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POLÍCIA CIENTÍFICA-PR
POLÍCIA CIENTÍFICA DO ESTADO DO PARANÁ
Perito Oficial Criminal - Comum a Todas as Áreas
EDITAL Nº 002/2024 – PCP
CÓD: OP-166JN-24
7908403549078
• A Opção não está vinculada às organizadoras de Concurso Público. A aquisição do material não garante sua inscrição ou ingresso na 
carreira pública,
• Sua apostila aborda os tópicos do Edital de forma prática e esquematizada,
• Dúvidas sobre matérias podem ser enviadas através do site: www.apostilasopção.com.br/contatos.php, com retorno do professor 
no prazo de até 05 dias úteis.,
• É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal.
Apostilas Opção, a Opção certa para a sua realização.
ÍNDICE
Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos de variados gêneros .................................................................................................. 7
2. Domínio da norma culta do português contemporâneo ........................................................................................................... 8
3. sob os seguintes aspectos: coesão e coerência textual ............................................................................................................. 9
4. estruturação da frase e períodos complexos ............................................................................................................................. 10
5. uso do vocabulário apropriado .................................................................................................................................................. 14
6. pontuação .................................................................................................................................................................................. 15
7. concordância verbal e nominal .................................................................................................................................................. 18
8. emprego de pronomes .............................................................................................................................................................. 20
9. ortografia ................................................................................................................................................................................... 20
10. acentuação................................................................................................................................................................................. 21
11. Comunicação Escrita Oficial do Estado do Paraná: Processo de elaboração textual, Princípios Orientadores da Redação Ofi-
cial, Hierarquia e Subordinação, Revisão, Conceito e Estrutura de Ofício, Decreto, Despacho, Correio-eletrônico, Instrução 
Normativa, Memorando, Ordem de Serviço, Parecer, Portaria, Requerimento, Relatório, Resolução; Documentos de Compe-
tência Privativa; Sistemática da Lei ............................................................................................................................................ 22
Direito Aplicado
1. CAPÍTULO II - DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL – Do Código de Processo 
Penal .......................................................................................................................................................................................... 29
2. CAPÍTULO VI - DOS PERITOS E INTÉRPRETES – Do Código de Processo Penal ........................................................................... 34
3. CAPÍTULO III - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA – Falsa Perícia, Falso Testemunho, Fraude Processual, 
Exploração de Prestígio- Do Código Penal. ................................................................................................................................ 35
4. TÍTULO VI-DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA – Perícia Médica - Do Código Penal. ........................................................................ 37
5. CAPÍTULO VII – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – Da Constituição Federal ................................................................................ 38
6. TÍTULO II – DO CONDENADO E DO INTERNADO – Da Lei de Execução Penal ............................................................................ 44
7. CAPÍTULO VII – DAS DIPOSIÇÕES GERAIS – Da Lei nº 9.279 de 14 de maio de 1996 ................................................................. 49
8. CAPÍTULO XVII – DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS – Artigo 279 e CAPÍTULO XIX - DOS CRIMES DE TRÂNSITO – Artigo 312 – 
Do Código de Trânsito Brasileiro ................................................................................................................................................ 50
9. LEI DOS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE - Lei nº 13.869, de 5 de setembro de 2019 ........................................................ 55
Raciocínio Lógico e Científico
1. Estruturas lógicas ........................................................................................................................................................................ 63
2. Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões .................................................................................. 64
3. Lógica sentencial (ou proposicional). Tabelas verdade. Leis de De Morgan. Proposições simples e compostas ........................ 64
4. Equivalências .............................................................................................................................................................................. 66
5. Diagramas lógicoS ....................................................................................................................................................................... 68
6. Lógica de primeira ordem ........................................................................................................................................................... 70
7. Princípios de contagem e probabilidade ..................................................................................................................................... 72
8. Operações com conjuntos .......................................................................................................................................................... 73
9. Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais ........................................................................ 75
ÍNDICE
10. Método científico, indutivo, dedutivo, hipotético-dedutivo, dialético, estatístico, comparativo, experimental ........................ 77
11. Pensamento Lateral, Pensamento Vertical ................................................................................................................................. 81
12. Hipóteses, teorias; Inferências .................................................................................................................................................... 82
13. Retrodução ................................................................................................................................................................................. 82
14. Abdução ...................................................................................................................................................................................... 83
15. Viés de Pesquisa: viés cognitivo, viés contextual, viés de amostragem, viés de resposta, viés de não-resposta, viés de entre-
vistador, viés de pesquisador, viés de confirmação .................................................................................................................... 83
Informática
1. Noções básicas dos sistemas operacionais: conceito, Linux, Windows, Android, macOS e iOS, diferença entre Kernel e Fir-
mwar ..........................................................................................................................................................................................87
2. Conceitos básicos de Redes de computadores: endereço IP, URL, internet e intranet ............................................................. 99
3. Noções básicas de navegação e busca na internet e na Deep Web ........................................................................................... 134
4. Noções básicas de envio de mensagens por correio eletrônico abordando os conceitos de caixa de entrada, caixa de saída, 
spam, rascunhos, lixeira, assunto, remetente, destinatário, cópia oculta, anexos .................................................................... 142
5. Conceito de Rede neural e inteligência artificial como ferramenta de perguntas e respostas .................................................. 146
6. Conceito de Computação na nuvem (cloud computing) ............................................................................................................ 146
7. Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas ............................................... 148
8. Armazenamento de dados na nuvem (cloud storage) ............................................................................................................... 150
9. Noções de Segurança da informação e dos conceitos de Disponibilidade, Integridade, Confidencialidade e Autenticidade da 
informação; Noções de vírus, Worms, pragas virtuais, antivírus, proxy, VPN e firewall ............................................................ 151
10. Procedimentos de backup ......................................................................................................................................................... 157
11. criptografia de arquivos e pastas .............................................................................................................................................. 158
12. Sistema eprotocolo: interface, consulta de protocolo, assinatura eletrônica ............................................................................ 168
13. Sistema Paraná Inteligência Artificial - PIA: cadastro, busca de serviços ................................................................................... 168
14. SINESP Cidadão: Objetivo, cadastro, acesso com a Conta gov.br, consultas por desaparecidos, procurados, veículos e manda-
dos ............................................................................................................................................................................................. 171
Legislação Especial
1. Lei Complementar Estadual n° 258/2023 (Quadro Próprio dos Peritos Oficiais do Paraná) ....................................................... 175
2. Lei Estadual 21.117/2022 (Lei Orgânica da Polícia Científica do Paraná) .................................................................................... 191
3. Lei Estadual 6174/1970 (Estatuto do Servidor Público do Paraná) ............................................................................................. 201
4. Lei Estadual n° 20.656/2021 (Processos Administrativos) .......................................................................................................... 225
5. Artigo 50 da Constituição Estadual do Paraná ............................................................................................................................ 244
6. Lei Federal n° 12030/09 (Lei da Perícia Oficial) ........................................................................................................................... 245
7. Lei Federal nº 13.675, de 11 de junho de 2018. (Lei do SUSP) ................................................................................................... 245
8. Lei nº 20.866 - 09 de dezembro de 2021 (Política Estadual de Segurança Pública e Defesa Social do Paraná) .......................... 256
9. Lei Estadual nº 21.640/2023 (Código de Ética da Polícia Científica do Paraná) .......................................................................... 260
ÍNDICE
Noções de Criminalística e Medicina Legal
1. Conceito de Vestígio, Evidência e Prova ..................................................................................................................................... 269
2. Conceito e definições de Cadeia de Custódia; Noções da Fase Externa e Interna da Cadeia de Custódia dos Vestígios ........... 270
3. Classificação dos vestígios em Microvestígios, Macrovestígios, Transitórios, Permanentes, Latentes, Percepitíveis, Verdadei-
ros, Ilusórios, Forjados, Humanos, Não-humanos, Absolutos e Relativos; ................................................................................ 270
4. Classificação do local de crime em mediato, imediato e relacionado ....................................................................................... 271
5. Traumatologia Forense: estudo dos instrumentos perfurantes, cortantes, perfuro-cortantes, contundentes, corto-contun-
dentes, perfuro contundentes e lesões correspondentes; agentes físicos não-mecânicos: lesões causadas por temperatura, 
eletricidade, pressão atmosférica, explosões e das energias ionizantes e não-ionizantes; ....................................................... 271
6. Tanatologia Forense: sinais de morte; lesões vitais e pós-mortais; cronotanatognose e fenômenos cadavéricos; tipos de as-
fixias - enforcamento, estrangulamento, esganadura, sufocação, soterramento, afogamento, confinamento, gases inertes e 
outras ......................................................................................................................................................................................... 278
7. Formas primárias de identificação humana por impressões papilares, arcada dentária e genética ......................................... 289
8. Balística Forense: Conceito de balística interna, externa e terminal; ........................................................................................ 290
9. Noções de Fotografia: conceitos (lentes, velocidade, obturador, diafragma, distância focal, ângulo de visão, foco, exposição 
fotográfica), tipos de lente, tipos de câmera, tipos de flash, tipos de armazenamento de câmeras digitais, luzes (branca, tem-
peratura, UV), equipamentos; uso, recorte, tratamento ........................................................................................................... 291
10. Escaner 3D: Conceito, sensor Lidar (Light Detection and Ranging). .......................................................................................... 291
7
LÍNGUA PORTUGUESA
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE VARIA-
DOS GÊNEROS
Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje-
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é 
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o 
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido 
completo. 
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e 
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci-
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua 
interpretação.
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do 
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que 
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta-
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper-
tório do leitor.
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, 
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi-
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido 
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar 
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens. 
Dicas práticas
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con-
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa-
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível, 
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações.
2. Tenha sempre um dicionárioou uma ferramenta de busca por 
perto, para poder procurar o significado de palavras desconhecidas.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fonte 
de referências e datas.
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de 
opiniões.
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques-
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin-
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de 
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do 
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto 
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor 
quando afirma que...
A partir da estrutura linguística, da função social e da finalidade 
de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele pertence. 
Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas classifica-
ções.
Tipos textuais
A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se 
apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão 
específico para se fazer a enunciação. 
Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas características:
TEXTO NARRATIVO
Apresenta um enredo, com ações 
e relações entre personagens, que 
ocorre em determinados espaço e 
tempo. É contado por um narrador, 
e se estrutura da seguinte maneira: 
apresentação > desenvolvimento > 
clímax > desfecho 
TEXTO DISSERTATIVO-
ARGUMENTATIVO
Tem o objetivo de defender 
determinado ponto de vista, 
persuadindo o leitor a partir do 
uso de argumentos sólidos. Sua 
estrutura comum é: introdução > 
desenvolvimento > conclusão. 
TEXTO EXPOSITIVO
Procura expor ideias, sem a 
necessidade de defender algum 
ponto de vista. Para isso, usa-
se comparações, informações, 
definições, conceitualizações 
etc. A estrutura segue a do texto 
dissertativo-argumentativo.
TEXTO DESCRITIVO
Expõe acontecimentos, lugares, 
pessoas, de modo que sua finalidade 
é descrever, ou seja, caracterizar algo 
ou alguém. Com isso, é um texto rico 
em adjetivos e em verbos de ligação.
TEXTO INJUNTIVO
Oferece instruções, com o objetivo 
de orientar o leitor. Sua maior 
característica são os verbos no modo 
imperativo.
Gêneros textuais
A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe-
cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir 
da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo 
não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual, 
podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o 
padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as-
sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
Alguns exemplos de gêneros textuais:
• Artigo
• Bilhete
• Bula
• Carta
• Conto
• Crônica
• E-mail
• Lista
• Manual
LÍNGUA PORTUGUESA
8
• Notícia
• Poema
• Propaganda
• Receita culinária
• Resenha
• Seminário
Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em 
determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex-
to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária, 
por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali-
dade e à função social de cada texto analisado. 
DOMÍNIO DA NORMA CULTA DO PORTUGUÊS CONTEMPO-
RÂNEO
A Linguagem Culta ou Padrão
É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências 
em que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas 
pessoas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se 
pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada 
na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É 
mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está presente 
nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, comunicações 
científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.
Ouvindo e lendo é que você aprenderá a falar e a escrever bem. 
Procure ler muito, ler bons autores, para redigir bem.
A aprendizagem da língua inicia-se em casa, no contexto fami-
liar, que é o primeiro círculo social para uma criança. A criança imita 
o que ouve e aprende, aos poucos, o vocabulário e as leis combi-
natórias da língua. Um falante ao entrar em contato com outras 
pessoas em diferentes ambientes sociais como a rua, a escola e 
etc., começa a perceber que nem todos falam da mesma forma. 
Há pessoas que falam de forma diferente por pertencerem a outras 
cidades ou regiões do país, ou por fazerem parte de outro grupo 
ou classe social. Essas diferenças no uso da língua constituem as 
variedades linguísticas.
Certas palavras e construções que empregamos acabam denun-
ciando quem somos socialmente, ou seja, em que região do país 
nascemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação e, às 
vezes, até nossos valores, círculo de amizades e hobbies. O uso da 
língua também pode informar nossa timidez, sobre nossa capaci-
dade de nos adaptarmos às situações novas e nossa insegurança.
A norma culta é a variedade linguística ensinada nas escolas, 
contida na maior parte dos livros, registros escritos, nas mídias te-
levisivas, entre outros. Como variantes da norma padrão aparecem: 
a linguagem regional, a gíria, a linguagem específica de grupos ou 
profissões. O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade 
de condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou 
em nossa comunidade. O domínio da língua culta, somado ao do-
mínio de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados 
para nos comunicarmos nos diferentes contextos lingísticos, já que 
a linguagem utilizada em reuniões de trabalho não deve ser a mes-
ma utilizada em uma reunião de amigos no final de semana.
Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber empregá-
-la de modo adequado às mais diferentes situações sociais de que 
participamos.
A norma culta é responsável por representar as práticas lin-
guísticas embasadas nos modelos de uso encontrados em textos 
formais. É o modelo que deve ser utilizado na escrita, sobretudo 
nos textos não literários, pois segue rigidamente as regras gramati-
cais. A norma culta conta com maior prestígio social e normalmente 
é associada ao nível cultural do falante: quanto maior a escolariza-
ção, maior a adequação com a língua padrão. 
Exemplo:
Venho solicitar a atenção de Vossa Excelência para que seja 
conjurada uma calamidade que está prestes a desabar em cima 
da juventude feminina do Brasil. Refiro-me, senhor presidente, ao 
movimento entusiasta que está empolgando centenas de moças, 
atraindo-as para se transformarem em jogadoras de futebol, sem 
se levar em conta que a mulher não poderá praticar este esporte 
violento sem afetar, seriamente, o equilíbrio fisiológico de suas fun-
ções orgânicas, devido à natureza que dispôs a ser mãe. 
A Linguagem Popular ou Coloquial
É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-
se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de 
vícios de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância; 
barbarismo – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; 
cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência 
pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua. 
A linguagem popular está presente nas conversas familiares ou 
entre amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas de TV e 
auditório, novelas, na expressão dos esta dos emocionais etc.
Dúvidas mais comuns da norma culta
Perca ou perda
Isto é uma perda de tempo ou uma perca de tempo? Tomara 
que ele não perca o ônibus ou não perda o ônibus? Quais são as fra-
ses corretas com perda e perca? Certo: Isto é uma perda de tempo.
Embaixo ou em baixo
O gato está embaixo da mesa ou em baixo da mesa? Continu-
arei falando em baixo tom de voz ou embaixo tom de voz? Quais 
são as frases corretas com embaixo e em baixo? Certo: O gato está 
embaixo da cama
Ver ou vir
A dúvida no uso de ver e vir ocorre nas seguintes construções: 
Se eu ver ou se eu vir? Quando eu ver ou quando eu vir? Qual das 
frases comver ou vir está correta? Se eu vir você lá fora, você vai 
ficar de castigo!
Onde ou aonde
Os advérbios onde e aonde indicam lugar: Onde você está? Aon-
de você vai? Qual é a diferença entre onde e aonde? Onde indica 
permanência. É sinônimo de em que lugar. Onde, Em que lugar Fica?
Como escrever o dinheiro por extenso?
Os valores monetários, regra geral, devem ser escritos com al-
garismos: R$ 1,00 ou R$ 1 R$ 15,00 ou R$ 15 R$ 100,00 ou R$ 100 
R$ 1400,00 ou R$ 1400.
LÍNGUA PORTUGUESA
9
Obrigado ou obrigada
Segundo a gramática tradicional e a norma culta, o homem ao agradecer deve dizer obrigado. A mulher ao agradecer deve dizer obri-
gada. 
Mal ou mau
Como essas duas palavras são, maioritariamente, pronunciadas da mesma forma, são facilmente confundidas pelos falantes. Qual a 
diferença entre mal e mau? Mal é um advérbio, antônimo de bem. Mau é o adjetivo contrário de bom.
“Vir”, “Ver” e “Vier”
A conjugação desses verbos pode causar confusão em algumas situações, como por exemplo no futuro do subjuntivo. O correto é, por 
exemplo, “quando você o vir”, e não “quando você o ver”.
Já no caso do verbo “ir”, a conjugação correta deste tempo verbal é “quando eu vier”, e não “quando eu vir”.
“Ao invés de” ou “em vez de”
“Ao invés de” significa “ao contrário” e deve ser usado apenas para expressar oposição.
Por exemplo: Ao invés de virar à direita, virei à esquerda.
Já “em vez de” tem um significado mais abrangente e é usado principalmente como a expressão “no lugar de”. Mas ele também pode 
ser usado para exprimir oposição. Por isso, os linguistas recomendam usar “em vez de” caso esteja na dúvida.
Por exemplo: Em vez de ir de ônibus para a escola, fui de bicicleta.
“Para mim” ou “para eu”
Os dois podem estar certos, mas, se você vai continuar a frase com um verbo, deve usar “para eu”.
Por exemplo: Mariana trouxe bolo para mim; Caio pediu para eu curtir as fotos dele.
“Tem” ou “têm”
Tanto “tem” como “têm” fazem parte da conjugação do verbo “ter” no presente. Mas o primeiro é usado no singular, e o segundo no 
plural.
Por exemplo: Você tem medo de mudança; Eles têm medo de mudança.
“Há muitos anos”, “muitos anos atrás” ou “há muitos anos atrás”
Usar “Há” e “atrás” na mesma frase é uma redundância, já que ambas indicam passado. O correto é usar um ou outro.
Por exemplo: A erosão da encosta começou há muito tempo; O romance começou muito tempo atrás.
Sim, isso quer dizer que a música Eu nasci há dez mil anos atrás, de Raul Seixas, está incorreta.
SOB OS SEGUINTES ASPECTOS: COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL
A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpretação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os compo-
nentes do texto, de modo que são independentes entre si. Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente, e vice-versa. 
Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja, ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito ao 
conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias. 
Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a 
partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (antecipa um componente).
Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:
REGRA CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS
REFERÊNCIA
Pessoal (uso de pronomes pessoais ou 
possessivos) – anafórica
Demonstrativa (uso de pronomes demonstrativos 
e advérbios) – catafórica
Comparativa (uso de comparações por 
semelhanças)
João e Maria são crianças. Eles são irmãos.
Fiz todas as tarefas, exceto esta: 
colonização africana.
Mais um ano igual aos outros...
SUBSTITUIÇÃO Substituição de um termo por outro, para evitar 
repetição
Maria está triste. A menina está cansada de 
ficar em casa.
LÍNGUA PORTUGUESA
10
ELIPSE Omissão de um termo No quarto, apenas quatro ou cinco 
convidados. (omissão do verbo “haver”)
CONJUNÇÃO Conexão entre duas orações, estabelecendo 
relação entre elas
Eu queria ir ao cinema, mas estamos de 
quarentena.
COESÃO LEXICAL
Utilização de sinônimos, hiperônimos, nomes 
genéricos ou palavras que possuem sentido 
aproximado e pertencente a um mesmo grupo lexical.
A minha casa é clara. Os quartos, a sala e a 
cozinha têm janelas grandes.
Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio. 
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto. 
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão 
de ideias.
Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento de 
mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor; e 
informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis. 
ESTRUTURAÇÃO DA FRASE E PERÍODOS COMPLEXOS
Frase
É todo enunciado capaz de transmitir a outrem tudo aquilo que pensamos, queremos ou sentimos.
Exemplos
Caía uma chuva.
Dia lindo.
Oração
É a frase que apresenta estrutura sintática (normalmente, sujeito e predicado, ou só o predicado).
Exemplos
Ninguém segura este menino. (Ninguém: sujeito; segura este menino: predicado)
Havia muitos suspeitos. (Oração sem sujeito; havia muitos suspeitos: predicado)
Termos da oração
1. Termos 
essenciais
sujeito
predicado 
2. Termos 
integrantes
complemento 
verbal
complemento 
nominal
agente da passiva
 
objeto 
direto
objeto 
indireto
 
 
LÍNGUA PORTUGUESA
11
3. Termos 
acessórios
Adjunto adno-
minal
adjunto adverbial
aposto
 
4. Vocativo 
Diz-se que sujeito e predicado são termos “essenciais”, mas 
note que o termo que realmente é o núcleo da oração é o verbo:
Chove. (Não há referência a sujeito.)
Cansei. (O sujeito e eu, implícito na forma verbal.)
Os termos “acessórios” são assim chamados por serem suposta-
mente dispensáveis, o que nem sempre é verdade.
Sujeito e predicado
Sujeito é o termo da oração com o qual, normalmente, o verbo 
concorda.
Exemplos
A notícia corria rápida como pólvora. (Corria está no singular 
concordando com a notícia.)
As notícias corriam rápidas como pólvora. (Corriam, no plural, 
concordando com as notícias.)
O núcleo do sujeito é a palavra principal do sujeito, que encerra 
a essência de sua significação. Em torno dela, como que gravitam 
as demais.
Exemplo: Os teus lírios brancos embelezam os campos. (Lírios é 
o núcleo do sujeito.)
Podem exercer a função de núcleo do sujeito o substantivo e pa-
lavras de natureza substantiva. Veja:
O medo salvou-lhe a vida. (substantivo)
Os medrosos fugiram. (Adjetivo exercendo papel de substanti-
vo: adjetivo substantivado.)
A definição mais adequada para sujeito é: sujeito é o termo da 
oração com o qual o verbo normalmente concorda.
Sujeito simples: tem um só núcleo.
Exemplo: As flores morreram.
Sujeito composto: tem mais de um núcleo.
Exemplo: O rapaz e a moça foram encostados ao muro.
Sujeito elíptico (ou oculto): não expresso e que pode ser deter-
minado pela desinência verbal ou pelo contexto.
Exemplo: Viajarei amanhã. (sujeito oculto: eu)
Sujeito indeterminado: é aquele que existe, mas não podemos 
ou não queremos identificá-lo com precisão.
Ocorre:
- quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem referência a 
nenhum substantivo anteriormente expresso.
Exemplo: Batem à porta.
-com verbos intransitivo (VI), transitivo indireto (VTI) ou de li-
gação (VL) acompanhados da partícula SE, chamada de índice de 
indeterminação do sujeito (IIS).
Exemplos:
Vive-se bem. (VI)
Precisa-se de pedreiros. (VTI)
Falava-se baixo. (VI)
Era-se feliz naquela época. (VL)
Orações sem sujeito
São orações cujos verbos são impessoais, com sujeito inexisten-
te.
Ocorrem nos seguintes casos:
- com verbos que se referem a fenômenos meteorológicos.
Exemplo: Chovia. Ventava durante a noite.
- haver no sentido de existir ou quando se refere a tempo de-
corrido.
Exemplo: Há duas semanas não o vejo. (= Faz duas semanas)
- fazer referindo-se a fenômenos meteorológicos ou a tempo 
decorrido.
Exemplo: Fazia 40° à sombra.
- ser nas indicações de horas, datas e distâncias.
Exempl: São duas horas.
Predicado nominal
O núcleo, em torno do qual as demais palavras do predicado 
gravitam e que contém o que de mais importante se comunica a 
respeito do sujeito, e um nome (isto é, um substantivo ou adjetivo, 
ou palavra de natureza substantiva). O verbo e de ligação (liga o nú-
cleo ao sujeito) e indica estado (ser, estar, continuar, ficar, perma-
necer; também andar, com o sentido de estar; virar, com o sentido 
de transformar-se em; e viver, com o sentido de estar sempre).
Exemplo: 
Os príncipes viraram sapos muito feios. (verbo de ligação mais 
núcleo substantivo: sapos)
Verbos de ligação
São aqueles que, sem possuírem significação precisa, ligam um 
sujeito a um predicativo. São verbos de ligação: ser, estar, ficar, pa-
recer, permanecer, continuar, tornar-se etc.
Exemplo: A rua estava calma.
Predicativo do sujeito
É o termo da oração que, no predicado, expressa qualificação ou 
classificação do sujeito.
Exemplo: Você será engenheiro.
- O predicativo do sujeito, além de vir com verbos de liga-
ção, pode também ocorrer com verbos intransitivos ou com ver-
bos transitivos.
Predicado verbal
Ocorre quando o núcleo é um verbo. Logo, não apresenta predi-
cativo. E formado por verbos transitivos ou intransitivos.
Exemplo: A população da vila assistia ao embarque. (Núcleo do 
sujeito: população; núcleo do predicado: assistia, verbo transitivo 
indireto)
LÍNGUA PORTUGUESA
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Verbos intransitivos
São verbos que não exigem complemento algum; como a ação 
verbal não passa, não transita para nenhum complemento, rece-
bem o nome de verbos intransitivos. Podem formar predicado sozi-
nhos ou com adjuntos adverbiais.
Exemplo: Os visitantes retornaram ontem à noite.
Verbos transitivos
São verbos que, ao declarar alguma coisa a respeito do sujei-
to, exigem um complemento para a perfeita compreensão do que 
se quer dizer. Tais verbos se denominam transitivos e a pessoa ou 
coisa para onde se dirige a atividade transitiva do verbo se denomi-
na objeto. Dividem-se em: diretos, indiretos e diretos e indiretos.
Verbos transitivos diretos: Exigem um objeto direto.
Exemplo: Espero-o no aeroporto.
Verbos transitivos indiretos: Exigem um objeto indireto.
Exemplo: Gosto de flores.
Verbos transitivos diretos e indiretos: Exigem um objeto direto 
e um objeto indireto.
Exemplo: Os ministros informaram a nova política econômi-
ca aos trabalhadores. (VTDI)
Complementos verbais
Os complementos verbais são representados pelo objeto direto 
(OD) e pelo objeto indireto (OI).
Objeto indireto
É o complemento verbal que se liga ao verbo pela preposição 
por ele exigida. Nesse caso o verbo pode ser transitivo indireto ou 
transitivo direto e indireto. Normalmente, as preposições que ligam 
o objeto indireto ao verbo são a, de, em, com, por, contra, para etc.
Exemplo: Acredito em você.
Objeto direto
Complemento verbal que se liga ao verbo sem preposição obri-
gatória. Nesse caso o verbo pode ser transitivo direto ou transitivo 
direto e indireto.
Exemplo: Comunicaram o fato aos leitores.
Objeto direto preposicionado
É aquele que, contrariando sua própria definição e característi-
ca, aparece regido de preposição (geralmente preposição a).
O pai dizia aos filhos que adorava a ambos.
Objeto pleonástico
É a repetição do objeto (direto ou indireto) por meio de um 
pronome. Essa repetição assume valor enfático (reforço) da noção 
contida no objeto direto ou no objeto indireto.
Exemplos
Ao colega, já lhe perdoei. (objeto indireto pleonástico)
Ao filme, assistimos a ele emocionados. (objeto indireto pleo-
nástico)
Predicado verbo-nominal
Esse predicado tem dois núcleos (um verbo e um nome), é for-
mado por predicativo com verbo transitivo ou intransitivo.
Exemplos: 
A multidão assistia ao jogo emocionada. (predicativo do sujeito 
com verbo transitivo indireto)
A riqueza tornou-o orgulhoso. (predicativo do objeto com verbo 
transitivo direto)
Predicativo do sujeito
O predicativo do sujeito, além de vir com verbos de ligação, 
pode também ocorrer com verbos intransitivos ou transitivos. Nes-
se caso, o predicado é verbo-nominal.
Exemplo: A criança brincava alegre no parque.
Predicativo do objeto
Exprime qualidade, estado ou classificação que se referem ao 
objeto (direto ou indireto).
Exemplo de predicativo do objeto direto:
O juiz declarou o réu culpado.
Exemplo de predicativo do objeto indireto:
Gosto de você alegre.
Adjunto adnominal
É o termo acessório que vem junto ao nome (substantivo), res-
tringindo-o, qualificando-o, determinando-o (adjunto: “que vem 
junto a”; adnominal: “junto ao nome”). Observe:
Os meus três grandes amigos [amigos: nome substantivo] vie-
ram me fazer uma visita [visita: nome substantivo] agradável on-
tem à noite.
São adjuntos adnominais os (artigo definido), meus (pronome 
possessivo adjetivo), três (numeral), grandes (adjetivo), que estão 
gravitando em torno do núcleo do sujeito, o substantivo amigos; 
o mesmo acontece com uma (artigo indefinido) e agradável (adje-
tivo), que determinam e qualificam o núcleo do objeto direto, o 
substantivo visita.
O adjunto adnominal prende-se diretamente ao substantivo, ao 
passo que o predicativo se refere ao substantivo por meio de um 
verbo. 
Complemento nominal
É o termo que completa o sentido de substantivos, adjetivos e 
advérbios porque estes não têm sentido completo.
- Objeto – recebe a atividade transitiva de um verbo.
- Complemento nominal – recebe a atividade transitiva de um 
nome.
O complemento nominal é sempre ligado ao nome por preposi-
ção, tal como o objeto indireto.
Exemplo: Tenho necessidade de dinheiro.
Adjunto adverbial
É o termo da oração que modifica o verbo ou um adjetivo ou 
o próprio advérbio, expressando uma circunstância: lugar, tempo, 
fim, meio, modo, companhia, exclusão, inclusão, negação, afirma-
ção, duvida, concessão, condição etc.
Período
Enunciado formado de uma ou mais orações, finalizado por: 
ponto final ( . ), reticencias (...), ponto de exclamação (!) ou ponto 
de interrogação (?). De acordo com o número de orações, classifi-
ca-se em:
Apresenta apenas uma oração que é chamada absoluta.
LÍNGUA PORTUGUESA
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O período é simples quando só traz uma oração, chamada abso-
luta; o período é composto quando traz mais de uma oração. Exem-
plo: Comeu toda a refeição. (Período simples, oração absoluta.); 
Quero que você leia. (Período composto.)
Uma maneira fácil de saber quantas orações há num período é 
contar os verbos ou locuções verbais. Num período haverá tantas 
orações quantos forem os verbos ou as locuções verbais nele exis-
tentes. 
Há três tipos de período composto: por coordenação, por su-
bordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo tempo 
(também chamada de misto).
Período Composto por Coordenação 
As três orações que formam esse período têm sentido próprio e 
não mantêm entre si nenhuma dependência sintática: são indepen-
dentes. Há entre elas uma relação de sentido, mas uma não depen-
de da outra sintaticamente.
As orações independentes de um período são chamadas de ora-
ções coordenadas (OC), e o período formado só de orações coorde-
nadas é chamado de período composto por coordenação.
As orações coordenadas podem ser assindéticas e sindéticas.
As orações sãocoordenadas assindéticas (OCA) quando não 
vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
Os jogadores correram, / chutaram, / driblaram.
 OCA OCA OCA
- As orações são coordenadas sindéticas (OCS) quando vêm in-
troduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo:
A mulher saiu do prédio / e entrou no táxi.
 OCA OCS
As orações coordenadas sindéticas se classificam de acordo com 
o sentido expresso pelas conjunções coordenativas que as introdu-
zem. Pode ser:
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não só... 
mas também, não só... mas ainda.
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa 
ideia de acréscimo ou adição com referência à oração anterior, ou 
seja, por uma conjunção coordenativa aditiva.
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas, porém, 
todavia, contudo, entretanto, no entanto.
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa 
ideia de oposição à oração anterior, ou seja, por uma conjunção 
coordenativa adversativa.
- Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto, por 
isso, pois, logo.
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expres-
sa ideia de conclusão de um fato enunciado na oração anterior, ou 
seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva.
- Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou, ou... ou, 
ora... ora, seja... seja, quer... quer.
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que estabelece 
uma relação de alternância ou escolha com referência à oração an-
terior, ou seja, por uma conjunção coordenativa alternativa.
- Orações coordenadas sindéticas explicativas: que, porque, 
pois, porquanto.
A 2ª oração é introduzida por uma conjunção que expressa ideia 
de explicação, de justificativa em relação à oração anterior, ou seja, 
por uma conjunção coordenativa explicativa.
Período Composto por Subordinação
Nesse período, a segunda oração exerce uma função sintática 
em relação à primeira, sendo subordinada a ela. Quando um perío-
do é formado de pelo menos um conjunto de duas orações em que 
uma delas (a subordinada) depende sintaticamente da outra (prin-
cipal), ele é classificado como período composto por subordinação. 
As orações subordinadas são classificadas de acordo com a função 
que exercem.
Orações Subordinadas Adverbiais
Exercem a função de adjunto adverbial da oração principal (OP). 
São classificadas de acordo com a conjunção subordinativa que as 
introduz:
- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração prin-
cipal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que, visto 
que.
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a ocor-
rência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se, contanto 
que, a menos que, a não ser que, desde que.
- Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da oração 
principal, sem, no entanto, impedir sua realização. Conjunções: em-
bora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais que, mesmo que.
- Conformativas: Expressam a conformidade de um fato com 
outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo.
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao que 
foi expresso na oração principal. Conjunções: quando, assim que, 
logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assim que).
- Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi enun-
ciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de que, por-
que (=para que), que.
- Consecutivas: Expressam a consequência do que foi enuncia-
do na oração principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), 
pois que, visto que.
- Comparativas: Expressam ideia de comparação com referência 
à oração principal. Conjunções: como, assim como, tal como, (tão)... 
como, tanto como, tal qual, que (combinado com menos ou mais).
- Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona pro-
porcionalmente ao que foi enunciado na principal. Conjunções: à 
medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto 
menos.
Orações Subordinadas Substantivas
São aquelas que, num período, exercem funções sintáticas pró-
prias de substantivos, geralmente são introduzidas pelas conjun-
ções integrantes que e se. 
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É aquela 
que exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal. 
Observe: O filho quer a sua ajuda. (objeto direto)
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É aquela 
que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração princi-
pal. Observe: Preciso de sua ajuda. (objeto indireto)
- Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela que 
exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. Observe: É 
importante sua ajuda. (sujeito)
LÍNGUA PORTUGUESA
14
- Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal: É 
aquela que exerce a função de complemento nominal de um ter-
mo da oração principal. Observe: Estamos certos de sua inocência. 
