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TEORIA GERAL DA
ADMINISTRAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO - 2024
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 1
GOVERNADOR
Elmano de Freitas da Costa
VICE-GOVERNADORA
Jade Afonso Romero
SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO
Eliana Nunes Estrela
SECRETÁRIA EXECUTIVA DO ENSINO MÉDIO E PROFISSIONAL
Maria Jucineide da Costa Fernandes
COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Rodolfo Sena da Penha
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 2
Disciplina:
Teoria Geral da Administração
==========================================================
Apostila destinada ao Curso Técnico de Nível Médio em Administração das
Escolas Estaduais de Educação Profissional – EEEP
Material organizado pelo professor Me. Antônio Wagner Chagas Magalhães - 2024
Revisão: Maria Alves de Melo e Maria Socorro Farias dos Santos
==========================================================
Fortaleza, agosto de 2024
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 3
SUMÁRIO
1 Fundamentos históricos e conceituais 06
1.1 Conceito 06
1.2 Os antecedentes da Administração 06
1.3 Revolução Industrial 08
2 Teorias Administrativas 10
2.1 Introdução 10
2.2 Ênfase nas tarefas 14
2.2.1 Administração Científica 15
2.3 Ênfase na estrutura 18
2.3.1 Teoria da Burocracia 19
2.3.2 Teoria Clássica 23
2.3.3 Teoria Neoclássica 28
2.4 Ênfase nas pessoas 31
2.4.1 Teoria das Relações Humanas 31
2.4.2 Teoria Comportamental 33
2.4.3 Teoria do Desenvolvimento Organizacional 36
2.5 Ênfase no ambiente 38
2.5.1 Teoria Estruturalista 40
2.5.2 Teoria de Sistemas 42
2.6 Ênfase na tecnologia 45
2.6.1 Teoria da Contingência 46
2.7 Novas abordagens da Administração – Ênfase na competitividade 48
3 Conclusão 49
Glossário 51
Referências 55
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 4
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Caro estudante,
Seja bem-vindo à disciplina Teoria Geral da Administração, que tem como objetivo
apresentar e discutir as principais propostas teóricas no campo da Administração e o
funcionamento, a estrutura, as funções e a importância das organizações públicas e privadas.
A disciplina Teoria Geral da Administração realiza um resgate histórico da evolução do
pensamento administrativo como Ciência, dando-lhe uma visão introdutória dos conceitos e
conteúdos pertinentes ao campo da Administração, percorrendo as principais teorias
administrativas. O estudo da TGA desenvolve a base fundamental para a compreensão das
principais práticas administrativas.
Esse material didático pedagógico foi elaborado com uma linguagem de fácil
entendimento, a fim de que você compreenda o conteúdo da melhor forma com a importante
contribuição dos seus professores, portanto, aproveite bem esta apostila.
Entretanto, este material não deve ser a única fonte de informação. A busca por
conhecimento deverá ser ampliada por meio das aulas, dos conhecimentos e experiências
compartilhados, de pesquisas bibliográficas, de visitas técnicas de campo e participações em
eventos ligados à área.
Ademais, todos podem contribuir e deixar seu legado. Você também é um importante
agente de mudança, por meio da sua participação e contribuição. Todo mundo irá ganhar com
isso, principalmente você.
Nesse sentido, convidamos você para o estudo desta disciplina de forma proativa,
participativa e, acima de tudo, responsável com seu próprio desenvolvimento pessoal e
profissional.
Ao finalizar esta disciplina, você terá condições de:
▪ Aprender as principais ideias na Administração desde sua sistematização inicial até
suas concepções atuais;
▪ Conhecer as teorias de administração;
▪ Compreender a importância das teorias na prática da Administração, bem como a
importância da prática na superação da teoria;
▪ Aprender as técnicas para um bom planejamento, organização, liderança e controle
no processo administrativo;
▪ Reconhecer e desenvolver as funções da administração em seu cotidiano;
▪ Compreender melhor as decisões tomadas com o objetivo de confrontá-las e
melhorá-las.
Desejamos a você uma ótima leitura e êxito nos estudos!
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 5
1. FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS
1.1 Conceito
A palavra Administração é de origem latina e significa “ad = direção, tendência para” e
“minister = subordinação ou obediência”. Dessa forma, segundo o dicionário Houaiss, podemos
definir administração como um conjunto de normas e funções, cujo objetivo é disciplinar os
elementos de produção e submeter a produtividade a um controle de qualidade, para a obtenção
de um resultado eficaz. 
Maximiano (2011, p. 6), por sua vez, afirma que “Administração é o processo de tomar
decisões sobre objetivos e utilização de recursos [...]. O processo administrativo abrange cinco
tipos de funções: planejamento, organização, liderança, execução e controle”.
Com base nos conceitos acima apresentados, tecnicamente, a Administração constitui em
fazer as coisas da maneira mais adequada possível, com o mínimo de recursos – humanos,
financeiros e materiais –, de forma que as atividades sejam administradas com planejamento,
organização, direção e controle, com o intuito de alcançar objetivos previamente estabelecidos.
Administração de um modo geral se aplica a toda e qualquer organização, até para a vida
pessoal ou de uma família. Muitos autores afirmam que relacionar Administração somente às
empresas privadas é uma relação parcialmente correta, mas incompleta – uma vez que a
Administração é necessária em todos os tipos de atividades e em todos os tipos de organização
(BARRETO, 2017).
A Administração é um campo de conhecimento das Ciências Sociais Aplicadas que tem
como seu principal objetivo de estudo as organizações, possibilitando entender, interpretar,
avaliar e julgar seu funcionamento.
Mas afinal, de onde surgiu a administração? Podemos dizer que a administração sempre
esteve presente na vida dos homens, pois, desde a sua existência o homem viu a necessidade de
se organizar em sociedade, analisar situações, resolver problemas, evoluir (BUSARELLO;
CRUZ, 2014).
1.2 Os antecedentes da Administração
Dentre os principais fatos que caracterizam os primórdios da Administração estão os
fatos históricos, sociais, políticos e econômicos, caracterizando o cenário no qual estão contidas
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 6
as organizações do passado.
Ao longo da história, muitas civilizações antigas contribuíram para o desenvolvimento da
sociedade e suas lições serviram como modelo e contribuíram de alguma forma para os estudos e
evolução da Administração, considerados antecedentes da administração.
▪ 4000 a.C. (Egito): Necessidade de planejar, organizar e controlar
▪ 2600 a.C. (Egito): Descentralização da organização
▪ 2000 a.C. (Egito): Necessidade de ordens escritas (escribas)
▪ 1800 a.C. (Babilônia): Controle escrito e documental (Hamurabi)
▪ 1491 a.C. (Babilônia): Conceito de organização / Princípio Escalar (Hebreus)
▪ 600 a.C. (Babilônia): Controle de produção e incentivos salariais (Nabucodonosor)
▪ 400 a.C. (Grécia): Enunciado da universidade da administração (Sócrates) / Princípios
da especialização (Platão)
▪ 175 a.C. (Roma): Descrição de funções (Igreja)
▪ 1436 (Arsenal de Veneza): Contabilidade de custos e balanços contábeis
▪ 1776 (Inglaterra): Princípio de especialização dos operários e conceito de controle
(Adam Smith)
A administração teve suas primeiras “definições” a partir dos pensamentos de filósofos
da Idade Antiga, como os gregos Sócrates, Platão e Aristóteles, bem como os chineses Confúcio
e Sun Tzu, além de outros filósofos e cientistas da Idade Moderna e da Idade Contemporânea.
Muitos princípios da Administração, como o da divisão do trabalho, da ordem e do
controle surgiram por meio dos pensamentos filosóficos da época (CHIAVENATO, 2014;
MAXIMIANO, 2011).
Confúcio - filósofo chinês da Idade Antiga (551-479 a.C.):Um dos princípios da
complexa filosofia de Confúcio, é de que a importância das pessoas deve basear-se no mérito,
pautado no conhecimento e que deveria ser utilizado para o serviço público. Confúcio pregava
também que a capacidade e a excelência moral habilitavam as pessoas a serem líderes e não o
berço (MAXIMIANO, 2011).
Sun Tzu – filósofo, general e estrategista chinês (544-496 a.C.): Conhecido pelo seu
livro “A Arte da Guerra”, uma filosofia de guerra para gerir conflitos e vencer batalhas.
Composto por treze capítulos de estratégias militares, o livro também é muito utilizado na área
de negócios. Basicamente trata de princípios fundamentais permanentes sobre planejamento,
comando e doutrina. Alguns deles reconhecidos como de grande utilidade na administração de
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 7
todos os tipos de organização (MAXIMIANO, 2011).
Sócrates – filósofo grego da Idade Antiga (470-399 a.C.): Expõe seu ponto de vista
sobre a administração como sendo uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e
da experiência. Fez o enunciado da universalidade da administração, também sobre arranjo e
manuseio de materiais (CHIAVENATO, 2014).
Platão – discípulo de Sócrates, filósofo e matemático (429-347 a.C.): Em sua obra, “A
República”, expõe o seu ponto de vista sobre a forma democrática de governo e administração
dos negócios públicos e enuncia o princípio da divisão do trabalho, pela primeira vez
(CHIAVENATO, 2014).
Aristóteles – filósofo e cientista grego da Idade Antiga, juntamente com Platão e
Sócrates são considerados fundadores da filosofia ocidental (384-322 a.C.): Como
curiosidade, Aristóteles foi tutor de Alexandre da Macedônia, conhecido popularmente como
Alexandre, o Grande, este que foi o mais célebre conquistador do mundo antigo. No seu livro
“Política”, Aristóteles estuda a organização do Estado e distingue três formas de administração
pública (Monarquia: governo de um só; Aristocracia: governo de uma elite; Democracia:
governo do povo) (CHIAVENATO, 2014).
No Feudalismo, segundo Barreto (2017, p. 19), “havia a presença do senhor feudal que
administrava seu feudo, em troca de um percentual das produções. Enfim, identifica-se, em
vários momentos, a presença de uma figura que fazia o papel de um gestor. Com o crescimento
da complexidade das sociedades, contudo, a necessidade de um administrador ficou mais
evidente. Muitos estudiosos da época pensavam de maneira intuitiva sobre os processos
administrativos”.
Os exércitos, que, além dos filósofos e cientistas e juntamente com a igreja católica,
através de suas ideias, de suas reflexões, de estudos, de estratégias e de teorias, cada um a seu
tempo, foram modelando, construindo e transformando a sociedade, também contribuíram para a
formação do pensamento administrativo.
Entretanto, difícil é precisar quando as instituições e os homens da Antiguidade, da Idade
Média e até mesmo do início da Idade Moderna tiveram a consciência de que estavam praticando
a arte de administrar.
1.3 Revolução Industrial
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 8
A Revolução Industrial provocou grandes transformações na forma de ver a
administração.
Para Chiavenato (2014), a Revolução Industrial ocorreu em duas fases diversas:
▪ Primeira fase (1780 a 1860): a principal matéria-prima da indústria era o ferro, e a
fonte de energia o carvão.
▪ Segunda fase (1860 a 1914): a matéria-prima básica era o aço, e a fonte de energia
passou a ser a eletricidade e os derivados de petróleo.
As fases da Revolução Industrial simbolizam um novo patamar alcançado no
desenvolvimento da civilização humana, no que diz respeito aos avanços tecnológicos, ao
surgimento de novas indústrias, bem como à capacidade produtiva de cada uma delas. Sendo
assim, não se pode considerar que houve rupturas ao longo da Revolução Industrial, mas sim o
alcance de novos níveis de industrialização.
Figura 1 – Fundamentos da Administração
Fonte: Studymaps (2024). Disponível em: https://studymaps.com.br/teoria-classica-da-administracao/.
