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Brasil, China e Coreia do Sul 
na divisão do trabalho
Pode-se dizer que quanto mais se manufatura um 
produto, quanto mais ele passa por processos de indus-
trialização diferentes, mais ele se valoriza, pois em cada 
nova etapa da manufatura agrega-se a ele um pouco 
mais de valor. Um produto como as televisões de LED, 
muito produzidas na Coreia do Sul, utiliza três materiais 
básicos: peças de plástico, ferro e alumínio.
A Coreia do Sul não tem essas matérias-primas de 
baixo valor agregado e as compra de outros países. Ape-
sar disso, os televisores sul-coreanos têm um alto valor 
em função de todo o processo de produção que é ne-
cessário para se produzi-los e, também, por haver nesse 
processo um alto grau de desenvolvimento tecnológico 
e científico. Portanto, Coreia do Sul e Brasil entram na di-
visão internacional do trabalho de diferentes formas.
Essas diferentes realidades são fruto, entre outras 
razões, de décadas e talvez até mesmo de séculos da 
“tradição” brasileira em produzir matérias-primas para 
o mundo.
A China, por exemplo, possui taxas de crescimen-
to econômico muito elevadas e taxas de desemprego 
muito baixas, o que a leva a galgar o lugar, junto aos 
Estados Unidos, de nova potência mundial. O Brasil, no 
entanto, encontra-se na outra ponta, ou seja, com baixa 
produtividade industrial, elevado desemprego e traba-
lhos precários.
O processo de desindustrialização brasileiro no sé-
culo XXI aumentou os índices de trabalhos precários 
no país, como os subempregos, os contratos inter-
mitentes e as jornadas flexibilizadas. Com um for-
te traço de informalidade e uma legislação trabalhista 
que protege cada vez menos o trabalhador, uma das 
possibilidades de exercer uma atividade remunerada 
é o trabalho sem carteira assinada, sem direitos, sem 
benefícios e com uma remuneração que depende de 
longas jornadas de trabalho, caso dos motofretistas 
(motoboys) e motoristas por aplicativo.
O que podemos observar tanto na China quanto 
no Brasil, cada um com suas particularidades sociais, é a 
criação de muitos postos de trabalho de baixa qualida-
de e exigências produtivas excessivas.
Distribuição regional da produção 
no Brasil
Durante muito tempo, a região Sudeste concen-
trou uma boa parte das indústrias e da economia 
Uma das formas contemporâneas do trabalho informal são os 
entregadores por aplicativo. Na foto, entregador de aplicativo 
utilizando uma bicicleta alugada. Rio de Janeiro, 2019.
nacionais, sobretudo no estado de São Paulo. No en-
tanto, especialmente a partir dos anos 1990, algumas 
fábricas se transferiram das regiões Sudeste e Sul para 
a região Nordeste. Esse movimento ocorreu graças a 
dois fatores conjugados:
•	 a oferta, por parte de alguns estados nordestinos, 
de redução de impostos, investimentos em in-
fraestrutura e cessão de terrenos para a instalação 
dessas fábricas;
•	 o valor mais baixo da força de trabalho na região 
Nordeste.
Com isso, observaram-se a criação de um boom de 
novos empregos na região Nordeste e uma redução 
do número de empregos no Sudeste. Assim, dentro de 
uma mesma economia – como a brasileira – regiões 
diferentes e trabalhadores diferentes competem pelos 
mesmos postos de trabalho.
Com isso, em termos gerais, pode-se supor que o 
valor da força de trabalho no Brasil diminuiu, na medi-
da em que os postos mais bem remunerados no Sul e 
Sudeste foram substituídos por outros com menores 
salários em outra região do país.
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1. Considere o texto escrito por Fernando Coutinho 
Garcia a respeito do processo de transferência de 
fábricas e indústrias de regiões para regiões ou 
mesmo de países para países, sobretudo com os 
processos de internacionalização de capitais, cha-
mados de globalização.
Globalização, Emprego e 
Empregabilidade
A Globalização é um processo de reorganiza-
ção da divisão internacional do trabalho, acionado 
em parte pelas diferenças de produtividade e de 
custos de produção entre países. No início, os paí-
ses semi-industrializados apresentavam ao capital 
global vantagens comparativas, que consistiam em 
grande disponibilidade de mão de obra já treina-
da e condicionada ao trabalho industrial a custos 
muito menores que nos países desenvolvidos. Na 
mesma época, as lutas de classe nos países indus-
trializados haviam se intensificado, alimentadas 
por crescente insatisfação de uma classe operária 
de escolaridade elevada com um trabalho monó-
tono e alienante. Grandes jornadas grevistas eram 
resolvidas com elevações salariais que superavam 
os ganhos de produtividade e pressionavam os lu-
cros. A transferência em grande escala de linhas 
de produção industrial para a periferia foi a res-
posta das empresas. Grandes centros industriais na 
Europa e na América do Norte foram literalmen-
te esvaziados, com prédios fabris abandonados e 
grande número de desempregados. Ao contrário 
da primeira etapa, desta vez a globalização assu-
mia o papel de causador de “desindustrialização” 
e empobrecimento de cidades e regiões inteiras. 
(…) A Terceira Revolução Industrial sob vários as-
pectos difere das anteriores. Ela acarreta acelerado 
aumento da produtividade do trabalho, tanto na 
indústria como em numerosos serviços, sobretudo 
dos que recolhem, processam, transmitem e arqui-
vam informações. Como ela está ainda em curso, é 
difícil prever seus desdobramentos próximos e lon-
gínquos. Além da substituição do trabalho humano 
pelo do computador, parece provável a crescente 
transferência de uma série de operações das mãos 
de funcionárias que atendem o público para a pró-
pria usuária. É a difusão do autosserviço, facilitado 
pelo emprego universal do microcomputador.
GARCIA, Fernando Coutinho, Globalização, Emprego e 
Empregabilidade. Revista Gestão e Planejamento. Ano 5, nº 10. 
Salvador. jul./dez. 2004. p. 91-95. Disponível em: https://
revistas.unifacs.br/index.php/rgb/article/viewFile/191/199. 
Acesso em: 26 jun. 2020.
a) Discuta com seus colegas sobre as relações pos-
síveis de emprego e desemprego com:
•	 a internacionalização do trabalho com a glo-
balização;
•	 os custos de produção;
•	 as novas tecnologias;
•	 e as consequências para os trabalhadores.
b) Considerando os pontos levantados na discussão, 
elabore um texto sobre como podem ser pensa-
das as relações entre emprego e desemprego; tan-
to do ponto de vista regional quanto internacional.
Explorando Professor, no Manual você encontra 
orientações sobre esta atividade.
NÃO ESCREVA NO LIVRO
Os professores de Filosofia e de História são indicados, priori-
tariamente, para o trabalho deste segmento.
TEMA 3 
A inovação tecnológica 
A inovação tecnológica cria ou destrói empregos? A resposta para essa pergunta 
não é simples. Ao mesmo tempo que a inovação tecnológica cria postos de traba-
lho, ela também pode eliminar outros. Essa contradição faz parte da reprodução 
das sociedades contemporâneas.
As sociedades contemporâneas têm sua organização social voltada para a 
expansão econômica. Suas engrenagens centrais são constituídas para levar adian-
te a sobrevivência dessa forma de sociedade e, consequentemente, para atender 
aos interesses de classe predominantes que concentram e acumulam capitais (mo-
netário, industrial e/ou financeiro).
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