(complemento nominal)
- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela que 
exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal, vindo 
sempre depois do verbo ser. Observe: O principal é sua felicidade. 
(predicativo)
- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela que 
exerce a função de aposto de um termo da oração principal. Obser-
ve: Ela tinha um objetivo: a felicidade de todos. (aposto)
Orações Subordinadas Adjetivas
Exercem a função de adjunto adnominal de algum termo da ora-
ção principal. 
As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas por 
um pronome relativo (que, qual, cujo, quem, etc.) e são classifica-
das em:
- Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas quando 
restringem ou especificam o sentido da palavra a que se referem. 
- Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas quando 
apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se referem, 
esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem restringi-lo ou 
especificá-lo. 
Orações Reduzidas
São caracterizadas por possuírem o verbo nas formas de gerún-
dio, particípio ou infinitivo. Ao contrário das demais orações subor-
dinadas, as orações reduzidas não são ligadas através dos conecti-
vos. Há três tipos de orações reduzidas:
- Orações reduzidas de infinitivo:
Infinitivo: terminações –ar, -er, -ir.
Reduzida: Meu desejo era ganhar na loteria.
Desenvolvida: Meu desejo era que eu ganhasse na loteria. (Ora-
ção Subordinada Substantiva Predicativa)
- Orações Reduzidas de Particípio:
Particípio: terminações –ado, -ido.
Reduzida: A mulher sequestrada foi resgatada.
Desenvolvida: A mulher que sequestraram foi resgatada. (Ora-
ção Subordinada Adjetiva Restritiva)
- Orações Reduzidas de Gerúndio:
Gerúndio: terminação –ndo.
Reduzida: Respeitando as regras, não terão problemas.
Desenvolvida: Desde que respeitem as regras, não terão pro-
blemas. (Oração Subordinada Adverbial Condicional)
USO DO VOCABULÁRIO APROPRIADO
Adequação vocabular” é adequar as palavras a situação de fala. 
As gírias, por exemplo, podem ser perfeitamente ajustadas a certos 
contextos. 
A adequação vocabular trata das corretas situações em que de-
vemos usar as melhores situações vocabulares. Isto é, trata dos mo-
mento em que determinadas linguagens devem ser usada.
É o caso por exemplo de quando estamos diante de uma situa-
ção informal, com amigos, e conhecidos, onde podemos usar gírias 
além de demais palavras menor formais. Diferente de situações em 
que estamos diante de momento mais formais, como o trabalho 
por exemplo.
O ato de escrever
O que para alguns parece fácil e agradável, para outros repre-
senta um sacrifício sem perspectivas favoráveis. Nas práticas esco-
lares, não se prepara o aluno para ser escritor, mas para escrever 
satisfatoriamente numa linguagem que revele precisão vocabular 
e clareza de ideias.
Um texto correto e preciso resulta de um pensamento organi-
zado, ao qual se somam a capacidade para aproveitar os recursos 
expressivos da língua e a interpretação analítica da realidade, em 
especial na dissertação. Qualquer que seja a modalidade redacio-nal, sua finalidade é concretizar a comunicação de ideias (conteú-
do), valorizadas por uma expressão estética da linguagem (forma). 
Não basta, pois, saber o que escrever, mas como escrever.
As dificuldades para redigir podem ter origem na timidez, no 
receio da iniciativa inovadora, na falta de estímulos, em métodos 
didáticos desinteressantes ou ainda num conjunto de fatores que 
bloqueiam a escrita.
Há quem atribua as deficiências da escrita aos meios de comu-
nicação de massa que, saturando nossos sentidos com imagem e 
som, pouco exigem de nossa capacidade reflexiva, ocupando um 
espaço que poderia ser preenchido pela leitura.
Quaisquer que sejam os entraves na escrita, é no aprimoramen-
to da linguagem que temos o instrumento mais eficaz para expres-
sar o pensa mento. A habilidade com que a usamos permite-nos 
apreender o mundo e agir sobre ele.
Ao escrevermos, fazemos da linguagem nossa conquista maior, 
combinando as impressões dos sentidos, a vivência pessoal e o pen-
samento crítico. Para aperfeiçoar o exercício redacional, devemos 
aguçar a capacidade de interpretação, o espírito questionador e 
analítico, bem como o desprendimento para criar e inovar.
Assim, a redação, como atividade compensadora e satisfatória, 
é produto de um saber linguístico, da ordenação do pensamento 
e da imaginação criadora, num contínuo e diletante processo de 
aprendizagem.
Da palavra ao texto
A palavra existe a serviço da comunicação. As circunstâncias his-
tóricas, o mundo concreto e os anseios espirituais, ao longo de seus 
processos de desenvolvimento, foram criando a necessidade de nome-
ação dos objetos. Assim, o desejo de comunicar nossas ideias fica me-
diado por uma unidade menor que se chama signo. O signo é o símbo-
lo dos objetos ou ideias que queremos veicular (oral ou textualmente): 
a maneira de articular as palavras e de organizá-las na frase, no texto 
determina nosso discurso, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
A linguagem culta ou padrão
É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em 
que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas 
instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obedi-
ência às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem 
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, 
LÍNGUA PORTUGUESA
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mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, 
conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi-
cas, noticiários de TV, programas culturais etc.
A linguagem popular ou coloquial
É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mos-
tra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de 
vícios de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância; 
barbarismo – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; ca-
cofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela 
coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua. A lin-
guagem popular está presente nas mais diversas situações: conver-
sas familiares ou entre amigos, anedotas, irradiação de esportes, 
programas de TV (sobretudo os de auditório), novelas, expressão 
dos estados emocionais etc.
PONTUAÇÃO
Para a elaboração de um texto escrito, deve-se considerar o uso 
adequado dos sinais de pontuação como: pontos, vírgula, ponto e 
vírgula, dois pontos, travessão, parênteses, reticências, aspas, etc.
Tais sinais têm papéis variados no texto escrito e, se utilizados 
corretamente, facilitam a compreensão e entendimento do texto. 
— A Importância da Pontuação
1As palavras e orações são organizadas de maneira sintática, se-
mântica e também melódica e rítmica. Sem o ritmo e a melodia, os 
enunciados ficariam confusos e a função comunicativa seria preju-
dicada.
O uso correto dos sinais de pontuação garante à escrita uma 
solidariedade sintática e semântica. O uso inadequado dos sinais de 
pontuação pode causar situações desastrosas, como em:
– Não podem atirar! (entende-se que atirar está proibido)
– Não, podem atirar! (entende-se que é permitido atirar)
— Ponto
Este ponto simples final (.) encerra períodos que terminem por 
qualquer tipo de oração que não seja interrogativa direta, a excla-
mativa e as reticências.
Outra função do ponto é a da pausa oracional, ao acompanhar 
muitas palavras abreviadas, como: p., 2.ª, entre outros.
Se o período, oração ou frase terminar com uma abreviatura, 
o ponto final não é colocado após o ponto abreviativo, já que este, 
quando coincide com aquele, apresenta dupla serventia.
Ex.: “O ponto abreviativo põe-se depois das palavras indicadas 
abreviadamente por suas iniciais ou por algumas das letras com que 
se representam, v.g. ; V. S.ª ; Il.mo ; Ex.a ; etc.” (Dr. Ernesto Carneiro 
Ribeiro)
O ponto, com frequência, se aproxima das funções do ponto e 
vírgula e do travessão, que às vezes surgem em seu lugar.
Obs.: Estilisticamente, pode-se usar o ponto para, em períodos 
curtos, empregar dinamicidade, velocidade à leitura do texto: “Era 
um garoto pobre. Mas tinha vontade de crescer na vida. Estudou. 
Subiu. Foi subindo mais. Hoje é juiz do Supremo.”. É muito utilizado 
em narrações em geral.
1 BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
2009.
— Ponto Parágrafo
Separa-se por ponto um grupo de período formado por orações 
que se prendem pelo mesmo centro de interesse. Uma vez que o 
centro de interesse é trocado, é imposto o emprego do ponto pa-
rágrafo se iniciando a escrever com a mesma distância da margem 
com que o texto foi iniciado, mas em outra linha.
O parágrafo é indicado por ( § ) na linguagem oficial dos artigos 
de lei.
— Ponto de Interrogação
É um sinal (?) colocado no final da oração com entonação inter-
rogativa ou de incerteza, seja real ou fingida.
A interrogação conclusa aparece no final do enunciado e requer 
que a palavra seguinte se inicie por maiúscula. Já a interrogação 
interna (quase sempre fictícia), não requer que a próxima palavra 
se inicia com maiúscula.
Ex.: — Você acha que a gramática da Língua Portuguesa é com-
plicada?
— Meu padrinho? É o Excelentíssimo Senhor coronel Paulo Vaz 
Lobo Cesar de Andrade e Sousa Rodrigues de Matos.
Assim como outros sinais, o ponto de interrogação não requer 
que a oração termine por ponto final, a não ser que seja interna.
Ex.: “Esqueceu alguma cousa? perguntou Marcela de pé, no pa-
tamar”.
Em diálogos, o ponto de interrogação pode aparecer acompa-
nhando do ponto de exclamação, indicando o estado de dúvida de 
um personagem perante diante de um fato.
Ex.: — “Esteve cá o homem da casa e disse que do próximo mês 
em diante são mais cinquenta...
— ?!...”
— Ponto de Exclamação
Este sinal (!) é colocado no final da oração enunciada com ento-
nação exclamativa.
Ex.: “Que gentil que estava a espanhola!”
“Mas, na morte, que diferença! Que liberdade!”
Este sinal é colocado após uma interjeição.
Ex.: — Olé! exclamei.
— Ah! brejeiro!
As mesmas observações vistas no ponto de interrogação, em re-
lação ao emprego do ponto final e ao uso de maiúscula ou minúscu-
la inicial da palavra seguinte, são aplicadas ao ponto de exclamação.
— Reticências
As reticências (...) demonstram interrupção ou incompletude de 
um pensamento.
Ex.: — “Ao proferir estas palavras havia um tremor de alegria 
na voz de Marcela: e no rosto como que se lhe espraiou uma onda 
de ventura...”
— “Não imagina o que ela é lá em casa: fala na senhora a todos 
os instantes, e aqui aparece uma pamonha. Ainda ontem...
Quando colocadas no fim do enunciado, as reticências dispen-
sam o ponto final, como você pode observar nos exemplos acima.
As reticências, quando indicarem uma enumeração inconclusa, 
podem ser substituídas por etc.
LÍNGUA PORTUGUESA
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Ao transcrever um diálogo, elas indicam uma não resposta do 
interlocutor. Já em citações, elas podem ser postas no início, no 
meio ou no fim, indicando supressão do texto transcrito, em cada 
uma dessas partes.
Quando ocorre a supressão de um trecho de certa extensão,geralmente utiliza-se uma linha pontilhada.
As reticências podem aparecer após um ponto de exclamação 
ou interrogação.
— Vírgula
A vírgula (,) é utilizada:
- Para separar termos coordenados, mesmo quando ligados por 
conjunção (caso haja pausa).
Ex.: “Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado”.
IMPORTANTE!
Quando há uma série de sujeitos seguidos imediatamente de 
verbo, não se separa do verbo (por vírgula) o ultimo sujeito da série 
.
Ex.: Carlos Gomes, Vítor Meireles, Pedro Américo, José de Alen-
car tinham-nas começado.
- Para separar orações coordenadas aditivas, mesmo que estas 
se iniciem pela conjunção e, proferidas com pausa.
Ex.: “Gostava muito das nossas antigas dobras de ouro, e eu le-
vava-lhe quanta podia obter”.
- Para separar orações coordenadas alternativas (ou, quer, etc.), 
quando forem proferidas com pausa.
Ex.: Ele sairá daqui logo, ou eu me desligarei do grupo.
IMPORTANTE!
Quando ou exprimir retificação, esta mesma regra vigora.
Ex.: Teve duas fases a nossa paixão, ou ligação, ou qualquer ou-
tro nome, que eu de nome não curo.
Caso denote equivalência, o ou posto entre os dois termos não 
é separado por vírgula.
Ex.: Solteiro ou solitário se prende ao mesmo termo latino.
- Em aposições, a não ser no especificativo.
Ex.: “ora enfim de uma casa que ele meditava construir, para 
residência própria, casa de feitio moderno...”
- Para separar os pleonasmos e as repetições, quando não tive-
rem efeito superlativamente.
Ex.: “Nunca, nunca, meu amor!”
A casa é linda, linda.
- Para intercalar ou separar vocativos e apostos.
Ex.: Brasileiros, é chegada a hora de buscar o entendimento.
É aqui, nesta querida escola, que nos encontramos.
- Para separar orações adjetivas de valor explicativo.
Ex.: “perguntava a mim mesmo por que não seria melhor depu-
tado e melhor marquês do que o lobo Neves, — eu, que valia mais, 
muito mais do que ele, — ...”
- Para separar, na maioria das vezes, orações adjetivas restritiva 
de certa extensão, ainda mais quando os verbos de duas orações 
distintas se juntam.
Ex.: “No meio da confusão que produzira por toda a parte este 
acontecimento inesperado e cujo motivo e circunstâncias inteira-
mente se ignoravam, ninguém reparou nos dois cavaleiros...”
IMPORTANTE!
Mesmo separando por vírgula o sujeito expandido pela oração 
adjetiva, esta pontuação pode acontecer.
Ex.: Os que falam em matérias que não entendem, parecem fa-
zer gala da sua própria ignorância.
- Para separar orações intercaladas.
Ex.: “Não lhe posso dizer com certeza, respondi eu”
- Para separar, geralmente, adjuntos adverbiais que precedem 
o verbo e as orações adverbiais que aparecem antes ou no meio da 
sua principal.
Ex.: “Eu mesmo, até então, tinha-vos em má conta...”
- Para separar o nome do lugar em datas.
Ex.: São Paulo, 14 de janeiro de 2020.
- Para separar os partículas e expressões de correção, continua-
ção, explicação, concessão e conclusão.
Ex.: “e, não obstante, havia certa lógica, certa dedução”
Sairá amanhã, aliás, depois de amanhã.
- Para separar advérbios e conjunções adversativos (porém, to-
davia, contudo, entretanto), principalmente quando pospostos.
Ex.: “A proposta, porém, desdizia tanto das minhas sensações 
últimas...”
- Algumas vezes, para indicar a elipse do verbo.
Ex.: Ele sai agora: eu, logo mais. (omitiu o verbo “sairei” após 
“eu”; elipse do verbo sair)
- Omissão por zeugma.
Ex.: Na classe, alguns alunos são interessados; outros, (são) re-
lapsos. (Supressão do verbo “são” antes do vocábulo “relapsos”)
- Para indicar a interrupção de um seguimento natural das ideias 
e se intercala um juízo de valor ou uma reflexão subsidiária.
- Para evitar e desfazer alguma interpretação errônea que pode 
ocorrer quando os termos estão distribuídos de forma irregular na 
oração, a expressão deslocada é separada por vírgula.
Ex.: De todas as revoluções, para o homem, a morte é a maior 
e a derradeira.
- Em enumerações
sem gradação: Coleciono livros, revistas, jornais, discos. 
com gradação: Não compreendo o ciúme, a saudade, a dor da 
despedida.
Não se separa por vírgula: 
- sujeito de predicado;
- objeto de verbo;
- adjunto adnominal de nome;
- complemento nominal de nome;
- oração principal da subordinada substantiva (desde que esta 
não seja apositiva nem apareça na ordem inversa).
LÍNGUA PORTUGUESA
17
— Dois Pontos
São utilizados:
- Na enumeração, explicação, notícia subsidiária.
Ex.: Comprou dois presentes: um livro e uma caneta.
“que (Viegas) padecia de um reumatismo teimoso, de uma 
asma não menos teimosa e de uma lesão de coração: era um hos-
pital concentrado”
“Queremos governos perfeitos com homens imperfeitos: dispa-
rate”
- Em expressões que se seguem aos verbos dizer, retrucar, res-
ponder (e semelhantes) e que dão fim à declaração textual, ou que 
assim julgamos, de outrem.
Ex.: “Não me quis dizer o que era: mas, como eu instasse muito:
— Creio que o Damião desconfia alguma coisa”
- Em alguns casos, onde a intenção é caracterizar textualmente 
o discurso do interlocutor, a transcrição aparece acompanhada de 
aspas, e poucas vezes de travessão.
Ex.: “Ao cabo de alguns anos de peregrinação, atendi às suplicas 
de meu pai:
— Vem, dizia ele na última carta; se não vieres depressa acharás 
tua mãe morta!”
Em expressões que, ao serem enunciadas com entonação espe-
cial, o contexto acaba sugerindo causa, consequência ou explicação.
Ex.: “Explico-me: o diploma era uma carta de alforria”
- Em expressões que possuam uma quebra na sequência das 
ideias.
Ex.: Sacudiu o vestido, ainda molhado, e caminhou.
“Não! bradei eu; não hás de entrar... não quero... Ia a lançar-lhe 
as mãos: era tarde; ela entrara e fechara-se”
— Ponto e Vírgula
Sinal (;) que denota pausa mais forte que a vírgula, porém mais 
fraca que o ponto. É utilizado:
- Em trechos longos que já possuam vírgulas, indicando uma 
pausa mais forte.
Ex.: “Enfim, cheguei-me a Virgília, que estava sentada, e travei-
-lhe da mão; D. Plácida foi à janela”
- Para separar as adversativas onde se deseja ressaltar o con-
traste.
Ex.: “Não se disse mais nada; mas de noite Lobo Neves insistiu 
no projeto”
- Em leis, separando os incisos.
- Enumeração com explicitação.
Ex.: Comprei alguns livros: de matemática, para estudar para 
o concurso; um romance, para me distrair nas horas vagas; e um 
dicionário, para enriquecer meu vocabulário. 
- Enumeração com ponto e vírgula, mas sem vírgula, para mar-
car distribuição.
Ex.: Comprei os produtos no supermercado: farinha para um 
bolo; tomates para o molho; e pão para o café da manhã.
— Travessão
É importante não confundir o travessão (—) com o traço de 
união ou hífen e com o traço de divisão empregado na partição de 
sílabas.
O uso do travessão pode substituir vírgulas, parênteses, colche-
tes, indicando uma expressão intercalada:
Ex.: “... e eu falava-lhe de mil cousas diferentes — do último bai-
le, da discussão das câmaras, berlindas e cavalos, de tudo, menos 
dos seus versos ou prosas”
Se a intercalação terminar o texto, o travessão é simples; caso 
contrário, se utiliza o travessão duplo.
Ex.: “Duas, três vezes por semana, havia de lhe deixar na algi-
beira das calças — umas largas calças de enfiar —, ou na gaveta da 
mesa, ou ao pé do tinteiro, uma barata morta”
IMPORTANTE!
Como é possível observar no exemplo, pode haver vírgula após 
o travessão.
O travessão pode, também, denotar uma pausa mais forte.
Ex.: “... e se estabelece uma cousa que poderemos chamar —, 
solidariedade do aborrecimento humano”
Além disso, ainda pode indicar a mudança de interlocutor, na 
transcrição de um diálogo, com ou sem aspas.
Ex.: — Ah! respirou Lobo Neves, sentando-se preguiçosamente 
no sofá.
— Cansado? perguntei eu.
— Muito; aturei duas maçadas de primeira ordem (...)
Neste caso, pode, ou não, combinar-se com as aspas.
— Parênteses e Colchetes
Estes sinais ( ) [ ] apontam a existência de um isolamento sin-
tático e semântico mais completo dentro de um enunciado, assim 
como estabelecem uma intimidade maiorentre o autor e seu leitor. 
Geralmente, o uso do parêntese é marcado por uma entonação es-
pecial.
Se a pausa coincidir com o início da construção parentética, o 
sinal de pontuação deve aparecer após os parênteses, contudo, se 
a proposição ou frase inteira for encerrada pelos parênteses, a no-
tação deve aparecer dentro deles.
Ex.: “Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que 
seja, convosco, este suavíssimo nome); não: o coração não é tão 
frívolo, tão exterior, tão carnal, quanto se cuida”
“A imprensa (quem o contesta?) é o mais poderoso meio que 
se tem inventado para a divulgação do pensamento”. (Carta inserta 
nos Anais da Biblioteca Nacional, vol. I) [Carlos de Laet]
- Isolar datas.
Ex.: Refiro-me aos soldados da Primeira Guerra Mundial (1914-
1918).
- Isolar siglas.
Ex.: A taxa de desemprego subiu para 5,3% da população eco-
nomicamente ativa (PEA)...
- Isolar explicações ou retificações.
LÍNGUA PORTUGUESA
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Ex.: Eu expliquei uma vez (ou duas vezes) o motivo de minha 
preocupação.
Os parênteses e os colchetes estão ligados pela sua função dis-
cursiva, mas estes são utilizados quando os parênteses já foram em-
pregados, com o objetivo de introduzir uma nova inserção.
São utilizados, também, com a finalidade de preencher lacunas 
de textos ou para introduzir, em citações principalmente, explica-
ções ou adendos que deixam a compreensão do texto mais simples.
— Aspas
A forma mais geral do uso das aspas é o sinal (“ ”), entretanto, 
há a possibilidade do uso das aspas simples (‘ ’) para diferentes fina-
lidades, como em trabalhos científicos sobre línguas, onde as aspas 
simples se referem a significados ou sentidos: amare, lat. ‘amar’ 
port.
As aspas podem ser utilizadas, também, para dar uma expres-
são de sentido particular, ressaltando uma expressão dentro do 
contexto ou indicando uma palavra como estrangeirismo ou uma 
gíria.
Se a pausa coincidir com o final da sentença ou expressão que 
está entre aspas, o competente sinal de pontuação deve ser utili-
zado após elas, se encerrarem somente uma parte da proposição; 
mas se as aspas abarcarem todo o período, frase, expressão ou sen-
tença, a respectiva pontuação é abrangida por elas.
Ex.: “Aí temos a lei”, dizia o Florentino. “Mas quem as há de 
segurar? Ninguém.”
“Mísera, tivesse eu aquela enorme, aquela Claridade imortal, 
que toda a luz resume!”
“Por que não nasce eu um simples vaga-lume?”
- Delimitam transcrições ou citações textuais.
Ex.: Segundo Rui Barbosa: “A política afina o espírito.”
— Alínea
Apresenta a mesma função do parágrafo, uma vez que denota 
diferentes centros de assuntos. Como o parágrafo, requer a mudan-
ça de linha.
De forma geral, aparece em forma de número ou letra seguida 
de um traço curvo.
Ex.: Os substantivos podem ser:
a) próprios
b) comuns
— Chave
Este sinal ({ }) é mais utilizado em obras científicas. Indicam a 
reunião de diversos itens relacionados que formam um grupo.
2Ex.: Múltiplos de 5: {0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35,… }.
Na matemática, as chaves agrupam vários elementos de uma 
operação, definindo sua ordem de resolução.
Ex.: 30x{40+[30x(84-20x4)]}
Também podem ser utilizadas na linguística, representando 
morfemas.
Ex.: O radical da palavra menino é {menin-}.
2 https://bit.ly/2RongbC.
— Asterisco
Sinal (*) utilizado após ou sobre uma palavra, com a intenção 
de se fazer um comentário ou citação a respeito do termo, ou uma 
explicação sobre o trecho (neste caso o asterisco se põe no fim do 
período).
Emprega-se ainda um ou mais asteriscos depois de uma inicial, 
indicando uma pessoa cujo nome não se quer ou não se pode decli-
nar: o Dr.*, B.**, L.***
— Barra
Aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação 
harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser 
verbal — refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — 
refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa
Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, 
artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gêne-
ro, de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que 
ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar 
atento, também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, 
o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os 
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e 
japonesa.
Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, 
a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo 
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o subs-
tantivo mais próximo: 
• Linda casa e bairro.
Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar 
tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substanti-
vos (sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arru-
mada. 
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arru-
mados.
Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de 
parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão 
entre os melhores escritores brasileiros.
Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito 
ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto 
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as conse-
quências do acidente.
LÍNGUA PORTUGUESA
19
CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO
É PROIBIDO
É PERMITIDO
É NECESSÁRIO
Deve concordar com o substantivo quando há 
presença de um artigo. Se não houver essa determinação, 
deve permanecer no singular e no masculino.
É proibida a entrada.
É proibido entrada.
OBRIGADO / OBRIGADA Deve concordar com a pessoa que fala. Mulheres dizem “obrigada” Homens 
dizem “obrigado”.
BASTANTE
Quando tem função de adjetivo para um 
substantivo, concorda em número com o substantivo.
Quando tem função de advérbio, permanece 
invariável.
As bastantes crianças ficaram doentes 
com a volta às aulas. 
Bastante criança ficou doente com a 
volta às aulas.
O prefeito considerou bastante a respeito 
da suspensão das aulas.
MENOS É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não 
existe na língua portuguesa.
Havia menos mulheres que homens na 
fila para a festa.
MESMO
PRÓPRIO
Devem concordar em gênero e número com a 
pessoa a que fazem referência.
As crianças mesmas limparam a sala 
depois da aula.
Eles próprios sugeriram o tema da 
formatura.
MEIO / MEIA
Quando tem função de numeral adjetivo, deve 
concordar com o substantivo.
Quando tem função de advérbio, modificando um 
adjetivo, o termo é invariável.
Adicione meia xícara de leite.
Manuela é meio artista, além de ser 
engenheira.
ANEXO INCLUSO Devem concordar com o substantivo a que se 
referem.
Segue anexo o orçamento.
Seguem anexas as informações 
adicionais
As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da 
mensalidade.
Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o 
qual ele se relaciona.
Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:
• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.
Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.
Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que 
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele, 
eles):
• Eu e vós vamos à festa.
Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo 
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.
Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um substan-
tivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.
Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue 
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova. 
Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
LÍNGUA PORTUGUESA
20
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.
Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, 
concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A ma-
tilha cansou depois de tanto puxar o trenó.
Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira 
pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje
Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo 
deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração prin-
cipal ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.
Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o 
verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quan-
to com o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.
Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como 
sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do sin-
gular: 
• Nenhum de nós merece adoecer.
Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, 
porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. 
Exceto caso o substantivo vier precedido por determinante: 
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos 
sumiram.
EMPREGO DE PRONOMES
Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto 
é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enuncia-
do, ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e po-
dem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, 
nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no 
tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questiona-
mentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...)
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na 
oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira 
imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situ-
ações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...)
Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do 
pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, 
la, no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do 
verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; 
advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demons-
trativos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no 
gerúndio antecedidos por “em”.
Nada me faria mais feliz.
• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da fra-
se (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerúndio 
não acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal.
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho.
• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração.
Orgulhar-me-ei de meus alunos.
DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou ora-
ções, nem após ponto-e-vírgula.
ORTOGRAFIA
A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes 
à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso 
analisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memo-
rizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que 
também faz aumentar o vocabulário do leitor.
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes 
entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar 
que existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique 
atento! 
Alfabeto
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é co-
nhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o 
alfabeto se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e 
consoantes (restante das letras).
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram 
reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo 
que elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de 
nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.
Uso do “X”
Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o 
X no lugar do CH: 
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxergar)
• Depois de ditongos (ex: caixa)
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá) 
Uso do “S” ou “Z”
Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser ob-
servadas:
• Depois de ditongos (ex: coisa)
• Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S” 
(ex: casa > casinha)
• Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou 
origem. (ex: portuguesa)
• Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex: 
populoso)
LÍNGUA PORTUGUESA
21
Uso do “S”, “SS”, “Ç”
• “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex: 
diversão)
• “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo)
• “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passaram 
pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)
Os diferentes porquês
POR QUE Usado para fazer perguntas. Pode ser 
substituído por “por qual motivo”
PORQUE Usado em respostas e explicações. Pode 
ser substituído por “pois”
POR QUÊ
O “que” é acentuado quando aparece 
como a última palavra da frase, antes da 
pontuação final (interrogação, exclamação, 
ponto final) 
PORQUÊ
É um substantivo, portanto costuma vir 
acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo 
ou pronome
Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro-
núncia semelhantes, porém com significados distintos. 
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego 
(trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma 
grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo 
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
ACENTUAÇÃO
— Definição
A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas pala-
vras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas regras 
da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras. Isso quer 
dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba tônica de 
uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com as regras 
gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na língua 
portuguesa:
– Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som 
aberto. Ex.: área, relógio, pássaro.
– Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e 
“o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico, ân-
cora, avô. 
– Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com 
o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba 
tônica!
– Til: Sobre as vogais “a”e “o”, indica que a vogal de determina-
da palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a sílaba tônica. 
Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que indica que a 
sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til (˜), que indica 
que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro exemplo se-
melhante é a palavra bênção. 
— Monossílabas Tônicas e Átonas
Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer alte-
ração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe o 
substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração da pre-
posição “de” + artigo “o”). Ao comparar esses termos, perceber-
mos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja, temos 
uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente. Diante de 
palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica (forte) ou 
fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como abaixo:
“Sinto grande dó ao vê-la sofrer.”
“Finalmente encontrei a chave do carro.”
Recebem acento gráfico: 
– As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s); 
-e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs. 
– As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis, 
-éu, -ói. Ex: réis, véu, dói. 
Não recebem acento gráfico:
– As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis. 
– As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas 
quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo acor-
do ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles lêem 
leem.
Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos 
terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”. 
Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem → 
Eles têm; Ele vem → Eles vêm. 
Acentuação das palavras Oxítonas 
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas 
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e 
-o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé, 
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”. 
Ex.: caqui, urubu. 
Acentuação das palavras Paroxítonas
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima sílaba 
é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as pala-
vras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados abai-
xo. Observe as exceções: 
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis, 
hóquei, jóquei, pônei, saudáveis. 
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex, 
esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax. 
– Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis, 
grátis, júri, lápis, oásis, táxi. 
– Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus, 
tônus. 
– Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons. 
– Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns, 
quórum, quóruns. 
– Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs, órfã, 
órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos. 
LÍNGUA PORTUGUESA
22
Acentuação das palavras Proparoxítonas
Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é 
tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore, 
bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro, 
tática, trânsito. 
Ditongos e Hiatos 
Acentuam-se: 
– Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”, “_éi” 
ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói, mauso-
léu, sóis, véus. 
– As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de 
um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí 
(ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú). 
Não se acentuam: 
– A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.: moi-
nho, rainha, bainha. 
– As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.: 
juuna, xiita. xiita. 
– Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem, 
enjoo, magoo. 
O Novo Acordo Ortográfico 
Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem 
acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou 
em vigor em 2009:
1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas. 
Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo; 
vôo – voo; zôo – zoo. 
2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas. 
Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide 
– alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide; euro-
péia – europeia.
3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas. 
Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo – taois-
mo. 
4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que pos-
suem -e tônico em hiato. 
Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo 
ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem; 
revêem.
5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua por-
tuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue; linguïça 
– linguiça.
6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma 
grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo 
PARAR: pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo 
“parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição 
“para”.
Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim: 
Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo / pre-
posição]
Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo / pre-
posição]
COMUNICAÇÃO ESCRITA OFICIAL DO ESTADO DO PARA-
NÁ: PROCESSO DE ELABORAÇÃO TEXTUAL, PRINCÍPIOS 
ORIENTADORES DA REDAÇÃO OFICIAL, HIERARQUIA E 
SUBORDINAÇÃO, REVISÃO, CONCEITO E ESTRUTURA DE 
OFÍCIO, DECRETO, DESPACHO, CORREIO-ELETRÔNICO, 
INSTRUÇÃO NORMATIVA, MEMORANDO, ORDEM DE SER-
VIÇO, PARECER, PORTARIA, REQUERIMENTO, RELATÓRIO, 
RESOLUÇÃO; DOCUMENTOS DE COMPETÊNCIA PRIVATI-
VA; SISTEMÁTICA DA LEI
Prezado(a), 
A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico 
será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área 
é reservada para a inclusão de materiais que complementam a 
apostila, sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos 
relacionados a este material, e que, devido a seu formato ou 
tamanho, não cabem na estrutura de nossas apostilas. 
Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são 
organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e 
podem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 
deste material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno. 
Visto a importância das leis indicadas, lá você acompanha 
melhor quaisquer atualizações que surgirem depois da publicação 
da apostila.
Se preferir, indicamos também acesso direto ao arquivo pelo 
link a seguir:
https://www.administracao.pr.gov.br/sites/default/arquivos_
restritos/files/documento/2021-11/manual_comunicacao_escrita.
pdf
Bons Estudos!
QUESTÕES
1. (IABAS – FARMACÊUTICO - IBADE - 2019)
Infestação de escorpiões no Brasil pode ser imparável
A infestação de escorpião no Brasil é o exemplo perfeito de 
como a vida moderna se tornou imprevisível. É uma característica 
do que, no complexo campo de problemas, chamamos de um mun-
do “VUCA” (Volatility, uncertainty, complexity and ambiguity em in-
glês) - um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo.
Escorpiões, como as baratas que eles comem, são um a espécie 
incrivelmente adaptável. O número de pessoas picadas em todo o 
Brasil aumentou de 12 mil em 2000 para 140 mil no ano passado, 
de acordo com o Ministério da Saúde. A espécie que aterroriza os 
brasileiros é o perigoso escorpião amarelo, ou Tityus serrulatus. Ele 
se reproduz por meio do milagre da partenogênese, significando 
que um escorpião feminino simplesmente gera cópias de si mesma 
duas vezes por ano - nenhuma participação masculina é necessária.
A infestação do escorpião urbano no Brasil é um clássico “pro-
blema perverso”. Este termo, usado pela primeira vez em 1973, re-
fere-se a enormes problemas sociais ou culturais como pobreza e 
guerra - sem solução simples ou definitiva, e que surgem na interse-
LÍNGUA PORTUGUESA
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ção de outros problemas. Nesse caso, a infestação do escorpiãour-
bano no Brasil é o resultado de uma gestão inadequada do lixo, sa-
neamento inapropriado, urbanização rápida e mudanças climáticas.
No VUCA, quanto mais recursos você der para os problemas, 
melhor. Isso pode significar tudo, desde campanhas de conscien-
tização pública que educam brasileiros sobre escorpiões até for-
ças-tarefa exterminadoras que trabalham para controlar sua popu-
lação em áreas urbanas. Os cientistas devem estar envolvidos. O 
sistema nacional de saúde pública do Brasil precisará se adaptar a 
essa nova ameaça.
Apesar da obstinada cobertura da imprensa, as autoridades 
federais de saúde mal falaram publicamente sobre o problema do 
escorpião urbano no Brasil. E, além de alguns esforços mornos em 
nível nacional e estadual para treinar profissionais de saúde sobre o 
risco de escorpião, as autoridades parecem não ter nenhum plano 
para combater a infestação no nível epidêmico para o qual ela está 
se dirigindo.