Acesso em 01 fev. 2024
E assim foram surgindo diversas teorias com o objetivo de melhorar e aumentar a
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 9
https://studymaps.com.br/teoria-classica-da-administracao/
produção, conquistar novos mercados e superar a concorrência.
2. TEORIAS ADMINISTRATIVAS
2.1 Introdução
A origem das Teorias Administrativas está nas consequências geradas pela Revolução
Industrial, basicamente no crescimento acelerado e desorganizado das empresas, exigindo uma
substituição do empirismo e da improvisação, e a necessidade de aumentar a eficiência e
competência das organizações no sentido de obter melhor rendimento possível dos seus recursos
e fazer face à concorrência e competição que se avolumavam entre as empresas.
Para Chiavenato (2014), os principais problemas que levaram à criação das teorias
administrativas foram os seguintes:
▪ Vadiagem dos operários: eles produziam pouco em seu turno de trabalho, pois não havia
uma técnica de medir a produtividade que era esperada de cada um. Por não haver
pagamento diferenciado para quem produzisse mais, os funcionários reduziam de
propósito seu ritmo de trabalho. Os empregadores chamavam os empregados de vadios,
pois não havia um tratamento humano e ético naquela época.
▪ Desconhecimento da direção em relação ao trabalho que os operários executavam:
havia um distanciamento entre direção e operários, sendo que as rotinas de trabalho
ficavam a cargo dos coordenadores no médio escalão, assim dificultava o gerenciamento
técnico.
▪ Falta de padronização nos procedimentos da produção: a não existência da
uniformidade nas tarefas que os empregados executavam causava problemas para toda a
empresa. Pois cada grupo de funcionários executava as mesmas tarefas de formas
diferenciadas, com tempos, formas, ferramentas e padrões de produção diferentes. Isto
dificultava o controle sobre a capacidade produtiva.
Diante desse contexto, foram surgindo diversas teorias com o objetivo de melhorar e
aumentar a produção, conquistar novos mercados e superar a concorrência.
As Teorias da Administração são “conhecimentos organizados, produzidos pela
experiência prática das organizações” (MAXIMIANO, 2011, p. 8). 
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 10
Maximiano (2011, p. 8) define: “Teorias são explicações, interpretações ou proposições
sobre a realidade [...]. A própria definição da administração como processo de planejar,
organizar, dirigir e controlar é uma teoria”.
No século XVIII, foram escritos os primeiros textos dedicados à Administração e à
preocupação com as técnicas que levaram a esses estudos.
Nessa época, começaram a encarar a Administração como ciência. Até então, a prática
dominante era pensar esse tema de forma empírica, ou seja, com foco na prática, sem usar
nenhuma metodologia científica.
Os estudiosos passaram a aplicar os métodos científicos às práticas administrativas
apropriando-se das técnicas de observação, apuração e experimentação para tentar melhorar
os sistemas produtivos.
Segundo Barreto (2017, p. 22), “um aspecto que vale a pena destacar para os iniciantes na
área é que não há nenhuma teoria mais importante, mas sim, situações em que a utilização de
uma é mais apropriada em relação às demais”.
Figura 2 – Principais Teorias da Administração
Fonte: Portal Administração (2024). Disponível em:
https://www.portal-administracao.com/2017/08/principais-teorias-da-administracao.html/. Acesso em 01 fev. 2024
Para Barreto (2017, p. 21) “à medida em que se estudam as teorias administrativas,
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 11
https://www.portal-administracao.com/2017/08/principais-teorias-da-administracao.html
percebe-se que são um conjunto de ideias presentes num dado momento e lugar. Este
conhecimentopossibilita compreender quais tipos de teorias são apropriadas em diferentes
situações e identificar que novas ideias elas podem contribuir”.
Figura 3 – Variáveis básicas das teorias administrativas
Fonte: Arruda Consult (2024). Disponível em: http://www.arrudaconsult.com.br/2017/02/. Acesso em 01 fev. 2024
Cada uma dessas cinco variáveis – tarefas, estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia –
provocou a seu tempo uma diferente teoria administrativa, marcando um gradativo passo no
desenvolvimento da TGA. Cada teoria administrativa privilegia ou enfatiza uma ou mais dessas
cinco variáveis, omitindo ou relegando a segundo plano todas as demais (CHIAVENATO, 2014).
O pensamento administrativo começou com a ênfase nas tarefas (atividades executadas
pelos operários em uma fábrica), através da Administração Científica de Taylor. A seguir, a
preocupação básica passou para a ênfase na estrutura com a Teoria Clássica de Fayol e com a
Teoria da Burocracia de Weber, seguindo-se mais tarde a Teoria Estruturalista e a Teoria
Neoclássica. A reação humanística surgiu com a ênfase nas pessoas, por meio da Teoria das
Relações Humanas, mais tarde desenvolvida pela Teoria Comportamental e pela Teoria do
Desenvolvimento Organizacional. A ênfase no ambiente surgiu com a Teoria dos Sistemas,
sendo completada pela Teoria da Contingência. Esta, posteriormente, desenvolveu a ênfase na
tecnologia (CHIAVENATO, 2014).
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 12
http://www.arrudaconsult.com.br/2017/02/
A figura 4, a seguir, apresenta as teorias administrativas e os seus enfoques:
Figura 4 – Teorias Administrativas e seus enfoques
Fonte: Arruda Consult (2024). Disponível em: http://www.arrudaconsult.com.br/2017/02/. Acesso em 01 fev. 2024
Na Administração, “ao longo do tempo, os resultados de estudos, pesquisas, experiências,
levantamentos e observações nas organizações deram origem a um conjunto de teorias, que
podem ser divididas em várias correntes ou abordagens. Cada abordagem representa uma
maneira específica de encarar a tarefa e as características do trabalho de Administração”
(BARRETO, 2017, p. 21).
As várias abordagens do pensamento administrativo nasceram como resposta às questões
organizacionais daquele momento histórico.
A figura 5, a seguir, apresenta um resumo em formato de mapa mental, com as
abordagens, as teorias e suas principais contribuições para o pensamento administrativo.
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 13
http://www.arrudaconsult.com.br/2017/02/
Figura 5 – Mapa mental das abordagens e teorias administrativas
Fonte: Studymaps (2024) – Disponível em: https://studymaps.com.br/teorias-da-administracao/.
Acesso em 01 fev. 2024
DICA DE FILME: TEMPOS MODERNOS (1936)
SINOPSE: Um operário de uma linha de montagem, que testou uma "máquina
revolucionária" para evitar a hora do almoço, é levado à loucura pela
"monotonia frenética" do seu trabalho. Após um longo período em um
sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas desempregado. Ele deixa o hospital para
começar sua nova vida, mas encontra uma crise generalizada e equivocadamente é preso como
um agitador comunista, que liderava uma marcha de operários em protesto (Fonte: Adoro
Cinema).
A seguir, discutiremos as principais teorias que fazem parte do corpo teórico da
Administração.
2.2 Ênfase nas tarefas
É o foco das teorias que consideram a Administração uma ciência aplicada na
racionalização e no planejamento das atividades operacionais, como no caso da Administração
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 14
https://studymaps.com.br/teorias-da-administracao/
Científica.
2.2.1 Administração Cientí�ca
A Escola da Administração Científica surge com o americano Frederick Winslow Taylor
(1856-1915), a partir da segunda metade do século XIX.
Para Taylor, a administração tinha que ser tratada como ciência. Desta forma, ele buscava
ter um maior rendimento do serviço do operariado da época, o qual era desqualificado e tratado
com desleixo pelas empresas. Não havia, à época, interesse em qualificar o trabalhador.
A Administração Científica foi vista como uma tentativa de aplicação dos métodos da
ciência aos problemas da Administração até então, a fim de alcançar elevada eficiência
industrial, sendo que os principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da
Administração são a observação e a mensuração.
Com a Administração Científica, ocorre uma repartição de responsabilidades: a
administração (gerência) fica com o planejamento (estudo minucioso do trabalho do operário e o
estabelecimento do método de trabalho) e a supervisão (assistência contínua ao trabalhador
durante a produção), e o trabalhador fica com a execução do trabalho, pura e simplesmente”
(CHIAVENATO, 2014).
Taylor provocou uma verdadeira revolução no pensamento administrativo e no mundo
industrial de sua época. Sua preocupação foi de tentar eliminar desperdícios e das perdas sofridas
pelas indústrias americanas e aumentar os níveis de produtividade através da aplicação de
métodos e técnicas da engenharia industrial. Taylor pretendia definir princípios científicos para a
administração das empresas.
Em 1903, publicou seu livro denominado “Administração de Oficinas”, onde se preocupa
exclusivamente com as técnicas de racionalização do trabalho operário, por meios do Estudo de
Tempos e Movimentos. Este estudo mostrou que um “exército” industrial desqualificado
significava baixa produtividade e lucros decrescentes, forçando as empresas a contratarem mais
operários (RIBEIRO, 2004).
Taylor analisou as organizações, inicialmente, por baixo, junto com os operários no nível
de execução, executando um rigoroso trabalho de análise das tarefas individuais, dividindo os
seus movimentos e processos de trabalho, especializando-os e racionalizando-os paulatinamente;
assim, percebeu que o operário médio produzia muito menos do que poderia produzir com o
mesmo equipamento disponível.
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 15
Em um segundo momento da sua trajetória, Taylor publicou o seu livro Princípios de
Administração Científica (1911), chegando à conclusão de que “a racionalização do trabalho
operário deveria ser logicamente acompanhada de uma estruturação geral da empresa e que
tornasse coerente a aplicação de seus princípios” (RIBEIRO, 2004).
Taylor observou que, “em todos os ofícios, os operários aprendiam a maneira de executar
as tarefas do trabalho por meio da observação dos companheiros vizinhos, o que levava a
diferentes maneiras e métodos para fazer a mesma tarefa em cada ofício, e uma grande variedade
de instrumentos e ferramentas diferentes em cada operação” (AMARU, 2004).
Esta diferença conduzia a diferentes índices de produtividade em diferentes operários,
desse modo, Taylor concluiu que deveriam ser os administradores, e não os operários a fixar a
melhor maneira de realizar um trabalho.
Por consequência desta decisão, Taylor dividiu as atividades de execução (operários),
planejamento e supervisão (administração). A substituição dos métodos empíricos e
rudimentares pelos métodos científicos em todos os ofícios recebeu o nome de Organização
Racional do Trabalho – ORT.
Quadro 1 – Organização Racional do Trabalho – ORT
1. Análise do trabalho e do
estudo dos tempos e
movimentos
O estudo dos tempos e movimentos permite a
racionalização dos métodos de trabalho do operário e a
fixação dos tempos padrões para a execução das tarefas.
2. Estudo da fadiga humana A fadiga é um redutor da eficiência.
A administração científica pretendia racionalizar os
movimentos, eliminando os que produzem fadiga e os que
não estejam diretamente relacionados com a tarefa
executada pelo trabalhador.
3. Divisão do trabalho e
especialização do operário
O operário passou a ser especializado na execução de uma
única tarefa ou de tarefas simples e elementares, para
ajustar-seaos padrões descritos e às normas de
desempenho estabelecidas pelo método. A ideia básica era
que a eficiência aumenta com a especialização. Quanto
mais especializado for um operário, maior será sua
eficiência.
4. Desenho de cargos e de
tarefas
Tarefa – toda atividade executada por uma pessoa no seu
trabalho dentro da organização. A tarefa constitui a menor
unidade possível dentro da divisão do trabalho em uma
organização.
Cargo – é o conjunto de tarefas executadas de maneira
cíclica ou repetitiva. Desenhar um cargo é especificar seu
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 16
conteúdo (tarefas), os métodos de executar as tarefas e as
relações com os demais cargos existentes.
