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Prévia do material em texto

a) Analise os seguintes trechos e comente o efeito de sentido provocado pelas 
expressões em destaque. 
Trecho I 
Talvez minutos apenas, talvez horas, enquanto sua sede era de anos.
Trecho II II
[...] e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando en-
tre os arbustos, espreitando, farejando.
Trecho III 
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe 
o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva.
No trecho I, ressalta-se a sede do 
menino; no trecho II, destaca-se 
a ansiedade do protagonista em 
encontrar a água; no trecho III, a 
ênfase recai na sensação de êx-
tase do menino quando descobre 
que havia beijado a estátua de 
uma mulher nua. Em geral, essas 
expressões intensifi cam as sen-
sações vivenciadas pelo menino.
A linguagem empregada nos textos literários é, muitas vezes, chamada de linguagem figurada ou conotativa, porque o escritor 
cria imagens e efeitos de sentido por meio de supressão, repetição, troca de lugar, aproximação inusitada de determinadas palavras, 
entre outros recursos. São muitas as figuras de linguagem usadas nos textos literários. Relembre algumas delas:
• A comparação aproxima elementos que têm algo em comum por meio de um elemento comparativo, em geral, a palavra como.
• A metáfora é usada para substituir o sentido usual de uma palavra por outro sentido possível. Nela, há uma comparação 
implícita, na qual os elementos que estão sendo comparados são equiparados e tornam-se equivalentes. 
• A hipérbole é uma expressão de exagero, usada para intensificar o sentido. 
BAGAGEM
b) Identifique o uso da comparação no trecho a seguir e explique-o. Que efeito de 
sentido esse uso pode provocar no leitor?
Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-
-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como 
os de uma mãe. 
c) Analise os trechos a seguir e discuta com os colegas e o professor como a figura 
da metáfora foi construída nas expressões em destaque.
 Trecho I 
Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e 
ambos andavam tontos, era o amor. 
 Trecho II 
O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. 
Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar.
Trecho III 
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A 
vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
Trecho IV 
Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta a verdade. Que 
logo o encheu de susto e logo também de um orgulho jamais sentido: ele... 
Ele se tornara homem.
 Qual dessas metáforas mais emocionou ou surpreendeu você? Comente suas 
impressões com a turma.
A brisa fresca é comparada às 
mãos de uma mãe que, com de-
dos longos, fi nos e sem peso, 
acariciam os cabelos do menino. 
O uso da comparação faz com 
que o leitor entenda, por meio da 
recordação de uma experiência vi-
vida, a sensação de prazer experi-
mentada pelo menino nessa parte 
da narrativa.
Resposta pessoal.
2 5 9CAPÍTULO 13
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Analise esta parte do parágrafo em que é relatada a história do primeiro beijo do 
garoto.
O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garo-
tada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos 
com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe.
a) Que termos foram usados para qualificar o substantivo dedos?
b) Os adjetivos e a locução adjetiva que você identificou atribuem ao substantivo 
uma carga afetiva ou apenas descrevem objetivamente os dedos? Explique sua 
resposta.
7 
 
Analise este outro fragmento do conto.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio-dia tornara-se quente e árida e ao pe-
netrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.
 Nesse contexto, que significado(s) se pode atribuir ao fato de a brisa fina tor-
nar-se quente e árida? 
8 
 
Analise mais um trecho do conto.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe 
o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva. 
Deu um passo para trás ou para a frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atôni-
to, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma 
tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.
a) Na expressão brasa viva, que qualidade o adjetivo viva dá ao substantivo?
b) Por que o menino fica perturbado, atônito?
c) Qual é o significado do adjetivo agressiva na expressão tensão agressiva?
9 
 
Releia mais este trecho do conto.
Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher 
que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida… Olhou a estátua nua.
Ele a havia beijado.
 Agora, compare-o a uma nova versão. 
Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia-se intrigado, mas não é de uma mu-
lher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida. Olhou a estátua nua, 
que ele havia beijado.
a) Em qual dos trechos o sentimento de dúvida e de perplexidade do menino tem 
mais força? Explique.
b) Em qual dos trechos a sensação de sentir-se maravilhado com o que havia acon-
tecido fica mais acentuada? Explique.
c) Qual é a importância dessas escolhas linguísticas para o desfecho da narrativa?
10 
 
