Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Conforto Ambiental
Prof. Me. Nadyeska Copat
Reitor 
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 
de Araújo
Coordenação Adjunta de Pesquisa
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de Extensão
Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação à Distância
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design e
Diagramação
Carlos Eduardo Firmino de Oliveira
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem 
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
C781c Copat, Nadyeska 
 Conforto ambiental / Nadyeska Copat. Paranavaí: 
 EduFatecie, 2022. 
 114 p. : il. Color. 
 
 
 
1. Projeto arquitetônico. 2. Ergonomia. 3. . Bioclimatologia. 
 I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a 
 Distância. III. Título. 
 
 CDD : 23 ed. 720.47 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
 
 
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Cândido Bertier 
Fortes, 2178, Centro, 
Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rodovia BR - 376, KM 
102, nº 1000 - Chácara 
Jaraguá , Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir 
do site Shutterstock.
AUTOR
Professora Me. Nadyeska Bruna Copat da Silva
● Mestre em Engenharia Urbana pela UEM (Universidade Estadual de Maringá)
● Formada em Arquitetura e Urbanismo pela UEM (Universidade Estadual de Maringá)
● Professora Mediadora EAD – Unicesumar
● Docente no curso de Arquitetura e Urbanismo – UniFamma.
Tenho experiência tanto no ensino presencial, como no modelo EAD. Sou 
especialista na área de conforto ambiental, principalmente na parte acústica. Atuo como 
arquiteta por uma construtora na cidade de Maringá - PR, além dos projetos, acompanho 
as obras desenvolvidas pelos parceiros. 
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/5388560741994377
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo (a)!
Prezado (a) aluno (a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é 
o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto 
com você construir nosso conhecimento sobre os conceitos fundamentais sobre conforto 
ambiental. Além de conhecer seus principais conceitos e definições vamos explorar as mais 
diversas aplicações em projetos.
Na Unidade I você será capaz de identificar como dar início ao projeto de conforto 
térmico, identificará a influência do ser humano na temperatura do espaço que ele permanece, 
conhecerá os principais conceitos relacionados à essa disciplina e suas normativas principais.
Já na Unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre o conforto acústico. As 
técnicas do projeto de acústica têm sido consideradas relevantes na arquitetura. Acredita-
se que a questão acústica é o aspecto físico que traz maior complexidade no estudo do 
conforto da edificação. Visto isso, os principais conceitos serão abordados.
Depois, nas Unidades III e IV vamos tratar especificamente de conforto ambiental e 
sua relação com o projeto. Ao longo da unidade III, vamos destacar porque são necessárias 
determinadas medidas ambientais nos projetos. Na Unidade IV, vamos entender o papel da 
eficiência energética ligada à arquitetura.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada 
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em 
nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. 
Muito obrigado e bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 4
Aspectos Gerais do Conforto Térmico 
UNIDADE II ................................................................................................... 30
Conforto Acústico
UNIDADE III .................................................................................................. 53
Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
UNIDADE IV .................................................................................................. 78
Recursos do Conforto Ambiental
4
Plano de Estudo:
● Introdução, conceitos e fundamentos do Conforto térmico;
● Conceitos e Fatores determinantes para o conforto;
● Recursos, estratégias ou soluções de adequação dos ambientes internos;
● Normas técnicas e aplicações.
.
Objetivos da Aprendizagem:
● Identificar os conceitos básicos e necessários 
para o estudo de projeto do conforto térmico;
● Conhecer alguns parâmetros para medir a quantidade de conforto do usuário;
● Estabelecer quais as melhores abordagens para adequar ambientes internos;
● Abordar as normativas técnicas que englobam 
a parte do conforto térmico e a arquitetura.
UNIDADE I
Aspectos Gerais do 
Conforto Térmico 
Profª. Me. Nadyeska Copat
5UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
INTRODUÇÃO
Ao projetar um ambiente, é necessário considerar as atividades que serão realiza-
das nesse meio. Pense, por exemplo, que você é responsável em projetar uma academia. 
Pensou? Agora responda à essas questões mentalmente: Você acha que ao realizar a 
atividade física, o ser humano libera calor ao ambiente? Em sua opinião, uma sala de 
ginástica na academia deve ter as mesmas condições de resfriamento que uma sala de 
reunião? O tipo de vestimenta interfere na condição de conforto de cada indivíduo? Ou 
melhor, todos têm a mesma sensação de conforto que você? 
Essas são perguntas muito subjetivas, que depende de cada indivíduo. Dessa 
maneira, essa é a maior dificuldade encontrada para projetar ambientes termicamente 
confortáveis.
Ao final desta unidade, você será capaz de identificar como dar início ao projeto 
de conforto térmico, identificará a influência do ser humano na temperatura do espaço que 
ele permanece, conhecerá os principais conceitos relacionados à essa disciplina e suas 
normativas principais. 
6UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
1. INTRODUÇÃO, CONCEITOS E FUNDAMENTOS DO CONFORTO TÉRMICO
A arquitetura deve estar sempre em comunhão com o homem e o conforto, seja 
ele térmico, acústico, luminoso ou visual. Quando o ser humano é submetido ao estresse 
ou à fadiga, o organismo pode funcionar de maneira desregulada. A arquitetura tem como 
obrigação oferecer o conforto dentro da edificação, não importando as condições climáticas 
externas (FROTA e SCHIFFER, 2001).
O conceito de conforto térmico refere-se ao estado em que o indivíduo e o 
ambiente expressa satisfação, ou seja, em equilíbrio. A não satisfação neste caso, pode 
ser representada pela sensação de calor ou frio produzida pelo corpo, e pela perda de calor 
para o ambiente (LAMBERTS; DUTRA e PEREIRA, 2004).
Segundo Ashrae (2005) também apresenta o conceito de conforto como um estado 
de espírito que reflete o nível de satisfação do local com a pessoa. Se o balanço ou a 
troca térmica for nula, pode-sedizer que se encontra termicamente confortável. A Figura 1 
representa um esquema do conforto térmico.
7UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
FIGURA 1 – ESQUEMA DE CONFORTO
 
Quando as trocas de calor entre o ser humano e o ambiente ocorrem sem esforço, 
o indivíduo tem capacidade de trabalho máxima e causa a sensação de conforto térmico. 
Quando a condição ambiental é mais fria ou mais quente, ocorre a perca de mais ou menos 
calor para a manutenção da homeotermia, e dessa maneira interferindo na realização de 
atividades e na saúde dos indivíduos (FROTA e SCHIFFER, 2001) (Figura 2).
FIGURA 2 – FALTA DE CONFORTO TÉRMICO NO AMBIENTE
Estudar o conforto térmico é importantíssimo para a concepção de um ambiente. 
Ele pode ser baseado em três fatores:
● A satisfação do indivíduo em sentir termicamente confortável;
● A produtividade do indivíduo, embora não há uma certeza absoluta que o calor 
ou o frio seja influência; 
● A conservação de energia, já que a maioria dos ambientes existe algum tipo de 
condicionantes artificialmente.
Concluindo, conhecendo as condições dos ambientes, o projetista pode evitar o des-
perdício com calefação ou refrigeração. É importante lembrar ainda que nem todos os indivíduos 
presentes no ambiente concordarão com a questão do conforto. O projetista deve trabalhar e 
criar condições para uma maior porcentagem de pessoas (LAMBERTS e NARANJO, 2011). 
8UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
2. CONCEITOS E FATORES DETERMINANTES PARA O CONFORTO TÉRMICO
O homem é um ser homeotérmico, ou seja, a temperatura interna tende a permanecer 
a mesma independente das condições climáticas (LAMBERTS; DUTRA e PEREIRA, 2004). 
A temperatura é na ordem de 37ºC, sendo limite inferior de 32ºC e superior de 42ºC (FROTA 
e SCHIFFER, 2001). Com a perda ou ganho de calor, existem mecanismos capazes de 
manter a temperatura interna constante, o que denominamos de termorreguladores 
(LAMBERTS; DUTRA e PEREIRA, 2004). 
Quando as condições ambientais tenderem a ter uma temperatura externa menor 
do que o organismo, o corpo tende a reduzir as perdas e aumentar as combustões internas. 
O aumento da resistência térmica da pele é por meio da vasoconstrição ou o arrepio (FROTA 
e SCHIFFER, 2001). A vasoconstrição nada mais é do que os vasos capilares próximos à 
pele se contraírem, enquanto os órgãos internos se dilatam, esfriando a pele e evitando 
a perda de calor interna (RAMON, 1980). Outro meio é pelo arrepio, que é o aumento da 
rugosidade da pele para causar o atrito. 
Se esses mecanismos não forem suficientes, o ser humano pode ainda ingerir 
alimentos ou bebidas quentes, utilizar roupas grossas, diminuir a exposição da pele com o 
ambiente, construir abrigos, etc. (LAMBERTS; DUTRA e PEREIRA, 2004). 
9UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
FIGURA 3 – MECANISMOS TERMORREGULADORES NO FRIO
 
Quando a temperatura externa for maior que a interna, o organismo reage trocando 
calor intensamente com o ambiente, ou seja, a temperatura da pele aumenta para que haja 
a perda do calor. Outro mecanismo que é disparado é o suor. Além desses mecanismos 
naturais, o ser humano pode recorrer a ventilação, à sombra, à água, ou até mesmo à 
tecnologia, como o ar condicionado (Figura 4) (LAMBERTS; DUTRA e PEREIRA, 2004).
FIGURA 4 – MECANISMOS TERMORREGULADORES DO CALOR
 
2.1 Trocas térmicas entre o corpo e o ambiente
A quantidade de calor que o organismo libera depende da atividade desenvolvida. 
Essas trocas térmicas podem ocorrer de 4 maneiras: por condução, convecção, radiação 
ou evaporação (LAMBERTS; DUTRA e PEREIRA, 2004). 
● Condução: A condução é o processo pelo qual o calor flui de uma região de alta 
temperatura para uma de baixa temperatura. O fenômeno pode ocorrer por meio 
sólido, líquido ou gasoso. A transmissão de calor ocorre quando os corpos estão 
em contato (KREITH, 1977).
10UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
FIGURA 5 – CONDUÇÃO 
 
● Convecção: Já a convecção é o processo de transporte de energia entre uma 
superfície sólida e um líquido ou gás. Exemplo que pode citar é uma panela no 
fogão. O calor da panela é transferido para o líquido que estão em contato direto 
(Figura 5).
● Radiação: Segundo Kreith (1977), a radiação ocorre quando o calor do corpo é 
transmitido de um corpo de temperatura elevada, para um de menor temperatura. 
Dessa maneira, entende-se que para acontecer o fenômeno não é necessário o 
contato entre os corpos. 
● Evaporação: Segundo Graaf (1981), a evaporação é o processo físico que 
consiste em passagem lenta de estado líquido para o estado gasoso. 
2.2 As variáveis do conforto térmico
Conforme Lamberts, Dutra e Pereira (2014), existem variáveis que influenciam no 
conforto do usuário. As variáveis que podem ser medidas diretamente são a temperatura 
do ar, a temperatura radiante, a umidade relativa, a velocidade do ar. Além dessas, existem 
outras, por exemplo o metabolismo gerado pela atividade física e a resistência térmica da 
vestimenta, que interferem no conforto também. 
● Metabolismo: É o processo em que há produção de energia interna. De 100% da 
energia, apenas 20% é transformada, e 80% é dissipada através de calor. Dentro 
desse pensamento, a Tabela I apresenta dados relativos do calor dissipado pelo 
corpo de acordo com a atividade. A unidade de medida corresponde a W/m², ou 
seja, quantidade de energia por metro quadrado (LAMBERTS e NARANJO, 2011). 
11UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
TABELA 1 – TAXA METABÓLICA PARA DIFERENTES ATIVIDADES
Fonte: Adaptado de: ISO 7730 (2005). 
Lamberts, Dutra e Pereira (2014) afirma que quanto maior o calor gerado, maior o 
metabolismo. Mas por que é importante para o profissional ter conhecimento sobre isso, 
aluno (a)? Simples. Quando, por exemplo, o arquiteto determina a atividade realizada no 
interior de uma edificação, toma-se como partido algumas premissas sobre a sensação de 
conforto das pessoas. Em uma academia lotada, é recomendável uma ventilação maior 
do que em uma sala de aula. 
FIGURA 6 – ATIVIDADES DE ACORDO COM A UNIDADE DE MEDIDA MET
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 47).
ATIVIDADE METABOLISMO
Deitado 46 W/m²
Sentado 58 W/m²
Atividade sedentária (escritório, estudar...) 70 W/m²
Atividade leve em pé (fazer compras, etc.) 93 W/m²
Atividade média em pé (serviços de casa, 
balconista, etc. 116 W/m²
Caminhando em local plano a 2 km/h 110 W/m²
Caminhando em local plano a 3 km/h 140 W/m²
Caminhando em local plano a 4 km/h 165 W/m²
Caminhando em local plano a 5 km/h 200 W/m²
Cozinhar 93 a 116 W/m²
Lavar e passar roupas 116 a 209 W/m²
12UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
2.3 O papel da vestimenta
De acordo com Frota e Schiffer (2001), a vestimenta funciona como uma barreira 
para as trocas de calor por convecção. Além disso, ela também tem o papel de isolante 
térmico. Dessa maneira, cada tipo de roupa oferece uma resistência térmica, que varia de 
acordo com o tipo de tecido, a fibra, do ajuste no corpo, etc. Assim, a ISO 7730 (2005) utiliza 
nos cálculos com a unidade de medida denominada clo. Cada clo equivale a 0,155m² ºC/W. 
FIGURA 7 – RESISTÊNCIA TÉRMICA DE ALGUMAS VESTIMENTAS
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 49).
Além disso, a norma ISO 7730 (2005) traz as medidas em clo conforme as 
vestimentas (Tabela 2).
TABELA 2 – ISOLAMENTO TÉRMICO PARA TRAJES TÍPICOS
Fonte: Adaptado de ISO 7730 (2005). 
VESTIMENTA CLO VESTIMENTA CLO
Meia calça 0,10 Colete em tecido leve 0,15
Meia fina 0,03 Colete tecido grosso 0,29
Meia grossa 0,05 Suéter tecido grosso 0,37
Calcinha e sutiã 0,03 Saia grossa 0,25
Cueca 0,03 Vestido leve 0,15
Cuecão longo 0,10 Vestido manga comprida 0,40
Shorts 0,11 Jaqueta tecido leve 0,22
Bermuda 0,15 Jaqueta tecido grosso 0,49
Camiseta de baixo 0,09 Calça fina 0,20
Camisa de mangas 
compridas
0,12 Calça 0,25
Camisa de manga longa 0,20 Calça flanelada 0,28
Camisa flanelada 0,30 Sandálias 0,02
Blusa demanga 
comprida
0,15 Sapatos 0,04
Camisa manga curta 0,15 Botas 0,08
13UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
● Temperatura do ar: A temperatura do ar é a principal variável do conforto térmi-
co. A temperatura do ar, que pode ser conhecida como temperatura do bulbo seco 
(TBS) costuma ser medida através do psicrométrico. Já a temperatura de bulbo 
úmida é medida com o mesmo instrumento, porém com um tecido no bulbo para 
que a umidade seja considerada. 
● Velocidade do ar: A velocidade do ar medida num ambiente interno tende a 
ser de 1m/s. Quando acrescenta meios mecânicos, como exemplo o ventilador, a 
velocidade também irá variar, e seu coeficiente de convecção aumenta. 
● Temperatura radiante média (TRM): Além dos conceitos já citados anterior-
mente, é necessário ainda conhecer o que significa ao dizer “temperatura radiante 
média”. A temperatura radiante média (TRM) representa uma temperatura uniforme 
da perca de calor do ambiente por radiação. Por exemplo: Se temos uma sala de 
aula, em que há a troca de calor pelo teto, parede, piso, janela, etc., a temperatura 
radiante média será a representação de todos esses valores em um único valor 
(LAMBERTS; DUTRA e PEREIRA, 2004). 
O termômetro de globo possui um globo oco com diâmetro padrão de 15 cm e serve 
para calcular a temperatura de globo (TG). O globo, feito de cobre, absorve qualquer efeito 
da radiação térmica, e é normalmente pintado de preto. 
Para que serve a temperatura radiante média (TRM) então? Vamos imaginar uma 
cena: Você tem um telhado, com uma área X. Para economizar na conta de energia, você 
pode calcular o quanto esse telhado esquenta, tanto no inverno, como no verão. 
Mas como calcular, aluno (a)?
O cálculo pode ser feito através da temperatura do ar (TBS), da velocidade do ar e 
da temperatura medida no termômetro de globo (TG). 
Existem dois tipos de equação para serem utilizadas. A Equação 01 é para a 
convecção natural, enquanto a Equação 02 é para convecção forçada. Calculando as duas 
equações, aquele que obtiver o maior valor, representa a equação de TRM que será utilizada. 
● Umidade relativa do ar: A umidade é caracterizada pela quantidade de vapor de 
água presente no ar. Este vapor é formado devido a evaporação da água, processo 
que ocorre a mudança do estado líquido para o gasoso, sem modificar a temperatura. 
A área da ciência responsável por este estudo é a psicometria. Dessa maneira, 
desenvolveram uma carta denominada de psicrométrica que tem a função de identificar 
a umidade relativa conhecendo as temperaturas de bulbo seco e bulbo úmido. 
14UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
A carta psicrométrica serve de base para achar soluções arquitetônicas para o conforto 
conhecendo apenas as temperaturas. Ou seja, de acordo com o clima, tem-se recomendações 
para solucionar os problemas com elevadas ou baixas temperaturas. A Figura 08 apresenta 
um exemplo de carta psicrométrica. Nesta unidade não vamos trabalhar ainda com ela. A 
figura é só para nível de conhecimento durante a introdução do conforto térmico. 
FIGURA 8 – CARTA PSICROMÉTRICA
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 56).
● Normas relacionadas ao conforto térmico: Os estudos sobre conforto térmico 
têm despertado o interesse sobre essa área. As normas existentes englobam todas 
as variáveis citadas no decorrer da unidade. Após a conceituação das mesmas, 
meu caro (a) aluno (a), é possível entendê-las
A primeira norma que ouso citar é a ISO 7730:2015, cujo título é Ambientes 
Termicamente Moderados – Determinação dos índices PMV/PPD e especificações das 
condições térmicas. Esta norma propõe a determinação da sensação térmica e o grau de 
desconforto dos indivíduos e os ambientes. 
Outra norma é a ASHRAE Standard 55 (2017) cujo título é Condições ambientais 
térmicas para ocupação humana. A norma aborda um método (opcional) para determinar 
as condições térmicas aceitáveis em espaços ventilados. 
No Brasil, temos a normativa responsável pelo desempenho térmico das edificações, 
que é a NBR 15220:2005.
15UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
3. RECURSOS, ESTRATÉGIAS OU SOLUÇÕES DE ADEQUAÇÃO 
DOS AMBIENTES INTERNOS
A relação entre clima e o ser humano é denominada de bioclimatologia. Olgyay 
(1973) criou a expressão Projeto Bioclimático afim de adequar a arquitetura ao clima local. 
Para o projeto, são necessárias identificar as normais climatológicas. Essas normais são 
séries de dados padronizados pela Organização Meteorológica Mundial calculada a cada 
30 anos. Leva-se em consideração as médias de temperatura, umidade, precipitação, 
nebulosidade, horas de sol, etc. 
No Brasil, os principais tipos de arquivos climáticos utilizados por softwares de 
simulação são: Test Reference Year (TRY), Typical Meteorological Year (TMY), Solar and 
Wind Energy Resource Assessment (SWERA) e INMET (dados medidos nas estações 
automáticas do INMET).
O arquivo climático do tipo TRY é aquele que apresenta a média de um ano de um 
determinado local. Ele engloba a temperatura de bulbo seco, a temperatura do orvalho, 
umidade relativa do ar, direção e velocidade dos ventos, nebulosidade, pressão barométrica 
e radiação solar. Esse tipo de arquivo está disponível apenas para 14 capitais brasileiras 
(SCHELLER et al., 2015).
O arquivo climático TMY é um arquivo gerado por dados climáticos de meses de 
anos diferentes, ou seja, uma junção de meses a partir de uma série de dados anuais 
disponíveis. 
16UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
O SWERA foi criado para disponibilizar as informações solares e de vento 
gratuitamente. Além de facilitar o trabalho de projetistas, analistas e investidores, incorpora 
dados sobre recursos energéticos renováveis.
O INMET é resultado de medições nas estações meteorológicas de 2000 a 2010. 
O Prof. Maurício Roriz elaborou 411 arquivos climáticos de municípios brasileiros, onde 
apresentada dados como: temperatura do ar, umidade, pressão, velocidade, etc. A base de 
dados é fundamental para simulações computacionais (SCHELLER et al., 2015). A partir 
das análises bioclimáticas, será necessário conhecer o conceito das variáveis do clima. 
3.1 Variáveis do Clima
● Radiação solar: A radiação é uma onda eletromagnética curta e responsável 
pela energia no planeta. Devido ao seu movimento de translação e rotação, 
temos a variação das estações do ano e dia/noite. A região que mais recebe esse 
tipo de radiação localiza-se entre os trópicos de Câncer, no hemisfério norte e 
Capricórnio, no hemisfério sul.
FIGURA 9 - ESQUEMA DE RADIAÇÃO SOLAR SOBRE O PLANETA
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 73).
Na Figura 9 percebe-se em latitudes mais baixas, o sol tem o comportamento 
parecido nos dois solstícios, sendo o número de horas de sol mais semelhantes. Quanto 
ao observar em latitudes mais elevadas, os dias são bem mais longos nos meses do 
verão do que de inverno. Dessa projeção solar surge o conceito de carta solar que será 
abordado mais para frente.
17UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
● Temperatura: A temperatura do ar não tem consequência direta dos raios do 
sol. O processo ocorre com influência da radiação solar incidente, o coeficiente de 
absorção da superfície receptora, a condutividade, a capacidade térmica do solo e 
as perdas por evaporação, convecção e radiação. O resultado desses fenômenos 
eleva a temperatura do ar. Mas por que a amplitude térmica é maior em climas 
secos do que em climas úmidos?
Os climas secos se caracterizam por sua umidade e nebulosidade baixa. Nos 
climas úmidos, durante o dia, a radiação é menor por causa da nebulosidade, além do 
fato de que as perdas por evaporação são favorecidas devido à umidade que cobre 
o solo. Sendo assim, a temperatura da superfície não atinge o mesmo valor que nos 
climas secos. Por exemplo: A variação na capital do Piauí, em Teresina, com ar seco, tem 
amplitude é alta, pois é um clima árido. Jáem Florianópolis, capital de Santa Catarina, 
possui clima úmido é de baixa amplitude.
● Umidade: A umidade é regulada pelo ciclo hídrico. Além disso, o regime de chuvas 
aliado aos lagos, rios, mares, juntamente com a vegetação, atuam na umidade 
através da evapotranspiração. A topografia, a ocupação urbana, pavimentação 
excessiva, também são fatores que influenciam nessa etapa. Pode acontecer ainda, 
nos centros urbanos, alterar o regime de chuvas e a nebulosidade (Figura 10).
FIGURA 10 – COMPORTAMENTO DA UMIDADE DO AR EM RELAÇÃO A SUA TEMPERATURA
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 80).
18UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
Observa-se no comentário da figura que as curvas relacionadas à umidade e a 
temperatura são inversamente proporcionais. 
● Vento: A desigualdade de aquecimento do planeta e da sua atmosfera através 
da radiação solar gera energia potencial, que é convertida em energia cinética, 
gerando assim os ventos. O ar quente próximo à linha do Equador se eleva, abrindo 
caminho para a entrada de ar frio vindo dos polos. 
Nas cidades litorâneas, durante o dia a corrente de ar acontece no movimento 
do mar para a terra. Quando anoitece, o movimento se inverte, ou seja, a corrente de 
ar sai da terra e vai em direção ao mar. Isso só acontece porque a terra resfria mais 
rapidamente que a água, fazendo com que o ar quente próximo ao mar se eleve, e o ar 
fresco da terra se movimente. 
Outros fatores podem influenciar o vento, como a altitude, a topografia, os edifícios 
ou a rugosidade do solo, por exemplo, quanto maior a rugosidade do solo, menor a 
velocidade do vento. Por exemplo a Figura 11 apresenta a rosa dos ventos de Brasília, DF.
FIGURA 11 – ROSA DOS VENTOS DA CIDADE DE BRASÍLIA – DISTRITO FEDERAL
 