5. Incentivos salariais e prêmios
de produção
A ideia básica era a de que a remuneração baseada no
tempo (salário mensal, diário ou por hora) não estimula
ninguém a trabalhar mais e deve ser substituída por
remuneração baseada na produção de cada operário (salário
por peça, por exemplo). O operário que produz pouco
ganha pouco e o que produz mais, ganha na proporção de
sua produção.
6. Conceito de homo economicus Toda pessoa é concebida como influenciada
exclusivamente por recompensas salariais, econômicas e
materiais. Em outros termos, o homem procura trabalho
não porque gosta dele, mas como um meio de ganhar a vida
por meio do salário que o trabalho proporciona. O homem
é motivado a trabalhar pelo medo da fome e pela
necessidade de dinheiro para viver.
7. Condições ambientais de
trabalho, como iluminação,
conforto etc.
A eficiência depende não somente do método de trabalho e
do incentivo salarial, mas também de um conjunto de
condições de trabalho que garantam o bem-estar físico do
trabalhador e diminuam a fadiga. O conforto e a melhoria
do ambiente físico passam a ser valorizados, não porque as
pessoas merecem, mas porque eram essenciais para a
eficiência do trabalhador.
8. Padronização de métodos e de
máquinas
Com a padronização das máquinas e equipamentos,
ferramentas e instrumentos de trabalho, matérias-primas e
componentes, no intuito de reduzir a variabilidade e a
diversidade no processo produtivo e, daí, eliminar o
desperdício e aumentar a eficiência. A padronização
conduz a simplificação na medida em que a uniformidade
reduz a variabilidade e as exceções que complicam o
processo.
9. Supervisão funcional A especialização do operário deve ser acompanhada da
especialização do supervisor e não de uma centralização de
autoridade. A supervisão funcional representa a aplicação
da divisão do trabalho e da especialização no nível de
supervisores e chefes.
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014)
Outra escola dessa época foi idealizada por Henry Ford, empreendedor norte-americano e
fundador da Ford Motor Company, responsável pela reinvenção dos processos de fabricação.
Ford é tido como o primeiro empresário a aplicar a linha de montagem em série na
produção em massa de automóveis (1913). Essa decisão impactou, diretamente, o processo de
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 17
fabricação, reduzindo tanto seu tempo quanto seu custo.
Esse modelo ficou conhecido como Fordismo.
O Fordismo é um modelo de produção em massa que revolucionou a indústria
automobilística na primeira metade do século XX. Ford utilizou à risca os princípios de
padronização e simplificação de Frederick Taylor e desenvolveu outras técnicas avançadas para a
época. Suas fábricas eram totalmente verticalizadas.
Ford criou o mercado de massa para os automóveis. Sua obsessão foi atingida: tornar o
automóvel tão barato que todos poderiam comprá-lo.
Uma das principais características do Fordismo foi o aperfeiçoamento da linha de
montagem. Os veículos eram montados em esteiras rolantes que se movimentavam enquanto o
operário ficava praticamente parado, realizando uma pequena etapa da produção. Desta forma,
não era necessária quase nenhuma qualificação dos trabalhadores.
A seguir, um mapa mental com as principais contribuições da Administração Científica
para a evolução do pensamento administrativo:
Figura 6 – Mapa mental Administração Científica
Fonte: Studymaps (2024). Disponível em: https://studymaps.com.br/teoria-classica-da-administracao/.
Acesso em 01 fev. 2024
2.3 Ênfase na estrutura
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 18
https://studymaps.com.br/teoria-classica-da-administracao/
É o foco das teorias que consideram a Administração uma ciência que cuida da
configuração e da estruturação das organizações, como no caso da Teoria da Burocracia, Teoria
Clássica, Teoria Neoclássica e Teoria Estruturalista.
2.3.1 Teoria da Burocracia
A Teoria da Burocracia desenvolveu-se na Ciência da Administração por volta da década
de 1940, em função da necessidade de um modelo de organização racional capaz de caracterizar
todas as variáveis envolvidas, bem como o comportamento dos membros dela participantes, e
aplicável a todas as formas de organização.
A fragilidade e a parcialidade das Teorias Clássica e das Relações Humanas, ambas
revelam pontos de vista extremistas e incompletos sobre a organização, gerando a necessidade de
um enfoque mais amplo e completo.
O crescente tamanho e complexidade das empresas passaram a exigir modelos
organizacionais mais bem-definidos. Tanto a Teoria Clássica como a Teoria das Relações
Humanas mostraram-se insuficientes para responder à nova situação.
Dentro desse contexto, Max Weber (1864-1920), sociólogo alemão, criador da Sociologia
da Burocracia, dizia que a burocracia é a organização eficiente por excelência. Para conseguir
eficiência, a burocracia explica nos mínimos detalhes como as coisas deverão ser feitas.
Segundo o conceito popular, a burocracia é entendida como uma organização lenta e
vagarosa na qual o papelório se multiplica e se avoluma, impedindo soluções rápidas ou
eficientes.
O termo também é empregado com o sentido de apego dos funcionários aos regulamentos
e rotinas, causando ineficiência à organização.
O leigo passou a dar o nome de burocracia aos defeitos do sistema (disfunções) e não ao
sistema em si.
O conceito de burocracia para Max Weber é exatamente o contrário, a Burocracia é uma
forma de organização que se baseia na racionalidade, através dos meios aos objetivos
pretendidos.
Segundo a Sociologia da Burocracia, de Max Weber, um homem pode ser pago para agir
e se comportar de certa maneira preestabelecida, a qual lhe deve ser explicada com exatidão,
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 19
muito minuciosamente e em hipótese alguma permitindo que suas emoções interfiram no seu
desempenho.
Segundo Max Weber, a burocracia tem as seguintes características:
1. Caráter legal das normas e regulamentos: a burocracia é uma organização ligada por
normas e regulamentos estabelecidos previamente por escrito capaz de regular tudo o que
ocorre dentro da organização. Em outros termos, é uma organização baseada em uma
legislação própria que define antecipadamente como a organização burocrática deverá
funcionar. As normas e os regulamentos são legais porque conferem às pessoas investidas
da autoridade um poder de coação sobre os subordinados e os meios coercitivos capazes
de impor a disciplina. Assim, a burocracia é uma estrutura social legalmente organizada.
2. Caráter formal das comunicações: a burocracia é uma organização ligada por
comunicações escritas. Regras, decisões e ações administrativas são formuladas e
registradas por escrito. Daí o caráter formal da burocracia: todas as ações e os
procedimentos são feitos para proporcionar comprovação e documentação adequadas,
bem como assegurar a interpretação unívoca das comunicações. Assim, a burocracia é
uma estrutura social formalmente organizada.
3. Caráter racional e divisão do trabalho: a burocracia é uma organização que se
caracteriza por uma sistemática divisão do trabalho. A divisão do trabalho atende a uma
racionalidade: sua adequaçãoaos objetivos a serem atingidos. A divisão sistemática do
trabalho e do poder estabelece as atribuições de cada participante. Cada participante tem
um cargo específico e uma esfera de competência e responsabilidade: deve saber qual sua
tarefa, sua capacidade de comando e quais os limites, direitos e deveres para não os
ultrapassar e não interferir na competência alheia nem prejudicar a estrutura existente.
Assim, a burocracia é uma estrutura social racionalmente organizada.
4. Impessoalidade nas relações: a distribuição das atividades é feita impessoalmente em
termos de cargos e funções e não de pessoas envolvidas. Daí o caráter impessoal da
burocracia. A administração da burocracia é realizada sem considerar as pessoas como
pessoas, mas como ocupantes de cargos e de funções. O poder de cada pessoa é
impessoal e deriva do cargo que ocupa. A obediência prestada pelo subordinado ao
superior também é impessoal. Ele obedece ao superior, não em consideração à sua
pessoa, mas ao cargo que o superior ocupa. A burocracia precisa garantir a sua
continuidade ao longo do tempo: as pessoas vêm e vão, os cargos e funções permanecem.
Assim, a burocracia é uma estrutura social organizada impessoalmente.
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 20
5. Hierarquia da autoridade: a burocracia é uma organização que estabelece os cargos
segundo o princípio da hierarquia. Cada cargo inferior deve estar sob o controle e
supervisão de um cargo superior. Nenhum cargo fica sem controle ou supervisão. Daí a
necessidade da hierarquia da autoridade para definir as chefias nos vários escalões de
autoridade. Todos os cargos estão dispostos em uma estrutura hierárquica que encerra
privilégios e obrigações definidos por regras específicas. Assim, a burocracia é uma
estrutura social hierarquicamente organizada.
6. Rotinas e procedimentos padronizados: a burocracia é uma organização que fixa as
regras e normas técnicas para o desempenho de cada cargo. O ocupante de um cargo não
faz o que quer, mas o que a burocracia impõe a ele. As regras e normas técnicas regulam
a conduta do ocupante de cada cargo, cujas atividades são executadas de acordo com
rotinas e procedimentos. As atividades de cada cargo são executadas segundo padrões
relacionados aos objetivos da organização. Os padrões facilitam a avaliação do
desempenho de cada participante.
7. Competência técnica e mérito: a escolha das pessoas é baseada no mérito e na
competência técnica e não em preferências pessoais. A admissão, a transferência e a
promoção dos funcionários são baseadas em critérios, válidos para toda a organização, de
avaliação e de classificação, e não em critérios particulares e arbitrários.
8. Especialização da administração: a burocracia é uma organização que se baseia na
separação entre propriedade e administração. Os administradores da burocracia não são
seus donos ou acionistas. O dirigente não é necessariamente o dono do negócio ou
acionista, mas um profissional especializado na administração.
9. Profissionalização dos participantes: cada funcionário da burocracia é um profissional,
pois: é um especialista, é assalariado, é ocupante de cargo, é nomeado pelo superior
hierárquico, seu mandato é por tempo indeterminado, segue carreira dentro da
organização, não possui a propriedade dos meios de produção e administração e é fiel ao
cargo e identifica-se com os objetivos da empresa.
10. Previsibilidade do comportamento: a consequência desejada da burocracia é a
previsibilidade do comportamento dos seus membros. O modelo burocrático pressupõe
que o comportamento dos membros da organização é perfeitamente previsível: todos os
funcionários deverão comportar-se de acordo com as normas e os regulamentos da
organização, a fim de que esta atinja a máxima eficiência possível. Tudo na burocracia é
estabelecido no sentido de prever antecipadamente as ocorrências e rotinizar sua
execução para que a máxima eficiência do sistema seja alcançada.
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 21
Max Weber acreditava que existiam três tipos de autoridades (CHIAVENATO, 2014):
1. Autoridade tradicional: baseada em tradições e costumes e práticas passadas de uma
cultura.
2. Autoridade carismática: baseada nas características físicas e/ou de personalidade do
líder em questão. 
3. Autoridade racional-legal: é aquela garantida por regras e normas oriundas de um
regulamento que é, por sua vez, reconhecido e aceito pelo grupo. Aqui, deve-se seguir os
comandos da pessoa que ocupa o cargo, independente de quem seja. A autoridade está no
cargo e não na pessoa que o exerce. Weber acreditava que a autoridade racional-legal era
a mais adequada para o ambiente corporativo, uma vez que não é personalista como as
outras duas formas.
A Teoria Burocrática é uma das principais abordagens da administração e tem sido
aplicada em organizações governamentais, empresas e instituições em todo o mundo. Ela é
especialmente relevante em organizações que requerem estabilidade, previsibilidade e eficiência
em suas operações.
Os princípios da Teoria Burocrática podem ser aplicados a cenários e desafios de gestão:
▪ Redução de erros em linhas de produção: Em uma fábrica, a padronização de tarefas e
regras rígidas pode ser aplicada para reduzir erros e aumentar a eficiência nas linhas de
produção.
▪ Gestão de recursos humanos: Em uma organização, a aplicação de regras de
recrutamento e promoção com base no mérito pode promover uma gestão eficaz de
recursos humanos.
