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CENTRO UNIVERSITARIO PLANALTO DO DISTRITO FEDERAL-UNIPLAN CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA RELATORIO PRATICA COMO COMPONENTE CURRICULAR III Relatório apresentado como nota parcial da disciplina prática como componente curricular III do curso de licenciatura em pedagogia, do centro universitário Planalto do Distrito Federal Uniplan. Discentes: Andrew Antony C. Cavalcante UL:23201600 Kátia Suely Sales da Costa UL:23106842 Keila Regina dos Santos Sales UL:23112514 Karla M. da c. Santana UL: 23113061 Laiane Cardoso Cunha UL:23112515 Leticia Silva Pereira UL:23108886 Rayssa Keller dos S. Oliveira UL:23102000 Rubnil Primo da Silva UL:23102939 Suellem c. da s. Araújo UL:23111320 Suellem de C.L Neopomuceno UL:23115252 Orientador (a): professora Thaise Nascimento BRAGANÇA,18, PÁ 2024 SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO 3 1.1- caracterizção da escola E DAS DOCENTES ENTREVISTADAS 4 2- desenvolvimento 4 2.3 SER PROFESSOR: ENTREVISTA A CAMPO 4 3- CONCLUSÃO 5 4- REFERÊNCIA 6 ANEXO 7 1- INTRODUÇÃO Resumo Este artigo traz à tona reflexões sobre o que é ser professor. Tenta mostrar a dimensão imaginária de como se constitui ser professor, bem como o entendimento das significações atribuídas as práticas, fatos, saberes, desejos. crenças, valores, com as quais o docente constrói seu fazer pedagógico. A construção deste artigo foi elaborada através de pesquisa exploratória, biográfica, qualitativa dando ênfase a uma busca de informações que retratasse os desafios do professor. Procurou-se embasar o estudo em teóricos que possuem trabalhos de pesquisa na área de conhecimento como Vygostky (2010), Piaget (2010), Paulo Freire (1986) entre outros. Assim, é possível dizer que a aprendizagem é algo enriquecedor e primordial na vida do indivíduo, porém para alcançar êxito ela passa por conflitos que só com a união das partes envolvidas como escola, professores, família e alunos serão capazes de conseguir mudar não só a nossa realidade, mas sim a vida de todos. 1.1- CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DAS DOCENTES ENTREVISTADAS A entrevista a campo foi realizada no dia 18 de março na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Claudia Bethânia Ferreira Cavaleiro de Macedo, que está localizada na Travessa Martins Pinheiro com D. Pedro II s/n, no bairro do Alegre, no município de Bragança-Pará. Fundada no dia 16 de junho de 2006, seu público alvo está voltado para educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. A unidade escolar apresenta-se em bom estado de conservação com pinturas em tom verde claro e escuro, as salas de aulas estão bem adequadas para os alunos, há uma sala para diretoria e secretaria, 6 salas de aulas, quatro banheiros, masculino e feminino, cozinha, refeitório, sala de informática, uma pequena biblioteca e um pátio. Estão matriculados atualmente na instituição 90 alunos com matriculas ativas entre manha e tarde. Na escola há 7 professores, 4 cuidadores, um porteiro, 2 agentes de apoio e um administrativo. Exerce a função de diretora da instituição a senhora Luciana do Socorro Silva Santos. Foram entrevistadas duas docentes da educação infantil, a primeira docente entrevistada chama-se professora Teresinha de Jesus Mateus da Silva, do sexo feminino, com idade de 53 anos formada no ensino médio, magistério e licenciatura em pedagogia. Atua como professora da educação infantil há 26 anos, leciona língua portuguesa, matemática, artes, história e ciências biológicas e não exerce outra função além de professora. A segunda professora entrevistada foi a docente Ana Paula de Sousa Silva, do sexo feminino, com idade de 43 anos formada no ensino médio e licenciatura em pedagogia. Atua como professora na educação há 17 anos, e na instituição onde foi feita a pesquisa ela atua em duas modalidades que são: Educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. Na instituição além de professora ela também exerce o papel de tesoureira. A docente informou-nos que fez alguns cursos de curta duração como o de Educação especial especializada com duração de 1 hora semanal. 