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Por: Thiago Braz Outros resumos em: https://linktr.ee/thibraz_ Instagram: @thibraz_ 1 S4P1: Sistema Límbico e Sistema Autônomo Objetivos • Compreender os componentes e funções do sistema límbico; • Estudar a divisão autônoma do sistema nervoso. Sistema Límbico • Originalmente, o termo “límbico” era usado para des- crever as estruturas da borda, ao redor das regiões ba- sais do prosencéfalo. • Porém, conforme se aprendeu mais sobre as funções do sistema límbico, o termo sistema límbico foi ex- pandido para significar todo o circuito neuronal que controla o comportamento emocional e as forças mo- tivacionais. • É uma margem de córtex cerebral na face medial de cada hemisfério, que também está relacionada com o controle do SNA. →Componentes do sistema límbico • Não há um consenso completo sobre quais estruturas deveriam fazer parte do sistema límbico. • A maioria dos autores considera 2 grupos de estrutu- ras: -Componentes corticais; -Componentes subcorticais. →Componentes corticais • Giro do cíngulo: -Contorna o corpo caloso, ligando-se ao giro para-hi- pocampal pelo istmo do giro do cíngulo; -É percorrido por um feixe de fibras: fascículo do cín- gulo. • Giro para-hipocampal: situado na face inferior do lobo temporal. • Hipocampo: -Eminência alongada e curva que se situa no assoalho do corno inferior dos ventrículos laterais; -Projeta-se para o corpo mamilar e área septal através de um feixe compacto de fibras, o fórnix. →Componentes subcorticais • Corpo amigdaloide/núcleo amigdaloide/amígdala: -É um dos núcleos da base; -Situado no lobo temporal, próximo ao uncus. • Área septal: -Situada abaixo do rostro do corpo caloso, anterior- mente à lâmina terminal e à comissura anterior; -Compreende grupos de neurônios de disposição sub- cortical conhecidos como núcleos septais; https://linktr.ee/thibraz_ Por: Thiago Braz Outros resumos em: https://linktr.ee/thibraz_ Instagram: @thibraz_ 2 -Tem conexões com o hipotálamo e com a formação reticular. • Núcleos mamilares: -Pertencem ao hipotálamo e se situam nos corpos ma- milares; -Recebem fibras do hipocampo que chegam pelo fór- nix e se projetam principalmente para os núcleos an- teriores do tálamo e para a formação reticular. • Núcleos anteriores do tálamo: recebem fibras dos núcleos mamilares e se projetam para o giro do cín- gulo. • Núcleos habenulares: -Situam-se na região do trígono das habênulas no epi- tálamo; -Recebem fibras aferentes pela estria medular e proje- tam-se para o núcleo interpeduncular do mesencéfalo. Sistema Nervoso Autônomo • O sistema nervoso autônomo, juntamente com o sis- tema nervoso somático, constitui divisões do sistema nervoso periférico. • Estruturalmente, o SNA é formado por: 1. Neurônios sensitivos autônomos; 2. Centros integradores no SNC; 3. Neurônios motores autônomos; Sistema nervoso entérico (SNE) era antigamente considerado parte do SNA. →Comparação SNA e SNS • Sistema nervoso somático (SNS): -Neurônios sensitivos somáticos: transmitem aferên- cias de receptores para os sentidos somáticos e para os sentidos especiais. Esses estímulos são percebidos conscientemente. -Neurônios motores somáticos: inervam músculos es- queléticos, gerando movimentos voluntários e refle- xos. A estimulação do músculo promove contração e a falta de estimulação, relaxamento, paralisia e perda do tônus muscular. Axônio se estende do SNC até as fibras musculares. • Sistema nervoso autônomo (SNA): -Neurônios sensitivos autônomos/viscerais: associa- dos principalmente a interoceptores, que monitoram as condições do ambiente interno. Maioria não é per- cebida de forma consciente; -Neurônios motores autônomos: regulam as funções viscerais por meio do aumento (excitação) ou da dimi- nuição (inibição) da ação dos efetores. Maioria das vias é formada por 2 neurônios: pré e pós-ganglionar; -Parte motora possui 2 divisões: parte simpática (re- pouso e digestão) e