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CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS I) INTRODUÇÃO DE DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS: Como bem delimitado, os direitos e deveres individuais e coletivos são espécie de direitos fundamentais no qual o conjunto normativo constitucional tutela e garante a proteção dos bens jurídicos individuais. Nessa justificativa que têm como principal destinatário, a pessoa humana de forma individual. II) DOS DIREITOS: Os direitos e deveres individuais e coletivos estão justificados com base nos direitos negativos, no qual tem como finalidade tutelar um direito individual bem como de impor uma abstenção do Estado em frente aos indivíduos para usufruírem de suas liberdades constitucionais. III) DOS DEVERES: De forma negativa, os deveres são aplicados em sua maioria para o Estado. Os deveres cumpridos pelo Estado são expressos para os indivíduos como uma garantia, exemplo, o dever do Estado de não assegurar a pena de morte, garantia do indivíduo de não cumprir uma pena de morte. IV) DOS DIREITOS COLETIVOS: direitos fundamentais coletivos, entendem-se da manifestação de direitos individuais que se expressam de forma coletiva, como por exemplo, o direito de reunião e o direito de associação, são direitos individuais, da pessoa humana que são exercidos de forma coletiva. CAPUT DO ART. 5º Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I) DA TITULARIZAÇÃO DOS DIREITOS INDIVIDUAIS A titularidade dos direitos individuais deve ser interpretada de forma mais abrangente e extensível possível conforme a características da universalidade do direito fundamental. Dessa forma, são titulares de direitos e garantias individuais e coletivas os seguintes entes; · Os brasileiros (natos e naturalizados) · Estrangeiros residentes no país · Qualquer pessoa que se encontre em território da República Federativa do Brasil · Pessoa jurídica de direito público ou privado Isso significa, que mesmo que alguns direitos fundamentais sejam aplicáveis a certos e determinados agentes, os direitos fundamentais têm como premissa básica, de ser valores essenciais que devem ser outorgados a todos os indivíduos. II) DIREITOS FUNDAMENTAIS BÁSICOS De importância suprema, o caput do art. 5º apresenta os direitos fundamentais básicos como; VIDA, LIBERDADE, IGUALDADE, SEGURANÇA E PROPRIEDADE. A constituição define esses respectivos direitos como direitos inerentes, fundamentais para a condição humana que devem ser interpretados de forma mais abrangente possível onde que dos direitos fundamentais básicos ramificam os demais direitos e garantias individuais. -> DIREITO A VIDA: É considerado como o direito mais básico e fundamental onde que, a partir do direito à vida que o sujeito pode ser titular dos demais direitos. Sem a vida, não tem como exercer a liberdade, igualdade, segurança e propriedade bem como os demais direitos fundamentais. O sentido de vida tem duas acepções assecuratórias no texto constitucional, conforme; 1º, compreende-se a vida como o direito de estar vivo, em acepção negativa do direito: Compreende-se o direito do indivíduo de estar vivo e de se manter vivo. A acepção negativa surge como um dever para que o Estado proteja a vida dos indivíduos e criminalize qualquer forma que atente contra ela, vide a proteção infraconstitucional por meio do direito penal que criminaliza os crimes contra vida (Homicídio, instigação, induzimento e auxílio material ao suicídio, infanticídio e o aborto). A vida como direito constitucional, é protegido do ponto de vista biólogo; ou seja, vida se inicia com a fecundação do ovulo pelo espermatozoide resultando um zigoto. Dessa forma, podemos compreender que a o texto constitucional garante a vida de forma geral, inclusive da vida uterina e extrauterina. Deve ser sempre pontuado que os direitos fundamentais, não são direitos absolutos e podem ser relativizados conforme a próprias características da relativização dos direitos fundamentais. Nos respectivos casos, são atos em que a vida pode ser suprimida conforme a própria legislação estabelece. · Casos específicos de aborto como gravidez proveniente a estupro · Casos de aborto em que a gestação põe em risco a saúde da mulher · Má formação do indivíduo encefálico, doutrina entende que não existe vida no ser encefálico, que não tem cérebro – atipicidade em casos de aborto. · Pena de morte em caso de guerra declarada. · Excludente de ilicitude 2º, compreende-se a vida como ter vida digna\ viver com dignidade, ter uma qualidade de vida. Como por exemplo, ter acesso aos principais direitos fundamentais, não for condenado por pena de morte, constituir direitos sociais, como saúde. A proteção da tortura, tratamento degradante ou desumano e da pena de morte é decorrente da garantia constitucional do direito a vida. -> DIREITO DE LIBERDADE: O direito básico de liberdade é o grau de incidência legitima do indivíduo ou de um povo que possui a capacidade de agir de maneira própria, que possui autodeterminação, como possuir liberdade de crença, liberdade religiosa, liberdade política ou filosófica. A liberdade além de estar assegurado como direito fundamental básico do indivíduo, a sua base tem o pluralismo político e dignidade humana sendo os fundamentos da república Federativa do Brasil. É da liberdade que surge os seguintes direitos e garantias individuais; · Liberdade de manifestação do pensamento · Liberdade de crença Religiosa · Liberdade de Manifestação · Liberdade de associação. · Liberdade de desassociação. -> PRINCÍPIO DA IGUALDADE: Não se interpreta ‘’todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza’’ como uma garantia da igualdade formal. A igualdade formal, oriunda dos direitos fundamentais negativos liberais onde consiste na aplicação da norma jurídica de forma igual para todos sem levar em consideração as questões sociais, políticas, econômicas de cada sociedade onde que, anteriormente ao Estado liberal, existia uma desigualdade institucionalizada de modo que a monarquia detinha inúmeros privilégios em face dos indivíduos comuns. Nessa justificativa que com as revoluções liberais foi concretizada a ideia de igualdade formal, direitos iguais para todos, tanto para o indivíduo como para o Estado. Dessa forma, interpreta-se ‘’todos são iguais perante a lei’’ na busca de uma igualdade material, conceituada de forma de garantir a igualdade dos indivíduos na forma de suas desigualdades. A igualdade material foi implementada institucionalmente com o desenvolvimento do Estado Social de Direito com a constituição de 1934 em que obriga o Estado a desenvolver políticas públicas sociais como forma de garantir a igualdade material entre os indivíduos. O princípio da isonomia diz: ‘’deve-se tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de suas desigualdades’’ Na vida social e em todas as esferas da comunidade, há naturalmente diferenças, desigualdades por gênero, social, capacidade econômica, cultural sendo que dessa forma a lei, deve ser aplicada de forma concreta, em cada caso para que não haja injustiças. Da igualdade material que surge as ações afirmativas/Políticas Públicas do Estado, como forma de garantir a igualdade material de um determinado grupo que ao longo da história teve seus direitos desigualados com os demais. Conclui-se, portanto, que o direito fundamental básico da igualdade, duplamente constituído no caput do artigo 5º, defere que o individuo em condições iguais, deve ser tratado de forma igual, porém, quando haver desigualdade nas relações, o Estado deve suprimir essa desigualdade tratando os indivíduos de forma desigual por meio de políticas públicas equacionadoras. -> DIREITO DE SEGURANÇA: O direito fundamental básico da segurança consiste na proteção jurídica do ordenamento diferentemente do direito expresso no artigo 7 em facedo direito social de segurança no qual o Estado deve assegurar a sua proteção e de seus bens jurídicos. -> DIREITO DE PROPRIEDADE: A constituição garante o direito de propriedade, sendo interpretado propriedade de uma forma geral, como ser proprietário de alguma coisa, exercer seu direito de propriedade sobre algo, seja uma coisa móvel ou imóveis, propriedade cientifica, cultural etc. I) PRINCÍPIO DA IGUALDADE I - Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição: Compreende-se o inciso primeiro do art. 5º como uma consequência do direito fundamental básico da igualdade de seu caput. Em regra, o inciso dispõe da igualdade formal entre homens e mulheres, porém conforme correta interpretação do direito fundamental básico, em determinados casos de desigualdade, pode-se aplicar a igualdade material. Dessa forma, para assegurar a igualdade entre o homem e a mulher, deve-se analisar a relação em que ambos se encontram. · IGUALDADE FORMAL ENTRE HOMENS E MULHERES: Em condições normais, homens e mulheres desfrutam dos mesmos direitos e prerrogativas, incluindo direitos políticos, de nacionalidade e a maioria dos direitos fundamentais. Esses direitos são aplicados de maneira equitativa, sem discriminação. · IGUALDADE MATERIAL ENTRE HOMENS E MULHERES: A igualdade material pode ser aplicada quando a relação entre homens e mulheres é intrinsecamente desigual. Por exemplo, no âmbito privado do emprego, onde existe uma disparidade de tratamento entre os gêneros, é assegurado um regime previdenciário especial para mulheres, proporcionando condições e prerrogativas favoráveis. Portanto, buscar a igualdade material não é inconstitucional, pois a Constituição e a legislação infraconstitucional preveem distinções para garantir essa igualdade em casos específicos. A constituição bem como a própria lei infraconstitucional cria distinções e tratamento diferenciado entre homens e mulheres a fim de garantir a igualdade material. A constituição expressa de forma clara que a relação entre homens e mulheres se estabelece de acordo com a igualdade formal, porém, caso haja desigualdade entre os agentes, busca-se a igualdade material e dessa forma, a norma constitucional é exemplificativa, se enquadrando para outros agentes, conforme; Pessoas fisicamente capaz serão iguais em uma relação de igualdade. Em um concurso público, deve assegurar a igualdade entre essas pessoas Pessoas com deficientes recebem um tratamento diferenciado a fim de garantir a igualdade material onde que há uma clara relação desigual, entre o fisicamente incapaz com o capaz. Em um concurso público, é dever da administração pública de assegurar cotas para o ingresso de pessoas com deficientes nos cargos públicos. II) PRINCÍPIO GENÉRICO DA LEGALIDADE II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei: Denomina-se como princípio genérico da legalidade por ser o princípio aplicado em várias vertentes do ordenamento jurídico, como: · Legalidade Penal · Legalidade Administrativa – Diferentemente das demais espécies de legalidade, confere no âmbito administrativo que o poder público só pode atuar caso o ato esteja devidamente expresso em lei. · Legalidade tributária O princípio genérico da legalidade prescreve que apenas a lei tem a finalidade de criar obrigações para o indivíduo de fazer (obrigações positivas) assim como também de criar obrigações de não fazer, (obrigações negativas) desde que haja o respeito do processo legislativo da criação das leis. Caso não haja nenhuma proibição expressa em lei, poderá o particular fazer o que bem entender vigorando dessa forma o princípio da autonomia da vontade sendo um princípio decorrente do direito fundamental básico da liberdade. O princípio da legalidade surge como uma forma de limitação da atuação do Estado em face da vida particular do indivíduo, dessa forma, surge como garantia individual do indivíduo o Estado assegurar o princípio da legalidade. O princípio da legalidade defere que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em virtude de lei. A lei em que o texto constitucional menciona pode ser interpretada como as espécies normativas primarias; · Leis Constitucionais, seja originarias, derivada ou tratados internacionais de drieitos humanos. · Leis ordianrias · Lei complementar · Lei delegada · Medida Provosória Não só, mas as leis infralegais, pode também ser concebidas por lei, como; · Decreto lei · Portaria · Regimento interno III) GARANTIA DA VEDAÇÃO A TORTURA, TRATAMENTO DESUMANO E DEGRADANTE III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; A constituição impõe que o Estado garanta, que ninguém, nem brasileiro nato ou naturalizado, nem os estrangeiros residentes no país ou qualquer outra pessoa que se encontre em território nacional será submetido a tortura, nem ao tratamento desumano ou degradante. O direito está amplamente fundamento e conexo com o fundamento do Estado da dignidade da pessoa humana. · TORTURA: O crime de tortura exige o constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental. A tortura é um tratamento desumano aplicado sobre uma determinada pessoa com um objetivo específico, como: Torturar um indivíduo para a obtenção de informações da própria vítima ou de terceiros. Crime de tortura é um crime hediondo, imprescritível e insuscetível de graça ou indulto, conforme expressa o próprio texto constitucional. · TRATAMENTO DESUMANO: Define-se como qualquer ação que diminui os preceitos da dignidade humana. A escravidão é um exemplo de tratamento desumano contra um indivíduo, onde o mesmo fica sob a orbita do trabalho forçado, sem nenhum direito mínimo, como liberdade, dignidade etc. · TRATAMENTO DEGRADANTE: Degradante conceituado como, uma ação que fere a moral ou a honra, que humilha, desonra o agente. O inciso III tem como justificativa o fundamento do princípio da dignidade humana, onde deve prevalecer os direitos mínimos do indivíduo assim como o inciso tem como garantia: - Garantia de o Estado assegurar a não prática da tortura, nem do tratamento desumano ou degradante. - Garantia do direito à vida O inciso III que veta a tortura, tratamento desumano e degradante foi utilizado para o desenvolvimento das seguintes súmulas do STF; Súmula 11 – Vedação do uso de algemas. Súmula 25 – Interpretação da vedação da prisão do depositário infiel. IV) LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO IV – É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. FUNDAMENTO: A liberdade de manifestação decorre do fundamento do pluralismo político do Estado Brasileiro bem como do direito fundamental básico da liberdade. LIVRE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO: A livre MANIFESTAÇÃO do pensamento é conceituado pelo texto constitucional como um direito e garantia individual em conjunto com a liberdade de pensamento sendo institutos e garantias individuais e distintas. A liberdade de pensamento do indivíduo é o seu direito individual que de acordo com a seu autor determinação, pode se expressar conforme as suas convicções, políticas, filosóficas, ideológicas e religiosas, direito decorrente da liberdade de expressão. Porém, o texto constitucional em seu inciso IV, além de garantir a liberdade de pensamento, assegura a liberdade de manifestação, do indivíduo poder exteriorizar, materializar o seu pensamento, as suas convicções políticas, filosóficas etc. A manifestação refere-se ao meio, forma de manifestar as suas convicções. · Oral: As pessoas têm o direito de expressar suas opiniões verbalmente, seja em conversas cotidianas, debates públicos, discursos ou palestras. · Escrita: O direito de escrever e publicar opiniões é crucial. Isso abrange desde a redação de artigos, ensaios, livros até a publicação em mídias sociais, blogs e outros meios de comunicação. · Imprensa: Jornalistas têm o direito de investigar, relatar e publicar informações de interesse público sem censura indevida. A liberdade de imprensa é uma extensão importantedo direito de pensamento. · Acadêmica: Professores e estudantes têm o direito de buscar, transmitir e discutir conhecimento e ideias sem interferência indevida, contribuindo para o desenvolvimento do pensamento crítico. · Religiosa: O direito de praticar, divulgar e mudar de religião é uma forma de expressão do pensamento ligado às crenças e convicções individuais. · Artísticas: O direito de criar e apreciar obras artísticas, incluindo música, pintura, escultura, cinema e outras formas de expressão artística, é uma maneira de transmitir pensamentos e emoções. · Reunião e Associação: A capacidade de se reunir pacificamente com outras pessoas para expressar opiniões e compartilhar ideias é uma manifestação direta do direito de pensamento. Isso inclui participar de protestos e eventos públicos. · Meios Digitais: Com o avanço da tecnologia, a internet e as redes sociais tornaram-se plataformas cruciais para a expressão do pensamento. Publicar em blogs, redes sociais e participar de fóruns online são maneiras modernas de exercer esse direito. LIMITAÇÃO: Nenhum direito fundamental é absoluto onde que pode a própria constituição, com seus valores e as normas infraconstitucionais limitar o direito e a manifestação do pensamento. Manifestar-se contra o Estado democrático – inconstitucional onde que se impor contra o Estado democrático de direito, é crime. Ou seja, a limitação da liberdade do pensamento bem como de manifestação desse pensamento, fica restrito a legalidade da lei, onde que, se estiver de acordo com a lei, será válida, caso contrário, será inconstitucional. ANONIMATO: A própria constituição garante ao agente o direito fundamental de manifestar-se as suas convicções conforma autodeterminação, sendo vedado o anonimato a não identificação. O Supremo Tribunal Federal declarou constitucional a lei de São Paulo que proíbe a manifestação com uso de máscaras. Por outro lado, o anonimato comporta exceção, como acontece com as denúncias anônimas onde que nesses casos, assegura-se a inviolabilidade da vida privada. Por outro lado, segundo o STJ formulado pela sumula 611, pode instaurar um processo administrativo a partir de uma denúncia anônima resguardado pelo ‘’in dubio pra sociedade’’ Súmula 611 STJ: Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é permitida a instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração. V) DIREITO DE RESPOSTA V – É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; A constituição por meio de seu fundamento básico do pluralismo político e do direito fundamental básico da liberdade, promulga a liberdade de manifestação e de pensamento, liberdade de expressão em conjunto com a liberdade de imprensa, porém, a própria constituição federal defere que nenhum direito constitucional e fundamental é absoluto e caso a expressão ou manifestação, cause consequências morais e materiais para outrem, o texto constitucional garante o direito de resposta. Sendo a resposta proporcional ao fato que foi lesado como por exemplo, uma difamação por um meio de comunicação nacional, a constituição garante a resposta, como proporcional ao agravo, ou seja, como a difamação foi feita através de rede nacional, a resposta proporcional deve ser executada por meio de rede nacional. Caso a manifestação fira e obtenha um dano material, moral ou a imagem, o indivíduo possui a prerrogativa constitucional de requerer indenização no âmbito da justiça civil. Segundo decisão do Supremo Tribunal Federal, a norma constitucional é norma de eficácia plena, no qual, possui aplicabilidade direta e mediata não necessitando de lei infraconstitucional. VI) INVIOLABILIDADE DE CONSCIÊNCIA RELIGIOSA VI – É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; FUNDAMENTO: A liberdade de consciência religiosa decorre do fundamento do pluralismo político do Estado Brasileiro bem como do direito fundamental básico da liberdade. LIBERDADE DE CRENÇA RELIGIOSA: A liberdade religiosa tem como fundamento do pluralismo político e da liberdade concedendo ao particular a autodeterminação de ter, exercer, criar entidades religiosas bem como a proteção de seus locais e liturgias. A liberdade religiosa protege tanto o pensamento religioso, da consciência religiosa quanto da manifestação onde que a própria constituição impõe liberdade tributária para locais de culto independentemente da religião. Da mesma forma, aplica-se a manifestação e a garantia de consciência ao indivíduo que não professa nenhuma fé devendo o Estado respeitar todo tipo de manifestação onde que decorre da própria liberdade. Nota-se que a República Federativa do Brasil é um Estado Laico onde que não adota nenhuma religião como oficial do Estado por outro lado por outro lado, deve o próprio Estado em se abster da liberdade religiosa do indivíduo. LIMITAÇÃO: A liberdade de crença e de consciência religiosa e garantida pela constituição federal desde que, como direito fundamental, não é um direito absoluto e garantido desde que não for contrário a ordem, tranquilidade, sossego público. VII) ASSISTENCIA RELIGIOSA VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva: O inciso VII que expressa a assistência religiosa é consequência direta do inciso VI da liberdade de consciência e manifestação religiosa onde que, como a constituição garante a liberdade de crença e de consciência, essa liberdade também deve ser exercida dentro de entidades civis, como uma penitenciaria, hospital ou outro semelhante bem como em entidades de internação coletiva militar, em quarteis, batalhões etc. Por outro lado, não se prima por uma liberdade religiosa plena conforme expresso no inciso anterior e sim de uma assistência religiosa que deve ser exercida de acordo com a lei (Norma de eficácia limitada). A assistência religiosa nas forças armadas é fornecida pelo próprio Estado por um agente concursado, possuindo requisitos como: Ser um teólogo cristão, católico ou evangélico. Na justificativa que como a sociedade majoritariamente é crista, na proporcionalidade deve possuir no capelão militar o agente cristão. Não fere o princípio do Estado laico. VIII) DIREITO DE ESCUSA VIII – Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. A constituição importa como uma garantia da liberdade de consciência religiosa que ninguém será suprido ou privado de direitos por possuir por adotar a prática de atos de uma religião seja em esfera pública ou privada ou de possuir liberdade de pensamento filosófico ou político como previsto que a constituição Brasileira. O direito de escusa defere que o particular pode negar-se a cumprir a lei por motivos de suas crenças religiosas, políticas ou filosóficas, porém, o indivíduo fica condicionado obrigatoriamente a prestação alternativa em casos de obrigações legais. Conclui-se, portanto, que o agente pode se escusar de cumprir a lei por motivos de sua liberdade de crença, política ou filosófica desde que cumpra com uma prestação alternativa em contrapartida. Desse modo, caso o agente além de se escusar a cumprir a lei por motivos próprios e não cumpre a prestação alternativa, o Estado poderá limitar a sua liberdade podendo gerar como consequência jurídica, a suspensão dos direitos políticos. O Serviço militar é obrigatório para pessoas de 18 anos como prevê o art. 143 da constituição. A pessoa por convicção religiosa, filosófica ou política tem o direito de escusa como previsto como direito e garantia individual, que é de não participar das atividades diretas militares, porém,a prestação alternativa é prevista em lei, que no caso militar está fixado na lei 8.239\91 onde que a prestação alternativa prevê serviços militares administrativos para aquele que se dispõe. Dessa forma, só há a privação de direitos por crenças religiosas, ou por convicção filosófica ou política caso o indivíduo não cumpra a prestação alternativa que lhe foi conferida. IX) LIBERDADE DE EXPRESSÃO IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; FUNDAMENTO: A liberdade de expressa decorre do fundamento do pluralismo político do Estado Brasileiro bem como do direito fundamental básico da liberdade. DEFINIÇÃO: E do respetivo dispositivo que extrai a liberdade de expressão, como direito individual de autodeterminação, sendo garantido dessa forma, a livre manifestação de pensamento, intelectual, artística, cientifica, de comunicação etc. O dispositivo consagra a liberdade de pensamento de manifestação contudo o inciso anterior importa a liberdade de manifestação da liberdade. O texto constitucional protege tanto a liberdade de se manifestar quanto a sua forma. · A liberdade intelectual ou de opinião: Liberdade de pensamento · A liberdade artística: Liberdade de se expressar livremente através de linguagens artísticas e manifestações culturais · A liberdade cientifica: Liberdade de discussão sobre qualquer tipo de assunto e causa. · A liberdade comunicação: A liberdade de imprensa de comunicar, por exemplo, pode ser limitada se caso a opinião fira os preceitos do inciso V onde que caso ocorra o dano moral, material ou a imagem terá o agente o direito de resposta ao agrafo ou o indiciamento judicial para indenização. Dessas liberdades que provem a liberdade de opinião e a liberdade de expressão sendo vedado qualquer tipo de censura ou licença para expressar tal direito. CENSURA: É o controle do que pode ou não pode pensar e se manifestar, controle da produção artística, cientifica e de imprensa. É nessa toada que o STF deferiu que viola o texto constitucional por consumar a censura o direito de esquecimento. LICENÇA: É a autorização de órgãos institucionais, ou seja, para promover a expressão ou opinião, não se necessita de licença de nenhum órgão regulamentador. LIMITAÇÃO DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO: Análise no ponto de vista que nenhum direito fundamental é absoluto, dessa forma, em casos de conflitos entre direitos fundamentais, pode limitar-se. A limitação da liberdade de expressão deve-se analisar o determinado caso concreto. X) INVIOLABILIDADE A VIDA PRIVADA X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; - INVIOLABILIDADE: é entendido como o ato de ferir, infringir, transgredir ou desrespeitar os respetivos direitos constitucionalmente protegidos. - DIREITO DE INTIMIDADE; A constituição garante a inviolabilidade da intimidade do indivíduo onde que se entende como intimidade como o aspecto da individualidade da pessoa. A invasão de contas bancárias bem como de dispositivos eletrônicos sem a autorização do indivíduo, configura como violação da intimidade podendo gerar indenização pelo dano moral ou material bem como as consequências em que a lei infraconstitucional impor - INVIOLABILIDADE DA VIDA PRIVADA: A constituição garante a inviolabilidade de uma relação, entre o indivíduo e a sua família, o indivíduo e a sociedade, assim como o seu local de tranquilidade, que é íntimo da sua pessoa como de seu segredo particular e das como as relações familiares e de amizade mais próximas que ele tem. A violação de domicílio é uma violação do direito à vida privada do indivíduo. - INVIOLABILIDADE DA HONRA: Sentimento próprio da pessoa no qual consiste pela garantia da honra, como violabilidade da honra possui os crimes como a calúnia (art. 138, CP), difamação (art. 139, CP), injúria (art. 140, CP) - INVIOLABILIDADE DA IMAGEM: A constituição garante os direitos da personalidade, como nome, imagem, de seus aspectos físicos, sendo vedado qualquer tipo de violação da qualquer natureza, como a exposição da imagem, voz de um indivíduo sem a sua autorização. A inviolabilidade é aplicada tanto para pessoas físicas como para pessoas jurídicas e caso haja a violação e assegurado constitucionalmente a indenização pelo dano material ou moral seguindo o princípio da proporcionalidade ao respectivo dano causado. A inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e imagem é uma ofensa clara ao fundamento da dignidade humana. Já o inciso pode haver dois tipos de interpretação, uma interpretação mais ampla para pessoas físicas e jurídicas já para pessoas de personalidade publica, interpreta-se de uma forma mais restritiva por esse indivíduo ter a sua intimidade e vida privada exposta ao público, porém não afasta o direito constitucional estabelecido para ofensas desproporcionais ao seu respeito. XI) INVIOLABILIDADE DOMICILIAR XI – A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. A constituição traz o direito de inviolabilidade da casa do indivíduo sendo a casa entendida como propriedade privada um dos direitos fundamentais básicos no qual a sua violação consiste além da violação domiciliar bem como da vida privada do particular. I) DEFINIÇÃO DE PROPRIEDADE PRIVADA; A casa é o asilo inviolável do indivíduo onde que desse modo, entende-se como propriedade privada a sua residência, o domicílio cujo local limitado (fechado) e delimitado (não aberto para o público) onde o indivíduo ocupa com exclusividade (animo de estar no local e de permanência) a qualquer título inclusive profissionalmente. O Supremo Tribula Federal já considerou como domicílio o local onde o agente exerce a sua profissão desde que esse local seja: Um ambiente fechado ou de acesso restrito ao público como é nos escritórios profissionais, escritórios médicos, pousas etc. Interpreta-se o direito de inviolabilidade de domicílio de forma mais ampla possível podendo ser estendido para um quarto em hotel, consultório etc. II) VIOLAÇÃO DA PROPRIEDADE: Como bem entendido do que se pode considerar como propriedade privada (Casa) a constituição garante a sua inviolabilidade, ou seja, ninguém pode adentar sem a autorização de seu particular (Morador). Desse modo, qualquer indivíduo penetre ou permanece da casa do morador sem a sua autorização, consistira na violação do direito constitucional do indivíduo. III) RELATIVIDADE DO DIREITO A INVIOLABILDIADE: Conforme características próprias em que nenhum direito fundamental é aplicado de forma absoluta, a própria norma constitucional trás exceções onde que a violação da propriedade particular não atingira a proteção da norma constitucional. · FLAGRANTE DE DELITOS: O STF já decidiu que mesmo que a casa seja o asilo inviolável do indivíduo, não pode ser pautado a garantia da impunidade dos crimes que aconteçam em interior. Desse modo a justiça deve prevalecer sob o direito da inviolabilidade domiciliar. · DESASTRE: Resultados de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem onde que resultam no dano da casa. · PRESTAÇÃO DE SOCORRO: Trata-se de procedimentos de emergência, os quais devem ser aplicados a vítimas de acidentes, mal súbito ou em perigo de vida, com o intuito de manter sinais vitais, procurando evitar o agravamento do quadro no qual a pessoa se encontra. A justificativa quanto da clausula de exceção para o desastre e para a prestação de socorro é que tange o direito à vida sob o direito da violação domiciliar. · DETERMINAÇÃO JUDICIAL: Conforme expresso na constituição, poderá penetrar na casa do indivíduo sem o seu consentimento durante o dia para cumprir mandado judicial (busca e apreensão) expedido pela autoridade judiciaria competente (clausula de jurisdição).Há doutrina aponta como dia o período das 06:00 da manhã até as 18:00 horas. Do nascimento ao pôr do sol, já a nova lei de abuso de autoridade decreta a atipicidade do crime de violação do domicílio entre as 05:00 as 21:00 A proteção constitucional protege que nenhum indivíduo seja surpreendido e tenha o direito a intimidade por um agente do Estado devendo então, serem cumpridos durante o dia. VIOLAÇÃO DURANTE O DIA VIOLAÇÃO DURANTE A NOITE PRESTAÇÃO DE SOCORRO PRESTAÇÃO DE SOCRRO DESASTRE DESASTRE FLAGRANTE DE DELITO FLAGRANTE DE DELITO CUMPRIMENTO DE MANDADO JUDICIAL XII) DIREITO DE INVIOLABILIDADE DO SIGILO XII – 1 É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. INVIOLABILIDADE: Em regra aplica-se a inviolabilidade das correspondências, das comunicações telegráficas e dados e das comunicações telefônicas dispositivo constitucional que protege o direito da intimidade e da vida privada onde que nenhum indivíduo pode violar as seguintes proteções. · · Correspondência · Comunicação telegráficas · Dados · Comunicação Telefônica EXCEÇÃO: A própria norma constitucional traz uma exceção atribuindo uma cláusula de reserva legal no qual, o Estado para fins de investigação criminal ou instrução criminal para a aplicação da pretensão punitiva sobre um determinado sujeito poderá ter acesso aos seguintes elementos com a reserva de jurisdição. A doutrina e o Supremo tribunal Federal interpretam ‘’em último caso’’ como não havendo outra maneira para a investigação de uma prática delituosa, aplica-se dessa forma a inviolabilidade, não apenas a de comunicação telefônica, mas também a de correspondência, telegráfica e a de dados. Se for analisar a norma em uma interpretação literal, a cláusula de exceção seria apenas aplicada as comunicações telefônicas e impondo a inviolabilidade total do sigilo de correspondência, das comunicações telegráficas e da dados caracterizando como direitos fundamentais absolutos, interpretando dessa uma maneira errada, onde não há direitos fundamentais absolutos. O próprio dispositivo constitucional expressa que para haver a quebra do sigilo deve-se respeitar a cláusula de jurisdição onde que para haver a quebra, deve haver a autorização da autoridade magistrado. · SIGILO DE CORRESPONDENCIA: O Supremo Tribunal Federal decidiu pela possibilidade excepcional de interceptação de carta de presidio pela administração penitenciaria entendendo que a inviolabilidade do sigilo da correspondência não pode constituir como ferramenta para salvaguardar práticas ilícitas. · COMUNICAÇOES TELEGRAFICAS: Comunicação telegráfica: Fala-se de comunicação telegráfica o telegrama. O telegrama é uma comunicação rápida enviada na forma escrita e hoje também pode ser enviada pela internet. · SIGILO DE DADOS; Quanto da comunicação de dados, trata-se de dados bancários, fiscais, telefônicos. · INTERCEPTAÇÃO TELEFONICA: Quanto da intercepção telefônica, entende-se como a captação e a gravação da conversa telefônica entre duas pessoas por um terceiro sem o conhecimento de qualquer dos interlocutores. Para que a interceptação telefônica não afronte a regra do inciso XII do art. 5º da constituição deve estar sob regulamento a luz dos requisitos constitucionais. 