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Mercado monetário e de títulos: INTRODUÇÃO À CURVA LM (II)
Disciplina: Macroeconomia I
Prof. Mateus Santana
Demanda por moeda 
Md = demanda por moeda que os agentes desejam reter (soma de todas as demandas por moeda da economia.
Do que depende:
1) Nível total de transações da economia.
É proporcional à renda nominal.
Se a renda nominal aumentar em 10%, é razoável pensar que o montante de transações na economia também aumentaria aproximadamente em 10%. 
2) Taxa de juros. 
Quanto maior a taxa de juros, mais inclinados estão os agentes em comprar títulos financeiros  menor a demanda por moeda para transações.
Quanto menor a taxa de juros, maior a demanda a demanda por moeda para transações. 
Demanda por moeda
Assim: 
Md = $Y L(i)
(-)
Isto é:
A demanda por moeda (Md) é igual à renda nominal ($Y), multiplicada por uma função da taxa de juros (i), representada por L(i). 
O sinal negativo sob o i em L(i) reflete o fato de que a taxa de juros tem um efeito negativo sobre a demanda por moeda: um aumento da taxa de juros reduz a demanda por moeda à medida que as pessoas colocam mais de sua riqueza em títulos (diminui a circulação de moeda).
Demanda por moeda
Md = $Y L(i)
Disso, podemos concluir que: 
A demanda por moeda aumenta em proporção à renda nominal: 
Para uma dada taxa de juros, se a renda nominal dobra de $Y para $2Y, a demanda por moeda também dobra, aumentando de $Y L(i) para $2Y L(i). 
Curva de Demanda por Moeda
Determinação da taxa de juros 
A oferta de moeda é desenhada como a linha vertical representada por Ms. A oferta de moeda é igual a M e independe da taxa de juros. 
O equilíbrio ocorre no ponto A, e a taxa de juros de equilíbrio é dada por i.
 A taxa de juros deve ser tal que a oferta de moeda (que independe da taxa de juros) seja igual à demanda por moeda (que depende da taxa de juros).
Efeito de um aumento da renda sobre a taxa de juros 
Um aumento da renda nominal de $Y para $Y’ aumenta o nível de transações, que aumenta a demanda por moeda. 
A curva de demanda por moeda se desloca para a direita, de Md para Md’.
Assim, o equilíbrio se move para cima, de A para A’, e a taxa de juros de equilíbrio aumenta de i para i’.
Ou seja: para uma dada oferta de moeda, um aumento da renda nominal leva a um aumento da taxa de juros. 
Motivo: à taxa de juros inicial, a demanda por moeda excede a oferta. 
Um aumento da taxa de juros é necessário para diminuir o montante de moeda que as pessoas desejam reter e para restabelecer o equilíbrio.
Efeitos de um aumento de moeda sobre a taxa de juros
Equilíbrio: ponto A.
Um aumento na oferta de moeda, de M para M’ leva a um deslocamento da curva da oferta de moeda para a direita, de Ms para Ms’. 
Assim, o equilíbrio se move para baixo, de A para A’, e a taxa de juros de equilíbrio diminui de i para i’. 
Ou seja: um aumento da oferta de moeda pelo Banco Central leva a uma redução da taxa de juros. 
A redução da taxa de juros aumenta a demanda por moeda. 
Algumas considerações fundamentais sobre a determinação de “i”
A taxa de juros é determinada pela igualdade entre oferta e demanda por moeda. 
Ao alterar a oferta de moeda, o Banco Central afeta a taxa de juros. 
O Banco Central (BC) altera a oferta de moeda por meio de operações de mercado aberto (operações de open market): compra e venda de títulos em troca de moeda.
O BC, ao escolher sua oferta de moeda, pode determinar a taxa de juros que deseja: 
Se o BC quiser aumentar a taxa de juros, ele reduz a oferta de moeda na economia. 
Se quiser reduzir a taxa de juros, aumenta a oferta de moeda.
Ressalva a essa política: situação em que a economia encontra-se em uma armadilha da liquidez. 
Armadilha da Liquidez 
Ressalva: situações em que a economia se encontra em uma armadilha da liquidez
Isso acontece quanto a taxa de juros já se encontra próxima a zero e ela não pode ir abaixo de zero (i < 0).
