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31982 Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961 Contemporânea Contemporary Journal 3(12): 31982-32003, 2023 ISSN: 2447-0961 Artigo FATORES ASSOCIADOS E DE RISCO PARA SINDROMES HIPERTENSIVAS GESTACIONAIS NO BRASIL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA ASSOCIATED AND RISK FACTORS FOR GESTATIONAL HYPERTENSIVE SYNDROMES IN BRAZIL: AN INTEGRATIVE REVIEW DOI: 10.56083/RCV3N12-364 Recebimento do original: 17/11/2023 Aceitação para publicação: 18/12/2023 Dhyrlee Dennara Magalhães Silva Especialista em Gestão em Saúde pela Universidade Federal de Pampa (UNIPAMPA), Especialista em Saúde Materno-Infantil pela Faculdade Iguaçu, Residente pelo Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica da Faculdade de Enfermagem Instituicão: Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará (UFPA) Endereço: R. Augusto Corrêa, 01, Guamá, Belém – PA, CEP: 66075-110 E-mail: dennaramagalhaes@gmail.com Francisca Franciana de Paiva Especialista em Unidade de Terapia Intensiva e Instrumentação Cirurgica Instituicão: Centro Universitario Faveni (UNIFAVENI), Hospital João Barros Barreto Endereço: R. Mundurucus, 4487, Belém, PA, CEP: 66073-005 E-mail: franci.paiva.85@gmail.com Elyade Nelly Pires Rocha Camacho Doutora em Doenças Tropicais Instituicão: Universidade Federal do Pará (UFPA) Endereço: Cidade Universitária Prof. José da Silveira Neto, Campos Profissional II, Complexo Saúde, R. Augusto Corrêa, 01, Guamá, Belém-PA, CEP 66075-110 E-mail: elyade@ufpa.br 31983 Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961 RESUMO: As síndromes hipertensivas gestacionais são as complicações mais frequentes na gestação e uma das principais causa de mortalidade materna, sendo notório conhecer seu perfil epidemiológico. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura com o objetivo de identificar e agrupar os fatores associados e de risco das síndromes hipertensivas gestacionais em gestantes brasileiras apresentados na literatura recente. A busca deu-se nas bases de dados SciELO, MEDLINE e LILACS no período de 2018-2023, através dos Descritores em Ciências da Saúde: hipertensão gestacional, pré-eclampsia, toxemia gravídica, eclampsia, hipertensão induzida pela gravidez, síndrome hellp, fatores de risco; prevenção; prevenção de doenças; epidemiologia clínica. Foram identificados 49 artigos e inclusos segundo os critérios apenas 07 deles. Os grupos de fatores de riscos e associados principais para SHGs foram: multiparidade associada com idade avançada e história clínica- obstétrica desfavorável; obesidade e diabetes prévios à gestação; baixa escolaridade, renda baixa e idade média entre 20-30 anos. Conclui-se que é importante melhorar as informações obtidas na história de saúde de gestantes, além de ser necessário criar melhores associações entre os fatores de riscos de agravos maternos para atuação eficaz do serviço preventivo a doenças de alto risco na gestação. PALAVRAS-CHAVE: Síndrome Hipertensivas Gestacionais, Epidemiologia, Gestação de Alto Risco. ABSTRACT: Gestational hypertensive syndromes are the most frequent complications during pregnancy and one of the main causes of maternal mortality, and it is important to know their epidemiological profile. This is an integrative review of the literature with the objective of identifying and grouping the associated and risk factors for gestational hypertensive syndromes in Brazilian pregnant women presented in recent literature. The search took place in the SciELO, MEDLINE and LILACS databases in the period 2018-2023, using the Health Sciences Descriptors: gestational hypertension, pre-eclampsia, pregnancy toxemia, eclampsia, pregnancy- induced hypertension, hellp syndrome, factors risk; prevention; prevention of diseases; clinical epidemiology. 