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ITA 2023 FÍSICA Prof. Toni Burgatto www.estrategiamilitares.com.br AULA 02 Movimentos circulares 2 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Sumário Introdução 3 1. Movimento circular 4 1.1. Grandezas angulares 4 1.2. Movimento circular uniforme (MCU) 7 1.3. Movimento circular uniformemente variado (MCUV) 15 1.4. Transmissão de movimento circular 16 2. Lista de questões nível 1 22 3. Gabarito sem comentários nível 1 25 4. Lista de questões nível 1 comentada 26 5. Lista de questões nível 2 34 6. Gabarito sem comentários nível 2 40 7. Lista de questões nível 2 comentada 41 8. Lista de questões nível 3 55 9. Gabarito sem comentários nível 3 57 10. Lista de questões nível 3 comentada 58 11. Referências Bibliográficas 63 12. Considerações Finais 63 3 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Introdução Nesta aula iniciaremos do Movimento Circular Uniforme (MCU) e Movimento Circular Uniformemente Variado (MUV). Fique atento às propriedades de transmissão de movimentos. Movimento circular não é tão explorado pelas provas com questões de cinemática propriamente ditas. Por isso, é importante dominar os conceitos de MCU e de MCUV, pois serão utilizados em outras matérias, como por exemplo em magnetismo. Como ainda estudamos apenas cinemática, não teremos muitas questões nesta aula, mas futuramente aparecerão mais questões de MCU e de MCUV, como por exemplo na aula de dinâmica de movimento curvilíneo. Fique à vontade para tirar dúvidas comigo no fórum ou se preferir: Siga minha rede social! @proftoniburgatto 4 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 1. Movimento circular Até aqui descrevemos movimentos por intermédio de grandezas lineares (movimentos retilíneos), onde as grandezas eram definidas em relação a medidas de comprimentos. A partir de agora, vamos introduzir o conceito de grandezas circulares (espaço angular, velocidade angular e aceleração angular), tomando como medidas ângulos na circunferência. 1.1. Grandezas angulares Considere uma partícula realizando um movimento circular da figura. Figura 1: Representação de grandezas angulares. Na figura acima, A é a posição inicial da partícula e B é a posição final da partícula. Considere a origem O e adota-se o sentido anti-horário como positivo, dizemos que: 𝑠0: 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑠: 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 Devido a trajetória ser circular, podemos escrever a posição inicial e final do ponto material utilizando ângulos: 𝜑0: 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝜑: 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 Vale lembrar a relação da geometria plana para ângulos em radianos: 5 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Figura 2: Definição de radianos. Então, estabelecemos uma relação entre ângulo central e comprimento do arco de circunferência: Ângulo Arco 1 rad - 𝑹 𝜶 - 𝒔 Logo: 1 ⋅ 𝑠 = 𝛼 ⋅ 𝑅 ∴ 𝑠 = 𝛼 ⋅ 𝑅 Atenção: ângulo 𝜶 em radianos. Além disso, como a definição de radianos envolve a divisão entre duas grandezas de distâncias, radianos se torna essencialmente adimensional. Assim, podemos escrever a variação angular da partícula, como: Δ𝜑 = 𝜑 − 𝜑0 Dessa forma, define-se velocidade angular média como a razão entre a variação do espaço angular e a variação do tempo correspondente: 𝜔𝑚 = Δ𝜑 Δ𝑡 Analogamente a velocidade linear, define-se velocidade angular instantânea como o limite da velocidade angular média para Δ𝑡 tendendo a zero: 𝜔 = lim Δ𝑡→0 𝜔𝑚 ou 𝜔 = lim Δ𝑡→0 Δφ Δ𝑡 Portanto, a velocidade angular instantânea é a derivada do espaço angular em relação ao tempo: 𝜔 = 𝑑𝜑 𝑑𝑡 Como os espaços angulares são expressos em radianos e o tempo em segundos, a unidade de velocidade angular é expressa em radianos por segundo (𝑟𝑎𝑑/𝑠). 6 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Semelhante a definição de aceleração média, define-se aceleração angular média como a razão entre a variação da velocidade angular e o intervalo de tempo correspondente: 𝛾𝑚 = Δ𝜔 Δ𝑡 Como a velocidade angular é expressa em 𝑟𝑎𝑑/𝑠 e o tempo em segundos, a unidade de aceleração angular é 𝑟𝑎𝑑/𝑠². A aceleração angular instantânea é definida pelo limite da aceleração angular média quanto Δ𝑡 tende a zero: 𝛾 = lim Δ𝑡→0 𝛾𝑚 𝑜𝑢 𝛾 = lim Δ𝑡→0 Δ𝜔 Δ𝑡 Portanto, a aceleração angular instantânea é a derivada da velocidade angular em relação ao tempo: 𝛾 = 𝑑𝜔 𝑑𝑡 Pela geometria plana, podemos escrever algumas relações entre as grandezas lineares e as grandezas angulares: Da geometria plana, sabemos que as relações de ângulos com comprimentos de arcos na circunferência são: 𝜑0 = 𝑠0 𝑅 𝜑 = 𝑠 𝑅 Δ𝜑 = Δ𝑠 𝑅 Relação ente velocidade linear média e velocidade angular média: 𝜔𝑚 = Δ𝜑 Δ𝑡 = Δ𝑠 R Δ𝑡 = 1 𝑅 ⋅ Δ𝑠 Δ𝑡 = 1 𝑅 ⋅ 𝑣𝑚 ∴ 𝜔𝑚 = 𝑣𝑚 𝑅 Para velocidades instantâneas, também vale a relação: 𝜔 = 𝑣 𝑅 𝑜𝑢 𝑣 = 𝜔 ⋅ 𝑅 Relação entre aceleração linear média e aceleração angular média: 𝛾𝑚 = Δ𝜔 Δ𝑡 = Δ𝑣 𝑅 Δ𝑡 = 1 𝑅 . Δ𝑣 Δ𝑡 = 1 𝑅 . 𝑎𝑚 7 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares ∴ 𝛾𝑚 = 𝑎𝑚 𝑅 Para acelerações instantâneas, também vale a relação: 𝛾 = 𝑎 𝑅 𝑜𝑢 𝑎 = 𝛾 ⋅ 𝑅 01) A hélice de um ventilado está girando com velocidade angular de 10 rad/s, quando uma pessoa desliga o ventilador e a hélice para em 10 s. Determine: a) a aceleração angular média do ventilador entre o instante em que foi desligado até a hélice parar totalmente; b) a aceleração linear média dos pontos que distam 0,20 m do eixo de rotação, nesse mesmo intervalo de tempo. Comentários: a) Pelas condições do problema, temos que a velocidade angular inicial é 10 𝑟𝑎𝑑/𝑠 e a velocidade angular final é zero. Logo: 𝛾𝑚 = Δ𝜔 Δ𝑡 = 0 − 10 10 − 0 ∴ 𝛾𝑚 = −1,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠 2 b) A aceleração linear média pode ser calculada pela relação: 𝑎𝑚 = 𝛾𝑚 ⋅ 𝑅 𝑎𝑚 = (−1,0) ⋅ 0,2 ∴ 𝑎𝑚 = −0,20 𝑚/𝑠 2 1.2. Movimento circular uniforme (MCU) Chamamos de MCU o movimento realizado por um ponto material percorrendo uma circunferência de raio 𝑅 em movimento uniforme, isto é, o ponto material varre ângulos iguais em intervalos de tempos iguais. Assim, no MCU dizemos que a velocidade angular é constante. Dessa forma, dizemos que o MCU é periódico, pois, a cada volta completada pelo móvel, as características do movimento se repetem em intervalos de tempo iguais. 8 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 1.2.1. Período e frequência no MCU Define-se período, representado pela letra 𝑇 como sendo o intervalo de tempo mínimo para o movimento repetir-se, com as mesmas características. Por exemplo: no MCU, período é o intervalo de tempo que o ponto material leva para percorrer uma volta completa. Ou seja, se ele leva 0,5 s para realizar uma volta no MCU, seu período é dado por: 𝑇 = 0,5 𝑠. De forma correlacionada, define-se frequência como sendo o número de vezes que o movimento se repete na unidade de tempo. Ou seja: 𝑓 = 𝑛 Δ𝑡 Em que 𝑛 número de repetições e Δ𝑡 intervalo de tempo considerado. Para o MCU, 𝑓 é o número de voltas (ou ciclos) que o ponto material realiza na unidade de tempo. Por exemplo: se uma partícula completa 5 voltas em 10 segundos, então, sua frequência será: 𝑓 = 5 10 = 0,5 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠/𝑠 A unidade de ciclos/s recebe o nome de hertz, denotada por 𝐻𝑧. Esta é a unidade de frequência no SI. Logo, dizemos que nossa frequência do exemplo é de 0,5 𝐻𝑧. Em alguns lugares aparece o termo “cada volta”é chamada de rotação. Por isso encontramos em alguns lugares o termo 𝑟𝑝𝑠 (rotações por segundo), outro nome para unidade hertz. Diante da definição de período e de frequência, podemos encontrar uma relação entre as duas grandezas, por uma regra de três simples e direta: nº de voltas Intervalo de tempo 1 - T f - 1 1.1 = 𝑓. 