Tendo estudado alguns recursos linguísticos que fazem parte do estilo de Clarice 
Lispector, compartilhe sua opinião com os colegas e o professor: Você considera a 
escrita dessa autora “única, meticulosamente estruturada”? 
Longos, finos e sem peso.
A passagem da brisa “fina” para a brisa “quente” e “árida” sinaliza 
também uma mudança no estado da personagem: a brisa, inicialmente 
suave como um carinho de mãe, algo que lhe é conhecido, transforma-se em algo não familiar, estra-
nho, que prenuncia as mudanças que vão ocorrer com a personagem.
Para responder, 
considere que a brisa 
fina é comparada a 
um carinho de mãe, 
algo familiar. Já a 
brisa quente e árida 
pode ser associada ao 
desconhecido, ao que 
está por vir.
O adjetivo viva intensifica o substantivo brasa.
Porque a situação nunca tinha sido vivencia-
da por ele. Há um real estranhamento com as reações do seu próprio corpo. 
O adjetivo agressiva denota que a tensão em seu corpo era violenta, bruta.
Para responder, 
considere os efeitos de 
sentido que podem ser 
obtidos por meio da 
pontuação.
Para responder, 
considere os efeitos 
de sentido que podem 
ser obtidos pelo uso de 
períodos curtos.
No trecho original. As ações de olhar e de beijar a 
estátua ficam ressaltadas quando são separadas 
em dois períodos curtos. Quando se isola uma ação da outra, separando-as pelo ponto final, destaca-
-se a ação relatada em cada um dos períodos.
Essas escolhas linguísticas destacam o acontecimento que fez o menino se transformar em homem.
Resposta pessoal.
NÃO ESCREVA NESTE LIVRO. 
2 6 0 CAPÍTULO 13
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NA BNCC
Competências gerais: 3, 8, 9 
Competências específicas de 
Linguagens: 1, 2, 6
Habilidades de Linguagens:
EM13LGG102, EM13LGG103, 
EM13LGG202, EM13LGG601, 
EM13LGG602
Habilidades de Língua 
Portuguesa:
• Todos os campos de atuação: 
EM13LP01, EM13LP03, EM13LP06
• Campo artístico-literário: 
EM13LP46, EM13LP49, 
EM13LP50, EM13LP52
 3ª PARADA
CASIMIRO DE ABREU E O AMOR IDEALIZADO
1 Você vai ler o poema “Rosa murcha”, escrito por Casimiro de Abreu, poeta brasileiro 
que viveu no século XIX. Sabendo que o poema também fala de um beijo de amor, 
que pistas o uso do adjetivo murcha pode dar para o leitor?
2 Ouça a primeira leituraque o professor fará do poema. 
3 O professor vai ler o poema mais uma vez, agora com pausas, para que você e os 
colegas discutam algumas questões a respeito dele.
Consulte respostas esperadas e mais informações para o trabalho com as atividades desta parada nas 
Orientações específi cas deste Manual.
Uma rosa pode ser símbolo
de beleza, de amor, de paixão. Uma rosa murcha é sinal de algo que acabou. O adjetivo murcha pode dar 
pistas de que o poema deve ser triste, melancólico, e falar de algo que morreu, que teve fi m.
Rosa murcha
Esta rosa desbotada
Já tantas vezes beijada, 
Pálido emblema de amor; 
É uma folha caída 
Do livro da minha vida, 
Um canto imenso de dor! 
Há que tempos! Bem me lembro... 
Foi num dia de Novembro: 
Deixava a terra natal,
A minha pátria tão cara, 
O meu lindo Guanabara, 
Em busca de Portugal. 
Na hora da despedida 
Tão cruel e tão sentida 
P’ra quem sai do lar fagueiro; 
Duma lágrima orvalhada, 
Esta rosa foi-me dada
Ao som dum beijo primeiro. 
Deixava a pátria, é verdade, 
Ia morrer de saudade 
Noutros climas, noutras plagas; 
Mas tinha orações ferventes 
Duns lábios inda inocentes 
Enquanto cortasse as vagas. 
E hoje, e hoje, meu Deus?! 
– Hei de ir junto aos mausoléus
No fundo dos cemitérios, 
E ao baço clarão da lua 
Da campa na pedra nua 
Interrogar os mistérios! 
a) Neste trecho, a ideia do 
beijo está ligada a um 
sentimento de alegria ou 
de dor? Por quê?
A ideia do beijo está ligada a 
um sentimento de dor, pois o 
poeta fala que a rosa tantas 
vezes beijada é agora um páli-
do emblema, uma folha caída. 
Percebe-se uma atmosfera de 
grande sofrimento, reforçada 
principalmente pelos adjeti-
vos desbotada e caída.
b) Em qual situação acontece 
o primeiro beijo do casal? 
c) O que a rosa representa 
nesse contexto?
d) Como o eu lírico se sente? 
Que versos explicitam 
esse sentimento?
b) O eu lírico recebe o primeiro 
beijo da amada quando está 
deixando o Brasil (o Rio de Ja-
neiro, pela referência à baía de 
Guanabara) rumo a Portugal.
c) A rosa é uma espécie de amu-
leto, que vai fazer com que o 
poeta se lembre da amada e de 
seu beijo de despedida.
d) O eu lírico se sente triste, pesa-
roso por deixar a terra natal. Os 
versos “Na hora da despedida / 
Tão cruel e tão sentida” explici-
tam esse sofrimento.
e) O que consola o eu lírico 
em sua viagem para 
Portugal?
O eu lírico ampara-se nas ora-
ções ferventes da amada que 
havia fi cado no Brasil. 
NÃO ESCREVA NESTE LIVRO. 
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2 6 1CAPÍTULO 13
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Carpir o lírio pendido 
Pelo vento desabrido... 
Da divindade aos arcanos 
Dobrando a fronte saudosa, 
Chorar a virgem formosa 
Morta na flor dos anos! 
Era um anjo! Foi pr’o céu 
Envolta em místico véu 
Nas asas dum querubim; 
Já dorme o sono profundo, 
E despediu-se do mundo 
Pensando talvez em mim! 
...............................
Oh! esta flor desbotada, 
Já tantas vezes beijada, 
Que de mistérios não tem! 
Em troca do seu perfume
Quanta saudade resume 
E quantos prantos também!
ABREU, Casimiro de. Rosa murcha. Lisboa, 1855. Disponível em: 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/wk000458.
pdf. Acesso em: 5 jun. 2020. 
f) O reencontro amoroso 
do eu lírico com sua 
amada vai se concretizar? 
Explique.
g) Que visão o eu lírico tem 
da amada neste trecho?
h) O que a rosa representa 
neste trecho?
g) A amada, depois da morte, é 
transformada em um anjo, em 
um ser sublime, etéreo: ela vai 
para o céu em um místico véu, 
nas asas de um querubim, de 
um anjo.
h) A rosa representa a amada, 
que, por estar morta, só pode 
ser beijada por meio da rosa.
4 
 
