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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Ana Carolina de Souza Assis
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Jéssica Assis
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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Esta unidade possui como principal objetivo apresentar as téc-
nicas cognitivas e comportamentais, introduzindo o modelo cognitivo 
de Aaron Beck, assim como os aspectos éticos do atendimento clínico 
e os estudos sobre a eficácia e eficiência do modelo cognitivo. Além 
disso, o surgimento da terapia comportamental, a seleção, aplicação 
e avaliação das técnicas comportamentais serão explanadas para que 
se possa adquirir conhecimentos sobre o tema abordado. Para tanto, 
foi utilizado uma pesquisa a partir dos principais teóricos da terapia 
cognitivo-comportamental, uma vez que é de suma importância com-
preender a clínica psicológica a partir desses conceitos, pois diversos 
estudos apontam o quanto essas abordagens contribuem para o tra-
tamento das pessoas diagnosticadas com transtornos psiquiátricos. 
Assim sendo, pode-se concluir que apesar das abordagens surgirem 
por diferentes teóricos, elas se dialogam na perspectiva de contribuir 
para o tratamento de tais transtornos. Hoje em dia, pode-se observar 
o surgimento da terapia de terceira onda ou geração, por exemplo, o 
Mindfulness, uma técnica utilizada pelos terapeutas cognitivos-com-
portamentais.
Técnicas Cognitivas. Técnicas Comportamentais. Terapia
Cognitivo-comportamental.
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 CAPÍTULO 01
PRINCIPAIS FUNDAMENTOS DO MODELO COGNITIVO
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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Introdução e Problematização do Modelo Cognitivo de Beck ____
Aplicação das Principais Técnicas Cognitivas ____________________
Aspectos Éticos do Atendimento Clínico _________________________
 CAPÍTULO 02
NOÇÕES GERAIS E TÉCNICAS BÁSICAS EM TERAPIA COGNITIVO-
-COMPORTAMENTAL
Apresentação das Técnicas Cognitivas __________________________ 31
27Recapitulando ________________________________________________
42Estudo sobre a Eficácia e Eficiência do Modelo Cognitivo _______
Recapitulando _________________________________________________ 44
 CAPÍTULO 03
TÉCNICAS COMPORTAMENTAIS: CONCEITO E EMPIRISMO
O Surgimento da Terapia Comportamental ____________________ 49
Seleção e Avaliação dos Procedimentos Comportamentais ______ 53
Aplicação e Estudo das Principais Técnicas Comportamentais 
utilizadas na Clínica Psicológica _______________________________ 56
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Recapitulando __________________________________________________ 61
Fechando a Unidade ____________________________________________ 66
Referências _____________________________________________________ 69
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Muito embora esta unidade apresente as principais técnicas 
cognitivas e comportamentais, a Psicanálise ainda é considerada como 
uma abordagem terapêutica que influenciou os estudos sobre a psicolo-
gia no campo da saúde mental. Sabe-se que Sigmund Freud foi consi-
derado o “pai” da psicanálise. Ele nasceu na Áustria em 1856 e dedicou 
seus estudos para compreender as causas dos sintomas relatados pe-
los seus pacientes a partir dos conteúdos inconscientes. Ao elaborar a 
sua teoria, Freud destaca que o inconsciente é manifestado através dos 
sonhos, atos falhos, chistes e sintomas. 
Jacques Lacan – um médico psiquiatra nascido na França – 
fez uma releitura dos escritos de Freud e passou a elaborar a sua pró-
pria teoria a partir da perspectiva linguística abordada por Saussure e 
da antropologia de Lévi-Strauss. Assim sendo, Lacan considera que o 
inconsciente é manifestado através da linguagem. 
Não se pode deixar de mencionar que o criador do modelocogni-
tivo – Aaron Beck – dedicou anos de estudo à teoria psicanalítica. Após ob-
servar que os pacientes possuíam sonhos com distorções de pensamentos 
e crenças negativas, ele passou a elaborar uma teoria que abordasse os 
aspectos, tanto cognitivos quanto comportamentais dos pacientes, para 
aliviar o sofrimento em menor tempo, visto que a psicanálise propõe uma 
alternativa mais prolongada em relação ao número de sessões. 
Sendo assim, o primeiro capítulo desta unidade abordará os 
principais fundamentos do modelo cognitivo proposto por Aaron Beck. 
Logo, os princípios do atendimento psicológico na clínica foram retra-
tados pela Judith Beck (filha de Aaron Beck) para elucidar os principais 
fundamentos da terapia cognitivo-comportamental. A partir dessas in-
formações, a anamnese, as metas e os objetivos terapêuticos, o ques-
tionamento socrático, o diário cognitivo e o diagrama de conceituação 
cognitiva serão retratados como as principais técnicas utilizadas pelo 
terapeuta no decorrer das sessões iniciais. 
Para dar prosseguimento às explanações do capítulo 1, as 
demais técnicas cognitivas aplicadas pelos terapeutas no decorrer das 
sessões intermediárias serão explanadas no capítulo 2. Ressalta-se a 
psicoeducação, a diferença entre sentimentos e pensamentos, a lista 
de vantagens e o cartão de enfrentamento. Por fim, os estudos sobre a 
eficácia e eficiência do modelo cognitivo serão demonstrados para que 
se possa compreender a importância dessa abordagem no tratamento 
de pessoas diagnosticadas com transtornos psiquiátricos. 
Por último, os primeiros estudos sobre a terapia comportamental 
serão descritos a partir das investigações realizadas por Pavlov, Watson 
e Skinner. Nota-se que as técnicas da terapia comportamental também 
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foram utilizadas por Aaron Beck na condução do tratamento dos seus 
pacientes. Assim sendo, as soluções de problemas bem como o treino de 
habilidades serão demonstradas como os principais recursos utilizados 
pelos terapeutas. Enfim, o Mindfulness (atenção plena) será menciona-
do como uma técnica da terapia de terceira geração para mostrar como 
pode ser utilizada pela abordagem cognitivo-comportamental.
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INTRODUÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO DO MODELO COGNITIVO 
DE BECK
Neste capítulo, apresentaremos os principais fundamentos da 
terapia cognitiva proposta por Aaron Beck, assim como os princípios 
éticos da terapia cognitivo-comportamental retratada pela Judith Beck 
– em seu livro “Terapia Cognitivo-Comportamental: teoria e prática” –, 
além dos princípios éticos do atendimento psicológico fundamentado 
pelo Conselho Federal de Psicologia – CFP. 
Aaron Temkin Beck, mais comumente conhecido por Aaron 
Beck, é intitulado como um psiquiatra norte-americano e professor emé-
rito da Universidade da Pensilvânia. Ele dedicou os seus primeiros anos 
de estudos à teoria psicanalítica, porém, após quase 40 anos, passou 
PRINCIPAIS FUNDAMENTOS DO
MODELO COGNITIVO
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a inovar as perspectivas terapêuticas no campo da saúde mental, ela-
borando uma teoria conhecida por Terapia Cognitiva. Esse autor acre-
ditava que os seus estudos deveriam ser comprovados cientificamente 
e passou a realizar uma série de experimentos que o levaram a obser-
var pensamentos e crenças negativas e distorcidas em pacientes que 
apresentavam quadros depressivos. Assim sendo, ele desenvolveu o 
modelo cognitivo e a terapia baseada na cognição e no comportamento. 
Segundo Paulo Knapp e Aaron Beck: 
O modelo cognitivo foi originalmente construído de acordo com pesquisas con-
duzidas por Aaron Beck para explicar os processos psicológicos na depressão, 
em uma tentativa de provar a teoria freudiana de depressão como hostilida-
de retrofletida reprimida. Ao invés de hostilidade e raiva, a pesquisa sobre os 
sonhos dos pacientes deprimidos mostrou um “senso de derrota, fracasso e 
perda”. Os temas de pacientes deprimidos ao dormirem eram consistentes 
com seus temas em vigília; sonhos poderiam ser simplesmente um reflexo dos 
pensamentos do indivíduo. Baseado em pesquisa sistemática e observações 
clínicas, Beck propôs que os sintomas de depressão poderiam ser explicados 
em termos cognitivos como interpretações tendenciosas das situações, atribu-
ídas à ativação de representações negativas de si mesmo, do mundo pessoal 
e do futuro (a tríade cognitiva) (KNAPP; BECK, 2008, p. 56).
A título de conhecimento, pode-se dizer que a terapia cognitiva 
ou TC também é conhecida como Terapia Cognitivo-Comportamental 
– TCC. Assim, ressalta-se uma das vertentes dessa abordagem que é 
denominada de terapia racional emotiva comportamental ou TREC. O 
precursor da terapia racional emotiva comportamental foi Albert Ellis. 
Ele desenvolveu um modelo chamado de ABC, isto é, “um evento (A) 
ativa as crenças individuais (B), que, por sua vez, geram consequências 
(C) emocionais, comportamentais e fisiológicas” (KNAPP; BECK, 2008, 
p. 55), conforme demonstrado na próxima figura. 
Figura 1 – Modelo ABC
Fonte: Universo Racionalista, 2016.
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Isto posto, Aaron Beck passou a desenvolver o modelo cogni-
tivo. A partir de uma situação ou evento, os pensamentos automáticos 
são acionados de acordo com as crenças (centrais e intermediárias) 
do paciente e, consequentemente, surge a reação (emoção, comporta-
mento e resposta fisiológica) da pessoa. Para exemplificar melhor esse 
argumento, se um indivíduo considerado como obeso decide por fa-
zer uma dieta, os pensamentos automáticos surgem através de ideias 
como “eu não vou emagrecer” ou “não faço nada direito”, uma vez que 
a sua crença intermediária – “se eu tentar, vou falhar” é acionada devi-
do à construção da sua crença central ou nuclear – “eu não sirvo para 
nada!”, conforme ilustrado na figura 2. É interessante notar que as cren-
ças são concebidas como ideias que as pessoas desenvolvem desde 
a sua infância. Elas são divididas em crenças centrais ou nucleares e 
crenças intermediárias. As crenças centrais ou nucleares são definidas 
como os esquemas mais centrais que as pessoas constroem a respeito 
do seu próprio eu, na sua relação com as pessoas e com o mundo (a 
tríade cognitiva). Já, as crenças intermediárias são os comportamentos, 
esquemas ou ideias que influenciam a maneira pela qual o indivíduo irá 
interpretar uma determinada situação ou acontecimento. As categorias 
de crenças centrais ou nucleares podem ser visualizadas no quadro 1. 
Quadro 1: Categorias de crenças centrais ou nucleares.
Fonte: Neufeld e Cavenage, 2010. 
Com isso, nota-se que a pessoa responde a essa tríade cog-
nitiva através da emoção (tristeza), da resposta fisiológica (taquicardia) 
e do comportamento (se alimenta compulsivamente). Desse modo, res-
salta-se que um dos aspectos principais da terapia cognitivo-comporta-
mental está relacionado com a identificação do indivíduo com as cren-
ças consideradas como disfuncionais (eu não sirvo para nada!). 
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Figura 2 – Modelo cognitivo
Fonte: Matheus Cheibub David Marin, 2017.
Para tanto, apresentaremos alguns princípios descritos por Aaron 
Beck e retomados por Judith Beck. Vale ressaltar que Judith Beck é psicó-
loga, filha de Aaron Beck, e responsável por realizar atendimentos clínicos 
e pesquisas no campo da terapia cognitiva, firmando, assim, uma parceria.
Retomando, em “Terapia Cognitivo-Comportamental: teoria e prá-
tica”,Beck (2014) descreveu 10 princípios básicos da abordagem, são eles:
A terapia cognitivo-comportamental está baseada em uma for-
mulação em desenvolvimento contínuo dos problemas dos pacientes e 
em uma conceituação individual de cada paciente em termos cognitivos. 
1 - A terapia cognitivo-comportamental requer uma aliança te-
rapêutica sólida. 
2 - A terapia cognitivo-comportamental enfatiza a colaboração 
e a participação ativa.
3 - A terapia cognitivo-comportamental é orientada para os ob-
jetivos e focada nos problemas. 
4 - A terapia cognitivo-comportamental enfatiza inicialmente o 
presente. 
5 - A terapia cognitivo-comportamental é educativa, tem como 
objetivo ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatiza a pre-
venção de recaída. 
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6 - A terapia cognitivo-comportamental visa a ser limitada no 
tempo.
7 - As sessões de terapia cognitivo-comportamental são estru-
turadas. 
8 - A terapia cognitivo-comportamental ensina os pacientes a iden-
tificar, avaliar e responder aos seus pensamentos e crenças disfuncionais.
9 - A terapia cognitivo-comportamental usa uma variedade de 
técnicas para mudar o pensamento, o humor e o comportamento.
Assim sendo, pode-se dizer que o terapeuta cognitivo-compor-
tamental com formação em psicologia deve atender seus pacientes a 
partir dos princípios expostos acima. Em primeiro lugar, é necessário 
escutar e observar as problematizações da pessoa com o objetivo de 
identificar quais os eventos ou acontecimentos que acarretam pensa-
mentos automáticos e, posteriormente, as crenças centrais e/ou nuclea-
res e intermediárias. Também, é preciso compreender as reações emo-
cionais, fisiológicas e comportamentais do paciente para que a resposta 
cognitiva seja mediada. Além do mais, é fundamental entender quais 
foram os motivos que levaram a pessoa a desenvolver determinados 
transtornos e, por fim, verificar a maneira pela qual o paciente interpreta 
os acontecimentos para estruturar as sessões terapêuticas e elaborar 
as possíveis intervenções em relação ao caso. 
