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Professor(a) Esp. Priscila Bertoncello Pagliari Barauna
INTERAÇÕES 
MEDICAMENTOSAS
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
 REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
 DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença 
 DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
 DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto 
 DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
 DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
 COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
 COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
 COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
 COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
 COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
 REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
 Caroline da Silva Marques 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Isabelly Oliveira Fernandes de Souza
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Louise Ribeiro 
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
 Vinicius Rovedo Bratfisch
 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
 Carlos Firmino de Oliveira
 Hugo Batalhoti Morangueira
 Giovane Jasper 
 Vitor Amaral Poltronieri
 ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz 
 DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos
 Pedro Vinícius de Lima Machado
 Thassiane da Silva Jacinto
 FICHA CATALOGRÁFICA
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
 B227i Barauna, Priscila Bertoncello Pagliari
 Interações medicamentosas / Priscila Bertoncello Pagliari
 Barauna. Paranavaí: EduFatecie, 2024.
 85 p.: il. Color.
 1. Medicamentos - Interações. 2. Psicotrópicos – Efeitos
 colaterais. 3. Medicamentos I. Centro Universitário UniFatecie.
 II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. 
 
 CDD: 23. ed. 615.7045
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas do banco de imagens 
Shutterstock .
3
AUTORA
Professor(a) Esp. Priscila Bertoncello Pagliari Barauna
• Especialista em Citologia Clínica com Ênfase em Citopatologia Ginecológica 
(Centro Universitário Ingá).
• Graduação Bacharelado em Biomedicina (Unicesumar).
• Docente do curso de Biomedicina, modalidade EaD da UniFatecie.
Possuo experiência como Analista Clínica, responsável técnica em laboratório de 
Patologia Clínica, atuando na realização de exames laboratoriais e emissão de laudos em 
diferentes áreas das análises clínicas. Atualmente sou Professora do curso de Biomedicina 
– EaD do Centro Universitário Fatecie – UniFatecie.
Informações e contato:
 Currículo Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/8944554440097119
Professor(a) Esp.
Priscila Bertoncello
Pagliari Barauna
http://lattes.cnpq.br/8944554440097119
4
APRESENTAÇÃO
Olá, Aluno (a)! Seja bem-vindo à disciplina de Interações Medicamentosas. Essa 
disciplina será de relevante importância em sua formação acadêmica. 
Na unidade I, conheceremos a disciplina de Interações Medicamentosas, 
introduzindo conceitos e aspectos gerais que envolvem a disciplina, conhecendo um pouco 
sobre o que são as reações adversas a medicamentos (RAMs) e suas classificações. Em 
seguida introduziremos as interações medicamentosas e suas classificações, relacionando 
esses assuntos à importância do uso racional de medicamentos pela população e seu 
impacto na saúde pública do país.
Na unidade II, iniciaremos contextualizando os princípios do modo de ação e resposta 
farmacológica de um fármaco no organismo, momento este em que relembraremos o conceito 
de receptor e quais os eventos desencadeados após sua ligação com o fármaco e o seu 
local de ação na célula, fazendo relação entre a dose e a resposta clínica do medicamento. 
Serão abordados, também nesse momento, os tipos de receptores farmacológicos e o 
mecanismo de ação dos fármacos.
Na unidade III, estudaremos as principais classes de medicamentos existentes 
e prescritas na sociedade, para conseguir entender posteriormente algumas interações 
medicamentosas já documentadas que são importantes na farmacologia. No tópico três 
serão abordados os conceitos e contextualização das interações fármaco-alimento e 
fármaco-etanol. Para finalizar essa unidade, estudaremos os possíveis cuidados dos 
profissionais diante das interações medicamentosas.
Na unidade IV, finalizaremos com o estudo dos tipos de reações adversas aos 
fármacos e sua possível toxidade. Além disso, será aprofundado o conteúdo sobre 
hepatotoxidade e nefrotoxidade. Espero que todos estejam tão entusiasmados quanto eu 
com todos esses assuntos. Garanto que você não vai se arrepender.
Bons estudos!
5
SUMÁRIO
Toxidade dos fármacos
Principais classes de medicamentos na
interação medicamentosa
Alterações bioquímicas das respostas
farmacológicas
Introdução a interações medicamentosas
Professor(a) Esp. Priscila Bertoncello Pagliari Barauna
CONCEITOS E 
TERMINOLOGIA 
USADOS EM 
JULGAMENTO1UNIDADEUNIDADE
PLANO DE ESTUDO
7
Plano de Estudos
• Reações Adversas a Medicamentos (RAMs);
• Princípios e Aspectos Gerais das Interações Medicamentosas;
• Classificação das Interações Medicamentosas;
• Relevância ao Uso Racional de Medicamentos.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar os tipos de reações adversas que podem ocorrer;
• Compreender os tipos de Interações medicamentosas;
• Determinar a relevância ao uso racional de medicamentos pela sociedade.
INTRODUÇÃO A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASUNIDADE 1
8
INTRODUÇÃO
A farmacovigilância é uma disciplina científica dedicada a identificar, avaliar e 
prevenir efeitos colaterais e problemas associados ao uso de medicamentos. Segundo 
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a função da farmacovigilância é 
detectar, analisar e acompanhar eventos adversos relacionados aos medicamentos após 
sua comercialização, com o objetivo de assegurar que os benefícios desses produtos 
superem os riscos associados. Existem protocolos de gerenciamento de riscos para os 
medicamentos, que estabelecem a necessidade de documentos com evidências científicas 
referentes a segurança do produto.
Sendo um assunto de elevada importância na saúde pública, os efeitos adversos a 
medicamentos devem ser estudados. A interação entre medicamentos é um dos tipos mais 
comuns de reações que ocorrem com frequência, caracterizadacomo um fenômeno que 
se manifesta quando os efeitos de um medicamento são alterados devido à administração 
simultânea de outro medicamento ou alimento. Esse fenômeno pode levar à diminuição, 
neutralização ou potencialização dos efeitos de um dos medicamentos. Nos ambientes 
hospitalares, é comum a prescrição de múltiplos medicamentos para um mesmo paciente, 
o que aumenta a probabilidade de ocorrência de interações medicamentosas. Essas 
interações representam um sério problema de saúde pública, pois podem estar associadas 
ao aumento das internações hospitalares, dos custos médicos e do tempo de internação.
Portando, prezado (a) aluno (a), desejo a você uma boa leitura e aprendizado.
INTRODUÇÃO A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASUNIDADE 1
9
Olá, caro estudante! Vamos iniciar nossa disciplina, que é de grande importância na 
atualidade da sociedade. Nessa primeira unidade, contextualizaremos as reações adversas 
a medicamentos, enfatizando as interações entre medicamentos e suas diferentes formas 
de classificação; relacionando com a importância do uso racional de medicamentos. Você 
sabia que reações adversas a medicamentos podem ocorrer? E que elas são um problema 
de saúde pública em todo o mundo? Você já utilizou dois ou mais medicamentos ao mesmo 
tempo? Ou já ouviu falar que alimentos podem aumentar, retardar ou diminuir a absorção 
de alguns medicamentos?
Nesta unidade será possível conhecer a resposta dessas perguntas, entre outras. 
Você observará que será possível prever a ocorrência de reações adversas a medicamentos 
e de interações farmacológicas entre dois ou mais medicamentos, entre medicamentos e 
álcool ou entre medicamentos e alimentos.
O uso de medicamentos é essencial para o tratamento e controle de muitas 
doenças. Contudo, nenhum medicamento é totalmente isento de riscos. Todos, em algum 
nível, podem provocar reações adversas (LIMA, 2017).
Você sabe o que significa reações adversas a medicamentos (RAM)? Reações 
adversas a medicamentos (RAMs) são definidas como qualquer resposta prejudicial, 
indesejada e não intencional que ocorre quando medicamentos são usados em doses comuns 
para prevenção, diagnóstico, tratamento de doenças ou modificação de funções fisiológicas 
em seres humanos (MODESTO et al., 2016). Representam um dos graves desafios de 
REAÇÕES ADVERSAS A 
MEDICAMENTOS (RAMS)1
TÓPICO
INTRODUÇÃO A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASUNIDADE 1
10
saúde pública global, sendo responsáveis por inúmeras hospitalizações, prolongamento do 
tempo de internação e, em casos extremos, por óbitos (PINHEIRO, 2011). 
O idoso é vulnerável a reações adversas a medicamentos (RAM) devido a vários 
fatores que o caracterizam: peculiaridades farmacocinéticas e farmacodinâmicas, presença 
de múltiplas enfermidades, consumo de um grande número de medicamentos e os tipos de 
medicamentos receitados. Em suma, o envelhecimento, por si só, é um fator de risco para 
diversas doenças, o que gera a necessidade de cuidados adicionais e implica no uso de 
muitos medicamentos, aumentando, assim, o risco de RAM (LIMA, et al., 2017).
Na sociedade atual, a grande disponibilidade de fármacos é grande nas farmácias. 
Dessa forma, a automedicação está cada vez mais sendo praticada pelas pessoas. Em 
alguns países com sistemas de saúde pouco desenvolvidos, a farmácia é frequentemente 
a primeira escolha para resolver problemas de saúde, e a maioria dos medicamentos 
consumidos pela população é adquirida sem a necessidade de receita médica.
Atualmente, as RAMs são categorizadas em seis tipos, baseando-se em suas 
origens e características (AIZEINSTEIN, 2011).
QUADRO 1: CLASSIFICAÇÃO DAS RAM EM RELAÇÃO ÀS SUAS
CARACTERÍSTICAS E OCORRÊNCIAS 
Tipo de Reação Características Exemplo
A (aumento)
Relacionado à dose; 
Comum; 
Relacionado a um efeito 
farmacológico da droga; 
Esperada; 
Baixa mortalidade.
Efeitos tóxicos: intoxicação 
digitálica; síndrome 
serotoninérgica com 
ISRSs. Efeitos colaterais: 
efeitos anticolinérgicos de 
antidepressivos tricíclicos.
B (bizarro)
Não relacionado à dose; 
Incomum; 
Não relacionado a um 
efeito farmacológico da 
droga; 
Inesperada;
Alta mortalidade
Reações imunológicas: 
hipersensibilidade à 
penicilina. Reações 
idiossincráticas: porfiria 
aguda, hipertermia maligna, 
pseudoalergia (ex.: rash em 
uso de ampicilina).
C (crônico)
Relacionada à dose e ao 
tempo de uso; 
Incomum; 
Relacionada ao efeito 
cumulativo do fármaco.
Efeitos tromboembólicos 
com o uso de 
anticoncepcional, Infarto 
agudo do miocárdio com 
Rofecoxibe.
INTRODUÇÃO A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASUNIDADE 1
11
D (atraso)
Relacionada ao tempo de 
uso; Incomum;
Normalmente relacionada à 
dose; 
Ocorre ou aparece algum 
tempo, após o uso do 
medicamento.
Teratogênese (ex.: 
adenocarcinoma associado 
ao dietilestilbestrol); 
Carcinogênese; 
Discinesia tardia.
E (fim do uso)
Ocorre durante a 
abstinência. ocorre logo 
após a suspensão do 
medicamento.
Síndrome de abstinência 
a opiáceos; isquemia 
miocárdica (suspensão de 
alfa bloqueador).
F (falha)
Falha inesperada da 
terapia; Comum; 
relacionada à dose; 
frequentemente 
causada por interação 
medicamentosa.
Dosagem inadequada 
de anticoncepcional oral, 
particularmente, quando 
utilizados indutores 
enzimáticos.
Fonte: Adapatado de Aizenstein (2011).
Existem métodos para monitorar a ocorrência de reações adversas após a 
comercialização de medicamentos. O principal e mais utilizado é a notificação espontânea. 
Administrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Notivisa-Medicamento 
é um sistema online que registra e armazena notificações espontâneas de casos suspeitos 
e confirmados de reações adversas a medicamentos (RAM). Anvisa, o órgão regulador de 
medicamentos no Brasil, utiliza este sistema como o principal banco de dados sobre RAM e 
outros eventos adversos no Sistema Nacional de Farmacovigilância (SINAF) (MOTA, 2021).
INTRODUÇÃO A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASUNIDADE 1
12
Entre os fatores contribuintes para as reações adversas a medicamentos (RAM), 
destacam-se as interações medicamentosas ou farmacológicas. Essas interações referem-
se às alterações nos efeitos de um fármaco devido ao uso simultâneo ou recente de outro 
fármaco, alimento, bebida ou agente químico.
A prescrição de vários medicamentos é uma prática comum na terapia. No mercado 
nacional, atualmente, existem aproximadamente 1.500 substâncias farmacêuticas, com cerca 
de 5.000 nomes comerciais diferentes, distribuídos em cerca de 20.000 formas e embalagens 
distintas (SECOLI, 2001). A interação entre esses medicamentos pode levar a modificações 
nos seus efeitos individuais. Se a alteração for qualitativa, a resposta farmacológica pode ser 
diferente dos efeitos esperados do medicamento isolado. Se a alteração for quantitativa, a 
resposta final pode ser maior, menor ou até mesmo inexistente (AIZENSTEIN, 2016).
A terapia múltipla é normalmente aconselhada em várias situações, como no 
tratamento da hipertensão arterial, com o emprego de fármacos β-bloqueadores, diuréticos 
e inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA); da asma, com o emprego de 
agonistas β-adrenérgicos e expectorantes; nas dores espasmódicas no trato gastrintestinal, 
com o emprego de fármacos antimuscarínicos associados a analgésicos (LARINI, 2011).
 As consequências das interações entre medicamentos podem incluir o aumento 
do efeito terapêutico, a diminuição da eficácia, o surgimento de reações adversas ou até 
mesmo a ausência de qualquer alteração no efeito desejado. Portanto, essas interações 
PRINCÍPIOS E ASPECTOS 
GERAIS DAS INTERAÇÕES 
MEDICAMENTOSAS2
TÓPICO
INTRODUÇÃO A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASUNIDADE 1
13
podem ser benéficas, resultar em respostas adversas inesperadas durante o tratamento, ou 
ter pouca relevância clínica (SECOLI, 2001).
 A periodicidade de reações adversas ocasionadas por interações medicamentosas 
é incerta e varia de acordo com o desenho do estudo, a populaçãoexaminada (incluindo 
idosos, crianças) e se os pacientes são ambulatoriais ou hospitalizados - estes últimos 
geralmente fazem uso de um maior número de medicamentos (JACOMINI, 2011).
INTRODUÇÃO A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASUNIDADE 1
14
A classificação e compreensão das interações farmacológicas com base no modo e 
no local onde ocorrem permitem prever, identificar e evitar seu surgimento. Portanto, essas 
interações podem ser categorizadas como farmacodinâmicas ou farmacocinéticas.
 As interações farmacodinâmicas acontecem quando os efeitos de um medicamento 
são alterados pela presença de outro medicamento no mesmo local de ação ou sistema 
fisiológico, resultando em uma mudança na resposta do paciente ao outro medicamento.