Casimiro de Abreu fez parte do movimento artístico-literário do Romantismo, mais 
especificamente da corrente ultrarromântica. Como podemos caracterizar o amor 
romântico do autor com base nesse poema?
5 
 
Retome os trechos das letras das canções apresentadas na questão 2 da seção 
Embarque. Podemos dizer que o beijo do poema de Casimiro de Abreu se apro-
xima mais de que tipo de beijo? Explique.
6 
 
Com base nas atividades sobre o conto de Clarice Lispector e sobre o poema de 
Casimiro de Abreu, compartilhe com os colegas e o professor sua visão sobre o 
sentido que a ação de beijar assume em cada um dos textos.
Resposta pessoal.
Resposta pessoal.
CASIMIRO DE ABREU
Filho de fazendeiros portugueses, nasceu em Barra 
de São João, no estado do Rio de Janeiro, em 1839, tendo 
morrido em 1860, aos 21 anos, vítima de tuberculose. Foi 
um dos poetas mais populares do Romantismo brasileiro. 
Iniciou sua carreira de escritor em Lisboa, publicando prin-
cipalmente versos na imprensa portuguesa, os quais exal-
tavam as belezas e a saudade do Brasil. Além de poesia, 
publicou uma peça de teatro e alguns romances.
Repro
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A casa onde o poeta 
Casimiro de Abreu 
passou a infância, em 
Barra de São João (RJ), 
foi transformada em 
um museu dedicado 
à sua memória. Para 
ver fotos da Casa de 
Casimiro de Abreu e 
saber mais sobre esse 
espaço cultural, acesse a 
página dedicada ao local 
no site Mapa de Cultura 
RJ. Disponível em: http://
mapadecultura.rj.gov.br/
manchete/museu-e-casa-
de-casimiro-de-abreu. 
Acesso em: 13 jul. 2020. 
VALE VISITAR
Não, porque a amada morreu, tor-
nando-se inalcançável. Isso é evi-
denciado pelo uso de termos como 
mausoléus (túmulos), cemitérios, 
pedra nua (lápide). O eu lírico cho-
ra copiosamente, interrogando-se e 
questionando a morte da amada.
NÃO ESCREVA NESTE LIVRO. 
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2 6 2 CAPÍTULO 13
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Hanna Hrakovich/Shutterstock
 4ª PARADA
MACHADO DE ASSIS E A DENÚNCIA SOCIAL
1 
 
