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Curso de Formação e Qualificação de Multiplicadores de Treinamentos para Mesários Texto complementar - Módulo Comunicação Profa. Eliane Maciel Curso EAD Olá! Nesse material complementar, você encontrará ideias, dicas e informações que complementam os assuntos citados em nosso módulo Comunicação. São textos curtos, que relembram e aprofundam dados e temas que vimos, em nossas aulas. Também inclui algumas sugestões adicionais de vídeos, filmes, artigos e livros que podem ajudar você a dar mais alguns passos, de acordo com seu interesse, neste assunto tão fascinante - e importante para seu enriquecimento profissional e pessoal. Vamos lá? Um abraço e boa leitura! Eliane Maciel As mudanças na comunicação e no relacionamento das organizações com seus públicos: novos perfis de stakeholders, novo contexto social A partir dos anos 1990, de forma crescente e acelerada, o mundo vem passando por uma transformação digital que influencia, em caráter irreversível, a forma como as organizações entendem e gerenciam seu relacionamento e comunicação com os stakeholders ou públicos de interesse. Essa mudança teve relação direta com o advento da internet. A popularização das novas tecnologias e a conexão generalizada em escala planetária criaram vieses inesperados na globalização em curso, afetando os mais diversos extratos da sociedade. Essa nova dinâmica das relações sociais também criou um contexto de empoderamento que atingiu a todos nós, cidadãos comuns: passamos a contar com a possibilidade de produzir e compartilhar conteúdo, massivamente. Diariamente, as redes sociais abrigam e multiplicam bilhões de imagens e textos com alto potencial viral, que podem ter grande influência não apenas sobre o cotidiano, mas também sobre a imagem e a reputação de pessoas e organizações de todos os portes, sejam elas públicas ou privadas. (Disponível em: https://revistaquem.globo.com/QUEM- News/noticia/2020/04/gabriela-pugliesi-perde-mais-de-100-mil- seguidores-apos-festa-na-quarentena.html) Essa realidade tornou tangível a visão do filósofo canadense Marshall McLuhan que, em suas obras já clássicas “A Galáxia de Gutenberg” (1962) e “Os Meios de Comunicação como Extensão do Homem” (1964), previu, com quase três décadas de antecedência, o impacto das novas tecnologias na redução das distâncias, agilização da notícia e massificação do acesso à informação. Ele foi o primeiro estudioso a antecipar as transformações globais provocadas por essa verdadeira revolução silenciosa. Hoje, todas as pessoas são potenciais formadores de opinião e influenciers, independentemente de nacionalidades, etnias e classes sociais. Computadores, tablets pessoais e recursos de fotografia e filmagem acessíveis modificaram para sempre a relação das pessoas com o fato e com a notícia. Qualquer cidadão com um celular conectado nas mãos se transforma, nessa nova realidade, num membro atuante da “aldeia global” à qual se referiu MacLuhan, com possibilidades de influenciar sua trajetória, ideologia e visão de mundo. Jovens indígenas com pintura corporal tribal registram imagens em seus celulares – foto: Wílton Jr. – Agência Estado Já não é possível esconder realidades, camuflar ou omitir situações. Até mesmo a onipresença das câmeras de segurança trouxe para perto a fantasia de George Orwell, em seu romance “1984”, no qual, pela primeira vez, surge a figura do Big Brother (“Grande irmão”), não como um reality show, mas como uma instância de controle estatal sobre a vida privada. As agências de notícias fazem com que qualquer fato, mesmo que ocorra em um local distante, possa alcançar repercussão internacional. Da mesma forma, a notícia pode emanar, de várias formas, de pessoas que estão longe de ser consideradas “celebridades”, no sentido tradicional do termo: Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-49665125 Contribuições de leitores para grandes veículos da mídia demonstram a tendência de inclusão do público como fonte. Disponível em “Você no G1” – blog colaborativo Portanto, não é exagero dizer que, principalmente em qualquer situação de representação pública de uma organização, como acontece com os treinamentos de mesários, estamos em uma posição de ampla exposição, numa situação de constante monitoramento em que não apenas o que dizemos, mas também nossas posturas e atitudes passam por constante avaliação. A organização na glass box Os desdobramentos desta realidade tiveram um impacto tão profundo nas empresas que a consultoria TrendWatching forjou, em 2018, o conceito da glass box (“caixa de vidro”) para representar as organizações públicas e privadas em seu novo ambiente operacional e estratégico, pautado pelas interações constantes e pela transparência obrigatória. Para esta consultoria internacional, estamos experimentando uma nova Economia da Reputação imposta pelo cenário de “transparência radical” no qual não é mais possível omitir nenhuma informação ou deixar qualquer diálogo para depois. Assim como não é recomendável, para nenhuma empresa, subestimar o efeito de qualquer stakeholder sobre os seus resultados e metas de negócio. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2020/03/24/inte rna-brasil,836326/coronavirus-empresarios-minimizam-pandemia-e-sao- criticados-internet.shtml Intencionalmente, o conceito da glass box se contrapõe à antiga ideia das “caixas pretas”, pela qual as organizações teriam controle parcial ou total sobre suas ações e informações, podendo mantê-las em sigilo ou sob um estado confortável e controlado de letargia, de acordo com seus interesses. De forma crescente nas últimas décadas, diversos cases empresariais bastante conhecidos – alguns dos quais se transformaram em escândalos mundiais - demonstraram que a opção por esse tipo de ação tornou-se cada vez mais arriscado e potencialmente custoso para qualquer tipo de organização, impactando até mesmo sua possibilidade de sobrevivência, no caso das empresas. Os case a seguir é um exemplo bastante concreto dessa realidade, e mostra que o relacionamento pode se tornar o elemento definidor para o desenrolar de conflitos entre organizações e stakeholders afetados: PG&E x Comunidade de Hinkley Em 1952, a Pacific Gas and Eletric (PG&E) construiu uma instalação na cidade de Hinkley, no sul da California, como parte de um gasoduto que conectava a cidade com a região da baía de São Francisco. Desde sua construção até 1966, a empresa lançou mão de cromo hexavalente (cromo VI) nos tanques de resfriamento, para combater a corrosão do metal. Ao fim do processo, a água descartada das torres era despejada, sem tratamento, em lagos a céu aberto do lado de fora. E, com o passar dos anos, a água contaminada começou a percolar pelo solo, contaminando o lençol freático. Nos anos seguintes, adultos e crianças de Hinkley passaram a manifestar diversos problemas de saúde, inclusive câncer, o que levou os moradores da comunidade a questionarem a possível contaminação da água e do solo. Mas não existiam provas consistentes e ninguém parecia disposto a confrontar o poderoso corpo jurídico da PG&E: até que, em 1993, uma assistente jurídica do escritório de advogados Masry e Vititoe, chamada Erin Brockovich, assumiu para si a responsabilidade de se relacionar com a assustada comunidade de Hinkley e reunir as provas que resultaram na ação coletiva vencida em 1996. A PG&E foi obrigada a pagar, em indenizações, um valor de U$ 333 milhões, o maior já pago numa ação direta na história dos Estados Unidos às vítimas de um crime ambiental. Além disso, foi obrigada a limpar a área e restaurar a qualidade da água. A notoriedade fez de Erin, que recebeu US$ 2,5 milhões por seu trabalho, uma importante ativista ambiental e apresentadorade TV, com os programas Challenge America with Erin Brockovich, na ABC e Final Justice no Zone Reality. Julia Roberts no papel, e a verdadeira Erin Brockovich Ela também se tornou a presidente da Brockovich Research & Consulting e consultora da Girardi & Keese, da firma de advocacia Weitz & Luxenberg que trabalha com os danos causados pelo amianto, e da Shine Lawyers, da Áustrália. No ano 2000, o diretor Steven Soderbergh transformou Erin Brockovich em um longa-metragem que conferiu à atriz Julia Roberts o Oscar de Melhor Atriz. Revendo a Teoria dos Stakeholders Tantas transformações nos levam, necessariamente, a revisitar um importante legado à comunicação organizacional que veio do universo da administração: a Teoria dos Stakeholders (Friedman, 1962). Para facilitar a sua assimilação, compartilhamos aqui uma definição bastante completa do termo, adotada pelo Instituto Ethos: “Stakeholder - partes interessadas... Qualquer indivíduo ou grupo que possa afetar o negócio por meio de opiniões ou ações, ou que possa por ele ser afetado...” - Instituto Ethos Ao avaliar fatores que impactavam as empresas e influenciavam negativamente em seus resultados, Friedman observou que as empresas tradicionais tendiam a funcionar como “sistemas fechados”, nos quais somente suas metas imediatas, econômicas e de produtividade eram consideradas. Tratava-se de um modelo de gestão em que os interesses do “proprietário” (fosse ele único ou múltiplo, sob a figura do acionista) eram sempre prevalentes. Isso levava os gestores a ignorarem ou minimizarem interesses ou necessidades apresentados por outros grupos de interesse com os quais a empresa interagia e/ou que interagiam com ela e com seus produtos. E esse distanciamento permanecia, mesmo quando estes grupos apresentavam um potencial significativo de impacto na cadeia total do negócio. A partir dessa constatação, Friedman propôs que a gestão se tornasse mais abrangente e passasse a considerar a organização como parte de um sistema amplo. Assim, esta não é mais compreendida como um “mundo à parte” ou um “fim em si mesma”, mas como um organismo vivo e mutável, permeável às forças que não estão sob seu controle direto, sofrendo constantes influências daqueles com os quais se relaciona, dentro e fora de seus muros. Para sobreviver e prosperar nesse ambiente de diversidade, toda a organização precisaria, portanto, se ressignificar e interagir com fatores econômicos, políticos, sociais e históricos. Friedman defendia que uma gestão atenta a esse sistema integrado e mais amplo se tornava