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SEMANA 1 – CONCEITOS Origens do currículo: No princípio, currículo era pensado no ensinar, surge o TRIVIUM (gramática, retórica e dialética) e o QUADRIVIUM (astronomia, geometria, aritmética e música). Depois passa a ter ideia de UNIFICAÇÃO e padronização, organizado em anos, conteúdos e métodos. Conteúdo do currículo: Construção se dá por meios internos e externos à escola, leva-se em conta o social, mediado por professores e livros. Não é neutro, universal ou imóvel, é resultado de embates políticos Currículo é tudo o que ocupa o tempo escolar (BERNSTEIN, 1996) Objetivos -> Atividades -> Resultados Currículo como processo (GIMENO SACRISTÁN) Texto -> Interpretação -> Prática -> Efeitos reais -> Efeitos comprováveis José Gimeno Sacristán afirma que na ação de ensinar, não se transmite literatura, conhecimento social, ciência ou física de modo abstrato, nem tampouco a linguagem, a gramática ou o latim. Os conhecimentos escolares são modelados pelos códigos que estruturam o currículo. O currículo tem função dupla: Organizadora e Unificadora do ensinar/aprender (padronização) O currículo contemporâneo visa: Combater a assepsia; Introduzir a controvérsia; Dar visibilidade para opções culturais; Evitar as falsas promessas do currículo comum; O necessário diálogo político e social; O reconhecimento da cultura do/a estudante Currículo prescrito/oficial: É o que a rede de ensino determina Currículo real/de ação: É o resultado final, o que acontece Currículo oculto/nulo: Acordo/ensinamento que acontece dentro da sala de aula Em sua origem, o termo “currículo” expressava e determinava o território regrado do conhecimento, que corresponde aos conteúdos que professores e centros de educação deveriam cobrir; ou seja, o plano de estudos proposto e imposto pela escola aos professores e aos estudantes. De tudo o que sabemos e que, em tese, pode ser ensinado ou aprendido, o currículo a ensinar é uma seleção organizada dos conteúdos a aprender, os quais, por sua vez, regulam a prática didática que se desenvolve durante a escolaridade. Por conta do cruzamento de dimensões, conflitos e realidades que se manifestam no estudo do currículo, ele é considerado um importante campo de pesquisa. Nesse debate, encontramos diversas linhas de trabalho fundamentais. 1 — Sociologia do currículo III — Discute os valores implícitos nos currículos dominantes. 2 — História do currículo I — Acompanha o curso da configuração do que entendemos como matérias de estudo. 3 — Críticas à racionalidade moderna II — Evidencia suas carências e a ocultação de culturas, públicos e relatos ignorados. O termo currículo deriva da palavra latina curriculum. Na Roma Antiga, falava-se em cursus honorum, que significava a soma de todas as “honras” que o cidadão ia acumulando ao longo da vida, enquanto desempenhava sucessivos cargos eletivos e judiciais. O termo era utilizado para significar a carreira, e, consequentemente, determinava a ordenação e a representação de seu percurso. Em nosso idioma, esse conceito se divide em dois sentidos. (CURRÍCULO) 1 - Percurso da vida profissional e seus êxitos; 2 - Conteúdos que constituem a carreira do estudante. SEMANA 2 – TEORIAS CURRICULARES TRADICIONAIS • Currículo TRADICIONAL: Foco na aquisição de Conhecimentos e Valores (CASTAS) ESCOLANOVISMO: Foco no Ensino, Aprendizagem, Avaliação, Método, Planejamento, Eficácia, Objetivos. Base psicológica comportamentalista, Progressivismo, Experiências dos alunos, Ocupações sociais, estudos naturais e língua (métodos “ativos”) (CLASSES) Autores: John Dewey, Kilpatrick. • TECNICISMO: Nova visão do Escolanovismo. Comportamentalismo e Taylorismo. Objetivos extraídos do mundo laboral, Eficientismo. Objetivos e Tarefas. Base psicológica desenvolvimentista, Racionalidade técnica. (CLASSES) Definição de objetivos -> Experiências de aprendizagem -> Organização das experiências -> Avaliação Autores: Franklin Bobbitt, Ralph Tyler. Ralph Tyler levou em consideração os seguintes estudos: 1. Próprios aprendizes 2. Vida contemporânea fora da educação 3. Sugestões de diferentes especialistas +. Filosofia social/educacional e Psicologia da aprendizagem Currículo nos Estados Unidos: • Formação de uma burocracia estatal • Estabelecimentos de educação como um objeto próprio de estudo científico • Extensão da educação escolarizada pelo crescimento da população • Manutenção da identidade nacional • Imigração, industrialização e urbanização Avalie as afirmações a seguir, quanto aos autores/filósofos dos livros, e correlacione-as adequadamente. 