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INOCENTAR 153 IRA
B. Adjetivo.
nãqi (’pp): “inocente”. Este adjetivo aparece 43 
vezes no Antigo Testamento. Uma ocorrência está 
no SI 15.5, que fala do homem íntegro, que não “re­
cebe subornos contra o inocente”.
INSTRUÇÃO
A. Substantivo.
müsãr (~D'D): “instrução, castigo, advertência”. 
Este substantivo aparecc 50 vezes, principalmente 
em Provérbios. A primeira ocorrência está em Dt
11.2: “E hoje sabereis que falo, não com vossos 
filhos, que o não sabem e não viram a instrução do 
SENHOR, vosso Deus, a sua grandeza, a sua mão 
forte, c o seu braço estendido”.
Um dos principais propósitos da literatura 
sapiencial era ensinar sabedoria e müsãr (Pv 1.2 ). O 
termo müsãr significa disciplina, mas é mais que 
isso. Como "disciplina", ele ensina como viver cor­
retamente no temor do Senhor, de forma que o sábio 
aprenda a lição antes da tentação e da prova: "O que 
tendo eu visto, o considerei: e. vendo-o. recebi ins­
trução" (Pv 24.32). Esta “disciplina" é treinamento 
para vida: por conseguinte, prestar atenção a m úsjr 
é importante. Muitos verbos confirmam a necessi­
dade de uma resposta correta: "Ouvir, obedecer, 
amar, receber, obter, apoderar-se. guardar, manter". 
Além disso, a rejeição é confirmada por muitos ver­
bos relacionados com müsãr. “Rejeitar, odiar, igno­
rar. não amar, menosprezar, abandonar”. Quando 
müsãr é dado como “instrução", mas não é observa­
do, o müsãr como “castigo” ou “disciplina" pode 
ser o próximo passo: “A estultícia está ligada ao 
coração do menino, mas a vara da correção a afugen­
tará dclc” (Pv 22.15).
Atenção cuidadosa à “instrução" traz honra (Pv
1.9), vida (Pv 4.13), e sabedoria (Pv 8.33), e. acima 
de tudo, agrada a Deus: “Porque o que me achar 
achará a vida e alcançará favor do SENHOR” (Pv 
8.35). A falta de observância da “instrução’- ocasio­
na seus próprios resultados: morte (Pv 5.23). po­
breza e vergonha (Pv 13.18), e é, em última instân­
cia, sinal de que o indivíduo não tem consideração 
pela própria vida (Pv 15.32).
A receptividade da “instrução” dada pelos pais, 
professores, o sábio ou o rei é corolário direto da 
subjugação do indivíduo à disciplina de Deus. Os 
profetas acusaram Israel por não receber a disciplina 
de Deus: “Ah! SENHOR, atentam os teus olhos para 
a verdade? Feriste-os, e não lhes doeu; consumiste- 
os, e não quiseram recebei- a correção; endureceram
as suas faces mais do que uma rocha; não quiseram 
voltar” (Jr 5.3). Jeremias pediu aos judeus e aos habi­
tantes da Jerusalém sitiada que prestassem atenção 
ao que estava acontecendo ao redor, para que eles 
ainda se sujeitassem à “instrução” (Jr 35.13). Isaías 
predisse que o castigo de Deus que os homens mere­
ciam foi levado pelo Servo Sofredor, trazendo paz 
aos que crêem nEle: “Mas ele foi ferido pelas nossas 
transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o 
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas 
suas pisaduras. fomos sarados” (Is 53.5).
A Septuaginta tem a tradução de paideia (“edu­
cação. treinamento, instrução"). A palavra grega é a 
base para a palavra pedagogia, “treinamento dc uma 
criança”.
B. Verbo.
yãsar ( " ') : "disciplinar". Este verbo ocorre no 
hebraico e no ugarítico com o sentido de "discipli­
nar". Fora destes idiomas a raiz não está represen­
tada. O verbo aparece 42 vezes no Antigo Testa­
mento: cf. Pv 19.18: "Castiga teu filho enquanto há 
esperança, mas para o matar não alçarás a tua alma”.
INVENTAR
hãsab (rr~): "pensar, considerar, contar, inven­
tar. planejar". Esta palavra é encontrada ao longo do 
desenvolvimento histórico do hebraico e do aramaico. 
Encontrada pelo menos 120 vezes na Bíblia hebraica. 
hãsab ocorre pela primeira vez no texto em Gn 15.6. 
onde se diz de Abraão: "E creu ele no SENHOR, e 
foi-lhe imputado [contado] isto por justiça”.
Freqüentemente usado no sentido comum de 
"pensamento” , ou os processos de pensamento 
normais (Is 10.7: 53.4; Ml 3.16), hãsab também e 
usado no sentido de “intentar” ou “pensar planos 
maus" (Gn 50.20; Jr 48.2). A palavra se refere aos 
artesãos que “inventam” instrumentos dc música, 
objetos artísticos e armas de guerra (Ex 31.4: 2 Cr 
26.15: Am 6.5).
IR \
A. Substantivo.
hemãh (non): “ira. ardor, furor, raiva”. Este subs­
tantivo aparece nos idiomas semíticos com os signi­
ficados de “ardor, calor, ira. veneno, peçonha”. O 
substantivo, como também o verbo yãham, denota 
um estado emocional forte. O substantivo é usado 
120 vezes, predominantemente na literatura poéti­
ca e profética, sobretudo em Ezequiel.
O primeiro uso de hemãh se dá na história de 
Esaú e Jacó. Jacó foi aconselhado a ir para Harã com
IRA 154 IRAR-SE
a esperança de que a “ira’’ de Esaú dissipasse: “E 
mora com ele alguns dias, até que passe o furor de 
teu irmão” (Gn 27.44).
A palavra indica um estado de raiva. A maioria 
dos usos envolve a “ira” de Deus. A Sua “ira” é 
expressa contra o pecado de Israel no deserto: “Por­
que temi por causa da ira e do furor com que o 
SENHOR tanto estava irado contra vós, para vos 
destruir” (Dt 9.19). O salmista suplica pela miseri­
córdia de Deus na hora da “ira” de Deus: “SENHOR, 
não me repreendas na tua ira, nem me castigues no 
teu furor” (SI 6.1). No fim, a “ira” de Deus foi ex­
pressa contra Israel no Exílio dos judeus na Babilônia: 
“Deu o SENHOR cumprimento ao seu furor; derra­
mou o ardor da sua ira e acendeu fogo em Sião, que 
consumiu os seus fundamentos” (Lm 4.11).
A metáfora “cálice” denota o julgamento de Deus 
sobre o Seu povo. Sua “ira” é derramada: “Pelo que 
derramou sobre eles a indignação da sua ira e a força 
da guerra e lhes pôs labaredas em redor, mas nisso 
não atentaram; e os queimou, mas não puseram nis­
so o coração” (Is 42.25 ); e o “cálice da ira” é bebido: 
"Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém, que 
bebeste da mão do SENHOR o cálice do seu furor, 
bebeste e sorveste as fezes do cálice da vacilação” 
(Is 51.17).