𝑡 𝑓 = 1 𝑇 𝑜𝑢 𝑇 = 1 𝑓 9 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Essa relação é extremamente importante no estudo de movimentos periódicos. No exemplo anterior, para uma frequência de 0,5 𝐻𝑧, o período é de: 𝑇 = 1 0,5 = 2 𝑠 Apesar da unidade de frequência ser hertz (𝐻𝑧), é comum aparecer a unidade rotações por minuto (𝑟𝑝𝑚). A relação entre as unidades é dada por: 1𝑟𝑝𝑚 = 1 𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜 𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜 = 1 𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜 60 𝑠 = 1 60 𝐻𝑧 𝐻𝑧 𝑟𝑝𝑚 ×60 → ÷60 → 𝑟𝑝𝑚 𝐻𝑧 Com isso, podemos relacionar período e frequência com as velocidades do ponto material no MCU. Para uma volta completa, o espaço angular do móvel foi de 2𝜋 e o intervalo de tempo corresponde ao período 𝑇. Logo: Δ𝜑 = 2𝜋 𝑒 Δ𝑡 = 𝑇 Portanto, podemos escrever a velocidade angular em função do período ou em função da frequência: 𝜔 = 2𝜋 𝑇 𝑜𝑢 𝜔 = 2𝜋𝑓 Como 𝑣 = 𝜔 ⋅ 𝑅, podemos escrever a velocidade linear como: 𝑣 = 2𝜋𝑅 𝑇 𝑜𝑢 𝑣 = 2𝜋𝑓𝑅 1.2.2. Função horária do espaço angular no MCU Considere um móvel realizando um MCU, no sentido anti-horário, como visto abaixo: 10 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Figura 3: Representação de uma partícula realizando um MCU entre A e B. Como por definição do movimento circular uniforme (MCU) a velocidade angular é constante, então o módulo da velocidade linear é constante (apenas o módulo), pois 𝑣𝑚 = 𝜔𝑚 ⋅ 𝑅. Como a velocidade angular no MCU é constante, então costumamos a dizer que a velocidade angular é igual a velocidade angular média: 𝜔 = 𝜔𝑚 ∴ 𝜔 = Δ𝜑 Δ𝑡 Se no instante 𝑡0 (início do movimento) o ponto material está no espaço angular 𝜑0 e, em um instante qualquer 𝑡, o ponto material tem espaço angular 𝜑, então: Δ𝜑 = 𝜑 − 𝜑0 e Δ𝑡 = 𝑡 − 𝑡0 Portanto: 𝜔 = 𝜑 − 𝜑0 𝑡 − 𝑡0 ∴ 𝜑 = 𝜑0 + 𝜔(𝑡 − 𝑡0) Para simplificar a expressão, vamos começar a contabilizar o início do movimento na origem dos tempos, isto é, 𝑡0 = 0, temos que: 𝜑 = 𝜑0 + 𝜔 ⋅ 𝑡 Como esperado, a função horária do espaço angular no MCU é uma expressão do primeiro grau em 𝑡, onde: 𝜑0 é o espaço angular inicial quando 𝑡 = 0. 𝜔 é a velocidade escalar angular instantânea (𝜔 ≠ 0). 𝜑0 e 𝜔 são valores constantes. 11 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares De imediato, como 𝜔𝑚 = 𝜔, dizemos que a velocidade angular não varia, ou seja, dizemos que neste movimento não existe aceleração angular (𝛾 = 0). Outra forma de obter a função horária do espaço angular é dividir a função horária do espaço linear pelo raio da circunferência onde o móvel descreve o MCU: 𝑠 = 𝑠0 + 𝑣 ⋅ 𝑡 ÷𝑅 → 𝑠 𝑅 = 𝑠0 𝑅 + 𝑣 𝑅 ⋅ 𝑡 ⇒ 𝜑 = 𝜑0 + 𝜔 ⋅ 𝑡 OBSERVAÇÃO: quando olhamos para a equação 𝜔 = 𝑣/𝑅, somos levados a pensar que a velocidade angular 𝜔 depende do raio 𝑅. Cuidado! Essa pegadinha costuma pegar muita gente boa. Como vimos, no MCU a velocidade angular é constante, então utilizamos: 𝜔 = 2𝜋 𝑇 𝑜𝑢 𝜔 = 2𝜋𝑓 Ou seja, conhecendo o tempo para cada volta (𝑇) ou a frequência (𝑓), nós já sabemos a velocidade angular. Um bom exemplo de verificar isso é pegar o movimento de dois móveis com raios diferentes, mas percorrendo trajetórias circulares concêntricas. Figura 4: Dois móveis em MCU com trajetórias concêntricas, raios diferentes e velocidades angulares diferentes. Se o móvel A tem período 𝑇𝐴, então a velocidade de angular de A é calculada por: 𝜔𝐴 = 2𝜋 𝑇𝐴 Se o móvel B tem período 𝑇𝐵, então a velocidade de angular de B é calculada por: 𝜔𝐵 = 2𝜋 𝑇𝐵 As velocidades angulares de A e de B não depende dos raios 𝑅𝐴 e 𝑅𝐵. Se 𝑇𝐴 = 𝑇𝐵, por exemplo, então 𝜔𝐴 = 𝜔𝐵 e observe que nitidamente os raios são diferentes. 12 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 02) Um corpo em movimento circular tem frequência de 500 rpm. Se a trajetória tem 20 cm de raio, calcule: a) a frequência em hertz. b) o período em segundos. c) a velocidade angular. d) a velocidade linear. Comentários: a) Basta transformar a unidade da frequência: 𝑓 = 500 60 = 25 3 = 8,33 𝐻𝑧 b) O período é o inverso da frequência: 𝑇 = 1 𝑓 = 3 25 = 0,12 𝑠 c) Podemos calcular a velocidade angular a partir da frequência: 𝜔 = 2𝜋𝑓 = 2𝜋 ⋅ 25 3 = 50𝜋 3 𝑟𝑎𝑑/𝑠 d) Para chegarmos à velocidade linear, basta lembrarmos da relação entre as velocidades: 𝑣 = 𝜔 ⋅ 𝑟 = 50𝜋 3 ⋅ 20 = 1000𝜋 3 𝑐𝑚/𝑠 03) Dois carros percorrem uma circunferência de raio R no mesmo sentido e com módulos de velocidades constantes 𝑣1 e 𝑣2, com 𝑣2 > 𝑣1. No instante inicial, 𝑡0 = 0, os dois carros estão no mesmo ponto. Determine o instante em que ocorre o próximo encontro. Comentários: Vamos adotar como origem dos espaços o ponto onde 𝑡0 = 0. Dessa forma, temos que 𝑠01 = 𝑠02. No ponto de encontro, o mais rápido terá andado uma volta de vantagem sobre o mais lento: 𝑠2 = 𝑠1 + 2𝜋 ⋅ 𝑅 𝑣2. 𝑡𝐸 = 𝑣1. 𝑡𝐸 + 2𝜋 ⋅ 𝑅 ∴ 𝑡𝐸 = 2𝜋𝑅 𝑣2 − 𝑣1 13 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 04) Em um brinquedo de autorama, dois carrinhos percorrem pistas circulares que possuem mesmo centro em comum. Sabe-se que os carrinhos se cruzam a cada 15 segundos quando se movem no mesmo sentido e a cada 5 segundos quando se movem em sentidos opostos. Determine: a) a velocidade angular de cada carrinho. b) o período de movimento de cada carrinho. c) a velocidade linear de cada carrinho, sabendo que o carrinho mais rápido possui trajetória de raio igual a 30/𝜋 𝑐𝑚 e o raio da trajetória do outro é metade. Comentários: a) Quando os carrinhos se movem em mesmo sentido, então a diferença entre espaços angulares do mais rápido e do mais lento sempre é igual a 2𝜋 a cada 15 segundos, quando eles se encontram. Portanto: Δ𝜙𝐴 − Δ𝜙𝐵 = 2𝜋 𝜔𝐴 ⋅ 15 − 𝜔𝐵 ⋅ 15 = 2𝜋 𝜔𝐴 − 𝜔𝐵 = 2𝜋 15 (𝑒𝑞. 1) Por outro lado, quando eles sem movem em sentidos opostos, a cada 5 segundos a soma dos espaços angulares de A e de B tem que ser igual a 2𝜋. Assim: Δ𝜙𝐴 + Δ𝜙𝐵 = 2𝜋 𝜔𝐴 ⋅ 5 + 𝜔𝐵 ⋅ 5 = 2𝜋 𝜔𝐴 + 𝜔𝐵 = 2𝜋 5 (𝑒𝑞. 2) Somando 1 e 2, temos: 𝜔𝐴 − 𝜔𝐵 + 𝜔𝐴 + 𝜔𝐵 = 2𝜋 15 + 2𝜋 5 2𝜔𝐴 = 2𝜋 15 + 3 3 ⋅ 2𝜋 5 𝜔𝐴 = 4𝜋 15 𝑟𝑎𝑑/𝑠 Substituindo 𝜔𝐴 em 2, temos: 4𝜋 15 + 𝜔𝐵 = 2𝜋 5 𝜔𝐵 = 2𝜋 15 𝑟𝑎𝑑/𝑠 b) Pela definição de velocidade angular podemos encontrar cada período de movimento: 𝜔𝐴 = 2𝜋 𝑇𝐴 14 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 4𝜋 15 = 2𝜋 𝑇𝐴 𝑇𝐴 = 7,5 𝑠 𝜔𝐵 = 2𝜋 𝑇𝐵 2𝜋 15 = 2𝜋 𝑇𝐵 𝑇𝐵 = 15 𝑠 c) As velocidades lineares são dadas por: 𝑣𝐴 = 𝜔𝐴 ⋅ 𝑅𝐴 ⇒ 𝑣𝐴 = 4𝜋 15 ⋅ 0,3 𝜋 𝑣𝐴 = 0,08 𝑚/𝑠 𝑣𝐵 = 𝜔𝐵 ⋅𝐵= 2𝜋 15 ⋅ 0,15 𝜋 𝑣𝐵 = 0,02 𝑚/𝑠 05) Dois discos fixados a um mesmo eixo, que gira com frequência igual a 𝑓. A distância entre os discos é d. Um projétil é disparado, em uma linha paralela ao eixo, com uma velocidade 𝑣𝑝, perfurando os dois discos de tal forma que o ângulo formado pelo eixo comum com o furo do primeiro disco e o plano formado pelo eixo comum com o furo do segundo disco é 𝜑, tal que 𝜑 < 2𝜋. Calcule a velocidade do projétil. Comentários: Inicialmente, vamos calcular o tempo que o projétil gasta para percorrer a distância entre os dois discos: Δ𝑡 = 𝑑 𝑣𝑝 Nesse intervalo de tempo, o eixo teve uma variaçãoangular de 𝜑, logo: 𝜔 = Δ𝜑 Δ𝑡 ⇒ 2𝜋𝑓 = 𝜑 Δ𝑡 ⇒ 2𝜋𝑓 = 𝜑 𝑑 𝑣𝑝 ∴ 𝑣𝑝 = 2𝜋𝑓𝑑 𝜑 15 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 1.3. Movimento circular uniformemente variado (MCUV) O movimento circular uniformemente variado tem como característica a aceleração angular instantânea coincidir com a aceleração angular média: 𝛾 = 𝛾𝑚 Para um móvel realizando um movimento circular, conforme a figura x, podemos escrever as equações do móvel da seguinte forma: 𝑠 = 𝑠0 + 𝑣0 ⋅ 𝑡 + 𝑎 ⋅ 𝑡2 2 𝑣 = 𝑣0 + 𝑎 ⋅ 𝑡 𝑣2 = 𝑣0 2 + 2 ⋅ 𝑎 ⋅ Δ𝑠 Figura 5: Representação de uma partícula realizando um MCUV entre os pontos A e B. Como visto anteriormente, podemos pegar cada expressão e dividir pelo raio da circunferência descrita pelo móvel: 𝑠 𝑅 = 𝑠0 𝑅 + 𝑣0 𝑅 ⋅ 𝑡 + 1 2 ⋅ 𝑎 𝑅 ⋅ 𝑡2 ⇒ 𝜑 = 𝜑0 + 𝜔0 ⋅ 𝑡 + 𝛾 ⋅ 𝑡2 2 𝑣 𝑅 = 𝑣0 𝑅 + 𝑎 𝑅 ⋅ 𝑡 ⇒ 𝜔 = 𝜔0 + 𝛾 ⋅ 𝑡 𝑣2 𝑅2 = 𝑣0 2 𝑅2 + 2 ⋅ 𝑎 𝑅 ⋅ Δ𝑠 𝑅 ⇒ 𝜔2 = 𝜔0 2 + 2 ⋅ 𝛾 ⋅ Δ𝜑 𝛾 = 𝑎 𝑅 ou 𝑎 = 𝛾 ⋅ 𝑅 16 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Como podemos notar, o MCUV é movimento não periódico, pois a aceleração linear não-nula. Por isso, cada volta é realizada em um intervalo de tempo diferente da outra, não sendo possível definir período ou frequência para esse movimento. Para análise de gráficos, a teoria abordada no MRU pode ser aplicada ao MCU, enquanto a teoria abordada no MRUV pode ser aplicada ao MCUV, pois, devido as características dos movimentos circulares, basta apenas dividir a grandeza linear pelo raio da circunferência para chegar à grandeza angular. Portanto, basta substituir 𝑠 por 𝜑, 𝑣 por 𝜔 e 𝑎 por 𝛾. 06) Um móvel descrevendo um MCUV tem velocidade angular igual a 10 𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠 em 𝑡 = 0 e velocidade angular igual a 24 𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠, em um intervalo de tempo igual a 7 segundos. Calcule: a) a aceleração angular; b) a função horária da velocidade angular; c) quantas voltas o móvel executa nesse Δ𝑡. Comentários: a) Utilizando a definição de aceleração angular média, pois no MCUV, 𝛾 = 𝛾𝑚, temos que: 𝛾 = Δ𝑣 Δ𝑡 = 24𝜋 − 10𝜋 7 − 0 = 2𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠2 b) A função horária da velocidade angular é dada por: 𝜔 = 𝜔0 + 𝛾. 𝑡 𝜔 = 10𝜋 + 2𝜋. 𝑡 c) Vamos calcular o espaço descrito pelo móvel, utilizando a equação de Torricelli: 𝜔2 = 𝜔0 2 + 2 ⋅ 𝛾 ⋅ Δ𝜑 Δ𝜑 = (𝜔 − 𝜔0)(𝜔 + 𝜔0) 2. 𝛾 ⇒ Δ𝜑 = 119𝜋 A cada 2𝜋 ele realiza uma volta, então, em 119𝜋 = 118𝜋 + 𝜋 = 59 ⋅ 2𝜋 + 𝜋. Logo o móvel dá 59 voltas mais meia volta. 1.4. Transmissão de movimento circular A grande dica para transmissão de movimentos não é decorar o resultado pronto, mas saber qual a propriedade de cada tipo de transmissão de movimento. 