Prévia do material em texto
1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado - Atos Processuais : Valor da Causa DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO - ATOS PROCESSUAIS : VALOR DA CAUSA O valor da causa Para melhor compreensão do valor da causa, tem-se a seguinte situação hipotética: Roberta ajuizou uma ação contra João, ou seja, ela é a autora e João é o réu. Roberta demonstrou na petição inicial os fatos (ex: João bateu em seu carro, deixando um prejuízo de dez mil reais, além de xingá-la, causando dano moral, pelo qual ela pede o valor de cinco mil reais). Em seguida, deduziu os pedidos (ex: pediu a condenação de João ao pagamento dos dez mil reais de danos materiais e cinco mil de danos morais, atribuindo ao valor da causa o total de quinze mil reais, ou seja, o somatório dos pedidos). A ação de Roberta exemplifica uma das regras para verificação do valor de causa. Mesmo em casos de pedidos sem valor econômico (pedido de alteração de nome, por exemplo) o valor da causa será atribuído, conforme indica o art. 291 do Código de Pro- cesso Civil: Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico ime- diatamente aferível. Portanto, a primeira regra do valor da causa é: Toda causa deve ter valor certo, ainda que não tenha valor aferível. Entende-se que o valor da causa constará sempre da petição inicial e da reconvenção (casos em que o réu faz pedido contra o autor). Reflexos da fixação do valor de causa • Competência (de foros regionais e juizados). • Fixação das custas (taxas judiciárias). • Fixação das multas. • Depósito prévio de 5% ao dar entrada na ação rescisória. O valor da causa pode ser considerado uma das formas de fixação dos honorários advocatícios. 5m 10m www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado - Atos Processuais : Valor da Causa DIREITO PROCESSUAL CIVIL Se for constatada a ausência da indicação do valor da causa, o juiz ordenará a emenda do ato, conforme consta no art. 321 do Código de Processo Civil. Se a indicação do valor não for feita, haverá a extinção sem resolução do mérito, conforme o art.485, inciso I. Há uma série de regras que definem como é realizado o cálculo do valor da causa, con- forme consta no art.292, de rol exemplificativo, visto que existem outras leis que preveem outras formas de fixação do valor da causa.: Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: I – na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação; Obs.: � para memorizar a regra do inciso I: cobrança = soma tudo II – na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolu- ção, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida; Obs.: � exemplo: Em um contrato, coloca-se o valor da causa, o valor do contrato ou de sua parte controvertida. Ato jurídico é o ato praticado pela pessoa. Outros exemplos: testamento, promessa de recompensa. III – na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor; Obs.: � exemplo: o valor dos alimentos é de mil reais por mês. Então o valor da causa será doze mil por mês. IV – na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido; V – na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; ATENÇÃO Informação importante do STJ, do dia 20 de setembro de 2022: a Súmula 326 do STJ per- manece válida na vigência do CPC/2015, por definição da Quarta Turma. 15m 20m 25m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Processo Civil Desenhado - Atos Processuais : Valor da Causa DIREITO PROCESSUAL CIVIL A Súmula pondera que na ação de indenização por dano moral, a condenação em mon- tante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca. Ou seja, se um indi- víduo faz um pedido de cinco mil reais por danos morais, mas o juiz entende que o valor deve ser três mil, ele julgou procedente o pedido e não procedente em parte. VI – na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles; Obs.: � para memorizar a regra do inciso VI: cumulação = soma tudo VII – na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; VIII – na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal. Obs.: � exemplo: o indivíduo quer o pedido X, mas caso não seja possível, aceita o pedido Y § 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras. § 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e se por tempo inferior, será igual à soma das prestações § 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não cor- responde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes. Caso ocorra erro na fixação do valor da causa, o juiz corrigirá de ofício ou por arbitramento. No entanto, se o juiz não notar o erro, o réu poderá impugnar em preliminar de contesta- ção o valor. Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo au- tor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas. Obs.: � preclusão é a perda do direito de poder alegar um tema devido a não alegação no tempo correto. Essas regras não excluem regras de legislação específica. 30m 35m 40m ���������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Roberta Batista de Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte- údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. www.grancursosonline.com.br 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Introdução DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – PROCEDIMENTO COMUM – INTRODUÇÃO Exemplo: Aragonê pediu 50 mil reais, prometendo pagar no dia 10 do próximo mês. A garantia oferecida é a sua própria palavra e Roberta decide emprestar o valor. Ele gasta o dinheiro e não paga no dia 10, como prometido. Roberta faz a cobrança amigável, mas ele insiste no inadimplemento. Roberta, então, ajuíza uma ação contra ele. Se o juiz condenar ao pagamento, Aragonê terá de pagar. Se insistir em não pagar, é possível pedir que o juiz penhore os seus bens. O juiz pede que Roberta prove que o valor é devido. Nesse caso, se está diante de um processo de conhecimento, em que a parte que vai a juiz prova o direito, por isso o procedimento é longo. O processo é o instituto, que segue um procedimento – sequência de atos. Quando não se tem como dar uma certeza ao juiz de que se tem aquele direito, é preciso de um processo de conhecimento, para mostrar ao juiz que se tem o direito por meio de provas. Voltando ao exemplo, caso Aragonê desse um cheque com a data do dia 10 do mês posterior, o juiz iria olhar o caso com outros olhos, ainda que o cheque não gere presunção absoluta da dívida, porque muitos fatos podem estar envolvidos. Existem alguns documentos que, conforme a lei, são títulos executivos. Nesse sentido, o documento tem uma espécie deforça probante muito maior do que uma simples testemunha, um pedaço de papel assinado etc. Quando se tem um título executivo, o juiz já manda penhorar os bens. Caso contrário, o juiz exige que se prove a dívida, com direito a defesa e contraprova. Quando se tem um título executivo, há um processo de execução. Quando se tem qual- quer documento que não seja um título executivo, há um processo de conhecimento, que segue um procedimento. No processo civil, há um procedimento longo, cheio de detalhes, que deve ser seguido pelo juiz, pelas partes, pelos advogados e todos aqueles sujeitos que participam do processo. 5m www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Introdução DIREITO PROCESSUAL CIVIL Demanda → Crise P. Conhecimento → Crise de certeza P. de Execução → Crise de Inadimplemento Procedimento Comum Especiais Rob $ 50 → Aragonê Provar Basta cumprir Fases CPC Título executivo PI Fase Post. Fase San. Fase Inst. Fase Decisória. 1 2 3 4 Sentença Cada pessoa que ajuíza uma ação está em uma determinada crise. A pessoa pode buscar o processo em dois tipos de situações processuais diferentes. É possível ter o processo de conhecimento ou o processo de execução. No processo de conhecimento, a crise é de cer- teza e, no processo de execução, a crise é de inadimplemento. A crise de certeza não é das partes, mas do juiz, que não tem como ter certeza se uma das partes fala ou não a verdade. Quando já se tem a prova em mãos, ela é chamada de título executivo, no caso do processo de execução. O título executivo é o documento que a lei – Código de Processo Civil – esta- belece como sendo tal, bastando mandar cumprir. O processo de conhecimento tem um procedimento, que é a sequência de atos. O CPC de 1973 trazia o procedimento comum sumário e ordinário. Hoje, o CPC de 2015 não contém essa divisão, tendo somente o procedimento comum. O procedimento comum é um dos pro- cedimentos do processo do conhecimento. Há dois tipos de procedimentos: comum e especiais. O procedimento comum é a vala comum de tudo que não é especial. O procedimento especial é a situação que faz referência a situações especiais que precisam de um procedimento especial. Ex.: ação de consignação de pagamento, ação de divórcio, ação monitória, embargos de terceiro. Essas ações pos- suem peculiaridades, que se traduzem em um procedimento específico para que as pecu- liaridades sejam mais bem tratadas processualmente. Os procedimentos especiais estão no código. 10m 15m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Introdução DIREITO PROCESSUAL CIVIL O procedimento comum é um procedimento mais extenso, muito bem marcado por fases processuais. Ele começa com uma petição inicial. Após, uma série de acontecimentos irão existir e, por último, busca-se a sentença. Logo, o procedimento é tudo que acontece da peti- ção inicial até a sentença. São 4 fases processuais que acontecem nesse intervalo: (1) fase postulatória, (2) fase saneadora, (3) fase instrutória e (4) fase decisória. Cada momento pro- cessual é marcado por um acontecimento. A fase postulatória é a fase em que o autor irá postular o pedido, por meio de uma petição inicial, e o réu apresentará a defesa. Na fase saneadora, o juiz começa a se organizar para instruir o processo com provas, que serão produzidas na fase instrutória, para que ele possa, efetivamente, sentenciar o processo. O juiz não irá dizer que as fases estão começando ou terminando, elas são marcadas por atos processuais: 1ª Fase Postulatória 2ª Fase Saneadora 20m www.grancursosonline.com.br 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Introdução DIREITO PROCESSUAL CIVIL 3ª Fase Instrutória 4ª Fase Decisória As fases são definidas pela própria legislação, conforme quadro anterior. ATENÇÃO Conforme o edital, pode ser que sejam necessárias apenas fases específicas. Porém, é preciso ter em mente que o procedimento é um caminho. A parte de liquidação de sentença é preparatória para a execução, sendo estudado sepa- rado. O procedimento comum está entre os arts. 318 a 508. 25m www.grancursosonline.com.br 5www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Introdução DIREITO PROCESSUAL CIVIL Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei. Obs.: tudo que não é especial segue o procedimento comum. Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução. Obs.: nos demais procedimentos, quando se repete os passos do procedimento comum, seguem-se os artigos dessa parte do Código, para que não se repitam dispositivos ao longo do Código. ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista de Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. www.grancursosonline.com.br 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Petição Inicial DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – PROCEDIMENTO COMUM PETIÇÃO INICIAL Petição Inicial Meio pelo qual o autor exerce o seu direito de ação. A jurisdição é o juiz esperando alguém levar o problema para ela. Ela é inerte. É preciso bater na porta do Judiciário para pedir ajuda. Chega-se no Judiciário por meio do direito de ação, que é corporificado por meio de uma petição inicial. Exemplo: Aragonê pediu 50 mil reais, prometendo pagar no dia 10 do próximo mês. A garantia oferecida é a sua própria palavra e Roberta decide emprestar o valor. Ele gasta o dinheiro e não paga no dia 10, como prometido. Roberta faz a cobrança amigável, mas ele insiste no inadimplemento. Roberta, então, faz uma petição inicial para chegar o juiz e relatar o problema que teve. A petição inicial é pura e simplesmente uma narrativa. A ação deve ser ajuizada conforme as regras de competência. Na petição inicial, coloca- -se as partes, com as devidas qualificações, dizendo o porque da ação, relatando todo o ocor- rido. Em seguida, faz-se o pedido, requerendo a condenação do réu ao pagamento, no caso do exemplo acima. A petição inicial segue um roteiro. A lei exige que se definam as partes, se explique o porquê da demanda e se faça o pedido. O roteiro já está definido no CPC: Art. 319. A petição inicial indicará: I – o juízo a que é dirigida; II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endere- ço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV – o pedido com as suas especificações; V – o valor da causa; VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. Fase Postulatória 1º petição inicial: arts. 319 a 329. 2º providências do juiz: arts. 330 a 332. 3º audiência de conciliação e mediação: art. 334 4º respostas do réu: arts. 335 a 343. 5m 10m 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material?Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Petição Inicial DIREITO PROCESSUAL CIVIL a) petição inicial: é o momento em que o autor está fazendo o pedido. É o meio pelo qual o autor provoca a jurisdição; meio de exercício do direito de ação do autor; instrumento do direito de ação. O autor é quem faz a petição inicial. O autor também pode ser chamado de requerente ou demandante. Quando se faz a petição inicial, é preciso levar em consideração o art. 319 para observar os requisitos da petição inicial que estão estampados no dispositivo. I – O primeiro requisito é a indicação do juízo, observando as regras de competência. II – O segundo requisito é a qualificação das partes (autor e réu): nome completo, CPF, inscrição em registro profissional, e-mail, endereço, nome do pai e da mãe. O autor deve dar sua qualificação completa. No caso de não saber os dados do réu, é preciso dar o mínimo de identificação da parte ré. Art. 319. (...) § 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. Obs.: o juiz pode oficiar bancos, empresa de energia elétrica e água para saber se há como identificar o réu. § 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. § 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste ar- tigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. Obs.: a demanda não é indeferida caso não se tenha a qualificação completa do réu. É preciso dar apenas um mínimo de citabilidade. É permitido ajuizar uma ação contra um réu incerto, desde que seja possível identificar. Ex.: ação de reintegração de posse – é possível ajuizar essa ação contra o conjunto de pes- soas que invadiu a fazenda. Nesse caso, o oficial de justiça irá identificar as pessoas, porque se deu o mínimo de citabilidade, de identificação. Quando o réu entrar na ação, ele irá se qualificar de forma completa. III – fato + fundamentos jurídicos do pedido: causa de pedir. 15m 20m 25m 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Petição Inicial DIREITO PROCESSUAL CIVIL ATENÇÃO Elementos da ação: partes (autor e réu), causa de pedir e pedido. A causa de pedir é dividida entre remota e próxima. A causa de pedir remota justifica a relação jurídica entre as partes. A causa de pedir próxima justifica o pedido. Quando se entra com uma petição inicial, faz-se um pedido ao juiz. É preciso apresentar a narrativo do porquê se está pedido ao juiz. Ex.: ação de divórcio. Causa de pedir remota: quando se casaram, motivo da separação. A causa de pedir remota é os fatos e a causa de pedir próxima é os fundamentos jurídicos. ATENÇÃO A Lei não exige fundamento legal, que seria artigo de lei. Ou seja, não é preciso dizer ao juiz onde está o tema do pedido no Código Civil. No entanto, na prática, os advogados colo- cam os artigos para incrementar e tornar o fundamento jurídico mais robusto, para facilitar a vida do juiz. IV – Pedido: arts. 322 a 327. V – Valor da causa: arts. 291 a 293. Toda causa tem um valor. VI – Provas VII – Opção pela audiência de conciliação ou mediação: art. 334. É uma opção do autor. 