▪ Agências governamentais: Em agências governamentais, a aplicação de regras e
procedimentos pode garantir que os serviços sejam prestados de maneira consistente e
transparente.
▪ Organizações multinacionais: Em empresas multinacionais, a hierarquia de autoridade e
a aplicação consistente de políticas podem ajudar a coordenar operações em várias
localizações.
Segundo Chiavenato (2014), para Weber as vantagens da burocracia são racionalidade
dos objetivos, precisão na definição do cargo e na operação, rapidez nas decisões, única
interpretação de informações recebidas, uniformidade de rotina e procedimentos, continuidade
da organização, redução dos conflitos interpessoais, decisões tomadas nas mesmas
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 22
circunstâncias, confiabilidade e benefícios para as pessoas da organização.
A Teoria Burocrática é relevante, especialmente em organizações que necessitam de
eficiência e previsibilidade. No entanto, em contextos contemporâneos, é importante equilibrar a
burocracia com a necessidade de flexibilidade e inovação. Em organizações ágeis, como startups
e empresas de tecnologia, a burocracia rígida pode ser limitada. A avaliação da relevância da
Teoria Burocrática depende da natureza e dos objetivos da organização.
A seguir, um resumo em formato de mapa mental com as principais contribuições da
Teoria Burocrática para a evolução do pensamento administrativo:
Figura 7 – Mapa mental Teoria Burocrática
Fonte: Studymaps (2024). Disponível em: https://studymaps.com.br/teoria-classica-da-administracao/.
Acesso em 01 fev. 2024
2.3.2 Teoria Clássica
A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por Henri Fayol (1841-1925).
Henri Fayol foi um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento do saber
administrativo contemporâneo, tendo como uma das principais contribuições da teoria criada e
divulgada por ele, a abordagem conhecida processo administrativo, onde se escutou pela
primeira vez a palavra administração enquanto como disciplina e profissão, que por sua vez,
poderia ser ensinada através de uma Teoria Geral da Administração (CHIAVENATO, 2014).
Fayol substituiu o empirismo por técnicas científicas, como a sistematização da ideia de
que administrar é: planejar, organizar, liderar, executar e controlar. Ele também expõe a ideia de
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração23
https://studymaps.com.br/teoria-classica-da-administracao/
que a administração é uma atividade comum a todos os empreendimentos humanos (família,
negócios e governo).
A Teoria Clássica, ao contrário da Administração Científica, se preocupa com a divisão
dos departamentos que compõem a organização, visando a manutenção de uma estrutura formal,
que engloba um conjunto de cargos e tarefas, com treinamento operacional e padronização das
atividades de trabalho (CHIAVENATO, 2014).
Ou seja, enquanto a teoria Científica é mais voltada aos processos de chão de fábrica, a
teoria Clássica traz uma abordagem para o comando e a alta direção, com ênfase na estrutura
organizacional, onde os aspectos organizacionais são analisados de cima para baixo (da direção,
para execução) e do todo para as partes (da síntese para a análise), exatamente ao contrário da
abordagem da administração científica.
Segundo Chiavenato (2014), a Teoria Clássica concebe a organização como se fosse uma
estrutura, forma e disposição das partes que a constituem, além do inter-relacionamento entre as
partes. Fayol via a organização como um corpo – o "corpo empresarial". As atividades desse
corpo eram encaixadas em seis funções:
1. Funções técnicas: relacionadas com a produção de bens e serviços da empresa.
2. Funções comerciais: relacionadas com a compra, venda e permutação/troca.
3. Funções financeiras: relacionadas com a procura e gerência de capitais.
4. Funções de segurança: relacionadas com a proteção e preservação dos bens e das
pessoas.
5. Funções contábeis: relacionadas com inventários, registros, balanços, custos e
estatísticas.
6. Funções administrativas: relacionadas com as outras cinco funções integradas,
pairando acima delas.
Figura 8 – Funções básicas da empresa
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 24
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014)
Para Henri Fayol, a função administrativa era a mais importante de todas (pois
coordenava as demais), e tinha como componentes:
1. Planejamento: Trata-se de um processo consciente e sistemático de tomar decisões sobre
os objetivos que a empresa buscará no futuro. Basicamente, estabelecia os objetivos e
metas da organização e especificava o modo como eles seriam alcançados. Vale ressaltar
também, que o planejamento possui diferentes níveis organizacionais (estratégico, tático e
operacional);
2. Organização: De forma resumida, é considerado o instrumento de operacionalização do
planejamento. É a estrutura organizacional que possibilita a transformação dos planos em
objetivos concretos. Entende-se que é a maneira como a empresa coordena todos os seus
recursos (humanos, financeiros, materiais etc.) alocando-os de acordo com o
planejamento.
3. Comando: É a condução da empresa no sentido de atingir os objetivos visados. A função
de comandar está diretamente ligada à autoridade e ao poder. Em seu sentido mais puro,
trata-se de fazer com que os subordinados (colaboradores) executem o que precisa ser
realizado, de forma clara e concisa e de acordo com os desejos da alta administração.
4. Coordenação: Podemos dizer, que significa reunir, unificar e harmonizar todas as
atividades e esforços visando o alcance dos objetivos previamente traçados durante o
planejamento da organização. A implantação de qualquer planejamento seria inviável
sem a coordenação das atitudes e esforços necessários por parte da empresa. Resume-se
em ligação e união.
5. Controle: Conceitualmente falando, é a necessidade de verificar se os procedimentos
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 25
estão de acordo com as regras e os princípios da empresa. Trata-se de estabelecer padrões
e indicadores de desempenho que permitam assegurar que as atitudes tomadas são as que
a empresa espera. Através do controle das atividades, é possível aumentar a probabilidade
de que tudo ocorra conforme as metas da organização.
Fayol sempre afirmou que seu êxito era resultado dos métodos que empregava e nada
além disso. Assim como Taylor, ele utilizou os últimos anos de sua vida para demonstrar que,
com planejamento e métodos adequados de gerência, os bons resultados seriam alcançáveis.
Henri Fayol ressaltou ainda, que nenhuma das cinco funções essenciais de uma organização
(finanças, produção, técnicas, contábeis e comerciais) possuem o encargo de formular o plano
geral da empresa, de constituir seu corpo social, ou de coordenar os esforços e harmonizar o
trabalho, essas atribuições pertencem unicamente à função administrativa (CHIAVENATO,
2014).
No começo do século XX, Henri Fayol apresentou e discutiu 14 conceitos gerais sobre
administração de empresas, conhecido como “Princípios Gerais da Administração para Fayol”.
Figura 9 – Princípios Gerais da Administração para Fayol
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014)
Esses princípios viriam a formular um modelo administrativo que hoje se enraíza na
maioria das empresas:
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 26
1. Divisão do trabalho: consiste na especialização das tarefas e das pessoas para
aumentar a eficiência.
2. Autoridade e responsabilidade: autoridade e o direito de dar ordens e o poder de
esperar obediência. A responsabilidade é uma consequência natural da autoridade e
significa o dever de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si.
3. Autoridade e responsabilidade: Depende da obediência, aplicação, energia,
comportamento e respeito aos acordos estabelecidos.
4. Unidade de comando: Cada empregado deve receber ordens apenas de um
superior. É o princípio da autoridade única.
5. Unidade de direção: Uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades
que tenham o mesmo objetivo.
6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais: os interesses gerais da
empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas.
7. Remuneração do pessoal: Deve haver justa e garantida satisfação para os
empregados e para a organização em termos de retribuição.
8. Centralização: Refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da
organização.
9. Cadeia escalar: É a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais
baixo em função do princípio do comando.
10. Ordem: Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material
e humana.
11. Equidade: Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal.
12. Estabilidade pessoal: A rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência da
organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no cargo, melhor para a
empresa.
13. Iniciativa: A capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu
sucesso.
14. Espírito de equipe: A harmonia entre as pessoas são grandes forças para a
organização.
A seguir, um quadro resumo das principais contribuições da Teoria Clássica para a
evolução do pensamento administrativo:
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 27
Figura 10 – Mapa mental Teoria Clássica
Fonte: Studymaps (2024). Disponível em: https://studymaps.com.br/teoria-classica-da-administracao/.
Acesso em 01 fev. 2024
2.3.3 Teoria Neoclássica
A Teoria Neoclássica, também conhecida como Administração Neoclássica, é uma
abordagem da administração que recebeu influência da Teoria Clássica de Fayol. Devido ao
crescimento exagerado das organizações, surgiu a partir da década de 50, com o objetivo de
fornecer uma visão mais atualizada da administração, buscando otimizar a eficiência e promover
a maximização dos resultados organizacionais.
O grande pensador dessa teoria e considerado o pai da administração moderna foi Peter
Drucker (1909-2005).
A Teoria Neoclássica utilizou os conceitos válidos e relevantes da Teoria Clássica, além
de aproveitar-se da contribuição das demais teorias administrativas, porém, atualizando e
redimensionando a Teoria Clássica para o tamanho e problemas das organizações daquela época.
A ideia de Fayol de que administraré prever, organizar, comandar, coordenar e controlar
teve seu conceito evoluído para processo administrativo:
▪ Planejar: Compreende a definição de objetivos, elaboração de estratégias e ações para
alcançá-los, levando em consideração recursos disponíveis e ambiente externo. O
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 28
https://studymaps.com.br/teoria-classica-da-administracao/
administrador é responsável por definir metas, objetivos e estratégias para a
organização. Ele deve elaborar planos que orientem as ações e recursos da organização
para alcançar esses objetivos. O planejamento é crucial para o sucesso organizacional
e a adaptação às mudanças do ambiente.
▪ Organizar: É o processo de organizar os recursos para realizar o que foi
anteriormente planejado e, assim, alcançar os objetivos da empresa. O administrador
deve estruturar a organização de forma eficiente. Isso envolve a alocação de recursos,
a definição de funções e responsabilidades, a criação de uma hierarquia organizacional
e o estabelecimento de sistemas de comunicação e coordenação.
▪ Dirigir: Refere-se ao processo de liderar e influenciar pessoas para alcançar os
objetivos organizacionais, orientando, motivando, treinando e coordenando o trabalho.
A direção envolve liderança e motivação de equipes e funcionários para que
desempenhem suas funções de maneira eficaz. O administrador é responsável por
coordenar as atividades, definir prioridades e garantir que as metas sejam atingidas.
▪ Controlar: Consiste na avaliação e monitoramento do desempenho, verificando se os
resultados estão de acordo com o planejado e tomando ações corretivas quando
necessário. O administrador deve supervisionar as atividades para garantir que estejam
de acordo com os planos estabelecidos e os padrões de desempenho. Isso envolve a
identificação de desvios e a tomada de medidas corretivas quando necessário.
Figura 11 – Funções do administrador
Fonte: Professor Luiz Roberto (2024). Disponível em: https://professorluizroberto.com/3-teoria-neoclassica/.
Acesso em 01 fev. 2024
As funções do administrador são compartilhadas nos diversos níveis hierárquicos da
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 29
https://professorluizroberto.com/3-teoria-neoclassica/
organização e são essenciais para a gestão eficaz. Foi na Teoria Neoclássica que a organização
empresarial passou a ser dividida em três níveis hierárquicos: nível institucional (formado por
dirigentes e diretores), nível intermediário (formado por gerentes) e nível operacional
(formado por supervisores que administram a execução das tarefas e operações da empresa)
(CHIAVENATO, 2014).
A Teoria Neoclássica também enfatiza outros princípios fundamentais da gestão em uma
organização, abrangendo a hierarquia, autoridade e responsabilidade, a dicotomia entre
centralização e descentralização, equilíbrio entre objetivos individuais e organizacionais,
estrutura formal e informal e técnicas de gestão. Esses fundamentos essenciais da estrutura
organizacional na Teoria Neoclássica da Administração incluem:
▪ Divisão de Trabalho: A organização é estruturada de forma a dividir as tarefas e
responsabilidades entre os membros, permitindo que cada um se especialize em suas
funções específicas. Isso visa aumentar a eficiência e a produtividade.
