Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - CAMPUS RECIFE DEPARTAMENTO DE QUÍMICA FUNDAMENTAL (DQF) LABORATÓRIO DO NIATE - CCEN EXPERIMENTO 2 - ELETRÓLISE TURMA 01A Relatório apresentado ao professor Jorge Luiz Neves, para obtenção de nota na disciplina de Experimentos em Termodinâmica e Equilíbrio Químico. MATHEUS AUGUSTO BERNARDINO DE ALBUQUERQUE LAPA RECIFE, 2024 1 Resumo Neste experimento, serão tratados montagem e operação de células eletrolíticas, a fim de observar como funciona a reação química de eletrólise. Introdução No âmago das reações de redução e oxidação - no que diz respeito às células galvânicas - sabe-se que existem as espontâneas, que acontecem naturalmente, mas nos deparamos, também, com algumas não-espontâneas; essas últimas, na verdade, podem ser induzidas a acontecer através da inferência de corrente elétrica. Por sua vez, essas reações possuem uma denominação que deriva do grego ‘electro’ + ‘lysis’ (electrolysis => eletrólise), eletrólise, que significa “quebra por energia elétrica”. Ainda sobre a espontaneidade das reações, entende-se que a diferença de potencial influencia diretamente em como a reação vai ocorrer, de forma que, se a potência geral da reação ( )𝐸 𝐺 0 for positiva ( ), ela ocorrerá𝐸 > 0 naturalmente; no entanto, se for negativa ( ), a reação jamais0 > 𝐸 acontecerá espontaneamente. Por isso, as reações trabalhadas na prática são reações catalisadas a acontecer através da técnica de eletrólise, pois o seu potencial geral é negativo. O objetivo deste experimento é versar a montagem e operação de células eletrolíticas, levando em conta a interação entre compostos químicos, atreladas às relações que convergem em reações eletrolíticas, buscando observar seu funcionamento. Procedimento Experimental 1. Para este experimento, foram preparadas 4 células distintas: 2. Para a primeira célula, colocou-se, em um béquer de 100ml, 80ml de solução de iodeto de potássio (KI) a 0,1 M; 3. Em seguida, adicionou-se três gotas do indicador fenolftaleína (C20H14O4) e misturou-se com um bastão de vidro até a homogeneização; 4. Após isso, transferiu-se a mistura para ⅔ de um tubo em “U”. 5. Para a segunda célula, colocou-se, em um béquer de 100ml, 80ml de solução solução de iodeto de potássio (KI) a 0,1 M; 6. Depois disso, adicionou-se três gotas do indicador azul de bromofenol (C19H10Br4O5S) a 0,1 M e misturou-se até a homogeneização; 7. Após isso, transferiu-se a mistura para ⅔ de um tubo em “U”. 2 8. Para a terceira célula, colocou-se, em um béquer de 100ml, 80ml de nitrato de cobre I (CuNO3) a 0,1 M; 9. Após isso, adicionou-se três gotas de azul de bromofenol (C19H10Br4O5S) a 0,1 M e misturou-se até a homogeneização; 10. Então, transferiu-se a mistura para ⅔ de um tubo em “U”. 11. Para a quarta célula, colocou-se, em um béquer de 100ml, 80ml de solução de sulfato de magnésio (MgSO4) a 0,1 M; 12. Em seguida, adicionou-se três gotas do indicador azul de bromofenol (C19H10Br4O5S) a 0,1 M e mistura-se até a homogeneização; 13. Após isso, transferiu-se a mistura para ⅔ de um tubo em “U”. 14. Estando prontas essas etapas, foi feita a operação das células eletrolíticas; 15. Primeiro, conectou-se dois eletrodos de grafite a uma fonte de corrente contínua; 16. Depois, associou-se os eletrodos nas extremidades dos tubos em “U”; 17. Então, ligou-se a fonte por 10 minutos; 18. Aplicou-se tensão de 2V nas células 1 e 2, 1V na célula 3 e 1.5V na célula 4. 19. respectivamente: KI (fenolftaleína), KI (bromofenol), Cu(NO3) e MgSO4; Item Complementar (eletrólise da água): 1. Primeiramente, prendeu-se dois eletrodos de grafite, dentro de uma cuba de vidro, conectados a uma fonte DC (corrente contínua), deixando-os na posição vertical; 2. Preencheu-se ⅔ da cuba com solução de hidróxido de sódio (NaOH) a 0,1 M; 3. Encheu-se completamente duas buretas (25ml) com a mesma solução; 4. Após isso, inverteu-se a posição das buretas (tapando os buracos com os dedos protegidos por luvas); 5. Em seguida, mergulhou-se as buretas na cuba, de modo que os eletrodos ficam no interior das buretas; 6. Prenderam-se as buretas num suporte; 3 7. Depois disso, abriu-se a chave das buretas para que o menisco desça até o ponto 25ml; 8. Em seguida, ligou-se a fonte a uma tensão 10V e corrente 200mA, deixando fluir por 10 minutos; 9. Por conta da formação de gases dentro da bureta, foi possível observar um deslocamento do menisco. 