa
A fitoterapia é a ciência que estuda terapias com ervas e plantas, seus 
princípios ativos e benefícios. Faz uso de várias técnicas para extração 
das substâncias, realizando combinações entre elas para chegar às inú-
meras fórmulas terapêuticas. A técnica da fitoterapia não é exclusiva 
da tradição chinesa, mas faze parte de várias práticas tradicionais de 
cuidado em saúde. 
Atualmente, vários medicamentos fitoterápicos já possuem eficácia cienti-
ficamente comprovada. É importante ressaltar que fitoterápicos também são 
medicamentos e, desse modo, não estão isentos de riscos. Por isso, devem 
ser utilizados sob a orientação de profissional capacitado. 
Benefícios das TTC 
Agora que você já conhece as principais TTC, deve estar se perguntando: 
como tais técnicas serão aplicáveis ao meu cotidiano como professional de 
saúde? Vamos conhecer, portanto, os benefícios de cada uma das técnicas 
para a saúde e a prevenção de doenças e como usá-las mesmo sem ser um 
especialista.
Ao contrário do que muitos podem pensar, hoje já existem evidências 
científicas e estudos clínicos que comprovam os benefícios das terapias tra-
dicionais para a saúde dos pacientes. A acupuntura e suas variantes, por sua 
popularidade mundial, são aquelas cujos benefícios potenciais aos pacientes 
são mais conhecidos e estudados. Isso, porém, não quer dizer que as outras 
terapias não tragam benefícios e contribuam para a promoção da saúde e 
prevenção de doenças à população em geral. Dentre as técnicas terapêuticas 
já estudadas neste capítulo, daremos ênfase a duas delas: lian gong e tui-na. 
A escolha dessas técnicas para enfatizar os benefícios se dá devido ao fato 
de sua execução não requerer equipamentos ou técnicas mais avançadas. 
Além disso, podem ser executadas em pessoas de diversas faixas etárias e 
praticamente sem restrições. 
Terapia tradicional chinesa 9
Lian gong — aplicações e benefícios
Como já examinamos o conceito técnico de lian gong, veremos agora quais 
benefícios a terapia pode trazer para quem a pratica. Cada uma das três partes 
do lian gong é focada em trabalhar um conjunto de músculos e articulações. 
Seus exercícios são leves, ritmados, suaves e contínuos. 
O lian gong anterior é a primeira parte (Figura 3), com 18 exercícios focados 
em trabalhar “[...] dores no pescoço, ombros, costas, região lombar, glúteos 
e membros inferiores” (CORDEIRO, 2015, p. 23).
Figura 3. Ilustração da primeira parte de exercícios do lian gong.
Fonte: Mendes (2013, documento on-line).
Terapia tradicional chinesa10
A segunda parte, chamada de lian gong posterior (Figura 4), é focada na 
prevenção de dores articulares, tendinites e disfunções orgânicas internas. 
Figura 4. Ilustração da segunda parte de exercícios do lian gong.
Fonte: Mendes (2013, documento on-line).
A terceira parte, por sua vez, é chamada de lian gong continuação (Figura 5). 
Seus exercícios são focados nos benefícios para o sistema respiratório e 
cardiovascular. 
Terapia tradicional chinesa 11
Figura 1. Ilustração dos exercícios da terceira parte do lian gong.
Fonte: Mendes (2013, documento on-line).
Juntas, as três partes trazem benefícios para todo o corpo. Por envolver 
exercícios de baixa intensidade e impacto e por não exigir vestimentas ou 
equipamentos elaborados, o lian gong configura-se uma atividade terapêutica 
com nenhuma ou quase nenhuma contraindicação. 
Tui-na — aplicações e benefícios
Na seção anterior já conhecemos as bases teóricas do tui-na, a massagem 
terapêutica integrante da tradição chinesa. Seus movimentos vigorosos e 
aplicados em pontos-chave dos meridianos trazem benefícios para o corpo 
Terapia tradicional chinesa12
físico e energético. Mediante a estimulação dos pontos, obtêm-se resultados 
como a diminuição de dores crônicas — a exemplo da fibromialgia — e melhoria 
da insônia e da ansiedade. 
Como você pode ver, os benefícios das TTC são amplos e muitas vezes 
comprovados com rigor científico. Sendo assim, é importante conhecer as 
terapias, onde são ofertadas e quais pacientes se beneficiariam delas, para 
que, durante sua prática professional, você possa diversificar as opções 
terapêuticas e aumentar a autonomia dos pacientes na escolha de alterna-
tivas. Hoje, com a intensa democratização de acesso a informações, cada 
vez mais os pacientes procuram por opções complementares de tratamento 
que tenham como enfoque a saúde e o bem-estar em seus termos globais. 
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 971, de 03 de maio de 2006. Aprova a Política 
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde. 
Brasília, DF: MS, 2006. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2006/prt0971_03_05_2006.html. Acesso em: 9 dez. 2020.
CINTRA, M. E.; PEREIRA, P. P. Percepções de Corpo Identificadas entre Pacientes e 
Profissionais de Medicina Tradicional Chinesa do Centro de Saúde Escola do Butantã. 
Saúde Soc., v. 21, n. 1, p. 193-205, 2012. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/sausoc/2012.v21n1/193-205. Acesso em: 9 dez. 2020.
CONTATORE, O. A.; TESSER, C. D.; BARROS, N. F. Medicina chinesa/ acupuntura: apon-
tamentos históricos sobre a colonização de um saber. História, Ciências, Saúde – 
Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 25, n. 3, p. 841- 858, 2018. Disponível em: https://www.
scielo.br/pdf/hcsm/v25n3/0104-5970-hcsm-25-03-0841.pdf. Acesso em: 9 dez. 2020.
CORDEIRO, A. M. Impactos Do Lian Gong Em 18 Terapias Sobre Parâmetros Vitais Clínicos, 
Dor e Estresse Relacionados ao Trabalho. 2015. 66 f. Monografia (Bacharel em Enferma-
gem) — Unidade Acadêmica de Enfermagem, Universidade Federal de Campina Grande, 
2015. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/bitstream/riufcg/7736/1/
ALANE%20JUSCEN%c3%8d%20MENEZES%20CORDEIRO.%20TCC.%20BACHARELADO%20
EM%20ENFERMAGEM.2015.pdf. Acesso em: 9 dez. 2020.
FRÓIO, L. R. A expansão da medicina tradicional chinesa: uma análise da vertente 
cultural das relações internacionais. 2006. 120 f. Dissertação (Mestrado em Relações 
Internacionais) — Instituto de Relações Internacionais, Universidade de Brasília, Brasília, 
2006. Disponível em: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/1837/1/liliana%20
ramalho%20froio.pdf. Acesso em: 9 dez. 2020.
IHA, M. A. H. et al. Efeitos da Massagem Tuiná da Dor e Qualidade de Vida em Pacientes 
com Fibromialgia. In: EPCC - ENCONTRO INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA, 11., 
2019. Anais [..]. Maringá, PR: UniCesumar, 2019. Disponível em: http://rdu.unicesumar.
edu.br/handle/123456789/3513. Acesso em: 9 dez. 2020.
KASAI, J. Y. T. et al. Efeitos da prática de Tai Chi Chuan na cognição de idosas com 
comprometimento cognitivo leve. einstein., v. 8, n. 1, pt. 1, p. 40-45, 2010. Disponível 
em: https://www.scielo.br/pdf/eins/v8n1/pt_1679-4508-eins-8-1-0040.pdf. Acesso 
em: 9 dez. 2020.
Terapia tradicional chinesa 13
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAUDE. Estrategia de la OMS sobre medicina tradicional 
2002–2005. Genebra: OMS, 2002. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.
php?option=com_docman&view=download&alias=796-estrategia-oms-sobre-medi-
cina-tradicional-2002-2005-6&category_slug=vigilancia-sanitaria-959&Itemid=965. 
Acesso em: 9 dez. 2020.
MENDES, V. Liang Gong promete alívio de dores e é oferecido de graça em BH. Saúde Plena, 
14 maio 2013. Disponível em: https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2013/05/14/
noticias-saude,194585/liang-gong-promete-alivio-de-dores-e-e-oferecido-de-graca-
-em-bh.shtml. Acesso em: 9 dez. 2020.
MERIDIANOS. Clínica Elizabete Toledo, [201-]. Disponível em: https://betetoledo.com/
literatura/acupuntura/meridianos/. Acesso em: 9 dez. 2020.
SOUZA, D. G. Acupuntura. DGS otorrinolaringologia, [201-]. Disponível em: http://www.
dgsotorrinolaringologia.med.br/APOST_ACUPUNTURA.html. Acesso em: 9 dez. 2020.
TABELA Prática dos 5 Elementos. Patricia Machado, 13 maio 2011. Disponível em: http://
www.patriciadonbanmachado.com.br/2011/05/tabela-pratica-dos-5-elementos.html. 
Acesso em: 9 dez. 2020.
WEGNER, F. et al. Moxabustão: uma Revisão da Literatura. FIEP Bulletin On-line, v. 83, n. 
esp, 2013. Disponível em: http://www.fiepbulletin.net/index.php/fiepbulletin/article/
view/2734. Acesso em: 9 dez. 2020.
Leitura recomendada
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Política nacional de práticas integrativas e complementares no SUS: atitude de 
ampliação de acesso. 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Terapia tradicional chinesa14
Dica do professor
Apesar de terem sido criadas há quase cinco mil anos, a inserção das terapias tradicionais no 
Ocidente é muito mais recente que isso. Apenas em meados do século XIX, as técnicas começaram 
a ser aplicadas por profissionais de saúde ocidentais. Porém, sua sistematização e entendimento 
como ciência data de ainda mais tarde, na primeira metade do século XX. E no Brasil? Como se deu 
essa inserção? Qual técnica chegou primeiro no país e como é a aceitação das mesmas pelos 
profissionais de saúde e pacientes?
Na Dica do Professor, você verá um panorama da inserção das TTC no Brasil e seu alcance no país 
nos dias atuais.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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Exercícios
1) As terapias tradicionais chinesas surgiram cerca de 5000 anos atrás. Apesar do que se pensa, 
sua aproximação com o Ocidente demorou vários séculos para se solidificar. As terapias 
tradicionais chinesas precisaram ser validadas pelas escolas de saúde ocidental da China 
para que, assim, fossem validadas em todo o Ocidente. A entrada das terapias tradicionais 
chinesas nas práticas de saúde no Brasil se deu: 
A) no início dos anos 1900.
B) no período pós-Segunda Guerra Mundial. 
C) na década de 1960, com o movimento da contracultura. 
D) na segunda metade do século XIX. 
E) na década de 1980, com a regulamentação do SUS. 
2) As terapias tradicionais chinesas se baseiam nos conceitos de fluxos de energia e equilíbrio 
entre indivíduos e os cinco elementos da natureza. Quanto à energia, é central a ideia do 
Yin-Yang. Quanto ao Yin-Yang, é correto afirmar:
A) Representa a dualidade energética que flui nos meridianos dos organismos. 
B) O Yin é a energia que representa o animal, o repouso e a escuridão.
C) O Yang é a energia que representa o vegetal, o calor e a expansão. 
D) O desequilíbrio entre as duas energias nada traz de prejuízo ao organismo.
E) O Yin é a energia que representa o mal, enquanto o Yang representa o bem. 
3) O Ministério da Saúde, pela portaria no 971, de 03 de maio de 2006, instituiu a Política 
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde. 
Nela, é reforçada a importância das terapias tradicionais e as ações necessárias para 
aumentar o acesso da população brasileira às mesmas. As alternativas a seguir são a respeito 
do que a portaria traz sobre as terapias tradicionais chinesas; assinale aquela que está 
correta.
A) Reconhece a acupuntura como prática recomendada pela OMS e que deve ser praticada 
apenas por médicos. 
B) Não reconhece as práticas corporais (lian gong, chi gong, tui-na, tai-chi-chuan) como 
integrantes das terapias tradicionais chinesas. 
C) Não cita a fitoterapia tradicional chinesa como terapia integrante das terapias tradicionais 
chinesas. 
D) Reconhece a eficácia da acupuntura em patologias como odontalgias pós-operatórias, 
náuseas e vômitos pós-quimioterapia.
E) Não cita a dietoterapia chinesa (orientações alimentares) como terapia reconhecida. 
4) A massagem é uma das técnicas terapêuticas mais populares, seja como forma de 
relaxamento, tratamento ou, até mesmo, em questões estéticas. O tuiná é a técnica de 
massagem das terapias tradicionais chinesas. Sobre o tuiná, assinale a alternativa correta:
A) O tuiná é uma massagem que consiste em um conjunto de técnicas manipulativas suaves e 
leves, fazendo uso apenas das mãos para sua execução. Seus movimentos são praticados no 
exterior do corpo e produzem efeitos e benefícios também em seu interior. 
B) O tuiná é uma massagem que consiste em um conjunto de técnicas manipulativas vigorosas, 
fazendo uso apenas das mãos para sua execução. Seus movimentos são praticados no 
exterior do corpo e produzem efeitos e benefícios também em seu interior. 
C) O tuiná é uma massagem que consiste em um conjunto de técnicas manipulativas vigorosas, 
podendo fazer uso das mãos, antebraços, joelhos, cotovelos e punhos para sua execução. 
Seus benefícios se restringem aoexterior do corpo, onde os movimentos são praticados. 
D) O tuiná é uma massagem que consiste em um conjunto de técnicas manipulativas vigorosas, 
podendo fazer uso das mãos, antebraços, joelhos, cotovelos e punhos para sua execução. 
Seus movimentos são praticados no exterior do corpo e produzem benefícios também em seu 
interior. 
E) O tuiná é um conjunto de técnicas manipulativas suaves e leves, podendo fazer uso das mãos, 
antebraços, joelhos, cotovelos e punhos para sua execução. Seus movimentos são praticados 
no exterior do corpo e produzem benefícios também em seu interior. 
5) Dentre as terapias tradicionais chinesas, existem aquelas classificadas como terapias 
corporais; o lian gong é uma delas. Assinale a alternativa correta a respeito do lian gong.
A) O lian gong foi criado por um médico ortopedista e se baseia, entre outras técnicas, nas 
posturas de yoga para a criação dos seus movimentos. 
B) O lian gong consiste em 8 terapias formadas a partir da combinação dos 54 movimentos que 
compõem a técnica. 
C) Os movimentos do lian gong foram criados a partir da combinação entre movimentos das 
artes maciais, do dao in, do tui-na e do tu na gong. 
D) Ao contrário das outras terapias tradicionais, que têm origem milenar, o lian gong foi criado 
no ano de 1974, por um médico geriatra. 
E) Os movimentos do lian gong são contínuos, intensos e ritmados, promovendo o alongamento 
e a força das articulações e membros. 
Na prática
As terapias tradicionais chinesas têm, cada vez mais, indicações precisas e com respaldo em 
literatura científica. Isso faz com que as mesmas estejam mais presentes nos serviços de saúde e 
mais profissionais estejam habilitados a exercê-las. No Brasil, várias delas são reconhecidas e 
ofertadas pelo Sistema Único de Saúde aos usuários. 
Ao falar em terapias tradicionais, porém, pode surgir a dúvida de como abordar o paciente, indicar 
terapias e acompanhar a efetividade das mesmas. Por não serem, ainda, terapias completamente 
difundidas no nosso país, é possível encontrar resistência por parte dos pacientes ao indicar uma 
delas. Em contrapartida, você pode receber pacientes informados e cientes da oferta das TTC nos 
serviços de saúde. Nesse caso, você, como profissional, deve estar sempre bem informado a 
respeito delas para ajudar seu paciente a conduzir da melhor forma o processo terapêutico 
individual.
Neste Na Prática, você verá um exemplo de condução e abordagem para um paciente que procura 
o ambulatório de práticas integrativas e complementares.
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código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
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https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/b1374a35-1969-496c-abd9-b80a0ae75aac/92c73ba8-a6fc-45c8-b343-ebcf4f1b9e5b.jpg
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Posicionamento da Justiça sobre o exercício da acupuntura por 
enfermeiros
Este texto fala sobre o exercício profissional das terapias tradicionais chinesas por enfermeiros.
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Documentário sobre acupuntura
Reinventando a vida é um documentário sobre o uso da acupuntura por mulheres em tratamento 
para o câncer de mama.
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Uso da moxabustão e acupuntura em gestantes com 
apresentação pélvica: revisão integrativa
Artigo sobre o uso da moxabustão e acupuntura em gestantes com feto em apresentação pélvica.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://www.cofen.gov.br/justica-nega-embargo-e-reafirma-legalidade-de-resolucao-sobre-acupuntura_68335.html
https://www.youtube.com/embed/jEclFv-tMXA
http://docs.bvsalud.org/biblioref/2017/10/859849/45534-194259-1-pb.pdf
Plantas medicinais e a fitoterapia no 
cuidado ao paciente
Apresentação
As unidades de saúde e órgãos públicos têm incentivado cada vez mais o uso de plantas medicinais 
e fitoterápicos como prática complementar em saúde, em parte devido à busca da população por 
opções alternativas aos medicamentos sintéticos, os quais trazem inúmeros efeitos adversos. Com 
isso, os profissionais de saúde têm buscado capacitação e conhecimento na área, a fim de oferecer 
informações fidedignas a respeito do modo correto de uso, posologia e segurança das plantas 
medicinais e fitoterápicos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as indicações clínicas de plantas medicinais e 
fitoterápicos no cuidado ao paciente, suas diferentes apresentações, as formas de utilização de 
plantas medicinais e fitoterápicos, além das contraindicações e reações adversas da fitoterapia.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Relacionar o conhecimento popular com a fitoterapia.•
Identificar plantas medicinais seguras para a terapia.•
Diferenciar as formas de utilização de plantas medicinais 
e fitoterápicos.
•
Infográfico
Transtornos de ansiedade têm acometido cada vez mais a população mundial. A Organização 
Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 18,6 milhões de brasileiros sofram de algum 
transtorno de ansiedade. As plantas medicinais são muito utilizadas como alternativas aos fármacos 
sintéticos (benzodiazepínicos, por exemplo) no tratamento de quadros leves de ansiedade e insônia.
No Infográfico a seguir, conheça as plantas medicinais utilizadas no tratamento de transtornos de 
ansiedade, bem como seu modo de preparo e posologia.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
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Conteúdo do livro
A indústria de fitoterápicos está em constante desenvolvimento, e cada vez mais a população e os 
profissionais de saúde têm buscado a fitoterapia como alternativa aos fármacos sintéticos.
No Brasil, essa área também é impulsionada pela grande biodiversidade nacional e pelo 
conhecimento popular do uso de plantas medicinais. Hortos medicinais têm sido criados em 
diversas cidades no país, a fim de proporcionar o estudo dessas plantas, além de fornecer mudas e 
orientações para a população, especialmente a mais carente.
No capítulo Plantas medicinais e a fitoterapia no cuidado ao paciente, da obra Práticas integrativas e 
complementares em saúde, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, veja como tem crescido o 
interesse de órgãos públicos e pesquisadores pela fitoterapia, entendendo os fitoterápicos 
ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), bem como as indicações e o modo de usar as 
principais plantas medicinais no cuidado ao paciente.
Boa leitura. 
PRÁTICAS 
INTEGRATIVAS E 
COMPLEMENTARES 
EM SAÚDE 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Relacionar o conhecimento popular com a fitoterapia.
 > Identificar plantas medicinais seguras para uso na terapia.
 > Diferenciar as formas de utilização de plantas medicinais e fitoterápicos.
Introdução
Dentre as práticas integrativas e complementares em saúde, a fitoterapia é uma 
das mais conhecidas e mais amplamente utilizadas nos serviços públicos no Brasil 
e no mundo. Os profissionais de saúde têm apresentado interesse crescente 
nessa área, buscando capacitação e conhecimento, com o objetivo de realizar 
uma adequada prescrição e uso de plantas medicinais e fitoterápicos em seus 
atendimentos. Embora as plantas medicinais sejam utilizadas pela população desde 
tempos imemoriais, o uso inadequado é frequente, devido à falta de conhecimento 
sólido em relação a dosagens, posologia, modo de preparo, contraindicações e 
reações adversas. 
Neste capítulo, você vai conhecer o histórico de uso de plantas medicinais 
e fitoterápicos e os fatores que têm despertado o interesse em fitoterapia 
pela população e pelos profissionais de saúde. Além disso, vai estudar formas 
de utilização,reações adversas e contraindicações de plantas medicinais e 
fitoterápicos.
Plantas medicinais 
e a fitoterapia no 
cuidado ao paciente
Marcella Gabrielle Mendes Machado
Histórico da fitoterapia
Desde os tempos mais antigos, os seres humanos utilizam plantas pelos seus 
diversos efeitos medicinais. De acordo com Saad et al. (2018), os registros mais 
antigos que indicam a utilização de plantas para fins terapêuticos remontam 
à Era Paleolítica, na forma de pólens de plantas medicinais em sítios arque-
ológicos. Ademais, registros do uso de plantas medicinais em regiões como 
Índia, China e Egito datam de milhares de anos antes da civilização cristã. 
Nessas regiões, era muito comum a associação da terapêutica com práticas 
espirituais, sendo que muitos sacerdotes atuavam como médicos. 
Pitágoras, por volta de 500 a.C., estudou como as drogas vegetais atuavam 
no organismo, o que levou à formulação das bases da medicina humoral 
e da dietética, as quais influenciaram Hipócrates, pai da medicina, alguns 
anos mais tarde. Hipócrates desmistificou a associação de cura pelo uso 
das plantas medicinais com forças sobrenaturais, e deu início à medicina 
racional-naturalista a partir da descrição de sinais e sintomas, avaliação da 
sazonalidade de doenças e influência do emocional do paciente e condições 
de moradia (SAAD et al., 2018).
Com a descoberta pelos europeus de novas regiões pelas grandes nave-
gações no período da Renascença, novas drogas vegetais, assim como espe-
ciarias, foram adquiridas pela Europa, aumentando seu arsenal terapêutico. 
Os estudos desenvolvidos pelo médico conhecido como Paracelso (1493–1541) 
levaram a um novo entendimento a respeito das plantas medicinais. De acordo 
com Saad et al. (2018, p. 3), Paracelso “[...] anunciou a noção de que a planta 
medicinal encerra um componente terapeuticamente ativo, suscetível de ser 
extraído por processo químico, e que o processo utilizado para isso era a 
destilação”. Até aquela época, a planta medicinal era utilizada na sua forma 
inteira ou em partes, como folhas e raízes. 
A partir da segunda metade do século XIX, com o desenvolvimento da 
química medicinal e da síntese da Aspirina (ácido acetilsalicílico) pela mo-
dificação estrutural do ácido salicílico isolado da casca do salgueiro, as 
plantas medicinais passaram a ser utilizadas como matéria-prima para a 
obtenção de fármacos semissintéticos e como protótipos para a síntese de 
novas moléculas (SAAD et al., 2018).
Embora o uso de plantas medicinais tenha diminuído frente ao processo 
de industrialização e desenvolvimento de fármacos sintéticos, seu uso pela 
população voltou a ganhar força nas últimas décadas. Muitos fatores têm 
contribuído para o aumento da utilização das plantas medicinais pela popu-
lação, entre eles os efeitos adversos relacionados ao uso de medicamentos 
Plantas medicinais e a fitoterapia no cuidado ao paciente2
industrializados, o difícil acesso à assistência médica, o aumento do consumo 
de produtos naturais em busca de uma vida mais saudável e a tendência ao 
uso da medicina integrativa (BRASIL, 2019).
Atualmente, além de matéria-prima para fármacos semissintéticos, as 
plantas medicinais são utilizadas in natura (como em chás de plantas medi-
cinais), em preparações galênicas simples (extratos fluidos e tinturas) e em 
formulações farmacêuticas com maior valor agregado, como os fitoterápicos 
(SIMÕES et al., 2017).
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 
2011, p. 11), um fitoterápico pode ser definido como “[...] o produto 
obtido de planta medicinal, ou de seus derivados, exceto substâncias isoladas, 
com finalidade profilática, curativa ou paliativa”. Embora as plantas medici-
nais sejam utilizadas desde a Antiguidade, o uso oficial de fitoterápicos só foi 
reconhecido mundialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1978. 
No Brasil, o Ministério da Saúde, mediante a Portaria nº 212, de 11 
de setembro de 1981, passou a incentivar como prioridade o estudo 
das plantas medicinais para aplicação clínica. Em 2006, a fitoterapia foi 
inserida no Sistema Único de Saúde (SUS), mediante a Portaria 971/2006, 
sendo que a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos foi 
regulamentada pelo decreto 5.813, de 22 de junho de 2006 (ANVISA, 2011). 
Atualmente, são ofertados pelo SUS 12 medicamentos fitoterápicos, 
listados no Quadro 1. 
Quadro 1. Medicamentos fitoterápicos ofertados pelo SUS
Denominação genérica Apresentação Indicação/ação
Alcachofra (Cynara 
scolymus L.)
Cápsula, 
comprimido, 
solução oral, tintura
Tratamento dos sintomas de 
dispepsia funcional (síndrome 
do desconforto pós-prandial) 
e de hipercolesterolemia leve 
a moderada. Apresenta ação 
colagoga e colerética.
Aroeira (Schinus 
terebinthifolius Raddi)
Gel e/ou óvulo 
vaginal
Apresenta ação cicatrizante, 
anti-inflamatória e 
antisséptica tópica, para uso 
ginecológico.
(Continua)
Plantas medicinais e a fitoterapia no cuidado ao paciente 3
Denominação genérica Apresentação Indicação/ação
Babosa (Aloe vera (L.) 
Burm. f.)
Creme, gel Tratamento tópico de 
queimaduras de 1º e 2º graus 
e como coadjuvante nos casos 
de psoríase em placas.
Cáscara-sagrada 
(Rhamnus purshiana DC.)
Cápsula, tintura Coadjuvante nos casos de 
obstipação intestinal eventual.
Espinheira-santa 
(Maytenus officinalis 
Mabb.)
Cápsula, emulsão, 
suspensão oral, 
tintura
Coadjuvante no tratamento 
de gastrite e úlcera 
gastroduodenal e sintomas de 
dispepsia.
Garra-do-diabo 
(Harpagophytum 
procumbens DC. ex 
Meissn.)
Cápsula, 
comprimido, 
comprimido de 
liberação retardada
Tratamento da dor lombar 
baixa aguda e como 
coadjuvante nos casos de 
osteoartrite. Apresenta ação 
anti-inflamatória.
Guaco (Mikania 
glomerata Spreng.)
Solução oral, 
tintura, xarope
Apresenta ação expectorante e 
broncodilatadora.
Hortelã (Mentha x 
piperita L.)
Cápsula Tratamento da síndrome do 
cólon irritável. Apresenta 
ação antiflatulenta e 
antiespasmódica.
Isoflavona-de-soja 
[Glycine max (L.) Merr.]
Cápsula, 
comprimido
Coadjuvante no alívio dos 
sintomas do climatério.
Plantago (Plantago ovata 
Forssk.)
Pó para dispersão 
oral
Coadjuvante nos casos de 
obstipação intestinal habitual. 
Tratamento da síndrome do 
cólon irritável.
Salgueiro (Salix alba L.) Comprimido, elixir, 
solução oral
Tratamento de dor lombar 
baixa aguda. Apresenta ação 
anti-inflamatória.
Unha-de-gato (Uncaria 
tomentosa (Willd. ex 
Roem. & Schult.) DC.)
Cápsula, 
comprimido, gel
Coadjuvante nos 
casos de artrites e 
osteoartrite. Apresenta 
ação anti-inflamatória e 
imunomoduladora.
Fonte: Adaptado de Brasil (2020).
(Continuação)
Plantas medicinais e a fitoterapia no cuidado ao paciente4
Em todo o mundo, a indústria de fitoterápicos está em constante de-
senvolvimento, juntamente com o aumento do interesse em pesquisas com 
plantas medicinais, a fim de comprovar sua eficácia e confirmar as indicações 
terapêuticas relacionadas ao seu uso. Os fitoterápicos são uma alternativa 
ao uso de medicamentos sintéticos, os quais estão relacionados a um maior 
número de efeitos adversos. Na prática médica, são bem vistos os medicamen-
tos fitoterápicos e plantas medicinais que passam por testes farmacológicos, 
toxicológicos, pré-clínicos e clínicos. O crescimento da indústria de plantas 
medicinais e fitoterápicos no Brasil ainda é impulsionado pela grande bio-
diversidade nacional e pelo conhecimento tanto popular quanto científico 
sobre essas plantas (SAAD et al., 2018).
A produção de medicamentos fitoterápicos no Brasil tem apresentado 
um crescimento exponencial de cerca de 10% ao ano em valores. Em 2018, o 
mercado de fitoterápicos faturou R$ 2,3 bilhões, o que representa 2,2% do 
mercado farmacêutico total (RIBEIRO, 2020). 
De acordo com Ribeiro (2020), o fornecimento de medicamentos fito-
terápicos somente na cidade de São Paulo cresceu em 662% no período 
entre 2015 e 2019. Somente em 2019, foram distribuídos mais de 6 milhões de 
fitoterápicos para a populaçãopaulistana. Essas cifras incluem quatro tipos 
de medicamentos, sendo três deles pertencentes à lista Relação Nacional 
de Medicamentos Essenciais (Rename): isoflavona-de-soja, garra-do-diabo 
e espinheira-santa. A valeriana, por sua vez, é utilizada no tratamento da 
depressão e da ansiedade em graus leves.
Prescrição de plantas medicinais 
e fitoterápicos
De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012), as plantas medicinais 
podem ser disponibilizadas à população nas formas in natura, seca (droga 
vegetal), fitoterápico manipulado e fitoterápico industrializado. A planta 
medicinal in natura consiste na planta fresca, coletada no momento do uso, 
enquanto a planta medicinal (ou suas partes) seca passa pelos processos 
de coleta, estabilização (quando aplicável) e secagem, podendo ser dispo-
nibilizada na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada. O fitoterá-
pico manipulado é produzido pela farmácia de manipulação, enquanto o 
fitoterápico industrializado é produzido pela indústria farmacêutica ou pelo 
laboratório oficial. 
Plantas medicinais e a fitoterapia no cuidado ao paciente 5
A planta medicinal in natura pode ser obtida de hortos medicinais ou de 
produtores com alvará de órgãos competentes para tal, os quais devem seguir 
normas de boas práticas de cultivo, que incluem uma adequada qualidade do 
ar, solo e água. O uso de adubos químicos e agrotóxicos no cultivo de plantas 
medicinais é proibido, uma vez que podem alterar a composição da planta, o 
que pode levar à perda de seu valor medicinal, ou até mesmo provocar efeitos 
colaterais ou tóxicos. As espécies cultivadas podem ser nativas ou exóticas, 
e geralmente encontram-se relacionadas pelos órgãos de saúde nacional, 
estadual ou municipal. Plantas medicinais que são amplamente utilizadas 
pela população local também podem ser fornecidas pelos hortos, desde que 
seus usos terapêuticos sejam validados (BRASIL, 2012). 
Hortos medicinais têm ganhado espaço em unidades de saúde em 
diversos municípios do país. Esses espaços são utilizados de forma 
educativa, assim como no fornecimento de mudas de plantas medicinais, es-
pecialmente para a população mais carente. Muitos desses locais oferecem 
orientações e palestras a respeito do preparo de chás, posologia, doses, possíveis 
efeitos adversos e interações medicamentosas. Podemos destacar o programa de 
fitoterapia no município de Fortaleza, Ceará, berço da Farmácia Viva, onde esse 
programa conta com hortos medicinais, laboratório de produção de fitoterápicos 
para serem ofertados nas unidades de saúde e orientação sobre o uso racional 
de plantas medicinais e fitoterápicos para profissionais de saúde. 
Figura 1. Projeto Farmácia Viva, promovido pelo Horto de Plantas Medicinais da Universidade 
Federal do Ceará.
Fonte: Falconery e Lemos (2018, documento on-line).
Plantas medicinais e a fitoterapia no cuidado ao paciente6
A planta in natura costuma ser utilizada na forma de chás, definidos pelo 
Ministério da Saúde (BRASIL, 2012, p. 107), como “[...] formas líquidas obtidas 
pela extração a quente com água, preparadas para uso imediato a partir de 
plantas frescas ou secas. Dependendo da parte da planta utilizada e dos 
seus constituintes ativos, são preparados por infusão ou por decocção”. A 
infusão é indicada para as partes mais flexíveis da planta, como folhas e 
flores. Nesse método de preparação, a água morna ou fervente é vertida 
sobre a planta sólida, com abafamento do recipiente, por um determinado 
tempo. Já a decocção é indicada para partes mais rígidas da planta, como 
caule e raízes. Nesse processo, a planta é deixada em contato com a água 
em ebulição por um tempo determinado (BERMAR, 2014).
A planta seca (droga vegetal) deve ser processada atendendo às exi-
gências sanitárias, em estabelecimentos com infraestrutura adequada. 
Por meio de prescrição, ela é dispensada ao usuário, que pode, de modo 
semelhante à planta in natura, prepará-la por meio de infusão ou decocção 
(BRASIL, 2012).
A produção de fitoterápicos manipulados e industrializados deve atender 
às normas regulatórias vigentes, sendo que o processo de manipulação em 
si é regulamentado pela RDC nº 67/2007, que dispõe sobre as boas práticas 
de manipulação de preparações magistrais e oficinais para uso humano 
em farmácias. Os fitoterápicos manipulados podem ser preparados a partir 
da formulação indicada na prescrição feita por um profissional de saúde 
habilitado, ou a partir de uma formulação descrita no Formulário Fitoterá-
pico Nacional ou em formulários internacionais reconhecidos pela Anvisa 
(ANVISA, 2018). Já as empresas produtoras de fitoterápicos industrializados 
devem atender às normas da RDC nº 301/2019, que dispõe sobre as boas 
práticas de fabricação de medicamentos, e a RDC nº 26/2014, que dispõe 
sobre o registro de medicamentos fitoterápicos, além das demais normas 
que complementam as orientações sobre como deve ser procedido o registro 
de produtos fitoterápicos, que incluem a RDC nº 66/2014, IN nº 02/2014, IN 
nº 04/2014 e IN nº 05/2014.
Os fitoterápicos podem ser encontrados em forma de monodroga ou 
em composição com mais de uma droga vegetal, e podem ser comerciali-
zados em diversas formas farmacêuticas (comprimidos, envelopes, sachês, 
xaropes, tinturas e extratos fluidos) de acordo com necessidade para o 
uso e a possibilidade tecnológica. A seguir são descritas as principais 
formas farmacêuticas para dispensação de medicamentos fitoterápicos 
(SAAD et al., 2018). 
Plantas medicinais e a fitoterapia no cuidado ao paciente 7
 � Envelopes ou sachês — forma tradicional para acondicionamento 
dos pós em doses exatas para serem administrados ao paciente. 
As plantas em pó e/ou extrato seco são pesadas e misturadas até 
completa homogeneização. Depois, as doses são pesadas e acon-
dicionadas em papéis dobrados, denominados envelopes farma-
cêuticos ou sachês.
 � Cápsulas — são preparações sólidas em que plantas em pó ou ex-
trato seco são acondicionadas em um invólucro solúvel duro ou 
mole. Nas cápsulas duras, normalmente o invólucro é formado de 
gelatina, mas pode também ser de amido ou de outras substâncias. 
Nas cápsulas moles, o invólucro de gelatina é mais maleável que o 
das cápsulas duras e também pode acondicionar conteúdos líquidos 
ou semissólidos.
 � Comprimidos — são preparações nas quais plantas em pó ou ex-
tratos secos são homogeneizados e moldados por compressão, 
sendo acrescidos ou não de excipiente e/ou agentes adjuvantes, 
como aglutinantes, desintegrantes, secantes, lubrificantes, antio-
xidantes, etc. 
 � Tinturas e extratos fluidos — as tinturas devem ser administradas 
diluídas em água, em função do alto teor alcoólico e do forte sabor 
das plantas. O extrato fluido, apesar de ter teor alcoólico menor que 
a tintura, também deve ser diluído, em função do forte sabor e aroma 
de determinadas plantas. A concentração do extrato fluido é superior 
à tintura em relação à droga vegetal. 
 � Xaropes e melitos — os xaropes são preparados a partir do xarope 
simples (base de água destilada + açúcar) e da incorporação de 
tinturas e/ou extratos fluidos, em uma concentração de até 10% 
em relação ao peso do excipiente. Os melitos são preparações com 
base de mel, nas quais são incorporadas tinturas e/ou extratos 
fluidos. 
 � Pomadas — são preparações de consistência pastosa, tendo como 
base vaselina e lanolina, geralmente em uma proporção de 7:3. São 
utilizadas como insumo ativo tinturas em uma concentração de 10% 
do peso da pomada. Outros excipientes podem ser utilizados, como a 
base de polietilenoglicol (PEG).
Plantas medicinais e a fitoterapia no cuidado ao paciente8
 � Cremes — são preparações obtidas a partir de emulsões água–óleo ou 
óleo–água, de consistência firme, tendo composições variadas. A base 
mais utilizada é a lanete. Incorpora bem insumos ativos, como tinturas 
(até 10%), óleos vegetais (até 20%) e óleos essenciais. 
 � Géis — preparação de aspecto coloidal, obtida a partir de substâncias 
como carboximetilcelulose,ágar-ágar, pectina, alginato de sódio, 
água, etc. 
 � Óvulos vaginais — preparações farmacêuticas de forma ovoide, 
de constituição sólida, introduzidas por via vaginal. Utiliza-se 
como base uma mistura de gelatina, glicerina e água destilada 
ou a base novata. Incorpora-se até 10% do insumo ativo (tinturas 
ou extratos).
Segurança no uso de plantas medicinais
Grande parte da população que faz uso de plantas medicinais desconhece 
os possíveis efeitos tóxicos decorrentes do seu uso, assim como a forma 
correta de preparo e as indicações e contraindicações de cada planta. 
Por serem produtos de origem natural, há uma crença de que as plantas 
medicinais e os fitoterápicos não podem causar qualquer prejuízo à saúde 
do usuário, crença esta que não tem embasamento científico (BRUNING 
et al., 2012). 
Por outro lado, muitos profissionais de saúde não reconhecem o valor da 
fitoterapia, em parte por não receberem a formação sobre o assunto durante 
a graduação. Com isso, faz-se necessário a atualização dos profissionais de 
saúde frente à fitoterapia, a fim de fornecerem informações seguras aos 
usuários e promoverem o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos 
(BRUNING et al., 2012). 
No Quadro 2 são estão descritos alguns exemplos de plantas medicinais, 
com sua respectiva posologia, modo de usar, indicações, contraindicações 
e efeitos adversos.
Plantas medicinais e a fitoterapia no cuidado ao paciente 9
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Plantas medicinais e a fitoterapia no cuidado ao paciente12
No tratamento de diversas condições clínicas, pode ser necessário o uso 
de dois ou mais fármacos, os quais podem não apresentar o efeito terapêutico 
esperado em caso de interação medicamentosa. Muitas plantas medicinais 
também interagem farmacologicamente com outros medicamentos sintéticos 
e/ou naturais, o que pode levar à mudança do efeito do fármaco ou droga 
vegetal. Alguns exemplos de interações medicamentosas bem estabelecidas de 
plantas medicinais e fitoterápicos relatadas por Nicoletti et al. (2007) incluem:
 � Boldo, boldo-do-chile (Peumus boldo Molina) — a boldina, principal 
alcaloide presente nas folhas e cascas do boldo, causa inibição da 
agregação plaquetária. Com isso, pacientes que fazem uso de antico-
agulantes não devem ingerir ao mesmo tempo formulações contendo 
boldo, pela ação aditiva aos medicamentos anticoagulantes.
 � Camomila (Matricaria recutita L.) — interage com anticoagulantes (como 
a varfarina) aumentando o risco de sangramento, com barbitúricos 
(como fenobarbital) e outros sedativos, intensificando ou prolongando 
a ação depressora do sistema nervoso central (SNC). A camomila tam-
bém reduz a absorção de ferro ingerido por meio de medicamentos 
e/ou alimentos.
 � Erva-cidreira (Melissa officinalis L.) — interage com depressores do 
SNC e com hormônios tireoidiano. Pode interagir com outras plantas 
medicinais, destacando-se a kava-kava (Piper methysticum G. Forst).
 � Guaraná (Paullinea cupana H.B.K.) — potencializa a ação de analgési-
cos e, por inibir a agregação plaquetária, pode aumentar o risco de 
sangramento ao ser administrado com anticoagulantes.
 � Maracujá (Passiflora incarnata L.) — apresenta ação depressora ines-
pecífica do SNC, provocando ação sedativa e tranquilizante. Quando 
utilizado ao mesmo tempo com hipnóticos e ansiolíticos, o maracujá 
pode intensificar as ações desses medicamentos.
 � Valeriana (Valeriana officinalis) — a ação sedativa da valeriana pode 
ser potencializada ao ser administrada concomitantemente com ben-
zodiazepínicos, barbitúricos, alguns antidepressivos, narcóticos, álcool 
e anestésicos.
Grande parte dos fitoterápicos industrializados são isentos de prescri-
ção médica, podendo ser prescritos pelo profissional farmacêutico. Para 
a dispensação de produtos que requerem prescrição médica, exige-se a 
especialização na área clínica, comprovando-se conhecimentos e habilidades 
para uma adequada prescrição. Alguns fitoterápicos vendidos sob prescrição 
Plantas medicinais e a fitoterapia no cuidado ao paciente 13
médica incluem ginkgo (Ginkgo biloba L.), hipérico (Hypericum perforatum L.), 
kava-kava (Piper methysticum G. Forst.) e valeriana (Valeriana officinalis L).
A partir do conteúdo abordado, percebe-se o crescente interesse na 
fitoterapia como prática complementar em saúde. As plantas medicinais e 
medicamentos fitoterápicos representam hoje uma alternativa ao uso de 
medicamentos sintéticos para uma população cada vez mais preocupada 
com a saúde e bem-estar, sendo que a aplicação clínica da fitoterapia tem 
sido também incentivada por órgãos federais. De todo modo, é importante 
conhecer as doses, modo de utilização, contraindicações e reações adversas 
das plantas medicinais, a fim de garantir a saúde do paciente e alcançar o 
benefício terapêutico dessas plantas. 
Para prescrever fitoterápicos, o profissional de saúde deve ter conhe-
cimentos sólidos nas áreas de farmacologia, semiologia e fisiologia, a 
fim de que a prescrição seja adequada e individualizada. Há diversos programas 
de especialização em fitoterapia clínica, com enfoque multiprofissional, os quais 
buscam capacitar os profissionais de saúde na escolha, controle, dispensação 
e administração de medicamentos fitoterápicos. 
Referências
ANVISA. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. 1. ed. Brasília, DF: 
ANVISA, 2011.
ANVISA. Consolidado de normas de registro e notificação de fitoterápicos. Brasília, 
DF: ANVISA, 2018. 
BERMAR, K. C. O. Farmacotécnica — Técnicas de Manipulação de Medicamentos. São 
Paulo: Érica, 2014.
BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Plantas Medicinais e 
Fitoterápicos. 4. ed. São Paulo: CRFSP, 2019. Disponível em: http://crfsp.org.br/images/
cartilhas/PlantasMedicinais.pdf. Acesso em: 07 out. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos 
Estratégicos em Saúde. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Es-
tratégicos. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais: Rename 2020. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
relacao_medicamentos_rename_2020.pdf. Acesso em: 21 out. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Aten-
ção Básica. Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia 
na Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/praticas_integrativas_complementares_plantas_me-
dicinais_cab31.pdf. Acesso em: 07 out 2020.
Plantas medicinais e a fitoterapia no cuidado ao paciente14
BRUNING, M. C. R. et al. A utilização da fitoterapia e de plantas medicinais em unidades 
básicas de saúde nos municípios de Cascavel e Foz do Iguaçu-Paraná: a visão dos 
profissionais de saúde. Ciência & saúde coletiva, v. 17, p. 2675-2685, 2012. Disponível 
em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232012001000017&script=sci_
abstract&tlng=pt. Acesso em: 20 out. 2020.
FALCONERY, L. F.; LEMOS, M. Fitoterapia como alternativa natural no combate a do-
enças: O uso de plantas medicinais, sob orientação profissional, que promovem a 
cura. Medium, 21 ago. 2018. Disponível em: https://medium.com/midium/fitoterapia-
-como-alternativa-natural-no-combate-a-doen%C3%A7as-10effd1b428. Acesso em: 
20 out. 2020.
NICOLETTI, M. A. et al. Principais interações no uso de medicamentos fitoterápicos. In-
farma, v. 19, n. 1/2, p. 32-40, 2007. Disponível em: http://www.revistas.cff.org.br/infarma/
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RIBEIRO, W. Prefeitura de São Paulo distribui mais de 6,7 milhões de medicamentos 
fitoterápicos. ICTQ, 22 jan. 2020. Disponível em: https://www.ictq.com.br/politica-
-farmaceutica/1128-prefeitura-de-sao-paulo-distribui-mais-de-6-7-milhoes-de-
-medicamentos-fitoterapicos.Acesso em: 07 out. 2020.
SAAD, G. A. et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2. 
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. Porto 
Alegre: Artmed, 2017.
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Plantas medicinais e a fitoterapia no cuidado ao paciente 15
Dica do professor
O projeto Farmácia Viva, da Universidade Federal do Ceará (UFC), começou em 1984, sob a 
supervisão do professor Abreu de Matos. O projeto visava a estimular o uso correto de plantas 
medicinais pela população local, desde a fase de cultivo até a produção, tendo em vista que as 
plantas medicinais da flora local eram o único recurso terapêutico para boa parte da população 
nordestina.
Devido à relevância desse projeto, o Farmácias Vivas foi instituído no SUS, e hoje diversas 
iniciativas semelhantes são encontradas em todo o país.
Nesta Dica do Professor, conheça um pouco mais sobre o Farmácias Vivas no SUS.
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Exercícios
1) A fitoterapia – com a acupuntura, homeopatia, antroposofia e medicina tradicional chinesa – 
foi inserida no SUS como prática integrativa e complementar pela Portaria nº 971/2006.
A respeito dos medicamentos fitoterápicos ofertados pelo SUS, leia as afirmativas a seguir e 
assinale V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s):
 
( ) A babosa é disponibilizada pelo SUS em apresentações tópicas, sendo indicada para 
tratar queimaduras de 1° e 2° grau.
 
