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Prévia do material em texto

Caro aluno 
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em período integral, 
com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totali-
zando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, 
de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a 
aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desen-
volvida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e 
nos principais vestibulares voltados para o curso de Medicina 
em todo o território nacional.
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS 
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada co-
leção tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolu-
ção das questões propostas. Os textos dos livros são de fácil 
compreensão, completos e organizados. Além disso, contam 
com imagens ilustrativas que complementam as explicações 
dadas em sala de aula. Quadros, mapas e organogramas, em 
cores nítidas, também são usados e compõem um conjunto 
abrangente de informações para o aluno que vai se dedicar 
à rotina intensa de estudos.
TEORIA
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cui-
dadosa seleção de conteúdos multimídia para complementar 
o repertório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a
compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, 
livros, etc. Tudo isso é encontrado em subcategorias que fa-
cilitam o aprofundamento nos temas estudados – há obras
de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões de aplicati-
vos que facilitam os estudos, com conteúdos essenciais para 
ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, em uma
seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais
o conhecimento do nosso aluno.
MULTIMÍDIA
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é 
elaborada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que 
trata de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares 
atuais não exigem mais dos candidatos apenas o puro co-
nhecimento dos conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abran-
gem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, 
como Biologia e Química, História e Geografia, Biologia e Ma-
temática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato 
com essa realidade por meio de explicações que relacionam 
a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de 
outros livros, sempre utilizando temas da atualidade. Assim, 
o aluno consegue entender que cada disciplina não existe de 
forma isolada, mas faz parte de uma grande engrenagem no 
mundo em que ele vive.
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico 
é o seu distanciamento da realidade cotidiana, o que difi-
culta a compreensão de determinados conceitos e impede 
o aprofundamento nos temas para além da superficial me-
morização de fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios na
aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida a seção “Vi-
venciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma preo-
cupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações
entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm
contato em seu dia a dia.
VIVENCIANDO
Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fa-
zem parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos 
compilados, deparamos-nos com modelos de exercícios re-
solvidos e comentados, fazendo com que aquilo que pareça 
abstrato e de difícil compreensão torne-se mais acessível e 
de bom entendimento aos olhos do aluno. Por meio dessas 
resoluções, é possível rever, a qualquer momento, as explica-
ções dadas em sala de aula.
APLICAÇÃO DO CONTEÚDO
Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desem-
penho ao fim da escolaridade básica, organizamos essa 
seção para que o aluno conheça as diversas habilidades e 
competências abordadas na prova. Os livros da “Coleção 
Vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas 
dessas habilidades. No compilado “Áreas de Conhecimento 
do Enem” há modelos de exercícios que não são apenas 
resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva e 
descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no 
dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para 
ajudá-lo a apurar as questões na prática, a identificá-las na 
prova e a resolvê-las com tranquilidade.
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, 
criamos para os nossos alunos o máximo de recursos para 
orientá-los em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de 
Ideias”, para aqueles que aprendem visualmente os conte-
údos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas 
mentais e fluxogramas.
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo 
da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta 
aos principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a 
organização dos estudos e até a resolução dos exercícios.
DIAGRAMA DE IDEIAS
© Hexag SiStema de enSino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2023
Todos os direitos reservados.
Coordenador-geral
Murilo de Almeida Gonçalves
reSponSabilidade editorial, programação viSual, reviSão e peSquiSa iConográfiCa
Hexag Editora
editoração eletrôniCa
Letícia de Brito
Matheus Franco da Silveira
projeto gráfiCo e Capa
Raphael de Souza Motta
imagenS
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
Pixabay (https://www.pixabay.com)
iSbn
978-85-9542-244-5
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo 
por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a in-
clusão de informação adicional, ficamos à disposição para o contato pertinente. Do mesmo modo, 
fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre as imagens pub-
licadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não rep-
resentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2023
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
GEOGRAFIA
GEOGRAFIA 1 5
AULAS 1 E 2: MOVIMENTOS DA TERRA 007
AULAS 3 E 4: COORDENADAS GEOGRÁFICAS E FUSO HORÁRIO 015
AULAS 5 E 6: NOÇÕES DE CARTOGRAFIA 023
AULAS 7 E 8: ELEMENTOS DO CLIMA E FATORES CLIMÁTICOS 035
GEOGRAFIA 2 45
AULAS 1 E 2: INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO 047
AULAS 3 E 4: GEOLOGIA 057
AULAS 5 E 6: GEOLOGIA DO BRASIL E EXPLORAÇÃO MINERAL 067
AULAS 7 E 8: GEOMORFOLOGIA: FORÇAS ESTRUTURAIS E ESCULTURAIS 077
SUMÁRIO
Co
m
pe
tê
n
Ci
a
 1
Compreender os elementos culturais que constituem as identidades
H1 Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
H2 Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.
H3 Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.
H4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspectoda cultura.
H5 - Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.
Co
m
pe
tê
n
Ci
a
 2
Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder.
H6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
H7 Identificar os significadoshistórico-geográficos das relações de poder entre as nações.
H8 Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social.
H9 Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial.
H10
Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade 
histórico-geográfica.
Co
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Ci
a
 3
Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, con-
flitos e movimentos sociais.
H11 Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
H12 Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.
H13 Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.
H14
Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica 
acerca das instituições sociais, políticas e econômicas.
H15 Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
Co
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n
Ci
a
 4
Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na 
vida social.
H16 Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social.
H17 Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção.
H18 Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais.
H19 Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
H20 Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.
Co
m
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tê
n
Ci
a
 5
Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função,
organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.
H21 Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.
H22 Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construçãodo texto literário.
H23 Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.
H24 Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.
H25 Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
Co
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tê
n
Ci
a
 6
Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos.
H26 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.
H27 Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos.
H28 Relacionar o uso das tecnologias com os impactos sócio-ambientais em diferentes contextos histórico-geográficos.
H29 Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
H30 Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
MATRIZ DE REFERÊNCIA DO ENEM 
GEOGRAFIA
GEOGRAFIA 1
LIVRO 
TEÓRICO
6  CIÊNCIAS HUMANAS e suas tecnologias



 V
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M
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1
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
Esses são temas que o Enem adora ex-
plorar, e nessas questões podem apare-
cer de tudo: textos-base, mapas e gráfi-
cos, principalmente aqueles que chamam 
atenção para situações do cotidiano.
Os temas abordados neste caderno são 
pedidos com frequência nas provas da 
FUVEST. É muito importante que o aluno 
compreenda bem os conceitos de locali-
zação e cartografia.
A Unicamp costuma abordar esses temas 
em seus vestibulares com o auxílio de 
mapas e esquemas, para que o aluno 
raciocine para além do enunciado.
Este vestibular explora os temas desta 
frente de maneira bastante tradicional, 
principalmente no que tange a cartogra-
fia, onde as projeções cartográficas são 
recorrentes nas provas.
Pede em seus exercícios os principais 
conceitos, utilizando, muitas vezes, tex-
tos-base para sua resolução. É vital que 
o aluno não saio do texto, pois a Unesp 
quer saber se o candidato compreendeu 
por que aquele texto foi escolhido.
Embora as provas versem sobre assuntos 
da atualidade, os temas desta frente 
aparecem vez por outra, apresentando 
um nível médio de dificuldade, e sempre 
com material de apoio, como mapas e 
gráficos.
As questões não apresentam surpresas, 
principalmente quando se trata de geo-
grafia física, como climatologia, que apa-
rece em quase todas as provas.
Essa prova presa sempre pela objetivida-
de com relação aos temas desta frente, 
na qual cartografia e clima merecem 
destaque especial.
As últimas provas mostraram um do-
mínio de conteúdo relacionado, prin-
cipalmente, a fuso horário e noções de 
cartografia, além de trazer elementos do 
clima e fatores climáticos...
Os candidatos precisam explorar os 
temas desta frente e relacioná-los às 
questões regionais, pois é assim que os 
exercícios costumam aparecer.
Clima é um tema certeiro nas provas 
da Federal do Paraná. Estudar bem os 
conceitos e aplicá-los em escala local é 
a chave para um bom resultado.
Este vestibular não apresenta em seu 
edital mais recente e nem exige nas 
provas dos últimos vestibulares questões 
relacionadas à disciplina de Geografia.
A UERJ é um vestibular que utiliza muitos 
mapas, para a maioria dos temas deste 
caderno, principalmente em questões 
discursivas. Para um bom desempenho 
nas provas, o aluno não pode deixar de 
exercitar leituras e exercícios com mapas.
Essa prova é bastante tradicional e con-
teudista, orientada para todos os temas 
desta frente, ou seja, astronomia, carto-
grafia e clima estão sempre presentes.
O vestibular Souza Marques apresentou, 
nos últimos anos, uma tendência a inserir 
questões relacionadas à geografia física, 
de forma bem equilibrada. Observa-se 
uma concentração de temas sobre os 
elementos do clima e fatores climáticos.
CIÊNCIAS HUMANAS e suas tecnologias  7



 V
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1
1. Introdução
É notável o fascínio que as pessoas sentem pelo céu. Quem 
nunca admirou um pôr do sol ou ficou impressionado com 
uma tempestade? Contudo, ainda hoje, os fenômenos ce-
lestes que fazem parte do cotidiano não são compreendi-
dos por grande parte da humanidade. O interesse pelos 
mistérios do Universo faz parte da natureza humana desde 
o começo da civilização. Ao mesmo tempo em que a exten-
são e beleza do Universo é admirada, o desafio de conhe-
cê-lo é instigante, pois, ao investigar o Cosmos, a humani-
dade está indagando também sobre a sua própria origem.
A luz e o calor do Sol durante o dia, o luar e as estrelas à 
noite, o ciclo das estações, a necessidade de se orientar nos 
percursos de um lugar a outro e de estabelecer uma cro-
nologia para os acontecimentos foram motivos suficientes 
para o homem tentar equacionar o Universo.
2. Movimentos da Terra
Do ponto de vista da ciência, a Terra possui um único mo-
vimento, que pode, dependendo de suas causas, ser divi-
dido nos seguintes componentes:
 § movimento de rotação em torno de seu eixo;
 § movimento de translação em torno do Sol;
 § movimentos de precessão e de nutação;
 § movimento dos polos;
 § movimento em torno do centro de nossa galáxia.
Os dois primeiros são os principais, pois suas influências 
podem ser sentidas diariamente.
Fonte: Youtube
Série “Cosmos”. Produzida pelo 
astrônomo Carl Sagan ProductionsO segredo dessa série de treze horas foi o talento de 
comunicador de Sagan, capaz de desmistificar o que até 
então fora informação científica inacessível. A versão 
escrita desse programa continua a ser o livro de divul-
gação científica mais vendido da história.
multimídia: vídeo
2.1. Movimento de rotação
O movimento de rotação ocorre quando a Terra gira em torno 
de si mesma, de oeste para leste, isto é, em torno de um eixo 
imaginário que passa por seus polos. A duração do chamado 
dia sideral, ou seja, o tempo necessário para a Terra comple-
tar uma volta em torno de seu eixo (360º exatos), é de 23 
horas, 56 minutos, 4 segundos e 9 décimos. Em relação ao 
Sol, o tempo de rotação médio, o chamado dia solar médio, é 
de 24 horas. O dia solar é compreendido como o período en-
tre duas passagens sucessivas do Sol sobre o meridiano local 
e varia ao longo do ano, sendo sempre superior ao dia sideral.
É devido a isso que existe a sucessão de dias e noites, fa-
tor que desempenha um papel fundamental no equilíbrio da 
temperatura e da composição química da atmosfera. A rota-
ção provoca a sensação de que o Sol se movimenta em rela-
ção à Terra, de leste (nascente – levante) para oeste (poente); 
entretanto, é a Terra que se movimenta em relação ao Sol.
A velocidade desse movimento é de aproximadamente 
1.666 km/h, ou 465 m/s, que é bastante elevada, porém 
muito inferior à de outros astros do Universo. É interessan-
te notar que a velocidade aumenta nas áreas próximas à 
linha do equador, região em que o raio terrestre é maior. 
Na cidade de Porto Alegre, por exemplo, a velocidade da 
rotação terrestre cai para 1.450 km/h.
MOVIMENTOS 
DA TERRA
COMPETÊNCIA(s)
2
HABILIDADE(s)
6
CH
AULAS 
1 E 2
8  CIÊNCIAS HUMANAS e suas tecnologias



 V
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1
Outros efeitos do movimento de rotação são: o formato 
geoide da Terra, isto é, ela é achatada nos polos e expan-
dida no equador, não formando uma esfera perfeita; as 
correntes marinhas; a circulação atmosférica e o desnível 
entre os oceanos.
Na verdade, a Terra, assim como os demais planetas sola-
res, gira em torno do próprio eixo porque não existe ne-
nhum tipo de força ou resistência capaz de parar a sua 
rotação, que se perpetua. Acredita-se que, depois do sur-
gimento do Universo, os corpos celestes colidiram-se (e 
ainda colidem-se) por várias vezes, o que fez com que os 
elementos constituintes dos planetas se mantivessem em 
movimentos giratórios. É importante considerar que nem 
sempre a rotação dos planetas é no sentido anti-horário, a 
exemplo de Urano e Vênus, que giram no sentido horário.
O ABCD da Astronomia e Astrofísica - J. E. Horvath
A Astronomia constitui um “ponto de encontro” da 
Física com a Matemática e com outras disciplinas. O 
presente trabalho oferece uma visão breve e atualiza-
da de praticamente todas as áreas da Astronomia, com 
especial ênfase na Astrofísica Estelar, Cosmologia e a 
nascente Astrobiologia.
multimídia: livro
2.2. Movimento de translação
A Terra, ao mesmo tempo em que gira em torno do seu eixo, 
também realiza o movimento de translação, que consiste em 
dar uma volta completa em torno do Sol. Para realizar esse 
movimento, ela utiliza cerca de 365 dias – ou precisamente 
365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. O trajeto per-
corrido com esse movimento é denominado órbita terrestre.
A órbita terrestre é elíptica, onde o Sol está ligeiramente des-
locado em relação ao centro do movimento. 
A Terra está mais próxima do Sol entre 4 a 7 de janeiro e 
mais distante entre 4 e 7 de julho.
Fonte: Youtube
A ciência em si – Gilberto Gil
multimídia: música
2.3. Periélio e afélio
O periélio é o ponto da órbita de um corpo, seja ele 
planeta, asteroide ou cometa, que está mais perto do 
Sol. Quando um corpo está no periélio, ele tem a maior 
velocidade de translação de toda a sua órbita. A distân-
cia entre a Terra e o Sol no periélio é de cerca de 147,1 
milhões de quilômetros. 
O afélio, por sua vez, é o ponto da órbita em que um plane-
ta ou um corpo está mais distante do Sol. Quando se trata 
de um objeto que orbita uma estrela que não o Sol, esse 
ponto é denominado apoastro. A distância entre a Terra e 
o Sol no afélio é de cerca de 152,1 milhões de quilômetros. 
Quando um astro está no afélio, ele tem a menor veloci-
dade de translação de toda a sua órbita, proporcionando 
invernos mais longos no HS e verões mais longos no HN.
MoviMento retardado
Periélio
MoviMento acelerado
Sol
TERRA
aFélio
É comum que esses pontos sejam confundidos como a 
causa das estações do ano, com o verão sendo relacionado 
ao periélio e o inverno ao afélio. No entanto, as estações do 
ano ocorrem em função do movimento de translação as-
sociado à inclinação do eixo de rotação, gerando variações 
na luminosidade.
O plano formado pela órbita terrestre é denominado pla-
no da elíptica. O eixo de rotação da Terra tem inclinação 
de, aproximadamente, 23º em relação à perpendicular 
desse plano. Esse fato faz com que a luz do Sol atinja o 
planeta de forma desigual, iluminando e aquecendo he-
misférios e regiões em épocas diferentes, o que causa, 
CIÊNCIAS HUMANAS e suas tecnologias  9


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1
por sua vez, a ocorrência das estações do ano: primavera, 
verão, outono e inverno.
É também o movimento de translação da Terra o responsá-
vel pelo ano bissexto, que tem a duração de 366 dias. Isso 
ocorre porque a duração do ano é sempre arredondada para 
365 dias, excluindo as 5 horas, 48 minutos e 46 segundos 
que restam. A diferença é acertada a cada quatro anos com 
o ano bissexto, incluindo o dia 29 de fevereiro no calendário.
A influência da Lua na Terra
Até onde se sabe, a Terra é o único planeta do Sistema 
Solar em condições de abrigar vida da forma como ela 
é conhecida. A Terra está a uma distância adequada do 
Sol, possui uma atmosfera rica em oxigênio e tem gran-
des quantidades de água. A partir do Sol, é o primeiro 
planeta que tem um satélite natural, a Lua.
Quando se fala sobre esse satélite, logo é lembrada sua 
influência no movimento de subida e descida das águas 
do mar, que é explicado pela lei da gravidade de Isaac 
Newton. A Lua não exerce sozinha essa influencia na 
maré. O Sol também tem um papel importante nesse 
movimento, embora sua influência seja menor do que a 
da Lua, pois ele está mais distante da Terra.
Assim como o Sol e a Terra, a Lua não está em repou-
so. Ela gira ao redor da Terra, que, por sua vez, gira 
ao redor do Sol. E, da mesma forma que a Terra atrai 
a Lua, a Lua atrai a Terra, mas com menos intensida-
de. O efeito da atração da Lua não exerce nenhuma 
influência nos continentes, mas afeta os oceanos. A 
influência da Lua provoca correntes marítimas que 
geram duas marés altas e duas baixas diariamente. 
A diferença entre marés pode ser quase impercep-
tível ou muito notável, dependendo principalmente 
da posição dos astros em relação à Terra, isto é, das 
fases da Lua, que são as seguintes:
 § Lua nova: Sol, Lua e Terra estão alinhados, o Sol 
e a Lua estão na mesma direção. A força de atra-
ção é somada e causa elevação máxima da maré 
(maré de sizígia).
 § Lua minguante: a Lua está a oeste do Sol, quase 
formando um ângulo de 90° entre eles. A atração 
é quase nula e causa a menor elevação da maré 
(maré de quadratura).
 § Lua cheia: o Sol, a Lua e a Terra estão alinhados 
novamente, só que agora a Terra está entre o Sol 
e a Lua. A atração causa novamente grandes ele-
vações das marés (maré de sizígia).
 § Lua crescente: a Lua está a leste do Sol, quase 
formando um ângulo de 90°. Nessa fase, a gravi-
tação da Lua se opõe à gravitação do Sol. Como a 
Lua está mais próxima da Terra, o Sol não consegue 
anular totalmente a força gravitacional da Lua, e a 
maré ainda apresenta uma ligeira elevação (maré 
de quadratura).
 § Entretanto, esse jogo de forças não é igual em toda 
parte, pois o contorno da costa e as dimensões do 
fundo do mar também alteram a dimensão das 
marés. Em certas regiões abertas, a água se espalhapor uma grande área e sobe só alguns centímetros 
nas marés máximas. Em outras, como um braço de 
mar estreito, o nível pode se elevar vários metros.
Não raro, é possível ver a Lua durante o dia. Em algu-
mas vezes pela manhã, em outras pela tarde. É impor-
tante esclarecer que a Lua está sempre presente no 
céu, tanto durante o dia quanto durante a noite. O que 
ocorre é que, devido ao fato de a Lua não apresentar 
luz própria, só é possível vê-la quando ela, de algum 
modo, reflete a luz emitida pelo Sol.
Durante a fase da lua nova, como o Sol está iluminan-
do o lado oculto do satélite natural, a Lua não pode 
ser vista nem durante o dia e nem durante a noite. 
Na fase da lua cheia, ela só aparece no horizonte ce-
leste quando já está anoitecendo. Isso significa que a 
Lua pode ser vista de dia durante as fases minguan-
te e crescente. A primeira só aparece pela manhã, e 
a segunda, depois do meio-dia, porque a minguan-
te nasce imediatamente após o período da cheia, à 
meia-noite, permanecendo nos céus durante 12 horas. 
10  CIÊNCIAS HUMANAS e suas tecnologias

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1
Já a Lua em sua fase crescente, mais comum, só pode 
ser vista durante as tardes porque ela só nasce na 
metade do dia, quando fica iluminada em cerca de 
50% de sua superfície durante as mesmas 12 horas. A 
iluminação, além da reflexão da luz do Sol, depende, 
sobretudo, do grau de inclinação dos raios solares.
As diferenças dos horários de surgimento da Lua no 
céu são explicadas pelo fato de, a cada dia, ela nascer 
48 minutos mais tarde. Assim, à medida que a posição 
da Lua em relação aos raios do Sol vai se alterando, 
mudam também as suas fases e o horário de seu apa-
recimento no horizonte.
www.iag.usp.br
multimídia: sites
3. Equinócio, solstício 
e estações do ano
As estações do ano têm duração aproximada de três me-
ses. A Terra recebe variadas quantidades de radiação solar 
por conta da sua inclinação e da sua órbita ao redor do Sol. 
Assim, existem diferentes estações ao longo do ano, o que 
influencia diretamente o tipo de vegetação e o clima de 
todas as regiões da Terra.
Fonte: Youtube
Linha do Equador – Djavan
multimídia: música
Quatro pontos do trajeto de translação são significativos ao 
longo do ano: dois solstícios e dois equinócios. Os dois equi-
nócios são os momentos nos quais os raios solares incidem 
perpendicularmente no equador. Dias 21 ou 22 de março e 
23 de setembro são datas que marcam, respectivamente, o 
início do outono e da primavera no Hemisfério sul e o início 
da primavera e do outono no Hemisfério norte.
Já os solstícios são os momentos nos quais os raios sola-
res incidem perpendicularmente sobre um dos trópicos. Eles 
ocorrem em 22 de junho, no Trópico de Câncer (no hemisfé-
rio norte), e em 21 de dezembro, no Trópico de Capricórnio 
(hemisfério sul). Essas duas datas marcam, respectivamente, 
o início do inverno e do verão no hemisfério sul, e o início do 
verão e do inverno no hemisfério norte. No dia de solstício, 
os raios solares tangenciam um dos polos, fazendo com que 
este tenha 24 horas de luz, e o outro, 24 horas de escuridão.
Decifrando a Terra - Wilson Teixeira, Thomas Rich, 
Maria Cristina Motta de Toledo, Fabio Taioli
O novo Decifrando a Terra interessa não só aos estudan-
tes universitários de diversas especialidades científicas, 
mas também a todos que desejam compreender os in-
trincados processos geológicos que ocorrem no planeta 
há 4,56 bilhões de anos.
multimídia: livro
O fenômeno do sol da meia-noite
O “sol da meia-noite” é um fenômeno natural obser-
vável ao norte do Círculo Polar Ártico (hemisfério nor-
te) e ao sul do Círculo Polar Antártico (hemisfério sul), 
regiões onde o Sol é visível por 24 horas do dia, nas da-
tas próximas ao solstício de verão. A rotação da Terra, 
sua inclinação e a órbita solar fazem com que uma das 
extremidades do planeta permaneça constantemente
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CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
iluminada. Enquanto no Círculo Polar Ártico o Sol não 
se põe durante seis meses, no Círculo Polar Antártico é 
a noite que dura mais tempo: de 20 de março a 23 de 
setembro. Nesse período, o polo norte está totalmente 
voltado para a luz. Quanto mais próximo dos polos, 
maior é o número de dias em que o Sol não se põe. 
Durante esse fenômeno, o Sol se aproxima da linha 
do horizonte como se fosse o pôr ou o nascer do Sol, 
mas não desaparece totalmente. O fenômeno opos-
to é chamado de noite polar, em que o Sol não se 
encontra visível durante 24 horas. Quando o “sol da 
meia-noite” ocorre no polo norte, a noite polar ocorre 
no polo sul e vice-versa.
A noite civil polar, ou seja, quando é necessário man-
ter por mais de 24 horas consecutivas a iluminação 
artificial para atividades no exterior, não ocorre em 
nenhum local da Europa continental ou do estado 
norte-americano do Alasca, pois não existe qualquer 
parte dessas regiões com latitude superior a 72° 33’ 
N. A noite polar astronômica, ou seja, com escuridão 
total, não ocorre em qualquer terra do hemisfério 
norte, limitando-se ao oceano Ártico central.
Uma vez que no hemisfério sul não há assentamentos 
permanentes suficientemente próximos do polo (salvo 
as bases antárticas, habitadas por uns poucos cientistas 
e militares), apenas Estados Unidos, Canadá, Groen-
lândia, Noruega, Suécia, Finlândia, Rússia e o extremo 
norte da Islândia podem desfrutar desse fenômeno.
No norte da Noruega, por exemplo, nunca anoitece 
completamente no verão. Apesar de o Sol não estar ao 
alto no céu, ele nunca chega a desaparecer total-
mente e se mantém acima da linha do horizonte.
“Sol da Meia-noite” eM alta, noruega
A natureza criou suas estratégias para sobreviver à noi-
te e ao dia prolongado. Em diversas regiões habitadas, 
quando o Sol aparece, os pássaros e peixes se reprodu-
zem, o gelo formado no inverno evapora e a vegetação 
aproveita a luz e o calor, frutificando. No inverno, os ani-
mais migram ou hibernam, o gelo volta a cobrir uma 
ampla área e somente as espécies adaptadas permane-
cem. Apesar de ser dia durante meses, nos extremos da 
Terra, porém, o gelo nunca some.
A Astronomia é o segmento da ciência que estuda os corpos celestes utilizando os conhecimentos científicos 
disponíveis. Com exceção da Lua e de alguns planetas do Sistema Solar, todos os demais astros só podem ser 
estudados por meio da luz que enviam para a Terra. Pelo estudo dessa luz é que que os astrônomos conseguem 
obter informações e elaborar os modelos e as teorias que procuram explicar os comportamentos, as estruturas 
físicas e as composições químicas dos astros no Universo.
O estudo e a análise da luz recebida dos astros na forma de micro-ondas, ondas de rádio, radiação infraver-
melha, luz visível, luz ultravioleta, raios X e raios Gama são feitos por meio da aplicação dos conhecimentos 
de Física, Matemática, Química, etc.
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VIVENCIANDO
Glossário:
 § Geoide: concebido idealmente como a forma da Terra, que não é esférica e sim achatada nos polos e bojuda no equador.
 § Meridional ou austral: localizado ao sul.
 § Setentrional ou boreal: localizado ao norte.
 § Movimento de precessão: fenômeno físico que consiste na mudança do eixo de rotação, causando um efeito giroscó-
pico, observado nos movimento dos ponto de referência celeste.
 § Movimento de nutação: pequena oscilação periódica do eixo de rotação da Terra, com um ciclo de 18,6, anos causada 
pela força gravitacional da Lua sobre a Terra.
 § Zênite: ponto imaginário interceptado pelo eixo vertical imaginário, traçado a partir da cabeça de um observador (locali-
zado sobre a superfície terrestre), que se prolonga até a esfera celeste.
O Planetário Professor Aristóteles Orsini, também conhecido 
como Planetário do Ibirapuera, está localizado no Parque do 
Ibirapuera, na cidade de São Paulo. Primeiro planetário do Bra-
sil, foi inaugurado em 26 de janeiro de 1957. O observatório doIbirapuera é uma grande atração para os fãs do espaço side-
ral, pois todas as imagens de estrelas, planetas, constelações e 
nebulosas são captadas por telescópios; trata-se, portanto, de 
imagens com brilho e cores reais. É um excelente passeio para 
aqueles que desejam ter uma noção melhor de astronomia.
O Museu Cósmico, também conhecido como 
Planetário de Santa Cruz, é um museu brasilei-
ro dedicado à Astronomia. Foi inaugurado em 
2008 no bairro de Santa Cruz, na zona oeste 
da cidade do Rio de Janeiro. Abriga uma cúpula 
equipada com um planetário moderno que si-
mula fielmente imagens em movimento de um 
céu semelhante ao que podemos observar du-
rante uma noite clara, em local livre de poluição 
atmosférica, auxiliado por dezenas de equipa-
mentos periféricos. Depois de sua inauguração, 
o Rio de Janeiro tornou-se a “Capital Nacional 
de Cultura Planetária”, por possuir três museus administrados pela Fundação Planetários do Rio de Janeiro. 
Localizado na Estrada do Guandu, 4278-4282, é um ótimo passeio para os amantes da Astronomia.
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ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 6
Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
As representações gráficas, especialmente mapas e gráficos, são elementos importantes na aplicação de conteú-
dos geográficos; no entanto, às vezes podem se tornar entraves à aprendizagem devido às dificuldades que os 
alunos enfrentam em manipular esses instrumentos. O contexto mundial que ora se apresenta é caracterizado por 
uma intensa gama de tecnologias que tem provocado transformações na economia, na política e na educação. 
Essas mudanças trazem novas formas de ver e sentir o espaço geográfico, influenciando o ensino da Geografia, 
uma vez que essa disciplina tem a preocupação de fornecer ao aluno subsídios para que ele possa “entender” o 
mundo e fazer uma leitura crítica ou mais atenta dessa “reorganização espacial e social”.
Considerando o espaço geográfico como objeto de estudo da Geografia, é interessante destacar alguns pontos 
relevantes na aplicação dessa linguagem. Seu papel não é de ilustrar uma aula e não se deve usar o gráfico pelo 
gráfico ou o mapa como passatempo para os alunos. Ela deve ser um recurso de mediação para o melhor enten-
dimento dos conteúdos geográficos e, consequentemente, para a aquisição desses conhecimentos.
MODELO 1
(Enem) Um leitor encontra o seguinte anúncio entre os classificados de um jornal:
VILA DAS FLORES
Vende-se terreno plano medindo 
200 m2. Frente voltada para
o sol no período da manhã.
Fácil acesso.
(443)0677-0032
Interessado no terreno, o leitor vai ao endereço indicado e, lá chegando, observa um painel com a planta a seguir, 
onde estavam destacados os terrenos ainda não vendidos, numerados de I a V:
Considerando as informações do jornal, é possível afirmar que o terreno anunciado é o
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DIAGRAMA DE IDEIAS
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Esse exercício é um bom exemplo de como o Enem explora e mescla conceitos cartográficos e físicos, 
colocando-os em situações do cotidiano.
Dadas as condições geográficas do loteamento e observando a escala da planta, entre os terrenos vol-
tados para o leste, II, IV e V estão fazendo frente para o sol nascente, apenas o terreno IV possui 200 m2 
(10 m × 20 m).
RESPOSTA Alternativa D
MOVIMENTO 
DA TERRA
ROTAÇÃO TRANSLAÇÃO
• DIAS E NOITES
• FORMATO GEOIDE
• CORRENTES MARINHAS
• CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA
• SOLSTÍCIO
• EQUINÓCIO
• ZONAS DE ILUMINAÇÃO
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1. Coordenadas geográficas
Ao longo da história, o ser humano sempre sentiu a neces-
sidade de se orientar e se localizar. Foi a partir do advento 
da escrita e dos mapeamentos que os recursos para orien-
tação se desenvolveram com maior precisão.