1 – John Franklin Bobbitt 2 – John Dewey 3 – Ralph Tyler 3 – Ralph Tyler I – Com seu livro, escrito em 1949, os estudos sobre currículo se tornam, definitivamente, estabelecidos em torno da ideia de organização e desenvolvimento. 1 – John Franklin Bobbitt II – Escreveu o livro The curriculum, que veio a ser considerado um marco no estabelecimento do currículo como um campo especializado de estudos. 2 – John Dewey III – Escreveu o livro The child and the curriculum, no qual estava muito mais preocupado com a construção da democracia do que com o funcionamento da economia. Levando em consideração as perguntas dos princípios de Tyler, identifique se são (V) verdadeiras ou (F) falsas as afirmativas a seguir: I. ( V ) Como podemos determinar se os objetivos educacionais estão sendo alcançados? II. ( V ) Que experiências educacionais podem ser oferecidas para possibilitar o alcance dos objetivos educacionais? III. ( V ) Como podem as experiências educacionais ser organizadas de modo eficiente? IV. ( V ) Que objetivos educacionais a escola deve procurar atingir? A existência das teorias curriculares está identificada com a emersão do campo do currículo como um campo profissional, especializado, de estudos e pesquisas sobre o currículo. Todas as teorias pedagógicas e educacionais são também teorias sobre o currículo. I. A orientação dada por John Bobbitt iria constituir uma das vertentes dominantes da educação estadunidense no restante do século XX. VERDADEIRA II. Bobbitt queria transferir para a escola o modelo de organização proposto por John Dewey, no qual a educação funciona conforme os princípios da administração científica. FALSA SEMANA 3 – TEORIAS CRÍTICAS 1 REPRODUTIVISMO Autores críticos: BOURDIEU, PASSERON, ALTHUSSER, BAUDELOT, ESTABLET, BOWLES, GINTIS Termos adotados: IDEOLOGIA, REPRODUÇÃO, CLASSE, CAPITALISMO, CULTURA DOMINANTE Foco na injustiça social RECONCEPTUALISTAS E NEOMARXISTAS Autores: WILLIAM PINAR, MICHAEL APPLE, HENRY GIROUX Termos adotados: IDEOLOGIA, REPRODUÇÃO, CLASSE, CAPITALISMO, CULTURA DOMINANTE • RECONCEPTUALISTAS: Rejeitam o modelo tyleriano (Rock Tyler) Questionam compreensões naturalizadas de mundo social, pedagogia e currículo Concebem o normal como aparência (não existe um normal ou padrão) Disciplinas são tomadas como abstrações Focalizam a experiência vivida • NEOMARXISTAS A sociedade capitalista prescinde da dominação de classe (proletariado x proletário) Relação estrutural entre economia e educação, economia e cultura Hegemonia (convencimento ideológico) Conhecimento legítimo x ilegítimo Currículo oficial – conhecimento técnico Nova Sociologia da Educação Autores: YOUNG, ESLAND, KEDDIE Termos adotados: IDEOLOGIA, REPRODUÇÃO, CLASSE, CAPITALISMO, CULTURA DOMINANTE Questionamento da sociologia aritmética (não foca nos números de inscrição, aprovação, etc...) Crítica ao currículo baseado no desenvolvimento conceitual Destaca o caráter social do conhecimento (usa o ensino para forjar uma ideia) O que conta como conhecimento? (questiona a escolha dos conhecimentos ofertados) Defende a inclusão dos saberes dos subordinados (inclusão dos conhecimentos “da elite” para todos)TOMAZ TADEU E SILVA Reconceptualização - Tipos de currículo: Formal (oficial, prescrito, nulo), Real (em ação) e Nulo (oculto) Tradicional (bobbitt, Tyler, Dewey) – Restringiam-se à atividade técnica de como fazer o currículo, conceitos para compreender o que é currículo. Crítica (michel apple, Althusser, passeron, henry giroux e freire) – Desconfiavam do status-quo, desigualdades e injustiças sociais, teorias de desconfiança, questionamento e transformação social, compreender o que o currículo faz. Pós-crítica – Considera classe, gênero, raça. – Considera o multiculturalismo, gênero, raça, questiona e discute o porquê algo se torna verdade, manifestação do currículo oculto. Currículo é: Saber: Qual conhecimento ensinar Poder: O que será ensinado Identidade: Que tipo de ser humano devemos formar TEORIAS NÍVEIS Tradicional Formal Ensino Críticas Real Ideologia/Rep.Cultural Pós-crítica Oculto Identidade CONCEPÇÕES DE CURRÍCULO TRADICIONAL Conjunto de disciplinas a serem estudadas RACIONAL Ensino de excelência e tecnológico ESCOLA NOVISTA ou PROGRESSIVISTA Acentua o desenvolvimento das capacidades cognitivas CONSTRUTIVISTA Disciplinas aparecem apenas como valor instrumental para aprendizagens cognitivas SÓCIO-CRÍTICO Atribui muita importância à prática politizada INTEGRADO ou GLOBALIZADO Entende a prática curricular como processo de inovação PRODUÇÃO CULTURAL Terreno de luta, diversidade cultural, multiculturalismo Louis Althusser, em A ideologia e os aparelhos ideológicos de Estado A força da educação reside no seu poder de transformar a sociedade. Althusser não faz qualquer alusão ao poder transformador da