Deus. na qualidade de Potentado Todo-Podero- 
so, fica irado pelos pecados c orgulho do Seu povo, 
visto que são um insulto à Sua santidade. Em certo 
sentido derivado, os soberanos da terra também fi­
cam irados, mas a sua ira é despertada por circuns- 
làncias nas quais eles não têm controle. Naamã fi­
cou irado com o conselho de Eliseu (2 Rs 5.11,12); 
Assuero ficou enfurecido com a recusa de Vasti exi­
bir sua beleza diante dos homens (Et 1.12).
O termo henulh também denota a reação do ho­
mem diante das circunstâncias cotidianas. A “ira” 
do homem é uma expressão perigosa do seu estado 
emocional, visto que inflama todos os que estão 
perto da pessoa irada. A “ira” surge por muitas 
razões. Provérbios falam com vccmência contra a 
hemãh, como o ciúme (Pv 6.34); confronte: “Cruel 
é o furor e a impetuosa ira, mas quem parará peran­
te a inveja?” (Pv 27.4; cf. Ez 16.38). O homem irado 
pode ser culpável de crime e ser condenado: “Temei 
vós mesmos a espada; porque o furor traz os casti­
gos da espada, para saberdes que há um juízo” (Jó
19.29). A resposta sábia à “ira” é uma resposta 
suave: “A resposta branda desvia o furor, mas a 
palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1).
A palavra lieniãh está associada com q inãh ,
“ciúme”, e também com nãqãm, “vingança”, já que 
a pessoa enfurecida procura defender seu nome ou 
vingar-se na pessoa que o provocou. Nos procedi­
mentos de Deus para com Israel Ele teve ciúmes do 
Seu nome Santo, razão pela qual Ele precisou tratar 
com justiça do Israel idólatra, vingando-se: “Para 
fazer subir a indignação, para tomar vingança, eu 
pus o seu sangue numa penha descalvada, para que 
não seja coberto” (Ez 24.8). Mas Ele também vinga 
o Seu povo contra os inimigos: “O SENHOR é um 
Deus zeloso e que toma vingança; o SENHOR toma 
vingança e é cheio de furor; o SENHOR toma vin­
gança contra os seus adversários e guarda a ira con­
tra os seus inimigos” (Na 1.2). Outros sinônimos de 
hemãh são ’ap. “raiva, furor”, e qesep, “ira”, como 
em Dt 29.27 e J r 21.5.
Há dois significados especiais de hemãh. Um é 
"ardor” ou “calor”, como em “o Espírito me levan­
tou e me levou;e eu me fui rnui triste, no ardor do 
meu espírito; mas a mão do SENHOR era forte so­
bre mim” (Ez 3.14). O outro é “veneno” ou “peço- 
nha”, como em Dt 32.33: “O seu vinho é ardente 
veneno dc dragões e peçonha cruel de víboras”.
A Septuaginta dá as seguintes traduções: orge 
(“raiva, indignação, ira”) e íhurnos (“paixão, ardor, 
raiva, ira”).
B. Verbo.
yãham (CiT): “irar-se, eneolerizar-se, esquentar- 
se”. Este verbo, que só ocorre 10 vezes no hebraico 
bíblico, é a raiz do substantivo henulh.
Em Dt 19.6, yãham significa “esquentar-se”: 
“Para que o vingador do sangue não vá após o homi­
cida, quando se esquentar o seu coração, e o alcan­
ce”.
IRAR-SE
A. Verbo.
qãtsaph (HS~): “irar-se, ficar irado, com raiva”. 
Este verbo aparece 34 vezes e e encontrado princi­
palmente no Pentateuco e nos profetas, e algumas 
vezes nos livros históricos e na literatura poética. A 
palavra é usada no hebraico rabínico, mas seu uso 
no hebraico moderno foi substituído por outros 
verbos. E uma palavra cananéia antiga. Como glosa 
apareceu nas Tabuinhas de Amarna com o significa­
do de “preocupar-se” ou, de acordo com outros, 
“amargurar-se". A relação com o cognato árabe 
qasafa é duvidosa.
O significado geral de qãtsaph é uma forte explo­
são emocional de raiva, sobretudo quando o homem 
é o sujeito da reação. O primeiro uso da palavra
IRAR-SE 155 IRMÃO
apresenta este sentido: “E indignou-se Faraó muito 
contra os seus dois eunucos. [...] E entregou-os à 
prisão [custódia]” (Gn 40.2,3; cf. Gn 41.10). Moisés 
ficou amargamente irado com os israelitas desobe­
dientes (Êx 16.20). Os líderes dos filisteus “iraram- 
se” com Aquis (1 Sm 29.4), e Naamã ficou grande­
mente irritado pela falta de sentido de protocolo 
por parte de Eliseu (2 Rs 5.11). Eliseu expressou 
sua raiva por Jeoás, rei de Israel (2 Rs 13.19). O rei 
Assuero, em sua ira, depôs Vasti (Et 1.12). Nestes 
exemplos, o indivíduo exaltado (geralmente um rei) 
demonstrou sua ira real em medidas radicais contra 
seus súditos. Ele estava em posição de “ficar irado" 
com a reação ou atitude dos seus súditos. É mais 
raro uma pessoa “ficar irada” com um seu igual. E 
até mais raro um súdito “ficar bravo” com seu supe­
rior: “Dois eunucos do rei [...] grandemente se in­
dignaram e procuraram pôr as mãos sobre o rei 
Assuero” (Et 2.21).
O substantivo derivado de qãtsaph se refere 
particularmente à raiva de Deus. O verbo qãisapk 
é usado 11 vezes para descrever a raiva do homem 
e IS vezes para se referir à raiva de Deus. E^te 
fato, junto com a observação de que o verbo é em 
geral uma expressão de um superior contra um sú­
dito, explica por que o texto bíblico usa qãtsaph 
com mais freqüência para descrever a ira de Deus. 
O objeto da ira é indicado pela preposição 'al i "con­
tra”). “Porque temi por causa da ira [ 'ap] e do 
furor [hemãh] com que o SENHOR tanto estava 
irado [qãtsaph] contra [V;/] vós, para vos destruir" 
(Dt 9.19). A ira do Senhor se expressa contra a 
desobediência (Lv 10.6) e o pecado (Ec 5.5ss). 
Entretanto, a própria pessoa pode ser a causa da 
ira dc Deus (SI 106.32). No deserto, os israelitas 
provocaram a ira de Deus pela desobediência e 
falta de fé: “Lembra-te e não te esqueças de que 
muito provocaste à ira o SENHOR, teu Deus, no 
deserto; desde o dia em que saístes do Egito até 
que chegastcs a esse lugar, rebeldes fostcs contra o 
SENHOR” (Dt 9.7, cf. Dt 9.8,22). Moisés falou 
sobre a ira de Deus contra a desobediência de Isra­
el. a qual seria, no momento próprio, a ocasião 
para o Exílio (Dt 29.27), e os profetas amplificam 
a advertência de Moisés sobre a vindoura “ira” de 
Deus (Jr 21.5). Depois do Exílio, Deus teve com­
paixão de Israel e voltou Sua ira contra os inimigos 
de Israel (Is 34.2).
Na versão grega, encontramos as seguintes tra­
duções; orgizomai (“irar-se”) e lupew (“afligir-se, 
doer-se, entristecer-se”).