( ) O romã é disponibilizado pelo SUS em apresentações orais, sendo indicado para tratar 
infecções da mucosa da boca e faringe.
 
( ) A hortelã é fornecida pelo SUS em cápsulas, sendo indicada para tratar a síndrome do 
cólon irritável.
 
( ) A garra-do-diabo é disponibilizada pelo SUS em apresentações orais, sendo indicada para 
tratar a dor lombar baixa aguda.
 
Agora indique a alternativa que apresenta a ordem correta.
A) V, F, V, V.
B) F, V, V, V.
C) V, F, F, V.
D) F, V, V, F.
E) V, V, F, F.
2) O ginkgo (Ginkgo biloba L.) é um fitoterápico indicado para tratar zumbidos (tinidos) que 
resultam de distúrbios circulatórios. Também é muito utilizado para prevenir a perda de 
memória.
É correto afirmar que:
A) o ginkgo é um fitoterápico disponível na forma farmacêutica de extrato, isento de prescrição 
médica.
B) o uso de ginkgo deve ser interrompido antes de procedimentos cirúrgicos, pelo risco de 
sangramentos.
C) o uso concomitante de ginkgo e anticonvulsivantes, como a fenitoína, pode aumentar o efeito 
do fármaco sintético.
D) a parte utilizada da planta para produzir esse fitoterápico são os rizomas, que devem ser 
preparados por decocção.
E) o ginkgo produz vasoconstrição e aumenta a viscosidade sanguínea, sendo indicado para 
insuficiência vascular cerebral.
3) Apesar dos avanços na medicina com a introdução dos fármacos sintéticos, o consumo de 
plantas medicinais – com uma forte base na tradição familiar – tornou-se uma prática da 
medicina popular, e seu uso tem sido incentivado por órgãos governamentais em todo o 
mundo.
Dessa forma, é correto afirmar que:
A) as plantas medicinais, por serem produtos naturais, têm poucos efeitos adversos, sendo 
seguras para gestantes, por exemplo.
B) os fitoterápicos são obtidos a partir de triturações sucessivas da droga vegetal ou diluições 
seguidas de sucussão.
C) profissionais de saúde podem utilizar fitoterápicos nos atendimentos, desde que seu 
conhecimento na área seja certificado.
D) o fácil acesso da população à assistência médica tem impulsionado o consumo de plantas 
medicinais e fitoterápicos.
E) os fitoterápicos podem ser dispensados nas formas farmacêuticas de extrato fluido e tintura, 
visto que esta apresenta teor alcoólico menor.
Grande parte da população usa plantas medicinais de forma inadequada, especialmente na 
forma de chás, devido à falta de conhecimento de preparo e posologia, ou das 
contraindicações e possíveis reações adversas.
Analise as plantas medicinais a seguir e relacione corretamente a primeira coluna com a 
segunda:
I. Carqueja.
II. Cavalinha.
4) 
III. Plantago.
IV. Chapéu-de-couro.
 
( ) Não deve ser utilizado por gestantes, pois pode resultar em contrações uterinas.
( ) Pode causar flatulência e distensão abdominal.
( ) Não deve ser utilizado por pacientes com insuficiência renal.
( ) Altas doses podem causar diarreia.
 
Agora assinale a alternativa que aponta a ordem correta.
A) I, II, IV, III.
B) I, II, III, IV.
C) IV, III, II, I.
D) II, III, I, IV.
E) I, III, II, IV.
Após a colheita, a planta medicinal pode ser utilizada em sua forma fresca (in natura) ou pode 
seguir para o processo de secagem da parte desejada. A planta “seca” – também conhecida 
como droga vegetal – é submetida a processos farmacotécnicos para formular diferentes 
apresentações de fitoterápicos e serem dispensados ao paciente.
A respeito do uso de plantas medicinais e fitoterápicos, leia as afirmativas a seguir e assinale 
V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s):
 
( ) A planta in natura geralmente é utilizada na forma de chá, que pode ser preparado por 
infusão ou decocção.
 
( ) Os fitoterápicos na forma farmacêutica de tintura devem ser diluídos em água, devido ao 
teor alcoólico da formulação e ao sabor forte das plantas.
 
( ) Os xaropes de plantas medicinais, por serem preparações com alto teor de açúcar, devem 
ser evitados por pacientes diabéticos.
 
( ) Os sachês são utilizados para acondicionar plantas pulverizadas, sendo inadequados para 
a planta rasurada, devido ao maior volume.
5) 
 