Aqui, faz-se imprescindível salientar a conceitualização (ou 
conceituação) cognitiva, isto é, a formulação do caso a partir dos da-
dos relevantes da infância, das crenças centrais, intermediárias e estra-
tégias compensatórias (ver figura 3). Por estratégias compensatórias, 
entende-se que são comportamentos sistemáticos utilizados a fim de 
confirmar as crenças. Assim sendo, é preciso que o terapeuta aprimo-
re a conceituação cognitiva em cada encontro com seu paciente para 
garantir a veracidade dos fatos. Com isso, o terapeuta da abordagem 
cognitivo-comportamental pode facilitar o entendimento da experiência 
de vida do paciente a partir do modelo cognitivo, procurando propiciar o 
aprendizado através da identificação dos “pensamentos associados ao 
seu afeto ansioso e formular respostas mais adaptativas ao seu pensa-
mento. Fazer isso melhora a forma como se sente e, geralmente, faz ela 
[ou ele] se comportar de um modo mais funcional” (BECK, 2014, p. 29). 
Não obstante, a aliança terapêutica deve ser propiciada pelo 
psicólogo através da escuta empática, solicitando um parecer ou fee-
dback em cada sessão para assegurar que o paciente se sinta acolhido 
durante os encontros. A participação ativa do paciente na elaboração do 
seu tratamento também é um dado significante e pode ser promovida 
pelo terapeuta, construindo o que se deve “trabalhar em cada sessão”, 
bem como a frequência dos atendimentos e os exercícios que devem 
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ser realizados em casa (BECK, 2014, p. 29). 
A escuta empática advém do termo empatia, isto é, a ca-
pacidade de se colocar no lugar do outro, compreendendo o que 
a pessoa fala e sente. A partir da década de 1950, o conceito de 
empatia passou a ser estudado pelo psicólogo Carl Rogers com 
a finalidade de aplicar em sua prática terapêutica conhecida por 
Abordagem Centrada na Pessoa (ACP).
Como exposto, a terapia cognitivo-comportamental é orientada 
para os objetivos e focada nos problemas. Então, é necessário que o te-
rapeuta solicite ao paciente que ele enumere as suas queixas e descre-
va os objetivos e/ou as metas que deseja alcançar. Assim, a validade dos 
pensamentos é realizada por meio do exame de evidências para que se 
possa descobrir novas formas de interpretar suas emoções. Não se pode 
esquecer de que a terapia cognitivo-comportamental enfatiza o presente. 
Isso não quer dizer que o paciente não possa retomar as lembranças de 
criança e da sua relação com os pais, porém esse não é o foco principal da 
terapia de abordagem cognitiva-comportamental. Judith Beck ressalta que:
A atenção se volta para o passado em duas circunstâncias. A primeira, quan-
do o paciente expressa uma forte preferência por fazer assim e quando não 
fazer isso possa colocar em perigo a aliança terapêutica. A segunda, quando 
os pacientes ficam ‘emperrados’ no seu pensamento disfuncional, quando 
um entendimento das raízes infantis de suas crenças poderá ajudar a modi-
ficar suas ideias rígidas (BECK, 2014, p. 29). 
Nesse sentido, a terapia cognitivo-comportamental é educativa, 
ou seja, na medida que o paciente experiencia o processo terapêutico, 
ele se transforma em seu próprio terapeuta, identificando os seus pen-
samentos e mediando as suas respostas em relação aos acontecimen-
tos (eventos). Por isso, a terapia cognitivo-comportamental é limitada no 
tempo, porém cabe ao terapeuta identificar a forma como conduzirá cada 
caso. Isso quer dizer que pacientes diagnosticados com transtornos de-
pressivos, por exemplo, podem iniciar o processo terapêutico com uma 
sessão semanal, mas, se o caso for considerado mais grave, é neces-
sário um acompanhamento com duas sessões semanais. Após um ou 
dois meses, é possível espaçar as sessões para 15 dias e, depois de um 
tempo, os atendimentos passam a ser realizados mensalmente. 
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Mesmo após o término, planejamos sessões periódicas de ‘reforço’ a cada 
três meses por um ano. No entanto, nem todos os pacientes têm sucesso 
suficiente em alguns poucos meses. Alguns deles precisam de um ou dois 
anos de terapia (ou possivelmente mais) para modificarem crenças disfun-
cionais muito rígidas e padrões de comportamento que contribuem para seu 
sofrimento crônico. Outros pacientes, com doença mental grave, podem pre-
cisar de tratamento periódico por um tempo muito longo para manterem a 
estabilização (BECK, 2014, p. 30). 
No mais, é preciso ressaltar que as sessões devem ser es-
truturadas para facilitar a compreensão do paciente em relação aos 
pensamentos automáticos e as crenças disfuncionais através do ques-
tionamento socrático e das demais técnicas utilizadas pela terapia cog-
nitivo-comportamental que serão descritas nos próximos capítulos. 
Assista ao filme Nise: o coração da loucura para obter co-
nhecimento sobre a atuação da psiquiatra Nise de Oliveira em rela-
ção aos pacientes diagnosticados com transtornos psiquiátricos. 
NISE: O CORAÇÃO DA LOUCURA. Roberto Berliner: São Paulo, 
2015. 1 DVD (109 min). Disponível em: < https://www.youtube.com/
watch?v=irF9k-ON4gw> 
ASPECTOS ÉTICOS DO ATENDIMENTO CLÍNICO
Ao descrever os principais fundamentos do modelo cognitivo 
proposto nos estudos realizados por Aaron Beck, é preciso considerar 
os aspectos éticos do atendimento clínico. Aqui, ressalta-se o exercício 
do psicólogo, porém, mais especificamente, o profissional especializado 
na abordagem cognitivo-comportamental será destacado, dado que é o 
principal tema abordado nesta unidade. 
Como visto anteriormente, ao receber um paciente em seu 
consultório, o Psicólogo deverá dominar os conceitos básicos da abor-
dagem cognitivo-comportamental com a finalidadede “prestar servi-
ços psicológicos de qualidade”, “utilizando princípios, conhecimentos e 
técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na 
ética e na legislação profissional” (CFP, 2005, p. 8). Além disso, cabe 
ao Psicólogo tomar conhecimento das estratégias para manter o sigilo 
profissional dos atendimentos clínicos, tanto presencial quanto àqueles 
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realizados de maneira remota, assim como zelar pelas técnicas apreen-
didas nessa unidade para que sejam, única e exclusivamente, aplicadas 
pelos psicólogos, visto que apenas o exercício dessa profissão permite 
que tais técnicas sejam utilizadas. 
Leia o Código de Ética Profissional do Psicólogo para ob-
ter conhecimento sobre a prática profissional e garantir o exercí-
cio ético dos atendimentos clínicos. Código de Ética Profissional 
do Psicólogo. Conselho Federal de Psicologia, Brasília, agosto 
de 2005. Disponível em: < http://site.cfp.org.br/wp-content/uplo-
ads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf > 
Considerando os aspectos supracitados, iremos retomar os 
princípios da terapia cognitivo-comportamental apresentados por Judith 
Beck e expostos no tópico anterior para que se possa compreender, 
mais detalhadamente, alguns recursos utilizados nas sessões psicoló-
gicas iniciais. Em primeiro lugar, cabe ao Psicólogo realizar uma anam-
nese ou entrevista inicial para conhecer a história de vida do paciente, 
elaborar um diagnóstico e planejar o tratamento psicológico, podendo 
ser realizada em duas ou três sessões. Assim sendo, a entrevista inicial 
deve abranger os seguintes temas:
• Aspectos Gerais do Desenvolvimento:
1 - Gestação e desenvolvimento (suporte familiar, estrutural e 
social, educacional, e, condições sociais e estruturais atuais).
2 - Desenvolvimento cognitivo.
3 - Descrição de hábitos e rotinas.
4 - Queixas descritas e motivos.
5 - Histórico pessoal e familiar de problemas de saúde e trata-
mentos.
• Receios e Expectativas: 
1 - Em relação à vida.
2 - Em relação ao trabalho.
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3 - Em relação aos familiares.
4 - Nas relações afetivas.
5 - Na terapia.
6 - Em relação a si mesmo.
7 - Avaliação de humor.
8 - Objetivos e metas para a terapia.
Quadro 2 - Metas e objetivos terapêuticos
Fonte: Marçal, 2005.
Em relação às metas terapêuticas, o recurso do quadro 2 é 
utilizado para que o terapeuta estabeleça juntamente com o paciente 
seus objetivos no âmbito comportamental, cognitivo e emocional. Na 
segunda linha do quadro, é possível ler algumas perguntas que orienta-
rão o terapeuta no estabelecimento de metas e objetivos terapêuticos. 
Apesar do quadro representar apenas três tópicos, ele pode variar de 
acordo com cada paciente. 
Logo, é necessário que o Psicólogo domine os diagnósticos 
clínicos para que possa analisar a queixa do paciente e seus sintomas 
e, posteriormente, verificar quais as técnicas mais adequadas a serem 
utilizadas ao longo do processo terapêutico. No quadro 3, as principais 
características da depressão e da fobia social são apresentadas. 
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Quadro 3: Características principais da depressão e da fobia social. 
Fonte: Cecconello et al., 2013. 
Com o vínculo terapêutico fortalecido, ao observar as princi-
pais crenças do paciente, o terapeuta utiliza um recurso denominado 
de questionamento socrático. O questionamento socrático é um recurso 
dotado de perguntas em que o paciente responde de maneira cons-
ciente, possibilitando um insight sobre as suas crenças através de uma 
descoberta chamada guiada. O terapeuta deve estar atento para não 
dar informações diretas ao paciente. Logo, demonstramos algumas per-
guntas sugeridas por Carla Eloá Ferraz (2020) para serem utilizadas no 
questionamento socrático com a finalidade de facilitar essa descoberta. 
1 - Quais evidências que comprovam que o seu pensamento 
automático é verdadeiro? Não verdadeiro?
2 - Há uma explicação alternativa?
3 - Qual é a pior coisa que poderia acontecer? Você poderia 
superar isso? Qual é a melhor coisa que poderia acontecer? Qual o 
resultado mais realista?
4 - Qual é o efeito de acreditar nisso? Qual poderia ser o efeito 
de mudar o seu pensamento? 
5 - Você poderia fazer algo com relação a isso?
6 - Se um amigo estivesse na mesma situação e tivesse esse 
pensamento o que você diria?
Com a anamnese, as metas e objetivos terapêuticos constru-
ídos e o possível diagnóstico do paciente em mãos, o Psicólogo pode 
utilizar um recurso denominado de diário cognitivo. O diário cogniti-
vo consiste em identificar três categorias: situação, acontecimento ou 
evento, pensamentos automáticos, e, respostas fisiológicas, emocio-
nais e comportamentais. Esse diário deve ser realizado pelo paciente 
como um exercício de casa para que ele possa observar os sentimentos 
que atravessam o seu corpo e as suas atitudes diante disso. Logo após 
vivenciar determinadas situações, o paciente deverá anotar no diário 
cognitivo tais ocorrências. O diário cognitivo se relaciona com o modelo 
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ABC proposto por Albert Ellis apresentado no primeiro tópico desse ca-
pítulo, conforme demonstrado no quadro 4. 
Quadro 4: Diário cognitivo. 
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Fonte: Silveira (Diário Cognitivo), 2020.
Após o preenchimento do diário cognitivo pelo paciente, é pos-
sível identificar algumas distorções cognitivas a partir dos pensamentos 
automáticos retratados por ele. No quadro 5, alguns exemplos de dis-
torções cognitivas e a sua descrição são apresentados. No quadro 6, os 
perfis cognitivos de alguns transtornos psiquiátricos são descritos. Apre-
ender sobre estes conceitos é de suma importância para a qualidade 
dos atendimentos terapêuticos, uma vez que irão balizar o diagnóstico 
clínico e o tratamento do paciente. Em relação às distorções cognitivas, 
salienta-se que há uma relação intrínseca entre afeto e cognição. 
Quadro 5: Distorções cognitivas e descrição
Fonte: Knapp e Beck, 2008.
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Quadro 6: Perfil cognitivo de alguns transtornos psiquiátricos e descrição
Fonte: Knapp e Beck, 2008.
A conceituação cognitiva é um dos principais guias para o tra-
balho terapêutico. Esse recurso propicia, tanto para o psicólogo quanto 
para o paciente, a compreensão do seu problema, bem como das suas 
crenças e dos impactos gerados no cotidiano, podendo facilitar o reco-
nhecimento de pensamentos disfuncionais e elaborar uma resposta de 
enfrentamento. Sem a conceituação cognitiva não é possível realizar 
uma intervenção terapêutica com sucesso. A figura 4 ilustra o esquema 
que deverá ser preenchido pelo terapeuta para que seu paciente possa 
entender o funcionamento da sua própria cognição e comportamento. 
Assim, o terapeuta preenche os principais dados relevantes da infância 
do paciente, a crença central ou nuclear (ver quadro 1), as suposições 
e estratégias compensatórias. Logo, cada situação que acarreta pen-
samentos automáticos e as respostas emocionais e comportamentais 
devem ser preenchidas. Também, é possível compreender o significado 
de cada pensamento automático, conforme exposto nessa figura. 