17 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 1.4.1. Correia comum a duas rodas ou por contato direto. É comum utilizar a transmissão de movimentos para fins de amplificar ou reduzir uma grandeza física. O exemplo mais comum nas nossas vidas está em uma bicicleta, onde o ciclista estabelece uma velocidade na correia dos pedais, que é transmitida por uma corrente para a correia da roda de trás. Podemos representar essa transmissão pela figura abaixo: Figura 6: Transmissão de movimento entre duas coroas ligadas por uma corrente. Se não existe escorregamento entre a corrente e as coroas, podemos dizer que a velocidade linear das duas coroas é igual a velocidade da corrente, ou seja, a velocidade linear é a mesma em qualquer ponto da corrente. Portanto: 𝑣𝑃1 = 𝑣𝑃2 Dessa forma, podemos encontrar uma relação para as velocidades angulares e as frequências para este conjunto: 𝑣𝑃1 = 𝑣𝑃2 ⇒ 𝜔𝐵 ⋅ 𝑅𝐵 = 𝜔𝐴 ⋅ 𝑅𝐴 Como 𝜔 = 2𝜋𝑓, então: 2𝜋𝑓𝐵 ⋅ 𝑅𝐵 = 2𝜋𝑓𝐴 ⋅ 𝑅𝐴 ⇒ 𝑓𝐵 ⋅ 𝑅𝐵 = 𝑓𝐴 ⋅ 𝑅𝐴 Assim, podemos concluir que se 𝑅𝐴 > 𝑅𝐵, então 𝜔𝐴 < 𝜔𝐵 e 𝑓𝐴 < 𝑓𝐵. De forma análoga, podemos chegar as mesmas conclusões para o caso das coroas (ou engrenagem) em contato direto: 18 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Figura 7: Representação de duas coroas em contato direto. Caso não haja escorregamento e como as duas coroas se encontram em um ponto em comum, a velocidade linear das duas coroas deve ser a mesma: 𝑣𝑃 = 𝑣𝑃1 = 𝑣𝑃2 Então: 𝜔𝐵 ⋅ 𝑅𝐵 = 𝜔𝐴 ⋅ 𝑅𝐴 𝑒 𝑓𝐵 ⋅ 𝑅𝐵 = 𝑓𝐴 ⋅ 𝑅𝐴 Novamente, podemos concluir que se 𝑅𝐴 > 𝑅𝐵, então: 𝜔𝐴 < 𝜔𝐵 e 𝑓𝐴 < 𝑓𝐵. Caso o móvel esteja realizando um MCUV: 𝑎𝐴 = 𝑎𝐵 ∴ 𝛾𝐴 ⋅ 𝑅𝐴 = 𝛾𝐵 ⋅ 𝑅𝐵 1.4.2. Engrenagens com mesmo eixo de rotação Considerando a transmissão entre duas engrenagens ligadas por um mesmo eixo, como na figura a seguir: Figura 8: Representação de duas engrenagens com o mesmo eixo de rotação. 19 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Nesse caso, podemos ver que está amarrada a variação angular de cada coroa, isto é, se pegarmos um ponto na coroa B, sua projeção na coroa A terá a mesma variação angular. Dessa forma, podemos deduzir que: Δ𝜑𝐵 = Δ𝜑𝐴 Assim, as velocidades angulares e as frequências serão as mesmas: Δ𝜑𝐴 = Δ𝜑𝐵 ⇒ 𝜔𝐴 ⋅ Δ𝑡 = 𝜔𝐵 ⋅ Δ𝑡 ∴ 𝜔𝐴 = 𝜔𝐵 Como 𝜔 = 2𝜋𝑓, temos que: 𝜔𝐴 = 𝜔𝐵 ⇒ 2𝜋𝑓𝐴 = 2𝜋𝑓𝐵 ∴ 𝑓𝐴 = 𝑓𝐵 Para velocidades lineares, encontramos que: 𝜔𝐴 = 𝜔𝐵 ∴ 𝑣𝐴 𝑅𝐴 = 𝑣𝐵 𝑅𝐵 Concluímos que se 𝑅𝐴 > 𝑅𝐵, então: 𝑣𝐴 > 𝑣𝐵. Caso o móvel esteja realizando um MCUV: 𝛾𝐴 = 𝛾𝐵 ∴ 𝑎𝐴 𝑅𝐴 = 𝑎𝐵 𝑅𝐵 Até aqui, deduzimos todas as equações para o caso de transmissão no MCU. Entretanto, toda análise feita é válida para qualquer tipo de movimento circular. 07. (Simulado AFA) 20 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Um sistema mecânico é constituído de uma engrenagem 𝐸1 que está em eixo comum como outra engrenagem 𝐸2, que possui metade do raio de 𝐸1. A engrenagem 𝐸2 está em contato direto com 𝐸3, permitindo a mudança na direção dos eixos de rotação das engrenagens. No mesmo eixo de 𝐸3, mas na outra extremidade, existe um carretel cuja função é erguer o corpo 𝑀. Se a velocidade do ponto 𝐴 de 𝐸1 é igual a 𝑣, a velocidade com que se move o bloco é igual a. a) 𝑣/4 b) 𝑣/3 c) 𝑣/2 d) 𝑣 Comentários: A partir da velocidade do ponto A podemos determinar a velocidade angular do eixo 1: 𝜔1 = 𝑣 𝑅1 No ponto P de contato direto das engrenagens 𝐸2 e 𝐸3 sabemos que a velocidade linear deve ser igual, isto é: 𝜔1 ⋅ 𝑅2 = 𝜔2 ⋅ 𝑅3 = 𝑣𝑃 𝜔2 = 𝑅2 𝑅3 ⋅ 𝜔1 = 𝑅2 𝑅3 ⋅ 𝑣 𝑅1 Logo, a velocidade com que a corda está se movendo no carretel é dada pela velocidade angular do segundo eixo (𝜔2) e o raio do carretel (𝑟𝐶): 𝑣′ = 𝜔2 ⋅ 𝑟𝐶 𝑣′ = 𝑅2 𝑅3 ⋅ 𝑣 𝑅1 ⋅ 𝑟𝐶 𝑣′ = 𝑅2 𝑅3 ⋅ 𝑟𝑐 𝑅1 ⋅ 𝑣 21 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Como temos duas razões entre os raios, então não precisamos passar para metros, pois a razão de transformação seria cancelada nas duas partes. Portanto: 𝑣′ = 10 8 ⋅ 4 20 ⋅ 𝑣 𝑣′ = 𝑣/4 Gabarito: A 22 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 2. Lista de questões nível 1 (EsPCEx – 2019) Duas polias, A e B, ligadas por uma correia inextensível têm raios 𝑅𝐴 = 60 𝑐𝑚 e 𝑅𝐵 = 20 𝑐𝑚, conforme o desenho abaixo. Admitindo que não haja escorregamento da correia e sabendo que a frequência da polia A é 𝑓𝐴 = 30 𝑟𝑝𝑚, então a frequência da polia B é a) 10 rpm b) 20 rpm c) 80 rpm d) 90 rpm e) 120 rpm (EsPCEx – 2009) Uma máquina industrial é movida por um motor elétrico que utiliza um conjunto de duas polias, acopladas por uma correia, conforme figura abaixo. A polia de raio 𝑅1 = 15 𝑐𝑚 está acoplada ao eixo do motor e executa 3000 rotaçõespor minuto. Não ocorre escorregamento no contato da correia com as polias. O número de rotações por minuto, que a polia de raio 𝑅2 = 60 𝑐𝑚 executa, é de a) 250 b) 500 c) 750 d) 1000 e) 1200 (EsPCEx – 2003) A figura abaixo representa uma associação das engrenagens I, II e III, de raios iguais a 4 cm, 48 cm e 12 cm, respectivamente, que giram em torno de eixos fixos. 23 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Se a engrenagem III girar com velocidade angular de 5𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠, a frequência de rotação da engrenagem I valerá a) 2,5 Hz b) 5,0 Hz c) 7,5 Hz d) 10,0 Hz e) 12,5 Hz (EsPCEx – 2000) A figura abaixo representa uma polia que gira em torno de seu eixo no ponto O com movimento de rotação uniforme. O módulo da velocidade linear do ponto A é 𝑉1 = 50 𝑐𝑚/𝑠, e a do ponto B é 𝑉2 = 10 𝑐𝑚/𝑠. Sabendo que a distância AB é 40 cm, o valor da velocidade angular da polia em rad/s é a) 1 b) 2 c) 5 d) 10 e) 50 (EEAR – 2018) Um ponto material descreve um movimento circular uniforme com o módulo da velocidade angular igual a 10 rad/s. Após 100 s, o número de voltas completas percorridas por esse ponto material é Adote 𝜋 = 3. a) 150 b) 166 c) 300 d) 333 (EEAR – 2018) Considere as seguintes afirmações sobre o movimento circular uniforme (MCU): I – possui velocidade angular constante. II – possui velocidade tangencial constante em módulo, mas com direção e sentido variáveis. III – a velocidade angular é inversamente proporcional à frequência do movimento. IV – possui aceleração radial, com sentido orientado para o centro da trajetória. Das afirmações anteriores, são corretas: a) I e II b) II e III c) I, II e IV d) todas (EEAR – 2016) Uma hélice de avião gira a 2800 rpm. Qual a frequência (f) de rotação da hélice, em unidades do Sistema Internacional (SI)? Adote 𝜋 ≅ 3. a) 16,7 b) 26,7 c) 36,7 d) 46,7 (EEAR – 2016) 24 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Duas polias estão acopladas por uma correia que não desliza. Sabendo-se que o raio da polia menor é de 20 cm e sua frequência de rotação 𝑓1 é de 3600 rpm, qual é a frequência de rotação 𝑓2 da polia maior, em rpm, cujo raio vale 50 cm? a) 9000 b) 7200 c) 1440 d) 720 (EEAR – 2015) Calcule a velocidade tangencial, em km/h, do movimento de translação do planeta Terra em torno do Sol. Para esse cálculo considere: 1. que a luz do Sol leva 8 minutos para chegar até a Terra. 2. a velocidade da luz no vácuo igual a 3 ∙ 108 𝑚/𝑠. 3. as dimensões da Terra e do Sol devem ser desprezadas. 4. o raio do movimento circular da Terra em torno do Sol como a distância que a luz percorre em 8 minutos. 5. o movimento da Terra em torno do Sol como sendo um Movimento Circular Uniforme (MCU). 6. o valor de 𝜋 = 3. 7. um ano = 360 dias. a) 10.000 b) 24.000 c) 36.000 d) 100.000 (EEAR – 2014) Numa pista circular de 100 m de diâmetro um corredor A, mantendo o módulo da velocidade tangencial constante de valor igual 6 m/s, corre durante 5 min, completando várias voltas. Para que um corredor B, correndo nesta mesma pista, saindo do mesmo ponto e durante o mesmo tempo, consiga completar duas voltas a mais que o corredor A é necessário que este mantenha uma velocidade tangencial de módulo constante e igual a _________ m/s. Adote: 𝜋 = 3,0. a) 8 b) 9 c) 10 d) 12 (EEAR – 2011) Devido ao mau tempo sobre o aeroporto, uma aeronave começa a executar um movimento circular uniforme sobre a pista, mantendo uma altitude constante de 1000 m. Sabendo que a aeronave possui velocidade linear de 500 km/h e que executará o movimento sob um raio de 5 km, qual será o tempo gasto, em h, para que essa aeronave complete uma volta. a) 𝜋/50. b) 𝜋/100. c) 10𝜋. d) 50𝜋. (EEAR – 2007) No movimento circular uniforme a velocidade angular (𝜔) não depende a) do raio da circunferência. b) da sua frequência. c) do seu período. d) do tempo gasto para completar uma volta. 