1. Deve ter mandado por ordem judicial, ou seja, deve o poder judiciário autorizar a pedido do ministério público ou da autoridade policial. A interceptação telefônica deve servir para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. 2. Deve ser regulamentada por lei infraconstitucional – Lei 9.296\96 Lei de interceptação telefônica – norma de eficácia limitada, no qual, necessita de norma infraconstitucional para a norma ter eficácia. XIII) LIBERDADE PROFISSIONAL XIII – É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; DIREITO DE LIBERDADE PROFISSIONAL: A constituição garante a liberdade do exercício da atividade profissional podendo qualquer indivíduo exercer a sua própria atividade profissional. É um direito negativo no qual a constituição impõe uma abstenção para o Estado e uma liberdade do indivíduo em poder exercer qualquer trabalho, ofício ou profissão. RESERVA LEGAL: A constituição impõe a liberdade profissional para o indivíduo, porém essa garantia constitucional é limitada pela própria norma constitucional, típico de uma norma de eficácia contida, a constituição impõe a liberdade, mas a própria norma limita, restringe a sua aplicação. É livre o exercício de qualquer atividade profissional, porém se essa atividade profissional possui lei que o regulamente, a lei deve ser cumprida. O Supremo Tribunal Federal entende que a lei que regulamenta a atividade profissional, deve ser proporcional com aquela determinada atividade. Vide a lei de imprensa, não recepcionada pela constituição pretérita no qual a legislação exigia que para a prática da atividade, o indivíduo teria que ser obrigatoriamente formado em jornalismo. Dessa forma, segundo o STF, parte da lei de imprensa foi declarado inconstitucional por ferir a liberdade profissional por ser o texto normativo, desproporcional. O exercício da advocacia é a atividade profissional assim como a o exercício da medicina, odontologia, atividades que estão regulamentadas por lei infraconstitucional. Dessa forma, caso o indivíduo opte em seguir o exercício da advocacia como ofício profissional, esse deve cumprir os requisitos previstos no código de ética, estatuto e regulamento geral da OAB. Ou seja, pode-se concluir que o Estado não interfira no exercício profissional do agente, por outro lado, caso essa determinada atividade profissional seja regulamentada por lei, o indivíduo terá que cumprir os requisitos. XIV) ACESSO A INFORMAÇÃO E O SIGILO DE FONTE XIV – É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; DIREITO DE ACESSO A INFORMAÇÃO TITULARIDADE: A constituição garante na norma 1 ao acesso a todos a informação, direito de informar e do direito de ser informado, direito esse aplicado universalmente, sem distinções ou limitações conforme expresso no caput do artigo 5º da constituição. Desse modo, o direito ao acesso informação se estende para todos. · Brasileiro, nato ou naturalizado · Estrangeiro, residentes ou não em território nacional · Pessoas físicas ou jurídicas. INFORMAÇÃO: O direito é compreendido como ter acesso às informações pessoais, aqueles anexas ou contidas em um determinado banco de dados públicos ou privados bem como as informações públicas, de interesse coletivo. · Informações pessoais -> Caso haja recusa do acesso à informação pessoal em um determinado banco de dados pela via administrativa, a constituição impõe ao agente, indivíduo a garantia do ‘’habeas data’’, como ação constitucional imposta via poder judiciário para a obtenção da informação solicitada. · Informações públicas -> Caso haja recusa do acesso à informação pública, de interesse público, a constituição impõe ao agente, indivíduo a ação do mandado de segurança, impetrado quando o indivíduo tem o direito, líquido e certo, sendo desrespeitado pelo Estado. RELATIVIDADE: Como os direitos fundamentais não são absolutos, pode haver certa limitação ou restrição onde que, dependendo do caso concreto, o pedido de acesso à informação, pode ser indeferida para o agente. O acesso à informação pública está regulamentado na lei de acesso à informação onde dá mais transparência ao acesso das informações da administração pública resguardado no princípio da publicidade - Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: I - Pôr emrisco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional; Dessa forma, o pedido de informações que impõe risco a defesa ou a soberania nacional pode ser restringida. SIGILO DE FONTE O sigilo de fonte esta correlacionado com a liberdade de manifestação e de expressão, que garante o direito de imprensa, no qual a constituição assegura tanto a obtenção quanto a publicação da respectiva informação nos diferentes meios de veículos de comunicação, como rádio, televisão, internet assegurando o sigilo da fonte. Não se confunde com a vedação da manifestação anônima de pensamento no qual o inciso IV garante: é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. Porém, como destacado no inciso XIV, é garantido constitucionalmente apenas o sigilo da fonte, de onde proveio aquela determinada informação. Pode-se estender o sigilo de fonte para além da liberdade de imprensa como também surgindo um dos princípios fundamentais nas relações profissionais, com o sigilo profissional. O profissional, como um advogado é assegurado como direito e dever resguardar toda a informação que lhe foi concebida durante o exercício profissional com aquele determinado cliente. Não só, mas confere também para os agentes que exercem magistério religioso, como um padre que pratica confissões, onde que o Estado não pode de forma arbitraria ou qualquer outro indivíduo que aquela informação conferida seja desrespeitada sob consequência de ferir um direito fundamental da garantia do sigilo de fonte; XV) LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO XV – É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; TITULARIDADE: Da destinação dos direitos fundamentais do art. 5º caput define que são titulares dos direitos fundamentais expressos no texto constitucional, que são: os brasileiros sejam eles os natos e naturalizados assim como os estrangeiros residentes no país e pessoas jurídicas de direito público ou privado ou qualquer outra pessoa que se encontre no território da república federativa do Brasil. PROTEÇÃO: Dessa forma, a constituição garante a eles conforme o inciso XV, o direito constitucional da liberdade de locomoção, de se locomover, transitar livremente em todo o território nacional em tempos de paz. A liberdade de locomoção além de proteger o bem jurídico da liberdade individual protege também o seu patrimônio pessoal que lhe carrega consigo. RESTRIÇÃO: Em tempo de paz significa tempo de normalidade democrática e institucional e em casos circunstanciais como o Estado de guerra ou Estado de sítio poderá haver uma restrição do direito de locomoção. O direito da liberdade de locomoção não se aplica apenas no direito de ir e vir, é um direito também de permanecer ou sair do território nacional conforme a autonomia da vontade do indivíduo. Inciso XV é classificada como uma norma constitucional de eficácia contida por ser limitada por outro dispositivo constitucional e por dispositivos infraconstitucionais, como aqueles que prevê a regulamentação das fronteiras brasileiras bem como a lei de imigração, em que regulamenta a entra e saída do estrangeiro em território nacional. A norma jurídica que regulamenta a liberdade de locomoção não pode ser uma lei arbitraria GARANTIA INDIVIDUAL: A violação arbitraria ou a ameaça direito de locomoção do indivíduo, nesse caso, o remédio constitucional, garantia contra os atos do direito de locomoção é o habeas corpus, qualquer pessoa pode impetrar o HC. Por outro lado, a garantia, protege contra violação do direito individual e não contra um bem, patrimônio. XVI) DIREITO DE REUNIÃO XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas¹, em locais abertos ao público², independentemente de autorização³, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; TITULARIDADE: Aplica-se integralmente aos destinatários dos direitos fundamentais do art. 5º caput que são os; · Brasileiros sejam eles os natos e naturalizados · Estrangeiros residentes no país ou não · Pessoas jurídicas de direito público ou privado · Qualquer outra pessoa que se encontre no território da república federativa do Brasil. Ou seja, o direito é assegurado a todos, sem distinções ou limitações DIREITO DE REUNIÃO: O direito de reunião é o direito individual que confere ao indivíduo se utilizar de espaços públicos ou privados para fins de manifestar uma determinada atividade. Caracteriza-se o direito de reunião como um direito fundamental individual que é exercido pelo indivíduo de forma coletiva em conjunto com outros indivíduos; REQUESITOS CONSTITUCIONAIS: A constituição garante como direito fundamental o direito de reunião tendo o direito de reunião a base do direito de locomoção, direito de expressão, do fundamento do pluralismo político. Porém, para o indivíduo constituir o direito de reunião deve seguir os respectivos requisitos: · A reunião deve ser pacífica, sem armas (Letais, brancas ou de fogo) · Em locais abertos ao público. Esse espaço deve ser de livre circulação das pessoas como ruas, avenidas, praças públicas (3) Elementos fundamentais do direito de reunião; · Pluralidade de participantes: Definida como uma ação coletiva, mais de um indivíduo. · Tempo: Deve ter duração temporária limitada onde que deve ser distinguida a liberdade de reunião da liberdade de associação que tem o caráter permanência, de constância. · Finalidade: lícita e pacífica · Lugar: Aberto ao público com liberdade de circulação. · O direito de locomoção independe de autorização, onde que naturalmente como se vive em um Estado democrático de Direito fundamentado no Pluralismo Político de debater assuntos pertinentes a aquela classe de manifestação e fundamentado na garantia da liberdade de expressão e da liberdade de locomoção poder debater essas ideais em espaços públicos. LIMITAÇÃO: A constituição deixa claro que os indivíduos podem ser reunir coletivamente para manifestar-se uma determinada atividade desde que não fruste outra reunião anteriormente convocada no mesmo lugar. Uma reunião não pode frustrar outra reunião. GARANTIA: Para a violação de um terceiro ou do Estado no direito de reunião, aplica-se como remédio constitucional a mandado de segurança. XVII) LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO XVII – É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; A constituição garante o direito de se associar, juntar, unir pessoas para um fim ou proposito desde que, a associação seja para fins lícitos, ou seja, a finalidade deve respeitar a ordenamento jurídico brasileiro caso contrário podendo a associação ser responsabilizado tanto civilmente como penalmente. Diferentemente da liberdade de reunião que é temporário, a liberdade de associação e permanente, com prazo indeterminado. A associação pode ser constituída pela reunião de pessoas naturais ou jurídicas. Associação é interpretada como gênero, tendo como exemplos de espécie; · Associação filantrópica: reúne voluntários que prestam assistência social a crianças, idosos, pessoas carentes ou outros em situação de vulnerabilidade social. · Associação de pais e mestres: representa a organização da comunidade escolar para obter melhores condições de ensino e de integração da escola com a comunidade. · Associação de consumidores: organização voltada para o fortalecimento dos consumidores frente aos comerciantes, à indústria e ao governo. · Associação de classe: representa os interesses de determinada classe profissional e/ou empresarial. · Associação de produtores: inclui produtores, pequenos proprietários rurais e artesãos que se organizam para realizar atividades produtivas em defesa de interesses comuns e representação política. · Associações culturais, desportivas e sociais: organizadas por pessoas ligadas ao meio artístico, esportivo ou comunitários, muitas vezes, com objetivos educacionais. VEDADO A ASSOCIAÇÃO TENHA CARÁTER PARAMILITAR: Nenhuma associaçãopode incentivar ou desenvolver atividades paramilitares. Entende como associação paramilitar o grupo de pessoas unidas com ou sem armas, submetidas a uma organização e treinamento militar ou são submetidas a regras hierárquicas desenvolvendo assim uma facção militar. XVIII) LIBERDADE DE CRIAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES XVIII – A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento. A constituição garante a liberdade de associação e de sua criação, porém ficando com a lei infraconstitucional a regulamentação da associação e da cooperativa. A constituição garante também para a criação da associação não se necessita de autorização de qualquer tipo de órgão estatal ou afim. Sendo vedado qualquer tipo de interferência seja na sua criação, na administração, no funcionamento da associação ficando como atividade exclusiva, a prática de seus membros. Uma sociedade cooperativa é uma livre associação entre trabalhadores da mesma atividade econômica. O grupo se forma para prestar serviços de qualidade aos membros e para obter vantagens competitivas no mercado. Das espécies de cooperativa, temos: · Cooperativas Agropecuárias · Cooperativas de Crédito · Cooperativas Educacionais · Cooperativas Habitacionais · Cooperativas Minerais Cooperativas de créditos sofrem fiscalizam do Banco Central, apenas um controle do Estado, não sendo interpretado como uma interferência direta em seu funcionamento. Dessa forma, como expresso na constituição, deve-se atender a norma infraconstitucional que regulamentam as cooperativas XIX) DA SUSPENSÃO E DISSOLUÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; Uma associação pode ser dissolvida por: I) Interesses de seus associados de forma voluntaria: Nesses casos, os próprios associados irão decidir sobre a extinção da associação II) A associação pode ser extinta ou suspensa de forma compulsória pelo Estado, desde que respeite o rito constitucional, conforme; · SUSPENSÃO DA ATIVIDADE: Será suspensa a atividade da associação, por decisão judicial, podendo ser por uma decisão limitar no poder judiciário. A associação não será suspensa por decisão administrativa. · DISSOLUÇÃO EXTINGUINDO A ASSOCIAÇÃO: Será dissolvida associação por decisão judicial com trânsito em julgado, onde não há mais a possibilidade de impor recursos. XX) ASSOCIAÇÃO COMPULSÓRIA XX - Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; O inciso XX estende-se da garantia constitucional da liberdade de associação prevista no inciso XVII, quanto da liberdade individual de manifestação e de expressão onde ninguém poderá ser punido, privado de direitos por se associar-se do mesmo modo, de não se associar em algum tipo de associação ou de deixar de ser associado. É facultativo aplicando o princípio da autonomia da vontade do individuo XXI) REPRESENTAÇÃO JUDICIAL OU EXTRAJUDICIAL FEITA PELA ASSOCIAÇÃO XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; A