preservativa para o planejamento estratégico, para a identidade organizacional, e essencial à sobrevivência da organização. E quanto mais hábeis fossem os gestores em “ler os sinais” enviados do ambiente extramuros (e do ambiente intramuros, por meio de interações abertas e claras com os colaboradores), maior seria a sua assertividade na tomada de decisões. Atualmente, o acerto dessa avaliação de Friedman se impõe quase como uma unanimidade, e ganha novos tons, pela acelerada mudança que vivemos. Na prática, até os anos 2010, a teoria dos stakeholders ainda era circunscrita a uma aplicação muito pequena na maioria das organizações, numa inserção que ainda preservava, para a organização, um certo espaço de “centralidade” no relacionamento. Desta forma, públicos de interesse eram segmentados entre “primários” e “secundários”, e se direcionava para uma área periférica uma série de grupos de interesse que não tinham, na visão da época, proximidade ou poder suficiente para, efetivamente, afetar os interesses do negócio. Desta forma, esses grupos acabavam por não merecer, de fato, uma atenção contínua da comunicação e do relacionamento das empresas. O esquema abaixo, idealizado por Teodósio (2009), mostra bem claramente esses stakeholders da “franja”, entre os quais estão elencados, até mesmo, os chamados “não humanos”. Disponível em http://claudiamaral.blogspot.com/2007_06_18_archive.html Contudo, a matéria de jornal que apresentamos a seguir é apenas um de muitos exemplos possíveis que mostram claramente que não é mais verdade que possamos ignorá-los, ou minimizar seu potencial de afetar o negócio ou sua reputação: Síntese das matérias publicadas no Valor, de 04.12.2018 (íntegra disponível em https://valor.globo.com/empresas/noticia/2018/12/04/carrefour-e-alvo- de-protesto-por-morte-de-cachorro.ghtml) e no Meio & Mensagem, em 06.10.2019 (disponível em https://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2019/06/10/marc as-e-protecao-animal-da-crise-ao-ativismo.html) https://valor.globo.com/empresas/noticia/2018/12/04/carrefour-e-alvo-de-protesto-por-morte-de-cachorro.ghtml https://valor.globo.com/empresas/noticia/2018/12/04/carrefour-e-alvo-de-protesto-por-morte-de-cachorro.ghtml https://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2019/06/10/marcas-e-protecao-animal-da-crise-ao-ativismo.html https://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2019/06/10/marcas-e-protecao-animal-da-crise-ao-ativismo.html Em dezembro de 2018, ativistas e protetores de animais fizeram várias manifestações e protestos nas redes sociais contra uma unidade do Carrefour de Osasco, na Grande São Paulo, em função de maus tratos que resultaram na morte de uma cadela. De acordo com relatos da empresária Isabela Marcelino, que fez a denúncia em um post que teve mais de 22 mil compartilhamentos, a vira-lata estava dormindo no estacionamento do supermercado, e por isso foi envenenada e espancada por um dos seguranças terceirizados, a pedido de um superior: “"...só porque pessoas importantes e diretores da matriz da empresa visitariam a loja. Para fazer "bonito", não queriam o cachorro abandonado rodando por lá. Mandaram eliminar o animal como se não fosse nada e da pior forma possível!". O vira-lata chegou a ser socorrido pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Prefeitura de Osasco, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A prefeitura de Osasco se manifestou e um inquérito foi aberto na Delegacia Especializada da cidade, que também foi acompanhado por políticos locais. Em nota, o Carrefour afirmou que "repudia qualquer tipo de maus-tratos contra animais" e que afastou a equipe responsável pela segurança, mas sua defesa foi considerada frágil e com argumentos equivocados, e a marca teve que lidar com boicotes de consumidores. Um ano depois, buscando recuperar sua imagem, o Carrefour lançou uma série de ações de engajamento pela proteção de animais. Em dezembro de 2019, um ano depois da morte da cadela, a rede de supermercados colocou no ar o blog “Carrefour Pelos Animais”, para prestar contas e mostrar todos os passos que a empresa tem dado nessa questão desde a morte da cadela Manchinha. O blog também traz informações sobre adoção, curiosidades do mundo pet e apresenta histórias que estimulem a redução da quantidade de cães e gatos abandonados. De acordo com a rede de supermercados, o episódio da morte do animal na loja trouxe à companhia https://www.carrefourpelosanimais.com.br/ a necessidade de ser mais ativa na causa: “Intensificamos ações que já existiam e pensamos outras medidas e atitudes necessárias para esta mudança. Contamos com o apoio da Ampara Animal, uma entidade muito reconhecida e que apoia mais de 400 ONGs em todo o Brasil. Eles nos ajudam no endosso de todo o conteúdo produzido para o blog e nossas ações. Também firmamos parceria com a Comissão Manchinha para a realização de mutirões de castração e eventos de adoção na região de Osasco”, diz a área de comunicação da marca, afirmando que criou um calendário de ações. Concepções mais modernas da Teoria de Stakeholders oferecem uma nova posição mais realista para a