Nota-se que os recursos tratados nesse tópico se relacionam 
com algumas estratégias que devem ser empregadas nas primeiras 
sessões de terapia cognitivo-comportamental. Porém, é preciso treinar, 
discutir o caso e realizar supervisão para garantir o exercício ético da 
profissão. Nos próximos capítulos, as técnicas cognitivas e comporta-mentais das sessões intermediárias serão desenvolvidas. 
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Veja o canal do YouTube chamado Papo de Consultó-
rio com Eliene Oliveira para que se possa aprender mais sobre 
a abordagem cognitivo-comportamental. OLIVEIRA, Eliene. Papo 
de consultório com Eliene Oliveira. 2020. Disponível em: <https://
www.youtube.com/results?search_query=papo+de+consult%-
C3%B3rio+eliene+oliveira > 
Figura 3 – Diagrama de conceituação cognitiva
Fonte: Knapp e Beck, 2008. 
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2021 Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Ametista do Sul 
- RS Prova: Psicólogo
O grande autor da Psicologia, Aaron Beck, faz parte de qual linha 
teórica?
a) Humanismo.
b) Psicanálise.
c) Esquizoanálise.
d) Terapia cognitiva.
e) Existencialista.
QUESTÃO 2
Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Sorocaba - SP Pro-
va: Psicólogo I
O modelo de orientação cognitiva de Aaron Beck ofereceu subsí-
dios teóricos para a compreensão do comportamento impulsivo 
em crianças e adultos. Segundo o autor, nas pessoas que reagem 
impulsivamente, é frequente a identificação da distorção cognitiva 
denominada personalização. Isso significa que elas
a) creem que os outros vão se afastar dela porque percebem, pelas 
suas atitudes, que ela não tem valor.
b) têm dificuldade para discriminar quando a conduta adotada por outra 
pessoa é intencional ou não.
c) interpretam como provocação pessoal condutas de outras pessoas 
que não têm relação com ela, necessariamente.
d) acreditam que precisam desabafar o que acontece com elas a qual-
quer momento e em qualquer lugar.
e) são pessimistas e negativas em relação às consequências que as 
situações que lhes acontecem terão.
QUESTÃO 3
Ano: 2021 Banca: FCM Órgão: Prefeitura de Bela Vista de Minas - MG 
Prova: FCM - 2021 - Prefeitura de Bela Vista de Minas - MG – Psicólogo
É correto afirmar que o modelo cognitivo proposto por Aaron Beck 
– precursor da Terapia-Cognitivo Comportamental – abrange os 
seguintes conceitos: 
a) crenças de desamor, de desvalor e de desamparo. 
b) relação que a pessoa constrói com ela mesma, com os outros e com 
o mundo. 
c) tríade cognitiva e crenças centrais. 
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d) situação, crenças centrais e intermediárias, pensamentos automáti-
cos, respostas fisiológicas, emocionais e/ou comportamentais.
e) traumas infantis e problemas atuais.
QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: IDHTEC Órgão: Prefeitura de Maragogi - AL Pro-
va: Psicólogo
A Terapia Cognitiva traz algumas contribuições. Está incorreto afir-
mar, sobre a Terapia Cognitiva:
a) Aaron Beck desenvolveu uma das formas mais importantes de tera-
pia cognitiva para tratar o transtorno do pânico.
b) As terapias cognitivas se baseiam na crença de que, se as pessoas 
conseguem mudar ideias distorcidas sobre si e sobre o mundo, poderão 
mudar os seus comportamentos.
c) Um dos objetivos do terapeuta é identificar e enfrentar as maneiras 
incorretas de pensar de cada paciente.
d) As terapias cognitivas acreditam que a depressão resulta de padrões 
inadequadamente autocríticos de pensamento sobre o self.
e) Os terapeutas cognitivos são muito menos desafiadores e confronta-
tivos que os racionais-emotivos.
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: NUCEPE Órgão: FMS Prova: Terapeuta Ocupa-
cional
O vínculo terapêutico é um valioso instrumento de trabalho dos 
profissionais das áreas de saúde e educação. Por meio da relação 
estabelecida entre a criança e o terapeuta, abre-se a possibilidade 
de conquistas e realizações. Assinale a alternativa INCORRETA, 
quanto à referida temática.
a) A criança olha para o adulto, sejam os pais, responsáveis ou terapeu-
tas, como alguém que ela pode vir a ser.
b) Adotar uma postura sensível e leve favorece a criança ser criativa, 
curiosa e permite que venha a ser quem ela quiser, criando uma identi-
dade própria.
c) Na relação terapeuta-paciente, os recursos e materiais utilizados na 
terapêutica adquirem novos sentidos existenciais que sensibilizam, tan-
to os terapeutas quanto os pacientes e abrem espaços para o desenvol-
vimento de muitos territórios.
d) A relação terapeuta-paciente inicia na observação durante o desem-
penho de tarefas específicas, facilitando a observação minuciosamente 
do terapeuta e permitindo determinar a severidade da incapacidade.
e) Todo atendimento exige um esforço do profissional em propor ativi-
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dades que intercalem o desejo da criança com o desejo dos pais e os 
objetivos do terapeuta ocupacional.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
O terapeuta da abordagem cognitivo-comportamental recebeu Maria 
em seu consultório. Ela relata que foi abandonada pela mãe aos 2 anos 
de idade. Elabore as possíveis crenças que ela gerou a partir dessa 
situação, bem como os pensamentos automáticos e as repostas emo-
cionais, fisiológicas e comportamentais. 
TREINO INÉDITO
O modelo cognitivo pode ser descrito por: 
a) Crença central ou nuclear e intermediária.
b) Situação ou evento, pensamento automático, e reação emocional, 
fisiológica e comportamental. 
c) Conceituação cognitiva. 
d) Questionamento socrático. 
e) Entrevista inicial ou anamnese. 
NA MÍDIA
Aaron T. Beck, considerado como o pai da terapia cognitivo-comporta-
mental morreu no dia 01/11/2021. A abordagem desenvolvida por Aaron 
na década de 1960 revolucionou a psicoterapia, passando a ser conhe-
cida por todo o mundo. “Esta abordagem é agora o método terapêutico 
mais praticado em todo o mundo, usado para tratar a depressão, a an-
siedade, os transtornos alimentares, os transtornos de personalidade 
e outros problemas psiquiátricos”. Junto com sua filha, Aaron fundou o 
Instituto Beck, responsável pela capacitação da terapia cognitivo-com-
portamental de milhares de profissionais, o qual era presidente. Sua 
abordagem auxilia na melhora da vida de pessoas que enfrentam pro-
blemas de saúde direcionando a concentração para o presente e esti-
mulando a modificarem a forma de verem determinadas situações. 
Título: Aaron T. Beck, pai da terapia cognitivo-comportamental, morre 
aos 100 anos
Data da publicação: 02/11/2021. 
Fonte: https://g1.globo.com/saude/noticia/2021/11/02/aaron-t-beck-pai-
-da-terapia-cognitivo-comportamental-morre.ghtml
NA PRÁTICA
A terapia cognitivo-comportamental é muito difundida por todos os paí-
ses. Conforme essa abordagem, o profissional deve decifrar os padrões 
cognitivo-comportamentais do indivíduo e com isso interagir nos níveis: 
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afetivo, emocional e comportamental. Entretanto, nem todos os tra-
tamentos com essa abordagem apresentam sucesso. O que faz com 
que nesses casos se busque alguma alternativa que possa auxiliar na 
prática clínica, sendo um deles uma ferramenta específica de apoio. 
“A solução encontrada foi o desenvolvimento de um software que bus-
casse de forma dinâmica e segura apoiar o tratamento da TTC. [...] O 
software, desenvolvido por uma equipe interdisciplinar, é baseado em 
pesquisas científicas na área da psicologia e em processos sólidos da 
área da ciência da computação, a qual prevê a aplicação de técnicas 
de engenharia de requisitos, implementação, segurança e avaliação de 
produtos de software”. Trata-se ainda de um projeto-piloto, mas que 
passa a ser um ponto de partida e auxílio para a TCC.
Título: Desenvolvimento de uma tecnologia digital de apoio à terapia 
cognitivo-comportamental
Data da publicação: 14/02/2023
Fonte: https://www5.bahiana.edu.br/index.php/psicologia/article/
view/4511/4846
PARA SABER MAIS
O artigo abaixo apresenta como foi o desenvolvimento da TCCnos es-
tados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, 
demonstrando ser uma ótima fonte de ampliação dos conhecimentos. 
Título: A história das Terapias Cognitivo-Comportamentais na região Su-
deste do Brasil
Data da publicação: 21/11/2022
Fonte: https://periodicos.ufjf.br/index.php/psicologiaempesquisa/article/
view/35677/25229
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APRESENTAÇÃO DAS TÉCNICAS COGNITIVAS
Após descrever os princípios da Terapia cognitivo-comportamen-
tal, esse capítulo apresentará as principais técnicas cognitivas utilizadas 
nas sessões intermediárias e ensinará ao terapeuta como aplicá-las. Por 
fim, a eficácia e a eficiência do modelo cognitivo para o tratamento de trans-
tornos psiquiátricos serão demonstrados no último tópico dessa unidade. 
Para elucidar os argumentos aqui descritos, o livro “Técnicas de 
terapia cognitiva: manual do terapeuta”, escrito por Robert Leahy, será 
tomado como referência. Esse autor é psicólogo e se tornou reconhecido 
no meio acadêmico em função da quantidade de obras publicadas e por 
assumir a função de Diretor do Instituto Americano de Terapia Cognitiva 
em Nova York, além de ser professor de Psicologia no Departamento de 
NOÇÕES GERAIS E TÉCNICAS BÁSICAS
EM TERAPIA COGNITIVO-COMPORTA-
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Psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade de Cornell. 
No que tange à terapia cognitivo-comportamental, Leahy (2007, 
p. 17) aponta que “o papel do terapeuta é ajudar o paciente a reconhecer 
o seu estilo idiossincrático de pensamento e a modificá-lo pela aplicação 
da evidência e da lógica”. Isso quer dizer que os estudos sobre a terapia 
cognitiva foram inspirados no modelo racional, utilizando da lógica socrá-
tica e do empirismo aristotélico para fundamentar a teoria. Além disso, a 
terapia cognitiva também se fundamentou nos estudos sobre a fenome-
nologia elucidados por Edmund Husserl, dado que a compreensão e a 
análise por parte do terapeuta em relação às experiências vivenciadas 
pelo seu paciente são de fundamental importância para o estabelecimen-
to do vínculo terapêutico e para o tratamento dos sintomas relatados por 
ele. Para mais, o empirismo colaborativo foi amparado pelo construtivis-
mo, isto é, uma abordagem em que demonstra o quanto o sujeito possui 
autonomia para criar e modificar as suas próprias interpretações. 
O sistema de conhecimento sobre o qual a terapia cognitiva se baseia é aber-
to. Novos fatos, novas experiências, ou, inclusive, novas necessidades e pre-
ferências podem surgir a qualquer momento. Portanto, o terapeuta cognitivo 
apresenta ao paciente uma visão pragmática do conhecimento – em essên-
cia, formulando a pergunta central: “Como esse pensamento vai afetá-lo?”. 
Por exemplo, o terapeuta cognitivo pode perguntar: “Que consequências 
(isto é, que custos ou benefícios) você vai vivenciar ao acreditar que precisa 
conseguir a aprovação de todos?”. Igualmente, o terapeuta pode sugerir que 
o paciente teste a crença de que as consequências de não obter a aprovação 
serão desastrosas. Essa testagem envolveria experimentos comportamen-
tais como exercícios de assertividade, por meio dos quais o paciente aprende 
que sentir desaprovação (ou desaprovar alguém) geralmente não resulta em 
nenhuma mudança na vida real. Tais experimentos testam, de forma pragmá-
tica, o terror evocado pela crença (LEAHY, 2007, p. 18). 
A partir desse modelo racional, as evidências clínicas demons-
tram que apenas a racionalidade dos pensamentos não seria o suficien-
te para regular as emoções e mudar o comportamento. Para mais, tra-
balhar as incertezas da vida é crucial para o processo terapêutico, visto 
que não é possível controlar a realidade. Nesse sentido, as técnicas 
possibilitariam ao paciente vivenciar outras experiências, propiciando 
assumir novas posições diante dos acontecimentos. 
Para além disso, o terapeuta da abordagem cognitivo-compor-
tamental deve ser empático com a história de vida do paciente e deve 
motivá-lo em relação à prática das técnicas cognitivas. O aprendizado 
dessas técnicas pode revelar novos comportamentos e diminuir o sofri-
mento do paciente. Como salienta Leahy (2007, p. 18), “afinal, se a tera-
pia cognitiva ajuda as pessoas a ficarem menos deprimidas e ansiosas, 
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ela está tratando a emoção de maneira mais importante – modificando 
os sentimentos negativos”. 
Vale ressaltar que inúmeras técnicas são utilizadas na terapia 
cognitivo-comportamental e cada paciente responde de maneira pecu-
liar a cada uma delas. Por exemplo, o diário cognitivo é um recurso 
bastante utilizado para identificar os pensamentos, porém nem todas as 
pessoas conseguem se empenhar em produzir essa atividade. 
Assim, no livro “Técnicas de terapia cognitiva: manual do tera-
peuta”, fica evidente o quanto é importante que o terapeuta domine as 
técnicas empregadas com seu paciente, além de utilizar intervenções 
que já foram testadas empiricamente. Ademais, solicitar o feedback 
dessas técnicas e da condução das sessões faz-se necessário, dado 
que o terapeuta pode observar quais os recursos que melhor se adap-
tam ao paciente. Também, não se pode deixar de mencionar a resis-
tência em relação às técnicas aplicadas pelo terapeuta. Com o manejo 
clínico, é possível reverter essa resistência em possibilidades de abrir 
novas oportunidades de trabalho (LEAHY, 2007). 
