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DEMOCRACIA, CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO POPULAR
CIDADANIA formada pelo tripé: direitos políticos, civis e sociais
Três dimensões: 
- direitos civis (direito à liberdade, à propriedade e à igualdade perante a lei);
- direitos políticos (direito à participação do cidadão no governo da sociedade; voto)
- direitos sociais (direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde e à aposentadoria);
- No Brasil não houve um atrelamento dessas três dimensões. O direito a esse ou àquele direito, digamos à liberdade de pensamento e ao voto, não garantiu o direito a outros direitos, por exemplo, à segurança e ao emprego.
EVOLUÇÃO DOS DIREITOS NO BRASIL
- A passagem do período colonial à independência brasileira, o conjunto de direitos, civis, sociais e políticos praticamente inexistia.	
- Apesar de constituir um avanço no que se refere aos direitos políticos, a independência, feita com a manutenção da escravidão, trazia em si grandes limitações aos direitos civis. Houve, inclusive, retrocesso no que concerne aos direitos políticos pois aos analfabetos não mais foi concedido o direito ao voto. A partir daí, somente os mais abastados e letrados estariam aptos a participar do processo político.
- A proclamação da República, em 1889 não alteraria o quadro. A Constituição republicana de 1891 teria um caráter exclusionista: continuaria a excluir do voto os analfabetos, as mulheres, os mendigos, os soldados, os membros das ordens religiosas. 
- Desde a independência até 1930, a única alteração importante que houve quanto ao avanço da cidadania foi exatamente a abolição da escravidão, em 1888.
- Somente o exercício pleno de um direito pode redundar na aquisição de outros direitos;
- A conquista dos direitos sociais no período pós-libertação dos escravos foi limitada pela a extremada limitação dos direitos civis: Ainda que o direito (civil) à liberdade, , estivesse garantido desde 1888, outros direitos civis e políticos eram precários, o que teria retardado, efetivamente, a conquista de direitos sociais.
- Até 1930, o povo não tinha lugar no sistema político
-  O direito a esse ou àquele direito (suponhamos à liberdade de pensamento e ao voto) não é garantia de direito a outros direitos ( suponhamos segurança e emprego), o que tem gerado historicamente, no caso do Brasil, uma cidadania inconclusa.
- Em perspectiva sociológica, a cidadania não é apenas um status legal, mas uma prática viva que se desenvolve na interação contínua entre os cidadãos e as instituições democráticas.
DEMOCRACIA REPRESENTATIVA
- Voto universal e representação politica, além de partidos políticos
Representação política
- O mecanismo crucial para garantir a representação política é a eleição dos organismos parlamentares, principalmente em sistemas democráticos. A representação política é, portanto, caracterizada como uma representação eletiva;
 AS CONDIÇÕES FAVORÁVEIS PARA A REPRESENTAÇÃO 
EXCLUSÃO E SUB-REPRESENTAÇÃO POLÍTICA
- A história política do Brasil é marcada por uma sub-representação significativa de diferentes grupos sociais, resultando em uma exclusão sistemática dos cargos de poder;
- A crescente preocupação com o tema da exclusão política desafia o entendimento tradicional sobre os mecanismos representativos, em especial a percepção arraigada de que a chave da boa representação política está no programa e nas ideias compartilhadas entre representantes e representadas/os — sem qualquer referência à identidade das/os representantes. 
- Contra isso, cada vez mais é afirmada a necessidade de presença física dos grupos excluídos nos locais de decisão, o que se traduz frequentemente na adoção de cotas eleitorais. Mas não se trata de escolher uma ou outra forma de representação e sim de, compreendendo os limites de cada uma, buscar um sistema mais justo que incorpore tanto ideias quanto presença.
MANDATOS COLETIVOS: CRISE DA REPRESENTATIVIDADE E O MANDATO COLETIVO COMO UMA AFIRMAÇÃO DA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA NO BRASIL
Os mandatos coletivos e compartilhados, ainda não definidos na legislação brasileira, objetivam expandir a participação popular e uma maior diversidade de ideias na gestão de um mandato eletivo. 
- O modelo representativo de voto em único mandatário pouco tem correspondido às demandas de uma sociedade cada vez mais plural. 