 A seguir, os tipos de mudanças de respostas, devido às interações farmacodinâmicas 
e suas características (PEREIRA,2010).
01) Em situações onde dois ou mais medicamentos são administrados juntos 
e produzem o mesmo efeito farmacológico. Por exemplo, a combinação de 
trimetoprima e sulfametoxazol é benéfica, pois esses medicamentos atuam 
em diferentes etapas do metabolismo bacteriano, resultando em um aumento 
do espectro bacteriano e da atividade antimicrobiana, levando de um estado 
bacteriostático para bactericida. Por outro lado, a interação aditiva pode ser 
prejudicial, como no caso da coadministração de depressores do sistema 
nervoso central (SNC), cujos efeitos variam desde a redução das habilidades 
psicomotoras até o coma e a morte. O etanol é um importante depressor do SNC.
02) Antagonismo. A combinação de medicamentos pode resultar na diminuição 
do efeito, por exemplo, através da competição ou do bloqueio dos receptores. 
Quando a levodopa, usada no tratamento da doença de Parkinson, é administrada 
em conjunto com antipsicóticos, que podem causar parkinsonismo como efeito 
colateral, o efeito da levodopa é reduzido. Da mesma forma, hipoglicemiantes 
CLASSIFICAÇÃO DAS 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS3
TÓPICO
INTRODUÇÃO A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASUNIDADE 1
15
têm seu efeito reduzido quando administrados junto com glicocorticoides. Por 
outro lado, o antagonismo pode ser benéfico quando uma substância é utilizada 
como corretivo e como antídoto.
03) Alterações no equilíbrio hidroeletrolítico. A sensibilidade do miocárdio aos 
glicosídeos digitálicos pode ser aumentada, levando a uma maior toxicidade 
dos glicosídeos devido à redução das concentrações plasmáticas de potássio, 
causada por diuréticos como a furosemida.
Interações farmacocinéticas podem acontecer quando um medicamento altera o 
processo pelo qual outro é absorvido, distribuído, metabolizado ou excretado.
FIGURA 1: INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS
Fonte: adaptada de Vidotti (2010).
As interações farmacêuticas ocorrem in vitro, ou seja, antes da administração dos 
fármacos no organismo, quando dois ou mais medicamentos são misturados em uma mesma 
seringa, equipo ou outro recipiente. Medicamentos administrados por infusão contínua são 
especialmente suscetíveis a essas interações, especialmente quando utilizados de forma 
concomitante e em uma única via. Essas interações podem ser resultado de reações 
químicas ou físico-químicas que causam alterações visíveis, como mudanças de cor, 
consistência (no caso de sólidos), opalescência, turvação, formação de cristais, floculação 
ou precipitação, e podem estar ou não associadas a mudanças na atividade farmacológica. 
Além disso, a formação de novos compostos (ativos, inócuos ou tóxicos), a diminuição 
da atividade ou inativação de um ou mais dos medicamentos originais e o aumento da 
toxicidade de um ou mais desses medicamentos também podem ocorrer. (SECOLI, 2001).
As interações medicamento x alimento, ocorre quando medicamentos são 
tomados junto com alimentos, o que pode ter implicações clínicas significativas. No entanto, 
muitas dessas combinações não resultam em interações ou produzem interações sem 
INTRODUÇÃO A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASUNIDADE 1
16
importância clínica. Alguns medicamentos são preferencialmente tomados com alimentos, 
seja para aumentar a absorção ou para reduzir a irritação gástrica; por outro lado, há 
medicamentos cuja disponibilidade e eficácia são reduzidas se tomados com alimentos. 
Nestes casos, é recomendado tomar os medicamentos com o estômago vazio, ou seja, 
uma hora antes ou duas horas depois das refeições. (KATZUNG, 2013).
Você já ouviu falar que o uso de medicamentos associado ao uso de álcool pode 
produzir interações como diminuição ou potenciação do efeito do fármaco? O risco causado 
pelo uso simultâneo de medicamentos e bebidas alcoólicas são muitas vezes desconhecidos 
e desta forma ignorados por parte da população. Existem tipos de medicamentos que, quando 
utilizados juntamente com álcool, podem ter seus efeitos intensificados ou diminuídos. Isso 
ocorre porque o álcool pode modificar a atividade e a expressão das enzimas microssomais 
do citocromo P4502E1, que são responsáveis por metabolizar o álcool e certos medicamentos 
que utilizam essa mesma via metabólica. (OLIVEIRA NETO, 2018). 
O Quadro 2 mostra as principais interações entre medicamento x álcool abordado 
na literatura:
QUADRO 2: PRINCIPAIS INTERAÇÕES ÁLCOOL X MEDICAMENTOS
Classe Terapêutica Fármacos
Efeitos do uso 
concomitante com o 
álcool
AINEs
Paracetamol Aumento da irritação 
gástrica com risco de 
hemorragias, úlceras, 
hepatotoxicidade.
Naproxeno
Nimesulida
Antidepressivos IMAO
Selegilina Aumento do efeito 
hipotensor, tontura ou 
vertigem após doses 
relativamente pequenas de 
bebidas alcoólicas.
Moclobemida
Tranilcipromina
Anti-hipertensivos
Captopril Efeito hipotensor 
exacerbado. Ingestão de 
baixas quantidades de 
álcool permite redução das 
doses de captopril e do 
enalapril.
Enalapril
Atenolol
INTRODUÇÃO A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASUNIDADE 1
17
Antimicrobianos
Tinidazol Uso desmoderado do álcool 
causa hepatotoxicidade 
da isoniazida, redução dos 
efeitos sob ingestão aguda, 
efeito antabuse.
Izoniazida
Sulfametoxazol + 
Trimetoprima
Barbitúricos
Fenobarbital Exacerbação dos efeitos 
centrais do fármaco, risco 
de depressão respiratória 
sob consumo crônico do 
álcool.
Pentobarbital
Tiopental
Benzodiazepínicos
Diazepam Aumento dos efeitos 
depressores dos fármacos 
e do álcool.
Alprazolam
Midazolam
Hipoglicemiantes
Glibenclamida Ocasiona alterações e 
dificuldades no controle 
glicêmico.
Glimepirida
Metformina
Fonte: Oliveira Neto (2018, p. 23).
Conforme Lança (2014), as interações medicamentosas são as principais causas 
de eventos adversos associados ao uso de medicamentos, resultando em problemas para 
o paciente que frequentemente podem ser graves e irreversíveis.
INTRODUÇÃO A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASUNIDADE 1
18
Caro aluno, você já ouviu em falar em uso racional de medicamentos? O uso racional 
de medicamentos (URM) é considerado um dos elementos fundamentais recomendados 
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para as políticas de medicamentos. O processo 
compreende a prescrição adequada, a disponibilidade adequada e a preços acessíveis, a 
dispensação em condições apropriadas e o consumo de medicamentos eficazes, seguros e de 
qualidade dentro do período de tempo indicado. A promoção do uso racional de medicamentos 
é uma das metas principais da Organização Mundial de Saúde (ESHER, 2017). 
Segundo a Who (2010), mais da metade de todos os medicamentos são prescritos, 
dispensados ou vendidos de maneira inadequada, e mais de 50% dos pacientes os utilizam 
de forma incorreta. De acordo com AQUINO (2008), pelo menos 35% dos medicamentos 
adquiridos no Brasil são resultado de automedicação. Essa realidade sugere que os 
brasileiros enfrentam dificuldades para acessar recursos como consultas médicas, muitas 
vezes esperando dias ou até meses para conseguir atendimento especializado. Além disso, 
a baixa renda também contribui para o aumento da automedicação. A prática de utilizar 
medicamentos sem orientação médica pode resultar em sérias consequênciaspara a saúde 
individual e coletiva, incluindo casos de intoxicação e até morte (DOMINGUES et al., 2017).
 No Brasil, o uso inadequado de medicamentos é atribuído à polifarmácia, ao uso 
indiscriminado de antibióticos, à prescrição sem seguir diretrizes, à automedicação inadequada 
e à ampla disponibilidade comercial de uma variedade excessiva de medicamentos. O uso 
excessivo, insuficiente ou inapropriado de medicamentos prejudica a população e resulta em 
RELEVÂNCIA AO 
USO RACIONAL DE 
MEDICAMENTOS4
TÓPICO
INTRODUÇÃO A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASUNIDADE 1
19
desperdício de recursos públicos. Para o usuário, fazer escolhas racionais proporciona maior 
garantia de benefícios terapêuticos (eficácia e segurança) a um custo menor, contribuindo 
para a integralidade do cuidado com a saúde. (WANNMACHER, 2012).
A resistência bacteriana aos antibióticos é uma das principais preocupações 
mundiais. Este é um fenômeno natural que surge da pressão seletiva exercida pelos 
antibióticos, mas que tem se expandido rapidamente devido à utilização inadequada desses 
medicamentos. Existe uma ligação muito clara entre o consumo de antibióticos e níveis 
mais elevados de resistência microbiana (LOUREIRO et al , 2016).
O desenvolvimento de diabetes mellitus induzido por corticosteroides ocorre devido a um 
aumento anormal nos níveis de glicose no sangue, sendo uma condição que se manifesta principalmente 
em indivíduos predispostos. Fatores de risco incluem o uso prolongado e em altas doses de glicocorticoides, 
idade avançada, alto índice de massa corporal (IMC), intolerância prévia à glicose, histórico familiar de 
diabetes gestacional ou tipo 2, entre outros. Pacientes tratados com glicocorticoides têm maior probabilidade 
de desenvolver diabetes mellitus, seja já diagnosticado ou não.
A hiperglicemia induzida por corticosteroides é uma complicação frequente entre pacientes 
em tratamento com essa classe de medicamentos, ocorrendo especialmente em doses elevadas ou uso 
prolongado. Essa condição pode aumentar significativamente a morbimortalidade associada ao seu uso. 
Tanto em ambientes hospitalares quanto em uso ambulatorial contínuo, é essencial o acompanhamento 
para diagnóstico precoce e tratamento adequado, visando minimizar os impactos dessa complicação em 
pacientes diabéticos e não diabéticos.
Fonte: Salviano et al. (2020).
SAIBA
MAIS
Existem algumas práticas institucionais relacionadas à terapia com medicamentos que minimizam 
ao máximo as interações medicamentosas. Você tem conhecimento de que é responsabilidade do enfermeiro 
estabelecer os horários de administração dos medicamentos e seus intervalos?
Fonte: o autor (2024).
REFLITA
INTRODUÇÃO A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASUNIDADE 1
20
A utilização de medicamentos é de grande importância para a população, já que 
promove a prevenção, recuperação, tratamento e cura de várias doenças e morbidades. 
Contudo, é necessário que ocorra uma conscientização da população em relação ao uso 
desses medicamentos, já que problemas associados a eles podem ocorrer.
No ambiente hospitalar protocolos devem ser adotados aos profissionais da área 
da saúde, por se tratar de um ambiente com ampla utilização de medicamentos, tornando-
se um grande alvo para incidência de interações medicamentosas. Dessa forma, a fim de 
evitar erros ou ocorrências que possam interferir na terapia do paciente, é importante que 
o farmacêutico atue na revisão da prescrição médica e acompanhe a farmacoterapia do 
paciente, buscando identificar possíveis interações medicamentosas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
INTRODUÇÃO A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASUNIDADE 1
21
Caro aluno, um exemplo de interação medicamentosa muito comentada entre as 
mulheres da sociedade são as interações entre antibióticos e anticoncepcionais orais. Para 
ficar mais pode dentro do assunto, leia o trabalho referenciado a seguir, realizado em um 
Centro Universitário de Minas Gerais:
Fonte: RAFAEL, Fernanda Aparecida. interação Medicamentosa entre Antibióticos 
e Anticoncepcionais: e Importância da Assistência Farmacêutica. 2019. 32 f. TCC 
(Bacharelado) - Curso de Farmácia, Centro Universitário Atenas, Paracatu, 2019.
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASUNIDADE 1
22
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Fundamentos para o uso racional de medicamentos.
• Autor: Moacyr Luiz Aizenstein.
• Editora: Elsevier.
• Sinopse: A prática do Uso Racional de Medicamentos usa o 
conhecimento baseado em evidências para a prevenção, manutenção 
e recuperação da saúde e contribui para a melhoria da qualidade e 
da expectativa de vida da população. O objetivo do livro é ajudar a 
compreender melhor a interação medicamento- paciente.
FILME/VÍDEO
• Título: Interações medicamentosas em 4 perguntas.
• Ano: 2018.
• Sinopse: Leandro Paez, farmacêutico do Grupo DPSP (Drogaria 
São Paulo e Drogarias Pacheco), responde algumas dúvidas da 
população em relação a interações medicamentosas.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=_4BfVeyn9oE. 
WEB
• Sinopse: Esse material é um guia, contendo as interações 
medicamentosas dos principais antibióticos e antifúngicos de um 
hospital de Cuiabá, no estado do Mato Grosso. Esse material pode ser 
estudado, auxiliando os profissionais da área da saúde, melhorando 
a saúde da população.
• Link do site: https://encurtador.com.br/lU02x
INTRODUÇÃO A INTERAÇÕES MEDICAMENTOSASUNIDADE 1
https://www.youtube.com/watch?v=_4BfVeyn9oE
https://encurtador.com.br/lU02x
Professor(a) Esp. Priscila Bertoncello Pagliari Barauna
ALTERAÇÕES 
BIOQUÍMICAS 
DAS RESPOSTAS 
FARMACOLÓGICAS2UNIDADEUNIDADE
PLANO DE ESTUDO
24
Plano de Estudos
• Princípios do mecanismo de ação e da resposta farmacológica de um 
medicamento;
• Relação entre a dosagem e a resposta clínica do medicamento;
• Tipos de Receptores Farmacológicos;
• Mecanismos de Ação dos Fármacos.
Objetivos da Aprendizagem
• Reconhecer os princípios do mecanismo de ação e da resposta farmacológica 
de um medicamento.
• Distinguir entre medicamentos de ação agonista e aqueles de ação antagonista.
• Descrever a relação entre a dosagem e a resposta clínica do medicamento.
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS DAS RESPOSTAS FARMACOLÓGICASUNIDADE 2
25
Olá, caro (a) aluno (a)!
Daremos início à Segunda Unidade da disciplina de Interações Medicamentosas. 
Para compreendermos a relação entre a dose e o efeito da droga, assim como seus 
mecanismos de ação, é essencial entendermos a farmacodinâmica. Esta nos proporciona 
uma base científica segura para a seleção e utilização de fármacos, permitindo-nos 
compreender como e por que podem ocorrer as interações medicamentosas.
