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SISTEMA DE ENSINO REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS As Agências Reguladoras Livro Eletrônico 2 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Sumário As Agências Reguladoras ...........................................................................................................................................3 1. Introdução ........................................................................................................................................................................3 2. Estrutura Administrativa Básica no Direito Administrativo: Conhecimentos Básicos e Agências Reguladoras neste Contexto ...........................................................................................................3 3. Surgimento e Intensificação da Regulação no Brasil ..........................................................................13 4. As Agências Reguladoras no Brasil ..............................................................................................................15 4.1. Princípio da Legalidade no Contexto das Agências Reguladoras .............................................19 5. O Marco Legal das Agências Reguladoras: a Lei n. 13.848/2019 ................................................20 Resumo ...............................................................................................................................................................................25 Mapa Mental ....................................................................................................................................................................29 Questões de Concurso ...............................................................................................................................................32 Gabarito ..............................................................................................................................................................................48 Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................49 Referências .......................................................................................................................................................................92 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela AS AGÊNCIAS REGULADORAS 1. Introdução Olá, pessoal, tudo bem? Começamos agora nossa aula 05. Nesta trataremos das agências reguladoras como principais entes responsáveis pela regulação econômica de setores em que são encontradas falhas de mercado, falhas de governo e em mercados onde a intervenção do estado muda seu papel, deixando de ser interventor e passando a ser regulador. Nesse sentido e conectando com as aulas anteriores, após estudarmos o conceito de re- gulação, suas causas (falhas de mercado e falhas de governo) e o principal tipo de regulação – regulação tarifária, com todos os problemas e conceitos associados a estas, nesta aula 5 analisaremos o sujeito eleito como principal ente regulador e capaz de aumentar o grau de tecnicidade desta regulação. Assim, vamos descrever e esmiuçar detalhes quanto às agências reguladoras, incluindo uma breve análise da Lei 13.848/2019 – marco das agências reguladoras federais e que, de certa forma, também acaba por trazer dispositivos que poderão ser utilizados por estados e municípios – espécie de norma geral, como o art. 14, que trata do controle externo dessas en- tidades a ser feito pelo poder legislativo, com auxílio do tribunal de contas. Faremos também uma breve introdução quanto a aspectos do direito administrativo, de forma a fazer a correta contextualização dessas entidades dentro desse campo do direito, o que facilitará, inclusive, para o estudo de outras disciplinas como o próprio direito adminis- trativo, direito regulatório e o direito concorrencial. Entretanto, quanto a este último, os deta- lhamentos serão feitos na parte relativa à defesa da concorrência, inclusive quanto a estes aspectos estruturais trazidos pela lei, como o sistema brasileiro de defesa da concorrência e os órgãos que os compõe. O que precisarem, estou à disposição sempre! 2. Estrutura admInIstratIva BásIca no dIrEIto admInIstratIvo: conhE- cImEntos BásIcos E agêncIas rEguladoras nEstE contExto O direito administrativo é o conjunto de princípios jurídicos que regem a atividade adminis- trativa, as entidades, os órgãos e os agentes públicos com o intuito de atender, perfeitamente, às necessidades da coletividade e os fins requeridos pelo Estado. Knoplock (2008 p. 9) define Governo como“[...]a função política, a expressão política de co- mando, de iniciativa, de fixação de metas e objetivos do Estado...” O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela A administração direta corresponde à atuação direta pelo próprio estado. Assim, esse o Es- tado não delega a prossecução das suas atividades e funções em pessoas jurídicas separadas. Relacionado à administração direta, temos o conceito de Desconcentração. A desconcen- tração se dá quando um ente administrativo opta por distribuir internamente determinadas competências. Dessa forma, ocorre a criação de órgãos SEM personalidade jurídica e SUBOR- DINADOS hierarquicamente a entidade que o criou. Como exemplo temos A Receita Federal do Brasil, órgão subordinado ao Ministério da Fazenda, com especialização técnica para arreca- dar, controlar e fiscalizar os tributos federais. Obs.: � Depreende-se dessa relação que a única pessoa jurídica existente é a entidade política que cria o órgão (União, Estados, Distrito Federa; ou Municípios). Órgão – mera subdivisão administrativa O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://pt.wikipedia.org/wiki/Pessoa_jur%C3%ADdica 5 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Obs.: � Dentro de uma entidade da administração INDIRETA existem órgãos; assim, haverá subordinação hierárquica entre esses órgãos que compõem uma dada entidade per- tencente à administração indireta. Estes órgãos podem ser classificados como: Classificação dos órgãos Quanto a posição estatal que ocupam na escala hierárquica Independentes Tem origem na CF/1988 e representam os poderes do Estado – sem subordinação Exemplo: O poder executivo, legislativo e judiciário Presidência da República, Congresso Nacional Autônomos Subordinados aos independentes, localizados na cúpula da administração, possuindo autonomia financeira e administrativa Exemplo - ministérios, secretarias estaduais e municipais Superiores Órgãos de direção desenvestidos de autonomia, voltaddo á funções técnicas e de planejamento Exemplo – Os gabinetes, as coordenadorias, asdivisões, superintendências. Subalternos Desvestidos de autonomia Exemplo – seções, portarias, serviços Quanto a sua composição Simples Dotado de um único centro de competência Exemplo – Uma seção administrativa Compostos Caracterizado pela reunião de mais de um órgão Exemplo – Secretarias estaduais Quanto sua atuação funcional Singulares Vontade de um único agente Exemplo - Decisão do presidente da república Colegiados Conjugação de vontades de seus integrantes Exemplo – Decisão de diretoria colegiada da agência reguladora – Ancine (4 diretores). Já quanto à Administração indireta – onde se inserem as agências reguladoras - é integra- da por pessoas jurídicas de direito público ou privado, criadas ou instituídasa partir de lei es- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela pecífica. Dessa forma, essa representa o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à administração direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada. Administração direta Estado atua diretamente, sem descentralização e criação de pessoas com personalidades jurídicas para consecução de certas atividades. Administração indireta Estado descentraliza determinadas funções, criando entidades por meio de lei específicas especializadas para consecução de determinadas funções/atividades. Obs.: � As empresas públicas, sociedades de economia mista e as paraestatais são pessoas jurídicas de direito privado. No entanto, as primeiras são constituídas pelo desejo do Estado. Já as paraestatais são constituídas pelo desejo de particulares, motivo pelo qual não entregam à administração pública. Quanto à descentralização, há dois tipos: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Com essa contextualização, temos que a criação das agências reguladoras estarão inse- ridas no processo descentralização administrativa, sendo criadas como autarquias em regi- me especial. Autarquias - Serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e re- ceita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada As autarquias, como exercem funções administrativas, têm seus atos submetidos ao mes- mo regime jurídico. Vale lembrar, ainda, que estas entidades não podem ser criadas com intui- to de explorar atividades econômicas (para isso, existem as empresas públicas e sociedades de economia mista). Gozam das seguintes prerrogativas: 1 Não incidência, por imunidade, de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços. 2 Ações judiciais de seu interesse processadas no juízo da entidade federal 3 Prazos diferenciados (CPC, art. 188) 4 Seus créditos permitem execução fiscal 5 Concessão de liminares ou de antecipação de tutela em ações de seu interesse prévia justificação 6 Seus atos são dotados de presunção de legalidade, veracidade e podem reunir os atributos da imperatividade e auto-executoriedade 7 Suas dívidas estão sujeitas a regime especial de cobrança 8 As ações promovidas em defesa do seu patrimônio são imprescritíveis As autarquias estão sujeitas ao denominado controle finalístico pela entidade que a criou. Elas não ficam subordinadas a essas entidades, mas vinculadas na forma e nos limites da lei. Dessa forma, observa-se um exemplo da aplicação do princípio da tutela (não confundir com o princípio da autotutela – àquele realizado pela própria entidade e/ou autarquia). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Tudo isto visto no direito administrativo aplica-se às agências reguladoras, nos diferentes entes. Entretanto, as autarquias em regime especial como as agências reguladoras federais, diferenciam-se no que tange à forma de investidura Obs.: � Os conselhos de profissões (OAB, CRECI, CRM) podem ser identificados como espécie de autarquias (autarquias corporativas/profissionais) em virtude da natureza do ser- viço que prestam, ainda que não componham a administração indireta e não estejam sujeitas a qualquer tipo de controle finalístico. Quanto às agências reguladoras em si, observa-se que o vocábulo agência é caracterizado por um vazio; esse apenas tenta reforçar a necessidade de eficiência através da flexibilização dos controles hierárquicos, transmitindo a necessidade em se obter mais poderes e eficiência mediante a adoção de mecanismos de gestão administrativa não hierarquizada. Assim, dentro de uma estrutura mais flexibilizada e menos ligada ao poder centrar, tinha-se como objetivo a criação de entidades onde as decisões seriam pautadas, prioritariamente, por critérios técni- cos, dentro de seus respectivos campos de atuação. No que tange aos aspectos econômicos, a partir da década de 1990, urgiu a necessidade de um Estado menos interventor, especialmente pela situação econômica em que se encon- trava o Estado brasileiro, bastante endividado. Assim, defendia-se, à época, um Estado menos interventor e mais descentralizado (até mesmo pela incapacidade que esse possuía de fazer investimentos nas áreas de infraestrutura). Nesta mesma época, aprofundava-se o conceito de regulação econômica, o qual deman- dava uma intervenção na economia em setores considerados estratégicos (como os de infra- estrutura) através de entidades diferentes, sendo essa regulação tendo que ser exercida por intermédio de agências reguladoras independentes, capazes de tomar decisões sem a interfe- rência direta das demais organizações que compõe o Estado. Assim, considerando-se o quadro histórico brasileiro, observou-se alguns aspectos impor- tantes que fizeram com que, efetivamente, houvesse a criação de órgãos reguladores espe- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela ciais como as Agências reguladoras (autarquias em regime especial, hoje, com regime legal especial – lei n. 13.848/2019). Observe o esquema a seguir: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela As AgênciasReguladoras no Brasil pertencem à administração indireta, sendo caracteriza- das como Autarquias em regime especial. No Brasil, as agências foram criadas, inicialmente, para regular a prestação de serviço público e presidir as concessões e permissões. Posterior- mente, criaram-se outras agências para regular falhas de mercado existentes em mercados considerados estratégicos. As autarquias em regime especial denominadas agências reguladoras são Pessoas Jurídi- cas de Direito Público Interno, sendo que os Estados e Municípios também poderão, no âmbito da competência que possuam para regular determinado tipo de serviço ou atividade, implan- tá-las. Assim podemos observar a título de exemplo que, baseado na competência definida na Constituição Federal, art.25, § 2º, um Estado-Membro pode criar uma agência reguladora para regular tais serviços. Os agentes que nela atuam são exercentes de funções públicas e os dirigentes detento- res de mandato, por isso todos são equiparados a agentes públicos. Como foi observado, os servidores de autarquias (como são as agências reguladoras federais), apenas por lei poderão ser criados cargos e seus servidores somente serão admitidos por concurso público. A lei que trata dos servidores efetivos das agências reguladoras federais é a lei 10.871/2004. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Observemos, ainda, no que diz respeito à disciplina legal das agências reguladoras federais brasileiras, que não há um regime jurídico único destas autarquias em regime especial defi- nindo o que são e/ou suas características básicas. Assim, a disciplina jurídica das agências é fragmentada: apesar de possuírem características semelhantes, cada lei de criação prevê características específicas com diferença, inclusive quanto ao modo de atuação do setor por estas regulado. Algumas características são semelhantes entre si, como a independência administrativa prevista no marco legal que cria estes órgãos. Entretanto, há diferenças em vários aspectos relevantes como menção aos contratos de gestão, autonomia financeira, competências legal- mente definidas entre outras. Desta forma, acreditamos que exista a necessidade, senão de um regime jurídico único, ao menos uma previsão constitucional para que algumas das carac- terísticas básicas destes órgãos sejam descritas de forma uniforme. Por último, já que estamos tratando do conceito de regulação econômica, agências regu- ladoras, poder normativo etc., cabe ainda mencionar a importante diferença entre o conceito de regulação e regulamentação. Este se volta, apenas, à questão da elaboração das normas, independentemente, em algumas situações, da questão econômica. O poder de regulamentar O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela é atribuição, exclusiva e indelegável do chefe do poder executivo (edição de atos administrati- vos normativos, genéricos e abstratos voltados para regulamentação das leis elaboradas pelo congresso nacional – formalização mediante decreto ou regulamento). Já regulação é ligada intimamente à questão econômica, materializando-se juridicamente através de regulamento e não decreto ou regulamento. Além disso, este ato administrativo é oriundo de um ente que não é mais o chefe do poder executivo, mas por pessoas ligadas ao governo com competência específica para sua expedição, o que se dá em razão da natureza do serviço que exercem1 Agências reguladoras X agências executivas Agência reguladora X Agência Executiva Entidade criada (nova ou a partir da transformação, fusão, etc. de outras autarquias Entidade já existente que, transitoriamente, enquanto perdurar o contrato de gestão, é qualificada como agência executiva. Há autores que defendem que agências reguladoras não passam de mera autarquia e que o termo agência reguladora também seria um termo qualificativo. Apesar dessa interpretação a diferença principal diz respeito ao fato de ser a agência reguladora, sempre, uma nova entidade criada por lei. Quanto às agências executivas, cumpre complementar para que se evite confusões na prova: Correspondem a atributo ou qualificação especial a uma dada autarquia. Esta é conferida à pessoa jurídica de direito público através da confecção do denominado contrato de gestão. 1 MARTINS, Vinícius Alves Portela. Teoria da regulação. Ed Elsevier,. Rio de Janeiro, 2010. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Obs.: � O pessoal que compõe autarquias/órgãos qualificados como agência executiva conti- nua a receber o mesmo tratamento jurídico de antes. 3. surgImEnto E IntEnsIfIcação da rEgulação no BrasIl O processo de regulação brasileiro inicia-se em meados dos anos 90 com a reforma do Es- tado. Tal processo tem uma característica singular: partiu de cima para baixo, ou seja, do dese- jo dos governantes – diferentemente do que ocorreu nos Estados Unidos, onde o processo se deu por meio de necessidades locais que convergiram para um ato normativo de cunho geral em favor da defesa da concorrência. Portanto, no Brasil, como resultado desses processos de modificação de políticas de estado, houve a criação das agências reguladoras. Durante a primeira geração de reformas no Brasil foram criadas as agências reguladoras relacionadas à privatização e quebra do monopólio do Estado nos setores de infraestrutura, ca- sos como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Agência Nacional de Telecomunica- ções (Anatel) e a Agência Nacional de Petróleo (ANP). Essas primeiras gerações de agências reguladoras, criadas a partir de 1996, e considerando-se o contexto das privatizações e a que- bra do monopólio estatal, foram inspiradas pela experiência internacional, configuradas como entes públicos dotados de independência em relação ao Poder Executivo (ao menos em tese). O formato institucional foi pensado para garantir a credibilidade regulatória, principalmente do ponto de vista econômico, já que o governo, ao procurar obter recursos para pagamento da dívida pública, argumentava não poder investir nesses setores. O objetivo de dar autonomia às agências reguladoras para atuarem nesses setores consi- derados estratégicos seria garantir aos investidores privados um retorno adequado ao inves- timento (já que eles passariam a investir em setores que antes eram regidos diretamente pelo Estado), reduzindo o risco de que, após terem realizado os investimentos necessários, fossem prejudicados pelo Estado, o qual, em situação hipotética, diminuiria o valor da tarifa que re- munerava o investidor, elevando seus custos (tratando, neste exemplo específico, do tipo de regulação denominada regulação tarifária). A razão desse risco para o investidor privado na situação exemplificativa anterior é que, uma vez feito o investimento nesses setores estratégicos com altoscustos envolvidos, o in- vestidor não irá se retirar do setor regulado, a menos que sua remuneração se reduza tanto, ou seus custos aumentem tanto, que a sua rentabilidade seja reduzida abaixo do mínimo neces- sário para a manutenção de suas operações. Obs.: � Com relação às agências reguladoras de infraestrutura no Brasil, existe um risco para o investidor privado devido ao elevado investimento inicial necessário para entrar nesses setores. A razão para a presença desse risco para o investidor privado é que, uma vez feito o investimento, praticamente será impossibilitada a saída da empresa, na medida em que a recuperação do investimento só se dá em médio e longo prazos. As indús- trias de infraestrutura são bons exemplos de monopólio natural. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela No Brasil, os setores de energia elétrica e de telecomunicações foram desenvolvidos com uma estrutura de monopólio natural, de propriedade estatal (monopólio estatal). Isso ocorreu em função do consenso de que esta seria a estrutura mais eficiente para desenvolver tais se- tores no Brasil. A propriedade estatal era justificada em função da necessidade de altos inves- timentos que o setor privado não poderia fazer. A operação de mais de uma empresa, portanto, seria insuficiente. Com a adoção de um novo modelo, faz-se necessária a presença de órgãos reguladores, com presunção de estabilidade, para que o investidor tenha a certeza de que o alto investimento privado requerido tenha o retorno combinado nos termos do contrato, sem que fiquem dependentes das mudanças de políticas de governo (maior estabilidade dos mar- cos regulatórios e dos contratos). Outro argumento que fundamentou a criação de outras agências reguladoras (especial- mente a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa e a Agência Nacional de Cinema – Ancine) foi a necessidade de eliminar as falhas de mercado, baseando-se na teoria de que, sob determinadas condições, mercados competitivos poderiam levar a uma alocação ideal de recursos, segundo os termos de Pareto. Por isso, a regulação poderia minimizar as falhas, a um custo razoável, melhorar a eficiência do mercado ou então assegurar sua viabilidade, visto que a confiança, a transparência e a clareza de informações são de extrema importância para os agentes envolvidos no mercado. O modelo de criação das agências reguladoras no Brasil, a partir dos dois principais argu- mentos supracitados, caracterizou-se, ainda, pela falta de um modelo comum nos processos decisórios criadores, apontando para uma grande influência do histórico de cada setor na con- formação das estruturas regulatórias. Essa característica acaba por favorecer sua captura2 por grupos de interesse mais vinculados às áreas. Como consequência, vimos a criação de modelos institucionais, denominados agências re- guladoras, com algumas características estruturais comuns, como a presença de uma diretoria colegiada) e outras estruturais, mas não uniformizadas, como as competências e os objetivos desses órgãos, além da questão referente à autonomia financeira (especificamente no que diz respeito à criação de receitas próprias para custear as atividades das respectivas agências).3 Obs.: � No caso específico da Ancine, além de ser essencial a regulação das falhas de merca- do nos setores cinematográfico e audiovisual, urgia, à época, a necessidade de criar um órgão responsável pelo fomento do setor que consolidasse os mecanismos de renúncia fiscal direcionados à atividade audiovisual e que não fosse subordinado a determinado ministério, mas que gozasse de certa independência com relação aos órgãos do poder executivo. 2 Vide aula 02 e 03 que trata da falha de mercado assimetria de informação. 3 Para mais informações sobre a composição das receitas das agências reguladoras e de seu papel na independência funcio- nal, veja o artigo publicado por mim no VI Congresso Brasileiro de Regulação da Associação Brasileira das Agências Regula- doras (ABAR), que ocorreu no Rio de Janeiro, em 2009, intitulado “As taxas e CIDES arrecadadas pelas agências reguladoras e seu papel na independência funcional destas: o caso específico da Ancine”. 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Esses órgãos, em tese, deveriam atuar calcados na política de Estado, a qual pressupõe maior estabilidade institucional se comparada às políticas de Governo; pressupõe- -se, assim, um órgão mais estável e menos sujeito às interferências dos governos. Resumo conceitual sobre políticas de Estado, de Governo, públicas e Regulatórias10 Políticas de Estado As políticas de Estado serão marcadas por um traço de estabilidade, embora possam ser alteradas para sua adequação a um novo contexto histórico, bastando, para isso, a alteração no quadro legal. São aquelas definidas por lei, no complexo processo que envolve o legislativo e o executivo. Nelas vêm consignadas as premissas e os objetivos que o estado brasileiro, em determinado momento histórico, quer ver consagrados para certo setor da economia ou da sociedade. Políticas de Governo São objetivos que o governante eleito pretende impor a determinado setor da vida econômica ou social. Dizem respeito à orientação política e governamental que se pretende imprimir a um setor. Pode envolver: − incremento ou redução da intervenção estatal sobre determinado setor; − reorientação do público-alvo; − mudança na indicação das fontes e dos agentes que deverão fazer frente ao ônus; − encargos decorrentes da aplicação dos objetivos; − importância de estabelecimento de marcos legais que definam esta intervenção. Políticas públicas As Políticas Públicas são a totalidade de ações, metas e planos que os governos (nacionais, estaduais ou municipais) traçam para alcançar o bem- estar da sociedade e o interesse público. Políticas Públicas são um conjunto de ações e decisões do governo, voltadas para a solução (ou não) de problemas da sociedade O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Resumo conceitual sobre políticas de Estado, de Governo, públicas e Regulatórias10 Políticas Regulatórias São caracterizadas pelas opções do ente incumbido da atividade regulatória (por exemplo, as agências reguladoras federais) acerca dos instrumentos de regulação a seu dispor à consecução das pautas de políticas públicas estabelecidas pelo setor que sofrerá intervençãoregulatória. Servirá para definir o timing e o resultado de uma política pública setorial, envolvendo, por último, a margem de liberdade na atuação do regulador. 