parte parassimpática (luta ou fuga). A maioria dos órgãos possui inervação dupla, pois recebem impulsos de ambas as divisões do SNA. →Anatomia das vias motoras autônomas • Componentes anatômicos: -Neurônio pré-ganglionar; -Gânglios autônomos; -Neurônio pós-ganglionar; -Plexos autônomos. • Sequência do impulso nervoso: corpo celular do neurônio pré-ganglionar (SNC) → axônio do pré-gan- glionar (nervo) → corpo celular do neurônio pós-gan- glionar (gânglio autônomo) → axônio do pós-gangli- onar → efetor visceral. →Neurônios pré-ganglionares • Primeiro neurônio de qualquer via autônoma. https://linktr.ee/thibraz_ Por: Thiago Braz Outros resumos em: https://linktr.ee/thibraz_ Instagram: @thibraz_ 3 • Seu corpo celular está no encéfalo ou na medula espi- nhal e seu axônio deixa o SNC por um nervo craniano ou espinal. • Possui axônio tipo B mielinizado, com diâmetro pe- queno e que normalmente se estende até um gânglio autônomo para fazer sinapse com um neurônio pós- ganglionar. • Pré-ganglionares simpáticos: -Corpos celulares nos cornos laterais da substância cinzenta da medula nos 12 segmentos torácicos (T1- T12) e nos 2 primeiros segmentos da lombar (L1 e L2); -Por isso, é chamada de parte toracolombar; -Axônios são chamados de efluxo toracolombar. • Pré-ganglionar parassimpático: -Corpos celulares nos núcleos de 4 nervos cranianos do tronco encefálico (III, VII, IX, X) e nos cornos la- terais de substância cinzenta do segundo até o quarto segmento sacral da medula espinal (S2-S4); -Por isso, é chamada de parte craniossacral; -Axônios chamados de efluxo craniossacral. →Gânglios autônomos • Divididos em 2 grupos: gânglios simpáticos e gânglios parassimpáticos. • Gânglios simpáticos: -São o local de sinapse entre neurônios pré e pós-gan- glionares simpáticos; -2 tipos principais de gânglios simpáticos: gânglios do tronco simpático e gânglios pré-vertebrais; -Gânglios do tronco simpático/gânglios da cadeia vertebral/gânglios paravertebrais: situam-se em uma fileira vertical nos 2 lados da coluna vertebral, da base do crânio ao cóccix. A maioria dos axônios pré- ganglionares são curtos, pois estão próximos à me- dula, diferente dos pós que são longos. Os axônios pós-ganglionares destes gânglios inervam especial- mente órgãos localizados acima do diafragma, como a cabeça, o pescoço, os ombros e o coração. Os gânglios situados no pescoço têm nomes específicos: são os gânglios cervicais superior, médio e inferior. Os demais gânglios não são nomeados. -Gânglios pré-vertebrais/colaterais: situados anteri- ormente à coluna vertebral, próximos às grandes arté- rias abdominais. Em geral, os axônios pós-gangliona- res provenientes dos gânglios pré-vertebrais, inervam órgãos abaixo do diafragma. Existem 5 grupos princi- pais de gânglios pré-vertebrais. (1) Gânglios celíacos: situam-se a cada lado do tronco celíaco, uma artéria que está localizada logo abaixo do diafragma; https://linktr.ee/thibraz_ Por: Thiago Braz Outros resumos em: https://linktr.ee/thibraz_ Instagram: @thibraz_4 (2) Gânglio mesentérico superior: próximo da artéria mesentérica superior na parte superior do abdome; (3) Gânglio mesentérico inferior: próximo do início da artéria me- sentérica inferior na parte média do abdome; (4) Gânglios aorticorrenais e (5) gânglios renais: próximos da artéria renal de cada rim. • Gânglios parassimpáticos: -Axônios pré-ganglionares da parte parassimpática fa- zem sinapse com neurônios pós-ganglionares de gân- glios terminais/intramurais; -A maioria destes gânglios situa-se próximo ou dentro da parede de um órgão visceral. Os gânglios terminais da cabeça têm nomes específicos: são os gân- glios ciliar, pterigopalatino, submandibular e ótico. Os demais gân- glios não são nomeados. Como os gânglios terminais estão próxi- mos ou dentro da parede dos órgãos viscerais, os axônios pré-gan- glionares parassimpáticos são longos, ao contrário dos axônios pós- ganglionares, que são