sociedade, muito pelo contrário, ela é uma instituição que reproduz a ideologia dominante, ajudando a perpetuar o desenho social. Sobre o currículo, é possível afirmar que: I. O conjunto de experiências propostas pela escola pode ser tomado como currículo. II. Ao longo da História, existiram diferentes concepções de currículo. III. Contribuições filosóficas, sociológicas, psicológicas e antropológicas não se relacionam com o tema em questão. A teorização curricular do início do século XX nos Estados Unidos ganhou destaque pelo papel que desempenhou: John Franklin Bobbitt, ao publicar o livro The curriculum (1918). O interesse dos primeiros teóricos a estruturarem o currículo estava na preservação do consenso cultural e, ao mesmo tempo, em destinar aos indivíduos o seu lugar adequado numa sociedade industrial. Alguns autores que ajudaram a denunciar este fato e contribuíram com mudanças foram: Althusser, Bourdieu, Passeron, Bowles e Gintis. A escola passa a ser vista como um meio para a ascensão social no contexto estadunidense do pós-guerra. A busca frenética para o desenvolvimento gera a elaboração de um currículo: Tecnicista Dentre as teorias críticas do currículo, despontam as crítico-reprodutivistas, cuja argumentação compreende: I. A crítica à injustiça social. II. A permanência da sociedade capitalista depende da reprodução econômica. III. A permanência da sociedade capitalista depende da reprodução ideológica. A reconceptualização foi um movimento que planejava incluir abordagens fenomenológicas e marxistas aos seus preceitos, porém os envolvidos na vertente marxista recusaram uma identificação plena com o movimento. Sobre essa temática, assinale a alternativa que aponta qual o motivo de as pessoas envolvidas com o marxismo terem se distanciado do movimento de reconceptualização. O movimento era visto como um recuo ao pessoal, ao narcisístico e ao subjetivo. A crítica do currículo na Inglaterra acontecia a partir da sociologia. O livro Knowledge and control, organizado por Michael Young e publicado em 1971, marcou o início dessa crítica, a partir do que conhecemos como Nova Sociologia da Educação. Na Inglaterra, essa crítica apresentava como princípio a antiga sociologia da educação, que tinha sua centralidade na tradição da pesquisa empírica acerca de resultados diferentes daqueles produzidos na educação, com o olhar voltado essencialmente para o fracasso escolar do público que pertencia à classe operária. Por seguir uma ênfase empírica e estatística, tal sociologia denominou-se pelos críticos de aritmética. Um dos marcos fundamentais da teoria educacional crítica foi o famoso ensaio do filósofo Louis Althusser, de 1970, intitulado Ideologia e os aparelhos ideológicos de Estado, que veio a oferecer fundamentos para as críticas marxistas acerca do campo da educação que se seguiram. A produção e a difusão da ideologia são realizadas pelos aparelhos ideológicos de Estado, entre os quais se situa, de maneira privilegiada, a escola, que é um aparelho ideológico central, uma vez que atinge quase toda a população por um longo tempo. SEMANA 4 – TEORIAS CRÍTICAS PEDAGOGIA LIBERTADORA - PAULO FREIRE (progressista e libertadora) (humanista) • Crítica à educação bancária e ao conhecimento desconectado da realidade • Propõe a educação problematizadora • Conhecimento é sempre conhecimento de algo • Ato pedagógico é um ato dialógico • Temas geradores Segundo Tomaz Tadeu da Silva, na pedagogia libertadora, o conhecimento é conhecimento de algo PEDAGOGIA DOS CONTEÚDOS - SAVIANI, LIBÂNEO (progressista crítico-social dos conteúdos) (gramsci) Defende a apropriação dos conhecimentos mais elaborados, ou seja, dos conhecimentos científicos. Pautada na transmissão de conhecimentos universais. Adquirir conhecimento é empoderar-se. 1) Prática social inicial 2) Problematização 3) Instrumentalização 4) Catarse 5) Prática social final Paulo Freire não desenvolveu uma teorização especifica sobre currículo. Discute questões que estão relacionadas com aquelas que comumente estão associadas com teorias mais propriamente curriculares. Pode-se dizer que seu esforço de teorização consiste, ao menos em parte, em responder à questão curricular fundamental: “o que ensinar?”