Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

ATIVIDADE 3
Você conhece o hip-hop e a street dance? Leia o trecho de uma notícia que trata do protagonismo 
feminino por meio do hip-hop.
Grupo de hip-hop criado por estudantes 
incentiva protagonismo feminino em AL
O protagonismo juvenil vem, cada vez mais, sendo trabalhado nas escolas da rede estadual 
– nas unidades de ensino integral, essa valorização do estudante na produção de sua própria 
história é ainda mais potencializada. A busca pela voz ativa fez com que quatro alunas da 
Escola Estadual Maria Salete Gusmão de Araújo, de Maceió, participantes do grupo GDP 
[Grupo da Periferia], escrevessem uma canção sobre autoestima e independência feminina, 
com direito a videoclipe [...].
As Senhoritas – Yngrid Taynar (MC 
Tay) e Syberlen Noberto (MC Belle) 
são integrantes do GPD desde sua 
criação. Junto com Naahliel Cristine 
e Izabella Vitória, que entraram este 
ano, as jovens criaram o seu próprio 
grupo, intitulado “As Senhoritas” e 
responsável pelo single “Toda mina 
é uma rainha e não precisa de um 
rei”. A canção aborda temas como a 
autoestima, a independência e o em-
poderamento femininos.
De acordo com Yngrid, a escolha do 
tema se deu pela vontade de retratar 
a realidade da mulher. Suas letras re-
latam a experiência das mulheres ne-
gras e da periferia e como a sociedade 
se relaciona com estas mulheres.
Para Syberlen, o ingresso no mundo do hip-hop e do rap fez com que ela passasse a observar ainda 
mais o cotidiano ao seu redor. “Eu não achava que faria uma diferença imensa na minha vida – 
em casa, na escola. Tive um despertar do senso crítico e comecei a enxergar as coisas de um modo 
diferente. No rap, ponho nas letras a nossa convivência e de outras mulheres, coisas que elas pas-
sam, para elas não acharem que estão sozinhas. A gente coloca na letra o que queremos que elas 
escutem”, relata a estudante. [...]
Escola e comunidade – As garotas são tão animadas e envolvidas com o projeto que começaram a 
repassar os conhecimentos adquiridos para outras pessoas da comunidade. Numa academia próxi-
ma, as jovens reúnem garotas e garotos que se interessam pelo estilo musical para produzir compo-
sições próprias e re�etir sobre temas corriqueiros que in�uenciam suas vidas, trabalhando também 
o respeito às diferenças ideológicas.
LIMA, Ana Carolina. Grupo de hip-hop criado por estudantes incentiva protagonismo feminino em AL. 
Consed, 5 set. 2019. Disponível em: http://www.consed.org.br/central-de-conteudos/grupo-de-hip-hop-criado- 
por-estudante-incentiva-protagonismo-feminino-em-al. Acesso em: 27 dez. 2019.
Grupo As Senhoritas, em foto de 2019.
M
C
 T
ri
b
o
/N
a
 B
a
s
e
 d
a
 C
u
lt
u
ra
Não escreva no livro
59
PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 59PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 59 2/27/20 3:40 PM2/27/20 3:40 PM
http://www.consed.org.br/central-de-conteudos/grupo-de-hip-hop-criado-por-estudante-incentiva-protagonismo-feminino-em-al
http://www.consed.org.br/central-de-conteudos/grupo-de-hip-hop-criado-por-estudante-incentiva-protagonismo-feminino-em-al
Usando um computador ou um telefone celular, digite hip-hop, dança de 
rua ou street dance na barra de busca do navegador e pesquise vídeos que 
mostrem a presença dessa prática entre os adolescentes e jovens no Brasil. 
A dança de rua, surgida nos guetos estadunidenses na década de 1930, mes-
cla movimentos coordenados e harmoniosos. Ela ganhou notoriedade com 
a explosão do movimento funk e a dança do cantor estadunidense James 
Brown (1933-2006). 