Esses recursos são indicados por números que represen-
tam graus de circunferência, resultado do “fatiamento” 
do globo terrestre, segundo a divisão sexagesimal. É im-
portante lembrar que uma circunferência apresenta 360°; 
além disso, cada grau tem sessenta minutos (60’), e cada 
minuto, sessenta segundos (60”).
As coordenadas geográficas baseiam-se em diversas linhas 
imaginárias horizontais e verticais traçadas sobre o globo 
terrestre: os paralelos e os meridianos.
Cartografia básica – Paulo Roberto Fitzi
O uso de mapas e imagens de satélite é cada vez mais 
frequente no nosso dia a dia. A sua correta interpreta-
ção, no entanto, exige o domínio de conceitos básicos 
nem sempre acessíveis na literatura disponível em lín-
gua portuguesa.
multimídia: livro
1.1. Meridianos
Os meridianos são linhas imaginárias que ligam os polos 
norte e sul, formando “meias circunferências” na Terra. 
Também se fez necessária a escolha do meridiano de zero 
grau (0°), por isso convencionou-se, para início da conta-
gem, o meridiano que passa pela torre do observatório 
astronômico de Greenwinch, que é uma localidade na 
área metropolitana de Londres, capital da Inglaterra. 
O meridiano de Greenwich divide a Terra em dois hemis-
férios: ocidental e oriental. A partir dele, é possível traçar 
diversos meridianos, até o limite de 180°, tanto para oeste 
quanto para leste, o que totaliza os 360° da “circunferência” 
da Terra. Ao lado do número do meridiano, deve-se indicar 
leste (E ou L) ou oeste (W ou O). No ponto de 180º (seja leste 
ou oeste), tem-se a linha internacional de data (ou Linha In-
ternacional de Mudança de Data). É o meridiano oposto ao 
meridiano de Greenwich, atravessando o Pacífico.
1.2. Paralelos
A linha imaginária traçada na parte mais larga da Terra é o 
paralelo de zero grau (0°), cujos pontos são equidistantes 
dos polos. Ele foi denominado equador, o principal paralelo, 
e divide o planeta em dois hemisférios, norte e sul. 
Os outros paralelos são traçados seguindo a linha do equa-
dor, tanto para o norte quanto para o sul. A cada um deles é 
atribuído o número correspondente ao ângulo formado com 
a linha do Equador, considerando o centro da Terra como 
centro da “circunferência”. Assim, os polos estão a 90° do 
equador. Indica-se norte (N) ou sul (S) ao lado do número do 
paralelo. Além do equador, existem quatro paralelos notáveis: 
no hemisfério norte, há o Círculo Polar Ártico (90° N) e o 
Trópico de Câncer (23° N); no hemisfério sul, há o Círculo 
Polar Antártico (90° S) e o Trópico de Capricórnio (23° S).
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Equador
Latitudes
norte
Latitudes
sul
Polo norte 90º N
0º
G
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en
w
ic
h
180º
Longitudes
oeste
Longitudes
leste
antimeridiano
de Greenwich
0º
MERIDIANOS PARALELOS
1.3. Latitude e longitude
É necessário usar duas indicações para localizar qualquer 
lugar na superfície terrestre de forma exata: as latitudes e 
as longitudes.
Fornecer as coordenadas geográficas de uma cidade sig-
nifica informar sua latitude e sua longitude.
COORDENADAS 
GEOGRÁFICAS 
E FUSO 
HORÁRIO
COMPETÊNCIA(s)
2
HABILIDADE(s)
6
CH
AULAS 
3 E 4
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 § Latitude é a distância, medida em graus, que separa 
a linha do equador de um ponto qualquer da superfície 
terrestre. Ela varia de 0° a 90° ao norte e ao sul.
 § Longitude é a distância, medida em graus, do meridi-
ano de Greenwich a um ponto qualquer da superfície 
da Terra. Ela varia de 0° a 180° a leste ou a oeste.
LONGITUDES LATITUDES
2. Zonas de iluminação
É usual substituir essa denominação por zonas climáticas, o 
que é um equívoco, pois o clima não é o simples resultado de 
maior ou menor exposição aos raios solares. A denominação 
“zonas de iluminação” é preferida por geógrafos mais rigo-
rosos. A diferença de temperatura que se verifica do equador 
aos polos é resultante da inclinação dos raios solares.
Mapas da Geografia e Cartografia 
Temática – Marcelo Martinelli
O livro introduz o leitor no domíniodas representações 
gráficas e apresenta os fundamentos metodológicos da 
cartografia temática e da Geografia em bases ligadas 
à comunicação visual. É uma proposta inovadora que 
considera o mapa da Geografia não apenas como uma 
ilustração de texto, mas um meio capaz de revelar o 
conteúdo da informação.
multimídia: livro
Nas áreas próximas aos polos, onde a curvatura da Terra é 
mais acentuada, os raios do sol se distribuem por uma su-
perfície menor, determinando menor concentração de calor.
Nas baixas latitudes (próximas ao Equador), os raios solares 
tocam perpendicularmente a superfície do planeta, deter-
minando maior concentração e, consequentemente, maior 
aquecimento. Temperaturas médias ocorrem nas latitudes 
médias (entre os trópicos e os círculos polares).
1. Zona Tropical ou Tórrida (ou de baixas latitudes) – 
situada entre os trópicos.
2. Zona Temperada do Norte (ou de médias latitudes) – 
situada entre o Trópico de Câncer e o Círculo Glacial Ártico.
3. Zona Temperada do Sul (ou de médias latitudes) – 
situada entre o Trópico de Capricórnio e o Círculo Glacial 
Antártico. 
4. Zona Glacial Ártica (ou de altas altitudes) – situada 
ao Norte do Círculo Glacial Ártico. 
5. Zona Glacial Antártica (ou de altas latitudes) – situ-
ada ao Sul do Círculo Glacial Antártico. 
3. Fuso horário
No passado, a hora era uma característica extremamen-
te local. Os antigos viajantes precisavam acertar o relógio 
toda vez que chegavam a uma cidade nova. O acerto de 
horas era feito através do Sol: o meio-dia representava o 
ponto mais alto que a estrela alcançava. A partir da Re-
volução Industrial, com o barco e a locomotiva à vapor, as 
distâncias se encurtaram, causando dificuldades para a de-
terminação da hora.
Em 1884, representantes de 25 países se reuniram, em 
Washington, para determinar um sistema padronizado de 
horas, e, assim, foram criados os fusos horários.
Dividindo-se os 360º da “esfera” terrestre pelo número de 
horas que a Terra leva para completar seu movimento de 
rotação, tem-se 15º (quinze graus), ou seja, a cada hora, a 
Terra gira 15º. Partindo desse raciocínio, o planeta foi divi-
dido em 24 fusos horários, correspondentes às 24 horas do 
dia e limitados por meridianos, distantes 15º uns dos outros. 
O meridiano 0º tem como referência o observatório de Gre-
enwich, localizado no subúrbio de Londres, que passou a 
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simbolizar o primeiro meridiano internacional, base para a 
determinação do horário legal, adotado em todo o mundo. 
Como a Terra gira de oeste para leste, os fusos à leste de 
Greenwich têm as horas adiantadas em relação ao fuso 
inicial. Os fusos situados à oeste, por sua vez, têm as horas 
atrasadas em relação à hora de Greenwich.
Meridiano 0, Marcado no obServatório real 
de greenwich, a leSte de londreS
Outra questão abordada na Conferência do Meridiano foi 
estabelecer um marco para a mudança do dia no planeta. 
A partir de então, definiu-se o antimeridiano de Greenwich, 
ou seja, a linha de longitude 180º, oposta ao meridiano 
inicial, chamada Linha Internacional de Mudança de 
Data. Esse meridiano divide um fuso em que todos os lu-
gares têm a mesma hora, mas, a oeste da linha, a data está 
um dia na frente da data a leste.
3.1. Fuso horário legal
No mapa-múndi é possível observar que os limites dos me-
ridianos não são respeitados estritamente. Existem variações 
de acordo com cada país. Ou seja, o horário de determinadas 
áreas em alguns países não corresponde ao horário do fuso 
ao qual pertencem. Há um limite prático entre os fusos, que 
seguem o contorno e os limites entre países ou entre as uni-
dades administrativas em que alguns países se dividem, os 
chamados fusos legais.
DIA
NOITE
Polo Sul
Polo Norte
Leste
Oeste
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 R
afa
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3.2. Calculando os fusos: a lei de Aldrin
É possível calcular a hora em certas localidades sem a uti-
lização de um mapa, desde que se saiba sua longitude e o 
horário e a longitude de outro local, que será tomado como 
referência. O calculo é feito da seguinte maneira:
 § determina-se a diferença entre as longitudes dos 
dois lugares;
 § somam-se as duas longitudes caso estejam em hemis-
férios diferentes;
 § subtraem-se as longitudes caso estejam no mesmo he-
misfério;
 § o resultado deve ser dividido por 15º;
 § o resultado dessa divisão será a diferença entre os ho-
rários de dois lugares. Esta deverá ser subtraída se o 
local estiver à oeste, ou somada, para leste.
O método conhecido como lei de Aldrin determina a dife-
rença de fusos horários entre dois locais.
Principais siglas
Sigla Significado Tradução Descrição
GMT Greenwich 
Mean Time
Tempo 
Médio de 
Greenwich
Refere-se a 
Greenwich, onde 
ficou definida por 
convenção a base 
para cálculo inter-
nacional de horário.
ST Standard Time Tempo 
Padrão
Hora oficial em 
cada fuso horário.
DST
Daylight 
Saving Time ou 
Summer Time
Horário de 
Verão
Alteração do 
horário de uma 
região, designado 
apenas durante 
uma porção do 
ano, adiantando-se 
em geral uma hora 
no fuso horário 
oficial local.
UTC Coordinated 
Universal Time
Tempo 
Universal 
Coordenado, 
tempo civil
Os fusos horários 
são relativos a ele.
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Principais siglas
Sigla Significado Tradução Descrição
UT Universal Time Tempo 
Universal
Usado em astrono-
mia, tem por base 
a rotação da Terra.
IAT International 
Atomic Time
Tempo 
Atômico 
Internacional
Sua base são os 
relógios atômicos.
A . M . /
P.M.
Ante Meridiem/
Post Meridiem 
(do latim)
Antes do 
meio-dia/
Depois do 
meio-dia
Usados por povos 
que consideram 
um ciclo de 
12 horas.
HL — Hora Legal Hora oficial 
do país.
Fonte: Youtube
Mapas do acaso – Engenheiros do Hawaí
multimídia: música
3.3. Fusos horários do Brasil
O Brasil possui quatro fusos horários devido à sua grande 
extensão longitudinal. A maior parte do território fica no se-
gundo fuso (atrasado em 3 horas em relação a Greenwich), 
que corresponde à hora oficial do Brasil – ou horário de 
Brasília. Nesse fuso, estão incluídas as regiões Sul, Sudeste, 
Nordeste e parte das regiões Norte e Centro-Oeste. Para 
evitar a existência de dois fusos dentro do mesmo estado, 
o limite prático dos fusos acompanha a divisão política do 
país. Os fusos do Brasil são:
 § primeiro fuso (UTC-2): Atol das Rocas, Fernando 
de Noronha, Arquipélago de São Pedro e São Paulo, 
Trindade e Martim Vaz;
 § segundo fuso – horário de Brasília (UTC-3): regi-
ões Sul, Sudeste e Nordeste; estados de Goiás, Tocan-
tins, Pará e Amapá; e o Distrito Federal;
 § terceiro fuso (UTC-4): estados do Mato Grosso, 
Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e a parte do 
Amazonas que fica a leste da linha que interliga Taba-
tinga e Porto Acre;
 § quarto fuso (UTC-5): estado do Acre e a porção do 
Amazonas que fica a oeste da linha. Durante os anos 
de 2008 a 2013 esse fuso horário foi excluído, passan-
do a ser incorporado pelo terceiro fuso (UTC 4).
Brasil: fuso horário
Jet lag
O jet lag (também conhecido como doença do fuso 
horário) é a perda de ritmo e concentração ao se 
passar por fusos horários diferentes em pouco tem-
po. Seus sintomas consistem em irritabilidade, cefa-
leia, taquicardia e alteração dos padrões de sono e 
fome. Esse tipo de alteração ocorre devido às mu-
danças de hábitos (hora de comer e de dormir, por 
exemplo). Quando a diferença de horário entre o 
ponto de saída e o destino é superior a quatro horas, 
os efeitos do jet lag se tornam mais evidentes.
Fonte: ibge. diSPonível eM: <httP://MaPaS.ibge.gov.br/
Politico-adMiniStrativo>. aceSSo eM: nov. 2014.
3.4. Horário de verão
O chamado horário de verão foi criado para aproveitar os dias 
mais longos do verão nas regiões de média e alta latitudes. 
Cerca de 50 dias antes do solstício de verão, adianta-se o 
relógio em 1 hora. Com essa mudança, as pessoas passam a 
acordar mais cedo do quefariam normalmente. Uma pessoa 
que acorda às 8 horas, por exemplo, passa a acordar, no ho-
rário de verão, o equivalente às 7 horas sem essa mudança.
Como os dias são mais longos, já há iluminação natural 
nesse horário. Dessa forma, a claridade do dia é aprovei-
tada desde seu início. No final da tarde, o Sol, que se poria 
normalmente às 19 horas, passa a se pôr às 20 horas. 
A Alemanha, em 1916, foi o primeiro país a adotar o ho-
rário de verão. A partir daí, devido à Primeira Guerra Mun-
dial, diversos países na Europa o adotaram. A economia de 
energia elétrica foi vista como um esforço de guerra, pro-
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piciando a economia de carvão, principal fonte de energia 
da época. Nos Estados Unidos foi mais difícil implementar 
o horário de verão devido à coincidência com a implanta-
ção do sistema de fusos horários em 1918 (por ocasião da 
Primeira Guerra Mundial). No Brasil, ele foi adotado pela 
primeira vez em 1931, também com o objetivo de econo-
mizar energia elétrica.
Em abril de 2019, o presidente Jair Bolsonaro assinou o 
decreto que acabou com o horário de verão no Brasil.
Fonte: Youtube
Documentário - “Todo mapa tem um discurso”
Levanta as principais questões simbólicas e práticas 
sobre as regiões marginalizadas que não pertecem ao 
mapa oficial da cidade.
multimídia: vídeo
Internacionalmente os estudos apontam três benefícios do 
horário de verão: economia de energia, redução de aciden-
tes nos horários de pico do trânsito (que durante esse perí-
odo possuem mais iluminação natural) e redução de assal-
tos e crimes. No caso brasileiro, é possível acrescentar um 
importante benefício: a possibilidade de armazenamento 
de água nos reservatórios das hidrelétricas durante o verão 
para que essa água seja utilizada mais tarde, durante os 
meses secos do inverno.
Fonte: Youtube
Terra – Caetano Veloso
multimídia: música
No Brasil, a economia chegou a R$ 160 milhões, resultados 
verificados durante o horário de verão 2011/2012, uma redu-
ção da demanda de ponta da ordem de 2.555 MW – sendo 
1.840 MW no subsistema Sudeste/Centro-Oeste e 610 MW 
no subsistema Sul. O horário de verão aumenta a segurança 
e diminui os custos de operação do sistema, possibilitando a 
redução da tarifa de energia elétrica para o consumidor.
No entanto, a prática recebeu tanto aplausos quanto críticas. 
Adiantar os relógios traz benefícios para o varejo, os esportes 
e outras atividades que exploram a luz do Sol depois da jor-
nada de trabalho, mas pode trazer problemas para o entendi-
mento da tarde e para outras atividades ligadas diretamente 
à luz solar, como a agricultura, por exemplo. Embora alguns 
dos primeiros proponentes do horário de verão tenham pen-
sado que ele reduziria o uso de lâmpadas incandescentes 
durante a tarde – uma vez que a iluminação era o principal 
uso da eletricidade –, o clima moderno e os padrões de uso 
de aparelhos para refrigeração diferem bastante. As pesqui-
sas em relação a como o horário de verão atualmente afeta 
o uso de energia têm sido limitadas e contraditórias.
Às vezes, as mudanças causadas pela medida complicam 
a cronometragem e podem atrapalhar viagens, faturamen-
tos, manutenção de registros, dispositivos médicos, equi-
pamentos pesados e padrões de sono. Os softwares dos 
dispositivos contemporâneos podem frequentemente alte-
rar o horário automaticamente, mas as mudanças de po-
líticas por várias jurisdições de datas e horários do horário 
de verão podem ser confusas. No ano de 2019, o Governo 
Federal extinguiu o horário de verão no Brasil.
www.inpe.br
multimídia: sites
3.5. Horário de verão no mundo
As sociedades industrializadas geralmente seguem um cro-
nograma baseado em relógios nas atividades do dia a dia 
que não mudam no decorrer do ano. A coordenação do 
transporte público e os horários de início do trabalho e da 
escola, por exemplo, mantêm-se constantes durante o ano. 
Por outro lado, as rotinas de trabalho e conduta pessoal 
dos agricultores são geralmente governadas pelo tempo 
em que a luz solar está visível e pelo horário solar aparente, 
que pode mudar sazonalmente devido à inclinação axial 
da Terra. A luz do dia dos trópicos norte e sul dura mais no 
verão e menos no inverno, com o efeito tornando-se maior 
à medida que nos afastamos dos trópicos.
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 regiõeS que adotaM o horário de verão
 regiõeS que já adotaraM horário de verão, MaS não uSaM atualMente
 regiõeS que nunca adotaraM horário de verão
Ao redefinir simultaneamente todos os relógios de uma região para uma hora adiante ao horário padrão, os indivíduos que 
seguem essa rotina vão acordar uma hora antes do que acordariam de outro modo; eles vão iniciar e completar as rotinas de 
trabalho uma hora antes e terão sessenta minutos extras da luz do dia depois da jornada de trabalho. No começo de cada dia, 
entretanto, haverá uma hora de luz a menos, o que torna a política menos prática.
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ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 6
Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
As representações gráficas há muito tempo são usadas pela disciplina geográfica, mas nem sempre propor-
cionam resultados satisfatórios. Isso é decorrente, entre diversas razões, do uso de metodologias inadequadas 
para o ensino-aprendizagem. Às vezes, os mapas são usados para pintura ou até mesmo como meras ilus-
trações de um texto, deixando de ser um material pedagógico. No caso dos gráficos, são pouco explorados 
por serem vistos como um material de difícil compreensão pelos alunos. A Geografia é uma ciência que utiliza 
mapas e gráficos para o estudo do espaço, assim, quanto melhor esse espaço for representado, melhor será en-
tendido. De acordo com Passini, os ensinos de Geografia e de Cartografia são indissociáveis e complementares: 
a primeira é conteúdo e a outra é forma. Não há possibilidade de se estudar o espaço sem representá-lo, assim 
como não podemos representar um espaço vazio de informações (2007, p.148).
As representações gráficas são significativas para entender textos, ideias e dados de forma eficaz e sintetizada. As-
sim, elas devem comunicar as informações instantaneamente, através de imagens visuais de forma monossêmica, 
isto é, sem ambiguidade, permitindo uma única leitura.
MODELO 1
(Enem) Os moradores de Utqiagvik passaram dois meses quase totalmente na escuridão
Os habitantes desta pequena cidade no Alasca – o estado dos Estados Unidos mais ao norte – já estão 
acostumados a longas noites sem ver a luz do dia. Em 18 de novembro de 2018, seus pouco mais de 4 mil 
habitantes viram o último pôr do sol do ano. A oportunidade seguinte para ver a luz do dia ocorreu no dia 
23 de janeiro de 2019, às 13h04 min (horário local).
diSPonível eM: www.bbc.coM. aceSSo eM: 16 Maio 2019 (adaPtado).
O fenômeno descrito está relacionado ao fato de a cidade citada ter uma posição geográfica condicionada pela 
a) continentalidade; 
b) maritimidade; 
c) longitude; 
d) latitude; 
e) altitude.
ANÁLISE EXPOSITIVA
A alternativa correta é [D], porque em razão da inclinação do eixo da Terra, as áreas de altas latitudes 
sofrem máxima variação de luminosidade nos solstícios de verão e inverno, resultando, dessa forma, em 
longas noites no inverno. As alternativas incorretas são: [A] e [B], porque maritimidade e continentalidade 
são reguladores térmicos e não de variação da incidência solar; [C], porque longitude é usada para cálculo 
de fuso horário; [E], porque altitude é um fator que não define a variação da incidência solar. 
RESPOSTA Alternativa D
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DIAGRAMA DE IDEIAS
FUSO HORÁRIO
PADRONIZAÇÃO DO
HORÁRIO MUNDIAL
GREENWICH 0º
(MERIDIANO CENTRAL)
A HORA
AUMENTA
LESTE
A HORA
DIMINUI
OESTE
BRASIL
1º FUSO: -2 HORAS
2º FUSO: -3 HORAS
3º FUSO: -4 HORAS
4ºFUSO: -5 HORAS
• EQUADOR
• TRÓPICO DE CÂNCER
• TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
• CÍRCULO POLAR ÁRTICO
• CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO
• GREENWICH
• LINHA INTERNACIONAL 
DE MUDANÇA DE DATA
• FUSO HORÁRIO
MERIDIANOSPARALELOS
LONGITUDELATITUDE
COORDENADAS 
GEOGRÁFICAS
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1. Cartografia
A cartografia é a ciência da representação gráfica da super-
fície terrestre e tem como produto final o mapa. Entretan-
to, os mapas e outros produtos realizados pela cartografia 
não são cópias fiéis da realidade. Eles só seriam a reprodu-
ção fiel da realidade caso fossem exatamente do tamanho 
real da área mapeada, o que os tornaria inúteis e inviáveis. 
Com efeito, os mapas são sempre a representação de parte 
da realidade. É sempre necessário se perguntar o que um 
mapa quer representar e qual é o seu objetivo. Com isso, 
os cartógrafos utilizam alguns recursos que visam facilitar 
o entendimento e a interpretação das cartas.
Mapa-múndi babilônico
O primeiro mapa de que se tem registro foi feito numa 
tábua redonda de argila por volta de 2300 a.C. na re-
gião da Mesopotâmia (atual Iraque). Era apenas uma 
representação de um rio, provavelmente o rio Eufra-
tes, circundando montanhas. Outros registros, datan-
do de 1000 a.C., foram encontrados em tumbas no 
Egito e representavam paisagens locais, trilhas e rios.
A representação feita pelos 
babilônios é considerada o 
primeiro mapa-múndi da his-
tória, por representar o mun-
do na concepção de seus au-
tores, mesmo que, na verdade, 
a Terra seja bem diferente do 
que foi registrado.
É possível distinguir dois ramos dentro da cartografia: a 
sistemática e a temática. A cartografia sistemática tem 
como objetivo produzir mapas com o máximo de precisão 
possível, ou, ao menos, com distorções controladas. Os ma-
pas topográficos, por exemplo, são produzidos pela carto-
grafia sistemática. A cartografia temática, por sua vez, tem 
como objetivo a utilização de mapas de base, geralmente 
produzidos pela cartografia sistemática, para a representa-
ção de temas variados da geografia física ou humana. Para 
expressar os dados são utilizados símbolos, cores, gráficos 
e as próprias formas e tamanhos das áreas representadas.
1.1. Histórico
MaPa-Múndi de PtoloMeu, 1486
Desde épocas remotas até os dias atuais, o desenvolvimento 
da cartografia acompanhou o próprio progresso da civilização.
NOÇÕES DE 
CARTOGRAFIA
COMPETÊNCIA(s)
2
HABILIDADE(s)
6
CH
AULAS 
5 E 6
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As guerras, as descobertas científicas, o desenvolvimento 
das artes e ciências e os movimentos históricos que exi-
giam maior precisão na representação gráfica da superfície 
da Terra impulsionaram a evolução da cartografia. Mas foi 
na Grécia Antiga que se lançaram os primeiros fundamen-
tos da ciência cartográfica, quando Hiparco (160-120 a.C.) 
utilizou, pela primeira vez, métodos astronômicos para 
determinar a superfície da Terra e deu a primeira solução 
do problema relativo ao desenvolvimento da superfície da 
Terra sobre um plano, idealizando a projeção cônica.
Todo o conhecimento geográfico e cartográfico da Grécia 
Antiga se condensa nos escritos do geógrafo e cartógrafo 
grego Cláudio Ptolomeu de Alexandria (90-168 d.C.). 
Sua extraordinária obra em seis volumes apresenta os 
princípios da cartografia matemática, das projeções e dos 
métodos de observação astronômica.
Mais tarde, com o advento da agulha magnética, tornou-se 
possível a exploração dos mares e se intensificou o comér-
cio para o Leste. Deu-se início, então, à epopeia portuguesa 
dos descobrimentos. Além disso, Gutenberg inventou a im-
prensa e foi fundada a Escola de Sagres.
No século XIX, iniciou-se o levantamento hidrográfico do 
litoral brasileiro, um dos maiores destaques da história da 
cartografia náutica do Brasil. Já no século XX, o emprego 
da aerofotogrametria e a introdução da eletrônica no ins-
trumental necessário para os levantamentos determinaram 
uma grande revolução na cartografia.
A cartografia contemporânea busca acompanhar o progres-
so em todos os ramos da atividade humana. Uma das princi-
pais características do século XXI é uma produção em massa, 
no menor tempo possível e com precisão cada vez maior.
1.2. Definições de mapas e cartas
MaPa do braSil – regiõeS
Não existe uma diferença rígida entre os conceitos de mapa 
e carta, o que torna difícil estabelecer uma separação defini-
tiva entre o significado dessas designações.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-
tica (IBGE), “carta é a representação no plano, em escala 
média ou grande, dos aspectos artificiais e naturais de uma 
área tomada de uma superfície planetária, subdividida em 
folhas delimitadas por linhas convencionais – paralelos e 
meridianos – com a finalidade de possibilitar a avaliação 
de pormenores, com grau de precisão compatível com a 
escala”. Ainda segundo o IBGE, “mapa é a representação 
no plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos 
geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área to-
mada na superfície de uma figura planetária, delimitada 
por elementos físicos, político-administrativos, destinadas 
aos mais variados usos, temáticos, culturais e ilustrativos”.
A distinção entre mapa e carta é um tanto convencional e 
subordinada à ideia de escala. Nota-se, contudo, certa pre-
ferência pelo uso da palavra carta. Na verdade, o mapa é 
apenas uma representação ilustrativa e pode perfeitamen-
te ser considerado um caso particular de carta.
Dessa forma, o mapa é a representação da Terra, nos seus 
aspectos geográficos, naturais ou artificiais, que se destina 
a fins culturais ou ilustrativos. Assim, ele não tem caráter 
científico especializado e é geralmente construído em esca-
la pequena, cobrindo um território mais ou menos extenso. 
Carta, por sua vez, é a representação dos aspectos naturais 
ou artificiais da Terra, destinada a fins práticos da atividade 
humana, permitindo a avaliação precisa de distâncias, dire-
ções e localizações geográficas de pontos, áreas e detalhes. 
É, portanto, uma representação similar ao mapa, mas de 
caráter especializado, construída com uma finalidade espe-
cífica e geralmente em escalas maiores.
O mapeamento é o conjunto de operações de levantamen-
to, construção e reprodução das cartas de determinado 
projeto. De acordo com a escala, é possível classificar os 
mapas e as cartas em:
 § cadastrais – escalas de 1:500 a 1:10.000;
 § topográficos – escalas de 1:25.000 a 1:250.000;
 § geográficos – escalas de 1:500.000 a 1:1.000.000.
1.3. Escala
Uma enorme literatura discorre sobre a questão da es-
cala em geografia e, amiúde, converge para alimentar 
um debate circular e tautológico. Atônitos, debruçamo-
-nos sobre esse problema – será um problema? – e 
descobrimos a recorrência de três premissas centrais: 
a crítica à analogia da escala geográfica com a carto-
gráfica e, com frequência, a ausência ou recusa à ela-
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boração de uma proposta metodológica alternativa; a 
afirmação de que o valor da variável muda com a esca-
la e, por fim, a aceitação da escala como uma definição 
a priori na pesquisa geográfica.
Silveira, Maria laura. eScala geográFica: da ação ao 
iMPério? reviSta terra livre, goiânia, ano 20.
Pode-se definir escala como a relação entre o tamanho do fato 
geográfico representado no mapa e o seu tamanho real na 
superfície da Terra. Os mapas apresentam dois tipos de escala: 
 § Escala numérica: representada por uma fração, na 
qual o numerador indica a distância no mapa, e o deno-
minador indica a distância na superfície real. Uma escala 
1:100.000 (um por cem mil) significa que a superfície re-
presentada foi reduzida 100 mil vezes. Nesse caso, 1 cm 
no mapa = 100.000 cm = 1.000 m = 1 km na realidade.
 § Escala gráfica: é uma linha reta graduada, por meio da 
qual se indica a relação da distância real com as distâncias 
representadasno mapa. Por exemplo: 1 cm = 100 km.
km
2 1 0 2 4
© César da Mata/ 
Schäffer Editorial
A fórmula para calcular a distância real entre dois pontos 
em um mapa é D = E × d, em que D é distância real, d é 
a distância no mapa e E é a escala.
Assim, em um mapa de escala 1:200.000, se a distância em 
linha reta entre dois pontos é de 20 cm (pode ser medida 
com a régua), qual a distância real entre esses pontos?
D = 200.000 × 20 = 4.000.000 cm ou 40 km 
Para saber a distância no mapa, aplica-se a fórmula d = D : E.
d = 4.000.000 ÷ 200.000 = 20 cm
Quanto maior a escala, menor a área representada, o que 
possibilita a visualização de uma quantidade maior de 
detalhes. Veja alguns exemplos utilizados em mapas com 
suas escalas correspondentes:
 § Mapas de plantas cadastrais, usadas para 
identificação de lotes no espaço urbano: 
1:1.000 a 1:2.000.
 § Mapas topográficos municipais: 
1:5.000 a 1:20.000.
 § Mapas topográficos regionais: 
1:50.000 a 1:250.000. 
 § Mapas de grandes regiões brasileiras: 
1:500.000 a 1:2.000.000. 
 § Mapas de grandes países como o Brasil: 
escalas menores que 1:5.000.000.