Temo que os escorpiões amarelos venenosos tenham reivindi-
cado seu lugar ao lado de crimes violentos, tráfico brutal e outros 
problemas crônicos com os quais os urbanitas no Brasil precisam 
lidar diariamente. 
* Hamilton Coimbra Carvalho é pesquisador em Problemas So-
ciais Complexos, na Universidade de São Paulo (USP).
Texto adaptado de Revista Galileu
(https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/MeioAmbiente/no-
ticia/2019/02/infestacao-de-escorpioes-no-brasilpode-ser-im-
paravel-diz-pesquisador.html)
Observe a oração destacada:
“A infestação do escorpião urbano no Brasil é um clássico “pro-
blema perverso.”
Sobre seus termos, é correto afirmar que:
(A) escorpião é núcleo do sujeito.
(B) urbano é predicativo do objeto.
(C) perverso é núcleo do sujeito.
(D) clássico é núcleo do predicativo do objeto.
(E) problema é núcleo do predicativo do sujeito.
2. (SEAP-GO - AGENTE DE SEGURANÇA PRISIONAL - IADES - 
2019)
COYLE, A. Administração penitenciária: uma abordagem de di-
reitos humanos. Manual para servidores penitenciários. Brasília: 
Ministério da Justiça, 2002, p. 21.
Com base nas relações morfossintáticas estabelecidas pelo au-
tor no primeiro período, assinale a alternativa correta.
(A) Na linha 1, a conjunção “Quando” relaciona orações coor-
denadas entre si.
(B) Os termos “em prisões” (linha 1) e “seu aspecto físico” (li-
nha 2) funcionam como complementos verbais e classificam-
-se, respectivamente, como objeto indireto e objeto direto.
(C) As formas verbais “pensam” (linha 1) e “tendem a conside-
rar” (linhas 1 e 2) referem-se ao mesmo sujeito sintático: “as 
pessoas” (linha 1).
(D) Na linha 1, a exclusão do pronome “elas” alteraria a estru-
tura do período, pois o predicado da segunda oração passaria a 
se referir a um sujeito indeterminado.
(E) Na linha 2, o adjetivo “físico” completa o sentido do subs-
tantivo “aspecto”, por isso desempenha a função de comple-
mento nominal.
3. (IF-RO - ENGENHEIRO CIVIL - IBADE - 2019)
“Viu a Rita Baiana, que fora trocar o vestido por uma saia, sur-
gir de ombros e braços nus, para dançar. A Lua destoldara-se nesse 
momento, envolvendo-a na sua coma de prata, a cujo refulgir os 
meneios da mestiça melhor se acentuavam, cheios de uma graça 
irresistível, simples, primitiva, feita toda de pecado, toda de paraíso, 
com muito de serpente e muito de mulher.
Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebolando 
as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para 
a direita, como numa sofreguidão de gozo carnal, num requebrado 
luxurioso que a punha ofegante; já correndo de barriga empinada; 
já recuando de braços estendidos, a tremer toda, como se se fosse 
afundando num prazer grosso que nem azeite, em que se não toma 
pé e nunca se encontra fundo. Depois, como se voltasse à vida, sol-
tava um gemido prolongado, estalando os dedos no ar e vergando 
as pernas, descendo, subindo, sem nunca parar com os quadris, e 
em seguida sapateava, miúdo e cerrado, freneticamente, erguen-
do e abaixando os braços, que dobrava, ora um, ora outro, sobre 
a nuca, enquanto a carne lhe fervia toda, fibra por fibra, tirilando.”
O cortiço, Aluísio de Azevedo.
Em “como se se fosse afundando, num prazer grosso que nem 
azeite”, é correto afirmar que:
(A) o termo “que” é um pronome relativo e funciona como su-
jeito.
(B) em “como SE SE fosse afundando”, têm-se, respectivamen-
te, uma conjunção subordinativa de natureza condicional e 
uma partícula integrante do verbo.
(C) a expressão “que nem” é uma locução conjuntiva coorde-
nativa aditiva.
(D) em “como se se fosse afundando”, o primeiro “se” é par-
tícula apassivadora, enquanto o segundo “se” é um pronome 
clítico.
(E) o termo “num” é uma combinação, entre a preposição “em” 
e o artigo definido “um”, que apresenta caráter informal na lín-
gua portuguesa.
4. (IDAM - ASSISTENTE TÉCNICO - IBFC - 2019)
Carta ao Leitor
Nunca te vi, sempre te amei
(...)
De todas as tarefas que fazem parte da rotina de redação de 
Galileu, a mais prazerosa certamente é ler as cartas dos leitores. Os 
fãs da revista são de fato especiais e suas cartas traduzem isso. São 
criativos, curiosos, observadores e não deixam passar nada. Fazem 
perguntas tão difíceis quanto imprevisíveis.
Querem saber de tudo: do monstro do Lago Ness ao Projeto 
Genoma Humano. E não se contentam com respostas pela metade. 
Ler as dúvidas que aparecem nas cartas, os comentários sobre as 
LÍNGUA PORTUGUESA
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reportagens passadas e as sugestões de futuras é gratificante para 
qualquer jornalista. Ainda mais para nós, jornalistas de Galileu, que 
adoramos um bom desafio.
Felizmente, a revista conta com uma arma secreta para satisfa-
zer tantas pessoas exigentes. Vou apresentá-la agora: Luiz Francisco 
Senne, nosso secretário de produção, professor de português, ro-
queiro, colecionador de discos de vinil e livros usados, e responsá-
vel pelo atendimento aos leitores. Kiko, como é muito mais conhe-
cido, sabe também driblar as angústias dos nossos jovens amigos 
em apuros.
Muitos pedem ajuda a Galileu quando recebem dos professores 
uma tarefa complicada e não sabem a quem recorrer. Kiko respon-
de delicada mas firmemente: não dá para fazer o trabalho escolar 
no lugar do aluno (é festa agora?). Mas simpatiza com o drama de 
leitores como este cuja mensagem é reproduzida acima: “Vocês 
não poderiam dar uma dica de como ir bem numa prova de física 
porque o meu cérebro está cansado?” Atendendo ao apelo levado 
aos repórteres por Kiko, Galileu oferece a seus leitores a matéria 
“Os cientistas alertam: não deveríamos existir”, do editor Marcelo 
Ferroni. Ela mostra que a física pode ser criativa em vez de uma aula 
chata. Quer ver?
Martha San Juan França, Diretora de Redação
De acordo com o texto acima e com a Gramática Normativa da 
Língua Portuguesa, assinale a alternativa incorreta:
(A) No trecho “Kiko, como é muito mais conhecido, sabe tam-
bém driblar as angústias dos nossos jovens amigos em apuros.”, 
o termo destacado é classificado como Verbo Transitivo Direto 
e Indireto.
(B) No trecho “Muitos pedem ajuda a Galileu quando recebem 
dos professores uma tarefa complicada”, a oração destacada 
é classificada como Oração Subordinada Adverbial Temporal.
(C) No trecho “Ainda mais para nós, jornalistas de Galileu, que 
adoramos um bom desafio.” a expressão destacada é classifica-
da como Aposto.
(D) No trecho “Ela mostra que a física pode ser criativa em vez 
de uma aula chata.”, o termo destacado é classificado como 
conjunção integrante.
5. (IBADE - 2019 - PREFEITURA DE ARACRUZ - ES - PROFESSOR 
DA EDUCAÇÃO INFANTIL)
CUIDEM DOS GAROTOS
O problema de Bruno está resolvido. Rapidamente, mas não 
poderia se diferente: raras vezes um comportamento criminoso é 
identificado e provado em pouco tempo com tanta abundância de 
provas, tanta escassez de atenuantes. O ex-goleiro e ex-ídolo do Fla-
mengo mostrou ser tudo que um atleta popular não pode ser.
Seus ex-patrões, e não falo só do flamengo, bem que poderiam 
fazer um exame de consciência e perguntar a si mesmos se, antes 
de matar a companheira com repugnantesrequintes de violência, 
Bruno já não teria dado sinais ou mesmo provas de que alguma 
coisa estava errada com ele.
Talvez não, mas o que está mesmo em questão é a possível 
necessidade de uma política preventiva a respeito dos jogadores.
Profissionais do futebol não são funcionários comuns de uma 
empresa. Ao assinarem contrato com o clube, passam a ser parte 
de sua história e de sua imagem, o que significa tanto compromisso 
como honra - e implica responsabilidades especiais, dentro das 
quatro linhas e fora delas.
A condição de ídolo popular tem tantas responsabilidades 
quanto prazeres. Sei que estou apenas citando lugares-comuns, 
o que pode ser cansativo para o leitor, mas peço um pouco de 
paciência: eles só ficam comuns por serem verdadeiros e resistirem 
ao tempo.
O Flamengo agiu com rapidez e eficiência, tanto quanto a polícia, 
no caso do Bruno, mas o torcedor tem o direito de perguntar: o 
que o clube e os outros estão dispostos a fazer, não para reagir a 
episódios semelhantes, mas simplesmente para evitá-los?
É comum, e absolutamente desejável, que rapazes, muitos ainda 
adolescentes, mostrem nos gramados um grau de excelência no 
exercício da profissão prematuro e incomum em outras profissões. 
As leis da concorrência mandam que sejam regiamente pagos por 
isso, mas o sucesso antes da maturidade tem riscos óbvios. Talvez 
deva partir dos clubes, tanto por razões éticas como em defesa de 
sua própria imagem, a iniciativa de preparar suas jovens estrelas 
para a administração correta do sucesso. Dá trabalho, com certeza, 
mas, em prazo não muito longo, trata-se da defesa de seus interes-
ses e de seu patrimônio, sem falar no aspecto ético de uma política 
nesse sentido.
O caso de Bruno é, obviamente, uma aberração. Não conheço 
outro craque assassino, mas não faltam exemplos de bons jogadores 
que jogaram fora suas carreiras e não foram cidadãos exemplares 
- ou pelo menos cidadãos comuns - por absoluta incompetência 
na administração do êxito. Principalmente porque o sucesso no 
esporte costuma chegar muito antes do que acontece com outras 
profissões.
 Bruno não foi formado no Flamengo. A ele chegou pronto, 
para o melhor e para o pior. O que fez de sua vida não é culpa 
do clube, mas serve como advertência para todos os clubes,
Cartolas, cuidem de seu patrimônio, cuidem de seus garotos.
Luiz Garcia – Cronista do Jornal O Globo
Falecido em abril de 2018
“O caso de Bruno é, obviamente, UMA ABERRAÇÃO.” O trecho 
em destaque é classificado sintaticamente como:
(A) predicativo do sujeito.
(B) objeto indireto.
(C) objeto direto.
(D) predicativo do objeto.
(E) sujeito.
6. (FMPA – MG)
Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamen-
te aplicada:
(A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes.
(B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros.
(C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.
(D) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever.
(E) A cessão de terras compete ao Estado.
2
. (UEPB – 2010)
Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos 
maiores nomes da educação mundial na atualidade.
Carlos Alberto Torres
1O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Por-
tanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito no 
3pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diversida-
de não só em ideias contrapostas, mas também em 5identidades que 
LÍNGUA PORTUGUESA
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se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um processo 
de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diversidade está 
relacionada com a questão da educação 8e do poder. Se a diversidade 
fosse a simples descrição 9demográfica da realidade e a realidade fos-
se uma boa articulação 10dessa descrição demográfica em termos de 
constante articulação 11democrática, você não sentiria muito a pre-
sença do tema 12diversidade neste instante. Há o termo diversidade 
porque há 13uma diversidade que implica o uso e o abuso de poder, 
de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça, de classe.
[…]
Rosa Maria Torres
15O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre 
16muitas versões possíveis de projeto educativo e de projeto 17po-
lítico e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e 
pela qual temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de 
reconhecer que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a 
escola deve adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o 
tema da diversidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas 
indesejadas.
[…]
Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e 
possibilidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29.
 
Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema 
identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que
I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo se-
mântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hiperônimo, 
em relação à “diversidade”.
II – há uma relação de intercomplementariedade entre “diversi-
dade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura 
no paradigma argumentativo do enunciado.
III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso colo-
quial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “diversida-
de e identidade”.
Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposição(ões) 
verdadeira(s).
(A) I, apenas
(B) II e III
(C) III, apenas
(D) II, apenas
(E) I e II
3. (UNIFOR CE – 2006)
Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televisões 
hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao resgate 
de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um rio. Assisti 
ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário, o silêncio em 
volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram as suas ocu-
pações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar. Perguntei-me: 
indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra, indiferença é 
sinônimo de desdém, de insensibilidade, de apatia e de negligên-
cia. Mas podemos considerá-la também uma forma de ceticismo e 
desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada de particu-
lar”; enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralidade.
Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis dian-
te da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nossa indi-
ferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, seguimos 
surdos ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de massa 
“quentes” (lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fundíamos na 
igualdade, passamos aos gestos frios, nos quais indiferença e dis-
tância são fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos 
estrangeiros ao destino de nossos semelhantes. […]
(Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contexto, 
2001. p.68)
Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vocá-
bulo indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-se o 
contexto, é
(A) ceticismo.
(B) desdém.
(C) apatia.
(D) desinteresse.
(E) negligência.
4. (CASAN – 2015) Observe as sentenças.
I. Com medo do escuro, a criança ascendeu a luz.
II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo.
III. O tráfico nas grandes cidades torna-se cada dia mais difícil 
para os carros e os pedestres.
Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado de ho-
mônimos e parônimos.
(A) I e III.
(B) II e III.
(C) II apenas.
(D) Todas incorretas.
1. (BANCO DO BRASIL) Opção que preenche corretamente as 
lacunas: O gerente dirigiu-se ___ sua sala e pôs-se ___ falar ___ 
todas as pessoas convocadas.
(A) à - à – à
(B) a - à – à
(C) à - a – a
(D) a - a – à
(E) à - a - à
2. (FEI) Assinalar a alternativa que preenche corretamente as 
lacunas das seguintes orações:
I. Precisa falar ___ cerca de três mil operários.
II. Daqui ___ alguns anos tudo estará mudado.
III. ___ dias está desaparecido.
IV. Vindos de locais distantes, todos chegaram ___ tempo ___ 
reunião.
(A) a - a - há - a – à
(B) à - a - a - há – a
(C) a - à - a - a – há
(D) há - a - à - a – a
(E) a - há - a - à – a.
3. (TRE) O uso do acento grave (indicativo de crase ou não) está 
incorreto em:
(A) Primeirovou à feira, depois é que vou trabalhar.
(B) Às vezes não podemos fazer o que nos foi ordenado.
(C) Não devemos fazer referências àqueles casos.
(D) Sairemos às cinco da manhã.
(E) Isto não seria útil à ela.
4. (ITA) Analisando as sentenças:
I. A vista disso, devemos tomar sérias medidas.
II. Não fale tal coisa as outras.
III. Dia a dia a empresa foi crescendo.
LÍNGUA PORTUGUESA
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IV. Não ligo aquilo que me disse.
Podemos deduzir que:
(A) Apenas a sentença III não tem crase.
(B) As sentenças III e IV não têm crase.
(C) Todas as sentenças têm crase.
(D) Nenhuma sentença tem crase.
(E) Apenas a sentença IV não tem crase.
1. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós 
____________________.”
Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada-
mente a frase acima. Assinale-a.
(A) desfilando pelas passarelas internacionais.
(B) desista da ação contra aquele salafrário.
(C) estejamos prontos em breve para o trabalho.
(D) recuperássemos a vaga de motorista da firma.
(E) tentamos aquele emprego novamente.
2. (ITA - 1997) Assinale a opção que completa corretamente as 
lacunas do texto a seguir:
“Todas as amigas estavam _______________ ansiosas 
_______________ ler os jornais, pois foram informadas de que as 
críticas foram ______________ indulgentes ______________ ra-
paz, o qual, embora tivesse mais aptidão _______________ ciên-
cias exatas, demonstrava uma certa propensão _______________ 
arte.”
(A) meio - para - bastante - para com o - para - para a
(B) muito - em - bastante - com o - nas - em
(C) bastante - por - meias - ao - a - à
(D) meias - para - muito - pelo - em - por
(E) bem - por - meio - para o - pelas – na
3. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo com 
a gramática:
I - Os brasileiros somos todos eternos sonhadores.
II - Muito obrigadas! – disseram as moças.
III - Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada.
IV - A pobre senhora ficou meio confusa.
V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.
(A) em I e II
(B) apenas em IV
(C) apenas em III
(D) em II, III e IV
(E) apenas em II
1. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto:
Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook?
Uma organização não governamental holandesa está propondo 
um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias 
sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o 
grau de felicidade dos usuários longe da rede social.
O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi-
cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que 
o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par-
ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar 
um contador na rede social.
Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade 
dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência.
Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam 
em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso, 
a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam 
ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.
(http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)
Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa-
rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro-
pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos 
usuários longe da rede social.”
A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:
(A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
ticamente.
(B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo 
possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
raria o sentido do texto.
(C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de 
informação conhecida, e da especificação, no segundo, com 
informação nova.
(D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso, 
e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo.
(E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo 
qual são introduzidas de forma mais generalizada
2. (UFMG-ADAPTADA) As expressões em negrito correspondem 
a um adjetivo, exceto em:
(A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.
(B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.
(C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
(D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga 
sem fim.
(E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.
3. (UMESP) Na frase “As negociações estariam meio abertas só 
depois de meio período de trabalho”, as palavras destacadas são, 
respectivamente:
(A) adjetivo, adjetivo
(B) advérbio, advérbio
(C) advérbio, adjetivo
(D) numeral, adjetivo
(E) numeral, advérbio
1. (FUNDEP – 2014) As tipologias textuais são constructos teó-
ricos inerentes aos gêneros, ou seja, lança-se mão dos tipos para a 
produção dos gêneros diversos. Um professor, ao solicitar à turma a 
escrita das “regras de um jogo”, espera que os estudantes utilizem, 
predominantemente, a tipologia
(A) descritiva, devido à presença de adjetivos e verbos de liga-
ção.
(B) narrativa, devido à forte presença de verbos no passado.
(C) injuntiva, devido à presença dos verbos no imperativo.
(D) dissertativa, devido à presença das conjunções.
,
LÍNGUA PORTUGUESA
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2. (ENEM 2010)
MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE COM-
PUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS.
Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006.
Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas 
de linguagem, assumindo funções específicas, formais e de conte-
údo. Considerando o contexto em que circula o texto publicitário, 
seu objetivo básico é
(A) definir regras de comportamento social pautadas no com-
bate ao consumismo exagerado.
(B) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos 
que visam à adesão ao consumo.
(C) defender a importância do conhecimento de informática 
pela população de baixo poder aquisitivo.
(D) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes 
sociais economicamente desfavorecidas.
(E) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a 
máquina, mesmo a mais moderna.
3. (IBADE – 2020 adaptada)
https://www.dicio.com.br/partilhar/ acesso em fevereiro de 
2020
O texto apresentado é um verbete. Assinale a alternativa que 
representa sua definição
(A) é um tipo textual dissertativo-argumentativo, com o intuito 
de persuadir o leitor.
(B) é um tipo e gênero textual de caráter descritivo para de-
talhar em adjetivos e advérbios o que é necessário entender.
(C) é um gênero textual de viés narrativo para contar em crono-
logia obrigatória o enredo por meio de personagens.
(D) é um gênero textual de caráter informativo, que tem por in-
tuito explicar um conceito, mais comumente em um dicionário 
ou enciclopédia.
(E) é um tipo textual expositivo, típico em redações escolares.
4. (UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – RJ) Preencha os parênteses 
com os números correspondentes; em seguida, assinale a alternati-
va que indica a correspondência correta.
1. Narrar
2. Argumentar
3. Expor
4. Descrever
5. Prescrever
( ) Ato próprio de textos em que há a presença de conselhos e 
indicações de como realizar ações, com emprego abundante de 
verbos no modo imperativo.
( ) Ato próprio de textos em que há a apresentação de ideias so-
bre determinado assunto, assim como explicações, avaliações e 
reflexões. Faz-se uso de linguagem clara, objetiva e impessoal.
( ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou 
não, acontecido num determinado espaço e tempo, envolven-
do personagens e ações. A temporalidade é fator importante 
nesse tipo de texto.
( ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou 
subjetiva, um lugar, uma pessoa, um objeto etc., com abundân-
cia do uso de adjetivos. Não há relação de temporalidade.
( ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e expo-
sição de ideias, cuja preocupação é a defesa de um ponto de 
vista. Sua estrutura básica é: apresentação de ideia principal, 
argumentos e conclusão.
(A) 3, 5, 1, 2, 4
(B) 5, 3, 1, 4, 2
(C) 4, 2, 3, 1,5
(D) 5, 3, 4, 1, 2
(E) 2, 3, 1, 4, 5
4 - (UEA - 2017) Leia o trecho de Quincas Borba, de Machado 
de Assis:
E enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico se-
nhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo 
rindo cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas1, so-
luços e sarabandas2, acaba por trazer à alma do mundo a variedade 
necessária, e faz-se o equilíbrio da vida.
(Quincas Borba, 1992.)
1 polca: tipo de dança.
2 sarabandas: tipo de dança.
De acordo com o narrador,
(A) os erros do passado não afetam o presente.
(B) a existência é marcada por antagonismos.
(C) a sabedoria está em perseguir a felicidade.
(D) cada instante vivido deve ser festejado.
(E) os momentos felizes são mais raros que os tristes.
5 – (ENEM 2013)
Cartum de Caulos, disponível em www.caulos.com
O cartum faz uma crítica social. A figura destacada está em opo-
sição às outras e representa a
LÍNGUA PORTUGUESA
28
(A) opressão das minorias sociais.
(B) carência de recursos tecnológicos.
(C) falta de liberdade de expressão.
(D) defesa da qualificação profissional.
(E) reação ao controle do pensamento coletivo.
GABARITO
1 E
2 B
3 B
4 A
5 A
6 C
7 B
8 D
9 C
10 C
11 A
12 E
13 A
14 C
15 A
16 C
17 D
18 B
19 B
20 C
21 B
22 D
23 B
24 B
25 E
ANOTAÇÕES
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29
DIREITO APLICADO
CAPÍTULO II - DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA 
CADEIA DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL – DO 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Prova é o conjunto de elementos que visam à formação do 
convencimento do juiz. Em regra, a prova é produzida durante o 
processo, sob o manto do contraditório e ampla defesa. O que é 
produzido durante o inquérito policial é denominado de elementos 
de informação.
A prova é direito subjetivo das partes. Não precisam ser prova-
dos:
– Fatos axiomáticos;
– Fatos notórios;
– Presunções legais;
– Fatos inúteis.
Atente-se que, mesmo que um fato seja incontroverso precisa 
ser objeto de prova, pois não existe revelia no processo criminal.
Vale conhecer um pouco sobre as principais provas do CPP:
— Interrogatório do acusado
O interrogatório exige entrevista prévia e reservada com defen-
sor, qualificação do acusado e cientificação do inteiro teor da acu-
sação. O acusado deve ser informado sobre o direito ao silêncio e 
interrogado na presença de seu defensor.
É nula a “entrevista” realizada pela autoridade policial com o in-
vestigado, durante a busca e apreensão em sua residência, sem que 
tenha sido assegurado ao investigado o direito à prévia consulta a 
seu advogado e sem que ele tenha sido comunicado sobre seu di-
reito ao silêncio e de não produzir provas contra si mesmo. Isso con-
siste em violação ao direito ao silêncio e à não autoincriminação. 
— Confissão
A confissão é divisível e reatratável, de maneira que o juiz anali-
sará de acordo com o exame das provas em seu conjunto.
— Ofendido
O ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstân-
cias da infração. A jurisprudência, inclusive, admite a condução co-
ercitiva do ofendido.
Para a sua proteção, O ofendido é comunicado sobre o ingresso 
e saída do acusado da prisão, dia da audiência, resultado da senten-
ça/acórdão etc. Inclusive, na audiência o ofendido tem um espaço 
separado dos demais. O juiz sempre busca tomar as providências 
necessárias para a preservação da intimidade do ofendido.
— Testemunhas
A testemunha deve ser qualificada e prometer dizer a verdade. 
O depoimento deve ser prestado oralmente, com exceção a consul-
ta a breves apontamentos escritos. Ex. lembrar data etc. 
O CPP adota o “cross examination”, ou seja, as perguntas são 
feitas diretamente para as testemunhas. Todavia, o juiz não permi-
tirá que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo 
quando inseparáveis da narrativa do fato.
O cônjuge, ascendentes, descendente e irmão do acusado 
(CADI) podem se recusar a testemunhar, salvo quando não for pos-
sível por outro modo obter a prova do fato e suas circunstâncias. 
Ademais, determinadas pessoas são proibidas de depor, em razão 
do sigilo profissional (ex. padre). Exceção: Se forem desobrigadas 
pela parte interessada e quiserem dar o seu testemunho.
Quem não presta o compromisso de dizer a verdade?
– Doentes mentais;
– Menores de 14 anos;
– CADI.
Busca e Apreensão
– Razões que autorizam a busca domiciliar: prender criminosos, 
apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos, apre-
ender instrumentos de falsificação/objetos falsificados, apreender 
armas e munições/instrumentos do crime, provas, cartas, vítimas, 
elementos de convicção no geral;
– A busca domiciliar deve ser precedida de mandado judicial;
– As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o mo-
rador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na 
casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou 
a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. Em 
caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada. 
Quando ausentes os moradores, deve, neste caso, ser intimado a 
assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente;
– Razões que autorizam a busca pessoal: quando há fundada 
suspeita de que alguém oculte consigo arma, coisas obtidas por 
meios criminosos, cartas, elementos de convicção. No caso de pri-
são ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na 
posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam 
corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de 
busca domiciliar; 
– A busca pessoal dispensa mandado judicial;
– A busca em mulher será feita por outra mulher, se não impor-
tar retardamento ou prejuízo da diligência.Perícia
O Pacote Anticrime trouxe dentro da perícia a cadeia de custó-
dia como garantidora da autenticidade das evidências coletadas e 
examinadas, sem que haja espaço para adulteração. Assim, docu-
menta-se de maneira formal um procedimento destinado a manter 
a história cronológica de uma evidência.
A consequência da quebra da cadeia de custódia (break on the 
chain of custody) é a proibição de valoração probatória com a con-
sequente exclusão dela e de toda a derivada. Em suma, preservar a 
fonte de prova garante a validade da prova.
DIREITO APLICADO
30
— Meios de Prova e Meios de Obtenção de Prova em Espécie
Meio de Prova: Corresponde à prova em si.
Meio de Obtenção de Prova: Procedimento realizado para se 
chegar à prova.
Definição e conceitos
A perícia pode ser conceituada como um exame técnico que se 
destina a elucidar fato, estado ou situação, com vistas à investiga-
ção criminal e provimento da justiça.
O art. 158 do CPP exige o exame de corpo de delito (perícia) 
sempre que a infração deixar vestígios. Exemplo: lesões, estupro 
etc.
Ademais, o CPP confere prioridade aos crimes que envolvam:
• Violência doméstica e familiar contra mulher; 
• Violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com 
deficiência. 
EXAME DE CORPO DE DELI-
TO DIRETO
EXAME DE CORPO DE DELI-
TO INDIRETO
O perito tem contato di-
reto com os vestígios deixados 
pelo crime. Ex. o corpo huma-
no lesionado.
O exame é feito em cima 
de informações. Ex. exame de 
um prontuário médico.
Vale lembrar que a confissão do acusado não supre o exame, 
todavia, outras provas podem auxiliar na investigação, como, por 
exemplo, a prova testemunhal.
Requisição
De acordo com o art. 184 do CPP o juiz e a autoridade policial 
(delegado de polícia) possuem discricionariedade para negar perí-
cias requeridas pelas partes. Ex. o delegado ou o juiz entendem que 
a perícia não é necessária para o esclarecimento da verdade. 
Por outro lado, nos casos de crimes que deixam vestígios o exa-
me de corpo de delito é obrigatório.
O art. 6º do CPP exemplifica alguns atos que o delegado pode 
adotar assim que tiver conhecimento de infração penal. Dentre tais 
possibilidades encontra-se a de determinar que se proceda o exa-
me de corpo de delito ou qualquer outra perícia.
Prazo para elaboração do exame e do laudo pericial
As perícias são realizadas pelos peritos. Na falta de perito oficial, 
o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras 
de diploma de curso superior preferencialmente na área específica. 
Quem pode formular quesitos e indicar assistente técnico é:
• O Ministério Público
• Assistente de acusação
• Ofendido
•Querelante 
• Acusado. 
As partes podem requerer a oitiva do perito, com antecedência 
mínima de 10 dias. Ademais, o perito pode apresentar as respostas 
em laudo complementar. 
A função dos peritos é elaborar o laudo pericial e responder 
aos quesitos formulados. O laudo pericial será elaborado no prazo 
máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos 
excepcionais, a requerimento dos peritos. 
Algumas curiosidades são pertinentes saber: 
• A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito 
(em regra);
• Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo 
do cadáver;
• O juiz pode discordar do laudo.
Principais perícias elencadas no Código de Processo Penal.
O art. 174 do CPP traz o exame grafotécnico, que consiste em 
exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra.
A pessoa será intimada para o ato, no entanto, possui o direito 
de não produzir prova contra si mesma.
Outra possibilidade é usar documentos que a pessoa reconhe-
ça, ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos, ou que não haja 
dúvidas de autenticidade. Documentos arquivados ou públicos, 
também, podem ser utilizados.
Caso seja feito o exame a pessoa escreverá o que lhe foi ditado. 
Admite-se expedição de carta precatória para a sua realização.
O art. 168 do CPP traz a perícia em caso de lesões corporais. 
Como o Código Penal exige saber o tempo de incapacidade para as 
ocupações habituais para poder classificar o tipo de lesão ocasio-
nada, o CPP impõe exame complementar em 30 dias, contados da 
data do crime. Ex. João bate em Paulo, é feito o exame de corpo de 
delito; 30 dias depois é feito o exame complementar que verifica a 
ocorrência de incapacidade para as ocupações habituais da vítima 
por mais de 30 dias, indicando que trata-se de lesão grave.
Outros casos, também, exigem exame complementar. Por exem-
plo, o primeiro exame pericial ter sido incompleto. Ademais, diante 
de impossibilidade, a prova testemunhal supre o exame.
O art. 162 traz o exame necroscópico:
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois 
do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, 
julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão 
no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples 
exame externo do cadáver, quando não houver infração penal 
que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a 
causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a 
verificação de alguma circunstância relevante.
E, o art. 163 traz o exame de exumação:
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a 
autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente 
marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto 
circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou 
particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. 
No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de 
encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a 
autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará 
do auto.
Tanto o exame necroscópico quanto a exumação ocorrem em 
crimes que envolvam a morte. O exemplo clássico de tais procedi-
mentos é quando o cadáver já foi submetido ao exame necroscópi-
co, mas surgirem dúvidas sobre o primeiro exame – neste caso, exu-
ma-se o corpo para compreender melhor alguns aspectos do crime.
O exame do corpo de delito é um conjunto de elementos ma-
teriais ou a existência de vestígios que denotam a prática de um 
crime. Trata-se de laudo técnico que os peritos fazem nesse deter-
minado local, analisando-se todos os referidos vestígios.
DIREITO APLICADO
31
O corpo de delito é, em essência, o próprio fato criminal, sobre 
cuja análise é realizada a perícia criminal a fim de determinar fato-
res como autoria, temporalidade, extensão de danos, etc., através 
do exame de corpo de delito.
A finalidade do exame de corpo de delito é comprovar a existên-
cia dos elementos do fato típico dos delitos “FACTI PERMANENTIS” 
(delitos praticados com vestígios).
Quando a infração deixar vestígios (o chamado “delito não tran-
seunte”), o exame de corpo de delito se torna indispensável, não 
podendo supri-lo a confissão do acusado. Vale lembrar, contudo, 
que não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem 
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a 
falta (art. 167, CPP).
Muitos confundem o “corpo de delito” com o “exame de corpo 
de delito”. Explico. Dá-se o nome de “corpo de delito” ao local do 
crime com todos os vestígios materiais deixados pela infração pe-
nal. Trata-se dos elementos corpóreos sensíveis aos sentidos huma-
nos, ou seja, aquilo que se pode ver, tocar, etc. Contudo, “corpo”, 
não diz respeito apenas a um ser humano sem vida, mas a tudo que 
possa estar envolvido com o delito, como um fio de cabelo, uma 
mancha, uma planta, uma janela quebrada, uma porta arrombada 
etc. Em outras palavras, “corpo de delito” é o local do crime com to-
dos os seus vestígios; “exame de corpo de delito” é o laudo técnico 
que os peritos fazem nesse determinado local, analisando-se todos 
os referidos vestígios.
Em segundo lugar, logo ao tratar deste meio de prova espécie, 
fica claro que a confissão do acusado, antes considerada a “rainha 
das provas”, hoje não mais possuiesse “status”, haja vista uma am-
pla gama de vícios que podem maculá-la, como a coação e a assun-
ção de culpa meramente para livrar alguém de um processo-crime.
Quando o exame for encerrado, o perito colherá o material e 
guardará com cuidado os projéteis, armas, alimentos e tudo mais 
que disser respeito ao crime e que possam ser averiguados com a 
análise da impressão digital.
Os objetos serão levados para o laboratório, pesados, medidos, 
e examinados pelos profissionais especializados.
 Caso o exame seja realizado no local do crime, com a obtenção 
das provas, o cadáver será levado ao médico-legista, já que o local 
do crime é de competência do perito criminal, enquanto o cadáver 
é de competência do médico-legista.
O exame do corpo de delito interno relaciona-se com a abertura 
do cadáver, porém será dispensada essa abertura em alguns casos 
como:
- morte natural
- quando a morte é violenta, mas não há crime a apurar - ex.: 
queda da escada, suicídio
- quando a análise externa for suficiente para saber o motivo da 
morte. Exemplo: cadáver carbonizado.
Perícia
O Pacote Anticrime trouxe dentro da perícia a cadeia de custó-
dia como garantidora da autenticidade das evidências coletadas e 
examinadas, sem que haja espaço para adulteração. Assim, docu-
menta-se de maneira formal um procedimento destinado a manter 
a história cronológica de uma evidência.
A consequência da quebra da cadeia de custódia (break on the 
chain of custody) é a proibição de valoração probatória com a con-
sequente exclusão dela e de toda a derivada. Em suma, preservar a 
fonte de prova garante a validade da prova.
— Meios de Prova e Meios de Obtenção de Prova em Espécie
Meio de Prova Meio de Obtenção de Prova
Corresponde à prova em si. Procedimento realizado para 
se chegar à prova.
