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Código Florestal O Código Florestal foi criado em 1934 e re- formulado duas vezes: em 1965 e em 2012 (Lei n. 12 561). Em 2012, houve muitos embates entre ambientalistas – que queriam ampliar as áreas de preservação e a obrigação de recompor o que foi desmatado irregularmente – e grandes proprietá- rios de terra (ruralistas) – que queriam autoriza- ção para ampliar as áreas de agricultura e pecuá- ria sem recompor os biomas. Essa é uma das mais importantes leis ambientais do país e estabelece as normas de ocupação e uso do solo em todos os biomas brasileiros. Os incisos II e III do artigo 1o, parágrafo 2o, merecem destaque, pois definem as áreas de preservação e as reservas legais: • Áreas de Preservação Permanente (APP): só podem ser desmatadas com autorização do Poder Executivo Federal e em caso de uso para utilidade pública ou interesse social, como a construção de uma rodovia. São as margens de rios, lagos ou nascentes, várzeas, encos- tas íngremes, mangues e outros ambientes. A principal função das APP é preservar a dis- ponibilidade de água, a paisagem, o solo e a biodiversidade. • Reservas Legais: em cada um dos sete bio- mas brasileiros, os proprietários de terras são obrigados a preservar uma parte de vegetação nativa. Na Amazônia, são obrigados a manter 80% da propriedade com floresta nativa, índice que cai para 35% no Cerrado localizado dentro da Amazônia e 20% em todas as demais re- giões e biomas do país. O Código Florestal rege apenas as propriedades que podem ser utilizadas para atividades agrícolas, e não se aplica, portanto, no interior das unidades de conservação, como os parques e as reservas ecológicas, como estudaremos a seguir, que têm legislação própria que regula sua preservação. Organizado pelos autores. J o s é R o d ri g u e s /A rq u iv o d a e d it o ra ; F o rm a to c o m u n ic a ç ã o /A rq u iv o d a e d it o ra Em topos de morros e áreas com inclinação superior a 45o, só é permitida a exploração onde ela já ocorre, como no caso do cultivo de uva na serra Gaúcha. APP: topos de morros e áreas com declividade superior a 45o e altitude superior a 1 800 m. APP: 50 m ao redor das nascente. APP: 30 m de vegetação ao lado de cada margem dos rios que têm 10 m de largura. Nos rios com largura superior a 10 m, a área a ser preservada é maior, proporcional ao seu tamanho. 101 V3_CIE_HUM_Claudio_g21Sa_Cap3_084a121.indd 101V3_CIE_HUM_Claudio_g21Sa_Cap3_084a121.indd 101 24/09/2020 10:2624/09/2020 10:26 Unidades de conservação O Sistema Nacional de Unidades de Conserva- ção (SNUC), instituído pela Lei n. 9 985/2000, é constituído por doze categorias de unidades de conservação (UC), nas esferas municipal, esta- dual e federal, com diferentes finalidades e, por- tanto, com graus variados de restrição de uso. Al- gumas atendem a propósitos preservacionistas e outras, a propósitos conservacionistas. As unidades classificadas como de restrição total são denominadas Unidades de Proteção In- tegral, como os Parques Nacionais, por exemplo. Aquelas cujo nível de restrição é menor e têm uso voltado ao desenvolvimento cultural, educacional e recreacional são denominadas Unidades de Uso Sustentável, como as Reservas Extrativistas. F onte: elaborado com base em MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. ICMBio. In: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Unidades de Conservação Federais. Brasília, 2015. Disponível em: www.icmbio. gov.br/portal/images/stories/ servicos/geoprocessamento/ DCOL/Mapa_UC_fed_fev_2015.pdf. Acesso em: 23 maio 2020. S o n ia V a z/ A rq u iv o d a e d it o ra 43° O Trópico de Capricórnio Belém 48° O 0° Porto VelhoRio Branco Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro São Paulo Aracaju Salvador Maceió Recife Natal São Luís Curitiba Florianópolis Porto Alegre Belo Horizonte Macapá Boa Vista Brasília Vitória Porto Seguro Palmas Teresina Fortaleza João Pessoa CR 2 CR 3 CR 1 CR 4 CR 4 CR 8 CR 7 CR 6 CR 5 CR 11 CR 10 CR 9 CR 8 AC AM AP RR RO PA MT MS TO MA PI GO DF CE RN PB PE AL SE BA MG RJ ES SP PR SC RS Manaus Santarém Belém Cuiabá Goiânia Campo Grande 50°O 0° Equador Equador Trópico de Capricórnio OCEANO ATLÂNTICOOCEANO PACÍFICO Sedes da C. R. do ICMBio Centros especializados ACADEBio RPPN Limites das C. R. do ICMBio Proteção Integral Uso Sustentável Amazônia Caatinga Cerrado Mata Atlântica Pampa Pantanal Biomas Capital de estado 0 390 780 km Brasil: unidades de conservação federais e biomas – 2015 Unidades de conservação conforme a restrição ao uso Unidades de Proteção Integral Unidades de Uso Sustentável Estação Ecológica Área de Proteção Ambiental Reserva Biológica Área de Relevante Interesse Ecológico Parque Nacional Floresta Nacional Monumento Natural Reserva Extrativista Refúgio de Vida Silvestre Reserva de Fauna |||||||||||||||||||||||||||||||||||||| Reserva de Desenvolvimento Sustentável |||||||||||||||||||||||||||||||||||||| Reserva Particular do Patrimônio Natural Fonte: BRASIL. Lei n. 9 985/2000. Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Presidência da República Federativa. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm. Acesso em: 23 maio 2020. ¥ Observe o mapa e responda: Em qual bioma há mais unidades de conservação? Por quê? NÃO ESCREVA NO LIVRO Veja respostas e orientações no Manual do Professor. Interpretar 102 V3_CIE_HUM_Claudio_g21Sa_Cap3_084a121.indd 102V3_CIE_HUM_Claudio_g21Sa_Cap3_084a121.indd 102 24/09/2020 10:2624/09/2020 10:26