Nesta unidade, começaremos contextualizando os princípios do modo de ação e da 
resposta farmacológica de um fármaco. Abordaremos os componentes macromoleculares 
responsáveis pelos efeitos farmacológicos dos fármacos no organismo. Em seguida, 
discutiremos os tipos de receptores e seus respectivos mecanismos de ação, o que nos 
possibilitará entender, de maneira mais específica, os mecanismos de ação de um fármaco 
nos próximos tópicos.
Bons estudos!
INTRODUÇÃO
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS DAS RESPOSTAS FARMACOLÓGICASUNIDADE 2
26
A maioria dos efeitos dos medicamentos no corpo ocorre devido à forma como 
interagem com grandes moléculas chamadas receptores. Essas interações modificam a 
atividade dos componentes biológicos envolvidos, provocando mudanças bioquímicas e 
fisiológicas que definem a resposta ao medicamento. (BRUM, 2018).
Portanto, é de extrema importância compreender os procedimentos pelos quais um 
fármaco interage com o receptor, desencadeando uma resposta farmacológica ou tóxica. 
Esse conhecimento constitui a base para o uso racional e terapêutico dos fármacos.
Segundo Katzung (2023), o conceito de receptor refere-se a um componente de 
uma célula ou organismo que interage com um medicamento, desencadeando uma série 
de eventos que resultam nos efeitos observados desse medicamento. Essa ideia temimplicações práticas significativas para a elaboração de medicamentos e para as decisões 
terapêuticas na prática clínica, as quais podem ser resumidas da seguinte maneira:
Os receptores têm papel fundamental na relação quantitativa entre a dose ou 
concentração de medicamentos e seus efeitos farmacológicos. A capacidade do receptor 
de se ligar a um medicamento determina a quantidade necessária para formar complexos 
significativos de medicamento-receptor, ao passo que o número total de receptores pode 
limitar o efeito máximo que um medicamento pode alcançar.
Os receptores desempenham um papel crucial na determinação da seletividade 
da ação de um fármaco. O tamanho, formato e carga elétrica molecular de um fármaco 
influenciam se, e com que afinidade, ele se ligará a um receptor específico entre os diversos 
sítios de ligação quimicamente distintos disponíveis em uma célula, tecido ou organismo. 
PRINCÍPIOS DO MODO DE AÇÃO 
E RESPOSTA FARMACOLÓGICA 
DE UM FÁRMACO1
TÓPICO
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS DAS RESPOSTAS FARMACOLÓGICASUNIDADE 2
27
Consequentemente, modificações na estrutura química de um fármaco podem causar 
aumentos ou reduções significativas na afinidade por diferentes classes de receptores, 
resultando em alterações nos efeitos terapêuticos e tóxicos.
Os receptores facilitam as atividades de substâncias farmacológicas chamadas 
agonistas e antagonistas. Além disso, muitos ligantes naturais, como hormônios e 
neurotransmissores, regulam a função dos receptores ao atuarem como agonistas, ativando 
diretamente o receptor quando se ligam a ele. Alguns agonistas ativam um receptor 
específico para desencadear todas as suas funções biológicas, enquanto outros podem 
seletivamente promover uma função do receptor em detrimento de outra.
O local onde um fármaco se une ao receptor é chamado de sítio de ligação. 
Cada sítio possui características químicas únicas determinadas pelas propriedades 
específicas dos aminoácidos que o compõem. A estrutura tridimensional, a forma e a 
reatividade do sítio, assim como as características intrínsecas, forma e reatividade do 
fármaco, determinam como o fármaco se posiciona em relação ao receptor e influenciam 
a intensidade da ligação entre essas moléculas. A interação fármaco-receptor ocorre 
devido a múltiplas interações químicas entre as duas moléculas, algumas das quais são 
relativamente fracas, como as forças de van der Waals, enquanto outras são muito fortes, 
como as ligações covalentes. A combinação dessas interações confere a especificidade 
da interação fármaco-receptor como um todo (GOLAN, 2014).
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS DAS RESPOSTAS FARMACOLÓGICASUNIDADE 2
28
Existem quatro tipos principais de receptores: canais iônicos ativados por 
ligantes, receptores acoplados a proteínas G, receptores ligados a enzimas e receptores 
intracelulares (Figura 1).
FIGURA 1: MECANISMOS DE SINALIZAÇÃO TRANSMEMBRANA
Fonte: Adaptada de Whalen (2016).
Os canais iônicos regulados por ligantes, conhecidos como receptores ionotrópicos, 
são proteínas de membrana que possuem um sítio de ligação localizado no domínio 
extracelular. São frequentemente receptores nos quais neurotransmissores de ação 
TIPOS DE RECEPTORES 
FARMACOLÓGICOS2
TÓPICO
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS DAS RESPOSTAS FARMACOLÓGICASUNIDADE 2
29
rápida exercem seus efeitos, como o receptor nicotínico da acetilcolina e os receptores 
glutamatérgicos do tipo NMDA.
Os Receptores acoplados à proteína G, também chamados de receptores 
metabotrópicos ou receptores heptaelicoidais de membrana, são receptores de membrana 
que se conectam a sistemas efetores intracelulares por meio de proteínas G. Este tipo 
de receptor é amplamente distribuído e inclui receptores para diversos hormônios e 
neurotransmissores que desencadeiam respostas mais lentas, como o receptor muscarínico 
da acetilcolina e os receptores adrenérgicos da epinefrina.
Os receptores ligados a enzimas, também conhecidos como receptores ligados 
a cinases, constituem uma ampla e diversificada família de receptores de membrana que 
respondem principalmente a mediadores proteicos. Este grupo inclui receptores para 
insulina, várias citocinas e fatores de crescimento.
Os receptores intracelulares são responsáveis por regular a transcrição gênica. Eles 
estão localizados dentro da célula, o que significa que seus ligantes precisam penetrar na 
célula para interagir com eles. Esta categoria inclui receptores para hormônios esteroides, 
hormônio da tireoide, bem como compostos como ácido retinóico e vitamina D.
Quando o complexo fármaco-receptor é formado, se inicia as alterações na atividade 
bioquímica da célula, por meio de um processo chamado transdução de sinal (Figura 2). 
Segundo Whalen (2016), os fármacos atuam como sinais, e seus receptores atuam como 
detectores de sinais. Os receptores transduzem o reconhecimento de um agonista ligado 
iniciando uma série de reações, que resultam em uma resposta intracelular específica.
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS DAS RESPOSTAS FARMACOLÓGICASUNIDADE 2
30
FIGURA 2: O RECONHECIMENTO DE UM FÁRMACO PELO RECEPTOR
INICIA A RESPOSTA BIOLO ́GICA
]
Fonte: Adaptada de Whalen (2016).
Caro aluno, você se recorda que um tipo de interação medicamentosa são as 
interações em nível farmacodinâmico? Um grande número de drogas provoca seus efeitos 
por meio da ativação de receptores específicos. Quando duas drogas são administradas 
simultaneamente, a ativação do receptor por uma delas pode amplificar ou reduzir a resposta 
do receptor à segunda (SILVA, 2010).
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS DAS RESPOSTAS FARMACOLÓGICASUNIDADE 2
31
Caro aluno, agora que você compreendeu informações relevantes sobre os 
receptores farmacológicos, vou interrogá-lo: Já se perguntou como um medicamento 
interage com as células do organismo para produzir um determinado efeito farmacológico? 
Já notou que alguns pacientes relatam que o uso do medicamento não produz mais o efeito 
desejado? Já teve dúvidas se a administração de dois ou mais medicamentos pode ser feita 
no mesmo horário?
Durante o estudo dos conceitos farmacodinâmicos, você perceberá que é possível 
prever a ocorrência de interações farmacológicas entre medicamentos que atuam nos 
mesmos tipos de receptores ou nas mesmas vias de transdução da resposta para produção 
do efeito farmacológico. Assim, será possível evitar interações que poderiam potencializar 
ou anular as respostas devido à associação desses fármacos. O entendimento desses 
conceitos é fundamental para o sucesso no tratamento terapêutico dos pacientes.
A relação entre a dose (ou concentração) de um fármaco e a resposta do organismo 
pode ser quantificada pela farmacodinâmica do mesmo. Em muitos casos, essa relação 
está diretamente associada à ligação do fármaco aos receptores. Portanto, é plausível 
assumir que a resposta a um fármaco é proporcional à concentração de receptores que 
estão ligados (ocupados) pelo fármaco (GOLAN, 2014).
A resposta a um determinado fármaco pode ser modificada devido a doenças 
ou devido à administração prévia desse composto. Os receptores são dinâmicos e tanto 
seu número quanto sua função podem ser regulados para cima ou para baixo por fatores 
endógenos e exógenos. (BRUM, 2018). 
RELAÇÃO ENTRE A DOSE E A 
RESPOSTA CLÍNICA DO FÁRMACO3
TÓPICO
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS DAS RESPOSTAS FARMACOLÓGICASUNIDADE 2
32
De acordo com Katzung (2023), as respostas do fármaco podem ser influenciadas 
por diferentes fatores:
• Nas curvas de concentração-efeito e na ligação de agonistas aos receptores, 
mesmo em pacientes ou animais intactos, as respostas a doses baixas de um fármaco 
geralmente aumentam em proporção direta à dose. No entanto, à medida que as 
doses são aumentadas, o aumento da resposta diminui; eventualmente, podem ser 
alcançadas doses em que nenhum aumento adicional da resposta é observado.
• O acoplamento receptor-efetor e os receptores de reserva estão relacionados 
ao processo geral de transdução,que conecta a ocupação dos receptores pelo 
fármaco com a resposta farmacológica. A eficiência relativa do acoplamento 
ocupação-resposta é em parte determinada no próprio receptor; os agonistas 
totais tendem a desviar o equilíbrio de conformação dos receptores de forma 
mais acentuada do que os agonistas parciais.
• Antagonistas competitivos e irreversíveis ligam-se aos receptores, porém não 
os ativam; sua ação principal é reduzir os efeitos dos agonistas que normalmente 
ativam os receptores. Embora tradicionalmente se acredite que os antagonistas 
não tenham efeito funcional na ausência de um agonista, alguns deles exibem 
atividade “agonista inversa”, diminuindo a atividade do receptor abaixo dos níveis 
basais observados na ausência de qualquer agonista. Os fármacos antagonistas 
são divididos em duas classes, dependendo se atuam competitivamente ou 
irreversivelmente em relação a um agonista presente simultaneamente.
• Agonistas parciais: alguns compostos são capazes de produzir uma resposta 
máxima (a maior resposta que o tecido é capaz de dar), enquanto outros (agonistas 
parciais) produzem apenas uma resposta submáxima.
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS DAS RESPOSTAS FARMACOLÓGICASUNIDADE 2
33
O impacto da ligação do fármaco ao receptor é crucial, pois desencadeia uma série 
de eventos bioquímicos e/ou fisiológicos no organismo. Essa ligação pode ativar ou inibir 
o receptor, levando a uma resposta específica. Ao decorrer deste tópico, exploraremos 
os mecanismos de ação dos fármacos, o que nos permitirá entender como a ligação do 
fármaco produz uma alteração bioquímica e/ou fisiológica no organismo.
O conhecimento do mecanismo de ação do fármaco é fundamental, pois pode 
ajudar a evitar interações medicamentosas e proteger o paciente de efeitos adversos 
decorrentes dessas interações. Como discutimos na Unidade I, essas interações podem ser 
farmacocinéticas, envolvendo alterações na absorção, metabolização ou excreção do fármaco, 
ou farmacodinâmicas, onde a resposta ao fármaco principal é modificada por outro fármaco.
As células respondem a uma variedade de sinais, alguns originados externamente 
ao organismo, enquanto outros são gerados internamente. Os sinais internos podem ser 
descritos dependendo de como alcançam seu alvo; assim, algumas moléculas sinalizadoras 
são transportadas por longas distâncias pelo sangue, enquanto outras têm efeitos 
locais(BRUM, 2018). Na maioria das vezes, a sinalização transmembrana é realizada 
por alguns mecanismos moleculares distintos. Cada tipo de mecanismo foi adaptado, ao 
longo da evolução, a partir de famílias diferentes de proteínas, com o objetivo de facilitar 
a transdução de uma ampla variedade de sinais. Essas famílias de proteínas englobam 
receptores localizados na superfície celular e dentro da célula, além de enzimas e outros 
componentes que desencadeiam, amplificam, coordenam e finalizam a sinalização pós-
receptor por meio de segundos mensageiros químicos no citoplasma.
MECANISMOS DE AÇÃO 
DOS FÁRMACOS4
TÓPICO
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS DAS RESPOSTAS FARMACOLÓGICASUNIDADE 2
34
A farmacogenômica é o campo da ciência que investiga a interação entre os genes e os medicamentos. 
Através da análise de regiões específicas do DNA, é possível obter informações sobre como um paciente 
metaboliza determinados fármacos, bem como prever o perfil de resposta ao tratamento. A farmacogenômica 
também visa reduzir a incidência de eventos adversos aos medicamentos (EAM). As pesquisas nesta área 
têm se concentrado na identificação de genes que influenciam predisposições para doenças, modulam as 
respostas aos fármacos, afetam a concentração e a atividade desses medicamentos, e estão associados a 
reações adversas.
Fonte: Stein et al. (2020).
REFLITA
O estudo “Riscos da interação droga-nutriente em idosos de instituição de longa permanência” investigou os 
potenciais riscos dessa interação entre medicamentos e nutrientes em idosos que residem em instituições de 
longa permanência. A pesquisa envolveu 73 participantes, com coleta de dados realizada em 2008 por meio da 
análise de prontuários, histórico dietético e avaliação do Índice de Massa Corporal (IMC). Os resultados indicaram 
que os medicamentos mais comuns pertenciam aos sistemas nervoso e cardiovascular, representando 66% 
das prescrições. Dos 375 medicamentos prescritos, 166 mostraram algum tipo de interação, sendo que 32,0% 
dessas interações diminuíam a absorção dos fármacos na presença de cafeína, e 14,3% reduziam a absorção de 
vitamina B12. O artigo alertou para o impacto negativo da polifarmácia na absorção de nutrientes, potencialmente 
aumentando o risco de desnutrição em idosos. Destacou-se a necessidade essencial da equipe de saúde realizar 
uma avaliação detalhada dos medicamentos administrados, além de considerar a dietoterapia e as interações 
entre medicamentos, visando otimizar a terapêutica e melhorar as condições nutricionais dos idosos.
Fonte: PEIXOTO, Jéssica Sereno et al. Riscos da Interação Droga-Nutriente em Idosos de Instituição de 
Longa Permanência. Revista Gaúcha de Enfermagem, Maringá, v. 3, n. 33, p. 156-164, fev. 2012.
SAIBA
MAIS
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS DAS RESPOSTAS FARMACOLÓGICASUNIDADE 2
35
O conhecimento da farmacodinâmica é de suma importância para compreender os 
mecanismos pelos quais um determinado medicamento produzirá seu efeito terapêutico 
após a administração. Através desse estudo, podemos antecipar a ocorrência de interações 
medicamentosas durante a administração conjunta de alguns fármacos ou medicamentos, 
uma vez que tais interações podem prejudicar a saúde do paciente.