Fonte: Lamberts e Naranjo (2011).
Na Figura 11 observa-se a direção dos ventos nas estações do ano e quais são 
suas direções. 
Outro exemplo a ser citado muito importante é a ocupação da cidade. As edificações 
da cidade desviam, distribuem e canalizam os ventos urbanos.
19UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
FIGURA 12 – VENTILAÇÃO NA OCUPAÇÃO URBANA E RUGOSIDADE
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 80).
● Índices de conforto térmico: Estudos como de Monteiro e Alucci (2010), 
afirmam que as primeiras pesquisas focaram na maioria em espaços fechados, 
e posteriormente foram adaptadas para espaços abertos. O maior desafio neste 
contexto é comparar a questão do conforto térmico real com o conforto térmico 
calculado. Com isso, deve sempre levar em conta os fatores psicológicos e culturais 
das pessoas e do uso dos espaços, que é influenciado pelo microclima. 
No Brasil, considerando os trabalhos desenvolvidos, nota-se que o campo de pesquisa 
é crescente. Porém, a maioria dos trabalhos publicados foca na relação entre o clima e o meio 
urbano, e não na relação do microclima e o usuário. Dessa forma, é necessário que tenha um 
mapeamento adequado dessa relação em diferentes regiões do país.
O conforto térmico sempre foi um termo subjetivo, porque depende de vários fatores 
e variáveis que influenciam o bem-estar de cada indivíduo. Entre as pesquisas, tentaram 
simplificar e determinar o índice de conforto. Dentre as tentativas, destacam-se:
● O voto médio predito (PMV): Nos anos 70, Fanger (1970) criou uma equação 
com variáveis ambientais, tais como temperatura média radiante (ºC), a velocidade 
do ar (m/s), umidade relativa (%), temperatura (ºC), tipo de atividade física (Met) 
e vestimenta (clo). A partir disso, ele reuniu um grupo de estudo, de diferentes 
nacionalidades, para determinar as condições ambientais. 
20UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
PMV determina a sensação térmica através de uma escala de sete (7) pontos psi-
cofísicos da ASHRAE (Figura 10), que vai de -3 (muito frio) a +3 (muito quente), passando 
pelo 0 (neutralidade térmica – nem frio, nem calor). 
FIGURA 13– ESQUEMA DO PMV
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 50).
O PMV ainda pode ser calculado através do software Conforto 2.02 de Ruas (2002) 
ou pelo Programa “RayMan”.
● Porcentagem de pessoas insatisfeitas (PPD): A partir do estudo de PMV, criou-
se outro conceito, o denominado PPD. Apresentado na Figura 11, no eixo vertical, 
o índice de porcentagem de pessoas insatisfeitas, (PPD) como o próprio nome já 
sugere, representa a quantidade de pessoas que estão insatisfeitas no local de estudo. 
A norma ISO 7730:2005 adota a pesquisa de Fanger (1970) como recomendações. 
● O voto de sensação térmica real (ASV): O Voto de Sensação Térmica Real 
(ASV - Actual Sensation Vote) é um índice empírico de conforto que é obtido através 
de questionários para avaliar a sensação térmica dos indivíduos no momento da 
entrevista (Tabela 3). As respostas adquiridas são comparadas com os índices 
preditivos de conforto térmico, que podem ser PMV, PET e UTCI.
TABELA 3 – SENSAÇÃO TÉRMICA E OS GRAUS DE CONFORTO
Fonte: Adaptado de: Lyra (2007).
VOTO SENSAÇÃO TÉRMICA GRAU DE CONFORTO
+3 Muito quente Desconfortável
+2 Quente Desconfortável
+1 Leve sensação de calor Confortável
0 Neutralidade térmica Confortável
-1 Leve sensação de frio Confortável
-2 Frio Desconfortável
-3 Muito frio Desconfortável
21UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
● O Índice Termo climático Universal (UTCI): O Índice Termo climático Universal 
ou UTCI (Universal Thermal Climate Index) foi desenvolvido pela ISB Commission 
6 da Sociedade Internacional de Biometeorologia (ISB – International Society of 
Biometeorology) com o intuito de avaliar as condições térmicas de ambientes 
externos através da resposta fisiológica do corpo humano. 
Segundo Rossi, Krüguer e Bröde (2012), o UTCI (Universal Thermal Climate Index) 
foi desenvolvido com base no modelo de múltiplos nós termorregulatórios de Fiala, Lomas 
e Stohrer (1999, 2001, 2003, 2007) e considera: 
● O comportamento adaptativo em relação ao isolamento térmico a partir de seus 
estudos de campo desenvolvidos na Europa; 
● A distribuição da roupa em diferentes partes do corpo; 
● A redução da resistência térmica e evaporativa da roupa causada pelo vento e 
pelo movimento da pessoa andando a 4Km/h em superfície plana. 
O UTCI segue o conceito de temperatura equivalente, é expresso em “ºC” e tem 
para o ambiente de referência as seguintes definições: 
● Temperatura radiante média igual à temperatura do ar; 
● Umidade relativa de 50%, com vapor de pressão não ultrapassando 2Kpa; 
● Velocidade do ar de 0,5 m/s medida a 10m de altura. 
De acordo com Rossi (2012), a igualdade das condições fisiológicas é baseada na 
equivalência da resposta fisiológica dinâmica prevista pelo modelo para o ambiente real 
e de referência. Como essa resposta dinâmica é multidimensional (temperatura corporal, 
taxa de sudorese, temperatura da pele, etc. em diferentes tempos de exposição), um índice 
unidimensional foi calculado pelo método dos componentes principais. Assim, a temperatura 
UTCI equivalente para uma dada combinação das variáveis climáticas (temperatura do ar, 
radiação, umidade e vento) é definida como a temperatura do ar do ambiente de referência, 
que produz o mesmo valor de estresse térmico (BRÖDE et al., 2012). 
O UTCI, por ser um índice universal de conforto térmico, pode ser aplicado a todos 
os tipos de clima, independente das características pessoais do indivíduo. E abrange as 
seguintes faixas climáticas: 
● 50ºC ≤ Ta ≤ 5ºC
● 30 ºC ≤ Trm-Ta ≤7 ºC
● Velocidade do vento entre 0,5 e 30,3 m/s;
● Umidade relativa de 5% a 100% com pressão de vapor máxima de 5Kpa.
22UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
Os níveis de estresse térmico determinados pelo índice UTCI podem ser 
classificados conforme a Tabela 4.
TABELA 4 – NÍVEIS DE ESTRESSE TÉRMICO
Fonte: A autora (2022).
Para o cálculo deste índice, pode ser utilizado o programa Bioklima 2.6 desenvolvido 
por Michael Blazejczyk. Os dados de entrada são: temperatura doar, umidade relativa, 
temperatura radiante média e velocidade do vento a 1,5 m e a 10 m de altura do solo.
UTCI (ºC) Nível de Estresse Térmico
< -40 Extremo estresse para o frio
-40 até -27 Muito forte estresse para o frio
-27 até -13 Forte estresse para o frio
-13 a 0 Moderado estresse para o frio
0 a 9 Pouco estresse para o frio
9 a 26 Sem estresse térmico
26 a 32 Moderado estresse para o calor
32 a 38 Forte estresse para o calor
38 a 46 Muito forte estresse para o calor
>46 Extremo estresse para o calor
23UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
4. NORMAS TÉCNICAS E APLICAÇÕES
O projeto de arquitetura deve sempre atender o conforto e à eficiência energética. A 
utilização de estratégias de aquecimento e resfriamento no projeto, proporciona a redução 
de sistemas artificiais, além de economizar energia nas edificações para atingir o conforto 
térmico. Assim, o uso de estratégias bioclimáticas, e para que ocorra de maneira correta, é 
necessário o conhecimento dos tipos de climas.
4.1 Climas no mundo
Nas últimas décadas, mundialmente tem-se presenciado as discussões como os 
efeitos das mudanças climáticas devido à emissão de dióxido de carbono, o desflorestamento, 
o esgotamento de recursos, aumento da população e a pobreza em grandes cidades. Tudo 
isso, com base em estudos, influencia na temperatura média do planeta, que já teve um 
acréscimo de 1,02º desde o século XIX. Diante de todo esse panorama, a arquitetura tem 
um papel importante para minimizar o impacto dessa temperatura no conforto do usuário.
4.2 Climas no Brasil
Devido a sua localidade e extensão, o Brasil possui um clima variado. São seis 
tipos, entre eles pode-se citar: tropical, equatorial, semiárido, subtropical, tropical atlântico 
e tropical de altitude. 
24UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
FIGURA 14 – CLIMAS NO TERRITÓRIO BRASILEIRO
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 82).
As características de cada clima podem ser descritas abaixo:
● Clima tropical: Com verão quente e chuvoso, o inverno é quente e seco. As tem-
peraturas variam em torno de 20ºC com chuvas oscilando de 1000 a 1.500 mm/ano.
● Clima equatorial: Com temperaturas na casa dos 24 e 26ºC, a chuva nesta região 
é abundante, normalmente maior que 2.500 mm/ano.
● Clima semiárido: É a região climática mais seca do país, onde as temperaturas 
são elevadas e chuvas escassas. 
● Clima subtropical: Com chuvas fartas e bem distribuídas durante o ano, as 
temperaturas médias ficam abaixo dos 20º. O inverno é rigoroso em altitudes 
elevadas, podendo ocorrer até neve. 
● Clima tropical atlântico: Característico do litoral, as temperaturas variam de 18 a 
26ºC. Ao Sul, as chuvas se concentram no verão. Já na região próxima ao equador, 
as chuvas se concentram no inverno e outono. 
● Clima tropical de altitude: Variando de 18 a 22ºC as temperaturas, este clima 
apresenta um verão com chuvas intensas, e inverno podem até ocorrer geadas. 
25UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
4.3 Microclima
Agora ao nível da edificação, tem-se o denominado microclima. É nesta etapa que 
as variáveis como vegetação, topografia, tipo de solo, presença de obstáculos naturais ou 
artificiais influenciam no clima. 
FIGURA 15 – MICROCLIMA DA EDIFICAÇÃO
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 83).
SAIBA MAIS
Um arranha céu de Londres, na Inglaterra, em 2013 danificou uma construção vizinha. 
Por ter um desenho côncavo, a fachada do edifício de 37 andares, concentra em alguns 
pontos a incidência solar, provocando um pequeno incêndio na barbearia, além de 
derreter o espelho retrovisor de um carro que estava estacionado próximo ao local. 
FIGURA 14 – EDIFÍCIO CONHECIDO COMO WALKIE TALKIE EM LONDRES
 