Busca e Apreensão
– Razões que autorizam a busca domiciliar: prender criminosos, 
apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos, apre-
ender instrumentos de falsificação/objetos falsificados, apreender 
armas e munições/instrumentos do crime, provas, cartas, vítimas, 
elementos de convicção no geral;
– A busca domiciliar deve ser precedida de mandado judicial;
– As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o mo-
rador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na 
casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou 
a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. Em 
caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada. 
Quando ausentes os moradores, deve, neste caso, ser intimado a 
assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente;
– Razões que autorizam a busca pessoal: quando há fundada 
suspeita de que alguém oculte consigo arma, coisas obtidas por 
meios criminosos, cartas, elementos de convicção. No caso de pri-
são ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na 
posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam 
corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de 
busca domiciliar; 
– A busca pessoal dispensa mandado judicial;
– A busca em mulher será feita por outra mulher, se não impor-
tar retardamento ou prejuízo da diligência.
Segue em Anexo o disposto no Código Processual Penal
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.
TÍTULO VII
DA PROVA
(...)
CAPÍTULO II
DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE
CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 13.964, DE 2019)
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável 
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo 
a confissão do acusado.
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de 
corpo de delito quando se tratar de crime que envolva: (Incluído 
dada pela Lei nº 13.721, de 2018)
I - violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada 
pela Lei nº 13.721, de 2018)
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com 
deficiência. (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018)
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos 
os procedimentos utilizados para manter e documentar a história 
cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, 
para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento 
até o descarte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
DIREITO APLICADO
32
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do 
local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais 
seja detectada a existência de vestígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019)
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de po-
tencial interesse para a produção da prova pericial fica responsável 
por sua preservação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, 
constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. (Incluí-
do pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento 
do vestígio nas seguintes etapas: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019)
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de po-
tencial interesse para a produção da prova pericial; (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019)
II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, 
devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacio-
nado aos vestígios e local de crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019)
III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encon-
tra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área 
de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou cro-
qui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzi-
do pelo perito responsável pelo atendimento; (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à aná-
lise pericial, respeitando suas características e natureza; (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada 
vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de acordo 
com suas características físicas, químicas e biológicas, para poste-
rior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a 
coleta e o acondicionamento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o 
outro, utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos, 
temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de 
suas características originais, bem como o controle de sua posse; 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do ves-
tígio, que deve ser documentado com, no mínimo, informações re-
ferentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária 
relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, 
código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, proto-
colo, assinatura e identificação de quem o recebeu; (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019)
VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do ves-
tígio de acordo com a metodologia adequada às suas característi-
cas biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado de-
sejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito; 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em con-
dições adequadas, do material a ser processado, guardado para 
realização de contra perícia, descartado ou transportado, com vin-
culação ao número do laudo correspondente; (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)
X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, res-
peitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante auto-
rização judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferen-
cialmente por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário 
para a central de custódia, mesmo quando for necessária a realiza-
ção de exames complementares.(Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019)
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou pro-
cesso devem ser tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão 
central de perícia oficial de natureza criminal responsável por de-
talhar a forma do seu cumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019)
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remo-
ção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por 
parte do perito responsável, sendo tipificada como fraude processu-
al a sua realização. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio 
será determinado pela natureza do material. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com 
numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e 
a idoneidade do vestígio durante o transporte. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas 
características, impedir contaminação e vazamento, ter grau de re-
sistência adequado e espaço para registro de informações sobre seu 
conteúdo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proce-
der à análise e, motivadamente, por pessoa autorizada. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na 
ficha de acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do res-
ponsável, a data, o local, a finalidade, bem como as informações 
referentes ao novo lacre utilizado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019)
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do 
novo recipiente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma 
central de custódia destinada à guarda e controle dos vestígios, e 
sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão central de pe-
rícia oficial de natureza criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019)
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de proto-
colo, com local para conferência, recepção, devolução de materiais 
e documentos, possibilitando a seleção, a classificação e a distri-
buição de materiais, devendo ser um espaço seguro e apresentar 
condições ambientais que não interfiram nas características do ves-
tígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio de-
verão ser protocoladas, consignando-se informações sobre a ocor-
rência no inquérito que a eles se relacionam. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armaze-
nado deverão ser identificadas e deverão ser registradas a data e a 
hora do acesso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas 
as ações deverão ser registradas, consignando-se a identificação 
do responsável pela tramitação, a destinação, a data e horário da 
ação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser 
devolvido à central de custódia, devendo nela permanecer. (Incluí-
do pela Lei nº 13.964, de 2019)
DIREITO APLICADO
33
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço 
ou condições de armazenar determinado material, deverá a autori-
dade policial ou judiciária determinar as condições de depósito do 
referido material em local diverso, mediante requerimento do dire-
tor do órgão central de perícia oficial de natureza criminal. (Incluí-
do pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão re-
alizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. 
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 1° Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 
(duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior 
preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habili-
tação técnica relacionada com a natureza do exame. (Redação dada 
pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 2° Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem 
e fielmente desempenhar o encargo. (Redação dada pela Lei nº 
11.690, de 2008)
§ 3° Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de 
acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação 
de quesitos e indicação de assistente técnico. (Incluído pela Lei nº 
11.690, de 2008)
§ 4° O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo 
juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos 
peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. (Incluído 
pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 5° Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, 
quanto à perícia: (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou 
para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e 
os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados 
com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as 
respostas em laudo complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 
2008)
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar parece-
res em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. 
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 6° Havendo requerimento das partes, o material probatório 
que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do 
órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de 
perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a 
sua conservação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 7° Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma 
área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação 
de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente 
técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreve-
rão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesi-
tos formulados. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo má-
ximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos ex-
cepcionais, a requerimento dos peritos. (Redação dada pela Lei nº 
8.862, de 28.3.1994)
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qual-
quer dia e a qualquer hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do 
óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julga-
rem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no 
auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples 
exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que 
apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa 
da morte e não houver necessidade de exame interno para a verifi-
cação de alguma circunstância relevante.
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a auto-
ridade providenciará para que, em dia e hora previamente marca-
dos, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou par-
ticular indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. 
No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de 
encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a au-
toridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará 
do auto.
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição 
em que forem encontrados, bem como, na medida do possível, to-
das as lesões externas e vestígios deixados no local do crime. (Re-
dação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os 
peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas foto-
gráficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exuma-
do, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação 
e Estatística ou repartição congênere ou pela inquiriçãode testemu-
nhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no qual 
se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e auten-
ticados todos os objetos encontrados, que possam ser úteis para a 
identificação do cadáver.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por 
haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá 
suprir-lhe a falta.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pe-
ricial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar 
por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou 
a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, 
ou de seu defensor.
§ 1° No exame complementar, os peritos terão presente o auto 
de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
§ 2° Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no 
art. 129, § 1°, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o 
prazo de 30 dias, contado da data do crime.
§ 3° A falta de exame complementar poderá ser suprida pela 
prova testemunhal.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido pra-
ticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente para 
que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que 
poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esque-
mas elucidativos. (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações 
do estado das coisas e discutirão, no relatório, as consequências 
dessas alterações na dinâmica dos fatos. (Incluído pela Lei nº 8.862, 
de 28.3.1994)
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão ma-
terial suficiente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que 
conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou 
microfotográficas, desenhos ou esquemas.
DIREITO APLICADO
34
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimen-
to de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os 
peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instru-
mentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato 
praticado.
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coi-
sas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos pro-
cederão à avaliação por meio dos elementos existentes nos autos e 
dos que resultarem de diligências.
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o 
lugar em que houver começado, o perigo que dele tiver resultado 
para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o 
seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação 
do fato.
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por com-
paração de letra, observar-se-á o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será 
intimada para o ato, se for encontrada;
II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos 
que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente re-
conhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não 
houver dúvida;
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exa-
me, os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos 
públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser 
retirados;
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem 
insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escre-
va o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar 
certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que 
se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados 
para a prática da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a 
eficiência.
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos 
até o ato da diligência.
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-
-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, 
acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz depre-
cante.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcri-
tos na precatória.
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela au-
toridade ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo 
assinado pelos peritos.
Art. 179. No caso do § 1° do art. 159, o escrivão lavrará o auto 
respectivo, que será assinado pelos peritos e, se presente ao exame, 
também pela autoridade.
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, 
que poderá ser datilografado, será subscrito e rubricado em suas 
folhas por todos os peritos.
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consigna-
das no auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, 
ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade no-
meará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá 
mandar proceder a novo exame por outros peritos.
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso 
de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária 
mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o lau-
do. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se 
proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo 
ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-
-se-á o disposto no art. 19.
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a 
autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando 
não for necessária ao esclarecimento da verdade.
CAPÍTULO VI - DOS PERITOS E INTÉRPRETES – DO 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
TÍTULO VIII
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFEN-
SOR DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA
(...)
CAPÍTULO VI
DOS PERITOS E INTÉRPRETES
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à 
disciplina judiciária.
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a 
aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, 
salvo escusa atendível.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem 
justa causa, provada imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja 
feita, nos prazos estabelecidos.
Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa 
causa, a autoridade poderá determinar a sua condução.
Art. 279. Não poderão ser peritos:
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada 
nos ns. I e IV do art. 69 do Código Penal;
II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opina-
do anteriormente sobre o objeto da perícia;
III - os analfabetos e os menores de 21 anos.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o 
disposto sobre suspeição dos juízes.
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados 
aos peritos.
DIREITO APLICADO
35
CAPÍTULO III - DOS CRIMES CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA – FALSA PERÍCIA, FALSO 
TESTEMUNHO, FRAUDE PROCESSUAL, EXPLORAÇÃO 
DE PRESTÍGIO- DO CÓDIGO PENAL.
De acordo com o STJ, a inépcia da denúncia de corrupção ativa 
não induz, por si só, o trancamento da ação penal de corrupção 
passiva. Os dois crimes estão em tipos penais autônomos, e um não 
pressupõe o outro.
Ademais, o CP elenca os crimes praticados por particular contra 
a Administração Pública Estrangeira: Corrupção ativa em transação 
comercial internacional; Tráfico de influência em transação 
comercial internacional. E, também, estabelece os crimes contra a 
Administração da Justiça:
– Reingresso de estrangeiro expulso;
– Denunciação caluniosa;
– Comunicação falsa de crime ou contravenção;– Auto-acusação falsa;
– Falso Testemunho ou falsa perícia;
– Coação no Curso do Processo;
– Exercício arbitrário das próprias razões;
– Fraude processual;
– Favorecimento pessoal;
– Favorecimento real;
– Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança;
– Evasão mediante violência contra a pessoa;
– Arrebatamento de preso;
– Motim de presos;
– Patrocínio infiel;
– Patrocínio simultâneo ou tergiversação;
– Sonegação de papel ou objeto de valor probatório;
– Exploração de prestígio;
– Violência ou fraude em arrematação judicial;
– Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão 
de direitos.
Ademais, tanto no falso testemunho como na falsa perícia: O 
fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que 
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
É importante saber diferenciar o favorecimento real do 
favorecimento pessoal:
– Exemplo de favorecimento real: um amigo do criminoso 
guarda em sua casa o proveito do crime (um objeto furtado).
– Exemplo de favorecimento pessoal: um amigo do criminoso 
esconde o foragido em sua casa. Se quem presta o auxílio é 
ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica 
isento de pena.
Por fim, vale diferenciar patrocínio infiel de patrocínio 
simultâneo ou tergiversação:
Patrocínio infiel
Art. 355 - Trair, na 
qualidade de advogado 
ou procurador, o dever 
profissional, prejudicando 
interesse, cujo patrocínio, em 
juízo, lhe é confiado:
Pena - detenção, de seis 
meses a três anos, e multa.
Patrocínio simultâneo ou 
tergiversação
Parágrafo único - Incorre 
na pena deste artigo o 
advogado ou procurador 
judicial que defende na 
mesma causa, simultânea 
ou sucessivamente, partes 
contrárias.
DECRETO-LEI NO 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940
TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
(...)
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
Reingresso de estrangeiro expulso
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que 
dele foi expulso:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova ex-
pulsão após o cumprimento da pena.
Denunciação caluniosa
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de pro-
cedimento investigatório criminal, de processo judicial, de processo 
administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbi-
dade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração 
ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente:(Redação 
dada pela Lei nº 14.110, de 2020)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve 
de anonimato ou de nome suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prá-
tica de contravenção.
Comunicação falsa de crime ou de contravenção
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a 
ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter veri-
ficado:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Auto-acusação falsa
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente 
ou praticado por outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade 
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em 
processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo 
arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Reda-
ção dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
DIREITO APLICADO
36
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o cri-
me é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de 
obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em 
processo civil em que for parte entidade da administração pública 
direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no pro-
cesso em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a 
verdade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer ou-
tra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intér-
prete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em de-
poimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: (Redação 
dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada 
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um ter-
ço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a 
produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for 
parte entidade da administração pública direta ou indireta. (Reda-
ção dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Coação no curso do processo
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de fa-
vorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou 
qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em 
processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena 
correspondente à violência.
Parágrafo único. A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a me-
tade se o processo envolver crime contra a dignidade sexual. (In-
cluído pela Lei nº 14.245, de 2021)
Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pre-
tensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da 
pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se 
procede mediante queixa.
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que 
se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou conven-
ção:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
FRAUDE PROCESSUAL
ART. 347 - INOVAR ARTIFICIOSAMENTE, NA PENDÊNCIA DE 
PROCESSO CIVIL OU ADMINISTRATIVO, O ESTADO DE LUGAR, 
DE COISA OU DE PESSOA, COM O FIM DE INDUZIR A ERRO O 
JUIZ OU O PERITO:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito 
em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se 
em dobro.
Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública au-
tor de crime a que é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, côn-
juge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
Favorecimento real
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de 
receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar 
a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio 
ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. (In-
cluído pela Lei nº 12.012, de 2009).
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela 
Lei nº 12.012, de 2009).
Exercício arbitrário ou abuso de poder
Art. 350 - (Revogado pela Lei nº 13.869, de 2019) (Vigência)
Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente pre-
sa ou submetida a medida de segurança detentiva:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma 
pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois 
a seis anos.
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se tam-
bém a pena correspondente à violência.
§ 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é 
praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou 
o internado.
§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia 
ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano,ou multa.
Evasão mediante violência contra a pessoa
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo 
submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência 
contra a pessoa:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena corres-
pondente à violência.
Arrebatamento de preso
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de 
quem o tenha sob custódia ou guarda:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspon-
dente à violência.
Motim de presos
Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou dis-
ciplina da prisão:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena cor-
respondente à violência.
Patrocínio infiel
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o de-
ver profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, 
lhe é confiado:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Patrocínio simultâneo ou tergiversação
DIREITO APLICADO
37
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou 
procurador judicial que defende na mesma causa, simultânea ou 
sucessivamente, partes contrárias.
Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir 
autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na 
qualidade de advogado ou procurador:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Exploração de prestígio
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra uti-
lidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério 
Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou tes-
temunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o 
agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se 
destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.
Violência ou fraude em arrematação judicial
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; 
afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de 
violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da 
pena correspondente à violência.
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de 
direito
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou 
múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
TÍTULO VI-DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA – PERÍCIA 
MÉDICA - DO CÓDIGO PENAL.
Medidas de Segurança
O inimputável recebe medida de segurança. Se for extinta a 
sua punibilidade, ex. prescreveu, não será imposta medida de 
segurança, pois não deixa de ser uma restrição na liberdade do 
indivíduo. 
A medida de segurança tem como prazo máximo 40 anos, assim 
como já dito para os crimes em geral. O que determina o período 
de internação ou tratamento ambulatorial é a periculosidade do 
agente. O prazo mínimo varia de 1 a 3 anos. A perícia deve ser 
realizada nesse lapso e repetida de ano a ano, bem como sempre 
que o juiz da execução entender necessário. 
A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional 
devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do 
decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua 
periculosidade.
O Código Penal divide a medida de segurança em duas espécies:
Internação em hospital 
de custódia e tratamento 
psiquiátrico
Tratamento ambulatorial
(se há previsão de 
detenção no crime)
DECRETO-LEI NO 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940
TÍTULO VI
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
Espécies de medidas de segurança
Art. 96. As medidas de segurança são: (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátri-
co ou, à falta, em outro estabelecimento adequado; (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - sujeição a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida 
de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Imposição da medida de segurança para inimputável
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua in-
ternação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for puní-
vel com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambula-
torial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Prazo
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo 
indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, median-
te perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo 
deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Perícia médica
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo 
fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tem-
po, se o determinar o juiz da execução. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984)
Desinternação ou liberação condicional
§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional 
devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes 
do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de 
sua periculosidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o 
juiz determinar a internação do agente, se essa providência for ne-
cessária para fins curativos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
Substituição da pena por medida de segurança para o semi-
-imputável
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Códi-
go e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a 
pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, 
ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) 
anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Direitos do internado
Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dotado 
de características hospitalares e será submetido a tratamento. (Re-
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
DIREITO APLICADO
38
CAPÍTULO VII – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Disposições gerais e servidores públicos
A expressão Administração Pública em sentido objetivo traduz a 
ideia de atividade, tarefa, ação ou função de atendimento ao inte-
resse coletivo. Já em sentido subjetivo, indica o universo dos órgãos 
e pessoas que desempenham função pública.
Conjugando os dois sentidos, pode-se conceituar a Administra-
ção Pública como sendo o conjunto de pessoas e órgãos que de-
sempenham uma função de atendimento ao interesse público, ou 
seja, que estão a serviço da coletividade.
Princípios da Administração Pública
Nos termos do caput do Artigo 37 da CF, a administração pública 
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de lega-
lidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
As provas de Direito Constitucional exigem com frequência a 
memorização de tais princípios. Assim, para facilitar essa memori-
zação, já é de praxe valer-se da clássica expressão mnemônica “LIM-
PE”. Observe o quadro abaixo:
Princípios da Administração Pública
L Legalidade
I Impessoalidade
M Moralidade
P Publicidade
E Eficiência
LIMPE
Passemos ao conceito de cada um deles:
– Princípio da Legalidade
De acordo com este princípio, o administrador não pode agir ou 
deixar de agir, senão de acordo com a lei, na forma determinada. O 
quadro abaixo demonstra suas divisões.
Princípio da Legalidade
Em relação à Administração 
Pública
A Administração Pública somente 
pode fazer o que a lei permite → 
Princípio da Estrita Legalidade
Em relação ao Particular O Particular pode fazer tudo que 
a lei não proíbe
– Princípio da Impessoalidade
Em decorrência deste princípio, a Administração Pública deve 
servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou partidá-
rias, não podendo atuarcom vistas a beneficiar ou prejudicar de-
terminadas pessoas, uma vez que o fundamento para o exercício de 
sua função é sempre o interesse público.
– Princípio da Moralidade
Tal princípio caracteriza-se por exigir do administrador público 
um comportamento ético de conduta, ligando-se aos conceitos de 
probidade, honestidade, lealdade, decoro e boa-fé.
A moralidade se extrai do senso geral da coletividade represen-
tada e não se confunde com a moralidade íntima do administrador 
(moral comum) e sim com a profissional (ética profissional).
O Artigo 37, § 4º da CF elenca as consequências possíveis, devi-
do a atos de improbidade administrativa:
Sanções ao cometimento de atos de improbidade administra-
tiva
Suspensão dos direitos políticos (responsabilidade política)
Perda da função pública (responsabilidade disciplinar)
Indisponibilidade dos bens (responsabilidade patrimonial)
Ressarcimento ao erário (responsabilidade patrimonial)
– Princípio da Publicidade
O princípio da publicidade determina que a Administração Pú-
blica tem a obrigação de dar ampla divulgação dos atos que pratica, 
salvo a hipótese de sigilo necessário.
A publicidade é a condição de eficácia do ato administrativo e 
tem por finalidade propiciar seu conhecimento pelo cidadão e pos-
sibilitar o controle por todos os interessados.
– Princípio da Eficiência
Segundo o princípio da eficiência, a atividade administrativa 
deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional, 
evitando atuações amadorísticas.
Este princípio impõe à Administração Pública o dever de agir 
com eficiência real e concreta, aplicando, em cada caso concreto, a 
medida, dentre as previstas e autorizadas em lei, que mais satisfaça 
o interesse público com o menor ônus possível (dever jurídico de 
boa administração).
Em decorrência disso, a administração pública está obrigada a 
desenvolver mecanismos capazes de propiciar os melhores resul-
tados possíveis para os administrados. Portanto, a Administração 
Pública será considerada eficiente sempre que o melhor resultado 
for atingido.
Disposições Gerais na Administração Pública
O esquema abaixo sintetiza a definição de Administração Pú-
blica:
Administração Pública
Direta Indireta
Federal
Estadual
Distrital
Municipal
Autarquias (podem ser quali-
ficadas como agências regula-
doras)
Fundações (autarquias e fun-
dações podem ser qualificadas 
como agências executivas)
Sociedades de economia mista
Empresas públicas
Entes Cooperados
Não integram a Administração Pública, mas prestam serviços de 
interesse público. Exemplos: SESI, SENAC, SENAI, ONG’s
DIREITO APLICADO
39
As disposições gerais sobre a Administração Pública estão elen-
cadas nos Artigos 37 e 38 da CF. Vejamos:
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer 
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora-
lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos 
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim 
como aos estrangeiros, na forma da lei;
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de apro-
vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, 
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, 
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois 
anos, prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-
cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa-
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi-
dores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem 
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e per-
centuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribui-
ções de direção, chefia e assessoramento;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associa-
ção sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites 
definidos em lei específica;
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos 
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de 
sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional 
interesse público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que 
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por 
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse-
gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção 
de índices;
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e 
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de 
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pen-
sões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente 
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na-
tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos 
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, 
nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito 
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Exe-
cutivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do 
Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de 
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por 
cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo 
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite 
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defen-
sores Públicos;
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder 
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu-
tivo;
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espé-
cies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do 
serviço público;
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público 
não serão computados nem acumulados para fins de concessão de 
acréscimos ulteriores;
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em-
pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI 
e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, 
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em 
qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de 
saúde, com profissões regulamentadas;
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções 
e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de 
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta 
ou indiretamente, pelo poder público;
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, 
dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência so-
bre os demais setores administrativos, na forma da lei;
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e 
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de econo-
mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último 
caso, definir as áreas de sua atuação;
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação 
de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim 
como a participação de qualquer delas em empresa privada;
XXI - ressalvados os casos especificados nalegislação, as obras, 
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro-
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a 
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações 
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter-
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação 
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das 
obrigações.
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona-
mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, 
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e 
atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de 
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e 
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, 
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar 
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal 
de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a 
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos 
da lei.
DIREITO APLICADO
40
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na 
administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos 
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento 
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade 
dos serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X 
e XXXIII;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente 
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a 
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e 
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos 
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem 
prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de 
ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o 
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante 
de cargo ou emprego da administração direta e indireta que 
possibilite o acesso a informações privilegiadas.
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos 
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá 
ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus 
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação 
de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei 
dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, 
obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.”
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às 
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem 
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios 
para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de 
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a 
remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os 
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos 
e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e 
exoneração.
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites 
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as 
parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, 
fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, 
mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como 
limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo 
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco 
centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo 
Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos 
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá 
ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e 
responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que 
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto 
permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o 
nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida 
a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019)
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo 
de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, 
inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o 
rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de 
servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que 
não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que 
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência 
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual 
ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, 
inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados 
alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 109, de 2021)
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica 
e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se-
guintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, 
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, 
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remunera-
ção;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilida-
de de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou 
função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não ha-
vendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício 
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos 
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência 
social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de ori-
gem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Servidores Públicos
Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços 
à administração pública direta, às autarquias ou fundações públi-
cas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutá-
rio. Esses serviços são prestados à União, aos Estados-membros, ao 
Distrito Federal ou aos Municípios.
As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas dos 
Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos:
SEÇÃO II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e 
planos de carreira para os servidores da administração pública dire-
ta, das autarquias e das fundações públicas.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
instituirão conselho de política de administração e remuneração de 
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po-
deres.
DIREITO APLICADO
41
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais 
componentesdo sistema remuneratório observará:
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos 
cargos componentes de cada carreira;
II - os requisitos para a investidura;
III - as peculiaridades dos cargos.
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas 
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores 
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos 
para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de 
convênios ou contratos entre os entes federados.
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o 
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, 
XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de 
admissão quando a natureza do cargo o exigir.
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os 
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão 
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, 
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, 
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, 
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor 
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer 
caso, o disposto no art. 37, XI.
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão 
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e 
empregos públicos.
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários 
provenientes da economia com despesas correntes em cada 
órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento 
de programas de qualidade e produtividade, treinamento e 
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização 
do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de 
produtividade.
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em 
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter 
temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de 
cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores 
titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, 
mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores 
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência 
social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em 
que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese 
em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para 
verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo 
de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta 
e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, 
se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, 
e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na 
idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os 
demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo 
ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, 
de 2019)
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores 
ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores 
ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência 
Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão 
disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados 
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência 
social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar 
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição 
diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, 
previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por 
equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar 
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição 
diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente 
penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de 
que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do 
art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar 
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição 
diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades 
sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos 
e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, 
vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima 
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da 
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem 
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na 
educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei 
complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos 
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção 
de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de 
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições 
para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no 
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019)
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se 
tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o 
benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do 
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a 
DIREITO APLICADO
42
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente 
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para 
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme 
critérios estabelecidos em lei.
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou 
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado 
o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço 
correspondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem 
de tempo de contribuição fictício.
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total 
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da 
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de 
outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de 
previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos 
de inatividade com remuneração de cargoacumulável na forma 
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em 
regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos 
e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, 
de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e 
exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, 
ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime 
de previdência complementar para servidores públicos ocupantes 
de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do 
Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias 
e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado 
o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
103, de 2019)
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 
oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição 
definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por 
intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou 
de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto 
nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado 
no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do 
correspondente regime de previdência complementar.
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o 
cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, 
na forma da lei.
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias 
e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que 
superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime 
geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual 
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do 
respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo 
que tenha completado as exigências para a aposentadoria 
voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer 
jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao 
valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade 
para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019)
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de 
previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora 
desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os 
poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão 
responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os 
parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar 
de que trata o § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
103, de 2019)
§ 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 103, de 2019)
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de 
previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os 
que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento 
e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros 
aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 
2019)
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o 
Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti-
tucional nº 103, de 2019)
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re-
cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
V - condições para instituição do fundo com finalidade previ-
denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur-
sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de 
qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 
2019)
VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Incluí-
do pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob-
servados os princípios relacionados com governança, controle inter-
no e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, 
de 2019)
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que 
desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, 
com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
103, de 2019)
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição 
de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de 
concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegura-
da ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
DIREITO APLICADO
43
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor 
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se 
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, 
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com 
remuneração proporcional ao tempo de serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor 
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional 
ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro 
cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é 
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão 
instituída para essa finalidade.
– Estabilidade
A estabilidade é a garantia que o servidor público possui de per-
manecer no cargo ou emprego público depois de ter sido aprovado 
em estágio probatório.
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, a estabilidade 
poder ser definida como a garantia constitucional de permanência 
no serviço público, do servidor público civil nomeado, em razão de 
concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo, após 
o transcurso de estágio probatório.
A estabilidade é assegurada ao servidor após três anos de efeti-
vo exercício, em virtude de nomeação em concurso público. Esse é 
o estágio probatório citado pela lei.
Passada a fase do estágio, sendo o servidor público efetivado, 
ele perderá o cargo somente nas hipóteses elencadas no Artigo 41, 
§ 1º da CF.
Haja vista o tema ser muito cobrado nas provas dos mais varia-
dos concursos públicos, segue a tabela explicativa:
Estabilidade do Servidor
Requisitos para aquisição de 
Estabilidade
Cargo de provimento efetivo/
ocupado em razão de concurso 
público
3 anos de efetivo exercício
Avaliação de desempenho por 
comissão instituída para esta 
finalidade
Hipóteses em que o servidor 
estável pode perder o cargo
Em virtude de sentença judicial 
transitada em julgado
Mediante processo administra-
tivo em que lhe seja assegura-
da ampla defesa
Mediante procedimento 
de avaliação periódica de 
desempenho, na forma de lei 
complementar, assegurada 
ampla defesa
Em razão de excesso de des-
pesa
Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
A CF/88 impôs aos Militares, regime especial e diferenciado do 
servidor civil. Os direitos e deveres dos militares e dos civis não se 
misturam a nãoser por expressa determinação constitucional.
Não pode o legislador infraconstitucional cercear direitos ou im-
por deveres que a Constituição Federal não trouxe de forma taxati-
va, tampouco não se pode inserir deveres dos servidores civis aos 
militares de forma reflexa.
A Emenda Constitucional nº 101/19, promulgada pelo Congres-
so Nacional, permite acúmulo de cargos públicos nas áreas de saú-
de e educação por militares. Através da referida Emenda, os Milita-
res poderão exercer funções de professor ou profissional da saúde 
desde que haja compatibilidade de horário. Ou seja, aplicou-se a 
tais profissionais o disposto no art. 37, inciso XVI, da CF/88.
Desde a promulgação da CF/88, o exercício simultâneo de cargos 
era permitido apenas para servidores públicos civis e para militares 
das Forças Armadas que atuam na área de saúde. A acumulação 
passou a ser possível, desde que haja compatibilidade de horários.
Vejamos as disposições do Art. 42 da CF/88:
SEÇÃO III
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS 
TERRITÓRIOS
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros 
Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e discipli-
na, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições 
do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo 
a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, 
inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos 
governadores.
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica 
do respectivo ente estatal.
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência 
da atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101, 
de 2019)
Das Regiões
De acordo com a CF/88 as políticas da União podem se dar de 
forma regionalizada e a disposição legal do Art. 43 visa reduzir as 
desigualdades regionais. Este tema será regulado por Lei Comple-
mentar.
Diz o Art. 43 da CF/88:
SEÇÃO IV
DAS REGIÕES
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular 
sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a 
seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.
§ 1º - Lei complementar disporá sobre:
I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento;
II - a composição dos organismos regionais que executarão, na 
forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais 
de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com 
estes.
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, 
na forma da lei:
DIREITO APLICADO
44
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e 
preços de responsabilidade do Poder Público;
II - juros favorecidos para financiamento de atividades priori-
tárias;
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos 
federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos 
rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de 
baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará 
a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos 
e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas 
glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.
TÍTULO II – DO CONDENADO E DO INTERNADO – DA 
LEI DE EXECUÇÃO PENAL
LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984
INSTITUI A LEI DE EXECUÇÃO PENAL
(...)
TÍTULO II
DO CONDENADO E DO INTERNADO
CAPÍTULO I
DA CLASSIFICAÇÃO
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus 
antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da 
execução penal.
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classi-
ficação que elaborará o programa individualizador da pena privativa 
de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório. (Reda-
ção dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada 
estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no míni-
mo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólo-
go e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena 
privativa de liberdade.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao 
Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço social.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de li-
berdade, em regime fechado, será submetido a exame criminoló-
gico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada 
classificação e com vistas à individualização da execução.
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser 
submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de li-
berdade em regime semiaberto.
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reve-
ladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo 
sempre presentes peças ou informações do processo, poderá:
I - entrevistar pessoas;
II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, da-
dos e informações a respeito do condenado;
III - realizar outras diligências e exames necessários.
Art. 9º-A. O condenado por crime doloso praticado com violên-
cia grave contra a pessoa, bem como por crime contra a vida, con-
tra a liberdade sexual ou por crime sexual contra vulnerável, será 
submetido, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, 
mediante extração de DNA (ácido desoxirribonucleico), por técnica 
adequada e indolor, por ocasião do ingresso no estabelecimento 
prisional. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mí-
nimas de proteção de dados genéticos, observando as melhores 
práticas da genética forense. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
(Vigência)
§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer 
ao juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao 
banco de dados de identificação de perfil genético. (Incluído pela 
Lei nº 12.654, de 2012)
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o aces-
so aos seus dados constantes nos bancos de perfis genéticos, bem 
como a todos os documentos da cadeia de custódia que gerou esse 
dado, de maneira que possa ser contraditado pela defesa. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo 
que não tiver sido submetido à identificação do perfil genético por 
ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá ser sub-
metido ao procedimento durante o cumprimento da pena. (Incluí-
do pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 5º A amostra biológica coletada só poderá ser utilizada para o 
único e exclusivo fim de permitir a identificação pelo perfil genético, 
não estando autorizadas as práticas de fenotipagem genética ou de 
busca familiar. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 6º Uma vez identificado o perfil genético, a amostra biológi-
ca recolhida nos termos do caput deste artigo deverá ser correta e 
imediatamente descartada, de maneira a impedir a sua utilização 
para qualquer outro fim. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vi-
gência)
§ 7º A coleta da amostra biológica e a elaboração do respec-
tivo laudo serão realizadas por perito oficial. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) (Vigência)
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-
-se ao procedimento de identificação do perfil genético. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, 
objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em 
sociedade. (Regulamento)
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Art. 11.A assistência será: (Regulamento)
I - material;
II - à saúde;
III -jurídica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.
DIREITO APLICADO
45
SEÇÃO II
DA ASSISTÊNCIA MATERIAL
Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá 
no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que 
atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais 
destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não forneci-
dos pela Administração.
SEÇÃO III
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter 
preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farma-
cêutico e odontológico.
§ 1º (Vetado).
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado 
para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em 
outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento.
§ 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher, prin-
cipalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nasci-
do. (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
§ 4º Será assegurado tratamento humanitário à mulher grávida 
durante os atos médico-hospitalares preparatórios para a realiza-
ção do parto e durante o trabalho de parto, bem como à mulher no 
período de puerpério, cabendo ao poder público promover a assis-
tência integral à sua saúde e à do recém-nascido. (Incluído pela Lei 
nº 14.326, de 2022)
SEÇÃO IV
DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos inter-
nados sem recursos financeiros para constituir advogado.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de as-
sistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, den-
tro e fora dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Lei nº 
12.313, de 2010).
§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estru-
tural, pessoal e material à Defensoria Pública, no exercício de suas 
funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Incluído pela 
Lei nº 12.313, de 2010).
§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apro-
priado destinado ao atendimento pelo Defensor Público. (Incluído 
pela Lei nº 12.313, de 2010).