COMPARAÇÃO ENTRE ESCALAS
Aplicação Área representada
Tamanho 
da escala
Nível de análise 
(número e quantidade 
dos pormenores)
Área de território 
representado
plantas de casas
1:100
grande escala 
(igual ou superior 
a 1:100.000)
grande (muitos pormenores)
pequena (menor 
área representada) 
escala descritiva
1:200
plantas de arruamentos
1:500
1:1.000
plantas de bairros, 
cidades ou aldeias
1:1.000
1:2.000
1:5.000
mapas de grandes 
propriedades (rurais 
ou industriais), 
províncias ou regiões
1:10.000
1:25.000
1:50.000
1:75.000
1:100.000
mapas de estados, países, 
continentes ou do mundo
1:800.000
pequena escala 
(inferior a 
1/100000)
pequena (poucos pormenores)
grande (maior área 
representada) escala 
explicativa
1:10.000.000
1:90.000.000
1:600.000.000
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2. Construção e 
interpretação dos mapas
2.1. Orientação no mapa
A maioria dos mapas traz uma rosa dos ventos ou uma seta 
indicando o norte. Quando não há essa indicação, conven-
cionou-se que o norte está na parte superior do mapa.
N
2.2. Elementos de um mapa
Um mapa representa o espaço a partir da visão vertical. Os 
mapas do tipo topográfico representam todos os elementos 
visíveis do espaço, como área urbana, agricultura, vias de 
transporte, hidrografia, tipos de vegetação, etc. Eles são ela-
borados a partir de levantamentos topográficos realizados 
por empresas privadas ou órgãos governamentais, como o 
IBGE, e servem de base para outro tipo de mapa, o temático. 
Os mapas temáticos são representações de fenômenos na-
turais (clima, relevo, rochas, etc.) ou socioeconômicos (popu-
lação, indústria, urbanização etc.) mostrando seus aspectos 
quantitativos e/ou qualitativos. Um mapa deve conter:
 § Título: informa o tema que está sendo representado.
 § Legenda: mostra o significado dos símbolos e é impor-
tante para explicar o que o mapa comunicou visualmente.
 § Escala: indica quantas vezes o mapa foi reduzido, 
possibilitando o cálculo das distâncias e das dimensões 
reais do espaço representado.
2.3. Representação do relevo
Tanto o relevo terrestre quanto o submarino podem ser 
representados de várias formas – por cores (altitudes), ha-
churas, blocos-diagramas, etc. No entanto, as formas mais 
usuais são as curvas de nível e o perfil topográfico.
As cores convencionadas pela Carta Internacional do Mundo 
(CIM) para mostrar as altitudes são as hipsométricas (verde, 
amarelo, marrom, violeta, violeta-escuro e branco), que indi-
cam as cotas acima do nível do mar, e as batimétricas (tom 
azul), que indicam as cotas abaixo do nível do mar.
Alagoas: mapa hipsométrico
Fonte: Governo do Estado de Alagoas. Acesso: Nov. 2014. 
Fonte: governo do eStado de alagoaS. aceSSo: nov. 2014.
2.4. Topografia e curvas de nível
Em cartografia, curvas de nível, também denominadas 
isoípsas, são linhas que unem pontos de igual altitude na 
superfície representada. Os intervalos existentes entre es-
sas linhas são equidistantes, ou seja, sempre possuem a 
mesma medida.
exeMPlo de curva de nível e PerFil toPográFico
A interpretação das curvas de nível exige o conhecimento 
de algumas noções básicas: 
 § Quanto maior a declividade do terreno representado, 
mais próximas são as curvas de nível; elas são mais afas-
tadas na representação de terrenos pouco íngremes. 
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 § Há sempre a mesma diferença de altitude entre duas 
curvas de nível. 
 § Pontos situados na mesma curva de nível têm a mesma 
altitude. 
 § Os rios nascem nas áreas mais altas e correm para as 
áreas mais baixas.
As curvas de nível raramente se cruzam e tendem a ser pa-
ralelas entre si. O cruzamento só ocorre quando há algum 
tipo de acidente geográfico incomum, como um barranco, 
ou seja, quando elas se tocam, é porque uma determinada 
altitude encontra-se sobre a outra.
Além dessas características, é possível notar que as curvas 
de nível jamais se bifurcam. Observe no exemplo abaixo:
exeMPlo de uMa área Maior rePreSentada eM curvaS de nível
Produzir mapas topográficos em curvas de nível, principal-
mente de áreas extensas, requer muito trabalho na coleta de 
dados, como o das altitudes, envolvendo uma rigorosa pre-
cisão matemática. Entretanto, com os avanços tecnológicos no 
campo da cartografia, tanto com a aerofotogrametria quanto 
com as projeções de satélites, muitas vezes esse tipo de mapa 
é produzido quase que automaticamente, o que facilita estu-
dos geológicos e geomorfológicos da superfície terrestre.
2.5. Geomática: a cartografia 
computadorizada
O século XXI traz consigo o uso generalizado da geomá-
tica, definida pela International Standards Organization 
como “o campo de atividade que integra todos os meios 
utilizados para a aquisição e o gerenciamento de dados 
espaciais necessários às operações científicas, administrati-
vas, legais e técnicas envolvidas no processo de produção 
e gerenciamento da informação espacial”. 
Em outras palavras, é possível definir a geomática como a 
ciência e a tecnologia de coletar, interpretar e utilizar infor-
mações geográficas.
Embora não seja um campo novo, a geomática representa 
uma evolução das técnicas cartográficas, abrangendo ou-
tros recursos utilizados também pela cartografia, como a 
topografia, a geodésia e a aerofotogrametria, juntamente 
com novas técnicas de sensoriamento remoto, o GPS e o 
Sistema de Informação Geográfica (SIG). Ou seja, a geomá-
tica utiliza dados coletados por satélites e por trabalho de 
campo que são reunidos e processados em computadores, 
gerando produtos como mapas digitais ou bases de dados.
O resultado mais completo obtido com o uso das técnicas 
da geomática é o geoprocessamento ou SIG, que permite a 
superposição e o cruzamento de informações. Sua principal 
característica é integrar, em uma base única, informações 
diversas – imagens, dados cartográficos, populacionais, etc. 
– de forma que seja possível consultar, comparar e analisar 
essas informações, além de produzir mapas. 
2.6. Aerofotogrametria
Também denominada fotogrametria, é a técnica de ela-
boração de cartas com base em fotografias aéreas e com 
a utilização de aparelhos e métodos estereoscópicos, que 
permitem a representação de objetos em um plano e sua 
visão em três dimensões.
Alguns detalhes são essenciais para a representação de 
fotografias aéreas, como o tamanho e a forma da área es-
tudada ou a tonalidade e as sombras existentes nas fotos.
Os tipos de fotografias aéreas mais usados são os mosai-
cos cartográficos, as montagens de fotografias aéreas e as 
ortofotocartas, imagens com escala precisa em que podem 
estar representadas curvas de nível, ruas, limites, etc.
técnica de aeroFotograMetria
Embora muito utilizado para fins de mapeamento, esse mé-
todo, assim como qualqueroutro método de representação 
da superfície terrestre, oferece algumas limitações. Nesse 
caso, as limitações se referem à interpretação das imagens 
obtidas, que exigem perícia do intérprete para reconhecer 
e diferenciar objetos, principalmente porque a forma dos 
objetos (meio pelo qual se faz o reconhecimento) pode ser 
alterada de acordo com a perspectiva da máquina na hora 
do registro da imagem (fotografia) ou mesmo devido às 
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características de interação da radiação eletromagnética 
com o alvo ou o conjunto observador-sensor.
Outra dificuldade dessa técnica está na instabilidade do voo, 
principalmente quando feito em uma região onde venta 
constantemente. Quando a aerofotogrametria é feita com o 
objetivo de mapear o local, é traçado um plano de voo, de for-
ma que as fotos sejam tiradas “em faixas” que cubram, para-
lelamente, todo o terreno. Para isso, o ideal seria manter o voo 
em linha reta e a uma altura constante, mas isso nem sempre 
é possível, o que causa pequenas distorções nas fotos.
No Brasil, o levantamento aerofotogramétrico deve ser pre-
viamente autorizado pelo Ministério da Defesa. Além disso, 
ele só pode ser realizado por empresas especializadas em tal 
finalidade ou por entidades do governo, devendo ser informa-
das a localização e a área de abrangência do levantamento.
2.7. Sensoriamento remoto
O sensoriamento remoto é uma tecnologia de obtenção de 
imagens e dados da superfície terrestre por meio da capta-
ção e registro da energia refletida/emitida pela superfície, 
sem que haja contato físico entre o sensor e a superfície 
estudada (por isso é denominado remoto).
Os sensores óptico-eletrônicos usados para a captura dessa 
energia funcionam como se fossem uma câmera fotográfi-
ca (captam e registram a radiação – luz – emitida/refletida 
pelo objeto) que tirasse fotos da superfície terrestre, só que 
os sensores são um pouco mais sofisticados.
As câmeras fotográficas convencionais captam apenas o 
espectro de luz visível (de ondas longas), já os sensores uti-
lizados no sensoriamento remoto costumam captar outras 
bandas (uma delas é o infravermelho, que é muito impor-
tante para o estudo das vegetações, por exemplo).
Quando a imagem for capturada, ela será analisada, 
transformada em mapas ou constituirá um banco de da-
dos georreferenciados, caracterizando o que é chamado 
de geoprocessamento.
O satélite é o veículo mais utilizado para captura de ima-
gens em sensoriamento remoto. Isso ocorre devido a sua 
melhor relação de custo-benefício, uma vez que ele pode 
passar anos em órbita da Terra.
Satélites artificiais
Sensores remotos podem ser colocados em aero-
naves, foguetes e balões para obter imagens da 
superfície da Terra; contudo, essas plataformas são 
operacionalmente caras e limitadas. Uma solução 
para esse caso é utilizar satélites artificiais para 
instalar esses sistemas. Um satélite pode girar em 
órbita da Terra por um longo tempo e não preci-
sa de combustível para isso; alem do mais, a sua 
altitude permite que sejam obtidas imagens de 
grandes extensões da superfície terrestre de forma 
repetitiva e a um custo relativamente baixo. Os sa-
télites artificiais são plataformas estruturadas para 
suportar o funcionamento de instrumentos de di-
versos tipos, e, por essa razão, elas são equipadas 
com sistemas de suprimento de energia (painéis 
solares que convertem a energia radiante do Sol 
em energia elétrica e a armazena em baterias), 
de controle de temperatura, de estabilização, de 
transmissão de dados, etc.
2.8. Tecnologia de posicionamento 
global (GPS)
GPS é a abreviatura de Global Positioning System, em 
português, Sistema de Posicionamento Global. Trata-se 
de um sofisticado sistema de navegação e posiciona-
mento global que informa com precisão a latitude, a 
longitude e a altitude de um local, permitindo o ma-
peamento de rotas marítimas e terrestres, redes de 
transmissão de energia elétrica, correntes marítimas, 
ecossistemas, bem como o monitoramento de desastres 
ambientais em qualquer ponto.
O GPS é constituído por três segmentos: espacial, de 
controle e utilizador. O espacial é composto por 24 saté-
lites distribuídos em seis planos orbitais. O segmento de 
controle é responsável pelo monitoramento das órbitas 
dos satélites. Por fim, o segmento do utilizador é o recep-
tor GPS, responsável pela captação dos sinais fornecidos 
pelos satélites. Esse sistema de navegação possibilita, 
por meio de satélites artificiais, a obtenção de informa-
ções sobre a localização geográfica em qualquer lugar 
da superfície terrestre e em qualquer hora do dia. Atu-
almente existem dois sistemas de posicionamento por 
satélite em pleno funcionamento: o GPS, desenvolvido 
e mantido pelos Estados Unidos, e o Glonass, desenvol-
vido na Rússia. A China está desenvolvendo um sistema 
denominado Compass. O Galileo europeu é outro siste-
ma em fase de implantação.
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2.9. Sistema de Informações Geográficas (SIG)
Trata-se de sistemas destinados ao tratamento de dados re-
ferenciados espacialmente. Esses sistemas manipulam diver-
sas fontes, como mapas, imagens de satélites, cadastros, etc., 
permitindo a recuperação e a combinação de informações, 
além da realização dos mais diversos tipos de análises.
A sobreposição de mapas é uma maneira de se obter in-
formações comparadas colocando um mapa sobre o outro. 
A sobreposição de um ou mais mapas é um recurso inte-
ressante quando se busca apresentar e comparar diferen-
tes dados e informações referentes a uma mesma região, 
em um único mapa. A representação de informações em 
mapas diferentes não impede a comparação entre elas; 
entretanto, a vantagem de sobrepô-las em um só mapa se 
deve à possibilidade de verificar exatamente os pontos ou 
as áreas de ocorrência de cada informação, facilitando a 
comparação visual entre elas.
Fontes de Dados Camadas de Dados
Arruamento
Edi�cações
Cobertura Vegetal
Dados Integrados
Fonte: Governo dos EUA, 2015.
eSqueMa de uM Sig
3. A representação da Terra 
sobre uma superfície plana 
e sua problemática
Ainda hoje, a cartografia se depara com um grande de-
safio: mesmo considerando todos os processos científicos 
e tecnológicos de representações espaciais da Terra, a 
problemática é a representação com exatidão do planeta 
sobre uma superfície plana.
A Terra é “esférica”, mas os papéis são planos. Com isso, 
representar em um desenho a superfície do planeta obri-
ga a fazer ajustes para que um objeto tridimensional seja 
representado de forma bidimensional. Em outras palavras, 
toda e qualquer tentativa de representar uma geoide em 
uma superfície plana causa algum tipo de deformação.
De modo geral, é possível afirmar que a única forma rigorosa 
de representar a superfície da Terra é por meio de globos, 
nos quais se conservam exatamente as posições relativas 
de todos os pontos, e as dimensões são apresentadas em 
uma escala única. Contudo, a representação “perfeita” da 
Terra e os detalhes que o mundo moderno exige obrigariam 
a construção de um globo de proporções gigantescas, tendo 
praticamente o mesmo tamanho da Terra, o que impossibili-
ta o processo de tal representação.
Os cartógrafos, buscando solucionar ou amenizar as mais 
diversas deformidades nas representações cartográficas 
da Terra, criaram as projeções cartográficas, que consis-
tem em um conjunto de linhas que forma uma rede de 
coordenadas, sobre a qual são representados os elementos 
do mapa: terras, cidades, mares, rios, etc. Os sistemas de 
projeções cartográficas são classificados quanto ao tipo de 
superfície adotada e ao grau de deformação da superfície.
Entretanto, é importante ressaltar que nenhum tipo de 
projeção escolhida para representar a Terra evitará deforma-
ções. Elas valorizarão alguns aspectos da superfície represen-
tada e farão com que as distorções sejam conhecidas.
4. Principais projeções 
cartográficas
4.1. Quantoà superfície
4.1.1. Projeção cônica
A superfície terrestre é representada num cone envolvendo 
o globo terrestre. Os paralelos formam círculos concêntri-
cos, e os meridianos são linhas retas que convergem para 
os polos. As deformações ocorrem à medida que se afas-
tam do paralelo padrão (paralelo de contato com o cone). 
A projeção é utilizada para representar áreas continentais 
(como regiões e continentes).
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 César da Mata/Schäffer Editorial
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 César da Mata/Schäffer Editorial
4.1.2. Projeção cilíndrica
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 Pearson Prentice Hall, Inc.
A superfície terrestre é representada num cilindro envolven-
do o globo terrestre. Os paralelos e os meridianos são linhas 
retas que convergem entre si. As deformações ocorrem à 
medida que se aumentam as latitudes. É geralmente utiliza-
da para representações do globo, como mapas-múndi.
4.1.3. Projeção azimutal, plana ou polar
Também denominada projeção plana, é uma projeção 
usada geralmente para a representação das áreas pola-
res, pois parte sempre de um ponto para a representação 
da(s) área(s) – por isso é usada para pequenas áreas. 
Pode ser de três tipos: polar, equatorial e oblíqua (chama-
da também de horizontal).
Equador
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4.2. Quanto às propriedades
E possível minimizar as deformações ocorridas pela planifi-
cação da superfície terrestre no que se refere às áreas, às dis-
tâncias e aos ângulos, mas nunca aos três ao mesmo tempo.
 § Projeção conforme: preserva os ângulos e deforma 
as áreas.
 § Projeção equivalente: preserva as áreas e altera os 
ângulos.
 § Projeção afilática: não conserva propriedades, mas 
minimiza as deformações em conjunto (ângulos, áreas 
e distâncias).
 § Projeção equidistante: as distâncias se preservam, 
e as áreas e os ângulos (consequentemente, a forma) 
são deformados.
4.2.1. Projeção de Mercator ou cilíndrica conforme
Conserva a forma dos continentes, direções e ângulos, mas 
altera a proporção das superfícies, principalmente as regiões 
de alta latitude. Essa projeção é a mais apropriada à navega-
ção marítima. É denominada eurocêntrica (imperialista), uma 
vez que exagera de modo estratégico as latitudes de 60º N/S, 
causando, assim, uma deformidade de quase 100%.
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Projeção de Mecator
4.2.2. Projeção de Peters ou cilíndrica equivalente
Conserva as áreas das superfícies representadas, apesar de 
distorcer suas formas. O alemão Arno Peters (1916-2002) 
considerava que os mapas eram uma das manifestações 
simbólicas da submissão dos países do Terceiro Mundo. 
Peters combateu a imagem de superioridade dos países do 
Norte representada nos planisférios derivados da projeção 
de Mercator. A sua argumentação era a de que todos os 
países deveriam ser retratados no mapa-múndi de forma 
fiel à sua área, isto é, de forma equivalente.
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Projeção de PeterS
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www.inpe.br
multimídia: sites
4.2.3. Projeção de Robinson ou afilática
Com o intuito de aperfeiçoar as características da projeção 
de Mercator nas superfícies das regiões de alta latitude, Ar-
thur H. Robinson (1915-2004) criou, em 1963, a sua pro-
jeção. Trata-se uma projeção afilática, que não preserva as 
áreas, as formas ou as distâncias. No entanto, as distorções 
não são muito extremas, produzindo assim um planisfério 
bem equilibrado em termos visuais. Observe que os me-
ridianos são linhas curvas e os paralelos são linhas retas.
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Projeção de robinSon
Gráficos e mapas – Marcelo Martinelli
A proposta básica dessa obra volta-se para o ensino-
-aprendizagem de gráficos e mapas. Destina-se, fun-
damentalmente, aos estudantes de graduação interes-
sados nessa temática.
multimídia: livro
4.2.4. Projeção de Mollweide
A projeção elaborada por Karl Mollweide (1774-1825) é do 
tipo equivalente, ou seja, conserva o tamanho das áreas, mas 
altera as suas formas. Nessa projeção, os paralelos são linhas 
retas, e os meridianos, linhas curvas. Sua área é proporcional 
à da esfera terrestre, tendo a forma elíptica. As zonas cen-
trais apresentam grande exatidão, tanto em área quanto 
em configuração, mas as extremidades apresentam grandes 
distorções. Karl Mollweide, muito conhecido não somente 
pela projeção que elaborou, mas também pelas grandes rea-
lizações no campo das equações matemáticas, buscava uma 
forma de corrigir a projeção de Mercator, uma vez que essa 
era muito útil para navegações, porém pouco recomendada 
para análises sobre os continentes por alterar as suas escalas.
Projeção de Mollweide
4.2.5. Projeção de Goode, que altera 
a de Mollweide
Trata-se de uma projeção descontínua, uma vez que ten-
ta eliminar várias áreas oceânicas. Goode (1862-1932) 
coloca os meridianos centrais da projeção corresponden-
do aos meridianos quase centrais dos continentes para 
alcançar maior exatidão.
Projeção de goode
4.2.6. Projeção de Holzel
Projeção equivalente, seu contorno elipsoidal faz referência 
à forma aproximada da Terra, que tem um ligeiro achata-
mento nos polos.
Projeção de holzel
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VIVENCIANDO
Mapoteca – Biblioteca Mário de Andrade
A Mapoteca é formada por uma coleção especial com cerca de sete mil cartas geográficas e mapas políticos, histó-
ricos, físicos e geológicos e ainda por cerca de 4.300 volumes de atlas históricos e geográficos. 
Vale destacar a coleção de 34 mapas e planos manuscritos do final do século XVIII, de várias partes do Brasil. Tam-
bém estão disponíveis as plantas da cidade de São Paulo do período de 1810 a 1870, que constituem importante 
fonte de pesquisa para estudos históricos. 
O atendimento ou visitação voltado a essa coleção está localizado em sala do 1.º andar da Biblioteca Mário de 
Andrade, localizada na Rua da Consolação, número 94, no centro de São Paulo.
Sala de conSulta de MaPaS. acervo da biblioteca Mário de andrade
A Mapoteca do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro é formada por um acervo em que o foco é a cartografia 
histórica, principalmente do Brasil. Ela retrata os traços geográficos que foram se delineando e definindo pelos 
grandes geógrafos, cartógrafos e viajantes. 
A maior parte do acervo foi doada pelo Imperador Dom Pedro II, chamada Coleção Teresa Cristina, tendo como 
principal destaque o Livro que dá razão do Estado do Brasil, de Diogo de Campos Moreno, ilustrado pelo cos-
mógrafo João Teixeira Albernaz; e a segunda das maiores coleções foi doada pelo político e historiador Manuel 
Barata, enriquecida por mapas manuscritos, cartas náuticas e atlas de Gerard Van Keulen. Localizada na Avenida 
Augusto Severo, n.º 8, no bairro da Glória, no Rio de Janeiro. Trata-se de um lugar fascinante para quem deseja 
se aprofundar nos estudos cartográficos.
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CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Qualquer mapa é uma representação geométrica plana bastante simplificada da superfície terrestre ou de uma 
parte dela, isto é, qualquer mapa é uma representação matemática da superfície terrestre geográfica.
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calculando aS MedidaS da terra
Nos últimos tempos, a Matemática tornou-se mais relevante na Geografia para o desenvolvimento dos Sistemas 
de Informação Geográfica (SIG). A modelagem matemática de diversos fenômenos na superfície da Terra abriu, 
por meio do SIG, um importante campo da disciplina, o que permitiu uma maior interação com outros ramos da 
Geografia, como hidrologia, climatologia, geomorfologia e geografia econômica.
Ordenada
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6543210-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1
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abscissa
cálculo cartográFico
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DIAGRAMA DE IDEIAS
TÍTULO LEGENDAESCALA
CARTOGRAFIA
ELEMENTOS
DO MAPA
GEOMÁTICA
• SIG
• GPS 
• SENSORIAMENTO REMOTO
• AEROFOTOGRAMETRIA
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O clima, entendido como a manifestação habitual da at-
mosfera num determinado ponto, é um dos importantes 
recursos naturais à disposição do homem e foi conside-
rado matéria de interesse comum da humanidade por 
decisão da ONU em 1989. É um dos principais fatores 
responsáveis pela repartição dos animais e vegetais sobre 
o globo.
CONTI, joSé bueno; ANGELO-FURLAN, Sueli.
Clima e Meio Ambiente – José Bueno Conti
multimídia: livro
1. Clima e tempo
É possível dizer que clima e tempo são a mesma coisa? 
Quando, em determinado momento do dia, afirma-se que 
está nublado ou abafado, o objetivo é se referir ao tempo, 
isto é, às condições atmosféricas ou meteorológicas num 
determinado momento. 
Como se sabe, as condições atmosféricas podem mudar de 
um instante para outro, e, nesse caso, o tempo já não será o 
mesmo. Em São Paulo, no verão, é muito comum o céu estar 
limpo às duas horas da tarde e desabar uma grande chuva às 
quatro horas. Isso significa que o tempo é algo momentâneo, 
de curta duração. Tempo é a condição atmosférica de um de-
terminado lugar em um dado momento. 
Contudo, quando se afirma que Manaus é uma cidade 
quente e úmida, o intuito é se referir ao clima dessa cidade, 
ou seja, ao seu modo permanente de ser. Manaus é e con-
tinuará sendo uma cidade quente e úmida. O clima é algo 
duradouro, permanente, que não muda de um momento 
para outro. Clima é a sucessão habitual dos tipos de tempo 
num determinado lugar da superfície terrestre. Para tentar 
estabelecer o clima de um local, é preciso observar os pa-
drões do tempo durante, no mínimo, trinta anos, o que é 
chamado de normal climatológica.
É importante conhecer cada vez mais sobre as condições 
do tempo de uma determinada região, cidade ou país. 
Hoje em dia, aparelhos ultraprecisos e o uso de imagens 
de satélite indicam as condições do tempo dentro de um 
certo período. Assim, é possível prever a formação de fu-
racões e seu deslocamento, a chegada de frentes frias, 
as tempestades de neve, os períodos de estiagem ou de 
chuvas intensas, as geadas e muitos outros fenômenos. 
Isso possibilita que se tomem atitudes preventivas para 
minimizar os efeitos de tais fenômenos, além de permitir 
que se saiba a intensidade com que eles se darão. Por 
exemplo, em 1975, o Brasil teve uma grande quebra na 
safra de café devido a uma geada fortíssima que arrasou 
os cafezais no Sudeste e áreas do Centro-Oeste. Os pre-
juízos foram incalculáveis.
Fonte: Youtube
Segue o seco – Marisa Monte
multimídia: música
ELEMENTOS 
DO CLIMA 
E FATORES 
CLIMÁTICOS
COMPETÊNCIA(s)
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HABILIDADE(s)
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AULAS 
7 E 8
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O que é a normal climatológica?
Normal climatológica é o valor padrão reconhecido 
de um elemento meteorológico, considerando a mé-
dia de sua ocorrência em uma determinada região, 
por um número determinado de anos. “Normal” sig-
nifica a distribuição dos dados dentro de uma faixa 
de incidência habitual. Os parâmetros podem incluir 
temperaturas, pressão, precipitação, ventos, tempo-
rais, quantidade de nuvens, porcentagem de umidade 
relativa, entre outros. As normais compreendem até 
então três momentos:
 § 1901-1930: primeira normal climatológica
 § 1931-1960: segunda normal climatológica
 § 1961-1990: terceira normal climatológica
 § 1991-2020: quarta normal climatológica (ainda 
em avaliação e registro)
Sempre que se afirma que determinado dia, mês, esta-
ção ou ano foi seco ou úmido, é preciso comparar com 
a média climatológica do local.
Atualmente, a ocorrência de geadas é previsível pelos servi-
ços de meteorologia, e o alerta faz com que os agricultores 
tomem providências para que elas não destruam as plan-
tações. Apesar do aperfeiçoamento da técnica da previsão 
meteorológica, ainda não é possível obter informações e 
dados que permitam fazer previsões de longa duração.
O que é tempo atmosférico?
Tempo atmosférico ou meteorológico é o estado atual 
da atmosfera em uma determinada região e instante, 
sendo caracterizado pelas condições de temperatura, 
umidade, nebulosidade, deslocamento do ar (vento), 
radiação, chuva, etc. Como essas variáveis são dinâ-
micas, o tempo sofre constantes modificações.
A palavra “clima“ deriva do grego e significa “inclina-
ção”, referindo-se à curvatura da Terra, que condiciona 
em grande parte os diferentes tipos climáticos terrestres.
Fonte: Youtube
Chove chuva – Jorge Ben Jor
multimídia: música
1.1. Elementos do clima
Os elementos do clima são grandezas (variáveis) que cons-
tituem o estado da atmosfera. Esse conjunto de variáveis 
descreve as condições atmosféricas em uma dada região e 
instante. São eles:
1.1.1. Radiação solar
Uma parte da energia em forma de radiação eletromagné-
tica emitida pelo Sol é interceptada pelo sistema Terra-at-
mosfera e convertida em outras formas de energia, como 
calor e energia cinética da circulação atmosférica. A ener-
gia solar não é distribuída igualmente sobre a Terra. Cada 
camada absorve uma quantidade diferente de radiação 
solar. Ao chegar à Terra, a radiação é parcialmente absorvi-
da pelos gases que compõem a atmosfera, pelo vapor de 
água e por partículas sólidas em suspensão. Outra parcela 
é absorvida pela superfície e irradiada para a atmosfera na 
forma de calor que aquece a troposfera.
Essa distribuição desigual é responsável pelas correntes 
oceânicas e pelos ventos que, transportando calor dos 
trópicos para os polos, procuram atingir um balanço de 
energia. As causas dessa distribuição desigual são: os mo-
vimentos da Terra em relação ao Sol, a distribuição das 
superfícies sólidas e líquidas (a água absorve e libera calor 
mais lentamente) e a configuração do relevo. 
As estações são causadas pela inclinação do eixo de rota-
ção da Terra. Essa inclinação faz com que a orientação da 
Terra em relação ao Sol mude continuamente enquanto a 
Terra gira em torno do Sol. Por exemplo, o hemisfério sul 
se inclina para longe do Sol durante o inverno brasileiro 
e em direção ao Sol durante o verão. Isso significa que a 
altura do Sol, ou seja, o ângulo de elevação do Sol acima 
do horizonte, para uma dada hora do dia (ao meio-dia, por 
exemplo) varia no decorrer do ano. No hemisfério de verão 
as alturas do Sol são maiores, os dias mais longos e há 
mais radiação solar. No hemisfério de inverno, as alturas do 
Sol são menores, os dias mais curtos e há menos radiação 
solar. A quantidade total de radiação recebida depende 
não apenas da duração do dia como também da altura do 
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Sol. Como a Terra é curva, a altura do Sol varia com a lati-
tude. Quanto menor a altura solar, mais dispersa e menos 
intensa será a radiação.
Outro fator importante que determina a distribuição desigual 
de energia solar pela superfície é o albedo.
Albedo
Ao incidir sobre qualquer corpo, a radiação solar vai, 
em maior ou menor quantidade, sofrer uma mudança 
de direção, sendo reenviada para o espaço por refle-
xão. A fração de energia refletida por uma superfície 
em relação ao total de energia nela incidente (expres-
so em percentagem) é conhecida como albedo.
Veja os albedos de diferentes superfícies:
Tipos de 
superfície
Albedos 
mínimos
Albedos 
máximos
Água profunda 0,04 0,08
Solo úmido escuro 0,05 0,15
Solo claro 0,15 0,25
Solo seco 0,20 0,35
Área branca 0,30 0,40
Grama, 
vegetação baixa 0,15 0,25
Savana 0,20 0,30
Floresta 0,10 0,25
Neve 0,35 0,90
A variabilidade do albedo pode ser explicada pelo uso 
do solo ou pela composição das superfícies. Dessa for-
ma, a neve tem um dos maiores índices de albedo, 
devido à sua superfície branca, que reflete de maneira 
eficiente os raios solares incidentes. Já o asfalto tem 
um dos menores índices de albedo devido à sua co-
loração e composição. Isso faz comque ambientes 
urbanos sejam muito desconfortáveis termicamente.
www.inmet.gov.br
multimídia: sites
1.1.2. Temperatura do ar
Calor e temperatura são conceitos distintos. Calor é defini-
do como a energia cinética total dos átomos e moléculas 
que compõem uma substância. Temperatura é a medida da 
energia cinética média das moléculas ou átomos individuais. 