Fonte: COMMONS WIKIMEDIA. Disponível em; https://commons.wikimedia.org/w/index.php?sear-
ch=wakie+talkie+building&title=Special%3ASearch&go=Go#/media/File:Walkie-Talkie_Building_1_
(15047124543).jpg. Acesso em: 24 jun. 2022.
26UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
Embora não seja uma notícia muito comum, esse é um perigo ao implantar materiais 
nas fachadas sem o devido conhecimento. Os responsáveis ao tentar garantir o conforto 
internamente na edificação, ocasionou o desconforto no externo. Após o incidente, resolveram 
colocar proteções solares, os brises, para que não ocorra novamente este problema. 
Para saber mais acesse: https://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2013/09/predio-que-danificou-
jaguar-com-reflexo-recebe-cobertura-temporaria.html.
REFLITA
Mas por que a amplitude térmica é maior em climas secos do que em climas úmidos?
Os climas secos se caracterizam por sua umidade e nebulosidade baixa. Nos climas 
úmidos, durante o dia, a radiação é menor por causa da nebulosidade, além do fato 
de que as perdas por evaporação são favorecidas devido à umidade que cobre o solo. 
Sendo assim, a temperatura da superfície não atinge o mesmo valor que nos climas 
secos. Por exemplo: A variação na capital do Piauí, em Teresina, com ar seco, tem 
amplitude é alta, pois é um clima árido. Já em Florianópolis, capital de Santa Catarina, 
possui clima úmido é de baixa amplitude.
Fonte: LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. O. R. Eficiência energética na
arquitetura. ELETROBRAS/ PROCEL. Rio de Janeiro, 2014.
27UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O maior benefício de se adotar uma visão de projetos abrangendo todas as áreas, 
é alcançar a satisfação do usuário – mesmo que o projeto seja para você. Terminar um 
trabalho e perceber que houve satisfação dos dois lados não tem preço. Em virtude disso, 
lembrar do conforto térmico é fundamental ao projetar espaços, seja eles pequenos ou 
grandes. Além de influenciar na produtividade, influencia no psicológico do ser que irá 
utilizar este espaço. Sempre tenha conhecimento das atividades que serão realizadas nos 
recintos e calcule a influência deste ao ambiente. 
A partir dos conceitos elencados durante a aula, você é capaz de conhecer mais 
sobre a dinâmica que envolve o conforto térmico e o usuário. Com a aplicação desses 
primeiros conceitos, caso sinta vontade de iniciar uma pesquisa sobre o tema, será mais 
fácil para o entendimento dos artigos publicados pelo mundo. Outro fator interessante desta 
aula é a percepção de que o conforto de um usuário, não será o mesmo de uma outra 
pessoa, então é sempre importante trabalhar com grupos, onde a maioria esteja satisfeita 
com o clima. Lembre-se, caro (a) aluno (a), a busca do conforto sempre será o equilíbrio de 
opiniões dos usuários. 
28UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
LEITURA COMPLEMENTAR
Nas últimas décadas, o campo científico tem discutido mudanças climáticas 
e defendido teses relativas às causas que têm levado o clima a diferenciar-se de como 
era no início do século passado. Esse artigo descreve e analisa duas teses antagônicas 
relativas aos agentes causais do aquecimento global e faz inferências relativas ao foco 
de pesquisas atinentes ao conforto ambiental, tanto em edificações quanto em espaços 
urbanos. Muitos cientistas acreditam que a Terra se encontra em aquecimento por motivos 
antropogênicos, devido à elevação da concentração de gases de efeitoestufa (GEE) na 
atmosfera, resultante da queima de combustíveis fósseis e de mudanças no uso da terra. 
Outros entendem que as perceptíveis mudanças climáticas decorrem de fenômenos naturais 
e de dados não detectados, desconsiderados e/ou inadequadamente interpretados, devido 
a limitações técnicas inerentes às estações climatométricas de superfície. A análise dessas 
teses sugere que é difícil acreditar que, em um sistema tão complexo e repleto de variáveis 
como é o clima terrestre, emissões de dióxido de carbono (CO2) e de metano (CH4), 
de origem antropogênica, tenham alguma influência expressiva na variação climática 
global, excetuando-se as “ilhas de calor” nos centros urbanos. Conclui-se, portanto 
que o desenvolvimento de tecnologias relacionadasao conforto ambiental, com ênfase 
à eficiência energética, justifica-se, não apenas pela emissão de GEE, decorrentes das 
fontes energéticas mais usuais na atualidade, e sim porque essas fontes são escassas e 
não renováveis, e a humanidade não pode se tornar dependente desses recursos, bem 
como por sua contribuição indiscutível na formação das “ilhas de calor”.
Fonte: DENARDIN, Matheus D’Ávila. Aquecimento global e a pesquisa em conforto 
ambiental. Revista de Arquitetura da IMED, v. 3, n.1, 2014, p. 32-40, ISSN 2318-1109.
29UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Eficiência energética na arquitetura
Autor: LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. O. R. 
Editora: ProLivros.
Sinopse: O livro “Eficiência Energética na Arquitetura” tem como 
objetivo introduzir os principais conceitos relativos ao manejo e 
controle do consumo de energia em edificações, tendo como crité-
rio central de projeto o conforto de seus usuários. Com conteúdo 
completamente revisado e atualizado, o livro retorna com novos 
conceitos, buscando não somente uma atualização, mas também 
novos questionamentos referentes à arquitetura sustentável e sua 
relação com a eficiência energética e a arquitetura bioclimática.
FILME/VÍDEO 
Título: O que você não sabia sobre conforto térmico
Ano: 2021.
Sinopse: O Conforto ambiental arquitetura depende da plena 
compreensão do que é conforto térmico e suas variáveis. O 
Conforto Térmico na arquitetura depende de 6 principais fatores, 
sendo 4 deles ambientais, e 2 pessoais. O conceito de arquitetura 
bioclimática, arquitetura sustentável ou arquitetura verde depende 
significativamente do pleno atendimento às condições climáticas 
locais por parte dos projetos.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=CKbc7PtbTzU
30
Plano de Estudo:
● Introdução, conceitos e fundamentos do Conforto acústico;
● Conceitos e Fatores determinantes para acústica;
● Recursos, estratégias ou soluções da acústica arquitetônica,
● Parâmetros acústicos.
Objetivos da Aprendizagem:
● Introduzir os principais elementos do conforto acústico e seus conceitos;
● Determinar quais as variáveis utilizadas para determinar o conforto acústico;
● Descrever a relação entre a arquitetura e o conforto acústico;
● Indicar quais parâmetros acústicos são necessários 
para determinar o conforto em um ambiente.
UNIDADE II
Conforto Acústico
Profª. Me. Nadyeska Copat
31UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 31UNIDADE II Conforto Acústico
INTRODUÇÃO
Há muito tempo, a humanidade conhece os efeitos prejudiciais do ruído para a 
saúde. Existem relatos de trabalhadores que viviam próximos às cataratas do rio Nilo, 
no Egito antigo, e ficaram surdos. Então, há séculos, muitos estudiosos têm elaborado 
trabalhos a respeito desse assunto. 
É de conhecimento de todos que a humanidade tem criado, nos últimos séculos, 
uma sociedade cada vez mais ruidosa. No Brasil, os controles das condições de segurança 
ficam a cargo no Ministério do Trabalho, por meio das Normas Regulamentadoras. Sendo 
assim, como podemos diminuir esses impactos sonoros no ambiente? Quais são os meios 
de proteção que podemos adotar nos projetos? Como diminuir esse ruído? Para responder 
a esses tipos de pergunta, é necessário conhecer o que é o som e como ele se comporta 
no meio. Dessa maneira, ainda é possível fazer a seguinte indagação: como projetar um 
ambiente acusticamente confortável? Quais são os parâmetros que devem ser utilizados no 
projeto? Como diminuir o impacto do ruído externo na edificação? Essas e outras questões 
serão abordadas nesta unidade.
32UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 32UNIDADE II Conforto Acústico
1. INTRODUÇÃO, CONCEITOS E FUNDAMENTOS DO CONFORTO ACÚSTICO
Uma das principais funções das edificações é proporcionar ao indivíduo condições 
adequadas para realizar suas atividades com conforto. Em geral, o conforto engloba a 
ventilação, a iluminação, a temperatura e a acústica. 
Qualquer intervenção pode alterar as condições do ambiente local. Essas 
intervenções podem ocorrer em diferentes escalas, como a forma gradativa com que o 
sistema viário se intensifica ou a implantação de um estabelecimento comercial em uma área 
residencial, o que acaba alterando as características locais. Essas intervenções urbanas, 
muitas vezes, desconsideram os impactos causados ao meio, resultando no desequilíbrio 
e no desconforto da população. Assim, originam-se diversas conferências e congressos. 
Essa preocupação com o meio tem aumentado os estudos sobre esse assunto. 
A relação entre o ser humano e o meio ambiente deve ser sempre considerada 
ecologicamente correta, ou seja, não danificar o meio ambiente. Portanto, dá-se início 
ao pensar da sustentabilidade. Esta baseia-se em três itens fundamentais: conservar os 
sistemas ecológicos, o uso de recursos renováveis e manter as ações humanas dentro da 
capacidade do ecossistema. 
O ideal seria que os projetos fossem condicionados conforme as características do 
meio, ou seja, deve-se considerar a topografia, o clima, o solo, a latitude etc. Além disso, é 
preciso pensar na sustentabilidade, por meio da redução dos custos da manutenção ou da 
exploração de energias renováveis. 
33UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 33UNIDADE II Conforto Acústico
Um dos quesitos importantes na área do conforto ambiental é a acústica. Por que, 
então, essa preocupação com a acústica? A poluição sonora é cada vez mais presente com 
a evolução das cidades; isso, porém, não quer dizer que o problema de ruído é exclusivo 
da era moderna. Na Roma antiga, os poetas já retratavam em fragmentos esse problema, 
como o poeta romano Juvenal (60-131 d.C): “Quanto sono, lhe pergunto, posso ter eu nesta 
estalagem. As carroças passando fazendo estrondos, os gritos dos carroceiros presos no 
tráfego [...]” (BISTAFA, 2011, s/p).
Acredita-se que os sons indesejáveis sempre existiram. À medida que a paisagem 
sonora foi se transformando com a evolução humana, com o crescimento populacional, 
com as invenções, o acúmulo desses sons foi se transformando em poluição sonora. A 
partir disso, nesta unidade, vamos estudar as transformações das paisagens sonoras.
1.1 Evolução da paisagem sonora
Os sons da natureza, no estudo de Schafer (1997), são citados como o início da 
evolução sônica, que é finalizada, atualmente, com os ruídos das cidades. A paisagem 
sonora natural tem aspectos peculiares, os sons são tão originais que podem servir de 
marco sonoro dos locais, como o barulho das quedas de Foz do Iguaçu. 
Assim como a água, o ar tem sons variáveis e possíveis de serem ouvidos a grandes 
distâncias: “[...] como em um dia calmo nos Alpes suíços, onde o débil, suave assobio do 
vento por sobre as geleiras, a milhas de distância, pode ser ouvido cruzando a quietude 
interveniente dos vales” (SCHAFER, 1997, p. 43). A terra também pode gerar sons, como 
terremotos, movimentos vulcânicos etc. Já em relação aos seres vivos, encontramos a 
variação vocal, como o canto dos pássaros, os sons dos insetos, zumbidos etc. 
A partir disso, os sons originados pela natureza cederam espaços às primeiras 
atividades humanas, como a caça, a pesca e a música. Assim, deu-se início à configuração 
da paisagem rural, antes considerada silenciosa. Um dos sons mais significativos desde 
a época em que a maioria da população se encontrava na área rural é o sino da igreja. 
Este servia como calendário acústico, por meio do qual se anunciavam os casamentos, as 
festas, os nascimentos, as mortes, os incêndios e as revoluções. 
No século XIV, o sino uniu-se ao relógio mecânico, formando um dos sons mais 
notáveis da paisagem sonora. Nessa época, há registros de ruídos causados pelas carroças: 
“o rangido das rodas é indescritível [...] ouvir um milhar dessas rodas rugindo e rangendo ao 
mesmo tempo é um som de que jamais se esquece – é simplesmente infernal” (MEIR, apud 
SCHAFER, 1997, p. 97). Em Roma, devidoaos problemas de ruído, Júlio César (100-44 a. 
C.) determinou que elas não podiam circular durante determinadas horas do dia.
34UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 34UNIDADE II Conforto Acústico
A paisagem sonora muda completamente no início da era industrial. Nas áreas 
agrícolas, os sons gerados provinham dos moinhos. Nas áreas urbanas, a paisagem passou 
a ser configurada pelo ruído das máquinas, discriminado na Tabela 1.
TABELA 1 – NÍVEIS SONOROS DAS MÁQUINAS NO PERÍODO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Fonte: Schafer (1997, p. 12).
O aumento da intensidade sonora na era industrial trouxe a necessidade de estudar 
esse meio. Com isso, em 1822, Lord Rayleigh construiu o primeiro instrumento prático para 
medir essa intensidade. O decibel só veio ser difundido a partir de 1928. 
A paisagem sonora mudou com a propagação das vias ferroviárias e, depois, das 
rodoviárias. Com o início dos congestionamentos, a paisagem urbana sofria com o ruído 
proveniente dos carros. Na sequência, o ruído agravou-se com o tráfego aéreo. Quem 
residia próximo aos aeroportos era mais afetado. 
FIGURA 1 – RUÍDO AÉREO
Máquina dB Máquina dB
Máquina a vapor 85 Esmeril de metalurgia 106
Trabalhos de impressão 87
Máquina de aplainar 
madeira 108
Gerador elétrico ou 
diesel 96
Serra de metal
110
Máquina de fazer 
parafusos 101
Trabalho em caldeira, 
martelando 118
Oficina de tecelagem 104
Decolagem de avião a 
jato 120
Raspador de serraria 105 Lançamento de foguete 160
35UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 35UNIDADE II Conforto Acústico
1.2 Paisagem sonora atual
A definição de paisagem sonora atual pode ser simplificada em uma palavra: 
poluição. A poluição sonora é preocupante. Ela pode surgir de uma solução para outro 
problema, por exemplo, ao criar uma avenida em um meio residencial para diminuir o 
tráfego, em contrapartida, aumenta o ruído de uma área que deveria ser silenciosa, 
comprometendo, assim, a sustentabilidade da cidade. É ideal que, nessa etapa, a acústica 
urbana seja considerada no plano diretor das cidades, já que são definidos os níveis 
sonoros ideias para cada área. 
FIGURA 2 – CONFORTO ACÚSTICO
36UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 36UNIDADE II Conforto Acústico
2. CONCEITOS E FATORES DETERMINANTES PARA ACÚSTICA
A princípio, é necessário compreender o que é uma onda. Esta é uma perturbação 
que se propaga nos meios materiais e é capaz de ser percebida pelo ouvido humano. 
As ondas sonoras são captadas pela orelha externa, por meio do canal auditivo, 
e chegam ao tímpano. No tímpano, a energia mecânica é amplificada em 15 vezes e 
transmitida aos filamentos nervosos do ouvido. 
O som é captado pelo ouvido externo. Assim, a onda sonora entra pelo canal auditivo, 
que leva a informação até o ouvido interno. No ouvido interno, a onda faz vibrar o tímpano, 
que, por sua vez, repassa as vibrações para os três ossos: o martelo, a bigorna e o estribo. 
Cada molécula que completa o movimento oscilatório em um determinado intervalo 
de tempo chama-se período (T). Ao final das oscilações, denomina-se a frequência, que diz 
respeito à medida dos ciclos por segundo, calculada como inverso do período.
A partir do conceito de onda sonora, é fácil compreender a vibração do som e em que 
faixa de frequência audível ele se propaga. Lembrando que a faixa audível é de 20 a 20000 Hz.
2.1 Potência acústica
É o resultado da emissão de energia sonora, medida em watts (W). A Tabela 2 
apresenta valores de potências para serem comparados.
37UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 37UNIDADE II Conforto Acústico
TABELA 2 – COMPARAÇÃO DE ALGUMAS POTÊNCIAS SONORAS
Fonte: Silva (2002, p. 32).
Comparando os valores da Tabela 2, vemos que a potência da voz masculina é o 
dobro da potência da voz feminina.
2.2 Intensidade sonora
Para que o som seja escutado, há a necessidade de ter uma certa intensidade 
sonora. Dessa forma, a intensidade sonora se dá pela quantidade de energia sonora, ou 
potência, dividida por uma determinada área. Tem-se, assim, a equação a seguir:
Em que:
W é a potência em watts. 
S é a área em m².
Para trabalhar com número, no conforto acústico, utilizamos, geralmente, 
os logaritmos. Isso se dá devido ao fato de, por exemplo, para 1000 Hz, o linear de 
audibilidade estar situado nos 10-12 watts/m², enquanto a intensidade a partir da qual o 
ouvido começa a se incomodar é de, aproximadamente, 1 watt/m², ou seja, um milhão de 
vezes maior. Por isso, ao trabalharmos com os logaritmos, temos o nível de intensidade 
sonoro (NIS) medido em decibéis.
Potência sonora média W
Voz de mulher 0,002
Voz de homem 0,004
Piano 0,270
Trombone 6,000
Tambor (surdo) 25,000
Orquestra 70,000
Automóvel a 70 km/h 100,000
Avião a jato 10.000,000
38UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 38UNIDADE II Conforto Acústico
FIGURA 2 – ONDA SONORA
SAIBA MAIS
O bel é uma unidade de medida. Ela foi criada para quantificar a redução de um nível 
acústico. Sua primeira denominação foi TU, ou unidade de transmissão. Posteriormente, 
foi renomeada em homenagem ao seu fundador, Alexander Graham Bell.
A escala decibel é uma escala que varia de 0 dB a 160 dB. O 0 corresponde à audibilidade 
humana, ou seja, ao nível sonoro mínimo. O valor de 130 dB corresponde ao limite 
superior da audição. Já quando se atinge uma escala de 160 dB, ocorre a perfuração da 
membrana do tímpano, causando danos graves ao ouvido (BISTAFA, 2011).
Fonte: Bistafa (2011).
Para ilustrar melhor as grandezas do nível e a potência sonora, a Tabela 3 compara 
os valores em um ambiente urbano.
39UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 39UNIDADE II Conforto Acústico
TABELA 3 – NÍVEL E POTÊNCIA SONORA NO AMBIENTE URBANO
Fonte: Adaptada de: Bistafa (2011).
A partir da comparação de valores, como os apresentados na tabela anterior, criou-
se uma escala denominada “A”. A principal função é ajustar os níveis medidos em dB aos 
níveis realmente percebidos pelo ouvido humano. Por isso, sempre que usados, os níveis 
sonoros de intensidade são calculados na escala decibel. Ainda sobre os níveis sonoros, 
é importante ter base de quanto tempo diário o ser humano pode ficar exposto ao ruído. A 
Tabela 4 apresenta exemplos de valores.
Sensação subjetiva de 
intensidade Descrição Pressão sonora (Pa) Nível de pressão 
sonora (dB)
Estrondoso
Avião a jato a 1 m
Fogo de artilharia 200 140
Tambor de graves a 1 m
Avião a jato a 5 m 63 130
Muito barulhento
Avião a 3 m
Broca pneumática 20 120
Metro 
Próximo a uma
britadeira
6,3 110
Indústria barulhenta
Dentro de um avião 
2 100
Barulhento
Banda ou orquestra 
sinfônica
Rua barulhenta
0,63 90
Dentro de um automóvel 
em alta velocidade
Aspirador de pó
0,2 80
Moderado Pessoa falando a 1 m 0,0063 70
Rádio com volume 
médio
0,02 60
Tranquilo Sala de aula
Escritório privado
0,002 40
Silencioso Movimento de folhagem
Estúdio privado
0,00002 20
Muito silencioso Deserto ou região polar
Respiração normal
0,00006 10
Laboratório de acústica
Limiar de audibilidade
0,002 0
40UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 40UNIDADE II Conforto Acústico
TABELA 4 – TABELA DE LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDOS
Fonte: Silva (2002, p. 06).
Se compararmos os valores mínimos e máximos apresentados, veremos que 
equivalem, respectivamente, a um despertador de campainha tocando e a um show de 
rock, a apenas 2-3 metros da caixa de som. 
FIGURA 4 - RUÍDO EM SHOW
Nível de ruído dB(A) Máxima exposição diária permissível
85 8 horas
90 4 horas
95 2 horas
100 1 hora
110 15 minutos
115 7 minutos
41UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 41UNIDADE II Conforto Acústico
3. RECURSOS, ESTRATÉGIAS OU SOLUÇÕES DA ACÚSTICA ARQUITETÔNICA
A acústica arquitetônica vem sendo estudada desde quando os gregos e os 
romanos construíam seus teatros ao ar livre. A forma de apropriação do espaço e a 
maneira como aproveitavam o som são lições que devem ser levadas em consideração 
até hoje (SOUZA; ALMEIDA e BRAGANÇA,2012).
Segundo Bistafa (2011), o som é a vibração de moléculas do ar que se propagam 
por estruturas vibrantes, embora nem todas que vibram geram som. Sua propagação é 
esférica e gerada a partir do que é denominado fonte. Quando esse som incide sobre a 
superfície, pode ser transmitido, refletido ou absorvido; geralmente, ocorrem os 3 fenômenos 
(CAVANAUGH; TOCCI e WILKES, 2010).
A Lei n.º 1.065, de 06 de maio de 1996 (BRASIL, 1996, p. 01), considera a poluição 
sonora um “som indesejável, principalmente quando interfere em atividades humanas 
ou ecossistemas a serem preservados”. Desde estudos iniciais da Organização Mundial 
da Saúde (OMS, 2011), percebe-se que ela vem atingindo proporções tão preocupantes 
quanto o uso de inseticida na época.
42UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 42UNIDADE II Conforto Acústico
REFLITA
O desrespeito com as soluções arquitetônicas adequadas para a melhoria do conforto 
nas edificações traz como consequência ambientes inadequados. De acordo com a 
Organização Mundial da Saúde (OMS, 2011), a poluição sonora afeta tanto os usuários 
quanto a poluição causada por emissões de gases e contaminação da água. No estudo 
realizado, compararam-se duas tipologias de casas na cidade de Curitiba, tanto em 
medições de conforto térmico quanto de conforto acústico. Com isso, foi constatado 
que diferentes materiais influenciam no ambiente da edificação, tanto de forma 
positiva quanto negativa. Um dos exemplos que se pode citar é a questão do calor. Os 
materiais empregados sofriam ganhos de calor, aquecendo, assim, as casas e tornando 
necessário o uso do ar condicionado. Dessa forma, há aumento no consumo de energia 
e, consequentemente, o gasto de recursos não renováveis.
Fonte: OMS (2011).
3.1 Características das ondas sonoras
As vibrações sonoras propagam-se pelo ar devido à mudança da pressão 
atmosférica. Dessa maneira, ao sofrer um estímulo, essas partículas sofrem compressões 
e rarefações, caracterizando o movimento da onda sonora.
A frequência de uma onda é definida pelo número de vezes que está completa um 
ciclo de compressão e rarefação em um determinado tempo. Sua unidade de medida é 
em Hertz (Hz), ou seja, número de ciclos por segundo. Para cada frequência, existe uma 
intensidade limiar de sensação auditiva e dolorosa, a qual varia de pessoa para pessoa. 
A faixa audível do ouvido humano varia de 20 Hz a 20 kHz, é entre essas frequências 
que o sistema auditivo consegue detectar o som. Frequências menores que 20 Hz são 
chamados infrassons; acima de 20 kHz, ultrassons (BISTAFA, 2011).
Em relação às fontes sonoras, as faixas mais altas, com maior número de 
oscilações, equivalem ao som agudo. Já as frequências mais baixas têm um número menor 
de oscilações, caracterizando os sons mais graves.
Ao escolher um local para o projeto, é necessário o levantamento dos dados 
relacionados à futura ocupação e ao entorno. Além de o arquiteto ou engenheiro dominar 
essas observações, também deve ser capaz de identificar quais sons são considerados 
inconvenientes (SOUZA; ALMEIDA; BRAGANÇA, 2012). 
43UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 43UNIDADE II Conforto Acústico
De acordo com Freire (1996, p. 72), “A prevenção e o controle do ruído em 
edificações escolares começa desde a concepção desses espaços, definição do uso e 
ocupação do solo, até chegar aos materiais de construção adequados a cada ambiente”. 
O projeto com conforto acústico ainda é um desafio para os engenheiros e arquitetos, pois 
a qualidade sonora depende tanto da forma quanto do volume (LISOT e SOARES, 2008).
Tratar acusticamente um ambiente diz respeito a oferecer boas condições de 
audibilidade, como o uso de revestimentos internos, e tentar bloquear os ruídos produzidos 
no recinto, para que não se espalhem pelo entorno. O tratamento pode ocorrer por 
isolação acústica ou pelo condicionamento. Isolação acústica refere-se ao bloqueio 
dos ruídos externos para favorecer as atividades desenvolvidas no interior, enquanto o 
condicionamento acontece ao melhorar as condições de audibilidade interna, corrigindo 
o tempo de reverberação e promovendo uma melhor distribuição dos sons gerados 
internamente (CARVALHO, 2007).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na Norma Brasileira Registrada 
(NBR) 10152/2000, prevê como aceitável para as salas de aula um ruído ambiente de 40 a 
50 dB(A), acima desses valores é considerado nocivo à saúde. 
[...] os níveis de pressão sonora acima de 65dB (A) podem gerar efeitos ne-
gativos como interferência na compreensão da fala, dificuldades para dormir 
ou descansar, incômodo, queda na qualidade de realização de atividades de 
trabalho e lazer (BISTAFA, 2011, p. 50).
De acordo com Gerges (2000), existem várias definições para o ruído; é importante 
lembrar que ele é considerado um som, mas o som não é, necessariamente, um ruído. O 
ruído pode ser definido como um conjunto de sons sem harmonia, confuso, que incomoda 
e perturba o homem nas suas atividades. 
3.2 Parâmetros acústicos
Vamos estudar, a seguir, algumas definições dos parâmetros acústicos. Os parâ-
metros acústicos são critérios que melhor definem a qualidade acústica de um ambiente. 
Dentre eles, pode-se citar o tempo de reverberação. 
3.3 Tempo de Reverberação
O tempo de reverberação (TR) é uma das grandezas mais importantes na avaliação 
acústica. O parâmetro está presente em todas as salas e afeta diretamente os sons 
transmitidos, podendo ser uma música ou, até mesmo, uma conversa (KUTTRUFF, 2000).
A reverberação ocorre quando uma fonte gera uma onda sonora dentro da sala, 
consequentemente, a sua intensidade aumenta com a chegada do som direto, e continuará 
crescendo com as reflexões indiretas. Se essa fonte é desligada, a intensidade sonora não 
desaparecerá nesse instante, mas enfraquecerá gradualmente. 
44UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 44UNIDADE II Conforto Acústico
Essa energia sonora decai em função do formato da sala e depende, ainda, da 
quantidade de materiais absorventes presentes (MARSH, 2004).
Sabine (1964, apud MEHTA; JOHNSON e ROCAFORT, 1999) encontrou uma 
equação empírica relacionando o tempo de reverberação com o volume do ambiente e 
seus materiais de revestimento, a qual é dada pela Equação 1
Em que:
TR é o Tempo de Reverberação do recinto (s);
V é o volume da sala (m³);
A é a área de absorção (m² Sabine). 
A absorção é definida pelo produto da área das superfícies pelo coeficiente de 
absorção sonora do seu material. Com isso, Hohmann, Setzer e Wehling (2004) propõem um 
complemento à equação de Sabine, sugerindo que, além dos elementos estruturais, devem-
se considerar as áreas dos componentes do ambiente, como lousa, mesas, pessoas etc. 
3.4 Nível de pressão sonora
Cavanaugh, Tocci e Wilkes (2010) define que o ruído de fundo é um elemento 
extremamente importante no meio acústico. Sua representação é dada pelo nível de 
pressão sonora, sendo, assim, a combinação do ruído interior acrescido do ruído exterior. 
Dentre as fontes externas, pode-se citar o ruído de tráfego, ou equipamentos de 
ar-condicionado ou ventiladores; já as fontes internas dependem do uso e da ocupação do 
edifício (MEHTA; JOHNSON e ROCAFORT, 1999). 
Há vários estudos sobre o nível de pressão sonora, como de Mohan e Rajagopal (2010), 
Gonçalves, Silva e Coutinho (2009) e Delecrode et al. (2014), que estão descritos no Quadro 1.
45UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 45UNIDADE II Conforto Acústico
QUADRO 1 – RESUMO DE EXEMPLOS DE ARTIGOS SOBRE O NÍVEL DE PRESSÃO SONORA
Fonte: A autora (2022).
Quando se analisa acusticamente uma sala de aula, por exemplo, o nível de 
pressão sonora e o tempo de reverberação são parâmetros essenciais a serem obtidos. 
Nos estudos do Quadro 1, ainda houve aplicação de questionário para análise da saúde 
dos alunos e dos professores.
3.5 Índice de transmissão da fala – STI
O nível de interferência da fala (Speech TransmissionIndex - STI) é um importante 
parâmetro para determinar qual o grau de interferência do nível de pressão sonora em um 
determinado recinto (MEHTA; JOHNSON e ROCAFORT, 1999). O STI é obtido por meio da 
simulação e da medição acústica.
A medição é feita por meio da resposta impulsiva, considerando os cálculos 
do tempo de reverberação e do ruído de fundo. O resultado (Tabela 2) é um índice de 
fácil interpretação, que varia entre 0 (fala completamente ininteligível) e 1 (excelente 
inteligibilidade) (ISO 3382-2:2017).
Artigo Objetivos Recomendações Resultados
Mohan e Rajagopal (2010) Avaliar salas de aula para 
crianças menores de 5 anos 
na Índia.
O estudo foi dividido em categorias 
de acordo com a influência do ruído 
de tráfego. Cerca de 120 salas de 
aula foram medidas. Os parâmetros 
obtidos foram o NPS e o TR.
O ruído externo tem uma 
influência muito grande 
sobre o ruído de fundo 
em salas de aula vazia, 
com janelas abertas. Para 
escolas construídas na 
região de clima tropical, as 
normas da ANSI S12.60 
podem não ser praticáveis.
Gonçalves, Silva e Coutinho 
(2009)
Verificar o nível de pressão 
sonora nas salas de aula e 
sua interferência na inteligibili-
dade da fala dos professores.
Houve 3 tipos de avaliações: 
conforto/desconforto, avaliação 
acústica e avaliação de desempe-
nho vocal.
Mais de 94% dos 
professores afirmaram a 
necessidade de aumentar 
o tom de voz durante a 
aula, provocando, dessa 
maneira, alterações na fala 
dos docentes.
Delecrode (2014) Avaliação acústica de sala de 
aula de uma pré-escola.
Houve uma variação do ruído de 
40,6 dB (A) a 105,8 dB(A). Além 
disso, a faixa de frequência em 
que o espectro se concentrou foi 
de 500 a 4kHz.
Os níveis obtidos nas 
medições foram maiores 
do que o permitido pela 
normativa do estudo. Assim, 
um tratamento acústico é 
essencial para diminuir o 
impacto negativo do ruído 
nesse ambiente.
46UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 46UNIDADE II Conforto Acústico
TABELA 2 – VALORES DE STI E A QUALIDADE DA INTELIGIBILIDADE DA FALA
Fonte: Bruel (1984, p. 05).
Segundo Bradley (2007), a inteligibilidade da palavra pode ser afetada ou reduzida 
por meio de influências das distorções sonoras. O ruído de fundo é o principal fator redutor 
da inteligibilidade. Quanto mais intensos for o nível sonoro e a quantidade de fontes, pior é 
a capacidade de ouvir, prestar atenção, compreender ou se concentrar.
A influência das reflexões do som e do tempo de reverberação é característica 
fundamental para a qualidade da inteligibilidade da palavra. A reflexão pode ser vantajosa 
ou não, assim como o tempo de reverberação pode ser longo ou curto (ANDRADE, 2009).
O índice de transmissão da fala também é um assunto abordado em artigos na área 
de acústica. Rantala e Sala (2015) estudaram a associação entre os parâmetros acústicos e 
o uso da voz do professor. Guidini et al. (2012) buscaram identificar se existe relação entre 
o ruído, a intensidade da voz e a presença de alteração vocal durante a aula ministrada.
A conclusão que se pode chegar com os estudos citados anteriormente é de que 
não existe um índice de transmissão da fala aceitável nos locais abordados. Dessa maneira, 
julga-se necessária uma adequação acústica, a fim de diminuir os problemas causados nos 
alunos e nos professores.
3.6 Condicionamento acústico
O condicionamento acústico é o processo que busca garantir que o ambiente tenha 
um ótimo tempo de reverberação e propagação do som. 
Há décadas isolamento e condicionamento acústico são confundidos, 
embora sejam totalmente diferentes. O isolamento acústico consiste em não 
deixar o som passar de dentro para fora, nem de fora para dentro de um 
ambiente. Já o condicionamento acústico, consiste em criar uma sonoridade 
agradável dentro do ambiente, controlando parâmetros como a reverberação 
e promovendo uma resposta de frequências adequada ao tipo de utilização 
(MIGUEL e TAMAGNA, 2007, p. 80).
Na NBR 12179 (ABNT, 1992), é apresentada uma faixa de valores em que o tempo 
de reverberação se encaixa, dependendo do volume em metros cúbicos do local (Figura 
4). Por exemplo: se o tempo de reverberação do ambiente, na frequência de 500Hz, 
se enquadrar em uma faixa em função do seu volume, o condicionamento acústico é 
considerado satisfatório. 
STI INTELIGIBILIDADE
0,00 - 0,30 Ruim
0,30 - 0,45 Pobre
0,45 - 0,60 Aceitável
0,60 - 0,75 Bom
0,75 - 1,00 Excelente
47UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 47UNIDADE II Conforto Acústico
FIGURA 5 – TEMPO DE REVERBERAÇÃO EM FUNÇÃO DO VOLUME
 
