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RESUMO TEÓRICO – INTERVENÇÃO NA CRISE 
Preparação para o cuidado das pessoas em crise e urgência em Saúde Mental 
 
Nome: Código: 
Julia de Paula Sousa 1869145 
Maria Fernanda E. Vidal 1867807 
Pedro Baldini 1868816 
Roberta Sitta 1886480 
Vinicios Moreno 1866885 
Wellington Mascagni 1869145 
Yan Lanza 1843520 
 
RECURSOS INTERNOS PARA ATENÇÃO AO SOFRIMENTO PSÍQUICO. 
O atendimento em situações de crise traz demandas enriquecedoras para o trabalho na 
saúde mental, porém também será uma demanda estressante. O encontro com pacientes 
psiquicamente e socialmente desestruturados, com sofrimento intenso, além de outros 
fatores como a demanda do caso em questão, a recusa ou hostilidade do paciente a ser 
atendido, pode acarretar momentos de exaustão do profissional de saúde mental. 
É diante desta realidade que se torna necessário que o profissional mantenha um 
autocuidado, a fim de manter seus recursos internos e subjetivos mobilizados para lidar 
de maneira acolhedora e tranquila com as situações de crise. Discussões regulares dos 
casos, ajuda da equipe, reflexão teórica e supervisão clínicoinstitucional são importantes 
para a manutenção desses recursos, além de ter uma atenção voltada para as questões 
pessoais. 
Como citado anteriormente, pode haver casos em que o paciente se encontra 
desestruturado psiquicamente e até mesmo haja uma recusa do atendimento ou 
hostilidade por parte deste paciente. Nesses momentos é necessário que o profissional 
possua uma grande abertura de acolhimento e escuta, entendendo que o paciente está 
passando por uma situação em que não possui controle total ou parcial de seus impulsos, 
vontades e pensamentos, encontrando-se na posição de estar fora de si. É importante então 
que o profissional mantenha uma postura onde se mostre disponível, aberto e acolhedor 
para ouvir as demandas daquele paciente. 
Abertura para escutar 
É extremamente importante que o profissional se mantenha aberto para escutar as 
demandas trazidas pelo paciente em situação de crise. Claro que é possível que se realizar 
perguntas, tanto para o paciente, como para seus familiares e acompanhantes, de forma 
que se possa entender e avaliar as questões responsáveis pelo sofrimento do paciente, mas 
essas perguntas não devem ser o foco do atendimento. É aconselhável que também deixe 
um pouco de lado seus conhecimentos e colocar-se disponível para novos aprendizados 
que cada caso possa trazer. 
Afetos e desafetos 
É natural que determinados pacientes causem sentimentos bons e ruins, agradáveis ou 
não, mas não se pode deixar que esses sentimentos se sobreponham à necessidade de do 
paciente que necessita do atendimento. É necessário que o trabalhador da saúde mental 
trabalhe para possuir certo domínio do que o atrai e o que lhe é aversivo e de mesma 
forma não possa julgar comportamentos do paciente. Existe a possibilidade do paciente 
se mostrar hostil, dirigir xingamentos e até mesmo tentativas de agressão e é necessário 
que nesse momento o profissional mantenha a sua postura de acolhimento e ajuda para 
aquele paciente para que não se afaste do mesmo. Mais uma vez é necessário se lembrar 
que, neste momento de crise, o paciente se encontra desestruturado psiquicamente, 
tendendo a nos afastar dele. 
Medos e inseguranças 
Sentimentos de medo e insegurança durante o atendimento de pessoas em situação de 
crise também são comuns entre os profissionais. Como já dito anteriormente, a hostilidade 
e comportamentos agressivos, além de uma agitação acima do esperado podem fazer parte 
do atendimento. O profissional não deve se envergonhar desses sentimentos de medo e 
não pode deixar que isso atrapalhe em sua postura de acolhimento e disponibilidade. 
Algumas medidas podem ser tomadas diante de situações de medo como por exemplo 
ficar próximo a uma porta de saída no momento do atendimento, não ficar a sós ou em 
ambiente fechado com o paciente, pedir ajuda a um colega e, sobretudo, não tentar 
demonstrar autoridade sobre o paciente. Uma postura delicada e calma tem mais chances 
de acalmar um paciente agitado que inicialmente parecia perigoso. A insegurança e a 
angústia também são sentimentos comuns ao profissional, que pode vir a se sentir 
impotente diante da situação, mas é importante que esses sentimentos sejam trabalhados 
e controlados para que não interfira no atendimento. 