B. Substantivo.
qetseph (Ĥ i?): “ira, indignação, furor”. Este subs­
tantivo ocorre 28 vezes no hebraico bíblico e nor­
malmente em referência a Deus. Uma ocorrência da 
“ira” de Deus está em 2 Cr 29.8: “Pelo que veio 
grande ira do SENHOR sobre Judá e Jerusalém". 
Um exemplo da “ira” de homem aparece em Et 1.18: 
"E. neste mesmo dia, as princesas da Pérsia e da 
Média dirão o mesmo a todos os príncipes do rei, 
ouvindo o feito da rainha; e, assim, haverá assaz 
desprezo e indignação” (cf. Ec 5.17).
IRMÃ
'ãhót <.— N): “irmã". Como ocorre com as pala­
vras para "irmão" e "pai”, este substantivo é co­
mum em muitos idiomas semíticos. Considerando 
que "irmão" aparece 629 vezes, “irmã” só ocorre 
114 vezes. O uso é raro na literatura poética com a 
exceção de Cantares de Salomão (sete vezes). A 
primeira ocorrência está em Gn 4.22: “E Zilá tam­
bém teve aTubalcaim. mestre de toda obra de cobre 
e de ferro; e a innã de Tubalcaim foi Naamá”.
A tradução de "irmã" por ’ãhôt é só o começo. 
No costume hebraico, a palavra tem um termo em­
pregado para se referir à filha do pai e mãe (Gn 
4.22 ou à meia-irmã (Gn 20.12). Também alude à 
tia pelo lado paterno (Lv 18.12; 20.19) ou pelo lado 
materno (Lv 18.13: 20.19).
O uso de ãhót denota mais geralmente as paren- 
tas: "E abençoaram Rebeca e disseram-lhe: O nossa 
irmã. sejas tu em milhares de milhares, c que a tua 
semente possua a porta de seus aborrecedores!” (Gn 
24.60). Este significado enconira-se por trás do uso 
metafórico, onde duas divisões de uma nação (Judá 
e Israel; Jr 3.7) e duas cidades (Sodoma e Samaria; 
Ez 16.46) são retratadas como irmãs (os nomes 
hebraicos de entidades geográficas são femininos).
O significado mais especializado de “amada” só 
é encontrado em Ct 4.9: “Tiraste-me o coração, 
minha irmã [ou amada], minha esposa; tiraste-me o 
coração com um dos teus olhos, com um colar do 
teu pescoço”. Aqui 'ãhót é usado como termo de 
estima em vez de ser termo para designar parenta de 
sangue.
A Septuaginta traduz a palavra adelphe (“irmã"). 
IRMÃO
'ãh (ns): “irmão”. Esta palavra tem cognatos no 
ugarítico e na maioria dos outros idiomas semíticos. 
O hebraico bíblico atesta a palavra aproximadamen­
te 629 vezes e em todos os períodos.
IRMÃO 156 IR-SE EMBORA
Em seu significado básico, 'ãh representa “pa­
rente masculino’’, “irmão ’. Este é seu significado na 
primeira ocorrência bíblica: “E teve mais a seu ir­
mão Abel” (Gn 4.2). Esta palavra representa irmão 
germano ou meio-irmão: “Eele lhe disse: Ora, vai, e 
vê como estão teus irmãos” (Gn 37.14).
Em outra acepção, 'ãh pode descrever “parente 
de sangue”. O sobrinho de Abrão é chamado de seu 
"irmão”: “E tornou a trazer toda a fazenda e tornou 
a irazer também a Ló, seu irmão, c a sua fazenda, e 
também as mulheres, e o povo” (Gn 14.16). Esta 
passagem também pode refletir o uso de concerto 
do termo por meio do qual conota “aliado” (cf. Gn
13.8). Em Gn 9.25, 'ãh significa claramente “paren­
te”: “Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos 
seus i r m ã o s Labão chamou seu sobrinho Jacó de 
'ãh: "Depois, disse Labão a Jacó: Porque tu és meu 
irmão, hás dc servir-me de graça?” (Gn 29.15). Um 
pouco antes, Jacó se descreveu como ’ãh do pai de 
Raquel (Gn 29.12).
As tribos podem ser chamadas de 'cihím: “En­
tão, disse [a tribo dej Judá a [a tribo dc] Simeão, seu 
irmão: Sobe comigo à herdade que me caiu por sor­
te” (Jz 1.3). A palavra 'ãh é usada para se referir a 
um membro da mesma tribo: “Com quem achares os 
teus deuses, esse não viva: reconhece diante de nos­
sos irmãos o que é teu do que está comigo e toma- 
o para li” (Gn 31.32). Em outro lugar, descreve um 
compatriota: “E aconteceu naqueles dias que, sen­
do Moisés já grande, saiu a seus irmãos e atentou 
nas suas cargas” (Êx. 2 .11).
Em várias passagens, a palavra 'ãh conota “com­
panheiro” ou “colega”, quer dizer, irmão por esco­
lha. Encontramos um exemplo em 2 Rs 9.2. “E, 
chegando lá, vê onde está Jcú, filho de Josafá, filho 
de Ninsi; e entra, e faze que ele se levante do meio 
dc seus irmãos, e leva-o à câmara interior” (cf. Is 
41.6; Nm 8.26). Algo neste sentido está no uso de 
concerto da palavra'ãh como sinônimo de “aliado”: 
“Então, saiu Ló a eles à porta, e fechou a porta atrás 
de si, c disse: Meus irmãos, rogo-vos que não façais 
mal” (Gn 19.6,7). Observe este mesmo uso emNm
20.14 e 1 Rs 9.13.
A palavra 'ãh pode ser um termo de tratamento 
cortês, como parece ser em Gn 29.4: “E disse-lhes 
Jacó [a pastores cuja identidade ele desconhecia]: 
Meus irmãos, donde sois? E disseram: Somos de 
Harã".
O vocábulo 'ãh às vezes representa alguém ou 
algo que existe ao lado de determinada pessoa ou 
coisa: “E certamente requererei o vosso sangue, o
sangue da vossa vida; da mão de todo animal o re­
quererei, como também da mão do homem e da mão 
do irmão de cada um requererei a vida do homem. 
Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o 
seu sangue será derramado; porque Deus fez ho­
mem conforme a sua imagem” (Gn 9.5,6).
IR-SE EMBORA
A. Verbo.
gãlãh (rf?l): “sair, ir-se embora, descobrir, reve­
lar”. Este verbo aparece no ugarítico, árabe, aramaico 
imperial, aramaico bíblico e etiópico. O hebraico bí­
blico o atesta em todos os períodos e por volta dc 
190 vezes. Alguns estudiosos dividem este verbo em 
dois homônimos (duas palavras distintas com a mes­
ma soletração). Se esta divisão for aceita, gãlãh' apa­
rece cerca de 112 vezes e gãlãh2 aproximadamente 
75 vezes. Outros estudiosos consideram que este 
seja somente um verbo com uma ênfase intransitiva e 
uma ênfase transitiva. Parece mais provável.