49 articles were identified and only 7 of them were included according to the criteria. The main groups of risk and associated factors for SHGs were: multiparity associated with advanced age and unfavorable clinical-obstetric history; obesity and diabetes prior to pregnancy; low education, low income and average age between 20-30 years. It is concluded that it is important to improve the information obtained from the health history of pregnant women, in addition to the need to create better associations between the risk factors for maternal health problems for the effective performance of preventive services for high-risk diseases during pregnancy. 31984 Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961 KEYWORDS: Gestational Hypertensive Syndrome, Epidemiology, High Risk Pregnancy. 1. Introdução A gestação é um momento único na saúde feminina, o qual a mulher é inserida a um contexto biopsicossocial totalmente diverso por um período muito curto comparado com todo seu ciclo de vida. Esse período traz não apenas novos experiências positivas femininas, como também a deixa exposta a desfechos e acometimentos desfavoráveis, como as síndromes hipertensivas gestacional (SHGs), que quando detectadas podem resultar em quadros de mortalidade ou gravidade materno-infantis (Brasil, 2022). As síndromes hipertensivas gestacionais são as complicações mais frequentes na gestação, que consiste na hipertensão arterial durante gestação. O Ministério da Saúde (MS), classifica essas complicações em Hipertensão Crônica Arterial (hipertensão identificada pela primeira vez antes da 20ª semana de gestação), Hipertensão Gestacional (hipertensão identificada pela primeira vez após 20º semana gestacional, sem sinais de proteinúria ou outros sinais da pré-eclâmpsia/eclampsia), a Pré-Eclâmpsia (hipertensão identificada pela primeira vez após 20º semana gestacional, com sinais de proteinúria ou comprometimento sistêmico ou de alguns órgãos-alvo maternos – pulmão, fígado, rim, encéfalo – ou comprometimento placentário) (Brasil, 2022). Além dessas, ainda há outras subclassificações e, principalmente, suas formas graves: eclampsia (estado convulsivo relacionado à pré-eclâmpsia) e síndrome HELLP (hemólise, enzimas hepáticas elevadas, baixa contagem de plaquetas). 31985 Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961 Estima-se que apenas no ano de 2020, no Brasil, a taxa de mortalidade materna, devido as síndromes hipertensivas, foi de 12,41%, e nos últimos 10 anos a menor taxa foi de 11,54% (Santos; Almeida-Santos, 2023). Mundialmente, a mortalidade materna constitui-se como um dos principais indicadores de avaliação de desenvolvimento humano, em vista de melhores resultados, por isso se faz relevante conhecer essa estatística e denotar a importância da revisão dos métodos de identificação desse agravo, a fim de obter novas estratégias (Pereira, 2015). Logo, o enriquecimento constante sobre o conhecimento consensual/padrão corrente sobre os fatores associados às SHGs faz-se fundamental aos profissionais, a fim de criar triagens e abordagens mais eficazes e precoces diante do atendimento ao público materno. Outrossim, No Brasil a morte materna se mantém estável ao longo dos anos o que demonstra ausência de intervenções ou intervenções pouco eficazes para o enfrentamento desse problema. A principal causa de morte materna são as Síndromes Hipertensivas. No Brasil, em 2019, essa foi a principal causa de morte materna (MSD,2021). Dessa forma, os resultados do estudo, somado à literatura atual, poderão contribuir no aprimoramento do conhecimento do enfermeiro no seu campo de prática reconhecer possíveis fatores de riscos das Síndromes Hipertensivas da gravidez, e assim propor medidas eficazes para evitar desfechos desfavoráveis na gestação. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa é Identificar e agrupar os fatores associados e de risco das síndromes hipertensivas gestacionais em gestantes brasileiras apresentados na literaturarecente. 