AULA 05_DIREITO

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Disciplina: Direito Empresarial e do Trabalho
Professor: Daniel Almeida
Desconsideração da Personalidade Jurídica
“Societas distat a singuli”
Código Civil.
Art. 20. As pessoas jurídicas tem existência distinta da dos seus membros.
Os sócios afastam de si determinado patrimônio a favor da empresa e à realização de determinado fim.
A responsabilidade pelo fracasso do negócio também fica afastada (regra).
Entendendo os Riscos da Atividade Empresarial – A Desconsideração da Personalidade Jurídica, aspectos Jurídicos
Formação da Pessoa Jurídica e Desconsideração
Entendendo os Riscos da Atividade Empresarial – A Desconsideração da Personalidade Jurídica, aspectos Jurídicos
Formação da Pessoa Jurídica e Desconsideração
De acordo com a teoria da entidade a empresa deveria, pelo menos em tese, ter uma vida distinta das atividades e dos interesses pessoais dos proprietários.
Além disso, o Código Civil adota o entendimento de que na sociedade limitada, em princípio, a responsabilidade dos sócios está restrita ao valor de suas cotas. (art. 1052).
O Mito da Responsabilidade Limitada
● Toda atividade empreendedora envolve os mais diversos riscos;
● Tanto se pode ganhar um bom dinheiro, como pode se perder devido a fatores internos ou externos à atividade empresarial.
RISCO – ATIVIDADE EMPRESARIAL
O Mito da Responsabilidade Limitada
● A princípio, as dívidas e riscos deveriam ser da pessoa jurídica;
● Deste modo, a responsabilidade dos sócios estaria limitada ao valor do capital investido na empresa nos casos de sociedade de responsabilidade limitada (LTDA).
● A lei, porém, estabelece situações em que a responsabilidade dos sócios pode ser solidária, subsidiária ou até mesmo pessoal em relação as obrigações da sociedade como entidade jurídica autônoma.
RESPONSABILIDADE – LIMITADA OU ILIMITADA
O Mito da Responsabilidade Limitada
● A prática demonstra que existe um constante desvio de finalidade do instituto da despersonalização jurídica por parte do Estado;
● Os sócios acabam sendo envolvidos pessoalmente e com seus bens na cobrança de dívidas trabalhistas, fiscais, previdenciárias e outras, que deveriam ser cobradas da empresa.
ABUSO – RESPONSABILIZAÇÃO DOS SÓCIOS
● TEORIA MENOR: o simples prejuízo do credor é suficiente para a desconsideração da personalidade jurídica e direta responsabilização do sócio. Basta a sociedade não possuir bens suficientes para cumprir a obrigação.
TEORIAS SOBRE A DESCONSIDERAÇÃO
Núcleo: NÃO REQUER declaração de fraude.
 (Responsabilidade Objetiva)
Tese de ampla aplicação trabalhista.
● TEORIA MAIOR: deve-se proteger a personalidade jurídica desde que não esteja sendo utilizada como instrumento para a realização de objetivos juridicamente condenáveis.
TEORIAS SOBRE A DESCONSIDERAÇÃO
Núcleo: REQUER declaração de fraude.
Responsabilidade Subjetiva)
Tese de ampla aceitação civilista
● TEORIA MAIOR: Adotada pelo Código Civil, onde é preciso se comprovar abuso da personalidade jurídica, caracterizado pela confusão patrimonial ou desvio de finalidade.
● TEORIA MENOR: Adotada pelo CDC, Lei Ambiental e Trabalhista, algumas normas também falam em abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, encerramento ilícito, fato ou ato ilícito e violação dos estatutos ou contrato social, mas admitem uma aplicação de ofício em casos de insolvência da PJ.
TEORIAS SOBRE A DESCONSIDERAÇÃO
O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social.
O QUE DIZ A LEI?
§5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
Art. 28, §5º do Código Defesa Consumidor.
O QUE DIZ A LEI?
Art. 34. A personalidade jurídica do responsável por infração da ordem econômica poderá ser desconsiderada quando houver da deste abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social.
O QUE DIZ A LEI?
Parágrafo único. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
Art. 34, §único, Lei 12.529/2011.
O QUE DIZ A LEI?
