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HIGIENE DO TRABALHO I
2
Tatiane Caroline Ferrari 
Walmir Cristiano Candido De Oliveira
Londrina 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2023
HIGIENE DO TRABALHO I
1ª edição
3
2023
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
Homepage: https://www.cogna.com.br/
Diretora Sr. de Pós-graduação & OPM 
Silvia Rodrigues Cima Bizatto
Conselho Acadêmico
Alessandra Cristina Fahl
Ana Carolina Gulelmo Staut
Camila Braga de Oliveira Higa
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Coordenador
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Revisor
Natalia Violim Fabri
Editorial
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Márcia Regina Silva
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ 
Oliveira, Walmir Cristiano Candido De
Higiene do trabalho I/ Walmir Cristiano Candido De 
Oliveira, Tatiane Caroline Ferrari. – Londrina: Editora e 
Distribuidora Educacional S.A., 2023. 
33 p.
ISBN 978-65-5903-474-1
1. Ambiente salubre e insalubre. 2. Insalubridade. 3. 
Segurança à saúde. I. Ferrari, Tatiane Caroline. II. Título. 
CDD 613.62
_____________________________________________________________________________ 
Raquel Torres – CRB 8/10534
O48h 
© 2023 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
4
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina __________________________________ 05
Fundamentos da higiene do trabalho ________________________ 07
Agentes ambientais do trabalho _____________________________ 20
Avaliação ocupacional do calor _______________________________ 31
Trabalho em pressões anormais _____________________________ 42
Ruído: conceitos, avaliação e danos à saúde do trabalhador _ 56
Vibração ocupacional ________________________________________ 70
Exposição à Radiação ________________________________________ 82
HIGIENE DO TRABALHO I
5
Apresentação da disciplina
Olá! Seja muito bem-vindo(a) à disciplina de Higiene do Trabalho I, 
essencial ao mundo da saúde e segurança ocupacional. O objetivo geral 
é explorar os fundamentos e conceitos que formam a base da higiene 
ocupacional, um assunto crítico para garantir que os trabalhadores 
tenham ambientes de trabalho seguros e saudáveis.
No tema 1, Fundamentos da Higiene do Trabalho, abordaremos a 
história da higiene ocupacional no mundo e no Brasil, os tipos de riscos 
físicos em vários ambientes de trabalho, os tipos de análises (qualitativas 
e quantitativas), seus equipamentos e as vias de penetração, bem 
como o limite de tolerância, a metodologia de coleta e a análise de seus 
resultados.
No tema 2, Agentes Ambientais do Trabalho, conheceremos o conceito 
técnico legal, identificaremos e reconheceremos os danos à saúde dos 
riscos físicos presentes em diversos ambientes de trabalho e a sua 
correlação com outras normas regulamentadoras.
No tema 3, Avaliação Ocupacional do Calor, saberemos a diferença entre 
estresse térmico e conforto térmico, além dos procedimentos para uma 
correta avaliação de calor em um ambiente de trabalho.
No tema 4, Trabalho em Pressões Anormais, abordaremos a diferença 
de pressões hiperbáricas e hipobáricas, danos à saúde e suas limitações 
para o empregado.
6
No tema 5, Ruído e a Saúde do Trabalhador, estudaremos a diferença 
entre o ruído intermitente e o ruído de impacto, os efeitos do ruído na 
saúde do empregado e as medidas de proteção.
No tema 6, Vibração Ocupacional, identificaremos os critérios, as 
medidas de proteções para as vibrações de corpo inteiro e as vibrações 
de mãos e braços.
No tema 7, Radiações Relacionadas ao Trabalho, aprenderemos a 
diferença entre a radiação ionizante e a radiação não ionizante, assim 
como as técnicas e os procedimentos seguros para a exposição desse 
agente.
Esta disciplina é uma base sólida para sua jornada no mundo da higiene 
ocupacional. Ao compreender os princípios fundamentais e aprender 
a aplicá-los na prática, você estará preparado para contribuir em 
ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis. Esperamos que você 
aproveite a jornada de aprendizado e desejamos muito sucesso nesta 
disciplina!
7
Fundamentos da higiene 
do trabalho
Autoria: Walmir Cristiano Candido de Oliveira
Leitura crítica: Natalia Violim Fabri
Objetivos
• Conceituar a higiene do trabalho e a sua história 
mundial e no Brasil.
• Reconhecer os agentes nocivos no ambiente de 
trabalho e os tipos de avaliações.
• Conhecer os instrumentos e equipamentos de 
medição, além das vias de penetração.
8
1. Introdução
A higiene do trabalho, ou higiene ocupacional, é o conjunto de medidas 
preventivas relacionadas ao ambiente do trabalho, visando à redução de 
acidentes e, principalmente, doenças ocupacionais.
Os acidentes e as doenças ocupacionais podem causar sofrimento, 
dor, incapacidade e até morte, mas a higiene do trabalho pode ajudar a 
prevenir esses problemas, garantindo que os trabalhadores tenham um 
ambiente de trabalho seguro e saudável.
2. Higiene ocupacional
2.1 Conceituação: o que é higiene ocupacional?
Higiene ocupacional é a ciência que estuda a antecipação, o 
reconhecimento, a avaliação e o controle dos riscos ambientais no 
ambiente de trabalho. O seu objetivo é proteger a saúde e a segurança 
dos trabalhadores, prevenindo doenças e acidentes de trabalho. A 
metodologia de trabalho da higiene ocupacional é composta por quatro 
etapas principais:
• Antecipação: visa identificar os riscos ambientais que podem 
estar presentes em um ambiente de trabalho até mesmo antes 
do início das atividades. Essa etapa é importante porque permite 
que as medidas de controle sejam implementadas antes que os 
trabalhadores sejam expostos aos riscos, através de uma avalição 
qualitativa com a observação direta do ambiente de trabalho.
• Reconhecimento: visa caracterizar os riscos ambientais 
identificados na etapa de antecipação. Essa etapa é importante 
porque permite que as medidas de controle sejam implementadas 
9
de forma eficaz, através das medições de agentes ambientais, 
como ruído, vibração, temperatura e agentes químicos, e da 
análise de dados históricos, como acidentes de trabalho e doenças 
ocupacionais. Nada mais é que uma análise de processos de 
trabalho.
• Avaliação: visa estimar a magnitude dos riscos ambientais. 
Essa etapa é importante porque permite aos profissionais 
determinarem a necessidade de implementar medidas de controle, 
através da comparação dos níveis de exposição encontrados aos 
limites de exposição ocupacional e análise de custos e benefícios 
das medidas de controle.
• Controle: visa implementar medidas para eliminar ou reduzir os 
riscos ambientais. Essa etapa é importante porque permite que os 
profissionais protejam a saúde e a segurança dos trabalhadores. 
As medidas de controle podem ser de natureza técnica, 
administrativa ou individual.
A higiene ocupacional é uma área importante para a segurança e a 
saúde dos trabalhadores. Através da aplicação dos princípios da higiene 
ocupacional, é possível criar ambientes de trabalho mais seguros e 
saudáveis, onde os trabalhadores possam laborar com segurança e 
bem-estar.
2.2 História da higiene ocupacional
A história da higiene do trabalho é longa e complexa e remonta aos 
primeiros registros de atividades humanas. Desde o início da civilização, 
os trabalhadores têm sido expostos a uma variedade de riscos 
ambientais (físicos, químicos e biológicos). Essesriscos podem causar 
doenças ocupacionais, que podem ser graves e até fatais.
A história da higiene do trabalho pode ser dividida em três períodos 
principais:
10
• Período inicial (até o século XVIII): nesse período, os principais 
problemas de saúde no trabalho eram causados por condições 
insalubres, como exposição a agentes biológicos, como bactérias 
e fungos; agentes químicos, como metais pesados e gases tóxicos; 
agentes físicos, como ruído, vibração e calor. Os primeiros 
estudos sobre higiene do trabalho foram realizados na Europa, 
principalmente na Inglaterra e na Alemanha.
• Período industrial (século XIX e início do século XX): com a 
Revolução Industrial, ocorreram grandes mudanças nas condições 
de trabalho, com o aumento da mecanização e da produção em 
massa. Essas mudanças resultaram em novos riscos para a saúde 
dos trabalhadores, como acidentes, doenças ocupacionais e 
problemas psicológicos. Nesse período, foram criadas as primeiras 
leis e regulamentações de segurança e saúde no trabalho, como a 
Lei de Acidentes de Trabalho, de 1884, na Inglaterra.
• Período contemporâneo (século XX e XXI): com o 
desenvolvimento da tecnologia e das ciências, houve um avanço 
significativo na área de higiene do trabalho. Os profissionais da 
área passaram a utilizar equipamentos e técnicas mais sofisticados 
para identificar e controlar os riscos no ambiente de trabalho. 
Além disso, houve um aumento da conscientização sobre a 
importância da saúde e segurança no trabalho, tanto por parte dos 
trabalhadores quanto das empresas.
2.3 História da higiene ocupacional no Brasil
No Brasil, a higiene do trabalho começou a se desenvolver no início 
do século XX. Em 1943, foi promulgada a Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT), que estabeleceu uma série de normas para proteger os 
trabalhadores, incluindo normas de higiene e segurança do trabalho.
11
Desde então, a higiene do trabalho continuou a se desenvolver no Brasil. 
Atualmente, existe uma série de leis, normas e regulamentos que visam 
proteger os trabalhadores de acidentes e doenças ocupacionais.
Os avanços na higiene do trabalho contribuíram para melhorar as 
condições de trabalho e reduzir a incidência de acidentes e doenças 
ocupacionais. No entanto, ainda há muito a ser feito para proteger os 
trabalhadores de riscos ambientais.
A higiene do trabalho é uma área em constante evolução, com novos 
conhecimentos e tecnologias sendo desenvolvidos a todo momento. 
Com isso, é esperado que os avanços na área continuem a contribuir 
para a melhoria da saúde e segurança dos trabalhadores.
3. Agentes nocivos nos ambientes de trabalho
Os agentes nocivos estão presente em todos os ambientes de trabalho 
que podem causar doenças aos trabalhadores. Podemos destacar três 
grupos (físicos, químico e biológicos) que podem ser avaliados de forma 
qualitativa e/ou quantitativa.
3.1 Riscos físicos
Segundo o Anexo I da NR 01, risco físico é:
Agente físico: Qualquer forma de energia que, em função de sua natureza, 
intensidade e exposição, é capaz de causar lesão ou agravo à saúde do 
trabalhador. Exemplos: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas 
extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes. (Brasil, 2020, p. 
13)
Como exemplos de atividades expostas a esse risco físico, temos:
12
• Ruído: costureira, operador de máquinas diversas, operador de 
bate estacas.
• Calor: caldeireiro, cozinheiro, operador de fornos industriais.
• Radiação ionizante: técnico de raio X, operadores de laboratórios 
de calibração de equipamentos que contenham produtos 
radioativos.
• Pressões anormais: mergulhadores, mineradores, metroviários.
• Radiações não ionizantes: soldadores, operadores de 
equipamentos emissores de laser.
• Vibração: operador de motosserra, operador de trator, motorista 
de ônibus.
• Frio: trabalhadores que entram em câmaras frigoríficas ou que 
fazem manutenção nelas.
• Umidade: lavador de carros, professor de natação, extração de 
areia em rios.
Esse grupo de risco possui grau de insalubridade que varia de 20% a 
40% (Brasil, 2021) do salário-mínimo base de cada região, conforme 
laudo de inspeção emitido por um Engenheiro de Segurança do 
Trabalho ou Médico do Trabalho.
3.2 Riscos químicos
Os riscos químicos são poeiras, fumos, fibras, névoas, neblinas, gases 
e vapores que podem ser absorvidos através da pele ou pela via 
respiratória. Segundo o Anexo I da NR 01, risco químico é:
Agente químico: Substância química, por si só ou em misturas, quer 
seja em seu estado natural, quer seja produzida, utilizada ou gerada no 
13
processo de trabalho, que em função de sua natureza, concentração e 
exposição, é capaz de causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. 
Exemplos: fumos de cádmio, poeira mineral contendo sílica cristalina, 
vapores de tolueno, névoas de ácido sulfúrico. (Brasil, 2020, p. 13-14)
Em algumas profissões, os trabalhadores ficam expostos aos agentes 
químicos e, nesse caso, a caracterização de insalubridade ocorrerá 
quando forem ultrapassados os limites de tolerância constantes nos 
anexos 11 e 12 da NR 15, ou em decorrência de inspeção realizada no 
local de trabalho para os agentes contidos no Anexo 13 da mesma NR 
(Brasil, 2022):
• Poeiras: marceneiros, operadores em marmoraria, pedreiro e 
serventes na construção civil.
• Fumos: soldador e trabalhos de fundição.
• Fibras: tecelagem, empresas que manuseiam amianto.
• Névoa: pintor com uso de pistola, lavador de carro com uso de ar 
comprimido.
• Gases e vapores: frentista, sapateiro, dosador de produtos 
químicos.
• Graxa: mecânicos e manutenção.
Esses grupos de risco possuem grau de insalubridade que varia de 10%, 
20% e 40% (Brasil, 2021) do salário-mínimo de cada região, conforme 
laudo de inspeção emitido por um Engenheiro de Segurança do 
Trabalho ou Médico do Trabalho.
3.3 Riscos biológicos
Segundo o Anexo I da NR 01, risco biológico é:
14
Agente biológico: Microrganismos, parasitas ou materiais originados de 
organismos que, em função de sua natureza e do tipo de exposição, são 
capazes de acarretar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: 
bactéria Bacillus anthracis, vírus linfotrópico da célula T humana, príon 
agente de doença de Creutzfeldt-Jakob, fungo Coccidioides immitis. (Brasil, 
2020, p. 13)
Algumas funções demandam exposição aos agentes biológicos, tais 
como profissionais da área da saúde, coveiros, catadores de lixo, entre 
outros. Para esses profissionais, a insalubridade é caracterizada pela 
avaliação qualitativa da exposição. Esse grupo de risco possui grau de 
insalubridade que varia de 20% a 40% (Brasil, 2021) do salário-mínimo 
de cada região, conforme laudo de inspeção emitido por um Engenheiro 
de Segurança do Trabalho ou Médico do Trabalho.
4. Tipos de avaliação
4.1 Avaliação qualitativa
A avaliação qualitativa na segurança do trabalho é um processo de 
identificação, análise e avaliação dos riscos presentes no ambiente 
de trabalho, com base em observações, entrevistas e análise de 
documentos, para atividades que se enquadram nos anexos 6, 7, 9, 10, 
13 e 14 da NR 15 (Brasil, 2022):
• Observação: consiste em observar o ambiente de trabalho para 
identificar potenciais riscos, conforme o conhecimento adquirido.
• Entrevista: consiste em conversar com os trabalhadores e 
gestores para obter informações sobre suas experiências, opiniões 
e percepções sobre os riscos presentes no ambiente de trabalho.
15
• Análise de documentos: consiste em analisar documentos 
já existentes, como relatórios, laudos, programas, registros e 
depoimentos, para obter informações sobre os riscos presentes no 
ambiente de trabalho.
A avaliação qualitativa é a primeira a ser usada antes da avaliação 
quantitativa. Porém, as duas avaliações podem ser utilizadas de forma 
conjunta para obter uma visão mais completa dos riscos presentes no 
ambiente de trabalho.
4.2 Avaliação quantitativa
A avaliação quantitativa na segurança do trabalho é um processo de 
identificação, análise e avaliaçãodos riscos presentes no ambiente de 
trabalho, com base em medições e cálculos, daquelas atividades que se 
enquadram nos anexos 1 e 3 da NR 01 (Brasil, 2020) e anexos 1, 2, 11, 12 
da NR 15 (Brasil, 2022).
É uma ferramenta importante para a prevenção de acidentes e doenças 
ocupacionais, pois ela permite mensurar em números (decibéis, °C, 
ppm, mg/m³) a intensidade do agente no ambiente de trabalho e 
confrontar com o seu limite de tolerância, além de ser uma ferramenta 
complementar à avaliação qualitativa.
