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Formação do contrato Prof. Anderson Rodrigues 1 A Manifestação de Vontade 2 • A manifestação da vontade é o primeiro e mais importante requisito de existência do negócio jurídico. O contrato é um acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou extinguir direitos. Negociações Preliminares 3 Na maior parte dos casos a oferta é antecedida de uma fase, às vezes prolongada, de negociações preliminares caracterizada por: Sondagens; Conversações; Estudos; Debates também denominada fase da puntuação. Nem sempre, o contrato nasce instantaneamente de uma proposta seguida de uma imediata aceitação. Negociações Preliminares 4 • Nesta, como as partes ainda não manifestaram a sua vontade, não há nenhuma vinculação ao negócio. Mesmo quando surge um projeto ou minuta, ainda assim não há vinculação das pessoas. • Se ficar demonstrada a deliberada intenção, com a falsa manifestação de interesse, de causar DANO ao outro contraente, levando-o, por exemplo, a perder outro negócio ou realizando despesas. O fundamento para o pedido de PERDAS E DANOS da parte lesada não é, nesse caso, o inadimplemento contratual, mas a prática de um ilícito civil (CC, art. 186). Negociações Preliminares 5 A Proposta 6 • CONCEITO E CARACTERÍSTICAS: Nem toda iniciativa ou manifestação de vontade no sentido de dar vida a um contrato é oferta em sentido técnico; Declaração de vontade dirigida por uma parte à outra com a intenção de provocar uma adesão do destinatário à proposta. • A oferta traduz uma vontade definitiva de contratar nas bases oferecidas; Não estando mais sujeita a estudos ou discussões; Dirigindo-se à outra parte para que a aceite ou não; Um negócio jurídico unilateral, constituindo elemento da formação contratual. A Proposta 7 • A proposta deve conter todos os elementos essenciais do negócio proposto, Preço; Quantidade; Tempo de entrega; Forma de pagamento etc. • Deve também ser séria e consciente, pois vincula o proponente (CC, art. 427). 8 • Deve ser, ainda, clara, completa e inequívoca, ou seja, há de ser formulada em linguagem simples; Compreensível ao oblato; Mencionando todos os elementos e dados do negócio necessários ao esclarecimento do destinatário; Representando a vontade inquestionável do proponente. 9 • A oferta é um negócio jurídico receptício, pois a sua eficácia depende da declaração do oblato. • Pode assumir a forma de oferta aberta ao público; O art. 429 do atual Código Civil declara que “a oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos”. 10 • A OFERTA NO CÓDIGO CIVIL: • Dispõe o art. 427 do Código Civil: • “A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso”. • A proposta vincula o proponente. 11 12 • Proposta Não Obrigatória: • Art. 427, CC: • Se contiver cláusula expressa a respeito: O próprio proponente declara que não é definitiva e se reserva o direito de retirá-la. • A proposta não obriga o proponente em razão da natureza do negócio. É o caso, por exemplo, das chamadas propostas abertas ao público, que se consideram limitadas ao estoque existente e encontram-se reguladas no art. 429, CC 13 • A oferta não vincula o proponente em razão das circunstâncias do caso, mencionadas no art. 428 do CC. Não são, portanto, circunstâncias quaisquer, mas aquelas a que a lei confere esse efeito. “I – Se, feita SEM PRAZO a pessoa presente, não foi imediatamente aceita...”. 14 15 “II – Se, feita SEM PRAZO a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente”. Inexistência de contato direto (corretor ou correspondência); Prazo suficiente; “III – Se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado”. Aguardar o prazo. • “IV – Se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente”. Permitida, desde que chegue ao conhecimento do aceitante antes da proposta ou simultaneamente. 16 • A OFERTA NO CDC: • O Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90) regulamenta, nos arts. 30 a 35, a proposta nos contratos que envolvem relações de consumo. • Deve ser: Séria; Clara; Precisa; Definitiva. 17 • A OFERTA NO CDC X CC: Mais ampla; Pessoas indeterminadas; Contratação em massa (regra geral). 18 • No tocante aos efeitos, a recusa indevida de dar cumprimento à proposta dá ensejo à execução específica (arts. 35, I, e 84), consistindo opção exclusiva do consumidor a resolução em perdas e danos. 