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DISFUNÇÕES 
DERMATOLÓGICAS 
APLICADAS À 
ESTÉTICA CORPORAL
Aline Andressa Matiello
Fisiopatologia corporal: 
afecções vasculares
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar as afecções vasculares de membros inferiores.
  Diferenciar edema venoso de edema linfático.
  Relacionar medidas profiláticas e cuidados estéticos nas afecções 
vasculares.
Introdução
As afecções vasculares cursam, em geral, com um sintoma muito comum: 
o edema. O edema é caracterizado como um acúmulo anormal de líquido 
no espaço intersticial, gerando aumento no volume dos tecidos na região. 
De acordo com o mecanismo causal, o edema pode ser classificado como 
edema venoso, linfático ou venolinfático (quando apresenta características 
dos dois edemas). O profissional de estética pode atuar nessas afecções 
vasculares por meio de medidas profiláticas e estéticas de modo a prevenir 
ou tratar os sinais e sintomas mais prevalentes.
Neste capítulo, você conhecerá a fisiopatologia das principais afecções 
de origem vascular que acometem os pacientes, as características dos 
edemas formados nessas situações e as medidas profiláticas e estéticas 
disponíveis para o manejo de sinais e sintomas. 
Afecções vasculares de membros inferiores
Em nosso corpo, existem três tipos de circulação que atuam de maneira simul-
tânea para a manutenção das funções vitais: a circulação arterial, que leva o 
sangue do coração ao resto do corpo; a circulação venosa, que é responsável 
por drenar o sangue do corpo em direção ao coração; e a circulação linfática, 
que tem como função absorver detritos e líquidos que as células produzem 
durante o metabolismo e que o sistema venoso não é capaz de absorver (SO-
CIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E CIRURGIA VASCULAR 
DO RIO DE JANEIRO [SBACV-RJ], 2010). 
Qualquer alteração que acometa a função de um ou mais tipos de circulação 
pode levar ao desenvolvimento de disfunções vasculares, chamadas de afecções 
vasculares. Essas afecções podem acometer a circulação em qualquer região 
do organismo, tronco, cabeça, membros superiores ou membros inferiores. 
Quando ocorrem em membros inferiores, geram sinais e sintomas localizados 
nessas regiões e são denominadas afecções vasculares de membros inferiores 
(SBACV-RJ, 2010). Entre essas, as mais comuns são: insuficiência venosa 
crônica, trombose venosa profunda, doença arterial obstrutiva periférica, 
linfedema, linfangites e erisipela. 
Insuficiência venosa crônica
Esse tipo de afecção é caracterizado por alterações na circulação venosa dos 
membros inferiores, que geram um funcionamento anormal das veias da região, 
gerando o aparecimento de um sinal muito comum, que são as varizes. O 
sistema venoso dos membros inferiores, responsável pela circulação venosa, 
é formado por veias superfi ciais, pelas veias perfurantes e pelas veias pro-
fundas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E DE CIRURGIA 
VASCULAR REGIONAL DE SÃO PAULO [SBACV-SP], 2015). 
Em condições normais, essas veias são responsáveis por transportar o 
sangue dos membros inferiores em direção ao coração, em um sentindo as-
cendente. Esse mecanismo é favorecido pela presença de válvulas no interior 
das veias, que possibilitam que o sangue direcionado para cima não retorne no 
sentido contrário. Essas válvulas são chamadas de bicúspides unidirecionais e 
proporcionam o fluxo sanguíneo venoso em um sentido cefálico, prevenindo o 
aparecimento de refluxo de sangue. Entretanto, na insuficiência venosa, essas 
válvulas encontram-se com sua função reduzida, de modo que parte do sangue 
retorna no sentido contrário, acontecendo um refluxo sanguíneo e deixando 
sangue armazenado dentro da veia, como mostra a Figura 1. 
Fisiopatologia corporal: afecções vasculares2
Figura 1. Insuficiência venosa crônica. 
Fonte: Adaptada de Designua/Shutterstock.com.
VEIAS NORMAIS VEIA VARICOSA
Fluxo
sanguíneo
normal
Construção
da pele
Fluxo
sanguíneo anormal
Válvula
deformada
Veia dilatada
Úlcera
Inchaço no tornozelo 
Válvula
Pele normal
Esse mau funcionamento das válvulas é chamado de insuficiência valvular, 
que gera o fluxo de sangue no sentido contrário, ocasionando uma dilatação 
anormal das veias que, em longo prazo, sofrem deformidades, ficando com 
o aspecto de veias torcidas encontrado em varizes. O acúmulo de sangue e, 
consequentemente, de metabólitos culmina no aparecimento de alterações na 
pele da região, como escurecimento, ressecamento e descamação, causando 
um aumento da pressão venosa no local. Podem ainda haver sintomas como 
dor, queimação, edema e hiperpigmentação da pele, podendo causar a abertura 
de feridas nas pernas em virtude das condições da pele da região (SBACV-SP, 
2015). Além desses sintomas, há presença de telangiectasias locais, edema e 
veias reticulares (retorcidas). 
O aparecimento de úlceras nesses casos acontece pela distensão da parede 
dos vasos que gera o extravasamento de substâncias como fibrinogênio para a 
derme e o tecido subcutâneo, o que resulta na formação de uma barreira para 
a entrada de nutrientes e oxigênio nos tecidos da região e, consequentemente, 
morte celular e ulceração da pele. As úlceras causadas por insuficiência venosa 
costumam aparecer na região entre o tornozelo e metade da perna (ALDU-
NATE et al., 2010).