Na forma intransitiva, gãlãh significa “ir-se em­
bora” ou “sair”. Este significado é visto claramente 
em 1 Sm 4.21: “Mas chamou ao menino Icabô, di­
zendo: Foi-se a glória de Israel”. Assim, Is 24.11 
poderia ser traduzido por: “Foi-se embora o gozo 
da terra”. Uso especial deste sentido do verbo é 
“entrar em exílio”. A primeira ocorrência bíblica de 
gãlãh traz esta acepção: “E os filhos de Dã levanta­
ram para si aquela imagem de escultura, e Jônatas, 
[...] e seus filhos foram sacerdotes da tribo dos 
danitas, ate ao dia do cativeiro da terra” (Jz 18.30), 
ou até que perderam o controle da terra e foram 
forçados a servir outros deuses.
O bem conhecido cativeiro do Antigo Testamen­
to foi trazido por Deus pelos reis da Assíria e 
Babilônia (1 Cr 5.26; cf. Jr 29.1).
Embora gãlãh não seja usado neste sentido na lei 
de Moisés, a idéia está claramente presente. “Se 
não tiveres [ó Israel] cuidado de guardar todas as 
palavras desta lei, que estão escritas neste livro, 
para temeres este nome glorioso e terrível, o SE­
NHOR, teu Deus; [...] e desarraigados sereis da ter­
ra, a qual passas a possuir. E o SENHOR vos espa­
lhará entre todos os povos, desde uma extremidade 
da terra até à outra extremidade da terra” (Dt 
28.58,63,64; cf. Lv 26.27,33). Este verbo também é 
usado para aludir ao “exílio de indivíduos”, como 
Davi (2 Sm 15.19).
Esta palavra também significa “pôr-se nu”. Noé 
“bebeu do vinho e embebedou-sc; e descobriu-se no 
meio de sua tenda” (Gn 9.21).
IR-SE EMBORA 157 JOVEM
A forma transitiva ocorre com menos freqüên­
cia, mas tem uma maior variedade de significados. 
“Descobrir” outra pessoa pode significar “ter rela­
ções sexuais” com ela: “Nenhum homem se chegará 
a qualquer parenta da sua carne para descobrir a sua 
nudez. Eu sou o SENHOR” (Lv 18.6). Descobrir a 
nudez de alguém nem sempre se refere a relações 
sexuais (cf. Êx 20.26). Outra expressão, “descobrir 
a ourela de alguém” quer dizer ter relações sexuais 
com uma pessoa (Dt 22.30).
Em Is 16.3, gãlãh1 (no radical intensivo) signifi­
ca “trair” : “Esconda os desterrados [não traia o fu­
gitivo]”. Este verbo também pode ser usado para 
aludir a “descobrir” coisas, “pô-las a nu” de forma 
que fiquem visíveis: “Os fundamentos do mundo st 
descobriram, pela repreensão do SENHOR" (2 Sm
22.16). Em sentido relacionado. Ez 23.18 fala em 
“pôr a descoberto” as devassidões, em "expô-las" 
constantemente ou levar uma vida de devassidão.
A revelação de Deus de Si me>mo significa que 
Ele “se manifestou" iGn 35.71. "Revelar aos ouvi­
dos” de alguém é contar-lhe algo: "O SEXHOR o
revelara aos ouvidos de Samuel, um dia antes que 
Saul viesse” (1 Sm 9.15). Neste caso, o verbo não 
significa apenas “contar”, mas “contar a alguém algo 
que não era sabido”. Usado neste sentido, gãlãh é 
aplicado à “revelação” de segredos (Pv 11.13) e dos 
sentimentos íntimos da pessoa. Por conseguinte, Jr
11.20 devia ser traduzido por: “A ti revelei meu caso".
Assim, gãlãh é usado para se referir a “tornar 
algo" abertamente conhecido ou “dar publicidade”: 
"Uma cópia do escrito para que se proclamasse a 
lei em cada província foi enviada a todos os povos, 
para que estivessem preparados para aquele dia" 
(Et 3.14i. Outra acepção aparece em Jr 32.11, onde 
gãlãh. com relação a uma ação de compra, significa 
"não selado ou fechado”.
B. Substantivo.
gôlãh (■“".): "exílio, exilado". Esta palavra faz 
42 ocorrências no Antigo Testamento. Esdras 2.1 
usa a palavra para se referir às "pessoas que 
retornaram do exílio". Em outras referências, a pala­
vra significa "pessoas no exílio" (2 Rs 24.15). Em 1 
Cr 5.22. gôlãh se refere à era do “exílio".
J
JOVEM
na ‘ar ("^J): “mocidade, jovem, rapaz, moço. 
menino”. Esta palavra é encontrada no ugarítico e 
parece que a palavra egípcia na-arma (“criados ar­
mados”) também está relacionada com o uso semítico 
ocidental. A raiz com o significado de “mocidade" 
só ocorre como substantivo e surge no hebraico no 
feminino (na‘arãh, “moça. jovem”) como também 
na forma masculina (por exemplo, Gn 24.14).
O termo na'ar aparece 235 vezes no Antigo 
Testamento hebraico. Seu uso é predominante no 
Pentateuco e nos livros históricos. A primeira ocor­
rência está cm Gn 14.23,24: “Não tomarei coisa 
alguma [...] salvo tão-somente o que os jovens co­
meram e a parte que toca aos varões que comigo 
foram, Ancr, Escol e Mame; estes que tomem a sua 
parte”.
O significado básico de na‘ar é “juventude” em 
contraste com homem mais velho. As vezes, signi­
fica criança muito nova: “Na verdade, antes que este 
menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, a terra 
de que te enfadas será desamparada dos seus dois 
reis” (Is 7.16). Em geral, na ‘ar denota um “homem
jovem” que está em idade de se casar, mas ainda é 
solteiro. Temos de nos lembrar da oposição entre 
mocidade e velhice, de forma que entendamos me­
lhor que Jeremias, no mesmo tempo que afirmava 
ser só uma "crianca". ele não era necessariamente
O
criança. Na verdade, ele argumentava que não tinha 
a experiência dos mais velhos, quando disse: "Ah! 
Senhor JEOVÁ! Eis que não sei falar; porque sou 
uma criança" (Jr 1.6 ).
Absalão foi considerado na ‘ar, ainda que fosse 
velho o bastante para liderar as tropas em rebelião 
contra Davi: “E o rei deu ordem a Joabe, e a Abisai. 
e a ltai. dizendo: Brandamente tratai por amor de 
mim ao jovem, a Absalão” (2 Sm 18.5).
Um significando derivado dc na 'ar é “moço” ou 
“criado". Jônatas usou um “criado” como pajem de 
armas: “Sucedeu, pois, que um dia disse Jônatas. 
filho de Saul. ao moço que lhe levava as armas: Vem, 
passemos à guarnição dos filisteus, que está lá da­
quela banda” (1 Sm 14.1). O na ‘ar (“moço" ou “ser- 
viçal”) se dirigia a seu empregador por “senhor': 
"Estando, pois, já perto de Jebus, e tendo-se já 
declinado muito o dia, disse o moço a seu senhor:
JOVEM 158 JULGAR
Caminhai agora, e retiremo-nos a esta cidade dos 
jebuseus e passemos ali a noite” (Jz 19.11). Os reis 
e oficiais tinham “moços" que eram chamados pelo 
título de na'ar. Neste contexto, a palavra é melhor 
traduzida por “serviçal”, como no caso dos assis­
tentes do rei Assuero que o aconselhavam: “Então, 
disseram os jovens do rei que lhe serviam: Bus- 
quem-se para o rei moças virgens, formosas à vista”
(Et 2.2). Quando um na 'ar é comissionado a levar 
mensagens, ele é “mensageiro”. Assim, vemos que 
o significado da palavra na1 ar como “criado” não 
denota “escravo” ou aquele que faz serviços vis. Ele 
levava documentos importantes, era treinado na arte 
da guerra e até aconselhava reis.