31986 Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961 2. Metodologia Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, a qual consiste em um método holístico de investigação bibliográfica que permite combinar diversas metodologias sobre um determinado assunto, identificando-os e sumarizando-os, a fim de obter, entre outras coisas, um panorama atual e identificar de lacunas do assunto estudado (Batista; Kumada, 2021). O processo de trabalho deste estudo foi estratificado seis etapas: 1. Elaboração da pergunta norteadora; 2. Busca na literatura; 3. Coleta de dados; 4. Análise crítica dos estudos; 5. Discussão dos resultados; 6. Apresentação da revisão integrativa (Souza; Silva; Carvalho, 2010). A questão norteadora foi: o que a literatura corrente fornece de informações acerca dos fatores de risco e os fatores preveníveis das síndromes hipertensivas gestacionais e a identificação deles? A busca bibliográfica foi realizada através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no acervo de 3 bases de dados: Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE), Base de Dados em Enfermagem (BDENF). O levantamento foi realizado em setembro de 2023. Utilizou-se dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) relacionados às SHG de forma comutativa (OR): hipertensão gestacional; pré-eclampsia; toxemia gravídica; eclampsia; hipertensão induzida pela gravidez; sindrome hellp. associados de forma restritiva (AND) à comutação dos DeCS sobre a temática do estudo: fatores de risco; prevenção; prevenção de doenças; epidemiologia clínica. Os critérios de inclusão foram: artigos completos disponíveis eletronicamente, no idioma português, publicadas entre agosto de 2018 e agosto de 2023. Quanto aos critérios de exclusão constaram: trabalhos acadêmicos não publicados como artigos, repetidos, aqueles que a temática 31987 Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961 do estudo não era alguma síndrome hipertensiva gestacional, aqueles que os desfechos principais eram os neonatais e/ou desfechos fetais, aqueles que não retratavam o cenário brasileiro em seu objetivo principal. Na busca imediata utilizando os critérios de inclusão foram encontrados 49 estudos, após aplicação dos critérios de exclusão na leitura dos títulos observou-se 24 artigos na amostra, por fim com a análise dos resumos seguido da análise da integra, consolidou-se a amostra em 07 artigos. Não foi identificado em nenhuma etapa a duplicidade de estudos, parte disso foi que algumas bases de dados fora da BVS apresentavam os mesmos artigos em seus periódicos ou nenhum artigo sobre a temática ao final da análise, aquelas foram descartadas da pesquisa. O quantitativo final encontra-se na Quadro 1 abaixo. Quadro 1 – Distribuição dos artigos encontrados e selecionados. IDENTIFICAÇÃO ARTIGOS IDENTIFICADOS POR MEIO DE PESQUISA EM BANCO DE DADOS (N=49) 1ª TRIAGEM – CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO Artigos após exclusão na análise do título e métodos que não correspondiam aos critérios (n=24); não houve repetidos. 2ª TRIAGEM – CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO Artigos após exclusão na análise do resumo e objetivos que não correspondiam aos critérios (n=20) 2ª TRIAGEM – CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO Artigos após exclusão na análise integral dos artigos segundo os critérios de inclusão e exclusão (n=07) Fonte: Autora (2023) Os setes artigos foram analisados primariamente quanto ao arcabouço acadêmico: metodologias, período de publicação, pesquisadores, população/amostra, periódicos. Após a discussão das apresentações anteriores, organizou-se os achados epidemiológicos dos estudos após análise extensiva dos resultados, buscando apresentar os fatores associados e condutas atuais acerca das síndromes hipertensivas gestacionais. 31988 Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961 Quadro 2 – Apresentação do escopo dos artigos: ano; título; autores; periódicos. CÓDIGO ANO BASE DE DADO PERIÓDICO TÍTULO AUTORES AA1 2021 LILACS BDENF Reve Rene. Fatores associados à síndrome hipertensiva da gestação: análise múltipla em modelos hierarquizados SOARES, L. G.; LENTSCK, M. H., 2021 AA2 2018 LILACS BDENF Reve Rene. Perfil socioeconômico e clínico de gestantes com Síndrome Hipertensiva Gestacional LIMA J. P. et al., 2018 AA3 2020 LILACS Revista Ciência & Saúde Coletiva Níveis pressóricos e fatores associados em gestantes do Estudo MINA-Brasil DAMASCENO, A. A. A. et al., 2020 AA4 2020 LILACS Scientia Medica Porto Alegre O impacto do uso da