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As inúmeras representações do brincar Apresentação Seja bem-vindo! O brincar pode se manifestar de diversas maneiras de acordo com as representações culturais de cada lugar. No entanto, é importante destacar que, indiferentemente da forma como é representado, contribui fundamentalmente para o desenvolvimento e para a aprendizagem das crianças. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as diversas formas de representação do brincar, além de refletir acerca das dimensões entre o brincar livre e o brincar dirigido. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer as diversas formas de representação do brincar.• Identificar a música, a arte, a dança, entre outras formas de expressão relacionadas ao brincar.• Descrever as dimensões entre o brincar livre e o brincar dirigido.• Desafio A professora Ana Maria está atuando em uma turma de Pré-escola e percebeu que as crianças possuem poucos brinquedos e materiais disponíveis em sala de aula para os momentos de brincadeiras. Você é desafiado a ajudar a professora, sugerindo como ela poderá organizar um espaço contendo brinquedos e materiais, que serão fundamentais às inúmeras representações do brincar entre as crianças da sua turma. Infográfico O brincar vai além da diversão. É por meio da brincadeira que a criança se relaciona com o mundo e estabelece laços afetivos. Criar momentos de interação e diversão contribuem para o aprendizado lúdico. Veja, no Infográfico a seguir, alguns benefícios do brincar livre e do brincar dirigido, e quais atividades são indicadas. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ae5d25d6-7b7c-460d-90e0-34397db25c09/c200ccd4-741f-4451-b68c-e2b0197dd7c8.png Conteúdo do livro A presença ou ausência de brinquedos no espaço escolar é decorrente de sua utilidade/necessidade atribuída pelo educador para a educação da criança. Porém, um olhar mais apurado sobre o ambiente pode trazer novos desafios para a estruturação de uma pedagogia da infância que efetivamente valorize as inúmeras representações da brincadeira como meio capaz de se tornar o eixo condutor de todo processo educativo. No capítulo As inúmeras representações do brincar, da obra A Ludicidade e a Pedagogia do Brincar, você vai refletir sobre o brinquedo e a brincadeira (seja ela livre ou dirigida) em suas inúmeras representações para criança, identificadas na música, na arte, na dança, dentre outras formas de expressões relacionadas ao brincar. Boa leitura. A LUDICIDADE E A PEDAGOGIA DO BRINCAR Vanessa Ramos Teixeira As inúmeras representações do brincar Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer as diversas formas em que o brincar é representado pelas crianças. � Identificar a música, a arte, a dança e outras formas de expressões com as quais o brincar se relacione. � Descrever as dimensões entre o brincar livre e o brincar dirigido. Introdução O brincar pode se manifestar de diversas formas de acordo com as representações culturais de cada lugar e, portanto, também pode ser representado de várias maneiras. No entanto, é importante destacar que o brincar, indiferentemente da forma como é representado, contribui de modo fundamental com o desenvolvimento e com a aprendizagem das crianças. Neste capítulo, você irá reconhecer não só as diversas formas de representação do brincar pelas crianças (seja por meio da música, da arte, ou da dança, por exemplo), mas também irá refletir acerca das dimensões entre o brincar livre e o brincar dirigido. As diversas formas de representação do brincar para as crianças Quando pensamos em brincar, várias representações vêm a nossa mente. Representações ainda presentes na memória de quem hoje é adulto, mas que há 20, 30, 40, 50 anos era criança e, assim, recorda-se das formas como as brincadeiras e os brinquedos se manifestavam em cada época. Essas mesmas pessoas também conhecem as brincadeiras com as crianças que vivem nesta época e neste contexto sociocultural. Portanto, é válida a afirmação de que brinquedos e brincadeiras sofrem significativa influência do tempo e do con- texto social ao qual pertencem. As brincadeiras relacionam-se com frequência às experiências vividas pelas crianças. São Reproduções Interpretativas do contexto em que estão inseridas ao se evidenciarem pelo faz de conta – representação simbólica. O conceito de reprodução interpretativa foi elaborado pelo professor/soci- ólogo William Arnold Corsaro (2009, p. 31), que assim a define: [...] a participação das crianças na sociedade, indicando o fato de que as crianças criam e participam de suas culturas de pares singulares por meio da apropriação de informações