Outro substantivo nõ‘ar significa“mocidade'’. 
Este substantivo aparece só quatro vezes na Bíblia, 
sendo uma vez no SI 88.15: “Estou aflito e prestes 
a morrer, desde a minha mocidade-, quando sofro os 
teus terrores, fico perturbado” (cf. Jó 36.14).
A Septuaginta dá as seguintes traduções: 
paidarion (“menininho, menino, criança, escravo 
jovem”); neos (“noviço”); neaniskos (“mocidade, 
jovem, criado, serviçal”); paidion (“infante, crian­
ça”); pais ("criança” ); c neanias (“mocidade, jo­
vem”).
JULGAR
A. Verbo.
shãphat (sçzf): “julgar, livrar, dominar”. Este 
verbo também aparece no ugarítico, fenício, árabe, 
acadiano e no hebraico pós-bíblico. O hebraico bí­
blico atesta shãphat ao redor dc 125 vezes e em 
todos os períodos.
Em muitos contextos, esta raiz tem sentido judi­
cial. O termo shãphat se refere à atividade de uma 
terceira parte que se assenta acima dc duas outras 
que estão em conflito uma com a outra. Esta terceira 
parte ouve o caso das partes que estão em disputa e 
decide quem está com a razão e o que fazer a respei­
to (ele age como juiz e jurado). Assim, Sarai disse a 
Abrão: “Meu agravo [a afronta que me foi feita] 
seja sobre ti [esteja sobre o teu colo]. Minha serva 
pus eu em teu regaço; vendo ela, agora, que conce­
beu, sou menosprezada aos seus olhos. O SENHOR 
julgue entre mim e ti” (Gn 16.5, primeira ocorrência 
da palavra). Sarai tinha dado em seu lugar Agar para 
Abrão. Este ato estava dc acordo com a antiga lei 
nuzu. a qual Abrão aparentemente conhecia e se­
guia. Os direitos legais da criança seriam de Sarai. 
Isto significava que Agar “fez todo o trabalho” e 
não recebeu privilégio algum. Por conseguinte, ela
tomou as coisas dificultosas para Sarai. Na qualida­
de de cabeça tribal e familiar, a responsabilidade de 
Abrão era manter as coisas em ordem. Isto ele não 
fez. Então Sarai declara que c inocente do mal; ela 
não fez nada para merecer os maus tratos de Agar, e 
Abrão está em falta em não pôr a casa em ordem. O 
apelo dela é: visto que Abrão não fez seu dever 
(normalmente seria ele o juiz das questões tribais), 
“o Senhor decida” entre nós, quer dizer, em sentido 
judicial, quem está certo. Abrão reconheceu a legiti- ’ 
midade do seu caso c entregou-lhe Agar para que 
fosse colocada na linha (Gn 16.6).
O termo shãphat também fala do cumprimento 
de uma sentença. Este conceito e o de ouvir o caso e 
tomar uma decisão são vistos em Gn 18.25, onde 
Abraão fala do “Juiz [literalmente, “Aquele que jul­
ga'’] de toda a terra”. Em 1 Sm 3.13, a ênfase está 
somente em “dar” a sentença: “Porque já eu lhe fiz 
saber que julgarei a sua casa para sempre, pela ini­
qüidade que ele bem conhecia”.
Em alguns casos, “julgar” significa na verdade 
livrar da injustiça ou opressão. Davi diz a Saul: “O 
SENHOR, porém, será o juiz, e julgará entre mim e 
ti, e verá, e advogará a minha causa, e me defenderá 
da tua mão” (1 Sm 24.15). Este sentido (além do 
sentido judicial) “livrar", deve ser entendido quan­
do se fala dos juizes de Israel (Jz 2.16): “E levantou 
o SENHOR juizes, que os livraram da mão dos que 
os roubaram [saquearam]”.
O termo shãphat é usado não só para aludir a um 
ato de livramento, mas também a um processo por 
meio do qual a ordem e a lei são mantidas dentro de 
um grupo. Esta idéia também está incluída no con­
ceito dos juizes de Israel: “E Débora, mulher profe- 
tisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele 
tempo” (Jz 4.4). Esta atividade era judicial e consti­
tuía um tipo de governar Israel. Com certeza gover­
nar está em mente em Nm 25.5: “Então, Moisés 
disse aos juizes der Israel: Cada um mate os seus 
homens que se juntaram a Baal-Peor” (I Sm 8.1).
O libertador militar era o chefe de um exército 
voluntário conclamado quando havia ameaça de pe­
rigo (milícia). Nos dias de Samuel, este procedimen­
to provou ser inadequado para Israel. Eles queriam 
um líder que organizasse e conduzisse um exército 
parado. Eles pediram a Samuel um rei como tinham 
as outras nações, um que fosse hábil e treinado na 
guerra, e cujo sucessor (o filho) também fosse trei­
nado cuidadosamente. Corno conseqüência, haveria 
mais continuidade na liderança. Incluso nesta idéia 
de um rei que os “julgasse” como as outras nações,
JULGAR 159 JUNTAR
estava a idéia de um regente. A fim de sustentar um 
exército permanente e seu treinamento, o povo Li­
nha de ser organizado para taxação de impostos e 
recrutamento. É o que está em vista em 1 Sm 8 .6- 
18, como explica Samuel.
B. Substantivos.
mishphãt (EStfp): “julgamento, direitos”. Este 
substantivo, que ocorre por volta de 420 vezes, tam­
bém aparece no ugarítico.
Esta palavra tem dois sentidos principais. O pri­
meiro lida com o ato de se sentar como juiz para 
ouvir um caso e dar um veredicto apropriado. 
Eclesiastes 12.14 é exemplo de tal ocorrência: "‘Por­
que Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o 
que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau".
O termo mishphãt também se refere aos “direi­
tos" pertencentes a alguém (Êx 23.6). Este segundo 
sentido traz várias acepções: a esfera na qual as 
coisas estão em relação apropriada com as reivindi­
cações da pessoa (Gn 18.19. primeira ocorrência): 
um veredicto judicial i Dr 17.9): a declaração do caso 
para o acusado < Nm 2 '.5 r. e uma ordenança estabe­
lecida (Êx 21 .1 1.
O substantivo sh:phãnn: diz respeito aos "atos 
de julgamento". Uma de suas 16 ocorrências está 
em Nm 33.4: "Enterrando os egípcios os que o SE­
NHOR tinha ferido entre eles. a todo primogênito, e 
havendo o SENHOR executado os seus juízos nos 
seus deuses..."
JUNTAR
qãhats (i” ') : "reunir, coletar, juntar, ajuntar". 