curtos. →Neurônios pós-ganglionares • Segundo neurônio de qualquer via autônomo. • Situado totalmente fora do SNC, pois seu corpo celu- lar e dendritos estão em um gânglio autônomo e fazem sinapse com um ou mais neurônios pré-ganglionares. • Possui axônio tipo C amielinizado, com diâmetro pe- queno e que termina em um efetor visceral. • Sinapse com neurônios pré-ganglionares simpáti- cos: depois que os axônios pré-ganglionares simpáti- cos chegam aos gânglios do tronco simpático, eles po- dem se conectar com os neurônios pós-ganglionares de uma das maneiras a seguir: 1. Um axônio pode fazer sinapse com os neurônios pós-ganglionares mais próximos; 2. Um axônio pode subir ou descer para um gânglio mais alto ou mais baixo antes de fazer sinapse com neurônios pós-ganglionares. Os axônios dos neu- rônios pré-ganglionares que sobem ou descem den- tro do tronco simpático formam as cadeias simpá- ticas – fibras que conectam os gânglios entre si; 3. Um axônio pode atravessar, sem realizar sinapse, um gânglio do tronco simpático e chegar a um gân- glio pré-vertebral, onde faz sinapse com neurônios pós-ganglionares; 4. Um axônio pode atravessar, também sem realizar sinapse, um gânglio do tronco simpático e então se projetar para células cromafins das medulas das glândulas suprarrenais, funcionalmente semelhan- tes aos neurônios pós-ganglionares simpáticos. Uma única fibra pré-ganglionar simpática tem muitos axônios cola- terais e pode fazer sinapse com mais de 20 neurônios pós-ganglio- nares. Este tipo de projeção é um exemplo de divergência e ajuda a explicar por que várias respostas autônomas afetam quase todo o corpo simultaneamente. Depois de sair de seus gânglios, os axônios pós-ganglionares normalmente terminam em vários efetores visce- rais. • Sinapse com neurônios pré-ganglionares parassim- páticos: -Os axônios de neurônios pré-ganglionares da parte parassimpática chegam a gânglios terminais próximos ou dentro de um efetor visceral; -No gânglio, o neurônio pré-sináptico geralmente faz sinapse com apenas quatro ou cinco neurônios pós-si- nápticos que suprem um único efetor visceral; -Assim, as respostas parassimpáticas são restritas a apenas um efetor. →Plexos autônomos • No tórax, no abdome e na pelve, os axônios de neurô- nios simpáticos e parassimpáticos formam redes co- nhecidas como plexos autônomos. https://linktr.ee/thibraz_ Por: Thiago Braz Outros resumos em: https://linktr.ee/thibraz_ Instagram: @thibraz_ 5 • Muitos dos plexos estão localizados junto a grandes artérias e também contêm gânglios simpáticos e axô- nios de neurônios sensitivos autônomos. • Os maiores plexos torácicos são o plexo cardíaco, que supre o coração, e o plexo pulmonar, que inerva a ár- vore brônquica. • O abdome e a pelve também apresentam plexos autô- nomos importantes, em geral denominados conforme a artéria com a qual são distribuídos: -Plexo celíaco (solar): é o maior plexo autônomo e está localizado em torno do tronco celíaco. Ele en- volve dois grandes gânglios celíacos, dois gânglios aorticorrenais e uma densa rede de axônios autônomos distribuídos no estômago, no baço, no pâncreas, no fí- gado, na vesícula biliar, nos rins, nas medulas das glândulas suprarrenais, nos testículos e nos ovários; -Plexo mesentérico superior: envolve o gânglio me- sentérico superior e inerva os intestinos delgado e grosso; -Plexo mesentérico inferior: envolve o gânglio me- sentérico inferior, que supre o intestino grosso. Axô- nios de alguns neurônios pós-ganglionares simpáticos do gânglio mesentérico inferior também se projetam para o plexo hipogástrico, anterior à quinta vértebra lombar, que inerva os efetores viscerais pélvicos; -Plexo renal: envolve o gânglio renal e supre as arté- rias renais e os ureteres. →Neurotransmissores e recep- tores do SNA • Os neurônios autônomos são classificados, conforme o neurotransmissor liberado, em colinérgico ou adre- nérgico. • Os receptores dos neurotransmissores são