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www.projetoredacao.com.br Lista de Redação – Gramática – Moforlogia (Classe de palavras) – 99 Questões [Médio] Questão 01) Em “Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade.”, a palavra assinalada pode ser substituída, sem que haja alteração de sentido, por: a) mas sim. b) de outro modo. c) exceto. d) portanto. e) ou. Questão 02) Na frase “O Sol ainda produzirá energia (...)”, o advérbio ainda tem o mesmo sentido que em: a) Ainda lutando, nada conseguirá. b) Há ainda outras pessoas envolvidas no caso. c) Ainda há cinco minutos ela estava aqui. d) Um dia ele voltará, e ela estará ainda à sua espera. e) Sei que ainda serás rico. Questão 03) “Advérbio é a palavra mais ou menos invariável que modifica um verbo, um adjetivo ou outro advérbio.” O “mais ou menos invariável” atribuído ao advérbio tem sua razão de ser devido à possibilidade de receber um sufixo indicativo de grau nos advérbios da frase NÃO carnavalizada em: a) Os advérbios mais amáveis são sim, bem, muito bem. b) Os advérbios mais antipáticos são não, nunca, jamais. c) Formam-se advérbios de modo normalmente juntando-se ao feminino dos adjetivos o sufixo mente: gostosamente, calmamente, tranqüilamente, dormente, semente. d) Excetuam-se Clemente e portuguesmente, que se formam de palavras masculinas. e) Aprendemos cedo a identificar o advérbio; estamos perto de o esquecer? Questão 04) “O verbo deve sempre concordar com o sujeito em gênero, número e pessoa.” Não obstante carnavalizado, cada exemplo está adequado, EXCETO em: a) Em gênero: Acometidas pelos portugueses as estâncias contrárias... b) Em número: Os vinte estados do Brasil são dois: São Paulo e Minas. c) Em pessoa: O governo eletrificará a Central. d) Em gênero, número e pessoa: Tudo são aplausos!... e) Vários sujeitos no singular podem levar o verbo ao plural e o fornecedor à falência. Ex.: Fulano, Beltrano e Sicrano compram fiado na casa do Bento. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Questão 05) “Como disse o famoso pensador Alfred E. Neumann, o mal da nova geração é que não pertencemos mais a ela.” “Como lemos nos jornais que os adolescentes revoltados esquartejam pais e avós, entram para seitas orientais que preceituam a abstenção de banhos ou erigem Átila como modelo, cabe nos resignarmos e nos refugiarmos num quarto acusticamente isolado.” O conectivo “como” aparece, nas passagens acima, significando respectivamente: a) Segundo / Já que. b) Tal qual / Quando. c) Conforme / Sempre que. d) Consoante / Da mesma maneira que. e) Do mesmo modo que / Uma vez que. Questão 06) “Outra só come o que, a cada dia, lhe ditam entidades para nós misteriosas, cuja única coerência é rejeitar tudo o que na semana passada era uma delícia.” Das alterações ocorridas na passagem acima, assinale aquela em que há ERRO no emprego do pronome relativo: a) Outra só come o que, a cada dia, lhe ditam entidades para nós misteriosas, nas quais invariavelmente acredita. b) Outra só come o que, a cada dia, lhe ditam entidades para nós misteriosas, sob cuja orientação organiza seu cardápio. c) Outra só come o que, a cada dia, lhe ditam entidades para nós misteriosas, com quem jamais discorda. d) Outra só come o que, a cada dia, lhe ditam entidades para nós misteriosas, a que sempre se refere com euforia. e) Outra só come o que, a cada dia, lhe ditam entidades para nós misteriosas, em cujo saber deposita plena confiança. Questão 07) “Penso nisto enquanto procuro conter as nênias de horror que me tumultuam o peito fatigado [...].” A alternativa em que o pronome pessoal “me” aparece empregado com valor possessivo, como na sentença acima, é: a) Meus filhos me são gratos. b) Meus filhos me ouvem os conselhos. c) Meus filhos me desobedecem sempre. d) Meus filhos me causam preocupações. e) Meus filhos me convidam para suas festas. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Questão 08) Leia os textos a seguir. I. O Curso Química Ambiental - Controle e Aproveitamento de Resíduos - visa a contribuir com a sociedade na preservação do seu habitat e ao desenvolvimento de processos que favoreçam a qualidade de vida do ser humano. II. O Curso Química Ambiental - Controle e Aproveitamento de Resíduos - visa a contribuir com a sociedade na preservação do seu habitat e com o desenvolvimento de processos que favoreçam a qualidade de vida do ser humano. III. O Curso Química Ambiental - Controle e Aproveitamento de Resíduos - visa a contribuir com a sociedade na preservação do seu habitat e no desenvolvimento de processos que favoreçam a qualidade de vida do ser humano. Do ponto de vista da norma culta, as preposições sublinhadas estão empregadas corretamente: a) somente no texto I. b) somente no texto II. c) somente no texto III. d) em todos os textos. e) em nenhum dos textos. Questão 09) Indique a alternativa em que a substituição dos termos grifados nas frases abaixo está gramaticalmente correta. I. Sinhá Vitória vestiria saias de ramagens vistosas. II. ... para não derramar a água salobra. III. Encheu a Guia. a) I. Sinhá Vitória vesti-las-ia. II. ... para a não derramar. III. A encheu. b) I. Sinhá Vitória lhes vestiria. II. ... para não a derramar. III. Encheu-lhe. c) I. Sinhá Vitória vestir-lhes-ia. II.... para não derramá-la. III. Encheu-a. d) I. Sinhá Vitória vestiria-a. II. ... para a não derramar. III. Encheu-lhe. e) I. Sinhá Vitória as vestiria. II. ... para não derramá-la. III. Encheu-a. Questão 10) Dentre os tempos verbais, existe um que se chama futuro do presente composto do indicativo; um exemplo é terei partido. Explique em que circunstância esse tempo verbal é utilizado. Redija uma frase em que ele seja corretamente empregado, mas use verbo diferente de partir. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Questão 11) Em relação ao texto abaixo, assinale a opção que preenche corretamente as lacunas: Nos ecossistemas naturais, como as matas, os cerrados e os campos nativos, há um perfeito equilíbrio entre os seres vivos, e entre eles e o meio. Esta condição resulta da interação entre as espécies, e da adaptação destas ao meio ao longo de extensos períodos de tempo. São sistemas quase fechados __(1)__ , devido a razões pouco conhecidas, novas espécies dificilmente se estabelecem neles de modo natural. Em qualquer deles, a densidade populacional de um inseto fitófago, isto é, que se alimenta de plantas, é controlada principalmente pela densidade populacional da espécie __(2)__ ele tem preferência e por seus inimigos naturais (parasitas, predadores e patógenos, ou seja, seres que ___(3)___ causam doenças), além evidentemente dos fatores físicos como a temperatura, a umidade e a luz, entre outros. (Ciência hoje, N.6, maio/junho/1983) a) que – que - os b) por que – a qual – lhe c) porque – na qual – lhes d) porque – pela qual – lhe e) por que – pela qual – os Questão 12) Assinale a opção cujas formas verbais preenchem corretamente as respectivas lacunas do texto: É notável o fato de que as civilizações clássicas – gregos e romanos – não marcaram a história da humanidade por contribuições práticas ou inventos que __(1)__ o esforço humano no desempenho do trabalho. Isso não significa que não __(2)__ exemplos de dispositivos que se __(3)__ a essa finalidade e que __(4)__ a essa época. Em contraposição, as contribuições dessas civilizações no desenvolvimento da Filosofia , da ciência pura, das artes, da Política e do Direito __(5)__ os fundamentos e os rumos de parte considerável do conhecimento humano. (Youssef, A.N.: Fernandez, V.P Informática e sociedade. São Paulo:Ática, 1988) a) Atenuassem – existissem – prestem – remontam – estabelecem. b) Atenuem – existem – prestam – remontam – estabelecem c) Atenuam – existissem – prestam – remontem – estabeleçam. d) Atenuassem – existam – prestam – remontem – estabeleceram. e) Atenuem – existem – prestem – remontam – estabeleceram. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Questão 13) Assinale a opção que descreve corretamente uma das ocorrências de formas verbais em fragmentos da obra Os colegas: (1) Não vai dar pé, ninguém vai acreditar que você é dono deles. (2) E o bom daquele sonho é que ele ia acordar e ver que tudo que tinha sonhado continuava a ser verdade. (3) Pega a mangueira aí! Desenrola! Engata naquela torneira! Abre a torneira todinha! a) Uso de locução verbal (ir + infinitivo) com o verbo auxiliar no imperfeito do indicativo em vez do futuro do pretérito. b) Uso do pretérito-mais-que-perfeito simples em vez do pretérito imperfeito do indicativo. c) Uso de formas do subjuntivo em vez do imperativo. d) Uso de locução verbal (ir + infinitivo) com o verbo auxiliar no imperfeito do indicativo em vez do imperfeito do indicativo. e) Uso de locução verbal (ir + infinitivo) com o verbo auxiliar no presente do indicativo em vez do presente do subjuntivo. Questão 14) Os versos abaixo são da letra da música Cobra, de Rita Lee e Roberto de Carvalho: Não me cobre ser existente Cobra de mim que sou serpente Com relação ao emprego do imperativo nos versos, podemos afirmar que: a) a oposição imperativo negativo e imperativo afirmativo justifica a mudança do verbo cobre/cobra. b) a diferença de formas (cobre/cobra) não é registrada nas gramáticas normativas, portanto há inadequação na flexão do segundo verbo (cobra). c) a diferença de formas (cobre/cobra) deve-se ao deslocamento da 3ª para a 2ª pessoa do sujeito verbal. d) o sujeito verbal (3ª pessoa) mantém-se o mesmo, portanto o emprego está adequado. e) o primeiro verbo no imperativo negativo opõe-se ao segundo verbo que se encontra no presente do indicativo. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Questão 15) Leia com atenção a seguinte frase de um letreiro publicitário: Esta é a escola que os pais confiam. a) Identifique a preposição exigida pelo verbo e refaça a construção, obedecendo à norma gramatical. b) Justifique a correção. Questão 16) “ Que me enganei ora o vejo: Nadam-te os olhos em pranto Arfa-te o peito, e no entanto Nem me podes encarar.” Em um dos versos acima, um pronome substitui toda uma oração. Aponte-o: a) que b) me c) o d) te Questão 17) “ Que me enganei ora o vejo: Nadam-te os olhos em pranto Arfa-te o peito, e no entanto Nem me podes encarar.” Em um dos versos acima, um pronome pessoal oblíquo está substituindo um pronome possessivo. Aponte-o: a) te b) me c) o d) que Questão 18) “Dizia meu avô que, quando chegou a Natal, a cidade teria menos de 300.000 habitantes.” O futuro do pretérito, na oração grifada, expressa uma ação: a) fato futuro em relação ao passado. b) fato futuro em relação ao presente. c) suposição em relação ao futuro. d) suposição em relação ao passado. e) suposição em relação ao presente. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Questão 19) Em uma das alternativas o pronome pessoal possui valor de possessivo. Aponte-a : a) Nunca me contaram seus dissabores. b) Roubaram-lhe o carro sem qualquer problema. c) Aceite-me como amigo e todos ganharão com isso. d) Digo-vos o que penso a vosso respeito. Questão 20) Das orações abaixo, há apenas uma que possui o pronome relativo empregado corretamente. Aponte-a : a) Jamais falamos dos alunos aos quais sempre foram nossos amigos. b) São situações difíceis que você se referiu. c) Esta é a obra a cuja aquisição sempre aspiramos. d) Conheci uma linda cidade cuja a arquitetura impressionou-me muito. Questão 21) A opção em que não há correspondência entre a palavra sublinhada e a classe gramatical a ela atribuída é: a) "Mal se foi o Salgueiro," - conjunção b) “Por que, então, chorar a festa passada...”. - locução adverbial c) "...o verde rebentou verdíssimo." – advérbio. d) "de área a área," – preposição. e) "...e no instante infinito de um gol “. - substantivo. Questão 22) A preposição de contida nas opções abaixo NÃO estabelece relação de posse em: a) “…a tessitura dos pontos…” . b) “…ao fim do bordado…” . c) “…o destino dos seres…” . d) “…pessoas (…) de cuja existência…” e) “…tamanho do bastidor.” . Questão 23) Assinale o tempo verbal das formas grifadas abaixo que NÃO tem o mesmo emprego do grifado em "PRONTO! ESTAVA COMPLETA A LIGAÇÃO DE BELÉM COM BUENOS AIRES" a) PARA UM ROMANCE NESSE CENÁRIO, SIMENON NÃO DAVA MAIS b) AINDA SE FAZIA VER E OUVIR NA MAIOR PARTE DO SEU BREVE CURSO ... c) ...HOJE QUATROCENTÃO, EXISTIA O RIO CARIOCA. d) O RIO ACOMPANHAVA, DESCOBERTO... e) ... CADA CASA DO VALE ... TINHA SUA PONTE. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Questão 24) O adjetivo sublinhado em Sim, adiamos, uma vez que há um incoercível destino nacional está corretamente substituído por: a) irreprimível. b) imbatível. c) indefensável. d) inconsistente. e) invencível. Questão 25) A série em que todas as palavras pertencem à mesma classe é: a) distância - nenhum - recônditas b) mas - também - não c) nenhum - qualquer - muitas d) principalmente - sem - nos e) mais - modelo - em breve Questão 26) Encontram-se um advérbio e um substantivo grifados, respectivamente, na frase: a) uma vez derrotado o mal, nasceria um mundo melhor. b) parecia não ter servido a praticamente nenhum fim. c) as estruturas políticas não tiveram resultado muito felizes. d) de meio século de distância daquele período difícil. e) a mudança se expressou mais em palavras do que em atos. Questão 27) “Se o Governo _______ seu compromisso com o povo nordestino e ________ novas medidas de combate à seca, certamente _______ o reconhecimento da população.” Assinale a única alternativa que preenche corretamente as lacunas na frase acima. a) manter – propor – obterá b) mantivesse – proposse – obteria c) mantivesse – propusesse – obteria d) manter – propor – obeteria e) mantesse – propusesse – obterá Questão 28) “como então dizer quem fala a Vossas Senhorias?” . Pode-se observar no texto acima que o personagem dirige-se aos seus interlocutores utilizando o pronome de tratamento sublinhado. Assinale a laternativa que não apresenta erro no uso do pronome de tratamento. a) Vossa Senhoria formulastes vossos planos? b) Vossa Senhoria formulou vossos planos? http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br c) Vossa Senhoria formulaste seus planos? d) Vossa Senhoria formulou seus planos? e) Vossa Senhoria formulaste teus planos? Questão 29) “Se o Presidente ______ seu compromisso com os trabalhadores e ______ novas medidas de combate à pobreza, certamente ________ o reconhecimento da população.” Assinale a única alternativa que preenche corretamente as lacunas na frase acima: a) manter – propor - obterá b) mantesse - proposse – obteria c) mantivesse – propusesse – obteria d) manter – propor – obteria e) mantesse – propusesse – obterá Questão 30) Na frase: “Não lhe dês a liberdade” – o pronome oblíquo está proclítico pelo seguinte motivo: a) Ele vem sempre nesta posição b) O autor deseja enfatizar o complemento representado pelo pronome c) Representa simplesmente a vontade do autor d) Há erro na colocação do pronome nesta frase e) A fraseé Negativa Questão 31) “Era o cocar do amor, com que desejava ornar a cabeça de seu guerreiro e senhor” – a expressão COM QUE tem a função sintática de: a) Adjunto adverbial de Instrumento b) Complemento Nominal c) Objeto indireto d) Adjunto adverbial de Modo e) Adjunto adverbial de Companhia Questão 32) Lisbon Revisited (1923) Não: não quero nada. Já disse que não quero nada. Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Não me tragam estéticas! Não me falem em moral! Tirem-me daqui a metafísica! Não me apregoem sistemas completos, não me [enfileirem conquistas Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) — Das ciências, das artes, da civilização moderna! Que mal fiz eu aos deuses todos? Se têm a verdade, guardem-na! Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica. Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo. Com todo o direito a sê-lo, ouviram? Não me macem, por amor de Deus! Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável? Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa? Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade. Assim, como sou, tenham paciência! Vão para o diabo sem mim, Ou deixem-me ir sozinho para o diabo! Para que havemos de ir juntos? Não me peguem no braço! Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho. Já disse que sou sozinho! Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia! Ó céu azul — o mesmo da minha infância — Eterna verdade vazia e perfeita! Ó macio Tejo ancestral e mudo, Pequena verdade onde o céu se reflete! Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje! Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta. Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo... E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho! (Fernando Pessoa, Ficções do Interlúdio/4: poesias de Álvaro de Campos) http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Metamorfose Ambulante Prefiro ser essa metamorfose ambulante Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Sobre o que é o amor Sobre que eu nem sei quem sou Se hoje eu sou estrela amanhã já se apagou Se hoje eu te odeio amanhã lhe tenho amor Lhe tenho amor Lhe tenho horror Lhe faço amor eu sou um ator... É chato chegar a um objetivo num instante Eu quero viver nessa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Sobre o que é o amor Sobre que eu nem sei quem sou Se hoje eu sou estrela amanhã já se apagou Se hoje eu te odeio amanhã lhe tenho amor Lhe tenho amor Lhe tenho horror Lhe faço amor eu sou um ator... Eu vou desdizer aquilo tudo que eu lhe disse antes Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Do que ter aquela velha velha velha velha opinião [formada sobre tudo... Do que ter aquela velha velha opinião formada sobre tudo... Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo... (Raul Seixas, Os grandes sucessos de Raul Seixas) http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Tanto no poema de Fernando Pessoa como na canção de Raul Seixas se observa o recurso intenso às repetições. Ciente deste fato, a) Localize o verso de Metamorfose Ambulante que apresenta repetição insistente de uma mesma palavra e defina o efeito expressivo obtido pelo autor com essa repetição; b) Considerando que o advérbio não é uma das palavras mais repetidas ao longo de Lisbon Revisited, estabeleça a relação semântica que a repetição dessa palavra tem com a atitude do eu-poemático ante os padrões sociais. Questão 33) Em relação à predicação verbal, marque a opção em que a classificação apresentada corresponde ao verbo do respectivo exemplo. a) Verbo transitivo direto - “entrava a polícia” b) Verbo transitivo direto - “Quer entregar-ma?...” c) Verbo de ligação - “Onde está ela?” d) Verbo intransitivo - “ia atrás, pálido, com as mãos cruzadas nas costas” e) Verbo transitivo direto e indireto - “parava à porta da rua uma carruagem” Questão 34) Texto - II Tomava café, quando um empregado subiu para dizer que lá embaixo estava um senhor, acompanhados de duas praças, e que desejava falar ao dono da casa. – Vou já, respondeu este. E acrescentou para Botelho: - São eles! – Deve ser, confirmou o velho. E desceram logo. – Quem me procura?... exclamou João Romão com disfarce, chegando ao armazém. Um homem alto, com ar de estróina, adiantou-se e entregou-lhe uma folha de papel. João Romão, um pouco trêmulo, abiu-a defronte dos olhos e leu-a demoradamente. Um silêncio formou-se em torno dele: os caixeiros pararam em meio do serviço, intimidados por aquela cena em que entrava a políticia. – Está aqui com efeito.. disse afinal o negociante. Pensei que fosse livre... – É minha escrava, afirmou o outro. Quer entregar-ma?... – Mas imediatamente. – Onde está ela? – Deve estar lá dentro. Tenha a bondade de entrar... O sujeito fez sinal aos dois urbanos que o acompanharam logo, e encaminharam-se todos para o interior da casa. Botelho, à frente deles, ensinava-lhes o caminho. João Romão ia atrás, pálido, com as mãos cruzadas nas costas. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Atravessaram o armazém, depois um pequeno corredor que dava para um pátio calçado, chegaram finalmente à cozinha. Bertoleza, que havia já feito subir o jantar dos caixeiros, estava de cócoras, no chão, escamando peixe, para a ceia do seu homem, quando viu parar defronte dela aquele grupo sinistro. Reconheceu logo o filho mais velho do seu primitivo senhor, e um calafrio percorreu-lhe o corpo. Num relance de grande perigo compreendeu a situação; adivinhou tudo com a lucidez de quem se vê perdido para sempre: adivinhou que tinha sido enganada; que a sua carta de alforria era uma mentira, o que o seu amante, não tendo coragem para matá-la restituia- a ao cativeiro. Seu primeiro impulso foi de fugir. Mal, porém, circunvagou os olhos em torno de si, procurando escapula, o senhor adiantou-se dela e segurou-lhe o ombro. – É esta! Disse aos soldados que, com um gesto, intimaram a desgraçada a segui-los. -Prendam-na! É escrava minha! A negra, imóvel, cercada de escamas e tripas de peixe, com uma das mãos espalmada no chão e com a outra segurando a faca de cozinha, olhou aterrada para eles, sem pestanejar. Os policiais, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto, e antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara e ventre de lado a lado. E depois emborcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue. João Romão fugira até ao canto mais escuro do armazém, tapando o rosto com as mãos. Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que vinha, de casaca, trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio benemérito. Ele mandou que os conduzissem para a sala de visitas. (Aluísio de Azevedo. O Cortiço.) Dentre as expressões abaixo, aquela que apresenta circunstância adverbial diferentedas demais é: a) “com disfarce” b) “com lucidez de quem se vê perdido” c) “com ímpeto de anta bravia” d) “de um salto” e) “com as mãos” Questão 35) A opção que contém a classificação gramatical correta do vocábulo sublinhado é: http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br a) “um pouco trêmulo - pronome adjetivo indefinido. b) “fez sinal aos dois urbanos” - substantivo. c) “que a sua carta de alforria” - pronome relativo. d) “Mal, porém, circunvagou” - advérbio de modo. e) “fugira até ao canto” - palavra denotativa de inclusão. Questão 36) Tomava café, quando um empregado subiu para dizer que lá embaixo estava um senhor, acompanhados de duas praças, e que desejava falar ao dono da casa. - Vou já, respondeu este. E acrescentou para Botelho: - São eles! - Deve ser, confirmou o velho. E desceram logo. - Quem me procura?... exclamou João Romão com disfarce, chegando ao armazém. Um homem alto, com ar de estróina, adiantou-se e entregou-lhe uma folha de papel. João Romão, um pouco trêmulo, abiu-a defronte dos olhos e leu-a demoradamente. Um silêncio formou-se em torno dele: os caixeiros pararam em meio do serviço, intimidados por aquela cena em que entrava a políticia. - Está aqui com efeito.. disse afinal o negociante. Pensei que fosse livre... - É minha escrava, afirmou o outro. Quer entregar-ma?... - Mas imediatamente. - Onde está ela? - Deve estar lá dentro. Tenha a bondade de entrar... O sujeito fez sinal aos dois urbanos que o acompanharam logo, e encaminharam-se todos para o interior da casa. Botelho, à frente deles, ensinava-lhes o caminho. João Romão ia atrás, pálido, com as mãos cruzadas nas costas. Atravessaram o armazém, depois um pequeno corredor que dava para um pátio calçado, chegaram finalmente à cozinha. Bertoleza, que havia já feito subir o jantar dos caixeiros, estava de cócoras, no chão, escamando peixe, para a ceia do seu homem, quando viu parar defronte dela aquele grupo sinistro. Reconheceu logo o filho mais velho do seu primitivo senhor, e um calafrio percorreu-lhe o corpo. Num relance de grande perigo compreendeu a situação; adivinhou tudo com a lucidez de quem se vê perdido para sempre: adivinhou que tinha sido enganada; que a sua carta de alforria era uma mentira, o que o seu amante, não tendo coragem para matá-la restituia-a ao cativeiro. Seu primeiro impulso foi de fugir. Mal, porém, circunvagou os olhos em torno de si, procurando escapula, o senhor adiantou-se dela e segurou-lhe o ombro. - É esta! Disse aos soldados que, com um gesto, intimaram a desgraçada a segui-los. -Prendam-na! É escrava minha! http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br A negra, imóvel, cercada de escamas e tripas de peixe, com uma das mãos espalmada no chão e com a outra segurando a faca de cozinha, olhou aterrada para eles, sem pestanejar. Os policiais, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto, e antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado. E depois emborcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue. João Romão fugira até ao canto mais escuro do armazém, tapando o rosto com as mãos. Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que vinha, de casaca, trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio benemérito. Ele mandou que os conduzissem para a sala de visitas. (Aluísio de Azevedo. O Cortiço.) Dentre as opções abaixo, só NÃO se pode afirmar que: a) “velho” é um exemplo de derivação imprópria. b) “intimidados” é uma formação sufixial derivada do parassintético “intimidar”. c) a expressão “havia já feito subir” (l. 28) poderia ser substituída por “já fizera subir”. d) “aterrada” é cognata de “terra”. e) o vocábulo “os” , no texto, substitui “abolicionistas”. Questão 37) As afirmações que seguem referem-se à seqüência a despeito de elogiáveis iniciativas (inclusive oficiais). Assinale a INCORRETA. a) A expressão a despeito de poderia ser substituída por a cerca de, sem acarretar erro na frase. b) O adjetivo elogiáveis poderia ser deslocado para depois do substantivo que modifica, sem que houvesse alteração no significado da expressão. c) O emprego do advérbio inclusive revela o pressuposto de que as iniciativas de que se fala não são unicamente as oficiais. d) Os parênteses poderiam ser substituídos por travessões sem acarretar alteração do significado da frase. e) O emprego do advérbio inclusive deixa subentendida a idéia de que não se espera das iniciativas oficiais que elas sejam elogiáveis. Questão 38) Na linguagem do dia-a-dia no Brasil é comum se ouvir frases como estas:"Você quer que eu compro?" "Você quer que eu sirvo?" "Você quer que eu faço?" Quando alguém diz "Você quer que eu...", o ato que vem em seguida, representado por um verbo, ainda não aconteceu, é hipotético. Alguém está lhe perguntando se você quer algo e esse algo depende de você. Portanto, existe aí o modo da dúvida, da suposição, da hipótese e é http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br esse o valor do subjuntivo. Logo, o correto seria dizer:“Você quer que eu compre?" "Você quer que eu sirva?" "Você quer que eu faça?" O exercício refere-se ao uso correto do: a) Futuro do indicativo b) Presente do indicativo c) Passado do subjuntivo d) Futuro do subjuntivo e) Presente do subjuntivo Questão 39) Conjugue os seguintes verbos entre parênteses: A polícia ________ na briga. (intervir) A polícia ________ o suspeito. (deter) a) Intervir, deteu b) Interviu, deteve c) Interveio, deteve d) Interveio, deteu e) Interviu, deteve Questão 40) Texto I Quem somos nós, quem é cada um de nós senão uma combinatória de experiências, de informações, de leituras, de imaginações? Cada vida é uma enciclopédia, uma biblioteca, um inventário de objetos, uma amostragem de estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de todas as maneiras possíveis. Ítalo Calvino Texto II Não há a possibilidade de existir um homem livre de todas as coerções sociais. Isso não ocorre nem mesmo no interior do ser humano. Sabemos que as normas sociais impõem até que desejos são admissíveis e que desejos são inadmissíveis. José Luiz Fiorin Texto III O inferno são os outros. Jean Paul Sartre Sobre os textos I, II e III é correto afirmar: http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br a) O emprego do verbo no Presente é recurso para a apresentação de conceitos. b) Em II, coerções sociais e normas sociais apresentam contrariedade de sentido. c) Em remexido e reordenado (texto I), o prefixo re indica “anterioridade”. d) Em II, o pronome demonstrativo isso, em função de sujeito, antecipa o que será dito. e) Em III, o verbo concorda com o sujeito. Questão 41) Socorro Alguém me dê um coração Que este já não bate nem apanha. Arnaldo Antunes e Alice Ruiz Assinale a alternativa correta. a) Apanhar pode ser entendido como “sofrer”, o que inviabiliza a compreensão de bater como “pulsar”. b) O terceiro verso qualifica o termo coração e, portanto, do ponto de vista sintático, é uma oração adjetiva. c) O terceiro verso funciona como explicação para o pedido de socorro e, pela lógica, deveria ser o segundo verso do texto. d) A utilizaçãodo verbo apanhar contribui para a combinação de dramaticidade e humor do texto. e) O terceiro verso fornece um exemplo da idéia veiculada no segundo, de necessidade de um novo órgão físico. Questão 42) Balão 1: Mamãe, Mafalda vai ficar para o lanche! Balão 2: Tudo bem. Balão 3: Olha, a minha mãe não gosta que a gente deixe o leite esfriar Balão 4: Por isso, quando ela chamar, não vamos fazer ela esperar mais de dois ou três mortos. Sobre o trecho Quando ela chamar, não vamos fazer ela esperar mais de dois ou três mortos, é correto afirmar que: http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br a) as duas ocorrências do pronome ela, de acordo com a norma culta da língua, são consideradas apropriadas a um uso formal. b) o pronome pessoal, nas duas ocorrências, deveria ser suprimido, já que o sujeito de chamar e fazer é recuperável pelo contexto. c) ela , na segunda ocorrência, substitui o pronome pessoal do caso oblíquo correspondente, fato comum na linguagem oral. d) o pronome ela, na segunda ocorrência, com função de objeto indireto, poderia ser substituído por “lhe”. e) o pronome ela, na primeira ocorrência, com função de sujeito, poderia ser substituído, sem prejuízo do sentido original, por “ a”. Questão 43) Balão 1: Mamãe, Mafalda vai ficar para o lanche! Balão 2: Tudo bem. Balão 3: Olha, a minha mãe não gosta que a gente deixe o leite esfriar Balão 4: Por isso, quando ela chamar, não vamos fazer ela esperar mais de dois ou três mortos. Sobre a oração Quando ela chamar, é correto afirmar que: a) poderia ser substituída, sem alterar o sentido do texto, por “se ela chamar”. b) apresenta a forma verbal chamar no modo infinitivo. c) não precisaria estar isolada por vírgula, já que o período respeita a ordem direta. d) apresenta conjunção que introduz circunstância temporal. e) a conjunção quando expressa incerteza da personagem em relação ao chamado da mãe. Questão 44) I Como são belos os dias Do despontar da existência! — Respira a alma inocência Como perfumes a flor; O mundo – um sonho dourado, A vida – um hino d’amor! http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Casimiro de Abreu II Lembramo-nos (...), com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora e não viesse de muito longe a enfiada de decepções que nos ultrajam. Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam a saudade dos dias que correram como melhores. Bem considerando, a atualidade é a mesma em todas as datas. Raul Pompéia Assinale a alternativa correta. a) A palavra como, nas quatro situações em que ocorre (textos I e II), denota idéia de comparação. b) Em I, os travessões do 5º e 6º versos podem ser substituídos por verbo de ligação, sem prejuízo do sentido original. c) Em I, o sujeito de são belos é o mesmo de Respira. d) Em que nos ultrajam (texto II), o pronome relativo refere-se ao substantivo enfiada. e) Em II, com saudade hipócrita complementa, sintaticamente, felizes tempos. Questão 45) Assinale a alternativa correta. Balão 1: Mamãe, o que você gostaria de ser se você vivesse? http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br a) No último quadrinho, as expressões faciais da mãe e da menina revelam, respectivamente, surpresa e fúria. b) O humor do texto é gerado pelo fato de a menina empregar o verbo “viver” em duas acepções. c) Há revolta da garota contra a aceitação, por parte da mãe, do papel subalterno reservado à mulher na sociedade contemporânea. d) A forma verbal vivesse traz a informação implícita de que a garota considera que a mãe não vive de fato. e) Os três primeiros quadrinhos mostram as tarefas que, naquele dia, a mãe de Mafalda terá pela frente: passar roupas, arrumar a sala, lavar a louça. Questão 46) Os livros viraram o objeto de decoração da moda nas casas dos endinheirados. Se eles não têm familiaridade com a leitura, arquitetos e decoradores vão ao campo. Esses profissionais aconselham a compra de coleções completas de obras de literatura, filosofia e história para decorar as salas. Livros de auto- ajuda, só no quarto. Parte das peças deve ser garimpada em sebos, para transmitir a idéia de conhecimento sólido, erudição. Entre as posições básicas para demonstrar inteligência já na mesinha de centro, está o “ambiente moderno”, cuja composição exige livros alegres e coloridos, de artistas como Miro, Picasso, Mondrian. Acredita-se que eles dão vivacidade ao espaço. Paloma Cotes É correto dizer que: a) no trecho Se eles não têm familiaridade com a leitura , o pronome antecipa a referência a arquitetos e decoradores. b) no último parágrafo, espaço retoma o núcleo do adjunto adverbial em sebos. c) no trecho Acredita-se que eles dão vivacidade ao espaço, os pronomes se e eles têm a mesma referência. d) em Acredita-se que eles dão vivacidade ao espaço, o pronome eles tem referência ambígua. e) Já, em demonstrar inteligência já na mesinha de centro, poderia ser substituído por “rapidamente”. Questão 47) Assinale a alternativa correta. a) No verso Vem o pio da coruja, o verbo “vir” rege complemento não- preposicionado. b) No verso O meu quarto resume o passado em todas as casas que habitei, o pronome que substitui o passado. c) Nos versos Do jardim do convento / Vem o pio da coruja, os termos do jardim e do convento complementam substantivos. d) No verso Bater corajoso o seu cântico de certezas, o termo seu cântico complementa corajoso. e) No verso Doce como arrulho de pomba, a palavra como explicita a analogia entre pio da coruja e arrulho de pomba. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Questão 48) Assinale a afirmativa correta. a) O grande gesto feito pelo conde, ao mostrar o movimento da praça, contrapõe-se à eloqüência com que foram proferidas suas palavras. b) A expressão moço de nome histórico denota, no texto, um artista boêmio, muito conhecido do público. c) A caracterização do carro de bois revela nostalgia pelo passado rural português. d) A frase exclamativa Porque a fé, meus senhores, é a base da ordem! Revela mais o fervor religioso do conde que sua preocupação com a ordem social. e) Na expressão fim de tarde serena, o adjetivo serena equivale, ambiguamente, a “calma” e “monótona”. Questão 49) Fragmento de Triste fim de Policarpo Quaresma "Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. ( ... ) o que o patriotismo o fez pensar, foi num conhecimento inteiro de Brasil. ( ... ) Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro." BARRETO, Lima. "Triste fim de Policarpo Quaresma". São Paulo: Scipione, 1997. Considerando os itens grifados na passagem "O que O patriotismo O fez pensar", é correto afirmar que temos, respectivamente: a) artigo definido, pronome demonstrativo e pronome demonstrativo. b) pronome relativo, artigo definido e artigo definido. c) pronome relativo, pronome oblíquo e pronome demonstrativo. d) pronome demonstrativo, artigo definido e pronome oblíquo. e) pronome definido, artigo definido e pronome oblíquo. Questão 50) TEXTO A produção cultural do corpo Pensar o corpo como algo produzido na e pela cultura é, simultaneamente, um desafio e uma necessidade. Um desafio porque rompe, de certa forma, com o olharnaturalista sobre o qual muitas vezes o corpo é observado, explicado, classificado e tratado. Uma necessidade porque ao desnaturalizá-lo revela, sobretudo, que o corpo é histórico. Isto é, mais do que um dado natural cuja materialidade nos presentifica no mundo, o corpo é uma construção sobre a qual são conferidas diferentes marcas em diferentes tempos, espaços, conjunturas econômicas, grupos sociais, http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br étnicos, etc. Não é portanto algo dado a priori nem mesmo é universal: o corpo é provisório, mutável e mutante, suscetível a inúmeras intervenções consoante o desenvolvimento científico e tecnológico de cada cultura bem como suas leis, seus códigos morais, as representações que cria sobre os corpos, os discursos que sobre ele produz e reproduz. Um corpo não é apenas um corpo. É também o seu entorno. Mais do que um conjunto de músculos, ossos, vísceras, reflexos e sensações, o corpo é também a roupa e os acessórios que o adornam, as intervenções que nele se operam, a imagem que dele se produz, as máquinas que nele se acoplam, os sentidos que nele se incorporam, os silêncios que por ele falam, os vestígios que nele se exibem, a educação de seus gestos... enfim, é um sem limite de possibilidades sempre reinventadas e a serem descobertas. Não são, portanto, as semelhanças biológicas que o definem mas, fundamentalmente, os significados culturais e sociais que a ele se atribuem. (GOELLNER, Silvana Vilodre. A produção cultural do corpo. In: LOURO, Guacira Lopes (org.) "Corpo, gênero e sexualidade; um debate contemporâneo na educação". Petrópolis: Vozes, 2003. p.28-29) Do primeiro parágrafo do texto, retire os quatro adjetivos que melhor caracterizam a noção de corpo nele apresentada. Questão 51) O Bicho Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. Assinale a opção que relaciona o emprego de um recurso lingüístico à progressão das idéias na construção de sentido do poema "O Bicho". a) A repetição do verbo SER em oração negativa, na terceira estrofe, enfatiza a caracterização de HOMEM já feita anteriormente. b) O emprego do pronome indefinido, adjunto adnominal de COISA, na segunda estrofe, retifica a conceituação existencial de HOMEM. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br c) O emprego alternado dos artigos indefinido e definido diante da palavra BICHO, nas primeira e terceira estrofes, encaminha a ressignificação, no contexto, da palavra HOMEM. d) O emprego do imperfeito do indicativo, nas segunda e terceira estrofes, se refere, especificamente, à representação da expressão UM HOMEM. e) O emprego do pretérito perfeito, na primeira estrofe, ratificado pelo advérbio de tempo ONTEM, em VI ONTEM UM BICHO, enfatiza o caráter habitual de uma cena cotidiana do homem. Questão 52) O emprego de "o mesmo", comumente criticado por gramáticos, é usado, muitas vezes, para evitar repetição de palavras ou ambigüidade. Aponte a opção em que o uso de "o mesmo" não assegura clareza na mensagem. a) Esta agência possui cofre com fechadura eletrônica de retardo, não permitindo a abertura do mesmo fora dos horários programados. (Cartaz em uma agência dos Correios) b) A reunião da Associação será na próxima semana. Peço a todos que confirmem a participação na mesma. (Mensagem, enviada por e-mail, para chamada dos associados para uma reunião) c) Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra parado neste andar. (Lei 9.502) d) Após o preenchimento do questionário para levantamento de necessidade de treinamento, solicito a devolução do mesmo a este Setor. (Ofício de uma instituição pública) e) A grama é colhida, empilhada e carregada sem contato manual, portanto a manipulação fica restrita à descarga do caminhão manualmente ao lado do mesmo. (Folheto de instruções para plantio de grama na forma de tapete de grama) Questão 53) Portal do Assinante Estadão. Aqui não há visitantes, só gente de casa. O Portal do Assinante Estadão é um lugar dedicado especialmente a você, 24 horas por dia, feito para as pessoas se sentirem em casa. Veja alguns privilégios: entrega em dois endereços, transferência temporária, interrupção de entrega, promoções exclusivas do Clube do Assinante, informações sobre o jornal. Entre sem bater, fique à vontade e acesse. Afinal, a casa é sua. É correto afirmar que a) as orações "entrega em dois endereços, transferência temporária,... informações sobre o jornal", funcionando como aposto, sintetizam o conteúdo detalhado em "alguns privilégios". b) as formas verbais "veja" , "entre" , "fique" e "acesse" concordam com a expressão "as pessoas", empregada no início do texto. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br c) no trecho "entrega em dois endereços", o segmento "em dois endereços" oferece uma circunstância de lugar à forma verbal "entrega", funcionando, portanto, como adjunto adverbial. d) no trecho "Um lugar dedicado ESPECIALMENTE a você", o advérbio sugere, ao mesmo tempo, exclusividade e preferência. e) no trecho "a casa é sua", o pronome possessivo "sua" funciona como adjunto adnominal de "casa", tal como o artigo "a". Questão 54) "Professora usa blog PARA informar sobre deficiências". A preposição "PARA" foi empregada com sentido semelhante ao observado acima, em todas as opções, EXCETO em: a) "(...) empresas e instituições estão cada vez mais ligadas no conceito de acessibilidade, que visa prover ao deficiente físico meios PARA tomar contato com documentos e informações." b) "Existem recursos à disposição na Internet e em software PARA ajudar nisso." c) "Desde março, o NCE vem treinando deficientes físicos PARA inserção no mercado de trabalho (...)". d) "(...) e ele fazia a leitura (transcodificação) do que estava escrito na tela PARA a linguagem auditiva, de modo que o deficiente visual interagisse com o computador." e) "Mas, depois, percebi que o estava direcionando PARA informar meus leitores, a maioria formada por pessoas sem qualquer tipo de deficiência (...)." Questão 55) Observe os períodos adiante, diferentes quanto à pontuação. - Adoeci logo; não me tratei. - Adoeci; logo não me tratei. A observação atenta desses períodos permite dizer que: a) No primeiro, LOGO é um advérbio de tempo; no segundo, uma conjunção causal. b) No primeiro, LOGO é uma palavra invariável; no segundo, uma palavra variável. c) No primeiro, as orações estão coordenadas sem a presença de conjunção; na segunda, com a presença de uma conjunção conclusiva. d) No primeiro, as orações estão coordenadas com a presença de conjunção; na segunda, sem conjunção alguma. e) No primeiro, a segunda oração indica alternância; no segundo, a segunda oração indica a conseqüência. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Questão 56) No trecho: "Eu não creio, não posso mais acreditar na bondade ou na virtude de homem algum; todos são mais ou menos ruins, falsos, e indignos; há porém ALGUNS que sem dúvida com o fim de ser mais nocivos aos outros, e para produzir maior dano, têm o merecimento de dizer a verdade nua e crua, (...)": I) ALGUM e ALGUNS são pronomes indefinidos. II) ALGUNS é sujeito do verbo haver. III) ALGUM equivale a nenhum. Assinale a alternativa correta sobre as assertivas acima: a) Apenas I é verdadeira. b) Apenas II é verdadeira. c) Apenas I e II são verdadeiras. d) Apenas I e III são verdadeiras. e) I, II e III são verdadeiras. Questão 57) Analise as preposições destacadasnos seguintes contextos: A) " - [...] inconformado COM as amarras da lei, fazia justiça COM as próprias mãos." B) " - [...] buscar formas de convivência COM o narcotráfico." As preposições sublinhadas indicam, respectivamente, a) causa - instrumento - companhia. b) modo - modo - instrumento. c) referência - causa - companhia. d) instrumento - referência - causa. e) companhia - causa - modo. Questão 58) "Advérbio é a palavra mais ou menos invariável que modifica um verbo, um adjetivo ou outro advérbio." O "mais ou menos invariável" atribuído ao advérbio tem sua razão de ser devido à possibilidade de receber um sufixo indicativo de grau nos advérbios na frase NÃO carnavalizada em: a) Os advérbios mais amáveis são SIM, BEM, MUITO BEM. d) Aprendemos cedo a identificar o advérbio; estamos 'perto de' o esquecer? c) Formam-se advérbios de modo normalmente juntando-se ao feminino dos adjetivos o sufixo MENTE: gostosamente, calmamente, tranqüilamente, dormente, semente. d) Excetuam-se CLEMENTE e PORTUGUESMENTE, que se formam de palavras masculinas. e) Os advérbios mais antipáticos são NÃO, NUNCA, JAMAIS. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br TEXTO: 1 - Comum à questão: 59 O mundo já testemunhou uma verdadeira guerra contra a introdução de novas tecnologias no local de produção. O movimento dos luddities da Inglaterra destruiu máquinas e equipamentos por achar que as tecnologias que fizeram a Revolução Industrial destruiriam o trabalho. Nos dias de hoje, ainda há quem atribua às tecnologias a causa do desemprego. É comum citar a destruição de postos de trabalho provocada por uma colheitadeira que dispensa centenas de trabalhadores rurais. Essa análise não encontra respaldo na realidade. Uma nova tecnologia pode ter um impacto direto destrutivo e outro indireto construtivo, ao reduzir postos de trabalho onde entra e criar oportunidades de trabalho em outros setores. É verdade que isso não acontece automaticamente. Os impactos são mediados pelo tipo de administração, pelo ambiente institucional e pelas regras da economia. Quando novas tecnologias são incorporadas por empresas bem administradas e são usadas para baixar os preços e instigar a demanda de bens e serviços novos, os impactos positivos são enormes. Em 1960, uma ligação telefônica de três minutos entre o Brasil e os Estados Unidos custava cerca de US$ 45,00 (em valores de 2001); hoje, custa menos de US$ 3,00, graças ás inovações tecnológicas. Isso intensificou o volume das transações comerciais, o que, por sua vez, ampliou os investimentos e o emprego. A história mostra que o emprego aumenta quando a produtividade se eleva. Por outro lado, uma empresa que perde produtividade deixa de competir, destruindo empregos. (O Estado de S. Paulo, A3, 29/12/01) Questão 59) Está correta a forma verbal grifada na frase: a) O sindicato interviu na negociação de melhores condições de trabalho. b) A equipe de segurança da empresa deteu os manifestantes, impedindo sua entrada. c) Os conselheiros proporam mudanças na empresa, objetivando diminuir custos. d) Nem sempre advieram somente resultados positivos das grandes inovações tecnológicas. e) Com o desenvolvimento tecnológico, refazeu-se a economia, gerando novos empregos. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br TEXTO: 2 - Comum à questão: 60 Poética Pelas precedentes considerações se manifesta que não é ofício de poeta narrar o que aconteceu; é, sim, o de representar o que poderia acontecer, quer dizer: o que é possível segundo a verossimilhança e a necessidade. Com efeito, não diferem o historiador e o poeta, por escreverem verso ou prosa (pois que bem poderiam ser postas em verso as obras de Heródoto, e nem por isso deixariam de ser história, se fossem em verso o que eram em prosa), - diferem, sim, em que diz um as coisas que sucederam, e outro as que poderiam suceder. Por isso a poesia é algo de mais filosófico e mais sério do que a história, pois refere aquela principalmente o universal, e esta o particular. Por "referir-se ao universal" entendo eu atribuir a um indivíduo de determinada natureza pensamentos e ações que, por liame de necessidade e verossimilhança, convêm a tal natureza; e ao universal, assim entendido, visa a poesia, ainda que dê nomes aos seus personagens; particular, pelo contrário, é o que fez Alcibíades ou o que lhe aconteceu. (Aristóteles, "Poética") Corte na Aldeia - A minha inclinação em matéria de livros (disse ele), de todos os que estão presentes é bem conhecida; somente poderei dar agora de novo a razão dela. Sou particularmente afeiçoado a livros de história verdadeira, e, mais que às outras, às do Reino em que vivo e da terra onde nasci; dos Reis e Príncipes que teve; das mudanças que nele fez o tempo e a fortuna; das guerras, batalhas e ocasiões que nele houve; dos homens insignes, que, pelo discurso dos anos, floresceram; das nobrezas e brasões que por armas, letras, ou privança se adquiriram. [...] [...] - Vós, senhor Doutor (disse Solino) achareis isso nos vossos cartapácios; mas eu ainda estou contumaz. Primeiramente, nas histórias a que chamam verdadeiras, cada um mente segundo lhe convém, ou a quem o informou, ou favoreceu para mentir; porque se não forem estas tintas, é tudo tão misturado que não há pano sem nódoa, nem légua sem mau caminho. No livro fingido contam-se as cousas como era bem que fossem e não como sucederam, e assim são mais aperfeiçoadas. Descreve o cavaleiro como era bem que os houvesse, as damas quão castas, os Reis quão justos, os amores quão verdadeiros, os extremos quão grandes, as leis, as cortesias, o trato tão conforme com a razão. E assim não lereis livro em o qual se não destruam soberbos, favoreçam humildes, amparem fracos, sirvam donzelas, se cumpram palavras, guardem juramentos e satisfaçam boas obras. [...] Muito festejaram todos o conto, e logo prosseguiu o Doutor: - Tão bem fingidas podem ser as histórias que merecem mais louvor que as verdadeiras; mas há poucas que o sejam; que a fábula bem escrita (como diz Santo Ambrósio), ainda que não tenha força de verdade, tem uma ordem de razão, em que se podem manifestar as cousas verdadeiras. (Francisco Rodrigues Lobo, "Corte na Aldeia") http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Crônica (15.03.1877) Mais dia menos dia, demito-me deste lugar. Um historiador de quinzena, que passa os dias no fundo de um gabinete escuro e solitário, que não vai às touradas, às câmaras, à rua do Ouvidor, um historiador assim é um puro contador de histórias. E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de histórias é justamente o contrário de historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias. Por que essa diferença? Simples, leitor, nada mais simples. O historiador foi inventado por ti, homem culto, letrado, humanista; o contador de histórias foi inventado pelo povo, que nunca leu Tito Lívio, e entende que contar o que se passou é só fantasiar. O certo é que se eu quiser dar uma descrição verídica da tourada de domingo passado, não poderei, porque não a vi. [...] (Joaquim Maria Machado de Assis, "História de Quinze Dias". In: Crônicas) Questão 60) Os pronomes demonstrativos são algumas vezes empregados na frase para fazer referência a termos antecedentes, ou seja, empregados anteriormente na mesma ou em outra frase. De posse desta informação, a) aponte os respectivos antecedentes dos pronomes demonstrativos aquela e esta no terceiro período do texto de Aristóteles (de “Por isso...” até “... o particular”); b) explique, com base nessa e em outras passagens do texto de Aristóteles, a diferençaentre o historiador e o poeta. TEXTO: 3 - Comum à questão: 61 Neste momento, o bordado está pousado em cima do console e o interrompi para escrever, substituindo a tessitura dos pontos pela das palavras, o que me parece um exercício bem mais difícil. Os pontos que vou fazendo exigem de mim uma habilidade e um adestramento que já não tenho. Esforço-me e vou conseguindo vencer minhas deficiências. As palavras, porém são mais difíceis de adestrar e vêm carregadas de uma vida que se foi desenrolando dentro e fora de mim, todos esses anos. São teimosas, ambíguas e ferem. Minha luta com elas é uma luta extenuante. Assim, nesse momento, enceto duas lutas: com as linhas e com as palavras, mas tenho a certeza que, desta vez, estou querendo chegar a um resultado semelhante e descobrir ao fim do bordado e ao fim desse texto, algo de delicado, recôndito e imperceptível sobre o meu próprio destino e sobre o destino dos seres que me rodeiam. Ontem, quando entrei no armarinho para escolher as linhas, vi-me cercada de pessoas com quem não convivia há muito tempo, ou convinha muito pouco, de cuja existência tinha esquecido. Mulheres de meia-idade que compravam lãs para bordar http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br tapeçarias, selecionando animadamente e com grande competência os novelos, comparando as cores com os riscos trazidos, contando os pontos na etamine, medindo o tamanho do bastidor. Incorporei-me a elas e comecei a escolher, com grande acuidade, as tonalidades das minhas meadas de linha mercerizada. Pareciam pequenas abelhas alegres (...), levando a sério as suas tarefas. (...) Naquelas mulheres havia alguma coisa preservada, sua capacidade de bordar dava-lhes uma dignidade e um aval. Não queria que me discriminassem, conversei com elas de igual para igual, mostrando-lhes os pontos que minha pequena mão infantil executara. (JARDIM, Rachel. O penhoar chinês. 4 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990.) Questão 61) A forma do mais-que-perfeito composto do verbo da primeira oração do texto é: a) estava pousado. b) estará pousado. c) tinha estado pousado. d) teria estado pousado. e) tem estado pousado. TEXTO: 4 - Comum às questões: 62, 63 Psicologia de um vencido Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância. Sofro, desde a epigênesis da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causar repugnância… Sobe-se à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme – este operário das ruínas – Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreita meus olhos para roê-los, E há de deixar-me apenas os cabelos Na frialdade inorgânica da terra! http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Questão 62) Morfologicamente, “de escuridão” e “desde a epigênesis” funcionam respectivamente como: a) Locução substantiva e locução adjetiva. b) locução adverbial e locução adverbial c) locução adjetiva e locução adverbial d) locução adverbial e locução adjetiva e) locução adjetiva e locução adjetiva Questão 63) Em “Que o sangue podre das carnificinas” o termo grifado funciona morfológica e sintaticamente como: a) pronome relativo e sujeito. b) pronome substantivo e relativo. c) conjunção integrante e conectivo subordinativo. d) pronome relativo e objeto direto. e) conjunção consecutiva e sujeito. TEXTO: 5 - Comum às questões: 66, 65, 64, 67, 68, 69 Luta de Classes Não é que dona Maria de Lurdes (Malu) não entenda, é que lhe explicam mal as coisas. Por exemplo. Uma noite ela perguntou para o marido que história era aquela de luta de classes e o marido, já meio dormindo, respondeu: _ São os empregados contra nós. No dia seguinte, dona Malu já olhou para a Ernestina, 20 anos com a família, de outro jeito. _ Que foi, dona Malu? _ Nada, nada. No almoço, dona Malu pediu mais detalhes ao marido. _ O que é que os empregados querem? _ O quê, Malu? _ Os empregados. O que é que eles querem de nós? O marido respirou fundo e ia começar a responder quando Ernestina entrou na sala do almoço e dona Malu o deteve com um gesto. Não na frente do inimigo. Ernestina voltou para a cozinha. O marido de dona Malu se serviu de guisadinho, mas não chegou a levar a primeira garfada à boca. _ Pare! – gritou dona Malu, que tivera um súbito e terrível pensamento: vidro moído na comida. _Por quê, Malu? _ Não toque nessa comida! http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br _ Como é que eu vou almoçar sem tocar na comida? _ Vamos almoçar fora. _ Que história é essa, Malu. Logo hoje que a Ernestina fez o meu prato preferido! _ Justamente por isso. De noite eu faço guisadinho para você. _ Eu prefiro o guisadinho da Ernestina. Mas dona Malu já começara a limpar a sua mesa. Ernestina fez cara feia quando viu o seu guisado voltar, intocado, para a cozinha. Em 20 anos, era a primeira vez que acontecia aquilo. _ Não gostaram, é? _ Não tenho que lhe dar satisfações. A senhora anda muito engraçada. _ Veja como fala. _ O que é que eu faço para o jantar? _ Nada. Pode tirar o resto do dia. Ernestina murmurou alguma coisa, emburrada. _ Que foi? _ perguntou dona Malu. _ Se a senhora não está satisfeita comigo... _ Eu? Você é que está contra nós! _ Eu, dona Malu? _ Não finja. Pelo menos tenha a hombridade de lutar de frente. Nem Ernestina nem dona Malu sabiam o que queria dizer hombridade e ficou por isso mesmo. Ernestina também não sabia que luta era aquela, mas se dona Malu queria briga, ia ter briga. Não seria a primeira vez. _ A senhora está me despedindo? Dona Malu pensou um pouco. Afinal, eram 20 anos. Mesmo que Ernestina tivesse, finalmente, revelado a sua duplicidade, 20 anos eram 20 anos. E seria melhor ter o inimigo dentro de casa, onde ele podia ser controlado. _ Não está despedida. Mas de agora em diante, eu faço a comida. Você só limpa a casa e lava os pratos. Não faz nem o cafezinho. _ Está bem. Era a guerra. Ou uma trégua declarada. Passaram a conviver de cara fechada, dona Malu e Ernestina. Uma vez o marido de dona Malu foi pego em flagrante na cozinha pedindo para Ernestina fazer um dos seus pudins de laranja escondido. Foi tachado de traidor de sua classe. Dona Malu passou a cozinhar, sob olhar crítico e, às vezes, os risos abafados, de Ernestina. E na noite em que dona Malu viu na televisão um filme de espionagem em que um agente infiltrado em território inimigo mandava mensagens de rádio para suas forças com um transmissor secreto, correu a dar uma busca no quarto de Ernestina. Não encontrou nenhum transmissor mas, por via das dúvidas, impugnou um radinho de pilha. (Luís F. Veríssimo – Novas Comédias da Vida Privada - L&PM,1996) http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Questão 64) “Não tenho que lhe dar satisfações.” Pode-se observar na oração acima o uso apropriado do pronome “lhe” complementando o sentido do verbo “dar”. Assinale a alternativa em que o uso do pronome “lhe” é incorreto. a) Mandei-lhe visitar os pais em Petrópolis. b) O direito de protestar não lhe assiste. c) A verdade é que eu lhe quero muito bem. d) Nãolhe agrada esta providência? e) Não lhe obedecerei mais, pois já sou adulto. Questão 65) “O que é que os empregados querem?” As palavras sublinhadas na oração acima não exercem função gramatical e foram utilizadas apenas para dar realce. O mesmo acontece em todas as orações abaixo, exceto: a) O que é que eles querem de nós? b) Como é que eu vou almoçar sem tocar na comida? c) Você é que está contra nós! d) Não é que dona Maria de Lurdes (Malu) não entenda. e) O que é que eu faço para o jantar? Questão 66) “Mas dona Malu já começara a limpar a sua mesa.” Sem causar alteração no sentido da oração, o verbo sublinhado poderia ser substituído por: a) iria começar b) teria começado c) havia começado d) estava começando e) começaria Questão 67) “Não finja. Pelo menos tenha a hombridade de lutar de frente.” Assinale a forma verbal que não segue a mesma conjugação dos verbos sublinhados na oração acima. a) Não toque nessa comida. b) Pare! c) Não faz nem o cafezinho. d) Coma o seu sanduíche. e) Limpe a casa e lave os pratos. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Questão 68) “...é que lhe explicam mal as coisas.” Assinale a alternativa em que a palavra “mal” foi usada indevidamente. a) Se o mal não existisse, o bem não existiria. b) O empregado foi mal recebido pelos patrões. c) Todos falavam mal dos vizinhos. d) Mal despontara o sol, já estávamos na praia. e) Ele não é um mal rapaz, apenas preguiçoso. Questão 69) “Se dona Malu _____ uma explicação mais clara de seu marido e _____ um relacionamento mais amigável com sua empregada, todos ____ mais satisfeitos.” Assinale a única alternativa que preenche corretamente as lacunas na oração acima. a) obtesse – mantesse - ficariam b) obtesse – mantivesse – ficariam c) obtivesse – mantivesse – ficaram d) obtivesse – mantesse – ficariam e) obtivesse – mantivesse – ficariam TEXTO: 6 - Comum às questões: 70, 71, 72 Um viés do bem Toda vez que trato das desigualdades duráveis do Brasil, recebo manifestações de uma minoria que se manifesta contra a idéia de que existe racismo no Brasil e que ele seja a fonte principal das enormes distâncias sociais que separam os brasileiros na base e no topo da ordem social e de sua persistência. Tenho falado muito das duas faces da realidade social brasileira: a luminosa, marcada por mudanças positivas e avanços inegáveis em nossa realidade econômica, social e política, e a dolorosa, definida pela persistência da pobreza, da desigualdade, da corrupção e de outras mazelas. Elas estão claramente correlacionadas, da seguinte maneira: há limites para o progresso adicional significativo na redução da pobreza e da desigualdade, se não houver um claro redirecionamento das ações públicas e privadas. Mais ainda, se não houver um claro viés racial, a favor dos negros, o combate à pobreza pode não contribuir para uma redução significativa das desigualdades. A desigualdade é alta e durável no Brasil porque ela tem cor. A cor determina uma diferenciação entre brasileiros que se justapõem à estratificação social, seja por classes, seja por ocupações. Nas classes mais altas quase não há negros. No proletariado de menor qualificação, os negros predominam. Os de maior qualificação são majoritariamente brancos. Se, para simplificar, dividirmos os grupos ocupacionais no Brasil em três, no mais baixo, estão 19% dos brancos e 30% dos negros. No intermediário se http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br concentram 49% dos brancos e 59% dos negros. No mais alto, encontram- se 32% dos brancos e 11% dos negros. Claro, existem muitos brancos muito pobres, mas são a parcela minoritária. A maioria dos mais pobres é de negros e, principalmente, negras, vítimas de dupla discriminação, pela cor e pelo gênero. O que a maioria não reconhece é a existência desse componente puramente racial da desigualdade. Dentro de cada grupo social ou ocupacional, os brancos têm, na média, situação bem melhor que os negros. Nelson do Vale Silva deu os números em um estudo recente. Um trabalhador manual rural branco tem um salário médio que é o dobro daquele pago a um trabalhador manual rural negro. Ambos são trabalhadores – manuais – rurais, mas um é branco e o outro negro. Essa única diferença está associada a uma distância salarial de 100%. Sem ação específica para eliminar o racismo não se conseguirá mais do que melhorar a distribuição de renda entre os brancos, que não é tão escandalosamente desigual como é entre brancos e negros. As barreiras são raciais, não são econômicas. Para superá-las não basta aumentar o emprego e elevar os salários de base de todos. É preciso fazê-lo com viés para eliminar as diferenças por cor, deixando apenas aquelas ligadas à qualificação e às aptidões pessoais. Há formas menos conflituosas e mais inteligentes de ação afirmativa que as cotas. Nenhuma política econômica pode romper o sutil bloqueio do “perfil adequado” ao acesso dos negros aos melhores cargos e funções oferecidos no mercado. Só um viés a favor fará com que um negro ou uma negra, com igual ou melhor qualificação que seus concorrentes brancos a um cargo de gerência, não ouça mais a resposta “você se saiu muito bem, mas não tem exatamente o perfil de que nossa empresa está precisando”. Fernando Henrique Cardoso fez um gesto inédito da história da Presidência brasileira: assumiu o reconhecimento coletivo da existência do racismo no documento que o Brasil apresenta à Conferência Mundial contra o Racismo. Foi o primeiro passo de uma longa caminhada. Ele ainda pode dar o próximo, antes de terminar seu governo, adotando iniciativas pioneiras de ação afirmativa. (Sérgio Abranches – Revista Veja – 05/09/2001) Questão 70) “... há limites para o progresso adicional significativo...” Pode-se observar no exemplo acima o emprego correto do verbo “haver” impessoal. Assinale a alternativa em que não há erro no emprego da forma verbal. a) Ainda resta cerca de vinte alunos na sala. b) Devem haver muitos interessados no seu projeto. c) Já vão fazer cinco anos que cheguei aqui. d) Falta dois meses para o término das aulas. e) Houve épocas em que não se conheciam injustiças. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Questão 71) “Tenho falado muito das duas faces da realidade social brasileira” A forma composta do verbo foi utilizada pelo autor para expressar: a) Uma ação produzida em certo momento do passado. b) A repetição de um ato ou a sua continuidade até o presente. c) Uma ação completamente concluída. d) Um fato passado habitual. e) Uma ação que ocorreu antes de outra ação já passada. Questão 72) “Ambos são trabalhadores – manuais – rurais, mas um é branco e o outro negro.” As conjunções abaixo poderiam ter sido usadas na oração sublinhada acima sem causar alteração no sentido, exceto: a) contudo b) entretanto c) porém d) no entanto e) portanto TEXTO: 7 - Comum à questão: 73 DETERMINISMOS Acho que o caráter de um povo decorre de sua língua, e não o contrário. O constante mau humor do francês, por exemplo, é uma exigência fonética: a língua francesa soa melhor quando exprime alguma indisposição com o mundo ou com um semelhante. Certos sons, em francês, só são perfeitamente atingidos num determinado grau de irritação. O que, à primeira vista, parece uma insanável assincronia entre o francês e o seu fígado ou o seu destino pessoal não passa de um determinismo da pronúncia. Não se pode esperar do francês o gesto largo e generoso de um povo com amplas vogais, como o Italiano. O que se ouve é uma enganosa amargura, fruto das consoantes construtivas.A mania dos alemães de dominar o mundo talvez venha do caráter predatório da sua língua, sempre atrás de maneiras de combinar mais e mais significados numa só palavra. Há quem diga que o ideal alemão é reduzir tudo o que precisa ser dito a uma interminável fileira de sílabas, a uma palavra única que cincundaria o globo e tornaria todas as outras línguas obsoletas. Já escrevi que Portugal colonizou a África e o Brasil porque o português falado lá se tornara tão difícil de dizer que precisava de ar. Foi a falta de ar que impeliu as caravelas. O português falado na África e no Brasil é justamente o português de Portugal com mais espaço. O mesmo aconteceu com o inglês americano e australiano em relação ao inglês inglês. Este teria, com o tempo, se tornado incompreensível para seus próprios usuários, se http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br não tivesse adquirido dois grandes continentes, onde pôde respirar e se espraiar. Mas se faz bem à língua o espaço maior pode prejudicar o caráter. Em Portugal ele dizem "ao" onde nós dizemos "ão" e por isso a nossa "corrupção" parece maior, tem a força descritiva de um superlativo. É como se existisse a palavra "corrupcinha", mas. de tão pouco adequada aos nossos hábitos, se tivesse perdido no tempo, substituída para sempre pelo seu oposto. Nosso português liberado pelo nosso tamanho nos compeliria só aos grandes pecados. A culpa não é nossa, é dos nossos superlativos. Ditongo nasal é destino. (Adaptado - VERÍSSIMO, L.F., In Jornal do Brasil, 8/7/95.) Questão 73) Ao considerar o substantivo "corrupção" uma formação superlativa, o autor pretende salientar, mais do que uma noção de tamanho, uma idéia de: a) assimetria b) afetividade c) intensidade d) pejoração e) quantidade TEXTO: 8 - Comum à questão: 74 Na memorável regência da princesa Isabel, sua caneta de ouro assinalou fatos marcantes na história do país, como é do conhecimento geral. Um episódio, porém, viria a criar um certo embaraço ao uso de tão celebrado instrumento: é que a Câmara Municipal resolvera criar uns novos “mijadouros públicos”, palavras consideradas impróprias para figurar em documento a ser levado ao conhecimento público subscrito por sua alteza imperial. Seria, porém, um contra-senso privar a população dessa comodidade e a cidade desse valioso equipamento por um problema de lexicografia. Criou- se, então, um novo vocábulo, como vai registrado no Dicionário etimológico da língua portuguesa, de Antenor Nascentes: “Mictório. Neologismo criado quando a princesa imperial regente, D. Isabel, teve de sancionar uma postura da Ilustríssima Câmara Municipal acerca de mijadouros públicos. Figueiredo tira do lat. mictoriu, que aliás é um adjetivo com o sentido de diurético”. Benedito Lima de Toledo, O Estado de São Paulo Questão 74) No trecho palavras consideradas impróprias para figurar em documento a ser levado ao conhecimento público subscrito por sua alteza imperial, as expressões destacadas: a) expressam ações contínuas, uma vez que correspondem a gerúndios. b) são formas nominais de verbos e, no texto, qualificam substantivos. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br c) têm valor apenas verbal e são independentes dos substantivos próximos. d) qualificam os substantivos imediatamente anteriores: palavras e conhecimento. e) omitem a desinência de gênero, por serem empregadas como verbos. TEXTO: 9 - Comum à questão: 75 Declaração Devia começar, como o sabe de cor e salteado a maioria dos leitores, que é sem dúvida nenhuma muito entendida na matéria, por uma declaração em forma. Mas em amor, assim como em tudo, a primeira saída é o mais difícil. Todas as vezes que esta idéia vinha à cabeça do pobre rapaz, passava-lhe uma nuvem escura por diante dos olhos e banhava-se-lhe o corpo em suor. Muitas semanas levou a compor, a estudar o que havia de dizer a Luizinha quando aparecesse o momento decisivo. Achava com facilidade milhares de idéias brilhantes: porém, mal tinha assentado em que diria isto ou aquilo, já isto ou aquilo lhe não parecia bom. Por várias vezes, tivera ocasião favorável para desempenhar a sua tarefa, pois estivera a sós com Luizinha; porém, nessas ocasiões, nada havia que pudesse vencer um tremor nas pernas que se apoderava dele, e que não lhe permitia levantar-se do lugar onde estava, e um engasgo que lhe sobrevinha, e que o impedia de articular uma só palavra. Enfim, depois de muitas lutas consigo mesmo para vencer o acanhamento, tomou um dia a resolução de acabar com o medo, dizer-lhe a primeira coisa que lhe viesse à boca. Luizinha estava no vão de uma janela a espiar para a rua pela rótula: Leonardo aproximou-se tremendo, pé ante pé, parou e ficou imóvel como uma estátua atrás dela que, entretida para fora, de nada tinha dado fé. Esteve assim por longo tempo calculando se devia falar em pé ou se devia ajoelhar- se. Depois fez um movimento como se quisesse tocar no ombro de Luizinha, mas retirou depressa a mão. Pareceu-lhe que por aí não ia bem; quis antes puxar-lhe pelo vestido, e ia já levantando a mão quando também se arrependeu. Durante todos esses movimentos o pobre rapaz suava a não poder mais. Enfim, um incidente veio tirá-lo da dificuldade. Ouvindo passos no corredor, entendeu que alguém se aproximava, e tomado de terror por se ver apanhado naquela posição, deu repentinamente dois passos para trás, e soltou um – ah! – muito engasgado. Luizinha, voltando-se, deu com ele diante de si, e recuando espremeu-se de costas contra a rótula: veio-lhe também outro - ah! – porém não lhe passou da garganta e conseguiu apenas fazer uma careta. A bulha dos passos cessou sem que ninguém chegasse à sala; os dois levaram algum tempo naquela mesma posição, até que Leonardo, por um supremo esforço, rompeu o silêncio, e com voz trêmula e em tom o mais sem graça que se possa imaginar perguntou desenxabidamente: http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br - A senhora... sabe...uma coisa? E riu-se com uma risada forçada, pálida e tola. Luizinha não respondeu. Ele repetiu no mesmo tom: - Então... a senhora... sabe ou... não sabe? E tornou a rir-se do mesmo modo. Luizinha conservou-se muda. - A senhora bem sabe...é porque não quer dizer... Nada de resposta. - Se a senhora não ficasse zangada ... eu dizia ... Silêncio. - Está bom ... Eu digo sempre... mas a senhora fica ou não fica zangada? Luizinha fez um gesto de quem estava impacientada. - Pois então eu digo ... a senhora não sabe ... eu...eu lhe quero ... muito bem... Luizinha fez-se cor de uma cereja; e fazendo meia volta à direita, foi dando as costas ao Leonardo e caminhando pelo corredor. Era tempo, pois alguém se aproximava. Leonardo viu-a ir-se, um pouco estupefato pela resposta que ela lhe dera, porém, não de todo descontente: seu olhar de amante percebera que o que se acabava de passar não tinha sido totalmente desagradável a Luizinha. Quando ela desapareceu, soltou o rapaz um suspiro de desabafo e assentou-se, pois se achava tão fatigado como se tivesse acabado de lutar braço a braço com um gigante. Manuel Antônio de Almeida. Memórias de um Sargento de Milícias Questão 75) A opção em que o adjetivo determina o substantivo, mas, na verdade, qualifica o referente a que o substantivo está associado é: a) “ Achava com facilidade milhares de idéias brilhantes (2o §) b) “ ... e com voz trêmula...” (5o §) c) “E riu-se com uma risada pálida e tola” (7o §) d) “Luizinha fez-se cor de uma cereja”(18o §) e) “ Leonardo viu-a rir-se, um pouco estupefato” (19o §) TEXTO: 10 - Comum à questão: 76 A notícia saiu no "The Wall Street Journal": a "ansiedade superou a depressão como problema de saúde mental predominante nos EUA". Para justificar o absurdo, o autor da matéria recorre a um psicoterapeuta e a um sociólogo. O primeiro descreve "ansiedade como condição dos privilegiados" que, livres de ameaças reais, se dão ao luxo de "olhar para dentro" e criar medos irracionais; o segundo diz que "vivemos na era mais segura da humanidade" e, no entanto, "desperdiçamos bilhões de dólares em medos bem mais ampliados do que seria justificável". Sem meias palavras, os peritos dizem algo mais ou menos assim: os americanos estão nadando em riqueza e, como não têm do que se queixar, adquiriram o costume http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br neurótico de desentocar medos irracionais para projetá-los no admirável mundo novo ao redor. A explicação impressiona pela ingenuidade ou pela má-fé. Ninguém contrai o "Mau hábito" de olhar para dentro de si do dia para a noite. A obsessão consigo não é um efeito colateral do modo de vida atual; é um dos seus mais indispensáveis ingredientes. O crescimento exagerado do interesse pelo "mundo interno" e pelo corpo é a contrapartida do desinteresse ou hostilidade pelo "mundo externo" e pelos outros. Diz o catecismo: só confie em seu corpo e em sua mente. O resto é concorrente; o resto está sempre cobiçando e disputando seu emprego, seu sucesso, seu patrimônio e sua saúde. Sentir medo e ansiedade, em condições semelhantes, é um estado emocional perfeitamente racional e inteligível. Em bom português, sentir-se condenado a jamais ter repouso físico ou mental, sob pena de perder a saúde, a longevidade, a forma física, o desempenho sexual, o emprego, a casa, a segurança na velhice, pode ser um inferno em vida para os pobres ou para os ricos. Os candidatos à ansiedade são, assim, bem mais numerosos e bem menos ociosos do que pensam o psicoterapeuta e o sociólogo. (Adaptado de: COSTA, J.F. A ansiedade da opulência. "Folha de São Paulo", 19 de março de 2000.) Questão 76) Assinale a locução em que a preposição destacada NÃO é regida por um nome a) DE saúde mental b) EM medos bem mais ampliados c) DE desentocar medos irracionais d) DE olhar para dentro de si e) DO modo de vida atual TEXTO: 11 - Comum à questão: 77 A QUESTÃO A SEGUIR PRETENDE EXAMINAR SUA CAPACIDADE DE REFLEXÃO SOBRE CONCEITOS DIFUNDIDOS PELA TRADIÇÃO GRAMATICAL, OS QUAIS, DE MODO GERAL, SÃO ENCONTRADOS EM GRAMÁTICAS NORMATIVAS E ALGUNS LIVROS DIDÁTICOS. ANTES DE RESPONDÊ–LA, LEIA COM ATENÇÃO AS DEFINIÇÕES APRESENTADAS A SEGUIR. I) Verbo é a palavra que exprime ação, estado ou fenômeno. II) Pronome é a palavra que representa o ser ou ao ser se refere, indicando- o como pessoa do discurso. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br III) Adjetivo é a palavra que expressa qualidade, propriedade ou estado do ser. IV) Interjeição é a expressão que transmite emoções súbitas. V) Sujeito é o ser de que se diz algo. LEIA, AGORA, OS COMENTÁRIOS SOBRE AS DEFINIÇÕES. Questão 77) 1) De acordo com a definição I, a palavra grifada em “A saída dos ônibus foi adiada” é um verbo. 2) De acordo com a definição II, em “Vi o seu pai hoje” tanto vi quanto seu podem considerados pronomes. 3) De acordo com a definição III, a palavra presidente em “O presidente FHC chega de Londres amanhã” é adjetivo. 4) De acordo com a definição IV, a expressão alô em “Alô, eu gostaria de falar com Celso” não é interjeição. 5) De acordo com a definição V, o sujeito da oração “Para Jane e Malu, os amigos têm lugar especial” seria Jane e Malu. São CORRETOS: a) todos os comentários. b) somente 1, 3 e 4 c) somente 1, 2 e 5 d) somente 2 e 5 e) somente 3 TEXTO: 12 - Comum à questão: 78 Por amor à Pátria O que é mesmo a Pátria? Houve, com certeza, uma considerável quantidade de brasileiros(as) que, na linha da própria formação, evocaram a Pátria com critérios puramente geográficos: uma vastíssima porção de terra, delimitada, porém, por tratados e convenções. Ainda bem quando acrescentaram: a Pátria é também o Povo, milhões de homens e mulheres que nasceram, moram, vivem, dentro desse território. Outros, numerosos, aprimoraram essa noção de Pátria e pensaram nas riquezas e belezas naturais encerradas na vastidão da terra. Então, a partir das cores da bandeira, decantaram o verde das florestas, o azul do firmamento espelhado no oceano, o amarelo dos metais escondidos no subsolo. Ufanaram-se legitimamente do seu país ou declararam, convictos, aos filhos jovens, que jamais hão-de ver país como este. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Foi o que fizeram todos quantos procuraram a Pátria no quase meio milênio da História do Brasil, complexa e fascinante História de conquistas e reservas, de “sangue, suor e lágrimas”, mas também de esperanças e de realizações. Evocaram gestos heróicos, comovedoras lendas e sugestivas tradições. Tudo isso e o formidável universo humano e sacrossanto que se oculta debaixo de tudo isso constituem a Pátria. Ela é história, é política e é religião. Por isso é mais do que o mero território. É algo de telúrico. É mais do que a justaposição de indivíduos, mas reflete a pulsação da inenarrável história de cada um. A pátria é mais do que a Nação e o Estado e vem antes deles. A Nação mais elaborada e o Estado mais forte e poderoso, se não partem da noção de Pátria e não servem para dar à Pátria sua fisionomia e sua substância interior, não têm todo o seu valor. Por último, quero exprimir, com os olhos fixos na Pátria, o seu paradoxo mais estimulante. De um lado, ela é algo de acabado, que se recebe em herança. Por outro lado, ela nunca está definitivamente pronta. Está em construção e só é digno dela quem colabora, em mutirão, para ir aperfeiçoando o seu ser. Independente, ela precisa de quem complete a sua independência. Democrática, ela pertence a quem tutela e aprimora a democracia. Livre, ela conta com quem salvaguarda a sua liberdade. E sobretudo, hospitaleira, fraterna, aconchegante, cordial, ela reclama cidadãos e filhos que a façam crescer mais e mais nestes atributos essenciais de concórdia, equilíbrio, harmonia, que a fazem inacreditavelmente Pátria - e me dá vontade de dizer, se me permitem criar um neologismo, inacreditavelemente Mátria. Pensando bem, cada brasileiro, quem quer que seja, tem o direito de esperar que os outros 140 milhões de brasileiros sejam, para ele, Pátria. Dom Lucas Moreira Neves (adaptação) Jornal do Brasil - 08/09/93. Questão 78) A opção em que se observa discordância entre a preposição e a relação a ela correspondente é: a) "caráter de um povo" - posse. b) "decorre de sua língua" - origem. c) "indisposição com o mundo" - oposição. d) "a uma interminável fileira" - movimento. e) "substituída para sempre" - conseqüência. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br TEXTO: 13 - Comum à questão: 79 A Maria recuou dous passos e pôs-se em guarda, pois também não era das que se receava com qualquer cousa. – Tira-te lá, ó Leonardo! – Não chames mais pelo meu nome, não chames... que tranco-te esta boca a socos... – Safa-te daí! quem te mandou pôr-se aos namoricos comigo a bordo? Isto exasperou o Leonardo; a lembrança do amor aumentou-lhe a dor da traição e o ciúme e a raiva de que se achava possuído transbordaram em socos sobre a Maria, que depois de uma tentativa inútil de resistência, desatou a correr, a chorar e a gritar(...). (Manuel Antônio de Almeida. Adaptado) Questão 79) Safa-te daí! quem te mandou pôr-se aos namoricos comigo a bordo? Alterando tu por você, a uniformização do tratamento exigiria as seguintes alterações: a) Safa-se daí! quem te mandou pôr-se aos namoricos comigo a bordo? b) Safe-lhe daí! quem lhe mandou pôr-se aos namoricos comigo a bordo? c) Safe-se daí! quem te mandou pôr-se aos namoricos comigo a bordo? d) Safa-se daí! quem se mandou pôr-se aos namoricos comigo a bordo? e) Safe-se daí! quem a mandou pôr-se aos namoricos comigo a bordo? TEXTO: 14 - Comum à questão: 80 O senão do livro Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem... (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas) Questão 80) O emprego dos pronomes este e esse, no início do texto, a) tem a finalidade de distinguir entre o que já se mencionou (mundo) e o que se vai mencionar (livro). b) marca a oposição entre o concreto (mundo real) e o abstrato (mundo da ficção). http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br c) faz uma distinção decorrente da diferença entre a posição do narrador e a do leitor. d) é conseqüência da oposição entre passado (livro) e presente (mundo). e) é indiferente; assim como hoje, esses pronomes não têm valor distintivo. TEXTO: 15 - Comum à questão: 81 Um viés do bem Toda vez que trato das desigualdades duráveis do Brasil, recebo manifestações de uma minoria que se manifesta contra a idéia de que existe racismo no Brasil e que ele seja a fonte principal das enormes distâncias sociais que separam os brasileiros na base e no topo da ordem social e de sua persistência. Questão 81) “... que separam os brasileiros na base e no topo da ordem social e de sua persistência” Assinale a alternativa que apresenta o referente no texto do pronome sublinhado. a) minoria b) idéia c) racismo d) brasileiros e) ordem social TEXTO: 16 - Comum à questão: 82 Lisbon Revisited (1923) Não: não quero nada. Já disse que não quero nada. Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer. Não me tragam estéticas! Não me falem em moral! Tirem-me daqui a metafísica! Não me apregoem sistemas completos, não me [enfileirem conquistas http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) — Das ciências, das artes, da civilização moderna! Que mal fiz eu aos deuses todos? Se têm a verdade, guardem-na! Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica. Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo. Com todo o direito a sê-lo, ouviram? Não me macem, por amor de Deus! Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável? Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa? Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade. Assim, como sou, tenham paciência! Vão para o diabo sem mim, Ou deixem-me ir sozinho para o diabo! Para que havemos de ir juntos? Não me peguem no braço! Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho. Já disse que sou sozinho! Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia! Ó céu azul — o mesmo da minha infância — Eterna verdade vazia e perfeita! Ó macio Tejo ancestral e mudo, Pequena verdade onde o céu se reflete! Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje! Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta. Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo... E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho! (Fernando Pessoa, Ficções do Interlúdio/4: poesias de Álvaro de Campos) Metamorfose Ambulante Prefiro ser essa metamorfose ambulante Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Sobre o que é o amor Sobre que eu nem sei quem sou Se hoje eu sou estrela amanhã já se apagou Se hoje eu te odeio amanhã lhe tenho amor Lhe tenho amor Lhe tenho horror Lhe faço amor eu sou um ator... É chato chegar a um objetivo num instante Eu quero viver nessa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Sobre o que é o amor Sobre que eu nem sei quem sou Se hoje eu sou estrela amanhã já se apagou Se hoje eu te odeio amanhã lhe tenho amor Lhe tenho amor Lhe tenho horror Lhe faço amor eu sou um ator... Eu vou desdizer aquilo tudo que eu lhe disse antes Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo Do que ter aquela velha velha velha velha opinião [formada sobre tudo... Do que ter aquela velha velha opinião formada sobre tudo... Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo... (Raul Seixas, Os grandes sucessos de Raul Seixas) Questão 82) Atentando para o fato de que a função conativa da linguagem é orientada para o destinatário da mensagem, a) identifique o modo verbal que, insistentemente empregado pelo eu- poemático, torna muito intensa a orientação para o destinatário no poema de Fernando Pessoa; http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br b) considerando que, no verso de número 12, Raul Seixas, adotando o uso popular, empregou os pronomes te e lhe para referir-se a uma mesma pessoa, apresente duas alternativas que teria o poeta para escrever esse verso segundo a norma culta. TEXTO: 17 - Comum à questão: 83 Cada brasileiro poderia ser um quadro de Portinari Nenhum artista pintou tanto um país quanto Portinari pintou o Brasil. Ele eternizou em tinta e tela a alma de um povo inteiro. Brancos, pretos, índios, mestiços, retirantes, artistas, trabalhadores, heróis e anôminos, estão todos lá, mostrando quem somos para o mundo e para nós mesmos. Neste ano em que se comemora os 100 anos de nascimento do pintor, uma série de exposições e eventos vão lembrar sua vida e seu trabalho. E tentar realizar o maior sonho: que cada brasileiro veja sua obra. E nela se reconheça. O Globo, 30/07/2003. Questão 83) Em relação à sintaxe do texto em que se apóia a publicidade, afirma-se que: a) a conexão sintática que se estabelece através de TANTO... QUANTO traduz uma circunstância de conseqüência; b) o pronome indefinido TODOS posposto assume o caráter de um sujeito resumitivo; c) "mostrando quem somos para o mundo" - a concordância do verbo SER com o pronome QUEM é a expressão de um registro coloquial inadequado; d) "Neste ano ..." - o uso do demonstrativo aponta o ser no espaço e no tempo restrito a um fato no passado; e) "Cada brasileiro poderia ser um quadro de Portinari" - o futuro do pretérito, nesse trecho, foi empregado para indicar um fato quenão pôde se realizar, nem se poderá realizar. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br TEXTO: 18 - Comum à questão: 84 TEXTO 1 Ilusão Universitária Houve um tempo em que, ao ser admitido numa faculdade de direito, um jovem via seu futuro praticamente assegurado, como advogado, juiz ou promotor público. A situação, como se sabe, é hoje bastante diversa. Mudaram a universidade, o mercado de trabalho e os estudantes, muitos dos quais inadvertidamente compram a ilusão de que o diploma é condição necessária e suficiente para o sucesso profissional. A proliferação dos cursos universitários nos anos 90 e 2000 é a um só tempo sintoma e causa dessas mudanças. Um mercado de trabalho cada vez mais exigente passou a cobrar maior titulação dos jovens profissionais. Com isso, aumentou a oferta de cursos e caiu a qualidade. O fenômeno da multiplicação das faculdades e do declínio da qualidade acadêmica foi especialmente intenso no campo do direito. Trata-se, afinal, de uma carreira de prestígio, cujo ensino é barato. Não exige muito mais do que o professor, livros, uma lousa e o cilindro de giz. Existem hoje 762 cursos jurídicos no país. Em 1993, eles eram 183. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) acaba de divulgar a lista das faculdades recomendadas. Das 215 avaliadas, apenas 60 (28%) receberam o "nihil obstat". A Ordem levou em conta conceitos do provão e os resultados do seu próprio exame de credenciamento de bacharéis. A verdade é que nenhum país do mundo é constituído apenas por advogados, médicos e engenheiros. Apenas uma elite chega a formar-se nesses cursos. No Brasil, contudo, criou-se a ilusão de que a faculdade abre todas as portas. Assim, alunos sem qualificação acadêmica para seguir essas carreiras pagam para obter diplomas que não Ihes serão de grande valia. É mais sensato limitar os cursos e zelar por sua excelência, evitando paliativos como o exame da Ordem, que é hoje absolutamente necessário para proteger o cidadão de advogados incompetentes - o que só confirma as graves deficiências do sistema educacional. ("Folha de S. Paulo", 29/01/2004) TEXTO 2 A Universidade é só o começo Na última década, a universidade viveu uma espécie de milagre da multiplicação dos diplomas. O número de graduados cresceu de 225 mil no final dos anos 80 para 325 mil no levantamento mais recente do Ministério da Educação em 2000. A entrada no mercado de trabalho desse contingente, porém, não vem sendo propriamente triunfal como uma festa de formatura. Engenheiros e educadores, professores e administradores, escritores e sobretudo http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br empresários têm sussurrado uma frase nos ouvidos dessas centenas de milhares de novos graduados: "O diploma está nu". Passaporte tranqüilo para o emprego na década de 80, o certificado superior vem sendo exigido com cada vez mais vistos. Considerado um dos principais pensadores da educação no país, o economista Cláudio de Moura Castro sintetiza a relação atual do diploma com o mercado de trabalho em uma frase: "Ele é necessário, mas não suficiente". O raciocínio é simples. Com o aumento do número de graduados no mercado, quem não tem um certificado já começa em desvantagem. Conselheiro-chefe de educação do Banco Interamericano de Desenvolvimento durante anos, ele compara o sem-diploma a alguém "em um mato sem cachorro no qual os outros usam armas automáticas e você um tacape". Por outro lado, o economista- educador diz que ter um fuzil, seja lá qual for, não garante tanta vantagem assim nessa floresta. Para Robert Wong, o diagnóstico é semelhante. Só muda a metáfora. Principal executivo na América do Sul da Korn/Ferry International, maior empresa de recrutamento de altos executivos do mundo, ele equipará a formação acadêmica com a potência do motor de um carro. Equilibrados de mais acessórios, igualado o preço, o motor pode desempatar a escolha do consumidor. "Tudo sendo igual, a escolaridade faz a diferença." Mas assim como Moura Castro, o head hunter defende a idéia de que um motor turbinado não abre automaticamente as portas do mercado. Wong conta que no mesmo dia da entrevista à Folha [Jornal "Folha de S. Paulo"] trabalhava na seleção de um executivo para uma multinacional na qual um dos principais candidatos não tinha experiência acadêmica. "É um self-made man." Brasileiro nascido na China, Wong observa que é em países como esses, chamados "em desenvolvimento", que existem mais condições hoje para o sucesso de profissionais como esses, de perfil empreendedor. (...) (Cassiano Elek Machado: A universidade é só o começo. "Folha de S. Paulo", 27/07/2002. Disponível na Internet: http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse. Data de acesso: 24/08/2004) Questão 84) Assinale a opção em que a expressão com o pronome demonstrativo exige que sejam consideradas informações anteriores e posteriores para ser interpretada. a) esses cursos (Texto 1, 5º parágrafo). b) essas carreiras (Texto 1, 5º parágrafo). c) essas centenas de milhares de novos graduados (Texto 2, 2º parágrafo). d) esse contingente (Texto 2, 1º parágrafo). e) profissionais como esses (Texto 2, 9º parágrafo). http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br TEXTO: 19 - Comum à questão: 85 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - PCNs 1 Na perspectiva de uma didática voltada para a produção e interpretação de textos, a atividade metalingüística deve ser instrumento de apoio para a discussão dos aspectos da língua que o professor seleciona e ordena no curso do ensino-aprendizagem. 2 Assim, não se justifica tratar o ensino gramatical desarticulado das práticas de linguagem. É o caso, por exemplo, da gramática que, ensinada de forma descontextualizada, tornou-se emblemática de um conteúdo estritamente escolar, do tipo que só serve para ir bem na prova e passar de ano - uma prática pedagógica que vai da metalíngua para a língua por meio de exemplificação, exercícios de reconhecimento e memorização de terminologia. Em função disso, discute-se se há ou não necessidade de ensinar gramática. Mas essa é uma falsa questão: a questão verdadeira é o que, para que e como ensiná-la. 3 Deve-se ter claro, na seleção dos conteúdos de análise lingüística, que a referência não pode ser a gramática tradicional. A preocupação não é reconstruir com os alunos o quadro descritivo constante dos manuais de gramática escolar (por exemplo, o estudo ordenado das classes de palavras com suas múltiplas subdivisões, a construção de paradigmas morfológicos, como as conjugações verbais estudadas de um fôlego em todas as suas formas temporais e modais, ou de pontos de gramática, como todas as regras de concordância, com suas exceções reconhecidas). 