organização, na intricada rede de relações que ela integra. Longe de ser predominanteou determinante exclusiva dos parâmetros de sua interação com os outros atores, a organização tornou-se, apenas, mais uma parte interessada, que existe e ocupa um dos nexos de uma densa rede. Nessa inserção, ela é igualmente responsável, como todos os demais, pela interação, pelo diálogo e pelo equilíbrio das relações que estabelecerá com os entes que compõem seu universo. Além disso, sempre terá que levar em conta que a posição dos stakeholders nessa rede é fluida e múltipla, podendo variar de acordo com fatores que não estão sob o controle da organização. O esquema a seguir, idealizado pelo professor Cid Alledi (2012), mostra bem claramente a interligação destes fatores. Note-se que há, até mesmo, um espaço para considerar a emergência de gerações futuras nesse contexto: algo que já começa a se materializar concretamente, à medida em que, segundo pesquisas, 23% dos trabalhadores das empresas já pertencem à chamada geração Z já ocupavam, em 2022, 23 milhões de postos de trabalho. (https://blog.zignet.com.br/2024/04/22/geracao-z-no-local-de-trabalho- https://blog.zignet.com.br/2024/04/22/geracao-z-no-local-de-trabalho-como-compreender-e-engajar-a-nova-forca-de-trabalho/#:~:text=Segundo%20o%20IBGE%2C%20os%2023,postos%20de%20trabalho%20at%C3%A9%202025 como-compreender-e-engajar-a-nova-forca-de- trabalho/#:~:text=Segundo%20o%20IBGE%2C%20os%2023,postos%20 de%20trabalho%20at%C3%A9%202025.) É fácil identificar, olhando o esquema anterior, que todos estamos experimentando agudamente os efeitos dessas mudanças. Não somente as organizações tiveram que se abrir ao diálogo e às ponderações dos seus stakeholders: indivíduos e a sociedade civil organizada também se tornaram mais atuantes e conscientes de seu poder coletivo, forçando o reposicionamento legal e a mudança de atitude também de governos, órgãos de controle e do judiciário. https://blog.zignet.com.br/2024/04/22/geracao-z-no-local-de-trabalho-como-compreender-e-engajar-a-nova-forca-de-trabalho/#:~:text=Segundo%20o%20IBGE%2C%20os%2023,postos%20de%20trabalho%20at%C3%A9%202025 https://blog.zignet.com.br/2024/04/22/geracao-z-no-local-de-trabalho-como-compreender-e-engajar-a-nova-forca-de-trabalho/#:~:text=Segundo%20o%20IBGE%2C%20os%2023,postos%20de%20trabalho%20at%C3%A9%202025 https://blog.zignet.com.br/2024/04/22/geracao-z-no-local-de-trabalho-como-compreender-e-engajar-a-nova-forca-de-trabalho/#:~:text=Segundo%20o%20IBGE%2C%20os%2023,postos%20de%20trabalho%20at%C3%A9%202025 Soft skills, mundo VUCA e suas implicações Como vimos, organizações públicas ou privadas vêm, nas últimas décadas, empenhando esforços para encontrar seu melhor posicionamento como mais um elemento de uma cadeia complexa, em que todos os demais atores estão ativos e mutuamente se influenciando constantemente. Um bom exemplo dessa busca por adaptação é a atenção que vêm sendo dada às soft skills, ou habilidades ligadas à inteligência emocional, que ocuparam nove postos entre as 10 habilidades mais desejadas para profissionais de qualquer setor a partir de 2020, segundo a pesquisa “O Futuro do Trabalho”, lançada em 2019 no Fórum Econômico Mundial: 1. Resolução de problemas complexos 2. Pensamento crítico 3. Criatividade 4. Gestão de pessoas 5. Coordenação com os demais 6. Inteligência emocional 7. Julgamento e tomada de decisão 8. Orientação para o serviço 9. Negociação 10. Flexibilidade cognitiva Fonte: Future of Jobs Report, Word Economic Forum, 2019 Habilidades Top 10 - Fórum Econômico Mundial Estas habilidades comportamentais, sociais e emocionais - que não são restritas ao campo profissional e podem influenciar positivamente na qualidade de vida - foram nomeadas e estudadas pela primeira vez, de forma sistemática, no final do século XX, pelo exército norte-americano. Atentos ao desgaste criado pelo longo envolvimento em conflitos armados internacionais, as autoridades militares criaram novos manuais e treinamentos, e começaram a buscar um equilíbrio, em seus gestores, entre aquilo que chamaram de as hard skills (conhecimentos técnicos e específicos, ligados à especialização e à normatização) e as soft skills, mais transversais, relacionais e capazes de melhorar não apenas o ânimo das tropas e sua convivência, mas também a imagem do soldado, perante a população, como alguém mais voltado ao serviço do que, necessariamente, à animosidade e à arrogância hegemônica. Assim, as lideranças do Exército dos EUA passaram a ser avaliadas e estimuladas a desenvolver capacidades como provocar engajamento, motivar, comunicar-se bem, adaptar-se facilmente e desenvolver um modo de pensar voltado à resolução de problemas, de forma inclusiva. Mais tarde, com o abandono gradual da ideia de que as soft skills deveriam ser, necessariamente, habilidades inatas – à medida em que foi possível demonstrar, na prática, que elas podem ser desenvolvidas a partir de vivências e do desejo do indivíduo – o rol das habilidades mais apreciáveis passou a incluir também a essencial capacidade de "aprender a aprender": algo que se torna mais e mais desejável em um contexto em que a