proteínas integrais de membrana localizadas na membrana plas- mática de um neurônio pós-sináptico ou de uma célula efetora. →Neurônios e receptores colinérgicos • Os neurônios colinérgicos liberam o neurotransmissor acetilcolina (ACh). • No SNA, os neurônios colinérgicos incluem: -Neurônios pré-ganglionares simpáticos e parassim- páticos; -Neurônios pós-ganglionares simpáticos que inervam as glândulas sudoríferas; -Neurônios pós-ganglionares parassimpáticos (todos). • Sequência: produzida → armazenada em vesículas si- nápticas → liberada por exocitose na fenda sináptica → liga-se a receptores colinérgicos → captada/difun- dida → degradada por acetilcolinesterase (AChE). • Receptores nicotínicos: -Encontrados na membrana plasmática de dendritos e corpos celulares de neurônios pós-ganglionares sim- páticos e parassimpáticos, na membrana plasmática das células cromafins da medula da glândula suprarre- nal e na placa motora da junção neuromuscular; -São ionotrópicos: ligados a canais iônicos; -Recebem essa denominação porque a nicotina mime- tiza a ação da ACh quando se liga a eles. A nicotina, substância encontrada nas folhas de tabaco, não ocorre naturalmente em humanos e, de modo geral, está ausente em não fumantes. -A ativação de receptores nicotínicos pela ACh causa a despolarização e, portanto, a excitação da célula pós-sináptica. • Receptores muscarínicos: -Encontrados na membrana plasmática de todos os efetores (músculo liso, músculo cardíaco e glândulas) inervados por axônios pós-ganglionares parassimpáti- cos; https://linktr.ee/thibraz_ Por: Thiago Braz Outros resumos em: https://linktr.ee/thibraz_ Instagram: @thibraz_ 6 -Maioria das glândulas sudoríferas é inervada por neu- rônios pós-ganglionares simpáticos colinérgicos e apresenta receptores muscarínicos; -São metabotrópicos: associados a proteínas G; -Foram nomeados assim porque a muscarina, toxina encontrada em cogumelos, mimetiza a ação da ACh que se liga a eles; -A ativação de receptores muscarínicos pode causar despolarização (excitação) ou hiperpolarização (inibi- ção), dependendo de que tipo de célula tenha estes re- ceptores. • A nicotina não ativa receptores muscarínicos, e a mus- carina não ativa receptores nicotínicos, mas a ACh ativa ambos os tipos de receptores colinérgicos. • Como a acetilcolina é rapidamente inativada pela en- zima acetilcolinesterase (AChE), os efeitos desenca- deados por neurônios colinérgicostêm curta duração. →Neurônios e receptores adrenérgicos • No SNA, os neurônios adrenérgicos liberam norepine- frina, também conhecida como noradrenalina. • A maior parte dos neurônios pós-ganglionares simpá- ticos é adrenérgica. • Sequência: produzida → armazenada em vesículas si- nápticas → liberada por exocitose na fenda sináptica → liga-se a receptores colinérgicos → captada/difun- dida → degradada por enzimas. • A noradrenalina pode causar excitação ou inibição da célula efetora. • Os receptores adrenérgicos se ligam à norepinefrina e à epinefrina. • A norepinefrina pode ser liberada como neurotrans- missor por neurônios pós-ganglionares simpáticos ou secretada como hormônio na corrente sanguínea pelas células cromafins da medula da glândula suprarrenal; a epinefrina é liberada apenas como hormônio. • Os dois principais tipos de receptores adrenérgicos são os receptores alfa (α) e os receptores beta (β): -Encontrados em efetores viscerais inervados pela maioria dos axônios pós-ganglionares simpáticos; -Classificados em subtipos de acordo com suas res- postas específicas e com sua ligação seletiva com fár- macos que os ativam ou bloqueiam; -Embora existam algumas exceções, a ativação dos re- ceptores α1 e β1 geralmente causa excitação, e a ati- vação dos receptores α2 e β2 gera inibição dos tecidos efetores; -Os receptores β3 são encontrados apenas nas células do tecido adiposo marrom e sua ativação causa termo- gênese (produção de calor); -As células da maioria dos efetores