30m 35m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista de Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado - Procedimento Comum - Petição Inicial II DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO - PROCEDIMENTO COMUM - PETIÇÃO INICIAL II Petição Inicial RELEMBRANDO ... Requisitos da petição inicial: indicação de juízo, qualificação das partes, com mínimo de citablidade do réu. O juiz pode ajudar a localizar o réu. Além disso, também se apresenta o argumento: o porquê se está levando a demanda a juízo, chamado de causa de pedir. O primeiro que se faz é explicar porque é aquele autor e aquele réu, ou seja, a causa de pedir remota. São os fatos que unem as partes. Depois, começa-se a explicar por que se está fazendo aquele pedido. É a causa de pedir próxima, que traz os fundamentos jurídicos. Não é preciso dar fundamento legal, porque se supõe que o juiz sabe do direito. IV – Pedido: arts. 322 a 327. O pedido é a conclusão da petição; é o que se quer do juiz e o que se pretende. É a pre- tensão da ação. Exemplo: Aragonê pediu 50 mil reais, prometendo pagar no dia 10 do próximo mês. A garantia oferecida é a sua própria palavra e Roberta decide emprestar o valor. Ele gasta o dinheiro e não paga no dia 10, como prometido. Roberta faz a cobrança amigável, mas ele insiste no inadimplemento. Roberta, então, ajuíza uma ação de cobrança contra ele. Ela indica os critérios de competência e ajuíza a ação no foro competente – domicílio do Ara- gonê. Quando chega o pedido de condenação de 50 mil reais para o juiz, ele tem que enten- der o porquê ela está fazendo o pedido. “Roberta Batista de Queiroz – qualificação, venho à presença de Vossa Excelência pro- mover ação de cobrança em face de Aragonê fulano de tal – qualificação. No dia x, empres- tei 50 mil reais para Aragonê que se comprometeu a fazer o pagamento até o dia 10 do mês x, contudo, ele não pagou. Ante o exposto requer a condenação de Aragonê ao pagamento de 50 mil reais, devidamente atualizado com juros de 1% ao mês, desde o inadimplemento.” O pedido é a conclusão do que se quer com a petição inicial. V – Valor da causa: arts. 291 a 293. Toda causa tem um valor. 5m 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado - Procedimento Comum - Petição Inicial II DIREITO PROCESSUAL CIVIL VI – Provas VII – Opção pela audiência de conciliação ou mediação: art. 334. É uma opção do autor. Pedido Corresponde à conclusão da petição inicial. É o que o autor pretende. Pedido tem como sinônimos mérito e objeto. Esse pedido precisa ser uma decorrência lógica da causa de pedir. O pedido pode ser classificado como: • Pedido mediato: não é visível na petição inicial. Está subentendido, é implícito. Cor- responde ao bem da vida que se busca proteger por meio da tutela jurisdicional. Ex.: direito à vida do filho que requer alimentos ao pai. • Pedido imediato: é o pedido visível na petição inicial. Corresponde à tutela jurisdicional pre- tendida. É exatamente o que o autor quer. Ex.: requerer o pagamento de alimentos ao pai. O pedido está previsto nos arts. 322 a 329. O pedido deve ser certo (art. 322) e determi- nado (art. 324). Pedido certo é aquele existente no ordenamento jurídico. Pedido determi- nado é aquele pedido quantificado e individualizado. O pedido certo e determinado recebe o nome de específico. Logo, a regra é que o pedido deve ser específico. Ex.: uma batida de carro. João é culpado pela batida, sai do carro e agride a motorista do outro carro física e moralmente. A motorista ajuíza uma ação contra João, requerente sua condenação ao pagamento do dano material, correspondente ao conserto do carro no valor de R$ 15.000, mais a condenação de dano moral no valor de R$ 10.000. Art. 322. O pedido deve ser certo. Obs.: é um pedido expresso. § 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. Obs.: são chamados de pedidosimplícitos. § 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o prin- cípio da boa-fé. 10m 15m 20m 25m 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado - Procedimento Comum - Petição Inicial II DIREITO PROCESSUAL CIVIL Obs.: é a decorrência lógica da causa de pedir. Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações suces- sivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o deve- dor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las. Ex.: em uma ação de alimentos não é preciso delimitar todos os meses que se ficou sem pagamento ou que serão pagas. A sentença do juiz deve ser específica, ou seja, determinar o valor do dano moral e mate- rial que será pago. Essa sentença é chamada de decisão líquida. Art. 324. O pedido deve ser determinado. Obs.: é o pedido quantificável. § 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: I – nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. § 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. 30m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista de Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO Processo civil desenhado – procedimento comum – petição inicial III RELEMBRANDO ... O pedido deve ser certo (expresso) e determinado (quantificado). O pedido deve ser espe- cífico, assim como a sentença. Exceção: o pedido pode ser genérico. Pedido certo + determinável. O pedido certo é expresso. O que pode acontecer é de ele não ser determinado em um momento específico, mas determinável futuramente. Obs.: o pedido deve ser sempre certo. Art. 324. O pedido deve ser determinado. § 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: I –nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; Obs.: ações universais são ações que discutem universalidades. Ex.: comprar toda a biblio- teca de 55 mil livros. A entrega era para ser feita no dia 10 e não foi. Ajuíza uma ação de pedido a entrega da biblioteca (universalidade de livros). Não é preciso discrimi- nar livro por livro. II –quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; Ex.: médico cometeu um erro durante uma cirurgia, que causou uma série de problemas de saúde no paciente, que deverá se submeter a 15 cirurgias para se recompor. Não se espera fazer todas as cirurgias para saber o valor gasto. Por isso, ajuíza-se a ação reque- rendo a condenação ao pagamento de dano moral e material a ser oportunamente definido. Posteriormente, o valor será definido. III –quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. 5m 10m 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ex.: um administrador desviou recursos de uma empresa. No entanto, ainda não foi con- seguido mensurar o valor total dos desvios. Logo, se requer a condenação ao ressarcimento do prejuízo causado, mas, primeiro, se obriga a prestação de contas do administrador para que se saiba a atribuição exata do valor. § 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. No pedido genérico, a sentença do juiz pode ser genérica, ou seja, sentença ilíquida. Posteriormente, inicia-se a liquidação de sentença. Ex.: uma pessoa com câncer acionou o plano de saúde para pagar uma cirurgia, mas o plano se negou, pois relatou que a pessoa estava no período de carência. Algumas pato- logias não entram na carência. O pedido da ação foi que o plano fosse compelido a arcar com o tratamento médico, dano moral de 10 mil reais e a condenação em honorários. O juiz ordenou o pagamento da cirurgia, atribuiu o valor da causa em 200 mil reais (estimativa), deu 2 mil reais de dano moral e condenou a 10% de honorários advocatícios. O plano de saúde depositou 200 reais para o advogado. O pedido foi julgado procedente para a cirurgia, logo os 10% de honorários são em cima desse valor. O plano tem que apresentar toda a documen- tação sobre os valores da cirurgia para pagar 10% em cima de tudo. Cumulação de Pedidos É possível fazer mais de um pedido a mais de um réu. Essa é uma modalidade de cumu- lação de pedidos. Faz-se mais de um pedido na mesma ação. • Cumulação própria: é a verdadeira cumulação. Quantos pedidos se fazem é quantos pedidos se quer. Está prevista no art. 327. Não precisa de conexão entre os pedidos. Os pedidos precisam ser compatíveis entre si. É preciso respeitar a competência do juízo para todos e ter uma adequação ao procedimento. - simples: A + B + C, os pedidos feitos são os que serão levados. - sucessiva: é algo que vai acumulando. Ex.: reconhecimento de paternidade e, se for o pai, alimentos. A -> B -> C, o pedido sucessivo só será analisado se o outro anterior for procedente. 15m 20m 25m 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado DIREITO PROCESSUAL CIVIL • Cumulação imprópria: é uma falsa cumulação, porque nem tudo que se pede é o que se vai levar. Está prevista no art. 326. Não precisam ser compatíveis entre si. - alternativa: A ou B ou C, deduz-se vários, mas não se levam todos. Quem escolhe é o juiz. Ex.: requerer a entrega do carro que não foi pago ou o valor referente ao carro. Essa cumulação não se confunde com o pedido alternativo do art. 325. - subsidiária: A se não for possível B se não for possível C. Ex.: requerer a entrega do carro e, se não for possível, requerer o pagamento em dinheiro. Só se analisa o pedido B, se o A for improcedente. O juiz não pode escolher sem observar a ordem dos pedidos. Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. Ex.: a pessoa fica de entregar uma galinha ou um porco. A obrigação é alternativa e não há cumulação. O próprio devedor é quem escolhe o que irá entregar e não o juiz. Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe as- segurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo. Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior. Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz aco- lha um deles. Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. § 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que: I –os pedidos sejam compatíveis entre si; II –seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III –seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. § 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumu- lação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas proces- suais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitamum ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. § 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326. Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do pro- cesso receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito. Ex.: entregar um cavalo. Ele não é divisível. 30m 35m 40m 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ex. 2: o autor fez a petição inicial. Em determinado momento, quer-se saber se o pedido pode ser alterado ou aditado. Essa questão está no art. 329, porém, é preciso recordar o procedimento. RELEMBRANDO ... Petição inicial – citação do réu – audiência – resposta de réu – providências – saneamento – provas – sentença. Até a citação, o autor pode alterar ou aditar a causa de pedir ou o pedido sem consenti- mento do réu. Quando o juiz saneia o processo, ele precisa estar estável. Não se pode mais alterar nada. Entre a citação e o saneamento, portanto, é possível alterar o processo com o consentimento do réu. Após o saneamento não é possível fazer alterações. Art. 329. O autor poderá: I –até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consenti- mento do réu; II –até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consenti- mento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir. 45m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran, de acordo com a aula preparada e minis- trada pela professora Roberta Batista de Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. 1www. grancursosonline. com. br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline. com. br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Providências do Juiz DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – PROCEDIMENTO COMUM – PROVIDÊNCIAS DO JUIZ Procedimento comum: como se provocou o juiz ou Judiciário como um todo para que se manifestasse sobre o pedido. Ex.: Roberta ajuizou ação contra Aragonê, pleiteando o dano moral, dano material, em virtude de um fato qualquer. Ela provocou o judiciário para que algum juiz resolva o problema dela e ordene que Aragonê pague pelo dano moral ou material. Em algum momento, o juiz irá pegar o processo e vai analisá-lo para tomar providências. Várias providências podem ser tomadas. Não é sempre que o juiz irá mandar citar o réu para vir para o processo, que pode terminar antes mesmo dessa citação. Providências do Juiz ao Receber a Petição Inicial Não são situações que acontecerão obrigatoriamente, dependerá do caso. • Declarar-se impedido ou suspeito. O juiz pode observar que ele está impedido (art. 144, CPC) ou suspeito (art. 145, CPC). Nesse caso, ele pode se declarar impedido ou suspeito no processo. Essas situações são elencadas quando o juiz não é considerado parcial no processo. Isso acontece quando ele é amigo ou pai/mãe de alguém no processo. Ex.: Aragonê é juiz e atua em vara criminal no DF. Chega um processo de Roberta em sua mão. Ele pode se declarar suspeito por ser seu amigo. As causas de impedimento são causas objetivas e as causas de suspeição são subjeti- vas. O juiz ou juíza pode declarar-se suspeito por motivo íntimo, sem sequer manifestar qual é o motivo. Não há a extinção do processo, mas o processo é encaminhado ao juiz substituto, que ordena a citação do réu. Se o processo não estiver bom, o juiz substituto organiza o pro- cesso para que ele caminhe. • Verificar vício sanável (corrigível) e ordenar a emenda. Caso haja um erro na petição, como faltar o valor da causa, por exemplo, o vício é cor- rigível e ele chama o autor para fazer a correção do valor da causa. Antigamente, o juiz não indicava qual era o erro, apenas avisava que um erro precisava ser corrigido. Hoje, pelo prin- 5m www.grancursosonline.com.br 2www. grancursosonline. com. br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline. com. br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Providências do Juiz DIREITO PROCESSUAL CIVIL cípio da decisão do mérito, o juiz deve, ao ordenar a emenda da petição, indicar, obrigatoria- mente, qual é o vício. A emenda, ou correção do vício, tem que ser feita em 15 dias. Caso seja corrigido nesse prazo, o juiz ordena a citação do réu. Caso contrário, o processo é extinto sem resolução do mérito (indeferimento da petição inicial). Mérito é sinônimo de pedido e objeto. A extinção sem mérito é uma extinção sem julgar o pedido, através de uma sentença. A apelação é o recurso cabível. Ordem de emenda tem a incidência do art. 321, do CPC. Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. Obs.: � o prazo processual do CPC é em dias úteis. O juiz deve indicar o que deve ser objeto de emenda. Ademais, é possível o indeferimento da petição inicial em outros casos. • Verificar possibilidade de indeferimento da petição inicial. Os casos estão no art. 330 do CPC: Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: I – for inepta; II – a parte for manifestamente ilegítima; III – o autor carecer de interesse processual; IV – não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 . § 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: I – lhe faltar pedido ou causa de pedir; II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedi- do genérico; III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; IV – contiver pedidos incompatíveis entre si. Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado: 10m 15m 20m 25m 30m www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art319 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art106 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art321 3www. grancursosonline. com. br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline. com. br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Providências do Juiz DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebi- mento de intimações; II – comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço. Quando o juiz visualiza alguma das situações elencadas no art. 330, ele deve oportunizar à parte a possibilidade de se manifestar sobre aquele tema, ainda que possa conhecê-lo de ofício. O princípio da vedação da decisão surpresa (art. 10, CPC) é a ideia de que o juiz não pode surpreender as partes, por isso precisa dar chance de o autor se manifestar antes de extinguir o processo sem resolução do mérito. Art. 330. (...) § 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de fi- nanciamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificaro valor incontroverso do débito. § 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados. Ex.: uma pessoa faz um empréstimo com juros muito altos. Ela ajuíza uma ação de revi- são do contrato. No entanto, não ajuíza o valor da prestação, o valor que deveria ser justo e o valor da diferença entre o que se paga e o que se considera justo. Caso os valores não sejam indicados, o juiz pede para que o autor indique esse valor. Se, ainda assim, não indicar, a petição é indeferida por inépcia. O valor incontroverso deve continuar a ser pago durante a discussão no processo. 35m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista de Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. www.grancursosonline.com.br 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado - Procedimento Comum - Providências do Juiz II DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO - PROCEDIMENTO COMUM - PROVIDÊNCIAS DO JUIZ II Se o juiz indefere a petição inicial, não há decisão do mérito, porque o juiz não tem con- dições de continuar o processo, havendo a extinção sem mérito (art. 485, CPC). Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: I – indeferir a petição inicial; Obs.: há a possibilidade de recurso de apelação, que vai para o Tribunal. Há o Tribunal de Justiça. Abaixo dele, há as comarcas ou as circunscrições (DF). Dentro das comarcas ou circunscrições, há a divisão de vários juízos: cível, família – conforme a lei judiciária local. Cada vara terá um juiz julgando. Ex.: em uma vara cível, o juiz pegou a petição inicial e indeferiu. Essa decisão é uma sen- tença. Caso o autor não concorde, ele precisa recorrer com um recurso de apelação. Quem julga a apelação é um desembargador no Tribunal de Justiça. Caso ele reconheça que o juiz tenha se equivocado, devolve o processo para que o juiz corrija. No entanto, o juiz inicial é quem manda o recurso para o Tribunal, por isso, antes mesmo de mandar para um desem- bargador, ele mesmo pode fazer a correção, com o juiz de retratação. Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se. § 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso. Ex.: uma pessoa ajuizou uma ação contra João. A juíza indeferiu a petição inicial. A pessoa entra com um recurso de apelação. A juíza faz o juízo de retratação e manda citar o réu. Ex.:2 uma pessoa ajuizou uma ação contra João. A juíza indeferiu a petição inicial. A pessoa entra com um recurso de apelação. A juíza não faz o juízo de retratação e manda citar o réu para que ele responda ao recurso feito pela pessoa. João entrará no processo para fazer a defesa do recurso e tentar convencer o Tribunal de que o juiz deu uma decisão correta. O prazo das contrarrazões é de 15 dias. § 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334. 5m 10m www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art334 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Processo Civil Desenhado - Procedimento Comum - Providências do Juiz II DIREITO PROCESSUAL CIVIL Obs.: o réu entra no processo e apresenta a defesa em relação ao recurso para o Tribunal. O Tribunal recebe e pode entender que o juiz não errou ou que ele errou. No último caso, o processo deve retornar para que o juiz a julgue. Dessa forma, o réu precisa, então, apresentar a defesa da petição inicial. § 3º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença. Ex.: o juiz indeferiu a petição inicial. O autor não recorreu. O réu recebe uma intimação para saber que o processo foi extinto. O juízo de retratação também pode ser chamado de efeito regressivo recursal. É a possi- bilidade do prolator da decisão se retratar diante da interposição do recurso. O juiz não está julgando o recurso de apelação, mas voltando atrás da decisão, porque reconheceu seu erro. Mérito, pedido e objeto são sinônimos. Se há uma extinção sem resolução do mérito, nin- guém julga o pedido. Ex.: Roberta entra com uma ação contra Aragonê. O juiz pega a petição inicial e julga improcedente, dizendo que o autor não tem o direito que pede. No entanto, se julgar proce- dente, ele afirma que o direito é do autor. O réu não foi citado e o juiz não pode julgar desfa- vorável a uma pessoa que nem se defendeu. Logo, o juiz só poderá julgar, sem citar o réu, se o pedido for improcedente. • Julgar liminarmente improcedente contra o autor. Liminar quer dizer, em latim, no início da lide. Topologicamente, o início da lide é o momento após a petição inicial. Tudo o que acontece imediatamente após a petição inicial é uma liminar: citação do réu, despacho liminar positivo, reconhecimento de suspeição ou impedimento, indeferimento da petição inicial. O juiz pode julgar improcedente liminarmente. O juiz nunca pode julgar procedente de forma liminar. Há uma sentença de mérito, ou seja, o juiz está julgando um pedido. Ele só pode julgar o pedido improcedente ao receber a petição inicial quando for muito óbvio o julgamento. Ele irá dispensar a fase instrutória – a fase de produção de provas. Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em jul- gamento de recursos repetitivos; III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 15m 20m 25m 30m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado - Procedimento Comum - Providências do Juiz II DIREITO PROCESSUAL CIVIL O recurso cabível da sentença de mérito improcedente é o recurso de apelação, com prazo de 15 dias úteis. O que ocorre é a mesma ideia da apelação por indeferimento. Além das hipóteses do art. 332, se o juiz verificar, de cara, a prescrição ou decadência, poderá promover a improcedência do pedido. Art. 332. (...) § 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241. (...) § 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. • “Cite-se” – Despacho Liminar positivo. Nesses casos, o juiz recebe a petição inicial e ordena a citação do réu para que ele com- pareça a uma audiência. Em via de regra, no novo CPC, o réu é citado para comparecer à audiência de conciliação e mediação – novidade do CPC de 2015, art. 334. Caso a audiência de conciliação não chegue a um consenso, ele faz a apresentação da sua defesa. 35m 40m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista de Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. www.grancursosonline.com.brhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art241 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Audiência de Conciliação... DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – PROCEDIMENTO COMUM – AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO Chegou a petição inicial e o juiz ordenou a citação do réu para comparecer a uma audiên- cia, que é extremamente importante. Essa audiência é chamada de audiência de conciliação e mediação do art. 334, do Código de Processo Civil. Em tese, essa audiência é obrigatória, ainda que existam algumas situações em que não ocorra. É uma audiência que reflete a atual sistemática do CPC, na Justiça Multiportas. Há a possibilidade de entrar no Judiciário por diversas portas, cada uma delas ajuda a resolução do problema de alguma forma. Casos de litígios sobre guarda de crianças, por exemplo, muitas vezes significam o final de um casamento frustrado com muitas feridas. Pensando em situações como essa, em que poderá haver muitas brigas, o Código de Pro- cesso Civil, o legislador, entendeu que é preciso resolver o problema, o que não significa necessariamente impor uma decisão judicial. O novo modelo processual busca uma resposta ativa e eficiente para os casos de família, em que é marcada uma audiência com a presença de um mediador. O mediador não busca o acordo, mas irá mediar para que as partes voltem a ter o diálogo, restabeleçam o respeito e possam enxergar que, para muito além do relacionamento frustrado, tem uma pessoa envolvida. No entanto, em casos em que o financeiro é mais importante, uma técnica conciliativa é melhor, já que mais vale o acordo na mão do que esperar uma decisão judicial. Não existe essa ideia de causa ganha. Por isso, o novo CPC entendeu que era melhor desenvolver meios de melhor soluções do que somente a judicialização. Houve uma petição inicial e o juiz ordenou a citação do réu para comparecer à audiência de conciliação ou mediação. Essa audiência é um grande reflexo da Justiça Multiportas, que é a possibilidade de utilização de diversas técnicas de solução dos conflitos: negociações, mediações, arbitragens. Dentre os variados meios, está o art. 334, do CPC, que traz uma audiência inaugural do processo. Essa audiência é observada para a aplicação da concilia- ção ou mediação. Conciliação e mediação são técnicas diferentes, que se prestam para situações dife- rentes. O objetivo da conciliação realmente é o acordo no sentido genérico. A conciliação é feita pelo conciliador. Já a mediação é feita pelo mediador. Conciliar ou mediar não significa apenas perguntar se há acordo entre autor e réu. O ambiente precisa ser propício para isso. Ex.: formas de sentar, acolhimento, iluminação adequada, ruídos no ambiente. 5m 10m www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Audiência de Conciliação... DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ex.: uma mãe ajuizou uma ação para aumentar o valor dos alimentos pagos pelo pai a sua filha. Os dois tinham uma ótima remuneração, mas o casamento terminou por uma trai- ção. No dia da audiência de mediação, a briga era por causa da mágoa e não pelo valor dos alimentos. A mediação aconteceu para que os dois pudessem falar sobre os sentimentos. No final, o pai concordou em aumentar a quantidade de alimentos. Dessa forma, diminuiu-se um processo para que o juiz julgasse, assim como todos os outros recursos que poderiam acontecer posteriormente. Na conciliação, há a figura do conciliador, que faz sugestão de conciliação. No caso da mediação, o mediador apenas estimula ou cria meios de estimulação de solução. Na conci- liação, o objetivo é conciliar e, na mediação, o objetivo é o restabelecimento da comunicação, do respeito, do diálogo e o acordo é apenas a retomada do diálogo. Normalmente, na conciliação, as partes envolvidas não possuem vínculo de afeto ou vín- culo anterior ao litígio. Já, em casos em que há esse vínculo, a mediação é recomendada. Se acontecer a ausência de um mediador ou conciliador no fórum, o juiz poderá presidi- -la. Conforme o Enunciado 23, da Jornada de Direito Processual Civil, na falta de auxiliares da justiça com formação para isso, o juiz deverá realizar a audiência inaugural do art. 334, principalmente no caso de conciliação. A conciliação pode acontecer como objetivo final da audiência de conciliação ou como resultado prático da retomada de confiança, diálogo e comunicação na mediação. Conciliar pode significar 3 coisas: a) renúncia do autor em relação ao direito. Ex.: Roberta ajuíza uma ação contra Aragonê, mas renuncia ao direito no dia da audiên- cia de conciliação devido ao que conversou com o réu. b) reconhecimento de pedido do autor pelo réu. Ex.: Aragonê reconhece o que Roberta pede. c) transação: réu e autor abrem pequenas concessões para chegar a um acordo. Quando ocorre a conciliação, haverá uma homologação do juiz. 15m 20m 25m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. www.grancursosonline.com.br 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado - Procedimento Comum - Audiência de Conciliação DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO - PROCEDIMENTO COMUM - AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO II Apresentada a petição, vem a citação. O réu não vem para o processo para apresentar a defesa, mas para comparecer à audiência inaugural, que representa a “justiça multiportas”. Há uma gama de possibilidades no Judiciário para resolver os conflitos – uma delas é a con- ciliação e mediação (art. 334, CPC). Obrigatoriamente, a ocorrência dessa audiência, salvo em algumas hipóteses. A conciliação é liderada por um conciliador que faz, efetivamente, propostas de acordo e o objetivo é a conci- liação. Já a medição é a situação liderada por um mediador, uma pessoa que tem conhecimento para criar aquele ambiente de mediação. O objetivo da mediação não é o acordo, mas retomar diálogo e respeito entre as partes. Em via de regra, a técnica de mediação é utilizada quando as partes possuem um contato prévio entre elas. Ex.: ações relacionadas ao direito das famílias. Conciliar é um gênero que significa várias possibilidades. O autor pode efetivamente renunciar ao seu direito. O réu pode reconhecer o pedido realizado pelo autor. As partes podem abrir mão do que lhe é de direito para a realização de uma transação. Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de an- tecedência. Obs.: casos de finalização do processo: indeferimento da petição inicial e improcedência liminar. O réu recebe a citação e precisa procurar um advogado, que deverá se reunir com o cliente, conversar com ele, confeccionar a procuração, juntar a procuração no processo e, enfim, ter acesso a tudo. Se for uma ação de família, não se recebe a contrafé sem um advogado. § 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organi- zação judiciária. § 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realizaçãoda primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. 5m 10m www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado - Procedimento Comum - Audiência de Conciliação DIREITO PROCESSUAL CIVIL Obs.: o objetivo é resolver com celeridade e dar às partes a possibilidade de transacionar, renunciar, reconhecer pedido etc. Por isso, não se pode ter muito espaço entre uma audiência e outra. § 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. Obs.: a citação é para ter ciência. A intimação é dos atos processuais. Como o autor já tem advogado, ele é intimado na pessoa do seu advogado. § 4º A audiência não será realizada: Obs.: hoje, a justiça é multiportas. Marcar a audiência não é um favor que o juiz faz, mas uma obrigação. No entanto, há casos em que a audiência não poderá acontecer. I – se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; Obs.: se só uma parte manifestar que não quer, a audiência deverá ocorrer mesmo assim. A manifestação é feita a partir de petição. O autor já se manifesta na petição inicial. O réu se manifesta em uma petição. II – quando não se admitir a autocomposição. Ex.: casos em que se discutam interesses públicos indisponíveis. § 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu de- verá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. Ex.: o juiz marcou a audiência com 30 dias de antecedência. A citação deve ser com 20 dias de antecedência para que o réu possa se organizar, contratar um advogado, juntar a sua procuração e, se não quiser comparecer, entregar a petição com 10 dias de antecedência. A audiência não será necessariamente desmarcada, caso a parte contrária não manifeste desinteresse em participar da audiência. § 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. 