Agora assinale a alternativa que indica a ordem correta. 
A) V, F, V, V.
B) F, V, V, V.
C) V, F, F, V.
D) V, V, V, F.
E) F, V, V, F.
Na prática
Com a evolução da fitoterapia nas últimas décadas, um grande número de fitoterápicos 
industrializados é ofertado em farmácias e drogarias. Os fitoterápicos também podem ser 
manipulados a partir de uma prescrição elaborada por profissional capacitado, atendendo à 
necessidade clínica do paciente. Embora sejam de origem natural, esses medicamentos devem ser 
utilizados sempre conforme as recomendações do prescritor.
Neste Na Prática, conheça um estudo de caso em que uma médica da Unidade Básica de Saúde 
(UBS) prescreveu uma formulação fitoterápica oral para uma paciente diagnosticada com doença 
ulcerosa péptica, que estava sentindo fortes dores abdominais, gosto amargo na boca, e 
apresentava regurgitação ácida e aftas.
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Saiba +
Para ampliar seu conhecimento no assunto, veja a seguir as sugestões do professor:
Hortos medicinais em UBS do Maranhão
No vídeo a seguir, assista à palestra sobre hortos medicinais e uso de plantas medicinais ministrada 
pela professora Kallyne Bezerra Costa, coordenadora do programa Farmácia Viva Hortos 
Terapêuticos do Maranhão.
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Webpalestra: Covid-19 – Plantas medicinais e fitoterápicos na 
pandemia podem ajudar?
No vídeo a seguir, acompanhe a palestra da doutora Henriqueta Tereza do Sacramento sobre os 
benefícios das plantas medicinais e fitoterápicos durante a pandemia de Covid-19 por pacientes 
acometidos por transtornos emocionais leves,sintomas respiratórios e para reforçar o sistema 
imunológico.
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https://www.youtube.com/embed/sZZsIsjRHKY
Aromaterapia na prevenção e no 
tratamento de doenças
Apresentação
A aromaterapia é uma ciência milenar que faz uso dos óleos essenciais para tratar várias patologias. 
Além disso, a aromaterapia também estuda os diferentes efeitos dos óleos essenciais no corpo 
humano, pois esses exercem efeitos fisiológicos e farmacológicos com o intuito de melhorar a 
saúde do indivíduo.
Ademais, a aromaterapia foi incluída entre as práticas integrativas e complementares (PIC) aplicadas 
no Sistema Único de Saúde (SUS) onde, desde 2006, são oferecidos diversos tratamentos 
complementares como recursos alternativos para seus pacientes.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender como diferenciar óleos essenciais de essências, 
assim como relacionar a aromaterapia ao tratamento de enfermidades, além de conhecer os óleos 
essenciais adequados para o tratamento de patologias.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar óleos essenciais de essências.•
Relacionar a aromaterapia ao tratamento de enfermidades.•
Aplicar óleos essenciais adequados na terapia de patologias.•
Infográfico
Provenientes de fontes vegetais, os óleos essenciais passam por processos de extração, a fim de 
obter uma mistura pura que poderá ser utilizada na indústria farmacêutica para fins de perfumaria e 
tratamento de enfermidades. O profissional interessado em desenvolver um trabalho seguro deve 
se familiarizar primeiro com óleos mais populares.
Com o passar do tempo, naturalmente, seu conhecimento o levará a utilizar óleos mais raros e com 
maior poder de tratamento, porém, com a maturidade e a qualificação contínuas, pois assim saberá 
como dosar e utilizar os recursos ainda mais sofisticados nesse universo dos óleos essenciais.
Neste Infográfico, você vai conhecer as características importantes sobre alguns óleos 
essenciais pois, tendo o conhecimento a respeito de suas indicações e contraindicações, será mais 
preciso saber se o óleo essencial é o melhor indicado para tratamento de certas patologias e, 
também, se deve ser contraindicado para determinadas pessoas, para que assim ele não realize o 
efeito inverso ao de proporcionar tratamento.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
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Conteúdo do livro
A aromaterapia é uma importante ferramenta, com grande potencial de tratamento, que está sendo 
utilizada pelos profissionais de saúde, que podem diversificar seus métodos de tratamento e 
capacitar o cuidado com o paciente, para que ele disponha de autonomia e empoderamento em 
relação à sua própria saúde.
Portanto, para que o profissional se sinta seguro a inserir práticas inovadoras como a aromaterapia 
em seu atendimento, ele precisa estar aberto ao conhecimento e buscar sempre em estudos 
científicos a base para sua atuação. 
No capítulo Aromaterapia na prevenção e no tratamento de doenças da obra Práticas integrativas e 
complementares em saúde, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você identificará as 
diferenças existentes entre os óleos essenciais e as essências. Você analisará, também, a relação 
que existe entre a aromaterapia e o tratamento de enfermidades, e, por fim, saberá aplicar os óleos 
essenciais adequados para o tratamento de patologias.
Boa leitura.
PRÁTICAS 
INTEGRATIVAS E 
COMPLEMENTARES 
EM SAÚDE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Diferenciar óleos essenciais de essências.
 > Relacionar a aromaterapia ao tratamento de enfermidades.
 > Aplicar óleos essenciais adequados na terapia de patologias.
Introdução
A aromaterapia é uma terapia complementar realizada por meio da aplicação de 
óleos essenciais, substâncias extraídas das plantas aromáticas. É uma prática 
que traz inúmeros benefícios para a saúde em geral. A partir do conhecimento da 
aromaterapia, podemos estudar o poder das plantas e de seus óleos essenciais, 
de modo a buscar a prevenção, o tratamento e o equilíbrio do corpo e da mente. 
Na busca por tratamentos patológicos, o conhecimento sobre cada óleo essencial 
é fundamental, visto que cada um desempenha uma ação distinta e sua aplicabi-
lidade também varia dependendo da patologia em questão. 
Neste capítulo, você vai estudar a diferença entre óleos essenciais e essências. 
Também vai aprender a relacionar a aromaterapia ao tratamento de enfermidades. 
Por fim, verá como aplicar os óleos essenciais adequados na terapia de patologias. 
Aromaterapia 
na prevenção e 
no tratamento 
de doenças
Claudia Stoeglehner Sahd
Óleos essenciais e essências
O significado da palavra aromaterapia vem do grego, em que "aroma" significa 
fragrância e "terapia" significa tratamento. Logo, "aromaterapia" refere-se ao 
tratamento usando fragrâncias relacionadas ao olfato (HOARE, 2010). 
Em 1928, o químico francês René-Maurice Gattefossé introduziu e difundiu o 
termo aromaterapia, que é a ciência e a arte de empregar óleos essenciais de 
plantas em tratamentos para promover a saúde e o bem-estar do organismo 
por meio dos aromas, considerada uma medicina alternativa, totalmente 
natural, preventiva e curativa (GRACE, 1999; ULRICH, 2004).
Histórico do uso da aromaterapia
O uso das plantas sempre esteve presente na história humana. Muito antes 
de Cristo, as plantas e seus componentes eram empregados com objetivos 
medicinais, religiosos e na busca pela melhora da aparência física. O cultivo 
das plantas e a extração de seus óleos graxos nos remete ao período Neolítico 
(8.000 a 5.000 a.C.), quando o ser humano realizava a maceração das plantas 
utilizando a pressão das pedras. A toxicidade de algumas plantas também foi 
observada, após trágicos processos de envenenamento ou reações alérgicas 
intensas (CORAZZA, 2017).
Na China, conta-se que o imperador mitológico Sheng Nung utilizou vá-
rias plantas em seu corpo para que fosse possível observar seus efeitos. O 
uso da raiz de ginseng foi salientado nesse período, e sua descrição sugere 
exercer um forte efeito antioxidante, estimulante do sistema circulatório e 
cerebral, potencializador do sistema imunológico e, desse modo, benéfico à 
longevidade (CORAZZA, 2017).
A busca por efeitos proporcionados pelas plantas não parou por aí. Entre 
aproximadamente 2.500 a.C. e o início de nossa era, o povo egípcio já descre-
veu, em seus papiros, o quanto apreciava os óleos essenciais. Nessa época, o 
uso de mirra era empregado como anti-inflamatório e a mistura de plantas 
e óleos era utilizada no tratamento de fraturas ósseas. Além disso, vários 
óleos essenciais foram introduzidos para melhorar a hidratação e amenizar os 
efeitos do clima árido presente na região. A propagação desses ensinamentos 
passou para os gregos antigos e deles para os romanos (SAAD et al., 2018). 
Contudo, foi somente na década de 1920 que o químico francês Maurice-
-René Gattefossé introduziu o nome da aromaterapia pela primeira vez sob o 
ímpeto de sua própria experiência. Ele sofreu uma queimadura no braço em 
seu laboratório de perfumes e, ao tentar apagar o fogo, colocou o membro 
Aromaterapia na prevenção e no tratamento de doenças2
em um barril de líquido contendo NOx Ph232 (comumente conhecido como 
óleo de lavanda). Ele observou que houve um alívio muito rápido da dor, e 
os sinais clássicos de queimadura, como vermelhidão, febre, inflamação, 
bolhas e cicatrizes, não foram observados, levando-o à conclusão de que a 
queimadura fora curada (PEARLSTINE, 2006).
No ano de 1938, em Los Angeles, o médico M. Godissart iniciou sua atividade 
na área da aromaterapia clínica, realizando tratamentos contra câncer de pele, 
gangrena, úlceras faciais e outrostipos de inflamações cutâneas, nos quais 
era empregado o uso do óleo essencial. Contudo, a mãe da aromaterapia atual 
é Marguerite Maury, enfermeira e assistente cirúrgica austríaca, que viveu 
entre 1895 até 1968, conhecida como a pioneira da aromaterapia moderna. 
Ela combinou a arte oriental da massagem com as propriedades medicinais 
dos óleos essenciais, formulando misturas específicas para cada paciente. 
Como podemos observar, com o passar dos anos a aromaterapia foi se 
consolidando pelo mundo, demonstrando por métodos científicos seu poder 
de eficácia para tratamentos do corpo e da mente. Hoje, é considerada uma 
das terapias mais procuradas entre os vários profissionais da saúde.
Diferença entre os óleos essenciais e as essências 
sintéticas
Os óleos voláteis são os principais componentes odoríferos encontrados em 
várias partes das plantas. Como evaporam quando expostos ao ar a tempe-
raturas normais, são chamados de óleos voláteis, refringentes, etéreos ou 
essenciais. Esta última nomenclatura, mais conhecida e aplicada, é utilizada 
pois os óleos voláteis representam as essências ou componentes odoríferos 
das plantas. Possuem odores próprios, tendo densidade em geral menor que 
a da água. Na grande maioria, são opticamente ativos, com alto índice de re-
fração e intensa sensibilidade à luz e ao ar. Têm sua origem em grande número 
de plantas como subproduto do metabolismo secundário (CORAZZA, 2017).
Óleos essenciais são misturas complexas de ativos proveniente de plantas 
medicinais e aromáticas, sendo extraídos de diferentes partes vegetais, como 
raízes, caule, folhas, flores, etc. (FERRAZ et al., 2009). Além disso, são conside-
rados a alma ou a força vital da planta, e constituem o ser e a natureza dos 
vegetais dos quais são extraídos. São o que há de mais puro na planta, por 
isso seu uso terapêutico produz efeitos no corpo e na mente (FERREIRA, 2014). 
O óleo essencial é a forma mais concentrada de princípio ativo vegetal para 
uso humano. Nas plantas, eles estão presentes em pequenas concentrações e 
são extraídos de acordo com os métodos apropriados. Portanto, cada planta 
Aromaterapia na prevenção e no tratamento de doenças 3
possui um percentual diferente de óleo essencial, mas em média fica em torno 
de 1% de óleo essencial por quilo de material vegetal. Isso significa que, para 
cada litro de óleo essencial extraído, costumam ser necessários cerca de 100 
kg de plantas aromáticas. A proporção de 1% é encontrada em plantas como 
o capim-limão e a citronela, mas nas pétalas de rosas encontramos somente 
0,0003% de óleo essencial, o que significa que são necessários 3.500 kg de 
pétalas de rosas para extrair 1 litro de seu óleo essencial (AMARAL, 2015; 
FERRAZ et al., 2009).
Para os profissionais que desejam utilizar óleos essenciais em trata-
mentos, o conceito de concentração e toxicidade dos óleos essenciais 
na tecnologia aplicada é o aspecto mais importante. Mas atenção: não é porque 
os óleos essenciais são substâncias naturais que a dosagem recomendada pode 
ser ignorada. Se a dosagem correta não for seguida, o tratamento pode estar em 
risco, e a saúde do paciente, em perigo; portanto, preste atenção à dosagem a 
ser aplicada. Afinal, como teria dito o médico e físico do século XVI Paracelso, 
“a diferença entre uma droga e um veneno está apenas na dose”.
Segundo Corazza (2017), os óleos essenciais apresentam uma fluidez 
relativamente elevada e se solidificam a baixas temperaturas, apresentando 
uma cor que varia do totalmente incolor ao dourado, passando por nuances 
de verde, âmbar e amarelo, como os óleos essenciais de laranja, patchuli e 
zimbro. Em relação à solubilidade, eles se homogeneízam de maneira perfeita 
em óleos vegetais e compostos graxos, como gorduras e ceras, sendo imiscíveis 
em água, mas solúveis em álcool, éter e na maioria dos solventes orgânicos. 
Amaral (2015) e Corazza (2017) relatam que os óleos essenciais são produ-
zidos nas plantas por meio de três vias do metabolismo secundário:
 � derivados dos terpenoides, formados pela via do ácido 
mevalônico-acetato;
 � compostos aromáticos, formados pela via do ácido chiquimico-fenil 
propanoide;
 � muitos fitofármacos e aromáticos também são produzidos via malo-
nato, como a biossíntese dos ácidos graxos saturados e insaturados, 
os polifenóis e os poliacetilenos.
Aromaterapia na prevenção e no tratamento de doenças4
Ao contrário dos óleos essenciais, que são substâncias complexas e extraídas 
diretamente das plantas, as essências não possuem origem vegetal. Elas são 
sintetizações de laboratórios e, portanto, não possuem o mesmo processo de 
formação do óleo essencial, que acontece dentro de um organismo vivo (a planta 
aromática), nem a complexidade derivada desse organismo vivo (CORAZZA, 2017).
As essências surgiram devido à crescente demanda da indústria de cosméticos 
e perfumes, que, por sua vez, decorre da necessidade do ser humano se perfumar. 
Essências sintéticas apresentam menor custo e larga escala de produção, ocu-
pando um lugar consolidado na indústria de saneantes, cosméticos e perfumes, 
tornando seu preço mais acessível que o dos óleos essenciais (AMARAL, 2015). 
As essências têm como objetivo apenas perfumar, sem dispor de qualquer 
atividade farmacológica, estando presentes em praticamente todos os produ-
tos de consumo que perfumam. As essências sintéticas devem ser excluídas 
da prática terapêutica e seu uso limitado à aromatização de ambientes ou 
outras perfumações. Portanto, em nenhuma circunstância as essências devem 
ser utilizadas para fins terapêuticos, pois não foram estudadas com relação 
à eficácia dos métodos de tratamento e é sabido que não apresentam efeito 
cutâneo como os óleos essenciais (AMARAL, 2015).
Réplicas de óleos essenciais, as essenciais são a síntese dos ingredientes 
contidos nos óleos originais, que fornecem os ingredientes para sua produção. 
Graças à engenharia química adequada, o aroma das essências geralmente 
pode imitar perfeitamente o aroma dos óleos essenciais, razão pela qual as 
pessoas devem estar totalmente cientes de que são produtos diferentes, 
para não serem enganadas pensando se tratar do mesmo composto e com 
efeitos terapêuticos semelhantes (SAAD et al., 2018).
Em uma comparação química, os óleos essenciais têm mais componentes 
que as essências. A diferença não está apenas na estrutura química, mas 
também na estrutura orgânica. Sua capacidade de se comunicar com os 
organismos vivos é incomparável. Na verdade, os óleos essenciais são vivos e 
complexos. Na verdade, mesmo após um profundo desenvolvimento químico 
e farmacêutico, ainda há muito conhecimento a ser descoberto sobre suas 
funções e atividades. Por mais complexa que seja a essência, ela não pode 
produzir efeitos físicos nos tecidos e sistemas do corpo humano, o que pode 
ser comprovado cientificamente pela comparação de uma atividade com 
outra (AMARAL, 2015; SAAD et al., 2018).
Aromaterapia na prevenção e no tratamento de doenças 5
No Quadro 1, pode ser observada a diferença na estrutura química entre 
o óleo essencial de lavanda e a fragrância de mesmo nome.
Quadro 1. Diferença na estrutura química entre os óleos essenciais e as 
essências
Ó leo essencial de lavanda Essê ncia de lavanda
 � É steres 
 � Á lcoois terpê nicos 
 � Monoterpenos 
 � Sesquiterpenos 
 � Cetonas 
 � Cumarinas 
 � Á cidos 
 � Aldeí dos 
 � Ó xidos 
 � Elementos traç os
 � É steres
 � Á lcoois terpê nicos
Fonte: Adaptado de Amaral (2015).
Como réplicas de óleos essenciais, as essências são feitas de componentes 
que representam o maior teor de óleos essenciais. Os óleos essenciais não são 
apenas estruturas químicas; eles são formados em plantas, e as plantas são seres 
vivos. Considerando que nosso corpo está familiarizado com a natureza e depende 
de substâncias naturais para se alimentar e manter a saúde, pode-se dizer que 
processa melhor as substâncias naturais. Veja a semelhança entre a estrutura 
celular das folhas das plantas e da pele humanana Figura 1 (AMARAL, 2015).
Figura 1. Comparação entre a estrutura celular de uma planta e da pele humana.
Fonte: Amaral (2015, p. 20).
Aromaterapia na prevenção e no tratamento de doenças6
Quando usamos essências, nossas células não conseguem reconhecer 
facilmente as substâncias sintéticas que as compõem, porque elas são cons-
truídas para satisfazer o sentido do olfato, em vez de satisfazer o mecanismo 
do metabolismo celular, como os óleos essenciais. O perigo é o resultado de 
distorção produzida por essas essências sintéticas.
Em suma, o fato é que os óleos essenciais têm afinidade por nossas células, 
enquanto as essências, não.
Em tratamentos de aromaterapia, dê preferência para óleos essen-
ciais naturais que tenham qualidade e pureza atestadas. Os óleos 
são compostos por muitas substâncias químicas, responsáveis por produzir os 
efeitos terapêuticos de forma harmônica. Não utilize as essências produzidas 
de forma sintética, pois elas possuem pouquíssimas substâncias ativas e não 
são indicadas para a aromaterapia.
Aromaterapia no tratamento 
de enfermidades
Segundo com Corazza (2017), Hoare (2010) e Lavabre (1992), de forma geral a 
aromaterapia pode ser empregada com técnicas e métodos distintos para o 
tratamento de patologias, com destaque para: 
 � difusão aérea ou pulverização — realizada por meio de um difusor de 
aromas, os óleos essenciais se espalham pelo ambiente sem alterar 
suas características naturais;
 � massagem — atua de forma a proporcionar conforto e sensação de 
prazer, devido ao toque exercido durante o ato da massagem, repre-
sentando a técnica mais difundida;
 � banhos de imersão — em uma banheira, a pessoa fica imersa em água 
quente por 20 minutos;
 � fricção — aplica-se o óleo essencial diluído em óleo vegetal com a 
ponta dos dedos de forma suave;
 � compressas — usadas para áreas extensas, em que se deve umedecer 
um pano em água potável, limpa, quente ou fria, e colocar algumas 
gotas de óleo essencial;
Aromaterapia na prevenção e no tratamento de doenças 7
 � escalda-pés — para realização dessa técnica, utilizam-se uma tina com 
5 litros de água quente para 10 gotas de óleos essenciais, onde os pés 
devem estar submersos;
 � inalação — técnica empregada para ação através das vias respiratórias, 
em que o vapor d’água é usado como canal para os óleos essenciais, 
podendo ser realizada com distintos recursos, como: sprays, tecidos hu-
medecidos nos óleos essenciais, difusores, velas, entre outros objetos.
O profissional habilitado e com conhecimento na área define qual será o 
método ou técnica de utilização mais adequado, observando as características 
do paciente e a patologia apresentada.
Os óleos essenciais são substâncias concentradas que podem ser 
utilizadas de forma diluída. Pensando nisso, dependendo da forma de 
aplicação, devem ser inseridos em óleos vegetais, para que não ocorram lesões ou 
irritações cutâneas. Os óleos vegetais são lipídeos extraídos das plantas na região 
da semente, grão, nozes, castanhas, frutas e raízes, Nesse caso, os óleos vegetais 
são empregados como veículo (carreador) de condução dos óleos essenciais.
Processo olfativo
Os óleos essenciais são ideais para a inalação, devido às suas propriedades 
voláteis e baixo peso molecular, sendo essa técnica ou método um dos mais 
utilizados (BANDONI; CZEPACK, 2008). Em menos de um segundo, o olfato 
humano é capaz de detectar inúmeras substâncias presentes no ar, em con-
centrações tão baixas que nenhuma máquina construída pelo ser humano 
identificaria. O olfato é o sentido humano que menos conhecemos, sendo o 
primeiro sentido desenvolvido pelos organismos monocelulares que habi-
tavam os oceanos há bilhões de anos atrás (CORAZZA, 2017).
Nossas células olfativas têm origem no próprio sistema nervoso central 
e são receptoras para a sensação do olfato. Para que isso aconteça, os cílios 
olfativos localizados na extremidade da mucosa das células olfativas esti-
mulam e respondem aos odores no ar (GUYTON et al., 1993). 
Por meio desse sentido, podemos obter a sensação de cheirar os mais amplos 
aromas. A constituição do olfato acontece quando o odor (uma porcentagem 
mínima do óleo essencial) é levado pelo ar, adentra a cavidade nasal e atinge 
os cílios olfativos. Forma-se então uma camada de muco que reage com outros 
odores; reações elétricas e químicas são geradas, acarretando estímulo nas 
Aromaterapia na prevenção e no tratamento de doenças8
células olfativas, que transmitem os impulsos nervosos ao nervo olfativo, o 
qual ativa o sistema límbico (área do cérebro que corresponde ao olfato), onde 
a informação é processada na forma de sensações e reações inconscientes que 
afetam o corpo de maneira intelectual e psicológica (Figura 2). Em seguida, ações 
fisiológicas são desencadeadas vinculadas à motivação, ao comportamento e 
às emoções (PEREZ; LACRIMANTI; VASCONCELOS, 2014). O restante do volume 
inalado passa pelo sistema respiratório e chega ao sistema circulatório. Os 
óleos irão ativar a síntese de neurotransmissores, como serotonina, acetilcolina, 
norepinefrina, endorfinas e outras substâncias que se comunicam com todos 
os sistemas do corpo (GNATTA; DORNELLAS; SILVA, 2011).
Figura 2. Processo olfativo.
Fonte: Axel_Kock/Shutterstock.com. 
Processo tópico
A administração cutânea dos fármacos visa propiciar um efeito tópico de pro-
fundidade intermediária. Seu baixo peso molecular e sua alta lipossolubilidade 
fazem com que ocorra um efeito sistêmico, de forma que podem se solubilizar 
no filme hidrolipídico cutâneo. Assim como produtos secretados pelas glândulas 
sebáceas e/ou sudoríparas que penetram em diferentes camadas da pele, quando 
atingem o tecido subcutâneo são absorvidos na corrente sanguínea, embora 
esta não seja a maneira de alcançar uma absorção sistêmica (MALUF, 2008).
Aromaterapia na prevenção e no tratamento de doenças 9
Existem dois tipos distintos de medicamentos aplicados na pele de acordo 
com as finalidades de tratamento pretendidas. No tratamento de doenças de 
pele, os medicamentos são projetados para atuar nos tecidos cutâneos mais 
profundos e precisam passar pela camada córnea para atingir sua posição 
de ação. Já na administração sistêmica, o medicamento aplicado de forma 
tópica deve atingir a corrente sanguínea rapidamente sem ser absorvido ou 
formar um reservatório na pele, onde seria absorvido pela corrente sanguínea 
e a dose poderia ser menor que a esperada (ANJOS, 1996; CORAZZA, 2017).
Assim, a absorção de fármacos de forma cutânea pode acontecer por meio 
de três processos diferentes: 
 � absorção total até a circulação sanguínea; 
 � produção de reservatórios cutâneos (formados devido à fixação aos 
componentes do estrato córneo ou tecido adiposo subcutâneo, de onde 
os compostos são lentamente liberados para os capilares); 
 � metabolização por enzimas da pele. 
Na verdade, a absorção de fármacos pela pele envolve não apenas o 
processo de difusão através do estrato córneo para a epiderme, mas tam-
bém o processo de ingresso na microcirculação sanguínea através da derme 
(MACHADO, 2011; MALUF, 2008; CORAZZA, 2017). Quando administrados por via 
dérmica, os óleos essenciais são absorvidos pela pele e transportados pela 
circulação sanguínea, e então conduzidos até os órgãos e tecidos do corpo 
onde se busca o tratamento necessário (MACHADO, 2011; MALUF, 2008).
Processo terapêutico
Diante das diferentes técnicas e métodos de aplicação da aromaterapia, observa-
-se que muitas são as atividades biológicas que os óleos essenciais desempenham 
no organismo, tendo como função a profilaxia e o tratamento de enfermidades. 
Segundo Domingos (2014), a aromaterapia representa aos profissionais de saúde 
um novo instrumento a ser utilizado no tratamento de desequilíbrios físicos e 
emocionais, desde que tomados com os devidos cuidados e precauções, e tendo 
o profissional qualificação e conhecimento necessários para atuar nessa prática. 
Em 2018, o Sistema Único de Saúde (SUS) promoveu a inclusãoda aromate-
rapia no programa de Práticas Integrativas e Complementares (PICS), para que 
seus pacientes utilizem recursos terapêuticos baseados em conhecimentos 
tradicionais. Tais conhecimentos são voltados para cura e prevenção de 
doenças (BRASIL, 2018). 
Aromaterapia na prevenção e no tratamento de doenças10
Alguns estudos apontam o uso da aromaterapia no tratamento de algumas 
enfermidades. Exemplo disso foi a pesquisa de Namazi et al. (2014), conduzida 
junto a 122 primíparas, 61 pertencentes ao grupo controle e 61 submetidas 
à intervenção com óleo essencial de Citrus aurantium. Antes do uso do óleo 
essencial, ambos grupos relatavam o mesmo nível de dor, mas depois de 
submetido à terapia, o grupo de intervenção revelou uma significativa dimi-
nuição nos níveis de dor. 
Já em um outro estudo científico de Barnes, Fellowes e Wilkinson (2004), 
foi possível observar que a massagem aromaterápica utilizando uma mistura 
de óleos essências de lavanda, pau-rosa, limão, rosa e valeriana, diluídos a 2% 
em óleo vegetal carreador de erva-doce e amêndoas, mostrou-se favorável 
na diminuição da ansiedade em pacientes oncológicos, notando-se também 
uma redução de náusea e dor nesses pacientes. 
Outros estudos clínicos demonstram o sucesso da aromaterapia na dimi-
nuição de níveis de estresse e ansiedade, sendo o óleo essencial de lavanda 
(Lavandula angustifolia) o mais indicado e citado para o tratamento de an-
siedade (LYRA; NAKAI; MARQUES, 2010; KUTLU; YILMAZ; ÇEÇEN, 2008).
Muito outros estudos ainda precisam ser realizados para evidenciar 
o potencial que a aromaterapia pode empregar no tratamento de várias 
enfermidades. Mas vale lembrar também a necessidade de profundo e 
amplo estudo e conhecimento do profissional da área para que a utilize de 
modo correto, no intuito de auxiliar seus pacientes e não prejudicar ainda 
mais sua saúde. 
Óleos essenciais adequados na terapia 
de patologias
Na civilização atual, as pessoas vivem em uma intensa competição na vida 
profissional e pessoal, proporcionando um cansaço físico e mental. A aro-
materapia atua de forma a amenizar esses desequilíbrios, ajudando resgatar 
a essência humana e sua saúde. 
Os óleos essenciais têm a capacidade de purificar o ar que respiramos 
e, ao mesmo tempo, relaxar, estimular ou acalmar nossos sentimentos. 
Eles também têm a capacidade de promover a reflexão pessoal e tratar 
patologias via mecanismos fisiológicos que decorrem da inalação ou uso 
tópico. Examinemos a seguir alguns óleos essenciais, seus componentes e 
sua indicação para o tratamento de patologias (ANDREI; DEL COMUNE, 2005; 
SAAD et al., 2018): 
Aromaterapia na prevenção e no tratamento de doenças 11
Alecrim (Rosmarinus officinalis) 
Pertence à família botânica das labiadas e contém como principais compo-
nentes limoneno, pineno, linalol, eucaliptol, canfeno, borneol e terpineol. É 
empregado no tratamento de cansaço mental, artrite, fraqueza geral, dores 
nas juntas, perda de memória, piolho, asma, bronquite e sarna.
Artemísia (Artemisia vulgaris) 
Possui como principais componentes borneol, tujona, cânfora, 4-terpinoleno, 
linalol, 1,8-cineol, alfa–cadinol e 4-terpinoleno. Utilizado como analgésico, 
regulador de distúrbios menstruais, antiespasmódico e estimulante mental, 
além de atuar na amenorreia e dismenorreia, epilepsia, vômitos nervosos, 
convulsões, oxiurose e ascaríase. 
Baunilha (Vanilla planifolia) 
Possui como principais componentes vanilina, ácido acético, hidroxibenzal-
deído, aldeído metilprotocatéquico, isbutírico, capróico, eugenol e furfural. 
Empregada como antiespasmódico, estimulante, afrodisíaco e emenagogo 
(estimula a menstruação).
Benjoim (Styrax tonkinensis) 
Possui como principais componentes vanilina, ácido benzoico, benzoato de 
cinamila, ácido siarresinólico e benzoato de coniferila. Atua com antioxi-
dante. Empregado no tratamento de resfriados, bronquites, tosse, laringites 
e infecções das vias respiratórias. Incrementa a circulação sendo útil no 
tratamento da artrite reumatoide e gota. Contribui no combate a estresse, 
fissura cutânea e ansiedade. 
Bergamota (Citrus bergamia) 
Possui como principais componentes dipenteno, linalol, terpineol, acetato 
de linalil, pineno, nerol, acetato de nerila, bergapteno e geraniol. Empregada 
na medicina popular da Itália no combate da febre e de parasitoses, além 
de muito utilizada nas indústrias de fragrâncias e alimentícia. Utilizada no 
tratamento de eczema, seborreia, acne, furúnculos, prurido vaginal, cistites, 
halitose, pele oleosa, problemas digestivos, psoríase, ansiedade, estresse, 
Aromaterapia na prevenção e no tratamento de doenças12
depressão, infecções da mucosa bucal e garganta e perda de apetite. Além 
disso, tem ação analgésica, cicatrizante, antisséptica, sedativa e energizante. 
Atua como bactericida em infecções decorrentes de meningococo, gonococo, 
estafilococo e bacilo da difteria. 
Camomila-dos-alemães (Matricaria chamomilla) 
Possui como principais componentes flavonoides (apigenina, luteolina, quer-
citina), azuleno (principal entre todos), farneseno, alfa-bisabolol, tujanol 
e glicosídeos. Atua como cicatrizante, anti-inflamatório, antiespasmódico, 
antianêmico e imunoestimulante. Empregada para tratamento de úlceras 
gastrintestinais, acne, artrite, inflamações na pele dermatites, reumatismo, 
furúnculos, TPM, menopausa, enxaqueca, amenorreia, dismenorreia, dor 
de cabeça, ouvido e dente, agindo nas picadas de inseto, náusea, insônia, 
estresse, cólicas e problemas digestivos.
Canela (Cinnamomum zeylanicum) 
Possui como principais componentes felandreno, eugenol, aldeído benzê-
nico, ácido cinâmico, aldeído cinâmico, furfurol, safrol, benzoato de benzila, 
cimeno, pineno e dipenteno. Usada como analgésico, diurético, antisséptico, 
antiespasmódico e antiprurido. Empregada para tratamento de digestão, 
circulação, infecções intestinais, gripes, impotência, náusea, constipação, 
cálculo renal, estresse e dores musculares. 
Citronela (Cymbopogon nardies) 
Possui como principais componentes borneol, ácido hidrociânico, bourboneno, 
cânfora, canfeno, cariofileno, citral, citronelol, etanol, citronelal, eugenol, fur-
furol, farnesol, geraniol, limoneno, linalol, nerol, mentol, terpinoleno e pineno. 
Empregada para cansaço, dor de estômago, dor de cabeça, pele e cabelos ole-
osos, circulação deficiente, dores musculares e menstruação deficiente (sendo 
emenagogo). Age com estimulante digestivo, antiespasmódico, antisséptico, 
antidepressivo, cadiotônico, anti-inflamatório e repelente de insetos. 
Eucalipto (Eucalyptus globulus) 
Possui como principais componentes eucaliptol, eugenol, citronelal, pineno, 
felandreno, pinocarvona, terpineol, canfeno e limoneno. Empregado como 
um potente antisséptico, expectorante, antiviral, estimulante do sistema 
Aromaterapia na prevenção e no tratamento de doenças 13
respiratório, adstringente, anti-inflamatório e ativador da circulação, sendo 
indicado tratamento de herpes simples, asma, tosse, bronquite, catarro, má-
-circulação, distúrbios do trato urinário, resfriado, diabetes, sinusite, dores 
musculares e reumatismo. Quando utilizado de maneira tópica sobre lesão 
cutânea, diminui a dor. Além disso, reequilibra a respiração (ofegante ou 
curta), dilata a musculatura dos brônquios, pulmões e traqueia, reduzindo 
coriza e a febre e desobstrui as vias aéreas. 
Gengibre (Zingiber officinalis) 
Possui como principais componentes canfeno, pineno, cineol, nerol, graniol, 
betabisaboleno, linalol, borneol, terpineol e zingibereno. Tem ação analgésica, 
tônica, estimulante, carminativa, antiespasmódica, digestiva, adstringente 
e antisséptica. Indicado no tratamento de dores de garganta, amigdalite, 
sinusite, dores musculares, aerofagia, má circulação, memória fraca, enxa-
queca, fadiga e cansaço mental. Também atua como excelente estimulante 
psicológico e mental, proporcionando mais determinação e autoconfiança. 
Gerânio (Pelargonium graveolens) 
Possui como principais componentescariofileno, mentona, citronelol, geraniol, 
limoneno, acetato de linalila e eugenol. Atua no organismo com função antis-
séptica, adstringente, cicatrizante e diurética. Empregado para tratamento 
de amigdalite, dor de garganta, diabetes, TPM, menopausa, hemorroidas, 
depressão, dermatites, cálculo renal, queimaduras, inflamação da mucosa 
vaginal e tensão nervosa. Além disso, melhora indivíduos que possuem con-
fusões mentais, atua no estímulo do córtex suprarrenal, onde são produzidos 
os hormônios sexuais, agindo como estimulante e agente equilibrante do 
sistema nervoso e de órgãos femininos. 
Hortelã-pimenta (Mentha piperita) 
Possui como principais componentes limoneno, eucaliptol, acetato de mentila, 
linalol, mentol, carvono, mentona, nicotinamida, cineol, pipeno, cariofileno 
e felandreno. Atua no organismo como antiespasmódico, antiespasmódico, 
descongestionante, analgésico, antisséptico, antiparasitário, estimulante 
do aparelho digestivo e do sistema nervoso, age na redução da febre e dos 
sintomas de resfriados e gripes, exerce ação carminativa, emenagoga anti-
-inflamatória, refrescante, vasoconstritora adstringente e expectorante. 
Aromaterapia na prevenção e no tratamento de doenças14
Indicada para pessoas tímidas e depressivas, devido às suas propriedades 
estimulantes. Além disso, atua na gripe, asma, laringite, resfriado, bronquite, 
indigestão, flatulência, cólica, enxaqueca, diarreia, congestão nasal com 
dores de cabeça, sinusite, dores musculares articulares e cansaço mental. 
Lavanda (Lavandula officinalis, Lavandula angustifolia 
ou Lavandula vera). 
Possui como principais componentes cariofileno, limoneno, linalol, nerol, 
eucaliptol, cineol, terpineno, canfeno, felandreno, cânfora, pineno, geraniol, 
acetato de lavandila, bisabolol. borneol, lavandulol e alguns ácidos como 
o benzoico, coumárico e valérico. Atua no organismo como antisséptico, 
analgésico, antibiótico, bactericida, sedativo, antidepressivo, repelente de 
insetos, descongestionante, cicatrizante, diurético, antiviral, carminativo e 
antitóxico. Indicada para o tratamento de bronquite, asma, dores de garganta, 
enxaqueca, gripe, depressão, lesões de pele, tensão, insônia, queimaduras, 
picada de inseto, leucorreia, cistite, alergia, catapora, TPM, amenorreia, 
dismenorreia, flatulência, hipertensão, menopausa, reumatismo, feridas e 
contusões. Por exercer um efeito sedativo para o sistema nervoso central. 
Acredita-se que tenha um efeito antiestresse e ajude a relaxar o corpo e 
a mente. É útil para mulheres no trabalho de parto, porque sua fragrância 
relaxa a mãe, exerce ainda efeito sobre o sistema respiratório, por diminuir os 
desconfortos de resfriado, bronquite e sinusite. É importante lembrar que o 
óleo de lavanda é o único que pode ser aplicado na pele sem diluição prévia. 
Em feridas abertas, deve ser usado exclusivamente para prevenir infecções 
e ajudar na cicatrização do epitélio. Também é comumente usado como um 
calmante para rejuvenescer a pele exposta ao Sol ou que sofreu picadas 
de insetos. Alguns autores acreditam que, por causa de sua alta vibração, o 
óleo de lavanda pode restaurar o equilíbrio mental, coordenar sentimentos, 
despertar a consciência da realidade e da paz e ter um efeito imediato sobre 
o corpo e a mente.
Patchuli (Pogostemon cablin ou Pogostemon patchuli) 
Possui como principais componentes eugenol, fenol, patchulol, cariofileno, 
cadineno, cinamaldeído, pogostol e patchulipiridina. Exerce ação cicatrizante, 
anti-inflamatória, descongestionante, fungicida, regeneradora e repelente 
de insetos. É utilizado no tratamento de pele, dermatite, caspa, seborreia, 
ansiedade, obesidade, fadiga mental, retenção hídrica, estresse e depressão. 
Aromaterapia na prevenção e no tratamento de doenças 15
O aroma do óleo essencial estimula o sistema nervoso central e as glândulas 
endócrinas, o que o torna um afrodisíaco. Atua de modo a equilibrar o corpo, 
a mente e o corpo espiritual.
Melaleuca (Melaleuca alternifolia) 
Possui como principais componentes sesquiterpenos, 4-terpineol, eucaliptol e 
pineno. Exerce ação fungicida, antiviral, antisséptica, estimulante, cicatrizante 
e inseticida. Utilizada no tratamento de vaginite, candidíase, infecções, afta, 
verrugas, cistite, fungos e herpes genital e labial. Sua ação mais importante 
é de estímulo do sistema imunológico. Além disso, é muito utilizada em 
congestão nasal, cortes, arranhões, odor fétido nos pés, gengivites e acne. 
Ylangue-ylangue (Cananga odorata) 
Possui como principais componentes safrol, ylangol, linalol, pineno, farnesol, 
granial, geraniol, eugenol, acetato de benzila e cadineno. Exerce ação de 
sedativo, antiespasmódico, calmante, animador e levemente eufórico. Indi-
cado no tratamento de taquicardia, depressão, frigidez e impotência sexual. 
A aromaterapia oferece uma alternativa de tratamento natural, conside-
rando uma ampla gama de efeitos, como tratamento para o corpo e a mente. 
Vem sendo cada vez mais procurada pelas pessoas devido ao seu baixo índice 
de efeitos colaterais, enquanto os tratamentos convencionais acarretam no 
organismo efeitos colaterais e reações adversas. Nos países de primeiro 
mundo, a aromaterapia tem sido usada com sucesso em ambientes de trabalho 
e hospitalares, atuando com propósitos terapêuticos. Com isso, ganha cada 
vez mais espaço. A aromaterapia ainda não foi incorporada à cultura brasi-
leira, possivelmente por falta de comunicação entre as pessoas ou limitado 
investimento intelectual e financeiro, o que interrompe seu progresso.
Referências
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na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares — PNPIC. Brasília: 
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ULRICH, H. N. A. Manual prático de aromaterapia. Porto Alegre: Premier, 2004.
Leituras recomendadas
ANANIEVA, L. Óleos essenciais para sua saúde e beleza: parte 1. [S. l.]: Tektime, 2017.
EVANS, N. Óleos essenciais: o guia definitivo sobre óleos essenciais para alcançar uma 
saúde extraordinária. Hackensack: Babelcube, 2017.
MOREN, S. A. Spas e salões de beleza: terapias passo a passo. São Paulo: Cengage 
Learning, 2009.
OLIVEIRA, C. M. et al. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. Porto 
Alegre: Artmed, 2017.
OLIVEIRA, L. F. et al. Farmacognosia pura. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
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testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
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Aromaterapia na prevenção e no tratamento de doenças18
Dica do professor
Ao conjunto das técnicas de aplicação de óleos essenciais dá-se o nome de “aromaterapia”, palavra 
que foi adotada no início do século XX como terminologia popular, utilizada para esclarecer a 
aplicação dos óleos essenciais como ferramenta terapêutica. É de suma importância entender que 
as técnicas de aplicação de óleos essenciais seguem uma lógica simples, variando seu modo de 
aplicação, de acordo com o tratamento almejado. 
Todas as técnicas de aplicação de óleos essenciais se originaram no pensamento inicial da 
aromaterapia como prática terapêutica independente e autônoma, e com o desenvolvimento 
natural das profissões e de seus profissionais atuantes nos campos da saúde, tornando-se cada vez 
mais práticas, profundas e eficientes.
Na Dica do Professor, você verá as técnicas de aplicação da aromaterapia para tratamento, 
compreendendo de maneira clara e simples as diferenças existentes entre cada uma, assim como o 
modo de realização de cada técnica.
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Exercícios
1) A aromaterapia é usada há muito tempo como ferramenta de cuidado integrativo físico e 
emocional. Trata-se de uma especialidade terapêutica, que pode ser empregada para o 
autocuidado. Atualmente, é reconhecida e empregada em muitos países industrializados 
como um método extremamente eficaz de terapêutica.
Em relação à aromaterapia, assinale a alternativa correta:
A) A absorção cutânea dos óleos essenciais se dá somente por inalação. Assim, todo e qualquer 
outro tipo de método empregado para uso dos óleos essenciais pode desencadear reações 
adversas e processos alérgicos ou tóxicos.
B) A penetração de substâncias ativas na pele pode ocorrer pela via transepidérmica (intra e 
intercelular), mas não ocorre pelos apêndices da pele.
C) A fonte dos óleos são substâncias químicas produzidas pelas plantas para a sua proteção e 
reprodução, sendo encontradas nas folhas, flores, casca do fruto, galhos, raízes, sementes e 
troncos. 
D) Os óleos essenciais são absorvidos apenas pela pele, ou seja, não ocorre absorção através de 
outras formas.
E) Os óleos essenciais apresentam pequenas concentrações no seu princípio ativo, com isso não 
é recomendada sua diluição em um carreador.
A aromaterapia é utilizada há milhares de anos, devido ao poder das plantas aromáticas. Seus óleos 
essenciais apresentam diversas propriedades que ajudam no bem-estar físico, mental e emocional, 
proporcionando uma melhor saúde e qualidade de vida para as pessoas.