constituição garantiu as entidades associativas de representar os seus membros associados em juízo, perante o poder judiciário ou extrajudicialmente desde que haja manifestação expressa autorizada pelos membros. A associação pode manifestar-se a vontade dos seus membros não apenas no selo administrativo, mas também no âmbito judicial podendo ingressar com uma ação em nome de seus associados no poder judiciário etc. Da autorização deve ser expressa: Qualquer pessoa que se associe em uma determinada associação em que a autorização para representar os seus membros esteja prevista em seu estatuto, o membro deve estar ciente na conferência de seus direitos da associação o representar judicialmente e extrajudicialmente. Caso não esteja expresso, os membros podem autorizar por escrito, de forma tácita REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL X SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL: É garantido constitucionalmente que as associações defendam seus membros judicialmente ou extrajudicialmente nessa hipótese, há uma representação processual por ter uma representação expressa de seus associados. Porém para uma aplicação da proteção dos direitos líquidos e certos coletivos, do inciso 70 que prevê o mandado de segurança coletivo, nesse caso há a substituição processual onde o sindicato defende os interesses próprios e alheios independendo de seus membros. XXII) DIREITO DE PROPRIEDADE A constituição garante primeiramente o direito de propriedade como direito fundamental básico, sendo interpretada propriedade de uma forma geral, como ser proprietário de alguma coisa, exercer seu direito de domínio sobre algo, seja uma coisa móvel ou imóveis, propriedade cientifica, cultural etc. XXII - é garantido o direito de propriedade; é garantido o direito de propriedade, do indivíduo possuir um imóvel urbano ou rural, mas a propriedade do indivíduo deve atender ao requisito do inciso XXIII. XXIII) FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; Assim como prevê o capítulo, dos direitos e deveres individuais e coletivos, dessa forma, se expressa o respectivo inciso em um dever do indivíduo em face do Estado. Dessa forma a propriedade está vinculada um uma ordem de sustentabilidade, deve-se garantir um retorno à sociedade. Exemplo, uma fazenda tem como função social e retorno para a sociedade a produção de alimentos, fomentar a economia e o abastecimento do comercio. Porém, a função social de uma propriedade rural não se limita apenas a produzir bens, mercadorias para a sociedade, mas também deve preservar as questões ambientais, e as demais normas do ordenamento jurídico, como questões trabalhistas, tributarias etc. Assim como uma propriedade urbana que atende suas funções sociais respeitando as regulamentações do município, com o pagamento de tributos, respeitando os direitos da região etc. A função social da propriedade esta resguardado pelos valores sociais do constitucionalismo moderno social, no qual o Estado intervém no direito privado a fim de garantir um bem da coletividade e não apenas do individuo de forma privativa. Não só, mas a função social é um dos princípios da ordem ecnomico que decorre do direito da vida, em seu aspecto de direito de vida digna. Caso a propriedade não cumpra sua função social, pode ser objeto de intervenção do Estado, como; · Limitação Administrativa · Servidão administrativa · Ocupação temporária · Requisição administrativa · Tombamento · Desapropriação A própria constituição expressara a limitação ao direito de propriedade, conforme; XXIV) DESAPROPRIAÇÃO DA PROPRIEDADE Como o direito de propriedade não é um direito absoluto, a constituição importa a desapropriação como uma das modalidades de intervenção do Estado na propriedade particular. A desapropriação é um das formas de intervenção do Estado na propriedade particular no qual o poder público compra a propriedade particular de forma compulsória a fim de executar um serviço administrativo para o bem público. XXIV – A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição: Esta expresso no texto constitucional a desapropriação com as suas condições e limitações como uma garantia individual e de proteção em face de um intervenção do Estado na propriedade fazendo com que o Estado respeite as condições mínimas, como; A norma constitucional é uma norma de eficácia limitada no qual a lei infraconstitucional torna a norma aplicável. A desapropriação pelo Estado só pode ser justificada por; · Desapropriação por necessidade publica: A desapropriação e feita para uma única finalidade onde que não há mais alternativa. É uma forma de necessidade do poder público, entende como o último meio,de caráter urgente, necessário para o Estado. Exemplo: Uma casa que está localizada bem no meio do terreno sendo o único empecilho para a passagem de uma avenida que a prefeitura necessita instalar no local. Dessa forma, perante o poder público não há outra alternativa a não ser a desapropriação por necessidade pública. · Desapropriação por utilidade pública: A desapropriação foi determinada para aquela propriedade de forma concreta, havendo alternativa, porém o poder púbico determina aquela propriedade. · Desapropriação por interesse social: A propriedade não cumpriu as funções sociais conforme o inciso XXIV seja ela uma propriedade urbana ou rural. Dessa forma, pode o Estado desapropriar a propriedade para distribui-las para fins de moradia ou reforma agraria. CONDIÇÕES PARA A DESAPROPRIÇAO: Compreende-se como um direito individual · INDENIZAÇAO JUSTA: Deve dispor de peritos e avaliadores da propriedade para que seja garantido o valor de mercado da propriedade. · INDENIZAÇAO PREVIA: É garantia constitucional que em caso o indivíduo perca a sua propriedade por desapropriação, deve o poder público indenizar, o pagamento deve ser em dinheiro e feito previamente antes da perca em definitivo da propriedade. · PAGAMENTO EM DINHEIRO: A desapropriação deve ser pega em dinheiro ou em conforme os casos previstos na constituição, como: DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS URBANISTICO: O pagamento será realizado através de título da dívida público DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE REFORMA AGRARIA: O pagamento será realizado através de título da divida agraria XXV) REQUESIÇÃO ADMINISTRATIVA A requisição administrativa é uma das modalidades de intervenção do Estado na propriedade particular assim como a desapropriação decorrente da função social. XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; Na requisição administrativa a propriedade\ bem privado ou serviço é usado (emprestado) pelo Estado em virtude de uma necessidade extrema ou eminente perigo. Exemplo de requisição administrativa foi a utilização da propriedade particular (Estádio) de um determinado clube de futebol para a utilização, mas campanhas de vacinação contra a covid 19. II) INDENIZAÇÃO: Em regra, não há indenização salvo se houver constatado dano posterior a utilização. III) OBJETOS: Não se limita a bens imóveis para também se estende para bens moveis, como carros, aeronaves, máquinas, bem como de serviços, como bombeiros, médicos, salva-vidas. IV) REQUISIÇÃO ENTRE OS ENTES FEDERATIVOS: Segundo o Supremo Tribunal Federal, só poderia um ente federativo requisitar um bem de outro ente em caso de calamidade público com a proclamação do Estado de sítio. XXVI) IMPENHORABILIDADE DA PEQUENA PROPRIEDADE RURAL XXVI – A pequena propriedade rural, assim definida em lei¹, desde que trabalhada pela família², não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva³, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; (1) O estatuto da terra, irá definir os parâmetros da pequena propriedade rural. (2) A propriedade deve ser trabalhada pela família onde que tira seus autos sustentos, justificada em uma economia de subsistência. (3) A Pequena propriedade rural não pode ser considerada como garantia de pagamento ao credor de débitos decorrentes da própria atividade produtiva. Entre o direito de possuir a pequena propriedade rural onde trabalha uma família que tira seus sustentos e do direito do credor de receber seus créditos feitos partir de empréstimos, financiamentos bancários providos para a finalidade da propriedade. A ponderação feita pela própria constituição garante o direito da pequena propriedade rural em face do direito do credor justificado pelo direito da garantia da dignidade humana. Tem como justificativa o legislador ordinário de garantir na constituição a impenhorabilidade da propriedade rural familiar onde que grande parte do sustento econômico regional é feito a partir da agricultura familiar. Desse modo, foi concedida a proteção do pequeno produtor agropecuário da sua pequena propriedade como direito fundamental na lucidez do direito e políticas sociais. É preciso incentivar a permanecia na zona rural para que não haja um excedo rural, a saída do pequeno produtor rural para as grandes cidades do Brasil onde que não ocorra o superpovoamento. (4) A lei definira outros meios de financiamento da dívida da família em que vive na pequena propriedade rural. A proteção constitucional se aplica apenas para fins de impenhorabilidade da pequena propriedade privada e não se estende a proteção em favor da desapropriação, no qual o próprio texto constitucional expressa a desapropriação da propriedade rural que não atende os fins sociais para reforma agraria. XXVII) DIREITO DE PROPRIEDADE IMATERIAL XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; (1) A constituição define como direito exclusivo do autor, apenas o autor tem a disponibilidade de dispor ou de autorizar outrem de utilizar a sua obra. Cabe o autor administrar a sua obra como bem entender. (2) Os direitos exclusivos dos autores são de utilização, publicação e reprodução de suas obras. Interpreta-se obra de forma abrangente, como qualquer criação artística, cultural, musical, intelectual. (3) A constituição garante que em caso de falecimento do autor, a administração da obra realizada por ele pode ser transmissível aos herdeiros no prazo em que a lei infraconstitucional estabelecer. XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; A constituição garante a proteção dos respectivos indivíduos que participam de uma determinada obra coletiva. Exemplo de obras coletivas, a uma integração de inúmeras pessoas para a realização de uma novela, dessa forma, a constituição garante a proteção das participações individuais nessa respectiva obra na justificativa da proteção da propriedade individual intelectual. Assim como também estende a proteção dos direitos da propriedade intelectual de um determinado indivíduo na reprodução da imagem e voz humana, inclusive nas atividades desportivas. Jogadores de futebol na transmissão de um jogo de futebol são remunerados por ceder seus direitos de imagem a uma determinada emissora que organiza a transmissão do jogo (obra coletiva). Direito de arena: Direito de participação financeira em obra coletiva pessoas que dela participam abrangendo as atividades desportivas. Dessa forma, essas respectivas pessoas tem o direito constitucional de receber remuneração de forma proporcional a sua participação na obra coletiva em caso de venda. b) o (direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem) aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; como que o direito à propriedade intelectual e um direito individual do indivíduo dessa forma a constituição garante aos próprios autores o direito de fiscalização das suas respectivas obras. XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos), tendo em vista o (interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;) (1) A constituição garante ainda com ramificação da propriedade intelectual o direito intelectual industrial, empresarial, como onde será regulamentado por lei infraconstitucional, especialidade do direito empresarial, sendo classificada como norma constitucional de eficácia limitada. (2) Proteção de caráter temporário (3) Da proteção dos eventos industriais: · Proteção das criações das indústrias · Proteção da marca · Proteçãodo nome · Proteção dos distintivos e quaisquer outros símbolos 4) O inciso tem fundamento o interesse social, direito individual assim como baseado no objetivo fundamental expresso na constituição de garantir o desenvolvimento econômico nacional XXX) DIREITO DE HERANÇA XXX - é garantido o direito de herança; O direito herança se concede como um direito e garantia individual do sucessor dos bens do ‘’de cujus’’. A constituição garante o direito de herança ficando a legislação infraconstitucional responsável por regulamentar o direito de herança, que no caso, é de especialidade do direito civil. O direito de herança é o direito de sucessão de bens, dessa forma, é previsto na legislação civil de que forma os bens de um determinado indivíduo que morreu podem ser transferidos para os herdeiros. XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; Sobre o respectivo inciso, define que o estrangeiro situado no brasil possui norma própria para a regulamentação da sucessão de seus bens. Dessa forma, a constituição define que em caso de sucessão dos bens do estrangeiro que mora no brasil, aplica-se em regra a norma nacional em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros. Caso a norma do país de origem de cujus seja mais benéfica, aplica-se a norma internacional, dessa forma a constituição brasileira garante uma ressalva para a aplicação da norma jurídica de outro país. Conclui-se, portanto, que, de suma interpretação, aplica-se a norma mais benéfica para o cônjuge e filhos brasileiros. XXXII) DIREITO DO CONSUMIDOR XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; A constituição garante o direito difuso, como um direito da coletividade o direito do consumidor. A constituição garante o direito e a sua regulamentação se dá forma de legislação infraconstitucional ‘’na forma da lei’’. – Na forma do código de defesa do consumidor. Mandado constitucional, a constituição prevê o direito e fica sobre especialidade da norma infraconstitucional regulamentar o determinado direito. O respectivo inciso é uma norma constitucional de eficácia limitada, programática. Norma de aplicabilidade medita, indireta, onde que depende de uma norma infraconstitucional para a sua aplicação. O ato das disposições constitucionais transitórias constituiu a obrigatoriedade da criação do código do consumidor, norma responsável por regulamentar o direito constitucional no prazo de 120 dias após a promulgação do texto constitucional. XXXIII) DIREITO DE ACESSO A INFORMAÇÃO XXXIII – Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XIV – É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; (1) O inciso constitucional garante a todos os cidadãos titulares de direitos fundamentais expressos no caput do art. 5º da constituição o acesso a informação de todos os órgãos públicos. Tem como finalidade o acesso a informação garantir a transparência nos atos de governo praticado pelos agentes, dar mais transparência para a administração pública, vigorando o princípio da publicidade do art. 37. (2) O acesso a informação pode de interesse: · Particular: Aquele que predomina o interesse da própria pessoa da informação ou outros interesses particulares. Caso não seja cumprido pela autoridade pública, pode-se impetrar o remédio constitucional Habeas Data para negação de informações de cunho pessoal, relativo a pessoa, titular da respectiva pessoa. Em negação dos demais interesses particulares, pode-se impetrar mandado de segurança. · Coletivo: Aquele que se diz respeito a um determinado grupo, de interesses comuns, em caso de escusa da autoridade pública, pode-se impetrar o remédio constitucional mandado de segurança coletivo Geral: Interesse de todo o grupo social defensável por mandado de segurança (3) A constituição federal não estipulou nenhum prazo para a disponibilização das informações do poder público para o indivíduo, destinando a legislação infraconstitucional estipular o prazo legal. É de responsabilidade da lei de acesso a informação destinar o prazo sob pena de responsabilidade do agente publico (4) O inciso ainda limita o acesso a informação. É vedado o acesso a informações sigilosas onde o Estado não é obrigado a destinar aos indivíduos. Como as informações das forças armadas, informações