A temperatura de um copo de água fervente, por exemplo, 
é a mesma que a da água fervente de um balde. Entretanto, 
o balde de água fervente possui mais energia que o copo de 
água, ou seja, a quantidade de calor depende da massa do 
material, a temperatura não. A temperatura do ar é variável 
de acordo com os seguintes fatores: radiação solar, massas 
de ar, aquecimento diferencial do continente e da água, cor-
rentes oceânicas, altitude e posição geográfica.
No inverno, o desconforto humano com o frio é inten-
sificado pelo vento, que afeta a sensação de tempera-
tura. O vento não apenas aumenta o resfriamento por 
evaporação, mas também aumenta a taxa de perda 
de calor sensível devido à constante troca de ar aque-
cido junto ao corpo por ar frio.
Fonte: Youtube
Felicidade – Marcelo Jeneci
multimídia: música
1.1.3. Umidade do ar
Trata-se da presença de vapor de água no ar. As principais 
maneiras de descrever quantitativamente a presença de 
vapor d’água no ar são a umidade absoluta e a umidade 
relativa (U.R.), que é a relação entre a quantidade de água 
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existente no ar (umidade absoluta) e a quantidade máxima 
que poderá haver na mesma temperatura (saturação). Isso 
significa que, em vez de indicar a real quantidade de vapor 
de água no ar, esse índice indica quão próximo o ar está de 
se tornar saturado. Quando o ar está saturado, a umidade 
relativa é de 100%. Veja o gráfico:
Variação diurna de temperatura e da U.R.
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 (°
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4
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0
12 12
12
14
16
50%
60%
70%
80%
PMAM
Umidade Relativa
Temperatura
 
O gráfico mostra que em temperaturas mais elevadas é ne-
cessário mais vapor d’água para atingir a saturação.
1.1.4. Precipitação
Em meteorologia, precipitação descreve qualquer tipo de 
fenômeno relacionado à queda de água do céu. Isso inclui 
neve, chuva e chuva de granizo. A precipitação é uma parte 
fundamental do ciclo hidrológico, sendo responsável por 
retornar a maior parte da água doce ao planeta.
Como se formam as nuvens?
As nuvens são formadas por gotículas de água conden-
sada, oriunda da evaporação da água na superfície do 
planeta, ou cristais de gelo que se formam em torno 
de núcleos microscópicos, geralmente de poeira sus-
pensa na atmosfera. Depois de formadas, as nuvens 
podem ser carregadas pelo vento, tanto no sentido 
ascendente quanto descendente. Quando a nuvem é 
forçada a se elevar, ocorre um resfriamento e as gotí-
culas de água podem ser total ou parcialmente conge-
ladas. Quando os ventos forçam a nuvem para baixo, 
ela pode se dissipar pela evaporação das gotículas de 
água. Dessa forma, a constituição da nuvem depende 
de sua temperatura e altitude. Ela pode ser formada 
por gotículas de água e cristais de gelo ou, exclusiva-
mente, por cristais de gelo em suspensão no ar úmido.
Existem vários tipos de nuvem, entre eles: 
 § Cirrus: aspecto delicado, sedoso ou fibroso, cor 
branca brilhante. Ficam a 8 mil metros de altitu-
de, numa temperatura a 0 °C. Por isso são cons-
tituídas de microscópicos cristais de gelo.
 § Stratus: muito baixas, em camadas uniformes e 
suaves, cor cinza; coladas à superfície formam o 
nevoeiro; apresentam topo uniforme (ar estável) 
e produzem chuvisco (garoa).
 § Cumulus: são massas individuais com contornos 
bem definidos; apresentam precipitação em for-
ma de pancadas.
1.1.5. Tipos de chuvas
A quantidade de vapor de água que o ar é capaz de reter 
antes de ele condensar (ou seja, transformar-se em gotícu-
las de água e formar nuvens, nevoeiros ou chuva) depende 
da temperatura do próprio ar: quanto mais quente, maior 
a quantidade de vapor de água que o ar suporta sem con-
densar. Quando o ar condensa e forma nevoeiro (próximo 
à superfície) ou uma nuvem (em alturas mais elevadas), a 
umidade relativa do ar é 100%, pois ele já está saturado, 
isto é, já tem todo o vapor de água que pode conter naque-
la temperatura. À medida que o ar esquenta, sem a adição 
de mais vapor de água, a quantidade de vapor que o ar 
comporta antes de condensar também aumenta e, assim, 
a umidade relativa do ar cai.
rePreSentação doS diFerenteS tiPoS de chuva
 § As chuvas convectivas ou de convecção (I) são 
típicas da região intertropical, principalmente na Zona 
Equatorial, e de verão, no interior dos continentes, de-
vido às altas temperaturas. O calor do Sol esquenta o 
ar, que tende a subir e a esfriar enquanto sobe. Dessa 
forma, o vapor de água contido no ar esfria e precipi-
ta. A evaporação também é intensa; assim, esse ar que 
sobe carrega muita umidade; à medida que aumenta a 
quantidade de vapor no ar, aumenta também a instabi-
lidade, ou seja, o ar está à beira de atingir o ponto de sa-
turação. A umidade elevada de tal forma atingirá níveis 
muito altos por volta das 15/16 horas, desencadeando 
tempestades e aguaceiros. A chuva manifesta-se inten-
samente e é de curta duração, sendo fácil identificá-la, 
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pois decorrem de nuvens brancas, densas e algodoadas, 
os cúmulos. Quando há muita umidade, o branco torna-
-se cinza-escuro e a nuvem ganha o nome de cumulo-
nimbus, que verterá sua carga de modo particularmente 
intenso, acompanhada de tormenta, raios e, às vezes, 
granizos. As chuvas são ditas de convergência, pois as 
massas de ar sobem com a ajuda de ventos alísios, que 
convergem para as áreas equatoriais.
 § As chuvas frontais (II) resultam do encontro de duas 
massas de ar com características distintas de temperatura 
e umidade. A partir desse choque, a massa de ar quente 
sobe e o ar esfria, aproximando-se do ponto de satu-
ração, originando nuvens e, é claro, chuva. São do tipo 
chuvisco, à passagem de uma frente quente; e do tipo 
aguaceiro, de frente fria. Essas precipitações são típicas 
em áreas de baixa pressão, principalmente nas zonas 
dos trópicos ou temperadas, onde ocorrem o encontro 
das massas de ar polares com as massas de ar tropicais. 
Caracteriza-se uma frente fria quando ocorre precipita-
ção pelo ar frio procedente dos polos. Contudo, também 
poderá ser causada por um processo oposto: uma frente 
quente e úmida que atropela massas de ar em região fria.
 § As chuvas orográficas ou de relevo (III) são as 
que derivam de uma subida forçada do ar, quando, no 
seu trajeto, apresenta-se uma cadeia de montanhas. 
Ao subir, o ar esfria, o ponto de saturação diminui, a 
umidade relativa aumenta e dá-se a condensação e, 
consequentemente, a formação de nuvens e chuva. 
Essas chuvas são frequentes nas áreas de relevo aci-
dentado, ao longo de serras, de onde sopram ventos 
úmidos. Um bom exemplo de obstáculo orográfico é 
a Serra do Mar em São Paulo.
Processos de saturação em baixos níveis
 § Orvalho ou sereno: é um fenômeno físico que 
resulta da condensação de vapores d’água pre-
sentes no ar; os vapores formam gotículas quando 
entram em contato com superfícies de temperatu-
ra mais baixa.
 § Geada: quando a temperatura do ar está abai-
xo da temperatura de congelamento, o vapor d’ 
água sublima (passa do estado gasoso direto 
para o sólido) e forma uma fina camada de cris-
tais de gelo nas superfícies ou nas folhagens ex-
postas. As condições ideais para a formação de 
geada são: advecção da Massa Polar Atlântica 
(mPa), relevo baixo (ar frio acumulado), céu sem 
nuvens, sem vento e ar limpo.
 § Neblina ou nevoeiro: forma-se quando o ar 
quente e úmido entra em contato com o solo frio 
e perde calor em forma de vapor. Na neblina, é 
possível ter uma visibilidade para além de 1 km. 
No nevoeiro, a visibilidadeé menor.
1.1.6. Pressão atmosférica
Trata-se da força exercida pelo ar em um determinado 
ponto da superfície. Está intimamente relacionada à tem-
peratura, ao vapor d’água, à altitude e à latitude. As altas 
pressões resultam da descida do ar frio. A rotação da Terra 
faz o ar, ao descer, circular à volta do centro de alta pressão. 
Quanto mais baixa a altitude, maior a pressão atmosféri-
ca. As baixas pressões são causadas pela elevação do ar 
quente. À medida que o ar, ao subir, arrefece, o seu vapor 
de água transforma-se em nuvens, que podem produzir 
chuva, neve ou tempestade. Quando o ar quente se eleva, 
cria-se, por baixo dele, uma zona de baixa pressão. Baixas 
pressões normalmente significam tempestades. Ao mesmo 
tempo, existe ar superior que se desloca para substituir o ar 
quente em elevação, o que dá origem aos ventos.
Força de Coriolis
A força de Coriolis é provocada pelo movimento de 
rotação da Terra. Ela altera o movimento de um corpo 
para a direita, no hemisfério norte, e para a esquerda, 
no hemisfério sul. Como isso ocorre? É que o planeta 
gira com uma velocidade angular constante. Assim, 
quando um objeto que não esteja conectado à Terra 
se move para o norte ou para o sul, a velocidade de 
rotação do planeta vai interferir na posição final do 
objeto. Por exemplo, imagine uma viagem de avião 
em linha reta de São Paulo a Brasília. Como o planeta 
gira de oeste para leste, se a rotação da Terra não for 
compensada e o voo prosseguir numa trajetória retilí-
nea, a aeronave poderá chegar a Goiânia, cidade que 
está à esquerda do destino original, e não a Brasília.
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CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
VIVENCIANDO
1.1.7. Velocidade e direção do vento
O vento consiste na circulação da atmosfera. Os ventos são 
denominados a partir da direção de onde eles sopram. Um 
vento norte sopra do norte para o sul; um vento leste sopra de 
leste para oeste. Assim, a direção do vento é o ponto cardeal 
de onde vem o vento: N, NE, E, SE, S, SW, W e NW. As medidas 
básicas do vento referem-se à sua direção e velocidade.
2. Fatores climáticos
Os fatores climáticos são os agentes causais que condicio-
nam os elementos do clima. Fatores geográficos como lati-
tude, altitude, continentalidade/maritimidade e tipos de cor-
rente oceânica (fria ou quente) interferem nos elementos do 
clima. A radiação solar, embora anteriormente considerada 
como um elemento do clima, também pode ser considerada 
como um fator climático, uma vez que pode influenciar na 
variação diária da temperatura do ar.
2.1. Latitude
Quanto maior a latitude (distanciamento do equador), mais 
baixa a temperatura e maior a pressão atmosférica. Como 
no equador os raios solares incidem perpendicularmente à 
superfície, o aquecimento do ar é maior e, sendo ele mais 
quente, a pressão atmosférica é mais baixa. Assim, a varia-
ção latitudinal estabelece uma divisão do globo em cinco zo-
nas térmicas: zona tropical, temperada do norte, temperada 
do sul, glacial Ártica e glacial Antártica.
2.2. Altitude
A altitude interfere nas condições climáticas à medida que 
varia. Quando há um aumento da altitude, a temperatura 
cai a uma razão de 0,5º a 1º a cada 100 metros aproxima-
damente. A pressão atmosférica também diminui com o 
aumento da altitude, isso porque ocorre uma rarefação do 
ar, que, mesmo sendo mais frio, exerce pequena pressão 
sobre a superfície.
O aumento da altitude faz com que o ar se torne mais ra-
refeito e frio.
Apesar de os dois ramos do conhecimento possuírem um caráter interdisciplinar, a Meteorologia costuma 
estar mais atrelada à Física, enquanto a Climatologia é mais relacionada à Geografia. Entretanto, um bom 
climatologista e um bom meteorologista precisam possuir um amplo conhecimento sobre ambas as áreas.
Uma dica importante para facilitar a compreensão dos temas estudados é observar e procurar entender, durante 
uma viagem para a praia ou para altitudes elevadas, alguns fatores climáticos e como eles influenciam nas 
atividades do dia a dia dos moradores das diferentes localidades observadas. Outra dica é observar os mapas 
meteorológicos dos telejornais.
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2.3. Massas de ar
As massas de ar são grandes porções atmosféricas que pos-
suem características próprias de temperatura e umidade. A 
formação das massas de ar está relacionada à influência que 
recebem das áreas onde se originam. Por exemplo, se uma 
grande porção atmosférica tem sua origem no oceano, ela 
será úmida e, se ainda for uma região tropical, será quente. 
Essas grandes massas de ar se deslocam dos locais de maior 
pressão para os locais de menor pressão, o que produz o 
encontro delas. Nesse encontro, elas não se misturam, isto 
é, uma empurra a outra de tal forma que aquela que avança 
com mais intensidade faz com que a outra retroceda, impon-
do ao meio ambiente suas características. A zona de contato 
entre duas massas de ar distintas recebe o nome de frente 
ou superfície frontal.
2.4. Correntes marítimas
Correntes marítimas são porções dos oceanos que possuem 
velocidade, salinidade, temperatura e densidade próprias. 
São muito importantes, pois são responsáveis pelo equilí-
brio térmico (distribuição da temperatura) na Terra. Podem 
ser quentes ou frias, dependendo da região geográfica em 
que se originam. As correntes quentes correm das regiões 
tropicais para as altas latitudes, amenizando o clima nessas 
regiões, e as correntes frias originam-se nas áreas polares 
e correm para as zonas quentes, causando queda de tem-
peratura. Elas interferem também na umidade do ar, pois, 
quando as massas de ar quente passam sobre uma corren-
te fria, resfriam-se, ocorrendo condensação e chuvas. Veja a 
figura a seguir.
Todas as regiões litorâneas são banhadas por correntes 
marinhas. O mar realiza uma função termorreguladora so-
bre o clima do litoral.
2.5. Maritimidade e continentalidade
A distribuição das massas líquidas (oceanos) e das mas-
sas sólidas (continentes) às vezes exerce influência inten-
sa na temperatura, pois o comportamento térmico das 
rochas (meio sólido) é diferente do comportamento da 
água (meio líquido). Os continentes aquecem e esfriam 
mais rapidamente que os oceanos. A consequência disso 
é que as variações de temperatura (amplitude térmica) 
nos primeiros são mais acentuadas do que nos segun-
dos, que aquecem e perdem calor mais lentamente. Nas 
regiões próximas ao litoral, por exemplo, o calor liberado 
pelos oceanos ajuda a manter as temperaturas mais ele-
vadas durante a noite nas estações mais frias, quando a 
insolação é menor. Esse fenômeno é denominado efeito 
de maritimidade. Já as regiões afastadas do mar sofrem 
o efeito de continentalidade: a superfície, por irradiação, 
perde rapidamente o calor recebido da insolação, por isso 
registra amplitudes térmicas maiores.
O mar funciona como um verdadeiro regulador térmi-
co devido à sua grande capacidade de aquecimento 
e perda de calor muito mais lento que o das áreas 
continentais.
Essas diferenças de temperatura, entre as massas de águas 
oceânicas e os continentes, e a velocidade de aquecimento 
e resfriamento, são fundamentais para a mecânica de mo-
vimentação do ar na atmosfera e das águas nos oceanos, 
que recobrem dois terços do planeta.
À noite ocorre uM ProceSSo inverSo ao que Se 
veriFica durante o dia: a briSa MarítiMa.
2.6. Relevo
A configuração e a disposição do relevo (efeito orográfico) 
podem causar interferências sobre o clima, na medida em 
que facilitam ou dificultam a circulação do ar atmosférico. 
Em algumas regiões do planeta, são encontrados verdadei-
ros obstáculos à penetração das massas de ar.
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Nos EUA, por exemplo, a costa oeste é ocupada pelas ca-
deias orogênicas terciárias das montanhas Rochosas, que 
dificultam a penetração de umidade do Pacífico, tornando 
o clima do oeste estadunidense árido e semiárido. Outroexemplo da interferência do relevo ocorre na América do 
Sul. O corredor formado pelas planícies e pelas terras bai-
xas situadas entre os Andes e os planaltos do Leste, como 
o Pantanal e a Amazônia, facilita a passagem de ar polar 
durante o inverno no hemisfério sul, causando o fenômeno 
da friagem na Amazônia ocidental.
2.7. Vegetação
As florestas tropicais, como a floresta Amazônica, são um 
exemplo de como a vegetação influencia no clima. Por cau-
sa da umidade, elas propiciam um maior índice de chuvas 
nessas regiões fazendo baixar as temperaturas. Além disso, 
quanto mais densa for a vegetação, mais dificuldade have-
rá para os raios solares chegarem à superfície.
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ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 30
Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
Desde quando a humanidade passou a se organizar em grandes comunidades, ela alterou a natureza de forma a 
assegurar a sobrevivência e garantir o próprio conforto. A agricultura, a pecuária e a construção de cidades, por ex-
emplo, modificam diretamente a natureza. Dessa forma, transformam características geográficas, como vegetação, 
permeabilidade do solo, absortividade e refletividade da superfície terrestre, além de alterar as características do 
solo, do ar atmosférico e das águas, tanto pluviais e fluviais como subterrâneas. A alteração do espaço preexistente 
para a habitação humana, na criação de cidades e grandes metrópoles, causa variação climática de diversas formas. 
As grandes cidades e metrópoles possuem diferenças climáticas fundamentais das áreas de campo próximas. As 
temperaturas de verão e inverno são maiores, a umidade relativa é menor, a quantidade de poluentes no ar é muitas 
vezes maior, a quantidade de nuvens e nevoeiro e as precipitações são maiores do que em áreas de campo próxi-
mas; já a velocidade dos ventos e a radiação diminuem. Assim, pode-se concluir que as modificações no ambiente 
para a instalação de cidades densamente povoadas causam alterações no clima e na qualidade ambiental percebi-
da. Problemas como chuvas intensas e torrenciais, inundações, queda de morros, ventania em determinados locais, 
assim como a instabilidade climática são efeitos da alta densidade populacional e das transformações ambientais.
MODELO 1
(Enem) Em 1872, Robert Angus Smith criou o termo “chuva ácida”, descrevendo precipitações ácidas em Man-
chester após a Revolução Industrial. Trata-se do acúmulo demasiado de dióxido de carbono e enxofre na atmosfera 
que, ao reagirem com compostos dessa camada, formam gotículas de chuva ácida e partículas de aerossóis. A 
chuva ácida não necessariamente ocorre no local poluidor, pois tais poluentes, ao serem lançados na atmosfera, 
são levados pelos ventos, podendo provocar a reação em regiões distantes. A água de forma pura apresenta pH 7, 
e, ao contatar agentes poluidores, reage modificando seu pH para 5,6 e até menos que isso, o que provoca reações, 
deixando consequências.
diSPonível eM: httP://www.braSileScola.coM. aceSSo eM: 18 Maio 2010 (adaPtado).
O texto aponta para um fenômeno atmosférico causador de graves problemas ao meio ambiente: a chuva 
ácida (pluviosidade com pH baixo). Esse fenômeno tem como consequência
a) A corrosão de metais, pinturas, monumentos históricos, destruição da cobertura vegetal e acidificação 
dos lagos.
b) A diminuição do aquecimento global, já que esse tipo de chuva retira poluentes da atmosfera.
c) A destruição da fauna e da flora e redução de recursos hídricos, com o assoreamento dos rios.
d) As enchentes, que atrapalham a vida do cidadão urbano, corroendo, em curto prazo, automóveis e fios 
de cobre da rede elétrica.
e) A degradação da terra nas regiões semiáridas, localizadas, em sua maioria, no Nordeste do nosso país.
ANÁLISE EXPOSITIVA
O exercício demonstra como o fenômeno da chuva ácida é um grave problema de degradação ambiental 
que teve origem a partir do grande crescimento dos centros urbanos altamente industrializados.
A produção industrial tem sido crescente desde o século XIX, e, com isso, a atmosfera recebe quanti-
dades crescentes de gases do efeito estufa e resíduos industriais variados. A chuva ácida é um exemplo 
desse tipo de poluição.
RESPOSTA Alternativa A
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DIAGRAMA DE IDEIAS
ELEMENTOS DO CLIMA
(VARIÁVEIS)
FATORES CLIMÁTICOS
(MODIFICAM OS ELEMENTOS)
VEGETAÇÃO
PRECIPITAÇÃO
RADIAÇÃO SOLAR LATITUDE
PRESSÃO
ATMOSFÉRICA
MASSA DE AR
MARITIMIDADE E
CONTINENTALIDADE
RELEVO
UMIDADE
TEMPERATURA ALTITUDE
VENTO
CORRENTES
MARINHAS
GEOGRAFIA
GEOGRAFIA 2
LIVRO 
TEÓRICO
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INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
É importantíssimo que o aluno considere 
todos os temas possíveis de exercícios, 
sempre, é claro, dando ênfase às relações 
destes temas com o cotidiano.
Atentem-se ao tema “recursos minerais” 
combinado com macroestructuras geoló-
gica, a FUVEST adora essa relação.
Podemos esperar da Unicamp questões 
para todos esses temas. O candidato 
deve, entretanto, atentar-se mais nos 
conceitos de geologia..
Para a UNIFESP, geografia física não é 
uma surpresa. Temas como geologia 
aparecem em questões que também 
traram de meio ambiente e recursos 
minerais
A Unesp explora muito bem os principais 
conceitos, chamando atenção para as 
questões ambientais relacionadas aos 
temas das aulas.
Os temas desta frente não aparecem 
bem distribuídos na prova do Einstein, 
mas mesclados em uma mesma questão, 
como em questões cuja base conceitual 
é geologia e as alternativas pedem um 
conhecimento de pedologia.
Dois temas importantes que são pe-
didos neste vestibular são geologia e 
geomorfologia. É importante estudar os 
principais conceitos sobre relevo e base 
geológica, pois as alternativas exigem 
um entendimento bem específico que 
podem levar o candidato ao 
erro.s.
Essa prova costuma propor questões 
que relacionam os fenômenos físicos aos 
impactos ambientais. Leituras, interpreta-
ções de notícias e textos científicos se so-
mam às questões com muita frequência.
As últimas provas demonstraram pouco 
interesse nesta frente, com raras ques-
tões relacionadas à geologia e solos, de 
modo geral.
A base de formulação das questões da 
UEL quase sempre está em tópicos re-
gionais, muitas vezes se sobrepondo às 
de geografia física de outras regiões do 
Brasil e do mundo.
Como a Geografia tem um perfil mul-
tidisciplinar, é importante dedicar-se 
aos conceitos desta frente, de maneira 
integrada, sempre compreendendo os 
conteúdos em escala local.
Este vestibular não apresenta em seu 
edital mais recente e nem exige nas 
provas dos últimos vestibulares questões 
relacionadas à disciplina de Geografia.
Dos temas desta frente, os mais recor-
rentes em provas da UERJ são Geomor-
fologia e Geologia, sendo que, neste 
último, o aluno necessita compreender 
uma carga conceitual muito extensa, 
principalmente no que se refere à escala 
geológica e aos acontecimentos 
mais importantes.
A dica para o conteúdo desta frente é 
compreender os elementos físicos e esta-
belecer uma conexão com os problemas 
ambientais.
O vestibular Souza Marques apresentou, 
nos últimos anos, uma tendência a inserir 
questões relacionadas à geografia física, 
de forma bem equilibrada. Observa-se 
uma concentração de temas sobre as 
forças estruturais e esculturais da geo-
morfologia.
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1. Ciência e Geografia
[...] a Geografia foi no início tanto uma filosofia como 
uma ciência, filosofia de que os geógrafos alemães, 
como os historiadores, se serviram com fins políticos. Ela 
foi muitas vezes utilizada como um meio de propaganda 
nacional ou internacional, uma arma de combate entre 
Estados e Impérios, talvez mais ainda que a História. 
Seja como for, ela ainda arca com as consequências de 
sua juventudee das condições econômicas, sociais e po-
líticas nas quais se desenvolveu. Pelo fato de ter seus 
próprios métodos, a geografia, mais que nenhuma outra 
ciência, sofreu as influências ideológicas em curso [...]
jean dreSch 
Fonte: Youtube
As Montanhas da lua
Mountains of the moon é um filme de 1990 que narra a 
verídica história da expedição de dois oficiais britânicos 
– Richard Francis Burton e John Hanning Speke – em 
busca da fonte do Rio Nilo.
multimídia: vídeo
O homem, impulsionado por fins de sobrevivência, econô-
micos ou políticos e até por curiosidade, sempre se pre-
ocupou em conhecer o meio em que se desenvolve sua 
vida. Uma ambição que está associada principalmente à 
necessidade de sobrevivência, presente ao longo da histó-
ria da humanidade.
A primeira gênese da Geografia surgiu na Grécia antiga, 
onde se desenvolveu como ciência e método de pensa-
mento filosófico. No início, era conhecida como História 
Natural ou Filosofia Natural. Os maiores contribuintes do 
início do desenvolvimento dessa disciplina foram Tales de 
Mileto, Heródoto, Eratóstenes, Hiparco, Aristóteles, Estra-
bão e Ptolomeu. Com a expansão grega promovida por 
Alexandre da Macedônia (Alexandre, o Grande), o interes-
se pelo estudo das novas terras colonizadas cresceu bas-
tante devido aos fatores práticos que o conhecimento da 
matéria proporcionava, como o incremento das técnicas de 
navegação, que contribuiriam para uma atividade comer-
cial mais intensa, bem como as melhorias que a Geografia 
adicionava à agricultura, indicando épocas, climas e solos 
ideais a um melhor cultivo.
No período do auge do Império Romano, a Geografia contri-
buiu com mais uma série de conhecimentos, como o “péri-
plo”, ou seja, a descrição dos portos, rotas e escalas que os 
navegantes da época dispunham para realizar o comércio, 
tão necessário ao funcionamento do Império, e que também 
lhes garantia uma proteção mililtar mais eficaz.
Durante a Idade Média, árabes como Edrisi, Ibn Battuta e 
Ibn Khaldun aprofundaram e mantiveram os antigos conhe-
cimentos gregos. As viagens de Marco Polo espalharam pela 
Europa o interesse pela Geografia. Durante a Renascença e 
ao longo dos séculos XVI e XVII, as grandes viagens de ex-
ploração reviveram o desejo de bases teóricas mais sólidas 
e de informações mais detalhadas. A Geographia Generalis, 
de Bernardo Varenius, e o mapa-múndi, de Gerard Mercator, 
são exemplos importantes disso.
A segunda gênese resultou da institucionalização da Geogra-
fia como ciência, e isso não se deu por acaso na Alemanha. 
Algumas condições propiciaram o surgimento da Geografia 
moderna na Alemanha: um território fragmentado em deze-
nas de pequenos reinos e o desejo de expansão imperialista, 
constitutivo do capitalismo. A origem científica da Geogra-
fia se deu na Alemanha do século XIX, à luz dos trabalhos 
de Alexander Von Humboldt e Karl Ritter, que contribuíram 
para que a Geografia se estabelecesse em bases científicas. 
Apesar de Humboldt não ser geógrafo e tampouco ter se 
preocupado em sistematizar seus conhecimentos geográ-
ficos, sua contribuição foi importante para a Geografia. Os 
alemães têm sua importância na consolidação da Geografia 
enquanto ciência, especialmente por estabelecerem funda-
mentos científicos autênticos, ou seja, a Geografia deixou de 
ser uma simples descrição do planeta para se transformar 
em uma ciência baseada na investigação das relações entre 
natureza e sociedade. 
INTRODUÇÃO 
À HISTÓRIA DO 
PENSAMENTO 
GEOGRÁFICO
COMPETÊNCIA(s)
6
HABILIDADE(s)
26
CH
AULAS 
1 E 2
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O intuito aqui não foi fazer um resgate profundo da histó-
ria do pensamento geográfico, mas apenas situá-lo sucin-
tamente no tempo e no espaço. Assim, é possível falar em 
“Geografias” no plural, pois muitos estudantes aprende-
ram essa ciência sob diferentes perspectivas.
Entendendo a evolução das ciências sociais como resultado 
das transformações da própria sociedade, fica fácil compre-
ender as mudanças conceituais que ocorreram na Geogra-
fia, que hoje pode ser hoje definida como uma ciência que 
busca explicar o espaço como resultado da dinâmica social. 
O espaço geográfico deve ser entendido como resultado 
da relação entre homem, natureza e trabalho, elementos 
considerados o tripé da Geografia.
A Geografia é definida por alguns autores como o estudo 
das relações entre o homem e o meio ou, dito de outra for-
ma, entre a sociedade e a natureza. Dentro dessa concep-
ção, aparecem pelo menos três visões diferentes do objeto: 
alguns autores vão apreendê-lo como sendo as influências 
da natureza sobre o desenvolvimento da humanidade; ou-
tros autores, mantendo a ideia da Geografia como estudo 
da relação entre o homem e a natureza, vão definir o objeto 
como a ação do homem na transformação desse meio. E 
tem aqueles autores que concebem o objeto como a rela-
ção em si, com os dados humanos e os naturais possuindo 
o mesmo peso. Para esses, o estudo buscaria compreender 
o estabelecimento, a manutenção e a ruptura do equilíbrio 
entre o homem e a natureza. Isso mostra o quanto é com-
plexa a definição da Geografia. 
A Geografia renovada não se prende a uma visão tão estan-
que da visão das ciências, não coloca barreiras tão rígidas en-
tre as disciplinas; logo, não possui uma necessidade tão pre-
mente de formular uma definição formal de objeto. A situação 
da Geografia tradicional é bem diferente, pois ela se apoia 
totalmente nos fundamentos positivistas, que pedem para 
legitimar a autoridade de uma ciência, uma definição precisa 
do objeto. A Geografia Renovada busca sua legitimidade na 
operacionalidade ou na relevância social de seus estudos.
1.1. Princípios da Geografia
Para a Geografia ser considerada como ciência, fez-se ne-
cessária a fixação de princípios metodológicos que lhe con-
feriram caráter científico. São eles:
 § Princípio da extensão: formulado por Friedrich Rat-
zel. Segundo ele, o geógrafo, ao estudar um fato ou área, 
deve proceder à sua localização e delimitação, utilizando 
os recursos da cartografia. Nesse princípio, o importante 
é localizar fenômenos na superfície terrestre.
 § Princípio da analogia ou geografia geral: formula-
do por Paul Vidal de La Blache e Karl Ritter. Segundo eles, 
após a área ser observada e delimitada, o geógrafo deve 
compará-la com outras áreas buscando as semelhanças 
e as diferenças existentes.