No entanto, a avaliação quantitativa apresenta também alguns desafios, 
como:
• Custo: pode ser mais cara do que a avaliação qualitativa, 
pois requer o uso de equipamentos específicos (dosímetros, 
termômetro IBUTG, bombas gravimétricas e amostradores) e, em 
alguns casos, o uso de laboratórios especializados, seguindo as 
metodologias internacionais.
16
• Complexidade: é mais complexa do que a avaliação qualitativa, 
pois requer conhecimentos técnicos específicos sobre cada agente 
em questão, para a correta avaliação e conduta.
• Tempo: demanda mais tempo do que a avaliação qualitativa, pois 
requer a coleta de curta, parcial ou longa duração, além da análise 
dos dados coletados em laboratórios.
5. Instrumentos e equipamentos de medição
Na área da higiene ocupacional, os profissionais usam uma variedade de 
instrumentos e equipamentos de medição para avaliar os riscos físicos 
e químicos no ambiente de trabalho. Os instrumentos e equipamentos 
de medição devem ser calibrados regularmente, para garantir a precisão 
das medições; serem mantidos em bom estado de conservação, 
para evitar erros; o profissional estar bem treinado no uso desses 
dispositivos, para garantir medições precisas e proteção eficaz dos 
trabalhadores.
5.1 Medição de riscos físicos
Existem vários equipamentos para realizar a quantificação desses 
agentes, como:
• O dosímetro de ruído é um dispositivo portátil que pode ser 
preso ao corpo do trabalhador ou do avaliador. Ele possui um 
microfone que mede o nível de pressão sonora no ambiente. 
O dosímetro também possui um processador que calcula a 
exposição ao ruído durante um determinado período. O mesmo 
dosímetro de ruído pode ser utilizado para medir a exposição ao 
ruído contínuo ou intermitente e de impacto, só alterando sua 
configuração antes do início da quantificação, chegando a uma 
variação de 40 a 140 dB(A), conforme a classe do aparelho.
17
• O termômetro de globo IBUTG é utilizado para medir o estresse 
térmico ao qual o corpo humano está exposto proveniente de uma 
fonte geradora, combinando a temperatura real do ar, a umidade 
no ar e a temperatura de radiação do ambiente. Essa variação 
pode chegar, em média dos termômetros, de -50 °C a 150 °C.
• O medidor de vibrações ocupacionais é um instrumento 
utilizado para medir a exposição às vibrações de corpo inteiro, 
como as vibrações causadas por veículos, além de mãos e braços 
dos trabalhadores, causadas por ferramentas manuais. Esse 
equipamento realiza a medição simultânea em três eixos – X, Y e Z 
– da aceleração da máquina no corpo humano.
Para o correto procedimento de coleta e análise dos resultados, devem 
ser utilizadas as Normas de Higiene Ocupacional (NHOs) de números 01 
para o ruído, 05 para radiação ionizante, 06 para o calor, 09 e 10 para a 
vibração, todas da Fundacentro.
5.2 Medição de riscos químicos
Para a correta quantificação dos riscos químicos, são necessários uma 
bomba gravimétrica e um calibrador de vazão, para garantir a vazão 
média, tanto no início como no final da amostragem, a fim de ter a 
representatividade real do fluxo de ar coletado nos amostradores.
Em relação aos amostradores, temos os cassetes com filtros, tubos de 
sílica gel, carvão ativo, balão de tedlar, impingers e, para alguns casos 
específicos de gases e vapores, podemos usar um amostrador passivo, 
sem o uso da bomba gravimétrica.
6. Vias de penetração
Existem três principais vias de penetração do agente químico no 
corpo do trabalhador em função de suas atividades laborais, que são 
18
a inalação, a absorção dérmica e a ingestão. Lembrando que, não se 
protegendo, ele poderá ter uma doença no futuro.
• Inalação: é a aspiração de substâncias perigosas no local de 
trabalho, podendo ser gases, vapores, poeiras ou fumos.
• Absorção dérmica: é o processo de transporte de substâncias 
através da pele para a corrente sanguínea. Como sabemos, a pele 
é o maior órgão do corpo humano, portanto ela faz uma barreira 
eficaz contra a entrada de substâncias estranhas, mas algumas 
substâncias podem ser absorvidas com facilidade.
• Ingestão: a ingestão de produtos químicos pode ser muito 
perigosa e, normalmente, é de forma acidental, não se cumprindo 
os processos de segurança.
A higiene ocupacional é uma área de conhecimento e de atuação 
essencial para a proteção da saúde e da segurança e para a promoção 
da qualidade de vida no trabalho. Ela está em constante evolução, 
devido aos novos avanços tecnológicos e científicos.
É uma responsabilidade de todos os envolvidos no ambiente de 
trabalho, logo trabalhadores, empregadores e órgãos públicos devem 
trabalhar juntos para criar um ambiente de trabalho mais seguro e 
saudável possível.
Referências
BRASIL. NR 01 – Disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais. 
Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2020. Disponível em: https://www.gov.
br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-
e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-
regulamentadoras/nr-01-atualizada-2022-1.pdf. Acesso em: 30 ago. 2023.
BRASIL. NR 09 – Avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes 
físicos, químicos e biológicos. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2021. 
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2022-1.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2022-1.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2022-1.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2022-1.pdf
19
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/
participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-
permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-09-atualizada-2021-com-
anexos-vibra-e-calor.pdf. Acesso em: 30 ago. 2023.
BRASIL. NR 15 – Atividades e operações insalubres. Brasília: Ministério do 
Trabalho e Emprego, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/
pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/
comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-
15-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 30 ago. 2023.
SANTOS, A. M. dos A. et al. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: 
Fundacentro, 2004. Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/
exlibris/aleph/a23_1/apache_media/RTMECD7TATVD5N9BPN8STM7D8F68SI.pdf. 
Acesso em: 31 ago. 2023.
SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Técnicas de Avaliação de Agentes Ambientais: 
Manual do Sesi. Brasília: Sesi, 2007.
SILVA, A. M. da et al. Manual de Inspeção do Trabalho. Brasília: Ministério do 
Trabalho, 2018.
http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/RTMECD7TATVD5N9BPN8STM7D8F68SI.pdf
http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/RTMECD7TATVD5N9BPN8STM7D8F68SI.pdf
20
Agentes ambientais do trabalhoAutoria: Walmir Cristiano Candido de Oliveira 
Leitura crítica: Natalia Violim Fabri
Objetivos
• Conceituar o risco físico no ambiente de trabalho.
• Classificar, reconhecer e prevenir o risco físico no 
ambiente de trabalho.
• Confrontar os agentes físicos com outras normas 
regulamentadoras.
21
1. Introdução
Agentes ambientais do trabalho são elementos presentes no ambiente 
de trabalho que podem afetar a saúde e a segurança dos trabalhadores. 
Eles podem ser de natureza física, química, biológica, ergonômica ou de 
organização.
Como Engenheiro de Segurança do Trabalho, sua função envolve a 
identificação, a avaliação e o controle desses agentes para garantir 
um ambiente de trabalho seguro e saudável. Isso pode incluir a 
implementação de medidas de controle, como o uso de equipamentos 
de proteção individual (EPIs), ventilação adequada, isolamento de áreas 
contaminadas, entre outras ações preventivas.
2. Riscos físicos ocupacionais
Risco ocupacional é a possibilidade de ocorrência de danos à saúde 
do trabalhador, em função da exposição a agentes físicos, químicos, 
biológicos, ergonômicos ou mecânicos.
O conceito de risco físico, segundo o Anexo I da NR 01:
Agente físico: Qualquer forma de energia que, em função de sua natureza, 
intensidade e exposição, é capaz de causar lesão ou agravo à saúde do 
trabalhador. Exemplos: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas 
extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes (Brasil, 2020, p. 
13)
Os riscos físicos ocupacionais são causados pela exposição do 
trabalhador a diferentes formas de energia, como ruído, calor, frio, 
vibração, radiações e pressões anormais. Esses riscos podem causar 
danos à saúde do trabalhador, como perda auditiva, lesões musculares, 
doenças respiratórias, queimaduras e morte.
22
A origem dos riscos físicos ocupacionais pode ser natural, que não pode 
ser controlada pelo homem, como o clima e os fenômenos naturais, ou 
artificial, que pode ser controlada pelo homem, como equipamentos, 
máquinas e processos produtivos.
Os riscos físicos ocupacionais podem ser eliminados ou reduzidos por 
meio de medidas de controle, como mostrado no esquema da Figura 1.
Figura 1 – Riscos físicos ocupacionais
Fonte: elaborada pelo autor.
2.1 Ruído contínuo ou intermitente
O ruído contínuo é um tipo de ruído que ocorre de forma constante, sem 
interrupções, enquanto o ruído intermitente é aquele que apresenta 
variações de intensidade. Ambos são prejudiciais à saúde, causando 
perda auditiva, por exemplo, dependendo da intensidade e da duração 
do ruído.
A NR 15, em seu item 15.1, afirma: “Entende-se por Ruído Contínuo ou 
Intermitente, para os fins de aplicação de Limites de Tolerância, o ruído 
que não seja ruído de impacto” (Brasil, 2022, p. 3).
Uma das formas de prevenção ao ruído contínuo ou intermitente é o 
uso do protetor auricular tipo plug ou tipo concha, desde que atenda 
23
a alguns requisitos, como treinamentos de utilização, troca periódica, 
acompanhamento médico ocupacional e melhorias no ambiente de 
trabalho para a redução do nível de pressão sonora.
2.2 Ruído de impacto
É um tipo de ruído gerado por um impacto, como o impacto de 
um objeto em uma superfície ou a queda. O ruído de impacto é 
caracterizado por um pico de pressão sonora de curta duração, 
geralmente inferior a um segundo.
A NR 15, em seu item 15.1, diz: “Entende-se por ruído de impacto aquele 
que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) 
segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo” (Brasil, 2022, p. 4).
Sua exposição sem proteção poderá causar surdez temporária ou 
definitiva, dependendo do tempo de exposição. A forma correta de se 
proteger é utilizando o protetor auricular, podendo, nesse caso, ser 
conjugado o plug com a concha.
2.3 Calor
O agente calor está regulamentado atualmente no Anexo 3 da NR 
09 – Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais a Agentes 
Físicos, Químicos e Biológicos (Brasil, 2021), ao contrário dos demais 
agentes contidos na NR 15 (Brasil, 2022). O calor tem variados limites 
de tolerância, de acordo com o tipo de atividade, se é leve, moderada 
ou pesada, versus o valor da temperatura dos diversos ambientes que 
labora.
A exposição ocupacional ao calor é um risco para a saúde dos 
trabalhadores, podendo causar desidratação, insolação, queimaduras, 
problemas na visão e até câncer de pele. Suas medidas de proteção 
24
vão de EPIs, barreiras de proteção na fonte de calor e revezamento de 
tempo de exposição.
2.4 Radiações ionizantes
A radiação ionizante é uma forma de radiação que possui energia 
suficiente para ionizar átomos, ou seja, arrancar elétrons dos átomos. 
Isso pode causar danos às células e ao DNA, o que pode levar ao câncer, 
a doenças na pele e a mutações nos órgãos do trabalhador, bem como 
sequelas de câncer e deformidades em seus filhos e netos.
A NR 15, em seu Anexo 5, diz:
Nas atividades ou operações onde trabalhadores possam ser expostos a 
radiações ionizantes, os limites de tolerância, os princípios, as obrigações 
e controles básicos para a proteção do homem e do seu meio ambiente 
contra possíveis efeitos indevidos causados pela radiação ionizante, são 
os constantes da Norma CNEN-NN-3.01: ‘Diretrizes Básicas de Proteção 
Radiológica’, de março de 2014, aprovada pela Resolução CNEN n.º 
164/2014, ou daquela que venha a substitui-la. (Brasil, 2022, p. 9)
Esses materiais podem ser encontrados nos equipamentos de raio X 
e desenvolvidos em laboratórios e usinas nucleares. Seu controle de 
exposição é através de barreiras físicas, redução do tempo de exposição 
ao agente, monitoramento através de dosímetros, aventais de proteção, 
além do descarte correto.
2.5 Radiações não ionizantes
As radiações não ionizantes são aquelas que não têm energia em 
quantidade suficiente para ionizar átomos ou moléculas. As radiações 
eletromagnéticas são aquelas que se propagam na forma de ondas 
eletromagnéticas, que são constituídas por um campo elétrico e um 
campo magnético.
25
A NR 15, em seu Anexo 7, afirma: “Para os efeitos desta norma, são 
radiações não-ionizantes as micro-ondas, ultravioletas e laser” (Brasil, 
2022, p. 80).
Sua proteção é simples com a utilização de equipamentos de proteção 
individual da pele e olhos, além de barreiras físicas, como biombos. Seus 
danos à saúde são baixos em relação às radiações ionizantes, porém, 
se as exposições não tiverem algum controle, poderão ocasionar sérias 
lesões e doenças de pele e ocular.
2.6 Pressão anormal
Esse agente físico é o menos comum, e é dividido em duas partes, 
podendo ser hipobárica ou hiperbárica:
• Pressão hipobárica é a condição na qual o empregado está 
exposto a uma pressão atmosférica inferior à pressão atmosférica 
ao nível do mar, nas seguintes situações de altitudes elevadas, 
como montanhas ou aviões, câmaras de vácuo e em ambientes 
com baixa pressão de ar, como tanques ou aquários. Os danos 
à saúde da exposição à pressão hipobárica incluem: edema 
pulmonar, hipoglicemia, cefaleia, tonturas, náuseas, vômitos, 
fadiga, confusão mental, perda de consciência e até morte.
• Pressão hiperbárica é a condição na qual o empregado está 
exposto a uma pressão atmosférica superior à pressão atmosférica 
ao nível do mar, como é o caso dos mergulhadores ou quem 
trabalha em submarinos. A exposição à pressão hiperbárica pode 
causar uma série de problemas de saúde, incluindo: doença de 
descompressão, barotrauma, intoxicação por oxigênio, surdez, 
doenças respiratórias, cardíacas e neurológicas.
Tanto para a hipobárica quanto para a hiperbárica, a forma de 
controle será o monitoramento constante dos empregados expostos, 
26
treinamentos específicos e periódicos sobre o risco, utilização dos EPIs 
corretos e cumprimento dos procedimentos de segurança.
2.7 Vibração
É caracterizada pelo deslocamento contínuo ou intermitente do corpo 
do empregado em uma superfície trêmula presente no ambiente de 
trabalho, podendo ser de corpo inteiro, em veículosmotorizados sem 
suspensões, ou localizadas em mãos e braços principalmente, na 
utilização de algumas ferramentas manuais elétricas e pneumáticas. 
Os problemas de saúde podem ser formigamentos, dores musculares, 
colunas e até perda auditiva.
Sua forma de prevenção é a utilização de luvas antivibração, exames 
complementares do PCMSO, revezamento da atividade com a fonte 
geradora de vibração e manutenções periódicas nos equipamentos.
2.8 Frio
O frio ocupacional é a exposição de trabalhadores a ambientes com 
temperaturas baixas ou extremamente baixas, que requer proteção 
para impedir a troca de calor do corpo para o ambiente, com utilização 
de EPIs para o frio e medidas administrativas, como revezamento da 
exposição e controle de permanência.
A NR 15, em seu Anexo 9, diz:
As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, 
ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os 
trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas 
insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de 
trabalho. (Brasil, 2022, p. 81)
Devido à troca de calor do corpo humano para o ambiente e à 
diminuição do fluxo sanguíneo, surgem alguns problemas de saúde, 
27
principalmente, nas extremidades dos pés e das mãos, como também na 
pele e no sistema respiratório. As lesões mais comuns sobre a exposição 
do frio é urticária, ulceração, pé de imersão, Fenômeno de Raynaud, 
congelamento, Frostbite, perniose (frieiras) e hipotermia.