Na prática, lidar com interações medicamentosas é complexo, pois, além das várias 
possibilidades teóricas de interferência entre os medicamentos, fatores relacionados ao 
indivíduo (como idade, constituição genética, estado fisiopatológico e tipo de alimentação) 
e à administração do medicamento (dose, via, intervalo e sequência de administração) 
influenciam na resposta do tratamento.
Os estudos farmacodinâmicos contribuem para o uso racional de medicamentos, 
trazendo benefícios à saúde dos pacientes. Isso ocorre porque é possível alcançar o efeito 
terapêutico desejado sem redução de eficácia ou ocorrência de toxicidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS DAS RESPOSTAS FARMACOLÓGICASUNIDADE 2
36
Caro aluno, trago a referência bibliográfica, para realizar uma leitura complementar 
de um artigo científico, que avaliou o conhecimento das interações medicamentosas de 
enfermeiros que atuam em unidades de terapia intensiva de adultos, de três hospitais públicos 
de Goiás. Através desse conteúdo, espero que perceba a importância do entendimento das 
interações medicamentosas, na prática profissional. 
Fonte: FARIA, Leila Márcia Pereira de. Interação medicamentosa: conhecimento 
de enfermeiros das unidades de terapia intensiva. Acta Paulista Enfermagem, Ribeirão 
Preto, v. 24, n. 2, p. 264-270, out. 2011.
LEITURA COMPLEMENTAR
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS DAS RESPOSTAS FARMACOLÓGICASUNIDADE 2
37
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Aula de Farmacologia | Tipos de interações medicamentosas 
| Farmacologia Fácil | Prof. José.
• •Ano: 2022.
• Sinopse: Neste vídeo, o professor de farmacologia irá explicar 
sobre os tipos de interações medicamentosas (interações 
farmacocinéticas e interações farmacodinâmicas, etc).
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=8DXzmFgzSEE. 
LIVRO
• Título: As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e 
Gilman.
• Autor: Laurence L. Brunton.
• Editora: Artmed.
• Sinopse: esse é um dos livros mais completos em assuntos de 
farmacologia. Contém desde os princípios gerais da farmacologia 
(farmacocinética, farmacodinâmica), até assuntos muito específi-
cos (neurofarmacologia; modulação das funções pulmonar, renal 
e cardiovascular; inflamação, imunomodulação e hematopoiese 
etc.), em todas as unidades contêm imagens, gráficos e tabelas 
importante a cada tema.
ALTERAÇÕESBIOQUÍMICAS DAS RESPOSTAS FARMACOLÓGICASUNIDADE 2
https://www.youtube.com/watch?v=8DXzmFgzSEE
Professor(a) Esp. Priscila Bertoncello Pagliari Barauna
PRINCIPAIS CLASSES 
DE MEDICAMENTOS 
NA INTERAÇÃO 
MEDICAMENTOSA3UNIDADEUNIDADE
PLANO DE ESTUDO
39
Plano de Estudos
• Classificação de medicamentos;
• Interações Medicamentosas entre medicamentos;
• Interações fármaco-alimento e fármaco-etanol;
• Cuidados dos profissionais da saúde para evitar as interações medicamentosas.
Objetivos da Aprendizagem
• Compreender as principais classes de medicamentos;
• Conceituar e contextualizar as interações entre medicamentos;
• Estabelecer a importância das interações fármaco-alimento e fármaco-etanol;
• Determinar cuidados dos profissionais da saúde para evitar as interações 
medicamentosas.
PRINCIPAIS CLASSES DE MEDICAMENTOS NA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAUNIDADE 3
40
Olá, aluno(a)! Seja bem-vindo à Unidade III da disciplina de Interações 
Medicamentosas. Chegamos ao momento de avançar um pouco mais em nosso 
conhecimento através do estudo das classes medicamentosas. Daremos enfoque aos 
fármacos mais importantes ou usados pela população e seus efeitos farmacológicos.
No primeiro tópico, em classificação de medicamentos iremos conhecer as 
principais classes de medicamentos utilizadas pela população e seus efeitos. No segundo 
tópico, estudaremos algumas possíveis interações medicamentosas quando administrados 
concomitantemente com outro fármaco e seus efeitos. 
No terceiro tópico, vamos dar destaque às interações fármaco-alimento e 
interações fármaco-etanol, sempre lembrando que não são apenas os medicamentos que 
podem interagir entre si. Por fim, no quarto e último tópico abordaremos cuidados que os 
profissionais da saúde devem adotar para evitar possíveis interações medicamentosas. 
Desejo a você acadêmico, bons estudos e que essa unidade acrescente no seu 
conhecimento nessa disciplina tão importante para sua formação!
INTRODUÇÃO
PRINCIPAIS CLASSES DE MEDICAMENTOS NA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAUNIDADE 3
41
Caro aluno, nesse tópico estudaremos a classificação dos medicamentos, quanto 
sua ação, visto que existem outras formas de classificá-los, como apresentação, forma, 
entre outros. É de elevada importância esse tipo de conhecimento pelos profissionais de 
saúde, para poder realizar uma prestação de assistência adequada, pois ao administrar 
um medicamento, o profissional deve saber identificar além da ação do fármaco, suas 
possíveis reações adversas. Sabemos que existe uma quantidade enorme de medicamentos 
disponíveis no mercado, mas abordaremos, apenas os principais ou mais utilizados.
• Medicamentos Vasopressores: sua ação está relacionada à elevação da 
pressão arterial sistêmica, através da vasoconstrição. Exemplo: dopamina, 
noradrenalina e adrenalina.
• Medicamentos Inotrópicos: apresentam ação sobre a energia de contração 
das fibras musculares. Exemplo: dobutamina e milrione.
• Medicamentos Vasodilatadores: agem expandindo os vasos sanguíneos, 
principalmente as arteríolas. Exemplos: Nitroprussiato de sódio e a nitroglicerina. 
O primeiro tem ação imediata, após a administração, apresentando efeitos em 
artérias e veias. É indicado em casos de hipertensão arterial sistêmica, pós-
operatório de cirurgia cardíaca, etc.
• Medicamentos Anticoagulantes: agem prolongando o tempo de coagulação 
ou impedindo a sua ocorrência. Exemplos: varfarina, heparina e ácido 
acetilsalicílico (AAS).
CLASSIFICAÇÃO DE 
MEDICAMENTOS1
TÓPICO
PRINCIPAIS CLASSES DE MEDICAMENTOS NA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAUNIDADE 3
42PRINCIPAIS CLASSES DE MEDICAMENTOS NA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAUNIDADE 3
• Medicamentos Analgésicos e Antipiréticos: são medicamentos que agem 
no combate da dor (analgésicos) e no controle da temperatura corpórea 
(antipiréticos). Exemplos: dipirona e paracetamol.
• Medicamentos Antiácidos: são indicados nos casos de acidez gástrica, 
úlceras, duodenite, esofagite, gastrite etc. Exemplos: Hidróxido de alumínio, 
ranitidina e omeprazol.
• Medicamentos Antiarrítmicos: são medicamentos indicados ao tratamento de 
arritmias cardíacas. Exemplos: amiodarona, digoxina, atropina, propranolol.
• Medicamentos Anticonvulsivantes: são indicados ao tratamento de crises 
convulsivas. Exemplos: ácido valproico, fenobarbital, fenitoína.
• Medicamentos Antieméticos: são indicados no caso de náuseas, refluxo 
gastroesofágico e êmese. Exemplos: Metoclopramida.
• Medicamentos Antifúngicos: são indicados nos casos de candidíase vaginal, 
candidíase cutânea ou sistêmica, candidíase do trato gastrointestinal etc. 
Exemplo: Fluconazol.
• Medicamentos Anti-hipertensivos: os anti-hipertensivos devem reduzir tanto 
a pressão arterial como os eventos associados. Os diuréticos tiazídicos foram 
a primeira classe de medicamento com a qual se teve comprovada diminuição 
de pressão e de eventos cardiovasculares. Exemplos: captopril e enalapril. No 
quadro 1 presente neste tópico, mostra-se os tipos de anti-hipertensivos e suas 
interações com alguns medicamentos.
43PRINCIPAIS CLASSES DE MEDICAMENTOS NA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAUNIDADE 3
QUADRO 1: ANTI-HIPERTENSIVOS – INTERAÇÕES ENTRE MEDICAMENTOS
Fonte: Ribeiro (2010).
• Medicamentos Anti-histamínicos: são indicados nos casos de alergia. 
Exemplo: prometazina.
• Medicamentos Broncodilatadores: agem expandido os brônquios e assim, 
facilitando a respiração do paciente. Exemplo: Aminofilina e Sulfato de terbutalina.
• Medicamentos corticoides: têm sido amplamente utilizados no tratamento 
de uma ampla gama de doenças desde sua introdução na prática clínica há 60 
anos. São considerados os mais potentes agentes anti-inflamatórios conhecidos. 
Seu uso tem contribuído significativamente para a redução da morbimortalidade 
44PRINCIPAIS CLASSES DE MEDICAMENTOS NA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAUNIDADE 3
em indivíduos com doenças graves, tais como doenças autoimunes, processos 
alérgicos, transplantes de órgãos, insuficiência adrenal, hiperplasia adrenal 
congênita, entre outras (ALVES, 2008).
• Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides: são um conjunto 
diversificado de medicamentos que compartilham a capacidade de regular a 
inflamação, aliviar a dor e combater a febre.
• Medicamentos diuréticos: atuam estimulando a excreção de íons sódio, cloro 
ou bicarbonato, que são os principais eletrólitos presente no fluído extracelular. 
Exemplo: Furosemida.
45
O envelhecimento populacional e a adoção por grande parte da população de um 
estilo de vida mais sedentário, com hábitos alimentares com excesso de sódio, açúcares e 
gordura, contribuem para um aumento das doenças crônicas como, hipertensão, diabetes, 
doenças cardíacas, que muitas vezes coexistem, exigindo na maioria dos casos, a prescrição 
de mais de um medicamento (SANTOS, 2019).
Abaixo segue algumas interações medicamentosas já documentadas que são 
importantes:
• Fármacos redutores de ácido: os antiácidos podem adsorver fármacos 
no trato gastrintestinal, reduzindo, assim, a sua absorção. Alguns antiácidos 
(p. ex., hidróxido de alumínio) alcalinizam a urina e alteram a excreção de 
fármacos sensíveis ao pH urinário. Antagonistas H2 e inibidores da bomba de 
prótons podem alterar a absorção de fármacos que requerem acidez gástrica 
para dissolução. Exemplos: Antivirais: [P] redução da absorção de antivirais que 
requerem ácido para dissolução, incluindo atazanavir, fosamprenavir, indinavir, 
nelfinavir, rilpivirina. Antifúngicos azólicos: [P] absorção gastrintestinal reduzida 
de itraconazol, cetoconazol e posaconazol, devido ao aumento do pH gástrico. 
Digoxina: [NP] redução da absorção gastrintestinal da digoxina. Ferro: [P] redução 
da absorção gastrintestinal do ferro com antiácidos contendo cálcio.
• Alopurinol: inibição de enzimas hepáticas metabolizadoras de fármacos. O 
febuxostate também inibe o metabolismo da azatioprina e da mercaptopurina. 
Exemplos: Anticoagulante oral: [NP] aumento do efeito hipoprotrombinêmico. 
Azatioprina: [P] redução da desintoxicaçãoda azatioprina, o que resulta no 
aumento da sua toxicidade.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
ENTRE MEDICAMENTOS2
TÓPICO
PRINCIPAIS CLASSES DE MEDICAMENTOS NA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAUNIDADE 3
46PRINCIPAIS CLASSES DE MEDICAMENTOS NA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAUNIDADE 3
• Anticoagulantes Orais: sensíveis à indução e à inibição de CYP2C9 (varfarina), 
CYP3A4 (apixabana, rivaroxabana) e glicoproteína-P (apixabana, betrixabana 
(não disponível no Brasil), dabigatrana, edoxabana, rivaroxabana). Alto grau 
de ligação da varfarina às proteínas plasmáticas. Anticoagulação alterada por 
fármacos que afetem a síntese ou o catabolismo de fatores da coagulação. 
Exemplos: Paracetamol: [NP] comprometimento da síntese de fatores da 
coagulação em doses mais elevadas. Amiodarona: [P] inibição da eliminação 
do anticoagulante. Antivirais: [P] amprenavir, atazanavir, boceprevir, darunavir, 
delavirdina, indinavir, ledipasvir, nelfinavir, paritaprevir, ritonavir, saquinavir e 
telaprevir podem diminuir a eliminação de apixabana, betrixabana, dabigatrana, 
edoxabana, rivaroxabana e, talvez, varfarina.
• Antidepressivos tricíclicos e heterocíclicos: inibição da captação do 
transmissor nos neurônios 5-HT e NE. Os efeitos antimuscarínicos podem ser 
aditivos aos de outros fármacos antimuscarínicos. Sensíveis à indução e à inibição 
do metabolismo via CYP2D6, CYP3A4 e outras enzimas do complexo enzimático 
CYP. Exemplos: Barbitúricos: [P] aumento do metabolismo de antidepressivos. 
Bupropiona: [NP] redução do metabolismo de antidepressivos. Carbamazepina: 
[NP] aumento do metabolismo de antidepressivos.
• Ferro: liga-se a fármacos no trato gastrintestinal, reduzindo a sua absorção. 
Exemplos: Metildopa: [NE] redução da absorção de metildopa. Micofenolato: [P] 
redução da absorção de micofenolato. Quinolonas: [P] redução da absorção de 
ciprofloxacino e outras quinolonas. Tetraciclinas: [P] redução da absorção de 
tetraciclinas; redução da eficácia do ferro. Hormônios tireoidianos: [P] redução da 
absorção de tiroxina.
• Rifampicina: indutora (potente) das enzimas hepáticas microssomais 
envolvidas no metabolismo de fármacos e da glicoproteína-P. Interações 
semelhantes observadas com rifabutina. Exemplos: Corticosteroides: [P] 
aumento do metabolismo hepático dos corticosteroides; redução do efeito 
dos corticosteroides. Mexiletina: [NE] aumento do metabolismo da mexiletina; 
redução do efeito da mexiletina. Sulfonilureias hipogliceminantes: [P] aumento do 
metabolismo hepático da tolbutamida e, provavelmente, de outras sulfonilureias 
metabolizadas no fígado (incluindo clorpropamida).
• Salicilatos: interferência com a excreção renal de fármacos submetidos à 
secreção tubular ativa. A excreção renal de salicilatos depende do pH urinário 
quando são utilizadas altas doses. O ácido acetilsalicílico (mas não outros 
salicilatos) interfere na função plaquetária. Em doses elevadas, os salicilatos têm 
atividade hipoglicemiante intrínseca. Exemplos: Corticosteroides: [P] aumento da 
eliminação de salicilatos; possível efeito tóxico aditivo sobre a mucosa gástrica. 