Leia o conto “A carteira”, de Machado de Assis.
A carteira
... De repente, Honório olhou para o chão e viu uma carteira. Abaixar-se, apanhá-la e 
guardá-la foi obra de alguns instantes. Ninguém o viu, salvo um homem que estava 
à porta de uma loja, e que, sem o conhecer, lhe disse rindo:
– Olhe, se não dá por ela; perdia-a de uma vez.
– É verdade, concordou Honório envergonhado.
Para avaliar a oportunidade desta carteira, é preciso saber que Honório tem de pagar 
amanhã uma dívida, quatrocentos e tantos mil-réis, e a carteira trazia o bojo recheado. 
A dívida não parece grande para um homem da posição de Honório, que advoga; 
mas todas as quantias são grandes ou pequenas, segundo as circunstâncias, e as 
dele não podiam ser piores. Gastos de família excessivos, a princípio por servir a 
parentes, e depois por agradar à mulher, que vivia aborrecida da solidão; baile da-
qui, jantar dali, chapéus, leques, tanta coisa mais, que não havia remédio senão ir 
descontando o futuro. Endividou-se. Começou pelas contas de lojas e armazéns; 
passou aos empréstimos, duzentos a um, trezentos a outro, quinhentos a outro, 
e tudo a crescer, e os bailes a darem-se, e os jantares a comerem-se, um turbilhão 
perpétuo, uma voragem.
– Tu agora vais bem, não? dizia-lhe ultimamente o Gustavo C..., advogado e familiar 
da casa.
– Agora vou, mentiu o Honório.
A verdade é que ia mal. Poucas causas, de pequena monta, e cons-
tituintes remissos; por desgraça perdera ultimamente um 
processo, em que fundara grandes esperanças. Não só rece-
beu pouco, mas até parece que ele lhe tirou alguma coisa 
à reputação jurídica; em todo caso, andavam mofinas 
nos jornais.
D. Amélia não sabia nada; ele não con-
tava nada à mulher, bons ou 
maus negócios. Não contava 
nada a ninguém. Fingia-se tão 
alegre como se nadasse em um 
mar de prosperidades. Quando 
o Gustavo, que ia todas as noites 
à casa dele, dizia uma ou duas 
pilhérias, ele respondia com 
três e quatro; e depois ia ouvir ostrechos de música alemã, que D. 
Amélia tocava muito bem ao piano, 
e que o Gustavo escutava com indi-
zível prazer, ou jogavam cartas, ou 
simplesmente falavam de política.
Um dia, a mulher foi achá-lo dando 
muitos beijos à filha, criança de quatro 
anos, e viu-lhe os olhos molhados; ficou 
espantada, e perguntou-lhe o que era.
– Nada, nada.
O texto pode ser lido em voz alta. Sugerimos que você leia a parte do narrador – destacando as partes irônicas – 
e que três estudantes leiam as falas das personagens: o transeunte (só há uma fala), Honório e Gustavo.
NA BNCC
Competências gerais: 3, 8, 9
Competências específicas de 
Linguagens: 1, 2, 3, 6
Habilidades de Linguagens: 
EM13LGG102, EM13LGG103, 
EM13LGG202, EM13LGG302, 
EM13LGG601, EM13LGG602
Habilidades de Língua 
Portuguesa: 
• Todos os campos de atuação: 
EM13LP01, EM13LP03, 
EM13LP06, EM13LP07
• Campo artístico-literário: 
EM13LP46, EM13LP49, 
EM13LP50, EM13LP52
Consulte respostas esperadas e mais informações para o trabalho com as atividades 
desta parada nas Orientações específicas deste Manual.
NÃO ESCREVA NESTE LIVRO. 
2 6 3CAPÍTULO 13
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Compreende-se que era o medo do futuro e o horror da miséria. Mas as esperanças vol-
tavam com facilidade. A ideia de que os dias melhores tinham de vir dava-lhe conforto 
para a luta. Estava com trinta e quatro anos; era o princípio da carreira: todos os princí-
pios são difíceis. E toca a trabalhar, a esperar, a gastar, pedir fiado ou emprestado, para 
pagar mal, e a más horas.
A dívida urgente de hoje são uns maladitos quatrocentos e tantos mil-réis de carros. 
Nunca demorou tanto a conta, nem ela cresceu tanto, como agora; e, a rigor, o credor 
não lhe punha a faca aos peitos; mas disse-lhe hoje uma palavra azeda, com um ges-
to mau, e Honório quer pagar-lhe hoje mesmo. Eram cinco horas da tarde. Tinha-se 
lembrado de ir a um agiota, mas voltou sem ousar pedir nada. Ao enfiar pela Rua da 
Assembleia é que viu a carteira no chão, apanhou-a, meteu no bolso, e foi andando.
Durante os primeiros minutos, Honório não pensou nada; foi andando, andando, an-
dando, até o Largo da Carioca. No Largo parou alguns instantes, – enfiou depois pela 
Rua da Carioca, mas voltou logo, e entrou na Rua Uruguaiana. Sem saber como, achou-
-se daí a pouco no Largo de S. Francisco de Paula; e ainda, sem saber como, entrou em 
um Café. Pediu alguma coisa e encostou-se à parede, olhando para fora. Tinha medo de 
abrir a carteira; podia não achar nada, apenas papéis e sem valor para ele. Ao mesmo 
tempo, e esta era a causa principal das reflexões, a consciência perguntava-lhe se podia 