Leia o livro “Manual de técnicas de terapia e modificação 
do comportamento”, escrito por Vicente Caballo, em que elucida 
aos profissionais e estudantes de psicologia uma série de técnicas 
comportamentais com respaldo científico que são aplicadas aos 
pacientes com transtornos psiquiátricos. CABALLO, Vicente E. 
Manual de Técnicas de Terapia e Modificação do Comportamento. 
São Paulo: Santos, 2008.
Tomando como exemplo os pacientes com Transtorno de An-
siedade Generalizada e com Transtorno Depressivo Maior, o terapeuta 
utiliza intervenções e técnicas para que a pessoa questione as suas 
principais afirmações, por exemplo, “eu não sirvo para nada!”. Esses 
transtornos serão tomados como parâmetros em relação às técnicas 
cognitivas aqui mencionadas.
Assim, a terapia cognitivo-comportamental é um modelo de 
psicoterapia calcado na maneira como a pessoa interpreta os aconte-
cimentos e quais as emoções e os comportamentos que se desenvol-
vem a partir disso. Por isso, as intervenções devem ser realizadas pelo 
terapeuta para que o paciente possa modificar a forma como interpreta 
cada situação. Não há qualquer objetivo de modificar os acontecimen-
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tos em si, mas, sim, modificar as respostas fisiológicas, emocionais e 
comportamentais com o propósito de oferecer uma elaboração mais 
adaptativa ao paciente em relação a sua própria vida. 
Cabe ressaltar, também, que o foco da intervenção em terapia 
cognitivo-comportamental consiste em modificar as estruturas mentais, isto 
é, as crenças centrais ou nucleares, intermediárias, as estratégias com-
pensatórias, os pensamentos automáticos e as suas reações, de acordo 
com a figura 4 (ver capítulo 1). Isso só é possível a partir das ferramentas e 
técnicas da terapia cognitivo-comportamental que serão descritas a seguir. 
Com o vínculo terapêutico fortalecido e com os dados coleta-
dos durante a entrevista inicial (anamnese), é necessário que o tera-
peuta propicie ao paciente o reconhecimento e a consciência dos seus 
próprios pensamentos automáticos. Já, nas primeiras sessões, os ob-
jetivos e as metas terapêuticas, o questionamentosocrático, o diário 
cognitivo e o diagrama de conceituação cognitiva são construídos jun-
tamente com o paciente para planejar e estruturar as sessões. A todo 
esse processo de intervenções através das coletas de dados, informa-
ções e técnicas dá-se o nome de psicoeducação. 
Além disso, é preciso que o psicólogo saiba com clareza quais 
os objetivos das técnicas em terapia cognitivo-comportamental. Tais téc-
nicas possuem como propósito coletar novos dados, expandir a concei-
tuação do caso, ampliar e aprofundar o relacionamento com o paciente, 
propiciar a mudança efetiva da cognição e do pensamento disfuncional e, 
por último, dar autonomia ao paciente em seu próprio manejo cognitivo. 
É importante ressaltar que as técnicas cognitivas consistem 
em aumentar a autoeficácia dos pacientes, fazendo com que eles te-
nham mais recursos pessoais e internos. Além disso, reestruturam os 
pensamentos automáticos e flexibilizam as crenças disfuncionais carac-
terísticas dos transtornos, conforme exposto no quadro 3 (ver capítulo 
1). Por outro lado, as técnicas comportamentais possuem como propó-
sito realizar uma ponte entre o que a pessoa pensa e o mundo exterior, 
assim como testa e confirma empiricamente o conteúdo da cognição, 
transformando insights em prática. A junção entre as técnicas cognitivas 
e comportamentais propiciam a mudança cognitiva. 
Como exemplos de técnicas cognitivas, citam-se a seta 
descendente, o questionamento socrático e a lista de vantagens 
que serão descritas no próximo tópico. Já a análise e a resolução 
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de problemas, o treino de respiração e o relaxamento muscular 
progressivo são considerados como técnicas comportamentais 
que serão elucidados no capítulo 3. Cabe ressaltar que o terapeuta 
deve conhecer e ter segurança para aplicar essas técnicas, tanto 
cognitivas quanto comportamentais.
APLICAÇÃO DAS PRINCIPAIS TÉCNICAS COGNITIVAS
Neste tópico, a fórmula ABC, o questionamento dos pensa-
mentos automáticos, a lista de vantagens e a seta descendente serão 
apresentados como as principais técnicas cognitivas utilizadas pelos 
terapeutas cognitivo-comportamentais nas sessões intermediárias. 
Tais técnicas possuem como propósito questionar os pensamentos e 
as crenças, propiciando a desconfirmação ou a falsificação das ideias 
construídas pelo paciente. Dessa maneira, “o objetivo aqui é ajudar os 
pacientes a adaptarem a abordagem cognitiva ao seu problema, ao en-
fatizar a importância da identificação dos padrões de pensamento, em 
vez de focar a expressão da emoção” (LEAHY, 2007, p. 24). 
Assista ao vídeo “Técnicas da terapia cognitivo-comporta-
mental / Principais técnicas da TCC” do qual retrata as principais 
técnicas cognitivas e comportamentais que podem ser utilizadas 
pelos terapeutas na condução do tratamento de pacientes diag-
nosticados com transtornos psiquiátricos. FALCO, Diego. Técni-
cas da Terapia Cognitivo Comportamental / Principais técnicas da 
TCC. 2019. (14m57s). Disponível em: < https://www.youtube.com/
watch?v=hKWzh9E0SXI >
Cabe ressaltar que as pessoas, comumente, buscam terapia para 
resolver alguns sentimentos ou comportamentos dos quais elas conside-
ram problemáticos e que afetam no desenvolvimento das suas relações 
afetivas, sociais, pessoais e/ou profissionais. Assim, uma das informações 
fornecidas ao paciente como um recurso psicoeducativo é a distinção entre 
os pensamentos e os sentimentos, além de demonstrar como os pensa-
mentos acarretam os sentimentos. Para exemplificar melhor essa situação, 
um paciente ao falar da dificuldade em dar prosseguimento no curso de En-
genharia Elétrica, ressalta que é “o pior aluno da faculdade”, fato que acar-
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reta sentimento de tristeza. O terapeuta ao indagar qual é o pensamento 
que está passando em sua cabeça, ele responde: “estou irritado”. Como 
se pode observar tristeza e irritação são sentimentos e, por isso, a impor-
tância de distinguir os pensamentos dos sentimentos para que o paciente 
possa identificá-los. A lista de sentimentos que podem ser vivenciados por 
qualquer pessoa é ilustrada no quadro 7. Por outro lado, no quadro 8, visu-
aliza-se como os pensamentos criam sentimentos. 
Quadro 7: Lista de sentimentos
Fonte: Konekti, 2020.
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Quadro 8: Como os pensamentos criam sentimentos?
Fonte: Leahy, 2007, p. 25. 
O estabelecimento do próximo diálogo é um exemplo de como 
o terapeuta conduz o paciente para que ele reconheça os seus próprios 
pensamentos que acarretam sentimentos (LEAHY, 2007, p.26): 
TERAPEUTA: O que está incomodando você?
PACIENTE: Só estou me sentindo triste. 
TERAPEUTA: Você sabe me dizer por que se sente triste? 
PACIENTE: Sinto-me simplesmente horrível, uma sensação de 
não ter saída. Eu choro muito. 
TERAPEUTA: Ok. Talvez, você possa me ajudar a descobrir 
o que está dizendo a si mesmo que faz que se sinta triste. Conclua a 
frase: “Sinto-me assim porque penso que...”.
PACIENTE: Estou infeliz. 
TERAPEUTA: Infeliz é um sentimento. Mas, o que você está 
dizendo a si mesmo que o deixa triste? Por exemplo, está dizendo al-
guma coisa sobre si mesmo como pessoa, sobre o futuro ou sobre essa 
experiência?
PACIENTE: Acho que estou dizendo que penso que jamais se-
rei feliz. 
Esse diálogo estabelecido entre o terapeuta e o paciente ilustra o 
sentimento de desesperança. Como intervenção, o terapeuta solicita para 
que o paciente realize uma atividade ao longo da semana, identificando os 
seus pensamentos e quais os possíveis sentimentos que estão associados 
a eles. O quadro 9 é um exemplo de um formulário que deve ser entregue 
ao paciente para que ele preencha no decorrer da sua semana. 
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Quadro 9: Formulário de autoajuda 
Fonte: Leahy, 2007, p. 43. 
Com o diário cognitivo aplicado nas sessões iniciais e o diagrama 
de conceituação cognitiva, é possível obter algumas informações básicas 
e necessárias para planejar e estruturar as sessões de um paciente diag-
nosticado com depressão e ansiedade, por exemplo. Com isso, a explica-
ção de como os pensamentos criam sentimentos é um recurso utilizado 
nas sessões intermediárias como forma de elucidar, cada vez mais, o 
quanto os pensamentos automáticos, considerados como disfuncionais, 
influenciam as emoções e os comportamentos. A técnica cognitiva conhe-
cida por Fórmula ABC consiste em fazer com que o paciente identifique a 
situação que lhe provoca uma série de pensamentos automáticos, consi-
derados como disfuncionais, e as suas reações diante disso. 
Para mais, questionar os pensamentos automáticos é uma técni-
ca utilizada pelos terapeutas cognitivos-comportamentais com o propósi-
to de avaliar a utilidade dos pensamentos para que a pessoa possa cons-
truir uma resposta mais adaptativa diante dos acontecimentos. Assim, o 
terapeuta solicita ao paciente para narrar uma determinada situação que 
lhe provocou algum tipo de sentimento ou comportamento disfuncional. 
O paciente relata que, ao estudar as disciplinas do curso de Engenharia 
Elétrica, pensa que não é capaz de compreender a matéria. Isso lhe pro-
voca um sentimento de inferioridade e, como consequência, desiste dos 
estudos para sair com os amigos e beber. A partir do pensamento de que 
não é capaz de compreender a matéria, é possível utilizar as seguintes 
indagações, conforme mencionado por Carla Eloá Ferraz (2020): 
• Quais são as evidências que esse pensamento é verdadeiro?
• Quais são as evidências de que esse pensamento não é to-
talmente verdadeiro?
• Existe uma explicação alternativa, outro meio de explicar o 
que está acontecendo? 
• O que pode ser consideradoo pior que poderia acontecer? 
Você poderia superar isso? 
• O que pode ser considerado o melhor que poderia acontecer?
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• Qual é o resultado mais realista? Qual resultado tem mais 
chance de acontecer? 
• Qual é o efeito da crença de desvalor nesse pensamento au-
tomático, no que diz respeito às emoções, às respostas físicas e ao 
comportamento? 
• Qual seria o efeito de mudar seu pensamento? Como você se 
sentiria física e emocionalmente e como você se comportaria? 
• O que você deveria fazer em relação a essa situação e qual 
seria uma solução viável? 
• Qual resposta alternativa você poderia criar para combater 
esse pensamento inicial? Considere todos os elementos que você tem 
contratais pensamentos e como se sentiria ao superar essa situação. 
• Após essa análise o quanto você acredita no pensamento inicial? 
Como você se sente? Melhorou, piorou ou manteve o nível de emoção? 
Com isso, o paciente ao identificar seus pensamentos e ela-
borar as suas respostas, poderá desenvolver uma lista de vantagens, 
conforme exposto no quadro 10, como estratégia para superar a sua 
ansiedade e acreditar na sua capacidade cognitiva. Assim, ele estabele-
ce as principais vantagens com a finalidade de se manter motivado em 
relação às mudanças que deseja alcançar em sua vida. 
Quadro 10: Lista de vantagens
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Fonte: Caballo, 2008. 
Após elaborar essa lista, o paciente deve classificar cada van-
tagem como “pouco importante”, “importante” e “muito importante” e, 
por fim, escrever em um papel ou cartão tais vantagens (ou enfrenta-
mentos) se comprometendo a criar novos hábitos para alcançar suas 
metas e objetivos. A figura 4 ilustra o cartão de enfrentamento escrito 
por uma mulher que possui baixa autoestima. 
Figura 4 – Cartão de vantagens ou cartão de enfrentamento
Fonte: Psicologia Leve, 2014
As técnicas cognitivas devem ser utilizadas com objetivo 
e propósito. Então, responda às seguintes indagações antes de 
aplicá-las:
- O que espero conseguir com essa técnica?
- Por que ela foi escolhida?
- Tenho total domínio dessa técnica?
- Em que o resultado poderá ajudar na sessão?
Uma outra técnica bastante utilizada pelos terapeutas cogniti-
vos-comportamentais é conhecida como seta descendente. A seta des-
cendente consiste em propiciar ao paciente que ele identifique as suas 
crenças. Isso quer dizer que através de um pensamento automático, o 
terapeuta questiona o paciente a um nível mais profundo para que ele 
possa flexibilizar as suas crenças mais rígidas e disfuncionais. Com a 
terapia cognitivo-comportamental, o paciente pode reaprender a lidar 
com as antigas crenças e a se adaptar. Para Leahy (2007, p. 36):
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Explorar as crenças subjacentes ao medo desse resultado ajuda a despo-
tencializar o pensamento. Com esta técnica, o terapeuta continua a fazer 
perguntas sobre o pensamento ou evento: “O que aconteceria, então, se isso 
fosse verdade?” ou “O que isso significaria para você, se acontecesse?” Nos 
referimos a esse processo como seta descendente – tentamos cavar até o 
fundo da crença. De acordo com isso, o terapeuta escreve o pensamento do 
paciente na parte superior da página e então desenha uma flecha para baixo, 
em direção à série de pensamentos ou eventos implícitos no pensamento 
original “Se seu pensamento fosse verdadeiro, por que isso o incomodaria? 