metformina para gestantes obesas na prevenção da pré- eclâmpsia NASCIMENTO, I. B. et al., 2020 AA5 2020 MEDLINE einstein (São Paulo) Epidemiology of artherial hypertension in pregnants. SOUSA, M. G. et al., 2020 AA6 2019 BDENF CuidArte, Enferm Aspectos sociodemográfico, clínico- obstétrico e laboratorial na síndrome hipertensiva na gravidez GONÇALVES, G. A. et al., 2019 AA7 2019 LILACS BDENF Reve Rene. Características maternas e fatores de risco para pré- eclâmpsia em gestantes FERREIRA, E. T. M. et al., 2019 Fonte: autora (2023) 3. Resultados A amostra foi composta por 07 artigos, os quais foram publicados entre os anos 2018 e 2021 dentre o período pregresso analisado, sendo o ano de 2020 o mais frequente (n=3). Quanto à abordagem, todos os estudos foram quantitativos (Quadro 2). O método majoritário foi o observacional- transversal (n=4), investigando a prevalência e associações entre os 31989 Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961 achados documentais e/ou coletados em entrevistas, como apresentado no Quadro 3. Foram achados também dois artigos que acompanharam de forma longitudinal-prospectiva, por fim apenas uma publicação realizou uma investigação não-observacional, executando um método experimental do tipo ensaio clinico randomizado (grupo alvo e grupo controle). No estudo prevaleceu o recorte temporal prévio ao parto, havendo apenas dois artigos que acompanharam todo o ciclo gravídico-puerperal, os demais não foram além do início do terceiro trimestre, trazendo apenas desfechos de “aborto” que ensejaram em critérios de exclusão de amostra nas pesquisas. As unidades de saúde de atenção básica/saúde da família foram o cenário mais recorrente nas publicações (n=4), os demais estudos foram realizados em ambulatórios especializados de pré-natal de alto risco, vinculados a outras instituições de saúde/hospitais. Quadro 3 – Apresentação do método de pesquisa, objetivo e abordagem metodológica. CÓDIGO MÉTODO DE PESQUISA OBJETIVO ABORDAGEM AA1 OBSERVACIONAL TRANSVERSAL DESCRITIVA QUANTITATIVA AA2 OBSERVACIONAL TRANSVERSAL DESCRITIVO QUANTITATIVO AA3 OBSERVACIONAL TRANSVERSAL DESCRITIVO QUANTITATIVO AA4 EXPERIMENTAL ENSAIO CLINICO RANDOMIZADO ANALÍTICO QUANTITATIVO AA5 OBSERVACIONAL TRANSVERSAL DESCRITIVO QUANTITATIVO AA6 OBSERVACIONAL LONGITUDINAL DESCRITIVO QUANTITATIVA AA7 OBSERVACIONAL LONGITUDINAL DESCRITIVO QUANTITATIVO Fonte: autora (2023) No que concerne ao perfil sociodemográfico das gestantes com SHG, preponderou, com relevância, as mulheres entre 18 a 35 anos (Gonçalves et al., 2019; Lima et al., 2018, Sousa et al., 2020) e quanto ao perfil financeiro, 31990 Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961 estavam aquelas que tinham uma renda familiar de um a três salários- mínimos, ou recebiam algum benefício do governo, mesmo que este último em um dos estudos fosse um fator preventivo (Damasceno, et al., 2020; Soares; Lentsck, 2021; Sousa et al., 2020). A baixa escolaridadefoi citada por vezes como fator de risco, mas ter mais anos-contínuos de estudo também se importou em alterações da pressão arterial média em mulheres normotensas (Damasceno et al., 2020; Gonçalvez et al., 2019; Lima et al., 2018;). À história clínica-médica pregressa dessas gestantes, não relacionada à gestação, a obesidade foi colocada como fator relacionado, enquanto a comorbidade foi prevalente na história clínica das gestantes hipertensas, correspondendo em até 56% dessas gestantes (Damasceno et al., 2020; Lima et al., 2018; Nascimento et al., 2020). A alimentação, também considerada um fator mitigável ou prevenível, foi uma temática com baixa observação nos artigos desta pesquisa, sendo apenas a consulta como nutricionista o único ponto levantado além do hábito de ingestão de alimentos processados. Este dado relaciona-se com a composição principal dos pesquisadores dos estudos elencados, onde o profissional nutricionista está ausente, como apresentado no Quadro 4. Quadro 4 – Perfil profissional dos autores principais contidos na revisão CÓDIGO AUTORES FORMAÇÃO DOS PRINCIPAIS AUTORES AA1 SOARES, L. G.; LENTSCK, M. H., 2021 Enfermeira, Doutor em