25 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 3. Gabarito sem comentários nível 1 1. D 2. C 3. C 4. A 5. B 6. C 7. D 8. C 9. D 10. A 11. A 12. A 26 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 4. Lista de questões nível 1 comentada (EsPCEx – 2019) Duas polias, A e B, ligadas por uma correia inextensível têm raios 𝑅𝐴 = 60 𝑐𝑚 e 𝑅𝐵 = 20 𝑐𝑚, conforme o desenho abaixo. Admitindo que não haja escorregamento da correia e sabendo que a frequência da polia A é 𝑓𝐴 = 30 𝑟𝑝𝑚, então a frequência da polia B é a) 10 rpm b) 20 rpm c) 80 rpm d) 90 rpm e) 120 rpm Comentários: Como as polias estão ligadas por uma correia comum, a velocidade linear será a mesma nas duas polias: 𝑣𝐴 = 𝑣𝐵 𝜔𝐴𝑅𝐴 = 𝜔𝐵𝑅𝐵 2𝜋𝑓𝐴𝑅𝐴 = 2𝜋𝑓𝐵𝑅𝐵 𝑓𝐵 = 𝑅𝐴 𝑅𝐵 𝑓𝐵 𝑓𝐵 = 60 20 ∙ 30 𝑓𝐵 = 90 𝑟𝑝𝑚 Gabarito: D (EsPCEx – 2009) Uma máquina industrial é movida por um motor elétrico que utiliza um conjunto de duas polias, acopladas por uma correia, conforme figura abaixo. A polia de raio 𝑅1 = 15 𝑐𝑚 está acoplada ao eixo do motor e executa 3000 rotações por minuto. Não ocorre escorregamento no contato da correia com as polias. O número de rotações por minuto, que a polia de raio 𝑅2 = 60 𝑐𝑚 executa, é de 27 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares a) 250 b) 500 c) 750 d) 1000 e) 1200 Comentários: Como as polias estão ligadas por uma correia comum, a velocidade linear será a mesma nas duas polias: 𝑣1 = 𝑣2 𝜔1𝑅1 = 𝜔2𝑅2 2𝜋𝑓1𝑅1 = 2𝜋𝑓2𝑅2 𝑓2 = 𝑅1 𝑅2 𝑓1 𝑓2 = 15 60 ∙ 3000 𝑓𝐵 = 750 𝑟𝑝𝑚 Gabarito: C (EsPCEx – 2003) A figura abaixo representa uma associação das engrenagens I, II e III, de raios iguais a 4 cm, 48 cm e 12 cm, respectivamente, que giram em torno de eixos fixos. Se a engrenagem III girar com velocidade angular de 5𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠, a frequência de rotação da engrenagem I valerá a) 2,5 Hz b) 5,0 Hz c) 7,5 Hz d) 10,0 Hz e) 12,5 Hz Comentários: Como as engrenagens estão em contato direto, então as velocidades lineares são iguais: 𝑣𝐼 = 𝑣𝐼𝐼 e 𝑣𝐼𝐼 = 𝑣𝐼𝐼𝐼 Portanto: 𝑣𝐼 = 𝑣𝐼𝐼𝐼 𝜔𝐼𝑅𝐼 = 𝜔𝐼𝐼𝐼𝑅𝐼𝐼𝐼 28 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 𝜔𝐼 = 𝑅𝐼𝐼𝐼 𝑅𝐼 ∙ 𝜔𝐼𝐼𝐼 Substituindo valores: 𝜔𝐼 = 12 4 ∙ 5𝜋 𝜔𝐼 = 15𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠 Mas: 𝜔𝐼 = 2𝜋𝑓𝐼 15𝜋 = 2𝜋𝑓𝐼 𝑓𝐼 = 7,5 𝐻𝑧 Gabarito: C (EsPCEx – 2000) A figura abaixo representa uma polia que gira em torno de seu eixo no ponto O com movimento de rotação uniforme. O módulo da velocidade linear do ponto A é 𝑉1 = 50 𝑐𝑚/𝑠, e a do ponto B é 𝑉2 = 10 𝑐𝑚/𝑠. Sabendo que a distância AB é 40 cm, o valor da velocidade angular da polia em rad/s é a) 1 b) 2 c) 5 d) 10 e) 50 Comentários: Se a polia move com velocidade angular constante, então: 𝜔𝐴 = 𝜔𝐵 𝑉𝐴 𝑅𝐴 = 𝑉𝐵 𝑅𝐵 Pela geometria, temos: 𝑉𝐴 𝑅𝐵 + 𝐴𝐵 = 𝑉𝐵 𝑅𝐵 𝑅𝐵 + 𝐴𝐵 𝑅𝐵 = 𝑉𝐴 𝑉𝐵 𝑅𝐵 + 40 𝑅𝐵 = 50 10 = 5 𝑅𝐵 + 40 = 5𝑅𝐵 𝑅𝐵 = 10 𝑐𝑚 Logo: 29 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 𝜔 = 𝑉𝐵 𝑅𝐵 = 10 10 = 1 𝑟𝑎𝑑/𝑠 Gabarito: A (EEAR – 2018) Um ponto material descreve um movimento circular uniforme com o módulo da velocidade angular igual a 10 rad/s. Após 100 s, o número de voltas completas percorridas por esse ponto material é Adote 𝜋 = 3. a) 150 b) 166 c) 300 d) 333 Comentários: Se a velocidade angular é de 10 rad/s, podemos determinar o período do movimento por: 𝑇 = 2𝜋 𝜔 𝑇 = 2 ∙ 3 10 = 6 10 𝑠 Então, o número de voltas após 100 s é de: 𝑛 = 100 6 10 = 1000 6 𝑛 = 166,7 Como o número de voltas só pode ser um inteiro,isto é, voltas completas, então o corpo deu 166 voltas e andou 0,7 do tempo da próxima volta. Gabarito: B (EEAR – 2018) Considere as seguintes afirmações sobre o movimento circular uniforme (MCU): I – possui velocidade angular constante. II – possui velocidade tangencial constante em módulo, mas com direção e sentido variáveis. III – a velocidade angular é inversamente proporcional à frequência do movimento. IV – possui aceleração radial, com sentido orientado para o centro da trajetória. Das afirmações anteriores, são corretas: a) I e II b) II e III c) I, II e IV d) todas Comentários: I – Correto. No MCU, a velocidade angular é constante. II – Correto. No MCU, a velocidade tangencial é constante em módulo, pois não temos aceleração tangencial neste tipo de movimento. Por outro lado, temos o vetor velocidade variando de direção e sentido o tempo todo, pois neste movimento ainda temos a aceleração centrípeta. III – Incorreto. A velocidade angular é diretamente proporcional a frequência angular, de acordo com a expressão: 30 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 𝜔 = 2𝜋𝑓 IV- Correto. De fato, neste movimento, temos a aceleração radial (também chamada de normal ou centrípeta) que aponta para o centro da trajetória. Gabarito: C (EEAR – 2016) Uma hélice de avião gira a 2800 rpm. Qual a frequência (f) de rotação da hélice, em unidades do Sistema Internacional (SI)? Adote 𝜋 ≅ 3. a) 16,7 b) 26,7 c) 36,7 d) 46,7 Comentários: Se a frequência de rotação é de 2800 rpm, isto é 2800 rotações por minuto. Então. 2800 𝑟𝑝𝑚 ≡ 2800 60 𝐻𝑧 = 46,7 𝐻𝑧 Gabarito: D (EEAR – 2016) Duas polias estão acopladas por uma correia que não desliza. Sabendo-se que o raio da polia menor é de 20 cm e sua frequência de rotação 𝑓1 é de 3600 rpm, qual é a frequência de rotação 𝑓2 da polia maior, em rpm, cujo raio vale 50 cm? a) 9000 b) 7200 c) 1440 d) 720 Comentários: Neste tipo de acoplamento, sabemos que as velocidades lineares são iguais, portanto: 𝑣1 = 𝑣2 𝜔1𝑅1 = 𝜔2𝑅2 2𝜋𝑓1𝑅1 = 2𝜋𝑓2𝑅2 𝑓2 = 𝑅1 𝑅2 ∙ 𝑓1 𝑓2 = 20 50 ∙ 3600 𝑓2 = 1440 𝑟𝑝𝑚 Gabarito: C (EEAR – 2015) Calcule a velocidade tangencial, em km/h, do movimento de translação do planeta Terra em torno do Sol. Para esse cálculo considere: 1. que a luz do Sol leva 8 minutos para chegar até a Terra. 2. a velocidade da luz no vácuo igual a 3 ∙ 108 𝑚/𝑠. 3. as dimensões da Terra e do Sol devem ser desprezadas. 31 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 4. o raio do movimento circular da Terra em torno do Sol como a distância que a luz percorre em 8 minutos. 5. o movimento da Terra em torno do Sol como sendo um Movimento Circular Uniforme (MCU). 6. o valor de 𝜋 = 3. 7. um ano = 360 dias. a) 10.000 b) 24.000 c) 36.000 d) 100.000 Comentários: Diante das considerações feitas em questão, a velocidade tangencial da terra é dada por: 𝑣 = 𝜔 ∙ 𝑅 O raio do movimento circular realizado pela Terra em torno do Sol (considerado em questão) é calculado através do tempo que a luz leva para chegar a Terra: 𝑅 = 𝑐 ∙ ∆𝑡 𝑅 = 3 ∙ 108 ∙ 8 ∙ 60 𝑅 = 144 ∙ 109 𝑚 𝑅 = 144 ∙ 106 𝑘𝑚 A velocidade angular pode ser determinada a partir do período que a Terra leva para dar uma volta em torno do Sol: 𝜔 = 2𝜋 𝑇 𝜔 = 2 ∙ 3 360 ∙ 24 Portanto: 𝑣 = 2 ∙ 3 360 ∙ 24 ∙ 144 ∙ 106 𝑣 = 100.000 𝑘𝑚/ℎ Gabarito: D (EEAR – 2014) Numa pista circular de 100 m de diâmetro um corredor A, mantendo o módulo da velocidade tangencial constante de valor igual 6 m/s, corre durante 5 min, completando várias voltas. Para que um corredor B, correndo nesta mesma pista, saindo do mesmo ponto e durante o mesmo tempo, consiga completar duas voltas a mais que o corredor A é necessário que este mantenha uma velocidade tangencial de módulo constante e igual a _________ m/s. Adote: 𝜋 = 3,0. a) 8 b) 9 c) 10 d) 12 Comentários: A variação angular de B deve ser a mesma que a de A mais 2 voltas, isto é: ∆𝜑𝐵 = ∆𝜑𝐴 + 2 ∙ 2𝜋 32 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 𝜔𝐵 ∙ ∆𝑡 = 𝜔𝐴 ∙ ∆𝑡 + 2 ∙ 2𝜋 𝑣𝐵 𝑅 ∙ ∆𝑡 = 𝑣𝐴 𝑅𝐴 ∙ ∆𝑡 + 2 ∙ 2𝜋 Substituindo valores, temos: 𝑣𝐵 50 ∙ (5 ∙ 60) = 6 50 ∙ (5 ∙ 60) + 2 ∙ 2 ∙ 3 6𝑣𝐵 = 36 + 12 𝑣𝐵 = 8 𝑚/𝑠 Gabarito: A (EEAR – 2011) Devido ao mau tempo sobre o aeroporto, uma aeronave começa a executar um movimento circular uniforme sobre a pista, mantendo uma altitude constante de 1000 m. Sabendo que a aeronave possui velocidade linear de 500 km/h e que executará o movimento sob um raio de 5 km, qual será o tempo gasto, em h, para que essa aeronave complete uma volta. a) 𝜋/50. b) 𝜋/100. c) 10𝜋. d) 50𝜋. Comentários: Se a velocidade linear é de 500 km/h e o raio do movimento circular executado pela aeronave é de 5 km, então a velocidade angular é dada por: 𝜔 = 𝑣 𝑅 = 500 5 = 100 𝑟𝑎𝑑/ℎ Logo, o período é dado por: 𝑇 = 2𝜋 𝜔 𝑇 = 2𝜋 100 𝑇 = 𝜋 50 ℎ Gabarito: A (EEAR – 2007) No movimento circular uniforme a velocidade angular (𝜔) não depende a) do raio da circunferência. b) da sua frequência. c) do seu período. d) do tempo gasto para completar uma volta. Comentários: A velocidade angular no MCU pode ser calculada como: 33 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 𝜔 = 2𝜋 𝑇 = 2𝜋𝑓 Não depende do raio da circunferência. Lembrando que período é o tempo gasto para dar uma volta completa. Gabarito: A 34 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 5. Lista de questões nível 2 (AFA - 2021) Na Figura 1, a seguir, tem-se uma vista de cima de um movimento circular uniforme descrito por duas partículas, A e B, que percorrem trajetórias semicirculares, de raios RA e RB, respectivamente, sobre uma mesa, mantendo-se sempre alinhadas com centro C. Ao chegarem à borda da mesa, conforme ilustra a Figura 2, as partículas são lançadas horizontalmente e descrevem trajetórias parabólicas, livres de quaisquer forças de resistência, até chegarem ao piso, que é plano e horizontal. Ao longo dessa queda, as partículas