2- SER PROFESSOR Ser professor é, antes de tudo, gostar de gente, gostar de histórias e de poder compartilhar conhecimentos sob as mais diversas formas, tempos e possibilidades. Ser professor é ter a oportunidade todos os dias de fazer a história ou mudar a história. Estamos falando de uma profissão que é vista por muitos como a mais importante de todas, já que, sem ela, as demais não existiriam. Segundo Paulo Freire “ninguém começa ser professor numa certa terça-feira, as 4 horas da tarde, ninguém nasce professor ou é marcado para ser professor, a gente se forma como educador, permanentemente na prática e na reflexão sobre a prática. Sob esse argumento de Paulo Freire “ser professor é mais que um dom”. Para Freire o educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão. E é exatamente nesse sentido que ensinar não se esgota no “tratamento” do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas na produção em que aprender criticamente é possível. Em relação a esse contexto de Paulo Freire, o professor deve ser um profissional crítico e reflexivo, fazendo assim que seu educando se torne um ser crítico, um ser pensante e não um mero receptor passivo de informação. Ensinar também é levar em consideração os saberes dos educandos, sobretudo os das classes populares, saberes socialmente construídos na prática comunitária. Ensinar também exige criticidade assim, trabalhar a criticidade é a possibilidade de ação e de participação que só se efetiva na transformação consciente do meio, o qual só pode ser transformado com recursos que implicam a participação de todos para a conquista da educação libertadora. Cabe, portanto ao educador, a explicitação do seu projeto político. A explicitação da sua proposta educacional, compreendendo a educação como uma ferramenta metodológica que traça a luta política ao sistema educativo. Sabendo que sozinha não irá revolucionar, mas sim, se todos estiverem conscientes do compromisso pela transformação, aproximando posturas a fim de melhorar a sociedade, num consenso orientado pela autoridade, em que todo homem traz consigo uma forma de ver e pensar o mundo, a partir de suas experiências com o universo circundante, pelas ideias que orientam sua presença no mundo. Desse pressuposto é que se pode pensar a relação oprimido e opressor, como afirma Paulo Freire “não sou se você não é, não sou, sobretudo, se proíbo você de ser”. (2006, p. 100). A sociedade é contraditória e, portanto, apresenta nela própria, situações de opressão, reflexão de atos de injustiças marcada pelas desigualdades sociais, próprias da sociedade capitalista, já que existe aquele que oprime e aquele que é oprimido gerando um contexto de violência. Violência essa também presente dentro do contexto escolar Portanto e necessário que o professor saiba lidar com todas as classes de alunos dentro de uma sala de aula, e saiba fazer com que esse aluno reflita sobre a sociedade em que vive o mundo a sua volta, para assim tentar mudar a realidade desse aluno através da reflexão despertando assim o pensamento critico do sujeito que está sendo formado. Portanto, o grande desafio do educador é, pela formação permanente, buscar subsídios teórico-práticos, para o exercício da docência, para a compreensão de que o conteúdo a ser trabalhado é uma síntese da humanidade, e que ao ser considerado relevante, conduz o aluno a transitar por ele, provocando inquietações que o fazem avançar ainda mais. Atribuir sentido ao programa curricular, organizando, criticando, relacionando o objeto de conhecimento e a realidade. Exigir dos integrantes do processo a relação dialógica, a busca comum por uma sociedadediferente, a qual passa pelo respeito ao outro, pelo exercício contínuo do diálogo. Para Paulo Freire, professor e aluno devem vivenciar a liberdade com relação à autoridade do professor, sendo ela absolutamente necessária para o desenvolvimento da liberdade dos alunos, porém, afirma que “sem os limites do professor e da professora, os alunos e alunas não podem saber. Isso é, o professor tem que impor os limites.” Diante dos desafios enfrentados pelo professor dentro de uma sala de aula são a indisciplina e desmotivação dos alunos dentro ou durante o processo de aprendizagem. Devido á falta de tempo os pais, estão delegando a formação constitucional e ética dos filhos, a terceiros não levando em conta as virtudes de uma base familiar na formação dos educandos, sendo essas atribuições destinadas aos avós, tios, creches, escolas, e por vários outros motivos a família deixa de exercer o seu papel que é primordial na vida do aluno. Ao passar a responsabilidade de formação de caráter para o professor o