O que você pensaria? O que aconteceria a seguir?” (LEAHY, 2007, p. 36).
Abaixo, pode-se ler o diálogo estabelecido entre o terapeuta e 
o paciente em relação à técnica denominada de seta descendente (LE-
AHY, 2007, p. 36-37). Logo em seguida, visualiza-se a figura 7, ou seja, 
um formulário da seta descendente aplicado pelo terapeuta: 
TERAPEUTA: Você disse que, às vezes, tem medo de estar 
com câncer. Mesmo que o médico tenha assegurado que você está 
bem, o que significaria para você estar com câncer?
PACIENTE: Eu teria medo de morrer.
TERAPEUTA: Quase todo mundo tem medo disso, mas quero 
lhe perguntar sobre seu medo de morrer. Complete a seguinte frase: 
“Eu teria medo de morrer porquê...”
PACIENTE: Eu teria medo de não estar realmente morta – de 
estar apenas em coma – e de acordar em meu túmulo, enterrada viva.
Figura 5 – Seta descendente
Fonte: autor, 2023
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Como demonstrado, a seta descendente é uma técnica utiliza-
da para identificar as crenças nucleares, bem como as crenças interme-
diárias. Dessa maneira, indagar o que um pensamento significa para a 
pessoa é uma forma de constatar a crença intermediária. Por outro lado, 
questionar o que a crença intermediária significa para o paciente é uma 
maneira de detectar a crença central. 
ESTUDO SOBRE A EFICÁCIA E EFICIÊNCIA DO MODELO COGNITIVO
Nos últimos anos, uma série de estudos sobre a eficácia e a 
eficiência da Terapia cognitivo-comportamental tem sido realizados com 
a perspectiva de demonstrar os efeitos dessa abordagem na vida do 
paciente. A literatura aponta que há uma relação intrínseca entre os 
pacientes que apresentam transtornos de ansiedade e a depressão. As 
técnicas cognitivas e comportamentais ajudam no processo de modula-
ção dos pensamentos, assim como na regulação emocional, diminuindo 
os sintomas mais presentes em ambos os transtornos psiquiátricos. 
O estudo de Vasconcelos, Lôbo & Neto (2015), verificou uma alta taxa de comor-
bidade entre TAG e Depressão Maior (53,7%), Distimia (21%) e depressão re-
corrente (14,6%), além de uma alta comorbidade com risco de suicídio (54,8%) 
(VASCONCELOS; LOBO; NETO, 2015 apud REYES; FERMANN, 2017, p. 50).
Tomando como pressuposto a revisão bibliográfica realizada 
nos estudos de Reyes e Fermann (2017) e publicado no artigo intitulado 
“Eficácia da terapia cognitivo-comportamental no transtorno de ansieda-
de generalizada”, as autoras encontraram investigações empíricas so-
bre a eficácia da terapia cognitivo-comportamental. Como metodologia, 
elas utilizaram as seguintes bases de dados eletrônicas: SCIELO (na-
cional) e Pubmed (internacional). A pesquisa foi feita no mês de outubro 
de 2016, utilizando como descritores a terapia cognitivo-comportamen-
tal e o transtorno de ansiedade generalizada. 
Como resultado, as autoras encontraram estudos que mostram 
a eficácia da terapia cognitivo-comportamental em pacientes que apre-
sentavam transtorno de ansiedade, visto que o processo terapêutico 
propiciou a redução dos sintomas ansiosos, bem como os sintomas de-
pressivos associados a esse transtorno psiquiátrico. 
Além disso, as intervenções realizadas com grupo de no máximo 
6 pessoas mostraram uma importância significativa no tratamento desse 
transtorno. Foi observado uma diminuição considerável da preocupação 
que se apresentava como excessiva nos casos de ansiedade e na diminui-
ção dos pensamentos diante da incerteza da vida. Ademais, após a finali-
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zação dos grupos terapêuticos, os pacientes mantiveram as melhoras por 
um período de dois anos, intervalo do qual foram monitorados. Também, 
pôde-se verificar a eficácia da terapia cognitivo-comportamental no trata-
mento de pessoas idosas que portavam sintomas ansiosos e depressivos.
Nesse mesmo sentido, o estudo realizado por Rosnick et al. (2016) com adul-
tos mais velhos com TAG examinou a eficácia da TCC nos níveis de cortisol 
apresentados por esses indivíduos, comparando indivíduos que receberam 
16 sessões de TCC combinada com o uso de medicação e indivíduos que 
receberam apenas medicação. Os resultados mostraram que aqueles que 
receberam o tratamentocombinado apresentaram uma melhora significativa 
nos níveis de cortisol quando comparados àqueles que receberam apenas 
tratamento com medicação. Esses estudos fornecem evidências promisso-
ras dos efeitos da TCC em pacientes idosos com TAG, apoiando a hipótese 
de que a TCC é um tratamento eficaz tanto para adultos mais velhos, como 
para idosos (ROSNICK, 2016 apud REYES; FERMANN, 2017, p. 53).
Outros resultados promissores descritos no estudo realizado pe-
las autoras destacam que, após a finalização do processo terapêutico, os 
indivíduos suspenderam (ou diminuíram drasticamente) o uso dos medica-
mentos utilizados para os transtornos ansiosos e depressivos. Além disso, 
não se pode deixar de mencionar a terapia cognitivo-comportamental em-
preendida de maneira remota ou on-line, uma vez que muitas pessoas pos-
suem dificuldade para locomover até o consultório ou residem em zonas 
rurais. Com isso, a terapia cognitivo-comportamental se adaptou às mais 
diversas realidades sociais com o propósito de propiciar atendimentos ou 
acompanhamentos psicoterápicos aos indivíduos através de aplicativos, 
plataformas digitais ou até mesmo por telefone. Assim sendo, as técnicas 
cognitivas apresentadas nesse capítulo juntamente com as técnicas com-
portamentais que serão apresentadas no próximo capítulo parecem ser o 
caminho mais eficiente para o tratamento psicológico. 
Leia o livro “Vencendo a ansiedade social com a terapia 
cognitivo-comportamental”, o qual elucida aos profissionais e es-
tudantes de psicologia, assim como aos pacientes, uma série de 
técnicas cognitivas e comportamentais que são aplicadas para que 
se possa vencer a ansiedade social. HOPE, Debra A.; HEIMBERG, 
Richard G.; TURK, Cynthia L. Vencendo a ansiedade social com a 
terapia cognitiva-comportamental. São Paulo: Artmed, 2012. 
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-RJ Prova: Psicólogo 
Caso clínico 4A1-I
Joana, de 7 anos de idade, apresenta choro recorrente na presença 
de aves de qualquer espécie. A mãe relata, no momento da entrevista, 
que a criança agarra suas pernas e grita sempre que uma ave está por 
perto. O que inquieta a mãe é que a criança começou a ficar ansiosa 
só de saber que passaria o final de semana no sítio da família. Diz a 
mãe: “Joana nunca teve medo de nada, mas, desde que uma coruja 
avançou nela em nosso sítio, ela nunca mais foi a mesma. Isso já 
deve ter, aproximadamente, 8 meses. Já expliquei e já mostrei como 
os animais podem ser dóceis, mas nada adianta. O que me preocupa 
é que parece estar cada vez pior. Já tem mais de dois meses que Joa-
na fica irritadiça e chora sempre que se aproxima a sexta-feira, pois 
sabe que passamos os finais de semana descansando no sítio. Ela 
chora sem parar antes mesmo de adentrarmos a casa. Acaba passan-
do o final de semana inteiro no quarto. Até pra brincar é difícil. Acho 
até que o rendimento na escola piorou. Tem dado mais trabalho até 
mesmo para realizar as tarefas de casa. Parece menos motivada com 
a escola e com os amigos que fez lá. Com toda essa história, estamos 
pensando em vender o sítio. Mas não sabemos se isso é uma fase, se 
é birra ou se ficou mesmo algum trauma”(sic).
Ainda em relação ao caso clínico 4A1-I, considerando a psicopato-
logia e as contribuições da terapia cognitivo-comportamental, as-
sinale a opção correta.
a) De acordo com a terapia cognitivo-comportamental, o comportamen-
to de Joana apresenta um estímulo definido e fora aprendido. 
b) Segundo os preceitos da terapia cognitivo-comportamental, a técnica 
de exposição in vivo deve ser evitada no caso de Joana, tendo-se em 
vista a situação traumática vivenciada pela criança. 
c) No caso de Joana, a reestruturação cognitiva não constitui uma es-
tratégia adequada, tendo-se em vista que houve um trauma associado 
ao comportamento fóbico. 
d) Técnicas de relaxamento não são recomendadas em casos como o 
de Joana. 
e) De acordo com a terapia cognitivo-comportamental, no caso de Joana, 
seria suficiente a psicoeducação como intervenção estratégica adequada.
QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: FCPC Órgão: UNILAB Prova: Psicólogo
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A formulação de caso na Terapia Cognitivo Comportamental é um 
mapa de orientação para o trabalho com o paciente. Ela reúne in-
formações de sete categorias principais. Marque a alternativa que 
contém três dessas sete categorias:
a) Questões situacionais e interpessoais, psicodiagnóstico, fatores bio-
lógicos, genéticos e médicos.
b) Fatores biológicos, genéticos e médicos, histórico familiar, questões 
situacionais e interpessoais.
c) Padrões típicos de pensamentos automáticos, emoções e comporta-
mentos, psicodiagnóstico e histórico de internações.
d) Diagnóstico e sintomas, histórico familiar e padrões típicos de pensa-
mentos automáticos, emoções e comportamentos
e) Esquemas subjacentes, contribuições das experiências da infância, 
outras influências do desenvolvimento e pontos fortes e qualidades
QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Valinhos - SP Pro-
va: Psicólogo – GP 
De acordo com o modelo cognitivo, as pessoas desenvolvem de-
terminadas crenças sobre si mesmas e sobre o mundo, a partir do 
que aprendem na infância. As crenças centrais ou nucleares
a) são constantes e fáceis de modificar, pois são facilmente acessíveis 
por meio do trabalho terapêutico.
b) funcionam como verdades absolutas, rígidas e generalizadas, que 
têm impacto importante sobre as emoções e o pensamento.
c) surgem espontaneamente na mente das pessoas e têm caráter fun-
cional na manifestação afetiva.
d) asseguram a adaptação apropriada das pessoas ao ambiente no 
qual estão inseridas e às pessoas com quem convivem.
e) são resultantes das distorções cognitivas que atingem uma pessoa 
durante o seu processo de desenvolvimento.
QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: Metro Capital Soluções Órgão: Prefeitura de La-
ranjal Paulista - SP Prova: Psicólogo
No que se refere à abordagem cognitivo-comportamental, as crian-
ças cujos pais são hostis e violentos também exibem esse mesmo 
comportamento. Isso ocorre porque
I – Foram submetidas a uma restrição do seu espaço vital, o que 
tem como consequência o aumento da tensão interna.
II – São negligenciadas na aquisição do sentimento de autoeficácia 
e, por isso, não conseguem controlar os impulsos agressivos.
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III – Há uma propensão nas pessoas para se deixarem influenciar 
por modelos de prestígio e status superiores aos delas.
a) Apenas o item I é verdadeiro.
b) Apenas o item II é verdadeiro.
c) Apenas o item III é verdadeiro.
d) Apenas os itens I e II são verdadeiros.
e) Apenas os itens II e III são verdadeiros.
QUESTÃO 5
Ano: 2020 Banca: VUNESP Órgão: EBSERH Prova: Psicólogo - 
Área Hospitalar 
Entre os aspectos cognitivos associados à vivência de enfermida-
des graves, destacam-se as distorções cognitivas, particularmente 
as que envolvem sentimento de impotência e culpa. Na abordagem 
cognitivo-comportamental, uma das técnicas mais efetivas para a 
identificação e modificação de pensamentos automáticos é a de
a) questionamento socrático.
b) dessensibilização progressiva.
c) espelhamento.
d) aproximação sucessiva.
e) intenção paradoxal.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
João procurou um psicólogo da abordagem cognitivo-comportamental 
para tratar da sua preocupação excessiva em relação ao curso de En-
genharia Elétrica em uma faculdade de Belo Horizonte. Além da preocu-
pação, ele relata se sentir bastante nervoso, cansado e com dificuldades 
para dormir. Diante do exposto, qual seria o possível diagnóstico de João? 
Quais são os prováveis pensamentos automáticos relatados por ele? 
TREINO INÉDITO
Segundo Leahy (2007), o papel doterapeuta é: 
a) Trabalhar com os conteúdos inconscientes para transformá-los em 
conscientes. 
b) Identificar os mecanismos de defesa do paciente. 
c) Organizar a vida do paciente para que ele seja mais funcional diante 
das atividades cotidianas. 
d) Ajudar o paciente a reconhecer o seu estilo idiossincrático de pensa-
mento e a modificá-lo pela aplicação da evidência e da lógica. 
e) Identificar os pensamentos e solicitar ao paciente para que pense 
positivo. 