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações SEJAM ESTENDIDAS AOS BENS PARTICULARES DOS ADMINISTRADORES OU SÓCIOS da pessoa jurídica.
Art. 50, Código Civil.
O QUE DIZ A LEI?
Na esfera trabalhista a responsabilidade legal substitutiva é complementada pelos artigos 4º, §3º, e 29 da Lei nº 6.830/80, que possibilita a desconsideração da pessoa jurídica e a penhora dos bens particulares dos sócios, sendo aplicada ao direito do trabalho, nos termos do artigo 899 da Consolidação das Leis do Trabalho.
O QUE DIZ A LEI?
Tendo em vista o ambiente de total insegurança jurídica existente no país, é muito importante que o empresário, bem antes de ocorrerem situações como as anteriormente descrita, crie estruturas jurídicas para alocar seus recursos e patrimônio, não com o intuito de fraudar credores ou ocultar bens, mas para se resguardar de abusos cometidos por juízes. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
AUTOFALÊNCIA
O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial.
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
ARRECADAÇÃO DOS BENS
Ato contínuo à assinatura do termo de compromisso, o administrador judicial efetuará a arrecadação dos bens e documentos e a avaliação dos bens, separadamente ou em bloco, no local em que se encontrem, requerendo ao juiz, para esse fins, as medidas necessárias.
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
CUSTÓDIA DOS BENS
O auto de arrecadação, composto pelo inventário e pelo respectivo laudo de avaliação dos bens, será assinado pelo administrador judicial, pelo falido ou seus representantes e por outras pessoas que auxiliarem ou presenciarem o ato.
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
EFEITOS DA DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA
A decretação da falência suspende:
O exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação, os quais deverão ser entregues ao administrador judicial;
O exercício do direito de retirada ou de recebimento do valor de suas cotas ou ações, por parte dos sócios da sociedade falida.
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
REVOGAÇÃO DOS ATOS DE FALÊNCIA
São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DO FALIDO
- O decurso de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto em lei;
- O decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta lei.
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
NOTIFICAÇÃO DA SENTENÇA DE FALÊNCIA
- A sentença que declarar extintas as obrigações será comunicada a todas as pessoas e entidades informadas da decretação da falência.
RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.
RECUPERAÇÃO DE EMPRESASConstituem meios de recuperação judicial:
Concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas e vincendas;
Concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano especificar;
Redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva.
PROCESSAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
A petição inicial de recuperação judicial será instruída com:
a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira;
as demonstrações contábeis relativas aos 3(três) últimos exercícios sociai;
a relação nominal completa dos credores;
a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor.
RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
Plano de Recuperação Judicial:
- O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena da convolação em falência.
TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
Os elementos fundamentais para se configurar o crédito decorrem da noção de “confiança e tempo”.
- Promessa de pagamento.
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TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
Crédito vem do Latim credere, que significa confiança, confiar. O título de credito representa uma confiança através de documentos representativos de obrigações pecuniárias.*
Pecuniária *
Relativo a dinheiro.
Que consiste em dinheiro; representado por dinheito.
TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
O crédito, ou seja, a confiança que uma pessoa inspira a outra de cumprir, no futuro, obrigação atualmente assumida, veio facilitar grandemente as operações comerciais, marcando um passo avantajado para o desenvolvimento das mesmas.
TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
Crédito pode ser visto como relação jurídica de natureza obrigacional que envolve como partes um Credor e um Devedor e como objeto uma prestação pecuniária (restituição de valores) advinda da entrega pelo credor de determinado valor para o devedor.
TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
“O título prova a existência de uma relação jurídica, especificamente de uma relação de crédito; ele constitui a prova de que certa pessoa é credora da outra.” 
TÍTULOS DE CRÉDITO
Os tipos de títulos de créditos utilizados no Brasil são: letra de câmbio, nota promissória, duplicata, debêntures e o cheque.
ENTÃO AGORA PODEMOS CONCLUIR QUE:
Nota-se que os elementos fundamentais para se configurar o crédito decorrem da noção de confiança e tempo. A confiança é necessária pois o crédito se assegura numa promessa de pagamento, e o tempo também, pois o sentido do crédito é, justamente, o pagamento futuro combinado, pois se fosse à vista, perderia a ideia de utilização posterior.
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