inovação, a flexibilidade e a adaptabilidade podem ser a medida da sobrevivência, ou não, da organização. E não é preciso ir longe para entender a emergência dessas habilidades: podemos constatar sua importância, por exemplo, nas recentes mudanças radicais impostas pela Covid-19 e pelo distanciamento social. No entanto, vale lembrar que entre as primeiras mudanças de gestão propostas que incluíam a importância das soft skills e a atualidade já se vão mais de 40 anos - e ainda encontramos organizações que resistem a essas mudanças. Isso mostra a força de nossa resistência cultural e alguns aspectos complexos das nossas estruturas organizacionais. Observando especificamente as empresas brasileiras, Tanure (2018) liderou uma pesquisa que mostra a dificuldade dessa migração, ao identificar carências de soft skills em 60% dos executivos brasileiros – e apenas 7% que apresentavam índices suficientes de equilíbrio entre as hard e as soft skills. Em parte, isso se dá por aspectos intrínsecos da cultura brasileira, que apesar de aparentemente flexível e inclusiva, traz embutida, em sua prática, aspectos muito arraigados de privilégio e estratificação. Mas, em parte, os índices também podem ser explicados pelo próprio desequilíbrio histórico experimentado em nossa educação executiva, em que os aspectos hard da educação sempre foram hipervalorizados: ao passo que os aspectos soft tendem a ser considerados como “mera teoria”, “incapazes de apresentar resultados reais”, sendo, portanto, descartados na prática cotidiana de gestores em geral quando se relacionam com suas equipes ou, até mesmo, com stakeholders externos. Desnecessário dizer que esse desequilíbrio está na raiz de inúmeras questões como conflitos inter e entre equipes, retrabalho, dificuldade de cumprir metas e descolamento de valores e propósitos, dentre outros problemas. Em sua ânsia por resultados, nossas lideranças tendem a esquecer que estes estão, diretamente, associados às pessoas – e que eles mesmos também são, apenas, pessoas, sem as quais nenhum avanço será possível. Comunicação empática ou não violenta: ferramenta muito útil A comunicação empática ou comunicação não-violenta, como se tornou mais conhecida, foi proposta na década de 1960 pelo seu criador, o psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg. Vivendo boa parte da infância e adolescência na periferia de uma Detroit dividida por conflitos étnicos e econômicos, Rosenberg conviveu, desde cedo, com as tensões sociais. Isso o levou a se perguntar por que as pessoas não eram capazes de desenvolver formas de diálogo capazes de construir melhores soluções para todos, de forma inclusiva e sem extremismos. Em busca de respostas, ele se formou em Psicologiana Universidade de Michigan e, em 1961, obteve seu PhD em Psicologia pela Universidade de Wisconsin, em Madison – período no qual encontrou seu grande amigo e mentor, Carl Rogers, cujo principal legado para o mundo da psicoterapia foi a abordagem centrada na pessoa, postulando que a confiança entre paciente e terapeuta era o caminho fundamental para que este viesse a desenvolver sua própria cura. Era um momento decisivo na luta norte-americana pelos direitos civis: e Rosenberg rapidamente se tornou orientador educacional, mediando a abertura pacífica de escolas e universidades para estudantes negros, mesmo em um ambiente de tradição fortemente segregacionista. Foi nesse cenário eivado de intensos conflitos e de violência entre grupos rivais que ele começaria a treinar suas técnicas de arbitragem e diálogo, promovendo o treinamento em metodologias comunicativas que viriam a se tornar, em seguida, a base da Comunicação Não-Violenta. Nos cinquenta anos seguintes, até seu falecimento em 2015, Rosenberg dedicou-se à divulgação e aperfeiçoamento da CNV, considerada por muitos como um método comunicacional que, longe de negar ou oprimir o conflito, tenta ressignificá-lo, fazendo dele a matéria-prima de uma transformação positiva. De sua origem nas escolas públicas da periferia de Detroit, suas técnicas e abordagem diferenciadas ganharam o mundo e se transformaram em modelo para a negociação de armistícios em áreas de guerra. Também se tornaram a base da justiça restaurativa em diversos países. No Brasil, a CNV é muito utilizada por membros do Judiciário, principalmente nas Varas de Família onde os conflitos podem ser causadores de intenso sofrimento para pessoas mais vulneráveis, como crianças e idosos. Mais recentemente, a área de Segurança Pública passou a capacitar seus agentes em Comunicação Não Violenta, com vistas à melhoria das relações destes com as comunidades nas quais atuam. E mesmo nos Estados Unidos, onde os conflitos provocados em 2020 pela morte de George Floyd reacenderam a chama da intolerância e inflamaram as ruas em protestos violentos, a capacidade das técnicas de CNV para evitar que a situação se tornasse ainda pior e que os protestos resultassem em violência se mostraram em, pelo menos, uma situação muito emblemática, como podemos ver na matéria a seguir: “Ninguém podia ter certeza se tinha havido uma manifestação ou não. O medo da violência nestes dias deixou no ar