de segurança nacional e de reservas energéticas e radioativas. XXXIV) DIREITO DE PETIÇÃO E DE CERTIDÕES – REMEDIOS CONSTITUCIONAIS ADMINISTRATIVOS XXXIV – São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas. (1) Como posto, a constituição garante os direitos do inciso a todos, universalmente, sem qualquer distinção. (2) Garantindo dessa forma o direito de petição e de obtenção de certidão de forma gratuita sem pagamento de qualquer tipo de taxa. Nota-se que a doutrina classifica o inciso constitucional como uma garantia constitucional por meio de remédios constitucionais administrativos. DIREITO DE PETIÇÃO a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; Direito de petição é denominado como direito de pedir, solicitar uma atuação do Estado em face de defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder para defender direitos inerentes ao próprio indivíduo ou de direitos coletivos de maneira em geral. Exemplo: Qualquer cidadão pode aplicar o seu direito de peticionamento ao ministério público para denunciar qualquer tipo de ato ilegal ou ilícito contra a criança ou adolescente, assim como qualquer ato contra a administração pública, meio ambiente, patrimônio público etc. Caso de escusa do poder público do pedido de peticionamento, aplica-se o remédio constitucional o mandado de segurança. O direito de peticionamento deve ser exercido de forma escrita podendo ser informal dispensando a representação legal de um advogado. Com o direito de petição surge como consequência o direito de resposta pelo órgão público, mesmo que seja negativa ao impetrante onde que casa omissão a solicitação por parte do agente, poderá ingressar com uma ação judicial, conforme; · Proteção do meio ambiente ou patrimônio público – Ação Popular · Ratificação ou de solicitação de informações públicas – Habeas Data · Prestação de serviço Público – Mandado de segurança. Súmula 21 - É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. Caso haja a negativa do direito de peticionamento, poderá o agente submeter a contestação da decisão negativa e essa contestação da decisão não pode estar vinculado a pagamento de taxa, deposito para ser reexaminada. DIREITO DE CERTIDÃO b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; Se aplica o inciso como uma proteção da emissão de um documento (certidão pública) que possui fé pública, presumisse a sua legitimidade para a comprovação de um determinado fato. Direito de certidão, de obter certidões de repartições pública. O Estado tem o dever de exercer apenas para o cidadão que comparecer e pedir esclarecimento sobre interesse pessoal, por isso, uma garantia de natureza individual e caso de negativa perante o poder público, aplica-se o remédio constitucional mandado de segurança e não o habeas data. XXXV) DIREITO DE ACESSO A JUSTIÇA XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciária lesão ou ameaça a direito; Princípio da inafastabilidade do exercício da jurisdição ou princípio da inafastabilidade da prestação jurisdicional. Desenvolve uma das principais garantias expressas do texto constitucional aplicadoa qualquer indivíduo que esteja na República federativa do Brasil de possuir o direito subjetivo de provocar o poder judiciário para que o judiciário exerça sua função jurisdicional, de resolver um conflito entre pessoas físicas ou jurídicas pelo meio da lei. O princípio da inafastabilidade do exercício da jurisdição além de se contrair como direito subjetivo do próprio indivíduo, o princípio figura como uma base normativa para o exercício do direito de ação. Ou seja, qualquer lei que afete ou embarace o exercício da jurisdição de um determinado caso, a lei será considerada coo inconstitucional por ofensa direta ao dispositivo. XXXVI) PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURIDICA XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; O dispositivo é decorrente do direito fundamental básico da segurança, que constitui ao Estado estabelecer segurança jurídica para o ordenamento normativo, processual e de justiça, dessa forma, o inciso XXXVI traz um princípio da segurança jurídica, de estabilidade das normas jurídicas para que não prejudique o direito adquirido, ato jurídico perfeito ou a coisa julgada também chamado de princípio da não irretroatividade da lei de maneira genérica civil, não penal. · DIREITO ADQUIRIDO: Confere como direito adquirido ao particular quando o agente apresenta todas as condições materiais e formais para o exercício daquele direito. O direito adquirido como os demais direitos fundamentais, não é um direito absoluto. Segundo o STF não há direito adquirido em face de; - Nova organização constitucional, por ser desenvolvida por meio do poder constituinte originário no qual tem como principal característica, ilimitabilidade, ou seja, o poder constituinte originário não pode ficar condicionado ao direito adquirido. - Manutenção do padrão monetário, de quanto vale o real naquele momento. - Estabilidade tributária, podendo o Estado aumentar, criar novas cargas tributaria desde que respeitada as demandas normativas. - Preservar regime jurídico ou estatuto, o regime jurídico ou estatuto jurídico pode mudar em qualquer momento e o particular não pode importar em um direito adquirido. · ATO JURÍDICO PERFEITO: O ato jurídico perfeito é o ato validamente realizado segundo a lei vigente ao tempo (tempus regit actum). O direito já foi exercido, todos os atos já foram praticados, não podendo ser modificados por lei posterior. · COISA JULGADA: Decisão judicial irrecorrível no âmbito do processo judicial, não sendo mais passiva de impugnação. Coisa julgada é diferente de trânsito em julgado. Trânsito em Julgado é o momento, o instante no tempo em que a decisão judicial se tornou imutável. Já a Coisa Julgada é o produto resultante do momento imediatamente posterior à ocorrência do trânsito em julgado. Ou seja, é a decisão judicial que se tornou definitiva. XXXVII) PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL Princípio básico para o exercício da jurisdição e da organização dos poderes, exclusivamente do poder judiciário. XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; Os dois incisos proferem o princípio do juiz natural como uma garantia individual do indivíduo; · De ser processado e sentenciado em tribunais em que a constituição profere e poderes de jurisdição. Caso um indivíduo cometa um ato ilícito, esse ato será devidamente julgado nas instituições judiciaria conforme expresso o texto constitucional e que seja anterior a dará do crime. É aplicado o poder tipicamente jurisdicional em instituições judiciarias, conforme expresso na constituição. É vedado os tribunais de exceção, que são aqueles que não são conferidos por lei e aqueles que não aplique a sua competência originaria. Qualquer juízo especial não pautado devidamente em lei ou na constituição terá sua existência e suas decisões consideradas inconstitucionais por configurarem juízos de exceção. Caso hajas perídios circunstancias como de Estado de Guerra, Intervenção Federal ou Estado de Sitio, é vedado a criação dos tribunais de exceção · De ser processado e sentenciado pelas autoridades devidamente competente. Ou seja, a fim de garantir o apreço do juiz natural, o Estado deve resguardar a devida competência com todas as sus regras processuais para que não haja arbitrariedade no julgamento do processo. XXXVIII) TRIBUNAL DO JURI XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: A constituição prevê em seu texto normativo a instituição do tribunal do júri, formado por pessoas da sociedade fazendo parte do poder judiciário de primeira instancia, ou seja, faz o primeiro julgamento caracterizando dessa forma o primeiro grau de jurisdição. Dessa forma, a decisão do tribunal do júri pode ser recorrível para o tribunal de justiça estadual. Pode haver um tribunal do júri no âmbito da justiça federal em primeira instancia podendo a decisão ser recorrida no tribunal regional federal. O tribunal do júri como expresso como um direito e garantia individual, se concede como clausula pétrea no qual não pode ser abolida do texto constitucional. a) a plenitude de defesa; inspirado no princípio do devido processo legal garantindo o contraditório e a ampla defesa do indivíduo. Deve respeitar os direitos de defesa do réu, podendo se utilizar de todos os meios validos e lícitos para a sua defesa pelos seus advogados, seja particular ou público para provar sua inocência. b) o sigilo das votações; O processo criminal é conduzido pelo juiz presidente onde que o veredito da decisão criminal e feita pelo tribunal do júri, conselho de sentença formada por sete jurados, decidindo com a sua livre convicção individual e sigiloso, secreta. De forma de garantir a segurança dos próprios jurados. c) a soberania dos veredictos; A decisão do tribunal pode ser recorrida por ser de jurisdição de primeira instancia. O veredito soberano do conselho de sentença é da decisão de primeira instancia que não deve ser substituída de nenhuma forma. Somente um novo júri pode invalidar a respectiva sentença do tribunal d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; Competência constitucional do tribunal do júri de julgar crime dolosos contra a vida bem como os crimes conexos, como; · Homicídio doloso · Infanticídio · Aborto · Instigação, induzimento ou auxílio material para o suicídio. Apenas os crimes dolosos contra vida, os crimes com intenção de ser consumado. O acidente de trânsito com motorista embriagado entende-se com a doutrina majoritária como competência de julgamento do tribunal do júri por ser pela doutrina um homicídio doloso (dolo eventual). Latrocínio é um crime patrimonial e não contra vida. A competência funcional do foro por prerrogativa de função daqueles em que a constituição importa se estende em face da competência do tribunal do júri. XXXIX) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E DA ANTERIORIDADE PENAL XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Do dispositivo constitucional, extrai-se os seguintes princípios penais; PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PENAL O princípio da legalidade penal está fundamentado no inciso II do artigo 5º da constituição onde garante o princípio da legalidade genérica onde que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em virtude de lei. Nessa mesma justificativa, que se estabelecer a legalidade penal no qual decreta que apenas a lei pode definir crimes bem como impor penas. Ou seja, submeter um indivíduo a persecução penal em detrimento de um crime que não está expresso em lei, configurara como violação do princípio da legalidade penal. Assim como o princípio da legalidade genérica, tem como justificativa impor uma proteção do particular em frente ao poder punitivo do Estado no qual, o mesmo, para poder submeter um agente a persecução penal, deve-se impor a uma conduta que esteja devidamente expresso em lei. Consubstancia-se na competência privativa da União em Legislar em matéria penal, ou seja, em decretarcrimes e penas. Dessa forma, a União pode legislar em matéria penal através das seguintes espécies normativas; · Emenda Constitucional · Lei Ordinária · Lei complementar · Lei delegada Por outro lado, a própria constituição vetou a legislação de matéria penal através de · Medidas provisórias · Decretos executivos A doutrina por sua vez, como forma de angariar uma robusta regulamentação da vedação legislativa, impôs que fica vedado as medidas provisórias e aos decretos executivos a legislação de normas penais incriminadoras podendo por outro lado, legislar sobre normas penais não incriminadoras. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI PENAL Consagra que a conduta criminosa não basta estar devidamente regulamentada por lei mas a fim de consagrar uma efetiva proteção individual, o crime deve estar expresso anteriormente a conduta praticada pelo indivíduo. XL) IRRETROATIVIDADE DA NORMA PENAL MAIS BENÉFICA XL - A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; em regra, o ordenamento jurídico brasileiro veda a retroatividade da norma jurídica conforme exposto no próprio texto constitucional no qual a fim de garantir uma segurança jurídica, em regra a norma não retroagira a fim de alterar a coisa julgada, direito adquirido e o ato jurídico perfeito. Porém, o direito fundamental da segurança jurídica se aplica apenas para o conjunto normativo administrativo e civil tendo a legislação penal regras especificas na justificativa de resguardar a liberdade individual e a dignidade humana. O princípio da irretroatividade contido no texto constitucional define que a lei penal não pode retroagir, para tingir fatos anteriores a ela, salvo para beneficiar o réu, ou seja, percebe-se dois institutos no respectivo inciso constitucional: · IRRETROATIVIDADE DA NORMA MAIS GRAVOSA: Aplica-se a irretroatividade da lei penal mais gravosa ao réu. Ou seja, a lei que vier a prejudicar a situação do réu, seja aumentando a pena, seja ampliando o prazo prescricional, por exemplo, não pode retroagir para alcançar o fato criminoso ocorrido anteriormente. Exemplo: Se hoje a substância A não está no rol das entorpecentes e, por isso, sua venda não configura o crime de tráfico de drogas, sua inclusão posterior não pode surpreender quem a vendeu antes dessa alteração. Ou seja, a norma incriminadora não pode ser aplicada em fatos passados, só é crime a partir da data da vigência da norma incriminadora. · RETROATIVIDADE DA NORMA MAIS BENÉFICA: Em contrapartida, a lei mais benéfica retroagira ao ato anterior, como prescreve o texto constitucional. XLI) DISCRIMINAÇÃO ATENTATÓRIA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; Norma constitucional programática que tem como principal destinatário, o poder legislativo. A norma descreve que deve o poder legislativo, incumbido das suas prerrogativas originarias de legislação de espécies normativas primarias, por meio de lei, deve preservar, defender os direitos e garantias fundamentais apresentadas no texto constitucional devendo qualquer contunda que fira ou ameace o bem jurídico tutelado, ser legislado e criminalizado. XLII) DOS CRIMES INAFIANÇÁVEIS, IMPRESCRITÍVEIS E INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA. RACISMO O racismo é abordado no texto constitucional como uma conduta atentatória a própria condição humana, que fere o princípio da dignidade humana. Desse modo, surge no texto constitucional no princípio das relações internacionais o repudio ao racismo bem como a regulamentação no artigo 5º XLII da vedação ao racismo como garantia da vida digna. XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; I) DEFINIÇÃO: Levando em consideração o posicionamento do Supremo Tribunal Federal, no qual define o crime de racismo de forma mais abrangente possível como uma conduta que descriminalize, limita ou restrinja direitos e prerrogativas por conta de determinada etnia, raça, religião, procedência nacional, procedência sexual. Ou seja, a conduta discriminatória fere a própria natureza e essência da pessoa humana. A constituição prevê que o crime de racismo é: · INAFIANÇÁVEL: Que não se admite fiança, ou seja, caso ocorra a pirão em flagrante pelo crime de racismo, não é possível aplicar a fiança, o pagamento de um determinado valor para preservação da sua liberdade fazendo o sujeito responder em liberdade. · IMPRESCRITÍVEL: O crime de racismo não impõe ao Estado um prazo certo e determinado para imposição do seu poder punitivo. No mais, a constituição prevê como consequência jurídica para o crime de racismo a reclusão, ou seja, o indivíduo terá como consequência a pena privativa de liberdade podendo iniciar o cumprimento de pena em regime fechado, semiaberto ou aberto. TORTURA, TRÁFICO, TERRORISMO E CRIME HEDIONDOS XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; · INAFIANÇÁVEL: Que não se admite fiança, ou seja, caso ocorra a pirão em flagrante pelo crime de racismo, não é possível aplicar a fiança, o pagamento de um determinado valor para preservação da sua liberdade fazendo o sujeito responder em liberdade. · INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA: São dispositivos em que o Presidente da República (Graça) e o Congresso Nacional (Anistia) condem um perdão para o sujeito que praticou uma conduta tipicamente criminosa, tendo como consequência, a extinção da pretensão punitiva e executória. 