Heparina: [NP] maior tendência a sangramento com ácido acetilsalicílico, mas 
provavelmente não com outros salicilatos. Metotrexato: [P] redução da depuração 
renal do metotrexato; aumento da toxicidade do metotrexato (principalmente em 
doses antineoplásicas).
47
Os nutrientes são substâncias químicas presentes nos alimentos que fornecem 
energia, promovem o crescimento, desenvolvimento e a manutenção da saúde e 
vida. Sua falta pode causar alterações químicas ou fisiológicas características. Eles 
englobam carboidratos, proteínas, lipídios, minerais, vitaminas, fibras e compostos com 
propriedades funcionais, os quais podem interagir com os medicamentos administrados 
simultaneamente (LIMA et al., 2017).
Para a preservação das funções reguladoras e energéticas do organismo, é 
necessária a ingestão do alimento, por meio do qual os nutrientes são transportados, em 
quantidade e qualidade adequadas (SANTOS, 2018). Porém, é importante notar que os 
nutrientes também podem interagir com os medicamentos, o que representa um desafio 
significativo na prática clínica devido às mudanças na relação risco/benefício do uso do 
medicamento. Essas interações são especialmente relevantes, porque a maioria dos 
medicamentos é administrada por via oral, o que facilita essa interação com os nutrientes. 
Os nutrientes têm o potencial de alterar os efeitos dos medicamentos ao interferir nos 
processos farmacocinéticos, como absorção, distribuição, metabolismo e excreção, 
resultando em comprometimento terapêutico (MOURA, 2002).
Há quatro tipos de interações entre medicamentos e nutrientes que podem ser 
classificados com base em sua natureza e nos mecanismos envolvidos:
• Tipo I: as interações que resultam na inativação do fármaco ou do nutriente 
ocorrem devido a processos como hidrólise, oxidação, neutralização, precipitação 
ou complexação.
INTERAÇÕES FÁRMACO-
ALIMENTO E FÁRMACO-ETANOL3
TÓPICO
PRINCIPAIS CLASSES DE MEDICAMENTOS NA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAUNIDADE 3
48PRINCIPAIS CLASSES DE MEDICAMENTOS NA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAUNIDADE 3
• Tipo II: as interações que influenciam a absorção podem modificar a 
biodisponibilidade do fármaco ou do nutriente.
• Tipo III: as interações que modificam a distribuição, o transporte e a penetração 
no tecido alvo podem afetar tanto o fármaco quanto o nutriente.
• Tipo IV: interações que modificam a eliminação ou o clearence de fármacos ou 
de nutrientes por antagonismo, aumento da modulação renal e/ou da eliminação 
entero-hepática.
Dessa forma, a quantidade e o tipo de comida consumida podem influenciar na 
absorção da droga no trato gastrointestinal, podendo diminuí-la, retardá-la, aumentá-la ou não 
afetá-la, dependendo da interação entre o alimento e a droga. Em certos casos, é recomendado 
administrar os medicamentos com o estômago cheio para evitar ou minimizar a irritação da 
mucosa intestinal. Assim, o momento da ingestão do medicamento, seja em jejum, antes, 
durante ou após as refeições, pode ser crucial para alcançar a terapia desejada.
O etanol altera processos fisiológicos e também interage com vários fármacos, 
especialmente os que atuam no sistema nervoso central. A associação com metronidazol, 
cetoconazol, cefalosporinas e sulfonilureias pode causar reações tipo dissulfiram, 
provocando palpitações, rubor, náusea e vômitos.
A associação de álcool com fármacos antidiabéticos, como as sulfonilureias e 
insulina, provoca hipoglicemia por diminuírem a neoglicogênese. Fármacos metabolizados 
pela CYP2E1 (isoenzima que metaboliza o etanol) quando associados ao etanol 
causam aumento da concentração plasmática de ambos por competição no processo de 
biotransformação. A ingestão crônica de etanol induz ao aumento da concentração de 
CYP2E1 (por indução enzimática), levando a um maior metabolismo de fármacos que 
sofrem a ação desta isoenzima (AIZENSTEIN, 2016).
49
A maioria das pesquisas sobre interações medicamentosas se concentra 
em pacientes hospitalizados, muitas vezes com doenças específicas ou em uso de 
medicamentos específicos. No entanto, é importante observar que a maior parte dos 
usuários de medicamentos está no âmbito ambulatorial, onde o paciente é responsável 
pelo medicamento e seu uso (SANTOS, 2019).
Os profissionais que trabalham na área da saúde precisam entender sobre interações 
medicamentosas para praticar cuidados para evitá-los na prática clínica. Segundo Secoli 
(2001) segue alguns cuidados:
• Organizar os horários das prescrições de forma a evitar a administração 
simultânea de vários medicamentos intravenosos.
• Abster-se de combinar diferentes medicamentos na mesma solução ou 
recipiente.
• Evitar administrar medicamentos com efeitos tóxicos semelhantes, como 
aminoglicosídeos e anfotericina B, ao mesmo tempo.
• Quando possível, utilizar vias de infusão distintas para medicamentos com 
compatibilidade desconhecida.
• Preferencialmente, optarpela administração em bolus sempre que aplicável. 
• Ficar atento a possíveis alterações na reconstituição do fármaco, como turvação, 
precipitação ou mudança de cor.
• Realizar a limpeza dos dispositivos intravenosos após a administração de 
medicamentos.
CUIDADOS DOS PROFISSIONAIS 
DA SAÚDE PARA EVITAR AS 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS4
TÓPICO
PRINCIPAIS CLASSES DE MEDICAMENTOS NA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAUNIDADE 3
50PRINCIPAIS CLASSES DE MEDICAMENTOS NA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAUNIDADE 3
• Consultar o manual de incompatibilidade fornecido pela instituição.
• Recorrer ao farmacêutico em caso de dúvidas sobre a compatibilidade entre os 
medicamentos.
• Evitar a administração simultânea de vários comprimidos sempre que possível.
• Abster-se de triturar comprimidos ou abrir cápsulas, quando possível.
• Manter um intervalo de aproximadamente duas horas entre a administração de 
antiácidos e outros medicamentos, quando viável.
Buscar a orientação de um farmacêutico é uma abordagem muito sensata em 
situações onde há a necessidade de administrar vários medicamentos simultaneamente 
e há preocupações com possíveis interações medicamentosas. Os farmacêuticos têm 
um profundo conhecimento sobre os diferentes medicamentos, suas interações e como 
otimizar a administração para evitar ou minimizar essas interações. Eles podem fornecer 
orientações específicas sobre horários de administração, possíveis efeitos adversos 
decorrentes de interações entre os medicamentos e até mesmo sugerir alternativas, se 
necessário. Assim, ao trabalhar em conjunto com profissionais de saúde, como médicos e 
enfermeiros, os farmacêuticos desempenham um papel crucial na segurança e eficácia do 
tratamento medicamentoso.
51
Atualmente, as potenciais interações entre fármacos e plantas medicinais e/ ou medicamentos 
fitoterápicos são objetos de inúmeros estudos. Esse artigo traz informações sobre as principais interações 
entre produtos elaborados com valeriana ou alho foram localizadas, avaliadas e sistematizadas. Verificou-
se que tais plantas podem alterar os perfis farmacocinéticos e/ou farmacodinâmicos de diversos fármacos, 
podendo provocar consequências graves aos pacientes. A valeriana pode aumentar os efeitos adversos dos 
benzodiazepínicos, reduzir a biodisponibilidade dos fármacos metabolizados pelo sistema P450-CYP3A4 e 
provocar hemorragias graves quando utilizada juntamente com anticoagulantes orais e antiplaquetários. O 
alho pode aumentar a biodisponibilidade dos relaxantes musculares, potencializar os efeitos terapêuticos e 
adversos dos hipoglicemiantes, provocar hemorragias quando administrado juntamente com anticoagulantes 
orais e antiplaquetários e reduzir a biodisponibilidade dos anti-retrovirais inibidores de protease.
Fonte: ALEXANDRE, R. F. Potenciais interações entre fármacos e produtos à base de valeriana 
ou alho. Revista Brasileira de Farmacognosia, Florianópolis, v. 3, n. 18, p. 455-463, set. 2008.
SAIBA
MAIS
Interação entre Paracetamol e Repolho: o uso concomitante de paracetamol e repolho pode 
resultar em diminuição da eficácia do fármaco.
Recomendações: a administração de paracetamol em jejum. Para alívio da dor rapidamente, deve 
evitar tomar paracetamol com alimentos, especificamente se forem ricos em carboidratos.
Fonte: MUNIZ, Thais Renata. Interações Fármaco-Alimento/Nutriente. Disponível em: https://
abre.ai/j51s.
REFLITA
PRINCIPAIS CLASSES DE MEDICAMENTOS NA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAUNIDADE 3
https://abre.ai/j51s
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52
O sucesso terapêutico e a segurança de qualquer tratamento são determinados 
pela integração entre as prescrições baseadas em evidências com o conhecimento dos 
fatores que podem determinar as respostas em um paciente individualizado. Individualizar 
a terapêutica requer não somente a compreensão básica da farmacocinética e da 
farmacodinâmica, como também a compreensão do modo como múltiplos fatores individuais 
podem modificar a farmacocinética e a farmacodinâmica em um paciente.
Medidas devem ser adotadas para que possa haver o uso racional de medicamentos, 
essas que devem ser adotadas desde a prescrição do medicamento, dispensação e 
administração. Então todas as pessoas envolvidas nessas etapas devem estar treinadas e 
conscientes, no caso do paciente, que é possível evitar as reações adversas que possam 
causar malefícios devido seu uso.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
PRINCIPAIS CLASSES DE MEDICAMENTOS NA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAUNIDADE 3
53
Eventos adversos por interações medicamentosas potenciais em unidade de terapia 
intensiva de um hospital de ensino.
Esse artigo avaliou a existência de interações medicamentosas potenciais na 
unidade de terapia intensiva de um hospital, com foco nos antimicrobianos. Através de estudo 
transversal, que analisou prescrições eletrônicas de pacientes da unidade de terapia intensiva 
de um hospital de ensino, avaliando potenciais interações medicamentosas relacionadas aos 
antimicrobianos, entre 1º de janeiro e 31 de março de 2014. O consumo dos antimicrobianos 
foi expresso em dose diária definida por 100 pacientes-dia. A busca e a classificação das 
interações foram realizadas com base no sistema Micromedex®. Foram analisadas prescrições 
diárias de 82 pacientes, totalizando 656 prescrições. Do total de medicamentos prescritos, 
25% eram antimicrobianos, sendo meropenem, vancomicina e ceftriaxona os mais prescritos. 
Os antimicrobianos mais consumidos, segundo a metodologia de dose diária definida por 100 
pacientes-dia, foram cefepime, meropenem, sulfametoxazol + trimetoprima e ciprofloxacino. 
A média de interações por paciente foi de 2,6. Entre as interações, 51% foram classificadas 
como contraindicadas ou de gravidade importante. Destacaram-se as interações altamente 
significativas (valor clínico 1 e 2), com prevalência de 98%. Conclusão: com o trabalho 
verificou-se que os antimicrobianos são uma classe frequentemente prescrita na unidade 
de terapia intensiva, apresentando elevada quantidade de interações medicamentosas 
potenciais, sendo a maior parte das interações considerada altamente significativa.
Fonte: ALVIM, Mariana Macedo. Eventos adversos por interações medicamentosas 
potenciais em unidade de terapia intensiva de um hospital de ensino. Revista Brasileira de 
Terapia Intensiva, Juiz de Fora, v. 27, n. 4, p. 353-359, 2015.
LEITURA COMPLEMENTAR
PRINCIPAIS CLASSES DE MEDICAMENTOS NA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAUNIDADE 3
54
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: cresce o número de denúncias por venda de remédios 
controlados sem receita.
• Ano: 2023.
• Sinopse: vídeo realizado na cidade de São Paulo, em que o 
Conselho Regional de Farmácia, evidenciou o aumento de 32% 
em 2023 das denúncias recebidas. Entre os medicamentos está o 
Zolpidem, usado no tratamento para insônia. Esse medicamento 
pode provocar dependência química e um dos efeitos colaterais 
mais graves é o sonambulismo.
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=xHPuZE0pasU.
• WEB
• Sinopse: Este é um guia prático de medicamentos, que apresenta 
desde a prescrição do medicamento, abordando alguns conhecimentos 
básicos da farmacologia, como farmacocinética e farmacodinâmica. 
E seus subsequentes capítulos irão tratar dos fármacos usados em 
áreas específicas da saúde, como: ginecologia, pediatria, oncologia, 
gastroenterologia, oftalmologia, reumatologia etc.
• Link do site: https://abre.ai/j51T
LIVRO
• Título: Fármacos e Medicamentos.
• Autor: Lourival Larini.
• Editora: Artmed.
• Sinopse: apresenta os principais fármacos e/ou medicamentos de 
uso no mercado brasileiro. Abrangendo desde os princípios gerais 
dos fármacos, passando pela farmacocinética e farmacodinâmica, 
abordando suas propriedades, mecanismos de ação terapêutica, 
as doses recomendadas, reações adversas, entre outros aspectos 
importantes sobre fármacos utilizados no tratamento de diferentes 
problemas de saúde.
PRINCIPAIS CLASSES DE MEDICAMENTOS NA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSAUNIDADE 3
https://www.youtube.com/watch?v=xHPuZE0pasUhttps://abre.ai/j51T
Professor Esp. Priscila Bertoncello Pagliari Barauna
TOXIDADE DOS 
FÁRMACOS4UNIDADEUNIDADE
PLANO DE ESTUDO
56
Plano de Estudos
• Reações adversas aos fármacos;
• Toxidade de fármacos;
• Processos comuns de dano e morte das células causados por toxinas;
• Hepatotoxidade e Nefrotoxidade.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar os efeitos adversos relacionados com a ação dos 
medicamentos;
• Compreender os problemas que podem ocorrer após o uso de fármacos;
• Estabelecer a importância do conhecimento dobre danos teciduais que 
medicamentos podem causar, especificamente, hepáticos e renais.
TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
57
Olá, aluno(a)! Seja bem-vindo à Unidade IV da disciplina de Interações 
medicamentosas. Na primeira parte, será abordada a variedade de reações adversas aos 
fármacos, enfatizando os diferentes tipos de respostas negativas que os medicamentos 
podem provocar no organismo humano. Em seguida, será discutida a toxidade dos fármacos, 
explorando os mecanismos pelos quais substâncias químicas podem causar danos ao 
corpo quando administradas em doses inadequadas ou sob condições específicas.
O terceiro tópico se concentrará nos mecanismos gerais de lesão e morte celular 
induzidos por enzimas, proporcionando uma compreensão mais profunda de como certos 
processos bioquímicos podem resultar em danos celulares irreversíveis.