Depois de assistir a vídeos de dança de rua, reúnam-se em grupos e pesqui-
sem estilos de dança urbana. Digitem na barra de busca do computador as 
palavras locking, popping e hip-hop freestyle. Assistam a alguns vídeos e 
tentem reproduzir os movimentos dos dançarinos. Dependendo do interesse 
de cada grupo é possível criar uma pequena coreografia, que pode ter cerca 
de 1 minuto, por exemplo, e se apresentar para a turma. 
a) Como vimos, são várias as formas de os jovens se relacionarem com o cor-
po: dançando, jogando capoeira, praticando outros esportes. Com que ativi-
dades tratadas até aqui você mais se identificou? O que gostaria de apren-
der ou explorar mais? Converse com os colegas a respeito desse assunto. 
b) Com base no que foi conversado na questão anterior, que práticas corporais 
você e os colegas gostariam de incorporar ao Festival de Culturas Juvenis 
da turma? Vejam a seguir algumas orientações que podem ajudá-los a orga-
nizar as oficinas de práticas corporais que comporão o evento.
Respostas pessoais.
Resposta pessoal.
gueto
bairro habitado por 
minorias social e 
economicamente 
marginalizadas.
COMO FAZER UMA OFICINA DE PRÁTICAS CORPORAIS
1. Para começar, você e os colegas devem decidir 
que oficinas serão realizadas durante o festival. 
Vocês podem promover oficinas de capoeira, de 
danças urbanas, de parkour ou de outras práticas 
corporais que sejam significativas para a turma.
2. Após definir as oficinas, escolham um ou 
mais colegas para liderar as atividades. 
Preferencialmente, esses estudantes devem ter 
familiaridade com a prática ou interesse em 
pesquisá-la. 
3. Estipulem a duração de cada oficina. Para 
manter o interesse do público, o ideal é destinar 
de 30 minutos a 1 hora para cada vivência. 
4. Determinado o tempo total da oficina, pensem 
em como ela será organizada, decidindo que 
atividades vão fazer parte da vivência e a ordem 
em que elas serão realizadas. É possível dividir a 
oficina em uma parte teórica e uma parte prática, 
por exemplo, ou intercalar teoria e prática. 
5. Preparem um roteiro da oficina para não 
esquecer nenhum detalhe. Lembrem-se de 
anotar também todos os recursos e material 
necessário (colchonetes, aparelho de som, 
instrumentos musicais, etc.) e de 
providenciá-los com antecedência. 
6. Antes da oficina, também é importante 
escolher o local em que ela será realizada e 
fazer uma visita técnica para verificar se é 
necessária alguma adaptação do espaço. Para 
que o público realize as práticas corporais 
com conforto e segurança, o ideal é escolher 
instalações amplas e arejadas, como o pátio ou 
a quadra de esportes. Se for utilizada uma sala 
de aula, pode ser necessário afastar os móveis 
para ampliar o espaço de circulação disponível. 
7. Dependendo do tamanho do evento, pode 
ser necessário solicitar a inscrição prévia dos 
participantes de cada oficina. Nesse caso, 
um convite pode ser enviado por e-mail ou 
publicado nas redes sociais. É importante 
incluir no convite algumas informações básicas, 
como título da oficina, nome dos ministrantes, 
local onde será realizada, duração, quantidade 
mínima e máxima de participantes, público-alvo, 
tipo de roupa que deve ser usado, etc.
J
a
zz
 A
rc
h
iv
 H
a
m
b
u
rg
/a
k
g
-i
m
a
g
e
s
/
A
lb
u
m
/F
o
to
a
re
n
a
Depois de todas as apresentações, proponha aos estudantes que conversem sobre aquelas 
que se destacaram, seja pela criatividade dos passos, seja pela habilidade dos dançarinos.
James Brown foi 
cantor, dançarino, 
compositor e 
produtor musical. 
Brown influenciou 
artistas e tornou-se 
referência em ritmos 
como o soul e o 
funk.
60
PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 60PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 60 2/27/20 3:40 PM2/27/20 3:40 PM
ETAPA 4
As vivências juvenis também envolvem a autodescoberta e a experimentação de linguagens e 
formas de expressão diversas, que ajudam adolescentes e jovens a ampliar seus interesses e sua 
capacidade de refletir sobre a vida, seus sentimentos e seus projetos de vida.