De acordo com as informações apresentadas na tabela a seguir, faça a associação das 
características contidas na coluna A com as formas pelas quais os óleos essenciais são absorvidos 
no corpo humano na coluna B.
2) 
Assinale a alternativa que apresenta a associação correta entre as colunas.
A) I–1, II–2, III–3.
B) I–3, II–2, III–1. 
C) I–2, II–1, III–3. 
D) I–1, II–3, III–2. 
E) I–3, II–1, III–2.
A maioria dos óleos essenciais segue um conceito de técnica de aplicação simples, 
originando-se do pensamento inicial da aromaterapia, que tem sua base terapêutica 
autônoma e independente. Com o desenvolvimento natural das profissões e de seus 
profissionais atuantes nos campos da saúde, as técnicas de aplicação também evoluíram, 
tornando-se cada vez mais práticas, profundas e eficientes.
A partir do apresentado, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
3) 
I. Aplicada mediante técnicas específicas, a aromaterapia explora o efeito dos óleos 
essenciais nas áreas físicas ou emocionais. Na prática, ocorre uma fusão entre essas áreas, 
ou seja, um tratamento com o objetivo emocional de beneficiar o corpo físico e vice-versa, 
um interferindo no outro de maneira positiva e sinergética.
Pois
II. As técnicas de aplicação da aromaterapia pela pele, como massagens, banhos e fricções, 
são dirigidas a tratamentos da musculatura e da circulação, promovendo relaxamento, 
diminuindo a ansiedade, liberando as vias respiratórias, entre outras atividades.
A seguir, assinale a alternativa correta:
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
B) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa.
C) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E) As asserções I e II são proposições falsas.
4) As células receptoras para a sensação do olfato são as olfativas, originadas do próprio 
sistema nervoso central. São os pelos ou cílios olfativos, localizados na extremidade mucosa 
da célula olfativa, que reagem aos odores presentes no ar e, então, estimulam as células 
olfativas. Dentro do processo olfativo, duas reações são geradas.
Assinale a alternativa que apresenta de forma correta essas reações.
A) Reações elétricas e mecânicas.
B) Reações químicas e elétricas.
C) Reações químicas e mecânicas.
D) Reações transfusionais e orgânicas.
E) Relações orgânicas e mecânicas.
As terapias complementares compreendem a aromaterapia, que éuma prática que se utiliza 
de concentrados voláteis, conhecidos como óleos essenciais. Estes são compostos orgânicos 
de origem vegetal, formados por moléculas químicas de alta complexidade, que apresentam 
5) 
várias funções químicas, como álcoois, aldeídos, ésteres, fenóis e hidrocarbonetos, havendo 
sempre a prevalência de uma ou duas delas e, assim, caracterizam seus aromas.
A respeito da aromaterapia e seu histórico, analise as afirmativas a seguir e assinale V para 
a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s).
I. ( ) Em 1940, o químico francês Maurice René de Gattefossé introduziu o nome da 
aromaterapia pela primeira vez.
II. ( ) Recurso relacionado às terapias alternativas, cujo objetivo é a qualidade de vida dos 
indivíduos.
III. ( ) Utiliza as cores e os aromas para exercer benefícios ao corpo, mente e espírito.
IV. ( ) Indícios apontam que mesmo antes de Cristo o uso das plantas já era frequente para 
os homens da época.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) F, V, F, V.
B) V, V, F, F.
C) F, F, F, F.
D) V, V, F, V.
E) V, V, V, V.
Na prática
A aromaterapia atua como uma ferramenta muito útil no tratamento de patologias, permitindo uma 
ampla visão dessa área tão antiga, mas, ao mesmo tempo, inovadora, que projeta um equilíbrio 
entre o homem e o meio ambiente. Os óleos essenciais possuem diferenças significativas em 
relação às essências, por isso são empregados no tratamento de patologias; as essências apenas 
perfumam, não possuindo efeitos terapêuticos.
Existem óleos essenciais específicos para cada tratamento e seu conhecimento torna-se essencial, 
verificando que as técnicas de aplicação são diferentes e extremamente importantes na escolha do 
melhor tratamento para cada paciente.
Veja Na Prática a importância da utilização do óleo essencial no tratamento de psoríase, uma 
patologia cutânea de caráter inflamatório, crônico e não transmissível.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito deste assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Óleos essenciais - a neurociência comprova a eficácia
Neste vídeo, acompanhe a explicação do neurocientista Álvaro Dias sobre os efeitos dos óleos 
essenciais no cérebro, com resultados comprovados pela ciência.
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PICS: Aromaterapia - ligado em saúde
Aromaterapia é uma técnica que usa os aromas liberados por óleos essenciais com finalidades 
terapêuticas. A aromaterapeuta Danielle Vilela Paulino fala sobre como os óleos essenciais atuam 
no organismo e como os aromaterapeutas chegam às combinações desses óleos.
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Utilização da aromaterapia e auriculoterapia como métodos não 
farmacológicos para alívio da dor em idosos
Neste link, você poderá realizar a leitura de um artigo científico, onde foi feita a análise por meio de 
uma revisão integrativa da literatura sobre artigos que relatam os efeitos da aromaterapia, com o 
objetivo de combater o estresse e, consequentemente, atuar na promoção do bem-estar e da 
qualidade de vida.
https://www.youtube.com/embed/PdSZSTE2yIE
https://www.youtube.com/embed/--Uf1WXBbow
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A aplicação da aromaterapia como método de alívio da dor em 
gestantes: uma revisão integrativa
O presente artigo científico realizou, por meio de uma revisão integrativa de literatura, a 
identificação da ação analgésica do óleo essencial de lavanda, aplicado em gestantes, elucidando 
sua ação ansiolítica e analgésica.
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https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/download/15420/12686
https://periodicos.furg.br/vittalle/article/download/8048/5940
Práticas homeopáticas e florais de 
uso humano
Apresentação
O uso das práticas complementares em saúde, como homeopatia e terapia de florais, tem crescido 
em todos os níveis de atenção à saúde. Isso se deve, em parte, à busca da população por opções 
alternativas aos medicamentos convencionais. Além disso, reflete uma resposta ao incentivo de 
órgãos federais. Assim, os profissionais de saúde têm buscado capacitação a fim de adquirir 
conhecimento nessa área.
A homeopatia tem uma abordagem oposta à dos medicamentos alopáticos, tão utilizados nos dias 
atuais, e baseia-se na cura pelo semelhante, agindo nos campos físico, mental e emocional. Embora 
a homeopatia e a terapia de florais apresentem semelhanças, divergem quanto a algumas questões, 
como aplicação, modo de preparo e mecanismos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá os conceitos de similitude, força vital e dose 
mínima relacionados à homeopatia, bem como o conceito vibracional da terapia de florais. Você 
também aprenderá sobre a aplicação de medicamentos homeopáticos e essências florais no 
cuidado ao paciente.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer o histórico e a aplicabilidade de mecanismos homeopáticos de tratamento.•
Relacionar homeopáticos e florais usados na terapia humana.•
Construir conceitos de similitude no tratamento farmacológico.•
Infográfico
Na homeopatia, as formas farmacêuticas derivadas representam o produto final obtido após o 
processo de dinamização. Esse processo consiste em realizar diluições dos insumos ativos seguidas 
de sucussões ou triturações sucessivas, obtendo um produto com concentração inferior à inicial e 
com alta potência. Na preparação das formas farmacêuticas derivadas, podem ser utilizadas as 
escalas decimal, centesimal e cinquenta-milesimal, bem como os métodos hahnemanniano, 
korsakoviano e de fluxo contínuo.
No Infográfico a seguir, conheça as escalas utilizadas na preparação de formas farmacêuticas 
derivadas.
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https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/f99aa743-55b1-4dca-9540-3e15fea23348/62ac7aae-c494-4a53-aa1b-13a11332551a.jpg
Conteúdo do livro
A homeopatia foi desenvolvida por Samuel Hahnemann no fim do século XVIII com base no 
princípio vitalista e na filosofia de Hipócrates, segundo a qual “o semelhante cura o semelhante”. A 
homeopatia utiliza doses mínimas de insumos ativos, sendo que os medicamentos homeopáticos 
são produzidos a partir de um processo denominado dinamização. A terapia floral é baseada nos 
padrões vibracionais das plantas e busca atuar nos vários campos de energia do ser humano, com o 
objetivo de atuar em prol do bem-estar mental, emocional e físico.
No capítulo Práticas homeopáticas e florais de uso humano, da obra Práticas integrativas e 
complementares em saúde, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, veja mais a respeito dos 
princípios da homeopatia, como a cura pelo semelhante e a força vital, além de exemplos de 
medicamentos homeopáticos e essências florais utilizadas no cuidado ao paciente.
Boa leitura.
PRÁTICAS 
INTEGRATIVAS E 
COMPLEMENTARES 
EM SAÚDE
Marcella Gabrielle Mendes Machado
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Reconhecer o histórico e a aplicabilidade de mecanismos homeopáticos 
de tratamento.
 > Relacionar homeopáticos e florais na terapia humana.
 > Construir conceitos de similitude no tratamento farmacológico.
Introdução
Dentre as práticas integrativas e complementares em saúde, a homeopatia é 
muito utilizada nos serviços públicos no Brasil e em países como Alemanha, 
França, Inglaterra, Bélgica e Argentina. Os profissionais de saúde têm apresentado 
interesse crescente nessa área, buscando capacitação e conhecimento, uma vez 
que os princípios de tratamento da homeopatia são opostos ao da alopatia, tão 
difundida nos dias atuais. 
A terapia floral também constitui uma prática integrativa e complementar 
em saúde, sendo ummétodo terapêutico que busca auxiliar o reestabelecimento 
do equilíbrio mental e emocional dos pacientes. Dentre os vários florais de uso 
clínico, destacam-se os florais de Bach, criador da técnica. 
Neste capítulo, você vai conhecer o histórico e os princípios fundamentais para 
entender a homeopatia e o conceito de similitude, assim como os medicamentos 
homeopáticos e suas fontes de obtenção. Você ainda conhecerá a aplicabilidade das 
essências florais no cuidado ao paciente, com maior enfoque nos florais de Bach.
Práticas 
homeopáticas 
e florais de uso 
humano
Princípios e histórico da homeopatia
A homeopatia (do grego homois, “semelhante”, e pathos, “sofrimento”) foi 
desenvolvida pelo alemão Samuel Hahnemann no final do século XVIII, após 
observações clínicas em pacientes doentes e experimentos em indivíduos 
sadios e em si próprio. Ao ingerir por vários dias seguidos a substância 
quina, utilizada para o tratamento da malária, ele percebeu que passou 
a apresentar diversos sintomas (patogenesia) característicos da malária 
(como fraqueza, sonolência, esfriamento da ponta dos dedos das mãos e 
dos pés, taquicardia, entre outros), os quais desapareceram ao suspender 
o uso do fármaco. A partir dessa observação, e baseado na filosofia de Hi-
pócrates (similia similibus curentur, ou “o semelhante cura o semelhante”), 
Hahnemann começou a pensar que deveria existir uma identidade entre a 
doença e o fármaco ingerido (FONTES et al., 2018; BERMAR, 2014). 
Patogenesia é o conjunto de sintomas físicos, emocionais e mentais 
que o organismo de um indivíduo sadio apresenta ao utilizar deter-
minada substância medicinal.
A partir disso, Hahnemann também realizou experimentos administrando 
quina em familiares e amigos, e os mesmos resultados foram encontrados 
nesses indivíduos. Seu estudo expandiu-se para outros fármacos, e os seus 
efeitos no organismo de indivíduos sadios foram catalogados. A partir dos 
resultados catalogados em indivíduos sadios, ele decidiu observar se o prin-
cípio da similitude funcionava também em pacientes doentes. A maioria dos 
pacientes doentes obteve cura, e, dessa forma, Hahnemann confirmou sua 
hipótese (FONTES et al., 2018).
De acordo com o princípio da similitude (ou lei dos semelhantes) e con-
forme relatado por Fontes et al. (2018, p. 5): 
[...] qualquer substância capaz de provocar determinados sintomas em seres huma-
nos sadios e sensíveis, em doses adequadas, especialmente preparadas, é capaz 
de curar um enfermo que apresente quadro mórbido semelhante, com exceção 
das lesões irreversíveis.
Práticas homeopáticas e florais de uso humano2
Um exemplo da aplicação clínica da lei dos semelhantes é o trata-
mento de um paciente com úlcera gástrica que apresenta hemorragias 
frequentes, gosto amargo na boca, inquietação, ansiedade, queimações no 
estômago, falta de ar, dentre outros sintomas. O médico homeopata identifica 
que esses sintomas são semelhantes aos da ingestão de arsênico. Com isso, o 
médico prescreve Arsenicum album em doses extremamente pequenas.
Em 1796, Hahnemann publicou seu primeiro trabalho sobre os efeitos de 
diversos fármacos em indivíduo sadios, denominado “Ensaio sobre um novo 
princípio para descobrir as propriedades curativas das substâncias medicinais, 
seguido de alguns comentários sobre os princípios admitidos até os nossos 
dias”. Em 1810, a primeira edição do seu livro Órganon da arte de curar foi 
publicado, contendo a doutrina homeopática, ensinamentos e diretrizes 
para a anamnese e tratamento do paciente. Outra obra muito famosa de 
Hahnemann, intitulada As doenças crônicas, foi lançada em 1828, na qual ele 
relata o estudo de diversas substâncias para o tratamento homeopático de 
doenças crônicas (FONTES et al., 2018).
Devido aos bons resultados obtidos com a homeopatia, essa ciência 
cresceu rapidamente e atraiu a atenção de médicos e pacientes pela Europa. 
Atualmente, de acordo com Fontes et al. (2018, p. 6): “[...] a homeopatia é pra-
ticada em diversos países, nos vários continentes, mas está especialmente 
bem representada na Alemanha, na Argentina, na Bélgica, no Brasil, na França, 
na Índia e na Inglaterra”. Nos Estados Unidos, a homeopatia era muito forte 
no início do século XX; no entanto, devido à pressões legais e financeiras, 
muitas instituições encerraram suas atividades, e atualmente o governo tem 
buscado incentivar essa prática em busca de um renascimento.
No Brasil, a homeopatia foi introduzida pelo médico francês Benoît Jules Mure 
em 1840, e difundiu-se nacionalmente pelos seus discípulos. O ensino e prática 
da homeopatia ganhou força a partir da proclamação da República, sendo que 
figuras importantes, como Rui Barbosa e Monteiro Lobato, eram adeptos dessa 
ciência. A partir da década de 1930, a homeopatia perdeu força no país, tendo 
seu renascimento na década de 1970. Em 1976, mediante o Decreto nº. 78.841/76, 
a parte geral da primeira edição da Farmacopeia Homeopática Brasileira foi 
aprovada. Alguns anos mais tarde, em 1980, a homeopatia foi reconhecida 
como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina. Atualmente, a 
homeopatia deixou de ser considerada uma terapia “alternativa” para ser uma 
prática complementar em saúde, incentivada pelo governo brasileiro, sendo 
que a edição mais recente da Farmacopeia Homeopática Brasileira foi aprovada 
por meio da Resolução RDC nº 39/2011 (SÃO PAULO, 2019; FONTES et al., 2018). 
Práticas homeopáticas e florais de uso humano 3
Doses mínimas
No início da carreira como homeopata, Hahnemann utilizava altas doses de 
medicamentos em seus tratamentos, especialmente na forma farmacêutica 
de tintura, o que levava a muitos efeitos colaterais, uma vez que os sinto-
mas eram agravados pela soma dos sintomas inerentes à doença com os 
sintomas artificiais provocados pelo medicamento. Com o intuito de diminuir 
esses efeitos negativos, Hahnemann começou a utilizar doses pequenas 
dos medicamentos, a partir de sua diluição em água ou álcool. No entanto, 
os medicamentos diluídos não eram potentes o suficiente para promover 
a reação orgânica necessária para alcançar os benefícios da homeopatia 
(FONTES et al., 2018).
Hahnemann passou então a imprimir agitações violentas, denominadas 
sucussões, nos medicamentos previamente diluídos, e percebeu que houve 
diminuição dos efeitos tóxicos relacionados às altas doses e também au-
mento da reação orgânica. Com isso, Hahnemann passou a utilizar diluições 
infinitesimais do insumo ativo e potencializadas por sucussões, processo 
também conhecido como dinamização (FONTES et al., 2018).
De acordo com Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2011, 
documento on-line), a dinamização pode ser definida como “[...] processo 
de diluições seguidas de sucussões e/ou triturações sucessivas do insumo 
ativo em insumo inerte adequado”. A diluição do insumo ativo obedece a uma 
progressão geométrica, com o intuito de diminuir sua concentração química 
e aumentar sua ação dinâmica, a qual estimula a reação orgânica em direção 
à cura. A potência de um medicamento homeopático é dada pelo número de 
dinamizações que recebeu (FONTES et al., 2018; BRASIL, 2011).
Medicamento único
Em seus experimentos e descobertas, Hahnemann administrava os medica-
mentos sempre de forma isolada, a fim de impedir interações medicamen-
tosas e descobrir o medicamento responsável pela cura. Quando o quadro 
sintomático do paciente mudava e/ou a resposta ao medicamento não era o 
mesma, Hahnemann trocava a medicação, a fim de abranger todos os sinto-
mas percebidos. Baseando-se nos princípios de Hahnemann, o homeopata 
unicista deve procurar, sempre que possível, encontrar um medicamento 
único (simillimum) que atue na totalidade dos sintomas do doente. 
Na prática, embora o simillimum seja um fundamento importante da 
homeopatia, nem sempre é possível encontrá-lo. De acordo com o Conselho 
Práticas homeopáticas e florais de uso humano4
Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2019), no Brasil háoutras vertentes de escolas homeopáticas, as quais prescrevem mais de um 
medicamento ao paciente:
 � Alternista/pluralista — prescreve-se dois ou mais medicamentos, a 
serem administrados em momentos distintos e de modo alternado, 
para que um complemente a ação do outro.
 � Organicista — a conduta é semelhante à alopatia, com suas especiali-
dades clínicas, pois prescreve o medicamento homeopático de forma 
direcionada aos órgãos doentes, considerando as queixas relatadas 
pelo paciente, sem levar em consideração sintomas emocionais e 
mentais.
 � Complexista — prescreve dois ou mais medicamentos, os quais são 
administrados simultaneamente ao paciente.
Força vital
Dentre os princípios da homeopatia, Hahnemann considerava a força vital 
como a responsável por manter o equilíbrio do organismo. A partir desse 
ponto de vista, ele acreditava que os microrganismos eram necessários, mas 
não suficientes, para causar doenças. Os fungos, por exemplo, não seriam 
considerados a única causa das micoses, pois outros fatores (como umidade, 
temperatura) devem contribuir para o desenvolvimento fúngico junto com 
o comprometimento da força vital, levando ao desenvolvimento desses 
microrganismos sempre presentes (FONTES et al., 2018).
O organismo humano saudável encontra-se em equilíbrio nos seus dife-
rentes níveis dinâmicos, que incluem os aspectos físico, emocional e mental. 
Quando a força vital é perturbada, são acionados os mecanismos de defesa 
do organismo, para tentar restabelecer o equilíbrio. Acredita-se que fatores 
endógenos (como sentimentos de tristeza, raiva, etc.) e exógenos (como má 
alimentação ou uso de drogas) podem também influenciar de forma negativa 
a força vital (FONTES et al., 2018).
De acordo com Fontes et al. (2018, p. 23):
[...] a homeopatia define saúde como um estado de equilíbrio dinâmico que abran-
ge as realidades física e psicomental dos indivíduos em suas interações com o 
ambiente natural e social. A doença reflete, mediante os sintomas, o esforço da 
força vital na tentativa de restabelecer o equilíbrio.
Práticas homeopáticas e florais de uso humano 5
Medicamentos homeopáticos
Um medicamento homeopático é definido pela Anvisa (BRASIL, 2011, docu-
mento on-line) como: “[...] toda forma farmacêutica de dispensação ministrada 
segundo o princípio da semelhança e/ou da identidade, com finalidade curativa 
e/ou preventiva. É obtido pela técnica de dinamização e utilizado para uso 
interno ou externo.”
Os medicamentos homeopáticos podem ser de origem vegetal, mineral, 
animal, fúngica, química, microbiológica ou farmacêutica. Estes últimos ainda 
podem ser industrializados ou preparados em farmácia de manipulação. Tais 
medicamentos podem ser encontrados em diferentes formas farmacêuticas, 
destacando-se os tabletes, glóbulos, líquidos, pós, comprimidos, dentre 
outros. Vale ressaltar que essências florais, medicamentos antroposóficos, 
cromoterapia e aromaterapia não são medicamentos homeopáticos (SÃO 
PAULO, 2019; BERMAR, 2014). 
As plantas são as principais fontes de fármacos para a preparação de 
medicamentos homeopáticos. Nesse tipo de preparação, prefere-se o uso da 
planta in natura (fresca), mas quando não for possível, a planta seca também 
pode ser utilizada. Pode-se aproveitar a planta inteira, partes da planta, 
produtos extrativos ou de transformação e substâncias produzidas a partir 
de estados patológicos (como Ustilago maidis, doença do milho provocada 
por fungo) (BERMAR, 2014).
Fontes et al. (2018) relata alguns exemplos de medicamentos homeopáticos 
obtidos a partir de plantas,: 
 � obtenção a partir de plantas inteiras — Belladonna, Drosera rotundifolia, 
Pulsatilla nigricans, Hypericum perforatum;
 � obtenção a partir de partes de plantas — Allium cepa, Colchicum au-
tumnale (bulbo); ipecacuanha, Paeonia officinalis, Lappa major (raiz); 
Sanguinaria canadensis, Podophyllum peltatum (rizoma); Coffea cruda, 
Nux vomica (sementes); Digitalis purpurea, Tabacum (folhas); Sambu-
cus nigra, Calendula officinalis (flores ou sumidades floridas); Agnus 
castus, Carduus marianus (frutos); Lycopodium clavatum (esporos); 
Berberis vulgaris (casca da raiz); China officinalis (casca do caule); 
Hamamelis virginiana (mistura de cascas do caule e folhas); Crocus 
sativus (estigmas); Thuya occidentalis (ramos); Ruta graveolens (parte 
aérea); Carbo vegetabilis (lenho);
Práticas homeopáticas e florais de uso humano6
 � produtos extrativos ou de transformação — Terebinthina (oleorresina); 
Colchicinum (alcaloide); Opium (látex);
 � produtos patológicos — Ustilago maidis (doença do milho provocada 
por fungo); Secale cornutum (esporão-do-centeio).
O reino mineral é a segunda fonte mais importante na obtenção de me-
dicamentos homeopáticos. Dentre os componentes dessa fonte, encontram-
-se os minerais obtidos em seu estado natural (como Sulfur, Phosphorus e 
Causticum), os produtos obtidos em laboratórios químico-farmacêuticos pela 
extração, purificação e/ou preparação (como Acidum phosphoricum, Kalium 
sulfuricum e Sulfanilamidum) e os produtos preparados a partir das fórmulas 
de Hahnemann (como Calcarea acetica, Hepar sulfur, Causticum e Mercurius 
solubilis) (FONTES et al., 2018).
Alguns medicamentos homeopáticos importantes na prática clínica 
possuem fonte animal, como Sepia officinalis e Calcarea carbonica. Outros 
exemplos também preparados a partir de animais incluem: Apis mellifica 
(abelha europeia), Aranea diadema (aranha-porta-cruz), Cantharis vesicatoria 
(cantárida), carbo animalis (couro de boi carbonizado), Crotalus horridus 
(veneno da cascavel norte-americana), Diphterinum (membrana diftérica), 
Formica rufa (formiga-ruiva), Lachesis muta (veneno da cobra surucucu), 
Psorinum (conteúdo seroso da vesícula escabiótica) e Thyroidinum (glândula 
tireoide) (FONTES et al., 2018).
Quanto aos medicamentos homeopáticos obtidos a partir de fungos, temos 
Agaricus muscarius (agárico-mosqueado), Amanita phalloides (cálice-da-
-morte) e Lycoperdon bovista (bovista). Já dentre os provenientes de bactérias 
e de suas toxinas, temos Colibacillinum (Escherichia coli), Diphterotoxinum 
(toxina diftérica diluída), Streptococcinum (Streptococcus pyogenes) e Tuber-
culinum (tuberculina bruta de Koch) (FONTES et al., 2018).
Veículos e excipientes
Na preparação de medicamentos homeopáticos, são utilizados veículos e 
excipientes, também conhecidos como insumos inertes. Essas substâncias 
são empregadas para realizar diluições e dinamizações, e também para 
extrair os princípios ativos das drogas vegetais para preparação de tinturas 
homeopáticas. A seguir são listados os principais insumos inertes utilizados 
na homeopatia (BERMAR, 2014). 
Práticas homeopáticas e florais de uso humano 7
 � Água: utilizada nas diluições e dinamizações. Deve ser purificada por 
destilação ou sistema de purificação, límpida, isenta de impurezas e 
armazenada diariamente em recipiente de vidro ou PVC.
 � Álcool: utilizado nas diluições e dinamizações. Deve-se usar o álcool 
etílico bidestilado livre de impurezas. 
 � Glicerina: utilizada nas preparações de animais ou de suas partes. Ob-
tida a partir de destilações sucessivas de desdobramentos de ésteres 
glicéricos de ácidos graxos. Deve ser livre de contaminantes como 
acroleína, glicose e cloretos, bem como incolor, clara, na consistência 
de xarope e de sabor doce. 
 � Soluções alcoólicas: misturas de água purificada e álcool, preparadas 
segundo os procedimentos farmacopeicos.
 � Diluições glicerinadas: constituem uma mistura de glicerina com água 
e/ou álcool, preparada segundo os procedimentos farmacopeicos.
 � Lactose: pó branco, cristalino e inodoro. Obtido a partir do leite de 
vaca, deve ser livre de impurezas como amido, sacarose e glicose. 
 � Sacarose: utilizada na preparação de glóbulos, microglóbulos e com-
primidos inertes. É um açúcar purificado obtido da cana-de-açúcar. 
Deve ser cristalino, incolor ou branco, ou um pó branco de sabor doce.
 � Glóbulos inertes: são uma forma farmacêutica homeopáticasólida 
que se apresenta como pequenas esferas constituídas de sacarose 
ou uma mistura sacarose-lactose. Existem três diferentes tamanhos: 
nº 3 (30 mg), nº 5 (50 mg) e nº 7 (70 mg).
 � Microglóbulos inertes: utilizados na escala 50 milesimal, são grãos 
brancos, padronizados em 63 mg/100 microglóbulos.
 � Comprimidos inertes: discos comprimidos constituídos de lactose ou 
de uma mistura lactose-sacarose.
 � Tabletes inertes: discos produzidos por moldagem da lactose em 
tableteiro.
Formas farmacêuticas derivadas
De acordo com Bermar (2014, p. 105), as formas farmacêuticas derivadas 
constituem “[...] as formas de preparação e/ou dispensação dos medicamentos 
homeopáticos pelo processo de dinamização, com decrescente concentração 
da droga por meio de diluições e sucussões ou triturações sucessivas”. Para 
Práticas homeopáticas e florais de uso humano8
preparar essas formas farmacêuticas, pode-se utilizar as escalas decimal, 
centesimal e 50 milesimal, em que a escala é preparada, respectivamente, 
em uma proporção de 1/10, 1/100 e 1/50.000. Tais relações referem-se à pro-
porção entre o insumo ativo e o insumo inerte utilizados na preparação das 
diferentes dinamizações.
Para uma melhor compreensão das diluições realizadas em um processo 
de dinamização, pode-se observar o esquema descrito por Fontes et al. 
(2018, p. 14):
1) Uma parte do insumo ativo + 99 partes do insumo inerte + sucussões = primeira 
dinamização centesimal hahnemanniana (1CH).
2) Uma parte da 1CH + 99 partes do insumo inerte + sucussões = segunda dinami-
zação centesimal hahnemanniana (2CH).
3) Uma parte da 2CH + 99 partes do insumo inerte + sucussões = terceira dinami-
zação centesimal hahnemanniana (3CH).
4) E assim sucessivamente. 
A Figura 1 ilustra esse conceito.
Figura 1. Exemplo de um processo de dinamização.
Fonte: Fontes et al. (2018, p. 14).
Práticas homeopáticas e florais de uso humano 9
Por sua vez, no Quadro 1 é possível ver alguns efeitos de medicamentos 
homeopáticos em diferentes dinamizações. 
Quadro 1. Efeitos de medicamentos homeopáticos dinamizados em estudos 
in vitro
Medicamento 
e diluição Objetivo
Modelo 
experimental Efeitos
Antimonium 
crudum
30CH, 200CH
Mecanismo 
de ação 
anti-inflamatória
Co-cultura de 
macrófagos 
e Leishmania 
amazonensis
Positivo: redução 
seguida de aumento 
do spreading dos 
macrófagos; aumento 
da percentagem 
de internalização 
de parasitas; 
potenciação da 
redução de produção 
de citocinas induzida 
pelo parasita.
Arnica 
montana
30CH
Efeitos sobre 
expressão gênica
Escherichia 
coli submetida 
à radiação 
ultravioleta
Positivo: redução do 
dano do DNA e do 
estresse oxidativo; 
hiperexpressão de 
genes de reparação 
genética.
Arsenicum 
album
6CH, 30CH, 
200CH
Autorrecuperação 
de intoxicação
Linfócitos 
humanos MT4 
intoxicados 
com trióxido de 
arsênico (As2O3)
Positivo: aumento da 
viabilidade celular; 
máximo efeito 
depois de 3 dias de 
tratamento com Ars 
200CH.
Belladonna, 
nosódio
6CH, 30CH
Resistência 
bacteriana
Staphylococcus 
aureus 
resistente 
a meticilina 
(MRSA)
Positivo: inibição 
do crescimento de 
MRSA, com redução 
da produção de 
DNAse; aumento da 
vulnerabilidade à 
oxacilina.
(Continua)
Práticas homeopáticas e florais de uso humano10
Medicamento 
e diluição Objetivo
Modelo 
experimental Efeitos
Lycopodium 
clavatum
5CH, 15CH
Atividade 
anticancerosa
Células de 
câncer cervical 
HeLa e células 
mononucleares 
de sangue 
periférico 
(PBMCs)
Positivo: redução 
da proliferação 
e viabilidade das 
células cancerosas, 
sem citotoxicidade 
sobre PBMCs 
normais; considerável 
apoptose das 
células cancerosas, 
com fragmentação 
do DNA, aumento 
da expressão das 
proteínas caspase 
3 e Bax e redução 
de Bcl2, Apaf e 
da liberação de 
citocromo c. Efeito 
similar a cisplatina na 
sobrevida das células 
cancerosas.
Nux vomica, 
Calendula 
officinalis
10CH, 12CH
Mecanismo de 
ação em gastrite 
e úlcera gástrica
Células de 
carcinoma 
gástrico 
humano KATO-III
Positivo: redução 
da expressão 
genética do fator 
de crescimento 
epidérmico ligado à 
heparina induzida por 
H. pylori.
Psorinum
6DH
Atividade 
anticancerosa
Células de 
adenocarcinoma 
epitelial de 
pulmão humano 
A549
Positivo: inibição da 
proliferação celular; 
interrupção do ciclo 
celular em estágio 
sub-G; produção de 
EROs; despolarização 
da membrana 
mitocondrial; dano 
do DNA; promoção 
de apoptose por 
via mediada por 
mitocôndrias 
dependente da 
caspase.
Fonte: Adaptado de Waisse (2017).
(Continuação)
Práticas homeopáticas e florais de uso humano 11
O medicamento homeopático atua por suas características ener-
géticas, não tendo ação em receptores ou moléculas-alvo. Ainda 
tem-se muito o que investigar sobre os efeitos e mecanismos de ação dos 
medicamentos homeopáticos.
Terapia floral
A terapia floral, ou floralterapia, consiste em um método terapêutico que 
busca auxiliar o reestabelecimento do equilíbrio mental e emocional dos 
pacientes. Nessa terapia, são utilizadas essências florais, elixires de cristais 
e campos ambientais (SÃO PAULO, 2019).
A terapia floral teve origem no começo do século XX na Inglaterra, por 
meio das descobertas de Edward Bach, médico, homeopata e herbalista. O 
Dr. Bach buscava um sistema de cura simples e, para isso, realizou pesquisas 
utilizando desde fármacos convencionais até vacinas, bioterápicos obtidos 
pela homeopatia e, por fim, flores silvestres. Ele também observou que o 
estado mental e emocional dos pacientes determinava sua resposta aos tra-
tamentos. Com isso, seu objetivo terapêutico era devolver a homeostase aos 
pacientes mediante a incorporação das qualidades que esses necessitavam 
nas essências florais (SÃO PAULO, 2019).
O sistema de cura desenvolvido pelo Dr. Bach tem como base a respon-
sabilidade do indivíduo pela própria saúde, baseando-se no conceito de 
“conhece-te e cura-te a ti mesmo”, sendo as essências florais utilizadas 
como substâncias catalisadoras desse processo. Bach buscava encontrar 
um método de tratamento aplicável a todos os tipos de pessoas e que pu-
desse ser utilizado sem conhecimento médico. Suas pesquisas resultaram 
em 38 substâncias florais, conhecidas como florais de Bach (SÃO PAULO, 
2019; BELLO, 2019).
Em meados do século XX, diversos pesquisadores em todo o mundo pas-
saram a usar as técnicas de Edward Bach para desenvolver novos sistemas, 
levando à ampliação do número de essências, bem como de biomas utilizados. 
Outros sistemas florais citados por Bello (2019) incluem: Essências Florais 
da Califórnia (Richard Katz e Patricia Kaminskii), Essências Florais do Bush 
Australiano (Ian White), Essências Florais de Minas (Dr. Breno Marques da 
Silva e Ednamara Batista Vasconcelos e Marques), Essências da Mata Atlântica 
(Sandra Epstein), dentre outros.
Práticas homeopáticas e florais de uso humano12
No Brasil, as essências florais começaram a ser utilizadas na década de 
1980, e na década seguinte deu-se início às primeiras pesquisas nacionais. 
Durante muitos anos, as essências florais não tiveram uma regulamentação 
por parte do governo brasileiro, embora já fosse bastante difundidas. Em 
2009 o termo floralterapia foi citado pela primeira vez em uma resolução e em 
2015 o Conselho Federal de Farmácia normatizou a atuação do farmacêutico 
nessa área. Em 2018, a terapia de florais foi incorporada pelo Ministério da 
Saúde à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (SÃO 
PAULO, 2019).
A apresentação das essências florais é mais comum na forma de gotas, 
que podem ser administradas diretamente na boca a partir de um frasco, ou 
então adicionadas em um copo com água. Aplicações tópicas como sprays 
e cremes também são muito comuns. Embora as essências florais não apre-
sentem contra indicações, elas devem ser preparadas de acordo com as 
características de cada indivíduo (BELLO, 2019).
Edward Bach e Samuel Hahnemann (criador da homeopatia) apresentavam 
propósitos muito semelhantes, pois buscavam na natureza substânciasque 
pudessem curar todas as esferas do paciente (físico, mental e emocional). 
Embora os florais de Bach e a homeopatia tenham semelhanças, há muitas 
diferenças quanto ao modo de preparo, efeitos, etc. O Quadro 2 estabelece 
um comparativo entre essas duas práticas.
Quadro 2. Florais de Bach versus homeopatia
Florais de Bach Homeopatia
Características � Não é uma 
especialidade médica.
 � Quem orienta é o 
terapeuta floral, que 
pode ser médico 
ou qualquer outro 
profissional capacitado.
 � Não é considerado 
medicamento e sim 
remédio floral.
 � É uma especialidade 
médica.
 � A prescrição é 
realizada por médicos, 
médicos veterinários 
ou dentistas 
especializados.
 � Farmacêuticos podem 
prescrever somente 
medicamentos isentos 
de prescrição médica.
 � É considerado 
medicamento 
homeopático. 
(Continua)
Práticas homeopáticas e florais de uso humano 13
Florais de Bach Homeopatia
Campo de ação � Age apenas no campo 
emocional, podendo 
refletir em outros 
corpos ou níveis.
 � Pode agir no campo 
físico, mental e 
emocional.
Origem � Apenas do Reino 
Vegetal, exceto Rock 
Water, que é de origem 
mineral.
 � Nos quatro reinos: 
vegetal, mineral, animal 
e fungi.
Método de 
preparo
 � Extração das vibrações 
e essências da planta 
com água pelo método 
solar ou de fervura. Em 
seguida, ocorrem várias 
diluições em Brand até 
chegar-se ao frasco de 
tratamento. 
 � Diluições em água e/
ou etanol em diversas 
graduações, seguidas 
de trituração ou 
sucussões.
Apresentação � Em gotas, cremes, géis, 
pastilhas, chicletes e 
spray.
 � Em gotas, cremes, 
géis, papéis, tabletes, 
glóbulos, injetáveis.
Reações adversas � Não possui (às vezes 
sintomas suprimidos 
podem vir à tona 
temporariamente). 
 � Poderá haver.
Interações 
medicamentosas
 � Não há. � Poderá haver.
Como atua � A pessoa busca sua 
própria cura com o 
auxílio das vibrações 
sutis que as essências 
florais possuem.
 � Princípio da 
semelhança: 
“semelhante cura 
semelhante”.
Fonte: Adaptado de Ribeiro (2020).
De acordo com Bello (2019, documento on-line), “[...] as essências florais 
são extratos líquidos sutis de natureza vibracional, por incorporarem os 
padrões energéticos de cada flor. Atuam nos vários campos de energia do ser 
humano, influenciando no bem-estar mental, emocional e físico”. Assim, os 
florais não atuam diretamente sobre as funções fisiológicas e a bioquímica 
do organismo, como os fármacos tradicionais. Bello (2019, documento on-line) 
ainda acrescenta que, quando as essências florais são ingeridas:
(Continuação)
Práticas homeopáticas e florais de uso humano14
[...] as energias nelas contidas são potencializadas e assimiladas com o auxílio de 
um extraordinário sistema de energia biocristalina existente no interior do corpo 
físico. Esse sistema cristalino apresenta determinadas propriedades semelhantes 
às do quartzo, as quais tornam possível a transferência ressonante das energias do 
remédio floral para o corpo físico, a fim de que elas possam alcançar os corpos sutis. 
De forma simples, a ressonância ocorre quando um sistema de vibração é estimu-
lado por uma força externa que combine com sua frequência natural de vibração.
Cada um dos remédios descobertos pelo Dr. Bach são utilizados para 
equilibrar uma determinada característica ou estado emocional específico. 
Os florais de Bach e suas aplicações são listados a seguir (BACH CENTRE, 2020):
 � Agrimony — tortura mental detrás de um rosto alegre;
 � Aspen — medo de coisas desconhecidas;
 � Beech — intolerância;
 � Centaury — dificuldade em dizer não;
 � Cerato — falta de confiança nas suas próprias decisões;
 � Cherry Plum — medo de perder o controle;
 � Chestnut Bud — incapacidade de aprender com seus próprios erros;
 � Chicory — egoísmo e possessividade;
 � Clematis — sonhar com o futuro sem trabalhar no presente;
 � Crab Apple — remédio para limpeza e para o sentimento de autorre-
jeição por desagrado;
 � Elm — sensação de sobrecarga por excesso de responsabilidade;
 � Gentian — desânimo depois de uma contrariedade;
 � Gorse — desespero;
 � Heather — excesso de preocupação por si mesmo, personalidade 
egoísta;
 � Holly — ódio, inveja e ciúme;
 � Honeysuckle — viver no passado;
 � Hornbeam — sentimento de cansaço só de pensar em fazer algo;
 � Impatiens — impaciência;
 � Larch — falta de confiança;
 � Mimulus — medo de coisas conhecidas e timidez;
 � Mustard — tristeza profunda e sem motivo aparente;
 � Oak — para a pessoa impassível e persistente que avança e aguenta 
além do limite das suas capacidades;
 � Olive — exaustão após esforço mental ou físico;
 � Pine — culpa;
Práticas homeopáticas e florais de uso humano 15
 � Red Chestnut — excesso de preocupação pelo bem-estar de seus entes 
queridos;
 � Rock Rose — terror e medo paralisante;
 � Rock Water — autonegação e repressão por rigidez;
 � Scleranthus — dificuldade de optar entre várias possibilidades;
 � Star of Bethlehem — choque;
 � Sweet Chestnut — angústia mental extrema, quando todas as hipóteses 
parecem esgotadas e a pessoa não vê luz no fim do túnel;
 � Vervain — excesso de entusiasmo;
 � Vine — excesso de autoridade, despotismo;
 � Walnut — proteção de influências indesejadas e em caso de mudança;
 � Water Violet — para equilibrar personalidades reservadas e distantes;
 � White Chestnut — pensamentos indesejados e incontroláveis, conflitos 
mentais;
 � Wild Oat — dúvidas sobre que direção tomar na vida;
 � Wild Rose — sensação de andar à deriva, apático e resignado;
 � Willow — autocomiseração e ressentimento.
A partir do conteúdo abordado, percebe-se que as aplicações da home-
opatia e das essências florais são práticas complementares em saúde. A 
homeopatia e a terapia floral representam hoje uma alternativa ao uso da 
alopatia em uma população cada vez mais preocupada com saúde e bem-estar, 
e acometida por diversos distúrbios emocionais. A aplicação clínica dessas 
terapias tem sido também incentivada por órgãos federais. É importante 
conhecer, porém, seus conceitos, métodos de preparo e indicações, a fim de 
alcançar o benefício terapêutico proposto por essas terapias. 
Referências
BACH CENTRE. Guia de remédios. [S. l.: s. n.], 2020. Disponível em: https://www.bachcen-
tre.com/pt/os-florais/os-38-remedios/guia-de-remedios/. Acesso em: 25 out. 2020.
BELLO, S. R. Terapia floral. São Paulo: APANAT, 2019. Disponível em: http://apanat.org.
br/terapia-floral/. Acesso em: 25 out. 2020.
BERMAR, K. C. O. Farmacotécnica: técnicas de manipulação de medicamentos. São 
Paulo: Érica, 2014. (Série Eixos).
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia homeopática brasi-
leira. 3. ed. Brasília: ANVISA, 2011. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/
assuntos/farmacopeia/farmacopeia-homeopatica/arquivos/8048json-file-1. Acesso 
em: 25 out. 2020.
FONTES, O. L. et al. Farmácia homeopática: teoria e prática. 5. ed. Barueri, SP: Manole, 
2018.
Práticas homeopáticas e florais de uso humano16
RIBEIRO, J. Diferenças e semelhanças entre homeopatia e florais. [S. l.: s. n.], 2020. 
Disponível em: https://drajulianaribeiro.com.br/ebook. Acesso em: 14 out. 2020.
SÃO PAULO. Conselho Regional de Farmácia. Homeopatia. 3. ed. São Paulo: CRF-SP, 2019. 
Disponível em: http://www.crfsp.org.br/images/cartilhas/homeopatia.pdf. Acesso 
em: 25 out. 2020.
WAISSE, S. Efeito de ultradiluições homeopáticas em modelos in vitro: revisão da 
literatura. Revista de Homeopatia, v. 80, n. 1/2, p. 98–112, 2017. Disponível em: https://
pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/hom-11972. Acesso em: 25 out. 2020.
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Práticas homeopáticas e florais deuso humano 17
Dica do professor
Os bioterápicos são preparações medicamentosas de uso homeopático obtidas a partir de produtos 
biológicos quimicamente indefinidos. Como exemplo desses produtos, podemos citar secreções, 
excreções, tecidos e órgãos, e estes podem ser patológicos ou não. Os bioterápicos também podem 
ser obtidos a partir de produtos de origem microbiana e de alérgenos.
Esses medicamentos podem ser classificados em duas grandes categorias: bioterápicos de estoque 
e isoterápicos. Podem ser utilizados para tratar reações de hipersensibilidade, infecções de etiologia 
conhecida e quadros provocados por um agente tóxico, dentre outros.
Na Dica do Professor, conheça um pouco mais sobre os bioterápicos e suas aplicações clínicas.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
 