19 • O consumidor pode optar: I- execução específica (CDC, art. 35, I); II- “aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente”; III- “rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos”. 20 • Em conformidade com o art. 30 do diploma consumerista, toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos ou serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor, integrando o contrato. • A oferta deve ser clara, precisa, veiculada em língua portuguesa e de fácil entendimento. Toda informação →cláusula de contrato. 21 22 A Aceitação • Aceitação é a concordância com os termos da proposta. É manifestação de vontade imprescindível para que se repute concluído o contrato, pois, somente quando o oblato se converte em aceitante e faz aderir a sua vontade à do proponente, a oferta se transforma em contrato. 23 A Aceitação • A aceitação consiste, portanto, “na formulação da vontade concordante do oblato, feita dentro do prazo e envolvendo adesão integral à proposta recebida” 24 Para produzir o efeito de aperfeiçoar o contrato a aceitação deve ser pura e simples. Se apresentada “fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta” (CC, art. 431), comumente denominada contraproposta. A Aceitação 25 A Aceitação 26 • A aceitação pode ser expressa ou tácita. A primeira decorre de declaração do aceitante, manifestando a sua anuência; A segunda, de sua conduta, reveladora do consentimento. A Aceitação • O art. 432 do Código Civil menciona duas hipóteses de aceitação tácita, em que se reputa concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa: a) quando “o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa”; b) ou quando “o proponente a tiver dispensado”. 27 • HIPÓTESES DE INEXISTÊNCIA DE FORÇA VINCULANTE DA ACEITAÇÃO a) Se a aceitação, embora expedida a tempo, por motivos imprevistos, chegar tarde ao conhecimento do proponente (CC, art. 430, primeira parte); b) Se antes da aceitação, ou com ela, chegar ao proponente a retratação do aceitante (art. 433 CC); 28 • Contratos entre presentes: Se celebrado entre presentes, a proposta poderá estipular ou não prazo para a aceitação. Verificar em que instante o contrato se aperfeiçoou. Momento da Conclusão do Contrato 29 • Quando o contrato é celebrado entre ausentes, por correspondência (carta, telegrama, fax, radiograma, e-mail etc.) ou intermediários, a resposta leva algum tempo para chegar ao conhecimento do proponente e passa por diversas fases. Momento da Conclusão do Contrato 30 Divergência de Teorias: A teoria da informação ou da cognição: Além de receber, precisa tomar conhecimento da resposta Momento da Conclusão do Contrato 31 • Teoria da declaração ou da agnição: a) da declaração propriamente dita; b) da expedição; c) da recepção. Momento da Conclusão do Contrato 32 • Teoria da declaração ou da agnição: a) da declaração propriamente dita; O instante da conclusão coincide com o da redação da correspondênciaepistolar; Não pode ser aceita; Mensagem extraviada. Momento da Conclusão do Contrato 33 • Teoria da declaração ou da agnição: b) da expedição; Não basta a redação da resposta, sendo necessário que tenha sido expedida, isto é, saído do alcance e controle do oblato. Momento da Conclusão do Contrato 34 • Teoria da declaração ou da agnição: c) da recepção Além de escrita e expedida, a resposta tenha sido entregue ao destinatário. Momento da Conclusão do Contrato 35 • O art. 434 do Código Civil acolheu expressamente a teoria da expedição: “Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: I – no caso do artigo antecedente; II – se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; III – se ela não chegar no prazo convencionado”. OBS: Sempre permitida a retratação Momento da Conclusão do Contrato 36 • Dispõe o art. 435 do Código Civil: • “Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto”. • CONTRADIÇÃO Expedição X Recepção Lugar da Celebração 37 Formação dos contratos pela Internet 38 • O direito brasileiro não continha, até há pouco tempo, nenhuma norma específica sobre o comércio eletrônico, nem mesmo no Código de Defesa do Consumidor. • Medida Provisória n. 2.200, de 28 de junho de 2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil, e dá outras providências como: A garantia da comunicação com os órgãos públicos por