Por fim, o quarto tópico abordará especificamente a hepatotoxicidade e nefrotoxicidade, 
destacando os efeitos adversos que os medicamentos podem ter sobre o fígado e os rins, 
órgãos vitais para o metabolismo e a eliminação de substâncias no corpo humano.
A introdução destaca a importância crítica de compreender esses aspectos para a 
saúde pública, dada a incidência significativa de doenças e até mesmo mortes relacionadas 
ao uso inadequado de medicamentos. Esses conhecimentos são essenciais não apenas 
para a prática clínica, mas também para políticas de saúde que visem mitigar os riscos 
associados ao uso de medicamentos, promovendo assim um ambiente mais seguro e 
informado para pacientes e profissionais de saúde.
Bons Estudos!
INTRODUÇÃO
TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
58
1.1 Efeitos adversos relacionados à ação farmacológica conhecida do 
medicamento
Muitos efeitos adversos relacionados às ações farmacológicas conhecidas do 
medicamento são previsíveis, pelo menos quando tais ações são bem compreendidas. 
Algumas vezes, esses efeitos são conhecidos como reações adversas do tipo A 
(“aumentada”), estando relacionados com a dose e a suscetibilidade individual. Por exemplo: 
ocorre hipotensão postural com antagonistas do receptor α1-adrenérgico, sangramento com 
anticoagulantes, sedação com ansiolíticos e assim por diante. Em muitas situações, esse 
tipo de efeito indesejado é reversível, e o problema pode muitas vezes ser resolvido com o 
ajuste da dose para obter um equilíbrio mais favorável entre eficácia e segurança. Às vezes, 
tais efeitos são graves (p. ex., sangramento intracerebral causado por anticoagulantes 
e coma hipoglicêmico provocado pela insulina) e, em alguns casos, não são facilmente 
reversíveis, como, por exemplo, a dependência causada por analgésicos opioides.
Alguns outros efeitos adversos relacionados com a principal ação de um medicamento 
resultam em eventos discretos, e não em sintomas graves, e pode ser difícil detectá-los. 
Por exemplo, os fármacos que bloqueiam a ciclo-oxigenase-2 (COX-2) (incluindo “coxibes”, 
como rofecoxibe, celecoxibe e valdecoxibe, bem como anti-inflamatórios não esteroides 
[AINE] convencionais) aumentam o risco de infarto agudo do miocárdio (IAM) de forma 
dose-dependente. Esse potencial era previsível a partir da capacidade dos fármacos em 
inibir a biossíntese de prostaciclinas e aumentar a pressão arterial sanguínea, e os estudos 
preliminares forneceram um sinal para tais problemas. Foi difícil provar esse efeito, e somente 
REAÇÕES ADVERSAS
AOS FÁRMACOS1
TÓPICO
TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
59TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
quando alguns estudos controlados com placebos foram realizados para outra indicação 
(na esperança de que inibidores da COX-2 pudessem prevenir câncer de intestino) é que 
se pôde confirmar, sem sombra de dúvida, a ação pró-trombótica.
1.2 Efeitos adversos não relacionados à ação farmacológica conhecida do 
medicamento
Efeitos adversos não relacionados com a principal ação farmacológica podem 
ser previsíveis quando um fármaco é tomado em doses excessivas, como, por exemplo, 
hepatotoxicidade provocada por paracetamol, ou zumbido induzido por ácido acetilsalicílico, 
ou, então, quando a suscetibilidade aumenta, como no caso de gravidez, ou por alteração 
predisponente, tal como a deficiência da glicose-6-fosfato desidrogenase ou uma mutação 
no DNA mitocondrial.
Reações imprevisíveis, não relacionadas com o efeito principal do fármaco (às vezes 
designadas como reações idiossincráticas, ou tipo B, de bizarras, segundo a classificação 
de Rawlins e Thomson), com frequência são iniciadas por um metabólito quimicamente 
reativo, e não pelo fármaco original. Exemplos desse tipo de RAF, que muitas vezes são 
de natureza imunológica, incluem dano hepático e renal induzido pelo fármaco, supressão 
da medula óssea, carcinogênese e desenvolvimento fetal deficiente. Os efeitos adversos 
imprevisíveis, raros, porém graves, foram mencionados em capítulos anteriores, incluindo 
anemia aplásica associada ao cloranfenicol e anafilaxia com uso de penicilina. Em geral, 
são graves – caso contrário, não seriam reconhecidas –, e sua existência é importante para 
se estabelecer a segurança dos fármacos. A natureza imprevisível dessas reações significa 
que o ajuste do regime terapêutico recomendado (p. ex., utilizando uma dose mais baixa) 
pode não as prevenir.
60
TOXIDADE DE 
FÁRMACOS2
TÓPICO
TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
A presença de uma vasta diversidade de medicamentos contribui para o surgimento 
de questões relacionadas a esses produtos, representando um desafio para a saúde pública 
tanto em nações desenvolvidas quanto em países em desenvolvimento, como o Brasil. 
Outros elementos que desempenham um papel significativo nesse cenário incluem: a falta 
de regulamentação eficaz da propaganda de medicamentos, a acessibilidade facilitada 
a medicamentos mediante prescrição médica, a ausência de normas específicas para 
embalagens seguras, a escassez de iniciativas para promover a atenção farmacêutica e os 
padrões de consumo de medicamentos pela população, que abrangem a automedicação, 
o uso excessivo e indiscriminado, especialmente de psicotrópicos e antibióticos. Diversas 
circunstâncias podem resultar em intoxicação, como exposição profissional ou acidental, 
abuso, tentativas de suicídio e homicídio (NOBREGA, 2015).
Os medicamentos representam o principal agente tóxico responsável por 
intoxicações em seres humanos no Brasil, ocupando o primeiro lugar nas estatísticas do 
SINITOX desde 1994. Entre as classes de medicamentos que mais causam intoxicações 
em nosso país estão os benzodiazepínicos, antigripais, antidepressivos e anti-inflamatórios. 
Cerca de 44% dessas intoxicações foram classificadas como tentativas de suicídio e 40% 
como acidentes. Notavelmente, as crianças menores de cinco anos (33%) e adultos entre 20 
e 29 anos (19%) são os grupos etários mais afetados pelas intoxicações por medicamentos 
(BORTOLETTO, 1999). Dessa forma, caro aluno, falarei um pouco mais especificamente 
dessas classes abaixo:
61TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
2.1 Ansiolíticos e Tranquilizantes
• Benzodiazepínicos: os benzodiazepínicos são uma classe de medicamentos 
com propriedades farmacológicas, como ansiolíticas, sedativo-hipnóticas e/ou 
anticonvulsivantes, cujos efeitos tóxicos parecem decorrer da sua ação direta 
sobre o Sistema Nervoso Central. Geralmente, esses fármacos são absorvidos 
rapidamente quando administrados por via oral. No entanto, algunsdeles, como 
o clordiazepóxido e o oxazepam, podem levar horas para atingir concentrações 
sanguíneas máximas. A maioria dos benzodiazepínicos é metabolizada no fígado 
por oxidação e/ou conjugação, resultando na formação de metabólitos, muitos 
dos quais possuem atividade farmacológica. A eliminação desses medicamentos 
ocorre principalmente pelos rins.
Os medicamentos podem ser classificados em diferentes grupos com base na sua 
meia-vida de eliminação:
• Ação muito curta: Midazolam (Dormonid)
• Ação curta: Alprazolam (Frontal), Lorazepam (Lorax, Mesmerim), Oxazepam 
(Clizepina)
• Ação longa: Clordiazepóxido (Psicosedin, Limbitrol, Relaxil), Diazepam 
(Calmociteno, Diazepan, Diempax, Kiatrium, Valium), Flurazepam (Dalmadorm, 
Lunipax)
Na intoxicação aguda por benzodiazepínicos, a absorção de uma dose excessiva 
geralmente provoca sintomas como sedação, sonolência, fala arrastada, visão dupla, 
dificuldade na fala, falta de coordenação motora e confusão mental. Também podem ocorrer 
depressão respiratória e queda da pressão arterial. Embora na maioria dos casos a evolução 
seja benigna, há relatos de situações graves, como intensa depressão respiratória, coma e até 
óbito, especialmente quando os benzodiazepínicos de ação muito rápida são administrados 
por via intravenosa. Crianças, idosos e pacientes com insuficiência cardiorrespiratória são 
mais sensíveis aos efeitos tóxicos desses medicamentos, e o consumo simultâneo de álcool 
e barbitúricos pode amplificar esses efeitos.
• Fenotiazínicos: os derivados da fenotiazina, inicialmente desenvolvidos para 
uso como antissépticos urinários e anti-helmínticos, constituem um dos grupos 
mais importantes de medicamentos utilizados no tratamento de diversas condições 
neurológicas. Eles possuem uma ampla gama de efeitos farmacológicos, 
incluindo ação sedativa e potencialização dos efeitos de sedativos, narcóticos 
e anestésicos; capacidade antiemética; regulação da temperatura corporal; 
bloqueio dos receptores colinérgicos e adrenérgicos (tipo alfa); propriedades 
62TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
anti-histamínicas e anti-serotonínicas; alívio de coceira (antipruriginoso); e 
efeitos analgésicos, entre outros. Essas características são responsáveis pelas 
chamadas reações colaterais, que se tornam mais pronunciadas em casos de 
intoxicação.
Devido à sua eficácia terapêutica significativa, os derivados da fenotiazina são 
amplamente consumidos e generalizados, com uma tendência crescente. Isso resulta em 
um aumento no número de casos de intoxicação como consequência.
Os derivados da fenotiazina podem ser classificados em três grupos:
• Derivados Piperazínicos: flufenazina (Anatensol, Motival), trifluoperazina 
(Stelazine, Stelapar), perfenazina (Mutabon).
• Derivados Alifáticos: clorpromazina (Amplictil), promazina (Metilsedor), 
levomepromazina (Neozine).
• Derivados Piperidínicos: tioridazina (Melleril).
Esses grupos variam em eficácia por miligrama e na tendência de causar efeitos 
colaterais específicos. Em geral, quanto mais eficaz o fenotiazínico, maior a propensão a 
causar reações extrapiramidais. Por outro lado, quanto menos eficaz, maior a propensão a 
causar efeitos autonômicos secundários, sedação ou convulsões.
Os derivados da fenotiazina são geralmente bem absorvidos pelo trato gastrointestinal 
e também por via parenteral. Após a absorção, são rapidamente distribuídos pelos tecidos; 
70% da dose administrada é prontamente eliminada da circulação portal pelo fígado.
• Clínica da intoxicação aguda: os perigos envolvem comprometimento 
cardiovascular e depressão do sistema nervoso central (SNC). A síndrome neuroléptica 
maligna, que pode ser fatal, pode ocorrer mesmo com doses terapêuticas e após 
poucos dias de uso. Outros sinais e sintomas incluem sonolência, constrição da 
pupila, aumento ou diminuição da pressão arterial, batimentos cardíacos acelerados, 
dificuldade para urinar, boca seca, ausência de transpiração, sintomas neurológicos 
anormais, convulsões, coma, falha respiratória, prolongamento do intervalo QT, 
arritmias e desregulação da temperatura corpórea.
Butirofenonas e Tioxantenos são classes de neurolépticos amplamente utilizados 
na psiquiatria. No grupo das Butirofenonas, incluem-se o droperidol (Droperidol), haloperidol 
(Haldol, Haloperidol), penfluridol (Semap), pimozide (Orap). Estes medicamentos exercem 
um forte antagonismo dopaminérgico central e têm uma baixa ação anticolinérgica. No 
grupo dos Tioxantenos, temos o tioxeno (Navane).
63TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
De maneira geral, esses medicamentos são bem absorvidos quando administrados 
por via oral, porém sofrem metabolização durante a passagem inicial pelo fígado. Eles têm 
uma alta ligação a proteínas plasmáticas. A metabolização ocorre no fígado e a eliminação 
é principalmente através da urina.
• Clínica da intoxicação aguda: Sistema Nervoso Central (SNC): Rigidez e 
espasmos musculares, sintomas de pseudoparkinsonismo, distonias, acatisia, 
discinesia tardia persistente, agitação ou depressão, cefaleia, confusão, vertigem, 
síndrome neuroléptica maligna. Sistema Cardiovascular (SCV): Hipotensão 
ortostática, taquicardia.
• Antidepressivos Tricíclicos: os antidepressivos tricíclicos (ADT) são 
conhecidos por seu potente efeito sedativo e são amplamente utilizados no 
tratamento da depressão melancólica e, em alguns casos, da depressão atípica.
Exemplos de ADT incluem:
• Amitriptilina (Tryptanol, Limbitrol)
• Amineptina (Survector)
• Imipramina (Tofranil)
• Nortriptilina (Motival)
Esses medicamentos são rapidamente absorvidos quando administrados por via 
oral e apresentam uma alta ligação a proteínas plasmáticas. Eles passam por metabolismo 
no fígado e sua eliminação ocorre principalmente pelos rins ao longo de vários dias.
Os efeitos adversos dos derivados da fenotiazina podem incluir tontura, 
comprometimento da função cognitiva, fraqueza, fadiga, desencadeamento de psicose ou 
mania, tremores, aumento do apetite, ganho de peso, sudorese, dor de cabeça, boca seca, 
constipação, retenção urinária, visão turva e agravamento do glaucoma.
Na clínica da intoxicação aguda por derivados da fenotiazina, podem ser 
observados sintomas como letargia, coma ou convulsões, frequentemente acompanhados 
por prolongamento do intervalo QRS no eletrocardiograma (ECG). Inicialmente, pode 
ocorrer excitação seguida de coma, com subsequente depressão respiratória, diminuição 
dos reflexos (hiporreflexia), hipotermia e hipotensão. Além disso, os efeitos anticolinérgicos 
podem ser proeminentes.
2.2 Anticonvulsionantes
• Barbitúricos: os depressores não seletivos do sistema nervoso central (SNC) têm 
efeitos que incluem a depressão do córtex sensorial, redução da atividade motora 
64TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
e alteração da função cerebelar. Sua ação, principalmente quando combinada, 
é capaz de potencializar a ação inibitória sináptica mediada pelo GABA. Esses 
medicamentos não possuem efeito analgésico. Eles podem induzir uma gama de 
efeitos, desde excitabilidade e sedação leve até incoordenação motora e coma 
profundo. Em doses terapêuticas elevadas, podem resultar em anestesia. O uso 
prolongado pode levar ao desenvolvimento de tolerância e dependência.
Divididos em três grupos conforme o início e a duração dos efeitos:
• Duração curta: Pentobarbital, Secobarbital;
• Duração intermediária: Amobarbital, Butabarbital;
• Duração longa: Fenobarbital, Mefobarbital, Prominal.
• Clínica da intoxicação aguda: sintomas de depressão do sistema nervoso 
central (SNC) e cardiovascular podem incluir coma e uma variedade de 
manifestações.
• SNC: Sonolência, letargia, confusão, delírio, dificuldade na fala, diminuição 
ou perda de reflexos, ataxia, nistagmo (movimentos involuntários dos olhos), 
hipotermia e depressão respiratória.