▪ Autoridade e Responsabilidade: Cada membro da organização tem um nível de
autoridade definido e é responsável por cumprir as tarefas associadas a essa autoridade. A
autoridade está relacionada à hierarquia organizacional.
▪ Hierarquia: A hierarquia define a estrutura de comando na organização, com níveis de
autoridade claramente definidos, desde a liderança superior até a base da organização. A
comunicação e as decisões fluem verticalmente na hierarquia.
▪ Coordenação: A coordenação é essencial para garantir que as diversas partes da
organização trabalhem de forma harmoniosa e integrada para alcançar os objetivos
comuns. Isso envolve a harmonização de esforços e a resolução de conflitos.
▪ Cadeia de Comando: A cadeia de comando estabelece o fluxo de autoridade e
comunicação na organização, especificando quem reporta a quem. Isso ajuda a manter a
ordem e a clareza na estrutura organizacional.
Esses fundamentos são projetados para criar uma estrutura organizacional que seja
eficiente, eficaz e capaz de coordenar as atividades da organização de forma adequada, seguindo
os princípios da Teoria Neoclássica da Administração.
A centralização e a descentralização também foram temas amplamente discutidos na
Teoria Neoclássica. Essa dicotomia é considerada um elemento crítico da estrutura
organizacional.
Na centralização, a autoridade e o poder de tomada de decisões estão concentrados no
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 30
topo da hierarquia organizacional, geralmente com a alta administração ou diretoria. As decisões
importantes são tomadas por um grupo seleto de líderes, e a implementação é supervisionada de
perto (CHIAVENATO, 2014).
Na descentralização, a autoridade e a tomada de decisões são distribuídas para níveis
mais baixos da hierarquia organizacional, permitindo que gerentes e funcionários de diferentes
departamentos ou unidades tenham mais autonomia. Isso promove uma maior agilidade e
responsabilidade nas operações do dia a dia (CHIAVENATO, 2014).
Embora a Teoria Neoclássica tenha um papel importante no desenvolvimento da
administração, fornecendo uma abordagem que valoriza a eficiência e a maximização dos
resultados organizacionais, ela não é isenta de críticas. Organizações modernas muitas vezes
exigem abordagens mais flexíveis, que considerem aspectos humanos e culturais de forma mais
abrangente, e se adaptem às complexidades do ambiente global e em constante mudança.
Portanto, muitos gestores e acadêmicos consideram importante combinar os princípios da Teoria
Neoclássica com outras abordagens mais contemporâneas para uma gestão eficaz.
2.4 Ênfase nas pessoas
É o foco das teorias que consideram a Administração uma ciência aplicada sobre as
pessoas e suas atividades dentro das organizações, como no caso da Teoria das Relações
Humanas, Teoria Comportamental e Teoria do Desenvolvimento Organizacional.
2.4.1 Teoria das Relações Humanas
Com o desenvolvimento, em todos os países industrializados da época, a Administração
Científica estava sendo acusada de massificar e tornar mecanicista o trabalho do homem nas
empresas. Foi surgindo assim uma necessidade de humanizar e democratizar a administração.
Em 1924, Elton Mayo e uma equipe de pesquisadores deram início à pesquisa que viria a
ser considerada fundamental para a compreensão das relações humanas no trabalho, conhecido
como “experiência de Hawthorne”. Essa pesquisa investigou a influência das condições físicas
de trabalho na produtividade e na eficiência dos trabalhadores em uma das fábricas da empresa
Western Electric Company, localizada em Hawthorne, distrito de Chicago – EUA (BARRETO,
2017). Esse experimento revelou a importância de considerar os fatores sociais que poderiam
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 31
influenciar uma situação de trabalho (CHIAVENATO, 2014).
Como a duração da pesquisa foi longa, de 1927 a 1932, ela teve quatro fases, foi suspensa
por motivos financeiros, mas sua influência sobre a Teoria Administrativa foi fundamental e
chegou a abalar os princípios básicos da Teoria Clássica, que era dominante na época.
Em consequência desses estudos, tais precursores lançaram a base da nova filosofia da
administração, chamada relações humanas no trabalho. Contribuíram com a ideia de “homem
social” em substituição ao homem econômico, motivado pela vontade de se relacionar com os
outros, destacando, também, a importância das habilidades humanas para o novo estilo de
administração, em oposição às habilidades técnicas (BARRETO, 2017).
O termo “Liderança”, assimcomo vários outros, surgiu da Teoria das Relações Humanas.
A liderança possui grande importância nas organizações, tendo em vista seu papel diante das
relações entre as pessoas e como conduzi-las em diferentes situações. Esse termo vem sendo
amplamente explorado nos últimos anos e possui diversas abordagens (teorias). Dentre elas,
conforme aponta Chiavenato (2014), estão teorias sobre traço de personalidade, teorias sobre
estilos de liderança e teorias situacionais da liderança.
Teorias sobre traço de personalidade: É o tipo de liderança ao qual se atribuem
características (traços de personalidade) que diferenciam o líder das demais pessoas. Entre eles,
estão traços físicos, intelectuais, sociais e relacionados com a tarefa.
Teorias sobre estilos de liderança: Refere-se aos estilos de comportamento do líder com
os demais membros do grupo. São divididos em três tipos: liderança autocrática, liderança liberal
e liderança democrática.
▪ Liderança Autocrática: aquela em que ocorre centralização das escolhas por parte do
líder e imposição das escolhas aos subordinados;
▪ Liderança Liberal: aquela em que o líder libera ao grupo as tomadas de decisões e
possui uma participação pequena;
▪ Liderança Democrática: aquela em que há uma participação democrática do grupo que
está sendo liderado e o líder funciona como condutor e orientador do grupo.
Teorias situacionais da liderança: Diferentemente das duas anteriores, este tipo de
liderança não possui padrões fechados de liderança. No tipo situacional, a liderança varia de
acordo com a situação, ou seja, fazendo com que o líder escolha o tipo de comportamento para
com seus subordinados em função do grupo que está liderando.
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 32
Além das teorias sobre liderança, outras contribuições da Teoria das Relações Humanas
concentraram-se no esforço pioneiro rumo à humanização das empresas, como: a ênfase na
organização informal, nos grupos sociais, nas comunicações, na motivação, nas abordagens
participativas e, sobretudo, na preocupação com a satisfação no trabalho (BARRETO, 2017).
▪ Comunicação: troca de informações entre as pessoas, em diferentes fases e elementos
neste processo. Também é importante lembrar os tipos de Redes de Comunicação.
▪ Organização Informal: formada pelos trabalhadores e acontece no ambiente da
Organização Formal, havendo a presença do caráter espontâneo dos indivíduos sem
necessariamente haver um objetivo comum entre eles.
▪ Dinâmica de Grupo: relações entre os indivíduos de um grupo (relações intrínsecas) ou
entre os grupos (relações extrínsecas) com objetivos em comum.
A Teoria das Relações Humanas levantou aspectos que começaram a ser analisados com
seriedade dentro do contexto organizacional. A análise constante dos fatores motivadores do
trabalho, o estímulo a um comportamento favorável às mudanças exigidas pelo ambiente e à
iniciativa dos funcionários são aspectos que não devem passar despercebidos a qualquer gestor
que queira estar atualizado (CHIAVENATO, 2014).
Apesar de apresentar uma visão diferente para a sua época, a Teoria das Relações
Humanas também possui diversas críticas quanto à sua linha teórica. Dentre as críticas, está, por
exemplo, a concepção ingênua e romântica do operário, pois para esta teoria tinha-se um
pensamento do trabalhador feliz, produtivo e integrado socialmente. Porém, pesquisas
posteriores quebraram essa linha ao observar em seus resultados tanto trabalhadores felizes e não
produtivos quanto trabalhadores infelizes, mas produtivos (CHIAVENATO, 2014).
Além dessa exemplificação, houve outras críticas, seguindo no sentido de proposições
errôneas apontadas pela teoria que, de certa forma, eram limitadas porque não abrangiam
diferentes instituições ou diferentes conglomerados dentro da própria organização.
Por fim, tem-se que a Escola da Teoria das Relações Humanas teve importante
contribuição entre as Teorias Administrativas no decorrer da história, mas assim como as teorias
antecedentes, apresentou limitações em seus resultados sobre o estudo da organização.
2.4.2 Teoria Comportamental
É um modelo de administração que teve início a partir de 1947 com a publicação do livro
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 33
“O Comportamento Administrativo”, de Herbert Simon, no qual foram apresentadas novas ideias
sobre o conceito do processo de tomada de decisão e os limites da racionalidade.
A Teoria Comportamental é um desdobramento da Teoria das Relações Humanas e
manteve a ênfase nas pessoas, porém dentro de um contexto organizacional mais amplo,
adotando assim, posições explicativas e descritivas dentro do estudo do comportamento humano,
ao invés de posições normativas e prescritivas das teorias anteriores. Aqui, a concepção é de um
homem administrativo, tomador de decisões quanto à participação nas organizações
(BARRETO, 2017).
O principal foco desta teoria é estudar a influência do comportamento humano dentro das
organizações. O homem passa a ser visto como um ser com muitas necessidades, sendo estas não
apenas financeiras, mas necessidades inerentes ao homem.
Portanto, a Teoria Comportamental fundamenta-se no comportamento individual das
pessoas, então os gestores devem compreender a necessidade humana para depois compreender
seu comportamento e depois estimular a motivação para melhorar a qualidade de vida das
pessoas dentro das organizações.
Dentro dos estudos sobre motivação organizacional, destaca-se os de Abraham Maslow
(1908-1970), segundo os quais as necessidades humanas estão organizadas em níveis, numa
hierarquia de importância e de influência.
Segundo Maslow, “as necessidades estão classificadas em fisiológicas (mais baixas na
hierarquia piramidal), de segurança, sociais, de estima e de autorrealização (mais elevadas na
hierarquia). As necessidades assumem formas que variam de acordo com o indivíduo”
(CHIAVENATO, 2014, p. 330).
▪ Necessidades fisiológicas: são aquelas relacionadas a ter roupas, abrigo, alimentação,
conforto físico, sexo, além de outras;
▪ Necessidades de segurança: satisfazem a garantia própria e da família, em ter planos
de aposentadoria, pensão, plano de saúde, política salarial, higiene e segurança no
trabalho;
▪ Necessidades sociais: correspondem ao sentimento de associação, ou seja, dizem
respeito à participação em grupos e a estar integrado com a família.
▪ Necessidades de autoestima: também denominada de status, dizem respeito ao desejo
do indivíduo em demonstrar sua capacidade profissional e sua expectativa de receber
recompensas sociais e profissionais.
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 34
▪ Necessidades de autorrealização: envolvem a preocupação com autoaprovação, ou seja,
o desenvolvimento de trabalhos mais significativos e o desenvolvimento profissional.
A Hierarquia das Necessidades, ou Pirâmide de Maslow, como ficou conhecida, é um
conceito que determina essas condições necessárias para que cada um atinja a sua satisfação
pessoal/profissional, conforme ilustra a Figura 12.
Figura 12 – Hierarquia das Necessidades
Fonte: Chiavenato (2014)
Diante desse quadro, podemos afirmar que a motivação para o trabalho e para o bom
desempenho é interna e não externa. Os administradores têm, portanto, um papel fundamental no
que se refere à remoção de obstáculos e ao encorajamento de comportamentos que, ao mesmo
tempo, satisfaçam as necessidades das pessoas e aos objetivos organizacionais.
O trabalho de Maslow foi extremamente relevante para a ciência administrativa e, até
hoje, vem sendo aplicado nas organizações, especialmente para a gestão de pessoas.