. Em sua preocupação com a questão epistemológica fundamental (“o que significa conhecer?”), Paulo Freire desenvolveu uma obra que tem implicações importantes para a teorização sobre o currículo. O ato de conhecer não é, entretanto, para Freire, um ato isolado, individual. Conhecer envolve intercomunicação, intersubjetividade. Essa intercomunicação é mediada pelos objetos a serem conhecidos. Na concepção de Freire, é através dessa intercomunicação que os homens mutuamente se educam, intermediados pelo mundo cognoscível. O mundo – o objeto a ser conhecido – não é simplesmente “comunicado”; o ato pedagógico não consiste em simplesmente “comunicar o mundo”. Em vez disso, educador e educandos criam, dialogicamente, um conhecimento do mundo. Paulo Freire propõe que o conteúdo deve ser buscado, pelos educadores e educandos, na realidade, no mundo que constitui o conhecimento intersubjetivo. Currículo Saviani: O oprimido deve se apropriar do conteúdo produzido pela elite Currículo Freire: As coisas são construídas em conjunto e no diálogo Paulo Freire defende uma pedagogia libertadora com o intuito de contribuir para a compreensão do mundo, o que implica na sua análise crítica. Críticas ao currículo tradicional: É um dispositivo que veicula saberes instrumentais. É uma proposta segregacionista. É um instrumento para perpetuar e reforçar as lógicas existentes de raça, gênero e classe. Com relação às ideias de Saviani, é correto afirmar que a pedagogia histórico-crítica defende a apropriação crítica dos conhecimentos sistematizados. A reconceptualização deveu-se à emergência das teorias críticas. Uma teoria curricular exerce o seu papel crítico no momento em que é mobilizada para analisar os pontos fortes e fracos de um currículo. No pensamento pedagógico de Paulo Freire, um dos conceitos mais presentes é a ideia de humanização- desumanização, que recupera um olhar mais originário da pedagogia, no qual humanizar é acompanhar desdea infância os processos de humanização. I. ( V ) É impossível entender e reconstruir a história da educação como história da formação humana, sem reconstruir e entender a desumanização. II. ( V ) A história de desumanização é trazida pelos oprimidos, que se apresentam como vítimas do sistema e de histórias de inferiorização que se armazenaram em suas memórias. III. ( V ) A desumanização é caracterizada como uma produção de estruturas dos sujeitos históricos. Só existem oprimidos porque do outro lado estão os opressores, além de sistemas sociais igualmente opressores. IV. ( V ) O mito de que índios, negros e pobres devem ser considerados seres inferiores se traduz em uma produção histórica que os leva a se apropriar de suas terras e explorar o seu trabalho. Paulo Freire não desenvolveu uma teorização específica sobre currículo, mas, em sua obra, Freire discute questões que estão relacionadas com aquelas que comumente estão associadas às teorias curriculares. Seus livros iniciais foram Educação como prática da liberdade (1967) e Pedagogia do oprimido (1970). A partir desse viés, avalie as afirmações a seguir, com relação às ideologias e temas abordados nesses livros, e correlacione-as adequadamente ao livro no qual ela se insere. I — Este livro difere fundamentalmente das outras teorizações que constituíram as bases de uma teoria educacional crítica, e seu conceito central é a “revolução”. Pedagogia do oprimido II — É o livro que melhor representa o pensamento pelo qual Freire se tornaria internacionalmente conhecido e reconhecido. Pedagogia do oprimido III — Neste livro, a palavra-chave é “desenvolvimento”, e metade do livro é dedicada a uma análise da formação social brasileira. Educação como prática da liberdade IV — Está muito ligado ao pensamento da “ideologia do desenvolvimento", que caracteriza o pensamento de esquerda da época. Educação como prática da liberdade A crítica de Paulo Freire ao currículo existente pode ser sintetizada em um conceito que expressa uma visão epistemológica, que concebe o conhecimento como algo composto por informações e fatos a serem transferidos do professor para o aluno. De acordo com o trecho anterior, assinale a alternativa que apresenta o nome desse conceito: Educação bancária. Em seu “método”, Paulo Freire concede uma importância central ao papel tanto dos especialistas nas diversas disciplinas, a quem cabe elaborar os “temas significativos” e fazer o que ele chama de “codificação” quanto aos educadores diretamente envolvidos nas atividades pedagógicas. No início dos anos 1980, o predomínio de Paulo Freire no campo educacional brasileiro foi contestado pela “pedagogia histórico-crítica”, também chamada de “pedagogia crítico-social dos conteúdos”, desenvolvida por Dermeval Saviani. I. Para Saviani, uma prática educacional que não consegue se distinguir da política perde sua especificidade. III. A pedagogia de Saviani é a única, dentre as pedagogias críticas, que deixa de ver uma conexão intrínseca entre conhecimento e poder. SEMANA 5 – TEORIAS PÓS-CRÍTICAS MULTICULTURALISMO: Candau, Canen Identidade/Diferença, Significação, Discurso, Representação, Classe, Raça, Etnia, Gênero, Religião Teve seu