2.9 Umidade
A umidade ocupacional é um risco físico que pode causar uma 
variedade de problemas de saúde, como tosse, dificuldade para respirar, 
ressecamento da pele e formigamento nas extremidades, além dos 
riscos de acidente, como as quedas.
A NR 15, em seu Anexo 9, afirma:
As atividades ou operações executadas em locais alagados ou 
encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde 
dos trabalhadores, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo 
de inspeção realizada no local de trabalho. (Brasil, 2022, p. 81)
Sua forma de prevenção é simples: utilização de botas, luvas e aventais 
de borracha, e no ambiente, a colocação de ralos, para o escoamento da 
água, e de barreiras físicas, para não haver o contato.
3. Correlação dos agentes físicos com as 
outras NRs
3.1 NR 05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
e Assédio
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (CIPA) tem um 
papel muito importante em uma organização, pois são membros eleitos 
pelos empregados e indicados pelo empregador, com o objetivo de 
prevenir acidentes e doenças de trabalho.
28
Uma das principais atribuições da CIPA é a elaboração e/ou renovação 
do mapa de risco da empresa, pelo menos uma vez por ano, ao 
identificar, avaliar e propor medidas de controle para cada risco 
ocupacional.
A classificação pode ser considerada baixo, médio e alto dos riscos 
encontrados no ambiente de trabalho, devendo ser divulgada no Mapa 
de Risco fixado no ambiente para o conhecimento de todos.
3.2 NR 07 – Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional – PCMSO
A Norma Regulamentadora 7 (NR 07), publicada pela Portaria nº 
3.214, de 8 de junho de 1978, estabelece as diretrizes e os requisitos 
para o desenvolvimento do Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional (PCMSO) nas organizações, com o objetivo de proteger e 
preservar a saúde dos trabalhadores em relação aos riscos ocupacionais 
identificados e classificados pelo Programa de Gerenciamento de Risco 
(PGR).
Além do exame ocupacional, o médico responsável pelo PCMSO deverá 
solicitar a realização de alguns exames complementares que cada risco 
ocupacional físico exige, como:
• Audiometria: para avaliar a audição do trabalhador.
• Espirometria: para avaliar a capacidade pulmonar do trabalhador.
• Raio-X: para avaliar a estrutura e a função do corpo do trabalhador.
• Eletrocardiograma: para avaliar a função cardíaca do trabalhador.
• Exames laboratoriais: para avaliar a função dos órgãos e sistemas 
do corpo do trabalhador.
29
A critério do médico responsável, poderão ser realizados outros 
exames complementares, e a periodicidade pode ser alterada, desde 
que relacionados aos riscos ocupacionais classificados no PGR e 
tecnicamente justificados.
3.3 NR 15 – Atividades e Operações Insalubres
O laudo de insalubridade tem como objetivo estabelecer se os 
empregados têm direito a receber ou não o adicional de insalubridade, 
o qual, dependendo do agente prejudicial a que estão expostos, pode 
variar entre 10%, 20% ou 40% do salário-mínimo vigente (Brasil, 2022).
Além do Engenheiro de Segurança, o Médico do Trabalho pode elaborar 
e assinar o laudo de insalubridade, todavia somente aqueles riscos 
ocupacionais que tiverem o seu limite de tolerância ultrapassado, 
através da avaliação quantitativa, ou em alguns casos, somente pela 
avaliação qualitativa e sem nenhuma medida de proteção coletiva, 
administrativa e individual aplicada, receberão esse adicional 
mensalmente. Caso o empregador regularize a situação, solicitará novo 
laudo, comprovando a inexistência ou o controle dos riscos ocupacionais 
no ambiente de trabalho, e poderá cessar o pagamento do adicional.
No entanto, a jornada não é apenas sobre a identificação dos perigos 
mas também sobre a aplicação do conhecimento e da expertise, como a 
de um Engenheiro de Segurança do Trabalho, para mitigar esses riscos e 
criar ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis.
Referências
BRASIL. NR 01 – Disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais. 
Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2020. Disponível em: https://www.gov.
br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2022-1.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2022-1.pdf
30
e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-
regulamentadoras/nr-01-atualizada-2022-1.pdf. Acesso em: 30 ago. 2023.
BRASIL. NR 05 – Comissão interna de prevenção de acidentes e de assédio – 
CIPA. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2022. Disponível em: https://
www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/
conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/
normas-regulamentadoras/nr-05-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 27 out. 2023.
BRASIL. NR 07 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional–PCMSO. 
Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2020. Disponível em: https://www.gov.
br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-
e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-
regulamentadoras/nr-07-atualizada-2022-1.pdf. Acesso em: 27 out. 2023.
BRASIL. NR 09 – Avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes 
físicos, químicos e biológicos. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2021. 
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/
participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-
permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-09-atualizada-2021-com-
anexos-vibra-e-calor.pdf. Acesso em: 30 ago. 2023.
BRASIL. NR 15 – Atividades e operações insalubres. Brasília: Ministério do 
Trabalho e Emprego, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/
pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/
comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-
15-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 30 ago. 2023.
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2022-1.pdfhttps://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-01-atualizada-2022-1.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-05-atualizada-2022.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-05-atualizada-2022.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-05-atualizada-2022.pdf
https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-05-atualizada-2022.pdf
31
Avaliação ocupacional do calor
Autoria: Walmir Cristiano Candido de Oliveira
Leitura crítica: Natalia Violim Fabri
Objetivos
• Conhecer a legislação e as normas técnicas, além 
do conceito de conforto térmico e de “estresse 
térmico”.
• Conceituar sobrecargas térmicas e temperaturas 
baixas, transmissão de calor e medidas de 
proteção.
• Entender como proceder em uma avaliação, uso 
de equipamento e os seus limites de tolerância.
32
1. Introdução
A higiene ocupacional desempenha um papel crítico na preservação da 
saúde e segurança dos trabalhadores expostos a condições de calor 
no ambiente de trabalho. É uma área interdisciplinar que combina 
conhecimentos de segurança do trabalho, engenharia, fisiologia humana 
e regulamentações específicas para garantir um ambiente seguro e 
confortável em relação ao calor.
O risco de temperaturas extremas refere-se a situações em que as 
condições climáticas no ambiente de trabalho apresentam temperaturas 
muito altas ou muito baixas, que podem representar perigos 
significativos para a saúde e segurança dos empregados.
2. Legislação e normas técnicas
No Brasil, conforme redação dada pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro 
de 1977, em sua Seção VIII, há três artigos sobre Conforto Térmico, em 
especial, o art. 177:
Se as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em virtude 
de instalações geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o uso de 
vestimenta adequada para o trabalho em tais condições ou de capelas, 
anteparos, paredes duplas, isolamento térmico e recursos similares, de 
forma que os empregados fiquem protegidos contra as radiações térmicas. 
(Brasil, 1977, [s. p.])
A Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, sofreu uma atualização 
em 2019, na qual o Anexo 3–Calor da NR 15 (Brasil, 2022) foi revisto, 
anexando-se também ao Anexo 2 da NR 09 (Brasil, 2021), estabelecendo 
valores para as taxas metabólicas e os limites de tolerância para 
o agente calor e o Anexo 9–Frio da NR 15 (Brasil, 2022). Caso seja 
33
considerada a insalubridade pelas temperaturas extremas (calor ou frio), 
o grau do adicional será de 20% (Brasil, 2022).
Já a Norma de Higiene Ocupacional 06 (NHO 06), que trata da avaliação 
da exposição ocupacional ao calor, indica critério e procedimento para 
a quantificação de calor do empregado em situação que possa trazer 
prejuízo à sua saúde (Giampaoli et al., 2017).
A nível internacional, existem outras normas sobre quantificação 
de calor e padrões de limites de exposição/regime de trabalho, 
como a ISO 7243 – Ambientes quentes – Estimativa do estresse por 
calor em trabalhadores, baseada no índice WBGT (Índice de Bulbo 
Úmido e Temperatura de Globo), e a ISO 7933 – Ambientes quentes – 
Determinação analítica e interpretação do estresse térmico, utilizando o 
cálculo da taxa requerida de suor (SWreq).
3. Agente térmico: conceito de conforto 
térmico e de “estresse térmico”
O conforto térmico refere-se a uma condição na qual um indivíduo se 
sente fisicamente confortável, sem experimentar desconforto devido 
a variações extremas de temperatura, umidade ou outras condições 
climáticas. É um estado em que a temperatura ambiente é percebida 
como agradável e adequada às atividades realizadas e às roupas usadas 
pelo indivíduo.
Segundo o item 17.8.4.2 da NR 17:
A organização deve adotar medidas de controle da temperatura, da 
velocidade do ar e da umidade com a finalidade de proporcionar conforto 
térmico nas situações de trabalho, observando-se o parâmetro de faixa de 
temperatura do ar entre 18 e 25 °C para ambientes climatizados. (Brasil, 
2022, p. 8)
34
O estresse térmico é um termo utilizado para descrever a condição 
na qual o corpo humano é submetido a um desequilíbrio térmico 
significativo devido à exposição a condições ambientais extremas de 
temperatura. Esse desequilíbrio ocorre quando a capacidade do corpo 
de dissipar ou absorver calor é superada pelas condições térmicas do 
ambiente, resultando em efeitos negativos na saúde e no desempenho 
do indivíduo.
De acordo com a NR 17 (Brasil, 2022), a temperatura de conforto para o 
ser humano é de 18 a 25 °C. Temperaturas abaixo de 10 °C ou acima de 
35 °C são consideradas extremas. O estresse térmico pode ser causado 
por duas situações opostas:
• Estresse térmico por calor (calor extremo): isso ocorre quando a 
temperatura ambiente é significativamente alta, e o corpo luta 
para dissipar o calor excessivo.
• estresse térmico por frio (frio extremo): isso ocorre quando a 
temperatura ambiente é extremamente baixa, levando o corpo a 
perder calor mais rapidamente do que pode produzi-lo.
4. Sobrecarga térmica e temperaturas baixas: 
conceitos gerais, ocorrência e danos à saúde
A sobrecarga térmica é um termo usado para descrever uma condição 
em que o corpo humano não consegue dissipar o calor com eficiência. 
Isso pode ocorrer quando a temperatura ambiente é alta ou quando o 
corpo produz muito calor, como durante a atividade física.
A exposição ao calor pode causar uma série de danos à saúde, tais 
como: desidratação, cãibras musculares, fadiga, insolação, exaustão por 
calor, queimaduras, problemas de saúde crônicas e heat stroke (golpe de 
calor).
35
Temperatura baixa é uma temperatura abaixo da faixa de conforto 
humano, geralmente abaixo de 10 °C. Temperaturas abaixo de 0 °C são 
consideradas muito baixas. Os trabalhadores devem estar protegidos 
contra a exposição ao frio de modo que a temperatura central do corpo 
não caia abaixo de 36 °C.
A exposição ao frio também pode causar uma série de danos à 
saúde, tais como: frieiras, cãibras musculares, perda de sensibilidade, 
hipotermia, Frostbite (congelamento) e problemas de saúde crônicos.
5. Transmissão de calor
No contexto da segurança no trabalho, entender esses processos 
é fundamental para avaliar e controlar os riscos relacionados às 
temperaturas extremas no ambiente de trabalho. Existem três principais 
tipos de transmissão de calor:
• Condução: a condução é o processo de transferência de calor 
através de um material ou de uma substância sólida. Esse tipo 
de transmissão ocorre quando duas áreas com diferentes 
temperaturas estão em contato direto.
• Convecção: a convecção envolve a transferência de calor através 
de um fluido (líquido ou gás). Quando um fluido é aquecido, ele 
se torna menos denso e tende a subir, enquanto o fluido mais frio 
desce. Esse movimento de massas de fluido cria um processo de 
transferência de calor.
• Irradiação: a irradiação é a transmissão de calor através de ondas 
eletromagnéticas, como a radiação infravermelha emitida por um 
corpo aquecido.
36
Existem alguns itens que atrapalham a remoção de calor no empregado, 
que são a temperatura do ar, a umidade relativa do ar, a ventilação do 
ambiente e a vestimenta usada pelas pessoas (Ruas et al., 1999).
6. Medidas de proteção
Para proteger os trabalhadores contra os riscos do calor e do frio 
extremo, é fundamentalimplementar medidas de proteção eficazes.
Aqui estão algumas medidas de controle para o calor extremo, que 
podem ser adotadas para garantir a segurança e o bem-estar dos 
trabalhadores em condições de calor intenso: blindar as fontes 
radiantes, reduzir as temperaturas do ambiente de trabalho, aumentar 
a distância da fonte com o trabalhador, aumentar a velocidade do ar, 
usar barreiras refletivas na trajetória, reduzir a carga metabólica no 
empregado, tentar automatizar as atividades e ajustar o tempo de 
exposição e da relação trabalho/descanso térmico.
Já aqui estão algumas medidas que podem ser adotadas para garantir 
a segurança e o bem-estar dos trabalhadores em condições de frio 
intenso: aclimatização do ambiente de trabalho; uso de vestimentas 
adequadas para o frio, com o uso de botas especiais, camisas e meias de 
algodão, calças e japonas térmicas, luvas, gorros e balaclavas; exames 
médicos periódicos; treinamento e revezamento de trabalho em locais 
mais amenos.
7. Equipamento
O termômetro de globo IBUTG é um instrumento utilizado para medir o 
estresse térmico ao qual o corpo humano está exposto.
37
O IBUTG é calculado a partir de três parâmetros:
• Termômetro de bulbo seco (Tb): é um termômetro comum que 
avalia a temperatura real do ar no ambiente.
• Termômetro de bulbo úmido (Tw): é um termômetro que é coberto 
por um tecido absorvente e que na base tem um copo, no qual é 
colocada água destilada, para avaliar a temperatura com umidade 
no ar. A água que está no pavio será evaporada pelo calor, e o 
termômetro esfria para realizar a quantificação, com isso ele terá a 
menor temperatura dos três termômetros.
• Termômetro de globo (Tg): é um termômetro que tem em sua 
extremidade uma esfera oca de cobre, pintada externamente 
por uma tinta preta fosca, para avaliar a temperatura radiação 
do ambiente. A esfera captará toda a radiação infravermelha 
do ambiente, aquecendo o termômetro, tendo assim a maior 
temperatura dos três termômetros.
8. Procedimento de avaliação
No Anexo 3 da NR 15 (Brasil, 2022), faz-se necessário, primeiramente, 
uma avalição preliminar da exposição ocupacional ao agente, pois já 
poderemos adotar medidas de controle no ambiente; caso não seja 
suficiente, deveremos proceder com a quantificação quantitativa.
Para se realizar a medição de calor em um ambiente de trabalho, a 
norma regulamentadora faz menção à NHO 06 da Fundacentro, que 
tem como base o Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG) 
relacionado à Taxa Metabólica (M) (Giampaoli et al., 2017).
O IBUTG será calculado da seguinte forma:
38
Ambientes internos ou externos sem carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
Ambientes externos com carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs
Primeiro, deverá ser realizada uma avaliação qualitativa da(s) 
atividade(s) desempenhada(s), pois há duas formas de calcularmos o 
IBUTG. A primeira é pelo regime trabalho intermitente, com períodos 
de trabalho intermitente e períodos de descanso no próprio local 
de trabalho, e a outra é pelo regime de trabalho intermitente, com 
período de descanso em outro local.
Para o cálculo do IBUTG, o termômetro deverá ficar posicionado em 
frente à fonte geradora na região mais afetada do empregado; caso 
não seja possível, deixar na altura do tórax, com o auxílio de um tripé 
pintado de preto fosco, para não haver interferências na avaliação do 
aparelho, além de o bulbo úmido estar completamente molhado, e o 
aparelho, calibrado e com bateria suficiente para as coletas.