Assim, além da música e das práticas corporais, uma forma de expressão que pode fazer parte das 
culturas juvenis é a escrita literária. Na forma de poemas, raps, cordéis, repentes, slams, histórias 
em quadrinhos ou na forma de contos, a experimentação da escrita pode ajudar a definir inte-
resses e a expressar o mundo interior de cadaum de nós. Nesta etapa, vamos explorar algumas 
dessas possibilidades.
Cora Coralina 
(1889-1985) é o 
pseudônimo da 
poetisa goiana 
Anna Lins dos 
Guimarães Peixoto 
Bretas. Apesar de 
escrever desde a 
adolescência, teve 
seu primeiro livro 
publicado apenas 
em 1965, quando 
já estava perto de 
completar 76 anos 
de idade. Doceira de 
profissão e distante 
dos grandes centros, 
produziu uma obra 
que retrata o interior 
do Brasil e a vida 
cotidiana permeada 
de lirismo.
L
u
iz
 G
e
v
a
e
rd
/E
s
ta
d
‹
o
 C
o
n
te
œ
d
o
ATIVIDADE 1
Você vai ler a seguir alguns poemas que tematizam a infância, a adolescência 
e a vida adulta e que podem estimulá-lo a refletir sobre essas diferentes fa-
ses da vida e, de certo modo, sobre o que é ser jovem. Leia os poemas com 
um colega e pensem sobre suas preferências e sobre qual poeta conseguiu 
expressar melhor, no modo de ver de vocês, as questões relacionadas à fase 
que estão vivendo.
Poema 1
Assim eu vejo a vida
A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa digni�car
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver
CORALINA, Cora. Assim eu vejo a vida. In: CHAVES, Adriana. Família encontra 
poemas inéditos de Cora Coralina. Folha de S.Paulo, 4 jul. 2001. Ilustrada, p. E1.
Após a morte da poetisa Cora Coralina, seus amigos e familiares criaram o 
Museu Casa de Cora Coralina, em 1985. Acesse o site da instituição para saber 
mais. Lá, também é possível fazer uma visita virtual. Disponível em: http://
www.museucoracoralina.com.br/. Acesso em: 17 dez. 2019.
SE LIGA
Não escreva no livro
61
PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 61PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 61 2/27/20 3:40 PM2/27/20 3:40 PM
Sérgio Vaz (1964-) 
é um poeta paulista. 
Fundou, em 2000, 
a Cooperativa 
Cultural da Periferia 
(Cooperifa). É 
também o criador do 
Sarau da Cooperifa, 
que reúne centenas 
de pessoas todas as 
semanas na Zona Sul 
de São Paulo com o 
objetivo de ler e criar 
poesia.
Assista a Cacaso na corda bamba. Direção de Joaquim Salles e PH Souza. 
Produção: Luiz Salazar e PH Souza. Brasil: Cafeína Produções; Imagin&Som, 
2016 (1 h 28 min). Documentário que aborda a vida e a obra do autor. 
Disponível em: https://canalcurta.tv.br/filme/?name=cacaso_na_corda_bamba. 
Acesso em: 17 dez. 2019.
SE LIGA
A Cooperifa é um movimento cultural que promove atividades poéticas no 
bairro do M’Boi Mirim, na periferia de São Paulo, como sessões de cinema, 
feiras de livros, mostras de arte e o Sarau da Cooperifa, o principal evento da 
cooperativa, que busca aproximar a comunidade da poesia. Acesse o site da 
Cooperifa e conheça as iniciativas culturais desenvolvidas pela cooperativa. 
Disponível em: http://cooperifa.com.br/. Acesso em: 17 dez. 2019.
Assista também a uma entrevista de Sérgio Vaz ao jornalista Claudiney 
Ferreira no programa Jogo de Ideias (2008, 27 min). Nessa entrevista, o 
poeta fala dos Objetivos do Sarau da Cooperifa, criado em 2001, e do seu 
compromisso com a literatura e com a cidadania. Disponível em: https:// 
youtu.be/PKZ9TO_YCnM. Acesso em: 17 dez. 2019.