Enfermagem Enfermeiro, Doutor em Enfermagem AA2 LIMA J. P. et al., 2018 Enfermeiros AA3 DAMASCENO, A. A. A. et al., 2020 Enfermeira, Especialista em Atenção Básica AA4 NASCIMENTO, I. B. et al., 2020 Multiprofissionais Doutores em Saúde e Meio Ambiente Médico, Doutor em Ciências Médicas AA5 SOUSA, M. G. et al., 2020 Farmacêutica Bioquímica AA6 GONÇALVES, G. A. et al., 2019 Enfermeiros, Doutores Médicos AA7 FERREIRA, E. T. M. et al., 2019 Enfermeiros 31991 Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961 Fonte: autora (2023) Ainda sobre a história pregressa, em alguns estudos, as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) apareceram como fatores associados globais, sendo a hipertensão arterial crônica (HAS) prévia prevalente em 43% das gestantes de alto risco no estudo de Sousa et al. (2020) e em 60% das gestantes com SHGs no estudo de Lima et al. (2018). Em seguida, a Diabetes apareceu como outra doença crônica relacionada em algum grau com pacientes atendidas em pré-natais de alto risco ou com significância importante para alterações na pressão arterial durante a gestação. (Ferreira et al., 2019; Lima et al., 2018; Sousa et al., 2020). No estudo de Sousa et al. (2020), a diabetes foi a comorbidade na SHG com maior predominancia (50%), seguida da obesidade (22,2%). Contudo, da mesma forma que existe uma relação negativa entre as SHG e o Diabetes/Obesida/HAS, também foi apresentado que as DCNTs podem significar uma influência positiva na prevenção das SHG, quando não relacionadas à gestação atual, especulando-se o aumento do autocuidado como o elo positivo desse achado (Soares; Lentsck, 2021). Quanto a história obstétrica e familiar, no estudo de Nascimento et al. (2020), foi observado a multiparidade como uma característica principal da amostra com SHG. Mas Sousa et al. (2020), apresenta melhor essa distribuição, justificando a prevalência da multiparidade no cenário brasileiro devido sua maior apresentação em gestantes com maior idade em relação com as mais novas. Outros fatores observados, foi a cesárea em gestação prévia com 100% de ocorrência nas multíparas, que caracterizavam 74% das gestantes com SHG, e também, de forma menos incidente, as infecções urinárias, anemias estavam presentes no último grupos (Lima et al., 2018). Em outra população foi visto que 31,6% das multíparas com SHG tinham sido acometidas pela síndrome na última gestação e que no total da amostra 31992 Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961 78,1% das gestantes com SHG tinham na família história de Hipertensão Arterial. (Sousa et al., 2020). 4. Discussão Importar-se notar a predominância da atenção primária como o cenário principal nas pesquisas, visto que esse ambiente é o primeiro contato da gestante no serviço de saúde, o qual oferece atividades que a acompanham em todos os seus ciclos no SUS, devendo ser detentor de um bom serviço estatístico-médico. Sob a ótica avaliativa, é o local onde são realizadas as primeiras triagens e cadastros que possibilitam as equipes de saúde terem previsões se o seu público ou usuária de serviço está predisposta a situações de alto risco. Mendes (2012), atenta-se a mesma situação quanto fala sobre os ambientes de atenção primária junto a programas de medicina familiar (no Brasil, instituído pelo Programa Saúde da Família), apresentando-os como fundamentais para prevenção de desfechos crônicos em fases do ciclo de vida, fazendo dos cadastros de paciente a ferramenta primordial para predição da sua saúde global adscrita por aquela instituição de saúde pública. O perfil sociodemográfico principal observado foi o de mulheres entre 20 e 30 anos. Mesmo que média internacional de acometimento e mortalidade pela SHG sejam os extremos (adolescência e principalmente a gestação tardia, acima de 35 anos), nosso achado foi compatível com as margens apresentadas em outros estudos quantitativos nacionais mais recentes com intervalos entre 20 e 30 anos (Morse et al., 2010; Santos; Almeida-Santos, 2023). Vários motivos podem estar relacionados a essa mudança na média na idade, principalmente no público adolescente, como a melhora