AVALIAÇÃO DO CONTEXTO, IDENTIFICANDO CONDIÇÕES CLÍNICAS E 
PSÍQUICAS DO INDIVÍDUO E DAS VULNERABILIDADES, 
POTENCIALIDADES E SITUAÇÕES DE RISCO. 
Embora as crises possuam singularidades de características, alguns fatores são igualmente 
importantes para serem avaliados para compreensão do grau de vulnerabilidade que o 
usuário se encontra. 
A crise: tempo e lugar 
Faz-se necessário um atendimento imediato, em que o usuário seja acolhido e escutado, 
após esse primeiro momento, devem ser realizados os encaminhamentos, de forma 
responsável, para o melhor atendimento da demanda apresentada. Em casos em que o 
usuário em crise não vai até o serviço de saúde, o serviço deve deslocar-se até o usuário, 
acompanhando-o onde ele estiver. A crise deve se enquadrar como prioridade em saúde, 
não havendo justificativas para o não acolhimento imediato, visto que ela exige uma 
abordagem ágil e acompanhamento intensivo e contínuo, a depender das avaliações a 
respeito do caso. A crise não escolhe lugar nem horário para acontecer. 
Observação: o primeiro olhar 
É importante observar questões referentes a aparência física e comportamentos na 
primeira abordagem de uma crise, além de se atentar ao fato de o usuário estar sozinho 
ou acompanhado. Num segundo momento, o profissional deve investir no 
estabelecimento com o usuário e acompanhantes, a fim de compreender a situação da 
crise e suas repercussões. 
A primeira aproximação: fale com ele. 
No momento da escuta, ofereça um espaço em que a privacidade da pessoa e da família 
atendida será preservada. Mesmo se a presença da família for necessária nesse primeiro 
contato, o usuário deve ser tratado como o principal interlocutor. Durante o atendimento 
as perguntas deverão ser direcionadas para obtenção de informações para o melhor 
entendimento do sofrimento psíquico, de quais os sintomas presentes e que maneira o 
usuário espera ser ajudado. Quando conseguimos estabelecer algum diálogo, ajudamos o 
usuário a acalmar-se e, ao mesmo tempo, a restabelecer seu laço com o outro, através do 
laço que faz conosco. 
A atenção aos familiares 
É preciso ouvir e tentar entender suas reações diante da situação que está passando, para 
encontrar a melhor forma de ajudá-los. Devemos ouvir os familiares que podem estar 
impacientes, exaltados ou mesmo combativos para entendê-los melhor. Os episódios de 
autoagressão e heteroagressão, quando presentes, podem assustar e ameaçar as pessoas 
próximas. 
Quando há relatos de uso de drogas, sejam eles primários ou secundários à situação 
apresentada, muitas vezes predominam os julgamentos morais. Tentar mostrar aos 
familiares que sua situação é muito dolorosa para os usuários. 
É importante ouvir a família, considerar suas explicações, tranquilizá-los de que vamos 
ajudar, buscar sua aliança de cuidado. Quando as famílias, apesar de nossa atenção, 
persistem em uma postura abertamente hostil, dispostas a prejudicar os usuários, devemos 
tomar as medidas necessárias para evitar que isso aconteça. 
Esclarecendo a situação de crise 
Uma anamnese completa contribui muito para a construção de um projeto de tratamento, 
pois se conseguirmos ter um bom diálogo com o usuário, ele mesmo poderá nos ajudar a 
esclarecer a situação, muitas vezes fornecendo informações sobre sua história, sua 
situação e suas vivências. Portanto, é indispensável entrevistar também os familiares. 
Perguntar sobre: 
1. A crise atual. 
2. Sobre a situação familiar, social e econômica. 
3. O estadode saúde física. 
4. A história do quadro psíquico do usuário. 
5. Sobre a história e situação de vida. 
O diagnóstico clínico 
Elementos para a súmula psicopatológica: 
• A consciência do usuário está clara ou obnubilada? 
• Encontra-se orientado no tempo e no espaço? 