do mundo adulto de forma a atender aos seus interesses próprios enquanto crianças. O termo reprodução significa que as crianças não apenas internalizam a cultura, mas contribuem ativamente para a produção e a mudança cultural. Isto é, crianças e suas infâncias são afetadas pelas sociedades e culturas das quais são membros. Acompanhando as palavras de Corsaro (2009) sobre a reprodução inter- pretativa, compreende-se que as crianças são sujeitos sociais constituídos pela cultura em que estão inseridos desde bem pequenos, ou melhor, desde o nascimento. Ao mesmo tempo são produtores dessa cultura que os subjetivou, contribuindo, também, para a sua transformação. Recorrendo ao faz de conta, as crianças (re) produzem o mundo em que vivem por meio das relações com seus pares. Ao brincarem, elas se desenvolvem e (re)inventam a realidade de maneira simbólica: Quando a criança brinca, ela cria uma situação imaginária, sendo esta uma característica definidora do brinquedo em geral. Nesta situação imaginária, ao assumir um papel, a criança inicialmente imita o comportamento do adulto tal como ela observa em seu contexto. (CERISARA, 2015, p. 130). Na brincadeira, a criança é atravessada pela realidade e pela fantasia, tendo a condição de (re)criar situações cotidianas, fazendo escolhas, lidando com conquistas e frustações que têm/terão implicações no decorrer de sua vida. Ao mesmo tempo, pela brincadeira a criança se apropria de uma linguagem que reproduzirá, por meio do simbólico, a vida cotidiana. No entanto, torna-se importante refletir sobre as relações existentes entre o brincar, o brinquedo e a brincadeira. Serão eles a “mesma coisa”? As inúmeras representações do brincar2 Conforme as análises de Brougère (2001, p. 21) sobre o brinquedo e seu uso, temos a diferença entre o brinquedo (objeto) e a brincadeira (o ato de brincar, uma função simbólica). Nas palavras do o autor, [...] a brincadeira escapa a qualquer função precisa [...]. O que caracteriza a brincadeira é que ela pode fabricar seus objetos, em especial, desviando de seu uso habitual os objetos que cercam a criança” (BROUGÈRE, 2001, p. 13), e completa afirmando que: “O brinquedo é acima de tudo um dos meios de desencadear a brincadeira. Porém, a brincadeira escapa em parte do brinquedo. Pode-se perceber, portanto, que a brincadeira transcende o brinquedo. Porém, o uso de material adequado é essencial para o aprofundamento da brincadeira, de modo a resultar em uma representação significativa para a criança. No documento técnico elaborado pelo Ministério da Educação Brinquedos e brincadeiras de creche: manual de orientação pedagógica, a brincadeira, considerada com o sentido de um brincar de qualidade, apresenta 12 itens que devem garantir representações significativas durante a realização desta prática pedagógica. Veja a seguir: � Conhecimento de si e do mundo: experiência corporal, experiência com som e cores, experiências afetivas, exploração e conhecimento do mundo, experiências expressivas. � Linguagens e formas de expressão: expressão gestual e verbal, ex- pressãodramática, expressão plástica, expressão musical. � Narrativas e gêneros textuais, orais e escritos: mediações críticas, combinação de linguagens (visual, escrita e oral), ouvir histórias e recontá-las. � Brincadeiras de conhecimento do mundo matemático: brincadeiras com medidas e quantificações, brincadeiras com diferentes posições (em cima, em baixo, deitado, em pé), contar os dias e os meses do ano, classificar conjunto de objetos (muito, pouco, bastante, nenhum), fazer compras e pagar com dinheiro produzido pelas crianças, etc. � Brincadeiras individuais e coletivas: organização da sala após as brincadeiras para construção da autoestima e identidade da criança e do grupo, criação de sistemas de organização, brincadeiras tradicionais como pula-pula, esconde-esconde, amarelinha, pular corda, artesanato, etc. � Brincadeiras livres: cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar. 3As inúmeras representações do brincar � Brincadeiras e vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais para favorecer a identidade e a diversidade: ■ Vivências éticas: ações como respeitar o espaço do de brincar do outro, guardar emprestar e esperar a sua vez de usar os brinquedos, ações de responsabilidade e democracia. ■ Vivências estéticas: uso de acordo com a cultura estética de sua família e da comunidade. � Brincadeiras: o mundo físico e o social, o tempo e a natureza. � Brincadeiras com música, artes plásticas, cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura: manifestações artísticas e diversidade de experiências culturais no campo das artes criam