1) Tortura 2) Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins 3) Terrorismo 4) Os crimes considerados hediondos A constituição ainda define que irá responder, seja eles os mandantes do crime, os executores, e aqueles que podendo evitar o crime, que se omitem. AÇÃO DE GRUPOS ARMADOS, CIVIS OU MILITARES CONTRAORDEM CONSTITUCIONAL XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; · INAFIANÇÁVEL: Que não se admite fiança, ou seja, caso ocorra a pirão em flagrante pelo crime de racismo, não é possível aplicar a fiança, o pagamento de um determinado valor para preservação da sua liberdade fazendo o sujeito responder em liberdade. · IMPRESCRITÍVEL: O crime de racismo não impõe ao Estado um prazo certo e determinado para imposição do seu poder punitivo. Ação de grupos armados, civis ou militares contra a ordem constitucional e o Estado democrático. IMPRESCRITÍVEIS INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA INAFIANÇÁVEIS RACISMO TORTURA RACISMO AÇÃO DE GRUPOS ARMADOS, CIVIS OU MILITARES CONTRAORDEM CONSTITUCIONAL OU ESTADO DEMOCRÁTICO TERRORISMO AÇÃO DE GRUPOS ARMADOS, CIVIS OU MILITARES CONTRAORDEM CONSTITUCIONAL OU ESTADO DEMOCRÁTICO TRÁFICO DE ENTORPECENTES E DROGAS AFINS TORTURA CRIMES HEDIONDOS TERRORISMO TRÁFICO DE ENTORPECENTES E DROGAS AFINS CRIMES HEDIONDOS XLV) PRINCÍPIO DA INTRANCEDÊNCIA DAS PENAS O princípio da engrandecia da pena é um dos notórios princípios penais XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; O princípio define: Apenas a pessoa que cometeu a infração penal pode responder pela conduta praticada¹ Se um sujeito A cometeu o crime de homicídio, apenas o sujeito A pode ser condenado e responsabilizado pelo crime. A constituição dessa forma veta a transferência de pena de uma pessoa para a outra. Já em casos de reparação de dano e decretação de perdimento de bens a pena, os efeitos penais do crime podem ser transferido a responsabilização para os herdeiros em caso de ausência do sujeito ativo do crime.² A constituição permite a consequênciapenal patrimonial para os herdeiros, mas com uma ressalva; A constituição limita essa responsabilidade até o valor total do patrimônio transferido do de cujus para o herdeiro. Caso o patrimônio seja de 100 mil reais, a pena pode ser aplicada até no máximo de 100 mil reais. Se não há patrimônio deixado pelo de cujus, não há se falar em adentrar no patrimônio particular dos sucessores. XLVI) PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA e PENAS CONSTITUCIONALMENTE ESTABELECIDAS PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA O princípio da individualização da pena é um dos notórios princípios penais aplicados na teoria geral da pena. XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: O princípio da individualização da pena é aplicado em fase de dosimetria do sansão penal no qual confere ao magistrado a imposição da consequência penal de forma individualizada vetando por sua vez a padronização da pena. Em um crime praticado em concurso de agentes, cada um dos indivíduos terá a individualização da pena, com a análise de cada uma das fases da dosimetrias de forma única. Do princípio da individualização da pena, onde que em uma infração penal, deve-se individualizar as penas, cada indivíduo responde pelos seus atos. O princípio da individualização da pena pode ser aplicado, no entanto, para os três poderes do Estado; · PODER LEGISLATIVO: Quanto a criminalização da uma conduta, o legislativo deve observar a individualização da pena. Apenas há análise política do crime, como por exemplo, decretar que a pena de homicídio deve possuir pena de no mínimo 5 anos no máximo 40 já a análise do crime contra o patrimônio, deve ser proporcional aos demais crimes, fazendo a equiparação dos bens jurídicos. Um crime contra a vida terá pena maior que o crime contra o patrimônio, dessa forma, o bem jurídico da vida é maior que o bem jurídico do patrimônio. · PLANO JUDICIAL: É a aplicação da pena em caso concreto, analisando fatores do crime, como se há algum tipo de agravante, diminuição da pena, se o réu é primário ou reincidente etc. · PLANO EXECUTÓRIO: Da execução da pena, a individualização vai depender de cada caso, se o indivíduo vai cumprir em regime fechado, semiaberto, em uma penitencia de segurança máxima, etc. PENAS CONSTITUCIONALMENTE ESTABELECIDAS Fixa-se em um rol exemplificativo de sansão penal; a) privação ou restrição da liberdade; A pena é imposta pelo cárcere em privado, restringe a liberdade de locomoção do indivíduo. b) perda de bens; c) multa; Multa pecuniária como cumprimento da pena d) prestação social alternativa; Prestação de serviços comunitários etc. e) suspensão ou interdição de direitos; Suspenção de exercer de função pública, de ter seus direitos de participação, locomoção limitada. XLVII) PENAS CONSTITUCIONALMENTE PROIBIDAS XLVII - não haverá penas: O respectivo inciso constitucional consagra o princípio da humanidade das penas correlacionado e justificado pelo fundamento da dignidade da pessoa humana. Dessa forma, constitui como um direito e garantia que impõe uma limitação ao poder punitivo do Estado. a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; Em regra, pautado pelo princípio da dignidade humana não haverá pena de morte da República Federativa do Brasil em tempos de paz, com exceção constitucional de guerra declarada, sendo uma das poucas exceções ao direito a vida. b) de caráter perpétuo; Foi definido pelo constituinte, que a pena de prisão perpetua era incompatível com a teoria da finalidade especifica da pena que tem como principal objeto a ressocialização do criminoso. Desse modo, em regra, não se aplica a pena de prisão perpétua nem as consequências secundarias da pena os desdobramentos externos da pena, assim como não há caráter perpetua os efeitos da condenação onde que, após o cumprimento da condenação do indivíduo, ele ficara reincidente por cinco anos conforme a lei, após os cinco anos consta como maus antecedentes e posteriormente, o sujeito que cometeu o crime vira ficha limpa. c) de trabalhos forçados; A lei de execução penal prescreve, no entanto, alguns direitos do preso, por exemplo, o direito de trabalhar, não de forma pecuniária para garantir lucros, mas sim como uma ferramenta de ressocialização. Apenas o trabalho forçado e vedado pela constituição, cujo trabalho que é obrigado pelo preso. d) de banimento; A constituição veda a pena de banimento, da expulsão do brasileiro do país por cometer uma determinada infração penal. e) cruéis; como mencionado no inciso IV do art. 5º é vedado a submissão da tortura, tratamento desumano ou degradante, dessa forma, é inconstitucional qualquer tipo de pena que fira a dignidade humana, como pena de tortura, ou qualquer tipo de tratamento degradante e desumano. XLVIII - DIREITO DE INDIVIDUALIDADE DO PRESO XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; A uma expressa autorização constitucional para que, no cumprimento da pena, deve-se separar os indivíduos de acordo com: · O delito praticado – Natureza jurídica do crime. · Por idade · Por Sexo Norma de eficácia paragramática onde que deve levar em consideração um fator econômico, social para que haja a aplicação plena da norma constitucional. XLIX - DIREITO DE INTEGRIDADE FÍSICA DO PRESO XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; O respetivo inciso do artigo 5º é uma extensão do direito fundamental da vida bem como do fundamento da dignidade da pessoa humana no qual impõe ao Estado a responsabilidade por tutelar a integridade física do apenado que está cumprindo pena em um determinado estabelecimento prisional estatal. O inciso constitucional assegura a integridade física, de possuir condições mínimas de higiene, comida, saúde bem como a integridade moral. L - DIREITO DAS PRESAS DE PERMANÊNCIA DOS FILHOS L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; A garantia constitucional se estende para a criança, não para a mãe por ser a amamentação o principal requisito para o desenvolvimento da criança, segundo a medicina. Direito e aplicado apenas no período de amamentação levando em consideração cada caso. A lei de execução penal não consagra um período determinado, desse modo, o período deve ser imposto por norma especifica dos estados. LI - DA EXTRADIÇÃO BRASILEIRO LI – Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. A constituição por meio do inciso consagra os direitos em face da extradição. A extradição é um processo oficial por onde que um Estado estrangeiro solicita do outro a entrega de um determinado indivíduo condenado ou suspeita por prática de uma infração penal. A extradição pode ser: · Ativa: Quando o Estado brasileiro solicita a outro Estado soberano a entrega do individuo · Passiva: Quando o Estado estrangeiro solicita ao Estado Brasileiro a entrega de um determinado indivíduo. Desse modo, o Estado Brasileiro por ser soberano constitui as seguintes regras para a extradição passiva; · É direito fundamental do brasileiro, nato e naturalizado de não serem extraditados para outros Estados Estrangeiros. Porém, deve-se observar que, a nacionalidade brasileira e vinculada aos brasileiros natos e aos naturalizados, sendo aqueles estrangeiros que adquirem a nacionalidade brasileira por um processo de nacionalização. · Os Brasileiros natos, não serão extraditados de forma alguma para outros países, devem responder pelos crimes cometidos no exterior em território nacional. · Já os brasileiros naturalizados, em regra não serão extraditados conforme norma constitucional expressa, porém, para os naturalizados, a extradição comporta exceção, desse modo, o naturalizado poderá ser extraditado em duas situações; I) Em caso de práticade crime comum praticado anteriormente a obtenção da naturalização - O estatuto do estrangeiro deve prescrever os crimes que poderão ser submetidos a extradição. - Para a extradição por crime comum, deve o naturalizado ter cometido o crime antes da naturalização. Esse processo, tem como justificação a segurança jurídica e para que não haja impunidade do naturalizado que cometeu o crime e deseja se naturalizar para que não responder pelos seus crimes. II) A constituição permite a extradição do naturalizado após adquirir os direitos de proteção do Estado Brasileiro apenas do crime de envolvimento na prática do crime de tráfico ilícito de entorpecentes. O princípio da dupla punibilidade é o princípio que rege o instituto da extradição. Para o Estado Brasileiro aceitar a extradição de um agente levando em consideração os aspectos constitucionais, deve o Estado que solicitou a extradição, possuir em seu ordenamento jurídico o crime que foi prático pelo indivíduo. A mesma regra se aplica para a prescrição, caso haja prescrição no crime cometido pelo individuo, não há a obrigatoriedade de extradição do Brasil daquele individuo No caso do instituto da extradição, não há quaisquer limites que não seja as considerações do inciso, não se limita a extradição se o sujeito naturalizado que cometeu um crime anteriormente a sua naturalização e possui filhos e família. Deve ser extraditado de qualquer forma LII- DIREITO DE NÃO EXTRADIÇÃO DO ESTRANGEIRO LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; Não se confunde o estrangeiro com o naturalizado, o naturalizado era um estrangeiro perante o Estado brasileiro, porém entrou com um processo garantindo assim direitos e deveres em relação ao Brasil. Já o estrangeiro é o indivíduo de outro Estado que não possui nenhum vínculo jurídico com o Estado Brasileiro. É vedado a extradição do indivíduo estrangeiro que se encontre na República Federativa do Brasil por crimes políticos ou de opinião. O Supremo Tribunal Federal possui o entendimento que caso haja uma relação de crime comum com crime político ou crime de opinião não deve ser atendida a extradição do indivíduo. Porém, segundo o Estatuto do estrangeiro, a correlação entre os dois crimes, são passiveis de extradição do individuo LIII - PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL Estuado em conjunto com vedação da criação do tribunal de exceção. LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; LIV - PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; A intenção do poder constituinte originário ao elaborar o respectivo inciso, surge como um princípio negativo que limita a atuação do Estado em face dos indivíduos. O Estado, que exerce o poder de jurisdição para solucionar litígios entre os particulares ou entre o próprio Estado e o indivíduo, deve solucionar em um processo lícito, sem ameaçar os direitos fundamentais básicos do indivíduo, respeitado os direitos e garantias fundamentais constitucionais estabelecidos – devido processo legal O devido processo legal pode ser consagrado em duas acepções; · Material: Garantindo a igualdade para todas as partes em um determinado processo · Formal: Garante o cumprimento das regras pelo estado XL - PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA Os princípios do contraditório e da ampla defesa se conectam ao princípio do devido processo legal, são princípios derivados do devido processo legal. LV - Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Em um devido processo legal são assegurados o princípio do contraditório e da ampla defesa. São assegurados constitucionalmente os princípios no processo judicial e no administrativo, devendo os institutos serem interpretado da forma mais extensa possível como no processo penal militar, regimentos externos etc. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO Aplica-se o contraditório sendo a ciência bilateral sobre todos os atos do processo e a possibilidade de reação, participação e contradição. · CIÊNCIA: É direito da parte de receber todas as informações de um determinado processo, dessa forma, todos os atos processuais devem ser aplicados e analisados pela ambas as partes para que seja assegurado o seu direito de ampla defesa. · CONTRADIÇÃO: O princípio é aplicado de forma efetiva, onde garante a parte a possibilidade em ter ciência de todos os atos do processo penal, mas também de agir e possuindo a oportunidade de se utilizar de todos os meios e instrumentos aplicados ao processo no qual o ordenamento jurídico prevê para contradizer a acusação ou uma manifestação processual. O princípio do contraditório possui dos elementos: · INFORMAÇÃO: Possuir ciência sobre o seu processo · PARTICIPAÇÃO: Direito de participar do processo, de contrariar PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA Princípio da ampla defesa garante a possibilidade de utilização de todos os mecanismos legais previstos para a defesa, como recurso de apelação, contestação. Do princípio da ampla defesa que sustenta a utilização de um defensor legal, nos casos do advogado ou a autodefesa, do interrogatório. Dessa forma, para o direito processual penal, se baseando em um Estado democrático de direito no qual, possuindo como fundamento básico da dignidade da pessoa humana, deve-se estender o princípio da ampla defesa para um indivíduo no qual está sendo acusado pelo Estado de cometer uma infração penal, dessa forma, é garantido como um direito fundamental do acusado, a ampla defesa e todos os meios disponíveis, cabíveis do ordenamento jurídico, do processo, da lei, de se defender das acusações no qual são imputadas. LVI - INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS ILÍCITAS LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; A lei infraconstitucional expressa a prova ilícitas no respetivo dispositivo: CPP, Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. Para a legislação infraconstitucional, são provas ilícitas aquelas provas que violam tantos preceitos constitucionais como os processuais legais. · VIOLAÇÃO DO DIREITO MATERIAL CONSTITUCIONAL: Confissões obtidas mediante tortura: A Constituição brasileira proíbe expressamente a tortura e trata-a como crime inafiançável e imprescritível. Assim, qualquer confissão obtida por meio de tortura é considerada uma prova ilícita que viola o direito à integridade física e à dignidade humana do acusado. · VIOLAÇÃO DAS REGRAS PROCESSUAIS CONSTITUCIONAIS: Interrogatório sem a presença de um advogado: A Constituição garante o direito à ampla defesa e ao contraditório, incluindo a assistência de um advogado durante todo o processo penal. Se um interrogatório ocorrer sem a presença de um advogado, qualquer prova obtida nesse contexto será considerada ilícita · VIOLAÇÃO DAS REGRAS LEGAIS DO CÓDIGO PROCESSUAL PENAL: Provas obtidas por meio de fraude ou falsificação: O Código de Processo Penal proíbe a obtenção de provas por meio de fraude, falsificação, suborno ou qualquer meio ilícito. Se uma prova for obtida por meio dessas práticas, ela será considerada ilícita. CONSEQUÊNCIA JURÍDICA PARA A CLASSIFICAÇÃO: Para a classificação legal das provas ilícitas, nenhuma prova será admissível no processo criminal, seja aquela prova que viola a constituição ou as regras processuais. A classificação doutrinaria por outro lado admite a reavaliação das provas consideradas como ilegítimas, aquelas que violam os preceitos processuais; No processo penal conceitua que em caso de utilização de prova ilícita, deve haver o desentranhamento dos documentos, ou seja, é retirada a prova do processo. As provas são nulas devendo ser desentranhadas como também todas as informações que dela foi obtida não tendo, porém, a condição de anulação do processo permanecendo valida as demais provas licitas e autônomasdo processo TEORIA DA ARVORE DOS FRUTOS ENVENENADOS: uma vez obtida a prova por meio ilícito, todas as demais provas dela decorrentes, conhecidas como provas por derivação, também serão consideradas ilícitas. É como a metáfora: se a árvore está envenenada, todos os seus frutos também estarão. Se é apresentada uma prova que foi obtida por meio de violação da comunicação telefônica por meio ilegal, sem aparato judicial, todas as informações obtidas devem ser consideradas ilícitas. LVII - PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU PRINCÍPIO DA NÃO CULPABILIDADE · CONSTITUIÇÃO FEDERAL LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; · DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS DUDH: Artigo 11. 