Este verbo também aparece no ugarítico, árabe, 
aramaico e no hebraico pós-bíblico: uma palavra 
semelhante (tendo os mesmos radicais, mas com 
significado diferente) aparece no etiópico. O termo 
qãbats aparece em todos os períodos do hebraico e 
por volta de 130 vezes na Bíblia. O verbo ’ãsaph é 
sinônimo próximo de qãbats, diferindo apenas por 
rer uma gama mais extensa de significados. A pala­
vra 'ãsaph duplica todos os significados dc qãhats.
Primeiro, qãhats significa “ajuntar” coisas cm 
um único local. A palavra enfoca o processo de 
"ajuntamento”, como em Gn 41.35 (primeira ocor­
rência): José aconselhou Faraó que designasse go­
vernadores ou inspetores para que "ajuntem toda a 
comida destes bons anos. que vêm, e amontoem 
trige debaixo da mão dc Faraó". O verbo também 
rrjfc: _ o resultado do processo, como cm Gn 41.48:
I sjur.K-u todo o mantimento dos sete anos que
- ■ _ terra do Egito". Só em uma passagem qãhats
significa “colher” (is 62.9): “Mas os que o ajunta- 
rem [colherem] o comerão e louvarão ao SENHOR: 
e os que o colherem beberão [vinho] nos átrios do 
meu santuário”.
Este verbo é usado metaforicamente para se re­
ferir a coisas que só podem scr “juntadas” em sen­
tido figurativo. Assim, no SI 41.6, o coração do 
inimigo “amontoa” a maldade enquanto faz uma vi­
sita a alguém, ou seja, o inimigo considera como ele 
pode usar tudo o que ouve e vê contra seu anfitrião.
A palavra qãhats c usada para aludir a "reunir" 
pessoas. Esta “reunião” é uma resposta a uma con­
vocação, mas nem sempre. Em 1 Rs 11.24, Davi 
“ajuntou homens e foi capitão de um esquadrão" 
Esta ação não foi o resultado de uma convocação 
que Davi fez. mas foi o resultado de relatos que 
circulavam sobre ele. Toda a história deixa bastante 
claro que Davi não estava buscando formar um exér­
cito para rivalizar Saul. Mas quando os homens vi­
nham a ele. ele os Colocava em ordem de batalha.
Bastante freqüentemente este verbo é usado 
para se referir a "chamar" ou "convocar” pessoas 
para um local central. Quando, por exemplo, Jacó 
abençoou seus filhos, ele os "chamou” e lhes disse 
que chegassem mais perto (Gn 49.2). Esta mesma 
palavra é usada para aludir a “chamar” a milícia. 
Todos os homens sãos em Israel, entre as idades
de 20 e 40 anos. eram integrantes da milícia. Emi—•
tempos de paz. eles eram fazendeiros e mercado­
res: mas quando ameaçados por algum perigo naci­
onal. um líderos "ajuntaria" ou os “chamaria” para 
um local comum e os organizaria em um exército 
(cf. Jz 12.4). Todo o Israel podia scr “chamado" 
ou “ajuntado” para batalha (como uma milícia); 
assim “ajuntou Saul a todo o Israel, e se acampa­
ram em Gilboa” (1 Sm 28.4). Este uso militar tam­
bém significa “colocar cm ordem de batalha” um 
exército permanente no sentido de “estabelecê-los" 
para a batalha. Os homens de Gibeão disseram: 
“Todos os reis dos amorreus que habitam na mon­
tanha se ajuntaram contra nós” (Js 10.6). Em 1 Rs
20 .1, qãbats leva este sentido além da implicação 
de “concentrar” um exército inteiro contra um pon­
to em particular: “E Ben-Hadade, rei da Síria, ajun­
tou todas as suas forças; c trinta e dois reis, e 
cavalos, e carros havia com ele; e subiu, e cercou a 
Samaria, c pelejou contra cia”.
Assembléias ordenadas podem incluir assembléi­
as para fazer concerto: “Então, disse Abner a Davi: 
Eu me levantarei, e irei, e ajuntarei ao rei, meu se­
nhor, todo o Israel, para fazerem aliança contigo" 12
JUNTAR 160 JUNTO
Sm 3.21). Em várias instâncias, assembléias são 
“convocadas” para atividades de adoração pública: 
“Congregai todo o Lsrael em Mispá. [...] E congre­
garam-se em Mispá, e tiraram água, e a derramaram 
perante o SENHOR, e jejuaram aquele dia” (1 Sm 
7.5.6; cf. J1 2.16).
Quando qãbaís aparece no radical intensivo, na 
maioria das vezes Deus é o sujeito. Este uso conota 
que algo vai ter como resultado o que não acontece­
ria se as coisas fossem deixadas sozinhas. O verbo é 
usado neste sentido para se referir ao “julgamento 
divino” : “Como se. ajuntam a prata, e o bronze, e o 
ferro, e o chumbo, e o estanho no meio do forno, 
para assoprar o fogo sobre eles, a fim de se fundi­
rem, assim vai ajuntarei na minha ira e no meu 
furor” (Ez 22.20). O termo qãbaís também é aplica­
do à “libertação divina”: “O SENHOR, teu Deus, te 
fará voltar do teu cativeiro, e se apiedará de ti, e 
tornará a ajuntar-te dentre todas as nações entre as 
quais te espalhou o SENHOR, teu Deus” (Dt 30.3).
Uso especial do verbo qãbaís aparece em .112.6, 
a saber, “arder” ou “arder de excitação” ou “empa­
lidecer” : “Diante deles, tremem os povos; todos os 
rostos empalidecem” (ARA).
'ãsaph (^ÇX): “ajuntar, recolher, retirar”. Este 
verbo também aparece no acadiano. ugarítico, fenício 
e aramaico. E atestado em todos os períodos da 
literatura bíblica e ocorre cerca de 200 vezes.
Basicamente, ’ãsaph se refere a “trazer objetos 
para um ponto comum”. Isto pode significar “ajun­
tar” ou “recolher” algo como, por exemplo, comi­
da. A primeira ocorrência é quando Deus disse a 
Noé que “ajuntasse” comida para ele (Gn 6.21). 
Eventualmente, a comida devia entrar na arca. Este 
verbo também sc refere a “ajuntar” comida na épo­
ca da colheita ou “colher” : “Também seis anos se- 
mearás tua terra e recolherás os seus frutos” (Ex
23.10). Segundo Reis 22.4 não se refere ao proces­
so de sair e ajuntar algo, mas a ficar parado como 
alguém que lhe traz dinheiro. Note também Gn 
29.22: “Então, ajuntou Labão todos os varões da­
quele lugar c fez um banquete” ; este versículo 
enfoca semelhantemente o produto final do ajun­
tamento. Mas aqui o “ajuntador” não ajunta fisi­
camente o que é “ajuntado”. Ele é apenas o ímpeto 
ou a causa ativa para o ajuntamento de todos aque­
les homens. Deus pode “ajuntar” alguém a seus 
pais. isto é. fazê-lo morrer (2 Rs 22.20). Aqui a 
ênfase está no produto final e em Deus como o 
agente que “ajunta”.