na capilaridade dos serviços de prevenção/educação em saúde ou aumento da escolaridade em algumas regiões, resultando uma redução da relação 31993 Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961 adolescência e autocuidado. Alguns estudos mostram que a conclusão do ensino médio seguida da finalização do ensino superior contribuem para a redução de número de filhos assim como para a primiparidade (Duarte; Teixeira, 2021; Oliveira, 2019; Torres et al., 2021). A cor/raça foi uma limitação apresentada no estudo, devido características amostrais e dimensão territorial, ou seja, dependendo do local havia alguma coloração de pele estava em destaque. Contudo a literatura é clara que a cor parda e preta, no Brasil, está relacionada com a gestação de alto risco assim como está para a SHG em específico (Galvão, 2023; Jacob et al. 2020; Santos; Almeida-Santos, 2023; Torres et al., 2021). Outro fator apresentado de forma comum à literatura foi a baixa renda, relacionando-se principalmente com mulheres que recebiam algum tipo de benefício do governo e com aquelas com renda inferior a dois salários mínimos, resultado similar a outros estudos nacionais que apontam riscos para a média dentro do salário mínimo de renda (Jacob et al. 2020). Contudo, mesmo que essa faixa salarial seja um fator associado, foi evidenciado no estudo de Soares e Lentsck (2021), que a presença de um auxílio governamental tinha um impacto positivo, possivelmente relacionado com seu objetivo: cuidado básico e transporte para atendimentos de saúde durante a gestação. É importante salientar esse tipo de dado nas pesquisas nacionais, principalmente naquelas que a amostra pertença a um local onde a baixa oferta de emprego é uma realidade global, traçando novos métodos de relacionar à renda e trabalho com o risco da saúde materna. A obesidade, dentre todos os fatores de risco, teve uma relação absoluta com SHG no estudo, seja aquela prévia e não relacionada com a gestação (entre 30% e 60% no período pré-gestacional), a apresentada na gestação ou a acentuada na gestação (entre 35% e 56%). Quando não presente a obesidade, havia a Diabetes como a principal comorbidade crônica. Essas afecções metabólicas são consensuais nos estudos de 31994 Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961 hipertensão gestacional, sendo inclusive as duas comorbidades com maiores intervenções com efeitos positivossugeridas por uma revisão de 2021 (Cruz et al., 2021). Um achado importante nesta pesquisa foi o uso da metformina como prevenção da Pré-Eclâmpsia (PE), em paciente com IMC elevado, fomentando a relação consolidada entre as comorbidades metabólicas e a SHG. Por sua vez, o afastamento dos fatores sociodemográficos diante de uma intervenção focal, colabora com a ideia da criação de medidas escalonadas que possam afastar os fatores sociais desfavoráveis que não representam a realidade daquela amostra e sim daquela fração territorial do país. Esse tipo de iniciativa já é visualizado em algumas regiões, como no município de Ananindeua, pertencente a região metropolitana do Pará, o qual instituiu em 2022 um programa que fornece de transporte público gratuito, enxoval e monitoramento social feito pelos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e Unidade de Saúde do município, visando reduzir a vulnerabilidade da população materna (Guimarães, 2022). Esse tipo de estratégia permite reabertura eficaz da discussão sobre quais são os fatores de risco não mitigáveis que realmente incidem sobre as SHG e alterações na PA média (Garcia et al., 2019; Sampaio; Rocha; Leal, 2018). A alimentação, temática pouco explorada nesta revisão, observou que as consultas com nutricionista são eventos protetores para SHG. A baixa frequência na investigação nutricional é contraditória à associação íntima da SHG com a obesidade, isso pode ser relacionado com o perfil profissional dos pesquisadores apontados no estudo, não-nutricionistas, levando ao baixo levamento de dados nutricionais-comportamentais aquém do peso, IMC e marcadores metabólicos. 