Para a correta coleta das temperaturas dos termômetros, seguir a 
orientação da NHO 06:
As leituras das temperaturas devem ser iniciadas após a estabilização 
do conjunto na situação térmica que está sendo avaliada e repetidas a 
cada minuto. Devem ser feitas no mínimo 5 leituras, ou tantas quantas 
forem necessárias, até que a variação entre elas esteja dentro de um 
intervalo de ± 0,4 °C. Os valores a serem atribuídos ao tg, ao tbs e ao 
tbn correspondem às médias de suas leituras, obtidas no intervalo 
considerado. (Giampaoli et al., 2017)
Sobre a taxa metabólica, será feita através da observação da atividade 
executada pelo empregado, em relação ao Quadro 3 da NR 15 (Brasil, 
39
2022), podendo ser sentado, em pé, agachado ou ajoelhado e em 
movimento, no período de 60 minutos corridos mais desfavorável da 
atividade.
Utilizamos a seguinte fórmula para determinar a taxa metabólica 
ponderada, quando ocorrer uma ou mais atividade(s) durante o ciclo 
de avaliação.
 
O resultado do limite de exposição ocupacional se dará através 
do confronto do resultado da taxa metabólica encontrada versus 
a temperatura do IBUTG, de acordo com a Tabela 1 da NHO 06 
(Giampaoli et al., 2017). Observaremos também as vestimentas do 
empregado, pois elas podem influenciar na troca de calor, impactando 
no incremento no valor do IBUTG antes da conclusão da avaliação.
Para os casos de exposição ao agente físico calor, o empregador 
deverá adotar medidas de preventivas e corretivas para melhorar as 
condições de trabalho dos empregados, como fornecer água potável 
fresca e vestimentas compatíveis, adequar processos e rotinas, entre 
outras.
Para a avaliação do frio no ambiente de trabalho, será necessário levar 
em consideração a temperatura (utilizando um termômetro de bulbo 
seco), a velocidade do ar (utilizando um anemômetro), a atividade 
desempenhada e as vestimentas (de acordo com a velocidade do ar e o 
isolamento da roupa, o trabalhador deverá permanecer menos tempo 
exposto ao frio), mas não para caracterizar a insalubridade, visto 
que, conforme anexo, a avaliação é qualitativa, mas, sim, o tempo de 
permanência do empregado em tal condição.
40
9. Limites de tolerâncias
Para o agente físico calor, o Anexo 3 da NR 15 (Brasil, 2022) é bem claro 
que o cálculo da taxa metabólica deverá ser consultado no Quadro 3, os 
níveis de ação estabelecidos no Quadro 1 e os limites de tolerância no 
Quadro 2 daquele anexo.
Já para o agente físico frio, o Anexo 9 da NR 15 (Brasil, 2022) não 
define um parâmetro, e sim determina uma avaliação qualitativa por 
profissional responsável.
As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, 
ou em locais que apresentem condições similares, que exponham os 
trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão consideradas 
insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de 
trabalho. (Brasil, 2022, p. 81)
A norma internacional ACGIH tem o limite de tolerância de 4 °C de 
exposição ao frio sem risco, porém o art. 253 da CLT (Brasil, 1943) prevê 
que quem trabalha em câmaras frigoríficos terá um descanso de 20 
minutos após 1 hora e 40 minutos laborando exposto ao frio, para a sua 
recuperação térmica, além de determinar o que é frio, visto que o Brasil 
é um país continente e nem sempre o frio do Sul será para o Nordeste.
Portanto, entende-se que lidar com temperaturas extremas, seja calor 
intenso ou frio rigoroso, é um desafio significativo em ambientes de 
trabalho. É essencial que os engenheiros de segurança do trabalho 
estejam bem-informados sobre os riscos associados a essas condições 
e adotem medidas de proteção adequadas para garantir a saúde e a 
segurança dos trabalhadores.
Referências
BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das 
Leis do Trabalho. Brasília: Presidência da República, [2023]. Disponível em: https://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 27 out. 2023.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm
41
BRASIL. Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Altera o Capítulo V do Título II 
da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à segurança e medicina do trabalho 
e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, [2023]. Disponível em: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6514.htm. Acesso em: 27 out. 2023.
BRASIL. NR 09 – Avaliação e controle das exposições ocupacionaisa agentes 
físicos, químicos e biológicos. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2021. 
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/
participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-
permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-09-atualizada-2021-com-
anexos-vibra-e-calor.pdf. Acesso em: 30 ago. 2023.
BRASIL. NR 15 – Atividades e operações insalubres. Brasília: Ministério do 
Trabalho e Emprego, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/
pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/
comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-
15-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 30 ago. 2023.
BRASIL. NR 17 – Ergonomia. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2022. 
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/
participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-
permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-17-atualizada-2022.pdf. Acesso 
em: 30 ago. 2023.
GIAMPAOLI, E. et al. NHO 06 – Avaliação da exposição ocupacional ao calor. 
Procedimento técnico. 2. ed. São Paulo: Fundacentro, 2017.
RUAS, Á. C. et al. Conforto térmico nos ambientes de trabalho. São Paulo: 
Fundacentro, 1999.
42
Trabalho em pressões 
anormais
Autoria: Walmir Cristiano Candido de Oliveira
Leitura crítica: Natalia Violim Fabri
Objetivos
• Conhecer o conceito sobre pressões anormais 
e a sua legislação.
• Identificar a composição do ar, a pressão 
atmosférica e os efeitos sobre o corpo.
• Entender o Anexo 6 da NR 15 e suas medidas 
de prevenção.
43
1. Introdução
Trabalho sob condições hiperbáricas é o trabalho realizado em 
ambientes onde a pressão atmosférica é maior que a pressão 
atmosférica normal, que é de 1 atm (1 atmosfera). No Brasil, o trabalho 
sob condições hiperbáricas é regulamentado pela NR 15 (Brasil, 2022), 
cujo Anexo 6 estabelece os limites de tolerância para a exposição aos 
riscos associados ao trabalho sob condições hiperbáricas.
2. Legislação
No Brasil, a legislação que trata das condições de trabalho em pressões 
anormais é o Anexo 6 da NR 15 (Brasil, 2022), que lida especificamente 
com trabalhos sob condições hiperbáricas, como os trabalhos sob 
ar comprimido e mergulho subaquático, estabelecendo o grau de 
insalubridade máxima, que é de 40% do salário-mínimo vigente da 
região, os requisitos de segurança, o monitoramento e as medidas 
preventivas, além do direito à aposentadoria especial com 25 anos de 
contribuição nessa atividade.
Para pressões hipobáricas, as regulamentações brasileiras não são tão 
específicas quanto as regulamentações para pressões hiperbáricas. No 
entanto, a segurança dos trabalhadores em altitudes elevadas pode ser 
abordada por meio de regulamentos gerais de saúde e segurança no 
trabalho.
Em nível internacional, várias convenções e regulamentos também 
abordam questões relacionadas à segurança do trabalho em pressões 
anormais, e alguns exemplos são detalhados na Figura 1.
44
Figura 1 – Legislações sobre pressão anormal
Fonte: elaborada pelo autor.
3. Definição e conceitos sobre pressões 
anormais
Pressões anormais se referem a condições de pressão que estão fora 
dos valores considerados normais na pressão atmosférica ao nível do 
mar, que é cerca de 1 atmosfera (101,3 kPa ou 14,7 psi).
3.1 Pressões hipobáricas
Refere-se a pressões que estão abaixo da pressão atmosférica ao nível 
do mar. Isso ocorre em altitudes elevadas, como em montanhas ou 
durante voos. Em condições hipobáricas, há menos oxigênio disponível 
no ar, o que pode causar hipóxia, se não forem tomadas precauções 
adequadas. Trabalhadores que operam em altitudes elevadas, como 
45
alpinistas ou tripulações de aeronaves, precisam estar cientes dos riscos 
associados a essa pressão anormal.
3.2 Pressões hiperbáricas
Refere-se a pressões que estão acima da pressão atmosférica ao 
nível do mar. Isso ocorre em ambientes subaquáticos, como o oceano 
profundo, onde a pressão aumenta à medida que a profundidade 
aumenta. Trabalhadores que operam em ambientes hiperbáricos 
enfrentam riscos específicos de saúde, incluindo a possibilidade de 
doença de descompressão, e requerem treinamento e equipamentos 
especializados para garantir sua segurança. Além dos mergulhadores, 
temos os trabalhadores em túneis e minas, os quais podem ser expostos 
a pressões maiores que a atmosférica devido à pressão da terra.
4. Composição do ar, pressão atmosférica e 
efeitos sobre o corpo
4.1 Composição do ar
O ar é uma mistura de gases que compõem a atmosfera da Terra. 
A composição do ar seco (ar sem vapor d’água) ao nível do mar é, 
aproximadamente, a seguinte em termos percentuais por volume:
• Nitrogênio (N2): cerca de 78% da composição do ar é composta de 
nitrogênio. É um gás inerte e desempenha um papel fundamental 
na atmosfera.
• Oxigênio (O2): o oxigênio representa cerca de 21% do ar. É 
essencial para a respiração de seres humanos, animais e muitos 
organismos aeróbicos.
46
• Argônio (Ar): o argônio compõe, aproximadamente, 0,93% do ar. É 
um gás nobre, inerte e não reativo.
• Dióxido de carbono (CO2): o dióxido de carbono constitui cerca de 
0,04% do ar. É um gás crucial para o ciclo do carbono na Terra, como 
também é um importante gás de efeito estufa.
• Outros gases traços: o ar também contém vestígios de outros gases, 
como neônio, hélio, criptônio, xenônio, metano, ozônio e vapor 
d’água. A quantidade deles varia e é geralmente muito pequena.
Além disso, a composição do ar pode variar ligeiramente, dependendo 
da localização geográfica, da altitude e das condições climáticas. Por 
exemplo, em altas altitudes, a pressão atmosférica é menor, e isso afeta 
a densidade dos gases na atmosfera. O vapor d’água também é variável 
e pode ser significativo em regiões úmidas ou em condições climáticas 
específicas.
A pressão atmosférica é a pressão exercida pelo ar que envolve a Terra 
devido à gravidade. Ela é resultado do peso da coluna de ar que se 
estende desde a superfície terrestre até a parte superior da atmosfera. A 
pressão atmosférica varia com a altitude e com as condições climáticas, 
mas ao nível do mar e em condições padrão, a pressão atmosférica média 
é de, aproximadamente, 101,3 kilopascais (kPa) ou 1 atmosfera (atm).
A pressão atmosférica é medida em várias unidades, incluindo pascal 
(Pa), hectopascal (hPa), milibar (mb) e psi (libra por polegada quadrada). 
É um componente fundamental da atmosfera terrestre e desempenha 
um papel essencial na meteorologia, influenciando o clima e o 
comportamento do tempo. Além disso, a pressão atmosférica é relevante 
em muitos aspectos da vida cotidiana, desde a operação de aeronaves até 
a previsão do tempo, e afeta a saúde humana em altitudes elevadas, nas 
quais a pressão é menor e a disponibilidade de oxigênio é reduzida.
4.2 Danos à saúde das condições hipobáricas
47
As condições hipobáricas, que envolvem pressões atmosféricas mais 
baixas do que aquelas encontradas ao nível do mar, podem ter vários 
efeitos adversos na saúde humana devido à redução na pressão parcial 
de oxigênio. Esses efeitos se tornam mais significativos à medida que 
a altitude aumenta. Alguns dos danos à saúde associados a condições 
hipobáricas incluem:
• Hipóxia: a hipóxia é uma condição na qual o corpo não recebe 
oxigênio suficiente para funcionar adequadamente devido à menor 
pressão parcial de oxigênio em altitudes elevadas. Isso pode levar 
a sintomas, como falta de ar, fadiga, dor de cabeça, tontura e 
confusão mental.
• Edema Pulmonar de Altitude (EPA): em altitudes muito elevadas, 
como em montanhas acima de 2.500 metros, algumas pessoas 
podem desenvolver EPA. Isso ocorre quando o fluido se acumula 
nos pulmões devido à menor pressão atmosférica, e pode resultar 
em falta de ar, tosse, chiado no peito e, se não tratado, pode ser 
potencialmente fatal.
• Edema Cerebral de Altitude (ECA): semelhante ao EPA, o ECA é 
uma condição graveem que o fluido se acumula no cérebro devido 
à hipóxia em altitudes elevadas. Os sintomas incluem confusão, 
dificuldade de raciocínio, perda de coordenação e, se não tratado, 
pode ser fatal.
• Síndrome da Descompressão Rápida: em altitudes muito 
elevadas, como em voos de alta altitude, a rápida descompressão 
da cabine pode causar danos aos ouvidos e aos seios da face devido 
à diferença de pressão. Isso pode resultar em dor nos ouvidos, 
zumbido e outros desconfortos.
• Risco cardiovascular: em altitudes elevadas, a menor 
disponibilidade de oxigênio pode aumentar o estresse sobre o 
sistema cardiovascular, especialmente em pessoas com condições 
48
cardíacas preexistentes. Isso pode aumentar o risco de problemas 
cardiovasculares, como ataques cardíacos.
É importante lembrar que a gravidade dos efeitos das condições 
hipobáricas depende da altitude, da duração da exposição e da 
sensibilidade individual. Pessoas que planejam trabalhar ou viajar 
para altitudes elevadas devem estar cientes desses riscos e tomar 
precauções, como aclimatação gradual e, em alguns casos, o uso de 
oxigênio suplementar, para mitigar os efeitos adversos na saúde. Além 
disso, consultas médicas antes de viajar para altitudes elevadas são 
recomendadas, especialmente, para pessoas com condições médicas 
preexistentes.
4.3 Danos à saúde das condições hiperbáricas
As condições hiperbáricas, que envolvem pressões atmosféricas mais 
altas do que aquelas encontradas ao nível do mar, também podem ter 
efeitos adversos na saúde humana. Os mergulhadores e trabalhadores 
subaquáticos são os mais suscetíveis a essas condições. Alguns dos danos 
à saúde associados às condições hiperbáricas incluem:
• Doença de Descompressão (DC): a doença de descompressão, 
conhecida também como the bends, ocorre quando o mergulhador 
sobe muito rapidamente após estar exposto a altas pressões 
submarinas. Isso faz com que os gases dissolvidos no sangue, como 
o nitrogênio, se formem em bolhas à medida que a pressão diminui.
• Toxicidade do oxigênio: a exposição a pressões hiperbáricas 
aumentadas pode aumentar o risco de toxicidade do oxigênio. Isso 
ocorre porque a alta pressão aumenta a absorção de oxigênio pelos 
tecidos, e concentrações excessivamente altas de oxigênio podem 
causar danos aos pulmões, ao sistema nervoso central e a outros 
órgãos.
49
• Barotraumas: são lesões causadas por mudanças na pressão, 
que podem afetar os ouvidos, os seios da face e os pulmões dos 
mergulhadores. Por exemplo, a rápida descida pode causar dor 
nos ouvidos, enquanto uma ascensão rápida pode resultar em 
barotrauma pulmonar, que é potencialmente fatal.
• Embolia Gasosa Arterial: a embolia gasosa arterial ocorre quando 
bolhas de gás entram na corrente sanguínea e podem viajar para os 
órgãos, causando danos. Isso pode ocorrer se o mergulhador não 
seguir um procedimento adequado de descompressão.
• Narcose por nitrogênio: a narcose por nitrogênio, chamada 
também de “nitrogênio narcótico”, ocorre em mergulhadores 
quando o nitrogênio dissolvido no sangue em altas pressões 
começa a afetar o funcionamento cerebral, causando sintomas 
semelhantes à embriaguez. Embora não seja fatal geralmente, pode 
prejudicar o julgamento e a tomada de decisões subaquáticas.
É fundamental que os mergulhadores e trabalhadores subaquáticos 
sejam treinados adequadamente, sigam protocolos de segurança 
rigorosos, como a descompressão controlada, e usem equipamentos 
de mergulho certificados, a fim de minimizar os riscos associados 
às condições hiperbáricas. A segurança e a saúde nas operações 
subaquáticas dependem de um conhecimento profundo e do respeito 
pelas pressões hiperbáricas e dos procedimentos apropriados para lidar 
com elas.