Fonte: NBR 12179 (ABNT, 1992, p. 09).
3.7 Isolamento
De acordo com a NBR 12179 (ABNT, 1992), o isolamento acústico é um processo 
pelo qual se evita a passagem de ruídos em um determinado ambiente. Há dois tipos de 
ruído: o aéreo e o impacto. Recchia (2001) descreveu como ruído de impacto aquele 
que provém da própria estrutura, enquanto o ruído aéreo é aquele que se propaga na 
edificação através do ar. 
O isolamento entre dois ambientes é calculado pela diferença da pressão sonora 
entre a sala do emissor e do receptor, além de considerar a absorção sonora na sala em 
que o som é recebido. Sendo assim, considera-se o volume e o tempo de reverberação 
para determinar a absorção do recinto (BRUEL e KJAER, 2003)
48UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 48UNIDADE II Conforto Acústico
SAIBA MAIS
O problema acústico parece ser inofensivo, porém pode gerar situações graves. Em 
maio de 2018, uma briga entre vizinhos acabou em morte na cidade de Curitiba-PR 
devido ao som alto. O jovem relatou à polícia que a situação do som alto ocorria há 
cerca de seis meses, por isso acabou se irritando. Ele vai responder por homicídio 
qualificado e porte ilegal de arma de fogo. 
Leia mais em: https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/briga-entre-vizinhos-que-acabou-em-morte-em-
-curitiba-foi-por-causa-de-som-alto-diz-policia.ghtml.
O rápido crescimento urbano, com a ocupação inadequada dos espaços, 
compromete a qualidade de vida das pessoas. A poluição sonora é considerada uma das 
poluições mais graves, classificada pela OMS como a terceira maior, perdendo apenas 
para a poluição do ar e da água. A poluição sonora causa desgaste físico e mental, além de 
gerar estresse e diversos problemas de saúde. 
Visto isso, a acústica ambiental se preocupa tanto com os ruídos internos quanto 
com os ruídos gerados por fatores externos. Examinando como o som se propaga na 
edificação, é possível calcular o impacto sobre o ambiente construído. 
SAIBA MAIS
O bel é uma unidade de medida. Ela foi criada para quantificar a redução de um nível 
acústico. Sua primeira denominação foi TU, ou unidade de transmissão. Posteriormente, 
foi renomeada em homenagem ao seu fundador, Alexander Graham Bell.
A escala decibel é uma escala que varia de 0 dB a 160 dB. O 0 corresponde à audibilidade 
humana, ou seja, ao nível sonoro mínimo. O valor de 130 dB corresponde ao limite 
superior da audição. Já quando se atinge uma escala de 160 dB, ocorre a perfuração da 
membrana do tímpano, causando danos graves ao ouvido.
Fonte: Bistafa (2011).
49UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 49UNIDADE II Conforto Acústico
REFLITA
O desrespeito com as soluções arquitetônicas adequadas para a melhoria do conforto 
nas edificações traz como consequência ambientes inadequados. De acordo com a 
Organização Mundial da Saúde (OMS, 2011), a poluição sonora afeta tanto os usuários 
quanto a poluição causada por emissões de gases e contaminação da água. No estudo 
realizado, compararam-se duas tipologias de casas na cidade de Curitiba, tanto em 
medições de conforto térmico quanto de conforto acústico. Com isso, foi constatado 
que diferentes materiais influenciam no ambiente da edificação, tanto de forma 
positiva quanto negativa. Um dos exemplos que se pode citar é a questão do calor. Os 
materiais empregados sofriam ganhos de calor, aquecendo, assim, as casas e tornando 
necessário o usodo ar condicionado. Dessa forma, há aumento no consumo de energia 
e, consequentemente, o gasto de recursos não renováveis.
Fonte: OMS (2011).
50UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 50UNIDADE II Conforto Acústico
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O rápido crescimento urbano, com a ocupação inadequada dos espaços, 
compromete a qualidade de vida das pessoas. A poluição sonora é considerada uma das 
poluições mais graves, classificada pela OMS como a terceira maior, perdendo apenas 
para a poluição do ar e da água. A poluição sonora causa desgaste físico e mental, além de 
gerar estresse e diversos problemas de saúde. 
Visto isso, a acústica ambiental se preocupa tanto com os ruídos internos quanto 
com os ruídos gerados por fatores externos. Examinando como o som se propaga na 
edificação, é possível calcular o impacto sobre o ambiente construído. 
Com isso, nesta unidade, você teve a oportunidade de:
● identificar os parâmetros utilizados pela acústica ambiental;
● conferir como a onda sonora se comporta no ambiente;
● compreender quais são os problemas causados por um ambiente acusticamente 
mal projetado.
Ao observar as normativas vigentes de isolamento, é possível concluir que, inde-
pendentemente do local e das características construtivas, é importante que o projetista se 
atenda a esse conceito.
51UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 51UNIDADE II Conforto Acústico
LEITURA COMPLEMENTAR
● SILVA, NADYESKA BRUNA COPAT DA; MOTTA, BÁRBARA LORRAYNE DA 
SILVA; SOARES, PAULO FERNANDO. A legislação sobre o ruído e tempo de rever-
beração: O comparativo nacional e internacional. Revista Brasileira de Engenharia 
e Sustentabilidade, v. 5, p. 7, 2018.
Nesse artigo, os autores fazem uma comparação das normativas nacionais e 
internacionais sobre diretrizes acústicas em diversos países. Nota-se uma variação de 
permissões de ruído, mas tudo é explicado nas normativas.
52UNIDADE I Aspectos Gerais do Conforto Térmico 52UNIDADE II Conforto Acústico
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Bê-á-bá da acústica arquitetônica
Autores: Lea Cristina Lucas de Souza, Manuela Guedes de Almei-
da e Luís Bragança.
Editora: EdUfscar.
Sinopse: O livro que recomendo para a Unidade II chama-se 
“Bê-á-bá da acústica arquitetônica”, escrito por Lea Cristina Lucas 
Souza e Manuela Guedes. O livro apresenta uma didática simples, 
abordando o conforto acústico no ambiente e no entorno urbano. 
O Brasil possui um deficit de livros sobre assunto; dessa forma, os 
autores justificam a confecção da obra.
O próprio nome já reflete o conteúdo didático. O livro é dedicado 
a iniciantes na área, gerando uma visão global sobre o assunto 
e trazendo lazer e conhecimento para os leitores. Espero essa 
sugestão desperte em você uma vontade de conhecer mais sobre 
o universo da acústica. 
FILME/VÍDEO 
Título: Conforto acústico
Ano: 2019.
Sinopse: O escritório Studio M4 fez uma análise sobre o conforto 
acústico e uma introdução sobre o tema. 
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=iLk0uILcYn8
53
Plano de Estudo:
● Bioclimatologia aplicada a arquitetura;
● Zoneamento Bioclimático Brasileiro;
● Geometria Solar;
● Carta Solar.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar os conceitos de bioclimatologia, 
como se trabalha com a arquitetura; 
● Compreender os tipos de Zoneamento bioclimático brasileiro;
● Estabelecer a importância da geometria e da carta solar.
UNIDADE III
Bioclimatologia 
Ligada a Arquitetura
Profª. Me. Nadyeska Copat
54UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
INTRODUÇÃO
Mesmo após o entendimento dos conceitos de conforto térmico, deve-se achar um 
modo de entender esses fatores na arquitetura e a eficiência energética. Então, como pode 
evitar os efeitos dessas variáveis? Como obter um ambiente interior com determinadas 
condições de conforto para os usuários? Logo de início, pensa-se no sistema de climatização 
e iluminação artificial. Mas o foco atualmente não é a sustentabilidade? Dessa maneira, 
nesta unidade irei tratar sobre as estratégias de aquecimento, resfriamento e iluminação 
natural. Ao final desta unidade, você será capaz de:
● Integrar as estratégias artificiais e naturais à edificação;
● Conhecer os conceitos de bioclimatologia;
● Identificar soluções empregadas em edificações a fim de transmitir conforto ao 
usuário;
● Conhecer a norma brasileira relacionada ao estudo do conforto térmico e suas 
diretrizes.
55UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
1. BIOCLIMATOLOGIA APLICADA À ARQUITETURA
Na década de 60, os irmãos Olgyay A. e Olgyay V. (1973) consideraram o conforto 
térmico e criaram a expressão Projeto Bioclimático. Com finalidade de utilizar elementos 
que sejam favoráveis às exigências de conforto térmico, eles desenvolveram um diagrama 
Bioclimático que propõe estratégias de arquitetura. O diagrama ficou conhecido como Carta 
Bioclimática de Olgyay (Figura 1).
FIGURA 1 - CARTA BIOCLIMÁTICA DE OLGYAY
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 84).
56UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
Anos mais tarde, Givoni concebeu outra Carta Bioclimática que corrigia algumas 
definições do diagrama idealizado por Olgyay. A carta de Givoni surgiu de uma adaptação 
de uma carta psicrométrica, em que foram propostas estratégias construtivas. A figura 2 é 
o exemplo da carta de Givoni. 
FIGURA 2 - CARTA BIOCLIMÁTICA SEGUNDO GIVONI
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 84).
A carta relaciona a temperatura do ar e a umidade relativa. A partir desses valo-
res, o profissional poderá ter indicações de qual estratégia bioclimática poderá adotar no 
projeto. As zonas presentes na carta são: conforto, ventilação natural, ar condicionado, 
inércia térmica para resfriamento, umidificação, resfriamento evaporativo, inércia térmica 
para aquecimento, aquecimento solar, aquecimento artificial. 
A seguir, temos descritas as áreas da carta de Givoni.
1.1 Zona de conforto
Para as condições climáticas desta região, existe uma possibilidade elevada dos 
usuários se sentirem confortáveis. Com temperatura variando entre 18 e 29ºC e umidade 
relativa de 20 a 80%, a Figura 3 apresenta a delimitação desta zona.
57UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
FIGURA 3 – ZONA DE CONFORTO NO MÉTODO DE GIVONI
 
 Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014).
1.2 Zona de ventilação natural
Se a temperatura ultrapassar os 29º ou a umidade relativa for maior que 80%, a 
característica a ser adotada no projeto seria de ventilação natural para melhorar o conforto 
térmico. Em climas úmidos e quentes, a ventilação é a estratégia mais simples a ser adotada. 
FIGURA 4 – ZONA DE VENTILAÇÃO NATURAL EM GIVONI
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 86).
1.3 Zona de ar condicionado e isolamento térmico
Em regiões com clima severo, em que as temperaturas são elevadas e não dá 
para aplicar outros conceitos, como por exemplo o de ventilação, se faz necessário à sua 
automação. É importante lembrar que o ar condicionado pode atuar nas outras zonas, 
porém como coadjuvante, e não como principal.
Da mesma maneira, pode-se relacionar o uso do aquecedor. Em regiões nas quais 
o frio é intenso, as outras soluções de projeto são inviáveis atuarem sozinhas. Sendo assim, 
é necessário isolar o ambiente para que o usuário se sinta confortável.
58UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
FIGURA 5- ZONA DE AR CONDICIONADO E ISOLAMENTO TÉRMICO
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 86).
1.4 Zona de Inércia térmica para resfriamento
O uso da inércia térmica pode diminuir a oscilação de temperatura no ambiente 
interno em relação ao externo, com a intenção de evitar os picos (Figura 6). Essa 
recomendação geralmente é empregada em clima quente e seco, em que durante o dia é 
muito quente, e a noite a temperatura é baixa. 
FIGURA 6 - ZONA DE INÉRCIA TÉRMICA PARA RESFRIAMENTO
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 88).
1.5 Zona de Umidificação e resfriamento evaporativoA evaporação da água pode reduzir a temperatura e aumentar a umidade de um 
ambiente. Sendo assim, em climas quente e secos, a evapotranspiração das plantas ajuda 
também no resfriamento evaporativo. Ao instalar fontes, utilizar recipientes com água e 
tanques de água sombreados, os ambientes tendem a ficar mais confortáveis.
59UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
FIGURA 7 - ZONA DE UMIDIFICAÇÃO
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 89).
FIGURA 8 - ZONA DE RESFRIAMENTO EVAPORATIVO
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 88).
Só é necessária atenção para não indicar esses parâmetros em climas úmidos.
1.6 Aquecimento solar
Na região que abrange temperaturas de 10 a 20ºC, o aquecimento solar é a 
estratégia que mais se encaixa para resolver a questão do conforto. Ele pode ser de duas 
formas: como isolante térmico ou como inércia térmica. O que diferencia os dois são as 
temperaturas, conforme a Figura 9.
60UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
FIGURA 9 – REGIÃO DE AQUECIMENTO SOLAR
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 90).
1.7 Zona de sombreamento
Devido as condições de temperatura e uma elevada umidade, a região sombreada 
na Figura 10 apresenta como parâmetro o sombreamento. As técnicas mais utilizadas para 
tal finalidade são os brises, os beirais, marquises e sacadas.
FIGURA 10 – ZONA DE SOMBREAMENTO
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 91).
61UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
REFLITA
Você sabe como mantém uma temperatura agradável nos pátios árabes? Tem alguma ideia?
Os pátios árabes, ou pátio internos, além de funcionarem como elemento decorativo 
e como meio de observação da arquitetura, ele atua como conforto ambiental. Ele diminui a 
temperatura do interior e permite a ventilação da edificação, já que esta fica voltada para o pátio. 
FIGURA 11 – PÁTIO INTERNO DE UM TEMPLO
62UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
2. ZONEAMENTO BIOCLIMÁTICO BRASILEIRO
A NBR 15220-3:2005 (ABNT, 2005) estabelece a divisão do território brasileiro 
em diferentes zonas climáticas, sendo ao total 8 zonas, numeradas de 1 ao 8. A partir da 
definição das características principais, é possível saber quais diretrizes construtivas serão 
recomendadas ao local. 
FIGURA 12 – ZONEAMENTO BIOCLIMÁTICO BRASILEIRO 
Fonte: NBR 15220-3 (2015, p. 03).
A partir do mapa, as principais características de cada zona serão apresentadas na 
Tabela 1. 
63UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
TABELA 1– CARACTERÍSTICA DAS ZONAS BIOCLIMÁTICAS BRASILEIRAS
Fonte: NBR 15220-3:2015. Editado pela autora.
A normativa brasileira traz detalhado cada zona climática. Na norma é possível 
identificar o tipo de abertura, se precisa ou não de sombreamento, e todos esses artigos ci-
tados na Tabela 1. Além disso, dependendo do tipo de zona, existe uma carta bioclimáticas 
que apresenta as normais climatológicas das cidades. 
ZONA CIDADES (Exemplos) RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVAS
01
Curitiba, Caxias do Sul, Lages, 
São Joaquim, Campos do 
Jordão
Uso de aberturas para ventilação de dimensão média, 
sombreamento das aberturas (exceto no inverno), 
coberturas com inércia térmica leve.
02
Laguna, Uruguaiana, Pelotas, 
Ponta Grossa, Piracicaba
Uso de aberturas para ventilação de dimensão 
média, sombreamento das aberturas (exceto no 
inverno), coberturas com inércia térmica leve, 
ventilação cruzada no verão.
03
Florianópolis, Camboriú, 
Chapecó, Porto Alegre, Rio 
Grande, Torres, São Paulo, 
Campinas, Pindamonhangaba, 
Sorocaba, Belo Horizonte, 
Foz do Iguaçu, Jacarezinho, 
Paranaguá, Petrópolis
Uso de aberturas para ventilação de dimensão 
média, sombreamento das aberturas (exceto no 
inverno), coberturas com inércia térmica leve, 
ventilação cruzada no verão, paredes externas leves 
e refletoras à radiação solar.
04
Brasília, Franca, Limeira, 
Ribeirão Preto, São Carlos
Uso de aberturas médias, sombreamento necessário nas 
aberturas durante todo o ano, paredes pesadas e cobertura 
leve com isolamento térmico. Além disso, se faz necessário 
o resfriamento evaporativo, a inércia térmica para o res-
friamento, ventilação controlada no versão e aquecimento 
solar e vedações internas no inverno.
05
Niterói, São Francisco do Sul, 
Santos.
As janelas devem ter um tamanho médio, com som-
breamento, paredes leves e refletoras, coberturas 
leves isoladas termicamente, ventilação cruzada no 
verão e vedações internas pesadas no inverno.
06
Goiânia, Campo Grande, 
Presidente Prudente.
Aberturas médias sombreadas, paredes pesadas, co-
berturas com isolamento térmico, uso de resfriamento 
evaporativo e ventilação seletiva no verão. No inverno 
se faz necessário vedações internas pesadas.
07
Cuiabá, Teresina Aberturas pequenas e sombreadas durante todo 
o ano, paredes e coberturas pesadas e o uso de 
resfriamento evaporativo, além de inércia para 
resfriamento e ventilação seletiva no verão.
08
Belém, Corumbá, Fernando 
de Noronha, Fortaleza, João 
Pessoa, Maceió, Manaus, Na-
tal, Recife, Rio Branco, Rio de 
Janeiro, Santarém, Salvador, 
São Luiz, Vitória,
As principais diretrizes construtivas desta zona são: 
uso de aberturas grandes, sombreadas, paredes 
e coberturas leves e refletoras, uso de ventilação 
cruzada durante todo o ano.
64UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
FIGURA 13 – EXEMPLO DE CARTA BIOCLIMÁTICA DA CIDADE DE BRASÍLIA
 
Fonte: NBR 15220-3 (2005, p. 06).
TABELA 2 - DETALHAMENTO DAS ESTRATÉGIAS DE CONDICIONAMENTO TÉRMICO
Fonte: 15220-3:2005. Editado pela autora.
Além disso, existe a relação de 330 cidades cujos os climas já foram classificados 
no Anexo A da norma 15220-3:2005.
ESTRATÉGIA DETALHAMENTO
A O uso de aquecimento artificial será necessário para amenizar a eventual sensação de 
desconforto térmico por frio.
B A forma, a orientação e a implantação da edificação, além da correta orientação de superfícies 
envidraçadas, podem contribuir para otimizar o seu aquecimento no período frio através da 
incidência de radiação solar. A cor externa dos componentes também desempenha papel 
importante no aquecimento dos ambientes através do aproveitamento da radiação solar.
C A adoção de paredes internas pesadas pode contribuir para manter o interior da 
edificação aquecido.
D Caracteriza a zona de conforto térmico (a baixas umidades).
E Caracteriza a zona de conforto térmico
F As sensações térmicas são melhoradas através da desumidificação dos ambientes. Esta 
estratégia pode ser obtida através da renovação do ar interno por ar externo através da 
ventilação dos ambientes.
G e H Em regiões quentes e secas, a sensação térmica no período de verão pode ser 
amenizada através da evaporação da água. O resfriamento evaporativo pode ser 
obtido através do uso de vegetação, fontes de água ou outros recursos que permitam a 
evaporação da água diretamente no ambiente que se deseja resfriar.
H e I Temperaturas internas mais agradáveis também podem ser obtidas através do uso de 
paredes (externas e internas) e coberturas com maior massa térmica, de forma que o 
calor armazenado em seu interior durante o dia seja devolvido ao exterior durante a 
noite, quando as temperaturas externas diminuem.
I e J A ventilação cruzada é obtida através da circulação de ar pelos ambientes da edificação. 
Isto significa que se o ambiente tem janelas em apenas uma fachada, a porta deveria 
ser mantida aberta para permitir a ventilação cruzada. Também deve-se atentar para 
os ventos predominantes da região e para o entorno, pois o entorno pode alterar 
significativamente a direção dos ventos
K O uso de resfriamento artificial será necessário para amenizar a eventual sensação de 
desconforto térmico por calor.
L Nas situações em que a umidade relativa do ar for muito baixa e a temperatura do ar 
estiver entre 21oC e 30oC, a umidificação do ar proporcionará sensações térmicas 
mais agradáveis. Essa estratégia pode ser obtida através da utilização de recipientes 
com água e do controle da ventilação,pois esta é indesejável por eliminar o vapor 
proveniente de plantas e atividades domésticas.
65UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
3. GEOMETRIA SOLAR
No Brasil, devido ao tipo de clima, a maior parte do território sofre com a alta 
incidência de radiação solar. Um jeito prático de observar esta afirmação é por meio 
da Tabela 4, retirada do programa Analysis Bio. Nesta tabela, reúne-se um conjunto de 
informações sobre a necessidade de sombreamento em algumas cidades brasileiras. 
TABELA 4 - PERCENTUAL DE NECESSIDADES DE SOMBREAMENTO EM 
ALGUMAS CIDADES BRASILEIRAS
Cidade
Necessidade de sombreamento (% 
das horas do ano no período diurno)
Necessidade de sol (% das 
horas do ano no período diurno)
Cidades com grande necessidade de sombreamento durante o ano:
Belém 100 0
Fortaleza 100 0
São Luís 100 0
Recife 100 0
Cidades com necessidade de insolação no inverno e de sombreamento no verão
Brasília 73,8 25,6
Florianópolis 69,9 25,6
Maceió 98,2 1,8
Natal 99,7 0,3
66UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
Fonte: Dados retirados do programa Analysis Bio.
A partir da análise desta tabela, justifica-se a necessidade de proteção solar 
durante o período diurno. A maior necessidade se concentra nas cidades do nordeste 
brasileiro. A região sul o percentual é menor, porém ele não deixa de existir. É desejável 
que se tenha os conhecimentos precisos sobre o sombreamento, em virtude do aprovei-
tamento como iluminação natural. 
A iluminação natural é foco de outra aula, por isso, nesta aula tratará dos aspectos 
mais importantes da geometria solar e sobre a necessidade de sombreamento nas 
edificações. Le Corbusier já afirmava que a missão da arquitetura moderna era se preocupar 
com o sol, embora o sol fosse inimigo em uma parte do ano (BAKER, 1998).
Se você se atentar às construções implantadas, as vezes ocorre o uso de facha-
das envidraçadas exagerado, resultando em espaços internos muito quentes no verão 
e frios no inverno. Além disso, há edifícios que mesmo utilizando brises ou outro tipo de 
proteção solar, não o fazem de forma correta. Em virtude disso, é necessário que alguns 
conceitos de geometria solar sejam descritos.
A radiação solar é a principal fonte de calor que pode ser explorada ou evitada, 
depende da preferência do usuário. Existem elementos que podem interceptar essa 
influência, como vegetação e a topografia. A vegetação é diferente dos outros tipos, já 
que dependendo da espécie, a sombra é gerada em um determinado período do ano. 
Um exemplo é uma edificação envolta de árvores caducas ou caducifólias, em que no 
verão é sombreada, e no inverno, como não há presença de folhas, a radiação influencia 
diretamente (LAMBERTS; DUTRA e PEREIRA, 2014).
Rio de Janeiro 89,5 10,5
Salvador 98,6 1,4
Vitória 89,8 9,1
Cidades onde as necessidades de sombreamento e de insolação são parecidas
Curitiba 37,3 48,1
Porto Alegre 56,3 35,0
São Paulo 51,1 42,8
67UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
SAIBA MAIS
Caducifólia significa folhas que caducam, ou seja, folhas que caem. Esse processo 
ocorre na estação do inverno e volta a brotar somente na primavera. Esse tipo de 
vegetação, em sua composição original, ocupava vastas áreas do continente europeu, 
litoral nordeste dos Estados Unidos e sudeste do Canadá. No entanto, sua constante 
exploração resultou em uma diminuição relevante das áreas nativas, e as que restaram 
se encontram protegidas por severas leis ambientais. 
Nos lugares que apresentam esse tipo de composição vegetativa predomina um clima 
com as quatro estações do ano bem distintas, sendo que os invernos são rigorosos 
e ocasionalmente ocorre precipitação de neve e as chuvas são regulares em todo o 
decorrer do ano. No outono, as folhas das árvores exibem cores características desse 
tipo de vegetação, como vermelho, alaranjado, dourado e cobre. Nessas florestas existe 
uma grande diversidade de vida da flora como carvalho, bordo, faia e nogueira.
Exemplo de espécies brasileiras: Açoita cavalo (Luehea divaricata), Aldrago (Pterocarpus 
violaceous), Amburana (Amburana cearenses). 
Fonte: FREITAS, Eduardo de. Floresta Caducifólia. Brasil Escola. Disponível em https://brasilescola.
uol.com.br/geografia/floresta-caducifolia.htm. Acesso em: 29 mar. 2022.
Olgyay A. e Olgyay V. (1973) afirma que a vegetação pode interceptar de 60 a 90% 
da radiação solar, o que reduz consideravelmente a temperatura na superfície do solo ao 
redor desta. Isso ocorre devido ao fenômeno da fotossíntese. O vegetal absorve a radiação 
para seu metabolismo. 
3.1 Trajetória da terra em torno do sol
O primeiro conceito importante é a noção do que é solstício e equinócio. O solstício 
acontece quando há uma inclinação da Terra em relação a sua órbita. Dessa maneira, há 
uma irregularidade de radiação solar na atmosfera, sendo o dia ou a noite mais longa, 
depende se o solstício é de verão e inverno, respectivamente. 
Já o equinócio, o dia e a noite tem a mesma duração, sendo assim, a distribuição da 
radiação solar mais equilibrada. A Figura 14 apresenta o movimento do sol em relação ao planeta.
68UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
FIGURA 14 – EQUINÓCIO DE OUTONO/PRIMAVERA E SOLSTÍCIO DE VERÃO/INVERNO
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 115).
O ângulo que aparece na Figura 14, de 23,5º, é o ângulo de inclinação medido a 
partir do Equador. Então relacionando o movimento do sol e o nosso país, os dias de início 
de cada solstício ou equinócio são: 
● 21 de setembro: equinócio de primavera;
● 21 de dezembro: solstício de verão (horas de sol mais longas);
● 21 de março: equinócio de outono;
● 21 de junho: solstício de inverno (horas de sol mais curtas).
Mas por que devo saber que posição o sol está? É muito simples! A partir do 
movimento do sol, pode-se identificar as variáveis geográficas que serão utilizadas para o 
cálculo dos brises e proteções solares. 
A partir da posição do sol, é possível definir duas variáveis: a altura solar (H) e o 
azimute solar (A). A altura solar nada mais é do que o ângulo formado entre o sol e o plano 
horizontal da terra. Já o azimute consiste no ângulo formado entre o norte geográfico e a 
projeção do sol no plano horizontal. 
O Norte que uma bússola mede é o norte magnético. O norte magnético apresenta 
uma diferença angular em relação ao norte geográfico, que é utilizado no cálculo das proteções 
solares. Mas como identificar esse ângulo de diferença? Você pode acessar o site https://www.
ngdc.noaa.gov/geomag-web/ e calcular a declinação a partir do local e data (NGDC, 2018). 
Para obter o norte geográfico em Brasília-DF, por exemplo, cuja declinação em 
novembro de 2018 é de 7º 56’ oeste (-7º 56’W), o norte geográfico está a 7º56’ no sentido 
horário, pois o valor da declinação magnética é negativo. A partir da definição desses 
conceitos, dá-se início ao estudo da carta solar.
69UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
4. CARTA SOLAR
Para o profissional identificar variáveis como altura solar e azimute, é necessário 
interpretar a carta solar para a região em que fará o projeto. Assim, a carta solar é um 
auxílio para identificar a posição exata do sol em um determinado momento. Esse tipo de 
informação é essencial, visto que identifica se a edificação vizinha será sombreada, ou se 
há a necessidade de proteção solar em uma determinada fachada, etc. 
A interpretação de uma carta solar pode ser definida a partir da projeção das 
trajetórias solares ao longo da abóbada celeste durante todo o ano (Figura 15). 
FIGURA 15 - TRAJETÓRIA DO SOL E A CARTA SOLAR
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 120).
70UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
A Figura 15 traz o movimento do sol durante um dia, a partir disso, teríamos uma 
linha curva projetada no chão, que representa esse risco em um dia no plano horizontal. 
Ainda é possível marcar os pontos a cada hora do dia, visualizando onde o sol está durante 
aquele diaespecífico.
Se fizermos a projeção da trajetória do sol todos os horários para um dia específico 
de cada mês, por exemplo dia 21, teríamos a projeção de 12 linhas no plano horizontal. 
Porém, existe o dia em que o sol passa pela mesma trajetória, mais especificamente duas 
vezes ao ano, que é o caso do equinócio em 21 de março e 21 de setembro, ou seja, a 
trajetória solar é a mesma. Sendo assim, desenha-se apenas uma linha que representa os 
dois momentos na carta solar. Isso acontece na maioria dos meses, apenas em dois meses 
as trajetórias são únicas: no solstício de verão (21 de dezembro) e solstício de inverno (21 
de março). Por isso as linhas representadas por esses dois dias são exclusivas (Figura 16).
FIGURA 16 – CARTA SOLAR PARA LATITUDE DE 27,6º SUL (FLORIANÓPOLIS-SC)
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 123).
A figura 16 é composta por diversas informações. As linhas em azuis, representam as 
horas do dia. A linhas mais grossas pretas representam as datas, conforme dito anteriormente. 
71UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
Os círculos tracejados facilitam ao encontrar a altura solar e os valores estão 
descritos no eixo sul. Variam de 10 em 10 graus, do lado externo da carta para o lado 
interno. O último ponto seria o centro, onde o sol estaria “a pino”. O azimute se encontra 
facilmente com o auxílio de um transferidor. 
Outro fator importante da carta solar é que se deve saber a latitude do local. A carta 
varia de acordo com a latitude. Como por exemplo a figura 17, apresenta várias cartas 
solares em diferentes latitudes. 
FIGURA 17- CARTAS SOLARES E SUAS REPRESENTAÇÕES EM PERSPECTIVA
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 122).
A partir de agora, agora você, aluno (a), tem a capacidade de identificar os conceitos 
básicos da carta solar. Dessa maneira, é possível manipular a carta solar afim de conhecer 
como a sombra se comporta no entorno de uma edificação. 
Mas como utilizar os conceitos na carta solar? Bom, vamos lá. A figura 18 mostra 
os itens que calculamos na carta solar.
72UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
FIGURA 18 – CARTA SOLAR DIAGRAMADA
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 123)
A trajetória solar já foi explicada anteriormente, assim como a posição do horário do 
dia. Agora vamos falar sobre azimute solar e altitude solar. O azimute solar é o ângulo entre 
a linha de visão do sol projetada no plano horizontal e o norte geográfico. O angulo pode 
variar de 0 a 360º, sempre tendo como origem o norte da carta. Ja a altitude solar varia de 
0 a 90º, onde o 90º seria o “sol a pino”, ou seja, em que altura o sol está em determinado 
horário da carta solar. Na figura 19 temos os dois exemplos. 
FIGURA 19 – EXEMPLO DE AZIMUTE E ALTURA SOLAR
 