31995 Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961 Por fim, o histórico obstétrico foi inesperadamente explorado de forma fraca em parte da revisão. Por vezes foi citada a dificuldade dos autores em obter a história clínica e familiar das gestantes, visto que grande parte dos dados das pesquisas vieram de coleta de dados de prontuários, onde a ausência de dados dava-se por inabilidade da equipe de apoio ou pela redução dos instrumentos de entrevista clínica. Mas dentre os antecedentes clínico-obstétricos relevantes temos como predominante na SHG atual a relação entre multiparidade e desfechos negativos gestacionais (cesárea, aborto, SHG, idade avançada). Avaliando isoladamente a quantidade de gestações anteriores, encontra-se uma divergência com a literatura geral que afirma que primiparidade seria um fator de risco (Soares et al., 2019). Mas olhando a multiparidade junto aos desfechos gestacionais anteriores, mais a além da idade avançada da população gestante, é possível compreender essa divergência (Caroline et al., 2015; Nascimento et al., 2020; Sousa et al., 2020). Portanto, as relações de idade, gestações anteriores, desfechos gestacionais negativos e histórico familiar constituem num bom grupo na história materna para predição do risco de SHG. Uma vez que familiares ascendentes com Hipertensão Arterial também representaram um fator associado para SHGs na pesquisa (Sousa et al., 2020). Seguindo esse processo associativo, especula-se que outras associações preditivas seriam as sociodemográficas de renda e escolaridade, além das metabólicas com a relação do sobrepeso, nutrição e diabetes. Totalizando de acordo com os achados apresentados pelo menos 3 grupos de relações que poderiam ser investigados de forma associativa-quantitativa em futuros estudos ou instrumentos de avaliação materna. 31996 Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961 5. Conclusão O estudo das Síndromes Hipertensivas Específicas da Gestação tem grande valor científico pois compreende no reconhecimento da importância da história biopsicossocial da mulher, fazendo do levamento precoce de dados de saúde e de vida primordial para sua saúde, através de construções de prontuários unificados e coleta de dados eficazes em estratégias de saúde sexual como o Planejamento Familiar ofertado nas UBS. Este estudo abordou os principais fatores relacionados as SHGs assim como também obteve, a partir deste ou junto da literatura, formas de detecção ou predição das SHGs nos serviços de saúde a partir dos dados considerados relevantes por cada autor, colocando as seguintes correlações como relevantes para identificação da SHG: a presença da obesidade e diabetes mellitus antes da gestação; história familiar de hipertensão arterial crônica e multiparidade associada com idade avançada/cesárea/aborto, e; escolaridade, renda familiar e redução da média de idade prevalente para a faixa dos 20-30 anos. Desse modo, espera que esse estudo apresente relevância para o redirecionamento de futuras pesquisas ou para construção de novos instrumentos de coletas de dados da saúde materna, afim de cooperar com o aprendizado e prevenção em saúde. Conclui-se que é importante melhorar as informações obtidas na história de saúde de gestantes, além de ser necessário criar melhores associações entre os fatores de risco da SHG para atuação eficaz do serviço preventivo a doenças de alto risco na gestação. 31997 Revista Contemporânea, v. 3, n. 12, 2023. ISSN 2447-0961 Referências AMORIM, F. C. M. et al. Perfil de gestantes com pré-eclâmpsia. Rev enferm UFPE on line, v. 11, n. 4, p. 1574–83, 2017. DOI: 10.5205/reuol.9763- 85423-1-SM.1104201703 ASSOCIAÇÃO BAHIANA DE MEDICINA, Síndrome hipertensiva gestacional: riscos para a mãe e o bebê. Disponível em: Síndrome hipertensiva gestacional: riscos para a mãe e o bebê - ABM - Sua saúde em primeiro Lugar (revistaabm.com.br)>. Acessado em 25, nov,2023. APATSONIS, D. N. et. al. Calcium channel blockers in the management of preterm labor and hypertension in pregnancy. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol, v. 97, p. 122-140, 2001. APARNA, Sundaram.Hpertensao gestacional. 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