4 O que deve ser ensinado não responde às imposições de organização clássica de conteúdos na gramática escolar, mas aos aspectos que precisam ser tematizados em função das necessidades apresentadas pelos alunos nas atividades de produção, leitura e escuta de textos. 5 O modo de ensinar, por sua vez, não reproduz a clássica metodologia de definição, classificação e exercitação, mas corresponde a uma prática que parte da reflexão produzida pelos alunos mediante a utilização de uma terminologia simples e se aproxima, progressivamente, pela mediação do professor, do conhecimento gramatical produzido. Isso implica, muitas vezes, chegar a resultados diferentes daqueles obtidos pela gramática tradicional, cuja descrição, em muitos aspectos, não corresponde aos usos atuais da linguagem, o que coloca a necessidade de busca de apoio em outros materiais e fontes. 6 [...] não se pode mais insistir na idéia de que o modelo de correção estabelecido pela gramática tradicional seja o nível padrão de língua ou que corresponda àvariedade lingüística de prestígio. Há, isso sim, muito preconceito decorrente do valor atribuído às variedades padrão e ao estigma associado às variedades não-padrão, consideradas inferiores ou erradas pela gramática. Essas diferenças não são imediatamente reconhecidas e, quando são, não são objeto de avaliação negativa. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br 7 Para cumprir bem a função de ensinar a escrita e a língua padrão, a escola precisa livrar-se de vários mitos: o de que existe uma forma "correta" de falar, o de que a fala de uma região é melhor do que a de outras, o de que a fala "correta" é a que se aproxima da língua escrita, o de que o brasileiro fala mal o português, o de que o português é uma língua difícil, o de que é preciso "consertar" a fala do aluno para evitar que ele escreva errado. 8 Essas crenças insustentáveis produziram uma prática de mutilação cultural que, além de desvalorizar a fala que identifica o aluno a sua comunidade, como se esta fosse formada de incapazes, denota desconhecimento de que a escrita de uma língua não corresponde a nenhuma de suas variedades, por mais prestígio que uma delas possa ter. Ainda se ignora um princípio elementar relativo ao desenvolvimento da linguagem: o domínio de outras modalidades de fala e dos padrões de escrita (e mesmo de outras línguas) não se faz por substituição, mas por extensão da competência lingüística e pela construção ativa de subsistemas gramaticais sobre o sistema já adquirido. 9 No ensino-aprendizagem de diferentes padrões de fala e escrita, o que se almeja não é levar os alunos a falar certo, mas permitir-lhes a escolha da forma de fala a utilizar, considerando as características e condições do contexto de produção, ou seja, é saber adequar os recursos expressivos, a variedade de língua e o estilo às diferentes situações comunicativas: saber coordenar satisfatoriamente o que fala ou escreve e como fazê-lo; saber que modo de expressão é pertinente em função de sua intenção enunciativa - dado o contexto e os interlocutores a quem o texto se dirige. A questão não é de erro, mas de adequação às circunstâncias de uso, de utilização adequada da linguagem. (BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. "Parâmetros curriculares nacionais". Brasília: MEC/SEF, 1998. Fragmentos, p. 28, 29 e 31.) Questão 85) Assinale a alternativa em que NÃO há relação entre o pronome destacado e a expressão enunciada entre parênteses: a) "a questão verdadeira é o que, para que e como ensiná-LA". (2º parágrafo) (A GRAMÁTICA). b) "ISSO implica, muitas vezes, chegar a resultados diferentes". (5º parágrafo) (A CLÁSSICA METODOLOGIA). c) "CUJA descrição, em muitos aspectos, não corresponde aos usos atuais da linguagem" (5º parágrafo) (DA GRAMÁTICA TRADICIONAL). d) "não corresponde a nenhuma de SUAS variedades" (8º parágrafo) (DE LÍNGUA). e) "mas permitir-LHES a escolha da forma de fala a utilizar" (9º parágrafo) (AOS ALUNOS). http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br TEXTO: 20 - Comum à questão: 86 1 "O rápido desenvolvimento da engenharia genética está forçando uma reavaliação da questão do controle da pesquisa científica pelos órgãos legislativos. Este controle foi praticamente perdido durante a década de 70, quando as primeiras experiências envolvendo a manipulação explícita de genes foram desenvolvidas. O que existia antes, 'cruzar' animais ou plantas para criar novas raças ou híbridos, é coisa bem diferente, pois não envolve a manipulação direta dos genes. Todos sabem que cães e gatos são espécies diferentes e que não se misturam: entretanto, por meio da manipulação genética direta, essas duas espécies podem, em princípio, ser 'misturadas'. 2 Uma das técnicas mais comuns de manipulação genética é a passagem de genes de um organismo a outro usando vírus ou bactérias: os genes de um organismo são transplantados ao vírus, que, por sua vez, é implantado no organismo em que se deseja depositar o material genético. Esse organismo pode ser um peixe ou uma espécie de milho ou tomate. Com isso, os genes espalham-se pelo organismo, transformando seu material genético e, portanto, algumas de suas propriedades. Por exemplo, podem-se desenvolver espécies de milho resistentes a certos insetos que o usam como alimento, controlando geneticamente certas pragas agrícolas; ou um tipo de tomate que cresce mais rápido e é mais produtivo. Até aí tudo bem a ciência a serviço da população, como deveria ser. Podemos imaginar um futuro em que os alimentos modificados geneticamente irão solucionar um dos maiores problemas que afligem a humanidade, a fome. O dilema começa ao examinarmos os possíveis efeitos ambientais dos alimentos transgênicos. 3 Se microrganismos são usados como 'pontes' genéticas, transmitindo material de uma planta a outra ou de um animal a outro, como podemos nos certificar de que esse material não se espalhará para outras plantas ou animais? Para responder a essa questão, virologistas dos Institutos Nacionais de Saúde de (NIH) dos EUA desenvolveram experiência em que um gene causador de câncer em ratos foi transplantado para uma bactéria, que foi então implantada em outros animais, para observar se estes também desenvolveriam câncer. Em caso afirmativo, a experiência provaria que o câncer pode se tornar uma doença contagiosa por meio da manipulação genética. Os cientistas começaram errando, escolhendo uma bactéria frágil. Por quê? Por que eles não tinham nenhum interesse em comprovar os perigos da manipulação genética; existiam outros interesses em jogo - políticos, econômicos e também de controle da pesquisa científica. Mesmo assim, a bactéria infectou alguns animais com câncer, segundo os NIH. Esses resultados não foram publicados em jornais científicos, e o jornal 'The New York Times' anunciou, citando depoimento oficial dos NIH de 1979, que os 'riscos são menores do que o temido'. Caso encerrado! http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br 4 Experiências recentes realizadas na Universidade de Cornell, nos EUA, mostraram que larvas da borboleta monarca que se alimentam de plantas impregnadas com o pólen de um tipo de milho transgênico morrem em grandes quantidades. Ainda é cedo para saber como os resultados se manifestarão fora do laboratório, mas o perigo existe. A verdade é que ainda não temos comprovação científica de que a manipulação genética de alimentos e animais não poderá gerar efeitos danosos à nossa saúde ou ao equilíbrio ecológico. Não acredito que seja possível impedir o desenvolvimento da pesquisa genética. Também jamais sugeriria tal coisa, que me parece absurda; a ciência precisa ter liberdade para progredir e uma legislação proibindo certos tópicos de pesquisa é, na minha opinião, equivalente à censura de imprensa ou à repressão da opinião pública. 5 Por outro lado, essa liberdade só pode funcionar se submetida a intensa supervisão da comunidade científica, aliada a órgãos governamentais, livre de interesses econômicos que possam comprometer os resultados. Existem questões éticas sérias que precisam ser debatidas abertamente com a sociedade, desde a criação de alimentos transgênicos até a manipulação de genes humanos. O Brasil deve tomar sua própria iniciativa, desenvolvendo critérios e experiências que testem os efeitos da manipulação genética dentro de seus vários ecossistemas. Só assim poderemos transformar a manipulação genética em um dos maiores benefícios da ciência - e não em um monstro." (Marcelo Gleiser, "Folha de S. Paulo", 3 de setembro de 2000) Questão 86) Assinale a ÚNICA alternativa em que o pronome em destaque NÃO está completando o sentido do verbo. a) "(...) mostraram que larvas da borboleta monarca que SE alimentam de plantas impregnadas com o pólen de umtipo de milho transgênico morrem em grandes quantidades." b) "Com isso, os genes espalham-SE pelo organismo, transformando seu material genético..." (parágrafo–2) c) "Em caso afirmativo, a experiência provaria que o câncer pode SE tornar uma doença contagiosa por meio da manipulação genética." (parágrafo– 3) d) "Por exemplo, podem-SE desenvolver espécies de milho resistentes a certos insetos que o usam como alimento." (parágrafo–2) TEXTO: 21 - Comum à questão: 87 Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha infância, nunca em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso, inventivo e travesso. Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. A mãe, viúva, com alguma cousa de seu, adorava o filho e trazia-o amimado, asseado, enfeitado, com um vistoso pajem atrás, um pajem que nos deixava gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou perseguir lagartixas nos morros do Livramento e da Conceição, http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br ou simplesmente arruar, à toa, como dous peraltas sem emprego. E de imperador! Era um gosto ver o Quincas Borba fazer de imperador nas festas do Espírito Santo. De resto, nos nossos jogos pueris, ele escolhia sempre um papel de rei, ministro, general, uma supremacia, qualquer que fosse. Tinha garbo o traquinas, e gravidade, certa magnificência nas atitudes, nos meneios. Quem diria que... Suspendamos a pena; não adiantemos os sucessos. Vamos de um salto a 1822, data da nossa independência política, e do meu primeiro cativeiro pessoal. (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas) Questão 87) A enumeração de substantivos expressa gradação ascendente em: a) "menino mais gracioso, inventivo e travesso". b) "trazia-o amimado, asseado, enfeitado". c) "gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou perseguir lagartixas". d) "papel de rei, ministro, general". e) "tinha garbo (...), e gravidade, certa magnificência". TEXTO: 22 - Comum à questão: 88 Texto I (...) la chover. Bem. A catinga ressuscitaria, a semente do gado voltaria ao curral, ele, Fabiano, seria o vaqueiro daquela fazenda morta. Chocalhos de badalos de ossos animariam a solidão. Os meninos, gordos, vermelhos, brincariam no chiqueiro das cabras, Sinhá Vitória vestiria saias de ramagens vistosas. As vacas povoariam o curral. E a catinga ficaria toda verde. Lembrou-se dos filhos, da mulher, e da cachorra, que estavam lá em cima, debaixo de um juazeiro, com sede. Lembrou-se do preá morto. Encheu a cuia, ergueu-se, afastou-se, lento, para não derramar a água salobra. (...) Chegou. Pôs a cuia no chão, escorou-a com pedras, matou a sede da família. Em seguida acocorou-se, remexeu o aió, tirou o fuzil, acendeu as raízes de macambira, soprou-as, inchando as bochechas cavadas. Uma labareda tremeu, elevou-se, tingiu-lhe o rosto queimado, a barba ruiva, os olhos azuis. Minutos depois o preá torcia-se e chiava no espeto de alecrim. Eram todos felizes. Sinhá Vitória vestiria uma saia larga de ramagens. (...) A fazenda renasceria — e ele, Fabiano, seria o vaqueiro, para bem dizer seria dono daquele mundo. Os troços minguados ajuntavam-se no chão: a espingarda de pederneira, o aió, a cuia de água e o baú de folha pintada. A fogueira estalava, O preá chiava em cima das brasas. Uma ressurreição. As cores da saúde voltariam àcara triste de Sinhá Vitória. (...) A catinga ficaria verde. Graciliano Ramos, Vidas Secas http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Texto II Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d’água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar — Lá sou amigo do rei — Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada. Manuel Bandeira, Libertinagem http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Questão 88) Eram todos felizes. Sinhá Vitória vestiria uma saia larga de ramagens. (...) A fazenda renasceria — e ele, Fabiano, seria o vaqueiro, para bem dizer seria dono daquele mundo. (texto I) E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d’água (texto II) Considere as seguintes análises dos trechos acima. I) No trecho 1, a escolha de formas verbais do imperfeito indica a impossibilidade de realização do ideal pretendido; no trecho II, o emprego do presente traduz o reconhecimento da realidade vivida. II) Em ambos os trechos a escolha de verbos no futuro do subjuntivo representa a irrealidade do sonho, que projeta uma realidade superior àvivida. III) A forma do imperfeito do indicativo “Eram” (texto I) liga o parágrafo que a precede àquele que ela inicia, estabelecendo a passagem da realidade vivida para a imaginada. IV) No trecho II, as formas do presente (“deito”, “mando”) são empregadas para designar ação futura, atribuindo ao fato futuro o sentido de certeza de sua realização. Dentre essas análises, estão corretas a) I e IV apenas. b) I e II apenas c) III e IV apenas. d) I, II e III apenas. e) II, III e IV apenas. TEXTO: 23 - Comum à questão: 89 SERVO DO AMOR À tarde, voltando da caça, Jurandir viu na floresta um rastro, que ele conhecia. Chegando à cabana, entregou a Jacamim o veado que matara e saiu para visitar os arredores. Nada encontrou de suspeito; o rastro, que o inquietava, não chegara até ali. No outro dia, ao romper da alvorada, logo depois do banho, os guerreiros partiram para a caça e para a pesca. Só ficaram na cabana Jacamim e as mulheres de Itaquê. Araci tomou o arco e entrou na floresta. A imagem do guerreiro amado fugia naquele instante de seus olhos; eles buscaram entre as folhas o sinal de seus passos e não o descobriram. Lembrou-se a virgem, que Jurandir gostava da polpa do guaraná adoçada com mel da abelha; e colheu os frutos encarnados que pendiam dos ramos da trepadeira. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Nesse momento a arara cantou no olho do pirajá. Araci precisava de suas plumas vermelhas, para o cocar que ela tecia em segredo. Era o cocar do amor, com que desejava ornar a cabeça de seu guerreiro e senhor, no dia em que ele a conquistasse por esposa. A virgem armou o arco e seguia a arara rompendo a folhagem. Quando ia disparar a seta, ouviu ao lado um rumor desusado. Jurandir estava perto dela e segurava o braço de uma mulher, que ainda tinha na mão a macana afiada. Araci conheceu a virgem araguaia pela faixa de algodão entretecida de penas, que lhe apertava a curva da perna; e adivinhou que era Jandira, a noiva do guerreiro. Filha de Majé, tua mão quis matar a virgem que Jurandir escolhera para esposa. Tu vais morrer. Desde que Ubirajara abandonou Jandira, ela começou a morrer, como a baunilha que o vento arranca da árvore. Acaba de matá-la; para que sua alma te acompanhe de dia na sombra das florestas e te fale de noite na voz dos sonhos. A virgem araguaia ameaçou a vida de Araci; ela lhe pertence.