As varizes podem apresentar inúmeros graus de gravidade, de acordo com a 
sua insuficiência e, consequentemente, com o seu grau de dilatação, podendo ser 
um grau bastante leve, chamado de telangiectasias, também conhecidas como 
varicoses, ou varizes maiores, que apresentam uma insuficiência venosa mais 
3Fisiopatologia corporal: afecções vasculares
acentuada. As telangiectasias apresentam-se como pequenas veias dilatadas e 
deformadas de coloração púrpura-azulada. De modo geral, as telangiectasias 
(varicoses) não causam complicações, dores ou desconfortos significativos. 
Elas estão mais relacionadas com questões estéticas, pelas alterações de pig-
mentação da pele, do que com sintomas mais preocupantes (BRUNA, 2011). 
A Figura 2 mostra um exemplo de telangiectasias de membros inferiores.
Figura 2. Telangiectasias de membros inferiores.
Fonte: Carvalho (c2019, documento on-line). 
Trombose venosa profunda
Essa afecção é causada pela formação de trombos (coágulos) no interior das 
veias profundas. Na maioria dos casos, esse trombo forma-se na panturrilha, 
mas pode também ocorrer nas coxas e, ocasionalmente, nos membros supe-
riores, contudo, é muito mais prevalente em membros inferiores. O trombo 
formado pode desprender-se da região onde se originou, ser carregado pela 
circulação e promover complicações em outras regiões do corpo, como pulmão 
Fisiopatologia corporal: afecções vasculares4
e coração, por exemplo, confi gurando uma afecção de grande gravidade. A 
Figura 3 mostra a formação do trombo em uma veia de membro inferior. 
Inicialmente, acontece a agregação de plaquetas e, em seguida, a formação 
do trombo, que pode obstruir o fl uxo sanguíneo local e, em alguns casos, 
desprender-se dessa região e gerar lesões em outras regiões do organismo. 
Figura 3. Trombose venosa profunda.
Fonte: metamorworks/Shutterstock.com.
Quanto às causas dessa afecção, alguns fatores como predisposição ge-
nética, idade avançada, colesterol elevado, cirurgias recentes, obesidade e 
uso de pílulas anticoncepcionais aumentam o risco de desenvolver trombose. 
Além disso, lesões nos vasos e desequilíbrio nos fatores de coagulação do 
sangue também são responsáveis pela formação de trombos. Situações que 
levem a estase venosa, como a insuficiência venosa crônica, também aumen-
tam as chances do desenvolvimento de trombose. Presença de edema, dor, 
calor aumentado, rubor, rigidez da musculatura na região em que se formou 
o trombo, pele escurecida, eczema, endurecimento de tecido subcutâneo e 
formação de úlceras são sinais de alerta para o desenvolvimento dessa afecção 
(BRUNA, 2019). 
5Fisiopatologia corporal: afecções vasculares
Doença arterialobstrutiva periférica
Essa afecção acomete a circulação arterial do organismo. Ela é causada por 
um estreitamento ou bloqueio das artérias em várias regiões importantes do 
corpo, comumente, em membros inferiores. De modo geral, acontece um 
acúmulo anormal de material gorduroso dentro da artéria, formando placas de 
gordura que geram o seu estreitamento, podendo ocasionar um endurecimento, 
limitando a passagem de sangue do coração em direção aos tecidos. A Figura 
4 apresenta esse processo patológico.
Figura 4. Doença arterial obstrutiva periférica.
Fonte: Adaptada de GraphicsRF/Shutterstock.com.
A doença arterial obstrutiva periférica de membros inferiores acomete 
com maior frequência a artéria ilíaca, a femoral superficial e as artérias in-
frapoplíteas, que ficam abaixo do joelho. Quando acontece o estreitamento 
ou a obstrução dessas artérias, artérias menores atuam mais ativamente de 
modo a compensar a falta de fornecimento de sangue aos tecidos. Em repouso, 
as artérias menores conseguem garantir essa função, entretanto, quando o 
indivíduo não estiver em repouso e necessitar de mais suprimento sanguíneo 
em membros inferiores, essas artérias menores não serão capazes de manter 
o suprimento e, consequentemente, surgirão os sintomas. 
Os sinais e sintomas mais comuns são dores e desconforto frequentes ao 
caminhar ou executar tarefas do dia a dia. Além disso, as pessoas ficam limi-
tadas para a realização de exercícios físicos, como caminhadas, piorando os 
sintomas quando desempenham essas atividades. Os pacientes também podem 
relatar sensação de queimação ou dormência nos pés, feridas ou rachaduras na 
Fisiopatologia corporal: afecções vasculares6
pele das pernas e dos pés, perda de pelos nos pés ou dedos dos pés, mudanças 
na cor da pele (avermelhada, azulada ou esbranquiçada) e diminuição da 
temperatura da pele (MEDTRONIC, c2019). 
A doença arterial obstrutiva periférica de membros inferiores também recebe o nome 
de aterosclerose ou, ainda, endurecimento das artérias (MEDTRONIC, c2019).