SE LIGA
E
rn
e
s
to
 R
o
d
ri
g
u
e
s
/E
s
ta
d
ã
o
 C
o
n
te
ú
d
o
Antônio Carlos de 
Brito, o Cacaso 
(1944-1987), foi 
um poeta e letrista 
mineiro. Fez parte da 
chamada Geração 
Mimeógrafo, que 
escrevia uma poesia 
que ficou conhecida 
como marginal, 
vendida em livretos 
produzidos de forma 
artesanal.
M
. 
D
a
v
i 
d
e
 B
a
rr
o
s
/F
o
lh
a
p
re
s
s
Poema 3
Idade madura
Meu coração anda inquieto e sufocado como
na infância
nas noites de tempestade. É risonho meu futuro?
Minha solidão é indescritível
BRITO, Antônio Carlos. Lero-lero. São Paulo: Cosac Naify, 2012. p. 96. 
Poema 2
Inf‰ncia 
A infância 
era um lugar sem palácios
mas encantado.
Lá, as meninas usavam
sapatinhos de cristal 
e eram todas princesas.
Os meninos 
calçavam chuteiras
e se transformavam em reis.
Seguiam assim, eternos...
sem deixar rastros,
pisavam nas nuvens.
VAZ, Sérgio. Colecionador de pedras. São Paulo: Global, 2013. p. 61.
62
PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 62PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 62 2/27/20 3:40 PM2/27/20 3:40 PM
Para conhecer mais trabalhos de Paulo Leminski, acesse o site dedicado à sua 
obra. Disponível em: http://www.pauloleminski.com.br/. Acesso em: 17 dez. 
2019.
SE LIGA
livre-doc•ncia
mais alto grau 
de titulação 
acadêmica, obtido na 
universidade por meio 
de concurso.
Poema 4
quando eu tiver setenta anos
então vai acabar esta adolescência
vou largar da vida louca
e terminar minha livre-docência
vou fazer o que meu pai quer
começar a vida com passo perfeito
vou fazer o que minha mãe deseja 
aproveitar as oportunidades
de virar um pilar da sociedade
e terminar meu curso de direito
então ver tudo em são consciência
quando acabar esta adolescência
LEMINSKI, Paulo. Toda poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 55.
Paulo Leminski 
(1944-1989) foi um 
poeta curitibano. 
Como letrista, 
fez parceria com 
músicos como 
Caetano Veloso e 
com o grupo A cor 
do som. Conhecido 
como poeta 
samurai, tinha como 
interesses o cinema, 
as artes visuais, o 
judô e a língua e a 
cultura japonesas.
J
u
v
e
n
a
l 
P
e
re
ir
a
/E
s
ta
d
ã
o
 C
o
n
te
ú
d
o
a) No poema de Sérgio Vaz, a infância é retratada como um tempo de sonhos e 
fantasias, em que meninas sonham em ser princesas e meninos jogadores de 
futebol. Você concorda com as ideias do poema? Quais eram seus sonhos 
de infância?
b) O poema de Cacaso, diferentemente do de Sérgio Vaz, localiza na infância 
certa angústia e solidão. Você se identifica com esses sentimentos? Eles es-
tiveram mais presentes em sua infância ou surgiram agora, na adolescência? 
Troque ideias com um colega.
c) Cora Coralina trata no poema aqui apresentado dos obstáculos e das lutas 
que mulheres como ela, que nasceram no século XIX, tiveram que travar na 
vida. Você acredita que a condição feminina é diferente hoje, no século XXI? 
Que “contradições e lutas” as mulheres de hoje ainda têm de enfrentar?
d) O poema de Leminski trata de um embate juvenil: o desejo dos pais versus 
o desejo do eu poético de continuar sendo um adolescente, postergando 
a entrada no mundo adulto e a assunção de responsabilidades. Você e sua 
família conversam sobre seu futuro? Seus pais ou responsáveis costumam 
opinar sobre ele? Você se sente confortável com isso? Como você imagina 
que seja fazer parte do mundo adulto? Converse a respeito dessas questões 
com os colegas.
e) Agora é sua vez! Você conhece algum poema que defina o que é ser jovem 
para você? Qual? Anote esse poema em seu caderno de registro de ideias. 