utilizar-se do dinheiro que achasse. Não lhe perguntava com o ar de quem não sabe, 
mas antes com uma expressão irônica e de censura. Podia lançar mão do dinheiro, 
e ir pagar com ele a dívida? Eis o ponto. A consciência acabou por lhe dizer que não 
podia, que devia levar a carteira à polícia, ou anunciá-la; mas tão depressa acabava de 
lhe dizer isto, vinham os apuros da ocasião, e puxavam por ele, e convidavam-no a ir 
pagar a cocheira. Chegavam mesmo a dizer-lhe que, se fosse ele que a tivesse perdido, 
ninguém iria entregar-lha; insinuação que lhe deu ânimo.
Tudo isso antes de abrir a carteira. Tirou-a do bolso, finalmente, mas com medo, quase 
às escondidas; abriu-a, e ficou trêmulo. Tinha dinheiro, muito dinheiro; não contou, 
mas viu duas notas de duzentos mil-réis, algumas de cinquenta e vinte; calculou uns 
setecentos mil-réis ou mais; quando menos, seiscentos. Era a dívida paga; eram menos 
algumas despesas urgentes. Honório teve tentações de fechar os olhos, correr à cocheira, 
pagar, e, depois de paga a dívida, adeus; reconciliar-se-ia consigo. Fechou a carteira, e 
com medo de a perder, tornou a guardá-la.
Mas daí a pouco tirou-a outra vez, e abriu-a, com vontade de contar o dinheiro. Contar 
para quê? era dele? Afinal venceu-se e contou: eram setecentos e trinta mil-réis. 
Honório teve um calafrio. Ninguém viu, ninguém soube; podia ser um lance da fortu-
na, a sua boa sorte, um anjo... Honório teve pena de não crer nos anjos... Mas por que 
não havia de crer neles? E voltava ao dinheiro, olhava, passava-o pelas mãos; depois, 
resolvia o contrário, não usar do achado, restituí-lo. Restituí-lo a quem? Tratou de ver 
se havia na carteira algum sinal.
“Se houver um nome, uma indicação qualquer, não posso utilizar-me do dinheiro”, 
pensou ele.
Esquadrinhou os bolsos da carteira. Achou cartas, que não abriu, bilhetinhos dobra-
dos, que não leu, e por fim um cartão de visita; leu o nome; era do Gustavo. Mas en-
tão, a carteira?... Examinou-a por fora, e pareceu-lhe efetivamente do amigo. Voltou ao 
interior; achou mais dois cartões, mais três, mais cinco. Não havia duvidar; era dele.
A descoberta entristeceu-o. Não podia ficar com o dinheiro, sem praticar um ato ilíci-
to, e, naquele caso, doloroso ao seu coração porque era em dano de um amigo. Todo o 
castelo levantado esboroou-se como se fosse de cartas. Bebeu a última gota de café, sem 
reparar que estava frio. Saiu, e só então reparou que era quase noite. Caminhou para 
casa. Parece que a necessidade ainda lhe deu uns dois empurrões, mas ele resistiu.
“Paciência, disse ele consigo; verei amanhã o que posso fazer”.
Chegando a casa, já ali achou o Gustavo, um pouco preocupado, e a própria D. Amélia 
o parecia também. Entrou rindo, e perguntou ao amigo se lhe faltava alguma coisa.
– Nada.
– Nada?
2 6 4 CAPÍTULO 13
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MACHADO DE ASSIS
Nasceu no Rio de Janeiro 
(RJ), em 1839, e é consi-
derado um dos maiores 
escritores da literatura 
brasileira. Embora de ori-
gem humilde, negro e au-
todidata, publicou aos 16 
anos seu primeiro poema. 
Foi poeta, romancista, cro-
nista, dramaturgo, contis-
ta, folhetinista, jornalista 
e crítico literário. Também 
foi um dos fundadores e 
o primeiro presidente da 
Academia Brasileira de Le-
tras, criada em 20 de julho 
de 1897. Faleceu em 1908.
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– Por quê?
– Mete a mão no bolso; não te falta nada?
– Falta-me a carteira, disse o Gustavo sem meter a mão no bolso. Sabes se alguém a 
achou?
– Achei-a eu, disse Honório entregando-lha.
Gustavo pegou dela precipitadamente, e olhou desconfiado para o amigo. Esse olhar 
foi para Honório como um golpe de estilete; depois de tanta luta com a necessidade, 
era um triste prêmio. Sorriu amargamente; e, como o outro lhe perguntasse onde a 
achara, deu-lhe as explicações precisas.
– Mas conheceste-a?
– Não; achei os teus bilhetes de visita.
Honório deu duas voltas, e foi mudar de toilette para o jantar. Então Gustavo sacou no-
vamente a carteira, abriu-a, foi a um dos bolsos, tirou um dos bilhetinhos, que o outro 
não quis abrir nem ler, e estendeu-o a D. Amélia, que, ansiosa e trêmula, rasgou-o em 
trinta mil pedaços: era um bilhetinho de amor.
ASSIS, Machado de. A carteira. In: Obra completa. vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Publicado 
originalmente em A Estação, de 15/3/1884. Disponível em: https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/
documentos/?action=download&id=130243. Acesso em: 23 jun. 2020.
2 
 
