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1)A ideologia, para Althusser, é a relação imaginária, transformada em práticas, reproduzindo as relações de produção vigentes. Na realização ideológica, a interpelação, o reconhecimento, a sujeição e os Aparelhos Ideológicos de Estado Em seu discurso sobre a Ideologia é patente sua preocupação em encontrar o lugar da submissão espontânea, o seu funcionamento e suas consequências para o movimento social. Para ele, a dominação burguesa só se estabiliza pela autonomia dos aparelhos de produção e reprodução isolados. O mito do Estado, como entidade incorporada pelos cidadãos e como instituição acima da sociedade, aparece, também no estruturalismo marxista de Althusser sob a forma de "a instituição além das classes e soberana". A escola se encarrega das crianças de todas as classes sociais desde a mais tenra idade, inculcando nelas os saberes contidos da ideologia dominante (a língua materna, a literatura, a matemática, a ciência, a história) ou simplesmente a ideologia dominante em estágio puro (moral, educação cívica, filosofia). E nenhum outro Aparelho Ideológico de Estado dispõe de uma audiência obrigatória por tanto tempo precisamente no período em que o indivíduo é mais vulnerável, estando espremido entre o Aparelho Ideológico de Estado familiar e o Aparelho Ideológico de Estado escolar. Segundo Althusser, raros são os professores que se posicionam contra a ideologia, contra o sistema e contra as práticas que os aprisionam. A maioria nem sequer suspeita do trabalho que o sistema os obriga a fazer ou, o que é ainda pior, põem todo o seu empenho e engenhosidade em fazê-lo de acordo com a última orientação (os métodos novos). Eles questionam tão pouco que pelo próprio devotamento contribuem para manter e alimentar essa representação ideológica da escola, que hoje faz da Escola algo tão natural e indispensável quanto era a Igreja no passado. Pensando no fato da sociedade ser estratificada, Bowles e Gintis concluíram que a escola termina criando padrões diferenciados de socialização para preencher colocações sociais. Existiriam várias escolas, com padrões diferenciados de ensino, cada qual destinada a formar um tipo de mão de obra diferente. As pessoas seriam educadas de acordo com funções e papeis sociais que vedem ocupar depois de formados, compondo a chamada sociedade da meritocracia. O sistema capitalista se encarregaria de convencer os educandos que a escola seleciona para o mundo do trabalho, adotando como critério o mérito individual. Na realidade um falso critério utilizado para alienar.Os autores defenderam a ideia de que o mérito possui critérios falsamente objetivos, como Q.I. e notas, servindo apenas a legitimação da ordem, pois na realidade o principal fator que conduz ao sucesso profissional é a classe social. escola seria o grande filtro, socializando os indivíduos de modo diferenciado. Em uma mesma sala de aula, o tratamento diferenciado do professor produz a elite e o proletariado. O professor, sem perceber, sendo também produto do sistema, estratifica a sala de aula e, com isto, contribui para reproduzir a ordem capitalista. Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron buscaram evidências para mostrar que a escola e todo o sistema de ensino moderno existem como ferramenta de manutenção dos paradigmas sociais estabelecidos, passando por cima ou excluindo os diferentes e neutralizando as diferenças. Os autores baseiam-se no conceito de “violência simbólica”, isto é, o ato de imposição arbitrária do sistema simbólico da cultura dominante sobre os demais sujeitos. Para eles, o processo educativo baseia-se na ação pedagógica, que seria a manifestação integral da violência simbólica. Isso quer dizer que a ação pedagógica seria o meio pelo qual as instituições de ensino subjugam o sujeito e sua individualidade, obrigando-o a se posicionar no mundo social em conformidade com as noções preestabelecidas pelo pensamento ou cultura dominante. A partir dessas observações, os autores concluem que a reprodução social é uma condição fundamental para a existência de um sistema com base na dominação, de modo que, para que os moldes existentes de uma organização social permaneçam, é necessário que as instituições educadoras se tornem cada vez mais eficazes agentes de reprodução social. 2) O texto combina mais com a teoria de Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron pois mostra como a violência simbólica exclui aqueles que não fazem parte da cultura dominante e os obrigam a aceitar que eles não fazem parte daquele ambiente