15m 20m 25m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado - Procedimento Comum - Audiência de Conciliação DIREITO PROCESSUAL CIVIL Obs.: se somente um deles manifestar o desinteresse, a audiência acontece mesmo assim. § 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos ter- mos da lei. § 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é con- siderado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. § 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. § 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. § 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. Obs.: se acontecer um acordo, é porque deu tudo certo e o juiz irá homologar o acordo por meio de sentença. § 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte. A Fazenda Pública é pessoa jurídica de direito público, assim como União, Estados, DF, Municípios e suas respectivas autarquias e fundações públicas de direito público que são, em verdade, autarquias. Quando a Fazenda Pública está em juízo, não significa que a audiência não irá ocorrer, já que ela não lida tão somente com o interesse público indisponível. Há situ- ações de interesse público secundário. O Enunciado 24 da Jornada de Direito Processual Civil da CCJ – Justiça Federal– dispõe que, havendo a Fazenda Pública publicizado ampla e previamente as hipóteses em que está autorizada a transigir, pode o juiz dispensar a realização da audiência de mediação e con- ciliação com base no art. 334, § 4º, II, do CPC, quando o direito discutido na ação não se enquadrar em tais situações. O Enunciando 273 do Fórum Permanente de Processualistas Civis dispõe que, quando o réu é citado, deve ser advertido sobre a multa. Já o Enunciado 26, da Jornada de Direito Processual Civil, estabelece que essa multa não se aplica quando o réu for citado por edital. Quando se quer recorrer contra uma multa, há possibilidade de recorrer por meio de agravo de instrumento ou recurso da apelação. Como não consta no rol do art. 1015, do CPC, essa multa para recorrer por agravo de instrumento, só se pode recorrer por meio do recurso de apelação. O Enunciado 67 da Jornada de Direito Processual Civil estabelece que 30m 35m 40m www.grancursosonline.com.br 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado - Procedimento Comum - Audiência de Conciliação DIREITO PROCESSUAL CIVIL o interesse recursal para impugnar essa multa é a apelação, ainda que o recorrente seja ven- cedor da demanda. O Enunciado 672 do Fórum Permanente de Processualistas Civis dispõe que a presença do ente público em juízo não impede, por si, a designação da audiência de conciliação. O réu, após dizer que não quer participar da audiência, deverá apresentar a defesa. As defesas do réu são contestação e reconvenção. 45m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista de Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. www.grancursosonline.com.br 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado - Procedimento Comum - Defesa do Réu DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO - PROCEDIMENTO COMUM - DEFESA DO RÉU O procedimento está correndo. O autor entregou a petição inicial. O juiz analisou e mandou citar o réu. As partes compareceram a uma audiência de conciliação/mediação, mas não houve acordo. O processo continua e chega um momento em que o réu deve apresentar suas defesas. O réu apresentará as respostas de réu. No código revogado, tinha-se contestação, recon- venção e a possibilidade de impedimento e suspeição do juiz. Sabe-se que alegar impedi- mento e suspeição não é exclusividade do réu, pois o autor também pode alegar, logo trazer defesa quanto a isso não é matéria de defesa do réu. Diante disso, no código civil (2015) é matéria de contestação (art.335) e reconvenção (art.343). Na fase postulatória, que é a fase do procedimento comum, tem até a resposta de réu, então termina essa fase nesse momento. Como resposta de réu, poderá ser apresentada: • Contestação: está disposto nos arts. 335 – 342. • Reconvenção: está no art. 343. O prazo para oferecimento de resposta é de 15 dias úteis, começando a contar do dia útil seguinte à audiência. Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: I –da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qual- quer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; II –do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresen- tado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I; III –prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. § 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial pre- visto no inciso II será, para cada um dos réus, a data deapresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência. § 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de inti- mação da decisão que homologar a desistência. 5m www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado - Procedimento Comum - Defesa do Réu DIREITO PROCESSUAL CIVIL A contestação é exatamente uma impugnação da petição inicial. Suponha que Roberta entre com uma ação contra o Aragonê por ele ter batido no carro dela, sendo o valor de 50 mil reais. Aragonê entra no processo e, ao apresentar sua defesa, alega que não tem culpa ou que já pagou. Perceba que ele está impugnando o que Roberta falou, ou seja, ele está contestando. Agora, considere que Roberta ajuizou uma ação contra Aragonê por ele ter batido no carro dela, sendo o valor de 50 mil reais. Por sua vez, Aragonê, ao fazer sua defesa, entende que Roberta deve pagar o prejuízo, porque ela foi culpada. Nesse caso, ele pede para que o juiz a condene a pagar o conserto do carro no valor de 100 mil reais. Ele está apresentando uma reconvenção. O réu pode: • Não apresentar nada; • Só contestar; • Só reconvir; • Contestar e reconvir. Na situação do réu não contestar, acontecerá a revelia, o que não torna o absurdo ver- dade e tão pouco a mentira como verdade. No caso de o réu decidir contestar e reconvir, deverá ser feito na mesma petição. O prazo é de 15 dias, a partir da audiência de conciliação/mediação, se não tiver tido acordo, será do dia útil seguinte à audiência. Ex.: Audiência na quinta, o prazo começa a contar na sexta. Por outro lado, se a audiên- cia foi na sexta, o prazo começa na segunda. O réu pode, antes da audiência, no prazo de 10 dias, dizer que não quer comparecer a essa audiência de conciliação/mediação. Nesse caso de protocolizar a petição, o prazo dele começará no dia útil seguinte. Art. 334 - § 4º A audiência não será realizada: I –se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II –quando não se admitir a autocomposição. § 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu de- verá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. 10m 15m 20m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado - Procedimento Comum - Defesa do Réu DIREITO PROCESSUAL CIVIL Se não foi caso de marcar audiência, como, por exemplo, no caso de o juiz visualizar que não é caso de audiência e mandar citar o réu por oficial de justiça para apresentar a defesa, ele irá apresentar a defesa a partir da juntada dos autos do mandado de citação cumprido. Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo: I –a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio; II –a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça; III –a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria; IV –o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital; V –o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica; VI – a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta; VII – a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico; VIII – o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria. IX – o quinto dia útil seguinte à confirmação, na forma prevista na mensagem de citação, do recebimento da citação realizada por meio eletrônico. (Incluído pela Lei n. 14.195, de 2021) § 1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à última das datas a que se referem os incisos I a VI do caput. Ex.: são cinco réus, portanto o juiz expediu cinco cartas. João recebeu dia 02, Maria dia 03, Antônio dia 10, Jorgina dia 20, Antônio dia 25. Nesse caso, o prazo começará no dia 25, ou seja, no último citado. § 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente. § 3º Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à data em que se der a comunicação. § 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa. Art. 335. § 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência. 25m 30m www.grancursosonline.com.br 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado - Procedimento Comum - Defesa do Réu DIREITO PROCESSUAL CIVIL Obs.: o art. 334, § 6º, dispõe sobre a situação em que todos falam que não querem parti- cipar da audiência. No caso do parágrafo acima, tendo sido a audiência marcada, e um réu protocoliza o pedido de cancelamento separado dos demais, o prazo também será protocolizado separado. § 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de inti- mação da decisão que homologar a desistência. Obs.: o art. 334, § 4º, inciso II, trata sobre a situação quando não admitir autocomposição. Suponha que, em um processo com 5 réus, apenas 4 são citados, mas o quinto está sumido, caso em que o autor decide retirar esse réu do processo. Nesse caso, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a de- sistência. Relembrar: • Havendo litisconsortes com advogados diferentes em processo físico, o prazo é em dobro. Prazo de 30 dias úteis. • MP, Fazenda Pública, Defensoria Pública, Núcleo de Prática Jurídica: prazo em dobro. • Se o réu quiser só contestar: 15 dias úteis. • Se o réu quiser só reconvir: 15 dias úteis. • Se o réu quiser contestar e reconvir: 15 dias úteis, na mesma petição. Os prazos são peremptórios. 35m 40m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula prepa- rada e ministrada pela professora Roberta Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. www.grancursosonline.com.br 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – PROCEDIMENTO COMUM – DEFESA DO RÉU II Nesta aula, trataremos efetivamente sobre a contestação: o que o réu pode alegar em sede de contestação e como funciona a defesa processual. Promovida a petição inicial, o juiz manda citar para comparecer em audiência de concilia- ção. Se as partes se compuserem, o processo termina. Se as partes não celebrarem acordo, o réu poderá apresentar a sua resposta. A resposta de réu pode ser a contestação e a reconvenção.A contestação é a impug- nação, meio pelo qual o réu vai apresentar a defesa das alegações sustentadas na peti- ção inicial. A reconvenção é um pedido contra o autor. Por exemplo, Roberta ajuizou uma ação contra Aragonê em razão de um acidente que os envolveu, requerendo a condenação no importe de cinquenta mil reais pelo conserto do veículo. Aragonê apresenta a defesa e pedido de reconvenção, arguindo que a responsável pelo acidente é Roberta, razão pela qual requereu a condenação a pagar o conserto do seu veículo. O réu possui 15 (quinze) dias para apresentar defesa. O réu pode: • Não apresentar nada, razão pela qual será decretada a sua revelia (ausência de contestação); • Só contestar; • Só reconvir; • Contestar + reconvir na mesma petição. Em litisconsortes com advogados diferentes, no processo físico, o prazo é em dobro. Quando se tratar de Ministério Público, Fazenda Pública, Defensoria Pública e Núcleo de Prática Jurídica, o prazo também é em dobro, independentemente se o processo for físico ou eletrônico. No procedimento comum, assim como a petição inicial é para o autor, a contestação é para o réu. As alegações do réu deverão ser arguidas em sede de contestação. Não há nenhum outro meio. 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado DIREITO PROCESSUAL CIVIL Obs.: vale ressaltar que, no procedimento especial, a manifestação do réu/requerido/exe- cutado/embargado será por outros meios distintos da contestação. Todavia, aqui es- tamos tratando tão somente acerca da CONTESTAÇÃO. A contestação é um ato processual do réu para apresentar a defesa. Na contestação, o réu, efetivamente, apresenta a defesa que DEVE estar ligada a tudo o que foi apresentado em sede de petição inicial. Existem formas de defesa. Por exemplo, Roberta ajuizou uma ação contra Aragonê em razão de um acidente que os envolveu, reque- rendo a condenação dele, pois, na sua concepção, ele era o responsável pelo acidente. Ara- gonê apresenta a defesa, e pode sustentar que: a) não estava naquele lugar no dia do aci- dente; b) ambos foram responsáveis pelo acidente, e, portanto, ocorreu culpa concorrente; c) a responsável pelo acidente foi a parte autora; d) alegar que já realizou parte do pagamento do conserto; e) alcance do prazo prescricional, conforme art. 205 e 206 etc. O réu possui várias teses que podem ser apresentadas na contestação. Tudo o que ele puder alegar deverá ser em sede de contestação. Isso porque ele não poderá alegar depois, não haverá outra oportunidade para arguir. Vejamos o que dispõe o art. 336 do CPC. Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. O réu não pode apresentar uma defesa genérica, devendo impugnar todos os pontos sustentados pelo autor na petição inicial. Além disso, o réu deverá alegar toda a matéria de defesa. Por exemplo, embora o réu argumente a prescrição, ele pode abrir um tópico sustentando que se o juiz não concordar com a prescrição, que o valor não é devido em razão da ausência de responsabilidade. O réu vai orientar a petição daquilo que for melhor para ele. Regra: já que se trata de uma defesa que vai impugnar a inicial, o réu possui o ônus da impugnação específica e, também, o princípio da eventualidade de defesa. Isso significa que o réu não pode fazer uma contestação generalizada, e deve apresentar toda a matéria de defesa possível, ainda que contraditória entre si (cumulação de defesas). Sobre o conteúdo da contestação, o réu pode alegar: 5m 10m 15m 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado DIREITO PROCESSUAL CIVIL • Defesa de mérito: defesa em relação ao pedido do autor e aos fatos alegados. Pode ser direta ou indireta: Direta – aquela defesa que simplesmente traz impugnação completamente direta e fron- tal. Por exemplo: arguir que não foi sua responsabilidade, ausência de culpa. Indireta – aquela que alega um fato novo, em tese. Pode ser um fato impeditivo, extin- tivo ou modificativo do direito do autor. Por exemplo: alegar a prescrição é um fato extintivo; alegar que já pagou a cobrança é fato impeditivo, alegar que pagou parcialmente é um fato modificativo. Nesse caso, o réu DEVE provar o que alega, assim como o autor tem o dever de com- provar o que alega na inicial. Por isso, o art. 336 do CPC dispõe que incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor, especificando as provas que pretende produzir. O réu DEVE produzir provar do que alega. O réu deve apresentar a contraprova em rela- ção à defesa direta (aniquilar a prova do autor) e a prova efetiva dos fatos novos para ani- quilar o direito do autor de forma indireta. Por exemplo, Aragonê realmente bateu no carro, mas Roberta decidiu perdoá-lo, e concede a remissão para ele por meio de um documento. • Defesa processual: o réu pode alegar incompetência do juízo, convenção de arbitra- gem. Está previsto no art. 337 do CPC. A defesa processual é sempre indireta. É um problema processual. Vejamos o que dispõe o art. 337 do CPC. Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: Obs.: antes do mérito, antes de discutir as alegações do autor, são as preliminares. É uma defesa processual SEMPRE indireta. 