Os principais fatores de risco para essa afecção vascular são: idade acima 
de 50 anos, tabagismo, presença de diabetes melito, histórico familiar dessa 
doença, hipertensão arterial sistêmica, altos níveis de colesterol ou trigli-
cerídeos no sangue, sedentarismo, obesidade ou sobrepeso e estresse (ME-
DTRONIC, c2019).
Linfedema 
Trata-se de uma afecção vascular crônica que acomete o sistema linfático. 
O sistema linfático, por meio de suas estruturas, é responsável pela coleta 
do excesso de líquidos, proteínas e metabólitos que sobram em nosso corpo, 
seguido pelo seu redirecionamento para a circulação, além de ser responsável 
pela defesa do organismo contra infecções. Algumas situações podem com-
prometer a função desse sistema e gerar comprometimento de suas funções, 
reduzindo sua efetividade e causando alterações na homeostase dos tecidos. 
Um exemplo de afecção que gera comprometimento do sistema linfático é o 
linfedema (CATALDO, c2016).
Nesse caso, ocorre a formação de uma coleção anormal de líquido em 
alguma região do corpo em virtude de lesão ou danos no sistema linfático de 
ordem anatômica. Esse acúmulo de líquido gera tumefação dos tecidos moles, 
deixando-os repletos de líquido rico em proteínas, o que leva a alterações 
funcionais e estéticas que modificam de maneira negativa a qualidade de 
vida dos pacientes. No decorrer do desenvolvimento da afecção, ocorre um 
aumento progressivo do volume do membro inferior com linfedema por esse 
acúmulo de líquido e proteínas (BORGES, 2010). 
O acometimento do sistema linfático por essa afecção leva, além da for-
mação de edema, a uma disfunção com alterações histológicas teciduais, com 
7Fisiopatologia corporal: afecções vasculares
transformação para fibrose tecidual com o passar do tempo, aumento das 
células de gordura e diminuição da imunidade do local afetado, predispondo ao 
aparecimento de outras afecções infecciosas, como as linfangites ou erisipelas. 
Esse acúmulo de líquidos nos tecidos gera uma deformidade visível (Figura 5). 
Figura 5. Membro inferior acometido pelo linfedema.
Fonte: Singh (2018, documento on-line).
Entre os fatores de risco para o desenvolvimento de linfedema estão idade 
avançada, complicações cicatriciais, obesidade e infecções. Além disso, o 
linfedema é bastante prevalente em pacientes que realizam linfadenectomia 
(cirurgia que faz a retirada de linfonodos linfáticos) da região axilar, predis-
pondo ao aparecimento de linfedema de membros superiores, bem como a 
retirada de linfonodos linfáticos da região inguinal, levando ao surgimento da 
afecção em membros inferiores. Além dos procedimentos cirúrgicos, outras 
situações podem lesar anatomicamente o sistema linfático, como os tratamentos 
de radioterapia que, nesse caso, podem gerar fibrose de estruturas do sistema 
linfático, tornando seu funcionamento inadequado. 
Fisiopatologia corporal: afecções vasculares8
Os principais sintomas referidos pelos pacientes com linfedema são: sen-
sação de peso no local acometido, alterações na textura da pele, presença de 
pele avermelhada, enrijecimento, dor, formigamento, redução dos movimentos 
do membro acometido, além de relatos sobre roupas e calçados apertados 
(INSTITUTO ONCOGUIA, 2015). 
A caracterização do linfedema dá-se quando há diferença na perimetria 
entre os membros, uma vez que essa afecção, geralmente, tem acometimento 
unilateral, ou seja, assimétrico. Quando a diferença de perimetria é menor que 
3 cm, diz-se que o linfedema é leve; se estiver entre 3 e 5 cm, o linfedema é 
considerado moderado; e, para casos em que a perimetria apresentar diferença 
de mais de 5 cm entre o membro acometido e o contra lateral, o linfedema é 
considerado severo (CATALDO, c2016). 
Edema e linfedema não são sinônimos. Em condições normais de funcionamento 
do sistema linfático, pode haver uma produção exagerada de líquidos e metabólitos 
que ficam acumulados nos tecidos, caracterizando, nesse caso, um edema simples 
naquela determinada região. O linfedema caracteriza-se por ser um edema de origem 
linfática persistente, onde há uma lesão anatômica de alguma estrutura desse sistema. 
Portanto, nem todo edema é um linfedema (CATALDO, c2016).
Linfangites 
As linfangites são processos infl amatórios que acometem os vasos do sis-
tema linfático. Esse processo infl amatório pode ser causado pela presença de 
microrganismos como fungos, vírus ou bactérias. Em geral, a pele apresenta 
estrias avermelhadas que surgem ao longo dos vasos linfáticos, pele quente, 
dor local, febre e edema (SBACV-RJ, 2010). 
Erisipela 
Trata-se de uma infecção da pele causada por bactérias que agridem os vasos 
linfáticos. A erisipela causa sintomas como: pele avermelhada, edema, sensação 
de edema nas pernas, calafrios, febre, mal-estar, além de bolhas e rachaduras 
9Fisiopatologia corporal: afecções vasculares
que segregam líquido linfático. Em geral, a bactéria causadora da doença entra 
nos tecidos através de pequenas lesões na pele (SBACV-RJ, 2010). 