No início do conto, quando Honório encontra a carteira, ele se vê diante de um 
dilema, um conflito. Explique o dilema da personagem.
 Por fim, o que ele decide fazer? Como ele chegou a essa decisão? Em sua opi-
nião, ele tomou a decisão correta? Você teria agido de outra forma?
3 
 
No final do conto, revela-se um fato que até então se desconhecia. Que fato é esse? 
Que pistas o narrador deixa ao longo do conto sobre essa história secreta?
4 
 
A ironia é um recurso narrativo recorrente no conto.
a) No primeiro parágrafo, por que o homem riu ao falar com Honório?b) Por que, no parágrafo seguinte, o narrador é irônico ao dizer que as circunstân-
cias das dívidas de Honório não podiam ser piores?
c) Com o desfecho da narrativa, que ironia se percebe no conto?
d) A ironia da história expressa um posicionamento do narrador em relação ao 
que é narrado? Explique.
5 
 
Como a temática do amor é abordada no conto?
 Leia o boxe Balcão de informações e responda: De que maneira essa aborda-
gem se relaciona com as propostas estéticas do Realismo?
Honório se vê dividido entre pegar a carteira, pagar suas dívidas e ficar mal com sua consciência ou devol-
ver a carteira e ficar em paz consigo, mas continuar endividado. 
Ele decide devolver a carteira depois de muito refletir e, principalmente, quando descobre que a carteira 
é de seu amigo Gustavo. O restante da resposta é pessoal.
O narrador é irônico porque as dí-
vidas de Honório eram resultantes 
de gastos com coisas supérfluas, para manter as aparências sociais, como jantares, bailes, roupas, etc. 
4. c) Percebe-se a ironia no con-
traste entre a luta interna de Honó-
rio para manter a sua honestidade 
– tanto mais com o melhor amigo 
– e a traição de Gustavo.
Sim. O narrador usa a ironia para criticar a sociedade de seu tem-
po, denunciando a valorização das aparências, a desonestidade e 
a hipocrisia. 5. A temática amorosa não é cen-
tral no texto, mas serve de mote 
para explicitar a hipocrisia social. 
Em vez de centrar-se no amor do 
casal Honório e D. Amélia, a nar-
rativa indica o possível relaciona-
mento dos amantes, revelado no 
“bilhetinho de amor”.
Os escritores realistas, motivados por teorias científicas e filosóficas de seu tempo, intentaram mostrar, em seus textos, a 
realidade de maneira mais objetiva, sem a idealização que marcou a estética romântica. Assim, privilegiaram temas que 
abordavam o cotidiano e seus problemas, como o amor adúltero, a falsidade e o egoísmo, e substituíram os heróis e as 
heroínas do Romantismo por homens e mulheres comuns, com suas virtudes, seus defeitos, limites e contradições. Na Europa, 
o Realismo teve início com o romance Madame Bovary, de Gustave Flaubert, em 1857. No Brasil, a história literária costuma 
marcar como início da estética realista a publicação de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, em 1881.
BALCÃO DE INFORMAÇÕES
6 
 