Fonte: PvEducation (2022).
73UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
O azimute é a angulação em vermelho e a altura solar, é o tracejado em amarelo. 
Vamos aproveitar o exemplo da cidade de Florianópolis e imaginar que precisamos encontrar 
a altura solar e o azimute no dia 22 de junho as 7 horas da manhã. Observe a figura 20 
como seria a resolução deste exercício.
FIGURA 20 – EXEMPLO DE FLORIANÓPOLIS
 
Fonte: A autora (2022).
Após encontrar o dia e a hora, a partir do centro da carta, trace uma reta até o 
ponto de encontro da hora/dia. Pegue um transferidor e meça o angulo formado a partir 
do Norte. No exemplo, seria de aproximadamente 45º.
Depois, a partir do centro, conte os círculos tracejados até chegar no ponto de encontro 
dia/hora. Cada círculo tracejado equivale a 10º, sendo assim, o ponto fica entre o 2 e 3 círculos, 
variando então de 20 a 30º. Pode-se dizer que vale aproximadamente 27º a altura solar.
Mas para que encontrar tudo isso? Caso você precise elaborar uma edificação 
em altura de forma remota, sem ter o contato com o entorno, você consegue analisar 
como a sombra irá afetar a proximidade.
A figura 21 mostra um exemplo de edifício na cidade de Florianópolis, para dar 
continuidade no exemplo anterior. A sombra do edifício foi medida no dia 21 de março às nove 
horas da manhã. Neste dia o azimute solar era de 67º e a altura solar de 37º aproximadamente. 
74UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
FIGURA 21 - SOMBREAMENTO DO ENTORNO COM AUXÍLIO DA CARTA SOLAR
 
 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 124).
A primeira parte da Figura 21, a sombra é calculada pelo uso de trigonometria. 
Como sabemos que a altura do prédio é de 30 metros, e com os dados da carta, o azimute 
a 67º, só substituir na equação amarela da figura. Já a segunda parte, o autor faz o uso de 
instrumentos de desenho (transferidor e escalímetro). Desenhe o prédio com escala, ache 
o ângulo com o transferidor e meça com o escalímetro a sombra. Qualquer um dos métodos 
pode ser utilizado, desde que o desenho esteja na escala correta. 
Para identificar o comportamento da sombra da edificação em vários horários, 
é necessário calcular suas alturas solares e azimutes. Em virtude disso, aproveitando o 
cálculo de Lamberts, Dutra e Pereira (2014), ele cita o exemplo da cidade de Florianópolis, 
como já foi dito anteriormente. A tabela 5 traz os cálculos dos azimutes e alturas solares 
para alguns dias do ano. A partir daí pode-se calcular o sombreamento do entorno da 
edificação em vários dias. 
75UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
TABELA 5 - AZIMUTES E ALTURAS SOLARES PARA EQUINÓCIOS E SOLSTÍCIOS EM 
FLORIANÓPOLIS (LAT 27,5º SUL)
Fonte: A autora (2022).
Em planta baixa, conhecendo a altura do edifício, a sombra é desenhada pelo 
ângulo de azimute solar. Aplicando o conceito de tangente ou com uso dos materiais de 
desenho, por exemplo no dia 21 de março, a sombra se comporta conforme a figura 22. 
FIGURA 22 – SOMBREAMENTO DO ENTORNO NO DIA 21 DE MARÇO ÀS 9H, 12H E 15H 
Fonte: Lamberts, Dutra e Pereira (2014, p. 125).
DIA 9H 12H 15H
21 dez A=95 º A= 0 º A= 265 º
H=50 º H= 86 º H= 50 º
21 mar/set A=65 º A= 0 º A= 295 º
H=39 º H= 63 º H= 39 º
21 jun A=45 º A= 0 º A= 315 º
H=24 º H= 39 º H= 24 º
76UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para finalizar a aula, o maior benefício em conhecer a trajetória solar e seu 
comportamento, é propor para a edificação e seus respectivos ambientes o local correto. 
Além disso, tendo o melhor aproveitamento da radiação solar, a edificação se torna um 
passo a mais sustentável, já que há a economia de energia. 
É importante que, com o término do conteúdo da unidade, venha também um 
encerramento, para que se concluam as propostas realizadas na Introdução e para que se 
retome criticamente tudo o que foi trabalhado durante o desenvolvimento. Isso auxilia o aluno 
a fixar o conteúdo já trabalhado e organizar melhor a informação em sua linha de raciocínio.
77UNIDADE III Bioclimatologia Ligada a Arquitetura
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Arquitetura ecológica: Condicionamento térmico natural
Autor: Ennio Cruz da Costa.
Editora: Blusher.
Sinopse: O livro Arquitetura Ecológica: Condicionamento Térmico 
Natural escrito por Ennio Cruz da Costa, apesar de antigo, é um 
livro de extrema importância para esse assunto. Com a crise da 
energia, está em alta a busca de soluções que não recorram ao 
uso de recursos elétricos. Assim, o autor traz no decorrer do livro 
soluções para a insolação, ventilação, isolamento, condiciona-
mento e etc. O objetivo é que a edificação tenha uma melhoria 
substancial quanto ao conforto térmico no interior das habitações, 
mas que seja economicamente viável e de técnicas construtivas 
simples. Caro (a) aluno (a), atente-se a forma que ele retrata a 
influência da radiação solar no ambiente interno
 
FILME/VÍDEO 
Título: Aula de Estudos de carta solar, Software Analysis Solar, 
ângulos de sombra (Transferidor) e brises
Ano: 2019.
Sinopse. Nesse vídeo a arquiteta Camila explica como fazer carta 
solar manipulando os softwares Analysis Sol-ar.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=b8i3bRdt3u878
Plano de Estudo:
● Brises – conforto ambiental;
● Propriedades dos materiais – conforto térmico;
● Iluminação natural – conforto visual;
● Iluminação artificial – conforto visual.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar a iluminação artificial e natural;
● Compreender os tipos de materiais que podem ser utilizados no conforto térmico;
● Estabelecer a importância dos brises na edificação.
UNIDADE IV
Recursos do 
Conforto Ambiental
Profª. Me. Nadyeska Copat
79UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
INTRODUÇÃO
Considerando o clima e a posição do nosso país, a utilização de elementos de pro-
teção solar é indispensável. Essa modalidade de defesa contra a excessiva radiação solar 
evita a incidência direta dentro do ambiente, o que muitas vezes prejudica o conforto dos 
usuários. Além disso, esses métodos podem diminuir o consumo de energia, e acaba sendo 
visto como uma alternativa para a edificação tornar-se sustentável. Poucos são os projetos 
que levam em consideração a importância do controle da insolação na climatização interna 
dos ambientes. Desta maneira, visto a importância desses elementos, nesta unidade, você, 
aluno (a) poderá:
● Identificar os elementos conhecidos como brises;
● Calculará a máscara de sombreamento destes elementos;
● Será apresentado pelo menos 30 tipos de brises para nível de estudo;
● Analisará o comportamento destes elementos na fachada de um edifício.
80UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
1. BRISES – CONFORTO AMBIENTAL
O brise-soleil (expressão francesa que significa “quebra de sol”) é um dispositivo utilizado 
para diminuir ou impedir a incidência direta da radiação solar no interior do edifício. Durante o 
período da arquitetura moderna, foi um dos principais elementos utilizados. Dependendo da 
referência consultada, diz que o criador foi o arquiteto franco-suíço Le Corbusier que criou. A 
obra mais conhecida desde arquiteto é a Unidade de habitação de Marseille (Figura 1).
FIGURA 1 – FACHADA DA UNIDADE DE HABITAÇÃO DE MARSEILLE PROJETADA POR 
LE CORBUSIER
Fonte: Baker (1998).
81UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
Além de funcionar como proteção solar, ao observar a Figura 01, percebe-se 
uma grande influência na fachada do edifício. Sendo assim, o projetista pode aproveitar e 
incorporá-lo ao projeto além de uma barreira solar, mas esteticamente. 
A partir da definição do conceito de brise, é importante saber quais as vantagens e 
desvantagens deste elemento. Dessa maneira, pode-se dizer que o brise tem vantagens como:
● Redução da temperatura em locais quentes;
● Aquecimento da temperatura em locais frios;
● Diminui gastos com ar condicionado e iluminação;
● Pode incorporar como estética na fachada;
● Permite a ventilação natural.
E as desvantagens, pode citar, tais como:
● A necessidade de manutenção;
● A dificuldade de limpeza constante;
● Ter um alto custo de produção.
Embora não existam certificações específicas para esse tipo de dispositivo, a utiliza-
ção deste elemento, favorece a eficiência energética e o desempenho térmico e luminoso. 
Os selos utilizados, por exemplo, é o AQUA e o LEED.
Como o brise visa o conforto térmico do usuário, e ainda auxilia nas condições de 
luz natural, ele tem forte impacto na melhoria do desempenho da edificação e assim na 
questão do conforto ambiental. O exemplo que podemos citar é a estrutura do museu do 
Amanhã no Rio de Janeiro (Figura 2).
FIGURA 2 - MUSEU DO AMANHÃ PROJETADO POR SANTIAGO CALATRAVA
 
Fonte: Archdaily (2022).
82UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
A estrutura do móvel serve como brise, e além disso, locaram placas fotovoltaicas 
para captação de energia. 
SAIBA MAIS
Um outro tipo de brise bastante popular são os cobogós. Basicamente, são elementos 
vazados de concreto ou cerâmica muito utilizados em edifícios públicos, uma vez que 
têm custo reduzido e alta durabilidade. No geral, os brises devem ser instalados no 
lado de fora das janelas para terem um bom desempenho térmico. Porém, em algumas 
situações, eles são instalados por dentro das janelas, facilitando sua limpeza e permitindo 
o controle da luminosidade por trás de uma fachada envidraçada, por exemplo.
Fonte: Lamberts (2014).
Para projetar corretamente, o brise tem algumas particularidades. A partir deste momento 
na unidade, você, aluno (a), descobrirá como projetar conforme a necessidade projetual.
1.1 Os ângulos
Os ângulos de um elemento construtivo, como obstruções, aberturas, proteções 
solares, edifícios, vegetação, entre outros, têm a necessidade de serem convertido a partir 
dos conhecidos pela geometria solar. Sendo assim, o transferidor de ângulos (Figura 3) é 
responsável por tal tarefa. Dessa maneira, o transferidor nada mais é do que um círculo 
com as mesmas dimensões da carta solar, porém ele apresenta linhas radiais e curvas, 
representando uma aresta do elemento a ser analisado. 
FIGURA 3 - TRANSFERIDOR DE ÂNGULOS
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 129).
83UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
1.2 Ângulo α
Esse ângulo representa o ângulo formado entre o plano horizontal e vertical, ge-
rando valores de 0 a 90º. O traçado do alfa é representado por uma linha curva, que é a 
projeção da aresta horizontal de um plano em relação ao ponto definido como nadir. 
FIGURA 4 – ÂNGULO ALFA DO BRISE
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 128).
1.3 O ângulo β
O ângulo β representa o azimute da aresta. O valor varia de 0 a 360º, ou considerando 
os 4 quadrantes, varia de 0 a 90º em cada um. 
FIGURA 5 - O ÂNGULO Β
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 128).
84UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
1.4 O ângulo γ
O ângulo é traçado da mesma maneira que o α, porém é rotacionado 90º em relação 
ao alfa. Ele representa as superfícies horizontais, auxiliando na delimitação dos ângulos α e β.
FIGURA 6 – O ÂNGULO GAMA
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 129).
1.5 Tipos de proteções solares
Após a análise das proteções solares, utilizando os princípios de α, β e γ, os tipos 
de brises existentes são:
● Proteção solar horizontal
As proteções solares horizontais obstruem a visão do céu em ângulos com valor 
superior ao de alfa (Figura 7).
FIGURA 7 – PROTEÇÃO SOLAR HORIZONTAL – ÂNGULO ALFA E O SOMBREAMENTO
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 132).
85UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
A proteção solar precisa de mais dois ângulos para delimitar onde o alfa termina. 
Dessa maneira usa-se dois ângulos gama em cada lateral do brise (Figura 7).
FIGURA 8 – PROTEÇÃO SOLAR HORIZONTAL – ÂNGULOS GAMA E ÂNGULO ALFA
Fonte: Lamberts (2014, p. 132).
Dessa maneira, a máscara de sombreamento final é composta pela área que une 
os três ângulos medidos (Figura 9).
FIGURA 9 - EXEMPLO DE MÁSCARA E PROTEÇÃO SOLAR HORIZONTAL
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 133).
86UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
1.6 Proteção solar vertical
As proteções solares verticais são funcionais em relação ao ângulo do azimute 
solar. Normalmente as proteções verticais são instaladas na lateral da janela, com o ângulo 
beta medido entre o final da janela e a borda interna do brise (Figura 10).
FIGURA 10 – PROTEÇÃO SOLAR VERTICAL – ÂNGULO BETA E O SEU SOMBREAMENTO
Fonte: Lamberts (2014, p.133).
Além disso, o ângulo beta também é delimitado pelo ângulo alfa, que é medido a 
partir do ponto superior da janela (Figura 11).
FIGURA 11- PROTEÇÃO SOLAR VERTICAL – ÂNGULO GAMA
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 134).
Finalmente, o desenho da máscara de proteção solar vertical é definida pelo ângulo 
gama e beta. Sendo assim, a Figura 12 mostra um exemplo de projeção.
87UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
FIGURA 12 - PROTEÇÃO SOLAR VERTICAL – A MÁSCARA DE SOMBREAMENTO
Fonte: Lamberts (2014, p. 134).
Deve-se, portanto, escolher o local que será o projeto, identificar a carta solar, 
escolher um tipo de brise e comparar com sua máscara de sombra. É muito importante 
que o brise não tenha somente a função de estética, mas sim de controlara incidência do 
sol ao ambiente. 
88UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
2. PROPRIEDADE DOS MATERIAIS – CONFORTO TÉRMICO
Para uma edificação adequada ao clima, partindo do conhecimento das necessi-
dades humanas e o seu conforto térmico, deve, primeiramente, conhecer o clima local. Em 
unidades anteriores, vimos como o clima se comporta, quais os tipos existentes, e como 
torná-lo em uma solução projetual. A partir daí, é necessário o levantamento dos dados 
climáticos, identificar como se dará o partido arquitetônico e por fim escolher os materiais. 
2.1 Propriedades térmicas dos elementos construtivos
Todos material e elemento construtivo se comporta termicamente em função das 
propriedades térmicas. A NBR 15220-3:2005 fornece as tabelas com as principais pro-
priedades térmicas de materiais e ainda apresenta a maneira de calcular, para elementos 
homogêneos e heterogêneas, a transmitância térmica, fator solar e o atraso térmico. Essas 
expressões serão tratadas no decorrer da unidade.
2.1.1 Desempenho térmico de paredes
A principal condição para que ocorra a transmissão de calor é que os corpos tenham 
temperaturas diferentes. 
89UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
FIGURA 13 - CONDIÇÃO PARA TRANSFERÊNCIA DE CALOR
 
Fonte: A autora (2022).
O corpo A cede energia térmica ao B, pois a temperatura de A é maior. Sendo assim, a 
tendência natural é que o corpo A doe calor até atingir equilíbrio térmico com B. Isso acontece 
também em paredes, por exemplo a Figura 02. O lado externo, por ter uma temperatura 
maior, doa calor a parte interna da parede, ou seja, ocorre a transferência de calor. 
FIGURA 14 – TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM UMA PAREDE
 
Fonte: A autora (2022).
Sendo que, T externo > T interno
Tendo o conhecimento do processo de transferência de calor, é importante saber as 
formas dessa transmissão de calor.
● Condução
É realizada pelo contato molecular, ou seja, contato entre superfícies. Pode ocorrer 
em sólidos, líquidos e gasosos. 
● Convecção
Quando os corpos estão em contato molecular, um dele deve ser um fluido. O 
processo ocorre em etapas: primeiro ocorre a transmissão pela condução e em seguida, 
como houve alteração na temperatura do fluido, este modifica sua densidade, o que provoca 
o movimento convectivo.
● Radiação
A radiação ocorre pelo processo de transformação da energia. Uma parte do calor 
do corpo com maior temperatura se converte em energia que chega até o corpo de menor 
temperatura, sem a necessidade do toque.
90UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
 Dessa maneira, o material possui uma propriedade chamada “emissividade de 
superfícies” que é a capacidade de emissão de energia pela radiação.
 