 § Princípio da causalidade: princípio formulado por 
Alexander Von Humboldt, que propõe explicar as causas 
do fato observado.
alexander von huMboldt
 § Princípio da conexão ou interação: formulado 
pelo francês Jean Brunhes, esse princípio estabelece 
que os fatos geográficos, físicos ou humanos nunca 
aparecem isolados; estão sempre interligados por elos 
de relacionamento. Seu objetivo é identificar e analisar 
as relações existentes.
 § Princípio da atividade: também formulado por Bru-
nhes, o princípio da atividade estabelece o caráter dinâ-
mico do fato geográfico que deve ser estudado em seu 
passado para poder ser compreendido no presente e se 
ter uma imagem do seu futuro.
1.2. Espaço geográfico
O objeto de estudo da ciência geográfica nem sempre foi 
fácil de ser definido. Essa disciplina de síntese, que reúne co-
nhecimento de diversas outras áreas, transitou, ao longo de 
sua história, por diferentes leituras acerca de seu papel no 
campo das ciências e na interpretação da realidade, fruto 
de diferentes escolas filosóficas que a influenciaram. Como 
vimos anteriormente, podemos encontrar desde abordagens 
mais naturalistas e descritivas, herança do positivismo e do 
determinismo alemão do século XIX, até da escola francesa, 
do estudo dos diferentes gêneros de vida, também do século 
XIX, ambas fortemente marcadas pela perspectiva do impe-
rialismo e do neocolonialismo europeu da época.
Atualmente, sabe-se que há uma ciência geográfica que 
se propõe a superar o descritivismo e o localizacionismo. 
Seu arcabouço teórico e seu método de análisepermitem 
um leitura crítica do mundo, oferecendo elementos para o 
entendimento da realidade mais ampla nas escalas local, 
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nacional e global. Seu objeto de estudo é o espaço geo-
gráfico, um produto social, fruto das interações sociais e 
naturais da superfície terrestre. 
Contudo, não há um consenso entre os geógrafos sobre o 
que seria, exatamente, o espaço geográfico, haja vista que 
muitos deles orientam-se a partir de diferentes correntes 
de pensamento que apresentam perspectivas diversas. 
Para a corrente da Nova Geografia, por exemplo, o espaço 
geográfico corresponde à organização da sociedade e seus 
elementos sobre o meio.
Certos autores, como Richard Hartshorne, defendem que 
o espaço geográfico é apenas uma construção intelectual, 
não existe de fato na sociedade. No caso, seria uma con-
cepção da forma como nós enxergamos a realidade, no 
sentido de apreender como acontece a espacialização da 
sociedade e tudo o que por ela foi construído.
Para Milton Santos, o espaço geográfico é um conjunto de 
sistemas de objetos e ações, isto é, os itens e elementos 
artificiais e as ações humanas que manejam tais instru-
mentos no sentido de construir e transformar o meio, seja 
ele natural ou social.
Os geógrafos humanistas afirmam que o conceito de espaço 
geográfico estaria atrelado à questão subjetiva, cultural e in-
dividual. Nesse sentido, o espaço é o local de morada dos se-
res humanos, o meio de vivência onde as pessoas imprimem 
suas marcas diariamente, proporcionando novas leituras à 
medida que a compreensão do mundo se modifica.
Podemos perceber, portanto, que dentro de algumas defi-
nições existentes, esse conceito possui várias visões confli-
tantes entre si. No entanto, há um consenso: o espaço ge-
ográfico representa a intervenção do homem sobre o meio, 
ou seja, um produto (que, dependendo da abordagem, 
pode também ser um produtor) das relações humanas e 
suas práticas sobre o substrato natural.
Se ao longo de um rio, por exemplo, constrói-se uma pon-
te, estamos provocando a alteração da paisagem local, o 
que representa a expressão do espaço geográfico. Se em 
uma cidade adotam-se medidas de revitalização de áreas 
degradadas, temos aí a transformação do espaço. Desse 
modo, tudo o que é construído pelo homem é, notada-
mente, geográfico: hidrelétricas, cidades, campos agrícolas, 
sistemas de irrigação, entre outros elementos, que são as 
construções mais visíveis do espaço geográfico.
Para o geógrafo Milton Santos, estamos vivenciando um pe-
ríodo histórico de grandes avanços científicos e tecnológicos, 
que teve início na década de 1950, chamado de Terceira 
Revolução Industrial. Esse período é caracterizado pela inte-
gração efetiva entre ciência, tecnologia e produção, ou seja, 
a descoberta científica passa a ter aplicação imediata no 
processo produtivo. É a fase em que despontam segmentos 
industriais de alta tecnologia, como os de telecomunicação 
(telefonia, robótica e transmissão televia), além do aeroespa-
cial (criação de satélites artificiais e aviões). O geógrafo defi-
niu-o como período técnico-científico-informacional.
Por uma Geografia Nova – Milton Santos
Por uma Geografia nova: da crítica da Geografia a uma 
Geografia Crítica, escrito pelo Professor Doutor em 
Geografia Milton Santos em 1978, é uma das obras 
mais amplas e bem acabadas sobre a Geografia Crí-
tica no mundo! O livro se tornou um clássico dentro 
da ciência, continuando atual em nossos dias. O autor 
aponta os problemas que impedem a construção de 
uma Geografia orientada para uma problemática so-
cial mais ampla e construtiva.
multimídia: livro
Milton SantoS
A Natureza do Espaço – Milton Santos
Obra interdisciplinar que oferece um tratamento pioneiro 
às relações entre a técnica e o espaço e entre o espaço 
e o tempo, bases para a construção de um sistema de 
conceitos coerentemente formulado, objetivando definir 
o espaço geográfico e seu papel ativo na dinâmica social.
multimídia: livro
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A revolução tecnológica, que conectou pessoas e mercados 
em todo o mundo, provocando impactos econômicos, so-
ciais, geográficos e culturais, também ampliou as desigual-
dades entre povos e territórios. A velocidade com que se tem 
acesso às informações cria novas formas de produzir e agir 
sobre o espaço, criando o que chamamos de ciberespaço.
1.3. Determinismo geográfico
O determinismo foi a escola que surgiu no final do século 
XIX, no período de transição do capitalismo comercial para 
a fase monopolista e imperialista. Para seus defensores, as 
condições naturais, especialmente as climáticas e, dentro 
delas, a variação de temperaturas ao longo das estações 
do ano, determinam o comportamento do homem, interfe-
rindo na sua capacidade de progredir. E os países ou povos 
que estivessem localizados em áreas meteorológicas mais 
favoráveis cresceriam mais. O homem é considerado um 
produto do meio, portanto, a natureza seria o fator deter-
minante do seu modo de vida.
Seu principal defensor e organizador foi o geógrafo alemão 
Friedrich Ratzel. As ideias deterministas favoreceram as 
diferentes formas de dominação política e econômica. As 
teorias naturais de Lamarck, sobre hereditariedade dos 
caracteres adquiridos, e as de Charles Darwin, sobre a so-
brevivência e adaptação dos indivíduos mais bem-dotados 
face ao meio natural, fortaleceram a base do determinismo.
Friedrich ratzel
Ratzel também elaborou o conceito de espaço vital, que 
seria formado pelas condições espaciais e naturais para a 
manutenção ou consolidação do poder do Estado sobre o 
seu território. As condições naturais seriam para o fortaleci-
mento de uma dada sociedade ou povo, ou seja, aquelas po-
pulações que dispusessem de melhor espaço vital estariam 
mais aptas a se desenvolver e a conquistar outros territórios.
Essa noção foi fundamental diante do contexto histórico da 
Alemanha, que havia acabado de passar pelo seu processo 
de reunificação e necessitava de uma base para se afirmar 
enquanto Estado, com capacidade de crescimento, expan-
são e dominação.
Mesmo que alguns autores dissessem que o determi-
nismo era uma ideologia criada pelas classes dominan-
tes europeias para justificar o colonialismo, a tese de 
que as condições ambientais determinam em larga me-
dida os processos históricos era muito bem aceita entre 
teóricos ligados à esquerda política. Esse foi o exemplo 
de Karl Marx, segundo o qual o capitalismo surgiu na 
Europa por causa das condições edáficas do continente, 
conforme a seguinte passagem:
Uma natureza pródiga demais "retém o homem 
pela mão como uma criança sob tutela"; ela 
o impede de se desenvolver ao não fazer com 
que seu desenvolvimento seja uma necessidade 
de natureza. A pátria do capital não se encontra 
sob o clima dos trópicos, em meio a uma vege-
tação luxuriante, mas na zona temperada. Não é 
a diversidade absoluta do solo, mas sobretudo a 
diversidade de suas qualidades químicas, de sua 
composição geológica, de sua configuração física, 
e a variedade de seus produtos naturais que for-
mam a base natural da divisão social do trabalho 
e que excitam o homem, em razão das condições 
multiformes ao meio em que se encontra situado, 
a multiplicar suas necessidades, suas faculdades, 
seus meios e modos de trabalho.
1.4. Possibilismo geográfico
O possibilismo surgiu na escola francesa, com o geógrafo 
Paul Vidal de La Blache. Seus defensores acreditam na pos-
sibilidade de haver influências recíprocas entre o homem e 
o meio natural, e que o homem se adapta ao meio natural. 
Como ser racional, o homem é elemento ativo e, portanto, 
tem condições de modificar o meio natural e adaptá-lo às 
suas necessidades.
Paul vidal de la blache
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O possibilismo surgiu na França em oposição ao determinismo 
ambiental. Seu objetivo era desmascarar o expansionismo ale-
mão aocriticar o conceito de espaço vital e, ao mesmo tem-
po, viabilizar o colonialismo francês. Além disso, queria abolir 
qualquer forma de determinação da natureza, adaptando a 
ideia de que a ação humana é marcada pela contingência.
1.5. Método regional
Método que enfatiza a diferenciação de área não a partir 
das relações entre o homem e a natureza, mas a partir 
da integração de fenômenos heterogêneos em uma dada 
porção da superfície da Terra. Valorizado apenas a partir de 
1940, esse pensamento geográfico já era abordado pelo 
filósofo Immanuel Kant e o geógrafo Karl Ritter no final do 
século XVIII e na primeira metade do XIX, respectivamente.
A Geografia Regional procurava estudar as unidades com-
ponentes da diversidade areal da superfície terrestre. Em 
cada lugar, área ou região a combinação e a interação das 
diversas categorias de fenômenos refletiam-se na elabora-
ção de uma paisagem distinta, que surgia de modo objetivo 
e concreto. O estudo das regiões e das áreas favoreceu a 
expansão da perspectiva regional ou cronológica, que teve 
como êmulo e padrão as clássicas monografias da escola 
francesa. Preocupados em compreender as características re-
gionais, os geógrafos desenvolveram a habilidade descritiva, 
exercendo a caracterização já estabelecida por La Blache em 
1913. Defrontando-se com os casos, a explicação baseava-
-se no destrinchar a evolução histórica e estabelecer a sequ-
ência das fases que culminaram nas características atuais da 
referida área ou região. Levando em conta as concepções 
de que o globo era um organismo coerente, com as suas 
partes funcionando de modo integrador, admitia-se que mui-
tas unidades areais executavam uma “função” em termos 
do conjunto. A cultura canavieira no nordeste brasileiro era 
desenvolvida para abastecer o mercado europeu, os países-
-colônias forneciam matérias-primas para os países impe-
rialistas, e outras explicações similares podem ser arroladas 
para os mais diversos aspectos e categorias de fenômenos.
Karl ritter
http://geografia.fflch.usp.br/
multimídia: sites
1.6. Nova Geografia
A Nova Geografia, que surgiu em meados da década de 
1950, tentando superar as dicotomias e os procedimen-
tos metodológicos da Geografia Regional, desenvolveu-se 
procurando incentivar e buscar um enquadramento maior 
da Geografia no contexto científico global. O aparecimento 
de novas perspectivas de abordagem estava integrado na 
transformação profunda provocada pela Segunda Guerra 
Mundial nos setores científico, tecnológico, social e econô-
mico. Essa transformação, que abrangia o aspecto filosófi-
co e metodológico, foi chamada de “revolução quantitati-
va e teorética da Geografia”. Algumas das metas básicas 
propostas por essa Nova Geografia eram: maior rigor na 
aplicação da metodologia científica, desenvolvimento de 
teorias e principalmente uso de técnicas estatísticas e ma-
temáticas para analisar os dados coletados e as distribui-
ções espaciais dos fenômenos.
Com a Geografia Quantitativa, os indicadores socioeco-
nômicos são suscetíveis de serem expressos em termos 
numéricos, avaliando, assim, o grau de desenvolvimento 
entre as nações, a análise de tabelas e de gráficos que 
explicam a pobreza e a possibilidade de esconder a real 
causa do subdesenvolvimento. A estagnação econômica 
do mundo subdesenvolvido é tratada como uma etapa 
necessária, que deve ser superada em curto prazo, desde 
que essas nações adotem políticas que favoreçam a ex-
pansão do capital externo e ampliem as disparidades de 
desenvolvimento entre nações e camadas sociais.
O uso das técnicas de análise deve ser evidentemente in-
centivado, uma vez que elas são ferramentas e meios para 
o geógrafo. O conhecimento dessas diversas técnicas (as 
simples, as multivariadas e as relacionadas com a análise 
seriada e espacial) é básico para o geógrafo. No entanto, 
usar técnicas estatísticas, por mais sofisticadas que sejam, 
não é fazer Geografia. Se o geógrafo coleta inúmeros da-
dos e informações e os analisa através do computador (por 
exemplo, usando a análise fatorial ou a discriminante), sem 
ter noção clara do problema a pesquisar e se não dispuser 
de arsenal teórico e conceitual que lhe permita adequa-
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VIVENCIANDO
damente interpretar os resultados obtidos, estará apenas 
fazendo trabalho de mecanização, mas nunca um trabalho 
geográfico.
1.7. Geografia Crítica
A Geografia Crítica, de orientação marxista, manifestou-se 
entre as décadas de 1960 e 1970, num ambiente contes-
tatório nos Estados Unidos por causa da Guerra do Vietnã, 
da luta pelos direitos civis, do processo de descolonização 
da África, da crise da poluição e da urbanização. Preocu-
pada em ser crítica e atuante, entendia que a produção 
do espaço deriva do trabalho humano e assume formas 
diferentes em função da diversidade de combinações dos 
modos de produzir, circular e pensar.
Karl Marx
A Geografia Crítica também visava a ultrapassar e substi-
tuir a Nova Geografia. Seus autores consideravam a Nova 
Geografia como sendo pragmática, alienada, objetivada no 
estudo dos padrões espaciais e não nos processos e proble-
mas socioeconômicos e com grande função ideológica. Des-
sa maneira, procurava analisar primeiramente os processos 
sociais, e não os espaciais, o oposto do que se costumava 
praticar na geografia teórica quantitativa. Nessa focalização, 
encontra-se implícito o esforço na tentativa de integrar os 
processos sociais e os espaciais no estudo da realidade. 
A Geografia Radical interessava-se pela análise dos modos 
de produção e das formações socioeconômicas. Isso por-
que o marxismo considera como fundamental os modos 
de produção, enquanto as formações socioeconômicas es-
paciais (ou formações econômicas e sociais) são as resul-
tantes. As atividades dos modos de produção constroem e 
geram formações diversas. Cada modo de produção, capi-
talista ou socialista, por exemplo, reflete-se em formações 
socioeconômicas espaciais distintas, cujas características 
da paisagem geográfica devem ser analisadas e compreen-
didas. Uma corrente que propunha romper com a ideia de 
neutralidade científica para fazer da Geografia uma ciência 
apta a elaborar uma crítica radical à sociedade capitalista 
pelo estudo do espaço e das formas de apropriação da na-
tureza. Nesse sentido, enfatizava a necessidade de engaja-
mento político dos geógrafos e defendia a diminuição das 
disparidades socioeconômicas e regionais.
2. Conceitos importantes
A linguagem geográfica, além dos princípios e das escolas 
geográficas, também necessita da formulação de alguns con-
ceitos-chave como pré-requisito para a análise de seus fenô-
menos. Esses conceitos são ferramentas de análise do espaço 
e carregam forte grau de parentesco entre si, pois todos se 
referem às ações humanas que transformam esse espaço.
Espaços públicos de convivência e lazer são frequente-
mente abordados e estudados pela Geografia a partir 
da ideia de lugar. Em alguns casos, estudos geográ-
ficos com base nessas premissas foram responsáveis 
pela mudança na arquitetura de praças e espaços de 
lazer, especialmente por adequar tais locais à com-
preensão e percepção das pessoas e à ideia que elas 
tinham de como deveria ser o seu lugar. Se possível, 
veja fotos e observe as transformações desses lugares 
na atualidade.
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Fonte: Youtube
Gente Humilde – Chico Buarque
multimídia: música
2.1. Conceito de lugar
O homem não vê o universo a partir do universo, o ho-
mem vê o universo desde um lugar.
Milton SantoS
Para a Geografia, esse conceito está, nas principais abor-
dagens, vinculado a uma análise compreensiva e, portanto, 
não objetiva e nem racionalista da realidade. Nesse senti-
do, ele se articula a partir da relação ou compreensão do 
ser diante do espaço geográfico, ou seja, o lugar é o espaço 
apropriado ou percebido pelas relações humanas.
É sabido que cada pessoa enxerga o mundode uma de-
terminada forma, porque isso se relaciona com o conjunto 
de experiências dos indivíduos ao longo do tempo, suas 
concepções culturais e seus valores morais e até religiosos. 
Assim sendo, as análises geográficas pautadas no conceito 
de lugar concebem o espaço analisado não de uma manei-
ra direta ou racional, mas por meio da compreensão hu-
mana e, muitas vezes, com base em valores afetivos ou de 
identidade. É um tipo de análise mais comum no âmbito da 
Geografia Cultural e da Geografia da Religião, mas pode 
envolver outras áreas do saber em questão.
2.2. Conceito de paisagem
Tudo aquilo que nós vemos, que a nossa visão alcança, é 
a paisagem [...]. Não apenas formada de volumes, mas 
também de cores, odores, movimentos, sons, etc.
Milton SantoS
Em algumas análises, a paisagem é diretamente definida 
como “aquilo que a visão alcança” ou como o “mundo 
conforme a sua aparência externa”. Portanto, a paisagem 
costuma ser definida como formas que se revelam diante 
dos nossos olhos na produção do espaço geográfico.
Outras concepções desse modelo são apresentadas a par-
tir da contestação desse conceito. Em muitas abordagens 
acadêmicas, a paisagem é concebida não apenas a partir 
da visão, mas da multissensorialidade, ou seja, da utilização 
dos demais sentidos (tato, olfato, paladar e audição). Além 
disso, a paisagem é, muitas vezes, reveladora de experiências 
e atrelada a fatores da expressão humana e pessoais, o que 
lhe dá uma dimensão cultural.
PaiSageM natural
PaiSageM ModiFicada
2.3. Conceito de território
[...] o território é um nome político para o espaço de um 
país. Em outras palavras, a existência de um país supõe 
um território. Mas a existência de uma nação nem sempre 
é acompanhada da posse de um território e nem sempre 
supõe a existência de um Estado. Pode-se falar, portanto, 
de territorialidade sem Estado, mas é praticamente im-
possível nos referirmos a um Estado sem território.
SILVEIRA, Maria laura; SANTOS, Milton. 
o braSil, território e Sociedade no início do Século xxi.
O território, um termo muito empregado no âmbito da po-
lítica, é normalmente definido como uma área delimitada 
por fronteiras. Entretanto, nem sempre essas fronteiras são 
visíveis ou bem delineadas. Na maioria das abordagens ge-
ográficas, o conceito de território está relacionado a uma 
configuração de poder. É, por isso, uma área apropriada, 
uma porção do espaço geográfico onde uma relação hie-
rárquica se estabelece.
O território possui uma característica importante, que é a sua 
multiplicidade em termos de tipificações e de escala. Ele pode 
abranger desde uma área muito restrita, como uma rua ou 
um terreno qualquer, até uma coalizão internacional compos-
ta por forças militares de diversos países. Ao mesmo tempo, 
seus tipos envolvem territorialidades militares, jurídicas (vin-
culadas ao Estado), naturais, culturais e até criminais, como 
os territórios de tráfico de drogas ou de grupos mafiosos.
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2.4. Conceito de região
Faz referência a uma área ou espaço que foi dividido obe-
decendo a um critério específico. Trata-se de uma elabo-
ração racional humana para melhor compreender uma 
determinada área ou um aspecto dela. Portanto, as regiões 
podem ser criadas para realizar estudos sobre as caracte-
rísticas gerais de um território (as regiões brasileiras, por 
exemplo) ou para entender determinados aspectos do es-
paço (as regiões geoeconômicas do Brasil, para entender a 
economia brasileira).
Esse conceito, amplamente utilizado no senso comum, é 
geralmente empregado para designar uma área do espaço 
mais ou menos delimitada. Na Geografia, a região é defini-
da como uma porção superficial designada a partir de uma 
característica que lhe é marcante ou que é escolhida por 
aquele que concebe a região em questão. Assim, existem 
regiões naturais, econômicas, políticas, entre muitas outras.
Portanto, a região não existe diretamente, mas é uma cons-
trução intelectual humana. No âmbito da Literatura, essa no-
ção está vinculada ao conceito de regionalismo, que expres-
sa o conjunto de costumes, expressões linguísticas e outros 
valores que apresentam variação entre uma região e outra, 
dando uma identidade coletiva para os diferentes lugares.
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ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 26
Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana 
com a paisagem.
A Geografia é uma ciência humana que estuda o espaço geográfico e suas composições, analisando a intera-
ção entre sociedade e natureza. Essa área do conhecimento utiliza em suas abordagens uma série de conceitos 
que são considerados básicos para a fundamentação de seus estudos. Em algumas análises, a paisagem é 
diretamente definida como “aquilo que a visão alcança” ou o “mundo conforme a sua aparência externa”. 
Portanto, a paisagem costuma ser definida como as formas que se revelam diante dos nossos olhos na produ-
ção do espaço geográfico.
Porém outras concepções desse modelo são apresentadas a partir da contestação desse conceito. Em muitas abor-
dagens acadêmicas, a paisagem é concebida não apenas a partir da visão, mas da multissensorialidade, ou seja, da 
utilização dos demais sentidos (tato, olfato, paladar e audição). Além disso, a paisagem é, muitas vezes, reveladora 
de experiências e atrelada a fatores da expressão humana e pessoais, o que lhe dá uma dimensão cultural.
MODELO 1
(Enem) Portadora de memória, a paisagem ajuda a construir os sentimentos de pertencimento; ela cria uma 
atmosfera que convém aos momentos fortes da vida, às festas, às comemorações.
claval, P. terra doS hoMenS: a geograFia. São Paulo: contexto, 2010 (adaPtado).
No texto é apresentada uma forma de integração da paisagem geográfica com a vida social. Nesse sentido, 
a paisagem, além de existir como forma concreta, apresenta uma dimensão
a) política de apropriação efetiva do espaço;
b) econômica de uso de recursos do espaço;
c) privada de limitação sobre a utilização do espaço;
d) natural de composição por elementos físicos do espaço;
e) simbólica de relação subjetiva do indivíduo com o espaço.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nesse exercício, o Enem busca mostrar as relações da vida humana com a paisagem e o quanto os ele-
mentos dessa paisagem estão carregados de uma dimensão simbólica, pois cada ser humano entende e 
enxerga a mesma paisagem de maneiras diferentes.
A paisagem constitui a aparência do espaço, é o que se pode visualizar no horizonte, sendo composta 
por elementos naturais e elementos artificiais produzidos pelo homem. Além da dimensão concreta, os 
elementos da paisagem carregam uma dimensão simbólica e cultural, uma vez que a percepção da paisa-
gem é individual e carregada de elementos subjetivos. Duas pessoas que visualizam a mesma paisagem 
possivelmente não vão descrevê-la da mesma maneira.
RESPOSTA Alternativa E
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DIAGRAMA DE IDEIAS
PAISAGEM
CULTURAL
PAISAGEM
NATURAL
ESPAÇO
FÍSICO
LUGAR
REGIÕES
GEOECONÔMICAS REGIÕES
NATURAIS
ESPAÇO
GEOGRÁFICO
FLORESTAS, MATAS,
CAMPOS, 
DESERTOS, ILHAS
DOMÍNIO
JURÍDICO DOMÍNIO
MORFOCLIMÁTICO
MONTANHAS
PLANALTOS
PLANÍCIES
DEPRESSÕES
TERRITÓRIO
PAÍSES
ESTADOS
OCEANOS
MARES
CONTINENTES
BACIAS
RURALURBANA
CIDADES
BAIRROS
TERRENOS
FAZENDAS
SÍTIOS
CHÁCARAS
HUMANIZADO
PLANETA TERRAPLANETA TERRA
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1. Aspectos geológicos: 
origem e evolução da Terra
Considerando que tenha havido uma única explosão, a Ter-
ra e os demais astros do Sistema Solar teriam se originado 
de uma única massa homogênea que se fragmentou em 
bilhões e bilhões de partes sob efeito da explosão. 
Para a teoria que defende várias explosões, a massa inicial 
era heterogênea e expandiu-se muito rapidamente com as 
explosões. Entretanto, para outros astrônomos, essa massaaté poderia ser uniforme, mas, devido à queda brusca da 
temperatura depois das explosões, ela teria ficado repleta 
de fraturas que a fragmentaram em bilhões de pedaços.
Baseando-se nessas hipóteses, e reunindo dados fornecidos 
pelas várias pesquisas realizadas na superfície lunar, os as-
trônomos elaboraram a Teoria da Acreção (ou acrésci-
mo) para explicar a formação da Terra e dos demais corpos 
do Sistema Solar. Esses corpos teriam se formado a partir 
da agregação de várias partículas que estariam girando ao 
redor de um Sol primitivo. O Sol então se formou dentro de 
uma nuvem de gás e poeira, e começou a se submeter à 
fusão nuclear e a emitir luz e calor. As partículas que orbita-
vam o Sol começaram a se unir em corpos maiores, conhe-
cidos como planetésimos, que continuaram a agregar-se 
em planetas maiores. O material “restante” deu origem a 
asteroides e cometas.
Como as colisões entre planetésimos grandes liberam mui-
to calor, a Terra e outros planetas seriam derretidos no co-
meço de sua história. A solidificação do material derretido 
aconteceu enquanto a Terra começou a esfriar, ou seja, a 
Terra começou a perder energia em forma de calor para o 
espaço, processo que se desenvolve de fora para dentro. 
Isso explicaria por que nosso planeta é envolvido por uma 
espécie de casca sólida e contém em seu interior camadas 
com elementos em estado de fusão. 
Os meteoritos mais velhos e as rochas lunares têm, aproxi-
madamente, 4,5 bilhões de anos, mas a rocha mais antiga da 
Terra, conhecida atualmente, tem 3,8 bilhões de anos. Por al-
gum tempo, durante os primeiros 800 milhões de anos de sua 
história, a superfície da Terra mudou de líquido para sólido. 
Visto que a rocha dura formou-se na Terra, sua história geo-
lógica começou. Isso aconteceu provavelmente antes de 3,8 
bilhões de anos, mas a prova disso não está disponível, pois a 
erosão e o tectonismo destruíram provavelmente toda a rocha 
mais antiga que 3,8 bilhões de anos. O começo do registro de 
rocha que existe atualmente na Terra é do Arqueano.
Atração gravítica
Formação de
planetesimais
A temperatura aumenta devido:
Acreção
Colisão de
planetesimais
ProtoplanetaD iferenciação
Diferenciação
• impacto dos planetesimais
• compressão
• desintegração radioativa
D
iluStração da teoria da acreção ou acréSciMo
1.1. As eras geológicas 
A história geológica do planeta é dividida em fases chama-
das eras geológicas, divididas em períodos.
Escala geológica
Era Período Eventos no planeta Eventos no Brasil
Datação (em 
milhões de anos)
Azoica -
Solidificação dos minerais 
e formação das primei-
ras rochas cristalinas.
Inexistência de vida.
- 4500 a 3800
GEOLOGIA
COMPETÊNCIA(s)
6
HABILIDADE(s)
26
CH
AULAS 
3 E 4
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Escala geológica
Era Período Eventos no planeta Eventos no Brasil
Datação (em 
milhões de anos)
Pré-cambriana
Arqueozoico
Formação das rochas 
magmáticas e metamórficas.
Formação dos escudos 
cristalinos.
Formação das serras do 
Mar e da Mantiqueira. 3800 a 2500 
Proterozoico Formação das primeiras 
rochas sedimentares.
Formação dos escudos 
brasileiro e guiano. 2500 a 590 
Paleozoica
Cambriano
Glaciação e diastrofismo.
Rochas sedimentares 
e metamórficas.
Formação das bacias sedimentares 
antigas, do varvito de Itu (SP), e do 
carvão mineral do sul do Brasil.
Início da formação da bacia sedimentar 
do Paraná e do São Francisco.
590 a 500
Ordoviciniano 500 a 438
Siluriano 438 a 408
Devoniano 408 a 360
Carbonífero Início do processo de formação 
do carvão mineral. 360 a 286
Permiano - 286 a 248
Mesozoica
Triássico
Grande atividade vulcânica.
Formação de baciais 
sedimentares.
Formação das bacias sedimentares 
do Paraná, Sanfranciscana 
e do meio Norte.
Formação das ilhas de Trindade, 
Martin Vaz e do arquipélago de 
Fernando de Noronha e Penedos 
de São Pedro e São Paulo.
Derrames basálticos na região Sul.
Fomação do planalto arenito basáltico.
248 a 213
Jurássico 213 a 144
Cretáceo 144 a 65
Cenozoica
Terciário
Formação das grandes 
cadeias de montanhas 
(dobramentos modernos).
Formação da bacia sedimentar (Ex.: 
bacia sedimentar Amazônica). 65 a 2
Quaternário Surgimento do homem moderno. Formação da bacia 
sedimentar do Pantanal. 2 a hoje
Pré-Cambriano
Paleozóica
Mesozóica
Cenozóica
(Terciário)
Cenozóica
(Quaternário)
ÚLTIMOS
DINOSSAUROS
PLANTAS COM FLORES
130 milhões
PÁSSAROS
DINOSSAUROS
180 milhões
1 milhão
MAMUTE
IDADES
GLACIAIS
GRANDE CÃNION
2 milhões
SERRAS NEVADA
E DAS CASCATAS
26 milhões
PASTOS
ALPES
MACACOS
MAMÍFEROS GIGANTESECHIPPUS
HIMALAIA E
MONTANHAS
ROCHOSAS
65 milhões
4,6 milhões
de anos
FORMAÇÃO
DA TERRA
PETRÓLEO
E GÁS
590 milhões
PLANTAS DE
SEMENTES
MAMÍFEROS
ANFÍBIOS
36 milhões60 milhões
PLANTAS
TERRESTRES
420 milhões
500 milhões
230 milhões
TRILOBITAS
ROCHAS
SEDIMENTARES
MAIS ANTIGAS
400 milhões
350 milhões
INSETOS
320 milhões
RÉPTEIS
ALGAS E
BACTÉRIAS
FORMAS
PRIMITIVAS
DA VIDA
2,7 BilhõesROCHAS
MAIS
ANTIGAS
PROTOZOÁRIOS
E ESPONJAS 1 bilhão2 bilhões2 bilhões
600 milhões
3,8 bilhões
APALACHES
E URAIS
150 milhões
PEIXES
eScala geológica iluStrada eM ForMa de eSPiral.