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/4b3e43901a3964c10121a62289e5bd75
Exercícios
1) A homeopatia foi inserida no Sistema Único de Saúde (SUS) como prática integrativa e 
complementar, por meio da Portaria no 971/2006.
A respeito da prática da homeopatia, leia as assertivas abaixo e assinale V para a(s) 
verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s):
( ) A homeopatia baseia-se no princípio da similitude, segundo o qual busca-se tratar o 
paciente a partir de sintomas semelhantes aos que ele está sentindo.
( ) A prática da medicina homeopática ainda não é reconhecida como especialidade médica, 
embora seja uma atividade realizada frequentemente por médicos.
( ) A prática da homeopatia é recomendada em todos os níveis de atenção, que incluem os 
atendimentos de atenção básica e as estratégias de saúde da família.
( ) O farmacêutico pode realizar a prescrição de medicamentos dinamizados, desde que a 
dispensação não exija prescrição médica.
Assinale a alternativa que contém a sequência correta:
A) V, F, V, V.
B) F, V, V, V.
C) V, F, F, V.
D) F, V, V, F.
E) V, V, V, F.
A homeopatia é baseada no princípio vitalista e foi desenvolvida por Samuel Hahnemann no 
século XVIII. Essa prática é utilizada no tratamento de diferentes patologias clínicas, desde 
doenças respiratórias e alérgicas até transtornos psicossomáticos.
Analise os seguintes conceitos importantes na homeopatia e relacione a primeira e a 
segunda colunas de forma a estabelecer a relação correta entre elas.
I) Diluição.
II) Insumo inerte.
2) 
III) Dinamização.
IV) Potência.
( ) É a redução da concentração do insumo ativo (por exemplo, fármaco ou tintura-mãe) pela 
adição de excipientes.
( ) É o processo de diluições seguidas de sucussões sucessivas do insumo ativo em 
excipientes adequados.
( ) É a substância utilizada como veículo ou excipiente na preparação dos medicamentos 
homeopáticos.
( ) É a quantidade em números de dinamizações que um medicamento homeopático recebeu.
A) I, II, IV, III.
B) I, II, III, IV.
C) IV, III, II, I.
D) II, III, I, IV.
E) I, III, II, IV.
3) Leia o trecho a seguir, sobre um processo utilizado na preparação de medicamentos 
homeopáticos:
A ______________ é o processo manual que consiste em agitar, de forma vigorosa e ritmada e 
contra um anteparo semirrígido, o frasco do insumo ativo previamente diluído em insumo 
inerte adequado. Esse processo também pode ser realizado de forma automatizada, desde 
que seja validado e simule adequadamente o processo manual.
Assinale a alternativa que apresenta corretamente o método descrito:
A) diluição.
B) sucussão.
C) trituração.
D) infusão.
E) maceração.
4) Os medicamentos homeopáticos são oriundos dos reinos vegetal, mineral, animal e Fungi. 
Estão disponíveis comercialmente em diferentes apresentações, como tabletes, glóbulos, 
líquidos e pós.
Pode-se afirmar que é um medicamento homeopático obtido a partir do reino vegetal:
A) Digitalis Purpurea.
B) Acidum Phosphoricum.
C) Apis Mellifica.
D) Agaricus Muscarius.
E) Mercurius Solubilis.
5) A terapia floral é um método terapêutico que foi incorporado na Política Nacional de 
Práticas Integrativas e Complementares em 2018. Essa terapia teve origem na Inglaterra, no 
século XX, a partir dos estudos do médico Edward Bach, expandindo-se para todo o mundo 
a partir da década de 1970.
Sobre a terapia floral, é CORRETO afirmar:
A) É uma especialidade médica que busca restabelecer o equilíbrio mental e emocional dos 
indivíduos.
B) As essências florais exercem sua atividade por meio da atuação em receptores e/ou 
moléculas-alvo no organismo.
C) Os florais de Bach são medicamentos homeopáticos comercializados principalmente na forma 
de gotas, cremes e géis.
D) Tem como base a responsabilidade do indivíduo pela própria saúde, podendo ser utilizada por 
pessoas de todas as idades.
E) Os florais de Bach são obtidos por meio da extração das vibrações de matérias-primas 
oriundas dos reinos vegetal, mineral e animal.
Na prática
As pesquisas do dr. Edward Bach, no início do século XX, resultaram em 38 substâncias florais, 
conhecidas como “florais de Bach”. O sistema floral concebido pelo Dr. Bach tem como objetivo ser 
simples e aplicável a qualquer pessoa, inclusive a bebês e crianças. Cada um dos florais de Bach 
está associado a uma emoção humana básica e busca restabelecer o equilíbrio mental e emocional 
dos pacientes.
Neste Na Prática, conheça um estudo de caso em que a mãe procura um terapeuta floral em busca 
de um tratamento para as dores de estômago da sua filha de 10 anos.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja, a seguir, as sugestões do 
professor:
Evidências científicas em homeopatia
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Homeopatia no tratamento da asma brônquica
No trabalho a seguir, veja o relato de um caso em que foi utilizada uma associação do medicamento 
homeopático Silicea ao tratamento convencional da asma brônquica, resultando em melhora do 
quadro clínico do paciente.
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Terapia floral como prática integrativa e complementar do SUS
No vídeo a seguir, assista a uma palestra da terapeuta floral Lizete de Paula, presidente honorária 
do Conselho Nacional de Autorregulamentação da Terapia Floral (Conaflor) e da Associação dos 
Terapeutas de Essências Florais (Rioflor), sobre a terapia floral, que tem o objetivo de contribuir 
para o equilíbrio emocional do paciente.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://www.bvshomeopatia.org.br/revista/DossieEvidenciasCientificasHomeopatiaRevistaAPHBrasilCompleta.pdf
http://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/08/1009519/tcc-homeopatia-solange-turma-2017.pdf
https://www.canalsaude.fiocruz.br/canal/videoAberto/pics-florais-les-1947
Ayurveda
Apresentação
O Ayurveda é reconhecido como um dos sistemas holísticos de cura mais antigos da humanidade, 
sendo praticado na Índia por mais de 5 mil anos. Ayurveda é uma combinação de duas palavras 
sânscritas, significando ciência (veda) da vida (ayur).
A medicina ayurvédica apresenta vários recursos para que o indivíduo possa alcançar a saúde ideal, 
mas também reforça que, para essa totalidade ser atingida, deve-se viver em completa harmonia 
com o meio ambiente. Para atingir esse estado de equilíbrio, é necessário que o indivíduo 
compreenda, primeiro, sua própria natureza. Só assim ele pode fazer escolhas inteligentes, que 
o sustentem nessa jornada.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender como o Ayurveda surgiu e conseguiu se 
manter até os dias atuais, quais são os métodos e as abordagens práticas ayurvédicas, o que 
preconiza os principais tratados médicos dessa ciência e como ela pode ser aplicada partindo de 
características próprias do indivíduo.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a história e a utilização do Ayurveda.•Relacionar Charaka Samhita, Sushruta Samhita e Ashtanga Hridaya à prática ayurvédica.•
Aplicar o conhecimento dos doshas na compreensão do indivíduo.•
Infográfico
Diversas culturas têm diferentes tipos de medicina para curar ou tratar doenças. A medicina 
ocidental baseia-se em tratamentos alopáticos por meio de medicamentos prescritos. As empresas 
farmacêuticas controlam o Ocidente devido à forte dependência de médicos e pacientes a esses 
medicamentos. Na contramão desse cenário, as medicinas orientais (dentre elas, a ayurvédica) 
fazem uso de tratamentos medicinais à base de ervas, cuidando de aspectos físicos e mentais do 
indivíduo. Essa abordagem holística é muito mais efetiva em relação à terapêutica praticada pela 
medicina ocidental.
No Infográfico a seguir, observe várias utilizações do Ayurveda e relacione as principais diferenças 
entre a medicina ocidental e a medicina ayurvédica.
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Conteúdo do livro
As práticas integrativas e complementares em saúde estão conquistando cada vez mais espaço na 
cultura ocidental. Tal fato se deve a sua abordagem diferenciada, que apresenta um olhar atento 
para o indivíduo de uma maneira holística, visando à garantia de uma melhora da saúde física, 
mental e espiritual. Porém, pesquisas recentes envolvendo essas práticas apresentam limitações 
quanto ao rigor ou credibilidade científica de seus estudos, principalmente quando comparadas às 
pesquisas da medicina convencional. Acredita-se que, quanto mais profissionais de saúde 
capacitados abordarem esses tipos de práticas complementares no cuidado da saúde, maior será a 
credibilidade e a repercussão dessa medicina alternativa na sociedade, promovendo benefícios, 
como, por exemplo, a diminuição de doenças crônicas.
No capítulo Ayurveda, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai ver como essa 
prática milenar pode atuar no indivíduo como um todo, considerando o sujeito como o foco 
principal do tratamento, e não a doença.
Boa leitura.
PRÁTICAS 
INTEGRATIVAS E 
COMPLEMENTARES 
EM SAÚDE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Reconhecer a história e a utilização da ayurveda.
 > Relacionar Charaka Samhita, Susruta Samhita e Ashtanga Hridaya à prática 
ayurveda.
 > Aplicar o conhecimento dos doshas na compreensão do indivíduo.
Introdução
A última década testemunhou muitos fatos marcantes que aumentaram a credi-
bilidade do antigo sistema védico de medicina conhecido como ayurveda. Esse 
sistema indiano apresentou um aumento expressivo em popularidade no Ocidente, 
com muitos profissionais de saúde da medicina tradicional colocando em prática 
seu simples e profundo sistema de compreensão de saúde/doença baseado 
principalmente na função integrada dos três doshas (tridosha).
Segundo a medicina ayurvédica, os doshas constituem sistemas de função 
regulatória, cada qual com sua particularidade. Portanto, trata-se de uma ciência 
que aborda o conhecimento da saúde e a predisposição à doença com base na 
compreensão do próprio indivíduo, inserido em um ambiente que muitas vezes 
prejudica seu estado inicial de equilíbrio.
Neste capítulo, você verá como se deu o surgimento e a consolidação dessa 
ciência milenar e conhecerá os principais tratados médicos que a fundamentam 
e lhe conferem credibilidade. Por fim, estudará sua forma peculiar de atuação na 
manutenção e reconstrução do equilíbrio do indivíduo baseado principalmente 
na teoria dos tridoshas.
Ayurveda
Ana Paula Vieira Marciano
Origem e aplicação da ayurveda
Há alguma controvérsia sobre exatamente quando se deu início da prática 
da ayurveda, mas acredita-se que inicialmente seus ensinamentos foram 
transmitidos por tradição oral, e não por meio de textos (JAISWAL; WILLIAMS, 
2016). Muitos creem que suas origens datam de mais de 5000 anos atrás. 
A civilização védica no sudeste da Ásia migrou para o sul para criar a ayurveda, 
enquanto a civilização austral criou a medicina tradicional chinesa.
Antigos sábios passaram incontáveis horas meditando juntos, e os con-
ceitos da ayurveda tornaram-se conhecido por eles. Acredita-se que a esses 
sábios eram dadas informações diretamente de Deus. Eram estudiosos da 
natureza e sentiam que compreendiam a lei natural do universo, incluindo o 
ritmo humano natural (ciclo circadiano) e a conexão com o mundo. A trans-
missão dos conhecimentos da medicina ayurvédica de uma geração para 
a outra iniciou-se na forma oral. Durante esse tempo, os indivíduos eram 
analisados como seres únicos que entravam em desequilíbrio quando seus 
sistemas tornavam-se desconectados da natureza. Manifestações de enfer-
midades ocorriam quando a cura natural do corpo era prejudicada. Com o 
passar do tempo, esse conhecimento foi registrado na forma de texto, tendo 
como tratado médico principal o Charaka Samhita (MUKHERJEE; VENKATESH; 
PONNUSANKAR, 2010).
Segundo Payyappallimana e Venkatasubramanian (2016), vaidyas (médicos 
ayurvédicos) carregaram esse conhecimento consigo e trataram milhares de 
pacientes segundo esse modelo. As abordagens de tratamento envolviam 
mudanças na dieta, utilização de ervas, uso de massagens e práticas de pu-
rificação. Todas essas formas de tratamento tinham como objetivo equilibrar 
a fisiologia do indivíduo.
Eventualmente, esse conhecimento ayurvédico se espalhou para outras 
partes do mundo. Em 1835, os britânicos proibiram a ayurveda, promovendo em 
vez disso o crescimento da medicina ocidental. A ayurveda ainda era praticada 
silenciosamente e continuou a sobreviver durante esse tempo. Centros ayur-
védicos não eram tolerados, e foram, de fato, impedidos de disseminar essa 
sabedoria antiga. Após a independência da Índia, em 1947, a ayurveda pode 
lentamente ser praticada novamente e em números crescentes. Finalmente, 
em 1971, a medicina ayurvédica foi autorizada a fazer parte do sistema de 
saúde oficial da Índia. A partir dessa época, a ayurveda disseminou-se por 
diversas regiões, como Europa, Japão, Austrália e Rússia, além da América do 
Norte e do Sul (MUKHERJEE; VENKATESH; PONNUSANKAR, 2010). 
Ayurveda2
Nos dias atuais, a visão da medicina ocidental ainda está fundamentada 
basicamente no tratamento dos sintomas diagnosticados, mesmo com ações 
incipientes na prevenção. Ações medicamentosas e procedimentos invasivos 
são os recursos mais frequentemente utilizados, o que proporciona um alívio 
quase imediato dos sintomas no indivíduo. Além disso, outras formas como 
a utilização de medicamentos preventivos atuam no intuito de diminuir a 
gravidade da doença, bem como aliviar uma sintomatologia aguda.
Na contramão da medicina moderna, a abordagem ayurvédica oferece 
um fundamento mais holístico em detrimento ao modelo clássico. 
Para a medicina ayurvédica, curar a mente e o corpo requer um protagonismo 
do indivíduo, para que ele possa atingir seu estado de equilíbrio. Tal feito pode 
ser alcançado transformando seu estilo de vida e seus hábitos alimentares com 
o auxílio de ervas. Essa sabedoria milenar oferece uma gama de etapas com 
o intuito de gerar uma fisiologia mais equilibrada, garantindo a resolução das 
diversas enfermidades (SEN; CHAKRABORTY, 2015).
A ayurveda emprega a crença de que, para prevenir um sofrimento desne-
cessário e retardar o processo degenerativo, é necessária uma intervenção por 
meio de uma orientação nutricional, medicamentos fitoterápicos, terapia de 
exercícios, meditação transcendental, rejuvenescimento especial e terapias 
de purificação. Portanto, a ayurveda se concentra no tipo de pessoa e não 
no tipo de doença, o que faz com que o método seja centrado no paciente 
(RAO, 2015).
Nesse âmbito, o diagnóstico envolve a observação, toque e anamnese do 
paciente. O exame clínico inclui diagnóstico de pulso, exame de urina, exame 
de fezes, exame de língua, exame de corpo, sons, exame ocular,exame de 
pele e avaliação da aparência corporal total. Cabe salientar a importância, no 
exame clínico, da avaliação da língua, considerada na ayurveda como o espelho 
das vísceras. A descoloração e/ou sensibilidade de uma área específica da 
língua indica um distúrbio no órgão correspondente a essa área. Uma língua 
esbranquiçada indica um distúrbio do dosha kapha e acúmulo de muco; um a 
língua vermelha ou verde-amarelada indica um distúrbio do dosha pitta; e uma 
coloração preta a marrom indica um distúrbio do dosha vata (a análise dos 
doshas será apresentada mais adiante). Recomenda-se raspar a língua todos 
os dias (SEN; CHAKRABORTY, 2017). O respador de língua e outros utensílios 
aplicados na medicina ayurvédica são mostrados na Figura 1.
Ayurveda 3
Figura 1. Utensílios empregados em procedimentos de limpeza ayurveda: limpador de língua, 
pílulas fitoterápicas e irrigador nasal.
Fonte: Koldunov/Shutterstock.com.
O tratamento na medicina ayurvédica aborda quatro etapas principais. 
A primeira é o shodan, que indica limpeza/depuração do corpo. A segunda é 
o xamã, que aborda um método paliativo de tratamento, em que podemos 
incluir a ioga. Como terceira forma, o rasayan está envolvido com os proces-
sos de rejuvenescimento do corpo. Por fim, o satwajaya aborda aspectos da 
nutrição mental e cura espiritual.
Um tratamento de limpeza comum utilizado na terapia ayurveda é o método 
panchakarma. A terapia panchakarma aplica vários processos para o rejuve-
nescimento do corpo, depurando-o e, assim, aumentando sua longevidade. 
O panchakarma é composto de cinco karmas (ações), que são usadas para 
remoção de toxinas dos tecidos do corpo: o virechan (purgação pelo uso de 
pós, pastas ou de cocção com ervas); a ação conhecida como vaman (vômito 
terapêutico induzido pelo uso de alguns medicamentos); o basti, que trata-se 
de lavagens intestinais (enemas) preparados a partir de óleos medicamento-
sos; o rakta moksha (desintoxicação do sangue); e nasya (administração de 
medicamentos fitoterápicos para decocções, óleos e vapores por via nasal) 
(SEN; CHAKRABORTY, 2017). Primeiramente, o panchakarma consiste em três 
etapas: poorvakarma (processo preparatório do corpo para a terapia); pra-
dhankarma (processo principal da terapia); e karma paschat (que consiste 
em etapas a serem seguidas visando restaurar o sistema digestório e outras 
Ayurveda4
formas de procedimentos de absorção do corpo, na tentativa de retornar 
para o seu estado normal).
Podemos citar vários produtos bastante utilizados na ayurveda que 
auxiliam nas suas diversas técnicas. A manteiga clarificada (ghee) e óleos 
medicinais são muito usados no processo de oleação. Há também a sudorese 
provocada pela exposição ao vapor, em determinadas áreas do corpo, bom 
como o vômito induzido, ou vamana, ocasionado pela administração de de-
cocção de alcaçuz e mel em uma preparação de coalhada e arroz. Acredita-se 
que essas substâncias são responsáveis pelo aumento do efeito de vômito. 
Por sua vez, a virechana, ou terapia laxativa, é realizada pela administração 
de ervas e líquidos como sene, leite de vaca, semente de psyllium e óleo 
de rícino. Os enemas utilizados no panchakarma podem ser preparados a 
partir de óleos medicinais ou de cocção de ervas como gergelim ou anis (SEN; 
CHAKRABORTY, 2015). 
Na prática, a ayurveda aborda oito disciplinas denominadas ashtanga 
ayurveda: 
 � kayachikitsa — tratamento envolvendo a medicina clínica;
 � bhootavidya — tratamento de distúrbios psicológicos;
 � kaumar bhritya — tratamento pediátrico;
 � rasayana — estudo da geriatria;
 � vajikarana — tratamento através de afrodisíacos e eugênicos;
 � shalya — tratamento cirúrgico;
 � shalakya — tratamento otorrinolaringológico e oftalmológico;
 � agada tantra — tratamento toxicológico.
A medicina moderna avançou muito com práticas abrangentes de pre-
venção, como as grandes campanhas de vacinação, mas essa medicina ainda 
possui uma abordagem dual (tratamento/prevenção) predominantemente 
ofensiva para a saúde. Nos últimos 50 anos, observa-se um aumento na 
incidência e gravidade de doenças crônicas, afetando negativamente a saúde 
da população. Segundo Jaiswal e Williams (2016) a deterioração progressiva 
na saúde, de uma maneira geral, gera grandes impactos tanto na economia 
quanto na degradação ambiental do planeta. Assim, a melhoria em nossa 
saúde seria crucial para a melhoria da saúde do planeta. Diante desse cenário, 
apresentaremos alguns métodos utilizados pela ayurveda que contribuem 
para uma melhor prevenção de doenças e manutenção da saúde.
A conexão das faculdades sensoriais (visão, audição, olfato, paladar e tato) 
e da psique, trabalhando o corpo e a mente, é alcançada pela meditação, 
Ayurveda 5
pranayama (técnica de respiração) e exercícios de ioga. Estudos demonstram 
benefícios da meditação na saúde, devido à redução da atividade do sistema 
nervoso simpático e aumento da atividade do sistema nervoso parassimpá-
tico. Além disso, a prática de pranayama contribui para o fortalecimento do 
sistema imunológico, pois aumenta a capacidade vital dos pulmões, reduz 
o colesterol e a pressão arterial, diminui a frequência cardíaca e regula as 
funções das glândulas adrenais (JAISWAL; WILLIAMS, 2016).
Outro método refere-se ao equilíbrio dos três doshas para uma boa saúde. 
Os doshas são princípios reguladores fisiológicos fundamentais do corpo, 
a serem descritos em detalhes posteriormente no capítulo. O equilíbrio do 
corpo é alcançado pela purificação diária e sazonal do excesso de dosha.
Outra contribuição para manutenção da saúde refere-se ao equilíbrio de 
agni (responsável pela digestão, metabolismo e transformação). Os estados 
patológicos estão relacionados a uma diminuição de agni (mandagni). Este é 
estimulado por uma alimentação orientada, recomendando-se comer alimen-
tos quentes, leves e frescos, e somente quando há fome. Podemos estimular 
o agni com ervas, como o gengibre. Na ayurveda uma boa nutrição abrange 
sabor, qualidade da alimentação, horários corretos do dia, estação do ano 
e estado da fisiologia corporal (JAISWAL; WILLIAMS, 2016). Por fim, deve-se 
garantir que os resíduos da digestão e do metabolismo, em vários níveis, 
sejam bem excretados. Evacue e limpe as cavidades do corpo regularmente.
Em conjunto, todos esses métodos ajudam a estabelecer um estado de 
equilíbrio corporal. Assim, meditação, pranayama e ioga ajudam a equilibrar 
os doshas, enquanto o agni e a excreção de produtos residuais levam ao 
alcance de uma saúde perfeita.
Tratados médicos que consolidaram 
a prática ayurvédica
A ayurveda tem suas bases estabelecidas por antigas escolas que ensinavam 
a filosofia hindu, denominadas vaisheshika, e pela escola de lógica conhecida 
como como nyaya. 
A escola vaisheshika pregou sobre inferências e percepções que devem ser 
obtidas sobre as condições patológicas de um paciente com indicação para 
tratamento. Por sua vez, a escola nyaya propagou seus ensinamentos com 
base em que se deve ter um amplo conhecimento da condição do paciente e 
da sua doença antes do tratamento. A escola vaisheshika classifica os atribu-
Ayurveda6
tos de qualquer objeto em seis tipos: substância, particularidade, atividade, 
generalidade, hereditariedade e qualidade (JAISWAL; WILLIAMS, 2016).
Mais tarde, as escolas vaisheshika e nyaya se fundiram, o que permitiu 
valorizar e disseminar o conhecimento sobre a ayurveda. Mesmo antes dessas 
escolas serem estabelecidas, a origem da ayurveda era considerada divina. 
Acreditava-se que o criador do universo transmitira esse conhecimento ho-
lístico de cura para os sábios visando o bem-estar da humanidade (JAISWAL; 
WILLIAMS, 2016).
Esse conhecimento milenar foi passado dos sábios para os discípulos e 
depois para o indivíduo comum por meio de várias escrituras e histórias. 
As informações sobre as propriedades curativas das ervas foram compostas 
na forma de poemas, chamados shlokas, usados por sábios para descrever 
o uso de plantas medicinais. Acredita-seque o sistema hindu de cura foi 
baseado em quatro distintas codificações de conhecimento (Vedas): Yajur 
Veda, Rig Veda, Sam Veda e Atharva Veda. O Rig Veda é o mais conhecido 
de todos os quatro conhecimentos e descreve 67 plantas e 1.028 shlokas. 
O Atharva Veda e o Yajur Veda descrevem, respectivamente, 293 e 81 plantas 
medicinais úteis (MUKHERJEE; VENKATESH; PONNUSANKAR, 2010). 
De acordo com os tratados médicos, foi apenas durante o período pós-
-védico (800 a.C. a 1000 d.C.) que a antiga medicina indiana começou a se 
desenvolver e a assumir a forma como é conhecida atualmente. Uma interes-
sante história ilustra o encanto e a dificuldade em obter informações precisas 
sobre esses conhecimentos vedas, assim como em decifrar fatos da prática 
ayurvédica. Relata-se que durante uma conferência de antigos rishis (viden-
tes), foi determinado que alguém deveria obter conhecimentos médicos para 
curar os muitos males que assolavam a humanidade. Esse conhecimento foi 
transmitido pelo criador divino Brahma para Daksha, depois para os gêmeos 
Ashwini e, finalmente, para Indra, Senhor dos Céus. Bharadwaja se ofereceu 
em missão de trazer as informações necessárias de Indra. Assim, teria sido 
Agnivesha (cerca de 800 a.C.), um estudante do mestre Purnavasu Atreya, 
o autor do primeiro tratado ayurvédico indiano (MUKHERJEE; VENKATESH; 
PONNUSANKAR, 2010).
Portanto, as escrituras Rig Veda e Atharva Veda são atribuídas a Purnavasu 
Atreya, sendo que esse conhecimento foi editado por Charaka e alguns outros 
estudiosos. Atualmente esse texto é dividido nos tomos Charaka Samhita, 
que descreve todos os aspectos da medicina ayurvédica, e Sushruta Samhita, 
que descreve os aspectos relacionados à ciência antiga da cirurgia. Essas 
duas lendárias compilações ainda são utilizadas por praticantes da medicina 
tradicional (MUKHERJEE; VENKATESH; PONNUSANKAR, 2010).
Ayurveda 7
Para nos aprofundarmos nos textos de Charaka Samhita, é preciso discorrer 
sobre o médico Charaka. Há uma discordância considerável sobre o período 
durante o qual Charaka viveu, com estudiosos citando de 500 a.C. a 200 d.C. 
Também pouco se sabe sobre sua biografia. Sugere-se que o nome Charaka 
foi adotado como uma denominação genérica para médicos errantes. Charaka 
foi importante por reescrever e editar o texto de Agnivesha, enquanto o pró-
prio texto de Charaka foi mais tarde revisado por Dridhbala. Portanto, este 
tornou-se o tratado médico atualmente disponível como Charaka Samhita. 
A obra compreende 120 capítulos e é dividida em oito seções. Traduções do 
texto original em sânscrito para o inglês contemplam mais de mil páginas. 
O material aborda anatomia, fisiologia, diagnóstico e tratamento (MUKHERJEE; 
VENKATESH; PONNUSANKAR, 2010).
No seu tratado, Charaka enfatizou uma abordagem racional da etiologia 
e do tratamento das doenças e se fundamentou fortemente no exame físico 
e na observação direta. Ele acreditava que o sucesso nessa área exigia um 
trabalho em equipe, enfatizando que a habilidade do médico precisava ser 
complementada por cuidados de enfermagem adequados, intervenções 
dietéticas e terapêuticas e participação ativa do paciente (RAO, 2015).
Charaka introduziu o conceito de digestão, imunidade, metabolismo e 
características herdadas. Além disso, atribuiu um papel central ao coração 
e ensinou que o corpo continha 360 ossos (incluindo os dentes). Ele foi muito 
aceito por propor uma ideia revolucionária: que a prevenção era tão ou mais 
importante que o tratamento. Além disso, ele acreditava que o tratamento 
deveria ser personalizado para cada paciente, visto que as condições em que 
a doença se manifestava variam entre um paciente e outro. O tratado Charaka 
Samhita foi um marco importante no avanço da medicina indiana antiga, 
quebrando a crença de que a doença era causada por forças sobrenaturais, 
exigindo tratamento por meio de orações e rituais. Em vez disso, Charaka 
acreditava que a doença era causada por fenômenos naturais, não espirituais, 
e, portanto, eram necessários meios para possibilitar a cura (MUKHERJEE; 
VENKATESH; PONNUSANKAR, 2010).
Outro tratado médico de suma importância na ayurveda intitula-se 
Sushruta Samhita, atribuído ao médico indiano Sushruta, considerado o pai 
da cirurgia indiana, bem como o primeiro cirurgião plástico do mundo. Talvez 
seja considerado o mais relevante de todos os antigos médicos indianos. 
Estudou medicina e cirurgia com Divodasa Dhanvantari, rei de Kashi (Vara-
nasi), e fundador da ayurveda. Princípios éticos introduzidos no Ocidente por 
Hipócrates, (médico grego, pai da medicina ocidental) têm grande semelhança 
com os princípios promulgados inicialmente por Sushruta e, posteriormente, 
Ayurveda8
por Charaka. Sushruta enfatizou a importância do equilíbrio entre o conhe-
cimento teórico e a experiência prática para obtenção de bons resultados 
(MUKHERJEE; VENKATESH; PONNUSANKAR, 2010).
O texto atribuído a Sushruta denomina-se Sushruta Tantra, embora não 
disponível em sua forma original. Posteriormente, foi revisado e expandido 
por Nagarjuna, no tratado médico que agora conhecemos como Sushruta 
Samhita. Ele contém capítulos sobre reconhecimento e tratamento de doenças, 
instrumentos cirúrgicos, procedimentos cirúrgicos e gestão de intoxicações. 
Tópicos de interesse específico incluem hemorroidas, obstrução intestinal, 
cuidado de feridas, aplicação de curativos, perfuração do lóbulo da orelha, 
cirurgia de catarata, cateterismo vesical, uso de sanguessugas, bem como 
tratamento de mulheres e crianças (SEN; CHAKRABORTY, 2017). 
Álcool e outros sedativos à base de plantas foram mencionados no 
texto, cujas utilizações propiciavam o domínio da dor, efeitos de am-
nésia e controle do movimento do paciente. Sushruta foi o primeiro médico a 
defender a fisioterapia para pacientes em recuperação de uma cirurgia. As técnicas 
descritas por ele foram usadas por cirurgiões britânicos na Índia no século XVIII 
e por cirurgiões italianos dois séculos antes (SEN; CHAKRABORTY, 2017). 
Detalhes vitais dos tratados de Charaka Samhita e Susruta Samhita foram 
compilados e atualizados inicialmente nos textos Astanga Sangraha e poste-
riormente no tratado Astanga Hridaya. Este refere-se a outro tratado médico 
ayurvédico com grande impacto, ao relacionar a interferência ambiental na 
saúde humana. Postulado pelo médico indiano chamado Vagbhata, autor 
dos textos médicos Ashtanga Hridaya e Ashtanga Sangraha (MUKHERJEE; 
VENKATESH; PONNUSANKAR, 2010).
Seguidor da escola Charaka, sua obra, junto com as obras de Charaka e 
Sushruta, são citadas como Brhat Trayi (uma tríade de grandes composições). 
A composição do Ashtanga Hridaya é condensada e mais focada, sendo os 
textos mais uma compilação do existente conhecimento da época. Vagbhata 
rompeu com a tradição da época, questionando os conceitos e ideias por trás 
dos doshas kapha, pitta e vata. Sua obra enfatizava a importância da higiene 
pessoal para a boa saúde, e introduziu a importância do combate à poluição, 
discorrendo sobre o papel dos contaminantes na água dos rios e seus efeitos 
negativos na saúde. A obra também aborda o preparo de vários antídotos 
e a elaboração de suas fórmulas, algumas das quais estão em uso até hoje 
(como a tintura asafetida churna, utilizada contra problemas estomacais) (SEN; 
CHAKRABORTY, 2017). Particularidades do indivíduo pela óptica ayurvédica
Ayurveda 9
A ayurveda acredita que todo o universo é composto por cinco elementos: vayu 
(ar), jala (água), aakash (espaço ou éter), prithvi (terra) e teja (fogo), referidos 
em geral como pancha mahabhoota. Pela combinação deles de maneiras 
variadas formam-se três humores (energias) básicos do corpo humano, vata 
dosha, pitta dosha e kapha dosha, chamados coletivamente de tridoshas 
(ROTTI; RAVAL; ANCHAN, 2014). 
A teoria tridosha define as três energias ou princípios fundamentais que 
governam as funções básicas de nossos corpos nos níveis físico e emocional. 
Cada indivíduo tem um equilíbrio único dessas três energias.Algumas pessoas 
serão predominantes em um dosha, enquanto outras são uma mistura de dois 
ou mais doshas. Vamos examinar cada um deles a seguir.
Os indivíduos do tipo vata dosha são compostos dos elementos ar e éter. 
Isso significa que possuem qualidades semelhantes a esses elementos. 
O indivíduo predominantemente vata é muito parecido com o vento — é leve, 
frio, seco e móvel. No corpo, as pessoas com natureza vata experimentam 
mais dessas qualidades. Seus corpos tendem a ser leves, seus ossos finos e 
sua pele e cabelos secos. Eles geralmente se movem e falam rapidamente. 
Quando desequilibrados, podem perder peso, ter constipação e apresentam 
fraqueza nos sistemas imunológico e nervoso (ROTTI; RAVAL; ANCHAN, 2014). 
Essas qualidades também se refletem em sua personalidade. Aqueles 
com uma natureza vata tendem a ser falantes, entusiasmados, criativos, 
flexíveis e enérgicos. No entanto, quando desequilibrados, também podem 
ficar facilmente confusos e oprimidos, ter dificuldade em se concentrar e 
tomar decisões e ter problemas para dormir. Isso fica mais evidente quando 
eles estão sob estresse. Emocionalmente, são desafiados por emoções frias 
como preocupação, medo e ansiedade (ROTTI; RAVAL; ANCHAN, 2014). 
Para trazer equilíbrio ao vata, são elaborados programas que enfatizam 
as qualidades opostas de calor, peso (nutrição), umidade e estabilidade. 
Na alimentação, isso se reflete no consumo de grãos e vegetais cozidos, bem 
como na ingestão de leite morno com temperos. Ervas picantes como o gen-
gibre, que aumentam o calor interno, e ervas nutritivas como ashwagandha 
trazem equilíbrio a vata. Os programas ayurvédicos incluem não apenas 
ervas e dieta, mas também terapias com cores e aroma, desintoxicação, ioga 
e meditação (ROTTI; RAVAL; ANCHAN, 2014). 
Já as pessoas do tipo pitta dosha são compostas dos elementos fogo e 
água. Pitta tende a ser quente, afiado e penetrante. Também é um pouco volátil 
e oleoso. A natureza oleosa de pitta está relacionada ao componente secun-
dário da água. Pessoas com uma natureza pitta refletem essas qualidades. 
Eles tendem a ser quentes e ter pele um tanto oleosa, olhos penetrantes e 
Ayurveda10
feições marcantes. Também tendem a ter pesos moderados e boa musculatura. 
Quando desequilibrados, tendem a apresentar diarreia, infecções, erupções 
cutâneas e fraqueza no fígado, baço e sangue (ROTTI; RAVAL; ANCHAN, 2014). 
Essas qualidades também se refletem em suas personalidades. Pessoas 
pitta tendem a ser comunicadores altamente focados, competitivos, capazes, 
corajosos, enérgicos e muito objetivos. Emocionalmente, são desafiados pelas 
emoções acaloradas de raiva, ressentimento e ciúme.
Para trazer equilíbrio ao pitta, os programas são elaborados para enfatizar 
as qualidades opostas de frescor, peso (nutritivo) e secura. Especiarias fres-
cas como erva-doce são recomendadas na dieta, junto com alimentos como 
vegetais crus, arroz cozido e trigo, assim como a maioria dos feijões. Ervas 
doces como shatavari são usadas para nutrir o corpo, enquanto os amargos, 
como a raiz do dente-de-leão, temperam o fogo (ROTTI; RAVAL; ANCHAN, 2014). 
Dentro do kapha dosha, há uma predominância dos elementos água e terra. 
Como esses elementos, kapha tende a ser frio, úmido, estável e pesado. No 
corpo, essas qualidades se manifestam como ossos densos e pesados, pele 
lustrosa e flexível, baixo metabolismo e estruturas grandes e atarracadas. 
Além disso, aqueles com natureza kapha tendem a se sentir relaxados. Quando 
desequilibrados, os indivíduos kapha tendem a ganhar peso e a apresentar 
fraquezas nos pulmões e nos seios da face, onde há acúmulo de muco (ROTTI; 
RAVAL; ANCHAN, 2014). 
Os elementos água e terra também se refletem na personalidade. A na-
tureza pesada e estável de kapha se reflete em uma personalidade estável, 
que não é propensa a flutuações rápidas. Aqueles com uma natureza kapha 
lidam muito bem com o estresse, muitas vezes nem mesmo percebendo 
que ele existe. Não gostam de mudanças, são geralmente conservadores e 
preferem manter as coisas como estão. Além disso, buscam conforto, o que 
está relacionado à natureza suave e aquosa de kapha. Muito conforto, no 
entanto, pode levar à falta de motivação e à sensação de travamento. Quando 
kapha está desequilibrado, surgem fortes emoções de depressão e letargia 
(ROTTI; RAVAL; ANCHAN, 2014). 
A fim de trazer equilíbrio para a natureza kapha, as qualidades opostas 
de leveza, secura e calor são recomendadas. Essas qualidades são integra-
das em programas dietéticos e fitoterápicos, bem como em aromatizantes 
e cromoterapia, desintoxicação, ioga e meditação. Grãos como quinoa e 
amaranto são recomendados, bem como especiarias picantes como pimenta 
caiena. Muitos vegetais e poucas nozes ou laticínios são prescritos. Ervas 
purificadoras, como dente-de-leão, e outras picantes, como cravo-da-índia, 
trazem equilíbrio ao kapha.
Ayurveda 11
Na ayurveda, acredita-se que o catabolismo do corpo seja governado por 
vata, o metabolismo seja regido por pitta e o anabolismo por kapha. Para 
um estado saudável de saúde, um equilíbrio entre os três doshas e outros 
fatores devem ser mantidos. Para a ayurveda, qualquer desequilíbrio entre 
os três doshas pode causar um estado de doença ou enfermidade (RAO, 2015).
Na medicina ayurvédica, um perfeito equilíbrio entre os elementos da 
natureza e as tridoshas no corpo humano deve ser mantido para garantia 
de um estado saudável de vida. Além dos doshas, outros importantes fato-
res considerados na doutrina ayurveda são os tri malas e trayodosa agni. 
Tri malas são os três tipos de resíduos formados no corpo devido às suas 
funções metabólicas e digestivas: mutra (urina), purisa (fezes) e sveda (suor) 
(SEN; CHAKRABORTY, 2017).
A ayurveda explica que, se o equilíbrio entre os tridosha não forem man-
tidos, os resíduos do corpo não serão efetivamente eliminados, o que leva a 
complicações adicionais, como diarreia, constipação, asma, artrite reumatoide 
e outras complicações. Se o mutra mala (urina) não for removido do corpo, 
pode causar infecções do trato urinário, cistite e dor gástrica. Se o sveda 
mala não é eliminado do corpo, pode causar irritação na pele, problemas e 
equilíbrio inadequado de fluidos. 
De acordo com os princípios de ayurveda, o fogo biológico do corpo para 
todos os processos com funções metabólicas é chamado de agni. Existem 13 
categorias de agni em um corpo humano, sendo o mais importante aquele 
responsável pelo fogo digestivo, chamado de jatharagni. Jatharagni tem uma 
relação próxima com pitta e finalmente com vata do corpo. Quando o fogo 
digestivo do corpo é intensificado pelo aumento das condições de acidez, 
a elevação dos níveis de pitta e seus sintomas relativos são observados. 
O fogo digestivo é importante no controle da microflora normal, funções 
digestivas adequadas e fornecimento de energia para todo corpo. Qualquer 
perturbação no seu equilíbrio cria desconforto para o trato gastrointestinal 
e resulta em complicações patológicas como úlceras, diarreia e constipação 
(SEN; CHAKRABORTY, 2017). 
Para determinar a constituição de uma pessoa, um especialista clínico 
em ayurveda conduz uma consulta de aproximadamente duas horas, exami-
nando cada aspecto da pessoa. Essa avaliação física, emocional e espiritual 
identifica o equilíbrio das energias no corpo do indivíduo, bem como as 
áreas de desequilíbrio. Uma vez que a natureza da pessoa e o desequilíbrio 
são identificados, o especialista clínico em ayurveda pode então montar 
um programa de tratamento envolvendo dieta e ervas apropriadas, aromas, 
cores, ioga e meditação, com o objetivo de restaurar ou manter o equilíbrio.
Ayurveda12
Portanto, considerando a constituição corporal, a história patológica, as 
características dos doshas, o estilo de vida e as condições ambientais com a 
rotina do indivíduo, a ayurveda tem muitas estratégias de tratamento visando 
promover seu bem-estar. Assim, fica claro que a ayurveda apresenta inúme-
ras contribuiçõesno campo da ciência, incluindo diversos utensílios (óleos 
e ervas) e métodos (pradhankarma) para garantia de um corpo harmônico. 
Associado a isso, a medicina ayurvédica propõe uma base que lhe confere 
sustentação e credibilidade científica — a teoria do tridosha (vata, pitta e 
kapha). Essa teoria fundamentalmente traz a ayurveda para o campo da 
aplicação clínica, ao oferecer um formato compreensível para sua utilização 
na causa da saúde humana. Vimos que a aplicação correta dessa teoria, que 
preconiza o funcionamento fisiológico do corpo vivo, garante o equilíbrio dos 
três doshas e contribui para a ideia ayurvédica da relação saúde/doença em 
um sentido mais amplo.
Diante desse cenário, a ayurveda marcou o início de uma nova era, com 
uma maior receptividade à medicina oriental. Suas práticas complementares 
deram vida a uma visão integral de saúde, com uma abordagem orientada 
para um sentido mais amplo de cura, que visa tratar o corpo, a mente e o 
espírito, buscando a qualidade de vida total. Associado a isso, os princípios 
ayurvédicos promovem atitudes positivas como melhorias nas relações 
entre médico e paciente, combinadas a tratamentos convencionais e terapias 
complementares com segurança e eficácia cientificamente comprovadas. 
Referências
JAISWAL, Y. S.; WILLIAMS, L. L. A glimpse of Ayurveda - The forgotten history and prin-
ciples of Indian traditional medicine. J Tradit Complement Med., v. 28, n. 7, p. 50-53, 
2016. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5198827/. Acesso 
em: 18 dez. 2020.
MUKHERJEE, P.; VENKATESH, P.; PONNUSANKAR, S. Ethnopharmacology and integrative 
medicine — let the history tell the future. Journal of Ayurveda and Integrative Medicine, 
v. 1, n. 2, 2010. Disponível em: https://link.gale.com/apps/doc/A231482263/AONE?u=ca
pes&sid=AONE&xid=cbe95796. Acesso em: 18 dez. 2020.
PAYYAPPALLIMANA, U.; VENKATASUBRAMANIAN, P. Exploring Ayurvedic Knowledge 
on Food and Health for Providing Innovative Solutions to Contemporary Healthcare. 
Front. Public Health, v. 4, n. 57, 2016. Disponível em: https://www.frontiersin.org/
articles/10.3389/fpubh.2016.00057/full. Acesso em: 18 dez. 2020.
RAO, G. Integrative approach tohealth: Challenges and opportunities. Journal of Ayur-
veda and Integrative Medicine, v. 6, n. 3, 2015. Disponível em: https://link.gale.com/apps/
doc/A431339990/AONE?u=capes&sid=AONE&xid=ae398b98. Acesso em: 18 dez. 2020.
ROTTI H.; RAVAL R.; ANCHAN S. Determinants of prakriti, the human constitution type 
sof Indian traditional medicine and its correlation with contemporary science. J Ayur-
Ayurveda 13
veda Integr Med. v. 5, n. 3, 167–175, 2014. Disponível em: https://go.gale.com/ps/i.do?
st=T002&lm=DA~120140000&qt=SP~167~~IU~3~~SN~09759476~~VO~5&sw=w&ty=as&it
=search&sid=AONE&p=AONE&s=RELEVANCE&u=capes&v=2.1&asid=be65d670. Acesso 
em: 18 dez. 2020.
SEN, S.; CHAKRABORTY, R. Toward the integration and advancement of herbal medicine: 
a focus on traditional Indian medicine. Botanics: Targets and Therapy, v. 5, p. 33-44, 2015. 
Disponível em: https://www.dovepress.com/toward-the-integration-and-advancement-
-of-herbal-medicine-a-focus-on-t-peer-reviewed-article-BTAT. Acesso em: 18 dez. 2020.
SEN, S.; CHAKRABORTY, R. Revival, modernization and integration of Indian traditional 
herbal medicine in clinical practice: Importance, challenges and future. Journal of 
Traditional and Complementary Medicine. v. 7, n. 2, p. 234-244, 2017. Disponível em: 
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28417092/. Acesso em: 18 dez. 2020.
Leituras recomendadas
MARKLE, W. A. Compreendendo a saúde global. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
HELMAN, C. G. Cultura, saúde e doença. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
PORTER, M. E. Repensando a saúde: estratégias para melhorar a qualidade e reduzir 
os custos. Porto Alegre: Bookman, 2007.
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testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
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declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Ayurveda14
Dica do professor
O Ayurveda está baseado na crença de que cada indivíduo é único, ou seja, cada pessoa reage no 
mundo de maneira diferente. Se todos têm suas particularidades, poderia ser repensada a 
existência de programas governamentais que abordam a nutrição de maneira mais abrangente.
Nesta Dica do Professor, você vai ver como a ciência do Ayurveda preconiza a nutrição para cada 
indivíduo, melhorando sua necessidade nutricional, de modo a alcançar uma saúde plena.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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Exercícios
1) Segundo a Organização Mundial de Saúde, existem diversos sistemas de medicina 
tradicional, como as medicinas tradicionais chinesa, ayurvédica, árabe e indígena.
Analise as alternativas a seguir e assinale a que melhor caracteriza a medicina ayurvédica 
como uma medicina tradicional.
A) A medicina ayurvédica emprega diferentes formas de tratamento, incluindo a prescrição de 
medicamentos sintéticos. Isso é feito com o objetivo de alcançar a saúde integral do 
indivíduo.
B) A medicina ayurvédica utiliza diversos métodos, como limpeza do corpo, uso de óleos 
corporais, indução de suor pelo vapor, sempre no intuito da garantia do bem-estar pleno do 
indivíduo.
C) A medicina ayurvédica emprega técnicas como a utilização de ervas, inserção de agulhas na 
superfície corporal, observação da língua. Tudo isso visando a um sentido mais amplo de cura.
D) A medicina ayurvédica incorpora alguns meios, como orientação nutricional única e 
abrangente, utilização de fitoterápicos e meditação, visando ao tratamento do corpo, da 
mente e do espírito do indivíduo.
E) A medicina ayurvédica faz uso do ioga, da analgesia e da meditação como formas de 
tratamento do indivíduo, para que ele possa atingir seu estado pleno de equilíbrio.
O Ayurveda apresenta uma base sólida, fundamentada em tratados médicos (Charaka 
Samhita, Sushruta Samhita e Ashtanga Hridaya) que compreendem uma sabedoria de todos os 
aspectos da vida.
Analise as afirmativas a seguir, baseadas nesses tratados médicos do Ayurveda.
I. O tratado de Charaka Samhita aborda a determinação das causas e origens das doenças, 
assim como seu tratamento.
II. O tratado de Sushruta Samhita compreende todos os ramos do Ayurveda, com ênfase no 
tratamento cirúrgico.
III. O tratado de Ashtanga Hridaya retrata uma compilação dos assuntos mais relevantes dos 
antigos clássicos de Charaka e Sushruta.
2) 
IV. O tratado de Charaka Samhita aborda o estudo do corpo humano, associando aspectos 
patológicos ao ambiente.
V. O tratado de Sushruta Samhita retrata a importância do conhecimento prático em 
detrimento do conhecimento teórico.
Quais afirmativas estão corretas?
A) I e II.
B) II e IV.
C) I, II e III.
D) II, III e IV.
E) II e III.
3) A formação científica tradicional e segmentada predomina nas culturas ocidentais. Tal fato 
contribui, ainda, para uma baixa adesão das pessoas à medicina ayurvédica.
Diante do exposto, assinale a alternativa correta.
A) A ciência ayurvédica é um conhecimento aplicado, cuja transmissão é desenvolvida pela 
vivência, observando o momento adequado da utilização de determinada prática.
B) A forma de diagnóstico e de doutrina na medicina ayurvédica exige um atendimento centrado 
em determinadas regiões do indivíduo, visando a uma melhor restauração e bem-estar.
C) O saber ayurvédico parte da observação generalizada, com suas peculiaridades e relação com 
o meio em que se insere, apresentando inúmeras instituições e clínicas espalhadas por todo o 
mundo.
D) No Ayurveda, é possível padronizar técnicas facilmente, como o Panchakarma(tratamento de 
limpeza), visando à melhoria do atendimento holístico para o indivíduo.
E) A ciência ayurvédica requer baixo aprimoramento do recurso humano para o 
desenvolvimento da sensibilidade do profissional, pois este irá adquirir experiência na prática 
vivencial.
Na medicina ayurvédica, a constituição pessoal é o ponto de partida para todos os 
tratamentos. Essa constituição se expressa como uma manifestação individual dos três 
doshas (bioenergias): Vata, Pitta e Kapha.
4) 
Se você olhar para as pessoas a seu redor, logo aprenderá a reconhecer os diferentes tipos 
de doshas. Pessoas altas ou baixas e ________ são principalmente do tipo Vata. Pessoas de 
tamanho médio, com uma estrutura mais __________, são principalmente do tipo Pitta. E as 
pessoas com uma estrutura corporal mais ________ são principalmente do tipo Kapha. As 
características evidenciadas ocorrem quando as pessoas estão em equilíbrio. Quando em 
desequilíbrio, as características podem ser diferentes.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
A) magras, ampla, muscular.
B) obesas, magra, forte.
C) finas, sólida, fraca.
D) esguias, muscular, ampla.
E) obesas, fraca, forte.
5) No Ayurveda, a saúde de cada dosha está diretamente interligada com a função 
gastrintestinal, ou seja, sem um "poder digestório" adequado e íntegro, uma pessoa não está 
saudável. Além disso, o tipo de alimento adequado para cada dosha contribui para a 
manutenção de um equilíbrio saudável.
Sendo assim, marque a alternativa que relaciona corretamente os tipos de alimentos mais 
adequados para cada dosha.
A) Indivíduos com predominância Pitta são mais energéticos e apresentam metabolismo forte. 
Assim, alimentos com muitas especiarias propiciam uma maior ativação de seu metabolismo e 
equilíbrio desse dosha.
B) Indivíduos com predominância Kapha são mais densos e fortes. Por isso, alimentos mais 
pesados, como grãos, doces e óleos, irão contribuir para uma constituição mais equilibrada 
desse dosha.
C) Indivíduos com predominância Vata são muito leves, o que propicia uma maior facilidade em 
digerir alimentos como saladas e frutas, auxiliando na manutenção de seu equilíbrio.
D) Como os indivíduos com predominância Kapha são densos, alimentos muito temperados 
podem agravar esse dosha, uma vez que são pessoas muito enérgicas.
Indivíduos com predominância Vata, composto pelo elemento ar, se dão muito bem com a 
ingestão de alimentos como grãos, óleos e leite morno, uma vez que trazem equilíbrio ao 
E) 
Vata.
Na prática
Atualmente, um dos maiores desafios dos profissionais de saúde que empregam práticas 
integrativas é a aceitação e a permanência dos pacientes frente a tratamentos com utilização de 
fitoterápicos.
Conheça, Na Prática, três exemplos de casos clínicos envolvendo a aplicação de um importante 
fitoterápico, utilizado no Ayurveda para a melhoria do quadro clínico de pacientes com doenças 
psicoativas.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
O Ayurveda na Política Nacional de Práticas Integrativas e 
Complementares (PNPIC): análise do material didático do 
Sistema Único de Saúde (SUS)
Nesta monografia, você descobrirá como a temática do Ayurveda e o processo de formação 
profissional são apresentados em um serviço especializado da rede pública de Goiânia.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Como transformar os 4 pilares da sua saúde?
Assista a este bate-papo com Valentina Alas e Virginia Hatsue abordando como os benefícios da 
alimentação, do movimento, do sono e do silêncio podem proporcionar uma saúde integral.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/37794/2/dhyana_nery_ioc_espec_2019.pdf
https://www.youtube.com/embed/vEs1xN69g3M
Recursos terapêuticos manuais 
alternativos
Apresentação
Os recursos terapêuticos manuais alternativos têm sido cada vez mais utilizados como opções de 
promoção de saúde e prevenção e tratamento de doenças e disfunções. Grande parte desse 
crescimento se deve ao aumento da demanda causado pelas doenças crônicas; ao aumento dos 
custos dos serviços de saúde, que leva à procura de outras formas de cuidado; à insatisfação com 
os serviços de saúde existentes; e ao ressurgimento do interesse por um cuidado holístico e 
preventivo às doenças e por serem tratamentos que oferecem qualidade de vida quando não é 
possível a cura.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você compreenderá o valor terapêutico e entenderá as 
características dos recursos terapêuticos manuais alternativos, além da aplicabilidade deles nas 
disfunções cinético-funcionais.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever recursos terapêuticos manuais alternativos com valor terapêutico.•
Analisar as características específicas dos recursos terapêuticos manuais alternativos.•
Aplicar os recursos terapêuticos manuais alternativos nos distúrbios cinético-funcionais.•
Infográfico
A fisioterapia está em constante crescimento e, a cada dia, surgem novos equipamentos e técnicas 
que podem beneficiar a reabilitação física dos pacientes. Por outro lado, os recursos terapêuticos 
manuais alternativos, que, de um modo geral, já existem há muito tempo estão se tornando opções 
complementares da reabilitação física e da prevenção de lesões em idosos, adultos, crianças, 
atletas, etc. A intenção não é substituir as técnicas fisioterapêuticas, mas, sim, complementar o 
tratamento e promover a recuperação plena dos pacientes.
No Infográfico a seguir, veja alguns recursos terapêuticos manuais alternativos e as indicações de 
quando eles podem ser utilizados.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/38fb6633-6804-4be1-8750-f773d525230b/08e8c30d-30bf-44ad-a5ae-72463a30d0fe.jpg
 