A e B percorrem distâncias horizontais, XA e XB, respectivamente. Considerando RB = 4RA, a razão XB/XA será igual a A) 1/4 B) 1/2 C) 2 D) 4 (EN - 2021) Um sistema de polias está conectado por uma correia como na figura abaixo. A polia A, com raio de 18,0 cm, é concêntrica e solidária à polia B, dentada, com raio de 10,0 cm. A polia matriz M tem um raio de 25,0 cm. Sabendo-se que a polia C, também dentada e em contato com a polia B, tem uma aceleração tangencial na borda de módulo constante igual a 2,00 m/s² e que a correia não desliza nas polias, calcule a velocidade angular aproximada da polia matriz M, em rpm, após 10,0 segundos, 35 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares considerando que o sistema partiu do repouso e que os raios das polias dentadas B e C foram medidos até a altura média dos dentes, e assinale a opção correta. Dado: 𝜋 = 3,14. (A) 9,15 ⋅ 102 (B) 1,22 ⋅ 103 (C) 1,38 ⋅ 103 (D) 1,46 ⋅ 103 (E) 1,51 ⋅ 103 (EFOMM – 2017) Considere uma polia girando em torno de seu eixo central, conforme figura abaixo. A velocidade dos pontos 𝐴 e 𝐵 são, respectivamente, 60 𝑐𝑚/𝑠 e 0,3 𝑚/𝑠. A distância 𝐴𝐵 vale 10 𝑐𝑚. O diâmetro e a velocidade angular da polia, respectivamente, valem: a) 10 𝑐𝑚 e 1,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠 b) 20 𝑐𝑚 e 1,5 𝑟𝑎𝑑/𝑠 c) 40 𝑐𝑚 e 3,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠 d) 50 𝑐𝑚 e 0,5 𝑟𝑎𝑑/𝑠 e) 60 𝑐𝑚 e 2,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠 (EFOMM – 2012) Devido à resistência do ar, após algum tempo descendo sem pedalar um longo plano inclinado de 30°, o ciclista da figura atingiu uma velocidade escalar máxima constante 𝑣, com as rodas de raio igual a25,0 𝑐𝑚 girando, sem deslizar, com frequência angular de 10 𝑟𝑎𝑑/𝑠. Nessa velocidade, considerando uma altura inicial ℎ igual a 75,0 𝑚, a roda dianteira tocara o plano horizontal num intervalo de tempo, em segundos, igual a 36 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares a) 375 b) 240 c) 150 d) 60,0 e) 33,3 (EFOMM – 2008) Na figura acima, temos um sistema de transmissão de movimento de um dos motores auxiliares de um navio, formado por três discos 𝐴, 𝐵 e 𝐶. Os raios dos discos 𝐵 e 𝐶 são iguais e correspondem à metade do raio do disco 𝐴. Sabe-se que o disco 𝐴 move-se solidariamente com o disco 𝐵 através de uma correia, e que os discos 𝐴 e 𝐶 estão ligados ao mesmo eixo central. Analise as afirmativas abaixo. I. A velocidade angular do disco 𝐶 é metade do disco 𝐵. II. A velocidade escalar de um ponto do perímetro do disco 𝐴 é o dobro da velocidade escalar de um ponto do perímetro do disco 𝐶. II. Os discos 𝐵 e 𝐶 têm a mesma velocidade escalar em pontos de seus perímetros. III. O período do disco 𝐶 é o dobro do período do disco 𝐵. IV. As frequências dos discos 𝐴 e 𝐵 são iguais. Com base nessas informações, assinale a alternativa correta. a) Apenas a afirmativa I é verdadeira. b) As afirmativas II e I são verdadeiras. c) As afirmativas III e IV são verdadeiras. d) As afirmativas I, II, IV são verdadeiras. e) As afirmativas I e IV são verdadeiras. (EN – 2014) Observe o gráfico a seguir. 37 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 0 gráfico da figura acima mostra a variação do raio da Terra (𝑅) com a latitude (𝜙). Observe que foram acrescentadas informações para algumas latitudes, sobre a menor distância entre o eixo da Terra e um ponto 𝑃 na superfície da Terra ao nível do mar, ou seja, 𝑅 ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝜙. Considerando que a Terra gira com uma velocidade angular 𝜔𝑇 = 𝜋/12 (𝑟𝑎𝑑/ℎ), qual é, aproximadamente, a latitude de 𝑃 quando a velocidade de 𝑃 em relação ao centro da Terra se aproxima numericamente da velocidade do som? Dados: 𝑣𝑠𝑜𝑚 = 340 𝑚/𝑠 e 𝜋 = 3. a) 0° b) 20° c) 40° d) 60° e) 80° (EN – 2015) Analise a figura abaixo. Na figura acima temos um dispositivo 𝐴 que libera partículas a partir do repouso com um período 𝑇 = 3 𝑠. Logo abaixo do dispositivo, a uma distância 𝐻, um disco contém um orifício que permite a passagem de todas as partículas liberadas pelo dispositivo. Sabe-se que entre a passagem de duas partículas, o disco executa 3 voltas completas em torno de seu eixo. Se elevarmos o disco a uma altura 𝐻/4 do dispositivo, qual das opções abaixo exibe o conjunto de três velocidades angulares 𝑤′, em rad/s, possíveis para o disco, de forma tal, que todas as partículas continuem passando pelo seu orifício? Dado: considere 𝜋 = 3. a) 2/3, 5/3, e 8/3 b) 2, 3 e 5 c) 4/3, 8/3, e 12/3 d) 4, 7 e 9 e) 6, 8 e 12 (AFA – 2009) Dispõe-se de quatro polias ideais de raios 𝑅𝐴 = 𝑅, 𝑅𝐵 = 3𝑅, 𝑅𝐶 = 𝑅/2 e 𝑅𝐷 = 𝑅/10 que podem ser combinadas e acopladas a um motor cuja frequência de funcionamento tem valor 𝑓. As polias podem ser ligadas por correias ideais ou unidas por eixos rígidos e, nos acoplamentos, não ocorre 38 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares escorregamento. Considere que a combinação dessas polias com o motor deve acionar uma serra circular (𝑆) para que ela tenha uma frequência de rotação igual a 5/3 da frequência do motor. Sendo assim, marque a alternativa que representa essa combinação de polias. a) b) c) d) (AFA – 2013) A figura 1 abaixo apresenta um sistema formado por dois pares de polias coaxiais, 𝐴𝐵 e 𝐶𝐷, acoplados por meio de uma correia ideal e inextensível e que não desliza sobre as polias 𝐶 e 𝐵, tendo respectivamente raios 𝑅𝐴 = 1 𝑚, 𝑅𝐵 = 2 𝑚, 𝑅𝐶 = 10 𝑚 e 𝑅𝐷 = 0,5 𝑚. A polia 𝐴 tem a forma de um cilindro no qual está enrolado um fio ideal e inextensível de comprimento 𝐿 = 10𝜋 𝑚 em uma única camada, como mostra a figura 2. Num dado momento, a partir do repouso, o fio é puxado pela ponta 𝑃, por uma força �⃗� constante que imprime uma aceleração linear a, também constante, na periferia da polia 𝐴, até que o fio se 39 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares solte por completo desta polia. A partir desse momento, a polia 𝐶 gira até parar após 𝑛 voltas, sob a ção de uma aceleração angular constante de tal forma que o gráfico da velocidade angular da polia 𝐷 em função do tempo é apresentado na figura 3. Nessas condições, o número total de voltas dadas pela polia 𝐴 até parar e o módulo da aceleração 𝑎, em 𝑚/𝑠2, são, respectivamente, a) 5𝑛, 𝜋 b) 5𝑛, 5𝜋 c) 2(𝑛 – 1), 3𝜋 d) 5(𝑛 + 1), 5𝜋 (ITA-1989) Num plano horizontal, sem atrito, uma partícula 𝑚1 move-se com movimento circular uniforme de velocidade angular 𝜔. Ao passar pelo ponto P, outra partícula, 𝑚2, é lançada do ponto O com velocidade �⃗�. Qual é o módulo de 𝑣0⃗⃗⃗⃗⃗ para que 𝑚1 e 𝑚2 colidam em Q? a) 2𝜋. 𝑟. 𝜔 b) 2𝜔 𝜋𝑟 c) 2𝑟𝜔 𝜋 d) 𝑟𝜔 𝜋 e)𝜋. 𝑟. 𝜔 (ITA-1972) No movimento circular e uniforme de uma partícula, considerando-se como vetores as grandezas físicas envolvidas, podemos afirmar que: a) Força, aceleração, velocidade tangencial e velocidade angular são constantes. b) Aceleração, velocidade tangencial e velocidade angular são constantes. c) Velocidade tangencial e velocidade angular são constantes. d) Velocidade angular é constante. e) Nenhuma das grandezas é constante. (ITA-1991) Considere dois carros que estejam participando de uma corrida. O carro A consegue realizar cada volta em 80 s enquanto o carro B é 5,0% mais lento. O carro A é forçado a uma parada nos boxes ao completar a volta de número 6. Incluindo aceleração, desaceleração e reparos, o carro A perde 135 s. Qual deve ser o número mínimo de voltas completas da corrida para que o carro A possa vencer? a) 28. b) 27. c) 33. d) 34. e) Nenhuma das alternativas anteriores. 40 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 6. Gabarito sem comentários nível 2 1. D 2. C 3. C 4. D 5. A 6. C 7. E 8. A 9. D 10. C 11. D 12. C 41 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 7. Lista de questões nível 2 comentada (AFA - 2021) Na Figura 1, a seguir, tem-se uma vista de cima de um movimento circular uniforme descrito por duas partículas, A e B, que percorrem trajetórias semicirculares, de raios RA e RB, respectivamente, sobre uma mesa, mantendo-se sempre alinhadas com centro C. Ao chegarem à borda da mesa, conforme ilustra a Figura 2, as partículas são lançadas horizontalmente e descrevem trajetórias parabólicas, livres de quaisquer forças de resistência, até chegarem ao piso, que é plano e horizontal. Ao longo dessa queda, as partículas A e B percorrem distâncias horizontais, XA e XB, respectivamente. Considerando RB = 4RA, a razão XB/XA será igual a A) 1/4 B) 1/2 C) 2 D) 4 Comentários: A velocidade angular é constante pois as partículas sempre têm o mesmo ângulo uma em relação à outra: 𝑣𝐴 = 𝜔𝑅𝐴 𝑣𝐵 = 𝜔𝑅𝐵 42 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares O tempo de queda das partículas será o mesmo, pois ambas estão na mesma altura: 𝑥𝐴 = 𝑣𝐴𝑡 𝑥𝐵 = 𝑣𝐵𝑡 Logo: 𝑥𝐵 𝑥𝐴 = 𝑣𝐵 𝑣𝐴 = 𝑅𝐵 𝑅𝐴 = 4 Gabarito: D (EN - 2021) Um sistema de polias está conectado por uma correia como na figura abaixo. A polia A, com raio de 18,0 cm, é concêntrica e solidária à polia B, dentada, com raio de 10,0 cm. A polia matriz M tem um raio de 25,0 cm. Sabendo-se que a polia C, também dentada e em contato com a polia B, tem uma aceleração tangencial na borda de módulo constanteigual a 2,00 m/s² e que a correia não desliza nas polias, calcule a velocidade angular aproximada da polia matriz M, em rpm, após 10,0 segundos, considerando que o sistema partiu do repouso e que os raios das polias dentadas B e C foram medidos até a altura média dos dentes, e assinale a opção correta. Dado: 𝜋 = 3,14. (A) 9,15 ⋅ 102 (B) 1,22 ⋅ 103 (C) 1,38 ⋅ 103 (D) 1,46 ⋅ 103 (E) 1,51 ⋅ 103 Comentários: Inicialmente, devemos notar que as polias A e B estão acopladas com eixo em comum. Portanto, elas possuem a mesma velocidade angular. 