inúmeras possibilidades de brincar. � Brincadeiras, biodiversidade, sustentabilidade e recursos naturais. � Brincadeiras e manifestações de tradições culturais brasileiras: aproveitar as riquezas das tradições da cultura brasileira somadas a instrumentos musicais, objetos e fantasias regionais. � Brincadeiras e tecnologias: esta geração já nasceu na era da tecnologia e, portanto, se for utilizada na medida certa, também será uma excelente ferramenta de aprendizado. Acessando o link a seguir, você terá acesso ao documento norteador Brinquedos e Brincadeiras de creches: manual de orientação pedagógica, elaborado pelo Ministério da Educação por meio da Secretaria de Educação Básica, com a finalidade de orientar profissionais da educação a cerca da atividade do brincar. https://goo.gl/CTFyAV Percebemos que as diversas representações do brincar favorecem a criança ao aprendizado, pois é brincando que o ser humano se torna apto a viver em uma ordem social e em um mundo culturalmente simbólico. Brincar é o mais completo dos processos educativos, visto que influencia o intelecto, o emocional o e corpo da criança. Além disso, brincar faz parte da especificidade infantil e auxilia a criança em seu desenvolvimento e na busca de sua completude, seu saber, seus conhecimentos e suas expectativas do mundo. As inúmeras representações do brincar4 Agora eu era herói: música, arte, dança e as diversas expressões relacionadas ao brincar Veja um pequeno trecho da música João e Maria de Chico Buarque. Agora eu era o herói E o meu cavalo só falava inglês A noiva do cowboy Era você além das outras três Eu enfrentava os batalhões Os alemães e seus canhões Guardava o meu bodoque E ensaiava o rock para as matinês (...) Não, não fuja não Finja que agora eu era o seu brinquedo Eu era o seu pião O seu bicho preferido Vem, me dê a mão A gente agora já não tinha medo No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido. (BUARQUE; SIVUCA, 1977, documento on-line). Acabamos de ter um contato com a arte, a dança, a brincadeira em uma música que certamente nos remete à infância quando o cavalo fala inglês, se enfrentava batalhões e a gente já não tinha medo: As crianças escutam a vida em todas as suas formas e cores, e escutam os outros (adultos e crianças). Elas logo percebem que o ato de escutar (observando, mas também tocando, cheirando, sentindo o gosto, pesquisando) é essencial para a comunicação. As crianças são biologicamente predispostas a se comunicar, a existir em relação, a viver em relação. (RINALDI, 2012, p. 126–127). Já sabemos que é por meio do brincar que acontece a aprendizagem da criança, que pode desenvolver a sua capacidade de criar brincadeiras nas ex- periências por meio da troca com outra criança, com os professores ou, ainda, com a sua família, criando situações imaginárias que lhe permitem operar com 5As inúmeras representações do brincar objetos e situações do mundo dos adultos. Cunha; Borges (2015) aproximam as artes das representações do faz de conta. Nas palavras dos autores: A arte faz de conta. Crianças, artistas fazem de conta que um rabisco, um ob- jeto, um fragmento, um pensamento se transformam em outra coisa. Desenhar, brincar, poetar. Manchar, riscar, construir, se encantar. Transformar retalhos de tecidos em uma fantasia surreal, rabiscos em dragão alado pensamentos em formas. Buscar o dizível no invisível. Modos singulares de ver, sentir, expressar e reinventar o mundo. (CUNHA; BORGES, 2015, p. 85). Atividades lúdicas, quando somadas às representações artísticas, ou seja, ao cantar, ao cinema, à dança e a suas múltiplas possibilidades de manifestação, podem e devem ser utilizadas como formas de representar o mundo através dos olhares da criança. Veja alguns exemplos de atividades que envolvem as manifestações artísticas. � Ir a festivais, teatros e exposições, assistir a filmes, aprender a fotografar, recitar poemas e ouvir histórias. � Convidar artistas da comunidade para apresentarem a arte que dominam. � Atividades com música, artes plásticas e gráficas, fotografia, dança, dramatização, recitação ou recanto de histórias podem se tornar uma brincadeira divertida quando se oferecem oportunidades para expressões livres. � Inserir na programação curricular de cada segmento os elementos necessários para enriquecer a cultura artística da criança. Dispondo desse conhecimento cultural sobre as artes, ela poderá recriá-las em suas brincadeiras. Vale destacar que o brincar de qualidade está relacionado à iniciativa, ou não, da criança a uma ação como dançar, cantar, recitar poemas, atos que se somam à necessidade de um suporte cultural. Se ela desconhece as danças e