O termo ’ãsaph representa não só o processo de
levar coisas para um lugar comum: também repre­
senta “levar” coisas para si mesmo. Depois que a 
colheita era colhida (“ajuntada”) na eira e no lagar de 
vinho, é que a Festa dos Tabernáculos devia ser 
celebrada (Dt 16.13). Em Dt 22.2, o homem deve 
“recolher" em sua casa (levar para casa e cuidar de) 
o animal perdido cujo dono não pôde ser achado. 
Desta maneira. Deus “recolhe” para Si os que são 
abandonados por suas famílias (SI 27.10). Aplica­
ção especial desta acepção é “dar hospitalidade”: 
“E entrando ele, assentou-se na praça da cidade, 
porque não houve quem os recolhesse em casa para 
ali passarem a noite" (Jz 19.15). “Ajuntar” também 
significa “ser consumido por” — Deus promete que 
as pessoas integrantes do Seu povo “nunca mais 
serão consumidas pela fome na terra” (Ez 34.29). 
Finalmente, usado deste modo o verbo significa “re­
colher”. como quando Jacó “recolheu os pés na 
cama” (Gn 49.33, ARA).
A terceira ênfase é a “retirada” ou “remoção” de 
algo; a ação é vista da perspectiva de alguém que 
perde algo porque alguém o tomou (“recolheu”). 
No SI 85.3, a “cessação da indignação” representa 
este tipo de “retirada” de quem fala. Assim, a raiva 
“desaparece” : "Desviaste-le do ardor da tua ira”. 
Compare também a declaração de Raquel no nasci­
mento de José: “Tirou-me Deus a minha vergonha” 
(Gn 30.23). Neste caso. Raquel fala da “destruição” 
da sua vergonha. “Ajuntar a alma” é “perder” a vida 
(Jz 18.25). Deus também pode ser o agente que 
“ajunta” ou “colhe uma alma”: “Não colhas a minha 
alma com a dos pecadores” (SI 26.9). Neste sentido,
'ãsaph pode significar “ser curado” de uma doença: 
“Tomara que o meu senhor estivesse diante do pro­
feta que está em Samaria; ele o restauraria da sua 
lepra” (2 Rs 5.3).
JUNTO
A. Advérbios.
yahad ("líT): “junto, juntamente, semelhantemen­
te, tudo de uma vez, todos juntos”. O termo yahad 
aparece cerca de 46 vezes e em todos os períodos 
do hebraico bíblico.
Usado como advérbio, a palavra enfatiza uma 
pluralidade na unidade. Em alguns contextos, a co­
notação está na ação comum. Golias desafiou os 
israelitas, dizendo: “Disse mais o filisteu: Hoje, 
desafio as companhias de Israel, dizendo: Dai-me 
um homem, para que ambos pelejemos” (1 Sm
17.10). Às vezes, a ênfase está no lugar comum: “E 
sucedeu que os restantes sc espalharam, que não
JUNTO 161 JURAR
ficaram dois deles juntos” (1 Sm 11.11). A palavra 
pode ser usada para designar estar no mesmo lugar 
ao mesmo tempo: “E os entregou na mão dos 
gibeonitas, os quais os enforcaram no monte, pe­
rante o SENHOR; e caíram estes sete juntamente' 
(2 Sm 21.9). Em outras passagens, yahad significa 
"ao mesmo tem po”: "Oh! Se a minha mágoa 
retamente se pesasse, e a minha miséria juntamente 
se pusesse numa balança!” (Jó 6.2).
Em muitos contextos poéticos, yahad é sinôni­
mo próximo de kullâm, “conjuntamente” . Porém, 
yahad é mais enfático e significa “tudo de uma vez, 
tudo junto”. Em Dt 33.5 (primeira ocorrência bíbli­
ca), a palavra é usada enfaticamente e significa “to­
dos juntos” ou “todos eles juntos”: “E o SENHOR 
foi rei em Jesurum, quando se congregaram [juntos] 
os cabeças do povo com as tribos de Israel". Con­
fronte: “Certamente que os homens de classe baixa 
são vaidade, e os homens de ordem elevada são 
mentira; pesados em balanças, eles juntos são mais 
leves do que a vaidade" < SI 62.9). Em tais contextos. 
yahad enfatiza a totalidade de determinado grupo 
(cf. SI 33.15).
A palav ra yahad também enfatiza que coisas são 
"semelhantes" ou que a mesma coisa vai acontecer a 
todos: "Perecem igualmente o louco e o bruto e 
deixam a outros os seus bens" (SI 49.10).
yahdãw (■'nn;): "todos semelhantemente, igual­
mente. tudo de uma vez, todos juntos”. A segun­
da forma adverbial, yahdãw ocorre em torno de 
92 vezes. Também fala de ação comum (“um con­
tra o outro”, Di 25.11), lugar comum (“juntos”, 
Gn 13.6, primeira ocorrência bíblica desta forma) 
e tempo comum (ou seja, “logo que deito, dur­
m o", SI 4.8, veja ARA). Em outros lugares, 
yahdãw também é sinônimo de kullâm, “conjun­
tamente”. Em Is 10.8, yahdãw significa “todos 
juntos” ou "igualmente”: “Não são meus prínci­
pes todos eles reis?” Em Êx 19.8, esta palavra 
implica “tudo de uma vez” como também “todos 
juntos": “Então, todo o povo respondeu a uma 
voz ". O sentido “semelhantemente” aparece em 
Dt 12.22: "Porém, como se come o corço e o 
veado, assim comerás; o imundo e o limpo jun ta­
mente comerão delas”.
B. Verbo.
O verbo yahad querdizer “unir-se. encontrar- 
se” . Este verbo ocorre na Bíblia quatro vezes e 
iem cognatos no aram aico, ugarítico . árabe, 
eticpico e acadiano. Temos uma ocorrência em 
Gr. 49.6: "N'o seu secreto conselho, não entre
minha alma; com a sua congregação, minha glória 
não se ajunte
C. Substantivos.
Yãhid ( t í t ) : “a própria pessoa, único, solitário, 
sozinho”. Esta palavra ocorrc 12 vezes como subs­
tantivo ou como adjetivo. O termo yãhid tem 
cognatos no ugarítico, aramaico e siríaco. A palavra 
pode ser usada com o significado de “eu. a minha 
alma”: “Livra a minha alma da espada e a minha 
predileta [“vida”, ARA; ou “única”], da força do 
cão” (SI 22.20; cf. SI 35.17).
Às vezes, esta palavra significa “único”: “Toma 
agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem 
amas” (Gn 22.2. primeira ocorrência bíblica da pa­
lavra). Em duas passagens, esta palavra quer dizer 
“solitário" ou "sozinho": "Olha para mim e tem 
piedade de mim. porque estou solitário [“sozinho”. 
ARA] e aflito" (SI 25.16: cf. SI 68.6 j.
O substantivo yãhad ocorre só uma vez com o 
significado de "unidade". Davi disse aos benjamitas: 
"Se vós vindes a mim pacificamente e para me aju­
dar, o meu coração se unirá convosco [estou pronto a 
me tomar um (ou a me unir) convosco]” (1 Cr 12.17). 
Este uso da palavra como substantivo é incomum.