4 De qualquer forma, cabe ressaltar algum resquício da influência das autoridades indepen- dentes europeias no Brasil, no que tange, especificamente, à segmentação das agências brasi- leiras. Observe, por exemplo, que dentro de um macro setor – energia – tem-se três agências diferentes: ANEEL, ANP e ANA. Assim como o setor de saúde, onde há a ANS e a Anvisa, essa característica do modelo brasileiro, nesse sentido específico, difere do modelo americano, onde, por exemplo, a Fede- ral Comunication Comission – FCC congrega, em suas competências, numa única entidade, o que seria no Brasil a Anatel, a Ancine e parte das competências exclusivas do Ministério das Comunicações. Assim, as entidades reguladoras norte-americana são em menor número e costumam concentrar um maior número de competências relacionada aos por macro setores (por exemplo, energia, telecomunicações (infraestrutura e conteúdo), saúde etc. No que se refere ao direito administrativo brasileiro, as Agências Reguladoras brasileiras pertencem à administração indireta, sendo caracterizadas como autarquias em regime espe- cial. No Brasil, conforme observamos anteriormente, as agências foram criadas para regular a prestação de serviço público e presidir as concessões e permissões. Posteriormente, foram criadas outras agências para regular falhas de mercados e de governos (conceitos que vere- mos com maiores detalhes no próximo capítulo) considerados estratégicos. São pessoas jurí- dicas de direito público interno, sendo que estados e municípios também poderão, no âmbito da competência que possuam para regular determinado tipo de serviço ou atividade, implantar agências reguladoras. 4 Quadro baseado no artigo Instrumentos de fortalecimento do Estado do professor Floriano de Azevedo Marques Neto e publicado pela Agência Brasileira de Agências de regulação (ABAR), 2006. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Assim, podemos observar, a título de exemplo, que, baseado na competência definida na Constituição Federal, art. 25, § 2º,5 um Estado-membro pode criar uma agência reguladora para regular tais serviços. Obs.: � Administração indireta é integrada por pessoas jurídicas de direito público ou privado, criadas ou instituídas a partir de lei específica. São exemplos: as autarquias, funda- ções, empresas públicas e sociedades de economia mista, como também associa- ções e consórcios públicos. Existem algumas características estruturais (agora tratando mais do campo do direito ad- ministrativo econômico) que devem estar presentes nas agências reguladoras para que estas sejam consideradas autarquias em regime especial, dotadas de autonomia financeira, orça- mentária, patrimonial e decisória. São estas: 1) Mandato dos diretores – quem nomeia, forma de provimento e hipóteses de per- da do cargo; 2) Soberania das decisões – independentes do poder executivo e suas decisões, produzin- do coisa julgada administrativa (última instância administrativa); 3) Poder normativo, fiscalizatório e disciplinar; 4) Algumas atribuições voltadas para a defesa da concorrência; 5) Procedimentos de transparência – audiência pública e consulta pública.6 001. (ANAC/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/2012) Uma das características das agências regula- doras é a permeabilidade, uma vez que atuam com a finalidade de equilibrar os interesses dos entes que compõem o mercado e manter o diálogo com os agentes econômicos, os consumi- dores e o poder público. Observe que as agências reguladoras deverão fazer um “meio de campo”, um relacionamento visando atender interesses e dirimir conflitos entre as seguintes partes: consumidor, Governo e Empresas privadas. Por isso, dar-se uma maior autonomia administrativa e financeira para que a agência possa decidir, na medida do possível, de forma técnica e isenta as questões que envolvam conflito de interesse entre estas partes. Certo. 5 (...) Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição (...). § 2º. Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.” Emenda Constitucional n. 5, de 1995. 6 A audiência e a consulta pública representam instrumentos para a implantação de impacto regulatório, com o objetivo de dar maior transparência aos atos das agências reguladoras (atos deverão ser públicos e motivados). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Obs.: � Além da autonomia financeira, há dois tipos de autonomia consideradas na literatura: Autonomia orgânica Conselho diretor estável Autonomia funcional Última instância administrativa A política proveniente de determinadas agências reguladoras que nortearão a defesa da concorrência deverá ser calcada em uma política de estado (valendo também para as autar- quias em regime especial que regulem as atividades de infraestrutura como mencionado an- teriormente). Dessa forma, observa-se que algumas agências reguladoras federais possuem relação direta com a área de defesa da concorrência, como ocorre no caso da Agência Nacio- nal de Telecomunicações – Anatel.7 Entretanto, com relação ao direito concorrencial, o órgão responsável pelo julgamento dessas questões em última instância administrativa é o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Dessa forma, tanto a atuação das agências reguladoras quanto a do CADE devem se dar no âmbito da complementaridade, ou seja, com as agências subsidiando tecnicamente o CADE, sempre no seu ramo de atuação, no julgamento de questões administrativas relativas à defesa da concorrência, para melhor fundamentar as decisões do Conselho. Obs.: � A Lei n. 12.529/2011 trata do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em autarquia, bem como dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica, sendo orientada pelos ditames constitucionais de liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade, defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico. O CADE não é agência reguladora pelo fato de não possuir poder normativo. É uma entidade que julga e decide, em última ins- tância administrativa (tribunal administrativo), questões relativas à defesa da concor- rência, fusões e ocorrência ou não de práticas anticompetitivas. Suas decisões cons- tituem coisa julgada administrativa. Trataremos do assunto com mais detalhes nas aulas 06 e 07, que tratarão da defesa da concorrência no Brasil. 7 Lei no 9.472/1997 – Art. 7º. As normas gerais de proteção à ordem econômica são aplicáveis ao setor de telecomunica- ções, quando não conflitarem com o disposto nesta Lei. § 1º. Os atos envolvendo prestadora de serviço de telecomunicações, no regime público ou privado, que visem a qualquer forma de concentração econômica, inclusive mediante fusão ou incorporação de empresas, constituição de sociedade para exercer o controle de empresas ou qualquer forma de agrupamento societário,ficam submetidos aos controles, procedi- mentos e condicionamentos previstos nas normas gerais de proteção à ordem econômica. § 2º. Os atos de que trata o parágrafo anterior serão submetidos à apreciação do Conselho Administrativo de Defesa Econô- mica – CADE, por meio do órgão regulador. § 3º. Praticará infração da ordem econômica a prestadora de serviço de telecomunicações que, na celebração de contratos de fornecimento de bens e serviços, adotar práticas que possam limitar, falsear ou, de qualquer forma, prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Observemos, ainda, no que diz respeito à disciplina legal das agências reguladoras federais brasileiras, que não há um regime jurídico único destas autarquias em regime especial, defi- nindo o que são e/ou suas características básicas. Assim, a disciplina jurídica das agências é fragmentada: apesar de possuírem características semelhantes, cada lei de criação prevê características específicas com diferença, inclusive quanto ao modo de atuação do setor por estas regulado. Vejamos as agências reguladoras existentes hoje no Brasil: Agência nacional de energia elétrica ANEEL Lei 9.427/96 Agência nacional telecomunicações de ANATEL Lei 9472/97 (LGT) Agência nacional de Petróleo, gás e biocombustíveis - ANP Lei 9.478/97 Agência nacional de vigilância Sanitária ANVISA Lei 9.961/00 Agência nacional de saúde suplementar ANS Lei 9.782/99 Agência nacional de águas - ANA Lei 9.984/00 Agência nacional transportes aquaviários - ANTAQ Lei 10.233/01 Agência nacional de transportes terrestres - ANTT Lei 10.233/01 Agência nacional do Cinema – ANCINE MP 2.228-1/01 Agência nacional de Aviação civil – ANAC Lei 11.182/05 Agência Nacional de Mineração - ANM Lei 13.577/2017 Há diferenças em vários aspectos relevantes, como: menção aos contratos de gestão, auto- nomia financeira, competências legalmente definidas, entre outras. Assim, acreditamos que exis- ta a necessidade, senão de um regime jurídico único, pelo menos de uma previsão constitucional para algumas das características básicas destes órgãos serem descritas de maneira uniforme. 4.1. PrIncíPIo da lEgalIdadE no contExto das agêncIas rEguladoras Caro aluno, é devida uma atenção especial com relação a este tópico! A legalidade é prin- cípio informador do estado brasileiro. Aparece como princípio norte na seara do direito penal, tributário, financeiro e administrativo. Entretanto, no caso do direito administrativo, em se tra- tando da disciplina de agências reguladoras, não se pode confundir a necessidade de unifor- mização das normas estruturais das agências com a relação que se faz entre princípio da legalidade no que tange às agências reguladoras. Dentro da doutrina mais moderna do direito administrativo, o princípio da legalidade tem sido confrontado com o princípio da eficiência. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Apenas uma ponderação entre esses dois princípios, numa análise do caso em concreto, poderá fazer com que, na dada situação, um deles prevaleça sobre o outro, havendo, de certa forma, uma flexibilização do PRINCÍPIO DA LEGALIDADE rígido tal como entendido pela dou- trina mais clássica do direito administrativo. Há uma preferência em princípio à legalidade. É informador do direito administrativo. Porém, isto não significa que sempre prevalecerá; depen- derá da análise do caso concreto. Em certas situações, pode preponderar o princípio da efici- ência ou outro que venha ser ponderado. Para que isso seja possível, é necessário introduzir o conceito de jurisdição administrativa calcada no movimento de constitucionalização do direito, inclusive o direito administrativo, tornando efetiva as normas jurídicas emanadas da Constituição Federal, dando maior eficácia e efetividade às mesmas. Nos casos dos setores regulados, isso pode ser feito, dentre outras formas, a partir da con- fecção de normas com baixa densidade normativa, tal como defende, entre outros, o professor Alexandre Aragão. Essas normas têm uma abertura textual que permite uma maior flexibilida- de de atuação por parte da entidade reguladora, sem que fique presa a ditames legais fixos e rígidos que poderiam atrapalhar numa atuação no campo real, dada a dificuldade de modifica- ção das leis em sentido estrito aliado à rapidez com que ocorrem algumas mudanças dentro de determinados setores regulados. 002. (ANP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO-ÁREA1/2012) Em relação a entidades regulado- ras no Brasil e abordagens econômicas da atividade regulatória, julgue os itens a seguir. Uma norma editada pela ANP para regulamentar um dispositivo de uma lei federal, embora im- ponha medidas restritivas a particulares, não representa uma ofensa ao princípio da legalidade. A partir do comentado acima e do maior poder normativo da agência, dada a necessidade no caso em concreto, esta poderá impor medidas restritivas aos particulares, ainda que não haja uma previsão expressa do ponto de vista legal neste sentido. Certo. Agora trataremos não do contexto histórico que levou ao surgimento da regulação como visto acima, mas do contexto no âmbito dos estudos em economia. 5. o marco lEgal das agêncIas rEguladoras: a lEI n. 13.848/2019 Hoje, as agências reguladoras têm um marco legal único, contido na lei n. 13.848/2019, que dispõe sobre a gestão, a organização, o processo decisório e o controle social das agên- cias reguladoras, incluindo todas as agências supracitadas no âmbito de sua regulação, ressal- vando as disposições específicas das agências. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e finan- ceira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à sua implementação. A nova lei também altera o processo decisório da agência, imputando uma maior respon- sabilidade e dever de qualidade quanto a estas. As agências deverão observar, em suas ativi- dades, a devida adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquela necessária ao atendimento do interesse público, indicando os pressupostos de fato e de direito que determinarem suas decisões, inclusive a respeito da edição ou não de atos normativos. Observa-se que há uma influência do pragmatismo jurídico8 no âmbito da atividade administrativa, em especial na atuação de agências reguladoras. Esta se reflete quanto ao dispositivo previsto no art. 6º da referida lei, em que a adoção e as propostas de alteração de atos normativosde interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços prestados serão, nos termos de regulamento, precedidas da realização de Análise de Impacto Regulatório (AIR), que conterá informações e dados sobre os possíveis efei- tos do ato normativo. O processo de decisão da agência reguladora referente à regulação terá caráter colegiado, sendo as reuniões deliberativas do conselho diretor ou da diretoria colegiada da agência reguladora serão públicas e gravadas em meio eletrônico (não se aplicando em caso de documentos classificados como sigilosos e matéria de natureza administrativa. De acordo com outro princípio importante que informa a atividade administrativa – a trans- parência – ligada à publicidade contida no art 37, caput da CRFB/1988, serão objeto de consul- ta pública, previamente à tomada de decisão pelo conselho diretor ou pela diretoria colegiada, as minutas e as propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços prestados. A consulta pública é o instru- mento de apoio à tomada de decisão por meio do qual a sociedade é consultada previamente, por meio do envio de críticas, sugestões e contribuições por quaisquer interessados, sobre proposta de norma regulatória aplicável ao setor de atuação da agência reguladora. Poderá ainda a agência reguladora, por decisão colegiada, convocar audiência pública para formação de juízo e tomada de decisão sobre matéria considerada relevante. 8 O pragmatismo jurídico de Richard Posner (que descreveremos a seguir), a princípio, é diferente das contribui- ções filosóficas clássicas elaboradas por Charles SandersPeirce, William James e John Dewey – denominados aqui de pragmatismo filosófico, ainda que segundo MENDONÇA (2014, P. 48) haja relação entre eles, posição com a qual concordamos: “o pragmatismo que realmente serve ao direito, na visão de Posner, não é a filosofia acadêmica, nova ou antiga, mas um pragmatismo cotidiano. Uma disposição de espírito “sem frescuras”, direto à ação”, com pouca paciência para teorias. Não que o pragmatismo filosófico seja incompatível com tal pos- tura; é compatível, mas independente. As diferenças são institucionais...”. MENDONÇA, José Vicente Santos de. Direito Constitucional econômico: a intervenção do estado na economia à luz da razão pública e do prag- matismo. Editora Fórum. MG-Belo Horizonte, 2014. P. 48. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela A audiência pública é o instrumento de apoio à tomada de decisão por meio do qual é fa- cultada a manifestação oral por quaisquer interessados em sessão pública previamente des- tinada a debater matéria relevante, podendo, ainda, por fim, estabelecer, em regimento interno, outros meios de participação de interessados em suas decisões, diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas. Os relatórios da audiência pública e de outros meios de participação de interessados nas decisões a que se referem os arts. 10 e 11 deverão ser disponibilizados na sede da agência e no respectivo sítio na internet em até 30 (trinta) dias úteis após o seu encerramento, devendo a entidade decidir as matérias submetidas a sua apreciação nos prazos fixados na legislação e, em caso de omissão, nos prazos estabelecidos em seu regimento interno. Outro ponto importante, ainda ligado à ideia de transparência, publicidade, moralidade e impessoalidade da sua atuação administrativa é a questão relativa ao controle social e à pres- tação de contas de suas atividades à sociedade. Nesse sentido, a lei 13.848/2019 em seu art. 14 prevê que controle externo das agências reguladoras será exercido pelo Congresso Nacio- nal, com auxílio do Tribunal de Contas da União, devendo as agências elaborarem relatório anual circunstanciado de suas atividades, no qual destacará o cumprimento da política do setor, definida pelos Poderes Legislativo e Executivo, e o cumprimento do plano estratégico, para cada período quadrienal, que conterá os objetivos, as metas e os resultados estratégicos esperados das ações da agência reguladora relativos a sua gestão e a suas competências re- gulatórias, fiscalizatórias e normativas, bem como a indicação dos fatores externos alheios ao controle da agência que poderão afetar significativamente o cumprimento do plano. Este será compatível com o disposto no Plano Plurianual (PPA) em vigência e será revisto, periodicamente, com vistas a sua permanente adequação sendo que, no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis, contados da aprovação do plano estratégico pelo conselho diretor ou pela di- retoria colegiada, e deverá ser disponibilizado no respectivo sítio na internet. Deve divulgar também o plano de gestão anual, alinhado às diretrizes estabelecidas no plano estratégico, que será o instrumento anual do planejamento consolidado da agência re- guladora e contemplará ações, resultados e metas relacionados aos processos finalísticos e de gestão. A agenda regulatória (instrumento de planejamento da atividade normativa que conterá o conjunto dos temas prioritários a serem regulamentados pela agência durante sua vigência), integrará o plano de gestão anual para o respectivo ano. O plano de gestão anual será aprovado pelo conselho diretor ou pela diretoria colegiada da agência reguladora com antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis do início de seu período de vigência e poderá ser revisto periodicamente, com vistas a sua adequação, tendo a agên- cia reguladora, no prazo máximo de 20 (vinte) dias úteis, contados da aprovação do plano de gestão anual pelo conselho diretor ou pela diretoria colegiada, dará ciência de seu conteúdo ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados e ao Tribunal de Contas da União, bem como dis- ponibilizá-lo-á na sede da agência e no respectivo sítio na internet. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela No que se refere à atividade de ouvidoria, haverá 1 (um) ouvidor, que atuará sem subordi- nação hierárquica e exercerá suas atribuições sem acumulação com outras funções. O ouvi- dor terá atribuição de zelar pela qualidade e pela tempestividade dos serviços prestados pela agência; acompanhar o processo interno de apuração de denúncias e reclamações dos inte- ressados contra a atuação da agência; elaborar relatório anual de ouvidoria sobre as atividades da agência. Deverá ainda ter acesso a todos os processos da agência reguladora, mantendo sigilo as informações que tenham caráter reservado ou confidencial. O ouvidor será escolhido pelo Presidente da República e por ele nomeado, após prévia aprovação do Senado Federal, nos termos da alínea “f” do inciso III do art. 52 da Constituição Federal, devendo não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas no inciso I do caput do art. 1º da Lei Complementar n. 64, de 18 de maio de 1990, e ter notório conhecimento em administração pública ou em regulação de setores econômicos, ou no campo específico de atuação da agência reguladora, com mandato de 3 (três) anos, vedada a recondução, no cur- so do qual somente perderá o cargo em caso de renúncia, condenação judicial transitada em julgado ou condenação em processo administrativodisciplinar, sendo vedado ao ouvidor ter participação, direta ou indireta, em empresa sob regulação da respectiva agência reguladora. O ouvidor contará ainda com estrutura administrativa compatível com suas atribuições e com espaço em canal de comunicação e divulgação institucional da agência. Há ainda temas importantes relativamente à interação DA INTERAÇÃO ENTRE AS AGÊN- CIAS REGULADORAS E OS ÓRGÃOS DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA (que trataremos nos co- mentários do art. 6º, III da MP 2.228-1/2001); DA ARTICULAÇÃO ENTRE AGÊNCIAS REGULA- DORAS; DA ARTICULAÇÃO DAS AGÊNCIAS REGULADORAS COM OS ÓRGÃOS DE DEFESA DO CONSUMIDOR E DO MEIO AMBIENTE; DA INTERAÇÃO OPERACIONAL ENTRE AS AGÊNCIAS REGULADORAS FEDERAIS E AS AGÊNCIAS REGULADORAS OU OS ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO ESTADUAIS, DISTRITAIS E MUNICIPAIS o qual remetemos o leitor à leitura na própria lei, por não se tratar de temas importantes e com maior incidência em provas de concurso. Alexandre Aragão (2005 p. 143-178)9 cita que estas agências reguladoras federais regulam a atividades relacionadas a quatro (4) funções principais. Agências como a Anatel10, Aneel, ANTT e Antaq regulariam serviços públicos, levando-se em conta que nem toda atividade mo- nopolizada ou explorada pelo estado é serviço público. Já a ANP e a ANA regulariam atividades econômicas e bens monopolizados pelo Estado – sua exploração pela iniciativa privada. Neste caso, como o monopólio é constitucional, não pode o legislador “desmonopolizar” a exploração desta atividade atendendo, por exemplo, ao princípio da proporcionalidade11 aplicada a este caso. Assim, entende-se que os contratos de 9 ARAGÂO, Alexandre. Agências reguladoras e a evolução do direito administrativo econômico. Ed. Forense. 2ª. edição, 2005. P. 143-178. 10 Anatel também regula serviço prestado em regime privado, tal como o serviço móvel pessoal – telefonia celular, que não é prestada em regime público. 