Se preferir, você mesmo pode escrever um poema ou letra de canção que 
defina o que é ser jovem hoje. Os poemas e as letras de canção selecionados 
ou produzidos pela turma serão exibidos ao público durante o Festival de 
Culturas Juvenis.
Respostas pessoais.
Respostas pessoais.
Respostas pessoais.
Respostas pessoais.
63
PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 63PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 63 2/27/20 3:40 PM2/27/20 3:40 PM
Você provavelmente já ouviu algum rap. O rap é um dos elementos que com-
põem o movimento hip-hop. Já vimos, neste projeto, outra manifestação des-
sa cultura: a dança de rua. No texto a seguir, leia um pouco mais sobre o 
surgimento do rap na capital paulista.
A princípio, no início dos anos 80, os hip hoppers conheceram o break, 
e dançavam nas pistas dos salões de baile, até chegarem às ruas da 
capital, no pioneirismo de Nelson Triunfo – a quem costumamos nos 
referir como o “guru” do hip-hop. O gra�techegou quase simultanea-
mente ao break – e as revistas importadas auxiliaram nessas novas 
descobertas. [...]
Mas, em meados dos anos 80, chegou o “tagarela” – sim, o rap não era 
rap, era um ritmo engraçado, rápido e divertido que de imediato fora 
apelidado por tagarela. 
Os grupos de hip hoppers interessados e identi�cados com esse movi-
mento juvenil, nascido na periferia e cuja força se concentra na música 
de origem negra, passaram a pesquisá-lo, difundindo-o no país. For-
maram grupos de dança que se exibiam na rua 24 de Maio e depois na 
Estação São Bento do Metrô. De posse de informações mais detalhadas, 
foram apresentados ao rap e por intermédio dele investiram na sua 
criatividade, passando a fazer letras de música cujo conteúdo expres-
sasse a realidade de suas vidas.
ANDRADE, Elaine Nunes de. Hip-hop: movimento negro juvenil. In: ANDRADE, Elaine 
Nunes de (org.). Rap e educação, rap é educação. São Paulo: Summus, 1999. p. 88.
ATIVIDADE 2
O clipe da música “God’s plan”, do rapper canadense Drake (1986-), já 
alcançou mais de 1 bilhão de visualizações e mostrou quanto o rap ainda 
mantém uma relação direta com as comunidades periféricas. Assista ao 
videoclipe no canal oficial do artista em um site de compartilhamento de 
vídeos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=xpVfcZ0ZcFM. 
Acesso em: 20 dez. 2019.
SE LIGA
Leia a seguir a letra da música “A ordem natural das coisas”, do rapper pau-
lista Emicida (1985-), com participação de MC Tha (1993-). Essa música trata 
da vida cotidiana nas periferias brasileiras.
A ordem natural das coisas
[Emicida]
A merendeira desce, o ônibus sai
Dona Maria já se foi, só depois é que o Sol nasce
De madruga que as aranha tece no breu
E amantes ofegantes vão pro mundo de Morfeu
E o Sol só vem depois
O Sol só vem depois
É o astro rei, ok, mas vem depois
O Sol só vem depois
Leandro Roque de 
Oliveira, conhecido 
como Emicida, 
é um rapper e 
compositor paulista 
que coleciona 
vitórias em batalhas 
de improvisação. 
O artista criou 
um acrônimo 
para o seu nome 
artístico: E.m.i.c.i.d.a. 
(Enquanto minha 
imaginação 
compuser 
insanidades domino 
a arte).
