Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

SEMINÁRIO III – FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Amanda Piton Almeida 
 
QUESTÕES 
1. Defina sua concepção de “direito” e a de “fontes do direito” pela 
perspectiva do Constructivismo Lógico-Semântico e indique qual a 
utilidade do estudo das fontes do direito. Por essa ótica, pode-se afirmar 
que leis, doutrina, jurisprudência, costumes e fato jurídico são fontes do 
direito? 
Não há um conceito absoluto apto a definir o que é Direito. Tendo isso 
em mente, podemos dizer que o direito positivo seria o conjunto de normas 
existentes e válidas em um dado local, e que a ciência do direito se incumbe de 
interpretá-las e colocá-las em prática de acordo com o contexto que estão 
inseridas. 
Assim, fontes do direito são "os focos ejetores de regras jurídicas" 
(CARVALHO, 2019), são as origens primárias do direito, que real ou 
materialmente condicionam o aparecimento da norma jurídica. 
 Segundo Paulo de Barros Carvalho (2019), a norma surge por meio da 
atividade regulada de um órgão habilitado e competente. Assim, pode-se dizer 
que as fontes do direito, através de um processo legislativo previamente 
vinculado, introduzem normas no sistema do direito positivo. 
 
"(...) as fontes do direito serão os acontecimentos do mundo social, 
juridicizados por regras do sistema e credenciados para produzir 
normas jurídicas que introduzam no ordenamento outras normas, 
gerais e abstratas, gerais e concretas, individuais e abstratas ou 
individuais e concretas". 
 
Nos ensinamentos da professora Aurora Tomazini, a fonte do direito é o 
processo de enunciação que cria os enunciados prescritivos (o direito positivo), 
daí sua importância. 
Seguindo essa lógica e considerando que as fontes do direito são 
introdutoras das normas no sistema, as leis, a jurisprudência e os fatos jurídico 
não devem ser consideradas fontes do direito, isso porque não “introduzem um 
novo direito”, mas são o direito propriamente dito, após criado pelo processo 
legislativo. Nas palavras do professor Paulo de Barros Carvalho, 
 
“De fato, as normas ingressam no ordenamento por intermédio de 
instrumentos designados por aqueles nomes conhecidos (lei, decreto, 
portaria, ato de lançamento, acórdão, sentença etc.), que são de 
extrema relevância para alojarmos o preceito nos escalões do 
sistema, mas que também são regras de direito positivo”. 
 
Os costumes, ainda, nada mais são do que fatos cotidianos que 
somente gerarão efeito jurídico quando integrantes da hipótese normativa, não 
podendo ser considerado fonte. De igual forma, a doutrina não tem o condão 
de criar normas jurídicas, mas de estudá-la, de modo que também não se porta 
como fonte do direito. 
 
2. Defina os termos/expressões: (a) Enunciação, (b) enunciação-
enunciada, (c) enunciado-enunciado. Como esses termos se relacionam 
com o tema “fonte do direito” e com o próprio “direito positivo”? 
Segundo enuncia a professora Aurora Tomazini, enunciação é a 
atividade produtora de enunciados. É o processo de elaboração das leis, 
independentemente da sua origem hierárquica, produzido pela vontade 
humana, através de um procedimento específico e por pessoa competente; 
enquanto os enunciados são o suporte físico das próprias normas, as 
proposições do direito posto. 
A partir desses conceitos, Tarék Moussallem explica que existem dois 
conjuntos distintos de enunciados: aqueles que se voltam à pessoa, espaço e 
tempo da produção de outros enunciados, e aqueles que em nada tem a ver 
com a produção de enunciados em si. Ao primeiro grupo, dá-se o nome de 
enunciação-enunciada e, ao segundo, enunciado-enunciado. 
Em outras palavras, a enunciação-enunciada constitui o sujeito, o 
espaço e o tempo da enunciação e o enunciado-enunciado é desprovido das 
marcas da enunciação, é o enunciado veiculado pela enunciação-enunciada. 
Nas palavras de Moussallem: 
 
"A partir da linguagem do veículo introdutor (enunciação-enunciada), 
reconstruímos a linguagem do procedimento produtor de enunciados 
(enunciação), e realizamos o confronto entre esta e a linguagem da 
norma de produção normativa (fundamento de validade do veículo 
introdutor) para aferirmos se a produção normativa se deu ou não em 
conformidade com o prescrito no ordenamento. 
 