De que maneira essa caracterização do amor se relaciona à de Casimiro de Abreu e 
à de Clarice Lispector?O amor adúltero como mote para a denúncia social se contrapõe à ideia de 
amor sublime, puro e irrealizável, de Casimiro de Abreu e dos autores ultrarromânticos. Essa caracteriza-
ção do amor também se distancia da concepção de amor na obra de Clarice Lispector, que busca relacio-
nar esse sentimento ao prazer, às experiências humanas.
2 6 5CAPÍTULO 13
NÃO ESCREVA NESTE LIVRO. 
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NA BNCC
Competências gerais: 3, 4, 5, 8, 9
Competências específicas de 
Linguagens: 1, 2, 3, 4, 6, 7
Habilidades de Linguagens:
EM13LGG101, EM13LGG102, 
EM13LGG103, EM13LGG104, 
EM13LGG202, EM13LGG302, 
EM13LGG401, EM13LGG601, 
EM13LGG602, EM13LGG604, 
EM13LGG703 
Habilidades de Língua 
Portuguesa:
• Todos os campos de atuação: 
EM13LP01, EM13LP03, 
EM13LP06, EM13LP08, EM13LP10
• Campo artístico-literário: 
EM13LP46, EM13LP49, 
EM13LP50, EM13LP52, EM13LP53
MEU LIVRO DE VIAGEM
GRANDE SERTÃO: VEREDAS – GRAPHIC NOVEL
Nesta parada especial, vamos conhecer uma das maiores histórias de amor da lite-
ratura brasileira – o romance Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa – por meio de 
uma adaptação para graphic novel.
Introdução à obra e ao autor
 Observe a capa e a quarta capa do livro.
Consulte respostas esperadas e mais informações para o 
trabalho com as atividades desta parada nas Orientações 
específi cas deste Manual.
Capa e quarta capa do livro Grande sertão: veredas – graphic 
novel (Rio de Janeiro: Globo Livros Graphics, 2014).
Arquivo/Secretaria de Educaç
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JOÃO GUIMARÃES ROSA
Considerado um dos maiores 
escritores da literatura bra sileira 
e mundial, João Guimarães 
Rosa nasceu em Cordisburgo 
(MG), em 1908, e faleceu no 
Rio de Janeiro (RJ), em 1967. Foi 
contista, novelista, romancista e 
diplomata. Grande sertão: veredas, 
único romance escrito por ele, 
foi publicado em 1956. Suas 
obras foram traduzidas para 
muitas línguas e renderam-lhe 
inúmeros prêmios literários. O 
autor se vale da cultura regional 
sertaneja para refletir sobre 
questões universais. Faz uso da 
experimentação e da recriação 
da linguagem, com a invenção 
de vocábulos (neologismos), dos 
arcaísmos (palavras e expressões 
que não são mais usadas), do 
coloquialismo (expressões 
do cotidiano) e da sintaxe 
expressiva. Publicou antologias 
de contos como Sagarana (1946), 
Corpo de baile (1956), Primeiras 
estórias (1962), Tutameia (1967) e 
Estas histórias (1969).
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“Viver é negócio muito perigoso”
Uma das mais lindas e tristes histórias de amor de todos os 
tempos. Balas, facas e palavras são as armas numa guerra de 
jagunços. Um sertão brasileiro e mítico, onde homens e mulhe-
res pelejam entre si e contra os rigores da natureza. Riobaldo, 
Diadorim, Zé Bebelo, Joca Ramiro, Hermógenes, Deus e o Diabo 
numa travessia épica e metafísica.
A língua portuguesa em um de seus pontos mais altos, a obra-
-prima da literatura agora em graphic novel.
Troféu HQMix 2015 de melhor adaptação para os quadrinhos
ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. Quarta capa. 2. ed.
São Paulo: Globo Livros Graphics, 2016.
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2 6 6 CAPÍTULO 13
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Com base nas informações da capa da graphic novel, responda:
a) Quem são os autores da obra?
b) Que elementos fazem referência ao espaço e às personagens da narrativa?
c) Leia os diferentes significados que o termo vereda pode assumir.
ve re da [ê]
(latim tardio vereda, de veredus, -i, cavalo para viagem, cavalo de caça)
Substantivo feminino
1. Caminho estreito.
2. Caminho secundário que permite encurtar caminho ou chegar mais rapidamente. = ATALHO
3. [Figurado] Rumo; direção.
4. [Brasil] Ocasião; momento.
5. [Brasil] Agrupamento de matas cercadas de campo.
6. [Brasil] Local com boas condições para agricultura.
VEREDA. In: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa – 2008-2020. Lisboa: Priberam Informática, 2020. 
Disponível em: https://dicionario.priberam.org/vereda. Acesso em: 24 jun. 2020. 
 Considerando esses significados, o que você entende por veredas no título Grande sertão: veredas?
2 
 
Releia a quarta capa e responda:
a) Que informações adicionais aparecem sobre o espaço e as personagens da narrativa?
b) O que é graphic novel?
c) A frase destacada, “Viver é negócio muito perigoso”, foi retirada do livro. Trata-se de uma fala da personagem 
Riobaldo. Por que será que ele diz isso? Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.
d) O romance de Guimarães Rosa é considerado “uma das mais lindas e tristes histórias de amor de todos os 
tempos”. Que histórias de amor você conhece na literatura além das que leu neste capítulo?
3 
 