5. Considerações sobre o Anexo 6 da NR 15 e 
medidas de prevenção
O Anexo 6 da NR 15 (Brasil, 2022) trata das atividades e operações 
que envolvem exposição a condições hiperbáricas, ou seja, pressões 
atmosféricas mais altas do que as encontradas ao nível do mar. Essas 
50
condições hiperbáricas estão associadas, principalmente, ao trabalho 
em mergulho subaquático, mas também podem ocorrer em outros 
contextos, como trabalhos em túneis submersos e caixões de ar 
comprimido.
5.1 Trabalho sob ar comprimido em tubulões 
pneumáticos e túneis pressurizados
O trabalho nas condições sob ar comprimido em tubulões pneumáticos 
e túneis pressurizados é uma atividade que envolve a exposição do 
trabalhador a uma pressão maior que a atmosférica. Geralmente, esse 
tipo de trabalho é realizado em construções subterrâneas, como túneis, 
galerias e tubulões, onde o ambiente não é naturalmente acessível 
devido à pressão da água ou solo.
Segundo o item 1.1 da NR 15, trabalhos sob ar comprimido “são os 
efetuados em ambientes onde o trabalhador é obrigado a suportar 
pressões maiores que a atmosférica e onde se exige cuidadosa 
descompressão” (Brasil, 2022, p. 9).
Alguns aspectos importantes de segurança sobre o assunto é que o 
empregado não pode ter várias compressões em um período de 24 
horas e, após a descompressão, ele terá que permanecer em observação 
por pelo menos duas horas no local de trabalho sob supervisão médica 
especializada.
Outro ponto importante é o limite de tolerância para a duração do 
trabalho no regime de ar comprimido, que não poderá ultrapassar oito 
horas nas situações mostradas na Figura 2.
51
Figura 2 – Limite de tolerância para exposição ao ar comprimido
Fonte: elaborada pelo autor.
Esse trabalhador deverá ter idade entre 18 e 45 anos de idade, fazer 
exames pré-admissionais e periódicos a cada seis meses, com exames 
específicos de acordo com o médico responsável, e portar placa de 
identificação, conforme o Quadro 1 do Anexo 6 da NR 15 (Brasil, 2022). 
Outra curiosidade é que, caso o empregado apresente algum sintoma 
de gripe e resfriado, ficará proibido de trabalhar e, se ficar afastado por 
um período superior a 10 dias ou ser afastado por doenças, deverá ser 
submetido a um novo exame médico antes do trabalho.
As manobras de compressão e descompressão deverão ser realizadas 
antes e após o serviço, por uma pessoa capacitada e com os controles 
externos à campânula ou eclusa, registrando a hora exata da entrada e 
saída, a pressão do trabalho e a hora inicial e final da descompressão.
Como as campânula ou eclusa são ambientes fechados e pequenos, 
precisa-se observar a ventilação contínua, no mínimo, de 30 pés cúbicos/
minuto/homem, a temperatura não exceder 27 °C (temperatura de 
globo úmido) e a qualidade do ar ser mantida dentro dos padrões de 
52
pureza. Os sistemas de comunicação são importantes para a segurança 
dos trabalhos subaquáticos.
Os procedimentos para compressão e descompressão são:
• Descompressão: para a descompressão dos empregados expostos 
à pressão de 0,0 a 3,4 kgf/cm2, deverão ser obedecidas às tabelas 
anexas do Quadro III do Anexo 6 da NR 15 (Brasil, 2022), que 
nada mais são que as variações do “período de trabalho” versus 
a “pressão de trabalho” com o “estágio de descompressão” para 
determinar o “tempo total de descompressão”, tempo esse que 
pode variar de 20 a 245 minutos, de acordo com a pressão e o 
tempo de trabalho.
• Compressão: a iniciar a compressão, logo no primeiro minuto, a 
pressão não poderá ter incremento maior que 0,3 kgf/cm2; após 
esse valor, só poderá aumentar a pressão após um determinado 
tempo de observação, quando o encarregado tem a certeza de que 
ninguém esteja passando mal, então o aumento de pressão será 
feito a uma velocidade não superior a 0,7 kgf/cm2 por minuto. Se 
alguém se queixar de mal-estar, dores no ouvido ou na cabeça, 
será interrompida a compressão de forma progressiva e, caso esse 
empregado não melhore, será retirado do local e encaminhado 
para atendimento médico especializado.
5.2 Trabalho em submersão
Não se assuste com o tamanho desse item no Anexo 6 da NR 15 (Brasil, 
2022), pois logo no início temos um glossário com os significados de 
muito termos técnicos, responsabilidades e obrigações docontratante, 
do empregador, do comandante da embarcação, do supervisor de 
mergulho, dos mergulhadores e da equipe de mergulhos.
Os exames médicos só serão válidos se forem realizados por médicos 
qualificados em trabalhos submersos, atestando ou não a aptidão do 
53
mergulhador para a atividade, sendo realizados a cada seis meses após 
acidente ou moléstia.
Algumas regras de segurança deverão ser aplicadas, como 
a comunicação entre os membros da equipe por sinais ou 
intercomunicador sem fio, entrada e saída da água através de 
cestos, câmaras de compressão e descompressão próximas do local 
de mergulho e com acompanhamento médico, tempo máximo de 
submersão de quatro horas por dia, além de, a qualquer momento, 
o supervisor de mergulho poder interromper ou cancelar a atividade 
executada por questões de segurança.
Os equipamentos de mergulho deverão possuir certificado de aprovação 
fornecido ou homologado pela Diretoria de Portos e Costas (DPC). 
A identificação de testes dos cilindros “só poderá ser realizada uma 
operação de mergulho se houver disponível, no local, uma quantidade 
de gases, no mínimo, igual a 3 (três) vezes a necessária à pressurização 
das câmaras hiperbáricas[...]” (Brasil, 2022, p. 35).
Todo mergulho deverá ser registrado. A destruição dos registros de 
intercomunicação só ocorrerá após 48 horas do término da operação e 
caso não tenha dito um acidente.
O Anexo “A” desse item fala sobre os requisitos para a seleção dos 
candidatos à atividade de mergulho; no Anexo “B”, estão descritos os 
critérios psicofísicos dos mergulhadores; no Anexo “C”, temos as tabelas 
de descompressão em relação ao tempo de fundo ou profundidade.
5.3 Medidas de prevenção
Para prevenir os danos à saúde das pressões anormais, é importante 
tomar as seguintes medidas:
54
• Elevação gradual: ao subir para altitudes elevadas, é importante 
realização essa ação gradualmente, para permitir que o corpo se 
acostume à menor pressão atmosférica.
• Uso de oxigênio suplementar: em altitudes elevadas, o uso de 
oxigênio suplementar pode ajudar a melhorar a oxigenação.
• Evitar esforço físico: em altitudes elevadas, é importante evitar 
esforço físico excessivo, pois isso pode aumentar a necessidade de 
oxigênio.
• Treinamento adequado: os trabalhadores devem ser treinados 
sobre os riscos e as medidas de prevenção das pressões anormais.
• Uso de equipamentos de proteção individual (EPI): os 
trabalhadores devem usar EPIs adequados para proteger-se dos 
riscos associados às pressões anormais.
• Monitoramento da saúde dos trabalhadores: os trabalhadores 
devem ser submetidos a exames médicos regulares para avaliar 
sua saúde e detectar possíveis efeitos da exposição às pressões 
anormais.
Por fim, é importante ressaltar que o trabalho sob pressão anormal é 
uma atividade que deve ser realizada por profissionais qualificados, com 
treinamento adequado, equipados e com supervisão especializada. Ao 
seguir as medidas de segurança estabelecidas no Anexo 6, as empresas 
podem ajudar a garantir a segurança dos trabalhadores que realizam 
esse tipo de atividade.
Referências
BRASIL. NR 15 – Atividades e operações insalubres. Brasília: Ministério do 
Trabalho e Emprego, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/
pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/
55
comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-
15-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 30 ago. 2023.
SIMÃO, T. L.; FORMIGHIERI, J. R. Higiene do Trabalho. Indaial: Uniasselvi, 2015.
VIDEOAULA 10 – RISCOS FÍSICOS CONDIÇÕES HIPERBÁRICAS. [S. l.]: [s. n.], 2014. 1 
vídeo (1h55min8s). Publicado por Mario Paulo Perito. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=t6k3WD6Eie4&t=2015s. Acesso em: 24 set. 2023.
56
Ruído: conceitos, avaliação e 
danos à saúde do trabalhador
Autoria: Tatiane Caroline Ferrari
Leitura crítica: Natalia Violim Fabri
Objetivos
• Apresentar os principais conceitos 
relacionados ao ruído no ambiente 
ocupacional.
• Descrever a metodologia de medição de ruído 
nos ambientes de trabalho.
• Estabelecer os danos causados pela 
exposição ocupacional ao ruído.
57
1. Ruído: conceitos e definições
O ruído é um dos riscos à saúde mais difundidos entre os profissionais 
de saúde e segurança do trabalho. Isso porque a indústria, os escritórios, 
os locais de entretenimento, o trânsito e os veículos de transporte de 
todos os tipos podem ser barulhentos, ou seja, poucos locais de trabalho 
escapam completamente da intrusão de ruídos perturbadores ou que 
constituem um perigo para a audição e a saúde. A mecanização e os 
estilos de vida modernos não aliviaram o problema; na verdade, ocorreu 
o oposto, com exposições generalizadas e sustentadas ao ruído num 
mundo cada vez mais ruidoso.
A exposição ocupacional ao ruído, as suas consequências fisiológicas 
e psicológicas e os métodos de controle são áreas de estudo muito 
amplas. Esses métodos são baseados nos tipos de ruído que podem 
ser encontrados no ambiente ocupacional. Podemos classificar ruído 
como contínuo, variável, intermitente ou impulsivo, dependendo da 
forma como ele se altera ao longo do tempo (Fundacentro, 2001). 
Abordaremos os tipos de ruído a seguir.
1.1 Ruído contínuo ou intermitente
Ruído é classificado como contínuo quando permanece praticamente 
constante e estável durante um determinado período – a pressão sonora 
pode apresentar uma variação de, no máximo, 3 dB durante um período 
de observação maior que 15 minutos. Normalmente, é definido como 
ruído de banda larga de nível e espectro aproximadamente constante 
ao qual um funcionário é exposto por um período de oito horas por 
dia ou 40 horas por semana. O ruído das caldeiras de uma casa de 
força é relativamente constante e pode, portanto, ser classificado como 
contínuo (Tillman, 2007; Fundacentro, 2001).
58
A maior parte do ruído de fabricação é variável ou intermitente. 
Diferentes operações ou diferentes fontes de ruído causam alterações 
no som ao longo do tempo. O ruído é definido como intermitente a 
partir da combinação de momentos calmos e barulhentos. Neste caso, o 
nível de pressão sonora apresentará uma variação superior ou igual a 3 
dB em períodos de observação inferiores que 15 minutos e maiores que 
0,2 segundos.
De acordo com a Norma de Higiene Ocupacional 01 (Fundacentro, 2001), 
o critério adotado como referência para os limites de exposição diária 
para ruídos classificados como contínuos ou intermitentes é equivalente 
a uma dose de 100% para a exposição de 8 horas ao nível de 85 dB(A).
1.2 Ruído de impacto
Ruído de impulso ou impacto é uma explosão muito curta de ruído alto 
com duração curta (menos de um segundo). É facilmente encontrado 
em alguns segmentos, como empresas de demolições, equipamentos 
de construção e pedreiras, nas operações de implosões, detonações e 
outros barulhos de duração curta. Outro exemplo são os disparos de 
arma de fogo, que também são considerados ruídos de impacto.
1.3 Fundamentos básicos de acústica
Para entendermos melhor como o ruído funciona, é importante 
destacarmos alguns fundamentos básicos da acústica. O som pode 
ser definido como ondas mecânicas que sensibilizam nossa audição 
– chamadas de ondas sonoras, que são ondas longitudinais que se 
propagam no ar e em outros meios.
Uma onda sonora pode, em razão de sua natureza, experimentar os 
fenômenos de reflexão, refração, difração ou interferência.
59
Na reflexão, o som encontra uma barreira e retorna para o meio de 
origem. Por exemplo, uma pessoa (denominada aqui de receptor) pode 
receber dois sons – um que chega direto de uma fonte sonora, e outro 
que chega após esse som ter refletido em um obstáculo qualquer.
A reflexão das ondas sonoras nas superfícies pode levar a um de dois 
fenômenos: um eco ou uma reverberação. Na situação em que uma 
pessoa ainda está escutando o tempo de remanescência do primeiro 
som quando recebe o segundo, percebe-se uma superposição de 
ambos. O resultado,chamado de reverberação sonora, é uma sensação 
única, mais intensa e prolongada do som. Já para a ocorrência do eco, o 
som refletido deve ser recebido pelo receptor com um espaço de tempo 
superior maior ao tempo de remanescência (Tillman, 2007).
Lembre-se de que o som viaja mais rápido em alguns materiais do que 
em outros. As ondas sonoras viajam em linha reta a partir de sua fonte 
até que algo interfira em seu caminho. Quando o som muda de meio 
(entra em um material diferente) em um ângulo diferente de 90 graus, 
ele é desviado de sua direção original. Essa mudança no ângulo de 
direção é chamada de refração. Por causa do ângulo, parte da onda 
entra primeiro no novo meio e muda de velocidade. A diferença nas 
velocidades faz com que a onda se dobre. A velocidade do som em cada 
material é determinada pelas propriedades do material (módulo de 
elasticidade e densidade) desse material (Gerges, 2002).
A difração envolve uma mudança na direção das ondas à medida que 
elas passam por uma abertura ou contornam uma barreira em seu 
caminho. A difração de ondas sonoras é comumente observada através 
das aberturas das portas, que nos permite ouvir outras pessoas que 
estão falando conosco em salas adjacentes. Muitas aves que vivem em 
florestas aproveitam a capacidade de difração das ondas sonoras de 
longo comprimento de onda, como as corujas (Gerges, 2002).
60
Por fim, a ressonância é o efeito produzido quando ondas ou oscilações 
de entrada/condução amplificam as oscilações de um sistema oscilante 
quando sua frequência corresponde a uma das frequências naturais do 
sistema oscilante. Para ondas sonoras, a ressonância ocorre quando as 
ondas sonoras que chegam agindo em um sistema oscilante amplificam 
as oscilações quando a frequência das ondas sonoras que chegam é 
próxima ou igual à frequência natural da frequência oscilante.
Esses conceitos são fundamentais para entendermos como o ruído se 
propaga num ambiente ocupacional.
2. Medição de ruídos e métodos de prevenção
Para a medição de ruídos, as definições de potência, pressão e 
intensidade sonora são fundamentais. Por esse motivo, elas são 
apresentadas a seguir:
• Potência sonora é definida como a quantidade de energia sonora 
que uma fonte é capaz de produzir por unidade de tempo. É 
independente das características do meio envolvente da fonte 
sonora.
• Pressão sonora é a consequência da potência sonora, ou seja, é 
a quantidade de energia que o ouvido humano consegue captar. 
Diferentemente da potência sonora, entretanto, esta quantidade 
de energia percebida é dependente das características do meio 
envolvente da fonte sonora (do isolamento, distância e meio em 
que a fonte sonora se encontra).
• A intensidade sonora está associada a quantidades de energia 
transferidas pelas ondas sonoras e está diretamente relacionada 
com o quadrado da pressão sonora.
61
A seguir, verificaremos como esses conceitos são importantes para a 
determinação do ruído no ambiente ocupacional, bem como para o 
entendimento de como os equipamentos utilizados para a medição de 
ruído funcionam.