Assim, o entendimento de tais termos nos permitem uma maior 
compreensão se o processo legislativo observou todos os procedimentos 
necessários e está de acordo com a legalidade. 
 
3. Quais são os elementos que diferenciam o conceito de fontes do 
Direito adotado pela doutrina tradicional e da doutrina de Paulo de Barros 
Carvalho? Relacione o conceito de fontes do Direito firmado pela doutrina 
deste com a atividade da autoridade administrativa que realiza o 
lançamento de ofício. Há diferença quando o crédito é constituído pelo 
contribuinte? 
A doutrina tradicional considera que as fontes do direito podem se dividir 
entre fontes materiais e formais. 
Para eles, as fontes formais são representadas pelo direito positivo, são 
as legislativas (leis, decretos, regulamentos etc.) e jurisprudenciais (sentenças, 
precedentes judiciais, súmulas etc.), as convenções e tratados internacionais, o 
direito consuetudinário (costume jurídico), o direito científico (doutrina) e as 
convenções e negócios jurídicos em geral. Por sua vez, as fontes materiais são 
os fatores sociais, históricos, religiosos, naturais, demográficos, etc. e valores 
que influenciam a criação da norma-jurídica positiva. 
Já Paulo de Barros Carvalho, como explicado anteriormente, considera 
que a enunciação é a fonte do direito. 
Para o professor, portanto, o lançamento de ofício, enquanto ato 
administrativo praticado por autoridade competente, apto a introduzir uma 
norma no sistema, pode ser considerado fonte do direito. Por sua vez, quando 
o crédito é constituído pelo contribuinte, a norma não está sendo criada por 
autoridade administrativa competente, de modo que não há que se falar em 
fonte, mas em direito propriamente dito. 
 
4. Que posição ocupa, no sistema jurídico, norma inserida por lei 
complementar que dispõe sobre matéria de lei ordinária? Existe algum 
vício quando ocorre de lei complementar dispor sobre matéria de lei 
ordinária? E o contrário? Para sua revogação é necessária norma 
veiculada por lei complementar? (Vide anexos I, II, III, IV e V). 
Dispõe o parágrafo único do artigo 59 da CF/88 que “Lei complementar 
disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis”. Isso 
quer dizer que as leis complementares são veículos introdutores. Contudo, por 
dispor sobre matéria que não é reservada à lei complementar, pode-se dizer 
que se trata de lei complementar meramente formal, que se diferencia da lei 
ordinária apenas pelo quórum qualificado para sua aprovação. 
Tal quórum, inclusive, é o que impossibilita a alteração de tal lei por lei 
ordinária. 
Além disso, por ter caráter constitucional, nada impede que a Lei 
Complementar trate de matéria residual, sendo tal opção inclusive prevista em 
algumas situações. Contudo, não poderá, Lei Ordinária, legislar sobre matéria 
reservada à Lei Complementar, sob pena de se estar usurpando competências 
constitucionais previamente estabelecidas. 
 
5. Considere o fragmento de direito positivo abaixo e responda, em 
seguida, as questões: 
LEI N. 10.168, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2000, D.O.30/12/2000 
Institui contribuição de intervenção de domínio econômico destinada 
a financiar o Programa de Estímulo à Interação Universidade-
Empresa para o Apoio à Inovação e dá outras providências. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: faço saber que o Congresso 
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º Fica instituído o Programa de Estímulo à Interação 
Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação, cujo objetivo 
principal é estimular o desenvolvimento tecnológico brasileiro, 
mediante programas de pesquisa científica e tecnológica cooperativa 
entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo. 
Art.2º Para fins de atendimento ao Programa de que trata o artigo 
anterior, fica instituída contribuição de intervenção no domínio 
econômico, devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso 
ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como, aquela 
signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, 
firmados com residentes ou domiciliados no exterior. 
§ 1º Consideram-se, para fins desta Lei, contratos de transferência de 
tecnologia os relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas 
e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência 
técnica. 
§ 1º-A. A contribuição de que trata este artigo não incide sobre a 
remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização 
ou distribuição de programa de computador, salvo quando 
envolverem a transferência da correspondente tecnologia. (Incluído 
pela Lei n.. 11452, de 2007). 
§ 2º A partir de 1º de janeiro de 2002, a contribuição de que trata o 
caput deste artigo passa a ser devida também pelas pessoas 
jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços 
técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem 
prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim 
pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, 
empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários 
residentes ou domiciliados no exterior. (Redação da pela Lei 10.332, 
de 19.12.2001). 
§ 3º A contribuição incidirá sobre os valores pagos, creditados, 
entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou 
domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das 
obrigações indicadas no caput e no § 2º deste artigo. (Redação da 
pela Lei 10.332, de 19.12.2001). 
§ 4º A alíquota da contribuição será de 10% (dez por cento). 
(Redação da pela Lei 10332, de 19.12.2001). 
(...) 
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-
se aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2001. 
Brasília, 29 de dezembro de 2000; 179º da Independência e 112º da 
República. 
(FERNANDO HENRIQUE CARDOSO) 
 