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Fonte: Youtube
Como nasceu nosso planeta
multimídia: vídeo
2. A estrutura da Terra
O planeta Terra é um corpo dinâmico, com uma superfí-
cie que serve de suporte para a sobrevivência dos seres 
humanos e demais seres vivos. Nessa superfície, também 
chamada de litosfera ou crosta terrestre, encontram-se os 
recursos minerais energéticos que alimentam as comple-
xas organizações econômicas. Na litosfera estão também 
os solos, as águas oceânicas e continentais, as formas de 
relevo e os fenômenos climáticos que, em conjunto, interfe-
rem na ocupação e organização do espaço físico-territorial 
para a instalação de complexos industriais, a formação de 
cidades, as práticas agrícolas, entre outras atividades.
A superfície da Terra é composta por elementos diferentes: 
sólidos, líquidos e gasosos. São eles:
Atmosfera
Biosfera
Hidrosfera
Litosfera
 § Litosfera – camada sólida da Terra formada por mi-
nerais e rochas, também chamada de crosta terrestre. 
Para fins econômicos, sua utilização limita-se a poucos 
quilômetros de profundidade, de onde são extraídas 
algumas riquezas minerais.
 § Hidrosfera – camada líquida formada por oceanos, 
mares, rios e aquíferos, lagos subterrâneos e água. Os 
interesses do homem limitam-se a mais ou menos mil 
metros de profundidade.
 § Atmosfera – camada gasosa, formada por uma mis-
tura de gases (oxigênio, gás carbônico e nitrogênio). 
Ela envolve a Terra e a protege. É dividida em cinco 
camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, ionosfe-
ra e exosfera. A troposfera é a mais importante, mais 
próxima da superfície terrestre (onde vive o homem e 
ocorrem quase todos os fenômenos metereológicos).
 § Biosfera – é o conjunto de todos os ecossistemas da Ter-
ra; ela inclui a biota e os compartimentos terrestres com os 
quais a biota interage (litosfera, hidrosfera e atmosfera).
2.1. As camadas da estrutura 
interna da Terra 
A estrutura da Terra é formada por camadas de diferentes 
formações químicas (modelo 1) e físicas (modelo 2).
1) Modelo baSeado na 
coMPoSição doS MateriaiS 
do interior da terra.
(a) litoSFera ou croSta terreStre 
2) Modelo baSeado na rigidez doS 
MateriaiS do interior da terra. 
(b) MagMa PaStoSo
Os dados que se tem a respeito do interior da Terra 
foram obtidos através de perfurações para extrair pe-
tróleo, e não ultrapassam os 5 mil metros ou 6 mil 
metros de profundidade. Essas perfurações são exe-
cutadas em bacias sedimentares, não alcançando as 
estruturas rígidas mais profundas.
A divisão da estrutura da Terra foi baseada princi-
palmente nos estudos sobre abalos sísmicos, pois o 
comportamento das ondas sísmicas altera-se na pas-
sagem de uma camada para a outra em função da 
natureza dos materiais.O modelo atualmente aceito da estrutura interna do plane-
ta revela três grandes camadas: o núcleo (NiFe), o manto 
e a crosta terrestre (litosfera).
2.1.1. Núcleo
Acredita-se que o núcleo da Terra, formado por níquel e 
ferro, possua uma divisão entre núcleo externo e núcleo 
interno. Provavelmente o núcleo externo encontra-se no 
estado líquido, envolvendo o núcleo interno que, por estar 
submetido a altas pressões, esteja no estado sólido, exi-
bindo temperaturas superiores a 5.000 ºC. Desse modo, a 
interação entre o núcleo externo e o interno parece ser a 
principal causa da formação do campo geomagnético da 
Terra. A alta densidade do núcleo indica que ele seria me-
tálico, talvez formado por níquel e ferro.
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As principais subdivisões da Terra
Espessura 
ou raio (Km)
Massa
Densidade 
média (g/cm3)
Crosta 
oceânica 7 7,0 × 1024 2,8
Crosta 
continental 40 1,6 × 1025 2,7
Manto 2870 4,08 × 1027 4,6
Núcleo 3480 1,88 × 1027 10,6
Oceanos 4 1,39 × 1024 1,0
Atmosfera - 5,1 × 1021 -
Terra 6371 5,98 × 1027 5,5
Fonte: eStrutura da terra, S.P. clarK jr., 1973
2.1.2. Manto
O manto, encontrado em estado pastoso ou magmático, 
é responsável por 80% do volume total do planeta. As per-
turbações geológicas que atingem a crosta, como terremo-
tos e vulcanismos, são provocadas pela pressão exercida 
por ele. Para entender melhor: o magma (composto essen-
cialmente de silicatos de magnésio), que é expelido pelas 
erupções vulcânicas, é componente do manto. O manto 
terrestre estende-se desde cerca de 30 km de profundi-
dade até 2.900 km abaixo da superfície (transição para o 
núcleo). Ele difere da crosta pelas suas características de 
composição química e de seu comportamento mecânico, 
traduzido pela existência de uma alteração súbita (uma 
descontinuidade) nas propriedades físicas dos materiais, 
que ficou conhecida como descontinuidade Mohoro-
vičić ou descontinuidade de Moho. Essa descontinuidade 
marca a fronteira entre a crosta e o manto.
Evidências sísmicas mostram que, em algumas re-
giões cratônicas, a crosta continental está dividida em 
duas partes maiores pela descontinuidade de Con-
rad, que marca um pequeno aumento das velocida-
des sísmicas nessa profundidade, e separa as rochas 
de densidade menor na crosta superior das rochas de 
maior densidade na crosta inferior.
2.1.3. Crosta terrestre
A crosta terrestre é subdividida em duas camadas ou 
crostas: a crosta oceânica ou inferior (de constituição ba-
sáltica, com predomínio de silicatos de magnésio e ferro – 
SIMA), que recobre toda a superfície do planeta, e a crosta 
continental ou superior, que fica sobre a oceânica. Não 
existe crosta superior sobre os oceanos, apenas a crosta in-
ferior, com espessuras que variam de 4 a 8 quilômetros. Na 
crosta continental predominam silicatos de alumínio (SIAL), 
com espessura que varia de 30 a 70 quilômetros. É for-
mada de rochas – granitos, migmatitos, basaltos e rochas 
sedimentares –, semelhantes às que afloram na superfície. 
O que diferencia as rochas de cada subcamada da litosfera 
é a idade delas. As dos fundos oceânicos raramente ultra-
passam 250 milhões de anos; as da crosta terrestre podem 
chegar a 4,5 bilhões de anos.
Crosta oceânica (sima)
Crosta terrestre (sial)
Oceano
Manto
croSta terreStre e croSta oceânica
A Terra está em constante movimento – um dinamismo 
composto por duas forças opostas chamadas forças en-
dógenas (internas), que ocorrem no interior do planeta, 
no núcleo ou no manto, responsáveis pelas estruturas 
que sustentam as formas superficiais da litosfera; e for-
ças exógenas (externas), que correspondem à ação dos 
ventos, chuvas, geleiras e outros fenômenos externos, que 
produzem o desgaste e a modificação (modelagem) cons-
tante do relevo. A atual disposição das massas continen-
tais e as movimentações ocorridas na superfície terrestre, 
chamadas de tectonismo, relacionam-se intrinsecamente 
com a dinâmica interna do planeta, ou seja, dizem respei-
to à teoria das placas tectônicas.
3. A gênese das rochas
As rochas são agregados naturais de minerais e formam a par-
te essencial da crosta terrestre. Sua origem pode ser orgânica 
ou inorgânica e apresentam composição química definida.
As rochas se classificam em três grandes grupos conforme 
sua origem e características minerais de textura: 
 § magmáticas ou ígneas
 § sedimentares
 § metamórficas
Uma rocha pode se transformar em outra do mesmo tipo 
ou de tipo diferente.
3.1. Rochas magmáticas ou ígneas
Ao se formar, o planeta Terra era pouco mais do que uma 
bola de lava. Não havia a litosfera como a conhecemos 
hoje. As rochas magmáticas foram formadas em am-
biente com temperaturas muito elevadas, o que permitiu a 
existência de materiais rochosos em fusão (magma). Essas 
rochas, como o próprio nome indica, formadas pela len-
ta solidificação (cristalização) do magma pastoso, ficaram 
conhecidas como rochas ígneas (do latim ignis, fogo). A 
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VIVENCIANDO
maioria dos geólogos acredita que, durante certo tempo, 
toda a crosta terrestre foi constituída desse tipo de rocha e 
que todas as restantes originam-se delas.
Dentro das rochas ígneas existe uma diferença básica: des-
de o início, algumas se resfriaram rapidamente em contato 
com a atmosfera primitiva do globo. Ainda hoje, o magma 
lançado de vulcões ativos esfria rapidamente em contato 
com a atmosfera. Por outro lado, houve uma parte do mag-
ma que estava no interior do planeta, um pouco abaixo da 
superfície, que também se solidificou, de modo muito mais 
lento do que a parcela em contato direto com a atmosfera. 
O granito, o diabásio e o basalto, muito antigos e resisten-
tes, são exemplos desse tipo de rocha.
 § Rochas intrusivas ou plutônicas
Durante sua ascensão à superfície, o magma vai abrindo es-
paço por entre a litosfera – intrusões magmáticas – e pode 
parar junto a câmaras magmáticas próximas à superfície 
sem alcançá-la. Nessas câmaras, a lava esfria devagar e dá 
origem às rochas plutônicas. Depois de muito tempo, a ero-
são e o intemperismo acabam deixando expostas essas ro-
chas que há milhões ou bilhões de anos eram subterrâneas.
granito
Quanto mais lento for o resfriamento do magma, maiores 
serão os cristais de rocha – os minerais. As rochas ígneas 
plutônicas são compostas por cristais de minerais macroscó-
picos, como o granito, cujo nome diz respeito à sua textura 
granular; os grãos dos minerais que compõem essa rocha 
são bem perceptíveis: quartzo, mica, feldspato entre outros. 
O granito é o tipo mais comum de rocha intrusiva na Terra.
https://www.historiadomundo.com.br/inca
multimídia: sites
 § Rochas extrusivas ou vulcânicas
Rochas que resultam da solidificação rápida do material 
magmático (lava) quando em contato com a atmosfera. 
Nos vulcões, o magma atinge a superfície da crosta e en-
tra em contato com a temperatura ambiente, resfriando-se 
rapidamente. Como a solidificação é praticamente instan-
tânea, os cristais não têm tempo para se desenvolver – são 
muito pequenos e invisíveis a olho nu. Eles têm textura afa-
nítica (sem cristais macroscópicos): seus grãos só podem 
ser observados com a ajuda do microscópio; ou textura 
vítrea, cujos minerais não podem ser individualizados nem 
mesmo se observados ao microscópio. Os basaltos são as 
rochas vulcânicas mais comuns.
baSalto
As rochas estão mais presentes no nosso dia a dia do que imaginamos. O basalto (rocha magmática extrusiva), 
por exemplo, é utilizado na produção de brita, usada na composição do asfalto de ruas e estradas. Procure saber 
sobre uma aplicação econômica de alguns tipos de rochas.
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3.2. Rochas sedimentares
As rochas da superfície terrestre são alteradas de forma 
contínua por agentes naturais, como a água em seus vários 
estados, os gases atmosféricos, a ação dos seres vivos e 
as variações de temperatura. Os produtosresultantes da 
alteração paisagística, por sua vez, poderão ser detríticos 
(pedras soltas, areia, fração fina dos solos), ou também se 
dissolver na água. Em conjunto com a alteração das ro-
chas, acontece o processo erosivo, que arranca e desloca 
os materiais rochosos previamente alterados. As rochas 
sedimentares podem ser provenientes da erosão de rochas 
preexistentes e da precipitação de substâncias – processo 
químico no qual se forma um sólido insolúvel dentro de 
uma solução química – ou, ainda, de material correspon-
dente a conchas e esqueletos de organismos mortos. Frag-
mentos de minerais e rochas, de animais e de vegetais ou 
de precipitados químicos em soluções aquosas são conhe-
cidos como sedimentos – detrito são carregados na erosão.
https://www.historiadomundo.com.br/asteca
multimídia: sites
As áreas-fonte de sedimentos costumam ser porções eleva-
das da superfície terrestre que regularmente se depositam 
e se acumulam em porções deprimidas da superfície, co-
nhecidas como bacias sedimentares. Na maioria das vezes, 
são compostas de rios, lagos, lagoas, praias, fundos oceâ-
nicos e dos arredores desses locais. As bacias sedimentares 
tendem a afundar lentamente. Por causa disso, os sedimen-
tos mais novos são depositados sobre os mais antigos, que 
ficam preservados da erosão que predomina na superfície. 
Isso resulta em uma pilha de rochas de diferentes idades, 
desenvolvidas pelas transformações que ocorrem com os 
sedimentos depois de soterrados. Elas revelam a história 
da região na etapa do tempo em que houve subsidência 
(deposição) e acumulação de sedimentos. Pelo fato de as 
camadas mais profundas depositaram-se primeiro, pode-se 
estabelecer a cronologia dos eventos. Assim é possível tra-
çar a evolução das espécies de animais e plantas ao longo 
do tempo e saber, por exemplo, quais dinossauros existiram 
simultaneamente em uma região, pelo conhecimento das 
relações entre as camadas que contêm os fósseis que essas 
formas de vida deixaram.
Geografia do Brasil - Jurandyr Luciano Sanchez Ross
Este livro é a mais moderna obra de referência no âmbito 
dessa disciplina. Destaca-se pela abordagem interpretati-
va, que determinou a escolha de certos temas considera-
dos de suma importância no estudo da geografia.
multimídia: livro
Fissura
Dique ou filão de magma
A lava escorre pelo
respiradouro lateral
Lacólito: massa de magma
que empurra as camadas
de rocha
Sill: deposição do magma
entre camadas de rocha
Nuvem piroclástica: torrente
de lava quente, poeira e gás
Cinzas vulcânicas
Lava
A lava sobe pela
chaminé central
Câmara magmática extinta
Câmara magmática
Rocha intrusiva
Rocha extrusiva
eSqueMa iluStrando a ForMação daS rochaS 
MagMáticaS (intruSivaS e extruSivaS)
Como os derrames ocorrem intermitentemente, a su-
perposição de camadas assume o aspecto de planos 
de estratificação. As vulcânicas dão respostas distintas 
aos processos de desgaste. A intensidade da rede de 
fraturas, falhas e planos de acamamento ou de posição 
são fatores estruturais muito importantes na diminui-
ção da resistência ao desgaste das rochas vulcânicas. 
Como exemplo, podem-se tomar os padrões de relevo 
que ocorrem no Sul do Brasil, nos derrames por fissuras 
de lavas vulcânicas da bacia do Paraná. Nessa área o 
relevo é intensamente dissecado, apresentando-se com 
grande quantidade de vales fluviais estreitos e pro-
fundos e vertentes em forma de patamares. A elevada 
densidade de vales está associada às linhas de fratura e 
falhas, e os patamares, aos acamamentos dos diversos 
derrames vulcânicos. As rochas ígneas, em geral, ofe-
recem grande resistência ao desgaste, tanto por ação 
física como pela ação química da água.
roSS, j. l. S.: geograFia do braSil. São 
Paulo. ed. 2005. eduSP. P. 40.
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Esses processos sempre ocorreram na superfície terres-
tre; por isso existem rochas sedimentares de diferentes 
idades e de diversos ambientes de sedimentação. Cada 
ambiente resulta em rochas de variados tipos e aspectos, 
que dependem também do material constituinte. A maior 
parte das rochas sedimentares é do tipo clástico, em que 
se destacam os arenitos, os argilitos e os conglomerados. 
Essas são as rochas principais na constituição das bacias 
sedimentares e as que mais influenciam as formas de re-
levo nesse tipo de estrutura.
 § Rocha sedimentar dentrítica ou clástica: ro-
cha gerada por detritos ou partículas de material 
sólido de rocha e solo, que são transportados, de-
positados e litificados em diversos ambientes de 
sedimentação.
 § Rocha sedimentar química: pode ser orgânica 
(calcário, dolomito e carvão) e inorgânica (sílex, 
um precipitado de sílica, e concreções lateríticas, 
precipitadas de ferro).
Identificar uma rocha sedimentar é muito fácil. Ela é com-
posta de sedimentos e de várias camadas – por isso é 
também chamada de rocha estratificada. O arenito, por 
exemplo, é empregado em construções e na pavimentação 
de ruas. Se for pura, é formada apenas do mineral quartzo.
Outro tipo de rocha comum é a calcária, formada de con-
chas, esqueletos de animais e plantas. Os espaços entre es-
ses sedimentos são preenchidos por fluidos – água ou óleo 
–, ou por calcita – carbonato de cálcio cristalizado –, que 
funcionam como cimento. Regiões onde existem depósitos 
de rochas calcárias já estiveram há muito tempo cobertas 
pelo mar. São numerosas no Brasil e oferecem pouca resis-
tência à ação do vento e da água.
arenito eM Paria canYon-verMillion cliFFS wilderneSS, arizona, eua.
Grandes depósitos de carvão mineral foram formados de 
florestas que morreram e foram cobertas há milhões de 
anos. Nesses locais não havia oxigênio suficiente para a 
decomposição dos detritos. Dependendo da profundida-
de, diferentes tipos de carvão foram compostos da tem-
peratura e das concludentes transformações químicas. 
Quanto mais antigos e escuros forem, pegarão fogo mais 
facilmente. No Brasil, as reservas de carvão encontram-se 
nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio 
Grande do Sul, apesar de o produto não ser considerado 
de boa qualidade.
Se os materiais provenientes de plantas e animais são en-
terrados em profundidade e temperatura suficientes, eles 
se transformam quimicamente em petróleo e gás natural. 
As rochas sedimentares oferecem informações sobre a 
história do ambiente em que se encontram. O xisto, por 
exemplo, constituído por minúsculos grãos de lama e argi-
la, forma-se exclusivamente em águas calmas ou no fundo 
do mar. Já as rochas calcárias são formadas próximas de 
recifes de corais ou onde há movimento nas águas que 
trazem os sedimentos, como praias ou canais de rios. É im-
portante lembrar que um mar que existiu em outras épocas 
pode não existir mais nos dias de hoje. O Oriente Médio, 
atualmente tão abundante em petróleo, já foi um fundo 
oceânico em eras geológicas anteriores.
Sedimentação num lago
ou num mar
Mais recente
Mais antiga
iluStração de bacia SediMentar, local de ocorrência 
daS rochaS SediMentareS.
3.3. Rochas metamórficas
As rochas metamórficas são rochas resultantes de um pro-
cesso de alteração das condições originais do ambiente 
onde se deu sua gênese. Elas são provenientes das transfor-
mações (metamorfismos) sofridas pelas rochas magmáticas, 
pelas rochas sedimentares ou por outras rochas metamórfi-
cas. Essas mudanças ocorrem em função das condições de 
temperatura e pressão no interior da Terra. A rocha transfor-
mada adquire novas características, muda sua composição 
e forma outros minerais estáveis nas novas condições vigen-
tes. Essas modificações equivalem basicamente a reajustes 
da composição química e da textura das rochas em con-
sequência das novas condições físico-químicas – pressão e 
temperatura – do meio.
As rochas se fundem ao longo de um determinado 
intervalo de temperatura, visto que são compostas de 
vários minerais que possuem faixas de temperaturas 
de fusão diferentes.
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Um exemplo comum de rochas metamórficas são os már-
mores, formados da pressão sobre rochas calcárias que se 
recristalizam. Eles podem ser brancos ou coloridos e apre-
sentam por base grãos de calcita.
MárMore
No esquema abaixo, é possível observar a chamada “au-
réola de metamorfismo”, em que as rochas preexistentes, 
por pressão dos materiais superficiais, entram em contato 
com essa porção do interior da Terra e acabam modifican-
do sua estrutura molecular.
Anel de metamorfismo
Transformação de rochas preexistentes 
em rochas metamórficas
Nessas rochas, uma das características que mais se desta-
cam é o plano de xistosidade. As falhas e as fraturas são 
linhas de menor resistência de massa rochosa e nelas os 
processos erosivos atuam com maior intensidade. Dessa 
forma, os vales fluviais, serras e morros tendem a ficar ali-
nhados nas direções impostas pela rocha.
Devido à sua origem e ao grau de transformação, algumas 
rochas podem ser mais ou menos resistentes. O quartzito, 
por exemplo, oferece grande resistência à erosão, enquanto 
o gnaisse e o migmatito tem um grau de resistência menor.
Ciclo das rochas
Fonte: Youtube
Tempo rei - Gilbeto Gil
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DIAGRAMA DE IDEIAS
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
A química está presente diretamente no estudo das rochas, na composição química dos minerais e dos solos.
METAMÓRFICA
ROCHAS
PROVÍNCIAS
GEOGRÁFICAS
ASPECTOS GEOLÓGICOS DA TERRA
ESTRUTURA INTERNA
DA TERRA
NÚCLEO
MANTO
CROSTA
TERRESTRE
• DOBRAMENTOS MODERNOS
• BACIA SEDIMENTAR
• ESCUDOS CRISTALINOS
• QUÍMICA
• CLÁSTICA
• PLUTÔNICA
• VULCÂNICA
SEDIMENTAR MAGMÁTICA
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ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 26
Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana 
com a paisagem.
A importância da compreensão sobre o comportamento e a dinâmica da litosfera está no fato de ela ser o local de 
atuação direta das atividades humanas, sendo transformadora e transformada por tais práticas. É sobre essa cama-
da que o homem constrói e reconstrói o seu espaço geográfico, retira os minerais, pratica o uso e a exploração dos 
solos, entre outras coisas.
MODELO 1
(Enem) De repente, sente-se uma vibração que aumenta rapidamente; lustres balançam, objetos se movem 
sozinhos e somos invadidos pela estranha sensação de medo do imprevisto. Segundos parecem horas, poucos 
minutos são uma eternidade. Estamos sentindo os efeitos de um terremoto, um tipo de abalo sísmico.
aSSad, l. oS (não tão) iMPercePtíveiS MoviMentoS da terra. coMciência: reviSta eletrônica de jornaliSMo 
cientíFico, no 117, abr. 2010. diSPonível eM: httP://coMciencia.br. aceSSo eM: 2 Mar. 2012.
O fenômeno físico descrito no texto afeta intensamente as populações que ocupam espaços próximos às 
áreas de
a) alívio da tensão geológica;
b) desgaste da erosão superficial;
c) atuação do intemperismo químico;
d) formação de aquíferos profundos;
e) acúmulo de depósitos sedimentares.
ANÁLISE EXPOSITIVA
O fenômeno físico descrito é chamado de abalo sísmico ou terremoto: um tremor da superfície terrestre 
que acontece próximo às áreas de contato de placas tectônicas convergentes. O terremoto é um dos 
fenômenos da natureza que mais causa preocupações no homem, pois suas consequências podem ser 
extremamente profundas, tanto para as sociedades e suas construções como para a própria Terra, como o 
tremor do solo, tsunamis, surgimento de falhas, deslizamentos de terra, além da destruição das construções 
feitas pelas sociedades.
O “alívio de tensão geológica” refere-se a um abalo sísmico ou terremoto, cuja origem dá-se em profun-
didade (hipocentro). As ondas sísmicas atingem a superfície (epicentro) e se propagam, podendo causar 
danos socioeconômicos.
RESPOSTA Alternativa A
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1. Uma breve história da 
exploração mineral
A história da humanidade está ligada à utilização de re-
cursos retirados da natureza. Sem os recursos de materiais 
minerais, incluindo a água e os solos, e os recursos energé-
ticos, a humanidade não teria como subsidiar seu crescente 
desenvolvimento tecnológico. No início da civilização, nos-
sos antepassados utilizavam lascas de quartzo para con-
feccionar instrumentos rudimentares de caça ou de luta. 
Hoje, esse mineral ainda é usado para transformar a natu-
reza e produzir um amplo conjunto de objetos, alguns até 
sofisticados, como os transistores ou cabos de fibra óptica.
Desde a Idade da Pedra Lascada, a humanidade passou por 
vários estágios de desenvolvimento das técnicas de descober-
ta de usos e transformações das substâncias naturais. Hoje 
em dia, a aplicação de técnicas modernas, e muitas vezes bas-
tante refinadas, permitiu descobrir, obter e transformar bens 
minerais em bens manufaturados, tornando assim a vida mais 
confortável. E uma infindável diversidade de tipos de minerais 
e rochas vem sendo utilizada em quantidade crescente.
As substâncias minerais, metálicas e não metálicas, os com-
bustíveis fósseis e as pedras preciosas passaram a fazer par-
te inalienável da vida moderna. Essa dependência, às vezes 
imperceptível, mantém e aprimora nossa qualidade de vida. 
Entretanto, algumas vezes a sociedade tem uma imagem 
nociva da mineração, porque ela transforma a paisagem ra-
pidamente ao mobilizar imensas quantidades de material e 
gerar uma enorme porção de resíduos não utilizados. Sendo 
assim, procura-se levar cada vez mais à população, por meio 
de programas de educação ambiental, o conhecimento sobre 
a importância dos recursos minerais. O apoio da população 
às iniciativas de redução do desperdício de bens minerais 
pode retardar os problemas de escassez ou exaustão dos 
depósitos. Paralelamente, a demanda de bens minerais para 
as futuras gerações é pauta de estudo dos governos, pois 
as acumulações econômicas de substâncias minerais úteis 
constituem porções muito restritas nos continentes. Além do 
mais, é necessário para a formação de qualquer bem mineral 
um período de tempo muito maior do que aquele decorrido 
desde que começamos a utilizar as primeiras lascas de quart-
zo. Portanto, houve uma multiplicação de pesquisas e ações 
governamentais e institucionais para otimizar a extração e 
prolongar a vida útil dos recursos, já que volumes gigantescos 
de bens minerais, que não são renováveis, estão sendo rapi-
damente extraídos de seus depósitos.
A conservação do recurso mineral, ou melhor, o prolonga-
mento de sua vida útil para atendimento das necessidades 
da crescente população mundial, evitando os excessos de um 
consumo ambicioso, é uma atitude necessária para garantir 
o suprimento de insumos minerais praticamente imprescin-
díveis à manutenção de uma forma de desenvolvimento sus-
tentável. Dentro dessa perspectiva, muitos metais têm sido 
atualmente produzidos por meio de técnicas de reciclagem 
com a utilização de bens manufaturados sucateados, bem 
como outros, que são mais escassos na natureza, vêm sendo 
substituídos por metais mais abundantes. Essa atitude per-
mitirá que preservemos por mais tempo os recursos minerais, 
diminuindo assim o impacto ao meio ambiente.
O registro geológico do Brasil evidencia ambientes férteis 
em todo o tempo geológico, do Arqueano ao Holoceno, 
que contém importantes acumulações de bens minerais, 
algumas das quais já transformadas em minas. Por para-
doxal que possa parecer, são os atrasos, as deficiências e 
demais dificuldades que vêm inibindo a exploração mine-
ral e impedindo o pleno desenvolvimento da mineração 
no Brasil até o momento, o que se permite afirmar que 
ainda é elevado o potencial para descobertas de novos 
depósitos minerais no Brasil. Dentre os pontos negativos 
destacam-se: baixo conhecimento geológico do território 
nacional e de nossas províncias minerais, pequenos inves-
timentos realizados em pesquisa mineral nopaís, projetos 
de exploração mineral realizados apenas em superfície 
ou baixa profundidade, carência de infraestrutura viária, 
legislação mineral pouco amigável e alto custo no Brasil. 
Duas principais províncias metalogenéticas brasileiras e 
quatro conjuntos de distritos mineiros, dentre as centenas 
existentes no país, são responsáveis pela maior parte das 
minas e depósitos minerais de porte significativo: Provín-
cia Mineral Ferro-Aurífera do Quadrilátero Ferrífero (MG), 
Província Mineral Polimetálica de Carajás (PA), distritos de 
greenstones belts auríferos de Goiás, Bahia e Minas Gerais, 
e distritos de maciços básico-ultrabásicos de Goiás, Bahia 
GEOLOGIA 
DO BRASIL E 
EXPLORAÇÃO 
MINERAL
COMPETÊNCIA(s)
6
HABILIDADE(s)
29
CH
AULAS 
5 E 6
68  CIÊNCIAS HUMANAS e suas tecnologias
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e Pará. São essas províncias e distritos minerais que fazem 
com que os estados de Minas Gerais, Pará, Goiás e Bahia 
sejam responsáveis pela produção de 80%, em valor, das 
commodities minerais brasileiras.
Nesta aula, o recurso mineral será abordado do ponto de 
vista essencialmente geológico, mostrando como se for-
mam as concentrações minerais. Também será visto o pa-
pel importante dos recursos minerais como fonte comer-
cial necessária a uma infinidade de produtos industriais. 
Entenda os termos
 § Depósito mineral – grande concentração de 
qualquer substância mineral com teores e geo-
metria conhecida e com potencial interesse eco-
nômico.
 § Jazida – grande concentração de qualquer subs-
tância mineral com teores e geometria conhecida 
e com valor econômico comprovado.
 § Mina – uma jazida em lavra, ainda que paralisa-
da (temporariamente).
 § Lavra – conjunto de operações coordenadas, ob-
jetivando o aproveitamento industrial da jazida 
até o beneficiamento.
Fonte: Youtube
Riquezas do meu Brasil – Candeia
multimídia: música
2. As macroestruturas e 
suas características
As macroestruturas do relevo terrestre estão representa-
das pelos escudos cristalinos, pelas bacias sedimentares 
e pelas cadeias orogenéticas; esta última não ocorre no 
território brasileiro.
2.1. Escudos cristalinos
Tipo de estrutura geológica caracterizada, em geral, pela 
sua estabilidade e composição antiga, tendo se consti-
tuído durante o período Pré-cambriano, há mais de dois 
bilhões de anos.
Basicamente, é a porção das placas continentais que, du-
rante um período mínimo de 100 milhões de anos, não 
sofre ações diretas do tectonismo e do vulcanismo, o que 
caracteriza a sua estabilidade. É composto de rochas cris-
talinas (magmáticas e metamórficas).