§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados 
Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a prestação de 
assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em li-
berdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para 
constituir advogado. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
SEÇÃO V
DA ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução es-
colar e a formação profissional do preso e do internado.
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no 
sistema escolar da Unidade Federativa.
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação 
geral ou educação profissional de nível médio, será implantado nos 
presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua univer-
salização. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
§ 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao 
sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, administra-
tiva e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recur-
sos destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou 
administração penitenciária. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas 
cursos supletivos de educação de jovens e adultos. (Incluído pela 
Lei nº 13.163, de 2015)
§ 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal 
incluirão em seus programas de educação à distância e de utilização 
de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às pre-
sas. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de inicia-
ção ou de aperfeiçoamento técnico.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional 
adequado à sua condição.
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convê-
nio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou 
ofereçam cursos especializados.
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada 
estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias 
de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar: (Incluído pela 
Lei nº 13.163, de 2015)
I - o nível de escolaridade dos presos e das presas; (Incluído 
pela Lei nº 13.163, de 2015)
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o 
número de presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163, 
de 2015)
III - a implementação de cursos profissionais em nível de ini-
ciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas 
atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
 IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo; 
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional 
de presos e presas. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
SEÇÃO VI
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso 
e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os proble-
mas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido;
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das sa-
ídas temporárias;
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a 
recreação;
V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumpri-
mento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à 
liberdade;
VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da 
Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;
DIREITO APLICADO
46
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, 
do internado e da vítima.
SEÇÃO VII
DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será 
prestada aos presos e aos internados, permitindo-se lhes a parti-
cipação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem 
como a posse de livros de instrução religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos 
religiosos.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a partici-
par de atividade religiosa.
SEÇÃO VIII
DA ASSISTÊNCIA AO EGRESSO
Art. 25. A assistência ao egresso consiste: (Regulamento)
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, 
em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser 
prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do assis-
tente social, o empenho na obtenção de emprego.
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei: (Regu-
lamento)
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da 
saída do estabelecimento;
II - o liberado condicional, durante o período de prova.
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso 
para a obtenção de trabalho. (Regulamento)
CAPÍTULO III
DO TRABALHO
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição 
de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as pre-
cauções relativas à segurança e à higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consoli-
dação das Leis do Trabalho.
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante pré-
via tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário 
mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que de-
terminados judicialmente e não reparados por outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento aoEstado das despesas realizadas com a 
manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem preju-
ízo da destinação prevista nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a par-
te restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupan-
ça, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade.
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à co-
munidade não serão remuneradas.
SEÇÃO II
DO TRABALHO INTERNO
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obriga-
do ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obri-
gatório e só poderá ser executado no interior do estabelecimento.
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta 
a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do pre-
so, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato 
sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupa-
ção adequada à sua idade.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão ativi-
dades apropriadas ao seu estado.
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) 
nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feria-
dos.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de traba-
lho aos presos designados para os serviços de conservação e manu-
tenção do estabelecimento penal.
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou em-
presa pública, com autonomia administrativa, e terá por objetivo a 
formação profissional do condenado.
§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora pro-
mover e supervisionar a produção, com critérios e métodos empre-
sariais, encarregar-se de sua comercialização, bem como suportar 
despesas, inclusive pagamento de remuneração adequada. (Renu-
merado pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão celebrar 
convênio com a iniciativa privada, para implantação de oficinas de 
trabalho referentes a setores de apoio dos presídios. (Incluído pela 
Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da União, 
Estados, Territórios, Distrito Federal e dos Municípios adquirirão, 
com dispensa de concorrência pública, os bens ou produtos do tra-
balho prisional, sempre que não for possível ou recomendável rea-
lizar-se a venda a particulares.
Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as 
vendas reverterão em favor da fundação ou empresa pública a que 
alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabelecimento penal.
SEÇÃO III
DO TRABALHO EXTERNO
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em 
regime fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas 
por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades pri-
vadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da 
disciplina.
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por 
cento) do total de empregados na obra.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empre-
sa empreiteira a remuneração desse trabalho.
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do 
consentimento expresso do preso.
DIREITO APLICADO
47
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela 
direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e res-
ponsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da 
pena.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo 
ao preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido 
por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos 
estabelecidos neste artigo.
CAPÍTULO IV
DOS DEVERES, DOS DIREITOS E DA DISCIPLINA
SEÇÃO I
DOS DEVERES
Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais ine-
rentes ao seu estado, submeter-se às normas de execução da pena.
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com 
quem deva relacionar-se;
III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de 
fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina;
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas rea-
lizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da 
remuneração do trabalho;
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X - conservação dos objetos de uso pessoal.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o 
disposto neste artigo.
SEÇÃO II
DOS DIREITOS
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integrida-
de física e moral dos condenados e dos presos provisórios.
Art. 41 - Constituem direitos do preso:
I - alimentação suficiente e vestuário;
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
III - Previdência Social;
IV - constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, 
o descanso e a recreação;
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas 
e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução 
da pena;
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social 
e religiosa;
VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em 
dias determinados;
XI - chamamento nominal;
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da in-
dividualização da pena;
XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa 
de direito;
XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondên-
cia escrita, da leitura e de outros meios de informação que não 
comprometam a moral e os bons costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob 
pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente. 
(Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV pode-
rão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor 
do estabelecimento.
Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida 
de segurança, no que couber, o disposto nesta Seção.
Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confian-
ça pessoal do internado ou do submetido a tratamento ambulato-
rial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e acom-
panhar o tratamento.
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o par-
ticular serão resolvidas pelo Juiz da execução.
SEÇÃO III
DA DISCIPLINA
SUBSEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na 
obediência às determinações das autoridades e seus agentes e no 
desempenho do trabalho.
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena 
privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o preso provisório.
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e 
anterior previsão legal ou regulamentar.
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade 
física e moral do condenado.
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da 
pena ou da prisão, será cientificado das normas disciplinares.
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de 
liberdade, será exercido pela autoridade administrativa conforme 
as disposições regulamentares.
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder 
disciplinar será exercido pela autoridade administrativa a que esti-
ver sujeito o condenado.
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao 
Juiz da execução para osfins dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, 
§§ 1º, letra d, e 2º desta Lei.
SUBSEÇÃO II
DAS FALTAS DISCIPLINARES
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e 
graves. A legislação local especificará as leves e médias, bem assim 
as respectivas sanções.
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspon-
dente à falta consumada.
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de li-
berdade que:
DIREITO APLICADO
48
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem 
ou a disciplina;
II - fugir;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a in-
tegridade física de outrem;
IV - provocar acidente de trabalho;
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 
39, desta Lei.
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, 
de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos 
ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007)
VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do 
perfil genético. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que cou-
ber, ao preso provisório.
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de 
direitos que:
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação 
imposta;
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 
39, desta Lei.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui 
falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina 
internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou 
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar di-
ferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei 
nº 13.964, de 2019)
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repe-
tição da sanção por nova falta grave de mesma espécie; (Redação 
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - recolhimento em cela individual; (Redação dada pela Lei nº 
13.964, de 2019)
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem re-
alizadas em instalações equipadas para impedir o contato físico e a 
passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, 
autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas) horas; (Redação 
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias 
para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde que 
não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso; (Redação 
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu 
defensor, em instalações equipadas para impedir o contato físico e 
a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em con-
trário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019)
VII - participação em audiências judiciais preferencialmente 
por videoconferência, garantindo-se a participação do defensor no 
mesmo ambiente do preso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado 
aos presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros: 
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do es-
tabelecimento penal ou da sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019)
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou 
participação, a qualquer título, em organização criminosa, associa-
ção criminosa ou milícia privada, independentemente da prática de 
falta grave. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em orga-
nização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou que 
tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação, 
o regime disciplinar diferenciado será obrigatoriamente cumprido 
em estabelecimento prisional federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019)
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar 
diferenciado poderá ser prorrogado sucessivamente, por períodos 
de 1 (um) ano, existindo indícios de que o preso: (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019)
I - continua apresentando alto risco para a ordem e a seguran-
ça do estabelecimento penal de origem ou da sociedade; (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - mantém os vínculos com organização criminosa, associação 
criminosa ou milícia privada, considerados também o perfil criminal 
e a função desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação 
duradoura do grupo, a superveniência de novos processos criminais 
e os resultados do tratamento penitenciário. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019)
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime discipli-
nar diferenciado deverá contar com alta segurança interna e exter-
na, principalmente no que diz respeito à necessidade de se evitar 
contato do preso com membros de sua organização criminosa, as-
sociação criminosa ou milícia privada, ou de grupos rivais. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será 
gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com autoriza-
ção judicial, fiscalizada por agente penitenciário. (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019)
§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar dife-
renciado, o preso que não receber a visita de que trata o inciso III do 
caput deste artigo poderá, após prévio agendamento, ter contato 
telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) 
vezes por mês e por 10 (dez) minutos. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019)
SUBSEÇÃO III
DAS SANÇÕES E DAS RECOMPENSAS
Art. 53. Constituem sanções disciplinares:
I - advertência verbal;
II - repreensão;
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo úni-
co);
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos es-
tabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o dis-
posto no artigo 88 desta Lei.
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela 
Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas 
por ato motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por 
prévio e fundamentado despacho do juiz competente. (Redação 
dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
DIREITO APLICADO
49
§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disci-
plinar dependerá de requerimento circunstanciado elaborado pelo 
diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa. (In-
cluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime dis-
ciplinar será precedida de manifestação do Ministério Público e da 
defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias. (Incluído pela 
Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento 
reconhecido em favor do condenado, de sua colaboração com a dis-
ciplina e de sua dedicação ao trabalho.
Art. 56. São recompensas:
I - o elogio;
II - a concessão de regalias.
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabele-
cerão a natureza e a forma de concessão de regalias.
SUBSEÇÃO IV
DA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em 
conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequências 
do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. (Re-
dação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previs-
tas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 
10.792, de 2003)
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não 
poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime dis-
ciplinar diferenciado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
Parágrafo único. O isolamentoserá sempre comunicado ao Juiz 
da execução.
SUBSEÇÃO V
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR
Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o pro-
cedimento para sua apuração, conforme regulamento, assegurado 
o direito de defesa.
Parágrafo único. A decisão será motivada.
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isola-
mento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão 
do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da discipli-
na e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz compe-
tente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventi-
va no regime disciplinar diferenciado será computado no período 
de cumprimento da sanção disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 
10.792, de 2003)
CAPÍTULO VII – DAS DIPOSIÇÕES GERAIS – DA LEI Nº 
9.279 DE 14 DE MAIO DE 1996
LEI Nº 9.279, DE 14 DE MAIO DE 1996
Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial.
(...)
TÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INDUSTRIAL
(...)
CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 196. As penas de detenção previstas nos Capítulos I, II e III 
deste Título serão aumentadas de um terço à metade se:
I - o agente é ou foi representante, mandatário, preposto, sócio 
ou empregado do titular da patente ou do registro, ou, ainda, do 
seu licenciado; ou
II - a marca alterada, reproduzida ou imitada for de alto renome, 
notoriamente conhecida, de certificação ou coletiva.
Art. 197. As penas de multa previstas neste Título serão fixadas, 
no mínimo, em 10 (dez) e, no máximo, em 360 (trezentos e sessenta) 
dias-multa, de acordo com a sistemática do Código Penal.
Parágrafo único. A multa poderá ser aumentada ou reduzida, 
em até 10 (dez) vezes, em face das condições pessoais do agente 
e da magnitude da vantagem auferida, independentemente da 
norma estabelecida no artigo anterior.
Art. 198. Poderão ser apreendidos, de ofício ou a requerimento 
do interessado, pelas autoridades alfandegárias, no ato de 
conferência, os produtos assinalados com marcas falsificadas, 
alteradas ou imitadas ou que apresentem falsa indicação de 
procedência.
Art. 199. Nos crimes previstos neste Título somente se procede 
mediante queixa, salvo quanto ao crime do art. 191, em que a ação 
penal será pública.
Art. 200. A ação penal e as diligências preliminares de busca e 
apreensão, nos crimes contra a propriedade industrial, regulam-se 
pelo disposto no Código de Processo Penal, com as modificações 
constantes dos artigos deste Capítulo.
Art. 201. Na diligência de busca e apreensão, em crime contra 
patente que tenha por objeto a invenção de processo, o oficial do 
juízo será acompanhado por perito, que verificará, preliminarmente, 
a existência do ilícito, podendo o juiz ordenar a apreensão de 
produtos obtidos pelo contrafator com o emprego do processo 
patenteado.
Art. 202. Além das diligências preliminares de busca e apreensão, 
o interessado poderá requerer:
I - apreensão de marca falsificada, alterada ou imitada onde for 
preparada ou onde quer que seja encontrada, antes de utilizada 
para fins criminosos; ou
II - destruição de marca falsificada nos volumes ou produtos 
que a contiverem, antes de serem distribuídos, ainda que fiquem 
destruídos os envoltórios ou os próprios produtos.
DIREITO APLICADO
50
Art. 203. Tratando-se de estabelecimentos industriais ou 
comerciais legalmente organizados e que estejam funcionando 
publicamente, as diligências preliminares limitar-se-ão à vistoria e 
apreensão dos produtos, quando ordenadas pelo juiz, não podendo 
ser paralisada a sua atividade licitamente exercida.
Art. 204. Realizada a diligência de busca e apreensão, responderá 
por perdas e danos a parte que a tiver requerido de má-fé, por 
espírito de emulação, mero capricho ou erro grosseiro.
Art. 205. Poderá constituir matéria de defesa na ação penal 
a alegação de nulidade da patente ou registro em que a ação se 
fundar. A absolvição do réu, entretanto, não importará a nulidade 
da patente ou do registro, que só poderá ser demandada pela ação 
competente.
Art. 206. Na hipótese de serem reveladas, em juízo, para a 
defesa dos interesses de qualquer das partes, informações que se 
caracterizem como confidenciais, sejam segredo de indústria ou 
de comércio, deverá o juiz determinar que o processo prossiga em 
segredo de justiça, vedado o uso de tais informações também à 
outra parte para outras finalidades.
Art. 207. Independentemente da ação criminal, o prejudicado 
poderá intentar as ações cíveis que considerar cabíveis na forma do 
Código de Processo Civil.
Art. 208. A indenização será determinada pelos benefícios que o 
prejudicado teria auferido se a violação não tivesse ocorrido.
Art. 209. Fica ressalvado ao prejudicado o direito de haver 
perdas e danos em ressarcimento de prejuízos causados por atos de 
violação de direitos de propriedade industrial e atos de concorrência 
desleal não previstos nesta Lei, tendentes a prejudicar a reputação 
ou os negócios alheios, a criar confusão entre estabelecimentos 
comerciais, industriais ou prestadores de serviço, ou entre os 
produtos e serviços postos no comércio.
§ 1º Poderá o juiz, nos autos da própria ação, para evitar dano 
irreparável ou de difícil reparação, determinar liminarmente a 
sustação da violação ou de ato que a enseje, antes da citação do 
réu, mediante, caso julgue necessário, caução em dinheiro ou 
garantia fidejussória.
§ 2º Nos casos de reprodução ou de imitação flagrante de 
marca registrada, o juiz poderá determinar a apreensão de todas 
as mercadorias, produtos, objetos, embalagens, etiquetas e outros 
que contenham a marca falsificada ou imitada.
Art. 210. Os lucros cessantes serão determinados pelo critério 
mais favorável ao prejudicado, dentre os seguintes:
I - os benefícios que o prejudicado teria auferido se a violação 
não tivesse ocorrido; ou
II - os benefícios que foram auferidos pelo autor da violação do 
direito; ou
III - a remuneração que o autor da violação teria pago ao titular 
do direito violado pela concessão de uma licença que lhe permitisse 
legalmente explorar o bem.
CAPÍTULO XVII – DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS 
– ARTIGO 279 E CAPÍTULO XIX - DOS CRIMES DE 
TRÂNSITO – ARTIGO 312 – DO CÓDIGO DE TRÂNSITO 
BRASILEIRO
LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997
Institui o Código de Trânsito Brasileiro.
(...)
CAPÍTULO XVII
DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
 Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera 
das competências estabelecidas neste Código e dentro de sua cir-
cunscrição, deverá adotar as seguintes medidas administrativas:
 I - retenção do veículo;
 II - remoção do veículo;
 III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;
 IV - recolhimento da Permissão para Dirigir;
 V - recolhimento do Certificado de Registro;
 VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;
 VII - (VETADO)
 VIII - transbordo do excesso de carga;
 IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia 
de substância entorpecente ou que determine dependência física ou 
psíquica;
 X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e 
na faixa de domínio das vias de circulação, restituindo-os aos seus 
proprietários, após o pagamento de multas e encargos devidos.
XI - realização de exames de aptidão física, mental, de legisla-
ção, de prática de primeiros socorros e de direção veicular. (Incluído 
pela Lei nº 9.602, de 1998)
 § 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas ad-
ministrativas e coercitivas adotadas pelas autoridades de trânsito 
e seus agentes terão por objetivo prioritário a proteção à vida e à 
incolumidade física da pessoa.
 § 2º As medidas administrativas previstas neste artigo não eli-
dem a aplicação das penalidades impostas por infrações estabeleci-
das neste Código, possuindo caráter complementar a estas.
 § 3º São documentos de habilitação:(Redação dada pela Lei nº 
14.599, de 2023)
I - a Carteira Nacional de Habilitação; (Incluído pela Lei nº 
14.599, de2023)
II - a Permissão para Dirigir; e(Incluído pela Lei nº 14.599, de 
2023)
III - a Autorização para Conduzir Ciclomotor. (Incluído pela Lei nº 
14.599, de 2023)
 § 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do inciso X o 
disposto nos arts. 271 e 328, no que couber.
 § 5º No caso de documentos em meio digital, as medidas admi-
nistrativas previstas nos incisos III, IV, V e VI do caput deste artigo 
serão realizadas por meio de registro no Renach ou Renavam, con-
forme o caso, na forma estabelecida pelo Contran. (Incluído pela Lei 
nº 14.071, de 2020) (Vigência)
 Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos neste 
Código.
 § 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no local da in-
fração, o veículo será liberado tão logo seja regularizada a situação.
DIREITO APLICADO
51
 § 2º Quando não for possível sanar a falha no local da infra-
ção, o veículo, desde que ofereça condições de segurança para cir-
culação, deverá ser liberado e entregue a condutor regularmente 
habilitado, mediante recolhimento do Certificado de Licenciamento 
Anual, contra apresentação de recibo, assinalando-se ao condutor 
prazo razoável, não superior a 30 (trinta) dias, para regularizar a si-
tuação, e será considerado notificado para essa finalidade na mes-
ma ocasião. (Redação dada pela Lei nº 14.071, de 2020)(Vigência)
 § 3º O Certificado de Licenciamento Anual será devolvido ao 
condutor no órgão ou entidade aplicadores das medidas adminis-
trativas, tão logo o veículo seja apresentado à autoridade devida-
mente regularizado.
 § 4º Não se apresentando condutor habilitado no local da in-
fração, o veículo será removido a depósito, aplicando-se neste caso 
o disposto no art. 271. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) 
(Vigência)
 § 5º A critério do agente, não se dará a retenção imediata, 
quando se tratar de veículo de transporte coletivo transportando 
passageiros ou veículo transportando produto perigoso ou perecí-
vel, desde que ofereça condições de segurança para circulação em 
via pública.
 § 6º Não efetuada a regularização no prazo a que se refere o § 
2o, será feito registro de restrição administrativa no Renavam por 
órgão ou entidade executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Fe-
deral, que será retirada após comprovada a regularização. (Incluído 
pela Lei nº 13.160, de 2015)
 § 7o O descumprimento das obrigações estabelecidas no § 2o 
resultará em recolhimento do veículo ao depósito, aplicando-se, 
nesse caso, o disposto no art. 271. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 
2015)
 Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos neste Có-
digo, para o depósito fixado pelo órgão ou entidade competente, 
com circunscrição sobre a via.
 § 1o A restituição do veículo removido só ocorrerá mediante 
prévio pagamento de multas, taxas e despesas com remoção e es-
tada, além de outros encargos previstos na legislação específica. 
(Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
 § 2o A liberação do veículo removido é condicionada ao repa-
ro de qualquer componente ou equipamento obrigatório que não 
esteja em perfeito estado de funcionamento. (Incluído pela Lei nº 
13.160, de 2015)
 § 3º Se o reparo referido no § 2º demandar providência que não 
possa ser tomada no depósito, a autoridade responsável pela remo-
ção liberará o veículo para reparo, na forma transportada, median-
te autorização, assinalando prazo para reapresentação. (Redação 
dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
 § 4º Os serviços de remoção, depósito e guarda de veículo po-
derão ser realizados por órgão público, diretamente, ou por particu-
lar contratado por licitação pública, sendo o proprietário do veículo 
o responsável pelo pagamento dos custos desses serviços. (Reda-
ção dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
 § 5o O proprietário ou o condutor deverá ser notificado, no ato 
de remoção do veículo, sobre as providências necessárias à sua res-
tituição e sobre o disposto no art. 328, conforme regulamentação 
do CONTRAN. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
 § 6º Caso o proprietário ou o condutor não esteja presente no 
momento da remoção do veículo, a autoridade de trânsito, no prazo 
de 10 (dez) dias contado da data da remoção, deverá expedir ao 
proprietário a notificação prevista no § 5º, por remessa postal ou 
por outro meio tecnológico hábil que assegure a sua ciência, e, caso 
reste frustrada, a notificação poderá ser feita por edital. (Redação 
dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
 § 7o A notificação devolvida por desatualização do endereço do 
proprietário do veículo ou por recusa desse de recebê-la será consi-
derada recebida para todos os efeitos (Incluído pela Lei nº 13.160, 
de 2015)
 § 8o Em caso de veículo licenciado no exterior, a notificação 
será feita por edital. (Incluído pela Lei nº 13.160, de 2015)
 § 9º Não caberá remoção nos casos em que a irregularidade 
for sanada no local da infração. (Redação dada pela Lei nº 14.071, 
de 2020)(Vigência)
§ 9º-A. Quando não for possível sanar a irregularidade no local 
da infração, o veículo, desde que ofereça condições de segurança 
para circulação, será liberado e entregue a condutor regularmente 
habilitado, mediante recolhimento do Certificado de Licenciamento 
Anual, contra a apresentação de recibo, e prazo razoável, não supe-
rior a 15 (quinze) dias, será assinalado ao condutor para regularizar 
a situação, o qual será considerado notificado para essa finalidade 
na mesma ocasião. (Incluído pela Lei nº 14.229, de 2021)
§ 9º-B. O disposto no § 9º-A deste artigo não se aplica às in-
frações previstas no inciso V do caput do art. 230 e no inciso VIII 
do caput do art. 231 deste Código. (Incluído pela Lei nº 14.229, de 
2021)
§ 9º-C. Não efetuada a regularização no prazo referido no § 9º-A 
deste artigo, será feito registro de restrição administrativa no Rena-
vam por órgão ou entidade executivos de trânsito dos Estados ou do 
Distrito Federal, o qual será retirado após comprovada a regulariza-
ção. (Incluído pela Lei nº 14.229, de 2021)
§ 9º-D. O descumprimento da obrigação estabelecida no § 9º-A 
deste artigo resultará em recolhimento do veículo ao depósito, apli-
cando-se, nesse caso, o disposto neste artigo. (Incluído pela Lei nº 
14.229, de 2021)
 § 10. O pagamento das despesas de remoção e estada será 
correspondente ao período integral, contado em dias, em que efeti-
vamente o veículo permanecer em depósito, limitado ao prazo de 6 
(seis) meses. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
§ 11. Os custos dos serviços de remoção e estada prestados por 
particulares poderão ser pagos pelo proprietário diretamente ao 
contratado. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
§ 12. O disposto no § 11 não afasta a possibilidade de o res-
pectivo ente da Federação estabelecer a cobrança por meio de taxa 
instituída em lei. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
§ 13. No caso de o proprietário do veículo objeto do recolhimen-
to comprovar, administrativa ou judicialmente, que o recolhimento 
foi indevido ou que houve abuso no período de retenção em depósi-
to, é da responsabilidade do ente público a devolução das quantias 
pagas por força deste artigo, segundo os mesmos critérios da de-
volução de multas indevidas. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
 Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e 
da Permissão para Dirigir dar-se-á mediante recibo, além dos casos 
previstos neste Código, quando houver suspeita de sua inautentici-
dade ou adulteração.
 Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro dar-se-á 
mediante recibo, além dos casos previstos neste Código, quando:
 I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
 II - se, alienado o veículo, não for transferida sua propriedade 
no prazo de trinta dias.
DIREITO APLICADO
52
 Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual 
dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos neste Código, 
quando:
 I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
 II - se o prazo de licenciamento estiver vencido;
 III - no caso de retenção do veículo,se a irregularidade não pu-
der ser sanada no local.
 Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é condição 
para que o veículo possa prosseguir viagem e será efetuado às ex-
pensas do proprietário do veículo, sem prejuízo da multa aplicável.
 Parágrafo único. Não sendo possível desde logo atender ao dis-
posto neste artigo, o veículo será recolhido ao depósito, sendo libe-
rado após sanada a irregularidade e pagas as despesas de remoção 
e estada.
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue 
ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previs-
tas no art. 165. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerân-
cia quando a infração for apurada por meio de aparelho de medi-
ção, observada a legislação metrológica. (Redação dada pela Lei nº 
12.760, de 2012)
Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em sinis-
tro de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá 
ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento 
que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo 
Contran, permita certificar influência de álcool ou outra substância 
psicoativa que determine dependência. (Redação dada pela Lei nº 
14.599, de 2023)
§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
§ 2o A infração prevista no art. 165 também poderá ser carac-
terizada mediante imagem, vídeo, constatação de sinais que indi-
quem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade 
psicomotora ou produção de quaisquer outras provas em direito 
admitidas. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
 § 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas 
estabelecidas no art. 165-A deste Código ao condutor que se recu-
sar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput 
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
 Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, não subme-
tendo veículo à pesagem obrigatória nos pontos de pesagem, fixos 
ou móveis, será aplicada a penalidade prevista no art. 209, além 
da obrigação de retornar ao ponto de evasão para fim de pesagem 
obrigatória.
 Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação policial, 
a apreensão do veículo dar-se-á tão logo seja localizado, aplican-
do-se, além das penalidades em que incorre, as estabelecidas no 
art. 210.
 Art. 278-A. O condutor que se utilize de veículo para a prática 
do crime de receptação, descaminho, contrabando, previstos nos 
arts. 180, 334 e 334-A do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro 
de 1940 (Código Penal), condenado por um desses crimes em de-
cisão judicial transitada em julgado, terá cassado seu documento 
de habilitação ou será proibido de obter a habilitação para dirigir 
veículo automotor pelo prazo de 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei 
nº 13.804, de 2019)
§ 1º O condutor condenado poderá requerer sua reabilitação, 
submetendo-se a todos os exames necessários à habilitação, na for-
ma deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.804, de 2019)
§ 2º No caso do condutor preso em flagrante na prática dos cri-
mes de que trata o caput deste artigo, poderá o juiz, em qualquer 
fase da investigação ou da ação penal, se houver necessidade para a 
garantia da ordem pública, como medida cautelar, de ofício, ou a re-
querimento do Ministério Público ou ainda mediante representação 
da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão 
da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a 
proibição de sua obtenção. (Incluído pela Lei nº 13.804, de 2019)
Art. 279. Em caso de sinistro com vítima envolvendo veículo 
equipado com registrador instantâneo de velocidade e tempo, so-
mente o perito oficial encarregado do levantamento pericial pode-
rá retirar o disco ou unidade armazenadora do registro. (Redação 
dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
Art. 279-A. O veículo em estado de abandono ou sinistrado po-
derá ser removido para o depósito fixado pelo órgão ou entidade 
competente do Sistema Nacional de Trânsito independentemente 
da existência de infração à legislação de trânsito, nos termos da 
regulamentação do Contran. (Redação dada pela Lei nº 14.599, de 
2023)
§ 1º A remoção do veículo sinistrado será realizada quando não 
houver responsável por ele no local do sinistro. (Redação dada pela 
Lei nº 14.599, de 2023)
§ 2º Aplicam-se à remoção de veículo em estado de abandono 
ou sinistrado as disposições constantes do art. 328, sem prejuízo 
das demais disposições deste Código. (Redação dada pela Lei nº 
14.599, de 2023)
(...)
CAPÍTULO XIX
DOS CRIMES DE TRÂNSITO
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
 Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automo-
tores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Códi-
go Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispu-
ser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro 
de 1995, no que couber.
 § 1° Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o 
disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 
1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo único 
pela Lei nº 11.705, de 2008)
 I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psi-
coativa que determine dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705, 
de 2008)
 II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou compe-
tição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em 
manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade 
competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
 III - transitando em velocidade superior à máxima permitida 
para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora). (Incluído 
pela Lei nº 11.705, de 2008)
 § 2° Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser 
instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal. 
(Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
 § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigên-
cia)
DIREITO APLICADO
53
 § 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no 
art. 59 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal), dando especial atenção à culpabilidade do agente e às cir-
cunstâncias e consequências do crime. (Incluído pela Lei nº 13.546, 
de 2017) (Vigência)
 Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou 
a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta iso-
lada ou cumulativamente com outras penalidades. (Redação dada 
pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
 Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter 
a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a 
duração de dois meses a cinco anos.
 § 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será 
intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito ho-
ras, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
 § 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se 
inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, es-
tiver recolhido a estabelecimento prisional.
 Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, 
havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o 
juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Minis-
tério Público ou ainda mediante representação da autoridade poli-
cial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou 
da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua 
obtenção.
 Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a 
medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério 
Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
 Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proi-
bição de se obter a permissão ou a habilitação será sempre comu-
nicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito 
- CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou 
réu fordomiciliado ou residente.
 Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto 
neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permis-
são ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das 
demais sanções penais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.705, 
de 2008)
 Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no paga-
mento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus su-
cessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do art. 
49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resultante 
do crime.
 § 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do 
prejuízo demonstrado no processo.
 § 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 
do Código Penal.
 § 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória 
será descontado.
 Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penali-
dades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a 
infração:
 I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com gran-
de risco de grave dano patrimonial a terceiros;
 II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adul-
teradas;
 III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilita-
ção;
 IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de 
categoria diferente da do veículo;
 V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados espe-
ciais com o transporte de passageiros ou de carga;
 VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equi-
pamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu 
funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos 
nas especificações do fabricante;
 VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente 
destinada a pedestres.
 Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.304, de 
2022) (Vigência)
 Art. 299. (VETADO)
 Art. 300. (VETADO)
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de sinistros de trân-
sito que resultem em vítima, não se imporá a prisão em flagrante 
nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela. 
(Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
SEÇÃO II
DOS CRIMES EM ESPÉCIE
 Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo au-
tomotor:
 Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proi-
bição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor.
§ 1° No homicídio culposo cometido na direção de veículo auto-
motor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agen-
te: (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; 
(Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluído pela 
Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, à vítima do sinistro; (Redação dada pela Lei nº 14.599, de 
2023)
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver condu-
zindo veículo de transporte de passageiros. (Incluído pela Lei nº 
12.971, de 2014) (Vigência)
 V - (Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008)
§ 2° (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3° Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de 
álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine 
dependência: (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição 
do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir ve-
ículo automotor. (Incluído pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
 Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo 
automotor:
 Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou 
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veí-
culo automotor.
 § 1° Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer 
qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302. (Renumerado do pará-
grafo único pela Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
 § 2° A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cin-
co anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo, se 
o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada 
em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa 
DIREITO APLICADO
54
que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal 
de natureza grave ou gravíssima. (Incluído pela Lei nº 13.546, de 
2017) (Vigência)
 Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do sinistro, 
de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo dire-
tamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade 
pública: (Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
 Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato 
não constituir elemento de crime mais grave.
 Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o con-
dutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros 
ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos 
leves.
 Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do sinistro, 
para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribu-
ída:(Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
 Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
 Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomo-
tora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substân-
cia psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei 
nº 12.760, de 2012)
 Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão 
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir 
veículo automotor.
§ 1° As condutas previstas no caput serão constatadas por: (In-
cluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por 
litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por 
litro de ar alveolar; ou (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, al-
teração da capacidade psicomotora. (Incluído pela Lei nº 12.760, 
de 2012)
§ 2° A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida 
mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perí-
cia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito 
admitidos, observado o direito à contraprova. (Redação dada pela 
Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 3° O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos 
testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização 
do crime tipificado neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.971, 
de 2014) (Vigência)
§ 4º Poderá ser empregado qualquer aparelho homologado 
pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - IN-
METRO - para se determinar o previsto no caput. (Incluído pela Lei 
nº 13.840, de 2019)
 Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a per-
missão ou a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com 
fundamento neste Código:
 Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova 
imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição.
 Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que 
deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Per-
missão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pú-
blica, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de 
exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo auto-
motor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situa-
ção de risco à incolumidade pública ou privada: (Redação dada pela 
Lei nº 13.546, de 2017) (Vigência)
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e sus-
pensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para 
dirigir veículo automotor. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 
2014) (Vigência)
§ 1° Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão cor-
poral de natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que o 
agente não quis o resultado nemassumiu o risco de produzi-lo, a 
pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, 
sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. (Incluído pela 
Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) 
§ 2° Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e 
as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado 
nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é 
de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras 
penas previstas neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) 
(Vigência) 
 Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida 
Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito 
de dirigir, gerando perigo de dano:
 Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
 Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo au-
tomotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com 
o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de 
saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condi-
ções de conduzi-lo com segurança:
 Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 310-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vi-
gência)
 Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a seguran-
ça nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e 
desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja 
grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo 
de dano:
 Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
 Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de sinistro auto-
mobilístico com vítima, na pendência do respectivo procedimento 
policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o esta-
do de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente 
policial, o perito ou o juiz: (Redação dada pela Lei nº 14.599, de 
2023)
 Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
 Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que 
não iniciados, quando da inovação, o procedimento preparatório, 
o inquérito ou o processo aos quais se refere.
 Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 des-
te Código, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena 
privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá 
ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, 
em uma das seguintes atividades: (Incluído pela Lei nº 13.281, de 
2016) (Vigência)
I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos cor-
pos de bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no 
atendimento a vítimas de trânsito; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 
2016) (Vigência)
II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede 
pública que recebem vítimas de sinistro de trânsito e politraumati-
zados; (Redação dada pela Lei nº 14.599, de 2023)
III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na re-
cuperação de sinistrados de trânsito; (Redação dada pela Lei nº 
14.599, de 2023)
DIREITO APLICADO
55
IV - outras atividades relacionadas a resgate, atendimento e re-
cuperação de vítimas de sinistros de trânsito. (Redação dada pela 
Lei nº 14.599, de 2023)
Art. 312-B. Aos crimes previstos no § 3º do art. 302 e no § 2º do 
art. 303 deste Código não se aplica o disposto no inciso I do caput do 
art. 44 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal) . (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020)
LEI DOS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE - LEI Nº 
13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019
LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019
DISPÕE SOBRE OS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE; AL-
TERA A LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989, A LEI Nº 
9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996, A LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO 
DE 1990, E A LEI Nº 8.906, DE 4 DE JULHO DE 1994; E REVOGA A 
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965, E DISPOSITIVOS DO 
DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940 (CÓDIGO 
PENAL).