surgimento devido ao ingresso nas universidades estadunidenses de jovens negros após o fim da política de segregação racial. • A questão do significado: Explora situações como a dominação do proletariado, produção de significados • Concepção de diferença: O que nós somos e o que os outros são • Multiculturalismo liberal ou humanista: Conhecimento fora das elites incluído no currículo • Multiculturalismo político ou crítico: Análise das diferenças de percepção dos conteúdos do currículo • Implicações curriculares As teorias pós-críticas: Preocupam-se com a produção e efeitos dos discursos. Acrescentam outras preocupações às teorias críticas. Situam-se na Pós-Modernidade. Não se comprometem com a libertação ou emancipação. Rompem com as promessas das teorias críticas. ESTUDOS FEMINISTAS E TEORIA QUEER: Louro, Scott, Buttler O entendimento de que o currículo tradicional privilegia o olhar patriarcal. O combate à heteronormatividade compulsória. • Linhas de poder também são marcadas pelo patriarcado • Do acesso para o quê • Perturbar a tranquilidade da “normalidade” • A construção social da sexualidade • Identidade e performatividade • Pensar queer • Implicações curriculares E preciso garantir voz e ocupação dos postos de poder, em geral ocupados por homens brancos, heterossexuais e cisgênero. O gênero é tomado como construção social. Reconhece a influência do patriarcado na sociedade. A sexualidade é tomada como construção social. Deseja perturbar a normalidade. PÓS-MODERNISMO: Lyotard, Harvey • Questiona as ideias da Modernidade (razão, ciência, racionalidade e progresso) • Desconfia das pretensões totalizantes e universalistas do conhecimento científico • Questiona as “grandes narrativas”, tomadas como expressão do controle moderno: Questiona o discurso religioso ou científico. • Ataca o sujeito racional, livre, autônomo e centrado da Modernidade: Estamos sempre sujeitados às amarras culturais e discursivas • Implicações curriculares: Em que medida incluímos novos conteúdos A educação tradicional, nova e tecnicista, reproduzem as condições dominantes, por isso, foram denominadas teorias não críticas. O pós-modernismo toma as grandes narrativas como forma de regulação moderna. Tomaz Tadeu da Silva considera as seguintes concepções do multiculturalismo: liberal ou humanista e política ou crítica. O Pós-Modernismo guarda ao sujeito racional livre, autônomo e soberano da Modernidade, um de seus mais fatais ataques. Esse sujeito converge no privilégio concedido pela Modernidade ao domínio da razão e da racionalidade. Por um olhar epistemológico do pensamento moderno, o sujeito encontra-se soberanamente no controle de suas ações, pois ele é um agente livre e autônomo. 1 — Sujeito moderno I — É guiado exclusivamente por sua razão e racionalidade. II — Está no cerne da ação social e sua consciência é o foco de suas próprias ações. 2 — Sujeito pós-moderno III — Não converge para um centro teoricamente coincidente com sua consciência. IV — Não se encontra no centro da ação social; ele é pensado, falado e produzido. Enquanto a teoria educacional e curricular reconhecia, crescentemente, a importância das questões de gênero, desenvolvia-se nos Estados Unidos, na área conhecida como “Estudos da Mulher”, uma preocupação com uma “pedagogia feminista”. I. ( F ) A pedagogia feminista mantinha como foco principal as questões pedagógicas ligadas ao ensino básico de temas feministas e de gênero. II. ( V ) A pedagogia feminista era mais centrada na questão da pedagogia do que na questão de um currículo que fosse inclusivo em termos de gênero. III. ( V ) A pedagogia feminista se preocupava em desenvolver formas de ensino que refletissem os valores feministas. IV. ( F ) A pedagogia feminista tentava construir um ambiente de aprendizagem que valorizasse o espírito de competição e o individualismo. O chamado Pós-Modernismo é considerado um movimento intelectual que proclama que vivemos uma nova época histórica, conhecida como Pós-Modernidade, extremamente diferente da anterior, a Modernidade. I. ( F ) O Pós-Modernismo representa uma teoria fundamentalmente coerente e com perspectivas unificadas que abrangem o campo epistemológico. II. ( V ) O Pós-Modernismo, em termos sociais e políticos, tem como base a oposição ou a transição entre a modernidade e a Pós-Modernidade. III. ( V ) Em sua vertente social, política, filosófica e epistemológica, o Pós-Modernismo questiona os pressupostos do pensamento social e político que foram estabelecidos no Iluminismo. IV. ( V ) Em termos estéticos, o Pós-Modernismo se coloca contra as noções de pureza, abstração e funcionalidade, que caracterizavamo Modernismo na Literatura e nas Artes. A teoria