um protesto que, em teoria, deveria continuar na segunda-feira nas ruas de Los Angeles pela morte de George Floyd. Seria no Sunset Boulevard, esquina com a rua Laurel, um cruzamento vistoso, a poucos metros do hotel Chateau Marmont. Mas a paranoia das redes sobre a suposta infiltração nas manifestações para provocar a polícia a tinha deixado no ar. Finalmente, as poucas centenas de pessoas que apareceram no Sunset Boulevard com cartazes do Black Lives Matter teriam a oportunidade de dar o tom geral dos protestos nos Estados Unidos. O comandante Cory Palka, da divisão oeste da polícia de Los Angeles, com 33 anos de experiência, estava no comando da operação que monitorava a concentração. Acompanhado por alguns agentes, ele entrou no meio do grupo e pediu o megafone. O toque de recolher entraria em vigor às 17h, https://brasil.elpais.com/internacional/2020-05-30/revolta-pela-morte-de-george-floyd-se-apodera-de-minneapolis-coringa-anda-solto-pelas-ruas.html https://brasil.elpais.com/internacional/2020-05-30/revolta-pela-morte-de-george-floyd-se-apodera-de-minneapolis-coringa-anda-solto-pelas-ruas.html https://brasil.elpais.com/esportes/2020-06-03/esporte-brasileiro-carece-de-um-lebron-james.html https://brasil.elpais.com/esportes/2020-06-03/esporte-brasileiro-carece-de-um-lebron-james.html dentro de 20 minutos, informou. “Já sei, também mudam as nossas regras de supetão”, disse quando as pessoas começaram a protestar. Mas não era essa toda a solidariedade que o veterano policial queria mostrar. “Estamos vendo seus cartazes, lemos o que eles dizem, sabemos que há problemas, não pensem que existe uma grande fissura entre nós”, disse Palka. “Eu sou um cara normal, que tenta fazer o melhor pela comunidade”. Em contraste com o comandante sem capacete, as unidades da Guarda Nacional estavam esperando a um quarteirão de distância. “Não queremos atirar, não queremos machucar, não queremos mobilizar as centenas de agentes que estão disponíveis.” E então veio uma frase que definiu algo que talvez esteja ficando camuflado pelas fotos de destroços: “Ouçam, se eu me ajoelhar com vocês, tenho vossa palavra de que isto será pacífico?”. Palka e os policiais que estavam com ele se ajoelharam ao lado dos manifestantes. “Nos próximos 30 ou 40 minutos, se vocês saírem daqui pacificamente por onde vieram, dou minha palavra de honra de que vocês não encontrarão com policiais.” (Trecho da reportagem publicada no El País em 06.02.2020 – disponível em https://brasil.elpais.com/internacional/2020-06-02/se-eu-me-ajoelhar-com- voces-sairao-daqui-pacificamente.html) A CNV, as empresas e as organizações públicas Mais recentemente, a nova fronteira dialógica sobre a qual já falamos aproximou cada vez mais a CNV do universo organizacional. Estabelecer parcerias ganha-ganha, abrir espaço às conversas produtivas e às soluções inovadoras com os mais diversos stakeholders não é mais uma opção ou, apenas, uma forma de gerir sua imagem e a reputação: ainda que estes fatores sejam sumamente importantes. Mas é um fato que ser capaz de diálogos mais empáticos é também uma possibilidade de cumprir, ou não, metas estratégicas. Em um ambiente cada vez mais competitivo, complexo, com interesses múltiplos e motivações, muitas vezes, ambíguas, as organizações que “conversam mais e melhor” têm mais chance de evitar perdas e retrabalhos, de manter equipes de alta performance unidas e motivadas, e de manter a vitalidade. Outro aspecto que torna a CNV uma ferramenta poderosa para líderes e liderados é o seu uso na harmonização e melhor aproveitamento de talentos no ambiente de transição geracional que estamos atravessando. Atualmente, na maioria das empresas - com exceção das startups e as de base tecnológica - os representantes da geração X, nascidos nas décadas de 1960 e 1970, são os colaboradores que estão, naturalmente, nos postos mais altos da cadeia de comando. Embora não devamos considerar esses aspectos como definitivos ou de forma estereotipada, para transformá-los em uma nova forma de pré-conceituação (o que não é o nosso objetivo), estudos apontam que existem tendências comportamentais que tornam o diálogo entre essas diferentes gerações bastante desafiador, no ambiente organizacional. Para contextualizar corretamente essa percepção no âmbito histórico, é importante recordar que experiência coletiva da geração X é de crescer e iniciar a vida profissional em ambientes de grande incerteza econômica, social e política, com governos totalitários, moedas voláteis e, em alguns casos, conflitos armados e convulsões sociais. Essa experiência tenderia, assim, a levá-los a valorizar a segurança, o status e estabilidade profissional como um fator essencial de equilíbrio pessoal. Desta forma, em tese, muitos deles transportariam para as suas gestões valores afins à essa formação pessoal e profissional, entre eles o respeito, a obediência e o distanciamento da liderança, a reverência pela hierarquia e a valorização do cargo ou da posição adquirida com esforço pessoal. Todos esses aspectos são identificados como algo importante, que se espera que o grupo reconheça. Além disso, por essa visão, os representantes da geração X tenderiam a considerar que o crescimento profissional é estruturado e se dá por estágios, ou seja, galgando os degraus um a um, em seu devido tempo. Por fim, e por causa de tudo o que já apresentamos, os antigos“chefes” da geração X também podem apresentar alguma dificuldade de renunciar a seu poder e adotar uma atitude mais centralizadora e controladora em relação às tomadas de decisão. Desta forma, sua gestão é mais segura, mas também menos ágil e ousada. Ocorre que os representantes das gerações Y e Z, que são aspiracionais no mercado de trabalho e estão em vias de ascensão, nasceram e cresceram em realidades muito diferentes: portanto, apresentam outro mindset. Estes jovens são os primeiros representantes de uma humanidade que já nasceu conectada e é muito menos apegada à segurança, mais afim à mudança e ao risco. Capazes de várias tarefas ao mesmo tempo, ágeis e irreverentes, os representantes das novas gerações que estão chegando maciçamente às empresas, hoje, já não acreditam que precisam se submeter a “crescer devagar”: preferem fazer isso em saltos, ambiciosamente e de acordo com sua competência, e não apresentam reverência pela hierarquia. Eles também são muito mais informais, organizando-se melhor em rede do que em estruturas verticais. Como legítimos representantes de modelos mentais diversos, mas que coabitam na sociedade atual, os representantes de todas as gerações devem ter seu espaço de escuta e atuação. As empresas que conseguem resolver melhor esse diálogo intergeracional são as que estão mais instrumentalizadas para se adaptar às exigências dos seus voláteis cenários internos e externos. E, nesse sentido, a comunicação não violenta constrói pontes por onde podem transitar diferentes visões de mundo, em “mão dupla”, estabelecendo novos equilíbrios possíveis e novas formas de ver e conhecer a vida. Postulados e premissas da CNV: empatia e compaixão Compreender o que a CNV é - o que ela não é – passa pela compreensão de seus fundamentos e por uma revisão de conceitos. Afinal, para muitos de nós, o próprio ato de se comunicar passa por uma postura dialógica que não combina com a ideia da “violência”. Então, como poderia uma comunicação qualquer, seja ela verbal ou não, estar eivada de algo que é a sua própria antítese? Não é difícil responder a essa pergunta. Basta que nos reportemos mentalmente a uma situação qualquer em que vimos alguém exposto às palavras ou ações depreciativas (como no bullying), à ironia, ou ignorado e submetido em uma conversa, a dois ou em grupo. Se essa lembrança lhe confere uma breve sensação de mal-estar ou indignação, você acaba de experimentar um dos sentimentos mais importantes para compreender a que se propõe a CNV: a empatia. Ela pressupõe essa identificação, o “colocar- se no lugar do outro”, “calçar os seus sapatos” – ainda que imaginariamente – para iniciar um diálogo proativo. Empatia, para a CNV, é dar espaço ao outro, é ser capaz de ouvi-lo de forma aberta, clara, com genuíno interesse. Por isso, ela se diferencia da “simpatia” – que é mais social e superficial – na medida em que se propõe a estabelecer, para com o outro, uma escuta ativa, significativa, realmente comprometida. Em relação a isso, Marshall Rosenberg foi muito preciso em esclarecer que a atitude é o ponto fundamental da empatia, muito mais do que o discurso: “É na maneira como falamos e ouvimos os outros que está a chave para o problema das desavenças e discórdias.” "Não pense que o que diz é empatia.... Empatia é onde conectamos nossa atenção, nossa consciência, não o que falamos." – Marshall Rosenberg Neste ponto, pode ser que você faça uma pergunta natural: mas como desenvolver a empatia, principalmente no ambiente profissional, em que temos que tomar decisões rápidas e, muitas vezes, duras ou simplesmente baseadas na razão? Em primeiro lugar, recordando que a empatia não pressupõe condescendência, “moleza” ou dificuldade de dizer não. Ela também não foge do conflito ou o nega. Mas, ao se posicionar empaticamente e exercitar uma escuta ativa, torna-se possível solucionar a questão e forma mais assertiva e com menos danos para todas as partes envolvidas. E então chegamos ao outro pilar da CNV, que é a compaixão, aqui compreendida em um sentido mais amplo. A compaixão se relaciona com o compromisso, com a real vontade de se envolver, com as demais partes interessadas, na construção da solução: mas isso é feito sem jamais colocar o outro em uma posição de inferioridade ou incapacidade. A verdadeira compaixão, na concepção da CNV, empodera o outro e reconhece que, mesmo que ele pareça naquele momento em uma posição desfavorecida, é alguém que merece ser considerado e que pode e deve ser parte da solução construída em comum: ou esta solução poderá carecer de legitimidade. Ao empoderar o outro, a compaixão se distancia, portanto, do conceito de piedade, que apesar de se basear em sentimentos nobres, pode gerar dependência ou incapacitar. Quando conseguimos equilibrar e exercitar a compaixão e a empatia, podemos introjetar um princípio da CNV que é muito importante para avaliar a atitude dos outros, em nossas