1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. A principal justificativa da elaboração do princípio da presunção de inocência é de evitar os abusos em excessos do Estado no processo de condenação penal do indivíduo, ou seja, de limitar o seu direito à liberdade de locomoção. Dessa forma, é vedado ao poder punitivo do Estado em considerar o indivíduo culpado em jurisdição primaria, deve o Estado dar a o benefício da dúvida para que o réu exerça seu direito ao devido processo legal em contestar as decisões proferidas pelo poder judiciário garantindo assim o duplo grau de jurisdição. Dessa forma, o réu só pode iniciar o cumprimento da pena quando a sentença penal condenatória transita em julgado, ou seja, não há mais possibilidade de recurso. III) PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA X PRINCÍPIO DE NÃO CULPABILIDADE: Há uma grande discussão doutrinaria quanto a presunção de inocência e presunção de não culpabilidade no qual a doutrina afirma que a origem do princípio da presunção da inocência ou da não culpabilidade, está exposto e são dispositivos com definições distintas, como: De fato, os respetivos institutos estão expostos em diplomas diferentes, como: · A constituição federal utiliza como expressão o dispositivo como presunção de não culpabilidade. CF, LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. · Os dispositivos internacionais, como tratados de direitos humanos, deferem como presunção de inocência. CADH - Art. 8º. Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado [...] DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS - Artigo 11. 1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. Para uma parte da doutrina, defere que não são expressões sinônimas, sendo institutos deferentes, como: · O princípio da presunção de inocência estabelece que toda pessoa acusada de um crime deve ser considerada inocente até que sua culpa seja comprovada além de qualquer dúvida razoável. Isso significa que o ônus da prova recai sobre a acusação, que deve apresentar evidências convincentes para demonstrar a culpa do acusado. Enquanto a culpa não for estabelecida de forma clara e incontestável, o acusado é tratado como inocente e possui direitos e garantias que devem ser respeitados durante o processo. · Por outro lado, o princípio da não culpabilidade está mais relacionado com as consequências e sanções penais. Ele estabelece que ninguém pode ser considerado culpado de um crime e sofrer punição sem que haja uma sentença condenatória em trânsito em julgado, ou seja, sem que se esgote todas as possibilidades do acusado de se defender. Em outras palavras, mesmo que a culpa do acusado seja estabelecida durante o processo, ele só pode ser considerado culpado e receber uma pena após um julgamento justo, conduzido de acordo com as garantias processuais. Em resumo, a presunção de inocência se refere ao status inicial de inocência que deve ser atribuído a um acusado até que sua culpa seja comprovada, enquanto a não culpabilidade está mais relacionada à impossibilidade de impor uma pena sem uma sentença condenatória transitada em julgado. Ambos os princípios são importantes para garantir o devido processo legal e proteger os direitos dos indivíduos no sistema de justiça criminal. IV) JURISPRUDÊNCIAS PERTINENTE: Por outro lado, ao passo de longa construção e modificação jurisprudencial, interpreta-se o princípio da presunção de inocência ou de não culpabilidade de forma única, ou seja; V) DEFINIÇÃO: Deve ser interpretado de forma em que preserve o status de inocência do acusado até que sua culpa seja demonstrada bem como, o único título de culpa para fins de aplicação da pena, é a sentença penal condenatório transitada em julgada. O inciso defere que é aplicado em sentenças penais condenatórias, assim também aplicado na esfera administrativa, não podendo o indivíduo iniciar a aplicação da pena administrativa sem o trânsito em julgado. O princípio da presunção da não culpabilidade exclui a execução da pena quando pendente de trânsito em julgado sem eficácia suspensiva. O princípio da presunção de inocência não livra o réu de ter restrição da sua liberdade antes da sentença penal condenatória em trânsito em julgado, onde é admitida em casos de medidas cautelares, por uma necessidade da lei processual penal a restrição da sua liberdade. O réu não possui direito de comprovar a sua inocência, cabe o acusador comprovar a sua culpa. Em casos de dúvidas, deve o juiz aplicar a máxima do ‘’in dubio pro réu’’ VI) REGRAS DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE NÃO CULPABILIDADE: O princípio deriva duas regras; 1ª REGRA: PROBATÓRIA: Incumbência ao ACUSADOR em demonstrar a culpabilidade do ACUSADO – No processo penal, cabe ao acusador o ônus da prova da autoria e materialidade do crime, deve o acusador provar que o réu é culpado pelo ato que se cometeu. Assim como a necessidade de comprovar as existências dos fatos imputados, dessa forma, cabe a acusação comprovar os fatos Aplica-se o ‘’in dubio pro réu’’ onde que, em caso de dúvida na condenação ou não do agente, aplica-se a não condenação, um ato em favor do réu. Aplica-se o ato em beneficio ao réu Conclui-se, portanto, que, a aplicação da presunção de inocência com o ‘’in dubio pro reu’’ será aplicada até o trânsito em julgado. Na fase de execução da pena, ou a interposição da revisão criminal, cabe ao sentenciado o direcionamento probatório. 2ª REGRA - TRATAMENTO: O réu deve ser tido como se fosse inocente. A presunção de inocência obsta que, em inquéritos policiais e processos penais em curso, não podem taxar negativamente os antecedentes criminais de um indivíduo. Se uma pessoa responde um inquérito policial por qualquer tipo de infração penal, não se pode presumir até o trânsito em julgado que a pessoa cometeu o respetivo crime levando em consideração o princípio da não culpabilidade. (!) Viola o princípio constitucional da presunção da inocência a exclusão do candidato de concurso público que responde a um inquérito ou a um processo penal sem trânsito em julgado de sentença penal condenatória (!) O cumprimento da pena só será iniciado em trânsito em julgado, sendo vedada a aplicação de medida cautelar para antecipação do cumprimento da pena. Art. 313. § 2º Não será admitida a decretação da (prisão preventiva) com a (finalidade de antecipação de cumprimento de pena) ou como (decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia). Sumula 444 - É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base LVIII) IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL LVIII – O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal¹, salvo nas hipóteses previstas em lei. A norma constitucional trata como direito individual que a pessoa civil que está devidamente identificado com a sua documentação (RG, CPF etc.) valida nãoserá submetido a identificação criminal. De identificação criminal entende como o ato pelo qual se identifica uma pessoa ou coisa que seja de interesse da justiça por fotografia ou exame de papiloscópica. É uma forma de determinar a identidade de uma pessoa afim de não cometer erros diante de uma possível necessidade de localização de autoria de delito O inciso constitucional tem como fundamento assegurar o fundamento da dignidade da pessoa humana. Por outro lado, como não se aplica o direito fundamental absoluto, a norma pode ser relativizada e por ser a norma constitucional, norma de eficácia contida, a constituição garante a não identificação criminal em casos de adequada identificação, porém permite em casos específicos legislado pelo ordenamento infraconstitucional regulamentar as exceções. Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: I – O documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II – O documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; LIX - AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICO I) INTRODUÇÃO: A premissa maior do direito de ação foi desenvolvida através do sentido que, o Estado toma para si a prerrogativa de solucionar conflitos existentes vedando o exercício arbitrário das próprias razoes, veda o indivíduo de autotutelar seus interesses e direito. Dessa forma, em regra, as ações penais são públicas, aplicando-se o princípio da obrigatoriedade, em caso de justa causa, devendo o ministério público interpor a jurisdição do Estado. Porém, pode haver casos de omissão ou perda do prazo legal do ministério público em promover a ação, e nesses casos, aplica-se o direito de ação penal privada subsidiaria da pública. A natureza jurídica da ação penal privada subsidiaria da pública é configurada de acordo com as premissas da ação penal pública e seus institutos. Na justificativa que; Nas ações penais públicas, cabe o Estado por meio do ministério público impor a ação penal. Mas, por omissão e perda do prazo legal previsto na lei, aplica-se como forma suplementar a ação penal privada subsidiaria da pública. II) LEGISLAÇÃO: A ação penal atribuída pela constituição e de suma importância, por que além de estar contida no texto maior, está localizada no direito penal e no código de processo penal e em algumas leis penais especiais. CF, Art. 5º, LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal. CP, Art. 100, 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. CPP, Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. III) CABIMENTO: A ação penal privada subsidiaria da pública é interposta quando o Ministério Público é omisso, inerte após o esgotamento do prazo legal para a apresentação da ação penal. O prazo para o ministério público apresentar a denúncia é: · 5 dias se o investigado, indiciado estiver preso · 15 dias, caso esteja solto Conta-se o prazo quando o ministério público recebeu o caderno investigativo da autoridade policial. Recebido o inquérito da polícia judiciária, o ministério público tem como prerrogativa: · Pedir o arquivamento · devolver a autoridade policial para novas diligências. · Oferecer a denúncia conforme os prazos. · Oferecer acordo de não persecução penal · Declinar competência. A interpretação correta para a aplicação da ação penal privada subsidiaria da pública é entendida como quando a inercia do órgão ministerial, ou seja, ministério público não pede o arquivamento, nem devolver os autos para a autoridade policial e nem oferece a denúncia, nesse caso, surge o direito de dar iniciativa a ação penal privada subsidiaria da pública. LX - DIREITO DE PUBLICIDADE DO PROCESSO O princípio da publicidade é um dos princípios exposto no texto constitucional e um dos principais no processo sendo uma forma de limitar a arbitrariedade do Estado perante a imposição do poder de jurisdição. Art. 5º, CF, LX - A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem: I) REGRA: Em regra, aplica a publicidade dos atos processuais como mecanismos de defesa do cidadão contra Estado, como direito e garantia individual. De forma criminal, é uma segurança que o indivíduo possui de o Estado não impor medidas autoritárias e de não ser processado de forma sigilosa garantindo dessa forma a publicidade e a transparência dos atos processuais Art. 93, CF, IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; Art. 792, CPP - As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente designados. II) EXCEÇAO: A mesma norma constitucional transcreve que o direito não é absoluto podendo aplicar a exceção quando a publicidade. A exceção quanto da aplicabilidade do princípio da publicidade processual é aplicada quando o processo afeta direitos de forma desproporcional, como o direito a intimidade. Dessa forma, a constituição garante que prevaleça o direito a intimidade sob o princípio da publicidade processual. Exceções da aplicabilidade do princípio da publicidade: · Defesa da intimidade: de ordem intima, da própria pessoa. Como por exemplo, quando o processo envolve menores de idade, ação de divórcio prevê o segredo de justiça. Crimes contra menores, segredo de justiça. Crimes contra a dignidade sexual, aplica o segredo de justiça. Casos de grande repercuções midiáticas. · Interesse social, público ou da justiça: direito coletivo. O princípio da publicidade é aplicado em duas dimensões: · Publicidade geral ou mediata – aplica-se para a comunidade em geral, para o público e para a população como um todo podendo haver restrições. · Publicidade específica ou imediata: Relacionada a uma das partes não havendo possibilidade de restrições. PRISÃO COMO MEDIDA EXCEPCIONAL LXI - Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; O inciso cobre a garantia que nenhum indivíduo será preso arbitrariamente, o Estado não cerceara a liberdade de locomoção do indivíduo de forma ilícita Dessa forma, o próprio texto constitucional cria regras quanto a prisão do indivíduo, conforme; 1. Flagrante de delito 2. Ordem escrita e fundamentada - Apenas o juiz pode decretar a medidas cautelares, como, prisão temporária, prisão preventiva, juiz pode ordenar a execução da pena. Por isso, a constituição aborda que para limitar o próprio inciso, ou seja, para prender um indivíduo deve ser por ordem escrita e fundamentada com pena de nulidade. A constituição então pondera como regra os respectivos direitos quanto da prisão, porém, a mesma constituição permite a prisão sem que seja por prisão em flagrante ou por ordem judicial, que é nos casos de transgressão militar ou de crimes militares, o superior hierárquico pode prender o inferior hierárquico onde que nas relações militares, dá a destinação da hierarquia entre os indivíduos– denomina-se como prisão militar. DIREITO DE COMUNICAÇÃO DO PRESO LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; Quanto do momento da prisão, o preso possui o direito individual de comunicação do local de sua prisão bem como da comunicação da sua prisão para. · O juiz · família ou para a pessoa indicada por ela. A nova lei de abuso de autoridade, trouxe uma infração penal para o poder público que não comunicar imediatamente a prisão e o local da prisão para o poder judiciário assim como a não comunicação da prisão para a família ou para a pessoa indicada por ele. DIREITOS DO PRESO DURANTE A PRISÃO LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; · Permanecer calado - direito ao silencio em latim ‘’nemo tenetur se detegere’’ o direito do silencio descreve que ninguém será obrigado a fazer prova contra si mesmo. O direito do silencio é apenas um direito subjetivo do preso, não uma obrigação sendo dele facultativo · Assegurar a assistência a família e ao advogado. A incomunicabilidade do