K
a
ri
m
e
 X
a
v
ie
r/
F
o
lh
a
p
re
s
s
Não escreva no livro
64
PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 64PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 64 2/27/20 3:40 PM2/27/20 3:40 PM
Anunciado no latir dos cães, no cantar dos galos
Na calma das mães, que quer o rebento cem por cento
E diz: Leva o documento, son
Na São Paulo das manhã que tem lá seus Vietnã
Na vela que o vento apaga, afaga quando passa
A brasa dorme fria e só quem dança é a fumaça
Orvalho é o pranto dessa planta no sereno
A Lua já tá no Japão, como esse mundo é pequeno
Farelos de um sonho bobinho que a luz contorna
Dar um tapa no quartinho, esse ano sai a reforma
O som das criança indo pra escola convence
O feijão germina no algodão, a vida sempre vence
Nuvens curiosas, como são
Se vestem de cabelo crespo, ancião
Caminham lento, lá pra cima, o firmamento
Pois no fundo ela se finge de neblina
Pra ver o amor dos dois mundos
[Emicida & MC Tha]
A merendeira desce, o ônibus sai
Dona Maria já se foi, só depois é que o Sol nasce
De madruga que as aranha tece no breu
E amantes ofegantes vão pro mundo de Morfeu
E o Sol só vem depois
O Sol só vem depois
É o astro rei, ok, mas vem depois
O Sol só vem depois
A merendeira desce, o ônibus sai
Dona Maria já se foi, só depois é que o Sol nasce
De madruga que as aranha desce no breu
E amantes ofegantes vão pro mundo de Morfeu
E o Sol só vem depois
O Sol só vem depois
É o astro rei, ok, mas vem depois
O Sol só vem depois
A ORDEM natural das coisas. Compositores: Emicida e Damien 
Seth. Intérpretes: Emicida e MC Tha. In: AmarElo. Intérprete: 
Emicida. São Paulo: Laboratório Fantasma, 2019. 
1 álbum, faixa 2.
Thais Dayane da 
Silva, a MC Tha, 
é uma cantora 
e compositora 
paulista que mescla 
elementos do funk, 
do forró, do rap e 
do pop em suas 
músicas. Nascida 
e criada na Cidade 
Tiradentes, bairro da 
Zona Leste de São 
Paulo (SP), MC Tha 
iniciou sua carreira 
na música aos 15 
anos, tornando-se a 
primeira mulher MC 
de seu bairro.
Morfeu
em inglês, “filho”.
na mitologia grega, 
deus do sonho que 
tem a habilidade de 
assumir qualquer 
forma humana e 
aparecer nos sonhos 
das pessoas.
son
O álbum AmarElo (São Paulo: Laboratório Fantasma, 2012), de Emicida, 
traz composições que buscam conectar as pessoas por meio do que elas 
têm em comum, criando elos para superar as crescentes contradições da 
contemporaneidade. Se possível, escute o álbum na íntegra.
Acesse também o site do rapper Emicida e conheça outros de seus trabalhos. 
Disponível em: http://www.emicida.com/?debug=true. Acesso em: 24 out. 2020.
SE LIGA
A
n
d
y
 S
a
n
ta
n
a
/F
u
tu
ra
 P
re
s
s
65
PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 65PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 65 25/10/20 22:0725/10/20 22:07
Agora, responda às questões a seguir.
a) Que cenas do cotidiano das periferias são destacadas nesse rap?
b) Na sua opinião, que visão a letra traz dessas cenas? Resposta pessoal.
c) Se você fosse escrever um rap que apresentasse cenas do cotidiano da co-
munidade em que vive, quais cenas você destacaria? Forme um grupo com 
mais quatro colegas, discutam as possibilidades que melhor expressem esses 
contextos e anotem as ideias no caderno de registros. Resposta pessoal.
Desde sua origem, o rap se baseia na arte do improviso. Somente depois de 
algum tempo as letras desse gênero passaram a ser escritas. A improvisação 
permanece viva nas batalhas de rima. Nelas, dois oponentes mostram seu 
talento e se desafiam por meio de versos rimados feitos no improviso. Um 
grupo de jurados ou o público que acompanha a batalha escolhe o vencedor. 