contêm receptores alfa ou beta; algumas células efetoras viscerais apre- sentam ambos; -A norepinefrina estimula mais os receptores alfa do que os beta; a epinefrina é um potente estimulador de ambos os receptores. • Finalização da atividade da noradrenalina: -Quando é captada pelo axônio que a liberou; -Quando é enzimaticamente inativada pela catecol-O- metiltransferase (COMT) ou pela monoamina oxidase (MAO) • Em comparação com a ACh, a norepinefrina perma- nece na fenda sináptica por um período maior. Assim, os efeitos desencadeados por neurônios adrenérgicos https://linktr.ee/thibraz_ Por: Thiago Braz Outros resumos em: https://linktr.ee/thibraz_ Instagram: @thibraz_ 7 são normalmente mais duradouros que aqueles gera- dos por neurônios colinérgicos. →Receptores agonistas e antagonistas • Fármacos e produtos naturais pode ativar ou bloquear seletivamente receptores colinérgicos ou adrenérgicos específicos. • Agonista: substância que ativa um receptor quando se liga a ele, mimetizando o efeito de um neurotransmis- sor ou hormônio endógenos; A fenilefrina, agonista dos receptores adrenérgicos α1, é um ingre- diente comum em medicamentos para resfriados e rinites. Por gerar a constrição de vasos sanguíneos na túnica mucosa do nariz, a feni- lefrina reduz a produção de muco, diminuindo a congestão nasal. • Antagonista: substância que bloqueia um receptor quando se liga a ele, evitando a ação de um neuro- transmissor ou hormônio endógenos. A atropina bloqueia receptores muscarínicos de ACh, causando di- latação pupilar, redução das secreções glandulares e relaxamento do músculo liso do sistema digestório. Devido a esses efeitos, a atro- pina é utilizada na dilatação pupilar durante exames oftalmológicos, no tratamento de distúrbios da musculatura lisa como irite e hiper- motilidade intestinal, e como antídoto contra armas químicas que inativam a acetilcolinesterase. →Fisiologia do SNA →Tônus autônomo • Consiste no equilíbrio entre a atividade simpática e parassimpática para órgãos com inervação dupla. • É regulado pelo hipotálamo. • De modo geral, quando o hipotálamo aumenta o tônus simpático, ele diminui o parassimpático e vice-versa. As duas partes podem afetar os órgãos de maneiras distintas porque seus neurônios pós-ganglionares libe- ram neurotransmissores diferentes e seus órgãos efe- tores apresentam diferentes receptores adrenérgicos e colinérgicos. • Em órgãos que possuem apenas inervação simpática, o aumento e a diminuição do tônus simpático provoca efeitos antagônicos. →Respostas simpáticas • A atividade simpática predomina durante estresse emocional ou físico. • Influencia o organismo de 2 formas simultâneas: 1. Favorece atividades que suportam atividade física vigorosa e rápida produção de ATP; 2. Reduz funções corporais que favorecem o armaze- namento de energia. • Ativado em “situações E”: -Exercício; -Emergência; -Excitação; -Embaraço. • A atuação da parte simpática e a liberação de hormô- nios pela medula das suprarrenais gera uma série de respostas chamadas de repostas de luta ou fuga. • Os efeitos simpáticos têm maior duração e são mais difundidos por 3 motivos: 1. Axônios pós-ganglionares simpáticos apresentam maior divergência, logo, uma quantidade maior de tecidos é ativada ao mesmo tempo; 2. Acetilcolinesterase rapidamente inativa a acetilco- lina, mas a norepinefrina permanece na fenda si- náptica por um período maior; 3. Epinefrina e norepinefrina secretadas pela medula das glândulas suprarrenais intensificam e prolon- gam as respostas causadas pela norepinefrina libe- rada pelos axônios pós-ganglionares simpáticos. Estes hormônios circulam por todo o corpo na cor- rente sanguínea, afetando todos os tecidos que te- nham receptores alfa e beta. No tempo ideal, a no- repinefrina e a epinefrina circulantes são inativadas por enzimas no fígado. →Respostas parassimpáticas • A parte parassimpática intensifica as respostas de re- pouso e digestão. • Sua