preso a sua família ou ao advogado é inconstitucional. Deve-se lembrar que consiste como um direito do advogado a comunicação em qualquer estabelecimento com o sem procuração de um cliente. Caso a autoridade policial não descreva os direitos ou ameace qualquer tipo de seus direitos como forçar o preso de se autoincriminar ou de privar o preso de seus direitos de assistência familiar ou do advogado, a prisão será nula, e o ato da autoridade se enquadrara como abuso de autoridade devendo ser considerada prisão ilegal e consequentemente relaxada. DIREITO DE IDENTIFICAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS PELA PRISÃO OU INTERROGATÓRIO LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; O preso tem o direito de saber quem está conduzindo a sua prisão ou interrogatório, sob responsabilidade de descumprimento de atuar como abuso de autoridade. Os respectivos incisos são direitos individuais que possuem aplicabilidade imediata, plena não necessitando de outra norma para a sua aplicação. LXV - RELAXAMENTO DA PRISÃO ILEGAL LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; Da prisão ilegal, não se conceitua apenas daquela prisão desnecessária, mas também aquelas prisões que não há validade formal que possui algum tipo de vicio processual, como por exemplo qualquer descumprimento dos incisos: Uma prisão que não assegura o fundamento de flagrante de delito, uma prisão que não foi espedida pela autoridade judiciaria em conformidade com a clausula de reserva de jurisdição bem como uma prisão que o indivíduo não teve seus direitos respeitados, comunicabilidade para o juiz, auxílio da família e do advogado ou uma prisão efetuada por um agente público que não se identificou. Todas essas prisões ferem apenas os dispositivos constitucionais, devendo ser respeitado também as disposições processuais. Como consequência, em caso de prisão ilegal, a prisão será relaxada pela autoridade judiciaria, o magistrado decretara a liberdade do preso novamente. Apenas o juiz decretara o relaxamento da prisão. O remédio constitucional cabível para o pedido de relaxamento da prisão ilegal é o habeas corpus. LXVI - LIBERDADE PROVISÓRIA LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; O texto constitucional apresenta como direito individual a liberdade provisória do agente, quando a prisão de torna desnecessária, dessa forma, caso o indivíduo cometa uma infração penal e a natureza jurídica do delito admita a fiança, poderá o agente responder em liberdade. O texto constitucional apresenta infrações penais que não podem ser submetidas ao pagamento de fiança, como: · Racismo · Terrorismo · Tráfico ilícito de entorpecentes ou drogas afins · Tortura · Crimes Hediondos · Ação de grupos civis ou militares contraordem constitucional e democrática. LXVII) PRISÃO CIVIL POR DÍVIDA LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; Em regra, constituição garante que não haverá prisão civil por dívida, salvo em duas ocasiões; · A constituição permite a prisão civil por dívida do responsável pelo inadimplemento voluntario e inescusável de obrigação alimentícia. · A constituição permite a prisão do depositário infiel O Supremo Tribunal Federal, quanto da interpretação do inciso da possibilidade de prisão civil por dívida, se utiliza do princípio da maior proteção dos direitos humanos. Dessa forma, conforme o fundamento da dignidade humana, o exequente deve se utilizar de outros modos para a execução da dívida desde que não seja a prisão do indivíduo. Dessa forma, a interpretação é pela ponderação entre a dignidade da pessoa humana do depositário infiel em face do direito de educação dos débitos pendentes. O entendimento do Supremo Tribunal Federal afronta claramente o texto expresso da constituição, porém, pelo novo pensar do direito constitucional, o aplicador da norma constitucional não deve aplicar a norma pura, deve-se interpretar a norma levando em consideração os valores da sociedade, principalmente o da dignidade humana. Dessa forma o Supremo Tribunal Federal por meio da mutação constitucional muda a interpretação do inciso constitucional decretando a sumula vinculante, nº 25: Sumula vinculante 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. O STF ampliou a cláusula pétrea, onde que, como regra não haverá a prisão civil por dívida salvo em caso de inadimplemento voluntario de obrigação alimentícia e do depositário fiel. Porém, a nova interpretação do texto constitucional, ampliou a cláusula pétrea da não prisão por dívida estendendo para o depositário fiel. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS Os remédios constitucionais são instrumentos à disposição dos cidadãos para provocar a intervenção de autoridades a fim de impedir ilegalidades ou abuso de poder que prejudiquem direitos e interesses individuais. HABEAS CORPUS CF, LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público); MANDADO DE INJUNÇÃO LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; deve possuir pelo menos um membro na câmara dos deputados ou no senado federal. b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; HABEAS DATA LXXII - conceder-se-á "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; AÇÃO POPULAR LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio históricoe cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus de sucumbência; LXXIV - JUSTIÇA GRATUITA LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; A Constituição, em seu Artigo LXXIV, estabelece o compromisso do Estado em oferecer assistência jurídica integral e gratuita àqueles que demonstrarem insuficiência de recursos. Este direito não se restringe apenas a indivíduos, abrangendo também pessoas jurídicas de direito privado que comprovem falta de recursos para custas processuais e honorários advocatícios de sucumbência. A efetivação da justiça gratuita é promovida pelo Estado de duas maneiras principais. Primeiramente, de forma direta, por meio da Defensoria Pública, que atua como representante legal daqueles que não podem arcar com despesas advocatícias. Em segundo lugar, de forma indireta, o Estado permite que o beneficiário escolha e contrate um advogado particular, porém sem a obrigatoriedade de arcar com custas e despesas judiciais, desde que apresente os documentos necessários para comprovação da insuficiência financeira. Essa abordagem busca garantir o acesso à justiça de maneira abrangente, respeitando a diversidade de situações e necessidades dos cidadãos e entidades jurídicas. LXXV - INDENIZAÇÃO POR CONDENAÇÃO INJUSTA LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; Artigo LXXV da Constituição estabelece uma obrigação fundamental, a obrigação do Estado em indenizar o condenado por erro judiciário, assim como aquele que permanecer preso além do tempo fixado na sentença. 1. Indenização por Erro Judicial: A indenização é assegurada em casos de qualquer tipo de erro judicial, incluindo equívocos na sentença e erros no processo de prisão. 2. Indenização por Prisão Além do Prazo: O Estado é obrigado a indenizar indivíduos que cumpriram pena por um período superior ao fixado na sentença. Exemplo Ilustrativo: Se um indivíduo deveria cumprir 5 anos e 10 meses de prisão, mas acaba passando 6 anos e 6 meses encarcerado, ele tem o direito à indenização pela prisão além do prazo estipulado. 3. Prisão Temporária e Excesso de Prazo: A garantia de liberdade é essencial, especialmente na prisão temporária. Caso o Estado não assegure a libertação do detento ao término do prazo da prisão temporária, caracteriza-se como prisão além do prazo, demandando compensação financeira. LXXVI - DIREITO DE REGISTROS E CERTIDÃO GRATUITOS AOS POBRES LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; Registro é o ato de colocar uma nova informação no banco de dados da administração pública, ou seja, quando alguém nasce, os seus dados pessoais devem ser cadastrados no respectivo cartório publico b) a certidão de óbito; Certidão de morte do ‘de cujus’’ no respectivo banco de dados Constitucionalmente, apenas o registro de nascimento e certidão de óbito são gratuitos para aqueles que provarem hipossuficiência mesmo a lei infraconstitucional estendendo o direito a todos. LXXVII - AÇÕES CONSTITUCIONAIS GRATUITAS LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. A constituição garante como as ações gratuitas em todos os casos, independentemente da comprovação de hipossuficiência: · Habeas Corpus · Habeas Data LXXVII - PRINCÍPIO CELERIDADE E DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO LXXVIII – a todos, no âmbito (judicial e administrativo), são assegurados a (razoável duração do processo) e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. O inciso garante a todos os titulares dos direitos fundamentais expressos no caput do art. 5º tanto no âmbito judicial como no administrativo a razoável duração do processo fundamentada no inciso do acesso à justiça, da inafastabilidade do exercício da jurisdição onde que é inconstitucional o processo, seja judicial ou administrativo que a sua tramitação se eternize no judiciário, ofendendo tanto do princípio razoável do processo como do direito fundamental do acesso à justiça. Dessa forma, o indivíduo que possui o direito fundamental de ingressar com um pedido para que o Estado exerça o seu poder de jurisdição possui consequentemente o direito da aplicação da jurisdição devendo haver um resultado, seja ele positivo ou negativo. São assegurados também todos os meios que garante a celeridade de sua tramitação, ou seja, fere a celeridade do processo a lentidão entre as partes do processo, não pode ser muito rápido nem muito lento, deve o juiz equilibrar para que não haja injustiças para que não haja ofensa ao devido processo legal, contraditório e da ampla defesa. O principal destinatário do inciso além de ser o juiz, serve também para o legislador para que não crie burocracias judiciarias. LXXIX - DIREITO DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais, inclusive nos meios digitais. O texto constitucional cria uma proteção para os dados pessoais como direitos individuais conforme o princípio da historicidade em que ao decorrer do tempo, novos bens jurídicos do indivíduo necessitam de proteção constitucional. Dados pessoais referem-se a qualquer informação relacionada a uma pessoa física identificada ou identificável. Isso inclui uma ampla gama de informações que podem ser usadas para distinguir ou identificar uma pessoa específica. A definição de dados pessoais pode variar ligeiramente dependendo da legislação específica sobre proteção de dados em vigor em determinada jurisdição, mas, de maneira geral, envolve informações que estão relacionadas a uma pessoa individual. Exemplos comuns de dados pessoais incluem: Informações Identificativas Diretas: · Nome completo. · Número de identificação pessoal (como um RG ou CPF). · Endereço residencial. · Número de telefone. Informações Identificativas Indiretas: · Número de registro em um sistema de armazenamento. · Número de cliente em uma empresa. · Endereço de e-mail. Características Pessoais: · Idade. · Gênero. · Estado civil. · Nacionalidade. Dados Biométricos: · Impressões digitais. · Retina ou íris dos olhos. · Dados de Localização: · Dados que indicam onde uma pessoa está ou esteve em determinado momento. Dados Online: · Endereço IP. · Cookies de navegação na internet. · Localização A fim de complementar a proteção constitucional, a lei geral de proteção de dados foi legislada para ampliar a proteção dos direitos de dados pessoais. EFETIVIDADE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata; O parágrafo 1º do art. 5º traz um fundamento de otimização, onde trás que a titularidade de direitos e garantias fundamentais tem como principal destinatário o indivíduo pela sua simples condição humana. Pelo fato de as normas constitucionais de direitos fundamentais serem aplicados aos seres humanos, dessa forma, se torna um fundamento de otimização para serem imediatas para que traga maior efetividade e eficácia possível. Porém, nem todas as normas de direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata, nem todas as normas de direitos e garantias fundamentais são tipificadas como plena, contida ou limitada. Dentre os direitos fundamentais, possuem normas de eficácia limitada, contida ou plena. Não é correto afirmar que todas as normas de direitos e garantias fundamentais são todas plenas ou contidas e limitadas. ENUMERAÇÃO ABERTA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Art. 5º, § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. A organização dos direitos e garantias fundamentais imposto pela constituição federal é exemplificativa por conta da enumeração aberta. A constituição federal é a maior norma do ordenamento jurídico e dessa forma, apresentaa maior gama dos direitos fundamentais aplicados no ordenamento jurídico, porém, o mesmo texto constitucional expressa que é possível encontrar direitos e garantias fundamentais em outras normas da constituição, no próprio ordenamento infraconstitucional e de tratados internacionais. · Direitos e garantias fundamentais expressos no art. 5º - direitos fundamentais exemplificativos · O estatuto da criança e do adolescente, norma infraconstitucional definida como direitos e garantias fundamentais. · Tratados das pessoas deficientes com valor de norma constitucional – direitos fundamentais. Além da constituição Brasileira ser classificada como uma constituição principiológica, não e contida apenas de normas e princípios constitucionais explícitos, mas sim, integram esses grupos os princípios implícitos como um todo. TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS COM VALOR DE NORMA CONSTITUCIONAL 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Os tratados internacionais em regra, quando são incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro possuem a hierarquia de lei ordinária. De outro lado, se for um tratado internacional de direitos humanos dada a sua relevância quanto a matéria, o tratado terá hierarquia superior da lei ordinária, com dispõe o art. 5º da constituição em seu parágrafo 3º. Podemos concluir que um tratado ou convenção tendo a sua matéria pertinente ao quadro dos direitos humanos sendo aprovado pelo congresso nacional se utilizando do mesmo processo legislativo do que para a aprovação das emendas constitucionais, ou seja, necessita-se dos mesmos aspectos formais, como ser votada em dois turnos em cada casa legislativa sendo o quórum mínimo de 3\5. Dessa forma, como possui o processo legislativo das emendas, o tratado de direitos humanos terá o mesmo valor do que a emenda constitucional. Caso contrário, se o tratado de direitos humanos não for aprovado com o processo legislativo da emenda, esse tratado terá o valor de norma supraconstitucional (norma que está acima das leis e abaixo da constituição). No ordenamento jurídico brasileiro, apenas dois tratados de direitos humanos possui o mesmo valor do que uma emenda constitucional, são eles: · Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com deficiência · Tratado de pessoas cegas, com deficiência visual ou com dificuldade de ter acesso ao texto expresso. · Tratado de Nova York TRATADO INTERNACIONAL PROCEDIMENTO SIMPLES LEI ORDINÁRIA TRATADO INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS PROCEDIMENTO ESPECIAL DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS NORMA CONSTITUCIONAL TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS PROCEDIMENTO SIMPLES NORMA SUPRALEGAL TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. O parágrafo quarto do art. 5º dos direitos e garantia fundamentais define que o Brasil se submete a jurisdição do Tribunal Penal Internacional onde que da sua criação, o brasil manifestou a favor. O tribunal Penal Internacional e um órgão judicial internacional não vinculado a nenhum outro Estado soberano, e quanto a expressão do parágrafo, não limita de nenhum modo a soberania nacional e a outro Estado estrangeiro. Tribunal Penal Internacional é um tribunal permanente de justiça internacional cuja missão é julgar pessoas que cometeram crimes de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, tais como escravidão, extermínio, assassinato, desaparecimentos forçados, tortura, sequestros e o crime de agressão, entre outros. image5.jpeg image1.jpeg image2.jpeg image3.jpeg image4.jpeg