interações: para a comunicação não violenta, tudo o que fazemos, falamos ou como agimos é a expressão de uma necessidade que, individual ou coletivamente, procuramos satisfazer. Assim, quando compreendemos tudo, até mesmo palavras ou atos agressivos, como expressões de necessidades não-satisfeitas, podemos superar com mais facilidade as expressões de medo e raiva e buscar uma forma de satisfazer aquela necessidade, ou pelo menos de compreendê-la, sem levar à radicalização. Para Rosenberg, “até mesmo o crime é a expressão trágica de uma necessidade que não foi atendida a tempo”. Portanto, compreender as demandas a partir das necessidades não atendidas que dão origem a elas pode ajudar a esclarecer o conflito e a direcioná-lo positivamente. O diálogo empático Outro ponto relevante para a CNV é a avaliação sincera e atenta de nossas formas de pensar e de falar, em busca de traços que levem à utilização de estratégias de exclusão, superioridade, culpabilização, dureza emocional etc., como vias de relacionamento com os outros. Para Rosenberg, essas “formas de dizer” que levam ao conflito são subprodutos da cultura que nos ensinou que devemos nos preocupar com a hegemonia, e com uma sociedade que se divide, naturalmente, em “vencedores” e “perdedores”. Essa “miopia relacional” nos leva a estabelecer inúmeros pré-conceitos sobre pessoas e grupos sociais, criando distanciamento e esgarçamento nas relações humanas, que se tornam gradualmente menos significativas e satisfatórias, e consequentemente fragilizam o próprio tecido social. Um exemplo comum seria o dos casais que, mesmo após muitos anos de convivência, não conseguiram resolver pequenas pendências cotidianas, deixando que estas se acumulassem e gerassem distanciamento e mágoas: quando mais velhos e com menos compromissos, já não são capazes de aproveitar a vida como companheiros e cúmplices, porque não conseguiram construir uma real intimidade. Como tudo o que envolve o gênero humano, a CNV não propõe uma equação exata. Mas diversas observações e pesquisas demonstram que fazer um esforço pessoal para desenvolver o diálogo empático auxilia nos momentos mais tensos de qualquer conversa ou negociação, que é o início do diálogo, e que normalmente determina o tom de toda a conversa posterior – e de seus resultados. Como qualquer proposta de reforma íntima profunda e que não se restringe à aspectos visíveis da personalidade, tudo o que busca é que as pessoas tentem ser mais empáticas e compassivas em seus relacionamentos, inclusive os profissionais, sabendo que o único “risco” que correm, ao adotarem uma postura equilibrada, é se tornarem mais motivados, realizados, felizes e capazes de construir uma trajetória pessoal plena de significado. Lembretes importantes para a postagem em redes sociais, sem se arrepender no dia seguinte... Antes de qualquer postagem éimportante lembrar de alguns pontos fundamentais: • Você é reconhecido como um representante da Justiça Eleitoral onde quer que esteja: e o meio digital não é uma exceção – Mesmo em ambientes acirrados pela radicalização, é importante criar bons relacionamentos na rede. Use sem restrição: ✓ Comportamentos com base em honestidade, respeito e educação. ✓ Exposição de pontos de vista de maneira cordial. • Você e a mesma pessoa dentro e fora da internet – anonimato não funciona. Sempre é possível rastrear (inclusive fóruns fechados). • Não poste se você pode se arrepender - Tudo o que se faz na internet fica registrado e/ou pode ser recuperado. A internet amplifica a repercussão e dissemina informações para muitos, em pouco tempo. Lembre-se: todo indivíduo é responsável por seus atos, inclusive no ambiente digital. • Divulgação de informações oficiais: também na rede, somente pessoas devidamente autorizadas podem se pronunciar em nome da Justiça Eleitoral. Questionamentos devem ser direcionados à(s) área(s) competente(s). Se for o caso, você pode sugerir ao internauta que busque a informação segura e atualizada em algum canal oficial. • Sua opinião pessoal não pode ser confundida com a da Justiça Eleitoral. • Também seja cuidadoso com o uso do e-mail corporativo - Cuidado ao acessar a internet por meio da rede interna e ao usar computadores, celulares e equipamentos de uso profissional exclusivo. Não use o endereço de correio eletrônico organizacional em comunidades, seções de comentários de sites, blogs, fotoblogs ou outros ambientes digitais. • Atenção para a sua segurança pessoal: evite exposição excessiva da vida privada (comentários relativos à rotina, horários, trajetos, contatos, locais que frequenta), etc. Isso vale também para familiares, principalmente, crianças e adolescentes. - Dicas adicionais que valem para sempre: • Evitar comprometer a Justiça Eleitoral com comentários indelicados, polêmicos ou ofensivos a quem quer que seja, ou com curtidas em conteúdo dessa natureza. • Evitar especialmente comentários ou menções que possam causar danos à imagem de qualquer pessoa ou organização, seja ela pública ou privada. • Conteúdos publicados – sempre de autoria própria ou com divulgação autorizada, respeitando-se imagem, honra e privacidade de terceiros.