11 Alexandre Aragão (2005, p.143/144) cita que a “instituição de agências reguladoras tende a atender o princípio da proporcio- nalidade, mormente em seu elemento adequação, à medida que, ao retirar da esfera preponderantemente política a regulação O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela concessão advindos da exploração destas atividades não visam à delegação de serviços públi- cos, sendo estes de direito privado (o que não significa que possam existir cláusulas de ordem pública e um forte dirigismo estatal na contratação e respectiva execução. Por fim, há a Ancine, Anvisa, ANS, ANAC que são agências que regulam atividades privadas de interesse público (serviços públicos impróprios ou virtuais) Essas agências atuam num do- mínio econômico de exploração por agentes privados – serviços prestados em regime privado. de vastos setores da atividade econômica, busca assegurar a não imposição de regulações de cunho eminentemente político, às vezes mesmo de cunho político eleitoral, e, desta forma, desnecessárias ou desvirtuadas para os fins públicos aos quais a regulação visa atender...” O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela RESUMO O resumo contemplará as informações da introdução e as relativas às agências reguladoras. Desconcentração. A desconcentração se dá quando um ente administrativo opta por distri- buir internamente determinadas competências. Dessa forma, ocorre a criação de órgãos SEM personalidade jurídica e SUBORDINADOS hierarquicamente a entidade que o criou. Administração indireta – onde se inserem as agências reguladoras - é integrada por pesso- as jurídicas de direito público ou privado, criadas ou instituídasa partir de lei específica. Dessa forma, essa representa o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à administração direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada. Com essa contextualização, temos que a criação das agências reguladoras estarão inse- ridas no processo descentralização administrativa, sendo criadas como autarquias em regi- me especial. As Agências Reguladoras no Brasil pertencem à administração indireta, sendo caracterizadas como Autarquias em regime especial. No Brasil, as agências foram criadas, inicialmente, para regular a prestação de serviço público e presidir as concessões e permis- sões. Posteriormente, criaram-se outras agências para regular falhas de mercado existentes em mercados considerados estratégicos. A partir da década de 1990, houve a necessidade de um Estado menos interventor, espe- cialmente pela situação econômica em que se encontrava o Estado brasileiro, bastante en- dividado. Assim, defendia-se, à época, um Estado menos interventor e mais descentralizado (até mesmo pela incapacidade que esse possuía de fazer investimentos nas áreas de infra- estrutura). O objetivo de dar autonomia às agências reguladoras para atuarem nesses setores consi- derados estratégicos seria garantir aos investidores privados um retorno adequado ao inves- timento (já que eles passariam a investir em setores que antes eram regidos diretamente pelo Estado), reduzindo o risco de que, após terem realizado os investimentos necessários, fossem prejudicados pelo Estado, o qual, em situação hipotética, diminuiria o valor da tarifa que re- munerava o investidor, elevando seus custos (tratando, neste exemplo específico, do tipo de regulação denominada regulação tarifária). Existem algumas características estruturais (agora tratando mais do campo do direito ad- ministrativo econômico) que devem estar presentes nas agências reguladoras para que estas sejam consideradas autarquias em regime especial, dotadas de autonomia financeira, orça- mentária, patrimonial e decisória. São estas: 1) Mandato dos diretores – quem nomeia, forma de provimento e hipóteses de per- da do cargo; 2) Soberania das decisões – independentes do poder executivo e suas decisões, produzin- do coisa julgada administrativa (última instância administrativa); 3) Poder normativo, fiscalizatório e disciplinar; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 4) Algumas atribuições voltadas para a defesa da concorrência; 5) Procedimentos de transparência – audiência pública e consulta pública As agências reguladoras existentes hoje no Brasil: Agência nacional de energia elétrica ANEEL Lei 9.427/96 Agência nacional telecomunicações de ANATEL Lei 9472/97 (LGT) Agência nacional de Petróleo, gás e biocombustíveis - ANP Lei 9.478/97 Agência nacional de vigilância Sanitária ANVISA Lei 9.961/00 Agência nacional de saúde suplementar ANS Lei 9.782/99 Agência nacional de águas - ANA Lei 9.984/00 Agência nacional transportes aquaviários - ANTAQ Lei 10.233/01 Agência nacional de transportes terrestres - ANTT Lei 10.233/01 Agência nacional do Cinema – ANCINE MP 2.228-1/01 Agência nacional de Aviação civil – ANACLei 11.182/05 Agência Nacional de Mineração - ANM Lei 13.577/2017 Princípio da legalidade é de suma importância no direito administrativo. Porém, no con- texto das agências reguladoras, surge o denominado princípio da juridicidade administrativa. Este engloba legalidade e legitimidade, além da ponderação com outros princípios do direito administrativo, notadamente, no contexto das agências, o da eficiência. Há uma preferência em princípio à legalidade. É informador do direito administrativo, mas isto não significa que sempre prevalecerá; dependerá da análise do caso concreto. Em certas situações, pode preponderar o princípio da eficiência ou outro que venha ser ponderado. Para que isso seja possível, é necessário introduzir o conceito de jurisdição administrativa calcada no movimento de constitucionalização do direito, inclusive o direito administrativo, tornando efetiva as normas jurídicas emanadas da Constituição Federal, dando maior eficácia e efetividade às mesmas. Nos casos dos setores regulados, isso pode ser feito, dentre outras formas, a partir da con- fecção de normas com baixa densidade normativa, tal como defende, entre outros, o professor Alexandre Aragão. Essas normas têm uma abertura textual que permite uma maior flexibilida- de de atuação por parte da entidade reguladora, sem que fique presa a ditames legais fixos e rígidos que poderiam atrapalhar numa atuação no campo real, dada a dificuldade de modifica- ção das leis em sentido estrito aliado à rapidez com que ocorrem algumas mudanças dentro de determinados setores regulados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Hoje, as agências reguladoras têm um marco legal único, contido na lei n. 13.848/2019, que dispõe sobre a gestão, a organização, o processo decisório e o controle social das agên- cias reguladoras, incluindo todas as agências supracitadas no âmbito de sua regulação, ressal- vando as disposições específicas das agências. De acordo com outro princípio importante que informa a atividade administrativa – a trans- parência – ligada à publicidade contida no art 37, caput da CRFB/1988, serão objeto de consul- ta pública, previamente à tomada de decisão pelo conselho diretor ou pela diretoria colegiada, as minutas e as propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços prestados. A consulta pública é o instru- mento de apoio à tomada de decisão por meio do qual a sociedade é consultada previamente, por meio do envio de críticas, sugestões e contribuições por quaisquer interessados, sobre proposta de norma regulatória aplicável ao setor de atuação da agência reguladora. Poderá ainda a agência reguladora, por decisão colegiada, convocar audiência pública para formação de juízo e tomada de decisão sobre matéria considerada relevante. Outro ponto importante, ainda ligado à ideia de transparência, publicidade, moralidade e impessoalidade da sua atuação administrativa é a questão relativa ao controle social e à pres- tação de contas de suas atividades à sociedade. Nesse sentido, a Lei 13.848/2019 em seu art. 14 prevê que controle externo das agên- cias reguladoras será exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União, devendo as agencias elaborarem relatório anual circunstanciado de suas atividades, no qual destacará o cumprimento da política do setor, definida pelos Poderes Legislativo e Executivo, e o cumprimento do plano estratégico, para cada período quadrienal, que conterá os objetivos, as metas e os resultados estratégicos esperados das ações da agência reguladora relativos a sua gestão e a suas competências regulatórias, fiscalizatórias e normativas, bem como a indicação dos fatores externos alheios ao controle da agência que poderão afetar sig- nificativamente o cumprimento do plano. As agências reguladoras federais regulam a atividades relacionadas a quatro (4) funções principais. Agências como a Anatel12, Aneel, ANTT e Antaq regulariam serviços públicos, le- vando-se em conta que nem toda atividade monopolizada ou explorada pelo estado é servi- ço público. Já a ANP e a ANA regulariam atividades econômicas e bens monopolizados pelo Estado – sua exploração pela iniciativa privada. Neste caso, como o monopólio é constitucional, não pode o legislador “desmonopolizar” a exploração desta atividade atendendo, por exemplo, ao princípio da proporcionalidade13 aplicada a este caso. Assim, entende-se que os contratos de 12 Anatel também regula serviço prestado em regime privado, tal como o serviço móvel pessoal – telefonia celular, que não é prestada em regime público. 13 Alexandre Aragão (2005, p.143/144) cita que a “instituição de agências reguladoras tende a atender o princípio da proporcio- nalidade, mormente em seu elemento adequação, à medida que, ao retirar da esfera preponderantemente política a regulação de vastos setores da atividade econômica, busca assegurar a não imposição de regulações de cunho eminentemente político, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela concessão advindos da exploração destas atividades não visam à delegação de serviços públi- cos, sendo estes de direito privado (o que não significa que possam existir cláusulas de ordem pública e um forte dirigismo estatal na contratação e respectiva execução. Por fim, há a Ancine, Anvisa, ANS, ANAC que são agências que regulam atividades priva- das de interesse público (serviços públicos impróprios ou virtuais), atuam num domínio eco- nômico de exploração por agentes privados – serviços prestados em regime privado. Agências reguladoras não se confundem com agências executivas: Agência reguladora X Agência Executiva Entidade criada (nova ou a partir da transformação, fusão, etc. de outras autarquias Entidade já existente que, transitoriamente, enquanto perdurar o contrato de gestão, é qualificada como agência executiva. Há autores que defendem que agências reguladoras não passam de mera autarquia e que o termo agência reguladora também seria um termo qualificativo. Apesar dessa interpretação a diferença principal diz respeito ao fato de ser a agência reguladora, sempre, uma nova entidade criada por lei. às vezes mesmo de cunho político eleitoral, e, desta forma, desnecessárias ou desvirtuadas para os fins públicos aos quais a regulação visa atender...” O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela MAPA MENTAL O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 93www.grancursosonline.com.brAs Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Agências reguladoras existentes hoje no Brasil: Agência nacional de energia elétrica ANEEL Lei 9.427/96 Agência nacional telecomunicações de ANATEL Lei 9472/97 (LGT) Agência nacional de Petróleo, gás e biocombustíveis - ANP Lei 9.478/97 Agência nacional de vigilância Sanitária ANVISA Lei 9.961/00 Agência nacional de saúde suplementar ANS Lei 9.782/99 Agência nacional de águas - ANA Lei 9.984/00 Agência nacional transportes aquaviários - ANTAQ Lei 10.233/01 Agência nacional de transportes terrestres - ANTT Lei 10.233/01 Agência nacional do Cinema – ANCINE MP 2.228-1/01 Agência nacional de Aviação civil – ANAC Lei 11.182/05 Agência Nacional de Mineração - ANM Lei 13.577/2017 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela QUESTÕES DE CONCURSO 001. (FGV/TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO - ÁREA CONTROLE EXTER- NO/2022) As agências reguladoras foram criadas a partir do Programa Nacional de Desesta- tização, para fiscalizar, regular e normatizar a prestação de serviços públicos transferidos à iniciativa privada, na forma da lei, com intenção de reduzir gastos e buscar maior eficiência na execução de tais atividades. Nesse contexto, no plano federal, imagine-se a hipotética Agência Nacional Alfa, que, por ser uma agência reguladora, de acordo com a legislação de regência, em matéria de organização administrativa, se classifica como: a) autarquia em regime especial, que é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordina- ção hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investi- dura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, sendo certo que seu con- trole externo é exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União; b) autarquia em regime especial, que é caracterizada pela existência de tutela ou de subordina- ção hierárquica, pela autonomia funcional, decisória e administrativa, bem como pela vincula- ção orçamentária e financeira junto à Administração direta, sendo certo que seu controle exter- no é exercido por meio de supervisão ministerial, com auxílio do Tribunal de Contas da União; c) autarquia territorial nacional, que é caracterizada pela existência de tutela ou de subordi- nação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória e administrativa, pela vinculação or- çamentária e financeira junto à Administração direta, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio de supervisão ministerial, com auxílio da ControladoriaGeral da União; d) fundação pública de direito privado, que ostenta personalidade jurídica de direito privado e executa atividades regulatórias de interesse social, com tutela e subordinação hierárquica, au- tonomia funcional, decisória e administrativa, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio do Ministério Público Federal, mediante o velamento de fundações; e) empresa estatal, que ostenta personalidade jurídica de direito privado e executa atividades regulatórias de interesse social, com ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pos- suindo autonomia funcional, decisória e administrativa, sendo certo que seu controle externo é feito diretamente pelos usuários do serviço e pela sociedade civil, mediante o controle social, exercido com auxílio da Defensoria Pública da União. 002. A respeito das agências reguladoras, assinale a alternativa correta. a) O controle externo das agências reguladoras será exercido pelo Congresso Nacional, sem o auxílio do Tribunal de Contas da União. b) Haverá, em cada agência reguladora, 1 (um) ouvidor, que atuará com subordinação hierár- quica e exercerá suas atribuições com acumulação das demais funções. c) É facultado ao ouvidor ter participação indireta em empresa sob regulação da respectiva agência reguladora. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://questoes.grancursosonline.com.br/prova/tcu-2022-fgv-auditor-federal-de-controle-externo-area-controle-externo https://questoes.grancursosonline.com.br/prova/tcu-2022-fgv-auditor-federal-de-controle-externo-area-controle-externo 33 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela d) O ouvidor terá mandato de 4 (quatro) anos, vedada a recondução, no curso do qual somente perderá o cargo em caso de renúncia. e) É facultado à agência reguladora adotar processo de delegação interna de decisão, sendo assegurado ao conselho diretor o direito de reexame das decisões delegadas. 003. (CESPE/CEBRASPE/PGE MS/PROCURADOR DO ESTADO/2021) Muito embora cada setor regulado conte com suas peculiaridades, a Lei n. 13.848/2019 surgiu como instrumento uniformizador da forma e dos instrumentos de atuação dos agentes reguladores, consagrando elevada autonomia decisória desses agentes frente à administração direta. Nesse sentido, à luz da Lei n. 13.848/2019, assinale a opção correta com referência à autonomia e transparên- cia das agências reguladoras. a) A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de subor- dinação hierárquica, autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira, pela investidu- ra a termo de seus dirigentes e a estabilidade durante os mandatos, estando ela sujeita apenas à tutela ministerial, que não a sujeitará a interferência nas suas competências finalísticas. b) Quando uma agência pública submeter a consulta pública minutas e propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços, competirá ao órgão responsável no Ministério da Economia opinar, quando con- siderar pertinente, sobre os respectivos impactos regulatórios. c) Uma das características da autonomia administrativa conferida à agência reguladora é a possibilidade de encaminhar diretamente ao Congresso Nacional sua proposta orçamentária, ouvido previamente o Ministério da Economia. d) É facultado à agência reguladora adotar processo de delegação interna de decisões regulató- rias, sendo assegurado ao diretor-presidente ou ao presidente do conselho diretor, ad referendum da diretoria colegiada ou do conselho diretor, o direito de reexame das decisões delegadas. e) As reuniões deliberativas envolvendo matéria regulatória e administrativa do conselho di- retor ou da diretoria colegiada da agência reguladora serão públicas e divulgadas por meio eletrônico. 004. (ANAC/2016/ESAF/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO ÁREA 1) Sobre os principais tipos de ação regulatória do Estado na economia, assinale a opção incorreta. a) A regulação por estatização é aquela em que o Estado é proprietário de empresas ou seto- res inteiros da economia b) A regulação central é aquela na qual o Estado centraliza todo o seu poder de autorregulação. c) A regulação que abrange as diversas formasde autorregulação, através de arranjos corpo- rativistas. d) Na regulação direta, o Estado exerce suas atividades regulatórias por intermédio de órgãos da administração centralizada, quando atuando em um contexto de regime de proprieda- de privada. e) A regulação pública com regime de propriedade privada, baseada na criação de entidades dotadas de autonomia, as agências reguladoras. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://questoes.grancursosonline.com.br/prova/pge-ms-ms-2021-cespe-cebraspe-procurador-do-estado 34 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 005. (FUNCAB/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/ANS/2016) É possível afirmar que, com o proces- so de privatização iniciado no Brasil na última década do século XX, mais especificamente a partir da edição do Programa Nacional de Privatização (Lei n. 8.031, de 1990), o Estado perdeu seu papel de protagonista na execução de certos serviços públicos. Nesse contexto, surgem as agências reguladoras federais. Especificamente sobre a Agência Nacional de Saúde Suple- mentar (ANS), é correto afirmar que foi criada por (pela): a) Constituição Federal, através de um processo de emenda, dispensando-se lei regu- lamentadora. b) lei específica. c) Emenda Constitucional e regulamentada por lei ordinária. d) Emenda Constitucional e regulamentada por lei complementar. e) lei complementar. 006. Constituição Federal prevê, no rol dos direitos fundamentais, que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de: a) ordem judicial ou policial. b) lei ou regulamento autônomo. c) ato administrativo fundamentado. d) lei. e) ordem da autoridade administrativa competente. 007. (AGENTE DE FISCALIZAÇÃO E VIGILÂNCIA SANITÁRIA/FUNCAB – ES/2012) São prin- cípios da Administração Pública com previsão expressa na Constituição Federal, entre outros: a) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. b) legalidade, pessoalidade, insignificância, publicidade e eficiência. c) pessoalidade, capacidade, legalidade, insignificância e moralidade. d) impessoalidade, moralidade, irrecorribilidade e capacidade. e) impessoalidade, insignificância, irrecorribilidade e moralidade 008. (CEBRASPE-CESPE ANP/E.R-ÁREA1/2012) Acerca das agências reguladoras, julgue os itens a seguir. A regulação é exigência lógica quando o poder público se afasta da atuação direta, transfere para a iniciativa privada atividades que, até o momento, desempenhava, e renuncia à prestação exclusiva de determinados serviços, de modo a ensejar disputa pelo mercado de atividades, até então, monopolizadas pelo Estado. 009. (PROCURADOR DA REPÚBLICA/MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL/MPF/2015) As agências reguladoras foram criadas com a finalidade de normatizar os mercados econômicos e equilibrar as relações entre os agentes. com fundamento na lei, na doutrina especializada e na jurisprudência do supremo tribunal federal pode-se afirmar que: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 35 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela a) A independência das agendas reguladoras e mitigada pelo controle de juridicidade prévio exercido pelas suas procuradorias, que são vinculadas a Advocacia-Geral da União; pela pos- sibilidade de reexame “a posteriori” de seus atos pelo Poder Judiciário; pela vinculação de seu poder normativo a lei; e, pelo controle financeiro realizado pelo Tribunal de Contas; b) A autonomia financeira e administrativa das agendas se caracterizam pela liberdade de ges- tão, sendo-lhes permitido arrecadar receitas próprias e organizar suas despesas, sem ingerên- cia dos Poderes Executivo ou Legislativo nos aspectos financeiros e contábeis das despesas relativas as atividades meio e fim; c) O sistema constitucional brasileiro não adota o princípio da deslegalização. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional o poder normativo delegado as Agências reguladoras, impedindo-as de editar atos que normatizem obrigações a serem observadas pe- los entes que compõem o mercado regulado; d) No plano Federal as agendas reguladoras estão previstas no texto constitucional e foram constituídas como autarquias, integrantes da administração direta, vinculadas a Presidência da República, com subordinação hierárquica entre elas e o Ministério competente para tratar da respectiva atividade. 010. (ANAC/2016/ESAF/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO ÁREA 1) O novo sistema regula- tório brasileiro, criado a partir do surgimento das agências reguladoras, durante a reforma da década de 1990, encontra-se ainda em fase de consolidação. Questionamentos sobre a legiti- midade das agências reguladoras são frequentes e refletem o ineditismo desse arranjo para o ajuste de seu desenho institucional e de sua atuação regulatória. Analise as assertivas abaixo e assinale a opção incorreta. a) O surgimento de estruturas autônomas de administração para os assuntos de regulação da economia, as agências reguladoras, inaugurou um novo paradigma de intervenção estatal no domínio econômico, notadamente em setores de infraestrutura. b) Um problema das agências reguladoras federais é o seu atual quadro diversificado e não profissionalizado, sendo comum nas estruturas das agências cargos comissionados e pessoal contratado por terceirização. c) A origem da ideia de que a regulação econômica deve ser exercida por agências com auto- nomia técnica e decisória reside na preocupação com o problema da captura dos entes regu- ladores pelos agentes regulados. d) A fragmentação da estrutura regulatória do governo brasileiro foi uma das preocupações consideradas ao se pensar na criação das agências reguladoras federais. e) O surgimento das agências reguladoras, denominado de “agencificação”, iniciou-se no go- verno Fernando Henrique Cardoso, como produto da reforma regulatória implementada no país a partir das privatizações ocorridas ao longo da última década do século passado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 36 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 011. (TÉCNICO EM REGULAÇÃOANAC/ESAF/2016) São características das Agências Regu- ladoras brasileiras, exceto: a) independência política, decorrente da nomeação de sua diretoria pelo Poder Executivo, após aprovação do Senado Federal, para o exercício de mandatos fixos e não coincidentes. b) autonomia administrativa, patrimonial e financeira. c) decisões não suscetíveis de recursos hierárquicos. d) regime de emprego público para seus empregados. e) período de quarentena para os dirigentes que deixam a agência. 012. (FUNCAB/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/ANS/2016) Sobre as agências reguladoras, sua natureza jurídica e suas funções, assinale a resposta correta. a) As agências reguladoras são autarquias que têm como objetivo institucional a intervenção estatal no domínio econômico, quando necessário, para evitar abusos praticados por pessoas privadas, reservadas as funções de fiscalização e controle às agências executivas. b) As agênciasreguladoras são espécies do gênero agências autárquicas, juntamente com as agências executivas, e têm por função básica o controle e a fiscalização, o que se coaduna com o regime de desestatização. c) As agências reguladoras são organizadas sob a forma de empresas públicas e têm por função a fiscalização das pessoas privadas concessionárias ou permissionárias de servi- ços públicos. d) Entre os objetivos das agências reguladoras encontram-se a fiscalização e controle das pes- soas permissionárias ou concessionárias de serviços públicos, a intervenção estatal no domí- nio econômico, ou, ainda, a prestação direta de serviços públicos, hipótese em que a agência reguladora receberá a denominação agência reguladora executiva. e) As agências reguladoras podem ser constituídas sob a forma de autarquias ou empresas públicas, ou, ainda, podem pertencer ao terceiro setor, de modo que ora assumem personalida- de jurídica de direito público, ora de direito privado. 013. (TÉCNICO EM REGULAÇÃO/ANAC/ESAF/2016) São características marcantes das agências reguladoras brasileiras a independência administrativa, a autonomia financeira, a au- sência de vinculação hierárquica – subordinação – ao ministério supervisor e a estabilidade e mandato fixo dos seus dirigentes. Considerando esta afirmativa, analise os itens abaixo e, em seguida, assinale a opção correta. Essas características são encontradas também em outras autarquias da Administração Públi- ca brasileira. II – A característica que pode configurar-se como distintiva das agências reguladoras é a no- meação dos seus dirigentes pelo Presidente da República, após prévia aprovação pelo Senado Federal, vedada a exoneração ad nutum – imotivada. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 37 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela III – A independência decisória das agências é fruto da independência financeira, estrutural e funcional. Tais características são importantes para a adoção de soluções técnicas, e não políticas, como frequentemente ocorre com os ministérios e os órgãos a eles subordinados. a) Todos os itens são corretos. b) Somente o item III é correto. c) Somente os itens II e III são corretos. d) Todos os itens são falsos. e) Somente o item II é correto. 014. (FUNCAB/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/ANS/2016) Normalmente, as agências regulado- ras têm por características, entre outras, a nomeação de diretores com lastro político (isto é, nomeados pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal) e mandato fixo. As mencionadas características decorrem da(o): a) Autonomia política administrativa das agencias reguladoras; b) Necessária vinculação entre agencias reguladoras e poder executivo; c) Enquadramento das agencias reguladoras como pessoas jurídicas de direito privado; d) Vitaliciedade conferida aos diretores das agencias reguladoras; e) Autonomia econômico-financeira das agencias reguladoras; 015. (FUNCAB/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/ANS/2016) A partir do advento do Estado regula- dor, surge a necessidade de criação de agências reguladoras. Sobre contexto histórico em que o tema se situa, é correto afirmar que a(o): a) modelo de “ welfare state” é reproduzido pelo Estado regulador, em contraposição ao mode- lo keynesiano. b) a criação do Estado regulador sucedeu a um modelo de Estado não intervencionista, surgido no período pós-crise de 1929. c) Brasil, ao instituir a política de criação de agências reguladoras, absorveu influências tanto do modelo americano, quanto do modelo europeu de regulação. d) Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, não demonstra qualquer inclina- ção ao Estado regulador, não se encontrando em seu texto qualquer referência a órgãos re- gulatórios. e) Estado regulador é um modelo concebido no brasil em virtude de sucessivas crises econô- micas que atingiram a capacidade de financiamento estatal, com posterior exportação desse modelo para outros países. 