Outros estudiosos que forneceram importantes contribuições para a Teoria
Comportamental foram:
▪ Douglas M. McGregor, lançou uma Teoria em que compara dois estilos opostos de
administrar, a Teoria X (baseada na Teoria Clássica, mecanicista) e a Teoria Y (baseada
Curso Técnicode Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 35
nos conceitos de comportamento humano).
▪ Rensis Likert, com sua equipe, desenvolveu uma série de pesquisas comportamentais na
Universidade de Michigan, para discussão dos padrões de gerenciamento (EUA) nos anos
50, no Institute for Social Research. Propôs uma classificação de sistemas de
Administração, definindo perfis organizacionais.
▪ Frederick Herzberg, formulou a teoria dos dois fatores para explicar o comportamento
das pessoas em situação de trabalho.
A Teoria Comportamental além de ter propiciado uma reformulação na Teoria
Administrativa, ampliou as dimensões dos estudos comportamentais voltados para a Ciência
Administrativa.
2.4.3 Teoria do Desenvolvimento Organizacional
A Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO) teve início a partir de 1962, como um
desdobramento da Teoria Comportamental, e visava transformar os valores, as crenças e a
estrutura da empresa a fim de que elas se adaptem rapidamente a novos mercados, mudanças e
desafios.
O Desenvolvimento Organizacional é uma “abordagem baseada nas ciências
comportamentais em um esforço conjugado para melhorar a capacidade de uma organização de
confrontar-se com o ambiente externo e incrementar sua capacidade de resolver problemas”
(CHIAVENATO, 2014, p. 400).
Nesse contexto, a organização é entendida agora como uma relação organizada entre as
ferramentas de produção, o ambiente e as pessoas, por conseguinte, foi levado em consideração
um conglomerado de teorias a respeito do trabalhador, da empresa e do ambiente
(CHIAVENATO, 2014).
O Desenvolvimento Organizacional tem como objetivo melhorar a qualidade das relações
entre as pessoas no trabalho por meio da mudança na cultura da organização. Segundo
Chiavenato (2014), um programa de Desenvolvimento Organizacional possui três objetivos
comuns em qualquer organização:
1. Geração de um senso de identidade dos trabalhadores para com a organização;
2. Evolução do sentimento de espírito de equipe por meio da união dos trabalhadores;
3. Amadurecimento da visão sobre o ambiente externo, com o intuito de facilitar o
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 36
processo de adaptação de toda a organização.
As contribuições da Teoria das Relações Humanas e da Teoria Comportamental foram
fundamentais para inserir o trabalhador como um ponto importante no sistema produtivo e
entender o comportamento do mesmo diante do trabalho (CHIAVENATO, 2014).
No geral, a Teoria do Desenvolvimento Organizacional defende a ideia de que as
empresas são influenciadas por dois fatores: o ambiente interno e o externo, e que para se
manterem competitivas no mercado, elas precisam administrar bem essas duas esferas. 
Portanto, a Teoria do Desenvolvimento Organizacional visa analisar o que ocorre nos
ambientes interno e externo da organização, bem como decidir o que precisa ser mudado para
tornar a organização mais eficaz e adaptável aos novos mercados, tecnologias, problemas,
desafios, etc (CHIAVENATO, 2014).
No ambiente externo, podemos citar as mudanças mercadológicas e de cultura da
sociedade, enquanto no ambiente interno o que interfere no desempenho da organização são o
clima e a cultura organizacional, principalmente. Assim, se em alguma dessas áreas houver
desequilíbrio a empresa pode perder competitividade e, se a situação persistir, pode ocorrer a
falência (CHIAVENATO, 2014).
No âmbito da organização, a seguir, serão descritos os conceitos sobre Cultura
Organizacional, Clima Organizacional e Mudança da Cultura e do Clima Organizacional.
Cultura Organizacional: é o conglomerado de hábitos, crenças, valores, tradições,
interações e relacionamentos sociais da organização. Trata-se do modo como são as relações no
ambiente interno da organização. Destaca-se que cada organização possui sua própria cultura
(CHIAVENATO, 2014).
Clima Organizacional: está ligado ao estado psicológico das pessoas que trabalham na
organização. Dependendo da situação, o Clima Organizacional pode ser positivo ou negativo,
favorecendo ou não as relações entre as pessoas. De acordo com Chiavenato (2014), esse
conceito está relacionado com diversos fatores, entre eles estruturais (tipo de organização,
tecnologia utilizada, políticas de companhia, metas, etc.) e sociais (atitudes e comportamento
social) (CHIAVENATO, 2014).
Mudança da Cultura e do Clima Organizacional: para maximizar a produtividade da
organização, é preciso observar a cultura e o clima organizacional. Segundo Chiavenato (2014),
quando se mudam a cultura e o clima de uma organização, é importante que ela tenha:
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 37
I) Adaptabilidade (capacidade de resolução de problemas e reação de modo cambiável às
exigências);
II) Senso de Identidade (compreender o passado e o presente da organização e fazer com
que os objetivos da organização sejam conhecidos por todos);
III) Perspectiva exata do meio ambiente (visão real do meio ambiente em que atua,
sabendo investigar, diagnosticar e compreender o ambiente); e
IV) Integração entre os participantes (integração entre as pessoas da organização,
funcionando como um meio orgânico).
O processo natural de uma organização é buscar crescimento e desenvolvimento interno e
externo ao longo do tempo. Nessa linha, conforme aponta Chiavenato (2014), a organização
passa por diferentes fases: pioneira, expansão, regulamentação, burocratização e reflexibilização:
▪ Fase pioneira: quando a organização inicia suas atividades e então acontece um alto
índice de inovação;
▪ Fase de expansão: quando a organização aumenta suas atividades e quantidade de
participantes;
▪ Fase de regulamentação: quando é necessário estabelecer normas entre os setores da
organização devido ao seu crescimento;
▪ Fase de burocratização: quando, devido ao seu tamanho, é necessário inserir
regulamentações mais rígidas e maior nível de burocracia, fazendo com que a
organização funcione dentro de padrões e de um sistema de regras;
▪ Fase de reflexibilização: quando a organização precisa se flexibilizar novamente e
buscar a capacidade de inovação perdida durante as fases anteriores de crescimento.
Os conceitos de Cultura e Clima Organizacional abordados na Teoria do
Desenvolvimento Organizacional ampliaram as dimensões dos estudos organizacionais na
Ciência Administrativa.
2.5 Ênfase no ambiente
É o foco das teorias que consideram a Administração uma ciência que busca a adequação
das organizações às demandas e situações ocorridas em seu contexto externo, como no caso da
Teoria Estruturalista, Teoria de Sistemas e Teoria da Contingência.
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 38
Para compreender as contribuições das teorias com ênfase no ambiente, convém entender
o conceito de Ambiente. Para Chiavenato (2014, p. 302), ambiente “é tudo que envolve
externamente a organização”.
Ambiente é o meio em que a organização se encontra, ou seja, o contexto em que a
organização está inserida perante o todo externo. Como tratado na Teoria de Sistemas,
considera-se a organização como um sistema aberto que está em constante realização de troca
com o ambiente.
Dentro desse contexto, encontra-se a Percepção Ambiental que significa que a
organização percebe de maneira subjetiva o ambiente conforme as suas expectativas,
experiências, problemas, convicções e motivações (CHIAVENATO, 2014).
Ainda, tem-se o que pode ser denominado de macroambiente, que é o ambiente comum e
geral a todas as organizações. Esse tipo de ambiente, de acordo com Chiavenato (2014), pode
afetar direta ou indiretamente as organizações e é formado por um conjunto de condições
comuns para todas:
▪ Condições tecnológicas: as ferramentas tecnológicas presentes no ambiente geral
necessitam ser rapidamente incorporadas pelas organizações, visando manter sua
competitividade em relação às outras organizações;
▪ Condiçõeslegais: formam a legislação que auxilia ou impõe restrições à organização.
São leis do tipo comercial, trabalhista, fiscal e civil, entre outras;
▪ Condições políticas: são as decisões políticas feitas no nível federal, estadual ou
municipal que afetam o ambiente em que está inserida a organização;
▪ Condições econômicas: trata-se do conglomerado de aspectos econômicos como, por
exemplo, inflação, balança de pagamento do país, distribuição de renda interna, entre
outros, que influenciam o desenvolvimento ou a retração econômica, condicionando
consideravelmente as organizações;
▪ Condições demográficas: fatores demográficos (população, etnia, religião, distribuição
geográfica, etc.) que formam as características do mercado presente e futuro das
organizações;
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 39
▪ Condições ecológicas: são relacionadas a fatores demográficos que envolvem a
organização. Nas organizações, tem-se a ecologia social, que, por sua vez, significa que
as organizações são influenciadas e influenciam em pontos tais como poluição, clima,
transportes e meios de comunicação, entre outros;
▪ Condições culturais: são inseridas nas organizações a partir das expectativas de seus
consumidores e participantes.
Além do macroambiente com suas condições externas, existe o Ambiente de Tarefa, que
é aquele mais próximo da organização, ligado à parte de operações e formado por fornecedores,
clientes, concorrentes e entidades reguladoras (CHIAVENATO, 2014).
2.5.1 Teoria Estruturalista
É um modelo de administração que surgiu na década de 50 como um desdobramento da
Teoria da Burocracia que buscava sintetizar as Teorias Clássica e das Relações Humanas devido
à necessidade de visualizar a organização como uma unidade social grande e complexa, foi a
primeira teoria a tratar a organização como um sistema aberto que influencia e é influenciada
pelo ambiente externo (CHIAVENATO, 2014).
A Teoria Estruturalista não foca em apenas uma variável, tanto que sua ênfase é na
estrutura, nas pessoas e no ambiente. Dessa forma, ela tem como foco a organização formal e a
organização informal.
Os estruturalistas tentaram estudar a relação da organização formal (teoria clássica)
com a organização informal (teoria das relações humanas) dentro de uma abordagem múltipla e
buscando um equilíbrio do comportamento humano no contexto organizacional.
A Teoria Estruturalista foca na abordagem múltipla e não restritiva, tanto que, afirma-se
que nessa época, as empresas deveriam agir como um sistema aberto, em constante
relacionamento com o ambiente externo (CHIAVENATO, 2014).
Para os estruturalistas, o ambiente é constituído pelas outras organizações que formam a
sociedade. A interação entre a organização e o ambiente torna-se fundamental para o
estruturalismo, assim como as relações externas entre uma organização e outras organizações no
ambiente.
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 40
A Teoria Estruturalista estuda a relação das organizações com a sociedade, dessa forma,
os estudiosos estruturalistas verificaram que o indivíduo não precisa apenas dos serviços
industriais, a sociedade começa a ser mais complexa, portanto, precisa de serviços mais
específicos. Assim, surge nessa época um conjunto de organizações complexas para atender às
diversas necessidades das pessoas e que se diferem das indústrias (CHIAVENATO, 2014).
Por isso, a Teoria Estruturalista se preocupa em aplicar a ciência da administração em
diversos tipos de organizações.
Se surgem essas organizações complexas, então se faz necessário olhar para a
personalidade do indivíduo, pois ele terá que se adaptar e atuar em vários momentos em
organizações diferentes.
Na Teoria Estruturalista, segundo Chiavenato (2014), o foco é o homem organizacional,
que desempenha diferentes papéis em várias organizações. Ou seja, em diferentes momentos, as
pessoas desempenham papéis diferentes na sociedade, seja na vida pessoal ou profissional.
Por exemplo, uma hora o homem tem papel de funcionário de uma empresa, em outra
hora ele é membro de uma igreja e em outra hora ele realiza trabalhos voluntários. Em cada
momento ele desempenha papéis diferentes e deve adaptar sua postura e seu comportamento para
cada atividade. Por isso afirma-se que a Teoria Estruturalista tem uma leve aproximação com a
Teoria das Relações Humanas (CHIAVENATO, 2014).