• Sistema Cardiovascular (SCV): Hipotensão, taquicardia e potencial 
desenvolvimento de choque.
• Gastrointestinal: diminuição do tônus e motilidade, podendo ocorrercompactação de comprimidos.
Complicações graves podem levar ao óbito devido à insuficiência cardiorespiratória 
ou à depressão dos centros medulares vitais.
• Carbamazepina: são anticonvulsivantes com discretos efeitos sedativos, utilizados 
no tratamento da neuralgia do trigêmeo. A absorção desses medicamentos por via 
oral é lenta e irregular, e eles possuem propriedades anticolinérgicas que podem 
causar diminuição da motilidade intestinal. São metabolizados no fígado e excretados 
principalmente pela urina, com uma pequena quantidade eliminada pelas fezes.
A utilização prolongada desses medicamentos pode resultar em uma variedade 
de reações colaterais e secundárias, tais como diplopia (visão dupla), distúrbios visuais, 
sonolência, parestesias (sensações anormais na pele), distúrbios de equilíbrio, leucopenia 
(diminuição de glóbulos brancos), neutropenia, erupções cutâneas, entre outros.
Exemplos de nomes comerciais desses anticonvulsivantes incluem: Tegretol, 
Tegretard.
65TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
A clínica da intoxicação aguda por esses medicamentos inclui distúrbios neurológicos 
causados pela depressão do sistema nervoso central (SNC), tais como:
• Ataxia (falta de coordenação motora)
• Nistagmo (movimentos oculares involuntários)
• Oftalmoplegia (paralisia dos músculos oculares)
• Midríase (pupila dilatada)
• Taquicardia sinusal (aumento da frequência cardíaca)
Em casos mais graves, a intoxicação pode evoluir para:
• Mioclonias (contrações musculares rápidas e involuntárias)
• Convulsões
• Coma
• Parada respiratória
Esses sintomas refletem o impacto significativo desses medicamentos no sistema 
nervoso central e cardiovascular durante a intoxicação aguda.
• Fenitoínas: são medicamentos utilizados há muito tempo como anticonvulsivantes 
e, mais recentemente, via parenteral, no tratamento de distúrbios do ritmo cardíaco. 
A absorção por via oral é lenta e irregular, especialmente em grandes doses, 
podendo ser ainda mais demorada. Esses medicamentos são metabolizados no 
fígado e excretados principalmente pelos rins.
Exemplos de nomes comerciais de fenitoínas incluem: Epelin, Fenitoína, Dialudon, 
Hidantal.
A clínica da intoxicação aguda por fenitoínas apresenta os seguintes sintomas:
• Nistagmo, que inicialmente é horizontal e depois pode tornar-se vertical.
• Sonolência progressiva.
• Ataxia (falta de coordenação motora).
• Diplopia (visão dupla).
• Disartria (dificuldade na articulação das palavras).
• Tremores.
• Distúrbios do comportamento.
• Confusão mental.
• Náuseas, vômitos.
• Hirsutismo (crescimento excessivo de pelos).
66TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
Coma profundo não é comum na intoxicação aguda por fenitoínas. São consideradas 
reações de hipersensibilidade, que podem incluir eritema multiforme, síndrome de Stevens-
Johnson, febre, doença do soro, discrasias sanguíneas e insuficiência renal. Também 
podem ocorrer reações paradoxais, como aumento das convulsões sem outros sinais de 
intoxicação aguda.
A toxicidade cardíaca é frequente após infusão intravenosa rápida ou ingestão de 
doses muito grandes, e pode manifestar-se como arritmias, bradicardia sinusal, fibrilação 
atrial, bloqueio incompleto do ramo direito e hipotensão arterial. Casos mais graves podem 
evoluir para fibrilação ventricular, assistolia e óbito.
• Ácido Valproico: o ácido valproico e o valproato de sódio são medicamentos 
sintéticos que não possuem relação química com a maioria dos anticonvulsivantes. 
Exemplos de nomes comerciais incluem: Depakene, Valpakine, Valprin.
A absorção por via oral é rápida, com os níveis máximos no sangue geralmente 
alcançados entre 1 a 4 horas após a ingestão. Esses medicamentos têm uma ligação 
significativa às proteínas plasmáticas. Eles são metabolizados no fígado e excretados 
principalmente pelos rins.
Clínica da intoxicação aguda: a clínica da intoxicação aguda por ácido valproico e 
valproato de sódio pode incluir os seguintes sintomas neurológicos e complicações:
• Distúrbios neurológicos como confusão mental, sonolência intensa, torpor e 
coma.
• Hiperatividade, movimentos mioclônicos (contrações musculares rápidas e 
involuntárias) e convulsões.
Embora rara, a evolução fatal pode ocorrer devido à depressão respiratória e parada 
cardíaca, especialmente em casos graves de intoxicação aguda.
Intoxicação crônica: o uso crônico de ácido valproico está associado ao 
desenvolvimento de hepatotoxicidade e à Síndrome de Reye em alguns casos. Os distúrbios 
hepáticos podem variar desde uma simples elevação dos níveis de transaminases sem 
sintomas até quadros mais graves caracterizados pela Síndrome de Reye. Este quadro 
inclui necrose hepática centrolobular, hiperamonemia e encefalopatia.
Além disso, também foi descrita hepatite tóxica fulminante e irreversível em casos 
de intoxicação grave por ácido valproico, sem apresentação da Síndrome de Reye.
67TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
Crianças com menos de 2 anos, especialmente aquelas submetidas a terapia 
anticonvulsivante múltipla que inclui ácido valproico, têm maior risco de desenvolver 
lesão hepática.
O tratamento desses casos inclui a interrupção imediata da droga e medidas 
sintomáticas e de suporte para o manejo da hepatotoxicidade e complicações hepáticas.
2.3 Descongestionantes
• Descongestionantes Nasais: os descongestionantes nasais tópicos, que 
apresentam riscos de intoxicação aguda, geralmente contêm um agente 
simpatomimético isolado ou em combinação com anti-histamínicos e antibióticos. 
Eles são utilizados para promover a vasoconstrição e reduzir o edema e a 
congestão das mucosas nasal e ocular.
O uso desses medicamentos deve ser controlado em pacientes com hipertensão, 
diabetes e hipertireoidismo. O uso crônico desses descongestionantes pode causar 
congestão de rebote nas mucosas, o que significa que o sintoma original de congestão 
nasal pode piorar após a interrupção do medicamento.
Alguns dos simpatomiméticos mais comuns encontrados nesses produtos são:
• Oximetazolina (Afrin).
• Fenoxazolina (Aturgil).
• Nafazolina.
• Tirotricina (Efedran, Nasoinstil).
• Cloreto de sódio, benzalcônio (Rinosoro, Sorinal, Nasoflux, Sorine).
• Nafazolina, difenidramina, neomicina (Penetran, Alergotox Nasal, Suspirin).
• Outros agentes também podem estar presentes em diferentes formulações.
É importante seguir as orientações médicas e as instruções de uso para evitar 
complicações decorrentes do uso excessivo ou prolongado desses medicamentos nasais.
Clínica da intoxicação aguda: a intoxicação aguda pode ocorrer por ingestão 
ou aplicação nasal de doses excessivas. No caso da nafazolina, a intoxicação, que é a 
mais comum, pode provocar náuseas, vômitos, dores de cabeça, rubor facial, sudorese, 
irritabilidade, inquietação, aumento da pressão arterial e problemas cardíacos como extra-
sístoles e outras arritmias. Em casos graves, pode ocorrer depressão do sistema nervoso 
central (SNC), hipotermia, bradicardia, dilatação das pupilas, sonolência, coma e problemas 
respiratórios, como respiração irregular ou bradipneia com episódios de apneia. Em 
68TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
lactentes pequenos, podem ocorrer reações de aparente hipersensibilidade após aplicação 
tópica de doses normais do medicamento, resultando em sonolência, letargia e respiração 
lenta durante algumas horas.
• Descongestionantes Sistêmicos: conhecidos também como antigripais, 
são amplamente utilizados no tratamento de resfriados, gripes e infecções das 
vias aéreas superiores. Apesar de suas formulações variadas, a maioria inclui 
simpatomiméticos e anti-histamínicos. Alguns exemplos de descongestionantes 
sistêmicos e seus principais componentes são: triprolidina, pseudoefedrina 
(Actifedrin); pirilamina, cloridrato de efedrina (Benegrip); clorfeniramina, vitamina 
C (Benegrip Xarope Infantil); clorfeniramina, metoxifenamina (Cheracap); 
cinarizina, fenilefrina, pentoxiverina (Coldrin); dextroclorfeniramina, cloridrato 
de fenilefrina(Coristina D); cloridrato de fenilefrina, carbinoxamina (Gripenil); 
maleato de dimetindeno, trietilrutina, vitamina C, paracetamol, cloridrato de 
fenilefrina (Trimedal); Bialerge; Descon; Naldecon.
A intoxicação é comum, principalmente em crianças, devido ao uso generalizado e 
à falsa impressão de segurança. Apesar das doses relativamente baixas dos componentes, 
intoxicações graves podem ocorrer. Casos de abuso para obtenção de efeitos psíquicos 
e sensoriais também são relatados. A absorção pelo trato gastrointestinal é irregular, com 
metabolismo hepático e intestinal, e excreção renal.
• Clínica da intoxicação aguda: o quadro tóxico varia conforme a composição 
relativa dos simpatomiméticos e anti-histamínicos. Os distúrbios causados por 
doses excessivas dos principais componentes incluem: sonolência, dores de 
cabeça, tonturas, vômitos, taquicardia ou bradicardia, palpitações, bloqueio 
A-V, hipertensão arterial, tremores, distúrbios neuropsíquicos como inquietação, 
irritabilidade, agressividade, confusão mental, convulsões, alucinações e até 
quadros paranoides.
2.4 Testes de toxidade
Testes de toxicidade são realizados em animais com novos fármacos para identificar 
riscos potenciais antes de sua administração em humanos. Esses testes abrangem diversas 
espécies e envolvem a aplicação do fármaco por longos períodos, com monitoramento 
contínuo de anomalias fisiológicas e bioquímicas. Ao término dos experimentos, os animais 
são submetidos a exames detalhados para detectar qualquer anomalia geral ou histológica. 
Esses testes utilizam doses muito superiores aos limites terapêuticos esperados 
para determinar quais tecidos ou órgãos podem ser alvos de efeitos tóxicos do fármaco. 
Testes de recuperação são realizados para avaliar a reversibilidade dos efeitos tóxicos, com 
69TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
atenção especial para mudanças irreversíveis, como carcinogênese e neurodegeneração. 
A premissa é que os efeitos tóxicos observados em animais sejam semelhantes aos que 
poderiam ocorrer em humanos.
No entanto, há variações significativas entre espécies, especialmente nas enzimas 
que metabolizam fármacos. Isso significa que um metabólito tóxico formado em uma 
espécie pode não ser formado em outra, tornando os testes de toxicidade em animais 
nem sempre modelos confiáveis. Um exemplo é o pronetalol, o primeiro antagonista de 
receptor β-adrenérgico sintetizado, que não foi desenvolvido devido à carcinogênese em 
camundongos. Posteriormente, descobriu-se que a carcinogênese ocorria apenas na 
linhagem testada, mas outros β-bloqueadores já estavam em desenvolvimento.
Os efeitos tóxicos podem variar de insignificantes a extremamente graves, podendo 
impedir o desenvolvimento futuro do composto. Níveis intermediários de toxicidade são mais 
aceitáveis em fármacos destinados a doenças graves (como AIDS ou cânceres), e a decisão de 
prosseguir ou não com o desenvolvimento é frequentemente difícil. Quando o desenvolvimento 
continua, a segurança do fármaco deve ser monitorada, concentrando-se no sistema identificado 
como possível alvo de toxicidade pelos testes em animais. A segurança de um fármaco, que é 
o oposto da toxicidade, só pode ser confirmada com seu uso em seres humanos.
70
MECANISMOS GERAIS DE 
LESÃO E MORTE CELULAR 
INDUZIDAS POR TOXINAS3
TÓPICO
TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
Concentrações elevadas de fármacos ou seus metabólitos podem causar necrose; 
entretanto, a morte celular programada é cada vez mais reconhecida como igualmente ou 
mais importante, especialmente na toxicidade crônica. A necrose envolve a desintegração 
das membranas celulares e o extravasamento de enzimas que acabam digerindo a célula. 
Por outro lado, a apoptose é um processo de morte celular programada em que as células 
ativam enzimas que degradam o DNA nuclear e as proteínas nucleares e citoplasmáticas 
(KUMAR, 2018).
Metabólitos quimicamente reativos podem formar ligações covalentes com 
moléculas-alvo ou modificá-las por meio de interações não covalentes. O fígado tem um papel 
fundamental no metabolismo dos fármacos, expondo os hepatócitos a altas concentrações 
de metabólitos recém-formados. Além disso, os fármacos e seus metabólitos polares são 
concentrados no líquido tubular renal conforme a água é reabsorvida, fazendo com que os 
túbulos renais estejam expostos a concentrações mais altas do que outros tecidos.
Além disso, os mecanismos vasculares renais são críticos na manutenção da 
filtração glomerular e vulneráveis a fármacos que interfiram no controle da contratilidade 
arteriolar aferente e eferente. Vários medicamentos hepatotóxicos também são nefrotóxicos, 
um exemplo é o paracetamol. Em consequência, lesões hepáticas ou renais são motivos 
comuns para o abandono do desenvolvimento de fármacos durante os testes de toxicidade, 
e os testes de patologia química de lesões hepáticas (em geral, devido aos níveis de 
transaminases medidos no plasma ou no soro sanguíneo) e função renal (geralmente pela 
concentração de creatinina) são rotineiros.
71
HEPATOTOXIDADE E 
NEFROTOXIDADE4
TÓPICO
TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
Muitos medicamentos terapêuticos podem causar danos ao fígado, que se manifestam 
clinicamente como hepatite ou, em casos menos graves, apenas em alterações detectadas 
em testes laboratoriais (KATZUNG, 2023). O dano hepático induzido por medicamentos 
pode ser hepatocelular, refletido pelo aumento das transaminases oxaloacética (TGO) e 
pirúvica (TGP), ou colestático, evidenciado pelo aumento das bilirrubinas (especialmente 
da direta), fosfatase alcalina e gama-glutamil transferase (G-GT) (BERTOLAMI, 2005).
De acordo com Bertolami (2005), existem seis tipos de alterações hepáticas 
induzidas por medicamentos:
I. Reações de alta energia envolvendo as enzimas do citocromo P-450 podem 
perturbar a homeostase do cálcio intracelular, resultando na ruptura das fibrilas 
de actina na superfície dos hepatócitos e eventual lise celular.