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No que tange às características das autarquias, assinale a assertiva correta. a) Regime jurídico funcional celetista e personalidade jurídica de direito privado. b) Personalidade jurídica de direito privado ou público e não sujeição ao controle administrativo. c) Regime Jurídico Funcional estatutário e impenhorabilidade de bens. d) Responsabilidade civil subjetiva e penhorabilidade de bens. e) Personalidade jurídica de direito privado e prerrogativas processuais, como por exemplo, prazo dilatado em juízo. 017. (TÉCNICO EM REGULAÇÃO ANAC ESAF/2016) A respeito dos benefícios que possam advir do processo de regulação, analise as afirmativas abaixo, classificando as em verdadeiras (V) e falsas (F) e, em seguida, assinale a opção que contenha a sequência correta. O estabelecimento de regras de segurança ao bem estar do cidadão. II – Orientação dos gestores públicos por metas ambíguas e inconsistentes. III – Adoção de medidas para dificultar a entrada de produtos substitutos e complementares. IV – Objetivos difusos referidos ao interesse público. a) V, F, F, F b) F, V, V, V c) V, F, V, F d) F, F, V, V e) V, V, V, F 018. (FUNCAB/TÉCNICO ADMINISTRATIVO ANS 2016) No que concerne às atribuições da ANS, assinale a alternativa correta. a) As características gerais e específicas dos instrumentos contratuais usados na atividade das operadoras de planos privados de assistência à saúde serão estabelecidas pela ANS. b) Compete à ANS implementar as políticas e diretrizes gerais sugeridas pelo Conselho Nacio- nal de Saúde Suplementar, para regulação do setor de saúde suplementar. c) Compete à ANS estabelecer critérios gerais para o exercício de cargos diretivos das opera- doras de planos privados de assistência à saúde. d) Incumbe à ANS autorizar reajustes e revisões das contraprestações pecuniárias dos planos privados de assistência à saúde, dispensando-se manifestação do Ministério da Fazenda. e) Acerca do ressarcimento ao Sistema Único de Saúde, a ANS não pode normatizar o tema, mas pode instar o Congresso Nacional para que este o faça. 019. (FUNCAB/TÉCNICO ADMINISTRATIVO ANS 2016) Sobre a perda de mandato dos diri- gentes da ANS, após os primeiros quatro meses de exercício, é correto afirmar que: a) o descumprimento, ainda que justificado, de objetos e metas acordados no contrato de ges- tão de que trata o Capítulo III da Lei n. 9.661/2000, acarreta a perda do mandato, em virtude da aplicação do princípio da eficiência. 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(FUNCAB/TÉCNICO ADMINISTRATIVO ANS 2016) A Agência Nacional de Saúde Suple- mentar (ANS), autarquia especial, possui autonomia: a) administrativa, patrimonial, de gestão de recursos humanos e nas decisões técnicas, mas não financeira. b) administrativa e patrimonial, mas não financeira, de gestão de recursos humanos e nas de- cisões técnicas. c) administrativa, financeira, patrimonial, de gestão de recursos humanos e nas deci- sões técnicas. d) apenas nas decisões técnicas, mas não administrativa, financeira, patrimonial e de gestão de recursos humanos. e) administrativa, financeira e de gestão de recursos humanos, mas não patrimonial e nas de- cisões técnicas. (ANTAQ/2014/CEBRASPE UNB E.R-CARGO 5 E 6) Julgue os próximos itens, acerca das agên- cias reguladoras e das teorias da regulação. 021. Dada a importância da ANTAQ como autoridade administrativa independente das ativida- des portuárias e de transporte aquaviário, ela figura entre as três primeiras agências criadas com assento constitucional, ao lado da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da Agência Na- cional de Telecomunicações (ANATEL). 022. A criação das agências reguladoras advém da política econômica adotada no Brasil na década de 90 do século XX, quando ocorreram privatizações decorrentes do Plano Nacional de Desestatização. 023. A regulação econômica busca restringir as decisões das firmas com base em três vari- áveis principais: o preço, a quantidade e o número de empresas. Com relação à quantidade ofertada, uma forma de regulação é a obrigatoriedade de atender a toda a demanda ao pre- ço regulado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 40 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 024. (EPPG/ESAF/2009) Com relação às Agências Reguladoras no Brasil, indique a opção incorreta. a) Após a instituição do Programa de Desestatização, em 1997, foram criadas a Agência Na- cional de Telecomunicações, a Agência Nacional do Petróleo e a Agência Nacional de Energia Elétrica, todas elas para a regulamentação e controle de atividades até então exercidas pelo Estado como monopólio. b) A função das agências reguladoras é ditar as normas de condução entre os agentes envol- vidos: o Poder Público, o prestador de serviços e os usuários. c) A agência reguladora é uma pessoa jurídica de direito público interno, geralmente constituí- da sob a forma de autarquia especial ou outro ente da administração indireta. d) As agências reguladoras são dotadas de autonomia política, financeira, normativa e de gestão. e) As agências reguladoras não estão sujeitas às normas gerais de licitação. As A.R estão, sim, sujeitas às normas de licitação, tal como todas as outras entidades da administração pública direta ou indireta, ainda que a lei 14.133/2021 exclua as sociedades de economia mista e empresas públicas, eis que abrangidas pela lei 13.303/2016 – normas especiais de licitação. Letra e. 025. (ANTAQ/2014/CEBRASPE/UNB T.R) Julgue os itens subsecutivos, com relação às agên- cias reguladoras. A função normativa das agências reguladoras se equipara à função regulamentar do chefe do Poder Executivo de complementação das leis. 026. As agências reguladoras exercem função normativa primária, observadas as normas hie- rarquicamente superiores. 027. Não caracteriza violação ao princípio da legalidade a edição, pela agência reguladora, de atos de condicionamento ou de restrição de direitos para o cumprimento de obrigação dis- posta em lei. (ANTAQ/2014/CEBRASPE/UNB T.R) Acerca dos órgãos reguladores no Brasil, julgue os itens a seguir. 028. A autonomia funcional concedida por lei às agências reguladoras resulta em processo decisório que reflete as demandas políticas de curto prazo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 41 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 029. A condenação em ação penal com trânsito em julgado constitui motivo para a exonera- ção de dirigente de agência reguladora. 030. Cabe às agências reguladoras, concebidas a partir da década de 1990, regular a oferta de serviços providos por empreendedores públicos e privados, assim como implantar as políticas e diretrizes do governo federal direcionadas a seus respectivos setores de atuação. (ANATEL/2014/CEBRASPE UNB-ER) Acerca das agências reguladoras no Brasil, julgue os itens que se seguem. 031. No Brasil, as agências reguladoras, assim como o Banco Central, são dotadas de autono- mia operacional e independência em relação aos poderes do Estado. 032. As agências reguladoras no Brasil foram criadas no governo Collor como instrumentos do Poder Executivo para minimizarem os problemas econômicos relacionados à prestação dos serviços públicos. 033. (ARCE/2006/FCC) Dentre as características que denotam as atividades das agências reguladoras, enquanto autarquias de regime especial, inclui-se a a) personalidade jurídica de direito privado. b) instabilidade dos mandatos de seus dirigentes. c) dependência financeira. d) autonomia em relação à Administração Direta. e) dependência patrimonial. (ANTT/2013/TÉCNICO EM REGULAÇÃO) A respeito do histórico dos órgãos reguladores no Brasil e das suas características, julgue os itens a seguir. 034. Constituem características da maior parte das agências reguladoras a autonomia e a estabilidade de seus dirigentes, que têm mandatos fixos e independência financeira e cujos nomes são submetidos à aprovação pelo Poder Legislativo, já que essas autarquias possuem orçamento próprio. 035. O conceito de Estado regulador surgiu em uma época de transformação, na qual a ad- ministração pública passou a ter uma postura mais burocrática, autoritária, hierarquizada e verticalizada, e o processo passou a ser mais importante que o resultado. 036. A criação do modelo regulador no Brasil abrangeu não somente o processo de quebra de monopólio de certas atividades, mas também a busca por uma melhor eficiência e moderniza- ção da administração pública. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 42 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 037. Apesar de seu poder regulador, os atos normativos editados pelas agências reguladoras estão sujeitos a constantes mudanças, determinadas pelo Poder Executivo, não se podendo, portanto, falar em estabilidade das regras formuladas. (ANTT/2013/TÉCNICO EM REGULAÇÃO) Acerca das agências reguladoras e do princípio da legalidade, julgue os itens que se seguem. 038. A atuação dos órgãos reguladores é sempre discricionária, e pode o administrador tomar decisões de acordo com a conveniência e oportunidade da medida. Para tanto, exige-se que suas decisões estejam pautadasapenas nos atos normativos expedidos pela autarquia. 039. O regime diferenciado das agências reguladoras revela o pleno atendimento às normas constitucionais que disciplinam as autarquias em geral, mas diferencia-se do regime das au- tarquias por determinadas características que visa aumentar a autonomia e a independência dessas agências. 040. Os atos normativos editados pela ANTT que regulamentam as leis federais devem con- sistir em uma reprodução da lei, não podendo possuir detalhes nem apresentar elementos que não estejam nesta contidos. 041. As agências reguladoras são dotadas de especialização e possuem natureza jurídica de autarquia de regime especial, devendo sua criação e extinção ser feita mediante lei. (ANTT/2013/TÉCNICO EM REGULAÇÃO) Julgue os itens subsequentes, a respeito das agên- cias reguladoras no Brasil. 042. As agências reguladoras são dirigidas em regime de colegiado, por conselho diretor ou diretoria, cujos membros devem ser brasileiros de reputação ilibada e com formação universi- tária nas áreas de especialidades compatíveis com os respectivos cargos. 043. A relação entre os ministérios supervisores — responsáveis pela formulação de políticas públicas — e as agências reguladoras a eles vinculadas — responsáveis pela operacionalização dessas mesmas políticas — é de natureza hierárquica. (ANTT/2013/TÉCNICO EM REGULAÇÃO) Julgue os itens subsecutivos, referentes ao poder normativo das agências reguladoras. 044. Não cabe às agências reguladoras, no uso do poder normativo, criar os objetivos e os deveres decorrentes da regulação, em face do princípio da legalidade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 43 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 045. No âmbito da administração pública brasileira, o Poder regulatório é exclusivo das agên- cias reguladoras, em razão de sua natureza autárquica especial. 046. A função normativa das agências reguladoras, exercida com vistas ao equilíbrio do sub- sistema regulado, não se equipara ao poder regulamentar de competência do chefe do Poder Executivo. (ANAC/T.R/2012) Acerca da criação das agências reguladoras, julgue os itens seguintes. 047. As agências reguladoras podem ser criadas apenas por decreto presidencial. 048. Uma das características das agências reguladoras é a permeabilidade, uma vez que atu- am com a finalidade de equilibrar os interesses dos entes que compõem o mercado e manter o diálogo com os agentes econômicos, os consumidores e o poder público. 049. Uma das medidas tomadas pelo governo no processo de modernização do Estado foi a criação de um grupo especial de autarquias, denominadas agências, que se classificam, dida- ticamente, em reguladoras e executivas. 050. As agências reguladoras têm a função de controlar a prestação dos serviços públicos e o exercício de atividades econômicas, em toda a sua extensão. (ANP/2012/E.R ÁREA 1) Acerca das agências reguladoras, julgue os itens a seguir. 051. A regulação é exigência lógica quando o poder público se afasta da atuação direta, trans- fere para a iniciativa privada atividades que, até o momento, desempenhava, e renuncia à pres- tação exclusiva de determinados serviços, de modo a ensejar disputa pelo mercado de ativida- des, até então, monopolizadas pelo Estado. 052. As agências reguladoras serão criadas por lei específica que definirá sua natureza jurídi- ca, podendo ser constituídas em regime de natureza pública, nos moldes das autarquias; ou privada, seguindo o modelo das empresas públicas. (ANP 2012 E.R ÁREA 1) Em relação a entidades reguladoras no Brasil e abordagens econômi- cas da atividade regulatória, julgue os itens a seguir. 053. Uma norma editada pela ANP para regulamentar um dispositivo de uma lei federal, em- bora imponha medidas restritivas a particulares, não representa uma ofensa ao princípio da legalidade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 44 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 054. A edição de ato normativo que disponha sobre matéria de competência da ANP, mas efe- tivada por outra agência reguladora, é um exemplo da teoria da captura. (ANP-CEBRASPE-E.R ÁREA 7) Acerca da regulação de petróleo, gás natural e biocombustíveis, julgue os itens que se seguem. 055. A ANP tem atribuição constitucional para dispor, mediante decreto, sobre sua organiza- ção e funcionamento, inclusive sobre a criação e a extinção de cargos. CEBRASPE-CESPE/UNB ANS 2013 E.R) A respeito da atuação das agências reguladoras, julgue o próximo item. 056. As agências reguladoras têm a faculdade de legislarem, de forma independente, matérias relativas à sua área de atuação, e podem baixar normas unilaterais de conduta que afetem os direitos individuais, desde que essas normas assegurem o equilíbrio de forças no mercado. (CEBRASPE-CESPE/UNB ANS 2013 E.R) Com relação às características dos órgãos regulado- res no Brasil, julgue os itens a seguir. 057. A criação e o ineditismo dos órgãos reguladores na administração pública decorreram da reforma do Estado instituída pelo Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado, elaborado no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. 058. As agências reguladoras têm autonomia financeira. As empresas submetidas à regulação estatal ficam sujeitas à cobrança de uma taxa referente ao serviço prestado, denominada taxa de fiscalização. 059. Como o dirigente da agência não é nomeado por concurso público, cabe ao presidente da República o poder para nomear e destituir os dirigentes das agências reguladoras, razão pela qual o princípio da independência não é observado no modelo brasileiro. 060. As agências reguladoras possuem autonomia para realização dos seus atos, mas não independência. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 45 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 061. (ANS/2007/FCC-ER) Analise as assertivas em relação à Agência Nacional de Saúde Su- plementar −ANS: I – A ANS é subordinada ao Ministério da Saúde, órgão que lhe transfere, através de dotação orçamentária própria, os recursos necessários para o desenvolvimento de suas funções. II – Faz parte das atribuições da ANS fiscalizar a atuação das operadoras e prestadores de ser- viços de saúde com relação à abrangência das coberturas de patologias e procedimentos. III – A ANS tem por finalidade institucional promover a defesa do interesse público na as- sistência suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores. IV – Uma das funções da ANS é a fixação de parâmetros e diretrizes gerais para reajustes e revisões das contraprestações pecuniárias dos planos privados de assistência à saúde. É correto o que consta APENAS em a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) II e IV. e) II, III e IV. (CEBRASPE-UNB/ANATEL/ANALISTA ADMINISTRATIVO – CARGO 5/2008) Acerca das agências reguladoras, julgue os itens subsequentes. 062. As agências reguladoras têm origemno regime norte-americano, contempladas nas fi- guras das independent agencies e independent regulatory agencies, destinadas à regulação econômica ou social. 063. As agências reguladoras têm caráter nacional, sendo vedado aos estados e ao Distrito Fe- deral criar suas próprias agências estaduais quando se tratar de serviço público, por ausência de previsão constitucional. 064. O regime jurídico aplicável aos servidores das agências reguladoras atualmente é o do emprego público, regulado pela Consolidação das Leis do Trabalho, dado o caráter de autar- quia especial conferido às agências. 065. (CESGRANRIO/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/GERAL-2005) A Diretoria da ANP, em regime de colegiado, representa última instância administrativa para decisões sobre maté- ria de sua competência. Que característica fundamental das agências reguladoras reflete tal prerrogativa? a) Autonomia financeira. b) Mandato fixo de seus dirigentes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 46 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela c) Impossibilidade de exoneração ad nutum de seus dirigentes. d) Impossibilidade de interposição de recurso hierárquico a outros entes do Poder Executivo. e) Poder normativo. 066. (SUDECO/FUNCAB/NÍVEL MÉDIO) Quanto aos órgãos e entidades da administração pú- blica, marque a opção correta. a) A administração direta é composta pela União, Estados membros, Distrito Federal e Municípios b) A administração indireta Composto pelas autarquias, Agências, Fundações, Empresas esta- tais (sociedades de economias mista e empresas públicas). Há ainda os consórcios públicos (sob a forma de associação pública) c) Entes componentes do 3º setor são Serviços sociais autônomos, Organizações sociais dentre outros d) Tanto as empresas públicas, sociedades de economia mista e as paraestatais são pessoas jurídicas de direito privado. No entanto, as primeiras são constituídas pelo desejo do Estado. Já as paraestatais são constituídas pelo desejo de particulares, motivo pelo qual não integram à administração pública. e) Autarquias são subordinadas aos ministérios, devendo poder de hierarquia. 067. (ARSAE/A.R DE MG/SANEAMENTO/CARGO ANALISTA FISCAL E DE REGULAÇÃO / DIREITO/2014/FUNCAB) A ARSAE-MG goza de autonomia administrativa, técnica, financeira e patrimonial, e seus dirigentes exercem mandato com estabilidade parcial. Essas são carac- terísticas típicas de agências reguladoras que, como a ARSAE-MG, têm natureza de: a) agência executiva b) autarquia especial. c) órgão fiscalizador. d) organização social. 068. (ARSAE/A.R DE MG/SANEAMENTO/CARGO ANALISTA FISCAL E DE REGULAÇÃO /DIREI- TO/2014/FUNCAB) Sobre os membros da diretoria colegiada da ARSAE – MG, é correto afirmar: a) Seus mandatos devem ser coincidentes de 4 anos b) É vedada a exoneração imotivada de qualquer deles, a qualquer tempo, salvo condenação transitada em julgado; c) Estão impedidas de manter filiação político partidária; d) Devem abster-se de utilizar, em proveito próprio, após deixarem o cargo, informações privi- legiadas obtidas durante a sua gestão O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 47 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 069. As agências reguladoras, no exercício de seu poder normativo, a) Podem editar regulamentos, isto é, atos administrativos gerais e abstratos; b) Não podem contrariar disposição de lei anterior; c) editam regras de caráter supralegal, caracterizadas como regulamentos autônomos; d) Não se sujeitam aos limites da lei, mas apenas os da CF/1988, no sentido da proteção do interesse público 070. Acerca da organização administrativa, assinale a opção correta. a) Todas as autarquias possuem personalidade jurídica de direito privado. b) As autarquias são criadas obrigatoriamente por lei, com a necessidade de inscrição em serventias registrais. c) As autarquias são criadas por lei, com patrimônio e receita próprios, para executar ativida- des econômicas típicas da administração pública. d) As entidades da administração pública indireta estão subordinadas aos entes políticos. e) As autarquias possuem patrimônio próprio com as mesmas características dos bens públi- cos que integram o patrimônio dos entes políticos da administração pública direta. 071. No tocante às agências reguladoras, marque a alternativa correta. a) Integrarão a administração pública direta e serão regidas pelo direito público, fazendo jus a todas as prerrogativas outorgadas pelo regime jurídico-administrativo. b) É possível que a própria Lei (formal) transfira do Poder Legislativo para o Poder Executivo a competência para legislar sobre matéria determinada. c) Por orientação do STF, há obrigatoriedade de adoção do regime celetista. d) Em última instância administrativa, não possuem autonomia e independência no exercício de suas atividades. e) Seus dirigentes são escolhidos pelo Chefe do Poder Executivo, não estando subordinado à aprovação pelo Senado Federal e com mandato fixo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 48 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela GABARITO 1. a 2. e 3. b 4. c 5. b 6. d 7. a 8. C 9. a 10. d 11. d 12. b 13. c 14. a 15. c 16. C 17. d 18. c 19. e 20. c 21. E 22. C 23. C 24. e 25. E 26. E 27. C 28. E 29. C 30. C 31. E 32. E 33. d 34. E 35. E 36. C 37. E 38. E 39. C 40. E 41. C 42. C 43. C 44. C 45. E 46. C 47. E 48. C 49. E 50. E 51. C 52. E 53. C 54. E 55. E 56. E 57. E 58. C 59. E 60. E 61. c 62. C 63. E 64. E 65. d 66. d 67. b 68. d 69. b 70. e 71. b O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 49 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela GABARITO COMENTADO 001. (FGV/TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO - ÁREA CONTROLE EXTER- NO/2022) As agências reguladoras foram criadas a partir do Programa Nacional de Desesta- tização, para fiscalizar, regular e normatizar a prestação de serviços públicos transferidos à iniciativa privada, na forma da lei, com intenção de reduzir gastos e buscar maior eficiência na execução de tais atividades. Nesse contexto, no plano federal, imagine-se a hipotética Agência Nacional Alfa, que, por ser uma agência reguladora, de acordo com a legislação de regência, em matéria de organização administrativa, se classifica como: a) autarquia em regime especial, que é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordina- ção hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investi- dura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, sendo certo que seu con- trole externo é exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União; b) autarquiaem regime especial, que é caracterizada pela existência de tutela ou de subordina- ção hierárquica, pela autonomia funcional, decisória e administrativa, bem como pela vincula- ção orçamentária e financeira junto à Administração direta, sendo certo que seu controle exter- no é exercido por meio de supervisão ministerial, com auxílio do Tribunal de Contas da União; c) autarquia territorial nacional, que é caracterizada pela existência de tutela ou de subordi- nação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória e administrativa, pela vinculação or- çamentária e financeira junto à Administração direta, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio de supervisão ministerial, com auxílio da ControladoriaGeral da União; d) fundação pública de direito privado, que ostenta personalidade jurídica de direito privado e executa atividades regulatórias de interesse social, com tutela e subordinação hierárquica, au- tonomia funcional, decisória e administrativa, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio do Ministério Público Federal, mediante o velamento de fundações; e) empresa estatal, que ostenta personalidade jurídica de direito privado e executa atividades regulatórias de interesse social, com ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pos- suindo autonomia funcional, decisória e administrativa, sendo certo que seu controle externo é feito diretamente pelos usuários do serviço e pela sociedade civil, mediante o controle social, exercido com auxílio da Defensoria Pública da União. a) Certa. Definição correta do que é uma agência reguladora no atual quadro administrativo brasileiro e de acordo com a lei 13.848/2019. b) Errada. Erra ao falar que é subordinada. Tem vínculo com órgão o qual faz controle finalísti- co. Exemplo – ministério de minas e energia controla finalisticamente a atuação da ANP. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://questoes.grancursosonline.com.br/prova/tcu-2022-fgv-auditor-federal-de-controle-externo-area-controle-externo https://questoes.grancursosonline.com.br/prova/tcu-2022-fgv-auditor-federal-de-controle-externo-area-controle-externo 50 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela c) Errada. Não é autarquia territorial nacional. Somente as federais têm atuação nacional. As estaduais e municipais têm atuação regional/local, de acordo com suas respectivas compe- tências e as competências regulatórias do Estado e do município. d) Errada. É autarquia, e não fundação pública de direito privado. e) Errada. Não é empresa estatal nem pessoa jurídica de direito privado. É autarquia em regime especial, nos moldes da definição da lei 13.848/2019. Letra a. 002. A respeito das agências reguladoras, assinale a alternativa correta. a) O controle externo das agências reguladoras será exercido pelo Congresso Nacional, sem o auxílio do Tribunal de Contas da União. b) Haverá, em cada agência reguladora, 1 (um) ouvidor, que atuará com subordinação hierár- quica e exercerá suas atribuições com acumulação das demais funções. c) É facultado ao ouvidor ter participação indireta em empresa sob regulação da respectiva agência reguladora. d) O ouvidor terá mandato de 4 (quatro) anos, vedada a recondução, no curso do qual somente perderá o cargo em caso de renúncia. e) É facultado à agência reguladora adotar processo de delegação interna de decisão, sendo assegurado ao conselho diretor o direito de reexame das decisões delegadas. a) Errada. Será exercida com auxílio do TC – art. 14 da Lei 13.848/2019. b) Errada. Ouvidor não terá subordinação hierárquica, atuando de forma independente. Artigo 22 da lei 13.848. c) Errada. É proibida a referida participação – art. 23, parágrafo 2º da lei 13.848. d) Errada. Mandato será de 3 anos - art. 23, parágrafo 1º da lei 13.848; e) Certa. art. 7º, parágrafo 2º. Letra e. 003. (CESPE/CEBRASPE/PGE MS/PROCURADOR DO ESTADO/2021) Muito embora cada setor regulado conte com suas peculiaridades, a Lei n. 13.848/2019 surgiu como instrumento uniformizador da forma e dos instrumentos de atuação dos agentes reguladores, consagrando elevada autonomia decisória desses agentes frente à administração direta. Nesse sentido, à luz da Lei n. 13.848/2019, assinale a opção correta com referência à autonomia e transparên- cia das agências reguladoras. a) A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de subor- dinação hierárquica, autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira, pela investidu- ra a termo de seus dirigentes e a estabilidade durante os mandatos, estando ela sujeita apenas à tutela ministerial, que não a sujeitará a interferência nas suas competências finalísticas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://questoes.grancursosonline.com.br/prova/pge-ms-ms-2021-cespe-cebraspe-procurador-do-estado 51 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela b) Quando uma agência pública submeter a consulta pública minutas e propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços, competirá ao órgão responsável no Ministério da Economia opinar, quando con- siderar pertinente, sobre os respectivos impactos regulatórios. c) Uma das características da autonomia administrativa conferida à agência reguladora é a possibilidade de encaminhar diretamente ao Congresso Nacional sua proposta orçamentária, ouvido previamente o Ministério da Economia. d) É facultado à agência reguladora adotar processo de delegação interna de decisões re- gulatórias, sendo assegurado ao diretor-presidente ou ao presidente do conselho diretor, ad referendum da diretoria colegiada ou do conselho diretor, o direito de reexame das decisões delegadas. e) As reuniões deliberativas envolvendo matéria regulatória e administrativa do conselho di- retor ou da diretoria colegiada da agência reguladora serão públicas e divulgadas por meio eletrônico. a) Errada. Ministério não tem poder de tutela sobre agência reguladora. Art. 3º. Da lei 13.848/2019 (artigos dos outros itens refere-se a esta mesma lei: Art. 3º A natureza especial conferida à agência reguladora é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei ou de leis específicas voltadas à sua implementação. b) Certa. art; 9º. – § 7º Compete ao órgão responsável no Ministério da Economia opinar, quando considerar pertinente, sobre os impactos regulatórios de minutas e propostas de alteração de atos normativos de interesse geral dos agentes econômicos, consumidores ou usuários dos serviços prestados sub- metidas a consulta pública pela agência reguladora. Atualmente quem opina é a SEAE, de acordo com as competências previstas no art. 19 da Lei 12.529/2011. c) Errada. Proposta orçamentária é enviada ao ministério da economia, e não diretamente. Art. 10 da MP 2.228-1/2001, alterado pela lei 13.848/2019 – Art. 10 – compete a diretoria colegiada - VIII - encaminhar ao Ministério da Economia a proposta de orçamento da Ancine; d) Errada. Apenas diretoria colegiada ou conselho pode fazer o reexame. O conteúdo deste livro eletrônico élicenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 52 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Art. 7º.§ 2º É facultado à agência reguladora adotar processo de delegação interna de decisão, sendo assegurado ao conselho diretor ou à diretoria colegiada o direito de reexame das decisões delegadas. e) Errada. Serão públicas e gravadas: Art. 8º As reuniões deliberativas do conselho diretor ou da diretoria colegiada da agência reguladora serão públicas e gravadas em meio eletrônico. Letra b. 004. (ANAC/2016/ESAF/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO ÁREA 1) Sobre os principais tipos de ação regulatória do Estado na economia, assinale a opção incorreta. a) A regulação por estatização é aquela em que o Estado é proprietário de empresas ou seto- res inteiros da economia b) A regulação central é aquela na qual o Estado centraliza todo o seu poder de autorregulação. c) A regulação que abrange as diversas formas de autorregulação, através de arranjos corpo- rativistas. d) Na regulação direta, o Estado exerce suas atividades regulatórias por intermédio de órgãos da administração centralizada, quando atuando em um contexto de regime de proprieda- de privada. e) A regulação pública com regime de propriedade privada, baseada na criação de entidades dotadas de autonomia, as agências reguladoras. Melhor seria que a questão tratasse das diversas formas de intervenção do estado na eco- nomia ao invés de tratar das ações regulatórias em si. Em se tratando de formas de interven- ção, TEM-SE: Direção - Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado incentiva e planeja à atividade econômica – planejamento deve ser indicativo para o setor privado – poder de restrições a liberdades individuais; Indução – Estabelecer diretrizes do processo econômico. Pode ser feito por regulação, incen- tivo, tributação, por exemplo. Prestação de serviços públicos – O Estado aqui não intervém na atividade econômica, mas descentraliza, por delegação nas modalidades de concessão, permissão e autorização a pres- tação de serviços públicos a agentes privados. Via de regra, a titularidade da prestação do serviço é do Estado (art. 175-CF/1988). Participação – Estado se iguala ao particular – Só será permitida imperativos de segurança nacional ou relevante interesse público – criação de SEM e EP – Art. 173 CF/1988 A letra c está errada, pois não se coaduna com as opções acima, especialmente pelo fato de trazer que as diversas formas de autorregulação se dão através de arranjos corporativistas. Letra c. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 53 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 005. (FUNCAB/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/ANS/2016) É possível afirmar que, com o proces- so de privatização iniciado no Brasil na última década do século XX, mais especificamente a partir da edição do Programa Nacional de Privatização (Lei n. 8.031, de 1990), o Estado perdeu seu papel de protagonista na execução de certos serviços públicos. Nesse contexto, surgem as agências reguladoras federais. Especificamente sobre a Agência Nacional de Saúde Suple- mentar (ANS), é correto afirmar que foi criada por (pela): a) Constituição Federal, através de um processo de emenda, dispensando-se lei regu- lamentadora. b) lei específica. c) Emenda Constitucional e regulamentada por lei ordinária. d) Emenda Constitucional e regulamentada por lei complementar. e) lei complementar. Observe as definições e um esquema sobre carateristicas das autarquias: Autarquias - Serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e recei- ta próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada – vide decreto lei 200/1967. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 54 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Logo, vê-se que autarquia deve ser criada por lei específica. a) Errada, pois não houve emennda consntitucionnnal precenndo ANS. Os únicos orgãos regu- ladores com previsão connstitucionnal são Annnatel art 21 e 22 da CF/1988) e ANP (art 177 da CF/1988); A C e D estão erradas pelo mesmo fundnamento. Por fim, a E está errada, pois nnão há menção quanto a nnecessidade de criação de A.R por lei complementar. Letra b. 006. Constituição Federal prevê, no rol dos direitos fundamentais, que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de: a) ordem judicial ou policial. b) lei ou regulamento autônomo. c) ato administrativo fundamentado. d) lei. e) ordem da autoridade administrativa competente. A resposta encontra-se no inciso II do art 5º da CF/1988: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi- leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda- de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; Este é o princípio da legalidade aplicável aos cidadãos comuns, com fulcro no valor liberdade. Assim, para se restringir esta, apenas lei. Aprofundando: Entretanto, tem-se ainda outras previsões constitucionais a este princípio: Princípio da legalidade Art. 37 da CF/1988 Princípio da legalidade(tributária) Art. 150, I da CF/1988 Princípio da legalidade (juridicidade) Proporcionalidade e motivação dos atos administrativos Com relação ao primeiro, aplica-se a administração pública e representa uma limitação ao po- der de administrar, pois obriga que o legislador administre de acordo com a lei (feita pelo poder legislativo. Tem origem histórica na limitação do poder absoluto do rei que legislava, julgava e administrativa e origem nas revoluções liberais da França (1789) e das colônias americanas (1776). A segunda é uma limitação específica ao poder de tributar com sentido análogo ao de cima, mas inserida no contexto do poder do estado de tributar o cidadão. Esse poder de impor O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 55 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela tributação também é limitado pelo princípio da legalidade, além de outros (anterioridade, irre- troatividade etc.) Por fim, o mais importante para fins de prova de direito administrativo – princípio da juridici- dade, que é uma ampliação da ideia da legalidade que, ao mesmo tempo, restringe o poder outrora absoluto desse princípio. Assim, traz com este a ponderação de interesses (interme- diada pelo uso, no caso concreto do princípio da proporcionalidade e seus 3 subprincipios – adequação, necessidade e proporcionalidadeem sentido estrito). Este princípio, assim, busca ou usa como método a ponderação da legalidade com outros princípios, notadamente o da moralidade e eficiência, de forma a definir, no caso concreto, qual terá maior sobre peso. Isso faz com que a análise fática das situações seja importantíssima de forma a se decidir, o caso concreto, qual princípio preponderará sobre o outro, podendo o da legalidade ser afastado, numa dada situação. Letra d. 007. (AGENTE DE FISCALIZAÇÃO E VIGILÂNCIA SANITÁRIA/FUNCAB – ES/2012) São prin- cípios da Administração Pública com previsão expressa na Constituição Federal, entre outros: a) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. b) legalidade, pessoalidade, insignificância, publicidade e eficiência. c) pessoalidade, capacidade, legalidade, insignificância e moralidade. d) impessoalidade, moralidade, irrecorribilidade e capacidade. e) impessoalidade, insignificância, irrecorribilidade e moralidade Essa resposta encontra-se no caput do art 37 d CF: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora- lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998) Letra a. 008. (CEBRASPE-CESPE ANP/E.R-ÁREA1/2012) Acerca das agências reguladoras, julgue os itens a seguir. A regulação é exigência lógica quando o poder público se afasta da atuação direta, transfere para a iniciativa privada atividades que, até o momento, desempenhava, e renuncia à prestação exclusiva de determinados serviços, de modo a ensejar disputa pelo mercado de atividades, até então, monopolizadas pelo Estado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 56 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Na linha da resposta anterior, de fato a A.R surge como uma solução advindas da menor inter- venção do estado a economia. Essas entidades, em tese, devem ser técnicas e regular de for- ma neutra interesses relacionados a entes como consumidores, governo e empresas. Por isso, num contexto de estado regulador, onde o estado privatiza certas atividades, faz-se necessária a criação de agências reguladoras para regular esses mercados. Certo. 009. (PROCURADOR DA REPÚBLICA/MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL/MPF/2015) As agências reguladoras foram criadas com a finalidade de normatizar os mercados econômicos e equilibrar as relações entre os agentes. com fundamento na lei, na doutrina especializada e na jurisprudência do supremo tribunal federal pode-se afirmar que: a) A independência das agendas reguladoras e mitigada pelo controle de juridicidade prévio exercido pelas suas procuradorias, que são vinculadas a Advocacia-Geral da União; pela pos- sibilidade de reexame “a posteriori” de seus atos pelo Poder Judiciário; pela vinculação de seu poder normativo a lei; e, pelo controle financeiro realizado pelo Tribunal de Contas; b) A autonomia financeira e administrativa das agendas se caracterizam pela liberdade de ges- tão, sendo-lhes permitido arrecadar receitas próprias e organizar suas despesas, sem ingerên- cia dos Poderes Executivo ou Legislativo nos aspectos financeiros e contábeis das despesas relativas as atividades meio e fim; c) O sistema constitucional brasileiro não adota o princípio da deslegalização. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional o poder normativo delegado as Agências reguladoras, impedindo-as de editar atos que normatizem obrigações a serem observadas pe- los entes que compõem o mercado regulado; d) No plano Federal as agendas reguladoras estão previstas no texto constitucional e foram constituídas como autarquias, integrantes da administração direta, vinculadas a Presidência da República, com subordinação hierárquica entre elas e o Ministério competente para tratar da respectiva atividade. O conceito de agências reguladoras, como vimos, surgiu inicialmente na literatura econômica (especialmente a norte-americana) com o objetivo de formular um órgão com um modelo ins- titucional capaz de induzir determinados resultados e dirimir conflitos (comentado brevemente acima). Esses órgãos, em tese, deveriam atuar calcados na política de Estado, a qual pressu- põe maior estabilidade institucional se comparada às políticas de Governo; pressupõe-se, as- sim, um órgão mais estável e menos sujeito às interferências dos governos e com capacidade técnica para resolver questões de modo preferencialmente técnico.14 14 Quadro baseado no artigo Instrumentos de fortalecimento do Estado do professor Floriano de Azevedo Marques Neto e publicado pela Agência Brasileira de Agências de regulação (ABAR), 2006. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 57 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela De qualquer forma, cabe ressaltar algum resquício da influência das autoridades independen- tes europeias no Brasil, no que tange, especificamente, a segmentação das agências brasi- leiras. Observe, por exemplo, que dentro de um macrosetor – energia – tem-se três agências diferentes: ANEEL, ANP e ANA. Assim como o setor de saúde, onde há a ANS e a Anvisa. Essa característica do modelo brasileiro, nesse sentido específico, difere do modelo americano onde, por exemplo, a Federal Exchange Comission – FCC congrega, em suas competências, numa única entidade, o que seria no Brasil a Anatel, a Ancine e parte das competências exclusivas do Ministério das Comunicações. Assim, essas entidades reguladoras norte-americana são em menor número e costumam concentrar um maior número de competências relacionada aos macro setores (por exemplo, energia, telecomunicações (infraestrutura e conteúdo), saúde etc. No que se refere ao direito administrativo brasileiro, as Agências Reguladoras brasileiras per- tencem à administração indireta, sendo caracterizadas como autarquias em regime especial. No Brasil, conforme observamos anteriormente, as agências foram criadas para regular a pres- tação de serviço público e presidir as concessões e permissões. Posteriormente, foram cria- das outras agências para regular falhas de mercados e de governos considerados estratégi- cos. São pessoas jurídicas de direito público interno, sendo que estados e municípios também poderão, no âmbito da competência que possuam para regular determinado tipo de serviço ou atividade, implantar agências reguladoras. Assim podemos observar, a título de exemplo, que, baseado na competência definida na Constituição Federal, art. 25, § 2º,15 um Estado-membro pode criar uma agência reguladora para regular tais serviços. Obs.: � Administração indireta é integrada por pessoas jurídicas de direito público ou privado, criadas, instituídas ou tennndo sua criação autorizada a partir de lei específica. São exemplos as autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, como também associações e consórcios públicos. Existem algumas características estruturais (agora tratando mais do campo do direito admi- nistrativo econômico) que devem estar presentes nas agências reguladoras para que estas sejam consideradas autarquias em regime especial, dotadas de autonomia financeira, orça- mentária, patrimonial e decisória. São estas: 1)Mandato dos diretores – quemnomeia, forma de provimento e hipóteses de perda do cargo; 2)Soberania das decisões – independentes do poder executivo e suas decisões, produzindo coisa julgada administrativa (última instância administrativa); 3)Poder normativo, fiscalizatório e disciplinar; 4)Algumas atribuições voltadas para a defesa da concorrência; 15 (...) Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição (...). § 2º. Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.” Emenda Constitucional n. 5, de 1995. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 58 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 5)Procedimentos de transparência – audiência pública e consulta pública.16 Apesar dessas características de independência funcional, financeira, autonomia orçamen- tária, financeira, operacional, de gestão etc. elas são submetidas a controles externos, tanto do ministério público, em caso de direitos difusos ou tribunal de contas, no que se refere à qualidade da regulação e fiscalização efetuadas por essas entidades. Entretanto, não deve o Tribunal substituir as agências; deverá, apenas, zelar pela atuação pronta e efetiva dos entes reguladores, para assegurar a adequada prestação de serviços públicos à população, a partir do exercício da regulação e, principalmente, da fiscalização sobre as entidades reguladas, ava- liando se a fiscalização é adequada ou se ocorrem processos danosos ao interesse público como a captura de agências reguladoras pelas empresas ou outros grupos de interesses espe- cíficos. Assim, percebendo o Tribunal omissão ou incapacidade da agência, deve agir a fim de evitar maiores transtornos à sociedade, interferindo, dentro dos limites legais, na atuação das concessionárias ou permissionárias ou cobrando das agências reguladoras o correto cumpri- mento de seus objetivos. Porém, esta interferência não deve dar azo, por exemplo, do ponto de vista constitucional, à modificação de tarifas que foram devidamente homologadas com base na legalidade e no contrato de concessão firmado entre o ente privado e a Administração Pública, dada a necessidade de segurança jurídica e estabilidade relativa a estes contratos, principalmente os de concessão de serviços públicos. Nessa linha da possibilidade de interferência, porém com limites, LUÍS ROBERTO BAR- ROSO ensina: .. É entendimento doutrinário pacífico que o controle a que estão submetidas às autarquias divide-se em político, administrativo e financeiro. O primeiro reside na nomeação dos seus dirigentes pelo Executivo. O segundo na supervisão ministerial e na possibilidade de haver recursos impróprios para o ente central. Por derradeiro, tem-se o controle financeiro, pelo qual, em sua modalidade exter- na, a autarquia tem a sua execução orçamentária submetida aos Tribunais de Contas. Este, portan- to, o limite da ingerência do Tribunal de Contas. Nada, rigorosamente nada, no texto constitucional o autoriza a investigar o mérito das decisões administrativas de uma autarquia com as característi- cas especiais de uma agência reguladora. Não pode o Tribunal de Contas procurar substituir-se ao administrador competente no espaço que lhe é reservado pela Constituição e pelas leis. O abuso é patente. Aliás, nem mesmo o Poder Legislativo, órgão que é coadjuvado pelo Tribunal de Contas no desempenho do controle externo, poderia praticar atos dessa natureza. A matéria é objeto de consenso doutrinário. Confira-se, ilustrativamente, a posição de Walter Ceneviva e Ricardo Lobo Torres: ‘A competência não constitui intromissão ofensiva da independência dos outros poderes, mas, cumprida na forma da Lei Maior, corresponde a mecanismo qualificado para o equilíbrio e para a interdependência que lhes impede ou dificulta a superposição de um em relação aos outros’. ‘O as- pecto político do controle se estende também ao Tribunal de Contas, que, sobre exercer fiscalização idêntica à do Congresso quanto à legalidade e economicidade da gestão financeira precisa dotar as suas decisões do mesmo conteúdo e extensão dos atos administrativos que controla, sem, todavia, 16 A audiência e a consulta pública representam instrumentos para a implantação de impacto regulatório, com o objetivo de dar maior transparência aos atos das agências reguladoras (atos deverão ser públicos e motivados). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 59 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela substituir as decisões da política econômica pelas de suas preferências. Há que se distinguir entre o controle dos objetivos das decisões políticas, vedado à Corte de Contas, e o controle das contas dos órgãos políticos ou das premissas constitucionais (legalidade, economicidade) das decisões políti- cas, plenamente compatível com a estrutura democrática do País”. Há, pois, diante do ensinamento doutrinário supra transcrito, a necessidade de se distinguir o controle e a fiscalização do Tribunal de Contas e a atividade-fim da Agência Reguladora e se a atuação do Tribunal é mero controle da legalidade, da economicidade e da eficiência administrativa ou, de outro lado, uma intromissão inde- vida num ato que não lhe compete. O que não é fácil. Todavia, verificado o excesso e comprovada a ingerência exacerbada daquela Corte de Contas, não se vê outro caminho que não a via judicial para esclarecimento de uma eventual invasão de competência.17 b) Errada, pois na redação diz que não se terá ingerências dos poderes dos poderes executivo e legislativo, o que é incorreto, especialmente se generalizado, além de poder haver controle de aspectos financeiros e contábeis sem diferenciação entre as contas de área fim e área meio. c) Errada, pois admite-se o uso do instituto da deslegalização, que é quando algo tratado, nor- matizado por lei tem esta lei sendo revogado, sem que outra a substitua, criando-se, assim, um vácuo normativo que será preenchido pela atuação da agência reguladora competente para aquele dado setor e situação. d) Errada, pois as agências não estão previstas na CF (há apenas previsão da Anatel (art 21 da CF) e ANP (art 177 da CF). Além disso, não são subordinadas, mas vinculadas aos ministérios supervisores, ainda que a AGU tenha parecer no sentido de aceitar o denominando recurso hierárquico impróprio. Letra a. 010. (ANAC/2016/ESAF/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO ÁREA 1) O novo sistema regula- tório brasileiro, criado a partir do surgimento das agências reguladoras, durante a reforma da década de 1990, encontra-se ainda em fase de consolidação. Questionamentos sobre a legiti- midade das agências reguladoras são frequentes e refletem o ineditismo desse arranjo para o ajuste de seu desenho institucional e de sua atuação regulatória. Analise as assertivas abaixo e assinale a opção incorreta. a) O surgimento de estruturas autônomas de administração para os assuntos de regulação da economia, as agências reguladoras, inaugurou um novo paradigma de intervenção estatal no domínio econômico, notadamente em setores de infraestrutura. b) Um problema das agências reguladoras federais é o seu atual quadro diversificado e não profissionalizado, sendo comumnas estruturas das agências cargos comissionados e pessoal contratado por terceirização. 17 BARROSO, Luís Roberto. Natureza Jurídica e Funções das Agências Reguladoras de Serviços Públicos – Limites da Fisca- lização a ser Desempenhada pelo Tribunal de Contas do Estado. In Revista Trimestral de Direito Público n. 25. São Paulo: Malheiros, 1999. Pág. 73 a 81. 