2.1 Escala Bel
Embora seja muitas vezes confundida com uma unidade de medida, 
Bel é, na verdade, uma escala logarítmica nomeada dessa forma em 
homenagem a Alexander Graham Bell, que foi o responsável por definir 
que Bel é equivalente a log (p/p0)2. O problema da utilização dessa escala 
é que ela comprime em demasia as pressões sonoras. Por esse motivo, 
optou-se por utilizar o Decibel, que nada mais é do que a transformação 
de log (p/p0)2 em 10 log (p/p0)2 (ou, no mais utilizado, em 20 log (p/p0)).
O denominador dessa expressão é correspondente a 20 µPa (mais 
especificamente a 2x10-5 Pa), que representa o limite inferior da 
sensibilidade auditiva humana e, consequentemente, é equivalente 
a 0 dB. Assim, podemos concluir que esta escala é comparativa, e 
não absoluta, uma vez que relaciona dois valores diferentes pressões 
(Tillman, 2007).
2.2 Equipamentos de medição
Existem dois tipos de equipamentos de medição de ruído: os 
sonômetros (no Brasil, chamados também de decibelímetros) e os 
dosímetros.
Os sonômetros são os aparelhos mais empregados nas realizações de 
medidas de ruído. Isso porque este tipo de equipamento apresenta 
como resposta direta os níveis de pressão sonora (NPS) instantâneo, 
além de apresentar essa resposta simulando o comportamento do 
ouvido humano.
62
A NBR IEC 61672-1 – Eletroacústica: Sonômetros (ABNT, 2021) classifica 
esses equipamentos de acordo com uma ampla gama de critérios 
complexos de precisão, desempenho e calibração que os instrumentos 
devem atender para serem adequados à finalidade. As classes são 
apresentadas na Figura 1.
Figura 1 – Classe dos sonômetros
Fonte: elaborada pela autora.
Pela classificação, temos que, embora os sonômetros da Classe 2 sejam 
menos exatos que os da Classe 1, ambos podem ser utilizados nas 
medições de ruído ocupacional. O medidor que você precisa dependerá 
da finalidade para a qual você deseja usá-lo (ou seja, qual ruído você 
deseja medir), a quais regulamentos de medição você precisa atender 
e se suas medições serão usadas como evidência legal (por exemplo, 
se você deseja que suas medições sejam apresentadas como prova 
legal, então você pode preferir usar um medidor Classe 1 para maior 
precisão).
Os sonômetros devem possuir, no mínimo, a capacidade de medição de 
ruído de acordo com os circuitos de ponderações de frequência “A” e “C”. 
Essas ponderações são baseadas em curvas de ponderação criadas para 
simular o comportamento do ouvido humano. Para identificar a curva 
de ponderação utilizada na determinação do nível de pressão sonora, 
é acrescentada a letra correspondente depois de dB. Por exemplo, 
se a curva utilizada para o cálculo for a curva A, o resultado deve ser 
representado em dBA ou dB(A) (Tillman, 2007; Fundacentro, 2001).
63
Os dosímetros são outro tipo de aparelhos de medição de ruído. 
Muitos trabalhadores mudam de trabalho de um ambiente barulhento 
para outro. A sua exposição total ao ruído é, portanto, a soma das 
muitas exposições parciais diferentes. O medidor de dose de ruído 
pessoal fornece uma exposição integrada ao ruído durante um período 
conhecido, geralmente o turno de trabalho (Tillman, 2007).
O funcionamento dos dosímetros é diferente dos sonômetros. Os 
dosímetros são medidores de exposição sonora pessoais para uso em 
fábricas e outros ambientes industriais. Esse dispositivo é montado 
no ombro do trabalhador, onde monitora continuamente os níveis 
sonoros aos quais este está sendo exposto. Como resultado, obtém-
se a dose de ruído que representa uma porcentagem, associada a 
um período temporal de exposição (normalmente, uma jornada de 8 
horas de trabalho). A exposição diária permitida é definida pela Norma 
Regulamentadora 15, que tem força de lei no Brasil. Esses limites de 
tolerância para ruídos contínuos ou intermitentes são apresentados no 
Quadro 1.
Quadro 1 – Limites de tolerância para ruídos 
contínuos ou intermitentes
Nível de ruído dB(A) Máxima exposição diária permissível
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
64
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Fonte: adaptado de Brasil (2022).
Para 8 horas de exposição diária, se o nível de exposição estiver entre 
82 dB(A) e 85 dB(A), esta deve ser considerada acima do nível de ação e, 
dessa forma, medidas preventivas já devem ser adotadas.
2.3 Prevenção de ruídos
Se os resultados das medições de ruído identificarem a probabilidade 
de exposição que exceda os limites de tolerância, será necessária uma 
investigação mais aprofundada para identificar as fontes de ruído e 
priorizar estratégias de controle para reduzir o perigo. Essas estratégias 
podem ser medidas deproteção coletiva ou medidas de proteção 
individual.
Muitos dos problemas relacionados à exposição ao ruído surgem 
porque não se pensou nos processos ou na correção do projeto ou 
instalação de equipamentos. Altos níveis de ruído contínuo e de impacto 
são, muitas vezes, diminuídos, mitigados ou eliminados por ações, como 
substituições de processos e mudanças de força, pressão ou velocidade 
que produzem ruído (Saliba, 2009).
A localização de uma máquina ou processo também costuma ser um 
fator significativo no ruído e em como ele pode ser transmitido pelo local 
de trabalho. Vários métodos são amplamente utilizados na atenuação de 
ruído no local de trabalho, por exemplo, o isolamento da fonte de ruído 
do trabalhador (enclausuramento da máquina) e o posicionamento das 
65
fontes de ruído longe dos refletores naturais, por exemplo, nos cantos 
(Gerges, 2002).
Quando for confirmado que os níveis de ruído no local de trabalho 
excedem quaisquer limites regulamentares de ruído, e as outras 
medidas de proteção coletiva citadas anteriormente não puderem ser 
(totalmente) implementadas, os equipamentos de proteção auditiva 
individual (EPIs) devem ser utilizados até o momento em que a exposição 
ao ruído tenha sido reduzida abaixo dos limites regulamentares. Existem 
diferentes formas, modelos e fabricantes de protetores auriculares, com 
variações importantes nas suas características de atenuação sonora. 
O mais simples é o tipo protetor auricular, conhecido também como 
tampão ou “plug“. Porém, encontramos também no mercado de EPIs os 
protetores chamados de “concha”, “fone” ou “abafador”.
3. Ruídos e o ouvido humano
O limite inferior de audibilidade humana é equivalente à pressão de 2 × 
10-5 Pa. Acima desse valor, tudo que percebemos é na forma de som. Já 
a pressão sonora em que uma pessoa exposta começa a sentir dor no 
ouvido é equivalente à pressão de 20 Pa (Saliba, 2009).
O ouvido humano possui ainda outras particularidades. Por exemplo, ele 
não é capaz de perceber com o mesmo grau de sensibilidade diferentes 
frequências sonoras – umas são mais perceptíveis do que outras. Isso 
significa que um valor em dB para uma determinada frequência pode 
ser percebido com clareza em uma faixa de frequência e nem ser 
percebido em outra. A partir das experiências de Fletcher e Munson, foi 
possível identificar as curvas de mesma sensibilidade sonora ao ouvido 
humano (curvas isofônicas).
66
A seguir, aprofundaremos nossos conhecimentos sobre o 
funcionamento do ouvido humano, bem como os danos que os ruídos 
podem ocasionar nele.
3.1 O ouvido humano
O ouvido humano pode sentir e perceber pequenas e rápidas ondas de 
pressão como som (ruído) e transmitir informações sobre seu tamanho 
(amplitude) e frequência ao cérebro. De acordo com Tillman (2007), este 
processo ocorre da seguinte forma:
• A parte visível do ouvido, denominada de ouvido externo, recebe 
as ondas de pressão e as difunde ao longo do canal auditivo até 
a membrana timpânica (tímpano), que está situada no interior 
do crânio, visando à sua proteção. Como resposta às ondas de 
pressão sonora, ocorre a vibração do tímpano, que é disseminada 
através dos três pequenos ossos do martelo do ouvido médio 
(martelo, bigorna e estribo) para outra membrana, chamada de 
janela oval do ouvido interno.
• No ouvido médio, encontramos também a Trompa de Eustáquio, 
que é uma tuba audita ligada à nasofaringe, proporcionando uma 
abertura para a garganta, mantendo o ouvido médio à pressão 
atmosférica. Essa equalização de pressão é necessária porque o 
tímpano precisa responder a pequenas e rápidas flutuações de 
pressão, e não à pressão absoluta.
• A janela oval é uma superfície menor que a membrana timpânica, 
e é responsável por transmitir as vibrações sonoras para a cóclea, 
que é um canal espiral ósseo que contém fluido (endolinfa) 
e milhares de células receptivas (terminações nervosas). As 
vibrações ocasionam ondas de pressão na endolinfa e incitam 
as terminações nervosas a transmitirem sinais elétricos 
correspondentes ao cérebro. Cada célula receptiva tem uma 
resposta diferente de tom e, dessa forma, consegue analisar e 
67
isolar componentes de frequência individuais de uma mistura de 
sinais. É isso que possibilita que o ouvido humano perceba notas 
individuais entre os diferentes sons que ele recebe.
3.2 Efeitos do ruído no ouvido humano
A exposição regular a um ruído de alta intensidade pode resultar em 
danos ao mecanismo auditivo, sendo o grau de dano proporcional à 
energia sonora total incidente sobre os ouvidos. O dano está relacionado 
à intensidade, à natureza (contínua ou intermitente) e à duração da 
exposição ao ruído, e tem efeitos microscopicamente visíveis no ouvido 
interno que são essencialmente irreparáveis e incuráveis. Segundo 
Tillman (2007), existem cinco possíveis efeitos do ruído na saúde:
a. Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR): efeito cumulativo da 
exposição repetida. Ocorre devido a danos nas células ciliadas da 
cóclea no ouvido interno. A primeira indicação de perda auditiva 
ocorre com uma redução na capacidade de ouvir na faixa de 
frequência de 4 kHz. Com o tempo, se a exposição continuar, o 
dano auditivo induzido por ruído se manifesta como um aumento 
na profundidade da perda auditiva e um alargamento do entalhe 
de 4 kHz para frequências em níveis mais baixos e mais altos.
b. Zumbido: ruído contínuo no ouvido sem causa externa; 
frequentemente, acompanha a surdez.
c. Mudança Temporária de Limiar (TTS): danos às células ciliadas do 
ouvido interno que podem prejudicar temporariamente a audição, 
resultante da exposição a níveis elevados de ruído. A recuperação 
ocorre quando a exposição a níveis elevados de ruído é reduzida, 
normalmente durante um período de várias horas.
68
d. Danos físicos ao tímpano e aos ossículos induzidos por ruídos 
excessivamente altos, como explosões. Este tipo de perda auditiva 
é conhecido como perda auditiva condutiva.
e. Estresse incômodo: este último é difícil de medir e quantificar, 
mas pode causar efeitos psicológicos, como falta de concentração, 
irritabilidade e estresse.
Além de causar perda auditiva temporária ou permanente, o ruído pode 
ser um risco à segurança. Obviamente, ele interfere na comunicação 
verbal, levando a erros e falhas na resposta a sons e gritos de alerta.
Finalizamos esse material conhecendo um pouco sobre o ruído, 
sua conceituação, seus tipos e suas características, bem como suas 
propriedades, propagação e efeitos no ser humano e as formas de 
mitigar/diminuir essa exposição contínua ao ruído. Percebemos, assim, a 
importância da higiene ocupacional relacionada ao tema.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR IEC 61672-1 – Eletroacústica 
– Sonômetros Parte 1: Especificações. Rio de Janeiro: ABNT, 2021.
BRASIL. NR 15 – Atividades e operações insalubres. Brasília: Ministério do 
Trabalho e Emprego, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/
pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/
comissao-tripartite-partitaria-permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-
15-atualizada-2022.pdf. Acesso em: 30 ago. 2023.
FUNDACENTRO. Norma de Higiene Ocupacional 01. Avaliação de exposição 
ocupacional ao ruído (procedimento técnico). Brasília: Ministério do Trabalho 
e Emprego, 2001. Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/
exlibris/aleph/a23_1/apache_media/A5RGFHYSQ5TA7P816K7QPT4AB9KDFP.pdf. 
Acesso em: 27 ago. 2023.
GERGES, S. N. Y. Ruído, fundamentos e controle. 2. ed. Florianópolis: Universidade 
Federal de Santa Catarina, 2002.
SALIBA, T. M. Manual prático de avaliação e controle do ruído. 5. ed. São Paulo: 
LTR, 2009.
69
TILLMAN, C. Principles of occupational health and hygiene: an introduction. 
Crows Nest, Australia: Allen & Unwin, 2007. Disponível em: http://choh.medprof.
tma.uz/wp-content/uploads/2018/11/Occupational-Hygiene.pdf. Acesso em: 28 ago. 
2023.
70
Vibração ocupacional
Autoria: Tatiane Caroline FerrariLeitura crítica: Natalia Violim Fabri
Objetivos
• Apresentar aos alunos os principais conceitos 
relacionados à vibração no ambiente 
ocupacional.
• Demonstrar como é feita a análise e a medição 
de vibração nos ambientes de trabalho.
• Apontar os danos causados pela exposição 
ocupacional à vibração.
71
1. Vibração: contexto histórico e definições
Em muitos domínios da atividade profissional, os trabalhadores ficam 
expostos a vibrações causadas por ferramentas manuais (vibrações 
mecânicas) e transmitidas ao corpo a partir do banco do condutor de 
um veículo, por exemplo. Entretanto, a exposição à vibração pode afetar 
gravemente a saúde dos trabalhadores. Dessa forma, são necessários 
esforços gerais para prevenir riscos para a saúde, tomando precauções 
técnicas, organizacionais ou pessoais.
A vibração é frequentemente chamada de grandeza vetorial, o que 
significa que o movimento vibratório tem um efeito negativo em si 
mesmo e um componente de magnitude ou intensidade.
Agora, abordaremos os conceitos e as definições importantes para o 
entendimento da vibração ocupacional.
1.1 Vibração
Quando nos referimos à vibração, estamos abordando “movimentos 
oscilatórios de corpos sólidos [que] surgem de fontes mecânicas com as 
quais os humanos têm contato físico” (Wasserman; Reynolds, 2006, p. 8).
Dessa forma, concluímos que a vibração é uma oscilação em que a 
quantidade é um parâmetro que define o movimento de um sistema 
mecânico. Oscilação é a variação, geralmente com o tempo, da 
magnitude de uma quantidade em relação a uma referência especificada 
quando a magnitude é alternativamente maior e menor que a referência 
(Wasserman; Reynolds, 2006).
Podemos dividir a exposição à vibração em dois tipos principais: vibração 
de corpo inteiro e vibração mão-braço. A exposição à vibração de corpo 
inteiro ocorre, principalmente, em veículos utilizados fora de estrada ou 
72
em estradas não pavimentadas, por exemplo, em explorações agrícolas 
e locais de construção, minas e pedreiras. Também, pode ocorrer em 
outros locais, como em barcos pequenos e rápidos, helicópteros e até 
mesmo alguns processos industriais. Já as exposições à vibração mão-
braço geralmente, estão associadas à vibração de ferramentas e peças 
de trabalhos manuais, tais como martelos pneumáticos, motosserras, 
esmerilhadeiras, brocas, rebitadoras e chaves de impacto.
De acordo com a ISO 2631-2 (ISO, 2003), a vibração também pode ser 
classificada, segundo sua natureza, em:
• Contínua ou Intermitente: são as vibrações cujas magnitudes 
variam ou permanecem constantes com o tempo.
• Impulsiva: são vibrações que ocorrem em ondas intensas 
(choques).
1.2 Contexto histórico
Com a Revolução Industrial, tivemos a inserção das máquinas nos 
processos de transformação, visando ao aumento da produção e do 
lucro. Entretanto, é importante destacar que elas também trouxeram 
diversos riscos à saúde e integridade física dos trabalhadores.