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
FAÇO SABER QUE O CONGRESSO NACIONAL DECRETA E EU 
SANCIONO A SEGUINTE LEI:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, come-
tidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas 
funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha 
sido atribuído.
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso 
de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade es-
pecífica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a tercei-
ro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.
§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de 
fatos e provas não configura abuso de autoridade.
CAPÍTULO II
DOS SUJEITOS DO CRIME
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer 
agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta 
ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, 
mas não se limitando a:
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;
II - membros do Poder Legislativo;
III - membros do Poder Executivo;
IV - membros do Poder Judiciário;
V - membros do Ministério Público;
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos des-
ta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem 
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput 
deste artigo.
CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública 
incondicionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não 
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a 
queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em to-
dos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor 
recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, reto-
mar a ação como parte principal.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 
(seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo para ofe-
recimento da denúncia.
CAPÍTULO IV
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS DE 
DIREITOS
SEÇÃO I
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO
Art. 4º São efeitos da condenação:
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo cri-
me, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença 
o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, 
considerando os prejuízos por ele sofridos;
II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função 
pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;
III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput 
deste artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em cri-
me de abuso de autoridade e não são automáticos, devendo ser de-
clarados motivadamente na sentença.
SEÇÃO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privati-
vas de liberdade previstas nesta Lei são:
I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, 
pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos 
e das vantagens;
III - (VETADO).
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser apli-
cadas autônoma ou cumulativamente.
CAPÍTULO V
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA
 
Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independen-
temente das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis.
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que 
descreverem falta funcional serão informadas à autoridade compe-
tente com vistas à apuração.
DIREITO APLICADO
56
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são indepen-
dentes da criminal, não se podendo mais questionar sobre a existên-
cia oua autoria do fato quando essas questões tenham sido decidi-
das no juízo criminal.
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no admi-
nistrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato 
praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito 
cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
CAPÍTULO VI
DOS CRIMES E DAS PENAS
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta 
desconformidade com as hipóteses legais:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciá-
ria que, dentro de prazo razoável, deixar de:
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou 
de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifes-
tamente cabível.’
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou in-
vestigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de 
comparecimento ao juízo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 11. (VETADO).
Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em fla-
grante à autoridade judiciária no prazo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão 
temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou;
II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer 
pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela 
indicada;
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) 
horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da 
prisão e os nomes do condutor e das testemunhas;
IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de pri-
são temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou 
de internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de 
executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de 
promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou 
legal.
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, 
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade 
pública;
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não 
autorizado em lei;
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem pre-
juízo da pena cominada à violência.
Art. 14. (VETADO).
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa 
que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guar-
dar segredo ou resguardar sigilo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com 
o interrogatório:
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado 
ou defensor público, sem a presença de seu patrono.
Art. 15-A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha 
de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou 
invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade: (Incluído 
pela Lei nº 14.321, de 2022)
I - a situação de violência; ou; (Incluído pela Lei nº 14.321, de 
2022)
II - outras situações potencialmente geradoras de sofrimento ou 
estigmatização: (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Inclu-
ído pela Lei nº 14.321, de 2022)
§ 1º Se o agente público permitir que terceiro intimide a víti-
ma de crimes violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a 
pena aumentada de 2/3 (dois terços). (Incluído pela Lei nº 14.321, 
de 2022)
§ 2º Se o agente público intimidar a vítima de crimes violentos, 
gerando indevida revitimização, aplica-se a pena em dobro. (Incluí-
do pela Lei nº 14.321, de 2022)
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao 
preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante 
sua detenção ou prisão:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como respon-
sável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de 
infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mes-
mo falsa identidade, cargo ou função.
Art. 17. (VETADO).
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o 
período de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito 
ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de plei-
to de preso à autoridade judiciária competente para a apreciação 
da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, cien-
te do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providências 
tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir sobre a 
prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja.
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reserva-
da do preso com seu advogado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, 
o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservada-
mente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de 
audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-
-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso 
de audiência realizada por videoconferência.
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou 
espaço de confinamento:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na 
mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior de 
idade ou em ambiente inadequado, observado o disposto na Lei nº 
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescen-
te).
DIREITO APLICADO
57
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou 
à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependên-
cias, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação 
judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste 
artigo, quem:
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a fran-
quear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências;
II - (VETADO);
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 
21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, 
ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do 
ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre.
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de in-
vestigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, 
com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar 
criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a con-
duta com o intuito de:
I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por ex-
cesso praticado no curso de diligência;
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informa-
ções incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência 
ou do processo.
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcio-
nário ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a 
admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com 
o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apu-
ração:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, alémda 
pena correspondente à violência.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de 
investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de pro-
va, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conheci-
mento de sua ilicitude.
Art. 26. (VETADO).
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento in-
vestigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de 
alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito 
funcional ou de infração administrativa: (Vide ADIN 6234) (Vide 
ADIN 6240)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância 
ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação 
com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a 
vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acu-
sado:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, 
policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de 
investigado: (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou ad-
ministrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe 
inocente:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procras-
tinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: (Vide ADIN 
6234) (Vide ADIN 6240)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo 
prazo para execução ou conclusão de procedimento, o estende de 
forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou 
do fiscalizado.
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado aces-
so aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, 
ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de 
infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a ob-
tenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências 
em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo 
sigilo seja imprescindível:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclu-
sive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de car-
go ou função pública ou invoca a condição de agente público para 
se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio 
indevido.
Art. 34. (VETADO).
Art. 35. (VETADO).
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de 
ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o va-
lor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a demons-
tração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de 
processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o 
intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio 
de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de 
concluídas as apurações e formalizada a acusação:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
CAPÍTULO VII
DO PROCEDIMENTO
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos 
previstos nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto-Lei nº 
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei 
nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, 
passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art.2º .........................................................................................
..............
.....................................................................................................
...................
DIREITO APLICADO
58
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o perí-
odo de duração da prisão temporária estabelecido no caput deste 
artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser libertado.
.....................................................................................................
....................
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a au-
toridade responsável pela custódia deverá, independentemente de 
nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em 
liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da pri-
são temporária ou da decretação da prisão preventiva.
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no 
cômputo do prazo de prisão temporária.” (NR)
Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa 
a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações 
telefônicas, de informática ou telemática, promover escuta ambien-
tal ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com 
objetivos não autorizados em lei:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial 
que determina a execução de conduta prevista no caput deste arti-
go com objetivo não autorizado em lei.” (NR)
Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da 
Criança e do Adolescente), passa a vigorar acrescida do seguinte 
art. 227-A:
“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do 
caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
(Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados por 
servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à 
ocorrência de reincidência.
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, 
nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência.”
Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar 
acrescida do seguinte art. 7º-B:
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advo-
gado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, 
e o § 2º do art. 150 e o art. 350, ambos do Decreto-Lei nº 2.848, de 
7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e 
vinte) dias de sua publicação oficial.
Brasília, 5 de setembro de 2019; 198o da Independência e 
131o da República.
 LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019
 DISPÕE SOBRE OS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDA-
DE; ALTERA A LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989, A 
LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996, A LEI Nº 8.069, DE 13 
DE JULHO DE 1990, E A LEI Nº 8.906, DE 4 DE JULHO DE 1994; 
E REVOGA A LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965, E DIS-
POSITIVOS DO DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 
1940 (CÓDIGO PENAL)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA FAÇO SABER QUE O CON-
GRESSO NACIONAL DECRETA E EU PROMULGO, NOS TERMOS 
DO PARÁGRAFO 5O DO ART. 66 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, AS 
SEGUINTES PARTES VETADAS DA LEI NO 13.869, DE 5 DE SETEM-
BRO DE 2019:
“CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública 
incondicionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não 
for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a 
queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em to-
dos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor 
recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, reto-mar a ação como parte principal.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 
(seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo para ofe-
recimento da denúncia.”
“CAPÍTULO VI
DOS CRIMES E DAS PENAS
‘Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta 
desconformidade com as hipóteses legais:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciá-
ria que, dentro de prazo razoável, deixar de:
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou 
de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifes-
tamente cabível.’
‘Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, 
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
.....................................................................................................
....................
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
.....................................................................................................
...................’
‘Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa 
que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guar-
dar segredo ou resguardar sigilo:
.....................................................................................................
....................
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com 
o interrogatório:
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado 
ou defensor público, sem a presença de seu patrono.’
‘Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao 
preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante 
sua detenção ou prisão:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como respon-
sável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de 
infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mes-
mo falsa identidade, cargo ou função.’
DIREITO APLICADO
59
‘Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reser-
vada do preso com seu advogado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, 
o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservada-
mente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de 
audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-
-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso 
de audiência realizada por videoconferência.’
‘Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou ad-
ministrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe 
inocente:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’
‘Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado aces-
so aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, 
ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de 
infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a ob-
tenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências 
em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo 
sigilo seja imprescindível:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’
‘Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio 
de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de 
concluídas as apurações e formalizada a acusação:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’”
“CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS
.....................................................................................................
..................
Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar 
acrescida do seguinte art. 7º-B:
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advo-
gado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
Brasília, 27 de setembro de 2019; 198° da Independência e 
131° da República.
QUESTÕES
1-IBFC - 2022
Ainda no que se refere à preservação do local de crime, assinale 
a alternativa incorreta.
(A) O policial que primeiramente chegar ao local do crime, no 
que concerne aos procedimentos referentes aos vestígios e 
evidências, deverá isolar a área de ocorrência do evento crimi-
noso, não permitindo a alteração das coisas, assim, como do 
cadáver, se houver
(B) A polícia militar exerce sua missão constitucional de polícia 
judiciária, e, nesse sentido, destaca-se dentre suas atribuições, 
a promoção do devido isolamento do local de crime, assim 
como de sua preservação 
(C) Os vestígios constituem-se em qualquer marca, objeto ou 
sinal sensível que possa ter relação com o fato investigado
(D) O policial que primeiramente chegar ao local do crime, de-
verá evitar que qualquer pessoa tenha contato com os vestí-
gios, assim como para com os instrumentos do crime, resguar-
dando-os, a fim de serem oportunamente analisados pelos 
profissionais de perícia
(E) A existência do vestígio pressupõe a existência de um agen-
te provocador e de um suporte adequado para a sua ocorrência
2-IBFC - 2022
No que diz respeito à preservação do local de crime, assinale a 
alternativa incorreta. 
(A) No que concerne ao início dos trabalhos de análise do lo-
cal de crime, vários profissionais são exigidos, exemplificando, 
tem-se o caso do crime de homicídio, onde em sua ocorrência, 
trabalham em sua apuração, durante a primeira fase da per-
secução criminal, os seguintes profissionais: o policial militar, 
que, na maioria das vezes, é quase sempre o primeiro a compa-
recer ao local, o auxiliar de necropsia, o perito criminal, o médi-
co legista, o agente de polícia, o escrivão, e, completando estes 
profissionais, em nível de coordenação dos trabalhos, tem-se 
o promotor de justiça, que preside toda a investigação, através 
do inquérito policial 
(B) O isolamento e a consequente preservação do local de cri-
me é uma garantia que o perito terá de encontrar a cena do 
crime conforme fora deixada pelo infrator, assim, como pela 
vítima, tendo com isso, as condições técnicas de analisar todos 
os vestígios
(C) Apreservação do local de crime e sua caracterização é um 
ponto de extrema relevância na demanda persecutória crimi-
nal, onde, o Código de Processo Penal dispõe que logo que ti-
ver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade 
policial deverá dirigir-se ao local, providenciando que não se 
alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos 
peritos criminais 
(D) Local do crime é a porção do espaço compreendida num 
raio que, tendo por origem o ponto no qual é constatado o fato, 
se entenda de modo a abranger todos os lugares em que, apa-
rente, necessária ou presumidamente, hajam sido praticados, 
pelo criminoso, ou criminosos, os atos materiais, preliminares 
ou posteriores à consumação do delito, e com este diretamen-
te relacionado
(E) No local do crime, a polícia deve examinar todos os vestígios 
deixados na cena da prática do delito, objetivando esclarecer 
à mecânica e o móvel do delito, contribuindo de forma incon-
troversa para o processo judicial, já que constituem provas não 
repetíveis, produzidas exclusivamente na fase inquisitiva
3-FGV - 2022
Em relação ao conceito de perícia e aos tipos de peritos, assina-
le a afirmativa correta.
(A) Perícia é um procedimento especial de constatação, prova 
ou demonstração técnica, sem cunho científico, relacionado 
com a veracidade de uma situação.
(B) Perito consiste na pessoa a quem incumbe a realização de 
exames técnicos de sua especialidade ou competência para es-
clarecimento de fatos que são objetos de inquérito policiais ou 
de processo judicial. Podem ser divididos em quatro categorias: 
perito oficial, perito não oficial, perito leigoe perito habilitado.
DIREITO APLICADO
60
(C) Os peritos não oficiais são aqueles designados pelas auto-
ridades para suprirem a falta de peritos oficiais ou para substi-
tuí-los, quando, por qualquer motivo, estiverem impedidos ou 
com impossibilidade de funcionar. 
(D) O perito oficial, também denominado perito ad hoc, é 
aquele que exerce a função por atribuição de cargo público, 
como por exemplo os médicolegistas, odontolegistas e peritos 
criminais.
(E) Quando da nomeação de peritos não oficiais, as autorida-
des devem selecionar preferencialmente pessoas dotadas de 
um grau de experiência que lhes possibilite atuar na área ob-
jeto do exame pericial (peritos leigos), não sendo necessário 
privilegiar aqueles legalmente habilitados para o exercício pro-
fissional na área (peritos habilitados).
4-IBFC - 2023
Com base no Código Penal e em suas alterações, analise as afir-
mativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) As penas do falso testemunho ou falsa perícia são aumenta-
das de um sexto a um terço se o crime for praticado mediante 
suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a 
produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que 
for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
( ) O falso testemunho ou falsa perícia deixa de ser punível se, 
a qualquer momento, o agente se retrata ou declara a verdade.
( ) O crime de evasão mediante violência contra a pessoa, pre-
visto no artigo 352, do Código Penal, pune da mesma forma as 
figuras consumada e tentada.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de 
cima para baixo. 
(A) F - V - F
(B) V - F - V
(C) V - V - F
(D) F - F - V
5-FUNDATEC - 2023
Em uma avaliação de responsabilidade penal (também conheci-
da como exame de insanidade mental), caso o periciando seja con-
siderado _________, ele poderá ter a redução de sua pena, ou a 
mesma transformada em _________.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, 
as lacunas do trecho acima. 
(A) inimputável – medida de segurança 
(B) semi-imputável – internação compulsória
(C) imputável – medida de segurança
(D) semi-imputável – medida de segurança
(E) inimputável – internação compulsória
6-IBFC - 2023
Ao servidor público da administração direta, autárquica e fun-
dacional, no exercício de mandato eletivo, aplica-se a seguinte dis-
posição:
(A) Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distri-
tal, manterá seu cargo, emprego ou função
(B) Investido no mandato de vereador, independentemente da 
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu 
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do 
cargo eletivo
(C) Na hipótese de ser segurado de regime próprio de previ-
dência social, não permanecerá filiado a esse regime no ente 
federativo de origem
(D) Investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo, 
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remu-
neração
(E) Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício 
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será sempre contado 
para todos os efeitos legais
7-IBFC - 2023
A administração pública direta e indireta de qualquer dos Po-
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralida-
de, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(A) Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi-
co serão computados e acumulados para fins de concessão de 
acréscimos ulteriores
(B) É permitida a vinculação ou equiparação de quaisquer espé-
cies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal 
do serviço público
(C) Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder 
Judiciário poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu-
tivo
(D) As funções de confiança, exercidas preferencialmente por 
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comis-
são, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, 
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se 
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento
(E) O prazo de validade do concurso público será de até dois 
anos, prorrogável uma vez, por igual período
8-IBFC - 2023
Observando-se o que dispõe a Constituição Federal de 1988 a 
respeito do regime próprio de previdência social, assinale a alter-
nativa correta.
(A) O servidor abrangido por regime próprio de previdência so-
cial será aposentado, compulsoriamente, com proventos pro-
porcionais ao tempo de contribuição, aos 60 (sessenta) anos 
de idade, ou aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, na forma 
de lei complementar
(B) É vedada qualquer percepção de mais de uma aposentado-
ria à conta de regime próprio de previdência social 
(C) A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem 
de tempo de contribuição fictício
(D) Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de 
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exo-
neração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, 
ou de emprego público, o Regime Próprio de Previdência Social
9-IBFC - 2022
No que se refere à assistência ao egresso, assinale a alternativa 
incorreta.
(A) A assistência ao egresso consiste na orientação e apoio para 
reintegrá-lo à vida em liberdade
(B) O serviço de assistência social deve colaborar com o egresso 
para a obtenção de trabalho 
(C) Considera-se egresso para os efeitos da Lei de Execução Pe-
nal, o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da 
saída do estabelecimento
DIREITO APLICADO
61
(D) A assistência ao egresso consiste na concessão, se necessá-
rio, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequa-
do, pelo prazo de até 1 (um) ano
(E) Considera-se egresso para os efeitos da Lei de Execução Pe-
nal, o liberado condicional, durante o período de prova
10-IBFC - 2022
Em relação ao trabalho externo, assim dispõe a Lei nº 7.210/1984 
(Lei de Execução Penal):
(A) trabalho externo é inadmissível para os presos em regime 
fechado 
(B) a prestação de trabalho à entidade privada independe do 
consentimento do preso
(C) a prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela di-
reção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e 
responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/2 (me-
tade) da pena
(D) é vedado o trabalho de presos em obras públicas
(E) deverá ser revogada a autorização de trabalho externo ao 
preso que vier a praticar fato definido como crime ou for puni-
do por falta grave
11-IBFC - 2022
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) institui diversas funções 
aos órgãos e entidades de trânsito. Nele também são apresenta-
das medidas administrativas que devem ser tomadas em diversas 
situações, como em acidentes de trânsito com vítima. No art. 279, 
Capítulo XVII tem-se: “Em caso de acidente com vítima, envolvendo 
veículo equipado com registrador ______ de velocidade e ______, 
somente o ______ encarregado do levantamento pericial poderá 
retirar o disco ou unidade armazenadora do registro.”
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente 
as lacunas do texto. 
(A) oscilatório / aceleração / perito oficial 
(B) instantâneo / tempo / agente de trânsito
(C) oscilatório / aceleração / agente de trânsito
(D) instantâneo / tempo / perito oficial
12-IBFC - 2022
A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das compe-
tências previstas no Código de Trânsito Brasileiro e dentro de sua 
circunscrição, deverá adotar, dente outras, as seguintes medidas 
administrativas: 
(A) recolhimento da permissão para dirigir e leilão do veículo 
sinistrado
(B) transbordo do excesso de carga e retenção do veículo
(C) recolhimento de adolescentes que estejam na direção de 
veículo automotor e realização de teste de dosagem de alco-
olemia 
(D) realização de perícia de substância entorpecente e apreen-
são da carteira de identidade
13-IBFC - 2022
Configura crime de trânsito o ato de:
(A) dirigir sem habilitação na via pública
(B) desobedecer à ordem de parada da autoridade policial
(C) afastar-se ocondutor do veículo do local do acidente, para 
fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atri-
buída
(D) cruzar o sinal vermelho em alta velocidade
14-IBFC - 2023
De acordo com a Lei nº 13.869/2019 que dispõe sobre os crimes 
de abuso de autoridade, analise as afirmativas a seguir e dê valores 
Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) As condutas descritas na Lei nº 13.869/2019 constituem 
crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente 
com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar 
a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou sa-
tisfação pessoal.
( ) A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de 
fatos e provas não configura abuso de autoridade.
( ) A perda do cargo, do mandato ou da função pública são 
efeitos automáticos da condenação.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de 
cima para baixo. 
(A) V - V - V
(B) V - F - V
(C) F - F - V
(D) V - V - F
15-IBFC - 2023
Com relação à Lei nº 13.869/2019 e suas alterações (Lei de Abu-
so de Autoridade), assinale a alternativa incorreta.
(A) As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso 
de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade 
específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou 
a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal 
(B) A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fa-
tos e provas configura abuso de autoridade 
(C) É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer 
agente público, servidor ou não, da administração direta, in-
direta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território
(D) Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo 
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remu-
neração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, car-
go, emprego ou função em órgão ou entidade da administra-
ção direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de 
Território
GABARITO
1 B
2 A
3 C
4 B
5 D
6 D
7 E
8 C
9 D
10 E
DIREITO APLICADO
62
11 D
12 D
13 C
14 D
15 B
ANOTAÇÕES
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63
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
ESTRUTURAS LÓGICAS
Raciocínio lógico é o modo de pensamento que elenca 
hipóteses, a partir delas, é possível relacionar resultados, obter 
conclusões e, por fim, chegar a um resultado final.
Mas nem todo caminho é certeiro, sendo assim, certas 
estruturas foram organizadas de modo a analisar a estrutura da 
lógica, para poder justamente determinar um modo, para que 
o caminho traçado não seja o errado. Veremos que há diversas 
estruturas para isso, que se organizam de maneira matemática.
A estrutura mais importante são as proposições.
Proposição: declaração ou sentença, que pode ser verdadeira 
ou falsa.
Ex.: Carlos é professor.
As proposições podem assumir dois aspectos, verdadeiro ou 
falso. No exemplo acima, caso Carlos seja professor, a proposição é 
verdadeira. Se fosse ao contrário, ela seria falsa.
Importante notar que a proposição deve afirmar algo, 
acompanhado de um verbo (é, fez, não notou e etc). Caso a nossa 
frase seja “Brasil e Argentina”, nada está sendo afirmado, logo, a 
frase não é uma proposição.
Há também o caso de certas frases que podem ser ou não proposições, 
dependendo do contexto. A frase “N>3” só pode ser classificada como 
verdadeira ou falsa caso tenhamos algumas informações sobre N, caso 
contrário, nada pode ser afirmado. Nestes casos, chamamos estas frases 
de sentenças abertas, devido ao seu caráter imperativo.
O processo matemático em volta do raciocínio lógico nos permite 
deduzir diversas relações entre declarações, assim, iremos utilizar 
alguns símbolos e letras de forma a exprimir estes encadeamentos.
As proposições podem ser substituídas por letras minúsculas 
(p.ex.: a, b, p, q, …)
Seja a proposição p: Carlos é professor
Uma outra proposição q: A moeda do Brasil é o Real
É importante lembrar que nosso intuito aqui é ver se a 
proposição se classifica como verdadeira ou falsa.
Podemos obter novas proposições relacionando-as entre si. Por 
exemplo, podemos juntar as proposições p e q acima obtendo uma 
única proposição “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o Real”. 
Nos próximos exemplos, veremos como relacionar uma ou 
mais proposições atravésde conectivos.
Existem cinco conectivos fundamentais, são eles:
^: e (aditivo) conjunção
Posso escrever “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o 
Real”, posso escrever p ^ q.
v: ou (um ou outro) ou disjunção
p v q: Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real
: “ou” exclusivo (este ou aquele, mas não ambos) ou 
disjunção exclusiva (repare o ponto acima do conectivo).
p v q: Ou Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real (mas 
nunca ambos)
¬ ou ~: negação
~p: Carlos não é professor
->: implicação ou condicional (se… então…)
p -> q: Se Carlos é professor, então a moeda do Brasil é o Real
⇔: Se, e somente se (ou bi implicação) (bicondicional)
p ⇔ q: Carlos é professor se, e somente se, a moeda do Brasil 
é o Real
Vemos que, mesmo tratando de letras e símbolos, estas 
estruturas se baseiam totalmente na nossa linguagem, o que torna 
mais natural decifrar esta simbologia.
Por fim, a lógica tradicional segue três princípios. Podem 
parecer princípios tolos, por serem óbvios, mas pensemos aqui, que 
estamos estabelecendo as regras do nosso jogo, então é primordial 
que tudo esteja extremamente estabelecido.
1 – Princípio da Identidade
p=p
Literalmente, estamos afirmando que uma proposição é igual 
(ou equivalente) a ela mesma.
2 – Princípio da Não contradição
p = q v p ≠ q
Estamos estabelecendo que apenas uma coisa pode acontecer 
às nossas proposições. Ou elas são iguais ou são diferentes, ou seja, 
não podemos ter que uma proposição igual e diferente a outra ao 
mesmo tempo.
3 – Princípio do Terceiro excluído
p v ¬ p
Por fim, estabelecemos que uma proposição ou é verdadeira 
ou é falsa, não havendo mais nenhuma opção, ou seja, excluindo 
uma nova (como são duas, uma terceira) opção).
DICA: Vimos então as principais estruturas lógicas, como 
lidamos com elas e quais as regras para jogarmos este jogo. Então, 
escreva várias frases, julgue se são proposições ou não e depois 
tente traduzi-las para a linguagem simbólica que aprendemos.
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
64
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, INFERÊNCIAS, 
DEDUÇÕES E CONCLUSÕES
Quando falamos sobre lógica de argumentação, estamos 
nos referindo ao processo de argumentar, ou seja, através de 
argumentos é possível convencer sobre a veracidade de certo 
assunto.
No entanto, a construção desta argumentação não é 
necessariamente correta. Veremos alguns casos de argumentação, 
e como eles podem nos levar a algumas respostas corretas e outras 
falsas.
Analogias: Argumentação pela semelhança (analogamente)
Todo ser humano é mortal
Sócrates é um ser humano
Logo Sócrates é mortal
Inferências: Argumentar através da dedução
Se Carlos for professor, haverá aula
Se houve aula, então significa que Carlos é professor, caso 
contrário, então Carlos não é professor
Deduções: Argumentar partindo do todo e indo a uma parte 
específica
Roraima fica no Brasil
A moeda do Brasil é o Real
Logo, a moeda de Roraima é o Real
Indução: É a argumentação oposta a dedução, indo de uma 
parte específica e chegando ao todo
Todo professor usa jaleco
Todo médico usa jaleco
Então todo professor é médico
Vemos que nem todas as formas de argumentação são verdades 
universais, contudo, estão estruturadas de forma a parecerem 
minimamente convincentes. Para isso, devemos diferenciar uma 
argumentação verdadeira de uma falsa. Quando a argumentação 
resultar num resultado falso, chamaremos tal argumentação de 
sofismo1.
No sofismo temos um encadeamento lógico, no entanto, esse 
encadeamento se baseia em algumas sutilezas que nos conduzem a 
resultados falsos. Por exemplo:
A água do mar é feita de água e sal
A bolacha de água e sal é feita de água e sal
Logo, a bolacha de água e sal é feita de mar (ou o mar é feito 
de bolacha)
Esta argumentação obviamente é falsa, mas está estruturada 
de forma a parecer verdadeira, principalmente se vista com pressa.
1 O termo sofismo vem dos Sofistas, pensadores não alinhados aos movimen-
tos platônico e aristotélico na Grécia dos séculos V e IV AEC, sendo considera-
dos muitas vezes falaciosos por essas linhas de pensamento. Desta forma, o 
termo sofismo se refere a quando a estrutura foge da lógica tradicional e se 
obtém uma conclusão falsa.
Convidamos você, caro leitor, para refletir sobre outro exemplo 
de sofismo:
Queijo suíço tem buraco
Quanto mais queijo, mais buraco
Quanto mais buraco, menos queijo
Então quanto mais queijo, menos queijo?
LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL). TABELAS 
VERDADE. LEIS DE DE MORGAN. PROPOSIÇÕES SIMPLES E 
COMPOSTAS
A lógica proposicional é baseada justamente nas proposições 
e suas relações. Podemos ter dois tipos de proposições, simples ou 
composta.
Em geral, uma proposição simples não utiliza conectivos (e; ou; 
se; se, e somente se). Enquanto a proposição composta são duas ou 
mais proposições (simples) ligadas através destes conectivos.
Mas às vezes uma proposição composta é de difícil análise. 
“Carlos é professor e a moeda do Brasil é o Real”. Se Carlos não 
for professor e a moeda do Brasil for o real, a proposição composta 
é verdadeira ou falsa? Temos uma proposição verdadeira e falsa? 
Como podemos lidar com isso?
A melhor maneira de analisar estas proposições compostas é 
através de tabelas-verdades.
A tabela verdade é montada com todas as possibilidades que 
uma proposição pode assumir e suas combinações. Se quiséssemos 
saber sobre uma proposição e sua negativa, teríamos a seguinte 
tabela verdade:
p ~p
V F
F V
A tabela verdade de uma conjunção (p ^ q) é a seguinte:
p q p ^ q
V V V
V F F
F V F
F F F
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
65
Todas as tabelas verdades são as seguintes:
p q p ^ q p v q p -> q p ⇔q p v. q
V V V V V V F
V F F V F F V
F V F V V F V
F F F F V V F
Note que quando tínhamos uma proposição, nossa tabela verdade resultou em uma tabela com 2 linhas e quando tínhamos duas 
proposições nossa tabela era composta por 4 linhas.
A fórmula para o número de linhas se dá através de 2^n, onde n é o número de proposições.
Se tivéssemos a seguinte tabela verdade:
p q r p v q -> r
Mesmo sem preenchê-la, podemos afirmar que ela terá 2³ linhas, ou seja, 8 linhas.
Mais um exemplo:
p q p -> q ~p ~q ~q -> ~p
V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V
Note que o resultado de p->q é igual a ~q -> ~p (V-F-F-V). Quando isso acontece, diremos que as proposições compostas são logicamente 
equivalentes (iguais).
Outro exemplo de como a tabela verdade pode nos ajudar a resolver certas proposições mais complicadas: Quero saber os resultados 
para a proposição composta (p^q) -> pvq. O que vamos fazer primeiro é montar a tabela verdade para p^q e pvq. 
p q p^q p v q
V V V V
V F F V
F V F V
F F F F
Agora que sabemos como nossos elementos se comportam, vamos relacionar com p->q:
p q p->q
V V V
V F F
F V V
F F V
Desta forma, sabemos que a implicação que relaciona V com V resulta em V, e V com F resulta em F, e assim por diante.
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
66
Podemos então agora montar nossa tabela completa com todas estas informações:
p q p^q pvp p->q (p^q) -> pvq
V V V V V V
V F F V F V
F V F V V V
F F F F V V
O processo pode parecer trabalhoso, mas a prática faz com que seja rápida a montagem destas tabelas, chegando rapidamente na 
análise da questão e com seu resultado prontamente obtido.
Geralmente, não é simples construir uma tabela verdade, algumas relações podem facilitar as análises. Uma delas são as Leis de 
Morgan, que negam algumas relações. São elas:
– 1ª lei de Morgan: ¬(p^q) = (¬p) v (¬q)
– 2ª lei de Morgan: ¬(p v q) = (¬p) ^ (¬q)
Vejamos o exemplo para decifrar o que dizem estas leis:
p: Carlos é professor
q: a moeda do Brasil é o Real
Então, através de Morgan, negar p ^ q (Carlos é professor E a moeda do Brasil é o Real,) equivale a dizer, Carlos não é professor OU a 
moeda do Brasil não é o real
Da mesma forma, negar p v q (Carlos é professor OU a moeda do Brasil é o Real) equivale a Carlos não é professor E a moeda do Brasil 
não é o Real.
Estas leis podem parecer abstratasmas através da prática é possível familiarizar-se com elas, já que são importantes aliadas para 
resolver diversas questões.
EQUIVALÊNCIAS
Definição: Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, mesmo possuindo fórmulas (ou estruturas lógicas) diferentes, 
quando apresentarem a mesma solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P e Q são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.
Exemplo:
Dada as proposições “~p → q” e “p v q” verificar se elas são equivalentes.
Vamos montar a tabela verdade para sabermos se elas são equivalentes.
p q ~p → q p v q
V V F V V V V V
V F F V F V V F
F V V V V F V V
F F V F F F F F
Observamos que as proposições compostas “~p → q” e “p ∨ q” são equivalentes.
~p → q ≡ p ∨ q ou ~p → q ⇔ p ∨ q, onde “≡” e “⇔” são os símbolos que representam a equivalência entre proposições.
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
67
— Equivalências fundamentais
1 – Simetria (equivalência por simetria)
A – p ^ q ⇔ q ^ p
p q p ^ q q ^ p
V V V V V V V V
V F V F F F F V
F V F F V V F F
F F F F F F F F
B – p v q ⇔ q v p
p q p v q q v p
V V V V V V V V
V F V V F F V V
F V F V V V V F
F F F F F F F F
C – p ∨ q ⇔ q ∨ p
p q p v q q v p
V V V F V V F V
V F V V F F V V
F V F V V V V F
F F F F F F F F
D – p ↔ q ⇔ q ↔ p
p q p ↔ q q ↔ p
V V V V V V V V
V F V F F F F V
F V F F V V F F
F F F V F F V F
2 – Reflexiva (equivalência por reflexão)
p → p ⇔ p → p
p p p → p p → p
V V V V V V V V
F F F V F F V F
3 – Transitiva
Se P(p,q,r,...) ⇔ Q(p,q,r,...) E
Q(p,q,r,...) ⇔ R(p,q,r,...) ENTÃO
P(p,q,r,...) ⇔ R(p,q,r,...) .