𝜔𝐴 = 𝜔𝐵 𝑣𝐴 𝑅𝐴 = 𝑣𝐵 𝑅𝐵 43 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Por outro lado, B e C estão acoplados com contato direto, então elas possuem a mesma velocidade linear. No instante considerado, temos: 𝑣𝑐 = 0 + 𝑎 ⋅ 𝑡 𝑣𝐶 = 2 ⋅ 10 = 20 𝑚/𝑠 ∴ 𝑣𝐵 = 20 𝑚/𝑠 Dessa, podemos encontrar a velocidade linear de A: 𝑣𝐴 = ( 𝑅𝐴 𝑅𝐵 ) ⋅ 𝑣𝐵 = ( 18 10 ) ⋅ 20 𝑣𝐴 = 36 𝑚/𝑠 Como A e M são ligas por uma correia dentada, elas possuem a mesma velocidade linear. Assim, a velocidade angular de M é de: 𝜔𝑀 = 𝑣𝑀 𝑅𝑀 = 36 0,25 𝑟𝑎𝑑/𝑠 Para passar para rpm basta dividir por 2𝜋/60. Logo: 𝜔𝑀 = 36 0,25 2𝜋 60 𝜔𝑀 = 1,3 ⋅ 10 3 𝑟𝑝𝑚 Gabarito: C (EFOMM – 2017) Considere uma polia girando em torno de seu eixo central, conforme figura abaixo. A velocidade dos pontos 𝐴 e 𝐵 são, respectivamente, 60 𝑐𝑚/𝑠 e 0,3 𝑚/𝑠. A distância 𝐴𝐵 vale 10 𝑐𝑚. O diâmetro e a velocidade angular da polia, respectivamente, valem: a) 10 𝑐𝑚 e 1,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠 b) 20 𝑐𝑚 e 1,5 𝑟𝑎𝑑/𝑠 c) 40 𝑐𝑚 e 3,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠 d) 50 𝑐𝑚 e 0,5 𝑟𝑎𝑑/𝑠 e) 60 𝑐𝑚 e 2,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠 Comentários: 44 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Se a polia está girando em torno do eixo, portanto a velocidade angular do ponto 𝐴 e do ponto 𝐵 são iguais. Transformando as unidades para o SI, temos: 𝜔 = 𝑉𝐴 𝑅𝐴 = 𝑉𝐵 𝑅𝐵 0,6 𝑅𝐴 = 0,3 𝑅𝐵 0,6 𝑅𝐴 = 0,3 𝑅𝐴 − 0,1 2𝑅𝐴 − 0,2 = 𝑅𝐴 𝑅𝐴 = 0,2 𝑚 𝐷 = 0,4 𝑚 = 40 𝑐𝑚 Logo: 𝜔 = 0,6 0,2 = 3 𝑟𝑎𝑑/𝑠 Gabarito: C (EFOMM – 2012) Devido à resistência do ar, após algum tempo descendo sem pedalar um longo plano inclinado de 30°, o ciclista da figura atingiu uma velocidade escalar máxima constante 𝑣, com as rodas de raio igual a 25,0 𝑐𝑚 girando, sem deslizar, com frequência angular de 10 𝑟𝑎𝑑/𝑠. Nessa velocidade, considerando uma altura inicial ℎ igual a 75,0 𝑚, a roda dianteira tocara o plano horizontal num intervalo de tempo, em segundos, igual a a) 375 b) 240 c) 150 d) 60,0 e) 33,3 Comentários: Como a roda gira sem deslizar, podemos dizer que a velocidade tangencial da roda é dada por: 𝑣 = 𝜔 ⋅ 𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎 Da geometria do problema, a distância percorrida no plano inclinado é dada por: 45 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Δ𝑠 = ℎ 𝑠𝑒𝑛(𝜃) Em que 𝜃 é a inclinação do plano com a horizontal. Portanto, o tempo gasto é de: Δ𝑡 = Δ𝑠 𝑣 = ℎ 𝑠𝑒𝑛(𝜃) 𝜔 ⋅ 𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎 Δ𝑡 = ℎ 𝜔 ⋅ 𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃) Substituindo valores: Δ𝑡 = 75 10 ⋅ 0,25 ⋅ 1 2 ∴ Δ𝑡 = 60,0 𝑠 Gabarito: D (EFOMM – 2008) Na figura acima, temos um sistema de transmissão de movimento de um dos motores auxiliares de um navio, formado por três discos 𝐴, 𝐵 e 𝐶. Os raios dos discos 𝐵 e 𝐶 são iguais e correspondem à metade do raio do disco 𝐴. Sabe-se que o disco 𝐴 move-se solidariamente com o disco 𝐵 através de uma correia, e que os discos 𝐴 e 𝐶 estão ligados ao mesmo eixo central. Analise as afirmativas abaixo. I. A velocidade angular do disco 𝐶 é metade do disco 𝐵. II. A velocidade escalar de um ponto do perímetro do disco 𝐴 é o dobro da velocidade escalar de um ponto do perímetro do disco 𝐶. II. Os discos 𝐵 e 𝐶 têm a mesma velocidade escalar em pontos de seus perímetros. III. O período do disco 𝐶 é o dobro do período do disco 𝐵. IV. As frequências dos discos 𝐴 e 𝐵 são iguais. Com base nessas informações, assinale a alternativa correta. a) Apenas a afirmativa I é verdadeira. b) As afirmativas II e I são verdadeiras. c) As afirmativas III e IV são verdadeiras. d) As afirmativas I, II, IV são verdadeiras. 46 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares e) As afirmativas I e IV são verdadeiras. Comentários: Diante do sistema em questão, temos que: 𝑅𝐵 = 𝑅𝐶 = 𝑅𝐴 2 Além disso, de acordo com sistema de transmissão criado, temos: 𝜔𝐴 = 𝜔𝐶 𝑣𝐴 = 𝑣𝐵 𝜔𝐴𝑅𝐴 = 𝜔𝐵𝑅𝐵 𝜔𝐴𝑅𝐴 = 𝜔𝐵 𝑅𝐴 2 𝜔𝐴 = 𝜔𝐵 2 Portanto, o item I está errado. Como 𝜔𝐴 = 𝜔𝐶, então: 𝜔𝐴 = 𝜔𝐶 ⇒ 𝑣𝐴 𝑅𝐴 = 𝑣𝐶 𝑅𝐶 ⇒ 𝑣𝐴 2𝑅𝐶 = 𝑣𝐶 𝑅𝐶 ⇒ 𝑣𝐴 = 2𝑣𝐶 Mas: 𝜔𝐶 = 2𝜔𝐵 𝑣𝐶 𝑅𝐶 = 2𝑣𝐵 𝑅𝐵 ⇒ 𝑣𝐶 = 2𝑣𝐵 Logo, o item II está incorreto. Como 𝜔𝐴 = 𝜔𝐶 = 2𝜔𝐵, então: 𝜔𝐴 = 𝜔𝐶 = 2𝜔𝐵 2𝜋 𝑇𝐴 = 2𝜋 𝑇𝐶 = 2 2𝜋 𝑇𝐵 𝑇𝐵 = 2𝑇𝐶 = 2𝑇𝐴 Assim, o período de B é o dobro de C. Por fim, como 𝜔𝐴 = 2𝜔𝐵, então: 𝜔𝐴 = 2𝜔𝐵 2𝜋𝑓𝐴 = 2 ⋅ 2𝜋𝑓𝐵 𝑓𝐴 = 2𝑓𝐵 47 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares O item IV também está incorreto. Gabarito: A (EN – 2014) Observe o gráfico a seguir. 0 gráfico da figura acima mostra a variação do raio da Terra (𝑅) com a latitude (𝜙). Observe que foram acrescentadas informações para algumas latitudes, sobre a menor distância entre o eixo da Terra e um ponto 𝑃 na superfície da Terra ao nível do mar, ou seja, 𝑅 ⋅ 𝑐𝑜𝑠𝜙. Considerando que a Terra gira com uma velocidade angular 𝜔𝑇 = 𝜋/12 (𝑟𝑎𝑑/ℎ), qual é, aproximadamente, a latitude de 𝑃 quando a velocidade de 𝑃 em relação ao centro da Terra se aproxima numericamente da velocidade do som? Dados: 𝑣𝑠𝑜𝑚 = 340 𝑚/𝑠 e 𝜋 = 3. a) 0° b) 20° c) 40° d) 60° e) 80° Comentários: Segundo o enunciado, temos: Logo: 𝑉𝑃 = 𝜔𝑇 ⋅ 𝑅 ⋅ cos 𝜙 Colocando a velocidade em km/h, temos: 340 ⋅ 3,6 = 𝜋 12 ⋅ 𝑅 ⋅ cos𝜙 48 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 𝑅 ⋅ cos𝜙 = 340 ⋅ 3,6 ⋅ 12 3 = 4896 𝑘𝑚 De acordo com o gráfico, a latitude é de 40°. Gabarito: C (EN – 2015) Analise a figura abaixo. Na figura acima temos um dispositivo 𝐴 que libera partículas a partir do repouso com um período 𝑇 = 3 𝑠. Logo abaixo do dispositivo, a uma distância 𝐻, um disco contém um orifício que permite a passagem de todas as partículas liberadas pelo dispositivo. Sabe-se que entre a passagem de duas partículas, o disco executa 3 voltas completas em torno de seu eixo. Se elevarmos o disco a uma altura 𝐻/4 do dispositivo, qual das opções abaixo exibe o conjunto de três velocidades angulares 𝑤′, em rad/s, possíveis para o disco, de forma tal, que todas as partículas continuem passando pelo seu orifício? Dado: considere 𝜋 = 3. a) 2/3, 5/3, e 8/3 b) 2, 3 e 5 c) 4/3, 8/3, e 12/3 d) 4, 7 e 9 e) 6, 8 e 12 Comentários: Como a cada 3 segundos uma bolinha é liberada, independente da altura de queda, a passagem entre duas bolinhas consecutivas deve ser de 3 segundos. Portanto, o disco deve executar no mínimo, uma volta a cada 3 segundos, ou valores inteiros desse valor. Assim, as frequências possíveis são dadas por: 𝑓 = ( 1 3 , 2 3 , 3 3 , 4 3 ,… ) 𝐻𝑧 Sabendo que 𝜔 = 2𝜋 ⋅ 𝑓, considerando 𝜋 = 3, temos as possíveis velocidades angulares do disco: 𝜔 = 2 ⋅ 3 ⋅ ( 1 3 , 2 3 , 3 3 , 4 3 ,… ) 𝜔 = (2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16,… )𝑟𝑎𝑑/𝑠 49 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Dentro das alternativas, apenas a letra E possui algum destes valores. Gabarito: E (AFA – 2009) Dispõe-se de quatro polias ideais de raios 𝑅𝐴 = 𝑅, 𝑅𝐵 = 3𝑅, 𝑅𝐶 = 𝑅/2 e 𝑅𝐷 = 𝑅/10 que podem ser combinadas e acopladas a um motor cujafrequência de funcionamento tem valor 𝑓. As polias podem ser ligadas por correias ideais ou unidas por eixos rígidos e, nos acoplamentos, não ocorre escorregamento. Considere que a combinação dessas polias com o motor deve acionar uma serra circular (𝑆) para que ela tenha uma frequência de rotação igual a 5/3 da frequência do motor. Sendo assim, marque a alternativa que representa essa combinação de polias. a) b) c) d) Comentários: Para polias com o mesmo eixo de rotação, temos: 𝑓1 = 𝑓2 Para polias com correia em comum, temos: 𝑣3 = 𝑣4 𝜔3 ⋅ 𝑅3 = 𝜔4 ⋅ 𝑅4 2𝜋 ⋅ 𝑓3 ⋅ 𝑅3 = 2𝜋 ⋅ 𝑓4 ⋅ 𝑅4 𝑓3 ⋅ 𝑅3 = 𝑓4 ⋅ 𝑅4 50 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Ou seja, quando maior o raio, menor a frequência. Segundo o enunciado, queremos a combinação que leva a seguinte relação: 𝑓𝑠𝑒𝑟𝑟𝑎 = 5 3 ⋅ 𝑓𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 3 ⋅ 𝑓𝑠𝑒𝑟𝑟𝑎 = 5 ⋅ 𝑓𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 De acordo com a relação dos raios mostrada, vemos que 𝐴 e 𝐵 tem raios na razão: 𝑅𝐴 = 𝑅 