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NA MÍDIA 
Existem muitas situações consideradas como ‘normais’ que podem indi-
car algum tipo de distúrbio psiquiátrico e que necessite de intervenção 
médica. Um desses casos é a ansiedade, que vem crescendo de forma 
considerável nos últimos anos, especialmente no Brasil. “Quando não 
tratada corretamente, a ansiedade pode virar uma adversidade e de-
sencadear outros transtornos mentais, como a depressão, que acomete 
aproximadamente 300 milhões de pessoas no mundo, segundo a Orga-
nização Pan-Americana da Saúde (Opas)”. A Terapia cognitivo compor-
tamental possui diversas técnicas que são utilizadas pelos profissionais 
para auxiliar no tratamento da ansiedade e da depressão, por isso que é 
tão importante procurar ajuda profissional antes que o quadro se agrave 
e venha a trazer mais prejuízos para a vida do sujeito. 
Título: Por que o Brasil tem a população mais ansiosa do mundo
Data da publicação: 27/02/2023
Fonte: https://g1.globo.com/saude/noticia/2023/02/27/por-que-o-brasil-
-tem-a-populacao-mais-ansiosa-do-mundo.ghtml 
NA PRÁTICA
A Terapia Cognitivo Comportamental desponta-se como uma alternativa 
eficaz no tratamento de diversos tipos de medos, dentre eles o medo de 
dirigir. Esse tipo de terapia apresenta recursos psicológicos que auxiliam o 
condutor a entender a origem do seu medo, ressignificar os elementos as-
sociados ao trânsito, bem como conhecer e adotar as técnicas que ajudam 
na superação desse medo. “Antes de propor alguma forma de intervenção 
é importante conhecer os motivos que levaram a pessoa a apresentar aver-
são por dirigir, porém, é importante não só considerar o histórico de vida 
do paciente como também os recursos que o mesmo dispõe e a percep-
ção que ele faz acerca dos elementos relacionados ao trânsito. Prender-se 
apenas ao histórico de vida do paciente é reduzir a compreensão acerca 
dos fatores relacionados ao medo de dirigir e desconsiderar o entendimen-
to das causas de forma dinâmica e sistematizada”.
Título: Contribuições da terapia cognitivo-comportamental para o en-
frentamento e superação do medo de dirigir
Data da publicação: 2021
Fonte: https://periodicorease.pro.br/rease/article/down-
load/617/324/1340 
PARA SABER MAIS
Os vídeos abaixo enfatizam pontos importantes sobre as técnicas em-
pregadas na Terapia Cognitiva. O primeiro aborda as sete técnicas mais 
utilizadas na Terapia Cognitiva, e o segundo as principais técnicas da 
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terapia cognitivo comportamental. Ambos irão ajudar a ampliar ainda 
mais os seus conhecimentos sobre esse tema. 
Vídeo 1:
Título: As 7 técnicas mais utilizadas na Terapia Cognitiva
Data da publicação: 13/05/2021
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=eDugw6Em25I 
Vídeo 2:
Título: As principais técnicas da terapia cognitivo comportamental
Data da publicação: 11/07/2022
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=L4b4Bky30OA
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O SURGIMENTO DA TERAPIA COMPORTAMENTAL 
No capítulo 2, as principais técnicas cognitivas e alguns estu-
dos sobre a eficácia e a eficiência do modelo cognitivo foram descritos 
para se obter conhecimento em relação à conduta terapêutica no trata-
mento dos transtornos psiquiátricos. Neste capítulo, a história do surgi-
mento da terapia comportamental, assim como a seleção, a aplicação, a 
avaliação dos procedimentos comportamentais e os estudos utilizados 
na clínica psicológica serão retratados com a finalidade de propiciar o 
aprendizado em relação à terapia de abordagem comportamental. No-
ta-se que a título didático, as técnicas cognitivas e comportamentais fo-
ram divididas em duas seções, porém, no processo terapêutico, ambas 
devem ser utilizadas pelo psicólogo da abordagem cognitivo-comporta-
TÉCNICAS COMPORTAMENTAIS:
CONCEITOS E EMPIRISMO
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mental. Para iniciar, destaca-se que o livro escrito por Vicente Caballo, 
intitulado “Manual de técnicas de terapia e modificação do comporta-
mento”, foi utilizado como referência para a escrita deste capítulo. 
No século XIX, o desenvolvimento das ciências biológicas e físicas influen-
ciou notavelmente a psicologia. A investigação biológica começou o seu 
progresso identificando as bases de determinadas doenças orgânicas e seu 
tratamento. O estudo do cérebro e sua relação com as funções humanas 
(p. ex., a fala, a memória e o comportamento) aumentou nesta época. A te-
oria e a investigação da física mantinham um enfoque científico básico para 
compreender a matéria física. Também o desenvolvimento da teoria sobre a 
evolução, realizado por Darwin (1859, 1871), teve seu impacto não só sobre 
as ciências biológicas, como também sobre as ciências sociais. Darwin enfa-
tizou a adaptabilidade dos organismos a seu ambiente e a continuidade das 
espécies, ideias que influenciaram diretamente a pesquisa em psicologia. 
Um tema comum, sobre o qual atuaram distintas influências, foi que a ciência 
e o enfoque cientifico proporcionam os meios para compreender o mundo. 
Muitos dos princípios e dos enfoques do comportamentalismo refletiam um 
amplo movimento para uma maior valorização da ciência e um enfoque ma-
terialista e mecanicista a respeito das ciências físicas, biológicas e sociais. 
Também a psicologia da aprendizagem começou a surgir como a base crítica 
para a compreensão do comportamento (CABALLO, 2008, p. 25).
Isto posto, pode-se dizer que um dos primeiros estudos sobre 
o comportamento que influenciou significativamente a psicologia foi de-
senvolvido por Ivan Pavlov. O pesquisador nasceu na Rússia, em 1849, 
e dedicou os seus estudos para explicar o condicionamento clássico. 
Por condicionamento clássico, entende-se o processo de aprendizagem 
ocasionado por um estímulo do ambiente e a resposta comportamen-
tal. Esse autor observou que um cachorro produzia secreções gástricas 
antes mesmo de oferecer a comida. Tal descoberta foi chamada de “se-
creções psíquicas”. O principal objetivo de Pavlov consistiu em compre-
ender o funcionamento do cérebro. Logo, ele passou a se esforçar para 
entender a produção dos estímulos em animais e humanos e os seus 
respectivos reflexos (CABALLO, 2008, p. 26).
Assista ao vídeo “Condicionamento Clássico Explicado 
(Condicionamento Pavloviano)” que demonstra como os estímu-
los produzem respostas e a sua aplicação na clínica psicológica. 
UNIVERSO DA PSICOLOGIA. Condicionamento Clássico Explica-
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do / (Condicionamento Pavloviano). 08/12/2016. Disponível em: ht-
tps://www.youtube.com/watch?v=YMsqEmhaszE >
Vale ressaltar que as descobertas de Pavlov influenciaram os 
estudos do psicólogo americano conhecido por John Watson. Watson 
também pesquisou sobre o comportamento animal como uma ciência 
objetiva e incorporou esses estudos na psicologia denominado de com-
portamentalismo ou behaviorismo. Com isso, ele sustentou o argumento 
de que o comportamentalismo abrangia os pensamentos, as emoções 
e os instintos nos seres humanos. Como se sabe, Watson investigouas reações emocionais condicionadas das crianças com o propósito de 
explicar como a teoria comportamental poderia elucidar os sentimentos 
e a experiência de vida do sujeito.
Além dos pesquisadores Pavlov e Watson, Burrhus Skinner 
foi considerado um dos estudiosos que mais impactou as concepções 
acerca da modificação do comportamento e suas observações são utili-
zadas até hoje nas teorias contemporâneas. Skinner nasceu nos Esta-
dos Unidos e se tornou psicólogo behaviorista, desenvolvendo o concei-
to conhecido por condicionamento operante. Ele não só sustentou a sua 
teoria através do estímulo e da resposta, como também, argumentou 
sobre o processo de aprendizagem em relação ao comportamento, nes-
se caso, tanto animal quanto humano. 
A psicologia da aprendizagem ocupou um papel central na investigação psi-
cológica depois do desenvolvimento do comportamentalismo. Os diferentes 
pontos de vista que se desenvolveram e a investigação que geraram, propor-
cionam os fundamentos dos enfoques gerais e das técnicas específicas na 
modificação do comportamento contemporâneo. Realmente, muitos debates 
contemporâneos sobre a investigação comportamental frequentemente tem 
um claro precedente no desenvolvimento da teoria da aprendizagem. Por 
exemplo, o debate sobre a necessidade de variáveis intervenientes, de fato-
res cognitivos e limites das explicações estimulo-resposta sobre o comporta-
mento, refletem questões importantes na história da psicologia da aprendiza-
gem (SPENCE, 1950 apud CABALLO, 2008, p. 31).
Com a análise experimental do comportamento desenvolvida 
por Skinner, ele passou a aplicar a perspectiva do estímulo-resposta a 
partir do reforço positivo ou negativo nos pacientes diagnosticados com 
transtornos psiquiátricos. A partir da década de 1960, a terapia compor-
tamental estava consolidada no meio acadêmico, associando o modelo 
estímulo-resposta e reforço com a perspectiva da aprendizagem. Na 
figura 6, visualiza-se Skinner em seu laboratório de pesquisa. 
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Figura 6 – Burrhus Skinner 
Fonte: Nova Escola, 2008
Aqui, não se pode deixar de mencionar a técnica conhecida por 
dessensibilização sistemática como um dos acontecimentos mais impor-
tantes em relação à modificação do comportamento. A dessensibilização 
sistemática foi formulada por Joseph Wolpe, um psiquiatra da África do 
Sul, e consistiu, basicamente, em tratar os pacientes que apresentavam 
ansiedade e/ou medo, associando às situações (reais ou imaginárias) com 
prazer e relaxamento. Assim, o psiquiatra se interessou pelas reações neu-
róticas a partir da psicologia da aprendizagem e passou a desenvolver al-
gumas técnicas comportamentais para o tratamento desses pacientes. 
Este princípio serviu de base para o desenvolvimento de tratamentos que ven-
cessem o medo humano, um passo extremamente importante que ampliou em 
grande parte o trabalho prévio sobre as neuroses experimentais. [...] Wolpe ain-
da expôs inicialmente os pacientes a situações reais nas quais se provocava a 
ansiedade e explorou o uso da imaginação por meio da qual os pacientes se 
imaginavam numa série graduada de situações. Também, seguindo o trabalho 
do fisiologista Edmundo Jacobson (1938) que havia utilizado o relaxamento para 
tratar a ansiedade e outros transtornos, Wolpe selecionou o relaxamento mus-
cular como uma resposta que poderia inibir a ansiedade, da mesma maneira 
que entre animais, usou o comer como uma resposta incompatível com o medo. 
O procedimento que Wolpe desenvolveu foi a dessensibilização sistemática, 
composta de relaxamento, desenvolvimento de uma série gradual de situações 
provocadoras de ansiedade (hierarquia), e emparelhamento da imaginação dos 
itens da hierarquia com o relaxamento. Este procedimento constitui a técnica 
mais importante desenvolvida a partir do princípio da inibição recíproca, mas 
pode-se praticá-lo de distintas formas (p. ex., empregando respostas diferentes 
ao relaxamento como a resposta incompatível, a apresentação in vivo das situa-
ções provocadoras de ansiedade, etc.) (CABALLO, 2008, p. 38).
Sendo assim, a terapia do comportamento foi uma associação 
entre os conceitos da aprendizagem e os problemas terapêuticos com a 
finalidade de possibilitar uma nova construção de história de vida do pa-
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ciente a partir do acompanhamento psicológico. Destaca-se três enfoques 
conceituais da terapia do comportamento (CABALLO, 2008, p. 41-42):
1 - Ponto de vista mediacional do estímulo-resposta (E-R): con-
siste em aplicar os conceitos da aprendizagem através do estímulo do 
ambiente e da resposta comportamental.
2 - A análise aplicada ao comportamento: consiste em modi-
ficar o comportamento diante de um estímulo do ambiente através do 
reforço (positivo ou negativo), da extinção e do controle de estímulos.
3 - Modificação do comportamento cognitivo: consiste nos 
pressupostos abordados na terapia cognitivo-comportamental a partir 
do modelo cognitivo (pensamentos automáticos, crenças centrais ou 
nucleares e intermediárias e respostas emocionais, fisiológicas e com-
portamentais). Essa abordagem possui como principal pressuposto 
transformar os pensamentos e comportamentos disfuncionais em mais 
adaptativos – modelo que tem sido mais utilizado nas últimas décadas.
Assista ao vídeo “Qual a diferença entre a Terapia Cog-
nitiva e o Behaviorismo” que explica os principais fundamentos 
do surgimento do behaviorismo e da terapia cognitiva. TERAPIA 
COGNITIVA ONLINE. Qual a diferença entre a Terapia Cognitiva e 
o Behaviorismo?. 27/04/2017. Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=7oP2G-BKnLs > 
SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS COMPORTA-
MENTAIS 
Como dito anteriormente, a análise funcional do comportamen-
to proposto por Skinner é utilizado como referência clínica, na prática 
dos terapeutas comportamentais. A análise funcional do comportamen-
to consiste em verificar quais os motivos e a função de um determina-
do comportamento e a relação que o sujeito mantém com o ambiente. 