queer surgiu nos Estados Unidos e na Inglaterra, representando um ponto de vista muito mais radical acerca do questionamento e da estabilidade da identidade, propostos pela teoria feminista. Ela surge como uma maneira de unificar os estudos gays e lésbicos. I. Seguindo o caminho da teorização feminista sobre gênero, a teoria queer estende a hipótese da construção social, levando para o domínio da sexualidade. II. Segundo a teoria queer, a definição de identidade é sempre uma relação, pois a definição do que uma pessoa é depende diretamente do que ela não é. III. A teoria queer busca radicalizar a possibilidade do livre trânsito entre as fronteiras da identidade, procurando possibilitar o cruzamento das fronteiras. O “multiculturalismo” é um fenômeno fundamentalmente ambíguo originado nos países dominantes do Norte. De um lado, ele pode ser considerado uma solução para os “problemas” que a existência de grupos raciais e étnicos coloca para a cultura nacional dominante. Por outro lado, ele é um movimento de reivindicação por parte dos grupos culturais dominados no interior de alguns países, para que suas formas culturais sejam aceitas e representadas na cultura nacional. I. É impossível separar o multiculturalismo das relações de poder que obrigaram as diferentes culturas raciais, étnicas e nacionais a viver no mesmo espaço. II. Não se pode separar a atração, que gera fluxos migratórios em direção aos países ricos, das relações de exploração responsáveis pelos desníveis entre as nações do mundo. III. O multiculturalismo, apesar, ou devido à sua ambiguidade estrutural, representa um importante instrumento de luta política. IV. O multiculturalismo transfere para a política uma compreensão da diversidade cultural que foi por muito tempo restrita a campos especializados, como a Antropologia. A perspectiva crítica de multiculturalismo se divide em duas concepções diferentes, sendo que, para a concepção pós-estruturalista, a diferença é fundamentalmente um processo linguístico e discursivo, que não pode ser concebido fora dos processos linguísticos de significação. A perspectiva materialista, por sua vez, destaca os processos institucionais, econômicos e estruturais, que se encontram na base da produção dos processos de discriminação e de desigualdade fundados na diferença cultural. Partindo da teoria queer, autoras como Deborah Britzman propõem o que chamamos de pedagogia queer, que, assim como a teoria queer, não se limita a introduzir questões de sexualidade no currículo ou reivindicar que o currículo compreenda materiais que combatam atitudes homofóbicas. Ela incentiva o tratamento da sexualidade no currículo como algo sério, uma questão legítima de conhecimento e de identidade. I. A pedagogia queer tem como objetivo principal incluir no currículo informações corretas sobre a sexualidade. II. A ênfase da pedagogia queer está em uma metodologia de análise e compreensão do conhecimento e da identidade sexuais. (VERDADEIRA) SEMANA 6 - Teorias pós-críticas do currículo II PÓS-ESTRUTURALISMO: Foucault, Derrida Identidade/Diferença, Significação, Discurso, Representação, Classe, Raça, Etnia, Gênero, Religião • Rejeição ao estruturalismo (rejeita narrativas antigas) - Abandona a função representacional para assumir uma função constitutiva. • Preocupação com o “discurso” ou o “texto” (nova experiência curricular e discursiva) • Fluidez, indeterminação ou incerteza do significado (modificação e evolução dos significados) • Tudo é diferença, tudo é diferido (os significados objetos são inalcançáveis, grupos tem menos oportunidades de desfrutar da cultura geral) • O significado é cultural e socialmente produzido (relações de poder) (Significado é uma construção/produção cultural e social e tempo) • Implicações curriculares (uma forma de regulação de sujeitos, um texto que vai produzir sujeitos de uma determinada maneira) valorização do direito às diferenças. O currículo é uma prática discursiva. PÓS-COLONIALISMO: Bhabha, Sousa Santos • Analisa as narrativas que constroem o outro (A elite produz as classes baixas descrevendo-as) • Analisa as narrativas dos povos colonizados (Dá atenção a produção cultural dos povos colonizados) • Questiona as formas de conhecimento que privilegiam o colonizador (O conhecimento é feito para privilegiar os colonizadores, o currículo deve ser recheado de diversos conhecimentos) • Epistemicídio/ecologia dos saberes (Epistemicídio é a invisibilização das contribuições culturais das classes desfavorecidas) deve-se valorizar os conhecimentos de todos os grupos sociais • Implicações curriculares (O que interessa é como os povos se representam) ESTUDOS CULTURAIS: Stuart Hall • Reação a uma