mesmo torna-se o vilão do fracasso educacional dos alunos, no entanto sabemos que os alunos são reflexos do convívio no lar em que o estimula, a educação e a motivação são de extrema responsabilidade da família e cabe a ela instruir as crianças antes de adentrar na escola. De acordo com Piaget (1977, p.7) “toda moral é um sistema de regras e a essência de toda moralidade consiste no respeito que o indivíduo sente por tais regras.” Na visão de Lev Vygotsky “a criança não necessita de idade para desenvolver intelectualmente e sim de estímulos.” Nesse sentido faz necessário que o professor elabore aulas edificantes que contribua para sua aprendizagem mostrando as diversidades de informações que contribuirão dentro e fora do ambiente escolar. 2-1. ENTREVISTA A CAMPO Ao questionarmos as duas professoras sobre oque as motivaram a escolherem pela docência, identificamos duas posturas diferentes. A primeira professora Teresinha de Jesus Mateus da silva afirma-nos que desde a sua infância o fato dela gostar muito de estudar e admirar a profissão motivou-a a se torna professora, ela relata-nos que gosta muito de trabalhar com crianças, um fator que fez com que ajudasse nos seus primeiros anos de docência. A entrevistada afirma que no começo do seu trabalho como professora, ela não tinha experiência e foi difícil para ela pois só tinha os conhecimentos teóricos que aprendeu no decorrer da sua formação, porem ela afirma que com a pratica foi melhorando e diante as dificuldades enfrentas no começo da sua profissão, o amor e o carinho pelas crianças da educação infantil a motivou a não desistir da profissão e a buscar novos conhecimentos, para pôr em pratica dentro da sala de aula. Desse modo a professora Teresinha de Jesus já está atuando na educação há 26 anos, fez alguns cursos de especialização, um deles foi o de alfabetizar. Já a segunda professora informa-nos que foi impulsionada por necessidades pois não tinha muitas opções no período em que começou sua vida acadêmica. A docente Ana Paula de Sousa Silva relata que no início não queria ser professora, pois não gostava da profissão pois acreditava ser uma profissão muito cansativa e cheia de conflitos. Segundo a professora, esta profissão e bem difícil, pois nos dias atuais não há mais respeito do aluno para com o professor. Ela relembra que em outras épocas era uma profissão cobiçada pois se tinha o respeito para com o professor. Quando questionamos sobre como ambas resolvem os conflitos em sala de aula a professora Ana Paula informou que tenta resolver no diálogo. Buscando minimizar os conflitos com ambas as partes evolvidas, fazendo com que o problema seja resolvido. Ela diz que durante a sua atuação como professora nunca foi desrespeitada, porem se isso ocorresse entraria em dialogo para saber onde errou e assim buscar uma solução para o problema pois acredita que com o dialogo os conflitos são resolvidos. Já a professora Teresinha de Jesus foi mais rígida em casos de conflitos em sala de aula ela convocaria o auxilio da direção e os pais para conversarem e assim resolver o conflito. Ambas informaram que interagem com os familiares de seus alunos por meio das reuniões entre professores e pais, tendo assim um bom desenvolvimento da escola e de seus alunos. Por fim ao questionarmos o que é ser professor, a docente Ana Paula diz que para ela é muito gratificante poder mudar a caminhada de uma criança através da educação. Já a professora Teresinha de Jesus diz que “ser professor” é enfrentar muitos desafios ao longo da sua trajetória, mas que no final a um bom resultado. Pois o amor e o carinhos das crianças e admiração dos pais a faz acreditar que só a educação é capaz de mudar a realidade de muitas famílias. As professoras afirmam que a ética, a generosidade, a criatividade o saber lidar com as diversidades e o trabalho coletivo são essenciais para a pratica da docência. 