atividade permite que as funções corporais con- servem e restaurem energia. • Cinco atividades estimuladas principalmente pela parte parassimpática: 1. Salivação; 2. Lacrimejamento; 3. Micção; 4. Digestão; 5. Defecação. • Além destas, existem 3 respostas conhecidas como as “3 diminuições”: -Da frequência cardíaca; -Do diâmetro das pupilas (miose); -Do diâmetro das vias respiratórias (broncoconstri- ção). https://linktr.ee/thibraz_ Por: Thiago Braz Outros resumos em: https://linktr.ee/thibraz_ Instagram: @thibraz_ 8 COMPARAÇÃO ENTRE OS EFEITOS DAS PARTES SIMPÁTICA E PARASSIMPÁTICA DO SNA EFETOR VISCERAL EFEITO DA ESTIMULAÇÃO SIMPÁTICA (receptores α ou β-adrenérgicos, exceto quando mencionado outro receptor EFEITO DA ESTIMULAÇÃO PARASSIMPÁTICA (receptores ACh muscarínicos) GLÂNDULAS Medula das glândulas suprarrenais Secreção de epinefrina e de norepinefrina (receptores de ACh nicotínicos). Sem inervação. Glândulas lacrimais Discreta secreção de lágrimas (a). Secreção de lágrimas. Pâncreas Inibe a secreção de enzimas digestivas e de insulina (α2); promove a secreção de glucagon (β2). Secreção de enzimas digestivas e de insu- lina. Neuro-hipófise Secreção de hormônio antidiurético (HAD) (β1). Sem inervação. Pineal Aumenta a síntese e a liberação de melatonina (β). Sem inervação. Glândulas sudoríferas Aumenta a sudorese na maior parte do corpo (receptores de ACh muscarínicos); sudorese nas palmas das mãos e nas plantas dos pés (α). Sem inervação. Tecido adiposo† Lipólise (decomposição de triglicerídios em ácidos graxos e glicerol) (β1); liberação de ácidos graxos na corrente sanguí- nea (β1 e β3). Sem inervação. Fígado† Glicogenólise (conversão de glicogênio em glicose); glicone- ogênese (conversão de não carboidratos em glicose); dimi- nuição da secreção de bile (α e β2). Síntese deglicogênio; aumento da secreção de bile. Células justaglomerula- res do rim† Secreção de renina (β1). Sem inervação. CORAÇÃO Músculo cardíaco Aumento da frequência cardíaca e da força das contrações atriais e ventriculares (β1). Diminuição da frequência cardíaca e da força de contração atrial. MÚSCULO LISO Íris, músculo dilatador da pupila Contração → dilatação pupilar (α1). Sem inervação. Íris, músculo esfíncter da pupila Sem inervação. Contração → constrição pupilar. Músculo ciliar do bulbo do olho Relaxamento para ajustar o formato da lente para visão de longe (β2). Contração para visão de perto. Pulmões, musculatura brônquica Relaxamento → broncodilatação (β2). Contração → broncoconstrição. Vesícula biliar e ductos biliares Relaxamento para facilitar o armazenamento de bile na vesí- cula biliar (β2). Contração → liberação de bile no intestino delgado. Estômago e intestinos Diminuição da motilidade e do tônus (α1, α2, β2); contração de esfíncteres (α1). Aumento da motilidade e do tônus; relaxa- mento de esfíncteres. Baço Contração e liberação do sangue armazenado para a circula- ção geral (α1). Sem inervação. Ureter Aumento da motilidade (α1). Aumento da motilidade (?). Bexiga urinária Relaxamento da parede (β2); contração do esfíncter uretral interno (α1). Contração da parede; relaxamento do esfínc- ter uretral interno. Útero Inibe a contração em não gestantes (β2); estimula a contração em gestantes (α1). Efeitos mínimos. Órgãos sexuais Em homens: contração dos músculos lisos do ducto defe- rente, da próstata e da glândula seminal, resultando na ejacu- lação (α1). Vasodilatação; ereção do clitóris (mulheres) e do pênis (homens). Folículos pilosos, múscu- los eretores dos pelos Contração → piloereção, provocando arrepios (α1). Sem inervação. MÚSCULO LISO VASCULAR Arteríolas das glândulas salivares Vasoconstrição, diminuindo a secreção de saliva (α1). Vasodilatação, aumentando a produção de saliva. Arteríolas das glândulas gástricas Vasoconstrição, inibindo a secreção (α1). Secreção de suco gástrico. Arteríolas das glândulas intestinais Vasoconstrição, inibindo a secreção (α1). Secreção