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Com a crise econômica da década de 1980, com origem nas crises ocorridas na década de 1970, notadamente às do Petróleo – 1973 – 1979, o estado perde a capacidade do estado em investir diretamente na prestação de serviços públicos e que necessitem investimentos em infraestrutura. Com isso e com o declínio da capacidade de investimento, atrelado à queda da qualidade na prestação de serviços públicos, tem-se a adoção do estado regulador, com a im- portação das ideias desenvolvidas ao longo da década de 1980 nos EUA e UK sobre desregula- mentação da prestação de serviços – novo papel do estado – deixa de ser interventor e passa a ser regulador. Assim, observa-se o crescimento das privatizações e quebra do monopólio estatal e inspiradas pela experiência internacional (especialmente a adoção de um estado com maior caráter regulador que se concretizou com a emenda Constitucional n. 8, de 15/08/95-Te- lecom (Art. 21, XI) e a emenda constitucional n. 9, de 1995-petróleo (art. 177) e a criação de agências reguladoras (que no Brasil se darão a partir da segunda metade da década de 1990), as quais foram configuradas como entes públicos dotados de independência em relação ao Poder Executivo, com autonomia financeira, orçamentária, funcional, decidindo questões a par- tir de critérios predominantemente técnicos (pelo menos em tese). Assim, a letra D é a incorreta, pois nesse contexto tal fragmentação não foi algo pensado. Na verdade, a criação das agências foram criadas em dois momentos diferentes e para satisfazer objetivos diferentes. Num primeiro momento, durante a primeira geração de reformas, foram criadas as agências reguladoras relacionadas à privatização e quebra do monopólio do Estado nos setores de infraestrutura, casos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) - 1996, Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) - 1997 e Agência Nacional de Petróleo (ANP) - 1997. São as denominadas agências de primeira geração (sendo este tema recorrente em provas que requerem essa disciplina – regulação e agências reguladoras). Apesar das contro- vérsias sobre a existência de uma segunda ou até mesmo terceira geração de agencias, fato é que foram criadas posteriormente a esta primeira geração agencias que concretizaram a re- gulação de serviços previstos no art. 21, XII, b - b (energia elétrica, água etc.), c (navegação aé- rea, infra...aeroportuária), e (transporte rodoviário interestadual), f (portos marítimos, fluviais, lacustres...). Nestas estão as seguintes agencias: ANA, ANTT e ANTAQ. Por fim, têm-se as agencias criadas para regular mercados privados, mas estratégicos e em setores de relevante O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 61 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela interesse público envolvido, como a saúde suplementar, indústria de farmacológicos e vigilân- cia sanitária (ainda que esta seja competência comum entre estados, municípios, DF e União – art 23, II e art 200, II da CF/1988), cinema e audiovisual e aviação civil. Do ponto de vista eco- nômico, foram criadas para foi a necessidade de eliminar as falhas de mercado, baseando-se na teoria de que, sob determinadas condições, mercados competitivos poderiam levar a uma alocação ideal de recursos, segundo os termos de Pareto. São as seguintes agências: Anvisa, ANS, ANAC e Ancine. Assim, vê-se que, na verdade, falta de um modelo comum nos processos decisórios criadores, apontando para uma grande influência do histórico de cada setor na con- formação das estruturas regulatórias. E essas características acabam por favorecer sua cap- tura por grupos de interesse mais vinculados às áreas que estudamos nas falhas de mercado - aula 02. Por isso a D está errada, pois não foi planejado inicialmente, mas o contexto histórico acabou dando azo á criação de diversas agencias, algumas delas com finalidades muito dife- rentes entre si, porém que hoje cumprem seu papel, importante, na sociedade na regulação e fiscalização de serviços e atividades. Letra d. 011. (TÉCNICO EM REGULAÇÃOANAC/ESAF/2016) São características das Agências Regu- ladoras brasileiras, exceto: a) independência política, decorrente da nomeação de sua diretoria pelo Poder Executivo, após aprovação do Senado Federal, para o exercício de mandatos fixos e não coincidentes. b) autonomia administrativa, patrimonial e financeira. c) decisões não suscetíveis de recursos hierárquicos. d) regime de emprego público para seus empregados. e) período de quarentena para os dirigentes que deixam a agência. Todas as características da letra a, b, c e E são das agências reguladoras. A letra d está errada, pois os servidores são estatutários, seja nas agências federais, seja nas agências estaduais. No caso das federais, são regidos pela lei 10.871/2004. Todos os servidores de todas as agên- cias reguladoras federais são regidos por essa lei que será detalhada mais à frente. Letra d. 012. (FUNCAB/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/ANS/2016) Sobre as agências reguladoras, sua natureza jurídica e suas funções, assinale a resposta correta. a) As agências reguladoras são autarquias que têm como objetivo institucional a intervenção estatal no domínio econômico, quando necessário, para evitar abusos praticados por pessoas privadas, reservadas as funções de fiscalização e controle às agências executivas. b) As agências reguladoras são espécies do gênero agências autárquicas, juntamente com as agências executivas, e têm por função básica o controle e a fiscalização, o que se coaduna com o regime de desestatização. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 62 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela c) As agências reguladoras são organizadas sob a forma de empresas públicas e têm por função a fiscalização das pessoas privadas concessionárias ou permissionárias de servi- ços públicos. d) Entre os objetivosdas agências reguladoras encontram-se a fiscalização e controle das pes- soas permissionárias ou concessionárias de serviços públicos, a intervenção estatal no domí- nio econômico, ou, ainda, a prestação direta de serviços públicos, hipótese em que a agência reguladora receberá a denominação agência reguladora executiva. e) As agências reguladoras podem ser constituídas sob a forma de autarquias ou empresas públicas, ou, ainda, podem pertencer ao terceiro setor, de modo que ora assumem personalida- de jurídica de direito público, ora de direito privado. a) Errada, pois as funções de fiscalização não são reservadas às agências executivas; agên- cias reguladoras regulam e fiscalizam. b) Certa, pois de fato as agências reguladoras são autarquias, assim como são as agencias executivas. Entretanto, estas são qualificações dadas a autarquias existentes; já as A.R são criadas por lei, como autarquias em regime especial, dotadas de maior independência funcio- nal, financeira e autonomia financeira, orçamentária, funcional e administrativa, tendo diretores colegiados, com mandatos, os quais não podem ser demissíveis ad nuntun como o que ocorre com os cargos em comissão de uma forma geral. c) Errada, pois as A.R são autarquias em regime especial. d) Errada, pois A.R não prestam, diretamente, serviços públicos. Elas regulam-no e o fiscalizam. e) Errada, pois não se admite A.R com personalidade jurídica de direito privado. Sempre são pessoas jurídicas de direito público interno, com função de regulação e fiscalização, atuando com amparo no art. 174 da CF/1988. Letra b. 013. (TÉCNICO EM REGULAÇÃO/ANAC/ESAF/2016) São características marcantes das agências reguladoras brasileiras a independência administrativa, a autonomia financeira, a au- sência de vinculação hierárquica – subordinação ─ ao ministério supervisor e a estabilidade e mandato fixo dos seus dirigentes. Considerando esta afirmativa, analise os itens abaixo e, em seguida, assinale a opção correta. Essas características são encontradas também em outras autarquias da Administração Públi- ca brasileira. II – A característica que pode configurar-se como distintiva das agências reguladoras é a no- meação dos seus dirigentes pelo Presidente da República, após prévia aprovação pelo Senado Federal, vedada a exoneração ad nutum – imotivada. III – A independência decisória das agências é fruto da independência financeira, estrutural e funcional. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 63 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Tais características são importantes para a adoção de soluções técnicas, e não políticas, como frequentemente ocorre com os ministérios e os órgãos a eles subordinados. a) Todos os itens são corretos. b) Somente o item III é correto. c) Somente os itens II e III são corretos. d) Todos os itens são falsos. e) Somente o item II é correto. Questão confusa em face do item I. De fato, o item I está errado, pois de acordo com todas as características citadas há algumas que a literatura jurídica não aplica a outras autarquias exis- tentes, especialmente no que tange à independência. Entretanto, várias dessas características (ex.: diretoria colegiada), são, sim, aplicadas a outras autarquias, como o BACEN, CVM, por exemplo, que não são agências reguladoras (pelo menos parte dos autores considera assim) em face de não terem o poder normativo ampliado e a independência que tem as agências reguladoras, ainda que possuam diretoria colegiada etc. Observe a citação do professor Ale- xandre Aragão (2005, p. 265): [...]Todavia, antes das agências reguladoras independentes que começaram a ser criadas no bojo do programa nacional de desestatização – PND, já havia sido criada uma série de órgãos e entidades reguladoras, tais como Conselho Monetário nacional – CMN, BACEN, Instituto do álcool e da cana – IAA, Instituto brasileiro do Café – IBC, Comissão de valores Mobiliários – CVM. Nenhum deles, contudo, tinha ou tem perfil de independência frente ao poder executivo afirmado pelas recentes leis criadoras das agencias reguladoras e pela jurisprudência do STF.... Assim, vê-se, sim, que existiam autarquias com algumas características de agências regula- doras, mas não todas, sendo isso algo NÃO EXATO, pois que discutido no âmbito da literatura específica. Por isso acho mal formulado o item I. Dessa forma, consideraremos errado com o gabarito oficial. O item II é outro confuso. De fato, como vimos acima, há entidades como Bacen, que parte dos autores não considera agências reguladoras pelo fato de não nascerem estruturalmente com a independência que tem as agencias (ainda que de fato as vezes pareça ter mais independência que as próprias agências reguladoras) que, entretanto, são entidades que indicam seus diri- gentes máximos na forma citada no item II, de acordo com o art 52, III, f. Por isso, parece-me errado o item II – e não correto como indicado no gabarito oficial. O item III está correto. A independência decisória das agências é fruto da independência finan- ceira, estrutural e funcional. O item IV nos parece correto, pois as características da função III tem o objetivo que está previsto no item IV, qual seja, permitir a adoção de soluções técnicas, e não políticas, como O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 64 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela frequentemente ocorre com os ministérios e os órgãos a eles subordinados. Por isso, a auto- nomia reforçada e a característica da tecnicidade que devem nortear as decisões. Letra c. (gabarito oficial). 014. (FUNCAB/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/ANS/2016) Normalmente, as agências regulado- ras têm por características, entre outras, a nomeação de diretores com lastro político (isto é, nomeados pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal) e mandato fixo. As mencionadas características decorrem da(o): a) Autonomia política administrativa das agencias reguladoras; b) Necessária vinculação entre agencias reguladoras e poder executivo; c) Enquadramento das agencias reguladoras como pessoas jurídicas de direito privado; d) Vitaliciedade conferida aos diretores das agencias reguladoras; e) Autonomia econômico-financeira das agencias reguladoras; Alexandre Aragão (2005, p. 264) ensina que a novidade mais relevante que as agencias reguladoras independentes trazem para nosso direi- to, a partir dessa decisão histórica do STF (ADIN N. 1949-0)é a sua independência, assegurada, principalmente, e aqui seguimos o direito comparado, pela vedação da exoneração ad nutum dos seus dirigentes (autonomia orgânica) e pela inexistência de ingerência hierárquica da administração central (dos ministros de estado ou do próprio presidente da república) sobre seus atos decisórios (autonomia funcional)...o grande divisor de águas em relação a uma série de entidades há muito existentes é a independência. Assim, percebe-se que a autonomia político-administrativa (e não apenas política, dado que agências reguladoras não legislam, não inovam o ordenamento jurídico em face do princípio da legalidade previsto no art. 37 da CF/1988), é relacionado à forma de provimento de seus dirigentes máximos (diretores ou conselheiros), estando certa a letra A. b) Errada, pois a vinculação existente não se refere à nomeação dos seus dirigentes máxi-mos; apenas permite um controle, finalístico, do ministério ou secretaria por parte da atuação da agência. c) Errada, pois A.R são PJD Público interno, e não PJDPr. d) Errada, pois os diretores possuem mandatos e não são vitalícios, tal como são os membros da magistratura (art. 95 da CF/1988 – garantia aos magistrados). e) Errada, pois a autonomia financeira refere-se ao fato de ter uma receita própria de fato a não ficar dependente dos recursos do estado, e não a forma de provimento dos diretores. Letra a. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 65 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 015. (FUNCAB/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/ANS/2016) A partir do advento do Estado regula- dor, surge a necessidade de criação de agências reguladoras. Sobre contexto histórico em que o tema se situa, é correto afirmar que a(o): a) modelo de “ welfare state” é reproduzido pelo Estado regulador, em contraposição ao mode- lo keynesiano. b) a criação do Estado regulador sucedeu a um modelo de Estado não intervencionista, surgido no período pós-crise de 1929. c) Brasil, ao instituir a política de criação de agências reguladoras, absorveu influências tanto do modelo americano, quanto do modelo europeu de regulação. d) Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, não demonstra qualquer inclina- ção ao Estado regulador, não se encontrando em seu texto qualquer referência a órgãos re- gulatórios. e) Estado regulador é um modelo concebido no brasil em virtude de sucessivas crises econô- micas que atingiram a capacidade de financiamento estatal, com posterior exportação desse modelo para outros países. a) Errada, pois o modelo do welfare state – estado social – é relacionado à politia keynesiana supracitada. b) Errada, pois em 1929 tem-se a criação do estado keynesiano, interventor na econômica, seja do ponto de vista da política macroeconômica, seja do ponto de vista da intervenção por meio de fomento e da execução de serviços públicos e atividades econômicas estratégicas. O esta- do regulador nasce no final da década de 70 e início da de 80, com a perda de capacidade de investimento do estado e o esgotamento do modelo keynesiano, aliado às crises do petróleo de 1973 e 1979, além de outros fatores. c) Certa. A influência do modelo americano se dá tanto nos nomes agências (proveniente das agencies norte americanas como do alto grau de independência técnica, funcional, administra- tiva, orçamentária e financeira, tais como as autoridades regulatórias americanas, notadamen- te a SEC (Securities and Exchange Commission), FCC (Federal Communications Commission) e a FDA (Food and drug administration). No entanto, tem influência do modelo europeu no que tange, por exemplo, ao grau de especialização das agências. Exemplo: no Brasil, tem-se duas agencias separadas de energia: ANP e Aneel, o que foge ao modelo americano; 2 agências relacionadas a telecomunicações e audiovisual – Anatel e Ancine. Esse maior grau de especia- lização e pulverização das agencias é uma influência do modelo europeu. d) Errada, pois há referência há órgãos reguladores (art 21, XI e art 177, 2º, III)., além da emen- da Const. n. 8, de 15/08/95-Telecom (Art 21, XI) e emenda Const. n. 9, de 1995-petróleo (art. 177) as quais apontam para o surgimento do estado regulador ou da acentuação de do caráter regulador por parte do estado brasileiro. Letra c. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 66 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 016. (FUNCAB/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/ANS/2016) A Administração Pública indireta é composta por autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. No que tange às características das autarquias, assinale a assertiva correta. a) Regime jurídico funcional celetista e personalidade jurídica de direito privado. b) Personalidade jurídica de direito privado ou público e não sujeição ao controle administrativo. c) Regime Jurídico Funcional estatutário e impenhorabilidade de bens. d) Responsabilidade civil subjetiva e penhorabilidade de bens. e) Personalidade jurídica de direito privado e prerrogativas processuais, como por exemplo, prazo dilatado em juízo. Quanto às autarquias, tais como as agências reguladoras, temos a definição e os esque- mas abaixo: Autarquias - Serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e recei- ta próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada – vide decreto lei 200/1967. a) Errada, pois os servidores são estatutários e são pessoas jurídicas de direito publico inter- no - PJDPu. b) Errada, pois são PJDPu. c) Certa, pois estas se submetem a impenhorabilidade de seus bens e possuem regime de seus servidores estatutários, além de gozarem da imunidade tributária recíproca nos moldes do art. 150, 2º. Da CF/1988. d) Errada, pois a responsabilidade é objetiva e os bens impenhoráveis e a letra E está errada, pois são PJDPu. Certo. 017. (TÉCNICO EM REGULAÇÃO ANAC ESAF/2016) A respeito dos benefícios que possam advir do processo de regulação, analise as afirmativas abaixo, classificando as em verdadeiras (V) e falsas (F) e, em seguida, assinale a opção que contenha a sequência correta. O estabelecimento de regras de segurança ao bem estar do cidadão. II – Orientação dos gestores públicos por metas ambíguas e inconsistentes. III – Adoção de medidas para dificultar a entrada de produtos substitutos e complementares. IV – Objetivos difusos referidos ao interesse público. a) V, F, F, F b) F, V, V, V c) V, F, V, F d) F, F, V, V e) V, V, V, F O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 67 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Questão muito mal formulada. O item I está incorreto. A regulação tem como efeito desejado regras de segurança ao inves- tidor e não regras de segurança ao bem-estar do cidadão. Pode até, de algum modo, tentar melhorar o bem-estar do cidadão, mas não como regra de segurança. O II está errado e sem sentido. O certo seria dizer que os gestores devem buscar metas preci- sas e consistentes. O item III está estranho também. Difícil saber se está certa ou errada. O âm- bito da regulação, pode-se dificultar tanto produtos substitutos (casos de monopólios naturais, onde a competição é inviável) como ESTIMULAR a entrada de bens complementares (caso de mercados competitivos). Assim, não temos opinião considerando a esquisita redação. E o item IV também de redação confusa. Parece-nos correto se interpretarmos que quer atin- gir interesse público de forma genérica, e não um determinado interesse específico. Gabarito oficial foi letra D, mas entendemos que deva ser anulada em face dos péssimos itens. Questão muito ruim Letra d. 018. (FUNCAB/TÉCNICO ADMINISTRATIVO ANS 2016) No que concerne às atribuições da ANS, assinale a alternativa correta. a) As características gerais e específicas dos instrumentoscontratuais usados na atividade das operadoras de planos privados de assistência à saúde serão estabelecidas pela ANS. b) Compete à ANS implementar as políticas e diretrizes gerais sugeridas pelo Conselho Nacio- nal de Saúde Suplementar, para regulação do setor de saúde suplementar. c) Compete à ANS estabelecer critérios gerais para o exercício de cargos diretivos das opera- doras de planos privados de assistência à saúde. d) Incumbe à ANS autorizar reajustes e revisões das contraprestações pecuniárias dos planos privados de assistência à saúde, dispensando-se manifestação do Ministério da Fazenda. e) Acerca do ressarcimento ao Sistema Único de Saúde, a ANS não pode normatizar o tema, mas pode instar o Congresso Nacional para que este o faça. c) art 4º, XIV da lei 9.961/2000 (compete à ANS). Todas as outras não encontram guarida no art 4º da lei 9.961/2000. Letra c. 019. (FUNCAB/TÉCNICO ADMINISTRATIVO ANS 2016) Sobre a perda de mandato dos diri- gentes da ANS, após os primeiros quatro meses de exercício, é correto afirmar que: a) o descumprimento, ainda que justificado, de objetos e metas acordados no contrato de ges- tão de que trata o Capítulo III da Lei n. 9.661/2000, acarreta a perda do mandato, em virtude da aplicação do princípio da eficiência. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 68 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela b) Ministro da Justiça, uma das formas pela qual pode ocorrer é através de condenação penal recorrível. c) a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas determina a perda, apenas se verificada antes de decorrido o lapso temporal mencionado. d) a acumulação ilegal de cargos e funções publícas determina a perda, mas não a acumula- ção de empregos públicos. e) pode ser determinada por condenação em processo administrativo, a ser instaurado pelo Ministro de Estado da Saúde, assegurados o contraditório e a ampla defesa. e) com fundamento no artigo 8º, II da lei 9.961/2000: Art. 8º Após os primeiros quatro meses de exercício, os dirigentes da ANS somente perderão o man- dato em virtude de: II – condenação em processo administrativo, a ser instaurado pelo Ministro de Estado da Saúde, assegurados o contraditório e a ampla defesa; Letra e. 020. (FUNCAB/TÉCNICO ADMINISTRATIVO ANS 2016) A Agência Nacional de Saúde Suple- mentar (ANS), autarquia especial, possui autonomia: a) administrativa, patrimonial, de gestão de recursos humanos e nas decisões técnicas, mas não financeira. b) administrativa e patrimonial, mas não financeira, de gestão de recursos humanos e nas de- cisões técnicas. c) administrativa, financeira, patrimonial, de gestão de recursos humanos e nas deci- sões técnicas. d) apenas nas decisões técnicas, mas não administrativa, financeira, patrimonial e de gestão de recursos humanos. e) administrativa, financeira e de gestão de recursos humanos, mas não patrimonial e nas de- cisões técnicas. A ANS possui, em tese, autonomia orçamentária, financeira, patrimonial e funcional (de suas decisões). Vide art 1º da lei 9.961/2000: Art. 1º É criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, autarquia sob o regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro - RJ, prazo de dura- ção indeterminado e atuação em todo o território nacional, como órgão de regulação, normatização, controle e fiscalização das atividades que garantam a assistência suplementar à saúde. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 69 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Parágrafo único. A natureza de autarquia especial conferida à ANS é caracterizada por autonomia administrativa, financeira, patrimonial e de gestão de recursos humanos, autonomia nas suas deci- sões técnicas e mandato fixo de seus dirigentes. Letra c. (ANTAQ/2014/CEBRASPE UNB E.R-CARGO 5 E 6) Julgue os próximos itens, acerca das agên- cias reguladoras e das teorias da regulação. 021. Dada a importância da ANTAQ como autoridade administrativa independente das ativida- des portuárias e de transporte aquaviário, ela figura entre as três primeiras agências criadas com assento constitucional, ao lado da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da Agência Na- cional de Telecomunicações (ANATEL). As agências reguladoras de 1ª. geração são: Aneel, Anatel e ANP. Durante a primeira geração de reformas foram criadas as agências reguladoras relacionadas à privatização e quebra do monopólio do Estado nos setores de infraestrutura. Ainda que sejam reguladoras de serviços públicos, tal como Aneel e Anatel, a Antaq não faz parte do rol das agências reguladoras de 1ª. geração, estando errado o item. Errado. 022. A criação das agências reguladoras advém da política econômica adotada no Brasil na década de 90 do século XX, quando ocorreram privatizações decorrentes do Plano Nacional de Desestatização. Durante a primeira geração de reformas foram criadas as agências reguladoras relacionadas à privatização e quebra do monopólio do Estado nos setores de infraestrutura, casos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e Agên- cia Nacional de Petróleo (ANP). Certo. 023. A regulação econômica busca restringir as decisões das firmas com base em três vari- áveis principais: o preço, a quantidade e o número de empresas. Com relação à quantidade ofertada, uma forma de regulação é a obrigatoriedade de atender a toda a demanda ao pre- ço regulado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 70 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela De fato, há esses três tipos de regulação (preço, a quantidade e o número de empresas). Quan- to à quantidade ofertada, uma forma de regulação é a obrigatoriedade de atender a toda a demanda ao preço regulado. Certo. 