3- CONSIDERAÇÃO FINAL Ao adentramos no ambiente escolar foi possível conhecer e vivenciar acontecimentos e conhecimentos que ira nos auxiliar na nossa formação profissional, que conduz a reflexão e a interação com a teoria estudada e a pratica, percebemos que ambas estão entrelaçadas. Assim foi possível relacionar o conhecimento prévio adquirido na formação acadêmica em parceria com a pratica real em sala de aula, e perceber as possíveis limitações além das dificuldades a serem enfrentadas na profissão. Diante da vivencia no âmbito escolar pode-se notar alguns desafios que o professor enfrenta ao exercer sua profissão, como o espaço desproporcional, o despreparo do gestor escolar, a falta de ações voltadas ao pedagógico, a indisciplina das crianças, além de pais descompromissados com a educação de seus filhos passando a responsabilidade para escola ou para terceiros. Dessa forma muitos são os desafios que o professor enfrenta, pois se encontra como profissional mais cobrado, por ser responsável pela serie que envolve toda a sustentação dos demais níveis escolares dos alunos durante a sua vida. O papel do professor é o ponto primordial para o desenvolvimento do aluno, mas não se pode ter um aprendizado eficaz com um professor desmotivado, desvalorizado e muitas vezes desrespeitado em sua profissão. A sociedade em si passa por um desiquilíbrio educacional onde todos querem resultados, mas poucos se unem para chegar a uma solução. É mais fácil apontar o erro e titular o profissional como incapaz, do que se assumir seu papel, pois, os pais não tem tempo de ensinar ou acompanhar a formação educacional dos filhos, que muitas das vezes reflete em alunos mal criados, rebeldes, agressivos ou de uma aprendizagem deficiente que poderia ser evitada. E, outro desafio é quando o professor tentar inserir a criança dentro do sistema da alfabetização e a escola cria barreiras que impossibilita a realização de um bom trabalho. A escola tem o regime ou constituição que muitas vezes é só no papel, com o documento PPP (projeto político pedagógico) que afirma que as turmas estão organizadas de acordo com a faixa etária, procurando criar um clima agradável entre alunos, a sala de aula é arrumada de acordo as atividades a serem desenvolvidas. Onde pode ser visto que não passa de um simples documento e que na realidade o professor se ver sufocado de obrigações, de modo que todos querem ver um bom resultado, com vinte alunos no mesmo nível de aprendizagem, mas que se torna impossível. Dessa forma a realidade citada acima vem contradizer a ideia de Jean Piaget, que diz a criança aprende devido seu estágio de amadurecimento, nem todo aluno aprende da mesma maneira. Mas o diferencial se faz presente na parceria entre a escola e comunidade, mas falta a fiscalização da coordenadora e dos pais, que a ponta o dedo e diz que a professora que está com implicânciacom o aluno que não percebe que o professor sozinho é incapaz de realizar um trabalho eficaz, que independente da sua competência e habilidades o professor não terá sucesso sozinho. Como Vygostky afirma que ninguém se desenvolve sozinho, necessita da união de todos para um melhor benefício, onde todos têm responsabilidades a cumprir porque a formação educacional é direito de todos os cidadãos, com parte do estado, da escola, do professor e da família. Podemos entender que não é nada fácil se torna um professor, porém percebemos que é muito gratificante quando um aluno diz “tia eu conseguir ler.” Dessa forma é possível entender que o diferencial está em como o educador irá se posicionar diante a realidade vivida e até que ponto está disposto na pratica e na reflexão da sua pratica para intervir significativamente. O professor precisa estar disposto a ser um professor pesquisador e entender que ele não é algo acabado, mas alguém que busca subsídios para ações reflexivas para, então produzir resultados satisfatórios na construção dos saberes dentro da sala de aula e, consequentemente, na formação de indivíduos. Enfim, essa experiencia foi primordial para nosso conhecimento do que é ser professor e como esse profissional atua dentro da sala de aula e quais seus principais desafios enfrentados dentro do contexto escolar. E ter uma noção de como é a rotina da profissão tão almejada por nos futuros formandos de pedagogia. Por fim, deixo-vos uma frase de Paulo Freire que diz: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua produção ou sua construção. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.” (Freire. 1996 pag. 47). 4- Referencias FREIRE. Paulo, Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996 _, Paulo. A educação na cidade. São Paulo. Cortez, 1991. PIAGET, J. O Julgamento moral na criança. São Paulo: Mestre Jou, 1932/1977. VYGOTSKY, Lev Semeniovichy. Linguagem Desenvolvimento e Aprendizagem. Coleção Educadores MEC / Fundação Joaquim Nabuco. Recife / Pernambuco. Editora Massangana. 2010 image1.png