Conteúdo do livro
Os recursos terapêuticos manuais alternativos, embora pareçam recentes e tenham crescido muito 
nos últimos anos, incluem uma série de terapias reconhecidas pelo uso popular desde a antiguidade 
e relacionadas com a medicina oriental. Esses recursos manuais podem ser utilizados pelos 
fisioterapeutas como complemento à intervenção fisioterapêutica, pois apresentam os seguintes 
benefícios: diminuição da dor e da tensão muscular, melhora da qualidade do sono, da imunidade, 
redução do estresse e da ansiedade e melhora de quadros depressivos.
No capítulo Recursos terapêuticos manuais alternativos, da obra Recursos terapêuticos manuais, 
você conhecerá os recursos terapêuticos manuais alternativos, assim como o seu valor terapêutico 
e a aplicabilidade nas disfunções cinético-funcionais.
Boa leitura.
RECURSOS 
TERAPÊUTICOS 
MANUAIS
Gabriela Souza de Vasconcelos 
Recursos terapêuticos 
manuais alternativos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever os recursos terapêuticos manuais alternativos com valor 
terapêutico.
 � Analisar as características específicas dos recursos terapêuticos ma-
nuais alternativos.
 � Aplicar os recursos terapêuticos manuais alternativos nos distúrbios 
cinético-funcionais.
Introdução
Os recursos terapêuticos manuais alternativos são práticas integrativas 
com visão holística que empregam as técnicas manuais para promover 
saúde, prevenindo e tratando disfunções. Atualmente, a fisioterapia dis-
põe de inúmeros recursos terapêuticos manuais alternativos — como 
reiki, imposição de mãos, shiatsu, do-in, shantala, quiropraxia, osteopatia, 
entre outros —, que servem como complemento às demais técnicas e 
métodos fisioterapêuticos chamados convencionais. 
Neste capítulo, você poderá conhecer as características dos recursos 
terapêuticos manuais alternativos eo modo como eles são aplicados para 
a prevenção e o tratamento de disfunções cinético-funcionais.
1 O valor e o reconhecimento dos recursos 
terapêuticos manuais alternativos
Os recursos terapêuticos manuais são amplamente utilizados pelos fisiote-
rapeutas com o intuito de produzir uma série de mudanças terapêuticas nas 
dores e na extensibilidade dos tecidos moles, por meio da aplicação de forças 
externas específicas (DUTTON, 2010). 
A fisioterapia tem à sua disposição inúmeras técnicas e equipamentos ex-
tremamente rebuscados e inovadores, com alto custo de mercado, que facilitam 
o tratamento dos pacientes, mas, infelizmente, não estão disponíveis para a 
grande maioria da população. Nesse contexto, emergem como uma boa opção os 
recursos terapêuticos manuais alternativos, uma vez que, por não demandarem 
o uso de materiais caros, eles apresentam menor custo em comparação com 
os investimentos necessários para a manutenção das técnicas convencionais. 
Aliás, a combinação dessas com os recursos terapêuticos manuais alternativos, 
conforme evidências científicas têm demonstrado, traz inúmeros benefícios 
para o paciente, pois esses recursos alternativos promovem um maior estímulo 
à participação do paciente no cuidado, além de uma melhor experiência e um 
melhor relacionamento entre terapeuta e usuário (ANDRADE, 2006; TELESI 
JÚNIOR, 2016; TESSER, 2009). 
Frente a isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a oferecer, desde 
2006, uma série de terapias e recursos terapêuticos alternativos, chamados 
de práticas integrativas e complementares (PICs), que podem ser aplicados 
pela equipe multiprofissional (fisioterapeuta, médico, enfermeiro, terapeuta 
ocupacional, nutricionista, psicólogo, entre outros) (BRASIL, 2006). Por de-
finição, as PICs são tratamentos que utilizam recursos terapêuticos baseados 
em conhecimentos tradicionais, com o intuito de promover saúde, prevenir e 
tratar doenças e disfunções (SALLES; SILVA, 2011). 
O SUS oferece, atualmente, 29 PICs. Entre elas, as que envolvem terapia 
manual são ayurveda (massagem), imposição de mãos, meditação, osteopatia, 
quiropraxia, reiki, reflexologia e shantala. Dessas, a osteopatia e a quiropraxia 
são as únicas que apenas os fisioterapeutas podem aplicar (BRASIL, 2019). 
Além desses recursos terapêuticos manuais que são considerados PICs, 
outras técnicas também estão sendo utilizadas em conjunto com a fisioterapia 
convencional, como shiatsu, do-in, gua sha, tui ná, entre outros (BARNES 
et al., 2004; MASSELLI et al., 2010; PLASTARAS et al., 2011). 
O valor terapêutico desses recursos terapêuticos manuais alternativos está 
associado com a diminuição da dor e da tensão muscular, do estresse e da 
ansiedade, bem como com a melhora da imunidade, de quadros depressivos 
e da qualidade do sono (BRASIL, 2019). 
É possível perceber que esses recursos manuais ditos alternativos englobam 
uma série de terapias reconhecidas pelo uso popular desde a antiguidade e 
relacionadas com a medicina oriental, mas que ainda não fazem parte da 
maioria dos programas oficiais da saúde, principalmente nos países ocidentais 
(SALLES; SILVA, 2011).
Recursos terapêuticos manuais alternativos2
Esses recursos terapêuticos manuais alternativos são geralmente associados 
com o tratamento de doenças crônicas ou situações muito graves, com efeitos 
paliativos (SIEGEL; BARROS, 2013). Entretanto, na atenção primária à saúde 
(TESSER; SOUSA, 2012), porta de entrada do SUS, tais recursos podem ser 
aplicados para alcançar diversos objetivos terapêuticos, e isso está diretamente 
relacionado com o estímulo à autocura em situações menos graves, à sua ampla 
aceitação pelas populações, à maior participação dos doentes no cuidado, 
à fuga da iatrogenia e à sua contribuição para a capacidade interpretativa e 
terapêutica de sintomas não explicáveis pela nosologia biomédica (ANDRADE, 
2006; JONAS; LEVIN, 2001). 
Em resumo, a utilização e implementação desses recursos terapêuticos 
manuais alternativos vai ao encontro da integralidade do cuidado à saúde, 
diretriz definida pela 8ª Conferência Nacional de Saúde e formalizada como 
princípio doutrinário do SUS. Eles servem como aprofundamento do cuidado 
em saúde, integralidade da atenção, acesso a serviços e exercício da cidadania 
(BARROS; SIEGEL; SIMONI, 2007; THIAGO; TESSER, 2011).
E diante do crescimento, tanto científico quanto institucional, e da eficácia 
dessas técnicas manuais alternativas, elas tiveram o seu uso reconhecido, em 2010, 
pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO, 2010). 
Importa ressaltar que, mesmo com todos os benefícios associados a essas 
práticas manuais, elas não substituem o tratamento tradicional. A intenção, com 
o uso dos recursos terapêuticos manuais alternativos, é que eles complementem 
o tratamento, visando à melhora do quadro clínico de dor e da qualidade de 
vida (BRASIL, 2019).
Na atenção básica, o fisioterapeuta está inserido no Núcleo de Apoio à Saúde da 
Família (NASF). No NASF, o fisioterapeuta poderá incluir esses recursos terapêuticos 
manuais alternativos entre as intervenções fisioterapêuticas que serão responsáveis pela 
promoção da saúde, prevenção e tratamento de disfunções e doenças (BRASIL, 2008). 
3Recursos terapêuticos manuais alternativos
2 Características dos recursos terapêuticos 
manuais alternativos
O SUS oferece, ao todo, 29 terapias integrativas e complementares, que incluem 
desde terapias espirituais, minerais, com plantas, até as técnicas manuais. 
Essas práticas integrativas e complementares que envolvem técnicas manuais 
podem ser aplicadas a diversas condições e desordens clínicas, seja na atenção 
básica de saúde, seja em centros de reabilitação física, seja em consultórios 
fisioterapêuticos (BRASIL, 2019).
A seguir, será feita uma breve descrição das características das PICs e 
dos demais recursos terapêuticos manuais alternativos que envolvem terapia 
manual (BRASIL, 2019).
 � Ayurveda (massagem): essa prática integrativa combina a observação, 
a experiência e o uso de recursos naturais para desenvolver um sistema 
único de cuidado que beneficia a saúde do corpo físico e os campos 
energético, mental e espiritual. Os tratamentos ayurvédicos utilizam 
plantas medicinais, minerais, posturas corporais, técnicas respiratórias, 
exercícios, cuidados com a alimentação, além de técnica de terapia 
manual, como massagem para relaxamento e bem-estar.
 � Imposição de mãos: essa prática integrativa se baseia na transferência 
de energia vital por meio das mãos com intuito de restabelecer o equi-
líbrio do campo energético humano, auxiliando na promoção de saúde.
 � Osteopatia: combinando um método diagnóstico com técnicas de 
tratamento manual das disfunções articulares e teciduais, essa prática 
pode ser utilizada em condições dolorosas da coluna cervical, dos 
membros superiores e inferiores e do sistema visceral.
 � Quiropraxia: essa prática integrativa se dedica ao diagnóstico, trata-
mento e prevenção das disfunções mecânicas no sistema neuromus-
culoesquelético e dos efeitos dessas disfunções na função normal do 
sistema nervoso e na saúde geral.
 � Reiki: essa prática consiste na canalização da frequência energética, 
por meio do toque ou da aproximação das mãos e pelo olhar de um 
terapeuta habilitado no método, sobre o corpo do indivíduo.
 � Reflexologia: mediante a aplicação de estímulos em áreas reflexas, 
como os microssistemas e pontos reflexos do corpo existentes nos pés, 
mãos e orelhas, essa prática visa a auxiliar na eliminação de toxinas, 
na diminuição da dor e no relaxamento.
Recursos terapêuticos manuais alternativos4
 � Shantala: essa prática consiste na aplicação de massagem em bebês e 
crianças pelos pais, para fortalecer o vínculo entre eles e proporcionar 
o desenvolvimento motor, o equilíbrio dos sistemas imunológico, respi-
ratório, digestivo, circulatório e linfático e o estímulo das articulações 
e da musculatura.
 � Shiatsu: essa prática utiliza a pressão das mãos e as técnicasmanipu-
ladoras para ajustar a estrutura física do corpo e suas energias inatas, 
de modo a evitar a doença e manter a saúde (MASSELLI et al., 2010).
 � Do-in: essa prática é uma técnica de automassagem de origem oriental 
que utiliza, como a acupuntura, os pontos dos meridianos energéticos 
do corpo humano para desenvolver a saúde física e mental (DE LAN-
GRE, 2003). 
 � Gua sha: essa prática é uma técnica da medicina tradicional chinesa, 
que consiste em raspar a pele com um objeto de bordas lisas e arredon-
dadas até o surgimento de petéquias (ARTIOLI; BERTOLINI, 2019). 
 � Tui ná: com um nome que significa “amassar e puxar”, essa técnica 
de massagem objetiva estimular ou sedar os pontos dos meridianos do 
paciente, visando ao equilíbrio do fluxo de energia por esses canais 
(TSE, 2015).
Para saber mais sobre a shantala, desde os seus objetivos terapêuticos até como e 
quando ela pode ser aplicada, assista ao vídeo “Tutorial: aprenda a Shantala, que traz 
inúmeros benefícios aos bebês”, disponível no canal do Ministério da Saúde, no YouTube.
3 Disfunções cinético-funcionais e 
a aplicação dos recursos terapêuticos 
manuais alternativos
De um modo geral, os recursos terapêuticos manuais alternativos não de-
mandam a existência de doenças para serem aplicados, já que eles visam 
à promoção e manutenção da saúde, além de recuperar e tratar disfunções 
cinético-funcionais (BRASIL, 2006).
5Recursos terapêuticos manuais alternativos
Os recursos terapêuticos manuais alternativos levam em conta, além da 
técnica precisa, a escuta acolhedora, o desenvolvimento do vínculo terapêutico 
e a integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade (LIMA 
et al., 2012). 
Com certa frequência, eles são associados com o tratamento ou alívio 
dos sintomas de doenças crônicas — como lesões relacionadas ao trabalho, 
dor lombar, doenças reumatológicas (fibromialgia, artrite reumatoide, lúpus, 
entre outros) —, para as quais ainda não existe tratamento ou cujos sintomas 
os métodos convencionais não conseguem tratar ou melhorar (MUNDIM 
et al., 2020; O’NEILL, 2003). 
Os distúrbios osteomusculares relacio nados ao trabalho (DORT) são muito 
frequentes na rotina do fisioterapeuta. Entre os exemplos de DORT, é possível 
citar: síndrome do túnel do carpo, epicondilite lateral, epicondilite medial, 
tendinite dos extensores dos dedos, tenossinovite dos flexores dos dedos, 
tenossinovite estenosante e síndrome de De Quervain, etc. Essas disfunções 
têm um caráter crônico, em que os sintomas melhoram com o afastamento 
da atividade laboral e repetitiva, mas pioram quando do regresso ao trabalho. 
Em função disso, algumas intervenções fisioterapêuticas melhoram os sin-
tomas até certo ponto. Isso é decisivo, pois pode fazer que o paciente busque 
intervenções medicamentosas e/ou cirúrgicas que também não resolverão a 
situação clínica (O’NEILL, 2003). 
Como forma de aliviar os sintomas álgicos relacionados com a disfunção 
cinético-funcional, reduzir o estresse, a ansiedade, melhorar a qualidade de 
vida e a qualidade do sono, muitos pacientes têm encontrado sucesso em 
recursos terapêuticos manuais alternativos. Como já pontuado anteriormente, 
esses recursos não servem como substitutos da intervenção fisioterapêutica 
tradicional, mas, sim, como complementos a ela. Alguns exemplos desses 
recursos terapêuticos manuais alternativos que podem ser aplicados em DORT 
são: shiatsu, osteopatia, quiropraxia, do-in, massagem ayurvédica, reiki, 
imposição de mãos, entre outros (BRAZ et al., 2011).
O shiatsu, o do-in e a massagem ayurvédica podem ser aplicados para 
reduzir as tensões musculares e a dor, conforme a necessidade de cada pa-
ciente, e, assim, permitir a realização da cinesioterapia e de outros recursos 
fisioterapêuticos que o fisioterapeuta já tenha previsto para o programa de 
reabilitação física. O reiki e a imposição de mãos — aplicados para promover 
estabilização dos canais de energia e equilíbrio energético do organismo, 
propiciando resolução dos problemas de saúde — podem ser utilizados em 
qualquer momento da sessão, para facilitar as demais técnicas fisioterapêuticas 
Recursos terapêuticos manuais alternativos6
ou promover bem-estar ao final dela (BRAZ et al., 2011; MASSELLI et al., 
2010; MILES; TRUE, 2003). 
Por sua vez, a osteopatia e a quiropraxia podem servir como métodos 
tanto de avaliação, quanto de tratamento das disfunções cinético-funcionais. 
Ao se melhorar o posicionamento articular pelas mobilizações e manipulações 
das técnicas, há alívio dos sintomas e promoção de bem-estar ao paciente. 
Entretanto, isso não torna definitiva a resolução do problema, sendo necessário 
alongar e fortalecer a musculatura envolvida e melhorar a coordenação e 
propriocepção articular, para que os déficits de posicionamento não retornem 
(RICARD; SALLÉ, 2002).
Em resumo, todos esses métodos são eficazes e podem sempre ser utilizados 
como complemento à cinesioterapia e aos demais recursos eletrotermofotote-
rapêuticos que estão à disposição dos fisioterapeutas (BRASIL, 2019).
De um modo muito semelhante, esses recursos terapêuticos manuais al-
ternativos podem contribuir para a melhora dos sintomas de doenças reuma-
tológicas, como fibromialgia, lúpus, artrite reumatoide, entre outras. Alguns 
exemplos de práticas que podem ser aplicadas a paciente com fibromialgia 
são massagem ayurvédica, reiki, quiropraxia, osteopatia (BRAZ et al., 2011).
Nas disfunções osteomusculares crônicas, como dor lombar, dor cervical, 
artroses de joelho, entre outras, as práticas integrativas — como massagem 
ayurvédica, osteopatia, quiropraxia, reiki, reflexologia, imposição de mãos, 
shiatsu, do-in, gua sha, tuiná, etc. — podem ser aplicados para alívio dos 
sintomas e melhora da qualidade de vida (MUNDIM et al., 2020).
Além desse foco na recuperação da saúde, esses recursos terapêuticos 
alternativos também podem ser utilizados para prevenir as disfunções cinético-
-funcionais e promover saúde. Por exemplo, a maioria desses recursos manuais 
alternativos oriundos da medicina chinesa (do-in, shiatsu, tui ná, gua sha) e 
recursos como reiki e reflexologia têm como objetivo melhorar e reequilibrar 
o fluxo energético para evitar adoecimento do corpo humano (MASSELLI 
et al., 2010; MILES; TRUE, 2003).
De todos os recursos terapêuticos manuais alternativos citados até o mo-
mento, um deles é direcionado a um público-alvo muito específico: a shantala. 
Essa massagem, que consiste em amassamentos e mobilizações articulares, 
é aplicada em crianças, principalmente nos primeiros meses de vida, com o 
intuito de favorecer o seu desenvolvimento motor e o seu tônus muscular, 
bem como a sua propriocepção (CARVALHO; MOREIRA; PEREIRA, 2010; 
SOUZA; LAU; CARMO, 2011). 
7Recursos terapêuticos manuais alternativos
ANDRADE, J. T. Medicina alternativa e complementar: experiência, corporeidade e trans-
formação. Salvador: EdUFBA; EdUECE, 2006. 
ARTIOLI, D. P.; BERTOLINI, G. R. F. Gha-sha: aplicação e seus resultados terapêuticos 
em condições dolorosas musculoesqueléticas: revisão sistemática. Brazilian Journal 
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BARNES, P. M. et al.Complementary and alternative medicine use among adults: Uni-
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BARROS, N. F.; SIEGEL, P.; SIMONI, S. Política Nacional de Práticas Integrativas e Com-
plementares no SUS: passos para o pluralismo na saúde. Caderno de Saúde Pública, Rio 
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BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 971, de 3 de maio de 2006. Dispõe sobre a Po-
lítica Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único 
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CARVALHO, R.; MOREIRA, T. M.; PEREIRA, M. A. G. Shantala no desenvolvimento neu-
ropsicomotor em portador da Síndrome de Down. Pensamento Plural, São João da Boa 
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Recursos terapêuticos manuais alternativos8
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MASSELLI, M. R. et al. O Shiatsu como terapêutica alternativa em portadores de dis-
túrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Revista Dor, São Paulo, v. 11, n. 3, 
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MUNDIM, B. V. R. et al.. Práticas integrativas e complementares realizadas em pacien-
tes com lombalgia em uma Unidade Básica de Saúde na região noroeste do Paraná: 
relato de experiência. Revista Eletrônica Acervo Saúde, Campinas, n. 43, 2020. Disponível 
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O’NEILL, M. J. LER/Dort: lesões por esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares 
relacionados ao trabalho: o desafio de vencer. São Paulo: Madras, 2003.
PLASTARAS, C. T. et al. Complementary and alternative treatment for neck pain: chiro-
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para o SUS. Estudos Avançados, São Paulo, v. 30, n. 86, p. 99-112, 2016. 
TESSER, C. D. Práticas complementares, racionalidades médicas e promoção da saúde: 
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n. 8, p. 1732-1742, 2009. 
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9Recursos terapêuticos manuais alternativos
THIAGO, S. C. S.; TESSER, C. D. Percepção de médicos e enfermeiros da Estratégia de 
Saúde da Família sobre terapias complementares. Revista de Saúde Pública, São Paulo, 
v. 45, n. 2, p. 249-257, 2011.
TSE, L. C. Tui Ná massagem chinesa: tratado de medicina esotérica chinesa. São Paulo: 
Ícone, 2015.
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cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
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local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Recursos terapêuticos manuais alternativos10
Dica do professor
As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) já são uma realidade no Brasil e estão inseridas 
no Sistema Único de Saúde. Elas são recursos terapêuticos alternativos com base em 
conhecimentos tradicionais, com o intuito de promover saúde, prevenir e tratar doenças e 
disfunções. Desde 2010, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional reconhece o 
uso desses recursos terapêuticos alternativos pelos fisioterapeutas. Por isso, é imprescindível que o 
profissional conheça a aplicabilidade e as características dessas práticas integrativas.
Na Dica do Professor de hoje, você compreenderá um pouco mais sobre a atuação do 
fisioterapeuta em relação às práticas integrativas e complementares que envolvem a terapia 
manual.
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Exercícios
1) Os recursos terapêuticos manuais alternativos têm sido cada vez mais utilizados pelos 
fisioterapeutas e procurados pelos pacientes, pois são eficazes, têm menor custo e 
estimulam a participação do paciente no cuidado.
Sobre os recursos terapêuticos manuais alternativos, marque a resposta correta:
A) Em 2010, o SUS passou a oferecer alguns desses recursos terapêuticos manuais na rede 
pública.
B) Entre os exemplos de técnicas manuais oferecidas pelo SUS, estão: shiatsu, do-in, massagem 
ayurvédica, Reiki e Gua Sha.
C) A vantagem desses recursos terapêuticos manuais alternativos é que eles podem ser 
utilizados de forma isolada.
D) Os recursos terapêuticos manuais alternativos têm o intuito de promover saúde, prevenir e 
tratar doenças e disfunções. 
E) A maioria desses recursos terapêuticos manuais alternativos só deve ser aplicada em 
condições crônicas, graves ou paliativas.
2) A intenção de usar os recursos terapêuticos manuais alternativos é complementar o 
tratamento fisioterapêutico, visando à melhora do quadro clínico de dor e tensão muscular, e 
promover qualidade de vida. Em relação às características dos diversos recursos 
terapêuticos manuais alternativos, marque a resposta correta:
A) O Reiki é uma prática integrativa que se baseia na transferência de energia vital por meio das 
mãos para reestabelecer o equilíbrio energético.
B) A massagem ayurvédica faz parte do conjunto de tratamentos ayurvédicos para desenvolver 
um sistema único de cuidado: físico, energético, mental e espiritual.
C) A reflexologia é uma prática integrativa que se dedica ao diagnóstico, ao tratamento e à 
prevenção das disfunções do sistema musculoesquelético.
D) A osteopatia se propõe, exclusivamente, ao tratamento de disfunções articulares e teciduais 
como condições crônicas e dolorosas.
E) A Shantala consiste em uma automassagem para o alívio da dor e tensões musculares 
relacionadas com síndromes dolorosas e crônicas.
3) Os recursos terapêuticos manuais alternativos podem ser aplicados em diversas condições e 
desordens musculoesqueléticas e complementar a intervenção fisioterapêutica.
Marque a alternativa correta em relação à aplicação dos recursos terapêuticos manuais 
pelos fisioterapeutas:
A) Os recursos terapêuticos manuais alternativos são utilizados apenas para o tratamento de 
disfunções cinético-funcionais.
B) Para a fibromialgia, o único recurso terapêutico alternativo que deve ser aplicado é a 
massagemayurvédica.
C) O shiatsu e o do-in são indicados apenas para a epicondilite lateral e a STC.
D) As doenças reumatológicas, como lúpus, não se beneficiam com o uso desses recursos 
terapêuticos.
 