Por se tratar de processos infecciosos, tanto as linfangites como os qua-
dros de erisipela devem ser avaliados pelo médico, e o paciente não deve ser 
submetido a nenhum tratamento estético. O conhecimento dessas disfunções 
é essencial ao profissional de estética, uma vez que, na prática diária, deverá 
realizar o encaminhamento desse paciente ao médico assim que perceber 
quaisquer sinais e sintomas que possam indicar a presença dessas afecções. 
Edema venoso e edema linfático
As afecções vasculares que acometem membros inferiores caracterizam-se 
pela formação de edema e, de modo geral, esse é o principal sinal encontrado 
na presença dessas afecções. O edema é defi nido como um acúmulo de líquido 
no espaço intersticial dos tecidos. Os vasos sanguíneos, sejam eles venosos 
ou arteriais, não são impermeáveis, ou seja, eles apresentam poros em sua 
estrutura que permitem a saída e entrada de células, bactérias, proteínas e 
água durante o funcionamentodo organismo. O edema acontece quando há 
uma saída excessiva de líquidos dos vasos para os tecidos, ou um retorno 
diminuído do líquido dos tecidos de volta aos vasos.
Quando ocorre um edema em alguma região corporal, acontece um acúmulo 
de líquido nos tecidos daquela região, onde os líquidos que deveriam estar 
dentro dos vasos sanguíneos extravasam e se acumulam na pele (PINHEIRO, 
2019). Para que essa situação aconteça, é necessária a quebra de algum dos 
mecanismos que controlam a distribuição e o volume de líquido corporal nos 
tecidos, gerando uma desregulação no sistema. Essa desregulação pode oca-
sionar um edema localizado, que acomete, por exemplo, apenas um segmento 
corporal, como um membro inferior, ou pode gerar um edema generalizado, 
quando todo o corpo é acometido pela disfunção. O edema generalizado é 
causado por alterações secundárias, enquanto o edema localizado é causado 
por alguma desregulação no leito de vasos da região acometida pelo edema 
(COELHO, 2004). O entendimento do mecanismo que forma o edema, mesmo 
que seja complexo, é essencial ao profissional de estética, uma vez que ele 
está apto a utilizar recursos para auxiliar a prevenção dessa condição, bem 
como o seu tratamento. 
Vale ressaltar que o equilíbrio na concentração de líquidos no corpo é 
determinado pela associação do bom funcionamento da circulação venosa, 
arterial e linfática. Em condições fisiológicas, os vasos sanguíneos desses três 
Fisiopatologia corporal: afecções vasculares10
sistemas, chamados de veias, artérias e vasos linfáticos, conseguem manter o 
equilíbrio fornecendo nutrientes às células e retirando dos tecidos o excesso de 
líquido sem interrupções e, dessa maneira, impedindo a formação do edema. 
Esses três sistemas atuam conjuntamente através de pequenos vasos venosos, 
chamados de vênulas, de pequenos vasos arteriais, chamados de arteríolas, e 
de pequenos vasos linfáticos, chamados de capilares linfáticos. 
Em condições de equilíbrio no organismo, um sistema compensa a inefe-
tividade do outro de maneira provisória, ou seja, quando o sistema venoso, 
por exemplo, não realiza adequadamente sua função, o sistema linfático 
intensifica suas atividades de modo a manter um equilíbrio e evitar a forma-
ção de líquidos nos espaços intersticiais. Entretanto, em algumas situações, 
esse equilíbrio não pode ser mantido por muito tempo, como na presença de 
alguma afecção vascular, o que leva ao surgimento do edema. Existem quatro 
principais situações que alteram o funcionamento desses sistemas e favorecem 
o extravasamento de líquido dos vasos para os tecidos, podendo apresentar-se 
de maneira isolada ou associada na formação do edema (HIGGINSON, 2016).
1. Aumento da permeabilidade vascular: em algumas situações, a permea-
bilidade das membranas desses vasos sofre um aumento, de modo que 
os poros existentes ficam maiores e predispostos ao escape de líquidos 
para o meio externo do vaso. Na presença de processo inflamatório, 
por exemplo, alérgico, ou ainda, por traumas, os vasos da região ficam 
mais permeáveis para facilitar a chegada de células de defesa. Contudo, 
com o alargamento desses poros, há maior extravasamento de líquidos 
para os tecidos ao redor. Além dessas situações, o uso de algumas 
medicações também aumenta a permeabilidade das membranas e, 
consequentemente, predispõe ao aparecimento de edema de membros 
inferiores. 
Os inibidores dos canais de cálcio, utilizados por pacientes hipertensos, como a nifedi-
pina e a amlodipina, são exemplos de medicamentos que aumentam a permeabilidade 
dos vasos e predispõem ao surgimento do edema (PINHEIRO, 2019).
11Fisiopatologia corporal: afecções vasculares
2. Aumento da pressão hidrostática dentro dos vasos: a pressão hidrostática 
refere-se à pressão exercida pelos líquidos dentro dos vasos venosos. 