— Equivalências notáveis
1 – Distribuição (equivalência pela distributiva)
A – p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
p q r p ^ (q v r) (p ^ q) v (p ^ r)
V V V V V V V V V V V V V V V
V V F V V V V F V V V V V F F
V F V V V F V V V F F V V V V
V F F V F F F F V F F F V F F
F V V F F V V V F F V F F F V
F V F F F V V F F F V F F F F
F F V F F F V V F F F F F F V
F F F F F F F F F F F F F F F
B – p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)
p q r p v (q ^ r) (p v q) ^ (p v r)
V V V V V V V V V V V V V V V
V V F V V V F F V V V V V V F
V F V V V F F V V V F V V V V
V F F V V F F F V V F V V V F
F V V F V V V V F V V V F V V
F V F F F V F F F V V F F F F
F F V F F F F V F F F F F V V
F F F F F F F F F F F F F F F
2 – Associação (equivalência pela associativa)
A – p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)
p q r p ^ (q ^ r) (p ^ q) ^ (p ^ r)
V V V V V V V V V V V V V V V
V V F V F V F F V V V F V F F
V F V V F F F V V F F F V V V
V F F V F F F F V F F F V F F
F V V F F V V V F F V F F F V
F V F F F V F F F F V F F F F
F F V F F F F V F F F F F F V
F F F F F F F F F F F F F F F
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
68
B – p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r)
p q r p v (q v r) (p v q) v (p v r)
V V V V V V V V V V V V V V V
V V F V V V V F V V V V V V F
V F V V V F V V V V F V V V V
V F F V V F F F V V F V V V F
F V V F V V V V F V V V F V V
F V F F V V V F F V V V F F F
F F V F V F V V F F F V F V V
F F F F F F F F F F F F F F F
3 – Idempotência
A – p ⇔ (p ∧ p)
p p p ^ p
V V V V V
F F F F F
B – p ⇔ (p ∨ p)
p p p v p
V V V V V
F F F F F
4 – Pela contraposição: de uma condicional gera-se outra 
condicional equivalente à primeira, apenas invertendo-se e 
negando-se as proposições simples que as compõem.
1º caso – (p → q) ⇔ (~q → ~p) 
p q p → q ~q → ~p
V V V V V F V F
V F V F F V F F
F V F V V F V V
F F F V F V V V
Exemplo:
p → q: Se André é professor, então é pobre.
~q → ~p: Se André não é pobre, então não é professor.
2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p)
p q ~p → q ~q → p
V V F V V F V V
V F F V F V V V
F V V V V F V F
F F V F F V F F
Exemplo:
~p → q: Se André não é professor, então é pobre.
~q → p: Se André não é pobre, então é professor.
3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p)
p q p → ~q q → ~p
V V V F F V F F
V F V V V F V F
F V F V F V V V
F F F V V F V V
Exemplo:
p → ~q: Se André é professor, então não é pobre.
q → ~p: Se André é pobre, então não é professor.
4 º Caso: (p → q) ⇔ ~p v q
p q p → q ~p v q
V V V V V F V V
V F V F F F F F
F V F V V V V V
F F F V F V V F
Exemplo:
p → q: Se estudo, então passo no concurso.
~p v q: Não estudo ou passo no concurso.
5 – Pela bicondicional
A – (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p), por definição
p q p ↔ q (p → q) ^ (q → p)
V V V V V V V V V V V V
V F V F F V F F F F V V
F V F F V F V V F V F F
F F F V F F V F V F V F
 DIAGRAMAS LÓGICOS
Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam 
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
dem ser formadas por proposições categóricas. 
ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para 
conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
69
Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:
TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS
A TODO 
A é B
Se um elemento pertence ao conjunto A, 
então pertence também a B.
E NENHUM
A é B
Existe pelo menos um elemento que 
pertence a A, então não pertence a B, e 
vice-versa.
I ALGUM 
A é B
Existe pelo menos um elemento co-
mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
tes formas:
O ALGUM 
A NÃO é B
Perceba-se que, nesta sentença, a aten-
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que 
não são B (enquanto que, no “Algum A é 
B”, a atenção estava sobre os que eram B, 
ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
rença entre conjuntos, que forma o con-
junto A - B
Exemplo: 
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO 
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de 
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é 
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que 
(A) existem cinemas que não são teatros. 
(B) existe teatro que não é casa de cultura. 
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. 
(D) existe casa de cultura que não é cinema. 
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.
Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura 
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
70
- Existem teatros que não são cinemas
- Algum teatro é casa de cultura
Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
Segundo as afirmativas temos:
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último 
diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe pelo 
menos um dos cinemas é considerado teatro.
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
mo princípio acima. 
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado, 
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos 
afirma isso
(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo 
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também 
não é cinema.
Resposta: E
 LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM
Lógica de primeira ordem
Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira 
ou falsa.
Vejamos algumas formas:
- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.
Onde temos que A e B são os termos ou características dessas 
proposições categóricas.
• Classificação de uma proposição categórica de acordo com 
o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição 
categórica em afirmativa ou negativa.
– Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica 
uma proposição categórica em universalou particular. A classifica-
ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição. 
Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade 
e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas 
letras A, E, I e O.
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
71
• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”
Teremos duas possibilidades.
Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no 
conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de 
“Todo B é A”.
• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”
Tais proposições afirmam que não há elementos em comum 
entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes-
mo que dizer “nenhum B é A”.
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia-
grama (A ∩ B = ø):
• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” 
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con-
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo 
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. 
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B”
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três 
representações possíveis:
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o con-
junto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao conjunto “B”. 
Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo que Algum B não é A.
• Negação das Proposições Categóricas
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as 
seguintes convenções de equivalência:
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos 
uma proposição categórica particular.
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição 
categórica particular geramos uma proposição categórica universal.
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos, 
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca, 
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre, 
uma proposição de natureza afirmativa.
Em síntese:
Exemplos: 
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não 
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto. 
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
(A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são pardos.
(B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
(C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos 
não miam alto.
(D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é 
pardo.
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
72
Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição 
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação. 
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo 
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum). 
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção, 
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de 
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo 
A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não 
são pardos NÃO miam alto.
Resposta: C
(CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a 
afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de 
vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
(A) Todos os não psicólogos são professores.
(B) Nenhum professor é psicólogo.
(C) Nenhum psicólogo é professor.
(D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
(E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
Resolução:
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega-
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo 
menos um professor não é psicólogo.
Resposta: E
• Equivalência entre as proposições
Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na 
resolução de questões.
Exemplo: 
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação 
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual 
a cinco”?
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco.
(C) Todo número natural é diferente de cinco.
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco.
Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação. 
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o 
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe 
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
dos e Nenhum, que também são universais.
Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem 
quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C. 
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a 
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser 
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E PROBABILIDADE
Um tópico matemático que pode nos ajudar com as análises 
lógicas é o Princípio Fundamental da Contagem (PFC).
Vejamos o exemplo:
“Fui a um restaurante de fast food onde posso montar meu 
próprio lanche.” Há 3 opções de pães diferentes, 2 opções de 
saladas e somente uma de carne. Quantas sanduíches diferentes 
posso montar?
Posso montar então seis lanches diferentes. Mas teria que 
montar toda vez esta árvore? A resposta é: não!
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
73
Vejamos:
Tenho 3 pães para a primeira opção da montagem, 2 saladas 
para a segunda opção e 1 carne para a terceira. Assim, posso 
calcular da seguinte forma:
3 x 2 x 1 = 6 
Justamente, esta forma de contar através de “casas”, onde 
vamos analisando quantas opções temos para cada uma é o que 
chamamos de Princípios Fundamentais da Contagem. 
Agora, com a mesma ideia, quantas anagramas temos da palavra 
AMOR?
Pensemos que temos quatro letras.
_ _ _ _
Tenho 4 letras possíveis de escolher para a primeira casa. 
Escolhida essa primeira letra, me sobram 3 letras para isso, e assim 
sucessivamente. Logo teríamos o cálculo:
4 . 3 . 2 . 1 = 24
Uma outra maneira que podemos escrever esta expressão 
numérica é como 4!
Esta operação, sinalizada através de um ponto de exclamação (!) 
chama-se fatorial. Vejamos como é simples a operação:
6! = 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1
3! = 3 . 2 . 1
O fatorial então nada mais é que pegar um número e multiplicá-
lo por um número a menos que o anterior até chegar no número 1.
Podemos generalizar como: n! = n . (n-1) . (n-2) . … . 1
Exercícios como o do anagrama são extremamente comuns, 
mas infelizmente não são tão simples. Pensemos no número de 
anagramas diferentes da palavra AMAPA.
Temos três A’s nesta palavra (AMAPA), então concordamos que 
AAAMP é a mesma coisa que AAAMP (temos uma troca de A’s, mas 
isso não altera o resultado final, onde ambos serão AAAMP). Dessa 
forma, temos que excluir estes resultados iguais. 
O que faremos é muito parecido com o anagrama onde todas 
as letras são diferentes, contudo, dividiremos pelo fatorial da letra 
que se repete e quantas vezes ela se repete. Assim, ficaríamos com: 
5!/3!.
E quantos anagramas para a palavra ARARA? Temos agora duas 
letras se repetindo. Teríamos então: 5!/2! . 3!
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS
Um conteúdo matemático comum de ser associado com a 
temática da lógica é a Teoria de Conjuntos. Veremos que podemos 
estabelecer diversas relações entre os temas, enriquecendo ainda 
mais nosso repertório de abordagem para as questões. Mas 
primeiro devemos entender do que se trata um conjunto.
Um conjunto é uma coleção de objetos quaisquer. Podem ou 
não seguir alguma lógica para se formarem. Podemos elencarum 
conjunto através de enumerar seus objetos (um conjunto formado 
por parafuso, prego e uma chave de fenda), ou a partir de uma 
“lei” (conjunto de ferramentas que tenho em casa: chave de fenda, 
furadeira, chave inglesa, entre outras). Além disso, cada um desses 
objetos pertencentes a um conjunto iremos chamar de elemento. 
Assim, um conjunto é formado por uma coleção de elementos.
Iremos chamar os conjuntos através de letras maiúsculas (A, B, 
C, X, Y, Z, …), enquanto que seus elementos por letras minúsculas 
(a, b, c, …).
Fonte: autor
Podemos listar que Pedra, Rubi, Esmeralda, Pérola e Diamante 
pertencem a esse conjunto A, enquanto Pente, Jeans e Acerola não 
pertencem.
Simbolicamente, podemos definir o conjunto A enumerando 
seus elementos da seguinte forma:
A = {Pedra; Rubi; Esmeralda; Diamante; Pérola}.
Podemos ter também subconjuntos, ou seja, um conjunto 
dentro de outro. Se criássemos um conjunto onde seus elementos 
são alimentos amarelos, poderíamos agrupar seus elementos e 
obter um subconjunto com frutas amarelas.
Fonte: Autor
Neste caso, dizemos que o conjunto E é um subconjunto do 
conjunto D.
Dessa forma, dizemos que um conjunto X está contido em outro 
Y quando todos seus elementos de Y também são elementos de X, 
mas o contrário não vale (no nosso exemplo, abacaxi e maracujá 
fazem parte de D, mas milho e quindim não fazem parte de E).
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
74
Para tudo isso que vimos, há uma simbologia apropriada. 
Para indicar que um elemento está no conjunto (que pertence ao 
conjunto) utilizamos o signo ∈, quando ele não está no conjunto 
(quando não pertence), utilizamos o mesmo sinal, mas cortado, ∉.
Pedra ∈ A (o elemento Pedra pertence ao conjunto A)
Jeans ∉ A (o elemento Jeans não pertence ao conjunto A)
Quindim ∉ D
Quindim ∉ E
E além de elementos, podemos fazer o mesmo para conjuntos, 
através dos símbolos ⊂ (contido), ⊄ (não contido), ⊃ (contém) e 
⊅ (não contém).
D ⊃ E (o conjunto D contém o subconjunto E)
E ⊂ D (o conjunto E está contido em D)
A ⊅ D (o conjunto A não contém o conjunto D)
D ⊄ E (o conjunto D não está contido no conjunto E)
Repare que os símbolos são muito próximos, sempre voltados 
ao “conjunto principal” que se referem. Mais uma vez, tanto os 
símbolos de pertencimento quanto os de contenção fazem alusão 
a linguagem oral.
Além destes símbolos, temos também outros que, tais quais 
os conectivos lógicos, se assemelham a certas estruturas, são eles: 
união, intersecção e diferença.
União (∪)
É a “soma” entre dois ou mais conjuntos, unindo-os.
G = conjunto dos números pares
F= conjunto dos números menores que 10
G ∪ F = {1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9; 10; 12; 14; 16; 18; …}
Fonte: Autor
Representação da união entre conjuntos
Intersecção (∩)
São os elementos comuns entre os conjuntos (há nos dois ao 
mesmo tempo)
G = conjunto dos números pares
F= conjunto dos números menores que 10
G ∩ F = {2; 4; 6; 8}
Fonte: autor
Representação da intersecção entre conjuntos
Diferença ( — )
São os elementos que um conjunto não tem em comum com 
outro. Nos nossos exemplos, G — F seria pensar o que há em G que 
não há em F?, assim como F — G seria o que há em F que não há 
em G?
G = conjunto dos números pares
F= conjunto dos números menores que 10
G — F = {10; 12; 14; 16; 18; …}
F — G = {1; 3; 5; 7; 9}
Ou seja, em G — F, tirei os elementos de F de G (tirei os números 
menores que 10 do conjunto de todos os números pares, tirando 
assim os números 2; 4; 6 e 8.
Fonte: autor
À esquerda temos a representação de G-F, enquanto que à direita 
temos F-G.
Um tipo específico de conjuntos são os conjuntos numéricos, 
conjuntos os quais seus elementos são números (conjunto dos 
números pares, conjunto dos números inteiros).
Os principais conjuntos numéricos são:
Conjunto dos números naturais - números positivos
N = {0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; …)
Conjunto dos números inteiros - números positivos e negativos
Z = {...; -3; -2; -1; 0; 1; 2; 3; …}
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
75
Conjunto dos números racionais - números que podem ser 
escritos como uma fração (razão), ou seja, números com vírgulas, 
dízimas periódicas, números inteiros.
Q = {...; -½; …; -0,25; …; 0; 3; 0,222222222222…; …}
Conjunto dos números irracionais - números que não podem 
ser escritos como uma fração, ou seja, números que resultam em 
dízimas não periódicas. 
𝕀 = {...; √ 2; π; 7,135794613…; …}
Conjunto dos números reais - união entre o conjunto dos 
números racionais e dos números irracionais.
R = 𝕀 ∪ Q
Interessante notar que estamos aumentando o escopo dos 
conjuntos numéricos, podendo assim fazer a seguinte representação 
por diagrama destes conjuntos todos:
Fonte: Autor
Vimos então o quão prático é a representação de conjuntos 
através de diagramas, fazendo ficar muito mais intuitivo as operações 
e estabelecer relações entre os elementos e os subconjuntos devido 
ao apelo visual.
Por fim, iremos ver uma equação que nos será muito útil para 
contar elementos de um conjunto quando ocorre uma união:
A ∪ B = A + B - A ∩ B
Lemos esta expressão como o número de elementos da união 
entre A e B (A ∪ B) é igual a soma do número de elemento de A 
com o número de elementos de B - a intersecção entre A e B (A ∩ B).
Pode parecer complicada esta equação, mas pense assim. 
Quando somo os elementos de A com os de B, pode ser que 
existam elementos repetidos entre estes conjuntos, estes elementos 
repetidos são justamente a intersecção. Quando a tiramos, tiramos 
esta repetição e obtemos então o número exato de elementos da 
união entre A e B.
 RACIOCÍNIO LÓGICO ENVOLVENDO PROBLEMAS ARITMÉ-
TICOS, GEOMÉTRICOS E MATRICIAIS
Nesta parte iremos ver um compilado de conteúdos 
relacionados a aritmética, geometria e matriz que aparecem 
associados ao tema raciocínio lógico. Como estes assuntos não 
são o objetivo desta apostila, irão aparecer de forma simplificada, 
relativamente introdutória, visando principalmente que estes não 
sejam empecilhos para quando formos resolver nossas questões.
— Aritmética
Números pares
Números divisíveis por 2.
Números ímpares
Números não divisíveis por 2
Para sabermos se um número é par ou ímpar, basta vermos o 
último algarismo deste número. Se ele for 2; 4; 6; 8 ou 0, ele será 
par. Agora, caso seja 1; 3; 5; 7 ou 9, será ímpar.
O número 752 é par pois seu último algarismo é 2.
O número 35791 é ímpar pois seu último algarismo é 1
O número 1189784321324687411324756 é par pois seu último 
algarismo é 6.
Números primos
Números que possuem apenas dois divisores, 1 e ele mesmo
Números primos até 101:
2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59, 61, 67, 
71, 73, 79, 83, 89, 97, 1012
— MMC e MDC de dois ou mais números
MMC: Mínimo Múltiplo Comum - menor número que está na 
tabuada de ambos os números em questão.
mmc (2;3) = 6
mmc(3;21) = 21
mmc(100;95) = 1900 
Podemos encontrar o mmc de dois números através da 
decomposição por números primos destes números. Vejamos:
Quero encontrar o MMC entre 8 e 242:
Fonte: autor
2 Repare que 1 não é primo pois possui apenas um divisor, enquanto que 2 é o 
único primo par, todos os demais números primos serão ímpares (mas isso não 
implica que todo número ímpar é primo).
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
76
Assim, MMC(8; 242) = 968.
Notemos que estamos dividindo os valores por números 
primos quando possível. Na coluna da esquerda temos os números 
que estamos dividindo até chegarmos a um (1). Enquanto isso, 
na direita estamos dividindo por números primos. Repare que na 
segunda e na terceira linha (de cima para baixo), não é possível 
dividir 121 por 2, então copiamos o número embaixo. Por fim, após 
decompor o número, multiplicamos os valores. Assim, MMC(8; 242) 
= 2 x 2 x 2 x 11 x 11 = 968.
MDC: Máximo Divisor Comum: maior número que divide 
ambos os números
Para achar o MDC entre dois números, o jeito mais simples é 
montar quais são seus divisores:
mdc(25;80) = 
25 = 1; 5; 25
80 = 1; 2; 4; 5; 8; 10; 20; 40; 80
O maior número que aparece em ambos é o número 5, assim,o mdc(25;80)=5
— Média
Existem vários tipos de cálculos de média, onde vemos qual 
característica queremos extrair da análise estatística, no entanto, 
alguns são mais úteis para certas ocasiões do que outras.
A média mais comumente usada é a média aritmética, onde a 
característica preservada é justamente a soma.
Na média aritmética iremos somar todos os termos e então 
dividir pelo número de elementos somados.
Exemplo: a média entre 5; 7; 12 e 3 será a soma destes valores: 
5 + 7 + 12 + 3 = 27
Dividido pelo número de elementos: 4
Assim, a média será 27/4 = 6,75
— Geometria
Formas de polígono
Número de lados Nome
3 Triângulo
4 Quadrado (se forem todos os lados iguais)
Retângulo (se os lados forem dois a dois 
iguais)
Quadrilátero (independe do tamanho dos 
lados3)
5 Pentágono
6 Hexágono
7 Heptágono
3 Note que todo quadrado é um retângulo (pois tem os lados dois a dois 
iguais), mas nem todo retângulo é um quadrado. Da mesma forma, todo 
quadrado e todo retângulo são quadriláteros, mas nem todo quadrilátero é um 
quadrado ou retângulo.
8 Octógono
9 Eneágono
10 Decágono
11 Undecágono
12 Dodecágono
13 Tridecágono
… …
20 Icoságono
Três conceitos importantes e centrais em geometria são o de 
perímetro, área e volume.
O perímetro é a soma de todos os lados de uma figura 
geométrica. 
Por exemplo, qual o perímetro de um quadrado de lado 3? 
Como o quadrado tem quatro lados e todos eles são iguais, temos 
então que o perímetro será 3 + 3 + 3+ 3 = 4 x 3 = 12.
Já a área é quanto a figura ocupa de espaço bidimensional. 
Cada figura possui uma equação específica para seu cálculo de área, 
como vemos na tabela a seguir:
Nome Área
Quadrado (lado)²
Retângulo base x altura
Losango (Diagonal maior x diagonal menor)/2
Paralelogramo base x altura
Trapézio [(Base maior x base menor) x altura] / 2
Círculo π.raio² = πr²
Volume é o equivalente à área para três dimensões, ou seja, 
volume é o quanto uma figura ocupa de espaço tridimensional. 
Novamente, cada figura irá possuir uma equação específica para 
calcular seu respectivo volume:
Nome Volume
Cubo (lado)³
Paralelepípedo base x altura x largura
Pirâmide Área da base x altura/3
Cone Área da base x altura/3
Esfera 4.π.r²
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
77
— Matrizes
Uma matriz é como se fosse uma tabela simplificada, apenas 
considerando números.
Por exemplo: a tabela a seguir diz sobre vendas em reais de 
dois vendedores A e B
Vendedor/mês A B
Janeiro 100 75
Fevereiro 75 80
Março 85 75
Podemos transcrever esta tabela na seguinte matriz
O elemento da matriz podemos denominar de , onde 
i seriam as linhas e j as colunas. Desta forma, nossa matriz no 
exemplo acima seria uma matriz 3x2 e o elemento seria 80, 
assim como o seria o 100.
MÉTODO CIENTÍFICO, INDUTIVO, DEDUTIVO, HIPOTÉTI-
CO-DEDUTIVO, DIALÉTICO, ESTATÍSTICO, COMPARATIVO, 
EXPERIMENTAL
Em termos simples, método é a maneira mais eficaz de 
realizar as coisas. Quando dizemos que alguém não tem método 
de trabalho, queremos dizer que os métodos usados para realizar 
uma tarefa não são os mais adequados nem eficientes; como 
resultado, a pessoa perde tempo, desperdiça esforço e energia, faz 
e refaz o trabalho sem conseguir alcançar seus objetivos de forma 
satisfatória.
Etimologicamente, a palavra “método” (do grego “meta”, que 
significa “através de”, e “odos”, que significa “caminho”) se refere 
ao caminho pelo qual se chega a um fim ou objetivo. Na perspectiva 
da lógica, método é o conjunto de meios ou processos utilizados 
pelo pensamento humano para investigar, descobrir e comprovar 
a verdade. Método implica, portanto, uma direção ou um rumo 
seguido regularmente nas operações mentais.
Existem dois tipos principais de operações mentais na busca 
pela verdade, ou seja, dois métodos fundamentais de raciocínio:
– Indução (que parte do particular para o geral): este método 
mostra como uma conclusão é derivada da experiência sensorial, ou 
seja, como a conclusão é extraída dos fatos observados, seguindo 
uma abordagem indutiva.
– Dedução (que parte do geral para o particular): este método 
mostra como uma conclusão é derivada de verdades universais já 
conhecidas, seguindo uma abordagem dedutiva ou silogística.
Nesse sentido, Aristóteles e Santo Tomás ensinam que temos 
apenas dois meios de adquirir conhecimento científico: o Silogismo, 
que parte de verdades universais, e a Indução, que parte de dados 
singulares. Nosso conhecimento depende formalmente dos 
primeiros princípios evidentes por si mesmos e, materialmente, 
tem sua origem na realidade singular e concreta percebida pelos 
sentidos.
O método indutivo, ou raciocínio indutivo
Parte da observação e análise de fatos concretos e específicos 
para chegar a uma conclusão geral, norma, regra, lei ou princípio. 
Em outras palavras, esse processo mental busca a verdade partindo 
de dados particulares conhecidos em direção a princípios de ordem 
geral desconhecidos, indo do efeito para a causa. Trata-se de um 
raciocínio a posteriori.
Para ilustrar, considere o exemplo da substituição dos bondes 
pelos ônibus elétricos no Rio de Janeiro durante o século XX, por 
volta de 1918. Esse caso específico levanta debates sobre a melhor 
solução para o transporte coletivo, e as opiniões públicas se dividem 
quanto à medida. Nesse contexto, um repórter ou um assessor 
técnico interessados em elucidar a questão sairiam às ruas para 
coletar dados concretos, exemplos, testemunhos e fatos relevantes 
que comprovassem a viabilidade ou não da medida proposta pelas 
autoridades. Esses fatos incluiriam informações como o número de 
passageiros transportados pelos bondes e pelos ônibus elétricos, a 
frequência de viagens, o tempo de espera nas filas, e as condições 
de conforto oferecidas por cada meio de transporte.
Ao analisar e confrontar esses fatos, os observadores poderiam 
chegar a uma conclusão sobre a melhor solução para o problema 
em questão. Se os dados observados fossem representativos, 
adequados e confiáveis, a conclusão resultante representaria a 
melhor solução para o caso. Assim, um assessor técnico poderia, 
com base nos fatos apurados, declarar que “os ônibus elétricos 
são a solução para o grave problema dos transportes urbanos 
nesta cidade”. Agindo dessa forma, os observadores estariam 
empregando o método indutivo, partindo de fatos particulares ou 
específicos para chegar a uma conclusão geral ou generalização. 
Essa abordagem pressupõe que a verdade, representada pela 
conclusão, é a melhor solução possível.
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
78
Testemunho autorizado
Nem sempre é viável examinar todos os fatos diretamente, 
pessoalmente, em tempo real. Outros indivíduos podem já tê-lo 
feito em circunstâncias adequadas, com diferentes propósitos e 
visando diferentes conclusões. Nesse sentido, o estudante pode 
aproveitar os resultados dessas pesquisas, combinando-os com os 
de suas próprias investigações.
A ciência não é uma empreitada exclusivamente individual, 
mas sim o resultado de um esforço coletivo que se acumula ao 
longo do tempo, através de várias gerações, agregando pesquisas e 
conclusões parciais, temporárias ou definitivas. Ao nos basearmos 
em afirmações dignas de crédito feitas por outros pesquisadores 
durante nossa busca pela verdade, estamos aplicando o que se 
conhece como métodos de autoridade. Contudo, é crucial que 
o pesquisador não se submeta servilmente ou cegamente ao 
testemunho de outrem, mas sim que o acolha com um espírito 
crítico. Dessa forma, o método de autoridade se torna um processo 
de investigação da verdade essencial para o progresso da ciência.
Analogia
Uma analogia é uma semelhança parcial que sugere uma 
semelhança oculta, mais abrangente.
– As semelhanças são apenas imaginárias.
– Busca-se explicar o desconhecido através do conhecido, o 
estranho através do familiar.
– Possui um grande valor didático.
– Sua estrutura gramatical inclui expressões típicas de 
comparação, como “como”, “semelhante a”, “parecido com”.
Exemplo: o Solé consideravelmente maior do que a Terra e está 
tão quente que se assemelha a uma enorme bola incandescente, 
irradiando luz e calor pelo espaço. Aqui na Terra, não conseguiríamos 
subsistir por muito tempo sem a luz e o calor provenientes do sol, 
apesar de termos a capacidade de gerar luz e calor por nós mesmos. 
Podemos, de fato, acender uma fogueira para obter luz e calor. 
Entretanto, a madeira que usamos para isso provém das árvores, 
as quais dependem da luz solar para crescerem. Assim, se temos 
lenha, é porque a luz do sol possibilitou o crescimento das florestas.
Apesar de ser uma comparação em termos de forma, na 
essência é uma analogia.
Busca-se explicar o desconhecido (Sol) pelo conhecido (bola 
incandescente).
A semelhança é apenas parcial, visto que existem outras 
enormes diferenças entre o Sol e uma bola de fogo.
Comparação
As semelhanças são mais palpáveis e reais.
Expressa-se através de formas verbais específicas, como 
“parecer”, “lembrar”, “dar uma ideia”, “assemelhar-se”.
Utiliza-se conectivos de comparação, como “como”, “quanto”, 
“do que”, “tal qual”.
Exemplo: Esta casa se assemelha a um forno, de tão quente 
que está.
Método dedutivo ou raciocínio dedutivo – o silogismo
Se, pelo método indutivo, partimos dos fatos particulares para 
a generalização, pelo dedutivo, seguimos em sentido inverso: do 
geral para o particular, da generalização para a especificação, do 
desconhecido para o conhecido. É um método a priori: da causa 
para o efeito.
Para entender melhor, vamos explorar o conceito de silogismo. 
Apesar do nome estranho, não se preocupe, o conceito é simples 
e faz parte do nosso cotidiano. Compreender e trabalhar com 
silogismos é mais fácil do que parece e não deveria causar 
preocupação. Então, vamos lá!
Definição de silogismo
Um silogismo é uma forma de raciocínio na qual, a partir de 
uma premissa maior e uma premissa menor, chegamos a uma 
conclusão.
O silogismo representa uma maneira de raciocinar dedutiva, 
ou seja, parte da observação de casos gerais para formular uma 
conclusão de caráter particular. É algo bastante comum em 
nosso dia a dia: constantemente tiramos conclusões a partir de 
generalizações, mas o fazemos de maneira tão natural que muitas 
vezes nem percebemos.
O raciocínio dedutivo e o cotidiano — o entimema
O raciocínio dedutivo permeia praticamente todas as nossas 
atividades diárias. Desde as ações mais simples, como comprar 
uma dúzia de laranjas, até as mais complexas, como demonstrar 
um teorema, envolvem algum tipo de raciocínio dedutivo.
Entretanto, nem sempre estamos conscientes de que estamos 
elaborando um silogismo completo dentro de nós. Às vezes, o 
que surge em nossa consciência é apenas a conclusão, expressa 
verbalmente ou em ações, impulsos ou comandos. Porém, por baixo 
dessa conclusão, há uma série elaborada de processos mentais, 
que podem ser bastante extensos, especialmente quando incluem 
a indução, que fornece os elementos ou dados para a generalização 
que será a premissa maior do silogismo dedutivo.
É comum omitir a premissa maior quando aceitamos 
pacificamente a regra ou norma implícita nela. Isso resulta em 
um silogismo truncado ou incompleto, chamado de entimema. 
Por exemplo: “J.P. é acusado de fraude; logo, não deve ser eleito.” 
ou “J.P. lê Marx; logo, é comunista.” Não é necessário declarar 
explicitamente que “nenhum indivíduo acusado de fraude deve ser 
eleito” ou que “todo indivíduo que lê Marx é comunista” para chegar 
à conclusão. Às vezes, nem mesmo a premissa maior é enunciada: 
simplesmente chegamos à conclusão. No entanto, geralmente 
surge uma justificativa, que pode ocorrer espontaneamente ou 
como resposta a uma pergunta do interlocutor.
A vida cotidiana está repleta de situações que se resolvem 
em entimemas. Não é necessário afirmar explicitamente que os 
mentirosos não merecem crédito para decidir não acreditar em um 
mentiroso notório. Basta reconhecer que J.P. é um mentiroso para 
chegar à conclusão de que não devemos acreditar no que ele diz.
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
79
Método Hipotético-Dedutivo
Este método combina elementos do raciocínio indutivo e dedutivo. Começa com a formulação de hipóteses específicas que são 
então testadas empiricamente para verificar sua validade. Se a hipótese for confirmada pelos dados experimentais, ela pode ser aceita 
provisoriamente como uma explicação plausível para o fenômeno em questão.
Método científico
O método científico é considerado o pai de todos os métodos, como já revelava o pensador René Descartes em sua obra “Discurso 
sobre o Método” (1635). Descartes apresenta as ideias gerais sobre o método, que influenciam diretamente todos os métodos particulares 
aplicáveis nas ciências, bem como o método geral aplicável a todas as áreas do conhecimento. O pensador compreende que duas variáveis 
são essenciais no método, as quais se tornam parte integrante da metodologia científica: análise e síntese.
Na metodologia científica, a análise e a síntese caminham passo a passo. Enquanto na análise o problema complexo é desdobrado em 
partes mais simples, na síntese ocorre o inverso: os resultados parciais obtidos nas partes mais simples são combinados para se obter a 
solução do problema complexo.
Assim, o pesquisador, por meio do método, tem a possibilidade de compreender simultaneamente tanto o todo quanto suas partes. 
Esses métodos utilizados na realização da pesquisa científica são classificados como método dedutivo e método indutivo.
Método hipotético-dedutivo 
Se baseia na elaboração e teste de hipóteses, que são possibilidades admitidas independentemente de serem verdadeiras ou falsas, 
a partir das quais é possível deduzir um conjunto de consequências. Essas hipóteses são fundamentais para projetos científicos, desde 
seminários até trabalhos de conclusão de curso.
Karl Popper, em suas críticas ao método indutivo, propôs o método hipotético-dedutivo como uma alternativa. Popper argumentava 
que o método indutivo não era justificável, pois extrapolava de alguns casos para todos, exigindo uma observação infinita. Ele destacava a 
diferença entre afirmar que “todos os seres humanos são mortais” e afirmar que “quase todos” ou “alguns” são mortais. Popper defendia 
que o método científico parte de um problema para oferecer uma solução provisória, sujeita a críticas e testes para eliminar erros.
As etapas do método hipotético-dedutivo incluem: colocação do problema, formulação de hipóteses, dedução de consequências 
observáveis, teste da hipótese e corroboração. Mario Bunge descreve cinco etapas: colocação do problema, construção de um modelo 
teórico, dedução de consequências particulares, teste das hipóteses e adição das conclusões na teoria.
Em resumo, o método hipotético-dedutivo envolve três momentos investigativos: surgimento do problema, proposição de soluções 
(hipóteses) baseadas em teorias, e teste das hipóteses para refutação ou confirmação. O processo de falseamento ocorre quando uma 
hipótese não é confirmada pelos testes, levando à formulação de novas hipóteses e reformulação do problema. Se a hipótese é confirmada, 
ela é corroborada.
Método Dialético
O método dialético, segundo o pensador Hegel (1770-1831), representa a conciliação dos opostos tanto no mundo material quanto 
no intelectual. Nesse método, há a afirmação ou tese, a negação ou antítese, e a negação da negação, que resulta na síntese. O processo 
dialético envolve o conflito entre a tese e a antítese, que culmina na síntese, uma nova situação que incorpora elementos dos dois opostos. 
Essa síntese, por sua vez, torna-se uma nova tese que se contrapõe a uma nova antítese, gerando um ciclo contínuo de desenvolvimento.
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
80
A partir do movimento do raciocínio dialético, as conclusões são 
derivadas do confronto de ideias, em uma abordagem que não vê a 
realidade como algo estático, mas sim em constante transformação, 
identificando processos, conflitos e contradições na análise de um 
problema de pesquisa.Todos os métodos científicos, incluindo o 
dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo e dialético, convergem em 
torno desses três elementos fundamentais.
A metodologia científica, conforme destacado por Córdova 
e Silveira (2006), é essencial para o desenvolvimento adequado 
da pesquisa científica, pois esta é considerada a atividade central 
da Ciência. A pesquisa científica, em suas diversas formas - como 
monografias, artigos, TCCs, papers, seminários, projetos, Iniciação 
Científica, entre outras - permite a investigação e a compreensão 
de diferentes realidades, sejam elas exatas, sociais, humanas, 
biológicas, ou tecnológicas, por meio de uma abordagem intensa, 
metódica e sistemática, com o objetivo de descobrir e interpretar.
Método Estatístico
O método estatístico é uma abordagem metodológica que 
engloba a coleta, análise e interpretação meticulosa de dados com 
o objetivo de estruturar e organizar as diferentes etapas de um 
levantamento, classificação de dados, documentos e informações 
precisas no estudo de fenômenos naturais, econômicos e sociais. 
Sua função principal é a representação e explicação de observações 
quantitativas e numéricas relacionadas a fatores provenientes das 
ciências sociais, considerando padrões culturais, comportamentais e 
condições ambientais, climáticas, físicas, psicológicas e econômicas.
As aplicações do método estatístico abrangem todas as 
áreas da ciência, especialmente as necessidades do estado e a 
formulação de políticas públicas. Ele fornece dados demográficos 
e econômicos essenciais para diversas finalidades. Exemplos de 
pesquisas comuns e recorrentes, obtidas por meio de métodos 
estatísticos, incluem aquelas realizadas periodicamente pelo IBGE, 
institutos particulares como o IBOPE, além de levantamentos sobre 
o índice de criminalidade, inflação e o produto interno bruto (PIB).
Aplicação dos Métodos Estatísticos
A Estatística é aplicada em uma ampla variedade de áreas 
do conhecimento. Aqueles que utilizam os métodos estatísticos 
estão mais bem preparados para organizar e analisar dados em 
suas atividades profissionais, assim como para interpretar as 
informações divulgadas diariamente nos meios de comunicação. 
Nas Ciências Humanas e Sociais, podemos realizar pesquisas de 
opinião para avaliar a satisfação dos clientes em relação aos serviços 
de uma empresa, ou ainda investigar as prioridades de investimento 
público entre os habitantes de um município. No campo das 
Ciências da Saúde, a estatística é fundamental para determinar a 
prevalência de doenças como o diabetes na população e identificar 
tratamentos mais eficazes para condições como a hipertensão. Nas 
Ciências Biológicas, a pesquisa estatística é empregada para estimar 
a população de determinadas espécies em uma determinada 
região, enquanto nas Ciências Agrárias, é utilizada para determinar 
a quantidade adequada de adubo em uma plantação.
Recentemente, o método estatístico tem recebido grande 
ênfase. Nele, conceitos estatísticos modernos são empregados para 
orientar o planejamento de experimentos e a interpretação dos 
resultados experimentais. Isso inclui o desenvolvimento de funções 
de distribuição, o cálculo de medidas de posição (como média e 
mediana) e de dispersão (como desvio padrão e erro médio), o 
uso de testes de hipóteses estatísticas apropriados, a tomada de 
decisões probabilísticas, a elaboração de esquemas experimentais 
para garantir maior precisão nas observações, e a análise da relação 
funcional entre variáveis dependentes e independentes.
Os métodos estatísticos permitem o tratamento dos dados 
por meio de técnicas matemáticas, tornando-se uma ferramenta 
essencial em complemento ao método científico e experimental. 
Sua capacidade analítica é tão significativa que muitos consideram 
pesquisas agrícolas e experimentos de campo conduzidos sem o 
uso adequado de métodos estatísticos como falhos, podendo levar 
a conclusões equivocadas. Atualmente, os métodos estatísticos 
são vistos como uma ferramenta complementar ao método 
científico, a ser utilizada conforme a necessidade e com habilidade 
adequada por estatísticos e pesquisadores. Quando empregados 
corretamente, os métodos estatísticos são um eficiente processo 
analítico que possibilita a tomada de decisões racionais baseadas 
em valores probabilísticos.
Além disso, o método estatístico é definido como aquele 
que considera todas as causas presentes, variando-as devido 
à impossibilidade de mantê-las constantes, registrando essas 
variações e buscando determinar as influências de cada uma delas.
Método experimental
O método científico de origem experimental pode ser 
compreendido como um conjunto de técnicas destinadas ao 
processo de investigação de fenômenos e à produção de novos 
conhecimentos, ou à correção e integração de conhecimentos 
prévios.
Este tipo de pesquisa científica é frequentemente empregado 
para a observação sistemática, realização de medições, 
experimentação, formulação de testes e modificação de hipóteses 
científicas.
Uma variedade de áreas se utiliza do método experimental, 
incluindo biologia, química, física, geologia e muitas outras áreas 
da ciência.
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
81
Etapas do método experimental
Aqui estão as etapas fundamentais do Método Científico 
Experimental:
– Etapa 1 - observações: as observações feitas em um estudo 
com método experimental devem ser sempre objetivas e nunca 
subjetivas. Isso significa evitar ao máximo a subjetividade, ou seja, 
evitar trazer crenças pessoais para dentro do campo científico 
experimental. Neste tipo de pesquisa, trabalha-se apenas com fatos 
e resultados palpáveis.
– Etapa 2 - hipótese: o pesquisador que está desenvolvendo um 
estudo experimental precisa compreender que suas observações 
constituem a base do passado ou do presente da pesquisa. Todo 
cientista busca a capacidade de prever eventos futuros, e para isso, 
ele deve usar todo seu raciocínio e criar situações hipotéticas que 
possam levar a determinados resultados. A formulação da hipótese 
representa um dos passos primordiais no estudo experimental e 
envolve um raciocínio indutivo.
É crucial entender que uma hipótese deve sugerir uma relação 
de causa e efeito, na qual o pesquisador postula que sua hipótese 
resultará em um certo desfecho.
No contexto do exemplo que estamos discutindo neste 
contexto, podemos considerar a hipótese de que o medicamento 
X aliviará a artrite reumatoide. Entretanto, somente por meio 
da experimentação será possível determinar se essa hipótese é 
verdadeira ou falsa.
– Etapa 3 - previsão: uma vez elaborada a hipótese provisória 
do estudo, ela não pode ser imediatamente considerada como 
verdadeira. É necessário fazer uma previsão sobre os resultados do 
estudo.
Essa previsão geralmente precisa ser abrangente e aplicável de 
forma consistente ao longo do tempo e do espaço.
Os pesquisadores, na maioria das vezes, não conseguem 
testar todas as possíveis situações nas quais sua hipótese pode ser 
aplicada, daí a importância de definir um escopo específico.
– Etapa 4 - experimentação: além disso, é essencial que o 
pesquisador possua habilidades sensoriais para coletar dados. 
Geralmente, o pesquisador planeja o experimento com base em 
sua previsão.
No exemplo de experimento que estamos considerando, 
havia 100 pacientes entre 50 e 75 anos de idade, selecionados 
aleatoriamente para formar dois grupos de 500 pessoas cada. Um 
grupo ingeriu o medicamento X, enquanto o outro grupo recebeu 
um placebo de amido, quatro vezes ao dia, durante um período de 
dois meses.
– Etapa 5 - análise: após a conclusão do experimento, 
analisamos os resultados obtidos. No caso do exemplo fornecido:
Entre os 500 pacientes que receberam o medicamento, 350 
relataram uma diminuição nos casos de artrite dentro do período 
determinado.
Apenas 65 dos 500 pacientes que receberam o placebo 
relataram melhora no quadro.
Esses dados revelam um efeito significativo do medicamento. 
No entanto, para uma análise maisaprofundada, é necessária uma 
análise estatística para entender como esse efeito ocorreu.
– Etapa 6 - conclusão: com base na análise do experimento, 
podemos chegar a duas possíveis conclusões: os resultados 
confirmam a previsão feita ou contradizem a previsão inicial.
Isso significa que podemos rejeitar a previsão de que o 
medicamento teria algum efeito, ou podemos concluir que a 
previsão estava incorreta, levando à rejeição da hipótese inicial do 
pesquisador.
– Etapa 7 - resultados: na etapa de resultados, o pesquisador 
compartilha suas descobertas em revistas ou livros científicos, onde 
são discutidas as implicações teóricas do experimento realizado.
A divulgação da pesquisa é uma parte essencial do método 
científico experimental, pois permite que outros pesquisadores 
e estudiosos examinem os resultados e possam contribuir para o 
avanço do conhecimento em determinadas áreas.
PENSAMENTO LATERAL, PENSAMENTO VERTICAL 
As leis formais do pensamento são princípios fundamentais 
para o raciocínio logicamente válido, estabelecidos pelos lógicos 
para determinar o conhecimento verdadeiro. Esses princípios são:
– Princípio da identidade: este princípio afirma que um 
elemento é sempre idêntico a si mesmo. Em outras palavras, toda 
coisa é o que é.
– Princípio da (não-) contradição: esse princípio estabelece que 
um elemento não pode, sob o mesmo aspecto, ser e não-ser ao 
mesmo tempo. Portanto, uma coisa não pode ter e não ter uma 
determinada propriedade simultaneamente.
– Princípio do terceiro excluído: de acordo com esse princípio, 
uma noção é considerada verdadeira ou falsa; não há meio-termo 
entre a afirmação e a negação. Assim, apenas duas possibilidades 
existem, e entre dois juízos contraditórios, um é verdadeiro e o 
outro é falso.
– Princípio da razão suficiente: esta lei, elaborada por Leibniz 
em sua obra La Monadologia, estipula que nenhum fato pode ser 
considerado verdadeiro ou existente sem uma razão suficiente para 
ser dessa maneira e não de outra. Em outras palavras, tudo deve ter 
uma explicação adequada para ser verdadeiro ou existente.
Pensamento vertical
O pensamento vertical, também conhecido como pensamento 
convergente, é aquele que se concentra na busca pela solução 
correta de um problema. Em geral, é associado ao pensamento 
crítico.
No pensamento vertical, é aplicada a lógica - um processo 
passo a passo para chegar à solução desejada. Nas escolas, esse 
tipo de pensamento é exercitado em testes de múltipla escolha e 
em disciplinas como matemática.
Apesar de ser essencial para nossa maneira de pensar e 
interagir com o mundo (pois soluções lógicas são necessárias 
para muitos problemas), o pensamento vertical também pode ser 
inflexível. Em seu extremo, isso pode levar a uma abordagem que se 
apega a uma única maneira de resolver problemas, sem considerar 
outras alternativas.
Pensamento lateral
O pensamento lateral, conhecido como “pensar fora da caixa”, 
é uma abordagem que combina tanto o pensamento vertical quanto 
o horizontal. Seu objetivo é resolver problemas de maneira direta 
e indireta.
Essa forma de pensar parte da premissa de que problemas e 
desafios complexos demandam uma variedade de soluções, todas 
filtradas pela lógica.
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
82
No pensamento lateral, o pensamento horizontal, ou criativo, é 
utilizado para explorar diversas soluções possíveis para o problema. 
Isso envolve criar conexões com outros desafios, temas ou assuntos 
que, à primeira vista, não parecem estar diretamente relacionados 
ao problema principal.
Após essa etapa criativa, entra em cena o pensamento vertical, 
ou crítico, para avaliar a validade das ideias levantadas e, finalmente, 
estruturá-las para a solução do problema.
Por sua natureza, o pensamento lateral é considerado flexível, 
pois aborda o problema de diferentes perspectivas, gerando novas 
ideias e insights sem perder de vista a solução real do desafio.
Nas escolas, o pensamento lateral é amplamente praticado 
em disciplinas como robótica e programação, que buscam integrar 
várias áreas de conhecimento de maneira horizontal para atingir 
um objetivo comum, como a construção de um protótipo com 
aplicação prática.
HIPÓTESES, TEORIAS; INFERÊNCIAS
Hipóteses
Uma hipótese é uma suposição ou proposição que é feita com 
base em observações preliminares, experiências anteriores ou 
raciocínio dedutivo. As hipóteses são formuladas para testar uma 
explicação potencial para um fenômeno observado e fornecer uma 
base para investigações posteriores.
Elas são frequentemente formuladas como declarações 
testáveis que podem ser confirmadas ou refutadas por meio de 
evidências empíricas. No método científico, as hipóteses são 
submetidas a testes rigorosos para determinar sua validade e se elas 
podem ser aceitas como explicação para um fenômeno observado.
Teorias
Uma teoria é uma explicação abrangente e bem fundamentada 
para um conjunto de fenômenos observados. Ao contrário do 
uso coloquial da palavra “teoria” (que pode significar uma mera 
especulação), na ciência uma teoria é um conjunto de princípios e 
leis que explicam de forma consistente um conjunto de observações.
As teorias científicas são suportadas por uma ampla gama de 
evidências experimentais e são capazes de prever novos resultados 
ou fenômenos. Elas são dinâmicas e podem ser modificadas ou 
refinadas com base em novas evidências ou descobertas.
Inferências 
Inferências lógicas referem-se ao processo de dedução 
ou raciocínio que leva a conclusões com base em premissas 
conhecidas ou aceitas. A lógica formal fornece um conjunto de 
regras e princípios para raciocinar de forma válida, garantindo que 
as conclusões sejam logicamente consistentes com as premissas.
As inferências lógicas podem ser indutivas, onde se extrai uma 
conclusão geral a partir de observações específicas, ou dedutivas, 
onde se chega a uma conclusão específica a partir de premissas 
gerais. Elas são essenciais tanto na formulação de hipóteses e 
teorias científicas quanto na resolução de problemas em diversas 
áreas do conhecimento.
RETRODUÇÃO
A abdução, também conhecida como retrodução, é um 
conceito crucial na etapa inicial de criação de teorias, as quais 
posteriormente podem ser organizadas por meio da dedução e 
testadas empiricamente por meio da indução controlada. Uma das 
contribuições significativas do filósofo americano Charles S. Peirce 
à lógica reside em seus estudos sobre abdução, definida de forma 
simples como o processo de identificar um padrão ou característica 
em um fenômeno observado e, a partir disso, formular uma 
hipótese explicativa (Peirce, 1958). 
Mark Blaug caracteriza a abdução como um tipo de raciocínio 
distinto da indução e da dedução, sendo responsável pela geração 
de ideias na ciência. Por exemplo, na clássica discussão sobre “todos 
os cisnes são brancos”, ao observarmos apenas cisnes brancos, não 
podemos deduzir que todos os cisnes são brancos (indução). No 
entanto, é razoável formular uma teoria que sugira que há algo 
no DNA dos cisnes que os torna brancos (abdução). O processo 
de abdução difere da generalização da observação, pois busca 
construir uma teoria ou hipótese para explicar e, às vezes, prever as 
observações. De acordo com Peirce, um raciocínio abdutivo segue 
a seguinte estrutura:
i) Um fato surpreendente C é observado.
ii) Mas se A fosse verdadeiro, C seria uma questão corriqueira.
iii) Portanto, há uma razão para suspeitar que A seja verdadeiro. 
(CP 5.189)
Um dos exemplos mais marcantes de abdução na história da 
ciência está no estudo dos movimentos planetários. O astrônomo 
Johannes Kepler observou que várias órbitas dos planetas pareciam 
elípticas e, a partir disso, formulou uma de suas teorias mais 
importantes, as “leis de Kepler”, para explicar o movimento dos 
planetas (Hoover, 1994, p.301). Como enfatiza Peirce, o progresso 
científico depende da observação de fatos por mentes dotadas 
das ideias adequadas. Ao identificar regularidades nos fenômenos 
estudados,o cientista realiza um tipo de julgamento intuitivo, que 
serve como base para a formulação das hipóteses necessárias ao 
avanço da pesquisa.
É o típico raciocínio utilizado por Sherlock Holmes. Quando 
algo peculiar é observado, surge a necessidade de uma explicação 
para essa surpresa ou anomalia. Então, constrói-se uma hipótese. 
Se essa hipótese fosse verdadeira, o fato observado poderia ser 
explicado. Essa é a estrutura de uma retrodução. Um exemplo 
adicional seria: 
i) O gramado está molhado, 
ii) Uma chuva ontem à noite poderia explicar o gramado 
molhado, 
iii) Logo, é possível que tenha chovido ontem à noite. 
Retrodução, segundo Peirce, é o processo de formulação 
de hipóteses científicas. É um processo permeado por insights 
e intuições, elementos não conscientes do cientista, mas que 
são fundamentais para a construção de novas teorias, sendo 
denominados por ele como “o sopro dos Deuses”. Como observa 
Hands (2001: 224), “a abdução é o cerne de toda intuição... é uma 
noção de inferência relativamente flexível”. Ou ainda, conforme 
Chong Ho Yu (2005: 7), “o julgamento intuitivo feito por um 
intelectual difere daquele feito por um estudante do ensino médio”.
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
83
Estrutura lógica da retrodução
No exemplo utilizado por Peirce, retirado da Stanford 
Encyclopedia of Philosophy (Burch 2001), podemos observar a 
lógica da retrodução:
1. (dedução) O silogismo AAA-1 (Barbara): todos M são P, 
todos S são M, portanto todos S são P é um exemplo de dedução. 
Agora, vamos fazer uma ligação desse silogismo com um problema 
de amostragem. Suponhamos que “ser M” signifique pertencer 
a uma dada população, como uma bola em uma população de 
bolas em uma urna. Suponhamos que “P” seja uma característica 
de um membro dessa população, como ser vermelho. Por fim, 
suponhamos que “ser S” signifique ser membro de uma amostra 
aleatória retirada da população. Assim, o silogismo ficaria: todas as 
bolas em uma urna são vermelhas, todas as bolas de uma amostra 
aleatória particular são retiradas dessa urna, portanto todas as 
bolas dessa amostra particular são vermelhas.
2. (indução) Agora, vejamos o que acontece se trocarmos a 
premissa principal pela conclusã: Todos S são P, todos S são M, logo 
todos M são P. Esse é um silogismo inválido AAA-3. Vamos considerar 
esse argumento em termos do problema de amostragem: todas as 
bolas em uma amostra particular são vermelhas, todas as bolas 
dessa amostra aleatória particular são retiradas de uma urna, logo 
todas as bolas dessa urna são vermelhas. Encontramos assim um 
argumento que liga a amostra à população, para Peirce, o principal 
significado da indução.
3. (retrodução) Por fim, vejamos o que acontece se trocarmos 
a premissa menor pela conclusão: Todos M são P, todos S são P, 
logo todos S são M. Esse é também um silogismo inválido AAA-
2. Vejamos esse resultado em termos da teoria de amostragem: 
Todas as bolas em uma urna são vermelhas, todas as bolas de uma 
amostra aleatória particular são vermelhas, logo todas as bolas 
dessa amostra aleatória particular são retiradas dessa urna. O 
que temos aqui não é um argumento que vai da população para a 
amostra (dedução), nem da amostra para a população (indução), 
é um argumento provável, distinto de ambas, que Peirce nomeou 
retrodução. No caso, o fato das bolas serem vermelhas faz com 
que seja provável que elas pertençam a uma dada urna, mas não 
há nenhuma garantia a esse respeito. A construção de hipóteses a 
partir da observação de dados e regularidades é a base da ciência 
e do ponto de vista lógico esse movimento corresponde a uma 
retrodução. O salto retrodutivo é criativo, ou seja, produz hipóteses 
a partir das observações empíricas
ABDUÇÃO
Lógica Abdutiva digamos que atua entre o raciocínio indutivo e 
o raciocínio dedutivo, sempre buscando uma confiabilidade na va-
lidez dos resultados, para isto, devemos analisar a argumentação 
através dos processos da lógica e seus conectivos, buscando pro-
duzir a criatividade e a inovação. Assim iremos estudar a estruturas 
lógicas e suas argumentações.
 VIÉS DE PESQUISA: VIÉS COGNITIVO, VIÉS CONTEXTUAL, 
VIÉS DE AMOSTRAGEM, VIÉS DE RESPOSTA, VIÉS DE NÃO-
-RESPOSTA, VIÉS DE ENTREVISTADOR, VIÉS DE PESQUISA-
DOR, VIÉS DE CONFIRMAÇÃO
Um dos maiores desafios em qualquer estudo é mitigar a presença 
dos diversos tipos de viés de pesquisa. O problema é que muitas 
pessoas desconhecem a existência desses vieses, o que as impede de 
corrigir esses erros e aprimorar a qualidade de sua pesquisa.
Para solucionar esse impasse, vamos apresentar os principais 
tipos de viés de pesquisa e fornecer orientações sobre como evitá-los.
— Viés de Pesquisa
Viés de pesquisa refere-se aos erros que ocorrem durante a 
elaboração do questionário ou durante a condução da pesquisa. Esses 
erros podem influenciar os entrevistados a selecionarem respostas 
que não representam fielmente suas opiniões sobre determinado 
assunto, comprometendo, assim, a confiabilidade dos resultados.
Embora todas as pesquisas possam ser afetadas por algum tipo 
de viés, é possível reduzir sua ocorrência e aprimorar a qualidade do 
estudo. O primeiro passo para alcançar esse objetivo é familiarizar-
se com os diferentes tipos de viés de pesquisa.
Ao abordar esses aspectos, você estará mais bem equipado para 
conduzir uma pesquisa de alta qualidade, minimizando a distorção 
dos resultados e promovendo uma análise mais precisa e confiável.
5 Tipos de Viés de Pesquisa 
Conheça os 5 tipos de vieses que podem prejudicar os 
resultados e análise da sua pesquisa.
1) Viés de Amostragem: este viés ocorre quando há erros 
na seleção da amostra de respondentes para a pesquisa, 
comprometendo os resultados. Para evitá-lo, é essencial:
– Compreender as questões centrais do estudo;
– Definir objetivos específicos;
– Utilizar ferramentas de pesquisa que minimizem a falta de 
respostas;
– Planejar eficientemente a aplicação do questionário.
2) Viés de Resposta: este tipo de viés surge quando os 
entrevistados fornecem respostas que não refletem suas 
verdadeiras crenças. Para evitar esse problema:
– Utilize ferramentas que auxiliem na elaboração de perguntas lógicas;
– Formule perguntas simples e diretas;
– Ofereça opções de resposta claras e objetivas;
– Garanta o anonimato dos respondentes.
3) Viés de Não-Resposta: ocorre quando parte da amostra 
não responde ao questionário, afetando a representatividade dos 
resultados. Para mitigá-lo:
– Estabeleça prazos flexíveis para a resposta ao questionário;
– Envie lembretes aos respondentes;
– Utilize diferentes plataformas de envio da pesquisa.
4) Viés do Entrevistador: este viés surge quando o entrevistador 
influencia nas respostas dos entrevistados. Para evitar essa influência:
– Treine os entrevistadores para serem imparciais;
– Utilize tecnologia para auditar as entrevistas e garantir a 
neutralidade do processo.
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
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5) Viés do Pesquisador: relacionado à interpretação tendenciosa 
dos resultados pelo pesquisador, este viés pode distorcer a análise 
dos dados. Para preveni-lo:
– Mantenha uma postura neutra durante a análise dos 
resultados;
– Utilize ferramentas de análise de dados que forneçam 
relatórios completos e imparciais.
Ao adotar essas medidas preventivas, é possível minimizar 
a ocorrência dos vieses de pesquisa e melhorar a qualidade dos 
resultados obtidos, garantindo uma análise mais precisa e confiável.
Viés cognitivo
Diante de uma decisão importante, nós, como seres racionais, 
naturalmente buscamos ponderar e encontrar a melhor opção. 
Acreditamos que todas as nossas ações até aquele momento foram 
calculadas e decididas por nós mesmos. No entanto, nem sempre 
é o caso.
O que acontece é que nosso cérebro opera com algo chamado 
heurística. A heurística é um processo pelo qual utilizamos nosso 
repertório cultural e social para perceber o mundo e tomar 
decisões. É através desse processo que formamos nossas crenças 
sobre o mundo.
A heurística podeser classificada em dois tipos: uma mais 
rápida, de pensamento intuitivo, e outra mais lenta, com maior 
análise e ponderação. Quando recebemos uma nova informação, 
ela passa por esse filtro da heurística, que pode resultar em viés 
cognitivo.
O viés cognitivo é um desvio racional, uma espécie de “erro” 
de julgamento dos processos mentais inconscientes. Isso acontece 
quando nos deixamos influenciar por sentimentos, experiências 
passadas, expectativas e até mesmo preconceitos.
Esses vieses cognitivos podem distorcer nossa interpretação de 
informações, levando-nos a tomar decisões com base em opiniões 
incompletas ou incorretas. Isso pode ter um grande impacto sobre 
os resultados das nossas decisões, desde as mais simples até as 
mais complexas.
Por isso, é crucial compreender como somos afetados pelos 
vieses cognitivos e aprender a reconhecer seu poder de distorcer 
nossos julgamentos. Somente então poderemos tomar decisões de 
forma mais consciente e precisa.
No cotidiano, estamos constantemente expostos a uma miríade 
de informações, sugestões, ideias e comportamentos diversos. É 
natural que nossas percepções e reações sejam influenciadas por 
esses estímulos ao longo do dia.
Entre os vieses cognitivos mais comuns, destacam-se:
– Viés de confirmação: tendência de buscar e interpretar 
informações que confirmem nossas crenças pré-existentes. Por 
exemplo, ao ter uma opinião formada sobre um assunto, tendemos 
a dar mais atenção às informações que a reforçam.
– Viés de atribuição: consiste em atribuir as causas de eventos 
a características individuais ou ações das pessoas envolvidas. Por 
exemplo, atribuir o sucesso no vestibular à inteligência ou ao 
esforço de alguém.
– Viés de seleção de informação: inclinação para buscar 
e processar informações que se alinham com nossas visões 
preconcebidas. Por exemplo, ao analisar um tema, tendemos a 
ignorar fatos que contradigam nosso ponto de vista.
– Viés de memória: tendência de lembrar com mais frequência 
informações que nos interessam ou são relevantes para nós. Por 
exemplo, ao estudar para uma prova, lembramos mais facilmente 
das informações consideradas importantes.
– Viés de autoconceito: propensão a avaliar nosso próprio 
comportamento de forma mais positiva do que o dos outros. 
Por exemplo, ao cometer um erro, tendemos a minimizar nossa 
responsabilidade e culpar terceiros.
– Viés de expectativas: ter expectativas irrealistas sobre 
determinadas situações ou resultados. Por exemplo, acreditar que 
alcançar um objetivo será mais fácil ou rápido do que na realidade.
– Viés de julgamento: formação de opiniões e julgamentos 
com base em informações parciais ou incompletas. Por exemplo, 
ao debater um tema, formamos opiniões baseadas em informações 
não totalmente verídicas.
Reconhecer esses vieses cognitivos é fundamental para tomar 
decisões mais conscientes e precisas em diferentes aspectos da 
vida.
Viés de confirmação
Viés de confirmação, também conhecido como viés 
confirmatório ou tendência de confirmação, refere-se à propensão 
de lembrar, interpretar ou buscar informações de maneira a 
confirmar crenças ou hipóteses pré-existentes.
Este fenômeno é uma característica intrínseca do funcionamento 
do cérebro humano: tendemos a buscar informações que sustentem 
nossas convicções prévias. Ao invés de avaliar imparcialmente as 
evidências e chegar a uma conclusão, muitas vezes já possuímos 
uma conclusão pré-concebida e buscamos informações que a 
justifiquem. Durante esse processo, é comum ignorarmos ou 
minimizarmos informações que contradigam nossas conclusões.
Este comportamento não ocorre de forma consciente, sendo 
uma característica inerente ao comportamento humano. No 
entanto, mesmo os cientistas, sendo também humanos, estão 
sujeitos a esse viés. Se não adotarem medidas para mitigá-lo, existe 
o risco de publicarem opiniões como se fossem fatos.
Um estudo conduzido pelo Dr. John Ioannidis, intitulado “Why 
Most Published Research Findings Are False”, apresentou evidências 
significativas do viés de confirmação entre cientistas profissionais. 
Ao analisar 49 das mais conceituadas descobertas de pesquisa 
na área médica, foram identificadas 45 intervenções inicialmente 
consideradas eficazes. No entanto, estudos subsequentes com 
amostras maiores revelaram que 7 dessas intervenções foram 
contraditadas e outras 7 tiveram efeitos menores do que os 
inicialmente publicados. Os demais 31 estudos ainda não haviam 
sido contestados ou não puderam ser replicados.
Não estamos completamente desamparados diante do viés de 
confirmação. Segundo Cassie Kozyrkov, em um artigo publicado, 
podemos adotar comportamentos para contornar essa prática.
– Não se apegue rigidamente às suas opiniões pré-
estabelecidas: embora seja difícil, é essencial não considerar suas 
opiniões como verdades absolutas, mesmo que se baseiem em 
dados. É importante estar aberto a absorver novas informações e 
admitir o erro, se necessário.
– Enfoque na tomada de decisão, não na opinião: quando se 
trata de tomar decisões, é crucial definir quais informações são 
necessárias para orientar a escolha, antes mesmo de formar uma 
opinião. A ênfase deve estar na decisão em si, não na opinião prévia.
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
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– Concentre-se no que você pode controlar: se uma ação está 
fora do seu controle, como o distanciamento social, por exemplo, 
sua opinião sobre o assunto é irrelevante. É fundamental seguir as 
medidas estabelecidas, independentemente das opiniões pessoais.
– Altere a ordem de abordagem das informações: planejar a 
decisão antes de buscar informações é o melhor antídoto contra o 
viés de confirmação. Estabelecer regras para cada possível decisão 
reduz o risco de favorecer informações que confirmem nossas 
opiniões.
É fundamental seguir essas boas práticas ao trabalhar com 
Analytics para evitar o viés de confirmação e obter os melhores 
resultados para embasar as decisões empresariais. O verdadeiro 
valor dos dados está intrinsecamente ligado às etapas analíticas 
do processo, que incluem a busca por informações que possam 
desafiar nossas hipóteses. 
Caso contrário, estaremos apenas buscando confirmar nossas 
crenças pessoais, em vez de explorar o verdadeiro potencial da 
ciência de dados. Portanto, é crucial estar ciente de nossos próprios 
vieses e evitar que influenciem nossas análises.
Viés contextual
O viés contextual é um fenômeno intrínseco à interpretação 
humana e à tomada de decisões, onde o contexto influencia 
significativamente a maneira como percebemos e compreendemos 
informações. Ele pode ocorrer em várias esferas da vida, desde 
situações cotidianas até discussões acadêmicas e políticas.
Na interpretação de textos ou discursos, por exemplo, o 
viés contextual refere-se à tendência de atribuir significados ou 
inferências com base no contexto em que as informações são 
apresentadas, em vez de analisar objetivamente o conteúdo em 
si. Isso pode levar a interpretações distorcidas ou tendenciosas, 
especialmente quando o contexto é ambíguo ou suscetível a 
interpretações conflitantes.
Em termos mais amplos, o viés contextual também se manifesta 
em questões sociais, culturais e políticas. Nesses casos, nossas 
experiências passadas, crenças pessoais e ambiente social moldam 
nossas percepções e opiniões. Por exemplo, nossas visões sobre 
questões como igualdade de gênero, diversidade racial ou políticas 
econômicas podem ser profundamente influenciadas pelo contexto 
em que fomos criados, pelas pessoas com as quais interagimos e 
pelas informações que consumimos.
Além disso, o viés contextual pode ser exacerbado pela 
disseminação de informações nas mídias sociais e na era digital. As 
bolhas de filtro algorítmicas tendem a nos expor a conteúdos que 
confirmam nossas visões existentes, reforçando assim nossos viéses 
contextuais e dificultando a exposição a perspectivas alternativas.
Para mitigar o viés contextual, é crucial desenvolver habilidades 
de pensamento crítico e estar conscientede nossas próprias 
inclinações e preconceitos. Isso envolve questionar ativamente o 
contexto em que recebemos informações, buscar uma variedade de 
fontes e perspectivas, e estar aberto ao diálogo e à reflexão. Além 
disso, promover a diversidade e a inclusão em ambientes sociais 
e de trabalho pode ajudar a reduzir os efeitos prejudiciais do viés 
contextual, ao expor-nos a uma gama mais ampla de experiências 
e pontos de vista.
Aplicação prática
Um dos procedimentos mais cruciais na perícia criminal 
é conhecido como levantamento técnico pericial. Quando o 
foco inicial de um exame é o local do crime, é chamado de 
“levantamento do local do crime”. Este método tem como objetivo 
garantir que os vestígios presentes no local sejam devidamente 
identificados, reconhecidos e registrados em suas posições e 
situações relativas ao evento criminoso investigado, antes de sua 
coleta, acondicionamento, transporte, análise e armazenamento.
Para os especialistas, estamos descrevendo as etapas do 
levantamento técnico pericial que são comuns à chamada cadeia de 
custódia, conforme estabelecido na Portaria SENASP no 82/2014. 
Nota-se que tal normativa menciona a busca, o reconhecimento, 
a fixação, a coleta, o acondicionamento, o transporte e o 
recebimento como etapas da fase externa da cadeia de custódia, 
iniciada pela preservação do local do crime. É importante observar 
que reconhecer um vestígio nem sempre é uma tarefa fácil, apesar 
de ser simplesmente o “ato de identificar um elemento como 
potencialmente relevante para a produção da prova pericial”.
RACIOCÍNIO LÓGICO E CIENTÍFICO
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São diversos os fatores que podem dificultar esse 
reconhecimento e talvez o mais importante deles a ser evitado seja 
o efeito do contexto, conhecido como viés de confirmação. Segundo 
Kassin et al. (2013), o viés de confirmação é definido como “a classe 
de efeitos por meio da qual crenças preexistentes, expectativas, 
motivos e contexto situacional de um indivíduo influenciam a 
coleta, percepção e interpretação das evidências” (tradução livre). 
O cartoon ilustra uma das formas pelas quais o contexto pode 
influenciar o perito criminal: enquanto um observa uma mancha 
e inicialmente reconhece nela um vestígio, outro afirma que a 
mancha não tem relação com um crime e fornece outro contexto 
que influencia o primeiro a ponto de ele abandonar a possibilidade 
aventada inicialmente. No exemplo, o contexto apresentado pelo 
pato gordo era tão convincente que o vestígio se encaixava na 
descrição de natureza que ele apresentou.
Essa situação levanta uma discussão importante sobre 
o reconhecimento de um vestígio: a necessidade de o perito 
criminal saber o que procurar quando inicia suas buscas durante 
o procedimento de levantamento de local de crime. É sempre 
importante recordar, como um mantra da perícia criminal: “Quem 
não sabe o que procura, não percebe quando encontra”. Se o 
pato magro do cartoon considerasse a possibilidade de a vítima 
ser um tomate, talvez não descartasse a mancha como vestígio 
tão prontamente. Afinal, a mancha era um vestígio genuíno que, 
numa visão posterior enviesada, foi interpretado como um vestígio 
ilusório.
ANOTAÇÕES
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INFORMÁTICA
NOÇÕES BÁSICAS DOS SISTEMAS OPERACIONAIS: CONCEI-
TO, LINUX, WINDOWS, ANDROID, MACOS E IOS, DIFEREN-
ÇA ENTRE KERNEL E FIRMWAR
Windows 7
Conceito de pastas e diretórios
Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos 
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o 
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.
No caso da figura acima, temos quatro pastas e quatro arquivos.
Arquivos e atalhos
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização, 
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos.
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado. 
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos, 
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determinada 
pasta ou arquivo propriamente dito.
INFORMÁTICA
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Área de trabalho do Windows 7
Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários 
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”, 
estamos copiando dados para esta área intermediária.
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”, 
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na 
área de transferência.
Manipulação de arquivos e pastas
A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e pas-
tas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos exe-
cutar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pastas, 
criar atalhos etc.
Uso dos menus
Programas e aplicativos
• Media Player
• Media Center
• Limpeza de disco
• Desfragmentador de disco
• Os jogos do Windows.
• Ferramenta de captura
• Backup e Restore
Interação com o conjunto de aplicativos
Vamos separar esta

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