Em um slam, batalha de poesia, cada competidor declama seu texto e, ao 
final, escolhe-se um vencedor. Slam ou poetry slam significa, literalmente, 
palavra falada, um gênero poético que engloba toda literatura pensada para 
ser falada em público. Para poder participar de uma batalha de slam, o par-
ticipante tem que apresentar um texto autoral, inédito (ou seja, que não te-
nha sido apresentado em nenhuma outra batalha) e curto (de no máximo 
3 minutos). O participante deve, ainda, usar apenas a voz e o corpo para 
se manifestar, sem o acompanhamento de nenhum instrumento ou batida 
musical. Geralmente, a ordem de apresentação dos competidores, também 
chamados de slammers, é definida por sorteio.
No Brasil, desde 2012, ocorre anualmente a Festa Literária das Periferias 
(Flup). Percorrendo favelas e comunidades do Rio de Janeiro, a Flup dá voz 
a autores jovens das periferias que, em suas obras, tratam de temas relacio-
nados à juventude e ao engajamento social, como racismo, empoderamento 
de mulheres e de jovens negros, repressão policial e violência do Estado, 
exclusão de direitos, sexualidade e temática LGBTQ+.
Hoje, ocorrem slams em vários estados brasileiros, graças ao incentivo e à di-
vulgação do grupo Slam Resistência, batalha que ocorre na praça Roosevelt, no 
centro da cidade de São Paulo (SP), toda primeira segunda-feira de cada mês.
Digite na barra de busca de um computador com internet termos como “ba-
talha de rimas nacional”, “slam das minas” e “slam resistência” e assista a 
alguns dos vídeos.
Vale a pena também acessar o site da escritora e slammer paulista Mel Duarte 
(1988-) para conhecer algumas de suas poesias. Disponível em: https://www.
melduartepoesia.com.br/. Acesso em: 24 out. 2020.
SE LIGA
Mel Duarte 
nasceu na cidade 
de São Paulo 
(SP), é escritora, 
poeta, slammer e 
produtora cultural. 
Sua atuação com 
literatura começou 
em 2006 e, desde 
então, já publicou 
alguns livros, 
como Fragmentos 
dispersos (São 
Paulo: Na Função, 
2013) e Negra nua 
crua (São Paulo: 
Ijumaa, 2016), 
também publicado 
na Espanha com 
o título Negra 
desnuda cruda(Madri: Ediciones 
Ambulantes, 2018).
D
iv
u
lg
a
•
‹
o
/m
e
ld
u
a
rt
e
p
o
e
s
ia
.c
o
m
.b
r
Agora é sua vez! Você e os colegas vão organizar um slam ou uma batalha 
de rimas. Siga as instruções. 
66
PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 66PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 66 25/10/20 22:0725/10/20 22:07
https://www.melduartepoesia.com.br/
https://www.melduartepoesia.com.br/
COMO FAZER UM SLAM OU UMA BATALHA DE RIMAS
1. Reúna-se com a turma e, juntos, decidam o que vão fazer: slam ou batalha 
de rimas.
2. No caso de escolherem a batalha de rimas, selecionem uma batida de fundo 
e treinem a criação de rimas no improviso. Depois, sorteiem a ordem de 
apresentação dos oponentes. Definam também quem serão os jurados (pode 
ser a turma inteira). A cada dupla que participar, um dos oponentes vence e 
avança, até chegar ao primeiro lugar. Vocês podem definir também um tema 
para a batalha, assim cada participante pode pensar previamente em algumas 
rimas e criar outras no improviso, com base nas respostas do oponente.
3. No caso do slam, criem seus poemas previamente e os declamem. É 
possível, também, decorá-los. Vocês também podem selecionar poemas 
de escritores que admiram. Aqui também é possível definir alguns temas 
previamente, sobretudo aqueles ligados à turma: emoções, gostos, 
interesses, injustiças a serem superadas, sonhos, etc.
4. No final das apresentações, a turma decide quem é o vencedor.
5. Lembrem-se de filmar as apresentações dos colegas, assim elas poderão fazer 
parte do festival organizado por vocês! Outra opção é alguns de vocês se 
apresentarem ao vivo no festival, interagindo diretamente com a comunidade.