Quando há um aumento da pressão dentro dos vasos, a tendência é que 
os líquidos presentes em seu interior sejam empurrados em direção aos 
poros, facilitando o seu extravasamento para os tecidos. O aumento da 
pressão venosa costuma acontecer por dois motivos: excesso de líquido 
dentro dos vasos ou, ainda, quando há uma dificuldade no escoamento 
do sangue de volta ao coração, ou seja, limitações no retorno venoso, 
como na presença de insuficiência venosa crônica. O excesso de água 
pode ocorrer, por exemplo, em pacientes com alimentação rica em sódio, 
em que essa condição leva a um aumento da retenção de líquidos no 
corpo, elevando tanto a pressão arterial como a venosa, favorecendo 
a formação de edema. A dificuldade de retorno venoso acontece em 
pacientes com varizes, por exemplo. Nesse caso, as varizes apresentam 
dificuldade para drenar o sangue das pernas de volta ao coração, fazendo 
com que parte do sangue fique acumulada nos membros inferiores. O 
sangue acumulado nas veias aumenta a pressão dentro delas e facilita 
o extravasamento de líquidos para o tecido subcutâneo. Outra afecção 
vascular que pode gerar aumento da pressão hidrostática nos vasos 
é a obstrução do retorno venoso por trombose venosa profunda (PI-
NHEIRO, 2019). 
3. Redução da pressão oncótica: outro mecanismo associado à formação 
do edema é a redução da viscosidade sanguínea, chamada de pressão 
oncótica. Essa pressão está relacionada com a concentração de proteínas 
no sangue, uma vez que, quando o sangue tem uma concentração de 
proteínas menor que os tecidos, ou seja, quando a pressão oncótica 
encontra-se reduzida, a tendência é que os líquidos extravasem do 
sangue para os tecidos. Doenças que reduzem a quantidade de proteínas 
sanguíneas, como cirrose, desnutrição ou síndrome nefrótica, tendem a 
formar edema. Nesses casos, o edema costuma ser generalizado, mas, 
em alguns pacientes, acomete mais os membros inferiores. 
4. Alterações no sistema linfático: o sistema linfático é responsável por 
drenar os líquidos que encontram-se no espaço intersticial através dos 
capilares venosos, enviando-os através de outras estruturas do sistema 
linfático para o sistema sanguíneo novamente, evitando o acúmulo de 
líquidos. 
Fisiopatologia corporal: afecções vasculares12
Quando ocorrem compressões ou retirada de estruturas do sistema linfá-
tico, como linfadenectomia, radioterapia, traumas e obstruções causadas por 
tumores, o sistema fica prejudicado e pode acontecer um acúmulo de líquido. 
O edema pode ser classificado em venoso, linfático ou venolinfático, de acordo 
com o mecanismo que o desencadeou. 
Edema venoso
O principal mecanismo que leva à formação do edema venoso é o aumento 
da pressão hidrostática. Esse edema, quando de origem venosa, pode estar 
presente tanto em pacientes com insufi ciência venosa dos membros inferiores 
como em situações de insufi ciência cardíaca. Nesses casos, o edema tem início 
e se agrava quando o paciente fi ca muito tempo em pé e tende a desaparecer 
quase por completo após algumas horas deitado. Por isso, é comum que o 
paciente relate que acorda sem edema, mas que os membros inferiores fi cam 
inchados ao fi nal do dia (PINHEIRO, 2019).
Esse aumento perceptível no volume do membro em caso de edema venoso, 
em geral, acontece na região maleolar, podendo atingir a perna e o pé. Na 
maioria das vezes, esse aumento é bilateral, ou seja, acomete os dois membros 
inferiores de maneira semelhante (CASTRO E SILVA et al., 2005). Um dos si-
nais típicos encontrados no edema venoso é o sinal de cacifo, também chamado 
de sinal de Godet. É caracterizado pela presença de um pequeno afundamento 
quando a pele é pressionada com o dedo, representando um sinal de que há 
excesso de líquido no tecido subcutâneo (Figura 6) (PINHEIRO, 2019). 
13Fisiopatologia corporal: afecções vasculares
Figura 6. Sinal de cacifo no edema venoso.
Fonte: Toa55/Shutterstock.com.
Além da avaliação da presença de sinal de cacifo no edema venoso, é 
necessário graduar o edema de acordo com a sua gravidade. Nesse caso, 
o profissional utiliza o dedo indicador para fazer uma pressão sobre a área 
edemaciada, pressionando-a poralguns segundos. Em seguida, retira-se o dedo 
e observa-se o grau de depressão que permaneceu na pele, graduando de 1 a 
4, sendo 1 a visualização e uma ligeira depressão na pele e 4 uma depressão 
máxima na pele (SANTOS; MENOITA; SANTOS, 2014). 
Edema linfático 
O edema de origem linfática ocorre em virtude de alguma alteração anatômica 
que comprometa a função do sistema linfático. Esse edema pode ser conhe-
cido como edema por insufi ciência linfostática, uma vez que acontece pela 
defi ciência de vasos linfáticos ou linfonodos em alguma área do corpo. Nessas 
condições, há uma redução importante na quantidade de linfa transportada e 
absorvida pelos linfonodos desse sistema, fazendo com que a linfa permaneça 
mais tempo nos vasos linfáticos, causando uma estase linfática. 