– disse à filha de Itaquê. Jurandir cortou na floresta uma comprida rama de imbê e atou as mãos de Jandira. Jandira é tua escrava. Não lhe dês a liberdade. Ela tem a astúcia da serpente e seu veneno. Eu era a cobra d’água, amiga do guerreiro, que habita sua cabana e a guarda contra o inimigo. Quem foi que me fez a cascavel venenosa, que traz nos lábios o sorriso da morte? Jurandir não respondeu. Nesse momento ele teve saudade de sua cabana e lembrou-se do tempo em que, jovem caçador, seguia na floresta a formosa virgem araguaia. (fragmento do Livro UBIRAJARA, de José de Alencar) Questão 89) No 2º parágrafo encontramos os seguintes tempos verbais: Entregou (Pretérito perfeito do Indicativo); Matara (Pretérito mais que perfeito do Indicativo); Inquietava (Pretérito Imperfeito do Indicativo). O emprego variável destes tempos verbais no mesmo período significa que: a) O autor usou arbitrariamente os tempos verbais b) O emprego indica ações praticadas em momentos diferentes c) O emprego diferenciado não altera o valor semântico da frase d) Houve excesso de purismo lingüístico no estilo do autor e) O emprego está incorreto http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br TEXTO: 24 - Comum à questão: 90 O MELHOR DE CALVIN / Bill Walterson Questão 90) De acordo com os conceitos e regras propostos pelo menino, é correto afirmar que: a) formas nominais passam a ser usadas como formas verbais e vice-versa; daí a sua esquisitice. b) esquisita e foi verbado mostram que as formas verbais criadas obedecem ao paradigma da primeira conjugação, a dos verbos terminados em “– ar”. c) do nome substantivo pode ser formado o verbo “substantivar” e do nome adjetivo, o verbo “adjetivizar”. d) o processo de formação de palavras citado é o de derivação parassintética, que corresponde ao acréscimo simultâneo de prefixos e sufixos aos nomes. e) Verbar esquisita o idioma é uma frase com predicado nominal, cujo núcleo é um adjetivo. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br TEXTO: 25 - Comum à questão: 91 Não é fácil viver entre os insanos. Erra quem presumir que sabe tudo, Se o atalho não soube dos seus danos. O prudente varão há de ser mudo, Que é melhor neste mundo o mar de enganos, Ser louco cos demais, que ser sisudo. Gregório de Matos Questão 91) No primeiro terceto, a) os versos não têm o mesmo número de sílabas métricas. b) Não é fácil constitui oração sem sujeito. c) o prefixo em insanos intensifica a idéia de “estar bem”. d) o infinitivo viver equivale a “a vida”. e) o que (em que sabe tudo) recupera o pronome “quem”. TEXTO: 26 - Comum à questão: 92 Pela manhã Madalena trabalhava no escritório, mas à tarde saía a passear, percorria as casas dos moradores. Garotos empalamados e beiçudos agarravam-se à saia dela. Foi à escola, criticou o método de ensino do Padilha e entrou a amolar- me reclamando um globo, mapas, outros arreios que não menciono porque não quero tomar o incômodo de examinar ali o arquivo.Um dia, distraidamente, ordenei a encomenda. Quando a fatura chegou, tremi. Um buraco: seis contos de réis. Calculem. Contive-me porque tinha feito tenção de evitar dissidências com minha mulher e porque imaginei mostrar aquelas complicações ao governador quando ele aparecesse aqui. Em todo o caso era despesa supérflua. Graciliano Ramos, São Bernardo Questão 92) Assinale a afirmação correta. a) As formas verbais trabalhava e percorria expressam ações rotineiras, enquanto ordenei manifesta ação ocorrida em certo momento do passado. b) Em criticou o método de ensino do Padilha, o pronome correto para substituir o segmento grifado é: “lhe”. c) reclamando um globo expressa idéia de “finalidade”. d) Está corretamente separado em sílabas o seguinte vocábulo: “dis - trai - da - men - te”. e) Assim como tenção e dissidências, estão corretamente grafados os vocábulos “intencidade” e “dissernimento”. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br TEXTO: 27 - Comum à questão: 93 Euclides da Cunha morreu, aos 43 anos de idade, em 15 de agosto de 1909, por volta das dez e meia de uma manhã chuvosa de domingo, em tiroteio com os cadetes Dinorá e Dilermando Cândido de Assis, amante de sua mulher. Saía no mesmo dia a entrevista que dera para Viriato Corrêa, da Ilustração Brasileira, em sua casa na Rua Nossa Senhora de Copacabana. A entrevista foi dada em um domingo, Viriato e Euclides conversaram, almoçaram e passearam descalços na praia. Era sol e era azul. Roberto Ventura Questão 93) Sobre as formas verbais morreu, saía e dera, é correto afirmar: a) as ações a que se referem ocorreram na ordem em que as formas aparecem no texto. b) as duas primeiras expressam ações anteriores à descrita pela última. c) saía, ao contrário de morreu, expressa, no texto, uma ação habitual no passado. d) saía reforça a noção de simultaneidade e dera expressa anterioridade em relação a morreu. e) morreu e dera expressam eventos posteriores ao descrito em saía. TEXTO: 28 - Comum à questão: 94 Chegou. Pôs a cuia no chão, escorou-a com pedras, matou a sede da família. Em seguida acocorou-se, remexeu o aió, tirou o fuzil, acendeu as raízes de macambira, soprou-as, inchando as bochechas cavadas. Uma labareda tremeu, elevou-se, tingiu-lhe o rosto queimado, a barba ruiva, os olhos azuis. Minutos depois o preá torcia-se e chiava no espeto de alecrim. Eram todos felizes. Sinha Vitória vestiria uma saia larga de ramagens. A cara murcha de sinha Vitória remoçaria (...). (...) A fazenda renasceria – e ele, Fabiano, seria o vaqueiro, para bem dizer seria dono daquele mundo. (Graciliano Ramos, Vidas secas) Questão 94) Observando as diferentes formas verbais. a) Considerando que no primeiro parágrafo predomina o pretérito perfeito, justifique o emprego do imperfeito em “o preá torcia-se e chiava no espeto de alecrim”. b) Explique o efeito de sentido produzido no excerto pelo emprego do futuro do pretérito. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br TEXTO: 29 - Comum à questão: 95 Oh! Bendito o que semeia Livros... livros à mão cheia... E manda o povo pensar! O livro caindo n’alma É germe – que faz a palma, É chuva – que faz o mar. Vós, que o templo das idéias Largo – abris às multidões, P’ra o batismo luminoso Das grandes revoluções, Agora que o trem de ferro Acorda o tigre no cerro E espanta os caboclos nus, Fazei desse “rei dos ventos” Ginete dos pensamentos, Arauto da grande luz!... (Castro Alves) Questão 95) Se iniciarmos a segunda estrofe pelo pronome tu, os verbos abris e fazei, que aparecem no texto, deverão mudar, respectivamente, para: a) abre; faz. b) abras; faças. c) abres; faze. d) abre; faça. e) abres; fazes. TEXTO: 30 - Comum à questão: 96 As duas manas Lousadas! Secas, escuras e gárrulas como cigarras, desde longos anos, em Oliveira, eram elas as esquadrinhadoras de todas as vidas, as espalhadoras de todas as maledicências, as tecedeiras de todas as intrigas. E na desditosa cidade, não existia nódoa, pecha, bule rachado, coração dorido, algibeira arrasada, janela entreaberta, poeira a um canto, vulto a uma esquina, bolo encomendado nas Matildes, que seus olhinhos furantes de azeviche sujo não descortinassem e que sua solta língua, entre os dentes ralos, não comentasse com malícia estridente. (Eça de Queirós, A ilustre Casa de Ramires) http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Questão 96) A correlação de tempos que, neste texto, se verifica entre as formas verbais existia, descortinassem e comentasse,mantém-se apenas em: a) não existe; não descortinem; não comente. b) não existiu; não teriam descortinado; não teria comentado. c) não existira; não tinham descortinado; não tinha comentado. d) não existirá; não tiverem descortinado; não tiver comentado. e) não existiria; não descortinavam; não comentava. TEXTO: 31 - Comum à questão: 97 Texto 1 Dar mais atenção a você é uma prioridade do Ministério da Saúde, mas é um compromisso que você também deve ter principalmente quem tem pressão alta. Se você é hipertenso, evite sal na comida. É importantíssimo uma alimentação saudável. Não fume, controle o seu peso e a taxa de colesterol. Faça acompanhamento periódico e pratique atividade física regularmente, mas nunca sem consultar um médico. Os postos de saúde estão prontos para atender você. Questão 97) “Se você é hipertenso, evite sal na comida.” Das alternativas abaixo, aquela em que a alteração processada acarreta MUDANÇA de sentido é: a) Evite sal na comida, caso você seja hipertenso. b) Evite sal na comida, desde que você seja hipertenso. c) Evite sal na comida, uma vez que você seja hipertenso. d) Evite sal na comida, contanto que você seja hipertenso. e) Evite sal na comida, a não ser que você seja hipertenso. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br TEXTO: 32 - Comum à questão: 98 Leia o fragmento abaixo, do conto A cartomante de Machado de Assis. Depois, responda à pergunta. “Separaram-se contentes, ele ainda mais que ela. Rita estava certa de ser amada; Camilo, não só o estava, mas via-a estremecer e arriscar-se por ele, correr às cartomantes, e, por mais que a repreendesse, não podia deixar de sentir-se lisonjeado. A casa do encontro era na antiga Rua dos Barbonos, onde morava uma comprovinciana de Rita. Esta desceu pela Rua das Mangueiras na direção de Botafogo, onde residia; Camilo desceu pela da Guarda Velha, olhando de passagem para a casa da cartomante.” Questão 98) Em “Esta desceu pela Rua das Mangueiras ...”, explique por que, no texto, se usou o pronome esta e não o pronome ela. TEXTO: 33 - Comum à questão: 99 DESAFIO DAS DISTÂNCIAS Há duas semanas, astrônomos da NASA e da ESA, respectivamente as agências espaciais americana e européia, anunciaram a descoberta de moléculas de metano na atmosfera do planeta HD 189733b, situado a 63 anos-luz de distância da Terra. É a primeira vez que moléculas desse gás são encontradas num exoplaneta, como são chamados os planetas fora do sistema solar. O achado é um passo significativo na busca por vida extraterrestre. Desde que se encontrou o primeiro exoplaneta, há treze anos, já foram encontrados 277 astros desse tipo. O mais perto que se chegou da descoberta de indícios de vida neles foi a identificação de moléculas de água. O metano, em geral, é produzido como resultado da atividade orgânica. “Assim como a água, ele está entre as substâncias essenciais para a vida”, explica o astrônomo Amâncio César Friaça, da Universidade de São Paulo. Os cientistas detectaram o gás usando um método conhecido como espectroscopia. Nessa técnica, analisa-se a luz que incide sobre a atmosfera do planeta, produzida pela estrela que ele orbita. A luz é decomposta em diferentes grupos de cores, cada um deles correspondendo a uma substância presente no HD 189733b. Embora a descoberta de metano possa sugerir vida, os cientistas acreditam que, nesse caso, o gás seja resultante de reações químicas, e não da atividade orgânica. Isso porque o HD 189733b é composto de gases e sua temperatura atinge 940 graus. Além disso, sua órbita é tão próxima a sua estrela que a quantidade de radiação sobre a superfície destruiria as células de seres vivos. (Veja, 02.04.08) http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br Questão 99) Assinale a alternativa capaz de substituir a palavra sublinhada no trecho abaixo sem alterar o significado do texto. “Embora a descoberta de metano possa sugerir vida, os cientistas acreditam que, nesse caso, o gás seja resultante de reações químicas, e não da atividade orgânica.” a) Portanto b) Entretanto c) Conquanto d) Uma vez que e) À medida que http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br GABARITO: 1) Gab: A 2) Gab: D 3) Gab: E 4) Gab: D 5) Gab: C 6) Gab: C 7) Gab: B 8) Gab: D 9) Gab: C 10) Gab: O tempo composto “terei partido” indica um evento anterior em relação a outro, futuro. Nota-se tal procedimento, por exemplo, em: • Em fevereiro já estarei tranqüilo, pois todas as provas já terão passado. • Quando formos universitários, teremos passado por uma difícil etapa de nossas vidas. 11) Gab: D 12) Gab: D 13) Gab: A 14) Gab: C 15) Gab: a) O verbo confiar exige a preposição em e a frase reconstruída seria a seguinte: “Esta é a escola em que os pais confiam.” b) O pronome relativo que é precedido da preposição em , que, na oração reformulada, foi exigida pelo verbo confiar (um verbo transitivo indireto). 16) Gab: C 17) Gab: A 18) Gab: D 19) Gab: B 20) Gab: C 21) Gab: C 22) Gab: A 23) Gab: A 24) Gab: A 25) Gab: C 26) Gab: B 27) Gab: C 28) Gab: D 29) Gab: C 30) Gab: E 31) Gab: A http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br 32) Gab: a) O verso a que se refere o quesito é o 34, no qual a palavra “velha” é repetida quatro vezes. A função expressiva dessa repetição fica evidente quando se considera que a letra de Raul Seixas é uma defesa obsessiva da transformação, ou seja, da inovação, com a conseqüente rejeição enfática do velho , que se opõe à inovação. b) A atitude do eu-lírico, em Lisbon Revisited , é de rejeição – rejeição enfática de tudo que lhe é proposto, seja pela cultura, seja pela sociedade, seja pelas pessoas próximas. Nenhuma palavra sintetiza melhor essa atitude do que o advérbio de negação, não. 33) Gab: D 34) Gab: E 35) Gab: B 36) Gab: E 37) Gab:A 38) Gab: E 39) Gab: C 40) Gab: A 41) Gab: D 42) Gab: C 43) Gab: D 44) Gab: B 45) Gab: D 46) Gab: D 47) Gab: E 48) Gab: E 49) Gab: D 50) Gab: Os quatro adjetivos são: histórico, provisório, mutável e mutante. 51) Gab: C 52) Gab: B 53) Gab: D 54) Gab: D 55) Gab: C 56) Gab: D 57) Gab: A 58) Gab: B 59) Gab: D 60) Gab: a) aquela refere-se à poesia e esta , à história. b) O historiador diz “as coisas que sucederam” e o poeta representa “as que poderiam suceder”. http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br 61) Gab: C 62) Gab: C 63) Gab: A 64) Gab: A 65) Gab: D 66) Gab: C 67) Gab: C 68) Gab: E 69) Gab: E 70) Gab: E 71) Gab: B 72) Gab: E 73) Gab: C 74) Gab: B 75) Gab: C 76) Gab: E 77) Gab: A 78) Gab: E 79) Gab: E 80) Gab: C 81) Gab: C 82) Gab: a) O modo verbal conativo por excelência é o imperativo, repetidamente empregado em Lisbon Revisited , quer em sua forma afirmativa (“Tirem”, “guardem”, “vão”, “deixem”), quer em sua forma negativa (“Não me venham”, “Não me tragam”, “Não me falem”, “Não me apregoem” etc.). b) “Se hoje eu te odeio amanhã tenho amor a ti ” (melhor do que cometer o cacófato “te tenho amor”, que, contudo, seria gramaticalmente aceitável). “Se hoje eu o (ou a ) odeio amanhã lhe tenho amor”. 83) Gab: B 84) Gab:E 85) Gab: B 86) Gab: D 87) Gab:E 88) Gab: B 89) Gab: B 90) Gab: B 91) Gab: D 92) Gab: A 93) Gab: D 94) Gab:a) No primeiro parágrafo, o pretérito perfeito indica uma ação acabada. A função do pretérito imperfeito, ao contrário, é a de introduzir a idéia de http://www.projetoredacao.com.br/ www.projetoredacao.com.br uma ação não finalizada, que denota uma continuidade. Nesse trecho de Vidas Secas , sua utilização tem especial importância para contrapor a desesperança à esperança que a família passou a ter com a chegada à fazenda e com a vida que poderia renascer. b) O emprego do futuro do pretérito reforça a idéia de esperança, cria uma expectativa, projeta o futuro por meio de conjecturas. 95) Gab: C 96) Gab: A 97) Gab: E 98) Gab: O pronome ela criaria uma ambigüidade, pois poderia ter como referência tanto “Rita” como “sua comprovinciana”. O anafórico esta, entre duas referências, sempre retoma a mais próxima, portanto recupera o último elemento citado, isto é, Rita. Se quisesse recuperar o primeiro citado, o autor usaria o pronome aquela. 99) Gab: C http://www.projetoredacao.com.br/