Os escudos são estáveis, mas não significa dizer que eles 
não passam por transformações. Porém, neles, os agentes 
endógenos ou internos de transformação do relevo prati-
camente não atuam. Por isso, as rochas são, externamente, 
muito desgastadas em virtude da ação dos agentes exter-
nos ou exógenos, tais como a água, o vento e o clima. As-
sim, o relevo das áreas onde se localizam os escudos 
costuma abranger, em geral, regiões de planaltos com 
baixas altitudes e algumas depressões relativas.
Os escudos são divididos em dois tipos principais de estru-
turas: os crátons cristalinos e as plataformas.
Os crátons são tipos de escudos que afloraram na superfície, 
ou seja, não foram recobertos por outros tipos de estrutu-
ras geológicas. Neles ocorrem os minerais metálicos, princi-
palmente os que se formaram no Proterozoico. Os recursos 
minerais são muito importantes por seu uso em processos 
industriais, principalmente porque a natureza não repõe em 
tempo humano o que as sociedades retiram. Quando uma 
rocha contém um alto teor de algum mineral de valor econô-
mico, é chamada de minério. Quando os minérios se concen-
tram em um determinado ponto, temos uma jazida mineral. 
Aproximadamente 36% do território brasileiro é formado 
por escudos cristalinos. Destes, 4% são do Proterozoico. 
Essas estruturas geológicas estão distribuídas da seguinte 
forma no planeta: no continente americano aparecem os 
escudos das Guianas, o brasileiro e o canadense; no conti-
nente africano, o Saariano; na Europa, o Russo-Fernosândi-
co; na Ásia, o siberiano, o chinês e o indiano; e na Austrália, 
o escudo australiano. 
2.2. Bacia sedimentar
As bacias sedimentares começaram a se constituir efetiva-
mente na era Paleozoica. Os territórios que compõem a Amé-
rica do Sul estavam em altitudes bem mais baixas naqueles 
tempos – há cerca de 500 milhões de anos. Hoje, nossas 
bacias correspondem a 64% da estrutura geológica brasilei-
ra – Amazônica, Meio Norte (Maranhão e Piauí) e Paranaica 
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(Paraná) –, que no início eram formadas por depósitos de 
material marinho. Quando o fenômeno da epirogênese pro-
vocou o levantamento do continente superior ao mar, elas 
ficaram emersas e unidas em território contínuo, como tam-
bém passaram a ser preenchidas com material continental.
Enquanto a formação das bacias sedimentares levou milhões 
de anos para se materializar, as placas tectônicas continua-
ram se movimentando e a dinâmica da Terra seguiu seu cur-
so. Áreas que antes se encontravam no fundo dos oceanos 
transformaram-se em áreas continentais, inclusive as zonas 
em que se formaram as bacias sedimentares, apesar de a 
maior parte delas ainda se encontrar no fundo dos oceanos.
Durante esse processo de constituição das bacias sedi-
mentares, muitos corpos ou restos de animais mortos e 
materiais orgânicos foram “enterrados” pelos sedimentos 
que foram depositados no fundo dos oceanos. E, conforme 
as condições de temperatura e pressão, parte dos restos 
desses materiais foi conservada e deu origem aos fósseis.
Contudo, quando a pressão e as temperaturas (geralmente 
influenciadas pelo aquecimento provocado pelas camadas 
mais baixas da Terra) são elevadas, a tendência é que esses 
restos orgânicos passem pelo processo de litificação e se tor-
nem líquido. Assim, conforme as condições de armazenamen-
to, esse material acumula-se e transforma-se em petróleo.
Segundo alguns estudiosos, as bacias sedimentares com-
põem a memória do planeta, pois à medida que elas vão 
se formando, fragmentos do período em que elas se forma-
ram são conservados. Por isso, o estudo dessas formações 
rochosas torna-se fundamental para se conhecer um pou-
co mais sobre o passado geológico da Terra.
A disposição das camadas estratificadas horizontalmente 
em quase todo o Brasil bem como as profundidades de-
monstram a antiguidade de nossas bacias sedimentares. É 
o caso evidente da bacia sedimentar do Amazonas, que se 
estende por cerca de 200 km pelas margens do rio Amazo-
nas, apresentando uma profundidade de 4 km, em alguns 
trechos, e uma superfície de 2 milhões de km2. Essa bacia é 
um espelho do ato de agentes do relevo – rios, temperatura 
e chuvas. Por toda a extensão das margens do rio Amazonas 
e de seus principais afluentes, as rochas sedimentares são 
bem atuais, pois pertencem ao período quaternário da era 
Cenozoica – fases pleistocênica e holocênica. Esses terrenos 
pleistocênicos e holocênicos representam a verdadeira planí-
cie Amazônica e são mais conhecidos como várzeas. Quanto 
mais distantes desses eixos fluviais, mais antigos serão os 
terrenos sedimentares da bacia amazônica, ora do período 
terciário (cenozoico), ora do paleozoico (áreas de contato 
com os escudos cristalinos).
A bacia do Paraná sofreu, parcialmente, uma das glacia-
ções pelas quais passou a Terra, a permocarbonífera, que 
corresponde a dois períodos do paleozoico – e foram 
nesses terrenos que se formaram as jazidas carbonífe-
ras. Essa bacia também aparece separada em algumas 
classificações, um terceiro tipo de terreno na estrutura 
geológica brasileira: os vulcânicos. Assim são chamados 
porque nessa mesma época de início da formação dos do-
bramentos modernos, na era mesozoica, abriram-se fraturas 
na bacia sedimentar do Paraná, pelas quais subiram lavas 
básicas – fluidas, que percorrem grandes extensões.Foi das 
macroerupções às formações de rochas extrusivas, como o 
diabásio e o basalto, que, por ação do intemperismo físico 
e químico ao longo do tempo geológico, originou-se o solo 
fértil da terra roxa. O arenito, que já predominava antes da 
atividade vulcânica, ficou rajado por manchas basálticas, 
razão do nome do altiplano que abrange o oeste paulista e 
a maior parte do Paraná: Planalto Arenito-Basáltico.
No mesozoico (período cretáceo) ocorreu a última fase 
de deposição extensiva nas bacias sedimentares do Bra-
sil, com exceção da amazônica, que recebeu sedimen-
tos ao longo do Terciário. No Cenozoico (Terciário), o 
continente sul-americano sofreu em seu conjunto soer-
guimentos orogenéticos na borda ocidental (cordilheira 
dos Andes) e epirogenético em todo o restante. Esse so-
erguimento atingiu o território brasileiro de modo desi-
gual, sendo que algumas áreas foram mais levantadas e 
outras bem menos. Esse processo, associado à tectônica 
de placas, soergueu tanto as áreas dos crátons como os 
antigos cinturões orogenéticos e bacias sedimentares. 
Por meio da epirogênese terciária que as bacias sedi-
mentares ficaram em níveis altimétricos elevados e sur-
giram as escarpas das serras do Mar e da Mantiqueira 
por falhas geológicas. A partir desse processo tectônico 
desencadeou-se um prolongado e generalizado desgas-
te erosivo que atuou sobre as bordas das bacias sedi-
mentares provocando as depressões periféricas. 
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2.3. Cadeias orogenéticas: 
dobramentos modernos
cadeiaS do hiMalaia 
Os dobramentos modernos, também conhecidos como ca-
deias orogênicas ou cinturões orogênicos, são estruturas geo-
lógicas que resultaram das ações do tectonismo e correspon-
dem à formação de cadeias montanhosas, que apresentam 
as maiores altitudes do planeta. Em geral, são compostos por 
rochas magmáticas e metamórficas. Como exemplo temos a 
Cordilheira dos Andes, na América do Sul, e a Cordilheira do 
Himalaia, na Ásia, onde se encontra o monte Everest.
Do ponto de vista do tempo geológico, os dobramentos 
modernos são considerados de origem recente, com cerca 
de 250 milhões de anos desde o início de sua formação. 
Sua localização ocorre, na maior parte, em regiões com re-
lativa instabilidade geológica, devido ao fato de se origina-
rem do choque e da interação entre duas placas tectônicas. 
Observe os esquemas a seguir.
Figura A
Figura B
açõeS tectônicaS daS PlacaS convergenteS
Na figura A, podemos notar as consequências do encontro 
entre placas convergentes, em que a mais pesada afunda e a 
mais leve se eleva, formando, sobre essa última, enrugamen-
tos que dão origem aos dobramentos modernos e às cadeias 
de montanhas. A figura B permite-nos visualizar mais de per-
to como os processos endógenos do tectonismo provocam 
o soerguimento do relevo e a sua consequente ondulação.
É possível concluir que, por serem formações geologica-
mente recentes, os dobramentos modernos sofreram em 
menor grau a ação dos agentes externos ou exógenos de 
transformação da superfície, o que ajuda a explicar o fato 
de seu relevo ser mais acidentado.
“Dobramentos antigos” é uma expressão não mais fre-
quente para se referir aos crátons ou escudos cristalinos 
(conhecidos também por maciços antigos), ou seja, os es-
cudos cristalinos nada mais são do que dobramentos com 
formação geológica antiga. Por esse motivo, eles tiveram 
mais tempo para sofrerem alterações em suas composi-
ções e passarem pelos efeitos das ações dos agentes exó-
genos de modelagem do relevo.
As cadeias orogênicas antigas do Brasil são provenientes 
da ação de vários diastrofismos. 
 § O diastrofismo Laurenciano, que atuou no nosso ter-
ritório no final do Arqueozoico e deu origem às for-
mações elevadas das serras do Mar e da Mantiqueira, 
localizadas na faixa Atlântica.
 § O diastrofismo Huronino, do final do Proterozoico, que 
originou a serra do Espinhaço (MG) e a chapada Dia-
mantina (BA).
 § O diastrofismo Caledoniano, na era Paleozoica, que deu 
origem ao dobramento antigo do Araguaia-Tocantins. 
3. As riquezas econômicas 
do Brasil numa abordagem 
geológico-estrutural
3.1. Minerais metálicos
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3.1.1. Ferro
O ferro é o mais importante recurso mineral da economia 
brasileira, do qual cerca de 70% destinam-se à exportação. 
A maior extração desse produto ocorre em Minas Gerais, 
numa área denominada Quadrilátero Ferrífero, que com-
preende as cidades de Belo Horizonte, Santa Bárbara, Ma-
riana e Congonhas do Campo. 
A maior jazida ferrífera do Brasil e do mundo, que ocupa a 
segunda posição de extração no cenário nacional, encon-
tra-se na serra dos Carajás (Pará). Para o escoamento e a 
exploração do ferro de Carajás, foi criada uma infraestru-
tura: o porto de Itaqui (MA), a hidrelétrica de Tucuruí e a 
estrada de ferro de Carajás.
O Maciço do Urucum (ou Morro do Urucum), no Mato Gros-
so do Sul, é outro local de extração cuja produção abastece 
principalmente o Paraguai, a Argentina e a Bolívia.
Fonte: Youtube
Ouro, Riquezas da Terra... Como Surgiu
multimídia: vídeo
3.1.2. Manganês
O Brasil é o grande exportador desse produto de grande 
utilização industrial na composição do aço e na fabricação 
de pilhas. Merecem destaque as seguintes localidades: 
 § Marabá, Itupiranga e Carajás (PA);
 § Quadrilátero Ferrífero (MG);
 § Maciço do Urucum (MS).
As infraestruturas criadas para dar suporte à produção de fer-
ro também são aproveitadas no escoamento do manganês.
BRASIL E MUNDO: 
PRINCIPAIS ÁREAS EXTRATIVAS DE MANGANÊS
No Brasil
% do total 
nacional
No mundo
% do total 
mundial
Pará 61,6 China 21,2
Minas Gerais 18,6 Ucrânia 20,3
Mato Grosso 
do Sul 15,8 África do Sul 13,8
Outros 4,2 Brasil 9,9
A serra do Navio foi uma espécie de enclave ou possessão 
minero-territorial dos EUA no Brasil. A Icomi, Indústria e 
Comércio de Minério S.A., e a multinacional estadunidense 
Bethlehen Steel Corp, detiveram os direitos de exploração 
do manganês da serra do Navio de 1957 a 2003. A Icomi 
também controlava a estrada de ferro do Amapá e o porto 
Santana, em Macapá, responsáveis pelo escoamento da 
produção para o exterior. 
No entanto, ao encerrar a concessão da exploração ante-
cipadamente em 1998, as jazidas já estavam esgotadas; 
continham apenas resíduos e minérios de baixo teor. 
Isso provocou a demissão em massa e resultou em um gran-
de desastre ambiental: o arsênio. Essa substância, oriunda 
de rejeitos de manganês, contaminou o lençol freático e os 
igarapés da Amazônia provocando muitas doenças.
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3.1.3. Nióbio
Nióbio, o elemento metálico de mais baixa concentração 
na crosta terrestre, é encontrado na natureza a uma pro-
porção de 24 partes por milhão. Considerado o mais leve 
dos metais refratários, é utilizado principalmente em ligas 
ferrosas (tão poderoso que é utilizado na escala de 100 
gramas para cada tonelada de ferro). Esse metal cria aços 
bastante resistentes que são utilizadas em tubos de ga-
sodutos, motores de aeroplanos, propulsão de foguetes e 
outros chamados supercondutores, além de ser usado na 
soldagem, na indústria nuclear, na eletrônica, nas lentes 
ópticas, nos tomógrafos, etc. Cada vez mais essencial à 
tecnologia atual por ser altamente resistente às altas tem-
peraturas e à corrosão, o Nióbio, número 41 na tabela pe-
riódica, é alvo de muitas polêmicas. De vez em quando, a 
discussão sobre nióbio volta a público como uma possível 
salvação para a economia brasileira. O fato de o nosso 
país ter as maiores reservas de nióbio do mundo e vendê-
-lo muito barato é usado como argumento para colocá-lo 
como esperança de aumento do Produto Interno Bruto 
(PIB) brasileiro. E sendo o Brasil o maior exportador mun-
dial de nióbio, ele poderia aumentar os preços, e os outros 
países poderiam ser obrigados a aceitar. De fato, o Brasil 
tem 98% das reservas de nióbio atualmenteconhecidas no 
mundo, que estão presentes no Amazonas, em Goiás e em 
Minas Gerais. Realmente, conforme o Plano Nacional de 
Mineração 2030 (PNM – 2030), publicado pelo Ministério 
de Minas e Energia em 2011, o Brasil responde por 98% 
da produção mundial desse metal.
Nos anos 1960, quando a primeira reserva de nióbio foi 
descoberta no Brasil, sua aplicação ainda não era conhe-
cida. Hoje em dia ele é utilizado para tornar as ligas me-
tálicas muito mais fortes e maleáveis. Praticamente, tudo 
o que é eletrônico ou leva aço fica melhor acrescido de 
nióbio, como os carros, as turbinas de avião, os aparelhos 
de ressonância magnética, os mísseis, os marcapassos, as 
usinas nucleares, os sensores de sondas espaciais... Os fo-
guetes da empresa americana SpaceX (os mais avançados 
do mundo), o LHC (o maior acelerador de de partículas do 
planeta) e o D-Wave (primeiro computador quântico) tam-
bém contêm nióbio. Todos querem nióbio, e o Brasil é o 
país que tem o equivalente a 842 milhões de toneladas 
desse elemento metálico. 
Portanto, temos um metal raro, com importantes apli-
cações na indústria – uma matéria-prima essencial 
para produtos variados, inclusive para aqueles de alto 
valor tecnológico.
O nióbio, no entanto, é substituível por outros metais. Se o 
Brasil passar a cobrar um valor que o mercado internacional 
não esteja disposto a pagar, é possível que esse material seja 
trocado por vanádio ou titânio, cujas reservas estão presen-
tes em outros países. 
Um ponto importante a considerar é que a indústria mun-
dial não tem necessidade de utilizar mais nióbio, pois 
poucas quantidades do metal são suficientes para que ele 
cumpra sua função. Logo, colocar mais nióbio no mercado 
resultaria em queda do preço, já que não haveria mais au-
mento da demanda.
Outro limitador é que o Brasil não exporta produtos deriva-
dos do nióbio. “Nós repetimos nosso velho ciclo: vendemos 
matéria-prima e compramos produtos prontos. Vendemos 
nióbio e compramos fios de tomógrafos, por exemplo”, 
explica o pesquisador Leandro Tessler, do Instituto de Fí-
sica da Unicamp. O grande obstáculo, portanto, não é o 
preço cobrado pelo nióbio. É o fato de a indústria brasileira 
não ter tecnologia para produzir mercadorias de alto valor 
agregado a partir do metal.
3.1.4. Bauxita
PRINCIPAIS PRODUTORES DE BAUXITA
No Brasil
% do total 
nacional
No mundo
% do total 
mundial
Pará 88,8 Austrália 35,3
Minas Gerais 10,8 Guiné 15,2
Outros 0,4 Jamaica 10,0
Brasil 9,2
A maior jazida encontra-se no vale do rio Trombetas, no 
município de Oriximiná, no Pará. A bauxita é o principal 
minério de alumínio utilizado na indústria automobilística 
e aeronáutica.
3.1.5. Cassiterita 
Esse minério, que aparece em forma de cristais tetragonais, 
é utilizado como liga na fabricação de aço, folha de flandre 
e estanho, principalmente.
PRINCIPAIS PRODUTORES DE CASSITERITA
No Brasil
% do total 
nacional
No mundo
% do total 
mundial
Amazonas 57,8 China 33,9
Rondônia 42,2 Indonésia 24,3
Peru 11,1
Brasil 8,9
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VIVENCIANDO
3.2. Outros recursos e a posição do 
Brasil na participação mundial
POSIÇÃO E PARTICIPAÇÃO DO BRASIL 
NA PRODUÇÃO MUNDIAL
Mineral Posição Participação (%)
Nióbio 1.º 90,9
Ferro 2.º 18,3
Manganês 2.º 14,8
Bauxita 3.º 10,8
Caulim 3.º 5,5
Estanho 4.º 9,5
Vermiculita 4.º 4,2
Grafita 4.º 5,0
Magnésia 5.º 10,5
Talco 5.º 8,0
Zinco 7.º 1,6
Cromo 7.º 3,7
Fosfatados 8.º 2,9
3.3. Principais minerais metálicos e não metálicos 
Produção beneficiada 2000
FERRO (t)
MG 138.718.996
PA 43.231.882
Brasil 214.610.000
MANGANÊS (t)
PA 1.366.906
MG 604.022
MS 136.901
Brasil 2.192.000
COBRE (t)
PA 134.000
GO 15.937
Brasil 149.937
NÍQUEL (t)
GO 1.647.938
MG 213.128
Brasil 1.861.116
PRATA (t)
PA 15,7
MG 1,8
GO 3,5
Brasil 41
SAL MARINHO (t)
RN 4.050.000
RJ 220.000
Brasil 4.460.00
ALUMÍNIO (t)
PA 8.553.270
MG 2.307.272
Brasil 13.846.272
ESTANHO (t)
AM 16.625
RO 10.768
MG 79
Brasil 27.472
CHUMBO (t)
MG 11.611
Brasil 13.400
A tradição escolar se vale da fragmentação e da compartimentalização e incide sobre a maneira de interpretar o 
mundo. De acordo com isso, para se aprender o objeto é preciso dividi-lo em partes, o que em muitos casos impos-
sibililta a reconstrução das peças, isto é, surge a dificuldade de remontagem do quebra-cabeça. Nesse sentido, o 
todo se perde na atuação do detalhe em relação ao particular. Portanto, é preciso estudar exploração mineral, por 
exemplo, e estabelecer as relações entre os diversos saberes oferecidos, como a Química, a História e a Biologia.
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OURO (t)
PA 17.2
MG 16.4
Brasil 63.3
CALCÁRIO (t)
MG 25.376.464
SP 18.436.013
Brasil 71.914.433
ÁGUA MARINHA (t)
SP 766.557
MG 149.056
Brasil 1.673.704
http://www.igc.usp.br/
http://www.sbgeo.org.br/
http://www.dnpm.gov.br/
multimídia: sites
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Os sistemas naturais, ou o que é chamado de “natureza”, estão hoje completamente humanizados pelas socie-
dades. O uso que fazemos do que se convencionou chamar de “recursos naturais” transformou os objetos na-
turais em humanos, pois lhes atribuímos funções, utilidades e sentidos, sejam simbólicos (culturais ou políticos), 
sejam econômicos ou práticos. No âmbito simbólico, temos a noção de território, um espaço pertencente a um 
determinado povo, em que nem sempre há mudanças concretas na paisagem. No entanto, no campo econô-
mico ou prático, as modificações na paisagem são bastante visíveis. Uma vez que incorpora a natureza à sua 
vida pelo desenvolvimento de sistemas técnicos, o homem diminui sua dependência em relação aos entraves 
que essa natureza opõe a seu domínio técnico e, contraditoriamente, aumenta sua dependência em relação aos 
recursos que ela oferece a sua sobrevivência. Observemos, por exemplo, como os minerais estão presentes no 
nosso cotidiano, como o sal que adicionamos a nossa comida (proveniente da halita mineral), os comprimidos de 
antiácido (feitos a partir do mineral calcite). São precisos muitos minerais para fazer algo tão simples como um 
lápis de madeira. O “chumbo” é feito a partir de grafite e minerais de argila; o latão é uma liga metálica de cobre 
e zinco, e as cores que a tinta tem são formadas por pigmentos e enchimentos feitos a partir de uma variedade 
de minerais. Um telefone celular é feito de dezenas de diferentes minerais, originários de minas do mundo todo.
Os carros, as estradas em que nos deslocamos, os edifícios onde vivemos e os fertilizantes utilizados para produ-
zir os nossos alimentos são todos feitos com minerais. Nos Estados Unidos, cerca de três trilhões de toneladas de 
commodities minerais são consumidos a cada ano para sustentar o padrão de vida de 300 milhões de cidadãos 
– o que corresponde a cerca de dez toneladas de materiais minerais consumidos por pessoa a cada ano.
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ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 29
Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as 
mudanças provocadas pelas ações humanas.
A extração de recursos da natureza é uma atividade muito antiga, baseada na necessidade de sobrevivência 
do homem e no desenvolvimento da sociedade. A presença de recursos minerais em uma determinada área 
está associada ao longo histórico geológico da terra. Normalmente os minerais encontram-se agregados 
a rochas, entretanto em alguns casos aparecem em concentrações maiores, o que possibilita sua melhor 
exploração no nível econômico.
A exploração das riquezas no solo do Brasil se confunde com a própria história nacional. Da busca por ouro 
e pedras preciosas no leito dos rios a escavações gigantescas com toda tecnologia à disposição, lá se vão 
séculos de uma atividade que colocou o país entre os maiores produtores de minério do mundo. A geologia 
do Brasil tem destaque mundial pela quantidade e diversidadede recursos minerais encontrados no subsolo 
brasileiro, o que faz do país um importante produtor de bens minerais.
MODELO 1
(Enem) As plataformas ou crátons correspondem aos terrenos mais antigos e arrasados por muitas fases de 
erosão. Apresentam uma grande complexidade litológica, prevalecendo as rochas metamórficas muito antigas 
(Pré-Cambriano Médio e Inferior). Também ocorrem rochas intrusivas antigas e resíduos de rochas sedimenta-
res. São três as áreas de plataforma de crátons no Brasil: a das Guianas, a Sul-Amazônica e a do São Francisco.
roSS, j. l. S. geograFia do braSil. São Paulo: eduSP, 1998.
As regiões cratônicas das Guianas e a Sul-Amazônica têm como arcabouço geológico vastas extensões de 
escudos cristalinos, ricos em minérios, que atraíram a ação de empresas nacionais e estrangeiras do setor de 
mineração e destacam-se pela sua história geológica por 
a) apresentarem áreas de intrusões graníticas, ricas em jazidas minerais (ferro, manganês);
b) corresponderem ao principal evento geológico do Cenozoico no território brasileiro;
c) apresentarem áreas arrasadas pela erosão, que originaram a maior planície do país;
d) possuírem em sua extensão terrenos cristalinos ricos em reservas de petróleo e gás natural;
e) serem esculpidas pela ação do intemperismo físico, decorrente da variação de temperatura.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Os Escudos Cristalinos (Crátons) formaram-se no Éon Pré-Cambriano, sendo formados principalmente por 
rochas magmáticas intrusivas (granito) e metamórficas. As porções que se originaram na Era Proterozoica 
são muito ricas em minerais metálicos, como ferro e manganês. É o caso de áreas de exploração mineral, 
como Carajás (PA) e Quadrilátero Ferrífero (MG).
RESPOSTA Alternativa A
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DIAGRAMA DE IDEIAS
PROVÍNCIAS GEOLÓGICAS
ESCUDOS CRISTALINOS BACIAS SEDIMENTARES
DOBRAMENTOS 
MODERNOS
ROCHAS MAGMÁTICAS
E METAMÓRFICAS
ROCHAS SEDIMENTARES
HIDROCARBONETOS
GEOLOGIA
MINERAIS 
METÁLICOS
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1. A dinâmica do relevo
A crosta terrestre está em constante processo de mudança. 
Diariamente, os sismógrafos registram mais de mil peque-
nos abalos sísmicos que, em sua maioria, não são sentidos 
por nós, mas constituem uma prova da grande atividade no 
interior do planeta.
No âmbito do conhecimento geomorfológico, está inserida 
a ideia de que o modelado terrestre evolui como resulta-
do da influência exercida pelos processos morfogenéticos. 
Nessa perspectiva, o relevo que percebemos e analisamos 
é apenas uma etapa inserida em outra, mais longa, de fa-
ses passadas e futuras. As experiências em modelos redu-
zidos, por exemplo, a observação da ação marinha sobre 
as praias, a ação pluvial sobre as vertentes, a do material 
carregado pelos rios, demonstram os pontos que assinalam 
a ativa esculturação das formas de relevo.
Os agentes modificadores do relevo podem, certamente, 
ser divididos em dois grandes grupos, de acordo com as 
origens de suas ações: os agentes estruturais (internos) e 
os agentes esculturais (externos).
Os agentes estruturais, como o tectonismo, o vulcanismo e 
os abalos sísmicos ocorrem no interior da Terra e atuam de 
forma temporária e concentrada.
Os agentes esculturais, como o intemperismo, as águas cor-
rentes, o mar, o vento, os animais, o homem, modificam ex-
ternamente a crosta terrestre e atuam de forma constante. 
O contínuo antagonismo das forças internas com as for-
ças externas é que moldam e modificam constantemente 
o relevo terrestre.
2. Agentes internos (estruturais)
Os agentes internos, endógenos ou endodinâmicos estru-
turais, são responsáveis pela formação ou modificação da 
fisionomia do relevo. Esses agentes estão ligados ao movi-
mento das placas tectônicas e aos fenômenos magmáticos. 
2.1. Teoria da tectônica de 
placas: o tectonismo
As duas principais explicações sobre a dinâmica do planeta, 
como a deriva continental e a teoria das correntes de con-
vecção, foram questionadas por cientistas em meados do sé-
culo XX, provocando novas investigações com o objetivo de 
encontrar mais evidências que comprovassem a proposta de 
Alfred Lothar Wegener, ou seja, a teoria da deriva continental. 
A teoria das correntes de convecção e a deriva dos con-
tinentes apoiaram-se na hipótese de que o comporta-
mento do manto corresponde ao dos materiais líquidos 
e gasosos, que tendem a subir para a superfície quando 
aquecidos e ir para o fundo quando esfriados. O mesmo 
acontece com o ar atmosférico e também com a água, 
quando submetida a aquecimento.
O material mais profundo do manto e do núcleo, que apre-
senta temperaturas mais altas, sobe em direção à superfí-
cie, enquanto as camadas mais próximas da litosfera, es-
tando mais frias, são conduzidas por pressão para o interior 
da Terra. Esse mecanismo faz com que os continentes, que 
fazem parte da litosfera, sejam conduzidos de acordo com 
esse movimento.
Depois da Segunda Guerra Mundial, com o aperfeiçoa-
mento dos equipamentos para localizar submarinos, foi 
possível aprimorar os mapas do fundo oceânico e locali-
zar ambientes com forte atividade geológica, responsáveis 
pelo deslocamento de terras. Essa descoberta entrou em 
conflito com o modelo vigente à época, que apresentava 
a litosfera como sendo uma crosta rígida, fixa e contínua.
A partir daí, foi possível então identificar que a litosfera é 
constituída por duas crostas: a oceânica e a continental, 
que se situam em blocos ou placas que permitem movi-
mentos verticais e laterais.
Assim nasceu a teoria da tectônica de placas, que vem ao 
encontro de uma outra, formulada por A. Wegener, no final 
do século XIX, quando, ao observar a coincidência do con-
GEOMORFOLOGIA: 
FORÇAS 
ESTRUTURAIS 
E ESCULTURAIS
COMPETÊNCIA(s)
6
HABILIDADE(s)
26 e 29
CH
AULAS 
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torno do continente africano e do americano, considerou 
que esses já estiveram unidos e que, por deriva, teriam se 
separado. A concepção de Wegener foi reforçada pelas con-
tribuições de H. Hess, em meados do século XX, a respeito da 
expansão do assoalho oceânico, com a descoberta de Vine 
Matheus referente ao magnetismo das rochas dos fundos 
oceânicos e pelas informações obtidas de pesquisas dos fun-
dos oceânicos nas últimas décadas. A teoria da tectônica de 
placas surgiu com o argumento de que a litosfera (crosta 
continental e oceânica) está dividida em doze placas tectô-
nicas que flutuam sobre o manto, um substrato pastoso, às 
vezes mais fluido, que as movimenta. Essas placas não têm 
a mesma dimensão nem são fixas. Seus limites são determi-
nados, aproximadamente, pela presença de linhas de forte 
atividade sísmica e vulcanismo.
Os limites dos continentes não coincidem necessariamente 
com os limites das placas. O deslocamento dessas placas 
provoca várias deformações e fenômenos em seus contor-
nos, como o surgimento de cadeias montanhosas, falha-
mentos, vulcanismos e terremotos. As áreas geologicamen-
te instáveis da crosta terrestre, como os Andes, as Rochosas 
e o Himalaia, nada mais são do que locais onde ocorrem 
colisões ou seccionamentos de placas.
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Quando se movimentam na horizontal, as placas tectônicas 
podem se aproximar (movimentos convergentes) ou se afas-
tar (movimentos divergentes). Os movimentos conver-
gentes correspondem ao choque de duas placas tectônicas 
que se movimentam uma no sentido da outra, como é o caso 
na cordilheira dos Andes, na América do Sul: a crosta oceânica 
situada na placa de Nazca, no oceano Pacífico, movimenta-se 
de encontro à crosta continental da placa Sul-Americana. A 
placa de Nazca, que possui densidade maior e espessura me-
nor em relação à placa Sul-Americana, mergulha sob ela em 
direção ao manto – fenômeno denominado de subducção. 