e 𝑅𝐵 = 3𝑅 𝑅𝐵 = 3𝑅𝐴 Portanto, A e B devem estar ligados por uma correia, pois assim: 𝑓𝐴 = 𝑓𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 = 3𝑓𝐵 Por outro lado, se relacionarmos C e D, vemos que: 𝑅𝐶 = 𝑅 2 𝑒 𝑅𝐷 = 𝑅 10 Se ligarmos 𝐶 e 𝐷 por uma corrente, temos: 𝑓𝐶 ⋅ 𝑅𝐶 = 𝑓𝐷 ⋅ 𝑅𝐷 𝑓𝐶 ⋅ 𝑅 2 = 𝑓𝐷 ⋅ 𝑅 10 𝑓𝐷 = 5𝑓𝐶 Repare que assim, produzimos o termo 5 ⋅ 𝑓 desejado na combinação. Então, é desejado que 𝐷 esteja em eixo comum com a serra, para que 𝑓𝐷 = 𝑓𝑠𝑒𝑟𝑟𝑎. Por outro, lado, devemos ter 𝐵 e 𝐶 em eixo comum, pois: 𝑓𝐵 = 𝑓𝐶 𝑓𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 3 = 𝑓𝑠𝑒𝑟𝑟𝑎 5 𝑓𝑠𝑒𝑟𝑟𝑎 = 5 3 𝑓𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 Logo, a combinação em 𝐴 fornece a relação desejada. Gabarito: A (AFA – 2013) A figura 1 abaixo apresenta um sistema formado por dois pares de polias coaxiais, 𝐴𝐵 e 𝐶𝐷, acoplados por meio de uma correia ideal e inextensível e que não desliza sobre as polias 𝐶 e 𝐵, tendo respectivamente raios 𝑅𝐴 = 1 𝑚, 𝑅𝐵 = 2 𝑚, 𝑅𝐶 = 10 𝑚 e 𝑅𝐷 = 0,5 𝑚. 51 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares A polia 𝐴 tem a forma de um cilindro no qual está enrolado um fio ideal e inextensível de comprimento 𝐿 = 10𝜋 𝑚 em uma única camada, como mostra a figura 2. Num dado momento, a partir do repouso, o fio é puxado pela ponta 𝑃, por uma força �⃗� constante que imprime uma aceleração linear a, também constante, na periferia da polia 𝐴, até que o fio se solte por completo desta polia. A partir desse momento, a polia 𝐶 gira até parar após 𝑛 voltas, sob a ção de uma aceleração angular constante de tal forma que o gráfico da velocidade angular da polia 𝐷 em função do tempo é apresentado na figura 3. Nessas condições, o número total de voltas dadas pela polia 𝐴 até parar e o módulo da aceleração 𝑎, em 𝑚/𝑠2, são, respectivamente, a) 5𝑛, 𝜋 b) 5𝑛, 5𝜋 c) 2(𝑛 – 1), 3𝜋 d) 5(𝑛 + 1), 5𝜋 Comentários: De acordo com o sistema físico proposto, sabemos que 𝐶 e 𝐷 possuem eixo em comum, ou seja, eles possuem a mesma velocidade angular, 𝜔𝐶 = 𝜔𝐷 e, após o fio se soltar, 𝜔𝐷 = 2𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠. As polias 𝐶 e 𝐷 estão ligadas por uma correia, então elas possuem a mesma velocidade linear. Portanto: 𝑣𝐶 = 𝑣𝐵 ⇒ 𝜔𝐶 ⋅ 𝑅𝐶 = 𝜔𝐵 ⋅ 𝑅𝐵 2𝜋 ⋅ 10 = 𝜔𝐵 ⋅ 2 𝜔𝐵 = 10𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠 Agora, perceba que A e B estão conectadas axialmente, conferindo a elas a mesma velocidade angular. Então: 52 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 𝜔𝐵 = 𝜔𝐴 = 10𝜋 𝑟𝑎𝑑/𝑠 Assim, a velocidade linear em A, após o fio se soltar, é dada por: 𝑣𝐴 = 𝜔𝐴 ⋅ 𝑅𝐴 𝑣𝐴 = 10𝜋 ⋅ 1 𝑣𝐴 = 10𝜋 𝑚/𝑠 Aplicando a equação de Torricelli, vem: 𝑣𝐴 2 = 02 + 2 ⋅ 𝑎 ⋅ L (10𝜋)2 = 2 ⋅ 𝑎 ⋅ (10𝜋) 𝑎 = 5𝜋 𝑚/𝑠2 Note que a velocidade angular de A e de B é 5 vezes maior que a de C e de D, então a polia A dará 5𝑛 voltas se a polia 𝐶 girar 𝑛 voltas até parar. Entretanto, inicialmente, A andou o comprimento dado pelo comprimento do fio 𝐿 = 10𝜋 𝑚, que corresponde a 5 ⋅ 2𝜋, isto é, 5 voltas completas. Portanto, A andou 5𝑛 + 5 voltas. Gabarito: D (ITA-1989) Num plano horizontal, sem atrito, uma partícula 𝑚1 move-se com movimento circular uniforme de velocidade angular 𝜔. Ao passar pelo ponto P, outra partícula, 𝑚2, é lançada do ponto O com velocidade �⃗�. Qual é o módulo de 𝑣0⃗⃗⃗⃗⃗ para que 𝑚1 e 𝑚2 colidam em Q? a) 2𝜋. 𝑟. 𝜔 b) 2𝜔 𝜋𝑟 c) 2𝑟𝜔 𝜋 d) 𝑟𝜔 𝜋 e)𝜋. 𝑟. 𝜔 Comentários: O tempo gasto pela partícula 1 para sair de P e chegar em Q, realizando um MCU é o mesmo tempo para a partícula que sai de O para Q. Δ𝑡1 = Δ𝜑1 𝜔1 = 𝜋 2 𝜔 Δ𝑡2 = Δ𝑠2 𝑣2 = 𝑅 𝑣0 53 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Como Δ𝑡1 = Δ𝑡2, temos que: 𝜋 2𝜔 = 𝑅 𝑣0 ⇒ 𝑣0 = 2𝜔𝑅 𝜋 Gabarito: C (ITA-1972) No movimento circular e uniforme de uma partícula, considerando-se como vetores as grandezas físicas envolvidas, podemos afirmar que: a) Força, aceleração, velocidade tangencial e velocidade angular são constantes. b) Aceleração, velocidade tangencial e velocidade angular são constantes. c) Velocidade tangencial e velocidade angular são constantes. d) Velocidade angular é constante. e) Nenhuma das grandezas é constante. Comentários: Vamos lembrar que no movimento circular uniforme, MCU, a velocidade angular é constante, entretanto, ainda não falamos sobre as causas que tornam o movimento circular possível. Quando dizemos que a aceleração linear é nula, estamos pensando na aceleração que altera a velocidade linear, que está diretamente ligada a velocidade angular pela relação 𝑣 = 𝜔. 𝑅. Entretanto, ainda existe uma aceleração no movimento circular que garante o formato da trajetória, a famosa aceleração centrípeta. Vamos discutir sua importância no movimento na próxima aula. Portanto, o único fato que temos certeza de considerar no MCU é a velocidade angular ser constante. Gabarito: D (ITA-1991) Considere dois carros que estejam participando de uma corrida. O carro A consegue realizar cada volta em 80 s enquanto o carro B é 5,0% mais lento. O carro A é forçado a uma parada nos boxes ao completar a volta de número 6. Incluindo aceleração, desaceleração e reparos, o carro A perde 135 s. Qual deve ser o número mínimo de voltas completas da corrida para que o carro A possa vencer? a) 28. b) 27. c) 33. d) 34. e) Nenhuma das alternativas anteriores. Comentários: Definindo 𝑣𝐴 e 𝑣𝐵 as velocidades escalares médias em cada volta dos carros A e B, temos do enunciado que: 𝑣𝐵 = 0,95 𝑣𝐴 2𝜋𝑅 𝑡𝐵 = 0,95.2𝜋𝑅 𝑡𝐴 ⇒ 𝑡𝐵 ≅ 84,2 𝑠 54 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Este resultado mostra que a diferença entre os períodos é de 4,2 segundos. Quando A para ao completar a 6ª volta, o carro A tem uma vantagem sobre B é de: 6𝑥4,2 = 25,2 𝑠 Dessa forma, podemos dizer que a desvantagem de A, quando parar nos boxes é de 135 s. Logo, a desvantagem de A em relação a B é de: 135 − 25,2 = 109,8 𝑠 O número de voltas necessárias para que A alcance B é de: 109,8 4,2 ≅ 26,1 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑠 Dessa forma, são necessárias mais 27 voltas desde a parada para A vencer. Como já foram 6 voltas, a corrida deve ter no mínimo 33 voltas. Gabarito: C 55 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 8. Lista de questões nível 3 (ITA-1988) Um disco gira, em torno de seu eixo, sujeito a um torque constante (aceleração linear constante). Determinando-se a velocidade angular média entre os instantes 𝑡 = 2,0 𝑠 e 𝑡 = 6,0 𝑠, obteve-se 10 𝑟𝑎𝑑/𝑠, e, entre os instantes 𝑡 = 10 𝑠 e 𝑡 = 18 𝑠, obteve-se 5,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠. A velocidade angular inicial 𝜔0 (em 𝑟𝑎𝑑/𝑠), e a aceleração angular (em 𝑟𝑎𝑑/𝑠2) valem, respectivamente:a) 12 e -0,5. b) 15 e -0,5. c) 20 e 0,5. d) 20 e -2,5. e) 35 e 2,5. (ITA-2001) Uma partícula move-se ao longo de uma circunferência circunscrita em um quadrado de lado L, com velocidade angular constante. Na circunferência inscrita nesse quadrado, outra partícula move-se com a mesma velocidade angular. A razão entre os módulos das respectivas velocidades tangenciais dessas partículas é: a) √2 b) 2√2 c) √2 2 d) √3 2 e) √3 3 (ITA-2001) No sistema convencional de tração de bicicletas, o ciclista impele os pedais, cujo eixo movimenta a roda dentada (coroa) a ele solidária. Esta, por sua vez, aciona a corrente responsável pela transmissão do movimento à outra roda dentada (catraca), acoplada ao eixo traseiro da bicicleta. Considere agora um sistema duplo de tração, com 2 coroas, de raios R1 e R2 (R1< R2) e duas catracas de raios R3 e R4 (R3 < R4), respectivamente. Obviamente, a corrente só toca uma coroa e uma catraca de cada vez, conforme o comando da alavanca de câmbio. A combinação que permite a máxima velocidade da bicicleta, para uma velocidade angular dos pedais fixa, é: a) Coroa R1 e catraca R3. b) Coroa R1 e catraca R4. c) Coroa R2 e catraca R3. d) Coroa R2 e catraca R4. e) Indeterminada já que não se conhece o diâmetro da roda traseira da bicicleta. (ITA-2001) Em um farol de sinalização, o feixe de luz acoplado a um mecanismo rotativo realiza uma volta completa a cada T segundos. O farol se encontra a uma distância R do centro de uma praia de comprimento 2L, conforme a figura. O tempo necessário para o feixe de luz "varrer" a praia, em cada volta, é: 56 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares a) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( 𝐿 𝑅 ) . 𝑇 2𝜋 b) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( 2𝐿 𝑅 ) . 𝑇 2𝜋 c) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( 𝐿 𝑅 ) . 𝑇 𝜋 d) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( 𝐿 2𝑅 ) . 𝑇 2𝜋 e) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( 𝐿 𝑅 ) . 