O primeiro diagnóstico de sintomas de exposição à vibração ocupacional 
foi feito em 1862, pelo médico francês Dr. Maurice Raynaud, que 
descreveu:
[…] uma condição debilitante dos dedos e das mãos de várias de suas 
pacientes donas de casa, caracterizada por formigamento e/ou dormência 
seguido por ataques episódicos de branqueamento de um ou mais dedos, 
desencadeados pelo frio e dolorosos […]. (Wasserman; Reynolds, 2006, p. 9)
Já em 1911, na Itália, o Professor Giovanni Loriga descreveu alguns 
sintomas associados à Síndrome de Raynaud (espasmo vascular ou 
73
dedos brancos) nas mãos de mineiros que usavam ferramentas 
pneumáticas. Todavia, o primeiro estudo médico abrangente de 
ferramentas pneumáticas vibratórias foi conduzido em 1918, pela 
Dra. Alice Hamilton, intitulado Um estudo de anemia espástica nas mãos 
de pedreiros: um efeito do martelo pneumático nas mãos de pedreiros 
(Wasserman; Reynolds, 2006).
Idealizada em 1968 e publicada em 1975, a escala Taylor-Pelmear 
permitiu avaliar a gravidade da exposição à vibração que ocasionava a 
Síndrome da Vibração de Mãos e Braços (SVMB). Apesar da utilização 
internacional generalizada desta escala, foram sentidas dificuldades na 
avaliação objetiva dessa doença, uma vez que as condições climáticas 
variavam em diferentes países, e medidas de controle administrativas, 
como evitar o frio, usar luvas e roupas mais quentes ou mudar de 
local de trabalho, podiam influenciar as análises. Por esse motivo, 
foi proposto um sistema mais objetivo de classificação da doença, 
que foi aceito no Workshop de Síndrome de Vibração Mão-Braço, 
realizado em Estocolmo, em 1986 (Wasserman; Reynolds, 2006). No 
Quadro 1, apresentamos a metodologia responsável por classificar os 
agravamentos que podem ser desenvolvidos por aqueles que foram 
acometidos pela doença, de acordo com a extensão e a gravidade.
Quadro 1 – Classificação da Síndrome de Raynaud 
induzido pela VMB
Estágio Grau Descrição
0 Nenhuma manifestação.
1 Leve Manifestações ocasionais, afetando apenas as pontas de 
um ou mais dedos.
2 Moderado Manifestações ocasionais afetando as falanges médias e 
distais (ocasionalmente, as proximais) de um ou mais de-
dos.
3 Severo Manifestações frequentes, afetando todas as falanges da 
maioria dos dedos.
4 Muito severo Como no estágio 3, com alterações tópicas da pele da 
ponta dos dedos.
Fonte: adaptado de Saliba (2019).
74
Nesse mesmo workshop, sugeriu-se também uma escala para aplicação 
em sensorioneural associado à SVMB, em que os estágios vão de 0SN, 
quando o indivíduo é exposto à vibração, mas sem sintomas, até 3SN, 
para os casos mais graves, conforme o Quadro 2.
Quadro 2 – Classificação de estágios sensorioneurais de SVMB
Estágio Descrição
0SN Exposto à vibração sem sintoma.
1SN Adormecimento intermitente, com ou sem formigamento.
2SN Adormecimento intermitente ou persistente, percepção sensorial reduzida.
3SN Adormecimento intermitente ou persistente, redução da discriminação tátil 
e/ou destreza manipulativa.
Fonte: adaptado de Saliba (2019).
As Escalas de Workshop de Estocolmo ainda são utilizadas para o 
diagnóstico dos vários estágios da SVMB.
Em 1990, Griffin publicou o livro The Handbook of Vibration, que 
explorou as muitas respostas humanas às vibrações transmitidas pelo 
corpo inteiro e pela mão. Nas últimas décadas, evidências de pesquisa 
significativas associaram a vibração ocupacional de todo o corpo a 
efeitos na saúde do sistema espinhal (Griffin, 1998).
2. Normatização da vibração ocupacional
A exposição ocupacional à vibração pode ser classificada em dois tipos: 
a vibração de corpo inteiro (VCI), cujas frequências vão de 1 a 40 Hz, e a 
vibração de mãos e braços, cuja frequências nocivas à saúde vão de 1 a 
1200 Hz (Saliba, 2019). De acordo com a norma ISO 2631-1 (ISO, 1997):
• Vibrações de corpo inteiro: aquelas que são transmitidas através 
de estruturas de sustentação, como os pés (no caso de pessoa em 
pé) ou a bacia (pélvis) (no caso de uma pessoa sentada recostada), 
situação que é muito comum em veículos.
75
• Vibrações localizadas: aquelas que são praticadas em partes do 
corpo, como cabeça e membros. É comum este tipo de vibração 
ser transmitida através de elementos, como cabos, pedais ou 
suportes, presentes em diversas ferramentas e instrumentos 
manuais.
Uma das principais normativas para avaliação da exposição ocupacional 
e da sensibilidade humana à vibração é a ISO 2631-1 (1997). Entretanto, 
esta norma apresenta algumas limitações, como o fato de não fornecer 
parâmetros sobre a população analisada e a instrumentação utilizada na 
medição da vibração (Griffin, 1998).
Segundo Saliba (2019), os parâmetros para análise do conforto humano 
quanto à exposição de vibração podem ser avaliados tomando-se como 
base diversas normas, destacando-se:
• ISO 5349-2 (ISO, 2001): norma que discorre sobre os 
procedimentos mais comuns na análise e avaliação do risco de 
desenvolvimento da SVMB. Também, determina e padroniza a 
magnitude das vibrações presentes nas mais diversas ocupaçõesna indústria, com base em um modelo ideal que toma como base 
o risco previsto para um grupo de trabalhadores. De acordo com 
esse padrão, as vibrações de menor frequência são mais passíveis 
de ocasionar danos ao corpo humano do que aquelas com 
frequências mais elevadas.
• ISO 8041-1 (ISO, 2017): norma que apresenta as especificações 
de desempenho e limites de tolerância para os instrumentos 
desenvolvidos para a realização da exposição humana à vibração.
No Brasil, a Norma Regulamentadora 09 (NR 09) – Avaliação e Controle 
das Exposições Ocupacionais a Agentes Físicos, Químicos e Biológicos é 
a responsável por estabelecer que o nível de ação para a avaliação da 
exposição ocupacional diária à vibração em mãos e braços equivale a 
um valor de aceleração resultante de exposição normalizada (aren) igual 
76
a 2,5 m/s², e que o limite de exposição ocupacional diária à vibração 
em mãos e braços equivale a um valor de aceleração resultante de 
exposição normalizada (aren) de valor equivalente a 5 m/s² (Brasil, 2021).
A Norma de Higiene Ocupacional 10 (NHO 10) – Avaliação da exposição 
ocupacional a vibrações em mãos e braços discorre sobre todos os 
passos necessários para a execução de ensaios de vibração mãos 
e braços (VMB), trazendo informações relevantes, como aplicações 
e estudos de casos, referências normativas, critério de avaliação da 
exposição ocupacional, entre outras (Fundacentro, 2013).
De acordo com a NHO 10, valores de aceleração resultante de exposição 
normalizada (aren) inferiores a 2,5 m/s2 são considerados aceitáveis 
para a exposição à vibração, e a condição deve ser mantida. Quando 
esses valores estiverem entre 2,5 e 3,5 m/s2, a situação é classificada 
como acima do nível de ação e exige a adoção de medidas preventivas. 
Valores de aren entre 3,5 e 5,0 m/s2 estão em uma região de incerteza, 
quando o valor aferido de VMB pode estar entre o limite de ação e o 
limite de tolerância, considerando os erros da medição. Por fim, os 
valores superiores a 5 m/s² estão acima do limite de tolerância e devem 
ser adotadas medidas corretivas imediatas (Fundacentro, 2013). Essas 
informações são resumidas no Quadro 3.
Quadro 3 – Critério de julgamento e tomada de decisão
aren (m/s2) Consideração técnica Atuação recomendada
0 a 2,5 Aceitável
No mínimo, manutenção
da condição existente
> 2,5 a < 3,5 Acima do nível de ação
No mínimo, adoção
de medidas preventivas
3,5 a 5,0 Região de incerteza Adoção de medidas preventivas e corretivas, 
visando à redução da exposição diária
77
acima de 5,0 Acima do limite de exposição Adoção imediata de medidas corretivas
Fonte: Fundacentro (2013).
3. Problemas ocasionados pela exposição à 
vibração, controle e prevenção
Os problemas de saúde ocasionados pela exposição à vibração de corpo 
inteiro são diferentes daqueles ocasionados pela exposição localizada 
(mãos e braços).
A exposição à vibração de corpo inteiro está associada ao aumento do 
risco de distúrbios musculoesqueléticos envolvendo a parte inferior da 
coluna, pescoço e ombros, com alta exposição, aumentando o risco de 
lesões na parte inferior, dor nas costas, hérnia de disco e degeneração 
precoce da coluna vertebral (Saliba, 2019).
De acordo com Saliba (2019), a exposição à vibração de todo o corpo 
também pode causar ou piorar situações, como apresentado na Figura 1.
Figura 1 – Consequências da exposição à vibração de corpo todo
Fonte: elaborada pela autora.
78
A exposição à vibração de corpo inteiro também está relacionada ao 
desconforto, à fadiga e a outros problemas que podem surgir durante a 
realização de atividades de trabalho e que pode levar a incidentes.
Já a exposição prolongada a vibrações excessivas pode perturbar a 
circulação de uma pessoa na mão e no antebraço e causar danos 
aos nervos, tendões, músculos, ossos e articulações das mãos e dos 
braços. De acordo com Fundacentro (2013) e Saliba (2019), as condições 
resultantes incluem:
• Síndrome do túnel do carpo: doença da mão e do braço que 
pode envolver formigueiro, dormência, dor e fraqueza em partes 
da mão.
• Distúrbios musculoesqueléticos: distúrbios musculares e 
vasculares, como fraqueza, dor e rigidez nas articulações das mãos 
e dos braços e pouca ou nenhuma força de preensão.
• Síndrome de Raynaud: constrição súbita dos vasos sanguíneos 
que retarda o fluxo sanguíneo para as extremidades, mais 
frequentemente para os dedos das mãos e dos pés. A pele muda 
de cor, geralmente acompanhada de desconforto, como dor, 
formigamento e dormência. Casos graves podem resultar na perda 
completa da sensação de toque e da destreza manipulativa, o que 
pode interferir no trabalho e aumentar o risco de lesões agudas 
devido a incidentes.
• Contratura de Dupuytren: dedos ficando permanentemente 
curvados em direção à palma e redução da força de preensão.
Os trabalhadores expostos a este tipo de vibração podem ter suas vidas 
profissionais, sociais e familiares afetadas. Isso porque, a qualquer 
momento, eles podem sofrer de ataques de redução da circulação 
sanguínea, e tarefas cotidianas, como manusear pequenos botões 
nas roupas, abrir potes e girar maçanetas de portas, podem se tornar 
difíceis.
79
3.1 Controle e prevenção
A exposição à vibração está relacionada com a dose, o que significa que 
as medidas de controle eficazes devem:
• Reduzir a intensidade da vibração.
• Reduzir a duração da exposição à vibração.
• Reconhecer os sinais e sintomas de exposição no início do 
processo de trabalho.
• Identificar indivíduos que são sensíveis à vibração.
Os controles recomendados para vibração de corpo inteiro incluem 
medidas de eliminação de risco/projeto, como:
• Tratar a fonte de vibração, o caminho de transmissão ou o 
receptor, ou uma combinação dos três, para eliminar ou minimizar 
a exposição dos trabalhadores.
• Garantir que os condutores de veículos possam mudar 
regularmente de postura sem comprometer o controle do veículo.
Também, pode ser adotadas medidas de engenharia, como a instalação 
de molas e amortecedores em assentos e encostos de cabeça isolantes 
nos casos em que a vibração é transmitida através destes. Por fim, 
podem ser adotados controles administrativos, como:
• Garantir que as instalações e os equipamentos sejam bem 
mantidos, para evitar ressonância e vibração excessiva.
• Manter estradas ou outras áreas de superfície em boas condições, 
ou seja, preencher buracos assim que ocorrerem.
80
• Limitar a velocidade na qual os veículos viajam, dependendo das 
condições do terreno.
• Limitar o tempo gasto pelos trabalhadores em superfícies 
vibrantes.
• Incorporar minipausas regularmente.
• Incorporar programas de manutenção e substituição de assentos.
Os controles recomendados para vibração de mãos e braços também 
incluem medidas de eliminação/projeto, como a incorporação de 
cabos antivibração em ferramentas, bem como medidas de controle de 
engenharia, como a utilização de alças de revestimento com material 
macio e resiliente nos equipamentos e nas ferramentas (Fundacentro, 
2013; Saliba, 2019). Ainda, podem ser adotadas medidas de controle 
administrativos, como:
• Empregar um aperto manual mínimo consistente com a operação 
segura da ferramenta ou do processo.
• Evitar a exposição contínua, incorporando pausas de, 
aproximadamente, 20 minutos a cada período de duas horas.
• Praticar a rotação de tarefas através do trabalho em equipe, para 
que, sempre que possível, o trabalho com ferramentas vibratórias 
não exceda quatro horas no decorrer de qualquer dia de trabalho.
• Apoiar a ferramenta na peça de trabalho sempre que possível.
• Manter ferramentas de corte devidamente afiadas.
Quando nenhuma dessas medidas for suficiente, devem ser adotados 
os equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas antivibração. 
Outra dica é evitar fumar, porque a nicotina aumenta a capacidade dos 
vasos sanguíneos de entrarem em espasmo.
81
Finalizamos essa leitura ressaltando a importância das avaliações e 
dos monitoramentos periódicos da exposiçãoà vibração. Uma vez 
que esta seja identificada, devem ser adotadas medidas de segurança 
que tenham por objetivo a redução/mitigação dos riscos à saúde e 
integridade física do trabalhador.
Referências
BRASIL. NR 09 – Avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes 
físicos, químicos e biológicos. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2021. 
Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/
participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-
permanente/arquivos/normas-regulamentadoras/nr-09-atualizada-2021-com-
anexos-vibra-e-calor.pdf. Acesso em: 30 ago. 2023.
FUNDACENTRO. Norma de Higiene Ocupacional 10: avaliação da exposição 
ocupacional a vibrações em mãos e braços: procedimento técnico. São Paulo: 
Fundacentro, 2013.
GRIFFIN, M. J. A comparison of Standardized Methods for Predicting the Hazards 
of Whole-body Vibration and repeated shocks. Journal of Sound and Vibration, 
v. 215, n. 4, p. 883-914, ago. 1998. Disponível em: https://doi.org/10.1006/
jsvi.1998.1600. Acesso em: 12 set. 2023.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 2631-1. Mechanical 
Vibration and Shock: Evaluation of Human Exposure to Whole-body Vibration. Part 
1: General Requirements. Geneva, Switzerland: ISO, 1997.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 2631-2. Mechanical 
Vibration and Shock: Evaluation of Human Exposure to Whole-body Vibration. Part 
2: Vibration in buildings. Geneva, Switzerland: ISO, 2003.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 5349-2. Mechanical 
vibration: Measurement and evaluation of human exposure to hand-transmitted 
vibration. Part 2: Practical guidance for measurement at the workplace. Geneva, 
Switzerland: ISO, 2001.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 8041-1. Human 
response to vibration: measuring instrumentation. Part 1: General purpose 
vibration meters. Geneva, Switzerland: ISO, 2017.
SALIBA, T. M. Manual Prático de Avaliação e Controle de Vibração. São Paulo: 
LTR, 2019.