E) Reiki, massagem ayurvédica e osteopatia são alguns exemplos de recursos que podem ser 
aplicados para o alívio de dores crônicas.
4) No Brasil, os recursos terapêuticos manuais alternativos têm sido cada vez mais procurados 
pelos pacientes, além de alguns deles já estarem disponíveis no SUS para toda a população. 
Em relação aos recursos terapêuticos manuais alternativos, marque a alternativa correta:
A) Os recursos terapêuticos manuais alternativos enfatizam a escuta acolhedora, o vínculo 
terapêutico e a integração do paciente com o meio ambiente e a sociedade.
B) Os recursos terapêuticos manuais alternativos não estão relacionados com a autocura, nem 
com maior participação dos doentes no cuidado.
C) Os benefícios desses recursos terapêuticos são apenas a diminuição da dor e a melhora da 
qualidade de vida.
D) Nas unidades básicas de saúde, esses recursos não encontram grande aceitação e 
participação dos pacientes.
E) Esses recursos alternativos têm alto custo de aplicação e precisam de inúmeras técnicas e 
equipamentos rebuscados.
5) Por vezes, os recursos terapêuticos manuais alternativos são associados com o tratamento 
ou alívio dos sintomas de doenças crônicas. Entretanto, eles podem ser muito eficazes para 
manter a saúde ou prevenir lesões e disfunções.
Marque a alternativa correta sobre os recursos terapêuticos manuais alternativos:
A) O shiatsu é uma automassagem, de origem oriental, que utiliza os pontos dos meridianos 
energéticos do corpo humano.
B) O Gua Sha aplica estímulos em áreas reflexas, como os microssistemas e os pontos reflexos 
do corpo existentes nos pés, nas mãos e nas orelhas.
C) Tui Na significa “amassar e puxar” e visa a estimular ou sedar os meridianos do paciente, 
promovendo o equilíbrio do fluxo de energia por esses canais.
D) O Reiki e a imposição de mãos são sinônimos, sendo aplicados para melhorar e reequilibrar o 
fluxo energético.
 
E) O do-in é aplicado com uma pedra natural, uma moeda, um pedaço de madeira ou um chifre 
de búfalo para incentivar a cura da pele.
Na prática
A fibromialgia é considerada uma doença crônica de difícil tratamento que afeta, principalmente, 
mulheres entre 40 e 60 anos, uma faixa etária de atividade profissional produtiva. Ela se caracteriza 
por dor neuromuscular difusa e intensa, com maior sensibilidade dolorosa em pontos estimulados 
pela palpação (tender points), distúrbios do sono, rigidez e fadiga. Em muitos casos, o nível da dor é 
tão intenso que interfere no trabalho, nas atividades de vida diária e na qualidade de vida dos 
pacientes.
O tratamento da fibromialgia consiste no uso de terapia farmacológica e não 
farmacológica. Entretanto, não há, até o momento, tratamento específico que traga a cura da 
doença, de forma que os recursos terapêuticos alternativos se tornam uma opção para o alívio dos 
sintomas.
Veja, neste Na Prática, um caso clínico sobre fibromialgia e os diferentes tipos de tratamentos 
sugeridos em diferentes etapas.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/462bd757-9e14-4f87-a430-ea73e1a6e1d2/15fc99ed-f0e5-41a8-853e-b72a74f97054.jpg
 
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Mobilização neural de Butler e Reiki como intervenção 
fisioterápica para capsulite adesiva crônica
Veja, neste artigo, os efeitos da aplicação de 10 sessões de Reiki combinadas com a mobilização 
neural de Butler sobre a amplitude de movimento, a força muscular, a intensidade da dor, a função 
física e as variações do humor em pacientes com capsulite adesiva do ombro.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
O uso da técnica manual Shiatsu no alívio dos sintomas 
decorrentes da fibromialgia
Neste artigo, você encontrará dados sobre os efeitos da técnica de terapia manual Shiatsu no alívio 
dos sintomas decorrentes da fibromialgia, como intensidade da dor e qualidade de vida.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Shantala para promoção da saúde e conforto de bebês: revisão 
de literatura
A partir deste artigo de revisão, você encontrará mais informações sobre a utilização e os efeitos da 
Shantala, que é uma técnica de terapia manual aplicada em bebês.
http://publica.sagah.com.br/publicador/objects/attachment/1888967397/Holovatinoetal2017.pdf?v=1970316552
http://publica.sagah.com.br/publicador/objects/attachment/775386700/Moralesetal2018.pdf?v=1463648113
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://publica.sagah.com.br/publicador/objects/attachment/1477499357/LimaeCavalcante2020.pdf?v=124420113
Reiki como alternativa terapêutica
Apresentação
O uso do Reiki e bioenergética como prática integrativa e complementar em saúde tem crescido em 
todos os níveis de atenção à saúde, especialmente na atenção primária. Essa prática tem 
apresentado resultados positivos no tratamento dos transtornos psicológicos, assim como na 
melhora do bem-estar e no manejo da ansiedade e do estresse.
O Reiki é uma prática de imposição de mãos que busca restabelecer o fluxo da energia vital, 
apresentando como vantagem o fato de ser uma técnica simples, segura e aplicável a todo ser vivo, 
incluindo animais e plantas. Além disso, o Reiki pode ser aplicado a distância e também possibilita o 
autotratamento, permitindo que o próprio terapeuta faça uso da técnica para relaxamento, 
liberação da tensão e redução do estresse, por exemplo.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá como surgiu o Reiki, os fundamentos da prática e 
alguns conceitos como energia vital e centros de força de energia (chakras). Além disso, você 
conhecerá os benefícios clínicos que têm sido relatados pela aplicação do Reiki na busca da 
recuperação da saúde.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir histórica e cientificamente o Reiki.•
Descrever como a bioenergética é aplicada ao tratamento de pacientes.•
Explicar o uso da energia vital na terapia Reiki.•
Infográfico
As práticas integrativas e complementares em saúde (PICS) são opções terapêuticas que visam a 
integralidade e a humanização do cuidado ao paciente, com o intuito de contribuir na promoção, 
prevenção, proteção e recuperação da saúde. Para a implantação do Reiki e das demais PICS na 
rede de atenção a saúde, deve-se ter em mente os requisitos quanto à infraestrutura, aos recursos 
humanos, ao monitoramento e ao financiamento, além da realização da técnica em si.
No Infográfico a seguir, conheça os aspectos que devem ser considerados para a implantação da 
prática Reiki na rede de atenção à saúde.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/560078c4-bfd9-4af5-9df4-5ccc331cd28a/045153eb-09ad-4e85-ba74-de0c063c2aa5.png
Conteúdo do livro
O Reiki foi desenvolvido no início do século XX pelo monge japonês Mikao Usui, que acreditava 
que a cura por imposição de mãos seria uma habilidade que estaria acessível a qualquer ser 
humano. Após uma experiência no monte Kurama, Mikao Usui definiu os símbolos do Reiki e a 
técnica para ativá-los. O Reiki consiste em uma prática de imposição de mãos por terapeuta 
treinado, que busca restabelecer o fluxo da energia vital e, com isso, estimular os mecanismos 
naturais de recuperação da saúde.
No capítulo Reiki e bioenergética como alternativa terapêutica, da obra Práticas integrativas e 
complementares em saúde, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, veja mais a respeito dos 
princípios do Reiki e da bioenergética,como a energia vital universal e os centros de força de 
energia, bem como as particularidades da técnica e as aplicações clínicas do Reiki no cuidado ao 
paciente.
Boa leitura.
PRÁTICAS 
INTEGRATIVAS E 
COMPLEMENTARES 
EM SAÚDE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Definir histórica e cientificamente o reiki.
 > Descrever como o reiki é aplicado no tratamento de pacientes.
 > Explicar o uso da energia vital na terapia reiki.
Introdução
O reiki é uma prática integrativa e complementar em saúde que foi introduzida 
no Sistema Único de Saúde em 2017, sendo uma das práticas mais presentes na 
atenção primária. Esse método apresenta boa aceitação por parte da população 
e dos profissionais de saúde, uma vez que evidências científicas têm indicado 
diversos benefícios do tratamento integrado entre medicina convencional e reiki, 
além de ser uma técnica simples de aprender e não invasiva. 
O tratamento com reiki consiste na imposição das mãos por um terapeuta 
treinado e capacitado na técnica sobre o corpo de um paciente, com o objetivo 
de restabelecer o fluxo energético do indivíduo, resultando no seu bem-estar e 
na cura de sua condição clínica. 
Neste capítulo, você vai conhecer o histórico e os fundamentos do método reiki, 
os conceitos de energia universal e vital, os principais chakras e as perturbações 
físicas e psíquicas que podem ocorrer com suas alterações energéticas. Além 
disso, vai conhecer os benefícios clínicos que tem sido relatados com a aplicação 
dessa alternativa terapêutica. 
Reiki como 
alternativa 
terapêutica
Marcella Gabrielle Mendes Machado
Histórico e fundamentos do reiki
De acordo com a Portaria nº 849, de 27 de março de 2017, que incluiu 14 
atividades à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, 
o reiki pode ser definido como: “uma prática de imposição de mãos que 
usa a aproximação ou o toque sobre o corpo da pessoa com a finalidade de 
estimular os mecanismos naturais de recuperação da saúde.”(BRASIL, 2017). 
Mikao Usui, um monge japonês e estudioso de diversas religiões, nascido 
em 1865, é considerado o fundador do reiki. A palavra reiki vem da junção de 
dois termos japoneses: “rei” significa energia universal e “ki” significa energia 
vital individual. Mikao Usui buscou compreender as técnicas de cura utilizadas 
por Jesus Cristo e Buda, acreditando que a cura tanto por imposição de mãos 
quanto à distância seriam habilidades acessíveis a todos os seres humanos 
(VIEIRA, 2017; WOLFF, 2012; BABENKO, 2004). 
Na busca por compreender melhor a técnica de imposição de mãos, em 1908 
Usui subiu o monte Kurama para praticar jejum e meditação durante 21 dias. 
Babenko (2004) relata que no 21º dia, Usui teve uma experiência em que visualizou 
projéteis de luz atingindo a parte frontal de sua testa, entre as sobrancelhas, 
região denominada mais tarde de chakra frontal. A partir dessa experiência, 
ele teve uma revelação clara dos símbolos do reiki e da técnica para ativá-los. 
Primeiramente, Usui aplicou esse método de disciplina energética em si mesmo, 
e posteriormente em membros da sua família e em pessoas necessitadas. 
Em 1922, Mikao Usui abriu o primeiro centro de tratamento e ensino de 
reiki, sendo que seus ensinamentos passaram para Chujiro Hayashi, e através 
deste para Hawayo Takata, uma mestre que levou o reiki para o Havaí, Estados 
Unidos, Canadá e Europa. Até a sua morte, Mikao Usui havia formado cerca 
de 16 mestres (VIEIRA, 2017; WOLFF, 2012). 
No Brasil, o reiki chegou em 1983, com a realização do primeiro curso 
brasileiro da prática ministrado pelo norte-americano Stephen Cord Saiki, 
da American Internacional Reiki Association (AIRA). Nesse mesmo ano, a As-
sociação Brasileira de Reiki (ABR) foi fundada por Claudete França, primeira 
mestre em reiki da América do Sul. A ABR e o Instituto Brasileiro de Pesquisas 
e Difusão do Reiki são as instituições precursoras tanto no ensino quanto 
na prática do reiki no país (VIEIRA, 2017; BABENKO, 2004). De acordo com 
Vieira (2017), o Instituto Brasileiro de Pesquisas e Difusão do Reiki teve como 
fundador o mestre Johnny De’ Carli, iniciado em reiki por Claudete França. A 
entidade apresenta sedes em São Paulo e Rio de Janeiro, tendo formado mais 
de 11 mil reikianos (praticantes de reiki), sendo 508 destes com grau de mestre. 
Reiki como alternativa terapêutica2
Princípios do reiki
O fundador da técnica, Mikao Usui, passou certa vez pela experiência de levar o 
reiki para um bairro pobre de Quioto, no Japão. Em seguida, porém, as pessoas 
curadas de suas enfermidades por essa técnica voltavam às ruas para viver 
mendigando, o que era contrário ao que ele recomendava. Na verdade, Mikao 
Usui acreditava que o reiki deveria ir além da cura de doenças, e que o mais 
importava era permitir que a energia reiki atingisse os demais planos além 
do físico, visando uma mudança pessoal, com restabelecimento do equilíbrio 
e da harmonia. Com isso, ele definiu alguns princípios que deveriam orientar 
as condutas dos praticantes do reiki (BABENKO, 2004).
Os cinco princípios do reiki são: 
 � seja grato;
 � não sinta raiva;
 � não se preocupe;
 � trabalhe arduamente e com honestidade;
 � seja gentil e bondoso com todos os seres. 
De acordo com Babenko (2004), a prática da gratidão permite viver a vida 
de forma abundante e com sucesso em todas as áreas. Com a prática do 
reiki, acredita-se que bloqueios podem ser minimizados e a função de dar 
e receber livremente é restabelecida. Os praticantes do reiki acreditam que 
a raiva e os atos de zangar-se e criticar são inúteis, ineficazes e prejudiciais 
ao indivíduo. Além disso, acreditam que a plena realização só vem a partir 
da união com todos. 
Quanto ao princípio de não se preocupar, partindo da crença de que os 
pensamentos e emoções são “energias vivas”, podendo atuar nas experiências 
individuais, e que a preocupação nada mais é que uma fuga ao presente, 
os praticantes do reiki acreditam que todas as preocupações que causam 
sofrimento e dor devem ser abandonadas (BABENKO, 2004).
Trabalhar de forma árdua e honesta também constitui um princípio 
do reiki, uma vez que trabalhos realizados com ressentimento ou con-
trariedade são prejudiciais para seu executor. Deve-se gostar daquilo se 
que faz. Por sua vez, ser gentil e bondoso com todos os seres vivos é um 
requisito para atingir a plenitude do ser, uma vez que os praticantes do 
reiki acreditam que todos os seres estão integrados e que tudo que vive 
é uma parcela do todo.
Reiki como alternativa terapêutica 3
Babenko (2004) relata que, a partir desses princípios, os praticantes 
do reiki devem apresentar as seguintes qualidades: complacência, 
serenidade, resignação, respeito e honestidade, sendo que os princípios 
apresentados devem ser reafirmados diariamente e incorporados no coti-
diano. A prática do reiki sugere então que, a partir desses princípios e da 
reformulação de antigos hábitos, é possível alcançar o autoconhecimento, a 
chave para transformação pessoal e o caminho para a cura. 
Energia vital 
De acordo com a Portaria nº 849/2017, o reiki é:
[...] baseado na concepção vitalista de saúde e doença também presente em outros 
sistemas terapêuticos, [e] considera a existência de uma energia universal cana-
lizada que atua sobre o equilíbrio da energia vital com o propósito de harmonizar 
as condições gerais do corpo e da mente de forma integral. 
Partindo da ideia de que a energia vital universal asseguraria o estado de 
saúde e bem-estar do indivíduo, o reiki busca encontrar os bloqueios ener-
géticos e restabelecer o fluxo da energia vital, e, a partir disso, harmonizar 
as esferas físicas, mentais e espirituais do indivíduo. A técnica do reiki leva 
em conta não somente as manifestações físicas mas também as emocio-
nais, e, com isso, atua eliminando toxinas e ativando glândulas, órgãos e o 
sistema imunológico. Desse modo, equilibra todo o funcionamento celular 
pelo equilíbrio da energia vital, sendo benéfico no tratamento do estresse, 
ansiedade, depressão,dentre outras condições clínicas. 
Ao penetrar no corpo do receptor, a energia reiki pode ser sentida na forma 
de formigamento, sensação de calor ou frio, ligeiros tremores, sensação de 
relaxamento e paz, arrepio, calafrio, choro, ou ainda pode não ser sentida 
nenhuma mudança perceptível. A energia reiki, por ser universal, pode ainda 
ser utilizada no tratamento de qualquer organismo vivo, incluindo animais e 
plantas. Além disso, ela também pode ser enviada a distância (RIO GRANDE 
DO SUL, 2020).
Chakras
Um dos elementos centrais na prática do reiki são os chakras, que corres-
pondem aos centros de força de energia onde circula a energia vital. Tais 
chakras se situam em diferentes planos e sua localização pode ser associada 
Reiki como alternativa terapêutica4
a determinadas partes ou órgãos do corpo (Figura 1). Existem sete chakras 
principais: básico ou muladhara; umbilical ou svadhisthana; plexo solar ou 
manipura; cardíaco ou anhata; laríngeo ou vishuda; frontal ou ajna; e coronário 
ou sahashara. O 7º chakra, o coronário, é o mais importante, pois a partir dele 
toda a energia canalizada é enviada aos demais chakras (BABENKO, 2004). 
Figura 1. Localização dos chakras e suas funções. 
Fonte: Silva (2018), documento on-line. 
Além de estar diretamente ligado a certas partes do corpo, cada chakra 
possui também uma função psicológica. Assim, com a alteração do fluxo ener-
gético em determinado chakra, podem ser observadas perturbações físicas ou 
psíquicas. O chakra básico, por exemplo, localizado na base da coluna, possui 
como função psicológica a sobrevivência, e seu desequilíbrio energético pode 
Reiki como alternativa terapêutica 5
levar a perturbações físicas como obesidade, anorexia e problemas ósseos. Já 
dentre as perturbações psíquicas tem-se medo, depressão e insegurança. As 
seguir são listadas as principais perturbações físicas e psíquicas resultantes 
do desequilíbrio em cada um dos chakras (BABENKO, 2004).
 � Chakra básico: as perturbações físicas incluem obesidade, anorexia e 
problemas ósseos, enquanto as perturbações psíquicas incluem medo, 
depressão e insegurança.
 � Chakra umbilical: as perturbações físicas incluem problemas nos 
órgãos reprodutores, enquanto as perturbações psíquicas incluem 
ansiedade e ilusão.
 � Chakra plexo solar: as perturbações físicas incluem hiperatividade, 
úlceras, diabetes e hiperglicemia, enquanto as perturbações psíquicas 
incluem sentimentos de superioridade e egoísmo.
 � Chakra cardíaco: as perturbações físicas incluem asma, hipertensão, 
enfermidades cardíacas e pulmonares, enquanto as perturbações 
psíquicas incluem indiferença, egoísmo e autismo.
 � Chakra laríngeo: as perturbações físicas incluem dores de garganta e 
torcicolo, enquanto as perturbações psíquicas incluem fobias, terror, 
inibição e rigidez.
 � Chakra frontal: as perturbações físicas incluem enxaquecas, otite 
e doenças relacionadas à visão, enquanto dentre as perturbações 
psíquicas tem-se neurose e retardamento mental.
 � Chakra coronário: as perturbações físicas incluem redução da habi-
lidade no controle das dores, da habilidade física e da capacidade 
de interagir em grupo, enquanto as perturbações psíquicas incluem 
alienação, psicose, confusão mental, dificuldades de aprendizagem.
De acordo com Wolff (2012), por todo o corpo há espalhados outros chakras 
menores, incluindo nas palmas das mãos e na planta dos pés. Tais chakras 
costumam ser a porta de saída da energia universal até a pessoa a ser tratada 
pela técnica. 
Como o método reiki não é uma religião, pode se adaptar a qualquer 
credo, cultura, raça ou idade. Esse método não apresenta restrições 
ou tabus e não utiliza talismãs ou instrumentos auxiliares. Os mestres da técnica 
ainda afirmam que não é necessário que o receptor acredite na técnica em si 
para que a energia se propague e faça efeito.
Reiki como alternativa terapêutica6
Aplicações clínicas do reiki
O reiki vem sendo utilizado como terapia auxiliar no tratamento de transtornos 
psicológicos, na melhoria do bem-estar e na manutenção de sentimentos 
positivos como a compaixão. Além disso, tem apresentado benefícios no 
manejo do estresse e da ansiedade e como tratamento coadjuvante para 
doenças ocupacionais como a síndrome de burnout (VIEIRA, 2017).
A Nota Técnica nº 01/2020 do Departamento de Ações em Saúde do Rio 
Grande do Sul cita alguns estudos sobre os efeitos do reiki no tratamento 
de pacientes com certas condições clínicas. Dentre os efeitos encontrados, 
destacam-se: 
 � redução significativa do estresse em pacientes idosos brasileiros;
 � alívio de estados de depressão e de cansaço; 
 � estímulo do sistema imunológico;
 � redução da ansiedade, intensidade da dor, frequência respiratória e 
necessidade de analgésicos no pós-operatório de cesarianas; 
 � redução da ansiedade antes de uma intervenção cirúrgica, doses 
menores de anestesia, diminuição do sangramento durante procedi-
mentos, além do aumento da capacidade de recuperação depois da 
cirurgia (com menor utilização de analgésicos e menor permanência 
no hospital);
 � melhoria do bem-estar e da qualidade do sono, relaxamento, alívio da 
dor e redução da ansiedade em pacientes oncológicos;
 � redução da ansiedade, tristeza e medo em pacientes terminais;
 � melhoria no baço, na função linfática e no sistema nervoso central 
em pacientes com doenças crônicas (como esclerose múltipla, lúpus, 
fibromialgia e distúrbios da tireoide).
A Nota Técnica nº 01/2020 do Departamento de Ações em Saúde do Rio 
Grande do Sul (2020, p. 4) ainda cita outros benefícios da técnica relatados 
em uma tese de doutorado de 2013 (OLIVEIRA, 2013): 
[...] resultados promissores da aplicação do reiki no tratamento de distúrbios com-
portamentais e cognitivos em pacientes com Alzheimer, em pacientes com diabetes, 
no tratamento da dor, da ansiedade, da epilepsia e em pacientes com síndrome 
de imunodeficiência adquirida, além dos benefícios clínicos para pacientes com 
neutropenia severa, em pacientes hospitalizados após síndrome coronariana aguda 
e para indivíduos sobreviventes de tortura em Sarajevo, com grande habilidade 
no manejo do estresse e sensação intensa de relaxamento.
Reiki como alternativa terapêutica 7
Quanto aos potenciais riscos ou desconfortos resultantes da tera-
pia reiki, pouco é discutido, mas pode-se citar dor de cabeça, náusea, 
diarreia, erupções cutâneas temporais, corrimento nasal, transpiração 
excessiva e catarses emocionais (choro compulsivo). A literatura relata 
que esses efeitos tendem a ser leves e de curta duração, e ocorrem como 
consequência de um processo de desintoxicação (RIO GRANDE DO SUL, 
2020; VIEIRA, 2017). 
Aplicação da técnica e formação em reiki
Para a aplicação da energia reiki, o receptor pode permanecer sentado 
ou deitado, sem a necessidade de despir-se, já que a energia atravessa 
qualquer material. Recomenda-se que durante a sessão o receptor es-
teja com roupas confortáveis e retire qualquer adorno (como pulseiras, 
relógios, anéis e brincos), a fim de impedir qualquer interferência no 
campo eletromagnético tanto do receptor quanto do reikiano (VIEIRA, 
2017; BABENKO, 2004). 
O recinto deve ser limpo, silencioso e, de acordo com as preferências do 
reikiano, pode ter música de fundo de relaxamento, bem como aromaterapia 
no ambiente. A primeira sessão geralmente é mais demorada, podendo levar 
de 45 a 60 minutos para uma adequada anamnese do receptor/paciente e 
realização da técnica, sendo que as sessões subsequentes apresentam um 
tempo mínimo de 30 minutos. Durante a sessão, o reikiano passa suas mãos 
sobre o receptor em determinadas posições, sempre com as palmas voltadas 
para baixo, sem exercer pressão ou manipulação no corpo do receptor (VIEIRA, 
2017; BABENKO, 2004). 
De acordo com Babenko (2004), 23 pontos podem ser energizados durante 
uma sessão, sendo que a imposição das mãos sobre cada ponto geralmente 
dura cerca de 3 minutos. Nas Figura 2a e 2b, podem ser encontradas as prin-
cipais posiçõespara aplicação do reiki em outras pessoas. 
Reiki como alternativa terapêutica8
Figura 2. Principais posições para aplicação do reiki em outras pessoas: (a) aplicação frontal; 
(b) aplicação dorsal.
Fonte: Jacinto ([2013], p. 6).
Reiki como alternativa terapêutica 9
A formação em reiki compreende três níveis de aprendizado, sendo que 
desde o início o aluno aprende a lidar com a energia. Os ensinamentos são 
transmitidos por um mestre em reiki, o qual passou pelos três níveis de 
aprendizados. De acordo com Babenko (2004), para se tornar um reikiano, 
ou seja, um profissional habilitado para aplicar o reiki em outra pessoa ou 
em si mesmo, é necessário cursar pelo menos os dois primeiros níveis de 
formação, os quais têm duração de um fim de semana cada.
Vieira (2017, p. 43) explica de forma mais detalhada o que é estudado em 
cada um dos níveis de formação em reiki: 
[...] no reiki nível I, supostos canais de energia são abertos e o aprendiz vai se 
familiarizar com as posições básicas do tratamento no corpo f ísico, apren-
dendo a história, a posição das mãos e lhe sendo permitido aplicar em si e 
nos outros. No reiki nível II, ensina-se sobre o tratamento a nível emocional 
e mental, bem como a possibilidade de tratamento à distância. O reiki nível 
III, ou nível Mestre, possibilita tratar daquilo que os praticantes entendem 
por questões do espírito, trabalhos em grupos e realizar iniciações para 
novos praticantes.
A partir do conteúdo abordado, ficam evidentes as aplicações clínicas da 
terapia reiki como prática integrativa e complementar em saúde. O método 
busca o tratamento do indivíduo como um todo, a partir da ideia de que, além 
da cura, é necessário que o paciente venha a alcançar o autoconhecimento 
e uma mudança de antigos hábitos. Assim, é importante os profissionais de 
saúde conhecerem os conceitos e os fundamentos da prática reiki, uma vez 
que é muito procurada na atenção primária por uma população cada vez mais 
preocupada com saúde e bem-estar e acometida por diversos distúrbios 
emocionais. 
A quantidade de energia reiki que o receptor recebe não pode ser 
dosada pelo emissor/reikiano, uma vez que ele deve simplesmente 
impor as mãos sobre o centro energético e deixar a energia fluir. Na verdade, 
a quantidade de energia que flui é determinada pelo receptor. Quando uma 
região está equilibrada energeticamente, ela deixa de solicitar energia. Sendo 
assim, mesmo que o reikiano permaneça com as mãos no local, não ocorrerá 
fluxo de energia nem um eventual excesso de aplicação.
Reiki como alternativa terapêutica10
Referências
BABENKO, P. C. Reiki: um estudo localizado sobre terapias alternativas, ideologia e 
estilo de vida. 2004. Dissertação (Mestrado) — Programa de Pós graduação em Ciências 
Sociais, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 849, de 27 de março de 2017. Diário Oficial da 
União, Brasília, DF, ano 154, n. 60, seção 1, p. 68-70, 28 mar. 2017. Disponível em: https://
bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt0849_28_03_2017.html. Acesso em: 
17 nov. 2020.
JACINTO, V. Praticar Reiki. Amadora: Associação Portuguesa de Reiki, [2013]. Dispo-
nível em: http://www.associacaoportuguesadereiki.com/reiki/reiki-em-portugal/
wp-content/uploads/2013/12/praticar-reiki-apr.pdf. Acesso em: 17 nov. 2020.
OLIVEIRA, R. M. J. Efeitos da prática do Reiki sobre aspectos psicofisiológicos e de 
qualidade de vida de idosos com sintomas de estresse: estudo placebo e randomizado. 
2013. Tese (Doutorado em Ciências) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal 
de São Paulo, São Paulo, 2013.
RIO GRANDE DO SUL. Secretária da Saúde. Nota técnica 01/2020: orientações para 
implantação do Reiki na rede de atenção à saúde. Porto Alegre: Secretária da Saúde 
do Rio Grande do Sul, 2020. Disponível em: https://atencaobasica.saude.rs.gov.br/
upload/arquivos/202008/31134710-nota-tecnica-01-2020-reiki-pepic-rs-docx.pdf. 
Acesso em: 17 nov. 2020.
SILVA, G. Reiki busca o equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual. Jornal NH 
Online, Novo Hamburgo, 12 mar. 2018. Disponível em: https://www.jornalnh.com.
br/_conteudo/2018/03/vida/viver_com_saude/2244199-reiki-energia-que-da-vida.
html. Acesso em: 07 nov 2020.
VIEIRA, T. C. O Reiki nas práticas de cuidado de profissionais do Sistema Único de 
Saúde. 2017. Dissertação (Mestrado) — Programa de Pós graduação em Saúde Coletiva, 
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2017.
WOLFF, F. R. Reiki: quatro níveis em curso à distância, não tradicional, essencial. Santa 
Maria: Ed. do Autor, 2012. 
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Reiki como alternativa terapêutica 11
Dica do professor
O Reiki é uma terapia que pode ser feita presencialmente e também a distância, sendo esta última 
por meio de um reikiano avançado, ou seja, para aqueles que estão ou já concluíram o nível 3 de 
formação em Reiki. O envio da energia Reiki a distância é possibilitada pelo fato dessa energia ser 
multidimensional, onde o fator tempo/espaço não é um atributo fundamental. Pessoas que estão 
acamadas, que têm baixa imunidade ou que não podem sair de casa, por exemplo, são altamente 
beneficiadas com o envio dessa energia a distância.
Nesta Dica do Professor, você conhecerá um pouco mais sobre o Reiki a distância e os seus 
benefícios.
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Exercícios
1) O Reiki foi inserido no Sistema Único de Saúde (SUS) como prática integrativa e 
complementar, pela Portaria no 849 de 27 de março de 2017.
A respeito da prática do Reiki, leia as assertivas abaixo e assinale V para a(s) verdadeira(s) e F 
para a(s) falsa(s):
 
( ) O Reiki é uma técnica simples, segura, natural, com conotação religiosa e que pode ser 
aplicada a distância.
( ) O Reiki atua em todas as esferas do indivíduo, ou seja, no âmbito físico, emocional, mental 
e espiritual.
( ) Para o paciente obter os benefícios do Reiki, não é necessário o diagnóstico prévio da 
enfermidade ou disfunção.
( ) Após uma sessão de Reiki, o terapeuta pode ficar extremamente desgastado devido à 
doação de sua energia vital.
 
Assinale a alternativa que contém a sequência correta:
A) V, F, V, V.
B) F, V, V, V.
C) V, F, F, V.
D) F, V, V, F.
E) V, V, V, F.
Os chakras são elementos centrais na prática do Reiki, consistindo em centros de forças de 
energia nos quais circulam a energia vital. Cada um dos sete principais chakras estão 
localizados em determinadas partes do corpo e têm funções correspondentes, sendo que ao 
alterar o fluxo energético em determinado chakra, podem ser observadas perturbações 
físicas ou psíquicas.
Analise os chakras a seguir e relacione a primeira e a segunda colunas de forma a estabelecer 
a relação correta entre elas.
I - Chakra umbilical.
2) 
II - Chakra cardíaco.
III - Chakra frontal.
IV - Chakra coronário.
( ) Representado pela cor laranja; como perturbações físicas, tem-se o problema nos órgãos 
reprodutores.
( ) Representado pela cor verde; como perturbações psíquicas, tem-se o egoísmo e a 
indiferença.
( ) Localizado no alto da cabeça; considerado o ponto de ligação com o universo.
( ) Localizado no meio da testa; tem a função psicológica de autopercepção.
A) I, II, IV, III.
B) I, II, III, IV.
C) IV, III, II, I.
D) II, III, I, IV.
E) I, III, II, IV.
3) Dentre os vários benefícios do Reiki, pode-se destacar o auxílio na gestão do estresse e 
transtornos psicológicos como a depressão e a ansiedade, sendoque o tratamento deve ser 
realizado por um terapeuta treinado na técnica.
Sobre a técnica e a aplicação do Reiki em outras pessoas, é correto afirmar que:
A) o terapeuta passa as suas mãos sobre o receptor, exercendo pressão sobre o corpo do 
mesmo nas regiões dos chakras a serem energizados.
B) para aplicação do Reiki, o paciente pode ficar completamente vestido, sem a necessidade de 
retirar adornos como anéis e relógios.
C) o Reiki deve ser sempre utilizado como complemento de um tratamento convencional, visto 
que seus benefícios isolados não são comprovados.
D) durante a sessão, o terapeuta foca nos pontos associados com as queixas do paciente, 
impondo a mão sobre ele por cerca de 5 a 10 minutos.
E) para aplicar o Reiki em outra pessoa, o terapeuta deve ter cursado pelo menos os dois 
primeiros níveis do processo de formação.
4) Mikao Usui, nascido em 1865 no Japão, é considerado o fundador do Reiki, uma técnica de 
imposição de mãos que visa estimular os mecanismos naturais de recuperação da saúde. 
Mikao Usui acreditava que a cura estaria acessível a todos os seres humanos e, a fim de 
orientar as condutas dos praticantes do Reiki, ele definiu alguns princípios para a técnica. 
A respeito dos princípios do Reiki, leia as assertivas a seguir e assinale V para a(s) 
verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s): 
( ) Os praticantes do Reiki acreditam que a raiva moderada pode ser útil pois aumenta o 
fluxo energético. 
( ) Com a prática do Reiki, a função de dar e receber livremente é restabelecida, uma vez que 
a prática da gratidão permite viver a vida de forma abundante. 
( ) Para a boa prática dos princípios é necessário que os praticantes possuam as qualidades 
como complacência, serenidade, resignação, respeito e honestidade, sendo que os princípios 
apresentados devem ser reafirmados diariamente e incorporados no cotidiano. 
( ) Ser bondoso com todos deve ser comum na vida de um praticante do Reiki, uma vez que 
se acredita que esse é um requisito para atingir toda a plenitude do ser. 
Assinale a alternativa que contém a sequência correta: 
A) F, F, V, V
B) F, V, V, V 
C) F, V, F, V
D) V, V, V, F
E) V, F, V, F
O Reiki é uma prática integrativa e complementar que busca restabelecer o fluxo de energia 
vital no paciente tratado, com o intuito de restabelecer não somente as dimensões físicas, 
mas também as dimensões mentais, emocionais e espirituais.
A respeito da prática e dos benefícios do Reiki, leia as assertivas a seguir e assinale V para 
a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s):
 
( ) A prática do Reiki acredita que o autoconhecimento é a chave para uma transformação 
pessoal, assim como o caminho para a cura.
5) 
( ) Dentre os benefícios do Reiki, tem-se o alívio da dor e a redução da ansiedade em 
pacientes oncológicos.
( ) Durante a sessão do Reiki, o paciente pode apresentar alguns desconfortos como dor de 
cabeça leve, náusea e até mesmo choro compulsivo.
( ) O Reiki apresenta benefícios no alívio de estados psicológicos, como o estresse e 
ansiedade, porém apresenta pouco ou nenhum efeito em distúrbios cognitivos, como o 
Alzheimer.
 