20m 25m 30m 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado DIREITO PROCESSUAL CIVIL Mapa Mental Conteúdo Processual 337 Contestação → ato processual do réu para apresentar a defesa. → Defesa contra petição inicial. ônus da Impugnação Específica → Tudo da PI Princípio da eventualidade de defesa→ toda defesa possível, ainda que contraditória entre si → Cumulação de defesas. Provas Mérito (pedido) Direta → direta Indireta → Fato novo (Direito) Fato Impeditivo; Fato Extintivo; Fato Modificativo. Indireta Alegação antes do mérito Preliminares Dilatórias Situação que deve ser “organizada”. extinção do processo sem mérito “Sentença”. Peremptórias1) Prel. 337 2)mérito ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula prepa- rada e ministrada pela professora Roberta Batista de Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu III DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – PROCEDIMENTO COMUM – DEFESA DO RÉU III Será dada continuidade da aula anterior com as preliminares que o réu poderá arguir em sede de contestação. As preliminares são defesas processuais indiretas previstas no art. 337 do CPC. Elas devem ser arguidas ANTES da defesa de mérito. As preliminares podem causar a extinção do processo ou apenas dar mais tempo para o réu. As defesas peremptórias são aquelas que levam à extinção do processo sem resolução do mérito. O juiz não analisa o mérito e profere a extinção por meio de sentença. As defesas processuais dilatórias são aquelas que dilatam um pouco o processo. Não gera a extinção do processo. Apenas apresenta uma situação que deve ser organizada e cor- rigida antes do prosseguimento do feito. Por exemplo, a incompetência do juízo, o processo deverá ser encaminhado ao juízo correto. Isso acarreta uma pequena “demora”. Vejamos o que dispõe o art. 337 do CPC: Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito,alegar: Obs.: são as preliminares, matérias completamente processuais e indiretas. I – inexistência ou nulidade da citação; Obs.: quando o réu é devidamente citado, ele não arguirá esta preliminar. Suponha que o réu não foi citado e do nada descobriu que havia um processo contra ele. Ao consul- tar o processo, verifique já houve o andamento processual e foi declarada a revelia. Todavia, o réu nunca foi citado. II – incompetência absoluta e relativa; Obs.: nenhuma modalidade de incompetência gera a extinção do processo. Os autos serão encaminhados ao juízo competente. No CPC de 1973, a incompetência relativa de- veria ser arguida por meio da exceção de incompetência. No CPC de 2015, qualquer modalidade de exceção é arguida em sede de contestação. 5m 10m www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu III DIREITO PROCESSUAL CIVIL III – incorreção do valor da causa; Obs.: o autor deve apontar o valor da causa na petição inicial. No CPC de 1973, a incor- reção do valor da causa deveria ser apresentada em petição separada. No CPC de 2015, a incorreção é arguida em sede de contestação. IV – inépcia da petição inicial; Obs.: ausência de condição de prosseguimento da petição inicial. V – perempção; Obs.: o autor vive ajuizando a demanda em face do réu e ele mesmo dá causa para a extin- ção do processo sem mérito. VI – litispendência; Obs.: o autor já possui uma ação em andamento contra o réu versando sobre os mesmos fatos, causa de pedir e pedido e as mesmas partes. Não pode ter duas ações discu- tindo as mesmas coisas. VII – coisa julgada; Obs.: já houve o julgamento com a condenação do réu e transitou em julgado. Após um tem- po, o autor ajuizou uma nova ação arguindo os fatos que já foram decididos. VIII – conexão; Obs.: demandas parecidas. Por exemplo: Roberta ajuizou ação contra Aragonê, em 20.05 e, sem ele ainda nem ter sido citado, Aragonê ajuizou ação contra a Roberta, ambas ação discutindo os mesmos fatos. As partes são diferentes, mesma causa de pedir e pedido. É uma defesa dilatória. IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 15m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu III DIREITO PROCESSUAL CIVIL Obs.: falta de autorização para litigar. Por exemplo, conforme art. 72 e 73 do Código Civil, se for casado, em algumas situações, deverá trazer aos autos a autorização do cônjuge. É uma defesa dilatória. X – convenção de arbitragem; Obs.: juízo arbitral é uma forma de solução de conflito promovida por um particular. O arbitro é alguém contratado pelas partes. Se o contrato prevê a cláusula de arbitragem, o réu deverá arguir em sede de contestação que deverá ser respeitada. XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual; Obs.: condições da ação. XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; Obs.: prestação de garantia ou qualquer outra coisa. XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. Obs.: custas processuais. Caso seja hipossuficiente, pode ser concedida a gratuidade de justiça. Contudo, o réu entende que a concessão é equivocada e que o autor não é hipossuficiente. São uma defesa dilatória: I – inexistência ou nulidade da citação. O processo não será extinto, mas tão somente retornará ao início para dar oportunidade do réu se manifestar. II – Incompetência absoluta/Relativa. O processo não será extinto, os autos serão encaminhados ao juízo competente. III – Incorreção do valor da causa. Simplesmente para corrigir o valor da causa. VIII – Conexão. Mera reunião dos processos. IX – Incapacidade da parte, defeito Repres./ Falta de autorização. Vai abrir um prazo para a parte regularizar. XII – Falta de Caução/outra Prestação. O réu pode juntar e recolher. XIII – Indevida Concessão de Gratuidade Justiça. O juiz apenas vai indeferir a concessão. 20m 25m www.grancursosonline.com.br 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu III DIREITO PROCESSUAL CIVIL São uma defesa peremptória: IV – Inépcia da petição inicial. O juiz, antes de extinguir o processo, vai oportunizar o autor que explique o vício. V – Perempção. O processo será extinto pelo juiz. VI – Litispendência. O processo será extinto pelo juiz. VII – Coisa Julgada. O processo será extinto pelo juiz. X – Convenção de Arbitragem. O processo será extinto pelo juiz. XI – Ausência de Legitimidade ou interesse Processual. O processo será extinto pelo juiz. Além dos treze incisos, o art. 337 do CPC ainda prevê: Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: (...) § 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. § 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. § 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso. § 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. § 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo. Obs.: são as situações em que o juiz pode se manifestar ainda que não provocado pelas partes. Todas elas podem ser conhecidas de ofício, salvo a incompetência relativa e a convenção de arbitragem. § 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. Obs.: por exemplo, A e B discutem um contrato em uma ação judicial. No contrato em dis- cussão há uma cláusula que dita que “se as partes entrarem em um conflito, elas serão encaminhadas à Justiça Arbitral”. O juiz não pode reconhecer a existência da cláusula se o réu não arguir. Se o réu nada falar, significa que ele renunciou ao direito de exigir que vá para a arbitragem e vai ficar no judiciário. O réu somente pode arguir na CONTESTAÇÃO. 30m 35m 40m www.grancursosonline.com.br 5www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu III DIREITO PROCESSUAL CIVIL Mapas mentais da nossa aula Conteúdo Processual 337 Contestação → ato processual do réu para apresentar a defesa → Defesa contra petição inicial ônus da Impugnação Específica → Tudo da PI Princípio da eventualidade de defesa→ toda defesa possível, ainda que contraditória entre si → Cumulação de defesas Provas Mérito (pedido) Direta → direta Indireta → Fato novo (Direito) Fato Impeditivo Fato Extintivo Fato Modificativo Indireta Alegação antes do mérito Preliminares Dilatórias Situação que deve ser “organizadas” extinção do processo sem mérito “Sentença” Peremptórias1) Prel. 337 2)mérito www.grancursosonline.com.br 6www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu III DIREITO PROCESSUAL CIVIL P P D XII) Falta de caução/ outra prestação XI) Ausência de Legitimidade ou inte- resse processual X) Convenção de arbitragem IX) Incapacidade da Parte, defeito Repres./ Falta de Autorização D D D VI) Litispendência XIII) Indevida concessão de gratuidade justiça VIII) ConexãoVIII) Coisa Julgada Art 337 # Preliminares # #Processuais # #Indiretas# I) Inexistência ou nuli- dade de Citação D II) Incompentência Absoluta/Relativa D III) Incorreção do valorda causa D IV) Inércia da Peti- ção Inicial P V) Perempção P P P não pode de ofício �������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Roberta Batista de Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte- údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material. www.grancursosonline.com.br 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu IV DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – PROCEDIMENTO COMUM – DEFESA DO RÉU IV Observe os esquemas a seguir sobre a contestação, as matérias alegadas e as defesas processuais. Conteúdo Processual 337 Contestação → ato processual do réu para apresentar a defesa. → Defesa contra petição inicial. ônus da Impugnação Específica → Tudo da PI Princípio da eventualidade de defesa→ toda defesa possível, ainda que contraditória entre si → Cumulação de defesas. Provas Mérito (pedido) Direta → direta Indireta → Fato novo (Direito) Fato Impeditivo; Fato Extintivo; Fato Modificativo. Indireta Alegação antes do mérito Preliminares Dilatórias Situação que deve ser “organizada”. extinção do processo sem mérito “Sentença”. Peremptórias1) Prel. 337 2)mérito P P D XII) Falta de caução/ outra prestação; XI) Ausência de Legitimidade ou inte- resse processual; X) Convenção de arbitragem; IX) Incapacidade da Parte, defeito Repres./ Falta de Autorização; D D D VI) Litispendência; XIII) Indevida concessão de gratuidade justiça; VIII) Conexão;VIII) Coisa Julgada. Art 337 # Preliminares # #Processuais # #Indiretas# I) Inexistência ou nuli- dade de Citação; D II) Incompentência Absoluta/Relativa; D III) Incorreção do valor da causa; D IV) Inércia da Peti- ção Inicial; P V) Perempção; P P P não pode de ofício. www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu IV DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ainda sobra a contestação, imagine que o autor ajuizou uma ação com a distribuição da peti- ção inicial, o juiz ordenou a citação do réu, e marcaram a audiência de conciliação e mediação. As partes não se compuseram na audiência de conciliação, e o réu apresentou a contestação. Imagine que o autor alegou que invadiram a fazenda de sua propriedade, cortaram as árvores e levaram a madeira embora. O autor alega que João é o réu e responsável pelo corte das árvores. O autor pede para que João indenize todo o prejuízo. Em sede de audiência de conciliação e mediação, João arguiu que não foi ele ou ainda, que foi Josenildo, seu patrão quem mandou que cortasse as árvores. As partes não se compuseram. Vejamos o que dispõe o art. 338 do CPC: Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º. No caso acima narrado, o juiz, ao verificar que o réu arguiu não ser o responsável pelo prejuízo invocado, facultará ao autor, no prazo de 15 dias, alterar a petição inicial para subs- tituição do réu. O autor pode sustentar que João ficará no polo passivo ou requerer a retirada de João do polo passivo e a inclusão de Josenildo. João precisou pagar advogado para apresentar contestação, teve gastos. De acordo com o parágrafo único do art. 338, se o autor substituir o réu, terá que pagar todas as despesas dele e os honorários do advogado, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º. Vejamos o que dispõe o art. 339 do CPC. Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despe- sas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. Obs.: se o réu, na contestação, alegar que não é parte legítima, deverá apontar quem é a parte legítima, o réu verdadeiro. Caso não o faça, pagará ao autor as despesas. § 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338. 5m 10m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu IV DIREITO PROCESSUAL CIVIL § 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu. Obs.: o autor pode deixar ambas as partes no polo passivo, incluindo o novo sujeito ao lado do réu que já está, formando o litisconsórcio passivo. Obs.: curiosidade: os artigos 338 e 339 do CPC substituíram a antiga intervenção de ter- ceiros denominada de “nomeação à autoria” (previsão no CPC/73). Imagine a seguinte situação: Roberta ajuíza ação em face de Aragonê, cobrando a quan- tia de cinquenta mil reais. Roberta distribuiu a ação em Recife-PE, pois mora lá. Aragonê mora em Brasília-DF. Contudo, nesse caso, o foro competente para julgar a ação é de Brasí- lia, pois é o local onde o réu reside. O TJPE manda citar Aragonê em Brasília. Nesse caso, vejamos o disposto nos arts. 340, 341 e 342 do CPC. Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico. § 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa. § 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distri- buída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento. Obs.: fenômeno do juízo prevento. § 3º Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a realização da audi- ência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada. § 4º Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência de conciliação ou de mediação. Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: I – não for admissível, a seu respeito, a confissão; II – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato; 15m 20m 25m www.grancursosonline.com.br 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu IV DIREITO PROCESSUAL CIVIL III – estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando: I – relativas a direito ou a fato superveniente; II – competir ao juiz conhecer delas de ofício; III – por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição. Obs.: se foi algo queaconteceu no passado e só se teve conhecimento agora, é um conhe- cimento superveniente. Obs.: o réu pode apresentar reconvenção. Mapa Mental PI Citação Audiência C/M Contestação 338 = Réu - Alegar - Parte ilegítima/ não é resp.$ Invadiram fazenda Obs.: o 338 e 339. Substituíram a antiga intervenção de terceiros denominada nomeação à autoria João réu $ ADV $ Juiz - Facultar # 15 dias # Autor subst. o réu ou Incluir o novo sujeito ao lado do réu 339, § 2º Litisconsórcio passivo $ → autor Substituição → pagar $ + H.A = 3% VC (85 § 3º) Art 339 Indicar quem é o réu verdadeiro. www.grancursosonline.com.br 5www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu IV DIREITO PROCESSUAL CIVIL Roberta x Aragonê BSB $ Recife/PE TJDFT TJPE Ação Cont. Juízo prevento § 2º Contestação com preliminar de incomp. 340 ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista de Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. www.grancursosonline.com.br 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu V DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – PROCEDIMENTO COMUM – DEFESA DO RÉU V RELEMBRANDO São modalidades de respostas de réus no Processo Civil: contestação e reconvenção. O réu pode apenas contestar, apenas reconvir, contestar e reconvir, ou não apresentar nenhuma resposta. Ele tem o prazo de até quinze dias úteis para se manifestar. Na contestação, o réu irá impugnar a petição inicial, contestando o que foi dito pelo autor. Na reconvenção, é feito um pedido contra o autor e é colocado um valor de causa. A reconvenção é uma espécie de petição inicial, pois o pedido precisa ser fundamentado e é preciso recolher custas. Exemplo: duas pessoas se envolvem em um acidente. Uma delas entende que a outra parte foi culpada pelo acidente e ajuíza uma ação contra ela, cobrando o dano. A outra parte, por sua vez, acredita que não foi culpada pelo acidente, apresenta sua de- fesa por meio da contestação e deduz pedidos contra o autor, por meio da reconvenção. O réu apenas pode contestar e reconvir se for na mesma peça processual. Reconvenção A reconvenção é uma defesa do réu muito semelhante a uma petição inicial. • Art. 343 do CPC. • É um pedido do réu contra o autor. • É uma defesa, na qual é apresentada uma ação contra o autor. • Amplia o mérito da causa (ampliação objetiva do processo). Obs.: � elementos da ação: partes (elemento subjetivo), causa de pedir e pedido (elementos objetivos). Exemplo: Demanda principal: A vs B = demanda inicial. Dentro do processo, pode haver: B vs A = demanda reconvencional. 