024. (EPPG/ESAF/2009) Com relação às Agências Reguladoras no Brasil, indique a opção incorreta. a) Após a instituição do Programa de Desestatização, em 1997, foram criadas a Agência Na- cional de Telecomunicações, a Agência Nacional do Petróleo e a Agência Nacional de Energia Elétrica, todas elas para a regulamentação e controle de atividades até então exercidas pelo Estado como monopólio. b) A função das agências reguladoras é ditar as normas de condução entre os agentes envol- vidos: o Poder Público, o prestador de serviços e os usuários. c) A agência reguladora é uma pessoa jurídica de direito público interno, geralmente constituí- da sob a forma de autarquia especial ou outro ente da administração indireta. d) As agências reguladoras são dotadas de autonomia política, financeira, normativa e de gestão. e) As agências reguladoras não estão sujeitas às normas gerais de licitação. As A.R estão, sim, sujeitas às normas de licitação, tal como todas as outras entidades da administração pública direta ou indireta, ainda que a lei 14.133/2021 exclua as sociedades de economia mista e empresas públicas, eis que abrangidas pela lei 13.303/2016 – normas especiais de licitação.Letra e. 025. (ANTAQ/2014/CEBRASPE/UNB T.R) Julgue os itens subsecutivos, com relação às agên- cias reguladoras. A função normativa das agências reguladoras se equipara à função regulamentar do chefe do Poder Executivo de complementação das leis. A função regulamentar do presidente tem fundamento constitucional (art. 84, VI) e visa inter- nalizar a lei do legislativo para o poder executivo. Já a função normativa da agência reguladora está mais voltada a regulação de questões técnicas, com poder normativo ampliado, traba- lhando com a ideia do princípio da juridicidade – bloco de legalidade. Primeiro em face da impossibilidade de a lei estabelecer prévia e exaustivamente todas os atos que o administra- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 71 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela dor deverá praticar. Por isso, muitas vezes, no caso das agências, ter-se-á leis com baixa den- sidade normativa permitindo maior poder normativo da agencias, além de fenômenos como da deslegalização, que é quando uma lei revoga outra, abrindo para seara infra normativa a possibilidade de regulação de determinada questão – empowerment de órgãos e entidades administrativas. Errado. 026. As agências reguladoras exercem função normativa primária, observadas as normas hie- rarquicamente superiores. As agencias não legislam; apenas o poder legislativo cria leis com condão de inovar a or- dem jurídica. Errado. 027. Não caracteriza violação ao princípio da legalidade a edição, pela agência reguladora, de atos de condicionamento ou de restrição de direitos para o cumprimento de obrigação dis- posta em lei. De fato, há uma ampliação do poder de editar normas, em face da Impossibilidade de a lei es- tabelecer prévia e exaustivamente todas os atos que o administrador deverá praticar, além da necessidade de celeridade por parte da administração – A.R na tomada de decisões, rapidez está associada muitas vezes aos princípios da eficiência. Certo. (ANTAQ/2014/CEBRASPE/UNB T.R) Acerca dos órgãos reguladores no Brasil, julgue os itens a seguir. 028. A autonomia funcional concedida por lei às agências reguladoras resulta em processo decisório que reflete as demandas políticas de curto prazo. Reflete demandas políticas de longo prazo – A.R como entidades de estado. Errado. 029. A condenação em ação penal com trânsito em julgado constitui motivo para a exonera- ção de dirigente de agência reguladora. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 72 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela O 2º. Item parece-nos correto, de acordo com a lei 9.986/2000, art 9º e 10: Art. 9º Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em caso de renúncia, de conde- nação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar. Parágrafo único. A lei de criação da Agência poderá prever outras condições para a perda do man- dato. Art. 10. O regulamento de cada Agência disciplinará a substituição dos Conselheiros e Diretores em seus impedimentos ou afastamentos regulamentares ou ainda no período de vacância que antece- der a nomeação de novo Conselheiro ou Diretor. Certo. 030. Cabe às agências reguladoras, concebidas a partir da década de 1990, regular a oferta de serviços providos por empreendedores públicos e privados, assim como implantar as políticas e diretrizes do governo federal direcionadas a seus respectivos setores de atuação. Como já comentado, agências reguladoras no Brasil foram concebidas a partir da década de 1990 e regulam e fiscalizam a oferta de serviços providos por empreendedores públicos e pri- vados, assim como, de certa forma, a implantação de políticas e diretrizes do governo federal direcionadas a seus respectivos setores de atuação. Vale lembrar que a lei 13.848 trata do tema: Art. 7º O processo de decisão da agência reguladora referente a regulação terá caráter colegiado. § 1º O conselho diretor ou a diretoria colegiada da agência reguladora deliberará por maioria ab- soluta dos votos de seus membros, entre eles o diretor-presidente, o diretor-geral ou o presidente, conforme definido no regimento interno. § 2º É facultado à agência reguladora adotar processo de delegação interna de decisão, sendo as- segurado ao conselho diretor ou à diretoria colegiada o direito de reexame das decisões delegadas. Art. 8º As reuniões deliberativas do conselho diretor ou da diretoria colegiada da agência reguladora serão públicas e gravadas em meio eletrônico. § 1º A pauta de reunião deliberativa deverá ser divulgada no sítio da agência na internet com ante- cedência mínima de 3 (três) dias úteis. § 2º Somente poderá ser deliberada matéria que conste da pauta de reunião divulgada na forma do § 1º. § 3º A gravação de cada reunião deliberativa deve ser disponibilizada aos interessados na sede da agência e no respectivo sítio na internet em até 15 (quinze) dias úteis após o encerramento da reunião. § 4º A ata de cada reunião deliberativa deve ser disponibilizada aos interessados na sede da agên- cia e no respectivo sítio na internet em até 5 (cinco) dias úteis após sua aprovação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 73 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela § 5º Não se aplica o disposto nos §§ 1º e 2º deste artigo às matérias urgentes e relevantes, a cri- tério do presidente, diretor-presidente ou diretor-geral, cuja deliberação não possa submeter-se aos prazos neles estabelecidos. § 6º Não se aplica o disposto neste artigo às deliberações do conselho diretor ou da diretoria cole- giada que envolvam: I – documentos classificados como sigilosos; II – matéria de natureza administrativa. § 7º A agência reguladora deverá adequar suas reuniões deliberativas às disposições deste artigo, no prazo de até 1 (um) ano a contar da entrada em vigor desta Lei, e definir o procedimento em re- gimento interno. Certo. (ANATEL/2014/CEBRASPE UNB-ER) Acerca das agências reguladoras no Brasil, julgue os itens que se seguem. 031. No Brasil, as agências reguladoras, assim como o Banco Central, são dotadas de autono- mia operacional e independência em relação aos poderes do Estado. Como já citado, para alguns autores, o Bacen não é agência reguladora, pois não tem uma autonomia e independência, formalmente falando, que tem as agência reguladoras, pois sub- metem-se aos Conselho Monetário Nacional e algumas de suas diretrizes (entretanto, alguns relatam que, de fato, esta entidade é mais independente que muitas agências reguladoras exis- tentes). Outro erro é com relação à autonomia com relação aos poderes do estado. Na verda- de, tanto as agências como o BACEn submetem-se ao poder judiciário (vide art 5º, XXXV da CF), ao poder legislativo que o fiscaliza e normatiza seu campo de atuação e ao poder execu- tivo – vinculação a ministério supervisores. Por fim, dentro de uma visão ampliada de poderes do estado brasileiro, tal como defende o constitucionalista americano Bruce Ackerman, as agênciastambém se submetem, por exemplo, ao ministério público e aos tribunais de contas. Errado. 032. As agências reguladoras no Brasil foram criadas no governo Collor como instrumentos do Poder Executivo para minimizarem os problemas econômicos relacionados à prestação dos serviços públicos. As A.Reg. foram criadas no governo FHC. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 74 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 033. (ARCE/2006/FCC) Dentre as características que denotam as atividades das agências reguladoras, enquanto autarquias de regime especial, inclui-se a a) personalidade jurídica de direito privado. b) instabilidade dos mandatos de seus dirigentes. c) dependência financeira. d) autonomia em relação à Administração Direta. e) dependência patrimonial. a) Errada, pois agência reguladora é pessoa jurídica de direito público interno. b) Errada, pois os dirigentes tem mandato fixo. c) e e) Erradas, pois as A.R tem independência financeira e patrimonial. Letra d. (ANTT/2013/TÉCNICO EM REGULAÇÃO) A respeito do histórico dos órgãos reguladores no Brasil e das suas características, julgue os itens a seguir. 034. Constituem características da maior parte das agências reguladoras a autonomia e a estabilidade de seus dirigentes, que têm mandatos fixos e independência financeira e cujos nomes são submetidos à aprovação pelo Poder Legislativo, já que essas autarquias possuem orçamento próprio. O primeiro item está errado, pois há uma pegadinha. Os nomes, nas agências reguladoras federais, não são submetidos ao poder legislativo (câmara dos deputados + senado federal), mas apenas ao senado federal – art 52, III, f da CF/1988. Há dúvidas também sobre a questão específica do orçamento próprio, dado a forma como se vota as receitas e despesas de toda a administração (LOA feita pelo poder executivo e votada pelo poder legislativo, inclusive das agências, o que mitiga um pouco a ideia de orçamento próprio). Errado. 035. O conceito de Estado regulador surgiu em uma época de transformação, na qual a ad- ministração pública passou a ter uma postura mais burocrática, autoritária, hierarquizada e verticalizada, e o processo passou a ser mais importante que o resultado. O estado passou a ter uma postura MENOS burocrática, autoritária, hierarquizada e verticaliza- da, e o resultado passou a ser mais importante que o processo. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 75 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 036. A criação do modelo regulador no Brasil abrangeu não somente o processo de quebra de monopólio de certas atividades, mas também a busca por uma melhor eficiência e moderniza- ção da administração pública. Há agências reguladoras que regulam mercados privados de relevante interesse público (ANS, Anvisa, ANAC e Ancine) e as que regulam e fiscalizam a prestação de serviços públicos dele- gados ou bens/atividades monopolizadas pela União (ANP, Aneel, Anatel, Antt, Antaq e ANA). Certo. 037. Apesar de seu poder regulador, os atos normativos editados pelas agências reguladoras estão sujeitos a constantes mudanças, determinadas pelo Poder Executivo, não se podendo, portanto, falar em estabilidade das regras formuladas. Como visto, as agências têm ampla autonomia normativa, ainda que não possam inovar a or- dem jurídica e fazer leis, o qual compete ao poder legislativo. Logo, suas regras são estáveis, desde que proporcionais e de acordo com os objetivos legais da regulação. Errado. (ANTT/2013/TÉCNICO EM REGULAÇÃO) Acerca das agências reguladoras e do princípio da legalidade, julgue os itens que se seguem. 038. A atuação dos órgãos reguladores é sempre discricionária, e pode o administrador tomar decisões de acordo com a conveniência e oportunidade da medida. Para tanto, exige-se que suas decisões estejam pautadas apenas nos atos normativos expedidos pela autarquia. A atuação dos órgãos reguladores não é sempre discricionária. Errado. 039. O regime diferenciado das agências reguladoras revela o pleno atendimento às normas constitucionais que disciplinam as autarquias em geral, mas diferencia-se do regime das au- tarquias por determinadas características que visa aumentar a autonomia e a independência dessas agências. Agências reguladoras são qualificadas como autarquias em regime especial. Assim, apesar de serem autarquias, possuem características que as diferenciam. Exemplo: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 76 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela • Impossibilidade de exoneração ad nutum de seus dirigentes – mandato aos diretores; Diretoria colegiada NÃO demissível ad nutum; • Rotatividade da diretoria colegiada; • Poder normativo, fiscalizatório e disciplinar; • Soberania das decisões – independentes do poder executivo e suas decisões produzin- do coisa julgada administrativa (última instância administrativa); • Recurso hierárquico impróprio. Certo. 040. Os atos normativos editados pela ANTT que regulamentam as leis federais devem con- sistir em uma reprodução da lei, não podendo possuir detalhes nem apresentar elementos que não estejam nesta contidos. O poder normativo é ampliado, podendo complementar a lei e fazer normas que concretizem princípios constitucionais, ainda que não expressamente previstas em lei, mas que ligadas aos objetivos legais da regulação. Assim, não consistem em reprodução do que está na lei. Errado. 041. As agências reguladoras são dotadas de especialização e possuem natureza jurídica de autarquia de regime especial, devendo sua criação e extinção ser feita mediante lei. As agências reguladoras são dotadas de especialização e possuem natureza jurídica de au- tarquia de regime especial, devendo sua criação e extinção ser feita mediante lei (paralelismo das formas). Certo. (ANTT/2013/TÉCNICO EM REGULAÇÃO) Julgue os itens subsequentes, a respeito das agên- cias reguladoras no Brasil. 042. As agências reguladoras são dirigidas em regime de colegiado, por conselho diretor ou diretoria, cujos membros devem ser brasileiros de reputação ilibada e com formação universi- tária nas áreas de especialidades compatíveis com os respectivos cargos. Vide art. 5º da lei 9.986/2000: Art. 5º O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente (CD I) e os demais membros do Con- selho Diretor ou da Diretoria (CD II) serão brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 77 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para os quais serão nomeados, devendoser escolhidos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Fe- deral, nos termos da alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal. Certo. 043. A relação entre os ministérios supervisores — responsáveis pela formulação de políticas públicas — e as agências reguladoras a eles vinculadas — responsáveis pela operacionalização dessas mesmas políticas — é de natureza hierárquica. O ministério supervisor fiscaliza a agência reguladora quanto ao fato destas cumprirem a sua finalidade. Entretanto, cabe relatar que a relação hierárquica citada não se confunde com a existência de uma subordinação das agencias com relação aos ministérios. Certo. (ANTT/2013/TÉCNICO EM REGULAÇÃO) Julgue os itens subsecutivos, referentes ao poder normativo das agências reguladoras. 044. Não cabe às agências reguladoras, no uso do poder normativo, criar os objetivos e os deveres decorrentes da regulação, em face do princípio da legalidade. De fato, não cabe, NO USO DO PODER NORMATIVO, as A.Reg criarem objetivos da regulação. Esses deverão ser criadas por lei. É o que se depreende, por exemplo, do art. 6º da Mp 2.228- 1/2001, que cria a Ancine (traz os objetivos legais que nortearão a atuação reguladora da agên- cia). O poder normativo da agência é para normatizar em cima dos objetivos legais, através de leis de baixa densidade normativa que traz objetivos, cita que a agência “estabelecerá critérios” etc. Por isso não concordamos com o gabarito preliminar oficial. Certo. (gabarito oficial). 045. No âmbito da administração pública brasileira, o Poder regulatório é exclusivo das agên- cias reguladoras, em razão de sua natureza autárquica especial. Não é exclusiva a atividade regulatória das agências reguladoras. Por exemplo, CVM e Bacen têm competência regulatória e não são agências reguladoras. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 78 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 046. A função normativa das agências reguladoras, exercida com vistas ao equilíbrio do sub- sistema regulado, não se equipara ao poder regulamentar de competência do chefe do Poder Executivo. Essas duas funções são diferentes. O poder normativo da agência reguladora advém de sua independência, autonomia financeira, orçamentária, funcional etc. E é bem ampliada, a partir da edição de leis com baixa densidade normativa, permitindo agilidade na regulação. Já a fun- ção regulamentas do poder executivo, quanto às leis feitas pelo legislativo, são limitadas a lei e com fundamento na CF/1988, onde são estabelecidos ali seus limites. Certo. (ANAC/T.R/2012) Acerca da criação das agências reguladoras, julgue os itens seguintes. 047. As agências reguladoras podem ser criadas apenas por decreto presidencial. Deverão ser criadas por lei. Errado. 048. Uma das características das agências reguladoras é a permeabilidade, uma vez que atu- am com a finalidade de equilibrar os interesses dos entes que compõem o mercado e manter o diálogo com os agentes econômicos, os consumidores e o poder público. A A.reg deveria conciliar interesses entre: consumidores, governo e empresas. Para isso, deve- rá ouvi-las e equilibrar os seus respectivos interesses, tendo como critério de decisão parâme- tros predominantemente técnicos. Certo. 049. Uma das medidas tomadas pelo governo no processo de modernização do Estado foi a criação de um grupo especial de autarquias, denominadas agências, que se classificam, dida- ticamente, em reguladoras e executivas. Agências reguladoras são criadas por lei específica, com funções e características específicas como diretoria colegiada, com mandato, impossibilidade de exoneração ad nutum dos dirigen- tes etc. Agências executivas são qualificações dadas à autarquias já existentes, por contrato de gestão, que aumentam a autonomia dessas autarquias, mas não são agências reguladoras. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 79 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 050. As agências reguladoras têm a função de controlar a prestação dos serviços públicos e o exercício de atividades econômicas, em toda a sua extensão. Parece-nos incorreto, pois as A.reg não controlam, tecnicamente, os serviços; mas regulam e fiscaliza. Além disso, não o fazem em toda extensão, considerando, pelo menos, as 10 agên- cias reguladoras federais brasileiras. Um exemplo é a Ancine, que regula a atividade cinemato- gráfica e audiovisual, mas não regula o segmento de radiodifusão de sons e imagens. Errado. (ANP/2012/E.R ÁREA 1) Acerca das agências reguladoras, julgue os itens a seguir. 051. A regulação é exigência lógica quando o poder público se afasta da atuação direta, trans- fere para a iniciativa privada atividades que, até o momento, desempenhava, e renuncia à pres- tação exclusiva de determinados serviços, de modo a ensejar disputa pelo mercado de ativida- des, até então, monopolizadas pelo Estado. Já foi comentado. Certo. 052. As agências reguladoras serão criadas por lei específica que definirá sua natureza jurídi- ca, podendo ser constituídas em regime de natureza pública, nos moldes das autarquias; ou privada, seguindo o modelo das empresas públicas. As agências reguladoras só poderão ser pessoas jurídicas de direito público - autarquias, e não EP – que é PJDPr. Errado. (ANP 2012 E.R ÁREA 1) Em relação a entidades reguladoras no Brasil e abordagens econômi- cas da atividade regulatória, julgue os itens a seguir. 053. Uma norma editada pela ANP para regulamentar um dispositivo de uma lei federal, em- bora imponha medidas restritivas a particulares, não representa uma ofensa ao princípio da legalidade. Dentro do contexto de ampliação do poder normativo das agências, há a possibilidade de im- posição, por medida infralegal, de medidas que restrinjam, em algum grau, particulares, afetos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 80 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela à regulação e fiscalização daquele setor regulado por aquela determinada agência. Isso não representa ofensa à legalidade, desde que dentro dos objetivos regulatórios da agência e que não inove totalmente a ordem jurídica. Certo. 054. A edição de ato normativo que disponha sobre matéria de competência da ANP, mas efe- tivada por outra agência reguladora, é um exemplo da teoria da captura. Teoria da captura se dá quando determinado grupo se organiza com o objetivo de se apropriar de determinada renda econômica, ou seja, o retorno obtido além do custo de oportunidade de um recurso econômico. No caso das agências reguladoras, os empresários se organizam de forma a fazer com que a agência regule em prol de seus interesses. A agência, assim, num ambiente em que se tem problemas de informação, acaba por ser capturada, em virtude de não possuir as melhores informações, privilegiando o grupo de empresas em detrimento do bem-estar social. Logo, nada tem a ver com a assertiva acima, estando erradoeste item. Errado. (ANP-CEBRASPE-E.R ÁREA 7) Acerca da regulação de petróleo, gás natural e biocombustíveis, julgue os itens que se seguem. 055. A ANP tem atribuição constitucional para dispor, mediante decreto, sobre sua organiza- ção e funcionamento, inclusive sobre a criação e a extinção de cargos. Decreto é ato do chefe do poder executivo, e não de agência reguladora. E do ponto de vista constitucional, afeto ao chefe do poder executivo, eis a regra do art 84, VI: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001) a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despe- sa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001) b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001) Apenas cargos vagos podem ser extintos, pelo presidente, por decreto. Em qualquer outra si- tuação, demandará lei. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 81 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela CEBRASPE-CESPE/UNB ANS 2013 E.R) A respeito da atuação das agências reguladoras, julgue o próximo item. 056. As agências reguladoras têm a faculdade de legislarem, de forma independente, matérias relativas à sua área de atuação, e podem baixar normas unilaterais de conduta que afetem os direitos individuais, desde que essas normas assegurem o equilíbrio de forças no mercado. O poder de legislar é do poder legislativo, ordinariamente e atipicamente do poder executivo, quando faz lei delegada ou medida provisória. Assim, as A. reg não podem, em nenhuma hipó- tese, legislar. Errado. (CEBRASPE-CESPE/UNB ANS 2013 E.R) Com relação às características dos órgãos regulado- res no Brasil, julgue os itens a seguir. 057. A criação e o ineditismo dos órgãos reguladores na administração pública decorreram da reforma do Estado instituída pelo Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado, elaborado no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Observe que órgãos reguladores são só que tem competência de regulação e fiscalização. Diferentemente das agências reguladoras, que também tem essa competência, mas possuem outras características estruturais como poder normativo ampliado, diretoria colegiada, dirigen- tes com mandato fixo, autonomia financeira, orçamentária, funcional e administrativa, entre outros, que a caracterizam como autarquias em regime especial. Sendo assim, órgãos regula- dores existiam antes das agencias como a CVM (1976) e Bacen (1964), ainda que não fossem agências reguladoras. Errado. 058. As agências reguladoras têm autonomia financeira. As empresas submetidas à regulação estatal ficam sujeitas à cobrança de uma taxa referente ao serviço prestado, denominada taxa de fiscalização. Ainda que as agências reguladoras tenham autonomia financeira, nem sempre estas advêm da receita cobrada de uma taxa referente ao serviço prestado, denominada taxa de fiscalização. Na verdade, 3 espécies de cobranças são feitas pelas agências reguladoras: taxas provenien- tes do exercício de poder de polícia, “taxas” de fiscalização e CIDES. A literatura do direito ad- ministrativo (Alexandre Aragão) as denomina de taxas regulatórias. Entretanto, tecnicamente O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 82 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela falando (visão do direito tributário), apenas a primeira é uma taxa – tributo – sendo cobrado pelas agências reguladoras que regulam mercados privados. A.R de mercados privados (ANS) cobram taxas – art 145, II da CF/1988 – taxas de polícia. As A.R de concessionárias públicas (ANEEL, ANTT), cobram taxas de fiscalização do serviço – dever de fiscalização oriundo do contrato de concessão e não do poder de polícia e não taxa de polícia – “taxa” de fiscalização O problema da questão é que fala em agências reguladoras e algumas delas, como a Ancine, não cobra nenhuma dessa taxas (cobrando CIDEs). Por isso, apesar do gabarito oficial, consi- dero a questão errada. Certo. (gabarito oficial). 059. Como o dirigente da agência não é nomeado por concurso público, cabe ao presidente da República o poder para nomear e destituir os dirigentes das agências reguladoras, razão pela qual o princípio da independência não é observado no modelo brasileiro. A investidura do diretor se dá mediante ato administrativo completo: chefe do poder execu- tivo nomeia, senado federal ou assembleia legislativa sabatina e o chefe do poder executivo nomeia. Além disso, estes dirigentes máximos têm mandato fixo que varia de 3, 4 ou 5 anos, observando-se, sim, o princípio da independência. Errado. 060. As agências reguladoras possuem autonomia para realização dos seus atos, mas não independência. As agências têm autonomia e independência. Errado. 