músicas, não poderá expressar uma brincadeira de qualidade. Lembre-se: se o conteúdo cultural da criança for de referencial pobre, sua expressão também o será (BRASIL, 2012, p. 50). A criança é um sujeito histórico de direitos o qual se desenvolve nas interações, ou seja, nas relações e nas práticas cotidianas que a levará a marcantes aquisições. As inúmeras representações do brincar6 As dimensões entre o brincar livre e o brincar dirigido No cotidiano das escolas, é comum ouvir dos professores várias falas relacio- nadas aos momentos de brincadeiras livres e aos momentos de brincadeiras dirigidas ou conduzidas. Em geral, as brincadeiras livres são aquelas em que o professor deixa as crianças mais à vontade para se expressarem, sem as conduzir de modo a como brincadeira irá acontecer. Com isso, não se afirma que o papel do professor não deva ser o de estar com as crianças. Ao contrário, “menos centralidade não quer dizer um menor grau de compromisso, nem menos relevância da ação do professor” (FORTUNATI, 2009, p. 62). O estar com as crianças em suas expressões livres e em seu protagonismo constituem as relações entre os sujeitos e faz com que o profissional pense em sua prática educativa. Assim, é preciso ter o entendimento de que tanto em uma proposta de brincadeira livre como em uma proposta de brincadeira dirigida o professor deve ser aquele que pensará nas melhores condições que irá oferecer (tempo, espaço, materiais) para que as brincadeiras aconteçam. Ou seja, é preciso potencializar os momentos de brincadeiras na escola, ou livres ou dirigidos. As brincadeiras dirigidas são aquelas que se caracterizam mais pela participação dascrianças do que pelo seu protagonismo. Dessa forma, elas convidadas a brincar, porém, para que a brincadeira aconteça, há determi- nadas regras a serem seguidas. Como exemplos de brincadeiras dirigidas, podem ser citados: pega-pega, esconde-esconde, casinha, amarelinha, pular corda, etc., que possibilitam às crianças a compreensão das regras sociais, o desenvolvimento de habilidades físicas e a aprendizagem para lidar com as próprias emoções. As brincadeiras, livres ou dirigidas, despertam inúmeras possibilidades de aprendizagem que permeiam entre as duas formas como o brincar pode ser apresentado. Veja a seguir as características de cada atividade e quais as mais indicadas para cada faixa etária. � Até 2 anos: o bebê costuma se divertir sozinho, explorando o corpo. É interessante o uso de brinquedos que tenham cores, formas e tamanhos diferentes, para estimular o bom desenvolvimento dos cinco sentidos (tato, olfato, visão, paladar e audição). � 2 a 3 anos: é uma excelente fase para introduzir o jogo simbólico e o faz de conta. Ofereça à criança a oportunidade de sentir a textura da 7As inúmeras representações do brincar água, da areia, da grama e de outros materiais. Nessa fase, elas adoram dançar, cantar e pular. � 3 a 4 anos: uso de desenhos, pinturas, colagem e modelagem ganham força nessa idade. É importante o uso de jogos de montar, lápis, tintas, papel, argila e giz de cera. � 4 a 5 anos: é o momento em que surgem os heróis e as brincadeiras que imitam o mundo adulto. Ofereça lousa, bonecas, casinhas, carrinhos, fazendinhas e imitações de objetos cotidianos, como telefone, caixa registradora e apetrechos de cozinha. � 6 a 7 anos: época dos jogos com regras, que estimulam o raciocínio lógico. Ofereça jogos em geral (eletrônicos, de cartas ou tabuleiro) para a criança lidar com vitórias e derrotas. Torna-se fundamental a compreensão de que, na escola, deve haver mo- mentos em que a criança possa brincar livremente, escolhendo a brincadeira que mais lhe agrada no momento e os brinquedos e/ou materiais que serão importantes para o desenvolvimento dessa brincadeira. Não nos esqueçamos de que é relevante que a escola ofereça e convide a criança a participar de brincadeiras organizadas pelo professor, as quais podem ter como objetivo principal integrar as crianças de uma turma ou de uma escola. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brinquedos e Brincadeiras de creches: manual de orientação pedagógica. MEC/SEB: 2012. Disponível em: <http:// portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao_brinquedo_e_brincadeiras_completa. pdf>. Acesso em: 19 de mar. 2018. BROUGÉRE, G. Brinquedo e cultura. Tradução Gisela Wajskop. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2001. BUARQUE, C.; SIVUCA. João e Maria. 