noção elitista de cultura (Rejeitam a cultura disposta pelos eletistas) • Transformação no conceito de cultura (Todas as culturas devem ser valorizadas) • Toda prática social é cultural • Cultura é um jogo de poder (Os poderosos disseminam sua cultura mais amplamente) • Realizar EC (estudos culturais) é promover a análise cultural (Entender porque a prática opera desse jeito) • Não há análises neutras, os EC tomam partido dos mais fracos (Toma parte do lado menos privilegiado) • Implicações curriculares (Promover práticas próximas das crianças) PRINCÍPIOS CURRICULARES – ÉTICOS-POLÍTICOS (influenciado pelo pós-colonialismo, ao sugerir a desestabilização de currículos pautados nos saberes do colonizador.) • Reconhecer o repertório cultural da comunidade (valorizar a cultura) • Justiça curricular (atenção aos livros, filmes, materiais e exemplos usados para abranger a cultura dos menos favorecidos) • Rejeição ao daltonismo cultural (Não quer formar pessoas iguais, enxerga várias culturas) • Descolonização do currículo (Se abre/cria espaço para outras práticas culturais) • Ancoragem social dos conhecimentos (Entender como os saberes foram produzidos) • Articulação com o projeto político pedagógico (Deve-se buscar orientar os trabalhos àquilo que foi acordado coletivamente) Hoje existe uma homogeneidade da cultura graças ao globalismo, escola como lugar que vai garantir a todos aqueles que a acessam uma melhor condição de circular na escola pública No estruturalismo, os significados apresentam uma certa rigidez, enquanto no pós-estruturalismo, os significados mostram-se fluidos, indeterminados e incertos. Segundo Marcos Garcia Neira, no currículo cultural, os conhecimentos abordados nas aulas emergem durante as tematizações. As vivências desenvolvidas sobre o currículo cultural em instituições de ensino públicas ou privadas, nas distintas etapas da Educação Básica — regular, profissionalizante ou EJA (Educação de Jovens e Adultos) —, evidenciam que os conhecimentos apresentados nos encontros escolares surgem à medida em que se desdobra a tematização. I. Tematizar e ensinar são atividades diferentes. PORQUE II. Tematizar se relaciona com a sistematização e o desenvolvimento de distintas circunstâncias didáticas, de modo a possibilitar um entendimento mais amplo, intenso e qualificado da ocorrência de uma prática social. A teoria pós-colonial avalia a representação enquanto um processo fundamental na constituição e na criação de um perfil identitário tanto cultural quanto social. É por meio da representação que se torna possível construir uma identidade irracional, insignificante, observada como um modo de conhecer o outro, estando, portanto, na essência da conexão saber-poder. I. A conexão saber-poder é fundamental para a teorização curricular crítica e pós-crítica. VERDADEIRA, MAS NÃO JUSTIFICA II. Historicamente, tanto o saber como o conhecimento mantiveram-se intimamente ligados às metas de poder das potências coloniais da Europa. A partir dos anos 1990, o cenário educacional de nosso país começou a demonstrar resistência no que diz respeitoàs práticas pedagógicas de natureza multicultural. Essas concepções se materializaram na Base Nacional Comum Curricular – BNCC e na Base Nacional Comum da Formação de Professores da Educação Básica — BNCFP. I. Esses documentos fazem surgir novamente um tecnicismo educacional ao definir a profissão de professor como acrítica, sendo este profissional apenas executor do que se estabelece nos documentos. PORQUE II. Reduzem, de modo centralizado, a formação de professores à mera transmissão de conteúdos e veem os alunos como aqueles que devem apenas absorver conhecimentos. A teoria pós-colonialista tem como foco averiguar o emaranhado de relações de poder que se estabelecem em distintos países e fazem parte de um legado econômico, político e cultural da conquista colonial da Europa, denominado período Pós-Colonial. II. A análise pós-colonial é bem abrangente e considera a história do desenvolvimento do império europeu desde o século XV até os dias atuais. III. A teoria pós-colonial é considerada especialmente forte no que diz respeito às teorias e às análises literárias. IV. Na Literatura, a análise pós-colonial está ligada a obras escritas por autores que fazem parte de nações dominantes e dominadas. É extremamente importante que os docentes reconheçam os saberes que os estudantes trazem consigo ao entrar em uma instituição escolar, reconhecendo-os como indivíduos capazes e com potencial para construir os novos conhecimentos que serão apresentados. Com relação às características envolvendo o saber docente e discente, avalie as afirmativas a seguir: I. Uma relação democrática