O edema linfático é classificado em primário ou secundário de acordo com 
o mecanismo causal. O edema primário acontece por uma falha no desenvol-
vimento dos vasos linfáticos ou dos linfonodos. Nesses casos, pode ter causa 
Fisiopatologia corporal: afecções vasculares14
hereditária, estar associado à presença de alguma síndrome ou acontecer de 
forma esporádica, o que representa 95% dos edemas primários. As caracte-
rísticas desse tipo de edema linfático são: aplasia de alguns vasos coletores 
(ausência); diminuição do número de vasos coletores de linfa ou linfonodos, 
nesse caso, chamada de hipoplasia; aumento do número de coletores, chamado 
de hiperplasia, mas sem gerar um funcionamento adequado. Pode ser causado 
também por lesões temporárias nos vasos linfáticos, como a compressão deles 
por roupas muito apertadas ou picadas de insetos em alguns lugares do corpo 
(VASCONCELOS, 2015).
O edema de origem linfática primária acomete mais mulheres e, mesmo 
não sendo comum o seu aparecimento na infância, ele é congênito, desen-
cadeando sintomas durante a puberdade e a gravidez na maioria dos casos 
(VASCONCELOS, 2015). O edema linfático secundário é causado por alguma 
situação externa, como a remoção de linfonodos ou vasos linfáticos durante 
cirurgias, radioterapia ou traumas grandes. Quanto à sintomatologia do edema 
linfático, de modo geral, quando ele é secundário, o acometimento é unilateral, 
podendo se agravar quando o tempo está quente, antes da menstruação ou 
depois que o membro permanece por muito tempo em uma posição sujeita à 
gravidade. Diferentemente do edema venoso, que acomete mais a extremidade 
do membro, o edema linfático pode ocorrer em uma região proximal, distal 
ou em todo o membro. 
Edema venolinfático 
O edema venolinfático possui acometimento tanto do sistema de circulação 
venosa como do sistema de circulação linfática, apresentando características 
associadas dos dois edemas. Esse tipo de edema acontece porque as três cir-
culações (venosa, arterial e linfática) estão intimamente ligadas. No momento 
em que há alguma redução na função de uma delas, as demais circulações 
buscam compensar essa defi ciência para manter o equilíbrio. Entretanto, 
quando a causa persiste, esse mecanismo de compensação falha, e surge um 
edema com características de incompetência dos dois sistemas. 
Por exemplo, quando ocorre uma elevação no volume de líquido dentro do 
vaso venoso, forma-se outro com maior volume de líquido no espaço intersticial. 
Nesse caso, o sistema linfático se adapta, de modo a drenar uma quantidade 
maior de líquidos de volta para a grande circulação. Contudo, depois de algum 
tempo, os vasos linfáticos não são suficientes para drenar de modo adequado 
esse excesso de líquido, de maneira que o edema se instala. Por isso, o edema 
venoso está diretamente relacionado com o sistema linfático (LEDUC; LEDUC, 
15Fisiopatologia corporal: afecções vasculares
2007). Além dessa situação de sobrecarga que o edema venoso causa sobre o 
sistema linfático, a presença de edema de origem venosa aumenta a retenção 
de líquidos por um mecanismo de distensão e compressão do sistema linfático. 
Os vasos linfáticos possuem fibras de sustentação aderidas a tecidos adjacentes 
e, com a distensão dos tecidos pela presença de edema venoso, essas fibras 
também são distendidas, o que gera uma compressão e o mau funcionamento 
do sistema linfático, reduzindo sua efetividade (NEVES, 2013).
Nesses casos, o edema venoso se instala no organismo e, assim que o sistema 
linfático também falha, ocorre a formação do edema venolinfático (NOBA 
PHYSIO, 2019). Nesse tipo de edema, há prevalência inicial de sintomas de 
edema venoso, como acúmulo de líquido em região distal dos membros infe-
riores. Entretanto, à medida que a afecção evolui, o edema apresenta caracte-
rísticas linfáticas também, podendo acometer todo o membro. Assim, o edema 
venolinfático é também chamado de edema misto (AZOUBEL et al., 2010). 
Conhecer as diferentes afecções vasculares que acometem os membros 
inferiores e os tipos de edema que cada uma delas pode ocasionar é essencial 
ao profissional de estética, uma vez que é a partir dessas informações que 
serão estabelecidos as orientações e o plano de tratamento do paciente. 
Medidas profiláticas e cuidados estéticos nas 
afecções vasculares
Antes de estabelecer as medidas profi láticas e os cuidados estéticos nas al-
terações vasculares, é necessário que o profi ssional de estética realize uma 
avaliação do edema. No edema venoso, uma das formas de avaliar sua gravi-
dade é por meio do sinal de cacifo. Entretanto, em todos os tipos de edema, 
venoso, linfático e venolinfático, há necessidade de avaliação do paciente a 
fi m de verifi car a presença de edema, o tipo de edema, a gravidade dos sinais e 
sintomas, de modo a escolher com cautela a melhor modalidade de tratamento 
e as orientações específi cas para cada caso. 
Além da realização da anamnese do paciente por meio de uma entrevista, 
o profissional deve fazer um exame físico da região acometida, visualizando 
e palpando o edema, além de identificar alterações cutâneas ou outros sinais. 
Após a avaliação inicial, o profissional pode realizar a perimetria do membro, 
que é a medida da circunferência dos membros acometidos pelo edema de 
modo a graduá-lo, além de acompanhar sua evolução ao longo do tratamento. 
Para isso, utiliza-se uma fita métrica, mantendo o paciente na posição em pé, 
com os pés levemente afastados, enquanto o avaliador realiza a mensuração.