JURAR
shãba‘ (vy.?'): “jurar, fazer juramento”. Esta é 
uma palavra comum ao longo da história do idioma 
hebraico. O fato de ela ocorrer mais de 180 vezes na 
Bíblia hebraica também atesta sua importância. O 
termo sliãba‘ aparece pela primeira vez na Bíblia 
hebraica em Gn 21.23,24, onde Abimeleque pede 
para Abraão: “Jura-me aqui por Deus que me não 
mentiras a mim, nem a meu filho. [...] E disse Abraão: 
Eu jurarei".
“Jurar” ou “fazer juramento” é confirmar uma 
promessa com veemência. Josué instrui os espiões 
com relação à Raabe de Jericó: “Entrai na casa da 
mulher prostituta e tirai de lá a mulher com tudo 
quanto tiver, como lhe tendes jurado" (Js 6.22). 
Davi e Jônatas confirmaram vigorosamente o amor 
que tinham um pelo outro com um juramento (1 Sm
20.17). Submissão a Deus é empenhada por jura­
mento (Is 19.18). Sofonias condena os sacerdotes 
“que se inclinam jurando ao SENHOR e juram por 
Malcã [o deus dos amonitasj” (Sf 1.5). Ao fazer e 
sustentar Suas promessas aos homens, Deus “jura" 
por Si mesmo. Deus disse a Abraão, depois da pro­
va envolvendo a ordem dc sacrificar o filho Isaque: 
“Por mim mesmo, jurei, diz o SENHOR, porquanto 
fizeste esta ação e não me negaste o teu filho, o teu
JURAR 162 JUSTIFICAR-SE
único, que deveras te abençoarei” (Gn 22.16,17; cf. 
Is 45.23; Jr 22.5). Deus também “jura" por Sua 
santidade (Am 4.2).
A raiz do verbo “jurar'’ e a raiz do algarismo 
"‘sete” são as mesmas em hebraico, e considerando 
que o número sete é o “número perfeito”, alguns 
conjeturam que “jurar" é a de alguma maneira “sete 
a si mesmo”, assim ligando a si mesmo com sete 
coisas. Talvez isto seja comparado pelo uso de 
“sete", quando Sansão se deixou amarrar por sete 
cordas de vime frescas (Jz 16.7) e permitiu que fos­
sem tecidas sete tranças com os cabelos da sua ca­
beça (Jz 16.13). A relação entre “jurar” e “sete” são 
inconclusivas.
JUSTIFICAR-SE
A. Verbo.
tsãdaq (p^S): “justificar-se, ser justo, estar no 
direito, ser justificado, fazer justiça”. Este verbo, 
que aparece menos de 40 vezes no hebraico bíblico, 
é derivado do substantivo tsedeq. Em nenhum lugar 
a questão da justiça é mais apropriada do que no 
problema do sofrimento do justo apresentado em
V
Jó, onde o verbo ocorre 17 vezes. A parte do Livro 
de Jó. a freqüência de tsãdaq nos diversos livros e 
pequena. A primeira ocorrência do verbo está em 
Gn 38.26, onde Judá admite que Tamar estava no 
seu direito: "Mais justa é ela do que eu, porquanto 
não a tenho dado a Selá, meu filho”.
O significado básico de tsãdaq é “ser justo”. É 
um termo legal que envolve todo o processo de jus­
tiça. Deus é "justo" em todas as Suas relações e, em 
comparação com Ele, o homem não é justo: "Seria, 
porventura, o homem mais jusio do que Deus?” (Jó
4.17). Em certo sentido derivado, o caso apresenta­
do pode ser caracterizado como causa justa em que 
todos os fatos indicam que a pessoa será inocentada 
de todas as acusações. Isaías convocou as nações 
para apresentar testemunhas que testemunhassem 
que o caso delas era certo: “Apresentem as suas 
testemunhas, para que se justifiquem, e para que se 
ouça, e para que se diga: Verdade é” (Is 43.9). Jó se 
preocupava com o seu caso e o defendeu diante dos 
amigos: “Ainda que eu fosse justo, lhe não respon­
deria; antes, ao meu juiz pediria misericórdia” (Jó
9.15). O termo tsãdaq também é usado com o signi­
ficado do resultado do veredicto, quando o homem 
é pronunciado “justo” e é judicialmente inocentado 
de todas as acusações. Jó acreditava que, no final 
das contas, o Senhor o vindicaria contra os seus 
oponentes (Jó 13.18).
Em seu padrão causativo, o significado do ver­
bo traz mais claramente o sentido de pronuncia­
mento judicial de inocência: “Quando houver con­
tenda entre alguns, e vierem a juízo para que os 
juizes os julguem, ao justo [saddiq] justificarão 
[t.íí7í/í/q] e ao injusto condenarão” (Dt 25.1). Os 
israelitas foram incumbidos de apoiar a justiça em 
todas as áreas da vida. Quando o sistema de tribu­
nal falhava por causa de corrupção, o ímpio era 
falsamente "justificado” e o pobre privado da jus­
tiça por causa de acusações fabricadas. Absalão 
ganhou muitos partidários prometendo justiça aos 
proprietários de terras (2 Sm 15.4). Deus assegu­
rou a Israel que. no fim, a justiça seria feita: “Não 
perverterás o direito do teu pobre na sua demanda. 
De palavras de falsidade te afastarás e não matarás 
o inocente e o justo: porque não justificarei o ímpio” 
(Êx 23.6,7). O justo seguia o exemplo de Deus. O 
salmista exorta as pessoas a mudar o sistema judi­
cial: "Defendei ti pobre e o órfão; fazei justiça ao 
aflito e necessitado” (SI 82.3).
A última esperança de Jó estava na declaração de 
Deus de justificação. O Antigo Testamento está de 
acordo com esta esperança. Quando a injustiça pre­
valece. Deus é aquele que “justifica”.
A Septuaginta traduz o verbo por dikaiaõ (“fa­
zer justiça. vindicar").
B. Substantivos.
tsedeq ( '!): Wdãqãh (n~Ti): “justiça". Es­
tes substantivos vêm de uma raiz semítica que 
ocorre no hebraico, fenício e aramaico com um 
sentido jurídico. No fenício e no aramaico antigo, 
a palavra traz o sentido de "lealdade” demonstra­
da por um rei ou sacerdote como servo do seu 
deus. Nestas línjzuas, uma forma da raiz é combi- 
nada com outras palavras ou nomes, particular­
mente com o nome de uma deidade, nos nomes de 
reis. No Antieo Testamento conhecemos o nome 
Melquisedeque ("rei da justiça”). Significado mais 
limitado da raiz é encontrado no árabe (um idio­
ma semítico do sul): “veracidade” (de proposi­
ções). No hebraico rabín ico , o substantivo 
tsedãqãh significa “esmolas” ou “demonstrações 
de misericórdia” .
A palavra ts‘dãqãh, que ocorre 157 vezes, é 
encontrada ao longo do Antigo Testamento (com 
exceção de Êxodo, Levítico, 2 Reis. Eclesiastes, 
Lamentações de Jeremias, Habacuque e Sofonias). 
O termo tsedeq, que aparece 119 vezes, é encon­
trado principalmente na literatura poética. O pri­
meiro uso de tsedeq é: “Não fareis injustiça no

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