TABELA 1 - EMISSIVIDADE DE SUPERFÍCIES
Fonte: NBR 15220-1:2003.
Quanto maior a emissividade, maior facilidade o material tem de emitir energia por 
radiação.
TIPO DE SUPERFÍCIE Ε (EMISSIVIDADE)
Chapa de alumínio (nova) 0,05
Chapa de alumínio oxidada 0,12
Chapa de aço galvanizado 0,25
Caiação nova 0,9
Concreto aparente 0,85/0,95
Telha de barro 0,85/0,95
Tijolo aparente 0,85/0,95
Reboco claro 0,85/0,95
Revestimento asfáltico 0,90/0,98
Vidro comum de janela 0,90/0,95
Pintura branca 0,90
Pintura amarela 0,90
Pintura verde clara 0,90
Pintura alumínio 0,90
Pintura verde escuro 0,90
Pintura vermelha 0,90
Pintura preta 0,90
91UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
3. ILUMINAÇAO NATURAL
A iluminação natural sempre foi a principal fonte de luz na arquitetura ou em outro 
meio. Entretanto, após a descoberta da eletricidade, a invenção da lâmpada e toda a re-
volução industrial, a iluminação se tornou cada vez mais inseparável dos projetos. Sendo 
assim, sem ela não seria possível iluminar edifícios com grandes estruturas onde a luz 
natural não consegue permear até o ambiente. A Figura 15 exemplifica bem esta fala. 
FIGURA 15 - ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL EM ESPAÇOS ENCLAUSURADOS
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 234).
Ainda sobre a invenção da luz artificial, ela possibilitou o ser humano a se locomover 
pela noite, dar continuidade em suas atividades que não foram cumpridas durante o dia, ou 
ainda se divertir lendo um livro. 
92UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
É de extrema importância já saber que apesar de todos os benefícios, não é tão 
simples empregar a luz artificial de forma eficiente. Um bom projeto de iluminação deve 
garantir uma boa visibilidade para que possamos executar as tarefas em segurança. 
É importante frisar ainda que o projetista tem o poder de decisão sobre o sistema de 
iluminação a ser empregado no edifício. Ao especificar as janelas, cores, volumetria, isso 
tudo altera o desempenho da iluminação natural. Dessa maneira, começo citando algumas 
alternativas para a iluminação artificial.
3.1 Lâmpadas
As lâmpadas são utilizadas tanto em edificações residenciais como comerciais. Elas 
podem ser divididas em dois grupos: as de irradiação por efeito térmico (incandescentes) 
ou as de descarga em gases e vapores (fluorescentes, vapor de mercúrio, de sódio, etc.) 
3.2 Incandescentes
Essa são a de uso mais comum. Embora a vida útil seja curta, seu custo é 
relativamente baixo. O funcionamento é através da elevação da temperatura de um 
filamento (geralmente o tungstênio), ao ser submetido à corrente elétrica. O seu tamanho, 
o funcionamento imediato e a não necessidade de demais aparelhos são as principais 
vantagens deste dispositivo. A desvantagem é sua eficiência luminosa, ela produz muito 
calor, e no campo da física, é considerado um desperdício de energia. Além disso, corre 
o risco de causar ofuscamento. 
Dentro da tipologia de lâmpadas incandescentes, possuímos três tipos: as comuns, 
refletoras e halógenas. 
● As incandescentes comuns são as mais conhecidas e antigas. Com custo inicial 
baixo, a lâmpada funciona ao elevar a temperatura do filamento, o que causa a 
evaporação do tungstênio. Muitas vezes, ao repararmos nesses tipos de lâmpadas, 
elas não possuem a mesma transparência de antes, ou seja, o tungstênio o 
escurece. As figuras 16 e 17 apresenta o exemplo da lâmpada e suas partes. 
FIGURA 16 - LÂMPADA INCANDESCENTE COMUM
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 234).
93UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
FIGURA 17 - LÂMPADA INCANDESCENTE ILUMINADA
 
● Lâmpadas espelhadas são aquelas que possuem um refletor interno para 
melhorar a direcionalidade da luz. A parte espelhada funciona como uma luminária, 
e não precisa de limpeza. Na Figura 18 percebemos as partes da lâmpada e o 
ângulo que a parte espelhada forma.
FIGURA 18 - LÂMPADA INCANDESCENTE ESPELHADA
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 234).
94UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
● Por fim as lâmpadas halógenas são aquelas que além de possuir os gases tradi-
cionais, um halogênio no interior. 
Com a ajuda do bulbo de quartzo, que suporta elevadas temperaturas 
evitando assim a condensação, o tungstênio evaporado combina-se com 
halogênio. Quando em contato com o filamento, o tungstênio da mistura 
é redepositado no filamento e o halogênio continua sua tarefa no ciclo 
regenerativo. Estas lâmpadas apresentam um decaimento do fluxo 
luminoso muito pequeno, uma maior eficiência, vida útil de 2000 horas e 
dimensões bem reduzidas. Algumas lâmpadas halógenas são equipadas 
com um refletor multifacetado coberto com uma película dicroica. Trata-se 
de um filtro químico que reflete grande parte da radiação visível e transmite 
para trás da lâmpada cerca de 65% da radiação infravermelha (térmica), 
proporcionando, nesta forma, uma luz mais fria que aquela obtida com 
refletores comuns. As lâmpadas halógenas são de 12V e necessitam de 
transformadores para uso na rede elétrica (LAMBERTS, 2014, p. 235).
A Figura 19 e a Figura 20 apresenta o exemplo de lâmpada halógena.
FIGURA 19 - ESQUEMA DE LÂMPADA E REFLETOR
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 235).
FIGURA 20- LÂMPADA HALÓGENA
 
Fonte: Archdaily (2019).
95UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
3.3 Descargagasosa
Outro tipo de lâmpada é a descarga gasosa. Esta classificação inclui as edificações 
comerciais e residenciais. Dentro disso, podemos citar as lâmpadas fluorescentes comuns, 
as compactas e as lâmpadas de vapor de mercúrio. Essas lâmpadas não possuem filamento, 
a luz é produzida pela excitação de gás pelos dois eletrodos. 
Uma das desvantagens deste tipo é o efeito estroboscópico que produzem. As 
lâmpadas piscam na mesma frequência de tensão de alimentação. 
SAIBA MAIS
A reportagem encontrada neste link http://www.brasilmedia.com/Transtornos-convulsivos.html 
aborda o conceito das luzes estroboscópicas e como elas afetam a saúde de alguns indivíduos. 
Para exemplificar melhor, Lamberts (2014) criou as tabelas abaixo para melhor 
explicar a relação das tipologias, e auxiliar o projetista na hora da escolha. 
TABELA 1 - ORIENTAÇÃO PARA COMPARAÇÃO E ESCOLHA DE LÂMPADAS
Fonte: Lamberts (2014, p. 240).
96UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
TABELA 2 - ORIENTAÇÃO PARA COMPARAÇÃO E ESCOLHA DE LÂMPADAS
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 241).
Comparando as duas tabelas, podemos definir de certa maneira o conteúdo 
apresentado até agora na unidade.
3.4 Luminárias
As luminárias são consideradas eficientes quando otimizam o desempenho do 
sistema de iluminação artificial. Szokolay (1980) propôs uma equação para avaliar a 
eficiência energética (ou FEL) a partir da quantidade de emissão de luz. A equação 02 
apresenta esse esquema.
FEL = luz emitida pela luminária (%) luz emitida pela lâmpada
Isso só se explica porque parte da luz emitida pela lâmpada pode ser absorvida 
pela luminária, enquanto parte é emitida ao ambiente. Por exemplo a figura 21, em que 
apresenta três tipos de luminárias e como os raios luminosos se comportam.
FIGURA 21 - TIPOS DE LUMINÁRIAS
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 241).
97UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
Existe ainda uma classificação proposta pelo CIE (Commission Internacionale d’Eclai-
rage) que apresentam uma relação do direcionamento do fluxo luminoso e a iluminação geral.
FIGURA 22 - CLASSIFICAÇÃO DAS LUMINÁRIAS CONFORME A CIE
Fonte: Lamberts (2014, p. 242).
Comparando as luminárias, a Figura 22 apresenta os critérios necessários para 
definir a melhor de acordo com a função para o projeto.
3.5 Uso racional da iluminação
O uso da luz natural pode representar economia de energia em um projeto. Além 
das janelas, existe a possibilidade de abertura zenital, que acaba valorizando alguns 
ambientes. Se não for possível o uso de luz natural, podemos começar substituindo as 
lâmpadas incandescentes por fluorescentes comuns ou compactas. Outra maneira de 
diminuir o consumo, por exemplo, em um edifício residencial, as escadarias possuírem 
sensores que permitem a luz ficar ligada em um curto período de tempo. 
Para economizar uma quantidade significativa de energia elétrica, um edifício pode 
adotar medidas para que aproveite da melhor forma a luz natural. O ser humano percebe 
facilmente quando há a necessidade de iluminação, mas quando esta não é mais necessária, 
dificilmente pode-se confiar. Isso acontece devido a facilidade de adaptação dos olhos ao dobro 
necessário de luz, dificilmente acharemos ruim as lâmpadas ligadas e as cortinas abertas. 
Dessa maneira, justifica-se a necessidade de sistemas de controle automáticos 
quando se quer a melhor forma de economizar energia. Podemos citar entre eles os sensores 
fotoelétricos, os sensores de presença, os programadores de tempo e os dimmers. 
98UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
A iluminação, seja natural ou artificial, é de extrema importância para passar 
despercebido pelos projetistas. Com a crise energética, a preocupação em tornar a 
edificação mais eficiente atingiu o mercado de lâmpadas e luminárias. As mudanças estão 
acontecendo gradualmente, trocando materiais que duram mais tempo e iluminam mais. 
É necessário sempre pensar que os locais não devem ser extremamente ilumina-
dos ou que falte. Diferentes ambientes, devem ter iluminação diferentes. Um quarto, por 
exemplo, não pode possuir o mesmo que uma cozinha. 
99UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
4. ILUMINAÇÃO NATURAL
Um bom projeto de iluminação natural aproveita ao máximo a luz disponível. As 
decisões mais críticas são elencadas nas etapas iniciais de projeto. A luz natural no nosso 
país é abundante devido a sua latitude. Sendo assim, quando admitida no interior das 
edificações nada mais é do que o conjunto de radiação direta, luz difundida na atmosfera 
(ou abóbada celeste) e luz refletida do entorno. Para uma melhor distribuição, deve-se 
analisar as seguintes características: disponibilidade de luz natural, obstruções externas, 
tamanho, orientação, posição, detalhes de projeto das aberturas, características dos 
vidros, tamanho, geometria do recinto e refletividade das superfícies do interior. Sendo 
assim, como considerar a posição das janelas? Qual a melhor orientação? Quais os 
dispositivos que permitem tal feito?
É muito fácil transformar um edifício que necessita de ajuste em conforto visual 
com iluminação artificial. Contudo, para essa solução ser aplicada, aumenta-se o gasto de 
energia elétrica, manutenção e quantidade de equipamentos. Visto isso, a iluminação deve 
ser prevista por quem elabora o projeto, mas o que torna um diferencial é a capacidade de 
trabalhar a iluminação natural e suas cores, orientação, distribuição espacial e etc. 
A luz natural está disponível na maior parte do dia, devido a localização do nosso 
país no globo terrestre. Mesmo assim, muitas vezes não é explorada adequadamente pela 
maioria dos projetos. Isso acontece devido ao baixo conhecimento do profissional sobre os 
conceitos básicos necessários para um bom projeto de iluminação e conforto visual. 
100UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
Uma outra característica muito importante a ser considerada no projeto de iluminação 
é a necessidade de conforto térmico e acústico na edificação. A luz infiltra no ambiente por 
meio de aberturas, que também permite a passagem de som e calor. Uma janela, por exemplo, 
traz a luz natural, a radiação solar, a ventilação natural, ruídos externos, conforto visual, 
capacidade de sentir aromas do exterior, ou seja, um elemento extremamente essencial se 
combinado a todos os benefícios e malefícios. Então, dependendo do ambiente e da função 
arquitetônica da edificação, a iluminação natural deve ser considerada de forma diferente. 
Em comparação entre a luz natural e a artificial, a mais desejada em salas comerciais 
e escritórios é a natural. Ela possibilita o contato com o exterior, ajuda aliviar a tensão 
causada por determinada atividade, além de servir como estímulo ambiental. 
Por esses e outros motivos, essa aula será um resumo dos principais conceitos 
que envolvem a ciência da iluminação natural, na tentativa de ser um guia simples para os 
profissionais que desejam incrementar ao projeto. 
4.1 Fontes de luz natural
As fontes encontradas no meio são definidas em luz direta, difusa ou refletida / 
indireta. Entre as três, pode-se citar um exemplo respectivamente com o sol, o céu e as 
superfícies edificadas. Os dados sobre a iluminação natural no Brasil estão disponíveis 
em três estações de medição: em Belo Horizonte, Florianópolis e Natal. Entretanto, é 
necessário um mínimo de conhecimento sobre as variações que o céu apresenta, para 
usá-la da melhor maneira. As três variações que o céu apresenta são: céu claro, céu 
parcialmente encoberto e céu encoberto. 
Na maioria dos casos, um céu encoberto, ou nublado, pode ser utilizado para calcular 
a iluminação natural, pois assim apresenta a pior condição em termos de quantidade de luz. 
4.2 Avaliação da iluminação natural
O conceito de CIN (Contribuição da iluminação natural) foi desenvolvido para 
facilitar o processo de identificar a quantidade de luz em um ambiente. A CIN nada mais 
é do que a divisão entre a iluminaçãointerior pela iluminação exterior, e é medida em 
porcentagem. Um exemplo é uma CIN de 3%, então em um determinado local, quando 
a iluminância for de 10000 lux, o nível de iluminação interior será de 500 lux. A figura 23 
apresenta um esquema de medição pelo luxímetro.
101UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
FIGURA 23 - CIN É DETERMINADA PELA RAZÃO ENTRE A ILUMINAÇÃO EXTERIOR E INTERIOR.
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 153).
REFLITA
Para realizar uma medição, coloca-se o sensor no exterior. Medem-se os dois valores 
e acha a CIN por pela divisão de A e B. Ou seja, se em à eram 300 luxes, em B 10.000 
lux, tem-se uma CIN de 0,03 ou 3%.
Para exemplificar melhor temos a Equação 1. 
EQUAÇÃO 1 - CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO DA ILUMINAÇÃO NATURAL
 
Em que, 
Ep: é a iluminância num plano horizontal em um determinado ponto de um ambiente 
interno medido em lux;
Eext: é a iluminância produzida por toda abóbada celeste em um plano horizontal 
externo, medido em lux.
Fonte: Lamberts (2014).
102UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
Já que entramos no cálculo da quantidade de lux de um ambiente, na Tabela 1, 
serão apresentados valores de contribuição da iluminação natural em diferentes espaços 
conforme o estudo de Lechner (2009). 
TABELA 1 - CONTRIBUIÇÃO DA ILUMINAÇÃO NATURAL MÍNIMA TÍPICA
Fonte: Lechner (2009, p. 36).
Caso os valores ultrapassem os da tabela, quer dizer que a luz natural presente ao 
longo do ano todo será mais que suficiente. 
A seguir, serão abordadas algumas diretrizes projetuais para auxiliar na iluminação 
natural dos edifícios propostos.
4.3 Pátios e átrios
A forma do edifício determina as possíveis combinações de janelas e aberturas 
zenitais. Para uma melhor exemplificação, a figura 24 apresenta locais com a mesma área 
total, porém com formas diferentes. 
FIGURA 24 - ILUMINAÇÃO NATURAL EM FUNÇÃO DA GEOMETRIA DAS PLANTAS
 
Fonte: Lamberts (2014, p.155).
Ambiente Contribuição da Iluminação Natural (%)
Galeria e estúdios de arte 4 - 6
Fábricas e laboratórios 3 - 5
Escritórios, salas de aula, ginásios, cozinhas 2
Igrejas, salas de estar, halls, foyers 1
Corredores, quartos de dormir 0,5
103UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
A quantidade de luz disponível no átrio depende além da forma, da transparência 
da cobertura, da refletância das paredes internas. 
4.4 Prateleiras de luz
As prateleiras servem para prevenir o ofuscamento quando colocas acima do nível 
do olhar. A janela que fica abaixo da prateleira tem a função de contato visual com o exterior. 
Além disso, a prateleira serve como um brise horizontal (Figura 5). As prateleiras têm a função 
de melhorar a qualidade de luz natural e facilitar sua penetração mais profunda no ambiente. 
FIGURA 25 - PRATELEIRAS DE LUZ
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 156).
4.5 Cores
As cores claras são as que melhor refletem a luz para o edifício. A utilização 
de telhados claros pode aumentar a luz que as aberturas no teto permitem. A figura 26 
apresenta um exemplo de sequência de refletâncias em superfícies internas.
FIGURA 26 - REFLETÂNCIAS IDEIAS PARA SUPERFÍCIES INTERNAS EM FUNÇÃO DA 
POSIÇÃO DA JANELA
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 157).
104UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
4.6 Distribuição e posicionamento de janelas
A penetração da luz natural pelas janelas aumenta conforme a altura ou a presença 
de prateleiras de luz. Quanto mais alta a janela, maior a quantidade de luz que entra. Entre 
as janelas horizontais e verticais, as horizontais são as que distribuem melhor a luz. A 
relação entre a área do piso e da janela não deve exceder 20% porque aí já influencia na 
transmitância térmica (Figura 27).
FIGURA 27 - ÁREA DA JANELA EM FUNÇÃO DO PISO
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 157).
 