Agora você vai ler a graphic novel até a página 21. Depois, com o objetivo de sanar dúvidas sobre a história, res-
ponda às perguntas oralmente.
a) Os críticos literários afirmam que as palavras são desafios para quem lê João Guimarães Rosa. Você concorda 
com essa análise? Explique sua resposta tendo por base o que leu na página 9.
b) O espaço da narrativa é o sertão. Na página 11, Riobaldo diz que o sertão está em toda parte. Com base na fala 
de Riobaldo, pode-se afirmar que o sertão é apenas uma localização geográfica?
c)De que forma o flashback está presente nessas primeiras páginas da obra?
d) Na página 13, Riobaldo apresenta ao leitor algumas personagens da história, entre elas Medeiro Vaz, Joca 
Ramiro, Zé Bebelo, Titão Passos, Ricardão e Hermógenes. Quem são esses homens?
e) No trecho lido, Riobaldo conversa com alguém. Que marcas confirmam essa afirmação? Quem você imagina 
ser esse interlocutor?
f) Na página 14, Riobaldo apresenta Diadorim como sua neblina. O que essa metáfora pode significar? Formule 
hipóteses.
g) Entre as páginas 15 e 21, Riobaldo conhece um menino; em uma canoa, atravessam juntos o rio São Francisco. 
 Quem é esse menino?
 Que relação eles estabelecem nessa breve viagem?
 Na quarta capa, afirma-se que, em Grande serão: veredas, “balas, facas e palavras são as armas numa guerra 
de jagunços”. Explique essa afirmação com base nos quadros da página 20.
É possível dizer que veredas signifique os caminhos do sertão que são percorridos pelas personagens. Os estudantes podem apresentar outras 
respostas, avalie a pertinência delas. Eles podem notar, por exemplo, a duplicidade entre a palavra sertão, que denota lugar seco, árido, e a pala-
vra vereda, que denota lugar de água, por isso local com boas condições para agricultura.
Respostas pessoais.
Resposta pessoal.
Resposta pessoal.
Embora Riobaldo não nomeie o menino, pela imagem, pode-se inferir que ele é Diadorim: basta observar 
suas feições e o chapéu típico de jagunços/cangaceiros.
Uma relação de amizade.
O rapaz pensa que Diadorim é uma mulher e que ela está namorando com Riobaldo na mata. De forma debochada, diz querer participar 
da cena de amor. Diadorim, imitando uma mulher, faz uma tocaia e corta o rapaz, que foge. As palavras de Diadorim – “Você, meu nego? 
Está certo, chega aqui.” – enganam o homem. A faca o afasta.
NÃO ESCREVA NESTE LIVRO. 
1. b) O título Grande sertão: veredas nos 
indica que a história se passa no sertão. 
Além disso, as ilustrações também fazem 
referência a esse espaço, como a paisa-
gem agreste. Os dois homens, montados 
a cavalo e com espingardas, remetem à 
imagem de jagunços. 
1.a) O livro é baseado no romance de João 
Guimarães Rosa, mas foi adaptado por 
Guazzelli e ilustrado por Rodrigo Rosa. É 
importante que os estudantes entendam 
que o livro que vão ler não é o romance de 
João Guimarães Rosa, mas uma adapta-
ção em formato de graphic novel.
2 6 7CAPÍTULO 13
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Leitura: a agenda
A partir de agora, você dará continuidade à leitura do livro em casa. Nas datas com-
binadas com o professor, você e a turma farão encontros para compartilhar impressões 
e comentários sobre a obra. 
Para isso, fique atento à sugestão de programação a seguir e certifique-se de que 
está com a leitura em dia para poder participar dos encontros:
 1o encontro: discussão do conteúdo da página 22 à página 71. 
 2o encontro: discussão do conteúdo da página 72 à página 123. 
3o encontro: discussão do conteúdo da página 124 à página 177.
Diário de leitura
Durante a leitura, você deve registrar em um caderno suas impressões e seus co-
mentários sobre a obra. Esse será o seu diário de leitura. Fazer registros de leitura em 
um diário é uma prática que você deverá manter durante as leituras propostas na seção 
Meu livro de viagem e que poderá passar a fazer parte de seus hábitos de leitor ao 
longo da vida. 
Lembre-se de levar o diário de leitura a todos os encontros marcados para a discus-
são do livro. Nele, você pode registrar qualquer aspecto da leitura que tenha chamado 
sua atenção. O professor vai passar uma lista de alguns itens que podem constar no 
diário. 
As próximas atividades serão conduzidas pelo professor ao longo dos encontros. Boa 
leitura!
Começa com a morte da mãe de 
Riobaldo e a ida dele para a fa-
zenda São Gregório, de Selorico 
Mendes, e termina com a vitória 
do bando de Joca Ramiro contra o 
de Zé Bebelo.
Começa com o julgamento de Zé 
Bebelo e termina com Riobaldo 
levando um tiro de raspão, depois 
de Zé Belelo reaparecer para aju-
dar Riobaldo e seu bando a vinga-
rem a morte de Joca Ramiro.
Começa com o bando de Riobaldo sendo atocaiado e vai até o fi nal da narrativa.
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2 6 8 CAPÍTULO 13
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