de suco intestinal. Arteríolas coronarianas Relaxamento → vasodilatação (β2); contração → vasoconstrição (α1, α2); contração → vasoconstrição (receptores de ACh muscaríni- cos). Contração → vasoconstrição. Arteríolas da pele e de túnicas mucosas Contração → vasoconstrição (α1). Vasodilatação, que pode não ser fisiologica- mente significativa. Arteríolas de músculos Contração → vasoconstrição (α1); Sem inervação. https://linktr.ee/thibraz_ Por: Thiago Braz Outros resumos em: https://linktr.ee/thibraz_ Instagram: @thibraz_ 9 esqueléticos relaxamento → vasodilatação (β2); relaxamento → vasodilatação (receptores de ACh muscaríni- cos). Arteríolas de viscerais abdominais Contração → vasoconstrição (α1, β2). Sem inervação. Arteríolas encefálicas Discreta contração → vasoconstrição (α1). Sem inervação. Arteríolas renais Vasoconstrição → diminuição do volume urinário (α1). Sem inervação. Veias sistêmicas Contração → constrição (α1); relaxamento → dilatação (β2). Sem inervação. →Reflexos autônomos • São respostas que acontecem quando impulsos nervo- sos passam por um arco reflexo autônomo. • Fundamentais na regulação de certas funções corpo- rais, como a pressão arterial, ajustando a frequência cardíaca, a força de contração ventricular e o diâmetro dos vasos sanguíneos. • Componentes de um arco reflexo autônomo: -Receptor: assim como o receptor em um arco reflexo somático, o receptor em um arco reflexo autônomo é a porção distal de um neurônio sensitivo, que responde a um estímulo e gera uma mudança que produzirá im- pulsos nervosos. Os receptores sensitivos autônomos estão associados principalmente a interoceptores; -Neurônio sensitivo: conduz os impulsos nervosos dos receptores para o SNC; -Centro integrador: interneurônios do SNC transmi- tem sinais dos neurônios sensitivos para os neurônios motores. Os principais centros integradores da maioria dos reflexos autônomos são encontrados no hipotá- lamo e no tronco encefálico e alguns na medula espi- nal; -Neurônios motores: os impulsos nervosos dispara- dos pelo centro integrador se propagam para fora do SNC por meio de neurônios motores em direção a um efetor. Em um arco reflexo autônomo, dois neurônios motores conectam o SNC a um efetor. O neurônio pré- ganglionar conduz impulsos nervosos do SNC para um gânglio autônomo, e o neurônio pós-ganglionar conduz impulsos nervosos de um gânglio autônomo para um efetor; -Efetor: em um arco reflexo autônomo, os efetores são os músculos lisos, o músculo cardíaco e as glân- dulas, e o reflexo é chamado de reflexo autônomo. →Controle autônomo por centros superi- ores • De modo geral, as respostas autônomas não são per- cebidas conscientemente porque os centros integrado- res responsáveis por estas respostas autônomas estão localizados na medula espinal ou em regiões inferiores do encéfalo. • O hipotálamo é o principal centro controlador e in- tegrador do SNA: -Recebe aferências sensitivas relacionadas com fun- ções viscerais, olfação e gustação, bem como relacio- nadas com mudanças de temperatura, osmolaridade e níveis sanguíneos de várias substâncias; -Interpreta impulsos nervosos relacionados com emo- ções oriundos do sistema límbico; -As eferências hipotalâmicas influenciam centros au- tônomos no tronco encefálico (como os centros cardi- ovascular, de salivação, de deglutição e de vômito) e na medula espinal. • Anatomicamente, o hipotálamo se conecta com as par- tes simpática e parassimpática do SNA por meio de axônios de neurônios cujos dendritos e corpos celula- res são encontrados em vários núcleos hipotalâmicos. Estes axônios formam tratos que se estendem do hipo- tálamo até núcleos parassimpáticos e simpáticos no tronco encefálico e na medula espinal por meio de re- lés na formação reticular. • As porções posterior e lateral do hipotálamo contro- lam a parte simpática e as partes anterior e medial do hipotálamo controlam a parte parassimpática. https://linktr.ee/thibraz_