1977. Disponível em: <http://www.chicobuarque. com.br/construcao/mestre.asp?pg=jooemari_77.htm>. Acesso em 27 abr. 2018. CERISARA, A. B. De como o Papai do Céu, o coelhinho da Páscoa, os anjos e o Papai Noel foram viver juntos no céu. In. KISHIMOTO, T. M. O brincar e suas teorias. São Paulo: Cengage Learning, 2015. cap. 6. CORSARO, W. Teoria e prática na pesquisa com crianças: diálogos com William Corsaro. São Paulo: Cortez, 2009. As inúmeras representações do brincar8 CUNHA, S. R. V.; BORGES, C. B. A Arte é para as crianças ou é das crianças? Problemati- zando as questões da Arte na Educação Infantil. In: FLORES, M. L. R.; ALBUQUERQUE, S. S. de. (Orgs.). Implementação do Proinfância no Rio Grande do Sul: perspectivas políticas e pedagógicas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015. p. 85–100. FORTUNATI, A. A Educação Infantil como projeto da comunidade. Porto Alegre: Artmed, 2009. RINALDI, C. Diálogos com Reggio Emília: escutar, investigar e aprender. São Paulo: Paz e Terra, 2012. 9As inúmeras representações do brincar Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: Dica do professor As manifestações artísticas e a diversidade de experiências culturais com seus cantos e tradições somados ao advento tecnológico criam inúmeras possibilidades de brincar. Nesta Dica do Professor, você vai conhecer cinco brincadeiras, bem como seus benefícios para o desenvolvimento da criança. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/e1b0c4ff07412c60d362f967d1424760 Exercícios 1) Dentre as práticas pedagógicas que compõem a Proposta Curricular da Educação Infantil, devem estar presentes, como eixos norteadores, as interações e a brincadeira, de modo a garantir experiências que se relacionam com diversos conhecimentos. Pode-se afirmar que se refere a uma das experiências necessárias na Educação Infantil: A) situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-organização, cultura, saúde e bem-estar, a partir de experiências com diversas linguagens. B) promoção da interação, do cuidado, da preservação e do conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra. C) garantia de condições e recursos para que as crianças usufruam de seus direitos civis, humanos e sociais. D) possibilidade da convivência entre crianças e adultos visando ao conjunto de saberes e de conhecimentos de diferentes naturezas. E) o direito a expressar alegria e felicidade, evitando manifestação de tristeza e frustração. 2) O brinquedo, a brincadeira, o espaço e o tempo de brincar e as experiências anteriores dessa criança formam um todo determinado que, segundo G. Brougére (2001), classifica-se como cultura lúdica. Partindo das expressões do autor, é correto afirmar que: A) existe, na criança, apenas uma brincadeira natural. A brincadeira é um processo de relações interindividuais, portanto, de cultura lúdica. B) a cultura lúdica é, antes de tudo, um conjunto de procedimentos que permitem tornar o jogo e a brincadeira possível. O jogador precisa partilhar dessa cultura para poder jogar. C) a brincadeira transcende o brinquedo, sendo o suficiente para que exista uma cultura lúdica na criança. D) a qualidade do jogo é resultado puramente da criatividade infantil e da cultura lúdica que nela existe. E) a cultura lúdica se limita a um determinado conjunto de procedimentos que permitem tornar o jogo possível. 3) Existem dois tipos de brincar: o brincar livre e o brincar dirigido. Sobre o brincar livre, é correto afirmar que: A) trata-se de um procedimento que pode compor o processo pedagógico. Portanto, para dar mais sentido às brincadeiras, as escolas propõem atividades que exercitem sua imaginação, criatividade, equilíbrio, agilidade de movimentos e raciocínio. B) ele é entendido à luz de algumas teorias sobre a aprendizagem, onde a atividade lúdica é direcionada para fins de aprendizagem, e a criança vive experiências em níveis diferentes de complexidade, envolvendo, através do brincar, suas capacidades cognitivas. C) conceitua-se pelo lúdico tradicional, geralmente no espaço familiar que incentiva a criança, com pretensões educativas, assumindo características de aprendizagens consideráveis para ela. D) conceitua-se pelo lúdico informal, geralmente no espaço familiar: de passeios, de comunicação, de informação, de descobertas, de assistir televisão, enfim, brincadeiras que, apesar de serem de iniciativa da criança, sem pretensões educativas, assumem características de aprendizagens consideráveis para ela. E) é uma atividade de iniciativa do professor/educador, sem pretensões educativas. Assumem características de aprendizagens consideráveis para a criança que, se utilizando de conhecimentos pré-adquiridos, possibilitam a apreensão de novos conhecimentos, a fim de apropriar-se de seu entorno e enriquecer o processo de aprendizagem. 