Para ser bem-sucedido, o homem organizacional necessita possuir as seguintes
características:
▪ Flexibilidade – para enfrentar as mudanças bruscas e a diversidade de papéis/ funções
bem como novos relacionamentos.
▪ Tolerância emocional – por causa do desgaste do enfrentamento dos conflitos gerados
por necessidades individuais e organizacionais.
▪ Capacidade de adiar as recompensas – compensar o trabalho rotineiro em detrimento
de preferências e vocações pessoais.
▪ Permanente desejo de realização – garantir a conformidade das normas que controlam e
asseguram o acesso às posições de carreira dentro da organização.
Enquanto as outras teorias administrativas se preocupavam com fenômenos que ocorrem
dentro das organizações, através da análise interna, os estruturalistas inauguraram a preocupação
com a análise interorganizacional, que parte do pressuposto de que a organização funciona a
partir da interação entre as organizações, causando uma interdependência entre elas.
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 41
Pode-se afirmar que a Teoria Estruturalista é mais uma corrente do pensamento
administrativo que trouxe à luz do conhecimento científico, uma análise e valiosos conceitos
utilizados para elucidação de problemas organizacionais.
2.5.2 Teoria de Sistemas
Segundo Chiavenato (2014), a Teoria de Sistemas (TS) é considerada um eixo da Teoria
Geral de Sistemas (TGS). A TGS teve início na área da biologia com trabalhos do alemão
Ludwig von Bertalanffy, biólogo austríaco que ficou intrigado com peças que faltavam na
biologia, autor do livro Teoria Geral dos Sistemas, tornando-se criador da TGS.
A Teoria Geral de Sistemas aponta que os sistemas devem ser analisados e estudados de
forma global, unindo as interdependências existentes entre suas partes. Bertalanffy, aponta que é
errônea a divisão do mundo em Física, Química, Biologia, Psicologia, Sociologia, entre outras.
Essas são divisões fortemente definidas, sendo que na natureza, não existe a divisão dessas
partes. A água não é igual ao hidrogênio e ao oxigênio que a formam (CHIAVENATO, 2014).
Na Administração, a Teoria de Sistemas é um modelo que surgiu na década de 50 como
um desdobramento da Teoria da Burocracia que buscava sintetizar as Teorias Clássica e das
Relações Humanas devido à necessidade de visualizar a organização como uma unidade social
grande e complexa, foi a primeira teoria a tratar a organização como um sistema aberto que
influencia e é influenciada pelo ambiente externo.
Para Chiavenato (2014), são vários os conceitos de sistema:
▪ Sistema é um conjunto de elementos em interação recíproca;
▪ Sistema é um conjunto de partes reunidas que se relacionam entre si formando uma
totalidade;
▪ Sistema é um conjunto de elementos interdependentes, cujo resultado final é maior do
que a soma dos resultados que esses elementos teriam caso operassem de maneira
isolada.
▪ Sistema é um conjunto de elementos interdependentes e interagentes no sentido de
alcançar um objetivo ou finalidade;
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 42
▪ Sistema é um grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado cujas
características são diferentes das características das unidades;
▪ Sistema é um todo organizado ou complexo; um conjunto ou combinação de coisas ou
partes, formando um todo complexo ou unitário orientado para uma finalidade.
Segundo Chiavenato (2014), existem diferentes tipos de sistemas e cada sistema possui
suas próprias características,que podem ser:
1. Com relação à sua formação:
▪ Sistemas físicos ou concretos: aqueles que são formados por objetos físicos ou reais;
▪ Sistemas abstratos ou conceituais: aqueles que são formados por conceitos, filosofias
e ideias, entre outros.
2. Com relação à sua natureza:
▪ Sistemas fechados: aqueles que não possuem relações de trocas com o ambiente que
está em sua volta. Portanto, não são influenciados pelo ambiente e também não o
influenciam;
▪ Sistemas abertos: aqueles que possuem relações de trocas com o ambiente que está em
sua volta. Esses tipos de sistemas fazem trocas de forma regular com outros sistemas
presentes no ambiente.
De acordo com Chiavenato (2014), os principais elementos que compõem um sistema
são: Entrada (Input), Processamento (Caixa Negra), Saída (Output) e Retroação (Feedback) junto
ao Ambiente no qual se encontra.
▪ Entrada (Input): refere-se aos elementos que são necessários para o sistema poder
operar. Em outras palavras, é tudo aquilo que o sistema recebe ou importa do que está no
seu exterior;
▪ Processamento (Caixa Negra): refere-se à etapa em que não é possível ser visualizada,
sendo o local que está o processamento dos elementos que entraram no sistema. Também
é responsável por aquilo que é expelido do sistema, ou seja, a saída;
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 43
▪ Saída (Output): refere-se aos elementos que saem do sistema. Em outros termos, é tudo
aquilo que é resultado do processamento do sistema;
▪ Retroação (Feedback): refere-se ao processo em que uma parte dos elementos de saída
volta para a entrada com o objetivo de modificá-la de algum modo, geralmente no sentido
de otimizar ou melhorar a eficiência do sistema.
A seguir, na Figura 12, as etapas e os elementos que compõem um sistema.
Figura 12 – A organização como um sistema aberto em um meio ambiente
Fonte: Chiavenato (2014)
A Teoria dos Sistemas trouxe para a ciência administrativa, uma ampliação na visão dos
problemas organizacionais se contrapondo às abordagens mais antigas de sistemas fechados. A
concepção de homem funcional, com desempenho de vários papéis e seus conflitos somados aos
da organização (mistos) compõem o quadro organizacional dessa abordagem, que necessita de
melhor sistematização e possui pouca aplicação prática (CHIAVENATO, 2014).
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 44
A perspectiva sistêmica trouxe uma nova maneira de ver as coisas. Não somente em
termos de abrangência, mas principalmente quanto ao enfoque. O enfoque do todo e das partes,
do dentro e do fora, do total e da especialização, da integração interna e da adaptação externa, da
eficiência e da eficácia. O aspecto mais importante do conceito de sistema é a ideia de um
conjunto de elementos interligados para formar um todo.
2.6 Ênfase na tecnologia
É o foco das teorias que consideram a Administração uma ciência que cuida da aplicação
bem-sucedida da tecnologia na atividade organizacional, como no caso da Teoria da
Contingência, que também tem ênfase no ambiente.
Em linhas gerais, o termo “tecnologia” possui como significado “estudo de técnicas”.
Tais técnicas podem ser empregadas em diferentes áreas da ciência. A tecnologia, principalmente
desde a Primeira Revolução Industrial, a qual ocorreu entre os anos de 1760 e 1860, modificou
consideravelmente a sociedade e as organizações. A partir deste período, houve um
desdobramento de evoluções tecnológicas que modificaram constantemente os modos de
produção de bens e serviços na sociedade, bem como interações entre as pessoas
(CHIAVENATO, 2014).
Foram diversas as consequências da Informática na Administração desde o seu
surgimento. Dentre as principais consequências, segundo Chiavenato (2014), estão:
▪ Automação: é o resumo pelo qual as etapas de produção são realizadas com
ultra-mecanização e super-racionalização e de forma contínua, com um controle
automático, a partir do processo de retroação que é enviado para a máquina em relação ao
seu próprio produto;
▪ Sistemas de Informação: na administração, os sistemas de informação auxiliam nos
processos de tomada de decisão, já que as organizações possuem suas tomadas de
decisões baseadas nas informações disponíveis. Nesse contexto, surgiram os
denominados Sistemas de Informação Gerencial (SIG), responsáveis pela busca, coleta,
armazenamento, classificação e tratamento das informações;
▪ Integração do Negócio: a informática encontra-se cada vez mais inserida no ambiente
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 45
das organizações e passa pelos seus mais diferentes setores. Tal fato faz com que se tenha
uma maior integração dos processos internos realizados pela organização e também na
relação com seus clientes e fornecedores. Por meio dessa integração, são controlados os
fluxos de entrada e saída de processos, produtos e serviços das organizações;
▪ E-business: também chamado em muitos tipos de negócios de “e-commerce”, diz
respeito aos negócios realizados no âmbito do mundo da internet;
Nesta abordagem, surge o conceito de “homo digitalis”, que faz menção ao homem
digital que, por sua vez, é aquele inserido nas transações realizadas nos meios
predominantemente eletrônicos, como o computador e a internet.
A tecnologia no meio administrativo trouxe diversas contribuições e alterou
drasticamente o modo de se gerenciar as organizações. De acordo com Chiavenato (2014), ela
melhorou a vida do gestor, fornecendo de modo integrado, inteligente e em tempo real
informações sobre todos os acontecimentos ocorridos no ambiente da organização.
2.6.1 Teoria da Contingência
A Teoria da Contingência aponta que não existe nada absoluto no contexto das
organizações. Em outros termos, segundo essa teoria, tudo depende. A Teoria da Contingência
afirma que para atingir os objetivos da organização há uma relação entre as condições presentes
no ambiente e as técnicas administrativas utilizadas (CHIAVENATO, 2014). Desse modo, em
termos práticos, essa teoria indica uma relação do tipo “se - então”, ou seja, se a condição do
ambiente é “A”, então se utiliza a técnica “A”, mas se a condição do ambiente é “B”, então se
utiliza a técnica “B” e, assim por diante.
Segundo Chiavenato (2014), essa teoria teve início com diversos trabalhos de pesquisas
realizados para identificar modelos de estrutura organizacional que possuíam maior eficácia de
acordo com o tipo de organização. Dentre as diferentes pesquisas sobre o assunto, é possível
citar: Pesquisa de Chandler sobre estratégia e estrutura, Pesquisa de Burns e Stalker sobre
organizações, Pesquisa de Lawrence e Lorsch sobre o ambiente e a Pesquisa de Joan Woodward
sobre a tecnologia. Ainda, segundo Chiavenato (2014), a partir dos resultados dessas pesquisas,
os autores formularam a Teoria da Contingência, que aponta que não há apenas um modo de
organizar e que organizações precisam se ajustar conforme as condições do ambiente.
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 46
Chiavenato (2014, p. 497) aponta que a Teoria da Contingência possui três aspectos
básicos:
1. A organização é de natureza sistêmica, isto é, ela é um sistema aberto;
2. As características organizacionais apresentam uma interação entre si e com o
ambiente. Isso explica a íntima relação entre as variáveis externas (como a certeza e a
estabilidade do ambiente) e as características da organização (diferenciação e
integração organizacionais);
3. As características ambientais funcionam como variáveis independentes, enquanto as
características organizacionais são variáveis dependentes.
Na Teoria da Contingência surge o conceito de Homem Complexo. Para Chiavenato
(2014), o Homem Complexo é um sistema de características pessoais, percepções, valores e
necessidades, resultado da junção entre os conceitos do homo economicus (Administração
Científica), Homem Social (Teoria das RelaçõesHumanas), Homem Organizacional (Teoria
Estruturalista), Homem Administrativo (Teoria Comportamental) e Homem Funcional (Teoria de
Sistemas).
Figura 13 – Conceitos do homem segundo as diversas Escolas da Administração
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 47
Fonte: Chiavenato (2014)
A Teoria Contingencial incorpora conceitos de várias teorias anteriores, passando uma
mensagem de que nada é absoluto e que existe uma continuação entre teorias aparentemente
opostas. Esta teoria nos mostra que existe um leque de alternativas à disposição do
Administrador e que após seu diagnóstico da situação organizacional, poderá fazer a abordagem
que achar conveniente (FERREIRA et al, 2002).
2.7 Novas abordagens da Administração – Ênfase na competitividade
Na atualidade, estamos vivendo a sociedade pós-industrial da “Era da Informação” e há
uma necessidade constante de inovação, de adoção de novas ideias, de conceitos e busca de
flexibilidade nas organizações para se adaptar constantemente às constantes mudanças e
incertezas.
Quanto mais dinâmico e competitivo o cenário que a organização se encontra, maior é a
necessidade de se fundamentar em conceitos, ideias, modelos, teorias e valores que lhe permitam
a orientação e o balizamento do seu comportamento.
Diversos tópicos são constantemente tratados na administração das organizações
atualmente. Destaca-se que esses tópicos estão intimamente relacionados ao aspecto de
competitividade das organizações no mercado. Nesse sentido, as Perspectivas Contemporâneas
da Administração, que podem ser tratadas como “Novas abordagens da Administração”, possui
ênfase na competitividade das organizações (CHIAVENATO, 2014).
Dentre os pontos que tratados nas novas abordagens da Administração, estão: Era da
Informação, Tecnologia da Informação, Inovação, Melhoria Contínua, Qualidade
Total, Benchmarking, Gestão de Projetos, Gestão de Conhecimento, Estratégia Organizacional,
Sustentabilidade, Governança Corporativa, Surgimento de Comunidades Virtuais e, por fim,
Planejamento, Organização, Direção e Controle.
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 48
3. CONCLUSÃO
À medida que a Administração se defronta com novas situações que surgem no decorrer
do tempo, as doutrinas e teorias administrativas precisam adaptar suas abordagens ou
modificá-las para continuarem úteis e aplicáveis. Isso explica, em parte, os gradativos passos da
TGA no decorrer dos tempos e a gradativa abrangência e complexidade que acabamos de
discutir.
O pensamento administrativo está continuamente se expandindo e se ampliando, levando
o leitor a uma dificuldade de se familiarizar, mesmo que superficialmente, com uma amostra
representativa da literatura sobre a Administração.
A seguir, o Quadro 2 apresenta um resumo geral das Teorias Administrativas.
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 49
Quadro 2 – Resumo Teorias Administrativas
Fonte: Chiavenato (2014)
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 50
GLOSSÁRIO
CONCEITOS BÁSICOS 1
ADMINISTRAÇÃO: significa a maneira de governar organizações ou parte delas. É o processo
de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos organizacionais para alcançar
determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz.
ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA: surgiu nos Estados Unidos no começo do século XX com
Frederick W. Taylor (1856-1915) e é considerada precursora no estudo científico da
Administração, tendo como ênfase de seus estudos as tarefas exercidas pelos operários.
COMPETITIVIDADE: significa a capacidade de uma organização oferecer produtos e serviços
melhores e mais baratos, mais adequados às necessidades e expectativas do mercado, trazendo
soluções inovadoras ao cliente.
CONHECIMENTO: significa todo o acervo de informações, conceitos, ideias, experiências,
aprendizagens que o administrador possui a respeito de sua especialidade.
EFICÁCIA: significa atingir objetivos e resultados. Um trabalho eficaz é um trabalho que
resulta proveitoso e bem-sucedido.
EFICIÊNCIA: significa fazer bem e corretamente as coisas. O trabalho eficiente é um trabalho
bem executado.
EMPREENDEDOR: é a pessoa que tem a coragem de assumir riscos para aproveitar
oportunidades em situações nas quais outras pessoas veriam apenas problemas ou ameaças.
EMPREGABILIDADE: é a capacidade que uma pessoa tem de conquistar e manter um
emprego em uma organização.
ÊNFASE NA ESTRUTURA: é o foco das teorias que consideram a Administração uma ciência
que cuida da configuração e da estruturação das organizações, como no caso da Teoria Clássica e
Teoria da Burocracia.
ÊNFASE NA TECNOLOGIA: é o foco das teorias que consideram a Administração uma
ciência que cuida da aplicação bem-sucedida da tecnologia na atividade organizacional, como no
caso da Teoria da Contingência.
ÊNFASE NAS PESSOAS: é o foco das teorias que consideram a Administração uma ciência
aplicada sobre as pessoas e suas atividades dentro das organizações, como no caso da Teoria das
Relações Humanas e Teoria Comportamental.
ÊNFASE NAS TAREFAS: é o foco das teorias que consideram a Administração uma ciência
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 51
aplicada na racionalização e no planejamento das atividades operacionais, como no caso da
Administração Científica.
ÊNFASE NO AMBIENTE: é o foco das teorias que consideram a Administração uma ciência
que busca a adequação das organizações às demandas e situações ocorridas em seu contexto
externo, como no caso da Teoria de Sistemas e Teoria da Contingência.
EXECUTIVO: é o administrador situado no nível institucional da organização. Pode ser um
diretor ou um gerente.
GLOBALIZAÇÃO: significa a internacionalização dos negócios e do sistema produtivo e
financeiro, fazendo com que o ambiente organizacional se torne imenso, complexo, mutável e
incerto.
HABILIDADE: é uma capacidade de transformar o conhecimento em ação e que resulta em um
desempenho desejado.
HABILIDADES CONCEITUAIS: consistem na capacidade de utilizar ideias, conceitos,
teorias e abstrações como guias orientadores da ação administrativa.
HABILIDADES HUMANAS: consistem na capacidade e no discernimento para trabalhar com
pessoas, comunicar, compreender suas atitudes e motivações e aplicar liderança eficaz.
Referem-se à facilidade no relacionamento interpessoal e grupai.
HABILIDADES TÉCNICAS: consistem em saber utilizar métodos, técnicas e equipamentos
necessários para realizar tarefas específicas relacionadas à execução do trabalho.
NÍVEL INSTITUCIONAL: é o nível administrativo mais elevado e aberto da organização pelo
fato de interagir com o ambiente externo da organização.
NÍVEL INTERMEDIÁRIO: é o nível administrativo que serve de ligação entre o nível
institucional e o nível operacional. É geralmente ocupado por gerentes.
NÍVEL OPERACIONAL: é o nível administrativo mais baixo da organização e que cuida da
execução das tarefas e atividades quotidianas.
ORGANIZAR: é a função administrativa de arranjar e alocar o trabalho, a autoridade e os
recursos entre os membros de uma organização, visando o alcance dos objetivos organizacionais.
ORGANIZAÇÃO: é uma entidade social composta de pessoas e de recursos, deliberadamente
estruturada e orientada para alcançar um objetivo comum.
PAPÉIS DECISÓRIOS: referem-se a como o administrador utiliza a informação em suas
Curso Técnico de Nível Médio em Administração – Teoria Geral da Administração 52
decisões. Envolvem eventos e situações em que o administrador deve fazer uma escolha ou
opção. Esses papéis requerem tanto habilidades humanas como conceituais.
PAPÉIS INFORMACIONAIS: referem-se ao intercâmbio e ao processamento da informação.
Descrevem as atividades para manter e desenvolver uma rede de informações.
PAPÉIS INTERPESSOAIS: referem-se à interação do administrador com as pessoas e como
ele influencia seus subordinados.Representam as relações com outras pessoas e estão
relacionados às habilidades humanas.
TEORIA CLÁSSICA: surgiu com Jules Henri Fayol (1841-1925) na Europa, também no
começo do século XX, tendo como ênfase de seus estudos a estrutura da organização.
TEORIA COMPORTAMENTAL: é a corrente baseada na psicologia organizacional e que
redimensiona e atualiza os conceitos da Teoria das Relações Humanas. O precursor dessa teoria é
Herbert A. Simon (1916-2001), e os estudos dessa teoria possuem ênfase nas pessoas.
TEORIA DA BUROCRACIA: é a corrente baseada nos trabalhos de Max Weber que descreve
as características do modelo burocrático de organização, tendo como ênfase de seus estudos a
estrutura da organização.
TEORIA DA CONTINGÊNCIA: é a corrente mais recente que parte do princípio de que a
Administração é relativa e situacional, isto é, depende de circunstâncias ambientais e
tecnológicas da organização. Ou seja, essa teoria aponta que não existe nada absoluto no
contexto das organizações. Em outros termos, segundo essa teoria, tudo depende. A Teoria da
Contingência afirma que para atingir os objetivos da organização, há uma relação entre as
condições presentes no ambiente e as técnicas administrativas utilizadas. Os estudos dessa teoria
possuem ênfase no ambiente e na tecnologia.
TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL: surgiu a partir de 1962, na
sequência da Teoria Comportamental, tendo por objetivo o crescimento e o desenvolvimento das
organizações. Nesse contexto, foi levado em consideração um conglomerado de teorias a respeito
do trabalhador, da empresa e do ambiente. Os estudos dessa teoria possuem ênfase nas pessoas.
TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS: surgiu em 1932 por consequência do Experimento
de Hawthorne, gerenciada por Elton Mayo (1880-1949). Os estudos dessa teoria possuem ênfase
nas pessoas.
TEORIA DE SISTEMAS: provém de uma teoria mais abrangente denominada Teoria Geral
dos Sistemas (TGS), que teve início na área da biologia. Uma das principais contribuições dessa
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teoria são as classificações quanto à natureza das organizações em Sistema Aberto (interage com
o ambiente) e Sistema Fechado (não interage com o ambiente). Os estudos dessa teoria possuem
ênfase no ambiente.
TEORIA ESTRUTURALISTA: surge a partir de conflitos teóricos entre a Teoria Clássica
(ênfase na estrutura) e a Teoria das Relações Humanas (ênfase nas pessoas), em um contexto em
que a Teoria da Burocracia (ênfase na estrutura) não possuía base teórica suficiente para resolver.
Os estudos dessa teoria possuem ênfase na estrutura da organização e no ambiente.
TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO: é o conjunto orgânico e integrado de teorias,
hipóteses, conceitos e ideias a respeito da Administração como ciência, técnica ou arte.
TEORIA NEOCLÁSSICA: é a corrente eclética e pragmática baseada na atualização e no
redimensionamento da Teoria Clássica e na ênfase colocada nos objetivos. O grande pensador
dessa teoria, considerado o pai da administração moderna, foi Peter Drucker (1909-2005).
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REFERÊNCIAS
AMARU, Maximiano. A. César. Introdução à Administração. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
BARRETO, João Marcelo. Introdução à Administração. Salvador: UFBA, 2017.
BUSARELLO, Maiara; CRUZ, Orlandina Gonçalves. Administração Pública. Indaial:
Uniasselvi, 2014.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 9ª edição. São Paulo:
Manole, 2014.
FERREIRA, Ademir; REIS, Ana Carla Fonseca; PEREIRA, Maria Isabel. Gestão Empresarial:
de Taylor aos nossos dias: Evolução e Tendências da Moderna Administração de Empresas. São
Paulo: Thomson Learning, 2002.
MAXIMIANO, Antonio C. Amaru. Teoria Geral da Administração: da revolução urbana à
revolução digital. 6ª edição. São Paulo: Atlas, 2011.
RIBEIRO, Antonio de Lima. Teorias da Administração. São Paulo: Saraiva, 2004.
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Hino Nacional
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,Brasil!
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!
Hino do Estado do Ceará
Poesia de Thomaz Lopes
Música de Alberto Nepomuceno
Terra do sol, do amor, terra da luz!
Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Em clarão que seduz!
Nome que brilha esplêndido luzeiro
Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Chuvas de prata rolem das estrelas...
E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Rubros o sangue ardente dos escravos.
Seja teu verbo a voz do coração,
Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Peito que deu alívio a quem sofria
E foi o sol iluminando o dia!
Tua jangada afoita enfune o pano!
Vento feliz conduza a vela ousada!
Que importa que no seu barco seja um nada
Na vastidão do oceano,
Se à proa vão heróis e marinheiros
E vão no peito corações guerreiros?
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Há de florar em meses, nos estios
E bosques, pelas águas!
Selvas e rios, serras e florestas
Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Sobre as revoltas águas dos teus mares!
E desfraldado diga aos céus e aos mares
A vitória imortal!
Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
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