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princípios explícitos e implícitos ❖ Intervenção mínima ❖ Fragmentariedade ❖ Subsidiariedade ❖ Alteridade ou exteriorização do fato ❖ Ofensividade ❖ Individualização da pena ❖ Princípio da proporcionalidade ❖ Humanidade ❖ Pessoalidade ❖ Responsabilidade penal subjetiva ❖ Cocupabilidade ❖ No bis in idem ❖ Presunção de inocência ❖ Responsabilidade do fato ❖ Legalidade ❖ Reserva legal ❖ Anterioridade ❖ taxatividade Princípio da intervenção mínima O direito penal deve intervir o me- nos possível na vida em sociedade, somente entrando em ação quando, os demais ramos do direito não fo- rem capazes de proteger os bens considerados de maior importân- cia. Indaga-se: o fato pode ser suficien- temente reprimido por outros ra- mos do direito? Se a resposta for sim, o direito penal não pode atuar naquele caso. (última rátio). Princípio da fragmentariedade O direito penal só deve se ocupar com ofensas realmente graves aos bens jurídicos protegidos. Somente para proteção daqueles bens jurídi- cos considerados mais importantes dentro da sociedade. (Abstrato) Indaga-se: o bem jurídico está en- tre os mais importantes a ponto de receber a tutela penal? Se Sim, en- tão o DP poderá criminalizar aquela conduta. Princípio da subsidiariedade Dirigido ao OPERADOR DO DIREITO: se, no caso concreto, o problema puder ser equacionado por outro ramo do direito, deve-se afastar o Direito Penal. (Concreto) Indaga-se: no caso concreto, pode se afastar a aplicação do Direito Penal sem prejudicar a repressão ao fato? Sim. Princípio da alteridade ou exteriorização do fato O Direito Penal somente pode crimi- nalizar condutas que produzam ou possam produzir lesões a bens jurí- dicos alheios. Comportamentos que prejudiquem bens jurídicos próprios devem ser considerados irrelevan- tes penais. Exemplo: O DP não tipificou a auto- lesão, autoflagelação, tentativa de suicídio, o uso de drogas etc. Princípio da ofensividade: Somente podem ser criminalizadas condutas que provoquem lesão ao bem jurídico ou, ao menos, expo- nham-no a perigo. Cuidado: algumas bancas (como FUNDATEC) o consideram como sinô- nimo do princípio da lesividade. DANO CRIME ABSTRATO PERIGO CONCRETO Crime de dano: são aqueles cuja consumação somente se produz com a efetiva lesão do bem jurídico. Como exemplo homicídio (CP, art. 121), lesões corporais (CP, art. 129) e dano (CP, art. 163). Crime de perigo abstrato: Presu- mido ou de simples desobediência, consumam-se com a prática da conduta automaticamente. Crime de perigo concreto: consu- mam-se com a efetiva comprova- ção, no caso concreto a situação de perigo. • Exemplo (no CTB): • Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Per- missão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: • Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Princípio da individualização da pena Art. 5º, XLVI - a lei regulará a indi- vidualização da pena e adotará, en- tre outras, as seguintes. • Individualização legislativa; • Individualização judicial; (cada condenado tem direito a sua pró- pria dosimetria) • Individualização administrativa; Princípio da proporcionalidade (razoabili- dade, convivência das liberdades públicas). (Princípio implícito) Deve haver cor- respondência entre a gravidade do ilícito praticado e a resposta esta- tal a ele ser imposta. Exemplo: • Configurar, como tráfico de dro- gas, conduta de quem está por- tando droga para consumo pessoal. Princípio da humanidade Decorre da dignidade da pessoa hu- mana. Não poderá cumprir pena de qual- quer jeito, proibida a prisão perpé- tua, tortura, serviços forçados etc. Princípio da pessoalidade, responsabili- dade pessoal ou intranscendência da pena (art. 5º, XLV, CF/88). “Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, es- tendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do va- lor do patrimônio transferido;” Essa transferência aos sucessores apenas acorre no âmbito CÍVEL. No DP não passa da pessoa do conde- nado. Princípio da responsabilidade penal subje- tiva Ninguém pode ser punido criminal- mente sem que tenha agido com dolo ou culpa. É vedada, portanto, a responsabilidade penal objetiva. Exemplo: a gestante que não sabe que está grávida de gêmeos e in- gere intencionalmente medica- mento abortivo responde por crime único de aborto, pois não tem dolo de cometer dois crimes de aborto, mas apenas um. Princípio da coculpabilidade O estado, ante sua promoção de desigualdade social e econômica, também é responsável pela prática de determinados delitos. Princípio “no bis in idem” O agente não pode ser acusado, processado, condenado, mais de uma vez por UM MESMO FATO dentro do MESMO RAMO DO DIREITO, porém pode receber penas em outros ra- mos. Previsto em norma supralegal (pacto de San José da Costa Rica). Princípio da presunção de inocência Ninguém poderá ser considerado culpado antes do trânsito em jul- gado de sentença penal condenató- ria. Princípio da responsabilidade do fato. Os tipos penais devem definir com- portamentos humanos (fatos), sendo vedada a incriminação exclusivamente em razão de condi- ções pessoais Princípio da Legalidade Art. 1º, CP: “Não há crime sem lei an- terior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal” • Não há crime sem lei (lei formal, reserva legal estrita legalidade); • Não há crime sem lei anterior (an- terioridade); • Não há crime sem lei escrita; • Não há crime sem lei estrita; • Não há crime sem lei certa (taxa- tividade). Princípio da reserva legal Nenhum fato pode ser considerado crime se não existir uma lei que o enquadre no adjetivo Criminal. A Re- serva Legal permite aos particula- res a liberdade de agir e todas as limitações, positivas ou negativas, deverão estar expressas em leis. Princípio da anterioridade Só se aplica aos fatos praticados após sua vigência. Não existe crime sem uma lei anterior que o defina. Princípio da taxatividade Não basta existir uma lei que defina uma conduta como crime. A norma incriminadora legal deve ser clara, compreensível, permitindo ao cida- dão a real consciência acerca da conduta punível pelo Estado.