se constrói fundamentada na valorização do outro e nos diálogos que permitem fortalecer as identidades de professores e alunos. IV. Docentes que buscam promover um currículo cultural se fundamentam em uma distribuição equitativa dos conteúdos a serem abordados, de modo a privilegiar distintos pontos de vista. A análise pós-colonial se uni às análises pós-modernas e pós-estruturalista, para argumentar acerca das relações que se estabelecem entre o poder e as distintas formas de conhecimento que enquadram o indivíduo imperial da Europa em uma confortável posição de privilégio em tempos atuais. I. De modo distinto das demais análises “pós”, o destaque da teorização pós-colonial se encontra exatamente nas relações de poder que se estabelecem entre os países. II. O pós-colonialismo abarca os debates das narrativas sobre a nacionalidade e a “raça” presentes no âmago da construção fictícia que o Ocidente faz do Oriente e de si mesmo. III. Nos estudos culturais, a definição de “representação” encontra-se no cerne da teorização pós-colonial. Tal conceito é basicamente pós-estruturalista. SEMANA 7 - POLÍTICAS CURRICULARES E PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO Políticas curriculares Ciclo de políticas • Função: Explicar como operam as políticas de currículo (políticas públicas). • Adota uma orientação pós-moderna: Não infere certezas de causa e efeito. • Articula processos macro e micro: Caracterizam as ações curriculares • Relaciona três contextos: influência, produção, prática. CONTEXTO DE INFLUÊNCIA -> CONTEXTO DE PRODUÇÃO -> CONTEXTO DE PRÁTICA Influenciado pela necessidade / Baseado em produções publicadas / Discussão e aplicação sobre o documento Documentos curriculares • Caráter normativo: Tem objetivo de impor normas • Estabelecem “aprendizagens essenciais”: Padroniza o ensino • Ensino por competências e habilidades: Separação por competências e habilidades ORGANIZAÇÃO Unidade temática Objeto de conhecimento Habilidade Há na elaboração do currículo hibridismo intencional da tipologia proposta por Coll (1997) e a noção de competência de Perrenoud (1999) e a retomada da taxonomia de Bloom (1972), inspirada na racionalidade de Tyler (1949) Projeto político pedagógico CONCEITOS • Planejamento: É a ação de pensar no que se vai fazer, pesquisar, rever objetivos, analisar, conversar • Plano de ensino: É o documento, o registro • Projeto político-pedagógico: É uma construção coletiva Planejamento como “ação humana” – Humanos preveem para realizar, é o pensar antes de fazer, avaliar... Origens do planejamento na escola – Não é a cópia do currículo Função do planejamento – Proporciona segurança e tenta garantir o sucesso do ensino do professor, é planejar com antecedência Planejamento e currículo – O resultado final é uma mescla do que foi planejado e das necessidades imediatas Projeto político pedagógico é o documento curricular da escola, concretiza as aspirações do coletivo e é elaborado, avaliado e reelaborado. A Base Nacional Comum Curricular — BNCC apresenta uma centralidade curricular que busca simplificar as discussões acerca do campo pedagógico, devendo, urgente e obrigatoriamente, haver debates que ampliem e favoreçam a implantação de políticas que, de fato, contribuam com a Educação Básica em nosso país. A responsabilidade da Educação Básica no Brasil é dos estados e dos municípios Refletir e estabelecer um currículo comum, como o que é proposto na Base Nacional Comum Curricular — BNCC, nos leva a ver o próprio conhecimento reduzido para caber em tal currículo. Nesse sentido, é preciso ainda levantar muitas discussões sobre esse documento, com o objetivo de registrar que, apesar de estar sendo implementado, ele não configura, efetivamente, uma solução para a educação em nosso país. I. Busca assegurar que existe um forte vínculo entre a educação e o desenvolvimento econômico. II. Coloca a educação como solucionadora para quase todos os problemas sociais que assolam o país. Muitas vezes, o Projeto Político-Pedagógico (PPP) de uma instituição escolar é concebido como uma tarefa burocrática e utilizado para cumprir protocolos, sendo que não necessariamente vai fazer parte da rotina da escola. Portanto, com frequência, esse planejamento acaba não considerando as necessidades apresentadas no contexto em que está inserido. O PPP vai além de um plano de ensino, e nele devem ser explicitados tanto o contexto no qual a escola está inserida quanto as concepções de seus docentes. No entendimento de Alice Casimiro Lopes e Elisabeth Macedo, as concepções de currículo que influenciam as políticas curriculares são: a seleção e organização do conhecimento, forma de controle ou texto da cultura.