A poetisa Mel Duarte é uma das integrantes do Slam das Minas (SP), criado em 2016 e 
que conta com edições oficiais sempre no terceiro domingo de cada mês. 
R
e
n
a
ta
 A
rm
e
lin
/m
e
ld
u
a
rt
e
p
o
e
s
ia
.c
o
m
.b
r
67
PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 67PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 67 2/27/20 3:40 PM2/27/20 3:40 PM
ETAPA 5
As artes visuais também são uma forma de expressão bastante presente entre adolescentes e 
jovens. Principalmente nos grandes centros, intervenções na paisagem urbana fazem parte das 
práticas de diversos grupos. Nesta etapa, veremos dois exemplos de formas de expressão visual 
e suas relações com as culturas juvenis.
Você já ouviu falar do lambe-lambe? Esse pôster artístico, que pode ser de vários tamanhos, cos-
tuma ser colado em espaços públicos, em superfícies como muros e postes, com o objetivo de 
disseminar a arte e promover a reflexão crítica. Alguns lambes abordam temas como o precon-
ceito e a violência e denunciam abusos buscando formas de combatê-los e superá-los. Veja os 
exemplos a seguir.
ATIVIDADE 1
a) Que problemas esses lambes abordam?
b) Frida Kahlo (1907-1954) foi uma importante artista visual mexica-
na. Suas telas abordam questões como dores do amor, maternidade 
frustrada, raízes culturais e o sofrimento físico do corpo (ela foi ví-
tima de um acidente que a deixou com fortes dores na coluna por 
toda a vida). Contemporaneamente, tem se fortalecido como um 
símbolo de resistência feminina e uma inspiração para grupos e co-
letivos feministas. Observe o autorretrato de Frida reproduzido ao 
lado e indique semelhanças entre ele e a imagem da artista presente 
no lambe visto acima.
A questão do machismo e da violência contra a mulher.
As flores no cabelo e as sobrancelhas grossas e unidas. É interessante comentar que 
essas características da artista têm sido bastante usadas, muitas vezes até de forma 
exagerada, para caracterizá-la em retratos. Estimule os estudantes a tentar compreender 
por que a imagem de Frida Kahlo está presente no 
lambe e qual é a sua relação com a frase escrita. 
Se achar necessário, peça a eles que façam uma 
pesquisa na internet sobre a artista.
c) Você conhece outra mulher que seja símbolo da luta pelas causas das mulheres? Qual? Converse com 
um colega sobre ela e a causa que ela defende.
Você já produziu um lambe-lambe? É muito fácil. Reúna-se com os colegas e dividam-se em grupos 
para uma oficina de produção de lambes. Eles poderão ser expostos no festival que vocês vão organi-
zar no final deste projeto. Vocês também poderão organizar uma oficina de lambe-lambe no festival 
e compartilhar com a comunidade as ideias que esses pôsteres podem discutir.
Autorretrato dedicado ao 
Doutor Eloesser, de Frida Kahlo, 
1940 (óleo sobre madeira, 
59,5 cm x 40 cm).
atuantes nas questões de gênero, peça a eles que façam uma pesquisa usando celulares ou computadores.
Respostas pessoais. Se os estudantes não conhecerem mulheres 
©
 B
an
co
 d
e 
M
ex
ic
o 
D
ie
go
 R
iv
er
a 
&
 F
rid
a 
K
ah
lo
 M
us
eu
m
s 
Tr
us
t,
 M
ex
ic
o,
 D
.F
./A
U
TV
IS
, B
ra
si
l, 
20
20
@
flo
re
sn
as
ru
as
/m
el
ev
ae
m
bo
ra
.c
om
.b
r
Le
la
 B
ra
nd
ão
/E
st
úd
io
 S
in
es
te
si
a
À esquerda, lambe “Moça, se ele não 
muda, mude-se dele”, do estúdio 
Sinestesia. À direita, lambe “Nenhuma a 
menos”, do coletivo Flores nas Ruas.
Não escreva no livro
68
PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 68PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 68 2/27/20 3:40 PM2/27/20 3:40 PM

Mais conteúdos dessa disciplina