meios eletrônicos, publicada em 29 de junho de 2001, disciplina a: Questão da integridade, Autenticidade; Validade dos documentos eletrônicos. Formação dos contratos pela Internet 39 • A obrigação do empresário brasileiro que se vale do comércio eletrônico para vender os seus produtos ou serviços, para com os consumidores, é a mesma que o Código de Defesa do Consumidor atribui aos fornecedores em geral. Formação dos contratos pela Internet 40 • No entanto, o contrato de consumo eletrônico internacional obedece ao disposto no art. 9º, §2º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, que determina a aplicação, à hipótese, da lei do domicílio do proponente. Formação dos contratos pela Internet 41 Extinção dos contratos Prof. Anderson Rodrigues 42 • Os contratos, como os negócios jurídicos em geral, têm também um ciclo vital: 1- Nascem do acordo de vontades; 2- Produzem os efeitos que lhes são próprios; 3- Extinguem-se. 1. Modo normal de extinção 43 • A extinção dá-se, em regra, pela execução, seja instantânea, diferida ou continuada. • O cumprimento da prestação libera o devedor e satisfaz o credor. Este é o meio normal de extinção do contrato. Modo normal de extinção 44 • Comprova-se o pagamento pela quitação fornecida pelo credor, observados os requisitos exigidos no art. 320 do Código Civil: “A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante”. Parágrafo único: “ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida”. Modo normal de extinção 45 • Algumas vezes o contrato se extingue sem ter alcançado o seu fim, ou seja, sem que as obrigações tenham sido cumpridas. • Várias causas acarretam essa extinção anormal. Algumas são anteriores ou contemporâneas à formação do contrato; Supervenientes 2. Extinção do contrato sem cumprimento 46 • Defeitos decorrentes do não preenchimento de seus requisitos: Subjetivos (capacidade das partes e livre consentimento); Objetivos (objeto lícito, possível, determinado ou determinável); Formais (forma prescrita em lei), que afetam a sua validade, acarretando a nulidade absoluta ou relativa (anulabilidade); Causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato 47 • Implemento de cláusula resolutiva, expressa ou tácita; • Exercício do direito de arrependimento convencionado. Causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato 48 • A nulidade absoluta decorre de ausência de elemento essencial do ato, com transgressão a preceito de ordem pública, impedindo que o contrato produza efeitos desde a sua formação (ex tunc). Nulidade absoluta e relativa 49 • A anulabilidade advém da imperfeição da vontade: ou porque emanada de um relativamente incapaz não assistido (prejudicando o interesse particular de pessoa que o legislador quis proteger), ou porque contém algum dos vícios do consentimento, como erro, dolo, coação etc. Nulidade absoluta e relativa 50 • Como pode ser sanada e até mesmo não arguida no prazo prescricional, não extinguirá o contrato enquanto não se mover ação que a decrete, sendo ex nunc os efeitos da sentença. Nulidade absoluta e relativa 51 • Não pode ser arguida por ambas as partes da relação contratual, nem declarada ex officio pelo juiz. Legitimado somente o contraente em cujo interesse foi estabelecida a regra (CC, art. 177). Tratando-se apenas de proteger o interesse do incapaz (representante legal), do lesado, do enganado ou do ameaçado. Nulidade absoluta e relativa 52 • Na execução do contrato, cada contraente tem a faculdade de pedir a resolução, se o outro não cumpre as obrigações avençadas. • Quando as partes a convencionam → a cláusula resolutiva expressa ou pacto comissório expresso. Na ausência de estipulação, tal pacto é presumido pela lei. Cláusula resolutiva → O adimplemento substancial do contrato 53 • Art. 420 CC. • Quando expressamente previsto no contrato, o arrependimento autoriza qualquer das partes a rescindir o ajuste, mediante declaração unilateral da vontade, sujeitando-se à perda do sinal, ou à sua devolução em dobro, sem, no entanto, pagar indenização suplementar. Direito de arrependimento 54 • O direito de arrependimento deve ser exercido no prazo convencionado ou antes da execução do contrato, se nada foi estipulado a esse respeito, pois o adimplemento deste importará renúncia tácita àquele direito. Direito de arrependimento 55 • Verifica-se a dissolução do contrato em função de causas posteriores à sua criação por: a) Resolução, como consequência do seu inadimplemento voluntário, involuntário ou por onerosidade excessiva; b) Resilição, pela vontade de um ou de ambos os contratantes; c) Morte de um dos contratantes, se o contrato for intuitu personae; d) Rescisão, modo específico de extinção de certos contratos. Causas supervenientes à formação do contrato 56 • Nem sempre, no entanto, os contraentes conseguem cumprir a prestação avençada, em razão de situações supervenientes, que impedem ou prejudicam a sua execução. A extinção do contrato mediante resolução tem como causa a inexecução ou incumprimento por um dos contratantes. Resolução 57 • RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO VOLUNTÁRIA: A resolução por inexecução voluntária decorre de comportamento culposo de um dos contraentes, com prejuízo ao outro. Produz efeitos ex tunc, extinguindo o que foi executado e obrigando a restituições recíprocas, sujeitando ainda o inadimplente ao pagamento de perdas e danos e da cláusula penal, convencionada para o caso de total inadimplemento da prestação. 58 • RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO VOLUNTÁRIA: Entretanto, se o contrato for de trato sucessivo, como o de prestação de serviços de transporte e o de locação, por exemplo, a resolução não produz efeito em relação ao pretérito, não se restituindo as prestações cumpridas. O efeito será, nesse caso, ex nunc. 59 • Exceção de contrato não cumprido: Preceitua o art. 476 do Código Civil: “Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro”. 60 • Garantia de execução da obrigação a prazo: • Preceitua o art. 477do Código Civil: “Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la”. 61 • RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO INVOLUNTÁRIA: A resolução pode também decorrer de fato não imputável às partes, como sucede nas hipóteses de ação de terceiro ou de acontecimentos inevitáveis, alheios à vontade dos contraentes, denominados caso fortuito ou força maior, que impossibilitam o cumprimento da obrigação. 62 • RESOLUÇÃO POR INEXECUÇÃO INVOLUNTÁRIA: A inexecução involuntária caracteriza-se pela impossibilidade superveniente de cumprimento do contrato. A impossibilidade deve ser, também, total, pois se a inexecução for parcial e de pequena proporção, o credor pode ter interesse em que, mesmo assim, o contrato seja cumprido. Há de ser, ainda, definitiva. Em geral, a impossibilidade temporária acarreta apenas a suspensão do contrato. 63 • RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA: • A cláusula “rebus sic stantibus” e a teoria da imprevisão: Os negócios jurídicos podem sofrer as consequências de modificações posteriores das circunstâncias, com quebra insuportável da equivalência. Tal constatação deu origem ao princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva; Permite aos contratantes recorrerem ao Judiciário, para obterem alteração da convenção e condições mais humanas, em determinadas situações. 64 • RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA: • A onerosidade excessiva no Código Civil brasileiro de 2002: • O Código Civil de 2002 consolidou o direito à alteração do contrato em situações específicas, dedicando uma seção, composta de três artigos, à resolução dos contratos por onerosidade excessiva. 65 • “Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação”. 66 • “Art. 421. “A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato”. • Os requisitos para a resolução do contrato por onerosidade excessiva são os seguintes: a) vigência de um contrato comutativo de execução diferida ou de trato sucessivo; b) ocorrência de fato extraordinário e imprevisível; c) considerável alteração da situação de fato existente no momento da execução, em confronto com a que existia por ocasião da celebração; d) nexo causal entre o evento superveniente e a consequente excessiva onerosidade. 