5m 10m 15m 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu V DIREITO PROCESSUAL CIVIL Em uma ação de cobrança de João contra Maria, esta apresenta uma reconvenção dentro do processo, pedindo o reconhecimento de seu filho que, supostamente, seria filho de João. O pedido não será válido, pois a reconvenção possui requisitos. Requisitos da reconvenção: • existência de lide pendente (demanda inicial); • competência do juízo inicial para a demanda reconvencional; • correspondência entre as demandas (conexão). CPC: Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. § 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias. Se o réu estiver entrando no processo para fazer um pedido contra o autor, este deve se defender. Exemplo: Demanda principal: A vs B = demanda inicial Sendo: A = autor B = réu Se, dentro do processo, o réu apresentar sua defesa fazendo um pedido contra o autor, ele passará a ser denominado réu reconvinte, e o autor passará a ser chamado de autor reconvindo. Nesse caso, o autor assume uma postura de réu. Logo, apresentará defesa, que pode ser através de contestação e reconvenção. 20m 25m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista de Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu VI DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – PROCEDIMENTO COMUM – DEFESA DO RÉU VI RELEMBRANDO Requisitos da reconvenção: art. 343, CPC. Exemplo de reconvenção: “A” ajuíza uma ação de consignação de pagamento contra “B”. “A” é locatário e “B”, o locador, que não quer receber os aluguéis por algum motivo. Para deixar de ser devedor, “A” ajuíza tal ação. “B”, o réu, apresenta uma reconvenção pedindo o despejo do autor. “B” vs “A” é a demanda reconvencional. Dessa forma, temos um réu reconvinte e um autor reconvindo (assume uma postura de réu e apresenta defesa por meio de convenção ou reconvenção). Obs.: � caso o autor reconvindo queira apresentar nova reconvenção, esta deve ter ligação com a reconvenção anterior. Outro exemplo: “A” contratou “B” para prestar um serviço de informática. Contudo, “B” não cumpriu o contrato. Então, “A” ajuíza uma ação para cobrar o cumprimento do contrato. “B” se defende apresentando os motivos pelos quais não cumpriu o contrato (contesta- ção) e faz um pedido de declaração de nulidade (reconvenção). Por sua vez, “A” pede dano moral em face da reconvenção de “B”. Na reconvenção, aplicam-se as mesmas regras da convenção. O indivíduo possui o prazo de 15 dias para apresentar a sua defesa. O réu pode apenas contestar, apenas reconvir, contestar e reconvir, ou não apresentar nenhuma defesa. 5m 10m 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu VI DIREITO PROCESSUAL CIVIL Reconvenção Na reconvenção há uma ampliação objetiva da demanda, pois, naturalmente, o réu traz mais pedidos para o processo. É possível haver ampliação subjetiva, inserindo mais pessoas no processo por meio de uma reconvenção? Para responder, vejamos alguns exemplos: Ação de A vs B: Situação 1: B propõe a reconvenção em face de A e C = reconvenção contra o autor e um terceiro (litisconsórcio passivo). Situação 2: B e C propõem a reconvenção em face e A = reconvenção o réu e um terceiro contra o autor (litisconsórcio ativo). CPC: Art. 343, § 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. § 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro. É possível, portanto, haver ampliação subjetiva. Outro exemplo: A, B e C fizeram um contrato. A contratou B e C para prestarem serviço de informática. No contrato foi designado que B e C são solidários, ou seja, podem ser cobrados conjun- tamente, ou A pode cobrar apenas de B ou apenas de C. B e C não cumpriram o contrato. Diante desse cenário, A ajuíza uma ação contra B. B e C, então, apresentam uma reconvenção contra A, pedindo a declaração da nulidade do contrato. Observe que o terceiro só pode ser inserido no processo quando estiver envolvido.Portanto, a reconvenção: • É um pedido do réu contra o autor. • É feita por meio de uma ação (dentro da contestação). • Via de regra: amplia o mérito da causa (ampliação objetiva do processo). • Pode haver ampliação subjetiva. 15m 20m 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu VI DIREITO PROCESSUAL CIVIL Se tivermos: A vs B = demanda principal. B vs A (B apresenta reconvenção contra A) = demanda reconvencional. Todas as demandas correspondem a um processo só, logo, serão julgadas em uma só sentença. Desmembrando a situação acima: • A vs B ‒ A ajuizou ação contra B (petição inicial/demanda principal). • O juiz citou o réu, marcou a audiência e não houve acordo. • B apresentou contestação e reconvenção (demanda reconvencional). A reconvenção tem os mesmos requisitos da petição inicial. • O autor reconvindo apresenta defesa. • O juiz prolata sentença única para as duas demandas. Se o autor desistir da ação principal, a reconvenção permanecerá. A desistência da ação principal não gera a desistência da reconvenção. CPC: Art. 343, § 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. Mérito = pedido, objeto. Somente o réu pode desistir da reconvenção. Substituto processual Situação hipotética: A ajuíza ação contra B. No processo em questão, A é substituto processual. Via de regra, o autor ajuíza uma ação pleiteando seu próprio direito. Excepcionalmente, pode haver legitimidade extraordinária, ou seja, alguém pleitear em nome próprio um direito alheio. Tal situação só pode ocorrer com permissão da lei. Exemplo: o Ministério Público ajuíza uma ação contra uma construtora que está poluindo um rio. O rio faz parte do meio ambiente, que é direito coletivo. 25m 30m 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu VI DIREITO PROCESSUAL CIVIL Voltando à situação hipotética, A está pleiteando em nome próprio um direito alheio. “A” pode ser chamado de legitimado extraordinário ou substituto processual. O réu (B) pode apresentar reconvenção, observando o disposto no art. 343, § 5º do CPC: § 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual. Portanto, B deverá afirmar ser titular do direito em face do substituído. O substituído é o direito alheio. B também deverá propor a reconvenção em face do autor (A), afirmando a qualidade de substituto. CPC ‒ Capítulo VII Da Reconvenção O réu apenas pode contestar e reconvir se for na mesma petição. Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. § 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias. § 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. A ação principal e a reconvenção são demandas separadas. § 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. Desde que o terceiro esteja envolvido no processo. § 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro. § 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual. § 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação. 35m 40m 5www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Defesa do Réu VI DIREITO PROCESSUAL CIVIL Informações finais • A reconvenção deve ser feita no interior da contestação. É um pedido contra o autor e uma petição inicial. • São aplicadas as mesmas regras da petição inicial sobre pedido, sobre alteração de causa de pedir e pedido e sobre o valor da causa. • O réu passa a ser réu reconvinte. • O autor passa a ser autor reconvindo. Apresenta defesa e é apenas intimado, pois já está no processo. • São devidos honorários advocatícios na reconvenção. • No juizado não cabe reconvenção. O réu pode apresentar pedido contraposto (pode estar fundamentado nos fatos diretamente narrados na petição inicial). • Cabe reconvenção em ação rescisória, desde que esteja ligada à rescisão do julgado. • Na reconvenção, o juiz pode propor emenda. • Súmula n. 258 do STF: é admissível reconvenção em ação declaratória. 45m 50m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista de Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Revelia I DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – PROCEDIMENTO COMUM – REVELIA I Situação hipotética: Roberta ajuíza ação contra Aragonê cobrando o valor do dano cau- sado a seu carro após uma batida entre os veículos. Aragonê é citado para participar da audi- ência de conciliação. Na audiência, ambos não chegaram a um acordo. Aragonê deve apresentar sua defesa, que pode ser: apenas contestação, apenas recon- venção ou contestação e reconvenção (desde que seja na mesma petição). Caso Aragonê não apresente reconvenção, significa que ele não quis deduzir peido contra Roberta. Entretanto, caso não apresente contestação, não conseguirá impugnar o pedido de Roberta. Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verda- deiras as alegações de fato formuladas pelo autor. A presunção de veracidade decorre da revelia, pois, como o réu não apresenta a contes- tação, não consegue impugnar o que foi dito pelo autor na petição inicial. No entanto, a presunção de veracidade não é absoluta. ATENÇÃO A revelia não é a ausência de resposta do réu, mas sim a ausência de contestação. O réu pode apresentar reconvenção e ser considerado revel por não ter contestado a ação. Revelia • Ausência de contestação. • Arts. 344 a 346 do CPC. • Quando há uma revelia, há uma consequência. • Caso o réu perca o prazo de 15 dias úteis para apresentar a contestação, será consi- derado revel. Efeitos da revelia • Material: efeito ligado a o que está sendo debatido no processo: – Presunção de veracidade dos fatos alegados na petição inicial. Também chamada de confissão ficta. A presunção é relativa. 5m 10m 15m 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Revelia I DIREITO PROCESSUAL CIVIL • Processual: – Julgamento antecipado do mérito (se for o caso). Exemplo: Roberta alega que Ara- gonê bateu em seu carro, apresentando como prova um vídeo gravado no dia do ocorrido. Aragonê não contesta a ação e o juiz se convence de que ele Roberta está certa. Nesse caso, o julgamento é antecipado, pois não há sentido em seguir o processo. – Os prazos fluem contra o revel sem advogado nos autos, com a publicação de cada ato no órgão oficial. Obs.: � A presunção de veracidade é relativa (juris tantum), pois admite prova contrária. � Se o processo estiver em fasede produção de provas, por exemplo, o réu revel poderá produzir provas. � Também poderá recorrer das decisões, constituir advogado nos autos etc. A presunção de veracidade relativa (efeito material) está prevista no art. 344 do CPC: Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verda- deiras as alegações de fato formuladas pelo autor. O art. 345 prevê as exceções relacionadas ao efeito material. Deve ser interpretado em comunhão com o art. 341, que estabelece que o réu deve se manifestar de forma precisa, sobre todas as alegações da petição inicial. Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; Exemplo: Há dois réus e apenas um deles contesta a ação. Tal regra, no entanto, não pode ser interpretada de maneira absoluta para todos os casos. Exemplo: João era vizinho de Antônio e Maria. Estes, fumavam e descartavam os cigarros no terreno de João, desencadeando uma briga entre os vizinhos. Certo dia, Antônio e Maria se encontraram com João pela vizinhança e o agrediram. Consequentemente, ambos foram citados e um deles alegou não ter participado da agressão. Nesse caso, o outro membro do casal poderia ser considerado revel? Houve presunção de veracidade? Essa discussão seguirá na próxima aula. 20m 25m 30m 35m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Revelia II DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – PROCEDIMENTO COMUM – REVELIA II RELEMBRANDO Revelia = ausência de contestação. Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; Obs.: a regra, prevista no inciso I, só poderá surtir efeito no outro réu se houver alegação de defesa comum. Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis; Se o litígio versar sobre direitos indisponíveis, não será possível aplicar a revelia. III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indis- pensável à prova do ato; Exemplo: o indivíduo alega ser proprietário de um imóvel, mas não apresenta a escritura. Desse modo, não há como presumir que seja verdade. IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Não haverá revelia quando, havendo pluralidade de réus, um deles contestar ação apresentando defesa comum. COMENTÁRIO Haverá revelia, uma vez que ela é caracterizada pela pura ausência e contestação. Não haverá o efeito da revelia. Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial. Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar. 5m www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Revelia II DIREITO PROCESSUAL CIVIL Se o juiz tiver prolatado a sentença e o revel quiser recorrer, poderá. Se o processo esti- ver em fase de instrução probatória e o revel quiser produzir provas, indicar testemunhas para serem ouvidas, solicitar uma perícia, entre outras ações, também poderá. Nos casos do art. 345, haverá a revelia, o que não haverá é o efeito material (presunção de veracidade). Quando houver a presunção, o juiz julgará. Quando não houver a presunção, o juiz man- dará o autor provar o que está alegando. O réu revel poderá participar normalmente no processo, pois a presunção de veracidade é relativa. O juiz pode ordenar a produção de provas de ofício, nos termos do art. 370 do CPC. O revel pode comparecer a tempo de praticar atos indispensáveis à produção de prova, conforme indicado na Súmula n. 231 do STF. Curiosidade: é possível confissão ficta se a Fazenda Pública for ré e não contestar? A Fazenda Pública é pessoa jurídica de direito público: União, Estados, Distrito Federal, Municípios, autarquias e fundações públicas de direito público. Via de regra, os direitos discutidos são indisponíveis, portanto, haverá revelia, mas não haverá confissão ficta (arts. 341 e 345 do CPC). Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: I – não for admissível, a seu respeito, a confissão; II – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato; III – estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis; O Resp 1.084.745 julgado pela 4ª Turma do STJ estabelece o seguinte: se o litígio em discussão na administração pública for uma obrigação de direito privado, haverá a possibili- dade de efeito material. 10m 15m 20m 25m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Revelia II DIREITO PROCESSUAL CIVIL DIRETO DO CONCURSO 2. (FCC/MPE/PB) A presunção de veracidade decorrente da revelia processual é: a. absoluta em matéria patrimonial e relativa quando se tratar de direitos indisponíveis. b. absoluta e diz respeito à matéria de fato e de direito. c. relativa e diz respeito somente à matéria de direito. d. absoluta, mas diz respeito à matéria de direito. e. relativa e diz respeito somente à matéria fática. COMENTÁRIO a. A presunção de veracidade é relativa sempre. b. A presunção não é absoluta, pois admite prova em contrário. c. É relativa, mas produz efeito em relação aos fatos. d. Não é absoluta e não diz respeito à matéria de direito. e. De fato, é relativa e diz respeito à matéria fática. GABARITO 1. E 2. e 30m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista de Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. www.grancursosonline.com.br 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Fase Saneadora I DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – PROCEDIMENTO COMUM – FASE SANEADORA I Procedimento comum ‒ Fases Existem quatro fases no procedimento comum: • Postulatória: Petição inicial, audiência e resposta de réu. Se o réu não apresentar contestação, será considerado revel. • Saneadora: O juiz começa a se organizar para analisar as provas e julgar. • Instrutória: Produção das provas. • Decisória: O juiz profere a sentença. Fase saneadora Na fase saneadora, o juiz analisa o que já foi apresentado na petição inicial, na audiência e na resposta de réu, para começar a se organizar para as fases seguintes. Nessa fase, o juiz: • Verifica a necessidade de tomar providências preliminares. • Tenta julgar o processo. Assim, em vez de proferir a sentença somente na fase decisó- ria, profere na fase saneadora. • Se não for possíveljulgar, fornece uma decisão saneadora. Tal decisão tenta organizar o processo para a fase instrutória e para proferir a sentença. Providências preliminares CAPÍTULO IX – DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E DO SANEAMENTO Art. 347. Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as providên- cias preliminares constantes das seções deste Capítulo. Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produ- zir, se ainda não as tiver indicado. 5m 10m 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Fase Saneadora I DIREITO PROCESSUAL CIVIL O efeito da revelia é a presunção de veracidade. Ele não ocorre nas situações previstas no art. 345. Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indis- pensáveis a essa produção. Se o réu não contesta a petição inicial, há revelia. Se a revelia tem a presunção de vera- cidade, o juiz julga. Se a revelia não possui o efeito material, o juiz manda o autor produzir provas. O efeito material não ocorre nas situações previstas no art. 345 do CPC. Se o réu contestar apresentando fato novo (impeditivo, extintivo ou modificativo do direito do autor) ou defesa processual, nos termos do art. 337, o juiz irá ordenar a réplica do autor em relação às alegações: Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova. Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determi- nará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova. Caso o juiz verifique a existência de irregularidades ou vícios sanáveis, ele ordena a cor- reção em até 30 dias: Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determi- nará sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias. Julgamento conforme o estado do processo O julgamento antecipado ocorre somente se for possível. 1) Da Extinção do Processo Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento. O art. 485 trata da extinção do processo sem mérito: Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: I – indeferir a petição inicial; II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 15m 20m 25m 30m 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Fase Saneadora I DIREITO PROCESSUAL CIVIL III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; VIII – homologar a desistência da ação; IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposi- ção legal; e X – nos demais casos prescritos neste Código. O art. 487, incisos II e III trata da extinção com mérito: Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; III – homologar: a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; b) a transação; c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. Portanto, a extinção ocorre nas hipóteses do art. 485 e na hipótese de decadência ou prescrição, ou quando o juiz homologar a renúncia do autor, eventual transação das partes ou eventual reconhecimento do pedido. Se o juiz decidir extinguir todo o processo, a decisão será uma sentença. Se extinguir parte do processo, a decisão será interlocutória. 35m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Fase Saneadora II DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – PROCEDIMENTO COMUM – FASE SANEADORA II RELEMBRANDO Na fase saneadora, o juiz: • Verifica a necessidade de tomar providências preliminares. • Tenta julgar o processo. Assim, em vez de proferir a sentença somente na fase decisória, profere na fase saneadora. • Se não for possível julgar, fornece uma decisão saneadora. Tal decisão tenta organizar o processo para a fase instrutória e para proferir a sentença. Julgamento conforme o estado do processo: ocorre somente quando possível. Primeira- mente, o juiz tenta a extinção do processo (com ou sem mérito), que pode ser feita por completo (proferindo sentença) ou de parte do processo (decisão interlocutória). Julgamento Conforme o Estado do Processo O segundo passo do juiz é tentar o julgamento antecipado do mérito. 2) Do Julgamento Antecipado do Mérito No julgamento antecipado, aplica-se o art. 487, I, que dispõe sobre o efetivo julgamento do pedido. Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: I – não houver necessidade de produção de outras provas; Obs.: Quando não há necessidade da produção de outras provas, significa que a causa está madura. II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349. 5m www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Fase Saneadora II DIREITO PROCESSUAL CIVIL Obs.: O efeito previsto no art. 344 é a presunção de veracidade = presumir que os fatos alegados na petição inicial são verdadeiros. Quando há presunção de veracidade, a causa também está madura, por isso, o juiz pode julgar. 3) Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito Situação hipotética: “A” ajuíza ação contra “B”, pedindo dano moral no valor de R$ 10.000 e dano material, no valor de R$ 50.000. Cada pedido deve ser analisado separadamente pelo juiz, como se fossem capítulos do processo. Caso B não conteste a ação, e a revelia possua presunção de veracidade, o juiz julgará o processo. Se B apresentar contestação impugnando somente o dano moral, este será matéria con- troversa. O dano material, por sua vez, será matéria incontroversa. Dessa forma, não fará sentido continuar o processo para discutir um tema que não teve impugnação. Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formula- dos ou parcela deles: I – mostrar-se incontroverso; II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. Obs.: O processo, nesse caso, está parcialmente maduro. O juiz proferirá decisão inter- locutória. § 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obri- gação líquida ou ilíquida. Na decisãointerlocutória cabe agravo. § 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na deci- são que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. § 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. 10m 15m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Fase Saneadora II DIREITO PROCESSUAL CIVIL § 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. § 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. Obs.: O agravo de instrumento está previsto no art. 1.015 do CPC. Se o processo seguir, o juiz deve proferir uma decisão saneadora. Funções da Decisão Saneadora • Declarar saneado o processo: significa que o processo está livre de vícios, ou seja, estão presentes as condições da ação e os pressupostos processuais, e não há impe- dimentos processuais (coisa julgada, perempção, litispendência). • Organizar a fase instrutória: fixando os pontos controvertidos, definindo as provas que serão produzidas e marcando a data da audiência de instrução e julgamento (caso haja necessidade de prova oral). Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em deci- são de saneamento e de organização do processo: I – resolver as questões processuais pendentes, se houver; II – delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especifi- cando os meios de prova admitidos; III – definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; IV – delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; V – designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento. § 1º Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solici- tar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. Obs.: Da decisão de saneamento não cabe recurso. Caso o juiz tenha se confundido a respeito de algum assunto, as partes possuem 5 dias para esclarecer ou ajustar. Após esse prazo, a decisão se tornará estável. Quando houver situação sobre redistribuição do ônus da prova, caberá agravo de instru- mento, nos termos do art. 1.015, XI, do CPC. 20m 25m 30m 35m www.grancursosonline.com.br 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Fase Saneadora II DIREITO PROCESSUAL CIVIL § 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vin- cula as partes e o juiz. § 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações. § 4º Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas. Obs.: No caso de prova testemunhal, as partes devem apresentar o rol de testemunhas em até 15 dias. Caso o juiz tenha marcado audiência de saneamento (§ 3º), o rol de testemunhas deve ser apresentado na audiência. § 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas. § 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato. § 7º O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados. § 8º Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização. § 9º As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências. Obs.: O juiz também pode determinar a produção de provas sobre fatos que ocorreram após a estabilização da decisão. A depender da complexidade da causa, o juiz pode aumentar ou reduzir o número de testemunhas. 40m 45m www.grancursosonline.com.br 5www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Fase Saneadora II DIREITO PROCESSUAL CIVIL Caso haja amicus curiae ou assistentes no processo, eles também poderão solici- tar ajustes. Também pode ser solicitada nova produção de provas. ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. www.grancursosonline.com.br 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – PROCEDIMENTO COMUM – AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO RELEMBRANDO Na fase postulatória do Procedimento Comum, o autor apresenta a petição inicial, o juiz pode marcar uma audiência de conciliação/mediação e há o momento de resposta do réu, que pode apresentar apenas contestação, apenas reconvenção ou ambas (na mes- ma petição). Em seguida, parte-se para a fase saneadora, na qual o juiz toma providências prelimina- res (a possibilidade de produção de provas, de réplica do autor no caso de fato novo ou defesa processual e de correção das irregularidades). Tendo providências preliminares ou não, o juiz faz o julgamento conforme o estado do processo. Primeiramente, há a tentativa de extinguir o processo. Caso não aconteça, o juiz tenta julgar antecipadamente todo o mérito. Não sendo possível, há, então, a tentativa de julgar parcialmente o mérito. Quando não é possível julgar todo o processo ou quando somente é possível julgá-lo par- cialmente, o processo segue para a decisão saneadora. Tal decisão declara saneado o processo e o organiza para seguir rumo à fase instrutória. A decisão saneadora não é sujeita a recurso. Fase instrutória O estudo da fase instrutória divide-se em duas partes: • 1ª Parte: audiência de instrução e julgamento (AIJ). Somente é marcada pelo juiz se houver a necessidade de produção de prova oral. Exemplo de provas orais: oitiva de testemunhas, esclarecimento de peritos e técnicos, depoimento pessoal das partes. A AIJ está prevista nos arts. 358 a 368 do CPC. • 2ª Parte: provas. 5m 10m www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum DIREITO PROCESSUAL CIVIL AIJ ‒ Audiência de Instrução e Julgamento • É marcada quando há a necessidade de produção de prova oral. Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julga- mento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar. O Ministério Público participa da audiência apenas se for de seu interesse. Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem. O juiz deve tentar conciliar as partes, pois é parte modaldo Código de Processo Civil a chamada Justiça Multiportas: mais vale as partes se contentarem com um acordo do que efetivamente terem a imposição de uma decisão. Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe: I – manter a ordem e o decoro na audiência; II – ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente; III – requisitar, quando necessário, força policial; IV – tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da De- fensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo; V – registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência. Resumo AIJ: • Após a decisão saneadora, a AIJ pode ser marcada. • Art. 358: o juiz irá apregoar as partes. • Art. 359: há a possibilidade de conciliação (Justiça Multiportas). Conciliar as partes é o objetivo perene do Judiciário. • Durante todo o momento da AIJ, o juiz exerce o poder de polícia para manter a ordem na audiência. por força desse poder, ele registra em ata tudo o que ocorrer em audiência. • Art. 361: caso não haja acordo, a audiência é iniciada com a produção de provas. Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, prefe- rencialmente: I – o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito; 15m 20m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum DIREITO PROCESSUAL CIVIL Se o perito promoveu a perícia e elaborou o laudo pericial respondendo aos quesitos por escrito, ele não precisa comparecer à audiência. Salvo se o juiz entender ser necessário esclarecer algum ponto ou se as partes pedirem algum tipo de esclarecimento. II – o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais; A função do depoimento pessoal é fazer com que o autor ou o réu promova uma confis- são. Quando o autor estiver prestando seu depoimento pessoal, o réu deve sair da sala de audiência, deixando somente seu advogado. Nos casos em que o réu é advogado de si mesmo, o juiz pode inverter a ordem dos depoi- mentos e chamá-lo para depor antes do autor. III – as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas. Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as testemu- nhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz. Os depoimentos precisam ser livres de qualquer opinião alheia que esteja presente na audiência. A ordem de produção de provas prevista no art. 361 é uma ordem preferencial, não é obrigatória. A depender da conveniência e da necessidade, o juiz pode inverter a ordem. Em suma, primeiro são ouvidos os peritos, em seguida, são realizados os depoimentos pessoais do autor e do réu, e, por fim, são ouvidas as testemunhas. Para memorizar: P ‒ DP ‒ T (peritos, depoimentos pessoais e testemunhas). Adiamento da AIJ A AIJ pode ser efetivamente adiada: Art. 362. A audiência poderá ser adiada: I – por convenção das partes; II – se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessaria- mente participar; III – por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado. As partes podem adiar a audiência por meio da aplicação do Negócio Jurídico Pessoal, previsto no art. 190 do CPC. 25m 30m 35m www.grancursosonline.com.br 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum DIREITO PROCESSUAL CIVIL A audiência também pode ser adiada por motivo relevante justificado e pelo atraso injus- tificado de seu início, em tempo superior a 30 minutos (para a autoridade judiciária). § 1º O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz procederá à instrução. § 2º O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou defen- sor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público. § 3º Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas. Caso o advogado ou defensor público falte à audiência, o juiz poderá dispensar as provas requeridas por eles. A mesma regra se aplica ao Ministério Público. Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas. Havendo alteração ou antecipação da audiência, o juiz intimará todos os envolvidos, nos termos do art. 363. A AIJ é una, contínua e efetivamente pública. Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais. Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das partes. Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e do julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais próxima possível, em pauta preferencial. Após ouvir todas as provas orais, o juiz observa a incidência do art. 364, ou seja, dá a palavra aos advogados para as alegações finais. Após os advogados, se for o caso, o juiz dá a palavra ao Ministério Público, para a inter- venção final. Cada um tem o tempo de 20 minutos para falar, que pode ser prorrogado por mais 10 minutos, a critério do juiz. Caso não dê para todos se manifestarem (quando há muitos advogados, por exemplo) ou se a causa for muito complexa, o juiz pode substituir os debates orais por alegações por escrito. Art. 364, § 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos. 40m 45m 50m www.grancursosonline.com.br 5www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum DIREITO PROCESSUAL CIVIL O prazo para as alegações escritas é de 15 dias. Encerrados os debates, o juiz profere a sentença em audiência ou em 30 dias. Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias. Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocorrido na audi- ência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no ato. Todas essas informações correspondem à ata de audiência. § 5º A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a legislação específica. § 6º A gravação a que se refere o § 5º também pode ser realizada diretamente por qualquer das partes, independentemente de autorização judicial. ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista de Queiroz. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. www.grancursosonline.com.br 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Provas: Disposições Gerais DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – PROCEDIMENTO COMUM – PROVAS: DISPOSIÇÕES GERAIS Teoria Geral das Provas – Disposições Gerais sobre Provas (arts. 369 a 380, CPC) Existem inúmeraspossibilidades de se provar um ocorrido: apresentando documentos, por relato de testemunhas, perícia etc. O objeto das provas são os fatos. Para chegar aos fatos, são observados a fonte e o meio de prova. • Fonte: elementos externos aptos a provar os fatos. Exemplos: pessoas, coisas. Em uma perícia em um carro, por exemplo, o carro é um elemento externo. Uma teste- munha, também é uma fonte. • Meio: elementos internos do processo aptos a provar os fatos. São instrumentos ou atividades relacionadas à retirada da prova. Exemplo: o carro é a fonte, a perícia é o meio. Conceito de Prova • Objetivo: é meio jurídico idôneo para convencer o juiz da existência ou não de um fato. • Subjetivo: prova é a convicção judicial sobre a existência ou não de um fato. Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moral- mente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. Obs.: os meios legais e moralmente legítimos correspondem às provas típicas (previstas na Lei) e atípicas (não têm previsão na Lei). É importante saber diferenciar prova ilícita de prova ilegítima. • Prova ilícita: viola regra de direito material. • Prova ilegítima: viola regra de direito processual. 5m 10m 15m 20m www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Provas: Disposições Gerais DIREITO PROCESSUAL CIVIL A gravação de uma conversa pode ser utilizada como prova, desde que o autor da grava- ção esteja participando da conversa. Já a interceptação telefônica, só pode ser feita para fins do Direito Penal. Não há previsão de autorização judicial para a interceptação de conversa telefônica no processo civil. Contudo, caso, em uma interceptação telefônica autorizada no Direito Penal, surja algo importante para o processo civil, a prova pode ser trazida para o processo civil. No julgado HC 203.405 do STJ, a 3ª Turma admitiu a interceptação telefônica em uma situação peculiar: “a 3ª Turma não conheceu do habeas corpus impetrado em favor do paciente, o qual alegou que não cumpriria ordem de interceptação telefônica emanada da Vara de Família, porque a medida seria vedada na esfera extrapenal. A impetração busca garantir que, diante dessa recusa, não lhe sobrevenha nenhuma consequência de natureza criminal. Contudo, para o Ministro relator, não obstante a quebra do sigilo telefônico esteja restrita, em tese, ao processo penal, não se pode, no caso, aco- lher as razões dos impetrantes, tão somente a partir desse fundamento. Ressaltou que na espécie trata-se de situação excepcional, na qual, embora a ordem tenha emanado de um juízo cível, há a possibilidade de averiguar a suposta prática do crime de subtração de menor, estampado no art. 237 do ECA. Afirmou, portanto, que a hipótese exige a ponderação no interesse constitucional em con- flito: o direito à intimidade e os direitos fundamentais da criança e do adolescente. Sem que se possa estabelecer a priori, a garantia do sigilo das comunicações deve ser preponderante. Salientou também, não ser possível aferir a iminência da prisão do paciente.” No caso em questão, o juiz da Vara de Família ordenou a interceptação telefônica, e o encarregado da interceptação se negou, alegando não ser ordem criminal. O enunciado 301 do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC) determina que se aplica por analogia, o art. 157, § 1º, do CPP, sobre o afastamento da ilicitude da prova. Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. § 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evi- denciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. 25m 30m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Provas: Disposições Gerais DIREITO PROCESSUAL CIVIL § 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. A respeito da determinação da produção de provas, adota-se a previsão do art. 370: Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias. O juiz, seja de ofício ou mediante requerimento, determina as provas necessárias. O juiz é um dos destinatários da prova (EN n. 50, FPPC). Destinatário é aquele que possui interesse na produção da prova. Também são destina- tários: as partes, o Ministério Público, os advogados. Verdade dos Fatos Há dois tipos de verdade: real e formal. Situação hipotética: Roberta empresta R$ 50.000 a Aragonê. Como garantia, Aragonê faz um cheque para Roberta para o dia 10 do mês seguinte. No dia 10, Roberta deposita o cheque e descobre que este estava sem fundo. Ela, então, comunica a Aragonê, que a pede para encontrá-lo para entregar o dinheiro em mãos. Ele entrega a quantia e pede de volta o cheque, mas Roberta havia esquecido em casa. Se Roberta ajuizar uma ação contra Aragonê, cobrando o cheque de R$ 50.000, o juiz pensará que ele, de fato está devendo, pois Roberta possui o cheque em mãos, devolvido sem fundo. Aragonê, nesse caso, tentará provar que pagou Roberta. A verdade real, nessa situação, é o que realmente aconteceu, ou seja, Aragonê não deve. Caso Aragonê não consiga provar que de fato pagou Roberta, o juiz o mandará pagar. • Verdade real: o que de fato aconteceu. • Verdade formal: verdade dos autos. 35m 40m www.grancursosonline.com.br 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Provas: Disposições Gerais DIREITO PROCESSUAL CIVIL O processo civil busca a verdade real, mas se contenta, muitas vezes, com a verdade dos autos. Convicção do juiz Ao tratarmos da convicção do juiz, estamos tratando de sistemas de valoração da prova ( art. 371, CPC). Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. Existem três sistemas: • Prova legal: prova tarifada (a Lei prevê qual prova vale mais). • Livre conhecimento: íntima convicção, sem necessidade de fundamentação. • Persuasão racional: o juiz deve fundamentar a decisão. 45m 50m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. www.grancursosonline.com.br 1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Provas: Disposições Gerais II DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO CIVIL DESENHADO – PROCEDIMENTO COMUM – PROVAS: DISPOSIÇÕES GERAIS II RELEMBRANDO Quando tratamos da convicção do juiz, estamos tratando de sistemas de valoração da prova (art. 371, CPC). Existem três sistemas: • Prova legal: prova tarifada (a Lei prevê qual prova vale mais). • Livre conhecimento: íntima convicção, sem necessidade de fundamentação. • Persuasão racional: o juiz devefundamentar a decisão. O Brasil adota o sistema da persuasão racional, pois exige que o juiz fundamente sua decisão de forma qualificada, analítica e legítima. No Código de 1973, era comum tratar o sistema de persuasão racional como sinônimo de livre convencimento motivado. O juiz é livre para analisar as provas e fundamentar, mas precisa motivar as decisões judiciais. Prova Emprestada O instituto da prova emprestada está previsto no art. 372 do CPC. Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atri- buindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. Prova emprestada é aquela que é produzida em um processo e levada para outro, obser- vado o contraditório. O STJ, no julgamento do ERESP 617.428, determina que: “É admissível, assegurado o contraditório, a prova emprestada de processo, do qual não participaram as partes do processo para o qual a prova será trasladada. A grande valia da prova emprestada, reside na economia processual que proporciona, tendo em vista que se evita a repetição desnecessária da produção de prova de idêntico conteúdo. 5m www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Provas: Disposições Gerais II DIREITO PROCESSUAL CIVIL Igualmente, a economia processual decorrente da utilização da prova emprestada, importa em incremento de eficiência, na medida em que garante a obtenção do mesmo resultado útil em menor período de tempo, em consonância com a garantia constitucional da duração razo- ável do processo, inserida pela Constituição Federal, pela Emenda Constitucional 45/2004. Assim, é recomendável que a prova emprestada seja utilizada sempre que possível, desde que se mantenha hígida a garantia do contraditório. Porém, a prova emprestada não pode se restringir a processos em que figurem partes exatamente idênticas, sob pena de se reduzir excessivamente sua aplicabilidade, sem justificativa razoável para isso. Assegurada às partes o contraditório sobre a prova, isto é, o direito de se insurgir contra a prova e de refutá-la adequadamente, o empréstimo será válido.” É possível, portanto, pegar emprestadas as provas de um processo e levar para outro, mesmo que as partes não sejam exatamente as mesmas. Nesse mesmo sentido, o enunciado n. 30 da JDPC determina que admite-se a prova emprestada ainda que não haja identidade de partes. O contraditório deve acontecer no processo de origem, contudo, o enunciado n. 52 do FPPC determina que, para a utilização da prova emprestada, deve-se ter a observância do contraditório no processo de origem, assim como no processo de destino, considerando-se que, no processo de destino, a prova mantenha a natureza originária. A respeito disso, o julgado do STJ AgRg HC 289.078 de 2017 entende que: “A jurisprudência é firme na compreensão de que admite-se como elemento de convicção a prova produzida em outro processo, desde que a parte a quem a prova desfavorece, tenha participado do processo em que ela foi produzida. Resguardando-se, assim, o contraditório, e, por consequência, o devido processo legal substancial. Assim, produzida e realizada a prova em consonância com os preceitos legais, não há de se falar em Decreto de nulidade.” Ou seja, a prova emprestada deve ser utilizada como forma de desfavorecer quem parti- cipou em contraditório no processo de origem. Ônus da Prova (art. 373) Se o autor ou o réu alega um fato, eles devem prová-los. Ou seja, via de regra, quem alega algo deve provar. Art. 373. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. 10m 15m 20m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Provas: Disposições Gerais II DIREITO PROCESSUAL CIVIL Os incisos I e II correspondem à regra, chamada de Teoria estática/fixa/apriorística do ônus da prova. No entanto, existem situações em que não cabe a exigência de provas para a parte. Nesses casos, inverte-se o ônus da prova. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. O § 1º apresenta a exceção, também chamada de Teoria da carga dinâmica. Para inverter o ônus da prova é preciso: • Decisão fundamentada. • Oportunidade de produção da prova. § 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincum- bência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. § 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: Ver tópico (25227 documentos) I – recair sobre direito indisponível da parte; II – tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. § 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo. Art. 374. Não dependem de prova os fatos: I – notórios; Exemplo: quem é o Presidente da República. Todos sabem, portanto, não é preciso provar. II – afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; III – admitidos no processo como incontroversos; IV – em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. 25m 30m 35m www.grancursosonline.com.br 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Provas: Disposições Gerais II DIREITO PROCESSUAL CIVIL Portanto, não precisam ser provados os fatos: • Notórios; • Confessados; • Incontroversos; • Em que haja presunção de veracidade. Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observa- ção do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial. Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar. Excepcionalmente, a prova pode ter incidência sobre direito. Art. 377. A carta precatória, a carta rogatória e o auxílio direto suspenderão o julgamento da causa no caso previsto no art. 313, inciso V, alínea “b”, quando, tendo sido requeridos antes da decisão de saneamento, a prova neles solicitada for imprescindível. Parágrafo único. A carta precatória e a carta rogatória não devolvidas no prazo ou con- cedidas sem efeito suspensivo poderão ser juntadas aos autos a qualquer momento. Art. 378. Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o desco- brimento da verdade. Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte: I – comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado; II – colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for considerada necessária; III – praticar o ato que lhe for determinado. Obs.: Ninguém precisa produzir prova contra si, mas deve colaborar com o descobrimento da verdade, pois busca-se a verdade real. Art. 380. Incumbe ao terceiro, em relação a qualquer causa: I – informar ao juiz os fatos e as circunstâncias de que tenha conhecimento; II – exibir coisa ou documento que esteja em seu poder. 40m www.grancursosonline.com.br 5www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Processo Civil Desenhado – Procedimento Comum – Provas: Disposições Gerais IIDIREITO PROCESSUAL CIVIL Parágrafo único. Poderá o juiz, em caso de descumprimento, determinar, além da impo- sição de multa, outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias. 45m ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre- parada e ministrada pela professora Roberta Batista. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. www.grancursosonline.com.br bookmark=id.gjdgxs bookmark=id.30j0zll bookmark=id.1fob9te bookmark=id.3znysh7 bookmark=id.2et92p0 bookmark=id.3dy6vkm bookmark=id.1t3h5sf bookmark=id.4d34og8 bookmark=id.2s8eyo1 bookmark=id.17dp8vu bookmark=id.26in1rg bookmark=id.lnxbz9 bookmark=id.35nkun2 bookmark=id.gjdgxs bookmark=id.30j0zll bookmark=id.1fob9te bookmark=id.3znysh7 bookmark=id.2et92p0 bookmark=id.tyjcwt bookmark=id.3dy6vkm bookmark=id.1t3h5sf bookmark=id.4d34og8 bookmark=id.2s8eyo1 bookmark=id.gjdgxs bookmark=id.30j0zll bookmark=id.1fob9te bookmark=id.3znysh7 bookmark=id.2et92p0 bookmark=id.tyjcwt bookmark=id.3dy6vkm bookmark=id.1t3h5sf bookmark=id.4d34og8 bookmark=id.2s8eyo1 bookmark=id.17dp8vu bookmark=id.3rdcrjn bookmark=id.26in1rg bookmark=id.lnxbz9 _GoBack