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CURSO DE
DIREITO EMPRESARIAL
@prof.andresantacruz
Aula 12 – Empresário individual
Conceito de empresário.
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços
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Aula 12 – Empresário individual
Responsabilidade direta e ilimitada do empresário individual.
A respeito do assunto, confira-se o Enunciado 5 das Jornadas de Direito Comercial: “quanto às obrigações decorrentes de sua atividade, o empresário individual tipificado no art. 966 do Código Civil responderá primeiramente com os bens vinculados à exploração de sua atividade econômica, nos termos do art. 1.024 do Código Civil”.
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Aula 12 – Empresário individual
Exercício de profissão intelectual.
Art. 966, parágrafo único do Código Civil: “não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”.
Em princípio, portanto, os profissionais intelectuais (advogados, médicos, professores etc.) não são considerados empresários, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa, isto é, salvo se a exploração de suas respectivas profissões intelectuais adquirir uma forma empresarial.
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Aula 12 – Empresário individual
Exercício de profissão intelectual.
Enquanto o profissional intelectual apenas exerce sua respectiva profissão pessoal e diretamente, ainda que com o intuito de lucro e mesmo contratando alguns auxiliares, ele não é considerado empresário para os efeitos legais. No entanto, a partir do momento em que ele dá uma forma empresarial ao exercício de sua profissão intelectual, será considerado empresário e passará a ser regido pelas normas do Direito Empresarial.
Quando, por exemplo, o exercício de sua profissão intelectual se tornar impessoal, e os serviços não estiverem mais ligados à pessoa do profissional em si, mas a uma organização empresarial específica da qual aquele profissional se tornou um agente organizador, será ele considerado empresário.
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Aula 12 – Empresário individual
Exercício de profissão intelectual.
Enunciado 193 das Jornadas de Direito Civil: “o exercício das atividades de natureza exclusivamente intelectual está excluído do conceito de empresa”.
Enunciado 194 das Jornadas de Direito Civil: “os profissionais liberais não são considerados empresários, salvo se a organização dos fatores de produção for mais importante que a atividade pessoal desenvolvida”. 
Enunciado 195 das Jornadas de Direito Civil: “a expressão ‘elemento de empresa’ demanda interpretação econômica, devendo ser analisada sob a égide da absorção da atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, como um dos fatores da organização empresarial”.
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Aula 12 – Empresário individual
Exercício de atividade econômica rural.
Art. 971 do Código Civil: “o empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro”.
Assim, se aquele que exerce atividade econômica rural não se registrar na Junta Comercial, não será considerado empresário para os efeitos legais (por exemplo, não se submeterá ao regime jurídico da Lei 11.101/2005, que trata da falência e da recuperação judicial e extrajudicial). Em contrapartida, se ele optar por se registrar, será considerado empresário para todos os efeitos legais.
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Aula 12 – Empresário individual
Requisitos para exercício de empresa individualmente.
Art. 972 do Código Civil: “podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos”.
Da leitura desse dispositivo legal pode-se afirmar, pois, que a pessoa física que queira exercer atividade econômica na qualidade de empresário individual precisa preencher dois requisitos: capacidade civil e ausência de impedimento legal.
Art. 973 do Código Civil: “a pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas”.
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Aula 12 – Empresário individual
Impedimentos legais ao exercício de empresa individualmente.
É preciso ressaltar que esses impedimentos legais se referem ao exercício individual de empresa, não sendo vedado, em princípio, que alguns impedidos sejam titulares de EIRELI ou sócios de sociedades empresárias, uma vez que, nesses casos, quem exerce a atividade empresarial é a própria pessoa jurídica. Os impedidos não podem, porém, possuir responsabilidade ilimitada nem exercer poderes de administração.
Em suma: havendo impedimento legal, como no caso dos servidores públicos (art. 117, inciso X da Lei 8.112/1990), a pessoa não pode se registrar como empresário individual, não pode ser sócio de responsabilidade ilimitada (sócio comanditado de uma sociedade em comandita simples, por exemplo) nem pode ser sócio administrador (nesse caso pouco importa o tipo societário).
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Aula 12 – Empresário individual
Empresário individual incapaz.
Art. 974 do Código Civil: “poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança”.
* Não confundir com a situação do sócio incapaz.
** É só para continuar empresa já em andamento.
Enunciado 203 das Jornadas de Direito Civil: “o exercício de empresa por empresário incapaz, representado ou assistido, somente é possível nos casos de incapacidade superveniente ou incapacidade do sucessor na sucessão por morte”.
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Aula 12 – Empresário individual
Empresário individual incapaz.
Necessidade de autorização judicial (art. 974, § 1º).
“Limitação” de responsabilidade (art. 974, § 2º).
Nomeação de gerente (art. 975).
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Aula 12 – Empresário individual
Empresário individual casado.
De acordo com o art. 978 do Código Civil, “o empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real”.
Sobre esse dispositivo legal, foi aprovado o Enunciado 58 das Jornadas de Direito Comercial, com o seguinte teor: “o empresário individual casado é o destinatário da norma do art. 978 do CC e não depende da outorga conjugal para alienar ou gravar de ônus real o imóvel utilizado no exercício da empresa, desde que exista prévia averbação de autorização conjugal à conferência do imóvel ao patrimônio empresarial no cartório de registro de imóveis, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no registro público de empresas mercantis”.
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Aula 12 – Empresário individual
Empresário individual casado.
Já o art. 979 do Código Civil, por sua vez, determina que, “além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade”. Assim, se estes atos não forem devidamente registrados na Junta Comercial, o empresário não poderá opô-los contra terceiros.
Por fim, no mesmo sentido da regra acima comentada, o art. 980 do Código Civil prevê o seguinte: “a sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis”.
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