WASSERMAN, D.; REYNOLDS, D. A unique historical perspective of occupational 
hand-arm vibration in the U.S. from 1918-2004. Proceedings of the 10th 
International Conference on Hand-Arm Vibration, Las Vegas, p. 7-11, jun. 2004.
82
Exposição à Radiação
Autoria: Tatiane Caroline Ferrari
Leitura crítica: Natalia Violim Fabri
Objetivos
• Apresentar os principais conceitos 
relacionados a radiação no ambiente 
ocupacional;
• Demonstrar como é realizada a medição de 
radiação nos ambientes de trabalho e como 
funciona as medidas de prevenção; 
• Apontar os danos causados pela exposição 
ocupacional a radiação.
83
1. Radiação ionizante e não ionizante
A radiação pode ser definida como a energia emitida por um corpo ou 
fonte que é transmitida através de um meio ou espaço intermediário 
e absorvida por outro corpo. A transmissão ocorre na forma de ondas, 
mas na dualidade onda/partícula sob o ponto de vista da física quântica. 
A radiação pode ser classificada como: não ionizante ou ionizante, 
conforme mostra Figura 1.
Figura 1 – Radiação Ionizante e Não Ionizante
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EM_spectrum_pt_2.svgr. 
Acesso em: 02 out. 2023.
A seguir vamos nos aprofundar sobre esses tipos de radiação nos 
tópicos abaixo.
1. 1 Radiação não-ionizante
Conforme podemos observar, pela análise da Figura 1, a radiação não 
ionizante é aquela que apresenta comprimento de onda maior e a 
frequência mais baixa e, consequentemente, menos energia. Mas onde 
podemos encontrar esse tipo de radiação? Podemos citar ondas de 
rádio, micro-ondas, lasers, infravermelho, espectro visível e ultravioleta, 
entre outros.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EM_spectrum_pt_2.svgr
84
A radiofrequência e as micro-ondas, por exemplo, são amplamente 
utilizadas em sistemas de comunicação, radiodifusão, vigilância e 
navegação e em algumas aplicações de processamento em indústrias e 
tratamento em hospitais. São utilizadas como meio de transferência e 
recepção de mensagens e dados e também como fonte de aquecimento 
e secagem. Com o advento das modernas redes de comunicação e 
radiodifusão, uma maior quantidade desta radiação é produzida e 
utilizada e as fontes estão localizadas em muito mais locais de trabalho. 
Como resultado, espera-se que mais trabalhadores obtenham exposição 
mensurável à radiação (FUNDACENTRO, 2021).
O infravermelho é utilizado em diversos equipamento de aquecimento 
e secagem em fábricas e laboratórios de pesquisa. Essas ondas 
são produzidas por dispositivos, como aquecedores, lâmpadas 
infravermelhas, fornos e fornalhas, especialmente projetados para esse 
fim, ou também podem ser produzidas por processos que envolvem 
altas temperaturas, como fundição e moagem de minérios e fabricação 
de metais (FUNDACENTRO, 2021).
A radiação ultravioleta (UV) também pode ser encontrada nos locais de 
trabalho, originada de uma variedade de fontes. Essas fontes podem ser 
naturais ou artificiais. A única fonte natural conhecida por ser perigosa 
para os trabalhadores é o Sol – fonte de atenção especialmente para 
o pessoal que passa grande parte do seu tempo trabalhando ao ar 
livre, em campo aberto. As fontes artificiais, por outro lado, são muitas. 
Podemos destacar lâmpadas germicidas e outros equipamentos 
para esterilização; equipamentos de cura e polimerização; lâmpadas 
de mercúrio; equipamentos de detecção, inspeção e identificação; 
equipamentos de solda, entre outros (UNEP, 2016).
1. 2 Radiação ionizante
Já a radiação ionizante tem comprimento de onda menor e energia 
de alta frequência, conforme Figura 1. Esta energia é suficiente para 
85
produzir íons na matéria em nível molecular. No ser humano, podem 
provocar danos significativos, incluindo danos ao DNA e desnaturação 
de proteínas. Isto não quer dizer que a radiação não ionizante não possa 
causar lesões aos seres humanos, mas a lesão é geralmente limitada a 
danos térmicos, ou seja, queimaduras. A radiação ionizante é emitida 
por estruturas atômicas radioativas como ondas eletromagnéticas de 
alta energia (raios gama e raios X) ou como partículas reais (alfa, beta, 
nêutrons) (UNEP, 2016).
A Radiação Ionizante é bastante utilizada em estabelecimentos da área 
de saúde, como hospitais e consultórios odontológicos, embora também 
possa ser encontrada em indústrias de alimentos, para a identificação 
de contaminantes físicos em embalagens. Isso porque o uso de Raios 
X permite analisar o interior de algo, sem abri-lo. Através dos Raios X é 
possível realizar diagnósticos sem ter que abrir o órgão e com a precisão 
que a medicina necessita.
2. Efeitos da exposição à radiação
A energia proveniente da radiação é capaz de danificar o tecido vivo, e 
a quantidade de energia acumulada nesse tecido vivo é expressa em 
termos de uma unidade denominada dose. A dose de radiação pode 
vir de qualquer radionuclídeo ou de um número de radionuclídeos, 
quer estes permaneçam fora do corpo ou o irradiem por dentro como, 
por exemplo, após inalação ou ingestão. As quantidades de doses 
são expressas de diferentes formas, dependendo de quanto o corpo, 
ou alguma parte do corpo, tenha sido irradiado, se uma ou muitas 
pessoas foram expostas e, ainda, da duração do período de exposição 
(FUNDACENTRO, 2001).
A quantidade de energia da radiação absorvida por quilograma de 
tecido é chamada de dose absorvida e é expressa em uma unidade 
86
denominada gray (Gy), em homenagem ao físico inglês, Harold Gray, 
pioneiro em biologia da radiação. Mas isto não fornece o cenário 
completo sobre o assunto, pois a mesma dose proveniente de partículas 
alfa pode causar muito mais dano do que aquela proveniente de 
partículas beta ou de raios gama. Para comparar doses absorvidas 
resultantes de diferentes tipos de radiação, estas precisam ser 
calculadas por seu potencial de causar certos tipos de danos biológicos. 
Para comparar doses absorvidas resultantes de diferentes tipos de 
radiação, estas precisam ser ponderadas porseu potencial de causar 
certos tipos de danos biológicos. Essa dose ponderada é denominada 
dose equivalente, a qual é avaliada em uma unidade chamada Sievert 
(Sv), em homenagem ao cientista sueco Rolf Sievert (FUNDACENTRO, 
2001).
Como a radiação pode ser dividida em dois tipos diferentes, com 
características diferentes, a exposição ocupacional a esses tipos de 
radiação também vão apresentar consequências diferentes, como 
vamos ver a seguir.
2. 1 Efeitos da exposição à radiação não-ionizante
A radiação não-ionizante é basicamente não penetrante. Por esse 
motive, a sua interação com o corpo humano é normalmente limitada 
à parte externa do corpo, nomeadamente a pele e os olhos. A natureza 
e o grau dos efeitos da exposição à radiação sobre a saúde dependem 
da energia total absorvida pelo corpo e da distribuição espacial da 
interação. O principal efeito na saúde é o aquecimento dos tecidos 
do corpo. Este efeito ocorre porque a energia da radiação é absorvida 
pelo corpo exposto a uma taxa muito superior à taxa de dissipação de 
energia que seu sistema termorregulador natural possui. Em outras 
palavras, é provável que o efeito apareça quando o corpo não conseguir 
dissipar o calor com rapidez suficiente para evitar o aumento da 
temperatura corporal ou dos órgãos (UNEP, 2016).
87
O olho é particularmente sensível aos efeitos térmicos porque o baixo 
volume de transferência de sangue através do olho impede a rápida 
dissipação do calor absorvido após a exposição à radiação. A exposição 
grave ao cristalino do olho pode aumentar a temperatura do mesmo, o 
que eventualmente produz desnaturação irreversível das proteínas e a 
subsequente formação de opacidades no cristalino do olho (catarata). 
Este efeito reduzirá lentamente a visão e, durante um longo período de 
tempo, poderá transformá-la em cegueira temporária ou parcial. No 
entanto, se a retina estiver danificada, o que normalmente é causado 
pela radiação dentro da faixa visível, como o laser; pode resultar em 
danos oculares permanentes que, por sua vez, podem levar à cegueira 
permanente. Radiações menos penetrantes, como a ultravioleta, podem 
causar mais danos às camadas externas dos olhos (por exemplo, córnea) 
e sob exposição aguda causarão inflamação desses tecidos (UNEP, 
2016).
A exposição crônica da pele, por outro lado, pode levar ao 
envelhecimento rápido da pele e, em algumas situações, também pode 
levar à formação de cancro, principalmente nos casos de exposição 
longa. A exposição aguda pode resultar em efeitos imediatos, como 
eritema e bronzeamento. No caso de exposição aguda de todo o corpo, 
pode levar à exaustão pelo calor, estresse térmico e insolação (UNEP, 
2016).
2. 2 Efeitos da exposição à radiação ionizante
O dano potencial de uma dose de radiação ionizante absorvida depende 
do tipo de radiação e da sensibilidade dos diferentes tecidos e órgãos. 
Entretanto, as consequências para a exposição à radiação ionizante 
costumam ser mais severas. Alguns dos efeitos para a saúde que a 
exposição à radiação pode causar são o cancro (incluindo a leucemia), 
defeitos congênitos nos futuros filhos de pais expostos e cataratas.
88
Quando excede os limites de exposição, a radiação pode prejudicar o 
funcionamento dos tecidos e/ou órgãos e pode produzir efeitos agudos, 
como vermelhidão da pele, perda de cabelo, queimaduras por radiação 
ou síndrome aguda da radiação.
Se a dose de radiação for baixa e/ou for administrada durante um longo 
período de tempo (taxa de dose baixa), o risco é substancialmente baixo 
porque há uma maior probabilidade de reparação do dano. Mas ainda 
existe o risco de efeitos a longo prazo, como catarata ou câncer, que 
podem aparecer anos ou mesmo décadas depois. É importante ressaltar 
que nem sempre ocorrerão efeitos deste tipo, mas a sua probabilidade é 
proporcional à dose de radiação recebida. Além disso, este risco é maior 
para crianças e adolescentes, pois são significativamente mais sensíveis 
à exposição à radiação do que os adultos (UNEP, 2016).
3. Prevenção e legislação
A proteção contra o perigo da exposição a radiações (ionizantes e 
não ionizantes) pode ser alcançada através de uma combinação dos 
métodos apresentados na Figura 2:
Figura 2 – Medidas Preventivas Radiação
Fonte: elaborado(a) pelo(a) autor(a).
89
Contudo, a ênfase deve ser colocada em medidas de controle 
administrativo e de engenharia para minimizar a necessidade e os 
problemas associados à utilização de EPIs.
3. 1 Medidas de proteção
As medidas de controle administrativo podem consistir nos seguintes 
requisitos básicos:
a. Limitação de acesso: apenas às pessoas diretamente envolvidas 
na utilização de equipamento que emita radiação deve ser 
autorizada.
b. Consciência de perigo: todas as pessoas envolvidas na operação 
ou utilização de equipamentos que produzem radiações devem 
ser sensibilizadas para a capacidade da radiação e informadas 
sobre os seus perigos (treinamentos).
c. Sinais e luzes de alerta de perigo: para indicar a presença de um 
potencial perigo de radiação.
d. Distância como fator de segurança: o usuário deve manter-se 
afastado da fonte de radiação, tanto quanto possível.
e. Limitação do tempo de exposição: o tempo de exposição à 
radiação deve ser mínimo e o os limites máximos de exposição 
recomendados não devem ser excedidos.
Em relação as medidas de controle de engenharia, podemos destacar:
a. Contenção: realização do processo/trabalho que envolve radiação 
dentro de uma habitação selada ou fornecendo uma área 
blindada;
b. Carcaças seladas: sempre que possível, a radiação deverá estar 
contida num recipiente selado. Se forem necessárias portas 
90
de observação, elas deverão ser feitas de material absorvente 
adequado.
Devido à natureza única da radiação, a proteção do pessoal contra a 
radiação não ionizante só pode ser considerada para UV, IR e laser. A 
proteção pode ser alcançada pelos seguintes meios:
a. Para a pele, as áreas geralmente em risco são o dorso das mãos, 
os antebraços e o rosto e pescoço. As mãos podem ser protegidas 
com luvas. Os braços devem ser cobertos com mangas compridas 
de material com baixa transmissão de radiação. O rosto, por outro 
lado, pode ser protegido por um protetor facial e isso também 
proporcionará proteção aos olhos; e
b. Os olhos podem ser protegidos da radiação usando óculos de 
proteção, óculos ou protetores faciais que possam absorver a 
radiação
Para radiação ionizante, principalmente quando falamos de proteção 
radiológica, além de ser importante controlar a distância da fonte, o 
tempo de exposição e a qualidade da blindagem, Equipamentos de 
Proteção Individual de chumbo, como aventais (Figura 2) e óculos 
também são importantes.
Figura 2 – Avental de chumbo
Fonte: Shutterstock.com.
91
De modo geral, quando se trata de trabalho com radiação, 
principalmente no que diz respeito a radiação ionizante, todo esforço 
deve ser direcionado também no sentido de estabelecer medidas rígidas 
para a prevenção de acidentes.
3. 2 Legislação
Para a Higiene Ocupacional e a exposição à radiação, a NHO 05: 
Avaliação da Exposição Ocupacional aos Raios X nos Serviços de 
Radiologia é fundamental. Essa norma é responsável por estabelecer 
todos procedimentos para a realização de levantamento radiométrico 
das salas de equipamentos emissores de raios X diagnóstico e para 
a medição da radiação de fuga do cabeçote desses equipamentos 
(FUNDACENTRO, 2001).
Em relação a exposição à Radiação Ionizante, o Anexo 5 da NR 15 – 
Atividades e Operações Insalubres determina que devem ser seguidas as 
diretrizes estabelecidas pela Norma CNEN-NN-3.01: “Diretrizes Básicas 
de Proteção Radiológica”, de março de 2014, aprovada pela Resolução 
CNEN nº 164/2014, ou daquela que venha a substitui-la (BRASIL, 2021).
Em relação a exposição à Radiação Não-Ionizante, como micro-ondas, 
ultravioleta e lasers, a realização de operações ou atividades sem a 
proteção adequada, serão consideradas insalubres, em decorrência 
de laudo deinspeção realizada no local de trabalho. As atividades ou 
operações que exponham os trabalhadores às radiações da luz negra 
(ultravioleta na faixa–400- 320 nanômetros) não serão consideradas 
insalubres (BRASIL, 2021).
Por fim, é importante destacar que, sempre que algum trabalhador 
estiver envolvido em qualquer atividade que pode vir a apresentar 
qualquer risco relativo à radiação (ionizante e não ionizante), este 
deve seguir todos os procedimentos indicados de proteção. Só assim 
92
podemos ter a certeza de que a segurança do trabalhador e das demais 
pessoas envolvidas seja devidamente garantida.
Referências
BRASIL. Regulamentadora nº 15 (NR 15): Atividades e operações insalubres. 
Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2021.
FUNDACENTRO. NHO 05 – Avaliação da Exposição Ocupacional aos Raios X nos 
Serviços de Radiologia. 2001.
UNEP. Radiação: efeitos e fontes, Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente, 2016
93
	Sumário
	Apresentação da disciplina 
	Objetivos 
	_Hlk144415902
	_Hlk144415854
	_Hlk144415862
	_Hlk144415842
	_Hlk144415825
	_Hlk149338924
	_Hlk149338930
	Objetivos 
	Objetivos 
	_Hlk146213141
	_Hlk146213393
	_Hlk146213371
	_Hlk146213335
	_Hlk146213361
	_Hlk146211852
	_Hlk146211999
	Objetivos 
	_Hlk149338930
	Objetivos 
	_Hlk149338930
	Objetivos 
	_Hlk149338924
	Objetivos

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