10. Este deslocamento se trata dos volumes de hidrogênio(g) e oxigênio(g) produzidos na eletrólise da água. Materiais utilizados: ● Solução de iodeto de potássio 0,1 M; ● Solução de nitrato de cobre I 0,1 M; ● Solução de sulfato de magnésio 0,1 M; ● Solução de hidróxido de sódio 0,1 M; ● Solução de fenolftaleína; ● Solução de azul de bromofenol; ● 04 béqueres de 100 mL; ● 04 tubos em "U"; ● 01 bastão de vidro; ● 02 buretas de 25 mL; ● 01 cuba de vidro; ● 10 eletrodos de grafite; ● Suporte para duas buretas; ● Fonte de corrente contínua. Resultados e Discussões Para a primeira reação, temos: 2 𝐾𝐼 (𝑎𝑞) + 2 𝐻 2 𝑂 ⇒ 2 𝐾++ 𝐼 2(𝑠) + 2 𝑂𝐻− + 𝐻 2(𝑔) Para a segunda reação, temos: 2 𝐾𝐼 (𝑎𝑞) + 2 𝐻 2 𝑂 ⇒ 2 𝐾+ + 𝐼 2(𝑠) + 2 𝑂𝐻− + 𝐻 2(𝑔) Para a terceira reação, temos: 𝐶𝑢(𝑁𝑂 3 ) 2(𝑎𝑞) + 𝐻 2 𝑂 ⇒ 𝐶𝑢+ + 2 𝑁𝑂 3(𝑠) + 𝑂𝐻− + 𝐻 (𝑔) Neste caso, observou-se um precipitado no fundo do tubo. Para a quarta reação, temos: 𝑀𝑔𝑆𝑂 4(𝑠) + 𝐻 2 𝑂 ⇒ 𝑀𝑔− + 𝑆𝑂 4(𝑠) + 𝐻+ + 𝑂𝐻 (𝑔) Questões 1. Numa bateria de automóvel, as células contêm eletrodos de chumbo cobertos com sulfato de chumbo, mergulhados numa solução aquosa de ácido sulfúrico. Quando as células estão carregadas (pelo gerador ou alimentador) a reação no ânodo produz dióxido de chumbo enquanto chumbo metálico é formado no cátodo. As reações inversas ocorrem durante a descarga da bateria. Escreva as equações para as duas reações ocorrendo em cada ciclo (carga e descarga) e explique por que a densidade da solução ácida aumenta durante o ciclo de carga e diminui durante a descarga. Explique o que aconteceria num ciclo de carga longo demais, após a conversão de todo o a chumbo metálico.𝑃𝑏2+ R: Reação no ânodo: 𝑃𝑏𝑆𝑂 4 + 2 𝐻 2 𝑂 ⇒ 𝑃𝑏𝑂 2 + 4 𝐻+ + 𝑆𝑂4− + 2𝑒− Reação no cátodo: 4 𝑃𝑏𝑆𝑂 4 + 2𝑒 ⇒ 𝑃𝑏 + 𝑆𝑂4− Reação de carga: 𝑃𝑏2+ + 𝑆𝑂 4 ⇒ 𝑃𝑏𝑆𝑂 4 + 2𝑒 Reação de descarga: 𝑃𝑏𝑂 2 + 4 𝐻+ + 2𝑒 ⇒ 𝑃𝑏𝑆𝑂 4 + 2 𝐻 2 𝑂 Durante os ciclos de carga e descarga, a densidade da reação ácida tende a aumentar e diminuir, respectivamente, por que a reação está sofrendo ou deixando de sofrer eletrólise. No caso de um ciclo de carga longo demais, onde todo 𝑃𝑏2+é convertido em chumbo metálico, este seria possível ser visto como precipitado ao fundo da solução. 2. Por que usamos uma fonte de tensão corrente contínua (DC) ao invés de uma corrente alternada (AC) na prática? R: Foi usada uma fonte de tensão corrente contínua por que, neste tipo de tensão, os elétrons fluem em um único sentido, favorecendo a reação. Conclusão Foi possível observar, a partir do uso dos indicadores de pH, como cada solução reagiu diferentemente após a eletrólise. Na primeira célula, observou-se uma coloração amarela, rosa e também incolor, indicando que, talvez, a solução não tenha sido corretamente homogeneizada; na segunda, a cor “roxo” escuro, claro, e uma pequena porção de amarelo, indicando algum possível resquício de algum reagente que se depositou no topo do tubo em “U”; na terceira, notou-se uma coloração azul claro e um precipitado ao fundo do tubo, provavelmente de cobre metálico; na quarta célula, foi possível ver uma coloração roxa clara bastante homogênea, o que indica que a reação ocorreu completamente. Referências Bibliográficas ATKINS, P. JONES, L.; Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente; 5ª Ed, BookmanCompanhia Ed., 2011. SADE, Wagner, et al. Investigação da corrosão eletrolítica em telhas de aço cobertas com zincalume. SciELO. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rmat/a/jDmfJW tJ34v7VXVb3mXNC4J/?lang=pt#>. ALVES, Valéria A., et al. Células eletrolítica e a combustível confeccionadas com materiais alternativos para o ensino de eletroquímica. SciELO. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/qn/a/jBPWpC QnxCfr3DfyGN4whNk/?lang=pt#>.