Sempre que for possível, a melhor iluminação para um ambiente é quando temos 
mais do que uma janela. Isso é o que caracteriza uma iluminação bilateral, caso exista 
duas, por exemplo. Ao posicionarmos elas de diferentes modos, diminuímos a área de 
sombra, ou seja, diminui a área de contraste. 
4.7 Orientação
Entre as orientações, a que melhor apresenta iluminação natural é norte. Essa 
posição permite a incidência mais frequente da luz solar direta. Apesar da radiação solar 
trazer calor para edificação, essa orientação é fácil de sombrear. 
A segunda melhor orientação é a sul, devido a constância da luz. Embora comparada 
a face norte a quantidade de luz é menor, a qualidade é alta, pois recebe menos luz direta 
e assim diminuindo problemas de ofuscamento. Caso precise de proteção, também é uma 
face de fácil sombreamento.
As faces leste e oeste são as piores. Elas recebem a luz solar direta com intensidade 
alta no verão e baixa no inverno, o que dificulta o projeto de proteção solar, já que existe 
uma variedade de ângulos. A Figura 28 sintetiza essas indicações.
105UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
FIGURA 28 - PLANTA IDEAL EM TERMOS DE ORIENTAÇÃO E LUZ NATURAL
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 158).
As faces leste e oeste não possuem aberturas.
4.8 Iluminação zenital
De acordo com a NBR 15215-1:2005 é conceituada como “porção de luz natural 
produzida pela luz que entra através dos fechamentos superiores dos espaços internos” 
(ABNT, 2005, p. 07). As vantagens deste tipo de iluminação é a permissão de iluminação mais 
uniforme do que a das janelas, e recebe muito mais luz natural ao longo do dia. A principal 
desvantagem é a dificuldade de projetar proteções. Por este motivo, o uso da iluminação 
zenital deve sempre tomar cuidado. A Figura 29 apresenta alguns tipos deste elemento.
FIGURA 29 - TIPOS DE ILUMINAÇÃO ZENITAL
 
Fonte: Lamberts (2014, p. 159).
Os domos são fontes de iluminação zenital construídas por meio de aberturas 
transparentes no telhado. O maior problema deste tipo é o calor que permite passar 
pela estrutura. As claraboias são utilizadas no lugar dos domos sempre que for possível. 
Possuem a mesma função, a diferença fica que a segunda é sombreada, e se projetada 
corretamente, permitem uma melhor distribuição da luz ao longo do ano. Para identificar 
a melhor orientação desta estrutura, servem as mesmas abordadas nas janelas. A 
desvantagem das claraboias é que não permitem enxergar o céu, então dependendo que 
quer no projeto, verifique as duas tipologias apresentadas. 
106UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A importância de se projetar locais capazes de aproveitar a luz natural vai muito 
além da economia de energia com a iluminação artificial. Permanecer em ambientes que 
recebem pouca ou nenhuma luz solar pode ser prejudicial à saúde. O corpo humano é 
“programado” para uma melhor ativação no meio da luz natural. Para isso, para aproveitar 
o máximo deste meio, deve tomar conhecimento de todas as alternativas na fase de 
projeto. Sempre se atentar ao clima, a quantidade de luz, orientação, quantidade de horas 
que são fornecidas, etc.
107UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
LEITURA COMPLEMENTAR
Normativas brasileiras da iluminação natural
No Brasil, as normas brasileiras que podem ser aplicáveis ao projeto de iluminação são:
● NBR 5461:1991 - Iluminação: terminologia
● NBR 5413:1992 - Iluminância de interiores: procedimento
● NBR 5382:1985 - Verificação de iluminância de interiores: procedimento
● NBR:15215:2004 - Iluminação natural - Parte 1: conceitos básicos e definições
● NBR:15215:2004 - Iluminação natural - Parte 2: procedimentos de cálculo para a 
estimativa da disponibilidade de luz natural
● NBR:15215:2004 - Iluminação natural - Parte 3: procedimento de cálculo para a 
determinação da iluminação natural em ambientes internos
● NBR:15215:2004 - Iluminação natural - Parte 4: verificação experimental das 
condições de iluminação interna de edificações - método de medição
Das normas, a NBR 15215 é a mais atual e melhor discriminada. A parte 01 
complementa os conceitos que a NBR 5461 traz. A parte 02 estabelece procedimentos 
estimativos de cálculoda disponibilidade de luz natural em planos verticais e horizontais 
no exterior para condições de céu claro, encoberto ou parcialmente encoberto. A parte 03 
estabelece procedimentos de cálculo para estimar a disponibilidade de iluminação natural 
no interior. A parte 4 apresenta os métodos de verificação experimental.
108UNIDADE IV Recursos do Conforto Ambiental
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Conforto ambiental- iluminação, cores, ergonomia, 
paisagismo e critériso para projetos
Autor: Antonio Carlos da Fonseca Bragança Pinheiro
Editora: Eixos
Sinopse: Em suas páginas, o autor aborda elementos essenciais 
e variáveis do conforto. Apresenta ainda a teoria das cores e a 
sua relação com a segurança do trabalho. É importante o aluno 
se atentar as variáveis que o autor traz, sendo de fácil leitura e 
compreensão.
FILME/VÍDEO 
Título: Abstract - Série Netflix
Ano: 2017.
Sinopse: A série é formada por vários episódios específicos com 
um profissional. Entre eles, podemos citar um arquiteto, design, 
design de interiores. Eles mostram como desenvolveram produtos 
e quais seus objetivos de projeto. Essa série amplia a nossa visão 
de mundo e das coisas.
109
REFERÊNCIAS
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12179: Tratamento 
Acústico em Recintos Fechados. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10152: Níveis de 
ruído para conforto acústico. Rio de Janeiro: ABNT, 2000.
ABNT (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS). NBR-15220 2:2005.
Desempenho térmico de edificações. Parte 2: Métodos de cálculo da transmitância 
térmica, da capacidade térmica, do atraso térmico e do fator solar de elementos e 
componentes de edificação. 
Desempenho térmico de edificações. Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e 
diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social.
ANDRADE, J. M. F. M de. Caracterização do conforto acústico em escolas. Dissertação 
(Mestrado Integrado em Engenharia Civil). Faculdade de Engenharia da Universidade do 
Porto. Porto, Portugal, 2009.
Arquitetura. ELETROBRAS/PROCEL. Rio de Janeiro, 2014.
ASHRAE Standard 55. Thermal environmental conditions for human occupancy
ASHRAE. Handbook of fundamentals. American Society of Heating Refrigerating and Air 
Conditioning Engineers, New York, USA, 2005.
BAKER, Geoffrey H. Le Corbusier, uma análise da forma. Martins Fontes, S.P., 1998.
BISTAFA, S. R. Acústica aplicada ao controle do ruído. São Paulo: Edgard Blucher, 2011.
BRADLEY, J. Classroom Acoustics to Support Student Learning. Canadá: National 
Research Council, 2007.
110
BRASIL. ABNT NBR 15215-1: Iluminação Natural – Parte 1: Conceitos Básicos e 
Definições. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, 2004.
BRASIL. Lei nº 1.065, de 06 de maio de 1996. Dispõe sobre normas de preservação 
ambiental quanto à poluição sonora e dá outras providências. Diário Oficial da União. 
1996. Disponível em: http://www.seduh.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2017/10/
lei_1065_06051996.pdf. Acesso em: 22 fev. 2022.
BRASIL. NBR 7199 - Vidros na Construção Civil - Projeto, execução e aplicações: Rio de 
Janeiro. 2. ed. 2016.
BRÖDE, P.; KRÜGER, E. L.; ROSSI, F. A.; FIALA, D. Predicting urban outdoor thermal 
comfort by the Universal Thermal Climate Index UTCI - a case study in southern Brazil. 
International Journal of Biometeorology, Ohio, v. 56, p. 471 - 480, 2012. 
BRÜEL; KJAE. Measuring Sound. Dinamarca: K. Larsen & Sem A/S, 1984.
CARAM, R. M. Estudo e Caracterização de Fachadas Transparentes para Uso na 
Arquitetura: Ênfase na Eficiência Energética. 2002. 189p. Texto (Livre-Docência) - Escola 
de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos. 
CARVALHO, A. P. O. Acústica Ambiental de Edifícios. Porto: FEUP, 2007.
CAVANAUGH, W. J.; TOCCI, G. C.; WILKES, J. A. Architectural Acoustics: Principles and 
Practice. Hoboken: John Wiley and Sons, 2010.
CHAVES, A. L. Os polímeros utilizados na construção civil e seus subsídios. 1998. 
Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos / Universidade de São 
Paulo, São Carlos. 
DELECRODE, C. et al. Sound pressure level in a municipal preschool. International 
Archives Of Otorhinolaryngology, Thieme Publishing Group [s.l.], v. 17, n. 02, p.196-201, 9 
jan. 2014.
FANGER, P. O. Thermal Comfort. Copenhagen. Danish Technical Press, 1970.
FIRMINO, N. Como especificar vidros para a construção. O vidro plano, São Paulo, n. 
319, p.62-65, julho, 1999. 
111
FREIRE, M. R. Iluminação natural em salas de aula: o caso das escolas.
FAEC em Salvador. 1996. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Faculdade de 
Arquitetura, PROPAR, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1996.
FREITAS, Eduardo de. Floresta Caducifólia. Brasil Escola. Disponível em https://
brasilescola.uol.com.br/geografia/floresta-caducifolia.html. Acesso em: 29 mar. 2022. 
FROTA, A. B.; SCHIFFER, S. R. Manual de conforto térmico. 2.ed. São Paulo: Studio 
Nobel, p. 243, 2001.
GERGES, S. Ruído: fundamentos e controle. 2. ed. Florianópolis: NR, 2000.
GONÇALVES, V. S. B.; SILVA, L. B.; COUTINHO, A. S. Ruído como agente 
comprometedor da inteligibilidade de fala dos professores. Produção, v. 19, n. 3, p. 466-
476, 2009.
GRAAF, R. Transpiration and evapotrasnpiration of the glass house crops. Acta Hortic., 
(Wageningen), v. 119, p. 147-58, 1981.
GUIDINI, R. F. et al. Correlação entre ruído ambiental em sala de aula e voz do professor. 
Revista Social Bras. Fonoaudiologia, v. 17, n. 4, p. 398-404, 2012.
HOHMANN, R.; SETZER, M. J.; WEHLING, M. Bauphysikalische Formeln und Tabellen. 4. 
ed. Berlim: Werner, 2004.
ISO – International Organization for Standardization. ISO 7730 - Ergonomics of the 
thermal environment -Analytical determination andinterpretation of thermal comfort using 
calculation of the PMV and PPD indices and local thermal comfort criteria.Geneva. 2005.
JOHN, V. B. Introduction to engineering materials. Hong Kong: The macmillan press Ltd., 
1994. JORGE, L. A. A sintaxe da janela. 1993. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de 
Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo. 
KREITH, F. Princípios da transmissão de calor. 3° edição. São Paulo: Edgard Blucher, 
1977. 
112
KREITH, F.; BOHN, M. S. Princípios da transferência de calor. Ed. Edgard Blucher, São 
Paulo. 1977.
KUTTRUFF, H. Reverberation in room acoustics. In: ENCONTRO DA SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE ACÚSTICA. Anais… Belo Horizonte: SOBRAC, 2000. p. 67-76.
LAMBERTS, R. Eficiência energética na arquitetura. São Paulo: PW Editores, 2014. 
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. O. R. (1997). Eficiência energética na 
arquitetura. 2. ed. São Paulo: ProLivros, p. 192, 2014. 
LAMBERTS, R.; GHISI, E.; ABREU, A. L. P.; CARLO, J. C. Desempenho térmico de 
edificações. Laboratório de Eficiência Energética em Edificações. Florianópolis, 2016. 
Florianópolis: Apostila – Universidade Federal de Santa Catarina, 2011.
LECHNER, Norbert. TECTÓNICA Nº 26, Iluminação (II): Iluminación natural, ATC 
Ediciones, Madrid, Espanã, 2009.
LISOT A.; SOARES, P. F. Ressoadores de Helmholtz em barreiras acústicas: avaliação do 
desempenho na atenuação do ruído de tráfego. Acústica, Coimbra, Portugal, 20-22 out., 
2008.
LYRA, D. S. F. M. Aplicabilidade de índices de conforto térmico: um estudo de caso em 
Salvador – BA. 131 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental Urbana) – Escola 
Politécnica, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2007.
MARSH, A. Online information and course notes. Australia: The school of architecture and 
fine arts – The University of Western Australia, 2004.
MEASURING sound. Brüel & Kjær, set. 1984. Disponível em: https://www.bksv.com/media/
doc/br0047.pdf. Acesso em: 22 fev. 2022.
MEHTA, M.; JOHNSON, J.; ROCAFORT, J. Architectural acoustics: principles and design. 
New Jersey: Prentice Hall Inc, 1999.
MIGUEL, L. F. F.; TAMAGNA, A. Tópicos de acústica aplicada. 1. ed. Porto Alegre: 
UFRGS, 2007.
113
MOHAN, G. M. S.; RAJAGOPAL, K. Externaland Internal Noise in School Classrooms in 
Tropical Climates. Building Acoustics, Tamilnadu, v. 17, n. 2, p.151-174, jun. 2010.
MONTEIRO, M. L.; ALUCCI, M. P. Questões teóricas de conforto térmico em espaços 
abertos consideração histórica, discussão do estado da arte e proposição de classificação 
de modelos. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 7, n. 3, p. 43-58, jul./set. 2010.
NBR 16401-2, Instalações de ar-condicionado – Sistemas centrais e unitários Parte 2: 
Parâmetros de conforto térmico. ABNT, 7p. 2008.New York, USA, 2017.
NGDC. 2018. Disponível em: https://www.ngdc.noaa.gov/geomag-web/Acesso em: 29 
mar. 2022.
OLGYAY, Aladar; OLGYAY, Victor. Solar control and shading devices. Princeton: Princeton 
Press, 1973.
OLGYAY, V. Design with climate: bioclimatic approach to architectural regionalism. 4. ed. 
Princeton University Press, Princeton, New Jersey, USA, 1973.
OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Diretrizes para o Ruído Comunitário. 
Genebra: Organização Mundial de Saúde, 2011. Disponível em:Erro! A referência de 
hiperlink não é válida.. Acesso em: 18 abr. 2022. Portugal. Anais... 2004, 6p.
RAMON, F. Ropa sudor y architecturas. H. Blume Ediciones. Madrid, Espanha. 1980. 
RANTALA, L. M.; SALA, E. Effects of Classroom Acoustics on Teachers’ Voices. Building 
Acoustics, v. 22, n. 3-4, p.243-258, dez. 2015.
RECCHIA, C. Estudo do desempenho acústico dos elementos construtivos que compõem 
a fachada. 2001. 131 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade 
Federal de Santa Maria, Santa Maria-RS, 2001.
RIVERO, R. Acondicionamento térmico natural: Arquitetura e clima. Porto Alegre: Luzzatto 
Editores/ UFRGS, 1985. 
RIVERO, R. Arquitetura e clima: acondicionamento térmico natural. 2. edição. 
114
ROSSI, F. A. Proposição de metodologia e de modelo preditivo para avaliação da 
sensação térmica em espaços abertos em Curitiba. 188 f. Tese (Doutorado em 
Tecnologia) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2012. 
ROSSI, F. A.; KRÜGER, E. L.; BRÖDE, P. Definição de faixas de conforto térmico para 
espaços abertos em Curitiba, PR, com o índice UTCI. Ambiente Construído, Porto Alegre, 
v.12, n.1, p.41-59, jan./mar. 2012.
SARDEIRO, P. S. Parâmetros para a escolha de superfícies translúcidas, visando o 
conforto térmico e visual na edificação. Campinas, Faculdade de Engenharia Civil 
Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, 2007. 202p. Tese 
(Doutorado), 2007.
SCHAFER, R. M. A afinação do mundo. São Paulo: UNESP, 1997.
SCHELLER, C.; SORGATO, M. J.; MELO, A. P.; LAMBERTS, R. Análise de arquivos 
climático para simulação do desempenho energético de edificações. Centro brasileiro e 
eficiência energética em edificações. Departamento de Engenharia Civil, Universidade 
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015. 
SILVA, P. Acústica arquitetônica e condicionamento de ar. 4. ed. Belo Horizonte: Edital, 2002.
SOUZA, L. C. L. de; ALMEIDA, M. G. de; BRAGANÇA, L. Bê-á-bá da acústica 
arquitetônica. 4. ed. São Carlos: Edufscar, 2012.
VANDERLEI, P. S. S., CARAM, R. Vidros translúcidos utilizados nas fachadas das 
edificações e sua preocupação com o conforto ambiental. Revista Tecnológica, 16: 27 - 
36, 2007.
WILSON, A. Technology and practice – An improved outlook. Architecture, p. 95-8, agosto, 
1990. 
115
CONCLUSÃO GERAL
Prezado (a) acadêmico (a), 
Escrever um livro não é fácil, e encerrá-lo só deixa a impressão que existe muitos 
outros assuntos a serem explorados. Como todo texto precisa de um ponto final, então 
começo o desfecho. 
Espero que por meio do livro, você tenha agora a capacidade de entender o quão 
fundamental é conforto ambiental. Que por meio destas páginas, caro leitor, você tenha 
adquirido novas expressões e conceitos sobre esse nosso universo. 
Fico na expectativa de ter feito você compreender as diferenças entre os tipos de 
confortos e suas principais peculiaridades. Além disso, quero que depois de todo o conhecimento 
adquirido, ao observar a paisagem e construções, note a influência desses aspectos. 
Espero que você, aluno(a), tenha compreendido a importância dessas áreas para 
a formação do arquiteto e urbanista e que tenha despertado o pesquisador que existe 
dentro de você. 
+55 (44) 3045 9898
Rua Getúlio Vargas, 333 - Centro
CEP 87.702-200 - Paranavaí - PR
www.unifatecie.edu.br

Mais conteúdos dessa disciplina