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DIARREIA • Frequência aumentada de evacuações (mais de três por dia), quantidade aumentada de fezes (mais de 200 g/dia) e alteração da consistência das fezes (i. e., aumento da liquidez das fezes). • A diarreia está habitualmente associada a urgência, desconforto perianal, incontinência ou uma combinação desses fatores. Qualquer condição capaz de provocar aumento das secreções intestinais, diminuição da absorção pela mucosa ou alteração da motilidade pode produzir diarreia. • A síndrome do intestino irritável, a doença inflamatória intestinal e a intolerância à lactose são, com frequência, os processos patológicos subjacentes que causam diarreia. Classificação: • AGUDA: associada a infecção e, em geral, é autolimitada, com duração de até 7 a 14 dias; • CRÔNICA: persiste por mais de 2 a 3 semanas e pode retornar esporadicamente. Classificação das Diarreias: • SECRETORA - habitualmente uma diarreia de grande volume. A diarreia secretora, que frequentemente está associada a toxinas e neoplasias, é causada pelo aumento na produção e secreção de água e eletrólitos pela mucosa intestinal no lúmen intestinal. • OSMÓTICA - ocorre quando a água é atraída para o intestino pela pressão osmótica de partículas não absorvidas, lentificando a reabsorção de água. Pode ser causada pela deficiência de lactase, disfunção pancreática ou hemorragia intestinal. • DISABSORTIVA - combina ações mecânicas e bioquímicas, inibindo a absorção efetiva de nutrientes, manifestada por marcadores de desnutrição, que incluem a hipoalbuminemia. Os baixos níveis séricos de albumina levam ao edema da mucosa intestinal e formação de fezes líquidas. • INFECCIOSA - agentes infecciosos que invadem a mucosa intestinal. Ex. Clostridium dificile. • EXSUDATIVA - causada por alterações na integridade da mucosa, perda epitelial ou destruição tecidual por radiação ou quimioterapia. Causas • Medicamentos: reposição de hormônio da tireoide, emolientes fecais e laxativos, agentes prócinéticos, antibióticos, quimioterapia, antiarrítmicos, antihipertensivos, antiácidos à base de magnésio, determinadas fórmulas de alimentação por sonda; • Distúrbios metabólicos e endócrinos: diabetes, doença de Addison, tireotoxicose; • Processos infecciosos virais ou bacterianos: disenteria, shigelose, intoxicação alimentar); • Distúrbios nutricionais e disabsortivos - doença celíaca; defeito do esfíncter anal; Íleo paralítico, obstrução intestinal; Síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS/SIDA). Manifestações Clínicas • Frequência aumentada e do conteúdo de líquido das fezes; • Cólicas abdominais; • Distensão; • Ruflar intestinal (borborigmo); • Anorexia e sede. • Tenesmo; • Desidratação e desequilíbrios hidreletrolíticos. • As fezes aquosas caracterizam distúrbios do intestino delgado, enquanto as fezes pastosas e semissólidas estão mais frequentemente associadas a distúrbios do intestino grosso. As fezes volumosas e gordurosas sugerem má absorção intestinal, e a presença de sangue, muco e pus nas fezes sugere enterite ou colite inflamatória. • A presença de gotículas de óleo na água do vaso sanitário quase sempre é diagnóstica de insuficiência pancreática. • A diarreia noturna pode constituir uma manifestação da neuropatia diabética. • Deve-se considerar a possibilidade de infecção por C. dificile em todos os pacientes com diarreia inexplicada que estão tomando ou que tomaram recentemente antibióticos. Tratamento • Controle dos sintomas, prevenção das complicações e eliminação ou tratamento da doença subjacente. • Evitar a cafeína, bebidas carbonatadas e alimentos muito quentes ou muito frios, visto que eles estimulam a motilidade intestinal. Pode haver necessidade de restringir os derivados do leite, gorduras, produtos integrais, frutas frescas e vegetais por vários dias. • Reidratação rápida em alguns pacientes, particularmente nos pacientes idosos e naqueles com condições GI preexistentes (doença inflamatória intestinal). • Monitorar rigorosamente os níveis séricos dos eletrólitos