Resultado: a crosta continental se eleva e forma uma cadeia 
de montanhas,a cordilheira. Como o manto encontra-se com 
temperaturas elevadas, a placa de Nazca funde-se à medida 
que afunda no manto, tornando-se parte dele e caracterizan-
do uma região de destruição de placas. No movimento di-
vergente, as placas tectônicas, quando se afastam, formam 
regiões geradoras de placas. A principal consequência disso é 
a abertura do oceano Atlântico. O Brasil afasta-se do conti-
nente africano em média três centímetros ao ano. Qual seria 
a razão disso? No meio do oceano Atlântico, no limite entre 
as placas Sul-Americana e Africana, há uma abertura na litos-
fera que faz o assoalho oceânico movimentar-se. Isso faz com 
que o magma, ao se solidificar em função das temperaturas 
mais baixas do que as do interior da Terra, dê origem a uma 
nova placa. Como esse processo de ascensão do magma é 
frequente, formam-se cadeias montanhosas submarinas, as 
dorsais Meso-Oceânicas. Nesse caso, a dorsal Mesoatlântica.
Dorsal Oceânica, também chamada de dorsal Subma-
rina, dorsal Meso-oceânica ou crista Média Oceânica, é 
a designação dada em Oceanografia Física às grandes 
cadeias de montanhas submersas nos oceanos que re-
sultam do lento afastamento das placas tectônicas. São 
grandes elevações submarinas situadas na parte central 
dos oceanos da Terra, com uma altura média de 2.000 a 
3.000 metros acima dos fundos oceânicos circundantes. 
Na sua região central apresentam um rift, cuja aparência 
geral é a de um sulco axial percorrendo longitudinalmen-
te a dorsal, ao longo do qual são emitidas lavas prove-
nientes da ascensão do magma do manto sublitosférico.
diStribuição Mundial daS dorSaiS oceânicaS
dorSal MeSoatlântica 
É possível verificar em um mapa-múndi físico que a distri-
buição das cordilheiras e das áreas vulcânicas não é caó-
tica ou puramente casual, ao contrário, obedecem a uma 
determinada lógica. A maior parte das mais altas cadeias 
de montanhas do globo está posicionada nas bordas de 
placas, nos oceanos. Nelas são encontradas as fossas sub-
marinas com 8,5 a 11 mil metros de profundidade – as 
áreas mais profundas dos oceanos, praticamente encosta-
das nos continentes. As cadeias montanhosas submarinas 
estão no meio dos oceanos, quase sempre na metade do 
caminho entre um continente e outro, distribuídas longi-
tudinalmente – como meridianos –, com picos que, às ve-
zes, emergem e formam ilhas vulcânicas. O nome “Dorsal 
Meso-Oceânico” foi formado de: dorsal (dorso, espinha) e 
meso-oceânico (no meio dos oceanos).
Rift Valley
O vale do Rift ou grande vale do Rift, também conhe-
cido como vale da Grande Fenda, é um complexo de 
falhas tectônicas criado há cerca de 35 milhões de 
anos com a separação das placas tectônicas africa-
na e arábica, um rift. Uma estrutura que se estende 
no sentido norte-sul por cerca de 5.000 km, desde o 
norte da Síria até o centro de Moçambique, com uma 
largura entre 30 e 100 km, e com uma profundidade 
de algumas centenas a milhares de metros.
A seção norte forma o vale do rio Jordão, que se es-
tende do mar da Galileia (ao norte) até o mar Morto 
(ao sul). O vale do Rift continua para o sul, através 
do Wadi Arabah, golfo de Ácaba e mar Vermelho. Na 
desembocadura sul do mar Vermelho, o Rift tem uma 
bifurcação, formando o Triângulo de Afar: o golfo de 
Aden, ao leste, corresponde à divisão entre a penín-
sula da Arábia e África e continua como parte da 
cordilheira Central do oceano Índico; o outro ramo 
segue para o sudoeste através do Djibouti, para for-
mar o vale do Rift Oriental, que abrange a Etiópia, 
o Quênia, a Tanzânia, o lago Niassa e o rio Chire, 
terminando no Zambeze.
Na Tanzânia, um pouco ao norte do lago Niassa, o vale 
divide-se mais uma vez, com um ramo que segue para
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o noroeste e depois para o norte, formando o lago 
Tanganyika, que faz a fronteira entre a República De-
mocrática do Congo, a Tanzânia e o Burundi. A seguir 
tem o lago Kivu, que separa o Ruanda do Congo, o lago 
Eduardo e o lago Alberto, com uma das nascentes do 
rio Nilo, que o separam do Uganda e que é chamado 
Rift Ocidental ou Albertino, onde se encontra a maioria 
dos grandes lagos africanos, já mencionados. O lago 
Vitória encontra-se entre os dois ramos do vale do Rift.
As bordas do vale do Rift são formadas por cordilheiras 
onde se encontram os pontos mais altos do continente, 
incluindo os montes Virunga, Mitumba e Ruwenzori. 
Muitos dos seus picos têm (ou tiveram no passado) ati-
vidade vulcânica, como os montes Kilimanjaro, Quênia, 
Karisimbi, Nyiragongo, Meru e Elgon, assim como as 
Crater Highlands na Tanzânia. O vulcão Ol Doinyo Len-
gai, o único vulcão de natrocarbonatite no mundo, con-
tinua ativo. Outra zona vulcânica extremamente ativa é 
o Triângulo de Afar, no Djibouti.
No Quênia, o vale é mais profundo a norte de Nairobi, e 
possui lagos menos profundos, mas com elevado conte-
údo mineral, como o lago Magadi, é quase soda sólida 
(carbonato de sódio) e os lagos Elmenteita, Baringo, Bo-
goria e Nakuru, extremamente alcalinos; o lago Naivasha 
tem fontes de água doce, o que lhe permite ter uma 
elevada biodiversidade. A parte final do vale junta-se for-
mando o lago Niassa, um dos mais profundos do mundo, 
alcançando os 706 metros de profundidade. Ele separa 
o Malawi da província moçambicana do Niassa e logo 
chega ao vale do Rio Zambeze, onde acaba o vale do Rift.
Se continuar a separação das placas, dentro de alguns 
milhões de anos, a África Oriental será inundada pelo 
oceano Índico e uma grande ilha será formada com a 
região leste da costa de África.
No vale do Rift tem sido depositados, ao longo dos anos, 
sedimentos provenientes da erosão das suas margens, 
o que tornou o ambiente propício à conservação de des-
pojos orgânicos. Por isso, foram feitas nesse ambiente 
importantes descobertas antropológicas, especialmente 
em Piedmont, no Quênia, onde foram encontrados os 
ossos de vários hominídeos, considerados antepassados 
do homem atual. O achado mais importante, de Donald 
Johanson, foi um esqueleto quase completo de um aus-
tralopitecíneo, que foi chamado “Lucy”.
Além das placas convergentes e divergentes, existem os 
chamados limites transformantes – um tipo de limite 
entre placas tectônicas em que elas deslizam e roçam uma 
na outra. Normalmente não há nem destruição nem cria-
ção de crosta. Esse movimento classifica-se como horizon-
te direito ou esquerdo. Boa parte dos limites transforman-
tes ocorrem nos fundos oceânicos, onde eles provocam o 
movimento lateral de cristas ativas. Porém, os limites trans-
formantes mais conhecidos encontram-se em terra, como 
o complexo da falha de San Andreas, localizado na costa 
da América do Norte.
a Falha de San andreaS
2.2. Vulcanismo
Vulcanismo é a atividade geológica que envolve qualquer 
processo ou conjunto de fenômenos relacionados com o 
derramamento ou movimentação do magma, gases e ou-
tros materiais advindos do interior da Terra para a superfí-
cie. Suas atividades estão quase sempre relacionadas com 
a movimentação das placas tectônicas, e são mais comuns 
nas zonas de encontro entre duas placas diferentes.
eSqueMa iluStrativo de uM vulcão eM atividade
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É possível classificar o vulcanismo em: primário – ligado 
diretamente aos vulcões, e secundário – ligado a ativida-
des vulcânicas em geral, como gêiseres, fontes termais, etc.
Os vulcões são aberturas na crosta terrestre pelas quais 
uma grande quantidade de magma é liberada – material 
extremamente aquecido formado por rochas quase líqui-
das. As erupções acontecem devido à pressão oriunda do 
interior da Terra que “empurra” o magma para cima. Em 
virtude dessa pressão, é comum haver alguns tremores nos 
arredores de grandes vulcões pouco tempo antes de eles 
entrarem em atividade.
As erupções vulcânicas são classificadas em três tipos prin-
cipais: as efusivas (que emitem lava), as explosivas (que 
emitem fragmentos de rocha sólida, chamados de piroclas-tos) e as mistas (que emitem lavas e piroclastos). É impor-
tante lembrar que magma e lava são termos diferentes: o 
primeiro é o conjunto de materiais sólidos em estado de 
fusão, localizados no manto terrestre; o segundo é a trans-
formação do magma quando chega à superfície, perdendo 
boa parte de seus gases.
As erupções vulcânicas, quando emitem um material que 
se encontra em maior quantidade abaixo da crosta ter-
restres, auxiliam o ser humano a compreender melhor 
como o planeta Terra se estrutura abaixo da superfície, 
em zonas onde o acesso e a obtenção de materiais para 
estudo são dificultados. Dessa forma, muitas informa-
ções sobre a estrutura interna do planeta e o seu pro-
cesso de formação advêm de dados coletados após as 
atividades vulcânicas.
Alguns vulcões que não estão mais em atividade são cons-
tantemente chamados de “adormecidos”. No entanto, al-
guns deles podem simplesmente “acordar” sem maiores 
dificuldades, o que se explica pelo fato de as atividades vul-
cânicas ocorrerem desde a formação do planeta, há mais 
de 4,5 bilhões de anos. Portanto, sua escala temporal é ge-
ológica, bem diferente da escala temporal histórica: alguns 
vulcões não estão inativos, somente o seu ciclo de ativação 
é que é longo, envolvendo centenas ou até milhares de 
anos entre uma erupção e outra.
SolidiFicação de lava vulcânica, dando origeM ao baSalto
Ilhas vulcânicas
 § Hotspot: consiste numa zona singularmente mais 
quente no manto. A instabilidade da fronteira en-
tre o núcleo e o manto nessa zona originou uma 
coluna de matéria quente que sobe pelo manto, 
constituindo uma pluma térmica. Ao atingir a li-
tosfera, o material da pluma funde e o magma re-
sultante derrete a crosta oceânica, perde os seus 
gases, virando lava, que se transforma em basalto.
O Havaí, a Islândia e os Açores são três exemplos. Tanto 
no Havaí como na Islândia, o hotspot continuou der-
ramando magma e uma montanha foi crescendo até 
passar a superfície oceânica. A ilha de Kauai, no Havaí, 
foi a primeira a ser formada. Como a crosta oceânica 
está sempre sendo construída e destruída, e também 
se movendo, formaram-se outras ilhas: Oahu, Molokai, 
Maui e a última, Havaí. O hotspot está por baixo do 
Havaí, com vulcões que ainda estão se formando.
PluMa abaixo da iSlândia
 § Vulcão submarino: durante a erupção do vulcão 
submarino, ele expele a lava que arrefece e forma 
uma ilha, como a recém-formada ao lado da ilha 
de Nishinoshima, no Japão, ou a ilha de Surtsey, 
na Islândia. 
A ação dos vulcões no relevo costuma ser bastante eviden-
te: envolve tanto verdadeiras catástrofes como contribui 
positivamente para as práticas humanas. As rochas oriun-
das da lava que se solidifica rapidamente na superfície são 
chamadas de rochas ígneas ou magmáticas, das quais a 
mais comum é o basalto. Quando se decompõem, essas 
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rochas dão origem às “terras roxas”, que são muito férteis. 
Além disso, as cinzas emitidas nas erupções também aju-
dam a fertilizar os solos.
Além de modificar o relevo, os vulcões podem também alterar 
o clima. Quando as cinzas são lançadas para muito alto, elas 
podem sofrer uma menor influência da gravidade e pairar na 
atmosfera durante muitos anos, bloqueando parte dos raios 
solares e contribuindo para a diminuição das temperaturas. 
Em regiões oceânicas, as erupções podem provocar o aque-
cimento das águas e o surgimento de massas de ar quente.
A compreensão das ações e dos efeitos do vulcanismo no 
relevo e nas sociedades nos ajuda a entender a comple-
xidade e a inter-relação entre os diversos fenômenos que 
acontecem no interior e no exterior da Terra.
Os assoalhos oceânicos, principalmente os das dorsais sub-
marinas, concentram parte significativa dos vulcões. Milha-
res de ilhas oceânicas se formaram por causa da atividade 
vulcânica. A principal região vulcânica da Terra é o anel de 
dobramentos que cerca o oceano Pacífico, conhecido como 
Círculo de Fogo do Pacífico, uma área que vai da cordilheira 
dos Andes às Filipinas, passando pela costa ocidental da 
América do Norte e pelo Japão, onde se encontram cerca 
de três quartos dos vulcões ativos do mundo.
círculo de Fogo do PacíFico
2.3. Tectonismo ou diastrofismo
Tectonismo é um termo geral que abrange todos os movimen-
tos da crosta terrestre com origem em processos tectônicos, 
como formação de bacias oceânicas, continentes, planaltos e 
cordilheiras. Os movimentos tectônicos resultam de pressões 
vindas do interior da Terra e que agem na crosta terrestre. 
Quando as pressões são verticais, os blocos continentais so-
frem levantamentos e rebaixamentos. O diastrofismo (distor-
ção) caracteriza-se por movimentos lentos e prolongados que 
acontecem no interior da crosta terrestre e produzem defor-
mações nas rochas. Esse movimento pode ocorrer na forma 
vertical (epirogênese) ou na horizontal (orogênese).
2.3.1. Orogênese
São os movimentos geológicos que levam à formação de 
montanhas ou cadeias montanhosas. Esses movimentos, 
produzindo por dobramentos e falhamentos resultantes do 
choque entre as placas, são considerados rápidos em termos 
geológicos. O processo de orogenia andina, por exemplo, ini-
ciou-se no mesozoico e prolongou-se até o cenozoico.
2.3.2. Epirogênese
Lento movimento de subida e descida de grandes porções 
da crosta – provocado pela compensação de pressão que 
um bloco da litosfera exerce sobre as áreas mais próximas 
– causando sua elevação pelo princípio da isostasia.
A orogênese e a epirogênese não podem ser considerados 
movimentos interdependentes e desarticulados. Os dois 
movimentos resultam da deriva continental e do choque 
de placas tectônicas convergentes; em ambos ocorrem fa-
lhamentos, fraturas de rochas e vulcanismo.
 
o horSt e a graben São oS doiS PrinciPaiS tiPoS de FalhaMentoS.
O processo de orogenia andina iniciou-se no Mesozoico e 
prolongou-se até o Cenozoico. Durante este último ocorreu 
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a epirogenia do continente sul-americano. Acompanhando 
esses movimentos, aconteceram, por exemplo, falhamentos 
como os que geraram a escarpa da serra do Mar, da serra 
da Mantiqueira (Horst), o médio vale do Paraíba (Grabem), 
o vulcanismo e as intrusões ao longo do litoral Pacífico.
 § Horst: bloco de terra elevado em relação às áreas 
vizinhas, devido ao movimento combinado de pla-
cas geológicas paralelas, cujo movimento provoca o 
rebaixamento de terrenos vizinhos ou a elevação de 
uma faixa de terreno entre elas.
 § Graben: depressão de origem tectônica, geralmente 
com a forma de um vale alongado, com fundo plano, 
formada quando um bloco de uma área fica rebaixado 
em relação à área circundante.
Fonte: Youtube
O Inferno de Dante
No filme O Inferno de Dante, Harry Dalton (Pierce Bros-
nan), um vulcanologista (perito em fenômenos vulcâ-
nicos), e Rachel Wando (Linda Hamilton), a prefeita de 
Dante, uma pequena cidade, tentam convencer o conse-
lho dos cidadãos e outros geólogos a declarar estado de 
alerta, pois um vulcão muito próximo, que está inativo há 
vários séculos, entrará em erupção. Mas interesses econô-
micos são contrariados com a notícia, que pode afastar 
um grande empresário que pretende fazer investimentos 
que iriam gerar 800 empregos diretos na cidade.
multimídia: vídeo
2.4. Sísmicos
Outro importante agente interno modelador do relevo são 
os abalos sísmicos. Terremoto ou abalo sísmico é uma vi-
bração da superfície terrestre produzida por forças naturais 
situadas no interior da crosta a profundidades variáveis. 
Embora a palavra terremoto seja mais utilizada para os 
grandes eventos destrutivos, e que os menores sejam 
geralmente chamados de abalos ou tremores de terra, to-
dos resultam do mesmo processo geológico de acúmulo 
lento e liberação rápida de tensões. A diferença principal 
entre os grandes terremotos e os pequenos tremores é 
o tamanho da área de ruptura, o que determina a inten-
sidade das vibraçõesemitidas.
O lento movimento da camada mais externa da Terra, cerca 
de alguns centímetros por ano, produz tensões que vão 
se acumulando em vários pontos. Essas tensões podem 
ser compressivas ou expansivas, dependendo da direção 
de movimento relativa entre as placas que compõem a 
camada externa da Terra. Quando essas tensões atingem o 
limite de resistência das rochas, ocorre uma ruptura.
https://volcano.si.edu/
multimídia: sites
O movimento repentino entre os blocos de cada lado da rup-
tura gera vibrações que se propagam em todas as direções. 
O plano de ruptura forma o que se chama de falha geoló-
gica. Os terremotos podem ocorrer quando há contato entre 
duas placas (caso mais frequente) ou no interior de uma de-
las, como indicado na figura acima, sem que a ruptura atinja 
a superfície. O ponto onde começa a ruptura e a liberação 
das tensões acumuladas chama-se hipocentro, e a distância 
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do foco à superfície é a profundidade focal. O tamanho do 
terremoto é medido por meio de uma escala de magnitude 
chamada escala Richter – uma escala logarítmica que varia 
de 0 a 10. Existe também a escala Mercalli, que classifica a 
intensidade do tremor a partir dos efeitos sobre as pessoas, 
as construções e a natureza. Quando acontece uma ruptura 
no interior da Terra, são geradas vibrações sísmicas que se 
propagam em todas as direções em forma de ondas. O mes-
mo ocorre, por exemplo, com uma detonação de explosivos 
em uma pedreira, cujas vibrações, tanto no terreno quanto no 
ar (ondas sonoras), podem ser sentidas a grandes distâncias. 
Essas ondas sísmicas é que causam danos perto do epicentro 
e podem ser registradas por sismógrafos em todo o mundo.
 
Fonte: Youtube
Terremoto – João Bosco e Vinícius de Moraes
multimídia: música
Como se forma um tsunami
Outro tipo de fenômeno relacionado com os abalos sísmicos, 
é o tsunami, fenômeno que provoca o aparecimento de on-
das gigantes, longas e velocíssimas (900 km/h), que podem 
atingir 50 metros de altura e avançar quilômetros adentro do 
continente. Um terremoto de nove graus na escala Richter, 
com epicentro no oceano Índico, provocou um tsunami que 
atingiu, em dezembro de 2004, o litoral de treze países e 
deixou um saldo de mortes superior a 200 mil pessoas. 
Mapa das zonas sísmicas
Vladivostok
Nordvik
Lanzhou
Wellington
180 ° 051 ° 021 ° 90° 06 ° 30° 0° 180 ° 150 ° 120 ° 90° 60° 30° 
180 ° 150 ° 120 ° 90° 60° 30° 0° 180 ° 150 ° 120 ° 90° 60° 30° 
0° 
30° 
30° 
60° 
90° 
60° 
60° 
90° 
30° 
0° 
30° 
60° 
Baixa
0 0,2 0,4 0,8 1,6 2,4 3,2 4,0 4,8 5,6
Média Alta Muito alta
Fonte: Global Seismic Hazard Program
3. Agentes externos (esculturais)
O relevo terrestre encontra-se em permanente desenvol-
vimento. Suas formas criadas por agentes internos estão 
constantemente sofrendo a ação dos chamados agentes 
externos do relevo, que realizam um trabalho de mode-
lagem da paisagem terrestre. Esse trabalho é contínuo e 
incessante. As forças exógenas correspondem à ação de 
agentes naturais, como águas correntes, ventos, mares, ge-
leiras, seres vivos, entre outros. Apesar de essa atividade 
abranger toda a superfície terrestre, é fundamental enten-
der que, além do trabalho específico de cada um deles, a 
participação de cada um difere bastante de acordo com a 
área em que atuam. 
Os agentes externos esculturais mostram seus trabalhos 
em duas formas básicas: o intemperismo e a erosão. O in-
temperismo é responsável pelo desgaste e/ou fragmenta-
ção das estruturas e a erosão é responsável pelo transporte 
do material desagregado pelo intemperismo.
3.1. Intemperismo
O intemperismo é classificado de três maneiras: físico, quími-
co e biológico. O físico corresponde às transformações físi-
cas, como a fragmentação, que posteriormente se depositará 
numa outra região. Ele predomina em ambientes extremos, 
como desertos ou áreas congeladas. Com as variações térmi-
cas, os corpos dilatam-se e contraem-se em curtos períodos 
de tempo e acabam fragmentando-se, criando a possibilida-
de de transporte desses fragmentos pela ação dos ventos ou 
das águas, o que caracteriza a erosão. 
O intemperismo químico se caracteriza pela alteração quí-
mica de rochas ou de solos em soluções aquosas. Embora a 
água da chuva seja naturalmente destilada, ela não é pura, 
pois há gases importantes do ar dissolvidos nela: oxigênio 
e gás carbônico. Esses gases, principalmente o carbônico, 
em contato com a água, formam ácidos com ações corrosi-
vas que alteram quimicamente os minerais que compõem 
as rochas e os solos. O intemperismo químico ocorre em 
regiões com alto índice pluviométrico, como as equatoriais, 
onde as chuvas são mais intensas.
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A ação biológica também compõe ações intempéricas. A 
ruptura de solos e rochas pela força das raízes de uma árvore 
compõe o intemperismo físico-biológico. As atividades orgâ-
nicas de bactérias e fungos, presentes na decomposição de 
animais ou vegetais, transformam quimicamente as rochas 
e os solos e caracterizam o intemperismo químico-biológico.
3.2. Erosão (tipos)
3.2.1. Eólica (ventos)
A erosão eólica acontece de duas maneiras: por deflação e 
por corrosão. Na deflação, o vento faz uma varredura de uma 
superfície e remove sedimentos soltos. Na corrosão, o vento 
é pesado e carregado de partículas em suspensão, por isso 
atua somente nas partes mais baixas formando figuras em 
forma de “cogumelos” ou “taças”. A acumulação eólica, por 
sua vez, é responsável pela formação de dunas e de loess 
– sedimento fértil de coloração amarela. As dunas são mon-
tanhas de areia formadas pela ação do vento e aparecem 
em litorais, áreas continentais e desertos. As dunas litorâne-
as podem ser fixas ou móveis – podem até mesmo soterrar 
grandes extensões de terra, até cidades inteiras.
taça ou cálice, eM Ponta groSSa, Paraná 
3.2.2. Pluvial (chuva)
A erosão pluvial é provocada pela retirada de material da 
parte superficial do solo pelas águas da chuva. Essa ação 
é acelerada quando a água encontra o solo desprotegido 
de vegetação. A primeira ação da chuva ocorre por meio 
do impacto das gotas d’água sobre o solo, provocando a 
desagregação dos torrões e agregados do solo, lançando o 
material mais fino para cima e para longe – fenômeno co-
nhecido como salpicamento. A força do impacto também 
força o material mais fino para ir abaixo da superfície, o 
que provoca a obstrução da porosidade (selagem) do solo 
e aumenta o fluxo superficial e a erosão.
A chuva é um dos agentes erosivos mais ativos. Provoca 
enchentes e enxurradas. Dependendo do grau de intensi-
dade das águas das chuvas, acontece a erosão pluvial do 
tipo superficial, laminar, de sulcos ou de ravinamento.
iluStração eSqueMática do ProceSSo eroSivo Pluvial 
coM Foco Para a ForMação de ravinaS
3.2.3. Fluvial (rios)
A erosão fluvial é causada pelo desgaste provocado pelo 
percurso que as águas dos rios fazem. Ela favorece a 
formação de planícies e ilhas em foz do tipo delta. As 
correntes de água transportam materiais que são deposi-
tados em outros locais.
Essa erosão pode mudar o curso do rio, gerando os cha-
mados meandros. Um exemplo da erosão fluvial é o Grand 
Canyon, localizado no Arizona, Estados Unidos. Ele é resul-
tado da erosão fluvial do rio Colorado. É importante lem-
brar, que essas alterações no relevo levam muito tempo 
para acontecer, cerca de milhões de anos.
o grand canYon é uM exeMPlo de inteMPeriSMo FíSico coM gêneSe Fluvial.
3.2.4. Glacial (gelo)
É o trabalho de formação do relevo feito pelas geleiras. Ao 
descer de áreas mais altas para outras mais baixas, o gelo 
pode causar a abertura de vales normalmente chamados de 
fiordes, formados pela presença de antigas geleiras. Nas 
áreas de acumulação formam-se as morainas ou morenas.
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VIVENCIANDO
Normalmente acontece quando,em épocas de temperaturas 
muito frias, a água que no verão penetrou entre as rochas con-
gela e acaba por quebrá-las devido ao aumento de volume.
FiordeS, na noruega
3.2.5. Marinha ou abrasão
Um trabalho destrutivo ou construtivo como resultado da 
ação do mar. Muito comum nos litorais de costas altas, é 
provocado pela ação das ondas, que vão corroendo as ba-
ses e causando desabamentos. 
O trabalho de acumulação marinha leva à formação de 
restingas, recifes, tômbolos, lagunas, lagoas e praias – su-
perfícies cobertas de areia e localizadas em costa baixa. O 
trabalho de destruição marinha provoca o surgimento de 
barreiras e falésias, bem como a formação de praias.
ForMação de FaléSiaS
3.2.6. Erosão acelerada (Antrópica)
Essa erosão decorre do agravamento dos processos natu-
rais de erosão em razão do mau uso do solo, como o culti-
vo com técnicas inadequadas.
eroSão acelerada Pela ação de MineradoraS
Em grande parte dos casos, o vento modifica o relevo em regiões litorâneas e também desérticas. Ambas são áreas 
de concentração de areia; assim sendo, o vento sopra deslocando-a de um lugar para outro. Tal fenômeno é res-
ponsável pela formação das dunas. No entanto, a ação dos ventos não se limita a isso. Ela também desempenha 
influência em casos em que a poeira disposta no ar é lançada em direção às rochas. Então, de maneira gradativa e 
lenta, o relevo vai sendo modelado dando origem a esculturas naturais intrigantes. Propomos aqui que cada aluno 
observe os lugares por onde passa e identifique os agentes externos que mais esculpem o relevo.
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CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Erosão por
impacto das
gotas
Soli�uxão Rastejo
Erosão em
condutos
subterrâneos
(”pipe”)
Escorrega-
mento
Avalanche
Movimento de massa
OceanoChuva Água de
escoamento
Água
Escoamento super�cial Escoamento subsuper�cial
Erosão
em
canais
�uviais
Erosão em
ravinas e
voçorocas
Erosão
em
sulcos
Erosão
laminar
Erosão gracial
Erosão costeira
Causada pela gravidadeCausada por �uidosCausada pelo
vento
Erosão eólica
É importante evidenciar a importância do estudo dos processos erosivos para a arquitetura, na medida em 
que os edifícios são construídos sobre um terreno real, que tem uma modelagem geomorfológica específica, 
fruto, entre outros aspectos, da ação das águas pluviais sobre a superfície do solo, que gera um processo que 
não se interrompe com a conclusão das obras.
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ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 26
Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana 
com a paisagem.
Relevo e sociedade formam diferentes faces de uma mesma composição estrutural, que responde pela in-
teração das atividades humanas com a cadeia de elementos naturais. Sendo assim, é impensável considerar 
um sem o outro, muito embora a maior parte das paisagens geomorfológicas do nosso planeta tenha se 
constituído em períodos anteriores à formação das primeiras civilizações. Nesse sentido, se considerarmos a 
influência e a mútua relação entre relevo e sociedade, perceberemos o quanto os elementos naturais condi-
cionam, em parte, as atividades humanas. Geralmente, os agrupamentos humanos optam por estabelecer 
suas práticas em lugares planos ou naqueles menos inclinados possíveis. Entretanto, com o desenvolvimento 
das diferentes técnicas, foram desenvolvidas formas de ocupar também esses espaços, embora tal ocorrên-
cia nem sempre seja realizada de maneira sustentável.
MODELO 1
(Enem) De repente, sente-se uma vibração que aumenta rapidamente; lustres balançam, objetos se movem 
sozinhos e somos invadidos pela estranha sensação de medo do imprevisto. Segundos parecem horas, poucos 
minutos são uma eternidade. Estamos sentindo os efeitos de um terremoto, um tipo de abalo sísmico.
aSSad, l. oS (não tão) iMPercePtíveiS MoviMentoS da terra. coMciência: reviSta eletrônica de jornaliSMo 
cientíFico, n.o 117, abr. 2010. diSPonível eM: httP://coMciencia.br. aceSSo eM: 2 Mar. 2012.
O fenômeno físico descrito no texto afeta intensamente as populações que ocupam espaços próximos às 
áreas de 
a) alívio da tensão geológica;
b) desgaste da erosão superficial;
c) atuação do intemperismo químico;
d) formação de aquíferos profundos;
e) acúmulo de depósitos sedimentares.
ANÁLISE EXPOSITIVA
O “alívio de tensão geológica” refere-se a um abalo sísmico ou terremoto, cuja origem se dá em profun-
didade (hipocentro). As ondas sísmicas atingem a superfície (epicentro) e se propagam, podendo causar 
danos socioeconômicos.
RESPOSTA Alternativa A
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DIAGRAMA DE IDEIAS
OROGÊNESE EPIROGÊNESE
VULCANISMO
ABALOS 
SÍSMICOS
FÍSICO BIOLÓGICOQUÍMICO
RELEVO
AGENTES ESTRUTURAIS
(INTERNOS)
TECTONISMO
AGENTES ESTRUTURAIS
(EXTERNOS)
EROSÃO
(TRANSPORTE)
INTEMPERISMO
GEOMORFOLOGIA
• EÓLICA
• FLUVIAL
• PLUVIAL
• MARINHA
• GLACIAL
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ANOTAÇÕES
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