2𝑇 𝜋 (ITA - 2013) Um dispositivo é usado para determinar a distribuição de velocidades de um gás. Em 𝑡 = 0, com os orifícios 𝑂′ e 𝑂 alinhados no eixo 𝑧, moléculas ejetadas de 𝑂′, após passar por um colimador, penetram no orifício 𝑂 do tambor de raio interno 𝑅, que gira com velocidade angular constante 𝜔. Considere, por simplificação, que neste instante inicial (𝑡 = 0) as moléculas em movimento encontram-se agrupadas em torno do centro do orifício 𝑂. Enquanto o tambor gira, conforme mostra a figura, tais moléculas movem-se horizontalmente no interior deste ao longo da direção do eixo 𝑧, cada qual com sua própria velocidade, sendo paulatinamente depositadas na superfície interna do tambor no final de seus percursos. Nestas condições, obtenha em função do ângulo 𝜃 a expressão para 𝑣 − 𝑣𝑚𝑖𝑛, em que 𝑣 é a velocidade da molécula depositada correspondente ao giro 𝜃 do tambor e 𝑣𝑚𝑖𝑛 é a menor velocidade possível para que as moléculas sejam depositadas durante a primeira volta deste. 57 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 9. Gabarito sem comentários nível 3 1. A 2. A 3. C 4. C 5. 𝑅𝜔 ( 2 𝜃+2𝑘𝜋 − 1 𝜋 ) 58 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 10. Lista de questões nível 3 comentada (ITA-1988) Um disco gira, em torno de seu eixo, sujeito a um torque constante (aceleração linear constante). Determinando-se a velocidade angular média entre os instantes 𝑡 = 2,0 𝑠 e 𝑡 = 6,0 𝑠, obteve-se 10 𝑟𝑎𝑑/𝑠, e, entre os instantes 𝑡 = 10 𝑠 e 𝑡 = 18 𝑠, obteve-se 5,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠. A velocidade angular inicial 𝜔0 (em 𝑟𝑎𝑑/𝑠), e a aceleração angular (em 𝑟𝑎𝑑/𝑠2) valem, respectivamente: a) 12 e -0,5. b) 15 e -0,5. c) 20 e 0,5. d) 20 e -2,5. e) 35 e 2,5. Comentários: Se a aceleração linear constante podemos dizer que a aceleração angular também é constante, pois, 𝑎 = 𝛾. 𝑅. Novamente, vamos usar nossa equação coringa do MUV aplicada ao MCUV: Δ𝜑 Δ𝑡 = 𝜔1 + 𝜔2 2 Entre os instantes 2 e 6 segundos: 𝜔1 + 𝜔2 2 = 10 ⇒ 𝜔1 + 𝜔2 = 20 Para os instantes 10 e 18 segundos: 𝜔3 + 𝜔4 2 = 5 ⇒ 𝜔3 +𝜔4 = 10 Dado que estamos no MCUV, a função horária da velocidade angular é dada por: 𝜔 = 𝜔0 + 𝛾. 𝑡 Então podemos escrever que: 𝜔1 = 𝜔0 + 𝛾. 2 𝜔2 = 𝜔0 + 𝛾. 6 59 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 𝜔3 = 𝜔0 + 𝛾. 10 𝜔4 = 𝜔0 + 𝛾. 18 Portanto: (𝜔0 + 2𝛾) + (𝜔0 + 6𝛾) = 20 (𝜔0 + 10𝛾) + (𝜔0 + 18𝛾) = 10 Subtraindo as equações, temos que: 20𝛾 = −10 ⇒ 𝛾 = −0,5 𝑟𝑎𝑑/𝑠2 Logo: 2𝜔0 + 8(−0,5) = 20 ⇒ 𝜔0 = 12 𝑟𝑎𝑑/𝑠 Gabarito: A (ITA-2001) Uma partícula move-se ao longo de uma circunferência circunscrita em um quadrado de lado L, com velocidade angular constante. Na circunferência inscrita nesse quadrado, outra partícula move-se com a mesma velocidade angular. A razão entre os módulos das respectivas velocidades tangenciais dessas partículas é: a) √2 b) 2√2 c) √2 2 d) √3 2 e) √3 3 Comentários: Inicialmente, vamos relembrar a relação da geometria: Diante da construção geométrica, temos que 𝛼 = 45°, então: cos(45°) = 𝑅1 𝑅2 𝑅2 = 𝑅1√2 60 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares Ambas têm a mesma velocidade angular: 𝑣1 = 𝜔. 𝑅1 𝑣2 = 𝜔. 𝑅2 Dividindo a segunda pela primeira, temos que: 𝑣2 𝑣1 = 𝜔.𝑅2 𝜔. 𝑅1 = √2 Gabarito: A (ITA-2001) No sistema convencional de tração de bicicletas, o ciclista impele os pedais, cujo eixo movimenta a roda dentada (coroa) a ele solidária. Esta, por sua vez, aciona a corrente responsável pela transmissão do movimento à outra roda dentada (catraca), acoplada ao eixo traseiro da bicicleta. Considere agora um sistema duplo de tração, com 2 coroas, de raios R1 e R2 (R1< R2) e duas catracas de raios R3 e R4 (R3 < R4), respectivamente. Obviamente, a corrente só toca uma coroa e uma catraca de cada vez, conforme o comando da alavanca de câmbio. A combinação que permite a máxima velocidade da bicicleta, para uma velocidade angular dos pedais fixa, é: a) Coroa R1 e catraca R3. b) Coroa R1 e catraca R4. c) Coroa R2 e catraca R3. d) Coroa R2 e catraca R4. e) Indeterminada já que não se conhece o diâmetro da roda traseira da bicicleta. Comentários: Em uma bicicleta, temos que: 𝑣𝑏𝑖𝑐 = 𝜔𝑟𝑜𝑑𝑎. 𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎 (1) Como a velocidade angular da roda é a mesma da catraca, podemos reescrever a equação anterior: 𝑣𝑏𝑖𝑐 = 𝜔𝑐𝑎𝑡𝑟𝑎𝑐𝑎. 𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎 (2) Por outro lado, podemos relacionar a velocidade angular da catraca com a velocidade da corrente: 𝜔𝑐𝑎𝑡𝑟𝑎𝑐𝑎 = 𝑣𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑅𝑐𝑎𝑡𝑟𝑎𝑐𝑎 De (2) em (1), temos que: 𝑣𝑏𝑖𝑐 = 𝑣𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑅𝑐𝑎𝑡𝑟𝑎𝑐𝑎 . 𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎 (3) Analisando a coroa, escrevemos que: 61 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 𝑣𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝜔𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎. 𝑅𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 (4) Substituindo (4) em (3), vem que: 𝑣𝑏𝑖𝑐 = 𝜔𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎. 𝑅𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 𝑅𝑐𝑎𝑡𝑟𝑎𝑐𝑎 . 𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎 Dessa forma, como 𝜔𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 e 𝑅𝑟𝑜𝑑𝑎 são constantes, a velocidade da bicicleta será máxima quando o raio da roda for máximo e o raio da catraca é mínimo. Assim, 𝑅𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 = 𝑅2 e 𝑅𝑐𝑎𝑡𝑟𝑎𝑐𝑎 = 𝑅3. Gabarito: C (ITA-2001) Em um farol de sinalização, o feixe de luz acoplado a um mecanismo rotativo realiza uma volta completa a cada T segundos. O farol se encontra a uma distância R do centro de uma praia de comprimento 2L, conforme a figura. O tempo necessário para o feixe de luz "varrer" a praia, em cada volta, é: a) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( 𝐿 𝑅 ) . 𝑇 2𝜋 b) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( 2𝐿 𝑅 ) . 𝑇 2𝜋 c) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( 𝐿 𝑅 ) . 𝑇 𝜋 d) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( 𝐿 2𝑅 ) . 𝑇 2𝜋 e) 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( 𝐿 𝑅 ) . 2𝑇 𝜋 Comentários: Se 𝜃 é o ângulo varrido pelo farol, então, temos que: Pela trigonometria, temos: 62 Prof. Toni BurgattoAULA 02 – Movimentos circulares 𝑡𝑔 ( 𝜃 2 ) = 𝐿 𝑅 ⇒ 𝜃 = 2𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( 𝐿 𝑅 ) Assim, a velocidade angular do feixe luminoso é dada por: 𝜔 = 2𝜋 𝑇 = 𝜃 Δ𝑡 ∴ Δ𝑡 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( 𝐿 𝑅 ) . 𝑇 𝜋 Gabarito: C (ITA - 2013) Um dispositivo é usado para determinar a distribuição de velocidades de um gás. Em 𝑡 = 0, com os orifícios 𝑂′ e 𝑂 alinhados no eixo 𝑧, moléculas ejetadas de 𝑂′, após passar por um colimador, penetram no orifício 𝑂 do tambor de raio interno 𝑅, que gira com velocidade angular constante 𝜔. Considere, por simplificação, que neste instante inicial (𝑡 = 0) as moléculas em movimento encontram-se agrupadas em torno do centro do orifício 𝑂. Enquanto o tambor gira, conforme mostra a figura, tais moléculas movem-se horizontalmente no interior deste ao longo da direção do eixo 𝑧, cada qual com sua própria velocidade, sendo paulatinamente depositadas na superfície interna do tambor no final de seus percursos. Nestas condições, obtenha em função do ângulo 𝜃 a expressão para 𝑣 − 𝑣𝑚𝑖𝑛, em que 𝑣 é a velocidade da molécula depositada correspondente ao giro 𝜃 do tambor e 𝑣𝑚𝑖𝑛 é a menor velocidade possível para que as moléculas sejam depositadas durante a primeira volta deste. Comentários: Para 𝑣𝑚𝑖𝑛, o tambor dará uma volta completa, então: 𝑣𝑚𝑖𝑛 = 2𝑅 Δ𝑡𝑚𝑖𝑛 = 2𝑅 2𝜋 𝜔 = 𝑅𝜔 𝜋 Para 𝑣, o tambor dará uma volta correspondente a um ângulo 𝜃 + 2𝑘𝜋, 𝑘 ∈ ℤ. Logo: 𝑣 = 2𝑅𝜔 𝜃 + 2𝑘𝜋 Portanto: 63 Prof. Toni Burgatto AULA 02 – Movimentos circulares 𝑣 − 𝑣𝑚𝑖𝑛 = 𝑅𝜔 ( 2 𝜃 + 2𝑘𝜋 − 1 𝜋 ) Gabarito: 𝑹𝝎( 𝟐 𝜽+𝟐𝒌𝝅 − 𝟏 𝝅 ) 11. Referências Bibliográficas [1] Calçada, Caio Sérgio. Física Clássica. 1. ed. Saraiva Didáticos, 2012. 576p. [2] Bukhovtsev, B.B. Krivtchenkov, V.D. Miakishev, G.Ya. Saraeva, I. M. Problemas Selecionados de Física Elementar. 1 ed. MIR, 1977.518p. [3] Brito, Renato. Fundamentos de Mecânica. 2 ed. VestSeller, 2010. 496p. [4] Departamento de Física do ITA. Algarismos significativos. Disponível em: <http://www.fis.ita.br/labfis45/erros/errostextos/erros1.htm> [5] IM-UFRJ. Aula 8 Produto Escalar. Disponível em <http://www.im.ufrj.br/nuno/aula8.pdf> [6] Camargo, Ivan de. Boulos, Paulo. Geometria analítica: Um tratamento vetorial. 3. Ed. Person Education, 2004, 560p. 12. Considerações Finais Fique atento aos conceitos apresentados nessa aula pois muitos voltarão a aparecer quando estudarmos MCU e MCUV. Não fique preso aos resultados de transmissões de movimentos, mas saiba as propriedades de cada tipo de acoplamento. Conte comigo nessa jornada. Quaisquer dúvidas, críticas ou sugestões entre em contato pelo fórum de dúvidas do Estratégia ou se preferir: @proftoniburgatto