• Sua capacidade de atenção e concentração encontra-se preservada ou não? 
• Há prejuízos de memória e de capacidade intelectual? 
• O pensamento encontra-se organizado e fluente, ou apresenta transtornos tais como 
desagregação, empobrecimento, aceleração ou lentificação, entre outros? Há alterações 
de sensopercepção, especialmente alucinações, e de que tipo: visuais, auditivas, olfativas, 
táteis, cinestésicas? 
• Ocorrem vivências de influência, como divulgação de pensamentos, pensamentos 
impostos, controle da mente e do corpo pela Internet ou pela TV? 
• Há interpretações delirantes, e qual o seu conteúdo: de perseguição, grandeza, ruína, 
entre outros? 
• Há alterações na esfera da psicomotricidade e dos impulsos, como agitação ou 
lentificação psicomotora, compulsões e impulsões? 
• A afetividade está empobrecida, lábil ou pueril? 
• O humor encontra-se exaltado ou deprimido? 
Após a investigação dessas questões, é preciso cautela para não procurar diretamente um 
diagnóstico no CID-10 ou DSM-V, pois pode se tratar de um quadro descrito em um dos 
três seguintes grandes campos noológicos: um quadro psiquiátrico orgânico, de um 
transtorno do campo das psicoses ou de um transtorno do campo das neuroses. Tendo 
como busca esses campos, devemos nos perguntar, quais alterações primárias e relevantes 
de inteligência, memória, consciência e orientação, podem estar presentes? 
Além do exame básico do paciente, que seria, a mensuração das informações vitais, 
nutrição e hidratação. 
Esta avaliação do momento é a base para a decisão, qual é o comportamento inicial de 
um usuário em crise. então, combine cuidadosamente diferentes aspectos do caso estimar 
suas fraquezas e pontos fortes, e tome as medidas necessárias para protegê-lo. 
Aqui, o objetivo principal é avaliar o risco que uma crise representa para o usuário e para 
os que o cercam. Para fazer isso, você deve combinar todos os elementos observados até 
agora em um quadro geral, levando em consideração as diferentes dimensões da 
vulnerabilidade dos usuários: psicológica, física, econômica, social. 
 Além disso, a magnitude do risco não depende apenas da intensidade da crise. Em 
princípio, uma crise intensa é uma situação perigosa. Porém, se o usuário estiver bem de 
saúde, se sua família e amigos estiverem dispostos a apoiá-lo, se ele for bem aceito na 
comunidade e se tiver uma boa relação com o tratamento, o risco de um usuário em crise 
grave é reduzido. 
A gravidade de um risco não é dada apenas pela intensidade crise. Em princípio, uma 
crise intensa é uma situação perigosa. No entanto, se o usuário estiver em crise intensa, 
seu risco será menor, se sua família e amigos estão dispostos a apoiá-lo, se bem aceito 
em sua comunidade e se você construir bons relacionamentos com o tratamento. Por 
outro lado, outro usuário com menos crises intensas, pode estar em maior risco se estiver 
muito debilitado organicamente, se não for suportado, se for rejeitado ou ameaçado na 
comunidade em que vive, e recusa qualquer forma de tratamento. 
ABORDAGEM DE SITUAÇÃO DE CRISE EM DIFERENTES ESPAÇOS 
CONSIDERANDO OS PRINCÍPIOS NORTEADORES: ACOLHIMENTO, 
AUTONOMIA, GARANTIA DE DIREITOS, CUIDADO PACTUADO, 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS E MEDIDAS INVOLUNTÁRIAS COMO 
EXCEÇÃO. 
Neste trecho do livro, o foco está na importância do acolhimento e da escuta no cuidado 
às pessoas em situação de crise e urgência em saúde mental. O acolhimento é entendido 
como uma postura ética e política que visa receber e acolher a pessoa em sofrimento 
psíquico de forma humanizada e sem julgamentos. Essa postura de acolhimento deve ser 
adotada não apenas pelos profissionais de saúde mental, mas por toda a equipe de saúde, 
incluindo técnicos de enfermagem, assistentes sociais, entre outros. 
Ainda no que diz respeito ao acolhimento, é destacada a importância de considerar o 
contexto social e cultural em que a pessoa está inserida. Isso implica em compreender as 
desigualdades sociais e as formas de violência que podem estar presentes em sua vida. É 
preciso, portanto, adotar uma abordagem que considere a pessoa em sua totalidade, e não 
apenas seus sintomas ou comportamentos. 