Assinale a alternativa que contém a sequência correta:
A) V, F, V, V.
B) F, V, V, V.
C) V, F, F, V.
D) F, V, V, F.
E) V, V, V, F.
Na prática
O transtorno depressivo maior, ou depressão, é uma doença que atinge grande parcela da 
população, sendo caracterizada por sintomas como perda de energia, fadiga, humor deprimido, 
insônia, falta de concentração, perda de interesse em atividades antes apreciadas, dentre outros.
Neste Na Prática, você conhecerá um estudo de caso em que a médica psiquiatra recomendou à 
paciente procurar o Reiki como terapia auxiliar à convencional, para a melhora do seu quadro 
depressivo.
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https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/505e719f-2310-4113-a989-d32c8822eabd/62c95ff7-b689-4bb4-ac05-3e3e379cea92.png
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Reiki no alívio de sinais e sintomas biopsicoemocionais 
relacionados à quimioterapia
No artigo a seguir, veja um estudo que avaliou o uso do Reiki no alívio de sinais e sintomas 
biopsicoemocionais relacionados à quimioterapia, como ansiedade, estresse, dor, fadiga e 
depressão.
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Realinhamento e tranquilidade através do reiki
No vídeo a seguir, veja com funciona uma sessão de Reiki, uma técnica que apresenta diversos 
benefícios para o dia a dia, como diminuição do estresse e ansiedade, e também no tratamento de 
doenças.
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A técnica respiratória do Reiki (por Johnny De’ Carli)
No vídeo a seguir, o mestre Johnny De’ Carli, fundador do Instituto Brasileiro de Pesquisas e 
Difusão do Reiki, ensina a técnica respiratória do Reiki relatada no seu livro Reiki - sistema 
tradicional japonês.
https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/56694/pdf%E2%80%8B%E2%80%8B%E2%80%8B%E2%80%8B%E2%80%8B%E2%80%8B%E2%80%8B
https://www.youtube.com/embed/YcFNNLdiTAk
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https://www.youtube.com/embed/MB--R32B09E
Cromoterapia e termalismo
Apresentação
Buscando a integralidade do cuidado e estimulando os mecanismos naturais de prevenção de 
doenças e de recuperação da saúde, existem as práticas integrativas e complementares em saúde. 
Por meio de ações seguras, tais práticas oferecem a cromoterapia e o termalismo como recursos 
terapêuticos.
Entende-se por cromoterapia a ciência que utiliza as cores do espectro eletromagnético para 
restaurar o equilíbrio físico-energético, harmonizando, assim, o corpo e a mente do paciente. Já o 
termalismo se alicerça na crenologia, ciência que se baseia em propriedades medicinais e 
terapêuticas das águas minerais para os tratamentos de saúde. Apesar de distintas, há uma sinergia 
na associação dessas técnicas, como pode ser observado nas piscinas termais que dispõem de 
feixes de luz em várias cores.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre como os olhos captam as cores, bem 
como as áreas cerebrais ativadas por elas e sua influência no comportamento psicológico, 
compreendendo o que são oligoelementos (componentes presentes nas águas minerais) e qual é 
sua importância para a saúde. Além disso, vai estudar sobre os benefícios da associação dessas 
técnicas na promoção da saúde e do bem-estar do paciente.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Explicar os mecanismos de terapia pela cromoterapia e pelo termalismo.•
Descrever como as cores são relacionadas com as necessidades de tratamento de pacientes.•
Relacionar a composição termal das águas ao tratamento e à prevenção de patologias.•
Infográfico
As cores, além de trazerem beleza ao mundo, são uma fonte de informação. Bastam alguns 
segundos de interação com elas para que alguma decisão seja tomada e alguma opinião seja 
formada. Pode parecer estranho, mas essa formação de ideias e atitudes ocorre porque as cores 
que se veem não estão nos objetos que observamos, mas, sim, na nossa mente, o que acaba por 
influenciar os sentimentos e humores de forma positiva ou negativa.
Acompanhe neste Infográfico como os olhos humanos percebem as cores e quais áreas do cérebro 
são ativadas diante de determinada cor, produzindo efeitos psicológicos no comportamento.
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Conteúdo do livro
Uma característica comum entre as terapias complementares em saúde é que elas utilizam recursos 
naturais como forma de tratamento.Historicamente, as civilizações antigas já sabiam desse 
potencial de cura. Os gregos, por exemplo, utilizavam a helioterapia – terapia dos raios solares, para 
curar várias doenças, sendo indicada pelos próprios médicos daquela época.
Os egípcios usavam as cores para tratar doenças e desenvolver os dons espirituais, assim como se 
banhavam no rio Nilo, considerado sagrado por eles. Além deles, os chineses, indianos e até mesmo 
os índios brasileiros sempre tiveram, em suas culturas, os métodos terapêuticos naturais e os 
princípios da medicina antroposófica arraigados no cuidado com a saúde.
Para saber mais sobre esse assunto, leia o capítulo Cromoterapia e termalismo, que faz parte da 
obra Práticas integrativas e complementares em saúde, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, 
que abordará métodos integrantes das práticas complementares em saúde, que compartilham as 
premissas antroposóficas e buscam reestabelecer a conexão da unidade corpo-mente-espírito, 
devolvendo a integralidade do indivíduo para promover a saúde.
Boa leitura.
PRÁTICAS 
INTEGRATIVAS E 
COMPLEMENTARES 
EM SAÚDE 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Explicar os mecanismos de terapia pela cromoterapia e pelo termalismo.
 > Descrever como as cores são relacionadas com as necessidades de trata-
mento de pacientes.
 > Relacionar a composição termal das águas ao tratamento e prevenção de 
patologias.
Introdução
O ritmo frenético da vida moderna tem contribuído para expor as pessoas a situações 
que podem interferir na sua saúde. Claro que nem todos são atingidos da mesma 
forma, pois a maneira como cada indivíduo percebe e reage frente a essas circuns-
tâncias dita o nível dos agravos físicos, emocionais e/ou psicológicos de cada um. 
Diante disso, tanto para o tratamento quanto para a prevenção da doença, 
uma abordagem terapêutica à luz do holismo se torna importante, pois é capaz 
de reestabelecer o equilíbrio integral, por atuar em distintos sistemas corporais 
simultaneamente e, assim, restituir a saúde e o bem-estar do indivíduo. Nessa 
perspectiva, o terapeuta dispõe das técnicas de cromoterapia e termalismo dentro 
do rol das práticas integrativas e complementares em saúde.
Neste capítulo, você vai estudar os conceitos e princípios da cromoterapia e 
do termalismo, que fundamentam o uso das cores e da água mineral, respecti-
vamente, como forma de tratamento. Para isso, examinaremos as características 
Cromoterapia 
e termalismo
Flávia Garramone
eletromagnéticas das cores primárias e secundárias, e como cada uma delas pode 
influenciar e produzir reações fisiológicas, conforme o tratamento específico. Além 
disso, analisaremos as características físico-químicas da água termal que a tornam 
um agente terapêutico do termalismo. Por fim, as propriedades terapêuticas dos 
elementos oligominerais também serão abordadas, relacionando seus benefícios 
no tratamento e prevenção de doenças.
Princípios da cromoterapia e do termalismo
Numa visão conceitual ampla, a cromoterapia é entendida como a utilização das 
cores com o objetivo terapêutico de reestabelecer a saúde. Para isso, no estrei-
tamento teórico-prático, é necessário ao terapeuta saber o que é cor no âmbito 
da física, ou seja, conhecer as características do espectro de luz visível, pois 
cor é luz. Além disso, é preciso entender como as cores interagem com o campo 
bioenergético do paciente para promover a cura das patologias que o afetam.
Por sua vez, o termalismo é entendido como a técnica terapêutica que 
utiliza águas termais para o tratamento da saúde. Nesse caso, o xis da questão 
para o princípio terapêutico é entender o que essas águas têm de especial, ou 
ainda o que torna essas águas um agente medicinal capaz de tratar doenças? 
Para encontrar a resposta, o terapeuta precisa conhecer a composição e as 
propriedades físico-químicas que distinguem as águas termais das comuns. 
Como se não bastasse, é preciso entender como os oligominerais presentes 
atuam no metabolismo corporal, reequilibrando os tecidos e a energia vital, 
para prevenir e tratar as doenças. 
Desse modo, a cromoterapia tem suas bases alicerçadas em três ciências: 
a medicina, a física e a bioenergética. O mesmo vale para o termalismo, com 
o acréscimo ainda da química, justificando, dessa forma, a inter-relação dos 
seus mecanismos de ação com os componentes orgânicos para produzir os 
efeitos fisiológicos desejados no tratamento do paciente.
Luz e cor
Na física, entende-se por espectro de luz visível a luz solar ou branca, cuja 
característica é ser formada por radiações ou ondas eletromagnéticas que 
se tornam perceptíveis ao olho humano nas cores do arco-íris. As grandezas 
Cromoterapia e termalismo2
físicas utilizadas para mensurar essas ondas eletromagnéticas são o compri-
mento de onda, expresso em nanômetros (nm), e a frequência, dada em hertz 
(Hz), as quais se relacionam de maneira inversamente proporcional. Assim, a 
luz visível se situa na faixa de comprimento de onda de 400 nm a 700 nm, que 
vai do violeta ao vermelho, respectivamente, abrangendo intermediariamente 
todas as demais cores visíveis ao olho humano (Figura 1). 
Figura 1. Características do espectro de luz visível.
Fonte: Adaptada de Suidroot (2008)/CC BY-SA 4.0.
Esse conceito foi provado por Isaac Newton no século XVII. Segundo Agne 
(2014), o físico fez um experimento usando um prisma e observou que, quando 
a luz solar atravessava o vidro transparente, cada cor seguia uma direção 
diferente. Dessa forma, concluiu que tal fato ocorria porque cada uma dessas 
Cromoterapia e termalismo 3
cores tem comprimento de onda e velocidade diferentes. Em outras palavras, 
Newton descobriu que a cor que enxergamos é, na verdade, determinada pela 
luz que foi refletida, especificamente o seu comprimento de onda.
Quando ondas eletromagnéticas dentro do espectro visível são captadas 
pelos nossos olhos, o cérebro cria a sensação da cor. Além do comprimento 
de onda, as frequências da luz também são sentidas nesse processo: as mais 
altas frequências dão a sensação da cor violeta, enquanto as mais baixas 
puxam para o vermelho, e nas frequências intermediárias podemos perceber 
todas as cores do arco-íris. 
No entanto, a cor não é um fenômeno puramente físico, pois, de acordo 
com Heller (2013), uma mesma tonalidade de cor pode ser percebida de di-
ferentes formas por cada indivíduo, o que demonstra que a cor também é 
um fenômeno fisiológico. Surge, então, um aprofundamento no tocante à 
fisiologia da percepção das cores que avalia as sensações e emoções que elas 
despertam em nós, bem como suas influências em nosso comportamento, 
ramo de estudo que é conhecido como psicologia das cores.
A cor de um objeto é resultado do tipo de radiação eletromagnética 
que ele reflete, que vem a ser a cor que conseguimos enxergar. 
Conforme Valcapelli (2011), o preto, por exemplo, é considerado ausência de 
cor, pois é percebido em objetos que absorvem toda a luz, isto é, não refletem 
nenhuma cor, enquanto o branco é o contrário, formado pela reflexão de toda 
a luz incidente, representando a mistura de todas as cores. Quanto às outras 
cores, o que conseguimos perceber, enxergar, é a parte da luz que foi refletida, 
ou melhor, da cor que não foi absorvida. 
Em seguida, Isaac Newton resolveu observar mais atentamente seu ex-
perimento e dobrou o espectro visível de luz em um círculo, encontrando 
outras características luminosas. A partir daí, criou a roda das cores ou círculo 
cromático, que se tornou a ferramenta mais utilizada até hoje para entender 
as relações entre as cores e para criar harmonias entre elas (Figura 2). Nela, 
estão presentes a classificação e as propriedades das cores, as quais são 
importantes para a prática da cromoterapia.
Cromoterapia e termalismo4
Figura 2. Roda das cores: classificação, propriedades e relação entre as cores.
Fonte: Adaptada de aekikuis/Shutterstock.com, Oleksii Arseniuk/Shutterstock.com e Slave SPB/
Shutterstock.com.
Segundo Heller (2013), as cores são classificadasem primárias, secundá-
rias e terciárias. As cores primárias são consideradas puras e compreendem 
o vermelho, o amarelo e o azul. Já as cores secundárias surgem da mistura 
proporcional de duas cores primárias, resultando no laranja, no violeta e 
no verde. Por fim, as cores terciárias são provenientes da união de uma cor 
primária com uma secundária, como, por exemplo, o azul-esverdeado. Em 
relação às propriedades, as cores são classificadas como quentes ou frias e 
como cores complementares, complementares divididas ou cores análogas.
Contudo, antes mesmo que Newton desvendasse o conceito físico de luz, 
e antes mesmo da teoria e psicologia das cores, o ser humano já fazia seu uso 
terapêutico. O Ministério da Saúde, na Portaria nº 702, cita que: 
Cromoterapia e termalismo 5
A cromoterapia é prática terapêutica que utiliza há milênios as cores no tratamento 
de doenças, sendo utilizada pelo homem desde as antigas civilizações, e atua do 
nível físico aos mais sutis com o objetivo de harmonizar o corpo. Antigamente, 
o uso terapêutico era realizado principalmente através da luz solar, pela forte 
crença no seu potencial de cura. (BRASIL, 2018, documento on-line, grifo nosso).
Segundo essa hipótese, nosso organismo é influenciado pelas cores, 
seja pela luz solar ou pelas lâmpadas que as emitem, e nossas células são 
capazes de perceber, reagir e responder às cores. Por isso, é importante que 
o terapeuta conheça todos os aspectos das cores para saber escolher a mais 
adequada para o tratamento da patologia do paciente.
Na cromoterapia, usamos as sete cores do espectro de luz visível, sele-
cionadas conforme a necessidade terapêutica, normalmente aplicadas de 
forma direta nos chakras. O objetivo da técnica é alterar ou manter a ener-
gética corporal na frequência que promove saúde, equilíbrio e bem-estar, 
harmonizando o corpo, a mente e as emoções. Segundo Valcapelli (2011), as 
cores quentes são tonificantes e intensificam a energia corporal, enquanto 
as cores frias são relaxantes e tranquilizam o corpo e a mente.
Além disso, é possível utilizar a terapia das cores nas vestimentas e acessó-
rios e no ambiente, por meio da decoração, entre outros. Há também a possibi-
lidade de interação com outras terapias complementares, como a associação 
da cromoterapia aos banhos de imersão, tanto que alguns locais de termalismo 
utilizam as cores terapêuticas em suas piscinas naturais de águas termais. 
Águas medicinais
A designação termalismo, no âmbito deste capítulo, refere-se a um conjunto de 
práticas que têm como agente terapêutico a água minero-medicinal. Segundo 
o documento Política Nacional de Prática Integrativas e Complementares no 
SUS, publicado pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2015), o uso das águas ter-
mais ou minerais para tratar a saúde é um dos mais antigos procedimentos, 
e cita que Heródoto (485–425 a.C.), geógrafo e historiador grego, foi autor da 
primeira publicação científica termal.
De fato, a água, principalmente os banhos (Figura 3), tinham grande impor-
tância para os gregos. Hipócrates (460–370 a.C.), considerado o pai da medicina, 
estabeleceu a água como um dos elementos essenciais e determinantes do 
estado de saúde ou doença. Segundo Nunes e Tamura (2012), Asclepíades 
(124–40 a.C.) utilizou a ingestão de água como método terapêutico preventivo 
e curativo, assim como a hidroterapia.
Cromoterapia e termalismo6
Figura 3. Banhos públicos em termas na Antiguidade.
Fonte: Joli (1745, documento on-line)/CC BY-SA 4.0.
Nessa concepção histórica, os antigos romanos aderiram a essa prática 
que herdaram dos gregos, e aperfeiçoaram suas ideias. Surgiram, então, 
espalhados por todo o Império Romano, os banhos públicos, os banhos de 
vapor e os banhos em termas, como de Tito, Caracala e Constantino, introdu-
zidos com finalidade terapêutica e destinados ao tratamento de gota, febre, 
psoríase, cicatrizações, queimaduras, entre outros. 
Fica claro, então, que esses povos já reconheciam o poder medicinal das 
águas. Infelizmente, na época medieval isso não foi considerado e essa prática 
foi abolida. Porém, passado esse período obscuro da civilização, aos poucos 
as pessoas voltaram a procurar as fontes de águas curativas, enquanto os 
médicos direcionavam sua atenção para a terapias usando fontes termais, 
a chamada crenoterapia. 
Cromoterapia e termalismo 7
Na segunda metade do século XVIII, Antoine Lavoisier deu início à 
química moderna, e as águas termais, curativas e/ou santas passaram 
a ser objeto de estudo dessa nova ciência. Com a elucidação das propriedades 
químicas das águas minerais, formaram-se ciências como a hidrologia, a hidrologia 
médica, a medicina hidrológica e a crenologia, todas elas categorias relativas ao 
termalismo. 
Durante o século XIX, a hidrologia se desenvolveu na França como disciplina 
integrante do curso de medicina, e nela se inseriu a hidrologia médica, a qual 
se refere ao tratamento médico por meio das águas em geral, dividida em 
hidroterapia, crenoterapia e talossoterapia.
Conforme Nunes e Tamura (2012), a partir do século XVII os médicos euro-
peus se interessaram pela água mineral para uso terapêutico. Sem restrições 
ou oposições alheias, a prática ganhou força e se firmou. Comprovando seus 
benefícios, os médicos elaboraram inclusive uma lista de doenças que pode-
riam ser combatidas com a terapêutica hidrológica, entre elas a gonorreia, 
doenças reumáticas e do sistema nervoso. 
A partir de então, as termas foram reabilitadas pela aristocracia em vários 
países. Na França, se destacaram as termas de Vichy e de Bourbon-Lancy; na 
Inglaterra, as de Bath; e na Itália, as de Montecatini e Lucca, onde surgiram 
alguns spas. Esses são apenas alguns exemplos, pois há vários países que 
possuem suas fontes de água mineral, sejam quentes ou frias. Aqui no Brasil, 
a primeira estância termal de Caldas do Cubatão, hoje Caldas da Imperatriz 
(SC), foi criada em 1818, marcando o início do termalismo em nosso país.
No final do século XVIII, já havia notícias de fontes de águas com 
propriedades curativas aqui no Brasil. Então, em 1812 D. João VI enviou 
amostras de água de Caldas do Cubatão para serem analisadas na corte. De 
acordo com Quintela (2004), Portugal já dispunha de saber médico-científico 
sobre a terapêutica do termalismo. No resultado da análise, foram reconhecidas 
as propriedades terapêuticas e essas águas termais passaram a ser um bem 
público. Isso levou o monarca a decretar a construção de um hospital termal no 
local, cujo estatuto seria regido pelo Hospital das Caldas da Rainha, de Portugal. 
Cromoterapia e termalismo8
As práticas termais em espaços institucionalizados pela medicina brasi-
leira se iniciaram durante o século XIX, impulsionadas pela descoberta das 
análises químicas. Isso levou à construção de estabelecimentos nas termas 
de Caldas do Cubatão (SC), Caxambu e Poços de Caldas (MG). Entretanto, a 
Academia Real de Medicina contava com poucos periódicos que se referiam 
ao tema. Segundo Quintela (2004), alguns deles dissertavam sobre o uso das 
águas das fontes termais de Goiás (Caldas Novas e Rio Quente) no tratamento 
da morfeia, hoje conhecida por hanseníase.
Com o desenvolvimento da química e da própria medicina, esse cenário 
mudou e os médicos produziram várias teses sobre as águas minerais, princi-
palmente apresentadas na Escola de Medicina do Rio de Janeiro. A primeira e 
considerada a mais completa tese data de 1841, escrita por Antônio Maria de 
Miranda Castro, que descrevia as potencialidades das águas e a necessidade 
de o Brasil investir nesse campo, à semelhança do que se passava na Europa. 
Observe o trecho a seguir extraído de sua tese: 
O Brasil, esta feliz e abençoada porção de terra que nos tocou em partilha, também 
encerrando em seu seio com profusão águas minerais de diversas naturezas, não 
necessita de mendigar ao estrangeiro as suas águas gasosas de Vichy, Montedouro, 
Selters, as ferruginosas de Spa, Piemont, Forges, as sulfurosas de Barrèges etc. etc.,que artificiais ou naturais, nunca jamais a nossa primorosa água gasosa da Vila 
de Campanha, as ferruginosas de Andaraí, a Matacavalos, as sulfurosas de Vila de 
Caldas em Minas Gerais, e da Vila de Itapicuru na Bahia, as termas de Santa Catarina 
e de Goiás etc. as quais podem ser usadas nas mesmas fontes: circunstância que, 
como veremos, é de maior importância para o seu bom êxito. (CASTRO, 1841, p. 5).
Além dessas, o Brasil possui fontes termais em Águas da Prata, Lindoia, Serra 
Negra e São Pedro (SP), Gravataí, Águas Mornas e Piratuba (SC), entre outras. 
Após esse passeio histórico-científico, percebemos que as águas minerais 
naturais são, conforme nos aponta Nunes e Tamura (2012, p. 253), “as soluções 
formadas em condições geológicas específicas e caracterizadas por dinamismo 
físico-químico”. Essas águas provindas das nascentes são puras, ou seja, 
não apresentam agentes microbianos, e os elementos químicos presentes 
possuem potencial terapêutico. Elas são classificadas de acordo com suas 
várias propriedades químicas, físico-químicas, de temperatura e terapêuticas, 
listadas a seguir (AMARAL, 2015; NUNES; TAMURA, 2012).
Cromoterapia e termalismo 9
 � Em relação à composição química: águas oligominerais, radíferas, 
alcalino-bicarbonatadas, alcalino-terrosas, alcalino-terrosas cálcicas, 
alcalino-terrosas magnesianas, sulfatadas, sulforosas, nitratadas, 
cloretadas, ferruginosas, radioativas, toriativas e carbogasosas.
 ■ Água oligomineral: com balanço mineral de água inferior a 0,2g/L.
 ■ Água com médio balanço mineral: entre 0,2g/L e 1g/L.
 ■ Água mineral: com equilíbrio mineral da água acima de 1g/L.
 � Quanto às características físico-químicas: referentes a temperatura, 
capacidade, equilíbrio, concentração molecular, composição química 
e presença de oligoelementos.
 � Em relação à temperatura:
 ■ fria: inferior a 20°C; 
 ■ quente:
 – hipotérmica entre 20 e 30°C; 
 – térmica entre 30 e 40°C;
 – hipertérmica acima de 40°C.
 � Ações terapêuticas:
 ■ antiinflamatória, antibacteriana e antifúngica;
 ■ cicatrizante;
 ■ adição imunológica;
 ■ antioxidante;
 ■ recuperação da barreira cutânea, entre outros.
Corroborando, segundo Amaral (2015) as águas termais têm origem subter-
rânea e são ricas em sais minerais que se incorporam à sua estrutura físico-
-química, devido à sua passagem lenta pelas rochas e sedimentos do interior 
da terra. A cada 33 metros de profundidade, sua temperatura aumenta em 1°C, 
e como certas fontes podem alcançar até 3 mil metros de profundidade, sua 
temperatura pode chegar a 150°C nessa profundidade. Nessas condições, a 
água fica sob pressão, o que leva a sua rápida subida pelas frestas rochosas, 
surgindo as fontes termais e também os gêiseres, fontes de jatos de vapor, 
como o de Caxambu, o único no Brasil.
Quanto à prática do termalismo, na impossibilidade de deslocamento até 
um balneário termal, o paciente pode ser tratado por meio de banhos, saunas 
e aplicação de compressas com produtos que contenham águas minerais em 
sua composição. 
Cromoterapia e termalismo10
Bioenergética das cores na prática 
terapêutica 
Assim como a água, a luz solar e as cores fazem parte da nossa vida e são 
elementos importantes para a existência humana. A luz solar estimula a 
síntese de vitamina D, reforça nosso sistema imunológico ainda interfere 
no nosso humor, pois aumenta a expressão de receptores neuronais para 
neurotransmissores ligados ao bem-estar. 
Conscientemente, não percebemos o quanto as cores podem influenciar 
nossas emoções, sentimentos e comportamentos, às vezes até mesmo de 
maneira contraditória. O vermelho, que antes inspirava paixão e amor intenso, 
em certo momento/situação da vida passa a representar a raiva e o ódio. 
Isso está relacionado à bioenergética das cores.
Nosso campo bioenergético carrega informações físicas, emocionais, 
mentais e espirituais, sendo os chakras os centros energéticos do 
corpo pelos quais essas energias circulam. No corpo físico, qualquer mani-
festação ou sintoma, como uma doença, por exemplo, representa que algo 
está errado na parte bioenergética. Segundo Fonseca (2011), a bioenergética 
está intimamente relacionada ao fluxo físico vital, em que as cores também 
influenciam na orientação da trajetória correta desse fluxo energético.
Dessa forma, percebemos que, assim como cada cor tem sua característica 
e suas propriedades físicas, também tem um significado específico e uma 
vibração própria, capaz de causar reações nos sentidos de quem as percebe, 
inclusive orgânicas. Do mesmo modo, todo sentimento ou emoção, como 
raiva, ódio, amor, prazer, alegria, entre outros, tem uma vibração e uma cor 
correspondente. A seguir são listados os significados gerais de cada uma das 
sete cores do arco-íris (HELLER, 2013; ZYLBERGLEJD, 2017).
 � Vermelho — cor quente. É a mais poderosa de todas as cores. Ligada 
ao sangue e ao fogo. Representa força, vida, atividade, determinação 
e agressividade, amor, paixão, raiva, ódio, etc. Tem efeito vitalizante, 
atraindo a energia.
 � Laranja — cor quente. Resultado da junção do vermelho e do amarelo. 
Considerada exótica à nossa percepção, cria a sensação de aroma e denota 
o verdadeiro caráter de um sentimento. É a cor da alegria, sociabilidade, 
determinação, força de vontade, do sucesso, encorajamento, superação, 
entusiasmo, rápido entendimento. Tem efeito vitalizante e rejuvenescedor.
Cromoterapia e termalismo 11
 � Amarelo — cor quente. Psicologicamente é considerada uma cor ambí-
gua, pois inspira otimismo, iluminação e entendimento, bem como irri-
tação, inveja, insegurança e instabilidade. Por isso, não é aconselhável 
utilizá-la isoladamente. No entanto, é o símbolo das energias positivas 
e inspiradoras, promovendo a criatividade, o raciocínio e o otimismo.
 � Verde — cor fria. É considerada uma cor completa, pois abrange corpo, 
mente e espírito. Simboliza natureza e saúde e significa crescimento, ferti-
lidade, juventude, esperança e confiança. Tem efeito calmante e estimula 
segurança, relaxamento, harmonia e equilíbrio. Deve ser utilizada com 
precaução, para não aumentar os níveis de insatisfação e impaciência. 
 � Azul — cor fria. É a cor da profundidade, fidelidade, confiança, tran-
quilidade, honestidade e contentamento. Tem efeito apaziguador e 
sedativo, estimula a sensação de paz e é muito eficaz na devolução 
da clareza mental. 
 � Índigo — cor fria. É uma cor profunda, distante e infinita. Representa 
conhecimento, poder, integridade e seriedade. Ligada às artes e à 
beleza, associada à consciência e ao intelecto, eleva a mente, incita o 
estado de serenidade e estimula as energias criativas.
 � Violeta — cor fria. Resultado da união do vermelho e do azul. Simboliza 
a união dos opostos, ou seja, do masculino e do feminino, da sensua-
lidade e da espiritualidade, sentimento e intelecto, amor e abstinên-
cia. Provoca sensações de liberdade, mas também de equilíbrio e de 
estabilidade, incitando a meditação e a recuperação da autoestima.
Nesse sentido, Fonseca (2011) nos explica que a interação da energia das 
cores com nossa bioenergia — espontaneamente, por meio de estímulos 
visuais coloridos (como a cromoterapia), ou involuntariamente, por meio 
de estímulos naturais (como a luz solar) — promove efeitos relevantes no 
contexto da vida e também curativos, refletindo em aspectos físicos, mentais 
e/ou emocionais.
Apoiada nesse conceito, a cromoterapia busca na vibração das cores a 
interação com nosso campo energético — nossa aura, a qual está integrada à 
totalidade de nosso ser. Para isso, recorre aos sete pontos centrais energético-
Cromoterapia e termalismo12
-espirituais do corpo, os chakras, localizados ao longo da coluna vertebral. De 
acordo com Valcapelli (2011), na ayurveda cada chakra tem correspondência 
com uma cor específica do espectro visível, com uma determinada área 
corporal e com um ou mais órgãos do corpo humano (Figura 4). 
Figura 4. Correspondência dos chakras com as cores e órgãos corporais.
Fonte:Adaptada de MicroOne/Shutterstock.com.
Sendo assim, em caso de desequilíbrio ou doença, na conduta terapêutica 
de um modo geral expor o chakra afetado à sua cor dominante faz com que 
o organismo retorne à normalidade, reconduzindo a saúde e o bem-estar 
do paciente. Porém, não é tão simples assim. O terapeuta precisa avaliar 
minuciosamente o estado e as condições específicas do paciente, pois, em 
certas situações, para atingir esse objetivo a aplicação das cores comple-
mentares, análogas ou complementares divididas é tão eficiente quanto a 
aplicação da cor dominante.
Além disso, na cromoterapia, é por meio das cores complementares que 
se neutraliza uma disfunção existente no organismo. Entretanto, o profis-
sional pode se orientar para escolha da cor baseado nas várias indicações 
terapêuticas e ampla ação fisiológica (Quadro 1) que cada cor possui.
Cromoterapia e termalismo 13
Quadro 1. Efeito e indicação terapêutica das cores
Cor Efeito fisiológico Ação e indicação terapêutica
Vermelho Estimulante Promove a vitalidade. É capaz de acelerar o me-
tabolismo orgânico, aumentar a taxa de respira-
ção e a pressão arterial. Estimula a liberação de 
adrenalina e dos hormônios sexuais e o sistema 
nervoso simpático, bem como a produção de 
hemácias.
Trata: depressão; anemia; problemas circulató-
rios sanguíneos e edemas; paralisias; alterações 
do funcionamento do fígado; inflamação das 
articulações; reumatismo.
Obs.: deve ser evitada em casos de hipertensão 
e em pessoas agitadas.
Laranja Estimulante Promove a vitalidade. É capaz de elevar a pres-
são sanguínea e estimular o sistema nervoso 
simpático, a função das glândulas endócrinas, 
principalmente as glândulas suprarrenais, às 
quais está associada. Estimula o apetite, a boa 
digestão e o sistema metabólico. Fortalece as 
funções mentais.
Trata: depressão; fadiga; falta de energia e de 
força de vontade; problemas respiratórios, 
renais e biliares; epilepsia; inflamações como 
artrites, reumatismo, bursites; torções.
Amarelo Estimulante Vitaliza os neurônios, estimulando a atividade 
mental, o raciocínio e a memória. Favorece a 
defesa imunológica por atuar no timo. Har-
moniza o sistema nervoso central. Estimula o 
sistema nervoso parassimpático, favorecendo 
as funções hepáticas e os movimentos peristál-
ticos dos intestinos. 
Trata: depressão; problemas digestivos, ocu-
lares e auditivos; reumatismo; artrite; auxilia a 
cicatrização, limpeza e reestruturação da pele; 
distrofia muscular e debilidade mental.
Verde Equilibrante Promove tranquilidade, equilíbrio e estabi-
lidade. É capaz de neutralizar os efeitos do 
excesso de vermelho, laranja e amarelo; por 
isso, na cromoterapia é sempre utilizado no 
final do tratamento à base dessas cores.
Trata: distúrbios emocionais; infecções; into-
xicações; problemas cardíacos e circulatórios; 
enxaqueca; gripe; lesões cutâneas, como a acne 
e eczemas; machucados.
(Continua)
Cromoterapia e termalismo14
Cor Efeito fisiológico Ação e indicação terapêutica
Azul Sedante Promove relaxamento e acalma. É considerada a 
cor mais curativa de todas. É anti-inflamatória, 
antisséptica e cicatrizante. Vitaliza as glândulas 
tireoide e paratireoides, a garganta e o sistema 
respiratório.
Trata: dor de cabeça e enxaqueca; sensação de 
angústia, ansiedade, tensão, medo e perturba-
ções nervosas; insônia; lesões cutâneas, feridas 
e queimaduras; faringite, laringite, bronquite; 
asma; distúrbios físicos e mentais.
Obs.: não deve ser usada para pessoas lentas, 
deprimidas e com a pressão muito baixa.
Índigo Sedante Tem ação analgésica e calmante. É anti-inflama-
tória, anti-hemorrágica, descongestionante e 
cicatrizante. Auxilia o raciocínio.
Trata: dor generalizada; condições elevadas de 
ansiedade ou excitação; inflamações oculares 
e nos ouvidos; epistaxe; eczemas e acnes; a 
hipófise e o cerebelo. 
Obs.: é indicada em substituição à cor vermelha 
em recém-nascidos, idosos, hipertensos, psicó-
ticos, pessoas agitadas ou em estado febril.
Violeta Sedante Promove a meditação e induz elevados pen-
samentos de teor espiritual. É considerada a 
cor da transmutação. Age no sistema nervoso 
simpático, estimula e ativa o metabolismo e a 
síntese hormonal. Desintoxica células, tecidos e 
a energia física do corpo.
Trata: doenças físicas e psíquicas: neuroses e 
desequilíbrios emocionais; psoríase; dermatite; 
doenças do couro cabeludo; dores musculares 
e lombares.
Obs.: por ser bastante intensa, seu uso ex-
cessivo pode provocar estados alterados de 
consciência
Fonte: Adaptado de Heller (2013), Valcapelli (2011) e Zylberglejd (2017).
O cromoterapeuta deve ter em mente que as doenças decorrem de um 
desequilíbrio no padrão de vibração interno, alterando a energética dos 
órgãos e se refletindo no sistema orgânico como um todo. Sendo assim, 
a finalidade da técnica é restaurar e criar condições para que as células 
debilitadas possam se recuperar. Nesse sentido, Valcapelli (2011) afirma que 
(Continuação)
Cromoterapia e termalismo 15
a aplicação correta das cores no nosso corpo bioenergético age no campo 
vibracional dos órgãos, fazendo com que voltem ao seu padrão original e 
natural de vibração energética.
Isso acontece porque as cores do espectro visível estão no mesmo padrão 
de vibração do corpo humano, ou seja, são energias biocompatíveis, sobre as 
quais as células selecionam e absorvem somente aquelas de que necessitam. 
O corpo tem facilidade para eliminar num curto período as outras cores 
que incidiram e não foram utilizadas pelas células. Por isso, numa eventual 
aplicação de cor equivocada, não haverá graves consequências, mas vale 
ressaltar que as cores influenciam o organismo, elevando ou baixando o 
nível energético corporal. 
Os métodos de aplicação da cromoterapia são variados. O mais comum é 
por meio de focos luminosos, seja por lâmpadas coloridas, bastões de luz com 
filtro colorido, ou também pelos fototerápicos, como light emitting diode (LED) 
e laser de baixa potência vermelho. Há ainda a forma de irradiação mental 
da cor, que usa a vibração do pensamento para levar a cor até a área a ser 
tratada. Outras maneiras incluem câmaras ou pirâmides cromoterápicas, 
aplicação de filtros coloridos sobre o local a ser tratado e o uso de águas 
solarizadas. Nesse último, podemos agregar os princípios do termalismo, 
assim como a cromoterapia, aos banhos termais, denotando a sinergia entre 
as duas terapias.
Atividade biológica das águas termais
As águas naturalmente quentes do Brasil sempre tiveram, do ponto de vista 
histórico do termalismo, maior visibilidade e interesse na medicina, devido 
às suas virtudes curativas. Conforme Hellmann e Rodrigues (2017), ao longo 
do desenvolvimento da crenologia, a água termal se tornou objeto e método 
de estudo como remédio para o corpo humano. No entanto, já se advertia que 
as águas não curavam por si só; por isso, após as análises físico-químicas 
que comprovavam seus efeitos na saúde, os médicos estipularam o modo 
correto de fazer uso das águas. 
Dessa forma, especificaram diferentes maneiras e formas de utilização 
das águas termais, entre elas: uso por via oral, banhos de imersão total ou 
parcial, inalação, banhos de vapor úmidos ou secos e a aplicação dos resíduos 
orgânicos e vegetais das águas quentes e sulfurosas. Desta última, surge a 
técnica de geoterapia ou argiloterapia. 
Cromoterapia e termalismo16
Contudo, o desenvolvimento científico prosseguiu. Os médicos passaram a 
avaliar as propriedades biológicas das águas termais, que, à luz da fisiologia, 
se revelavam, segundo Hellmann e Rodrigues (2017), verdadeiros meios vitais, 
um elemento vivo, que não poderia ser produzido artificialmente. No sucesso 
da ação terapêutica das águas termais, se destacava seu poder estimulante, 
renovador celular, equilibrante do complexo eletrolítico do meio humoral do 
organismo e também seu poder desintoxicante. 
Essa interação biológica se deve à elevada concentração de sais minerais 
que fazem parte da composição químicadas águas termais, e que são elementos 
importantes e essenciais nos processos metabólicos, de formação e estrutura-
ção do corpo humano. De acordo com Amaral (2015), a concentração de alguns 
minerais nas águas termais chega a ser 300 vezes maior que em água potável 
comum. Os principais minerais presentes na água termal e suas respectivas 
propriedades e ações fisiológicas são listados a seguir (AMARAL, 2015).
 � Zinco: participa do metabolismo de vitaminas e enzimas antioxidantes, 
da síntese e degradação de carboidratos, lipídios e proteínas e de 
funções neurossensoriais. Atua em funções do sistema imunológico.
 � Fósforo: presente na formação de dentes e ossos e nas membranas celula-
res do organismo humano. Integra o DNA e o RNA. Participa do transporte 
e armazenagem de energia celular, do metabolismo de glicídios e de 
reações químicas que liberam energia. Age na contração dos músculos.
 � Enxofre: participa da síntese do colágeno e da queratina. Integra os 
aminoácidos que ajudam a construir tecidos. Intervém no metabolismo 
de lipídios e carboidratos. Favorece o transporte e o equilíbrio de outros 
minerais. É antisséptico, agente antioleosidade, colabora ativamente 
nos tratamentos de pele, unhas e cabelos.
 � Silício: elemento essencial para o corpo humano. Faz parte da estrutura 
do colágeno, da elastina e do ácido hialurônico. Facilita a ligação de água 
às estruturas dérmicas. Importante elemento para a neutralização de 
radicais livres e prevenção de reações de glicação. Atua como suavizante, 
calmante e mimetizador das ações de fatores de crescimento celular.
 � Magnésio: participa da formação de colágeno e de proteínas, e também 
no metabolismo da glicose, no processo de renovação celular e na 
síntese de ácidos nucleicos. Atua na maleabilidade tecidual, no meta-
bolismo do cálcio, da vitamina C, do fósforo, do sódio e do potássio. 
É abundante no fluido extracelular e em secreções digestivas. Con-
siderado um mineral antiestresse, anti-inflamatório, antitrombótico.
Cromoterapia e termalismo 17
 � Cálcio: sustenta a estrutura celular e a troca iônica. Participa ativa-
mente da divisão celular. Desenvolve e mantém a saúde dos ossos e 
dentes. Participa da contração muscular. Presente no mecanismo de 
coagulação sanguínea. Ativa enzimas responsáveis pela digestão de 
gorduras e metabolismo de proteínas. Atua na regulação e transmissão 
de impulsos nervosos e no equilíbrio da acidez do organismo.
 � Ferro: principal mineral com função sobre o metabolismo gasoso. 
Doador de tônus e elasticidade. Atua na produção de hemoglobina e 
enzimas, no transporte de oxigênio no sangue e nos músculos. Ajuda a 
descartar dióxido de carbono. Participa do metabolismo de proteínas.
 � Potássio: participa da formação de colágeno e na renovação celular. 
Estabiliza a estrutura do DNA. Cuida da manutenção do líquido intra-
celular, da contração muscular, da condução nervosa e da frequência 
cardíaca. Participa da produção de energia. Atua na síntese de proteínas 
e ácidos nucleicos.
 � Sódio: participa da eliminação de toxinas. Desempenha um papel 
importante no balanço hídrico do corpo. Assegura a pressão osmótica 
dos tecidos corporais. Atua nos mecanismos de excitabilidade elétrica. 
Participa de funções dos sistemas nervoso e muscular.
Observando a presença dos oligoelementos tanto nas águas termais 
quanto em nosso corpo, podemos concluir que há biocompatibilidade. Sendo 
assim, o mecanismo terapêutico se dá pela facilitação do transporte desses 
íons através da pele para o ambiente interno corporal, ou seja, em função 
das trocas químicas, da bioeletricidade tecidual e pela reação fisiológica a 
determinado elemento mineral. Os elementos incluem arsênico, boro, lítio, 
entre muitos outros, variação que se deve às características hidrogeológicas 
do local em que as fontes se encontram. Dessa forma, elencamos a seguir 
diferentes efeitos e indicações terapêuticas de cada tipo de águas termais 
(AMARAL, 2015; HELLMANN; RODRIGUES, 2017; NUNES; TAMURA, 2012).
 � Sulfurosas: contêm enxofre em quantidade. Usadas em distúrbios fun-
cionais do fígado, reumatismo, doenças de pele, artrite e inflamações 
em geral. Benéficas para diabéticos. Sedativas da hipertensão e da 
excitação neuropsíquica. Usos principais em processos reumáticos, der-
matológicos, otorrinolaringológicos e problemas respiratórios crônicos.
Cromoterapia e termalismo18
 � Bicarbonatadas: alto teor de bicarbonato, sendo o íon dominante o 
sulfato. Ação em casos de cálculos renais, distúrbios gastrointestinais, 
enfermidades hepáticas, artrite e gota. Uso fundamental por via oral, 
estimulando a secreção enzimática do pâncreas, alcalinizam a urina 
e o pH gástrico. Por isso, são antiácidas e alcalinizantes.
 � Ferruginosas: a biodisponibilidade de ferro nestas águas confere rápida 
absorção por via oral. Uso em casos de anorexia, diferentes tipos de 
anemia, parasitose, alergia e acne juvenil. Estimulam o apetite.
 � Sulfatadas: tratamento da prisão de ventre, colite e problemas 
hepáticos. Indicadas para os tratamentos das vias urinárias e afecções 
metabólicas. Estimulam o peristaltismo intestinal e são colagogas, 
coleráticas e hepatoprotetoras. Predomina sódio e magnésio, têm 
efeito laxativo.
 � Cloradas: por via oral estimulam a secreção e mobilidade gástrica e 
intestinal. Ativam o metabolismo em geral e estimulam a secreção 
de ácido clorídrico. Sobre a pele, facilitam a cicatrização e possuem 
efeito anti-inflamatório.
 � Carbogasosas: ricas em sais minerais e gás carbônico livre. Diuréticas 
e digestivas, ideais para acompanhar as refeições. Ajudam a repor a 
perda dos atletas, facilitam o trânsito intestinal e estimulam o apetite. 
Ação contra hipertensão arterial, cálculos renais e de vesícula. 
 � Radioativas: ação funcional nas afecções renais e biliares. Diuréticas e 
laxantes. Favorecem a digestão. Indicadas para tratamento de reuma-
tismo. Diminuem o ácido úrico. Tendem a reduzir a pressão sanguínea.
 � Oligomineral: estimulam o funcionamento do pâncreas (diabete). Ação 
em transtornos gástricos (hipercloridia), acidez em digestões pesadas 
e auxílio em processos funcionais do intestino, regulando o peristal-
tismo e a constipação.
Nosso corpo, ao receber um estímulo harmônico, ao mesmo tempo dis-
ciplinador e transformador, vindo das ações terapêuticas, reage com mais 
vigor, energia, disposição e equilíbrio, podendo reintegrar os aspectos físicos, 
emocionais e mentais. Envolvida nesse processo, a bioenergética se apresenta 
como uma fonte de ação restauradora em sinergia com a cromoterapia e o 
termalismo, técnicas de grande efeito vitalizante, pois têm a capacidade de 
oferecer ao corpo uma energia de alta qualidade vital e retirar a energia de 
baixa qualidade, bem como remineralizar os tecidos com grandes concen-
trações e variedades de elementos ricos em nutrientes essenciais e vitais.
Cromoterapia e termalismo 19
Águas termais e LED
Apesar de serem lançados como novidade, as águas termais e a fototerapia por 
LED, ou ledterapia, utilizados para o tratamento de doenças dermatológicas 
como dermatite, psoríase, acne, rosácea, etc., se baseiam nos princípios do 
termalismo e da cromoterapia para atingirem seus efeitos terapêuticos na 
recuperação da pele. Em comum, essas afecções incluem perda da integri-
dade da função de barreira cutânea, significando uma ruptura da função e 
da estrutura celular que forma a camada protetora externa da pele, que nos 
protege da invasão de agentes patogênicos.
A água, além de ser o componente essencial da pele e participar de todas 
suas reações metabólicas, é o principal indicador da integridade da barreira 
cutânea. O desequilíbrio no intercâmbio da água entre o estrato córneo e o 
meio ambiente pode ser sentido por ressecamento, descamação, vermelhidão 
e coceira, o que favorece a instalação de algumas doenças dermatológicas.
A aplicação da água termal acelera a recuperação da barreira cutânea, pois 
os sais minerais presentes em sua composiçãoatuam na fisiologia da pele, 
estimulando a atividade dos fibroblastos e a migração dos queratinócitos 
até a camada mais externa, num processo chamado renovação celular. Além 
disso, seus efeitos biológicos de ação anti-inflamatória, hidratante, antioxi-
dante e antisséptica reduzem os sintomas de desconforto, por propriedade 
e ação fisiológica de alguns dos sais minerais presentes nas águas termais 
utilizadas em formulações cosmecêuticas dermatológicas.
Em sinergia, a ledterapia utiliza luzes com comprimentos de onda que vão 
do ultravioleta ao visível e ao infravermelho. Uma característica do equipa-
mento é a emissão não pontual, ou seja, ele dispersa a luz, sendo capaz de 
tratar grandes áreas em uma única aplicação. A terapia luminosa pela luz visível 
atinge as estruturas da pele pela afinidade com as células fotorreceptoras 
(cromóforos) presentes, como a hemoglobina, a melanina e a água. 
Os efeitos fisiológicos acontecem pelas ações fotoquímicas ou térmicas da 
luz emitida, ou seja, pela fotobioestimulação, que atua em forma de cascata 
de respostas celulares, resultando na modulação da função celular, prolife-
ração celular e reparação das células comprometidas. Além disso, também 
se destaca a alteração da permeabilidade da membrana celular, o que facilita 
o transporte de íons (sais minerais) nas células da pele.
No espectro da luz visível, a ledterapia contempla todas as cores da luz 
solar, cada qual com suas ações biológicas e várias indicações para os trata-
mentos dermatológicos, conforme listado a seguir (AGNE, 2014):
Cromoterapia e termalismo20
 � LED de luz vermelha (630–700nm) — efeito bioestimulante, regenerador e 
anti-inflamatório, excelente para a cicatrização e reparação de tecidos;
 � LED de luz verde (470–550nm) — efeito anti-inflamatório, oxigenante e 
rejuvenescedor, estimula a microcirculação, desobstrui vasos linfáticos 
e elimina edemas;
 � LED de luz azul (400–470nm) — é a mais utilizada pelos profissionais 
por causa de sua ação bactericida, anti-inflamatória, oxigenante e 
cicatrizante, indicada no tratamento da acne;
 � LED de luz amarela (570–590nm) — efeito drenante e estimulante ce-
lular, melhora a circulação sanguínea e linfática e a textura da pele e 
estimula a hidratação;
 � LED de luz violeta (380–450nm) — com efeito regenerador e estimu-
lante, aumenta a energia intracelular e o metabolismo celular, além 
de acelerar a renovação e o nível de hidratação celular e tecidual.
Os princípios que fundamentam o uso da ledterapia nos tratamentos 
dermatológicos remetem à cromoterapia, assim como o uso de água termal 
como cosmecêutico remete ao termalismo e à crenologia. Sendo assim, per-
cebemos que a cromoterapia e o termalismo como terapias complementares 
abrangem conhecimentos milenares, derivados de uma ciência médica de 
promoção da saúde, que se apoia na integração do ser humano à natureza 
para induzir os mecanismos orgânicos a voltarem ao seu desempenho original. 
Com isso, restaura-se o equilíbrio natural que permite a adequação funcional 
do corpo físico e do espiritual, ou seja, dos aspectos mentais e emocionais.
Ao atuar na área da prevenção de doenças e da promoção, manutenção e 
recuperação da saúde com base no conceito filosófico das práticas comple-
mentares integrativas, o profissional terapeuta considera o indivíduo na sua 
dimensão global, sem perder de vista sua singularidade. Essa abordagem traz 
em si a perspectiva da intervenção humanizada, tão importante nos tempos 
atuais, promovendo no paciente sentimentos de segurança e acolhimento, 
bem como de outro panorama do seu processo saúde–doença.
Referências
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Cromoterapia e termalismo 21
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Anais eletrônicos [...]. Curitiba: Centro Reichiano, 2011 Disponível em: https://www.
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HELLER, E. A psicologia das cores: como as cores afetam a emoção e a razão. São 
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HELLMANN, F.; RODRIGUES, D. M. O. (Orgs.). Termalismo e crenoterapia no Brasil e 
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QUINTELA, M. M. Saberes e práticas termais: uma perspectiva comparada em Portu-
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Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 11, suppl.1, 2004. Disponível em: https://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702004000400012&lang=pt&tln
g=pt. Acesso em: 4 dez. 2020. 
SUIDROOT. File: Diagram of a dispersion prism, 2008, Wikipedia. Licenciado sob CC BY 
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VALCAPELLI. Cromoterapia: a cor e você. 7. ed. São Paulo: Roca, 2011.
ZYLBERGLEJD, R. A influência das cores nas decisões dos consumidores. 2017. Trabalho 
de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia) — Escola Politécnica, Universidade 
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
Leitura recomendada
CADERNOS DE NATUROLOGIA E TERAPIAS COMPLEMENTARES. Florianópolis: Unisul, v. 3, 
n. 5, 2014. Disponível em: http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/CNTC/
issue/view/188. Acesso em: 4 dez. 2020.
Cromoterapia e termalismo22
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Cromoterapia e termalismo 23
Dica do professor
Na era tecnológica atual, estão sendo redescobertos os saberes filosóficos e as práticas 
terapêuticas milenares, como a cromoterapia e o termalismo, que, até há pouco tempo, eram 
consideradas superstições. Esse fato é reforçado pelo movimento de aproximação entre a física 
quântica e as tradições espirituais orientais.
Com isso, é possível se deparar com as potencialidades de transformação que existem no interior 
do ser humano, ou seja,em como influenciar a matéria (o corpo físico) com a mente. Parece surreal, 
um absurdo? Não. A complexidade da fisiologia humana ultrapassa os limites do aspecto físico; o 
reflexo de sua totalidade se expressa pela capacidade de análise, criação, linguagem, pensamento, 
sensibilidade e emoção.
Nesta Dica do Professor, você vai conhecer um método de aplicação da cromoterapia que se baseia 
na visualização das cores durante a meditação. A meditação das cores está baseada na 
bioenergética, na qual a consciência humana representa uma forma de energia integralmente 
relacionada à contínua criação da saúde ou da doença.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
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Exercícios
1) O olho humano possui cerca de 137 milhões de células fotorreceptoras, os cones e 
bastonetes, que transformam a luz em impulsos elétricos que vão até o cérebro por meio de 
vias aferentes. Além da percepção da cor, a atividade eletroquímica, ao longo dessa 
trajetória, produz uma reação dos neurotransmissores que pode excitar ou inibir a síntese 
dos neuro-hormônios.
Sendo assim, é possível afirmar que, nos mecanismos terapêuticos da cromoterapia:
A) a utilização da cor correta tende a harmonizar a função de qualquer órgão ou sistema e 
estimula o fluxo de energia curativa potencial do ser humano. 
B) o estímulo provocado pela aplicação da cor vermelha conduz ao desânimo e à formação do 
pensamento negativo, já que remete à tristeza.
C) a cor azul melhora as defesas imunológicas, porque aumenta a excitação nervosa, um efeito 
estimulante que acelera o metabolismo orgânico.
D) a cor é um fenômeno físico e, por não haver componentes fisiológicos envolvidos, deve-
se aplicá-la de acordo com a necessidade do tratamento.
E) o infravermelho e o ultravioleta são luzes utilizadas como complemento da cor em 
desequilíbrio nos chakras, atuando nos níveis físico e sutil em harmonia.
2) A luz é fonte de vida; todos os processos bioquímicos da natureza dependem dela. Para a 
vida humana, sua importância é maior ainda, pois as cores atuam vivamente nos 
aspectos físico, mental e emocional.
Marque a seguir V para verdadeiro e F para falso, para os efeitos e vibração das cores na 
cromoterapia.
( ) A cor laranja é vitalizante e ajuda a transpor obstáculos e superar as dificuldades. 
( ) A cor violeta vibra a ascensão espiritual, traz equilíbrio e eleva a autoestima. 
( ) A cor índigo é sedante, eleva a mente para uma compreensão maior da vida. 
( ) A cor verde, estimulante, vitaliza as atividades mentais, o raciocínio e a memória.
Assinale a seguir, a alternativa correta.
A) F – F – F – V.
B) V – V – V – F.
C) F – V – F – F. 
D) V – F – F – V. 
E) V – V – F – F. 
3) Com a evolução e o desenvolvimento das ciências, o que antes eram saberes populares, na 
cromoterapia e no termalismo se tornaram objetos de interesse científico. As pesquisas 
comprovam os benefícios dessas ________________ ao verificar a ________________entre os 
elementos naturais (cor e água mineral) e os componentes orgânicos, que resulta em 
________________ capazes de restaurar a saúde, entendida como equilíbrio físico e energético 
do corpo.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
A) terapias elementares / fisiologia / efeitos fisiológicos. 
B) terapias alternativas / origem / benefícios bioenergéticos.
C) crenças empíricas / característica / estímulos etéreos.
D) soluções medicinais / qualidade / mudanças metabólicas.
E) práticas terapêuticas / interação / efeitos fisiológicos.
O marco do início do termalismo no Brasil aconteceu em 1818, com a criação da primeira 
estância termal brasileira. Na época, a palavra era entendida como a prática terapêutica 
desenvolvida a partir da água termal e usada no espaço de um estabelecimento balnear. 
Hoje, mesmo não estando nesses locais, pode-se usufruir dos benefícios dessas águas para 
tratar a saúde, a exemplo das águas termais em spray que podem ser compradas nas 
farmácias para o tratamento dermatológico.
A tabela a seguir apresenta as principais diferenças físico-químicas entre as três águas 
termais facilmente encontradas no mercado brasileiro.
4) 
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Após as considerações acima e a análise da tabela, aponte a resposta que melhor descreve 
os motivos pelos quais a água termal é diferente da comum e considerada medicinal.
A) Entre seus oligoelementos, destacam-se cloro, sódio e bicarbonato, os quais são importantes 
para todas as funções metabólicas orgânicas, vindo daí seu efeito medicinal.
B) Como contém sedimento vulcânico, a água tem características sulforosas, e o enxofre é o 
componente químico que a diferencia, por causa dos benefícios que esse elemento traz 
à saúde.
C) Por ser proveniente do subterrâneo, é uma água pura, que tem qualidades físico-químicas 
específicas e que é rica em sais minerais importantes para todas as funções orgânicas 
do corpo.
D) Por a nascente termal ser radioativa, a água tem maior condutividade elétrica, facilitando o 
transporte dos íons dos seus diversos oligoelementos e desencadeando os efeitos 
terapêuticos.
E) Como é um tipo particular de água terrosa, ela conta com amplas características físico-
químicas que diferenciam os oligoelementos presentes, o que a torna terapêutica.
5) Desde 2006, as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) estão instituídas 
no Sistema Único de Saúde (SUS). São oferecidas nas Unidades de Saúde da Família, em 
postos de saúde, centros especializados e em hospitais como forma de assistência integral às 
saúdes física, mental e emocional, aliviando o sofrimento e promovendo o autocuidado. 
Entre as 29 práticas e terapias reconhecidas no Brasil, estão a cromoterapia e o termalismo. 
Sobre seus métodos e princípios terapêuticos, leia as assertivas a seguir.
I. A luz solar e as cores resultantes dela transformam-se em energias vibracionais que a visão 
e o cérebro interpretam de forma específica.
II. A água e seus sais minerais são elementos essenciais para o metabolismo celular normal, 
atuando, assim, na fisiologia do corpo todo.
III. A ação bioenergética se refere à interação dessas formas de energia com as complexas 
dimensões corporais visíveis e invisíveis.
IV. Como práticas terapêuticas holísticas, a capacidade de promover a cura se 
limita conforme a origem da patologia e o histórico do paciente.
Quais estão corretas?
A) Apenas I e II.
B) Apenas II e IV.
C) Apenas I, II e III.
D) Apenas II, III e IV.
E) Apenas II e III.
Na prática
Com a Internet, o acesso fácil e rápido às informações passou a contribuir para que o paciente saiba 
a respeito de sua doença e das formas de tratamento.
Por um lado, isso é importante, pois conhecer melhor o problema, por meio da palavra de médicos 
e terapeutas, ajuda o paciente a tomar uma atitude objetiva, participar ativamente e cooperar na 
sua própria cura. Por outro lado, a busca por respostas em ambientes virtuais não confiáveis ou 
pouco explicativos pode gerar dúvidas e incertezas, prejudicando seu tratamento.
Diante das dúvidas, cabe ao terapeuta saber orientar o paciente, esclarecendo sobre as doenças e, 
mais ainda, detalhar os aspectos das práticas terapêuticas complementares que auxiliam na 
restauração da saúde.
Conheça, neste Na Prática, como a cromoterapeuta Solange orientou Luzia e sanou as dúvidas dela 
em relação ao uso e preparo da água solarizada.
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Saiba +
Para ampliar oseu conhecimento a respeito desse assunto, veja a seguir as sugestões do professor:
Cores são capazes de influenciar nossos sentimentos e emoções.
Leia a matéria de Letícia Fontes, que relata a prática da cromoterapia e sua capacidade de equilibrar 
as energias do corpo, tratando doenças e trazendo bem-estar.
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Conheça as águas termais do Balneário Mun. de Águas de 
Lindoia, bem-estar e saúde
Confira a origem e as propriedades termais das fontes de Águas de Lindoia, bem como seus efeitos 
nos tratamentos de doenças reumáticas e a sua oferta à população pelo SUS.
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PICS: Cromoterapia - Ligado em Saúde
Assista à entrevista com o cromoterapeuta e autor de referência no assunto, Valcapelli, realizada no 
programa Ligado em Saúde e exibida no Canal Saúde.
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https://www.otempo.com.br/interessa/cores-sao-capazes-de-influenciar-nossos-sentimentos-e-emocoes-1.2378264
https://www.youtube.com/embed/nPlJOgbsE_A
https://www.youtube.com/embed/9_MeixLF74A
A descoberta nas fontes termais de Yellowstone, nos EUA, que 
se tornou chave para os testes da covid-19
Leia a entrevista concedida a Alejandra Martins, da BBC, por Thomas Brock, cientista que há meio 
século descobriu uma bactéria capaz de sobreviver a altas temperaturas e saiba como essa 
descoberta cruza com o combate à pandemia do coronavírus, em 2020.
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https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/05/05/a-descoberta-nas-fontes-termais-de-yellowstone-nos-eua-que-se-tornou-chave-para-os-testes-da-covid-19.ghtml
Meditação e musicoterapia nas 
fases de vida
Apresentação
A meditação e a musicoterapia são práticas integrativas e complementares em saúde disponíveis 
para a população por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS). O uso dessas práticas, em 
associação ao tratamento convencional, tem crescido nos últimos anos, uma vez que elas 
apresentam benefícios no tratamento de condições que atingem grande parcela da população, 
como depressão, ansiedade, insônia, estresse, entre outras.
A meditação é uma prática antiga que busca a integração da mente e do corpo, com consciência 
plena e baseada na vivência do momento presente. Para alcançar o estado de consciência 
meditativa, muitas vezes são utilizadas músicas calmas e tranquilas, a fim de trazer a mente ao 
momento presente. Além disso, a música e seus elementos podem ser utilizados como recurso 
terapêutico, já que ela atua no sistema nervoso promovendo neurogênese, regeneração e reparo do 
tecido neuronal, além de alterar os níveis de alguns hormônios, como o cortisol.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá conhecer o histórico da prática de meditação, as 
principais técnicas utilizadas e as aplicações clínicas no cuidado à saúde. Você também irá verificar 
como a música é utilizada no recurso terapêutico para tratar diversas condições clínicas e de que 
modo esse efeito pode ser explicado pela neurociência.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar as técnicas de meditação existentes e seu histórico.•
Explicar a musicoterapia no contexto da neurociência. •
Contextualizar o tratamento que associa meditação e musicoterapia. •
Infográfico
A meditação é uma prática segura e simples que apresenta diversos benefícios ao praticante. No 
entanto, antes de iniciá-la, é importante se informar a respeito das posições, técnicas, roupas a 
serem utilizadas e outras orientações para o praticante iniciante.
A supervisão por um profissional instrutor é recomendada, uma vez que, em certas situações, 
alguns traumas do passado podem vir à tona durante a prática meditativa.
No Infográfico a seguir, conheça algumas orientações e os cuidados que devem ser considerados 
para quem pretende iniciar e manter uma prática meditativa.
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Conteúdo do livro
A meditação é uma prática muito antiga e presente em diversas culturas e religiões, como o 
budismo. Na meditação budista, duas vertentes se destacam: a vipassana e a anapana. Entre as 
técnicas mais utilizadas no Ocidente, destacam-se a mindfulness (atenção plena) e a transcendental.
Na busca por alcançar o estado de consciência meditativo, muitas vezes são utilizadas músicas 
calmas e tranquilas para trazer a mente ao momento presente e parar as conversas mentais. Além 
disso, a musicoterapia é utilizada como recurso terapêutico, promovendo a comunicação, a 
expressão, a aprendizagem, a mobilização, etc.
No capítulo Meditação e musicoterapia nas fases de vida, da obra Práticas integrativas e 
complementares em saúde, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, veja mais a respeito do 
histórico e das principais técnicas de meditação, conheça os principais estilos musicais que podem 
ser utilizados para alcançar o relaxamento e induzir a meditação, bem como as aplicações da 
meditação e musicoterapia como práticas complementares em saúde.
Boa leitura.
PRÁTICAS 
INTEGRATIVAS E 
COMPLEMENTARES 
EM SAÚDE 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Identificar as técnicas de meditação existentes e seu histórico.
 > Explicar a musicoterapia no contexto da neurociência.
 > Contextualizar o tratamento que associa meditação e musicoterapia.
Introdução
A meditação e a musicoterapia são práticas integrativas e complementares em 
saúde que foram introduzidas no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2017. Apresentam 
boa aceitação por parte da população e dos profissionais de saúde, uma vez que 
são técnicas simples e não invasivas. Além disso, ambas técnicas têm apresentado 
benefícios quando associadas à medicina convencional para o tratamento de 
ansiedade, depressão, insônia, estresse, entre outras condições. 
A meditação é uma prática bastante antiga e consiste em integrar a mente e o 
corpo, com consciência plena e vivência do momento presente. Dentre as técnicas 
utilizadas no Ocidente, destacam-se a meditação mindfulness e a transcendental. 
Já a musicoterapia utiliza a música e seus elementos para aliviar condições físicas, 
emocionais, mentais, sociais ou cognitivas do paciente. Além disso, a música 
também pode ser utilizada para induzir a meditação, proporcionando ao paciente 
o relaxamento necessário e trazendo sua mente para o momento presente.
Meditação e 
musicoterapia nas 
fases de vida
Marcella Gabrielle Mendes Machado
Neste capítulo, você conhecerá as principais técnicas de meditação e musico-
terapia utilizadas no cuidado ao paciente, entenderá como ambas práticas atuam 
no sistema nervoso com base na neurociência e compreenderá os benefícios da 
prática conjunta de meditação e musicoterapia para alcançar o relaxamento e 
para diminuir o estresse e a ansiedade e melhorar a qualidade do sono. 
Meditação
A meditação é uma prática muito antiga e presente em diversas tradições, 
culturas e religiões, estando relacionada à prática de ioga, budismo, hindu-
ísmo e como sinônimo de busca espiritual. A meditação aplicada à saúde 
tem ganhado uma crescente atenção como prática complementar dentro da 
medicina ocidental, apresentando diversos benefícios ao paciente, como 
melhoria do bem-estar e dos sintomas depressivos, relaxamento e redução 
do estresse e hiperatividade (MEDEIROS, 2017; BRASIL, 2017a; DEMARZO, 2011).
De acordo com Demarzo (2011, p. 11), a meditação pode ser definida como 
“[...] uma prática de integração mente–corpo baseada na vivência do momento 
presente, com consciência plena e não julgadora a cada instante”. O autor 
discorre a respeito dos cinco parâmetros quedefinem a meditação:
1. constitui um estado autoinduzido e autoaplicável; 
2. consiste em um estado obtido por técnica específica e definida; 
3. recorre a algum tipo de foco/âncora para evitar o envolvimento do 
indivíduo com sequências de pensamento, sensações ou distrações; 
4. busca-se alcançar um estado de “relaxamento da lógica”, em que não 
se deve analisar, julgar ou criar expectativas; 
5. permite alcançar, em determinado momento, um relaxamento psico-
físico, juntamente com considerável relaxamento muscular.
Para alcançar o estado de consciência meditativo, existem diferentes 
técnicas em que a atenção do praticante pode ser ancorada em uma palavra, 
um som, uma imagem, uma oração ou na própria respiração, fazendo com que 
a mente permaneça no momento presente. Dentre as vertentes da meditação 
budista, tem-se a meditação vipassana, cujo foco recai na observação do 
momento presente, e a anapana, cujo foco recai na respiração, observando 
a entrada e saída de ar (MEDEIROS, 2017; DEMARZO, 2011).
Dentre as diversas técnicas de meditação, destacam-se a técnica de mind­
fulness (ou atenção plena) e a transcendental. A meditação mindfulness é uma 
técnica adaptada da meditação vipassana, e tem como criador o professor 
Meditação e musicoterapia nas fases de vida2
e biólogo norte-americano Jon Kabat-Zinn. Ela surgiu na década de 1970, na 
Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, com o intuito de reduzir 
o estresse. Atualmente, o programa de Redução do Estresse Baseado na 
Atenção Plena (Mindfulness-Based Stress Reduction — MBSR) de Kabat-Zinn é 
amplamente utilizado em estudos científicos e disseminado nas instituições 
de saúde dos Estados Unidos (MEDEIROS, 2017; DEMARZO, 2011).
O MBSR é um programa de oito semanas, em que os participantes se reú-
nem para vivenciar as técnicas de meditação, sendo instruídos a incorporar 
a meditação no seu cotidiano. As principais técnicas de meditação utilizadas 
no MBSR são: 
 � atenção plena (mindfulness) na respiração; 
 � escaneamento corporal (similar ao relaxamento muscular progressivo); 
 � caminhada meditativa; 
 � ioga com atenção plena, com posturas corporais são consideradas 
leves, para que indivíduos com diferentes níveis de capacidade possam 
realizá-la.
No Ocidente, são ensinados normalmente três tipos de meditação sob 
o título de mindfulness: a atenção focada (concentração), o monitoramento 
aberto (a proposta original de mindfulness) e o amor-bondade e compaixão 
(loving­kindness em inglês, tradução de mettā em pali). De acordo com Germer, 
Siegel e Fulton (2016, p. 32), “[...] um elemento comum a todas as técnicas de 
meditação mindfulness é a centralização do estar alerta momento a momento 
de coração aberto”. 
Vejamos a seguir um exemplo de roteiro para a prática de meditação 
mindfulness do tipo monitoramento aberto, aplicado por Germer, 
Siegel e Fulton (2016) para ajudar a regular emoções difíceis.
 � Comece encontrando uma posição confortável, feche os olhos total ou par-
cialmente e faça três respirações relaxantes.
 � Localize sua respiração onde você a sente mais facilmente. Sinta como ela 
se move no corpo, e, quando sua atenção se desviar, suavemente volte a 
sentir seu movimento.
 � Após alguns minutos, comece a notar as sensações físicas de estresse que 
você está conservando em seu corpo, talvez em seu pescoço, maxilar, bar-
riga ou testa.
 � Também perceba se você está conservando quaisquer emoções difíceis, como 
preocupações sobre o futuro ou inquietações com o passado. Entenda que 
todo corpo humano suporta estresse e preocupação ao longo do dia.
Meditação e musicoterapia nas fases de vida 3
 � Veja se consegue nomear uma emoção percebida em seu corpo, talvez um 
sentimento de tristeza, raiva, medo, solidão ou vergonha. Repita o rótulo 
dado algumas vezes para você mesmo, com uma voz suave, gentil, e então 
volte para a respiração.
 � Agora escolha um único local em seu corpo onde o estresse pode estar se 
expressando mais fortemente, talvez como uma dor na região do coração ou 
uma tensão no estômago. Em sua mente, incline-se suavemente na direção 
daquele ponto como se inclinaria para uma criança recém-nascida.
 � Continue a respirar naturalmente, permitindo que a sensação esteja lá, exa-
tamente como ela é. Sinta sua respiração no meio de suas outras sensações 
corporais.
 � Permita que o movimento delicado e rítmico da respiração suavize e acalme 
seu corpo. Se desejar, coloque sua mão sobre o coração enquanto continua 
a respirar.
 � Quando você estiver pronto, abra os olhos suavemente.
A meditação transcendental foi criada pelo indiano Maharishi Mahesh Yogi 
em 1950, sendo uma variação da tradicional meditação iogue. Essa técnica tem 
como característica ser simples, sem esforço, natural e agradável. Por meio 
da meditação transcendental, é possível alcançar bem-estar e paz interior, 
resultando em melhorias na saúde física e mental. Essa técnica foi bastante 
divulgada no meio artístico, especialmente pelos Beatles na década de 1970 
(OLIVEIRA, 2018).
Maharishi acreditava que existem sete estados de consciência, dentre os 
quais três são os mais conhecidos: vigília, sonho e sono profundo. O quarto 
estado é o da consciência transcendental, sendo que para alcançá-lo é preciso 
ter a mente calma e resoluta, com a purificação do sistema nervoso por meio 
da meditação transcendental. Ao alcançar esse quarto estado, a mente não 
é abalada por medo, apego, dor ou prazer, e é possível alcançar os estados 
mais elevados da consciência (consciência cósmica, consciência de Deus ou 
consciência cósmica refinada e consciência de unidade) (FAGUNDES, 2019).
O mindful walking, ou caminhada consciente, é uma vertente do 
mindfulness, e consiste na incorporação da atenção plena na cami-
nhada. Nessa prática, deve-se tomar consciência de cada passo e da respiração. 
A caminhada deve ser feita em ritmo natural, prestando atenção na sensação 
plena dos pés, pernas e braços a cada passo. A caminhada consciente pode 
promover a liberação de preocupações e tristezas, ajudando a trazer paz para 
corpo e mente, sendo uma boa opção durante uma pausa do dia de trabalho. 
Meditação e musicoterapia nas fases de vida4
Aplicações clínicas da meditação
A Portaria nº 849, de 27 de março de 2017 (BRASIL, 2017a), que incluiu 14 
atividades à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, 
afirma que a meditação “[...] constitui um instrumento de fortalecimento 
físico, emocional, mental, social e cognitivo. A prática traz benefícios para 
o sistema cognitivo, promove a concentração, auxilia na percepção sobre 
as sensações físicas e emocionais, ampliando a autodisciplina no cuidado à 
saúde” (BRASIL, 2017a, documento on­line).
De acordo com Lemos (2014), a prática da meditação ativa o córtex pré-
-frontal, ao modificar os circuitos neuronais. O córtex pré-frontal é a área 
responsável pela autoconsciência, pela resolução de problemas, pelo pla-
nejamento complexo e pelo foco. Além de modificar a atividade cerebral, 
a meditação também reduz os níveis do hormônio cortisol, associado ao 
estresse, favorecendo o relaxamento e redução da dor. 
Segundo Demarzo (2011), vários estudos têm sido realizados para analisar 
a influência da meditação na recuperação da saúde de pacientes. Atualmente, 
há comprovação da eficácia e efetividade da meditação, especialmente dos 
tipos mindfulness e transcendental, para as seguintes condições clínicas: 
ansiedade, depressão, agressividade, dependência de substâncias, dor crônica, 
artrites, fibromialgia e câncer. Mas especificamente, os resultados que têm 
sido encontrados após a prática da meditação incluem:
 � melhor aceitação da dor em pacientes com doenças crônicas; 
 � melhor manejo de situações com elevado grau de estresse; 
 � diminuição dos níveis de agressividade em pacientes psiquiátricos; 
 � melhoria da qualidade de vida;
 � promoção da saúde.
Os benefícios mais gerais da prática de meditação também se estendem 
aos profissionais da área da saúdee demais áreas, uma vez que estudos 
indicam que a participação em um programa de meditação diminui o es-
tresse em situações laborais cotidianas, resultando em um menor risco 
de desenvolvimento de síndrome de burnout (esgotamento profissional) 
e melhora dos indicadores de qualidade de vida associados ao trabalho 
(DEMARZO, 2011).
Meditação e musicoterapia nas fases de vida 5
Musicoterapia
De acordo com a Portaria nº 849/2017, a musicoterapia pode ser definida como: 
[...] a utilização da música e seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia), 
em grupo ou de forma individualizada, num processo para facilitar e promover a 
comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e outros 
objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades físicas, 
emocionais, mentais, sociais e cognitivas. (BRASIL, 2017a, documento on-line).
A musicoterapia é um processo interativo que envolve escutar, cantar, 
tocar, compor e improvisar uma música, sendo que sua metodologia pode 
ser adequada de acordo com a necessidade do paciente. Como a música está 
totalmente ligada ao desenvolvimento humano e ao cotidiano, a musicote-
rapia é capaz de estimular o afeto, a socialização e o movimento corporal, 
expressões de processos saudáveis da vida (BRASIL, 2017a, 2017b).
A capacidade terapêutica da música passou a ser observada cientifica-
mente a partir da Segunda Guerra Mundial, quando médicos perceberam que 
pacientes que tinham acesso a músicas pelo rádio apresentavam alívio da 
dor e do sofrimento. No âmbito universitário, o primeiro curso de musicote-
rapia foi criado na década de 1940 na Michigan State University, nos Estados 
Unidos (RIBEIRO, 2017).
No Brasil, Mário de Andrade ministrou uma conferência em 1937 com o 
tema “Terapêutica musical”, contribuindo para a estruturação do registro 
acadêmico do uso da música como terapia no Brasil. No entanto, a primeira 
turma de graduados em musicoterapia no país só foi se formar cerca de 40 
anos após essa conferência (RIBEIRO, 2017).
Atualmente, a musicoterapia possui seu espaço no meio científico e pode 
ser aplicada de forma ativa ou passiva. No primeiro modelo, os pacientes 
tocam instrumentos ou cantam com o acompanhamento de um terapeuta, 
enquanto no segundo apenas escutam diferentes músicas. O profissional 
musicoterapeuta deve ter graduação ou especialização na área (RIBEIRO, 2017). 
Por sua vez, a cantoterapia — musicoterapia por meio do canto — consiste 
em uma aula de canto mais abrangente, em que se busca aprimorar a voz 
cantada utilizando exercícios de aquecimento vocal e respiração, já que essas 
atividades são associadas à parte psicológica e emocional do paciente. Por 
ser uma atividade prazerosa, ela abre caminho para o autoconhecimento, 
melhorando a autoestima, a confiança e a autoaceitação, além de diminuir 
a timidez e estimular o convívio social. Do ponto de vista terapêutico, os 
pacientes apresentam atenuação da depressão e diminuição do estresse 
(BRASIL, 2017b).
Meditação e musicoterapia nas fases de vida6
Estudos que investigaram essa prática complementar relatam que a música 
promove a ativação do cérebro de modo mais abrangente que outros estímulos 
(como a fala). Em crianças com autismo tratadas com musicoterapia, percebe-se 
uma maior ativação de áreas corticais ao ouvir uma música do que quando a 
criança escuta alguém falar, por exemplo (CAIAFA, 2017). De acordo com Cordioli 
e Grevet (2019), em uma metanálise de diferentes estudos randomizados, 
crianças com autismo quanto submetidas ao tratamento com musicoterapia 
apresentaram melhora significativa das interações sociais, comunicação verbal 
e não verbal, reciprocidade socioemocional e iniciativa de comportamentos.
Por sua vez, Caiafa (2017) relata que a musicoterapia pode ser aplicada junto 
a pacientes em tratamento para a infertilidade. Na Faculdade de Medicina da 
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um projeto denominado Musico-
terapia na Saúde da Mulher busca reduzir a ansiedade e melhorar a qualidade 
de vida de mulheres em tratamento de infertilidade, já que há evidências de 
correlação entre a ansiedade e a infertilidade. Caiafa (2017, documento on­line) 
ainda relata que nesse projeto o terapeuta busca, por meio da musicoterapia, 
“[...] melhorar a consciência do corpo, trabalhar técnicas de relaxamento e 
a habilidade de reconhecer sentimentos, para conseguir expressar de forma 
adequada, além de debater alguns temas, através da experiência musical”.
A abrangência da musicoterapia como recurso terapêutico é muito grande, 
podendo ser utilizada como prática complementar no tratamento de trans-
tornos mentais, transtornos neurológicos, pacientes hospitalizados, como 
prevenção na promoção de saúde e diversas outras condições e enfermidades. 
Caiafa (2017) relata que projetos na área da musicoterapia também foram 
desenvolvidos para o cuidado paliativo de pacientes com problemas hepáticos 
e dor crônica, além da estimulação de bebês prematuros. 
Por favorecer o desenvolvimento emocional e físico — ao ativar a respi-
ração, a circulação e os reflexos —, a musicoterapia também é aplicada em 
conjunto com outras práticas complementares, como a meditação. De acordo 
com a Portaria nº 849/2017, a musicoterapia: 
[...] contribui para ampliar o conhecimento acerca da utilização da música como um 
recurso de cuidado junto a outras práticas, facilitando abordagens interdiscipli-
nares, pois promove relaxamento, conforto e prazer no convívio social, facilitando 
o diálogo entre os indivíduos e profissionais. (BRASIL, 2017a, documento on-line).
Circuitos neurais influenciados pela musicoterapia
A musicoterapia facilita a neurogênese, a regeneração e o reparo do tecido 
neuronal, levando à plasticidade cerebral. A música pode atuar desde o pe-
Meditação e musicoterapia nas fases de vida 7
ríodo fetal até à fase adulta, sendo capaz de alterar os níveis de hormônios 
como cortisol, testosterona e estrogênio, por afetar a expressão gênica dos 
seus receptores (RIBEIRO, 2017).
A música também é capaz de atuar no sistema de recompensa, motivação 
e prazer. De acordo com Ribeiro (2017, documento on­line): “[...] em estudos 
que realizaram mapeamento cerebral com técnicas de imagem, foi verificada 
ação substancial na região mesolímbica, no núcleo accumbens, no tronco 
encefálico, assim como no tálamo, cerebelo, ínsula, córtex cingulado anterior 
e córtex orbitofrontal.” 
Muitas dessas áreas são locais onde originam-se os neurônios dopami-
nérgicos, envolvidos no sistema de recompensa. 
Estudos apontam que a música ativa diferentes áreas cerebrais (Figura 1), 
como as estruturas do sistema límbico (incluindo amígdala, hipocampo e região 
paralimba), o córtex orbitofrontal, o giro para-hipocampal e os polos temporais. 
Com isso, percebe-se a capacidade da música atuar em regiões responsáveis 
pelo controle da emoção (RIBEIRO, 2017).
Figura 1. Ação da musicoterapia no sistema nervoso.
Fonte: Adaptada de Araujo (2018). 
Meditação e musicoterapia nas fases de vida8
De acordo com Ribeiro (2017, documento on­line), Mozart foi um dos com-
positores que “[...] soube selecionar os ritmos, as cadências e as frequências 
musicais que entravam em harmonia com o sistema nervoso”. As sonatas de 
Mozart tem sido utilizada em diversos estudos que avaliam a influência da 
musicoterapia sobre a ansiedade, a epilepsia e o sistema imune. 
Soares (2015), por sua vez, discorre a respeito de um estudo realizado 
no Centro Médico Wexner, da Ohio State UNiversity, que avaliou o efeito de 
músicas clássicas, incluindo as de Mozart, no tratamento de pacientes epi-
lépticos. Segundo os pesquisadores, a maior parte dos pacientes epiléticos 
apresentam epilepsia do tipo lobotemporal, sendo que a música é percebida 
nessa mesma região do cérebro, o que estimulou esse estudo. Eles perce-
beram que os pacientes não apresentaram convulsões quando escutavam 
música clássica. Além disso, suas ondas cerebrais aumentavam quando eles 
ouviam esse tipo

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