68 • A resilição não deriva de inadimplemento contratual, mas unicamente da manifestação de vontade, que pode ser bilateral ou unilateral. Resilir, do latim resilire, significa, etimologicamente, “voltar atrás”. A resilição bilateral denomina-se distrato, que é o acordo de vontades que tem por fim extinguir um contrato anteriormente celebrado. Resilição 69 • Dispõe o art. 472 do Código Civil: • “O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato”. • Qualquer contrato pode cessar pelo distrato. • É necessário, todavia, que os efeitos não estejam exauridos, uma vez que o cumprimento é a via normal da extinção. Distrato e quitação 70 • Contrato extinto não precisa ser dissolvido. • Se já produziu algum efeito, o acordo para extingui-lo não é distrato, mas outro contrato que modifica a relação. • O mecanismo do distrato é o que está presente na celebração do contrato: A mesma vontade humana, que tem o poder de criar, atua na direção oposta, para dissolver o vínculo e devolver a liberdade àqueles que se encontravam compromissados. Distrato e quitação 71 • A resilição, como já se disse, não deriva de inadimplemento contratual, mas unicamente da manifestação de vontade. Outras vezes, o contrato se baseia na confiança e só perdura enquanto esta existir entre as partes. Por último, os próprios sujeitos reservam-se o direito de arrependimento, sujeitando-se à perda ou pagamento em dobro das arras penitenciais. Resilição unilateral: denúncia, revogação, renúncia e resgate 72 • A resilição unilateral pode ocorrer somente nas obrigações duradouras, contra a sua renovação ou continuação, independentemente do não cumprimento da outra parte, nos casos permitidos na lei (p. ex., denúncia prevista nos arts. 6o, 46, § 2o, e 57 da Lei n. 8.245, de 18-10-1991, sobre locação de imóveis urbanos) ou no contrato. Resilição unilateral: denúncia, revogação, renúncia e resgate 73 • A resilição unilateral independe de pronunciamento judicial e produz efeitos ex nunc, não retroagindo. Para valer, deve ser notificada à outra parte, produzindo efeitos a partir do momento em que chega a seu conhecimento. Resilição unilateral: denúncia, revogação, renúncia e resgate 74 • Dispõe o art. 473 do Código Civil de 2002, inovando: “A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte. Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos”. Resilição unilateral: denúncia, revogação, renúncia e resgate 75 • Quando em um contrato bilateral as partes convencionam a possibilidade de resilição voluntária por declaração unilateral de vontade produz ela as consequências do distrato. No contrato de trabalho por tempo determinado em que se reservam o direito de resilir ante tempus, mediante aviso prévio. Notificação unilateral → efeito bilateral Resilição unilateral: denúncia, revogação, renúncia e resgate 76 • A morte de um dos contratantes só acarreta a dissolução dos contratos personalíssimos (intuitu personae), que não poderão ser executados pela morte daquele em consideração do qual foi ajustado. Subsistem as prestações cumpridas, pois o seu efeito opera-se ex nunc. Morte de um dos contratantes 77 • Deve ser empregado, em boa técnica, nas hipóteses de dissolução de determinados contratos, como aqueles em que ocorreu lesão ou que foram celebrados em estado de perigo. Rescisão 78 79 Slide 1: Formação do contrato Slide 2: A Manifestação de Vontade Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42: Extinção dos contratos Slide 43: 1. Modo normal de extinção Slide 44: Modo normal de extinção Slide 45: Modo normal de extinção Slide 46: 2. Extinção do contrato sem cumprimento Slide 47: Causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato Slide 48: Causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato Slide 49: Nulidade absoluta e relativa Slide 50: Nulidade absoluta e relativa Slide 51: Nulidade absoluta e relativa Slide 52: Nulidade absoluta e relativa Slide 53: Cláusula resolutiva O adimplemento substancial do contrato Slide 54: Direito de arrependimento Slide 55: Direito de arrependimento Slide 56: Causas supervenientes à formação do contrato Slide 57: Resolução Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69: Resilição Slide 70: Distrato e quitação Slide 71: Distrato e quitação Slide 72: Resilição unilateral: denúncia, revogação, renúncia e resgate Slide 73: Resilição unilateral:denúncia, revogação, renúncia e resgate Slide 74: Resilição unilateral: denúncia, revogação, renúncia e resgate Slide 75: Resilição unilateral: denúncia, revogação, renúncia e resgate Slide 76: Resilição unilateral: denúncia, revogação, renúncia e resgate Slide 77: Morte de um dos contratantes Slide 78: Rescisão Slide 79