A escuta é vista como uma ferramenta fundamental para compreender a experiência da 
pessoa em crise e suas necessidades. O profissional de saúde mental deve estar atento 
para identificar os sinais de sofrimento e angústia, e criar um espaço de confiança e 
respeito para que a pessoa possa se expressar livremente. Isso implica em estar presente 
e disponível, sem interromper a fala da pessoa, evitando fazer julgamentos ou emitir 
opiniões prematuras. A escuta deve ser ativa e empática, demonstrando interesse genuíno 
pela pessoa e suas vivências. 
Outro ponto destacado é a importância da formação e capacitação dos profissionais de 
saúde mental para o cuidado em situações de crise e urgência. É preciso que os 
profissionais estejam preparados para lidar com as diversas demandas que surgem nesses 
momentos e possam oferecer um atendimento humanizado e efetivo. Isso inclui 
conhecimentos sobre a dinâmica das crises, técnicas de intervenção, além de uma postura 
ética e política que valorize a pessoa em sofrimento psíquico como sujeito de direitos. 
Por fim, é enfatizado que o cuidado às pessoas em situação de crise e urgência em saúde 
mental deve ser pautado pela perspectiva da Atenção Psicossocial. Essa perspectiva busca 
promover a autonomia e o protagonismo da pessoa em sofrimento psíquico, valorizando 
sua história de vida e suas vivências. Isso implica em criar um ambiente terapêutico que 
estimule a participação ativa da pessoa no processo de cuidado, considerando suas 
necessidades e desejos. Essa abordagem valoriza a diversidade e a singularidade de cada 
pessoa, e busca contribuir para o fortalecimento de suas redes de apoio social e 
comunitário. 
Processo de trabalho individual e em equipe em situação de crise e urgência. 
Aspectos que contribuem para a organização de um bom processo de trabalho individual 
e em equipe: 
• Atribuição e distribuição de responsabilidades devem ser feitas coletivamente; 
• Os membros devem priorizar a atuação como trabalhador em saúde mental, ou 
seja, impedindo que engesse o trabalho em função de sua identidade profissional; 
• O acolhimento do usuário é conduzido por um determinado trabalhador, apto a 
realizar a aproximação, os esclarecimentos e a avaliação; 
• Outros trabalhadores podem colaborar durante ou depois da realização do 
acolhimento; 
• Qualquer profissional deve estar apto a fazer a avaliação do usuário. Se 
necessário o uso de medicação, o médico também deve avaliar o usuário, 
respeitando a opinião do outro trabalhador. 
• Muitas decisões são tomadas pelo trabalhador que avaliou o usuário, 
comunicando e esclarecendo as decisões; 
• O usuário costuma ser acompanhado por um técnico de referência, que deverá 
escutar, apreender sua posição subjetiva, ter uma visão ampla dos aspectos de sua 
situação, para organizar um projeto terapêutico. O sucesso desse projeto depende 
dos outros trabalhadores. 
• Relações de trabalho horizontais e solidárias devem prevalecer entre a equipe. 
• Nenhum saber teórico deve ocupar a posição central na equipe. A atuação 
interdisciplinar requer saberes múltiplos. 
• A equipe deve sair do consultório, da sala, transitar, dialogar com outras equipes, 
abrindo novos horizontes. 
• Reuniões em equipe, matriciamento e atividades afins são de grande importância 
para discussões de casos. 
 
Projeto Terapêutico 
O projeto terapêutico do usuário em crise deve ser ágil e flexível. Ágil, porque a crise 
costuma requerer intervenções imediatase rápidas já no primeiro atendimento. Flexível, 
porque o tipo e o grau das intervenções necessitam ser revistos a cada dia, que podem 
acarretar modificações importantes, conforme o andamento do caso. 
Embora a estabilização dos sintomas seja um objetivo importante na abordagem da crise, 
o que se busca, sobretudo, em todo projeto terapêutico, é que o usuário, sustentando sua 
singularidade e construindo sua autonomia, encontre formas mais fecundas de conviver 
consigo e com os outros, conquiste seu espaço na cidade, produza sentidos para a própria 
vida.

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