Fisiopatologia corporal: afecções vasculares16
Antes da mensuração, é necessário que o profissional realize a marcação 
dos pontos que serão avaliados com lápis dermatográfico. Os pontos são 
definidos pelo profissional e precisam ser sempre os mesmos em reavaliações. 
Pode-se utilizar medidas, por exemplo, de região maleolar, 5 cm acima, 10 
cm acima e 15 cm acima. Após a avaliação, anota-se os pontos de avaliação 
e a circunferência em uma tabela elaborada pelo profissional. 
Quanto às medidas profiláticas para surgimento ou piora dos sintomas 
de edema de membros inferiores causados por afecções vasculares, existem 
inúmeros meios para prevenir e até mesmo controlar o edema. Entretanto, 
algumas medidas são específicas para cada afecção vascular e devem ser 
orientadas ao paciente em cada sessão de tratamento, visando potencializar 
os resultados alcançados. As orientações ao paciente acerca de hábitos de vida 
e cuidados diários são o passo inicial do tratamento, devendo ser informadas 
na primeira sessão e reforçadas no decorrer do tratamento. Para Leal et al. 
(2016), as orientações aos pacientes com afecções vasculares são consideradas 
a parte mais importante do tratamento, devendo ser seguidas rigorosamente 
pelos indivíduos acometidos. 
Orientações nas afecções vasculares venosas, arteriais 
e linfáticas
Orientar o paciente a manter o peso dentro dos limites saudáveis é uma 
das recomendações, uma vez que a obesidade é fator de risco para essas 
afecções. Restringir o consumo de bebidas alcoólicas e não fumar, além de 
realizar exercícios físicos regulares e com orientação profi ssional são medidas 
importantes para prevenir estase venosa, alteraçõesarteriais e formação de 
trombos em casos de trombose venosa profunda. Pessoas com predisposição 
ao desenvolvimento de afecções vasculares devem ser encorajadas a se 
movimentar com regularidade, pois longos períodos de repouso, depois 
de qualquer cirurgia, bem como a necessidade de permanecer sentado por 
muito tempo aumentam as chances do desenvolvimento de doenças mais 
graves (BRUNA, 2011). 
Evitar permanecer muito tempo sentado é essencial. O paciente deve ser 
estimulado a realizar pequenas caminhadas ao longo do dia para evitar a es-
tase venosa. Além disso, orientar o paciente para que tenha uma alimentação 
saudável, rica em frutas e verduras e com redução de alimentos gordurosos 
também faz parte do tratamento. O paciente deve ser orientado a evitar o uso 
de calçados com saltos muito altos, uma vez que reduzem a função e o retorno 
venoso. Elevar as pernas acima do nível do coração algumas vezes ao dia ou 
17Fisiopatologia corporal: afecções vasculares
quando o edema surge auxilia o retorno venoso e linfático, além de aliviar os 
sintomas relacionados ao edema. Outras medidas são:
  alimentação equilibrada e saudável, com o consumo de vegetais;
  uso menos frequente de sapatos de saltos altos;
  elevação das pernas com o uso de travesseiros ou almofadas.
Alguns cuidados com a pele também devem ser orientados. A estase linfá-
tica ou sanguínea nos membros causa redução da imunidade local, e o membro 
pode desenvolver infecções pela presença de microrganismos, como bactérias, 
por exemplo. Quando há presença de processo inflamatório, ocasionado pelas 
infecções, há uma piora do edema e, consequentemente, de suas limitações. 
Orientar o paciente a manter a pele hidratada, limpa e seca é um dos fatores 
que auxilia a prevenção de complicações ocasionadas pelo edema, como 
feridas, infecções e ulcerações (CATALDO, c2016). 
Medidas profiláticas e estéticas nas afecções vasculares 
de membros inferiores
Terapia de compressão elástica
Essa terapia é pautada na utilização de bandagens com propriedades elásticas 
que são aplicadas no membro de uma forma específi ca de modo a auxiliar o 
sistema venoso e linfático em suas funções. Essa terapia diminui o volume do 
sistema venoso superfi cial e o diâmetro das veias que se encontram dilatadas, 
restaurando, mesmo que temporariamente, a função das válvulas e impedindo 
o refl uxo. Além disso, a compressão aumenta a contração dos músculos da 
panturrilha, esvaziando as veias profundas, acelerando o fl uxo sanguíneo e 
aumentando a reabsorção de linfa pelo sistema linfático.
A terapia de compressão elástica também pode ser conhecida por outras nomencla-
turas, como elastocompressão ou pressoterapia (MEYER; CHACON; LIMA, 2006). Ela 
pode ser realizada por meio do uso de meias elásticas ou de enfaixamento elástico 
compressivo.
Fisiopatologia corporal: afecções vasculares18
Uso de meia elástica 
O uso de meias elásticas é uma medida profi lática destinada a pacientes com 
edema de membros inferiores nos casos de insufi ciência venosa crônica e 
edema de origem linfática, de modo a prevenir a estase venosa e linfática 
e, consequentemente, reduzir os riscos de formação de trombos (BRUNA, 
2011). O uso da meia elástica melhora de maneira signifi cativa os sintomas 
da insufi ciência venosa e linfática, como dores e sensação de peso. O uso é 
recomendado para pacientes que já tiveram trombose venosa profunda para 
reduzir a ocorrência de novo episódio e para pacientes com insufi ciência 
venosa crônica para a prevenção de úlceras. As meias devem ser utilizadas 
diariamente e devem ser recomendadas pelo médico (AZOUBEL et al., 2010).