II. Medicamentos que afetam as proteínas de transporte na membrana 
canalicular podem interromper o fluxo biliar, ligando-se ou inativando a proteína 
exportadora de sais biliares. A ruptura dos filamentos de actina ocorre perto dos 
canalículos, especializados na excreção biliar. Esse processo causa colestase, 
mas geralmente provoca pouca agressão celular. Este mecanismo é comum na 
toxicidade hepática associada ao uso de fibratos.
III. Os medicamentos são geralmente moléculas pequenas, portanto, raramente 
induzem respostas imunológicas. Contudo, durante a biotransformação, reações 
de alta energia podem formar produtos inativos, resultantes da ligação covalente 
dos medicamentos a enzimas. Essas moléculas, grandes o suficiente para servir 
como alvos imunológicos, podem migrar para a superfície dos hepatócitos e induzir 
a formação de anticorpos, levando à citotoxicidade mediada por anticorpos.
72TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
IV. Induzir respostas citolíticas diretas por células T pode desencadear uma 
cascata de eventos onde a resposta secundária das citocinas pode causar 
inflamação adicional e hepatotoxicidade mediada por neutrófilos.
V. A morte celular programada (apoptose) pode ocorrer pela agressão imuno-
mediada, com a destruição de hepatócitos pelas vias do TNF e da Fas. Estas 
funcionam como gatilho para a cascata de caspases, que levam à contração das 
células e fragmentação da cromatina nuclear. 
VI. Quando os medicamentos causam danos às mitocôndrias, seja por inativação ou 
ligação a enzimas respiratórias, ou ao DNA mitocondrial, isso desregula a oxidação 
dos ácidos graxos e a produção de energia celular. Como consequência, ocorre 
estresse oxidativo, acompanhado pelo aparecimento de metabolismo anaeróbico, 
acidose lática e acúmulo de triglicérides nas células, levando à esteatohepatite.
A superdosagem de paracetamol continua sendo uma causa frequente de 
morte devido ao autoenvenenamento (KATZUNG, 2023). Quando em doses tóxicas, as 
enzimas que realizamas reações de conjugação habituais ficam saturadas, levando as 
oxidases de funções mistas a converterem o paracetamol no metabólito reativo N-acetil-p-
benzoquinona imina (NAPBQI). A hepatotoxicidade do paracetamol é maior em pacientes 
cujas enzimas P450 foram ativadas, como no caso de consumo crônico e excessivo de 
álcool. O estresse oxidativo derivado da depleção do GSH é importante por levar à morte 
celular. A regeneração de GSH a partir de GSSG depende da disponibilidade de cisteína, 
de modo que sua disponibilidade intracelular pode ser um fator limitante. A acetilcisteína ou 
a metionina podem ser substituídas pela cisteína, aumentando a disponibilidade de GSH; 
são utilizadas no tratamento de pacientes com intoxicação por paracetamol.
A nefrotoxicidade induzida por fármacos é uma situação clínica comum: AINE e 
inibidores da enzima conversora de angiotensina estão entre as causas mais frequentes 
de precipitação da insuficiência renal aguda, em geral, causada pelas principais ações 
farmacológicas desses fármacos. Os fármacos nefrotóxicos são frequentemente bem 
tolerados em indivíduos saudáveis, mas podem causar insuficiência renal em pessoas 
idosas ou crianças, ou naqueles com doença renal concomitante (KATZUNG, 2023).
Portanto, é crucial monitorar a função renal dos pacientes que fazem uso de 
medicamentos potencialmente nefrotóxicos. Esses fármacos podem causar lesão renal 
aguda ou crônica, dependendo do nível de interferência do medicamento no tecido renal. 
A lesão renal aguda é caracterizada pela perda rápida e repentina da função dos rins, 
enquanto a lesão crônica é marcada pela perda gradual e irreversível da função renal 
(MELLO et al., 2021). O Quadro 1 apresenta os principais fármacos nefrotóxicos e seus 
respectivos mecanismos de nefrotoxicidade.
73TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
QUADRO 01: PRINCIPAIS FÁRMACOS NEFROTÓXICOS E SEUS RESPECTIVOS 
MECANISMOS DE NEFROTOXICIDADE
Mecanismos de Nefrotoxidade Classe Terapêutica e Medicamentos
Nefrite Intersticial Aguda
Anti-hipertensivos (hidroclorotiazida, 
clortalidona, indapamida, furosemida, 
bumetanida, piretamida)
Antibacterianos (sulfadiazina, 
sulfametoxazol, cefalosporinas, 
penicilinas, quinolonas, rifampicina)
Antivirais (aciclovir, indinavir)
Medicamento hipouricemiante (alopurinol)
Anti-inflamatórios não esteroidais
Contrastes radiológicos
Medicamentos que atuam no trato 
gastrointestinal (ranitidina, omeprazol, 
pantoprazol, lansoprazol)Antineoplásico 
(cisplatina)
Nefrite Instersticial Crônica
Estabilizador do humor (lítio)
Imunossupressores (ciclosporina, 
tacrolimus)
Antineoplásicos (carmustite, semustite)
Glomerulonefrite
Antibacterianos (penicilinas)
Estabilizador do humor (lítio)
Anti-inflamatórios não esteroidais
Antineoplásico (interferon alfa) 
Antibacterianos (aminoglicosídeos, 
rifampicina)Antivirais (cidofovir, tenofovir)
Toxidade Tubular Renal
Antifúngico (anfotericina B)
Contrastes radiológicos
Antineoplásicos (ciclofosfamida, 
cisplatina, lenalidomida, metotrexato)
Microangiopatia Trombótica
Imunossupressores (ciclosporina, 
tacrolimus)
Antineoplásicos (bortezomibe, vincristina)
Antiagregantes plaquetários (clopidogrel, 
ticlopidina)
74
Fármacos de diversas classes são detectados no ambiente aquático nos últimos anos, 
principalmente devido ao lançamento de esgoto não tratado ou à remoção incompleta durante as etapas 
de tratamento de esgoto. A presença desses compostos químicos, mesmo em baixas concentrações (na 
faixa de ng/L a µg/L), tem levantado preocupações sobre os impactos na biota aquática. Embora os efeitos 
na saúde humana, especialmente os relacionados à exposição crônica, ainda sejam pouco conhecidos ou 
controversos, os efeitos adversos sobre organismos aquáticos são cada vez mais reconhecidos.
Fonte: SOUZA, Cássia Cabral. Ensaios toxicológicos aplicados à análise de águas contaminadas 
por fármacos. Eng Sanit Ambient, Ouro Preto, v. 25, n. 2, p. 217-228, abr. 2020.
REFLITA
Validação de metodologia analítica e estudo de estabilidade para quantificação sérica de 
paracetamol
Neste estudo, foi proposto um método analítico para quantificação sérica do paracetamol 
utilizando espectrofotometria visível a 430 nm. O processo envolve a desproteinização da amostra, seguida 
pela reação do acetaminofeno com nitrito de sódio, formando 2,4-nitro-4-acetaminofenol, que assume uma 
coloração amarela em meio alcalino.
Fonte: SEBBEN, Viviane Cristina et al. Validação de metodologia analítica e estudo de estabilidade 
para quantificação sérica de paracetamol. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, Porto 
Alegre, v. 46, n. 2, p. 143-148, abr. 2010.
SAIBA
MAIS
TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
Alteração da hemodinâmica 
Intraglomerular
Anti-inflamatórios não esteroidais
Contrastes radiológicos
Imunossupressores (ciclosporina, 
tacrolimus)
Nefrolitíase Antiepilépticos (topiramato, zonisamida)
Mecanismos Desconhecidos
Antivirais (atazanavir)
Fonte: adaptado de Mello (2021).
75
As intoxicações por fármacos ocorrem com maior frequência do que muitas pessoas 
imaginam, sendo um problema recorrente, especialmente em serviços de emergência. Este 
fenômeno pode resultar de diversos fatores, incluindo uso inadequado de medicamentos, 
overdose acidental, interações medicamentosas inesperadas e até mesmo tentativas de 
autoenvenenamento. As situações de intoxicação por fármacos requerem atenção urgente 
devido aos riscos significativos à saúde do indivíduo, que podem incluir comprometimentos 
físicos graves, efeitos neurológicos e até óbito.
A área da Toxicovigilância é importante à prevenção e gerenciamento dessas 
intoxicações. Ela é responsável por implementar ações que busquem reduzir ou eliminar a 
exposição a substâncias químicas perigosas, incluindo medicamentos. A Toxicovigilância 
visa identificar, avaliar e mitigar os riscos associados ao uso de fármacos e outras substâncias 
químicas, protegendo assim a saúde pública.
Uma das principais funções da Toxicovigilância é reconhecer os efeitos tóxicos dos 
medicamentos. Isso envolve a identificação precoce dos sinais e sintomas de intoxicação, a 
análise das causas subjacentes e a implementação de medidas preventivas. Além disso, essa 
área se dedica à educação e conscientização dos profissionais de saúde e do público sobre os 
perigos potenciais dos medicamentos. Isso inclui fornecer informações sobre o uso seguro de 
medicamentos, a importância de seguir as dosagens prescritas e os riscos de automedicação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
76
Prevenção de nefrotoxicidade por contraste com solução de bicarbonato - 
resultados preliminares e revisão da literatura
Resumo
Introdução: A ocorrência da nefropatia induzida por contraste tem aumentado 
concomitantemente com o aumento do uso deste para diagnóstico e tratamento. Sua 
prevalência na população em geral é reduzida, porém, cresce de maneira significativa 
em indivíduos com fatores de risco como diabetes e histórico prévio de doença renal. 
Diversas estratégias têm sido empregadas na tentativa de evitar a nefropatia por contraste. 
Hidratação com solução salina, contraste de baixa osmolaridade ou iso-osmolar e infusão 
de bicarbonato de sódio são consideradas as mais eficazes. Objetivo: O propósito deste 
estudo é examinar a literatura relevante sobre a prevenção da nefropatia por contraste 
e investigar inicialmente a eficácia da hidratação com bicarbonato de sódio a 1,3% 
comparada à hidratação com cloreto de sódio a 0,9% na prevenção da toxicidade renal por 
contraste em pacientes com alto risco de desenvolvê-la. Materiais e métodos: A literatura 
foi examinada através de uma pesquisa sistemática na base de dados PubMed utilizando 
os termos bicarbonato, nefrotoxicidade, contraste e insuficiência renal aguda. Além disso, 
foram incluídos 27 pacientes com diabetes mellitus e/ou doença renal crônica pré-existente, 
diagnosticados com câncer. Resultados: Nenhum dos pacientes apresentou nefropatia porcontraste, definida como um aumento de 0,5 mg/dL ou 25% na creatinina basal. Conclusão: 
A revisão da literatura indica fortemente que o uso de bicarbonato de sódio é eficaz na 
prevenção da nefropatia por contraste. Em relação ao estudo randomizado e controlado, 
tanto o soro fisiológico quanto o bicarbonato de sódio demonstraram eficácia semelhante 
na prevenção da toxicidade renal induzida por contraste. No entanto, devido ao número 
limitado de pacientes, conclusões definitivas não podem ser tiradas. Palavras-chave: meios 
de contraste, bicarbonato de sódio, insuficiência renal aguda, cloreto de sódio.
Fonte: SILVA, Ricardo Gonçalves da et al. Prevenção de nefrotoxicidade por 
contraste com solução de bicarbonato - resultados preliminares e revisão da literatura. Jornal 
Brasileiro de Nefrologia, São José do Rio Preto, v. 3, n. 32, p. 292-302, 2010.
LEITURA COMPLEMENTAR
TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
77
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Take your pills
• Ano: 2018
• Sinopse: Este documentário vivencia os aspectos positivos e 
negativos de vários usuários de medicamentos controlados (como 
Adderall, Ritalin e Vyvanse). Mas não apenas sob a perspectiva 
desses usuários, a obra também aborda opiniões de especialistas 
no assunto. Enquanto assiste, o espectador também conhece os 
motivos que levaram essas pessoas a utilizarem as substâncias e 
a evolução do uso ao longo da trajetória de cada um.
LIVRO
• Título: Manual de Toxicologia Clínica
• Autor: Kent R. Olson
• Editora: Artmed
• Sinopse: Manual de Toxicologia Clínica, 6ª edição, contém 
informações para o diagnóstico e tratamento de emergências 
relacionadas a fármacos e produtos químicos. Esta nova edição possui 
um índice abrangente com nomes genéricos, químicos e comerciais, 
tornando-se um recurso essencial para situações do dia a dia.
TOXIDADE DOS FÁRMACOSUNIDADE 4
78
CONCLUSÃO GERAL
Querido (a) aluno (a),
As informações que compartilhei são fundamentais para o seu desenvolvimento 
profissional. Apesar de nem todas as interações medicamentosas serem prejudiciais, 
é importante estar ciente dos riscos ao combinar sem intenção prévia dois ou mais 
efeitos terapêuticos. Após concluir todas as unidades da nossa apostila de Interações 
Medicamentosas, concluímos que é muito difícil lembrar todas as possíveis combinações 
de medicamentos que podem causar interações. Também foi possível entender que as 
interações não acontecem apenas entre fármacos, mas podem ocorrer através do uso 
concomitante entre fármaco e etanol e até mesmo entre fármaco e nutrientes. A disseminação 
da informação sobre essas interações, especialmente entre os profissionais de saúde, e os 
danos que podem causar é fundamental para garantir a segurança dos pacientes. Neste 
cenário, é relevante realizar monitoramento farmacológico, especialmente em pacientes 
com maior predisposição, para aumentar os benefícios do tratamento com medicamentos e 
reduzir complicações decorrentes dessas combinações medicamentosas.
Ao final deste material, você estará não apenas familiarizado com o conhecimento 
técnico e científico, mas também terá adquirido uma visão ampla e integrada, preparando-
se para enfrentar os desafios complexos e interconectados encontrados na prática clínica. 
Assim, esta disciplina desempenha um papel importantíssimo na formação de profissionais 
capacitados a oferecer cuidados de saúde de alta qualidade, baseados em fundamentos 
sólidos, compreensão abrangente e um compromisso com a excelência profissional. 
Espero ter contribuído para o seu desenvolvimento.
79
REFERÊNCIAS
AIZENSTEIN, M. L. Fundamentos para o uso Racional de Medicamentos. Grupo GEN, 
2016. E-book. ISBN 9788595151710. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.
com.br/#/books/9788595151710/. Acesso em: 19 abr. 2024.
AIZENSTEIN, Moacyr L. Fundamentos para o uso Racional de Medicamentos. Grupo 
GEN, 2016. E-book. ISBN 9788595151710. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.
com.br/#/books/9788595151710/. Acesso em: 05 fev. 2024.
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ou alho. Revista Brasileira de Farmacognosia, Florianópolis, v. 3, n. 18, p. 455-463, set. 
2008.
ALVES, C. Retirada da corticoterapia: recomendações para a prática clínica. Jornal de 
Pediatria, Salvador, v. 84, n. 3, p. 192-202, 2008.
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