Isso é conhecido como Limite Inferior a Zero. 
Nesses casos, a política monetária expansionista (de redução da taxa de juros), praticada pelo Banco Central, deixa de ser eficiente.
Assim, a economia está em uma armadilha da liquidez.
Armadilha da Liquidez 
A armadilha da liquidez foi uma ideia desenvolvida por Keynes na década de 1930.
Refere-se a uma situação em que o aumento da oferta de moeda [liquidez] não tem efeito sobre a taxa de juros. 
Política monetária expansionista do BC torna-se inócua para estimular o consumo, o investimento e a demanda agregada.
Situação normal: aumenta-se moeda, reduz-se juros  amplia-se C e I. 
Armadilha da Liquidez: as taxas de juros já se encontram tão baixas que a redução da taxa de juros não é capaz de alterar a preferência pela liquidez dos agentes (que preferem manter dinheiro em sua forma líquida em dinheiro em espécie ou depósitos bancários à vista).
Com isso, política monetária não é capaz de estimular consumo e investimento.
Solução para sair da armadilha da liquidez
A armadilha da liquidez pode levar a economia à estagnação ou a uma recessão prolongada, já que os estímulos monetários convencionais não são eficazes para estimular a demanda agregada. 
Para superar essa armadilha, os defensores de políticas keynesianas defendem que a solução está na adoção de políticas fiscais expansionistas.
Isto é no aumento dos gastos do governo para estimular a demanda, em vez de depender apenas de medidas de política monetária.
Políticas macroeconômicas devem ser adotadas de maneira coordenada e articulada. 
Casos de taxas de juros negativas ou próximas de zero
Até o começo de 2024, Japão adotava taxas de juros negativas (-0,1%). 
Outros países também mantiveram taxas de juros próximas a zero, como EUA, União Europeia, Suécia e Dinamarca.
Esse movimento aconteceu, sobretudo, a partir da Crise Financeira de 2008.
Objetivo: incentivar consumo e investir a menor taxa de juros  expansão da liquidez.
O que significa taxas de juros negativas? 
Títulos públicos (cuja remuneração está atrelada à taxa de juros) têm rendimento insuficiente para cobrir até mesmo a inflação.
 Política monetária expansionista. 
Uol. 01/09/2019
Armadilha da liquidez: análise gráfica
Quando a taxa de juros é igual a zero, os agentes ficam indiferentes sobre manter moeda ou manter títulos (se eles têm moeda suficiente para realizar transações). 
A razão desta indiferença é que tanto a moeda quanto os títulos pagam a mesma taxa de juros, ou seja, zero. 
Assim, a demanda por moeda torna-se horizontal: A  B  C.
Isto implica que, quando a taxa de juros é igual a zero, aumentos adicionais da oferta de moeda não surtem efeito sobre a taxa de juros, que permanece igual a zero.
Síntese
A demanda por moeda (dos agentes) (Md) depende positivamente do nível de transações na economia (+) e negativamente da taxa de juros (-).
A taxa de juros (i) é determinada pela condição de equilíbrio de que a oferta de moeda (MS) seja igual à demanda por moeda (Md). 
Para dada oferta de moeda, um aumento da renda leva a um aumento da demanda por moeda e a um aumento da taxa de juros. Já um aumento da oferta de moeda leva a uma diminuição da taxa de juros.
O Banco Central controla a oferta de moeda através de operações de mercado aberto (open market). 
Síntese
Operações de Mercado Aberto (Open Market)
Se o Banco Central aumenta a oferta de moeda (via compra de títulos públicos no mercado), ele diminui a taxa de juros.
Isso caracteriza uma política monetária expansionista. 
Expande a oferta de moeda e diminui taxa de juros. 
Se o Banco Central diminui a oferta de moeda (via venda de títulos públicos mercado), ele aumenta a taxa de juros. 
Isso caracteriza uma política monetária contracionista. 
Diminui a oferta de moeda e aumenta a taxa de juros. 
Bibliografia obrigatória 
BLANCHARD, O. Macroeconomia. 1ª. Edição. Rio de Janeiro: Campus, 1999. Capítulo 4. 
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