Sendo assim, o terapeuta conduz as sessões identificando os compor-
tamentos disfuncionais, além de investigar a maneira como os compor-
tamentos acontecem, em quais momentos e em quais situações, desve-
lando o significado desses comportamentos na vida do paciente. 
Com isso, o terapeuta estabelece juntamente com o paciente 
ao menos três metas ou objetivos para se modificar um comportamen-
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to do qual se apresenta como disfuncional, isto é, comportamento que 
considera como negativo ou que lhe causa algum tipo de sofrimento ou 
dor. Por exemplo, um paciente diagnosticado com transtorno depressivo 
relata que gostaria de interagir mais com os amigos, visto que passou a 
se isolar nos últimos meses. Pode-se perceber que os comportamentos 
disfuncionais são relatados através de suas queixas e/ou demandas. 
Por isso, é de fundamental importância que o terapeuta adquira um co-
nhecimento prévio da literatura e dos casos clínicos com o propósito de 
aprofundar em relação à história de vida do paciente. Isso quer dizer 
que o fato de desejar interagir com os amigos deve ser indagado, uma 
vez que outros comportamentos podem aparecer diante da queixa. 
A partir dessa análise prévia, o terapeuta decide por realizar os 
procedimentos comportamentais para identificar quais os comportamen-
tos que deverão ser modificados através das técnicas comportamentais 
para que o paciente se torne mais adaptativo em relação ao meio em 
que vive. De acordo com os argumentos de Caballo (2008), o primeiro 
procedimento comportamental consiste em estabelecer as metas ou os 
objetivos do tratamento terapêutico, considerando os seguintes aspectos: 
1 - O sistema de valores construídopelo terapeuta. 
2 - O sistema de valores construído pelo paciente. 
3 - O ambiente físico e social do qual o paciente desenvolve os 
comportamentos disfuncionais.
Os atributos individuais estabelecem a maneira pela qual a pes-
soa se comporta e interage com o meio que a circunda denominado de 
sistema de valores. Assim sendo, as queixas ou demandas apresentadas 
nas primeiras sessões merecem um destaque diante da terapia comporta-
mental. Para Caballo, “as queixas costumam fazer referências àquilo que 
vai mal e que quer eliminar, ao que causa problemas, ao negativo e incô-
modo”. Por outro lado, as demandas “fazem referência àquilo que se quer 
adquirir ao positivo” (CABALLO, 2008, p. 85). Dessa forma, conclui-se que 
há uma relação intrínseca entre a queixa e a demanda. Se o paciente com 
transtorno depressivo não interage com os amigos em função do sentimen-
to de incapacidade (queixa), ele deseja modificar o seu comportamento 
para encontrar com os conhecidos, isto é, tornar-se mais confiante de si 
mesmo (demanda). Tais explanações se referem aos principais motivos 
que o paciente deseja se submeter ao processo terapêutico, dado que re-
conhece seu comportamento disfuncional e qual a meta pretende alcançar. 
Em alguns casos o comportamento-problema proposto pelo terapeuta apa-
rentemente se afasta das queixas do paciente. Isto não quer dizer que o ava-
liador tenha descoberto “o problema real” ou algum problema “mais profundo”. 
Simplesmente o avaliador criou um modelo de trabalho do funcionamento do 
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paciente onde aparecem outros comportamentos, prévios na “cadeia causal”, 
dos quais dependem as queixas apresentadas e que é necessário eliminar 
ou instaurar para fazer desaparecer as queixas ou conseguir as demandas 
que são feitas (CABALLO, 2008, p. 86).
Diante disso, o terapeuta deve estabelecer dois enfoques a 
serem analisados em relação à avaliação dos procedimentos compor-
tamentais, são eles: o enfoque centrado no problema e o enfoque cons-
trutivo. Vale ressaltar que não é interesse do terapeuta eliminar os com-
portamentos tidos como disfuncionais, mas, sim, oferecer uma série de 
ferramentas para que o paciente possa manuseá-los nos momentos 
que sentir necessidade em sua vida cotidiana. Em relação ao enfoque 
centrado no problema, deve-se verificar se o comportamento desapa-
receu após o tratamento terapêutico e se prossegue sem aparecer. Por 
outro lado, o enfoque construtivo deve analisar se as ferramentas tera-
pêuticas têm ajudado o paciente a obter êxito nas situações diárias que 
exigem a sua mudança de comportamento. 
Os comportamentos disfuncionais escolhidos como meta 
terapêutica devem considerar àqueles que são fisicamente, social-
mente ou economicamente arriscado para o paciente ou às pesso-
as ao seu redor. Para mais, a modificação do comportamento deve 
ser realizada de maneira construtiva entre o terapeuta e o paciente, 
além de ser positiva. É importante se atentar em estabelecer metas 
diante dos comportamentos que possam ser tratados.
Aqui, cabe destacar a importância da avaliação dos resultados 
das técnicas e procedimentos comportamentais empregados durante o 
processo terapêutico em decorrência dos seguintes fatores: a avaliação 
sistemática permite verificar se os objetivos e metas terapêuticas estão 
sendo alcançados (caso não, é importante corrigir as falhas para dar 
prosseguimento à terapia), e a avaliação sistemática assegura a qua-
lidade do serviço prestado e possibilita a aquisição de conhecimentos 
técnicos e práticos por parte do terapeuta. Não obstante, é necessário 
compreender que os parâmetros de avaliação devem levar em conta a 
idade, o sexo e o ambiente de cada paciente. 
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Assista ao vídeo “Intervenções na clínica analítico-com-
portamental” para que se possa adquirir conhecimentos sobre 
as demais técnicas comportamentais utilizadas pelo terapeuta na 
condução do tratamento do paciente. LOBATO, Raíssa. Interven-
ções na clínica analítico-comportamental. 2020. (17m14s). Disponí-
vel em: <https://www.youtube.com/watch?v=OFNK9P7tTS8 >
APLICAÇÃO E ESTUDO DAS PRINCIPAIS TÉCNICAS COMPORTA-
MENTAIS UTILIZADAS NA CLÍNICA PSICOLÓGICA 
Como apontado anteriormente, os terapeutas da abordagem 
cognitivo-comportamental utilizam técnicas cognitivas e comportamen-
tais para intervir nas crenças, pensamentos, sentimentos e comporta-
mentos do paciente. Nesse tópico, as técnicas de análise e solução de 
problemas, além do treinamento de habilidades e o mindfulness, serão 
explicados para a melhor compreensão do tema exposto. 
Em relação à análise e solução de problemas, é importante 
que o terapeuta solicite ao paciente que liste os problemas que surgiram 
ao longo da semana e que lhe causaram algum tipo de sofrimento ou 
incômodo. Logo em seguida, é preciso que o paciente imagine algumas 
soluções para os problemas listados. Para tanto, o terapeuta solicita 
que ele relate os problemas que já vivenciou em algum momento da 
sua vida ou imagine o que diria a um amigo em relação a como resolvê-
-los. Durante esse diálogo, é interessante que o terapeuta questione o 
paciente para facilitar que ele encontre respostas adequadas. Os livros 
de autoajuda são um recurso necessário utilizado para a melhor apren-
dizagem do paciente, por exemplo, “Problemas? Oba!” de Roberto 
Shinyashiki (2011) e “Você pode curar a sua vida” de Louise Hay (2009). 
Por outro lado, pacientes que conseguem resolver os problemas, 
mas possuem uma crença baseada no desvalor e no sentimento de inca-
pacidade devem passar pelo treinamento de habilidades. Nesse sentido, 
o formulário da figura 10 deve ser respondido pelo paciente e preenchido 
com o terapeuta para facilitar a descoberta de soluções de problemas e 
potencializar as habilidades que possui. No quadro 11, pode-se visualizar 
um formulário para a solução de problemas e suas respectivas vantagens 
e desvantagens em relação a cada solução encontrada pelo paciente. 
Cita-se, como exemplo, os pacientes que se encontram insatisfeitos com 
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o trabalho do qual estão desenvolvendo. O terapeuta solicita que o pa-
ciente relate quais as principais vantagens e desvantagens em perma-
necer no trabalho atual ou procurar uma nova recolocação profissional 
(BECK, 2014). Para mais, o terapeuta pode conduzir as sessões para 
que o paciente mude as suas respostas diante da insatisfação, intervindo 
com as técnicas cognitivas que indagam os pensamentos automáticos e 
as crenças construídas pelo paciente no decorrer da sua história de vida. 
Assista ao vídeo “Resolução de problemas: 8 passos rápi-
dos e práticos” para obter informações em relação às indagações 
para solucionar problemas e encontrar possíveis respostas diante 
das situações. FALCO, Diego. Resolução de problemas: 8 passos 
rápidos e práticos. 2016. (07m30s). Disponível em: < https://www.
youtube.com/watch?v=IJoO5CJEIek >
Figura 7 – Análise de problemas 
Fonte: Beck, 2014.
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Quadro 11: Solução de problemas
Fonte: Beck, 2014.
Um estudo realizado pela Cade e Prates (2001) possuiu como 
objetivo analisar a solução de problemas em mulheres diagnosticadas 
com transtorno depressivo. Por ser uma pesquisa exploratória e descri-
tiva, os autores definiram como metodologia realizar 12 sessões tera-
pêuticas em um grupo de 03 a 06 mulheres, com duração de uma hora. 
Durante o processo terapêutico, eles motivaram as mulheres para falar 
através das técnicas aplicadas com a finalidade de definir os problemas 
dos quais vivenciavam, compreendê-los, prepará-los para a ação, to-
mar as decisões e, por fim, implementara solução escolhida. 
Como se sabe, uma quantidade expressiva de pessoas é diag-
nosticada com depressão na idade adulta. Vale ressaltar que as mulhe-
res são as mais acometidas por esse transtorno. 
A depressão é uma doença de causa multifatorial, envolvendo fatores bioló-
gicos (neurotransmissores), históricos (depressão e alcoolismo na família), 
ambientais (situações de conflito, apoio social deficiente, choque emocional) 
e psicológicos, caracteriza-se por um quadro de tristeza, choros periódicos, 
com sentimento de culpa e decepção com os demais. Pode evoluir com ma-
nifestação de irritação, tensão e ansiedade. Em estágio mais elevado, impos-
sibilita o indivíduo de realizar suas atividades diárias, pois há um desinteres-
se visível e falta de energia. Outros sintomas incluem a baixa concentração, 
insônia, falta de apetite, apatia sexual, sentimento de desesperança e pen-
samento em suicídio. Este quadro pode regredir em um espaço de 03 a 06 
meses, mesmo sem nenhuma forma de tratamento, porém, com frequência, 
há recaídas e 15 a 20% dos deprimidos cronificam, sendo que o tratamento 
não farmacológico é importante na diminuição ou eliminação das recidivas, 
justificando esta proposta de intervenção. Em casos graves, com ideação 
suicida, a internação torna-se necessária (CADE; PRATES, 2001, p. 224). 
Como resultado, os autores destacaram que esse estudo apon-
tou alguns entraves, visto que um dos efeitos causado pela ingestão de 
medicamentos consistia na perda cognitiva, influenciando as respostas 
dos pacientes em relação à técnica denominada solução de problemas. 
Por outro lado, o grupo possibilitou que as mulheres pudessem expres-
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sar a discriminação que sofriam por parte dos familiares e do meio so-
cial em função do diagnóstico de transtorno depressivo. Além disso, 
elas relataram o incômodo por sentirem os sintomas da doença. Para 
mais, foi possível observar que as pacientes possuíam uma baixa habili-
dade social. Entretanto, a análise do grupo de mulheres deprimidas pro-
piciou que elas identificassem os problemas que circundavam as suas 
vidas e na capacidade de enfrentamento. Também, observou-se que as 
mulheres se ajudavam em relação aos problemas enfrentados por elas, 
visto que o grupo possibilitou expressarem suas emoções.
Por último, destacam-se as técnicas de relaxamento e mindful-
ness. O termo mindfulness pode ser traduzido por atenção plena, isto é, 
concentrar no momento atual (presente), de maneira intencional (escolha 
de estar atento) e sem julgamento (aceitar sentimentos, pensamentos e 
sensações sem caracterizá-las como negativos ou positivos). Kabat-Zinn 
(2017) salienta que o surgimento das grandes cidades e o advento da 
modernidade propiciaram que as pessoas passassem a viver no modo 
conhecido por “piloto automático”. Isso quer dizer que o piloto automático 
promove um estilo de vida rígido e limitado, fato que impossibilita sentir as 
emoções que perpassam o corpo diante da experiência da vida. Ademais, 
é preciso destacar que os estudos demonstram que tentar suprimir ou 
esquivar dos sentimentos, pensamentos e sensações promove a rumina-
ção mental (VANDENBERGHE; SOUSA, 2006). 
Assim sendo, as técnicas de mindfulness são eficientes em re-
lação à prevenção de recaída da depressão, dado que possibilita identi-
ficar os sentimentos e pensamentos depressogênicos, sentir e, por fim, 
soltar, sem caracterizá-los como eventos negativos, mas, sim, como 
parte da experiência humana. 
Para concluir esta unidade, destaca-se que a terapia comporta-
mental pode ser dividida em três ondas (ou gerações). A primeira onda 
se caracteriza pelos modelos de condicionamento clássico e operante 
propostos por Pavlov, Watson e Skinner. A segunda onda consiste no 
modelo cognitivo proposto por Aaron Beck através dos eventos, pen-
samentos automáticos, crenças centrais ou nucleares e intermediárias, 
respostas fisiológicas, emocionais e comportamentais, conhecida por 
terapia cognitivo-comportamental. Já a terceira onda não possui como 
objetivo modificar pensamentos, sentimentos ou sensações, muito pelo 
contrário, aceitar o momento presente e compreender que os pensa-
mentos não controlam o comportamento. 