Uso de enfaixamento compressivo elástico
Nessa medida profi lática, o mecanismo de ação é o mesmo do uso de meias 
elásticas, entretanto, faz-se o uso de uma faixa elástica que é aplicada pelo 
profi ssional, preferencialmente, no membro acometido pelo edema venoso ou 
linfático. A aplicação deve ser feita a partir de uma pressão regular, evitando 
que a faixa fi que muito apertada ou com distribuição de tensões desiguais 
pela pele. O paciente deve ser posicionado deitado e com o membro relaxado. 
A técnica é realizada com a colocação da faixa por meio do movimento de 
enfaixamento, que se inicia no pé em direção ao coração. A faixa é colocada 
sobrepondo-se em cada volta, evitando que a pele fi que visível entre as dobras. 
A pressão é maior na região distal e vai reduzindo gradativamente até chegar 
na região da virilha. Ambas as técnicas devem ser realizadas com o mínimo 
de edema no membro possível. Por isso, devem ser aplicadas logo pela manhã 
ou após a elevação prévia do membro. 
Terapia de compressão inelástica 
Nessa terapia, são empregadas bandagens sem elasticidade, ou seja, uma 
bandagem rígida. Elas são indicadas para o tratamento de edema venoso, 
principalmente, para evitar a formação de úlceras. Essa bandagem promove 
uma pressão considerada pequena em repouso e uma pressão mais aumentada 
durante as posições em pé ou em caminhada. Diferentemente das bandagens 
elásticas que são retiradas todos os dias, a bandagem inelástica permanece por 
mais dias, necessitando ser reaplicada de uma a duas vezes por semana. Além 
disso, para evitar lesões nas áreas de proeminência óssea, antes da aplicação, 
19Fisiopatologia corporal: afecções vasculares
é necessário que as áreas ósseas sejam cobertas com preenchimento, de modo 
a evitar pressão excessiva e lesões.
Um exemplo desse tipo de bandagem é a Unna. A bandagem de Unna é 
aplicada com maior compressão no tornozelo e na região distal do pé, dimi-
nuindo gradativamente até chegar ao joelho. A aplicação deve iniciar no pé, 
que deve estar em posição neutra e relaxada, seguindo em direção à perna, 
enfaixando por meio de movimentos em espiral, terminando logo abaixo 
do joelho. Entretanto, pode haver variações na colocação de acordo com o 
fabricante, e as bandagens devem ser aplicadas por profissional ou familiar 
devidamente habilitado (BORGES, 2005).
Vale ressaltar que tanto a compressão elástica como a compressão inelástica 
não devem ser utilizadas em casos de processos infecciosos associados na 
região, como linfangite ou erisipela. Pacientes com trombose venosa profunda 
ativa só podem realizar esses tratamentos se forem liberados pelo médico após 
o início do tratamento medicamentoso. 
Drenagem linfática manual
Trata-se de uma técnica disponível aos profi ssionais de estética para tratamento 
ou prevenção de edema em pacientes. Nessa técnica, realizada manualmente 
pelo profi ssional, é aplicada uma pressão muito suave ou superfi cial das mãos 
do profi ssional sobre os tecidos, com ritmo lento e constante e no sentido 
ascendente, ou seja, em direção ao coração. Essa técnica promove aumento 
na drenagem linfática promovida pelo sistema linfático fi siológico, de modo 
a potencializar o retorno linfático, tratando ou prevenindo, dessa maneira, 
a estase venosa e linfática, comum em quadros de afecções vasculares de 
membros inferiores, como insufi ciência venosa crônica e linfedema.
Antes de indicar ou realizar esse tratamento, é necessário entender que 
algumas situações não são indicadas para esse tratamento. Pessoas com 
insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica, presença de infecções 
(vírus, bactérias ou fungos), linfangite, trombose venosa profunda ativa e 
condições febris não devem ser submetidas ao tratamento. A drenagem linfática 
manual é absolutamente contraindicada nessas condições. Por isso, pessoas 
em situações de afecções vasculares como erisipelas e linfangites não devem 
ser submetidas a este tratamento. 
Pacientes com neoplasia devem ser avaliados e encaminhados para a dre-
nagem linfática manual apenas com orientação médica, assim como pacientes 
com cardiopatias, diabetes descompensada e pressão alta, que devem ser 
Fisiopatologia corporal: afecções vasculares20
avaliados pelo médico. Áreas da pele que apresentem irritações, como feridas, 
também não devem receber essa técnica.
No livro Princípiosde drenagem linfática, escrito por Maria Goreti de Vasconcelos (2015), 
você pode conferir protocolos de drenagem linfática manual aplicada aos membros 
inferiores. 
Uma sugestão de associação de protocolos para tratamento e prevenção 
de afecções vasculares é realizar a drenagem linfática manual dos membros 
inferiores e, em seguida, aplicar a terapia de compressão por meio da colocação 
da meia elástica ou da realização do enfaixamento compressivo. Entretanto, 
para garantir um atendimento de qualidade, resolutivo e seguro, todas essas 
medidas devem ser precedidas de uma avaliação feita pelo profissional de 
estética.
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