a) Identifique os seguintes elementos da Lei n. 10.168/00: (i) enunciados-
enunciados, (ii) enunciação-enunciada, (iii) instrumento introdutor de 
norma, (iv) fonte material, (v) fonte formal, (vi) procedimento, (vii) sujeito 
competente, (viii) preceitos gerais e abstratos e (ix) norma geral e 
concreta. 
(i) enunciados-enunciados: a norma posta constante dos artigos 1º a 8º; 
(ii) enunciação-enunciada: data: 29/12/2000, finalidade: instituir CIDE 
para o financiamento do PEIUE, sancionada pelo: Congresso Nacional e 
Presidente FHC; 
(iii) instrumento introdutor de norma: "Lei n. 10.168, de 29/12/2000. 
Institui contribuição de intervenção (...). O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: faço 
saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:"; 
(iv) fonte material: necessidade de custeio e incentivo do Programa de 
Estimulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação. 
(v) fonte formal: é o direito positivo; 
(vi) procedimento: lei ordinária editada no Congresso Nacional, aprovada 
por quórum de maioria simples e sancionada pelo Presidente da república; 
(vii) sujeito competente: para editar a lei, parlamentares do Congresso 
Nacional e Presidente da República; 
(viii) preceitos gerais e abstratos: previstos no art. 1º; 
(ix) norma geral e concreta: previsto no art. 2º. 
 
b) Os enunciados inseridos na Lei n. 10.168/00 pelas Leis n. 11.452/07 e n. 
10.332/01 passam a pertencer à Lei n. 10.168/00 ou ainda são parte 
integrante dos veículos que os introduziram no ordenamento? No caso de 
expressa revogação da Lei n. 10.168/00, como fica a situação dos 
enunciados veiculados pelas Leis n. 11.452/07 e n. 10.332/01? Pode-se 
dizer que também são revogados, mesmo sem a revogação expressa dos 
veículos que os inseriram? 
Os enunciados introduzidos pelas Leis n. 11.452/07 e n. 10.332/01 
passarão a pertencer à Lei n. 10.168/00, por uma questão de uniformidade do 
sistema jurídico. E, por conta disso, se a Lei n. 10.168/00 for revogada, as 
normas introduzidas, por a ela pertencerem, também serão revogadas 
(expressa ou tacitamente). 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
CARVALHO, Aurora Tomazini de. Teoria Geral do Direito: o construtivismo 
lógico semântico. Puc/SP: 2009. Disponível em: 
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/teste/arqs/cp098895.pdf>. Acesso 
em 03/08/2023. 
 
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 30ª ed. São Paulo: 
Saraiva. 2019. 
 
DINIZ, Maria Helena. Fontes do Direito. Enciclopédia Jurídica da PUC. Tomo 
Teoria Geral e Filosofia do Direito. 2017. Disponível em: 
<https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/157/edicao-1/fontes-do-direito>. 
Acesso em 31/08/23. 
 
MOUSSALLEM, Tárek Moysés. Fontes do Direito Tributário. IBET: 2019. 
Disponível em <https://www.ibet.com.br/wp-content/uploads/2019/05/Fontes-
do-Direito-Tribut%C3%A1rio.pdf>. Acesso em 31/08/23.