Desta forma, a terapia cognitivo-comportamental tradicional implicitamente 
promove mudanças amplas na relação que a pessoa mantém com seus pen-
samentos. Como resultado de repetidamente identificar pensamentos, cren-
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ças e distorções e tomar uma atitude crítica em relação a estes, o cliente 
pode realizar uma mudança geral em sua perspectiva para com os eventos 
cognitivos. Ao invés de vê-los como atributos de si mesmo ou representações 
de fatos, acaba vendo-os como eventos internos que não possuem necessa-
riamente valor literal. É possível que esta similaridade no nível prático (ape-
sar da inovação teórica) tenha facilitado a rápida absorção de mindfulness na 
tradição cognitivo-comportamental (VANDENBERGUE, SOUSA; 2006, p. 3).
Cabe ressaltar que o programa de mindfulness consiste em oito 
encontros semanais, com duração de duas horas cada. Para grupos com 
indivíduos diagnosticados com depressão, sugere-se no máximo 12 pes-
soas. A partir da década de 1990, Jon Kabat-Zinn iniciou as suas pesqui-
sas com programas de redução do estresse com grupos de 30 pessoas.
Por fim, vale ressaltar que duas técnicas de mindfulness são 
comumente utilizadas pelos psicólogos da abordagem cognitivo-com-
portamental com seus pacientes. A primeira delas é chamada de Body 
Scan ou Escaneamento Corporal, caracterizada por focar a atenção em 
cada membro do seu corpo, ou seja, conectar-se com o seu físico para 
sentir os sentimentos e sensações. A segunda é o treino de respiração, 
visto que é de fácil acesso e também foca no presente. Assim sendo, a 
respiração passa a ser um ponto de apoio ou âncora para que a pessoa 
possa se distanciar dos pensamentos. 
Assista ao vídeo “As nove atitudes de Mindfulness” para 
que se possa adquirir conhecimento sobre a mente de principiante, 
não-julgamento, aceitação, não-apego, confiança, paciência, não-
-esforço, gratidão e generosidade. MAIS CONSCIENTE. As nove 
atitudes de Mindfulness. 2017. (26m27s). Disponível em: < https://
www.youtube.com/watch?v=f62vsAzLLpM&t=5s >
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2022 Banca: FCC Órgão: TRT - 23ª REGIÃO (MT) Prova: Ana-
lista Judiciário - Área Apoio - Psicologia 
O pressuposto básico das terapias cognitivo-comportamentais é o 
de que pensamentos eliciam comportamentos. Haverá melhora do 
sintoma, portanto, se for possível promover uma reestruturação de
a) mentalidade fantasiosa.
b) material inconsciente.
c) esquemas padrões. 
d) cognições disfuncionais.
e) emoções intensas.
QUESTÃO 2
Ano: 2020 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-PA Prova: Analis-
ta Judiciário - Psicologia 
Uma pessoa com medo de avião e com muita dificuldade para falar 
e expressar suas opiniões em público buscou psicoterapia para 
tratar essas condições.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta, a 
respeito de técnicas psicoterápicas.
a) É adequado o uso da dessensibilização sistemática para o tratamen-
to das duas queixas apresentadas.
b) A técnica de relaxamento é inadequada para treinar a expressão de 
opiniões, porque, estando relaxada, a pessoa não vivencia adequada-
mente as variáveis causadoras de ansiedade nas interações sociais.
c) A psicoeducação é apropriada para tratar o medo de avião, desde 
que não sejam mencionadas as condições técnicas de segurança e ma-
nutenção das aeronaves.
d) O treinamento assertivo é indispensável no tratamento da fobia de avião.
e) A inoculação do estresse é uma técnica adequada às duas situações, 
porque trataos eventos temidos sem que ocorra nenhuma resposta fi-
siológica de estresse durante a terapia.
QUESTÃO 3
Ano: 2021 Banca: CETREDE Órgão: Prefeitura de Frecheirinha - CE 
Prova: Psicólogo 
A análise do comportamento é uma abordagem em psicologia, pro-
duto do intercruzamento do Behaviorismo Radical, da Análise Ex-
perimental do Comportamento e da Análise Aplicada do Comporta-
mento. Sobre esta teoria, o que é CORRETO afirmar?
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a) O termo resposta vem sendo utilizado para destacar um dos com-
ponentes da relação comportamental; diz respeito a uma determinada 
ação do organismo num determinado momento. Portanto, é mais abran-
gente que o termo comportamento.
b) O efeito de enfraquecimento implica que uma dada resposta tem a 
sua probabilidade futura de ocorrência aumentada. Já o efeito de forta-
lecimento implica que a resposta terá menor probabilidade de ocorrer 
novamente no futuro.
c) O comportamento respondente pode ser explicado funcionalmente e 
estudado em termos de eventos antecedentes, respostas do indivíduo 
e eventos consequentes.
d) Comportamentos apresentados em diferentes momentos podem ser 
similares em termos de forma e função, portanto; são iguais.
e) Essa abordagem estuda o comportamento, entendido como relação 
entre classes de estímulos (público e privado, histórico e imediato, so-
cial e não social) e classes de respostas de um organismo biologica-
mente constituído, ambas definidas por suas funções.
QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: Consel Concursos Órgão: Prefeitura de Cássia 
dos Coqueiros - SP Prova: Psicólogo
Sobre a Terapia Cognitiva e a Teoria Comportamental, analise as 
afirmativas abaixo e assinale a opção correta.
I. Na Terapia Cognitiva, a noção de que são as interpretações, e não 
os fatos em si, que trazem sofrimento ao indivíduo é central para 
compreender a psicopatologia. A forma como os eventos são per-
cebidos é expressa por meio dos pensamentos automáticos (PA), 
os quais são pensamentos que coexistem com o fluxo de pensa-
mentos mais inconscientes.
II. A Terapia Cognitiva emprega técnicas cognitivas e comporta-
mentais, podendo até ser usadas técnicas de outras abordagens, 
mas a escolha de cada uma delas deve ser feita a partir da con-
ceitualização cognitiva de cada caso. O uso de qualquer um des-
ses recursos sem a compreensão do funcionamento cognitivo do 
cliente implica redução da sua efetividade.
III. Na Terapia Comportamental, muitos comportamentos são ins-
talados pelas descrições de contingências, sem que o indivíduo 
tenha contato direto com estas. São as chamadas regras, que tam-
bém controlam o comportamento pela descrição das contingên-
cias que ocorrerão se determinado comportamento for emitido. 
IV. Por meio da Terapia Comportamental, o paciente pode identi-
ficar as distorções cognitivas, corrigi-las e, consequentemente, 
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apresentar melhora clínica; ou seja, com a terapia comportamental 
o paciente reavalia e corrige seus pensamentos. É ajudado a pen-
sar e a agir de modo mais realista e adaptado sobre seus proble-
mas psicológicos, reduzindo seus sintomas. 
V. De acordo com a Terapia Cognitiva, a origem dos Pensamentos 
Automáticos, disfuncionais ou não, são as crenças centrais ou nu-
cleares, que são crenças muito arraigadas, precoces, supergenera-
lizadas e absolutistas em relação a si, aos outros e ao mundo. Elas 
representam o nível mais profundo do processamento cognitivo 
e são desenvolvidas a partir da infância, como uma tentativa de 
organização dos dados provenientes do mundo externo e interno.
a) Estão corretas apenas as afirmativas II, III e V.
b) Estão corretas apenas as afirmativas I, II e IV.
c) Estão corretas apenas as afirmativas III, IV e V.
d) Estão corretas apenas as afirmativas I, II e III.
e) Estão corretas apenas as afirmativas I, IV e V.
QUESTÃO 5
Ano: 2020 Banca: CONTEMAX Órgão: Prefeitura de Pedra Lavrada 
- PB Prova: Psicólogo
A Psicanálise e o Behaviorismo formaram as duas primeiras forças 
dentro da psicologia. Sobre o trabalho de Skinner, assinale a alter-
nativa correta.
a) Para os behavioristas, a objetividade é imprescindível e deve ser ga-
rantida pelo controle das condições que regem as relações sujeito-objeto.
b) O behaviorismo de Skinner se adequa completamente ao método 
experimental: questiona-se a relação causa efeito e as causas dos fe-
nômenos psíquicos encontram-se no mundo externo.
c) O objeto de estudo era o comportamento, e suas expressões através 
dos sonhos, quanto este poderia ser observado e quantificado.
d) Considera-se o tempo linear, e a força é sempre interna.
e) Para os behavioristas a mente existia somente enquanto expressa 
pelos sentimentos e emoções.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Maria procurou um psicólogo para tratar das crises depressivas. Ela re-
latou que, quando as pessoas da sua família brigam, ela se sente triste e 
se isola, além de obter pensamentos ou ideias sobre retirar a sua própria 
vida. Com base na técnica de solução de problemas, explicite quais os 
desafios, oportunidades e soluções viáveis que Maria pode alcançar? 
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TREINO INÉDITO
A análise aplicada ao comportamento consiste: 
a) Em aplicar os conceitos da aprendizagem através do estímulo do 
ambiente e da resposta comportamental. 
b) Em modificar o comportamento cognitivo. 
c) Em modificar o comportamento diante de um estímulo do ambiente 
através do reforço (positivo ou negativo), da extinção e do controle de 
estímulos.
d) No ambiente físico e social do qual o paciente desenvolve os compor-
tamentos disfuncionais.
e) No sistema de valores do terapeuta e do paciente. 
NA MÍDIA 
Skinner é autor de uma teoria muito importante para a psicologia compor-
tamental. “A principal teoria de Skinner foi o behaviorismo radical. Como o 
nome pressupõe, Skinner levou ao máximo a tese behaviorista. Segundo 
ele, o comportamento humano é uma resposta às recompensas do meio 
externo. Para o behaviorismo radical, o homem é educado (moldado) 
pela natureza. Seus comportamentos psicológicos são uma resposta aos 
estímulos que recebe desde o nascimento. [...] A principal contribuição 
de Skinner para o behaviorismo é de que o comportamento é moldado 
segundo o mundo exterior, mas com possíveis alterações internas e em 
graus diferentes”. Com isso, para Skinner, o homem não age de acordo 
com as suas vontades, mas é moldado pelo meio ao qual ele faz parte. 
Título: Quem foi Skinner? Conheça o psicólogo da manipulação radical
Data da publicação: 09/02/2023
Fonte: https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/quem-foi-skinner
NA PRÁTICA
A Terapia Cognitivo-Comportamental no tratamento da depressão pres-
supõe duas perspectivas, que são a tríade cognitiva e a atenção às dis-
torções cognitivas. A utilização dessa abordagem proporciona o acesso 
a crenças e pensamentos por meio de dados ambientais e mnemôni-
cos que são disponibilizados pelo paciente. Com isso, “a TCC é uma 
abordagem que visa entender a maneira como o paciente entende as 
situações da vida e fatores emocionais e comportamentais sendo eficaz 
para o tratamento da depressão pós-parto especificamente em adoles-
centes. Ela consegue interpretar e representar os significados de situa-
ções de pacientes deprimidos (pensamentos disfuncionais, emoções, 
esquemas e crenças distorcidas), sugerindo uma série de técnicas e 
atividades de encarar a realidade de forma positiva e realista”.
Título: Eficácia da terapia cognitivo comportamental no tratamento da 
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depressão pós-parto em adolescentes
Data da publicação: 2022
Fonte: https://www3.ufrb.edu.br/seer/index.php/revise/article/down-
load/2206/1762/10357PARA SABER MAIS
O vídeo abaixo demonstra a utilização da técnica dessensibilização sis-
temática no tratamento de fobias, e irá auxiliar na ampliação do conhe-
cimento sobre o tema.
Título: TÉCNICA DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA - Tratamento 
de Fobias (Terapia Cognitivo-Comportamental) 
Data da publicação: 13/06/2022
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=7CY_Mokbxb8 
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GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
Maria desenvolveu a crença de desamor, por exemplo, “ninguém gosta 
de mim” ou “sou rejeitada”. Como pensamento automático, Maria acre-
dita que ninguém vai amá-la, por isso não constrói relacionamentos afe-
tivos ou sociais. Com isso, ela reage com um sentimento de tristeza e, 
logo, sente aperto no peito, taquicardia, chora e se isola no quarto. 
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Gabarito: B
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CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
João foi diagnosticado com Transtorno de Ansiedade Generalizada. Em 
relação aos pensamentos, João ressalta que “não vai conseguir formar 
no curso de Engenharia Elétrica”, “caso se forme, não será um bom pro-
fissional”, “tem medo de repetir as disciplinas” e “acredita que é incapaz”. 
TREINO INÉDITO
Gabarito: D
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CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
O terapeuta pode realizar as seguintes perguntas para Maria solucionar 
os seus problemas: o que você acha que deveria fazer a respeito des-
sa situação? Você se isolou desde que isso aconteceu? Você continua 
agindo como se essa briga fosse capaz de te oferecer algum dano, 
como você poderia agir de um modo diferente? Como desafio, Maria 
teria que construir soluções diante da relação que estabeleceu entre as 
brigas e a sua tristeza. As oportunidades seriam lidar de maneira tran-
quila diante da situação e as soluções viáveis seriam não deixar que os 
comportamentos dos outros lhe afetem. 
TREINO INÉDITO
Gabarito: C
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