- Embora pouco utilizados, a Constituição Federal de 1988 estabeleceu instrumentos de conexão entre o eleitor e os representantes, estimulando (exortanto) o cidadão a participar de modo direto das decisões do Estado. Nesse sentido, o texto reflete que o mandato coletivo e compartilhado vem a ser uma nova forma de reavivar esse contato entre o cidadão com as decisões públicas, isto é, esse modelo de mandato expressa mais uma realização da democracia participativa.
- Diversas são as hipóteses constitucionais que possibilitam ao cidadão fiscalizar os atos do Estado:
1. exigir por petição esclarecimentos contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; 
2- ao demandar por ação popular anulação de ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural; 
3- participar de modo direto no processo legislativo por meio de audiências públicas, na elaboração e na concordância de leis. 
- CF-88 incorpora o sistema representativo (democracia indireta) com a participação popular (democracia direta, ainda que tímida). Temos, assim, no Brasil uma democracia semi-direta;
- Duas questões que sinalizam para o desgaste de uma forma de democracia tão somente baseada no sistema representativo:
Crise atual da democracia representativa:
1- dissociação de interesses entre os eleitos e os eleitores, 
2- a falta de controle sobre os atos públicos pelos cidadãos 
3- o fenômeno da tecnologia, que poderia ser um canal de aproximação política, mas vem se tornando terreno de desinformação, por notícias fraudulentas, as fake News; Pessoas que intencionalmente objetivam descredibilizar e fragilizar o regime democracia, disseminando a mentira por notícias fraudulentas, as fake news
- Elas chegas aos cidadãos pelos meios tecnológicos de comunicação como as redes sociais, fabricando uma distorção da realidade e dos fatos.
- a ciência e a saúde cedem lugar ao obscurantismo; 
- a educação perde espaço para a violência ideológica; as questões ambientais são silenciadas diante da destruição das florestas; a desigualdade racial e de gênero são substituídas pelo cinismo; e a pobreza e a miséria geram capital ao populismo partidário.
MANDATO COLETIVO
- mandato coletivo e compartilhado é um novo instrumento de participação popular;
- O mandato eletivo tradicionalmente é exercido por um único indivíduo, vereador nas Câmaras Municipais, deputados em Assembleias Legislativa ou Câmara Federal, que votam de acordo com seu interesse e consciência pessoal;
- O formato coletivo de candidatura, mesmo sem regulamentação, apresentou um maior percentual de representantes da cor preta nas eleições legislativas de 2020 e 20222;
- candidaturas coletivas têm uma representação mais expressiva de mulheres, pessoas pretas e indígenas em comparação com as candidaturas individuais;
- Esse formato oferece uma abordagem interseccional, incorporando as diversas lutas sociais desses grupos na política institucional;
- A prática desses mandatos trouxe visibilidade e participação a grupos historicamente marginalizados.
- sÃO uma estratégia eficaz para enfrentar a sub-representação política no Brasil e abrem caminho para uma democracia mais participativa e representativa, superando a exclusão de certos grupos da arena política.
- A regulamentação dessas práticas inovadoras é essencial para consolidar essa transformação na representação política brasileira. 
A CRISE DE REPRESENTATIVIDADE E A DEMOCRACIA NO BRASIL
- O instituto da fidelidadepartidária é uma contenção ao troca-troca entre as legendas, uma prática comum no passado entre parlamentares com vistas, em muitos casos, à realização de conchavos, na aquisição de cargos e verbas parlamentares.
- A democracia moderna passa por uma crise de representatividade, que possui entre alguns fatores:
· O afastamento de grande parte dos representantes eleitos das demandas coletivas dos eleitores, para atender a vontade de grupos que ainda continuam financiando economicamente a campanha e 
· Desconhecimento de muitos dos cidadãos sobre o controle e a fiscalização dos atos dos representantes. 
- Em suma, esses dois fatores revelam a existência de um ciclo vicioso presente a cada nova legislatura: o representante que não se sente compelido a prestar contas aos seus eleitores e, por sua vez, o eleitor que não pressiona, não exige o cumprimento das propostas proferidas durante as eleições.

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