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razoável acreditar que as chances de se dar bem do segundo adolescente seriam bem maiores. Mas e o que a história de Giannini e a de Van Gogh nos mostram? Justo o oposto: Giannini, que nasceu e cresceu em meio a enormes conflitos e turbulências emocionais, teve uma vida feliz, plena e bem- sucedida. Enquanto Van Gogh, filho de pastor, nasceu e cresceu com a segurança e a proteção que esperamos de uma família bem estruturada. Mesmo assim, apesar da sua genialidade, teve uma vida conflituosa e turbulenta, tirando, por fim, aos 37 anos, sua própria vida. É claro que a história de Van Gogh é apenas isso: uma história de um indivíduo psicologicamente perturbado. Mas, ao mesmo tempo, é uma poderosa ilustração de como nosso passado não explica nosso presente e tampouco nosso futuro. Acredite ou não, o que nos torna um acanhado ou um atrevido pouco tem a ver com os problemas que sofremos na infância. E, considerando o que falei nos dois capítulos anteriores sobre o poder da ideia central que temos a respeito de nós mesmos, você pode achar essa afirmação estranha. Talvez até mesmo contraditória. E você tem razão. A análise desses dois casos mostra um paradoxo que poucas vezes conseguimos perceber. Isto é, o que produz nossos resultados não pode ser explicado simplesmente pelo contexto em que nascemos. Em outras