4) A falta de espaço para brincar tornou-se um problema comum nos grandescentros urbanos. Diversas brincadeiras de rua, como pular corda e pique pega e outras, têm desaparecido do cotidiano das crianças. As brincadeiras são importantes para o seu crescimento, pois desenvolvem tanto habilidades perceptivo-motoras quanto habilidades sociais. Considerando a brincadeira e o jogo como importantes instrumentos de interação social, pois, por meio deles, a criança aprende sobre si, sobre o outro e sobre o mundo ao seu redor, entende-se que: A) através do brincar, é possível entender que as regras são construídas socialmente e que, em algum momento, podemos modificá-las. B) o jogo e o brincar desenvolvem habilidades competitivas centradas na busca da excelência na execução de atividades do cotidiano. C) durante a atividade do brincar, a criança interage com outras de diferentes idades e níveis de habilidade motora. D) o jogo e o brincar geram um espaço para vivenciar situações de exclusão que serão negativas para a aprendizagem social. E) durante o brincar, a participação está sempre vinculada à necessidade de aprender um conteúdo novo e de desenvolver habilidades motoras especializadas. 5) No documento técnico elaborado pelo Ministério da Educação, Brinquedos e brincadeiras de creche: manual de orientação pedagógica, a brincadeira é considerada com o sentido de um brincar de qualidade. Sobre as brincadeiras e vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais para favorecer a identidade e a diversidade, é correto afirmar que: A) as vivências éticas são o entendimento de como as pessoas vivem no mundo social e a forma como a a criança atua nele. Já nas vivências estéticas, prevalecem as ações de acordo com as regiões do País. B) as vivências éticas são o entendimento do mundo físico e a forma cognitiva como a criança atua nele. Já nas vivências estéticas, prevalecem as ações como o brincar com água e com terra e a compreensão do mundo ao seu redor. C) as vivências éticas não utilizam objetos por parte da criança, a brincadeira deve ser livre e sem restrições. Já nas vivências estéticas, prevalecem as ações como respeitar o espaço de brincar do outro, guardar, emprestar e esperar a sua vez de usar os brinquedos, ou seja, ações de responsabilidade e democracia. D) as vivências éticas são o uso do objeto por parte da criança de acordo com a cultura de sua família e da comunidade. Já as vivências estéticas são ações como respeitar o espaço de brincar do outro, guardar, emprestar e esperar a sua vez de usar os brinquedos, ou seja, ações de responsabilidade e democracia. E) as vivências éticas são respeitar o espaço de brincar do outro, guardar, emprestar e esperar a sua vez de usar os brinquedos, ou seja, ações de responsabilidade e democracia. Já as vivências estéticas são o uso do objeto por parte da criança, de acordo com a cultura estética de sua família e da comunidade. Na prática Ao proporcionar brincadeiras com representações que possibilitem o despertar das experiências e vivências sensoriais, você está alimentando a criatividade das crianças por meio das sensações do próprio corpo e do contato deste com o mundo. Além disso, planejar ambientes em que as crianças possam criar suas brincadeiras a partir de objetos e materiais variados ajuda a desenvolver a criativade. Confira como esse processo pode se dar Na Prática. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/45f7104d-5c32-488a-a534-5c77890e88b3/e206f5a5-5a6c-4add-93b2-1db586c4c8c6.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Território do brincar: diálogos com as escolas Este documentário apresenta um projeto realizado durante dois anos de viagens para registrar o universo brincante das infâncias do Brasil, e um diálogo franco com seis escolas para trocar e perceber a diversidade sobre o tema a partir desses registros. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. REPRESENTAÇÕES SOBRE O BRINCAR NA INFÂNCIA: entrelaçamentos com a cultura, a memória e a experiência Neste artigo, você terá mais informações sobre REPRESENTAÇÕES SOBRE O BRINCAR NA INFÂNCIA: entrelaçamentos com a cultura, a memória e a experiência Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Brinquedos e brincadeiras de creches: manual de orientação pedagógica Este material tem a finalidade de orientar profissionais da educação com sugestões para organização dos brinquedos, materiais e brincadeiras, tipos de atividades que constroem valores para a Educação Infantil a partir da atividade do brincar. https://www.youtube.com/embed/ng5ESS9dia4 https://www.univates.br/bdu/bitstream/10737/2180/1/2017LuizaHelenaRambo.pdf Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao_brinquedo_e_brincadeiras_completa.pdf