061. (ANS/2007/FCC-ER) Analise as assertivas em relação à Agência Nacional de Saúde Su- plementar −ANS: I – A ANS é subordinada ao Ministério da Saúde, órgão que lhe transfere, através de dotação orçamentária própria, os recursos necessários para o desenvolvimento de suas funções. II – Faz parte das atribuições da ANS fiscalizar a atuação das operadoras e prestadores de serviços de saúde com relação à abrangência das coberturas de patologias e procedimentos. III – A ANS tem por finalidade institucional promover a defesa do interesse público na assistên- cia suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores. IV – Uma das funções da ANS é a fixação de parâmetros e diretrizes gerais para reajustes e revisões das contraprestações pecuniárias dos planos privados de assistência à saúde. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 83 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela É correto o que consta APENAS em a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) II e IV. e) II, III e IV. O item I está errado, pois a ANS é vinculada, sofrendo controle finalístico, e não subordi- nada ao MS. O item II está correto, pois que dentro do art 4º da lei 9.961/2000. O item III está correto, pois a ANS tem por finalidade institucional promover a defesa do inte- resse público na assistência suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores, de acordo com art 3º, da referida lei. O IV está errado, de acordo com art. 4º, XVII da lei 9.961/2000 - XVII - autorizar reajustes e re- visões das contraprestações pecuniárias dos planos privados de assistência à saúde, ouvido o Ministério da Fazenda; Letra c. (CEBRASPE-UNB/ANATEL/ANALISTA ADMINISTRATIVO – CARGO 5/2008) Acerca das agên- cias reguladoras, julgue os itens subsequentes. 062. As agências reguladoras têm origem no regime norte-americano, contempladas nas fi- guras das independent agencies e independent regulatory agencies, destinadasà regulação econômica ou social. O 1º item está correto, pois houve sim influência do modelo americano das agencies no mode- lo brasileiro, inclusive no nome, além da questão da atribuição de maior independência, man- dato fixo de dirigentes, entre outras características. Certo. 063. As agências reguladoras têm caráter nacional, sendo vedado aos estados e ao Distrito Fe- deral criar suas próprias agências estaduais quando se tratar de serviço público, por ausência de previsão constitucional. Os estados podem criar agências reguladoras para regularem serviços ou domínios de sua competência. Por exemplo – Agetransp – RJ – regula e fiscaliza a concessão de transportes.; Agerba na Bahia, Arce no Ceará etc. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 84 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 064. O regime jurídico aplicável aos servidores das agências reguladoras atualmente é o do emprego público, regulado pela Consolidação das Leis do Trabalho, dado o caráter de autar- quia especial conferido às agências. Servidor de agências regulador é estatutário, e não celetista. No âmbito federal, a lei 10.871/2004 rege a carreira de todos os servidores efetivos de todas as 10 agências reguladoras federais, sendo as regras ali aplicáveis de forma equânime a todos eles. Errado. 065. (CESGRANRIO/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/GERAL-2005) A Diretoria da ANP, em re- gime de colegiado, representa última instância administrativa para decisões sobre matéria de sua competência. Que característica fundamental das agências reguladoras reflete tal prerrogativa? a) Autonomia financeira. b) Mandato fixo de seus dirigentes. c) Impossibilidade de exoneração ad nutum de seus dirigentes. d) Impossibilidade de interposição de recurso hierárquico a outros entes do Poder Executivo. e) Poder normativo. Todas as características referenciadas nos itens são relevantes no contexto de criação de agências reguladoras como entidades independentes, que irão conciliar o interesse de empre- sários, consumidores e o governo eleito democraticamente. Entretanto, aquela que se refere à prerrogativa de representar última instância administrativa para decisões sobre matéria de sua é a da letra D – IMPOSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO HIERÁRQUICO IMPROPRIO. Este representa a possibilidade de apresentação de recurso contra decisão tomada pela di- retoria colegiada-DC de uma agência reguladora ao seu ministério supervisor. Ex.: recurso de decisão da DC da ANP ao ministério de minas e energia. A literatura jurídica foi praticamente unanime em rechaçar tal possibilidade; ou seja, não deveria ser admitido esse recurso. Sua não admissão representaria um alto grau de independência das decisões tomadas pelas agências reguladoras. As decisões das agências, assim como acontece, por exemplo, com o CADE, re- presentaria última instância administrativa - coisa julgada administrativa, só podendo ser re- vista a decisão da entidade administrativa pelo poder judiciário, em face do disposto no art 5º, XXXV da CF – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. En- tretanto, a AGU no parecer vinculante – AG 51/2006 admitiu o denominado recurso hierárquico impróprio, possibilitando recurso de decisão definitiva da agência ao ministério no qual ela é vinculada em situações espeíificas. Porém, a regra é que a decisão administrativa da agência forme coisa julgada da administração. Por isso, a questão correta é a letra D. Letra d. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 85 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 066. (SUDECO/FUNCAB/NÍVEL MÉDIO) Quanto aos órgãos e entidades da administração pú- blica, marque a opção correta. a) A administração direta é composta pela União, Estados membros, Distrito Federal e Municípios b) A administração indireta Composto pelas autarquias, Agências, Fundações, Empresas esta- tais (sociedades de economias mista e empresas públicas). Há ainda os consórcios públicos (sob a forma de associação pública) c) Entes componentes do 3º setor são Serviços sociais autônomos, Organizações sociais dentre outros d) Tanto as empresas públicas, sociedades de economia mista e as paraestatais são pessoas jurídicas de direito privado. No entanto, as primeiras são constituídas pelo desejo do Estado. Já as paraestatais são constituídas pelo desejo de particulares, motivo pelo qual não integram à administração pública. e) Autarquias são subordinadas aos ministérios, devendo poder de hierarquia. a) Errada, pois outros órgãos pertencem à Adm. Direta, como receita federal do Brasil, secreta- ria de Acompanhamento econômico – SEAE. b) Errada, pois fundações podem ou não pertencer à administração pública. Além disso, con- sórcios poderão ser contratados pela Adm. Direta ou Indireta. Os serviços sociais autônomos são pessoas criadas com autorização legislativa. O estado autoriza a criação por meio de uma lei e os particulares implementam a criação. Por exemplo, lei que autoriza a criação do SESC, confederação nacional do comercio implementa essa criação do serviço social do comercio (SESC). Procede ao registro dos atos constitutivos no registro competente, sendo adminis- trado por particulares que NÃO integram a administração pública indireta (ainda que façam o que faz a administração). Tem o papel de colaborar com a administração e integram o 3º. Setor; mas, do ponto de vista formal, não fazem parte da Adm. Pública (são 3º. Setor). As or- ganizações sociais são qualificações dadas para quem preencher os requisitos para tal. O ato de classificação como OS é nos termos da lei 9637 um ato discricionário. Incumbe ao admi- nistrador avaliar a conveniência e oportunidade da qualificação. Não há direito subjetivo a se qualificar como OS tal como ocorre com as OScip. e) Errada, pois autarquias são vinculadas e não subordinadas ao ministério, sofrendo controle finalístico por parte destes. Letra d. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 86 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela 067. (ARSAE/A.R DE MG/SANEAMENTO/CARGO ANALISTA FISCAL E DE REGULAÇÃO / DIREITO/2014/FUNCAB) A ARSAE-MG goza de autonomia administrativa, técnica, financeira e patrimonial, e seus dirigentes exercem mandato com estabilidade parcial. Essas são carac- terísticas típicas de agências reguladoras que, como a ARSAE-MG, têm natureza de: a) agência executiva b) autarquia especial. c) órgão fiscalizador. d) organização social. As agências reguladoras, estaduais ou federais, são concebidas como autarquias em regime especial, com características já citadas em questões anteriores. Agência executiva é uma qua- lificação a uma autarquia já existente, não possuindo as características estruturais de A.Reg. Órgão fiscalizador é qualquer entidade ou órgão, da adm direta ou indireta, com competên- cia para fiscalizar, podendo ser ou não agencia reguladora. Ex.: RFB, Bacen, Agências regu- ladoras etc. Organização social éuma qualificação, discricionária ao ente particular, parceiro do setor pú- blico, que presta serviço privado de relevante interesse público, não sendo a resposta correta. Letra b. 068. (ARSAE/A.R DE MG/SANEAMENTO/CARGO ANALISTA FISCAL E DE REGULAÇÃO / DIREITO/2014/FUNCAB) Sobre os membros da diretoria colegiada da ARSAE – MG, é corre- to afirmar: a) Seus mandatos devem ser coincidentes de 4 anos b) É vedada a exoneração imotivada de qualquer deles, a qualquer tempo, salvo condenação transitada em julgado; c) Estão impedidas de manter filiação político partidária; d) Devem abster-se de utilizar, em proveito próprio, após deixarem o cargo, informações privi- legiadas obtidas durante a sua gestão a) Errada. A questão regida pela lei específica de cada uma das agências reguladoras. Algumas, como a ANS os diretores, têm mandato de 3 anos, podendo ser reconduzido uma única vez (art 6º, PU da lei 9.961/2000). Anvisa também (Art. 10, PU da lei 9723/99). No caso da Ancine, o mandato é de 4 anos (art. 8º da Mp 2.228-1/2001). ANP também (Art. 11, 3º. Da lei 9478/97). Já na Anatel, o mandato do diretor – conselheiro – é de 5 anos (Art. 24 da lei 9.472/1997). b) Errada. A exoneração é prevista nos casos da lei 9.986, no âmbito federal, respeitado, no que couber, as leis especificas de criação das agências reguladoras, federais e estaduais. Observe o art 9º e 10 da lei 9.986: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 87 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Art. 9º Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em caso de renúncia, de conde- nação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar. Parágrafo único. A lei de criação da Agência poderá prever outras condições para a perda do man- dato. Art. 10. O regulamento de cada Agência disciplinará a substituição dos Conselheiros e Diretores em seus impedimentos ou afastamentos regulamentares ou ainda no período de vacância que antece- der a nomeação de novo Conselheiro ou Diretor. c) Errada, pois podem manter filiação partidária. d) Certa. Devem abster-se de utilizar, em proveito próprio, após deixarem o cargo, informações privilegiadas obtidas durante a sua gestão. No âmbito federal, a lei 9.986, art. 8º prevê regra geral (deve-se observar o disposto em cada um das agencias, nas suas leis específicas): Art. 8º O ex-dirigente fica impedido para o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por um período de quatro meses, contados da exoneração ou do término do seu mandato. (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.216-37, de 2001) § 1º Inclui-se no período a que se refere o caput eventuais períodos de férias não gozadas. § 2º Durante o impedimento, o ex-dirigente ficará vinculado à agência, fazendo jus a remuneração compensatória equivalente à do cargo de direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes. (Re- dação dada pela Medida Provisória n. 2.216-37, de 2001) § 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao ex-dirigente exonerado a pedido, se este já tiver cumprido pelo menos seis meses do seu mandato. § 4º Incorre na prática de crime de advocacia administrativa, sujeitando-se às penas da lei, o ex-di- rigente que violar o impedimento previsto neste artigo, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, administrativas e civis.(Redação dada pela Medida Provisória n. 2.216-37, de 2001) § 5º Na hipótese de o ex-dirigente ser servidor público, poderá ele optar pela aplicação do disposto no § 2º, ou pelo retorno ao desempenho das funções de seu cargo efetivo ou emprego público, desde que não haja conflito de interesse. (Vide Medida Provisória n. 2.049-24, de 2000) (Incluído pela Medi- da Provisória n. 2.216-37, de 2001) Importante lembrar que a lei 13.848/2019 trata do assunto, ainda que não estivesse vigente à época da prova. Observe os dispositivos: Art. 7º O processo de decisão da agência reguladora referente a regulação terá caráter colegiado. § 1º O conselho diretor ou a diretoria colegiada da agência reguladora deliberará por maioria ab- soluta dos votos de seus membros, entre eles o diretor-presidente, o diretor-geral ou o presidente, conforme definido no regimento interno. § 2º É facultado à agência reguladora adotar processo de delegação interna de decisão, sendo as- segurado ao conselho diretor ou à diretoria colegiada o direito de reexame das decisões delegadas. Art. 8º As reuniões deliberativas do conselho diretor ou da diretoria colegiada da agência regu- ladora serão públicas e gravadas em meio eletrônico. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 88 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela § 1º A pauta de reunião deliberativa deverá ser divulgada no sítio da agência na internet com ante- cedência mínima de 3 (três) dias úteis. § 2º Somente poderá ser deliberada matéria que conste da pauta de reunião divulgada na forma do § 1º. § 3º A gravação de cada reunião deliberativa deve ser disponibilizada aos interessados na sede da agência e no respectivo sítio na internet em até 15 (quinze) dias úteis após o encerramento da reunião. § 4º A ata de cada reunião deliberativa deve ser disponibilizada aos interessados na sede da agên- cia e no respectivo sítio na internet em até 5 (cinco) dias úteis após sua aprovação. § 5º Não se aplica o disposto nos §§ 1º e 2º deste artigo às matérias urgentes e relevantes, a cri- tério do presidente, diretor-presidente ou diretor-geral, cuja deliberação não possa submeter-se aos prazos neles estabelecidos. § 6º Não se aplica o disposto neste artigo às deliberações do conselho diretor ou da diretoria cole- giada que envolvam: I – documentos classificados como sigilosos; II – matéria de natureza administrativa. § 7º A agência reguladora deverá adequar suas reuniões deliberativas às disposições deste artigo, no prazo de até 1 (um) ano a contar da entrada em vigor desta Lei, e definir o procedimento em re- gimento interno. Letra d. 069. As agências reguladoras, no exercício de seu poder normativo, a) Podem editar regulamentos, isto é, atos administrativos gerais e abstratos; b) Não podem contrariar disposição de lei anterior; c) editam regras de caráter supralegal, caracterizadas como regulamentos autônomos; d) Não se sujeitam aos limites da lei, mas apenas os da CF/1988, no sentido da proteção do interesse público Questão polêmica. a) Errada. A letra A trata de duas coisas: I - possibilidade de editar regulamentos; II – atos ad- ministrativos gerais e abstratos. Atos administrativos são os praticados pela administração pública com prerrogativas típicas de poder público. Ou seja, são aqueles atos praticados pela PJ atuando tipicamente numa posição de supremacia. Atos normativos emanam atos gerais e abstratos visando correta aplicação da lei. Dentre as espécies de atos normativos, tem-se o regulamento. Este objetiva mandamentos previstos ou não em lei. A princípio a primeira parte estaria certa; há, entretanto, duas questões mal resolvidas neste item. A expressão do poder regulamentar X regulatório não são expressões sinônimas. O professor Alexandre Aragão, por exemplo, diferencia os dois institutos. O poder regulamentar – espécie de poder administrativo – propósito – detalhar previsões legais genéricas. Objetivo central do PODER REGULAMENTAR. Chefe do poder executivo,independente do decreto, regulamenta O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 89 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela matérias genericamente previstas em lei (No Brasil não se tem o habito de se aceitar o regu- lamento autônomo. Em situações excepcionais 84, VI, a,), tem prevalecido o entendimento de que o poder regulamentar é privativo do chefe do poder executivo. Já o poder regulatório é uma expressão que não tem origem o direito, mas na economia. Signifi- ca ORDENAR, ORGANIZAR, HARMONIZAR INTERESSES. É isso que será extraído das funções re- gulatórias das A.Rs., com fundamento constitucional na função regulatória, que não está prevista no o art 84 da CF/1988; mas no art. 174. NÃO SIGNIFCAM A MESMA COISAS. HÁ DIFERENÇA. DETALHAMENTO DA A.R, EM TESE, ESTRITAMENTE TÉCNICO. Usa-se a expressão discriciona- riedade técnica para indicar isso. Portarias da ANVISA, por exemplo, devem tratar de questões técnicas. O poder regulamentar não tem essas limitações. Não é exclusivamente técnico. Diante disto, tem-se que a edição de regulamentos, privativos, pela maioria dos autores, do chefe do poder executivo, não se confunde, em sua natureza, com atos derivados do poder normativo das agências reguladoras como os atos normativos gerais e abstratos editados por esta. Ademais, os atos das agências reguladoras não são gerais e abstratos para todos os cidadãos, mas somente para os agentes daquele dado domínio econômico. Em virtude desses dois pontos, a afirmativa está errada. b) Certa. Via de regra, o regramento editado pela A.R deve estar em consonância com a lei, em virtude do princípio da legalidade e pelo fato de que não se pode por esses instrumentos nor- mativos, inovar a ordem jurídica. Entretanto, as agências têm um poder normativo ampliado, face a outros órgãos e entidades da administração pública. Além disso, institutos como a des- legalização, especialmente, fazem com que uma norma infra legal editada de uma A reg possa contrariar uma lei. Isso porque a deslegalização revoga um determinado normativo, abrindo para seara infra normativa a possibilidade de regulação de determinada questão. Isso significa dar um empoderamento – empowerment de órgãos e entidades administrativas; e neste caso, pode contrariar uma lei revogada – contrariando disposição de lei anterior, tal como reza a redação da letra b. c) Errada, pois A.R não editam regras de caráter supralegal. Estas se dão quando se tem nor- mas que hierarquicamente são inferiores à CF, mas superiores à lei. Acontece, por exemplo, com os tratados normativos de direito tributário, onde parte dos autores entende que não po- dem ser revogados por lei ordinária, ainda que sendo equiparados à lei ordinárias - a teoria do primado dos tratados – PRIMAZIA DOS TRATADOS. Quanto aos tratados de direitos humanos, uma das teses também era de que este era uma norma supralegal, ainda que hoje prevaleça a tese de que tenha hierarquia de lei. Contudo, vale lembrar que os que passem pelo processo constitucional previsto no art. 5º, 3º, da CF/1988 serão equiparados à emenda constitucional. Enfim, essas são normas legais, supralegais e constitucionais. Um ato de agência reguladora não representa nenhum desses três: é ato normativo, infralegal. Pode ser um ato que busque concretizar diretamente um princípio constitucional, mas ainda assim será um ato infralegal. Além disso, regulamento autônomo é outra coisa que não tem relação com regras de caráter supralegal. Este é quando a CF/1988 dá poder ao chefe do poder executivo para editar uma norma com fundamento direto na constituição, sem a necessidade de que haja lei. Esta situ- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 90 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela ação, em regra, não é admitida no direito brasileiro. Há, entretanto, previsão constitucional no art. 84, VI da CF/1988. Nas matérias lá enumeradas, o presidente pode editar decreto sem a necessidade de que este ato regulamente uma lei. Uma agência reguladora não edita este tipo de ato, mas um ato infra legal (instrução normativa, resolução, portaria etc.). d) Errada, pois em face do princípio da legalidade previsto no art 37, segue estes atos, a lei e os princípios constitucionais. Letra b. 070. Acerca da organização administrativa, assinale a opção correta. a) Todas as autarquias possuem personalidade jurídica de direito privado. b) As autarquias são criadas obrigatoriamente por lei, com a necessidade de inscrição em serventias registrais. c) As autarquias são criadas por lei, com patrimônio e receita próprios, para executar ativida- des econômicas típicas da administração pública. d) As entidades da administração pública indireta estão subordinadas aos entes políticos. e) As autarquias possuem patrimônio próprio com as mesmas características dos bens públi- cos que integram o patrimônio dos entes políticos da administração pública direta. a) Errada, pois A.R são autarquias, pessoas jurídicas de direito público. b) Errada, pois são criadas por lei específica, sem necessidade de registro. c) Errada, pois não executam atividades econômicas, com fulcro no art. 173 da CF/1988; mas sim regulação e fiscalização, com fundamento no art 174. d) Errada, pois as agências não são subordinadas, mas vinculadas aos ministérios, que exer- cem supervisão. e) Certa, pois, de fato, autarquias possuem patrimônio próprio, bens públicos que integram o patrimônio dos entes políticos da administração pública direta. Letra e. 071. No tocante às agências reguladoras, marque a alternativa correta. a) Integrarão a administração pública direta e serão regidas pelo direito público, fazendo jus a todas as prerrogativas outorgadas pelo regime jurídico-administrativo. b) É possível que a própria Lei (formal) transfira do Poder Legislativo para o Poder Executivo a competência para legislar sobre matéria determinada. c) Por orientação do STF, há obrigatoriedade de adoção do regime celetista. d) Em última instância administrativa, não possuem autonomia e independência no exercício de suas atividades. e) Seus dirigentes são escolhidos pelo Chefe do Poder Executivo, não estando subordinado à aprovação pelo Senado Federal e com mandato fixo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 91 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela Outra questão polêmica. a) Errada, pois agências reguladoras integram a administração pública indireta. b) Certa. Entretanto, parece-nos errada. Primeiro porque lei formal não pode transferir compe- tência de legislar do legislativo para o executivo. Na verdade, estas são definidas na CF/1988. Esta define que atipicamente, por exemplo, o poder executivo pode fazer leis por meio de leis delegadas ou de medidas provisórias. Além disso, em nenhuma hipótese (vide enunciado – “no tocante às agências reguladoras”), pode ser transferida a esta o poder de legislar. c) Errada, pois agências, obrigatoriamente, devem adotar o regime estatutáriopara seus servidores. d) Errada, pois possuem autonomia e independência, em tese. e) Errada, pois os dirigentes são escolhidos pelo chefe do poder executivo e sabatinados pelo senado federal, de acordo com o previsto na CF, art. 52, III, F e na lei 9.986/2000, além da lei 13.848/2019 – que trata do assunto. Letra b. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 92 de 93www.grancursosonline.com.br As Agências Reguladoras REGULAÇÃO ECONÔMICA E AGÊNCIAS REGULADORAS Vinícius Portela REFERÊNCIAS ARAGÂO, Alexandre. Agências reguladoras e a evolução do direito administrativo econômico. Ed. Forense. 2ª. edição, 2005. BARROSO, Luís Roberto. Natureza Jurídica e Funções das Agências Reguladoras de Serviços Públicos – Limites da Fiscalização a ser Desempenhada pelo Tribunal de Contas do Estado. In Revista Trimestral de Direito Público n. 25. São Paulo: Malheiros, 1999. KNOPLOCK, Gustavo. Direito administrativo. Rio de Janeiro. Ed Elsevier, 2008 MARTINS, Vinícius Alves Portela. Teoria da regulação. Ed Elsevier,. Rio de Janeiro, 2010 MARTINS, Vinícius Alves Portela As taxas e CIDES arrecadadas pelas agências reguladoras e seu papel na independência funcional destas: o caso específico da Ancine”. Congresso ABAR, 2009; MARTINS, Vinícius Alves Portela. Agência Nacional do cinema. Ancine: M 2.228-1/2001 e Lei n. 12.485. Coleção Solução de Dirieto administrativo. São Paulo. 2ª. Edição. Editora. Revista dos Tribunais/Thomson Reuters Brasil, 2020. MENDONÇA, José Vicente Santos de. Direito Constitucional econômico: a intervenção do estado na economia à luz da razão pública e do pragmatismo. Editora Fórum. MG-Belo Horizonte, 2014. Vinícius Portela Professor, mestre em Direito e Economia, pós-graduado em Administração, psicólogo e advogado. Autor do livro “ANCINE – Legislação Comentada” (Ed. RT/2021). Autor dos livros para concurso público “Fundamentos da Atividade Cinematográfica e Audiovisual” (2ª edição. Ed. Elsevier, 2012); “Regulação e Defesa da Concorrência” (2ª, ed. Forense, 2014); e “Audiovisual e Cultura” (Ed. Elsevier, 2012), 3º colocado no IV Prêmio SEAE de 2009 (concurso de monografias em regulação e defesa da concorrência). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. _Hlk110188001 _Hlk110188033 _Hlk110188066 _Hlk110188081 _Hlk110188106 As Agências Reguladoras 1. Introdução 2. Estrutura Administrativa Básica no Direito Administrativo: Conhecimentos Básicos e Agências Reguladoras neste Contexto 3. Surgimento e Intensificação da Regulação no Brasil 4. As Agências Reguladoras no Brasil 4.1. Princípio da Legalidade no Contexto das Agências Reguladoras 5. O Marco Legal das Agências Reguladoras: a Lei n. 13.848/2019 Resumo Mapa Mental Questões de Concurso Gabarito Gabarito Comentado Referências AVALIAR 5: Página 93: