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Os processos didáticos e os desa�os na contemporaneidade
Prof.ª Marta Teixeira do Amaral Montes
Descrição
Os processos da produção do conhecimento educacional no mundo
contemporâneo, considerando as metodologias ativas como proposta
de ação pedagógica.
Propósito
Compreender a necessidade de a formação docente vincular as
competências e habilidades desenvolvidas no interior da sala de aula ao
contexto em que a escola está inserida no mundo contemporâneo.
Objetivos
Módulo 1
Os desa�os da educação no século XXI
Distinguir os desafios da educação para o século XXI.
Módulo 2
Metodologias ativas
Identificar as teorias que embasam o uso das metodologias ativas.
1 - Os desa�os da educação no século XXI
Ao �nal deste módulo, você será capaz de distinguir os desa�os da educação para o século
XXI.
Desa�os da educação para o século
XXI
A Idade Contemporânea se refere ao tempo presente, ou seja, aquele em
que vivemos. É esse o contexto que nos interessa e com base no qual
vamos estudar os processos didáticos que podem ser aplicados na
educação como forma de responder às suas demandas.
Uma vez que o nosso foco é a educação, podemos citar alguns
aspectos do mundo contemporâneo que influenciam diretamente o
contexto escolar e que se apresentam como desafios na
contemporaneidade. São eles:
A prática docente na contemporaneidade demanda compreender o
contexto, não apenas educacional, mas também o social,
econômico, político e cultural, uma vez que a educação do século
XXI perpassa todos esses aspectos. Ao longo deste
conteúdo,iremos abordar os principais desafios atuais no que tange
à educação e apresentar estratégias pedagógicas que possibilitem
o processo de ensino-aprendizagem em sua complexidade,
considerando o protagonismo dos alunos.
Introdução
Aspectos econômicos
Problemas de evasão escolar
Con�itos relacionados à convivência escolar
Pertinência da legislação educacional
Sobre isso, vejamos o que Jacques Delors afirma:
Ante os múltiplos desafios do
futuro, a educação surge como um
trunfo indispensável à humanidade
na sua construção dos ideais da
paz, da liberdade e da justiça social.
(DELORS, 2001, p. 11)
A citação acima faz parte do prefácio do relatório organizado por Delors,
elaborado entre 1993 e 1996 por inúmeros especialistas do mundo todo,
cujo objetivo era trazer de volta à educação sua principal característica:
ser ferramenta indispensável à convivência humana.
Esse documento faz, então, uma retrospectiva do século XX,
apresentando os cenários de uma educação voltada ao século XXI. Para
isso, o relatório organizado por Delors (2001) busca identificar o que
denomina de tensões a ultrapassar, que constituem a base do que se
apresentaria no século XXI. Podemos resumir essas tensões
provenientes do século XX da seguinte forma:
Século XX
O final do século XX pode ser resumido como um tempo de desencanto
que, apesar das inúmeras inovações nos campos da tecnologia, economia
e saúde, trouxe a sensação de exclusão para muitas pessoas.
Mais que mera sensação, a exclusão foi real para muitos, principalmente no campo
 Global X Local
Todos nós somos chamados a nos tornar cidadãos
do mundo, especialmente a partir da difusão de
informações das mídias digitais, mas sem perder a
identidade e o interesse pela realidade local,
regional.
 Universal X Singular
Refere-se à inevitável mundialização da cultura:
cada vez mais, somos chamados a consumir uma
cultura globalizada. Disso resulta a importância de
buscar formas de preservar as raízes culturais do
próprio povo, da própria etnia.
 Tradição X Modernidade
Especialmente por conta dos avanços das
tecnologias da informação (TIs), corre-se o risco de
abandonar tudo que não se enquadre nos moldes
da sociedade midiática.
 Soluções de curto prazo X Soluções de
longo prazo
Essa mesma sociedade midiática tem levado as
pessoas a um imediatismo em vários âmbitos da
convivência social. Torna-se necessário pensar em
planejamentos mais sólidos (ainda que com prazos
maiores que o esperado) diante dos problemas
t d ê i t bé
Para enfrentar esses desafios, são apresentados quatro grandes pilares
que servem de suporte a um projeto educacional chamado educação
para o século XXI: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a
conviver e aprender a ser.
1. Conhecer
encontrados, mas sem negar as urgências também
presentes.
 Livre competitividade X Igualdade de
oportunidades
Talvez, esta seja uma das tensões mais antigas,
identificada desde o início do século. Na maioria
das vezes, a competitividade, que poderia levar à
criatividade, à inovação e ao desenvolvimento,
concretiza-se na forma de exclusão social.
 Conhecimento X Saber
A preocupação é estabelecida, aqui, pela tendência
de se formar o aluno para atender às exigências do
mercado. Não se pode renunciar a uma formação
que dê atenção à saúde física e psicológica dos
indivíduos, o que engloba, também, uma relação
mais saudável com o meio ambiente.
 Espiritual X Material
É preciso encontrar caminhos de valorização da
subjetividade humana, uma formação de valores
que, longe de provocar conflitos, deve servir de
instrumento de tolerância e respeito às diferenças e
aos pluralismos em diversos âmbitos da sociedade.
O aprendizado não se reduz apenas ao acúmulo de
conhecimentos recebidos, mas também à capacidade de
aproveitar e adaptar tais conhecimentos ao contexto social e
cultural.
2. Fazer
A habilidade adiquirida com o aprendizado não pode deixar de
oferecer condições concretas para a realização de um trabalho
específico, atual ou futuro.
3. Conviver
O aprendizado deixa de ter um caráter meramente individual e
adquire uma responsabilidade social, que visa à convivência
plural e harmônica.
4. Ser
A educação deve dar oportunidade para a formação do cidadão
de maneira coletiva, mas também é sua responsabilidade
valorizar as potencialidades de cada indivíduo.
Perceba que a simples articulação entre as palavras conhecer-fazer-
conviver-ser já aponta para as características essenciais da educação:
contribuir para que o aluno construa conhecimentos, de modo que ele
possa agir sobre a sua realidade social e transformá-la.
Os pilares da educação
No vídeo a seguir, a professora Dalta Motta fala sobre os pilares da
educação propostos no relatório organizado por Delors, abordando a
convergência desses pilares na prática educacional.
Re�exões pedagógicas para o século
XXI
Alinhados à percepção do relatório organizado por Delors sobre a
educação contemporânea, três autores merecem destaque por suas
reflexões pedagógicas. São eles: Edgar Morin, Philippe Perrenoud e Ken
Robinson. Vamos conhecê-los!

Edgar Morin
Vejamos um pequeno trecho do pensamento de Edgar Morin sobre o
que deve ser feito para a educação do futuro:
Há sete saberes fundamentais que a
educação do futuro deveria tratar
em toda a sociedade e em toda a
cultura, sem exclusividade nem
rejeição [...].
(MORIN, 2001, p. 13)
Esta citação faz parte do famoso livro de Edgar Morin, Os sete saberes
necessários à educação do futuro. A proposta de Morin é apresentar
esses saberes como condição reflexiva para se pensar a educação na
forma como vinha se apresentando ao longo do século XX. A ideia é, a
partir disso, projetar os avanços necessários para assumir seu papel de
protagonista na formação do cidadão do século XXI. Morin, então,
aborda sete problemas específicos da educação, que chama de
“buracos negros”.
Vejamos:
 O que é o conhecimento?
O ensino dá o conhecimento, porém não ensina o
que é.
 Qual a pertinência do conhecimento?
O ensino tende a valorizar as disciplinas, deixando
de lado o contexto no qual o conhecimento será
implementado.
 Qual o papel da identidade humana?
O ensino, em geral, ignora a identidade humana e a
sua relação com as ciências.
 O que signi�ca compreender?
O ensino não aborda o significado da palavra
“compreender” e a necessidade de se compreender
uns aos outros.
 O que fazercom as incertezas?
O ensino não aborda a capacidade de lidar com
aquilo que não é previsível.
 Qual o papel da globalização no
conhecimento?
O ensino, em geral, não aborda o fato de que tudo
está conectado e de que a comunidade tem sido
direcionada para um destino comum.
 Qual a responsabilidade individual e social?
O i ã b d l ã d
Perceba que os sete problemas apontados por Morin como buracos
negros são a base para construção de sete saberes a serem explorados,
uma vez que conduzem a uma reflexão complexa acerca dos reais
impactos que tais saberes trazem à realidade escolar. No entanto, é
importante ressaltar que a proposta desse autor não é modificar os
programas educacionais, anulando a estrutura de disciplinas. Antes,
Morin propõe uma integração dos sete saberes com as disciplinas já
estabelecidas. Então, reveja os problemas elencador e observe que, para
o desenvolvimento de cada saber escolar de maneira encadeada,
devemos levar em consideração esses saberes.
Philippe Perrenoud
De acordo com Philippe Perrenoud:
Ninguém pode observar e
conceituar todas as facetas do
ofício de professor, conhecer com a
mesma precisão e a mesma
pertinência todas as competências
correspondentes [a este ofício].
(PERRENOUD, 2000, p. 171)
Esta citação faz parte da obra de Perrenoud (2000), Dez novas
competências para ensinar, e mostra uma preocupação específica desse
autor acerca da formação docente e, consequentemente, da
aprendizagem. Perrenoud, nessa obra, elenca as 10 competências
necessárias para o professor:
O ensino não aborda essa relação de
responsabilidades nos âmbitos social e individual.
1.
Organizar e dirigir situações de
aprendizagem.
2.
Administrar a progressão das
atividades.
Apesar da complexidade de definir o papel do professor e, portanto, sua
formação, nesse livro, Perrenoud (2000) procurou apresentar algumas
3.
Conceber e fazer evoluir os
dispositivos de diferenciação.
4.
Envolver os alunos em suas
aprendizagens e seu trabalho.
5.
Trabalhar em equipe.
6.
Participar da administração da
escola.
7.
Informar e envolver os pais.
8.
Utilizar novas tecnologias.
9.
Enfrentar os deveres e os
dilemas éticos da profissão.
10.
Administrar sua própria
formação contínua.
competências possíveis e explorá-las de forma a oferecer um suporte
ao docente que desejasse assumir um papel mais comprometido com a
educação do século XXI.
A principal contribuição de Perrenoud para a educação contemporânea
foi a valorização do conceito de competências. Esse conceito parece
não só ter sobrevivido às duas décadas do século XXI, como tem
fundamentado grande parte da legislação educacional, especialmente
no Brasil.
Ken Robinson
Veremos agora a perspectiva de Ken Robinson:
A educação é o sistema que
supostamente deveria desenvolver
nossas aptidões naturais e nos
permitir trilhar nosso caminho no
mundo. Em vez disso, ela está
sufocando talentos e habilidades de
um número excessivo de estudantes
e acabando com a motivação deles
para aprender.
(ROBINSON, 2010, p. 28)
Esta citação expressa um dos questionamentos de Robinson feito em
2006 enquanto ele se apresentava em uma importante conferência nos
Estados Unidos:
As escolas matam a criatividade?
Nessa mesma conferência, Robinson buscou responder a esse
questionamento criticando o que ele chama de “modelo técnico-
industrial da educação”, disfarçado de “modelo acadêmico”. Esse
modelo, presente no mundo todo, valoriza apenas um aspecto da
formação humana — geralmente a lógico-matemática — e não permite
que outras perspectivas tenham relevância na formação do indivíduo. A
partir disso, pode-se responder à pergunta de Robinson: sim, as escolas
estão matando a criatividade!
Como resposta a esse contexto, Robinson propõe um processo
educacional que valorize as aptidões individuais, permitindo que cada
estudante trace caminhos para seu aprendizado e, consequentemente,
realize-se pessoal e profissionalmente. Dessa forma, o estudante poderá
contribuir efetivamente para a sociedade em que vive. Embora com teor
bastante utópico, as ideias de Robinson continuam presentes em muitas
conferências e projetos educacionais além de seus livros.
Utópico
A palavra utopia, de origem grega, significa, etimologicamente, “lugar que
não existe”. Em geral, entendemos esse conceito como algo que é
inalcançável. No entanto, essa palavra também pode representar o
comprometimento com um ideal, trazendo a necessidade de agir para que
ele se concretize.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Para responder aos desafios da educação para o século XXI,
percebidos no relatório da Unesco como tensões, são apresentados
pilares que seriam base para todos os projetos educacionais
daquele período em diante.
Sobre isso, marque a alternativa que apresenta corretamente um
dos pilares propostos no relatório:
A
Aprender a fazer: o aprendizado não se reduz ao
acúmulo de conhecimentos, mas à capacidade de
aproveitar e adaptar tais conhecimentos ao seu
contexto social e cultural.
B
Aprender a conviver: a habilidade adquirida pelo
aprendizado não pode desistir de oferecer
condições concretas para a realização de um
trabalho específico, atual ou futuro.
Parabéns! A alternativa D está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EEnquanto%20aprender%20a%20conhecer%20prop%C3%B5e%20um%20aprendizado%20que%20
Questão 2
Perrenoud, autor do livro 10 novas competências para ensinar, faz
uma abordagem sobre as competências para o século XXI
necessárias à atuação do professor.
Sobre isso, analise as afirmativas a seguir:
I. O professor deve elaborar atividades avaliativas a serem
aplicadas antes, durante e após a ação educacional, de modo que o
aluno possa manifestar o progresso de sua aprendizagem.
II. O professor deve valorizar o trabalho individual durante o
planejamento e a elaboração de suas aulas.
III. O professor deve envolver os pais dos alunos nas ações
educacionais, de modo a torná-los participativos na construção de
novos saberes.
IV. O professor deve estar atento às inovações tecnológicas e deve
buscar os conhecimentos necessários, de modo que possa explorar
em sala de aula as potencialidades didáticas das tecnologias.
Considerando ações docentes coerentes com as competências
propostas por Perrenoud (2000), está correto o que se afirma em
C
Aprender a conhecer: o aprendizado deixa de ter um
caráter meramente individual e adquire uma
responsabilidade social, que visa à convivência
plural e harmônica.
D
Aprender a ser: a educação deve dar oportunidade
para a formação do cidadão coletivo, mas também
valorizar as potencialidades de cada indivíduo.
E
Aprender a questionar: a educação do futuro exige
que o educando seja cada vez mais consciente de
seu papel na sociedade, questionando o mundo em
que vive.
A I, II e III.
B I, III e IV.
Parabéns! A alternativa B está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20afirmativa%20II%20est%C3%A1%20incorreta%20pois%2C%20ao%20contr%C3%A1rio%2C%
2 - Metodologias ativas
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as teorias que embasam o uso das
metodologias ativas.
Metodologias ativas
Como vimos, os pilares da educação para o século XXI, conhecer-fazer-
conviver-ser, influenciam significativamente na aprendizagem dos
alunos. Um fator importante nesse processo é a motivação para a
aprendizagem. Por isso, no contexto contemporâneo, torna-se
necessário identificar os aspectos que motivam e encantam os mais
jovens. Sobre isso, vejamos o que Martha Gabriel afirma:
C II, III e IV.
D I e IV.
E II e IV.
A evolução das tecnologias digitais
de informação e comunicação tem
transformado profundamente a
sociedade em todas as suas
dimensões, inclusive a educação.
(Martha Gabriel)
Essa autora identifica as tecnologias digitais como um fator que tem
transformado a sociedade.Posto que vem ocupando um lugar central
na vida das pessoas, a tecnologia tem sido identificada como um fator
de motivação dos alunos. Por isso, torna-se necessário integrar essas
tecnologias às metodologias de ensino, de modo que sejam
importantes aliadas da aprendizagem.
Uma estratégia pedagógica bastante centrada no aluno e que é
potencializada pelo uso das tecnologias digitais é a metodologia ativa.
Vejamos como José Moran define essa metodologia:
As metodologias ativas são pontos
de partida em direção a processos
mais avançados de reflexão, de
integração cognitiva, de
generalização, de reelaboração de
novas práticas. Nas metodologias
ativas, o aprendizado se dá a partir
da antecipação, durante o curso, de
problemas e situações reais (os
mesmos que os alunos vivenciarão
depois na vida profissional).
(MORAN, 2015, p. 18-19)
Portanto, as metodologias ativas buscam colocar o aluno no centro do
processo de ensino e aprendizagem, permitindo que crie soluções e
busque os conhecimentos de que necessita. Nesse contexto, o
professor atua muito mais como um orientador do processo de
construção da aprendizagem, estimulando, também, a interação entre
os alunos.
Perceba que o professor deixa de ser o detentor do conhecimento, pois,
atualmente, o aluno tem acesso a uma quantidade enorme de
informações proporcionadas pelas tecnologias digitais. Ao professor,
cabe, então, orientar os alunos nessa busca pelo conhecimento.
Podemos citar alguns dos métodos utilizados nas metodologias ativas:

Estudo de caso

Aula em laboratório

Trabalhos em grupo

Simulações

Aprendizagem baseada em problemas ou
projetos (PBL)

Aprendizagem baseada em perguntas
O sucesso de qualquer uma dessas metodologias depende da mudança
decisiva na atuação do professor em sala de aula. Com o uso de
metodologias ativas, o professor precisa enxergar o aluno sob a
perspectiva da ação e da parceria, ou seja, o trabalho pedagógico deve
estar fundamentado no diálogo.
O que caracteriza um meio que se propõe ativo é o posicionamento da
inteligência em contraposição à passividade característica dos métodos
tradicionais de ensino. Além de pensar, o aluno precisa sentir o que está
fazendo para não ficar entediado com o conteúdo.
Para incluir os sentimentos na construção de conhecimento, é
necessário dar significado ao que se aprende, a partir do bom humor, da
disposição e da alegria no processo de aprendizado. Portanto, as
tecnologias digitais são muito importantes para oferecer ferramentas
para a realização dessa proposta.
Convidamos a professora Martha Amaral para falar um pouco mais
sobre esse assunto. Veja a seguir!
Metodologias ativas

Neste vídeo, a professora Martha Amaral falará sobre as metodologias
ativas.
Percebeu que, nas metodologias ativas, como o foco do ensino está no
aluno, ele pode traçar o seu próprio caminho para chegar ao
conhecimento?
Isso acontece porque, nessas metodologias, os meios para se buscar o
conhecimento não são determinados. O aluno pode, de acordo com
suas características, utilizar diferentes ferramentas e métodos para
buscar uma informação e construir o conhecimento, de acordo com seu
perfil de aprendizagem.
O autor Howard Gardner desenvolveu uma teoria que nos ajuda a
identificar diferentes perfis de aprendizagem — a teoria das
inteligências múltiplas —, segundo a qual existem nove perfis de
inteligência que determinam a forma de aprender. São eles:
Inteligência verbal
Habilidade em utilizar as palavras de forma efetiva.
Inteligência lógico-matemática
Habilidade em utilizar os números de forma efetiva.
Inteligência cinestésica-corporal
Habilidade em expressar ideias e sentimentos usando o corpo.
Inteligência espacial
Habilidade em perceber o espaço físico.
Inteligência musical
Habilidade em expressar formas musicais.
Inteligência interpessoal
Habilidade em perceber os sentimentos, as emoções e as
motivações das pessoas.
Inteligência intrapessoal
Habilidade em se autoconhecer e agir com base nisso.
Inteligência natural
Habilidade em lidar com a natureza.
Inteligência existencial
Habilidade em compreender o mundo transcendental.
O conhecimento dos diferentes tipos de inteligência permite ao
professor selecionar os métodos que mais se adéquam aos perfis de
aprendizagem dos seus alunos. Esse autoconhecimento possibilita ao
aluno escolher as ferramentas e os métodos que facilitarão não só a
busca, como também a manifestação do conhecimento.
Teorias que embasam o uso de
metodologias ativas
A concepção teórica que embasa as metodologias ativas é o
interacionismo. Essa concepção entende o sujeito como um ser ativo,
que constrói e se apropria de seus conhecimentos particulares a partir
dos elementos e estímulos fornecidos por outras pessoas e pelo meio
em que vive.
De acordo com essa teoria, cabe ao professor estimular e oferecer
várias opções de aprendizado e caminhos, a fim de que o aluno
construa seus conhecimentos por meio de um planejamento didático e
pedagógico que facilite a aprendizagem.
Os principais teóricos que embasam a perspectiva interacionista são
Jean Piaget, Lev Vygotsky e John Dewey. Em suas concepções, esses
teóricos concebem o aprendizado sempre relacionado ao contexto
social no qual o aluno está inserido.
Jean Piaget
Segundo Jean Piaget:
Somente a educação pode salvar
nossas sociedades de uma possível
dissolução, violenta ou gradual.
(PIAGET apud MUNARI, 2010, p. 17)
Para Piaget (apud MUNARI, 2010), as interações sociais possuem
grande importância, pois é por meio delas que novas informações e
características do meio são transmitidas, contribuindo para a
assimilação do conhecimento de maneira ativa, de acordo com o
estágio de desenvolvimento cognitivo do sujeito. Vejamos como ocorre
esse processo:
Imagine um grupo social em que
informações e conhecimentos
são compartilhados.
Perceba que, para Piaget (apud MUNARI, 2010), as interações sociais
são o principal meio de aprendizado, pois, à medida que interage com
pessoas e objetos, o indivíduo está progredindo em suas formas de
Se relacionando com o grupo, o
indivíduo processa as
informações oferecidas e as
reestrutura de maneira única.
Essas informações processadas
e reestruturadas se integram aos
conhecimentos já construídos.
Nessa reestruturação, o
indivíduo produz novos
conhecimentos.
Esses novos conhecimentos são
compartilhados com o grupo em
um processo de cooperação.
pensamento e em suas ações. Nesse processo interacional, o sujeito
compreende que sua ação deve contribuir para a cooperação do grupo,
desenvolvendo, assim, uma vida afetiva.
Lev Vygotsky
Vejamos, agora, brevemente a perspectiva de Lev Vygotsky:
É por meio de outros, por intermédio
do adulto, que a criança se envolve
em suas atividades. Absolutamente
tudo no comportamento da criança
está fundido, enraizado no social.
(VYGOTSKY apud IVIC, 2010, p. 16)
Para Vygotsky (apud IVIC, 2010), os processos sociais são importantes
para a construção do conhecimento. Dessa forma, o desenvolvimento
do indivíduo acontece a partir das interações que estabelece desde sua
infância com o meio social no qual está inserido. Vamos ver a seguir
como ocorre esse processo.
Imagine uma criança crescendo no seu meio familiar e recebendo todo
tipo de informações.
A partir das interações estabelecidas, essa mesma criança desenvolve
os processos mentais superiores, que são:

Percepção

Atenção

Linguagem

Sensação

Pensamento

Emoção
Para Vygotsky (apud IVIC, 2010), é por meio do contato com outras
pessoas que o sujeito se apropria dos instrumentos e signos e os
internaliza, desenvolvendo-se intelectualmente. De acordo com essa
perspectiva, é importante partir do que o aluno sabe para acessar o
conhecimento ainda não aprendido por ele. Por isso, o professor deve
levar em conta o conhecimento real da criança e gerar situações que
provoquem novas aprendizagens.
John Dewey
Enfim, vejamos os pensa John Dewey:
No que se refere à criança,há de se
saber que sua experiência já contém
em si os elementos – fatos e
verdades – do mesmo tipo dos
constitutivos dos estudos
elaborados pelos adultos e o mais
importante: sob que forma contém
as atitudes, os incentivos e os
interesses que contribuíram para
desenvolver e organizar os
programas logicamente ordenados.
(DEWEY apud WESTBROOK; TEIXEIRA, 2010, p. 16-
17)
Dewey (apud WESTBROOK; TEIXEIRA, 2010, p. 16-17) defende que a
aprendizagem ocorre pela experiência. Para ele, quando os alunos
frequentam um espaço de aprendizado, estão vivendo a vida e
aprendendo a partir dela.
Por isso, o autor considera errada o pensamento cujo princípio afirma
que a escola forma o aluno para a vida. De acordo com a perspectiva
desse teórico, a vivência na escola faz parte da vida. Essa instituição
precisa proporcionar momentos de aprendizagem com significado para
o estudante, propiciando experiências motivadoras.
Para Dewey (apud WESTBROOK; TEIXEIRA, 2010, p. 16-17), ao chegar na
escola, a criança já traz conhecimentos e experiências que devem ser
considerados no processo de ensino e aprendizagem. Vamos entender
um pouco mais a visão do autor:
Quando a criança inicia sua escolaridade, leva consigo quatro impulsos
inatos:

Comunicar

Construir

Indagar

Expressar-se de forma precisa
Esses impulsos são os recursos naturais, que devem ser utilizados
como pontos de partida para se investir no desenvolvimento ativo da
criança.
Nesse processo, cabe ao professor buscar os interesses e o contexto
social da criança e utilizá-los como insumo para elaborar atividades que
motivem o seu desenvolvimento, atuando como um orientador no
processo de construção do conhecimento.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Leia a afirmação de Morin (2001) sobre metodologias ativas: “Nas
metodologias ativas de aprendizagem, o aprendizado se dá a partir
de problemas e situações reais; os mesmos que os alunos
vivenciarão depois na vida profissional, de forma antecipada,
durante o curso”.
Com base nessa citação, analise as afirmativas a seguir.
I. As metodologias ativas buscam deslocar para o centro do
processo de ensino e aprendizagem as tecnologias digitais, pois
potencializam o conhecimento.
II. Nas metodologias ativas, o professor atua muito mais como um
orientador do processo de construção da aprendizagem,
estimulando, também, a interação entre os alunos.
III. Nas metodologias ativas, o professor deixa de ser o detentor
único do conhecimento, pois considera que seu aluno tem acesso a
uma quantidade enorme de informações proporcionadas pelas
tecnologias digitais.
IV. Nas metodologias ativas, cabe ao professor estimular os alunos
na busca pela criação de soluções, construindo os conhecimentos
de que necessita.
Considerando as características das metodologias ativas, está
correto o que se afirma em
Parabéns! A alternativa C está correta.
%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EAs%20tecnologias%20digitais%20potencializam%20as%20metodologias%20ativas.%20No%20e
Questão 2
Sabemos que a concepção teórica que fundamenta as
metodologias ativas é o interacionismo. Seus principais teóricos
são Piaget, Vygotsky e Dewey. Cada teórico trouxe importantes
contribuições para o campo da educação. Sobre isso, analise as
afirmativas a seguir, considerando V para as afirmativas verdadeiras
e F para as falsas:
( ) Segundo Piaget, as interações sociais possuem grande
importância no processo de aprendizagem, pois é por meio delas
que novas informações e características do meio são transmitidas.
( ) Segundo Vygotsky, à medida que se relaciona com determinado
grupo social, o indivíduo processa as informações oferecidas e as
reestrutura de maneira única, de acordo com seu desenvolvimento
cognitivo.
( ) Segundo Dewey, a aprendizagem ocorre pela experiência, ou seja,
quando os alunos frequentam um espaço de aprendizado, estão
vivendo a vida e aprendendo a partir dela.
( ) Segundo Vygotsky, os processos sociais são importantes para a
construção do conhecimento pelos sujeitos, pois é essa interação
que promove o desenvolvimento intelectual do indivíduo.
A sequência correta, de cima para baixo, é
A I, II e III.
B I, III e IV.
C II, III e IV.
D II e IV.
E I e II.
Parabéns! A alternativa B está correta.
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Considerações �nais
Neste material, você identificou alguns dos principais desafios para a
educação do século XXI e percebeu as metodologias ativas como a
principal estratégia pedagógica a ser utilizada como resposta a esse
contexto cada vez mais permeado pelas tecnologias digitais. Sabendo
da complexidade do processo de ensino e aprendizagem, torna-se
essencial reconhecer as individualidades dos alunos, envolvendo-os nas
tomadas de decisão, a fim de torná-los ativos e participativos na
construção do conhecimento.
Podcast
Neste podcast, os professores Rodrigo Rainha, Martha Amaral e Ada
Cabanas conversam sobre os desafios da educação na
contemporaneidade.
A V, V, V e F.
B V, F, V e V.
C F, V, V e F.
D F, F, V e V.
E V, F, V e F.
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Confira as indicações que separamos especialmente para você!
Assista aos seguintes vídeos, disponíveis no YouTube:
O saber e o sabor - documentário sobre a filosofia do aprendizado
e o saber
Jean Piaget - fases do desenvolvimento
Ken Robinson diz que as escolas acabam com a criatividade -
legendado
Vale a pena ler os seguintes artigos:
A noção de experiência em John Dewey, a educação progressiva e
o currículo de ciências, de Maria Cristina Ferreira dos Santos,
apresentado no VIII Encontro Nacional de Pesquisa, disponível nas
atas deste mesmo evento.
As teorias pedagógicas modernas revisitadas pelo debate
contemporâneo na educação, de José Carlos Libâneo, que pode
ser encontado na internet.
Os sete saberes necessários à educação do futuro, de Edgar
Morin, disponibilizado no portal do MEC.
Inteligências múltiplas e representações, de Josset Campagna de
Gáspari e Gisele Maria Schwarts, disponível no portal SciELO.
Leia também a obra A construção do pensamento e da linguagem, de L.
S. Vigotski, traduzido por Paulo Bezerra, publicado por Martins Fontes,
São Paulo, 2000.
Se quiser aprender um pouco mais sobre as inteligências múltiplas e a
possibilidade de construção de testes de detecção, vale pena conhecer
a dissertação Modelo para auxiliar a detecção de inteligências
múltiplas, de Fabiana Melo, defendida em 2003 na UFSC.
Referências
BIOGRAFIA: Ken Robinson. Paradigma da Matrix, 2011. Consultado na
internet em: 23 jan. 2020.
DELORS, J. Educação: tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília:
UNESCO, 2001.
FERRARI, M. Howard Gardner, o cientista das inteligências múltiplas.
Nova Escola, São Paulo, 1º out. 2008. Consultado na internet em: 23 jan.
2020.
FRAZÃO, D. Jean Piaget – psicólogo e pesquisador em Pedagogia.
eBiografia, 2015. Consultado na internet em: 23 jan. 2020.
FRAZÃO, D. Lev Vygotsky – psicólogo bielo-russo. eBiografia, 2017.
Consultado na internet em: 23 jan. 2020.
GABRIEL, M. Biografia. Martha Gabriel, s. d. Consultado na internet em:
23 jan. 2020.
GABRIEL, M. Educar: a (r)evolução digital na educação. São Paulo:
Saraiva, 2013.
GABRIEL, M. Livros: Educar: a (r)evolução digital na educação. Martha
Gabriel, s. d. Consultado na internet em: 23 mar. 2022.
IVIC, I. Lev Semionovich Vygotsky. Recife: Massangana, 2010. (Coleção
Educadores).
JOHN Dewey. Só pedagogia, s. d. Consultado na internet em: 23 jan.
2020.
MORAN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA,
C. A. de; MORALES, O. E. T. Convergências Midiáticas, Educação e
Cidadania: aproximações jovens. Ponta Grossa: UEPG/PROEX, 2015, p.
15-33.
MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São
Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 2001.MUNARI, A. Jean Piaget. Recife: Massangana, 2010. (Coleção
Educadores).
ORGANIZAÇÃO do trabalho pedagógico – pensadores da educação –
Jacques Delors. Secretaria da Educação do Paraná, s. d. Consultado na
internet em: 23 jan. 2020.
PAULA, R. N. F. de. Philippe Perrenoud. InfoEscola, s. d. Consultado na
internet em: 23 jan. 2020.
PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre:
Artmed, 2000.
VASCONCELOS, A. Edgar Morin. Escola Educação, 23 jul. 2019.
Consultado na internet em: 23 jan. 2020.
WESTBROOK, R. John Dewey. Recife: Massangana, 2010. (Coleção
Educadores).
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